19

POLUIÇÃO SONORA NO AMBIENTE ESCOLAR · PDF filepropostas, que envolviam os sentidos da visão, como o uso de caça palavras e uso de imagens (desenhos que os alunos coloriram), teve

  • Upload
    buinhan

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

POLUIÇÃO SONORA NO AMBIENTE ESCOLAR COMO FERRAMENTA DE ESTUDOS E CONSCIENTIZAÇÃO

Maria Carmen Iranzo 1

Juliana Vanessa Colombo Martins Perles 2

RESUMO:

O Colégio Estadual Tânia Varella Ferreira, situado no bairro Requião, região periférica, zona urbana em Maringá, apresenta graves problemas de poluição sonora. Acredita-se que o fenômeno seja uma das causas do grande número de atestados e licenças médica de professores e funcionários; dados obtidos junto a secretaria demonstraram: 1 professora readaptada, 4 professoras em disfunção, e a concessão 205 atestados e 20 licenças, no período de janeiro a de junho de 2012. Acredita-se também que o fenômeno deve influenciar negativamente sobre a aprendizagem, pois apresentou na última avaliação do IDEB, nota 3,5. Portanto, procurou utilizar-se do fenômeno da “poluição sonora”, como ferramenta de estudos, visando possibilitar condições para a aprendizagem de conceitos científicos correlacionados com o tema, e também a conscientização para uma mudança de comportamento. O projeto norteou-se pela Pedagogia Histórico Crítica dos Conteúdos envolvendo diversas ações divididas em etapas, de acordo com os seus objetivos. Mesmo com resistência e dificuldades com a metodologia por parte dos alunos, obteve-se resultados significativos, sendo um deles, o excelente trabalho em que os alunos atuaram como “agentes disseminadores” da “cultura do silêncio”, junto às demais turmas. As hipóteses levantadas sobre o fenômeno da poluição sonora como um dos fatores causadores do adoecimento dos profissionais e do baixo rendimento da aprendizagem foram confirmadas, em pesquisas realizadas com os sujeitos envolvidos. Dessa forma se não houver o desenvolvimento de políticas públicas de combate e ou prevenção da problemática, as Escolas Públicas que vivenciam-na, continuarão enfrentando um sério obstáculo para o cumprimento da sua função social.

Palavras chaves: Poluição sonora. Baixo rendimento de aprendizagem. Pedagogia Histórico Crítica. Escola pública. Cultura do silencio.

1-Professora de Ciências e Matemática, graduada pela FAFIL e FAFIMAN. Professora da rede pública estadual

2- Professora Assistente de Anatomia Humana no Departamento de Ciências Morfológica da Universidade Estadual de

Maringá

1- INTRODUÇÃO:

A poluição sonora, é mais uma das problemáticas ambientais decorrente da

relação de exploração do ser humano com o ambiente, está relacionada diretamente

com o fenômeno da explosão da urbanização, que segundo Porto Gonçalves, 2000,

é conseqüência do processo de industrialização, iniciado com a Revolução

Industrial, e têm, sido considerada como uma ameaça ao habitat humano, causando

prejuízos ao organismo como um todo, a quem a ela se expõe, qualquer que seja o

ambiente, inclusive na escola, comprometendo, sobretudo, a qualidade de vida.

(SOUZA; FONSECA, 2005). Efeitos negativos para a saúde e a qualidade de vida

das pessoas têm sido relacionados à poluição sonora. Menezes e Paulino (2000)

apud Souza e Fonseca (2005) citam: aumento dos batimentos cardíacos,

hipertensão arterial leve ou moderada com conseqüente aumento de risco de

doenças cardíacas, lesão auditiva, irritabilidade, insônia, ansiedade, nervosismo,

redução da libido, aumento do tônus muscular, dificuldade de repouso do corpo,

tendência a apresentação de espasmos musculares reflexos, aumento da freqüência

respiratória, vertigem e cefaléia.

O Colégio Estadual Tânia Varella Ferreira, Ensino Fundamental e Médio,

situado no bairro Requião, região periférica da zona urbana do Município de

Maringá, apresenta graves problemas de poluição sonora constatados por

observação em determinados períodos e muitas vezes durante o horário de aula. O

nível de ruídos, produzidos nos ambientes do Colégio (corredores, pátio, refeitório, e

até mesmo nas salas de aula do Ensino fundamental), em algumas situações,

tornava-se insuportável, influenciando de forma negativa sobre a qualidade da

aprendizagem e sobre a saúde de toda a comunidade escolar, principalmente dos

que estão mais diretamente expostos. Acredita-se que o excesso de ruídos, seja

uma das causas de adoecimento de professores e funcionários do Colégio, pois de

acordo com dados que foram fornecidos pela secretaria da escola, foi possível

constatar que em seu quadro de professores havia uma professora readaptada,

quatro professoras em disfunção, e houve a concessão 205 afastamentos inferiores

à três dias e vinte licenças superiores à três dias (para tratamento de saúde), no

período do início do ano letivo até o meados do mês de junho do ano de 2012. Outro

dado pertinente é que os índices do ensino fundamental, do Colégio Estadual Tânia

Varella Ferreira, apresentaram nota 3,5 na última avaliação do Índice de

Desenvolvimento da Educação básica (IDEB).

