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1 ÃO. Amores, Negócios, Loteria, Confusão. Simpatia, Internet, Afazeres, “Encheção.” Viagens, Dinheiro, Glória, Diversão. Simplicidade, Tristeza, Lembranças, Imensidão. Moradias, Bebedeira, Estudos, Profissão. Bancos, Estados, Juros, Inflação. Eletrônicos, Rústicos, Música, Imaginação. Curitiba, Mudança, Diretriz, Aflição. Promessa, Juramento, Crime, Perdão. Muitos, Nada, Melhor, Não.

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1

ÃO.

Amores,Negócios,Loteria,

Confusão.

Simpatia,Internet,Afazeres,

“Encheção.”

Viagens,Dinheiro,

Glória,Diversão.

Simplicidade,Tristeza,

Lembranças,Imensidão.

Moradias,Bebedeira,

Estudos,Profissão.

Bancos,Estados,

Juros,Inflação.

Eletrônicos,Rústicos,Música,

Imaginação.

Curitiba,Mudança,Diretriz,Aflição.

Promessa,Juramento,

Crime,Perdão.

Muitos,Nada,

Melhor,Não.

Companhia,Risos,

Agradável,Adoração.

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2

Pensamento,Escritura,

Poesia,Confissão.

Vida,Morte,

Coragem,Precaução.

Beleza,Adrenalina,

Sono,Depressão.

Esportes,Mentiras,

Condenados,Papelão.

Sul,Norte,

Incerteza,Direção.

Fundamentos,Teorias,

Faculdade,Educação.

Minha vida,Sempre varia,

Mas na mesma,Direção.

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3

Pensamento Distante.

Distribuo um abraço,Declamo um poema,“Gosto do que faço”,

Esse é quase meu lema.

Vivo meus dias,Bailando entre os riscos,

Vivenciando alegrias,Te procurando entre os mitos.

Passou um passaram vários,Em nenhum você estava,

Conferi os horários,E o seu ainda faltava.

Um dia você chega,E vai trazer a minha paz,

A vida pode continuar a mesma,Mas aí tanto faz.

Chuva II.

Deixa essa chuva cair na cara,Deixa ela molhar o rosto,

Encharcar a roupa,Levar meu desgosto.

Levar pra um bueiro,Que deságua no rio,

Chegando a algum mar,Onde alguém já sorriu.

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Desabafo IV.

A distância era tão grande,Que chegou a incomodar,

Mas quando ela deixou de existir,Outra coisa me fez chorar.

A perda de algo que não possuía,A partida de alguém que me fazia bem,

O medo de ser esquecido,Ou trocado por qualquer alguém.

E nesse poema dramático,Descarrego minhas angústias,

Não é suficiente, mas é prático,Uma tarefa apenas as minhas custas.

Poema intercapitais.

Desejo a ti grande amiga,Todo o sucesso que alguém deseja alcançar,Toda a felicidade que alguém possa sentir,

Toda a fortuna que alguém insista em sonhar,E a plena liberdade para poder usufruir.

Tudo isso desejo a ti,Pessoa valiosa e rara nesse mundo,

Espero que esse poema te faça sorrir,Mesmo sendo de um poeta bem vagabundo.

Poema de viagem I.

Tenho eu andado diferente?Eu seria esse o meu normal?Teria você entre tanta gente,

Reparado no meu mal?

Tenho andado mais sadio?Ou será uma doença benigna?

Que preenche cada vazio,Que desvenda cada enigma.

Se ando muito mais feliz,Deve ser porque resolvi o problema,

De fazer da vida o que nunca fiz,De vivê-la sem nenhum dilema.

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Poesia II.

Tudo na vida,Vira poesia,

Alegria,Ironia,

Acabam em poesia,

De madrugada,Ou no fim de dia,

Tudo se torna poesia,

Cedo ou tarde,Feliz ou em agonia,

Soará bem como poesia,

Você distante,Osasco, Pelotas, Marília,Não deixa de ser poesia,

Outras cidades, outras capitais,Nenhuma eu conhecia,Surge mais uma poesia,

Trabalho, aulas,Violino, correria,

Outra poesia,

Antigas vontades,Nova diretoria,

Abstrata é a poesia.

Música, grama,Samba rock, brisa fria,Novidades na poesia,

Curitiba,Goiás, Natal, Porto Alegre, iguaria,

Turista é poesia,

Cerveja e pudim,Taxi, mercado e tequila,

Meus amigos, minha poesia.

Bar e aniversário,Risadas e garoa fina,

Varia bastante a poesia.

Acordamos meio tarde,Mas mesmo assim dizemos “bom dia”,

Confusa essa poesia.

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Discutimos nossa vida,Como quem discute filosofia,

Como não dizer que isso é poesia?

E esse nosso modo de viver,Não deixa a vida vazia,

Sempre a completa com poesia.

Arte que eu não leio,E que nem sonhava que faria,

Poesia, poesia.

Deixo as regras no canto da tela,Mas da lixeira às vezes faço sangria,

Reciclável essa poesia.

A minha eu acho diferente,Quem lê sempre elogia,

Não perco minha modéstiaMas sempre digo que faço poesia.

Uma aqui, outra ali,Quase sempre rindo dessa mania,

Essa mania de escrever poesia.

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Viajar.

Viajar é preciso,É uma questão de sobrevivência,

Engrandecer o espírito,Com cada nova vivência.

Conhecer, desbravar,Se perder nos segredos,

A alegria de viajar,Supera todos os medos.

Horizontes percorridos,E na mochila as histórias pra contar,

As lembranças dos novos amigos,Os detalhes de cada lugar.

Sempre a mesma discussão.

Comigo falando parece tão fácil,Tão bonito,

Quem me dera querida,Ter teu amor infinito.

Atitudes e pensamentos.

Atrás de cada atitude,Existe um pouco de nós,

Vício ou virtude,Juntos ou a sós.

E em cada pensamento,Somos uma visão diferente,Horas de paz ou tormento,

Triste ou contente.

Mas quando confundimos o caso,Tudo pode desabar,

Como mergulhar em rio raso,Mas nunca parar de afundar.

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Horas vagas.

Garoto apressado,Só um pobre apaixonado.

Com o coração carente,Vê um horizonte diferente.

Novos planos, algum sentido,Para o que antes andava perdido.

E nas horas vagas escrevo pra ti,Tentando apenas explicar,O sentimento que surgiu,Quando naquele dia te vi.

Biografia XII.

Hoje é um daqueles dias que eu só queria um abraço,Qualquer conversa qualquer silêncio já seria do meu agrado,

Poxa vida minha gente,Como é duro estar apaixonado.

Mudança de planos.

Até onde você precisa ir?Quanto precisa se arriscar?

Do que diz fugir?Encontrará seu lugar?

Infinita dúvida,E uma única certeza:Sem amor essa vida,Perde toda a beleza.

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Pois é…

Diz-se seguro,De estar em cima do muro.

Diz-se diferente,Filosofia negligente.

Diz-se esperto,Escolhe sempre o erro certo.

Diz-se leal,Ao que julga ser real.

Diz-se poético,Isso de fato é,

Mas revela-se também patético,Pois é…

Adryano Sergio Quegi.

Penso enquanto espero.

Será que é certo,Viver a vida,

Com o coração sempre aberto?

Ou seria errado,Se arriscar,

Ficar apaixonado?

Poderia alguém me responder?Quem teria de tal destreza?Ah se eu pudesse te ceder,

Só metade da minha certeza.

Já seria o suficiente,Metades que se completariam,

Vontades, ideais e planos,Que juntos se realizariam.

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Poema esquisito XVI.

É sempre a causa,Geradora da conseqüência,Ou seria isso questionável,

Tudo fruto de coincidência?

Qual o verdadeiro sentido?No que realmente se confia?Estaria tão bem escondido?

O que realmente seria?

Biografia XI.

Este sou eu hoje,E vou ser eu amanhã,

Valorizando o que a cada dia perde seu valor,De que eu estou falando?

Estou falando de amor.

Apoio.

Só preciso que me apóiem,Mesmo quando estiver errado,

É disso que preciso,Ter alguém ao meu lado.

Achado.

Busquei meu melhor pensamento,Minha mais pura emoção,Acabei encontrando você,

Nos controles do meu coração.

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Grandes saltos.

Mundo real,Mundo sonhado,

Futuro ideal,Presente suado.

As loucuras da vida,Podem ter vários motivos,Evitar a paixão ser perdida,

Correndo todos os seus perigos.

Tenho os pés no chão,Mas gosto de saltar,

Pois alcançada a paixão,O que me impede de voar?

Regras e riscos,Não há como temê-los,Pois entre seus sorrisos,Nem posso percebê-los.

Não sou nenhum louco,Talvez só apressado,

Mas se me afobei um pouco,Peço desculpas,

Pois devo estar apaixonado.

Bem aventurado.

Bem aventurado eu seria,Se escrevesse um poema infinito,

Meu epitáfio então diria,“Aqui jaz um mito.”

No Vila Lobos.

Olhos fechados,Mente aberta,

Corações enamorados,Felicidade desperta!

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Um final de semana muito bom.

De longe o melhor dia,Maravilhosa ocasião,

Agora memória e fotografia,Transbordam de paixão.

Confusão em minha mente,Tranquilidade em meu coração,

Alma que andava carente,Em busca de afeição.

Encontraram-se um dia,Apostaram, deram chance,

Aventura, alegria,Novos planos, romance.

Conjunto de apartamentos,Uma Incrível família,

Parques, feiras, momentos,De longe o melhor dia.

Conversa qualquer.

Não vejo sentido em buscar o espaço,Se a fome está no hemisfério abaixo.

Para que quebrar a cara lá fora,Arriscar repetir a mesma história.

Cuidemos do que esta aqui,Chega dessa coisa,

De “cada um por si.”

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À um velho (ex?) amigo II.

O que eu poderia escrever pra você,Acabaria não tendo fim,

Assim como a falta que você faz,Essa saudade que não sai de mim.

Não consigo explicar,Porque tenho lembrado tanto de ti,

Grande amigo, quase irmão,Que falta você faz aqui.

Confiava,Acreditava que seria pra sempre, que não seria em vão,

“Mas o pra sempre, sempre acaba…” não é?E essa foi minha maldição.

Há tempos não te vejo pela rua,Queria te entender,

Pois a saudade continua,Quem diria,

Ninguém nunca acredita,Que um dia vai ser vítima,Da realidade nua e crua.

Então acontece,Num dia,

Numa noite qualquer,E tudo desaparece,

Nos vemos no meio de um:“Salve-se quem puder!”

E quem estava sempre ali,Sumiu,

Foi-se embora,E a dor,

Prevalece,Vem quando quer,Não marca hora.

Grandes pessoas.

Verdadeiros tesouros,Verdadeira riqueza,

Sinceras pessoas,Verdadeira beleza.

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A Srtª Jéssica (Jaguara) Mamede.

Vejo sua força e fragilidade,Esperança na tua voz,

Vivacidade em tua alegria,Inteligência no modo prático,De me surpreender todo dia.

Espírito crítico,Humor sem igual,Genuína, heroína,

Pureza de valor real,Tudo isso tão longe,

Em outra capital.

Sinceras conversas,Risos e citações,

Assuntos variados,Internet, ligações,Pessoa daquelas,

Que conquista corações.

Pessoa querida,Amiga, sumida,

Bondosa, criativa,Simplesmente natural,Simplicidade escassa,Quase um sonho real.

Te admiro sabia?Ah, como eu te admiro,

Então manda o “tio do sorvete” esperar,Manda ele me aguardar,

Pois qualquer dia eu apareço aí,E te pago um sorvete,

Pra comemorar.

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Biografia X.

Vejo as luzes,Vejo as pessoas,

Humildes ou ilustres,Festejando datas a toa.

Me vejo no meio de tudo isso,Um tanto quanto radical,

Dizem que não tenho juízo,Que só vejo o lado mal.

Dizem que reclamo demais,Que sou metódico e sonhador,Até assumo minha insatisfação,

Pois esse mundo precisa de mais amor.

Não comemoro datas,Não valorizo bens,

Vejo pessoas jogadas nas praças,Seres humanos também.

Penso em quem me critica,Células padrões dessa sociedade do capital,

Não tem opinião nítida,Seguem tendências de maneira tão natural.

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Ano novo.

E outro ano se foi,Ao som de fogos, explosões,

Algo mudou?Não, são os mesmos sermões.

O ato de comemorar uma invenção humana,Não seria meio presunçoso?

Afinal qualquer outro dia da semana,Também é valioso.

Porque festejar a passagem de ano?Qual o sentido real de contarmos o tempo?

Porque não inventamos outra coisa?Algo que tire o mundo desse tormento?

O ano que vem será melhor?O ano que vem será pior?Estaremos de vez unidos?

Viveremos enfim tranqüilos?

O que desejamos a nós mesmos,Não oferecemos ao próximo,

Como respeito, justiça, paz e amor,Vivemos com avareza, apatia e quase sempre com rancor.

“Ano novo, vida nova,”Mentira!A vida continua a mesma,

Mesmos planos,Mesma rota.

Mudaremos um dia?Será no ano novo?Será nesse ano?Existirá ainda contagem de tempo,Quando iniciarmos nosso plano?

Quem sabe sim,Queria eu que não,

Mas sei um dia,Um dia nossos sonhos virão!

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Biografia IX.

Sempre livre em pensamento,Distante do tormento,

Que me vê como predicado,Algo singelo, mas necessário.

Todo dia a gente a se engana,Voando num balão sem chama,

Há curtos passos longe do destino,Sempre se perdendo no caminho.

No oriente fomos pra esquerda,No ocidente para a direita,

E o calendário tá chegando ao fim,Mas ninguém provou isso pra mim.

Vejo toda essa baboseira,Pedras rolando na ribanceira,

Atingindo sempre quem tá por baixo,Fora da vista, fundo do aquário.

Canto, desencanto, será que alguém ouviu?Até tentou, mas desistiu,

Minha adrenalina vai lá pra cima,Doses de morfina, tudo vira rima.

Penso até me bato e digo tanto faz,Será o futuro detentor da paz?

Não, não da minha, mas do mundo afora,Pois a que era minha eu joguei fora.

Nunca satisfeito e um pouco chato,Ninguém mais me suporta, mas falam baixo,

Medo, dependência, o que é isso?Quem sabe algum joguinho sem compromisso.

Falo de miséria, da vida e do amor,Escrevo para seja lá quem for,

Tenho alguns leitores, mas de que me importa,Se não tenho raízes e minha vida é torta?

Quem eu quero está longe, no tempo-espaço,Mas vejo a saída e saio do meu casco,

Vou ao seu encontro com a alma limpa,Oferecendo tudo o que tenho na vida.

Me chamam de maluco, por acreditar,Que uma paixão tão distante pode funcionar,

Mas eu não me importo e vou a luta,Sincero e tranqüilo, tentativa justa.

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Amo, adoro e penso em te encontrar,Planos já feitos vamos compartilhar,Nossa vida dará certo eu prometo,Mudo de estado, mas não te deixo.

Parece exagero, mas não se assuste,Gosto de exaltar algumas atitudes,

Soa meio estranho, mas é só anseio,Anseio de te ver agora em janeiro.

Né?

Quando ficamos surpresos com a verdade,Quando chamamos de estranhas as pessoas sinceras,

Quando deixamos de nos assustar com o mal,Quando ignoramos a justiça,

Tudo isso, quando tudo isso começa a acontecer,É sinal de que tem alguma coisa errada com o mundo.

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Á um velho (ex?) amigo I.

O passado era bom,A gente era o máximo,

Tínhamos o dom,Alegria era um hábito.

As tardes a toa,Vinho e garoa,

Futebol regional,Rock ’n’ roll tropical.

Garotas fervendo na sua cabeça,Romance explodindo antes que aconteça,

O passado era bom,Nós tínhamos o dom.

A gente tinha tudo,Mesmo não tendo nada,

Corríamos o mundo,Numa gargalhada.

E antes de ver o sol,Você sempre surgia,

E vinha trazendo,Toda a alegria.

Me salvou uma vez,Te ajudei numa próxima,

Mas o que você fez?Foi um tremendo idiota!

Nos vemos hoje distantes,Não sei o que pensa,

Mas pra ser bem sincero,Você virou minha doença.

Não perdi um amigo,E sim um irmão,

Pois traçava contigo,Planos do coração.

Foi e é insubstituível,Meu câncer de alma amiga,

Éramos o máximo,Agora é máxima a ferida.

Não sei o que te deu,Já nem penso mais,

Só queria saber,Se anda em paz.

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Pois minha consciência,Não me deixa descansar,

Me sinto tão culpado,Por não poder te salvar.

Perdi tua mão,Sempre tão amiga,

Mas a minha ainda quer,Tentar ser tua saída.

Dessa vida,Desse mundo,

Incompreendida,Por todo mundo.

Inclusive por mim,Que lembrarei de você,

Até o fim…

Uma dezena.

O sol brilha hoje,Uma dezena me separa de ti,

Que passe voando,Então voando sairei daqui.

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Vitrine de horrores.

Eu ando muito pela minha cidade,E às vezes fujo da parte rica,

Então vejo a humildade,A miséria que ninguém critica.

Vejo as crianças correndo seminuas,Descalças mas brincando com alegria,

Algumas ganham a vida nas ruas,Outras até tem uma família.

Vejo o pobre então como uma vitrine de horrores,Horrores da burguesia,De toda a classe média,E sua “santa” hipocrisia.

