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Compreensão e interpretação de textos ............................................................................................................................... 3 Tipologia textual .................................................................................................................................................................... 6 Ortografia oficial .................................................................................................................................................................. 21 Acentuação gráfica .............................................................................................................................................................. 30 Emprego das classes de palavras......................................................................................................................................... 33 Emprego/correlação de tempos e modos verbais ............................................................................................................. 50 Emprego do sinal indicavo de crase .................................................................................................................................. 60 Sintaxe da oração e do período ..................................................................................................................................... 67/77 Pontuação ............................................................................................................................................................................ 86 Concordância nominal e verbal ..................................................................................................................................... 93/97 Regência nominal e verbal .................................................................................................................................................. 99 Significação das palavras ................................................................................................................................................... 104 Redação de Correspondências Oficiais (Manual de Redação da Presidência da República) Adequação da linguagem ao po de documento. Adequação do formato do texto ao gênero .................................... 105 SUMÁRIO Língua Portuguesa POLÍCIA FEDERAL

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Page 1: POLÍCIA FEDERAL - vestcon.com.br · Noções de Direito Constitucional POLÍCIA FEDERAL. Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional,

Compreensão e interpretação de textos ............................................................................................................................... 3

Tipologia textual .................................................................................................................................................................... 6

Ortografia oficial .................................................................................................................................................................. 21

Acentuação gráfica .............................................................................................................................................................. 30

Emprego das classes de palavras ......................................................................................................................................... 33 Emprego/correlação de tempos e modos verbais ............................................................................................................. 50

Emprego do sinal indicativo de crase .................................................................................................................................. 60

Sintaxe da oração e do período ..................................................................................................................................... 67/77

Pontuação ............................................................................................................................................................................ 86

Concordância nominal e verbal ..................................................................................................................................... 93/97

Regência nominal e verbal .................................................................................................................................................. 99

Significação das palavras ................................................................................................................................................... 104

Redação de Correspondências Oficiais (Manual de Redação da Presidência da República) Adequaçãodalinguagemaotipodedocumento.Adequaçãodoformatodotextoaogênero ....................................105

SUMÁRIO

LínguaPortuguesa

POLÍCIA FEDERAL

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Noções de sistema operacional (ambientes Linux e Windows) ....................................................................................... 3/5

Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office e BrOffice) .......................... 16/25/30/36/42/48

Redes de computadores Conceitosbásicos,ferramentas,aplicativoseprocedimentosdeInterneteintranet .....................................................50 Programasdenavegação(MicrosoftInternetExplorer,MozillaFirefox,GoogleChromeesimilares) ............ 53/58/66/71 Programasdecorreioeletrônico(OutlookExpress,MozillaThunderbirdesimilares) .............................................. 91/95 SítiosdebuscaepesquisanaInternet ........................................................................................................................... 100 Gruposdediscussão ...................................................................................................................................................... 103 Redessociais .................................................................................................................................................................. 106 Computaçãonanuvem(cloudcomputing) .................................................................................................................... 107

Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas .........................................5

Segurança da informação Procedimentosdesegurança ......................................................................................................................................... 111 Noçõesdevírus,wormsepragasvirtuais.Aplicativosparasegurança(antivírus,firewall,anti-spywareetc.) .............113 Procedimentosdebackup .............................................................................................................................................. 117 Armazenamentodedadosnanuvem(cloudstorage) ................................................................................................... 118

SUMÁRIO

NoçõesdeInformática

POLÍCIA FEDERAL

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Estruturas lógicas .................................................................................................................................................................. 3

Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões. ............................................................................................................ 12

Lógica sentencial (ou proposicional) .................................................................................................................................... 3

Proposições simples e compostas ........................................................................................................................................ 3

Tabelas-verdade .................................................................................................................................................................... 4

Equivalências ........................................................................................................................................................................ 8

Leis de De Morgan ................................................................................................................................................................ 8

Diagramas lógicos. ................................................................................................................................................................ 8

Lógica de primeira ordem ..................................................................................................................................................... 3

Princípios de contagem e probabilidade ....................................................................................................................... 22/27

Operações com conjuntos .................................................................................................................................................. 32

Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais ............................................................. 37

SUMÁRIO

Raciocínio Lógico

POLÍCIA FEDERAL

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Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia, suas inter-relações e suas vinculações históricas ........................................................................................................................3

SUMÁRIO

Atualidades

POLÍCIA FEDERAL

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Noções de organização administrativaCentralização, descentralização, concentração e desconcentração. Administração direta e indireta. Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista .....................................................................................3

Ato administrativoConceito, requisitos, atributos, classificação e espécies ................................................................................................11

Agentes públicosLegislação pertinente. Lei nº 8.112/1990. Disposições constitucionais aplicáveis. Disposições doutrinárias. Conceito. Espécies. Cargo, emprego e função pública ...................................................................................................84

Poderes administrativosHierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. Uso e abuso do poder ...................................................................25

LicitaçãoPrincípios. Contratação direta: dispensa e inexigibilidade. Modalidades. Tipos. Procedimento....................................33

Controle da administração públicaControle exercido pela administração pública. Controle judicial. Controle legislativo ...................................................74

Responsabilidade civil do EstadoResponsabilidade civil do Estado no direito brasileiro. Responsabilidade por ato comissivo do Estado. Responsabilidade por omissão do Estado. Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado. Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado .................................................................................77

