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Ponto 24: Cessação do contrato de emprego: causas e classificação. Rescisão unilateral: despedida do empregado. Natureza jurídica da despedida. Limites. Rescisão unilateral: demissão do empregado. Aposentadoria. Força maior. Factum principis Morte. Resolução por inadimplemento das obrigações do contrato. Despedida indireta. Falta grave. Justa causa. Princípios. Espécies. Resumido por Francielle de Souza Macedo Setembro de 2013 – [email protected] Autores: Gustavo Felipe – 2012; Maurício Godinho Delgado – 2012. Sergio Pinto Martins – 2011; Luciano Martinez – 2012. CESSAÇAO DO CONTRATO DE TRABALHO – Maioria do tópico Gustavo Felipe. TERMINOLOGIA Tendo sido estudada a formação, bem como o desenvolvimento do contrato de trabalho, resta verificar a sua cessação. O fim do contrato de trabalho, em termos genéricos, pode ser indicado por expressões que procuram ser neutras, como: terminação, cessação ou mesmo extinção do contrato de trabalho. Classificação Término do contrato de labor: Resilição – manifestação unilateral: a. Pedido de demissão (empregado); b. Dispensa sem justa causa (empregador). Resolução – ato faltoso: a. Dispensa por justa causa (falta praticada pelo empregado – art. 482 da CLT); 1

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Resumo das hipóteses de cessação do contrato de trabalho.

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Ponto 24: Cessao do contrato de emprego: causas e classificao. Resciso unilateral: despedida do empregado. Natureza jurdica da despedida. Limites. Resciso unilateral: demisso do empregado. Aposentadoria. Fora maior. Factum principis Morte. Resoluo por inadimplemento das obrigaes do contrato. Despedida indireta. Falta grave. Justa causa. Princpios. Espcies.Resumido por Francielle de Souza MacedoSetembro de 2013 [email protected]:Gustavo Felipe 2012;Maurcio Godinho Delgado 2012.Sergio Pinto Martins 2011;

Luciano Martinez 2012.CESSAAO DO CONTRATO DE TRABALHO Maioria do tpico Gustavo Felipe.

TERMINOLOGIATendo sido estudada a formao, bem como o desenvolvimento do contrato de trabalho, resta verificar a sua cessao.O fim do contrato de trabalho, em termos genricos, pode ser indicado por expresses que procuram ser neutras, como: terminao, cessao ou mesmo extino do contrato de trabalho.

Classificao

Trmino do contrato de labor: Resilio manifestao unilateral:a. Pedido de demisso (empregado);b. Dispensa sem justa causa (empregador).

Resoluo ato faltoso:a. Dispensa por justa causa (falta praticada pelo empregado art. 482 da CLT);b. Resciso indireta (falta praticada pelo empregador art. 483 da CLT).c. Culpa recproca (ambos praticam falta grave 484 e s. 14 do TST).

Resciso - Nulidadea. Nulidade do contrato de trabalho.

Na realidade, o trmino do vnculo de emprego, como gnero, engloba grande diversidade de espcies, podendo-se fazer a seguinte correspondncia terminolgica:

a) A resilio do contrato de trabalho pode ser unilateral (denncia) ou bilateral (distrato).

A resilio unilateral do contrato de trabalho (denncia) significa a manifestao de vontade de apenas uma das partes, pondo fim ao negcio jurdico em questo.Trata-se da dispensa sem justa causa ou do pedido de demisso.A expresso resilio unilateral encontrada no art. 473 do Cdigo Civil de 2002.

A resilio bilateral do contrato de trabalho (distrato) o acordo de vontades entre as partes da relao jurdica de emprego, para pr fim a este negcio jurdico.Pode-se imaginar a hiptese de um acordo judicial, ou mesmo extrajudicial, entre empregado e empregador, estabelecendo a cessao do vnculo de emprego.O termo distrato previsto no art. 472 do Cdigo Civil de 2002.

b) A resoluo do contrato de trabalho (ato faltoso) indica a sua terminao em razo de falta praticada por uma das partes, ou mesmo por ambas. No caso do contrato de trabalho, tem-se a sua cessao com a: dispensa por justa causa ou falta grave, dispensa indireta e culpa recproca.

A terminologia resoluo tambm vem sendo empregada para os casos de cessao do contrato pela chamada onerosidade excessiva, por indicar o seu trmino em razo de um nus ou gravame imposto a uma das partes ou s partes, gerando a impossibilidade de sua execuo, ou seja, acarretando a inexecuo do contrato.

Observa-se a utilizao do termo resoluo do contrato nos arts. 475, 478 e 479 do Cdigo Civil de 2002.

c) A resciso do contrato de trabalho (Nulidade), no rigor terminolgico adotado por parte da doutrina, fica reservada para os casos de extino do contrato de trabalho decorrente de nulidade. Nesse sentido, a: declarao de nulidade, ou mesmo a anulao do contrato, significaria a sua resciso.

Cabe acrescentar que a revogao termo mais pertinente cessao de contrato a ttulo gratuito, mas podendo excepcionalmente se verificar em modalidade onerosa, como ocorre no mandato.De acordo com a classificao de Dlio Maranho, a dissoluo do contrato de trabalho engloba as diversas formas de sua cessao que no seja a normal, tendo como subespcies a resilio, a resoluo, a revogao, a resciso e a fora maior.No entanto, reconhece-se que a referida diferenciao nem sempre adotada de forma unnime pela doutrina, nem verificada na jurisprudncia ou mesmo na legislao.

Para ilustrar esse aspecto, cabe a meno de que o termo resciso frequentemente utilizado como mera cessao, em termos genricos, do contrato de trabalho, como se verifica no Captulo V, do Ttulo IV, da CLT (arts. 477 e seguintes).

CONCEITO

A cessao do contrato de trabalho pode ser conceituada como o trmino do referido negcio jurdico, ou seja, o fim da relao jurdica de emprego.

MODALIDADES DE DISPENSA

MODALIDADES DE DISPENSA

Dispensa arbitrria do empregado

Dispensa sem justa causa

Dispensa obstativa

Dispensa retaliativa

Dispensa discriminatria

A dispensa arbitrria do empregado aquela que no se funda em qualquer causa justificada, seja de natureza disciplinar, econmico-financeira ou tcnica.O art. 165, caput, da CLT, embora tratando da garantia de emprego do representante da CIPA, define a despedida arbitrria como aquela que no se fundar em motivo disciplinar, tcnico, econmico ou financeiro.

J a dispensa sem justa causa seria aquela feita pelo empregador sem motivo dado pelo empregado.

Apesar disso, como destacado anteriormente, a rigor, seria possvel entender a dispensa arbitrria como aquela que no se funda em motivos objetivos, relacionados empresa, referentes a fatores econmicos, financeiros, tcnicos ou estruturais.

Por sua vez, a dispensa sem justa causa seria aquela que no se funda em motivos subjetivos, ou seja, disciplinares, referentes ao empregado.

A chamada dispensa obstativa, por sua vez, seria aquela que tem o objetivo, fraudulento, de impedir que o empregado adquira determinado direito, como a estabilidade (art. 499, 3., da CLT).

Diferentemente, a dispensa retaliativa significa aquela efetuada por represlia do empregador. E o que ocorre quando o empregado : dispensado por ter ajuizado reclamao na Justia do Trabalho ou por ter servido como testemunha em processo proposto contra a empresa.

Por fim, a dispensa discriminatria aquela decorrente de caractersticas ou aspectos pessoais do empregado, como, por exemplo, idade, sexo, origem, raa, cor, estado civil, situao familiar, crena religiosa ou estado de gravidez, havendo previso na Lei 9.029/1995.

CLASSIFICAO DAS MODALIDADES DE CESSAO DO CONTRATO DE TRABALHO

A terminao do contrato de trabalho pode ser classificada da seguinte forma:

a) por deciso do empregador, referindo-se dispensa: sem justa causa, dispensa com justa causa ou por falta grave e culpa recproca;

b) por deciso do empregado, referindo-se ao pedido de demisso (rectius:demisso) e despedida indireta;

c) por desaparecimento de uma das partes, como a morte do empregado, a morte do empregador pessoa fsica ou a extino da empresa;

d) por consentimento das partes;

e) pelo advento do trmino o do contrato a prazo determinado;

f) por fora maior;

g) por factum principis.

Vejamos maiores detalhes quanto s referidas hipteses.Quadro do Luciano Martinez 2012:

15.2.1 Cessao pela via normal Luciano Martinez - 2012Diz-se que um contrato cessa por via normal quando ele chega a seu termo final (quando alcana a data prevista paraseu trmino) ou, ainda, quando so alcanados seus propsitos. Essas cessaes normais ocorrem, em regra, diante decontrataes por tempo determinado, recebendo o nome deextino. controvertida, entretanto, como se ver adiante, a existncia de cessaes contratuais por via normal emajustes por tempo indeterminado.a) Extino pelo alcance do termo finalH contratos por tempo determinado qualificados como tais apenas por possurem termos inicial e final antecipadamente conhecidos. No se espera desse tipo de ajuste que os contratantes alcancem seus propsitos, mas apenas que eles aguardem o transcurso do nmero de dias que foram concertados. A obteno do resultado no o fato que juridicamente estanca o pacto, mas sim o mero transpasse dos dias.Embora parea evidente que somente se pode falar em extino por alcance do termo final de contratos por tempo determinado, h algumas interpretaes jurisdicionais, egressas do TST, que sustentam a plausibilidade de termo final de contratos por tempoindeterminado. Vejam-se as duas situaes separadamente:I) Termo final de contratos por tempo determinadoO advento do termo final nos contratos por tempo determinado algo esperado. Por isso, quando o ajuste cumprido dentro do prazo estabelecido, diz-se extinto o negcio jurdico por uma via absolutamente natural. As partes, diante dessa situao, estaro preparadas e prevenidas para realizar o adimplemento de todos os crditos decorrentes da terminao do vnculo, no consistindoem surpresa o instante exato do pagamento das correspondentes parcelas. Justamente por esse motivo a legislao trabalhista oferece um curtssimo prazo para o pagamento das verbas devidas por ocasio da extino do contrato. Veja-se que, nos moldes do 6,a, do art. 477 da CLT, o pagamento das parcelas constantes do recibo de quitao dever ser efetuadoat o primeiro dia til imediato ao trmino do contrato, haja vista a previsibilidade do acontecimento extintivo.

