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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS SEBASTIÃO RIBEIRO SOARES NOVO MODELO HÍBRIDO: CONTRIBUIÇÃO DO BUSINESS PROCESS MANAGEMENT E SIX SIGMA AO BALANCED SCORECARD CURITIBA 2009

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

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Page 1: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

SEBASTIÃO RIBEIRO SOARES

NOVO MODELO HÍBRIDO: CONTRIBUIÇÃO DO BUSINESS PROCESS MANAGEMENT E SIX SIGMA AO BALANCED SCORECARD

CURITIBA

2009

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1

SEBASTIÃO RIBEIRO SOARES

NOVO MODELO HÍBRIDO: CONTRIBUIÇÃO DO BUSINESS PROCESS MANAGEMENT E SIX SIGMA AO BALANCED SCORECARD

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas – PPGEPS da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção e Sistemas

Linha de pesquisa: Integração e Automação de Sistemas

Orientadores: Prof. Dr. Marco Antonio Busetti de Paula Prof. Dr. Eduardo Alves Portela Santos

CURITIBA

2009

Page 3: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

2

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou

parcial desta dissertação por processos fotocopiadores ou eletrônicos, desde que

citada a fonte.

Ficha Catalográfica

Soares, Sebastião Ribeiro. Novo Modelo Híbrido: contribuição do Business Process Management e Six

Sigma ao Balanced Scorecard / Sebastião Ribeiro Soares ; orientadores, Prof. Dr. Marco Antonio Busetti de Paula, Prof. Dr. Eduardo Alves Portela Santos

Curitiba, 2009. 127 f.

Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2009

1. Engenharia de Produção e Sistemas. 2. I.Busetti, Marco Antonio; Santos, Eduardo Portela II. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. III. Título

Page 4: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

3

SEBASTIÃO RIBEIRO SOARES

NOVO MODELO HÍBRIDO: CONTRIBUIÇÃO DO BUSINESS PROCESS MANAGEMENT E SIX SIGMA AO BALANCED SCORECARD

Dissertação apresentada ao curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito à obtenção do título de Mestre.

COMISSÃO EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Dr. Marco Antonio Busetti de Paula Pontifícia Universidade Católica do Paraná

________________________________________ Prof. Dr. Eduardo de Freitas Rocha Loures Pontifícia Universidade Católica do Paraná

________________________________________ Prof. Dr. Roberto Max Protil Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Page 5: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

4

Dedico este trabalho:

Às minhas filhas Cris Ellen e Adali Kelly por me proporcionarem o prazer de ser pai.

À minha esposa Jussemeri pelo companheirismo e força nos momentos difíceis.

À minha netinha Julia que nasceu durante a longa caminhada do Mestrado e tornou-

se minha inspiração de vida.

Page 6: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

5

AGRADECIMENTOS

Aos meus orientadores Eduardo Portela e Marco Busetti, pelos seus conhecimentos

e ajuda que tanto contribuíram para minha vida acadêmica e profissional.

Aos professores Eduardo Loures e Edson Pinheiro pelos conselhos e orientações

que tanto contribuíram para esta pesquisa.

Ao Professor Roberto Protil pelas críticas construtivas que muito contribuíram para a

essência desta pesquisa.

Aos meus amigos do Mestrado, com quem pude dividir as minhas angústias,

ansiedade e dúvidas.

Ao amigo Fabio pela parceria durante o Mestrado e pelas palavras amigas que

sempre tinha para compartilhar.

A Deus por me proporcionar forças nesta nova caminhada.

A minha família pela compreensão nos momentos de ausência.

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6

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo examinar as metodologias Balanced Scorecard (BSC), Six Sigma e Business Process Management (BPM), por meio de uma síntese sobre os aspectos convergentes e, portanto, investigar em que aspectos o BPM, Six Sigma e BSC podem em conjunto contribuir para a melhoria do processo de gestão estratégica de desempenho na administração da produção. Além disso, investigar em que aspectos é possível minimizar as falhas encontradas na literatura quanto ao insucesso de algumas implementações do BSC para atingir os objetivos predefinidos em sua concepção. Assim sendo, propor um modelo teórico aplicável para minimizar a complexidade entre as diversas causas e efeitos das medidas de desempenho. Neste contexto, busca-se com esta nova abordagem disponibilizar um modelo que, por sua vez, possa proporcionar uma implementação gradativa desta metodologia por processos críticos de negócio. Tal fato decorre da premissa em não impactar as atividades das organizações durante a implementação, ou seja, as rotinas da empresa continuam direcionadas aos negócios e absorvem este novo método sem mudanças radicais no dia-a-dia de trabalho.

Palavras-chave: Balanced Scorecard. Business Process Management. Modelagem. Medidas de Desempenho. Six Sigma.

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7

ABSTRACT

This research intends to examine the methodologies Balanced Scorecard (BSC), Six Sigma and Business Process Management (BPM), through a synthesis of the converging aspects and, therefore, investigate the ways the BPM, Six Sigma and BSC can jointly contribute to an improvement of the strategic management of performance in the administration of production. Moreover, this research on aspects that can minimize the gaps in the literature about the failure of some implementations of the BSC to achieve the predefined goals in its design. Therefore, to propose a theoretical model applied to minimize the complexity of the various causes and effects of performance measures. In this context, I intend with this new approach to provide a model which, in turn, can provide a gradual implementation of this methodology for critical business processes. This is due to the assumption does not impact on the organizations activities during implementation, on the routines of the company still aimed to businesses and absorb this new method without radical changes in day-to-day work.

Keywords: Balanced Scorecard. Business Process Management. Modeling. Performance Indicator. Six Sigma.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Estrutura da dissertação...................................................................................20 Figura 2 – Estrutura da pesquisa .......................................................................................23 Figura 3 – Perspectivas do BSC ........................................................................................33 Figura 4 – Estrutura para ação estratégica do BSC .......................................................35 Figura 5 – Método para modelar processo.......................................................................43 Figura 6 – Notação gráfica utilizada no IDEF0 ................................................................49 Figura 7 – Notação QPL .......................................................................................................51 Figura 8 – Elementos de representação do Income Suite.............................................55 Figura 9 – Módulo Income Suite ........................................................................................56 Figura 10 – Ciclo de BPM ...................................................................................................60 Figura 11 – Ciclo de alinhamento de processos à estratégia .......................................62 Figura 12 – IDEF0 - Visão global de processos ...............................................................65 Figura 13 – Visão global de processos ..............................................................................65 Figura 14 – Classificação das ferramentas de TI no âmbito do BPM ...........................75 Figura 15 – Evolução desenvolvimento modelo ...............................................................77 Figura 16 – Identificação dos aspectos convergentes.....................................................78 Figura 17 – Fluxograma da integração BSC, Six Sigma e BPM....................................82 Figura 18 – Formulário para correlação de objetivos e perspectivas ...........................84 Figura 19 – Formulário para correlação de objetivos e perspectivas ...........................85 Figura 20 – Formulário para correlação de indicadores estratégicos e perspectiva ..86 Figura 21 – Formulário para correlação de indicadores estratégicos e perspectiva ..87 Figura 22 – Etapa e fluxo do SIPOC ..................................................................................89 Figura 23 – Formulário 5W1H .............................................................................................89 Figura 24 – Camadas do novo modelo ..............................................................................91 Figura 25 – Novo Modelo Proposto ....................................................................................92 Figura 26 – Evolução da Etapa 1 no modelo proposto ...................................................98 Figura 27 – Evolução da Etapa 2 no modelo proposto .................................................100 Figura 28 –Mapeamento dos processos de negócios ...................................................101 Figura 29 – Processos de negócio selecionado .............................................................102 Figura 30 – Modelagem processos de negócios do sistema de produção ................103 Figura 31 – Evolução da Etapa 3 no modelo proposto .................................................104 Figura 32 – Mapeamento do processo análise documental .........................................105 Figura 33 – Mapeamento processo atual ........................................................................106 Figura 34 – Processo com melhorias ...............................................................................107 Figura 35 – Evolução da Etapa 4 no modelo proposto .................................................108 Figura 36 – Modelagem do processo – estado atual.....................................................109 Figura 37 – Modelagem do processo – estado desejado .............................................109 Figura 38 – Modelagem das atividades da análise digital ............................................110 Figura 39 – Modelagem árvore de indicadores ..............................................................111 Figura 40 – Evolução Etapa 5 no modelo proposto .......................................................112 Figura 41 – Macroprocesso: novo modelo proposto......................................................113 Figura 42 – Modelagem BSC.............................................................................................114

Page 10: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Notação gráfica utilizada no EPV ……………………………………….....48

Quadro 2 – Notação gráfica utilizada no IDEF3………………………...........………...50

Quadro 3 – Notação gráfica utilizada no BPMN.........................................................52

Quadro 4 – Ferramentas de modelagem...................................................................53

Quadro 5 – Notação gráfica utilizada no Income.......................................................54

Quadro 6 – Ciclo de Administração do Sistema de Processamento PDCA...............73

Quadro 7 – Formulário FCS: objetivos e indicadores estratégicos............................99

Quadro 8 – SIPOC: principais processos.................................................................101

Page 11: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

10

LISTA DE ABREVIATURAS

ANA - Agência Nacional de Saúde

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ASME - American Society of Mechanical Engineers

BDTD - Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações

BPM - Business Process Management

BPMI - Business Process Management Initiative

BPMN - Business Process Modeling Notation

BSC - Balanced Scorecard

DMAMC - Etapas Six Sigma: Definir, Medir, Analisar, Melhorar, Controlar

EBSCO - Academic Search Premier

EPC - Event Drive Process Chains

ICAM - Integrated Computer Aided

ICOMs - Input Control Output Mechanisms

IDEF - Integrated Definition for Function Modeling

OSHA - Occupational Safety and Health Administration

PDCA - Plan, Do, Check, Action

QPL - Quality Process Language

SIPOC - Supplier Input Process Output Customer

SOX - Sarbanes-Oxley

TQM - Total Quality Management

UML - Linguagem de Modelagem Unificada

Page 12: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

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SUMÁRIO

ABSTRACT.................................................................................................................7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .........................................................................................8

LISTA DE QUADROS.................................................................................................9

LISTA DE ABREVIATURAS.....................................................................................10

1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................14

1.1 PROBLEMA ..................................................................................................................16

1.2 OBJETIVO GERAL .....................................................................................................17

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................................17

1.4 JUSTIFICATIVAS: A PROBLEMÁTICA EXISTENTE NO CONTEXTO BSC.18

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO............................................................................19

2 ESTRATÉGIA DA PESQUISA: METODOLOGIA..........................................21

2.1 METODOLOGIA CIENTÍFICA.................................................................................21

2.2 ESTRUTURA DA PESQUISA.....................................................................................22

2.2.1 Característica da pesquisa ..................................................................25

2.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA................................................................................26

3 REVISÃO DA LITERATURA .........................................................................27

3.1 GESTÃO ESTRATÉGICA E MEDIDAS DE DESEMPENHO...............................27

3.2 BALANCED SCORECARD (BSC).............................................................................30

3.3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE MODELAGEM DE PROCESSOS.........................36

3.3.1 Métodos de Modelagem.......................................................................41

3.3.1.1 Método de Modelagem para Workflow ....................................................... 42

3.3.1.2 Método orientado a workflow ........................................................................ 43

3.3.1.3 Modelagem de Processo de Negócios ....................................................... 45

3.3.2 Técnicas de Modelagem de Processos de Negócios........................45

3.3.2.1 American Society of Mechanical Engineers (ASME) ................................ 46

3.3.2.2 Unified Modeling Language (UML) .............................................................. 46

3.3.2.3 Event Drive Process Chains (EPC) ............................................................. 47

3.3.2.4 Integrated Definition for Function Modeling (IDEF) ................................... 48

3.3.2.5 Integrated Definition for Function Modeling (IDEF3)................................. 49

Page 13: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

12

3.3.2.6 Quality Process Language (QPL) ................................................................ 50

3.3.3 Business Process Modeling Notation (BPMN)..................................51

3.3.3.1 Ferramentas para Modelagem de Processos ............................................ 53

3.3.4 Ferramenta Income Suite.....................................................................54

3.4 BUSINESS PROCESS MANAGEMENT (BPM).......................................................58

3.4.1 Planejamento do BPM..........................................................................60

3.4.1.1 Identificação de Processos-Chave .............................................................. 62

3.4.1.2 Melhoria de Processos Imediata .................................................................. 63

3.4.1.3 Processos para otimização ........................................................................... 63

3.4.1.4 Visão Sistêmica de Processos ..................................................................... 64

3.4.2 Modelagem e Otimização de Processos.............................................66

3.4.3 Execução de Processos.......................................................................67

3.4.4 Controle e Análise de Dados ...............................................................68

3.5 SIX SIGMA....................................................................................................................70

3.5.1 Gestão de Processo do Negócio.........................................................70

3.5.2 Metodologia de Processo de Melhoria ...............................................71

4 MODELO PROPOSTO...................................................................................74

4.1 INTEGRAÇÃO DAS ABORDAGENS: BSC, BPM E SIX SIGMA ........................76

4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS CONVERGENTES ..................................77

4.3 IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS FORTES DAS ABORDAGENS ......................79

4.4 MAPEAMENTO DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES................................................81

4.4.1 Estágio 1: Ciclo BSC ..............................................................................83

4.4.2 Estágio 2: Planejamento do BPM e Six Sigma.......................................87

4.4.3 Estágio 3: Modelagem e otimização de processo ..................................90

4.4.4 Estágio 4: Execução de Processos ........................................................90

4.4.5 Estágio 5: Controle e análise de dados ..................................................90

4.5 DEFINIÇÃO DO MODELO PROPOSTO .................................................................91

4.6 DESENVOLVIMENTO DO NOVO MODELO PROPOSTO .................................92

4.7 VALIDAÇÃO DO MODELO PROPOSTO ...............................................................94

5 ROTEIRO DE APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO...............................97

5.1 ETAPA 1: DEFINIR ESTRUTURA E RELAÇÃO CAUSA E EFEITO DOS

INDICADORES ESTRATÉGICOS ........................................................................................97

Page 14: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

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5.2 ETAPA 2: MODELAR O PROCESSO DE NEGÓCIOS E SELECIONAR O

PROCESSO CRÍTICO...........................................................................................................100

5.3 ETAPA 3: APLICAR METODOLOGIA SIX SIGMA NO PROCESSO

SELECIONADO ....................................................................................................................103

5.4 ETAPA 4: USO DA MODELAGEM PARA CRIAR O MODELO DO PROCESSO 107

5.5 ETAPA 5: INTEGRAR MODELO AO BSC ...............................................................111

6 CONCLUSÃO ..............................................................................................116

REFERÊNCIAS.......................................................................................................118

ANEXO 1 – Exemplo de processo modelado no Income Process Designer....123

ANEXO 2 – Exemplo da Tela Display Gráfico .....................................................124

ANEXO 3 – Exemplo de cockipt gerencial – Módulo Knowledge Browser ......125

ANEXO 4 – Tela de monitoramento de Indicadores – Income Monitor ............126

ANEXO 5 – Tela de Simulação de Processo – Income Simulator .....................127

Page 15: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

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1 INTRODUÇÃO

A globalização forçou as organizações a tornarem-se mais ágeis e impôs uma

situação de competição e ataque. Dessa forma, depois da abertura dos mercados

não há mais fronteiras definidas, tornando o planejamento estratégico essencial para

a competitividade. Porter (1986) ressalta que a estratégia, em sua concepção, visa

proporcionar às organizações defesas contra os diversos fatores competitivos dos

concorrentes. Pelo fato de as empresas serem, em sua essência, um sistema

complexo, é indispensável um modelo de gestão empresarial no qual seja possível

controlar os processos e mudanças necessários para proporcionar a manutenção

sustentável dos negócios.

Nesse cenário, essas instituições buscam novas formas de gestão para

melhorar a competitividade, utilizando-se de inúmeras metodologias e visando à

eficácia e eficiência na disseminação de suas estratégias coorporativas. Assim

sendo, o desenvolvimento de estratégias organizacionais estruturadas se torna um

fator de grande relevância à sobrevivência das empresas e, conforme Valeriano

(2001) destaca, o gerenciamento estratégico é um fator indispensável para apoio às

decisões e gerenciamento das mudanças.

Com essa competição, surge a necessidade, conforme apontam Kaplan e

Norton (1996), de se explorar mais os ativos intangíveis ao invés de focar-se

somente na capacidade de investimento ou gerenciamento excessivo dos ativos

físicos ou tangíveis.

Durante a década de 90, as organizações necessitaram de novos modelos

que permitissem enfrentar este ambiente hostil de competição, por esse motivo,

Kaplan e Norton (1996) apresentam uma nova metodologia para gestão estratégica

de desempenho, o Balanced Scorecard (BSC), sistema que não observa somente as

medidas financeiras como ponto central e determinante para o desempenho das

empresas.

Tal abordagem visa disponibilizar um sistema de gerenciamento de

desempenho que equilibra as medidas financeiras e não financeiras e proporciona o

desdobramento estratégico a todos os setores da empresa. Após a publicação dos

estudos a respeito do BSC (KAPLAN; NORTON, 1992; KAPLAN; NORTON, 1997;

KAPLAN; NORTON, 2000; KAPLAN; NORTON, 2001), inúmeras organizações

Page 16: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

15

implementaram essa metodologia para gerenciamento das medidas de

desempenho, principalmente no tocante à tradução de seus objetivos estratégicos a

toda a força de trabalho. No entanto, nem todas essas implementações

apresentaram o sucesso esperado, por fatores diversos, principalmente a dificuldade

da força de trabalho em entender tal conceito e sua complexidade propriamente dita

(PARANJAPE; ROSSITER; PANTANO, 2006; JOHANSON et al, 2006; DESBUSK;

CRABTREE; CRABTREE, 2006 ; PFORSICH, 2005; McCUNN, 1998).

Neste cenário competitivo e globalizado, existe constante preocupação em

manter o desempenho operacional em perfeita harmonia e conformidade com os

objetivos predefinidos na estratégia organizacional. Para tanto, não existe mais

tempo para as organizações terem processos ineficazes e a melhoria contínua e

sustentabilidade dos processos é indispensável para o sucesso das empresas.

Dentro deste contexto, Baldam et al. (2006) discorrem em referência ao

crescente advento das recentes inovações em gestão de processos de negócios

usando a metodologia Business Process Management (BPM).

Esta área emergente tem se revelado de grande importância para um melhor

entendimento dos diversos processos existentes em uma organização. Além disso,

Silva (2006) assinala que a característica marcante da modelagem de processo de

negócio é a tradução dos processos em símbolos, o que facilita o entendimento

comum e ameniza a complexidade das organizações, bem como facilita alterações e

manipulações dos modelos gerados pela modelagem.

Por outro lado, Rotondaro et al. (2002) citam ser o Six Sigma uma das

metodologias estratégicas que pode propiciar mudanças para acelerar a melhoria

contínua de processos, produtos e serviços.

Esta pesquisa examinará as metodologias BSC, Six Sigma e BPM, fazendo

uma síntese sobre os aspectos convergentes, bem como investigará em que

aspectos as abordagens BPM e Six Sigma podem contribuir para um melhor

entendimento e disseminação do conceito BSC a todos os níveis da organização.

O foco desta pesquisa estará direcionado em observar principalmente os

aspectos envolvidos na gestão estratégica de desempenho da administração da

produção, todavia, esse modelo poderá ser utilizado em qualquer processo de

negócios, em função da sua capacidade em minimizar a complexidade

organizacional e proporcionar uma implementação gradativa dessa nova

abordagem.

Page 17: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

16

Escolhem-se para esta pesquisa os processos de negócios envolvidos na

administração da produção mediante fatores discorridos por Davis, Aquiliano e

Chase (2001), que descrevem o reconhecimento crescente da administração da

produção para uma posição estratégica que detém a função de agregar valor aos

bens e serviços que as organizações fornecem aos seus clientes. Por outro lado,

Slack et al. (1997) citam a função da produção como o foco central nas

organizações, em virtude da necessidade constante de produção de bens e

serviços, sendo assim, o controle dos processos são imprescindíveis para a

prevenção de mudanças indesejáveis e adversas.

Desta forma, o que se busca nesta pesquisa é apresentar em que aspectos o

Business Process Management (BPM) e Six Sigma podem contribuir para o uso do

Balanced Scorecard (BSC) no ambiente produtivo das empresas, bem como

propiciar o acompanhamento em tempo real dos processos, ou seja, propor um

modelo teórico aplicável para minimizar a complexidade dos processos e

monitoração das medidas de desempenho.

1.1 PROBLEMA

De forma geral, as operações possuem capacidade de criar novos produtos,

serviços e processos conforme a estratégia das organizações, sendo assim,

acredita-se que existe uma grande oportunidade de melhoria da gestão estratégica

envolvida no BSC, principalmente no tocante a uma visão sistêmica de processos.

Tal hipótese decorre das evidências examinadas nos estudos de Paranjape, Rossiter

e Pantano (2006) e Johanson et al. (2006), que apresentam alguns “dilemas”,

problemas e, consequentemente, oportunidades de melhoria no uso do BSC.

Segundo Johanson et al. (2006), a experiência de implementação e utilização

do BSC tem sido investigada em numerosos estudos e os resultados diferem entre

alcançar ou não o sucesso, conforme apresentado por McCunn (1998), Mooraj,

Oyon e Hostettler (1999), Chan (2004) e Williams (2004). Por outro lado, menciona-

se que há quatro causas principais para o insucesso, a saber: a dificuldade na

implementação e mobilização dos empregados (processo top-down); abordagem

única para todos os tamanhos de empresa (geralmente não há estudos significativos

em pequenas empresas); dimensões temporais (relação causa e efeito versus tempo

de ocorrência); e lógicas organizacionais diferentes (por exemplo: cultura).

Page 18: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

17

Tais aspectos são inerentes da complexidade organizacional, processos de

mudança e ambiente de inserção, portanto, se faz necessário um melhor

entendimento do balanceamento no gerenciamento e controle de processos. Sendo

assim, busca-se neste estudo examinar em quais aspectos o gerenciamento de

processo de negócios, Business Process Management (BPM) e Six Sigma podem

contribuir a respeito dos impactos dessas metodologias no BSC, pelo uso da

concepção de mapeamento, modelagem de processos de negócios e do

gerenciamento/controle dos processos.

Mediante esta hipótese, levanta-se a questão condutora deste trabalho:

Como o BPM e o Six Sigma podem contribuir para a melhoria contínua

sustentável do BSC, no tocante à gestão estratégica de desempenho na

administração da produção?

1.2 OBJETIVO GERAL

Desenvolver um modelo conceitual que integre as abordagens BSC, BPM e

Six Sigma, no que tange à melhoria no gerenciamento estratégico de desempenho

dos processos.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Com base na definição do objetivo geral da pesquisa foram definidos os

seguintes objetivos específicos:

a) Levantar as propostas atuais de modelagem de processo de negócios,

possibilitando, desta forma, o uso da concepção de modelagem de processos

para auxiliar a gestão das medidas de desempenho.

b) Investigar como a metodologia Six Sigma pode colaborar para o processo de

modelagem de processo de negócios, principalmente no que diz respeito ao

mapeamento, à eliminação de variabilidade e ao desperdício dos processos.

c) Investigar como o Six Sigma e BPM podem contribuir para o gerenciamento

estratégico na administração da produção.

Page 19: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

18

d) Apresentar um modelo teórico que tem como objetivo integrar as abordagens

Six Sigma, BPM e BSC.

1.4 JUSTIFICATIVAS: A PROBLEMÁTICA EXISTENTE NO CONTEXTO BSC

Paranjape, Rossiter e Pantano (2006) destacam que existe uma oportunidade

de melhoria no processo de concepção e execução das medidas de desempenho e

que há carência de investigação nos sistemas dinâmicos de medição de

desempenho. Por outro lado, em revisão da literatura recente, observa-se que é

indispensável uma investigação que explore a concepção de sistemas dinâmicos de

avaliação e, por sua vez, opere dentro de um ambiente integrado de processos de

negócio. Além disso, o estudo aprimorado entre o relacionamento das causas e

efeitos torna-se um desafio para profissionais e acadêmicos (BRIGNALL, 2002;

NORREKLIT, 2003; NEELY et al., 2003 apud PARANJAPE; ROSSITER; PANTANO,

2006).

Mediante este cenário, acredita-se que o gerenciamento por processos pode

otimizar os procedimentos decisórios, bem como padronizar as ações dos sistemas

produtivos por meio de uma metodologia descritiva, e abreviar rápidas soluções para

os problemas nas operações, proporcionando uma redução do tempo na passagem

de um estado ou situação para outro.

