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IGEPP Prof. Leo van Holthe 1 Curso de Processo Legislativo Constitucional IGEPP Prof. Leo van Holthe AULAS 02 a 04 Pontos do edital enfrentados neste material: Poder Legislativo: arts. 44 a 58 e 70 a 75 da CF/88. 1. Funções típicas e atípicas do Poder Legislativo São consideradas funções típicas do Legislativo: a) a função legislativa, que consiste na produção de normas gerais, abstratas, coercitivas, inovadoras do ordenamento jurídico e que se fundam direta e imediatamente na Constituição. Ela abrange a elaboração de todas as espécies normativas consagradas no art. 59 da CF/88, à exceção das medidas provisórias e das leis delegadas, cuja elaboração é de responsabilidade primordial do chefe do Poder Executivo; b) a função fiscalizadora envolve o controle da atividade dos demais Poderes, principalmente do Executivo, seja por meio da convocação de ministros de Estado para depor (CF, art. 50) ou da formação de CPIs (fiscalização político-administrativa), seja por meio da fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial, prevista nos arts. 31 e 70 a 75 da CF/88 e realizada com o auxílio dos tribunais de contas (fiscalização financeiro-orçamentária); c) função representativa, traduzida na capacidade de o Legislativo representar toda a diversidade existente na sociedade. Nas palavras de José Afonso da Silva, ―a ideia de representação foi, pois, o móvel que causou não só o surgimento, mas também a estrutura do Poder Legislativo‖. Por outro lado, são funções atípicas do Legislativo: a) a função de administrar, exercida por esse Poder quando dispõe sobre sua organização, polícia e provimento de seus cargos (CF, art. 51, IV, e art. 52, XIII); b) a função do Senado Federal de julgar, nos crimes de responsabilidade, as mais altas autoridades públicas brasileiras (CF, art. 52, I e II); c) a função de fiscalizar a constitucionalidade dos atos normativos, exercida pelo Senado quando suspende a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional em decisão definitiva do STF (CF, art. 52, X). 2. Bicameralismo Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O bicameralismo é adotado pelas Constituições brasileiras desde a Carta do Império de 1824. As exceções ficam por conta das Constituições de 1934 (arts. 22 e 43) e 1937 (art. 50), as quais tenderam ao unicameralismo. São características do bicameralismo brasileiro: a) O nosso bicameralismo é do tipo federativo, pois decorre da opção do Brasil pela forma federal de Estado, tendo a segunda Casa (o Senado) a função de abrigar os representantes dos estados-membros e do DF e permitir que essas entidades federativas participem da formação das leis nacionais (princípio da participação). b) O bicameralismo brasileiro, portanto, não é do tipo aristocrático, cujo exemplo principal é a Inglaterra, onde a segunda Casa Legislativa é composta por nobres, sendo chamada de Câmara Alta ou House of Lords. Registre-se que o bicameralismo não é exclusivo das federações, uma vez que os Estados unitários também podem ser bicamerais (ex.: Inglaterra); c) No bicameralismo brasileiro, não há predominância ou hierarquia de uma Casa Legislativa sobre a outra. O que a CF/88 concede em favor da Câmara dos Deputados é certa primazia em relação à iniciativa legislativa, uma vez que é a esta Casa que o presidente da República, o STF, os tribunais superiores e os cidadãos apresentam seus projetos de lei (arts. 61, § 2.º, e 64).

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1

Curso de Processo Legislativo Constitucional IGEPP – Prof. Leo van Holthe

AULAS 02 a 04

Pontos do edital enfrentados neste material: Poder Legislativo: arts. 44 a 58 e 70 a 75 da CF/88.

1. Funções típicas e atípicas do Poder Legislativo São consideradas funções típicas do Legislativo:

a) a função legislativa, que consiste na produção de normas gerais, abstratas,

coercitivas, inovadoras do ordenamento jurídico e que se fundam direta e imediatamente na

Constituição. Ela abrange a elaboração de todas as espécies normativas consagradas no art. 59

da CF/88, à exceção das medidas provisórias e das leis delegadas, cuja elaboração é de

responsabilidade primordial do chefe do Poder Executivo;

b) a função fiscalizadora envolve o controle da atividade dos demais Poderes,

principalmente do Executivo, seja por meio da convocação de ministros de Estado para depor

(CF, art. 50) ou da formação de CPIs (fiscalização político-administrativa), seja por meio da

fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial, prevista nos arts. 31 e 70 a 75 da

CF/88 e realizada com o auxílio dos tribunais de contas (fiscalização financeiro-orçamentária);

c) função representativa, traduzida na capacidade de o Legislativo representar toda a

diversidade existente na sociedade. Nas palavras de José Afonso da Silva, ―a ideia de

representação foi, pois, o móvel que causou não só o surgimento, mas também a estrutura do

Poder Legislativo‖.

Por outro lado, são funções atípicas do Legislativo:

a) a função de administrar, exercida por esse Poder quando dispõe sobre sua

organização, polícia e provimento de seus cargos (CF, art. 51, IV, e art. 52, XIII);

b) a função do Senado Federal de julgar, nos crimes de responsabilidade, as mais altas

autoridades públicas brasileiras (CF, art. 52, I e II);

c) a função de fiscalizar a constitucionalidade dos atos normativos, exercida pelo

Senado quando suspende a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional em

decisão definitiva do STF (CF, art. 52, X).

2. Bicameralismo

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos

Deputados e do Senado Federal.

O bicameralismo é adotado pelas Constituições brasileiras desde a Carta do Império de

1824. As exceções ficam por conta das Constituições de 1934 (arts. 22 e 43) e 1937 (art. 50), as

quais tenderam ao unicameralismo. São características do bicameralismo brasileiro:

a) O nosso bicameralismo é do tipo federativo, pois decorre da opção do Brasil pela

forma federal de Estado, tendo a segunda Casa (o Senado) a função de abrigar os representantes

dos estados-membros e do DF e permitir que essas entidades federativas participem da

formação das leis nacionais (princípio da participação).

b) O bicameralismo brasileiro, portanto, não é do tipo aristocrático, cujo exemplo

principal é a Inglaterra, onde a segunda Casa Legislativa é composta por nobres, sendo chamada

de Câmara Alta ou House of Lords. Registre-se que o bicameralismo não é exclusivo das

federações, uma vez que os Estados unitários também podem ser bicamerais (ex.: Inglaterra);

c) No bicameralismo brasileiro, não há predominância ou hierarquia de uma Casa

Legislativa sobre a outra. O que a CF/88 concede em favor da Câmara dos Deputados é certa

primazia em relação à iniciativa legislativa, uma vez que é a esta Casa que o presidente da

República, o STF, os tribunais superiores e os cidadãos apresentam seus projetos de lei (arts. 61,

§ 2.º, e 64).

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d) O bicameralismo brasileiro é do tipo federativo mesclado com o bicameralismo

conservador ou de moderação, em que o Senado Federal funciona como uma Casa da

moderação e do resfriamento, contendo a impulsividade e os eventuais excessos da Câmara dos

Deputados. Essa é a razão pela qual se exige a idade mínima de 35 anos para ocupar o cargo de

senador, enquanto, para deputado federal, bastam 21 anos de idade (CF, art. 14, § 3.º, VI, a e c);

e) A CF/88 adotou o bicameralismo igual ou do tipo clássico, pelo qual todos os

projetos de lei sujeitam-se à deliberação das duas Casas Legislativas, contrapondo-se ao

bicameralismo desigual (adotado na Alemanha) em que a segunda Câmara não funciona em

todas as matérias atribuídas à primeira, mas apenas em alguns assuntos.

3. Legislatura, sessão legislativa ordinária e extraordinária, Mesa do CN e

comissões parlamentares Art. 44. [...]

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

[...]

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a

17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação da EC nº 50, de 2006)

§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil

subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes

orçamentárias.

§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado

Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:

I - inaugurar a sessão legislativa;

II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no

primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para

mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente

subsequente. (Redação da EC nº 50, de 2006)

§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os

demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos

Deputados e no Senado Federal.

§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação da EC nº 50, de

2006)

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de

intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o

compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado

Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou

interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta

de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação da EC nº 50, de 2006)

§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a

matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento

de parcela indenizatória, em razão da convocação. (Redação da EC nº 50, de 2006)

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso

Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.(Incluído pela EC nº 32/2001,

de 2001)

Não devemos confundir os termos legislatura, sessão legislativa e período legislativo:

1 legislatura

(mandato do deputado federal) = 4 anos =

4 sessões legislativas

ordinárias

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1 sessão legislativa ordinária

(2/02 a 22/12) = 1 ano = 2 períodos legislativos

1 período legislativo

(02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12) = 6 meses = — x — x —

Cuidado ainda para não confundi-los com os seguintes termos

a) sessões ordinárias: representam as reuniões diárias, nas quais ocorrem as deliberações

de cada Casa. Na Câmara dos Deputados, as sessões deliberativas ordinárias acontecem de terça

a quinta-feira, iniciando-se às quatorze horas (arts. 65 e 66 do RICD). No Senado Federal, as

sessões deliberativas ordinárias acontecem de segunda a quinta-feira, às quatorze horas, e nas

sextas-feiras, às nove horas, quando houver Ordem do Dia previamente designada (art. 154, §

1.º, do RISF);

b) sessões extraordinárias: são as realizadas em dias ou horas diversos dos prefixados

para as ordinárias (vide art. 67 do RICD e art. 154, §§ 2.º e 3.º, do RISF);

c) sessões preparatórias: são as que precedem a inauguração dos trabalhos das casas do

Congresso Nacional, realizadas antes do início da primeira e da terceira sessão legislativa

ordinária de cada legislatura, seja para a posse dos congressistas, seja para a eleição das mesas

diretoras (vide arts. 3.º a 8.º do RICD e 3.º do RISF).

Nos períodos de 18 a 31 de julho e de 23 de dezembro a 1.º de fevereiro, está previsto o

recesso parlamentar. Entretanto, nos termos do art. 57, § 2.º, da CF, a sessão legislativa não será

interrompida (em 17 de julho) sem a aprovação do projeto de LDO. Caso isso não se concretize

até 31 de julho, o recesso do meio do ano simplesmente não acontece.

Nos períodos de recesso, poderá haver a convocação extraordinária do Congresso

Nacional, nos termos do art. 57, § 6.º, da CF/88, a saber:

a) do presidente do Senado, em caso de estado de defesa, intervenção federal, estado de

sítio e para o compromisso e posse do PR e vice-PR;

b) do presidente da República (1), dos presidentes da Câmara e do Senado (2) ou a

requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas (3), em caso de urgência ou interesse

público relevante, em todas essas hipóteses com a aprovação da maioria absoluta de cada uma

das Casas do Congresso Nacional.

Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso somente delibera sobre a matéria para

a qual foi convocado, exceto se houver MPs em vigor, as quais são automaticamente incluídas

em pauta. Por fim, é vedado o pagamento de parcela indenizatória para os congressistas em

razão da convocação extraordinária.

Quanto à Mesa da Câmara, do Senado e do Congresso, entende-se que a vedação de

recondução para o mesmo cargo da mesa em eleições subsequentes, prevista no art. 57, § 4º, da

CF/88, apenas é válida dentro de uma mesma legislatura, razão pela qual a referida proibição

não impede que o membro da Mesa no segundo período de uma legislatura seja eleito para o

mesmo cargo no primeiro período da legislatura seguinte.

3.1. Unidade da legislatura O princípio da unidade da legislatura, pelo qual, ao final dos quatro anos, são

encerrados todos os assuntos discutidos nesse período, de modo a não criar vínculos com a

legislatura seguinte, possui algumas consequências, entre as quais:

a) encerrada a legislatura, ocorre, na Câmara e no Senado, o arquivamento das

proposições legislativas que ainda estiverem tramitando, com algumas exceções descritas nas

respectivas normas regimentais (vide arts. 105 do RICD e 332 do RISF);

b) o término da legislatura provoca obrigatoriamente o encerramento dos trabalhos das

comissões temporárias, inclusive das CPIs (vide arts. 22, II, do RICD e 76, § 4º, do RISF);

c) no início dos trabalhos de cada legislatura, são definidos: o número de membros

efetivos das comissões permanentes; a distribuição das vagas nessas comissões entre os partidos

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e blocos parlamentares; e os nomes dos membros das respectivas bancadas que, como titulares e

suplentes, integrarão essas comissões.

3.2. Sessão conjunta e sessão unicameral Dispõe o art. 57, § 3.º, da CF/88 que, além de outros casos previstos na Constituição, a

Câmara e o Senado reunir-se-ão em sessão conjunta para:

a) inaugurar a sessão legislativa;

b) elaborar o RCCN e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

c) receber o compromisso do PR e do vice-PR, a fim de dar-lhes posse nos respectivos

cargos (CF, art. 78);

d) conhecer do veto e sobre ele deliberar (CF, art. 66, § 4.º).

Nos termos do art. 1.º do RCCN, as sessões conjuntas do Congresso ainda ocorrem

para:

a) promulgar emendas à Constituição (CF, art. 60, § 3.º);

b) discutir e votar o orçamento (CF, art. 166);

c) delegar ao presidente da República poderes para legislar (CF, art. 68).

Nessas sessões conjuntas, os trabalhos serão presididos pela Mesa do Congresso

Nacional (CF, art. 57, § 5.º) e, apesar de a reunião ser conjunta, os votos da Câmara e do Senado

não se confundirão e deverão ser computados separadamente (art. 43 da Resolução n.º 1, de

1970-CN). Assim, para haver aprovação, são necessários os votos favoráveis da maioria dos 81

senadores e da maioria dos 513 deputados em separado. O voto contrário de uma das Casas

importa a rejeição da matéria.

A votação, em regra, começa pela Câmara. Tratando-se, porém, de projeto de lei vetado,

de iniciativa do Senado, a votação começará por esta Casa.

Não devemos confundir as sessões conjuntas com as sessões unicamerais do Congresso.

Nestas últimas, os votos dos 513 deputados e dos 81 senadores são somados e formam um só

universo de votação. A única hipótese de sessão unicameral prevista na CF/88 consiste na

revisão constitucional, prevista no art. 3.º do ADCT.

3.3. Comissões parlamentares

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,

constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que

resultar sua criação.

§ 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a

representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva

Casa.

§ 2º - às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do

Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas

atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos

ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de

desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

[...]

§ 4º - Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita

por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no

regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da

representação partidária.