Regime jurídico-administrativoConceito .........................................................................................................................................................................80

Princípios expressos e implícitos da administração pública ............................................................................................... 80

Decreto nº 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal) ................135

Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República ................................................................146

SUMÁRIO

Noções de Direito Administrativo

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Constituição Federal Conceito,classificações,princípiosfundamentais ............................................................................................................. 3 CapítuloIIISegurançaPública:artigo144 ........................................................................................................................ 69

Direitos e Garantias Fundamentais Direitosedeveresindividuaisecoletivos,direitossociais,nacionalidade,cidadania,direitospolíticos,partidos políticos ............................................................................................................................................................................11

Organização Político-Administrativa União,estados,DistritoFederal,municípioseterritórios40

Administração Pública Disposiçõesgerais ............................................................................................................................................................ 52 Servidorespúblicos ..........................................................................................................................................................54

Poder Executivo AtribuiçõesdopresidentedaRepúblicaedosministrosdeEstado. .......................................................................... 52/64

SUMÁRIO

NoçõesdeDireitoConstitucional

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Característicasbásicasdasorganizaçõesformaismodernas: tiposdeestruturaorganizacional,natureza,finalidadesecritériosdedepartamentalização .......................................3

Organizaçãoadministrativa: centralização,descentralização,concentraçãoedesconcentração;organizaçãoadministrativadaUnião; administraçãodiretaeindireta ...................................................................................................................................... *

Gestãodeprocessos .......................................................................................................................................................... 9 Gestãodecontratos ........................................................................................................................................................ 19

Noçõesdeprocessoslicitatórios ....................................................................................................................................... *

*Estestópicosencontram-senamatériaNoções de Direito Administrativo,nestaapostila.

SUMÁRIO

NoçõesdeAdministraçãoPública

POLÍCIA FEDERAL

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Orçamento público Conceito. Técnicas Orçamentárias. Princípios orçamentários. Ciclo Orçamentário .........................................................3

O orçamento público no BrasilPlano Plurianual na Constituição Federal. Diretrizes orçamentárias na Constituição Federal. Orçamento anual na Constituição Federal. Estrutura programática. Créditos ordinários e adicionais .......................................................10

Programação e execução orçamentária e financeiraDescentralização orçamentária e financeira. Acompanhamento da execução ..............................................................48

Receita públicaConceito. Classificação segundo a natureza. Etapas e estágios ......................................................................................13

Despesa públicaConceito. Classificação segundo a natureza. Etapas e estágios. Restos a pagar. Despesas de exercícios anteriores .....32

Lei de Responsabilidade Fiscal Conceitos e objetivos. Planejamento .............................................................................................................................67

SUMÁRIO

Noções de Administração Financeira e Orçamentária

POLÍCIA FEDERAL

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Conceitos, importância, relação com os outros sistemas de organização ............................................................................3

A função do órgão de Gestão de Pessoas: atribuiçõesbásicaseobjetivos,políticasesistemasdeinformaçõesgerenciais .............................................................5

Comportamento organizacional: relaçõesindivíduo/organização,motivação,liderança,desempenho ........................................................................ 3/10

SUMÁRIO

NoçõesdeGestãodePessoasnasOrganizações

POLÍCIA FEDERAL

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Classificação de materiais Atributosparaclassificaçãodemateriais.Tiposdeclassificação.MetodologiadecálculodacurvaABC....................... 3

Gestão de estoques.............................................................................................................................................................. 4

Compras Organizaçãodosetordecompras.Etapasdoprocesso.Perfildocomprador.Modalidadesdecompra. Cadastrodefornecedores.............................................................................................................................................. 23

Compras no setor público Objetodelicitação.Editaldelicitação........................................................................................................................... 24

Recebimento e armazenagem.............................................................................................................................................. 8

Distribuição de materiais.................................................................................................................................................... 13

Gestão patrimonial Tombamentodebens.Controledebens.Inventário.Alienaçãodebens.Alteraçõesebaixadebens......................... 26

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NoçõesdeAdministraçãodeRecursosMateriais

POLÍCIA FEDERAL

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Conceitos fundamentais de arquivologia .............................................................................................................................. 3

O gerenciamento da informação e a gestão de documentosdiagnósticos .................................................................................................................................................................... 18Arquivos correntes e intermediário .............................................................................................................................5/18Protocolos....................................................................................................................................................................... 19Avaliação de documentos ................................................................................................................................................. 8Arquivos permanentes ..................................................................................................................................................... 5

Tipologias documentais e suportes físicosMicrofilmagem. Automação ........................................................................................................................................... 23

Preservação, conservação e restauração de documentos .................................................................................................. 25

SUMÁRIO

Noções de Arquivologia

POLÍCIA FEDERAL

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Lei nº 7.102/1983: dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras providências .....................................................................................................................................................3

Lei nº 10.357/2001: estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica, e dá outras providências ...................................................................................................................12

Lei nº 6.815/1980: define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração ..........................................16

Lei nº 10.826/2003: Estatuto do Desarmamento ...........................................................................................................................................37

Lei nº 12.830/2013: dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia .....................................................................36

