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TPG folitécnico 1 daGuarda Polytechnic oU Guarda RELATÓRIO DE ESTÁGIO Licenciatura em Design de Equipamento Sofia Alexandra Pereira Costa dezembro 1 2014

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TPG folitécnico1 daGuardaPolytechnicoU Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Design de Equipamento

Sofia Alexandra Pereira Costa

dezembro 1 2014

Gesp.010.02

Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Instituto Politécnico da Guarda

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

A RT S PA Z I O S

SOFIA ALEXANDRA PEREIRA COSTA

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO

EM DESIGN DE EQUIPAMENTO

dezembro de 2014

I

F I C H A D E I D E N T I F I C A Ç Ã O

Aluno: Sofia Alexandra Pereira Costa

Número: 1010540

Curso: Design de Equipamento

Ano: 2014

Escola: Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Morada: Av. Dr. Francisco Sá Carneiro, nº50 – 6300-559 Guarda

Telefone: +351 271 220 100

Fax: +351 271 222 690

E-mail: [email protected]

Orientador: Mestre, Maria Rosário Dias Camelo Dolgner.

Empresa: Artspazios - Arquitectos e Designers, Lda;

Morada: Rua Cava do Viriato 94, 3500-163 São José, Viseu;

Telefone: 232 094 007;

E-mail: [email protected];

Supervisor: Arquiteto, André Oliveira.

II

A G R A D E C I M E N T O S

Em primeiro lugar, gostaria de deixar vincado o meu agradecimento e apreço aos

meus pais e família por terem tornado possível esta etapa na minha vida.

Um agradecimento a toda a equipa da empresa Artspazios, nas pessoas do

Arquiteto André Oliveira, da Arquiteta Liliana Costa, da Arquiteta Mariana Costa, do

Arquiteto Fernando Melo e da Arquiteta Joana Pereira, o meu muito obrigada por esta

oportunidade e experiência enriquecedora. Por todo o apoio prestado e por toda a

simplicidade e interajuda demonstrada.

A todos os professores que durante os 3 anos da Licenciatura, acompanharam e

colaboraram na transmissão e partilha de ensinamentos, motivação, e por todas as

palavras amigas e sinceras que ficam retidas e serão recordadas por mim.

De um modo geral, quero agradecer também a todos os que direta ou

indiretamente, contribuíram, de alguma forma, para a realização desta fase.

Por último e não menos importante, à minha professora orientadora, Mestre, Maria

Rosário Dias Camelo Dolgner.

Bem-haja a todos.

III

P L A N O D E E S T Á G I O

O estágio desenvolvido na empresa Artspazios teve por base um plano de estágio

previamente definido pelo supervisor na instituição e que a seguir se apresenta nos seus

aspetos essenciais.

De uma forma sintética, as atividades definidas traduziam-se em:

Cooperação no projeto “Ciência, uma arte para descobrir o invisível”, para os

Jardins Efémeros 2014, no âmbito de intervenção urbana;

Conceção e realização da “mascote” do evento: ovelhas em cartão, com diferentes

tamanhos;

Intervenção sonora e decorativa do espaço e auxílio nos preparativos finais do

evento;

Conceção de ideias e conceitos para diferentes peças de decoração da marca

Entrelaçadas;

Conceção e a realização de diferentes candeeiros e biombos, aliando as diferentes

técnicas de produção da marca;

Colaboração na atividade diária da empresa.

IV

R E S U M O

O presente relatório de estágio retrata 286 horas de estágio curricular, no âmbito

do plano curricular da licenciatura em Design de Equipamento. As atividades foram

desenvolvidas na empresa Artspazios – Arquitectos e Designers, Lda, sediada em Viseu,

uma empresa jovem e recente no mercado, dotada de criatividade, bom gosto, bom

ambiente e profissionais dedicados.

Este relatório visa sobretudo a descrição dos projetos desenvolvidos ao longo do

estágio curricular, em todas as suas fases de conceção e realização, procurando, numa

primeira fase e como ponto prévio, caraterizar a empresa onde os mesmos foram

desenvolvidos. Nele ainda se descrevem todas as etapas, obstáculos que surgiram e ainda

as experiências vivenciadas com cada projeto. Os trabalhos elaborados no decorrer do

estágio, relativos à área de Design, consistiram essencialmente em: conceção de

elementos decorativos no âmbito do evento “Jardins efémeros”; auxílio na decoração do

espaço relativo ao mesmo evento; e idealização de conceitos para uma nova linha de

elementos de decoração concebidos com trapilho.

Palavras-chave: Artspazios; Intervenção Urbana; Jardins Efémeros; Ovelhas em

cartão; Biombos.

V

A B S T R A C T

This internship report portrays 286 hours of traineeship under the curriculum of

the degree plan in Equipment Design. The curriculum was developed in Artspazios

company - Architects and Designers Ltd, based in Viseu, a young and new company in

the market, endowed with creativity, good taste, good atmosphere and dedicated

professionals.

This report mainly aims at the description of the projects developed during the

traineeship in all stages of design and implementation, looking in the first instance and as

a previous point, characterize the company where they were developed. It describes all

the steps, obstacles that arose and still the experiences with each project. The works

produced during the internship, for the area of Design, consisted essentially of: design of

decorative elements in the event "ephemeral Gardens"; aid in the decoration of the space

for the same event; idealization and concepts for a new line of decorative elements

designed with trapilho.

Keywords: Artspazios; Urban Intervention; Ephemeral Gardens; Sheep cardboard;

Screens.

VI

Í N D I C E G E R A L

Ficha de identificação ...................................................................................................................................... I

Agradecimentos ............................................................................................................................................... II

Plano de Estágio ............................................................................................................................................ III

Resumo ............................................................................................................................................................ IV

Abstract.............................................................................................................................................................. V

Índice Geral .................................................................................................................................................... VI

Índice de Figuras ........................................................................................................................................ VIII

Lista de Siglas e Abreviaturas ...................................................................................................................... X

Introdução .......................................................................................................................................................... 1

Capítulo I - Localização e Caraterização da Empresa ............................................................................. 2

1. Localização da empresa: Cidade de Viseu ............................................................ 3

1.2. A empresa Artspazios ........................................................................................ 7

1.2.1. Recursos Humanos da Empresa Artspazios ................................................... 9

1.2.2. Local de realização do estágio ..................................................................... 12

1.2.3. Marcas da empresa Artspazios ..................................................................... 14

Capítulo II – Estágio-Descrição das atividades ....................................................................................... 16

2. Introdução ............................................................................................................ 17

2.1. Metodologia ..................................................................................................... 17

2.2. Projetos/atividades desenvolvidos ................................................................... 18

2.2.1. “Jardins Efémeros” ....................................................................................... 18

2.2.1.1. O Projeto “ovelhas” .................................................................................. 21

2.2.1.1.1. Dimensões e acabamento das ovelhas .................................................. 23

VII

2.2.1.1.2. Modelação do projeto ........................................................................... 24

2.2.1.1.3. Materialização das ovelhas ................................................................... 25

2.2.1.2. Intervenção no espaço do evento .............................................................. 29

2.2.2. Biombos e candeeiros para a marca Entrelaçadas ........................................ 40

2.2.3. Outra atividade ............................................................................................. 48

Reflexão Final ................................................................................................................................................. 49

