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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP Rodrigo Ferreira Rodrigues Usos e repercussões de resultados do SARESP na opinião de professores da rede estadual paulista MESTRADO EM EDUCAÇÃO: CURRÍCULO SÃO PAULO 2011

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC – SP

Rodrigo Ferreira Rodrigues

Usos e repercussões de resultados do SARESP na opinião de professores

da rede estadual paulista

MESTRADO EM EDUCAÇÃO: CURRÍCULO

SÃO PAULO

2011

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC – SP

Rodrigo Ferreira Rodrigues

Usos e repercussões de resultados do SARESP na opinião de professores

da rede estadual paulista

MESTRADO EM EDUCAÇÃO: CURRÍCULO

Dissertação apresentada à Banca Examinadora

da Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo, como exigência parcial para obtenção

do título de MESTRE em Educação:

Currículo, sob a orientação da Profª Doutora

Isabel Franchi Cappelletti.

SÃO PAULO

2011

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Banca Examinadora

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

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DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação:

À minha amada esposa Cristina França

“Só Enquanto eu respirar,

Vou me lembrar de você!”

O Teatro Mágico

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a meu amado pai Milton, minha amada mãe Aurora e minha amada tia

Helena, que me ensinaram dentre tantos valores a importância e o papel da educação e

da persistência para se alcançar os objetivos que pretendemos.

À Cristina França, minha esposa, pelo valioso carinho, respeito, paciência e atenção em

tantos momentos de nossas vidas.

Aos meus familiares e irmã pela ausência, nem sempre compreendida, mas sempre

respeitada.

Agradeço a todos meus amigos que, próximos ou distantes, me ensinaram a importância

da amizade e amorosidade, em especial, àqueles que conheci no percurso dessa etapa

formativa.

Agradeço em especial um amigo, distante fisicamente, mas que se fez muito presente

nos estudos e pesquisas Paulo Arcas que gentilmente se dispôs, em momentos diversos,

a contribuir com minha pesquisa colaborando diretamente e apoiando indiretamente.

À Profª Dra. Sandra Maria Zákia Lian Sousa, pelas orientações e incentivo, pelo

acompanhamento e disponibilidade desde a qualificação, sensivelmente indicando

questões a serem melhoradas na redação do texto e na leitura atenta e cuidadosa no

texto final.

À Profª Dra. Mere Abramowicz por extrapolar afetividade e inspiração em suas aulas

desde o início do curso e se prolongará em uma virtuosa amizade.

Agradeço à Profª Dra. Isabel Franchi Cappelletti que com maternal afetividade

acadêmica, me entendeu mesmo sem que eu me pronunciasse e com rigor e

amorosidade orientou-me na pesquisa pela qualidade da educação e pela especial

paciência, carinho e respeito com minhas dificuldades, estendendo a mão amiga e

afável, sem deixar de ser rigorosa e formadora.

Aos professores do Programa de Pós Graduação em Educação: Currículo pela

oportunidade de partilha e discussão.

Aos meus queridos alunos que acompanharam e, direta ou indiretamente, contribuíram

com minha escrita e formação profissional e acadêmica.

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RESUMO

Esta pesquisa buscou identificar, na opinião de professores, eventuais repercussões no

cotidiano da sala de aula em função dos resultados obtidos no Sistema de Avaliação do

Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP). Procuramos identificar e

analisar alterações ocorridas nas práticas dos professores que fossem resultantes da

implementação do SARESP. Optamos pela pesquisa qualitativa no sentido de

compreender o fenômeno no contexto da prática pedagógica e suas manifestações, para

a partir da descrição, analisar e interpretar os significados manifestos nas respostas dos

questionários. Optamos por selecionar somente professores de Língua Portuguesa e

Matemática, que lecionassem nas séries finais do Ensino Fundamental II e Médio,

professores da rede pública estadual e com cinco anos ou mais de magistério, chegando

assim a um total de 16 professores de diversas regiões, unidades escolares e realidades

da cidade de São Paulo. Os questionários foram organizados sob três eixos de análise

eixo 1: identificou o que os professores conhecem sobre o SARESP e o Índice de

Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP); eixo 2: explicitou a

opinião dos professores da rede sobre a implantação do SARESP E IDESP; eixo 3:

identificou as possíveis repercussões na prática dos docentes pesquisados com a

implantação do SARESP e IDESP. Estudos revelam que o uso do SARESP pela escola

e pelos professores tende a favorecer o plano pedagógico e curricular, contudo, que há

uma carência de pesquisa que reflita sobre o uso dos resultados do SARESP no

cotidiano da sala de aula na opinião dos professores. A avaliação de sistema pode ser

uma aliada, se puder ser refletida, comprometida com os sujeitos, seus contextos e

percursos, oferecendo instrumentos para a avaliação, desenvolvimento e aprendizagens.

Palavras-chave: SARESP, Avaliação, Avaliação de sistema, Política Educacional.

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ABSTRACT

This study aimed to identify, in the opinion of teachers, possible repercussions in the

daily classroom according to the results obtained from the System Evaluation of

Educational Achievement of São Paulo (SARESP). We seek to identify and analyze

changes in practices of teachers who would result from implementation of SARESP.

We chose qualitative research in order to understand the phenomenon in the context of

pedagogical practice and its manifestations, from the description to analyze and

interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to

select only language teachers of Portuguese and Mathematics, who teach at the final

grades of elementary school and High school, the state public school teachers and with

five or more years of teaching, thus reaching a total of 16 teachers from various regions,

school units and realities of the city of São Paulo. The questionnaires were organized

under three axes of analysis: axis 1: identify what teachers know about and SARESP

and the Education Development Index of the State of São Paulo (IDESP); axis 2:

explained the opinion of teachers on the network deployment and SARESP and IDESP;

axis 3: identified the possible impact on the practice of teachers surveyed by deploying

SARESP and IDESP. Studies show that the use of SARESP by schools and teachers

tends to favor the teaching plan and curriculum, however, that there is a dearth of

research that reflects on the use SARESP results of the daily classroom in the opinion of

teachers. The evaluation of system can be an ally, if it can be reflected, committed to the

subjects, their contexts and pathways, providing tools for the assessment, development

and learning.

Keywords: SARESP, Evaluation, Assessment System, Educational Policy.

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EPÍGRAFE

“O real não está na saída nem na chegada,

ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.”

Guimarães Rosa

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10

1 POLÍTICA PÚBLICA DE AVALIAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO:

CONTEXTO E PROPOSIÇÕES. .................................................................................. 13

1.1 Reforma do Estado e política educacional: implementação e contextos ......... 13

1.2 SARESP: implementação e contextos ............................................................. 18

1.3 SARESP: Composições e programas de integração ........................................ 26

1.4 Dilemas, tendências e perspectivas em avaliação ............................................ 29

1.5 Panorama das pesquisas acadêmicas ............................................................... 38

2 METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS DA PESQUISA .................................. 42

2.1 Opção metodológica ........................................................................................ 42

2.2 Critérios de seleção dos sujeitos de pesquisa ................................................... 43

2.3 Procedimentos de pesquisa .............................................................................. 43

2.4 Organização e análise dos dados...................................................................... 45

3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DAS INFORMAÇÕES .................................... 47

3.1. AVALIAÇÃO: O que os professores sabem a respeito do SARESP e IDESP 48

3.2. SARESP e IDESP: A opinião dos professores ................................................ 55

3.3. SARESP e IDESP: Possíveis repercussões na prática escolar dos professores 62

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 78

Documentos ................................................................................................................ 84

ANEXO I - QUADRO DE ANÁLISE DOS DADOS ................................................... 86

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INTRODUÇÃO

“(...) o senhor é homem sobrevindo, sensato, fiel como papel,

o senhor me ouve,

pensa e repensa,

e rediz,

então me ajuda.”

Guimarães Rosa

O objetivo principal desta pesquisa é identificar eventuais efeitos, na opinião de

docentes da rede pública estadual de São Paulo, da avaliação feita no Sistema de

avaliação do rendimento escolar de São Paulo (SARESP) no desenvolvimento das

práticas do cotidiano da sala de aula.

Sempre me incomodou uma realidade não tão nova que se apresenta: a avaliação

e suas vicissitudes nas práticas da realidade escolar do ponto de vista das aprendizagens

dos alunos.

Oriundo de um modelo tradicional de educação, minha experiência discente na

escola básica foi fruto de muito empenho por parte de meus pais em oferecer-me a

educação necessária para o meu desenvolvimento.

Na escola, hoje percebo, que muitas daquelas práticas pedagógicas tradicionais

que responsabilizavam o aluno pela baixa qualidade da educação, foram revistas, mas a

avaliação continua com seu caráter excludente e punitivo responsabilizando, agora, os

professores pela baixa qualidade de ensino.

Educador na rede estadual paulista, desde 2002, as avaliações que acompanhei

do SARESP incomodavam-me, tendo vivenciado, na prática, boa parte das ações

implementadas no referido programa.

Na coordenação pedagógica, entre os anos de 2004 e 2009, em uma unidade

escolar afastada do centro urbano, a avaliação educacional continuava a chamar-me a

atenção por seu caráter burocratizado, seletivo e com referenciais tão diferentes para

alunos e professores.

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Considerando nesse momento que a avaliação educacional compreendia vários

objetos, desde a avaliação do sistema até a avaliação da aprendizagem, todas as

instâncias que deveriam dialogar no espaço escolar para construir uma educação de

qualidade, pouco se articulavam para refletir sobre os contextos, procedimento e

resultados.

Tive oportunidade, nesta função, de entrar em contato com diferentes práticas

avaliativas desenvolvidas pelos professores e seus reflexos na prática pedagógica e na

aprendizagem dos alunos, o que despertou-me o interesse em refletir acerca do papel

que a avaliação desempenha no processo educacional, seus usos e repercussões em sala

de aula e na aprendizagem dos alunos.

Tanto como docente quanto como professor coordenador entendia que o Horário

de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) deveria constituir-se como uma oportunidade

de discussão e formação, mas este configurava-se, muitas das vezes, em espaços para

manutenção das práticas de mensuração, excludentes e com pouco significado para a

reformulação ou revisão das práticas.

A formação dos professores, que deveria ser favorecida no HTPC, reduzia-se a

avisos e discussões com pouca, ou nenhuma, fundamentação teórica. Pouco se refletia

sobre a avaliação como caminho para construir uma educação pública de qualidade,

mantendo a avaliação como instrumento de exclusão do aluno.

A partir de 2008 foi instituído o Programa Qualidade da Educação que

apresentou um currículo unificado para toda rede estadual a partir do Índice de

Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP).

O IDESP é um indicador de qualidade da Educação, considerando o

desempenho dos alunos nos exames do SARESP e o fluxo escolar, que estabelece metas

para cada unidade escolar e cada um dos segmentos atendidos.

Inquietou-me que essas ações não tenham sido implementadas em um

planejamento discutido a partir das realidades concretas ou ainda desenvolvidas em um

plano de ações, formalizado somente tomando como referência o IDESP ignorando a

identidade social da comunidade escolar.

O SARESP, assim, coloca-se como instrumento político de gestão da qualidade

cuja função ainda não está clara para comunidade escolar e por vezes responsabilizando

unilateralmente os sujeitos do processo culpabilizando professores ou alunos pelo

fracasso.

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O problema central desta pesquisa é identificar eventuais efeitos no

cotidiano da sala de aula em função dos resultados obtidos no SARESP, na opinião

dos professores.

Busco entender o que os professores conhecem, a opinião deles sobre o SARESP

e IDESP e como estes repercutem na prática da sala de aula.

Essa pesquisa foi desenvolvida e concluída em um momento de reestruturação

administrativa e um novo modelo de gestão que será gradativamente implantado na rede

estadual de ensino de São Paulo, com o objetivo de ajustar e desonerar, algumas

funções desempenhadas nas escolas, do trabalho administrativo, no sentido de que

possam empenhar esforços pela aprendizagem dos alunos.

Para reflexão sobre esse tema organizamos essa discussão em três capítulos.

No primeiro capítulo apresentamos um quadro geral da avaliação, em particular

do SARESP como programa de política pública, seu contexto e proposições formuladas,

tendo como referências autores como Sobrinho (2002), Cappelletti (2002 e 2005) e

Freitas (2009), alguns argumentos sobre o uso dos resultados de avaliação no ambiente

escolar, além de documentos oficiais sobre o tema.

No segundo capítulo a metodologia de pesquisa aborda as opções metodológicas

privilegiando a perspectiva qualitativa como princípio norteador de leitura dos dados

obtidos.

No terceiro capítulo, discuto os resultados obtidos por meio de questionários

aplicados organizados em três eixos de análise, onde no eixo 1: busco identificar o que

os professores conhecem sobre o SARESP e IDESP, no eixo 2: busco explicitar a

opinião dos professores da rede sobre a implantação do SARESP E IDESP, e no eixo 3:

procuro identificar as possíveis repercussões na prática dos docentes pesquisados com a

implantação do SARESP e IDESP.

Nas considerações finais apresento uma síntese dos resultados obtidos, buscando

responder ao problema de pesquisa.

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1 POLÍTICA PÚBLICA DE AVALIAÇÃO DO ESTADO DE SÃO

PAULO: CONTEXTO E PROPOSIÇÕES.

Um dia virá

Em que só se terá

Um único pensamento:

A EDUCAÇÃO”

Nietzsche

Neste capítulo procuramos apresentar e discutir a política pública de avaliação do

sistema de ensino do Estado de São Paulo, situando-o dentro de propostas de avaliações

externas oficiais do sistema nacional de ensino.

1.1 Reforma do Estado e política educacional: implementação e contextos

Para entender o SARESP, sua inclusão na rede estadual de ensino e suas

repercussões, necessário se faz conhecer o contexto que gerou as condições para sua

criação e usos na educação paulista.

A partir da década de 1980, a avaliação de ensino ocupa uma centralidade nas

políticas públicas de educação no sentido de fortalecer o caráter regulador do Estado,

influenciado, principalmente, pela experiência teórica e prática de outros países, como

Estados Unidos e Inglaterra, e órgãos internacionais, como o Banco Mundial. Esse

movimento de controle, aliado a um contexto latino-americano e brasileiro de luta pelo

fim da ditadura, democratização e acesso à escola com o advento de políticas

neoliberais, dentre outros fatores e contexto, culmina na universalização da escola

pública, como repercussão dos debates e movimentos que emergiam na década de 1980,

em torno da educação e democracia.

Sendo proposto como avaliação externa do sistema educacional estadual paulista,

o SARESP configura-se como um fenômeno que influencia e repercute nas ações e

valores da educação e nas práticas de avaliação tendo um papel importante na

manifestação complexa que se relaciona com ela. Assim, a necessidade de

compreendermos o funcionamento sociohistórico da avaliação e do SARESP em

particular.

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O mundo, na década de 1970, caracteriza-se por uma reestruturação e

reconfiguração do modelo econômico vigente e pelo papel e função do Estado. As

reformas buscavam principalmente diminuir o espaço de intervenção do Estado em

diversas áreas da sociedade.

É nesse período da história que se desenvolve o que tem sido nomeado como

neoliberalismo que, em linhas gerais, podemos reconhecer como a reorientação das

ações e relações econômicas reguladas pelo mercado, reduzindo os investimentos

sociais e o poder do Estado em determinadas áreas. De certa forma também podemos

entendê-lo como uma retomada dos valores e ideais do liberalismo político e econômico

que surgiu durante o Iluminismo e dos avanços da economia provenientes da Revolução

Industrial do século XVIII, com a adequação necessária à realidade política, social e

econômica.

O neoliberalismo surge na Inglaterra com o governo de Margareth Thatcher em

1979 e nos Estados Unidos em 1980 com Ronald Reagan. Baseia sua teoria nas ideias

de Adam Smith (1776) sob o princípio do “livre mercado” que eliminaria a fome e a

miséria, desde que o Estado não interferisse no mercado e na regulação das empresas.

Mas é Friedrich Hayek, considerado o pai do neoliberalismo, com sua obra “O caminho

da servidão” (1944) que propõe a redução do poder do Estado e a liberdade econômica e

política do mercado. Segundo ele, somente em uma sociedade livre, em que o mercado

estivesse dominado pela ordem natural originária da afirmação voluntária das relações

entre as pessoas, se alcançaria o progresso econômico e a liberdade civil plena.

Thatcher implanta um modelo de gestão do Estado neoliberal tendo como

princípio a produtividade, a diminuição dos gastos públicos e o aumento da eficiência

do sistema, em que os cidadãos são vistos como clientes-consumidores (Machado,

2010).

No Brasil, a imersão nesse contexto e modelo1, de forma mais clara e intensa, se

dá principalmente no começo da década de 1990 com o presidente Fernando Collor de

Mello, com o Plano Collor I e o Plano Collor II. Prossegue com Itamar Franco (que

governou o país entre os anos de 1992 a 1994), ganhando força em 1994 com Fernando

Henrique Cardoso que, eleito presidente, continuou a implantação de um modelo de

gestão iniciado quando era ministro da Fazenda de seu antecessor Itamar Franco.

1 Sobre o Neoliberalismo no Brasil e na América Latina uma importante obra que deve ser consultada é: GENTILI, Pablo; SADER,

Emir (Org.). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

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Concomitante a esse processo, precisamos também reconhecer os avanços da

globalização aproximando os percursos, processos, comunicação e modelos em

expansão.

Entendemos nesse estudo globalização como:

A intensificação das relações sociais em escala mundial, que ligam

localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são

modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-

versa. Este é um processo dialético porque tais acontecimentos locais

podem se deslocar numa direção inversa às relações muito

distanciadas que os modelam. (GIDDENS, 1991, p. 69).

A globalização e o neoliberalismo vão influenciando os sistemas educacionais

para dar respostas aos anseios e às novas circunstâncias advindas desse nascente modelo

econômico, transpondo teorias administrativas à educação com forte apelo para que esta

corresponda aos modelos e anseios de produtividade, eficiência a serviço do mercado e

da industrialização do país. Nesse período, o desafio imposto às políticas educacionais

esteve centrado na melhoria da qualidade do ensino público.

Sem pretender aprofundar a discussão sobre qualidade, consideramos que este é

um conceito que pode ser concebido de diversas formas, dependendo do momento

histórico, do contexto cultural e das condições objetivas locais, expressando interesses e

valores de quem os utilizam. (CASASSUS, 1997; SOUSA, 2010).

Assim, a sociedade impõe à educação, pouco a pouco, esses referenciais e

modelos de gestão administrativa com forte apelo pela produtividade como

instrumentos e indicadores, de modo que sejam absorvidos e apropriados à reflexão

sobre seus processos.

Cada vez mais, as instituições escolares passam a ser vistas da mesma

maneira que as empresas e mercados econômicos. As análises e

instrumentos analíticos para compreender as dinâmicas empresariais e

mercantis vão adquirindo maior relevância na hora de julgar os

sistemas educacionais. (SANTOMÉ, 1998, pg. 19 – 20).

Nesse contexto, vale também citar o papel do Banco Mundial em financiar os

países pobres e em desenvolvimento - dentre esses o Brasil - impondo a ideologia de

que a avaliação pode dar um panorama dos avanços da aplicação dos recursos e da

qualidade sob a égide do controle e da racionalidade econômica.

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Aos países que buscam seus empréstimos – o Banco Mundial -, impõe

que a educação se ajuste a uma nova realidade de restrições

orçamentárias, torne-se mais eficiente, produtiva e útil ao mercado,

particularmente estreite seus laços com a indústria e assuma a

racionalidade do modelo gerencial. (SOBRINHO, 2002, pg. 35)

Nas últimas décadas do século XX, o Banco Mundial influenciou muito as

políticas públicas nacionais, principalmente em relação às políticas sociais, impondo

diretrizes para a liberação de empréstimos a programas e ajustes que equilibrem as

diferenças sociais.

A avaliação passa a ser entendida como um princípio regulador para a melhoria da

qualidade da educação em que se busca, a exemplo do mercado, instrumentos de

aferição para o controle de resultados.

É nesse contexto que, em 1990, depois de algumas experiências em avaliação de

sistemas como o EDURURAL2, é implantado o Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Básica (SAEB) no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 1998 e

1999 a 2002) “indutor da melhoria da qualidade” (CASTRO, 1999, pg. 36).

O SAEB é composto por exames de nível federal aplicado à educação básica a fim

de coletar dados sobre a qualidade da educação no país. Busca reconhecer as condições

do processo de ensino-aprendizagem, cujo propósito é:

Possibilitar a avaliação dos resultados de políticas e estratégias

educacionais quer as explícitas em Planos ou Programas, quer as

implícitas na própria atuação dos sistemas educacionais (...)

procurando, também delinear os fatores que, já existentes no sistema,

poderiam conduzir à melhoria da qualidade e do desempenho

(BRASIL, 1995, pg. 03).

Sob influência do contexto global e complexo de profundas mudanças e reformas

na sociedade e na educação, sob forte influencia e necessidade de financiamento e

recursos do Banco Mundial e de setores de mercado, no governo de Fernando Henrique

Cardoso é criado o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB, 1990),

depois de algumas experiências em avaliação de sistema.

O SAEB foi oficialmente criado pela portaria nº 1795 de 27 de dezembro de 1994,

sob os argumentos de monitorar a qualidade com equidade e eficiência, organizar os

dados e torná-los públicos.

2 Edurural era um programa de educação básica para o nordeste que tinha como componente da sua formulação a avaliação em

larga escala das escolas compreendidas e que ocorreu em 1981, 1983, 1987.

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Com essa portaria (nº 1795 de 1994) institui-se a responsabilidade pelo SAEB ao

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP) que, desde 1992, já desenvolvia

algumas experiências e técnicas de avaliação.

As transformações realizadas, ao longo da década de 1990, na educação pública

nacional e paulista foram, em grande parte, determinadas e, de certo modo, orientadas

pelo panorama de reestruturação das políticas sociais, econômicas e políticas do país.

Em 1994, é criado o Exame Nacional de Cursos (ENC) conhecido como provão

que apesar de dirigir-se ao ensino superior segue princípios parecidos com o SAEB. Em

1998, é criado o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para avaliar o desempenho

do aluno concluinte da educação básica ao final do ensino médio.

Esse princípio de centralização e acompanhamento da educação por meio da

avaliação, não escapou à implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (Lei nº 9.394), sancionada em 20 de dezembro de 1996, que apresenta a ênfase

da avaliação reguladora pela União tanto na Educação Básica como também no Ensino

Superior, onde se lê, no inciso VI do artigo 9º, (da referida lei) dentre as incumbências

da União:

VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar

no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os

sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a

melhoria da qualidade do ensino; (BRASIL, 1996).

Essas iniciativas de Estado-Avaliador cuidaram de instituir normas legais e

administrativas para as mudanças implementadas na política educacional,

institucionalizando o SAEB.

Nos governos seguintes de Luiz Inácio Lula da Silva (de 2003 a 2010) houve

algumas reestruturações e reorganização dessa política. Em 2004, manteve-se Prova

Brasil, institui-se um Novo Enem e substitui-se o ENC pelo Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Superior (SINAES, 2004) em convergência com alguns

programas sociais como o “Programa Universidade para Todos”, conhecido como

PROUNI.

Dessa reestruturação conservaram-se muitos dos princípios e objetivos do modelo

anterior alterando-se, grosso modo, a inclusão do Novo Enem para certificação de

ensino médio para jovens e adultos e uso como vestibular nas universidades federais,

abrindo essa possibilidade também para as universidades estaduais e particulares.

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1.2 SARESP: implementação e contextos

Seguindo as tendências do governo federal e ancorado em seus princípios de

Estado Avaliador na “emergência da avaliação como via de regulação educacional”

(FREITAS, 2007), no início dos anos de 1990, vários Estados brasileiros passam a

implantar e promover avaliações de sistemas em consonância com o SAEB.

É o caso de São Paulo, que seguindo esse panorama, em 22 de março de 1995, no

Comunicado SE 61, estabelece as diretrizes educacionais para o Estado de São Paulo

para o período de 1995 a 1998.

As diretrizes educacionais para o Estado de São Paulo consideravam necessárias:

reforma e racionalização da rede administrativa, desconcentração e descentralização de

recursos e competências, mudanças no padrão de gestão.

Em 1996, algumas ações e projetos foram implementados para garantir autonomia

às escolas, dentre as quais as principais são: a instituição da função de professor

coordenador pedagógico; a instituição das Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo

(HTPC); a elaboração de regimentos, projetos pedagógicos e planos de ensino por

unidade escolar; a adoção do regime de progressão continuada em toda a rede (a partir

de 1997) e a instituição do SARESP.

O SARESP foi implantado pela Resolução SE nº 27 de 29 de março de 1996. O

sistema de avaliação foi criado / implementado tendo em vista:

A necessidade de estabelecer uma política de avaliação de rendimento

escolar em nível estadual, de forma articulada com o SAEB/MEC; (...)

recuperar o padrão de qualidade do ensino ministrado no Estado de

São Paulo. (RESOLUÇÃO SE nº27 de 29/03/96)

No mesmo ano, 1996, foi lançado um Documento de Implantação (SEESP, 1996)

que:

Além do conter os pressupostos nos quais se fundamentava a política

adotada, seus objetivos e procedimentos de desenvolvimento,

identificava a forma de operacionalização das ações e previa a

continuidade das atividades para os anos subsequentes, já indicando

certa continuidade dessa política (ARCAS, 2009, p. 56).

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Segundo este Documento (SEESP, 1996), dados obtidos no SARESP

demonstraram, naquele momento, a convergência com avaliações nacionais do Sistema

de Avaliação da Educação Básica (SAEB), cujos dados orientam as decisões tendo em

vista a qualidade da educação construída pela: autonomia pedagógica das escolas,

capacitação dos docentes, reorganização dos fluxos, diminuição da evasão e da

retenção.

As principais ações pretendidas por essa medida, segundo esse documento, eram:

a racionalização e eficiência dos recursos e serviços, a descentralização e o

fortalecimento da máquina administrativa, a desconcentração da gestão, a identificação

do processo de aprendizagem no sentido de apontar as deficiências e os aspectos que

contribuem para o aperfeiçoamento do currículo. Essas ações deveriam apresentar

indicadores a serem analisados em três níveis:

a) Pelo sistema estadual que deveria apresentar orientação e

formações específicas para discussão e análise dos resultados;

b) Pelas delegacias de ensino3 que deveriam gerenciar e

acompanhar as reflexões e análises dos resultados;

c) Pelas unidades escolares que deveriam, a partir das

orientações recebidas, refletir sobre seu próprio contexto

qualitativamente significativo para o desempenho apresentado e seus

intervenientes.

Essa implantação, segundo a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo

(SEESP), conferiria ao SARESP um caráter formativo que valorizaria a relação

autônoma para leitura dos resultados na construção do conhecimento, por meio de um

acompanhamento contínuo e diferenciado que considerasse o processo de aprendizado

do estudante em sua forma plena e, além disso, permitiria que o professor aprimorasse

continuamente suas estratégias de ensino, centrando-se em quatro aspectos essenciais:

3 Delegacia de Ensino era o nome dado ao órgão descentralizado de administração do sistema de educação estadual, responsável

por determinada região geográfica e as escolas que compunham esse território. Em 09/04/1999, pelo Decreto nº 43.948 as

Delegacias de Ensino passaram a denominar-se Diretorias de Ensino, conservando-se sua responsabilidade administrativa e

gerenciamento descentralizado. Atualmente, o Estado de São Paulo conta com 13 diretorias na capital, 14 (diretorias) na Grande São

Paulo – coordenadas pela Coordenadoria de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo (COGESP) e 64 no interior do

Estado sob a Coordenadoria de Ensino do Interior (CEI). (Dados do site da SEESP)

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1) Favorecer a articulação com o SAEB, implantado pelo governo

Federal;

2) Detectar os problemas próprios da educação básica do Estado de

São Paulo a fim de articular e implementar ações que permitam a

melhoria da qualidade de ensino;

3) Fornecer informações à sociedade quanto ao desempenho da escola

pública paulista;

4) Possibilitar às diretorias de ensino e às escolas parâmetros para a

reorganização de suas ações em direção ao desempenho

satisfatório.

A Secretaria da Educação (...) resolve:

Artigo 1º - Fica instituído o Sistema de Avaliação de Rendimento

Escolar do Estado de São Paulo, tendo como objetivos:

I – desenvolver um sistema de avaliação de desempenho dos alunos

do ensino fundamental e médio do Estado de São Paulo, que subsidie

a Secretaria da Educação nas tomadas de decisão quanto à Política

Educacional do Estado;

II – verificar o desempenho dos alunos nas séries do ensino

fundamental e médio, bem como nos diferentes componentes

curriculares, de modo a fornecer ao sistema de ensino, às equipes

técnico-pedagógicas das Delegacias de Ensino e às Unidades

Escolares informações que subsidiem:

a) a capacitação dos recursos humanos do magistério;

b) a reorientação da proposta pedagógica desses níveis de ensino, de

modo a aprimorá-la;

c) a viabilização da articulação dos resultados da avaliação com o

planejamento escolar, a capacitação e o estabelecimento de metas para

o projeto de cada escola, em especial a correção do fluxo escolar.

(RESOLUÇÃO SE nº27 de 29/03/96)

A eficiência do sistema, segundo a SEESP, estaria ligada ao desempenho

satisfatório, a partir de parâmetros previamente definidos, dos alunos em testes e

exames padronizados, o que demonstraria também a eficácia da escola na gestão dos

recursos (SEESP, 1996).

Como forma de continuar a implantação das Diretrizes apresentadas no

Comunicado SE 61 de 22 de março de 1995, o Conselho Estadual de Educação, institui

o regime de progressão continuada do ensino fundamental, a partir de 1997 pela

Deliberação CEE nº 09 / 1997 fundamentando-se no art. 32 da Lei nº 9.394, de 20 de

dezembro de 1996, em particular os § 1º e 2º:

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Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de nove anos,

gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade, terá por

objetivo a formação básica do cidadão, (...)

§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino

fundamental em ciclos.

§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série

podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão

continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-

aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino.

