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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática Produto desenvolvido no Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ensino de Ciências e Matemática. Dissertação: A FEIRA DE CIÊNCIAS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA PARA A DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS NUTRICIONAIS SAUDÁVEIS PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL. Mestrando Fernando Marques Teixeira Orientador Prof. Dr. Fernando Costa Amaral Belo Horizonte 2015

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais · vivência de situações diversas que favoreçam seu aprendizado, capacitando-as ... requerem mudanças na concepção de ensino-aprendizagem,

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática

Produto desenvolvido no Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ensino de Ciências e Matemática.

Dissertação: A FEIRA DE CIÊNCIAS COMO

ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA PARA A DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTOS, ATITUDES E

PRÁTICAS NUTRICIONAIS SAUDÁVEIS PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Mestrando Fernando Marques Teixeira

Orientador Prof. Dr. Fernando Costa Amaral

Belo Horizonte

2015

INTRODUÇÃO

A relevância dos “Projetos de Trabalho” na escola com

foco nas “Feiras de Ciências”.

Muitas escolas estão adotando, a cada dia, diferentes estratégias

pedagógicas para responder a necessidade da formação do sujeito integral,

facilitando a construção da subjetividade para crianças e adolescentes, de forma

que possam criar estratégias e recursos para interpretar o mundo e escrever

sua própria história. Para isso, é preciso que a escola possibilite ao aluno, a

vivência de situações diversas que favoreçam seu aprendizado, capacitando-as

ao diálogo com a comunidade e à participação da vida em todos os seus âmbitos:

científico, cultural, social e político.

Dentro desse contexto, o uso de PROJETOS DE TRABALHO no ensino tem

figurado como instrumento importante contribuindo para práticas mais

eficazes dentro da escola. Mais do que apresentar um determinado conteúdo de

forma neutra, o professor pode discuti-lo e ampliá-lo retirando de si o papel

centralizador de disseminação da informação, passando para o aluno, o papel

de pesquisador na formação do seu próprio conhecimento. Desta forma essa

prática pedagógica traz em si uma filosofia de ensino que coloca o professor

como propositor, incentivador e orientador, e os alunos como pesquisadores e

divulgadores de conhecimentos, posturas e práticas.

As “FEIRAS DE CIÊNCIAS” ou “MOSTRAS CIENTÍFICAS” já foram mais

populares no Brasil, tendo seu ápice na década de 90. Contudo, ainda hoje, elas

são utilizadas por algumas escolas como estratégia pedagógica capaz de alterar

a rotina, muitas vezes enfadonha, das aulas expositivas, incentivar os alunos a

se tornarem protagonistas de seu aprendizado, desenvolvendo competências,

criticidade, autonomia, criatividade e espírito cooperativo na resolução de

problemas.

Deve-se buscar superar a falta de recursos financeiros e materiais, o

possível desinteresse dos alunos, a dificuldade dos professores em se

organizarem para a elaboração e desenvolvimento de propostas, as jornadas de

trabalho duplas e triplas que, aliada a premência na abordagem dos conteúdos

curriculares, representam possíveis obstáculos ao desenvolvimento de

atividades extracurriculares. Assim, os projetos de trabalho, como as “Feiras de

Ciências”, requerem mudanças na concepção de ensino-aprendizagem, na

postura dos professores, dos orientadores educacionais e da própria escola.

Destacamos também que, além do potencial formador e transformador para os

alunos, as “Feiras” favorecem a identificação dos alunos com a instituição de

ensino e divulgam a escola para a comunidade.

A importância do ensino de nutrição nas escolas.

Novos padrões de comportamentos alimentares decorrentes do

desenvolvimento social, científico e tecnológico, incentivados pela mídia

e assumidos por grande parte da população têm, nos últimos anos,

desencadeado alguns dos principais problemas de saúde pública no

mundo.

Em poucas décadas mudou-se o paradigma da desnutrição e da carência

alimentar para o da superalimentação, com quantidade excessiva de

calorias, desequilíbrios e deficiências nutricionais, além do uso

indiscriminado de aditivos em alimentos industrializados de

suplementos e moduladores metabólicos usados indiscriminadamente na

busca por padrões corporais socialmente determinados.

