Poder Legislativo 1. Estrutura do Poder Legislativo 1.1 – Estrutura do Poder Legislativo federal Câmara dos Deputados (povo) Bicameral = duas Casas Senado

Poder Legislativo

1. Estrutura do Poder Legislativo

1.1 – Estrutura do Poder Legislativo federal

Câmara dos Deputados (povo) Bicameral = duas Casas Senado (Estados-membros e o DF)

Princípio do Bicameralismo Federativo Art. 44 da CF/88

2. Estrutura do Poder Legislativo estadual, municipal, distrital e dos Territórios Federais

Unicameral = uma casa Arts. 27, 29, 32 e 33, § 3º, última parte (CF/88)

2.1 – Estrutura do Poder Legislativo estadual Unicameralismo: Legislativo estadual = Assembleia Legislativa Deputados

Estaduais Representantes do povo do Estado

Poder Legislativo Estadual

o Nº de deputados Estaduais: “o nº de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de 36, será acrescido tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12” (art. 27, caput).

- Até 12 Deputados Federais = multiplica por 3.

- Acima de 12 Dep. Fed = usa a fórmula! y = (x-12) + 36 OUU y = x+ 24

. Y = nº de Deputados Estaduais

. X = nº de Deputados Federais

Nº de Dep. Federais (X)

N° de Dep. Estaduais(Y)

Fórmula

8 (nº mínimo – art: 45 §1º da CF/88)

24 O triplo

12 36 O triplo

13 37 y = (x-12)+36 ou y= x+24

70 (n° máx) 94 y = (x-12)+36 ou y= x+24

Poder Legislativo Estadual

Mandato: 4 anos O regime reservado aos parlamentares federais será o mesmo a ser observado pelos

estaduais (sistema eleitoral, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às forças armadas = CF/88)

Remuneração: art. 27, § 2º (vide CF/88)

Subsídio

Fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa

Máximo de 75% do que for estabelecido em espécie para os Dep. Federais

Observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, §2º, I.

Poder Legislativo Municipal

2.2 – Estrutura do Poder Legislativo municipal Unicameralismo: Legislativo Municipal = Câmara Municipal

(de vereadores) Vereadores representantes do povo do Município.

Nº de vereadores: proporcional à população do Município, até os limites estabelecidos no art. 29, IV, nos termos da redação conferida pela EC n. 58, de 23.09.09. (mín: 9, máx: 55)

Mandato: 4 anos Inviolabilidade ou imunidade material: os vereadores são

invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município (art. 29, VIII)


Remuneração: (art 29, VI)

Subsídio

Fixado pelas Câmaras Municipais (sempre para a próxima legislatura subsequente!!!!)

-Decisão do STF: a fixação de subsídios na mesma legislatura caracteriza “ato lesivo não só ao patrimônio material do Poder Público, como à moralidade administrativa, patrimônio moral da sociedade” (STF, RE 172.212-6/SP) Rel. Min. Maurício Corrêa, 2ª T., DJ 1,de 27.03.1998, p. 19).

-OBS: Nenhum subsídio poderá ser superior àquele fixado para o Prefeito!!!


EC n. 25, de 14.02.2000 (alterou o inciso VI do art. 29 e acrescentou o art. 29-A à CF = veio a estabelecer critérios mais claros e objetivos para o controle dos gastos públicos do Legislativo Municipal.

Limite máximo: 75% do subsídio dos Dep. Estaduais, só que varia de acordo com o número de habitantes de cada município (art. 29, V, a-f) não podendo o total da despesa com a remuneração dos vereadores ultrapassar o montante de 5% da receita do Município.

§ 1º do art. 29-A: A Câmara Municipal não gastará mais de 70% de sua receita com a folha de pagamentos, incluído o gasto com o subsídio de seus vereadores. (se acontecer: constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara dos Vereadores)

O Prefeito = além do crime de responsabilidade (fixado pelo Decreto-lei n. 201/67), praticará crime de responsabilidade caso deixe de efetuar o repasse dos valores para o Poder Legislativo, de acordo com as regras fixadas no art. 29-A, §2º.