(BRASIL, 1996).

Nesta configuração, era proposto aos sistemas de ensino que se organizassem em

dois ciclos de quatro anos cada um para o Ensino Fundamental (1ª a 4ª Séries, ciclo I; e

5ª a 8ª séries, ciclo II). O Conselho Estadual de Educação em São Paulo (CEESP) regula

que, somente ao final de cada ciclo, o aluno poderia ser reprovado.

A avaliação deixa de ser um procedimento decisório quanto à

aprovação ou reprovação do aluno. A avaliação é o fato pedagógico

pelo qual se verifica continuamente o progresso da aprendizagem e se

decide se necessário, quanto aos meios alternativos de recuperação ou

reforço. Esta avaliação contínua em processo é o eixo que sustenta a

eficácia da progressão continuada nas escolas (Indicação CEE nº9 /

1997).

É importante considerar que, apesar de alguns discursos recorrentes na época da

implantação da progressão, a avaliação não deixa de existir com o ciclo. Pelo contrário,

ela ganha outra dimensão ao compreender o trabalho da escola e seu projeto pedagógico

e curricular como processo contínuo de formação do indivíduo com uma perspectiva

essencialmente pedagógica e processual.

Uma das críticas apontadas nesse sentido é que tanto o SARESP quanto a

implantação da Progressão continuada não receberam o devido acompanhamento

formativo na sua implantação, criando uma série de resistências e dificuldades de

compreensão teórica e prática das ações necessárias a seus desdobramentos, alguns

estudos já apontaram que tanto o SARESP quanto a progressão continuada careceram

de maior orientação e formação da rede sobre os conceitos e práticas relacionados a

essas políticas4.

4 Oliveira (1998); Arcas (2009)

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Houve dificuldades de implementação e de continuidade no processo de formação

e discussão da implantação do projeto na rede de ensino que acabou criando um mito de

“promoção automática” na rede e na sociedade com relação à educação.

A SEESP intentava, nesse momento, que a avaliação, no regime de progressão

continuada, tivesse um caráter formativo na aprendizagem, perdendo o caráter seletivo e

punitivo ao longo dos ciclos.

Segundo essa política a Progressão Continuada eliminaria a repetência no interior

dos ciclos e reafirmaria a necessidade de se exercer algum tipo de controle sobre o

processo de aprendizagem dos alunos (SEESP, 1996). Com isso, o aperfeiçoamento e

argumento para continuidade do SARESP estavam postos apesar das críticas recebidas.

Enquanto políticas públicas em educação, as ações implementadas, com a

progressão continuada e com avaliação de aprendizagem em processo, levam-nos a

refletir sobre sua organização, planejamento e as contribuições efetivas que têm dado à

educação pública, pois sabemos que são políticas, práticas e princípios distintos, não

complementares e, em certo sentido, dependendo do uso que se faz de cada uma,

contraditórias.

Vê-se, assim, que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEESP)

pretendia que o SARESP continuasse a servir para verificar o desempenho dos alunos e

tomar decisões sobre políticas educacionais:

a) fornecendo informações a todas as instâncias do sistema de ensino;

b) subsidiando a capacitação dos recursos humanos no Magistério;

c) reorientando a proposta pedagógica dos diferentes níveis de ensino;

d) buscando seu aprimoramento;

e) articulando os resultados ao planejamento escolar; e

f) estabelecendo metas para cada unidade de ensino no que tange à correção do

fluxo.

A avaliação, assim, seguia a tendência de práticas de controle, de

responsabilização e da racionalidade orçamentária, a partir de uma epistemologia

positivista em busca de um modelo de qualidade como eficiência e produtividade.

A avaliação assumiu basicamente as características de

“accountability” uma forma tecnocrática de valorar e um

procedimento burocrático de exigir o cumprimento de obrigações. E

inevitável a conexão entre a “accountability” e a ideologia da

eficiência. (SOBRINHO, 2002, pg. 29).

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É apropriado observar que, nesse período inicial de implementação do SARESP, a

maior parte das ações formativas teve como principal característica a descentralização

nas Delegacias de Ensino que deveriam fazer esse exercício reflexivo e formativo com

as unidades escolares, inclusive em vista da produção de um relatório produzido no

final de cada ano pela escola.

Era previsto, desde a criação do SARESP, que o exame abrangesse toda a rede

pública estadual e, gradativamente, todos os componentes curriculares: Língua

Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Química, Física e Biologia.

Todos os anos, desde 1996, são especificadas as orientações para a realização das

provas, em resolução publicada no Diário Oficial do Estado - exceto em 1999 e 2006,

quando não foram aplicados os exames.

A partir de 2000, passou a ser aplicado também dois questionários: um para a

equipe gestora das unidades escolares: diretor e professor coordenador; e outro aos

supervisores de ensino. Ambos de acesso restrito e pessoal com o objetivo identificar o

perfil dos gestores e as características que estes imprimem aos diferentes contextos

escolares em que atuam. A partir de 2006, um questionário socioeconômico também

para os pais de alunos que realizam as provas. Por meio deste são coletadas informações

sobre suas características pessoais, o contexto social, econômico e cultural em que

vivem, sua trajetória escolar, suas percepções acerca dos professores e da gestão da

escola. Objetiva-se, com este questionário, traçar os perfis dos alunos nos diferentes

níveis de escolaridade, verificando as possíveis interferências desses fatores na

aprendizagem.

Em 2001, a Resolução SE nº 124 de 13 de novembro de 2001 anunciou que a

avaliação de Língua Portuguesa teria o objetivo de avaliar as “competências e

habilidades básicas previstas para o término do ciclo”, sendo aplicadas provas para 4ª e

8ª série do ensino fundamental II.

A maior novidade nessa edição da avaliação estava exposta no artigo 2º da

referida resolução

Artigo 2º - As atividades a serem elaboradas sob a forma de prova

específica e aplicadas, exclusivamente, pela Fundação para o

Vestibular da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita

Filho” - VUNESP -, têm por objetivo aferir, junto aos alunos, as

condições para continuidade de seus estudos no Ciclo II ou no Ensino

Médio, uma vez que seus resultados se constituirão em indicador

essencial para promoção do aluno. (RESOLUÇÃO SE nº 124 de 13 de

novembro de 2001)

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Em 2003, houve alteração desse caráter classificatório do SARESP já sob novos

princípios e encaminhamentos dos gestores do sistema, e o exame foi realizado por

todos os alunos da rede e por todas as séries do Ensino Fundamental e Ensino Médio,

perdurando até 2005 quando introduziram o componente curricular de Matemática. Em

2006 não houve aplicação, pois, segundo os gestores da SEESP, o sistema de avaliação

necessitava de uma séria e profunda revisão.

Em 2007, foi lançado um plano de 10 ações para atingir 10 metas na educação

paulista até 2010, dentre as quais se destaca a busca de “elevação em 10% nos índices

de desempenho dos ensinos fundamental e médio nas avaliações nacionais e estaduais”.

(SEESP, 2007).

METAS: 1. Todos os alunos de 8 anos plenamente alfabetizados; 2.

Redução de 50% das taxas de reprovação da 8ª série; 3. Redução de

50% das taxas de reprovação do Ensino Médio; 4. Implantação de

programas de recuperação de aprendizagem nas séries finais de todos

os ciclos de aprendizagem (2ª 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e

3ª série do Ensino Médio); 5. Aumento de 10% nos índices de

desempenho do Ensino Fundamental e Médio nas avaliações nacionais

e estaduais; 6. Atendimento de 100% da demanda de jovens e adultos

de Ensino Médio com currículo profissionalizante diversificado; 7.

Implantação do Ensino Fundamental de nove anos, com prioridade à

municipalização das séries iniciais (1ª a 4ª séries); 8. Programas de

formação continuada e capacitação da equipe, através da Rede do

Saber com foco nos resultados das avaliações; reforçar o

monitoramento das escolas e apoiar o trabalho do professor em sala de

aula; 9. Descentralização e/ou municipalização do programa de

alimentação escolar nos 30 municípios ainda centralizados; 10.

Programa de obras e melhorias de infraestrutura das escolas. (SEESP,

2007).

Nessas 10 metas estão previstos estudos, divulgação e capacitação dos professores

para refletir sobre os resultados considerando, o SARESP 2005 e o fluxo de 2006, além

de assiduidade e estabilidade das equipes da escola, para a concessão de um incentivo e

remuneração dos profissionais (bônus) nas unidades escolares que alcançarem ou

superarem suas metas.

Como parte desse processo de reestruturação e revisão do SARESP, em 2007

somente foram aplicadas provas para 1ª, 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e 3ª

série do Ensino Médio, conforme Resolução SE nº 68 de 18 de outubro de 2007,

mantendo-se o princípio de aferição das competências e habilidades básicas em

Português e Matemática.

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Em Julho de 2011, o Decreto nº 57.141, de 18 de Julho de 2011, reorganiza a

SEESP para exercer papel proativo na gestão do ensino e na adoção de políticas

educacionais, enquanto as escolas se concentrarão na dinâmica do ensino/aprendizagem,

com redução de atividades administrativas e racionalização de projetos complementares,

extinguindo algumas coordenadorias centralizadas e criando cargos, necessários à nova

estrutura. Conservando-se, no entanto, alguns organizacionais de gestão por resultados,

em todos os órgãos e setores.

Uma importante mudança, a partir de 2007, na configuração e implantação do

exame foi o uso da metodologia de Blocos Incompletos Balanceados (BIB). Esta

metodologia utiliza um grande número de itens por série e disciplina e mede conteúdos

e habilidades específicas pela análise e leitura da Teoria de Resposta ao Item (TRI), por

meio das matrizes elaboradas a partir de um currículo único e comum à rede estadual,

servindo de referência para a avaliação.

Os testes são constituídos por itens para cada uma das séries e para cada

componente curricular avaliado, a fim de se medir as habilidades indicadas nas Matrizes

de Referência. Para isso, esses itens são divididos em subconjuntos denominados blocos

onde cada um é composto por itens, o que faz com que se tenha mais de um bloco no

exame que são organizados em grupos com diferentes combinações. De cada

combinação decorre um caderno de prova.

Naquele ano foi estabelecida uma escala de proficiência construída pelos

resultados da Teoria de Resposta ao Item seguindo a mesma métrica e escala utilizadas

no SAEB desde a década de 1990. (Sousa, 2005).

Uma das grandes vantagens da TRI sobre a Teoria Clássica é que ela

permite a comparação entre populações, desde que submetidas a

provas que tenham alguns itens comuns, ou ainda, a comparação entre

indivíduos da mesma população que tenham sido submetidos a provas

totalmente diferentes. Isto porque uma das principais características da

TRI é que ela tem como elementos centrais os itens, e não a prova

como um todo (ANDRADE; TAVARES e VALLE, 2000, p. 03).

Vários estudos de diversas áreas discutem essa teoria e sua arquitetura estatística e

quantitativa que não escapa da casualidade da resposta, tampouco considera o contexto

e identidade do sujeito que responde, no momento do exame.

Esta ainda é uma questão controversa que está posta e que pode ser esclarecida

por pesquisas futuras.

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1.3 SARESP: Composições e programas de integração

Em maio de 2008, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEESP)

lançou o Programa de Qualidade da Escola (PQE) buscando a promoção, melhoria da

qualidade e equidade do sistema de ensino no Estado de São Paulo, sob o princípio de

que todos têm o direito de aprender com qualidade.

Este, no entanto, somente foi oficialmente criado em 06 de novembro de 2008,

através da Resolução SE nº 74, com o objetivo de acompanhar o serviço prestado pelas

unidades escolares, criando também um indicador de qualidade das escolas: Índice de

Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP).

O IDESP é um indicador para avaliar a qualidade da escola, considerando os

resultados da avaliação do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de

São Paulo (SARESP) e o fluxo escolar.

Segundo os princípios de qualidade propostos pela SEESP sobre o IDESP, temos

que.

O Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo é

um indicador de qualidade das séries iniciais (1ª a 4ª séries) e finais

(5ª a 8ª séries) do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Na

avaliação de qualidade das escolas feita pelo IDESP consideram-se

dois critérios complementares: o desempenho dos alunos nos exames

do SARESP e o fluxo escolar. (IDESP) 5

O IDESP tem, portanto, a função de apresentar a cada unidade escolar, um

diagnóstico de sua qualidade, identificando e sinalizando os aspectos que precisam ser

melhorados e mapeia também sua evolução ano a ano.

A partir do IDESP, são estabelecidas as metas por escola, com o objetivo de

melhorar a qualidade do ensino.

As metas por escola se constituem num instrumento de melhoria da

qualidade do ensino nas séries iniciais (1ª a 4ª séries) e finais (5ª a 8ª

séries) do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. As metas por

escola, estabelecidas a partir de critérios objetivos e transparentes,

servem como um guia para que os professores, gestores escolares, pais

de alunos e a comunidade acompanhem a evolução das escolas no

aprimoramento da qualidade de ensino. (IDESP) 6

5 Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo. Disponível em <

http://idesp.edunet.sp.gov.br/o_que_e.asp> Acesso em 10 de setembro de 2009. 6 Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo. Disponível em <

http://idesp.edunet.sp.gov.br/meta_escola.asp> Acesso em 10 de setembro de 2009.

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Ainda que o SARESP seja apenas uma das referências do Índice de

Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP), o peso dado a este

exame é imensamente maior que o peso dado ao fluxo escolar, referindo-se à

permanência e ao acesso à educação como direito básico do cidadão.

Observamos que os indicadores não são neutros. A escolha de quais indicadores

utilizar revela a parte da realidade que se deseja revelar, atribuindo números a objetos,

acontecimentos ou situações, de acordo com certas regras. São sempre variáveis,

podendo assumir diferentes valores, e dentre estes há os índices, relações observáveis

entre variáveis ou entre uma variável e uma constante. (RUA, 2004).

Articulado ao Programa de Qualidade da Escola (PQE) há o IDESP que também

tem como referência o fluxo escolar, entendido como:

Uma análise do comportamento da progressão dos alunos pertencentes

a uma coorte7, um determinado nível de ensino seriado, em relação à

condição de promovido, repetente ou evadido (INEP).8

Com o Programa de Qualidade, o sistema passou a contar também com uma base

curricular comum definida para toda a rede, a fim de apoiar as referências da avaliação,

orientando a prática docente (SEESP, 2010).

O Currículo passou então a apoiar-se em um projeto denominado “Ler e

Escrever”, nas séries iniciais do Ensino Fundamental I (1ª a 4ª séries), elencando

disciplinas dessa etapa da educação básica e expectativas de aprendizagens para cada

série.

O programa “Ler e Escrever” abrange: formação, acompanhamento, elaboração e

distribuição de materiais pedagógicos para o Ensino Fundamental I, buscando promover

a melhoria do ensino em todo o sistema estadual, tendo como meta alfabetizar as

crianças com até oito anos de idade (2ª série/3º. ano) matriculadas, garantindo a

recuperação da aprendizagem de leitura e escrita aos alunos das demais séries/anos

(SÃO PAULO, 2007).

7 Derivação: por analogia. Um grupo numeroso de pessoas, magote (Houaiss, 2009).

8

INEP. EDUDATABRASIL - Sistema de Estatísticas Educacionais. Glossário de

Termos, variáveis e indicadores educacionais – Fluxo Escolar. Disponível em

<http://www.edudatabrasil.inep.gov.br/glossario.html> Acessado em 13 de setembro

de 2011.

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Já para as séries finais do Ensino Fundamental II, 5ª a 8ª séries, e para o Ensino

Médio as bases do currículo são:

1. prioridade para a competência da leitura e da escrita;

2. a articulação das competências para aprender;

3. o currículo como espaço de cultura; e

4. a contextualização com o mundo do trabalho, tendo como referencial o

arcabouço teórico do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem, 1998), das

Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (LDB nº 9394/96).

Todas deslocam o eixo norteador do ensino para a aprendizagem baseada nas

competências que requerem da escola e do professor, uma preocupação com a

aprendizagem significativa e contextualizada do aluno.

Segundo documentos da SEESP essa articulação e planejamento curricular

atendem à autonomia outorgada pela LDB e pelos referenciais nacionais para a

Educação Básica aos sistemas de Ensino em apresentar seus planos curriculares e eixos

estruturadores em consonância às avaliações nacionais SAEB e ENEM.

Tão importante quanto a avaliação, é a clareza da função e dos objetivos do

trabalho pedagógico, pois a avaliação depende da intenção, da ação pedagógica como

um todo. A avaliação não é um processo em si mesmo, não é um fim, mas é parte de um

processo que deve ser dialeticamente entendido, espiralmente vivido e realmente

praticado.

Mesmo reconhecendo o SARESP como avaliação que integra uma política

pública que por si tem seus objetivos e intenções precisamos considerar esse processo

como uma ferramenta disponível para análise e reflexão de nossas práticas e teorias

pedagógicas em sala de aula. Por outro lado, o SARESP leva-nos a refletir sobre as

contribuições efetivas que têm dado à qualidade que se almeja construir em educação.

Existe farta bibliografia sobre avaliação, mas poucos são os estudos que se voltam

para os usos que são feitos dos resultados obtidos e seus desdobramentos na prática da

sala de aula.

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1.4 Dilemas, tendências e perspectivas em avaliação

Tratar do tema avaliação hoje é enfrentar alguns dilemas de referenciais que se

desenvolveram e frutificaram sob a batuta de um modelo tecnicista e uma teoria

pedagógica do mesmo modelo e estrutura, pois “a concepção tecnicista entendia que a

escola só podia melhorar se nós treinássemos bem o professor por um lado, e

gerenciássemos bem a escola, por outro” (FREITAS, 1997, pg. 1).

Freitas (2007) discute a importância da relação entre diferentes esferas da

avaliação:

Há a avaliação da aprendizagem dos estudantes, em que o

professor tem um protagonismo central, mas há também a

necessária avaliação da instituição como um todo, na qual o

protagonismo é do coletivo dos profissionais que trabalham e

conduzem um processo complexo de formação na escola, guiado

por um projeto político-pedagógico coletivo. E, finalmente, há

ainda a avaliação do sistema escolar, ou do conjunto das escolas

de uma rede escolar, na qual a responsabilidade principal é do

poder público. Esses três níveis de avaliação não são isolados e

necessitam estar em regime de permanentes trocas, respeitados

os protagonistas, de forma que se obtenha legitimidade técnica e

política (FREITAS, 2007, pg. 18).

Esses três níveis de avaliação não são isolados e necessitam estar em regime de

permanentes trocas, respeitados os protagonistas, de forma que se obtenha legitimidade

técnica e política, tendo também clareza dos objetivos de cada um dessas esferas de

avaliação. Os resultados obtidos na avaliação de sistema devem ser enviados às escolas

para serem usados, tanto na sua avaliação institucional, como pelo professor na

avaliação da aprendizagem dos alunos.

Figura 1: Relações entre os níveis de avaliação (FREITAS, 2009, pg. 66).

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A avaliação deve ser considerada dentro de um processo e ocorrendo numa ação

intencional educativa, tanto da perspectiva do professor (que planeja, elabora, teoriza e

coloca em prática um plano) que tem a responsabilidade de ensinar (mas não exclusiva),

como a do aluno aprendente (que interage, muda, dialoga, com esse plano,

transformando-o).

Freitas (2009) discute, dentre outros temas, a avaliação e as relações em sala de

aula, segundo o autor, avaliar está no âmago de uma relação e comunicação de poder

que deve estar a serviço do desenvolvimento emancipatório e autônomo do discente.

Bem sabemos, porém, que isso nem sempre é o que acontece em sala de aula.

Segundo o mesmo autor, há nessa relação três aspectos da avaliação que se

completam e dialogam: avaliação instrucional (ligada ao domínio dos conteúdos),

disciplinar (ações disciplinares para manter a ordem em sala de aula e na escola) e

atitudinal (avaliação de valores e atitudes).

A avaliação, a despeito do conteúdo e do método, impõe um

“modelo de raciocínio”, uma “forma de pensar”, uma forma de o

professor se relacionar com o aluno, embutida em suas práticas

específicas. Estes modelos também se tornam objeto de

avaliação (...). (FREITAS, 2009, p. 25).

Como afirma Freitas (2009) a avaliação deve servir ao currículo e não o

contrário, no sentido que, aquela deve servir como termômetro para este, refletindo

sobre seu sucesso e reorientando os aspectos necessários ao seu desenvolvimento.

A escola, dessa forma, deveria se constituir em um espaço de reflexão e

discussão contínua e intensa das forças que interagem em seu interior, em particular

favorecendo a formação do professor, aproximando todos os agentes de forma

consciente e comprometida a agir nesse campo de diálogo.

Santos (2000) reitera os limites com que são utilizados os dados obtidos em

instrumentos externos de avaliação tendendo à homogeneização dos currículos,

desconsiderando o contexto local, institucional escola e a multiplicidade de fatores que

intervém no desempenho do estudante. O autor ainda questiona o potencial diagnóstico

do exame, a valorização à aprendizagem superficial, além de trazerem no seu bojo uma

concepção tecnocrática da educação, fragmentada dos indicadores e ausência de

dimensões atitudinais e práticas na forma de avaliar. (SANTOS, 2000).

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Por outro lado, a regulação também coloca em foco a falta de planejamento e

despreparo do sistema e da rede para garantir uma escola pública de qualidade, eficaz e

realmente democrática e inclusiva, garantindo a qualidade e a equidade no seu interior.

“A apropriação da escola da avaliação externa e institucional, articulada ao seu projeto

político pedagógico pode ser um caminho para a libertação do currículo à subordinação

da avaliação” (FREITAS, 2009, IX Encontro de Pesquisadores, mimeo).

A materialização do processo avaliativo deve ser vivenciada por meio de uma

diversidade de instrumentos, pois, quanto maiores e mais diversificadas forem as

informações coletadas pela avaliação, maior também será a possibilidade de

intervenções didáticas que dialoguem com as situações encontradas.

Esse discurso que a avaliação seria impulsionadora de uma melhoria do ensino e,

portanto, da qualidade da educação, pode ser analisado sob dois argumentos: a lógica

interna dos processos de avaliação e a utilização dos resultados na condução das

políticas educacionais (SOUSA, 2010).

O uso, a forma que se faz da avaliação e o referencial para o encaminhamento de

seus resultados vão, na verdade, dar significado e coerência ética, pedagógica e política

à escola. A avaliação, nesse sentido, deve ser pensada como mediação do processo de

desenvolvimento da vida de cada um e de todos. (CASALI, 2007)

A análise dos dados, muitas vezes, não vai além do diagnóstico, por não haver

clareza quanto à avaliação, por falta de critérios de análise e referenciais para discussão

e reflexão. Essas categorias deveriam ser negociadas e construídas pela escola e seu

coletivo com orientação e acompanhamento especializado de forma a construir a

autonomia pedagógica, curricular e avaliativa, mediando de fato o processo de

desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos.

Essa autonomia, no entanto, deve ser reconquistada com compromisso ético,

responsabilidade e competência teórica da função docente.

Parece-nos, até o momento, que não está nos planos da SEESP uma

revisão de suas próprias políticas. Até agora o que se vê é a lógica da

contabilização de resultados meramente quantitativos, pois desvincula

o desempenho escolar de determinantes externos e internos da escola.

(FELIPE, 2002, pg. 190).

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32

Indícios dessa divergência de modelos e usos dos exames externos podem ser

percebidos na entrevista de Diane Ravitch, uma das principais defensoras dos métodos

do mundo corporativo na educação, em que revê sua opinião e diz que “incentivos e

sanções não constituem o melhor caminho para as políticas públicas”. (REY, 2010).

Segundo Ravitch (2010), a responsabilização fez com que as redes de ensino

investissem grande volume de suas finanças em programas que ensinam os alunos

quando muito a entender os tipos específicos de perguntas que apareceriam nos testes.

Assim, os alunos dominam a tarefa de fazer exames, mas não os conhecimentos das

disciplinas em si.

A aquisição de conhecimento e habilidades passa a ser secundária. O

que importa é que a escola e o Estado sejam capazes de dizer que seus

alunos adquiriram proficiência. Esse tipo de conduta ignora os

interesses dos estudantes, enquanto promove os interesses dos adultos

que levam créditos por melhorias inexistentes (RAVITCH, 2010).

Ravitch (2010) acrescenta que essa política de responsabilizar principalmente os

professores pelo desempenho escolar dos estudantes tira a percepção e responsabilidade

da família e do próprio discente sobre seu desenvolvimento.

De certa forma, esse movimento recria um modelo tecnicista de transmissão de

conhecimento em que os alunos se tornam meros sujeitos passivos influenciados pelo

planejamento docente.

Há algo fundamentalmente errado com um sistema que negligencia os

diversos fatores que determinam o desempenho acadêmico em prol de

um teste anual. Em vez de levar em conta o próprio esforço do aluno,

por exemplo, a responsabilização aposta no que os docentes fazem em

sala de aula durante 45 minutos ou uma hora. (RAVITCH, 2010).

Avaliação do sistema, assim, ofereceria uma fotografia daquele momento e do

desempenho. Mesmo assim, pode ser útil como informação e como instrumento

norteador para tomada de decisões políticas. Não devem, porém ser usadas para

bonificar ou punir, porque, quando os índices são altos, podemos inclusive encontrar

formas de aumentar ou maquiar as referências estabelecidas, esvaziando os conteúdos

de sentido, significado e contexto real.

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Por outro lado, os índices podem ser usados com inteligência para dar um retrato

da educação, para dar uma informação e nortear os planejamento e trabalhos que serão

desenvolvidos no sentido de avançar ou retomar temas necessários.

Dentre os desafios, da avaliação de sistemas precisamos considerar: a

confiabilidade dos resultados, a descontinuidade de propostas e políticas, a ênfase na

responsabilização das escolas, a terceirização das atividades, a associação dos resultados

a incentivos, a supervalorização da avaliação (SOUSA, 2010).

Vários educadores discutem na prática da sala de aula o modelo de caráter

estatístico complexo e o instrumental do exame, questionando seus parâmetros e

princípios no sentido de entendê-los, qualitativa e eficazmente, para refletir sobre os

dados e o contexto da aprendizagem do sujeito respondente.

De um lado, os instrumentos de testes, provas e exames trouxeram

mais precisão e força operacional ao sistema de medidas e seleção.

Por outro, determinaram uma concepção e uma prática pedagógica

que consistem basicamente na formulação dos deveres e exercícios

escolares e controle através dos testes. (SOBRINHO, 2002, pg. 19)

Além disso, há a discussão ao fato de apontar, no exame, as mesmas questões a

populações diferentes o que desrespeita o contexto e dificulta a análise da aprendizagem

do grupo homogeneizando e impondo um currículo em vista de um exame.

Um exame tende a restringir o currículo e a incentivar a atenção

indevida e mesmo exclusiva dos professores e dos estudantes para o

conteúdo privilegiado pelo exame. (SANTOS, 2000, pg. 166)

Fragmentar indicadores de desempenho, distanciar o currículo da realidade e

utilizá-los como único parâmetro, esvaziam e dificultam a análise qualitativa necessária

para a reflexão formativa e humanizadora da educação (FREITAS, 2009).

Há, além disso, um distanciamento entre a avaliação e a definição de políticas

públicas do ponto de vista administrativo, da gestão dos recursos, das alterações nas

diretrizes ideológicas daqueles que utilizam os dados e as decisões tomadas com estes,

fazendo com que os resultados levem muito tempo para que cheguem à escola para seu

uso e integração em um planejamento coerente, integrado com a política pública e

coletivo.

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A avaliação poderá fundamentar a tomada de decisões na medida em

que se constituir um processo não meramente técnico, mas implicar

posicionamento político, pressupondo valores. Nesse sentido, a

avaliação assume sua vertente política e deverá vir associada a uma

proposta de educação que traz, no seu bojo, um projeto de

transformação e reconstrução social (ABRAMOWICZ, 2006, pg.

256).

A avaliação é parte do processo pedagógico inserida num projeto maior que,

englobando-a de maneira constituinte, articula em todas as suas etapas e processos o que

não se permite que seja vista de maneira descontextualizada.

Os professores são a ponte entre a política governamental e

transposição para a realidade prática. São os agentes finais do

Currículo e, em sala de aula, são os que se encontram em melhor

situação para avaliar as aprendizagens (CAPPELLETTI, 2005, pg.

56).

Observa-se nessa perspectiva que a avaliação é parte do processo que deve ser

planejado e discutido democraticamente, no sentido de reorientar o percurso, continuá-

lo ou revê-lo.

Os questionamentos, nesse sentido, sobre o que se avalia, quem se avalia, e quem

avalia, se mostram pertinentes no processo de reflexão sobre o desenvolvimento

pedagógico percorrido pela escola, como parte de um processo e não fim último.

As avaliações alcançariam, provavelmente, níveis mais altos de uso se

refletissem conhecimentos do contexto dentro do qual se usariam, se

levassem em conta as preferências dos tomadores de decisões e se

demonstrassem uma percepção de natureza das operações do

programa e das decisões a serem viabilizadas (ABRAMOWICZ,

2006, pg. 250).

Precisamos reorientar o foco e valor que damos à melhoria e qualidade da

educação não simplesmente olhando a meta e índice apresentados, mas refletindo sobre

o contexto e apropriando-se dos dados que temos. Precisamos nos preocupar com as

necessidades dos estudantes, para que aproveitem a educação na construção da

cidadania.

A negociação reflexiva, crítica e, portanto, dialógica, prepara a escola para a

contrarregulação, apresentando propostas e ideias assumindo sua autonomia social,

intelectual e pedagógica.

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A escola precisa se constituir como espaço social, cultural, institucional e

ideológico libertador, a partir da reflexão e discussão, encaminhando uma

transformação local não pelo controle, mas pela reflexão crítica, apropriando-se da

avaliação externa articulada ao seu projeto político-pedagógico tendo em vista a

realidade de seus alunos.

A avaliação não é neutra, tampouco monoreferencial. Precisamos, portanto,

compreender a complexidade e heterogeneidade referencial, teórica e prática da

avaliação (SOBRINHO, 2002) e a centralidade que o professor assume na prática da

sala de aula.