Nesta análise, buscar-se-á a existência, ou não, das condições capacitadoras

para implementação do BPM, Six Sigma e BSC no processo de gestão de

desempenho, pela análise das questões convergentes das três metodologias. Desta

forma, sendo possíveis essas condições, será apresentado um modelo teórico

aplicável para gerenciamento rotineiro por processos produtivos.

Acredita-se que com o uso da metodologia Six Sigma e modelagem dos

principais processos envolvidos entre as medidas de desempenho, pode-se

transformar este modelo estático (BSC) de medidas de desempenho em um modelo

dinâmico que possa ser usado para a validação da consistência lógica entre os

indicadores, possibilitando assim identificar possíveis erros antes da implementação.

Por outro lado, é possível também usar este modelo para treinamento à força

de trabalho, visando buscar melhor entendimento sistêmico das medidas de

desempenho. Além disso, Fernandes (2003) discorre que o BSC possui algumas

Page 20: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

19

limitações que, por sua vez, podem ser minimizadas mediante o uso da prática de

modelagem.

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Este estudo será desenvolvido em seis capítulos, conforme estrutura

apresentada na Figura 1, a qual apresenta a estrutura da dissertação e os

respectivos elementos que compõem cada capítulo, a saber:

a) Capítulo 1: Introdução;

b) Capítulo 2: Estratégia da pesquisa

c) Capítulo 3: Revisão da literatura fundamentos teóricos;

d) Capítulo 4: Desenvolvimento do modelo proposto;

e) Capítulo 5: Aplicabilidade do modelo proposto;

f) Capítulo 6: Considerações finais.

Capítulo 1 Introdução.

Capítulo 2 Apresenta a estratégia da pesquisa

Capítulo 3 Abordagem do referencial teórico referente aos conceitos de gestão

estratégica, medidas de desempenho, métodos de modelagem,

BPM, Six Sigma e BSC.

Capítulo 4 Apresentação dos aspectos de convergência entre as

metodologias BPM, Six Sigma e BSC, ou seja, identificação dos

elementos que podem auxiliar a integração desses conceitos em

um único modelo. Por outro lado, apresenta o desenvolvimento do

modelo teórico aplicável para a integração do Six Sigma, BPM e

BSC.

Capítulo 5 Apresentação da aplicabilidade do modelo proposto, mediante a

apresentação das etapas sugeridas para e validação do modelo em

um estudo futuro.

Capítulo 6 Apresentação das conclusões finais.

Page 21: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

20

Figura 1 – Estrutura da dissertação

Fonte: elaborado pelo autor.

Capítulo 1 Introdução

Capítulo 3 – Revisão da Literatura

Gestão Estratégica e Medidas de Desempenho

Six Sigma

Balanced Scorecard

Métodos de Modelagem de Processos

Business Process Management

Capítulo 4

Capítulo 5

Desenvolvimento do Modelo Proposto

Aplicabilidade do Modelo Proposto

Capítulo 6 Conclusão

Capítulo 2 Metodologia da Pesquisa

Page 22: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

21

2 ESTRATÉGIA DA PESQUISA: METODOLOGIA

Neste capítulo será apresentada a metodologia utilizada na evolução desta

pesquisa. Neste contexto, buscou-se identificar a metodologia mais apropriada para

nortear a análise dos quesitos envolvidos que, por sua vez, colaborem para atingir

os objetivos propostos.

2.1 METODOLOGIA CIENTÍFICA

De acordo com Salomon (1991), há um conjunto de propriedades e

características que norteiam a atividade científica, a saber:

a) Método de abordagem e processo cumulativo do conhecimento;

b) Comporta conhecimentos em desenvolvimento;

c) Detém verdades provisórias que abrem possibilidades a novas

descobertas;

d) Método de abordagem com capacidade de explicação, classificação,

predição, descrição e interpretação;

e) Rigor na fundamentação;

f) E, por último, se completa à medida que as descobertas são aplicadas.

Por outro lado, as características do problema determinam o tipo de pesquisa

científica a ser desenvolvida. Gil (1991) aponta três tipos, a saber:

i. Pesquisa exploratória ou descritiva: proporciona ao pesquisado

proporcionar maior familiaridade com o problema visando torná-lo

explicito ou construir hipóteses. Por outro lado, é constituída de

levantamento bibliográfico; entrevistas; análise de exemplos que

permitam a compreensão.

ii. Pesquisa descritiva: tem como objetivo descrever as características de

determinada população ou fenômeno, que permitam estabelecer

relações entre variáveis pesquisadas. Geralmente utiliza-se técnicas

padronizadas para coleta de dados.

Page 23: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

22

iii. Pesquisa explicativa: voltada principalmente para a identificação dos

fatores que contribuem para a ocorrência dos fenômenos e caracteriza-

se pelo aprofundamento do conhecimento da realidade porque explica

a razão, o “porquê” das coisas.

Neste sentido, a pesquisa a ser realizada caracteriza-se como uma pesquisa

exploratória. Assim sendo, Salomon (1991) destaca que a pesquisa exploratória

encontra-se fundamentada na definição clara do problema, descrevendo o

comportamento, classificando os fatos e variáveis e, portanto, proporcionando

discernimento sobre o assunto estudado.

Para Triviños (1987), essa técnica de pesquisa permite aumentar a

experiência do pesquisador a respeito do assunto e aprofundar os estudos sobre

uma realidade específica, ou seja, proporciona a busca de uma base teórica com

maior confiabilidade e segurança.

Para tanto, o pesquisador deverá executar um planejamento exploratório,

visando identificar os elementos que possam contribuir para a solução do problema,

ou seja, procurar a solução mais adequada.

2.2 ESTRUTURA DA PESQUISA

Para atingir os objetivos propostos, se faz necessário uma fundamentação

teórica, a qual tem por objetivo pesquisar os referenciais teóricos, bem como citar e

descrever elementos que possam contribuir para a implementação conjunta dos

conceitos BPM, Six Sigma e BSC. A Figura 2 apresenta o conjunto de etapas que

nortearão esta pesquisa.

Page 24: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

23

Figura 2 – Estrutura da pesquisa

Fonte: elaborado pelo autor.

A pesquisa foi realizada em seis etapas (conforme Figura 2), as quais foram

desenvolvidas da seguinte forma:

a) Etapa 1: Exploração bibliográfica dos conceitos: do ponto de vista da

abordagem, a pesquisa será do tipo exploratória ou descritiva, conforme

descreve Salomon (1991), e composta pelas seguintes fases: pesquisa

baseada em referencial teórico, análise dos procedimentos atuais e

registro dos quesitos envolvidos. O objetivo da pesquisa baseada em

referencial teórico é descrever e citar as condições necessárias para

integrar o BPM, Six Sigma e BSC. Por outro lado, esta pesquisa visa

disponibilizar um modelo que possa contribuir com a teoria, sendo assim,

será também fundamentada no método de pesquisa teórico-conceitual

(TC), a qual requer pesquisa de exploração bibliográfica em livros, artigos,

dissertações e teses realizadas nas bases de dados:

i. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD);

Etapa 1

Pesquisa Bibliográfica

Etapa 2 Definir o escopo,

delimitação e estrutura da dissertação

Etapa 3 Elaborar a proposta e o

desenvolvimento da pesquisa

Etapa 4 Desenvolvimento do novo

modelo proposto

Etapa 5 Aplicabilidade do modelo

proposto

Etapa 6 Considerações finais e

referências

Page 25: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

24

ii. Institute of Electrical and Electronic Engineer (IEEE);

iii. CAPES periódicos;

iv. Academic Search Premier (EBSCO);

v. ProQuest - Academic research library;

vi. DotLib: Springer-Verlag e Kluwer Springer.

b) Etapa 2: Escopo e estruturação da dissertação: após o embasamento

teórico obtido por meio da pesquisa exploratória, será definida a estrutura

do trabalho: aspectos relevantes das metodologias, tema, delimitação.

Além disso, as reuniões com os orientadores e co-orientadores serão de

grande importância neste quesito.

c) Etapa 3: Elaboração da proposta e desenvolvimento: mediante a análise

dos principais aspectos das metodologias de modelagem de processo de

negócios, BSC e Six Sigma, o texto será redigido visando identificar e

documentar como essas abordagens podem contribuir para o

desempenho dos processos. Este trabalho se propõe a usar a seguinte

metodologia, a saber:

i. Levantamento e revisão dos elementos do Six Sigma passíveis

de uso na modelagem de negócio;

ii. Exame das características conceituais em modelagem de

processos de negócio, Six Sigma e BSC;

iii. Pesquisa das técnicas de modelagem de processos;

iv. Investigação de qual sequência seria mais adequada para o uso

do Six Sigma dentro da concepção de modelagem de processos

de negócios;

v. Aplicação do conceito Six Sigma e modelagem na metodologia

BSC.

d) Etapa 4: Desenvolvimento e apresentação de modelo teórico aplicável

para a integração do Six Sigma e BPM, e BSC no que tange ao

gerenciamento estratégico dos indicadores de desempenho.

Page 26: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

25

e) Etapa 5: Apresentação das recomendações e etapas para uma validação

do modelo proposto, mediante estudo futuro. Todavia, será apresentado

um estudo de caso a despeito da aplicabilidade do modelo. Neste estudo,

serão observadas as etapas recomendadas para a devida validação sem

a preocupação do desempenho do novo modelo. Para tanto, aplicar-se-á a

proposta na área de operações e serviços de uma empresa de tecnologia.

f) Etapa 6 – Considerações finais: serão descritos a análise dos quesitos e

síntese da pesquisa, o foco central será a padronização da gestão dos

processos gerenciais, através da implementação de um novo modelo, o

qual tem como objetivo a integração do Six Sigma, BPM e a abordagem

BSC.

Este novo modelo deterá uma metodologia que possibilite, por meio de

modelagem de processo de negócios (BPM), um monitoramento das diversas

medidas de desempenho, em tempo de execução, bem como a prática de

mapeamento de processos que possibilite uma visão de responsabilidade, papéis,

atividades, tarefas e fluxo das informações que permita compreender e identificar as

necessidades do negócio.

Por outro lado, a ferramenta Six Sigma permitirá o aprimoramento da

excelência da competitividade pela melhoria contínua dos processos e diminuição de

variabilidade. Por último, o BSC realizará a manutenção do equilíbrio

(balanceamento) das medidas de desempenho das organizações, possibilitando,

assim, auxílio e controle das ações estratégicas para atingir os objetivos do negócio.

2.2.1 Característica da pesquisa

Os métodos e técnicas empregadas em pesquisas científicas podem ser

selecionados desde a definição do problema e da delimitação do universo

pesquisado. Para Silva e Menezes (2001), segundo o ponto de vista da forma de

abordagem do problema, uma pesquisa poder ser classificada conforme

apresentado a seguir:

Page 27: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

26

a) Pesquisa Quantitativa: é fundamentada pelos métodos quantificáveis, ou seja,

permite traduzir resultados em números, sendo assim, requer uso de técnicas

estatísticas.

b) Pesquisa Qualitativa: considera que existe uma relação dinâmica entre o

mundo teórico e real. Neste sentido, os pesquisadores tendem a analisar seus

dados indutivamente, bem como não requer uso de métodos e técnicas

estatísticas. Além disso, segundo Triviños (1987), o fundamento desse tipo de

pesquisa descritiva consiste na necessidade do pesquisador em se

aprofundar no conhecimento de determinados comportamentos ou

fenômenos.

Neste contexto, a abordagem nessa pesquisa é considerada qualitativa, em

função de que o processo e seu significado são os focos principais de abordagem

proposta. Assim sendo, estudar-se-á os modelos estruturais BSC, BPM e Six Sigma

buscando identificar os elementos convergentes que, por sua vez, permitam a

integração dessas três abordagens, ou seja, não é propósito desta pesquisa

quantificar os resultados obtidos neste novo modelo.

2.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

Em virtude da complexidade dessas abordagens, foi decidido voltar-se

apenas aos principais aspectos que possibilitam o uso das metodologias BSC, BPM

e Six Sigma em conjunto, ou seja, não será escopo desta pesquisa o

aprofundamento nos quesitos envolvidos na implementação de cada abordagem.

Page 28: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

27

3 REVISÃO DA LITERATURA

Nesse capítulo será apresentada a revisão da literatura, que tem por objetivo

pesquisar os referenciais teóricos, bem como citar e descrever os elementos e

fenômenos que possam contribuir para a implementação da gestão por processos

de negócios, sendo assim, observar-se-á esses itens em cinco categorias que serão

descritas a seguir: Gestão estratégica e medidas de desempenho, Balanced

Scorecard (BSC), Métodos e Técnicas de modelagem de processos, Business

Process Management (BPM) e Six Sigma.

3.1 GESTÃO ESTRATÉGICA E MEDIDAS DE DESEMPENHO

O mundo dos negócios é exigente e a pressão da competição parece se

intensificar a cada dia, pois, com clientes cada vez mais exigentes, há pouca

tolerância a erros. Neste contexto, em um mundo globalizado, há necessidade de

tomadas de decisão cada vez mais rápidas, o que torna o gerenciamento estratégico

e a gestão de desempenho das organizações de vital importância para a vantagem

competitiva nos mercados.

Em meados da década de 70, Skinner (1974) demonstrou que existiam

muitas oportunidades de transformação das fábricas (termo muito apropriado para

aquela época, na qual a principal preocupação era fabricar o máximo possível) para

que estas auxiliassem no processo competitivo. Sendo assim, surge a necessidade

de ruptura do paradigma tradicional das fábricas direcionadas exclusivamente para

custos e eficiência e, consequentemente, emerge a busca incessante para

transformação da manufatura como vantagem competitiva, por meio da exploração

de características que permitam criar diferenciais tais como: a) Tecnologia de

processo; b) Conhecimento da demanda de mercado; c) Volume de produto; d) Nível

de qualidade; e) Ferramentas de manufaturas.

Hayes e Wheelwright (1985) chamam a atenção para o fato de que, mediante

uma limitação gerencial que observa somente as fraquezas existentes nos

processos produtivos e se esquece de procurar os pontos fortes, inúmeras vezes a

manufatura torna-se reativa, no entanto, existe uma indispensabilidade em se

Page 29: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

28

reverter tal característica. Tal necessidade ocorre por causa da importância da

manufatura do campo estratégico das organizações. Esta área tem-se revelado de

grande importância para o fortalecimento da competitividade das organizações, no

entanto, por muito tempo as empresas negligenciaram os processos produtivos,

tornando caro a reconstrução da produção para benefício das vantagens que

poderiam ter em relação à concorrência.

O planejamento estratégico deverá defender as organizações contra os

diversos fatores competitivos dos concorrentes, sendo assim, tal quesito mostra à

organização a necessidade de conhecer suas franquezas e forças para conseguir

destacar-se em relação aos concorrentes, ou seja, obter vantagem competitiva. Em

outras palavras, a estratégia consiste em executar as atividades do dia-a-dia de

forma diferente da que executa outras empresas de mesmo segmento.

Nesse sentido, o sucesso das empresas deve estar balizado em adquirir as

condições capacitadoras para articular as atividades de uma forma “única” que, por

sua vez, deverá ser de difícil imitação por seus concorrentes, sendo assim,

possibilitando a criação de um conjunto de valores agregados e percebidos pelos

clientes e, portanto, proporcionando à empresa uma posição “única” no mercado

(PORTER, 1996).

Sendo assim, pode-se afirmar que na década de 80 ocorreu a consolidação e

disseminação do conceito de gestão estratégica, fato decorrente da proposta de

Porter (1986). Muitas são as definições referentes ao planejamento estratégico,

todavia, se destaca que o processo estratégico está focado em gerar as vantagens

competitivas atuais que proporcionarão a sustentação de tais vantagens no futuro.

Em outro extremo, nas décadas de 80 e 90 consolidou-se também a

manufatura como um fator que proporcionou diferenciação em relação à

concorrência e, portanto, uma vantagem competitiva a ser usada para sucesso nos

negócios (SKINNER, 1974; HAYES; WHEELWRIGHT, 1985; HAYES; PISANO,

1994; HAYES; UPTON, 1998).

Como as empresas são, em sua essência, um sistema complexo, com

identidade, cultura e dinâmica própria, é indispensável um modelo de gestão

empresarial no qual seja possível controlar os processos e mudanças necessários

para uma manutenção sustentável dos negócios. Portanto, o gerenciamento

estratégico deve mostrar como a organização deve posicionar-se perante as

mudanças e tendências externas e internas. Neste ponto, Porter (2000, p. 20)

Page 30: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

29

salienta que “a estratégia está diretamente relacionada com a escolha dos fatores

que diferenciam a empresa de seus concorrentes”.

No tocante à formulação estratégica, Porter (1986) ressalta a importância do

relacionamento da companhia com o ambiente no qual se encontra inserida, o que

torna a observância das cinco forças competitivas totalmente indispensável, a saber:

a) Ameaça de novos ingressantes;

b) Ameaças de produtos substitutos;

c) Rivalidade entre concorrentes existentes;

d) Poder de barganha dos compradores;

e) Poder de barganha dos fornecedores.

Dessa forma, a estratégia corporativa deve garantir as vantagens

competitivas sustentáveis mediante uma visão sistêmica da organização, ou seja,

precisa gerenciar as competências essenciais para explorar as suas franquezas e

fortaleza, bem como investigar as oportunidades e ameaças.

A estratégia dos negócios (neste estudo a manufatura e operações)

determina as ações e uso adequado dos recursos para empregar as vantagens

competitivas, proporcionando agregação de valores aos clientes. Dentro deste

cenário competitivo, a estratégia de operações vem se destacando a cada dia como

um fator diferenciador que proporciona vantagem competitividade às organizações.

Enfim, há uma preocupação constante em manter o desempenho operacional

em perfeita harmonia e conformidade com os objetivos predefinidos na estratégia

organizacional. Sendo assim, torna-se uma necessidade diária a prática da melhoria

constante de desempenho nas organizações, e por isso atualmente existem

inúmeras pesquisas referentes ao gerenciamento das medidas de desempenho.

Segundo Folan e Browne (2005), as organizações e mundo acadêmico dão

muita importância para o gerenciamento do desempenho das medidas,

consequentemente, tem se revelado de grande impacto nas estratégias de

manufatura, assim existe uma vasta literatura sobre tal quesito, no entanto, com a

quantidade de informações surgem algumas contradições e duplicidade de

informações.

Para Folan e Browne (2005), as medidas de desempenho não devem mais

estar voltadas aos aspectos internos, tais como eficácia e eficiência, pois o grande

Page 31: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

30

desafio é entender a visão das medidas de desempenho no contexto de uma

estrutura supply chain, ou seja, o relacionamento externo entre as companhias desta

rede de relacionamento. Além disso, os autores destacam que as medidas de

desempenho estão categorizadas em duas áreas específicas: recomendações para

as medidas de desempenho, que enfatizam as exigências e requerimentos, e

recomendações e questões referentes ao framework e desenho do sistema,

concentrados no processo estrutural e procedimental.

No tocante aos sistemas de medidas de desempenho, Folan e Browne (2005)

enfatizam que há pouca literatura acadêmica sobre tal quesito, a qual muitas vezes

deixa a desejar, pois não aprofunda os assuntos; os autores também sugerem que

para o sucesso de um sistema de medidas de desempenho se faz necessário

observar os aspectos estrutural e procedimental, tais como ferramentas e listas de

medidas. Nesse contexto, destacam-se três sistemas de medidas de desempenho:

a) Reengenharia de processo de negócios (ACKERMANN et al, 1999;

BERIT, 1996);

b) Sistema de Medori e Steeple (MEDORI; STEEPLE, 2000);

c) Balanced Scorecard (BSC) (KAPLAN; NORTON, 1996) que, por sua vez,

será o sistema de estudo a ser examinado nesta pesquisa.

3.2 BALANCED SCORECARD (BSC)

A metodologia Balanced Scorecard (BSC) surgiu porque alguns executivos

observaram que as medidas baseadas única e exclusivamente em aspectos

financeiros não atendiam mais a eficácia no gerenciamento, ou seja, tal ênfase foi de

grande sucesso na era industrial, mas a mudança dos mercados exige novas

abordagens. Além disso, o BSC se dispõe em disponibilizar um sistema

“balanceado” de medidas de desempenho e desdobramento dos diversos objetivos

estratégicos.

Segundo Eccles (1991), na década de 1980, inúmeros gerentes iniciaram

uma busca acirrada com o objetivo de melhorar as medidas de desempenho, por

causa da falência dos indicadores financeiros como avaliação efetiva do

Page 32: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

31

desempenho organizacional. Assim sendo, mediante a necessidade de mudança

dos sistemas de medição, se inicia o questionamento do paradigma de medições

focado exclusivamente nas questões financeiras, visto que as organizações são

compostas por diversos fatores e não exclusivamente de indicadores financeiros.

Dentro deste contexto, destaca-se que existe um consenso entre as classes

acadêmica e profissional sobre as medidas de desempenho estarem obsoletas e

prejudicarem as empresas no dia-a-dia, tal fato decorre da necessidade de observar

novos fatores influenciadores intangíveis, como, por exemplo, a cobertura do

mercado, diversidade de produto, recursos humanos e satisfação de cliente.

Por outro lado, observa-se uma fragilidade nos apresentativos financeiros que

as empresas apresentam ao público externo, porque podem ser manipulados por

executivos que visam obter bom desempenho em suas ações (ECCLES, 1991),

mesmo em situações em que as condições não são favoráveis às empresas; por

esse motivo, se faz necessário romper essa tradição e buscar novos padrões.

Para tanto, muitas organizações começam a observar alguns fatores internos

como taxa de defeito, tempo resposta, rapidez de entrega e desempenho das

operações, produtos e serviços. Além disso, as empresas prestam atenção ao

aumento do nível de serviços prestados. Mediante essa nova tendência, surgem

novas abordagens, tais como:

a) Ferramenta de qualidade total;

b) Prêmios nacionais de qualidade;

c) Surgimento dos departamentos de satisfação do cliente.

Essas novas abordagens têm se revelado de grande importância para o

aparecimento de novas medidas de desempenho como, por exemplo, os indicadores

de qualidade. Mais adiante surge a ferramenta benchmarking, a qual, por sua vez,

busca comparar boas práticas entre empresas da mesma indústria e, portanto, torna

possível comparar o desempenho das empresas, visando à busca da melhoria

contínua.

Com a potencialização da tecnologia da informação, surgem novas

oportunidades de aprimorar as técnicas de gerenciamento de desempenho, e essas

novas estruturas de informação das organizações proporcionam o início do

gerenciamento dos dados, tendo como objetivo proporcionar o fortalecimento da

Page 33: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

32

estratégia da empresa, neste quesito, é notório que diferentes negócios com

diferentes estratégias requerem diferentes informações para auxiliar o processo de

decisão e gerenciamento do desempenho.

Para Eccles (1991), os métodos de medição de desempenho financeiro têm

sofisticados processos de controle, no entanto, esses sistemas apenas retratam um

histórico do passado, não sendo possível agir proativamente, e impossibilitando

ações para correção de desvios dos objetivos. Sendo assim, surge a necessidade

de novas medidas de desempenho que permitam não só acompanhar as mudanças

de rumo na estratégia, mas permitir a correção antecipada de um desvio de

percurso.

No início da década de 1990, Kaplan e Norton (1992) publicam “The Balanced

Scorecard: measures that drive performance”, estudo que apresenta a metodologia

Balanced Scorecard (BSC). Tal abordagem surgiu porque alguns executivos

observaram que as medidas baseadas única e exclusivamente em aspectos

financeiros não atendiam mais a eficácia do gerenciamento, ou seja, tal ênfase foi de

grande sucesso na era industrial, mas mudanças nos mercados, tais como, a)

competitividade; b) diversidade de produtos; c) concorrência acirrada e d) clientes

mais exigentes, tornaram necessário observar novas abordagens ou parâmetros

para medir a eficácia e eficiência das organizações.

O BSC é uma nova concepção que não está voltada exclusivamente aos

aspectos financeiros e sua abordagem compreende quatro aspectos:

i. Como os clientes veem sua companhia?

ii. O que é importante para sua companhia sobressair-se?

iii. Pode a sua companhia manter a melhoria e a criação de valor contínuo?

iv. Como a sua companhia é vista pelos acionistas?

A estrutura utilizada nesta abordagem está apresentada na Figura 3.

Page 34: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

33

Figura 3 – Perspectivas do BSC

Fonte: Kaplan e Norton (1997).

