Poemas Reunidos de Han Shan

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  • POEMAS DE HANSHAN1

    1.

    Vigas de madeira cobertas de sap, a moradia de um selvagem!Diante de meu porto cavalos e seres humanos passam muito raramente;

    A floresta solitria est cheia de passarinhos;

    2.

    As pessoas para sempre se perguntam,Qual o caminho que desemboca em Hanshan?

    Mas no existe caminho algum para Hanshan.O gelo no derrete mesmo no vero,

    E mesmo que suba o sol, a neblina para sempre o encobre.

    3.

    Chuang Tse nos contou de seu funeral,Como o Cu e a Terra seriam o seu caixo.

    Um dia vir a hora de morrer,E um s salto nos arrojar ao outro mundo.

    Uma vez morto, moscas varejeiras de mim se alimentaro;No vou pedir a ningum que chore por mim.

    Viver mingua no Monte Shouyang,Isto uma vida cheia de honra, e uma morte cheia de alegria.

    1Mestre Zen Chins (em Japons Kanzan) que viveu durante o sculo 8 D.C., na regio de montanhas doSudeste da China conhecida como Tien-tai, cujo pico mais elevado se eleva a 6.000 metros de altura.

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    Penso agora nestes vinte anos que se escoaram!Ao consider-los,

    Como fui saindo do Templo de Kuoching,E todos no templo comentando sobre mim,

    Que perfeito idiota este Hanshan !Mas porque ser que eles me chamam de idiota, eu fico imaginando?

    Eu mesmo no chego a nenhuma concluso sobre este assunto, Visto que eu mesmo no sei quem este eu vem a ser,

    Ento como poderiam outros possivelmente ter qualquer ideia disto que seja?Balano minha cabea; do que adianta que eles perguntem?

    Do que adianta considerar isto?As pessoas vm e zombam condescendentemente.

    Sei muito bem o que acham de mim, Mas tolo o bastante para disputar com eles eu no sou,

    Porque exatamente eles fazem o que eu quero que faam, e sentem o que quero quesintam!

    5.

    Minha choupana est localizada debaixo de um despenhadeiro verde,O jardim nada mais que a selvagem cena da montanha;

    Os cips se dependuram emaranhados,E velhas formaes rochosas se erguem sobranceiras e desafiadoras contra o cu.

    Os macaquinhos vm e pegam os frutos silvestres,A gara branca apanha os peixes nos lagos.

    Debaixo das rvores eu leio alguns livros Taostas;Minha voz entona as palavras e as frases.

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    Moro debaixo de rochas empilhadas umas sobre as outras.Um caminho adequado para passarinhos!

    Mas isto positivamente impede que as pessoas se aproximem.O jardim, __ seria possvel chamar isto de um jardim?

    As brancas nuvens abraam as inefveis formaes rochosas;Por quanto tempo tenho eu vivido neste habitat?

    Por quantas vezes vi a primavera ir embora, e o inverno chegar novamente?Mas o melhor mesmo evitar o status e o lucro deste mundo, que a nada levam.

    7.

    C almamente fui prestar uma visita a um famoso monge;As montanhas se elevavam uma depois das outras pela neblina afora.

    Uma vez tendo chegado ali o mestre simplesmente apontou meu caminho de voltanovamente;

    A lua, testemunha silente de tudo isto, como um crculo de luz, quedava nos cus.

    8.

    O caminho para Hanshan deveras esquisito;Aqui no se observam marcas de pneus, ou rastros de cavalos.

    Os vales se encadeiam com outros vales, infindvelmente,Os picos se soerguem uns depois dos outros, at o horizonte;

    As relvas silvestres esto brilhando com o orvalho,E os pinheiros murmuram docemente com a brisa suave.

    At agora no sabes?A realidade como perguntar para a sombra qual o caminho.

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    E u vivo num lugar muito bom, Por completo removido do p e do burburinho incessante do mundo.

    Caminhando entre os matinhos, eu tenho trs caminhos possveis;As nuvens que as vejo desde longe constituem minhas quatro paredes.

    Para ajudar a auto-expresso da Natureza ouvimos as vozes dos passarinhos;Aqui ningum h que pergunte sobre Filosofia Budista.

    A rvore do mundo ainda est a crescer;Meu pequeno perodo de vida, qual exatamente ser a durao dele,

    Fico a imaginar.

    10.

    Dentro da cidadela fortificada existe uma cortes de beleza inacreditvel;As prolas brilhantes em sua barriga descansam contra o cetim de sua pele nua.

    Reclinada num fundo de flores, ela brinca com um papagaio,E toca o violo sob o luar.

    Aqueles que sua cano ouvem no a podem esquecer, mesmo depois de trs meses;Sua adorvel e breve dana, no h quem no a queira ver.

    Mas o fato que isto no pode durar para sempre;A flor de ltus no aguenta o inverno de gelo.

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    HAN SHAN

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    Os poemas reunidos de Han Shan 1) Penhascos altaneiros so a casa que escolhi Rastros de passarinhos alm de pistas humanas O que contm meu quintal Nuvens brancas agarradas a escuras rochas Cada ano que aqui vivi Constatei as estaes se alternando Todos vocs donos de trips e sinos Do que valem nomes vazios Comentrio: Trips e sinos eram forjados a um alto custo para serem usados em cerimnias de sacrifcios e os nomes dos ancestrais ou aqueles que os tinham comissionado eram esculpidos em suas superfcies. 2) Todos vocs que lem meus poemas Guardem suas purezas de corao Deixem que suas cobias sejam a modstia Suas adulaes honestidade Dem um fim ao karma ruim Confiem suas prprias e verdadeiras naturezas Encontrem seus corpos de buda hoje Faam-no despachadamente. 3) A Estrada para a Montanha Fria estranha No h rastros de carroas ou de cavalos Difcil de lembrar que crrego que se junta Ou dizer que penhasco empilhado Mirades de plantas choram com orvalho Os pinheiros todos sussurram igual Aqui onde a trilha desaparece A forma pergunta sombra onde ir. 4) Buscando um refgio A Montanha Fria te manter seguramente Um vento suave agita os pinheiros escuros Chegue mais perto e o som fica melhor ainda Embaixo deles senta um homem de cabelos grisalhos Cantando textos Taostas Durante dez anos incapaz de voltar Esqueceu-se do caminho pelo qual veio. 5) Minha mente como a lua do outono Lmpida e brilhante numa piscina de jade Nada se compara a isto O que mais posso dizer. 6) As montanhas so to frias

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    No somente agora, mas sempre Penhascos compactados respiram na neve Florestas sem sol respiram neblina Nada cresce at quinze dias antes do solstcio de vero Folhas caem quarenta e cinco dias aps o solstcio Um viajante perdido por aqui Procura debalde pelo cu. 7) Uma moa de pele de porcelana na cidade Como seus brincos repicam Brincando com um papagaio diante das flores Tocando o alade debaixo da lua Seu canto ecoa durante meses Muitos olham sua breve dana Mas certamente que isso no durar O hibisco no agenta o frio do inverno. 8) Um jovem cavalgando Chicoteia os galhos de um salgueiro No pode ele imaginar a morte No constri escadas ou barcos As flores sazonais so adorveis At que um dia murcham e se vo A liberao e a liberdade Nada querem dizer uma vez que se tenha morrido. Comentrio: O salgueiro uma metfora para as senhoras. O termo era aplicado especialmente para prostitutas, que eram com freqncia vistas se reclinando em balces de certas ruas como galhos de um salgueiro. 9) Queria tanto ter visitado o penhasco do leste H j vrios anos Finalmente agarrei um cip e subi Mas a meio caminho chegaram nevoeiro e vento A trilha estava estreita demais para roupas O musgo escorregadio demais para sapatos Detive-me debaixo desta rvore de canela E dormi com uma nuvem como travesseiro. 10) Diante dos penhascos me sentei sozinho A lua brilhava no cu Mas onde mil formas apareciam Sua lanterna no fazia sombras O esprito desobstrudo lmpido A caverna vazia um mistrio Um dedo me apontava a lua A lua o centro da mente. 11) Dem-me um redemoinho oculto

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    Uma residncia livre de poeira e barulho Trilhas de capim recm pisado Nuvens acima para vizinhos Pssaros para me ajudar a cantar Ningum pedindo sermes Primavera para esta rvore de Saha Hoje em dia dura muito. Comentrio: O mundo que resulta do karma se chama mundo Saha, que um nome snscrito. 12) Violes e livros dependem de voc Mas a riqueza e o poder de nada valem Envie de volta a carruagem e oua a esposa sbia O bom filho vai na carruagem coberta O vento sopra pelo cho batido A gua derrama de uma piscina incubadora Lembre-se do pssaro Em casa num s galho. Comentrio: As primeiras trs linhas se referem a uma histria que aparece no Liehnuchuan: O Rei de Chu ouviu dizer que Chen Tzu-chung era uma pessoa virtuosa e pediu que servisse na corte. A esposa de Chen disse, Marido, voc faz sandlias para ganhar a vida e gosta do violo e de livros em seu tempo de folga. Por que tomar a si os problemas de Chu? Tzu-chung voltou para dentro e enviou de volta a carruagem. A carruagem coberta uma convenincia usada por aqueles de meios modestos e lembram as linhas de Tao Yuan-ming (365-427), uma outra pessoa que escapou das tentaes da vida pblica: s vezes peo uma carruagem coberta/s vezes remo um pequeno barco. As linhas remanescentes sugerem a futilidade de desejar mais do que se pode seguramente utilizar. A linha cinco se refere a Kao Feng, que estava to atento sua leitura, que no notou que uma sbita tempestade havia soprado para longe sua colheita de gros que estava secando. O pssaro representa uma moderao dos desejos, pois se utiliza somente de um galho para seu ninho. 13) Irmos partilham cinco distritos Pais e filhos trs estados Para saber para onde voam os patos selvagens Siga a bandeira da lebre branca Encontre um melo mgico em seus sonhos Roube uma laranja sagrada do palcio Longe de sua terra natal Nada com peixes num riacho. Comentrio: As duas primeiras linhas se referem a um poema de Yu Hsin (513-581) e indicam a separao do Imperador Wu da dinastia Liang (502-549) e seus cinco filhos. O imperador estava especialmente interessado na vida depois da morte e na imortalidade. A terceira loinha se refere ao imortal Taosta Wang Tzu-chiao, que voou do palcio num par de patos selvagens (Houhanshu: Seo dos Shamans). Na quarta linha, a lebre branca se fere lua, onde ela ainda pode ser vista misturando o elixir da imortalidade. O melo mgico e a laranja sagrada eram frutas que conferiam a vida longa. O Imperador Ming da dinastia Han de certa feita provou do melo, mas somente num sonho (Shihyichi: 6). As laranjas cresciam numa rvore mantida por Yuan Shu. Lu Chi (261-303) roubou vrias para dar sua me idosa, mas caram de seu manto enquanto se inclinava para deixar a corte de Yuan Shu (Sankuochih: Lu Chi). A ltima linha lembra um poema de Tsao Chih (192-232) Plantando Feijes: De certa feita partilhvamos o mesmo lago/agora nadamos em mares diferentes. 14) Um mestre do pincel e da espada Se encontrou com trs senhores ilustres