Borba (2001), ao refletir sobre o tema, afirma:

Estudos apontam para a complexidade do ato de avaliar e para a

fragilidade da formação do avaliador no contexto educacional.

Particularmente no curso de Pedagogia, o currículo voltado para uma

formação mais generalista não privilegia estudos sobre avaliação.

Assim, apesar dos avanços teóricos e metodológicos na área de

formação de professores e de avaliação, os estudos não são

conclusivos. Ao contrário, abrem espaços e interrogações para o

desenvolvimento de percepções sobre esse objeto que se move,

constituindo-se a cada momento em um ponto de partida: o professor

na ação de avaliador. (BORBA, 2001, pg. 146)

Freitas (2009) discute a avaliação em suas relações com diferentes práticas no

contexto educacional, dentre elas, as relações em sala de aula. Avaliar está no âmago de

uma relação e comunicação que devem estar a serviço da emancipação, autonomia e

aprendizagem discente.

Segundo Hadji (2001) “a aprendizagem assistida pela avaliação” tem como

prática do professor-avaliador a responsabilidade de:

1. desencadear comportamento a observar,

2. interpretar os comportamentos observáveis,

3. comunicar os resultados da análise, e

4. remediar os erros e as dificuldades analisadas.

O professor, nesse movimento de avaliação para a aprendizagem, é um importante

agente de transformação e mediação entre o aluno e o conhecimento, em uma

concepção formativa da avaliação, passando a ser mediador e facilitador da

aprendizagem.

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Hadji (2001) aponta ainda alguns obstáculos à avaliação com intencionalidade

formativa: representações administrativas enraigadas nas práticas, pobreza dos saberes

necessários às praticas formativas, receio às práticas inovadoras. Isso, não esquecendo-

se a subjetividade do professor avaliador, o caráter comunicativo e negociado das

práticas avaliativas que se estabelecem no confronto e a correlação entre as expectativas

do professor e o contexto real.

Outra dificuldade a se observar é a dicotomia teoria e prática, apontada por

Oliveira (2007), que tem reflexo na prática pedagógica docente: faz parte da prática

docente a indagação, a busca, a pesquisa.

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino... No meu

entender, o que há de pesquisador no professor não é uma

qualidade ou uma forma de ser ou de atuar que se acrescente à

de ensinar. Faz parte da natureza da prática docente a indagação,

a busca, a pesquisa. Esses “quefazeres” se encontram um no

corpo do outro. (FREIRE, 2001, pg. 14).

A competência docente consiste, antes de tudo, em fazer um balanço analítico das

aprendizagens no percurso, em identificar obstáculos e resistências, em promover

intervenções na aprendizagem. Proporcionar condições para as aprendizagens e os

meios para que esta aconteça deveria ser uma prioridade da formação inicial e

continuada dos professores.

Paulo Freire também aponta a importância do professor respeitar a

individualidade do educando e aproveitar suas vivências e experiências no ato de

educar. Assim, é possível fazer a ponte entre os conhecimentos que o educando adquiriu

no decorrer de sua vida e os conhecimentos técnicos e acadêmicos. Nesse aspecto, nas

organizações de aprendizagem das pessoas são respeitadas sua individualidade,

autonomia e desenvolve-se um trabalho com excelência e qualidade ética.

Oliveira (2007) aponta a relevância, importância e delicadeza no trato da

formação inicial e continuada do professor em avaliação e suas repercussões nas

realidades escolares e práticas pedagógicas, valorizando (e chamando a atenção) em

especial a formação continuada que “não deve ser concebida como um acúmulo de

cursos, seminários, palestras, mas como um trabalho de reflexão crítica com base na

relação teoria-prática”. (OLIVEIRA, 2007, pg. 18).

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Fazer da avaliação um verdadeiro instrumento de aprendizagem, compreendendo

as especificidades e práticas dando atenção à diversidade dos alunos, levando em conta

a singularidade dos percursos de aprendizagem, é uma das responsabilidades docente.

Parece, portanto, que a prática da avaliação requer não só uma formação técnica

e metodológica, mas também outros fatores “ocultos” à prática efetiva que estão

referidos e entendidos em todo o processo, desde sua gênese e os referenciais e

intencionalidades dessa prática.

Conforme Nóvoa (2009), não é possível preencher o fosso entre os discursos e

as práticas se não houver um campo profissional autônomo, suficientemente rico e

aberto, no qual acabam reforçados os sentimentos de pertencimento e de identidade

profissional, essenciais para que tomemos posse dos processos de mudança e os

transformemos em práticas concretas de atuação e intervenção.

Os professores parecem desejar ao mesmo tempo a cooperação e

o respeito à sua individualidade. A seus olhos, não se trata de

escolher uma coisa em detrimento da outra: as duas dimensões

parecem necessárias. (TARDIFF, 2008, pg. 193).

Oliveira (2007) constatou que a formação inicial dos professores em avaliação é

tratada de forma restrita, pontual e, por vezes, superficial. É um simples conteúdo de

disciplina de didática ou outro componente afim desconsiderando, muitas vezes, os

aspectos teóricos desse campo metodológico. Podemos observar que a formação

continuada também é deficitária para o desenvolvimento das diretrizes previstas para

avaliação.

A avaliação, portanto, é um processo que emite um juízo das leituras formais e

informais do desenvolvimento dos indivíduos. Essas leituras passam pela estrutura de

formação e concepções políticas e ideológicas. A falta de aprofundamento teórico e de

reflexão prática sobre os pressupostos teóricos fazem dessa uma relação vazia de

sentido e injusta em seu julgamento.

Novas concepções de formação não se constroem somente pela acumulação de

saberes, mas, sobretudo, por meio de um trabalho, eminentemente reflexivo e

processual, que procura ampliar e favorecer discussões e trocas, tão importantes para a

construção do conhecimento.

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Em lugar de um conteúdo predeterminado, fechado, transmitido

em um curso convencional, de forma passiva e memorizado,

cria-se um espaço especial de construção do conhecimento em

que a reflexão é a mola propulsora do trabalho [...]. Nesse

contexto, ser sujeito significa ser capaz de refletir sobre sua

prática e transformá-la - tornando-a mais significativa, mediante

o diálogo - pela tomada de consciência da teoria que a embasa.

(ABRAMOWICZ, 2003, pg. 138-139).

Para Imbernón (2009), nesse cenário:

Ganha terreno a opção que não deseja apenas analisar a formação

como o domínio das disciplinas científicas ou acadêmicas, mas sim

que propõe a necessidade de estabelecer novos modelos relacionais e

participativos na prática da formação. Isso nos conduz a analisar o que

aprendemos e o que temos ainda para aprender. (IMBERNÓN,

2009, pg. 16)

Algumas ações formativas de implantação do SARESP, a que tivemos acesso do

ano de 1998, denotam um caráter de controle do sistema de ensino, usando o exame

como instrumento de aferição e diagnóstico da rede, pelos treinamentos e palestras

específicas sobre o modelo de exame proposto. Depois dessa ação não obtivemos um

plano de ação efetivo com esse objeto de reflexão.

O professor como profissional (técnico) do fazer pedagógico deve ter clareza em

seus referenciais, no projeto e planejamento para realizar essa atividade tão sensível e

delicada para o desenvolvimento dos educandos.

Considerando os aspectos conjuntos e dialógicos, o projeto pedagógico, nesse

sentido, será o norteador do seu trabalho docente, da proposta curricular que se faz

presente neste e das convicções pessoais e coletivas quanto ao papel e função da

educação escolar.

1.5 Panorama das pesquisas acadêmicas

Apesar da relevância do tema, existe uma carência de estudos que esclareçam se o

SARESP tem influenciado a prática pedagógica e curricular da escola e como esta tem

se apropriado dos resultados desse exame.

Tão importantes para o campo da avaliação educacional estudos que se voltem

para efeitos e usos dos resultados no cotidiano da sala de aula em função dos resultados

dos sistemas de avaliação. Uma análise no Banco de Teses da CAPES (Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) revela um número ainda pequeno de

pesquisas acadêmicas com esse enfoque.

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No levantamento realizado, somente 30 pesquisas têm o SARESP como objeto,

ainda que por vezes articulado também a outra categoria e objeto de análise ou da

realidade pedagógica. Destes, somente 03 pesquisas são de doutorado - um deles

publicado em livro (MACHADO, 2010) - e as outras 27 de mestrado.

Vale também a observação que estes 16 trabalhos ocorreram entre 1998 e 2008.

É importante notar que muitas pesquisas tratam ou se utilizam dos dados obtidos

com o desempenho dos alunos no SARESP considerando determinados componentes

curriculares (matemática, língua portuguesa, história), competências específicas (leitura,

escrita, produção textual) a fim de refletir sobre esses objetos de estudos, ou seja,

utilizam-se dos resultados do SARESP de forma indireta como objeto de análise. 9

Outros importantes estudos fazem uma análise dos instrumentos da prova presente

ou ausentes em vista do currículo desenvolvido. 10

Quase todos os estudos são de natureza qualitativa utilizando recursos

bibliográficos, documentos da própria Secretaria de Educação, entrevistas e

questionários.

Dos textos acadêmicos em convergência com essa pesquisa e que contribuem para

compreendermos o que o panorama de estudos tem revelado, precisamos recorrer a uma

análise dos percursos já realizados.

Há pesquisas que tratam dos SARESP enquanto política pública de avaliação e o

caráter do programa11

como pressupostos ideológicos dessa prática12

e como

repercussão positiva em casos específicos13

.

Há ainda estudos que tratam das repercussões e contribuições de determinadas

práticas no desempenho dos alunos no SARESP. 14

9

Kawauchi (2001); Alvez (2002); Arcas (2003); Valera (2003); Oliveira (2005); Augusto

(2006); Genari (2006); Prudencio (2006); Camargo (2007); Dorta (2007); Sazdyjian (2007);

Figueiredo (2008); Maldonado (2008); Mota (2008). 10

Valle (1999); Ferreira (2007). 11

Ribeiro (2008); Barbosa (2005), Baggio (2006). 12

Silva (2006). 13

Chiste (2009). 14

Ribeiro (2001); Hernandes (2003); Lacerda (2004).

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Oliveira (1998) trata dos princípios, das pretensões que nortearam a SEESP na

implantação do SARESP, analisando o impacto do SARESP nas unidades escolares,

concluindo que o SARESP impõe-se “como projeto falacioso, no qual o formal não é

sério e que não apresenta caminhos de participação”. (OLIVEIRA, 1998, pg. 77).

Esteves (1998) procurou investigar o impacto causado pelos resultados do

SARESP nas unidades escolares, concluindo que a maioria dos docentes permaneceria

resistente, embora o SARESP tenha despertado a necessidade de refletir e de ampliar

conhecimentos sobre avaliação.

Felipe (1999) investiga o impacto causado pelos resultados do SARESP na rede

pública estadual e busca constatar as possíveis mudanças ocorridas nas escolas,

concluindo que o exame trouxe vários problemas: desconfiança dos docentes sobre seus

reais objetivos; indiferença dos alunos avaliados; prova com problemas de elaboração e

níveis de sofisticação incoerentes às séries e, principalmente, falta de ações que

deveriam ser implementadas, o que acabou frustrando as expectativas da comunidade

escolar.

Machado (2003) se detém no uso dos resultados do SARESP, realizado em 2000,

procurando identificar as propostas de ações políticas subsidiadas a partir dos resultados

do SARESP e seu potencial para a melhoria da qualidade do ensino. Concluiu a autora

que o SARESP, apesar de sua importância como avaliação externa e seu potencial para

desencadear e direcionar ações e políticas visando à melhoria da qualidade do ensino

tem-se prestado a testar o rendimento dos alunos, estabelecimento de ranking e

comparação entre as escolas, pouco contribuindo com iniciativas, ações e alternativas

que viabilizem a construção de uma escola pública de qualidade.

Bauer (2006) tem como objeto de estudo, em seu mestrado, o uso dos resultados

do SARESP na formulação de ações de formação de professores, na formulação de

cursos para desenvolvimento e aprimoramento docente. Conclui que a articulação entre

os resultados do SARESP e a política de formação docente, da forma que se pretendia,

segundo os documentos oficiais, ainda estaria por ser efetivada.

Arcas (2009) investigou de forma qualitativa, as implicações da progressão

continuada e do SARESP na avaliação escolar, buscando identificar e analisar eventuais

alterações ocorridas na avaliação, induzidas pela implantação dessas medidas. Conclui

que tanto a progressão continuada como o SARESP têm reflexos na avaliação escolar, e

que o SARESP tem assumido o papel de orientador de práticas escolares, sendo

utilizado no planejamento e replanejamento das escolas, repercutindo nas práticas

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avaliativas, induzindo o fortalecimento de uma concepção de verificação escolar, em

detrimento da avaliação formativa, potencializada pela progressão continuada.

As pesquisas apresentadas revelam a configuração política do SARESP, seu

impacto e movimentos de resistência docente em função da falta de uma cultura de

avaliação de sistema, ainda que alguns se centrem em uma análise de componentes

específicos do currículo, possibilitam-nos uma reflexão e análise do SARESP em seu

potencial de influenciar o currículo, inserindo nas escolas uma preocupação com a

avaliação de desempenho.

Em síntese, os estudos revelam que o uso do SARESP pela escola e pelos

professores tende a favorecer o plano pedagógico e curricular, mas ainda precisa

enfrentar algumas resistências e ser construída uma prática recorrente com seus

resultados.

Vimos, contudo, que há uma carência de pesquisa que reflita o uso dos resultados

do SARESP no cotidiano da sala de aula e a opinião dos professores sobre esse

problema.

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2 METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS DA PESQUISA

“Não é no silêncio que os homens se fazem,

mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.”

Paulo Freire

Apresentamos a seguir nossas opções metodológicas de análise e pesquisa.

2.1 Opção metodológica

A metodologia deste trabalho caracteriza-se como um estudo de caráter

qualitativo que procura identificar, na opinião dos professores, eventuais efeitos no

cotidiano da sala de aula, em função dos resultados obtidos no SARESP.

Estudos chamados “qualitativos” englobam um conjunto heterogêneo

de perspectivas, de métodos, de técnicas e de análises, compreendendo

desde estudos do tipo etnográfico, pesquisa participante, estudos de

caso, pesquisa-ação, até análises de discurso e de narrativas, estudos

de memória, história de vida e história oral. (ANDRE, 2001, pg. 54)

Para Bogdan e Biklen (1994), todo estudo qualitativo é também e, de certa

forma, naturalístico porque “os problemas são estudados no ambiente natural que

ocorrem, naturalmente, sem qualquer manipulação” (LUDKE E ANDRE, 1986, pg. 11).

Optou-se na pesquisa pela valorização da opinião dos professores por serem os

principais agentes educacionais na relação direta com seus alunos.

O significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de

atenção especial pelo pesquisador. Nesses estudos há sempre uma

tentativa de capturar a “perspectiva dos participantes”, isto é, a

maneira como os informantes encaram as questões que estão sendo

focalizadas (LUDKE E ANDRE, 1986, pg. 12).

A opção qualitativa busca, portanto, uma análise e compreensão do fenômeno no

contexto da prática pedagógica e suas manifestações, para, a partir da descrição,

interpretar e compreender os significados manifestos nos discursos.

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2.2 Critérios de seleção dos sujeitos de pesquisa

Foram atribuídos os seguintes critérios para a seleção dos sujeitos de pesquisa:

I. Optamos por selecionar somente professores de Língua Portuguesa e

Matemática por se tratar dos componentes avaliados, continuamente, no

SARESP.

II. Desses sujeitos selecionaram-se docentes das séries finais do Ensino

Fundamental II (8ª Série e/ou 9º ano) e do Ensino Médio (3º ano), por se

tratar das séries avaliadas nas últimas 4 (quatro) edições do SARESP.

Art. 1º – A avaliação do SARESP a ser realizada nos dias 10 e 11 de

novembro de 2010, abrangerá, obrigatoriamente, todas as escolas da

rede estadual e todos os alunos do ensino regular, matriculados no 3o,

5o, 7º e 9º anos do Ensino Fundamental e na 3ª série do Ensino Médio,

além dos alunos das escolas municipais e particulares que aderirem à

avaliação. Parágrafo único – Para as escolas em processo de

implantação progressiva do Ensino Fundamental de nove anos, serão

avaliados os alunos da 2a, 4a, 6ae 8ª séries desse nível de ensino.

(SÃO PAULO, SARESP, 2010).

III. Optou-se selecionar para a pesquisa somente professores da rede pública

estadual, já que se discute, neste trabalho, a avaliação de uma política

pública estadual e os eventuais efeitos na sala de aula.

IV. Por fim, utilizamos também como critério professores com 5 (cinco) anos

ou mais de magistério por entender que já tiveram um tempo para

conhecer o sistema de ensino, a política de avaliação e praticar a

docência.

A partir desses critérios de seleção, chegamos a um total de 16 professores de

diferentes unidades escolares e realidades da cidade de São Paulo, com experiência

docente e aprofundamento profissional para a pesquisa, que se dispuseram a responder

os questionários.

2.3 Procedimentos de pesquisa

Para a coleta de dados foram elaborados questionários com questões respondidas

pelos professores que se dispuseram a contribuir com a pesquisa, segundo os critérios

apresentados anteriormente.

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O questionário consiste em um conjunto de questões pré-elaboradas,

sistemática e sequencialmente, dispostas em itens que constituem o

tema da pesquisa, com o objetivo de suscitar dos informantes

respostas por escrito ou verbalmente sobre o assunto que os

informantes saibam opinar ou informar. (CHIZZOTTI, 2009, pg. 30)

Segundo Mattar (1994), esse formato de instrumento de pesquisa com questões

abertas permite:

1. instigar a cooperação e avaliar melhor as considerações para análise;

2. tem menor influência nos sujeitos da pesquisa do que as perguntas com

alternativas previamente estabelecidas;

3. proporciona comentários, explicações e esclarecimentos significativos

para se interpretar e analisar as respostas;

4. dá a oportunidade ao respondente de manifestar suas considerações sobre

temas e assuntos mais amplos relacionados à pesquisa.

Os questionários foram elaborados e construídos com uma identificação básica a

fim de registrar se atendiam aos critérios de seleção dos sujeitos e às questões

dissertativas sobre o SARESP e IDESP.

As 8 (oito) questões foram respondidas pelos professores, sem o

acompanhamento do pesquisador, por via manuscrita ou digital sempre com igual teor e

conteúdo de pesquisa.

O instrumento foi construído a partir do problema de pesquisa e objeto de

estudo, tendo sido aplicados no 1º semestre de 2011.

O roteiro das questões foi o seguinte:

1. Você sabe para que serve o SARESP? (Explique sua resposta)

2. Concorda com a avaliação que é feita pelo SARESP? (Explique sua

resposta)

3. Você sabe para que foi criado o IDESP? (Explique sua resposta)

4. Qual a sua opinião sobre a criação do IDESP?

5. Qual a sua opinião sobre os instrumentos do SARESP?

6. Os resultados apontados pelo SARESP contribuem para melhoria da

qualidade do ensino? (Explique sua resposta)

7. Houve alteração em sua prática na sala de aula em função do SARESP?

(Explique sua resposta)

8. Houve mudanças palpáveis na escola com os resultados do SARESP?

(Explique sua resposta)

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Optou-se incluir no questionário a solicitação para que explicassem suas

respostar, para que fossem incentivados a responder com o máximo de compromisso e

sinceridade possíveis, de modo que explorassem e manifestassem suas considerações a

respeito do tema.

Esse roteiro de pesquisa foi organizado sob três eixos para posterior análise das

respostas obtidas, a saber:

- Eixo 1: questões de 1 a 3: pretende-se identificar o que os professores

conhecem sobre o SARESP e IDESP;

- Eixo 2: questões de 4 e 5: pretende-se identificar a opinião dos docentes

pesquisados sobre a implantação do SARESP e IDESP;

- Eixo 3: questões 6 a 8: o foco da pesquisa, em que se pretende identificar

possíveis repercussões na prática dos docentes pesquisados, com a implantação do

SARESP e IDESP.

2.4 Organização e análise dos dados

Após a conclusão desse trabalho de campo, as opiniões e informações coletadas

foram tabuladas e registradas, (anexo I).

Na análise e reflexão sobre as respostas obtidas utilizaremos a inicial “Q”

seguida do número (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 ou 8) para designar as respectivas questões,

seguindo a correspondência do anexo I.

Anotamos, também, a inicial de “P” seguida de um número atribuído a cada

respondente. O critério de numeração foi a ordem alfabética dos nomes dos professores

pesquisados.

As respostas obtidas a partir da opinião dos professores foram analisadas e

interpretadas, utilizando-se da análise e reflexão sobre as ideias centrais selecionadas de

suas respostas, no sentido de chegar às considerações finais.

Precisamos ressaltar e esclarecer que esta pesquisa assentou-se sobre a opinião

dos professores sobre os eventuais efeitos, no cotidiano da sala de aula, em função dos

resultados obtidos no SARESP.

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Para que pudéssemos analisar as respostas dos professores consideramos os

questionários, primeiramente, identificando as ideias centrais de cada resposta e,

posteriormente, agrupamos por proximidade de opiniões e temática, a partir dos eixos

indicados anteriormente, discutindo as convergências e divergências que serão

discutidas na intersubjetividade com a teoria requerida.

A análise e considerações centram-se, portanto, nos significados daquilo que os

sujeitos pesquisados apresentam como opinião sobre suas práticas e sobre a política de

avaliação que vivenciam.

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3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

“A gente tem que lutar para tornar possível o que ainda não é possível.

Isto faz parte da tarefa histórica de redesenhar e reconstruir o mundo”.

Paulo Freire

A avaliação, como fenômeno social, multireferencial e complexo, está

relacionada a valores, atitudes e práticas dos sujeitos envolvidos: professores, alunos e

gestores.

Avaliação e currículo são forças simbólicas que se constituem pelos referenciais

metodológicos, axiológicos e políticos de quem os pratica e planeja, quando articulados,

no sentido de garantir o sucesso das aprendizagens, orientando as práticas de sala de

aula.

A elaboração, fundamentação e justificação dos modelos e práticas de

avaliação terão de operar-se sempre por referência à situação e

contexto concretos e específicos em que ela se irá inscrever e

funcionar, bem como aos valores que eles impõem, promovem e

realizam. (RODRIGUES, 1994, pg. 104)

Assim, reconhecendo a sala de aula, como “locus” privilegiado da prática

pedagógica, consideramos importante ouvir a opinião dos professores a respeito da

política pública de avaliação do sistema educacional paulista, em particular, sobre o

SARESP e o IDESP, pois, como avaliação de sistema, penetram na escola com seus

pressupostos teóricos, interferindo nas decisões pedagógicas a serem tomadas.

A absorção do processo de avaliação pela instituição leva à absorção

dos próprios conceitos que deram origem ao sistema de avaliação.

Tais conceitos nem sempre são universais, nem sempre há acordo

sobre quais seriam os mais adequados para uma instituição ou para

outra. Os órgãos centrais tendem a montar essas sistemáticas em

função dos seus próprios compromissos, dos seus próprios conceitos,

das opções particulares que fazem e terminam difundindo tais

conceitos no âmbito das organizações que fazem uso do seu sistema

de avaliação. (FREITAS, 2001, pg. 01).

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Reconhecendo o SARESP como instrumento do Estado Avaliador, refletimos

sobre seus pressupostos, sobre a opinião dos professores e os possíveis reflexos em sala

de aula.

3.1. AVALIAÇÃO: O que os professores sabem a

respeito do SARESP e IDESP

Na tentativa de identificar o que os professores sabem a respeito do SARESP e

IDESP perguntamos sobre esses temas nas questões 01 a 03 (anexo I).

Nesse primeiro eixo de análise, as respostas a essas questões sinalizaram

algumas observações importantes:

1. entendimento da avaliação como instrumento classificatório;

2. incompreensão sobre o papel da avaliação de sistema como geradora de

novas políticas;

3. identificação do SARESP como instrumento de aferição de desempenho

do aluno;

4. ceticismo em relação aos resultados;

5. responsabilização docente;

6. supervalorização das metas e índices em vista de bônus;

7. alienação discente quanto ao SARESP.

Há uma necessidade urgente de se alterar conteúdo, forma e prática da avaliação,

mudando a lógica da classificação, deslocando o eixo do processo em vista da

aprendizagem.

Alterar essa prática significa questionar a educação em suas concepções,

fundamentos, organização, normas. Significa propor mudanças conceituais de currículo

, de avaliação e das funções docentes, entre outras.

O SARESP serve para classificar os alunos. (Q1, P2).15

15

Utilizaremos nomenclatura conforme exposto na Metodologia (2.4) pág. 45.

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Esse entendimento do SARESP como instrumento classificatório reproduz, de

certa forma, o modelo seletivo e punitivo de muitas praticas recorrentes em educação

que utilizam a avaliação como forma de disciplinar e punir ações ou dificuldades de

aprendizagem dos alunos.

Alguns professores pesquisados apontaram a avaliação, inclusive do sistema,

como parte de um diagnóstico que encaminha decisões a fim de superar as dificuldades

da educação em nosso contexto, ressaltando que isso não se cumpre na prática.

No que tange à avaliação do sistema, ela pode e deve subsidiar e orientar as

diretrizes e as políticas públicas da educação. O professor pode utilizar-se dos dados

obtidos nesse sistema para refletir sobre os resultados de seus alunos e construir novas

possibilidades de conhecimento e práticas educativas. .

Entretanto, apenas um professor considera o SARESP como uma avaliação de

sistema com o objetivo de definir uma política educacional para o Estado de São Paulo.

Para a maioria dos docentes ele é visto como procedimento de avaliação das escolas,

dos professores e dos alunos.

Em tese, o SARESP seria um sistema de avaliação das escolas estaduais,

utilizado para verificação do avanço e também como diagnóstico para identificar os

pontos fracos da rede. (Q1, P1).

O SARESP serve para detectar o nível de aprendizagem e desenvolvimento do

aluno na educação paulista. (Q1, P4).

O SARESP serve para avaliar a aprendizagem dos alunos nos anos inicias e

finais de ciclo da educação básica. (Q1, P12).

O SARESP serve para avaliar o rendimento dos alunos das escolas do Estado de

São Paulo. (Q1, P13).

De certa forma, alguns professores veem o SARESP como uma avaliação de

sistema que oferece dados de natureza diagnóstica, e que, pela avaliação dos alunos,

acaba fornecendo informações secundárias sobre os professores e sobre as escolas.

Entretanto, não fazem nenhum comentário sobre o uso que o Estado faz dos resultados

que, em muitas situações, foram motivos de prêmios e punições.

Vários professores pesquisados identificam o SARESP como um instrumento

para avaliar o desempenho do aluno, suas aprendizagens, dificuldades e o grau de

desenvolvimento.

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O SARESP serve para aferir o desempenho dos alunos. (Q1, P2).

O SARESP serve para acompanhamento das metas a serem atingidas pela rede

estadual e pelas escolas, em relação à evolução da qualidade das aprendizagens por

meio da avaliação do desenvolvimento de competências e habilidades dos alunos da

rede estadual. (Q1, P6).

O SARESP serve para detectar o nível de aprendizagem e desenvolvimento do

aluno na educação paulista. (Q1, P4).

O SARESP serve para identificar os problemas de aprendizado e focar no

aprimoramento do projeto pedagógico. O SARESP serve para que a Secretaria de

Educação paulista trace o desempenho do aluno/escola e o perfil social, econômico e

cultural de sua família. (Q1, P8).

A fala dos professores, ao dizer para que serve o SARESP, reflete uma posição

passiva, repetindo o posicionamento oficial, sem colocar nenhuma crítica. Alguns citam

a aprendizagem, outros se referem ao desempenho dos alunos.

Uma prova de cúpula, que somente atende aos interesses administrativos,

organizada de forma homogênea para todo o Estado, reflete uma expectativa e não

necessariamente o que foi ensinado e aprendido. Não há uma grandeza ou escala que

seja válida a todos os grupos.

É preciso fazer a distinção entre o desempenho do aluno em uma prova e sua

aprendizagem.

Há prova para medir o desempenho de um individuo que, de

alguma forma, está ligado à aprendizagem, porém, não há, no

arsenal da mensuração educacional, um instrumento que meça

aprendizagem agregada ou aprendizagem escolar. (SANTOS,

2002, pg. 93).

Entretanto, muitos professores ressaltam certo ceticismo com relação aos

instrumentos e processo do SARESP, enfatizando a falta de respeito às individualidades

dos alunos e ao contexto de realidade em que se desenvolve o currículo.

Discorda do SARESP, pois entende que, mesmo os alunos que abandonam o

curso durante o ano, ao retornar, serão promovidos e o professor será

responsabilizado, desconsiderando a evasão ao longo do ano. Discordo do SARESP,

pois entende que o desempenho do bom aluno é diluído pelo desempenho coletivo. (Q2,

P1).

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Há pontos negativos a se refletir sobre o SARESP. O SARESP não considera a

situação concreta da escola, como a falta excessiva de professores e alunos. (Q2, P8).

O SARESP desconsidera as desigualdades. (Q2, P13).

Essa compreensão e respeito às especificidades são importantes, pois mesmo

entendendo o SARESP como avaliação externa de sistema, algumas questões precisam

ser consideradas em relação ao contexto para análise do desempenho dos alunos, pois

diversos aspectos favorecem ou dificultam as aprendizagens como, por exemplo, as

questões socioculturais que nem sempre são contempladas no currículo unificado para a

rede pública estadual paulista.

Santos (2000), apesar de tratar do ensino superior, traz importantes contribuições

no sentido de discutir a questão do respeito ao contexto regional e comunitário para

avaliação de desempenho e crítica à constituição de um currículo nacional.

Um exame de caráter nacional, ao centrar-se nas diretrizes

curriculares comuns, desconsidera as especificidades regionais,

as condições peculiares de trabalho dos professores de cada

instituição, as condições ambientais de estudo e vivências

oferecidas aos estudantes (...). (SANTOS, 2000, pg. 167).