II) Termo final de contratos por tempo indeterminado possvel falar em termo final de contratos por tempoindeterminado? A princpio, a resposta, de acordo com a teoria geral dos contratos, seria negativa, mas a jurisprudncia, de modo nitidamente contraditrio, fez e ainda faz meno hiptese de extino por advento de termo final em contratos por tempoindeterminado.Relembre-se que vicejou, durante longo tempo, jurisprudncia segundo a qual,independentemente do afastamento do empregado, aaposentadoria espontneageraria, como principal efeito, a extino do vnculo Esse posicionamento, antes conduzido pelo TST, mediante orientao jurisprudencial, implicava, em verdade, situao produtora de modalidade de despedidasem indenizao, o que no poderia ser feito sem ofensa ao dispositivo constitucional inserto no art. 7, I.A Corte Superior Trabalhista, entretanto, mudou de posicionamento e editou a Orientao Jurisprudencial 361 da SDI-1. Veja-se:Orientao Jurisprudencial 361 da SDI-1, TST.APOSENTADORIA ESPONTNEA. UNICIDADE DO CONTRATO DE TRABALHO. MULTA DE 40% DO FGTS SOBRE TODO O PERODO. A aposentadoria espontneano causa de extino do contrato de trabalhose o empregado permanece prestando servios ao empregador aps a jubilao. Assim, por ocasio da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depsitos efetuados no curso do pacto laboral(destaques no constantes do original). Publicada noDJUde 20-5-2008.Esse novo entendimento fez ruir todas as orientaes baseadas no pressuposto de que a aposentadoria espontnea seria causa extintiva do contrato de emprego, inclusive a ainda no cancelada Smula 295 do TST5.No que diz respeito ao trecho da Orientao Jurisprudencial 361 da SDI-1 do TST, relacionado ao acrscimo de quarenta por cento sobre o FGTS, pode-se afirmar que, no tendo a aposentadoria o condo de extinguir o contrato de emprego, o levantamento dos valores da conta vinculada por fora de jubilamento tem mero efeito de saque antecipado. Para essa situao aplica-se, ento, literalmente,o disposto no 1do art. 18 da Lei n. 8.036/90: Na hiptese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositar este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importncia igual a quarenta por centodo montante deTODOS os depsitos realizados na conta vinculada durante a vigncia do contrato de trabalho (destaques no constantes do original). A base de incidncia do acrscimo de quarenta por cento de um trabalhador que se aposentou no curso do vnculo corresponder, portanto, totalidade dos depsitos efetuados no curso do pacto laboral.Outro posicionamento jurisprudencial indicativo de causa extintiva em contratos por tempo indeterminado aquele relacionado mudana do regime celetista para o regime estatutrio. Note-se que o TST publicou sobre este tema uma Smula,in verbis:Smula 382 do TST.MUDANA DE REGIME CELETISTA PARA ESTATUTRIO. EXTINO DO CONTRATO. PRESCRIO BIENAL. A transferncia do regime jurdico de celetista para estatutrioimplica extinodo contrato de trabalho, fluindo o prazo da prescrio bienal a partir da mudana de regime.Para a Corte Superior Trabalhista a opo do ente poltico de mudar o regime jurdico pessoal de celetista para estatutrio, transformando empregos pblicos em cargos pblicos, corresponderia situao de extino contratual.Na verdade, entretanto, afigura-se hiptese dedissoluo, mais especificamente de resoluo contratual por causa involuntria, tal qual a ocorrente em casos como a morte do empregado ou do empregador/pessoa fsica, o fato do prncipe ou a fora maior.Esta hiptese identificada como resoluo contratual por causa involuntriaporque nenhum dos sujeitos (empregado ou empregador) concorreu para seu resultado. A transformaofoi um produto da vontade pblica, manifestada por lei.A situao sob exameno trata de extino contratual por advento de termo final, porque inexistente este. Tampouco se trata de situao relacionada ao alcance de propsitos contratuais, porque mantida a continuidade da prestao de servios. No se pode, igualmente, falarem situao de dissoluo por resilio, porque inocorrente vontade de qualquer das partes no ora analisado ato poltico. Impossvel dizer, por fim, que a mudana de regime de celetista para estatutrio teria gerado situao de resciso em sentido estrito, porque essa frmula de cessao exclusivamente destinada a casos em que h nulidade no ajuste contratual.b) Extino pela obteno dos propsitos contratuaisA obteno dos propsitos contratuais coincide com a efetivao de uma condio resolutiva. A obteno do resultado o fato que juridicamente estanca o pacto. Nesse mbito esto os contratos por tempo determinado que assim vigoram at a ultimao dos servios encomendados ou at a concretizao do evento projetado.Crditos decorrentesCESSAO PELA VIA NORMAL

Contrataes por tempo determinado

Casos de adimplemento contratual por alcance do termo ou cumprimento dos objetivos

Saldo de salrio, se houver

Frias proporcionais art. 147 da CLT

1/3 sobre frias proporcionais art. 7, XVII, da CF

13salrio proporcional art. 3da Lei n. 4.090/62

Liberao dos formulrios de saque do FGTS cdigo 04 art. 20, IX, da Lei n. 8.036/90. No h acrscimo de 40%

Frias simples e/ou dobradas, se houver art. 146 da CLT

CLASSIFICAO DAS MODALIDADES DE CESSAO

Por deciso do empregador

Por deciso do empregado

Por desaparecimento de uma das partes

Por consentimento das partes

Trmino o do contrato a prazo determinado

Por fora maior

Por factum principis

Por deciso do empregador, referindo-se dispensa: sem justa causa, dispensa com justa causa ou por falta grave e culpa recproca;

Dispensa Por deciso do empregador

Sem justa causa

Com justa causa ou por falta grave

Culpa recproca

Dispensa sem justa causa - Resilio manifestao unilateral Parte do Gustavo Felipe e outra parte do Luciano Martinez:

Na dispensa sem justa causa, o empregador decide pr fim ao vnculo de emprego, por meio do exerccio de direito considerado por parte da doutrina como potestativo, que lhe autoriza tal conduta, mesmo no tendo o empregado incorrido em qualquer falta disciplinar.

Cabe a observao de que o referido direito, de titularidade do empregador, pode sofrer restries, nos casos de empregados detentores de estabilidades ou garantias de emprego, obstando a dispensa sem justa causa.

A dispensa sem justa causa contrape-se dispensa por justa causa, a qual decorre de falta disciplinar praticada pelo empregado.Em termos doutrinrios, conceituais ou tericos, a dispensa sem justa causa poderia ser diferenciada da dispensa arbitrria, pois aquela a cessao do vnculo de emprego, por deciso do empregador, mesmo no tendo o empregado incorrido em justa causa, ou seja, motivo disciplinar.

J na dispensa arbitrria, o contrato de trabalho cessa, tambm por deciso do empregador, mas no se fundando em qualquer motivo, seja ele de ordem disciplinar, econmica, financeira ou tcnica.Pode-se entender, assim, que a dispensa arbitrria apresenta um alcance mais amplo, sendo, alm disso, mais indesejada pela sociedade, por no revelar qualquer motivao ou justificativa razovel para a ruptura do vnculo de emprego.

Um outro ngulo possvel para diferenciar, em termos tericos, a dispensa arbitrria da dispensa sem justa causa seria entender que a:

dispensa arbitrria no se funda em motivos objetivos, relacionados empresa, referentes a fatores econmicos, financeiros, tcnicos ou estruturais; a dispensa sem justa causa, por sua vez, no se funda em motivos subjetivos, ou seja, disciplinares, referentes ao empregado.

No entanto, o tratamento legislativo, ao menos no Brasil, quanto dispensa sem justa causa e dispensa arbitrria, praticamente idntico, como se observa do art. 7., inciso I, da Constituio Federal de 1988, bem como do art. 10, inciso II, do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias.

Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social:I - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos;

Art. 10 ADCT - II - fica vedada a dispensa arbitrria ou sem justa causa:

a) do empregado eleito para cargo de direo de comisses internas de preveno de acidentes, desde o registro de sua candidatura at um ano aps o final de seu mandato;

b) da empregada gestante, desde a confirmao da gravidez at cinco meses aps o parto.

Por isso, a despedida arbitrria ou sem justa causa gera ao empregado dispensado o direito a receber: aviso prvio; frias vencidas e proporcionais com 1/3; 13 salrios vencidos e proporcionais; saldo salarial referente aos dias trabalhados; indenizao de 40% do FGTS; levantamento dos depsitos do FGTS; guias do seguro-desemprego.

Luciano Martinez 2012.DISSOLUO POR RESILIOCONTRATOS POR TEMPO INDETERMINADO

Iniciativa do empregador (DESPEDIDA)Iniciativa do empregado (DEMISSO)

Saldo de salrio, se houverSaldo de salrio, se houver

Aviso prvio 1do art. 487 da CLTDeve conceder aviso prvio, conforme o 2do art. 487 da CLT

Frias proporcionais art. 147 da CLTFrias proporcionais29e30 art. 147 da CLT

1/3 sobre frias proporcionais art. 7, XVII, da CF1/3 sobre frias proporcionais art. 7, XVII, da CF

13salrio proporcional art. 3da Lei n. 4.090/6213salrio proporcional art. 3da Lei n. 4.090/62

Liberao dos formulrios de saque do FGTS cdigo 01 Lei n. 8.036/90No tem direito ao saque do FGTS

Acrscimo de 40% sobre o FGTS art. 18 da Lei n. 8.036/90No tem direito ao acrscimo de 40% sobre os depsitos do FGTS

Frias simples e/ou dobradas, se houver art. 146 da CLTFrias simples e/ou dobradas, se houver art. 146 da CLT

I) Resilio em contratos por tempo determinadoPor vezes as partes ajustam contratos por tempo determinado pretendendo que seu fim coincida com a data prevista como termo final ou com a consecuo dos propsitos que justificaram sua existncia. Mas acidentes de trajeto acontecem, e qualquer uma das partes pode mudar de planos. Nesses casos, conquanto existente um contrato por tempo determinado, pode-se falar em resilioante tempus,tanto de iniciativa do empregador quanto de iniciativa do empregado. Vejam-se: Dissoluoantecipada de iniciativa do empregador e crditos decorrentes; Dissoluo antecipada de iniciativado empregado e crditos decorrentes; Clusula assecuratria do direito recproco de resilioe crditos decorrentes.1)Dissoluoantecipada de iniciativa do empregador e crditos decorrentesNos contratos que tenham tempo determinado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado ser obrigado a pagar-lhe, a ttulo de indenizao, epor metade, a remunerao a que teria direito at o termo do contrato. Perceba-se o teor doart. 479 da CLT:Art. 479. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado, ser obrigado a pagar-lhe, a ttulo de indenizao, e por metade, a remunerao a que teria direito at o termo do contrato.Note-se que nesse caso hpresuno absoluta de ocorrncia de prejuzo para o empregado. Tal presuno, bom destacar, no comporta prova em sentido contrrio.Observe-se que essa hiptese aplicvel apenas s situaes em que h ajuste de extino do contrato por termo pr-fixado. Na extino do ajuste pelo alcance dos propsitos contratuais (exemplos:contratos por obra certa ou por safra) no ser possvel a utilizao dessa frmula dissolutria, uma vez que incerto o exato dia de trmino da avena. Nesse caso, caber a insero do contratado por obra certa ou por safra na frmula geral de terminao dos contratos por tempo indeterminado com o consequente pagamento de aviso prvio indenizado.Alm dessa parcela, outras so devidas, conforme o quadro a seguir expendido, no tpico intitulado crditos decorrentes.DISSOLUO POR RESILIOCONTRATOSPOR TEMPO DETERMINADOINICIATIVA DO EMPREGADOR

