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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RELATÓRIO TÉCNICO 1 Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro: Um Estudo da Vitimização do Policial Militar Andreia Dias Mendes Paracambi [email protected] UFF/ICHS Resumo Este trabalho traz uma abordagem ao fenômeno da vitimização sofrida por policiais militares no desempenho da atividade profissional e/ou em razão dela. A instituição foco deste relatório técnico é a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Dentre os problemas identificados na temática estão: os agravos físicos e emocionais; o comprometimento da missão constitucional de proteger a sociedade; a inconsistência e desconfiança na divulgação dos dados oficiais; e, a ausência de políticas públicas efetivamente voltadas ao problema. Foi apresentada uma agenda de medidas direcionadas à Polícia Militar e aos demais atores envolvidos nesta problemática. Para o seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas bibliográficas em livros, jornais, revistas, periódicos e sites oficiais de divulgação de dados alusivos ao tema. Palavras-chave: Polícia Militar; Vitimização do Policial; Segurança Pública. 1 Introdução A instituição relatada neste trabalho é a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Uma organização pública governamental, bicentenária, com grande participação e marco na história brasileira e fluminense (PMERJ, 2017). Atualmente, composta por 46 mil policiais militares na ativa dentre homens e mulheres, oficiais e praças os quais desempenham o papel preconizado pela Constituição Federal de 1988, a qual prevê que às polícias militares cabem o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública (PLANALTO, 2017). A Vitimização do policial aplicada ao contexto do desempenho desta atividade ou em razão dela “refere-se a policiais que sofrem lesões e traumas no exercício da profissão e às consequências que os fatos traumáticos trazem para si, para sua saúde, sua família, seus relacionamentos e o desempenho de sua profissão(Souza e Minayo, 2013). A proposta deste trabalho é fomentar uma discussão a respeito da vitimização do policial militar do ERJ de forma ampla (física e psicológica), bem como de forma pormenorizada, ou seja, daquela vitimização que tem reflexo ou efeito letal. Que muito embora, Apesar da importância do conhecimento dos problemas da vitimização para as instituições policiais uma vez que as conseqüências dessa vitimização afetam sua missão constitucional de proteger a sociedade e de investigar e prevenir crimes e delinquências apenas muito recentemente o tema entrou na agenda da Segurança Pública (Souza e Minayo, 2013, p. 110).

Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro: Um … Dias...do policial militar do RJ: Pormenorização do problema sob a ótica dos danos psíquicos sofridos pelo policial militar

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro:

Um Estudo da Vitimização do Policial Militar

Andreia Dias Mendes – Paracambi – [email protected] – UFF/ICHS

Resumo

Este trabalho traz uma abordagem ao fenômeno da vitimização sofrida por policiais militares

no desempenho da atividade profissional e/ou em razão dela. A instituição foco deste relatório

técnico é a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Dentre os problemas identificados na

temática estão: os agravos físicos e emocionais; o comprometimento da missão constitucional

de proteger a sociedade; a inconsistência e desconfiança na divulgação dos dados oficiais; e, a

ausência de políticas públicas efetivamente voltadas ao problema. Foi apresentada uma

agenda de medidas direcionadas à Polícia Militar e aos demais atores envolvidos nesta

problemática. Para o seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas bibliográficas em

livros, jornais, revistas, periódicos e sites oficiais de divulgação de dados alusivos ao tema.

Palavras-chave: Polícia Militar; Vitimização do Policial; Segurança Pública.

1 – Introdução

A instituição relatada neste trabalho é a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro

(PMERJ). Uma organização pública governamental, bicentenária, com grande participação e

marco na história brasileira e fluminense (PMERJ, 2017).

Atualmente, composta por 46 mil policiais militares na ativa – dentre homens e

mulheres, oficiais e praças – os quais desempenham o papel preconizado pela Constituição

Federal de 1988, a qual prevê que às polícias militares cabem o policiamento ostensivo e a

preservação da ordem pública (PLANALTO, 2017).

A Vitimização do policial aplicada ao contexto do desempenho desta atividade ou em

razão dela “refere-se a policiais que sofrem lesões e traumas no exercício da profissão e às

consequências que os fatos traumáticos trazem para si, para sua saúde, sua família, seus

relacionamentos e o desempenho de sua profissão” (Souza e Minayo, 2013).