Bibliografia ...................................................................................................................................................... 50

Outras Referências ......................................................................................................................................... 50

Webgrafia ......................................................................................................................................................... 50

Lista de anexos ................................................................................................................................................ 52

Anexos .............................................................................................................................................................. 53

Anexo I ............................................................................................................................................................. 54

Anexo II ............................................................................................................................................................ 58

VIII

Í N D I C E D E F I G U R A S

Figura 1 - Cidade de Viseu ............................................................................................... 3

Figura 2 - Sé de Viseu ...................................................................................................... 4

Figura 3 - Ovelhas Bordalesas……………………………… .............................................. 5

Figura 4 – Cardo…………………………………………………………………………5

Figura 5-Alfazema ............................................................................................................ 5

Figura 6 – Limonete ......................................................................................................... 6

Figura 7 – Logótipo .......................................................................................................... 7

Figura 8 – Logótipo .......................................................................................................... 9

Figura 9 – Equipa Arquitetos Artspazios ....................................................................... 10

Figura 10 – Composição Gráfica relativa à clínica Sandra Rabaça ............................... 11

Figura 11 – Empresa Artspazios ..................................................................................... 12

Figura 12 – Interior da empresa Artspazios ................................................................... 12

Figura 13 – Estabelecimento ENTRE ............................................................................. 13

Figura 14 – Produtos ENTRE Laçadas........................................................................... 15

Figura 15 - Fases do Projeto ........................................................................................... 18

Figura 16 - Evento “ Jardins Efémeros” ......................................................................... 19

Figura 17 – Copo para servir limonada no evento.......................................................... 20

Figura 18 - Espaço de realização do evento Jardins Efémeros....................................... 21

Figura 19 – Figuras de Ovelhas cedidas pelo Orientador ............................................... 22

Figura 20 - Modelação 3D - Vista Frontal da ovelha…………………………………..24

Figura 21 - Modelação 3D - Vista Posterior da ovelha ………………………………..24

Figura 22 – Cartão ...................................................................................................... 25

Figura 23 – Outros Materiais .......................................................................................... 25

Figura 24 – Tinta Preta ............................................................................................... 25

Figura 25 – Tinta Branca ............................................................................................... 25

Figura 26 - Ovelhas cartão (Pequena e Média) .............................................................. 26

Figura 27 - Ovelha Média ............................................................................................... 27

Figura 28 - Ovelha Pequena e Grande ............................................................................ 27

Figura 29 - Ovelha em PVC ........................................................................................... 28

Figura 30 - Decoração do espaço interior ....................................................................... 29

IX

Figura 31 - Pormenor do arranjo com a corda sisal ........................................................ 30

Figura 32 - Painel Alusivo dos Responsáveis pela Intervenção ..................................... 31

Figura 33 - Pormenor dos Nomes ................................................................................... 32

Figura 34 - Entrada do Espaço da Exposição onde se vê os chocalhos e a corda sisal

para tocar o chocalho ...................................................................................................... 33

Figura 35 - Bancada ........................................................................................................ 34

Figura 36 - Mesa ............................................................................................................. 34

Figura 37 - Sala de Conferências .................................................................................... 35

Figura 38 - Espaço Exterior ............................................................................................ 35

Figura 39 - Espaço a intervir .......................................................................................... 36

Figura 40 - Tubos para a "Casa dos Sons" ..................................................................... 37

Figura 41 - Peças de Ligação e Fixação dos Tubos ........................................................ 37

Figura 42 – Resultado final da intervenção na Casa dos Sons ....................................... 38

Figura 43 – Espaço NARV ............................................................................................. 39

Figura 44 - Pormenor do Espaço de NARV ................................................................... 39

Figura 45 - Exemplos de Biombos ................................................................................. 40

Figura 46 - Esboços do padrão dos Biombos ................................................................. 41

Figura 47 – Pormenor da fixação do Trapilho ................................................................ 42

Figura 48 – Protótipo de Biombo ................................................................................... 42

Figura 49 - Biombo de 2m x90cm .................................................................................. 43

Figura 50 - Modelação 3D do Biombo Final .................................................................. 43

Figura 51 - Exemplo de Candeeiro ................................................................................. 44

Figura 52 - Esboços Candeeiro ....................................................................................... 44

Figura 53 - Estudo 3D do Padrão do Crochet ................................................................. 46

Figura 54 – Candeeiro em 3D – Modelo selecionado .................................................... 47

Figura 55 - Peças de Betão ............................................................................................. 48

X

L I S TA D E S I G L A S E A B R E V I AT U R A S

JE – Jardins Efémeros;

Arq. – Arquiteto /a;

LED – Light Emiting Diode;

cm - Centímetro

PVC - Policloreto de polivinila;

UC – Unidade Curricular;

3D – Tridimensional;

NARV - Núcleo de Arquitetos da Região de Viseu.

1

I N T R O D U Ç Ã O

O curso de Design de Equipamento visa formar pessoas com uma consciência do

que é o design, entendido como um processo global, isto é, um conceito em que o design

deverá estar presente desde o primeiro momento da conceção de um espaço, produto ou

artefacto, tendo em consideração todos os aspetos científicos, técnicos e artísticos da

realização do projeto, as estratégias e as análises de mercado. O conjunto de competências

multidisciplinares adquiridas neste curso, de carácter técnico e prático, possibilita aos

licenciados em Design de Equipamento contribuírem, de forma decisiva, para a

funcionalidade, segurança e beleza dos espaços que habitamos ou em que trabalhamos,

assim como dos objetos que utilizamos, garantindo as acessibilidades para todos os tipos

de população, racionalizando os sistemas de produção, a utilização dos recursos naturais

e acautelando a defesa do ambiente.

A fase final de conclusão do curso contempla a realização de um estágio,

possibilitando pôr em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do mesmo, nas

diferentes unidades curriculares. Na sequência do mesmo impõe-se a realização de um

relatório que traduza a experiência vivida em contexto de trabalho. Neste sentido,

elaborou-se o presente relatório, que dá corpo à experiência vivida na empresa Artspazios

e que possui a seguinte estrutura: no primeiro capítulo procede-se à localização e

caraterização da empresa nos seus aspetos essenciais; no segundo capítulo procede-se à

descrição das atividades realizadas, procurando ainda enquadrá-las do ponto de vista

teórico. Terminar-se-á com uma conclusão acerca do estágio realizado.