Quanto às comissões parlamentares, é importante registrar que existem no âmbito do

Congresso Nacional:

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a) comissões temporárias, que são as criadas para apreciar determinado assunto e que se

extinguem ao término da legislatura, ou antes dele, quando alcançado o fim a que se destinam

ou expirado seu prazo de duração (RICD, art. 22, II). É exemplo de comissão temporária a CPI

(CF, art. 58, § 3.º);

b) comissões permanentes, que são as que não possuem prazo de validade determinado

e que não se extinguem ao término da legislatura, pois fazem parte do quadro institucional

permanente da Casa Legislativa. As comissões permanentes são essencialmente as ―comissões

temáticas‖ ou em razão da matéria, a exemplo da CCJ, da Comissão de Educação, etc.;

c) comissões mistas, que são as comissões do CN, e não apenas da CD ou do SF,

compostas de deputados e senadores, a exemplo da Comissão Mista de Planos, Orçamentos

Públicos e Fiscalização – CMO (CF, art. 166, § 1.º) e das comissões mistas instituídas para a

apreciação das medidas provisórias (CF, art. 62, § 9.º);

d) Comissão Representativa do CN (CF, art. 58, § 4.º), que será eleita por suas Casas na

última sessão ordinária do período legislativo e atuará durante os recessos parlamentares. Essa

comissão tem as atribuições definidas no regimento comum e sua composição reproduzirá, tanto

quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

Por fim, no intuito de prestigiar ao máximo o direito das minorias parlamentares de

participar de maneira efetiva dos trabalhos legislativos e de compor as comissões, o art. 58, §

1.º, da CF determina que, na constituição das mesas e de cada comissão, seja assegurada, tanto

quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que

participam da respectiva Casa.

4. Considerações sobre quorum e maioria Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas

Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

São dois os principais tipos de quorum:

a) quorum de presença, de comparecimento, de funcionamento ou de instalação, que

consiste no número mínimo de membros de uma assembleia, cuja presença é necessária para a

instalação da sessão ou para a deliberação das proposições. Por exemplo, na Câmara dos

Deputados, a sessão ordinária só pode ser iniciada com a presença de 1/10 dos deputados,

desprezada a fração (RICD, art. 79, § 2º), enquanto que a votação de proposições legislativas no

Plenário da Câmara ou em suas comissões, salvo disposição em contrário, exige a presença da

maioria absoluta dos seus membros (art. 47 da CF/88);

b) quorum de votação, de deliberação ou de aprovação, que consiste no número mínimo

de votos favoráveis para que uma proposição deliberativa seja aprovada. Por exemplo, as leis

complementares exigem quorum de votação de maioria absoluta (CF, art. 47).

Por sua vez, a expressão ―maioria‖ é dividida em:

a) Maioria simples ou relativa (também chamada de eventual ou ocasional), que é o

número inteiro imediatamente superior à metade dos membros de uma assembleia,

considerando-se apenas aqueles presentes à reunião (trata-se, portanto, de um número variável),

desde que haja a presença mínima da maioria absoluta dos membros.

Maioria absoluta é o número inteiro imediatamente superior à metade da totalidade dos

membros de um colegiado, independentemente do número de presentes em cada sessão.

Maioria qualificada (exs.: maioria absoluta, 2/3 e 3/5), que é o número mínimo, distinto

da maioria simples, necessário para a aprovação de determinada proposição deliberativa1. Esse

número é sempre calculado com base na totalidade dos membros da assembleia, e não em

função dos membros ocasionalmente presentes em dada reunião.

A partir do art. 47 da CF/88, sempre que a Constituição não especificar um quorum de

presença e um quorum de aprovação, as matérias no âmbito do Congresso, no plenário ou nas

1 Alguns doutrinadores (a exemplo de Alexandre de Moraes) consideram a maioria absoluta como uma

espécie de maioria qualificada, o que pode ser considerado como correto nas provas de concurso público.

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comissões, serão aprovadas (quorum de aprovação) pela maioria simples dos votos, desde que

presente (quorum de presença), no mínimo, a maioria absoluta dos seus membros.

Essa regra geral vale para a aprovação das leis ordinárias e para a maioria das

resoluções e dos decretos legislativos. Já as leis complementares são aprovadas (quorum de

aprovação) por maioria absoluta (CF, art. 69).

Observe-se, por fim, que:

a) nas sessões deliberativas, quando a sessão começar a deliberar sobre as proposições

legislativas (no plenário ou nas comissões), será verificado se há o quorum de comparecimento

da maioria absoluta dos membros respectivos (art. 47 da CF)2;

b) quando o quorum de aprovação de determinada proposição for qualificado (2/3, 3/5,

etc.), o quorum de comparecimento automaticamente é modificado para essa fração qualificada.

Ex.: quando o próximo item da pauta for uma PEC, cujo quorum de aprovação é de três quintos,

o quorum de presença exigido, obviamente, consiste nesse mesmo número de parlamentares.

Dito de outro modo, os quoruns de presença e de aprovação equivalem entre si no

âmbito da maioria absoluta e da maioria qualificada. Eles diferem apenas na maioria simples ou

relativa (a qual exige um quorum de comparecimento de maioria absoluta e um quorum de

aprovação de maioria simples).

Caro aluno, para facilitar o seu estudo, segue um quadro-resumo com as hipóteses

constitucionais em que o Poder Legislativo (federal, estadual, distrital ou municipal) deve

deliberar pelo quorum de maioria absoluta ou qualificada. Memorize esse quadro!

Quorum de maioria absoluta

- Perda de mandato parlamentar (art. 55, § 2.º).

- Aprovação de convocação extraordinária do Congresso Nacional (art. 57, § 6.º, II).

- Apreciação do veto presidencial (art. 66, § 4.º).

- Aprovação de lei complementar (art. 69).

- Aprovação prévia, por resolução do Senado Federal, dos membros do STF, STJ, TST, CNJ e CNMP

(arts. 101, parágrafo único, 104, parágrafo único, 111-A, 103-B, § 2.º, e 130-A).

- Aprovação prévia do PGR, bem como a sua destituição e a destituição dos procuradores-gerais de

Justiça dos estados e do DF antes do término dos seus mandatos (arts. 52, III, e, XI, e 128, §§ 1.º, 2.º e

4.º).

- Apreciação dos estados de defesa e de sítio (arts. 136, § 4.º, e 137, parágrafo único).

- Fixação de alíquotas do ICMS interestaduais e de exportação, bem como de alíquotas mínimas nas

operações internas (art. 155, § 2.º, IV e V, a).

- Autorização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital (art. 167, III).

- A revisão constitucional (art. 3.º do ADCT).

Quorum de dois terços

- Aprovação das leis orgânicas municipais e do DF (arts. 29 e 32).

- Autorização da CD para a instauração de processo por crime comum ou de responsabilidade contra o

PR, vice-PR e ministros de Estado (em crimes conexos com aqueles) (art. 51, I).

- Condenação pelo Senado, em razão do cometimento de crime de responsabilidade (processo de

impeachment), do PR, do vice-PR, dos ministros do STF, do PGR, do AGU, dos membros do

CNJ/CNMP ou, ainda, dos ministros de Estado e comandantes das Forças Armadas em crimes conexos

com o PR (art. 52, parágrafo único).

- Suspensão das imunidades parlamentares durante o estado de sítio (art. 53, § 8.º).

- Fixação de alíquotas máximas nas operações internas para resolver conflito específico que envolva

interesse de estados e do DF (art. 155, § 2.º, V, b).

Quorum de dois quintos

- Não renovação das concessões de rádio e TV (art. 223, § 2.º).

Quorum de três quintos

- Tratados internacionais de direitos humanos (art. 5.º, § 3.º) e emendas constitucionais (art. 60, § 2.º).

2 Veja-se o que diz o art. 83 do RICD: ―Presente em Plenário a maioria absoluta dos Deputados, mediante

verificação de quorum, dar-se-á início à apreciação da pauta...‖. Por sua vez, versa o art. 82, § 3º, do

RICD: ―Não havendo matéria a ser votada, ou se inexistir quorum para votação, ou, ainda, se sobrevier a

falta de quorum durante a Ordem do Dia, o Presidente anunciará o debate das matérias em discussão‖.

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Uma última observação. Um parlamentar basicamente pode votar no sentido da

aprovação, da rejeição, se abster de votar (abstenção) ou, ainda, votar em branco (nas votações

em cédula ou quando o parlamentar se declarar impedido, diante de causa própria ou de assunto

em que ele tenha interesse individual – art. 180, § 6.º, do RICD).

As abstenções e os votos em branco sempre são considerados para efeito de quorum de

comparecimento, pois o parlamentar que votou em branco ou se absteve de votar, obviamente,

compareceu (vide arts. 183, § 2.º, do RICD e 288, § 2.º, do RISF).

Em relação ao quorum de votação, nas maiorias qualificada e absoluta, a abstenção e o

voto em branco não são considerados como voto favorável, uma vez que a proposição, nesses

casos, demanda o voto favorável da maioria absoluta, de três quintos, de dois terços, etc.

Na maioria simples, a situação é diversa, pois as abstenções e os votos em branco são

ignorados e o cálculo da maioria levará em conta apenas os votos favoráveis e contrários à

proposição.

Exemplo: imagine que uma comissão da Câmara seja composta de 20 membros e que,

em determinada reunião, compareceram 12 parlamentares, os quais votaram em dado projeto de

lei ordinária da seguinte forma: 5 votos favoráveis, 4 contrários e 3 abstenções. Esse projeto foi

aprovado nessa reunião? Sim, pois desconsiderando as abstenções (12-3=9), o projeto recebeu a

maioria de votos favoráveis. Teoricamente, se nessa mesma reunião ocorressem 11 abstenções,

o projeto poderia ser aprovado com um placar de 1 a 0! Atente, portanto, para esse aspecto da

maioria simples.

5. Câmara dos Deputados (CD) Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema

proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito

Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos

ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação

tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

§ 2º - Cada Território elegerá quatro Deputados.

Os deputados federais são representantes do povo brasileiro (CF, art. 12), e não apenas

representantes dos seus eleitores ou do povo do estado que o elegeu. Já os senadores são

representantes dos estados e do DF.

No Brasil, as eleições para deputado federal, deputado estadual ou distrital (do DF) e

vereador ocorrem pelo sistema proporcional de lista aberta, enquanto as eleições para senador e

chefes do Poder Executivo (presidente, governador e prefeito) obedecem ao sistema eleitoral

majoritário (CF, arts. 27, § 1.º, 28, 29, II, 45, 46 e 77).

O sistema eleitoral proporcional (também chamado de sistema da representação de

opiniões ou do colorido partidário) pretende assegurar a cada corrente ideológica ou de opinião

da sociedade, reunida em um partido político, um número de representantes efetivamente

proporcional à sua força eleitoral.

Esse sistema prestigia os partidos políticos, pois nele pretende-se que a distribuição de

vagas no Legislativo seja proporcional ao número de votos obtidos por cada partido ou

coligação partidária nas eleições.

O art. 45, § 1.º, da CF impõe que o número total de deputados, bem como a

representação por cada estado e pelo DF, seja estabelecido em lei complementar,

proporcionalmente às suas populações, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior

às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de

setenta deputados.

O limite mínimo de oito deputados e o máximo de setenta por cada estado e pelo DF

revela uma regra de federalismo assimétrico ou heterogêneo, pelo qual se reconhece uma

situação de desigualdade entre os entes da Federação e se propõe o tratamento diferenciado, a

fim de promover o equilíbrio federativo.

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8

A circunscrição eleitoral para a eleição de deputados federais será o estado-membro, o

DF ou os territórios federais. Enquanto os dois primeiros (estados e o DF) elegem um número

de deputados proporcional às suas populações, no mínimo de oito e no máximo de setenta, os

territórios federais elegem o número fixo de quatro deputados.

6. Senado Federal (SF) Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal,

eleitos segundo o princípio majoritário.

§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.

§ 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro

anos, alternadamente, por um e dois terços.

§ 3º - Cada Senador será eleito com dois suplentes.

O SF é previsto nas Constituições brasileiras desde a Carta de 1891 (com a exceção da

de 1937, que o substituiu por um Conselho Federal).

O art. 46 da CF/88 afirma que os senadores serão eleitos segundo o princípio

majoritário (simples ou de maioria relativa). Pelo sistema eleitoral majoritário, divide-se o

território de um País em circunscrições eleitorais, considerando-se eleitos, em cada uma delas,

os candidatos que obtiverem o maior número de votos, independente de quociente eleitoral ou

partidário (característicos do sistema proporcional). A representação paritária de 3 senadores por cada estado-membro e pelo DF prestigia o

federalismo homogêneo ou simétrico, pelo qual cada ente federativo deve ser dotado da mesma

parcela de poder.

A eleição dos senadores pelo sistema majoritário, o qual favorece os partidos políticos

mais conservadores; o mandato de oito anos e a exigência da idade mínima de 35 anos, bem

superior aos 21 anos exigidos para eleger-se deputado, evidenciam o papel do Senado Federal

como ―casa do resfriamento ou da moderação‖.

Cada senador é eleito com dois suplentes, que sucederão o titular no caso de vacância

do cargo (exs.: morte, renúncia e cassação do mandato) ou lhe substituirão no caso de

impedimento (exs.: licenças e ocupação de outros cargos, como o de ministro de Estado), na

ordem de suas eleições (primeiro e segundo suplentes).

Observem que, enquanto a suplência de deputado é partidária (i.e., os suplentes são os

demais candidatos do partido ou da coligação que não se elegeram), a suplência de senador é

pessoal, pois é eleita uma chapa com o titular do mandato e com o 1º e o 2º suplentes.

Deputados Senadores

- Representantes do povo brasileiro. - Representantes dos estados e do DF.

- O número de deputados será proporcional à

população dos estados e do DF, os quais nunca

terão menos de 8 ou mais de 70 deputados. Os

territórios federais terão invariavelmente 4

deputados. LC n.º 78/93 – 513 deputados.

- Número fixo de 3 por estado e pelo DF,

totalizando 81 senadores. Os territórios federais

não elegem senador.

- Eleitos pelo sistema proporcional (de lista

aberta).

- Eleitos pelo sistema majoritário (simples, de

maioria relativa ou puro, i.e., sem 2.º turno).

- Mandato de 4 anos (uma legislatura). - Mandato de 8 anos (ou duas legislaturas).

- Idade mínima de 21 anos. - Idade mínima de 35 anos.

7. Competências do CN O art. 48 da CF/88 prevê de forma exemplificativa as competências legislativas do CN.

Daí a redação do caput deixar claro que cabe ao Congresso dispor sobre todas as matérias de

competência da União e que os incisos apenas especificam alguns desses conteúdos.