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    No Leste seu conselho foi ignorado No Oeste seu valor no foi honrado Ele dominou o pincel e a espada Ele dominou a espada e o pincel Hoje, agora que est velho O que sobrou no vale a pena mencionar. 15) Chuang-tzu disse para seu funeral Que cus e a terra sejam meus caixes Sempre que alcano este estado Tudo que necessito uma mortalha Que meu corpo alimente as moscas No se incomode em pedir s gruas que lamentem Prefiro passar fome na Montanha Shouyang Para aqueles que vivem honestamente, a morte tambm maravilhosa. Comentrio: A segunda linha de Chuangtzu: 32.14. Os Chineses usam dois e s vezes trs caixes, um dentro do outro. A quinta linha parafraseada do Sankuochih: 57, Quando eu morrer, que os que lamentam sejam moscas. Se somente uma pessoa no mundo me conhece, ento no terei o que lamentar. Por causa de suas longevidades, as gruas eram associadas com imortais e assim com padres Taostas, que com freqncia faziam servios funerais para ganhar dinheiro. A Montanha Shouyang se levanta na margem norte do meio do Rio Amarelo, na outra margem da cidade estratgica de Tungkuan. No comeo da dinastia Chou, os dois irmos Po-yi e Shu-chi (1100 AC) foram viver em suas encostas tentando sobreviver duma dieta de samambaias e leite de coras ao invs de comer os produtos do reino, cujo novo regente eles consideravam um usurpador. O diarista viajante Hsu-Hsia-ko (1586-1641) encontrou suas esttuas num templo abandonado no longe da Montanha Fria e era da opinio que a escultura datava de antes da poca de Han Shan. Talvez este poema tenha sido deixado ali por perto. 16) As pessoas perguntam o caminho para a Montanha Fria Mas estradas no chegam Montanha Fria No vero o gelo no derrete E a neblina matinal densa demais Como algum como eu chegou Nossas mentes no so o mesmo Se fosse o mesmo Voc estaria aqui. 17) rvores de trinta metros produzidas pelo Cu So serradas em tbuas gigantes Madeira infeliz de construo deixada num vale oculto Seu corao permanece forte apesar dos anos Sua casca cai fora dia depois de dia Se alguma pessoa astuta a pegasse Ainda poderia sustentar um estbulo. 18) Eu esporeio meu cavalo passando por runas Runas movem o corao de um viajante Os velhos parapeitos altos e baixos Os velhos tmulos grandes e pequenos A sombra trmula dos matos ermos

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    O som sereno das rvores gigantes Mas o que lamento so os ossos comuns No nomeados nos registros dos imortais. 19) Papagaios moram nas terras do oeste Caadores os trazem usando redes Cortezs brincam com eles da manh at a noite Algures atrs de cortinas de palcios So dados uma gaiola dourada Mas trancados sua plumagem esmaece No como gansos selvagens e cisnes Voando alto nas nuvens. 20) Dentro do Salo de Jade est uma cortina de prolas Atrs dela vive uma graciosa moa Sua beleza est alm dos imortais Sua pele como o pssego Nevoeiros de primavera se levantam no leste Ventos de outono se movem no oeste Daqui a trinta anos Ela se parecer cana moda. 21) Meus pais eram bastante ocupados No quero a terra de outrem Minha esposa vai tecendo no tear Nosso beb ri e se agita Eu bato palmas e peo s flores que dancem Apoio o queixo e ouo os passarinhos Quem vem me elogiar Lenhadores com freqncia param por aqui. 22) Minha casa debaixo de penhascos verdes No corto mato mais Novos cips vo em espiral para baixo Antigas rochas se quedam eretas Macacos pegam frutos selvagens Garas arpoam peixes Um ou dois livros de imortais Eu recito debaixo das rvores. 23) O ciclo sazonal nunca pra Acaba um ano e outro comea Dez mil coisas vm e vo Os Nove Cus no decaem O leste fica brilhante o oeste escuro Flores fenecem e florescem novamente Apenas viajantes para as Fontes Amarelas Partem e no mais voltam.

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    Comentrio: Os Chineses consideram anos bem como estaes cclicos e contam um ciclo de sessenta anos. Os sentimentos aqui so tipicamente Chineses e no Budistas. Os Nove Cus incluem o znite do cu e suas oito direes. As Fontes Amarelas so o destino dos mortos, nomeadas pela rocha sulfrica visvel nas reas de atividade vulcnica onde a terra se abre. 24) O ano novo encerra um ano de tristezas A primavera encontra tudo fresco novamente As flores da montanha riem com a gua verde As rvores do penhasco danam na bruma azul Abelhas e borboletas parecem estar to felizes E pssaros e peixes mais felizes ainda A alegria da companhia nunca cessa Quem conseguiria dormir alm da madrugada. 25) Caligrafia desimpedida Fsico robusto o suficiente Vivo um corpo com limites Morto um fantasma sem nome Tem sido assim desde os tempos antigos O que mais voc pode fazer Junte-se a mim dentro das nuvens Eu lhe ensinarei canes dos cogumelos mgicos. Comentrio Durante a dinastia Tang, entre as qualificaes necessrias para o ofcio pblico estavam a caligrafia excelente e a boa sade. Os antigos Chineses chamavam o cogumelo de topo prpura, Ganoderman japonicum, a comida dos deuses. 26) J que vim para a Montanha Fria Quantos milhares da anos se passaram Aceitando meu destino eu fuji para os bosques Para ali morar e fitar em liberdade Ningum visita os penhascos Para sempre ocultos pelas nuvens O capim macio serve como colcho Minha colcha o cu azul escuro. Uma pedra d um belo travesseiro Cus e Terra podem desmoronar e mudar. 27) Uma pessoa que vive em nuvens rseas Evitou os antros habituais por casa Cada estao est igualmente morta O vero exatamente como o outono Uma torrente escura est sempre a murmurar Um pinheiro imponente suspira Sentando aqui menos que um dia Ele esquece toda uma vida de tristezas. 28) Essa moa de Hantan

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    Sua cano tem um ritmo animado Use seu refgio Suas canes nunca acabam. Voc est bbado, no fale de ir embora Fique at que chegue a manh Onde voc dorme hoje noite Sua colcha bordada enche uma cama de prata. 29) Propele seu galeo de trs asas Cavalgue seus cavalos de mil quilmetros Ainda assim no conseguiro chegar na minha casa chamada de o selvagem mais escuro Minha caverna est numa cordilheira distante Nuvens e trovo duram o dia todo No sou Mestre Confcio No tenho nada para ensinar. Comentrio: O navio de guerra descrito neste poema vinha em trs tamanhos e era propelido por remos e postes. Era to rpido que era dito ter asas. Um chien-li-ma (cavalo de mil quilmetros) era dito ser capaz de correr mil quilmetros sem descansar. 30) Vocs que so sbios, me ignoram Eu ignoro vocs tolos Nem sbio nem tolo Daqui em diante desaparecerei noite cantarei para a lua De madrugada danarei com as nuvens Como posso fazer minha boca e mos ficarem mudas E sentar ereto com todo este cabelo. 31) Um homem da montanha vive sob sap Diante de seu porto, raros so cavalos e carruagens A floresta est quieta, mas parcial a passarinhos Os rios so amplos e a casa dos peixes Com seu filho ele colhe frutas selvagens Com sua esposa ele cavuca entre as rochas O que tem ele em casa Prateleiras com nada mais que livros. 32) Aquele que toma a estrada da Montanha Fria Pega uma estrada que nunca termina Os rios so compridos e empilhados com pedras As torrentes amplas e entupidas de capim No a chuva que faz o musgo escorregadio E no o vento que faz com que os pinheiros murmurem Quem pode escapar das confuses do mundo E sentar comigo nas nuvens.

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    33) Enquanto estivermos ligados pelos Seis Extremos Discutir os Nove Ns ftil Homens de talento permanecem silvestres Os no habilitados fecham portas rudes Os penhascos ainda esto escuros ao meio dia Os vales permanecem difusos em dias sem nuvens Aqui vocs encontraro os filhos dos ancios E nenhum deles tm calas. Comentrio: Os Seis Extremos incluem doena, preocupao, pobreza, dio, fraqueza e vida breve. Os Nove Ns so lealdade, honestidade, reverncia, corao, gentileza, amizade, resoluo, flexibilidade e uma carreira de servio. Os talentosos se refere queles que queriam ser funcionrios e os no habilitados queles sem tais pretenses. Chang-che-tzu (filhos dos ancios) um eufemismo para aqueles que so moralmente corretos e com freqncia aparece nos sutras Budistas em referncia aos primeiros Budistas. A ltima linha faz um gracejo com uma roupa Budista tradicional, que consistia de um manto externo e bermudas por baixo. Foi somente nos ltimos cem anos que calas longas, amarradas no tornozelo, foram acrescentadas s vestimentas Budsistas e o manto dispensado enquanto fazendo trabalhos da vida cotidiana. 34) Onde brancas nuvens formam rochedos escarpados E a gua verde rolando forma ondas escuras Eu ouo um pescador cantando Repetidamente a cano dos seus remos Verso depois de verso eu tento no ouvir Me move tristeza demais Quem diz que pardais no tm chifres Se eles atravessam minhas paredes. Comentrio: Na literatura Chinesa, um pescador com freqncia usado para representar algum que conseguiu se tornar desapegado de encargos mortais e ganhou algum acesso aos mistrios do Caminho. Ele aparece desta forma no Pescador de Chu Yuan (340-278 AC) bem como em Chuangtzu: 31. As ltimas duas linhas so de Caminhando na Neblina, um poema no Shihching (Livro dos Cnticos), onde o pardal representa visitantes no benvindos. Aqui representam memrias no benvindas. Ter deixado a famlia para a vida sem lar e no ter atingido o Caminho de fato triste. 35) A trilha da Montanha Fria indistinta A margem da Torrente Fria uma selva Passarinhos constantemente esto dialogando No ouo o som de pessoas Rajadas de vento batem contra meu rosto Lufadas de neve enterram meu corpo Dia aps dia sem sol Ano aps ano sem primavera. 36) O que faz um jovem se lamentar Ele lamenta que seu cabelo comea a ficar grisalho Alm disso o que o faz lamentar Ele lamenta o dia se aproximar Que ele vai ficar num cemitrio Ou vai embora para um local dos mortos Como posso agentar pronunciar estas palavras

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    Estas palavras causam dor a um velho. 37) As pessoas dizem que preocupaes nunca terminam Um ditado que eu achava que fosse falso Mas ontem o que evitei Me amarra novamente hoje Os meses vo embora, mas as preocupaes permanecem E um ano novo ano quer dizer novas atenes Quem diria que debaixo do grande chapu Est algum flagelado de velhas preocupaes. 38) Duas tartarugas a bordo de um carroa de bois Tomaram parte num drama de estrada Um escorpio veio Pedindo por favor por uma carona Recusar violaria a boa vontade Aceitar os encheria de preocupaes Num momento breve demais para descrever Agindo bondosamente elas foram picadas. 39) Em abril quando bichos da seda so pequenos Moas vm ajuntando flores Cassando borboletas perto da parede Tentando bater nos sapos na gua Jogando ameixas maduras em mangas de seda pura Cortando brotos de bambu com pinos de cabelo dourados Outros podem argumentar sobre as boas coisas Este lugar melhor do que o meu. 40) Uma velha senhora que mora no leste Enriqueceu h alguns anos Antes mais pobre do que eu Ela agora zomba da minha pobreza Ela ri que estou atrs Eu rio que ela est na frente Parece que no podemos parar de rir Do leste e do oeste. 41) Os ricos tm tantas preocupaes Que no podem ter tranqilidade O arroz de seus armazns pode estar no auge No emprestam nem um quilo Seus sonhos viram logros Eles escolhem a melhor seda Quando seus dias finais chegarem Seus lamentadores sero moscas. 42) De certa feita me deparei com um brilhante erudito

