39
Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022 Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. A C Ó R D Ã O (7ª Turma) GDCMEN/Car/csn I - RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA. EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS E ASSISTENCIAIS. PRESCRIÇÃO. COBRANÇA DE NÃO FILIADOS. I. O ordenamento jurídico trabalhista anterior à entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017 distinguia quatro espécies de contribuições para suas respectivas entidades sindicais: contribuição sindical, prevista nos arts. 578 a 610 da CLT e autorizada pelo art. 8º, IV, da Constituição Federal; contribuição confederativa, que tem fundamento no inciso IV do art. 8º da Constituição da República e se destina ao custeio do sistema confederativo da representação sindical; contribuição assistencial, que, nos termos do art. 513, alínea "e", da CLT, dispositivo recepcionado pela Constituição Federal, é instituída por convenção ou acordo coletivo e dissídio coletivo de trabalho, assim como a contribuição confederativa; e a mensalidade do associado do sindicato, que são parcelas mensais pagas, de modo voluntário, pelos sindicalizados. II. É pacífico nesta Corte Superior o entendimento, segundo o qual a contribuição sindical, na forma prevista antes da reforma trabalhista, possui natureza jurídica tributária, conforme arts. 8º, IV, 149 c/c 146, III, da Constituição Federal e art. 578 da CLT, sendo, pois, aplicável o prazo de prescrição quinquenal previsto no art. 174 do CTN, e, quanto à contribuição assistencial, observa-se, igualmente, o prazo quinquenal estipulado no inciso Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

A C Ó R D Ã O

(7ª Turma)

GDCMEN/Car/csn

I - RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA

RECLAMADA ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA.

EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA

VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.

CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS E

ASSISTENCIAIS. PRESCRIÇÃO. COBRANÇA DE

NÃO FILIADOS. I. O ordenamento jurídico

trabalhista anterior à entrada em vigor

da Lei nº 13.467/2017 distinguia quatro

espécies de contribuições para suas

respectivas entidades sindicais:

contribuição sindical, prevista nos

arts. 578 a 610 da CLT e autorizada pelo

art. 8º, IV, da Constituição Federal;

contribuição confederativa, que tem

fundamento no inciso IV do art. 8º da

Constituição da República e se destina

ao custeio do sistema confederativo da

representação sindical; contribuição

assistencial, que, nos termos do art.

513, alínea "e", da CLT, dispositivo

recepcionado pela Constituição

Federal, é instituída por convenção ou

acordo coletivo e dissídio coletivo de

trabalho, assim como a contribuição

confederativa; e a mensalidade do

associado do sindicato, que são

parcelas mensais pagas, de modo

voluntário, pelos sindicalizados. II. É

pacífico nesta Corte Superior o

entendimento, segundo o qual a

contribuição sindical, na forma

prevista antes da reforma trabalhista,

possui natureza jurídica tributária,

conforme arts. 8º, IV, 149 c/c 146, III,

da Constituição Federal e art. 578 da

CLT, sendo, pois, aplicável o prazo de

prescrição quinquenal previsto no art.

174 do CTN, e, quanto à contribuição

assistencial, observa-se, igualmente,

o prazo quinquenal estipulado no inciso

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 2: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.2

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

XXIX da Constituição Federal por se

tratar de obrigação derivada de relação

trabalhista, não se cogitando, contudo,

da observância da prescrição bienal,

porque, em tais hipóteses, não se

discutem direitos oriundos de extinta

relação de trabalho. III. Em razão da

natureza jurídica tributária atribuída

à contribuição sindical até o advento da

Lei nº 13.467/2017, esta era paga de

forma compulsória por todos os

integrantes da categoria econômica e

profissional, filiados ou não ao

respectivo sindicato representativo,

enquanto a contribuição assistencial,

possuidora de natureza autônoma e

instituída pelas assembleias gerais das

entidades sindicais por meio de

instrumentos coletivos,

independentemente de prévia

regulamentação por lei ordinária ou

complementar, tendo por finalidade

proporcionar aos sindicatos econômicos

e profissionais os recursos financeiros

necessários para o custeio de suas

atividades, só pode ser cobrada de

trabalhadores ou empregadores

sindicalizados, sob pena de ofensa aos

arts. 5º, XX, e 8º, V, da Constituição

Federal de 1988, nos moldes do

Precedente Normativo nº 119 e da

Orientação Jurisprudencial nº 17, ambas

da SDC deste TST. IV. Os citados

preceitos jurisprudenciais são

expressamente direcionados aos

trabalhadores. Todavia, é pacífico, no

âmbito desta Corte, que idêntico

fundamento de ordem constitucional se

aplica analogicamente à categoria

econômica, isso porque os arts. 5º, XX,

e 8º, V, da Constituição Federal

asseguram a liberdade de associação e de

sindicalização, sem nenhuma restrição

ao empregador. Garante-se, assim, o

pleno exercício do princípio

democrático na vertente da liberdade

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 3: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.3

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

associativa/sindical. V. Por

consequência, cláusula coletiva que

estabelece a contribuição

assistencial, indistinta e

compulsoriamente, a entidades

empregadoras, filiadas ou não, afronta

o princípio da liberdade de

sindicalização, consagrado no inciso V

do artigo 8º da Constituição Federal,

bem como se contrapõe ao disposto no

inciso XX do artigo 5º da Constituição

Federal, que encerra o princípio da

liberdade de associação. Assim, ao

entender "pela compulsoriedade das

contribuições assistenciais previstas

nas convenções coletivas de trabalho

dos exercícios de 2002, 2003, 2004,

2005, 2006 e 2007", a decisão exarada

pelo TRT de origem incorreu em violação

dos citados dispositivos

constitucionais. VI. Quanto à

contribuição sindical estatuída nos

arts. 578 e 580 da CLT, cuja

compulsoriedade decorria da natureza

jurídica tributária conferida à parcela

antes da entrada em vigor da reforma

trabalhista, o TST já pacificou o

entendimento no sentido de que o

enquadramento sindical se dá pela

atividade preponderante do empregador e

pelo princípio da territorialidade, de

forma que se aplicam à relação de

emprego as normas coletivas pactuadas

no âmbito do local da prestação de

serviços pelo empregado, e, assim,

mesmo na falta de sucursal ou filial em

determinada localidade, contando a

empresa com a força de trabalho de

empregados seus nesta, ainda que em

categoria profissional diferenciada,

como no caso dos vendedores e

propagandistas da indústria

farmacêutica, o empregador é

representado pelo ente sindical

correspondente a sua categoria

econômica no local onde o trabalhador

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 4: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.4

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

labora, e, corolariamente, deve

recolher a contribuição sindical devida

compulsoriamente, por força de lei

(antes do advento da reforma

trabalhista), ao referido sindicato.

VII. Extrai-se do acórdão regional que

"é incontroverso que a ré possui

empregados propagandistas-vendedores

autuando no Rio Grande do Sul", daí por

que as normas coletivas ajustadas entre

o ente sindical representativo da

categoria profissional desses

empregados no Rio Grande do Sul e o ente

sindical representativo da categoria

econômica da Ré no referido Estado devem

ser observadas, culminando, assim, na

representação da empresa Reclamada pelo

sindicato patronal em tais negociações,

decorrendo daí, portanto, o dever de

adimplemento do respectivo imposto

sindical. VIII. Recurso de revista de

que se conhece parcialmente e a que se

dá provimento.

II - RECURSO DE REVISTA ADESIVO

INTERPOSTO PELO SINDICATO DA INDÚSTRIA

DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS NO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL - SINDIFAR EM FACE DE

DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA

LEI Nº 13.015/2014. HONORÁRIOS

ADVOCATÍCIOS. I. O art. 5º da Instrução

Normativa nº 27/2005 do Tribunal

Superior do Trabalho dispõe que, à

exceção das lides decorrentes da

relação de emprego, os honorários

advocatícios são devidos pela mera

sucumbência. No caso, o sindicato

patronal propôs ação de cobrança de

contribuições sindicais e

assistenciais em face da Reclamada e

obteve êxito quanto à cobrança das

primeiras, tendo, pois, a referida ação

sido ajuizada pelo ente sindical em nome

próprio. II. Patente que as pretensões

objeto da ação ajuizada não decorrem de

uma relação de emprego, e, assim, nos

moldes da referida Instrução Normativa,

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 5: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.5

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

são devidos os honorários advocatícios

em razão da mera sucumbência,

entendimento já sedimentado por esta

Corte Superior no item III da Súmula nº

219 do TST. III. Recurso de revista

adesivo de que se conhece e a que se dá

provimento.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso

de Revista n° TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022, em que são Recorrentes

ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA. e SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS

FARMACÊUTICOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - SINDIFAR e Recorridos OS

MESMOS.

Irresignada em face do acórdão de fls. 951/959 da

numeração eletrônica, interpôs recurso de revista a Reclamada

ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA. (fls. 999/1041).

A Exma. Desembargadora Vice-Presidente do Tribunal

Regional do Trabalho da 4ª Região deu prosseguimento ao recurso de revista

interposto em razão de o decidido pela E. Turma quanto à compulsoriedade

das contribuições assistenciais incorrer em violação ao art. 8º, inciso

V, da Constituição Federal, conforme despacho às fls. 1061/1063.

O Recorrido SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS

FARMACÊUTICOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - SINDIFAR apresentou

contrarrazões às fls. 1083/1107, e, às fls. 1069/1081 apresentou recurso

de revista adesivo, ao qual foi dado prosseguimento por divergência

jurisprudencial, conforme despacho às fls. 1111/1112.

A Ré ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA. apresentou

contrarrazões ao recurso de revista do Sindicato-Autor às fls. 1117/1133.

Os autos não foram remetidos ao Ministério Público do

Trabalho.

É o relatório.

V O T O

I – RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO POR ASTRAZENECA DO

BRASIL LTDA.

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 6: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.6

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

A Autoridade Regional admitiu o recurso de revista

interposto pela Reclamada ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA., sob os seguintes

fundamentos:

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

Tempestivo o recurso.

Regular a representação processual.

Satisfeito o preparo.

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL

Alegação(ões):

- violação do(s) art(s). 8º, V, da CF, entre outras alegações.