2

C A P Í T U L O I - L O C A L I Z A Ç Ã O E

C A R AT E R I Z A Ç Ã O D A E M P R E S A

3

1. LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA: CIDADE DE VISEU

A empresa Artspazios - Arquitectos e Designers, Lda, encontra-se situada na Rua

Cava do Viriato 94, 3500-163 São José, em Viseu. Esta é uma cidade portuguesa, no

Centro de Portugal, com cerca de 52 500 habitantes, sendo por isso a terceira maior e mais

populosa cidade no Centro-norte de Portugal, a seguir a Coimbra e Aveiro1. É também

Capital de Distrito com o mesmo nome. É sede de um município com 507,10 km² de área

e 99 274 habitantes (2011), subdividido em 25 freguesias. Para além de sede de distrito e

de concelho, Viseu é igualmente sede de Diocese e de Comarca.

A figura seguinte mostra-nos uma vista da cidade de Viseu correspondente ao seu

centro histórico.

Figura 1 - Cidade de Viseu

Fonte: http://www.cm-viseu.pt

Viseu é uma cidade que se localiza às portas da Serra da Estrela, possuindo um

património paisagístico e cultural de extrema importância. O património arquitetural da

Cidade de Viseu é muito rico e conserva vários testemunhos do passado. Destacamos a

Sé, a Misericórdia e o Museu Grão Vasco, que se conseguem identificar na figura 1 e 2.

1 Informação retirada de www.cm-viseu.pt.

4

Figura 2 - Sé de Viseu

Fonte: http://www.espalhafactos.com/wp-content/uploads/2013/09/Portfolio-32.jpg)

Algumas das atividades económicas tradicionais associadas à região em que se

insere a cidade de Viseu são a pastorícia e a agricultura. A cultura da vinha e a produção

de vinho destacam-se, hoje em dia, pela sua importância económica. Este é talvez um dos

setores em franco desenvolvimento e dinamismo nesta região, associado também ao

turismo.

A referência ao conjunto montanhoso Serra da Estrela e aos produtos regionais

associados apresenta neste relatório uma importância fundamental uma vez que as

atividades que desenvolvi no estágio foram inspiradas naquelas referências económicas e

culturais, nomeadamente a realização das “ovelhas”, tema que abordarei mais adiante.

A pastorícia foi e é, nalguma medida, uma atividade económica importante que

fornece diversas matérias-primas para a indústria, com as quais se fabrica,

nomeadamente, o queijo da Serra da Estrela, a partir do leite das ovelhas bordalesas e do

cardo. Este último é uma planta que se desenvolve igualmente nesta região. A mesma

5

atividade fornece ainda a matéria-prima (lã) para a indústria têxtil, setor que teve um

grande desenvolvimento no século passado e que começa a dar mostras de uma certa

revitalização. As figuras seguintes mostram-nos a raça das ovelhas em questão, assim

como o cardo com que é feito o queijo Serra da Estrela.

Figura 3 - Ovelhas Bordalesas Figura 4 - Cardo

Fonte: http://autoctones.ruralbit.com/imagens/731.jpg Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-

2_wlQH4KurE/TegXMCUv2iI/AAAAAAAAD

qM/e1yJ6KIov5Q/s1600/IMG_0659+red-1.JPG

No âmbito destas referências, e dado que as mesmas aparecem nos projetos

desenvolvidos no estágio, impõe-se ainda referir alguns aspetos relacionados com plantas

que se desenvolvem nesta região, não tanto pela sua importância económica, mas pela

diversidade das suas aplicações, nomeadamente em termos decorativos.

Assim, a Alfazema ou Lavanda – cientificamente conhecida por Lavandula

angustifólia, é uma planta com propriedades medicinais e que consegue ser utilizada

como elemento decorativo face, nomeadamente, ao colorido apresentado, visível na

figura seguinte, e ainda ao seu aroma.

Figura 5-Alfazema

Fonte:http://2.bp.blogspot.com/-tEJx-

S4hFGQ/Tl4_GH7NDbI/AAAAAAAACZk/dKW8N78SPNU/s1600/4+%25281+of+1%2529+pic.jpg

6

Lúcia-lima ou Limonete – cientificamente conhecida por Aloysia triphylla,

Aloysia citriodora, é igualmente uma planta medicinal, geralmente utilizada em forma de

infusão (chá), podendo ainda funcionar como elemento decorativo.

Figura 6 – Limonete

Fonte: http://www.cabaredogoucha.pt/wp-content/uploads/2013/09/20130922-224838.jpg

7

1.2. A EMPRESA ARTSPAZIOS

A empresa Artspazios, onde desenvolvi o meu estágio, identifica-se através do

logótipo2 que a seguir se apresenta, composto essencialmente por elementos nominativos,

apresentando a cor preta.

Figura 7 – Logótipo

Fonte: https://yt3.ggpht.com/-ZseKgJHvyQU/AAAAAAAAAAI/AAAAAAAAAAA/oYZbmZLZlwQ/s900-c-

k-no/photo.jpg

A firma ARTSPAZIOS ARQUITECTOS E DESIGNERS, Lda, identifica uma

empresa destinada à prestação de serviços nas áreas de arquitetura, da engenharia, da

consultoria, do urbanismo, do design e investigação, organizada e gerida segundo

estratégias inovadoras, recorrendo a tecnologias avançadas, como forma de integrar a

conceção, a execução, a gestão e a comunicação dos projetos3. Oferece ainda um serviço

integrado, gerindo as várias fases de um projeto, interagindo com os domínios certos para

garantir a qualidade e rapidez do serviço, simplificando o processo para o cliente.

A empresa Artspazios apresenta-se no mercado como uma entidade jovem e

autónoma. É constituída por uma equipa de arquitetos, defendendo a integração do

conhecimento de todas as artes.

Na área da Arquitetura destacam-se as intervenções ou projetos relacionados

com4:

Conceção de edifícios públicos e privados, para fins habitacionais ou outros;

Indústria;

Comércio;

2 O logótipo é um sinal para identificar as entidades/estabelecimentos comerciais. 3 https://www.facebook.com/ARTSPAZIOS/info?tab=page_info. 4 Ibidem.

8

Planeamento;

Reabilitação e manutenção de edifícios.

Na área da Arquitetura de Interiores destacam-se:

Design de Ambientes;

Remodelações;

Vitrinismo;

Decoração de Interiores;

Stands Expositivos;

Planeamento e Organização de exposições;

Paredes Gráficas;

Instalações;

Publicidade Exterior.

Na área do Design de Equipamento destaca-se:

Mobiliário de apoio ao Projeto de Arquitetura.

Na área do Design Gráfico | Comunicação destacam-se:

Identidade Visual (Brand Identity);

Brand Design;

Estacionário;

Convites, brochuras, folhetos, flyers, cartazes, decoração de viaturas, fardas,

embalagens;

Estratégias de Marketing e Criação de Marcas;

Publicidade em: jornais, revistas, rol ups | banners | telas, outdoors | mupis,

expositores, press release;

Web Design.

A empresa oferece ainda o “Processo Chave na Mão”, que compreende a oferta de

um produto integrado:

1. arquitectura + gestão e direção de obras

2. all in one- arquitetura + design + gestão e direção de obras

9

A empresa Artspazios tem parcerias com outras empresas para a concretização

dos seus projetos, destacando-se a Fermento de Obra, Lda.