Em decorrência dos novos padrões alimentares e estilo de vida

observamos o desenvolvimento de novas epidemias como: obesidade,

sobrepeso, problemas cardiovasculares, diabetes, dentre outras, que

comprometem a saúde de uma população cada vez mais jovem. O

crescente número das patologias associadas ao padrão alimentar dos

indivíduos reclama por educação e estímulo para aquisição e manutenção

de hábitos alimentares saudáveis o mais precocemente possível na vida

de crianças e jovens.

Entendendo que parte da responsabilidade na formação desses hábitos e

posturas sociais cabe à educação escolar, como sugerido nos temas

transversais no PCN (BRASIL, 1998), e que apenas estudos em livros, aulas

expositivas e palestras não são normalmente capazes de produzir a

educação formativa e transformadora de atitudes que se almeja, é que

apresentamos esse “Roteiro de atividades”.

APRESENTAÇÃO

O presente “Roteiro Orientado” pretende servir como material de apoio

para orientar professores do Ensino Fundamental e Médio na elaboração,

desenvolvimento e avaliação de projetos de pesquisa e trabalho com culminância

em “Feira de Ciência”. E foi na forma de “produto” desenvolvido, aplicado e

avaliado no Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia

Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do

título de Mestre em Ensino de Ciências e Matemática, da Dissertação: “A FEIRA DE

CIÊNCIAS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA PARA A DISSEMINAÇÃO DE

CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS NUTRICIONAIS SAUDÁVEIS PARA ALUNOS

DO CICLO FUNDAMENTAL.”

A temática do projeto de pesquisa e trabalho “NUTRIÇÃO E SAÚDE” foi

escolhida dentre os temas transversais sugeridos pelos PCN, e devido a sua

relevância para a formação dos alunos dentro de um enfoque “Ciência Tecnologia

Sociedade e Ambiente” CTSA, que orienta para a relevância de aproximar o aluno

da interação com a ciência e a tecnologia e ambiente em todas as dimensões da

sociedade, oportunizando a ele uma concepção ampla e social do contexto

científico-tecnológico, sugerindo a necessidade do desenvolvimento de valores e

competências para a formação cidadã.

É fundamental transformar a educação científica num processo que permite aos

alunos a leitura do mundo e a interpretação/reflexão sobre os acontecimentos

presentes em nossa dura realidade. Não faz sentido concebermos uma educação

científica que não contemple os problemas dessa sociedade se fechando num

compartimento isolado onde só existem conceitos, fórmulas, algoritmos, fenômenos e

processos, a serem memorizados acriticamente pelos educandos. (TEIXEIRA, 2003, p.

101).

Embora esse roteiro sugira uma forma organizada para a execução dos

trabalhos, por meio de etapas pré-estabelecidas, ele não pretende mais do que

incentivar e orientar a estratégia pedagógica que pode comportar novas

abordagens e adequações temáticas e metodológicas. Para isso os professores

devem estar atentos às oportunidades fornecidas pelo momento histórico, pelas

demandas sociais e ambientais, e mesmo do grupo de alunos com suas

necessidades e possibilidades físicas, fisiológicas, psicológicas, suas visões sociais

e políticas.

Destacamos ainda que, opinião dos alunos e dos demais educadores na

escolha do tema e dos subtemas normalmente agrega o grupo, pois estão

trabalhando com assuntos desejado, favorece a participação e valoriza mais o

trabalho. Com os alunos se envolvendo e colocando a mão-na-massa desde a

elaboração até a execução do projeto, as chances de sucesso são maiores,

favorecendo não só a aquisição de conhecimento como também promovendo

mudanças de comportamentos e posturas, capazes de proporcionar uma melhor

saúde física e mental, aprimorando as relações interpessoais, e uma melhor

qualidade de vida para o aluno e para a comunidade.

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A pedagogia de projeto requer uma MUDANÇA DE POSTURA EDUCACIONAL, um repensar da prática pedagógica, onde o PROFESSOR passa a ser o MEDIADOR DA APRENDIZAGEM.