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Apesar de o CN ser o órgão legislativo da União, suas atribuições não se resumem à

função de elaborar as leis federais, podendo as atribuições do Congresso ser classificadas em

cinco grupos, a saber:

a) atribuições legislativas: consistem na elaboração das leis de competência da União,

conforme especifica o art. 48 da CF/88, com a sanção do presidente da República (CF, art. 66) e

por meio do processo legislativo estabelecido nos arts. 61 a 69 da Lei Maior;

b) atribuições deliberativas: representam a prática de atos concretos, de autorizações, de

aprovações ou de sustações de atos do Poder Executivo. Essas deliberações relacionam-se com

competências administrativas (ex.: mudar temporariamente a sua sede) e políticas (ex.: autorizar

o estado de sítio) próprias do CN. Estão consignadas no art. 49 da CF (representam a sua

competência exclusiva) e são realizadas por meio de decreto legislativo, cujo procedimento de

elaboração não prevê a participação do PR;

c) atribuições de fiscalização e controle: são desempenhadas pelo Congresso por meio

dos seguintes procedimentos: pedidos de informação (art. 50, § 2.º), constituição de CPIs (art.

58, § 3.º), julgamento das contas prestadas anualmente pelo PR (art. 49, IX), controle de atos do

Poder Executivo (art. 49, X) e controle externo sobre os demais Poderes, com o auxílio dos

tribunais de contas e da Comissão Mista de Orçamento;

d) atribuições de julgamento dos crimes de responsabilidade: são exercidas pelas duas

Casas, quando autorizam o processo (CD) e julgam determinadas autoridades públicas (SF) em

razão do cometimento de crimes de responsabilidade (arts. 51, I, e 52, I e II e parágrafo único);

e) atribuições de constituintes de 2.º grau: são também exercidas por suas Casas quando

elaboram as emendas constitucionais (art. 60).

Feitas essas observações, concluímos que as atribuições legislativas previstas no art. 48

são exercidas pelo CN por meio de lei – ordinária ou complementar – cujo processo legislativo

prevê a participação do PR por meio da sanção presidencial. Já as atribuições deliberativas (as

―competências exclusivas do CN‖, nas palavras da CF/88) são realizadas pelo Congresso por

meio de decretos legislativos, cujo procedimento de elaboração não prevê a participação do PR.

Façamos alguns comentários acerca da literalidade dos arts. 48 e 49 da CF/88.

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida

esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,

especialmente sobre:

I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

Comentários

O art. 48, I, a CF/88 determina que o sistema tributário, a arrecadação e a distribuição

de rendas sejam disciplinados pelo Poder Legislativo em lei federal.

Ocorre que, nos termos do art. 24, I, da CF/88, a competência para legislar sobre direito

tributário e financeiro (os quais abrangem a arrecadação e a distribuição das rendas públicas) é

concorrente entre a União, os estados e o DF.

Os arts. 146 e 163, I, da CF/88 ainda dispõem sobre a necessidade de lei complementar

para a estipulação de matéria financeira e de normas gerais de direito tributário.

É importante perceber que nem todas as matérias do art. 48 da CF são de competência

legislativa privativa da União.

II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida

pública e emissões de curso forçado;

Comentários

As leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são de iniciativa do chefe do Poder

Executivo (presidente, governadores e prefeitos) e devem ser encaminhadas obrigatoriamente

para discussão e votação nos Legislativos respectivos (CF, art. 165).

Emissões de curso forçado referem-se às emissões de quaisquer espécies de moeda (ex.:

papel-moeda), a que o Estado confere poder liberatório, a fim de tornar a sua aceitação

obrigatória e impedir a sua recusa pelos credores como pagamento de dívidas.

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10

O art. 29 da LC n.º 101/00 (LRF) traz as definições de dívida pública consolidada ou

fundada, dívida pública mobiliária e operação de crédito.

III – fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV – planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

V – limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;

VI – incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas

as respectivas Assembleias Legislativas; VII – transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII – concessão de anistia;

Comentários

A anistia pode ser concedida pelo Poder Público para o esquecimento de crimes

políticos ou comuns, infrações administrativas ou tributárias. Independentemente de sua

finalidade (penal, administrativa ou tributária), a anistia somente pode ser concedida por meio

de lei, i.e., lei formal, bastando a lei ordinária.

Registre-se que a anistia penal não se confunde com a graça e com o indulto.

Basicamente, a anistia somente é concedida por lei, enquanto a graça (perdão individual) e o

indulto (perdão coletivo) são concedidos por decreto do PR (CF, art. 84, XII).

IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da

União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal (Redação

dada pela EC n.º 69/12);

X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o

que estabelece o art. 84, VI, b (Redação dada pela EC n.º 32/01);

XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública (Redação dada pela

EC n.º 32/01);

Comentários

Os incisos X e XI do art. 48 tiveram suas redações alteradas pela EC n.o 32/01, a qual

produziu alterações também no art. 84, VI, da CF/88.

De acordo com a atual redação do art. 84, VI, o presidente da República pode dispor

mediante decreto sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar

aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

Assim, devemos analisar os referidos incisos do art. 48 em conjunto com o art. 84, VI,

para concluir que continuam sendo matéria reservada à lei ordinária:

a) a criação e a extinção de funções, empregos e cargos públicos (com a ressalva da

extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos, que pode ser feita por decreto);

b) a criação e a extinção de ministérios e órgãos da administração pública. Lembremos

que o decreto do presidente da República somente pode dispor sobre a organização da

administração federal, quando não invadir esse conteúdo nem implicar aumento de despesa.

Vejamos dois exemplos para facilitar o entendimento da matéria.

Exemplo 1: Imagine que o PR tenha editado um decreto para alterar a organização

administrativa de uma fundação pública federal. Isso é possível? Sim, desde que não haja a

criação ou a extinção de órgão público nem haja aumento de despesa. Fora desses casos, o

decreto pode alterar a estrutura dessa fundação, bem como remanejar cargos efetivos e

comissionados.

Exemplo 2: Considere que existem dez cargos de técnico administrativo do Ministério

da Fazenda vagos. É possível que o decreto presidencial os extinga? Sim, com base no art. 84,

VI, b. O que o decreto não pode fazer é criar cargos, empregos e funções, tampouco extingui-los

quando eles estiverem ocupados por algum servidor.

XII – telecomunicações e radiodifusão;

XIII – matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

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XIV – moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

Comentários

Dívida mobiliária federal é a resultante de títulos de crédito emitidos pela União,

inclusive os do Banco Central do Brasil, nos termos do art. 29 da LC n.º 101/00.

XV – fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem

os arts. 39, § 4.º; 150, II; 153, III; e 153, § 2.º, I (redação dada pela EC n.º 41/03).

Comentários

A EC n.o 41/03 alterou o inciso XV do art. 48 e eliminou a necessidade de que a lei

fixadora do subsídio dos ministros do STF fosse de iniciativa conjunta dos presidentes da

República, da CD, do SF e do STF (requisito idealizado pela EC n.o 19/98). Atualmente,

entende-se que essa lei ordinária federal é de iniciativa privativa do STF, diante da interpretação

sistemática do art. 48, XV, com o art. 96, II, b, da CF.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem

encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

Comentários

Tratado internacional é o acordo formal celebrado entre sujeitos de direito internacional

público (exs.: Estados independentes e organizações internacionais – ONU, OIT, UNESCO,

etc.) e destinado a produzir efeitos jurídicos.

Registre-se que, apesar de a redação do art. 49, I, nos levar a crer que apenas os tratados

internacionais ―que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional‖

devam ser apreciados pelo Congresso Nacional, a melhor doutrina entende que a deliberação do

Poder Legislativo é necessária para a incorporação ao direito brasileiro da grande maioria dos

tratados internacionais. Essa incorporação decorre, na verdade, de um ato complexo, derivado

da manifestação de vontade dos Poderes Executivo e Legislativo.

Em verdade, apenas os tratados internacionais considerados como acordos executivos

não precisam da aprovação do Congresso Nacional, a exemplo daqueles que simplesmente

interpretam cláusulas de um tratado anterior ou que decorram lógica e necessariamente de

algum tratado vigente, funcionando como seu complemento.

Jurisprudência 1) Consoante o entendimento do STF, é compatível com a CF/88 norma de constituição estadual

que atribua à assembleia legislativa estadual a competência privativa para ―autorizar e resolver

definitivamente sobre empréstimo, acordos e convênios que acarretem encargos ou compromissos

gravosos ao patrimônio estadual‖. O STF assentou que a norma questionada apenas serviria de

complemento ao texto da Constituição Federal, sem que se pudesse considerar comprometida a

continuidade da Administração. Destacou que, nesse sistema de complementariedade, o texto federal

poderia ser influenciado, via poder constituinte reformador, pelas experiências das constituições estaduais

(ADI 331/PB).

II – autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que

forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente,

ressalvados os casos previstos em lei complementar;

Comentários

Harmonizando o art. 49, II, com o art. 84, XIX e XX, da CF, temos que o presidente da

República declarará a guerra ou celebrará a paz, desde que autorizado previamente pelo

Congresso Nacional ou referendado posteriormente por ele, quando tais fatos ocorrerem em

períodos de recesso parlamentar.

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Quanto à possibilidade de o PR permitir que forças estrangeiras transitem pelo território

nacional, a leitura do presente dispositivo com o art. 84, XXII, da Lei Maior, nos remete às

seguintes conclusões:

a) a Lei Complementar n.o 90/97 traz as hipóteses em que o presidente da República

pode permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam

temporariamente, independentemente da autorização do Congresso;

b) nos demais casos, o trânsito ou a permanência temporária de forças estrangeiras em

nosso território somente podem ser autorizados pelo presidente com prévia aquiescência do

Congresso Nacional mediante decreto legislativo.

III – autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a

ausência exceder a quinze dias;

IV – aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou

suspender qualquer uma dessas medidas;

Comentários

O art. 49, IV, refere-se à aprovação do estado de defesa e da intervenção federal,

indicando, pois, que a deliberação do CN será posterior à decretação de tais medidas pelo PR

(CF, arts. 36, § 1.º e 136, § 4.º). O mesmo inciso alude à autorização do estado de sítio,

demonstrando que a deliberação do CN deve ser anterior ao decreto presidencial, ou seja:

primeiro o CN autoriza e somente após essa deliberação o PR pode decretar o estado de sítio

(CF, art. 137).

V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou

dos limites de delegação legislativa;

Comentários

Sobre esse dispositivo, tecemos as seguintes considerações iniciais:

a) o Executivo dispõe do poder regulamentar (CF, art. 84, IV), que é a faculdade de

expedir decretos para a fiel execução de uma lei, a fim de facilitar sua aplicação e eficácia;

b) os decretos regulamentares não podem extrapolar os limites da lei e criar direitos ou

obrigações novos, pois eles são expedidos para regulamentar a fiel execução de uma lei;

c) a Constituição admite que o Poder Executivo elabore leis delegadas, a partir de

autorização concedida pelo CN, por meio de resolução, a qual especificará os termos e o

conteúdo da delegação legislativa (CF, art. 68).

Feitas essas considerações, o art. 49, V, permite que o CN, por meio de decreto

legislativo, suste (não é revogar nem anular, mas apenas sustar com efeitos ex nunc, i.e., não

retroativos) os efeitos:

a) de um decreto que exorbitou do seu poder regulamentar (CF, art. 84, IV);

b) de uma lei delegada que extrapolou os limites da delegação concedida (CF, art. 68).

VI – mudar temporariamente sua sede;

Comentários

A transferência temporária da sede do Congresso Nacional, aqui prevista, depende

apenas da aprovação de um decreto legislativo.

Essa hipótese não deve ser confundida com a possibilidade de transferência temporária

da sede do Governo Federal (Legislativo, Executivo e Judiciário), a qual exige a edição de lei

ordinária, nos termos do art. 48, VII, da CF/88.

VII – fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que

dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4.º, 150, II, 153, III, e 153, § 2.º, I (redação dada pela EC n.º 19/98);

Comentários

Os subsídios dos deputados federais e dos senadores são obrigatoriamente idênticos e

fixados por decreto legislativo do Congresso Nacional.

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As referências aos arts. 37, XI; 39, § 4.º; 150, II; 153, III; e 153, § 2.º, I, dizem respeito

à submissão da remuneração do parlamentar ao teto nacional do funcionalismo público, às

regras próprias do subsídio (a saber: pagamento em parcela única, vedado o acréscimo de

qualquer outra verba remuneratória) e à incidência de tributos (ex.: imposto de renda).

Jurisprudência 1) O STF decidiu, nos termos do art. 49, VII, da CF, que a fixação dos subsídios dos

congressistas federais há de ser objeto de decreto legislativo específico, a ser aprovado por ambas as

Casas do Congresso Nacional, não podendo decreto legislativo anterior delegar a um simples ato conjunto

das Mesas da Câmara e do Senado o poder para fixar tais subsídios (MS 26.307/DF-MC, vide Informativo

n.o 453 do STF).

VIII – fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de

Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4.º, 150, II, 153, III, e 153, § 2.º, I (redação dada

pela EC n.º 19/98); IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os

relatórios sobre a execução dos planos de governo;

Comentários

Em relação ao julgamento anual das contas prestadas pelo PR, o art. 84, XXIV, da

CF/88 dispõe que compete ao PR prestar anualmente ao CN, dentro de sessenta dias após a

abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior.

O Congresso poderá aprovar ou rejeitar tais contas. Rejeitando-as, é possível que o PR

seja enquadrado em crime de responsabilidade (CF, art. 85, V e VI), a ser apurado por meio do

processo de impeachment.

X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder

Executivo, incluídos os da administração indireta;

XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos

outros Poderes;

XII – apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e

televisão; XIII – escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

Comentários

De acordo com o art. 73 da CF/88, o TCU é formado por nove ministros, sendo três (um

terço) escolhidos pelo presidente da República e seis (dois terços) escolhidos pelo Congresso

Nacional.

XIV – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

XV – autorizar referendo e convocar plebiscito;

Comentários

Referendo e plebiscito são consultas formuladas ao povo para que este delibere sobre

matéria de acentuada relevância, de competência do Legislativo ou do Executivo. É autorizado

ou convocado por decreto legislativo, por proposta de, no mínimo, um terço dos membros de

qualquer das Casas do CN (arts. 2.º e 3.º da Lei n.o 9.709/98).

Quanto à distinção entre eles, o plebiscito é conceituado como a consulta popular

anterior à edição de um ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar

ou denegar o que lhe for submetido. Já o referendo é a consulta popular posterior ao ato

legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.

XVI – autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos

e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

XVII – aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior

a dois mil e quinhentos hectares.

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8. Competência privativa da CD (CF, art. 51) Para além da competência legislativa da CD, a ser exercida em parceria com o Senado e

com a participação do PR, o art. 51 da CF/88 prevê as suas competências privativas.

Nesses casos, a Câmara atua de forma isolada, sem a participação do Senado ou do

chefe do Poder Executivo federal, e exerce essas competências por meio de resoluções,

aprovadas em um turno de discussão e votação, em regra por maioria simples (salvo no caso do

art. 51, I, o qual depende da aprovação de 2/3 dos deputados).