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    Esperto e de vasto conhecimento sem igual Sua fama de exame ecoava pelo reino todo Seu verso bem regulado superava todos os demais Seus julgamentos excediam todos aqueles do passado Como poderia ele comer o p de quem ia na frente Agora rico e honrado ele busca a riqueza e a beleza O que se pode dizer sobre telhas quebradas ou gelo derretido. 43) Uma garabranca leva uma amarga flor Por mil quilmetros sem descansar Ela est destinada aos picos de Penglai Com isso para proviso No tendo ainda chegado l, suas penas caem fora Longe de seu bando de pssaros ele suspira Voltando ao seu velho ninho Sua esposa e filhos no mais o conhecem. 44) Geralmente eu vivo em recluso Mas s vezes vou a Kuoching Para visitar o Venervel Feng-kan Ou para visitar o Mestre Shih-te Mas volto sozinho para o Penhasco Frio Observando um acordo no falado Sigo uma crrego sem fonte A fonte est seca mas no o crrego. 45) Se voc era estpido demais na vida anterior Hoje no estar iluminado E se hoje voc pobre devido a suas vidas anteriores E se voc no se reformar nesta vida Sua prxima vida ser o mesmo Em qualquer das duas margens no h balsa de travessia Mas um dia voc atravessar o vasto espao divisrio. 46) A linda senhora Lu H muito tempo atrs era chamada Nunca Triste Ela adorava cavalgar por um jardim Ou remar num lago cheio de lrios Ela ajoelhava num tapete de urso verde E usava um manto de fnix azul Mas se lamentando que em menos que cem anos No podia evitar acabar nas colinas. 47) A Senhora Tsou de Tiyen E a Senhora Tu de Hantan As duas eram igualmente velhas E partilhando o mesmo amor de rosto

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    Ontem foram a um ch Mas vestidas pobremente tiveram que ficar na parte de trs Porque suas saias estavam pudas Tiveram que comer o bolo que sobrou. 48) Debaixo de altos penhascos vivo sozinho Redemoinhos de nuvens giram o dia inteiro Dentro de minha cabana pode estar escuro Mas em minha mente no ouo rudo algum Passei por um porto dourado num sonho Meu esprito voltou quando atravessei uma ponte de pedra Deixei para trs o peso extra Minha caneca num galho fazia barulho com o vento. 49) Todas as coisas tm seus usos E cada qual tem seu lugar Mas se um uso se perde Fica ausente e deficiente tambm Um buraco redondo e um trinco quadrado Tais coisas no funcionam Um cavalo de corrida usado para pegar um rato Nunca ser comparado a um gato aleijado. 50) Me mostre algum que no morra A morte permanece imparcial Lembro-me de uma pessoa enorme Que agora virou uma pilha de p O Mundo de Baixo no conhece madrugadas Plantas gozam de uma nova primavera Aqueles que visitam este local de tristeza O vento do pinheiro mata de tristeza. 51) Um cavalo de crina preta e um chicote de coral Correm pelas estradas de Loyang Um jovem egosta e elegante No espera o envelhecimento Mas cabelo branco vai aparecer E rostos rosados no duram muito tempo Observem as Colinas de Peimang Ali est a sua Ilha de Penglai. Comentrio: As Colinas de Peimang eram a localizao do cemitrio. A ilha de Penglai a casa dos imortais que se foram. 52) Eles agem como bbados o dia inteiro E passam os anos sem interrupes Mas uma vez enterrados debaixo do mato O sol da manh sombrio

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    Suas carnes e ossos desaparecem Suas almas em breve somem Mesmo mandbulas de ao No podem cantar sutras ento. 53) Uma vez tendo chegado Montanha Fria Ali fiquei durante trinta anos Recentemente visitando famlia e amigos A maioria tinha partido para as Fontes Amarelas Aos poucos se apagando como uma vela que morre Ou passando repentinamente como uma torrente que flui Hoje encarando minha sombra solitria Subitamente os dois olhos se enchem de lgrimas. 54) Ajuntando ltus nos chamamos Na gua maravilhosa e transparente Nos divertindo inconscientes do por do sol Ficamos observando o temporal que se juntava Ondas embalavam os patos selvagens E sacudiam os marrecos tambm E ns descansando nossos remos Deixando que nossos pensamentos prosseguissem adiante. 55) Os chores escurecem como a neblina Suas flores levadas pelo vento flutuam como flocos de neve Marido num municpio sem esposas Esposa numa provncia sem maridos Cada qual numa margem diferente do cu Quando se encontraro novamente Escrevam esta linha em torres de observar o luar: No permitido redes de pegar andorinhas. Comentrio: Andorinhas eram um smbolo da harmonia marital. Como andorinhas em qualquer lugar, fazem os ninhos em torres de onde todos iam ver o luar, que eram um lugar favorito de amigos e de amantes. 56) Chamem amigos para suas casas ao tomarem vinho Chamem vizinhos se houver carne Todos ns estamos indo para as Fontes Amarelas Precisamos agir enquanto somos jovens Um cinto de jade uma glria transitria Grampos de ouro no so charmes que duram O Velho Senhor Chang e a Velha Senhora Cheng No mandaram de volta quaisquer novidades. 57) Um camarada excelente e apreciado Fisicamente bastante imponente No ainda com trinta anos de idade Com milhares de talentos

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    Ele chama os bravos com arreios dourados Ele ajunta boas pessoas com pratos de jade S lhe falta uma coisa Ele no transmite a lmpada eterna. 58) O pssego desabrocharia o vero todo Mas os ventos e a lua podem impedir isso Procure por uma pessoa da dinastia Han Nenhum deles est vivo hoje Dia aps dia as ptalas caem Ano aps ano vamos adiante Onde levantamos poeira hoje Antigamente era um mar sem fim. 59) Me encontrei com uma moa do leste Sua idade mal chegava aos dezoito anos Homens do oeste quiseram propor para ela Foi chegado a um acordo e se casaram Assaram um carneiro e mais um bando de criaturas Rolaram em devassido e carnificina Sorriram e riram com alegria Colhero seus julgamentos em lgrimas. 60) Um fazendeiro com hectares de pomares de amora E um estbulo cheio de crias de bfalo Capaz de compreender a causa e o efeito O pateta finalmente morre Seus pressentimentos so todos gastos E cada um por si Com calas de papel e cartolina para bermudas Morrendo de fome e frio no fim de tudo. 61) Eu vejo centenas de cachorros E todos eles desbotados Deitando onde bem querem Vagando por onde seus narizes os levam Mas jogue um osso para eles E vejam como brigam e rosnam Enquanto ossos forem uma raridade Um bando de cachorros no partilha. Comentrio: Os cachorros referidos aqui so os membros mais desbotados da comunidade monstica. O mosteiro lhes providenciava com comida e bebida bem como de iseno de taxas e impostos. 62) Apertando os olhos, varre o horizonte Nuvens obscurecem os quatro cantos cardeais Corujas e corvos esto alimentados e calmos A fnix est com fome e ansiosa

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    Belos corcis so alimentados no deserto Mulas aleijadas so permitidas na corte Os cus esto muito longe para serem ouvidos Os pssaros constroem seus ninhos nas ondas. Comentrio: Corujas e corvos representam funcionrios cobiosos. A fnix come somente as sementes do bambu, mas somente uma vez por dcada. E assim aparece somente quando h um regente virtuoso no trono. Belos corcis querem dizer funcionrios capazes, exilados por criticarem seus colegas corruptos. Este poema pode ter sido escrito com as rebelies de 781-786 em mente, quando a regio ao longo do Rio Han ficaram autnomas e regentes locais foram indicados pelos funcionrios mais elevados. Deste ponto de vista, a mula aleijada se referiria a Lu Chi, cujas medidas econmicas impopulares e mtodos inescrupulosos despertaram antipatia ampla durante estes anos de 780 e cujo nome partilha em Chins o mesmo som que lu (mula). 63) Em Loyang tantas moas Num dia de primavera mostram seus encantos Em grupos apanhando flores beira da estrada As colocando nos cabelos Alto em seus cabelos as flores se equilibram Algum fala e elas olham para baixo Olhando em outras partes para um amor mais gentil Ou pensando em seus maridos em casa. 64) Na primavera as moas se gabam de suas aparncias Juntas ao longo da Rua do Sul Diante das flores elas se lamentam dos anos Atrs das rvores elas evitam o vento Um jovem vem caminhando Com um cavalo branco e arreios dourados Por que elas flertam tanto tempo Seus maridos sabem porqu. Comentrio: O cavalo branco com arreios dourados sugere algum da famlia real, neste caso os flertes das moas estariam mirando a preservao da cabea dos maridos, seno a melhoria de seus status, bem como em exercer seus poderes de seduo. 65) Um grupo de moas brincando na luz que se esmaece O vento enche a estrada com perfume Suas saias so bordadas com borboletas de ouro Seus cabelos adornados com patos de jade Suas empregadas so vestidas em enfeites vermelhos Seus eunucos em brocado prpura Observando est algum que perdeu seu caminho Tmporas brancas e um corao trmulo. Comentrio: Este o harm imperial. 66) Quem quer que tope com um fantasma ou um esprito Em primeiro lugar no tema Seja firme, no tente agarr-lo Chame-o por seu nome e ir embora Pea ao Buda com incenso

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    Se incline e pea a ajuda de um monge Um mosquito que pousa num machado de ferro No acha lugar para afundar seu bico. 67) O Rio Amarelo infindvel Fluindo para o leste sem cessar Para sempre aparentemente Enquanto que a durao da vida de todos acaba E se voc cavalgasse as nuvens Como voc cresceria asas A menos que enquanto seu cabelo for preto Voc faa um esforo movente ou parado. 68) Abordo deste navio de madeira podre Juntando os frutos da rvore nimba Aqui estamos a mar aberto Onde nunca cessam as ondas Somente com a comida do dia em cima A margem estando a um zilho de quilmetros Qual a causa de nossa aflio tudo devido amargura. Comentrio: Os frutos magos da rvore nimba, Azadirachta indica, representam os objetos do desejo. 69) Se voc ficar quieto e nunca falar O que a posteridade ter para relatar Se voc se esconder em bosques e pntanos Como ir sua sabedoria se revelar Murchar no saudvel O vento e o gelo trazem males Um boi de argila arando um campo de pedras Nunca ver o dia da colheita. 70) Um corao de um eremita est pesado Ele se lamenta pelos anos que passam Ele procura razes e cogumelos Mas busca a vida eterna em vo Seu quintal est limpo e as nuvens se foram Os bosques esto brilhando a lua est cheia Por que ele no vai para casa As rvores de canela o impedem. Comentrio: As rvores de canela da montanha Tientai eram especialmente conhecidas pelo seu tamanho. 71) Algum mora na garganta da montanha Manto de nuvens e ornamentos de por do sol Segurando doces plantas que ele partilharia Mas a estrada longa e dura

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    Cheia de pesos de dvidas e arrependimentos Velho e sem realizao Chamado por outros de aleijado Ele fica sozinho e firme. 72) Porcos devoram carne humana morta Humanos saboreiam intestinos de porcos mortos Os porcos no se importam com o fedor humano Humanos dizem que os porcos tm um bom cheiro Jogue porcos mortos no rio Enterre corpos humanos profundamente Se jamais pararem de comer um ao outro Os ltus florescero na sopa fervente. 73) Caos estava feliz Nem comia nem fazia xixi Com que furadeira se encontrou Que lhe deu estes nove buracos Trabalhando dia e noite por comida e roupas Sempre preocupado com aluguis e impostos Milhares brigam por uma moeda A multido grita corra por sua vida. Comentrio: O Imperador dos Mares do Sul era a Forma, O Imperador do Mar do Norte era o Sem Forma, e o Imperador da terra entre estas era o Caos. A Forma e o Sem Forma com freqncia se encontravam nas terras do Caos e o Caos os tratava muito graciosamente. A Forma e o Sem Forma discutiram como poderiam repagar o Caos, Todos tm sete buracos para ver, ouvir, comer e respirar. Somente o Caos no tem. Vamos furar-lhe alguns buracos. Ento a cada dia furavam um buraco, e no stimo dia o Caos morreu. (Chuangtzu 7:7). Aos sete buracos de Chuang-tzu, Han Shan acrescentou mais dois para a eliminao e reproduo. 74) Para que tanta choradeira Lgrimas do tamanho de prolas A separao certa E a perda vir novamente A razo pela qual somos to pobres que ainda estamos ligados pelo karma Colocar um cadver no ombro e ir ao cemitrio Os Seis Caminhos no me preocupam. Comentrio: Os Seis Caminhos do Karma so os habitantes dos vrios infernos, demnios famintos, animais, humanos, deuses e os asuras. 75) A esposa ficou cansada de tecer O marido preguioso demais para usar a enxada, Ele se divertia com um arco e flecha, Ela danava e tocava o alade Para ossos frios roupas so uma urgncia Para um estmago cheio o principal comida Quem liga para vocs agora