No planejamento do projeto pedagógico devemos buscar ATIVIDADES SIGNIFICATIVAS E TRANSDICIPLINARES.

Quando elaboramos um projeto é FUNDAMENTAL ESTABELECER OS OBJETIVOS que desejamos e podemos alcançar com o trabalho, não só para estabelecer intenções pedagógicas e orientar os grupos de trabalho, mas para intervir no decorrer do processo e, na avaliação final confrontar o que foi objetivado com o que foi obtido.

O Planejamento do projeto de trabalhos a FLEXIBILIDADE deve ser contemplada de modo que o tempo e as condições para a sua execução sejam sempre reavaliados em função dos objetivos inicialmente propostos, dos recursos à disposição dos grupos e de eventualidades.

O projeto de trabalho é uma ATIVIDADE ORIENTADA em direção a um objetivo que dará sentido a várias atividades a serem desenvolvidas como os recursos materiais e humanos disponíveis resultando em diversas produções.

A busca de informações pelos alunos é orientada e O PROFESSOR NÃO APRESENTA RESPOSTAS PRONTAS.

O projeto permite a construção de uma ESCOLA INSERIDA NA REALIDADE E ABERTA PARA MÚLTIPLAS RELAÇÕES COM A SOCIEDADE.

As práticas desenvolvidas normalmente superam uma visão estática e descontextualizada, APOIANDO-SE NO REAL, NO CONHECIMENTO PRÉVIO DOS ALUNOS e no que querem conhecer.

Os alunos se comprometem a uma participação ativa e estabelecem um bom vínculo com o conhecimento.

Cada grupo é único, as propostas são diferentes e os participantes têm normalmente ritmos diferentes. Portanto UM TRABALHO NÃO DEVE SER COMPARADO COM O OUTRO.

O professor deve estar atento a

algumas características próprias

dos projetos pedagógicos para sua

implantação, gerenciamento e é

claro, SUCESSO!

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Passo-a-passo: Elaborando a Feira de Ciências!

Nós aprendemos melhor quando

estamos prontos para aprender

O aprendizado é favorecido pela

aplicação.

Nós aprendemos melhor quando

os novos conhecimentos são úteis

e benéficos.

Aprendizado bem sucedido

estimula mais aprendizado.

Devemos saber ou conhecer para

fazer.

A prática e a aplicação são

requeridas.

Os projetos desenvolvidos são

baseados em necessidades e

relevância do momento.

A complexidade do projeto tende

a aumentar no seu

desenvolvimento.

INTENÇÃO PEDAGÓGICA - estabelecer seus objetivos pensando nas necessidades

e interesses dos alunos, para posterior instrução e problematização do assunto, direcionando a curiosidade e sugerindo a montagem de projetos, de forma dialógica.

PREPARAÇÃO E O PLANEJAMENTO - o professor, ou grupo de professores, deve orientar o desenvolvimento das principais atividades à serem desenvolvidas pelos

alunos definindo os tempos e datas para a execução das tarefas, as estratégia para coleta e análise dos materiais de pesquisa. Sugere-se ainda elaborar com os alunos

a o registro dos conhecimentos prévios sobre o tema, as possíveis dúvidas, questionamentos e curiosidades a respeito do tema, as fontes de pesquisa e sua qualidade, objetivando responder adequadamente aos questionamentos propostos,

contribuindo para a formação de competências, autonomia, e desenvolvimento de autoestima.

EXECUÇÃO OU DESENVOLVIMENTO - acompanhar e gerenciar a realização das atividades propostas com a participação ativa dos alunos, criando possibilidades para

sua construção de conhecimentos, competências, e posturas sociais.

AVALIAÇÃO PROCESSUAL E FINAL – a avaliação processual é fundamental para

dar o suporte que os alunos necessitam e corrigir rumos no decorrer dos trabalhos,

enquanto a final se presta a avaliar o projeto como um todo oportunizando aos

alunos externar de suas impressões, opiniões, conclusões, sugestões e sentimentos

a respeito do projeto.

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.