Saldo de salrio, se houver

Indenizao prevista no art. 479 da CLT

Frias proporcionais art. 147 da CLT

1/3 sobre frias proporcionais art. 7, XVII, da CF

13salrio proporcional art. 3da Lei n. 4.090/62

Liberao dos formulrios de saque do FGTS cdigo 01 Lei n. 8.036/90

Acrscimo de 40% sobre os depsitos do FGTS art. 14 do Dec. n. 99.684/9032, sem prejuzo do art. 479 da CLT33

Frias simples e/ou dobradas, se houver art. 146 da CLT

2) Dissoluo antecipada de iniciativado empregado e crditos decorrentesHavendo termo estipulado, o empregado no se poder desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuzos que resultarem desse fato. Note-se que somente se houver prejuzo haver indenizao, no podendo ela exceder quela a que teria direito o empregado em idnticas condies. Veja-se o art. 480 da CLT:Art. 480. Havendo termo estipulado, o empregado no se poder desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuzos que desse fato lhe resultarem. 1A indenizao, porm, no poder exceder quela a que teria direito o empregado em idnticas condies (antigo pargrafo nico renomeado pelo Decreto-Lei n. 6.353, de 20-3-1944,DOU, 21-3-1944).Neste caso hpresuno relativa de inocorrncia de prejuzo para o empregador. Essa presuno comporta prova patronal em sentido contrrio, ou seja, prova de que o empregado, por conta de seu ato, gerou prejuzo, com atitudes relacionadas, por exemplo, ao atraso na entrega de uma obra, ao desgaste no relacionamento com algum cliente ou perda de um contrato.Almdessa parcela, outras so devidas, conforme o quadro de crditos decorrentes, a seguir expendido:Crditos decorrentesDISSOLUO POR RESILIO CONTRATOS POR TEMPO DETERMINADOINICIATIVA DO EMPREGADO

Saldo de salrio, se houver

Indenizao prevista no art. 480 da CLT, se houver prejuzo

Frias proporcionais

1/3 sobre frias proporcionais art. 7, XVII, da CF

13salrio proporcional art. 3da Lei n. 4.090/62

No tem direito ao saque do FGTS

No tem direito ao acrscimo de 40% sobre os depsitos do FGTS

Frias simples e/ou dobradas, se houver art.146 da CLT

3) Clusula assecuratria do direito recproco de resilioe crditos decorrentesAos contratos por tempo determinado que contiverem clusula assecuratria do direito recproco de resciso antes de expirado o termo ajustado aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princpios que regem a resilio dos contratos por prazo indeterminado (leia-se o art. 481 da CLT).Essa soluo legislativa ser tambm aplicada s situaes em que o empregado tenha sido contratado por tempo determinado quando o evento final disser respeito ao alcance de propsitos impossveis de demarcar no tempo (certus an et incertus quando), como ocorre, por exemplo, com a obra certa e a safra.Vejam-se as parcelas no tpico seguinte.Crditos decorrentesDISSOLUO POR RESILIOCONTRATOS POR TEMPO DETERMINADOCLUSULA ASSECURATRIA DO DIREITO RECPROCO

Iniciativa do empregadorIniciativa do empregado

Saldo de salrio, se houverSaldo de salrio, se houver

Aviso prvio 1do art. 487 da CLTDeve conceder aviso prvio, conforme 2do art. 487 da CLT

Frias proporcionais art. 147 da CLTFrias proporcionais art. 147 da CLT

1/3 sobre frias proporcionais art. 7, XVII,da CF1/3 sobre frias proporcionais art. 7, XVII, da CF

13salrio proporcional art. 3da Lei n.4.090/6213salrio proporcional art. 3da Lei n. 4.090/62

Liberao dos formulrios de saque do FGTS cdigo 01 Lei n. 8.036/90No tem direito ao saque do FGTS

Acrscimo de 40% sobre os depsitos do FGTSNo tem direito ao acrscimo de 40% sobre os depsitos do FGTS

Frias simples e/ou dobradas, se houver art. 146 da CLTFrias simples e/ou dobradas, se houver art. 146 da CLT

III) A despedida motivada e a despedida imotivadaEntende-se pormotivadaa despedida que foi estimulada por alguma causa. Essa causa que arrima a deciso patronal de desligar o empregado pode ser justa ou no, mas semprevisvel, sempre palpvel. Por outro lado, entende-se porimotivadaa dispensa que no teve qualquer causa, sendo, por isso, identificada como arbitrria. Nessa ordem de ideias, possvel criar o seguinte sistema:

1) Dispensa motivada Luciano Martinez 2012:Conforme acima expendido, entende-se motivada a dispensa que apresenta causa, pretexto, independentemente de a causa ser justa ou no. No importa qual seja o motivo para a ordem de desligamento, sendo relevante apenas, nos limites dessa definio, que ele (o motivo) seja explcito. Vejam-se as situaes possveis:a) Despedida sem justa causaTrata-se de dispensa em que o empregador tem razes para despedir o empregado, mas essas razes por no consistirem em inexecuo faltosa no so consideradasjustas para privar o trabalhador das indenizaes previstas em lei. Exemplo disso ocorre quando um empregado, embora cumpridor de seus deveres de conduta, no satisfaz tecnicamente a empresa.b) Despedida com justa causaTrata-se da dispensa em que o empregador tem razes para despedir o empregado, e essas razes consistem em situao de inexecuo faltosa. As faltas que justificam esse tipo de despedida esto contidas no art. 482 da CLT e so consideradas justas para privar o trabalhador das indenizaes previstas em lei. Exemplo disso, entre outros, visvel quando um empregado, ferindo deveres de conduta, viola segredo da empresa.c) Despedida com causa discriminatriaTrata-se de dispensa motivada, nos termos da Lei n. 9.029/95, por condutas discriminatrias calcadas no sexo, na origem, na raa, na cor, no estado civil, na situao familiar ou na idade do empregado. Observe-se, assim, que a explicitao de motivao nem sempre est relacionada a uma ideia positiva.O desligamento motivado , na maior parte das situaes, entendido como ato dedespedida singular, ou seja, como manifestao dirigida por um empregador especfico contra um empregado singularmente considerado.As despedidas, entretanto, alm de singulares, podem ser plrimas ou coletivas. Adespedida coletiva operada simultaneamente, por motivo nico, contra um grupo de trabalhadores, sem pretenso de substituio dos dispensados.Nesse particular, Orlando Gomes, em estudo publicado em 1974, foi preciso no estabelecimento dos traos caractersticos do instituto ora analisado:Na dispensa coletiva nica e exclusiva a causa determinante. O empregador, compelido a dispensar certo nmero de empregados, no se prope a despedir determinados trabalhadores, seno aqueles que no podem continuar no emprego. Tomando a medida de dispensar uma pluralidade de empregados no visa o empregador a pessoas concretas, mas a um grupo de trabalhadores identificveis apenas por traos no pessoais, como a lotao em certa seo ou departamento da empresa, a qualificao profissional, ou o tempo de servio. A causa da dispensa comum a todos, no se prendendo ao comportamento de nenhum deles, mas a uma necessidade da empresa.A finalidade do empregador ao cometer a dispensa coletiva no abrir vagas ou diminuir, por certo tempo, o nmero dos empregados. Seu desgnio , ao contrrio, reduzir definitivamente o quadro de pessoal. Os empregados dispensados no so substitudos, ou porque se tornaram desnecessrios ou porque no tem a empresa condio de conserv-los37.Alm de definir com maestria o contedo jurdico da despedida coletiva, Orlando Gomes, na obra ora referida, ofereceu elementos de distino entre o mencionado instituto e adespedida plrima. Percebam-se:A exigncia da reunio desses elementos de caracterizao da dispensa coletiva facilita a sua distino da dispensa ou despedida plrima.Dispensa dessa espcie sucede quando numa empresa se verifica uma srie de despedidas singulares ou individuais, ao mesmo tempo, por motivo relativo conduta de cada empregado dispensado.Essa dispensa h de ser praticada, primeiramente, contra nmero considervel de empregados, por fato que a todos diga respeito, como, por exemplo, a insubordinao dos trabalhadores da seo de embalagem de uma empresa. Os dispensados tm de ser pessoas determinadas, constituindo um conjunto concreto de empregados. Afastados, h de ser substitudos, eis que o servio precisa ser prestado continuadamente por igual nmero de trabalhadores. A dispensa plrima no tem, por ltimo, a finalidade de reduzir o quadro do pessoal.Os pontos de semelhana entre dispensa plrima e coletiva desautorizam a aceitao do critrio quantitativo para a caracterizao da ltima, pois a primeira tambm supe uma pluralidade de dispensados. Algumas leis qualificam como coletiva, entretanto, a despedida, em certo perodo, de empregados em nmero superior aos que indica em funo da quantidade de trabalhadores da empresa. Pode, no entanto, ser plrima a dispensa que atinge proporo superior estabelecida para que se considere coletiva. Nem deve perder esta conotao a despedida de empregados em pequeno nmero ou em nmero inferior s percentagens estabelecidas, se reveste os outros caracteres da dispensa coletiva.2) Dispensa imotivada a despedida sem qualquer motivao, conhecida, por isso, como arbitrria. Essa caracterstica ser uma denncia vazia fez com que o legislador tentasse uma conceituao do instituto no art. 165 da CLT, sustentando ser arbitrria a despedida no fundada em motivos, indicando como razoveis aqueles de ordem disciplinar (motivo produzido pelo empregado),tcnica, econmica ou financeira (motivos produzidos pelo empregador).A despedida arbitrria no se confunde com a despedida sem justa causa. Afirma-se isso com base na doutrina de Pedro Paulo Teixeira Manus. Veja-se:A despedida arbitrria o ato do empregador tendente a desfazer o contrato de trabalho, sem aparente motivao de ordem objetiva ou subjetiva. J a dispensa sem justa causa o ato de desfazimento do contrato de trabalho que, embora o empregador apresente razes de ordem subjetiva, no se funda em ato faltoso cometido pelo empregado. Isso significa que no caso de dispensa arbitrria no h qualquer justificao plausvel ou razovel a fundamentar o ato do empregador. J na hiptese de dispensa sem justa causa, trata-se de ato razovel, embora no fundado em falta cometida pelo empregado, como ocorre na despedida por justa causa. preciso reconhecer que a distino entre as figuras despedida arbitrria e despedida sem justa causa visa dar sentido ao quanto disposto no art. 7, I, do texto constitucional, segundo o qual um dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social, a relao de emprego protegida contra despedida arbitrriaousem justa causa (destaques no constantes do original). Busca-se, aqui, dar sentido opo do legislador constitucional em utilizar dois vocbulos que, aparentemente, tm o mesmo alcance.Se foram utilizados dois vocbulos, e no um apenas, isso significa que o intrprete deve dar a cada um deles uma significao real. Trata-se de uma vetusta regra hermenutica, aplicada por Carlos Maximiliano, que no deve ser desprezada:verba cum effectu, sunt accipienda,vale dizer,no se presumem, na lei, palavras inteisou, literalmente,devem-se compreender as palavras como tendo alguma eficcia.Segundo o clssico doutrinador, as expresses do Direito interpretam-se de modo que no resultem frases sem significao real, vocbulos suprfluos, ociosos, inteis. [...] D-se valor a todos os vocbulos e, principalmente, a todas as frases, para achar o verdadeiro sentido de um texto; porque este deve ser entendido de modo que tenham efeito todas as suas provises, nenhuma parte resulte inoperativa ou suprflua, nula ou sem significao alguma.Enfim, por que o legislador constitucional se referiria a dois vocbulos despedida arbitrriaousem justa causa quando poderia mencionar simplesmente um deles? O constituinte, enfim, teria razes jurdicas para anotar expresses sinnimas no texto da lei fundamental? A resposta parece negativa e tanto mais assim se revela quando se percebe que a adjetivao arbitrria aplica-se ao empregador e a qualificao sem justa causa diz respeito ao empregado.No se pode, entretanto, deixar de atribuir razo crtica formulada por Srgio Torres Teixeira, para quem toda dispensa revela alguma causa remota, geradora da vontade resilitria patronal, por mais banal que seja. [...] A ausncia completa de motivos jamais ocorre, mesmo quando inexistir a indicao do fundmento da denncia. Apesar disso, a distino entre despedida arbitrria e despedida sem justa causa existente e palpvel, conforme expendido.