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    Chorando de dor para os cus. 76) Eles no trilham o Nobre Caminho Dizem que crem quando se perdem Suas lnguas no se detm diante dos budas Seus coraes transbordam de inveja Escondidos comem carne e peixe Em pblico cantam O-mi-to-fo Se assim que cultivam Como vo lidar com o desastre. Comentrio: O-mi-to-fo o Buda Amita, o Buda do Paraso do Ocidente. 77) Existe um tipo de tolo Cabea dura como um burro Apesar de conhecer o discurso humano Sua cobia se parece com aquela de um porco Sua traio no pode ser sondada O que diz sempre falso Se algum falar com ele Dizem para ele no ficar por aqui. 78) Uma pessoa descendente do Orgulho Chamado Cobioso e conhecido por Desonesto A ele falta qualquer tipo de compreenso D as costas ao trabalho braal Detesta a morte e a amargura do rannculo Ama a vida e da doura do mel No pode parar de comer peixe E nunca fica cansado de comer carne. 79) Eu escolhi um lugar retirado para morar Tudo est dito na palavra Tientai Macacos bramem e o nevoeiro do rio frio Uma vista dos picos pode ser vista de minha porta de junco Cortei um pouco de sap para fazer um teto para uma choupana de pinheiros Fiz uma piscina e canalizei a fonte Feliz de largar tudo finalmente Catando samambaias eu passo os anos que sobram. 80) Se voc quiser aumentar sua essncia Aquilo seria chamado de um aumento Se voc alterasse sua forma Seria uma mudana Capaz de aumentar capaz de alterar Voc certamente se juntar categoria dos imortais Sem tal aumento ou mudana

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    Voc no sobreviver ao trauma da morte. 81) Trabalhei em vo recitando as Trs Histrias Desperdicei meu tempo lendo os Cinco Clssicos Envelheci checando livros amarelos Gravando os nomes de todo dia comuns Meu destino foi a Dureza contnua O vazio e o perigo governam minha vida No posso me equiparar s rvores da beira do rio Todos anos com uma estao verde. Comentrio: Era costumeiro quando estudando textos repeti-los em voz alta at que fossem memorizados. Na poca de Han Shan, as Trs Histrias incluam Ssu-ma Chien Shihchi (Registros Histricos), o Hanshu (Histria de Han) e o Houhanshu (Histria da ltima parte do Han). O Cinco Clssicos eram o Yiching (Livro das Mudanas), o Shuching (Livro dos Documentos), o Shihching (Livro das Odes), o Lichi (Livro dos Ritos) e o Chunchiu (Anais da Primavera e Outono). 82) A gua da primavera pura num crrego esmeralda O luar branco na Montanha Fria Pensamentos silenciosos e o esprito se tornam claros Focalize o vazio e o mundo pra. 83) Tenho uma capa Nem de seda difana nem de sarja Se me perguntar que cor Nem vermelha nem prpura No vero serve como um xale No vero e no inverno sempre em uso Somente isso no ano todo. Comentrio: o manto do monge. 84) Vassourinha branca com cabo de sndalo Um perfume que dura o dia todo Macio como o nevoeiro que dobra Revoante como as nuvens que vagam Ajuda durante os ritos do vero Levantado limpa o p E com freqncia dentro do quarto de dois metros usado para ajudar s pessoas. Comentrio: A vassourinha um dos smbolos de autoridade do abade, querendo dizer que tem a capacidade de cortar a prpria iluso. Originalmente era algo para espantar insetos. 85) Alguns buscam o prazer no amor Cegos ao que tem que passar um corpo mortal Outros vem uma bolha ou uma miragem E realizam a impermanncia que nos atinge a todos A vontade de um homem de verdade como o ferro

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    Num corao no-tortuoso o Caminho verdadeiro Bambus densos e altos na neve Mostram-lhe a mente no usada em vo. 86) Tantos tipos de pessoas existem Centenas de planos de lucro e fama Coraes mirando para a glria Sempre querendo ficar ricos Mentes que nunca descansam Correndo daqui para ali como a fumaa Dependentes se ajuntam Um grita, cem cabeas concordam Mas de agora h setenta anos O gelo vira gua e as telhas do telhado quebram Morto finalmente todos as preocupaes cessam Quem ser o herdeiro deles Joguem uma bola de argila na gua E olhem a mente sem considerao. 87) Um homem cobioso que empilha a riqueza como a coruja que ama seus filhos As corujinhas crescem e comem sua me A riqueza eventualmente engole seu possuidor Espalhe-a e bnos crescem Acumule-a e surge o desastre Bata suas asas no azul. 88) Dez mil quilmetros de distncia de casa Espada erguida para bater nos Hun Ganhe a vantagem e voc est morto Perca e voc est condenado Apesar de voc poder desdenhar esta vida Porque estar ingrato pela sua Aqui est a forma de sempre ganhar O truque no ser cobioso. 89) A raiva um fogo na mente Pode consumir uma floresta de mrito Se voc viaja no caminho do Bodhisattva A pacincia mantm longe a raiva. Comentrio: No Yichiaoching (Sutra do Testamento), o Buda disse: Uma mente cheia de raiva pior do que um fogo chamejante. Sempre fiquem em guarda contra isso, e no deixe que isso ganhe de voc. Nada lhe rouba mais os mritos do que a raiva. 90) Todas suas cabeas enterradas e sem senso Preferindo cavernas escuras de demnios Eu sempre encorajo vocs prtica

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    Mas vocs so teimosos e confusos Desdenhando as palavras de Han Shan Volteando no fluxo mais rpido do karma At que decapitado em dois Voc descobre a maldio do corpo. 91) Destinos odiosos encobrem a mente Duplamente escura e sem luz Oitocentos anos humanos No totalizariam meia noite Todos estes tolos De estados lamentosos demais para contar Eu insto com vocs para deixar Reconheam o Rei das Coisas. Comentrio: De acordo com o Budismo os destinos odiosos incluem o renascimento entre demnios famintos, animais ou os variados infernos o resultado do Desejo, Raiva e Iluso. 92) O cu insondavelmente alto A Terra infindavelmente profunda Entre os dois esto os seres vivos Dependentes destes Poderes Batendo cabea por comida e roupas Concebendo planos de se comerem uns aos outros Ainda no esclarecidos sobre a causa e o efeito Cegos perguntando pela cor do leite. Comentrio: No Sutra do Nirvana um no praticante tentando compreender as quatro qualidades do Nirvana (permanncia, alegria, independncia e pureza) comparado com algum cego de nascena tentando compreender a cor do leite, quando dizem para ele que se parece com a neve ou com o arroz. 93) Todo tipo de pessoa existe debaixo do Cu Diferentes tipos de beleza prevalecem A Velha Senhora Chia tinha um tipo de marido Huang-ho no tinha esposa Os filhos de Wei eram todos bonites A Senhorita Chung-li era um terror Se ela fosse para o Oeste Eu me mudaria para o Leste. Comentrio: Chia Nan-feng era famosa por libertinagem e intrigas, enquanto que seu marido, o Imperador Hui da dinastia Chin (290-306), era igualmente famoso por sua incompetncia mental. Apesar dela ter assassinado Wei Kuan e seus filhos, todos os quais eram conhecidos por serem bonitos, ela mesmo foi assassinada por tentar fazer de seu sobrinho herdeiro do trono (Shihshuo hsinyu: 10.7). Normalmente Huang-lao se refere a tanto Huang-ti (o Imperador Amarelo) quanto Lao-tzu (autor do Taoteching). Contudo Huang-ti era casado, enquanto que Lao-tzu nasceu velho e nunca casou. O Rei Hsuan do Perodo dos Estados em Guerra (342-324 A.C.) escolheu Chung-li para ser sua rainha por causa de sua sagacidade e apesar de sua aparncia repulsiva. 94) Um homem sbio no cobioso Um tolo ama um forno Seus campos sobem por cima daqueles de outros

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    A touceira de bambu dele Ele cansa seus braos juntando riquezas Rilha os dentes e esporeia o pangar Ele deveria olhar alm do porto da cidade Para todos os tmulos abaixo dos pinheiros. 95) Brigando por peixe e carne Levando isso para casa para alimentar sua famlia Por que voc tira a vida de outros Para ter certeza que voc sobrevive Isso no karma que leva aos cus Mais como um peso direto para o inferno Quando Hsu Liu diz para cavar Voc saber que no estava certo. 96) Algum indigita um pinheiro E o chama de rvore de sndalo Muitos buscaram o Caminho Quo poucos acharam o Nirvana Abandonando ouro e pegando palha Eles se auto tapeiam e aos demais tambm Pegando um tanto de areia difcil de fazer disto uma bola. Comentrio: O Sutra Nirvana: 9 compara um praticante preguioso a um tolo ladro que ignora o outro e leva palha. 97) Aquea um pouco de areia para seu jantar Quando voc estiver sedento cave um poo Pula um tijolo com todas as foras Ainda assim no sair da um espelho O Buda disse que basicamente somos iguais Partilhamos da mesma verdadeira natureza Resolva isso voc mesmo E desista desta luta intil. Comentrio: O Sutra Shurangama diz: Assim, Ananda, se algum no puser um fim ao desejo, praticar meditao como cozinhar areia e esperar que saia arroz. O Suwen sshchi tiaoshen talun diz, Esperar por uma doena aparecer antes de tomar remdio como esperar at que voc fique sedento antes de cavar um poo. E de acordo com o Chuantenglu: 5, um dia o Mestre Huai-jang perguntou a Ma-tsu, Por que voc pratica a meditao? E Ma-tsu disse, Estou tentando virar um Buda. Huai-jang pegou um tijolo e comeou a poli-lo. Ma-tsu lhe perguntou, O que est fazendo, Mestre? Huai-jang disse, Estou tentando fazer um espelho. E Ma-tsu disse, Como pode fazer um espelho polindo um tijolo? E Huai-jang concluiu: E como voc pode esperar se tornar um Buda praticando meditao? 98) Eles escrutinam assuntos mundanos Querendo todos os detalhes Nada consideram levemente E adoram ganhar uma vantagem Se defendendo, o mal se torna o bem

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    Atacando outros, o certo se torna o errado Assim ouvimos suas lnguas aduladoras Pelas costas do outro, tudo culpa dele Mas quente e frio julgo por mim mesmo Porque deveria confiar nos lbios de escravos? 99) Eruditos desapontados e empobrecidos Conhecem os limites da fome e do frio Desempregados eles gostam de escrever poemas Escrevinhando com a fora de seus coraes Mas quem coleta as palavras de um z-ningum Melhor economizar nos suspiros Escreva-os nos bolos de farinha adormecidos At viralatas no os tocam. 100) Para uma imagem da vida e morte Considerem o gelo e a gua A gua congela em gelo O gelo derrete de volta em gua O que morre deve viver novamente O que vive est destinado a morrer O gelo e a gua no se machucam um ao outro Tanto a vida quanto a morte esto timos. 101) Eu me lembro dos dias de minha juventude Caando perto de Pingling Um trabalho de enviado no era meu desejo No achava grande coisa dos imortais Cavalgava um cavalo branco como o vento Cassava lebres e soltava um falco Subitamente agora sem casa Quem mostrar pena a um velho. 102) Eu me retirei para a beira da floresta E escolhi a vida de fazendeiro Direto em meu comportamento Sem adulao no discurso Prefiro o jade no polido Vocs podem ficar com suas jias Eu nunca poderia me juntar ao rebanho De patos flutuantes nas ondas. 103) No h necessidade de atacar os erros dos outros No h necessidade de ostentar suas prprias virtudes Aja quando for reconhecido Retire-se quando for ignorado Grandes recompensas querem dizer grandes provas Palavras profundas se encontram com mentes superficiais