Poder Legislativo Distrital / dos Territórios Federais

2.3 – Estrutura do Poder Legislativo Distrital Unicameralismo: Câmara Legislativa (art. 32 caput)

Deputados distritais representam o povo do DF. Aplica-se ao DF às regras estabelecidas para os Estados. (art.

32, §3º art. 27)

2.4 – Estrutura do Poder Legislativo dos Territórios Federais Lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua

competência deliberativa. (não tem a lei!) Quando vier a ser criada = o território elegerá o nº fixo de 4

Deputados Federais, para compor a Câmara dos Deputados do Congresso Nacional.

3. Atribuições do Congresso Nacional

Art. 48 e incisos = atribuições do CN.

- As matérias disciplinadas no referido art. dependem de sanção do PR para se aperfeiçoarem.

OBS para os seguintes incisos:

X: criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, “b”, já que, quando vagos os cargos ou funções públicas, caberá ao Presidente, mediante decreto, dispor sobre a extinção.

XV: Fixar o teto dos Ministros do STF. (a iniciativa é do STF o CN aprova o pedido OU rejeita PR sanciona ou veta).

Rol exemplicativo

Art. 49 e incisos = Competência EXCLUSIVA do CN (NÃO dependem do PR).

Tais atribuições são materializadas via decreto legislativo.

Rol taxativo.

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

O teto já teve que passar pelo crivo do PR!!

4. Câmara dos Deputados4.1 – Disposições fundamentais Composição: representantes do povo (Deputados Federais) Eleição: Princípio proporcional Nº de Deputados Federais = mín. de 8, máx. de 70 deputados

Via Lei Complementar (qual o quorum?)

Ajustes = ano anterior às eleições para que nenhuma das unidades da Federação tenha menos de 8 ou mais de 70 Deputados Federais

Território: 4 Deputados Federais

O nº total de Dep. Federais foi fixado pela EC n. 78/93 = 513.

Art. 45: “A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados”.

4. Câmara dos Deputados

Mandato: 4 anos = período que corresponde a legislatura. (Pode haver reeleição)

OBS.:

1. LEGISLATURA: é o intervalo de tempo com duração de 4 anos, equivalente a um mandato de um deputado federal.

2. SESSÃO LEGISLATIVA: é o lapso temporal que os deputados e senadores estão oficialmente reunidos para exercer suas funções tipicamente legislativas.

Período anual de funcionamento das casas legislativas (Dirley da Cunha Júnior)

A sessão legislativa se divide em 2 períodos legislativos : 02/02 – 17/07 = 1º período 01/08 – 22/12 = 2º período

(referente à sessão legislativa ordinária!)

> A LDO deve ser aprovada no primeiro período legislativo.

4. Câmara dos Deputados

4.2 – Requisitos para a candidatura dos Deputados Federais Brasileiro nato ou naturalizado

presidência da C.D = só brasileiro NATO.(art. 12, § 3º, II) Maior de 21 anos Pleno exercício dos direitos políticos Alistamento eleitoral Filiação partidária

4.3 – Competências privativas da Câmara dos Deputados Constam no art. 51 da CF/88 Não dependem de sanção presidencial (conforme art. 48,

caput)

4. Câmara dos Deputados Art. 51: Compete privativamente à C.D:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

São escolhidos 6 membros, brasileiros natos: 2 escolhidos pelo PR, 2 pelo Senado e 2 pela CD.

Para parte da doutrina: melhor seria dizer: competência exclusiva = pois é indelegável.

Para outra parte: a Constituição traz competências privativas que não podem ser delegadas (efeito prático = competência exclusiva) – só que nem por isso elas se tornam exclusivas. Porque se for privativa, sem previsão de delegação, pode vir uma Emenda Constitucional e permitir a delegação. Ao passo que, se for exclusiva, ela será indelegável sempre – não adianta vir Emenda.