Dispensa arbitrria Sergio Pinto Martins

A dispensa pode ser classificada quanto:

a) a causa: com ou sem justa causa;

b) a forma: solene ou formal ou informal, sem qualquer procedimento;

c) ao controle: com ou sem controle judicial, administrativo ou do sindicato;

d) ao numero de pessoas: individual ou coletiva;

e) aos motivos: Imotivada ou arbitrria, em que no h um motivo especfico para a dispensa do trabalhador; Motivada ou sem justa causa, em que o trabalhador dispensado por motivos de capacidade, tecnolgicos, econmicos, financeiros; com justa causa, em razo de ato grave praticado pelo empregado.

Tem fundamento no art. 482 da CLT; discriminatria, conforme a previso da Lei na 9.029/95;

f) subjetiva que compreende atos praticados pelo empregado, como as hiptesesde justa causa. Dispensa objetiva diz respeito aos requisitos estabelecidos na lei, como motivos tcnicos, econmicos, financeiros.

O inciso I do art. 7 da Constituio estabelece que haver:Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social:I - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos;

At o momento, essa lei complementar inexiste.O inciso I do art. 7 da Constituio mostra o princpio da continuidade do contrato de trabalho.Na verdade, relao de emprego a relao jurdica. No um direito. O que deveria ser protegido contra a dispensa arbitrria o direito ao emprego e no a relao de emprego.

O certo seria proibio da dispensa arbitrria, pois, num primeiro momento, quem protege no probe. Toda dispensa arbitraria , porem, sem justa causa. Do contrario, no seria arbitrria.

Incorreta a meno a dentre outros direitos. Dentre quer dizer do meio de. Exige verbo de movimento. Dentre a multido saiu um cachorro. Deveria ser empregada a palavra entre (outros direitos).O conceito de dispensa arbitrria e encontrado no art. 165 da CLT, que dispe que se entende por dispensa arbitrria a que no se fundar em motivo disciplinar, tcnico, econmico ou financeiro.

Art. 165 - Os titulares da representao dos empregados nas CIPA (s) no podero sofrer despedida arbitrria, entendendo-se como tal a que no se fundar em motivo disciplinar, tcnico, econmico ou financeiro. Pargrafo nico - Ocorrendo a despedida, caber ao empregador, em caso de reclamao Justia do Trabalho, comprovar a existncia de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado.

Motivo tcnico diz respeito a organizao da atividade da empresa, como o fechamento de uma filial ou de uma seo, com a despedida dos empregados.Motivo financeiro decorre das receitas e despesas da empresa, de acordo com seu balano.O motivo econmico o proveniente do custo da produo das atividades da empresa,da conjuntura, da inflao, da recesso. Motivo disciplinar o pertinente a dispensa por justa causa (art. 482 da CLT).

O ato arbitrrio praticado pelo empregador, ao dispensar o empregado sem justificativa.A justa causa praticada pelo empregado.A dispensa sem justa causa e a feita pelo empregador sem motivo dado pelo empregado.A lei complementar pode estabelecer o direito a estabilidade no emprego ou a reintegrao no emprego, que seriam outros direitos.

O STF j entendeu que a relao de direitos contida no inciso I do art. 7 da Constituio e exemplificativa e no taxativa (STF, ADIn 639-DF, Rei. Min. Moreira Alves).

OIT Conveno 158 Gustavo Felipe 2012 e Sergio Pinto Martins 2011.

A OIT adotou a Conveno 158, de 1982, que versa sobre a cessao do contrato de trabalho por inciativa do empregador. O Brasil aprovou essa norma por meio do DecretoLegislativo n. 68, de 1992. O Decreto na 1.855, de 10-4-96, promulgou a referida norma.

Foi a Conveno n. 158 da OIT complementada pela Recomendao n. 166, quecontem disposies detalhadas, visando orientar o legislador nacional.O art. 4a da Conveno n. 158 da OIT estabelece que:

No se dar trmino relao de trabalho de um trabalhador a menos que exista para isso uma causa justificada relacionada com sua capacidade ou seu comportamento ou baseada nas necessidades de funcionamento da empresa, estabelecimento ou servio. Art. 5: Entre os motivos que no constituiro causa justificada para o trmino da relao de trabalho constam os seguintes:a) a filiao a um sindicato ou a participao em atividades sindicais fora das horas de trabalho ou, com o consentimento de empregador, durante as horas de trabalho;b) ser candidato a representante dos trabalhadores ou atuar ou ter atuado nessa qualidade;c) apresentar uma queixa ou participar de um procedimento estabelecido contra um empregador por supostas violaes de leis ou regulamentos, ou recorrer perante as autoridades administrativas competentes;d) a raa, a cor, o sexo, o estado civil, as responsabilidades familiares, a gravidez, a religio, as opinies polticas, a ascendncia nacional ou a origem social;e) a ausncia do trabalho durante a licena-maternidade.Esclarece o art. 165 da CLT que a dispensa arbitrria a que no se fundar em motivo disciplinar, tcnico, econmico ou financeiro.

O art. 7a da Conveno n. 158 da OIT dispe que o trabalhador; No dever ser terminada a relao de trabalho de um trabalhador por motivos relacionados com seu comportamento ou seu desempenho antes de se dar ao mesmo a possibilidade de se defender das acusaes feitas contra ele, a menos que no seja possvel pedir ao empregador, razoavelmente, que lhe conceda essa possibilidade.

Argumenta-se que a Conveno n. 158 da OIT conflita com o inciso I do art. 7 da Constituio, que trata da proteo da relao de emprego contra dispensa arbitraria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que prevera indenizao compensatria.

Como a Conveno da OIT e recepcionada em nosso sistema jurdico com hierarquia de lei ordinria e no de lei complementar, estaria violado o referido preceito constitucional.

O art. 10 da Conveno n. 158 estabelece que: Se os organismos mencionados no artigo 8 da presente Conveno chegarem concluso de que o trmino da relao de trabalho justificado e se, em virtude da legislao e prtica nacionais, esses organismos no estiverem habilitados ou no considerarem possvel, devido s circunstncias, anular o trmino e, eventualmente, ordenar ou propor a readmisso do trabalhador, tero a faculdade de ordenar o pagamento de uma indenizao adequada ou outra reparao que for considerada apropriada.

Verifica-se que a legislao de cada pas e que ir determinar:

(a) a reintegrao do empregado no emprego; (b) o pagamento de indenizao; ou (c) outra reparao apropriada.

O prprio sistema adotado pelo inciso I do art. 7 da Constituio exclui a estabilidade, determinando que a lei complementar ira prever indenizao compensatria pela dispensa arbitrria. Isso quer dizer que o nosso sistema jurdico no determina a reintegrao do empregado, mas protege a dispensa abusiva por meio de pagamento de indenizao.

Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social:I - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos;

Dessa forma, o empregado no ter, portanto, direito a reintegrao, mas a pagamento de indenizao, remetendo o interprete do art. 10 da Conveno n. 158 a legislao ordinria de cada pas, que ir tratar do tema. Se a prpria norma internacional determina que a legislao e pratica nacionais que iro estabelecer a reintegrao ou pagamento de indenizao, o inciso I do art. 7 da Lei Maior apenas confirma tal orientao, especificando que nosso sistema prev pagamento de indenizao, e no de reintegrao, salvo nos casos da Lei na 9.029/95.

A indenizao da despedida pode ser entendida, em nosso pas, como a do: FGTS ou da indenizao de 40%, pois, enquanto no for promulgada a lei complementar de que trata o inciso I do art. 7. da Lei Magna, o porcentual da indenizao do FGTS passou a ser de 40% (art. 1 0 ,1, do ADCT).

Se o Estado, portanto, entender de determinar o pagamento de indenizao, e no reintegrao, inexistir o direito a estabilidade.

A legislao brasileira no assegura direito a estabilidade, mas ao regime do FGTS. Apenas em determinadas questes especiais poder-se-ia falar em estabilidade (membro da CIPA, gestante etc.). Assim, no se pode considerar a Conveno n. 158 da OIT inconstitucional, pois no se atrita com o inciso I do art. 7 da Constituio, sendo que este, apenas, confirma a orientao da norma internacional, posto que as convenes da OIT, apenas, fixam os princpios de ordem geral, entregando-se ao legislador nacional o encargo de dispor sobre as particularidades de cada assunto, pois, a experincia diplomtica revela que mais fcil o acordo nos pontos gerais do debate do que nos detalhes por meio dos quais se chega a execuo pratica do princpio.(Russomano, 1964:139).

A Conveno n. 158 da OIT no probe a dispensa do trabalhador; apenas garante que ele no pode sofrer dispensa sem motivacao, nao assegurando, portanto, estabilidade absoluta, como prev a CLT para quem tem mais de 10 anos de empresa e no e optante do FGTS (art. 494 ss da CLT).

O trabalhador poder recorrer a um organismo neutro, como o Judicirio, para discutir sobre a forma injustificada em que houve o trmino do contrato de trabalho (art. 8). Versa ainda a Conveno n. 158 sobre aviso-prvio, indenizao, seguro-desemprego, assim como sobre mecanismos de consulta aos representantes dos trabalhadores, quanto ao trmino do contrato de trabalho por motivos econmicos, tecnolgicos, estruturais eanlogos.O STF concedeu medida liminar em ao direta de inconstitucionalidade para estabelecera inconstitucionalidade da Conveno 158 da OIT (ADI-MC 1.480/DF, Rei. Min. Celso de Mello, j. 4.9.97, DJ 18-5-01, p. 429), por no ser lei complementar: Se o STF entende que tratados tem natureza supralegal, no ha inconstitucionalidade da Conveno 158 da OIT.

O Decreto n. 2.100, de 25-12-96, tomou pblica a denncia da Conveno n. 158. Perdeu essa norma internacional vigncia a partir de 20-11-97, pois o depsito da denncia foi feito na OIT em 20-11-96, perdendo assim sua vigncia no brasil a conveno 158 da OIT.

Motivao da dispensa do empregado pblico

Questo que gera grande controvrsia refere-se necessidade, ou no, de motivao da dispensa do servidor pblico, regido pela CLT.Quanto aos empregados pblicos das empresas estatais, o art. 173, 1., inciso II, da Constituio Federal, determina a aplicao do regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto s obrigaes trabalhistas.