Diante da complexidade dessa situação, optou-se pelo desenvolvimento de

ações que contemplasse não apenas a questão da conscientização e sensibilização

para minimizar a problemática do excesso de ruídos no ambiente escolar, através da

mudança de postura, mas com o objetivo também de usá-las como ferramenta de

estudos, ou seja, estruturar um projeto pedagógico com um formato que

possibilitasse uma prática pedagógica com atividades diversificadas, voltadas para a

contextualização do fenômeno da poluição sonora no ambiente escolar, partindo dos

elementos que compõe a prática social dos alunos e dos conhecimentos prévios que

já traziam.

2- A POLUIÇÃO SONORA NO AMBIENTE DA ESCOLA COMO

FERRAMENTA DE ESTUDO

Procurou utilizar-se do fenômeno físico “poluição sonora”, (que se constitui

em uma problemática ambiental do Colégio), como ferramenta de estudos, ou como

um ponto estratégico que possibilitasse criar condições, para que os alunos

pudessem abstrair e generalizar os conceitos científicos correlacionados com o

tema, através do “pluralismo metodológico”, que se inicia com a aplicação de

avaliações do conhecimento prévio dos alunos e o desenvolvimento de ações com

mediação do professor em atividades que incluíram filmes, palestras, seminários,

gincanas entre outras. Sendo que no seu primeiro momento estas ações foram

desenvolvidas junto aos alunos do nono ano turma “B”, do período da manhã,

visando instrumentalizá-los para atuarem como “agentes disseminadores”, de uma

nova cultura, (a “cultura do silêncio” ou a “cultura da colaboração”), junto aos demais

alunos das turmas do ensino fundamental, ou seja, atuando como agentes

multiplicadores dos conhecimentos adquiridos, protagonizando e divulgando uma

nova forma de comportamento com relação ao ambiente sonoro da Escola.

O projeto foi estruturado de acordo com a proposta das Diretrizes Curriculares

do Estado do Paraná (2008), isto é, com base nas Teorias Críticas do conhecimento

(Pedagogia Histórico Crítica e Histórico Cultural). Como a poluição sonora é uma

questão de educação ambiental, o projeto, incluiu também na sua proposta, uma

abertura para o estabelecimento de relações interdisciplinares, com: Língua

portuguesa, Matemática, História, Geografia, Artes e Educação Física. A intervenção

teve como objetivo geral, contribuir para melhorar as condições de trabalho dos

sujeitos envolvidos com o contexto, e a melhoria do rendimento da aprendizagem,

não só na disciplina de Ciências, mas nas demais disciplinas também.

Na Semana Pedagógica do Mês de fevereiro, iniciou-se o processo da

implementação do projeto, com a realização de uma reunião com a comunidade

escolar interna (Direção, pedagogos, professores e agentes educacionais I e II),

para a apresentação do projeto na sua totalidade. As demais ações da intervenção

pedagógica foram dividas em cinco partes.

A primeira parte, denominada “Relações interdisciplinares e contextuais”, teve

como objetivo geral, estabelecer relações interdisciplinares com as demais áreas do

conhecimento, para tanto foi realizada uma reunião específica com os pedagogos e

os professores das demais disciplinas da turma, onde todos os professores

presentes foram convidados a participar do projeto, e também foi realizado um

estudo em conjunto sobre as possibilidades do desenvolvimento e aplicação de

atividades metodologicamente organizadas para o estabelecimento de relações

interdisciplinares possíveis.

Na segunda parte (denominada: Revisão de conceitos básicos), as ações

foram desenvolvidas e aplicadas com os alunos do nono ano, turma “B” e teve como

objetivo geral a revisão de conceitos científicos básicos, ou seja, revisão de

conceitos que consistem em suportes para as abstrações e generalizações do

ensino e da aprendizagem que seriam propostos nas partes posteriores da

implementação; conceito de seres vivos, ecossistemas, fatores bióticos e abióticos,

meio ambiente, e as variadas formas de interferência do ser humano nos

ecossistemas, que podem resultar na degradação dos mesmos. As ações iniciaram

com a aplicação de questionário para avaliação dos conceitos prévios.

Durante o desenvolvimento desta fase, percebeu-se que as atividades

propostas, que envolviam os sentidos da visão, como o uso de caça palavras e uso

de imagens (desenhos que os alunos coloriram), teve boa receptividade por parte

dos alunos, fato esse, que contribuiu de forma significativa, para a ampliação e

generalização dos conceitos estudados. Este acontecimento pode ser comprado na

avaliação de conceitos prévios, por meio de questionário aplicado pré intervenção,

onde se constatou que os alunos limitavam o conceito de seres vivos à espécie

humana, relatando somente às características que são restritas a esta espécie,

como por exemplo, dormir, tomar banho, estudar, jogar bola, usar roupas, sapatos,

usar garfos e facas. Após a intervenção, quando se reaplicou o questionário de

avaliação foi possível constatar que passaram a conceituar seres vivos de uma

forma mais ampla, tal como um ser que se alimenta, que respira, que faz a digestão

dos alimentos e que é formado por células. Esta assimilação do conceito de seres

vivos possibilitou-lhes estender e ampliar a compreensão de novos conceitos, tais

como o que é ecossistema, e os fatores bióticos e abióticos que formam os

ecossistemas.