Vemos muito bem tudo isso,Está em nosso dia a dia,

Mas gastamos nossa atenção com bobagens,Luxo e regalia.

Não culpo ninguém por nome,Porque o poema seria infinito,

Pois mesmo quem ainda nasce e morre,Já possui esse estranho espírito.

Esse vê, mas não vê,Esse fala, mas não faz,Esse crê, mas não crê,

Essa nojenta e estúpida paz.

Vêem tudo como uma grande colméia,Daquelas de vespa que todo mundo queima,

Insistem nessa ridícula idéia,De que ali não tem jeito, que só o crime reina.

Mas digo a essa gente ignorante,Que o que existe ali são pessoas,

Que mesmo não tendo sobrenome importante,Agem também com intenções boas.

Se vivem como vivem é porque falta investimento,Desse nosso governo ainda adolescente,

De algum empresário corpulento,Que tenha as costas quentes.

Pois impostos essa gente paga,E ainda por cima é mão de obra barata,

Pode não ser tão qualificada,Mas ao menos nunca foi ingrata.

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Então parem de se julgar melhores seus ricos sujos,Parem de pensar que são o futuro,Só sabem ficar em cima do muro,E cair pro lado que não der furo.

Pessoas são apenas pessoas,Sei que algumas não são tão boas,Mas se chegamos a essa situação,É porquê nós não demos opção.

Natal II.

Por que nada sai da minha cabeça agora?Não escrevo nada já faz hora,

Odeio essa monotonia mental,Nada se encaixa e ainda por cima é natal.

Ouço fogos, vejo bagunça e a bebida acabou,Não há ninguém por perto, nada mudou,

Essa data vai voltar um dia e vou estar aqui,Escrevendo de novo, quem sabe algo pra ti.

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Natal I.

Vejo presentes e árvores,Garrafas e flores,Tudo tão formal,

Pra esse tal de natal.

É só um dia normal,Em que não rompemos nosso mal,

Só disfarçamos,Pra comemorar o natal.

Penduramos enfeites,Preparamos a santa ceia,

Usamos roupa nova,Fraternidade nos incendeia.

Tudo o que faltou no resto do ano,Pra alguns continua a faltar,Comida, vestes e até saúde,Mas você os vê reclamar?

As pobres famílias festejam,Distraem-se da fome e da doença,

Do frio e da miséria,Mantém sua crença.

Sentimentos confundem-se,Dó e admiração,

Como resiste essa gente?Com tão pouca atenção?

Mas paro e lembro,Que é só um dia normal,

Em que disfarçamos nosso mal,Só pra comemorar tranqüilos,

Esse tal de natal.

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Viagens mentais.

A luz se vai deixando a tardinha laranja,Ao horizonte vemos os montes oestes,Vem o frio, uma blusa a gente arranja,Pra ficar aqui olhando, luzes celestes.

A vista é linda,Arregalamos os olhos,

A visão chega ao limite,Mas ainda é tão próximo.

Queria te levar pra ver tudo,Do litoral até a mais alta serra do sul,

E depois conhecer todo o mundo,Ver o céu em todos os tons de azul.

Até as selvas tropicais,Florestas temperadas,

Viveremos em paz,Almas enamoradas.

Infinitos tapetes de areia,Estreitos vales orientais,

Atraem-me como cantos de sereia,Também as águas e os corais.

Tudo será nosso meu amor,E ficará guardado em nossa memória,

Venha, não tenhamos temor,Pois ao final de tudo,

Seremos a própria história.

Talvez esperança.

A alegria é minha e é sua,E é de quem mais quiser,

Pois a felicidade pura,Está em cada um,

Seja homem ou mulher.

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“Dissimulado???”

São tantos os meus planos com você,Nunca me acostumei a ter que esperar,

Uma viagem já marcada,Uma data certa pra poder te abraçar.

Pena você estar ainda tão longe,É grande distância entre as capitais,Mas todas elas serão percorridas,

E as vidas enfim unidas.

Page 26: Poemas - Todos Impressos

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Sobre violência e religião.

Como já disse o mundo continua girando,Todos continuam errados,

Mas para a igreja ninguém está pecando,“Deus” está por todos os lados.

Teria eu medo de escrever tal citação?Será que um dia será lida, censurada, queimada?

Será que um dia terei meu perdão?Para poder pendurá-lo na parede como uma grande piada?

Peço desculpas desde já aos religiosos de plantão,Deixei meus costumes medievais na lavanderia,É que estavam meio sujos desde a inquisição,

Mandei-os lavar, mas me disseram que tal sujeira não sairia.

Então fui me distrair lendo outro livro,Tinha algo de “novo” em sua capa,Queria saber quem tinha escrito,E quase cuspiram na minha cara.

Então larguei tudo por aqui e fui ao oriente,Dizem que “Alá” as coisas são brilhantes,

Percebi que o lugar lá é quente,Calor nunca sentido antes.

Calor do combate,Das guerras sem sentido,

Pessoas como gado ao abate,E os sheiks de Dubai se divertindo.

Já que estava no meio de sangue fui a Israel,Disseram-me que é sagrada,

Acreditei também no papai Noel,Cá entre nós, é muita palhaçada.

Diziam-se uma nação sem estado,Mas logo que ganham um pouco de terra,

Começam a maior guerra,Que até hoje anda sem resultado.

Quando será que todos vão perceber,Que não é assim que deve ser?

Que violência sempre foi e ainda é o caminho errado?E que nunca deve se julgar conhecimento como pecado?

Quando será?Não saberei te falar,Mas nosso dia virá,

Continuo a acreditar.

Page 27: Poemas - Todos Impressos

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Julian Assange.

Vazamentos vêm acontecendo,Verdades não muito boas aparecendo,

Pobre Assange sendo caçado,Onde está a liberdade de imprensa desse estado?

Triste de ver.

Veja só quanta tristeza,Nesse mundo desigual,

Mas é da nossa natureza,Conservar o mal.

Olha a destruição,Não sei como vejo salvação,

Esperança no dia a dia,E às vezes alegria.

Nossos governos sonolentos,Empresas com lucros surreais,

Nossos povos desatentos,Vivendo nessa falsa paz.

Revoluções já não acontecem,A mediocracia nos dominou,

Nossas mentes já não crescem,A maior parte da vida se alienou.

Converso com boas pessoas,Que não entendem todo esse mal,

Acham as novelas muito boas,“E que desvios de capital?”

Isso me deixa bem deprimido,Quem pensa diferente anda meio escondido,

Tem até certo medo de se mostrar,Eu acho triste, me faz chorar.

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Poema esquisito XV.

Como eu vou,Como eu vim,Como eu sou,Como eu fui.

Onde estou,Ou onde estava,

Não é da sua conta,Não me diga a palavra.

Pois hoje,Agora,

Essa vida,É só minha.

“Pós-poema”

A sensação “pós-poema” é o auge,O êxtase da arte poética,

De longe a situação mais complexa,A qual meu corpo reage.

Aos meus irmãos.

A meus irmãos desejo sucesso,E que nunca esqueçam,De olhara para a vida,

Como se olha para o mar aberto.

O horizonte é logo ali,Não muito longe daqui,

E que tratem assim a vida,Não deixem nenhuma oportunidade,

Passar despercebida.

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Pensamentos reprimidos.

Eu vi fotos,Li cartas,

Conferi as datas,Todas elas estavam manchadas,

Com as mesmas atitudes erradas.

Agora são seis filhos,E várias estradas,

Podia ter sido evitado,Mas não pode ser apagado.

E a dor que sinto agora,A culpa é toda sua,

Odeio-me por não te odiar,Mas me sinto aliviado por não te amar.

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Evoluirá.

Ao cruzar de ponteiros,À meia noite,

Me pego pensando em você,Ainda tão longe.

Omito palavras,Engulo sentimentos,

Segurando a precipitação,Desenvolvendo a paixão.

Esperança sem fim no amor,Perseverança em planos futuros,

Força de ideais pela vida,Dia 7 estou de partida.

Vou ao teu encontro,Vôo pra perto de ti,

Pouso em seus braços,Como um dia vais pousar por aqui.

E então nós seremos um,Obra prima de um amor sem fronteira,

Guerreiros românticos quebrando barreiras,Arte mágica de uma paixão verdadeira.

E o senhor do tempo vai presenciar,A sinceridade da grande paixão,

Que me fez um dia parar,E escrever esse refrão:

“Garanto que por ti,”“Minha paixão evoluirá,”

“Da mesma forma que em meu coração,””Você sempre estará.”

“E faço tua também toda a minha arte,”“Toda minha poesia,”

“Pois pensarei em você em toda parte,”“Tendo-a como razão para alegria.”

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Palavras a dois.

Palavras perdidas,No caos que há em nossos cérebros,

O mundo gira e vejo um progresso inútil, utilidade simbólica,Porque o mundo é finito, há pouco tempo, tempo que não sei como vai usar,

Talvez gaste comigo, se valer a pena talvez gaste com você,Existem pessoas que agüentam esperar,

Têm outras que nasceram pra procurar as que esperam,Não sei onde eu fico,

Na inquietude ou na calmaria,Estou aqui, não muito longe,

O que se dizer,Podemos estar em muitos pontos,

Isso depende dos olhos de quem nos lê,Ou dos ouvidos de quem nos escuta.

Paixão que até sobra.

É bom ter em quem pensar, quando se vai dormir,Ter alguém pra lembrar, quando se acorda,

Ter alguém que te faz sorrir,Alguém por quem a paixão até sobra.

Minha poesia.

Faço dos meus versos minha infinita confissão,De adoração, revolta ou amor,

Livres de qualquer mentira ou rancor,Obras primas no auge da sua imperfeição.

A cada idéia uma nova expressão,Nova nota e pensamento escrito,

Uma nova maneira de interpretação,Um novo poema para um dia ser lido.

Talvez um dia vire obra rara,Recitado e aclamado,

Nobres obras de poesia precária,Relatos do pobre poeta apaixonado.

Ou quem sabe pode cair na escuridão,Se tornar mais uma das muitas obras a toa,

Pouco lida e julgada sem expressão,Poesia que me disseram um dia ser muito boa.

Page 32: Poemas - Todos Impressos

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Carnaval!

No samba enredo do carnaval,As letras não nos fazem mal,

Até alegram nosso corpo,Enquanto algum bebê já nasce morto.

Toda essa folia,Do carnaval da Bahia,

Nos deixa bem contentes,Esquecemos as filas de pessoas doentes.

O refrão da torcida que grita,Deixa o Brasil “bem na fita”,

Pois nossas praias se lotam de turistas,Turismo sexual na capa da revista.

Mas a economia esquenta,Veja quanto dinheiro entrando,

Até esquecemos nossa corrupção,O dinheiro desviado da educação.

Chamam-me de chato por não gostar dessa parte da “cultura”,Peço desculpa a todos, mas prefiro a realidade nua e crua,

Pois nenhuma dessas festas salva alguma criança,Livra-nos do trafico de drogas, ou sequer alimenta alguma esperança.

Obs.“De um lado esse carnaval,”

”Do outro a fome total,”Todos nós vivemos esse mal,Não vejo então um porque,

Dessa festa sem ideal.

Loucura.

O que é a loucura,Senão conhecimento mal interpretado?

Uma piada que ninguém entendeu?Uma série de regras deixadas de lado.

Pensamentos puros de mentes brilhantes,Fugas alternativas para outra realidade,

Variações sobre temas constantes,Interminável busca pela verdade.

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AI – 5.

Choques elétricos,Banhos de água fria,

Medicamentos genéricos,Ataques de ironia.

Tudo isso nos revolta,Como a lei da anistia,

Uma vez preso nunca mais volta,Esquecido na hipocrisia.

Inconstitucionais foram os atos,Que nos tiraram quase tudo,

Só não foi preso quem ficou parado,Quem fingiu ou era mudo.

Mas deixemos de lado essa má lembrança,Erros que não se repetirão,

Pois ninguém nos roubará a esperança,De ver sadia essa grande nação.

Somos ainda muito jovens,Adolescentes enfrentando o velho mundo,Certamente que iriam acontecer bobagens,

Influenciadas por algum espírito imundo.

Vejo toda essa riqueza,A força da minha gente e sua cultura,Meu pai queira que tenham destreza,

Que mantenha a consciência pura.

Page 34: Poemas - Todos Impressos

34

Rima infinita, erros infinitos.

Irlandeses endividados,Russos resfriados,

Americanos aterrorizados,Iraquianos massacrados;

Japoneses desempregados,Italianos indignados,Franceses revoltados,Chineses censurados;

Cubanos liberados,Chilenos resgatados,

Africanos esfomeados,Portugueses alagados;

Argentinos desolados,Colombianos traficados,Palestinos segregados,

Coreanos bombardeados;

Brasileiros roubados,Haitianos avariados,

O mundo continua girando,Todos continuam errados.

Page 35: Poemas - Todos Impressos

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Teatro da vida.

Hoje é domingo,E preciso descansar,

Desligar-me um pouco,Não ter hora pra acordar.

É a semana que começa,Biografia sendo escrita,

Em teatro e sua grande peça,Só assim sei descrever a vida.

Um grande teatro,Com bons e maus atores,

Os maus são sinceros,Os bons fazem horrores.

Maus atores atuam bem,Pois agem sempre naturalmente,

Tem cérebro e coração,Agem com sua pura emoção.

Já os bons são sempre falsos,São cheios de métodos e truques,

Fazem caras e bocas demais,O sentimento natural já não existe mais.

Só assim sei descrever a vida,Como uma grande peça ainda sendo escrita,

Cada ato, cada improviso,Cada lágrima, cada sorriso,

E tudo mais,Que será vivido.

Pensamento esquisito.

Pensamento esquisito,Toma forma e avança,

Um objetivo,Que não se alcança.

Page 36: Poemas - Todos Impressos

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À Srtª Fernandes, com amor.

Dos pensamentos mais belos,Escolhi este pra você,

Que me enche de alegria,Não sei dizer o porquê.

Minha vida há tempos andava pacata,Ia acabando de pouco em pouco,

Então você veio a mim com toda sua graça,Dizendo: ”Oi poeta louco!”

Com isso lançou-me magia,Não me deixou te esquecer,

E agora sempre acordo e risco mais um dia,Um a menos pra poder te ter,

Pra poder deixar toda essa paixão,Que só existe por você,

Resplandecer.

Idas e vindas.

Entre idas e vindas,Nossas vidas se encontram,

Formam-se expectativas,Desafios nos confrontam.

Nenhum suficientemente forte,A ponto de nos derrubar,

Nada que nos assuste,Que me faça hesitar.

Irei até o fim,Desejando que ele nunca exista,

Ou que se existir,Que o romance resista.

Page 37: Poemas - Todos Impressos

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Festa sentimental.

Escrevo com facilidade,Palavras sólidas, breves, revoltas,

E me pergunto até quando,Minha vida dará essas voltas.

A ilusão vem com a alvorada,Mas hoje eu acordei cedo demais,

Ainda era madrugada,Dessa vez fui eu quem acordou os pardais.

Senti a liberdade a espreita,Não sei o que ela quer comigo,

Quando a procurei ela fugiu suspeita,E a acusei de me deixar em perigo.

Mas hoje ela veio a mim,Acompanhada da prima esperança,

Bailaram em meu jardim,Convidaram-me para entrar na dança.

Arrisquei-me a sentir a alegria,Pulei a janela e cai na grama,

Encontrei então o que há tempos não via,Sensação que brota quando se ama.

A festa foi longa,Horas a fio,

Corremos, brincamos,Até a chegada do frio.

Então entramos em casa,Sentamos em frente ao velho fogão,

Aquecemos nosso corpo,Arriscamos uma canção.

Não lembrávamos toda a letra,Mas sabíamos o refrão,

“Esquecemos o que somos”,“Simples de coração”.

Logo a noitinha veio a chuva,Lavando os andares dos céus,

Deixando a atmosfera mais pura,Para a neblina então cobri-la com véus.

Tudo isso acontece, mas a coisa não muda,Os sentimentos ainda pairam no ar,

Alegria, esperança e bondade,Se falta algo, com certeza é você neste lugar.

Page 38: Poemas - Todos Impressos

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A esperança me disse pra esperar,Que o nosso dia logo vem,Que vamos ter nossa vez,

Só eu e você meu bem.

A liberdade me animou com seus planos,Disse-me que são vários,

Também disse que juntos estamos,Em todos os itinerários.

E por fim o amor chegou,Atrasara-se para a festa,

Mas disse-me que não havia problema,Pois estará conosco por todo o tempo que resta.

Então fiquei mais feliz,Pensei em você e abri um sorriso,

Só de perceber que estou a um triz,De te encontrar, te ter comigo.

Turista mental.

Quanta preguiça me bateu agora,Resisto e escrevo sobre ela mesma,

Olho o relógio em busca da hora,Passam todas, mas a certa não chega.

A vontade que tenho é de viajar,Lugares distante, brilhantes, nostálgicos,

Não posso sair então apenas imagino,Passeios longos, lugares fantásticos.

Ambientes na penumbra,Locais antes nunca vistos,Minha visão os deslumbra,

Esqueço o medo de imprevistos.

Poemas sobre viagens que não fiz,Histórias sobre coisas que não vivi,

Todas elas um dia virão,Então quem sabe fique livre daqui.

As poucas que fiz por enquanto foi só,Nas próximas quero que seja a dois,

Quero alguém junto pra poder conversar,Pra poder me ajudar a lembrar depois.

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Poema esquisito XIV.