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    Pense no que ouviu As crianas devem ver por si mesmas. Comentrio: Esta sria de quatro adgios parafraseia os pontos de vista de Confcio. Nos Analetos, o Sbio diz, Ataque seus prprios erros e no os erros dos demais. Ele tambm diz, Aja quando reconhecido e se retire quando ignorado. 104) Homens ricos se encontraram em sales elegantes As lanternas coloridas brilhavam to forte Ento uma pessoa que no tinha vela Achou que podia sentar ali por perto Ao invs foi cassado embora De volta ao seu lugar no escuro Como poderiam mais olhos arruinar a luz Estranho dar com m vontade raios de luz de sobra. 105) H uma pessoa brilhante algures Estudando textos difceis Suas trs pontas so nicas Suas seis artes o colocam num outro time Seu esprito voa acima dos outros Suas qualidades transcendem a multido Mas cego verdade diante de si Ele cassa todo tipo de distines. Comentrio: As trs pontas (santuan) so a ponta da espada, a ponta do pincel e ponta da lngua. O liu-yi (seis artes) do cavalheiro Confucionista incluam ritual, msica, arco e flecha, biga, escrever e matemtica. 106) O esplendor em camadas das colinas e rios serpenteando Pssaros voam debaixo das nuvens cor de rosa Nevoeiros de montanha umedecem minha bandana de algodo A bruma penetra no meu capote de casca de palmeira Nos meus ps esto sapatos de viagem Minha mo segura um velho basto de videira Novamente fito alm do mundo empoeirado O que mais poderia eu querer na terra de sonhos. 107) Minhas pginas esto cheias dos poemas dos imortais Meus jarros transbordam com o vinho dos sbios Trabalhando amo olhar as patas dos bfalos Em casa no vou longe E quando o nevoeiro frio umedece minhas cavernas com sap E o luar ilumina minha viga de barro Bebo uns dois goles E murmuro um verso ou dois. 108) O senhor Shih tinha dois filhos Ofereceram Chi e Chu suas artes Hbeis em armas e letras

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    Ambos deixaram o lar para trabalhar O senhor Meng perguntou seus segredos Ento seus filhos aprenderam como se fazia Mas fracassaram em Chin e Wei Como aqueles que nunca se encontram. Comentrio: Chi, Chu, Chin e Wei estavam entre os estados que disputavam a supremacia h 2500 anos atrs. O Senhor Shih, que viveu no pequeno estado de Lu entre Chi e Chu, tinha dois filhos, um dos quais amava livros e outro que amava armas. O filho erudito foi empregado pelo Duque de Chi para ensinar a seus filhos e aquele habilidoso com artes marciais foi empregado pelo Rei de Chu para comandar seus exrcitos. Os Mengs eram vizinhos dos Shihs, e os filhos de Meng eram to habilidosos quanto os de Shih. Ento o Senhor Meng perguntou aos Shihs para aconselhar a seus filhos a encontrar empregos parecidos. Infelizmente, os filhos de Meng tentaram suas sortes nos estados errados no momento errado. O filho habilidoso em letras foi castrado e expulso de Chin, que estava somente interessado em habilidades militares. E o filho especializado em armas teve seus ps cortados em Wei, que preferia a acomodao guerra e no queria v-lo servindo contra eles num outro estado. 109) Patos mandarins sobem no poleiro para passar a noite Uma galinha e um marreco Trazem um ao outro flores para comer Ento se revezam alisando com o bico seu companheiro E ento vo embora para brincar no nevoeiro Voltando para dormir na margem Contentes com o lugar que vivem No usurpam o lago da fnix. Comentrio: Patos mandarins aqui representam a alegria e liberdade trocada pelos que queriam ser funcionrios trocavam pela segurana e prestgio do servio governamental. Durante a dinastia Tang, a expresso lago da fnix se referia ao trabalho do primeiro ministro e antigamente do secretariado central. 110) Algumas pessoas zombam de suas prticas Seus talentos superam Confcio e Chou Observem seus olhos num transe Vejam seus corpos todos duros Puxe-os com uma corda em vo Pregue-os com uma sovela e no adianta Assim como o cisne do Senhor Yang Uma pena ser to burro. Comentrio: Confcio (551-479 AC) e seu regente ideal, o Duque de Chou (cerca de 1100 AC), eram os principais transmissores das virtudes e tradies acalentadas nos clssicos Chineses. Yang Hu (221-278) tinha um cisne que danava mas que se recusava a faz-lo quando hspedes chegava (Shihshuo hsinyu: 21-47) 111) Eu levava livros e uma enxada na minha juventude Quando vivia com meus irmos mais velhos De alguma forma deparei-me com suas reprovaes Fui desprezado at pela minha mulher Ento deixei para trs o mundo da poeira vermelha Tudo que fao agora perambular e ler Quem ter de sobra uma concha de gua Para salvar um pobre peixe numa pocinha de gua.

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    112) No h limites para mudanas Nascimentos e mortes nunca cessam Um corpo de pssaro numa via menor Um peixe drago num grande pico Num mundo catico uma cabra montanhesa Em tempos pacficos um belo cavalo Da ltima vez um homem rico Desta vez contudo um pobre escrevente.

    Comentrio: As vias menores de renascimento incluem animais, demnios famintos e os que habitam os vrios infernos. De acordo com o Shanhaiching: 7, o lung-yu (peixe drago) vive nas montanhas do norte profundo e geralmente montado pelos imortais. O wu-yueh (cinco grandes montanhas) incluem: Hengshan (Shansi), Huashan, Shungshan, Taishan, e Hengshan (Hunan). A cabra montanhesa representa o recluso, e o cavalo representa o erudito-funcionrio, que devota sua fora para o servio do seu senhor.

    113) Meus escritos e julgamentos no so to ruins Mas um corpo no apropriado no recebe ofcio Examinadores me expe com uma careta Lavam a sujeira e buscam minhas feridas Claro que depende da Vontade dos Cus Mas neste ano tentarei mais uma vez Um cego que tenta atingir o alvo Uma vez pode at acertar. Comentrio: Aqueles que quisessem ofcio pblico e que tinham passado o exame metropolitano conduzido pelo Conselho dos Costumes, eram tambm dados um exame pelo Conselho de Pessoal cobrindo suas caligrafias, julgamento, fsico e discurso. 114) Um pobre burro falta uma medida Um cachorro rico tem trs litros de sobra Quando a pobreza no igualmente partilhada Ns separamos o conforto da dureza Mas se deixarmos o burro se encher Fazemos com que o cachorro morra de fome Eu pesei isso para voc cuidadosamente Me faz ficar deprimido. 115) O marido recm casado Liu tem oitenta e dois A recm casada Lan dezoito Marido e mulher entre eles tm cem anos E amam mas um amor perverso Brincando com jade est o Tigre Batendo numa telha est a pequena baixinha Quo freqentemente j vi um velho salgueiro dar flores E ento morto pelas Meninas do Azul. Comentrio: Meninos eram dados um basto de jade para brincar parecido com o de um funcionrio pblico, as meninas brincavam com cacos de telha. As Garotas do Azul so o Gelo e a Neve.

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    116) De quem essa casa de vinho acesa na noite Seus vinhos so ricos e fortes Bandeiras coloridas voam acima Seus litros so sempre bonitos Por que ento o negcio vai mal Seu lugar est cheio de ces Um camarada vem comprar Os ces ladram e eles saem correndo. Comentrio: Parfrase de uma histria no Hanfeitzu: 13, no qual Han Fei conclui que aqueles que tentam iluminar seus soberanos com o Tao, com freqncia so impedidos de o fazer por ferozes funcionrios e entraves burocrticos. 117) Deploro este lugar vulgar Onde demnios moram com aqueles venerveis Dizem que so o mesmo Mas o Tao imparcial Uma raposa pode pegar emprestado o capote de um leo E dizer que o disfarce verdadeiro Mas uma vez que minrio de chumbo entre no forno Logo veremos se ouro ou material comum. Comentrio: Monges falsos e verdadeiros se misturam. 118) O ms no qual os fazendeiros escapam do calor Quem partilhar uma concha de vinho Coloquei algumas frutas selvagens na mesa E fiz um crculo de copos Com juncos para tapetes E folhas de banana como pratos Uma vez que voc esteja bbado e apoiado em algo Sumeru somente uma ervilha. Comentrio: Sumeru uma alta montanha budista. No Sutra que leva seu nome, Vimalakirti no tem dificuldades em colocar toda a montanha dentro de uma semente de mostarda. 119) Quem este pobre sonhador Novamente checando as paredes do Salo do Sul Certamente tem mais de trinta anos Com certeza tentou os exames quatro ou cinco vezes No h dinheiro em seu bolso Cheio de livros Ele passa por uma ambulante de comida Nem sequer ousa olhar. Comentrio: O Salo do Sul era a localizao do Conselho do Pessoal na capital da dinastia Tang, Chang-an. O conselho mudou para l por 735 e era encarregado de distribuir os cargos para aqueles que tinham sucesso nos exames, cujos nomes eram pregados nas paredes.

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    120) Um hspede freqente para a fome e o frio Nascido para ser diferente de peixes e bestas Fica vivo na sombra de um moinho E chora do lado da estrada Durante dias ele imagina em vo comida No inverno no sabe o que um capote Tudo que leva um tanto de palha Junto com um litro de zombaria. 121) Construir pavilhes da altura do cu intil Subir em torres de duzentos metros em vo Mesmo praticando yoga ainda morrers cedo Indulgir em livros no o investir em cargos Por que seguir mestres Taostas E porque desprezar uma cabea branca Mesmo que voc no seja to reto quanto uma flecha Pelo menos no seja to torto quanto um anzol. 122) Onde nuvens e montanhas se empilham no cu A floresta profunda a estrada remota e viajantes inexistentes Longe vejo o sapo solitrio claro e brilhante Prximo ouo um bando de passarinhos trocando notcias Um velho sozinho num penhasco que vai se obscurecendo Me retirando a minha choupana eu aceito o cabelo branco Mas suspiro que hoje e os anos que se foram So sem mente como os rios que fluem para o leste. 123) A riqueza e a posio atraem parentes distantes Tudo por causa de mais arroz e dinheiro A pobreza e a dureza separam a carne e o sangue No porque sejam menos que irmos Empurrados a extremos eles voltam para casa O Centro para Venerveis ainda no abriu Mesmo sapatos de couro acabam se gastando. 124) De certa feita conheci uma pessoa tola Que conseguiu se casar com trs ou quatro esposas E criar oito ou nove filhos Todos eles pessoas sem preocupaes Mas aqueles que chegaram aos dezoito agora esto no exrcito E sua riqueza no mais o que era Quando o rabicho do arreio fica amarelo e amargo Um burro sabe que a dor vai se seguir a isso. 125) Os gros deste ano ainda estando verdes E os gros do ano passado que j foram embora Fui pegar emprestado um pouco E acenei fora de um porto