Nesse sentido, o SARESP acaba reduzindo a autonomia das unidades escolares

no que diz respeito ao contexto local em favor de um currículo unificado para a rede

estadual paulista, impondo os conteúdos escolares a ser desenvolvidos.

Outro ponto identificado pelos professores diz respeito à confiabilidade dos

instrumentos, o caráter pontual da avaliação. Ainda que, nos últimos anos, tenham

ocorrido avanços técnicos na metodologia, no que diz respeito à Teoria de Resposta ao

Item (TRI) 16

.

Na TRI, o foco é na questão e não na quantidade de acertos totais de quem

responde. A teoria relaciona uma ou mais habilidades com a probabilidade de cada um

dar a resposta certa ao item. Portanto o “erro” apresenta indícios do conhecimento que o

sujeito tem a respeito do tema avaliado, e a análise estatística do exame, segundo

especialistas, leva em consideração outros fatores.

16

Formas de representar a relação entre a probabilidade de um indivíduo dar certa

resposta a um item e seus traços latentes, proficiências ou habilidades na área do

conhecimento avaliada. (ANDRADE; TAVARES e VALLE, 2000, p. 13).

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Assim para cada questão do exame é conferido um nível de dificuldade

diferente, o que leva a consideração de que o número de acertos não é tão importante

quanto o nível e escore final das questões que foram consideradas corretas.

Os professores pesquisados manifestaram falta de conhecimento sobre o método

de análise dos dados obtidos.

No entanto, um problema, não apontado nos questionários e que pode

comprometer os resultados, é que a aplicação do SARESP, nos últimos anos, é feita

pelos próprios professores (da mesma unidade escolar ou de geograficamente próximas)

sob orientação e “vigilância” de um agente externo, denominado “Fiscal” que nem

sempre conhece o contexto das escolas. Essa dinâmica pode deslegitimar os resultados

obtidos no processo de avaliação externa, criando mecanismo de manipulação do

exame, por exemplo.

Dos professores pesquisados não surgiram críticas quanto à realização de uma

avaliação externa do sistema, mas boa parte deles criticam a responsabilização ou

punição da escola e dos professores pelo desempenho insatisfatório dos alunos no

SARESP.

O IDESP, que é o índice de referência para aferir o desenvolvimento das

unidades escolares, serve, dentre outras práticas, para o pagamento de um bônus, como

reconhecimento pelo mérito do coletivo que atinge ou supera a meta estabelecida,

reforçando e afirmando a política de responsabilização e meritocracia no sistema.

Discorda da responsabilização e desqualificação que são feitas à função

docente. (Q2, P1).

O SARESP não é positivo para o atual contexto do sistema educacional paulista.

(Q2, P11).

O SARESP é importante como diagnóstico ao governo, mas discordo que ele

esteja aliado ao bônus, pois desloca o eixo para a meta e responsabiliza os docentes,

criando situações de estresse, depressão e baixa autoestima. Estigmatizar professor e

unidade escolar não é o melhor objetivo. (Q2, P15).

Os professores, assim, voltam à centralidade da discussão da educação, mas os

olhares voltam-se para problemas diferentes, pois, agora, falam de responsabilização

docente pela aprendizagem dos alunos.

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Nada impede que critérios coletivos avaliem o desempenho dos

profissionais por unidades escolares, utilizando-se o IDEB, por

exemplo. Mas essa opção deve atentar-se para as condições

sociais da clientela e para a estrutura escolar, a fim de não impor

metas uniformes à rede e impossíveis de serem alcançadas por

algumas escolas num curto prazo de tempo. (CNTE, 2009, pg.

31).

As respostas denunciam e evidenciam a prática recorrente do Estado Avaliador,

que desconsidera contextos, fatores que intervêm na aprendizagem e profissionalização

docente, responsabilizando-o numa lógica de eficiência e produtividade.

Essa responsabilização que “surge como resposta política e administrativa (...)

para maior controle sobre o que se ensina e como se ensina nas escolas públicas

(AFONSO, 2005, pg. 44)”, muitas vezes, é apresentada à sociedade como “prestação de

contas”.

Isso revela a lógica de mercado (AFONSO, 2005) numa complexa relação com

outros projetos ligados e integrados aos programas da política educacional, dentre elas,

a política meritocrática de bonificação financeira à equipe escolar.

Esse discurso é apresentado sob a categoria e valorização pela qualidade,

criando indiretamente uma competitividade e controle de resultados, julgando o

desempenho docente a partir do desempenho do aluno.

Ligar a avaliação de professores à melhoria da qualidade reforça os

valores conservadores em educação. Importa para a educação a

perspectiva produtivista das empresas, reforça a racionalidade técnica

e não propõe uma verdadeira melhoria do ensino. (SACRISTÁN,

1993, pg. 25).

O SARESP deveria ser configurado como uma política pública de avaliação do

sistema que acontece em outro espaço, com outras metodologias e sob outros sujeitos

responsáveis, diferindo portanto, de avaliação de aprendizagem sob responsabilidade do

professor.

Os índices e indicadores devem configurar-se de forma a subsidiar, diagnosticar

e orientar os pressupostos e planos que são traçados pelo poder público.

É preciso retomarmos que todo o processo educacional não é neutro. Portanto, a

escolha de indicadores e índices revelam a parte da realidade que se quer mostrar,

justificando um modelo de qualidade concebido em determinado contexto, sob forma,

princípios, valores, cultura e disposição, inclusive política.

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O processo de avaliação também depende do espaço ideológico e político de

quem ensina e avalia, seja o professor ou gestor, aconteça no âmbito da escola ou do

sistema. E, como ato político, é parte de um processo, devendo servir à orientação e

reorientação do próprio processo.

O uso e a forma que se fazem da avaliação e do referencial para o

encaminhamento de seus resultados é o que vai dar significado e coerência ética,

pedagógica e política à escola e à prática pedagógica.

Essa prática e uso, por vezes equivocados, do SARESP enquanto avaliação e do

IDESP enquanto índice levam a uma supervalorização das metas em detrimento das

aprendizagens como forma de se alcançar benesses com as metas.

No SARESP há uma preocupação exagerada, por parte de professores e

gestores, com o resultado satisfatório em vista do bônus. Por esse lado, o objetivo dessa

avaliação acaba sendo desviado. (Q2, P8).

Chama-nos a atenção, na análise, o discurso de alguns professores com relação

ao comprometimento e incompreensão dos alunos com o sistema de avaliação com os

objetivos do SARESP.

Poderia ser melhor se houvesse consciência por parte dos alunos da

importância do SARESP. (Q2, P6).

Os alunos são descomprometidos com o SARESP, pois não têm consciência de

seus resultados. (Q2, P13).

O Estado responsabiliza o professor, este responsabiliza o aluno. E o aluno vai

responsabilizar a quem?

É necessário, para a construção real do conhecimento, envolver o aluno nos

processos educativos e formativo como sujeito ativo, por meio de uma perspectiva

epistemológica e ética que priorize o caráter formativo da avaliação e da relação

pedagógica entre os sujeitos.

É possível identificar, na análise, sem com isso esgotar a discussão desse

primeiro eixo dos questionários, que os professores ainda carecem de maiores

esclarecimentos sobre a natureza e objetivos do SARESP, do IDESP e da avaliação

como parte do processo educativo.

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Apesar da discordância com o uso meritocrático que tem sido feito com seus

resultados, assumem eles uma posição pouco crítica em relação às políticas públicas de

avaliação.

3.2. SARESP e IDESP: A opinião dos professores

Neste 2º eixo da pesquisa, analisamos a opinião dos professores da rede pública

estadual paulista, sobre a implantação do SARESP e IDESP (questões 4 e 5 - anexo I).

Nessas questões, algumas respostas ainda demonstram falta de conhecimento a

respeito do SARESP, como um dos indicadores para estabelecimento do escopo do

IDESP e de suas metas.

A avaliação seria mais completa se englobasse outros fatores como fluxo,

evasão, etc. para analisar aspectos da educação paulista. (Q4, P1).

Seria melhor se a educação não fosse avaliada juntamente com a valorização do

profissional da educação. (Q4, P4).

O IDESP é uma prova que vai contra os professores da rede estadual paulista,

responsabilizando-os pela baixa qualidade esperada. (Q4, P12).

O IDESP é um índice para avaliar as escolas simplesmente. (Q4, P13).

Essa compreensão do IDESP como avaliação desqualifica o indicador como

referência para análise e reflexão sobre o contexto e a possibilidade de utilizá-lo como

norteador para o planejamento e replanejamento do percurso pedagógico da escola.

O IDESP é um índice que mede o desempenho dos alunos, a partir do fluxo e do

desempenho no SARESP, nos componentes avaliados. Portanto, não pode ser

confundido com avaliação da aprendizagem, como já comentado no eixo anterior.

Medir e avaliar são duas estruturas e práticas que não podem ser utilizadas na

educação com o mesmo entendimento e propósito.

Medir desempenho em um único exame e apresentá-lo como avaliação é uma

forma de deturpar a avaliação em seus princípios axiológicos e pedagógicos.

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Com a adoção das políticas neoliberais, a própria teoria da avaliação,

que já vinha evoluindo com base em epistemologias antipositivistas e

pluralistas, sofre agora um novo viés positivista. Neste contexto, a fé

em indicadores mensuráveis passa a ser exemplo paradigmático das

mudanças neoliberais e neoconservadoras, ficando assim evidente

como a mudança nas políticas governamentais pode, em determinadas

conjunturas, resultar em mudanças nas práticas avaliativas.

(AFONSO, 2005, pg. 50).

Desta forma, os sistemas de avaliação educacional, em específico o do Estado de

São Paulo com o SARESP, passaram a dar maior destaque e valor à “medição” do

desempenho escolar, tendo como principal objetivo regular e racionalizar o

financiamento da educação por parte do Estado, e não avaliar com princípios

formativos.

Se “medir desempenho de alunos” fosse uma boa solução para

“avaliar qualidade do ensino” não seria lógico que os Estados Unidos

passasse a medir o desempenho do aluno numa espécie de Provão,

para avaliar as suas universidades? Ainda mais sendo, como foi, o

lugar de criação e exacerbação no uso de testes de inteligência e

aprendizagem, país pragmático e utilitarista. (SANTOS, 2002, pg. 89).

O IDESP é, no entendimento do sistema, um indicador de qualidade da

educação, considerando-o como expressão do desempenho dos alunos no SARESP.

Cria um imaginário que “uma boa escola é aquela em que a maior parte dos alunos

apreende as competências e habilidades requeridas para a sua série, num período de

tempo ideal” considerados somente sob dois critérios: o desempenho dos alunos no

SARESP e o fluxo escolar.

Alguns professores que responderam os questionários ressaltam que a avaliação

de sistema deveria desenvolver-se com uma diversificação dos instrumentos, pois, da

forma que tem sido realizada, não respeita a diversidade, indicando um desempenho

pontual.

O IDESP não avalia nada, pois não pode ter como referência uma única

avaliação de forma pontual. (Q4, P5).

O rigor que não ocorre ao longo do ano letivo está presente no SARESP. (Q5,

P1).

Essa forma de aferir o desempenho desconsidera outros fatores que interferem

no processo, por vezes, de forma decisiva.

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Silva (2003) propõe que para melhor compreender os limites e avanços

constituintes das situações didáticas, a avaliação precisa considerar três características

básicas: a natureza processual, a intencionalidade educativa e a diversidade de

instrumento.

A avaliação em seu caráter processual parte do pressuposto de que o ato

avaliativo precisa seguir a relação entre o planejamento, o ensino e a aprendizagem com

o objetivo de “sempre informar os sujeitos envolvidos no processo educativo acerca do

que vem acontecendo nas suas interações, possibilitando informações para as regulações

do trabalho docente e das aprendizagens.” (SILVA, 2003, pg. 13).

A intencionalidade da avaliação depende do propósito da ação docente como um

todo, pois a avaliação não é um processo em si mesmo, não é um fim, mas é parte de

um processo que deve ser dialeticamente entendido e praticado.

A diversidade de instrumentos, segundo Silva (2003) favorece a “coleta de um

maior número e variedade de informações sobre o trabalho docente e os percursos de

aprendizagens” (SILVA, 2003, p. 14) em função de se decifrarem as singularidades dos

contextos e dos agentes educacionais. A possibilidade de intervenção didática que

dialogue com as aprendizagens será favorecidas, quanto maiores e mais diversificadas

forem as informações coletadas.

Na construção do conhecimento, é necessário que haja um acompanhamento

contínuo e diferenciado que considere o processo de aprendizado do estudante em sua

forma plena e que permita ao professor aprimorar, continuamente, seu processo de

ensino.

Outra preocupação revelada pelos professores nos questionários é o uso do

Índice como instrumento de responsabilização e meritocracia/bonificação do trabalho

docente.

Uma antiga defensora desse modelo de gestão da educação por premiação

docente, Ravitch (2010), já afirmou, em diversas entrevistas e palestras, ser um erro a

ênfase na responsabilização do professor e afirma ser danosa para educação esse tipo de

prática.

O IDESP é útil desde que não seja para punir quem não atinge as metas. (Q4,

P2).

O IDESP não é o problema, mas o uso que fazem dele. (Q4, P3).

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Seria melhor se a educação não fosse avaliada juntamente com a valorização do

profissional da educação. (Q4, P4).

O IDESP é uma prova que vai contra os professores da rede estadual paulista,

responsabilizando-os pela baixa qualidade esperada. (Q4, P12).

Uma escola que tem índice alto e não avançou. Essa escola não teria uma boa

qualidade mesmo considerando seu índice já elevado. (Q4, P13).

O SARESP costuma ser usado para avaliar a prática do professor, por meio das

respostas dos alunos, que não têm qualquer obrigação de levar a prova a sério. (Q5,

P1).

O que se percebe é que o docente não é valorizado e como consequência realiza

um trabalho descomprometido. (Q5, P8).

Os professores revelam preocupação com o uso dos resultados SARESP/IDESP,

com a punição que, de certa forma, acontece quando não lhes é atribuído o bônus.

A avaliação na educação desenvolveu-se, sob a lógica e práticas de controle,

responsabilização e racionalidade orçamentária, a partir de uma epistemologia

positivista.

A avaliação assumiu basicamente as características de

“accountability” uma forma tecnocrática de valorar e um

procedimento burocrático de exigir o cumprimento de obrigações. E

inevitável a conexão entre a “accountability” e a ideologia da

eficiência. (SOBRINHO, 2002, pg. 29).

Nessa lógica, erroneamente, o exame era entendido “como o instrumento a partir

do qual se reconhece administrativamente um conhecimento” (BARRIGA, 2008, pg.

45) assumindo um valor importante para orientar as práticas e aplicação dos recursos,

centrando-se em aspectos técnicos que o entendem como cientificamente confiáveis

para conferir certificações e bonificações.

Nesse modelo, a avaliação é usada sob princípios técnicos quantitativos

sustentada por metas de eficiência e índices de qualidade. De caráter técnico, essa

forma de emitir juízos sobre o desenvolvimento pedagógico dos educandos é mais

recorrente do que os princípios formativos da aprendizagem que deveriam ser

norteadores do sistema.

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A educação escolar apropriou-se de um referencial de análise de seu percurso e

processo na lógica do mercado, em que a qualidade está diretamente relacionada à

eficiência e eficácia do seu “produto final”, sendo o professor cobrado nessa mesma

lógica.

La medición de la calidad en educación surgió, como es sabido, en

relación con un modelo de eficiencia económica. La «calidad» de lós

sistemas educativos y de los procesos que tienen lugar en ellos es vista

em términos de eficiencia. Los modelos evaluativos se nutren de una

racionalidad propia del modo de producción industrial. (COSTA,

1996, pg. 81).

Ainda sobre o SARESP, como um dos indicadores de composição do IDESP, os

professores revelaram discordância sobre a metodologia e formato da prova e criticam o

exame e a falta de clareza de seus resultados.

Alguns criticam a prova e sugerem procedimentos de avaliação qualitativa. O

IDESP também é criticado, pois, na opinião dos professores pesquisados, tem

prejudicado o trabalho docente.

O problema do IDESP é o uso das ferramentas disponíveis que acabam

prejudicando o trabalho de base e não o auxiliando. (Q4, P7).

A prova é muito extensa, cansativa e mal elaborada. (Q5, P14).

Outros demonstram descrédito, especialmente em relação ao IDESP,

qualificando-o como superficial, obscuro, insuficiente para avaliar a qualidade da

educação.

O resultado do IDESP é superficial. (Q4, P8).

Os resultados do IDESP são obscuros para nós. (Q4, P9).

O IDESP somente traz uma aparente amostragem. (Q4, P14).

Os instrumentos do SARESP são inúteis e insuficientes para avaliar. (Q5, P5).

Entretanto, a maioria dos professores pesquisados dirige sua crítica aos

instrumentos utilizados, por sua inadequação à realidade dos alunos, por avaliarem

conteúdos que não foram ensinados, desconsiderando a diversidade. Criticam ainda a

ambiguidade das questões e sua dependência às expectativas do caderno de apoio

elaborado pela SEESP.

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Os instrumentos do SARESP não seriam fora da realidade escolar se todos

(docentes, equipe gestora e discentes) tivessem um trabalho sério e motivador. (Q5,

P8).

Os instrumentos utilizados no SARESP exigem tanto do componente curricular

de Língua Portuguesa e Matemática, habilidades e competências que nem sempre

foram trabalhadas (Q5, P12).

Os instrumentos utilizados no SARESP não consideram a heterogeneidade dos

sujeitos avaliados. (Q5, P12).

A formulação das questões fica sempre a desejar, pois há ambiguidade e

respostas questionáveis em todas as provas. (Q5, P1).

Os instrumentos do SARESP atendem às expectativas do caderno de apoio, mas

têm pouca relevância para o aluno. (Q5, P11).

A partir de 2008, o SARESP passou a utilizar a metodologia de Blocos

Incompletos Balanceados (BIB) que apresenta um grande número de itens por série e

disciplina. Mede conteúdos e habilidades específicas pela análise e leitura da Teoria de

Resposta ao Item (TRI), por meio das matrizes de referência da avaliação elaborada, a

partir de um currículo uniforme, único e comum à rede estadual.

Vários estudos de diversas áreas discutem essa teoria e sua arquitetura estatística e

quantitativa que não escapam da casualidade da resposta, tampouco consideram o

contexto e identidade do sujeito que responde o exame, como afirmaram certos

professores.

Alguns educadores discutem o modelo de caráter estatístico complexo e o

instrumental do exame. Questionam seus parâmetros e princípios no sentido de entender

se eles seriam qualitativos e eficazes para refletir sobre os dados e o contexto da

aprendizagem do sujeito respondente.

Além disso, há a discussão no sentido que, no exame, as mesmas questões são

apresentadas a populações diferentes o que desrespeita o contexto e dificulta a análise

da expectativa de aprendizagem do grupo, às vezes, incompatíveis com as condições

reais de aprendizagem dos indivíduos.

Esta ainda é uma questão controversa que esta posta e que pode ser esclarecida

por pesquisas futuras.

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Outra crítica apontada pelos professores foi com relação aos questionários

socioeconômicos que têm como objetivo construir um perfil do aluno nos diferentes

níveis de escolaridade e suas interferências na aprendizagem.

Os instrumentos utilizados no SARESP são questionáveis, pois conta muito a

opinião de alguns poucos e isso pode ser “perigoso”. (Q5, P7).

O relatório dos pais, nem sempre é preenchido pelos responsáveis pelos alunos,

em geral os alunos recebem, preenchem e devolvem à escola. Muitas vezes o relatório

não retrata a real opinião do responsável pelo estudante. (Q5, P7).

Com relação ao questionário socioeconômico não vejo razão de ser, uma vez

que sabemos da desigualdade social, levando em consideração que as escolas

particulares também participam, entendo que o questionário seja para justificar o

fracasso dos alunos. (Q5, P10).

O questionário socioeconômico é levado para casa. Há alguns anos era

respondido antes de começar a prova e era algo desprezível. (Q5, P15).

É preciso considerar que o instrumento talvez não seja o mais apropriado para

fazer essa análise e inferência de convergência, pois, ainda que consideremos outros

fatores e indicadores que dificultam e interfiram na aprendizagem, estes não são

diagnosticados, a partir do instrumento proposto, além de não termos garantia e

segurança dos respondentes.

Como foi apontado por alguns professores esse instrumento serve também como

forma de fazer um acompanhamento da satisfação da comunidade com o serviço

prestado pela escola. No entanto, os indicadores podem não ser legítimos para a análise

e reflexão sobre o contexto, pois as perguntas, a respeito do trabalho desenvolvido pelos

professores no percurso letivo, são fechadas e não temos garantia de que o público que

responde o questionário socioeconômico sejam, de fato, os pais ou responsáveis pelos

alunos, desqualificando, assim, a posterior análise de inferências e convergência do

contexto.

(...) apesar da grande preocupação do MEC em buscar aprimorar a

qualidade técnica dos exames que realiza, estes não podem ser usados

como indicadores efetivos da realidade educacional brasileira, uma

vez que não consideram os elementos fundamentais desta realidade,

oferecendo apenas parcos elementos para uma visualização de como

esta sendo vivenciada (...). (CAPPELLETTI, 2005, pg. 48).

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Diversos educadores (SOBRINHO, 2000; APPLE, 2003) consideram que os

resultados de avaliações externas nem sempre representam a realidade, pois a avaliação

não considera os contextos e condições em que o currículo é desenvolvido, expondo um

desempenho insatisfatório, inclusive por conta do descomprometimento dos alunos com

o exame, pela falta de identificação com o currículo e práticas escolares.

Se não houver consciência e responsabilidade, não será feito um verdadeiro

diagnostico a partir do IDESP. (Q4, P6).

O IDESP seria um bom instrumento se houvesse um trabalho comprometido

entre todos os envolvidos e se fosse levado em conta as debilidades de cada unidade

escolar (ausência de professores, por exemplo). (Q4, P8).

O IDESP é um bom instrumento de avaliação diagnóstica, mas para que ele

reflita a realidade da escola devem ser criados instrumentos para o comprometimento

dos envolvidos (gestores, comunidade escolar, professores, secretaria), pois corre-se o

risco de não refletir a realidade. (Q4, P 16).

Enfim, esse eixo de análise revelou-nos, por parte dos professores pesquisados,

uma postura cética, crítica e contrária ao IDESP e SARESP no sistema público de

ensino paulista. Mesmo com alguns indicadores da falta de conhecimento, as críticas

revelam o descontentamento e a inadequação com relação aos procedimentos utilizados

no SARESP/IDESP e uma preocupação com a falta de autonomia em relação ao

currículo que se desvela no sistema.

Com a atribuição do bônus o professor encontra-se em um círculo fechado. É

preciso seguir o material de apoio oferecido pela SEESP, para que os alunos tenham um

bom resultado nos exames, o que resulta em bônus para o professor.

3.3. SARESP e IDESP: Possíveis repercussões na

prática escolar dos professores

Neste eixo da pesquisa, com as respostas obtidas nas questões 06 a 08 (anexo I),

procuramos identificar como os professores percebem a realização dos objetivos

pretendidos pelo SARESP e sua influência no cotidiano do currículo.

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Dos 16 professores que responderam a pesquisa, somente três acenam alguma

possibilidade para o fato de o SARESP contribuir à melhoria da qualidade do ensino.

Mesmo assim, a concordância é acompanhada de alguma proposição como podemos

constatar nas respostas dadas à questão 06:

Os resultados apontados no SARESP não contribuem para a melhoria da

qualidade do ensino. (Q6, P7).

Os resultados apontados no SARESP poderiam contribuir, se fosse feito um

trabalho único, a partir dos resultados. (Q6, P14).

Os resultados demonstram que conseguimos avançar no processo de

aprendizagem dos alunos, mas ainda temos muito a caminhar e serão necessários

ajustes. (Q6, P16).

Mudanças na educação, resultados em educação são sempre muito demorados.

(Q8, P7).

Os demais professores negam, por várias razões, a expectativa de que o

SARESP/IDESP possa vir a melhorar a qualidade do ensino. Declaram que o SARESP

é apenas uma prova que não considera o que ocorre nas salas de aula, indicando como

resultado apenas um número logo esquecido. E mesmo apontando a realidade da

educação paulista o Estado não faz os investimentos necessários para o educando e para

o professor.

O resultado apontado pelo SARESP é uma prova que avalia se o aluno sabe ou

não. (Q6, P5).

A prova não é, de forma alguma, fiel à realidade das salas de aula. (Q6, P1).

O resultado apontado pelo SARESP é apenas um número que pode ser discutido

no momento de sua divulgação e depois é esquecido. (Q6, P3).

O resultado apontado pelo SARESP mostra a realidade da educação em São

Paulo, indica onde poderia haver melhoria, mas não há valorização, nem investimento

no educando e no educador. (Q6, P4).

Outros procuram justificar a ineficiência do SARESP pela responsabilização do

aluno em função da promoção continuada, pelo desempenho insatisfatório dos alunos

que não veem importância nos resultados do SARESP.

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Os resultados evidenciam que a política educacional (promoção continuada), a

desoneração completa do alunado, no sentido de não ser possível cobrar-lhe nada

(responsabilidade, produção, respeito, etc.) joga qualquer resultado de prova para

baixo. (Q6, P1).

São os professores em sala de aula que reconhecem e entendem a necessidade

dos alunos e não os resultados de modo que os professores tentam, mas os alunos não

levam a sério os estudos e não veem importância destes resultados apontados em sua

vida. (Q6, P6).

E ainda outras tantas considerações que revelam a descrença dos professores de

que o SARESP contribua para a melhoria do ensino.

Não observei nenhuma mudança significativa, na escola, a partir dos resultados

do SARESP. (Q8, P11).

Cabe indagar, ainda que não nos aprofundemos nesse tema, à respeito da ideia de

qualidade que os gestores da rede estadual de ensino paulista propõem quando atribuem

aos exames o objetivo da melhoria da qualidade do ensino. Segundo Saul (1999):

Há uma relação linear entre a avaliação e a melhoria da qualidade do

ensino, deixando de lado o conjunto de mediações que precisam ser

consideradas para que a mudança do processo de avaliação possa ter

efeitos na melhoria da escola ou especificamente, sobre a prática

docente, (...) torna-se assim um fetiche, no sentido de que passa a

dirigir as nossas ações, sem que tenhamos muita consciência de suas

possibilidades e limites (SAUL, 1999, pg. 11).

Avaliação e qualidade passam, na História, desde a metade do último século, a ser

sinônimos e referência para a responsabilidade social do Estado em uma postura

gerencial de estratégias produtivistas de mercado, consumo, competitividade, eficácia e

eficiência.

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As avaliações do sistema educacional no Brasil, em sua divulgação

mais ampla, têm se centrado no rendimento escolar, de tal forma que a

representação sobre qualidade da educação na nossa sociedade tem

sido reducionista, traduzindo-se em desempenhos nas provas aplicadas

pelos diferentes modelos praticados. (...) A qualidade da educação

passa por questões como a existência de uma filosofia educacional e,

pela consciência do papel social da educação – não só seu papel

instrumental, de utilidade, por exemplo, para o trabalho, mas seu papel

para a civilização humana, para a constituição de valores de vida e

convivência, seu papel no desenvolvimento de sensibilidades ao outro,

ao meio ambiente, às expressões humanas de cultura. Portanto, passa

por elementos formativos que transcendem, embora não dispense de

modo algum, a aquisição de conhecimentos apenas. (GATTI, 2007,

pg. 55).

Sabemos que, da maneira como o SARESP tem sido aplicado, tem servido apenas

como instrumento pontual. Como tal, não considera o processo e o contexto em que se

desenvolve a prática pedagógica, assumindo o Estado de São Paulo o perfil de regulador

da avaliação e do sistema para alcançar a qualidade, nas expectativas e referencias

impostos pelo sistema.

Segundo Barriga (2008, pg. 44), essa lógica “contribuiu para empobrecimento da

visão sobre educação” que é um processo sociocultural que sofre diferentes e diversos

intervenientes externos ao processo formal da própria educação.

De tal maneira que a literatura pedagógica convulsivamente se voltou

para os problemas técnicos da construção de provas, seu manejo

estatístico, elaboração de planos e programas, organização de

sequencias de aprendizagem, etc. A aproximação teórica, cientifica e

ética sobre a educação foi deixada de lado. (BARRIGA, 2008, pg. 57).

O exame, portanto, não possui as características e propriedades de uma avaliação,

mas configura-se como instrumento parcial e pontual, para aferir desempenho em uma

única situação.

Os exames gerais tem a sua motivação mais fora do que dentro da

escola, apresentam uma racionalidade muito mais mercadológica e

governamental que pedagógica, valorizam muito mais a

competitividade do que a solidariedade (SOBRINHO, 2000, pg. 160).

Alguns professores expõem que a mudança de suas práticas tem mais o sentido

de adaptação ao currículo estadual paulista do que uma alteração de prática refletida e

discutida no coletivo, no sentido de inovar e atender as necessidades e expectativas do

currículo que, de certa forma, é pressionado pelo exame.

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Não alterei minha prática em sala de aula em função da entrada do SARESP,

mas utilizo a prova, os dados, sempre que possível, para organizar um trabalho que

priorize o desenvolvimento de habilidades solicitadas para o segmento no qual estou

trabalhando. (Q7, P7).

Procuramos trabalhar as competências e habilidades exigidas em cada série

para que o aluno possa desenvolvê-las. (Q7, P8).

As alterações que ocorreram na minha prática pedagógica, em sala de aula,

provocada pelo resultado do SARESP, estão voltadas para um olhar mais criterioso em

relação à avaliação dos conteúdos propostos pelo currículo, incluindo os cadernos e

outras práticas que possam contribuir para o melhor desempenho dos alunos. (Q7,

P10).

Continuo trabalhando com o que eles querem: O caderno. (Q7, P14).

Outros incluem em seu fazer, situações de treinamento e preparação para que os

alunos tenham um bom resultado nas provas do SARESP.