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o

Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

Comentários

Para a instauração de processo, por crime comum ou de responsabilidade, contra o PR,

o vice-PR e os ministros de Estado (neste último caso, desde que os ministros tenham cometido

o crime em conexão com o PR – STF, QC 427/DF-QO), é indispensável a autorização da CD, a

qual se dará por meio de resolução da Câmara aprovada por 2/3 dos seus membros.

II – proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao

Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

Comentários

Vide comentários ao art. 49, X, da CF/88. Relembremos que o art. 51, II, não retira nem

excepciona a competência do CN de julgar anualmente as contas anuais do Governo Federal. O

que o art. 51, II, da CF/88 pretende é que a Câmara funcione como uma ―instância fiscalizadora

intermediária‖, ao cobrar a prestação de contas do PR, no caso de ele não apresentá-las em até

sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.

III – elaborar seu regimento interno;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção

dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva

remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação

dada pela EC n.º 19/98)

Comentários

A EC n.o 19/98 alterou a redação do art. 51, IV, exatamente para retirar da CD a

prerrogativa de fixar a remuneração dos seus servidores mediante simples resolução, o que lhe

havia sido concedido desde a promulgação da CF/88. A partir de então, a Câmara possui

competência apenas para propor a iniciativa de lei para a fixação da remuneração dos seus

servidores.

Assim, não devemos confundir:

a) a Câmara pode, por simples resolução, criar, transformar ou extinguir cargos,

empregos e funções de seus serviços auxiliares, o que, inclusive, difere da criação,

transformação e extinção de cargos, empregos e funções dos demais Poderes, que dependem da

edição de lei ordinária, nos termos do art. 48, X, com a ressalva do art. 84, VI, b, da CF/88;

b) apesar de ter competência para criar, transformar ou extinguir seus cargos, empregos

e funções por resolução, a Câmara apenas propõe a iniciativa de lei para a fixação da

remuneração dos seus servidores, o que demonstra que há intervenção do Senado e do PR na

fixação da remuneração dos seus serviços.

Ressalte-se que, enquanto a fixação da remuneração dos servidores da Administração

Pública Direta e Indireta depende de lei de iniciativa do presidente da República (CF, art. 61, §

1.º, II, a) e a fixação da remuneração dos servidores do Poder Judiciário demanda lei de

iniciativa de determinados tribunais (CF, art. 96, II, c), a definição da remuneração dos

servidores da Câmara e do Senado depende de leis de iniciativa dessas Casas Legislativas, nos

termos dos arts. 51, IV, e 52, XIII, da CF/88.

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Jurisprudência 1) Considerando que a Constituição exige, em tema de remuneração dos servidores públicos, a

reserva de lei específica (CF, art. 37, X, art. 51, IV, art. 52, XIII), o STF reconheceu a

inconstitucionalidade formal do Ato Conjunto n.º 01/2004 das Mesas do Senado e da Câmara, o qual

reajustava a remuneração dos servidores dessas Casas Legislativas e do TCU (ADI 3.369/DF-MC).

2) Súmula n.º 397 do STF: ―O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,

em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em

flagrante do acusado e a realização do inquérito‖.

3) O STF decidiu que eventual antinomia entre preceitos de lei e de regimento interno das

câmaras legislativas, na maioria das vezes, não se resolve como questão de hierarquia ou de conflito

intertemporal de normas, mas, sim, mediante a prévia demarcação, à luz de critérios constitucionais

explícitos ou implícitos, dos âmbitos materiais próprios a cada uma dessas fontes normativas. No caso

concreto, entendeu-se que o prazo de duração das CPIs é matéria reservada à lei formal, e não a um

regimento interno, considerando que tal matéria cria restrição a direitos de cidadãos estranhos aos corpos

legislativos e ao pessoal dos seus serviços auxiliares, além de não estar incluída no restrito âmbito do

poder de polícia administrativa das câmaras (HC 71.261/RJ).

V – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Comentários

Nos termos do art. 89, VII, da CF/88, compete à CD eleger dois cidadãos brasileiros

natos, com mais de 35 anos de idade, para cumprir mandato de três anos no Conselho da

República, órgão superior de consulta do PR (CF, arts. 89 e 90).

9. Competências privativas do SF (CF, art. 52)

Das competências privativas do SF, destacamos:

a) as que transformam o SF em tribunal político, o qual processa e julga determinadas

autoridades no processo de impeachment (art. 52, I e II);

b) as que exigem a aprovação prévia do Senado, por meio de arguição (sabatina), no

processo de escolha de autoridades públicas (art. 52, III e IV);

c) as relacionadas com matéria financeira (art. 52, V a IX);

d) a que amplia os efeitos da decisão do STF em controle difuso de constitucionalidade

(art. 52, X).

Percebe-se que o SF, além de sua atribuição típica de legislar, recebeu da CF/88

importantes funções políticas para que atue em prol do equilíbrio federativo.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de

responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da

Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela EC n.º 23/99)

II – processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho

Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da

República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela EC n.º

45/04)

Comentários

Os incisos I e II do art. 52 trazem a competência julgadora do Poder Legislativo, a

evidenciar que a função jurisdicional do Estado não é exercida de maneira exclusiva pelo Poder

Judiciário.

Com efeito, ao ser definido como o juízo natural competente para processar e julgar os

crimes de responsabilidade praticados pelas autoridades referidas nesses incisos, o Senado (SF)

funciona como um tribunal jurisdicional que condena ou absolve tais autoridades em caráter

definitivo e cujas decisões produzem coisa julgada material.

Tendo em vista que, no art. 52, I e II, o SF exerce não apenas jurisdição, mas também

função política, a melhor doutrina entende que essa atividade não pode ser revista pelo Poder

Judiciário, razão pela qual não cabe qualquer recurso ao STF da decisão definitiva do SF, o que

não impede a impetração de MS para que o Judiciário invalide eventuais atos procedimentais

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praticados pelo SF no decorrer do impeachment que violem o devido processo legal e os direitos

fundamentais do acusado.

O processo que apura a prática de crime de responsabilidade é denominado processo de

impeachment, expressão que não se limita ao PR, mas a qualquer autoridade que responda por

crimes dessa natureza.

O Senado Federal é competente para processar (i.e., receber a peça acusatória, realizar

audiências, colher provas, etc.) e julgar (condenar ou absolver) as autoridades referidas nos

incisos I e II.

Porém, a competência do Senado limita-se a julgar o processo de impeachment (pelo

cometimento de crime de responsabilidade) das autoridades elencadas no art. 52, I e II. Essa

competência não abrange o processamento de crimes comuns, tampouco de ações populares ou

de ações civis pela prática de improbidade administrativa por parte dessas autoridades.

Ressalte-se que os ministros de Estado e os comandantes da Marinha, do Exército e da

Aeronáutica apenas são julgados pelo SF quando cometem os seus crimes de responsabilidade

em conexão com o PR ou com o vice-PR.

Fora desses casos, os crimes de responsabilidade dos ministros de Estado e dos

comandantes das Forças Armadas são processados e julgados no STF, nos termos do art. 102, I,

b, da CF/88.

As demais autoridades do art. 52, II (ministros do STF, o PGR, o AGU, os membros do

CNJ e do CNMP) têm sempre os seus crimes de responsabilidade julgados no Senado Federal.

III – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

Comentários

Nos termos dos arts. 101, parágrafo único; 104, parágrafo único; e 111-A, todos da

CF/88, os ministros do STF, do STJ e do TST são nomeados pelo PR, depois de aprovada a

escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. De acordo com o art. 123 da CF, os ministros

do STM são também nomeados pelo PR, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal

(por maioria simples).

Notem que a escolha dos ministros do TSE não se submete à aprovação do Senado

Federal, de acordo com o art. 119 da CF/88, diferentemente do que ocorre no STF e nos demais

tribunais superiores.

Além desses magistrados, devemos lembrar que os membros do CNJ e do CNMP

também são nomeados pelo PR, após aprovação da indicação pela maioria absoluta do SF (CF,

arts. 103-B, § 2.º, e 130-A).

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;

Comentários

Nos termos do art. 73, § 2.º, da CF/88, dois terços dos nove ministros do TCU (ou seja,

seis ministros) são escolhidos pelo CN, enquanto um terço (três ministros) é escolhido pelo PR,

após aprovação do SF por maioria simples (CF, art. 47). Assim, apenas os ministros do TCU

indicados pelo PR dependem da aprovação senatorial.

Na prática, o PR submete a sua indicação ao Senado, que fará uma arguição pública da

pessoa indicada para o cargo de ministro do TCU.

Após tal arguição, o nome do escolhido será apreciado pelo Plenário do SF em sessão

pública, mas com votação secreta. Aprovada a escolha pela maioria simples do Senado, fica o

PR autorizado a nomear a pessoa indicada para o cargo de ministro do TCU.

c) Governador de Território;

d) Presidente e diretores do banco central;

e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

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Comentários

Esse dispositivo evidencia que o elenco constitucional de autoridades cuja nomeação

necessita da aprovação prévia do Senado Federal (art. 52, III e IV) não é exaustivo, podendo a

lei trazer outros cargos cuja escolha dependa do aval do Senado. A título de ilustração, trazemos

alguns desses casos:

a) o defensor público-geral da União (art. 6.º da LC n.º 80/94);

b) os conselheiros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE (art. 4.º

da Lei n.º 8.884/94);

c) o presidente e os diretores das agências reguladoras – ANATEL, ANEEL, etc. (art.

5.º da Lei n.º 9.986/00).

IV – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos

chefes de missão diplomática de caráter permanente;

Comentários

Como missão diplomática de caráter permanente, devemos entender a representação do

Brasil tanto em países estrangeiros, quanto em organismos internacionais – ONU, OEA, etc.

V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados,

do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

Comentários

Do inciso V ao inciso IX do art. 52, a CF/88 trouxe algumas atribuições privativas do

Senado Federal relacionadas com questões de natureza financeira de interesse dos entes

federativos.

Tais atribuições revelam uma necessária interferência da União nas operações de crédito

externas e internas e na capacidade de endividamento das entidades da Federação, a fim de

evitar um comprometimento da soberania nacional e da própria autonomia dos entes

federativos.

No inciso V, a CF/88 exige que toda e qualquer operação financeira (empréstimo,

abertura de crédito, etc.) a ser realizada no exterior pela União, pelos estados, pelo DF, pelos

territórios federais ou pelos municípios dependa da autorização prévia do Senado Federal.

VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da

dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Comentários

Dívida consolidada ou fundada é aquela assumida pelos entes da federação para

pagamento em prazo superior a doze meses (art. 29, I, da LC n.º 101/00 – LRF) ou relacionada

com operação de crédito de prazo inferior a doze meses, cujas receitas tenham constado do

orçamento (art. 29, § 3.º, da LRF).

Pelo presente inciso, o Senado fixará, por proposta do PR, os limites globais para o total

da dívida consolidada da União, dos estados, do DF e dos municípios.

VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades

controladas pelo Poder Público federal;

Comentários

No inciso V do art. 52, vimos que a realização de qualquer operação financeira no

exterior por parte da União, dos estados-membros, do DF, dos territórios federais ou dos

municípios depende de autorização prévia do Senado Federal.

Já no presente inciso, a CF/88 exige que o SF edite resolução, dispondo sobre os limites

globais e as condições para as operações de crédito externo e interno das entidades federativas,

das suas autarquias e das demais entidades controladas pelo Poder Público (fundações,

sociedades de economia mista e empresas públicas).

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VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações

de crédito externo e interno;

Comentários

Não raro, quando as demais entidades da Federação brasileira realizam operações

financeiras no exterior ou internamente, a União oferece uma garantia de adimplemento da

obrigação financeira assumida.

É para esses casos que o presente dispositivo constitucional determina que o Senado

Federal edite uma resolução e regulamente os limites e as condições para a concessão de

garantia por parte da União em operações de crédito externo e interno.

IX – estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Comentários

Dívida pública mobiliária é aquela oriunda de títulos de crédito emitidos pela União

(inclusive os emitidos pelo Banco Central do Brasil), pelos estados, pelo DF e pelos municípios

(art. 29, II, da LRF).

De acordo com o dispositivo constitucional em análise, o Senado deve estabelecer, por

resolução, os limites globais e as condições para o montante da dívida mobiliária dos estados,

do DF e dos municípios.

X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão

definitiva do Supremo Tribunal Federal;

Comentários

Registramos algumas considerações sobre a possibilidade de ampliação pelo Senado

Federal da decisão de inconstitucionalidade de uma lei proferida pelo STF:

a) qualquer lei ou ato normativo (medida provisória, decreto, resolução, etc.) federal,

estadual, distrital ou municipal pode ser incidentalmente declarado inconstitucional pelo STF e

ter a sua execução suspensa pelo Senado Federal;

b) suspender a execução não significa anular nem revogar a lei ou o ato normativo

(sabemos que uma lei só pode ser revogada por outra). Na verdade, a resolução do Senado

suspende os efeitos da norma e faz com que ela não possa mais ser aplicada aos casos concretos

(seu cumprimento não pode mais ser exigido de qualquer pessoa). Entende a maioria da

doutrina que a suspensão de efeitos ocorre erga omnes e ex nunc e ninguém mais está obrigado

a respeitar os ditames da lei suspensa, a partir da publicação da resolução do SF na imprensa

oficial;

c) o art. 52, X, somente se aplica às decisões de inconstitucionalidade proferidas pelo

STF no controle de constitucionalidade difuso-incidental, uma vez que, no controle

concentrado-principal (exemplo: ADI genérica), as declarações de inconstitucionalidade do STF

já produzem efeitos contra todos;

d) a doutrina majoritária entende ser um poder discricionário do Senado Federal ampliar

ou não os efeitos da declaração de inconstitucionalidade proferida pelo STF em sede de controle

incidental, razão pela qual o SF não está obrigado a fazê-lo;

e) de acordo com o entendimento majoritário da doutrina acerca da expressão ―no todo

ou em parte‖, o SF não pode suspender a execução de uma lei em maior ou em menor extensão

em relação ao que foi decidido pelo STF, mas apenas nos seus exatos termos.

Assim, se o STF declarou incidentalmente a invalidade de toda a lei, o SF ou suspende a

execução da totalidade da norma ou não suspende nada, não podendo suspender a execução de

parte da lei. Seguindo o mesmo raciocínio, se o STF declarou a invalidade de parte da lei, o

Senado somente pode suspender a execução da mesma parte, não podendo suspender menos ou

mais do que o decidido pelo STF.

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XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do

Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;

Comentários

O presente dispositivo constitucional (em conjunto com o art. 128, § 2.º) permite que o

PR exonere o PGR, antes do término do seu mandato de dois anos, devendo tal decisão ser

aprovada pela maioria absoluta do Senado, em votação secreta.

XII – elaborar seu regimento interno;

XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou

extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da

respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

(Redação dada pela EC n.º 19/98)

Comentários

Vide os comentários ao art. 51, IV, da CF.