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    O marido saiu e disse para pedir para sua esposa A esposa saiu e disse para pedir para o marido Avarentos no ajudam aqueles em necessidades E a riqueza somente tem o efeito de torn-los ainda mais estpidos. 126) De assuntos muito engraados Mencionarei somente uns poucos O Senhor Chang era uma flor extravagante e fantasioso Mencio era um eixo velho e torto Enquanto anes estejam cheios Quem liga que Fang Shuo morra de fome Todos cantam as canes de Pa Ningum conhece a Neve Branca. Comentrio: Chang Hua (232-300), cujo nome quer dizer flor e presidia cerimnias na corte. Mencio (320 AC), cujo nome quer dizer eixo que ia por todo reino oferecendo conselho que poucos seguiam. Tung-fang Shuo (154-93 AC), que era incomumente alto bem como uma pessoa que falava diretamente o que achava. Uma vez reclamou com o Imperador Wu que anes nos estbulos reais recebiam tanta comida quanto ele. (Hanshu: 65) Aqui o caractere ju (anes), escrito um pouco diferente quer dizer eruditos Confucionistas. Quando o Rei Hsiang de Chu perguntou porque ele no era mais elogiado pelo povo, Sung Yu disse que milhares iam ver sempre que cantavam a cano de Pa, usada para levar barcos rio acima, enquanto que poucos conheciam Neve Branca escrita para ctara composta por Shih Kuang mais ou menos em 2500 AC. Sempre que era tocado era dito que os deuses desciam terra. 127) Quando um velho se casa com uma mulher nova Como ela pode agentar seu cabelo raleado Quando uma velha casa com um mancebo jovem Como ele pode agentar sua cara murcha Mas quando um velho casa com uma velha Nenhum abandona o outro E quando uma jovem casa com um jovem Ambos demonstram-se afeto mutuamente. 128) Um jovem cavalheiro e elegante Bem versado nos clssicos e histrias As pessoas o chamam de Doutor Todos o chamam de uma sumidade Mas ainda no encontrou posio E no sabe como trabalhar a aterra No inverno ele usa um manto remendado assim que livros nos enganam 129) Engraado este covil das Cinco Sombras Essa dolorosa casa das Quatro Cobras Nenhuma vela ilumina a escurido Os Trs Venenos ficam se instilando Enquanto isso a Gangue dos Seis Ladres Saqueia nosso tesouro do Dharma Liquide as legies de Mara E paz ser totalmente lmpida

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    Comentrio: As Cinco Sombras ou skandhas em Snscrito so os constituintes que fazem o indivduo: forma, sensao, percepo, impulso e conscincia. As Quatro Cobras so os elementos que compreendem o corpo: terra, gua, vento e fogo. Os Trs Venenos so a Iluso, o Desejo e a Raiva e so a fora motriz do karma. Os Seis Ladres que nos roubam a paz e a liberdade e incluem os seis rgos dos sentidos: olho, nariz, ouvido, lngua, pele e mente. Dharma quer dizer em Snscrito aquilo que verdadeiro, enquanto que Mara o Rei das Trevas. 130) Vigas pintadas no so para mim A floresta meu lar Uma vida passa subitamente No ache que seus cuidados esperaro Aqueles que no constroem uma jangada para atravessar Se afogam enquanto juntam flores A menos que voc plante boas razes hoje Nunca perceber o broto da flor 131) Nascido h trinta anos Viajei incontveis quilmetros Ao longo de rios onde juncos verdes balanam At a fronteira onde a poeira vermelha redemoinhava Fiz elixires e tentei me tornar imortal Li os clssicos e escrevi odes E agora me retirei para a Montanha Fria Para deitar num riacho e lavar meus ouvidos. 132) O mundo est cheio de pessoas ocupadas Bem versados em incontveis pontos de vista Cegos s suas verdadeiras naturezas Se distanciam do Caminho Se pudessem ver o que real No falariam de sonhos vazios Um pensamento responde s suas rezas Revelando um ponto de vista de buda. 133) Quando no agento mais ver os passarinhos brincar Deito dentro de minha choupana de palha As cerejeiras so rosa brilhante Os salgueiros comeando a balanar O sol nascendo engole os picos azuis Nuvens se abrindo lavam um poo verde Quem pensa em deixar o mundo poeirento E ir para o sul para a Montanha Fria. 134) Ontem no foi a tanto tempo atrs A cena to digna de suspiros Acima estava uma trilha de ameixeiras e pessegueiros Abaixo estava uma praia cheia de ris E algum estava vestida de bela seda E plumas de pssaros em minha casa

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    Nos vimos um ao outro e nos tentamos chamar Olhamos mas no pudemos falar. 135) No permaneam pobres amigos Tentem trabalhar se estiverem quebrados Criem uma s vaca Ela ter cinco bezerros Que tambm tero bezerros Sua manada nunca terminar Diga ao Senhor Chu de Tao Que voc exatamente to rico quanto ele. Comentrio: Fan Li trabalhava como assistente para o Rei Kou-chien do antigo estado de Yueh. Quando a intriga poltica o forou a fugir para o pequeno estado de Tao, ele recuperou sua riqueza atravs do comrcio e da criao de gado e se tornou conhecido como o Senhor Chu. O Chiminyaoshu o cita como dizendo: Se voc quer ficar rapidamente rico, crie cinco bezerros. 136) Esta pessoa to incerta Mas escolher um lar requer considerao O Sul tem incontveis pragas O Norte tem ventos speros e gelo No d para viver no mato Ou beber gua infectada Esprito volte para casa E coma amoras no meu quintal Comentrio: Esta pessoa um velho uso do Shihching (Livro das Canes) e se refere a uma moa pronta para o casamento. As ltimas duas linhas vm de um koan. Uma vez um monge perguntou a um ancio, Quanto ao Esprito volte para casa. Eu como as amoras no meu quintal, como so essas amoras? O ancio disse, No so comestveis e Vo borrar sua boca. 137) Na noite passada sonhei que fui para casa E vi minha esposa no seu tear Ela deteve a lanadeira como se estivesse pensativa Ento a levantou como se estivesse sem foras Eu a chamei e ela se virou para olhar Ela olhou mas no me viu Acho que estvamos separados h muitos anos E minhas tmporas no mais estavam de sua velha cor. 138) Uma pessoa vive menos de cem anos Mas abriga preocupaes para mil Assumindo que sua riqueza boa Ele se preocupa com seus herdeiros Para baixo ele olha para os seus brotos de arroz E para cima para suas amoreiras No dia que sua balana cai no mar Ele ainda assim no se deter at atingir o fundo Comentrio: Folhas da amoreira so usadas para alimentar a larva da seda. Deixar cair sua balana no mar se refere ao resumo final de sua vida conduzido por Yama, rei dos Mortos.

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    139) Existe um tipo de pessoa To densa quanto um bloco de madeira Ele fala sem compreenso E diz que no liga para nada Mas pergunte sobre o Tao e ele somente olha fixamente Pergunta sobre o Buda e ele somente d de ombros Descubra em detalhe Uma vasta expanso de desgraa 140) Quando o Mestre Tung era jovem Ele vivia dentro do palcio Seu manto era amarelo ganso Ele parecia um quadro Ele cavalgava um cavalo com patas de neve O p vermelho se levantava s nuvens Observadores enchiam as estradas Quem por Deus era aquela pessoa Comentrio: Tung Hsien era um belo corteso e um favorito do Imperador Ai (6 AC at 1 DC), que insistia em ter sua companhia dia e noite. Quando o imperador morreu, Tung foi forado a cometer suicdio. Roupas do amarelo mais plido e cavalos de patas brancas eram reservados para a famlia imperial. 141) Quem ser essa pessoa Algum que todos odeiam Sua mente insensata est sempre aborrecida Sua viso carnal completamente apagada No se inclina diante dos budas que v No d esmolas para os monges Sabe somente como vender carne De outra forma no vale nada. Comentrio: A subsistncia atravs da compra e venda de animais condenada no Budismo. 142) As pessoas acham que o corpo suas razes E a mente consideram como sendo seu talo E a mente no deve se afastar da raiz Quando acontece isso acaba a raiz da vida Ainda incapaz de evitar tal destino No seja preguioso demais para olhar no espelho A menos que voc leia o Sutra do Diamante Far um bodhisattva enjoar Comentrio: No Nirvana Sutra: 34, o Buda comparou seus sermes a um espelho no qual a verdadeira natureza da pessoa pode estar visvel. 143) O velho Chung ao norte da cidade Encheu sua casa de carne e vinho No dia que a esposa do velho Chung faleceu

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    Lamentadores encheram o salo Quando finalmente o velho Chung morreu Ningum chorou Consumiram sua carne e vinho Mas tinham interiores to frios 144) Quando pessoas estpidas lem meus poemas Nada compreendem e zombam Quando pessoas mdias lem meus poemas Refletem e dizem que profundo Quando pessoas dotadas lem meus poemas Eles reagem risonhamente No momento em que Yang Hsiu viu jovem mulher De uma olhada e ele conhecia o mistrio. Comentrio: As primeiras trs duplas de poemas invertem o tratamento de Lao-tzu do mesmo assunto: Quando uma grande pessoa ouve falar do Caminho/Ele o segue com devoo/quando uma pessoa mdia ouve falar do Caminho, no sabe se verdadeiro ou no/quando uma pessoa pequena ouve falar do Caminho/ele ri alto/se ele no risse/no seria o Caminho (Taoteching: 41). Yang Hsiu era um adepto em resolver charadas. Ele resolveu esta para Tsao Tsao ao redor de 200 AC. Quando os caracteres para shao (jovem) e nu (mulher) so combinados, o resultado o caractere para miao (mistrio). (Shihshuo hsinyu: 11:3) 145) Podem haver pessoas meticulosas Mas no sou do tipo meticuloso Roupas sem forro so boas para danar Nenhum vinho quer dizer ficar bbado com as canes Tente manter seu estmago cheio Mas no gaste seus ps Quando matos penetrarem no seu crnio Voc lamentar este dia Comentrio: Roupas sem forro eram usadas pelos pobres. Lao-tzu diz, Assim a regra para o sbio/esvazia a mente/mas enche a barriga 146) Minha caminhada levou a um velho cemitrio E as lgrimas e os suspiros tinham se esvado Intestinos amarelos espirravam de tmulos Ossos brancos espetados atravs de caixes Urnas e vasos ali se quedavam tortos Nenhum pincel ou tabuleta se movia O p e cinzas redemoinhavam no ar Comentrio: Intestinos amarelos se refere cor dourada dos cedros usados para os caixes. Urnas e vasos de pedra eram colocados em frente aos tmulos para serem usados durante visitas por amigos e parentes. Tabuletas de bambu eram seguras por funcionrios durante cerimnias na corte como sinais da hierarquia e para gravar instrues com um pincel de escrever afixado do lado. 147) No por do sol desci a encosta oeste As plantas e rvores brilhavam Mas haviam lugares na sombra tambm Onde pinheiros e cips conspiravam

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    E tigres sem dvida se agachavam Se eriando com minha apario E eu sem nem um faco Tremia todo de medo 148) Uma vez tendo nascido nos confundimos Assuntos mundanos mudam o tempo todo Ainda incapaz de escapar da manada Cassamos uns aos outros por a Recentemente lamentei a morte de Hsu Wu Hoje atendi o funeral de Liu San Dia atrs de dia no temos descanso por isso que nos lamentamos Comentrio: O irmo mais jovem de Hsu Wu, Hsu Liu aparaece no poema 95 tambm num 149) Se vierem prazeres fique feliz Oportunidades no devem ser desperdiadas Apesar de falarmos de cem anos Quem pode ter trinta mil dias Alojados temporariamente no mundo somente um instante No tagarele e cricrie sobre dinheiro O captulo final do Livro da Piedade Coloca com detalhes o fim de tudo Comentrio: A linha dois citada do Shuching: 6, onde falada pelo Rei Wu (1123-1115 AC) da dinastia Chou antes de ser derrubada pela dinastia Shang. O Hsiao-ching (Livro da Piedade) aconselha sobre que atitudes so adequadas por um filho em relao aos pais. O ltimo captulo descreve o decoro adequado para o funeral de um pai. 150) Sentando sozinho eu fico deslizando para longe Muito longe com os cuidados do meu corao Nuvens vagueiam pela montanha O vento corre para fora do vale Macacos pulam de galho em galho nas rvores Os passarinhos chamam pela floresta O tempo corre pelas minhas tmporas O fim do ano me encontra velho com arrependimentos. 151) Uma pessoa com uma boa cabea e barriga Versado em todas as seis artes No Sul levado ao Norte No Oeste levado para o Leste Para sempre deriva como lentilhas dgua Planta que rola e nunca descansa Quem este por quem voc pergunta Um descendente da Pobreza seu nome Quebrado Comentrio: As seis artes so ritual, msica, arco e flecha, biga, escrever e matemtica. Juntos compreendem o treinamento Confucionista para um cavalheiro.