A 6ª Turma assim deliberou quanto à matéria: Superada a questão da

sujeição da ré na base territorial do autor, cumpre salientar ser

incontroverso, nos autos, que ela não é associada a ele. O pedido da inicial

está embasado em convenções coletivas que contemplam expressamente a

obrigatoriedade do recolhimento da contribuição assistencial patronal

(vide, por exemplo, cláusula quadragésima segunda, fl. 79) verbis:

Quadragésima segunda-Contribuição patronal quantia equivalente a um

dia de salário fixo e variável percebido nos meses de junho e novembro de

2003 será recolhida pelas empresas até os dias 10 de julho de dezembro de

2003, respectivamente, às suas próprias expensas, ao Sindicato Patronal.

Ora, da mesma forma que se entende devida a contribuição assistencial do

empregado em favor do sindicato de sua categoria profissional,

independentemente da condição de associado, é de se admitir a instituição

de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica,

sócios ou não, mediante acordo ou convenção coletiva, desde que haja

autorização da assembleia geral da categoria. Tal cobrança está

expressamente autorizada pelo artigo 513, alínea "e", da CLT. Giza-se que

as convenções coletivas são acordos de caráter normativo, onde são

estipuladas condições de trabalho aplicáveis a toda categoria profissional e

econômica. A vontade individual, neste caso, não se sobrepõe à vontade

coletiva, implícita na norma, fruto de negociação entre as categorias

devidamente representadas por seus sindicatos, autorizados, para tanto, por

assembleia geral. O respeito ao teor dos acordos e convenções coletivas

celebrados impõe-se, inclusive, ante o disposto no artigo 7º, XXVI, da

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 7: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.7

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Constituição Federal. Assim, estando legitimado o sindicato para instituir o

desconto da contribuição assistencial aos moldes do previsto nas cláusulas

citadas, não há falar em violação aos princípios da livre associação e da

liberdade sindical, consagrados, respectivamente, nos artigos 5º, XX, e 8º,

V, ambos da Constituição Federal. Entende-se, portanto, pela

compulsoriedade das contribuições assistenciais previstas nas convenções

coletivas de trabalho dos exercícios de 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007.

Frisa-se que nas fls. 44, 48, 51 e 57, tal qual observado pelo Julgador de

origem, o autor convocou as empresas a participarem da Assembleia

mediante publicação de edital no jornal do comércio. Nega-se provimento

ao recurso. Em embargos declaratórios, considerou: Diversamente do que

sustenta a ré, os documentos das fls. 49-61 (somados aos já citados à fl. 08

do acórdão quanto à convocação para as assembleias) demonstram a

regularidade do processo de elaboração das convenções coletivas que

fundamentaram a condenação, razão pela qual não prospera a pretensão

desta de se esquivar da aplicação das normas coletivas invocando vício

formal no processo que as instituiu. Dá-se, pois, provimento parcial aos

embargos de declaração para acrescer fundamentos ao julgado, sem

atribuir-lhe efeito modificativo. (Grifei, Relatora Maria Cristina Schaan

Ferreira).

Com base em reiterados julgamentos do C. TST a respeito da matéria

(E-RR-67868/2002-900-04-00 1, SBDI-1, DJ -08/06/2007;

AIRR-1323/2004-077-02-40.1, 1ª Turma, DJ - 08/06/2007;

AIRR-258/2005-017-02-40.4, 2ª Turma, DJ - 25/05/2007;

AIRR-2898/2001-029-02-40.5, 3ª Turma, DJ - 01/06/2007;

2873/2003-001-02-40.8, 4.ª Turma, DJ - 15/06/2007;

AIRR-522/2002-035-02-40.9, 6ª Turma, DJ - 18/05/2007;

TST-RR-40.830/2002-900-04-00.1) - concluo que a decisão viola o artigo 8º,

V, da Constituição Federal.

Admito o recurso, com fulcro na alínea "c" do artigo 896 da CLT.

DEMAIS TEMAS RECURSAIS

Uma vez admitido o recurso no tópico anterior, é desnecessária a

análise dos demais temas abordados pela parte recorrente, em face do

disposto na Súmula 285 do TST: RECURSO DE REVISTA.

ADMISSIBILIDADE PARCIAL PELO JUIZ-PRESIDENTE DO

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 8: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.8

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO. EFEITO. O fato de o juízo

primeiro de admissibilidade do recurso de revista entendê-lo cabível apenas

quanto a parte das matérias veiculadas não impede a apreciação integral pela

Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sendo imprópria a interposição de

agravo de instrumento.

CONCLUSÃO

Dou seguimento. (fls. 1061/1063).

1. CONHECIMENTO

O recurso de revista é tempestivo, está subscrito por

advogado regularmente habilitado e cumpre os demais pressupostos

extrínsecos de admissibilidade.

Atendidos os pressupostos extrínsecos de

conhecimento, passo à análise dos requisitos intrínsecos de

admissibilidade do recurso de revista.

1.1 PRESCRIÇÃO

A Reclamada postula a reforma do acórdão regional,

para que seja reconhecida a prescrição bienal das parcelas referentes

à contribuição sindical e assistencial.

Em síntese, aduz que o objeto da demanda é a cobrança

de contribuições sindicais e assistenciais supostamente devidas ao

Sindicato-Autor e que o prazo prescricional aplicável é aquele previsto

na esfera trabalhista.

Argumenta que “a exigibilidade ou não das

contribuições sindical e assistencial está atrelada à relação de emprego,

sem a qual, por óbvio, inexistiria qualquer obrigatoriedade dos

recolhimentos exigidos ex vi das normas preceituadas nesse particular

na Consolidação das Leis do Trabalho, atraindo, pois, o prazo

prescricional de que tratam os artigos 7º, XXIX, da Magna Carta e 11 do

diploma consolidado, diante da insofismável natureza trabalhista das

parcelas.” (fl. 1007).

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 9: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.9

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Indica violação ao artigo 7º, inciso XXIX, da

Constituição Federal e ao artigo 11 da CLT, contrariedade a Súmula nº

308 do TST e divergência jurisprudencial.

Constou do acórdão regional:

A ré argui a prescrição bienal ou quinquenal, com fulcro nos artigos

193 do CC, 303, II, do CPC, e na Súmula 153 do TST, das parcelas anteriores

a dois ou cinco anos antes da distribuição da presente ação, invocando, para

tanto, o art. 7", XXIX, da CF, e 11 da CLT, ao teor da Súmula 308 do TST.

Ao exame Inicialmente, a prescrição pode ser arguida a qualquer

momento na instância ordinária, na esteira da jurisprudência assente na

Súmula 153 do TST.

Por outro lado, aplica-se, às contribuições sindicais, de natureza

tributária, o prazo prescricional de cinco anos, contados da data da

constituição definitiva do crédito, conforme estabelecido no art. 174 do

CTN.

Assim, tendo em conta que a ação foi ajuizada em 28.5.07, e que o

autor nela vindica as contribuições sindicais desde 2002, as quais, nos termos

do art. 587, da CLT, tomam-se exigíveis em janeiro do ano ao qual se

referem, não há prescrição a ser declarada, no tocante a tais parcelas.

Também não foram atingidas pela prescrição quinquenal contada até a

data da propositura da ação, as contribuições assistenciais postuladas,

relativas aos anos de 2002 a 2007.

Registra-se não aplicar-se, ao caso, a prescrição bienal, que tem como

marco inicial de seu prazo o término do contrato de trabalho, aplicável,

portanto, às parcelas deste decorrentes, o que não é o caso.

Não há o que prover. (fls. 952/953 - Grifos

acrescidos).

Considerando-se o ordenamento jurídico anterior à

entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017, é pacífico nesta Corte Superior

Laboral o entendimento segundo o qual a contribuição sindical possui

natureza jurídica tributária, conforme artigos 8º, IV, 149 c/c 146, III,

da Constituição Federal e artigo 578 da CLT, sendo, pois, aplicável o

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 10: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.10

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

prazo de prescrição quinquenal previsto no artigo 174 do CTN, cujo termo

inicial é fevereiro de cada ano, nos moldes do artigo 587 da CLT.

Quanto à contribuição assistencial, observa-se,

igualmente, o prazo quinquenal estipulado no inciso XXIX da Carta

Constitucional por se tratar de obrigação derivada de relação

trabalhista, não se cogitando, contudo, da observância da prescrição

bienal porque, em tais hipóteses, não se discutem direitos oriundos de

extinta relação de trabalho.

Nesse sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. PRESCRIÇÃO. Nos termos do artigo 174

do Código Tributário Nacional, é de cinco anos o prazo prescricional

aplicável às ações de cobrança de contribuição sindical, em razão da natureza

tributária dessa parcela, prevista no artigo 578 da CLT. Precedentes do TST.

Decisão regional que se mantém, por fundamento diverso. (...).

(AIRR-1796-22.2010.5.02.0381, 7ª Turma, Rel. Min. Pedro Paulo Manus,

DEJT de 19.04.2013).

AÇÃO DE CUMPRIMENTO. SINDICATO. CONTRIBUIÇÃO

ASSISTENCIAL. PRESCRIÇÃO. 1. A contribuição assistência devida ao

sindicato profissional têm como destinatário os empregados vinculados ao

ente sindical, figurando o empregador como mero intermediário para o

adimplemento. Com efeito, tratando-se de parcela cuja exigibilidade está

vinculada à relação de emprego, resulta nítida sua natureza trabalhista, o que

enseja a incidência da prescrição quinquenal prevista no artigo 7º, XXIX, da

Constituição da República. Frise-se, por oportuno, que não há falar em

aplicação da prescrição bienal contida no referido dispositivo constitucional,

porquanto a parcela cobrada não decorre de direito oriundo do contrato de

emprego extinto. Precedentes deste Tribunal Superior. 3. Por fim, requerida

tão somente a incidência da prescrição civil, incabível a reforma da decisão

recorrida. 4. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (AIRR -

91440-57.2005.5.02.0055, Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, 1ª Turma, DEJT

21.02.2014).

CONTRIBUIÇÕES ASSISTENCIAIS E SINDICAIS.

PRESCRIÇÃO. O TST pacificou entendimento no sentido de se aplicar às

ações de cobrança de contribuição sindical, em razão da sua natureza

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 11: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.11

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

tributária, o prazo prescricional de cinco anos, nos termos do artigo 174 do

CTN. O entendimento consolidado sobre a cobrança das contribuições

assistenciais também é de que esta tem prazo prescricional de 5 anos, por se

originar na relação de trabalho, sendo aplicável a prescrição quinquenal

prevista para os créditos trabalhistas, nos termos do art. 7º, XXIX, da

Constituição da República. (AIRR - 152300-07.2008.5.02.0059, Rel. Min.