Num segundo momento desta fase as atividades, que possibilitaram aos

alunos participarem de uma forma mais prática e mais ativa, contribuiu também para

um rendimento maior da aprendizagem. Isto foi comprovado através da aula passeio

no entorno do Colégio, as atividades de sistematização realizada pelos alunos com a

mediação do professor, com base nesta ação pedagógica, foi bem produtiva e

permitiu constatar na prática que eles sabiam conceituar as interferências humanas

positivas e negativas sobre o ecossistema urbano em estudo.

As ações pedagógicas propostas na terceira parte (denominada: A estrutura

da organização dos seres vivos) da implementação, foram voltadas para a

compreensão da organização estrutural dos seres vivos, tendo como objetivo geral,

disponibilizar condições aos alunos para avançarem nos seus conhecimentos, sobre

os níveis de organização do organismo humano (células, tecidos, órgãos, sistemas),

e a compreensão do funcionamento do organismo humano como um “todo

integrado”, com ênfase para a relevância do Sistema Nervoso como coordenador

desse “todo integrado”, e para o papel do Sistema Sensorial, uma vez que é através

dos órgãos dos sentidos que o ser humano percebe o meio para interagir com ele.

Através da avaliação dos conceitos prévios, por meio de questionários pré-

intervenção, foi possível constatar, de forma geral, que os alunos identificavam as

estruturas que formam o organismo humano como sendo: células, órgãos e ossos, e

100% dos alunos não souberam responder sobre a forma de como as estruturas se

organizam para formar os sistemas que constituem o corpo humano. Quanto à

identificação dos sistemas que formam o organismo humano, foi possível constatar

que 40% dos alunos não sabiam identificar os sistemas, 30% confundiram órgãos

com sistemas, 30% dos alunos conseguiram citar de dois a três sistemas, sendo os

mais citados: digestório, circulatório e nervoso.

Com relação às demais atividades, como elas foram organizadas partindo de

problematizações, já de início foi possível observar que os alunos demonstravam

não estar acostumados com estes tipos de atividades. Diante desta metodologia que

parecia ser nova para eles surgiram dois tipos específicos de reação: um primeiro

grupo que reagia demonstrando apatia, e um segundo grupo que tentava superar as

dificuldades tentando resolver as problematizações e buscando o apoio do

professor.

Mesmo diante do grau de dificuldade e da passividade de uma parte dos

alunos, a metodologia proposta possibilitou evolução na aprendizagem. Foi possível

observar esse acontecimento durante o processo de aplicação das atividades e na

avaliação pós intervenção, uma vez que ao término das atividades proposta, os

alunos demonstram uma compreensão sobre organização das estruturas que

formam o corpo humano. Os alunos ampliaram também a identificação de mais

sistemas, além do respiratório, digestório e nervoso. Os sistemas mais citados além

desses foram os sistemas sensorial, ósseo e muscular.

Além das atividades propostas, foi acrescentada uma experiência prática,

com o objetivo de reforçar a importância do Sistema Sensorial para a percepção do

ambiente. Esta atividade foi realizada no laboratório. A sala foi dividida em três

equipes com 12 alunos, para a realização das experiências propostas. Esta

metodologia consistiu em três ações com problematizações específicas. A primeira

ação foi para trabalhar a função dos órgãos da visão e do tato. Foram vedados os

olhos de um aluno da equipe, e posteriormente lhe foi dado alguns objetos, tais

como brinquedos, utensílios domésticos, garrafas de suco, entre outros para que o

mesmo tentasse, identificar os objetos através do tato, enquanto os demais

assistiam. Esta ação prendeu a atenção dos que assistiam, pois instigava os alunos

expectadores, que ficavam na expectativa para ver se sem o auxílio da visão, o

aluno vendado, conseguiria identificar ou não o objeto somente com o uso do tato.

Na segunda ação foram apresentados aos alunos três copos de vidro com

diferentes conteúdos, líquidos (substâncias compostas homogêneas) que não

poderiam ser identificadas somente com o uso da visão ou do tato, por

apresentarem uma única fase. O primeiro copo continha apenas água, o segundo

copo continha uma mistura de álcool com água e o terceiro copo com uma solução

de água com açúcar. Apenas com o sentido da visão, eles não conseguiriam

identificar a substância dos copos. Foi pedido então que usassem o olfato, para

tentar identificar, o que despertou muita curiosidade, e todos queriam tentar

identificar. Conseguiram identificar apenas o copo que continha a mistura de água

com álcool, o primeiro e o terceiro copo não foi possível identificar só com o auxílio

do olfato e da visão. Foi pedido então que usassem o paladar para a identificação

das substâncias que faltavam. Novamente, surgiu uma curiosidade, natural da faixa

etária, todos queriam provar as substâncias do primeiro e do terceiro copo. Então,

conseguiram identificá-las através do paladar.

Paralelamente com a ação dos alunos iam sendo expostas os conceitos dos

órgãos que compõem o sistema sensorial, e também a função e a importância de

cada órgão para os seres humanos perceberem e se relacionarem com o ambiente.

Pode-se afirmar que esta ação metodológica atingiu o objetivo proposto, em

conseqüência do grau de participação e envolvimento dos alunos durante a sua

aplicação.