A proposta deste trabalho é fomentar uma discussão a respeito da vitimização do

policial militar do ERJ de forma ampla (física e psicológica), bem como de forma

pormenorizada, ou seja, daquela vitimização que tem reflexo ou efeito letal. Que muito

embora,

“Apesar da importância do conhecimento dos problemas da vitimização para as

instituições policiais – uma vez que as conseqüências dessa vitimização afetam sua

missão constitucional de proteger a sociedade e de investigar e prevenir crimes e

delinquências – apenas muito recentemente o tema entrou na agenda da Segurança

Pública (Souza e Minayo, 2013, p. 110).

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Ainda sobre a problemática da vitimização do policial militar, destaca-se a dificuldade

de se mensurar este fenômeno dadas as divergências e inconsistências dos bancos de dados de

divulgação oficial, dentre outros fatos, conforme Souza e Minayo (2013, p. 110) apontam que,

“desde o início de 2013, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) tem solicitado às

Secretarias Estaduais de Segurança Pública e Defesa Social que produzam uma série histórica

de vitimização e letalidade policial”.

A incapacidade de ação institucional na prevenção da criminalidade e da violência –

inclusive esta que é cometida contra seus próprios agentes – representam um desafio para as

instituições públicas de segurança e por conseqüência, um desafio para a PMERJ, a qual tem

como missão precípua a preservação da vida, para onde direciona o relato deste trabalho.

Entretanto, o objetivo geral deste trabalho é fomentar uma análise sobre a

disseminação da violência contra policiais militares do Estado do Rio de Janeiro (RJ),

sobretudo aquela que “diz respeito àqueles que morrem por causa e em conseqüência de sua

missão constitucional ou sofrem agravos físicos e emocionais no exercício de sua profissão”

(Souza e Minayo, 2013, p. 111) ou em razão dela, a partir do ano de 2009 – quando a

Secretaria de Segurança Pública (SESEG) criou o Sistema Integrado de Metas, um modelo de

gestão por desempenho, que tem por objetivo desencadear ações integradas de prevenção e

controle qualificado do crime, em suas respectivas regiões, por meio do estabelecimento de

metas para a redução da incidência dos Indicadores Estratégicos de Criminalidade (ISP) – até

o ano de 2016.

Para a identificação e elucidação do problema apontado neste trabalho foram utilizadas

as ferramentas de diagrama de causa e efeito. e 5W2H, por meio de um Plano de Ação que

busca através de pesquisa às fontes de dados oficiais dos órgãos de segurança pública,

consultas a bancos de dados, objetivando trazer possíveis propostas, ditas como medidas e

contra-medidas para o problema, a saber a questão da vitimização policial militar.

2 – Apresentação do Caso

A organização abordada neste trabalho é a PMERJ sob o aspecto da problemática da

vitimização de seus agentes ante o desempenho da atividade policial e/ou em razão dela.

A escolha do tema se atribuiu ao desempenho da função de analista criminal do

Terceiro Comando de Policiamento de Área da PMERJ desenvolvida pela relatora deste

trabalho, dada à percepção empírica pela problemática da instituição, o impacto psicológico e

moral que o tema abordado traz à organização, a importância da necessidade de políticas

públicas prioritárias à atenuação/solução do problema e a complexidade de mensuração.

De acordo com o 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (Ano 10, 2016), no ano

de 2014, em todo o território brasileiro 59.681 pessoas foram mortas por violência e no RJ

esse número corresponde a 5.412 de vítimas fatais. A taxa de mortalidade calculada por 100

mil habitantes, no RJ é de 31,2 superando do Brasil que é de 28,2 (Fórum Brasileiro de

Segurança Pública) quando comparadas.

Neste número de 5.415 vitimas letais de violência no RJ, só no ano de 2014 estão 112

policiais militares (PMERJ) que, integrantes deste cenário de violência, se tornaram

protagonistas destes números, tanto quando em confronto direto com o opositor, e mais ainda

quando em seu status de vulnerabilidade, ou seja, em sua folga.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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A proposta deste trabalho é relatar a problemática da vitimização do agente policial

militar no exercício de sua atividade ou em razão dela. Sobretudo a partir da identificação da

incidência da problemática e a dificuldade da mensuração.