Juntamente com as demais professoras de Língua Portuguesa do período em

que leciono, temos trabalhado modelos de provas aplicados no SARESP dos anos

anteriores. (Q7, P8).

Atualmente, as ações dos professores são norteadas para a melhoria dos

índices. A preocupação em relação à aprendizagem ficou em segundo plano, não é de

hoje que se percebe o treinamento dos alunos em responder o que está sendo pedido na

prova, sem, contudo ampliar as suas habilidades para além prova. (Q7, P16).

Apenas aplico provas anteriores do SARESP para as séries que participarão da

prova. (Q7, P15).

Não houve mudanças palpáveis na escola. Apenas os alunos dos 3º EM têm sido

“treinados” para vestibulares. (Q8, P2).

Todo profissional deseja ver seu trabalho dando resultado positivo. Então,

desde o início do Ensino Fundamental II começamos a preparar o aluno para atingir o

mínimo necessário na avaliação. (Q8, P4).

Ainda que não admitam, os professores foram atingidos de maneira indireta em

suas ações pelo índice e às metas estabelecidos, por conta da responsabilização.

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Várias dessas práticas, reveladas nos questionários, denunciam o direcionamento

das ações pedagógicas em função de determinados resultados, criando um ambiente de

controle e de pressão em função dos exames, adaptando os alunos à expectativa oficial

do currículo e do SARESP.

Apenas um professor declarou que as mudanças ocorridas tiveram outro

horizonte: a preocupação com a realidade do aluno e de suas necessidades.

Precisei fazer adaptações no meu trabalho, que tinha como prática um modelo

tradicional de ensino, pois hoje tudo está contextualizado à realidade do aluno. (Q7,

P4).

O uso dos materiais e provas anteriores do SARESP, do modo que foi apontado

por alguns professores como forma de treinamento, somente reproduz o modelo de

realização de avaliações, influenciando o trabalho em sala de aula.

Corre-se o risco de esvaziar, pedagogicamente, uma prática que poderia ser

desenvolvida em outra perspectiva, mais formativa e humanizadora. Quando se

reproduz questões fechadas do SARESP, ou outros exames, sem a possibilidade de

inferências e interpretações sobre o entendimento que o aluno teve do conteúdo ou

habilidades e competências que estariam convergindo com aquelas questões, apenas

reproduz a metodologia que é criticada.

Essa prática, como dissemos, apenas reproduz uma vertente, que muitos

professores criticaram, quando afirmam que os instrumentos não têm significado para a

realidade dos alunos.

Esse uso poderia ser positivo, se viesse acompanhado de um estudo e análise das

questões a partir das habilidades e competências esperadas em cada uma delas, não

como treinamento para um exame. Essa prática não constrói aprendizagem no percurso

e quase sempre é realizada sem estudo anterior ou posterior, reforçando a prática

classificatória e seletiva do sistema e exame.

Esse movimento de treinamento somente nos remete à falta de identidade e

identificação dos sujeitos com o currículo unificado do sistema que burocratiza o

conhecimento e a aprendizagem, quase sempre o tornando pouco significativo.

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Segundo Apple (2003), provas obrigatórias reduzem a abstração,

descontextualizando conteúdos e valorizam a memorização. Forçam o currículo em uma

“camisa de força” que se compromete com as pedagogias tradicionais, seleção e

classificação, produzindo uma lógica de mercado na educação, estabelecendo uma

relação de controle do consumidor (aluno) sobre o fornecedor (escola).

Para as escolas que não atingiram as metas estabelecidas no IDESP, o sistema

colocou, como tarefa imposta, a realização de projetos. Para alguns professores essa foi

a única mudança ocorrida em função dos resultados obtidos pelos alunos no SARESP.

Afirmam, porém, que as repercussões dessa metodologia de trabalho ainda não podem

ser avaliadas, pois há muitos professores que não demonstram interesse em realizá-los.

Foram implantados projetos indicados pela CENP para as escolas com baixo

IDESP, mas, por enquanto, não senti resultado, mas muita falta de interesse dos

professores em trabalhar estes projetos. Poucos trabalharam e os que trabalharam o

fazem de qualquer jeito, não os sinto comprometidos. (Q8, P6).

Há muita dificuldade de concentrar professores para a realização de projetos e

uma nova metodologia. (Q8, P14).

Houve mudanças palpáveis na escola considerando-se os planos anuais, os

Conselhos de Classe, a cobrança em relação dos “tais” projetos. (Q8, P3).

Hernandez (2000), ao tratar sobre trabalho pedagógico por projetos, propõe que

este seja integrador da construção de conhecimento, uma forma de a escola refletir e

contextualizar o conhecimento teórico em seu contexto específico.

A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos

conhecimentos escolares em relação ao tratamento de informação e à relação entre os

diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses, facilitando aos alunos a

transformação da informação em conhecimento próprio. É uma forma de organizar

prática pedagógica e os conhecimentos escolares, adotando, como aspectos essenciais, o

conhecimento globalizado e a aprendizagem significativa.

Dessa forma, o trabalho pedagógico por projetos, no contexto da sala de aula,

deveria ser uma iniciativa que surge de uma situação-problema que impulsiona a

pesquisa e sua resolução. Essa metodologia de trabalho do professor não deveria, de

forma alguma, ser imposta, pois desqualifica e descaracteriza um problema que deve ser

criado forçosamente para atender a uma expectativa do sistema.

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O professor como profissional do fazer pedagógico, deve ter claros os

referenciais, o projeto e o planejamento considerando os aspectos conjuntos e dialógicos

com referenciais epistemológicos coerentes que norteiem o seu trabalho, para realizar

essa atividade tão sensível e delicada para o desenvolvimento e aprendizagem dos

alunos,.

À medida que o professor é responsabilizado ou desautorizado das decisões e

planejamento, sente-se ele mais distante do compromisso com o ato educativo e

inclusive reforça a lógica da eficiência e eficácia em vista de um produto, que, ao final,

é o que lhe dá algum reconhecimento e retorno, inclusive financeiro, criando um

contexto de manipulação do sistema por diferentes subterfúgios.

O que nos chama a atenção é que a maioria das mudanças ocorridas aconteceram

em função das ações de controle exercidas pela SEESP. Seguir o currículo prescrito,

treinar os alunos para os exames externos, atingir as metas definidas para a escola, para

poder comemorar o bônus.

Aí fecha-se o circuito. Fixam políticas, definem processos de

avaliação e discutem acesso a recursos em função dos resultados do

processo avaliativo. (FREITAS, 2001, pg. 02).

Apenas dois professores indicam mudanças favoráveis como consequência do

SARESP/IDESP.

A entrada de um novo currículo paulista, material de apoio, formação de

professores são ações que vêm movendo o trabalho de sala de aula. (Q8, P7).

Houve mudanças palpáveis na escola porque há muitos professores engajados,

que trabalham com seriedade e que buscam resgatar em seus alunos a motivação

perdida. Por outro lado, há também aqueles que não cumprem seu papel, muitas vezes

por serem fatídicos, não acreditarem mais na educação, ou ainda por se sentirem

desvalorizados. (Q8, P8).

Outros professores, que citam algumas mudanças ocorridas, ressaltam a

burocratização da função docente e a pressão e atenção dos gestores e do sistema por

melhores resultados.

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Muitas papeladas para preencher. (Q8, P5).

Não houve mudanças palpáveis na escola, a partir dos resultados do SARESP,

somente mais cobranças. (Q8, P13).

Há muita dificuldade de concentrar professores para a realização de projetos e

uma nova metodologia. (Q8, P14).

Houve mudanças e há uma preocupação na escola sim, pois a direção é

pressionada a mostrar resultados e como consequência os professores também. (Q8,

P15).

Gestores e professores se unem para promover a melhora dos índices da escola.

(Q8, P16).

Enfim, o anúncio de que o currículo “finca suas raízes no próprio solo do

controle social” (APPLE, 2006, pg. 85) e, portanto, a seu serviço e a seu controle,

presente desde os primeiros anos da escolarização, é uma situação muito presente e

arraigada nas escolas e nas práticas dos professores pesquisados.

Ainda que de maneira oculta e indireta, dificilmente encontramos resistência e

debates em núcleos de reflexão que apontem outra proposta para a discussão sobre o

currículo e a avaliação do ponto de vista crítico e da autonomia.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Eu sou é eu mesmo. Diverjo de todo o mundo...

Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.”

Guimarães Rosa

Na tentativa de identificar eventuais repercussões do SARESP no cotidiano da

sala de aula, na opinião de professores da rede pública estadual paulista, realizamos esta

pesquisa ouvindo os professores, subsidiados pela teoria requerida tentamos desvelar

suas opiniões.

As equipes receberam os resultados do SARESP/IDESP com muitas reservas e

ceticismo quanto ao método e às ferramentas utilizadas. O que nos chamou a atenção,

porém, foram as opiniões sobre os usos feitos dos resultados pelo sistema.

A maior parte dos docentes pesquisados não demonstrou resistência quanto à

avaliação externa, aceitando de forma passiva a sistemática de aplicação dos exames

para a verificação da situação do sistema de ensino. Ignoraram, entretanto, a verdadeira

função que uma avaliação de sistema deveria ter, isto é, a partir dos resultados, definir

políticas que pudessem minimizar as dificuldades encontradas pela escola no

desenvolvimento de uma educação de qualidade.

As críticas que os professores fazem referem-se ao uso que é feito pela SEESP

dos resultados e dados obtidos, principalmente em relação à responsabilização e política

de bonificação docente, a partir do estabelecimento do IDESP. Revelaram falta de

compreensão sobre a avaliação de sistema e discordância em relação à confiabilidade

dos resultados obtidos por um único instrumento c omo caráter pontual dessa avaliação.

Os professores manifestaram um desconhecimento sobre o papel e

características específicas do SARESP e do IDESP.

O docente é um importante agente de transformação seu papel passa a ser o de

mediador do conhecimento e de facilitador da aprendizagem. Desta forma a formação

do professor não pode ser pautada apenas em cursos e disciplinas. Deve abarcar também

espaços para reflexões sobre a educação em constante construção e transformação, em

particular sobre a avaliação de sistema e de aprendizagem, superando a dicotomia teoria

e prática que tem reflexo na ação pedagógica docente.

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Novas concepções de formação não se constroem somente pela acumulação de

saberes, mas, sobretudo, por meio de um trabalho eminentemente reflexivo e processual

que procura ampliar e favorecer discussões e trocas tão importantes para a construção

do conhecimento.

Estar em formação implica em uma disponibilidade pessoal que favorece

analisar, ressignificar e propor novas modalidades de atuação no âmbito pedagógico,

intervindo nele como agente de mudança.

Em 1998, algumas ações formativas de implantação do SARESP, a que tivemos

acesso, denotam um caráter de controle do sistema de ensino e uso do exame como

aferição e diagnóstico da rede. Posterior à implantação não obtivemos dados sobre

ações formativas nessa temática.

Existe um caráter positivo da centralização do sistema e regulação por parte do

Estado quando desenvolve mecanismos para diagnosticar a situação do ensino público.

No entanto, esta não pode servir para reduzir a autonomia e distanciar a identificação

dos sujeitos com o processo e com o currículo, criando resistências à avaliação.

Essa prática, já vimos, não contribuiu para o desenvolvimento das aprendizagens

que se tornam burocratizadas pelo sistema, engessando as práticas curriculares em vista

da avaliação que se desdobrará em uma responsabilização docente sobre o desempenho

dos alunos.

Avaliar o estudante, seja o seu desempenho ou sua aprendizagem, não começa e

termina quando atribuímos uma nota a uma atividade pontual realizada, medindo em

uma grandeza. Pelo contrário, é importante considerar que todo processo de avaliação

depende do percurso, do processo pedagógico e do espaço ideológico de quem

ensina/avalia, seja o professor ou o gestor, aconteça no âmbito da escola ou do sistema.

O Estado tem o dever de avaliar o sistema, pelo que é responsável, mas os dados

da avaliação deveriam servir para orientar e refletir sobre políticas públicas para a

educação e contribuir com as unidades de ensino para seus planejamentos e projetos

pedagógicos. No entanto, acabou criando, indiretamente, uma seleção de boas escolas

que atingem e superam a meta e outro grupo de escolas que não atingem a meta ou

retrocedem no desempenho aferido, fazendo da avaliação um instrumento de

classificação e de punição. A avaliação externa como classificatória e punitiva foi

reconhecida e questionada pelos professores ouvidos nesta pesquisa.

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O estabelecimento de índice e metas tem desenvolvido, no sistema, uma

preocupação por parte da equipe de trabalho em corresponder ao indicador, forçando

um trabalho técnico e burocrático de desenvolvimento do currículo para apresentar um

desempenho satisfatório no exame externo, para que possam ser premiados por isso.

Verificamos, por meio das opiniões dos professores expressas nos questionários

e de nossa prática, que as políticas educacionais têm-se desenvolvido sob uma lógica

técnica o deixam implícito o posicionamento político, impondo valores de mensuração

dos dados que culminam em uma descontinuidade da política educacional, reiterando a

responsabilização docente em vista do insucesso dos índices e metas esperados e

alcançados.

A responsabilização docente em relação aos resultados dos alunos foi, talvez, o

aspecto criticado com mais veemência pelos professores, principalmente, pelo fato de

ser ignoradas as diferenças do contexto, situações e circunstâncias das escolas.

A atual política educacional paulista fixa uma meta quantitativa com

pressupostos teóricos e valores específicos. Define a avaliação, pontualmente, e

hierarquiza o acesso a recursos e premiações em função dos resultados atingidos,

exercendo o controle e a responsabilização meritocráticos. Como já vimos, esse é um

modelo perigoso para valores pedagógicos críticos, pois cria um descompromisso com o

currículo em vista de um treinamento dos alunos para os exames, reduzindo a

aprendizagem efetiva a critérios superficiais de atendimento à avaliação.

Os professores manifestam a crítica de que fragmentar os indicadores de

desempenho e utilizá-los como único parâmetro esvaziam e dificultam a análise

qualitativa necessária para a reflexão formativa e humanizadora da educação.

Outra importante questão ressaltada pelos professores diz respeito à opinião

deles sobre os instrumentos e divulgação dos dados. A forma como os dados e

resultados são apresentados é de difícil leitura e interpretação mesmo, para um público

habituado à terminologia.

Desta maneira, os dados não contribuem para um planejamento didático do

processo de ensino. O desempenho é um indicador importante, mas deve ser

complementado por outros conjuntos de indicadores qualitativos que contribuam e

respeitem a escola com sua identidade e especificidade. Não apenas medindo resultado

pontual, hermetizando e apresentando, de forma estática, o desempenho em escalas

incompreensíveis para o professor, ou pouco significativo para o planejamento das

aulas.

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O conflito dos índices tem, no contexto da sala de aula, pouco referencial

pedagógico para a construção de um processo da aprendizagem com qualidade, criando

um distanciamento, falta de disseminação e apropriação dos dados no interior das

escolas, pois dizem pouco sobre os alunos. Em consequência, o professor não recorre a

eles para refletir e orientar sua prática.

Esse modelo de avaliação de sistema sugere e revela que há algo errado,

equivocado, criando um perfil e, consequentemente, julgamentos para o trabalho

desenvolvido a partir de inferências do desempenho do aluno. Responsabiliza a equipe

de trabalho sem considerar a complexidade de fatores que podem estar contribuindo

para aquele quadro.

Atualmente, o peso dado às avaliações, em particular às externas, é excessivo,

apresentando seus resultados como o único indicador da qualidade do sistema, sem

analisar a realidade retratada e a complexidade sensível dos sujeitos.

A qualidade (RIOS, 2010) é a possibilidade de conexão entre as dimensões

técnicas, política e estética da formação e do trabalho docente abrangendo, não só, o

saber técnico e teórico, mas também o filosófico e prático convergentes na qualidade

multidimensional.

Assim, não podemos aferir a qualidade do processo educacional, via exame, em

um momento pontual, sem deixar claros os valores e princípios que norteiam a

observação e os diferentes indicadores que interferem no processo que se almeja

construir.

Entendemos, assim, que a qualidade da educação supõe diversos indicadores no

interior da escola, tendo como apoio o contexto local, seus significados e interesses.

Qualidade é um processo de reflexão compartilhada e coletiva que implica em

que sejam assumidos compromissos entre os sujeitos. É uma construção permanente e,

portanto, não deveria ser imposta por meio de um modelo externo à realidade da

unidade escolar, desconsiderando a multiplicidade de fatores que contribuem para as

diversas dificuldades diariamente enfrentadas pelos professores na contramão da ação

pedagógica exercido por eles, valorizando apenas o desempenho quantificado dos

alunos em uma prova.

Escolas que entram na disputa por melhores índices podem começar a

selecionar, informalmente, sua clientela, a fim de não serem responsabilizadas pelo

desempenho dos alunos.

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Os professores pesquisados revelaram não reconhecer efeito positivo no

desempenho e aprendizagem dos alunos com a inserção do SARESP e o

estabelecimento do IDESP.

Também revelaram que não houve mudanças ou repercussões em suas práticas e

nas escolas com a inserção dessas políticas.

Para que a avaliação de sistema assuma seu verdadeiro papel de instrumento

diagnóstico, voltado para o aperfeiçoamento das práticas, terá de situar-se e estar a

serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a transformação social e não com

a conservação de modelos-classificação gerando desigualdades.

Ainda que estejamos em plena fase de reestruturação da SEESP, instituída pelo

Decreto nº 57.141, de 18 de julho de 2011, percebemos que alguns princípios das

políticas educacionais se conservam como a gestão por resultados em todos os órgãos e

setores, o foco no desempenho dos alunos, avaliação como instrumento de

monitoramento dos resultados.

Na teoria da responsabilização, o órgão é submetido à avaliação e os resultados

divulgados são base para um projeto de melhoria da qualidade com correspondência de

parâmetros, bonificando os produtivos. Nesse movimento, o currículo acaba

subordinado à avaliação que determina a proposta curricular.

Numa perspectiva mais crítica, para que o conhecimento seja legítimo e

significativo para aquele grupo ao qual se destina, é necessário resgatarmos a autonomia

do currículo não como uma simples montagem neutra de conhecimentos, que de alguma

forma aparece nos livros e nos materiais instrucionais como parte de uma cultura.

A relevância e significado do currículo no contexto se darão pela superação do

caráter teórico, burocrático, procedimental e mecânico, passando a uma reflexão e

abordagem teórico-crítica, buscando no diálogo a construção da liberdade e autonomia.

Algumas questões que podem ser levantadas, são no sentido de refletirmos se

deveríamos confiar nos resultados da avaliação de sistema para definir políticas? Será

que os resultados não definem políticas? O IDESP, o currículo unificado e outras ações

não seriam políticas definidas a partir desses resultados? Que políticas e usos poderiam

ser definidas a partir desses resultados? Enfim, são questões que se colocam e que

poderíamos refletir no interior de nossas escolas para resgatar e reconstruirmos a

autonomia esperada e buscada para atuação docente.

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A escola deve assumir-se como politicamente inserida numa sociedade, isto é,

uma instituição consciente e reflexiva de seu papel exigido pela sociedade moderna e

democrática.

A avaliação, como vem sendo utilizada pelo Estado, tem servido ao

engessamento do currículo e controle excessivo da escola, determinando os conteúdos

que devem ser ensinados e aprendidos pelos quais serão avaliados no SARESP.

Além do fato de o currículo já estar posto, exclui-se o professor do planejamento

pedagógico o que, por vezes, ocasiona um quadro de descompromisso, pois não sendo

fruto de sua reflexão, não se identifica com ele.

Ainda que no discurso, saibamos, por nossa prática, que o professor tenha

liberdade para incluir conteúdos que julgue convenientes e necessários à formação do

aluno, essa prática não tem sido possível, pois o que está apresentado no currículo

oficial paulista não pode ser alterado ou excluído e a quantidade de aulas por disciplina

já está bastante prejudicada pela SEESP.

O resgate dessa autonomia pedagógica e curricular da escola e da educação

precisa livrar-se dos efeitos dessa política e ação administrativa perversa imposta à

teoria e à prática da avaliação.

Boa parte das opiniões reveladas nos questionários reforçam, de alguma forma, a

necessidade de definir o papel da avaliação, sua função e objetivos, passando daí a uma

reelaboração de currículo, projeto-pedagógico e didático, articulação e participação dos

docentes e dos demais envolvidos no processo educacional.

Esse é o cruel dilema que os protagonistas da pedagogia dos oprimidos

(FREIRE, 2005) têm a enfrentar, e vemos que nossa responsabilidade como educadores

é a de estarmos totalmente envolvidos na transformação da educação.

A avaliação de sistema pode ser uma aliada, se puder ser refletida como parceira

formativa, comprometida com os sujeitos, seus contextos e percursos, oferecendo

instrumentos para o desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos envolvidos no

processo educativo.

Devemos reorientar o foco e valor que damos à qualidade da educação, não

simplesmente olhando metas e índices, mas considerando o contexto e as informações

que a comunidade tem e que podem ser coletadas para um processo avaliativo

emancipatório.

Precisamos nos preocupar com as necessidades dos estudantes, para que eles

aproveitem a educação e construam conhecimentos.

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É preciso que as instituições de ensino possam contar com políticas públicas e

ações do governo que reconheçam as especificidades locais, suas possibilidades e

dificuldades, favorecendo a melhoria da qualidade sociocultural da educação.

Não podemos ignorar a necessária formação continuada dos educadores para a

contrarregulação, apresentando propostas e ideais que assumam sua autonomia,

apropriando-se dos resultados para ressignificá-los no contexto em função da

aprendizagem de seus alunos.

Quando o processo de avaliação não traz consequências práticas, servindo

apenas à classificação ou responsabilização, buscando culpados, perde o sentido e

credibilidade.

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SEESP. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO. Programa

de qualidade da escola - Sumário Executivo. 2010. Disponível em

http://idesp.edunet.sp.gov.br/Arquivos/Nota_tecnica_2009.pdf Acessado em 30 de

Julho de 2010.

SEESP. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO. SARESP:

Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo: Documento

de Implantação. São Paulo: FDE, 1996.

Page 86: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

86

AN

EX

O I

- Q

UA

DR

O D

E A

LIS

E D

OS

DA

DO

S

Ques

tão 1

: V

ocê

sab

e p

ara

que

serv

e o S

AR

ES

P? (

Ex

pli

que

sua

resp

ost

a)

Fon

te

Res

post

a

Idei

as

cen

trais

P 1

S

AR

ES

P,

em

tese

, se

ria

um

si

stem

a de

aval

iaçã

o

das

es

cola

s es

tad

uai

s,

uti

liza

do

par

a ver

ific

ação

de

resu

ltad

os

educa

tivos

(avan

ço

no

ensi

no

) e

tam

bém

com

o d

iagnóst

ico p

ara

se i

den

tifi

car

os

ponto

s fr

acos

da

Red

e e

tom

ar

pro

vid

ênci

as q

uan

to a

tai

s def

asag

ens.

1.

Em

te

se,

o S

AR

ES

P se

ria

um

si

stem

a de

aval

iaçã

o

das

es

cola

s es

taduai

s,

uti

liza

do

par

a ver

ific

ação

do a

van

ço e

tam

bém

com

o

dia

gnóst

ico p

ara

iden

tifi

car

os

ponto

s fr

acos

da

rede.

2.

O S

AR

ES

P s

eria

um

inst

rum

ento

par

a to

mar

pro

vid

ênci

as

qu

anto

às

d

efas

agen

s

iden

tifi

cadas

.

P 2

P

ara

afer

ir o

des

empen

ho

dos

alunos

e cl

assi

fica

-los.

1.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a afe

rir

o d

esem

pen

ho

dos

alunos.

2.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a cl

assi

fica

r os

alunos.

P 3

É

um

sis

tem

a de

aval

iaçã

o d

o g

over

no d

o E

stad

o d

e S

ão P

aulo

.

1.

O S

AR

ES

P é

um

sis

tem

a de

aval

iaçã

o d

o

gover

no e

stad

ual

de

São

Pau

lo.

P 4

S

im,

é um

a av

alia

ção p

ara

det

ecta

r o n

ível

de

apre

ndiz

ado e

evolu

ção d

e al

uno

na

educa

ção d

e S

P.

2.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a det

ecta

r o n

ível

de

apre

ndiz

agem

e

des

env

olv

imen

to do al

uno

na

educa

ção p

auli

sta.

P 5

O

SA

RE

SP

é o

sis

tem

a de

aval

iaçã

o d

o e

nsi

no

de

São

Pau

lo,

assi

m c

om

o

faze

m c

om

a P

rova

Bra

sil.

3.

O

SA

RE

SP

é

o

sist

ema

de

aval

iaçã

o

do

nív

el d

o e

nsi

no

pau

list

a, a

ssim

com

o é

fei

to

na

Pro

va

Bra

sil.

P 6

O

Sar

esp t

em p

or

obje

tivo o

fere

cer

indic

adore

s ao

s ed

uca

do

res

da

red

e, n

os

nív

eis

centr

al,

regio

nal

e l

oca

l, p

ara

o a

com

pan

ham

ento

das

met

as a

ser

em

atin

gid

as

pel

a re

de

esta

dual

e

pel

as

esco

las,

em

re

laçã

o

à ev

olu

ção

da

qual

idad

e d

as a

pre

ndiz

agen

s por

mei

o d

a av

alia

ção d

o d

esen

volv

imen

to d

e

1.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a ofe

rece

r in

dic

adore

s

à re

de

esta

du

al p

auli

sta,

nos

nív

eis

centr

al,

regio

nal

e l

oca

l.

2.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a ac

om

pan

ham

ento

das

met

as a

ser

em a

tingid

as p

ela

rede

esta

du

al e

pel

as

esco

las,

em

re

laçã

o

à ev

olu

ção

da

Page 87: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

87

com

pet

ênci

as

e hab

ilid

ades

dos

alunos

da

rede

esta

dual

. O

S

ares

p

tem

,

port

anto

, obje

tivos

esse

nci

alm

ente

dia

gnóst

icos,

ou s

eja,

cole

tar

e si

stem

atiz

ar

dad

os

e pro

duzi

r in

form

ações

sobre

o d

esem

pen

ho d

os

alunos

ao t

érm

ino d

as

2ªs

, 4ªs

, 6ªs

e

8ªs

ries

do E

nsi

no F

undam

enta

l e

a 3ªs

ries

do E

nsi

no

Méd

io.

qual

idad

e das

ap

rendiz

agen

s por

mei

o

da

aval

iaçã

o

do

des

envolv

imen

to

de

com

pet

ênci

as

e h

abil

idad

es

dos

alunos

da

rede

esta

dual

.

3.

O

SA

RE

SP

te

m

o

obje

tivo

esse

nci

al

dia

gnost

icar

, co

leta

r e

sist

emat

izar

dad

os

pro

duzi

ndo

info

rmaç

ões

so

bre

o

des

empen

ho

dos

aluno

s ao

rmin

o

das

séri

es f

inai

s d

e ci

clo d

o E

nsi

no F

undam

enta

l

e E

nsi

no M

édio

.

P 7

O

s re

sult

ados

da

aval

iaçã

o

SA

RE

SP

au

xil

iam

o

gru

po

esco

la

e a

ges

tão

públi

ca

a org

aniz

arem

polí

tica

s públi

cas

de

educa

ção,

traç

ando

met

as

de

trab

alho co

m vis

tas

à m

elhori

a do en

sino

. Is

so é

clar

o se

os

dad

os

fore

m

trab

alhad

os

de

form

a co

nsc

iente

e r

esponsá

vel

.

1.

Os

resu

ltad

os

da

aval

iaçã

o

SA

RE

SP

aux

ilia

m o

gru

po e

scola

e a

ges

tão p

úbli

ca a

org

aniz

arem

polí

tica

s pú

bli

cas

de

edu

caçã

o,

traç

ando

met

as

de

trab

alho

com

vis

tas

à

mel

hori

a do

ensi

no

, m

as

isso

so

men

te

aconte

ce s

e os

dad

os

fore

m t

rabal

had

os

de

form

a co

nsc

iente

e r

espo

nsá

vel

.

P 8

O

SA

RE

SP

(S

iste

ma

de

Aval

iaçã

o d

e R

endim

ento

Esc

ola

r do E

stad

o d

e S

ão

Pau

lo)

serv

e par

a m

onit

ora

r e

ajud

ar a

s es

cola

s a

traç

arem

pla

nos

e m

etas

par

a

mel

hora

r a

qu

alid

ade

de

ensi

no

nas

esc

ola

s públi

cas

pau

list

as.

O S

AR

ES

P é

um

d

os

indic

adore

s que

ajudam

a

com

por

o

IDE

SP

ndic

e de

Des

envolv

imen

to d

a E

duca

ção d

e S

ão P

aulo

). D

e ac

ord

o c

om

os

resu

ltad

os

obti

dos

a par

tir

da

pro

va

do

SA

RE

SP

, as

es

cola

s podem

id

enti

fica

r os

pro

ble

mas

de

apre

ndiz

ado e

podem

se

foca

r no a

pri

mora

men

to d

e se

u p

roje

to

ped

agó

gic

o.

O e

xam

e que

é ap

lica

do n

o 3

º, 5

º, 7

º, 9

º an

o d

o e

nsi

no

fundam

enta

l e

no 3

º

1.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a m

onit

ora

r e

ajud

ar a

s

esco

las

a tr

açar

em

pla

nos

e m

etas

par

a

mel

hora

r a

qual

idad

e de

ensi

no

nas

esc

ola

s

públi

cas

pau

list

as.

2.

O

SA

RE

SP

é

um

dos

indic

adore

s qu

e

ajudam

a

com

por

o

IDE

SP

ndic

e de

Des

envolv

imen

to

da

Educa

ção

de

São

Pau

lo).

3.

O

SA

RE

SP

se

rve

par

a id

enti

fica

r os

pro

ble

mas

de

apre

ndiz

ado

e fo

car

no

apri

mora

men

to d

o p

roje

to p

edag

ógic

o.