5. Senado Federal Composição: representantes dos Estados e do DF.

Se vier a ser criado Território, este não terá representação no SF – uma vez que não possui autonomia federativa.

Eleição: Princípio majoritário (maior número de votos) Nº de Senadores: 3 Senadores + 2 suplentes para cada um deles. Mandato: 8 anos = 2 legislaturas Renovação dos Senadores: de 4 em 4 anos, parcial e alternadamente, na

proporção de 1/3 e 2/3.

5.2 - Requisitos para a candidatura dos Senadores:

- brasileiro (nato ou naturalizado) = art. 14, § 3º, I

presidência do SF = só brasileiro NATO.

- maior de 35 anos

- pleno exercício dos direitos políticos

- alistamento eleitoral

- domicílio eleitoral na circunscrição

- filiação partidária

5. Senado Federal

5.3 - Competências privativas do SF Não dependem de sanção presidencial Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;

c) Governador de Território;

d) Presidente e diretores do banco central;

e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

5. Senado FederalVI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

6. Das Reuniões

Reuniões (Sessões): - Sessão ordinária (art. 57, caput)

- Sessão extraordinária (art. 57, § 6º)

- Sessão conjunta (art. 57, § 3º)

- Sessão preparatória (art. 57, § 4º)

6.1 – Sessão legislativa ordinária :

“O CN reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.”

EC n. 50/06 = O recesso fora diminuído para 55 dias (antes era de 90!)

18/07 a 31/07 e 23/12 a 1º/02 = recesso parlamentar (caso haja necessidade, os parlamentares são convocados extraordinariamente).

OBS: A sessão legislativa não será interrompida sem aprovação da LDO.

6.2 – Sessão legislativa extraordinária: Art. 57, § 6º:

6. Das Reuniões

Quem pode convocar a sessão extraordinária? Presidente do SF

(Art. 57, §6º, I) Nas hipóteses de:

- decretação de estado de defesa;

- decretação de intervenção federação;

- pedido de autorização para a decretação de estado de sítio;

- para o compromisso e a posse do Presidente e Vice-Presidente da República;

Presidente da República/Presidente da Câmara dos Deputados/Presidente do

Senado Federal/ Requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas: (Art. 57, §6º, II)

- Em caso de urgência ou interesse público relevante e sempre com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

OBS:

1. Nas reuniões extraordinárias, o CN só pode votar determinada matéria para a qual foi convocado - salvo a hipótese do art. 57, §8º, in verbis: havendo MP em vigor na data de convocação extraordinária do CN, serão elas incluídas na pauta da convocação”.

Para a Constituição: havendo MP

Para o STF: só se esta MP estiver “trancando a pauta” (período de urgência = a partir de 45 de vigência).

2. Não recebem mais o pagamento da parcela indenizatória (pela

convocação extra), conforme preceitua o art. 57, § 7º.

6. Das Reuniões

6.3 – Reunião em sessão conjunta (art. 57, §3º) Entre outras ocasiões, a C.D e o S.F reunir-se-ão em sessão

conjunta para:

I - inaugurar a sessão legislativa;

II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

6.4 – Sessão preparatória e mesas diretoras:

No 1º ano da legislatura, cada uma das Casas, reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas para o mandato de 2 anos (vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente).

Diante disso, o recesso parlamentar poderá ser de 54 e não de 55 dias!

Temos 3 Mesas: da C.D; do S.F e do C.N.