Dentro deste contexto, as tradicionais medidas focadas em objetivos

financeiros são questionadas, ou seja, os resultados financeiros são uma

consequência da melhoria operacional. Nesse sentido, o BSC se dispõe a

disponibilizar um sistema “balanceado” de medidas de desempenho que, por sua

vez, são compostos por quatro perspectivas, a saber:

a) A perspectiva do cliente preocupa-se com as medidas que refletem em

satisfazer necessidades do cliente como, tempo de entrega, qualidade,

desempenho dos serviços, lead time e custo; são medidas que têm como

objetivo principal criar valor ao cliente.

b) A perspectiva dos processos internos enfatiza os quesitos críticos para a

operação, os quais influenciam a satisfação dos clientes e desempenho

operacional, por exemplo: cycle time, habilidade dos empregados,

produtividade e foco na excelência da manufatura.

c) A perspectiva de inovação e aprendizado organizacional se preocupa com

as habilidades da organização em “aprender”, inovar e manter políticas de

melhoria contínua nos processos. São exemplos desta perspectiva:

Visão e

Estratégia

Perspectiva

Financeira

Perspectiva

Aprendizado e

Crescimento

Perspectiva

do cliente

Perspectiva

Processos

Internos

os clientes

em nós?

Acionistas

em nós?

Visão e

Estratégia

Perspectiva

Financeira

Perspectiva

Financeira

Perspectiva

Aprendizado e

Crescimento

Perspectiva

do cliente

Perspectiva

Processos

Internos

Que veem

os clientes

em nós?

Que veem

Acionistas

em nós?

Visão e

Estratégia

Perspectiva

Financeira

Perspectiva

Financeira

Perspectiva

Aprendizado e

Crescimento

Perspectiva

do cliente

Perspectiva

Processos

Internos

os clientes

em nós?

Acionistas

em nós?

Visão e

Estratégia

Perspectiva

Financeira

Perspectiva

Financeira

Perspectiva

Aprendizado e

Crescimento

Perspectiva

do cliente

Perspectiva

Processos

Internos

Que veem

os clientes

em nós?

Que veem

Acionistas

em nós?

Page 35: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

34

habilidade de lançar novos produtos, criar mais valor ao cliente, melhoria

operacional (eficiência) e contínua penetração do mercado.

d) A perspectiva financeira tem como objetivo a satisfação das expectativas

dos acionistas. Tal perspectiva garante que as melhorias adquiridas, por

meio das perspectivas anteriores, se transformem em lucratividade para

as organizacionais. Destaca-se a importância dessa perspectiva visto que

nem sempre uma melhoria nos resultados operacionais proporciona

melhoria financeira. Além disso, se faz necessário políticas claras para

traduzir esse resultado operacional em lucro aos acionistas, ou seja, o

grande desafio é “balancear” as diversas medidas de desempenho,

proporcionando, assim, o equilíbrio entre operação e finanças (KAPLAN;

NORTON, 1992; KAPLAN; NORTON, 1997).

Dentro dessas perspectivas, o BSC proporciona a tradução dos objetivos

organizacionais para todos os níveis da empresa. O sistema de medição de

desempenho deixa de ser um sistema central, baseado na administração da

gerência de alto nível para um gerenciamento das medidas de desempenho nos

níveis mais baixos. Por outro lado, foca-se em medidas de desempenho que

realmente são essenciais para o desempenho organizacional no presente e futuro.

Para Kaplan e Norton (1997), o BSC “traduz a missão e a estratégia das

empresas num conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de base

para um sistema de medição e gestão estratégica”.

Na última década, inúmeras empresas implementaram a metodologia BSC

para gerenciamentos de metas preestabelecidas, o principal foco encontra-se no

fortalecimento da comunicação com a força de trabalho.

No início desse período, muitas implementações realizadas tinham como

preocupação principal o controle de metas e objetivos (Scorecard), no entanto, após

as publicações de Kaplan e Norton (1997) e Kaplan e Norton (2000), é possível

observar que o uso dessa metodologia é mais que um simples sistema de

mensuração de desempenho e, portanto, se torna uma ferramenta de tradução da

estratégia e comunicação do desempenho.

Neste contexto, Kaplan e Norton (1997) afirmam que a estratégia é um

conjunto de hipóteses sobre causas e efeitos. O sistema de medição deverá tornar

explícitas as relações (hipóteses) entre os objetivos (e as medidas) nas diversas

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35

perspectivas, para poderem ser gerenciadas e validadas. Por outro lado, a partir dos

fatores críticos de sucesso identificados pode-se estabelecer a escolha e elaboração

das medidas de desempenho.

A Figura 4 mostra a dinâmica do BSC para ação estratégica por meio do

modelo que apresenta como ocorre a operacionalização estratégica neste contexto,

em outras palavras, este processo encontra-se subdividido em quatro etapas, a

saber: tradução da visão, comunicação e conexão, planejamento do negócio e

feedback e aprendizado contínuo.

A tradução da visão consiste primeiramente em estimular os gerentes a

obterem um consenso em relação à visão estratégica da organização, sendo assim,

busca-se a integração dos diversos objetivos e medidas para uma visão única,

proporcionando que se atinja os objetivos de longo prazo com sucesso.

Figura 4 – Estrutura para ação estratégica do BSC

Fonte: Kaplan e Norton (1997).

Na etapa de comunicação e relacionamento dos objetivos, ocorre a

comunicação da estratégia em sentido top-down. Deste modo, apresenta-se o

relacionamento da estratégia com os objetivos dos departamentos e os individuais,

portanto, o BSC assegura à gerência um perfeito entendimento em todos os níveis

Balanced Scorecard

Esclarecendo e traduzindo a visão e a estratégia • Esclarecendo a visão • Estabelecendo o consenso

Comunicando e estabelecendo vinculações • Comunicando e educando • Estabelecendo metas • Vinculando recompensas a

medidas de desempenho

Feedback e aprendizado estratégico • Articulando a visão • Fornecendo feedback • Facilitando a revisão e o

aprendizado estratégico

Planejando e estabelecimento de metas • Estabelecendo metas • Alinhando iniciativas • Alocando recursos • Estabelecendo marcos

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36

dos objetivos de longo prazo, ou seja, ocorre uma educação a respeito deste

contexto, proporcionando motivação e obrigação de todos os empregados. Além

disso, selecionam-se os objetivos dentro das etapas de descrição dos objetivos

corporativos, medidas e metas; tradução das metas corporativas para as unidades

de negócios e sugere aos profissionais a definição dos próprios objetivos.

Por outro lado, o planejamento do negócio proporciona a integração do

negócio com o plano financeiro e define as prioridades dos processos e alocações

de recursos. O planejamento coordena as iniciativas para que estas se movimentem

em direção aos objetivos de longo prazo. Por fim, a etapa de feedback e

aprendizado proporciona à empresa estímulo da capacidade de “aprender”, etapa

que está voltada ao acompanhamento contínuo do processo de melhoria dos

objetivos, mas, por outro lado, gerencia os processos críticos da companhia.

A estratégia de aprendizado (learning) consiste em obter feedback e testar se

as hipóteses estão conforme o desejado na estratégia e realizar ajustes, se

necessário. Posto dessa forma, tudo conduz a acreditar que o BSC é uma

metodologia “perfeita” para a realização do gerenciamento estratégico e sistema de

medição de desempenho; todavia, em pesquisa realizada nas bases de dados

Ebesco, Pro quest, IEEE, Springer e Emerald, observou-se que isto não é uma

realidade, visto que nem todas essas implementações apresentaram o sucesso

esperado (PARANJAPE; ROSSITER; PANTANO, 2006; JOHANSON et al, 2006,

DESBUSK; CRABTREE; CRABTREE, 2006; PFORSICH, 1999; McCUNN, 1998). Nos

capítulos seguintes, será apresentada essa problemática e uma proposta que tem

por objetivo contribuir para o fortalecimento do BSC.

3.3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE MODELAGEM DE PROCESSOS

Por causa do alto grau de complexidade das organizações, observa-se no

dia-a-dia o surgimento de inúmeros problemas de várias naturezas, enigmas que

devem ser resolvidos com a maior velocidade, eficácia e eficiência possível

(COLENGHI, 1997), por isso se faz necessário o uso de ferramentas (ou técnicas)

apropriadas. De acordo com Juran (1991, p. 95), o “controle de processo é a

prevenção de mudanças indesejadas e adversas; manutenções do status quo, de

um estado estável”, por outro lado, o aperfeiçoamento do processo é constituído

pelo “planejamento e criação de mudanças benéficas e desejáveis”.

Page 38: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

37

Por outro lado, Juran (1991, p. 96) acrescenta que “sem controle estatístico

não existe processo de reprodução consistente”, em outras palavras, destaca-se a

importância do procedimento de feedback no controle do processo para assegurar o

desempenho estável.

O processo de gerenciar, segundo Campos (1994, p. 61), “é o ato de buscar

as causas (meios) da impossibilidade de se atingir uma meta (fim), estabelecer

contramedidas, montar um plano de ação, atuar e padronizar em caso de sucesso”,

ou seja, se não ocorre a medição, não se tem o gerenciamento. Além disso, o autor

descreve que o processo de controle dos processos envolve a procura das causas

que impossibilitam atingir metas e estabelecer os respectivos planos de ação para

correção de possíveis desvios, e ressalta que, em caso de sucesso, esses

procedimentos devem ser padronizados.

Por muito tempo os negócios das organizações foram estruturados

verticalmente, separados por funcionalidade, áreas, departamentos, e cada um

detinha suas atividades e objetivos, no entanto, com a crescente complexidade das

empresas, esse modelo ficou obsoleto, surgindo nova abordagem de uma visão

horizontal e de processos, portanto, um processo pode ser executado por vários

departamentos ou áreas que, por sua vez, têm uma visão sistêmica e um objetivo

único.

A quebra de paradigma de uma estrutura vertical que passa para horizontal

traz grandes benefícios para a melhoria da agilidade dos processos. Salerno (1999)

discorre que a modelagem de processos, quando associada à compreensão da

organização e suas relações de divisão do trabalho, alcance de controle, fluxos,

natureza e complexidade do trabalho, remetem ao alcance de alguns resultados, tais

como: projeto de organizações orientadas numa lógica de processo,

dimensionamento de alocação de recursos humanos às etapas dos processos e

redução do lead time para produção de produtos e serviços.

Além disso, um adequado levantamento dos processos proporciona aos seus

executores conhecimentos que possibilitam definir estruturas organizacionais mais

adequadas à orientação por processos, por outro lado, a estrutura matricial tem se

revelado também muito adequada para este fim.

Para Eckes (2001), a gestão de processo do negócio refere-se à forma em

que a metodologia definirá os objetivos do negócio, os processos essenciais,

subprocessos-chave e processos capacitadores. Esses esforços estarão

Page 39: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

38

direcionados ao retorno financeiro e, consequentemente, ao aumento do valor

percebido pelo cliente.

Segundo Silva (2005), o primeiro aplicativo computacional desenvolvido para

negócios surgiu em 1954, desenvolvido pela Andersen Consulting para a empresa

General Electric. Durante muitos anos os aplicativos voltados a negócios eram

utilizados de forma isolada e não havia uma concepção sistêmica voltada à empresa

inteira.

Vernadat (1996) relata que as organizações em sua essência são desenhos

operacionais concebidos por gerentes, diversos procedimentos operacionais, textos

de regulamentos, bancos de dados, bem como por programas de aplicações, sendo

que a maioria desses modelos existe apenas na mente das pessoas, pois não estão

formalizados ou documentados; por isso se faz necessária a utilização de métodos e

ferramentas de modelagens para capturar, formalizar, manter e proporcionar a

utilização e disseminação do conhecimento. Nesse sentido, a modelagem de

processos detém, segundo Vernadat (1996) e Paim (2002), as finalidades de:

a) Uniformização do entendimento de como o trabalho é realizado, ou seja,

representar ou entender como a organização funciona;

b) Projetar ou reprojetar e especificar partes da organização, tais como:

aspecto funcional, comportamental, informacional, organizacional ou

estrutura.

c) Geração de integração;

d) Análise do fluxo de informações, a qual sugere melhorias, quando

necessário, racionaliza e assegura este fluxo;

e) Proporcionar conhecimento sobre os processos;

f) Documentar o conhecimento organizacional, com o objetivo de utilizar ou

explicitar o conhecimento adquirido, e a experiência, para que se possa

fazer novo uso no futuro;

g) Prover uma análise organizacional, qualitativa e outras;

h) Identificar indicadores, por exemplo: de processos, qualidade, financeiros

e outros;

i) Proporcionar realização de simulações de algumas partes da organização;

j) Auxiliar a tomada de decisões e gestão da organização.

Page 40: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

39

Nesse contexto, o que se busca é uma melhoria na operação e controle dos

sistemas complexos que compõem as organizações, portanto, tal abordagem de

modelo de empresa proporciona aos usuários uma representação da realidade que

remete a um consenso de visão. Esta representação se faz necessária para facilitar

a complexidade da coleção de processos de negócios que compõem as empresas.

Esses processos de negócios são executados por um grupo de entidades

funcionais que contribuem para os objetivos do negócio e, consequentemente, um

consenso de visão única é fundamental para esse quesito. A modelagem de

processo de negócios tem se revelado de grande importância para as organizações

e seu principal objetivo é estabelecer uma prática estrutura de mapeamento de

processos, mediante a identificação de responsabilidade, papéis, atividades, tarefas,

análise de caso e execução de ferramentas apropriadas para se identificar, no

contexto da organização, informações úteis para identificar e compreender as

necessidades do negócio em que a empresa está inserida.

Nesta pesquisa, para um melhor entendimento do conceito envolvido na

modelagem de processos de negócios, são necessárias algumas definições, as

quais são contextualizadas por Vernadat (1996), a saber:

a) Modelo: representação de algum assunto, que permite a abstração da

realidade expressada por algum formalismo ou linguagem;

b) Modelo de empresa: modelo específico formado por um conjunto de

modelos que representam as diferentes visões da empresa que se busca

representar. Por outro lado, é formado por um conjunto consistente e

complementar de modelos que descreve aspectos de uma organização e

tem se revelado de grande importância para auxiliar os usuários de uma

empresa em algum objetivo;

c) Processo de negócio: sequenciamento de atividades empresariais

executadas mediante a ocorrência de um evento e que se tem como

resultado algo quantitativo ou observável.

d) Modelagem de empresa: consiste em um processo que possibilita

construir modelos parciais ou de toda a empresa, objetivando observar as

diversas visões.

e) Modelagem de processos: disponibiliza para toda a organização uma

representação da lógica geral do negócio em que ela está envolvida, bem

Page 41: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

40

como as diversas unidades organizacionais são envolvidas e disseminam

entre si o conhecimento do trabalho de cada uma, criando uma visão

homogênea do negócio.

f) Processo: remete a um conjunto de atividades lógicas, relacionadas e

sequenciais que detém entrada, adiciona valor a esta e fornece uma saída

a um cliente específico (HARRINGTON; ESSELING; NIMWEGEN, 1997);

g) Subprocesso: é a porção de um processo principal e contém um objetivo

específico do processo principal (HARRINGTON; ESSELING;

NIMWEGEN, 1997).

Destaca-se nessas definições a modelagem de processos de negócios, um

conjunto de atividades ordenadas a serem realizadas com o objetivo de criar um ou

mais modelos com o propósito de representação, sínteses, análises, comunicação e

controle, ou tomada de decisão. Ou seja, uma ordenação da forma de trabalho na

qual há entradas e saídas definidas, bem como responsáveis pela execução das

tarefas, com o objetivo de modelar a execução das atividades de trabalho da

organização.

O modelo de negócio, em sua essência, é uma visão simplificada do negócio

da empresa e busca-se como foco organizar o trabalho e os recursos humanos,

equipamentos e ou informações, objetivando atingir os objetivos predefinidos das

empresas. Além disso, a modelagem proporciona uma visão do negócio da

organização que facilita o entendimento, minimizando a complexidade, ou seja,

proporciona melhor compreensão através da abstração da realidade das estruturas

complexas de negócio. Tal quesito permite aos especialistas entender a função do

negócio e, por isso, promover melhorias ou inovações.

Silva (2006) afirma que para integrar o processo de negócio, se faz

necessário integrar completamente a empresa, compartilhando e coordenando o

conhecimento. O BPM tem se revelado de grande importância para o alinhamento

dos principais processos de negócios aos objetivos organizacionais. Por outro lado,

as características marcantes da modelagem de processo de negócio são a tradução

dos processos em símbolos para facilitar o entendimento comum e amenizar a

complexidade das organizações, bem como facilitar alterações e manipulações dos

modelos gerados pela modelagem.

Page 42: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

41

Herzum e Sims (2000) destacam que os principais objetivos da modelagem

de negócio são entender a estrutura e a dinâmica da organização à qual um sistema

deverá atender, e entender os problemas presentes na organização, possibilitando

assim identificar melhorias potenciais. Além disso, o modelo de processo de negócio

pode ser compreendido como um algoritmo que descreve passo a passo como

solucionar um problema ou atingir uma meta; é por isso que esse modelo deve

possuir os seguintes quesitos:

a) Atividades e procedimentos bem especificados, inclusive com o tempo de

execução das atividades;

b) Tempo finito para execução;

c) Resultado que crie valor para um indivíduo ou executor.

Nesse contexto apresentado, se faz necessário o discernimento dos conceitos

de modelagem de processos de negócios e gerenciamento de processos de

negócios (BPM). A modelagem de processos de negócios utiliza técnicas e

ferramentas apropriadas para representar os processos, visando entender como a

empresa funciona, bem como se preocupa em descrever as atividades que fazem

parte de um processo e como estas se relacionam com o objetivo da organização.

Por outro lado, o BPM, através de uma visão sistêmica de processo, busca

direcionar a execução dos processos para estarem alinhados à estratégia da

organização e proporcionar a criação das habilidades para agregar valor ao negócio,

proporcionar a sustentabilidade do negócio e controlar a complexidade das

organizações. Este conceito será detalhado posteriormente, visto que é o quesito

envolvido nesta pesquisa.

3.3.1 Métodos de Modelagem

Segundo Paim (2002), o processo de modelagem é suportado por diferentes

métodos que, por sua vez, podem ou não ter fundamentação teórica; o autor

também destaca que um método é o resultado observado das melhores práticas em

um domínio particular de certa atividade. A seguir serão apresentados alguns

métodos investigados para a modelagem de processos.

Page 43: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

42

3.3.1.1 Método de Modelagem para Workflow

Este método decorre do trabalho desenvolvido por De Bortoli e Price (2000),

que detém como foco principal a produção de representações para auxiliar a

definição dos requisitos funcionais do software a ser desenvolvido. Por outro lado,

esta abordagem abrange as etapas de elicitação, modelagem e validação, conforme

definidas abaixo:

a) Elicitação: etapa que se inicia pela identificação do universo de

informações (Udl), coleta de informações realizadas por entrevistas ou

investigação de documentações. Mediante as informações adquiridas,

identificam-se os objetos da modelagem, tais como: atores, tarefas,

atividades e sistemas. Por outro lado, para clarificar os objetos

identificados, recomenda-se o uso da técnica 5W1H (Who?, When?,

Where?, What?, Why?, How?)1.

b) Modelagem: a partir das representações desenvolvidas na etapa anterior,

o fluxo de trabalho é projetado. Para cada atividade é construído um

diagrama de fluxo de decisão, o qual representa o fluxo de trabalho de um

processo e as respectivas atividades envolvidas neste quesito.

c) Validação: Neste ponto, ocorre a validação das representações, bem

como o fluxo de trabalho produzido das etapas de elicitação e modelagem.

Esta validação ocorre em conjunto com os atores do ambiente, é a etapa

na qual “ocorre aquisição de conhecimento, uma vez que as

representações espelham o conhecimento adquirido na elicitação e os

atores avaliam estas representações” (De BORTOLI; PRICE, 2000, p. 29).

O método proposto por De Bortoli e Price (2000) está apresentado na

Figura 5.

1 Quem?, Quando?, Onde?, O que?, Por que?, Como?

Page 44: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

43

Figura 5 – Método para modelar processo

Fonte: De Bortoli e Price (2000).

3.3.1.2 Método orientado a workflow

Segundo Sharp e McDermott (2000), o método orientado a workflow é

constituído pelas etapas de emoldurar o processo, entender o processo atual (AS-

IS), projetar novo processo e desenvolver os cenários dos casos de uso, a saber:

a) Emoldurar o processo: fase responsável pela estruturação dos processos

de negócios sujeitos ao mapeamento, sendo assim, identifica-se um

conjunto de processo que podem ou não estar correlacionados ao escopo

da modelagem e, portanto, se faz necessário identificar os processos-alvo

Page 45: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

44

e seus limites de atuação. Por outro lado, neste momento ocorre a revisão

ou documentação da missão, estratégia e objetivos da organização.

b) Entender o processo atual (AS-IS): nessa etapa busca-se documentar o

processo atual, visando entender as atividades envolvidas e a correlação

das atividades com os objetivos da organização. Baldam et al. (2006)

mencionam etapas relevantes: compreensão e mapeamento do fluxo de

trabalho do estado atual, investigação através de entrevista e coleta de

dados com os usuários, documentação do processo atual, validação do

processo (deve-se testar o modelo em uma instância real do processo) e

execução da correção de eventuais distorções percebidas durante a

validação.

c) Projetar o novo processo (TO-BE): momento no qual ocorre a

implementação de diversas melhorias, visando atingir os objetivos

organizacionais. Durante a etapa de caracterização do novo processo,

ocorre a validação dos objetivos da empresa com os objetivos

identificados no estado AS-IS, tal análise é indispensável para se evitar

inconsistência no projeto do fluxo do trabalho do novo processo. O último

estágio desta etapa é a realização do projeto do workflow do novo

processo.

d) Desenvolver os cenários dos casos de uso: as principais atividades

envolvidas nesta etapa são a identificação dos cenários de casos de uso,

através da análise das atividades envolvidas no novo workflow do

processo e, portanto, desenvolvimento de cenários dos casos de uso. Tais

atividades têm como objetivo desenvolver uma visão sistêmica dos

sistemas que suportarão os processos.

Page 46: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

45

3.3.1.3 Modelagem de Processo de Negócios

A modelagem de processo de negócios tem por objetivo principal descrever a

atividade envolvida nos processos de negócios e proporcionar o entendimento do

inter-relacionamento dessa atividade com o objetivo final da empresa. Kin (1997

apud ABREU, 2005) descreve os principais propósitos que motivam a criação de um

modelo de processo de negócio:

a) Funcional: descreve as atividades e o relacionamento com o fluxo dos

dados ao longo da execução dos processos. Por outro lado, discorre a

despeito do papel de cada atividade e como as transformações estão

relacionadas com dados manipulados.

b) Informativo: levanta as entidades (documentos, dados, artefatos e

produtos) que foram produzidas ou manipuladas na execução do

processo. Além disso, apresenta seus relacionamentos e estrutura.

c) Organizacional: esclarece onde as atividades ocorrem e o motivo pelo

qual as atividades foram realizadas, bem como define os mecanismos de

comunicação física e de armazenagem das informações pertencentes ao

processo.

d) Comportamental: representa as condições e interações de execução das

atividades, tais como: momento e sequência que estas são realizadas.

3.3.2 Técnicas de Modelagem de Processos de Negócios

Em um mundo com fronteiras cada vez menores, e a globalização dos

mercados acontecendo, as organizações precisam se tornar mais rápidas, eficientes

e eficazes para atender as crescentes demandas desses mercados exigentes, no

Page 47: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

46

entanto, a complexidade dos processos aumenta na mesma velocidade em que as

empresas crescem, tornando indispensável o uso de ferramentas e técnicas de

modelagem eficazes para mitigar as funcionalidades e facilitar a compreensão dos

processos organizacionais.

A seguir se destacam algumas técnicas utilizadas na modelagem de processo

de negócios. Serão descritas algumas considerações e características adotadas

para modelagens de processo, todavia, o objetivo dessas definições é apenas

apontar um resumo conceitual baseado em Silva (2005), Vernadat (1996), Abreu

(2005) e Barber et al. (2003).

3.3.2.1 American Society of Mechanical Engineers (ASME)

A principal característica da ASME é a possibilidade de identificar claramente

as atividades que proporcionam forte correlação com o objetivo final do negócio.

Durante a elaboração deste modelo, preocupa-se em definir para cada etapa ou

atividade se foi acrescentado algum benefício ao objetivo final. Por outro lado, esta

técnica facilita a análise do funcionamento do processo, bem como quais atividades

agregam valor e podem auxiliar no processo de tomada de decisão.