Veja bem,Não faz sentido,

Deixa prá lá,To confundido.

Hey você,Fala aí,

Tranqüilo bixo?Vai saí?

Me diz uma coisa,Pois é,

Chegou a ver?Sabe qualé?

Até mais,Vou sair fora,

Tenho que ir andando,Já ta na hora.

Gritos e birras,Xingos, tramóias,

Esquisitices e gírias,Lendas, estórias.

O que me levou,A escrever tudo isso?

Esse poema sem nexo,Sem compromisso.

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Gente & a gente.

Tem gente que desliza pela vida,Passa voando, sem tocar o chão,

Eu preferi me arriscar,Tocar o solo, largar a ilusão.

Tem gente que é hipócrita,Finge não ver, fala, mas não faz,

Me esforço pra ser diferente,Pra não deixar ninguém pra trás.

Tem gente que pensa demais,Mas que na verdade, não pensa em nada,

Tento conscientizar meus próximos,A acordar e lutar, acabar com essa palhaçada.

Mas também tem aquela gente que não para,Que protesta e faz o mundo mudar,Como Guevara, Gandhi e Mandela,

E é nessa gente que procuro me inspirar.

Biografia VIII.

Minha vida é minha obra,Meus poemas, meus amores,Pois sem isso nada me sobra,Só os resíduos, só as dores.

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Poema esquisito XIII.

Amores perfeitos,Clinicamente comprovados,

Livres de defeitos,Mas nunca liberados.

Ficamos à margem,De erro, da sociedade,Quem tem coragem,

Confronta a realidade.

Novelas babacas,Cultura comercial,

Governos hipócritas,Desvios de capital.

A dívida aumenta,Alguém enriquece,

A revolução esquenta,O ideal resplandece.

Preparo o meu jantar,Temperado com inflação,

Depois vou me deitar,Dormir?

Acho que não!

Vou tentar sonhar acordado,Adivinhar um futuro distante,Para não ficar despreparado,

Quando chegar o instante.

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Vivências sinceras, vidas singelas.

Das coisas mais simples,Tirei versos sinceros,

Suguei emoções,Para poemas singelos.

Me via então perdido,Numa agonia sem solução,

Traçando rotas a esmo,Como um cego sem seu cão.

A arte então veio a mim,Poesia se tornando um vício,

Deu-me a chance que precisava,De escapar de uma realidade difícil.

Os dias nascem,Vivem suas horas,

Então morrem,Sobram memórias.

A vida anda tranqüila,Tenho conhecido gente legal,

Pena nenhuma ser daqui,Da minha capital.

Talvez tenha um lado bom,Quem sabe a distância faz dar certo,

Já que deu tudo errado,Quando estava muito perto.

O que no momento escrevo,É então o que penso disso,Sou poeta e sou amante,

Que sonha ter futuro promisso.

Sou poeta, pois escrevo,Amante por saber amar,

Sonho um futuro, mas não sei se o quero,Sem alguém pra compartilhar.

E toda essa arte me veio à noite,Essa poesia surgiu-me do nada,

Parecia estar precisando,De uma alma apaixonada.

Sinto-me forte ao escrever,Como se gritasse aos quatro ventos,

O quanto amei te conhecer,O quanto brilha em meus pensamentos.

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Não foi caminhando que te encontrei,Nos achamos nos cliques da vida,

Cada um no seu lugar,Mas nenhuma palavra foi perdida.

Há tempos não escrevia algo assim,Tão bonito, complexo, preciso,

Alguma coisa me faltava,Mas encontrei no teu sorriso.

Teu sorriso, tuas palavras,Tuas idéias, teu espírito,

Com certeza o que mais quero,É que aceite dividir tudo comigo.

Não tenho pressa,Mas realmente precisava escrever,

Pois para mim é tudo tão belo,Então escrevo para jamais esquecer.

Mas acho que uso palavras muito fortes,Tenho medo que isso a reprima,

Mas preciso ser sincero,Não consigo disfarçar essa sina.

Lendas de paixões longínquas,Histórias de amores distantes,

Eu e você,Que tudo queira que sejamos amantes.

Confessionário.

Confesso verdades,Escondo mentiras,Disfarço saudades,

Controlo minhas iras.…

E a minha outra metade,Continua perdida…

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Geada negra, neve branca.

Geada negra,Que arrasou os campos,Deixando várias famílias,Perdidas e aos prantos.

Caiu bonita,Branca aqui na capital,

Acho que ninguém achou,Que ela faria tanto mal.

Veio tranqüila,Caiu devagar,

E junto com meus sonhos,Queimou também meu pomar.

Essa foi a neve de Curitiba,Espetáculo sem igual,

Foi embora, mas deixou na partida,Um grande êxodo rural.

Uma cidade inteira albina,Minha gente toda escondida,Uma época que eu não vivi,

Mas que jamais será esquecida.…

Geada negra,Neve em Curitiba.

Biografia VII.

Quero como ninguém quer,Fugir deste lugar,

Andar sem direção,Encontrar alguém pra amar.

Longe daqui,Longe de tudo,Ir bem distante,

Criar outro mundo.

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Poema esquisito XII.

E o nosso vicio,De saltar do precipício,

É sempre o que nos salva,De perder a nossa alma.

E no perigo,De ficarmos sem abrigo,

De perder a aquela coisa,Que nos faz respirar.

Chuva.

Chuva pesada,Que vem com o vento,

De madrugada,Seria você uma metáfora,

Das lagrimas que derrubei,Por lembranças amargas?

Será que também é salgada,Será que também já amou,

Se puder responda esse jovem,Que sem querer se molhou.

Subúrbio rico.

Boa era a época das paixões verdadeiras,Dos olhares tímidos, das tardes vendo o pôr do sol.

Tempos que eu não vivi,Mas que de saudades já quase morri.

Pois nesse mundo contemporâneo,Muitos valores se perderam.

Nesse mundo em que eu vivo,Nada me agrada, senão estar contigo.

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Normal.

Aflição avassaladora,Após você vem a calmaria,

Tudo calmo demais,Nada mais varia.

As pessoas continuam as mesmas,Não há nenhum diferencial,

Tudo muito parado,Nada fora do normal.

Fugia contigo.

Fugiria com você pra longe de tudo,Só pra te ver feliz todo dia,

Sairíamos por aí, desbravando o mundo,Paz e amor em constante harmonia.

Infelizmente não estou a tua altura,Entretanto me esforçarei pra te alcançar,

Pode não ser tão rápido, afinal a vida é dura,Mas nunca desistirei, só temo que você não possa esperar.

Afinal não podemos parar no tempo,Não existe “stop” na vida real,

Só o que podemos é correr atrás,E torcer pra tudo dar certo antes do final.

Quero viver com você o começo e o meio,Aprender variedades, se perder na vida,

Viver uma vida sem nenhum receio,Não quero mais essa vida sofrida.

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Nas férias.

Correndo por aí eu me sinto mais livre,Fugindo da rotina eu vou longe e me empolgo,

Deixo a vida escrever os meus passos,Não aconselho alguém seguir os meus rastros.

Ando livre, sem destino e sem culpa,E acho que até me sinto mais leve,

Pode até parecer loucura,Mas é o que mais me deixa alegre.

Uma viagem improvisada me aguarda,Pode parecer loucura ou até piada,

Mas todo dia se tem um sonho novo pra realizar,E decidi fazer a lista baixar.

Quero fugir dessa sociedade, me esconder um pouco,Sair por aí, bancar o viajante louco,

Pra ver se muda algo nessa vida pacata,Encontrar alguém que só por gostar lhe abraça,

Pra ver se encontro alguém que não tenha se esquecido,Que amar ainda é de graça.

Explosões.

Prestando atenção,A gente vê como é fácil,

Perder a razão,E se tornar volátil.

Explodir a qualquer momento,No lugar errado, na hora errada,

O simples fato de explodir,Já é uma piada.

Perder-se nos planos.

Planejar certos rumos,Perder-se na vida,

Mas não na solidão,Mas a dois,

Pela imensidão.

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Sem exceções.

O sistema que nos lidera é sujo,São cartas marcadas numa mesa de cassino,

Todos vidrados na próxima jogada,Tentando blefar com o destino.

Influencias colocadas em jogo,Perigo constante a quem se aproxima,

A próxima rodada talvez seja breve,Mas esse jogo nunca termina.

Elegemos, confiamos,Botamos a fé em imagens coloridas,

Sofreremos por isso, nos arrependeremos,E lamentaremos as oportunidades perdidas.

Desabafo III.

Não costumo deixar antigas portas abertas,Essa política barata nunca me agradou,

Não gosto dessa coisa de “contatos” ou “influências”,Pra mim isso é só um jogo de interesses,

No qual não há vencedor.

Podem gostar de mim assim ou criticar até quando tiverem vontade,Pouco me importa a maioria dessas opiniões,

São podres e sujas como as próprias pessoas das quais saem.

E digo isso de maneira clara e simples,Não vou ficar “escondendo o jogo”,

Porque a minha vida meus caros,Não é um jogo que se pode esconder,

E sim um livro aberto,Pra qualquer um que queira ler.

Desafio II.

Dúvida sem fim,Será que vale a pena se sacrificar,Por alguém mais além de mim?

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Biografia VI.

Essa vida já foi mais fácil,Me lembro do tempo em que a gente era feliz,

A gente dizia que tinha pouca coisa,Mas seria a felicidade algo assim?

A gente vivia um dia de cada vez,E passava horas a fio sem fazer nada,

Tínhamos planos humildes de sucesso pessoal,Mas agora andamos perdidos no mundo, na vida real.

Estórias pra contar teremos aos montes,Nomes pra citar não faltarão,

Vamos querer tudo como antes,Mas vamos como sempre ouvir um “não!”

Quem me dera todos quisessem fugir comigo,Ir pra longe de tudo isso,Viver novas aventuras,

Fugir do vale das torturas.

Ou que pelo menos alguém que também ande perdido por esse mundo me encontre,Se interesse pelo meu jeito de dar valor as coisas simples,

E tope andar perdido comigo,Não precisaria nem me amar, poderia ser só como amigo.

Pois chega uma hora em que andar solitário cansa,Que não ter nenhuma outra opinião atrapalha,

Que não ter alguém pra pedir ajuda mata,E que não ter nada pra dividir vicia.

Tenho procurado em toda parte,Tenho andado muito e por todo lado,

Mas algo parece estar errado,Pois até agora não encontrei viva alma,

Que queira se juntar a um poeta apaixonado.

Sofrendo com a paixão abstrata dos tempos remotos,Perdido nas desilusões das várias curvas da vida,

Procurando ajuda para suprir a necessidade de amor e carinho,Hora correndo, hora se arrastando pelo caminho.

Dos mais tristes poemas,Até alegres musicas latinas,

Tudo soa vazio,Parece que nada mais combina.

E quando se arrisca a denunciar,O mal que lhe tortura,

As folhas sempre acabam,Manchadas pela tristeza pura.

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Não são muitos os que lêem,E os poucos não entendem,

Mas não vejo como ser mais claro,Mas penso: “O que será que eles sentem?”

Posso nunca chegar a saber,Posso estudar infinidades e jamais descobrir,

Mas poderia sinceramente viver com isso,Se tivesse no que me distrair.

A distração podia ser uma amizade,Ultimamente tem sido saudade,

Às vezes brota uma pontada de rancor,Bem que podia aparecer uma distração,

Que eu pudesse chamar de amor.

Adryano.

Entra ano e sai ano,Ainda sou eu mesmo,

O mesmo Adryano.

Seria sim.

Seria mais fácil,Se fosse tudo ao contrário,

Ninguém morrendo de fome,Todo mundo milionário.

Quem…

A solidão me pegou de jeito?Ou fui eu quem a adotei?Eu sou hospedeiro dela?Quem precisa de quem?

Aprenda.

Disfarçar a tristeza é bem fácil,Sorria na frente a todos,

Faça piadas e escute-as também,Então depois vá para casa sozinho,

Acorde no outro dia faça tudo outra vez.

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Inúteis.

Ocupamos espaço demais com coisas inúteis,Usamos coisas demais, todas inúteis,

Pensamos em coisas demais, pensamentos inúteis,E nunca agimos para o bem, pessoas inúteis.

Descoberta XI.

Descobri hoje que jogo sujo não escolhe ninguém,Engloba todos os interessados,

E até pessoas de bem.…

(Ainda vou fugir de tudo isso!)

Regional.

Estrutura de ferro,Paredes escuras,Sala de tortura?

Não, meu (ex)emprego.

Como diria Lênin.

“Pão, paz, e terra”,Miséria, guerra, e latifúndio,

Não vejo nenhuma diferença,Se primeira não atingir todo o mundo.

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Política nossa de cada dia…

Nossa política só faz lambança,Em vez de quebrar as correntes,

Quebra a confiança.

Nossos líderes são estranhos,Em vez de enterrar as mágoas,

Enterram os sonhos.

Nossa gente tem algo a dizer,Mas permanece quieta,

Vendo o mundo apodrecer.

Nossa juventude já foi mais rebelde,Agora anda alienada,

Quem antes exigia, agora nem pede.

E eu, já fui mais esperto,Já tive horas melhores,

Agora o futuro é incerto.

Possibilidades.

Eu podia dormir,E não acordar.

Podia partir,Pra não voltar.

Mas decidi ficar,E procurar alguém.

Que queira uma vida,Pra compartilhar.

Dor de cabeça.

Ando meio preocupado,A vida tá se dividindo,

E eu não escolho um lado.

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Folhas caem, eu também…

O vento passa,As folhas caem,

Assim como a paixão passou,E me derrubou também.

João de barro.

Nas bicadas de um João de barro,Eu vejo a habilidade da natureza,

Que deu a um pássaro dom de engenheiro,Para viver sua vida com inteligência sobre humana,

Pois desconhece o valor do dinheiro.

Descoberta X.

Um dia me disseram,Que tudo era infinito,Mas era tudo mentira,

Então tudo acabou,Menos as infinitas mentiras.

Yin & Yang.

O lado bom das coisas,A gente sempre esquece,

Assim que o ruim aparece.

Espelho.

É preciso mais do que coragem,Pra se olhar no espelho,

É preciso também sangue frio,E talvez até alguma incompetência,Pra não perceber que por dentro,

Se está vazio.

Odeio sim.

Odeio dinheiro,Deixa as pessoas doentes,

Elas deixam o mundo inteiro de lado,E ficam aí se achando,

Com suas opiniões negligentes.

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Tristeza profissional.

Sucesso profissional,De que me vale isso,Se sempre me vejo,

Sozinho no final?

Poxa vida.

Lugar errado,Hora errada,

Pessoa errada,Poxa vida,

Será que eu nunca acerto?

Exaltando sentidos.

Liberdade no vento no rosto,Nos km/h, nas paisagens,

Liberdade nas pessoas desconhecidas,Nas novas amizades, que nunca serão esquecidas.

Das tribos indígenas aos desertos infinitos,Dos trópicos ao frio dos pólos,

Essa será minha vida,Irei longe, tomara que alguém se importe.

Vou mesmo!

Amanhã eu vou sair,Vou sair pra escrever,

Escrever algum poema,Que talvez nunca alguém vá ler.

Colheita (in)feliz.

A gente planta amizade,Cultiva paixão,

Às vezes nasce amor,Às vezes não.

Lição principal.

Seja em tuas obras,Como é em teus pensamentos,

Pois ao tentar esconder a verdade,Só atrairá tormentos.

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Talvez.

Procuro dar o melhor de mim em cada poema que escrevo,Mesmo assim alguns ficam bem estranhos,

Mas quem sabe quando virar Best seller,Os classifiquem como tesouros do mundo contemporâneo.

Ao vento.

Poemas contemporâneos que não nos dizem nada,Versos ao vento sem nenhum sentido,

Pode parecer errado andar por aí distraído,Mas é a principal distração desse poeta desconhecido.

Drogas humanas.

Amor e desamor,Obras primas da invenção humana,Drogas criadas pela humanidade,

Que as tem agora como necessidade.

Será sozinho?

Saio sozinho,Porque assim acho mais fácil,

Encontrar o caminho,Será?

Poema.

É bem mais fácil,Quando tá tudo quieto,

A gente esquece os problemas,Escreve o poema certo.

Qualquer dia.

Eu posso ver você qualquer dia,Qualquer dia pode nunca chegar,

Então eu não resistiria,Pereceria sob a maldição de te amar.

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Pessoas & TV.

Necessidade visual,Sentimento sem igual,

Deve estar na hora,De mudar o canal.

Filhos.

Vamos fazer do jeito certo,Desde o início levá-los a sério,

Sempre que preciso estar por perto,Pra evitar ter que visitá-los no cemitério.

Retardado.

Verdade consentida,Em movimentos inocentes,

Assustando até a mais tímida,Alma consciente.

Vida real.

Certa vez eu conheci uma pessoa,Que já me conhecia,

Ela disse que antigamente eu era legal,Mas eu disse que agora a vida era real.

Vida urbana.

Vida urbana,Humanidade insana,

Chega o fim de semana,E eu de novo sem grana.

“O povo não deve temer [...]“

Escrevo porque não há saída,Já não há mais nada que eu possa fazer,

A vida passar batida,Não tenho nada a temer.

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Tarde no MON.

Azul e branco se misturam,Com o verde e o marrom esquisito,

Um helicóptero rasga o céu,Nesse dia tão bonito.

Amor & eu…

Acho que o amor tem me evitado,Talvez ande ocupado,

Ou apenas tenha passado distraído,Por um mero poeta desconhecido.