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    152) Se outros forem dignos aceitem-nos Se no forem, no os aceitem Se voc for digno h espao para outros Se no for no h espao para voc Elogiando os aptos e consolando os ineptos Um discpulo da bondade acha o seu lugar Eu insto com vocs para seguir as palavras de Tzu-chang E ignorarem o conselho de Pu-shang Comentrio: Tzu-chang e Pu-shang eram discpulos de Confcio. As primeiras duas linhas do poema parafraseiam o ponto de vista de Pu-shang sobre entrar num acordo de amizade, enquanto que as duas ltimas linhas do a resposta de Tzu-chang (Lunyu: 19.3). Jen (a bondade) era a virtude suprema ensinada por Confcio. 153) A pequeneza realmente fica pequena O corao de ningum igual O Velho Yin ria do Velho Liu O Velho Liu ria do Velho Yin Por que riam um do outro Ambos tomaram caminhos errneos Carregando suas carroas cada vez mais At que colapsaram e ambos ficaram arruinados 154) Naqueles dias quando tinha dinheiro Eu sempre te emprestava algum Agora que voc est cheio e quentinho Nos encontramos mas voc no partilha No te esqueas de que quando voc era pobre Voc se aferrava a mim como a esperana A propriedade troca de lugar Espero que voc avalie bem isso. 155) Para os cem anos da vida humana O Buda pregava um cnone de doze aspectos Mas a compaixo como um veado selvagem E a raiva como o cachorro da famlia No possvel se livrar do cachorro O veado sempre prefere correr Para dominar sua mente de macaco Oua o rugido do leo Comentrio: No Sutra do Nirvana: 14, o Buda disse: O cachorro da famlia no teme as pessoas, enquanto que o veado selvagem na floresta foge logo que v algum. A raiva difcil de ser expulsa, assim como o cachorro da famlia. E a compaixo facilmente foge fora, justo como veado selvagem. 156) Eu vou contar a vocs uma coisa ou duas Que provaro que sou sbio No venda sua casa porque est quebrado Quando ficar rico compre terra

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    Um estmago vazio no vai longe Um travesseiro no somente para dormir Esperando que as pessoas vejam estas palavras As coloquei do lado que pega sol. Comentrio: Lao-tzu diz: Assim a regra para o sbio/esvazia a mente/mas enche o estmago (Taoteching: 3). Han Shan est dizendo que um travesseiro melhor usado para a meditao. 157. A Montanha Fria tem tantas maravilhas Todos os que sobem l ficam com medo A gua brilha ao luar As plantas sussuram no vento As ameixeiras murchas desabrocham com a neve Galhos do folhas de nuvens Tocadas pela chuva todos revivem A menos que o tempo esteja firme no se pode atravessar 158) Uma rvore cresceu aqui antes do bosque Sua idade duas vezes maior A terra que se move a fez desenvolver razes torcidas O vento e o gelo queimaram suas folhas As pessoas zombam que est murcha por fora Ningum observa seu corao bem composto Mas quando sua casca tirada fora O que permanece verdadeiro Comentrio: No Nirvana Sutra: 39, o Buda traa uma distino entre seu corpo mortal e seu corpo de buda: Na floresta h um bosque de rvores de fico, e entre elas h uma que estava viva antes do resto. Durante cem anos o dono do bosque aguou e protegeu as rvores. Mas agora est velha e ressequida, suas folhas caram, e sua casca saiu, revelando aquilo que realmente verdadeiro. Assim com o Tathagata. 159) Na Montanha Fria h um bicho nu Seu corpo branco sua cabea preta Suas mos seguram dois livros Num est o Caminho no outro a Virtude Em casa no acende o fogo Para a estrada no empacota roupas Mas sempre carrega a espada da sabedoria Pronta para ser vibrada em inimigos importunos. Comentrio: Na quarta linha, Han Shan est se referindo ao Taoteching de Lao-tzu, que com freqncia dividido em duas partes: Tao (o Caminho) e Te (Virtude). No Sutra Vimalakirti: 11, o Buda diz aos bodhisattvas reunidos, Pratiquem as virtudes infinitas dos budas e sejam de uma resoluo incansvel ao usar a espada da sabedoria para ser vibrada em inimigos importunos. 160) Algumas pessoas temem uma cabea branca No podem abandonar uma corda vermelha Buscam elixires e vida longa em vo Desencavam plantas abandonadamente

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    Ano aps ano sem sucesso Tolamente zangado e perturbado Um caador enverga um kasaya Mas no para ele que foi feito. Comentrio: Membros da nobreza e do governo amarravam seus selos s suas roupas por um intermdio de uma corda. Uma corda vermelha era dada queles de mais alto escalo. As duas ltimas linhas se referem a quando Shakyamuni, tendo deixado o palcio e entrado a floresta, se deparou com um caador usando um manto de um monge. Shakyamuni disse, A roupa que voc est a envergar o uniforme da tranqilidade e o sinal dos budas. Por que voc est usando isso e cometendo esta transgresso? O caador explicou que ele usava o manto dos monges para enganar os veados, que estavam acostumados suavidade dos monges. Mas concordou em trocar a roupa pela seda branca do prncipe. Assim Shakyamuni ganhou a roupa de um monge (Buddhacharita: 6). O kasaya, ou manto de monge, uma coleo de tiras de roupa costurados num quadrado. 161) Um mero pobreto no passado, Hoje estou completamente quebrado Tudo que tento no funciona Toda estrada um trabalho rduo Minhas pernas tremem na lama Meu estmago di em dias de festival Desde que perdi aquele gato malhado Minha tigela est cercada de ratos 162) Essa criatura celeste e rara S, sem equivalentes Olhe e no mais est l Vem e vai mas no atravs de portas D dentro de um centmetro quadrado A menos que voc a reconhea A encontrar mas nunca saber Comentrio: O centmetro quadrado o corao da mente na doutrina budista. 163) Eu tenho uma s caverna, Uma caverna com nada dentro Espaosa e sem poeiras Cheia de luz que brilha para sempre Uma refeio de plantas alimenta um corpo frgil Um manto de pano mascara uma miragem Que seus mil sbios apaream Eu tenho o Buda primordial. 164) Garotos e homens feitos Quando agirem no sejam estouvados Sejam firmes e de vontade de ferro Fiquem no Caminho do Bodhi No se percam em atalhos laterais Se o fizerem sofrero em vo E no fiquem buscando o Budado Percebam que a mente o rei.

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    Comentrio: Em snscrito Bodhi quer dizer iluminao. 165) Sem nada o que fazer fui visitar um eminente monge Dentre os dez mil picos cobertos de neblina O mestre ele mesmo indigitou o caminho de volta para casa A lua iluminou tudo testemunha silenciosa. 166) Com nada para fazer subi o Pico das Flores Num dia belo e radiante Por toda parte no cu Brancas nuvens voavam com garas azuis. Comentrio: Apesar de estar a menos de mil metros acima do nvel do mar ali prximo, o Pico das Flores o mais alto dos oito picos da cordilheira Tientai. 167) Montanha Fria tem uma casa Sem divises internas Seis portas se abrem para a esquerda e direita Do salo ele v o cu azul Onde quer que ele olhe est tudo revelado A parede do leste cumprimenta aquela do oeste Nada h entre elas No h necessidade que ningum cuide de nada Ele faz um pequeno fogo quando vem o frio Cozinha plantas quando chega a fome No como o velho fazendeiro Aumentando seus campos e barraces Criando nada a no ser karma infernal Uma vez tendo comeado no acaba nunca Pense bem nisso Pense e descubra a chave. Comentrio: As seis portas se referem aos seis sentidos. Na linha onze, o velho fazendeiro era um tipo sobre o qual se faziam piadas. 168) Um dia eu deixei as montanhas E entrei no porto da cidade E vi um grupo de moas Suas adorveis e frescas figuras Com cabelos cheios de flores de Shu Rouge de p de Yen Braceletes dourados decorados de prata Sedas as mais transparentes em tons de prpura e vermelho Suas faces roseadas pareciam as de deuses E seus perfumes iam at as nuvens Todos os homens se voltavam para olhar A enfatuao obscurecia suas mentes Achando que o mundo nada tinha que se igualasse quilo Seus coraes e sombras seguiam atrs

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    Ces roendo ossos secos Lambendo seus dentes e lbios em vo No sabendo como refletir Em que eram diferentes de animais E agora as moas so mulheres velhas e encarquilhadas Idosas ms e fantasmagricas sempre devido aos seus coraes de ces Que homens nunca conseguem se libertar Comentrio: Shu era o nome do antigo estado que ocupava a metade ocidental da provncia de Szechuan. De acordo com Li Yi, ficou popular em Shu no fim da dinastia Tang para as moas usarem cachos de flores variadas em seus cabelos. Yen era o nome do antigo estado que ocupava a maioria da provncia de Hopei no norte da China. 169) Desde que escapei para a Montanha Fria Vivo de frutas da montanha Que preocupaes teria a vida Desta vez estou seguindo o karma Dias e meses so como uma torrente O tempo somente uma fagulha Cus e Terra podem mudar Estou feliz aqui nos penhascos 170) As pessoas que vejo neste mundo Caminham ofuscadas na poeira da estrada No sabem onde esto Ou como achar o lugar raso para travessia Suas juventudes duram somente tantos dias Seus amados no esto juntos por muito tempo Mesmo que tivesse uma tonelada de ouro Preferiria estar pobre nos bosques. 171) H muito tempo atrs nos tempos da Liang Os adeptos das Quatro Tradies Mestre Fa-yun e Pao-chih Os Quatro Imortais e o Filsofo Fu Tornaram conhecido o ensinamento da vida E serviram como os enviados do Tathagata Construram retiros para a Ordem E puseram suas fs no Dharma Tais foram suas realizaes Mas aes querem dizer mais problemas E conduzem para longe do Caminho Eles remendaram a parede do leste com a do oeste No conhecendo o poder da no ao Prejudicaram muito e pouco fizeram de bom Seus nomes permanecem mas no suas formas E onde esto eles hoje.

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    Comentrio: A dinastia Liang (502-557) durou somente poucos anos aps o reino do seu fundador, o Imperador Wu (502-549). O imperador era um grande sustentador do Budismo e por trs vezes ele fez de si mesmo seqestrado, doando o dinheiro para se livrar do seqestro para a construo de templos e mosteiros. Durante o encontro que Bodhidharma teve com o imperador, ele disse ao imperador que tais aes de nada adiantavam para a liberao final do ser humano do sofrimento. As Quatro Tradies incluem usar roupas feitas de trapos, mendigar para obter comida, meditar debaixo de rvores e se retirar de contatos mundanos. Pao-chih, Fa-yun e Fu Hsi eram eminentes monges da Liang. Histrias sobre Pao-chih, e Fu Hsi aparecem em tais compilaes Zen como o Chuantenglu: 27, e o Piyenlu: 1, 67. Pao-chih recebe um tratamento mais respeitoso no verso 192. Quanto aos Quatro Imortais, alguns comentaristas incluem entre eles tais Taostas como Tao Hung-ching (456-536), enquanto outros acham que os primeiros filsofos Budistas como Kapila so referidos. 172) Sou pobre e ai de mim, estou doente Uma pessoa sem amigos ou parentes No h arroz na minha tigela E poeira marca minhas panelas Uma cabana de sap no impede a chuva Uma cama cavada mal me cabe No imagina que esteja to acabado Todos estes cuidados desgastam a pessoa. 173) Crie meninas mas no muitas Uma vez nascidas tm que ser treinadas Acariciando suas cabeas e as avisando para tomarem cuidado Ou dando-lhes palmadas e gritando para pararem E antes que aprendam como costurar No tocaro uma cesta ou vassoura A velha Senhora Chang avisou s suas moas Vocs so grandes mas no se comparam comigo 174) Uma vontade resoluta no pode ser enrolada Vocs devem saber que no sou um tapete qualquer Perambulo pelos bosques e montanhas Ou me deito s numa pedra Sofistas vm tentando me convencer Me oferecendo ouro e jade Cavam na pedra para plantar espinhos Que desperdcio de tempo. 175) Para este lugar para o qual me retirei Os mistrios so difceis de serem explicados Sem qualquer vento os cips balanam Apesar de no haver nevoeiro os bambus ficam escuros Por que as torrentes da montanha gemem Ou nuvens subitamente se juntam no penhasco Por que estou eu na minha cabana ao meio dia Quando primeiro sinto o calor dos raios do sol. 176) Eu me lembro de lugares onde estive Os belos locais cnicos onde todos vo Louco por montanhas eu subi os grandes picos