Como para as empresas privadas, no sistema em vigor, no se exige que o empregador justifique ou apresente os motivos da dispensa, o entendimento que vem prevalecendo no sentido de que essa mesma concluso deve ser aplicada aos referidos empregados pblicos de empresas estatais.Nesse sentido, cabe destacar a Orientao Jurisprudencial 247 da SBDI-I do TST:

OJ-SDI1-247 SERVIDOR PBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DES-PEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA PBLICA OU SOCIEDADE DE ECO-NOMIA MISTA. POSSIBILIDADE (alterada Res. n 143/2007) - DJ 13.11.2007 I - A despedida de empregados de empresa pblica e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso pblico, independe de ato motivado para sua validade; II - A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT) est condicionada motivao, por gozar a empresa do mesmo tratamento destinado Fazenda Pblica em relao imunidade tributria e execuo por precatrio, alm das prerrogativas de foro, prazos e custas processuais.

A ressalva quanto Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos, no sentido de que esta, embora seja empresa pblica, deva motivar a despedida dos seus empregados, decorre do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, assegurando ECT as prerrogativas inerentes Fazenda Pblica (Decreto-lei 509/1969), especialmente o pagamento de dbitos por meio de precatrio (art. 100 da CF/1988), inclusive por prestar servio pblico, ou seja, servio postal (art. 21, inciso X, da CF/1988).

Desse modo, o Pleno do TST, na mencionada OJ 247, verificou que, ao ser assegurado referida empresa pblica (ECT) o tratamento privilegiado quanto iseno de custas e execuo por precatrio, os seus atos administrativos devem se vincular aos princpios que regem a administrao pblica direta, impondo-se, por isso, a motivao da despedida de seus empregados.

No entanto, h entendimento, embora minoritrio, defendendo ser necessrio que todo empregador pblico apresente a justificativa da dispensa, pois o empregado foi admitido aps aprovao em concurso pblico (art. 37, inciso II, da CF/1988), bem como por ser aplicvel o princpio da motivao do ato administrativo, incidente quanto relao de emprego pblico, inclusive com as empresas estatais.

J quanto aos servidores pblicos, regidos pela CLT, que mantenham relao com os entes de direito pblico da administrao direta autrquica e fundacional (Unio, Estados, Distrito Federal, Municpios, autarquias e fundaes de direito pblico), o entendimento que parece prevalecer quanto necessidade de motivao da dispensa, sob pena denulidade, justamente em razo da mencionada natureza de direito pblico, fazendo incidir o princpio da motivao do ato administrativo (art. 50, caput, da Lei 9.784/1999), em sintonia com o princpio da moralidade administrativa (art. 37, caput, da CF/1988).

Nessa linha, a Lei 9.962, de 22 de fevereiro de 2000, que disciplina o regime de emprego pblico do pessoal da Administrao federal direta, autrquica e fundacional, prev que:

Art. 3. O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente ser rescindido por ato unilateral da Administrao pblica nas seguintes hipteses:I - prtica de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidao das Leis do Trabalho - CLT;II - acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas;III - necessidade de reduo de quadro de pessoal, por excesso de despesa, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 169 da Constituio Federal;IV - insuficincia de desempenho, apurada em procedimento no qual se assegurem pelo menos um recurso hierrquico dotado de efeito suspensivo, que ser apreciado em trinta dias, e o prvio conhecimento dos padres mnimos exigidos para continuidade da relao de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as peculiaridades das atividades exercidas.

Pargrafo nico. Excluem-se da obrigatoriedade dos procedimentos previstos no caput as contrataes de pessoal decorrentes da autonomia de gesto de que trata o 8. do art. 37 da Constituio Federal.

Com isso, fica confirmado que a dispensa sem justificativa no se considera lcita no mbito do regime de emprego pblico, com os referidos entes de direito pblico.

Como ensina Hely Lopes Meirelles:O ato de dispensa, no nosso entender, deve ser motivado, expondo-se por escrito o seu motivo ou a sua causa. A motivao decorre dos princpios da legalidade, da eficincia, da moralidade e da razoabilidade, pois s com ela que podero ser afastados os desligamentos de celetistas motivados por perseguio poltica ou por outro desvio de finalidade. Se o particular pode, em tese, desligar o empregado que queira, o mesmo raciocnio no cabe tratando-se de empregado pblico. [...] Assim, sem motivao que demonstre finalidade pblica a dispensa ilegal.

Alis, tratando-se de dispensa discriminatria, com abuso do direito de cessao do vnculo, no caso de empregados pblicos das empresas estatais, ou mesmo de empregados cujos contratos de trabalho so com empregadores privados, tem-se a nulidade do referido ato de dispensa, gerando o direito reintegrao.

Turma anula dispensa sem motivao de empregada de estatalA Stima Turma do Tribunal Superior do Trabalho anulou a demisso de uma empregada da Minas Gerais Administrao e Servios S.A. (MGS) por ausncia de "motivao justa" para a dispensa. O fundamento do voto do relator, desembargador convocado Valdir Florindo, foi a deciso do Supremo Tribunal Federal (STF) no Recurso Extraordinrio 589.998, que considerou "obrigatria a motivao para a prtica legtima do ato de resciso unilateral do contrato de trabalho de empregados de empresas estatais".Com esse entendimento, a Turma reestabeleceu deciso de primeiro grau que anulou a demisso da autora do processo e determinou sua reintegrao ao servio. O Tribunal Regional do Trabalho da 3 Regio (MG) havia acolhido recurso da empresa e validado a dispensa, com o argumento de que o empregado pblico, assim como o privado, regido pelaCLT, sem direito estabilidade prevista naConstituio da Repblicapara o servidor pblico.No entanto, no foi esse o entendimento da Stima Turma do TST ao acolher recurso da empregada. Para o desembargador Valdir Florindo, se o artigo 37 da Constituio determina que a Administrao Pblica direta e indireta se sujeite aos princpios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficincia, exigindo concurso para ingresso cargo pblico, "evidente que tal tratamento deve estar presente tambm no ato da dispensa, sob pena de se fazer letra morta do texto constitucional, que visou moralizao das contrataes e dispensas no setor".De acordo ainda com o relator, a Constituio visa assegurar no apenas direitos ao servidor pblico estatutrio, mas tambm ao empregado celetista. "Competia empresa, antes de dispensar a empregada, proceder devida motivao do ato", afirmou.O desembargador observou que, "num primeiro momento, aOrientao Jurisprudencial n 247da Subseo 1 Especializada em Dissdios Individuais (SDI-1) do TST (que permite a demisso de empregado pblico sem motivao), em razo da deciso do STF, merece ser examinada". Ela estaria em "posio diametralmente" oposta ao julgamento da Corte Suprema que determinou a necessidade de motivao para a demisso de empregado de estatais.Processo:RR-815-29.2012.5.03.0014

urma discute motivao para dispensa de funcionrio concursado da CEF(Seg, 4 Fev 2013, 9h)A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em sesso realizada em 12 de dezembro de 2012, manteve deciso do Tribunal Regional do Trabalho da 15 Regio (Campinas/SP) que considerou irregular a dispensa de um funcionrio da Caixa Econmica Federal (CEF) demitido 90 dias aps tomar posse. O Regional considerou que no havia ficado demonstrada a motivao no ato, no autorizando a sua dispensa aleatria e imotivada.O candidato narra que aps se submeter a concurso pblico, foi aprovado, o que lhe permitiu o ingresso nos quadros da Caixa. Descreve que foi admitido pelo regime da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), tendo assinado um contrato de experincia de 90 dias, conforme previso no edital do concurso. Alega em sua Reclamao Trabalhista que foi dispensado ao trmino do contrato de experincia, sem prvio processo administrativo. Pedia a declarao de irregularidade de seu desligamento e, em consequncia, sua reintegrao aos quadros da CEF.O ministro relator Jos Roberto Pimenta e o ministro Renato de Lacerda Paiva observaram que o caso julgado tratava de uma situao muito delicada pelo fato de aOrientao Jurisprudencial n 247da SDI-1 desobrigar as empresas pblicas e as sociedades de economia mista de motivarem o ato da demisso de seus empregados. Lembraram ainda que aSmula 390, em seu item II, dispe que mesmo que estes empregados sejam aprovados em concurso pblico, a eles no garantida a estabilidade prevista no artigo 41 daConstituio Federal.Os ministros destacaram que o TRT-15 manteve a sentena que considerou irregular o desligamento. O fundamento da deciso regional baseou-se no fato de a CEF no ter feito prova nos autos de que o empregado no preenchia os requisitos para o preenchimento do cargo. Outro fato que chamou a ateno foi o de que a reprovao no perodo de experincia no decorreu da constatao de problemas de conduta, mau comportamento ou praticas que desabonassem o trabalhador, mas pelo fato do empregado no haver obtido bom desempenho nos indicadores "comunicao", "realizao" e "produtividade". Por fim tomou como premissa a justificativa da CEF de que a dispensa ocorrera pelo fato de o funcionrio ser considerado uma "pessoa muito fechada".Os ministros ressaltaram que, de fato, aOJ 247autorizava a dispensa do funcionrio independente de motivao, porm entenderam que esta motivao deveria ser legtima. Constataram que o regional no considerou legtima a motivao. Renato Paiva observou que no considera razovel que a CEF promova um concurso pblico em que no edital conste uma clusula de contrato de experincia para 90 dias, e depois dispense um candidato aprovado "praticamente sem motivao", alegando ser ele "muito fechado". Renato de Lacerda Paiva disse entender que, no caso houve o ato motivado, razo pela qual seria possvel o controle da motivao.Para Renato Paiva, este procedimento poderia motivar fraude ao artigo 37 daCF, pois, bastaria ao poder pblico, no interesse de nomear um determinado candidato, alegar uma motivao qualquer para dispensar os candidatos aprovados que por ventura estivessem em uma melhor colocao do que aquele visado. Neste ponto os ministros enfatizaram que "devemos caminhar para exigir a motivao nos casos de concurso pblico".Os ministros consideraram que no caso no houve motivao ou a motivao foi "vazia", ao citar que a deciso regional havia enfatizado que ao empregado deveria ter sido dada uma nova oportunidade em outra rea do banco com condies melhores de adaptao e aprendizagem, e no dispens-lo aps 90 dias.Renato Paiva reconheceu ao final do julgamento que a tese levantada no mrito era "bastante avanada" e gostaria de ver o caso ser analisado pela SDI-1. Diante disso, aps conhecer o recurso da CEF por divergncia jurisprudencial, no mrito a Turma negou provimento ao agravo, mantendo a deciso regional.(Dirceu Arcoverde/MB)Processo:RR-49800-43.2004.5.15.0089TurmasO TST possui oito Turmas julgadoras, cada uma composta por trs ministros, com a atribuio de analisar recursos de revista, agravos, agravos de instrumento, agravos regimentais e recursos ordinrios em ao cautelar. Das decises das Turmas, a parte ainda pode, em alguns casos, recorrer Subseo I Especializada em Dissdios Individuais (SBDI-1).