Sonho?

Quem me dera um dia,Fazer parte dessa cultura,

Ser motivo de alegria,Ou ser lembrado com ternura.

Tristeza material.

Levamos uma vida toda pra perceber,Que nada material realmente importa,

E passamos dias a fio tentando entender,Porque é sempre a tristeza que nos bate a porta.

Progresso.

A violência explica,A falta repentina,

De amor e compaixão,Em cada coração.

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Descoberta IX.

Certo dia,Sem querer,

Me peguei pensando em você.

Outro diaDe repente,

Reparei você entre tanta gente.

E hoje de novo,Penso o dia todo em você,

Mas dessa vez,Não foi sem querer.

(Co)Incidências.

Não existem coincidências,Tudo tem algum sentido,

Mesmo quando não aparenta,Ou passa despercebido.

Eu reparo nisso todo dia,Quando acordo mais animado,

Sem nem saber,Que vou ter você ao meu lado.

Pena que seja,Por apenas,

Alguns instantes…

Poema esquisito XI.

Um quarto,Dezessete por cento,

Férias de julho,Há quanto tempo.

Fardo.

Trago comigo,Um fardo escondido,

Passado perdido,Sanidade em perigo.

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1984.

“A mentira selecionada,Passa aos anais da história tornando-se realidade,”

Caramba, que saudade dos bons tempos,Da verdadeira e simples sinceridade.

Confuso não?

Os projetos são infinitos,Às vezes até se atrapalham,

Mas eu me recuso a desistir de algum,Vou com todos até o fim.

Santa Felicidade II.

Santa felicidade,Aposto que vai dar saudade,

Quando um dia eu for embora,Viajar mundo afora.

Vou ter saudade do cheiro de comida,Do frango, do vinho e da polenta,

Da burguesia italiana,Que do comercio se alimenta.

Como vai dar saudade,Saudade da primeira escola,

Das ruas conhecidas,Do campinho de jogar bola.

Saudade da praça,Da pista de skate e do terminal,

Saudade essa sem graça,Que irá comigo até o final.

Essa é santa felicidade,Meu pequeno mundo,

Vai me matar de saudade,Bem lá no fundo.

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Rotina.

Ambiente pesado,Local estressante,

Tenho andado irritado,E com humor variante.

Cinco dias de calmaria,Outros dois na multidão,Oito horas de descanso,Outras doze sem razão.

Gente.

Vejo gente passando a toa,Vejo gente trabalhando numa boa,Vejo você passando aqui na frente,

Diferente de toda essa gente.

Você brilha, reluz o dia,Incandesce em alegria,

É uma mensagem de reflexão,Engrandece tudo com perfeição.

Só você,Sempre foi,

E vai ser pra sempre,Só,

Você.

Pra que isso?

De pára-quedas numa guerra psicológica,Nenhuma trégua, nem descanso, nem folga,Vontade de fugir, sem nenhum lugar pra ir,

Mesmo com a porta sempre aberta,Seria essa a escolha certa?

Incerto.

O futuro é incerto,E eu passo o dia pensando,

Em como ele está perto.

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Curinga.

Como num jogo de cartas,A gente fica esperando uma elas virar,

Pra ver quem é o curinga,Pra ver quem vai nos salvar.

Confusão.

Imagino tudo perfeito,Mas no principal rosto há uma interrogação,

Então tudo fica muito confuso,Não consigo decifrar essa paixão.

Árvores.

As árvores,Ao vento bailam,

Uma dança infinita,E nem disfarçam.

Comigo.

Da próxima vez,Te quero comigo,

Agora e pra sempre,Mas só como amigo.

Saco cheio.

Posso não ser o mais bonito,Mas também não sou o mais feio,

Digo e repito,Já to de saco cheio.

Água.

O som da água me faz pensar,Incessante, exibe sua força,

Mas também me deixa assustado,Quando lembro que não sei nadar.

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Caminhos.

Quem sabe um belo dia,Tudo tome o rumo correto,

Tudo entre na linha,Que nos leva para o lugar certo.

Artes abstratas.

Arte abstrata,A personalidade relata,

A poesia escondida,Nunca antes percebida.

Eteceteras…

Tão diferente seria a vida assim,Longe de tudo o que eu julgo ruim,

Distante das dores das paixões perdidas,Além de tudo o que contamina a nossa vida.

Tarde no parque.

Eu preciso disso,Ver essas famílias brincando,

Esses cachorros correndo,Bolas quicando,

Namorados amando.

Preciso dessa Curitiba de domingo,Dessas raras tardes ensolaradas,

Ver minha gente sorrindo,Ao redor dessa lagoa esverdeada.

Preciso disso pois me faz relaxar,Dormir a noite e até sonhar,

São horas que passo os momentos mais puros na vida,E esqueço-me dessa sociedade de consciência perdida.

Mano de parque.

Sossego interrompido,Pela humanidade perdida,

Que busca sentido,Para a decadência da vida.

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Astigmatismo – 2,25.

Ver o mundo com outro olhos,Custa muito caro,

Pelo menos pra mim,Que preciso de óculos.

A vida desfocada,É muito mais barata,

Vista a olho nu,A minha vista está cansada,

…Ou seria a própria vida?

Santa felicidade I.

O bairro é burguês,Mas eu to de saída,

Volto lá pelas 6,Com a idéia escrita.

Mas não vou muito longe,Ali no parque barigui,

Só pra espairecer,Já que não posso fugir.

Sinceramente.

Sinceramente,Ganhar 5 ou 5000 pra mim é indiferente,

Pois a minha vida seria de ambos os jeitos,Essa aventura inconseqüente.

Onde vai parar?

Noites que passarão,Dias sem perdão,

O mundo anda perdido,Quase sem razão.

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Doce ilusão.

Percebe-se ao longe um universo possível,Diferente de tudo o que nos ensinaram,

E nos surge então um novo mundo incrível,Onde se realizam os desejos que todos sonharam.

Ao redor tudo é preto e branco,Mas algo no centro me chama a atenção,

Algo tão desigual que me espanto,Parece que descobriram um jeito,

De explicar a ilusão,A doce ilusão,Que é o amor.

Sonho ideal.

Vem-me agora a cabeça,Outra idéia em desespero,

Que implora para ser escrita,E quem sabe um dia até lida.

Que sonho o dela então ser citada,Por algum líder ideológico,

Para talvez servir de conselho,Ou fazer parte de um discurso heróico.

Essa idéia talvez queira demais,Mas é melhor do que não querer nada,

Pois nossas vontades nos levam ao longe,E essa idéia é determinada.

Essa idéia meus amigos,Pode não ser só minha e sim de todos,

De todos que se esforçam sem pensar no pior,Daqueles que sonham com esse mundo melhor.

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Nada é o que parece…

Longe do inferno,Mas sempre perto da escuridão,

Sinto que algo não está certo,Parece que tudo foi em vão.

Cada céu tem a sua cor,Cada pessoa reza a sua prece,

Parecem não sentir dor,Mas nada é o que parece.

George Orwell & Adryano Quegi.

“Guerra é paz,Ignorância é força,

Liberdade é escravidão,”Me parece que estes lemas,

Nos deixaram sem ação.

Imperfeição em detalhes.

Árvores exuberantes ao longe,Raios de sol refletidos no lago,Seria perfeito esse horizonte,

Se você estivesse ao meu lado.

Poema esquisito X.

Só me diga o que acontece,Quando não se consegue enxergar,

E tudo o que existe parece,Estar fora do lugar.

Me diga quem ditou as regras,Quem deixou de nos avisar,Que nada mais faz sentido,

Que ninguém vai nos ajudar.

E hoje tudo o que restou,Foi raiva, culpa e incompetência,

Todos que você amou,Que não tinham nenhuma consciência.

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Desabafo II.

Larguei mão de política,Me limito agora a pequenos comentários,

Pois excesso de stress me prejudica,E se tratando de política os motivos são vários.

Roubam daqui,Desviam dali,

Reclamam uns poucos,E nada muda por aqui.

Amor geral.

Nunca deixei de amar ninguém,Nem amo mais um ou outro,

Amo até quem não me convém,Amo a todos como um todo.

Não me peça pra fazer diferente,Nem tente mudar o que não entende,

Não há nada forte o suficiente,Pra me fazer parar de amar minha gente.

Mas todo esse amor é diferente,É diferente do que eu sinto por ti,Não é tão forte e inconseqüente,O seu é o mais intenso que já vivi.

3 anos dão saudade.

Entre pensamentos mirabolantes,Surgem sentimentos ignorantes,

Saudade indevida,De uma paixão a tempos perdida.

Quem diria que seria assim,Que seria tão triste o fim,

Quem me dera não fosse verdade,Eu ter vivido crueldade.

Não escrevo sobre a segunda,Mas sim sobre a primeira,

A primeira e mais profunda,Ainda a única verdadeira.

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Sangue cigano.

Estabilidade nunca foi meu forte,O risco de novos horizontes me atrai,

Aventura e incerteza são como necessidades,De alguém que não sabe para onde a vida vai.

Disseram-me que isso é errado,Que o certo seria criar raízes,Acertar a vida e se acomodar,

Fazer o que fazem todos, sem se incomodar.

Até agradeço o conselho,Mas devo ter sangue cigano,

Pois não consigo evitar o anseio,De “desaparecer” ao final do ano.

Solidão.

Nunca me disseram se faz mal,Gostar da solidão,

Mas nunca me ensinaram como,Disfarçar a depressão.

Descoberta VIII.

Você confia no sucesso,Acredita num futuro,

Tenta fazer o que é certo,E dá com a cara no muro.

Você acredita e confia,Mas se passa um dia,

E tudo varia,A vida fica vazia.

Pastores II.

Época de eleição,Pastores candidatos,

Prometendo salvação,Para os desesperados.

Desesperados ficaremos todos,Se isso continuar,

Pois ultimamente tá complicado,De decidir em quem votar.

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Vidargila.

Como argila nas mãos de um artesão,A vida toma a forma que você quiser,

Mas como um vaso de argila que vai ao chão,A vida também se quebra se bom uso você não a der.

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Biografia V.

Tão difícil escolher,Entre a glória e a razão,

Complicado de entender,O que é correr na contra mão.

Mas tão difícil é ficar,Sem saber a direção,

Sem saber pra onde ir,Pra fugir da solidão.

Quem busca ouro é tolo,Quem ignora também,

Precisamos de tudo um pouco,Necessitamos ir além.

Inveja a essa altura é bobagem,Raiva da imperfeição também,

Sabemos que tudo isso ta de passagem,Vamos só tentar fazer o bem.

A agonia de ontem é passado,E a que tenho hoje é presente,Presente e talvez um legado,

Pra qualquer um saber sobre a gente.

Me dizem que mentir é errado,Mas na verdade ninguém mais confia,

Todo mundo anda desconfiado,E com aquela estranha ironia.

Levaram minha musa pra longe,E agora tudo ta meio apurado,Me pergunto quando e aonde,

Qual a última vez que fiquei tão abalado.

E hoje tudo é uma questão de risco,Risco de queda ou de ascensão,

Me alertaram contra o possível perigo,Mas sinceramente, pior do que está não fica não.

Mas tudo vai dar certo sim,E um dia vai virar estória,

De um rapaz de camisa xadrez,Que vivia dizendo: ”eu falei pra vocês!”

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Nosso dia vai chegar.

Mesmo que te tirem desse planeta,Eu me recuso a ficar longe de ti,Podem até me jogar na sarjeta,

Ainda assim pechinchar a gorjeta,Faria de tudo pra te ter aqui.

Podia até perder a hora,Numa ligação inter regional,

Agora não perco mais,Pois nada como um relógio argentino,

Pra mostrar como é que se faz.

Você me pediu pra escrever coisas felizes,Mas elas são difíceis de descrever,

E não rimam com quase nada,É como tentar fazer o milagre,

De rimar empadão com enxada.

Espero então que ria dessa última estrofe,Pois então voltará o tempo em que riamos juntos,

Mas esses tempos voltarão eu te dou certeza,Nem que eu tenha que te contratar,

E te tirar dessa maldita empresa.

Relações.

Convivo com pessoas, mas não entendo nenhuma,Conheço várias relações, mas não entendo nenhuma,Já vi de tudo e mais um pouco e to ficando cansado,

São tantas pedras pelo caminho que eu já to atordoado.

E pra quem acha tudo isso uma frescura,Não to nem aí,

Que cuidem das suas próprias vidas,E não me apareçam mais por aqui.

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Era a perfeita simetria.

Hoje a cadeira espera vazia,Pelo menos para mim,

E na gaveta as recordações,Das tardes de alegria.

As coisas mais simples tinham outro valor,E hoje já não tem sentido,

Como um céu sem cor,Como um livro nunca lido.

Poema esquisito IX.

Que bela tragédia acontece hoje,Nada que não posa ser explicado,

Todo mundo se diz certo,Mas nunca olha pro outro lado.

Cheios de raiva,Cheios orgulho,

Cheiro de sangue,Tiros no escuro.

Nada acontece por acaso,Tudo se resume a uma contradição,

Lutamos pela paz enriquecendo nossa vida,E deixamos de lado a juventude sofrida.

Já não lutamos como antigamente,Hoje em dia trabalhamos pra eles,

Caramba! O que aconteceu conosco?Quando deixamos de lado outros seres?

Se eu me encontrasse com meu passado,Com certeza ele me mataria,

Por ter trocado as armas de lado,Por ter acabado como a guerra fria.

Mas talvez ele só não entenda a minha estratégia,Talvez esteja cego de raiva,

Pois para derrotar qualquer inimigo,Antes deve ser bem-vindo em sua casa.

Pois a pior ferida é a que mata por dentro,Sem ter chance de ser remediada,

Esses versos até me lembram o tempo,Em que a gente se divertia sem se preocupar com nada.

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Me diz.

Me diz agora o que é que vem,O medo ou a paixão?

A raiva ou a indignação?Me ensina a jogar diferente,

Algum jogo novo,Que não acabe em solidão.

Poema fanfarrão.

Solidão que confronta a sorte,Sorte que se impõe a razão,Razão que me guia perdida,Perdição que gera diversão.

…Mas que poema fanfarrão!

Quem me dera.

Quem me dera saber escrever,Algo que nunca tenha sido escrito,

Algo além de todo saber,Além do que já foi visto.

Alguma mensagem boa,Que trouxesse alguma mudança,Qualquer mensagem de salvação,

Que nos desse ao menos esperança.

Quem me dera escrever algo,Que um dia fosse censurado,

Algo que me fizesse ser lembrado,Como um grande poeta do século passado.

Ou que seja apenas,Como um mero louco revoltado,

Que viveu cansado de tudo um pouco,Mas que fez bem aos poucos do seu lado.

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Foi-se.

Porque tudo vai embora?Foge de controle,

Sai do ar a qualquer hora?

Porque tudo muda sem dar chance?De segurar algo ou se despedir,

De alguém que foi tão importante?

E como medir coisas que não tem preço?Como tardes de riso e papo furado,

Com quem há muito pouco tempo conheço?

Me explica como se dá um adeus,A quem nunca deveria ter ido,

Me ensina a reagir de outra forma,Quando se tem um coração partido.

Posso até parecer confundido,Mas pode ser que você esteja também,

Ou quem sabe eu tenha dormido,E no sonho tudo tenha ido além.

Frio.

Tremo com frio como quem treme de fome,Pareço tão vazio,

Já não tenho nome.

Corro sozinho como quem corre da chuva,No limiar da vida,

Todo mundo abusa.

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Poema esquisito VIII.

Odiando tudo ao redor a gente aprende,A dar valor ao que não volta,

Ao que não se compra,Mas quase ninguém se importa.

Teimando contra tudo,Quem sabe um dia tudo mude,

Mesmo com cara sempre no muro,Não há o que nos assuste.

Arriscando todo dia o dia todo,Buscando novas idéias em volta do globo,

Pensando num caminho talvez eterno,Tentando acima de tudo fugir do inferno.

Curitiba.

Curitiba minha cidade,De grandes batalhas vencidas,

Te dedico minha saudade,Antes mesmo da saída.

Curitiba dos meus amores,Das grandes paixões platônicas,

Nunca guardei rancores,Nem mesmo de piadas irônicas.

Curitiba cidade da gente,Que faz parte de um pais de todos,

Me vejo então de repente,Rindo a toa, como os outros.

Tédio.

Às vezes o tédio,É o melhor amigo,

Para àquelas horas,Em que nada gera abrigo.

Outras vezes é inimigo,Pois sempre que chega,

Me pego sempre pensando,Em como seria estar contigo.

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Quegi & Kalinovski.

“Do nada,Fui te amando,

Um pouquinho em cada vez,”Aos poucos me afogando,

Nas tuas marés de “eu não sei”.

Poesia.

Poesia me lembra você,Ocupando horas na minha cabeça,

Pensamentos distantes,Assim como você,

…Sempre distante.

Circo barato.

Sintonia esquisita,Humor realista,

Falsidade consentida,É,

Realmente,A realidade não é divertida.

Como faz?

Me diz como se faz,Pra parar de pensar em amor,

Pra ocupar a vida com algo,Que tenha o mesmo valor.

Como se distrai a cabeça,Quando se está apaixonado,Me explica como funciona,Sem ninguém ao seu lado.

Biografia IV.

Vontade de sumir,Fugir pra longe de tudo,

Encontrar um lugar no mundo,Onde se possa ficar em paz.