Page 88: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

88

ano d

o e

nsi

no

méd

io,

além

de

conta

r co

m u

ma

pro

va

de

conhec

imen

tos

qu

e já

é es

per

ado

em

alunos

das

ries

ac

ima

cita

das

, co

nta

ta

mbém

co

m

um

ques

tionár

io s

oci

oec

onô

mic

o e

m q

ue

a fa

míl

ia p

arti

cipa.

Com

tal

aval

iaçã

o,

a

Sec

reta

ria

da

Edu

caçã

o t

raça

o d

esem

pen

ho d

o a

luno/e

scola

e o

per

fil

soci

al,

eco

nôm

ico e

cult

ura

l de

sua

fam

ília

.

4.

O

SA

RE

SP

co

nta

ta

mbém

co

m

um

ques

tionár

io

soci

oec

on

ôm

ico

em

que

a

fam

ília

par

tici

pa.

5.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a que

a S

ecre

tari

a d

e

Educa

ção pau

list

a tr

ace

o des

emp

enho do

aluno/e

scola

e o

per

fil

soci

al,

econôm

ico e

cult

ura

l de

sua

fam

ília

.

P 9

A

val

iar

a qu

alid

ade

do e

nsi

no

e a

sua

mel

hori

a.

1.

O S

AR

ES

P se

rve

par

a av

alia

r a

qual

idad

e

do e

nsi

no

pau

list

a e

a su

a m

elhori

a.

P 1

0

O S

ares

p a

juda

a tr

açar

met

as e

pla

nos

par

a ap

rim

ora

r o e

nsi

no

das

esc

ola

s

públi

cas

pau

list

as.

1.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a tr

açar

met

as e

pla

nos

par

a ap

rim

ora

r o e

nsi

no

das

esc

ola

s da

rede

públi

ca p

auli

sta.

P 1

1

Sim

, par

a av

alia

r o

ensi

no

fundam

enta

l e

Méd

io

das

es

cola

s es

tad

uai

s,

este

nden

do-s

e par

a as

esc

ola

s par

ticu

lare

s.

1.

O

SA

RE

SP

se

rve

par

a av

alia

r o

ensi

no

fundam

enta

l e

méd

io d

as e

scola

s es

taduai

s

públi

cas

pau

list

as,

este

nden

do

-se

às e

scola

s

par

ticu

lare

s.

P 1

2

Sim

, par

a av

alia

r a

apre

ndiz

agem

dos

alunos

nos

anos

inic

iais

e f

inai

s d

e ci

clo

na

Educa

ção B

ásic

a. E

dep

enden

do d

o r

esult

ado o

gover

no d

ever

á es

tudar

met

as d

e q

ual

idad

e d

e en

sino

par

a qu

e os

resu

ltad

os

ven

ham

ser

mel

hore

s no

ano s

eguin

te.

1.

O

SA

RE

SP

se

rve

par

a av

alia

r a

apre

ndiz

agem

dos

alunos

nos

anos

inic

ias

e

finai

s de

cicl

o d

a ed

uca

ção b

ásic

a.

2.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a que

dep

enden

do d

o

resu

ltad

o

obti

do

pel

a es

cola

o

gover

no

estu

de

met

as d

e qu

alid

ade

de

ensi

no

p

ara

que

o r

esult

ado v

enha

a S

r m

elhor

nos

anos

seguin

tes.

Page 89: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

89

P 1

3

Ser

ve

par

a av

alia

r o

ren

dim

ento

dos

alunos

das

esc

ola

s do E

stad

o d

e S

ão

Pau

lo.

1.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a av

alia

r o

ren

dim

ento

dos

alunos

das

es

cola

s do

esta

do

de

São

Pau

lo.

P 1

4

Sim

, P

ara

aval

iar

o d

esem

pen

ho d

o a

luno n

o e

m q

ue

se e

nco

ntr

a.

1.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a av

alia

r o d

esem

pen

ho

do a

luno n

o a

no/s

érie

em

que

se e

nco

ntr

a.

P 1

5

Aval

iar

o r

endim

ento

dos

alunos

das

esc

ola

s públi

cas

e ou p

rivad

as (

opci

onal

)

do E

stad

o d

e S

ão P

aulo

.

1.

O S

AR

ES

P s

erve

par

a av

alia

r o

ren

dim

ento

dos

alunos

das

esc

ola

s públi

cas

esta

duai

s e

ou p

rivad

as (

op

cional

).

P 1

6

Sim

, é

um

a av

alia

ção e

xte

rna

que

vis

a ori

enta

r as

polí

tica

s ed

uca

cionai

s do

Est

ado d

e S

ão P

aulo

.

1.

O S

AR

ES

P é

um

a av

alia

r ex

tern

a que

serv

e

par

a o

rien

tar

as

polí

tica

s públi

cas

educa

cionai

s do E

stad

o d

e S

ão P

aulo

.

Ques

tão 2

: C

onco

rda

com

a a

val

iaçã

o q

ue

é fe

ita

pel

o S

AR

ES

P?

(Ex

pli

que

sua

resp

ost

a)

Fon

te

Res

post

a

Idei

as

cen

trais

P 1

S

em c

onta

r, q

ue

todos

os

alun

os,

mes

mo o

s ev

adid

os

dura

nte

o a

no (

qu

e

reto

rnam

ao

rmin

o),

o

s que

conta

m co

m a

pro

moçã

o au

tom

átic

a, em

sum

a, p

esso

as q

ue

sequ

er p

rest

aram

ate

nçã

o à

s au

las

pod

em f

azer

a t

al

pro

va

e, p

or

mei

o d

ela,

ser

á an

alis

ado o

des

emp

enho d

o p

rofe

ssor.

Ain

da

que

esse

ten

ha

se e

sforç

ado a

o m

áxim

o,

a nota

do

s al

unos

que

real

men

te s

e

ded

icar

am se

dil

uir

á e

a im

pre

ssão

que

se te

rá se

mpre

é

a d

a fa

lta

de

pre

par

o d

oce

nte

.

1.

Dis

cord

a do S

AR

ES

P,

pois

ente

nde

que

mes

mo

os

alunos

que

aban

don

am o cu

rso dura

nte

o

ano,

ao

se

reto

rnar

, se

rão

pro

movid

os

e o

pro

fess

or

será

re

sponsa

bil

izad

o,

des

consi

der

ando a

ev

asão

ao l

ongo d

o a

no.

2.

Dis

cord

o

do

SA

RE

SP

, pois

en

tende

que

o

des

empen

ho

do

bom

al

uno

é dil

uíd

o

pel

o

des

empen

ho c

ole

tivo.

3.

Dis

cord

a da

resp

onsa

bil

izaç

ão

e

des

qual

ific

ação

que

são

feit

as

à fu

nçã

o

doce

nte

.

Page 90: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

90

P 2

S

im.

1.

Conco

rda

com

a

aval

iaçã

o

que

é fe

ita

pel

o

SA

RE

SP

.

P 3

N

ão, é

dis

pen

dio

so, poder

ia s

er f

eito

por

amost

ragem

. 1.

O S

AR

ES

P é

dis

pen

dio

so.

2.

O S

AR

ES

P p

oder

ia s

er f

eito

por

amost

ragem

.

P 4

E

m p

arte

s, p

ois

, ai

nda

pen

so q

ue

o S

AR

ES

P a

val

ia a

educa

ção e

m u

m n

ível

abai

xo d

o id

eal

e, co

mpar

ando

a

outr

os

Est

ados,

co

mo por

exem

plo

, o

Par

aná,

nota

-se

a gra

nde

dif

eren

ça e

m i

nves

tim

ento

alu

no/p

rofe

ssor

o q

ue

faz

elev

ar o

nív

el d

a ed

uca

ção e

m o

utr

os

lugar

es.

1.

O

SA

RE

SP

av

alia

a

educa

ção

em

um

nív

el

abai

xo d

o i

dea

l se

com

par

ada

às c

ondiç

ões

e

inves

tim

ento

s,

aluno/p

rofe

ssor,

re

aliz

ados

em

outr

os

Est

ados

com

o o

Par

aná.

P 5

O

SA

RE

SP

não

ser

ve

par

a au

men

tar

a nota

em

nad

a, s

ó p

ra a

val

iar

esco

las

e o e

nsi

no

do E

stad

o d

e S

ão P

aulo

.

1.

O S

AR

ES

P s

om

ente

aval

ia a

esc

ola

e o

ensi

no

não

mudan

do a

nota

em

nad

a

P 6

E

u c

onco

rdar

ia s

e re

alm

ente

foss

e le

vad

o a

sér

io,

ou s

eja,

se

os

alun

os

tives

sem

consc

iênci

a da

import

ânci

a que

tem

o S

ares

p.

Todos

sabem

que

pouco

s al

unos

levam

a

séri

o es

ta av

alia

ção,

até

porq

ue

não

reto

rno

indiv

idual

men

te,

já q

ue

o r

esult

ado é

sobre

o c

ole

tivo,

ou m

elhor,

a m

édia

é

tira

da

por

sala

/sé

rie

pel

a pro

va

de

amost

ragem

.

1.

Poder

ia s

er m

elhor

se h

ouves

se c

onsc

iênci

a por

par

te d

os

alunos

da

impo

rtân

cia

do S

AR

ES

P.

2.

Dev

eria

hav

er u

m r

etorn

o,

par

a o a

luno s

obre

o

seu d

esem

pen

ho i

ndiv

idual

, pois

o r

esult

ado é

sobre

o c

ole

tivo.

3.

A m

édia

é t

irad

a por

sala

/sér

ie p

ela

pro

va

de

amost

ragem

.

P 7

H

á se

mpre

o q

ue

se q

ues

tionar

quan

do s

e fa

la e

m a

val

iaçã

o i

nst

ituci

onal

,

mas

tai

s m

om

ento

s sã

o i

mport

ante

s par

a au

xil

iar

e m

onit

ora

r o t

rabal

ho d

as

esco

las

e, d

ar p

ista

s par

a dec

idir

sobre

os

cam

inhos

a se

guir

no q

ue

se

refe

re à

s polí

tica

s públi

cas.

1.

O

SA

RE

SP

é

ques

tionáv

el

com

o

aval

iaçã

o

inst

ituci

onal

, m

as é

im

port

ante

com

o t

al p

ara

aux

ilia

r e

monit

ora

r o tr

abal

ho d

as es

cola

s e

enca

min

har

dec

isões

às

polí

tica

s públi

cas.

Page 91: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

91

P 8

E

u

não

dis

cord

o

da

aval

iaçã

o,

poré

m

algu

ns

ponto

s neg

ativ

os

que

mer

ecem

ser

dis

cuti

dos.

Um

del

es é

o f

ato d

e que

o r

esult

ado n

ão l

evar

em

consi

der

ação

a

situ

ação

em

que

esta

va

a es

cola

(f

alta

ex

cess

iva

de

doce

nte

s/al

unos

que

não

ti

ver

am

pro

fess

or

de

det

erm

inad

a dis

cipli

na)

.

Alé

m d

isso

, m

uit

os

doce

nte

s e

tam

bém

equip

e ges

tora

se

pre

ocu

pam

mai

s

com

o r

esult

ado p

osi

tivo d

o S

AR

ES

P p

or

esta

r at

rela

do a

o p

agam

ento

de

bônus,

e a

aval

iaçã

o a

cab

a te

ndo s

eu p

rinci

pal

obje

tivo d

esvia

do.

1.

ponto

s neg

ativ

os

a se

re

flet

ir

sob

re

o

SA

RE

SP

.

2.

O S

AR

ES

P n

ão c

onsi

der

a a

situ

ação

concr

eta

da

esco

la,

com

o

a fa

lta

exce

ssiv

a de

pro

fess

ore

s e

alunos.

3.

No S

AR

ES

P h

á um

a pre

ocu

paç

ão ex

ager

ada,

por

par

te

de

pro

fess

ore

s e

ges

tore

s,

com

o

resu

ltad

o sa

tisf

atóri

o em

vis

ta do bônus.

P

or

esse

la

do,

o

obje

tivo

des

sa

aval

iaçã

o

acab

a

sendo d

esvia

do.

P 9

N

ão, não

é c

onfi

ável

. 1.

O S

AR

ES

P n

ão é

confi

ável

.

P 1

0

Sim

, co

nco

rdo,

pois

com

bas

e nos

resu

ltad

os

as e

scola

s podem

apri

mo

rar

seus

pro

jeto

s ped

agó

gic

os,

org

aniz

ar e

res

olv

er o

s pro

ble

mas

iden

tifi

cado

s

na

aval

iaçã

o.

1.

Com

bas

e nos

resu

ltad

os

de

des

empen

ho

as

esco

las

podem

ap

rim

ora

r se

us

pro

jeto

s

ped

agó

gic

os,

org

aniz

ar e

res

olv

er o

s pro

ble

mas

de

apre

ndiz

agen

s.

P 1

1

Aval

iando

o

sist

ema

educa

cional

hoje

, não

cr

eio

que

a av

alia

ção

do

SA

RE

SP

ten

ha

muit

os

resu

ltad

os

posi

tivos.

1.

O S

AR

ES

P n

ão é

posi

tivo p

ara

o a

tual

conte

xto

do s

iste

ma

educa

cional

pau

list

a.

P 1

2

Sim

, em

par

tes,

pois

as

es

cola

s que

tem

m

elhore

s re

sult

ados

rece

bem

bônus.

A

ed

uca

ção é

de

todos,

é

nec

essá

rio v

erif

icar

se

a

com

unid

ade

daq

uel

a es

cola

é p

arti

cip

ativ

a da

Educa

ção d

e se

u f

ilho.

Pois

não

dep

ende

som

ente

dos

pro

fiss

ionai

s que

ali

trab

alham

par

a que

haj

a um

ensi

no

de

qual

idad

e.

1.

O

SA

RE

SP

é

par

cial

men

te

posi

tivo,

pois

as

esco

las

que

tem

mel

hore

s re

sult

ados

rece

bem

o

bônus.

2.

É n

eces

sári

o v

erif

icar

se

a co

munid

ade

daq

uel

a

esco

la

é p

arti

cipat

iva

da

edu

caçã

o,

pois

a

qual

idad

e dep

ende

de

tod

os.

Page 92: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

92

P 1

3

Não

, a

aval

iaçã

o é

únic

a, i

gual

, m

as c

om

o a

val

iar

dia

nte

das

des

igu

aldad

es?

O

aluno

não

te

m

com

pro

mis

so

ao

faze

r a

pro

va

dep

ois

não

sa

be

o

resu

ltad

o. E

les

mes

mos

diz

em:

Par

a que?

1.

O S

AR

ES

P é

neg

ativ

o,

pois

é u

ma

aval

iaçã

o

únic

a e

pontu

al.

2.

O S

AR

ES

P d

esco

nsi

der

a as

des

igu

aldad

es.

3.

Os

alunos

são

des

com

pro

met

idos

com

o

SA

RE

SP

, pois

não

te

m

consc

iênci

a de

seus

resu

ltad

os.

P 1

4

Gost

o d

a div

ersi

dad

e dos

gên

eros

tex

tuai

s que

apre

senta

, só

não

est

ou c

erta

que

isso

poder

á av

alia

r o n

ível

de

“ler

e e

scre

ver

” de

noss

os

alunos.

1.

O

SA

RE

SP

ap

rese

nta

um

a div

ersi

dad

e de

gên

eros

tex

tuai

s,

mas

não

av

alia

o

nív

el

de

leit

ura

e e

scri

ta d

os

aluno

s.

P 1

5

É i

mport

ante

que

haj

a a

aval

iaçã

o p

ara

que

o g

ov

erno t

enha

um

dia

gnóst

ico

da

situ

ação

. A

gora

, al

iad

a a

bônus,

eu n

ão c

on

cord

o,

porq

ue

se a

esc

ola

não

conse

gue

atin

gir

a m

eta,

mes

mo

tra

bal

han

do m

uit

o,

além

de

não

rec

eber

o

bônus,

os

pro

fess

ore

s sã

o d

efen

estr

ados,

surg

indo a

í um

a si

tuaç

ão d

e st

ress

,

dep

ress

ão

e bai

xa

auto

esti

ma.

E

ntã

o

que

enco

ntr

e so

luçõ

es

par

a os

pro

ble

mas

que

são m

uit

os.

Est

igm

atiz

ar p

rofe

ssor

e U

.E n

ão é

a m

elho

r

fórm

ula

.

1.

O S

AR

ES

P é

im

port

ante

com

o d

iagnóst

ico

ao

gover

no,

mas

dis

cord

o q

ue

ele

este

ja a

liad

o a

o

bônus,

pois

des

loca

o

ei

xo

par

a a

met

a e

resp

onsa

bil

iza

os

doce

nte

s cr

iando s

ituaç

ões

de

estr

esse

, dep

ress

ão e

bai

xa

auto

esti

ma.

2.

Est

igm

atiz

ar p

rofe

ssor

e unid

ade

esco

lar

não

é

o m

elhor

obje

tivo.

P 1

6

Sim

, pois

é u

m d

iagnóst

ico d

a ed

uca

ção,

pois

per

mit

e que

tenh

amos

algun

s

indic

ativ

os

de

com

o e

stá

o p

roce

sso d

e ap

rendiz

agem

dos

alunos

da

red

e

esta

dual

.

1.

O

SA

RE

SP

é

um

dia

gnóst

ico

import

ante

à

educa

ção.

2.

O

SA

RE

SP

é

indic

ativ

o

do

pro

cess

o

de

apre

ndiz

agem

dos

alunos

da

rede

esta

dual

pau

list

a.

Page 93: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

93

Ques

tão 3

: V

ocê

sab

e p

ara

que

foi

cria

do o

ID

ES

P?

(Ex

pli

que

sua

resp

ost

a)

Fon

te

Res

post

a

Idei

as

cen

trais

P 1

P

ara

se t

er u

ma

vis

ão m

elhor

da

edu

caçã

o p

auli

sta,

não

apen

as i

nse

rida

no

IDE

B.

1.

O

IDE

SP

fo

i cr

iado

par

a se

te

r um

a vis

ão

mel

hor

da

educa

ção

pau

list

a par

a al

em

dos

resu

ltad

os

do I

DE

B.

P 2

P

ara

ser

com

pat

ível

com

a e

scal

a do I

DE

B.

1.

O I

DE

SP

foi

cria

do p

ara

ser

com

pat

ível

com

a

esca

la d

o I

DE

B.

P 3

A

LD

B p

revia

qu

e o

sis

tem

a se

auto

aval

iass

e, e

ntã

o f

oi

cria

do o

índic

e.

1.

O

IDE

SP

fo

i cr

iado

par

a au

toav

alia

ção

do

sist

ema

com

o e

stav

a pre

vis

to n

a L

DB

.

P 4

A

cho q

ue

já r

espondi

nas

ques

tões

1 e

2 e

sta

per

gu

nta

.

P 5

O

ID

ES

P f

oi

cria

do p

ela

Sec

reta

ria

par

a an

alis

ar a

s co

ndiç

ões

de

ensi

no

de

cad

a unid

ade

esco

lar.

1.

O I

DE

SP

foi

cria

do

par

a an

alis

ar a

s co

ndiç

ões

de

ensi

no

de

cada

unid

ade

esco

lar.

P 6

P

ara

aval

iar

a qual

idad

e das

es

cola

s co

m

bas

e em

dois

cr

itér

ios:

O

des

empen

ho d

os

alunos

nas

pro

vas

do S

AR

ES

P e

o f

lux

o e

scola

r, p

or

cicl

o,

pro

cura

ndo o

s ponto

s fr

acos

da

esco

la p

ara

que

seja

m s

olu

cionad

os.

1.

O ID

ES

P fo

i cr

iado par

a av

alia

r a

qual

idad

e

das

es

cola

s co

m

bas

e em

dois

cr

itér

ios:

o

des

empen

ho d

os

alunos

no S

AR

ES

P e

o f

lux

o

esco

lar,

pro

cura

ndo

ass

im o

s ponto

s fr

acos

das

esco

las

par

a que

seja

m s

olu

cionad

os.

P 7

O

Ín

dic

e de

Des

envolv

imen

to

da

Educa

ção

de

São

P

aulo

(I

DE

SP

) fo

i

cria

do p

ara

sin

aliz

ar a

s es

cola

s, a

no a

ano, se

av

ança

ram

no

que

se r

efer

e ao

des

empen

ho c

ognit

ivo d

e se

us

alunos

(med

ido n

o S

AR

EP

S)

e co

m r

elaç

ão

ao f

lux

o (

freq

uên

cia,

aban

dono,

tran

sfer

ênci

a).

Ess

es d

ois

dad

os

são u

sados

par

a d

eter

min

ar u

ma

nota

par

a a

esco

la e

aux

iliá

-la

em a

ções

par

a m

elhora

r

tal

nota

. É

um

a re

fere

nci

a in

tere

ssan

te,

mas

pou

co u

tili

zada

par

a o f

im q

ue

1.

O I

DE

SP

foi

cria

do p

ara

sinal

izar

as

esco

las,

ano a

ano,

se a

van

çara

m n

o q

ue

se r

efer

e ao

des

empen

ho c

ognit

ivo d

os

alunos,

med

ido n

o

SA

RE

SP

, co

m

rela

ção

ao

flux

o

(fre

quên

cia,

aban

dono, tr

ansf

erên

cias

).

2.

Os

dois

dad

os,

des

empen

ho

no

SA

RE

SP

e

flux

o,

são

usa

dos

par

a det

erm

inar

um

a nota

par

a a

esco

la (I

DE

SP

) e

aux

ilia

-la

em aç

ões

par

a m

elhora

r ta

l des

emp

enho.

Page 94: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

94

se p

rest

a.

3.

O ID

ES

P é

um

a re

ferê

nci

a in

tere

ssan

te,

mas

pouco

uti

liza

da

par

a o f

im q

ue

se p

rest

a.

P 8

O

ID

ES

P

foi

cria

do

pel

a S

ecre

tari

a da

Educa

ção

com

a

final

idad

e de

anal

isar

as

con

diç

ões

de

ensi

no

de

cada

UE

. E

par

a que

se a

nal

ise

tais

condiç

ões

, le

va-

se

em

conta

os

resu

ltad

os

do

SA

RE

SP

e

os

dad

os

de

pro

gre

ssão

esc

ola

r (q

uan

tidad

e de

apro

vad

os

ou r

epro

vad

os)

.

1.

O I

DE

SP

foi

cria

do p

ela

secr

etar

ia d

e ed

uca

ção

com

a f

inal

idad

e de

anal

isar

as

condiç

ões

de

ensi

no

de

cad

a unid

ade

esco

lar.

2.

O I

DE

SP

ser

ve

par

a an

alis

ar a

s co

ndiç

ões

de

cada

unid

ade

levan

do

-se

em c

onta

o r

esult

ado

do S

AR

ES

P e

os

dad

os

de

pro

gre

ssão

esc

ola

r

(apro

vaç

ão e

rep

rovaç

ão).

P 9

A

val

iar

os

resu

ltad

os

mo

stra

do

s pel

o S

AR

ES

P e

med

ir o

flu

xo d

e al

unos.

1.

O I

DE

SP

ser

ve

par

a av

alia

r os

resu

ltad

os

most

rados

pel

o S

AR

ES

P e

med

ir o

flu

xo d

os

alunos.

P 1

0

O I

DE

SP

foi

cria

do p

ela

Sec

reta

ria

par

a an

alis

ar a

s co

ndiç

ões

de

ensi

no

de

cad

a unid

ade

esco

lar.

O í

ndic

e d

eve

ser

alca

nça

do d

e du

as f

orm

as:

met

a

glo

bal

(em

que

cad

a sé

rie

tem

um

a m

eta,

sen

do 7

par

a 4ª

séri

es;

6 p

ara

séri

es e

5 p

ara

ano d

o e

nsi

no

méd

io)

e m

eta

indiv

idual

(ca

da

esco

la t

em

um

a nota

a s

er a

tingid

a p

or

séri

e a

cad

a an

o).

1.

O

IDE

SP

fo

i cr

iado

pel

a se

cret

aria

par

a

anal

isar

as

co

ndiç

ões

de

ensi

no

de

cada

unid

ade

esco

lar,

apre

sen

tando u

m í

ndic

e p

ara

cada

nív

el

de

ensi

no

à

rede

e um

a m

eta

indiv

idual

da

unid

ade

par

a ca

da

nív

el d

e en

sino

aten

did

o a

cad

a an

o.

P 1

1

Par

a av

alia

r a

qual

idad

e do e

nsi

no

nas

sér

ies

inic

iais

e f

inai

s, f

orn

ecen

do

um

dia

gnóst

ico d

a qu

alid

ade

da

esco

la e

o q

ue

pre

cisa

mel

hora

r.

1.

O

IDE

SP

se

rve

par

a av

alia

r a

qual

idad

e do

ensi

no

nas

sér

ies

inic

iais

e f

inai

s, f

orn

ecen

do

um

dia

gnóst

ico d

a qu

alid

ade

da

esco

la e

o q

ue

pre

cisa

mel

hora

r.

Page 95: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

95

P 1

2

O I

DE

SP

é u

m i

ndic

ador

que

aval

ia a

qual

idad

e d

a es

cola

. N

esta

aval

iaçã

o,

consi

der

a-se

que

um

a bo

a es

cola

é a

quel

a em

qu

e a

mai

or

par

te d

os

aluno

s

apre

end

e as

com

pet

ênci

as e

hab

ilid

ades

req

uer

idas

par

a a

sua

séri

e, d

ura

nte

o a

no l

etiv

o.

A a

val

iaçã

o f

eita

pel

os

alunos

é o S

ares

p d

a E

duca

ção B

ásic

a

nos

anos

inic

iais

e f

inai

s de

cicl

o.

1.

O I

DE

SP

é u

m i

ndic

ador

que

aval

ia a

qual

idad

e

da

esco

la a

trav

és d

o S

AR

ES

P.

2.

O

IDE

SP

co

nsi

der

a qu

e um

a bo

a es

cola

é

aquel

a em

que

a m

aior

par

te

dos

alunos

apre

end

e as

co

mpet

ênci

as

e h

abil

idad

es

requer

idas

par

a a

sua

séri

e,

dura

nte

o

ano

leti

vo.

P 1

3

Par

a m

edir

o d

esem

pen

ho d

a es

cola

. 1.

O I

DE

SP

ser

ve

par

a m

édio

o d

esem

pen

ho d

a

esco

la.

P 1

4

Par

a co

mp

arar

o d

esem

pen

ho d

os

alunos

do E

nsi

no

Fundam

enta

l I,

II

e

Méd

io a

nív

el n

acio

nal

.

1.

O I

DE

SP

ser

ve

par

a co

mpar

ar o

des

empen

ho

dos

alunos

a nív

el n

acio

nal

.

P 1

5

Par

a dia

gnost

icar

o í

ndic

e de

qual

idad

e da

esco

la,

aponta

ndo o

s as

pec

tos

que

pre

cisa

m s

er m

elhora

dos.

1.

O I

DE

SP

ser

ve

par

a dia

gnost

icar

o í

ndic

e d

e

qual

idad

e da

esco

la,

apo

nta

ndo o

s as

pec

tos

que

pre

cisa

m s

er m

elhora

dos.

P 1

6

Sim

, o I

DE

SP

, ín

dic

e qu

e le

va

em c

onsi

der

ação

não

só o

SA

RE

SP

(pro

va)

com

o o

s nív

eis

de

evas

ão e

scola

r e

rep

etên

cia.

O I

DE

SP

tem

por

obje

tivo

dar

um

dia

gnost

ico p

ara

a es

cola

do p

roce

sso d

e ap

rendiz

agem

dos

seu

s

alunos,

par

a que

ori

ente

as

ações

do c

orp

o g

esto

r no s

enti

do d

e m

elhora

r o

nív

el d

a qual

idad

e d

a ap

rendiz

agem

.

1.

O

IDE

SP

é

um

ín

dic

e que

leva

em

consi

der

ação

não

o S

AR

ES

P (

pro

va)

com

o

os

nív

eis

de

evas

ão e

rep

etên

cia.

2.

O I

DE

SP

tem

po

r obje

tivo d

ar u

m d

iagn

ost

ico

par

a a

esco

la d

o p

roce

sso d

e ap

rendiz

agem

dos

seus

alunos,

par

a que

ori

ente

as

ações

do

co

rpo

ges

tor

no

senti

do

de

mel

hora

r o

nív

el

da

qual

idad

e da

apre

ndiz

agem

.

Page 96: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

96

Ques

tão 4

: Q

ual

a s

ua

op

iniã

o s

obre

a c

riaç

ão d

o I

DE

SP

?

Fon

te

Res

post

a

Idei

as

cen

trais

P 1

U

ma

aval

iaçã

o m

ais

com

ple

ta,

que

englo

ba

outr

os

fato

res

(flu

xo,

evas

ão,

etc.

) par

a an

alis

ar a

spec

tos

da

educa

ção p

auli

sta.

1.

A a

val

iaçã

o s

eria

mai

s co

mple

ta s

e en

glo

bas

se

outr

os

fato

res

com

o

flu

xo,

evas

ão,

etc.

par

a

anal

isar

asp

ecto

s da

educa

ção p

auli

sta.

P 2

T

em a

sua

uti

lidad

e des

de

que

não

sej

a par

a p

unir

quem

não

ati

nge

as

met

as.

1.

O I

DE

SP

é ú

til

des

de

que

não

sej

a par

a punir

quem

não

ati

nge

as m

etas

.

P 3

O

pro

ble

ma

não

é o

ID

ES

P e

sim

o q

ue

faze

m o

que

ele.

1.

O ID

ES

P não

é

o pro

ble

ma,

m

as o uso

que

faze

m d

ele.

P 4

É

bom

, m

as m

elhor

seri

a se

a e

duca

ção n

ão f

oss

e av

alia

da

junta

men

te c

om

a val

ori

zaçã

o d

o p

rofi

ssio

nal

da

educa

ção e

, d

ando c

ondiç

ões

ao a

luno d

e

torn

ar-s

e d

eten

tor

do c

on

hec

imen

to (

Inv

esti

men

tos)

.