E um segundo momento, foi realizada uma aula passeio no Parque do Japão,

com o objetivo de revisar os conceitos estudados na segunda parte da

implementação, e para o estudo da função do sistema sensorial. A “beleza

fascinante” do Parque produziu tanto encantamento nos alunos, o que fez com que

eles demonstrassem muita resistência, em discutir conceitos científicos naquele

momento, pois queriam aproveitar cada minuto para apreciar a complexidade e a

beleza natural do ecossistema. Portanto, as questões propostas, tiveram que ser

realizada, na sala de aula, após o passeio.

Na fase de aplicação das atividades de contextualização com o uso do filme

“Tempos Modernos”, possibilitou a ampliação e a generalização de conceitos sobre

a compreensão da função do Sistema Nervoso, como coordenador dos demais

sistemas que formam o corpo humano, pois foi direcionada uma problematização

específica sobre a cena do filme em que Carlitos, trabalhando como guarda noturno

em uma galeria de lojas foi atacado por um grupo de assaltantes. Durante o assalto

um barril de vinho foi atingido por um tiro que por sua vez esguichava a substância

no rosto de Carlitos, fazendo com que ele a ingerisse em grande quantidade,

alcoolizando-se. A cena de Carlitos bêbado no filme juntamente com o seu

desfecho, contextualiza claramente a função do Sistema Nervoso sobre os demais

sistemas, pois o efeito do álcool sobre o Sistema Nervoso de Carlitos, fez com que

ele perdesse totalmente a coordenação motora, lutando bravamente para se manter

de pé, mas não conseguindo, por fim acaba dormindo sobre o balcão da loja, sendo

flagrado ali e conseqüentemente acaba por perder o emprego.

É importante observar que são cenas do filme que se destacam, não só por

possibilitar a compreensão da contextualização dos conceitos científicos ensinados,

mas também porque o ator e cineasta “consegue transformar tragédia em arte, pois

as cenas são muito cômicas”. Portanto, na utilização desse filme, a metodologia

proposta e aplicada disponibilizou melhores condições para alavancar uma

aprendizagem significativa, pois abriu espaço para as relações interdisciplinares com

outras disciplinas, sendo neste contexto específico com a disciplina de Artes

conforme propõe as Diretrizes Curriculares Estaduais (PARANÁ, 2008).

Na quarta etapa da implementação, (denominada: A poluição sonora: o que

é?, causas, conseqüências e legislação) o objetivo geral foi criar condições para a

compreensão do que é a poluição sonora, e dos prejuízos que o fenômeno provoca

para a saúde das pessoas e para a aprendizagem, buscando usar essa

compreensão como ferramenta de sensibilização e conscientização de que todos

esses malefícios podem e devem ser evitados, com uma mudança de

comportamento.

Partindo da prática social do aluno, foi aplicado um questionário para

avaliação dos conceitos prévios. Participaram desta atividade vinte e nove alunos.

Os dados abaixo demonstram as questões investigadas com seus respectivos

resultados (Tabelas 1 à 4 e Gráficos 1 e 2).

Tabela 1: Apresenta os resultados obtidos com as questões de investigação a respeito das conseqüências do excesso de ruídos sobre: concentração, audição, aprendizagem e pertubação física ou psicológica

QUESTÕES RESULTADOS SIM (%) NÃO (%)

1. O excesso de ruídos no ambiente escolar dificulta a concentração?

86 14

2. O excesso de ruídos dificulta ouvir as explicações do professor?

96 4

3. O excesso de ruídos no ambiente escolar dificulta a sua aprendizagem?

89 11

4. O excesso de ruídos te causa algum tipo de perturbação física ou psicológica?

72 28

Fonte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013

Gráfico 1 : Apresentamresultados demonstraram:

Fonte: Alunos, dados obtidos em

Tabela 2 : Apresenta os conceito

Barulho

Tudo que podemos ouvir

Citaram exemplos: cachorro latindo, musica

Não responderam

Ruídos sonoros

Vibração percebida pelo ouvido humano

Ondas

Fonte: Alunos, dados obtidos em abril

Tabela 3 : Apresentam os conceito

Barulho

Barulho irritante

Não responderam

Barulho desnecessário

Citaram exemplos: mosquito voando, portas rangendo, pessoas comendo, alunos correndo pelos corredores

Coisa que tem som

Barulho baixo

Som agudo

Fonte: Alunos, dados obtidos em abril

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Irritabilidade

57%

: Apresentam às perturbações físicas e psicológicas apontadasresultados demonstraram:

Fonte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013

conceitos prévios de som, redigidos pelos alunos, os resultados demonstraram:CONCEITO

Citaram exemplos: cachorro latindo, musica tocando, som de carro

Vibração percebida pelo ouvido humano

nte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013

conceitos de ruídos, redigidos pelos alunos, os resultados CONCEITO

Citaram exemplos: mosquito voando, portas rangendo, pessoas comendo, alunos correndo pelos corredores

onte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013

Irritabilidade Desânimo Dores de

cabeça

Cansaço

mental

Cansaço

físico

52%

33%

14%

às perturbações físicas e psicológicas apontadas pelos alunos, os

, os resultados demonstraram: RESULTADOS

(%)

45

10

10

10

7

3

3

, os resultados demonstraram: RESULTADOS

(%)

34

19

10

10

Citaram exemplos: mosquito voando, portas rangendo, pessoas comendo, 10

7

7

3

Cansaço

físico

Insônia

9% 9%

Gráfico 2 : poluição sonora

Fonte: Alunos, dados obtidos em

Tabela 4: Apresenta resultados obtidos ao investigarpelos alunos sobre poluição sonora foram:

1 - Não responderam2 - Ruídos que prejudicam a audição3 - Citaram exemplos: som

pessoas falando ao mesmo tempo; várias músicas exec utadas ao mesmo tempo, poda de árvores, música ruim, música pesada

4 - Excesso de barulho5 - Barulho à noite 6 - Som que polui a mente7 - Barulho infernal que acaba prejudicando muito

Fonte: Alunos, dados obtidos em abril

Os resultados apresentados na tabela 4, demonstram que mais de 60% dos

alunos não souberam conceituar o fenômeno (itens 1 e 3), sendo, que destes 30%

souberam apenas citar exemplos (item 3). Em torno de 10% dos alunos

apresentaram um conceito restrito ou limitado sobre o fenômeno (itens 6 e 7),

enquanto que, 17% conseguiram ampliar um pouco mais, incluindo o prejuízo para a

audição (item 3).

O segundo passo da

corresponde à problematização. Portando, quanto à primeira problematização, eles

foram induzidos a refletir sobre os prejuízos do excesso de ruídos para

aprendizagem, 100% dos alunos afirmaram que se

sua aprendizagem seria melhor e justificaram, conforme o exposto na tabela abaixo.

: Apresenta a resposta dos alunos a questão: “Você sabepoluição sonora?”, os alunos responderam:

Fonte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013

Apresenta resultados obtidos ao investigar a prática social dos alunos, os conceitos sobre poluição sonora foram:

CONCEITO

Não responderam Ruídos que prejudicam a audição

Citaram exemplos: som alto, várias pessoas falando alto; pessoas falando ao mesmo tempo; várias músicas exec utadas ao mesmo tempo, poda de árvores, música ruim, música pesada

Excesso de barulho

Som que polui a mente infernal que acaba prejudicando muito

nte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013

Os resultados apresentados na tabela 4, demonstram que mais de 60% dos

alunos não souberam conceituar o fenômeno (itens 1 e 3), sendo, que destes 30%

citar exemplos (item 3). Em torno de 10% dos alunos

apresentaram um conceito restrito ou limitado sobre o fenômeno (itens 6 e 7),

enquanto que, 17% conseguiram ampliar um pouco mais, incluindo o prejuízo para a

O segundo passo da Pedagogia Histórico Crítica, proposta por Saviani (1986)

corresponde à problematização. Portando, quanto à primeira problematização, eles

foram induzidos a refletir sobre os prejuízos do excesso de ruídos para

aprendizagem, 100% dos alunos afirmaram que se não houvesse tanto barulho, a

sua aprendizagem seria melhor e justificaram, conforme o exposto na tabela abaixo.

62%

38%

“Você sabe o que é

a prática social dos alunos, os conceitos redigidos

RESULTADOS (%)

31 17

alto, várias pessoas falando alto; pessoas falando ao mesmo tempo; várias músicas exec utadas ao mesmo

30

10 3 3 3

Os resultados apresentados na tabela 4, demonstram que mais de 60% dos

alunos não souberam conceituar o fenômeno (itens 1 e 3), sendo, que destes 30%

citar exemplos (item 3). Em torno de 10% dos alunos

apresentaram um conceito restrito ou limitado sobre o fenômeno (itens 6 e 7),

enquanto que, 17% conseguiram ampliar um pouco mais, incluindo o prejuízo para a

Pedagogia Histórico Crítica, proposta por Saviani (1986)

corresponde à problematização. Portando, quanto à primeira problematização, eles

foram induzidos a refletir sobre os prejuízos do excesso de ruídos para

não houvesse tanto barulho, a

sua aprendizagem seria melhor e justificaram, conforme o exposto na tabela abaixo.

SIM

NÃO

Tabela 5 : Apresenta informações referentes a aprendizagem apontadas pelos alunos: JUSTIFICATIVA RESULTADOS

(%) O barulho dificulta a aprendizagem 39 O barulho dificulta a atenção 32 O barulho dificulta a concentração 21 O barulho dificulta a audição 8

Fonte: Alunos, dados obtidos em maio de 2013

Na fase de instrumentalização, os alunos trabalharam em equipes, que

ficaram encarregadas de resolver as questões que lhes foram atribuídas,

envolvendo vários conceitos: som, ruídos, formas de propagação do som, como é

captado pelo ouvido e transmitido ao cérebro, como é medido, limites de medidas de

sons estabelecidos em leis para os ambientes da escola, (salas de aula, corredores,

bibliotecas laboratórios); poluição sonora, aspectos específicos da poluição sonora,

efeitos negativos do fenômeno sobre o bem estar e a saúde das pessoas, ou seja,

as doenças que o fenômeno provoca, leis que enquadram o fenômeno como crime

ambiental, e penalidades para quem praticar o crime.

Nesta fase os alunos apresentaram muita dificuldade, para a realização das

tarefas, pois algumas equipes, não conseguiam se organizar ou se entrosar, para

desenvolver as atividades, o que demandou muita paciência, por parte do professor.

Nesta fase ainda foi, realizada uma gincana, entre as equipes, sobre os conteúdos

estudados, na qual os alunos participaram com muita motivação. Foi apresentada

uma palestra também sobre os efeitos patológicos da poluição sonora sobre as

saúde, o que contribuiu também para reforçar a aprendizagem dos conceitos

trabalhados.