Para a composição da Mesa do C.N, deve-se observar alguns mandamentos:

- Presidência da Mesa do C.N = Presidente do S.F

- Demais cargos da Mesa do C.N = serão exercidos alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na C.D e do S.F

7. Das comissões parlamentares Comissões:- Número restrito de membros;- Estudam e examinam as propostas legislativas- Apresentam pareceres- Permanentes ou temporárias- Suas atribuições estão elencadas no Regimento Interno (do C.N, da C.D e do S.F)

Divisões:

1. Comissão temática ou em razão da matéria

- Estabelecidas em razão da matéria (v.g , transportes, orçamento)

- São permanentes

2. Comissão especial ou temporária

- Apreciam matérias determinadas

- Extinção: com o fim da legislatura OU quando cumprida a finalidade que originou sua criação.

7. Das comissões parlamentares

3. Comissão mista

- Formada por Deputados e Senadores

- Examinar, dentre outros assuntos, os que devem ser examinados em sessão conjunta pelo C.N.

4. Comissão representativa (recesso)

- Peculiaridade: constitui-se somente durante o recesso parlamentar.

- Representatividade: do C.N – sendo tal Comissão eleita pela Câmara dos Deputados e Senado Federal na última Sessão legislativa ordinária do período legislativo, atribuições definidas no regimento comum.


5. Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)

- Criação: pela C.D e pelo S.F, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de 1/3 de seus membros (= mínimo de 171 Deputados Federais e 27 Senadores)

- Apuração de fatos determinados

- Poderes: limitados e de investigação (próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos internos das Casas)

- Prazo certo (não pode ultrapassar a legislatura)

- Conclusões: encaminhadas ao MP (OBS: não impõem penalidades/sanções)

Respeita-se o postulado da reserva constitucional de jurisdição: a CPI não pode praticar atos de jurisdição atribuídos exclusivamente ao judiciário. Ex:

a) Diligência de busca domiciliar – art 5º, XI

b) Quebra de sigilo das comunicações telefônicas – art 5º, XII

c) Ordem de prisão, salvo no caso de flagrante delito, como,v.g, crime de falso testemunho

Sem intervenção judicial e por decisão fundamentada e motivada PODE:

a) determinar a quebra do sigilo fiscal, bancário e de dados. (decisão do STF)

b) requerer a quebra de registros telefônicos pretéritos

7. Das comissões parlamentares c) Ouvir testemunhas , sob pena de condução coercitiva: prestarão

compromisso, sob pena de falso testemunho; garantia do direito ao silêncio, ou quando deva guardar o sigilo, em razão da função, ofício ou profissão – salvo se forem desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar seu testemunho. (OBS.: esposa não presta compromisso de dizer a verdade)

d) ouvir investigados/indiciados: respeitado o direito ao silêncio

- Direito público subjetivo das minorias

- Todas as decisões motivadas (sob penalidade de padecer do vício de ineficácia)

- Permite a presença de advogados

Os Presidentes da C.D/S.F ou C.N encaminham o relatório da CPI e a resolução que o aprovar para os chefes do MP da União ou dos Estados ou as autoridades administrativas ou judiciais com poder de decisão conforme o caso para que possam praticar os atos da sua respectiva competência (pois a CPI não julga, nem aplica penalidade) tal autoridade informa ao remetente (30 dias) as providências adotadas OU a justificativa pela omissão.


A autoridade que presidir processo ou procedimento, administrativo ou judicial, instaurado em decorrência de conclusões de CPI, comunicará, semestralmente, a fase em que se encontra até a sua conclusão, garantindo-se a este prioridade sob qualquer outro – EXCETO: HC, HD e MS. E, se houver descumprimento = a autoridade sofrerá sanções administrativas, civis e penais.

STF: tem competência originária para julgar e processar MS e HC impetrados contra CPIs constituídas no âmbito do C.N ou de quaisquer de suas Casas.

8. Imunidades Parlamentares

São prerrogativas, inerentes a função parlamentar, garantidoras do exercício do mandato parlamentar, com plena liberdade.

Tais prerrogativas reforçam a democracia e evitam arbitrariedades advindas de políticas

Se dividem em:

8.1 – Imunidade parlamentar federal

8.1.1 – Imunidade material ou inviolabilidade parlamentar

Art. 53. “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”.