1.

Ser

ia m

elhor

se a

educa

ção n

ão f

oss

e av

alia

da

junta

men

te c

om

a v

alori

zaçã

o p

rofi

ssio

nal

da

educa

ção.

2.

O I

DE

SP

dev

eria

fav

ore

cer

e d

ar c

ondiç

ões

ao

aluno de

torn

ar-s

e det

ento

r do co

nhec

imen

to,

atra

vés

de

mai

s in

ves

tim

ento

s.

P 5

P

ara

mim

ele

não

av

alia

nad

a. P

ois

rea

liza

r um

a p

rova

é co

isa

de

mom

ento

. 1.

O ID

ES

P n

ão a

val

ia n

ada,

pois

não

pode

ter

com

o r

efer

enci

a um

a únic

a av

alia

ção d

e fo

rma

pontu

al.

P 6

C

om

o j

á dis

se a

nte

s, s

e não

houver

consc

iênci

a e

resp

onsa

bil

idad

e, n

ão

hav

erá

um

ver

dad

eiro

dia

gnóst

ico.

1.

Se

não

houver

consc

iên

cia

e re

sponsa

bil

idad

e,

não

se

feit

o

um

ver

dad

eiro

dia

gnost

ico

a

par

tir

do I

DE

SP

.

Page 97: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

97

P 7

C

on

tinuo a

firm

ando q

ue

as f

erra

men

tas

que

aux

ilia

m o

monit

ora

men

to e

poss

ívei

s aç

ões

par

a o t

rabal

ho e

scola

r sã

o s

empre

bem

vin

das

. O

pro

ble

ma

é que

o u

so d

essa

s fe

rram

enta

s ac

aba

pre

judic

ando o

tra

bal

ho d

e bas

e e

não

aux

ilia

ndo-o

.

1.

O

IDE

SP

é

um

a fe

rram

enta

que

aux

ilia

o

monit

ora

men

to

e poss

ívei

s aç

ões

par

a o

trab

alho

esco

lar,

nes

se

senti

do

é m

uit

o

bem

vin

do.

2.

O p

roble

ma

do I

DE

SP

é o

uso

das

fer

ram

enta

s

dis

po

nív

eis

que

acab

am

pre

judic

ando

o

trab

alho d

e bas

e e

não

au

xil

iando

-o.

P 8

E

ssa

resp

ost

a vai

de

enco

ntr

o à

quin

ta q

ues

tão.

Se

houves

se u

m t

rabal

ho d

e

com

pro

mis

so e

ntr

e to

do

s os

envolv

idos

e se

tam

bém

lev

asse

em

conta

as

deb

ilid

ades

de

cad

a U

E (

ausê

nci

a d

e pro

fess

ore

s, p

or

exem

plo

), o

res

ult

ado

do I

DE

SP

iri

a de

enco

ntr

o à

rea

lidad

e. M

as e

nquan

to i

sso n

ão o

corr

e, o

resu

ltad

o s

erá

sem

pre

mu

ito a

rtif

icia

l.

1.

O

IDE

SP

se

ria

um

bom

in

stru

men

to

se

houves

se

um

tr

abal

ho

co

mpro

met

ido

entr

e

todos

os

envolv

idos

e se

foss

e le

vad

o e

m c

onta

as

deb

ilid

ades

de

cada

unid

ade

esco

lar

(ausê

nci

a de

pro

fess

ore

s, p

or

exem

plo

).

2.

O r

esult

ado d

o I

DE

SP

é s

uper

fici

al.

P 9

S

eus

resu

ltad

os

são o

bsc

uro

s par

a nós.

1.

Os

resu

ltad

os

do I

DE

SP

são

obsc

uro

s par

a nós.

P 1

0

Par

tindo d

o p

ress

upost

o q

ue

"A e

scola

mu

da

quan

do

o a

luno m

uda"

,

com

o a

cho q

ue

esta

mos

longe

de

ter

alunos

com

pro

met

idos,

sem

quer

er

gen

eral

izar

, ac

redit

o q

ue

nós

educa

do

res

aind

a te

rem

os

um

gra

nd

e e

árdu

o

trab

alho p

ara

atin

gir

as

met

as p

reco

niz

adas

pel

o I

DE

SP

.

1.

"A e

scola

só m

uda

quan

do o

alu

no m

uda"

.

2.

Educa

dore

s ai

nda

terã

o

um

lo

ngo

e ár

duo

trab

alho

par

a at

ingir

as

m

etas

pre

coniz

adas

pel

o I

DE

SP

, in

clusi

ve

porq

ue

esta

mos

longe

de

term

os

alunos

com

pro

met

idos.

P 1

1

É

um

ín

dic

e que

serv

e par

a av

alia

r o

rendim

ento

da

esco

la

na

pro

va

SA

RE

SP

.

1.

O I

DE

SP

é u

m í

ndic

e que

serv

e par

a av

alia

r o

rendim

ento

da

esco

la n

a pro

va

SA

RE

SP

.

P 1

2

O

IDE

SP

fo

i cr

iado

acom

pan

har

e

apoia

r às

es

cola

s co

m

os

men

ore

s

val

ore

s do I

DE

SP

na

Ed

uca

ção B

ásic

a, p

ara

med

ir a

qu

alid

ade

de

Ensi

no

no E

stad

o d

e S

ão P

aulo

, at

é aí

não

vej

o p

roble

mas

, m

as s

abem

os

que

essa

s

1.

O I

DE

SP

foi

cria

do p

ara

acom

pan

har

e a

poia

r

às

esco

las

com

bai

xo

índic

e na

Educa

ção

Bás

ica.

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98

pro

vas

vão

contr

a os

pro

fess

ore

s da

Red

e E

stad

ual

. P

ois

aquel

a es

cola

que

não

tem

um

bom

res

ult

ado,

os

educa

dore

s, g

esto

res

e to

dos

que

faze

m p

arte

são v

isto

s co

mo m

al f

orm

ados,

pois

não

conse

gu

iram

ati

ngir

a m

eta

do a

no

leti

vo e

as

mel

hore

s es

cola

s re

cebem

o p

agam

ento

da

bonif

icaç

ão p

or

bo

m

resu

ltad

o.

A C

onst

ituiç

ão F

eder

al d

iz q

ue

é dev

er d

o E

stad

o e

da

fam

ília

,

port

anto

todos

faze

m p

arte

da

Educa

ção d

o p

aís

par

a que

tenha

um

ensi

no

de

qual

idad

e.

2.

O I

DE

SP

foi

cria

do p

ara

med

ir a

qual

idad

e de

Ensi

no n

o E

stad

o d

e S

ão P

aulo

.

3.

O

IDE

SP

é

um

a pro

va

que

vai

co

ntr

a os

pro

fess

ore

s da

red

e es

tadual

pau

list

a.

Res

ponsa

bil

izan

do

-os

pel

a bai

xa

qual

idad

e

esper

ada.

4.

A C

onst

ituiç

ão F

eder

al diz

que

a ed

uca

ção é

dev

er do E

stad

o e

da

fam

ília

, port

anto

to

dos

faze

m par

te da

educa

ção par

a que

tenh

a um

ensi

no

de

qual

idad

e.

P 1

3

É u

m í

ndic

e par

a av

alia

r as

esc

ola

s si

mple

smen

te.

Não

ret

rata

a r

eali

dad

e.

Ex

emplo

: um

a es

cola

que

tem

índic

e al

to n

ão a

van

çou e

ssa

esco

la n

ão t

eria

um

a boa

qual

idad

e, m

esm

o c

onsi

der

ando s

eu í

nd

ice

já e

lev

ado?

1.

O I

DE

SP

é u

m í

ndic

e par

a av

alia

r as

esc

ola

s

sim

ple

smen

te.

2.

O I

DE

SP

não

ret

rata

a r

eali

dad

e.

3.

Um

a es

cola

qu

e te

m í

ndic

e al

to e

não

av

anço

u

essa

esc

ola

não

ter

ia u

ma

boa

qual

idad

e m

esm

o

consi

der

ando s

eu í

ndic

e já

ele

vad

o?

P 1

4

Som

ente

tra

z um

a ap

aren

te a

most

ragem

. 1.

O

IDE

SP

so

men

te

traz

um

a ap

aren

te

amost

ragem

.

P 1

5

Vál

ido.

Des

de

qu

e o g

ov

erno r

econheç

a qu

e o p

apel

do p

rofe

sso

r é

ensi

nar

e não

educa

r. Q

ue

noss

os

gov

ernan

tes

enx

erguem

a s

ituaç

ão p

recá

ria

em

que

se en

contr

am

as es

cola

s e

val

ori

zem

m

ais

os

pro

fess

ore

s. N

ão h

á

qual

idad

e al

iada

a des

estr

utu

ra.

1.

O

IDE

SP

é

vál

ido

des

de

que

o

gover

no

reco

nheç

a qu

e o p

apel

do p

rofe

ssor

é en

sinar

e

não

educa

r.

2.

O

IDE

SP

dev

eria

se

rvir

par

a que

noss

os

gover

nan

tes

enx

ergu

em a

sit

uaç

ão p

recá

ria

em

que

se

enco

ntr

am

as

esco

las

e v

alori

zass

em

mai

s o p

rofe

ssor.

3.

Não

qual

idad

e al

iad

a a

des

estr

utu

ra

Page 99: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

99

P 1

6

É u

m b

om

inst

rum

ento

de

aval

iaçã

o/d

iagnóst

ico,

mas

par

a que

ele

refl

ita

a

real

idad

e d

a es

cola

dev

em

ser

cria

dos

inst

rum

ento

s par

a o

com

pro

met

imen

to

dos

envolv

idos,

ges

tore

s,

com

unid

ade

esco

lar,

pro

fess

ore

s, s

ecre

tari

a. P

ois

se

não

aco

nte

cer

este

com

pro

met

imen

to c

orr

e-

se o

ris

co, co

mo j

á ac

onte

ce e

m v

ário

s ca

sos,

de

não

ref

leti

r a

real

idad

e.

1.

O I

DE

SP

é u

m b

om

inst

rum

ento

de

aval

iaçã

o

dia

gnóst

ica,

mas

par

a qu

e el

e re

flit

a a

real

idad

e

da

esco

la d

evem

ser

cri

ados

inst

rum

ento

s par

a

o c

om

pro

met

imen

to d

os

envolv

idos

(ges

tore

s,

com

unid

ade

esco

lar,

pro

fess

ore

s,

secr

etar

ia),

pois

corr

e-se

o r

isco

de

não

ref

leti

r a

real

idad

e.

Ques

tão 5

: Q

ual

a s

ua

op

iniã

o s

obre

os

inst

rum

ento

s do S

AR

ES

P?

Fon

te

Res

post

a

Idei

as

cen

trais

P 1

A

pro

va

pre

ssupõe

um

a boa-

vonta

de

iner

ente

ao a

luno,

julg

ando q

ue

ele

esta

sem

pre

dis

po

sto

a fa

zer

aval

iaçõ

es

par

a aj

ud

ar

a m

elhora

r a

educa

ção.

O r

igo

r que

não

oco

rre

ao l

on

go d

o a

no l

etiv

o e

stá

pre

sente

no

SA

RE

SP

. E

, nes

se d

ia,

a m

aio

ria

só p

ensa

em

sai

r m

ais

cedo.

O S

AR

ES

P

cost

um

a se

r usa

do

par

a av

alia

r a

prá

tica

do

pro

fess

or,

por

meio

das

resp

ost

as d

os

alunos,

qu

e não

têm

qual

quer

ob

rigaç

ão d

e le

var

a p

rova

á

séri

o.

Alé

m d

isso

, a

form

ula

ção d

as q

ues

tões

fic

a se

mpre

a d

esej

ar.

ambig

üid

ade

e re

spost

as q

ues

tionáv

eis

em t

odas

as

pro

vas

.

1.

A pro

va

pre

ssupõe

um

a boa-

vonta

de

iner

ente

no

aluno,

julg

ando

qu

e el

e es

tará

se

mpre

dis

po

sto

a fa

zer

aval

iaçõ

es

par

a aj

udar

a

mel

hora

r a

educa

ção.

2.

O r

igor

qu

e não

oco

rre

ao l

ongo d

o a

no l

etiv

o

está

pre

sente

no S

AR

ES

P.

3.

O S

AR

ES

P c

ost

um

a se

r usa

do p

ara

aval

iar

a

prá

tica

do

pro

fess

or,

p

or

mei

o

das

re

spost

as

dos

alunos,

que

não

têm

qual

quer

obri

gaç

ão d

e

levar

a p

rova

á sé

rio.

4.

A

form

ula

ção

das

ques

tões

fi

ca

sem

pre

a

des

ejar

, pois

ambig

üid

ade

e re

spost

as

ques

tionáv

eis

em t

odas

as

pro

vas

.

P 2

A

s pro

vas

de

múlt

ipla

es

colh

a e

red

ação

se

guem

as

te

ndên

cias

d

e

aval

iaçõ

es c

om

o E

NE

M e

ves

tibula

res.

1.

As

pro

vas

d

e m

últ

ipla

es

colh

a e

red

ação

segu

em

as

tendên

cias

de

aval

iaçõ

es

com

o

EN

EM

e v

esti

bula

res.

Page 100: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

100

P 3

O

s in

stru

men

tos

de

aval

iaçã

o d

o S

AR

ES

P r

efle

tem

o p

ensa

men

to d

e se

us

idea

liza

dore

s.

1.

Os

inst

rum

ento

s de

aval

iaçã

o

do

SA

RE

SP

refl

etem

o p

ensa

men

to d

e se

us

idea

liza

dore

s.

P 4

É

in

tere

ssan

te,

apes

ar d

e co

nti

nuar

afi

rman

do q

ue

pode

ser

mai

s co

mple

xo

se f

oss

e dad

a ao

s al

unos

e pro

fess

ore

s co

ndiç

ões

rea

is d

e ap

rendiz

ado.

1.

Poder

ia s

er m

ais

com

ple

xo s

e fo

sse

dad

o a

os

alunos

e pro

fess

ore

s co

ndiç

ões

re

ais

de

apre

ndiz

ado.

P 5

In

úti

l, i

nsu

fici

ente

par

a av

alia

r.

1.

Os

inst

rum

ento

s do

SA

RE

SP

o

inúte

is

e

insu

fici

ente

s par

a av

alia

r.

P 6

D

e ce

rta

form

a es

ta p

ergunta

foi

resp

ondid

a d

e nº

2.

P 7

O

s in

stru

men

tos

uti

liza

dos

pel

o

SA

RE

SP

o ques

tionáv

eis,

pois

co

nta

muit

o a

opin

ião d

e al

gu

ns

pouco

s e

isso

pode

ser

“per

igoso

”. O

rel

atóri

o

dos

pai

s, p

or

exem

plo

, nem

sem

pre

é p

reen

chid

o p

or

eles

. O

s se

us

filh

os

rece

bem

, pre

ench

em e

dev

olv

em à

esc

ola

e m

uit

as v

ezes

o r

elat

óri

o n

ão

retr

ata

a re

al o

pin

ião d

o r

espo

nsá

vel

pel

o e

studan

te.

No r

elat

óri

o d

a es

cola

se

pode

incl

uir

obse

rvaç

ões

d

e dif

eren

tes

tipos.

C

om

o

isso

pode

ser

anal

isad

o e

se

const

ituir

em

um

núm

ero q

ue

repre

senta

o d

esem

pen

ho d

a

esco

la? E

u a

cred

ito q

uem

no f

undo,

o q

ue

é re

alm

ente

anal

isad

o s

ão d

ados

reai

s (t

em o

u n

ão,

faz

ou n

ão, ac

redit

a ou n

ão...)

.

1.

Os

inst

rum

ento

s uti

liza

dos

no

SA

RE

SP

o

ques

tionáv

eis,

pois

co

nta

m

uit

o a

opin

ião de

alguns

pou

cos

e is

so p

ode

ser

“per

igoso

”.

2.

O r

elat

óri

o d

os

pai

s, n

em s

empre

é p

reen

chid

o

pel

os

resp

onsá

vei

s pel

os

alunos,

em

ger

al os

alunos

rece

bem

, pre

ench

em

e dev

olv

em

à

esco

la.

Muit

as v

ezes

o r

elat

óri

o n

ão r

etra

ta a

real

opin

ião d

o r

esponsá

vel

pel

o e

studan

te.

3.

No

rela

tóri

o

da

esco

la

se

pode

incl

uir

obse

rvaç

ões

de

dif

eren

tes

tipos.

C

om

o

isso

pode

ser

anal

isad

o

e se

co

nst

ituir

em

um

núm

ero

que

repre

senta

o

des

empen

ho

da

unid

ade

esco

lar?

4.

No

fundo

o

que

é re

alm

ente

an

alis

ado

são

dad

os

reai

s (t

em, fa

z, a

cred

ita)

.

Page 101: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

101

P 8

E

u a

cred

ito q

ue

os

inst

rum

ento

s do S

AR

ES

P n

ão s

eria

m f

ora

da

real

idad

e

esco

lar

se

todos

os

do

cente

s,

equip

e ges

tora

e

dis

cente

s ti

ves

sem

u

m

trab

alho s

ério

e m

oti

vad

or.

Mas

o q

ue

per

cebem

os

está

muit

o a

quém

, um

a

vez

que

doce

nte

s não

são

val

ori

zados

e co

mo c

onse

quên

cia.

Muit

as v

ezes

real

izam

um

tra

bal

ho s

em m

uit

o c

om

pro

mis

so.

A e

quip

e g

esto

ra m

uit

as

vez

es

é in

flex

ível

e

tudo

isso

re

flet

e no

aluno,

que

pas

sa

a se

se

nti

r

des

moti

vad

o e

sem

inte

ress

e. C

aso o

tra

bal

ho e

m g

rupo f

oss

e posi

tivo,

os

inst

rum

ento

s se

riam

per

tinen

tes

e m

ais

pró

xim

os

à re

alid

ade.

1.

Os

inst

rum

ento

s do S

AR

ES

P n

ão s

eria

m f

ora

da

real

idad

e es

cola

r se

todos

(doce

nte

s, e

quip

e

ges

tora

e d

isce

nte

s) t

ives

sem

um

tra

bal

ho s

ério

e m

oti

vad

or.

2.

O q

ue

se p

erce

be

é que

não

são

val

ori

zados

e

com

o

conse

qüên

cia

real

iza

um

tr

abal

ho

des

com

pro

met

ido.

3.

A e

quip

e ges

tora

é i

nfl

exív

el e

tudo i

sso

ref

lete

no a

luno,

qu

e pas

sa a

se

senti

r d

esm

oti

vad

o e

sem

inte

ress

e.

4.

Cas

o o tr

abal

ho em

gru

po fo

sse

posi

tivo,

os

inst

rum

ento

s se

riam

per

tinen

tes

e m

ais

pró

xim

os

à re

alid

ade.

P 9

O

s in

stru

men

tem

os

são b

ons,

poré

m não

so

mo

s pre

par

ados

o su

fici

ente

par

a li

dar

com

os

mes

mos.

1.

Os

inst

rum

ente

mos

do

SA

RE

SP

o

bons,

poré

m n

ão s

om

os

pre

par

ados

o s

ufi

cien

te p

ara

lidar

com

ele

s.

P 1

0

Anal

isan

do o

s dois

inst

rum

ento

s, a

cho q

ue

as p

rovas

são

adeq

uad

as,

um

a

vez

que

os

conte

údos

fora

m

apli

cados

e se

rvir

ão

par

a ver

ific

ar

as

hab

ilid

ades

e

com

pet

ênci

as

dos

alunos,

quan

to

ao

ques

tionár

io

soci

oec

onôm

ico

não

v

ejo

razã

o

de

ser,

um

a vez

que

sabem

os

da

des

igual

dad

e so

cial

, le

van

do e

m c

onsi

der

ação

que

as e

scola

s par

ticu

lare

s

tam

bém

par

tici

pam

, en

tendo

que

o

ques

tionár

io

seja

par

a ju

stif

icar

o

frac

asso

dos

alunos.

1.

As

pro

vas

o

adeq

uad

as,

um

a vez

que

os

conte

údos

fora

m

apli

cados

e se

rvir

ão

par

a

ver

ific

ar

as

hab

ilid

ades

e

com

pet

ênci

as

dos

alunos.

2.

Com

re

laçã

o ao

ques

tio

nár

io so

cioec

onôm

ico

não

vej

o r

azão

de

ser,

um

a vez

que

sabem

os

da

des

igual

dad

e so

cial

, le

van

do e

m c

onsi

der

ação

que

as e

scola

s par

ticu

lare

s ta

mbém

par

tici

pam

,

ente

ndo q

ue

o q

ues

tionár

io s

eja

par

a ju

stif

icar

o

Page 102: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

102

frac

asso

dos

alunos.

P 1

1

Ate

ndem

às

expec

tati

vas

do c

ader

no d

e ap

oio

, m

as t

em p

ouca

rel

evân

cia

par

a o a

luno

.

1.

Os

inst

rum

ento

s do

SA

RE

SP

at

endem

às

expec

tati

vas

do

cader

no

de

apoio

, m

as

tem

pouca

rel

evân

cia

par

a o a

luno.

P 1

2

Não

, co

nco

rdo

com

os

inst

rum

ento

s uti

liza

dos

pel

o

SA

RE

SP

, pois

o

mat

eria

l e

recu

rsos

que

são u

tili

zados

por

nós

educa

dore

s dura

nte

o a

no

leti

vo,

envia

dos

pel

o

gover

no

com

o

os

cad

ernos

de

apoio

co

m

aula

s

pro

nta

s. N

ão é

o que

se ped

e na

pro

va.

E

xig

em ta

nto

na

dis

cipli

na

de

Port

uguês

, co

mo

de

Mat

emát

ica

hab

ilid

ades

e

com

pet

ênci

as

que

nem

sem

pre

fo

ram

tra

bal

had

as. A

s sa

las

de

aula

são

het

erogên

eas

em u

ma

clas

se

podem

ex

isti

r al

unos

em vár

ias

hip

óte

ses

de

apre

ndiz

agem

. T

eria

m que

repen

sar

outr

a fo

rma

de

aval

iar,

pois

vár

ios

auto

res

quan

do

diz

em

em

aval

iaçã

o

fala

m

de

regis

tros

e o

qual

itat

ivo

te

m

que

ser

alem

d

o

quan

tita

tivo.

1.

Dis

cord

o

dos

inst

rum

ento

s uti

liza

dos

no

SA

RE

SP

, pois

o m

ater

ial

e re

curs

os

que

são

uti

liza

dos

em a

ula

pel

os

pro

fess

ore

s dif

erem

do

que

é av

alia

do n

a pro

va.

2.

Os

inst

rum

ento

s uti

liza

dos

no S

AR

ES

P e

xig

em

tanto

do

com

ponen

te

curr

icula

r de

Lín

gu

a

Port

ugues

a e

Mat

emát

ica,

hab

ilid

ades

e

com

pet

ênci

as

que

nem

se

mpre

fo

ram

trab

alhad

as.

3.

Os

inst

rum

ento

s uti

liza

dos

no

SA

RE

SP

não

consi

der

am

a het

ero

gen

eidad

e dos

suje

itos

aval

iados.

4.

Os

inst

rum

ento

s uti

liza

dos

no

SA

RE

SP

dev

eria

m

ser

repen

sad

os

busc

ando

outr

as

form

as d

e av

alia

r, p

ois

vár

ios

auto

res

ress

alta

m

o r

egis

tro e

o c

arát

er q

ual

itat

ivo d

a av

alia

ção a

par

a al

ém d

o q

uan

tita

tivo.

P 1

3

Mat

eria

is

e pro

vas

bem

el

abora

dos,

m

as

fora

da

real

idad

e de

muit

os,

Div

ulg

ação

pouco

ace

ssív

el a

os

alunos

e co

m i

nst

rum

ento

s co

nfu

sos.

1.

Os

inst

rum

ento

s uti

liza

dos

no

SA

RE

SP

(mat

eria

is e

pro

vas

) sã

o b

em e

labora

dos,

mas

estã

o f

ora

da

real

idad

e d

e m

uit

os

alunos.

2.

A d

ivulg

ação

é p

ouco

ace

ssív

el a

os

alunos

e os

inst

rum

ento

s sã

o c

onfu

sos.

Page 103: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

103

P 1

4

Raz

oáv

eis,

mas

insu

fici

ente

s par

a av

alia

r o d

esem

pen

ho.

1.

Os

inst

rum

ento

s uti

liza

dos

no

SA

RE

SP

o

razo

ávei

s,

mas

in

sufi

cien

tes

par

a av

alia

r o

des

empen

ho.

P 1

5

Pro

va

muit

o e

xte

nsa

, ca

nsa

tiva

e m

al e

labo

rad

a. Q

uan

to a

o q

ues

tionár

io,

hoje

os

alunos

lev

am p

ara

casa

, m

as h

á al

guns

anos

eram

res

pondid

os

ante

s

de

com

eçar

a p

rova

e er

a al

go d

espre

zível

.

1.

A

pro

va

é m

uit

o

exte

nsa

, ca

nsa

tiva

e m

al

elab

ora

da.

2.

O q

ues

tionár

io s

oci

oec

onôm

ico é

lev

ado p

ara

casa

. H

á al

guns

anos

era

resp

ondid

o a

nte

s d

e

com

eçar

a p

rov

a e

era

algo d

esp

rezí

vel

.

P 1

6

É u

m a

van

ço p

ara

que

poss

amos

ter

par

âmet

ros

mín

imos

em r

elaç

ão a

o

pro

cess

o d

e ap

rendiz

agem

do

s al

unos

e a

par

tir

des

tes

nort

ear

as a

ções

da

polí

tica

ed

uca

cional

, m

as

repit

o

acre

dit

o

ser

import

ante

o

com

pro

met

imen

to d

e to

dos

os

envolv

idos.

1.

É u

m a

van

ço p

ara

qu

e p

oss

amos

ter

par

âmet

ros

mín

imos

em

rela

ção

ao

pro

cess

o

de

apre

ndiz

agem

dos

alunos.

2.

É i

mport

ante

o c

om

pro

met

imen

to d

e to

dos

os

envolv

idos.

Ques

tão 6

: O

s re

sult

ados

aponta

dos

pel

o S

AR

ES

P c

ontr

ibuem

par

a m

elhori

a da

qual

idad

e do e

nsi

no

? (E

xpli

que

sua

resp

ost

a)

Fon

te

Res

post

a

Idei

as

cen

trais

P 1

N

ão.

A p

rova

não

é,

de

form

a al

gum

a, f

iel

à re

alid

ade

das

sal

as d

e au

la.

anos,

os

resu

ltad

os

evid

enci

am

que

a polí

tica

ed

uca

cional

(p

rom

oçã

o

conti

nuad

a que

se t

ransf

orm

ou e

m p

rogre

ssão

au

tom

átic

a),

a des

oner

ação

com

ple

ta

do

alunad

o,

no

senti

do

de

não

se

r poss

ível

co

bra

r-lh

e nad

a

(res

ponsa

bil

idad

e, p

rodu

ção,

resp

eito

, et

c.)

jogam

qual

quer

re

sult

ado d

e

pro

va

par

a b

aix

o.

E,

no

enta

nto

, co

bra

-se

dos

pro

fess

ore

s.

Com

o

se

adia

nta

sse

inovar

na

prá

tica

, na

teori

a. O

que

tere

mos,

se

isso

conti

nuar

,

1.

A

pro

va

não

é,

de

form

a al

gum

a,

fiel

à

real

idad

e d

as s

alas

de

aula

.

2.

Os

resu

ltad

os

evid

enci

am

que

a polí

tica

educa

cional

(p

rom

oçã

o

conti

nuad

a),

a

des

oner

ação

com

ple

ta d

o a

lunad

o,

no s

enti

do

de

não

se

r poss

ível

co

bra

r-lh

e n

ada

(res

ponsa

bil

idad

e,

pro

duçã

o,

resp

eito

, et

c.)

jogam

qual

qu

er r

esult

ado d

e pro

va

par

a b

aix

o.

3.

Cobra

-se

dos

pro

fess

ore

s. C

om

o s

e ad

ianta

sse

Page 104: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

104

será

pro

fess

ore

s ex

cele

nte

s, c

ada

vez

mai

s ca

pac

itad

os,

e a

lunos

inca

paz

es

de

apre

ender

o b

ásic

o.

Pois

os

pro

fess

ore

s, c

apac

itad

íssi

mos,

pas

sarã

o m

ais

tem

po p

edin

do s

ilên

cio p

ara

com

eçar

a e

xpli

car

e as

sinan

do c

erti

fica

dos

de

quem

não

tev

e co

mpet

ênci

a m

ínim

a par

a se

form

ar.

inovar

na

prá

tica

, na

teori

a.

4.

O

que

tere

mos,

se

is

so

conti

nuar

, se

rão

pro

fess

ore

s ex

cele

nte

s,

cad

a vez

m

ais

capac

itad

os,

e a

lunos

inca

paz

es d

e ap

reen

der

o

bás

ico.

P 2

P

ode

contr

ibuir

em

com

unid

ades

que

val

ori

zem

o e

studo

dos

filh

os

par

a a

mai

ori

a dos

alunos

não

tem

muit

o r

esult

ado p

osi

tivo.

1.

O

resu

ltad

o

aponta

do

pel

o

SA

RE

SP

pode

contr

ibuir

em

co

munid

ades

que

val

ori

zem

o

estu

do

dos

filh

os,

no en

tanto

, par

a a

mai

ori

a

dos

alunos

não

tem

muit

o r

esult

ado p

osi

tivo.

P 3

N

ão,

é ap

enas

um

núm

ero que

pode

ser

dis

cuti

do no m

om

ento

de

sua

div

ulg

ação

e d

epois

é e

squec

ido.

1.

O r

esult

ado a

ponta

do p

elo S

AR

ES

P é

apen

as

um

núm

ero q

ue

pode

ser

dis

cuti

do n

o m

om

ento

de

sua

div

ulg

ação

e d

epo

is é

esq

uec

ido.