Alexandre de Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 12.06.2015).

PRESCRIÇÃO. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. NÃO

PROVIMENTO. O entendimento deste colendo Tribunal Superior é no

sentido de que a contribuição sindical, prevista no artigo 149 da Constituição

Federal, tem natureza tributária, razão pela qual se aplica a prescrição

estabelecida pelo artigo 174 do CTN quanto ao prazo para sua cobrança.

Precedentes. Incidência da Súmula nº 333 e do artigo 896, § 7º, da CLT.

Agravo de instrumento a que se nega provimento. (AIRR -

892-77.2010.5.02.0065, Rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, 5ª

Turma, DEJT 18.12.2015).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA

INTERPOSTO ANTES DA LEI Nº13.015/2014. PRESCRIÇÃO.

CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL E SINDICAL. A decisão regional

encontra-se em harmonia com a jurisprudência atual, notória e iterativa desta

Corte no sentido de ser aplicável o prazo prescricional de cinco anos tanto

para a cobrança de contribuição sindical como para contribuição assistencial,

nos termos do art. 174 do CTN e 7º, XXIX da CF. Agravo de instrumento

não provido. (AIRR - 247100-68.2008.5.02.0013, Rel. Min. Maria Helena

Mallmann, 2ª Turma, DEJT 04.11.2016).

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA EM

FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº

13.015/2014. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. PRESCRIÇÃO. Por possuir

natureza jurídica de tributo (artigos 606 da CLT c/c 149 e 150 do CTN), a

contribuição sindical se submete ao prazo prescricional de 5 anos, previsto

no artigo 174 do CTN. Nesse sentido, a jurisprudência iterativa e notória

desta Corte Superior. Agravo de instrumento a que se nega provimento.

(AIRR - 2685-03.2010.5.02.0081, Rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão,

7ª Turma, DEJT 17.03.2017).

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 12: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.12

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE

REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. PRESCRIÇÃO. 1. Consoante atual,

interativa e notória jurisprudência desta Corte, o prazo prescricional da

pretensão para exigir o pagamento de contribuição sindical, ante sua natureza

tributária, é de 5 (cinco) anos, nos termos do art. 174 do CTN. 2. Agravo da

Confederação Autora de que se conhece e a que se nega provimento.

(Ag-AIRR - 10003-60.2015.5.15.0126; Data de Julgamento: 28/06/2017,

Rel. Min. João Oreste Dalazen, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT

04.08.2017).

RECURSO DE REVISTA. PRESCRIÇÃO. CONTRIBUIÇÕES

ASSISTENCIAIS. O entendimento desta Corte é o de que a contribuição

assistencial possui natureza tributária (arts. 149 e 150 da Constituição da

República e 578 e 606 da CLT); atraindo, assim, a incidência da prescrição

quinquenal, prevista no art. 174 do Código Tributário Nacional e no art. 7º,

inc. XXIX, da Constituição da República, para a pretensão de sua cobrança.

CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA, ASSISTENCIAL E OUTRAS.

EXIGÊNCIA. EMPREGADOS NÃO SINDICALIZADOS. INDEVIDO. É

ofensiva ao direito de livre associação e sindicalização, previsto no art. 8º,

inc. V, da Constituição da República, norma coletiva obrigando empregados

não sindicalizados a contribuírem em favor de entidade sindical de qualquer

natureza. Recurso de Revista de que se conhece e a que se dá provimento.

(RR - 965-03.2012.5.04.0751; Data de Julgamento: 09/08/2017, Rel. Min.

João Batista Brito Pereira, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 18.08.2017).

Sendo assim, o decidido pelo Egrégio TRT do Rio Grande

do Sul em relação à prescrição aplicável à cobrança das contribuições

sindicais e assistenciais está em conformidade com a iterativa, notória

e atual jurisprudência deste C. TST, o que obsta o prosseguimento do

recurso de revista ante a diretriz estampada na Súmula nº 333 e o comando

normativo havido no §7º do art. 896 da CLT.

Ante o exposto, não conheço do recurso de revista

quanto à alegada prescrição incidente sobre a exigibilidade da cobrança

das contribuições sindicais e assistenciais.

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 13: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.13

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

1.2. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL E ASSISTENCIAL

A Reclamada postula a reforma do acórdão regional,

para afastar a condenação ao pagamento das contribuições sindicais

relativas aos anos de 2002, 2003, 2005, 2006 e 2007.

Em síntese, aduz que não detém qualquer unidade ou

sucursal no Estado do Rio Grande do Sul desde julho de 2003 e não possui

qualquer capital registrado na Junta Comercial nesse Estado.

Argumenta que a contribuição sindical somente é devida

desde que a empresa, ainda que por meio de filial, encontre-se situada

na base territorial abrangida pelo sindicato respectivo, hipótese

inexistente no caso presente.

Indica violação ao artigo 580, inciso III, ao artigo

581, ambos da CLT e divergência jurisprudencial.

Do mesmo modo, A reclamada postula a reforma do acórdão

regional para afastar a condenação ao pagamento das contribuições

assistenciais.

Em síntese, aduz que são inaplicáveis os instrumentos

normativos colacionados à inicial e que não é associado ao

Sindicato-Autor.

Argumenta que as convenções coletivas utilizadas para

fins de pagamento de contribuições assistências não foram subscritas pela

Recorrente ou por quem detivesse poderes para representa-la. Ademais,

alega que não era associada ao Sindicato-Autor e, dessa forma, não há

obrigatoriedade de recolhimento de contribuição assistencial à referida

entidade sindical.

Indica violação aos artigos 5º, incisos XX, LIV e LV

e 8º, inciso V, ambos da CF, artigo 611, da CLT e divergência

jurisprudencial.

Eis o teor da decisão:

CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS

A ré sustenta que está enquadrada no Sindicato Patronal de São Paulo,

local onde alega exercer 90% de suas atividades, sendo que desde junho de

2003 encerrou as atividades da filial no Rio Grande do Sul, e que neste não

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 14: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.14

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

possui unidade ou sucursal. Ressalta que qualquer empregado propagandista

vendedor que atue no Rio Grande do Sul pode atuar em qualquer estado do

Brasil, pelo que as áreas de vendas das Regionais reportam-se diretamente à

matriz da Recorrente, sita em São Paulo. Aduz que atua em diversas regiões

do país, estando seus empregados pulverizados em diversos municípios,

razão pela qual todos eles subordinam-se às normas firmadas entre o

Sindicato dos Propagandistas, Propagandista-Vendedores e Vendedores de

Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo e o Sindicato da Indústria de

Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo - SINDUSFARMA, nos

termos do art. 8°, II, da CF, que recepcionou o art. 511 e art. 570 da CLT

Sublinha ter pagado devidamente as contribuições em teia, a este último,

consoante comprovam os recibos juntados, e que não subscreveu, nem

mesmo por meio de representação, as normas coletivas juntadas pelo autor.

Ao exame

A contribuição sindical é regulada pelos artigos 578 e seguintes da

CLT e tem aplicação compulsória. Trata-se de uma receita sindical recolhida

uma vez por ano, nos meses e quantias estabelecidas pela CLT, tanto em

relação ao empregado, profissional liberal ou empregador. Logo, independe

de previsão em instrumento coletivo ou autorização em assembleia geral dos

integrantes da categoria profissional ou econômica, pois tem natureza

tributária e é destinada ao financiamento de todo o sistema sindical

brasileiro. O contrato social da ré traduz que seu objeto consiste na indústria

e o comércio de produtos e insumos farmacêuticos, produtos medicinais,

biológicos e sorológicos, vacinas manufaturadas ou não, produtos para

diagnóstico e proteção da saúde humana, cosméticos e produtos de higiene e

de toucador, aparelhos para a indústria química e farmacêutica, bem como

produtos e acessórios hospitalares, dentre outros (fls. 165/166).

De acordo com o art. 577 da CLT, o autor abrange a categoria

econômica das indústrias químicas e farmacêuticas (grupo 10 da tabela

referida no Citado dispositivo legal).

Segundo previsto no art. 580 da CLT, a contribuição sindical dos

empregadores, corresponde a uma importância proporcional ao capital social

da firma ou empresa, registrado em Junta Comercial ou órgão equivalente,

segundo alíquotas progressivas discriminadas.

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 15: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.15

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

O art. 581 da CLT dispõe que para fins de cálculo de tal contribuição

(sindical), as empresas atribuirão parte de seu capital às suas sucursais, filiais

ou agências, quando localizadas fora da base territorial da entidade sindical

representativa da atividade econômica da sede (matriz), de forma

proporcional às correspondentes operações econômicas.

Nota-se, portanto, que até maio de 2003, tendo a ré admitido que

possuía unidade neste estado, é manifestamente procedente o pedido relativo

à contribuição sindicai exigíveis em janeiro de 2002 e de 2003, pois não há

um argumento sequer que obste seu enquadramento nestes períodos no

Sindicato autor, à luz do art. 581 da CLT.

Por outro lado, é incontroverso que a ré possui empregados

propagandistas-vendedores autuando no Rio Grande do Sul, e, ainda que, tal

qual alega, não possua unidade ou sucursal neste estado, mantém-se

economicamente atuante na base territorial referida, abarcada pelo autor,

situação que equivale àquelas descritas no art. 581 da CLT, analogicamente

aplicável.

Alia-se ao fato ser defeso na lei a existência de mais de um sindicato

patronal de determinada categoria econômica em uma mesma base

territorial, a toda evidência, a ré enquadra-se, no território deste estado, na

categoria patronal representada pelo autor.

Assim, as contribuições sindicais referentes aos anos de 2002 a 2007

inadimplidas devem ser alcançadas ao Sindicato autor.

Nesta esteira, o acórdão proferido no processo n°

00709-2007-023-04-00- 1 (RO), lavrado pela Exma. Desa. Rosane Serafini

Casa Nova. em 18/06/2008, cuja ementa transcreve-se:

"EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA.