SUMÁRIO

Legislação Aplicada à Polícia Federal

POLÍCIA FEDERAL

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Edgard Antônio Lemos Alves • Maurício Nicácio • Luis Guilherme Gomes Winther Neves • Fabrício Sarmanho • Eduardo Muniz Machado Cavalcanti • Anderson Lopes • Welma Maia • Márzio Ricardo • Élvis Corrêa Miranda • Gladson Miranda

2017

Noções de Direito Administrativo • Noções de Direito Constitucional • Noções de Administração Pública • Noções de Administração Financeira e OrçamentáriaNoções de Gestão de Pessoas na Organizações • Noções de Administração de Recursos Materiais • Noções de Arquivologia • Legislação Aplicada à Polícia Federal

“O que é uma apostila preparatória? É uma apostila elaborada antes da publicação do edital, com base nos concursos anteriores, ou no último edital, para permitir ao aluno antecipar seus estudos. Comece agora a se preparar”.

PREPARATÓRIA

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Noções de direito AdmiNistrAtivoEdgard Antônio Lemos Alves / Maurício Nicácio /

Luis Guilherme Gomes Winther Neves

Edgard Antônio Lemos Alves

ORGANIZAçÃO E EStRUtURA DA ADMINIStRAçÃO PÚBLICA BRASILEIRA

Noções Gerais

O Estado desenvolve suas atividades administrativas por si mesmo, podendo transferi-las a particulares e tam-bém criar outras pessoas jurídicas, com personalidade ju-rídica de direito público ou privado, para desempenhá-las.1

A expressão Administração Pública admite mais de um sentido, agora vamos estudá‑la em seu sentido subjetivo, ou seja, os órgãos de que se vale o Estado para atingir os fins desejados. Como o Estado atua por meio de órgãos, agentes e pessoas jurídicas, sua organização engloba três situações fundamentais:

Centralização – Na centralização, o Estado executa suas tarefas diretamente por meio dos órgãos e agentes admi‑nistrativos que compõem sua estrutura funcional.2

A chamada centralização desconcentrada é a atribuição administrativa cometida a uma única pessoa jurídica divi-dida internamente em diversos órgãos.3

Descentralização – Na descentralização, ele o faz indire‑tamente por meio de outras pessoas jurídicas4. Pode ser por meio de outorga ou delegação. Há outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, a titularidade e a execução de determinado serviço público. Há delegação, quando o Estado transfere, por contrato (concessão ou con‑sórcio público) ou ato unilateral (permissão ou autorização), unicamente a execução do serviço, para que o ente delegado o preste à coletividade, em nome próprio e por sua conta e risco, mas nas condições e sob o controle do Estado.

Desconcentração – Na desconcentração temos uma distribuição de competências no âmbito interno da própria entidade encarregada de executar um ou mais serviços.

Com os conceitos expostos, podemos traçar o seguinte quadro:

“A concentração, por outro lado, é uma técnica admi‑nistrativa que promove a extinção de órgãos públicos. Veja o exemplo de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino para caracterizar a concentração administrativa: “Pessoa jurídica integrante da administração pública extingue órgãos antes existentes em sua estrutura, reunindo em um número menor de unidade as respectivas competências. Imagine‑se, como

1 Cespe/TRE‑MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.2 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE‑MS/Técnico Judiciário/Área Adminis‑

trativa/2013.3 Cespe/TRE‑MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.4 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE‑MS/Técnico Judiciário/Área Apoio

Especializado/2013.

exemplo, que a secretaria da fazenda de um município tivesse em sua estrutura superintendências, delegacias, agências e postos de atendimento, cada um desses órgãos incumbidos de desempenhar específicas competências da referida se‑cretaria. Caso a administração pública municipal decidisse, em face de restrições orçamentárias, extinguir os postos de atendimento, atribuindo às agências as competências que aqueles exerciam, teria ocorrido concentração administra‑tiva. Importante ressaltar que tanto a concentração quanto a desconcentração podem ser utilizadas na administração direta e indireta.

Administração Pública Desconcentrada Centralizada Direta

É o conjunto de órgãos que integram as pessoas federati‑vas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado. Sua abrangência não se limita, somente, ao Executivo, ape‑sar de ser o incumbido da função administrativa em geral, alcança também o Legislativo e o Judiciário, pois precisam se organizar no desempenho de suas atividades típicas – normativa e jurisdicional. É composta na esfera Federal pela Presidência da República e Ministérios. Na esfera Estadual, pelo princípio da simetria, temos a Governadoria do Esta‑do, os órgãos de Assessoria ao Governador e as Secretarias Estaduais com seus órgãos internos. E na esfera municipal, temos as Prefeituras e seus órgãos de Assessoria ao Prefeito e as Secretarias Municipais com seus órgãos internos.

Estruturação em Órgãos

Necessariamente, a Administração Pública centralizada deve utilizar‑se de uma estrutura interna, em que se dividem atribuições e poderes, de modo a permitir a efetiva prestação de serviços e a materialização de sua função. A tal estrutura interna damos o nome de órgãos.

Conceito de Órgãos Públicos

São centros de competência despersonificados, criados por lei (art. 48, XI, da CF), instituídos para o desempenho de funções estatais, por meio de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem (Teoria do órgão).