No exercício do mandato (mesmo fora do recinto) Não se restringe ao C.N; Exclui a prática de crime


8.1.2 – Imunidade formal ou processual:

(Senadores, Dep. Federais. Estaduais e Distritais)

A – Imunidade formal ou processual para a prisão

Art. 53, § 2º, da CF/88: “desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”


B – Imunidade formal ou processual para o processo

É a capacidade que os dep. e senadores têm de ver seu processo suspenso.

53,§3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.

OBS: A imunidade para o processo criminal hodiernamente é mitigada, pois, oferecida a denúncia, o Ministro do STF poderá recebê-la sem a prévia licença da Casa. MASSSS, pode, a Casa legislativa (observado o procedimento), sustar o andamento da ação penal de crime ocorrido após a diplomação.

Não há mais imunidade processual em relação a crimes praticados antes da diplomação. (= Não há necessidade de o STF dar ciência à respectiva Casa de ação penal nesse caso. Destarte, não há que se falar em sustar o andamento da referida ação penal).

Caso: sustação de processo em crime praticado após a diplomação, em concurso de agentes (parlamentar e indivíduos que não gozem da referida imunidade), como resolver?

= desmembramento do processo / suspensão de prazo prescricional apenas para o parlamentar.

Art. 53:

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

Outras garantias:

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.


8.1.3 – Prerrogativa de foro (“foro privilegiado”):

- Desde a diplomação, Deputados e Senadores, são julgados pelo STF, pela prática de qualquer crime.

A) Infração cometida durante o exercício da função parlamentar:

- É do STF

- Situação: Praticado o crime durante o exercício do mandato, instaurado o processo mas não findo ou, ainda, tendo sido sustado o andamento da ação. Encerrado mandato, continuará o julgamento no STF? Ocorrerá o fenômeno da perpetuatio jurisdictionis?

= o julgamento não continuará no STF, uma vez que não existe mais o exercício da função. Não havendo, dessa forma, o fenômeno da perpetuatio jurisdictionis.


B) Delito cometido antes do exercício parlamentar

- Diplomando-se o réu, o processo deverá ser remetido imediatamente ao STF, que, entendendo preenchido os requisitos, dará prosseguimento à ação penal.

- Não há mais imunidade processual – pois o crime foi cometido ANTES da diplomação.

- A respectiva ação deverá ser julgada pelo STF

- Terminado o mandato, e o caso não tenha sido julgado pelo STF, o processo retorna para ser julgado pelo juiz natural.

C) Delito cometido depois do exercício parlamentar

Não há que se falar em prerrogativa de função.

OBS.: Entendimento atual do STF: cessado o exercício da função, não há que se falar em prerrogativa de foro.


Ementa do acórdão:

“EMENTA: Ação penal. Questão de ordem. Crime doloso contra a vida imputado a parlamentar federal. Competência do STF versus competência do tribunal do júri. Norma constitucional especial. Prevalência. Renúncia ao mandato. Abuso de direito. Não reconhecimento. Abuso de direito. Não reconhecimento. Extinção da competência do STF para julgamento. Remessa dos autos ao juízo de primeiro grau. 1. O réu, na qualidade de detentor do mandato de parlamentar federal, detém prerrogativa de foro perante o STF, onde deve ser julgado pela imputação da prática de crime doloso contra a vida. 2.A norma contida no art. 5º, XXXVIII, da CR, que garante a instituição do júri, cede diante do disposto no art. 102, I, “b”, da Lei Maior, definidor da competência do STF, dada a especialidade deste último. Os crimes dolosos contra a vida estão abarcados pelo conceito de crimes comuns. Precedentes da Corte. 3.. A renúncia do réu produz plenos efeitos no plano processual, o que implica a declinação da competência do STF para o juízo criminal de primeiro grau. Ausente o abuso de direito que os votos vencidos vislumbram no ato. 4. Autos encaminhados ao juízo atualmente competente” (AP 333, Rel. Min. Joaquim Barbosa. j. 05.12.2007, DJE de 11.04.2008).