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL Ainda que não possua indústria neste Estado,

é inconteste que a empresa demandada mantém, no território de abrangência

do Sindicato autor, atividades e operações econômicas ligadas ao seu objeto

social Considerando a atividade preponderante da ré ("indústria de produtos

farmacêuticos") e a vedação legal à existência de mais de um sindicato

representativo da mesma categoria econômica em uma dada base territorial,

entende-se que, com relação às atividades econômicas e relações de trabalho

mantidas no Rio Grande do Sul, a empresa reclamada se enquadrada na

categoria econômica das indústrias de produtos farmacêuticos no Estado do

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 16: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.16

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Rio Grande do Sul', cuja representação sindicai pertence ao Sindicato autor.

Provido em parte.

RECURSO ORDINÁRIO DO AUTOR. CONTRIBUIÇÃO

ASSISTENCIAL PATRONAL. Inquestionável o caráter compulsório da

contribuição assistencial no âmbito da categoria econômica pela norma

coletiva que a prevê, com base em autorização da assembleia geral

extraordinária. A imposição da contribuição à totalidade da categoria, está

expressamente autorizada pelo artigo 513, alínea "e" da CLT. Assim, licita a

contribuição assistencial instituída pelos instrumentos normativos vindos aos

autos e estando as empresas obrigadas ao seu pagamento, deve ser provido o

recurso para determinar à reclamada efetuar o respectivo pagamento,

relativamente aos anos de 2002 a 2007 Provido"

Portanto, nega-se provimento ao recurso ordinário.

CONTRIBUIÇÕES ASSISTENCIAIS

Insurge-se, a ré, quanto à condenação em contribuições assistenciais,

ao argumento de que não participou das negociações coletivas que

estabelecem a parcela epigrafada, tampouco foi convocada a tanto, não lhe

sendo assegurado o direito de oposição. Ressalta que o autor não comprovou

a regularidade das assembleias e quóruns do art. 612 da CLT, sendo que

jamais foi convocada a participar das assembleias disciplinadas pelo

indigitado artigo consolidado. Ressalta não possuir unidade ou sucursal no

Rio Grande do Sui desde junho de 2003, e que não é nem foi associada ou

filiada ao autor. Invoca a Súmula 119 do TST e a Súmula 666 do STF, bem

como os princípios da liberdade de associação e de sindicalização,

positivados nos arts. 5°, XX, e 8°, V, da CF. Sublinha não ter recebido

qualquer missiva, correspondência epistolar ou boleto de cobrança emitidos

pelo autor em relação às parcelas ora perseguidas.

Afirma que o fato de ter recolhido a contribuição assistencial dos

empregados ao sindicato profissional da região onde aqueles atuam, no caso.

RIO Grande do Sul, trata-se de mero repasse de valores descontados, e não

tem o condão de submetê-la à representação sindical da categoria econômica

da referida região.

Analisa-se.

Superada a questão da sujeição da ré na base territorial do autor,

cumpre salientar ser incontroverso, nos autos, que ela não é associada a ele.

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 17: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.17

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

O pedido da inicial está embasado em convenções coletivas que

contemplam expressamente a obrigatoriedade do recolhimento da

contribuição assistencial patronal (vide, por exemplo, cláusula quadragésima

segunda, fl. 79) vertais: "Quadragésima segunda - Contribuição patronal

quantia equivalente a um dia de salário fixo e variável percebido nos meses

de junho e novembro de 2003 será recolhida pelas empresas até os dias 10

de julho de dezembro de 2003, respectivamente, às suas próprias expensas,

ao Sindicato Patronal Ora, da mesma forma que se entende devida a

contribuição assistencial do empregado em favor do sindicato de sua

categoria profissional, independentemente da condição de associado, é de se

admitir a instituição de contribuição assistencial a todos os integrantes da

categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo ou convenção coletiva,

desde que haja autorização da assembleia geral da categoria. Tal cobrança

está expressamente autorizada pelo artigo 513, alínea "e". da CLT.

Giza-se que as convenções coletivas são acordos de caráter normativo,

onde são estipuladas condições de trabalho aplicáveis a toda categoria

profissional e econômica. A vontade individual, neste caso, não se sobrepõe

à vontade coletiva, implícita na norma, fruto de negociação entre as

categorias devidamente representadas por seus sindicatos, autorizados, para

tanto, por assembleia geral. O respeito ao teor dos acordos e convenções

coletivas celebrados impõe-se, inclusive, ante o disposto no artigo 7°, XXVI,

da Constituição Federal.

Assim, estando legitimado o sindicato para instituir o desconto da

contribuição assistencial aos moldes do previsto nas cláusulas citadas, não há

falar em violação aos princípios da livre associação e da liberdade sindical,

consagrados, respectivamente, nos artigos 5°, XX, e 8°, V, ambos da

Constituição Federal. Entende-se, portanto, pela compulsoriedade das

contribuições assistenciais previstas nas convenções coletivas de trabalho

dos exercícios de 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007.

Frisa-se que nas fls. 44, 48, 51 e 57, tal qual observado pelo Julgador

de origem, o autor convocou as empresas a participarem da Assembleia

mediante publicação de edital no jornal do comércio.

Nega-se provimento ao recurso. (fls. 953/958).

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 18: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.18

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Na oportunidade do exame dos embargos de declaração

opostos pela Reclamada, a Corte Regional decidiu:

A ré atenta para o fato de o julgado ter desprovido seu apelo

considerando que a instituição da contribuição assistencial foi imposta a

todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

ou convenção coletiva, desde que haja autorização da assembleia geral da

categoria, embora as condições previstas no art. 612 da CLT não tenham sido

comprovadas Advoga ser omisso o acórdão no tocante à alegada falta de

prova das formalidades estabelecidas no dispositivo legal referido, pelo que

não restou demonstrada a regularidade do processo de elaboração das

convenções coletivas que embasaram o pedido de contribuição assistencial.

Ao exame

Com efeito, no aresto embargado não houve análise do argumento

razão pela qual se passa a sanar a omissão.

Diversamente do que sustenta a ré, os documentos das fls. 49-61

(somados aos já citados a fl. 08 do acórdão quanto à convocação para as

assembleias) demonstram a regularidade do processo de elaboração das

convenções coletivas que fundamentaram a condenação, razão pela qual não

prospera a pretensão desta de se esquivar da aplicação das normas coletivas

invocando vício formal no processo que as instituiu.

Dá-se, pois, provimento parcial aos embargos de declaração para

acrescer fundamentos ao julgado, sem atribuir-lhe efeito modificativo.

(fls. 993/994).

O ordenamento jurídico trabalhista anterior à entrada

em vigor da Lei nº 13.467/2017, distinguia quatro espécies de

contribuições para suas respectivas entidades sindicais. São elas:

contribuição sindical, prevista nos artigos 578 a 610 da CLT e autorizada

pelo artigo 8º, inciso IV, da Constituição Federal, que era paga

compulsoriamente pelos integrantes das categorias econômica e

profissional; contribuição confederativa, que tem fundamento no inciso

IV do artigo 8º da Constituição da República e se destina ao custeio do

sistema confederativo da representação sindical; contribuição

assistencial que, nos termos do artigo 513, alínea "e", da CLT,

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 19: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.19

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

dispositivo recepcionado pela Constituição Federal, é instituída por

convenção ou acordo coletivo e dissídio coletivo de trabalho, assim como

a contribuição confederativa; e a mensalidade do associado do sindicato,

que são parcelas mensais pagas, de modo voluntário, pelos sindicalizados.

Com efeito, ao contrário da contribuição sindical, que

tinha natureza tributária e era paga de forma compulsória por todos os

integrantes da categoria econômica, filiados ou não ao sindicato

representativo, a contribuição assistencial tem natureza autônoma e é

instituída pelas assembleias gerais das entidades sindicais, por meio

de instrumentos coletivos, independentemente de prévia regulamentação

por lei ordinária ou complementar.

A contribuição assistencial origina-se em negociação

coletiva e tem como finalidade proporcionar aos sindicatos econômicos

e profissionais os recursos financeiros necessários para o custeio de

suas atividades.

O entendimento desta Corte, expresso no Precedente

Normativo nº 119 da SDC e na Orientação Jurisprudencial nº 17 da Seção

de Dissídios Coletivos, é de que a contribuição assistencial,

diferentemente da contribuição sindical, somente pode ser cobrada de

trabalhadores sindicalizados.

Nesse sentido:

PN-119 CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS - INOBSERVÂNCIA DE

PRECEITOS CONSTITUCIONAIS - (mantido) DEJT divulgado em

25.08.2014

A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura

o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade

de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença

normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título

de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou

fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores

não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição,

tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados.

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 20: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.20

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

OJ-SDC-17 CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES SINDICAIS.

INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO

ASSOCIADOS (mantida) DEJT divulgado em 25.08.2014

As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de

entidade sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não

sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre associação e sindicalização,

constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo passíveis de

devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente

descontados."

Os citados preceitos jurisprudenciais são

expressamente direcionados aos trabalhadores. Todavia, é pacífico, no

âmbito desta Corte, que idêntico fundamento de ordem constitucional se

aplica analogicamente à categoria econômica, isso porque os artigos 5º,

inciso XX, e 8º, inciso V, da Constituição Federal asseguram a liberdade

de associação e de sindicalização, sem nenhuma restrição ao empregador.

Garante-se, assim, o pleno exercício do princípio democrático na vertente

da liberdade associativa/sindical.

Por consequência, cláusula coletiva que estabelece a

contribuição assistencial, indistinta e compulsoriamente, a entidades

empregadoras, filiadas ou não, afronta o princípio da liberdade de

sindicalização, consagrado no inciso V do artigo 8º da Constituição

Federal, bem como se contrapõe ao disposto no inciso XX do artigo 5º da

Carta Magna, que encerra o princípio da liberdade de associação.