A principal característica da teoria do órgão consiste no princípio da imputação volitiva, ou seja, a vontade do órgão público é imputada à pessoa jurídica que eles integram, en‑tretanto, quando se tratar da chamada função de fato, se a atividade provém de um órgão, é irrelevante que tenha sido praticado por um agente que não tenha competência, basta a aparência de investidura e o exercício pelo órgão para que os efeitos da conduta sejam imputados à pessoa jurídica.

Classificação dos Órgãos Públicos

a) Quanto à Posição Estatal

IndependentesSão os órgãos originários da Constituição, e represen‑

tativos dos Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Ju‑diciário). Não possuem qualquer subordinação hierárquica e seus agentes são denominados de Agentes Políticos. Ex.:

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Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Presidência da República etc.

AutônomosSão os órgãos localizados na cúpula da administração;

tem autonomia administrativa, financeira e técnica. Carac‑terizam‑se como órgãos diretivos, com funções precípuas de planejamento, supervisão, coordenação e controle das ativi‑dades que constituem sua área de competência. Ex.: Minis‑térios, Secretarias de Estado, Advocacia Geral da União etc.

SuperioresSão os que detêm poder de direção, controle, decisão e

comando de assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não gozam de autonomia adminis‑trativa nem financeira5. Ex.: Gabinetes, Secretarias Gerais, Coordenadorias, Departamentos etc.

SubalternosSão órgãos subordinados hierarquicamente. Detêm reduzi‑

do poder decisório, pois se destinam basicamente à realização de serviços de rotina e tem predominantemente atribuições de execução. Ex.: Portarias e seções de expediente.

b) Quanto à Estrutura

SimplesSão constituídos por um único centro de competência.

O órgão simples constitui uma única unidade. Ex.: Portaria, Agência da Secretaria da Receita.

CompostosSão aqueles que reúnem, na sua estrutura, outros órgãos

menores, com função principal idêntica ou com funções auxiliares diversificadas. Ex.: Secretaria de Educação (esco‑las – órgãos menores).

c) Quanto à Atuação Funcional

SingularesSão aqueles que atuam e decidem por meio de um único

agente, que é seu chefe e representante. Pode ter vários auxiliares, mas só um representante. Ex.: Presidência da República (Presidente), Governadorias dos Estados, Prefei‑turas Municipais etc.

ColegiadosSão todos aqueles que atuam e decidem pela manifes‑

tação conjunta e majoritária da vontade de seus membros. Ex.: Tribunal.

Administração Pública Desconcentrada Descentralizada Indireta

É o conjunto de entidades, criadas ou autorizadas por lei, que, vinculadas à respectiva Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada. Em regra, abrange o Poder Executivo Federal, Estadual e Municipal. De acordo com o Decreto‑Lei nº 200/1967, compreende as seguintes entidades: Autar‑quias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

5 Assunto cobrado na prova da Esaf/TSIET/DNIT/Estradas/2013.

Autarquias

ConceitoAs Autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público,

integrantes da Administração Indireta, criadas por lei6 para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado.

As autarquias, pessoas administrativas que gozam de liberdade administrativa nos limites da lei que as criou, só podem ser extintas por lei.7

ObjetoAs Autarquias destinam‑se à execução de serviços pú‑

blicos de natureza administrativa. Por desempenharem ati‑vidades típicas do Estado, a descentralização administrativa ocorre por meio de outorga.

Autoadminis tra çãoAs Autarquias não possuem autonomia política para

criar suas próprias normas, elas possuem apenas autonomia administrativa, ou seja, auto-organização.8

Controle Institucional: não há subordinação hierárquica da autar‑

quia com o ente que a criou e sim vinculação, cabendo a este apenas o controle finalístico (supervisão ministerial), que visa mantê‑la no estrito cumprimento de suas finalidades (tutela).

Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja, poder de rever seus próprios atos.

Judicial: os atos praticados pelas Autarquias e por seus agentes são considerados atos administrativos, portanto, estão sujeitos ao controle pelo Poder Judiciário.

Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF).

Regime de PessoalEm regra, é o estatutário, da Lei nº 8.112/1990.

PatrimônioAs Autarquias possuem orçamento, patrimônio e receita

próprios.O patrimônio das autarquias é formado inicialmente a

partir da transferência de bens móveis e imóveis do ente federado que as criou.9

O patrimônio das autarquias goza dos mesmos privilé-gios atribuídos aos bens públicos em geral, é imprescrití-vel, não podendo ser adquirido mediante usucapião, bem como não pode ser objeto de penhora a fim de garantir a execução judicial.10

Foro CompetenteNos litígios comuns, sendo autoras, rés, assistentes ou

opoentes, o foro competente é a justiça federal, conforme determina o art. 109, I, da CF.

Responsabilidade CivilA Autarquia responde objetivamente pelos danos que

seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, asse‑

6 Assunto cobrado na prova da FCC/TRE‑RS/Técnico Judiciário/Área Administra‑tiva/Analista Judiciário/Área Administrativa/2010.

7 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto – II/2010.

8 Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Prefeitura Municipal de Boa Vista‑RR/Analista Municipal/Procurador Municipal/2010 e Fepese/Conselho Re‑gional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010.

9 Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010.

10 Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010.

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gurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa (art. 37, § 6º, CF).

PrivilégiosImunidade tributária; prescrição quinquenal de suas

dívidas; prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais; impenhorabilidade e imprescritibilidade de bens; não estão sujeitas à falência.