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Leminski e Quegi

“Uma vida é curta,Para mais de um sonho,”

(Duas vidas é) Mais uma vida é pouco,Para viver como poeta louco,

Três vidas?Sim,quem sabe,

Quem sabe assim,Eu lhe diga,

Que morri foi de saudade.

Descoberta VII

Mais uma vez a vida me prega uma peça,Pensava que a indiferença podia ser virtude,

Mas quase tudo passa,Menos o que a gente quer que mude.

Cobrança mal feita

Eu podia ter sido músico,Químico, geógrafo matemático,

Podia até ter sido mais,Se isso de mim tivessem cobrado.

Poeta de canto de mesa

Sou poeta de canto de mesa,Poeta observador,

Daqueles que só tem a certeza,De que um dia sem qualquer rigor,

Acabarão encontrando a (direção)razão do amor.

Boas lembranças

Ao final de todos os dias,Tudo o que se (somam) tem são afazeres,

Mas ainda me recordo dos dias,Que a gente vivia (somando) de prazeres.

…Quem sabe um dia tudo volta.

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Outros olhos

Ainda vejo a todas como as via antes,Mas sinceramente não quero mais isso,

Posso até as desejar em instintos secretos delirantes,Mas não quero mais relações que não sejam apenas amizades,

Porque todas as outras acabam,E ao final o que resta são só saudades.

Já sabia…

E no final acabei desistindo,De ser aquele poeta apaixonado,

Que passava dias sorrindo,Na esperança de ter finalmente encontrado,

Um amor do seu agrado.

Desisti do amor,Ou pelo menos de uma de suas formas,

Pois ainda possuo bons amigos,Que estão sempre comigo,

Mas já sigo mais velhas normas.

É cada uma viu

Não vou me incomodar,Acusação sem embasamento,Não vai virar meu tormento,

Então pra que me preocupar?

Essa gente fala demais,E pensa que sabe de tudo,

Mas nada me tira a paz,Ultimamente ando muito sortudo.

E é até bom que falem,Pois mostram que estão incomodados,

Nervosos, estressados,Mostram o quanto são fracos,

Mostram o quanto estão assustados,Comigo!

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Sobre poemas

Escrevo poemas, mas não os leio,Quer dizer,

Até hoje só li Leminski,Nada contra os outros,

Mas é que me agrada o cachorro louco.

Esperança revolucionária.

Perseverar e seguir em frente,Não ter medo de pensar diferente,

Sair um pouco da rotina,Um pouco não,

Totalmente.

Agir e coagir,Chega de as cegas (apenas) seguir,

O direito é total e só teu,Ninguém vai poder intimidar,Um lado que nunca conheceu.

Meia volta, volta inteira,De segunda a sexta-feira,

Risos e guizos, porcos e espinhos,Nada nos admira,

Disfarçarem os caminhos.

Quando algo está errado,Há muito a fazer,

Quando começam a nos pôr de lado,Começamos a enlouquecer.

Nada que não seja distinto,Do que a muito já foi extinto,

Nada que não seja breve,Que não possa ser excluído,

Fazendo muito ruído.

Pena estarmos tão longe,Porque poucos não somos,

Muito menos fracos,Mas num país tão amplo,

Não há tanto tempo,Para procurar por todos os lados.

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Faça direito.

Não que eu queria ser conselheiro,Mas não é difícil ser herói de alguém,

Basta ser um bom companheiro,Sem querer se dar bem.

Abstrato.

Nada a ver,Tudo ao contrário,

Nos distraímos um pouco,Perdemos o horário.

Quem sabe na próxima,Quem sabe nunca,

Quem sabe?Boa pergunta.

Ninguém nunca viu,O que se passou,

Foi tão rápido,Abstrato.

Nenhuma diferença.

Poesia regional,Sucesso mundial,

Não vejo nenhuma diferença,Senão os zeros no final.

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Onze e quinze.

Onze e quinze,Estava marcado,

E como bate mais rápido,Meu coração apaixonado.

É curioso o sentimento,E ansioso o coração,

Tão esperado momento,Tão arrasadora paixão.

E logo à frente,Vejo-a tão bela,Tão diferente,

Que me rouba a visão,Só pra ela.

Abraço caloroso,Mesmo sendo o desejo outro,

Caminho ao seu lado,Querendo nada mais,

Que ser teu namorado.

Domingo de sol.

Azuis como o céu mais belo,Refletindo o brilho de uma tarde ensolarada,

Coisas simples que não tem preço,Como a alegria pura e centralizada.

Dourados como ouro polido a mão,Voando com a fria brisa de inverno,

E às vezes acariciados com perfeição,Pelas mais delicadas mãos entre o céu e o inferno.

Pele branca como a neve,Um rosto radiante como a alvorada,

Foi até mais do que o suficiente,Para conquistar uma alma apaixonada.

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Quem sou eu?

Amante da ilusão enfrentando a realidade…Num mundo desconhecido procurando a verdade…

Perdido entre mentiras ditas com sinceridade…De vez em quando entretido em novas menções…

Sempre buscando eternas emoções…Mesmo havendo outras opções…

Mas o descaso por sentimentos nunca me agradou…Pelo contrário, o risco de novas paixões sempre me encantou…

Afinal, viveu bem o homem que muito amou…

Como tudo na vida, não é sempre…

Sentindo tudo passar cada vez mais rápido,Percebi que a hora pra você também passou,

Mas distraído eu nem percebi,A falta que você fez aqui,Tudo o que me ensinou.

Esqueci que já te amei,Que também já te odiei,

Quase me esqueci de como era bom estar com você,E agora só o que tenho são lembranças,boas lembranças,

E várias duvidas, vários erros bestas que não tem um “porquê”.

Mas quem sabe foi melhor assim,Ambos distantes,

Amantes,Delirantes nas noites de nostalgia,

Separados pelo que os uniu de repente um dia,A sempre presente teimosia…

Don’t give up!

E quando tudo parecer perdido,Guarde bem o nome de tudo e todos,

Lembre-se de tudo o que te deixou abatido,E prove pra eles que estavam errados.

Pois nesse jogo tudo é uma surpresa,Mas há tempos já não somos assim,

Pois nada mais nos faz de presa,Já não nos deixamos abalar com balas de festim.

E o que quer que seja hoje,Se ousar nos afrontar,

É bom pra si mesmo que seja forte,Pois senão nada senão riso trará.

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Bando de noia I.

Olha só o que aconteceu,“Tudo” virou caso de novela,

Eu acho que esse povo fuma um breu,E depois fica aí, bem louco na favela!

(Sem)Dúvida.

Me perseguem como se eu tivesse feito algo errado,É estranho como a verdade machuca e irrita o outro lado,

Será medo ou embaraço?Porque tanto medo de relatar o que aconteceu de fato?

Me pego então num beco sem saída,Seria tão fácil simplesmente acabar com a vida,

Sem arrependimentos posteriores,Afinal, ações oriundas dali já geraram sentimentos piores.

Descoberta VI.

Tanto faz hoje ou nunca mais,Afinal agora está tudo em paz,

Mentiras velhas não abalam novas estruturas,E o sucesso alheio é para eles a pior das torturas.

E é incrível como tentam a qualquer custo,Causar atrito onde habita o amor mais justo,Aquele que a tempos espera pra vir a tona,Aquele que deixa a inveja beijando a lona.

Aquele amor que pra você querida,Deve arder como uma grande ferida,

Já que você sabia que ia perder cedo ou tarde,Pois nunca disse realmente a verdade.

Agora relaxa, e não arrede o pé,Pois é só isso que querem de você também,O que não deve ser muito incômodo não é?

Já que pra isso você sempre foi tão fácil meu bem.

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Coisas estranhas.

Qualidade mal planejada,Cegueira moral aumentando,

Não entendo mais nada,Nesse mundo que vai se esgotando.

Quando até as forças de paz são atacadas,Quando as crianças nascem de suas mães já veladas,

Há tempos isso deixou de importar,E só agora vamos começar a nos preocupar,

Pode já ser tarde camaradas sociopatas,Tudo já pode ter sido retirado do rumo certo,

Pois hoje em dia ao abrir um atlas,Você encara um grande deserto.Não sei mais comentar eventos,

Pensamentos complexos demais para escrever,Não só pela forma de poema,Mas sim pela velha questão,

É tanta informação que queima,Tanta contradição que se desvairasse,

Estranha paixão que desaparece.

Poema esquisito VIII.

Entenda como quiser,Mas entenda por si mesmo,Não fique sem nada a dizer,

Sendo pensado a esmo.

Tranqüilo no seu espaço básico,Meio ritmo, giro controlado,Imperial período jurássico,

Fora do normal, evento isolado.

Coisas estranhas vêm à tona,Nada mais estranho que esse poema,

Tem muita gente caindo na lona,Está aí mais um dilema.

Cai quem perde,Agita quem ganha,

Nada mais nos serve,Tudo se barganha.

Se você for eu fico,Pois sem você não há agito,

Nenhum grito,Nenhum suspiro,Nenhuma falta……você faz aqui,.

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Sentimentos mone(o)tários.

Testemunhei hoje o que não desejava,Injustiças inaceitáveis,

Perseguição exagerada,Pobres doentes incuráveis!

Pessoas trocadas por trocados,Valores morais substituídos por monetários,

Me enoja esse tipo relação,Esse jogo de interesses estelionatário.

Tudo perdeu o sentido,Não se pensa mais no coletivo,Então é melhor buscar abrigo,Se esconder como um fugitivo.

Pois sabe lá o que podem nos fazer,Em troca de algum desconto comercial,Em troca de alguma aliança esquisita,

Afinal, civis são apenas números na luta contra o mal.

Um dia…

Você insiste em dizer,Que pode ser tudo diferente,

Eu concordo sem hesitar,Pois isso lhe faz contente.

Não que seja só por isso,Com certeza é o principal motivo,

Mas eu também acredito,Na verdade é apenas por isso que vivo.

Pela esperança de um dia poder ser tudo mais fácil,De poder ter a tranqüilidade e a paz ao teu lado,

De poder ter você em meus braços,Te ver dormir sob meu olhar apaixonado.

Descoberta V.

Quanto mais cruel a batalha,Quanto mais difícil a luta,Menos gloriosa a vitória,

Bem diferente do que se por aí se escuta.

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Descoberta IV.

Ainda bem que eu mesmo me eduquei,Porque se dependesse dos ideais nojentos de quem prefiro não citar,

Seria olho por olho e dente por dente,Coisa que eu repudio,

…Felizmente!

Descoberta III.

Sempre tem alguém por perto,Para ficar dando opiniões,

Fazendo sermões,Dizendo que não vai dar certo.

Quem sou eu:

Nada do que dizem por aí,Talvez melhor,

Talvez pior,Mas e daí?

Afinal, eu não devo nada pra ninguém!

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Diálogo gerando poesia.

Ela:-Passaria noites em claro nos seus braços!

Ele:-Na mais clara escuridão,Noites cheias de paixão.

Ela:-E quando a noite acabar,

Cansada eu sei que vou estar,Mas como coruja viveria trocando a noite pelo dia.

Ele:-Só pela alegria,

Pela tua companhia,Um abrir de olhos com o esplendor da tua simpatia,

Um sonho que eu sabia que viria!Ela:

-E quando o sol assim raiar,Eu sei o sonho não vai acabar,

Pois ao abrir os olhos sei que você ao meu lado vai estar.Ele:

-Estarei agora, e amanhã,Estarei para todo o sempre,

Até no mais triste momento eu vou estar sempre presente,Mesmo distante vou estar por perto,

E por mais que seja irritante,Você se danou,

Porque meu amor é certo!

Descoberta II.

Andando por aí,Olha só o que eu descobri,

Quando mais respeito você deposita,Em menos pessoas você acredita.

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(O que diabos) Você pensa?

Não pense que me atinge com isso, camarada,Pois quando o assunto é você, eu já não escuto mais nada,

Não tente me fazer sentir,O que por você nunca chegou a realmente existir,

Não tente me tirar do sério,Tentando me deixar curioso com seu falso mistério,

Desista de tentar em vão,Me fazer sentir na escuridão,

Pois a vida tem muito mais luz agora,E um mundo novo me espera lá fora,

Um mundo que fica muito bem iluminado,Quando se tem um verdadeiro amor ao seu lado.

Vício.

Já vivi sem ti,Não sei como consegui,

Mas agora que te encontrei,Percebi que há anos já a amei.

Agora vem correndo pros meus braços,Pois é você que eu desejo,

Acalma essa minha vontade de um abraço,Alimenta esse meu vício pelo teu beijo.

Teoria básica.

A melhor peça é a improvisada,A melhor música é a ensaiada,

O melhor encontro acontece do nada,E a melhor paixão,

É a inesperada.

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Sentimentos imprevisíveis, a sorte em cada coração.

As melhores coisas da vida sempre surgem do imprevisto,Como um encontro casual,

Uma universidade sem energia,Como boliche e um casal,

E a estranha alegria no dia a dia.

E também como você,Por quem a cada dia que passa mais me apaixono,Escrevo poemas como nunca e perco até o sono,

Até parece não ser real de tão perfeita a harmonia,Mas por sorte isso é pura verdade, então quanta alegria!

Pois nada é mais revigorante do que seus beijos e abraços,Você agora é tão importante, é a cura dos meus vícios e relaxos,

E dos sentimentos inexplicáveis que sempre ressoaram em meu coração,O único que ouço agora é o da paixão,

Da mais pura e bela paixão.

Pressão batida.

Na pressão das expectativas,Passo batido,

E ouvindo a retrospectiva,Mais e mais quero ficar contigo.

Risos para a torcida!

Eu que animo a torcida,Vejo você rindo de mim quando jogo pérolas aos porcos,

Eu rio de você que insiste numa batalha vencida,Rio de você que merece muito menos que eles,

Os porcos da torcida.

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Nem foi tempo perdido…

Não deixe essa noite acabar,Pois desse sonho não quero acordar,Mas o maldito tempo que é relativo,Sempre voa quando estou contigo.

Mas que voe,Voe pela eternidade,

Eternidade que passarei ao teu lado,Seja no mais belo momento

Ou no mais amargo,Seja o que for ou aonde estiver,

Sempre,Sempre ao teu lado.

Há muito tempo.

Ah, se eu pudesse lhe dizer,Que já esperava por isso há muito tempo,

Mas que também por muito tempo,Eu não soube como lhe dizer,

Que era sempre com você que eu queria estar.

Até a vitória, sempre!

Se for pra morrer meus amigos,Morro em pé, morro lutando,Me recuso a viver ajoelhado,

A assistir a tudo isso sentado, tudo censurado.

Prefiro lutar agora, enfrentar sem medo,Pois afinal liberdade é de longe meu maior desejo,

E por mais que não haja chance nenhuma de escapatória,Vamos tentar, eu e essa juventude,

Entrar para os livros de história.

Dança aí vai!

Antes de criticar minha ideologia meu caro,De uma olhada na sua,

Faça um backup da sua vida e de uma revisada,Pois pode até parecer orgulho besta da minha parte,

Mas eu só aceito críticas de quem realmente demonstra o que pensa,Pois falar em humanidade é muito fácil,

É fácil entrar no ritmo da música dizendo que não quer dançar.

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Descoberta I.

Pensando sobre a vida percebi algo muito errado,Percebi que ninguém muda,

Só mostra seu verdadeiro lado.

Perfeição.

Uma noite para se lembrar,Para se guardar,

E que por mim se repetia,Todo santo dia!

Sorte de coração nobre.

Se a vida fosse um jogo de poker,Apostaria todas as fichas sem medo de qualquer blefe,

Apostaria todas as fichas, mesmo que fosse um dia sem sorte,Garantido de que se não fosse pela minoria que pensa diferente,

Que age diferente, pessoas de coração nobre,De que esse mundo que nos rejeita aos poucos, cada vez mais violento,

Já teria acabado faz tempo,Sem sequer ter dado chance, para um ultimo e triste lamento.

Desafio I.

Refletindo por entre as entrelinhas,Achei de cara o que maioria deseja.

Felicidade, paz e amor?Não, não é isso que a maioria almeja.

Amigos, garotas, talvez um carro?Quem sabe, depende de cada estado.

O que seria então senão tudo isso?Ouça bem e me diga se estou errado:

O que mais a maioria dos seres humanos deseja,Senão tudo o que nem precisa ser alcançado?Senão tudo de todos os que estão a sua volta?

Um acordar pela manhã,E ver um inimigo vencido esmolando defronte a sua porta?

…E me prove que estou errado.

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Voando para o sol nascente.

Um dia bom nunca acontece à toa,E quando acaba vai embora, some para sempre,Como aquele belo pássaro que para longe voa,

E é uma pena que tentar tê-lo de novo,Seja como fugir do sol nascente,

Por mais que se corra,Nunca será rápido o suficiente.

Confuso não?

Será que ninguém mais acha estranho, Que amor rime com dor,

Assim como inteligência rima com negligência, E esperança com vingança.

Devem estar todos confundidos,Pois ultimamente não tenho visto nenhum dos primeiros.

Classe média-alta.

Completo, com tudo embutido,Veja só, por dentro nem tem ruído,Lata reforçada e vidros blindados,Vai te proteger por todos os lados,

Mas tomara que proteja também sua consciência,Pois está cheia com toda essa deficiência,

E já que insiste em se esconder só em vez de lutar,Tomara que se esconda tão bem que nem você mesmo possa se achar.

Novos velhos (di)lemas.