Através de uma análise comparativa realizada na base de dados da própria PMERJ,

dos 982 policiais militares mortos no RJ entre os anos de 2009 e 2016, 171 morreram em

serviço e 811 durante o horário de folga, ou seja, 83% dos casos (ou ainda, oito a cada dez

policiais militares vítimas fatais de violência morreram em seu horário de folga).

O número absoluto de mortes de policiais militares por ano em serviço variou pouco

desde 2009. Cabendo destacar o ano de 2016, que aumentou 219% (46 casos), quando

comparado à média anual (21 casos/ano) no período analisado (PMERJ). O número absoluto

de mortes de policiais militares por ano em situação de folga também teve pouca variação no

mesmo período. A média anual obtida aponta para 101 casos/ano. Os anos de 2014 e 2015

registraram redução em relação à média anual com 95 e 94 casos respectivamente e, aumento

nos anos de 2009, 2010 e 2016 em relação à mesma média, com 110, 107 e 106 casos

respectivos (PMERJ) e conforme apresenta o gráfico 1.

Gráfico 1. Policiais Militares Vítimas Letais no ERJ de 2009 a 2016.

Fonte: PMERJ.

Conforme o gráfico 2, verifica-se que o número de letalidades poderia ter sido ainda

maior, ante ao registro de policiais militares feridos durante o período relatado. Do ano de 2009

até o ano de 2016, 2.223 policiais militares foram feridos em serviço e outros 2.341 na situação

de folga, totalizando 4.564 policiais militares vitimizados parcialmente (site PMERJ).

Gráfico 2. Policiais Militares Feridos no ERJ de 2009 a 2016

Fonte: PMERJ.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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Souza e Minayo (2013, p. 111) afirmam que:

“Desde que existe polícia no mundo, ela é alvo de vitimização, que se materializa

em mortes, traumas, lesões por arma de fogo ou arma branca, agressão física,

agressão psicológica e tentativas de homicídio. Também se sabe, por estudos

nacionais e internacionais, que algumas situações tornam esses profissionais mais

vulneráveis: treinamento para o confronto, inadequadas condições de trabalho,

precariedade das viaturas, dos armamentos e das estratégias de ação, embates com

gangues de delinquentes armados e prontos para o combate de vida ou morte”

(Souza e Minayo, 2013, p. 111).

Sob a ótica quantitativa desta contextualização da vitimização do policial militar,

descrita por Souza e Minayo (2013), evidencia-se que este, enquanto corpo funcional

comandado pelo Estado é potencialmente uma vítima desta funcionalidade ou em razão dela.

Sendo este o principal objeto de estudo deste relatório.

Para a realização deste trabalho o método utilizado foi a pesquisa feita a

materiais bibliográficos, cujas fontes foram os órgãos oficiais de segurança pública como o

Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro

(ISP – RJ) e a própria PMERJ.

3 – Referencial Teórico

Este referencial teórico elucida e evidencia o objetivo deste trabalho acadêmico sob a

problemática da vitimização de policiais militares. E está subdividido nos seguintes tópicos:

3.1 A atividade policial e o fenômeno da violência: Uma breve abordagem sobre a

definição preconizada do papel da polícia; seqüenciada pela contextualização histórica do

fenômeno da violência a partir dos mecanismos sociais e políticos; e, a concepção de um

estado de guerra civil. 3.2 Efeitos da atividade policial para o agente: A violência e a

segurança pública – a partir dos efeitos psico- sociais destas – sobre a vida dos agentes e a

percepção dos riscos ante a atividade de segurança. 3.2.1 Efeitos psicológicos da vitimização

do policial militar do RJ: Pormenorização do problema sob a ótica dos danos psíquicos

sofridos pelo policial militar no RJ. 3.3 A contabilização da violência e da vitimização de

policiais militares: A falhas sistêmicas envolvendo as instituições de segurança ante as

divergências metodológicas de contabilização dos dados e a incredulidade destes diante

dessas disparidades.

3.1 A atividade policial e o fenômeno da violência

As atribuições apresentadas e preceituadas às policias militares direcionam a refletir

sobre a evolução deste serviço público, que em síntese, seu papel bem definido é o estrito

cumprimento preventivo da criminalidade através da ação ostensiva de seu policiamento e

preservação da ordem pública.