ExemplosBacen, INSS, CVM, Incra, Ibama, Detran.

Obs.: Os Conselhos Profissionais, além de possuírem personalidade jurídica própria, são autarquias.11

Agências ReguladorasAs Agências Reguladoras surgiram na Inglaterra, a partir

da criação pelo Parlamento, em 1834, de diversos órgãos autônomos com a finalidade de aplicação e concretização dos textos legais (MORAES, 2002, p. 22).

Posteriormente, em virtude da influência do direito anglo‑saxão, os Estados Unidos criaram, em 1887, a Inters-tate Commerce Comission, órgão inicialmente destinado a regular o transporte ferroviário.

As agências reguladoras, porém, só passaram a intervir fortemente no Direito Administrativo norte‑americano após a grande depressão (1929). No ápice da crise, já em 1933, o Presidente americano Franklin Delano Roosevelt aprovou uma série de medidas político‑econômicas para restabelecer a economia e assistir os prejudicados. Essas medidas ficaram conhecidas como New Deal (novo acordo). Como resultado do New Deal, foram criadas, por meio de leis, várias agências federais destinadas a regular os vários setores da economia, cada qual com seus procedimentos decisórios.

Diante disso, tornou‑se necessária a padronização desse sistema e, em 1946, foi editado o Administrative Procedure Act (Lei de Procedimento Administrativo), estabelecendo‑se, assim, procedimentos uniformes a serem adotados por todas as agências, conferindo‑lhes maior legitimidade.

No Direito Administrativo brasileiro, diferentemente do modelo norte‑americano, as agências reguladoras tiveram forte e decisiva influência francesa e, consequentemente, incorporaram as ideias de centralização administrativa e forte hierarquia. No entanto, ao adaptarmos as agências reguladoras ao Direito Administrativo brasileiro, devemos levar em conta as diferentes características decorrentes de cada ordenamento jurídico.

NaturezaNo Brasil, as agências reguladoras foram constituí-

das como autarquias de regime especial integrantes da administração indireta, vinculadas (não é subordinada) ao Ministério competente para tratar da respectiva ativi‑dade12. O regime especial vem definido nas respectivas leis instituidoras e diz respeito, em regra, à maior autonomia em relação à Administração Direta; à estabilidade de seus dirigentes, garantida pelo exercício de mandato fixo, que eles somente podem perder nas hipóteses expressamente prevista, afastada a possibilidade de exoneração ad nutum; ao caráter final das suas decisões que, a princípio, não são passíveis de apreciação por outros órgãos ou entidades da Administração, exceto no que se refere à legalidade.13

11 Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010.

12 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto – II/2010.

13 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto – II/2010.

Vistas por outro ângulo, foram criadas para realizar as tra‑dicionais atribuições da Administração Direta, na qualidade de Poder Público concedente, nas concessões, permissões e autorizações de serviços públicos. Derivam, pois da ideia de descentralização administrativa (art. 10, Decreto‑Lei nº 200/1967) e têm como função a regulação das matérias afetas a sua área de atuação e a permanente missão de fis‑calizar a eficiência na prestação dos serviços públicos pelos concessionários, permissionários e autorizados.

Ou, ainda, em sentido amplo, agência reguladora no Direito brasileiro seria qualquer órgão da Administração Direta ou entidade da Administração Indireta com a função de regular matéria específica que lhe está afeta. Se for enti‑dade da Administração indireta, está sujeita ao princípio da especialidade, significando que cada qual exerce e é espe‑cializada na matéria que lhe foi atribuída por lei. A regulação engloba toda forma de organização da atividade econômica pelo Estado, seja a intervenção por meio da concessão de serviço público, seja pelo exercício do poder de polícia, ou seja, o Estado está ordenando ou regulando a atividade eco‑nômica tanto quando concede ao particular a prestação de serviços públicos e regula sua utilização – impondo preços, quantidade produzida, qualidade – como quando edita regras no exercício do poder de polícia administrativo.

Dentro dessa função regulatória, podemos considerar a existência de dois tipos de agências reguladoras no direito brasileiro:

• As que exercem, com base em lei, típico poder de po‑lícia, com a imposição de limitações administrativas, previstas em lei, fiscalização, repressão; é o caso, por exemplo, da Anvisa, ANS e ANA.

• As que regulam e controlam atividades que constituem objeto de concessão, permissão ou autorização de serviço público (teleco municações, energia elétrica, transportes etc.) ou de concessão para exploração de bem público (petróleo e outras riquezas minerais, rodovias etc.).

As primeiras não são muito diferentes das autarquias comuns que nós conhecemos, tais como o Banco Central, o Cade, o Conselho Monetário Nacional ou a Comissão de Valores Mobiliários. Já as segundas é que constituem novidade maior no Direito brasileiro, pelo papel que vêm de‑sempenhando, ao assumirem os poderes que, na concessão, permissão ou autorização de serviços públicos, eram antes desempenhados pela própria Administração Pública Direta, na qualidade de poder concedente.

As primeiras agênciasEm 1995, as Emendas Constitucionais nºs 8 e 9 previram

a criação de um órgão regulador para o setor de teleco‑municações (art. 21, XI) e outro para o setor de petróleo (art. 177, § 2º, III), o que foi implementado pelas Leis nºs

9.472/1997 e 9.478/1997, as quais instituíram respectiva‑mente a Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel e a Agência Nacional do Petróleo – ANP. Porém a primeira agência reguladora brasileira tem origem infraconstitucional. Trata‑se da Agência Nacional de Energia Elétrica, instituída pela Lei nº 9.427/1996.