P 4

N

ão a

cred

ito n

isso

, os

resu

ltad

os

most

ram

a r

eali

dad

e da

edu

caçã

o e

m S

ão

Pau

lo,

indic

am o

nde

po

der

ia h

aver

mel

ho

ria,

mas

, só

fic

a nis

so,

não

val

ori

zaçã

o n

em i

nves

tim

ento

no e

duca

ndo e

edu

cador.

1.

O r

esult

ado a

ponta

do p

elo S

AR

ES

P m

ost

ra a

real

idad

e d

a ed

uca

ção

em

São

P

aulo

, in

dic

a

onde

poder

ia

hav

er

mel

hori

a,

mas

não

val

ori

zaçã

o,

nem

inves

tim

ento

no e

duca

ndo e

no e

duca

dor.

P 5

N

ão. P

ois

não

é u

ma

pro

va

que

aval

ia s

e o a

luno s

abe

ou n

ão.

1.

O

resu

ltad

o

aponta

do

pel

o

SA

RE

SP

é

um

a

pro

va

que

aval

ia s

e o a

luno s

abe

ou n

ão.

P 6

N

a ver

dad

e não

são

os

resu

ltad

os,

mas

nós

em s

ala

de

aula

sab

emos

das

nec

essi

dad

es d

e noss

os

alunos,

suas

def

iciê

nci

as,

e te

nta

mos

de

cert

o m

odo

corr

igi-

los,

mas

pouco

s al

unos

levam

os

estu

dos

a sé

rio e

a i

mport

ânci

a em

suas

vid

as.

1.

São

os

pro

fess

ore

s em

sa

la

de

aula

qu

e

reco

nhec

em

e en

tendem

a

nec

essi

dad

e dos

alunos

e não

os

resu

ltad

os

de

modo

que

os

pro

fess

ore

s te

nta

m,

mas

os

alunos

não

lev

am a

séri

o o

s es

tudo

s e

não

vee

m i

mport

ânci

a des

tes

resu

ltad

os

aponta

dos

em s

ua

vid

a.

Page 105: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

105

P 7

N

ão a

cred

ito q

ue

os

resu

ltad

os

contr

ibuam

par

a a

mel

hori

a do e

nsi

no

, m

as

é si

m u

ma

form

a de

o g

over

no p

auli

sta

inves

tir

mai

s em

educa

ção,

e ta

is

inves

tim

ento

s podem

tra

zer

modif

icaç

ões

na

apre

ndiz

agem

dos

alunos.

1.

Os

resu

ltad

os

aponta

dos

no

SA

RE

SP

não

contr

ibuem

par

a a

mel

hori

a da

qual

idad

e do

ensi

no

.

2.

Os

resu

ltad

os

aponta

do

s no

SA

RE

SP

é

um

a

form

a de

o

gover

no

pau

list

a in

ves

tir

em

educa

ção

e ta

is

inves

tim

ento

s podem

tr

azer

modif

icaç

ões

na

apre

ndiz

agem

dos

alunos.

P 8

D

ever

iam

, m

as n

ão a

cho

que

é o q

ue

aconte

ce.

Um

a vez

que

os

resu

ltad

os

aponta

dos

pel

o

SA

RE

SP

in

dic

am

o

que

poder

ia

ser

mudad

o,

todos

os

envolv

idos

dev

eria

m ca

nal

izar

ta

l obje

tivo,

mas

a

real

idad

e nas

U

Es

é

outr

a: p

rofe

ssore

s des

val

ori

zados,

equip

e ges

tora

infl

exív

el e

alu

nos

sem

moti

vaç

ão.

1.

Os

resu

ltad

os

aponta

dos

no S

AR

ES

P i

ndic

am o

que

poder

ia s

er m

udad

o,

toso

s os

envolv

idos

dev

eria

m

canal

izar

ta

is

obje

tivos,

m

as

a

real

idad

e n

as

unid

ades

de

ensi

no

é

outr

a:

pro

fess

ore

s des

val

ori

zados,

eq

uip

e ges

tora

infl

exív

el e

alu

nos

sem

moti

vaç

ão.

P 9

D

ever

ia, m

as n

ão p

erce

bo n

enhum

a m

udan

ça.

1.

Os

resu

ltad

os

aponta

dos

no S

AR

ES

P d

ever

iam

contr

ibuir

par

a a

mel

hori

a da

qual

idad

e de

ensi

no

, m

as n

ão p

erce

bo n

enhum

a m

udan

ça.

P 1

0

Não

ach

o q

ue

os

resu

ltad

os

aponta

dos

ten

ham

contr

ibuíd

o p

ara

a m

elho

ria

da

qual

idad

e do e

nsi

no

, m

as s

im p

ara

a m

elho

ria

do b

ônus

de

algum

as

esco

las.

1.

Os

resu

ltad

os

aponta

dos

no

SA

RE

SP

não

contr

ibuem

par

a a

mel

hori

a da

qual

idad

e do

ensi

no

, m

as s

im p

ara

a m

elhori

a do b

ônus

de

algum

as e

scola

s.

P 1

1

A i

dei

a d

e av

alia

r par

a m

elhora

r é

clar

o q

ue

é m

uit

o b

oa,

mas

acr

edit

o q

ue

sem

m

udan

ças

no

sist

ema

educa

cional

, não

te

rem

os

mel

hora

s

sign

ific

ativ

as.

Se

a ed

uca

ção e

sta

volt

ada

par

a a

qual

idad

e no e

nsi

no

, o

aluno

(que

é ce

ntr

o

de

tudo)

não

dev

eria

ir

p

ara

outr

as

séri

es

com

a

def

iciê

nci

a em

seu

ap

ren

diz

ado.

1.

A i

dei

a de

aval

iar

par

a m

elhora

r é

muit

o b

oa,

mas

se

m

mudan

ças

no

sist

ema

educa

cional

,

não

ter

emos

mel

hora

s si

gnif

icat

ivas

.

2.

Se

a ed

uca

ção e

stá

volt

ada

par

a a

qual

idad

e no

ensi

no

, o

aluno

(que

é ce

ntr

o

de

tudo)

não

dev

eria

ir

par

a outr

as s

érie

s co

m a

def

iciê

nci

a

em s

eu a

pre

ndiz

ado.

Page 106: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

106

P 1

2

Não

, porq

ue

quan

do s

ão m

ost

rados

aquel

es í

ndic

es d

e co

mo e

stão

os

aluno

s

naq

uel

a U

nid

ade

Esc

ola

r. R

epen

sam

os,

fa

zem

os

o cu

rríc

ulo

no

co

leti

vo

com

todos

que

envolv

em a

esc

ola

. M

as n

o d

ecorr

er d

o a

no o

curr

ículo

em

ação

, aq

uel

e que

aconte

ce n

a sa

la d

e au

la t

em q

ue

ser

rep

ensa

do,

pois

nem

sem

pre

co

nse

guim

os

cum

pri

r co

m

as

met

as

pro

post

as

par

a que

alca

nça

ssem

os

obje

tivos.

O S

ares

p f

oi

cria

do p

ara

ver

os

índic

es d

e en

sin

o

pel

a S

EE

, to

dos

nós

ges

tore

s, e

duca

dore

s qu

erem

os

que

o e

nsi

no

sej

a d

e

qual

idad

e, m

as e

sse

monit

ora

men

to p

ela

SE

E n

ão a

cred

ito q

ue

seja

efi

caz.

1.

A

par

tir

da

apre

senta

ção

dos

índic

es

repen

sam

os,

faz

emos

o c

urr

ículo

cole

tivo,

mas

no d

ecorr

er d

o a

no o

curr

ículo

em

açã

o,

aquel

e

que

aconte

ce

na

sala

de

aula

, dev

eria

se

r

repen

sado

em

vis

ta

das

m

etas

e

obje

tivos

pro

post

os.

2.

O

Sar

esp

foi

cria

do

par

a ver

os

índic

es

de

ensi

no

pel

a S

EE

, to

dos

nós

quer

emos

qu

e o

ensi

no

se

ja

de

qu

alid

ade,

m

as

esse

monit

ora

men

to p

ela

SE

E n

ão a

cred

ito q

ue

seja

efic

az.

P 1

3

Dev

eria

mas

não

contr

ibui

sim

ple

smen

te c

lass

ific

ar.

1.

Os

resu

ltad

os

aponta

dos

no S

AR

ES

P d

ever

iam

contr

ibuir

par

a a

mel

hori

a da

qual

idad

e de

ensi

no

, m

as s

om

ente

ser

vem

par

a cl

assi

fica

ção.

P 1

4

Poder

ia c

ontr

ibuir

se

foss

e fe

ito u

m t

rabal

ho ú

nic

o a

par

tir

dos

resu

ltad

os.

1.

Os

resu

ltad

os

aponta

dos

no S

AR

ES

P p

oder

iam

contr

ibuir

se

fo

sse

feit

o um

tr

abal

ho únic

o a

par

tir

dos

resu

ltad

os.

P 1

5

Não

. O

gov

erno m

aquia

, ca

mufl

a re

sult

ado.

Hav

erá

mel

hori

a na

qu

alid

ade,

quan

do

o

gov

erno

com

eçar

a

“aco

rdar

” ,

usa

r din

hei

ro

des

tinad

o

à

educa

ção p

ara

este

fim

, co

ntr

atar

pro

fiss

ionai

s par

a au

xil

iar

nas

esc

ola

s,

par

ar

de

fin

gir

, co

meç

ar

a se

pre

ocu

par

re

alm

ente

co

m

a si

tuaç

ão:

dim

inuin

do

o

núm

ero

de

alunos

em

sala

de

aula

, re

muner

ar

mel

hor

o

pro

fess

or

par

a que

ele

som

ente

20 a

25 a

ula

s (e

bem

pag

o)

sem

pre

cisa

r

1.

O g

ov

erno m

aquia

, ca

mu

fla

resu

ltad

o.

2.

Hav

erá

mel

hori

a na

qual

idad

e,

qu

ando

o

gover

no

usa

r din

hei

ro

des

tinad

o

à ed

uca

ção

par

a es

te

fim

: co

ntr

atar

pro

fiss

ionai

s par

a

aux

ilia

r nas

esc

ola

s, p

arar

de

fin

gir

, co

meç

ar a

se

pre

ocu

par

re

alm

ente

co

m

a si

tuaç

ão

dim

inuin

do

o

núm

ero

de

alunos

em

sala

de

aula

, re

mun

erar

m

elhor

o pro

fess

or

par

a que

ele

som

ente

20

a 2

5 a

ula

s (e

bem

pag

o)

sem

Page 107: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

107

se d

esdobra

r em

vár

ias

esco

las

par

a poder

se

sust

enta

r; t

er t

empo p

ara

se

ded

icar

às

leit

ura

s.

pre

cisa

r se

des

dob

rar

em

vár

ias

esco

las

par

a

poder

se

sust

enta

r; t

er t

empo p

ara

se d

edic

ar à

s

leit

ura

s.

P 1

6

Sim

, pois

conse

guim

os

avan

çar

no p

roce

sso d

e ap

rendiz

agem

dos

aluno

s,

os

resu

ltad

os

dem

onst

ram

, m

as

ainda

tem

os

muit

o

a ca

min

har

e

serã

o

nec

essá

rios

ajust

es.

1.

Os

resu

ltad

os

dem

onst

ram

que

conse

guim

os

avan

çar

no

pro

cess

o

de

apre

ndiz

agem

dos

alunos,

mas

ain

da

tem

os

muit

o a

cam

inhar

e

serã

o n

eces

sári

os

ajust

es.

Ques

tão 7

: H

ouve

alte

raçã

o e

m s

ua

prá

tica

na

sala

de

aula

em

fun

ção d

o S

AR

ES

P?

(Ex

pli

que

sua

resp

ost

a)

Fon

te

Res

post

a

Idei

as

cen

trais

P 1

N

ão.

P 2

N

ão.

P 3

S

im,

houve

um

a co

bra

nça

em

re

laçã

o

a pro

jeto

fo

ra

do

conte

xto

do

conte

údo n

orm

alm

ente

tra

bal

had

o.

1.

Houve

um

a co

bra

nça

em

rel

ação

a p

roje

to f

ora

do

conte

xto

do

conte

údo

norm

alm

ente

trab

alhad

o.

P 4

S

im,

pois

so

u um

a ed

uca

dora

do te

mpo

do

“tra

dic

ional

” ti

ve

de

faze

r

adap

taçõ

es n

o m

eu t

rabal

ho,

pois

hoje

tudo e

stá

conte

xtu

aliz

ado à

rea

lidad

e

apre

ndiz

ado.

1.

Pre

cise

i fa

zer

adap

taçõ

es n

o m

eu t

rabal

ho,

qu

e

tinha

com

o p

ráti

ca u

m m

odel

o t

radic

ional

de

ensi

no

, pois

hoje

tu

do es

ta co

nte

xtu

aliz

ado à

real

idad

e do a

luno.

P 5

N

ão.

P 6

S

empre

aco

nte

cem

mudan

ças,

até

po

r co

nta

das

nec

essi

dad

es d

os

alunos.

1.

Sem

pre

aco

nte

cem

mudan

ças,

até

por

conta

das

nec

essi

dad

es d

os

alunos.

P 7

N

ão m

udei

meu

tra

bal

ho

em

cla

sse

em f

unçã

o d

a en

trad

a do S

AR

ES

P,

mas

uti

lizo

a p

rova,

os

dad

os,

sem

pre

que

poss

ível

par

a org

aniz

ar u

m t

rabal

ho

que

pri

ori

ze o

des

envolv

imen

to d

e hab

ilid

ades

soli

cita

das

par

a o s

egm

ento

1.

Não

alt

erei

min

ha

prá

tica

em

sal

a de

aula

em

funçã

o d

a en

trad

a do S

AR

ES

P,

mas

uti

lizo

a

pro

va,

os

dad

os,

se

mp

re

que

poss

ível

p

ara

org

aniz

ar

um

tr

abal

ho

que

pri

ori

ze

o

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108

do q

ual

est

ou t

rabal

han

do.

des

envolv

imen

to

de

hab

ilid

ades

so

lici

tadas

par

a o s

egm

ento

no q

ual

est

ou t

rabal

han

do.

P 8

S

im.

Eu,

junta

men

te c

om

as

dem

ais

pro

fess

ora

s de

Lín

gua

Port

ugues

a d

o

per

íodo e

m q

ue

leci

ono,

tenho t

rabal

had

o m

odel

os

de

pro

vas

apli

cados

em

SA

RE

SP

dos

anos

ante

riore

s.

Alé

m

dis

so,

pro

cura

mos

trab

alhar

as

com

pet

ênci

as e

hab

ilid

ades

ex

igid

as e

m c

ada

séri

e par

a que

o a

luno p

oss

a

des

envolv

ê-la

s.

1.

Junta

men

te

com

as

dem

ais

pro

fess

ora

s de

Lín

gua

Port

ugu

esa

do

per

íodo e

m q

ue

leci

ono,

tem

os

trab

alhad

o m

odel

os

de

pro

vas

apli

cados

no S

AR

ES

P d

os

anos

ante

riore

s.

2.

Pro

cura

mos

trab

alhar

as

co

mp

etên

cias

e

hab

ilid

ades

ex

igid

as e

m c

ada

séri

e p

ara

que

o

aluno p

oss

a des

envolv

ê-l

as.

P 9

N

ão.

P 1

0

As

alte

raçõ

es q

ue

oco

rrer

am n

a m

inha

prá

tica

ped

agó

gic

a em

sal

a de

aula

pro

voca

da

pel

o re

sult

ado do S

ares

p,

estã

o volt

adas

par

a um

olh

ar m

ais

crit

erio

so e

m r

elaç

ão à

aval

iaçã

o d

os

conte

údos

pro

post

os

pel

o c

urr

ículo

,

incl

uin

do

os

cader

nos

e outr

as

prá

tica

s qu

e poss

am

contr

ibuir

par

a o

mel

hor

des

empen

ho d

os

alunos.

1.

As

alte

raçõ

es q

ue

oco

rrer

am n

a m

inha

prá

tica

ped

agó

gic

a em

sa

la

de

aula

pro

vo

cada

pel

o

resu

ltad

o d

o S

AR

ES

P,

estã

o v

olt

adas

par

a um

olh

ar

mai

s cr

iter

ioso

em

re

laçã

o

à av

alia

ção

dos

conte

údos

pro

po

stos

pel

o

curr

ículo

,

incl

uin

do

os

cader

nos

e outr

as

prá

tica

s que

poss

am c

ontr

ibuir

par

a o m

elhor

des

empen

ho

dos

alunos.

P 1

1

Não

.

P 1

2

Sim

, m

as n

ão f

oi

po

r ca

usa

do

Sar

esp,

eu c

om

o e

duca

dora

pre

ocu

pad

a,

pro

curo

se

mpre

m

elhora

r cu

rsan

do

Univ

ersi

dad

es,

faze

ndo

curs

os

par

a

min

ha

qual

ific

ação

pro

fiss

ional

. P

ara

que

mel

hore

na

min

ha

form

a de

leci

onar

.

1.

Com

o

educa

dora

pro

curo

se

mpre

m

elhora

r

min

ha

prá

tica

cu

rsan

do

cu

rsos

univ

ersi

tári

os,

faze

ndo

curs

os

par

a m

inha

qual

ific

ação

pro

fiss

ional

, de

modo

que

essa

fo

rmaç

ão

mel

hore

na

min

ha

prá

tica

did

átic

a,

mas

is

so

não

aco

nte

ce p

or

causa

do S

AR

ES

P.

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109

P 1

3

Não

, se

mpre

me

pre

ocu

po c

om

a a

pre

ndiz

agem

. 1.

Sem

pre

me

pre

ocu

po c

om

a a

pre

ndiz

agem

.

P 1

4

Nen

hum

a. C

onti

nuo t

rab

alhan

do c

om

o q

ue

eles

quer

em:

O c

ader

no.

1.

Conti

nuo t

rabal

han

do c

om

o q

ue

eles

qu

erem

:

O c

ader

no

P 1

5

Par

a se

r si

nce

ra n

ão.

Apen

as a

pli

co p

rov

as a

nte

riore

s do S

ares

p p

ara

as

séri

es q

ue

par

tici

par

ão d

a pro

va.

1.

Apen

as a

pli

co p

rovas

an

teri

ore

s do S

ares

p p

ara

as s

érie

s que

par

tici

par

ão d

a pro

va.

P 1

6

Sim

, at

ual

men

te,

infe

lizm

ente

, as

açõ

es d

os

pro

fess

ore

s sã

o n

ort

eadas

par

a

a m

elhori

a dos

índic

es,

a pre

ocu

paç

ão e

m r

elaç

ão à

ap

rendiz

agem

fic

ou e

m

segundo

lugar

, par

ece

contr

adit

óri

o,

mas

não

é

hoje

per

ceb

e-se

a

pre

ocu

paç

ão no tr

ein

amen

to dos

alunos

em re

sponder

o que

está

se

nd

o

ped

ido n

a pro

va,

sem

, co

ntu

do a

mpli

ar a

s su

as h

abil

idad

es p

ara

além

pro

va.

Os

pro

fess

ore

s na

busc

a de

aten

der

ao S

AR

ES

P f

oca

m s

eus

esfo

rços

nes

tas

ques

tões

e a

cabam

não

div

ersi

fica

ndo a

fo

rmaç

ão d

o c

urr

ículo

com

med

o

de

pre

judic

ar o

ID

ES

P d

a es

cola

.

1.

Atu

alm

ente

, as

ões

dos

pro

fess

ore

s sã

o

nort

eadas

p

ara

a m

elh

ori

a dos

índic

es.

A

pre

ocu

paç

ão e

m r

elaç

ão à

ap

rendiz

agem

fic

ou

em

segundo

pla

no,

não

é

de

hoje

que

se

per

ceb

e o

tre

inam

ento

do

s al

unos

em r

esponder

o q

ue

está

sen

do

ped

ido n

a pro

va,

sem

, co

ntu

do

ampli

ar a

s su

as h

abil

idad

es p

ara

além

pro

va.

2.

Os

pro

fess

ore

s na

busc

a de

aten

der

ao S

AR

ES

P

foca

m s

eus

esfo

rços

nas

ques

tões

da

pro

va

e

não

div

ersi

fica

ndo

a fo

rmaç

ão

do

curr

ículo

com

med

o d

e pre

judic

ar o

ID

ES

P d

a es

cola

.

Ques

tão 8

: H

ouve

mudan

ças

pal

páv

eis

na

esco

la c

om

os

resu

ltad

os

do S

AR

ES

P? (E

xpli

que

sua

resp

ost

a)

Fon

te

Res

post

a

Idei

as

cen

trais

P 1

N

ão.

P 2

N

ão

houve.

A

pen

as

alunos

dos

EM

te

m

sido

“tre

inad

os”

par

a

ves

tibula

res.

1.

Não

houve

mudan

ças

pal

páv

eis

na

esco

la.

Apen

as

os

alunos

do

s 3º

EM

m

sido

“tre

inad

os”

par

a v

esti

bula

res.

P 3

S

im,

os

pla

nos

anuai

s, o

s C

onse

lhos

de

Cla

sse,

a c

obra

nça

em

rel

ação

do

s 1.

Houve

mudan

ças

pal

páv

eis

na

esco

la

consi

der

ando

-se

os

pla

nos

anuai

s, o

s C

onse

lhos

Page 110: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP · 2017. 2. 22. · interpret the manifest meanings evident in responses to the questionnaires. We chose to select only language

110

“tai

s” p

roje

tos.

de

Cla

sse,

a

cob

ran

ça

em

rela

ção dos

“tai

s”

pro

jeto

s.

P 4

S

empre

há,

pois

todo p

rofi

ssio

nal

des

eja

ver

seu

tra

bal

ho d

ando r

esult

ado

posi

tivo e

ntã

o m

uit

o c

edo (

5as

) co

meç

amos

a pre

par

ar o

alu

no p

ara

atin

gir

o m

ínim

o n

eces

sári

o n

a av

alia

ção.

1.

Todo p

rofi

ssio

nal

des

eja

ver

seu

tra

bal

ho d

ando

resu

ltad

o

posi

tivo.

Entã

o,

des

de

o

iníc

io

do

Ensi

no F

undam

enta

l II

com

eçam

os

a p

repar

ar

o al

uno par

a at

ingir

o m

ínim

o nec

essá

rio na

aval

iaçã

o.

P 5

N

unca

per

cebi.

Só t

em e

nch

eção

de

saco

. M

uit

as p

apel

adas

par

a pre

ench

er.

O a

luno n

ão q

uer

sab

er d

e es

tudar

e o

pro

fess

or

pag

a o p

ato.

1.

Só t

em e

nch

eção

de

saco

.

2.

Muit

as p

apel

adas

par

a pre

ench

er.

3.

O a

luno n

ão q

uer

sab

er d

e es

tudar

e o

pro

fess

or

é re

sponsa

bil

izad

o p

elo d

esco

mpro

mis

so.

P 6

F

ora

m

impla

nta

dos

pro

jeto

s in

dic

ados

pel

a C

EN

P par

a as

es

cola

s co

m

bai

xo I

DE

SP

, m

as,

po

r en

quan

to n

ão s

enti

res

ult

ado,

mas

muit

a fa

lta

de

inte

ress

e dos

pro

fess

ore

s em

tra

bal

har

est

es p

roje

tos,

pouco

s tr

abal

har

am e

os

que

trab

alhar

am

o

fize

ram

de

qual

quer

je

ito,

não

os

senti

com

pro

mis

sados.

Infe

lizm

ente

.

1.

Fora

m

impla

nta

dos

pro

jeto

s in

dic

ados

pel

a

CE

NP

par

a as

esc

ola

s co

m b

aix

o I

DE

SP

, m

as,

por

enquan

to,

não

se

nti

re

sult

ado,

mas

m

uit

a

falt

a de

inte

ress

e dos

pro

fess

ore

s em

tra

bal

har

este

s pro

jeto

s.

Pouco

s tr

abal

har

am

e os

que

trab

alhar

am o

faz

em d

e qual

quer

jei

to,

não

os

sinto

com

pro

met

idos.

P 7

A

entr

ada

de

um

novo c

urr

ículo

pau

list

a, m

ater

ial

de

apoio

, fo

rmaç

ão d

e

pro

fess

ore

s,

são

ações

que

vem

m

oven

do

o

trab

alho

de

sala

de

aula

.

Mudan

ças

na

edu

caçã

o,

resu

ltad

os

em

educa

ção,

são

sem

pre

m

uit

o

dem

ora

dos.

Est

ou o

tim

ista

.

1.

A

entr

ada

de

um

no

vo

curr

ículo

p

auli

sta,

mat

eria

l de

apoio

, fo

rmaç

ão d

e pro

fess

ore

s, s

ão

ações

qu

e vem

moven

do

o t

rabal

ho d

e sa

la d

e

aula

.

2.

Mudan

ças

na

educa

ção,

resu

ltad

os

em

educa

ção, sã

o s

empre

mu

ito d

emora

dos.

P 8

E

m p

arte

dig

o q

ue

sim

. P

rim

eiro

porq

ue

muit

os

pro

fess

ore

s en

gaj

ados,

1.

Houve

mudan

ças

pal

páv

eis

na

esco

la p

orq

ue

muit

os

pro

fess

ore

s en

gaj

ados,

que

trab

alham

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111

que

trab

alham

co

m se

ried

ade

e que

busc

am re

sgat

ar em

se

us

alunos

a

moti

vaç

ão p

erdid

a. P

or

outr

o l

ado,

per

cebo p

rofe

ssore

s que

não

cum

pre

m

seu

pap

el,

muit

as

vez

es

por

sere

m

fatí

dic

os,

não

ac

redit

arem

m

ais

na

educa

ção,

ou a

ind

a por

se s

enti

rem

des

val

ori

zados,

que

eu a

cho s

er a

inda

o

moti

vo m

ais

fort

e. T

udo i

sso s

ó v

ai m

udar

no m

om

ento

em

que

o g

over

no

pas

sar

a val

ori

zar

o p

rofe

ssor:

pro

fess

ore

s tr

abal

har

ão m

ais

sati

sfei

tos

e

isso

só t

erá

a ac

resc

enta

r na

vid

a ac

adêm

ica

do a

luno.

com

ser

iedad

e e

que

bu

scam

res

gat

ar e

m s

eus

alunos

a m

oti

vaç

ão p

erd

ida.

Por

outr

o l

ado,

tam

bém

aquel

es q

ue

não

cum

pre

m s

eu p

apel

,

muit

as

vez

es

por

sere

m

fatí

dic

os,

não

acre

dit

arem

mai

s na

educa

ção,

ou a

inda

por

se

senti

rem

des

val

ori

zados.

2.

Tudo i

sso s

ó v

ai m

udar

no m

om

ento

em

que

o

gover

no

pas

sar

a val

ori

zar

o

pro

fess

or:

pro

fess

ore

s tr

abal

har

ão m

ais

sati

sfei

tos

e is

so

só t

erá

reper

cuss

ão n

o d

esem

pen

ho e

scola

r do

aluno.

P 9

N

ão.

P 1

0

As

mudan

ças

que

oco

rrer

am n

a es

cola

fora

m c

on

sider

ávei

s, a

cred

ito q

ue

os

resu

ltad

os

do S

ares

p t

enham

contr

ibuíd

o p

ara

isto

, poré

m p

oss

o a

sseg

ura

r

que

mudan

ças

signif

icat

ivas

oco

rrer

am

por

ou

tros

fato

res,

ta

is

com

o:

com

pro

met

imen

to

dos

ges

tore

s e

corp

o

doce

nte

, en

volv

imen

to

da

com

unid

ade,

cola

bo

raçã

o d

os

funci

onár

ios.

1.

As

mudan

ças

que

oco

rrer

am n

a es

cola

fora

m

consi

der

ávei

s,

acre

dit

o

que

os

resu

ltad

os

do

Sar

esp

tenham

co

ntr

ibu

ído

par

a is

to,

poré

m

poss

o

asse

gura

r que

mudan

ças

signif

icat

ivas

oco

rrer

am

por

outr

os

fato

res,

ta

is

com

o:

com

pro

met

imen

to

dos

ges

tore

s e

corp

o

doce

nte

, en

volv

imen

to

da

com

unid

ade,

cola

bora

ção d

os

fun

cionár

ios.

P 1

1

Não

obse

rvei

nen

hum

a m

udan

ça s

ignif

icat

iva.

1.

Não

obse

rvei

nen

hum

a m

udan

ça s

ignif

icat

iva,

na

esco

la a

par

tir

dos

resu

ltad

os

do S

AR

ES

P.

P 1

2

Sim

.

P 1

3

Não

, houve

apen

as m

ais

cobra

nça

s.

1.

Não

houve

mudan

ças

pal

páv

eis

na

esco

la

a

par

tir

dos

resu

ltad

os

do

SA

RE

SP

, so

men

te

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112

mai

s co

bra

nça

s.

P 1

4

Não

, há

muit

a dif

iculd

ade

de

conce

ntr

ar p

rofe

ssore

s par

a a

real

izaç

ão d

e

pro

jeto

s e

um

a nova

met

odolo

gia

.

1.

muit

a dif

iculd

ade

de

conce

ntr

ar p

rofe

sso

res

par

a a

real

izaç

ão

de

pro

jeto

s e

um

a nova

met

odolo

gia

.

P 1

5

Houve

mudan

ças

e há

um

a pre

ocu

paç

ão n

a es

cola

sim

, pois

a d

ireç

ão é

pre

ssio

nad

a a

most

rar

resu

ltad

os

e co

mo

con

sequên

cia

os

pro

fess

ore

s

tam

bém

. E

ssas

m

udan

ças

se

refe

rem

às

es

trat

égia

s e

às

leit

ura

s

dif

eren

ciad

as q

ue

são p

roporc

ionad

as a

os

alunos.

1.

Houve

mudan

ças

e há

um

a pre

ocu

paç

ão

na

esco

la

sim

, pois

a

dir

eção

é

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