A sociedade brasileira, sobretudo a sociedade fluminense, ao longo da história, se

consolidou utilizando-se de mecanismos sociais e políticos, que provocaram segregação social

e marginalização (Mir, 2014). Crimes e delitos variam desde aqueles cometidos contra o

patrimônio até os mais graves que são os crimes cometidos contra a vida.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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Segundo Mir (2014), é possível que a explicação para o fenômeno de majoração da

violência oriunda de conflitos sociais seja encontrada na construção histórica do país, que teve

início há mais ou menos quinhentos anos, pelo que os conflitos armados de hoje – um

verdadeiro apartheid social da modernidade – revelam a continuidade de uma violência que

sempre existiu, porém expressa de forma diferente.

“Os 322 anos de administração colonial – governo absolutista – produziram

ressentimentos (sociais e étnicos) que o continuísmo colonial, que os teóricos

independentistas e dirigentes do novo Estado mantiveram, tornou a mais pérfida

particularidade do novo país: a perpetuação da colonização” (Mir, 2014, p.56).

Diversos atores da sociedade defendem a ideia de que o Rio de Janeiro está vivendo

um estado de Guerra Civil não declarada dados os seus números.

Segundo o portal de notícias G1, no RJ morreu em média 01 policial a cada 64 horas entre os

anos de 1995 até o mês de agosto do ano de 2017, totalizando 3.087 mortes. Ainda segundo este site, de

acordo com as estatísticas da PMERJ sobre a vitimização letal na corporação, a taxa de mortalidade

entre os anos de 1994 e 2016, é superior a de soldados americanos na Segunda Guerra Mundial, uma

vez que, nos últimos 22 anos 3,52% dos 90 mil integrantes da PMERJ morreram, enquanto que 2,52%

da tropa americana foi abatida totalmente durante os três anos e meio de participação na citada guerra

(site G1).

Faria, define guerra civil a partir de:

“Uma disputa hostil e armada entre pessoas de um mesmo país. Entretanto esta

definição, embora também correta pode abranger também, outros conflitos entre os

habitantes de um mesmo Estado que nem sempre são caracterizados como “guerra”

(grifo da autora) devido à sua dimensão ou motivos”. Por isso, costuma-se observar

três características principais para caracterizar um conflito nacional de “guerra

civil”: primeiro e bastante óbvio, a guerra civil deve ser uma “guerra”, ou seja, é

necessário que haja luta armada; em segundo lugar o conflito deve ser de caráter

“civil”, o que não significa que as forças armadas do país em guerra não estejam

envolvidas, mas que o conflito tem forte participação popular, ocorre dentro das

fronteiras de um país e grande parcela de seus habitantes está diretamente envolvida

na luta armada; e em terceiro lugar, o conflito tem sempre como objetivo a

aquisição, manutenção ou exercício da autoridade nacional.

Ao explorar um pouco mais a construção histórica brasileira nota-se que a luta pelo

avanço dos direitos fundamentais (saúde, educação e segurança), bem como os direitos sociais

(emprego e renda) nunca foram o primado desse estado de bem-estar-social em que se

objetivasse assegurar ao gênero humano como fraternidade e justiça.

“Na medida em que o Estado abre mão de políticas educacionais, ou se omite na

questão dos direitos sociais e utiliza as forças de segurança como forma de

contenção social dos “excluídos”, ele incentiva confrontos que tornam policiais e

população potenciais vítimas, e, no caso dos policiais, vítimas dúplices, visto que

quando confrontado, o Estado não raras vezes culpa o policial, seja por ter agido ou

por ter morrido” (LOTIN, 2016, p. 28).

Entretanto, ocorre um processo de falsificação da história, onde independência,

império, abolição e república não mudaram o pensamento das elites governantes que sempre

utilizaram de mecanismos repressivos para atender exclusivamente seus interesses, pelo que:

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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“O Estado brasileiro, ao invés de fomentar políticas públicas pautadas na lógica da

redução de enfrentamentos (que culminam em mortes de ambos os lados), faz

justamente o oposto. Os discursos e ações dos poderes vão de encontro às estraté-

gias de redução das mortes, ou pior, estimulam enfrentamentos que resultam em

ações letais” (LOTIN, 2016, p. 28).