A desestatização do EstadoEm 1997, foi instituído o Plano Nacional de desestati‑

zação (Lei nº 9.491), com o objetivo estratégico de, entre outros fins, reduzir o déficit público e sanear as finanças públicas, transferindo para a iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor público e permitindo, dessa forma, que a Administração Pública concentrasse seus

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esforços nas atividades em que a presença do Estado fosse fundamental para a consecução das prioridades nacionais.

Com o afastamento do Estado da execução dessas ati‑vidades, seria necessário que se instituíssem mais órgãos reguladores. A partir daí, diversos órgãos da mesma natureza foram criados por lei infraconstitucionais como é o caso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, instituída pela Lei nº 9.782/1999. Em 2000, as Leis nºs 9.661 e 9.984 instituíram respectivamente a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS e a Agência Nacional de Águas – ANA. Em 2001, a Lei nº 10.233 criou a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT e a Agência Nacional de Transportes Aquá‑ticos – Antaq. No mesmo ano, a Medida Provisória nº 2.281 criou a Agência Nacional do Cinema – Ancine. Em 2005, a Lei nº 11.182, criou a Agência Nacional de Aviação Civil – Anac.

CaracterísticasAs agências reguladoras distinguem‑se das demais au‑

tarquias porque suas leis instituidoras lhes outorgam certas prerrogativas que não são encontráveis na maioria das enti‑dades autárquicas comuns. Segundo alguns doutrinadores, suas características podem envolver:

• Serem criadas por lei; a criação por lei é exigência que vem desde o Decreto‑Lei nº 6.016/1943, repetindo‑se no Decreto‑Lei nº 200/1967 e agora constando na Constituição Federal, art. 37, XIX.

• Serem dotadas de autonomia financeira, administrativa e poderes normativos complementares à legislação própria do setor. A autonomia financeira é assegurada pela disponibilidade de recursos humanos e infraes‑trutura material fixados em lei, além da previsão de dotações consignadas no orçamento geral da União, créditos especiais, transferências e repasses que lhe forem conferidos. A autonomia administrativa significa que, dada a personalidade jurídica própria, a autarquia contrata e administra em seu próprio nome, contrai obrigações e adquire direitos, mas dentro das regras do ordenamento vigente; como exemplo, seus servidores devem ingressar no quadro funcional por meio de concurso público. Com relação aos poderes normati‑vos, não abrange o poder de regulamentar leis, suas normatizações deverão ser operacionais, no sentido de regular a própria atividade da agência por meio de normas de efeitos internos, e conceituar, interpretar ou explicitar conceitos jurídicos indeterminados contidos na lei, sem inovar na ordem jurídica. Por conceito jurídi‑co indeterminado entende‑se aquele que permite mais de uma interpretação, ou seja, mutável em função da valoração que se proceda diante dos pressupostos da norma; geralmente seu sentido necessita de definição por órgão técnico especializado.

O grau de autonomia da agência reguladora depende dos instrumentos específicos que a respectiva lei instituidora estabeleça.14

• Operam como instância administrativa final nos litígios sobre matérias de sua competência. Isso significa que, em princípio, não cabe recurso hierárquico de suas decisões, exceto quanto ao controle de legalidade.

• Possuírem direção colegiada, sendo os membros no‑meados pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal (Lei nº 9.986/2000, art. 5º).

• Seus dirigentes possuírem mandato com prazo de duração determinado (Lei nº 9.986/2000, art. 8º).

14 Esaf/TSIET/DNIT/Estradas/2013.

• Após cumprido o mandato, seus dirigentes ficarem im‑pedidos, por um prazo certo e determinado (quarente‑na), de atuar no setor atribuído à agência, sob pena de incidirem em crime de advocacia administrativa, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, administrativas e civis (Lei nº 9.986/2000, art. 8º, § 4º).

• Especialização técnica: refere‑se à especialização de cada agência em relação à sua atribuição técnica. Este grau de especialização técnica das agências, emprega‑do em suas decisões, fundamenta não só a criação da própria agência, como também boa parte do poder normativo a ela conferido. Na verdade, as impede de exercer atividades diversas daquelas para as quais foram instituídas.

• Sujeição a controle ou tutela: como nas autarquias comuns, o controle feito pelo Ministério é um controle finalistico (supervisão ministerial), que visa mantê‑la no estrito cumprimento de suas finalidades (tutela).

É claro que sendo decorrentes de lei criadora, compatível com o ordenamento constitucional, as prerrogativas e auto‑nomias podem variar de uma agência para outra. No entanto as suas atribuições encontram certo consenso na doutrina.

AtribuiçõesAs atribuições das agências, no que diz respeito à conces‑

são, permissão e autorização de serviço público resumem‑se ou deveriam resumir‑se às funções que o poder concedente exerce nesses tipos de contratos ou atos de delegação, ou seja:

• regulamentar os serviços que constituem objeto da delegação;

• realizar o procedimento licitatório para escolha do concessionário/ permissionário;

• celebrar o contrato de concessão ou permissão ou praticar ato unilateral de outorga da autorização;

• definir o valor da tarifa e da sua revisão ou reajuste;• controlar a execução dos serviços;• aplicar sanções;• encampar;• decretar a caducidade;• intervir;• fazer rescisão amigável;• fazer a reversão de bens ao término da concessão;• exercer o papel de ouvidor de denúncias e reclamações

dos usuários.