Esta é uma empresa de construção de edifícios (residenciais e não residenciais),

ampliação, transformação e restauro de edifícios, montagem de edifícios pré-fabricados,

gestão e fiscalização de projetos para a construção, atividades de arquitetura e engenharia,

compra e venda de materiais de construção.

Com uma atitude inovadora, objetiva e sustentada, colocam a investigação como

ponto de partida para conclusões precisas e soluções integradas. São uma equipa

multidisciplinar com pessoal especializado em gestão, leitura e comunicação de projetos.

Figura 8 – Logótipo

Fonte:

https://www.google.pt/search?q=se+de+viseu&biw=1536&bih=731&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=oh5EVMei

G5H3ate0gMgJ&ved=0CAYQ_AUoAQ#tbs=isz:l&tbm=isch&q=fermento+de+obra

1.2.1. RECURSOS HUMANOS DA EMPRESA

ARTSPAZIOS

A empresa possui uma equipa constituída por arquitetos. Não obstante não

apresentar uma estrutura formal, capaz de ser aqui reproduzida, a mesma organiza-se ou

compõe-se nos termos que a seguir indico, com dados fornecidos pela própria.

10

Assim, os recursos humanos são:

Liliana Costa e André Oliveira – Sócios gerentes / Arquitetos;

Joana Pereira e Mariana Costa – Arquitetas;

Fernando Melo – Gestor de Obra.

O recurso a outros profissionais faz-se consoante as necessidades, através da

celebração de contratos de prestação de serviços, não estando ou ficando os mesmos

incorporados no quadro de pessoal da empresa.

A figura seguinte5 exibe a equipa supra referida.

Figura 9 – Equipa Arquitetos Artspazios

Fonte: http://sitetemoin.files.wordpress.com/2013/08/dscf0955-2.jpg?w=1280

5 Figura colocada com autorização dos próprios elementos visados.

11

A empresa tem desenvolvido alguns projetos, em diferentes zonas do país,

nomeadamente o “Sandra Rabaça”, clínica dentária, na cidade da Guarda, que se traduziu

essencialmente no design do interior da clínica e do design gráfico.

Figura 10 – Composição Gráfica relativa à clínica Sandra Rabaça

Fonte: Elaboração Própria a partir de imagens do site da empresa

12

1.2.2. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO

A empresa dispunha de uma agradável varanda interior, no 1º piso, onde realizei

praticamente todos os projetos, sendo um espaço aberto e bem iluminado.

Figura 11 – Empresa Artspazios

Fonte: Imagem cedida pela empresa

Figura 12 – Interior da empresa Artspazios

Fonte: Imagem cedida pela empresa

13

A empresa Artspazios possui um estabelecimento comercial a que deu o nome

ENTRE, onde se vendem alguns dos produtos das suas marcas. O referido

estabelecimento é visível na figura seguinte.

Figura 13 – Estabelecimento ENTRE

Fonte: http://sphotos-h.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-xap1/t1.0-

9/p320x320/10393833_658201190938197_1933338743719506896_n.jpg)

14

1.2.3. MARCAS DA EMPRESA ARTSPAZIOS

Entre – Led e Design

Entre diversos objetos e peças de mobiliário, candeeiros, vários tipos de

luminárias, e tapeçaria, surge assim um novo conceito - ENTRE - como logótipo e marca

de iluminação (ENTRE LED), design (ENTRE Design) e handmade6 (ENTRE Laçadas).

A tecnologia Light Emiting Diode (LED) representa um importante avanço no

setor da iluminação. Ao mesmo tempo que reduz o consumo de energia de forma

significativa (até 90%), também protege o meio ambiente, pois é ecologicamente

sustentável (ao ser reciclável, ao ter muito mais durabilidade, ao não emitir raios UV e ao

não conter toxinas e outras substâncias tóxicas). Além disso, é capaz de desenvolver um

vasto leque de soluções de luminária, uma vez que é bastante versátil a sua utilização.

São vários os produtos que comercializa a ENTRE: Downlights, Fitas LED, Focos de

Teto, Fontes de Alimentação, Holofotes, Iluminação de Calha, Iluminação Industrial,

Iluminação Submersível, Lâmpadas, Lâmpadas Tubulares, Módulos LED, Painéis LED

e Projetores de Chão.

A ENTRE Design posiciona-se num mercado direcionado para o design mais

acessível, bem como para diversos produtos baseado no conceito Handmade.

A ENTRE Laçadas traduz-se no desenvolvimento de produtos artesanais, aliando

o saber tradicional a novas perspetivas decorativas, recorrendo a agulhas e tecidos,

adaptando os produtos a novas escalas e contextos. Cada peça é única, uma

reinterpretação do passado, projeto para o futuro. Todas as peças provêm de excedentes

de tecidos da indústria têxtil portuguesa.

A figura seguinte mostra parte dos produtos da marca ENTRE Laçadas.

6 Termo usado para definir coisas feitas artesanalmente, isto é, o fabrico de objetos sem o uso de cadeias

industriais automatizadas.

15

Figura 14 – Produtos ENTRE Laçadas

Fonte: https://www.facebook.com/pages/Entrela%C3%A7adas/1416018845288484?fref=ts

16

C A P Í T U L O I I – E S T Á G I O - D E S C R I Ç Ã O

D A S AT I V I D A D E S

17

2. INTRODUÇÃO

Neste capítulo, vão-se descrever as atividades/projetos realizados ao longo do

estágio, na empresa Artspazios, procurando, previamente, fazer um enquadramento das

mesmas, inclusive do ponto de vista metodológico. A primeira atividade reporta-se à

participação no evento “Jardins Efémeros”, no âmbito da qual foi desenvolvida uma

mascote – ovelhas em cartão, de diversos tamanhos. A complementar esta primeira foi

também dado auxílio na decoração do espaço, o qual estava destinado à realização de

diversas atividades a decorrer durante os “Jardins Efémeros”. Por último, faz-se

referência a alguns conceitos e ideias para elementos decorativos (biombos e candeeiros)

para a marca Entrelaçadas.

Embora descreva as atividades na primeira pessoa, cumpre referir que a maior parte

das atividades desenvolvidas foram realizadas em conjunto com outra colega estagiária.

2.1. METODOLOGIA

Conforme apreendido na UC de Metodologia Projetual, projetar é uma atitude

inerente ao Design que implica sermos sensíveis aos problemas que surgem no nosso

quotidiano, e aplicarmos a nossa experiência na solução dos mesmos. Tudo se torna fácil

quando se conhece o modo de proceder para se alcançar a solução de algum problema.

Os problemas nascem da necessidade do ser humano se sentir integrado no seu meio

ambiente, de uma forma confortável.

Metodologia do Projeto não é mais do que “uma série de operações necessárias,

dispostas por ordem lógica, ditada pela experiência, tendo como objetivo atingir o melhor

resultado com o menor esforço”7.

Criatividade não significa improvisar sem método. As regras não bloqueiam a

personalidade do designer. Pelo contrário, estimulam-no a descobrir coisas de forma

sustentada.