Vamos tentar novamente,Mas agora com alguém diferente,

Sem medo de viver,Sem medo de sonhar,

Sem medo de correr os riscos,Pronto para amar,De novo e de novo,

O quanto for preciso,Afinal cair e levantar,

É o lema que me mantém vivo.

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100 Planos, sem planos.

Quando lhe digo o que sinto,Tento até ser sincero,

Mas sem querer minto,E voltamos ao zero.

Sempre que digo que te amo,Não estou lhe enganando,

Mas sim a mim mesmo,Fico me perguntando.

O que sinto agora?E o que virá depois?

Eu já não vejo a hora,De ficarmos sós, nós dois.

Todo dia é engraçado,A toda hora me apaixono,

Mesmo com você ao meu lado,Um rei perdendo seu trono.

Se eu pudesse controlar,Juro que até arriscaria,

Pra sempre uma só amar,Viver em eterna harmonia.

Todos fingem que entendem,Mas eu sei que é mentira,

Uma distração e eles o prendem,E mostram toda sua ira.

Sei que não me entende,Mas por favor, só me aceite,

Pois há muita gente que tende,A julgar o amor algo indecente.

E peço que não me prenda,Mas me mostre o que sente todo dia,

Pois quem sabe assim eu entenda,Que com você mora minha alegria.

Eu amo o mundo, e você sabe,Confio em todos, nunca escondi,

Mas lhe digo agora a mais pura verdade,Meu maior amor vai ser sempre por ti.

Sou chato às vezes,Mas não é com você,

E sim comigo,Você sabe o porque.

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Tento entender o que vejo,E às vezes fujo um pouco,Dessa realidade que vivo,

Então banco o louco.

Mas voltando aos amores,Não se deixe ferir,

Chega de pensar nas dores,Vamos todos sorrir.

Só porque amo a todos como já escrevi,Não significa que tu vais me perder,Pois não sou nada nessa vida sem ti,

Mas não consigo mudar meu jeito de ser.

Vidas/hora.

Controles quebrados,Barco sem rumo,Alguns trocados,

O suficiente pra tudo.

Quase de vez em quando,Mas nunca quando se espera,

Sempre se preparando,Para a nova face da esfera.

Esfera que gira,Quase parando,Como uma pira,

Que vai se apagando.

E essa é a vida,Que vai indo embora,

Sendo concluída,Hora a hora.

Pôemo .

Queria ver algo acontecer,Mas eu dependia só de escrever,

Fiquei até sem o que comer,Mas acabei deixado de lado,

Sozinho, abandonado.

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Poema esquisito VI.

Na imperfeita geopolítica,De um mundo inacabado,O amor cresce e se cria,

Junto com a estranha ironia,De um poeta embriagado.

Acabou-se…

Acabou-se o espetáculo,Fecha-se a cortina,

Mas deve ter sido melhor,Pois quando as coisas se tornam rotina,

É melhor não insistir,Já que,

Infelizmente,Acabou-se…

(in)certezas…?!

Se nada na vida é certo,Como ter tanta certeza que queremos levar uma vida tão certa?

E como ter tanta certeza,De que a incerteza é uma coisa certa?

Estranha saudade.

Sinto saudade do que eu nem vi acontecer,E também sinto uma estranha agonia,

Pois talvez eu nunca chegue a ver,Aquelas coisas que meu me pai dizia.

Tantas histórias emocionantes,Mas hoje já não tem mais isso,

Nada de brincadeiras interessantes,E tem cada vez mais crianças comendo do lixo.

Mas tem gente que parece não se importar,Não quer ver o que esta acontecendo,É daqueles tipos que desviam o olhar,

E apressam o passo já que está anoitecendo.

Chegam em casa e dormem depois da janta,Acordam e vão atrasados pro ganha-pão,

É aquele tipo de gente que nunca se cansa,De só obedecer ao patrão.

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Sonho coletivo, pesadelo individual.

Era um sonho coletivo,Virou um pesadelo individual,

Tudo parecia tão normal,Agora nem faz sentido.

Acontece muito rápido,É esquisito demais,

Nem parece ter vivido,Pra provar um pouco mais.

Daquilo não deveria chegar perto,Pois todo mundo dizia que não era certo,

Mas o certo ninguém pratica.E às vezes é confundido, e lá vem a crítica.

Nacionalismo.

Onde está o nosso nacionalismo?Acho que esqueceram de nos entregar,

Pois aqui só existe esse patriotismo,E é só quando o Brasil vai jogar.

Se meu povo lutasse enquanto reclama,Se não fossem tantas divergências,

Não teriam nem tempo de pensar em cama,Mas não teriam peso na consciência.

Pastores I.

Pastor e vendedor,Que estranha combinação,

Vendem falsas curas pra dor,E me enchem de inspiração.

Ar podre.

De onde veio esse ar podre,Pra onde foi a parte boa,

Não se sabe mais nada sobre,O que deixou a pessoas tão à toa.

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Como?

Como ser tão tradicional,E ao mesmo tempo revolucionário?

O primeiro causa mal,E o segundo geralmente é autoritário.

Amor de rua.

O que fez a mim amor,Lançou-me uma rede e não consigo sair,

E que estranha é essa dor,Que aparece quando pro teu lado eu não consigo fugir.

Onde estamos agora minha amada,Não reconheço nada mais por aqui,

Mas também não existe mais aquela antiga pontada,Que incomodou-me por anos até que lhe vi.

Qual rumo tomou a minha vida,Pra que lado fica o rumo da sua,

Pois vou comprar a passagem só de ida,Da próxima vez que lhe encontrar na rua.

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Sem truques ok?

Você não pode fazer isso,Não pode deixá-los aqui,

Sem qualquer compromisso,Depois só dizer: ”esqueci!”.

Tem responsabilidades agora,Não pode deixá-los na mão,

Não pode chegar a qualquer hora,Sem sequer uma explicação.

Todos contam com você,Não os decepcione,

Inventando sempre um “porque”,Mas nunca nada que os relacione.

Mas já estamos acostumados,Com toda sua falsidade,Com todos seus atrasos,Sem nenhuma lealdade.

Mas não vamos lhe deixar,Pois o que você não sabe,

Talvez possamos lhe ensinar,Mas só se nos contar a verdade,

E parar de nos enganar.

Acidente I.

No tédio vou e me exercito,Sem querer e com pressa tropico,

Se já não fosse demais quebro o braço,Bom, pelo menos nesse verão evito agora o cansaço.

Dor, dor, assim aquela dor não disse que senti,Mas sim, doeu um absurdo, fazer o que, menti,

Afinal foi tão besta o tombo quanto o próprio autor,Bater de bicicleta de traseira de um jipe PARADO parece coisa de filme de humor.

É ele estava parado, e eu a dezenas de Km/h,Quando percebi tamanha desgraça já estava no médico com a coxa de fora,

Bem, era na coxa ou na bunda a porcaria da injeção,Meus amigos, eu odeio injeção, mas estava sem condições de fazer alguma objeção.

Mas depois que tudo passa a gente ri,Tirando a parte que vou ficar um mês com essa porcaria aqui,

E vendo o lado bom descubro que pelo menos ganhei um pouco de inspiração,Para escrever mais esse pequeno poema e aprender a andar de bicicleta com mais atenção.

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Justiça?acho que não…

O que é a justiça,Senão mais um jogo,

Uma entidade postiça,Que trabalha a ferro e fogo.

Há quem diga que não,Há quem confie as cegas,

Por fora acreditas no perdão,Mas por dentro negas.

Que direito alguém que erra tem de julgar,Quem foi que concedeu tal liberdade,

Que direito qualquer um tem de mandar,Perdemos a noção da realidade.

Quem sabe um dia todos teremos,Direitos e deveres iguais,

Sem variar por onde nascemos,Afinal, não nos dizemos racionais?

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Desabafo I.

Bêbados extrovertidos carentes de afeição,Crianças desnutridas a beira de uma convulsão,

Empresários descontrolados atrasados para uma reunião,Tudo isso num mundo que gira sem direção.

É só mais uma segunda feira de caos na terra da imperfeição,Lugar onde todos vivemos sem nenhuma exceção,

Não sabemos de tudo, mas ninguém liga pra isso não,Pois no final das contas pagamos no cartão.

Acidentes extraordinários sem nenhuma explicação,Crimes horripilantes sem qualquer tipo de razão,

Vários sistemas falhos, mas errado é quem diz que não,E parece que ninguém liga para tanta corrupção.

Assumo a culpa total por qualquer erro de dissertação,Ou fato esquecido que ficou fora dessa composição,

Mas não aceito o fato de viver em tal condição,Pois ou agem de uma vez, ou mais ainda sofrerão.

Brutalidades esquecidas e falsos crimes sem perdão,Nos jornais e revistas manipulação de informação,

Cidadãos em suas casas sofrendo alienação,E crianças desde pequenas com armas em suas mãos.

Tudo isso num mundo que apodrece por tamanha presunção,O próprio planeta já nos rejeita por tanta poluição,

Sinto vergonha por ser dessa raça que já perdeu qualquer noção,De que desvaloriza qualquer tipo de vida se comparada a alguma inovação.

Encerro por aqui, mas só essa edição,Pois voltarei cedo ou tarde trazendo mais indignação,

De só mais um humano, que insiste em dizer não,Para um sistema cruel de controle, que atinge toda a civilização.

Saldos de guerra.

E quando tudo acabar,Onde ficaremos,O que irá sobrar?

O que sonharemos?

Quando a guerra cessou,O que será que sobrou?Do meu querido lugar,

Que um dia chamei de lar.

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Poema esquisito V.

Caridade sem honestidade,Certa ausência de consciência,E praticidade na publicidade,A cada progresso da ciência.

Repressão na constituição,Censores para professores,

A confissão da traição,Anda com dores pelos corredores.

A tolerância pela ignorância,O romantismo sem realismo,

Concordância sem importância,Senilismo com narcisismo.

Patriotas e idiotas,Letrados e amalucados,

Poliglotas de pernas tortas,Inconformados e difamados.

Todos contra todos,Numa sociedade sem vontade,

Perdoados ou encurralados,Se rendem cedo ou tarde.

Praça II.

Lhe encontro pela praça,E quando te vejo,

Você fica sem graça,Mas logo te beijo,

Então você me abraça.

Biografia III.

Levo uma vida toda errada,De vez em quando meio parada,

Às vezes um pouco agitada,Uma vida cheia de nada.

Levo uma vida meio sem graça,Uma vida de média desgraça,

Mas com um pouco de cachaça,Nosso futuro se entrelaça.

Levo uma vida de tanto faz,Com raros momentos de boa paz,Mas o futuro é cada um que faz,

E essa pagina, eu vou deixar pra trás.

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Salvem.

Salvem as baleias,Salvem as crianças,

Salvem nossas veias,Estão cheias de doenças.

Salvem nossa alma,Salvem nossa poupança,Salvem o que quiserem,

Me tirem dessa lambança.

Salve-se quem puder,Salvem o salvador,

Salvem seus programas,Na tela do computador.

Nem toda mudança é má,Nem tudo é do diabo,

Mas vamos deixar pra lá,Eu to ficando enjoado.

Deus? Tsc, tsc, tsc, tsc, tsc…

Não precisamos de nenhum deus,Mas sim de alguma humanidade,

Pra parar de se julgar plebeus,E igualar a triste realidade.

Não precisamos de falsas promessas,Muito menos esperar acontecer,Basta mudar a rota das remessas,

E evitar a fome que faz o mundo apodrecer.

Mas o difícil é convencer alguém,Que está tudo errado, mas pode ser diferente,

O difícil é achar pessoas de bem,Que fariam de tudo pra ajudar essa gente.

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Com leve ajuda.

O homem é produto do meio,Mas estamos ficando meio carentes,

Estamos ficando meio sem meio,Estamos ficando meio doentes.

Penso, logo existo,Se não penso me chamam de burro,

Se penso alto me dizem que é errado,Mas pensar baixo não muda o meu estado.

E quanto a mim, só sei que nada sei,Mas o meu nada já é bastante,

E acho que já cansei,De ser limitado a todo instante.

Até a vitória, sempre,Não desistiremos jamais,

Pois quem sabe pode ser a gente,Que vai mostrar como é que faz.

Jogos de guerra.

A violência pode ser interessante,Pode ser uma boa fonte de renda,

Pode se tornar até hilariante,Como um velho sotaque de fazenda.

Quando transmitida por jogos,Torna-se um ótimo negócio,

Você a espalha por vários povos,E mantém nossos jovens no ócio.

E eles se divertem matando,Negros, árabes, chineses, comunistas,

Todos eles se viciando,Combatendo os “terroristas”.

Lute contra o “mal”,Proteja sua nação,

Mas envie uma declaração formal,Antes de cada invasão.

Pois pra isso que você convém,Para isso que está treinando,

Ou vai dizer também,Que não gostou enquanto estava matando.

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Amor doença.

Esse tal de amor deve ser doença,Deve ser droga ou maldição,

Pois acaba com toda a minha paciência,Mas não vivo sem ele não.

Poema esquisito IV

Leva ele,Leva eu,Lava ele,Livra eu.

Siga ele,Siga eu,

Suga ele,Cega eu.

Tutorial.

Promessas são feitas,Para serem cumpridas,

Regras são feitas,Para serem respeitadas,

Mas as palavras não foram feitas,Para dizerem mentiras.

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Em memória aos escravos africanos.

Sonhos de diamantes,Na Costa do Marfim,

Sonhos todos frustrantes,Nunca chegaram ao fim.

Baixa expectativa de vida,E qualidade de saúde também,

Toda lembrança é uma velha ferida,E são todos gente de bem.

Sugaram-lhe tudo o que tinham,E agora nada mais lá sobrou,

Escravizaram todos que podiam,E ninguém nunca voltou.

Segregaram sua gente,Invadiram suas terras,Atitude inconsciente,

Que agora causam as guerras.

Não existe povo inferior,Não existe cultura dominante,Mas o que existe sim é a dor,

De quem foi vitima de gente ignorante.

Queria poder.

Queria poder viajar,E ver todas as diferenças,Queria por os pés no mar,

E não pegar nenhuma doença.

Queria poder correr,Até todos os quatro cantos,

Queria não ter que ver,O mundo todo dia aos prantos.

Queria poder clicar,No voltar na vida real,Queria poder cantar,

Que o nosso mundo é ideal.

Queria não ter que pagar,Pra pensar se valeu a pena,

Queria poder ajudar,Aqueles que ficam fora de cena.

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Natureza.

Tão bela é a natureza,Um exemplo de harmonia,

Fonte de infinita beleza,Fonte de infinita alegria.

Os mais variados animais,Todos vivendo em conjunto,

Todos vivendo em paz,Todos do mesmo mundo.

É grandioso o voar dos pássaros,É incrível a agilidade felina,

É assustador o urso abrindo seus braços,Tanta beleza me alucina.

Florestas tropicais,Rios, lagos e oceanos,

Plantas e animais,Tantos são os meus planos.

Sonhe teu mundo.

Temos que ter nossos ideais,Temos sempre que lutar,Podemos tentar todo dia,

Não vamos nos deixar controlar.

Então durma bem e não queira acordar,O mundo aqui fora é feio e ruim,

E você só tem uma alternativa: sonhar!Sonhe e construa teu mundo próprio,

Feito do que você gosta e de quem ama,Sonhe um mundo perfeito,

Eu vigio teu sonho aqui de fora.

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Ignorância na fé.

Você pode até se comportar,Viver tranqüilo, bem pacato,Sonhando com aquele lugar,

Aonde o tédio vai te encher o saco.

Vivem rezando sem se incomodar,Com os males da sociedade,

Só querem ir para o céu e lá morar,Fazendo não se sabe o que pela eternidade.

Se é um lugar perfeito,E é tudo constante,

O que lá vai ser feito,Já que não há objetivo restante.

Por isso eu me preocupo com o atual,E não digo que tudo é punição divina,

Pois o verdadeiro mal,Está em não dar à mínima.

Despercebido.

Passado é passado,Futuro é futuro,

Tenho andado cansado,De ficar em cima do muro.

Pra que lado cair,E pra onde correr,

Depois que tudo explodir,O que vamos fazer?

Quero saber o porquê,Tudo isso aconteceu,Ou porque só você,Que não percebeu,

…Que te amo.

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Mundo estranho,risadas a parte…

Mantenha seus olhos bem abertos,Não acredite em falsas idéias,Não parecemos tão espertos,Falsos aplausos,boa platéia.

Aplaudimos em pé,O crime perfeito,Foi feito com fé,

Não deixou suspeito.

Corpos espalhados,Rasgados,mutilados,

Pela bomba que explodiu,Ninguém sabe,ninguém viu.

Mas as eleições estão chegando,Vá logo vá votar,

Afinal,alguém tem que ganhar,(Alguém) Tem promessas a quebrar.

Monopólio,Poder centralizado,Ricos sempre ricos,

Povo sempre quebrado.

Mas isso não é importante,O importante é saber perdoar,

O estranho é que a cada perdão,Um tiro é disparado em sua direção.

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Relaxa, vamos sem pressa…

Tá ficando complicado de escrever,Sobre qualquer coisa que não seja amor,

E eu to começando a perceber,Que eu to fugindo da realidade meu senhor.

Tem tanta coisa que precisa ser dita,Mas todo mundo insiste em não falar,Tem tanta coisa ainda pra ser escrita,

Mas são poucos os que chegam a se arriscar.

E eu to cansado de ver tudo dando errado,Na minha vida, na dos outros e no mundo,

E esse povo anda tão relaxado,Depois dizem que sou eu o vagabundo.