Nesse sentido:

RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA

VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL

PATRONAL - EMPRESA NÃO-FILIADA A SINDICATO. A contribuição

assistencial patronal constante de cláusula coletiva, tornando-a obrigatória a

todas as empresas, associadas ou não, viola os artigos 5º, XX, e 8º, V, da

Carta Magna, os quais dispõem respectivamente que "ninguém poderá ser

compelido a associar-se ou a permanecer associado" e "ninguém será

obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato". Aplicável por

analogia o Precedente Normativo nº 119 da SEDC/TST, segundo o qual "a

Constituição da República, em seus artigos 5º, XX, e 8º, V, assegura o direito

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 21: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.21

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de

liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença

normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título

de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento

ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando

trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que

inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores

irregularmente descontados. Precedentes. Dessa forma, o Tribunal

Regional, ao entender pela validade da cláusula coletiva que previa a

cobrança da contribuição assistencial a todos as empresas, inclusive às não

sindicalizadas, afrontou o princípio constitucional da livre associação e

sindicalização, inserto no art. 8º, V, da Constituição Federal. Recurso de

revista conhecido e provido. (RR - 20011-46.2016.5.04.0004; Data de

Julgamento: 07/03/2018, Rel. Min. Breno Medeiros, 5ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 16/03/2018).

RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL

PATRONAL. EXTENSÃO A EMPRESA NÃO ASSOCIADA. A

jurisprudência desta Corte é no sentido de serem aplicáveis, por analogia, o

Precedente Normativo 119 e a Orientação Jurisprudencial 17, ambos da SDC

do TST, em relação à contribuição assistencial patronal. Há precedentes.

Recurso de revista conhecido e provido. (...).

(RR-464-67.2012.5.04.0551, data de julgamento: 30/8/2017, Rel. Min.

Augusto César Leite de Carvalho, 6ª Turma, data de publicação:

DEJT 1º.09.2017).

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A VIGÊNCIA DA

LEI 13.015/14. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL PATRONAL.

COBRANÇA DAS EMPRESAS NÃO ASSOCIADAS AO SINDICATO.

IMPOSSIBILIDADE. O artigo 8º, III, da Constituição Federal garantiu o

direito à liberdade de associação profissional ou sindical. Apenas a

contribuição sindical (art. 578 da CLT) remanesce como obrigatória a todos

os integrantes da categoria, ainda que não sindicalizados, por força da parte

final do artigo 8º, IV, da Constituição Federal. Dessa forma, as denominadas

contribuições assistenciais e confederativas instituídas pelos sindicatos só

podem ser cobradas de seus associados conforme jurisprudência do excelso

STF, Súmula 666/STF, e deste Tribunal, Precedente Normativo nº 119/TST

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 22: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.22

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

e Orientação Jurisprudencial nº 17 da SDC/TST. Por isso, a obrigatoriedade

da contribuição assistencial de quem não é sindicalizado afronta o princípio

constitucional de liberdade de associação, previsto no artigo 5º, XX, da

Constituição Federal. Recurso de revista conhecido por violação do art. 5º,

XX, da Constituição Federal e provido. (RR - 21007-68.2015.5.04.0751,

data de julgamento: 09/8/2017, Rel. Min. Alexandre de Souza Agra

Belmonte, 3ª Turma, data de publicação: DEJT 18.08.2017 - Grifos

acrescidos).

(...) RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RÉ.

CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL PATRONAL. EMPRESA NÃO

ASSOCIADA. EXTENSÃO. IMPOSSIBILIDADE. Os arts. 5º, XX, e 8º, V,

da Constituição da República asseguram a liberdade de associação e

sindicalização, tanto aos empregados quanto aos empregadores. Desse

modo, é vedada a cobrança, por meio de instrumento coletivo, de

contribuição assistencial, indistinta e compulsoriamente, de toda a categoria

econômica. Aplica-se, por analogia, o disposto no Precedente Normativo nº

119 e na Orientação Jurisprudencial nº 17, ambos da SDC do TST, e na

Súmula Vinculante 40 do STF. Recurso de revista conhecido e provido. (RR

- 170-95.2010.5.04.0741, Data de Julgamento: 21/06/2017, Rel. Min.

Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 23.06.2017).

RECURSO DE REVISTA. PROCESSO ELETRÔNICO -

CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL. EMPRESA NÃO ASSOCIADA AO

SINDICATO PATRONAL. DESCONTOS INDEVIDOS. A

obrigatoriedade de recolhimento das contribuições assistenciais instituídas

mediante normas coletivas não alcança as empresas não filiadas ao ente

sindical patronal. Aplicação analógica do Precedente Normativo 119 e da

Orientação Jurisprudencial 17, da SDC do TST. Precedentes. Recurso de

Revista conhecido e provido. (RR - 1054-67.2012.5.04.0802, Data de

Julgamento: 14/05/2014, Rel. Min. Márcio Eurico Vitral Amaro, 8ª Turma,

Data de Publicação: DEJT 16.05.2014 - Grifos acrescidos).

RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL

PATRONAL - EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS -

IMPOSSIBILIDADE. Ofende o disposto no artigo 8º, inciso IV, da

Constituição Federal a cobrança de contribuição em favor de entidade

sindical a título de contribuição assistencial, obrigando empregador não

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 23: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.23

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

associado. Aplicando-se, por analogia, o disposto no Precedente Normativo

nº 119 da SDC desta Corte e no preceito constitucional acima citado.

Recurso de revista conhecido e provido. Prejudicada a análise dos temas

remanescentes. (RR - 855-19.2010.5.04.0801, Data de Julgamento:

19/03/2014, Rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, 2ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 28.03.2014).

RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL

PATRONAL PREVISTA EM NORMA COLETIVA. EMPRESA NÃO

ASSOCIADA. COBRANÇA INDEVIDA. 1. A cobrança de contribuição

assistencial de empregados ou empresas não associados ao sindicato

respectivo ofende a liberdade de filiação sindical prevista no art. 8º, inciso V,

da Constituição Federal, bem como a liberdade de associação prevista no art.

5º, inciso XX, restringindo tais direitos fundamentais. Nesse sentido são os

reiterados julgados da SDI-I desta Casa, bem como o Precedente Normativo

nº 119/SDC e a OJ 17/SDC, aplicáveis por analogia. 2. Assim, consignado

pelo Colegiado de origem que o sindicato não comprovou a filiação da

empresa autora, a conclusão de que é indevida a cobrança da contribuição

assistencial amolda-se à jurisprudência assente neste Tribunal, o que afasta a

acenada ofensa ao art. 513, -e-, da CLT e inviabiliza a demonstração de

dissenso de teses sobre o tema, ante os óbices da Súmula 333/TST e do art.

896, § 4º, da CLT. Recurso de revista não conhecido.

(RR-774-83.2011.5.12.0002, Rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 1ª

Turma, DEJT 17.05.2013).

RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO ANTES DA

VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.496/2007. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL

PATRONAL. EMPRESAS NÃO FILIADAS A SINDICATO.

INEXIGIBILIDADE. A Constituição Federal, em seu artigo 8º, inciso IV,

autoriza a instituição de contribuição confederativa por meio da Assembleia

Geral, que tem caráter compulsório, apenas e tão somente, para os filiados

aos sindicatos, tanto em relação aos empregados, quanto às empresas, uma

vez que a mencionada contribuição não tem natureza tributária. É de se notar

que a cláusula coletiva que estabelece a contribuição assistencial,

indistintamente, a entidades empregadoras, filiadas ou não, afronta, de igual

sorte, o princípio da liberdade de associação, consagrado no inciso V do

artigo 8º da Constituição Federal, bem como se contrapõe ao disposto no

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 24: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.24

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

inciso XX do artigo 5º, também da Carta Magna, que encerra o princípio da

liberdade sindical. Esse é o entendimento pacificado nesta Corte, consagrado

no Precedente Normativo nº 119, bem como na Orientação Jurisprudencial nº

17, ambas da SDC. São, portanto, nulas as estipulações que inobservem

referida restrição. Assim, se ao empregado não sindicalizado é vedada a

contribuição assistencial sindical sem a sua sindicalização, o mesmo

entendimento deve ser adotado em relação ao empregador. Aplica-se, por

analogia, o disposto nos precedentes supracitado. Até porque o artigo 8º,

inciso V, da Constituição Federal assegura a liberdade sindical sem qualquer

restrição para as categorias econômicas. Dessa forma, não há que se falar em

afronta direta e literal aos artigos 7º, inciso XXVI, e 8º, inciso V, da

Constituição Federal, eis que o decisum está de acordo com o ordenamento

jurídico, que não resta ofendido em momento algum. Por derradeiro, não

prospera a alegação de divergência jurisprudencial, ora porque o aresto atrai

o óbice da Súmula/TST nº 337, item IV, ora porque incide o disposto no

artigo 894, inciso II, da Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso de

embargos não conhecido. (E-RR - 1000-03.2006.5.04.0741, Relator

Ministro: Renato de Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 17/11/2011,

Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação:

DEJT 25/11/2011).

CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL E CONFEDERATIVA.

EMPREGADOS OU EMPRESAS NÃO ASSOCIADOS AO SINDICATO.

DESCONTOS INDEVIDOS. 1. Nos termos da jurisprudência iterativa, atual

e notória da SBDI-I desta Corte superior, a imposição de contribuição

assistencial em favor da agremiação sindical a empregados ou empresas a ela

não associados ofende o princípio da liberdade de associação consagrado nos

termos do artigo 8º, inciso V, da Constituição da República. Tal dispositivo

dá efetividade, no plano normativo interno, ao princípio erigido no artigo 2º

da Convenção n.º 87 da Organização Internacional do Trabalho -

instrumento que, conquanto ainda não ratificado pelo Brasil, inclui-se entre

as normas definidoras dos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho,

conforme Declaração firmada em 1998, de observância obrigatória por todos

os países membros daquele organismo internacional. 2. Admitir a imposição

de desconto visando ao custeio de ente sindical a que o trabalhador ou

empresa não aderiu voluntariamente constitui desvio do princípio

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 25: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.25

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

democrático que deve reger a vida associativa em todos os seus quadrantes.

A contribuição sindical compulsória - seja ela decorrente da lei ou da norma

coletiva - destitui os integrantes da categoria de um dos mais importantes

instrumentos a lhes assegurar voz ativa na definição dos destinos da sua

representação de classe, além de concorrer para a fragilização da

legitimidade da representação sindical, na medida em que o seu custeio não

mais estará vinculado à satisfação dos representados com a atuação dos seus

representantes. 3. Deve ser considerada nula, portanto, a cláusula constante

de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa que estabeleça

contribuição em favor de ente sindical a título de taxa para custeio do sistema

confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e

outras da mesma espécie a serem descontadas também dos integrantes da

categoria não sindicalizados. 4. Violação do artigo 8º, IV, da Constituição

Federal que não se reconhece. 5. Recurso de embargos não conhecido.