Dispensa com justa causa ou por falta grave - Resoluo ato faltoso:

Dispensa Por deciso do empregador

Sem justa causa

Com justa causa ou por falta grave

Culpa recproca

A dispensa com justa causa ocorre quando o empregador decide pelo trmino do vnculo de emprego, por meio do exerccio de seu poder disciplinar, tendo em vista falta disciplinar praticada pelo empregado.

Por isso, na dispensa com justa causa o empregado tem direito de receber: Frias vencidas com 1/3; 13 salrio vencido; Saldo salarial referente aos dias trabalhados.

A justa causa, de acordo com o art. 491 da CLT, pode ser praticada no perodo do aviso prvio, hiptese em que o empregado perde o direito ao restante do respectivo prazo.

Art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prvio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a resciso, perde o direito ao restante do respectivo prazo.

Assim, como explicita a Smula 73 do TST: N 73 DESPEDIDA. JUSTA CAUSAA ocorrncia de justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso prvio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito s verbas rescisrias de natureza indenizatria.A cessao do contrato de trabalho por justa causa exige o estudo das diversas hipteses previstas em lei, o que ser feito a seguir.

Terminologia - Dispensa com justa causa ou por falta grave - Resoluo ato faltoso

Cabe verificar se as expresses justa causa e falta grave so sinnimas, ou se existe alguma diferena conceitual.

H corrente de entendimento no sentido de que as expresses so sinnimas, pois ambas representam a falta disciplinar praticada pelo empregado, caracterizada pela gravidade, tomando indesejvel ou invivel a continuao do vnculo de emprego.

No entanto, pode-se entender que h diferena entre as expresses mencionadas, no s no aspecto doutrinrio, mas de acordo com a prpria previso legal.

Conforme a disposio do art. 493 da CLT:Art. 493 - Constitui falta grave a prtica de qualquer dos fatos a que se refere o art. 482, quando por sua repetio ou natureza representem sria violao dos deveres e obrigaes do empregado.

Como se nota, a falta grave possui elementos que se acrescem mera justa causa.

Na realidade, a falta grave a prtica de justa causa (conforme previso no art. 482 da CLT) que, por sua repetio ou natureza, configure sria violao dos deveres e obrigaes do empregado.

Com isso, a falta grave, para se caracterizar, necessita de maior realce quanto ao elemento gravidade, referente ao ato faltoso previsto como justa causa.

A falta grave, com isso, exigida para a dispensa do empregado estvel, como se verifica no art. 492 da CLT (estvel decenal); art. 543, 3., da CLT (dirigente ou representante sindical); art. 625-B, 1., da CLT (representantes dos empregados membros da Comisso de Conciliao Prvia); art. 55 da Lei 5.764/1971 (empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas por eles criadas); art. 3., 9., da Lei 8.036/1990 (membros do Conselho Curador do FGTS representantes dos trabalhadores); art. 3., 7., da Lei 8.213/1991 (membros do Conselho Nacional de Previdncia Social, representantes dos trabalhadores em atividade).

Outro importante diferencial entre a falta grave e a justa causa:

que na falta grave, destinada aos empregados titulares de estabilidades especficas (como a decenal e do dirigente sindical), a dispensa depende do ajuizamento de inqurito judicial para apurao de falta grave (arts. 494, 821 e 853 a 855). Isso significa que a cessao do vnculo de emprego fica subordinada deciso judicial, que reconhea a falta grave praticada pelo empregado estvel.

Cabe lembrar que o mencionado inqurito judicial no aplicvel a todas as garantias de emprego, no sendo exigido, por exemplo, nas hipteses da empregada gestante (art. 10, inciso II, b, do ADCT), do empregado acidentado (art. 118 da Lei 8.213/1991) e do membro da CIPA (art. 10, inciso II, a, do ADCT). Alis, nesses casos, a lei faz meno justa causa, e no falta grave propriamente, confirmando o acerto da referida distino.

Lei n 8.213/1991 - Art.118.O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mnimo de doze meses, a manuteno do seu contrato de trabalho na empresa, aps a cessao do auxlio-doena acidentrio, independentemente de percepo de auxlio-acidente.

Art. 10 ADCT - II - fica vedada a dispensa arbitrria ou sem justa causa:

a) do empregado eleito para cargo de direo de comisses internas de preveno de acidentes, desde o registro de sua candidatura at um ano aps o final de seu mandato;

b) da empregada gestante, desde a confirmao da gravidez at cinco meses aps o parto.

De todo modo, reconhece-se que, na prtica, muitas vezes as duas expresses so utilizadas com o mesmo sentido.No presente trabalho, com essas ressalvas terminolgicas que as expresses podero ser utilizadas com o mesmo sentido, para evitar repetio de vocbulos.

Conceito - Dispensa com justa causa ou por falta grave - Resoluo ato faltosoPode-se conceituar a justa causa como a prtica de ato que configure sria violao dos deveres do empregado, rompendo a confiana inerente relao de emprego, tomando indesejvel ou invivel a manuteno do referido vnculo.

A dispensa por justa causa, por sua vez, pode ser conceituada como a cessao do contrato de trabalho em razo da prtica de ato faltoso, dotado de gravidade, abalando a fidcia entre as partes da relao de emprego.

Sistemas - Dispensa com justa causa ou por falta grave - Resoluo ato faltoso

A doutrina aponta a existncia de 3 diferentes sistemas, verificados nos diversos ordenamentos jurdicos, a respeito da justa causa.

a) O sistema taxativo aquele em que somente lei cabe fixar as hipteses de justa causa, em rol taxativo.

b) O sistema livre ou genrico aquele em que as hipteses de justa causa so estabelecidas pelo Poder Judicirio, pois a lei apenas autoriza, genericamente, a dispensa por justa causa, mas sem especificar a respeito.

c) O sistema misto aquele em que a lei fixa os casos de justa causa, mas tambm se autoriza que o Poder Judicirio reconhea outras hipteses, especialmente por ser o tipo previsto em lei bastante genrico.Trata-se, portanto, de uma combinao dos dois sistemas anteriores.

Sistemas - Dispensa com justa causa

O sistema taxativo

O sistema livre ou genrico

O sistema misto

Sistema taxativo da legislao brasileira

No Brasil, entende-se que o sistema adotado o taxativo, pois cabe somente lei estabelecer as hipteses de justa causa, sendo o respectivo rol exaustivo, e no meramente exemplificativo.

Isso no impede que o juiz interprete as normas jurdicas, bem como os fatos em discusso, para decidir se o empregado praticou ou no a justa causa.

Alm disso, o sistema taxativo no significa que todos os casos de justa causa encontram-se arrolados somente no art. 482 da CLT.

Nada impede que outros dispositivos legais tambm prevejam hipteses distintas de justa causa. O essencial que essa previso seja feita pela lei.

Em nosso ordenamento jurdico, alm do art. 482 da CLT, os seguintes dispositivos estabelecem casos de justa causa:

I) o art. 158, pargrafo nico, da CLT, com a seguinte redao:

Art. 158 - Cabe aos empregados: I - observar as normas de segurana e medicina do trabalho, inclusive as instrues de que trata o item II do artigo anterior; Il - colaborar com a empresa na aplicao dos dispositivos deste Captulo. Pargrafo nico - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) observncia das instrues expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteo individual fornecidos pela empresa.

Trata-se de disposies pertinentes s regras de medicina e segurana do trabalho, a serem observadas pelo empregado.Assim, a recusa injustificada do empregado: observncia das instrues expedidas pelo empregador (quanto s precaues a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenas ocupacionais), e ao uso de equipamentos de proteo individual fornecidos pela empresa, representam hipteses especficas de justa causa.

Havendo justificativa (razovel e legtima) para tal inobservncia, fica afastada a justa causa, por inexigibilidade de conduta diversa, como nos casos de instruo do empregador manifestamente equivocada, colocando a vida do empregado em risco, ou de fornecimento de equipamento de proteo individual totalmente inadequado, prejudicando a segurana no trabalho (em vez de proteg-lo).

Na realidade, as condutas indicadas no art. 158, pargrafo nico, da CLT correspondem a modalidades de indisciplina (prevista no art. 482, h, da CLT), por representarem o descumprimento de ordens gerais quanto prestao do servio.

II) o art. 240, pargrafo nico, da CLT, com a seguinte redao:

Art. 240 - Nos casos de urgncia ou de acidente, capazes de afetar a segurana ou regularidade do servio, poder a durao do trabalho ser excepcionalmente elevada a qualquer nmero de horas, incumbindo Estrada zelar pela incolumidade dos seus empregados e pela possibilidade de revezamento de turmas, assegurando ao pessoal um repouso correspondente e comunicando a ocorrncia ao Ministrio do Trabalho, Industria e Comercio, dentro de 10 (dez) dias da sua verificao.Pargrafo nico - Nos casos previstos neste artigo, a recusa, sem causa justificada, por parte de qualquer empregado, execuo de servio extraordinrio ser considerada falta grave.

O dispositivo em questo refere-se ao servio ferrovirio.O caput do art. 240 da CLT estabelece que, nos casos de urgncia ou de acidente, capazes de afetar a segurana ou regularidade do servio, poder a durao do trabalho ser excepcionalmente elevada a qualquer nmero de horas. Neste caso, incumbe Estrada zelar pela incolumidade dos seus empregados e pela possibilidade de revezamento de turmas, assegurando ao pessoal um repouso correspondente e comunicando a ocorrncia ao Ministrio do Trabalho e Emprego, dentro de dez dias da sua verificao.De todo modo, nessas situaes - de urgncia e acidente a recusa do empregado, sem causa justificada, quanto execuo de servio extraordinrio, ser considerada justa causa (frisando-se que o texto do pargrafo nico do art. 240 da CLT utiliza indevidamente a expresso falta grave, mesmo no se referindo hiptese de empregado estvel).Tem-se aqui hiptese especial que, no entanto, pode ser subsumida ao conceito de insubordinao, que justa causa prevista no art. 482, h, da CLT.

III) o art. 433, inciso II, da CLT, com a seguinte redao:

Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se- no seu termo ou quando o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a hiptese prevista no 5o do art. 428 desta Consolidao, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipteses: ......II falta disciplinar grave;

Tem-se aqui a previso de falta disciplinar grave, especificamente ao empregado aprendiz.

No entanto, as hipteses de falta grave (rectius: justa causa) so justamente aquelas arroladas em lei, como no art. 482 da CLT.Assim, o art. 433, inciso II, da CLT apenas confirma a aplicao da justa causa no contrato de aprendizagem, autorizando o seu trmino antecipado em razo da falta grave praticada.

IV) o art. 508 da CLT, que foi expressamente revogado pela Lei 12.347, de 10 de dezembro de 2010, tinha a seguinte redao:

Considera-se justa causa, para efeito de resciso de contrato de trabalho do empregado bancrio, a falta contumaz de pagamento de dvidas legalmente exigveis.