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    Adorando gua velejei os mil rios Acompanhei amigos ao Vale do Pipa E levei meu violo Ilha do Papagaio Como poderia saber que debaixo dos pinheiros Esfregaria meus joelhos num vento frgido Comentrio: Confcio disse, Os sbios gostam das guas. Os virtuosos amam as montanhas. Os sbios so ativos e os virtuosos tranqilos. Os sbios so alegres e os virtuosos tm vida longa (Lunyu: 6.21). O Vale Pipa se junta ao Rio Han na sua parte mais alta e marca o fim da trilha para viajantes que iam sul para Chang-an. Dali em diante eles embarcavam em navios e prosseguiam rio abaixo at Hanyang, onde o Han se junta ao Yangtze. A Ilha do Papagaio era visvel do Terrao de Violo de Hanyang, onde o grande violonista Wu Po-ya tocava para seu amigo Chung Tzu-chi. Quando Tzu-chi faleceu, Po-ya quebrou seu violo e nunca mais tocou. Durante a Tang, a Ilha do Papagaio era um lugar popular para viajantes passarem a noite e poucos poetas deixaram de escrever pelo menos um poema sobre a vista. A ilha desapareceu durante uma enchente no sculo dezessete, e seu nome transferido para uma outra ilha no comeo do sculo doze. 177) Ei vocs seguidores do Caminho Buscar exaure em vo o esprito Todos possumos uma criatura miraculosa Com nem nome nem forma Chame-a e ela responde claramente No mora em lugares ocultos Guardem-na bem eu insto com vocs Mantenham-na livre de ferimentos. 178) Quando pssaros cantaram nesta primavera Pensei sobre meus irmos Quando crisntemos floresceram neste outono Pensei sobre minha juventude gua verde brotava de mil lugares Nuvens amarelas enchiam o horizonte Ora, depois de menos de cem anos Lembrar da Capital di. 179) Quantas pessoas de Tientai No conhecem o Sbio de Hanshan Incapazes de sondar sua sabedoria Chamam-na de conselhos inteis. 180) Cheguei Montanha Fria e todos os cuidados pararam Nenhum pensamento vadio permaneceu na minha cabea Com nada a fazer escrevo poemas nas pedras E confio na corrente como um barco desatracado. 181) Uma lamentvel casa de cem anos Com seus lados derrubados Suas paredes rachadas Seus postes inclinados Suas telhas quebradas Sua decadncia no se deter

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    Melhor deix-la se quebrar Reconstruir nunca funcionaria Comentrio: A metfora da casa vem do Sutra do Ltus, captulo da casa em chamas. 182) No importa o quo elevado seja seu esprito Quo impressionante seu fitar Mesmo que atravessasse sete tbuas Ou lesse cinco linhas de uma s vez Ou dormisse num travesseiro de cabea de tigre Ou sentasse num leito de marfim Sem qualquer grana Voc no ser mais quente do que o gelo Comentrio: O Tsochuan diz que o Yang Yu-chi era capaz de atravessar sete tbuas com uma s flecha (Chengkung: 16). E Ying Chang era capaz de ler cinco linhas de uma s vez (Sankuochih: Ying Chang bio). Um travesseiro de jade na forma da cabea de um tigre foi desencavado no quarto sculo durante uma escavao do tesouro imperial do ltimo rei da dinastia Shang (Shihyichi: 7). Finalmente, um feito de presas de marfim foi de certa feita presenteado a Meng Chang-chun pelo Rei de Chu (Chankuotse: Chitse). Este uso de dinheiro vem de Wang Yen (256-311), que se recusava a mencionar a palavra dinheiro e introduziu esta como substituto (Shihshuo hsinyu: 10.9) 183) Eles riem de mim, oi garoto do interior Seu rosto est um pouco magro Seu chapu no est alto o suficiente E seu cinto est muito apertado No que eu no conhea a moda Quando voc est quebrado no para acompanhar tudo Um dia serei rico E enfiarei uma stupa em minha cabea Comentrio: Chapus altos eram conferidos a funcionrios meritrios durante a primeira parte da Tang. Uma stupa uma estrutura cnica erigida sobre as relquias do buda. 184) Compre carne com sangue ainda pingando Compre peixe ainda se debatendo e retorcendo Traga a punio a si mesmo Para manter a sua famlia contente Mas uma vez que voc tenha morrido sua esposa volta a se casar Como algum a poderia culpar Um dia voc ser como uma cama esbodegada E vocs dois finalmente se separaro 185) Quando a ladainha da vida e da morte cessar Cada renascimento fica mais confuso At descobrirmos a jia de nossa mente Seremos como mulas cegas seguindo nossos ps. 186) Exaura sua mente pelo lucro e fama Uma cobia centenria para engrandecer seu corpo

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    O sumio transiente e ilusrio de um pavio Enterrado num cemitrio, existir ele ainda. 187) O que a coisa mais triste do mundo As jangadas de pecado que as pessoas constrem para chegar ao Inferno Ignorando o homem nos penhascos e nuvens Com um manto fino para as margens de sua vida No outono ele deixa as folhas carem Na primavera ele deixa que as rvores floresam Ele dorme pelos Trs Reinos despreocupado Com o luar e o vento como sua casa. Comentrio: Habitantes do inferno, seres bestiais, demnios famintos so abarcados na segunda linha. Os Trs Reinos da Existncia so o Desejo, a Forma e o Sem Forma. 188) Algum suspirou, Han Shan senhor Seus poemas no fazem sentido Eu disse que para os antigos A pobreza no era desgraa A isso ele respondeu rindo Tal conversa est sem bases slidas Bem senhor, ento seja como Com o dinheiro como sua preocupao 189) Viva sem fazer visitas Morra nem bondoso nem justo Palavras incluem membros e folhas Pensamentos contm mentiras e traies Aqueles que limpam um caminho pequeno Com isso do origem a um grande engano Dizendo terem feito uma escada para as nuvens Eles a fazem em pedaos Comentrio: Prximo ao fim do Taoteching: 80, Lao-Tzu diz, Deixe que haja um estado to prximo/Que as pessoas ouam seus ces e galinhas/E vivam suas vidas/Sem fazerem uma visita. Ele tambm diz, Quando o Grande Caminho desaparece/Nos deparamos com a bondade e a justia/Quando a razo aparece/Conhecemos o grande engano. O ponto da terceira linha que as palavras nos conduzem para longe da raiz e para a confuso dos galhos. O Yiching Chitzu diz, A insinceridade no corao das pessoas quer dizer galhos em suas palavras. De acordo com o discpulo de Confcio Tzu-hsia, Apesar de caminhos pequenos terem algumas vantagens, no fim eles acabam conosco. Assim o cavalheiro os evita (Lunyu: 19:4). Em seu comentrio a isto, Chu Hsi lista a jardinagem, cuidar de animais, adivinhaes e as artes curativas como pequenos caminhos. 190) Uma garrafa fundida em ouro Outra moldada de barro Dem uma olhada nestas duas Qual delas que vai durar mais Sabendo que estas garrafas diferem Certamente que voc sabe que o karma tambm Examine as sementes do renascimento O cultivo comea a partir de agora.

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    Comentrio: No Sutra do Nirvana: 5, o Buda compara seu corpo mortal a uma garrafa de barro e seu corpo de buda a uma feita de ouro. 191) As Colinas de Cinnabar se elevam at as nuvens Cinco Picos fitam para baixo desde o espao A Pagoda do Ganso Selvagem se ergue num penhasco Um velho salo Zen fica debaixo de um arco ris O vento balana os pinheiros e a Parede Vermelha est limpa O nevoeiro vela os penhascos e escondem a Rota Imortal O cu azul revela mil formidveis picos Cip ligado a cip, rio ligado a rio. Comentrio: Colinas de Cinnabar um dos vrios nomes para a terra dos imortais. Dentre os oito maiores picos do Tientai est um chamado Cinco Picos, com cinco pinculos dele mesmo. A Pagoda do Ganso Selvagem se refere pagoda do sexto sculo em cima da Parede Vermelha. Esta Parede Vermelha um pequeno templo entre o Templo Kuoching e a cidade de Tientai. Seu nome vem de seu paredo que se parece a uma parede de tijolos. A Rota Imortal uma trilha que vai para o norte da Parede Vermelha at o Templo de Hukuo e a caminho passa pela Fonte das Flores de Ameixeiras. 192) Ouo dizer que Seng-yao era um homem talentoso E sortudo de viver durante os tempos Liang Apesar dele poder desenhar um cabelo no ar fino Ele no pode pintar o Mestre Pao-chih. Comentrio: Chang Seng-yao viveu durante a dinastia Liang quando a patronagem imperial das artes e das religies era excepcionalmente generosa. Seng-yao era um pintor to habilidoso que se conta que s vezes suas pinturas se levantavam e voavam embora. Uma vez, quando foi encomendado um retrato do monge Pao-chih, o monge contorceu sua fisionomia e assumiu os doze diferentes rostos de Avalokitesvara durante a seo de pintura. Finalmente Seng-yao desistiu. Quando o pintor ia embora, o Mestre Pao-chih disse, Aparentemente voc ainda no sabe pintar o esprito. 193) Quantos outonos eu fiquei na Montanha Fria Cantando canes para mim mesmo sem preocupaes Mordiscando uma gatha quando ficava com fome Amaciando o cho da mente encostado a uma pedra. Comentrio: Em Snscrito, gatha originalmente se referia a qualquer remdio que usasse um veneno, como um anti-bitico. Mais tarde os Budistas usavam esta palavra para se referir a um poema de quatro linhas que resumia ensinamentos sagrados e livrava a mente dos venenos da iluso, raiva e desejo. 194) A multido de estrelas a luz da noite Sozinha em cima de um penhasco antes que a lua se ponha A luminescncia perfeita o lume no polido Suspensa no cu est minha mente 195) Velho e doentes anos finais de mais de cem Rosto marrom cabea branca feliz com a vida de montanha Manto bem justo eu aceito o meu karma Por que invejaria os meios espertos de outros

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    196) Fogo e fumaa destruindo tudo Uma choupana desmoronante e enorme Perguntei a um bando de meninos H quanto tempo viviam l dentro Do lado de fora trs carroas aguardavam Ainda assim no partiriam Contentes e gordos Eram realmente de uma tolice total Comentrio: No Sutra do Ltus: 3, o Buda usa a parbola da casa em chamas para representar a existncia no mundo. 197) H um si mesmo ou no Isso sou eu ou no isso que eu contemplo Sentado num transe acima de um penhasco Entre meus ps a relva verde cresce E na minha cabea o p vermelho assenta At vi peregrinos Deixando oferendas no meu atade 198) Vi algumas rvores na margem do rio Mais desgastadas do que possvel descrever Dois troncos ainda estavam de p Com mil marcas de machadadas Suas folhas amarelas foram tiradas pelo gelo Suas razes poderes desgastada pelas ondas Mas assim que os habitates so Por que culpar cus e terras Comentrio: Este poema foi claramente inspirado pelas observaes de Kuei Ku (quarto sculo AC) para seus alunos Su Chin e Chang Yi: Vocs cavalheiros nunca notaram as rvores nas margens do rio? Condutores de carroas quebram seus membros e o rio expe suas razes. No tm nem um metro de sombra por cima, e seus troncos so marcados por mil feridas. E por que no culpa Cus e Terr