A figura seguinte coloca em evidência as fases que deve seguir um projeto.

7 Apontamentos da UC de Metodologia Projetual do Ano Letivo 2012/2013.

18

Figura 15 - Fases do Projeto

Fonte: Elaboração Própria a partir dos apontamentos da UC de Metodologia Projetual

2.2. PROJETOS/ATIVIDADES DESENVOLVIDOS

2.2.1. “JARDINS EFÉMEROS”

Os Jardins Efémeros constituem um evento importante que se realiza, todos os anos,

no “coração” da cidade de Viseu, no mês de julho, tendo esta sido a sua IV edição. Mais

do que as minhas palavras, um artigo de imprensa regional, descreve o referido evento, o

qual se transcreve a seguir: “Os JE são uma celebração de e para a cidade Viseu através

de práticas artísticas e científicas; enfim, culturais. Apesar de serem efémeros, porque

ocorrem durante dez dias, inscrevem novas perceções da cidade (um lugar com gente

dentro) e na forma como a habitamos e a vivemos. As propostas que os Jardins Efémeros

inscrevem na programação para este ano resultam do esforço em trazer novas linguagens

e perspetivas na interpretação da cidade e do mundo. Mais do que entender, o papel da

cultura é provocar inquietação no pensamento. Mais do que agradar quando produzimos

Analisar o

Projeto

Definição do

Conceito

Pesquisa de

soluções

existentes no

mercado

Realização Decisão Desenvolvimento

de ideias

Avaliação Otimização

19

uma expressão artística como uma peça de teatro, uma exposição ou um simpósio, o que

nos interessa e preocupa é fornecer novas linguagens e perspetivas como instrumento de

ampliação da capacidade crítica e interventiva no espaço e no tempo que ocupamos. E,

em último reduto, uma maior liberdade individual, com profundo respeito pelo coletivo,

uno e positivamente dependente.

O nosso objetivo não é que tomem as ideias que apresentamos como certas. Antes um

questionar de caminhos como forma de perspetivar um futuro. Esperança é uma palavra

da qual não abdicamos.”8

Viver a cidade, fruir o centro histórico, partilhar ideias e experiências, ver imagens e

recantos singulares, sentir a importância da complementaridade entre o rural e o urbano,

degustar a gastronomia de boa memória e os surpreendentes vinhos do Dão, desfrutar de

momentos únicos sob o desígnio de “habitar a urbe, debater a polis e okupar a cidade”,

num ambiente onde a tradição se cruza com a modernidade, a criatividade e a inovação,

foram as atrações principais do evento referido, retratado, parcialmente, na figura

seguinte.

Figura 16 - Evento “ Jardins Efémeros”

Fonte: https://www.facebook.com/jardinsefemeros?fref=ts

Este evento visou contribuir para o estabelecimento de relações entre o mundo

artístico e o mundo urbano / rural e teve a virtude de combinar a criação artística

8 Texto retirado de Jornal dos Jardins, da autoria de Sandra Oliveira.

20

multidisciplinar, a interação com diversos públicos e uma efetiva dinamização da área

envolvente. Fomentou a articulação entre vários agentes culturais e económicos, a

promoção de saberes e sabores tradicionais, os produtos endógenos e artesanais, o turismo

e a gastronomia, aumentando, desta forma, a atratividade do centro histórico das cidades.

O tema do evento era “Ciência é uma arte para descobrir o invisível”, que se centra

na inovação dos produtos regionais através da ciência. Procurou-se através de uma

instalação efémera apelar ao que de mais genuíno e típico existe numa comunidade,

trazendo para o quotidiano das pessoas marcas da nossa tradição, como são as ovelhas e

restantes elementos associados: fardos de palha, chocalhos, a toalha de piquenique ou o

queijo da Serra da Estrela. Despertam-se assim as pessoas, um pouco esquecidas num dia

a dia que corre sem se poder conhecer o legado do passado que ainda continua presente.

A frase seguinte, em papel autocolante, colocada por nós, em objetos presentes no evento,

evidência, em parte, o objetivo que se pretendia alcançar com o mesmo.

Figura 17 – Copo para servir limonada no evento

Fonte: Elaboração própria

21

2.2.1.1. O PROJETO “OVELHAS”

A primeira atividade/projeto desenvolvido, relacionada com os Jardins Efémeros,

ocupou quase todo o período de estágio, envolvendo a conceção de ovelhas e a decoração

do espaço onde as mesmas seriam colocadas e cujas plantas se podem visualizar no Anexo

I.

A ideia de conceber ovelhas prendia-se com o facto de as mesmas estarem associadas

a uma das principais atividades económicas da região. A pastorícia é uma atividade

tradicional, fornecedora de matérias-primas para diversas indústrias: laticínios, têxtil, etc.,

apelando ainda à ideia de dar uma imagem do que é o mundo rural.

Para o efeito, realizou-se previamente um Briefing para decisão/discussão

relativamente aos tamanhos, cores, materiais, procurando ainda o esclarecimento de

dúvidas e acertar alguns pormenores. Foi referido, nesse primeiro Briefing, que as ovelhas

seriam em cartão, o que se justificava pelo facto de ser um material ecológico e

económico, uma vez que o mesmo era para ser adquirido em espaços comerciais, sem

qualquer custo, possibilitando ainda a sua reutilização. As ovelhas apresentariam as cores

preto e branco uma vez que, também elas, na realidade, têm estas cores, ainda que com

diferentes tonalidades. As ovelhas teriam diferentes tamanhos, destinadas a decorar o

espaço físico onde iria decorrer o evento, retratado parcialmente na figura seguinte.

Figura 18 - Espaço de realização do evento Jardins Efémeros

Fonte: Elaboração Própria

22

Foram dadas algumas imagens relativas a ovelhas já concebidas e que deveriam servir

como inspiração para as que iria desenvolver. As mesmas constam das figuras seguintes.

Figura 19 – Figuras de Ovelhas cedidas pelo Orientador

Fonte: Imagens cedidas pela empresa

23

2.2.1.1.1. DIMENSÕES E ACABAMENTO DAS

OVELHAS

As ovelhas seriam divididas em pequenas, médias e grandes, cujas dimensões,

material utilizado e acabamentos, previamente definidos pelo orientador, são descritos a

seguir.

Ovelha Pequena

- Medidas: 40 cm x 25 cm;

- Material: cartão, cola UHU Expanded Polystyrene Glue, palitos planos, tesoura, régua,

x-ato, lápis, pincéis e rolos;

- Composição: corpo (peça única), cabeça (peça única) e 12 rodelas/rosetas de diferentes

tamanhos, separadas entre si 1 cm;

- Acabamento:

Branco – tinta d’água e retoque com spray;

Preto – tinta acrílica em spray.

Ovelha Média

- Medidas: 90 cm x 55cm;

- Material: cartão, cola UHU Expanded Polystyrene Glue, palitos planos, tesoura, régua,

x-ato, lápis, pincéis e rolos;

- Composição: corpo (peça única), cabeça (peça única) e 11 rodelas/rosetas de diferentes

tamanhos e espaçadas entre si 5,5cm;

- Acabamento:

Branco – tinta d’água e retoque com spray;

Preto – tinta acrílica em spray.