Para escolha do tema “Nutrição e Saúde” o professor deverá

primeiramente fazer uma breve sondagem sobre a

importância do tema para a escola, os alunos e a comunidade

escolar, correlacionando a sua significância dentro de um

contexto nacional ou até mesmo mundial. Verificar se a

escolha dele se faz necessário para o atual momento vivido

por todas pessoas que se envolverão com o assunto. Caso

ainda esse não seja o momento de desenvolvimento do

projeto este pode ser postergado para uma nova

oportunidade.

Normalmente essa seria uma excelente oportunidade dos alunos do 8º do Ensino

Fundamental trabalharem diversos assunto que contemplem o tema em questão. Uma vez

que o conteúdo se faz presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais PCN para o Ensino

A escolha do tema subsidiará a escolha

dos subtemas, com sugestões dos

professores e dos alunos que devem

ser então analisadas e selecionadas de

acordo com o interesse as

possibilidades de execução das

mesmas.

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Fundamental. O 9º ano também estaria apto a desenvolver este projeto uma vez que

possuem bases conceituais normalmente bem apuradas, adquiridas no ano anterior.

O esquema ilustra a possibilidade de escolha de outros temas transversais sugeridos pelo

PCN do ensino fundamental.

Envolver os alunos desta faixa etária nesse tema se justifica pelo fato dessa idade ser o

momento em que os alunos começam a se preocupar um pouco mais com o

desenvolvimento corporal, ingestão controlada ou não de alimentos, tomada de decisões

sem a consulta dos familiares e relacionamentos profundos com outras pessoas que podem

influenciar positiva ou negativamente a nutrição e saúde dos jovens. Além de definir alguns

hábitos alimentares que poderão se perpetuar durante a vida adulta.

Dentro do tema em questão podem ser trabalhados uma gama enorme de subtemas, nesse

momento é importante que o professor deixe o aluno apresentar suas ideias. Quando o

aluno tem a liberdade de escolher o assunto a ser trabalhado as chances de sucesso são

maiores, a possibilidade de aprendizado aumenta e os resultados alcançados são mais

satisfatórios. Caso seja necessário separamos uma lista de subtemas que podem servir de

opções aos alunos, lembrando que é importante que se ofereça essas opções somente

após os alunos tentarem escolher seus próprios assuntos.

Possíveis temas transversais

Destino das águas servidas

Poluição Qualidade de

vida

Solo e atividades

humanas Água, lixo, solo e saneamento

básico

Recursos

tecnológicos

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O papel dos sais minerais e das vitaminas para a saúde humana.

Aproveitamento integral dos alimentos (evitando o desperdício)

Oficina de receitas - contribuições da comunidade.

O perigo dos excessos alimentares (de gordura; de sal; do álcool).

A bulimia e a anorexia (imagem corporal ou saúde?).

O perigo da suplementação alimentar e anabolizantes propagada por

academias de ginástica

Doenças que impõe restrição nutricional. (Diabetes, hipertensão,

Intolerância a lactose...)

Alimentos integrais ou processados (o caso do arroz e do pão)

(conservantes usados na indústria – em excesso

podem ser prejudiciais à saúde)

Verduras, legumes e frutas com defensivos agrícolas ou

orgânicas (como podemos evitar os defensivos a ingestão de

venenos agrícolas?)

Virtudes e problemas de diferentes alimentos.

Obesidade e desnutrição infantil.

Métodos de conservação dos alimentos. (Antigos e atuais)

Sucos e vitaminas naturais e seus benefícios à saúde.

(Oficina dos Sucos)

Cultura alimentar de diversos países do mundo.

Cuidados e higienização no preparo dos

alimentos - possíveis contaminantes.

Prática das atividades físicas associadas a boa

alimentação e seus benefícios na saúde do

indivíduo.

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Interpretação de rótulos (Mostrando os percentuais de sal,

açúcar e gordura e conservantes nos alimentos

industrializados).

Doenças relacionadas a má alimentação. (Hipertensão,

sobrepeso, obesidade, gastrites e cânceres).

Onde mora o perigo dos “fast-foods”.

Pirâmide Alimentar orientando a nutrição equilibrada e mais saudável.

Alimentação na gestação, na infância, e para idosos,

dicas e cuidados.