XIV – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Comentários

Vide os comentários ao art. 51, V, da CF.

XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua

estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e

do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela EC n.º 42/03)

Comentários

Finalizando o rol de competências privativas do SF, o inciso XV (acrescentado pela EC

n.º 42/03) determina que essa Casa avalie periodicamente a funcionalidade do Sistema

Tributário Nacional (o que abrange o exame das legislações federal, estadual, distrital e

municipal que compõem esse sistema) e o desempenho das administrações tributárias das

entidades da Federação.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do

Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos

votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de

função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Comentários

A presidência das sessões do SF nos processos de impeachment será conduzida pelo

presidente do STF, o qual deve contribuir, inclusive, para que os direitos processuais das partes

sejam respeitados. A doutrina afirma que, nesses casos, a CF/88 transforma o Senado em um

tribunal político de colegialidade heterogênea.

Registramos que o impedimento para o exercício de função pública refere-se não apenas

a mandatos eletivos, mas também a qualquer cargo (efetivo ou comissionado), emprego ou

função públicos, bem como ao exercício de munus público (ex.: mesário da Justiça Eleitoral e

membro do Tribunal do Júri).

10. Fiscalização político-administrativa do Poder Legislativo

A fiscalização, função típica do Poder Legislativo, é classificada em: a) político-

administrativa, que ocorre pela convocação de ministros de Estado para depor (CF, art. 50) ou

por meio das comissões parlamentares de inquérito (CF, art. 58, § 3.º); b) financeiro-

orçamentária, prevista nos arts. 70 a 75 e 31 da CF/88, que é realizada pelas casas legislativas

com o auxílio dos tribunais de contas (TCU, TCEs, TCDF e TCMs). Neste tópico, estudaremos

as duas modalidades de fiscalização político-administrativa realizadas pelo Poder Legislativo.

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10.1. Convocação de ministros de Estado

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão

convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à

Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente

determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. (Redação

dada pela ECR n. 2, de 1994)

§ 1º - Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados,

ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa

respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.

§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos

escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo,

importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trinta dias,

bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela ECR n. 2, de 1994)

Nos termos do art. 50 da CF, a Câmara e o Senado ou suas comissões podem convocar

ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da

República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,

importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

Essa convocação é instrumento típico do parlamentarismo e foi introduzido em nosso

sistema presidencialista como mecanismo de freios e contrapesos, a fim de permitir ao

Legislativo o devido controle da atuação do Executivo.

10.2. CPI Art. 58. [...]

§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das

autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela

Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento

de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas

conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade

civil ou criminal dos infratores.

Uma CPI pode servir tanto à atividade fiscalizadora do Poder Legislativo, quanto à sua

função legislativa. Neste segundo propósito, a CPI não investigará necessariamente ilicitudes,

mas reunirá informações sobre determinado tema, a fim de verificar a eficácia de determinada

legislação.

Elas foram introduzidas no Direito brasileiro pela Constituição de 1934, o que não

impediu que durante a Primeira República (1891-1930), apesar da ausência de preceito

constitucional, alguns inquéritos parlamentares fossem efetivamente instaurados, com base no

poder implícito investigatório do Legislativo.

10.2.1. Requerimento de instauração de CPI Para a criação de uma CPI, a CF/88 exige três requisitos básicos: fato determinado,

prazo certo e requerimento de um terço dos deputados (CPI da Câmara), de um terço dos

senadores (CPI do Senado) ou de um terço dos deputados e um terço dos senadores (CPI do

Congresso Nacional – CPMI).

Este último requisito revela a preocupação constitucional em conferir às minorias

parlamentares o direito de efetiva participação nas atividades do Poder Legislativo e integra, ao

lado de dispositivos como os previstos no art. 58, §§ 1.º, 2.º, I, e 4.º, e no art. 60, I, o conjunto

de normas da CF/88 denominado de estatuto constitucional das minorias parlamentares (STF,

MS 26.441/DF).

Nesse sentido, o STF já decidiu que o art. 58, § 3.º, da CF/88 confere às minorias

legislativas o direito de ver efetivamente instaurada a CPI, uma vez interposto o requerimento

com a assinatura de um terço dos membros da casa legislativa.

No caso concreto, o Supremo, ao julgar mandados de segurança impetrados por

senadores contra ato da Mesa do Senado Federal, consubstanciado na recusa em proceder à

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indicação de membros para instaurar a denominada ―CPI dos Bingos‖, concedeu a ordem

judicial, a fim de assegurar o direito à efetiva composição da CPI, exigindo do Presidente do

Senado que procedesse, ele próprio, à designação dos nomes dos senadores que iriam compor a

CPI, diante da falta dessa indicação pelos líderes partidários.

Concluiu-se que houve afronta ao direito público subjetivo das minorias parlamentares

de ver instaurado o inquérito parlamentar, com apoio no direito de oposição, legítimo

consectário do princípio democrático (STF, MS 24.831, 24.845, 24.846, 24.847, 24.848 e

24.849/DF).

Ainda sobre o tema, destacamos que:

a) o STF já declarou a constitucionalidade de norma regimental (art. 35, § 4.º, do RICD)

que limita o número de CPIs em funcionamento simultâneo na Câmara dos Deputados, por ser

este (organização e funcionamento interno das casas legislativas) um tema propriamente

regimental (ADI 1.635/DF);

b) as assinaturas do requerimento de criação de uma CPI não poderão ser retiradas ou

acrescentadas, no âmbito da CD, depois de sua apresentação à mesa (art. 102, § 4.º) ou, no

âmbito do SF, depois da publicação do requerimento (art. 244 do RISF).

10.2.2. Fato determinado A CPI será criada para a apuração de fato determinado. Entende-se que as CPIs devem

ter como objeto um fato preciso, específico e determinado, vez que não se admite CPI para a

investigação de fatos genericamente enunciados, vagos ou indefinidos. Por exemplo, seria

inconstitucional a instauração de uma CPI para apuração da ―corrupção no Poder Executivo‖.

A indicação de fato determinado é, inclusive, importante garantia para os indivíduos

atingidos pelas investigações da CPI, tendo em vista que os depoentes não são obrigados a

prestar quaisquer informações sobre assunto não conexo com o fato apontado como motivador

da criação do inquérito parlamentar.

Além de sua determinação, exige-se que o fato seja relacionado com o Poder Público,

pois a CPI não dispõe de poderes para investigar negócios privados sem relação com a gestão da

coisa pública.

Com esse objetivo, dispõe o art. 35, § 1.º, do RICD: ―Considera-se fato determinado o

acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal,

econômica e social do País, que estiver devidamente caracterizado no requerimento de

constituição da Comissão‖.

Uma última limitação incide sobre o fato determinado objeto da CPI: ele deve estar

inserido nas matérias de competência (fiscalizadora ou legislativa) da casa legislativa que a

criar. Assim, a amplitude do poder de investigar das CPIs acompanha a extensão da

competência da casa que as institui (vide art. 146 do RISF). A partir dessa limitação,

destacamos que:

a) o STF já decidiu que as CPIs não podem convocar juízes para se explicarem sobre o

mérito de suas decisões judiciais, sob pena de afronta ao princípio da separação dos poderes

(HC 80.089/RJ). Nada impede, entretanto, que eles sejam convocados para se explicarem sobre

seus atos administrativos;

b) de acordo com o Supremo, as CPIs também não têm poder jurídico de quebrar sigilo

imposto a processo sujeito a segredo de justiça. Este é oponível a CPI, representando expressiva

limitação aos seus poderes constitucionais, haja vista tratar-se de competência privativa do

Poder Judiciário (STF, MS 27.483/DF-MC).

No caso concreto, a ―CPI dos grampos‖ da Câmara dos Deputados pretendeu quebrar o

sigilo decretado pelos juízes criminais em alguns processos que corriam sob segredo de justiça,

a fim de ter acesso a informações sobre as escutas telefônicas. O STF decidiu que o sigilo

judicial decretado em um processo não pode ser quebrado por CPI;

c) as CPIs das Casas do Congresso Nacional não têm atribuição para investigar fatos de

competência exclusiva dos estados, do DF e dos municípios, em respeito ao princípio federativo

(sendo tais fatos da competência de CPIs estaduais, distritais ou municipais).

Por fim, observamos que nada impede que haja aditamento ao objeto inicial da CPI para

apuração de fatos conexos ao principal ou descobertos durante as investigações, desde que

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intimamente ligados ao fato que fundamentou a criação da CPI. Essa prática é, inclusive, muito

comum na rotina dos inquéritos parlamentares.

10.2.3. Prazo certo As CPIs são criadas por prazo certo. Com efeito, as CPIs são comissões temporárias,

criadas com prazo certo para o encerramento dos seus trabalhos. Portanto, o requerimento de

criação de um inquérito parlamentar deve estabelecer o prazo de sua duração, o que não impede

que haja sucessivas prorrogações dentro de uma mesma legislatura, cujo término representa o

prazo final peremptório de qualquer CPI.

Ainda sobre a prorrogação do prazo da CPI, vide arts. 35, § 3º, do RICD e 152 do RISF.

10.2.4. Conclusões e encaminhamentos da CPI Caso seja constatada a responsabilidade civil ou criminal de investigados, as conclusões

da CPI devem ser encaminhadas ao Ministério Público e aos demais órgãos competentes (exs.:

Polícia Federal, AGU e Receita Federal) para que haja a devida responsabilização civil ou

criminal dos infratores.

Devemos lembrar que a CPI não processa nem julga ninguém, mas apenas investiga

fatos relacionados ao Poder Público. Assim, apuradas quaisquer irregularidades, a CPI deve

oficiar os órgãos estatais competentes para a instauração dos processos civis e criminais que

buscarão a responsabilização dos infratores da lei.

Além de oficiar os órgãos competentes, as CPIs ainda podem propor a elaboração de

normas (decretos legislativos, resoluções, leis, emendas constitucionais, etc.) que aperfeiçoem a

legislação e dificultem a prática de novas irregularidades.

Nos termos do art. 5.º da Lei n.º 1.579/52 (Lei regulamentadora dos inquéritos

parlamentares), as CPIs apresentarão relatório final de seus trabalhos e concluirão por projeto de

resolução.

Apesar de a literalidade dessa norma aparentemente nos indicar que os relatórios das

CPIs devem ser apresentados na forma de um projeto de resolução a ser aprovado no plenário da

respectiva casa legislativa, os art. 37 do RICD e 150, caput e § 1º, do RISF evidenciam que as

CPIs da Câmara discutem e votam internamente os seus relatórios parciais (vide art. 5.º, § 1.º, da

Lei n.º 1.579/52) e finais e os enviam à Mesa Diretora para conhecimento do Plenário.

Esses relatórios poderão concluir pela apresentação não apenas de projetos de resolução,

mas também de projetos de lei, de propostas de emenda à CF/88, etc., assim como pelo

encaminhamento do relatório da CPI ao MP e aos demais órgãos competentes.

10.2.5. Poderes de investigação da CPI As CPIs terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. Tendo o

Estado brasileiro adotado o processo penal acusatório, em que a separação entre o juiz e o órgão

acusador é extremamente rígida, as autoridades judiciais brasileiras, em regra, não dispõem de

poderes de investigação (reservados à Polícia Judiciária e ao Ministério Público), razão pela

qual se entende que as CPIs, na verdade, possuem como parâmetro os poderes instrutórios dos

juízes, i.e., o poder dos magistrados de instruir as causas judiciais em busca da verdade material

(art. 130 do CPC e art. 156 do CPP). Resta saber qual a extensão desses poderes.

Inicialmente, cabe ressaltar que as CPIs sujeitam-se às mesmas limitações impostas às

autoridades judiciais, dentre elas o dever de fundamentar as suas decisões (CF, art. 93, IX),

principalmente aquelas que envolvam restrição a direitos fundamentais (a exemplo da quebra de

sigilo bancário, fiscal e telefônico), sob pena de absoluta nulidade (STF, MS 24.217/DF).

Ressalte-se que essa fundamentação deve ser contemporânea à deliberação tomada pela

CPI, pois o STF não admite motivação ―a posteriori‖, como, por exemplo, a realizada

posteriormente pelo presidente da comissão no âmbito do processo do mandado de segurança

que pede a nulidade da quebra do sigilo, exatamente pela falta de motivação (MS 23.452/RJ).

10.2.5.1. O que as CPIs podem fazer

Regulamentando o art. 58, § 3.º, da CF/88, o art. 2.º da Lei n.º 1.579/52 estabelece que

as CPIs, no exercício de suas atribuições, poderão determinar as diligências que reportarem

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necessárias, entre elas: requerer a convocação de ministros de Estado; tomar o depoimento de

quaisquer autoridades federais, estaduais ou municipais; ouvir suspeitos, respeitado o direito ao

silêncio; inquirir testemunhas sob o compromisso legal de dizer a verdade; requisitar de

repartições públicas e autárquicas informações e documentos; e transportar-se aos lugares onde

se fizer mister a sua presença (em sentido muito semelhante, vide arts. 36 do RICD e 148 do

RISF).

A partir desse dispositivo legal e de entendimentos doutrinários e jurisprudenciais,

podemos afirmar que, de acordo com seu poder investigatório, as CPIs podem:

a) requisitar de repartições públicas documentos e informações de seu interesse;

b) determinar a realização de perícias e demais diligências que entender necessárias,

inclusive buscas e apreensões em geral (exs.: em repartições públicas, em veículos e em

pessoas), desde que não sejam realizadas em um domicílio, nos termos do art. 5.º, XI, da CF/88;

c) determinar ao tribunal de contas respectivo a realização de inspeções e auditorias de

natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades

administrativas dos três Poderes ou do MP, por força do art. 71, IV, da CF/88;

d) realizar a oitiva de investigados, devendo a CPI resguardar-lhes o direito ao silêncio e

respeitar a prerrogativa contra a autoincriminação, pois ninguém é obrigado a produzir prova

contra si mesmo.

Dessa prerrogativa contra a autoincriminação (também conhecida pela máxima em latim

―nemo tenetur se detegere‖), decorre a faculdade de o investigado silenciar na sessão da CPI

para evitar o reconhecimento da prática de uma infração penal, silêncio esse que não pode ser

interpretado em seu desfavor.

Devemos esclarecer que os investigados, i.e., os suspeitos de praticar as ilicitudes

investigadas pela CPI, não prestam o compromisso legal de dizer a verdade e podem

permanecer calados na sessão da comissão parlamentar de inquérito, sem a possibilidade de

serem presos em flagrante pelo cometimento do crime de falso testemunho (art. 342 do Código

Penal – CP).