Quanto a mim já não sei o que esperar,Cada minuto é uma incógnita que começa,

Só sei que não parar de lutar,Mas também não vou mais com tanta pressa.

E devido a alguns ataques de inspiração,Vou escrevendo de pouco em pouco,

Às vezes movido por paixão,Às vezes fingindo ser meio louco.

Por que diabos?

A vida ao avesso,Tudo ao contrário,

Como um braço com gesso,Deve estar fora de horário.

Uma piada sem graça,É uma contradição literal,

Mas sempre há um que a faça,E depois se ache o tal.

Um poema sem assunto,Por que diabos alguém o escreveu?

Ou será que eu pergunto,Por que diabos ninguém o entendeu?

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Mundo.

O mundo é o que a gente faz,A gente faz o que gosta,

Então pense antes de reclamar da vida,Pois você já sabe qual vai ser a resposta.

Você vive no mundo que construiu,Ou no que dele sobrou,

Você vive no mundo que destruiu,Por que nele não pensou.

Praça I.

Ando sempre pela praça,Cumprimento quem passa,Até o casal que se abraça,

Namorando pela praça.

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O bom cidadão.

O que importa são atitudes,Boas ações, honestidade,Essas são boas virtudes,

E que geram a igualdade.

Infelizmente hoje em dia,Não vejo tanto isso como queria,

Tanta desconfiança e injustiça,Num mundo que gira sem harmonia.

Algo escapou não se sabe pra onde,Sumiu e faz muita falta,

Agora tudo fugiu de controle,Mas parece que não importa.

E parece a cada dia piorar,Mas ninguém quer perceber,

Todos ensinados a não questionar,A regra desde o berço é obedecer.

Agora o bom cidadão se curva,E trabalha como louco,

Não vê que a realidade é turva,E que o que lhe sobra é pouco.

Não pensa no dia seguinte,Pois não dá tempo de sonhar,

Sequer ganha seu holerite,E já começa a chorar.

E essa liberdade condicionada,Que se acostumou a obedecer,

Agora não lhe fornece nada,A não ser mais trabalho a fazer.

E que não faça para ver,O deixam sem comer,

Pois aqui só merece comida,Quem entrega a própria vida.

Senão jogam-lhe ao vazio,Dormindo nas ruas com a miséria,

E nunca mais lhe dão outra chance,De chegar perto de ser classe média.

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Poema esquisito III.

Escrevi o que nem aconteceu,Mas faz de conta que passou,Acho que ninguém percebeu,Então me diga o que sonhou.

Eu vi você vindo pra cá,Sonhei com você já aqui,

Mas de repente tudo foi mudar,E eu me peguei numa estória de gibi.

Tudo acontece dum jeito muito louco,Não dá pra explicar não,

Mas eu acho que tudo isso ainda é pouco,E estamos ficando sem razão.

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Sacrifício sem recompensa.

Não é difícil mudar o mundo,Só é preciso a coisa certa,Deixar o egoísmo de lado,E manter a mente aberta.

Aberta para novas idéias,Ter a coragem de um revolucionário,

Pois ter consciência disso,Já é meio caminho andado.

Um caminho tênue,Longo e cansativo,

Repleto de burocracia,E interesses escondidos.

A maioria desiste,Os que continuam são raros,

Grandes guerrilheiros,Num mundo de dinossauros.

Munidos com uma causa nobre,Extinguir toda diferença,

Acabar com injustiças,Sem exigir recompensa.

Sacrificam seu tempo,Seus prazeres individuais,

Pois não ligam pra isso,São movidos por ideais.

Classificam-me como um desses,Mas não mereço esse mérito,

Pois nada fiz ainda,Se comparado ao grande Ernesto.

À moda antiga.

Quero um amor à moda antiga,Um amor do século passado,

Quero um amor como o daquela cantiga,Quero alguém sempre ao meu lado.

Quero um amor diferente do resto,Um amor simples e prático,

Quero você com o coração aberto,Quero te amar do jeito clássico.

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À bandeira.

Esse poema é sobre a bandeira,Mas também fala sobre o Brasil,

Pátria de beleza verdadeira,Que se destaca entre outras mil.

Na cor verde vemos a beleza,De uma flora onde não falta nada,

E a admiramos com a certeza,De que somos uma nação lisonjeada.

No amarelo vemos o mineral,Que nos foi roubado mas não faz falta,Mas que por sua posse fizeram o mal,

A quem mais lhes respeitava.

Chegamos agora no azul,Que representa o céu e as águas tão límpidas,

Enfeitado a noite com seu cruzeiro do sul,E ao amanhecer com as aves mais lindas.

E no centro de nossa bandeira,Temos a mais bela constelação,

Formada por cada um dos estados,Que constituem uma forte nação.

Mas já prevendo o nosso sucesso,Ainda existe o mais importante,

A frase: Ordem e progresso,O lema que nos leva adiante.

Vida.

A vida é rápida,Passa ligeiro,

Mas não fica sem graça,Se vivida por inteiro.

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Comunismo e capitalismo.

Maldito capitalismo,Com suas classes e propriedade privada,

Prefiro o comunismo,De Marx e com economia planificada.

Nada de liberalismo,Sem essa de não intervenção,E aquele tal de macarthismo,

Violência sem razão.

O que é que virou esse mundo,Cheio de direitas e esquerdas,Parece um poço sem fundo,

Onde o que cresce são só as perdas.

Doutrinas e mais doutrinas,Chega de humilhação,

Propinas e mais propinas,Estou cansado de corrupção.

Fazendeiros e ambientalistas,O tal do papa e a ciência,

Todos são só artistas,De uma comédia sem consciência.

E o que mais querem controlar,Se tudo o que existe já era,

Pra onde mais vão nos mandar,Antes foi auschitwz e agora a Sibéria.

E aquilo tudo no oriente,Onde estão as mil e uma noites,Pra que massacrar tanta gente,

Por mais dinheiro e algumas fontes.

O mundo tá acabando,E eles querem ir pro espaço,

Não vêem que estão se atolando,Que estão fazendo papel de palhaço.

E até qual numero será que agüentamos,Até agora já foram 1 e 2,A 3ª nós até já tentamos,

Mas no final ela não esquentou.

Invadem a sua casa,E tiram o que é seu,

Não estou falando por nada,Mas acho que um erro alguém cometeu.

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Eu não estou do lado deles,Mas também não estou do teu,Eu acho que sou um daqueles,Que não acreditou no que leu.

Mas a esperança eu não perco jamais,Por mais que o mundo me bata,Vou continuar correndo atrás,

Não vou viver na desgraça.

No gerúndio.

Será que é tão complicado,Enxergar o que ninguém mais consegue ver,

Será que tem algo de errado,Não ter nada pra esconder.

Quando se usa o silêncio,A gente aprende a justificar,

Mas quebrando o sigilo,Ninguém consegue explicar.

E (tudo) o que a gente condena,É exatamente tudo o que a gente faz,

E não adianta ter pena,Pois o sistema é você que faz.

Porque se há crianças trabalhando,É porque alguém está lucrando,E é você que está comprando,

Financiando.

Se o planeta está morrendo,Porque você não esta separando?

Porque discriminam quem vive coletando,Reciclando.

Há guerras acontecendo,E pessoas morrendo,

Por que você não questiona,Porque continua obedecendo?

Como conseguem dormir,No meio de tanta desordem,

Como é que conseguem sorrir,Enquanto muitos outros sofrem.

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Pó de mico.

Imagino minha vida como antes,E depois vivo e vejo-a agora,

Mudaram vários os semblantes,O que verei então mundo afora?

Mandei cartas, enviei presentes,Embrulhei sentimentos,

Que em vários momentos,Estiveram ausentes.

Mas quem foi que lembrou,De nos contar as regras,

Pois nada chegou,Perderam-se as entregas.

Perderam-se numa sociedade,Que se corrói por si só,

E se corroerá pela eternidade,Até então virar pó.

Cada um na sua.

Cada um na sua vida,Mostrando como se faz,

Depois que a humanidade foi perdida,Depois que se descansou em paz.

Não alimentam esperanças,E tudo o que dizem é bobagem,

Não ligam para as crianças,Que sofrem nesse mundo selvagem.

Maldita raça,Não sabe o mal que faz,

Até agora só causou a desgraça,E ainda se diz defensora da paz.

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Lágrima negras.

Aqui os corações ainda choram,Lagrimas negras pelas pessoas que morrem,

E por elas as pessoas matam,Ignorando o mal que fazem.

Toda manhã uma família acorda,Mas um membro ainda dorme,

Dorme enquanto a família chora,Abalada pela dor enorme.

Choram com sede,Não de vingança,

Mas sim de comida e água,E também segurança.

E a cada manhã sangrenta,Questionam tamanho massacre,

Pois a cada ano que entra,Nunca se termina o combate.

E a tecnologia como sempre “ajuda”,Com novas armas pra testar,Nem dá tempo pra uma fuga,

Todo dia uma nova bomba pra lançar.

Enquanto isso lágrimas rolam aos montes,E todo dia pessoas ainda morrem,

Não vêem que a vidas são mais importantes,Do que alguns muitos dólares.

Brigo sozinho.

Sim, eu falo sozinho,Isso eu não omito,

O papo começa baixinho,Mas logo logo vem um grito.

Pode parecer um pouco engraçado,Mas na verdade, é muito,

Pelo menos vou pra qualquer lado.E nunca fico sem assunto.

Eu só fico meio aflito,Quando as opiniões são diferentes,

Aí eu me irrito,Calo a boca cerro os dentes.

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Um com o outro.

Me ajude a lembrar,Eu lhe ajudo a crescer,

E eu lhe ajudo a sonhar,Se me ajudar a viver,Me ensine a alegria,Eu lhe ensino sorrir,Me mostre a magia,Me ensine a ouvir.

Quem sabe uma profecia.

A sobrevivência não é levada a sério,Até que invadam seu espaço aéreo,

E aí pronto!Mais uma guerra começa,Sem data de validade,

Enquanto houver necessidade,Um tiro pra cá um míssil pra lá,Nada que não seja calculado,

Afinal nunca estamos todos do mesmo lado.

Mas um dia isso para,Tomara que um dia pare,

Pois no final a conta pode ser cara,E pode ser que ninguém pague.

Ou pode ser pior,Algo pode acontecer,Podemos causar dor,

A quem não tinha nada a ver.

Ou talvez a grande mãe se canse,E comece a nos recusar,Pois ela nos deu tudo,

Mas ninguém soube usar.

Não se sabe como ou por que,Só se sabe que aconteceu,A gente começou a pensar,

E foi aí que a nossa paz morreu.

Falam em desenvolvimento,Orgulham-se de sua tecnologia,

Mas se esqueceram que por um momento,Era só a necessidade que os movia.

Agora se enchem de luxo,Riquezas e banalidades,

Enquanto muitos não têm nada,Nem para as enfermidades.

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O que aconteceu com essa gente?Escraviza irmãos para ter mais capital,

Que espécie de animal faz isso?E ainda tem coragem de se dizer racional.

Me envergonha fazer parte dessa raça,Me dá nojo o sorriso dessa gente,

Que vive na luxúria e tem tudo de graça,Enquanto alguma criança morre doente.

E me desanima pensar no poder que já adquiriram,Enquanto muitos bons morreram sozinhos,

A igualdade era só o que queriam,Mas foram jogados aos espinhos.

Agora adoramos ídolos fajutos,Vivemos uma política de pão e circo,Num mundo cada vez mais corrupto,

Onde o único sonho é ficar rico.

Você que eu amo.

Quando penso em você,Fico exaltado em alegria,Mas pergunto o porquê,Não nos vemos todo dia.

Pode parecer estranho,Talvez até bonito,

Mas é você que eu amo,Não tenho medo e admito.

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Biografia II

Às vezes não me entendo,E olha que eu me esforço,

Mas quando quase me compreendo,Quase me dá um troço.

Deve ser da idade,Dezenove anos é muito tempo,Ou eu perdi alguma habilidade,

A de se concentrar por exemplo.

Parece pouco pra quem tem mais,Ou muito pra quem tem menos,Mas todo mundo sabe o que faz,

E quem é que liga mesmo?

E a minha vida que coisa louca,Nunca esperava algo desse tipo,

Vão saindo palavras da boca,E agora pretendo escrever um livro.

De que vive o poeta?

De que vive o poeta senão da beleza,De que vive o poeta senão da liberdade,Vive também da inspiração da opressão,

Mas sobretudo da pureza escassa da humanidade.

Força sempre.

“Força sempre”,Foi o que disse o poeta,

Mas às vezes certa fraqueza,Pode ser a coisa certa.

Ah,esse amor…

Ah, se todo esse amor fosse pra mim,Ah, se todo esse amor não fosse clichê,Ah, se todo esse amor fosse sem fim,

Assim como é o meu por você.

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Vamos.

Vamos correr sem rumo certo,Vamos pra um lugar bem distante,

Vamos nadar pra mar aberto,Vamos pra um lugar mais importante.

Vamos sair procurar a liberdade,Vamos sair sem olhar pra trás,

Vamos atrás da felicidade,Vamos buscar nossa paz.

Idéias, Memórias e sentimentos.

Onde se escondem as belas idéias?Para onde foram todas as minhas?

E por que será que é tão difícil,Se expressar em algumas ou várias linhas?

E as memórias,Por que não podem ser gravadas?

Por qual motivo não se pode fazê-lo?Por que podem ser apenas lembradas?

Sem citar vários dos sentimentos,Que nos indagam a cada dia,

Que marcam todos os momentos,Com ódio ou alegria.

Vontade e liberdade.

O que me falta não é vontade,Muito menos assunto,Mas sim a liberdade,

De ser diferente do conjunto.

De poder ser e pensar,De ter certa mentalidade,

De poder ver e mudar,O que tanto contradiz a verdade.

Pois tudo isso já me encheu,Já passou de qualquer limite,Mas do jeito que se escreveu,

Ainda há gente que imite.

E o que falta não é inteligência,Mas sim oportunidade,

E talvez em alguns a consciência,De parar de negar a verdade.

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Crenças & Desentendimentos.

Por que quem entende física,Não entende matemática?

Por que ninguém se entende?

Pó que quem acredita na biologia,Não vai a igreja?

Por que ninguém acredita em si mesmo?

O porquê de tantas guerras,Ou de tantas estradas?

Se todas levam ao mesmo lugar.

O dom da inteligência,É também uma maldição,Se usado com negligência,

É o caminho para a extinção.

E os sonhos para onde vão?A esperança e o amor,

Mandados presos,Para um campo de concentração.

Não é errado ser diferente,Seja útero ou canal deferente,

Somos iguais,Animais “racionais”.

Negros,brancos,asiáticos,Religiões diferentes,mas o mesmo ideal,

Fazer o bem e desfazer o mal,Então descarregue a sua consciência e não seu arsenal.

Incógnita.

Eu não quero dormir,Se dormir não quero sonhar,Se sonhar não quero acordar,Se acordar não quero dormir…

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Amor no limbo.

Vivemos no limbo,Sem saber o que fazer,

Sem sentido e sem abrigo,Esperando algo acontecer.

Mas é aí que mora a emoção,Não sabemos o que vai dar,Só agimos com o coração,

Procurando alguém pra amar.

Crianças.

Tão bela é uma criança,Com sua inocência e simplicidade,

Enche-nos de esperança,E pensar que o que a salva é a sua curiosidade.

Pena que em poucos anos são corrompidas,Pois acham que já sabem de tudo,

E é tão triste ver essas simples vidas,Se perdendo sem conhecer o mundo.

Param de perguntar sobre tudo,Pensam somente em si mesmos,Mas começam a ficar contudo,

Ignorantes e desatentos.

Pois agora tudo já vem mastigado,Pronto pra memorizar,

O conhecimento bruto foi descartado,Não se precisa mais lapidar.

Nossas crianças nascem para consumir,São planejadas por quem nem conhecemos,

E quase não terão tempo para sorrir,Porque foi assim conosco até envelhecermos.

Gostaria que quem lesse essa composição,Se dedicasse para torná-la errada,

Gostaria que se dedicassem de coração,A fazer de seus filhos pessoas sensatas.

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Talvez um dia.

Tenho andado distraído demais,Não sei por que, só que é demais,

Nada tem dado certo, e tem tanta coisa ainda.

O tempo parece nunca passar quando a gente quer,Mas parece sempre voar sem nunca lembrar,Você acorda um dia e de repente tudo muda,

Tudo vira um “deus nos acuda”.

Sem sentido e sem história,Vários momentos esquecidos,

Mas nosso dia vai chegar,Um dia a gente vai ter a nossa vez.

Não vamos parar de lutar,Não vamos deixar de viver.

Qualquer dia desses a coisa muda,Qualquer dia desses o povo se ajuda.

Luta junto, por uma causa comum,Unem-se todos e formam um.

Mas quando será?E se já foi,

E se nunca adiantar?Quem é que vai saber,

Se nunca tentar.

Por que?

Por que com tanta comida nas prateleiras,Tanta gente vive na miséria?

Por que nem com o derretimento das geleiras,Eles não aceitam nenhuma idéia?

Por que alguém cospe no prato onde come,Do mesmo jeito que polui o rio que lhe mata a sede?

Por que será que usam sempre o mesmo nome,Pra justificar o mal que se sucede?

E o porquê de tantos “por quês”,Se nenhum deles alguém contesta?

Por que usar tantos clichês,Se no final das contas nada nos resta?

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Biografia I.