Em seguida foram aplicadas atividades de contextualização dos conceitos

trabalhados: sendo apresentadas questões, sobre as medidas que poderiam ser

tomadas pela Direção da Escola para minimizar a problema do excesso de ruídos

nos ambientes da Escola. Os alunos apresentaram sugestões diversas que variam

entre a convocação dos pais dos alunos que cometem excessos de ruídos para uma

conscientização; sugeriram também dar advertências, aplicar penalidades, tarefa

para casa, fazer serviço comunitário, houve até mesmo sugestão de expulsão.

Ainda nesta fase, foram questionados sobre se conseguiam estabelecer

alguma correlação entre o excessivo número de atestados e licenças médicas

apresentadas pelos professores e agentes educacionais à secretaria da Escola e o

fenômeno da poluição sonora produzida no ambiente escolar. Os resultados obtidos

mostraram que 97% dos alunos afirmaram que existe correlação entre os dados

sobre o número de atestados e licenças médicas com o fenômeno em questão,

apenas 3% dos alunos afirmam que não acredita nesta correlação.

Foram questionados também sobre se conseguiam estabelecer alguma

correlação sobre o baixo resultado do IDEB, com o fenômeno em questão, sendo

que 93% dos alunos afirmaram que o baixo rendimento da aprendizagem,

constatado pelo IDEB, têm relação com o fenômeno da poluição sonora e apenas

7% dos alunos não estabelece correlação entre o fato e o fenômeno.

Retornando à prática social dos alunos, através dos questionários aplicados

após a intervenção foi possível constatar, que houve uma ampliação e generalização

dos conceitos estudados, tais como, conceito de som de ruídos e de poluição

sonora.

Tabela 6: Demonstra a evolução da aprendizagem do conceito de poluição sonora redigido pelos alunos.

CONCEITO RESULTADOS (%)

1 - Som muito alto 25 2 - Barulho alto que causa doenças ou danos à saúde 25 3 - Excesso de ruídos que causa mudanças nas propriedades

físicas do ambiente 17

4 - Excesso de barulho 17 5 - Barulho alto 7 6 - Respostas evasivas 6 7 - Aspectos específicos da poluição sonora 3

Fonte: Alunos, dados obtidos em maio de 2013

Uma análise comparativa entre os conceitos redigidos pelos alunos,

demonstrados na tabela 4 (pré intervenção) com a tabela 6 (pós intervenção) aponta

que houve evolução da aprendizagem dos conceitos, visto que, a tabela anterior

30% dos alunos só citaram alguns exemplos do fenômeno (item 3) e 30 % não

souberam conceituá-los (item 1) e apenas 17% mencionaram que o fenômeno

prejudica somente a audição (item 2), enquanto que após a intervenção, 25% dos

alunos mencionaram que o fenômeno causa doenças ou danos à saúde (item 2).

Foi cobrado também dos alunos que relacionassem no mínimo três ou mais

efeitos nocivos da poluição sonora sobre o bem estar das pessoas e três ou mais

doenças que ela provoca, e constatou-se que 100% dos alunos souberam relacionar

corretamente ambas as questões.

Iniciou-se, então a V etapa da implementação (denominada: Formação dos

agentes multiplicadores), etapa onde foi proposta atividades de organização e

montagem das oficinas, para serem desenvolvidas, junto às demais turmas do

Ensino Fundamental do período da manhã. Ou seja, este seria o momento em que

os alunos, deveriam se tornar os “agentes disseminadores” da “cultura do silêncio no

espaço escolar”.

Nesta etapa, doze professores das turmas do Ensino Fundamental do período

da manhã, também participaram do projeto respondendo uma avaliação que tratava

dos efeitos do excesso de ruídos sobre a sua saúde, o rendimento do seu trabalho e

a respeito dos fatores que influenciam o rendimento da aprendizagem das suas

turmas, que apresentaram os seguintes resultados:

Tabela 7 : Apresenta resultados obtidos sobre a avaliação dos excessos de ruídos sobre a saúde e o rendimento do trabalho pedagógico dos professores e fatores que influenciam no rendimento da aprendizagem dos alunos

QUESTÕES RESULTADOS SIM (%) NÃO (%)

1. O excesso de ruídos pelos corredores, nas salas de aula, ou nos demais ambientes da Escola prejudica o bom andamento do seu trabalho em sala d e aula?

100 0

2. O excesso de ruídos pelos corredores, nas salas de aula, ou nos demais ambientes da Escola prejudica a aprendizagem dos seus alunos?

100 0

3. O excesso de ruídos pelos corredores, nas salas de aula, ou nos demais ambientes da Escola te causa algum tipo de perturbação física ou psicológi ca?

80 20

Fonte: Alunos, dados obtidos em maio de 2013

Com relação aos efeitos nocivos da poluição sonora sobre o bem estar e a

saúde das pessoas, foi possível constatar também que os 20% dos professores que

não apresentam perturbações físicas ou psicológicas, são aqueles que têm carga

horária maior em turmas que não são ruidosas (ensino médio), e trabalham com

carga horária mínima, no ensino fundamental (máximo três horas por semana),

conseqüentemente o tempo de exposição aos excessos de ruídos desses

profissionais também é mínimo (Gráfico 3, Tabelas 8 e 9).