A sociedade brasileira é historicamente violenta e desigual. E o policial militar, fruto

desta sociedade, da qual o Estado é o maior promotor da violência, reproduziu e ainda

reproduz os hábitos dessa herança não desejada.

3.2 Efeitos da atividade policial para o agente

A respeito dos efeitos provocados pela atividade policial, no ano de 2014 o Sistema

Nacional de Segurança Pública realizou uma pesquisa envolvendo 10.323 agentes do sistema

público de segurança, da qual 44,5% dos agentes entrevistados eram policias militares (site

Fórum de Segurança).

Neste universo de pesquisa, buscava-se mensurar a percepção de riscos entre esses

10.323 profissionais. Diagnosticou-se que 66,7% desses profissionais temem serem vítimas

de homicídio durante a execução do serviço, enquanto que 68,4% têm o mesmo temor durante

o seu período de folgas. Na região Sudeste do Brasil concentrava-se 38,5% do público que

respondeu a esta pergunta, dos quais 44,5% são policiais militares (site Fórum de Segurança).

Do público total participante desta pesquisa, 63,5% respondeu que já foi vítima de

assédio moral ou algum tipo de humilhação no trabalho e 36,6% respondeu que já sofreu

alguma acusação injusta de prática de ato ilícito, desses últimos 65,7% são policiais militares

(site Fórum de Segurança).

Desse diagnóstico de vitimização moral, de humilhação sofrida na execução do

trabalho, de acusação injusta ou em decorrência da atividade policial, um percentual desses

agentes acaba desenvolvendo uma série de distúrbios psicológicos, pelo que a pesquisa

constata que para este dado 15,6% disse possuir ou já ter possuído algum distúrbio

psicológico, onde 15,1% dos que responderam à pesquisa são policiais militares (site Fórum

de Segurança).

E ainda: 65,7% disseram sofrer discriminação por ser profissional do sistema público

de segurança. Dado este que leva o profissional a assumir alguns hábitos distintos da maioria

da sociedade como evitar usar transporte público coletivo, esconder farda, arma, distintivo e

etc. Ou seja, omitem o fato de ser um agente e limitam o seu círculo de amizade e convívio

aos seus colegas de trabalho (site Fórum de Segurança).

E que, estes mesmos profissionais quando perguntados sobre os fatores que causavam

sua insegurança 64,5% responderam a impunidade, outros 59,7% disseram sentir falta de

apoio da sociedade, enquanto 55,1% atribuíram a esses fatores aos seus respectivos comandos

e 54,5% alegaram as fragilidades e por consequência a vulnerabilidade no uso de seus

equipamentos (site fórum de segurança).

3.2.1 Efeitos psicológicos da vitimização do policial militar do ERJ

“O interesse pelo estudo do estresse no trabalho tem sido crescente na literatura

científica, particularmente nos últimos anos. Uma razão para o aumento de pesquisas

sobre este tema deve-se ao impacto negativo do estresse ocupacional na saúde e no

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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bem-estar dos empregados e, consequentemente, no funcionamento e na efetividade

das organizações” (PASCHOAL e TAMAYO, p. 45, 2004).

Ratificando esta abordagem a respeito dos efeitos da atividade policial militar na vida

do agente policial militar, a PMERJ através do Núcleo de Psicologia de sua Diretoria Geral de

Saúde, realizou entre os anos de 2013 e 2016 uma pesquisa onde se diagnosticou os impactos

da vitimização psicológica sofrida pelo policial a partir do manejo institucional, sob a

preocupação do fenômeno tipificado por estresse ocupacional. Que consiste:

“Num fenômeno tão complexo que não deveria ser tratado como uma variável, mas

como uma área de estudo e prática que se preocupa com diversas variáveis

interligadas, tais como estímulos do ambiente de trabalho e respostas não saudáveis

de pessoas expostas a eles” (PASCHOAL e TAMAYO apud BEEHR, 2004, p. 46).

Nesta pesquisa, buscou-se identificar a delimitação da vitimização e o panorama desta;

os fatores laborais; os aspectos organizacionais e operacionais; análise qualitativa; e,

propostas de ações para os resultados identificados.

Como resultado da pesquisa pelo núcleo de psicologia da PMERJ, constatou-se que no

período analisado, 9.058 policiais foram totalmente afastados da atividade que exercia.