3.3.2.2 Unified Modeling Language (UML)

A UML (Linguagem de Modelagem Unificada) se caracteriza por sua forte

correlação no desenvolvimento de software, proporcionando habilidade de

especificar, visualizar, construir e documentar sistemas (na concepção orientada a

objetos). Outra característica marcante é um vasto conjunto de diagramas que

possibilita especificar o comportamento estrutural. A UML, através de seus

diagramas, é capaz de representar uma lista de ações praticadas por um ator

inserido no negócio.

Nesse quesito, um diagrama de atividades representa as condições nas quais

uma ação pode ocorrer, ou seja, uma condicional de regra de negócio, mas não é

Page 48: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

47

papel desse diagrama descrever a regra de negócio. Há alguns elementos utilizados

na notação:

a) Ator de negócio: alguém ou algo de fora que interage com a organização;

b) Trabalhador de negócio: representa um papel ou conjunto de papéis

dentro da organização;

c) Entidade de negócio: elementos utilizados ou manipulados por trabalhador

de negócio;

d) Caso de uso de negócios: uma sequência de ações organizacionais que

tem como objetivo produzir como resultado algum valor ao ator de

negócio;

e) Realização de casos de uso de negócios: representa um conjunto de

diagramas que apresenta como os elementos organizacionais estão

relacionados para suportar o processo de negócio;

f) Unidade organizacional: seu objetivo é estruturar o modelo de negócio em

partes menores, bem como sua composição é um conjunto dos elementos

citados anteriormente e seus respectivos relacionamentos.

3.3.2.3 Event Drive Process Chains (EPC)

A técnica EPC utiliza um grupo de elementos gráficos para representar a

estrutura de controle de um processo empresarial, concentrando-se na cadeia de

eventos e funções. Apesar da simplicidade, proporciona boa representação na

modelagem de processo de negócios. A EPC é formada por cinco elementos:

evento, processo, desvio, fluxo e espera, cujas funções estão representadas no

Quadro 1:

Page 49: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

48

Quadro 1 – Notação gráfica utilizada no EPV

Elemento Descrição Notação

Evento Sua representação gráfica é um círculo com o nome do

evento. Apresenta uma mudança de estado em

determinado momento, a qual tenha relevância para

qualquer pessoa ou organização, interna ou externa à

organização.

Processo Sua representação é um retângulo com o nome do

processo. Apresenta uma atividade ou série de

atividades que ocorrem em um determinado intervalo

de tempo

Desvio Sua representação é um losango. Representa uma

condicional (ponto de decisão) no fluxo de um evento

ou processo, ou seja, pode levar o fluxo corrente para

outro subfluxo.

Fluxo Sua representação é uma seta. Representa a

movimentação dos objetos entre eventos e processos.

Os objetos apresentam as entidades de interesse da

organização.

Espera Sua representação é uma seta abaixo de um círculo

com a letra W (waiting time). Descreve o tempo médio

de atraso para que um evento ou processo inicie.

Fonte: adaptado de Abreu (2005).

3.3.2.4 Integrated Definition for Function Modeling (IDEF)

A Metodologia IDEF foi desenvolvida por uma necessidade das Forças

Aéreas dos Estados Unidos, sendo vinculada ao Programa ICAM (Integrated

Computer Aided Manufacturing), o qual foi inicialmente concebido para uso na

engenharia de software. Originalmente, o conjunto IDEF detinha um método de

modelagem de atividades, denominado IDEF0 (os elementos de modelagem desta

metodologia utilizam o conceito de ICOMs - Input Control Output Mechanisms), um

método de modelagem conceitual IDEF1 e um método de simulação IDEF2.

A notação dessa técnica está apresentada na Figura 6.

Nome evento

Nome Processo

Desvio

W

Page 50: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

49

Figura 6 – Notação gráfica utilizada no IDEF0

Fonte: adaptado de Abreu (2005).

3.3.2.5 Integrated Definition for Function Modeling (IDEF3)

A IDEF3 possui mecanismos capazes de expressar os relacionamentos

precedentes e casualidades pertencentes a um processo formal, o que ocorre em

virtude do método estruturado para expressar conhecimento a respeito de um

sistema, processo ou organização.

O ponto marcante do método IDEF3 é a capacidade de descrever os aspectos

comportamentais dos processos, além disso, utiliza-se de duas estratégias para

adquirir conhecimento, a descrição do processo (focada no relacionamento temporal,

causal e lógico dentro de um cenário) e o direcionamento aos objetos que fazem

parte do processo (focada no estado de transação dos objetos). No tocante à

notação, os principais elementos estão apresentados no Quadro 2.

FUNÇÃO

CONTROLE

MECANISMOS

ENTRADA

SAÍDA

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50

Quadro 2 – Notação gráfica utilizada no IDEF3

Elemento Descrição Notação

UC – Unidade

comportamental

Representa o tipo de acontecimento, tais como: evento,

ações ou processo. Na notação destaca-se o nome do

acontecimento e um número identificado define a

sequência do fluxo de execução.

Fluxo Descreve o fluxo de execução, estas setas realizarão a

conexão entre as unidades comportamentais.

Ponto de junção Define o ponto de junto do fluxo processo (ponto de

convergência ou divergência).

Fonte: adaptado de Abreu (2005).

3.3.2.6 Quality Process Language (QPL)

A técnica QPL consiste basicamente na representação dos processos

existentes na organização, trabalhando em conjunto com um framework para

gerenciamento da qualidade. Essa metodologia utiliza como notação os elementos a

seguir, e os elementos utilizados pela QPL estão apresentados na Figura 7.

a) Informações: apresenta os dados manipulados pelo processo, bem como

a forma como se encontra estruturado;

b) Processo: atua sobre as informações e realiza as transformações

necessárias com as regras existentes nas organizações;

c) Proprietário do processo: é o responsável pela execução do processo

(uma pessoa, departamento ou máquina);

d) Autoridade: consiste na especificação, descrição ou justificativa do

processo;

e) Controle: descreve as condições ou restrições para que o processo possa

ser executado;

f) Links: apresenta como as informações trafegam entres os processos

envolvidos.

NOME

N

X

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51

Figura 7 – Notação QPL

Fonte: adaptado de Abreu (2005).

3.3.3 Business Process Modeling Notation (BPMN)

Segundo a BPMI (2004), Business Process Management Initiative,

desenvolvedora da técnica BPMN, essa abordagem proporciona uma especificação

gráfica de notação que, por sua vez, expressa os processos de negócio em um

Business Process Diagram (BPD). O principal objetivo da BPMN é auxiliar a gestão

de processos empresariais, através de uma notação intuitiva que permita

representar os conglomerados processos de negócios das empresas em uma

semântica simples e conjunto de elementos gráficos que possam representar as

atividades e fluxo de execução dos processos. O Quadro 3 apresenta esta notação e

seus principais elementos:

ENTRADA SAÍDA NÃO ALTERADA

SAÍDA ALTERADA

CONTROLE AUTORIDADE

PROCESSO

PROPRIETÁRIO DO PROCESSO

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52

Quadro 3 – Notação gráfica utilizada no BPMN

Elemento Descrição Notação

Evento Descreve o evento que, por sua vez, é algo que "acontece"

durante a execução de um processo de negócio.

Atividade Uma atividade é um termo genérico para o trabalho que

empresa realiza. Principais tipos: processo, subprocesso e

de tarefa.

Gateway

(ponto de

junção)

O Gateway é usado para controlar a divergência e

convergência da sequência do fluxo. Assim, determinará a

ramificação, fusão e junção dos caminhos.

Fluxo Descreve o fluxo de execução, essas setas realizarão a

conexão entre as unidades comportamentais.

Fluxo da

mensagem

O fluxo da mensagem mostra o sentido de uma mensagem

entre dois participantes que estão preparados para enviar e

receber informações entre si.

Associação A Associação é utilizada para associar o fluxo de

informações com os objetos.

Pool Um pool (reservatório) representa um participante em um

processo e age como um "swimlane" atuando como

contentor para um conjunto de atividades.

Lane Lane é uma subpartição dentro de um pool e são usados

para organizar e categorizar as atividades.

Data-

objeto

Data-objeto são considerados artefatos porque não têm

qualquer efeito direto sobre a sequência de fluxo.

Agrupame

nto

Um agrupamento de atividades, que não afeta a sequência

de Fluxo. O agrupamento pode ser utilizado para a

documentação ou análise.

Anotações

texto

As anotações são mecanismos que fornecem informações

adicionais para o leitor de um diagrama BPMN.

Fonte: BPMI (2004).

Page 54: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

53

3.3.3.1 Ferramentas para Modelagem de Processos

Segundo Silva (2005), os modelos utilizados para modelagem são

representados como sendo estáticos (AS-IS) ou dinâmicos (what-if). Mesmo que os

modelos dinâmicos se revelem mais complexos que os estáticos, as informações

são em ambos de igual importância. As ferramentas de modelagem, descritas

conforme Barber et al. (2003) e Baldam et al. (2006) são apresentadas no Quadro 4.

Quadro 7 – Ferramentas de modelagem

Classificação das

Ferramentas

Descrição Referência

Petri Nets (Rede de Petri) Meta Corporantion Design, 1992.

WFMS - Workflow Management

System

Joos et al. (1997).

DS – Dynamic System Forrester e Randers (1992).

Fer

ram

enta

s d

e

mo

del

agem

Din

âmic

as

Simulation

Exemplo: iThink, Arena, Income,

ARIS – Architecture for integrated

information system.

Law e Kelton (1991); Pidd (1998);

Von Ulthman e Becker (1999);

Baldam et al. (2006) e Scheer

(1998).

SADT – Structure Analysis Design

Technique

Ross e Schoman (1977).

IDEF – Icam definion USAF (1981).

SSADM – Structure System Analysis

Methodology

Lowgworth e Nicholls (1986).

SSA – Structured System Analysis Gane e Sarson (1979).

JSD – Jackson Systems Design Jackson (1983).

GRAI - Group de Recherche en

Automatisation Integrere

Domeingts (1985).

SSM – Soft System Methodology Checkland (1984).

DFD - Data Flow Diagrams DeMarco (1979).

CM - Concept Map Neely e Byrne (1992).

Fer

ram

enta

s d

e m

od

elag

em E

stát

icas

UML – Unified Modeling Language Fowler e Scott (1997).

Fonte: Barber et al. (2003) e Baldam et al. (2006)

Page 55: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

54

3.3.4 Ferramenta Income Suite

O software Income Suite2 é considerado uma ferramenta de modelagem

dinâmica, mediante sua capacidade de simulação em alto nível. O Income utiliza o

formalismo de Redes de Petri, assim sendo, proporciona a representação de

processos de negócios, através da representação desses processos em modelos

gráficos e linguagem simplificada. Essa ferramenta foi desenvolvida pela empresa

suíça Get Process e dispõe de características para aplicações de modelagem,

simulação e gestão de processo de negócios.

A representação dos modelos desenvolvidos na ferramenta Income ocorre

mediante o uso dos seguintes elementos gráficos: Activities (transições), Object

stores (pontos de armazenamento) e Connections (conexões). Esses elementos

estão apresentados no Quadro 5, e a representação de um modelo na Figura 8.

Quadro 5 – Notação gráfica utilizada no Income

Nome Descrição Representação

Activities

(transições)

Activities representam os eventos e são exibidos

como retângulos, os quais processam os object

stores que são processados, utilizados,

transportados ou alterados por atividades.

Object stores

(pontos de

armazenagem)

Object Stores são representados por círculos e

representam os locais de armazenagem e, por

isso, podem armazenar objetos, torná-los

visíveis ou assumir estados.

Connections

(conexões)

Connection são as conexões entre activities e

object stores, são representados por setas ou

linhas.

Fonte: Income (2009)

2 Income Process Designer. Disponível em: <http://www.get-process.com>. Acesso em: 25 Maio 2009.

Page 56: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

55

Figura 8 – Elementos de representação do Income Suite

Fonte: adaptado de Income (2009).

Por outro lado, a Suite Income é composta por um conjunto de softwares que

suportam as etapas do BPM. Esses módulos proporcionam um suporte aos modelos

comportamentais, estrutura aos modelos, análise integrada da dinâmica

organizacional, mapeamento dos processos, modelagem, simulação e execução dos

processos, o qual permite a verificação e comprovação da funcionalidade e

eficiência dos processos.

Além disso, permite a validação das melhorias nos processos antes da sua

implementação no processo real e disponibilização aos usuários. A Figura 9

apresenta os respectivos elementos e sua interconexão com o ciclo de vida do BPM.

Activities

Object Store

ConnectionsActivities

Object Store

ConnectionsActivities

Object Store

Connections

Page 57: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

56

Figura 9 – Módulo Income Suite

Fonte: adaptado de Income (2009).

Principais características dos módulos:

a) Income Process Designer – O foco central deste módulo é a

modelagem e documentação dos processos. Neste momento, os

elementos envolvidos no respectivo processo são mapeados e

representados por um formalismo gráfico que permite representar as

atividades, fluxo, local de armazenagem e conexões. Alem disso, as

atividades podem ser desmembradas (refinadas), permitindo o

desenvolvimento de modelo que pode propiciar a definição de alguns

parâmetros, tais como: recursos, objetos, riscos, funções e fatores

críticos de sucesso. O anexo 1 apresenta um exemplo de processo

modelado no módulo Income Process Designer. Por outro lado, o

Anexo 2 apresenta a função de Display gráfico, por sua vez, permite

formatar os diagramas e criar elementos gráficos simples (círculos,

retângulos, campos de texto), bem como inserir gráficos externos.

b) Income Knowledge Browser – Este módulo é a interface

propriamente dita entre o usuário e o modelo Income Process

Designer, ou seja, tal interface permite uma amigável interação entre o

usuário e processo sem a necessidade de conhecimento profundo do

Page 58: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

57

processo de modelagem e da ferramenta Income. O principal objetivo

é disponibilizar ao usuário a compreensão das várias visões do

processo, bem como a navegação nos elementos envolvidos no

mapeamento via web. Além disso, permite ao usuário fácil

compreensão dos processos e disponibilidade online das informações.

O anexo 3 apresenta um exemplo cockpit gerencial desenvolvido no

módulo Knowledge Browser.

c) Income Document Center – Basicamente, esta funcionalidade

consiste em um sistema de gerenciamento das documentações da

empresa. Permite aos usuários uma indexação automatizada por

campos dos documentos possibilitando assim uma pesquisa rápida

das informações e eficiência da qualidade.

d) Income Process Pilot - Oferece suporte na implementação de

processos de negócios baseados em workflow, ou seja, os processos

são controlados e executados, bem como a visualização da operação

do processo é possível em um alto nível de detalhe.

e) Income Monitor – Este modelo consiste no processo de

monitoramento propriamente dito do processo. Possibilita aos usuários

monitorar a evolução dos processos, através dos indicadores de

desempenho que, por sua vez, são gerenciados mediante a

monitoração de parâmetros (regra de negócios) predefinidos. Quando

ocorre desvio dos parâmetros, uma mensagem é enviada aos donos

dos processos, permitindo assim uma ação corretiva. O anexo 4

apresenta um exemplo de tela de monitoramento de indicadores.

f) Income Simulator – Permite uma simulação do processo em um

ambiente virtual, possibilitando assim avaliar sua execução sem um

impacto no mundo real. Por meio deste modelo, é possível observar a

dinâmica, resultados, otimização e variações de processo, bem como

simular a implementação de melhorias e comparar os resultados com

dados reais dos processos. A principal função da Simulação é auxiliar

Page 59: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

58

o processo de tomada de decisões baseando-se em informações

consistentes. Além disso, podem-se reproduzir várias situações que

permitam observar recursos gargalos, tempos de execução, tempos de

ociosidade e rendimento do processo. O anexo 5 apresenta os

respectivos elementos envolvidos no módulo de simulação de

processos.

3.4 BUSINESS PROCESS MANAGEMENT (BPM)

O Business Process Management (BPM) é citado pela literatura como a

terceira grande onda que dissemina em sua essência uma visão sistêmica dos

processos. “A habilidade para mudar o processo passa a ser mais relevante do que

a habilidade para criá-los, pois ela gera as condições para que toda a cadeia de

valor possa ser monitorada, continuamente melhorada e otimizada” (SMITH;

FINGAR, 2003 apud BALDAM et al., 2006, p. 41).

Neste contexto, a partir do início do século XXI uma nova abordagem

sistêmica de visão de processos emerge, o Business Process Management (BPM),

sendo assim, Baldam et al. (2006, p. 41) destacam que “com o BPM, a

transformação das organizações deixa de ser uma arte imprecisa e de resultados

imprevisíveis, tornando-se uma disciplina administrativa e de engenharia, com

indicadores predefinidos, mas alteráveis”.

O BPM conduz as organizações ao equilíbrio e precisão, visto que os

processos são administrados mediante indicadores predefinidos que buscam manter

as empresas no “rumo” do seu objetivo de negócio. Assim sendo, Baldam et al.

(2006) discorrem sobre alguns fatores que contribuem para a difusão do BPM:

a) A evolução das estruturas de mercado originadas pela globalização

contribuiu para o surgimento da hiper-competição das empresas. Essa

concorrência desenfreada obriga os produtos a se tornarem commodities

e a uma similaridade quase que total, sendo assim, é indispensável às

organizações buscarem uma estratégia de diferenciação.

Page 60: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

59

b) O uso do BPM para controle da complexidade em grandes corporações e

em cadeias de suprimento. Tal fato advém da necessidade em manter

processos similares nas diversas filiais e, portanto, a governabilidade e

compreensão dos conglomerados conjuntos de processos.

c) A racionalização de quarta geração do desenvolvimento de produtos

decorre da necessidade de maior rapidez no desenvolvimento de produtos

que, por sua vez, a cada dia tem seu ciclo de vida mais curto. Por outro

lado, essa velocidade conduz a frequentes transformações dos sistemas

produtivos.

d) Responsabilidade social e governança corporativa tornam-se um fator de

diferenciação mediante as exigências de transparência nas transações,

bem como o mercado financeiro valoriza as empresas que detém

gerenciamento de processos adequado, o qual possibilita minimização dos

riscos de perdas.

e) O advento da evolução da tecnologia da informação (TI) proporcionou a

evolução dos estudos e compreensão dos processos. Baldam et al. (2006)

enfatizam que o que une o negócio de TI é a maneira que os processos

funcionam.

A metodologia BPM tem como fundamentação integrar os processos de

negócios visando representação, análise e estudo do inter-relacionamento dos

modelos, de forma a proporcionar uma análise holística e sem redundâncias. Essa

abordagem orientada por eventos e baseada em processos tem como objetivo

representar aspectos essenciais de um modelo integrado, bem como observar

alguns aspectos principais tais como: funcionais, comportamentais, recursos,

informações e a organização em si.

Neste contexto, o modelo adotado para representar o ciclo BPM neste estudo

advém de Baldam et al. (2006), representado pela Figura 10, método fundamentado

em quatro macroprocessos: a) planejamento do gerenciamento do processo de

negócio; b) modelagem e otimização de processos; c) execução de processos; d)

controle e análise de dados.

Page 61: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

60

Figura 10 – Ciclo de BPM

Fonte: adaptado de Baldam et al. (2006).

3.4.1 Planejamento do BPM

Etapa de planejamento do gerenciamento do processo de negócio que está

baseada no entendimento do negócio, no que diz respeito aos quesitos essenciais

para a organização. Para que tal fato seja desenvolvido, se faz necessário iniciar o

mapeamento dos processos organizacionais. Segundo o manual da IDS Scheer3

(2005), o mapeamento dos processos pode ocorrer através de workshops que, por

sua vez, tem como objetivo entender o negócio da empresa. Além disso, neste

momento busca-se entender o relacionamento entre processo, produtos oferecidos e

sua correlação com os fatores críticos de sucesso (FCS).

A análise deste relacionamento pode ser feita mediante uma matriz de

processo e fatores críticos de sucesso. Outro objetivo desta etapa é identificar e

3 IDS Scheer é a empresa que desenvolveu o software ARIS, o qual tem um conceito que implementa o BPM.

Ciclo de BPM

Planejamento do BPM • Seleção de processos críticos • Alinhamento de processos á

estratégia

Modelagem e otimização de processos • Modelagem, análise do

processo, simulação. • Melhoria: contínua,

redesenho, etc

Controle e análise de dados • Estatística • Sistemas de controle • Controle de conjuntos de

instâncias de processos

Execução de processos • Implantação de novos

processos • Execução de processos

existentes • Monitoramento e controle de

instância de processo

Diretrizes e especificações

Configuração, customização e especificações

Monitoramento

Realimentação

Realimentação

Realimentação

Page 62: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

61

priorizar os processos de negócios a serem otimizados. Entre as principais

atividades executadas, segundo IDS Scheer (2005) e Baldam et al. (2006), cabe

destacar que a ordem de execução das atividades depende do planejamento e

estratégia de atuação.

a) Definição dos processos-chave impactantes na estratégia da

organização;

b) Construção de uma matriz com informações dos produtos oferecidos

pela empresa versus fatores críticos de sucesso, tais como: satisfação

de cliente, prazo de entrega e qualidade dos produtos;

c) Realização, por meio da matriz, de uma comparação do desempenho

com outras empresas;

d) Investigar as fraquezas dos processos;

e) Classificar os processos em ordem de prioridade (conforme FCS) e

pelas categorias de processo de gerenciamento, fundamentais e

suporte. Para os processos-chave é indispensável que os objetivos

estejam vinculados aos negócios, caso não haja, devem ser definidos.

Um ciclo de alinhamento de processos à estratégia pode ser verificado

na Figura 11;

f) Identificar oportunidades de fornecer novos negócios ao cliente, sendo

assim, investigar quais processos podem proporcionar o alcance deste

objetivo;

g) Buscar o apoio da alta administração para que o BPM seja um

propósito estratégico, sob pena de comprometer o sucesso caso isso

não ocorra;

h) Preparar uma visão global de processos e comunicar os objetivos

desses processos aos envolvidos na organização;

i) Planejar e controlar as tarefas necessárias para a implantação, neste

quesito recomenda-se usar a metodologia PMI de gerenciamento de

projetos.

Page 63: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

62

Figura 11 – Ciclo de alinhamento de processos à estratégia

Fonte: adaptado de Harmon (2003 apud BALDAM et al., 2006)

3.4.1.1 Identificação de Processos-Chave

Conforme citado anteriormente, a identificação dos processos-chave é um

fator de grande relevância para as organizações, visto que a partir desses processos

é possível identificar as pontos fortes, fraquezas, os indicadores envolvidos, critério

de medição e, consequentemente, minimizar ameaças inerentes à competitividade

dos mercados. Assim sendo, os processos deverão ser priorizados conforme seu

desempenho e relevância com os fatores críticos de sucesso.

Ambiente

Comitê de Estratégia

Comitê de arquitetura de processos de

negócios

Comitê de Executivo

Projetos de mudanças de

processos

Identificar ameaças e oportunidades

Constantemente monitorar ambiente frente a mudanças

Monitorar/Aprovar

Propor novas metas e estratégias Monitorar processos alterados

Propor mudanças na infraestrutura de TI

Propor específicos projetos de processos de negócios

Patrocinador Facilitador Equipe de BPM

Modificar e alinhar objetivos da gerência

Monitorar/Aprovar Monitorar/Aprovar

Gerente de operação Gerentes de processos CIO Representantes TI Representantes RH

Page 64: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

63

Por outro lado, o conhecimento desses fatores pode ser usado como

diferença competitiva e proporcionar oportunidade de melhoria aos processos.

Baldam et al. (2006) citam que as metodologias cadeia de valor, SWOT e BSC

podem ser usadas para auxiliar esta fase do BPM. Ressalta-se que a metodologia

BSC será um “elo” do modelo proposto nesta pesquisa.

3.4.1.2 Melhoria de Processos Imediata

A concorrência acirrada e rapidez dos mercados podem acarretar o

aparecimento de alguns problemas imediatos que requerem soluções rápidas, sendo

assim, se faz necessário uma ação urgente para correção ou melhoria desse

processo que, por sua vez, pode não estar incluído no planejamento. Para tal ação,

recomenda-se usar o Six Sigma, processo que detém a técnica Quick wins. Esta

técnica permite maior rapidez na solução do problema, pela eliminação de algumas

fases, e por isso proporciona um ataque direto à causa-raiz. No capítulo a respeito

de Six Sigma (capítulo 3.5) será explorado melhor tal procedimento.