Essa previso era especfica para os empregados bancrios.Falta contumaz significa ser ela reiterada, ou seja, que ocorra diversas vezes, e no de forma isolada.Dvidas legalmente exigveis significam dbitos do empregado j vencidos, que podem ser exigidos, no se tratando, portanto, de dvida prescrita, ou dvida de jogo.Na verdade, mesmo antes da Lei 12.347, publicada no DOU de 13.12.2010, que revogou esse dispositivo, no se mostrava razovel a previso da referida figura de justa causa, incidente apenas ao empregado bancrio.A possvel explicao para a referida disposio seria no sentido de que o empregado bancrio no estaria apto ao desempenho de suas tarefas, por normalmente trabalhar lidando e administrando o dinheiro dos clientes do banco. Nessa linha, o bancrio teria de apresentar certa estabilidade financeira, indicando que sabe cuidar das finanas prprias,para poder faz-lo quanto de terceiros.

No entanto, pode-se dizer que tal justificativa j no era mais condizente com os dias atuais, nem com os padres exigidos para o desempenho da mencionada funo.

Cabe destacar que, no entender de Sergio Pinto Martins: O no pagamento de dvidas do bancrio (art. 508) poderia ser capitulado como improbidade, previsto no art. 482, a.No entanto, a hiptese do art. 508 da CLT no versa, necessariamente, sobre ato de desonestidade, ou mesmo lesivo ao patrimnio do empregador.De todo modo, como acima explicado, o preceito em estudo foi expressamente revogado, mesmo porque fazia meno a evento que nem sequer interferia, necessariamente, na regular continuidade do contrato de trabalho. Ademais, ao prever o mencionado fato como hiptese de justa causa apenas quanto ao empregado bancrio, poderia implicar, de certaforma, em tratamento desigual, mais rigoroso e prejudicial, embora sem a correspondente razo proporcional que o justificasse.

V) Em leis especficas, ou seja, no inseridas na CLT propriamente, cabe fazer, ainda, as seguintes observaes:

A Lei 6.019/1974, pertinente ao trabalho temporrio, no art. 13, estabelece que:

Constituem justa causa para resciso do contrato do trabalhador temporrio os atos e circunstncias mencionados nos artigos 482 e 483, da Consolidao das Leis do Trabalho, ocorrentes entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporrio ou entre aquele e a empresa cliente onde estiver prestando servio.

Como se nota, trata-se de remisso s hipteses de justa causa, previstas na CLT, tomando-as aplicveis no mbito da relao de trabalho temporrio.

Interessante destacar que a justa causa pode se verificar: entre o trabalhador temporrio e a empresa de trabalho temporrio (empregador); ou entre o trabalhador temporrio e a empresa cliente (tomadora).

A Lei 5.859/1972, que dispe sobre o empregado domstico, no art. 6.-A, 2., acrescentado pela Lei 10.208/2001, prev que:

Considera-se justa causa para os efeitos desta Lei as hipteses previstas no art. 482, com exceo das alneas c e g e do seu pargrafo nico, da Consolidao das Leis do Trabalho.

Mostra-se coerente a excluso da aplicabilidade das alneas c e g do art. 482 da CLT, bem como do seu pargrafo nico, pois na relao de emprego domstico o empregador no empresa para que se possa cogitar a ocorrncia de concorrncia desleal ou violao de segredo da empresa, no havendo campo, ainda, para se cogitar da incidncia da vetusta previso de atos atentatrios contra a segurana nacional, de difcil harmonizao com os princpios e fundamentos inerentes ao atual Estado Democrtico de Direito, institudo pela ordem constitucional em vigor.

Na atual lei de greve, ou seja, Lei 7.783/1989, no art. 15, existe a previso de que a responsabilidade pelos atos praticados no curso da greve, se regidos pelo Direito do Trabalho, ser apurada conforme a legislao trabalhista.

Art. 15 A responsabilidade pelos atos praticados, ilcitos ou crimes cometidos, no curso da greve, ser apurada, conforme o caso, segundo a legislao trabalhista, civil ou penal. Pargrafo nico. Dever o Ministrio Pblico, de ofcio, requisitar a abertura do competente inqurito e oferecer denncia quando houver indcio da prtica de delito.

Assim, eventual falta grave praticada pelo empregado durante a greve autoriza a sua dispensa por justa causa. No entanto, como estabelece a Smula 316 do STF: A simples adeso greve no constitui falta grave.

Por fim, o Decreto 95.247/1987, que regulamenta a Lei 7.418/1985, no art. 7., 3., estabelece que:

A declarao falsa ou o uso indevido do Vale-Transporte constituem falta grave.

No caso, a referida falsificao ou utilizao irregular pode se subsumir s hipteses do art. 482, a e b, da CLT (ato de improbidade e mau procedimento).

Tipificao da justa causa pelo empregador - Resoluo ato faltoso

Entende-se que o empregador deve narrar, em juzo, os fatos que deram origem justa causa aplicada na dispensa do empregado.Quanto ao mero enquadramento dos fatos alegados lei, ou seja, hiptese legal de justa causa, ocorrendo eventual equvoco do empregador nessa subsuno, no se tem a invalidao, por si s, da justa causa aplicada, pois o juiz quem deve conhecer o direito.Ou seja, cabe ao juiz realizar a correta associao dos fatos, alegados pelo empregador, norma jurdica que prev a justa causa.

Elementos da justa causa do empregado - Resoluo ato faltoso

Para que a justa causa se verifique, tomando possvel e vlida a respectiva dispensa do empregado, so necessrios certos requisitos a seguir estudados, que podem ser classificados em subjetivos e objetivos.

a) Elemento subjetivo.O elemento subjetivo da justa causa refere-se ao dolo ou culpa do empregado. O dolo inteno de praticar o ato faltoso. A culpa, por sua vez, refere-se imprudncia, negligncia ou impercia do empregado, fazendo com que o ato faltoso acabe ocorrendo.

O empregado no pode ser dispensado por justa causa, se o ato faltoso no decorreu de sua vontade, nem se verificou por sua imprudncia, negligncia ou impercia.

Ou seja, fora da esfera de responsabilidade do empregado, este no pode ser penalizado com a dispensa por justa causa, considerada a punio de maior gravidade, inerente ao poder disciplinar do empregador.

b) Os elementos objetivos, por sua vez, so a seguir analisados.E requisito objetivo para o exerccio do poder disciplinar no contrato a tipicidade da conduta obreira, inclusive com respeito a natureza da matria envolvida. Tambm integra o presente grupo de requisitos a gravidade da conduta do trabalhador.

Elementos objetivos Justa Causa

Tipicidade.

Gravidade.

Nexo de causalidade.

Proporcionalidade.

Imediatidade

Non bis in idem.

Macete:TIGRA NECA PROIME NONTI Tipicidade;GRA Gravidade;NECA Nexo de Causalidade;PRO Proporcionalidade;IME Imediatidade;NON Non bis in idem.

Gustavo Felipe 2012 e Luciano Martinez 2012:

b .l) Tipicidade.As hipteses de justa causa encontram-se estabelecidas em lei, como j destacado, no cabendo ao empregador criar novas modalidades a respeito.Observa-se aqui, portanto, o chamado princpio da reserva legal. No pode haver dispensa por justa causa sem a prvia previso legal da respectiva falta grave.No Brasil, entende-se que o sistema adotado o taxativo, pois cabe somente lei estabelecer as hipteses de justa causa, sendo o respectivo rol exaustivo, e no meramente exemplificativo.

b.2) Gravidade.A dispensa por justa causa considerada a medida punitiva mais grave que o empregador pode aplicar ao empregado, no exerccio do seu poder disciplinar, o qual se encontra inserido no poder de direo. Sendo assim, a justa causa, para justificar a respectiva dispensa, deve se caracterizar pela efetiva gravidade do ato cometido, a ponto de tomar a continuidade do vnculo de emprego indesejada ou invivel para o empregador.A gravidade , portanto, o requisito essencial na justa causa.

b.3) Nexo de causalidade.Para a validade da justa causa e da respectiva dispensa, o ato faltoso, dotado de gravidade, deve ser a causa (origem, razo, motivo) para a dispensa. Em outras palavras, a dispensa precisa ser decorrente, especificamente, da justa causa apontada pelo empregador e praticada pelo empregado.O empregador no pode dispensar por justa causa o empregado quando, na realidade, a terminao do contrato de trabalho no decorre de ato faltoso, o qual est sendo utilizado como mera justificativa, falsa, para o ato de dispensa.Tem-se aqui o requisito que parte da doutrina chama de determinncia, no sentido de que a dispensa por justa causa deve ter sido determinada, justamente, pela falta grave apontada pelo empregador. o exemplo do empregador que deseja dispensar certo empregado, por entender no ser mais necessria a prestao do seu servio, tendo em vista a reduo da produo. No entanto, objetivando (ilicitamente) no ter de pagar as verbas decorrentes de eventual dispensa sem justa causa, prefere alegar, de forma fraudulenta, que a dispensa decorre de antiga falta, que autorizaria a aplicao da justa causa, mas que, na realidade, j havia at mesmo sido esquecida, para no dizer perdoada (ainda que de forma tcita).

b.4) Proporcionalidade.Deve existir uma relao de proporcionalidade entre o ato faltoso, praticado pelo empregado, e a sua dispensa por justa causa. Como essa medida disciplinar considerada a de maior gravidade, s pode ser aplicada, de forma vlida, se a falta praticada pelo empregado suficientemente grave, de forma a justificar a sua dispensa por justa causa.Atos faltosos de menor gravidade, como um pequeno atraso isolado, no pode ser considerado, por si s, grave o suficiente para desde j autorizar a dispensa por justa causa, considerada a medida disciplinar extrema.Nas referidas situaes, de menor gravidade, a medida disciplinar que pode ser aplicada a advertncia ou mesmo a suspenso, conforme o caso.No entanto, a reiterao de pequenos atos faltosos, punidos com medidas disciplinares de menor gravidade (como advertncias e suspenses), pode fazer com que, quando de uma ltima falta praticada, tenha-se a gravidade suficiente para a dispensa por justa causa.

b.5) ImediatidadeEntre a prtica da justa causa e a aplicao da penalidade pelo empregador, no pode transcorrer espao de tempo muito longo, pois isso significaria o perdo tcito.Assim, a dispensa por justa causa deve ser logo em seguida prtica da falta grave.No entanto, na realidade, o referido espao de tempo s deve ser contado a partir do momento em que o empregador toma cincia da falta disciplinar praticada pelo empregado. Antes disso, no h como, razoavelmente, dizer que o empregador se manteve inerte quanto punio do empregado faltoso.Alm disso, aceito que a empresa, justamente para no incorrer em injustia na dispensa por justa causa, estabelea uma investigao interna dos atos faltosos, inclusive quanto efetiva ocorrncia, extenso, gravidade e autoria.Isso tudo, obviamente, pode levar certo tempo, principalmente em empresas de maior porte, com estrutura mais burocratizada.Nesses casos, entende-se que o perdo tcito s ocorreria se a investigao interna permanecesse parada, ou se, mesmo depois de concluda, o empregador no tomasse qualquer atitude concreta de efetiva punio do empregado culpado, o que representaria verdadeiro perdo tcito.

b.6) Non bis in idem.O non bis in idem significa que a mesma falta disciplinar, praticada pelo empregado, no pode ser objeto de mais de uma punio pelo empregador.Ainda que a falta autorizasse a dispensa por justa causa, se o empregador preferiu punir o empregado com uma mera advertncia ou suspenso, no ser vlida a dispensa por justa causa pelo mesmo fato j punido, no sendo aceito que o empregador se arrependa da pena mais branda que decidiu aplicar.O empregador no pode aplicar certa penalidade mais branda ao empregado e, em seguida, arrependendo-se, punir a mesma falta com a dispensa por justa causa, pois isso configuraria bis in idem, o qual vedado.