Gráfico 3 : Apresentam às perturbações físicas e psicológicas apontadas pelos professores, os resultados demonstraram:

Fonte: Alunos, dados obtidos em maio

Com relação aos efeitos negativos da poluição sonora sobre o bem estar e a

saúde das pessoas, se for feito uma análise em termos de comparação, entre os

resultados apresentados nos gráficos das perturbações físicas e psicológicas de

alunos e professores, poderá se verificar que o gráfico dos alunos apontam sete

tipos de perturbações enquan

perturbações. Poderá se constatar também que o percentual de alunos que

apresentam os sintomas está 40% menor. Deve se considerar que o tempo de

exposição aos excessos de ruídos é 50% menor, do que o tempo de

professores, enquanto os alunos permanecem por quatro horas diárias no Colégio,

os professores, permanecem por oito horas ou mais.

Tabela 8 : Apresenta resultados damotivos atribuídos ao baixo rendimento da aprendizagem, os resultados foram:

MOTIVOS

Desinteresse por parte do alunoMá alfabetização Falta de pré -requisito na matériaFalta comprometimento da família

Fonte: Alunos, dados obtidos em maio

Tabela 9 : Apresenta os motivos desinteresse dos alunos pela aprendizagem:

Falta de compromisso com o estudoDéficit de atenção Desestrutura familiarProblemas de saúde

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

100%

90%

: Apresentam às perturbações físicas e psicológicas apontadas pelos professores, os resultados demonstraram:

nte: Alunos, dados obtidos em maio de 2013

Com relação aos efeitos negativos da poluição sonora sobre o bem estar e a

pessoas, se for feito uma análise em termos de comparação, entre os

resultados apresentados nos gráficos das perturbações físicas e psicológicas de

alunos e professores, poderá se verificar que o gráfico dos alunos apontam sete

tipos de perturbações enquanto que o dos professores apontam onze tipos de

perturbações. Poderá se constatar também que o percentual de alunos que

apresentam os sintomas está 40% menor. Deve se considerar que o tempo de

exposição aos excessos de ruídos é 50% menor, do que o tempo de

professores, enquanto os alunos permanecem por quatro horas diárias no Colégio,

os professores, permanecem por oito horas ou mais.

: Apresenta resultados da investigação realizada junto aos mesmos professores sobre os dos ao baixo rendimento da aprendizagem, os resultados apontados pelos professores

Desinteresse por parte do aluno

requisito na matéria Falta comprometimento da família

Alunos, dados obtidos em maio de 2013

otivos apontados pelos profissionais entrevistados às causas que geram o desinteresse dos alunos pela aprendizagem:

MOTIVOS Falta de compromisso com o estudo

Desestrutura familiar Problemas de saúde

90%

80% 80%

70%

50%

40%

30%

10%

: Apresentam às perturbações físicas e psicológicas apontadas pelos professores,

Com relação aos efeitos negativos da poluição sonora sobre o bem estar e a

pessoas, se for feito uma análise em termos de comparação, entre os

resultados apresentados nos gráficos das perturbações físicas e psicológicas de

alunos e professores, poderá se verificar que o gráfico dos alunos apontam sete

to que o dos professores apontam onze tipos de

perturbações. Poderá se constatar também que o percentual de alunos que

apresentam os sintomas está 40% menor. Deve se considerar que o tempo de

exposição aos excessos de ruídos é 50% menor, do que o tempo de exposição dos

professores, enquanto os alunos permanecem por quatro horas diárias no Colégio,

investigação realizada junto aos mesmos professores sobre os apontados pelos professores

RESULTADOS (%)

100 66 25 8

pelos profissionais entrevistados às causas que geram o

RESULTADOS (%) 100 66 66 8

10% 10% 10%

Fonte: Alunos, dados obtidos em maio de 2013

Ainda na quinta e última parte da implementação as atividades aplicadas aos

alunos, foram desenvolvidas em equipes com o auxílio do professor. As equipes

montaram uma oficina, com questões e trabalhos com uso de imagens, desenhos,

cartazes, objetivando estender para as demais turmas do Ensino Fundamental, a

compreensão do fenômeno da poluição sonora, com os efeitos que ela implica para

a saúde das pessoas e para o rendimento da aprendizagem, buscando usar essa

compreensão para a sensibilização e conscientização de que esses prejuízos

podem e devem ser evitados através da mudança de comportamento, ou seja,

disseminar a cultura do silêncio no “espaço escolar”.

As oficinas realizadas obtiveram muito sucesso, pois na construção do

material tomou-se o cuidado de se trabalhar as informações com o uso de mais

imagens e menos textos. Procurou-se, também usar uma linguagem bem adequada

à faixa etária e à capacidade cognitiva do público-alvo. Estas ações contribuíram

muito, no sentido de prender a atenção do público, conquistando um envolvimento

bem ativo dos participantes. Tudo isto ficou confirmado no processo de avaliação,

realizados com os professores, pedagogos e agentes educacionais que participaram

das mesmas, uma vez que, através do questionário de avaliação foi possível

constatar que as oficinas atingiram 100% de aprovação em todos os quesitos

(material usado, palestras, a atenção do público e objetivos propostos) (Tabela 10).

O público que avaliou as oficinas apresentaram como sugestões: maior divulgação

do material produzido e do tema trabalhado, e inclusive que os alunos trabalhassem

os conteúdos apreendidos, no seu cotidiano com a família (Tabela 10).