3.4.1.3 Processos para otimização

Muitas vezes, quando se discorre sobre a otimização de processos, se tem a

visão dos processos como sendo problemas, mas dentro do ciclo BPM, a otimização

está focada não necessariamente nos processos com desvio e sim na busca de

melhoria constantes. Dessa forma, os processos que estão funcionando requerem

especial atenção, visando aprimorar seu funcionamento e eliminar possíveis

variabilidades.

Por outro lado, com a globalização dos mercados, a otimização dos

processos se torna prática indispensável para o sucesso das organizações.

Segundo o manual IDS Scheer (2005), o BPM proporciona melhoria contínua dos

processos, todavia, argumenta que o BPM deve ser tratado como um conceito de

gestão e não apenas como um pacote de medidas. As empresas necessitam de

políticas claras que proporcionem de forma permanente e contínua a melhoria do

Page 65: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

64

desempenho de seus processos, ou seja, a pronta e rápida aplicação de medidas

que mantenham a otimização no foco central de suas estratégias.

3.4.1.4 Visão Sistêmica de Processos

O contexto envolvido em uma visão sistêmica de processos decorre da

necessidade de uma visão “do todo”, o que auxilia na compreensão do

funcionamento da empresa. Além disso, proporciona uma compreensão dos

processos organizacionais desde o nível estratégico até o operacional. A seguir

estão descritos os benefícios de um modelo integrado de visão global de processos,

conforme Baldam et al. (2006):

a) Visão holística das atividades exercidas pela organização;

b) Compreensão de onde cada colaborador está situado na organização em

relação aos processos;

c) Percepção de atividades primárias e de suporte, com maior facilidade;

d) Diretriz geral de atuação de trabalho.

Um fator importante a ser observado em um diagrama global de processo,

quanto à sua representação, é que a preocupação deve estar direcionada ao

relacionamento dos processos e subprocessos, bem como a ordem de ocorrência

dos eventos. Não se faz necessário o detalhamento de procedimentos e fluxos de

dados, visto que neste momento o foco é uma visão macro dos processos

envolvidos.

Baldam et al. (2006) recomendam que a visão global de processos deve

ocorrer mediante as perspectivas da organização (tendência de ser holística) e dos

usuários (que remete a uma visão focada em problemas específicos). Por outro lado,

há algumas metodologias para serem usadas no processo de definição da visão

global de processos, tais como: Cadeia de valor, conforme descrito por Harrington,

Esseling e Nimwegen (1997) e IDEF0 (método de modelagem que foi apresentado

no capítulo 3.3.2.4). As Figuras 12 e 13 apresentam os exemplos de visão global de

processos segundo as metodologias IDEF0 e Harrington et al. (1997 apud BALDAM

et al., 2006), respectivamente.

Page 66: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

65

Figura 12 – IDEF0 - Visão global de processos

Fonte: adaptado de Baldam et al. (2006).

Figura 13 – Visão global de processos

Fonte: adaptado de Harrington, Esseling e Nimwegen (1997 apud BALDAM et al., 2006).

Detalhamento necessidade compra

Licitação

Julgamento de recursos

Contrato Pedido Aditivo

pedido de compra

Compra Efetuada

Assistência medica1. 1

Exames e tratamento 1.2

Serviços de RH

Recrutamento 2.5.1

Gerenciamento 2.5.2

Treinamento 2.5.3

Recrutamento temporário 2.5.1.1

Recrutamento permanente

2.5.1.2

Selecionar agência de empregos

temporários 2.5.1.1.1

Selecionar empregados

temporários 2.5.1.1.2

Admissão e primeiros

cuidados 1.3

Hospital

Produto 1 Suporte 2

Logística 2.1

Financeiro 2.2

Serviços em materiais 2.3

Serviços em informação 2.4

Serviços de RH 2.5

Page 67: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

66

A etapa de planejamento do BPM é fundamental para o sucesso da

implementação deste conceito na organização, visto que pelo workshop é possível

envolver as pessoas neste quesito. Por outro lado, os objetivos estratégicos e a

organização são combinados de tal forma que possibilita claramente a identificação

dos fatores críticos de sucesso e os processos críticos envolvidos.

Além disso, o manual IDS Scheer (2005) destaca alguns dos principais

benefícios e resultados de um planejamento eficiente:

a) Determinação clara do posicionamento e objetivos através do uso da

matriz de segmento de negócios;

b) Definição do mapa de processos e portfólios dos processos;

c) O BPM é adaptado à situação real da empresa;

d) O BPM é gerenciado mediante os objetivos dos processos;

e) O foco é direcionado aos processos relevantes da organização;

f) Fatores críticos de sucesso tornam-se os conhecidos, portanto, o inter-

relacionamento destes com os processos são visíveis e podem ser

controlados com maior eficiência os resultados.

3.4.2 Modelagem e Otimização de Processos

Fase constituída por duas etapas, a modelagem do estado atual do processo

(AS-IS) e a otimização e modelagem do estado desejado do processo (TO-BE).

Destaca-se que os métodos AS-IS e TO-BE já foram apreciados nesta pesquisa no

capítulo 3.3.1.2. Baldam et al. (2006) mencionam que há inúmeras técnicas e

metodologias de modelagem, mas certas técnicas são melhor aplicáveis conforme o

tipo de processo, tais como: suporte, produtivo, estratégico, funcional e

comportamental.

Geralmente o primeiro passo constitui a modelagem AS-IS que, por sua vez,

está concentrada em evitar a repetição de erros do passado, evitar rejeição imediata

dos atuais usuários, adquirir conhecimento dos pontos de melhoria e possibilitar

métricas que permitam identificar as melhorias proporcionadas pelo estado futuro do

processo. Um ponto de atenção nessa etapa é a propensão dos usuários em

descrever o processo atual com mudanças desejáveis no futuro, sendo assim, o uso

Page 68: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

67

de técnica apropriada remete em minimizar este desejo e forçar a descrição de

forma objetiva e íntegra ao estado atual.

IDS Scheer (2005) discorre que o ponto fundamental dessa fase é o processo

de documentação, portanto, baseando-se no mapeamento dos processos, os

objetivos são definidos e os pontos de possíveis melhorias são analisados. No

contexto da respectiva documentação as seguintes etapas são observadas:

a) Descrever as informações referentes às atividades;

b) Descrever os papéis envolvidos nessas atividades;

c) Identificar as entradas e saídas das atividades, bem como os sistemas

envolvidos;

d) Definir ou descrever os objetivos;

e) Identificar os pontos potenciais para melhoria, possíveis ações que

possam possibilitar tal quesito e as métricas que poderão mensurar as

respectivas melhorias no novo processo;

f) Definir o plano mestre de implementação das melhorias.

3.4.3 Execução de Processos

Após as etapas de planejamento, modelagem e otimização, se faz necessário

transformar o plano e teoria na “prática”, um momento crucial ao BPM, visto que a

etapa de execução das definições e recomendações serão implementadas, portanto,

qualquer desvio causará insucessos. Assim sendo, o uso de técnicas como gestão

de projetos da PMI poderá auxiliar na condução e sequenciamento das atividades.

Por outro lado, Baldam et al. (2006, p. 94) citam que “esta etapa crítica é

decisiva, pois o projeto do processo passará para as mãos dos usuários de fato e

serão percebidos os efeitos da gestão de mudanças, com todos os impactos

positivos e negativos”. Neste contexto, percebe-se que a implementação das

melhorias planejadas definirá a efetiva e eficiente organização do processo de

negócios.

Além disso, ID Scheer (2005) discorre que a premissa a estabelecer é criar

novo alvo na organização, bem como adaptar a estrutura organizacional para

combinar os processos e responsabilidades. A definição de donos dos processos é

fundamental, visto que este recurso humano será o responsável por implantar

Page 69: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

68

eficientemente o processo de negócio. Dente as principais responsabilidades do

dono do processo, estão o estabelecimento do foco do processo e o

desenvolvimento e obtenção dos recursos necessários à otimização do processo. As

principais fases desta etapa, segundo ID Scheer (2005) e Burlton (2001) (apud

Baldam et al., 2006), são:

a) Adaptação da estrutura organizacional: etapa na qual ocorre a definição

de um dono do processo para cada processo de negócio que será o

responsável para eficiência e eficácia do respectivo processo;

b) Desenvolver um plano para mudança e implementação da nova solução, o

qual promove harmonia na transição de um estado para o desejado;

c) Disseminar a transferência de know how entre as pessoas envolvidas;

d) Gerenciar o plano de transferência de tecnologia, ou seja, garantir o

suporte de TI na otimização. Cabe destacar que a área de TI deverá ser

um facilitador e não a força motriz.

e) Desenvolvimento/treinamento dos recursos humanos;

f) Acompanhamento sistemático das metas definidas no plano de execução.

Entre os principais benefícios desta etapa pode-se citar: a adaptação dos

processos críticos conforme os objetivos de negócio e fatores críticos de sucesso, a

estrutura da organização passa a ser baseada em processos, as alterações

remetem a área de TI a uma maior eficácia e eficiência, a competitividade e

flexibilidade são incrementadas e o sucesso do projeto é garantido.

3.4.4 Controle e Análise de Dados

Após os avanços das fases do ciclo do BPM, se faz necessário um processo

macro para garantir que essas fases foram realizadas conforme o planejado e seus

resultados estejam em conformidade com os quesitos predefinidos. Assim sendo, a

fase de controle torna-se de grande importância, visto que neste momento as

informações a respeito dos processos são repassadas aos tomadores de decisão e,

portanto, mediante tais evidências pode-se avaliar as melhorias implementadas.

Page 70: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

69

A fase de controle de processos de negócios em sua essência está voltada ao

monitoramento dos processos, disponibilizando métricas e medições adequadas que

suportem a tomada de decisão, segundo mencionado por IDS Scheer (2005). Neste

contexto, Baldam et al. (2006) discorrem que os indicadores são fundamentais no

gerenciamento dos processos, visto que estes denunciam possíveis desvios e

tendências. Seguindo esta linha de raciocínio, o importante é ter controle do

funcionamento sistêmico dos quesitos envolvidos no processo de negócio, ou seja,

um cockpit eficaz de processo de negócio é o ponto de maior atenção nesta etapa.

Em outras palavras, um dos objetivos do processo de controle do negócio é

acompanhar e avaliar continuamente o processo de negócio nas organizações e

proporcionar uma base de medidas que possibilite eficiência às organizações. Para

IDS Scheer (2005), o acompanhamento de desempenho nas empresas implica

necessariamente em combinar aspectos estratégicos com a análise de processos

orientados e análise da base de TI, visando garantir integração entre esses

elementos.

Inúmeras metodologias para gestão de indicadores de processo são

aplicáveis neste processo de controle e análise, tais como: BSC, BI, BAM entre

outras. Segundo Baldam et al. (2006), o BSC e BI detêm em suas características

uma visão fotográfica baseada em dados armazenados. Por outro lado, um BAM

proporciona visão em tempo real. Enfim, um dos fatores desta pesquisa é

proporcionar à metodologia BSC um modelo no qual seja possível transformá-lo em

uma metodologia mais próxima para trabalhar em tempo real, visto que muitos

autores destacam essa carência (BRIGNALL, 2002; NORREKLIT, 2003; NEELY et

al., 2003 apud PARANJAPE; ROSSITER; PANTANO, 2006).

O Processo de gerenciamento de negócio no contexto BPM atém-se em

proporcionar uma visão de desempenho por níveis (gestor de nível superior,

proprietários do processo e responsáveis pelo nível operacional). Tal característica

se faz necessária mediante necessidades de informações diferentes nesses níveis,

como em uma situação em que o nível superior necessita de informações agregadas

que podem causar impacto direto no negócio e, por outro lado, os envolvidos no

processo necessitam de maior nível de detalhe para garantir o acompanhamento do

processo conforme objetivos predefinidos.

Nesse sentido, um cockpit panorâmico deve ser usado para isolar as causas

dos problemas de desempenho, painel de indicadores subdivido por grupos e

Page 71: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

70

responsabilidades. Os principais benefícios dessa etapa do BPM, segundo IDS

Scheer (2005), são:

a) Sustentabilidade mediante constante gerenciamento e mediação do

processo de desempenho;

b) Eficiente controle por causa dos indicadores-chave de desempenho;

c) Implementação de um contínuo processo de melhorias;

d) Consistente combinação de processo corporativo e de controle.

3.5 SIX SIGMA

A metodologia Six (ou seis) Sigma é um conjunto de técnicas e ferramentas

utilizado para redução de desperdício e variação nos processos de trabalho. O Six

Sigma é composto por dois principais componentes: gestão de processo de negócio

e metodologia do processo de melhoria, conforme citado por Eckes (2001). A seguir,

esses componentes serão definidos.

3.5.1 Gestão de Processo do Negócio

A gestão de processo do negócio refere-se à forma em que a metodologia

definirá os objetivos do negócio, os processos essenciais, subprocessos-chave e

processos capacitadores. Esses esforços estarão direcionados ao retorno financeiro

e, consequentemente, ao aumento do valor percebido. Além disso, há alguns

elementos-chave observados nessa gestão:

a) Identificação do responsável pelo processo;

b) Definição e validação das medidas básicas de eficácia4 e eficiências5 para

cada processo (painéis de mensuração);

c) Coleta de dados para os respectivos painéis de mensuração;

4 “Eficácia significa atingir ou exceder as expectativas e necessidades dos clientes”, Eckes (2001, p. 41). 5 “Eficiência diz respeito ao tempo, custo ou valor das atividades que levam à satisfação dos clientes”, Eckes (2001, p. 41).

Page 72: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

71

d) Definição e utilização dos critérios sobre seleção de projetos. Cabe

salientar que uma vez definido um projeto, este deve ser gerenciado

continuamente até atingir dos objetivos predefinidos.

3.5.2 Metodologia de Processo de Melhoria

A metodologia de melhoria dos processos é uma ferramenta poderosa usada

continuamente pelo Six Sigma. Procedimento que enfatiza a melhoria dos processos

existentes nas organizações, sua sigla, DMAMC, é originária das 5 fases de

acompanhamento dos projetos (Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar).

Eckes (2001, p. 24), define cada uma dessas fases de melhoria:

Definir: Definir a equipe para trabalhar na melhoria, definir os clientes do processo, suas necessidades e exigências, e criar um mapa do processo a ser melhorado. Medir: Identificar as medidas-chave da eficiência e da eficácia e traduzi-las para o conceito do sigma. Análise: Pela análise, a equipe pode determinar as causas do problema que precisa de melhoria. Melhoria: A soma das atividades relacionadas com geração, seleção e implementação de soluções. Controle: Garantir que as melhorias se sustentem ao longo do tempo.

A estratégia Six Sigma muitas vezes é conceituada como uma metodologia

altamente técnica que utiliza em sua essência a estatística para dar sintonia aos

processos, produtos e serviços. Além disso, está fundamentada para satisfazer as

exigências dos clientes e, portanto, ter por objetivo a margem de erro zero. Sendo

assim, o alvo de desempenho é operar com apenas 3,4 defeitos para cada milhão

de atividades executadas, mas, infelizmente, essa meta é privilégio de poucas

empresas.

O objetivo central do Six Sigma consiste em reduzir ao máximo a variabilidade

dos processos e, por isso, eliminar as etapas que não agregam valor aos processos,

visando à redução nos custos, melhoria na produtividade, redução de tempo de

ciclo, mudanças culturais, desenvolvimento de produtos e serviços, crescimento de

market share e melhoria contínua das operações. Por outro lado, a técnica

proporciona um sistema abrangente e flexível para alcançar a sustentabilidade e

alcance do sucesso das organizações.

Page 73: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

72

Por outro extremo, essa abordagem tem se revelado de grande valia para a

compreensão das necessidades dos clientes, principalmente pela gestão de

melhoria e reinvenção dos processos de negócios, através do uso disciplinado da

estatística, da análise dos fatos e dados. Mediante o fato de que essa metodologia

usa intensamente a estatística, é necessário a integração de pessoas e recursos

tecnológicos, visando uma visão sistêmica das informações, cadeia de suprimentos

e fluxo financeiro.

Essa metodologia está direcionada a ter como objetivo único e principal o

gerenciamento de processo, projeto e reprojeto, característica que busca maximizar

a eficiência e eficácia dos sistemas de produtivos e, portanto, a redução dos custos

de não conformidades cometidos ao longo do processo produtivo causados por

erros e falhas. Outro fato de grande relevância é o uso intenso de medidas de

desempenho dos processos que viabilizam garantir as ações de melhorias contínuas

através da análise das informações oriundas dos processos.

Dentro do contexto do controle de processo, a técnica PDCA pode ser muito

útil ao Six Sigma para gestão rápida de melhoria. Colenghi (1997, p. 185-187)

descreve que a técnica PDCA é uma ferramenta muito utilizada nas organizações

para auxílio na solução de problemas e controle de processo. O PDCA está

estruturado em quatro fases e sua sigla é definida pelas iniciais, do inglês, Plan

(Planejamento), Do (Executar), Check (Verificar) e Action (Agir).

Por outro lado, de acordo com Juran (1991, p. 95), o “controle de processo é a

prevenção de mudanças indesejadas e adversas; manutenções do status quo, de

um estado estável”, por outro lado, o aperfeiçoamento do processo é constituído

pelo “planejamento e criação de mudanças benéficas e desejáveis”. Essas fases,

bem como suas principais características, estão apresentadas no Quadro 6, com

base em Juran (1991, p. 97).

Page 74: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

73

Quadro 6 – Ciclo de Administração do Sistema de Processamento PDCA

P 1.Planejar

(Plan)

• Definir as necessidades do consumidor interno; • Desenvolver requisitos e medidas de saída; • Estabelecer os ciclos de feedback e outros elementos do plano de controle;

• Informar aos fornecedores os requisitos de entradas;

• Planejar o trabalho (planilhas de processo etc,).

• Formar a equipe de projeto; • Identificar a oportunidade de aperfeiçoamento na forma de lacuna entre a situação atual e a desejada;

• Planejar a mudança.

D 2. Executar

(Do)

• Executar o plano; • Coletar dados do processo (observações, medições).

• Realizar a mudança; • Coletar dados.

C 3. Verificar

(Check)

• Analisar os dados; • Decidir sobre as ações (não agir; identificar e eliminar as causas das variações esporádicas; ajustar).

• Analisar os resultados; • Observar os efeitos da mudança;

• Avaliar o que foi aprendido.

A 4. Agir

(Action)

• Realizar a ação determinada no estágio 3; • Ir para o estágio 1 do ciclo de controle ou para o estágio 1 do ciclo de aperfeiçoamento, para eliminar problemas crônicos.

• Ir para o estágio 1 do ciclo de controle para manter os ganhos ou para o estágio 1 acima para continuar a investigação.

Fonte: Juran (1991, p. 97).

Em resumo, essa metodologia busca a melhoria dos processos

organizacionais visando proporcionar maior competitividade. Dessa forma, o Six

Sigma baseia-se numa realimentação utilizada para reduzir as variações dos

processos, ou seja, o objetivo é a eliminação das fases que não agregam valor aos

clientes (interno ou externo), em outras palavras, deve-se controlar os ganhos e

implementar métricas que possam garantir sucesso sustentado.

De acordo com Pande, Neuman e Cavanagh (2001), quando uma

organização atinge o Six Sigma em seus processos de negócios, o que equivale a

99,9997% de perfeição, significa que atingiu um desempenho em “classe mundial”.

Assim, considera-se que seus indicadores de desempenho (custos, produtividade,

qualidade, atendimento a cliente, distribuição etc.) se encontram em conformidade, e

sua excelência e competitividade no mercado estão asseguradas.

CONTROLE MELHORIAS

4 3 2

4 3 2

4 1 1

3 2

4 1 1

3 2

Page 75: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

74

4 MODELO PROPOSTO

O BSC, em sua essência, tem se revelado fortemente ligado a uma gestão

voltada para objetivos (DINESH; PALMER, 1998; JOHNSEN, 2001) e sua

concepção preocupa-se em desdobrar o objetivo estratégico para os níveis

operacionais, no entanto, acredita-se que uma visão sistêmica de processos de

negócios pode contribuir para melhor compreensão da complexidade organizacional

e, consequentemente, proporcionar melhor entendimento nos relacionamentos

existentes entre os processos que proporcionaram o alcance dos objetivos, ou seja,

os processos serão os meios para sustentar o sucesso no desempenho operacional.

A abordagem deste estudo é investigar a contribuição do uso dos conceitos

BPM, Six Sigma e BSC, em conjunto, principalmente no tocante a propor um modelo

teórico aplicável para minimizar a complexidade entre as diversas causas e efeitos

das medidas de desempenho, examinando assim as principais características do

BPM e Six Sigma que podem auxiliar na implementação e uso do BSC, visando

minimizar as fragilidades (os dilemas), que foram citadas por Paranjape, Rossiter e

Pantano (2006), Johanson et al. (2006) e Fernandes (2003).

Em outras palavras, realizar uma revisão da literatura para identificar como

integrar as abordagens Six Sigma, BPM e BSC, principalmente em relação à

integração, melhoria contínua dos processos e mapeamento de processos.

Para Inamasu et al. (2004), a modelagem de processos de negócios tem por

objetivo principal buscar a representação de uma visão sistêmica da empresa

através de métodos e ferramentas, os quais, dentro de uma formalidade,

representam os sistemas complexos de uma empresa. O processo de negócios é

responsável por representar o fluxo e as atividades dos acontecimentos nas

empresas, bem como suas regras e procedimentos. Na Figura 14 está apresentado,

a partir do conceito de Baldam et al. (2006), que o BPM visualiza o BSC como uma

ferramenta de TI para controle e análise das informações dos processos.

Esta abordagem descreve a necessidade de existir um conjunto de diferentes

ferramentas para compor uma solução total de BPM, no entanto, neste estudo, as

abordagens BSC, BPM e Six Sigma serão estudadas em três categorias:

estratégica, funcional (processos) e atividades.

Page 76: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

75

A utilização da modelagem e simulação direcionadas aos aspectos funcionais

dos processos tem como propósito a criação de um modelo que possibilite uma

visão global dos processos.

Por outro lado, o Six Sigma focar-se-á no tocante à melhoria contínua das

atividades, bem como o BSC remete à preocupação com os aspectos envolvidos na

estratégia organizacional.

Figura 14 – Classificação das ferramentas de TI no âmbito do BPM

Fonte: adaptado de Baldam et al. (2006).

Esta proposta não visa descaracterizar a metodologia envolvida no BSC em

relação à forte correlação com indicadores para maximização dos resultados e sim

disponibilizar uma abordagem que utilize uma visão diferente na qual, por sua vez,

enfatizam-se os processos de negócios e, portanto, tendo os indicadores como

consequência da previsibilidade desses processos.

Acredita-se que este modelo proposto pode auxiliar a modelagem dos

processos de negócios, bem como proporcionar um melhor entendimento das

problemáticas das relações de causa e efeito e fatores críticos de sucesso, e

Planejamento

do BPM

Modelagem e otimização de

processos

Execução de processos

Controle e análise das informações de processo

Ferramentas de

modelagem, análise e simulação

Ferramentas de

planejamento

ERP, CRM, SCM,

Workflow, BRE

BSC, BAM, BI Apoio a CEP

Camada do ambiente do operacional (Sistemas operacionais)

Camada de armazenamento e recuperação da informação (Banco de dados e repositórios de informação)

Camada de linguagens e plataformas (J2EE, NET, XML, RDF, BDEL, SQL, etc)

Camada de comunicação e interface (EAI, XML, Ontotologia RDF, etc)

Camada de apresentação (Aplicações desktop e cliente servidores, portais, aplicações Web)

Camada de ferramentas diretamente aplicáveis ao BPM

Page 77: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

76

também verificar como os procedimentos envolvidos nesta abordagem podem

influenciar o processo de entendimento, disseminação e comunicação dos

processos envolvidos no BSC.

Por outro lado, acredita-se ser possível usar também este modelo para treinar

a força de trabalho, visando buscar melhor entendimento sistêmico das medidas de

desempenho, pois a disseminação desse conhecimento proporcionará maior

envolvimento e focalização dos esforços nos processos mais impactantes. Segundo

Baldam et al. (2006), a visão por processo procura entender o que precisa ser feito e

como fazê-lo, então, a partir da visão sistêmica, as atividades que agregarão valor à

organização se sobrepõem às atividades dos departamentos.

4.1 INTEGRAÇÃO DAS ABORDAGENS: BSC, BPM E SIX SIGMA

Após o estudo relatado nos capítulos anteriores, buscou-se investigar em que

aspectos é possível integrar as abordagens Balanced Scorecard, Six Sigma e

Business Process Management em um único modelo. Para tanto, investigou-se na

literatura os principais pontos fortes dessas metodologias, com o objetivo de utilizar

os aspectos diferenciadores para definição do novo modelo proposto.