Ovelha Grande

- Medidas: 110 cm x 80 cm;

- Material: cartão, cola UHU Expanded Polystyrene Glue, palitos planos, tesoura, régua,

x-ato, lápis, pincéis e rolos;

24

- Composição: corpo (peça única), cabeça (peça única) e 11 rodelas/rosetas de diferentes

tamanhos e espaçadas entre si 6 cm;

- Acabamento:

Branco – tinta d’água e retoque com spray;

Preto – tinta acrílica em spray.

2.2.1.1.2. MODELAÇÃO DO PROJETO

Dei então início à modelação das ovelhas em 3D, a partir das informações

transmitidas, utilizando o software Inventor Professional 2014. Neste aspeto, os

conhecimentos adquiridos na UC de Modelação Virtual II, foram fundamentais para o

sucesso desta atividade, uma vez que nesta trabalhámos com o mesmo software. De

seguida, apresento alguns dos resultados deste trabalho.

Figura 20 - Modelação 3D - Vista Frontal da ovelha Figura 21 - Modelação 3D - Vista Posterior da ovelha

Fonte: Elaboração Própria Fonte: Elaboração Própria

25

2.2.1.1.3. MATERIALIZAÇÃO DAS OVELHAS

Seguidamente, iniciou-se o processo de materialização das ovelhas modeladas em

3D. Para tal, teve que haver uma deslocação a diferentes superfícies comerciais para

aquisição do cartão. Os restantes materiais a usar já existiam na empresa, nomeadamente

as tintas. As figuras seguintes mostram os materiais usados na realização das ovelhas.

Figura 22 – Cartão Figura 23 – Outros Materiais

Fonte: Elaboração Própria Fonte: Elaboração Própria

Figura 24 – Tinta Preta Figura 25 – Tinta Branca

Fonte: Elaboração Própria Fonte: Elaboração Própria

26

Utilizou-se no acabamento tinta d´água branca, não tendo sido necessário diluí-la.

Nas ovelhas pretas, uma vez que não existia tinta no Atelier, foi usada tinta de spray

acrílica que teve que ser comprada especificamente para este projeto. Optou-se neste caso

por tinta spray uma vez que tem inúmeras vantagens: é mais rápida a pintura, o tempo de

secagem é reduzido, e não requer outro material de apoio a não ser a devida proteção de

quem a utiliza.

No que diz respeito às condições e segurança no desempenho do trabalho, o

supervisor foi atencioso e preocupado, tendo tido especial cuidado/atenção no que toca à

proteção, disponibilizando luvas, máscaras. Entendo, neste aspeto, que teria sido

importante adquirir na parte curricular do curso, alguns conhecimentos a nível da

segurança no trabalho e que não o integram, embora alguns docentes fossem chamando a

atenção para determinadas situações.

De seguida, na posse dos materiais, procedi à materialização das mesmas, tarefa

que ocupou grande parte do período de estágio. As figuras seguintes permitem visualizar

o resultado alcançado.

Figura 26 - Ovelhas cartão (Pequena e Média)

Fonte: Elaboração própria

27

Figura 27 - Ovelha Média

Fonte: Elaboração Própria

Figura 28 - Ovelha Pequena e Grande

Fonte: Elaboração Própria

28

O balanço final foi muito positivo quanto a estas mascotes, uma vez que durante

o evento, tanto crianças como adultos, adoraram e acharam uma brilhante e excelente

ideia.

A empresa ao ter conhecimento de tal aceitação, e devido à procura incansável por

parte do público, apostaram na sua comercialização. A mesma optou por um outro

material uma vez que o cartão não seria muito viável dada a sua pouca durabilidade e

fragilidade. Chegou-se então à conclusão de que seriam realizadas em Polyvinyl chloride,

em português Policloreto de polivinila (PVC), de cor branca e/ou preta. Tal como nos foi

transmitido na UC de Materiais, o PVC é um plástico também conhecido como vinil. O

PVC é obtido através de uma combinação de etileno e cloro. É um produto classificado

como versátil devido à possibilidade de se acrescentar determinados aditivos

(plastificantes, estabilizantes, lubrificantes, pigmentos, espumantes etc.) que são

incorporados antes da transformação no produto final9.

A figura seguinte mostra-nos a ovelha materializada em PVC.

Figura 29 - Ovelha em PVC

Fonte: Elaboração Própria

9 O PVC é amplamente aplicado em setores da construção civil como também na indústria de calçados. É

auto-extinguível, ou seja, não propaga o fogo; é inerte e reciclável, não agredindo a natureza. Informação retirada dos

Apontamentos da UC de Materiais do ano letivo 2012/2013.

29

2.2.1.2. INTERVENÇÃO NO ESPAÇO DO EVENTO

Depois de terminadas as ovelhas, prosseguiu-se para a intervenção no espaço

supra referenciado, onde iria decorrer a exposição. A intervenção consistia na ajuda na

decoração e no posicionamento de todos os elementos que faziam parte da exposição. A

decoração compreendia as ovelhas em cartão, chocalhos, fardos de palha, alguns

trabalhos feitos por alunos de uma escola de Viseu alusivos ao cardo e arranjos feitos por

mim com alfazema, limonete e um botão de cardo. O objetivo destes arranjos florais era

esconder os três fios de eletricidade que se encontravam por cima da mesa, no 1º piso, do

edifício onde decorreria o evento e também servir como elemento decorativo do restante

espaço. Depois de feitos os arranjos e como toque final, coloquei corda sisal a toda a volta

do arranjo a fim de o embelezar.

A figura seguinte mostra parte do resultado deste trabalho.

Figura 30 - Decoração do espaço interior

Fonte: Elaboração Própria

30

Figura 31 - Pormenor do arranjo com a corda sisal

Fonte: Elaboração Própria

A decoração do espaço compreendia também a colocação de chocalhos,

igualmente alusivos à pastorícia e ao ambiente rural. Neste sentido, realizei um estudo

para averiguar a altura a que deveriam estar os chocalhos, para garantir a segurança de

quem iria visitar o espaço, e também para não se tocar diretamente no chocalho.

Seguidamente, avançou-se com um outro estudo para verificar a melhor opção para fixar

a corda sisal que estaria presa ao chocalho e com comprimento suficiente para as pessoas

poderem interagir e fazer-se sentir e ouvir o som.

Ainda na empresa, certifiquei novamente o comprimento da corda que se iria fixar

nas vigas ou em pregos espetados nas mesmas, para evitar erros/falhas no momento da

31

montagem. Ao nível destes estudos a UC de Ergonomia foi importante uma vez que

estava sensibilizada para a adequação da altura a que deveriam estar os chocalhos, tendo

em conta a altura das pessoas por forma a evitar o contacto direto.

No local da exposição foi colocado um painel, conforme ilustra a figura abaixo,

contendo ainda o meu nome e de outra colega, no canto inferior direito, uma vez que

fomos responsáveis por este estudo e realização.