Tabela 10 : Aponta os resultados da avaliação realizada pelos profissionais, sobre as oficinas realizadas pelos “agentes disseminadores”

QUESTÕES RESULTADOS SIM (%) NÃO (%)

1. As palestras e o material apresentado pelos “agentes disseminadores” prenderam a atenção do público alvo?

100 0

2. Os agentes disseminadores atingiram os objetivos propostos?

100 0

3. Percebeu melhora no comportamento do público com o trabalho realizado?

100 0

Fonte: Professores, Pedagogos, Agentes Educacionais, dados obtidos em junho de 2013

3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com relação à metodologia usada, foi constatado, que o passo mais

complexo para se trabalhar é o da problematização, por várias razões, sendo uma

delas, a “questão cultural”, isto é, os alunos apresentam uma “cultura de resistência”

em relação às atividades que fogem dos métodos mais tradicionais, ou seja,

atividades diferenciadas, como por exemplo, o uso de tecnologias, estudos de caso,

estudos de campo, aula-passeio, palestras, entre outras, os alunos não concebem

como aula. Uma segunda questão que dificultou a “problematização”, é que este

passo, exige que o aluno tenha que fazer escolhas ou tomar decisões, ou seja, o

aluno têm que se tornar ativo, uma vez que o processo de tomada decisões implica

em conseqüências, o que vai lhe gerar insegurança. Isto evidência que não é tão

fácil para o aluno deixar de ser um simples receptor de informações, para se tornar

um sujeito ativo, na construção do conhecimento. Mas, foi possível constatar,

durante o desenvolvimento das atividades, que houve uma gradativa redução dessa

resistência.

É importante ressaltar também, que um dos momentos mais difíceis para a

execução do projeto, foi aquele, em que eles tiveram que trabalhar em equipes,

fazendo o uso de pesquisa, para resolução de problemas. As equipes apresentaram

um alto grau de dispersão, e de dificuldade de entrosamento entre os seus

componentes para a organização e a realização das atividades proposta. Estas

dificuldades, só foram superadas, através de muita paciência e persistência, e

demandaram também muito investimento em termos de tempo.

Como o projeto, visava não só a conscientização, para uma mudança de

postura, com relação ao ambiente sonoro da Escola, mas visava também, usar o

fenômeno como ferramenta de estudos no processo de ensino e aprendizagem,

acabou tornando-se muito extenso, devido às dificuldades e à resistência com a

metodologia, em determinados momentos. Mas, é muito importante enfatizar, que

alcançou ótimos resultados, devido, ao envolvimento e à participação dinâmica e

responsável dos alunos enquanto “agentes disseminadores” da “cultura do silêncio”,

nos ambientes da Escola, junto às demais turmas do Ensino Fundamental.

Foi possível constatar, que a metodologia de atribuir-lhes as atividades de

organizar e de aplicar as oficinas, fez com que eles se sentissem valorizados,

tentando corresponder da melhor forma possível a confiança que lhes foi

depositada, tanto que, obtiveram 100% de aprovação em todos os quesitos (material

usado, conteúdo trabalhos e objetivos propostos), pelo público que lhes avaliaram. O

sentir-se “importante” ou “valorizado”, contribuiu de forma muito significativa para a

melhoria do comportamento e do rendimento da aprendizagem da turma.

Quanto ao público-alvo, que foram as demais turmas do ensino fundamental

da manhã, pode-se afirmar que houve uma sensível melhora no comportamento dos

mesmos, mas que ainda não é considerada a ideal. Portanto, ainda há a

necessidade de continuidade do trabalho de sensibilização, por isso pretende-se,

dar continuidade a mais ações, e à medida que for possível, envolver mais

parceiros, para a execução das mesmas.

No decorrer do desenvolvimento desse trabalho foi possível constatar, que a

poluição sonora nos ambientes escolares, traz prejuízos para a aprendizagem dos

alunos e para a saúde dos profissionais expostos a ela. Portanto, pode se concluir,

que este problema tem que ser levado ao conhecimento das esferas externas

(famílias, comunidades, Núcleos Regionais, e Secretaria de Estado da Educação), e

que estas esferas, também se mobilizem, através de projetos mais amplos de

sensibilização e de medidas preventivas, quanto à problemática em questão, visto

que a poluição sonora se constitui em um problema de saúde pública e crime

ambiental. A maioria dos dados auferidos com o presente projeto indica que, se não

houver uma sensibilização e um maior envolvimento das demais esferas, no

combate à poluição sonora no ambiente escolar, os índices do IDEB tendem a

continuar baixos, os profissionais expostos ao problema continuarão adoecendo e

conseqüentemente a Escola Pública continuará enfrentando um sério obstáculo para

o cumprimento da sua função social.

REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação Diretrizes curriculares da educação básica. Curitiba: SEED, 2008.

PORTO GONÇALVES, C. V. Os (des) caminhos do meio ambiente. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2000.

SAVIANI, D. Escola e democracia. 13. ed. São Paulo: Cortez, 1986.

SOUZA, A. M.; FONSECA, G. R. S. A poluição sonora no ambiente escolar: reflexos no Processo Ensino-Aprendizagem . 2005.50 f. Dissertação (Mestrado) Pós-gradução de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente do Programa de Pós-Graduação do Centro Universitário Plínio Leite, Niterói, 2005