Doenças nutricionais do passado recente.

Os perigos das propaladas “dietas milagrosas”.

“Cantina inteligente”, alimentos saudáveis e saborosos

dentro da escola.

Dentro das escolhas alguns fatores devem ser levados em consideração, pois podem ser

o diferencial na hora de um projeto dar certo ou não. Elementos como necessidade e

disponibilidade de recursos, espaço físico

disponível, número de integrantes de cada

grupo, complexidade dos subtemas, nível de

aprendizado e motivação dos estudantes,

envolvimento dos demais professores da

escola entre outros são importantes de

serem observados antes do

desenvolvimento das etapas do projeto.Com

esse levantamento prévio se pode ter noção

do tamanho e nível do trabalho a ser

elaborado.

Uma dica importante para se esquivar da falta de recursos é a promoção de atividades para

angariar fundos para elaboração da mostra. Gincanas, rifas, vendas de lanches alternativos

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saudáveis podem funcionar muito bem, além de solicitação de produtos e serviços

solidários nos comércios próximos a escola.

Após a escolha do tema é o momento de se planejar e elaborar as estratégias que serão

utilizadas tanto para a pesquisa e desenvolvimento dos trabalhos quanto para a

apresentação. Nesse momento é sempre importante

mostrar aos estudantes quais os objetivos do projeto

e o que eles irão conquistar com seus esforços. Os

objetivos são bastante diversos, podem ser pessoais

ou coletivos, o qual merece destaque é a qualidade

de vida adquirida ao se levar a vida com alimentos

mais saudáveis. A oportunidade de se salvar vidas

que se entrelaçam com hábitos nada saudáveis.

Aprimorar a autoestima, tornando-se uma pessoa mais feliz. Além de se apoderar

da sensação de ser também um divulgador do conhecimento.

Importante lembrar das pesquisas e incentiva-las, pois deverão ser feitas para a coletar

dados e embasamento teórico para a elaboração dos trabalhos.

Recompensas nas mais variadas formas aos destaques da

“Mostras” são relevantes, tais como viagens, brindes, certificados,

confraternizações, trocas das temidas avaliações escritas por

avaliações de cada etapa do projeto permite que eles consigam

ativar regiões do cérebro responsáveis por aguçar os interesses

no trabalho em questão. Nesse sentido, estas e outras estratégias

que vierem a surgir podem ser importantes na questão

motivacional, item imprescindível para todo o processo acontecer perfeitamente.

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A primeira estratégia a ser implantada é de capacitar os alunos

com os conteúdos pertinentes aos temas e subtema da feira.

Como isso pode ser feito? De várias maneiras, considera-se

importante reservar de 6 a 8 horas/aulas para conceituação

teórica do tema, explorando as principais biomoléculas

(Proteínas, Carboidratos, Lipídios, Vitaminas e sais minerais),

essa etapa bem executada é de suma importâncias para o

sucesso das etapas seguintes. Contribuirá por exemplo, para

que o aluno entenda o porquê de se limitar o consumo de certas

substâncias, como elas agem no organismo e ainda melhorar o

poder argumentativo do pré-adolescente, nesse período um

pouco limitado acerca do assunto.

Para ainda melhorar o embasamento, caso a escola tenha

disponível um laboratório de Ciências, é interessante que se execute

pelo menos 2 horas/ aulas práticas do conteúdo. Nesse momento

você estará estimulando o poder investigativo do aluno, e permitindo

que ele aprenda a seguir orientações para encontrar realizar um

experimento, e que este ainda possa ser diferente do previsto.

Após esses dois momentos, os pequenos cientistas estão

tecnicamente preparados para montar os seus trabalhos e demonstra-los em pequena

escala. Chegou então o momento deles prepararem os seminários. Podem ser bem

simples, para que os alunos melhorem suas escritas e premissas sobre os assuntos em

questão, podem ser sugeridos seminários com duração de 15 a 20 minutos por grupo, além

de uma parte escrita a ser entregue no ato da apresentação. Esse momento pode ser feito

de forma individual ou em pequenos grupos de três, quatro pessoas. Grupos reduzidos

tendem a fazer com que todos participem de efetiva nas atividades, gerar boas quantidades

de ideias e temas diversificados, e ainda possibilitar maior facilidade de observação pelos

professores no desenvolvimento de cada jovem em seus materiais produzidos. Grupos

grandes podem fazer com que os alunos se dispersem nos temas e ainda que uns alunos

façam o trabalho para os outros.