Este novo modelo pode ser usado também para treinamento da força de

trabalho, com a pretensão de buscar um entendimento mais global das medidas de

desempenho, pois, dessa forma, a disseminação deste conhecimento proporcionará

um maior envolvimento e focalização dos esforços nos processos mais impactantes.

Dentro desse contexto, o processo de modelagem tem a finalidade de

identificar os principais processos envolvidos entre as medidas de desempenho,

principalmente a respeito da validação da consistência lógica entre os indicadores e,

portanto, possibilitar a identificação de possíveis erros antes da implementação.

A Figura 15 representa os elementos que compõem a definição do modelo

híbrido.

Page 78: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

77

Figura 15 – Evolução desenvolvimento modelo

Fonte: elaborado pelo autor.

Mediante o exposto, buscou-se integrar as abordagens BSC, BPM e Six

Sigma em um único modelo. A partir de uma visão sistêmica, as atividades que

agregarão valor à organização se sobrepõem às atividades dos departamentos.

A seguir serão descritas as principais características das etapas de

concepção desse novo modelo.

4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS CONVERGENTES

A primeira etapa deste modelo consiste na identificação dos elementos

convergentes das abordagens BSC, BPM e Six Sigma. Para esse mapeamento

utilizou-se a contextualização discorridas por Baldan et al. (2006), Kaplan e Norton

(1997) e Rotondaro et al. (2002), respectivamente.

A Figura 16 apresenta os principiais aspectos convergentes das abordagens

BPM e BSC.

Identificação dos Elementos Convergentes

Identificação das Fortalezas das Abordagens

Mapeamentos das Principais Atividades

Definição Modelo

Proposto

Validação Modelo Proposto

Evo

luçã

o D

esen

volv

imen

to M

od

elo

Análise dos aspectos convergentes nas abordagens BPM, Six sigma e BSC.

Investigação dos elementos diferenciadores das abordagens, ou seja, seus pontos fortes.

Mapeamento das principais atividades envolvidas ao se implementar as metodologias pesquisada.

Desenvolvimento do modelo proposto, através da integração das abordagens BSC, BPM e Six Sigma.

Proposta para validação do modelo proposto para estudo de caso em pesquisa futura

Identificação dos Elementos Convergentes

Identificação das Fortalezas das Abordagens

Mapeamentos das Principais Atividades

Definição Modelo

Proposto

Validação Modelo Proposto

Evo

luçã

o D

esen

volv

imen

to M

od

elo

Análise dos aspectos convergentes nas abordagens BPM, Six sigma e BSC.

Investigação dos elementos diferenciadores das abordagens, ou seja, seus pontos fortes.

Mapeamento das principais atividades envolvidas ao se implementar as metodologias pesquisada.

Desenvolvimento do modelo proposto, através da integração das abordagens BSC, BPM e Six Sigma.

Proposta para validação do modelo proposto para estudo de caso em pesquisa futura

Análise dos aspectos convergentes nas abordagens BPM, Six sigma e BSC.

Investigação dos elementos diferenciadores das abordagens, ou seja, seus pontos fortes.

Mapeamento das principais atividades envolvidas ao se implementar as metodologias pesquisada.

Desenvolvimento do modelo proposto, através da integração das abordagens BSC, BPM e Six Sigma.

Proposta para validação do modelo proposto para estudo de caso em pesquisa futura

Page 79: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

78

Figura 16 – Identificação dos aspectos convergentes

Fonte: elaborado pelo autor.

Ciclo de BPM

Balanced Scorecard

Esclarecendo e traduzindo a visão e a estratégia

• Esclarecendo a visão

• Estabelecendo o consenso

Comunicando e estabelecendo vinculações

• Comunicando e educando

• Estabelecendo metas

• Vinculando recompensas a medidas de desempenho

Feedback e aprendizado estratégico

• Articulando a visão

• Fornecendo feedback

• Facilitando a revisão e o aprendizado estratégico

Planejando e estabelecimento de metas

• Estabelecendo metas

• Alinhando iniciativas

• Alocando recursos

• Estabelecendo marcos

Planejamento do BPM

• Seleção de processos críticos

• Alinhamento de processos à estratégia

Modelagem e otimização de processos

• Modelagem, análise do processo, simulação.

• Melhoria: contínua, redesenho, etc

Controle e análise de dados

• Estatística

• Sistemas de controle

• Controle de conjuntos de instâncias de processos

Execução de processos

• Implantação de novos processos

• Execução de processos existentes

• Monitoramento e controle de instância de processo

Diretrizes

Customização e especificações

Monitoramento

Realimentação

Realimentação

Realimentação

Nota: Estas etapas remetem a áreas de estudo para inserção do Six Sigma

Nota: Estas etapas remetem a áreas de estudo para inserção da modelagem de processo de negócios.

Page 80: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

79

A seguir apresentam-se de forma simplificada esses principais aspectos, a

saber:

a) No que tange à estratégia do BSC, destaca-se as etapas comunicando e

estabelecendo vinculações; planejando o estabelecimento de metas e

feedback; e aprendizado estratégico. Detém forte correlação com o

contexto BPM, em função de que essas etapas preocupam-se com o

desdobramento das definições dos processos, bem como suas

funcionalidades.

b) No contexto do ciclo de implementação do BPM, observa-se as etapas de

modelagem/otimização de processos e controle e análise de dados como

elementos de integração dessa metodologia com o Six Sigma, visto que

ambas se preocupam com os aspectos estatísticos e mapeamento de

processos.

Esses elementos têm grande importância e relevância no processo de

integração das abordagens BSC, Six Sigma e BPM.

4.3 IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS FORTES DAS ABORDAGENS

A premissa de tal modelo é sua relevância para a gestão estratégica de

desempenho, principalmente na disponibilização de elementos diferenciadores que

permitam a competitividade entre as organizações, pela excelência no

gerenciamento dos processos de negócios de forma dinâmica (ou melhor, em tempo

real). Assim sendo, destaca-se a seguir os principais pontos fortes identificados:

a) Business Process Management: tem se revelado de grande importância

para minimizar a complexidade organizacional, mediante a prática de

mapeamento de processos de negócios, possibilitando uma visão

sistêmica da empresa. Além disso, preocupa-se em integrar tecnologia e

processos, proporcionando diferença competitiva pela otimização,

padronização de linguagem, melhoria contínua, controle e gerenciamento

simultâneo dos processos. Por outro lado, auxilia questões regulatórias,

Page 81: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

80

de conformidade, qualidade, segurança e legais, tais como: TQM6, ISO7,

SOX8 e Basiléia I e II9, OSHA10, ANS11, ANVISA12 e FDA13.

b) Six Sigma: metodologia que tem como foco central a busca da excelência

na competitividade pela melhoria contínua dos processos, diminuição de

variabilidade e detém forte cunho estatístico, portanto, as melhorias dos

processos ocorrem mediante minuciosa análise das métricas, medidas e

controle de dados originados pelos processos. Por outro lado, há uma

preocupação em se disponibilizar melhorias que gerem lucratividade às

organizações. O Six Sigma também proporciona um mapeamento dos

processos de negócios, o qual tem por objetivo entender os elementos

básicos envolvidos no processo e sua respectiva relação causa e efeito.

c) Balanced Scorecard: em síntese, o BSC realizará a manutenção e

equilíbrio das medidas de desempenho das organizações, possibilitando

auxílio e controle das ações estratégicas. Por outro lado, proporcionará o

gerenciamento estratégico e disseminação das relações causa e efeito.

Destaca-se que o modelo proposto tem como objetivo proporcionar uma

abordagem dinâmica, por sua vez, proporcionando à metodologia BSC

elementos que possam contribuir para minimizar os “dilemas e fraquezas”

descridos por Paranjape, Rossiter e Pantano (2006); Brignall (2002);

Norreklit (2003); Neely et al. (2003); Johanson et al. (2006) McCunn

(1998); Mooraj, Oyon e Hostettler (1999), Chan (2004) e Willians (2004).

6 TQM - Total Quality Management, metodologia de gerenciamento da qualidade total. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/>. 7 ISO - Estabelece os fundamentos na gestão da qualidade no Brasil, representado pela ABNT. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/>. 8 SOX - Sarbanes-Oxley, regulamenta elementos para transparência dos controles financeiros e da apuração de resultados. Disponível em: <http:// www.sarbanes-oxley.com>. 9 Basiléia I e II, acordo firmado entre bancos para regulamentar práticas comuns no segmento. Disponível em: <http:// www.basel-ii-accord.com>. 10 OSHA – Occupational Safety and Health Administration, agência que auxilia as organizações a controlar riscos relacionados à segurança e saúde ocupacional. Disponível em: <http:// www.ohsa-1801-occupational-health-and-safety.com>. 11 ANA - Agência Nacional de Saúde Suplementar. Disponível em: <http://www.ans.org.gov.br>. 12 ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br>. 13 FDA - Food & Drug Administration. Disponível em: <http:// www.fda.gov>.

Page 82: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

81

Este modelo híbrido proporcionará um gerenciamento em “tempo real” da

respectiva evolução dos processos e, consequentemente, as relações causa e efeito

entre os indicadores. Além disso, disponibilizar-se-á uma metodologia para

comparação do desempenho dos processos atuais e desejados que, por sua vez,

foram analisados pela abordagem Six Sigma, bem como se pode avaliar as

melhorias antes da implementação no mundo real.

Neste novo cenário, com o uso das abordagens BPM, Six Sigma e BSC

integradas, é possível afirmar que o Balanced Scorecard deixará de ser uma

metodologia de controle e análise das informações de processo, conforme relatado

por Baldam et al. (2006), para se tornar uma ferramenta de gerenciamento

estratégico dinâmico.

4.4 MAPEAMENTO DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES

No processo investigativo feito na literatura, observou-se que várias

atividades podem ser executadas durante o processo de integração das

abordagens, no entanto, não se encontra na respectiva base pesquisada um

mapeamento dessas atividades que possibilitem auxiliar no processo de integração.

A Figura 17 apresenta mais detalhadamente as principais atividades

sugeridas neste processo de integração. É importante ressaltar que as atividades

não necessariamente acontecem na exata sequência apresentada, por causa das

particularidades de cada metodologia, processo organizacional e metodologia de

integração.

Este fluxograma (Figura 17) tem como objetivo auxiliar o processo de

entendimento das principais etapas envolvidas nesse contexto, além de proporcionar

um suporte teórico ao novo modelo, bem como as recomendações sugeridas

oferecem um modelo harmônico que torna possível fortalecer os principais aspectos

de cada metodologia, construindo um modelo “robusto” e eficaz. Não é intenção

desta pesquisa o aprofundamento teórico em relação ao mapeamento detalhado

dessas atividades, para isso recomenda-se estudo futuro. A Figura 17 mostra as

principais atividades envolvidas na integração BSC, Six Sigma e BPM .

Page 83: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

82

Figura 17 – Fluxograma da integração BSC, Six Sigma e BPM

Fonte: elaborado pelo autor.

Para melhor compreensão, este mapeamento foi subdivido em cinco estágios,

a seguir apresenta-se, resumidamente, sua breve descrição:

a) Estágio 1: representa as etapas desenvolvidas no contexto da abordagem

BSC.

2.0 Mapear os processos críticos conforme six sigma

1.0 Definir Missão

1.1 Definir Visão

1.3 Definir Valores

1.4 Competências Críticas

1.5 Linhas Estratégicas

1.6 Objetivos Estratégicos

1.13 Metas estratégicas

1.14 – 5.5 Planos de ações estratégicos

1.15 – 5.6 Avaliação e melhorias contínuas

1.8 Agrupar objetivos por perspectivas

1.9 Identificar FCS por perspectivas

1.10 Identificar indicadores estratégicos por perspectivas

1.11 Identificar relação causa e efeito entre indicadores

1.12 Definir estrutura entre indicadores

Implementar BSC?

1.7 Definir Perspectivas

Implementar BPM?

2.2 Classificar os processos(gerenciamento, fundamental e suporte)

2.1 Alinhar os processos as estratégias

2.3 Confecionar matriz de processos críticos e FCS

2.5 Selecionar os processos criticos

2.4 Definir os processos chaves para a estratégia

2.6 Priorizar os processos de negócios a serem otimizados

2.7 Investigar fraquezas dos processos através do six sigma

Melhorias imediatas

2.8 Aplicar técnica six sigma “Quick Win” nos processos

2.9 Buscar apoio da alta administração para implementação BPM

Apoio ok?

3.0 Modelar os processos críticos (As Is)

3.1 Avaliar variabilidade dos processos Six Sigma

Processos Estável?

3.2 Modelar os processos críticos (To Be)

4.1 Implementar novos processos

3.6 Analisar processos através dados obtido na simulação

3.8 Treinar recursos humanos nos novos processos

4.2 Executar novos processos

Adaptar estrutura

4.3 Definir novos processos de negócios para suportar mudanças

4.4 Desenvolver plano de mudanças

4.5 Implementar nova solução

4.6 Disseminar o conhecimento adquirido

4.7 Gerenciar o plano de transferência de tecnologia

4.8 Treinar recursos humanos

4.9 Acompanhar sistemática de metas do plano de Execução

5.4 Monitorar e controlar os processos conforme six sigma

3.3Documentar processos

4.0 Definir um dono para cada processo

3.4 Modelar processo em um ferramenta de modelagem

3.5 Simular processos

3.7 Desenvolver um plano de mudança

5.0 Disponibilizar métricas ao suporte a decisões

5.1 Disponibilizar cockpit gerencial

5.2 Disponibilizar um BSC dinâmico

5.3 Implementar controle estatistico dos processos

Legenda:

ESTÁGIO 1 ESTÁGIO 2 ESTÁGIO 3 ESTÁGIO 4 ESTÁGIO 5

FIM

S

N

S

N

S

N S

N

S

N

S

Page 84: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

83

b) Estágio 2: apresenta o início da abordagem BPM, principalmente a etapa

de planejamento. Além disso, sugere neste contexto a inclusão da

metodologia Six Sigma para mapeamento dos processos.

c) Estágio 3: apresenta a etapa de modelagem e otimização de processos

(ciclo do BPM), sugerindo também a inclusão da metodologia Six Sigma.

d) Estágio 4: representa as etapas envolvidas no contexto de implementação

dos novos processos otimizados na etapa de modelagem e otimização.

Nesse ponto do processo, a etapa do Six Sigma de maior correlação é a

melhoria contínua dos processos (da técnica DMAMC).

e) Estágio 5: fase na qual se encontra os elementos convergentes, ou seja, é

a integração propriamente dita das metodologias BSC, BPM e Six Sigma.

Além disso, observa-se a forte correlação entre a etapa do BPM, controle

e análise de dados e a metodologia Six Sigma, principalmente a etapa de

controle (da técnica DMAMC). Por outro lado, ocorre uso intensivo da

análise de dados e uso estatístico, bem como é possível afirmar que é

nesse momento que o novo modelo proposto pode ser observado em sua

essência.

4.4.1 Estágio 1: Ciclo BSC

Estágio é constituído basicamente pelo ciclo de implementação do BSC,

todavia, se faz necessário uma atenção especial nas atividades de identificação dos

fatores críticos de sucesso e relação causa e efeito dos indicadores, pois são

premissas essenciais ao novo modelo a ser proposto.

Além disso, procura-se garantir que os princípios básicos do BSC estejam

definidos e, portanto, deduz-se que as etapas de definição da missão, visão e seus

objetivos estratégicos estão definidos e claros para toda a organização. Para

evolução dessa etapa, parte-se do pressuposto de que os objetivos estratégicos já

foram definidos, sendo assim, deverão ser agrupados por perspectivas segundo o

modelo proposto por Kaplan e Norton (1997). No processo de auxílio a esta etapa,

há quatro perguntas, e suas respectivas respostas, que servem para facilitar as suas

correlações (objetivos versus perspectivas), a saber:

Page 85: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

84

a) Perspectiva financeira: para sermos bem-sucedidos financeiramente,

como deveríamos ser vistos por nossos acionistas?

b) Perspectiva do cliente: para alcançarmos nossa visão, como deveríamos

ser vistos por nossos clientes?

c) Perspectiva dos processos internos: para satisfazermos nossos acionistas

e clientes, em que processos de negócio devemos alcançar a excelência?

d) Perspectiva de aprendizado e crescimento: para alcançarmos nossa visão,

como sustentaremos nossa capacidade de mudar e melhorar?

Nessa etapa pode ser usado um formulário (Figura 18) para auxiliar o

processo de correlação.

Perspectiva Objetivos estratégicos

Perspectiva financeira

Para sermos bem-sucedidos financeiramente,

como deveríamos ser vistos por nossos

acionistas?

Perspectiva do cliente

Para alcançarmos nossa visão, como

deveríamos ser vistos por nossos clientes?

Perspectiva dos processos internos

Para satisfazermos nossos acionistas e

clientes, em que processos de negócio

devemos alcançar a excelência?

Perspectiva de aprendizado e crescimento

Para alcançarmos nossa visão, como

sustentaremos nossa capacidade de mudar e

melhorar?

Figura 18 – Formulário para correlação de objetivos e perspectivas

Fonte: elaborado pelo autor.

Mediante os objetivos estratégicos definidos e sua correlação com as quatro

perspectivas, se faz necessário a identificação dos fatores críticos de sucesso para

cada perspectiva, Baldam et al. (2006) recomendam como metodologias auxiliadoras

para esta etapa os métodos cadeia de valor ou SWOT. Dessa forma, após a seleção

Page 86: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

85

do método de domínio da organização é preciso utilizar o formulário para

documentação do processo (Figura 19).

Perspectiva Objetivos

estratégicos

Fatores críticos

do sucesso

Perspectiva financeira

Para sermos bem-sucedidos financeiramente,

como deveríamos ser vistos por nossos

acionistas?

Perspectiva do cliente

Para alcançarmos nossa visão, como deveríamos

ser vistos por nossos clientes?

Perspectiva dos processos internos

Para satisfazermos nossos acionistas e clientes,

em que processos de negócio devemos alcançar

a excelência?

Perspectiva de aprendizado e crescimento

Para alcançarmos nossa visão, como

sustentaremos nossa capacidade de mudar e

melhorar?

Figura 19 – Formulário para correlação de objetivos e perspectivas

Fonte: elaborado pelo autor.

Após o processo de identificação dos indicadores estratégicos, procura-se

vinculá-los a perspectivas. Como este processo é muito crítico dentro do contexto

BSC, se faz necessário um perfeito entendimento entre as partes envolvidas, por

isso é recomendável para essa fase metodologias como reuniões, pesquisas de

opinião, workshops, etc. A Figura 20 representa um formulário proposto para

documentação dessa etapa.

Page 87: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

86

Perspectiva Indicadores

estratégicos

Perspectiva financeira

Para sermos bem-sucedidos financeiramente, como deveríamos

ser vistos por nossos acionistas?

Perspectiva do cliente

Para alcançarmos nossa visão, como deveríamos ser vistos por

nossos clientes?

Perspectiva dos processos internos

Para satisfazermos nossos acionistas e clientes, em que

processos de negócios devemos alcançar a excelência?

Perspectiva de aprendizado e crescimento

Para alcançarmos nossa visão, como sustentaremos nossa

capacidade de mudar e melhorar?

Figura 20 – Formulário para correlação de indicadores estratégicos e perspectiva

Fonte: elaborado pelo autor.

A partir dos indicadores estratégicos definidos e as perspectivas e fatores

críticos de sucesso correlacionados, o processo de identificação da relação causa e

efeito entre os indicadores é iniciado. O objetivo principal dessa etapa é apresentar

de forma clara as interdependências entre os indicadores e perspectivas. Tal etapa

será importante ao BPM em relação à identificação de possíveis pontos críticos,

facilitando o processo de otimização dos processos de negócios.

Conforme exposto no capítulo 3.2, uma das principais características do BSC

é a disponibilização de uma estrutura de indicadores que auxiliam a tomada de

decisão e facilitam a visualização dos indicadores e sua correlação, no entanto, essa

estrutura tem se revelado estática, não possibilitando o acompanhamento das

ocorrências em tempo real.

Com essa estrutura definida, tal quesito será usado dentro do contexto BPM,

sendo de vital importância na etapa de modelagem e simulação de processos. A

Figura 21 sugere um modelo de formulário para registro dessa estrutura.

Page 88: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

87

Perspectiva Objetivos

estratégicos

Indicadores

estratégicos

FCS Relação Causa e Efeito P

ersp

ectiv

a

finan

ceira

Per

spec

tiva

do C

lient

e

Per

spec

tiva

dos

proc

esso

s in

tern

os

Per

spec

tiva

de

apre

ndiz

ado

e

cres

cim

ento

Figura 21 – Formulário para correlação de indicadores estratégicos e perspectiva

Fonte: elaborado pelo autor.

4.4.2 Estágio 2: Planejamento do BPM e Six Sigma

Conforme mencionado no capítulo 3.3, a etapa de planejamento do BPM é

fundamental para o sucesso do projeto, visto que neste momento organizam-se as

atividades, metodologias e planos de ação que suportarão a implementação de

todas as etapas posteriores. Por outro lado, garante que os objetivos estratégicos

foram correlacionados claramente com o escopo do projeto, e também que todas as

pessoas envolvidas estejam alinhadas com a estratégia do projeto e dos processos

de negócios.

Nesse momento inicia-se o ciclo de implementação BPM, por isso a etapa de

planejamento é fundamental no processo. Durante a evolução desse estágio

Indicador 19

Indicador 17 Indicador 8

Indicador 16

Indicador 15

Indicador 14

Indicador 13

Indicador 12

Indicador 11

Indicador 3

Page 89: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

88

recomenda-se o uso da metodologia Six Sigma, principalmente no procedimento de

mapeamento dos processos de negócios.

O principal objetivo da etapa de mapeamento de processos de negócios

consiste em disponibilizar uma visão global dos processos antes de iniciar qualquer

etapa do BPM. Além disso, busca-se disponibilizar um fluxo macro para facilitar a

compreensão do funcionamento da empresa.

Para esse quesito, e mediante o escopo dessa pesquisa, que propõe

disponibilizar um modelo que se integre às ferramentas Six Sigma, BSC e BPM,

recomenda-se utilizar as seguintes ferramentas para o respectivo mapeamento (o

uso de todas as ferramentas não se faz necessário):

a) O método SIPOC14 da ferramenta Six Sigma tem se revelado de grande

importância no mapeamento das entradas e nas variáveis potenciais que

afetam o resultado do processo. Além disso, se dispõe a garantir a

identificação dos elementos básicos, a Figura 22 ilustra as etapas e

formulários de coleta de informações, respectivamente;

b) 5W1H15 (representado na Figura 23) tem se revelado uma ferramenta

gerencial muito simples e capaz de auxiliar tanto no processo de

modelagem como na solução de problemas;

c) Método de mapeamento segundo o modelo de Harrington, Esseling e

Nimwegen (1997), conforme apresentado no capítulo 3.4.1.4 – Visão

sistêmica de processos;

d) SWOT16, Gráficos de Pareto.17

14 SIPOC – Suppliers (Fornecedores), Inputs (Entradas), Process (Processo), Outputs (Saídas) e Customers (Clientes). 15 5W1H – O Que é feito? (What), Quem faz? (Who), Onde? (Where), Por que (Why), Quando? (When), Como? (How). 16 SWOT– Ferramenta usada para análise de cenários: Strengths (Forças), Weakness (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades), Threats (Ameaças). 17 Pareto – Ferramenta que remete ao princípio básico 80/20, ou seja, 20% das causas dos problemas resolvem 80% deles.

Page 90: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

89

Supplier Input Process Output Customer

Etapa 1

Etapa 2

Etapa 3

Etapa 4

Figura 22 – Etapa e fluxo do SIPOC

Fonte: elaborado pelo autor.

Após a seleção das ferramentas de domínio da organização, as quais serão

utilizadas nessa etapa, iniciam-se o processo de coleta de informações com o

objetivo de mapear os principais processos de negócios da organização, suas inter-

relações, fluxo, pontos fracos e fortes e possíveis variáveis que podem trazer

melhorias. Conforme já mencionado, por meio de workshop e reunião, inicia-se a

coleta das informações e devida documentação dos processos envolvidos, utilizando

as ferramentas SIPOC e 5W1H.

FERRAMENTA 5W1H – Indicador estratégico ou processo a mapear

Nome do Processo: Responsável: Setores envolvidos:

What? (O quê)

Why? (Por que)

Who? (Quem)

How? (Como)

When? (Quando)

Figura 23 – Formulário 5W1H

Fonte: elaborado pelo autor.