A testemunha, por outro lado, presta o compromisso legal (art. 203 do Código de

Processo Penal – CPP) e não pode mentir ou calar sobre a verdade, sob pena de incorrer no

crime do art. 342 do CP;

e) inquirir testemunhas, que serão compromissadas e poderão incorrer no crime de falso

testemunho, caso mintam ou calem sobre a verdade. No caso de recusa ao comparecimento,

caberá condução coercitiva com o auxílio das forças policiais, se necessário, pois as

testemunhas não poderão se escusar de comparecer à CPI para depor (STF, HC 79.244/DF e HC

80.425/PA).

Assim, as testemunhas têm o dever de comparecimento à CPI e a obrigação de dizer a

verdade sobre fatos relevantes às investigações que lhes sejam indagados, sob pena de cometer

o crime de falso testemunho perante CPI, previsto no art. 4.º, II, da Lei n.º 1.579/52.

Não obstante, ressalte-se que as próprias testemunhas que prestaram o compromisso

legal, à semelhança dos investigados, têm o direito ao silêncio em relação aos fatos que possam

resultar em autoincriminação, daí as testemunhas serem obrigadas a dizer a verdade apenas em

relação aos fatos que, de alguma forma, não os incriminem (STF, HC 89.269/DF e HC

79.563/DF).

Em relação às testemunhas que têm o dever de guardar sigilo profissional (ex.:

advogados, médicos e padres – art. 207 do CPP e art. 154 do CP), o STF já decidiu que elas

podem recusar-se a responder perguntas na sessão da CPI que colidam com tal sigilo. Porém,

como a testemunha não pode prever quais perguntas lhe serão feitas, o Supremo entendeu que

ela possui o dever de comparecer à CPI, mas pode calar sobre os fatos protegidos pelo sigilo

profissional (HC 71.039/RJ e HC 71.231/RJ).

Por fim, as testemunhas também não são obrigadas a responder perguntas impertinentes

ao objeto da CPI, i.e., que não guardem pertinência com os fatos determinados que deram azo à

instauração do inquérito parlamentar;

f) quebrar o sigilo bancário, fiscal e de dados (inclusive o sigilo telefônico, i.e., o

extrato da conta telefônica com o registro das ligações realizadas e sua duração).

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Quanto a esse poder investigatório, o Supremo já decidiu que a CPI pode, por

autoridade própria, sem a necessidade de qualquer intervenção judicial, desde que por decisão

fundamentada e motivada, determinar a quebra do sigilo fiscal, bancário e de dados, incluindo aí

o sigilo de dados telefônicos (MS 23.452/RJ).

O sigilo de dados telefônicos não deve ser confundido com o sigilo das comunicações

telefônicas. O primeiro refere-se aos extratos das contas de telefone, em que constam

informações como ligações efetuadas, data, horário e duração das chamadas. Esse sigilo

encontra proteção no art. 5.º, X, da CF/88 e pode ser quebrado por CPI. Já o sigilo das

comunicações telefônicas diz respeito ao conteúdo mesmo das ligações e somente pode ser

quebrado por ordem de juiz criminal nas chamadas escutas ou grampos telefônicos, de acordo

com o art. 5.º, XII, da CF/88.

10.2.5.2. O que as CPIs não podem fazer

Ocorre que as CPIs não possuem todos os poderes instrutórios dos juízes. Em primeiro

lugar, porque as CPIs apenas investigam fatos certos e determinados e reúnem informações

úteis às funções congressuais, mas não processam nem julgam os fatos sobre os quais se

debruçam. Com isso, as CPIs não possuem o poder geral de cautela próprio dos juízes (CPC,

art. 798), tampouco proferem sentenças condenatórias.

Em segundo lugar, as CPIs não podem realizar os atos exclusivamente jurisdicionais,

gravados pela CF88 com a cláusula de reserva jurisdicional (ou reserva de jurisdição), cuja

prática é atribuída com exclusividade ao Poder Judiciário.

A reserva de jurisdição é uma proteção especial conferida pela CF/88 a alguns direitos

fundamentais no sentido de que a sua restrição ocorra apenas por ordem de juiz (vide art. 5.º,

incisos XI, XII e LXI, da CF/88), e não de terceiros, inclusive de CPI, apesar de elas possuírem

poderes de investigação semelhantes aos das autoridades judiciais.

Partindo dessas premissas, podemos afirmar que as CPIs não podem:

a) realizar atos de natureza cautelar (decretação da indisponibilidade de bens, arresto,

sequestro, hipoteca judiciária, prisões cautelares ou processuais, proibição de ausentar-se da

comarca ou do país, etc.), uma vez que o poder geral de cautela (i.e., a adoção de medidas que

buscam assegurar a efetividade das futuras decisões judiciais condenatórias) só pode ser

exercido por magistrados, tendo em vista que as CPIs não julgam/condenam;

b) decretar prisão definitiva (decorrente de sentença penal condenatória transitada em

julgado) ou processual (prisão preventiva, temporária, etc.), pois o art. 5.º, LXI, da CF/88

reservou ao Judiciário a função de zelar pelo status libertatis individual e, regra geral, somente

ordem escrita e fundamentada de juiz pode determinar a prisão de um indivíduo (sendo essa

uma cláusula de reserva jurisdicional).

A exceção fica por conta da prisão em flagrante delito, pois qualquer do povo pode

prender em flagrante (art. 301 do CPP), razão pela qual as CPIs também podem dar voz de

prisão em flagrante (ex.: a CPI não tem autoridade para decretar a prisão definitiva ou

processual de um investigado, mas pode prender em flagrante um depoente, caso este cometa o

crime de falso testemunho ou desacate um parlamentar);

c) autorizar a quebra do sigilo das comunicações telefônicas (o grampo telefônico), uma

vez que, nos termos do art. 5.º, XII, da CF/88, as interceptações telefônicas só podem ser

autorizadas por ordem judicial (cláusula de reserva jurisdicional);

d) expedir mandados de busca e apreensão domiciliar, diante do art. 5.º, XI, da CF/88,

pelo qual somente a autoridade judicial pode determinar a violação de um domicílio (e desde

que durante o dia), sendo essa outra hipótese de matéria reservada ao Poder Judiciário (cláusula

de reserva de jurisdição);

e) impedir a presença dos advogados dos depoentes nas reuniões da CPI (ainda que

secretas) ou, de qualquer forma, restringir o exercício de sua atividade profissional (STF, MS

23.576/DF e MS 30.906 MC/DF).

Com efeito, as CPIs não podem cercear as prerrogativas profissionais do advogado,

amparadas pelo art. 133 da CF/88 e pelo art. 7.º da Lei n.º 8.906/94, de velar pela

intangibilidade dos direitos daquele (pessoa física ou jurídica) que o constituiu como patrono de

sua defesa técnica, incluindo aí os direitos de:

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e.1) acompanhar o cliente, ainda que a reunião da CPI seja secreta, e comunicar-se

diretamente com ele (inclusive para fazer valer a prerrogativa contra a autoincriminação,

devendo a CPI permitir que o depoente se consulte a qualquer momento com o seu advogado

quanto às consequências jurídicas de suas respostas);

e.2) ter acesso aos documentos, inclusive sigilosos, desde que se trate de provas já

produzidas e formalmente incorporadas aos autos da investigação, nos termos da Súmula

Vinculante n.º 14 do STF;

e.3) uso da palavra, sentado ou em pé, perante a CPI (fazendo-o ―pela ordem‖, na forma

regimental), quando se revelar necessário intervir, verbalmente, para esclarecer equívoco ou

dúvida em relação a fatos, documentos ou afirmações que guardem pertinência com o objeto da

investigação legislativa ou, ainda, para oferecer contradita a testemunhas, aplicando-se, no que

couber, o art. 214 do CPP c/c o art. 3º da Lei nº 1.579/52;

e.4) ter as suas manifestações por escrito e petições devidamente protocolizadas e

apreciadas pela CPI, inclusive para fins de impugnação de provas ilícitas;

e.5) opor-se a qualquer ato arbitrário ou abusivo cometido contra ele por membros da

CPI, a exemplo de quando o cliente estiver sendo tratado de maneira degradante ou como se

culpado fosse.

Registre-se que nos inquéritos parlamentares, à semelhança dos inquéritos policiais, não

se assegura o direito ao contraditório e à ampla defesa em toda a sua extensão, razão pela qual

os investigados não têm direito de exigir a realização de provas, tampouco são intimados de

todos os atos processuais.

Algumas últimas observações sobre as CPIs:

a) o STF admite que as CPIs estaduais também quebrem sigilo bancário, apesar de a

literalidade do art. 4.º da LC n.º 105/01 não fazer expressa referência a elas (ACO 730/RJ);

b) em caso de violação de direitos individuais, as CPIs não podem alegar o princípio da

separação dos poderes ou a doutrina dos atos exclusivamente políticos (political question

doctrine) para evitar a anulação de seus atos por parte do Judiciário.

Nesse ponto, o STF considera que tais argumentos não podem ser utilizados como

manto protetor de comportamentos abusivos e arbitrários do Poder Público, inclusive das

comissões parlamentares, e que é missão constitucional do Poder Judiciário evitar ou reparar

lesão a direitos, notadamente os direitos fundamentais do ser humano previstos na CF/88 (CF,

art. 5.º, XXXV) (MS 23.452/RJ);

c) Tendo em vista a autonomia e a finalidade própria de um inquérito parlamentar, nada

impede que a CPI apure os mesmos fatos já submetidos a inquéritos policiais e processos

judiciais (STF, MS 23.639/DF e HC 100.341/AM, vide informativo n.º 607 do STF).

Jurisprudência 1. Apesar de o RICD aparentemente limitar a duração de uma CPI ao prazo máximo de cento e

oitenta dias, mais precisamente, ao prazo de cento e vinte dias, prorrogável até a metade, o STF decidiu

que prevalece o art. 5.º, § 2.º, da Lei n.º 1.579/52, pelo qual os trabalhos de uma CPI terminam na sessão

legislativa em que tiver sido criada, com a possibilidade de sucessivas prorrogações dentro da legislatura

em curso (HC 71.231/RJ). Entendeu-se que, pelo fato de a CPI interferir nos direitos fundamentais dos

investigados, o seu prazo de duração é tema afeto à lei, e não a regimento interno de casa legislativa.

2. Em mandado de segurança coletivo impetrado pela OAB/DF, o STF concedeu a ordem

judicial, a fim de garantir aos advogados o direito de comunicar-se pessoal e diretamente com os seus

clientes na sessão da CPI, a fim de adverti-los sobre o direito de permanecer em silêncio, bem como o

direito de opor-se a qualquer ato arbitrário, abusivo ou ilegal cometido contra eles por membros da CPI.

Afirmou-se que os advogados teriam o direito de fazer cessar imediatamente a participação de seus

constituintes na sessão da comissão parlamentar, caso as suas prerrogativas profissionais fossem

desrespeitadas, sem que se pudesse adotar contra eles, advogados e clientes, qualquer medida restritiva de

seus direitos ou de suas liberdades (MS 25.617/DF-MC).

3. O STF já negou a um depoente o direito de ser ouvido em sessão pública de CPI, sem que

houvesse a transmissão por TV do seu depoimento (inclusive pela televisão institucional da casa

legislativa). Entendeu-se que prevalece a liberdade de imprensa e o direito de o Legislativo divulgar os

seus trabalhos, inclusive pela TV, em detrimento do direito à imagem do depoente (MS 24.832/DF-MC).

4. O STF anulou ato de CPI que convocou indivíduos para depor na condição de testemunhas,

apesar de eles já terem sofrido a quebra dos seus sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático nesse

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mesmo inquérito parlamentar. O STF determinou que os impetrantes fossem ouvidos na condição de

investigados, sem a necessidade de prestar o compromisso legal de dizer a verdade, bem como vedou a

sua condução coercitiva (HC 83.703/SP).

QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES – PARTE I

1. (CESPE 2011 AL/CE Analista Legislativo Direito) Uma CPI pode, por autoridade própria e sem a

necessidade de intervenção judicial, determinar, mediante decisão motivada e fundamentada, a quebra do

sigilo de dados telefônicos.

2. (CESPE 2011 AL/CE Analista Legislativo Direito) A eleição dos membros do Senado Federal ocorre

por intermédio do sistema majoritário simples.

3. (CESPE 2011 AL/CE Analista Legislativo Direito) Uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) pode

determinar a condução coercitiva de testemunha que for intimada e não comparecer.

4. (CESPE 2011 AL/CE Analista Legislativo Direito) É possível a criação de CPI para investigar

negócios privados que não tenham relação com a gestão da coisa pública.

5. (2014.CESPE.TJDF.Titular de Serviços de Notas e de Registros) A exoneração, de ofício, realizada

anteriormente ao término do mandato de procurador-geral da República é de competência privativa do

Senado Federal e deve ser aprovada, em votação secreta, por maioria absoluta.

6. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) Diferentemente das mesas do Senado Federal e da Câmara

dos Deputados, a mesa do Congresso Nacional será presidida, alternadamente, pelo presidente do Senado

Federal e da Câmara dos Deputados, com mandato de dois anos.

7. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) Compete privativamente ao Senado Federal processar e

julgar os ministros do STF e os membros do CNJ nos crimes de responsabilidade.

8. (CESPE - 2012 - TJ-PI – Juiz) Compete privativamente ao Senado Federal escolher dois terços dos

membros do Tribunal de Contas da União, estando a cargo do Congresso Nacional aprovar a escolha dos

ministros indicados pelo presidente da República.

9. (CESPE.Defensor Público.DF.2013) Uma CPI poderá ser instalada mediante requerimento de um terço

dos membros da Câmara dos Deputados, não se exigindo que o requerimento seja submetido a

deliberação plenária da Casa.

10. (CESPE - 2011 - TJ-ES – Juiz) Ao Congresso Nacional cabe fixar os subsídios do presidente, do vice-

presidente da República e dos ministros de Estado e julgar anualmente as contas prestadas pelo presidente

da República.

11. (CESPE - 2009 – OAB) A convocação extraordinária do Congresso Nacional pode ser feita pelos

presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e pelo presidente da República, nos casos

taxativamente previstos na CF. Os membros de ambas as casas não têm competência para propor esse tipo

de convocação.

12. (CESPE - 2009 – OAB) De acordo com a doutrina e jurisprudência, as comissões parlamentares de

inquérito instituídas no âmbito do Poder Legislativo federal

a) têm a missão constitucional de investigar autoridades públicas e de promover a responsabilidade civil

ou criminal dos infratores.

b) não podem determinar a quebra do sigilo bancário ou dos registros telefônicos da pessoa que esteja

sendo investigada, dada a submissão de tais condutas à cláusula de reserva de jurisdição.

c) devem obediência ao princípio federativo, razão pela qual não podem investigar questões relacionadas

à gestão da coisa pública estadual, distrital ou municipal.

d) podem anular atos do Poder Executivo quando, no resultado das investigações, ficar evidente a

ilegalidade do ato.