Eu tinha uns amigos e um cachorro,Alguns familiares legais,

Isso era tudo o que eu tinha,Nada de mais.

Jingle da natureza.

Problemas deixados para trás,Em algum lugar, cujo nome você que faz.

Sorrisos esquecidos lá na rua,Acho que aquela era a rua da amargura.

Pensamentos voando livres por aí,Acho que eu vi algum passar por aqui.

Mas eu sei você sabe, só estamos brincando,Vamos se juntar a quem esta cantando.

Enquanto a gente voa num pedaço de papel,Tem muita gente aí rabiscando o nosso céu.

Enquanto a gente nada num prato de sopa,Tem gente por aí jogando lixo da popa.

Enquanto a gente corre pelo desfiladeiro,Tem que ficar de olho em cada fazendeiro.

E enquanto a gente sonha o mundo perfeito,Tem muita gente aí que só pensa em dinheiro.

E eu sei que essa batalha é arriscada,Mas não desista nunca da terra adorada.

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Bélicas artes.

Pessoas morrendo,Sem nenhuma compaixão,

E algumas explodindo tudo,Mas tudo pela religião.

Pessoas sofrendo,Sem água nem comida,

Vítimas da própria pátria,Vítimas da própria vida.

Guerras e mais tragédias,Famílias desesperadas,

Bombas e balas perdidas,Crianças desabrigadas.

Pessoas guerreando,Armadas e temidas,

Gastando mais dinheiro com armas,Do que com comida pra quem precisa.

Tudo sem sentido,Mas sempre dão uma explicação,

Já que pra eles toda guerra,Sempre traz uma evolução.

E a cada bala disparada,Mais uma vida perdida,

Mas ninguém mais se preocupa,Ninguém dá mais sentido a vida.

Quantos ainda cairão,Até que o mundo acorde,E perceba que a violência,

Nunca foi sinal de ser forte.

Famílias sofrendo,Perdendo entes queridos,Todos vítimas da guerra,

Todos escravos do perigo.

E nem em suas próprias casas,As pessoas vivem mais em paz,Já que a bala que erra seu alvo,Sempre faz um estrago a mais.

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Decisões.

Como é que fica essa situação,Quando tudo é duvidoso,Como tomar uma decisão,

Sem deixar de ser cuidadoso.

E como saber com certeza,Aquela que não faz mal,

Como saber a que não traz tristeza,De efeito colateral.

Pra cada situação,Uma indecisão,

E pra cada certeza,Mais uma tristeza.

Tudo com bom humor.

Beleza e simpatia,Graça e juventude,

Tantas são tuas qualidades,Mas dentre todas,

A que eu mais admiro,É o seu bom humor!

Cega razão.

Se tudo começou numa explosão,E é sempre vitima de corrupção,

O que nos resta então,Senão contestar essa cega razão.

Teu sorriso.

No teu sorriso lindo,Encontro o que preciso pra viver,

Então lhe faço sorrir de novo,Só pra ao teu lado ver o dia amanhecer.

Estranho ciclo.

Nasceu pensando,Morreu sabendo,Viveu tentando,

Nasceu morrendo.

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Saudade e caminhos trocados.

Num mundo onde não existem valores,A não ser em termos monetários,

Num mundo cheio de dores,De pensadores solitários.

Diante de tanta modernidade,Perto de tanta tecnologia,

Chega a faltar espaço,Para tanta saudade,tanta nostalgia.

Ideais nascem e morrem,Sem ao menos serem batizados,Pois apresentam perigo extremo,Aos que estão sendo utilizados.

Não conheço palavras difíceis,Também não as gosto muito de usar,

Então escrevo versos sinceros,Fáceis de interpretar.

A mensagem que passo é simples,Como uma propaganda de refrigerante,

Não gostei do futuro que participei,E agora faço parte de um povo ignorante.

Não entendo, no entanto,Como isso aconteceu,

(Pois) Estávamos no caminho certo,Acho que nosso líder se perdeu.

Um,dois,um,dois.

O homem alimenta sua fome de razão,Os dois lados estão certos,

Errado é quem diz não.

Um,dois,um,dois,Matar sem se arrepender depois,

Nosso grito de guerra defendendo a nossa terra.

Nosso amor doentio pela pátria querida,Nossa ânsia de chegar a terra prometida,

E que depois da desgraça,toda a nossa vida renasça.

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Blues do tédio.

Vamos dar uma volta,Pro lado de lá,

Vamos gastar nossa cota,Quem sabe até viajar.

Não sei mais que ninguém,Mas ainda sou muito bom,

Vamos fazer com que alguém,Nos mostre o dom.

Às vezes fico perdido,Sem ter pra onde ir,

E também contundido,Mas com motivo pra rir.

Me de um abraço,Me compra um cão,Cura meu cansaço,

Me de sua mão.

Não sei o que falo,Nem o que escrevo,To meio abobado,

E um pouco travesso.

Deve ser o calor,Ou quem sabe a comida,Ou talvez seja essa dor,Que eu trago na vida.

Mas vamos parar,Por um ponto final,

Acho que vou passear,Lá perto do terminal.

Sem mais nem menos,Sem contradição,Ou pelo menos,

Sem perder a razão.

Quem sabe o que acontece,Após a conquista,

Ou depois que escurece,Depois de alguma bebida.

Deve ser nossa alma,Que sai por aí,

Mas vamos com calma,Só pra garantir.

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Pois já me lembro,Da ultima vez,

Isso vai corroendo,O que você fez?

Eu pedi uns conselhos,E você não me deu,Eu pedi de joelhos,

Mas você esqueceu.

Agora tudo é errado,E vai piorando,

Tenho andado assustado,E até suspirando.

Agora me diga,O que a gente faz?Canta uma cantiga,

Ou descansa em paz?

Pra que mentir,Se é tudo tão belo,

Vamos sorrir,E correr de chinelo.

Vamos voando,Não se sabe como,Vamos cantando,

Antes que nos de sono.

Agora a gente vive,Já amanhã vai saber,Mas não fique triste,Vou ficar com você.

Até tudo acabar,Só pra você sorrir,

E poder sonhar,Depois que dormir.

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Existência humana.

Num mundo onde a verdade machuca,E a mentira é a melhor anestesia,

A existência humana é doença incurável,Nada mais do que uma apatia.

Nada mais que um verme suicida,Vivendo pra destruir tudo o que necessita,

Seja sua água ou sua comida,Ou pior, o planeta que habita.

Anti-horário.

Por mais que se tente,Vai ser sempre assim,

Nem tão frio nem tão quente,Nem pra você nem pra mim.

Quanto mais se espera,Mais parece demorar,

Então alguém se desespera,E decide atacar.

Quem falou que não,Quem foi que disse o contrário?

Quem tem razão?Vamos sentido anti-horário.

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Sentimento globalizado.

De onde veio essa tristeza,Olhe em volta, veja o mundo,

Tanta maldade e frieza,Nosso povo não anda mais junto.

E veja esse ódio,Sinta esse rancor,

Crianças morrendo,Junto com o nosso amor.

Mas não quero lembrar disso,Também não quero que veja isso,

Pois você sempre me fez sorrir,Então não vou lhe fazer chorar.

Minha saudade vazia,De tempos nunca vividos,

Quanto mais nos separam,Mais estamos unidos.

Corra e aprenda.

Corre,corre,Pula,pulaPia,pia,

E tudo bica.

Miniatura de bicho,Bonsai de galinha,Olha tudo de lado,

E come muita farinha.

São engraçados demais,E às vezes confusos,

Mesmo sendo naturais,Vasculham por tudo.

E porque eu escrevi isso,Ainda não sei dizer,

Só sei que de tudo o que existe,Tenho muito a aprender.

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Cinco aulas, Música e alguns sonhos.

Todo dia acordo,E nem sempre levanto,

Mas com preguiça, no entanto,Tomo um banho enquanto canto.

Logo depois tomo um café,E brigo com o meu cabelo,

Vou pro colégio a pé,Com uma leve dor no tornozelo.

Cinco aulas,Quatro horas,

Logo uma música,E eu ando algumas quadras.

Moro perto,Não reclamo,

Até gosto,Não, amo!

Tem gente que não,Tem louco pra tudo,Vai mal no colégio,

Depois tem que pagar os estudos.

Eu não,Gosto de aprender,

Mas não qualquer coisa,Só o que eu pretendo ser.

Eu penso em mim,Penso em dinheiro,

Me pergunto o que o mundo precisa,Pois parece um grande chiqueiro.

Ás vezes penso que dá pra mudar,Ás vezes quase desisto e me entrego,

Mas não se pode parar de sonhar,E obedecer a esse sistema eu me nego.

E enquanto isso a vida continua,Todo dia acordo,

E nem sempre levanto,Mas com preguiça, no entanto…

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Passeio na cidade.

Passeio pela cidade e reflito,Começa a chuva e apresso o passo,

Mas logo logo o dia fica bonito,E o ar quente vem como um abraço.

Minto se digo que não gosto,Ou se não bato um papo sozinho,

É que tem algo em cada rosto,Que me deixa um tanto “alegrinho”.

Me dizem que sou estranho,Mas de estranho todo mundo tem um pouco,

Eu sou só alguém que tem um sonho,E que às vezes é confundido com um louco.

Planos por panos.

Tentaram me ensinar a não ver,O que se passa por baixo dos panos,

E não me disseram o que ia acontecer,Se eu atrapalhasse seus planos.

Agora ninguém mais sabe o que faz,Todo mundo anda muito assustado,

Acho que nunca mais terei aquela paz,Nem o mesmo futuro já planejado.

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Sonho esquisito.

O que passamos,E o que ficou,

O que perdemos,E o que sobrou?

Onde estamos,E para onde vai,

Será que tentamos,Ver aonde sai?

Será que tem jeito,O que diabo é isso,

Dá pra tirar proveito,Ou só dá prejuízo?

Que sonho esquisito,Mas não quero acordar,

Pois pelo menos no meu sonho,Ninguém quer se matar.

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Se puder dar lucro.

Vai carro,vem carro,Haja gasolina,

Bate carro e voa carro,E a impunidade nos contamina.

Sobe vapor e desce água,E de quem é a culpa então,

Se jogam lixo nos rios,E eles alagam um quarteirão.

E a violência pra que serve,Senão para dar lucro,

Para quem controla a plebe,E se esconde atrás do muro.

Mas que venham as olimpíadas,Copa do mundo e alguns turistas,

Pra que se aqueça a economia,Que lucrem as revistas.

Mas eu não entendo como é capaz,Se gastar tanto dinheiro em obras,

Já que há muitos anos atrás,Chamavam de inviável todas as propostas.

E é incrível o interesse que se tem,Quando certas coisas vão acontecer,Já que eles podem lucrar também,

Fazem seu nome aparecer.

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Saudade.

Que saudade daquela coisa antiga,Daquela liberdade que diz a cantiga,

Daqueles tempos em que a gente sorria,Daquela época que meu pai descrevia.

Que saudade daquele tempo perdido,Daquelas horas que a gente ficava distraído.

Daqueles tempos da brilhantina,Da cor da esperança em cada retina.

Que saudade daquela vontade,Daqueles olhos cheios de curiosidade,

Daquela infância bem divertida,Das varias escolhas durante toda a vida.

Que saudade que eu sinto,Tanta que às vezes choro não minto,

Que pena que tudo passou,Que triste que quase nada mais sobrou.

Juventude.

Minha juventude anda perdida,Em caminhos planejados,

Onde a verdade é escondida,E somos todos controlados.

Minha juventude ainda acredita,Ou pelo menos é o que eu penso,

Já que nela o mundo credita,Toda a responsabilidade e o bom senso.

Minha juventude nasceu lutando,Contra um inimigo que não conhecia,

Mas agora ela vai se acabando,Inocentando um inimigo que perecia.

E o que eu escrevo de forma mansa,Arrisco chamar de profecia,

Já que a nossa maior doença,É toda essa tecnologia.

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Poema esquisito I.

Nada com um belo horizonte,Simplesmente uma bela paisagem,

Grande como um rinoceronte,Ruminando sobre alguma pastagem.

Emocionantes novos lugares,Penetrantes como uma agulha,Emoções que vivem aos pares,

Que nos fazem sentir a felicidade pura.

Mas quando volta a ser como era,O que volta também é a nostalgia,Que lhe acerta como uma pedra,

Quebrando toda a harmonia.

Tá tudo errado.

Se isso não presta,Se o mundo se foi,O que nos resta,

Nem deu pra dar um oi.

Então pra onde vamos,Pra onde fugir,

E tudo o que deixamos,Tudo o que faz sorrir.

Começando do zero,Vai ser meio lento,

Como começar do teto,De um apartamento.

E tá tudo tão fraco,E meio fosco.

Mas vamos caco a caco,Vamos sair do poço.

E agora um recado,Pra quem quiser ouvir,

Tá tudo errado,Me ajudem a corrigir.

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Não se engane.

Me chamam de maluco,Psicopata comunista,

Mas não acredite,É só boato de revista.

A questão é que eu cansei,Cansei de ver tudo errado,

Enjoei disso tudo ao meu lado.

Cansei de ver miséria,Quase morri com essa corrupção,

Tudo isso num país rico,Quanta decepção.

Conformismo e comodismo,Que acontece com meu povo,

Viciados em novelas,Fazem papel de bobo.

Para onde foram as colunas,Caras pintadas e inconfidências?

Foram elas escondidas?Apagadas de nossas vidas?

Ou estarão esperando,Por talvez mais uma gota,

Para que assim o copo transborde,E talvez aí,minha gente acorde.

Poema esquisito II.

Te tiro daqui,Vamos pra outro lugar,

Mas eu lhe garanto uma coisa,Sempre vão nos achar.

Te levo pra fora,Vamos bater um papo,

Mas lhe garanto de novo,Estão em nosso encalço.

Te faço enxergar,Te mostro o meu lado,

Mas não lhe garanto mais nada,Pois já pode ter acabado.

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Sujeira.

Não tenho nenhum dinheiro,Também não tenho onde arranjar,

Mas pelo menos não tenho esse cheiro,Pior que o de peixe no mar.

Dinheiro pra mim é a coisa mais suja,Justificativa pra se matar,

Contamina toda coisa que é pura,Tem sempre alguém querendo ganhar.

E pensar que é difícil isso ter um fim,Me deixa meio deprimido,não muito afim,Mas tem sempre algo que me faz acordar,

É a esperança de que um dia isso vai acabar.

Algo sobre amor.

O amor no escuro,É sempre triste,

Já que não se vê a paixão.

Amar o perdido,Deixa confundido,Esse fraco coração.

E essa vida,É muito rápida,

Varias coisas passarão.

Mas as coisas lindas,As coisas muito mais que lindas,

Essas ficarão.

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Alienação.

Correndo sempre pro mesmo lado,Vivendo sempre no mesmo hábito,

Já que desde pequeno nos é ensinado,A obedecer um certo estado.

Ensinados a não questionar,Ensinados somente a trabalhar,

Não encorajados a pensar,Pois poderiam se revoltar.

Preferem nos deixar guardados,Escondidos numa caverna,

Onde os sonhos são segregados,Enquanto nos contam estórias de caserna.

Vida extra.

A melancolia de um rapaz sonhador,Transforma-se em palavras,Pensa então que é escritor,E sai a andar pelas estradas.

Logo na primeira encontra uma vida,Procura saber de quem é,Parece perdida, banida,

Ou caiu do bolso de quem passava a pé.

Ela chora, esperneia e xinga,Quer saber o que aconteceu,

Tenta de tudo, mas nada vinga,“Onde meu sujeito se meteu?”

Não sabendo o que fazer,Pensa muito o tal rapaz,

Decide a vida então viver,“Afinal qual mal que faz?”

Junta a outra com a sua,Esperando que dê certo,

Realidade nua e crua,“Onde está o meu sucesso?”

Com muita ânsia o rapaz de duas vidas,Sai à procura de um amor,

Não quer paixões coloridas,“Quero romance, beijo e flor!”

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Estudado e prestativo,Nosso rapaz se iludiu,

Enquanto procurava um serviço,Sua garota o traiu.

Triste e injuriado deixou as vidas de lado,Pra outro alguém encontrar,

E as vidas loucamente cantam um hino inteligente,“Uma vida basta pra amar!”

“Uma vida basta pra chorar!”“Uma vida extra não vale nada!”

“Muito menos se encontrada no chão estrada!”

???

Uma vida real,Dessas na capital,

Manchetes de jornal,Policia federal.

Nada tranquila,Fantasmas, quadrilha,

Catador de latinha,Uma e outra matilha.

Lugar suspeito,Cheio de defeito,

Tudo ao seu pleito,Falta respeito.

Complicado demais,Como Minas Gerais,Que sofreu demais,Com leis coloniais.

Me aplaudo e me vaio,Então me arrumo e saio,

Agora ao relento e orvalho,Levanto ou caio.

Nem choro nem vela,Chega de ver favela,

Nada contra ela,É vitima, é sequela.

Só quero meu sossego,Carinho, aconchego,

E logo percebo,Que foi embora o meu medo.

Stress e doenças,Tristeza e carências,

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Ao final reticencias,São várias deficiências.

Um susto e um grito,Digo e repito,

Viver sem atrito,É quase um mito.

Brasil adorado,Do céu estrelado,

Há muito disputado,É bom te ver acordado.

Aprende a andar,Ensina a te amar,

Adorar e lutar,Contra quem te afrontar.

E vê se olha pro pobre,Com o olhar não esnobe,Pois parece que só pode,Ser feliz quem é nobre.