Fornecedor

Input

Processo

Saída

Cliente

Page 91: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

90

4.4.3 Estágio 3: Modelagem e otimização de processo

Esse estágio é constituído principalmente pela etapa de modelagem e

otimização de processos, sendo assim, além das técnicas de modelagem

recomenda-se o uso intenso do Six Sigma, principalmente nos processos críticos

identificados. A metodologia de melhoria dos processos DMAMC deverá ser a base

dessa etapa, no entanto, o foco encontra-se nas etapas Definir, Medir e Análise do

Six Sigma.

4.4.4 Estágio 4: Execução de Processos

No estágio de execução de processos, a preocupação deve estar voltada

para o processo de implementação e melhoria dos processos, a fase de melhoria do

Six Sigma será o alicerce desta etapa, todavia, o importante é aplicar a metodologia

de melhor conhecimento na organização.

4.4.5 Estágio 5: Controle e análise de dados

Após evoluir nas etapas anteriores, se faz necessário garantir que todo o

planejamento foi executado, que as melhorias foram plenamente implementadas e

que os processos estão estabilizados e funcionando em concordância com as metas

estratégicas. Nesse estágio será executado o controle dos dados e a transformação

destes em informações gerenciais. Essa é a etapa de maior relevância ao modelo a

ser proposto, visto que o objetivo desta pesquisa é disponibilizar um modelo teórico

que possibilite a criação de um novo conceito, ou seja, com alimentação de

informações em tempo real e, consequentemente, atualizado, com informações que

possibilitem tomadas de decisão proativas da gerência.

Page 92: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

91

4.5 DEFINIÇÃO DO MODELO PROPOSTO

O modelo proposto sugere uma visão simplificada dos modelos estruturais

BSC, BPM e Six Sigma e, portanto, proporciona a integração dessas abordagens.

Além disso, o fundamento teórico desta proposta é a implementação gradativa desse

conceito por processo crítico, sem a necessidade de mudanças drásticas em toda a

empresa, ou seja, uma implementação harmônica conforme a necessidade da

organização.

Para uma linguagem mais clara, esse conceito será chamado de “caminho

causal”, visto que o foco central é disponibilizar um modelo no qual seja possível, de

forma dinâmica, gerenciar as causas, relações e efeitos em tempo real entre os

indicadores do processo e perspectivas do BSC. Enfim, a organização define em seu

modelo quantos caminhos causais quer implementar, conforme sua necessidade e

processos críticos do negócio.

Nesse contexto, o modelo proposto terá três camadas: estratégica, funcional

e atividades. Essas camadas (Figura 24), por sua vez, estarão sustentadas pelas

abordagens BSC, BPM e Six Sigma, respectivamente.

Figura 24 – Camadas do novo modelo

Fonte: elaborado pelo autor.

Tem como foco central melhoria contínua das atividades

Possibilita o mapeamento dos aspectos funcionais da empresa

Proporcionará o gerenciamento estratégicoBalanced Scorecard

Business Process Management

Six Sigma Tem como foco central melhoria contínua das atividades

Possibilita o mapeamento dos aspectos funcionais da empresa

Proporcionará o gerenciamento estratégicoBalanced Scorecard

Business Process Management

Six Sigma

Page 93: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

92

4.6 DESENVOLVIMENTO DO NOVO MODELO PROPOSTO

O Novo modelo proposto foi extraído mediante uma visão simplificada do

fluxograma de integração das abordagens BPM, BSC e Six Sigma, apresentado na

Figura 17 (capítulo 4.4), assim sendo, a Figura 25 apresenta o novo modelo

proposto, o qual se propõe integrar a modelagem de processo de negócios (BPM),

Six Sigma e BSC. A seguir, são destacadas as principais etapas desenvolvidas para

definição dessa nova metodologia, a saber:

Figura 25 – Novo Modelo Proposto

Fonte: elaborado pelo autor.

I - Etapa 1: para iniciar este modelo se faz necessário atender duas premissas

envolvidas no contexto BSC:

i - estrutura de indicadores estratégicos vinculados às suas respectivas

perspectivas;

ii - relação causa e efeito entre os indicadores;

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six Sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six Sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Page 94: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

93

Esta etapa remete a uma visão simplificada do Estágio 1, representado na

17 (capítulo 4.4), e seus respectivos processos 1.0 a 1.12.

II - Etapa 2: através da modelagem de processo de negócios (BPM) realizar o

mapeamento de processos, visando detectar uma visão de responsabilidade,

papéis, atividades, tarefas e fluxo das informações que permita compreender

e identificar as necessidades do negócio.

i - após o respectivo mapeamento, selecionar um processo crítico a ser

modelado, o qual deverá estar vinculado diretamente a um indicador

estratégico apresentado na Etapa 1, bem como deverá ser selecionado

através da metodologia Six Sigma, conforme as etapas citadas por

Rotondaro (2002, p. 75):

Utilizar a visão do cliente, partindo de objetivos estratégicos de referência: missão da empresa, plano estratégico e cenário; Identificar os fatores-chave que permitem a realização dos objetivos (visão interna): a partir do fluxograma geral, determinar os fatores importantes para a realização do objetivo; e Selecionar os processos prioritários ou crítico para a qualidade (CPQ), sempre com a visão do cliente final.

ii - Esta etapa remete a uma visão simplificada do estágio 2,

representado na 17 (capítulo 4.4), e seus respectivos processos 2.0 a

2.9.

III - Etapa 3: aplicação da metodologia Six Sigma, objetivando a melhoria

contínua do processo selecionado na etapa anterior, ou seja, buscar a

eliminação da possibilidade de sua variabilidade.

i - Esta etapa remete a uma visão simplificada do estágio 3,

representado na Figura 17 (capítulo 4.4), e seus respectivos processos

3.0 a 3.3.

IV - Etapa 4: criação de um modelo virtual do processo observado que

possibilite a simulação deste processo através de uma ferramenta de

modelagem, visando disponibilizar uma representação abstrata da realidade

do processo selecionado, bem como comparação do desempenho dos

processos em seu estado atual e desejado (com melhorias).

Page 95: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

94

i - Esta etapa remete a uma visão simplificada do estágio 3 e 4,

representado na 17 (capítulo 4.4), e seus respectivos processos 3.0 a

3.8 e 4.0 a 4.9.

V - Etapa 5: integrar este modelo a um modelo superior concebido conforme a

metodologia BSC, bem como a inserção do processo a uma das perspectivas

(financeira, processos internos, do cliente, aprendizado e crescimento). Esta

etapa tem por objetivo principal a manutenção do equilíbrio (balanceamento)

das medidas de desempenho das organizações, além disso, auxílio e controle

das ações estratégicas para atingir os objetivos do negócio.

i - Esta etapa remete a uma visão simplificada do estágio 5 e 1,

representados na Figura 17 (capítulo 4.4) e seus respectivos processos

5.0 a 5.6 e 1.14 a 1.15.

4.7 VALIDAÇÃO DO MODELO PROPOSTO

Um estudo futuro para a validação do modelo teórico proposto é

recomendado. No capítulo 5 deste trabalho há caso que apresenta todas as etapas

sugeridas para tal validação. Neste contexto, algumas recomendações serão

sugeridas, visando auxiliar o desenvolvimento desse modelo. Além disso,

recomenda-se aplicar essa nova abordagem em pelo menos dois processos críticos

de negócio e com o uso de uma ferramenta computacional para a devida

modelagem.

A seguir, as principais etapas consideradas necessárias para tal

procedimento. No próximo capítulo será apresentado o desdobramento dessas

etapas:

Etapa 1 - definir estrutura e relação causa e efeito dos indicadores

estratégicos: conforme já mencionado, a implementação do BSC não é objeto de

estudo, a seguir apresenta-se um resumo das principais etapas aplicadas para

definição da abordagem:

a) definição da missão e visão da área estudada;

b) realização da análise das causas e efeito entre os indicadores e

objetivos estratégicos;

Page 96: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

95

c) relacionar os indicadores por perspectivas;

d) após a integração dos objetivos e indicadores estratégicos nas quatro

perspectivas, realizou-se a análise de relações de causa e efeito entre

os indicadores.

Etapa 2 - modelar o processo de negócios e selecionar o processo crítico:

após o procedimento de mapeamento dos processos de negócios, em uma visão

macro, realiza-se o desdobramento do mapeamento dos principais processos

envolvidos na organização.

Etapa 3 – aplicar a metodologia Six Sigma no processo selecionado: nessa

etapa recomenda-se a aplicação da metodologia Six Sigma no processo selecionado

com o intuito de eliminar a variabilidade do processo e proporcionar melhoria. Por

outro lado, recomenda-se usar ferramentas das quais as equipes tenham mais

conhecimento técnico, visando proporcionar maior agilidade e eficácia na evolução

deste quesito.

Etapa 4 - uso da modelagem para criar o modelo do processo: etapa na qual

ocorre a modelagem do processo por meio de uma ferramenta computacional. O

objetivo principal dessa fase é proporcionar a simulação do processo, bem como

validar as melhorias implementadas com a aplicação do Six Sigma, ou seja, garantir

um perfeito funcionamento do processo antes de sua liberação ao usuário final. Por

outro lado, recomenda-se também representar um modelo de “árvore” de

indicadores. O objetivo dessa ação é proporcionar uma simulação dos indicadores

definidos no BSC. Além disso, essa árvore de indicadores estará conectada com o

respectivo processo crítico selecionado.

Por outro lado, se faz necessário identificar qual conteúdo informacional será

alimentado do processo crítico para a árvore de indicadores e sua respectiva relação

de causa e efeito entre os elementos envolvidos, portanto, essas informações serão

utilizadas para retroalimentar as árvores de indicadores.

Etapa 5 - integrar o modelo do processo ao BSC: a ideia central dessa

abordagem é proporcionar para a força de trabalho os aspectos importantes dos

processos como um todo, principalmente os relacionamentos entre eles, visto que

muitos sistemas integrados omitem essas informações. Dentro desse contexto, o

modelo proposto proporciona integração entre o processo crítico selecionado, árvore

de indicadores e BSC.

Page 97: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

96

Busca-se com tal abordagem disponibilizar um sistema “virtual” que retrate a

realidade dessas relações, por outro lado, o processo modelado poderá ser usado

em treinamentos, para simulação de situações que permitam aos empregados

entender melhor a sua relação e imersão no sistema organizacional. Assim sendo,

as recomendações mencionadas são uma contribuição para estudo futuro e devida

validação do modelo proposto.

Page 98: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

97

5 ROTEIRO DE APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO

O roteiro de aplicação recomendado para validar este modelo proposto

teórico foi testada mediante um caso realizado na ferramenta Income Suite

(características apresentadas no capítulo 3.3.4) que, por sua vez, representou a

evolução das etapas sugeridas para aplicabilidade do modelo.

O objetivo deste caso é apresentar a evolução das etapas do modelo

proposto, não será seu escopo a validação do desempenho do modelo, para o qual

se recomenda um estudo futuro. No entanto, para um melhor entendimento do

conceito dessa nova abordagem, apresenta-se o desenvolvimento das etapas

sugeridas para validação.

Para tanto, será aplicado tal modelo em um sistema produtivo real de análise

de documentos digitais, entretanto, algumas informações serão alteradas ao longo

deste desenvolvimento por medida de confidencialidade.

Este processo de análise documental encontra-se subdivido nas seguintes

etapas:

a) recebimento e organização de documentos físicos (em papel);

b) digitalização dos documentos;

c) análise visual das imagens pelo operador;

d) classificação dos documentos conforme regras de negócios definidas

pelos clientes;

e) controle de qualidade; e

f) guarda - física e digital dos documentos.

5.1 ETAPA 1: DEFINIR ESTRUTURA E RELAÇÃO CAUSA E EFEITO DOS INDICADORES ESTRATÉGICOS

Esta etapa é constituída pela implementação propriamente dita do BSC, ou

seja, aplicação do ciclo de desenvolvimento do BSC. Conforme mencionado, a

implementação do BSC não será objeto de estudo, no entanto, para um melhor

entendimento da evolução do modelo serão apresentadas as principais etapas

Page 99: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

98

aplicadas para definição da abordagem. A Figura 26 apresenta a evolução desta

etapa no contexto do modelo proposto.

Figura 26 – Evolução da Etapa 1 no modelo proposto

Fonte: elaborado pelo autor.

O que primeiramente se busca na Etapa 1 é garantir as premissas

indispensáveis para o início do desenvolvimento desta abordagem, que são:

a) Definição da Missão e visão da área estudada: por meio de workshop,

desenvolve-se um plano de ação estratégico, o qual proporcionará

desenvolvimento sustentado do gerenciamento do negócio. Este

documento remete à reflexão das prioridades, bem como à definição da

missão e visão.

b) Após definidas missão e visão, levanta-se os fatores críticos de sucesso

através da metodologia SWOT, bem como os objetivos estratégicos e

indicadores estratégicos, o Quadro 7 representa estes elementos para

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six Sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six Sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six Sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Page 100: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

99

auxiliar o melhor entendimento dos leitores (os elementos mencionados

são fictícios).

Quadro 7 – Formulário FCS: objetivos e indicadores estratégicos

Objetivos estratégicos

Fatores críticos de sucesso

Indicadores estratégicos

Crescer a receita Aumentar o volume dos

clientes lucrativos

Total de receitas

Porcentagem de aumento de

volume

Melhoria de lucratividade

Aumentar a produtividade Lucro por funcionário

Lucratividade

Controle dos custos Redução de custos Custo total da produção

Superar as expectativas dos clientes

Reagir rápido às solicitações

dos clientes Número de reclamações

Criar um grande relacionamento com os clientes

Garantir a retenção dos

clientes

Índice de satisfação de clientes

Números de contratos cancelados

Reciclar a força de trabalho

Atualizar as competências e

capacitação dos recursos

humanos

Investimentos em treinamentos

Fonte: elaborado pelo autor.

Nesse momento, é realizada análise das causas e efeitos entre os

indicadores e objetivos estratégicos que, por sua vez, foram definidos na etapa

anterior. Sendo assim, estes elementos foram interligados por perspectiva financeira,

perspectiva dos clientes, perspectivas de processos internos e perspectivas de

aprendizado e crescimento, conforme abordagem definida pelo conceito BSC.

Dentro deste contexto, e após a integração dos objetivos e indicadores

estratégicos nas quatro perspectivas, realizou-se a análise de relações de causa e

efeito entre os indicadores.

Page 101: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

100

5.2 ETAPA 2: MODELAR O PROCESSO DE NEGÓCIOS E SELECIONAR O PROCESSO CRÍTICO

Conforme mencionado na etapa anterior, este caso consiste na análise de um

sistema produtivo de análise de documentos digitais. Sendo assim, nesta etapa

executou-se o mapeamento dos processos de negócios envolvidos nesse contexto,

mediante uso da técnica SIPOC da metodologia Six Sigma. A Figura 27 apresenta a

evolução da Etapa 2 no contexto do modelo proposto.

Figura 27 – Evolução da Etapa 2 no modelo proposto

Fonte: elaborado pelo autor.

A Figura 28 e Quadro 8 apresentam o mapeamento dos processos de

negócios (em duas visões diferentes) no qual o sistema produtivo encontra-se

inserido. Por causa da confidencialidade, foram omitidos alguns itens do

mapeamento, o que não prejudica o foco central deste quesito, a metodologia de

mapeamento.

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Page 102: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

101

Figura 28 –Mapeamento dos processos de negócios

Fonte: elaborado pelo autor.

Quadro 8 – SIPOC: principais processos

SUPPLIER INPUT PROCESS OUTPUT CUSTOMER

Informação confidencial

Caixa, malote e sedex

Recebimento documentos

Contrato desembalado

Informação confidencial

Informação confidencial

Imagem digital Análise digital de documentos

Documentos analisados

Cliente final

Informação confidencial

Caixa, malote e sedex

Análise física de documentos

Documentos analisados

Informação confidencial

Informação confidencial

Informação confidencial

Outros processos

Informação confidencial

Informação confidencial

Informação confidencial

Informação confidencial

Liderança Análise de informações

Informação confidencial

Informação confidencial

Documentos Controle Qualidade

Documentos conformes

Informação confidencial

Informação confidencial

Contratos validados

Guarda Física Informação confidencial

Informação confidencial

Fonte: elaborado pelo autor.

Outros processos

S: xxxxxI: xxxxxP: xxxxxO: xxxxxC: xxxxx

Liderança

S: Sistema InformaçõesI: Informações gerenciaisP: Analise informaçõesO: xxxC: xxx

Recebimento

S: xxxxxxI: Caixa, malote e sedexP: RecebimentoO: Contrato desembaladoC: xxx

Analise Digital

S: xxxI: Imagem digitalP: Análise documentalO: Documentos analisado C: cliente final

Analise Física

S: xxxxxxI: Caixa, malote e sedexP: Análise físicaO: documento analisadoC: xxx

Controle Qualidade

S: xxxxxI: Documentos P: Controlar qualidadeO: Documentos conformesC: xxxxxx

Guarda física

S: xxxxI: Contratos validadosP: Guarda Física O: xxxC: Almoxarifado

Legenda:

S: FornecedorI: InputP: ProcessoO: SaídaC: Cliente final

X: informações confidenciais

Outros processos

S: xxxxxI: xxxxxP: xxxxxO: xxxxxC: xxxxx

Liderança

S: Sistema InformaçõesI: Informações gerenciaisP: Analise informaçõesO: xxxC: xxx

Recebimento

S: xxxxxxI: Caixa, malote e sedexP: RecebimentoO: Contrato desembaladoC: xxx

Analise Digital

S: xxxI: Imagem digitalP: Análise documentalO: Documentos analisado C: cliente final

Analise Física

S: xxxxxxI: Caixa, malote e sedexP: Análise físicaO: documento analisadoC: xxx

Controle Qualidade

S: xxxxxI: Documentos P: Controlar qualidadeO: Documentos conformesC: xxxxxx

Guarda física

S: xxxxI: Contratos validadosP: Guarda Física O: xxxC: Almoxarifado

Legenda:

S: FornecedorI: InputP: ProcessoO: SaídaC: Cliente final

X: informações confidenciais

Page 103: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

102

Após o processo de mapeamentos dos processos de negócios, em uma visão

macro, realiza-se o desdobramento do mapeamento dos principais processos

envolvidos no respectivo sistema de produção. O processo selecionado está

representado na Figura 29.

Para a seleção do processo crítico foram utilizados os critérios sugeridos,

conforme a metodologia Six Sigma:

a) O quanto o processo é crítico segundo a visão do cliente;

b) O quanto o processo é crítico segundo o ponto de vista do negócio da

empresa;

c) Qual a representatividade desse processo no esforço operacional;

d) Qual o impacto na composição dos recursos humanos;

e) Objetivos estratégicos e fatores críticos de sucesso.

Figura 29 – Processos de negócio selecionado

Fonte: elaborado pelo autor.

Sendo assim, após o mapeamento dos principais processos de negócios e

identificação do processo crítico, recomenda-se o uso da modelagem para

documentação e simulações, por sua vez, permite a avaliação do desempenho dos

processos (estado atual e desejado).

Para tanto, esta pesquisa fará uso da ferramenta Income Suite (conforme

descrita suas características no capítulo 3.3.4), no entanto, para futuras validações

Outros processos

S: xxxxxI: xxxxxP: xxxxxO: xxxxxC: xxxxx

Liderança

S: Sistema InformaçõesI: Informações gerenciaisP: Analise informaçõesO: xxxC: xxx

Recebimento

S: xxxxxxI: Caixa, malote e sedexP: RecebimentoO: Contrato desembaladoC: Separação

Analise Digital

S: xxxI: Imagem digitalP: Análise documentalO: Documentos analisado C: cliente final

Analise Física

S: xxxxxxI: Caixa, malote e sedexP: Análise físicaO: documento analisadoC: xxx

Controle Qualidade

S: xxxxxI: Documentos P: Controlar qualidadeO: Documentos conformesC: xxxxxx

Guarda física

S: xxxxI: Contratos validadosP: Guarda Física O: xxxC: Almoxarifado

Legenda:

S: FornecedorI: InputP: ProcessoO: SaídaC: Cliente final

X: informações confidenciais

Outros processos

S: xxxxxI: xxxxxP: xxxxxO: xxxxxC: xxxxx

Liderança

S: Sistema InformaçõesI: Informações gerenciaisP: Analise informaçõesO: xxxC: xxx

Recebimento

S: xxxxxxI: Caixa, malote e sedexP: RecebimentoO: Contrato desembaladoC: Separação

Analise Digital

S: xxxI: Imagem digitalP: Análise documentalO: Documentos analisado C: cliente final

Analise Física

S: xxxxxxI: Caixa, malote e sedexP: Análise físicaO: documento analisadoC: xxx

Controle Qualidade

S: xxxxxI: Documentos P: Controlar qualidadeO: Documentos conformesC: xxxxxx

Guarda física

S: xxxxI: Contratos validadosP: Guarda Física O: xxxC: Almoxarifado

Legenda:

S: FornecedorI: InputP: ProcessoO: SaídaC: Cliente final

X: informações confidenciais

Page 104: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

103

pode-se usar outra ferramenta computacional, o importante é a organização ou

pesquisador usar a ferramenta que os seus colaboradores melhor conhecem, visto

que tal premissa acelera o desenvolvimento e implementação.

Mediante o mapeamento dos processos de negócios envolvidos neste

sistema de produção, mapeamento descritivo através da ferramenta SIPOC

(conforme Quadro 8), executa-se a modelagem do processo, conforme apresentado

na Figura 30. Enfim, a partir deste momento, o foco encontra-se no refinamento do

sistema produtivo e análise documental, processo selecionado para implementação

do modelo.

Figura 30 – Modelagem processos de negócios do sistema de produção

Fonte: elaborado pelo autor.

5.3 ETAPA 3: APLICAR METODOLOGIA SIX SIGMA NO PROCESSO SELECIONADO

Nessa etapa, recomenda-se aplicar a metodologia Six Sigma no processo

selecionado, visando eliminar a variabilidade do processo e proporcionar sua

melhoria. A Figura 31 apresenta a evolução da etapa no contexto do modelo

proposto.

Page 105: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

104

No que tange à modelagem, recomenda-se usar ferramentas das quais as

equipes tenham maior conhecimento técnico, visando proporcionar maior agilidade e

eficácia na evolução deste quesito. Neste estudo não será desenvolvida a técnica

em sua essência, se houver necessidade de maior aprofundamento recomenda-se

analisar Rotondaro et al. (2002) e Eckes (2001).

Figura 31 – Evolução da Etapa 3 no modelo proposto

Fonte: elaborado pelo autor.

A Figura 32 apresenta as etapas da técnica DMAMC, bem como as principais

ferramentas auxiliadoras que podem ser aplicadas em cada etapa, todavia, as

características dos projetos definirão as ferramentas mais apropriadas. Destaca-se

que não é escopo desta pesquisa o aprofundamento conceitual desta técnica.

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Page 106: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

105

Figura 32 – Mapeamento do processo análise documental

Fonte: elaborado pelo autor.

Conforme já mencionado, o processo crítico selecionado foi à análise

documental digital, sendo assim, aplicou-se a metodologia Six Sigma, visando

eliminar a variabilidade e minimizar as atividades que não agregam valor ao

processo. As Figuras 33 e 34, respectivamente, apresentam o mapeamento do

processo atual e as suas atividades que não agregam valor, e o novo processo

proposto após a aplicação do Six Sigma.

Melhoria

•Seleção e diretrizes•SIPOC•Identificar problema•Mapa do processo•Mapa fluxo de valor•Diagrama afinidade•Diagrama em arvore•Critico p/ qualidade

•Sistema de Medida•Gráficos de Pareto•Histogramas•Gráficos Tendências•Gráficos XmR

•Diagrama causa e Efeito•Análise 5 perguntas•Plano dispersão

•Brainstorming;•FMEA;•Priorização soluções•Pilotagem soluções

•Controle visual;•Documentação dasalterações doprocesso

ControleMedir AnáliseDefinir Melhoria

•Seleção e diretrizes•SIPOC•Identificar problema•Mapa do processo•Mapa fluxo de valor•Diagrama afinidade•Diagrama em arvore•Critico p/ qualidade

•Sistema de Medida•Gráficos de Pareto•Histogramas•Gráficos Tendências•Gráficos XmR

•Diagrama causa e Efeito•Análise 5 perguntas•Plano dispersão

•Brainstorming;•FMEA;•Priorização soluções•Pilotagem soluções

•Controle visual;•Documentação dasalterações doprocesso

ControleMedir AnáliseDefinir Melhoria

•Seleção e diretrizes•SIPOC•Identificar problema•Mapa do processo•Mapa fluxo de valor•Diagrama afinidade•Diagrama em arvore•Critico p/ qualidade

•Sistema de Medida•Gráficos de Pareto•Histogramas•Gráficos Tendências•Gráficos XmR

•Diagrama causa e Efeito•Análise 5 perguntas•Plano dispersão

•Brainstorming;•FMEA;•Priorização soluções•Pilotagem soluções

•Controle visual;•Documentação dasalterações doprocesso

ControleMedir AnáliseDefinir

Page 107: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

106

Figura 33 – Mapeamento processo atual

Fonte: elaborado pelo autor.