Figura 32 - Painel Alusivo dos Responsáveis pela Intervenção

Fonte: Elaboração Própria

32

Figura 33 - Pormenor dos Nomes

Fonte: Elaboração Própria

No fim do dia, colocaram-se os chocalhos, pendurados à entrada do edifício, por

cima das escadas. Os chocalhos foram dispostos em 3 vigas de madeira, 4 chocalhos em

cada uma, perfazendo no total 12 chocalhos. Os mesmos foram seguros/presos com corda

sisal, desde a viga até à cinta de cada chocalho. Tinham também corda sisal presa no

badalo, a qual tinha como objetivo fazer com que as pessoas interagissem com essa

mesma corda, puxando-a ou abanando-a, fazendo assim soar o som do chocalho. O

objetivo principal era enquadrar-se no tema do espaço, e ainda dar sinal quando alguém

entrasse no edifício.

33

Figura 34 - Entrada do Espaço da Exposição onde se vê os chocalhos e a corda sisal para tocar o chocalho

Fonte: Elaboração Própria

No 1º piso do edifício foi construída uma mesa, no centro da sala, com 2,5 m de

comprimento, utilizando 11 fardos de palha. A finalidade desta mesa era servir para prova

e degustação de produtos ali expostos. No mesmo piso, foi feita também uma espécie de

bancada de cozinha, com 5 fardos de palha (3 horizontais e 2 verticais). Existia também

um banco de madeira a fim de dar um ar mais rústico.

34

Figura 35 - Bancada

Fonte: Elaboração Própria

Figura 36 - Mesa

Fonte: Elaboração Própria

35

No 2º piso, na sala de conferências e workshops, os fardos foram dispostos em

forma de “U”, tendo sido colocados no centro 3 bancos de madeira.

Figura 37 - Sala de Conferências

Fonte: Elaboração Própria

Posteriormente, começou-se a colocar as ovelhas, um pouco dispersas por todo o

espaço, tendo em conta o melhor sítio.

No espaço exterior da exposição, para além da parede feita com fardos, existia

uma delimitação do espaço na frente da casa, feita igualmente com fardos de palha, onde

tiveram lugar workshops de “Como fazer sabão”, provas e degustações entre outras

atividades.

Figura 38 - Espaço Exterior

Fonte: https://www.facebook.com/jardinsefemeros/photos/pb.432359876804477.-

2207520000.1417540630./800025873371207/?type=1&theater

36

Cooperou-se também na preparação de um outro espaço, a cargo da empresa e

para o mesmo evento, designada “A Casa dos Sons”, localizada atrás da Sé. Este espaço

destinava-se à realização de eventos musicais no âmbito do evento Jardins Efémeros.

Tratava-se de um espaço abandonado, apenas com parte da faixada principal, como

mostra a figura seguinte.

Figura 39 - Espaço a intervir

Fonte: https://www.facebook.com/jardinsefemeros?fref=ts

Quanto à segurança no trabalho, foi dado a escolher entre fato de pintura e/ou

roupa velha e luvas, a nível de material usei rolos de espuma, trinchas, pincéis, máscaras

e um tabuleiro.

Foram pintados 30 tubos, de 6 m cada um, a amarelo usando tinta acrílica. Os

mesmos serviriam não só como estrutura de suporte de alguns elementos como também

37

de elemento decorativo. Foi também colocada fita LED em todos eles com o principal

objetivo de ficarem iluminados à noite.

Figura 40 - Tubos para a "Casa dos Sons"

Fonte: Elaboração Própria

Figura 41 - Peças de Ligação e Fixação dos Tubos

Fonte: Elaboração Própria

38

Figura 42 – Resultado final da intervenção na Casa dos Sons

Fonte: https://www.facebook.com/jardinsefemeros/photos/pb.432359876804477.-

2207520000.1417540630./800025873371207/?type=1&theater

No âmbito do mesmo evento, a empresa foi também responsável pelo espaço

apresentado na figura abaixo, destinado a debates e conferências relativos à arquitetura,

denominado NARV (Núcleo de Arquitetos da Região de Viseu). Este espaço era para ser

decorado apenas com grades de cerveja, as quais permitiriam criar uma zona acolhedora

e ampla. No meio das caixas foram colocados pontos de luz. Nesta sala, decorada de

forma ecológica, foram expostos alguns trabalhos e livros. As figuras seguintes mostram

o resultado da intervenção neste espaço.

39

Figura 43 – Espaço NARV

Fonte: Elaboração Própria

Figura 44 - Pormenor do Espaço de NARV

Fonte: Elaboração Própria

40

2.2.2. BIOMBOS E CANDEEIROS PARA A MARCA

ENTRELAÇADAS

Foi-nos lançada uma última proposta para a marca Entrelaçadas, relativa a candeeiros

e biombos feitos com trapilho. Este é constituído por “fios, normalmente grossos, que

resultam dos retalhos nas confeções em algodões ou lycras. São cortados uniformemente

ou esfarrapados para fazer bolsas, tapetes, almofadas, colares, etc. Tudo o que a

imaginação quiser, pelos processos de Crochê, Macramé, Tranças de fios, etc.”10. O

trapilho era um material já existente na empresa.

Comecei o projeto do biombo procurando ideias com recurso à internet. As figuras

seguintes mostram algumas das pesquisas efetuadas.

Figura 45 - Exemplos de Biombos

Fonte: Imagens pesquisadas

10 Informação retirada do site https://sites.google.com/site/omelhordoartesanato/home/reciclagem/trapilho.

41

Procedi depois à realização de esboços relativos ao padrão dos biombos, como mostra

a figura que se segue (os restantes esboços realizados podem ser vistos no Anexo II).

Figura 46 - Esboços do padrão dos Biombos

Fonte: Elaboração Própria

Entretanto, foram cortadas ripas de madeira de pinho, de 70 cm de comprimento, para

um pré-ensaio/protótipo do biombo. Tendo feito os cortes, passei à marcação e furação

dos pontos onde iria passar o fio de trapilho. Posteriormente, as ripas foram lixadas com

uma lixadeira elétrica e com uma plaina. Seguiu-se a passagem e fixação do fio em

trapilho.

42

O resultado deste trabalho apresenta-se a seguir.

Figura 47 – Pormenor da fixação do Trapilho

Fonte: Elaboração Própria

Figura 48 – Protótipo de Biombo

Fonte: Elaboração Própria

43

Passei de seguida para o corte de peças para um biombo de maiores dimensões (2

m x 90 cm), a que se seguiu a furação e o acabamento.

Figura 49 - Biombo de 2m x90cm

Fonte: Elaboração Própria

Figura 50 - Modelação 3D do Biombo Final

Fonte: Elaboração Própria

44

Relativamente aos candeeiros, a empresa deu previamente uma imagem para

servir de inspiração.

Figura 51 - Exemplo de Candeeiro

Fonte: Imagem cedida pela Empresa

A partir desta imagem realizei alguns esboços que a seguir se apresentam.