Outra estratégia que pode mobilizar os grupos e também toda escola é a criação de uma

cantina saudável dentro da escola. Pode-se aproveitar a tradicional que funciona dentro da

escola, e ao invés de vender lanches e guloseimas com baixo valor nutritivo e alto teor

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calórico serem colocados alimentos naturais, como salada de frutas, sucos naturais,

vitaminas, alimentos integrais em geral. Essa implementação pode ser feita uma vez por

mês, ou por semana inicialmente, para que todos da escola se acostumem bem

vagarosamente com os novos hábitos da escola, evitando possíveis revoltas ou

insatisfações.

Vamos trabalhar! Essa etapa pode levar algumas

semanas e até meses, tudo depende da liberdade da

escola em se direcionar o tempo de aula única e

exclusivamente na execução das estratégias

escolhidas. Primeiro, o professor deve reservar

algumas de suas aulas para apresentação das suas

aulas teóricas sobre o tema, discussões e debates

são importantes para potencializar a aula. Em

seguida, sem esperar passar por muitos dias após as

aulas teóricas, aplique as aulas práticas, isso ajudará

o seu aluno a aperfeiçoar os conceitos recebidos na

aula teórica e despertar o cientista dentro de si,

estimulando seu potencial de pesquisador e

desenvolvedor de ideias.

Chegou a hora de o aluno assumir o comando e os professores intermediando as decisões,

ele deverá agora escolher subtemas dentro do tema Nutrição e Saúde, de preferência

assuntos que despertem maior interesse por parte dele, realizar pesquisas sobre o assunto

e apresentar para os próprios colegas de sala. Caso sinta que os alunos já estejam com

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maior confiança, podem ser convidadas as turmas das séries seguintes para

acompanhamento dos trabalhos.

A cantina saudável também é importante durante todo processo, é uma maneira de incitar

toda a comunidade escolar para o tema selecionado. Importante criar um nome para a

cantina, por exemplo, Cantina Legal, Saudável, Inteligente, nomes vistosos podem

melhorar ainda mais a ideia. Em seguida, deve-se

elaborar o cardápio a ser oferecido, considerável

que seja diversificado com intuito de atender a

vários gostos. De posse do cardápio fazer o

levantamento das relevâncias desses alimentos

escolhidos na vida das pessoas como nutrientes

presentes, como se comportam dentro do

organismo, se ajudam ou não no tratamento de

doenças, se podem ser consumidos por todos

entre outros aspectos que se julguem necessários

e pertinentes ao público escolar. Elaborar painéis dessas informações e expor durante o

recreio podem gerar interesses dos alunos sobre o assunto. Outro aspecto a se considerar

no sucesso da cantina está em relação ao valor dos alimentos, preço justo nesse início é

sempre importante e pode atrair mais adeptos ao movimento.

No momento em que se deixa o aluno livre para realizar suas escolhas e construir seus

materiais poupáveis para apresentação no dia da

“Feira” começa-se a surgir diversos projetos

interessantes, basta agora você apenas direcionar o

barco que desloca a todo vapor! Dentro do tópico em

questão desse trabalho podem se destacar diversos

recursos que podem ser produzidos por alunos.

Cantina inteligente, onde serão oferecidos ao público

da mostra alimentos importantes para saúde (produto

que poderá ser aperfeiçoado ao longo de todo o

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processo com culminância na feira). Clínica Legal, local no qual poderá servir de uma

triagem básica sobre a sua saúde atual, com a medição do peso, pressão, IMC com as

devidas orientações, tais como recomendar a procura de uma especialista para fazer o

analise oficial, além de esclarecimentos sobre diversas doenças relacionadas a má

alimentação. Oficina de sucos naturais, com receitas e dicas de alimentos promotores da

saúde. Interpretação dos rótulos, exposição de percentuais de açúcar, lipídeos e sal

presente nos alimentos industrializados utilizados no dia a dia das pessoas, com o propósito

de informar os males desses componentes em excesso no

organismo. Pirâmide alimentar, mostrando ao público as

diferentes prioridades alimentares em diversas culturas do

mundo, as mudanças das pirâmides alimentares ao longo dos

anos, vantagens e desvantagens de cada uma. Mostras dos

principais suplementos e anabolizantes usados por desportistas

famosos, ou pessoas comuns e seus efeitos a saúde.