13. (2013.CESPE.STF.Técnico Jud.TI) Uma legislatura compreende quatro sessões legislativas

ordinárias.

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14. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscópico) O Senado Federal, ao julgar o processo

de impeachment de presidente da República, exercerá uma função jurisdicional.

15. (CESPE.Defensor Público.RR.2013) Compete privativamente ao Congresso Nacional permitir que

forças estrangeiras transitem pelo território nacional.

16. (CESPE.Defensor Público.TO.2013) De acordo com o entendimento do STF, a validade jurídica da

quebra de sigilo bancário determinada por comissão parlamentar de inquérito demanda aprovação da

maioria absoluta dos membros que compõe o órgão de investigação legislativa.

17. (CESPE.Diplomata.IRB.2012) Compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por

voto secreto, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente, bem como autorizar

operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos estados, do Distrito Federal (DF),

dos territórios e dos municípios.

18. (CESPE - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou

qualquer de suas comissões, podem convocar ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos

diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações relativas

a assunto previamente determinado, sendo que a ausência injustificada do convocado importará na prática

de crime de responsabilidade.

19. (CESPE - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal) Compete exclusivamente à Câmara dos

Deputados sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitarem do poder regulamentar ou dos

limites de delegação legislativa.

20. (CESPE - 2008 - MPE-RR - Promotor de Justiça) A CF prevê que as Mesas da Câmara dos

Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar, por escrito, pedidos de informação a ministros de

Estado, importando em crime de responsabilidade o não atendimento do pedido no prazo de 30 dias, bem

como a prestação de informações falsas.

21. (CESPE - 2010 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Direito) Os senadores, representantes dos

estados e do Distrito Federal, são eleitos com três suplentes, segundo o princípio proporcional, para

mandato de oito anos.

22. (CESPE.Analista de ComEx.Área Adm.MDIC.2008) Compete ao Congresso Nacional promover a

ratificação dos tratados internacionais.

23. (CESPE.Agente Adm.MEC.2009) O Senado Federal possui 81 senadores, eleitos segundo o princípio

majoritário para um mandato de oito anos, com renovação obrigatória de quatro em quatro anos,

alternadamente, por um e dois terços.

24. (CESPE.Analista de Controle Externo.TCE/TO.2008) O Congresso Nacional e suas casas terão

comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo

regimento ou no ato de que resultar sua criação. Essas comissões poderão, em razão de sua competência,

discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se

houver recurso de um décimo dos membros da Casa.

25. (CESPE - 2012 - MPE-PI – Analista Administrativo) As comissões parlamentares de inquérito podem

pedir a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico e determinar a busca e apreensão domiciliar com

base nos poderes de investigação que lhes foram conferidos pela CF.

26. (CESPE 2011 AL/ES Procurador) No que se refere ao Poder Legislativo, assinale a opção correta.

A) Segundo posicionamento do STF, por força do princípio da simetria, as CPIs estaduais têm poderes

para quebrar sigilo bancário de seus investigados, independentemente de ordem judicial.

B) O mandato dos membros das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal é de dois anos,

vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente, regra, segundo o STF,

de reprodução obrigatória para os estados-membros no âmbito das respectivas assembleias legislativas.

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C) A existência de procedimento penal investigatório em trâmite no Poder Judiciário impede a realização

de atividade investigatória por CPI quando os objetos são correlatos, sob pena de ofensa ao princípio da

separação dos poderes.

D) O STF considera constitucional regra estabelecida no âmbito da assembleia legislativa de estado que

reconheça como requisito para a instauração de CPI, além de um terço de assinaturas dos membros, a

aprovação do pedido pela maioria absoluta do plenário da assembleia legislativa.

E) Em caso de urgência ou interesse público relevante, a convocação extraordinária do Congresso

Nacional poderá decorrer de requerimento da maioria dos membros de ambas as casas, hipótese em que

será dispensada a aprovação do pedido de convocação pelos membros do Congresso Nacional, já que a

própria maioria dos referidos membros a terá solicitado.

27. (Cespe.Juiz.TJ.PI.2011) As deliberações das comissões permanentes de ambas as casas do Congresso

Nacional devem ser tomadas por maioria simples, salvo no que diz respeito à discussão e votação, em

caráter conclusivo, de projetos de lei, caso em que se requer maioria absoluta.

28. (2014.CESPE.ANTAQ.Técnico Adm) As comissões parlamentares de inquérito são criadas pela

Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, para a apuração de fato

determinado e por prazo certo, devendo suas conclusões, se for o caso, ser encaminhadas ao Ministério

Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

29. (CESPE.Juiz.TJAC.2011) Cabe ao Congresso Nacional aprovar o estado de defesa e a intervenção

federal; entretanto, a suspensão dessas medidas é competência privativa do presidente da República,

dispensada a manifestação do Poder Legislativo.

30. (Cespe.Juiz.TJ.PI.2011) De acordo com a CF, os territórios federais, uma vez criados, não elegem

representantes para o Senado Federal, mas sua população tem a prerrogativa de eleger quatro deputados

para representá-la na Câmara dos Deputados.

31. (CESPE.Juiz.TRF3.2011) É atribuição privativa do Congresso Nacional autorizar operações externas

de natureza financeira, de interesse da União, dos estados, do DF e dos municípios.

32. (CESPE.Juiz.TRF3.2011) As matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional são

disciplinadas por meio de decreto legislativo e dispensam a manifestação, mediante sanção ou veto, do

presidente da República.

33. (CESPE.Juiz.TRF3.2011) A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes dos estados e do

DF, eleitos em número proporcional à população, de forma que nenhuma unidade da Federação tenha

menos de oito ou mais de sessenta deputados.

34. (CESPE.Juiz.TJAC.2011) Se o presidente da República não apresentar ao Congresso Nacional as

contas relativas ao exercício anterior até sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, caberá ao

Senado Federal proceder à tomada de contas.

35. (CESPE.Analista.Judiciário.TJ.ES.2011) Incumbe privativamente ao Senado Federal avaliar

periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e

o desempenho das administrações tributárias da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

36. (CESPE.Analista Jud.Controle Interno.TJDFT.2008) A comissão parlamentar de inquérito tem

competência para quebrar o sigilo fiscal e bancário das pessoas por ela investigadas, desde que o faça de

forma fundamentada.

37. (CESPE.Analista Jud.Controle Interno.TJDFT.2008) A criação de cargos no âmbito do Poder

Legislativo é privativa das respectivas mesas e deve ser proposta mediante projeto de lei ordinária.

38. (Cespe.Juiz.TJ.PB.2010) Somente mediante lei ordinária pode-se fixar ou alterar a remuneração dos

servidores públicos, sendo incabível a edição de decreto do Poder Executivo ou de resoluções do Poder

Legislativo ou do Poder Judiciário para esse fim, sob pena de inconstitucionalidade formal.

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39. (CESPE.Analista.Advogado.EBC.2011) Uma comissão parlamentar de inquérito pode determinar a

violação de, por exemplo, domicílio para a realização da busca e apreensão de computador que possua

dados a respeito da matéria investigada.

40. (CESPE.Analista de Controle Externo.TCE/TO.2008) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal,

ou qualquer de suas comissões, poderão convidar ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos

diretamente subordinados à presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre

assunto previamente determinado, desde que seja agendada a data e a hora com as referidas autoridades.

41. (CESPE.Analista.Processual.MP.PI.2011) Embora a comissão parlamentar de inquérito seja instituída

por prazo certo, a prorrogação é admitida, se não se ultrapassar a legislatura em que foi instalada.

42. (CESPE.Promotor.MP.RO.2010) Com relação à organização dos poderes na CF, assinale a opção

correta.

A) É de competência do Senado Federal autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de

processo contra o presidente e o vice-presidente da República, bem como contra os ministros de Estado.

B) Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional deve deliberar somente sobre a matéria

para a qual foi convocado, não podendo ser incluídas na pauta sequer as medidas provisórias em vigor na

data da convocação extraordinária.

C) O Senado Federal compõe-se de três representantes de cada estado e do DF, com mandato de oito

anos, eleitos segundo o princípio proporcional, sendo os representantes renovados de quatro em quatro

anos, de forma alternada, por um e dois terços.

D) A CF prevê a reunião em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal na hipótese,

entre outras, de conhecer e deliberar sobre veto.

43. (CESPE.Técnico.MPU.2010) O Poder Legislativo opera por meio do Congresso Nacional, instituição

bicameral composta pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Salvo disposição constitucional

em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos,

presente a maioria absoluta de seus membros.

44. (CESPE.Analista de Controle Externo.TCE/TO.2008) As comissões parlamentares de inquérito

possuem as mesmas prerrogativas e ônus que as demais autoridades judiciárias, não se opondo a elas o

sigilo imposto a processo sujeito a segredo de justiça, razão pela qual poderão ter acesso a informações

contidas nesses processos judiciais, desde que assim seja decidido por meio de decisão devidamente

fundamentada.

45. (CESPE.Téc Jud.Área Adm.TRT 16a Região.2005) O princípio da separação dos Poderes de que trata

o texto não é absoluto, pois a Constituição Federal atribui competência ao Senado Federal para processar

e julgar o presidente da República, nos crimes comuns e de responsabilidade, definidos em lei especial,

desde que devidamente autorizado por dois terços da Câmara dos Deputados.

46. (CESPE.Téc Jud.Área Adm.TRE/GO.2009) O Congresso Nacional, mediante aprovação da maioria

absoluta de seus membros, poderá convocar o presidente da República e seus ministros para prestarem,

pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado.

47. (CESPE - 2009 - PC-RN - Escrivão) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da

República, dispor sobre a concessão de anistia.

48. (CESPE - 2011 - TJ-PB – Juiz) Entre as competências exclusivas do Congresso Nacional incluem-se a

de processar e julgar os ministros do STF, os membros do CNJ e do Conselho Nacional do Ministério

Público, o procurador-geral da República e o AGU nos crimes comuns e nos de responsabilidade.

49. (CESPE - 2009 - PC-RN - Escrivão) É competência exclusiva do Congresso Nacional fixar o subsídio

dos ministros do STF.

50. (CESPE Analista Com Ext MDIC) O instrumento pelo qual o Congresso Nacional demonstra o seu

assentimento para com o tratado é o decreto legislativo.

51. (CESPE Tecnico Jud TRE GO 09) Compete ao Congresso Nacional julgar anualmente as contas

prestadas pelo presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo.

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52. (CESPE.Juiz.TJCE.2011) Tendo a CPI poderes de investigação próprios de autoridade judicial, suas

decisões devem obedecer à mesma estrutura de uma decisão judicial, com relatório, fundamentação e

parte dispositiva, sob pena de nulidade.

53. (CESPE TRE GO Anal Jud Jurídico 09) Como instrumentos da democracia direta, o plebiscito e o

referendo podem ser realizados tanto mediante autorização do Congresso Nacional quanto por iniciativa

popular.

54. (CESPE.Juiz.TJCE.2011) Em caso de interesse público relevante, o presidente da República pode

convocar extraordinariamente o Congresso Nacional, hipótese em que é dispensada a aprovação pelos

parlamentares.

55. (CESPE.Agente.Adm.AGU.2010) Compete à Câmara dos Deputados eleger dois cidadãos brasileiros

natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, para o Conselho da República.

56. (CESPE.Agente.Adm.AGU.2010) É da competência exclusiva do Senado Federal autorizar o

presidente da República a se ausentar do país, quando a ausência exceder a quinze dias.

57. (DPE/PI/Defensor/2009) Como instrumentos de fiscalização do Poder Legislativo, as comissões

parlamentares de inquérito têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, podendo

determinar as diligências que julgar necessárias, tomar depoimentos, ouvir indiciados e testemunhas,

requisitar documentos de órgãos públicos e promover a responsabilidade civil e criminal dos infratores.

58. (CESPE.Promotor.MPE/ES.2010) É inconstitucional norma estadual que subordine a nomeação dos

dirigentes de autarquias e fundações públicas à prévia aprovação da assembleia legislativa, por se

entender que somente aquelas autoridades constantes no modelo federal estariam submetidas a esse

procedimento.

59. (CESPE.AGU.2012) É do Senado Federal, em caráter privativo, a competência para processar e julgar

os ministros de Estado nos crimes de responsabilidade, sejam eles crimes autônomos, sejam conexos com

crimes da mesma natureza, praticados pelo presidente ou pelo vice-presidente da República.

60. (CESPE/STF/Analista/2008) O advogado-geral da União e os ministros de Estado são julgados pelo

Senado Federal nos crimes de responsabilidade.

61. (CESPE - 2008 - INSS - Analista do Seguro Social – Direito) As comissões parlamentares de

inquérito são consequência do sistema de freios e contrapesos adotado pela Constituição Federal.

62. (CESPE - 2008 - TRT - 5ª Região (BA) - Analista Judiciário - Área Judiciária) Compete

privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de

processo contra o presidente e o vice-presidente da República e contra os ministros de Estado.

63. (CESPE - 2008 - TRT - 5ª Região (BA) - Analista Judiciário) Compete ao Congresso Nacional, com a

sanção do presidente da República, aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado

de sítio ou suspender qualquer uma dessas medidas.

64. (CESPE - 2007 - TRT-9R - Analista Judiciário - Área Adm) Compete privativamente à Câmara dos

Deputados dispor quanto a organização, funcionamento e polícia da Casa, bem como a criação,

transformação ou extinção de cargos, empregos e funções na sua esfera administrativa, além de fixar a

remuneração de seus membros e servidores.

65. (CESPE/UNB-AGU.2004) É de competência da Câmara dos Deputados autorizar a instauração de

processo por crime de responsabilidade cometido pelo Presidente da República e a instauração de

processo por crime de responsabilidade praticado por Ministro de Estado, sendo este último apenas no

caso em que o crime praticado pelo Ministro seja conexo ao praticado pelo Presidente da República.

66. (2014. CESPE. ANATEL. Técnico) Considere que uma agência reguladora, ao editar um ato

regulamentar, tenha criado uma obrigação não prevista em lei. Nessa situação, compete ao Senado

Federal sustar o referido ato.

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67. (2014.CESPE.TJSE.Titular de Serviços de Notas e de Registros) Ofenderá a CF a decisão do plenário

da Câmara dos Deputados que, com base no princípio majoritário, rejeitar a criação de comissão

parlamentar de inquérito para apurar fato certo e determinado, objeto de requerimento de um terço dos

membros da referida casa legislativa.

68. (2014.CESPE.Câmara dos Deputados. Técnico Legislativo) A CF conferiu às Mesas da Câmara dos

Deputados e do Senado Federal o direito de requerer informações aos ministros de Estado, mas não o

conferiu a parlamentares individualmente.