(TST-RR-717494-14.2000.5.15.5555, Relator Ministro Lélio Bentes Corrêa,

SBDI-1, DEJT 12/12/2008).

Desse modo, se ao empregado não sindicalizado é vedada

a cobrança da contribuição assistencial, aplica-se, por analogia, o mesmo

entendimento às empresas não filiadas ao respectivo sindicato da

categoria econômica, em face do que preceituam os artigos 5º, inciso XX,

e 8º, inciso V, da Constituição Federal e diante da impossibilidade de

se restringir direitos fundamentais constitucionalmente consagrados.

Assim, ao entender "pela compulsoriedade das

contribuições assistenciais previstas nas convenções coletivas de

trabalho dos exercícios de 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007", a decisão

exarada pelo TRT de origem incorreu em violação aos citados dispositivos

constitucionais, o que dá ensejo ao conhecimento do recurso de revista,

no particular, com base na alínea "c" do art. 896 da CLT.

Quanto à contribuição sindical estatuída nos arts. 578

e 580 da CLT, sua compulsoriedade em razão da natureza jurídica tributária

é insofismável, ao menos até o advento da Lei nº 13.467/2017.

Nesse sentido, inclusive, já se posicionou o E. STF,

"verbis":

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 26: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.26

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO.

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL CRIADA POR MEIO DE LEI.

NATUREZA JURÍDICA. TRIBUTO. PAGAMENTO COMPULSÓRIO

DE TODOS OS INTEGRANTES DA CATEGORIA. PRECEDENTES.

RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Relatório 1. Recurso

extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da

Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça

do Rio Grande do Sul:“CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. NATUREZA

JURÍDICA. A contribuição sindical prevista na parte final do inc. IV art. 8º

da Constituição Federal se identifica como contribuição social, compulsória,

portanto, e, como tal, se sujeita às normas gerais de direito tributário,

havendo necessidade de prévio lançamento e inscrição do crédito respectivo

em dívida ativa, pela autoridade competente, que é a autoridade regional do

Ministério do Trabalho, cf. arts. 598 e 606 da CLT. É sujeito ativo da

contribuição sindical, nos termos dos arts. 578 e 582 da CLT,

preferentemente, o Sindicato da categoria profissional ou econômica

respectiva. Somente na hipótese de não constituído este, é que a sujeição

ativa passa a ser, pela ordem, da Federação e da Confederação respectiva.

Apelo improvido, sentença reformada em parte em reexame necessário” (fl.

93). Os embargos de declaração opostos foram acolhidos em parte, sem

alterar o resultado (fl. 111).2. O Recorrente alega que teriam sido

contrariados os arts. 5º, inc. II, 8º, inc. III e IV, in fine, 37, caput, inc. I, II e

VIII, 39, caput (redação originária), 146, inc. III, alínea a, e 149, caput, da

Constituição da República. Sustenta que:“A natureza jurídica da

contribuição sindical, então, traz algumas características que lhe são

próprias, tais como, a imperatividade, quando instituída através de

deliberação assemblear do sindicato; atinge a todos os integrantes da

categoria profissional; e a sua imposição não perquire da sindicalização ou

não do empregado. Tal contribuição está prevista nos artigos 578 e 591 da

Consolidação das Leis do Trabalho, e esta legislação foi recepcionada pelo

art. 149 da CF /88, provendo o art. 582 do estatuto trabalhista o desconto do

valor correspondente a um dia de trabalho do empregado. Ainda, este

desconto deve ser procedido em relação a todos os membros da categoria,

independentemente da condição de estatutário ou celetista, pois a

contraprestação do sindicato atinge a ambos. Tanto os celetistas como os

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 27: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.27

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

estatutários, in casu, são servidores da autarquia municipal. É neste trecho do

acórdão que reside a mais flagrante afronta ao texto constitucional, pois

consoante expressa determinação da Carta da Republica, em seu art. 37, I, II

e VIII, são figuras diferentes os „cargos‟ e os „empregos‟ públicos, assim

como de tais dispositivos depreende-se a distinção e a incomunicabilidade

dos regimes jurídicos estatutário e trabalhista. Vale ressaltar que os

servidores estarão regrados pela CLT ou pelo Estatuto dos Servidores, jamais

ambos, mesmo que um deles seja o principal e o outro subsidiário. Logo, não

se pode aplicar automaticamente as disposições do art. 8º, IV, da

Constituição Federal e, por conseguinte o art. 578 e seguintes da CLT ao

serviço público. Tal conclusão tem por fundamento o fato de que os

funcionários públicos são regidos pelo regime estatutário, consoante

previsão constitucional na Carta Magna, enquanto a contribuição sindical

compulsória tem por fundamento as normas da CLT” (fls. 121-122). Afirma

não ser aplicável a Consolidação das Leis do Trabalho aos servidores

estatutários. Destaca, ainda, que há ofensa ao princípio da legalidade, uma

vez que seria necessária lei complementar federal para “estender tal

contribuição aos servidores públicos de todos os entes da Federação” (fl.

124). Requer, ao final, o conhecimento e o provimento do presente recurso

extraordinário para reformar o acórdão recorrido. 3. O recurso extraordinário

não foi admitido na origem. O agravo de instrumento contra a sua

inadmissão foi provido pela Ministra Ellen Gracie. 4. O Procurador-Geral da

República opinou pelo não conhecimento do recurso, por entender tratar-se

de ofensa constitucional indireta. Apreciada a matéria trazida na espécie,

DECIDO. 5. Razão jurídica não assiste ao Recorrente. 6. O Supremo

Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de ter a contribuição

sindical, instituída por lei, natureza tributária, sendo portanto, compulsória a

todos os integrantes da categoria representada. Nesse

sentido:“CONSTITUCIONAL. SINDICATO. CONTRIBUIÇÃO

INSTITUÍDA PELA ASSEMBLÉIA GERAL: CARÁTER NÃO

TRIBUTÁRIO. NÃO COMPULSORIEDADE. EMPREGADOS NÃO

SINDICALIZADOS: IMPOSSIBILIDADE DO DESCONTO. C.F., art. 8º,

IV. I. - A contribuição confederativa, instituída pela assembléia geral - C.F.,

art. 8º, IV - distingue-se da contribuição sindical, instituída por lei, com

caráter tributário - C.F., art. 149 - assim compulsória. A primeira é

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 28: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.28

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

compulsória apenas para os filiados do sindicato. II. - R.E. não conhecido”

(RE 198.092, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 11.10.1996,

grifos nossos). Nesse julgamento, o Relator consignou em seu voto que:

Primeiro de tudo, é preciso distinguir a contribuição sindical, contribuição

instituída por lei, de interesse das categorias profissionais -- art. 149 da

Constituição -- com caráter tributário, assim compulsória, da denominada

contribuição confederativa, instituída pela assembléia geral da entidade

sindical - C.F., art. 8º, IV. A primeira, conforme foi dito, contribuição

parafiscal ou especial, espécie tributária, é compulsória. A segunda,

entretanto, é compulsória apenas para os filiados do sindicato. No próprio

inc. IV do art. 8º da Constituição Federal, está nítida a distinção: „a

assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria

profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo

da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição

prevista em lei. No mesmo sentido, o Agravo Regimental no Agravo de

Instrumento 339.060, Relator o Ministro Sydney Sanches, Primeira Turma,

DJ 30.8.2002.7. A circunstância de serem os servidores públicos regidos por

regime jurídico próprio e, portanto, diferenciado das regras da Consolidação

das Leis do Trabalho não constitui obstáculo à cobrança compulsória do

imposto sindical. Esse foi o entendimento prevalecente no julgamento do

Recurso Ordinário em Mandado de Segurança 21.758, Relator o Ministro

Sepúlveda Pertence, proferido nos termos seguintes:“Sindicato de servidores

públicos: direito à contribuição sindical compulsória (CLT, art. 578 ss.),

recebida pela Constituição (art. 8º, IV, in fine), condicionado, porém, à

satisfação do requisito da unicidade.1. A Constituição de 1988, à vista do art.

8º, IV, in fine, recebeu o instituto da contribuição sindical compulsória,

exigível, nos termos dos arts. 578 ss. CLT, de todos os integrantes da

categoria, independentemente de sua filiação ao sindicato (cf.ADIn 1.076,

med. Cautelar, Pertence, 15.6.94).2. Facultada a formação de sindicatos de

servidores públicos (CF, art. 37, VI), não cabe excluí-los do regime da

contribuição legal compulsória exigível dos membros da categoria (ADIn

962., 11.11.93, Galvão). 3. A admissibilidade da contribuição sindical

imposta por lei é inseparável, no entanto, do sistema de unicidade (CF, art.

8º, II), do qual resultou, de sua vez, o imperativo de um organismo central de

registro das entidades sindicais, que, à falta de outra solução legal, continua

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 29: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.29

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

sendo o Ministério do Trabalho (MI 144, 3.8.92, Pertence). 4. Dada a

controvérsia de fato sobre a existência, na mesma base territorial, de outras

entidades sindicais da categoria que o impetrante congrega, não há como

reconhecer-lhe, em mandado de segurança, o direito a exigir o desconto em

seu favor da contribuição compulsória pretendida”. (Primeira Turma, DJ

4.11.1994) 8. O acórdão recorrido está em harmonia com a jurisprudência do

Supremo Tribunal Federal, razão pela qual nada há a prover quanto às

alegações do Recorrente. 9. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso

extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do

Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Publique-se. Brasília, 22

de abril de 2010. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora. (STF - RE: 470352

RS, Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 22/04/2010, Data

de Publicação: DJe-080 DIVULG 05/05/2010 PUBLIC 06/05/2010 - Grifos

acrescidos).