Enfim, exercer todas as prerrogativas que a lei outorga ao Poder Púbico na concessão, permissão e autorização.

Regime de pessoalO regime jurídico de pessoal é o da Lei nº 8.112/1990,

assim determinado pela Lei nº 10.871/2004, que dispõe sobre a criação de carreiras e organização de cargos efe‑tivos das autarquias especiais denominadas Agências Reguladoras.15

Fundações Públicas

ConceitoCom propriedade, Di Pietro (2008) define a Fundação

instituída (autorização legislativa) pelo Poder Público como:

o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito público ou privado, e destinado, por lei, ao desempenho de

15 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto – II/2010.

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atividades do Estado na ordem social, com capaci‑dade de autoadministração e mediante o controle da Administração Pública, nos limites da lei.

ObjetoAs Fundações Públicas destinam‑se às atividades de cará‑

ter social, tais como, assistência social, assistência médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa e atividades culturais.

AutoadministraçãoAs Fundações Públicas também não possuem autonomia

política para criar suas próprias normas, elas possuem apenas autonomia administrativa, ou seja, auto‑organização.

Controle Institucional: não há subordinação hierárquica da

Fundação Pública com o ente que a criou e sim vinculação, cabendo a este apenas o controle finalístico (supervisão ministerial), que visa mantê‑la no estrito cumprimento de suas finalidades (tutela).

Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja, poder de rever seus próprios atos.

Judicial: assim como nas Autar quias, as Fundações Pú‑blicas, também, sofrem o controle de legalidade feito pelo Poder Judiciário.

Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF).

Obs.: O MP é curador das Fundações.

Regime de PessoalEm regra, é o estatutário, da Lei nº 8.112/1990.

PatrimônioAs Fundações Públicas possuem orçamento, patrimônio

e receita próprios.

Foro Competen teO foro competente, assim como nas Autarquias, é a

Justiça Federal.

Responsabilidade CivilAs Fundações Públicas, também, respondem objeti‑

vamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa (art. 37, § 6º, CF).

PrivilégiosAs Fundações Públicas gozam dos mesmos privilégios que

as Autarquias, ou seja, imunidade tributária, prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, prescrição quinquenal, seus bens são considerados bens públicos, não estão sujeitas à falência.

ExemplosIpea, IBGE, Fundação Nacional de Saúde, Funai, Enap,

Caje.Quadro Comparativo

Autarquia Fundação PúblicaCriada por lei específica. Autorizada por lei específica.Pessoa Jurídica de Direito Público (SEMPRE).

Pessoa Jurídica de Direito Público ou Privado.

Exerce atividades típicas do Estado.

Exerce atividades atípicas.

Possui natureza adminis‑trativa.

Possui natureza social (educa‑tiva, recreativa e assistencial).

Obs.: As autarquias e as fundações públicas não são consideradas entidades políticas.16

Empresa Pública

ConceitoAs Empresas Públicas são pessoas jurídicas de Direito

Privado, integrantes da Administração Indireta, criadas por autorização legal17, sob qualquer forma (Ltda., S.A) e capital exclusivamente público para que o Governo exerça atividades gerais ou prestação de serviços públicos.

É admitida a participação de outras pessoas jurídicas de Direito Público Interno, bem como de entidades da Admi‑nistração Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que a maioria do capital votante permaneça de propriedade da União (art. 5º, Decreto-Lei nº 900/1969).18

A pessoa jurídica de direito privado criada por autoriza-ção legislativa específica, com capital formado unicamente por recursos de pessoas de direito público interno ou de pessoas de suas administrações indiretas, para realizar atividades econômicas ou serviços públicos de interesse da administração instituidora, nos moldes da iniciativa particular, é denominada empresa pública.19

ObjetoAs Empresas Públicas têm por objeto o desempenho

de atividades de caráter econômico ou de prestação de serviços públicos.

SubsidiáriasA lei que autorizou a criação da Empresa Pública pode

prever, desde logo, a possibilidade de posterior instituição de subsidiárias. Caso contrário, será necessária nova lei au‑torizando sua criação (art. 37, XX, CF). As subsidiárias serão instituídas com o objetivo de se dedicar a um dos seguimen‑tos da entidade primária, sendo a subsidiária controlada pela primária, e ambas pelo Estado.

Controle Institucional: as empresas públicas não possuem subor‑

dinação hierárquica com o ente que as criou e sim vinculação, cabendo a este apenas o controle finalístico (supervisão ministerial), que visa mantê‑la no estrito cumprimento de suas finalidades (tutela).

Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja, poder de rever seus próprios atos.

Judicial: as empresas públicas sofrem o controle de legalidade feito pelo Poder Judiciário.

Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF).

Regime de PessoalSubmetem‑se ao regime trabalhista comum, previsto no

Decreto nº 5.452/1943 (Consolidação das Leis do Trabalho).

PatrimônioAs empresas públicas possuem orçamento, patrimônio

e receita próprios.