Desses, 2.751 o fizeram pela clínica psiquiátrica. Número este que saltou de uma média/dia de

0,5 para 3,8 por policial afastado.

Da clínica de psiquiatria, constatou-se que 59% do público pertenciam às unidades

operacionais da polícia militar. Onde 69% exerciam a atividade fim, ou seja, o serviço

ostensivo. E ainda, que 40% tinham até cinco anos de incorporação (site PMERJ).

Dentre os principais fatores laborais apontados pelos policiais militares como

causadores de fadigas – tanto físicas quanto psicológicas – estão: a falta de recursos materiais;

o trabalho extraordinário na folga; equipamentos inadequados; fadiga; riscos de ser ferido em

serviço; excesso de burocracia interna; problemas de saúde relacionados com o trabalho (dor

de costas, lesões); sensação de que são aplicadas diferentes regras a diferentes pessoas;

demandas de trabalho após o horário; deslocamentos entre casa e serviço devido a

periculosidade; distribuição desigual de responsabilidades no trabalho; não dispor de tempo

suficiente para estar com a família e amigos, dentre outros.

Em síntese, os principais fatores diagnosticados no estresse institucional na PMERJ

são a falta de recursos materiais, a carga excessiva de trabalho, as relações interpessoais, a

identidade policial e os riscos/periculosidade da profissão (site PMERJ) que,

“Dependendo de suas percepções, o indivíduo pode reagir aos estressores

organizacionais de forma positiva ou negativa. Neste último caso, tem-se o

fenômeno de strain, termo que abrange a diversidade de respostas negativas que são

emitidas como conseqüência da exposição aos estressores. As categorias de resposta

aos estressores podem ser divididas em: psicológicas, fisiológicas e

comportamentais” (Paschoal e Tamayo, 2004, p. 47).

A partir destes diagnósticos, foram identificadas algumas etapas de adoecimento

destes policiais militares. Dentre elas, a primeira que é a etapa do adoecimento silencioso, do

sofrimento psíquico; cultura do “forte”; temor de rótulos discriminatórios (“maluco” ou

armador); falta de tempo para cuidar da própria saúde; temor de perder o porte de arma

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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(sensação de indefesa, perda de oportunidades de trabalhos ou gratificações). Agravantes que

retardam a busca por auxílio e quando ocorre a recuperação é mais prolongada (site PMERJ).

A segunda é a do afastamento: da preocupação de ser tratado com desconfiança por

colegas e superiores; e, a terceira que é a da tentativa e dificuldade de readaptação: fatores

como provocações por pares e superiores, dificuldade de permanecer na unidade onde o

problema iniciou; os trâmites burocráticos (site PMERJ).

As principais propostas consistiram na implementação de um serviço de atenção à

saúde do policial militar com avaliação tri-anual de toda a corporação; política de

fortalecimento institucional, capaz de desarticular as “bombas psicológicas”; cursos de

prevenção de distúrbios psiquiátricos; encaminhamento obrigatório para acompanhamento

psicológico na Corporação (além do acompanhamento psiquiátrico), etc (site PMERJ).

3.3 A Contabilização da violência e da vitimização de Policiais Militares

Ainda a respeito da vitimização de policiais militares, há o problema da falha ou

inconsistência dos dados relativos às mortes e assassinatos desses agentes, dadas as

divergências e incompatibilidades existentes até mesmo dentre as instituições de interesse.

“Existem divergências quanto ao uso de categorias e quanto ao que foi informado ao

Sistema Nacional de Estatísticas em Segurança Pública e Justiça Criminal

(SINESPJC) nos últimos anos, de modo a impedir a comparação dos dados. Por

exemplo, alguns Estados simplesmente enviaram informações sobre “policiais

mortos em serviço”, outros informaram adicionalmente os que morreram nos seus

dias de folga; outros ainda incluíram “policiais que tiveram morte natural em

serviço”, o que prejudica o mapeamento correto dos óbitos em confronto” (SOUZA

e MINAYO, 2013, p.110).

No RJ, o ISP mensura as incidências criminais e administrativas de vítimas de crimes

violentos a partir dos títulos:

Homicídio Doloso, Lesão Corporal Seguida de Morte, Roubo Seguido de Morte

(Latrocínio), Tentativa de Homicídio, Homicídio Decorrente de Oposição à

Intervenção Policial, Policiais Militares Mortos em Serviço, Policiais Civis Mortos

em Serviço, Lesão Corporal Dolosa e Estupro (site ISP).