Veja-se que em recente julgamento havido no Supremo

Tribunal Federal, ao apreciar o Recurso Extraordinário com Agravo,

Processo ARE nº 1.018.459 RG/PR, da lavra do Eminente Ministro Gilmar

Mendes e em repercussão geral reconhecida (publicação DJE 10.03.2017),

em que se confirmou a jurisprudência já perfilhada nesta Corte Superior

trabalhista, consubstanciada no Precedente Normativo nº 119 e na

Orientação Jurisprudencial nº 17, ambos, da SDC, no sentido de vedar o

desconto da contribuição assistencial de trabalhadores não filiados ao

sindicato, o Relator distinguiu os conceitos de contribuição sindical,

prevista no artigo 8º, inciso IV, parte final, da Constituição Federal

e no artigo 578 da CLT, e de contribuição assistencial ou taxa

assistencial, destinada a custear as atividades assistenciais do

sindicato, in verbis:

Para melhor entender a controvérsia, é imperioso distinguir a

contribuição sindical, prevista na Constituição (art. 8º, parte final do inciso

IV) e instituída por lei (art. 578 da CLT), em prol dos interesses das

categorias profissionais, com caráter tributário (logo obrigatório) da

denominada contribuição assistencial, também conhecida como taxa

assistencial. Esta última é destinada a custear as atividades assistenciais do

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 30: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.30

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

sindicato, principalmente no curso de negociações coletivas, e não tem

natureza tributária.

A questão encontra-se, inclusive, pacificada pela jurisprudência

deste Supremo Tribunal, no sentido de que somente a contribuição sindical

prevista especificamente na CLT, por ter caráter tributário, é exigível de toda

a categoria, independentemente de filiação. (ARE nº 1.018.459-RG/PR, Relator

Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno – meio eletrônico, julgamento em 23.02.2017,

DJe 10.03.2017 - Grifos acrescidos).

Quanto a alegação no sentido de que não detém qualquer

unidade ou sucursal no Estado do Rio Grande do Sul desde julho de 2003

e não possui qualquer capital registrado na Junta Comercial nesse Estado,

deve-se levar em conta que esse Colendo TST já pacificou o entendimento

quanto ao enquadramento sindical se dar em função do local da prestação

de serviços do empregado, em observância ao princípio da

territorialidade, daí porque se deve observar as normas coletivas

ajustadas pelos entes sindicais que atuam no local onde o trabalhador

exerce suas funções, mesmo que este pertença à categoria profissional

diferenciada, como se dá no caso dos vendedores e propagandistas da

indústria farmacêutica.

Nesse sentido, os seguintes precedentes desta Corte:

(...). 2. ENQUADRAMENTO SINDICAL. SINDICATO. BASE

TERRITORIAL DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. NÃO

PROVIMENTO. Segundo o entendimento jurisprudencial desta Corte

Superior, o enquadramento sindical se dá pela atividade preponderante do

empregador e pelo principio da territorialidade, de forma que se se aplicam à

relação de emprego as normas coletivas pactuadas no âmbito do local da

prestação de serviços. Precedentes. Na espécie, consoante registrado, a

reclamada integra a indústria farmacêutica e embora sua sede seja na cidade

de São Paulo, ela explora sua atividade econômica fora dos limites daquele

estado; ela participou das negociações com o Sindicato das Indústrias de

Produtos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul, o qual a representa no âmbito

deste estado; bem como o recolhimento da contribuição sindical do

reclamante foi realizado em proveito do Sindicato dos Propagandistas

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 31: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.31

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Vendedores de Produtos Farmacêuticos no Estado do Rio Grande do Sul.

Premissas fáticas incontestes à luz da Súmula nº 126. Nesse contexto, não se

vislumbra contrariedade à Súmula nº 374, pois se discute a aplicação das

normas coletivas de uma mesma categoria profissional, com bases

territoriais diferentes; enquanto a orientação desse verbete refere-se à

aplicação de norma coletiva de categoria profissional diferenciada, em

detrimento dos instrumentos normativos pertinentes à atividade

preponderante do empregador. Agravo de instrumento a que se nega

provimento. (...). (AIRR - 44000-07.2009.5.04.0011; Data de Julgamento:

29/06/2016, Rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, 5ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 01/07/2016 - Grifos acrescidos).

(...) REPRESENTAÇÃO SINDICAL. NORMA COLETIVA

FIRMADA POR SINDICATO SEDIADO EM BASE TERRITORIAL

DIVERSA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. INAPLICABILIDADE. No

caso, o Regional concluiu que são inaplicáveis ao caso as normas coletivas

firmadas pelo Sindicato da Categoria no Estado de São Paulo, visto que não

abrangia a base territorial da prestação de serviços do autor. Dessa forma, o

Regional considerou devidos os benefícios previstos nas normas coletivas

aplicáveis aos trabalhadores no âmbito do Rio Grande do Sul. Esta Corte

firmou o entendimento de que a representatividade sindical, no ordenamento

jurídico brasileiro, deve ser regida pelo princípio da territorialidade,

consagrado no artigo 8º, inciso II, da Constituição Federal. Assim, o

Regional, ao concluir pela inaplicabilidade do instrumento coletivo firmado

por sindicato de base territorial diversa de onde o autor prestou serviços,

decidiu em consonância com a jurisprudência desta Corte, o que afasta a

possibilidade de ofensa aos artigos indicados pela agravante e de

configuração de divergência jurisprudencial, em face do que estabelecem a

Súmula nº 333 do TST e o § 7º do artigo 896 da CLT. Precedentes. Agravo

de instrumento desprovido. (AIRR-999-25.2011.5.04.0003, 2ª Turma, Rel.

Min. José Roberto Freire Pimenta, DEJT 02.10.2015 - Grifos acrescidos).

(...) ENQUADRAMENTO SINDICAL (alegação de violação dos

artigos 611 da CLT e 5º, LIV e LV, da Constituição Federal, contrariedade à

Súmula nº 374 do TST e divergência jurisprudencial). O Egrégio TRT da 4ª

Região manteve a r. sentença que concluiu que as normas coletivas anexadas

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 32: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.32

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

à petição inicial foram firmadas pelo sindicato patronal que detém a

representatividade das empresas do ramo de atividade preponderante da

reclamada (no caso, indústria e comércio de produtos farmacêuticos e

medicinais) e, portanto, a alcançam independentemente de por ela terem sido

subscritas. Neste passo, emitiu entendimento em consonância com referidos

preceitos de lei. Por outro lado, afasta-se a alegação de divergência

jurisprudencial e contrariedade à Súmula nº 371 do TST ante o óbice contido

na Súmula nº 296 do TST. Recurso de revista não conhecido. (...).

(RR-116200-57.2005.5.04.0009, 2ª Turma, Rel. Min. Renato de Lacerda

Paiva, DEJT 31.08.2012 - Grifos acrescidos).

RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA.

ENQUADRAMENTO SINDICAL. NORMAS COLETIVAS

APLICÁVEIS. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE. A aplicação das

normas coletivas rege-se pelos artigos 611 da CLT e 8º, II, da Constituição

Federal, que consagram o princípio da territorialidade. Nesse contexto,

prevalecem os instrumentos coletivos da base territorial onde o empregado

prestou serviços (Estado do Rio Grande do Sul), em detrimento das normas

coletivas vigentes na base territorial da sede da empresa reclamada. Recurso

de revista não conhecido. (RR-853-24.2010.5.04.0001; Data de Julgamento:

20/08/2014, Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 22.08.2014).

(...) ENQUADRAMENTO SINDICAL. LOCAL DA PRESTAÇÃO

DOS SERVIÇOS. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE. A

jurisprudência desta Corte Superior Trabalhista é firme no sentido de que,

em virtude do modelo sindical previsto no art. 8º, inciso II, da CF/88, é

inviável a incidência de instrumento coletivo correspondente à base

territorial diversa do local da prestação dos serviços, eis que a representação

sindical se encontra vinculada à base territorial em que labora o empregado,

sendo irrelevante a subscrição pelo empregador das referidas normas

coletivas. Nessa perspectiva, o acórdão regional encontra-se em sintonia com

a notória e iterativa jurisprudência desta Corte, de sorte que é inviável o

trânsito do recurso de revista, nos termos do art. 896, §7º, da CLT e da

Súmula nº 333 do TST. Agravo de instrumento a que se nega provimento.

(...)." (AIRR-1447-89.2012.5.01.0053, 7ª Turma, Desembargador

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 33: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.33

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Convocado Relator André Genn de Assunção Barros, DEJT 07.08.2015 -

Grifos acrescidos).

ENQUADRAMENTO SINDICAL. O enquadramento sindical deve

ser realizado levando-se em consideração a atividade preponderante da

empresa, a função do empregado e o local onde é prestado o serviço,

conforme artigos 511 e 570 da CLT. O contrato de trabalho não se submete

às normas coletivas celebradas na base territorial onde a empresa tem sua

sede, mas à regra da territorialidade, devendo, para tanto, ser considerado o

local da prestação de serviços. No presente caso, o Tribunal Regional

registrou que o reclamante foi contratado e prestou serviços no Distrito

Federal. Consignou, ainda, que não pertence à categoria diferenciada, nos

termos do § 3º do artigo 511 da CLT, tendo em vista que foi admitido no

cargo de Gerente de Divisão, passando à Gerente Executivo, laborando na

área comercial da empresa. Correta, portanto, a decisão do TRT de que deve

ser aplicada a convenção coletiva pactuada pelo Sindicato da base territorial

onde prestou serviços, e não pelo local onde se encontra a sede do

empregador. Precedentes. Agravo de instrumento a que se nega provimento.

(AIRR-3835-46.2010.5.10.0000; Data de Julgamento: 25/03/2015, Rel. Min.

Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT

31.03.2015 - Grifos acrescidos).

Por consequência, em razão do entendimento

jurisprudencial referido, no sentido de que o enquadramento sindical se

dá pela atividade preponderante do empregador e pelo principio da

territorialidade, de forma que se aplicam à relação de emprego as normas

coletivas pactuadas no âmbito do local da prestação de serviços pelo

empregado, tem-se que mesmo na falta de sucursal ou filial em determinada

localidade, contando a empresa com a força de trabalho de empregados seus

nesta, ainda que em categoria profissional diferenciada, como no caso

dos vendedores e propagandistas, o empregador é representado pelo ente

sindical correspondente a sua categoria econômica no local onde o

trabalhador labora, e, corolariamente, deve recolher a contribuição

sindical devida compulsoriamente, por força de lei (antes do advento da

reforma trabalhista), a referido sindicato.

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 34: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.34

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Extrai-se do v. acórdão que "é incontroverso que a ré

possui empregados propagandistas-vendedores autuando no Rio Grande do

Sul", daí porque as normas coletivas ajustadas entre o ente sindical

representativo da categoria profissional destes empregados no Rio Grande

do Sul e o ente sindical representativo da categoria econômica da Ré

ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA. em referido Estado devem ser observadas,

culminando, assim, na representação da empresa Reclamada pelo sindicato

patronal em tais negociações, decorrendo daí, portanto, o dever de

adimplemento do respectivo imposto sindical.