Foro CompetenteO juízo competente nos litígios comuns é a Justiça Fe‑

deral, conforme determina o art. 109, I, da CF.16 Assunto cobrado na prova do Cespe/TCU/AUFC/2010.17 Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área

Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010.18 Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área

Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010.19 Cespe/Seger‑ES/Direito/2013.

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Responsabilidade CivilAs empresas públicas que exercem atividade econômica

estão isentas da responsabilidade civil decorrente do art. 37, § 6º, da CF. Dessa forma, os prejuízos que seus empregados causarem a terceiros deverão ser tratados pelo Código Civil.

Se forem prestadoras de serviços públicos, responderão objetivamente por tais prejuízos.

PrivilégiosAs Empresas Públicas exploradoras de atividade econô‑

mica não dispõem de qualquer privilégio fiscal não extensivo ao setor privado (art. 173, § 2º, da CF).

ExemplosECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos); CEF

(Caixa Econômica Federal); Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária); Emater‑DF (Empresa de e Extensão Rural do Distrito Federal); Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal).

Sociedade de Economia Mista

ConceitoSociedades de Economia Mista são pessoas jurídicas de

Direito Privado, integrantes da Administração Indireta20, criadas por autorização legal21, sob a forma de Sociedades Anônimas, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades de caráter econômico ou a prestação de serviços públicos, não exclusivos do Estado.

Após a autorização de sua criação, promoverão a apro‑vação de seu estatuto, e o respectivo Registro, observando o que determina a Lei das Sociedades por Ações.

A título de exemplo, o Estado pretende descentralizar a execução de atividade atualmente desempenhada no âmbito da Administração direta, consistente nos serviços de ampliação e manutenção de hidrovia estadual, em face da especialidade de tais serviços. Estudos realizados indicaram que será possível a cobrança de outorga pela concessão, a particulares, do uso de portos fluviais que serão instalados na referida hidrovia, recursos esses que serão destinados a garantir a autossuficiência financeira da entidade a ser criada. Considerando os objetivos almejados, poderá ser instituída sociedade de economia mista, caracterizada como pessoa jurídica de direito privado, submetida aos princípios aplicáveis à Administração pública, e cuja criação é autorizada por lei.22

Em face de convênio de delegação celebrado com a União, o Estado obrigou-se a constituir entidade integrante de sua Administração indireta para atuar como delegatária de serviço público federal, tendo por objeto a exploração comercial do Porto de São Sebastião. Optou pela criação de uma sociedade de economia mista. Essa opção afigura-se correta, salvo se a delegação envolver, também, exercício de poder normativo e sancionador, que não se coaduna com o regime de direito privado da entidade.23

ObjetoAs Sociedades de Economia Mista têm por objeto o

desempenho de atividades de caráter econômico ou a pres‑tação de serviços, assim como as Empresas Públicas.

20 Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área Administra‑tiva/2013.

21 Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010.

22 FCC/AFR SP/Sefaz SP/Gestão Tributária/2013.23 FCC/TCE‑SP/Auditor/2013.

Capital SocialO Capital social das Sociedades de Economia Mista é

formado pela composição de recursos públicos e privados, sendo que o controle acionário pertence ao Poder Público, independentemente de serem exploradoras de atividades econômicas ou prestadoras de serviços públicos.

Controle Institucional: as Sociedades de Economia Mista não

possuem subordinação hierárquica com o ente que as criou e sim vinculação, cabendo a este apenas o controle finalís‑tico (supervisão ministerial), que visa mantê‑la no estrito cumprimento de suas finalidades (tutela).

Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja, poder de rever seus próprios atos.

Judicial: as Sociedades de Economia Mista sofrem o controle de legalidade feito pelo Poder Judiciário.

Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF).

Regime de PessoalSubmetem‑se ao regime trabalhista comum, previsto no

Decreto nº 5.452/1943 (Consolidação das Leis do Trabalho).

SubsidiáriasA lei que autorizou a criação da Sociedade de Economia

Mista, também, pode prever desde logo a possibilidade de posterior instituição de subsidiárias.

PatrimônioAs Sociedades de Economia Mista possuem orçamento,

patrimônio e receita próprios.Respeitados os requisitos e trâmites legais, é possível

ao Estado-membro desapropriar, mediante prévia e justa indenização em dinheiro, imóvel não utilizado pertencente a sociedade de economia mista federal exploradora de atividade econômica em sentido estrito.24

Foro CompetenteO juízo competente nos litígios comuns é a Justiça Estadual.

Súmula nº 517/STF: As Sociedades de Economia Mista só têm foro na justiça federal, quando a União intervém como assistente ou opoente.25

Súmula nº 556/STF: É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte Sociedade de Economia Mista.

Responsabilidade CivilAs Sociedades de Economia Mista que exercem atividade

econômica, também, estão isentas da responsabilidade civil decorrente do art. 37, § 6º, da CF. Dessa forma, os prejuízos que seus empregados causarem a terceiros deverão ser tratados pelo Código Civil.

Se forem prestadoras de serviços públicos, responderão objetivamente por tais prejuízos.

PrivilégiosAs Sociedades de Economia Mista exploradoras de ativi‑

dade econômica não dispõem de qualquer privilégio fiscal não extensivo ao setor privado (art. 173, § 2º, da CF).

24 FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/Procurador do Estado de 3ª Classe/2010.

25 Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto – II/2010 e FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010.