OBS: As imunidades parlamentares são irrenunciáveis porque decorrem da

função exercida (intuitu funcionae), e não da figura do parlamentar (intuito personae). Portanto, parlamentar que sendo acusado de cometimento de um crime (e ocorra a sustação da ação) queira ser processado para provar sua inocência deverá: esperar o término do mandato OU pedir a renúncia do cargo que exerce – só assim perderá a imunidade (que é referente à função que exerce!!!)

Tais imunidades não se estendem aos suplentes!!! A não ser que assumam o cargo ou estejam em seu efetivo exercício.


8.2 – Parlamentares Estaduais:

Aplicam-se as mesmas regras. Devendo ser feita a correspondência necessária:

- No caso de flagrante delito de crime inafiançável, os autos deverão ser remetidos à Assembleia Legislativa, dentro do prazo de 24h para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

- Competência por prerrogativa de função: Tribunal de Justiça

- Havendo cometimento de crime comum, após a diplomação, o TJ poderá instaurar o processo sem a prévia licença da Assembleia Legislativa, mas deverá dar a ela ciência, sendo que, pelo voto da maioria de seus membros, o Poder Legislativo Estadual poderá sustar o andamento da ação.

- Possuem a imunidade material

-Não há mais imunidade para crimes praticados antes da diplomação. 8.3 – Parlamentares municipais:

- Só possuem inviolabilidade material

- E: na circunscrição do Município

OBS:

É possível a renúncia de parlamentar que está submetido a processo que vise ou possa levá-lo à perda do mandato. Entretanto, a renúncia ficará submetida a condição suspensiva, só produzindo efeitos se a decisão final NÃO concluir pela perda do mandato. No caso de ter sido a decisão final pela perda do mandato, o parágrafo único do art. 1º do Decreto Legislativo n. 16, de 16/03/1994 estabelece que a declaração de renúncia será arquivada, não produzindo efeitos no sentido de que já terá sido declarada a perda do mandato.


8.4 – Incompatibilidade e impedimentos dos parlamentares federais (art. 54, I e II)

a) Desde a expedição do diploma:

- Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando obedecer a cláusulas uniformes;

- Aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior.

b) Desde a posse:

- Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

- Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, “a”;

- Patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, “a”;

- Ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

8. Imunidades Parlamentares8.5 – Perda do mandato de deputado ou senador (art. 55)

Hipóteses de perda de mandato (art. 55) Peculiaridades

I – quando o parlamentar infringir quaisquer das proibições estabelecidas no art. 54.

§ 2º. a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

§ 1º. É incompatível com decoro parlamentar, além dos casos definitivos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagem indevidas. Nesta hipótese, de acordo com o § 2º do art. 55, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

III – que deixar de comparecer , em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

§3º. A perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva , de ofício ou mediante provocação de q de seus membros , ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.


IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos.

§ 3º a perda do mandato será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qq de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada a ampla defesa.

V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição

§ 3º a perda do mandato será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qq de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada a ampla defesa.

VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§ 2º a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa

8.5 – Perda do mandato de deputado ou senador (art. 55)


Perda

Cassação do

mandato

Extinção do mandato

Art. 55, I

Art. 55, II

Art. 55, VI

Art. 55, § 2º - voto secreto e maioria

absoluta

Art. 55, III

Art. 55, IV

Art. 55, V

Art. 55, § 3º -ato meramente declaratório

8.5 – Perda do mandato de deputado ou senador (art. 55)

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Poder Legislativo 1. Estrutura do Poder Legislativo 1.1 – Estrutura do Poder Legislativo federal Câmara dos Deputados (povo) Bicameral = duas Casas Senado