Não se cogita, portanto, quanto às contribuições

sindicais reconhecidas como devidas ao ente sindical patronal, de

violação aos arts. 580, inciso III, e 581, ambos da CLT, salientando-se

que o aresto de jurisprudência colacionado à fl. 1021 não trata da mesma

circunstância fática delineada no presente feito, qual seja, a existência

de empregados propagandistas-vendedores prestando serviços para o

empregador em local onde este não possui qualquer filial ou sucursal,

sendo, pois, inespecífico em relação aos fatos apreciados pelo v. acórdão

Regional, incidindo, assim, "in casu", o item I da Súmula nº 296 do C.

TST.

Ante todo o exposto, conheço do recurso de revista da

Reclamada quanto ao tema referente às contribuições assistenciais, por

violação dos arts. 5º, XX, e 8º, V, da Constituição Federal, conforme

alínea "c" do art. 896 da CLT, mas não conheço do recurso quanto ao tema

referente às contribuições sindicais.

2. MÉRITO

2.1. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL

Em razão do conhecimento do recurso de revista da

Reclamada por violação dos arts. 5º, XX, e 8º, V, da CLT, conforme alínea

"c" do art. 896 da CLT, seu provimento é medida que se impõe, para afastar

a condenação ao pagamento das contribuições assistenciais referentes aos

períodos 2002/2003, 2003/2004, 2004/2005, 2005/2006, 2006/2007 e

2007/2008.

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 35: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.35

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

II – RECURSO DE REVISTA ADESIVO INTERPOSTO PELO

SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS NO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL – SINDIFAR

A Autoridade Regional admitiu o recurso de revista,

nestes termos:

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

Tempestivo o recurso.

Regular a representação processual.

O preparo é inexigível.

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Alegação(ões):

- divergência jurisprudencial, entre outras alegações.

A 6ª Turma absolveu a reclamada da condenação ao pagamento de

honorários advocatícios, nos seguintes termos: A ré sustenta que os

honorários advocatícios foram indevidamente deferidos, pois o réu não

preenche os requisitos para a assistência judiciária. Sucessivamente, alega

que foram arbitrados em percentual excessivo, requerendo seja ele reduzido

para no máximo 15%, conforme entendimento cristalizado na Súmula 219

do TST, além de pretender que incidam sobre o valor líquido da condenação.

Ao exame. Entendeu a Turma serem indevidos os honorários advocatícios

sucumbenciais, por serem incompatíveis com os princípios informadores do

processo trabalhista as disposições nos arts. 20 e seguintes do CPC.

Outrossim, nesta Justiça Especializada, a assistência judiciária não

beneficia a pessoa física (sic), pois não preenche os requisitos exigidos pela

lei. Assim, dá-se provimento ao recurso ordinário para absolver a

reclamada da condenação em honorários advocatícios. Assinalo que a ação

tem por objeto a cobrança de contribuições sindicais e assistenciais.

(Relatora: Maria Cristina Schaan Ferreira).

Resulta demonstrada a divergência jurisprudencial pelo aresto

transcrito na fl. 536, oriundo do TRT da 23ª Região: (...) HONORÁRIOS

ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS DEVIDOS. Como a relação jurídica

que envolve as partes não é de emprego, os honorários advocatícios são

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 36: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.36

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

devidos pela mera sucumbência, consoante prevê a Instrução Normativa n.

27/2005 do colendo TST em seu art. 5º, verbis: 'exceto nas lides decorrentes

da relação de emprego, os honorários são devidos pela mera sucumbência',

o que atrai a incidência das regras insertas no art. 20, §3º, 'a' a 'c', do CPC,

em casos tais. Recurso Ordinário ao qual se nega provimento. (...)

(Embargante: SINDESP/MT - Sindicato das Empresas de Segurança,

Vigilância, Transporte de Valores, Segurança Eletrônica, Monit. alarmes e

Cursos de Forma de Vigilantes do Estado de Mato Grosso; Embargado:

Fortesul Serviços Especiais de Vigilância e Segurança Ltda.) (...) - RO

000326.2009.004.23.00, DJ-MT 26/02/2010.

Admito o recurso, com base no artigo 896, alínea "a", da CLT.

CONCLUSÃO

Dou seguimento ao recurso adesivo. (fls. 1111/1112 do

documento eletrônico).

1. CONHECIMENTO

O recurso de revista é tempestivo, está subscrito por

advogado regularmente habilitado e cumpre os demais pressupostos

extrínsecos de admissibilidade.

Atendidos os pressupostos extrínsecos de

conhecimento, passo à análise dos requisitos intrínsecos de

admissibilidade do recurso de revista.

1.1. Honorários advocatícios

O Sindicato-Autor postula a reforma do v. acórdão

Regional, para que seja condenada a Ré ao pagamento de honorários

advocatícios sucumbenciais, a ser fixado sobre o valor da condenação.

Em síntese, aduz que a decisão violou expressa

disposição legal, pois não condenou a Reclamada ao pagamento dos

honorários advocatícios.

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 37: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.37

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Argumenta que “são devidos honorários advocatícios de

sucumbência em percentual sobre o valor da condenação nas demandas que

não decorrem de relação de emprego.” (fl. 1075).

Indica violação ao artigo 5º da Instrução Normativa

nº 27/2005 do TST, ao artigo 20, § 3º, alíneas “a” a “c” do CPC de 1973

e divergência jurisprudencial.

Constou do acórdão regional:

A ré sustenta que os honorários advocatícios foram indevidamente

deferidos, pois o réu não preenche os requisitos para a assistência judiciária.

Sucessivamente, alega que foram arbitrados em percentual excessivo,

requerendo seja ele reduzido para no máximo 15%, conforme entendimento

cristalizado na Súmula 219 do TST, além de pretender que incidam sobre o

valor líquido da condenação.

Ao exame.

Entendeu a Turma serem indevidos os honorários advocatícios

sucumbenciais, por serem incompatíveis com os princípios informadores do

processo trabalhista as disposições nos arts. 20 e seguintes do CPC.

Outrossim, nesta Justiça Especializada, a assistência judiciária não

beneficia a pessoa física, pois não preenche os requisitos exigidos pela lei.

Assim, dá-se provimento ao recurso ordinário para absolver a

reclamada da condenação em honorários advocatícios. (fl. 958).

De fato, o artigo 5º da Instrução Normativa nº 27/2005

do Tribunal Superior do Trabalho dispõe que, à exceção das lides

decorrentes da relação de emprego, os honorários advocatícios são devidos

pela mera sucumbência, "verbis":

Art. 5º Exceto nas lides decorrentes da relação de

emprego, os honorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência.

No caso, o sindicato patronal propôs ação de cobrança

de contribuições sindicais em face da Reclamada e obteve êxito,

destacando-se que a ação foi ajuizada pelo ente sindical em nome próprio.

Patente que as pretensões objeto da ação ajuizada não

decorrem de uma relação de emprego, e, assim, nos moldes da Instrução

Normativa referida, são devidos os honorários advocatícios em razão da

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 38: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.38

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

mera sucumbência, entendimento este já sedimentado por esta Corte

Superior Laboral no item III da Súmula nº 219 do C. TST, "verbis":

III – São devidos os honorários advocatícios nas

causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas

lides que não derivem da relação de emprego.

Assim, como a demanda não decorre de relação de

emprego, deve ser aplicado o disposto no parágrafo 3º do artigo 20 do

Código de Processo Civil de 1973 (em vigor à época que foi proferido o

"decisum"), cuja redação é a seguinte:

Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao

vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta

verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar

em causa própria.

(...).

§ 3º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez

por cento (10%) e o máximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da

condenação, atendidos: a) o grau de zelo profissional; b) o lugar de

prestação do serviço; c) a natureza e importância da causa, o trabalho

realizado pelo advogado e o tempo exigido para seu serviço.

Pelo que, conheço do recurso de revista adesivo

apresentado pelo Sindicato-Autor quanto ao tema referente aos honorários

advocatícios, em razão de violação ao §3º do art. 20 do CPC de 1973 (em

vigor à época do "decisum"), conforme os termos da alínea "c" do art.

896 da CLT.

2. MÉRITO

2.1. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Em razão do conhecimento do recurso de revista

interposto pelo Sindicato-Autor por violação do § 3º do art. 20 do CPC

de 1973, em vigor à época do acórdão regional, nos termos da alínea "c"

do art. 896 da CLT, seu provimento é medida que se impõe, para acrescer

à condenação o pagamento de honorários advocatícios, arbitrados no

importe de 15% sobre o valor da condenação.

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.

Page 39: Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do ...€¦ · de contribuição assistencial a todos os integrantes da categoria econômica, sócios ou não, mediante acordo

Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

fls.39

PROCESSO Nº TST-RR-60000-20.2007.5.04.0022

Firmado por assinatura digital em 26/06/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Sétima Turma do Tribunal

Superior do Trabalho, à unanimidade, (a) não conhecer do recurso de

revista interposto pela Reclamada ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA. quanto aos

seguintes temas: "Prescrição" e "Contribuição sindical"; (b) conhecer

do recurso de revista interposto pela Reclamada ASTRAZENECA DO BRASIL

LTDA. quanto ao tema "Contribuição assistencial", por violação dos arts.

5º, XX, e 8º, V, da Constituição Federal, conforme alínea "c" do art.

896 da CLT, e, no mérito, dar-lhe provimento, para afastar a condenação

ao pagamento das contribuições assistenciais referentes aos períodos

2002/2003, 2003/2004, 2004/2005, 2005/2006, 2006/2007 e 2007/2008; e (c)

conhecer do recurso de revista adesivo interposto pelo Sindicato-Autor

quanto ao tema "Honorários advocatícios", por violação do § 3º do art.

20 do CPC de 1973, em vigor à época da prolação do acórdão vergastado,

conforme os termos da alínea "c" do art. 896 da CLT e, no mérito, dar-lhe

provimento, para acrescer à condenação o pagamento de honorários

advocatícios, arbitrados no importe de 15% sobre o valor da condenação.

Brasília, 26 de junho de 2018.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

UBIRAJARA CARLOS MENDES Desembargador Convocado Relator

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001C20E876FC7F945.