Não há apuração estatística de crimes violentos para as mortes de policiais militares

em situação de folga, demonstrando a fragilidade da identificação do problema bem como na

implementação de políticas públicas voltadas a ele. Outro fato que chama a atenção é a

ausência da contabilização de vitimização de policiais militares que se encontram na

inatividade policial – os ditos aposentados – o que revela que a violência sofrida contra este

grupo poderia ser evidenciada com números ainda maiores.

Catão (p. 82, 2008) faz uma abordagem sobre a desconfiança dos métodos avaliativos

no que cerne à consistência de dados. Dentre outros problemas, ela aponta como alguns

obstáculos a falta de integração entre as bases de dados estatísticos bem como as dificuldades

de acesso às fontes de informações. Ela também afirma que:

“Durante longo tempo, o tema recorrente entre pesquisadores e estudiosos da

violência, criminalidade e segurança pública tinha como foco a carência de dados

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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estatísticos e a má qualidade dos registros oficiais. Não obstante o avanço

significativo na produção de informações estatísticas na última década, persistem os

problemas de confiabilidade e validade dos registros administrativos” (CATÃO, p.

82, 2008).

Diante da importância e complexidade do problema envolvendo os registros de

violência criminal, ante a dificuldade e viabilização de direcionamento das políticas públicas,

Durante (2009, p. 50) defende a definição de:

“Um conjunto mínimo de informações que devem ser sistematizadas de forma

padronizada pelos sistemas de registro de ocorrências dos órgãos de segurança

pública. O conteúdo de estatísticas coletadas orienta os gestores dos órgãos de

segurança pública a respeito das informações às quais eles devem prestar mais

atenção durante as etapas de coleta e registro de dados” (Durante, p. 50, 2009).

4 – Plano de Ação

O objetivo do plano de ação é identificar possíveis causas do problema/tema apontado

por este trabalho acadêmico e assim apresentar propostas de solução/atenuação para estas

causas.

Dada a importância desta etapa do trabalho para o desenvolvimento deste recurso

estratégico, foram realizadas consultas às dinâmicas dos registros de ocorrências dos crimes

contra a vida de policiais militares do RJ tendo como base o ano de 2017 até o mês de agosto.

Diagrama de Causa e Efeito.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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INDICADOR:

INÍCIO

Criar um formato rigido de

concientização de conduta

defensiva para o policial.

Celeridade nos processos de

conclusão de inquéritos policiais

face a utilização consistente de

um banco de dados.

Revisão Constitucional a respeito

da estruturação e definição do

real papel da Polícia Civil e

Militar; Criar um indicador de

violência contra a vida de

policiais.

Ações de Inteligência quanto ao

histórico da dinâmica dos crimes;

Identificação e prisão de autores

de crimes contra a vida;

Governo do Estado;

Assembléia Legislativa e

Secretaria de Segurança.

Polícia Militar

Polícia Civil

Polícia Militar e Civil

Fragilidade ou

inconsistência do Banco de

Dados com informações

incompátiveis com a

realidade e percepção de

vida e segurança do agente

de segurança pública.

Políticas Públicas

Fundamentadas nas

garantias dos Direitos

Fundamentais e Sociais.

Criar canais de comunicação

direta com a sociedade

diretamente interessada e

envolvida nas questões da

segurança pública.

Custo potencial da vida do

policial.

Remodernização Curricular

na Formação do agente

Policial; Reestruturar o

sistema de segurança

pública.

Criar um Sistema de

abastecimento de

informações com

qualificação e

aperfeiçoamento de capital

humano.

Deficiência de Agendas

Públicas no âmbito da

educação e da Segurança,

as quais ocasionam a

proliferação da violência.

Violência praticada contra a

vida de Policiais Militares e

outros agentes da

Segurança Pública no

Estado do Rio de Janeiro.