Esses são alguns dos materiais que podem surgir após o

desenvolvimento de todas as estratégias propostas, os alunos

muitas vezes tem uma visão dentro do trabalho que nós mesmo

imaginamos, nos resta acompanha-los e direciona-los até o final desse processo.

É importante sempre valorizar os trabalhos desenvolvidos pelos alunos, mesmo aqueles

que não conseguiram atingir seus objetivos reais, atitude necessária uma vez que pode

servir de um estímulo para os próximos trabalhos a

serem feitos, seja no nível fundamental, médio ou

superior. Evitar equiparar trabalhos é uma boa maneira

de se evitar frustrações. Uma negativa nesse período da

vida pode refletir de forma ruim na vida do estudante por

um bom tempo.

As avaliações poder ser realizadas de diversas formas,

durante o desenvolvimento ou na culminância do

trabalho, sendo necessário ser feita de forma cuidadosa

a fim de se não causar injustiças com os alunos e mantê-

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los sempre motivados. A primeira dica é convidar os professores das demais áreas para

poderem avaliar os alunos, principalmente durante o dia da mostra, momento pelo qual os

professores poderão ter melhor oportunidade de acompanhar os trabalhos. Uma análise de

pessoas que não estão envolvidas diretamente ao projeto podem apontar críticas

construtivas favorecedoras do crescimento intelectual dos estudantes.

Os educadores poderão avaliar através de notas, questionários com perguntas

direcionadas ao desenrolar do trabalho como: Achou o tema pertinente? Os alunos estavam

preparados para as apresentações? Os conteúdos estavam superficiais? Podem também

tecer comentários de formas espontâneas, o importante é conseguir uma opinião técnica

de pessoas que não participaram das etapas anteriores do projeto. Diretores e comissão

pedagógica podem também se envolverem com as avaliações, isto pode ser mais

motivador aos grupos.

Outra ideia é convocar os pais e familiares dos alunos para poderem fazer suas

considerações sobre os trabalhos dos filhos, para evitar constrangimentos entre pais e

filhos sugiro que os pais ponderem os trabalhos dos grupos que os seus filhos não estejam.

Durante as etapas de desenvolvimento dos trabalhados é pertinente fazer a avaliação dos

alunos pelos professores orientadores. A avaliação subdividida pode estimular o aluno

durante todo o processo, evitando que o aluno deixe tudo para a última hora, não se

esqueça de comunicar a ele que a avaliação ocorrerá durante todo o processo.

Por exemplo durante as aulas expositivas sobre os conceitos básico do tema podem ser

avaliados as participações e interesse dos alunos pelas aulas. No decorrer dos seminários

de aprofundamento podem ser avaliadas o desenvolvimento da comunicação, auto

confiança, criticidade, poder de iniciativa, diversidade de linguagens utilizadas para expor

o tema, competência em utilizar os recursos tecnológicos disponíveis, capacidade em

relacionar assuntos com o cotidiano dele.

Nas aulas práticas em laboratório também podem ter algumas ações dos alunos

qualificadas. Relatórios podem servir de instrumentos de avaliação e reflexão dos

conteúdos trabalhados em aluas teóricas. Relatórios podem organizar melhor as ideias

transmitidas pelo professor contribuindo para aperfeiçoamento dos aprendizado dos

alunos. Importante fazer anotações sobre as dificuldades e qualidades deles, facilitando a

vida do professor quando for necessário saber como interceder diante de alguma

dificuldade.

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Programa de Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Campus Coração Eucarístico – PRÉDIO 20 - Telefone: (31) 3319-4552

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