Portal RecebS: AlmoxariadoI: xxxP: xxxO:xxxC: Portal Validação

Portal ValidaçãoS: Portal RecebimentoI: xxxP: xxxO: xxxxC: Portal Guarda Física

RecebimentoS: xxxxI: Caixa, malote e sedexP: RecebimentoO: xxxC: Separação

SeparaçãoS: RecebimentoI: ContratosP: Classificação e SeparaçãoO: xxxxlC: Portal Validação

AlmoxarifadoS: SeparaçãoI: ContratosP: EstocagemO: Contratos separados em

caixasC: Portal Recebimento

AlmoxarifadoS: Portal ValidaçãoI: xxxP: EstocagemO: xxxC: Guarda Física

Processo Físico -Novo

S: Validação PortalI: Contratos validados no

PortalP: xxxO: xxxC: xxx

Indexação

S: Digitalização I: contratos xxxP: IndexarO: Contratos indexadosC: xxx

DocumentoscopiaS: Processo FísicoI: xxxP: Análise FìsicaO: Contratos C: xxx

Verf. ComissõesS: xxxI: Contratos validadosP: Lançar status O: Contratos C: xxx

DigitalizaçãoS: xxxI: contratos P: Digitalizar os contratosliberadosO: Contratos xxxxC :Indexação

Novo sistema integrando 2 sistemas

Sistema atual

QualidadeS: IndexaçãoI: contratos indexadosP: xxxO: contratos prontosC: Almoxarifado

Guarda FísicaS: Processo Físico-NovoI: todos os contratosP: xxx O: contratos prontosC: Processo Expedição

Processo ExpedS: AlmoxarifadoI: Caixa com contratos

prontosP: Expedição no sistemaO: Caixas C: xxx

AlmoxarifadoS: Processo ExpediçãoI: caixas xxxP: Aguardar coletaO: xxxC: Expedição

Retirada S: AlmoxarifadoI: Caixas com etiquetasP: xxxO: Caixas prontas para CustódiaC: xxx

Novo sistema

Validação Portal S: SeparaçãoI: xxxP: xxx O: xxxxC: Processo Físico

Análise DigitalS: Processo Físico NovoI: contratos P: Analíse Digital xxx O: contratos prontosC: Upload

Download S: Processo Físico NovoI: contratos xxxP: Download dos contratos O: contratos para analisarC: xxx

manual

Sistema NOVO Sistema NOVO

Sistema atualSistema atual

Legenda:

X – Oportunidades de melhorias

Portal RecebS: AlmoxariadoI: xxxP: xxxO:xxxC: Portal Validação

Portal ValidaçãoS: Portal RecebimentoI: xxxP: xxxO: xxxxC: Portal Guarda Física

RecebimentoS: xxxxI: Caixa, malote e sedexP: RecebimentoO: xxxC: Separação

SeparaçãoS: RecebimentoI: ContratosP: Classificação e SeparaçãoO: xxxxlC: Portal Validação

AlmoxarifadoS: SeparaçãoI: ContratosP: EstocagemO: Contratos separados em

caixasC: Portal Recebimento

AlmoxarifadoS: Portal ValidaçãoI: xxxP: EstocagemO: xxxC: Guarda Física

Processo Físico -Novo

S: Validação PortalI: Contratos validados no

PortalP: xxxO: xxxC: xxx

Indexação

S: Digitalização I: contratos xxxP: IndexarO: Contratos indexadosC: xxx

DocumentoscopiaS: Processo FísicoI: xxxP: Análise FìsicaO: Contratos C: xxx

Verf. ComissõesS: xxxI: Contratos validadosP: Lançar status O: Contratos C: xxx

DigitalizaçãoS: xxxI: contratos P: Digitalizar os contratosliberadosO: Contratos xxxxC :Indexação

Novo sistema integrando 2 sistemas

Sistema atual

QualidadeS: IndexaçãoI: contratos indexadosP: xxxO: contratos prontosC: Almoxarifado

Guarda FísicaS: Processo Físico-NovoI: todos os contratosP: xxx O: contratos prontosC: Processo Expedição

Processo ExpedS: AlmoxarifadoI: Caixa com contratos

prontosP: Expedição no sistemaO: Caixas C: xxx

AlmoxarifadoS: Processo ExpediçãoI: caixas xxxP: Aguardar coletaO: xxxC: Expedição

Retirada S: AlmoxarifadoI: Caixas com etiquetasP: xxxO: Caixas prontas para CustódiaC: xxx

Novo sistema

Validação Portal S: SeparaçãoI: xxxP: xxx O: xxxxC: Processo Físico

Análise DigitalS: Processo Físico NovoI: contratos P: Analíse Digital xxx O: contratos prontosC: Upload

Download S: Processo Físico NovoI: contratos xxxP: Download dos contratos O: contratos para analisarC: xxx

manual

Sistema NOVO Sistema NOVO

Sistema atualSistema atual

Portal RecebS: AlmoxariadoI: xxxP: xxxO:xxxC: Portal Validação

Portal ValidaçãoS: Portal RecebimentoI: xxxP: xxxO: xxxxC: Portal Guarda Física

RecebimentoS: xxxxI: Caixa, malote e sedexP: RecebimentoO: xxxC: Separação

SeparaçãoS: RecebimentoI: ContratosP: Classificação e SeparaçãoO: xxxxlC: Portal Validação

AlmoxarifadoS: SeparaçãoI: ContratosP: EstocagemO: Contratos separados em

caixasC: Portal Recebimento

AlmoxarifadoS: Portal ValidaçãoI: xxxP: EstocagemO: xxxC: Guarda Física

Processo Físico -Novo

S: Validação PortalI: Contratos validados no

PortalP: xxxO: xxxC: xxx

Indexação

S: Digitalização I: contratos xxxP: IndexarO: Contratos indexadosC: xxx

DocumentoscopiaS: Processo FísicoI: xxxP: Análise FìsicaO: Contratos C: xxx

Verf. ComissõesS: xxxI: Contratos validadosP: Lançar status O: Contratos C: xxx

DigitalizaçãoS: xxxI: contratos P: Digitalizar os contratosliberadosO: Contratos xxxxC :Indexação

Novo sistema integrando 2 sistemas

Sistema atual

QualidadeS: IndexaçãoI: contratos indexadosP: xxxO: contratos prontosC: Almoxarifado

Guarda FísicaS: Processo Físico-NovoI: todos os contratosP: xxx O: contratos prontosC: Processo Expedição

Processo ExpedS: AlmoxarifadoI: Caixa com contratos

prontosP: Expedição no sistemaO: Caixas C: xxx

AlmoxarifadoS: Processo ExpediçãoI: caixas xxxP: Aguardar coletaO: xxxC: Expedição

Retirada S: AlmoxarifadoI: Caixas com etiquetasP: xxxO: Caixas prontas para CustódiaC: xxx

Novo sistema

Validação Portal S: SeparaçãoI: xxxP: xxx O: xxxxC: Processo Físico

Análise DigitalS: Processo Físico NovoI: contratos P: Analíse Digital xxx O: contratos prontosC: Upload

Download S: Processo Físico NovoI: contratos xxxP: Download dos contratos O: contratos para analisarC: xxx

manual

Sistema NOVO Sistema NOVO

Sistema atualSistema atual

Legenda:

X – Oportunidades de melhorias

Page 108: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

107

Figura 34 – Processo com melhorias

Fonte: elaborado pelo autor.

5.4 ETAPA 4: USO DA MODELAGEM PARA CRIAR O MODELO DO PROCESSO

Nesta etapa ocorre a modelagem do processo selecionado, através da

ferramenta Income Suite. O foco central desta fase é proporcionar a simulação do

processo, bem como validar as melhorias implementadas com a aplicação do Six

Sigma, ou seja, garantir um perfeito funcionamento do processo antes de sua

liberação ao usuário final. A Figura 35 apresenta a evolução desta etapa no contexto

do modelo proposto.

RecebimentoS: xxxI: Caixa, malote e sedexP: RecebimentoO: Contrato desembaladoC: xxx

SeparaçãoS: RecebimentoI: Contratos desembaladosP: xxxO: Contratos separadoslC: xxx

Processo Físico -Novo

S: xxxI: Contratos validados P: Processo Novo O: xxxxC: xxx

Novo sistema integrando 2 sistemas

Guarda FísicaS: Processo I: todos os contratosP: xxx O: contratos prontosC: Processo Expedição

ExpediçãoS: AlmoxarifadoI: Caixa com contratos

prontosP: Expedição no sistemaO: Caixas xxxC: xxxx

AlmoxarifadoS: Processo ExpediçãoI: caixas xxxP: Aguardar coleta xxxO: Caixas Iron com etiquetasC: Expedição xxx

Retirada S: AlmoxarifadoI: Caixas com etiquetasP: ExpediçãoO: Caixas prontas para CustódiaC: xxx

Novo Sistema

Validação Portal S: SeparaçãoI: Contratos validados no

PortalP: xxxxO: xxxxxC: Processo Físico

Análise DigitalS: Processo Físico NovoI: contratos xxxP: xxx O: contratos prontosC: Upload

Download S: Processo Físico NovoI: contratos xxxP: Download dos contratos O: xxxC: Análise digital

manual Novo Sistema

Sistema NOVO Sistema atualSistema atual

Benefícios:1- Redução de etapas de produção e conseqüente ganho de produtividade2- Ganho de produtividade com menos movimentação de caixa3- Registro do total de contratos em estoque em cada etapa4- Obter a quantidade de contratos produzidos pelos funcionários nessas atividades5- Melhor organização das caixas no Almoxarifado6- A análise dos contratos feita por funcionário da Análise Digital gera melhor qualidade e maior produtividade

RecebimentoS: xxxI: Caixa, malote e sedexP: RecebimentoO: Contrato desembaladoC: xxx

SeparaçãoS: RecebimentoI: Contratos desembaladosP: xxxO: Contratos separadoslC: xxx

Processo Físico -Novo

S: xxxI: Contratos validados P: Processo Novo O: xxxxC: xxx

Novo sistema integrando 2 sistemas

Guarda FísicaS: Processo I: todos os contratosP: xxx O: contratos prontosC: Processo Expedição

ExpediçãoS: AlmoxarifadoI: Caixa com contratos

prontosP: Expedição no sistemaO: Caixas xxxC: xxxx

AlmoxarifadoS: Processo ExpediçãoI: caixas xxxP: Aguardar coleta xxxO: Caixas Iron com etiquetasC: Expedição xxx

Retirada S: AlmoxarifadoI: Caixas com etiquetasP: ExpediçãoO: Caixas prontas para CustódiaC: xxx

Novo Sistema

Validação Portal S: SeparaçãoI: Contratos validados no

PortalP: xxxxO: xxxxxC: Processo Físico

Análise DigitalS: Processo Físico NovoI: contratos xxxP: xxx O: contratos prontosC: Upload

Download S: Processo Físico NovoI: contratos xxxP: Download dos contratos O: xxxC: Análise digital

manual Novo Sistema

Sistema NOVO Sistema atualSistema atual

RecebimentoS: xxxI: Caixa, malote e sedexP: RecebimentoO: Contrato desembaladoC: xxx

SeparaçãoS: RecebimentoI: Contratos desembaladosP: xxxO: Contratos separadoslC: xxx

Processo Físico -Novo

S: xxxI: Contratos validados P: Processo Novo O: xxxxC: xxx

Novo sistema integrando 2 sistemas

Guarda FísicaS: Processo I: todos os contratosP: xxx O: contratos prontosC: Processo Expedição

ExpediçãoS: AlmoxarifadoI: Caixa com contratos

prontosP: Expedição no sistemaO: Caixas xxxC: xxxx

AlmoxarifadoS: Processo ExpediçãoI: caixas xxxP: Aguardar coleta xxxO: Caixas Iron com etiquetasC: Expedição xxx

Retirada S: AlmoxarifadoI: Caixas com etiquetasP: ExpediçãoO: Caixas prontas para CustódiaC: xxx

Novo Sistema

Validação Portal S: SeparaçãoI: Contratos validados no

PortalP: xxxxO: xxxxxC: Processo Físico

Análise DigitalS: Processo Físico NovoI: contratos xxxP: xxx O: contratos prontosC: Upload

Download S: Processo Físico NovoI: contratos xxxP: Download dos contratos O: xxxC: Análise digital

manual Novo Sistema

Sistema NOVO Sistema atualSistema atual

Benefícios:1- Redução de etapas de produção e conseqüente ganho de produtividade2- Ganho de produtividade com menos movimentação de caixa3- Registro do total de contratos em estoque em cada etapa4- Obter a quantidade de contratos produzidos pelos funcionários nessas atividades5- Melhor organização das caixas no Almoxarifado6- A análise dos contratos feita por funcionário da Análise Digital gera melhor qualidade e maior produtividade

Page 109: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

108

Figura 35 – Evolução da Etapa 4 no modelo proposto

Fonte: elaborado pelo autor.

O objetivo desta etapa é proporcionar a modelagem do processo selecionado

em seu estado atual (sem melhorias). Por outro lado, realiza-se também a

modelagem do processo com as melhorias sugeridas pela abordagem Six Sigma, ou

seja, o estado desejado (com melhorias). Tal procedimento tem como objetivo

proporcionar a simulação dos dois processos e devida comparação de seus

desempenhos no procedimento, mediante os parâmetros mapeados nas etapas do

DMAMC. A seguir apresentam-se os respectivos modelos, em sua sequência de

desdobramento:

a) Figura 36 – Modelagem do processo no estado atual;

b) Figura 37 – Modelagem do processo no estado desejado;

c) Figura 38 – Modelagem das atividades envolvidas no procedimento de

análise documental, que é o último nível de detalhe do processo

selecionado.

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Page 110: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

109

Figura 36 – Modelagem do processo – estado atual

Fonte: elaborado pelo autor.

Figura 37 – Modelagem do processo – estado desejado

Fonte: elaborado pelo autor.

Page 111: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

110

Figura 38 – Modelagem das atividades da análise digital

Fonte: elaborado pelo autor.

Após o processo de modelagem dos processos, se faz necessário identificar

qual conteúdo informacional será alimentado ao se executar o processo crítico.

Essas informações serão inseridas como parâmetros na ferramenta Income Suite

que, por sua vez, proporcionará a comparação do desempenho dos processos

(estado atual e desejado), bem como as respectivas relações de causa e efeito entre

os elementos envolvidos serão observados.

Dentro desse contexto, executa-se a modelagem da árvore de indicadores

fictícia, bem como as respectivas relações entres os indicadores, suas causas e

efeitos e o caminho causal. A respectiva modelagem está apresentada na Figura 39.

Page 112: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

111

Figura 39 – Modelagem árvore de indicadores

Fonte: elaborado pelo autor.

5.5 ETAPA 5: INTEGRAR MODELO AO BSC

A ideia central da integração do novo modelo ao BSC é disponibilizar um

modelo dinâmico para gerenciamento dos diversos indicadores de desempenho,

proporcionando acompanhamento em tempo real do desempenho dos processos. A

evolução desta etapa no contexto do modelo proposto está apresentada na Figura

40.

Page 113: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

112

Figura 40 – Evolução Etapa 5 no modelo proposto

Fonte: elaborado pelo autor.

Por outro lado, o fundamento mais importante deste modelo é a possibilidade

de se implementar gradativamente essa abordagem, ou seja, a organização define

seus processos críticos e aplica o modelo conforme seu planejamento, sem

necessidade de grande alterações.

Além disso, podem-se simular os processos antes da aplicabilidade no mundo

real, conforme enfatiza Inamasu et al. (2004), para o sistema ser capaz de conduzir

algumas avaliações, é preciso empregar requisitos de formalismo na construção dos

modelos, prática que reduz significativamente o risco de decisões errôneas em

relação ao projeto do modelo de negócios. Dentro desse contexto, o novo modelo

proposto proporciona uma integração entre o processo crítico selecionado, árvore de

indicadores e BSC, conceito de interconexão que está apresentado na Figura 41.

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Etapa 01 - Definir estrutura e relação causa e efeitos

dos indicadores estratégicos

Etapa 02 – Modelar o processo de negócios e selecionar o processo

crítico

Etapa 03 - Aplicar metodologia Six sigma no

processo selecionado

Etapa 04 - Uso da modelagem para criar o

modelo do processo

Etapa 05 - Integrar o modelo do processo ao

Balanced Scorecard

Page 114: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

113

Figura 41 – Macroprocesso: novo modelo proposto

Fonte: elaborado pelo autor.

Neste sentido, executa-se nessa etapa a modelagem do BSC, bem como é

realizada a integração da árvore de indicadores e as respectivas perspectivas

(financeira, do cliente, de processos internos e aprendizado e crescimento).

Destaca-se que tal modelagem é uma exemplificação de conceito, visto que não é

escopo desta pesquisa descrever sua funcionalidade.

A figura 42 apresenta o relacionamento do indicador estratégico “índice de

produtividade”, bem como o inter-relacionamento deste indicador com o processo

critico selecionado e as atividades envolvidas no contexto da análise digital, ou seja,

este indicador será o parâmetro de desempenho a ser observado no processo de

simulação. Sendo assim, completa-se o ciclo deste modelo com o feedback do

desempenho do processo no contexto do BSC, ou seja, as premissas básicas deste

modelo são satisfeitas, a saber:

a) Através dos indicadores estratégicos no contexto do BSC, seleciona-

se o processo crítico;

Feedback

Perspectiva Financeira

Perspectiva do Cliente

Perspectiva de processosinternos

Perspectiva de aprendizadoe crescimento

Balanced Scorecard Árvore de Indicadores Processo CríticoSelecionado

Feedbacks

Macro Processo – Novo Modelo Proposto

CAMINHO CAUSAL

5a.5a.

Lucratividade

Receita

Índice defeito

Produtividade

Feedback

Perspectiva Financeira

Perspectiva do Cliente

Perspectiva de processosinternos

Perspectiva de aprendizadoe crescimento

Balanced Scorecard Árvore de Indicadores Processo CríticoSelecionado

Feedbacks

Macro Processo – Novo Modelo Proposto

CAMINHO CAUSAL

5a.5a.

Lucratividade

Receita

Índice defeito

Produtividade

Feedback

Perspectiva Financeira

Perspectiva do Cliente

Perspectiva de processosinternos

Perspectiva de aprendizadoe crescimento

Balanced Scorecard

Perspectiva Financeira

Perspectiva do Cliente

Perspectiva de processosinternos

Perspectiva de aprendizadoe crescimento

Perspectiva Financeira

Perspectiva do Cliente

Perspectiva de processosinternos

Perspectiva de aprendizadoe crescimento

Balanced Scorecard Árvore de Indicadores Processo CríticoSelecionado

Feedbacks

Macro Processo – Novo Modelo Proposto

CAMINHO CAUSAL

5a.5a.5a.5a.

Lucratividade

Receita

Índice defeito

Produtividade

Page 115: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

114

b) Após esta seleção, ocorre o mapeamento dos processos críticos

mediante as técnicas do BPM;

c) Evoluindo neste modelo aplica-se o Six Sigma, visando eliminar a

variabilidade e melhoria dos processos;

d) Aplica-se o formalismo da modelagem no processo crítico (estado

atual e desejado);

e) Executa-se a simulação e devida comparação do desempenho dos

processos;

f) Por último, completa-se o ciclo deste modelo com o feedback a

árvores de indicadores do BSC.

Figura 42 – Modelagem BSC

Fonte: elaborado pelo autor.

Neste contexto, a modelagem de processos através do uso de ferramentas

computacionais proporcionará avaliação dos relacionamentos entre as diversas

medidas e sua relação causa e efeito. Neste estudo, observa-se o relacionamento

do ponto de vista do caminho causal: atividade, processo crítico e indicador de

Page 116: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

115

desempenho. Além disso, buscou-se, com tal abordagem, disponibilizar um sistema

“virtual” que retrate a realidade dessas relações, por outro lado, esse processo

modelado poderá ser usado em treinamentos para simular situações que permitam

aos empregados entender melhor a sua relação e imersão no sistema

organizacional.

Page 117: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

116

6 CONCLUSÃO

Há, mundialmente, uma preocupação muito grande quanto à gestão

estratégica das organizações e inúmeras são as ferramentas e métodos existentes

para o gerenciamento deste quesito. Uma das abordagens que se destaca é o

sistema BSC, que tem se revelado uma metodologia estruturada para integrar

medições de desempenho e análise consistente de informações, bem como a inter-

relação entre esses elementos com a missão, visão e estratégia das empresas.

Conforme literatura sobre o tema, o BSC é um sistema de gerenciamento de

medidas de desempenho de muita relevância ao desempenho das organizações,

apesar de haver, na literatura, relatos de muitos casos de insucesso. Sendo assim,

esta pesquisa se propôs a disponibilizar um modelo alternativo para minimizar a

complexidade organizacional, através do uso de ferramentas de modelagem que,

por sua vez, permitam a simulação e acompanhamento do desempenho dos

processos.

Nesse contexto, o modelo proposto disponibilizou uma abordagem alternativa

para minimizar a complexidade dos processos organizacionais. Tal abordagem

aumentará a potencialidade de comunicação dos objetivos estratégicos através da

abstração da realidade (simulação dos processos). Por outro lado, o uso da

modelagem proporcionará maior conhecimento a respeito da visão sistêmica dos

processos, bem como melhoria no entendimento do comportamento causa e efeito

entre as diversas medidas de desempenho.

Assim sendo, acredita-se que o uso do Six Sigma no modelo proposto

proporcionará melhoria contínua dos processos, acarretando sustentabilidade do

desempenho operacional. Por outro extremo, a inserção do BPM no contexto do

BSC oferece um sistema de gerenciamento de medidas de desempenho,

disponibilizando visibilidade na integração dos processos internos, fatores críticos de

sucesso e relação causa e efeito.

Destaca-se que a ferramenta Income Suite possibilita estabelecer atributos

aos indicadores que possibilitarão enfatizar os fatores críticos de sucesso,

monitoramento e acompanhando em tempo real a evolução do desempenho dos

processos. Destaca-se que a abordagem proposta é um modelo teórico e apresenta-

se ser aplicável. Todavia, para se consolidar essa metodologia se faz necessária

pesquisa futura que examine a validação.

Page 118: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

117

Enfim, o uso da metodologia Six Sigma, BPM e BSC em conjunto podem

propiciar às organizações um novo modelo que permita a validação da consistência

lógica entre os indicadores, possibilitando a identificação de possíveis erros antes da

implementação. Por outro lado, pode-se usar também esse modelo para treinamento

da força de trabalho, visando buscar um melhor entendimento sistêmico das

medidas de desempenho.

Sugestões para trabalhos futuros

Para validação do modelo desta pesquisa recomenda-se utilizar o roteiro

proposto (apresentado no capitulo 5 - pag. 97) em mais de processo de negócio,

visando criar no mínimo dois caminhos causais. Por outro lado, a utilização da

ferramenta Income nesta dissertação limitou-se a modelagem dos processos,

visando ensaio estrutural e lógico, ou seja, sem a preocupação de input dos

parâmetros de desempenho.

Assim sendo, se faz necessária uma maior investigação das características

da ferramenta Income Suíte que, por sua vez, possa contribuir para avanço dos

estudos no que tange ao gerenciamento de processos de negócios, principalmente

no tocante a simulação dos processos que permitam analisar o comportamento dos

mesmos sob diferentes condições.

Page 119: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANA CENTRO DE

118

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ANEXO 1 – Exemplo de processo modelado no Income Process Designer

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ANEXO 2 – Exemplo da Tela Display Gráfico

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ANEXO 3 – Exemplo de cockipt gerencial – Módulo Knowledge Browser

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ANEXO 4 – Tela de monitoramento de Indicadores – Income Monitor

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ANEXO 5 – Tela de Simulação de Processo – Income Simulator