Forma de comunicao da dispensa Com Justa Causa - Resoluo ato faltoso:

A legislao brasileira no exige forma especial para o empregador comunicar o empregado de sua dispensa com justa causa.No entanto, outras fontes formais do Direito do Trabalho, como normas coletivas e regulamento de empresa, podem estabelecer formas especiais, como a escrita, para a eficcia da referida comunicao.

Mesmo no se verificando a referida exigncia, sugere-se que a dispensa por justa causa seja comunicada sob a forma escrita, para facilitar a prova.

Esse documento, no entanto, apto somente para demonstrar que o empregado ficou ciente da despedida, mas no prova a justa causa em si, ou seja, o fato, no caso, a falta grave que o empregador alega ter o empregado praticado.

No mbito processual, de acordo com o art. 368, pargrafo nico, do CPC (c/c o art. 769 da CLT), quando o documento particular contiver declarao de cincia, relativa a determinado fato, ele prova a declarao, mas no o fato declarado, competindo ao interessado em sua veracidade o nus de provar o fato em si.

De todo modo, cabe destacar que a justa causa, ou o motivo da terminao do contrato de trabalho, no deve ser objeto de anotao na Carteira de Trabalho e Previdncia Social. Trata-se de informao restrita relao entre empregado e empregador, que no deve ser inserida no referido documento do empregado.

Alis, a anotao da justa causa em CTPS, pelo empregador, pode acarretar, em tese, danos morais e materiais ao empregado, passando a ser devida a respectiva indenizao, tendo em vista a violao de direitos de personalidade, bem como por acarretar maior dificuldade de obteno de novo emprego (arts. 29, 4. e 5., da CLT e 5., X, da CF/1988).Ainda no mbito processual, cabe ao empregador o nus de provar eventual justa causa que alegue contra o empregado. Como estabelece a Smula 212 do TST:

N 212 DESPEDIMENTO. NUS DA PROVAO nus de provar o trmino do contrato de trabalho, quando negados a prestao de servio e o despedimento, do empregador, pois o princpio da continuidade da relao de emprego constitui presuno favorvel ao empregado.

Hipteses de justa causa - Resoluo ato faltoso:

Vejamos aqui cada uma das hipteses de justa causa, previstas no art. 482 da CLT.

Hipteses de justa causa art. 482 da CLT

1) Ato de improbidade (art. 482, a)

2) Incontinncia de conduta (art. 482, b)

3) Mau procedimento (art. 482, b)

4) Negociao habitual (art. 482, c)

5) Condenao criminal transitada em julgado (art. 482, d)

6) Desdia (art. 482, e)

7) Embriaguez habitual ou em servio (art. 482, f)

8) Violao de segredo da empresa (art. 482, g)

9) Ato de indisciplina (art. 482, h)

10) Ato de insubordinao (art. 482, h)

11) Abandono de emprego (art. 482, i)

12) Ato lesivo da honra ou boa fama em servio (art. 482, j)

13) Ofensas fsicas em servio (art. 482,7)

14) Ato lesivo da honra ou boa fama contra o empregador (art. 482, k)

15) Ofensas fsicas contra o empregador (art. 482, k)

16) Prtica constante de jogos de azar (art. 482, /)

17) Atos atentatrios segurana nacional (art. 482, pargrafo nico)

Luciano Martinez 2012:

1) Ato de improbidade (art. 482, a) - Resoluo ato faltoso:

Ato de improbidade significa conduta desonesta do empregado, causando prejuzos ao patrimnio do empregador.Pode-se observar a existncia de duas correntes quanto ao verdadeiro alcance dessa figura em especfico. Primeira Corrente - H os que entendem que a improbidade refere-se apenas ao prejuzo patrimonial acarretado ao empregador, por ato do empregado, como ocorre no furto, roubo ou apropriao indbita. H segunda vertente que entende de forma mais ampla, no sentido de que a improbidade no se restringe leso ao patrimnio da empresa, podendo ser tambm um ato desonesto dotado de gravidade. Como exemplo, tem-se a falsificao de atestado mdico pelo trabalhador.

Na verdade, os que seguem a corrente mais restritiva, quanto abrangncia do ato de improbidade, certamente incluem os demais atos graves, de desonestidade, como mau procedimento (art. 482, b, da CLT).

Diretordemitido porimprobidadeno consegue no TST indenizao por danos morais(Qua, 17 Out 2012, 14:32)A Subseo I Especializada em Dissdios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho no conheceu o recurso de um ex-diretor da Dow Qumica S.A. que pretendia receber indenizao por danos morais. Ele foi demitido por justa causa, sob a acusao de ter cometido ato de improbidade que no ficou provado.De acordo com os ministros necessria, para caracterizao do dano moral, a prova inequvoca de prejuzo imagem, honra ou a boa fama da pessoa do ponto de vista pessoal, familiar ou pessoal. O fundamento vencedor, por maioria, foi aberto pelo ministro Joo Oreste Dalazen, presidente do TST.Justa CausaO autor da ao narra em sua inicial que trabalhou para a empresa por cerca de 20 anos, com dedicao exclusiva, onde exerceu diversos cargos, todos conseguidos mediante promoo por merecimento. Em 1993 aps ser acusado de improbidade na gesto de um contrato de agenciamento para divulgao e venda de produtos da empresa, foi demitido por justa causa. Ingressou com reclamao trabalhista na 9 Vara do Trabalho de So Paulo (SP) pedindo a reverso da justa causa e o pagamento de verbas rescisrias.A Vara do Trabalho afastou a justa causa do empregado, sob o fundamento de que a empresa no provou a improbidade que teria motivado a dispensa do trabalhador. A deciso ficou mantida, j tendo transitado em julgado.Dano MoralPassado algum tempo do ajuizamento da primeira reclamao trabalhista, o diretor ingressou com uma segunda ao, analisada pela 23 Vara do Trabalho de So Paulo (SP), na qual pedia o pagamento de dano moral sob o fundamento de que a sua despedida por justa causa se dera por ato ilegal cometido pela empresa, lhe causando abalo psicolgico e perda financeira. E a reverso da justa causa pedida na outra ao - comprovaria a ilicitude do ato da empresa.A 23 Vara do Trabalho de So Paulo acolheu o pedido de indenizao por danos morais sob o fundamento de que a empresa no fez prova em juzo do ato supostamente cometido pelo trabalhador.Mas o Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio reformou a sentena e afastou a condenao ao pagamento de indenizao por dano moral, sob o fundamento de que "a dispensa por justa causa no constitui ato ilcito cometido pelo empregador, pelo contrrio um instituto legalmente previsto e que caso aplicado erroneamente, sujeita-o s sanes previstas em lei" . Para o regional no ficou evidenciado nenhum abalo imagem do empregado. A deciso ressalta ainda que o diretor no demonstrou qualquer tipo de prejuzo sofrido. O trabalhador recorreu ao TST buscando a reforma da deciso.TSTA Terceira Turma do TST no conheceu do recurso de revista sob o fundamento de que, da anlise do acrdo regional, no possvel se concluir pela existncia de ofensa a nenhum dos dispositivos citados pela defesa do empregado. A deciso ressalta que, mesmo descaracterizada a justa causa por sentena j transitada em julgado, no ficou demonstrado prejuzo ao patrimnio ideal do empregado.RelatorO relator do recurso, ministro Llio Bentes Correa, votou no sentido de conhecer o recurso por violao ao artigo 896 daCLTdiante da afronta ao artigo 5, X daCFe no mrito, pelo provimento do recurso, para restabelecer a sentena que condenara a Dow ao pagamento por danos morais no valor correspondente a um salrio mensal por ano trabalhado.Segundo a compreenso do relator, embora como regra "no se possa inferir dano moral diante da no confirmao de uma justa causa em juzo", excepcionalmente, em se tratando de dispensa sob acusao de ato de improbidade, no seria necessrio para a caracterizao do dano moral que os fatos fossem divulgados, ou que o empregado fosse humilhado como entende o Regional, bastando que o prprio trabalhador tivesse conhecimento de que sua honestidade fosse posta prova.Mas a tese do relator ficou vencida, aps divergncia aberta pelo ministro Joo Oreste Dalazen. Ficaram vencidos tambm os ministros, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Augusto Csar Leite de Carvalho, Jos Roberto Freire Pimenta e Delade Alves Miranda Arantes.Divergncia vencedoraO ministro presidente Joo Oreste Dalazen abriu divergncia no sentido de no conhecer o recurso do empregado sob o fundamento de que a no comprovao em juzo do ato de improbidade pelo qual foi acusado no gera necessariamente indenizao por danos morais. Para o ministro no se trata de ato ilcito do empregador quando este, ao dispensar o empregado por justa causa, agiu de boa f, no deu publicidade ao fato, e no imputou a justa causa indevidamente. Tampouco cometeu abuso de direito, e portanto no acarretaria o pagamento de dano moral.Dalazen destacou que o empregador, ao dispensar empregado que em tese cometeu ato ilcito, est somente exercendo um direito garantido por lei, no artigo 482 daCLT, que assegura ao empregador a dispensa mediante prova da suposta infrao grave cometida. "Mera infelicidade na produo da prova de um ato de improbidade, imputado de forma sria e de boa-f, no pode ressaltar em responsabilidade civil por dano moral ao empregador".Ressalta que a condenao por dano moral sem a efetiva comprovao do dolo ou culpa implicaria o reconhecimento de uma responsabilidade civil objetiva do empregador, situao em que teria sempre que pagar o dano moral nos casos em que no conseguisse comprovar a ilicitude de atos cometidos por empregados.Destacou ainda que no seu entendimento no existe uma relao de causalidade entre justa causa no comprovada e dano moral, salvo se a forma como ocorrer a dispensa (com ou sem justa causa) resultar em abalo honra do empregado. Enfatizou ainda que o pedido de dano moral decorreu estritamente da justa causa aplicada pela empresa e de sua posterior reverso em juzo. Esclarece ainda que no houve comprovao de prejuzo ao empregado pela imputao de cometimento de ato de improbidade, no se identificando leso a nenhum bem jurdico do empregado, pelo fato de a empresa no ter produzido prova da justa causa.(Dirceu Arcoverde / RA )Processo:TST-RR-774061-06.2001.5.02.0023Absolvio por insuficinciadeprovas no garante indenizao a empregadodemitido acusadodefurto(Ter, 20 Mar 2012 13:51:00)A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o pedido de indenizao por danos morais feito por um ex-empregado da Mundial S. A. Produtos de consumo demitido por justa causa por estar comprovadamente envolvido em furto ocorrido na empresa. A Turma considerou no haver ato ilcito por parte da empresa na dispensa capaz de justificar o pagamento de indenizao.O ex-empregado alegou que sua demisso resultou de um ato discriminatrio da empresa, que, ao tomar con