STATUS

FIM

1º Semestre de

2017

1º Semestre de

2017

1º Semestre de

2018Em Andamento

Período CAUSA O QUE COMO QUEM

QUANDO

PLANO DE AÇÃO

VIOLÊNCIA CONTRA A VIDA DE POLICIAIS MILITARES E DEMAIS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA

UFF CURSO BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Data de Elaboração: 10 / Fev / 2017

Responsável: Andreia Dias Mendes Data de Atualização: 19 / Set / 2017

5W2H

Para o “Quanto” não foi possível estabelecer parâmetros ante a complexidade e o

envolvimento com a secretaria de Fazenda, o que requer um aprofundamento do trabalho a ser

desenvolvido. E o “Onde”, entende-se todo o Estado do Rio de Janeiro.

5 – Conclusão

Conforme a afirmação de Souza e Minayo (2013) na apresentação de caso deste

trabalho, desde que existe polícia no mundo, ela é alvo de vitimização materializada em

mortes, traumas, lesões, agressão e psicológica e tentativa de homicídio (Souza e Minayo,

2013, p.110) e tal fato se dá diante a sua condição de suscetibilidade ao risco ante a algumas

situações de vulnerabilidades profissionais: como o treinamento para o confronto,

inadequadas condições de trabalho, precariedade de viaturas, armamentos e estratégias de

ação, embates com gangues armadas e prontos para o combate de vida ou morte (Souza e

Minayo, 2013, p. 111).

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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Para Minayo (et al 2007, p. 2) o risco da profissão representa uma condição intrínseca

à atividade policial. Entretanto, este grupo, constitui uma categoria de servidores públicos

para quem este risco não é mero acidente, e sim desempenha papel estruturante das condições

laborais, ambientais e relacionais (Minayo et al, 2007, p. 2).

Muito embora o risco esteja intrínseco à atividade policial, ele não é sua exclusividade.

Este trabalho demonstrou que historicamente a sociedade brasileira sempre se comportou de

forma violenta e o policial militar como corpo funcional do Estado sofre os reflexos dessa

violência disseminada.

Essa situação tende a se agravar uma vez que, o país se ressente da ausência de uma

política nacional efetiva de segurança pública, baseada em diagnósticos precisos, com

princípios e objetivos claros, de modo que se possa construir um planejamento estratégico, em

que as ações sejam monitoradas e os resultados avaliados (Cerqueira, 2016, p. 81).

Vale ressaltar que além da ausência efetiva de políticas públicas, há o fenômeno da

inconsistência dos dados como problemática para o direcionamento de tais políticas, o que se

percebe também é que o modelo de segurança pública brasileiro ainda guarda pouca relação

com as demandas sociais e políticas contemporâneas e não está preparado para fazer frente às

novas dinâmicas do crime (Lima et al, 2016, p. 56).

Embora, a Secretaria SESEG-RJ tenha criado em 2009 o Sistema Integrado de Metas

como modelo de gestão por desempenho e cujo objetivo é desencadear ações integradas de

prevenção e controle qualificado do crime de forma geral, para a problemática da vitimização

do policial militar não houve ainda o desenvolvimento de uma política pública efetivamente

voltada a este problema.

Policiais são mais vítimas do perigo externo do que no trabalho, particularmente nos

trajetos para casa e nos dias de descanso: morrem mais nas folgas do que em serviço. Fora do

trabalho, mesmo quando escondem suas insígnias, a identidade profissional fortalece seu

sentimento de insegurança (Souza e Minayo, 2013, p. 112).

Cabe concluir que,

“É fundamental que o policial, as corporações e a sociedade tomem consciência da

importância de diminuir a vitimização e tratar os agentes vitimizados, reconhecendo

seus direitos como trabalhadores e cidadãos. Enquanto a sociedade reclama da

letalidade produzida por eles contra a população, os policiais também estão

morrendo violentamente em elevadas proporções” (Souza e Minayo, 2013, p. 116) .

6 – Referências

CATÃO, Y. Pesquisa de vitimização: notas metodológicas. Anuário Brasileiro de Segurança Pública, ano 2,

p.82-87, 2008. Disponível em http://www.forumseguranca.org.br/storage/2_anuario_2008.pdf. Acesso em 07

mai 2016.

CERQUEIRA, D. Mais do mesmo. Anuário Brasileiro de Segurança Pública, ano 10, p.81-84, 2016. Disponível

em http://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2017/01/Anuario_Site_27-01-2017-pdf. Acesso em

19 set 2016.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Disponível em

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