Figura 52 - Esboços Candeeiro

45

Fonte: Elaboração Própria

46

Como material de suporte do candeeiro deveria ser utilizada fibra de vidro11, a fim

de ser possível dar uma forma arredondada. Contudo, com a experiência adquirida,

constatei de que não seria o material mais indicado por apresentar uma certa fragilidade,

não se conseguindo obter o resultado desejado.

Os candeeiros deveriam ser revestidos a trapilho e, posteriormente deveria ser

feito um ponto simples ou básico de crochet sobre o mesmo.

A figura que se segue mostra estudos em 3D com o trapilho e a aplicação do

crochet.

Figura 53 - Estudo 3D do Padrão do Crochet

Fonte: Elaboração Própria

11 É um material basicamente composto de finíssimos filamentos de vidro, cobertos por resina (geralmente poliéster) e endurecido por meio de um catalisador de polimerização. Devido à grande resistência, fácil modelagem e baixa densidade, possui várias aplicações práticas, de amadoras a industriais. Fibra de vidro é o nome mais usual dos compostos, mas a definição correta é Polímero Reforçado com Fibra de Vidro (PRFV). O polímero é considerado um material compósito, onde são empregados mais de um tipo de matéria-prima, com o fim de aumentar a durabilidade do material. Informação retirada dos Apontamentos da UC de Materiais e do site http://fibra-de-vidro.info/.

47

A figura seguinte mostra o candeeiro em 3D, pelo qual a empresa optou.

Figura 54 – Candeeiro em 3D – Modelo selecionado

Fonte: Elaboração Própria

48

2.2.3. OUTRA ATIVIDADE

Já na parte final do estágio, foi-me pedido para passar selante em algumas peças

feitas em betão, a fim de serem finalizadas e se colocar o carimbo da empresa. O selante

para betão é incolor. É “baseado em resinas epoxi e isento de solventes, prevenindo a sua

deformação e/ou degradação.”12 A figura que se segue mostra as peças a intervencionar

com o selante.

Figura 55 - Peças de Betão

Fonte: Autor

12 Informação retirada do site: http://www.masterpaint.pt/arq/fich/Selpoxi_kit.pdf.

49

R E F L E X Ã O F I N A L

O estágio de cerca de dois meses realizado na empresa Artspazios constituiu uma

fase de extrema importância, quer em termos pessoais quer profissionais. De facto, nela

apliquei alguns dos conhecimentos adquiridos ao longo da licenciatura em Design de

Equipamento, enquanto realizava novas aprendizagens que só se alcançam em contexto

de trabalho. Simultaneamente, foi possível ter a perceção da necessidade de ter outros

conhecimentos noutras matérias, nomeadamente em termos de segurança no trabalho. De

um modo geral, o estágio decorreu sem grandes dificuldades devido à forma como fui

integrada na organização e nos projetos. As dúvidas eram sempre esclarecidas e o apoio

incondicional. Algumas dificuldades por mim sentidas, num ou noutro projeto, acabaram

por se tornar também aspetos positivos, nomeadamente ao constatar que determinados

materiais não seriam tão adequados ao projeto em desenvolvimento como no caso dos

candeeiros em fibra de vidro.

Em termos pessoais, foi uma experiência gratificante que me permitiu o contacto

com muitas pessoas, com outra formação e perspetivas igualmente distintas. Contudo o

intuito de todas elas era o trabalhar para um objetivo comum: realizar projetos que fossem

de encontro às necessidades das pessoas e dos locais, realçando os aspetos mais

importantes relacionados nomeadamente com a cultura e os saberes tradicionais.

Os projetos realizados, sobretudo o das ovelhas, que ocupou a maior parte do

tempo de estágio, teve um resultado prático muito visível e que superou todas as

expectativas face à reação do público que visitou o espaço do evento. Em resposta, a

empresa decidiu comercializar as mesmas, reconhecendo assim o trabalho desenvolvido.

50

B I B L I O G R A F I A

Panero, Julius (2002), Dimensionamento Humano para Espaços Interiores, Barcelona:

Editorial Gustavo Gili;

O U T R A S R E F E R Ê N C I A S

Ferreira, Arlindo, Apontamentos da UC de Metodologia Projetual, Ano Letivo 2012-

2013;

Reinas, André, Apontamentos da UC de Materiais, Ano Letivo 2012-2013.

W E B G R A F I A http://www.artspazios.pt/, consultado várias vezes entre os dias 12 e 29 de julho de 2014;

http://www.cm-viseu.pt/, consultado várias vezes entre os dias 17 e 26 de julho de 2014;

http://www.cidadeviseu.com/, consultado várias vezes entre os dias 10 e 22 de julho de

2014;

http://www.fermentodeobra.pt/, consultado no dia 30 de julho de 2014;

http://www.empresite.pt/FERMENTO-OBRA.html, consultado várias vezes entre os dias

1 e 10 de agosto de 2014;

http://www.portugalio.com/fermento-de-obra/, consultado várias vezes entre os dias 5 a

12 de agosto de 2014;

http://pt.kompass.com/c/fermento-de-obra-lda/pt056064/, consultado no dia 13 de agosto

de 2014;

http://codigopostal.ciberforma.pt/dir/508899486/fermento-de-obra-lda/, consultado nos

dia 13 de agosto de 2014;

http://www.entre.com.pt/, consultado várias vezes entre os dias 15 e 23 de agosto de 2014;

http://www.led.entre.com.pt/about-us, consultado várias vezes entre os dias 22 e 29 de

agosto de 2014;

https://www.etsy.com/pt/shop/ENTREDESIGN/about?ref=shopinfo_about_leftnav,

consultado várias vezes entre os dias 3 e 20 de setembro de 2014;

51

http://www.pinterest.com/entrelededesign, consultado várias vezes entre os dias 12 e 18

de setembro de 2014/;

http://www.pinterest.com/lilianacosta/entrela%C3%A7adas/, consultado no dia 21 de

setembro de 2014;

https://www.etsy.com/pt/shop/ENTREDESIGN#, consultado várias vezes entre os dias

26 e 30 de setembro de 2014;

http://www.tuasaude.com/alfazema/, consultado dia 18 de novembro de 2014;

http://www.criasaude.com.br/N4921/fitoterapia/limonete.html, consultado dia 19 de

novembro de 2014;

http://www.ipg.pt/estg/docente.asp?dep=2&doc=35, consultado dia 19 de outubro de

2014;

http://www.institutodopvc.org/publico/?a=conteudo&canal_id=39&subcanal_id=41,

consultado dia 24 de outubro de 2014.

52

L I S TA D E A N E X O S

Anexo I - Planta do Local a intervir

Anexo II - Esboços Biombo

A N E X O S

A N E X O I

Planta do local – Jardins Efémeros

Rés do chão – Pátio exterior

Fonte: Facultado pela entidade

Primeiro Piso – Zona Produtores

Fonte: Facultado pela entidade

Segundo Piso – Zona Conferência

Fonte: Facultado pela entidade

A N E X O I I

Esboços Biombo