69. (2014. CESPE.TJSE.Analista Judiciário.Direito) Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), a

comissão parlamentar de inquérito cuja criação haja sido regularmente aprovada no âmbito do Poder

Legislativo, a partir de requerimento da minoria, não pode ter a sua instalação embaraçada pela falta de

indicação de membros pelos líderes partidários.

70. (2014.CESPE.MDIC.ATA) É de competência exclusiva do Congresso Nacional o julgamento das

contas prestadas anualmente pelo presidente da República, cabendo ao Tribunal de Contas da União

emitir parecer prévio sobre essas contas.

71. (2014.CESPE.TCE-PB.Procurador - ADAPTADA) De acordo com as normas constitucionais e a

jurisprudência do STF acerca das CPIs, assinale a opção correta.

a) Caso seja impetrado mandado de segurança em face de ato de CPI que tenha determinado a quebra do

sigilo fiscal do impetrante, e, em seguida, sejam encerrados os trabalhos da CPI, o julgamento do writ

deverá prosseguir, em virtude do temor do impetrante de eventual uso abusivo das informações.

b) As CPIs podem ser criadas para a apuração de fato determinado, ainda que sobre esses mesmos fatos já

tenham sido instaurados inquéritos policiais ou processos judiciais.

c) A CF exige que a criação das CPIs se dê sempre em conjunto pela Câmara dos Deputados e pelo

Senado Federal, mediante requerimento de um terço de seus membros. No âmbito dos estados, pelo

princípio da simetria, exige-se um terço dos membros da assembleia legislativa.

d) Devido ao fato de possuírem os poderes de investigação próprios das autoridades policiais, as CPIs

poderão determinar a quebra ou transferência de sigilos bancário, fiscal e de dados.

72. (2014.CESPE.TJDF.Juiz) As comissões parlamentares de inquérito têm poderes próprios das

autoridades judiciais, razão pela qual podem determinar a indisponibilidade de bens da pessoa

investigada.

73. (2014.CESPE.MDIC.Agente Adm) Constitui competência exclusiva do Congresso Nacional a

sustação dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de

delegação legislativa.

74. (2014. CESPE.MDIC.ATA) As comissões parlamentares de inquérito regularmente criadas possuem

poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e policiais.

75. (2014.CESPE.PF.Superior) Considere que o Congresso Nacional, para evitar eventual compromisso

gravoso ao patrimônio nacional, resolva definitivamente acerca de um tratado internacional. Nessa

situação, o ato legislativo, por ser definitivo, deve ser sancionado pelo presidente da República.

76. (2014.CESPE.Câmara dos Deputados. Analista Legislativo) Caso o Congresso Nacional edite uma lei

prevendo a liberação do uso de certas substâncias entorpecentes e estabeleça que ela só terá eficácia após

aprovação em referendo popular, a competência para deflagrar a realização do citado referendo será do

próprio Congresso Nacional.

77. (2014.CESPE.TJCE.Técnico Judiciário) Acerca do Poder Legislativo, assinale a opção correta.

a) Os territórios não podem eleger deputados.

b) Diferentemente do que ocorre com os senadores, cada deputado federal será eleito com dois suplentes.

c) O mandato de senador é de quatro anos.

d) Em razão de regra constitucional expressa, as deliberações da Câmara dos Deputados serão tomadas

por dois terços dos votos.

e) O Senado Federal é composto por senadores, representantes dos estados e do Distrito Federal, eleitos

segundo o princípio majoritário.

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78. (2014.CESPE.TJDF.Titular de Serviços de Notas e de Registros) A autorização de operações externas

de natureza financeira de interesse do DF é de competência privativa do Senado Federal, sem sanção

presidencial.

79. (2014.CESPE.TJDF.Titular de Serviços de Notas e de Registros) Os comandantes da Marinha, do

Exército e da Aeronáutica são sempre julgados pelo Senado Federal, no caso de crime de

responsabilidade, e pelo STF, no caso de crime comum.

80. (2014.CESPE.TCDF.Analista Adm – TI) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da

República, apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão,

sendo essa atuação conjunta exemplo prático da aplicação da doutrina dos freios e contrapesos.

81. (2013.CESPE.STF.Técnico Jud. Adm) Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional

somente deliberará sobre as matérias que constem da pauta da convocação. Entretanto, se houver medidas

provisórias em vigor na data da convocação, serão elas automaticamente incluídas no rol das matérias a

serem apreciadas.

82. (2013. CESPE.TCE-ES.Analista Adm.Direito) Acerca da estrutura, do funcionamento e das

atribuições do Poder Legislativo, assinale a opção correta.

a) A Mesa do Congresso Nacional é presidida pelo presidente do Senado Federal, e os demais cargos são

exercidos por deputados e senadores eleitos, a cada dois anos, em sessão conjunta especialmente

convocada para esse fim.

b) A criação e extinção de ministérios e demais órgãos da administração pública federal somente pode se

dar por lei, inserindo-se, portanto, na esfera das atribuições do Congresso Nacional.

c) A competência para processar e julgar os ministros de Estado por crimes de responsabilidade pertence,

em caráter privativo, ao Senado Federal.

d) O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, formado pela Câmara dos Deputados e pelo

Senado Federal, ambas as casas compostas de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional,

em cada estado e no Distrito Federal.

e) A sessão legislativa ordinária corresponde ao período de quatro anos, coincidente com o mandato de

deputado federal.

83. (2013.CESPE.TCE-ES.Analista Adm.Direito) Cabe ao Congresso Nacional, no exercício do controle

externo, julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos

da administração pública federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra

irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.

84. (2013.CESPE.TCE-ES.Analista Adm.Direito) São pressupostos para a criação de comissão

parlamentar de inquérito o requerimento da maioria absoluta dos membros da respectiva casa legislativa e

o estabelecimento de prazo certo e improrrogável para suas atividades.

85. (2013. CESPE.PG-DF.Procurador) Ao Congresso Nacional é vedado rejeitar tratado internacional

que, firmado pelo presidente da República, verse sobre direitos humanos.

86. (2013.CESPE.TJRN.Juiz) Com relação à organização dos poderes estabelecida na CF, assinale a

opção correta.

a) Compete privativamente à Câmara dos Deputados dispor a respeito de incorporação, da subdivisão ou

do desmembramento de áreas de territórios ou estados, ouvidas as respectivas assembleias legislativas.

b) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas comissões, podem convocar

ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à presidência da República

para prestarem, pessoalmente, informações acerca de assunto previamente determinado, configurando

crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

c) Compete privativamente à Câmara dos Deputados processar e julgar os ministros do STF, os membros

do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da

República e o advogado-geral da União nos crimes de responsabilidade.

d) A partir da posse, os membros do Congresso Nacional não podem ser presos, salvo em flagrante de

crime inafiançável, situação em que os autos devem ser remetidos, dentro de vinte e quatro horas, à casa

respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, se decida a respeito da prisão.

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e) O número total de deputados, bem como a representação de estado e do Distrito Federal, será

estabelecido por lei ordinária, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, até

seis meses antes das eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou

mais de setenta deputados.

87. (2013.CESPE.AGU.Procurador Federal) Nos termos da CF, compete privativamente ao Senado

Federal processar e julgar o procurador-geral da República nos crimes de responsabilidade e nas infrações

penais comuns.

88. (2013.CESPE.AGU.Procurador Federal) O Congresso Nacional, mediante delegação, atribuiu ao

Senado Federal a competência para suspender a execução do todo ou de parte de lei declarada

inconstitucional por decisão definitiva do STF.

89. (2013.CESPE.ANCINE.Especialista em Regulação) Enquanto o Senado Federal compõe-se de

representantes dos estados e do Distrito Federal, eleitos pelo sistema majoritário, a Câmara dos

Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional, em cada estado, em

cada território e no Distrito Federal.

90. (2013.CESPE.TJBA.Titular de Serviços de Notas e de Registros) Considerando as normas

constitucionais sobre o Poder Legislativo, assinale a opção correta.

a) Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa do Congresso Nacional e de

suas comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria relativa de seus membros.

b) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a

instauração de processo contra ministro de Estado.

c) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal poderão convocar ministro de Estado para prestar,

pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, exigido para tanto aprovação da

Presidência da República.

d) O número total de deputados será estabelecido, assim como a representação por estado e pelo DF, por

lei complementar, proporcionalmente ao respectivo produto interno bruto, procedendo-se aos ajustes

necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos

de oito ou mais de setenta deputados.

e) Cada território elegerá até seis deputados.

91. (2013.CESPE.TJBA.Titular de Serviços de Notas e de Registros - Adaptada) Assinale a opção correta

no que se refere ao Poder Legislativo.

a) Embora qualquer CPI tenha poderes próprios da autoridade judicial, a lei proíbe a esse tipo de

colegiado o uso de condução coercitiva para a oitiva de indiciados.

b) No exercício de sua competência constitucional, uma CPI pode decidir por invasão domiciliar para a

obtenção de provas ou coibição de ato criminoso, independentemente de autorização judicial, desde que a

invasão seja realizada durante o dia.

c) Por estar limitado ao exercício de fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial, o TCU

não pode aplicar sanções aos responsáveis por ilegalidade de despesa sem autorização prévia do Poder

Judiciário.

d) As opiniões, as palavras e os votos de um parlamentar não o sujeitam a responsabilização criminal,

civil ou disciplinar.

92. (2013.CESPE.SEGESP-AL.Papiloscopista) Compete à comissão parlamentar de inquérito indiciar as

pessoas investigadas que tenham cometido infrações penais apuradas nos inquéritos.

93. (2103.CESPE.BACEN.Técnico) As disposições do Congresso Nacional sobre matéria financeira,

cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações independem de sanção presidencial.

94. (2013.CESPE.PCDF.Escrivão) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da

República, dispor, entre outras matérias, sobre telecomunicações, radiodifusão, sistema tributário,

arrecadação e distribuição de rendas.

95. (2013.CESPE.SEGESP-AL.Papiloscopista) O Congresso Nacional é titular de atribuição

investigatória.

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96. (2013. CESPE.TCU.ACE) Compete exclusivamente ao Congresso Nacional escolher dois terços dos

membros do Tribunal de Contas da União, além de aprovar, por voto secreto, a escolha dos ministros do

TCU indicados pelo Presidente da República.

97. (2013.CESPE.TCU.ACE) Nas convocações extraordinárias do Congresso Nacional, serão

automaticamente incluídas na pauta da convocação as medidas provisórias que estejam em vigor.

98. (2013.CESPE.TCE-RO.Analista de Informática) Em determinadas hipóteses, as comissões

parlamentares de inquérito podem, independentemente de autorização judicial, determinar a quebra de

sigilos bancário e fiscal.

99. (2013.CESPE.IRB.Diplomata) Compete exclusivamente ao Congresso Nacional resolver

definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais; entretanto, a competência para autorizar

operações externas de natureza financeira de interesse da União, dos estados, do Distrito Federal, dos

territórios e dos municípios pertence, em caráter privativo, ao Senado Federal.

100. (2013.CESPE.DPE-DF.Defensor Público) Como regra, compete ao Congresso Nacional dispor sobre

a criação, transformação ou extinção de cargos, empregos ou funções públicas, mesmo que a iniciativa

para sua proposição seja do Poder Judiciário ou do chefe do Poder Executivo.

101. (2013.CESPE.DPE-DF.Defensor Público) Na CF, é expressamente estabelecido que cada legislatura

tenha a duração de quatro anos.

102. (2013.CESPE.ANS.Analista Adm) A instituição de comissão parlamentar de inquérito com o

objetivo de investigar denúncias de corrupção no âmbito de uma agência reguladora violaria o princípio

da separação dos poderes.

103. (2013.CESPE.ANS.Técnico Adm) De acordo com a CF, a nomeação de diretores da ANS depende

da aprovação prévia do Senado Federal; logo, o Senado Federal pode determinar a exoneração de diretor

da ANS, pelo voto da maioria absoluta de seus membros.

104. (2013.CESPE.DPE-TO.Defensor Público) Na CF, a regra que diz respeito à recondução de membros

das mesas das casas legislativas constitui norma de preordenação para os estados-membros.

105. (2014. FGV.TJGO.Analista Judiciário) Sobre o Congresso Nacional, a Constituição da República de

1988 dispõe que:

a) a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos

segundo o princípio majoritário;

b) cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de quatro anos;

c) a representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos,

alternadamente, por um e dois terços;

d) cada Senador será eleito com um vice, que o substituirá nos casos previstos em lei;

e) salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão

tomadas por dois terços dos votos dos parlamentares.

106. (2014. FGV.TJGO.Analista Judiciário) A respeito das comissões parlamentares de inquérito,

instituídas pelo Congresso Nacional e suas Casas Legislativas, é correto afirmar que:

a) devem ter caráter permanente e destinar-se à apuração de fato certo e determinado;

b) podem convocar qualquer integrante do Poder Executivo para prestar informações em matéria de sua

competência;

c) podem praticar, na apuração dos fatos que justificaram a sua instituição, quaisquer atos de competência

das autoridades judiciais;

d) podem ser intercamerais, assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos

ou blocos parlamentares ali atuantes;

e) é possível que venham a apreciar proposições legislativas em caráter terminativo, sempre que o

regimento interno assim o autorizar.

107. (2014. FGV.SEDUC-AM.Assistente Social) Acerca da organização constitucional dos poderes,

assinale a afirmativa correta.

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a) A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional,

em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

b) O Senado Federal é composto por representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o

sistema proporcional.

c) O Senado Federal tem como competência privativa aprovar o estado de defesa e a intervenção federal.

d) A Câmara dos Deputados tem como competência privativa autorizar o Presidente e o Vice-Presidente

da República a se ausentarem do país, quando a ausência exceder quinze dias.

e) Os Estados e o Distrito Federal elegerão, cada um, quatro Senadores, com mandato de oito anos.

108. (2014. FGV.DPE-DF.Analista Judiciário)A Constituição da República previu a criação das

Comissões Parlamentares de Inquérito, que possuem poderes próprios de investigação das autoridades

judiciais. Tais comissões podem ser realizadas em qualquer das casas do Congresso Nacional, havendo,

ainda, a opção de criação de CPI mista para a investigação de um fato determinado, não sendo

admissíveis investigações livres e indefinidas.

Sobre o tema, é correto afirmar que:

a) o prazo para a conclusão da CPI, embora não previsto na Constituição, pode ser determinado pelo

Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

b) o STF entende impróprio que a falta de indicação de integrantes da CPI pelos líderes partidários

obstrua o início do seu funcionamento, sob pena de afrontar o direito público subjetivo assegurado às

minorias legislativas de ver instaurado o inquérito parlamentar, com apoio no direito de oposição,

legítimo consectário do princípio democrático.

c) de acordo com a jurisprudência reiterada do STF, a CPI poderá decretar a prisão cautelar de

investigado, quando preenchidos os requisitos determinados pelo Código de Processo Penal.

d) é possível, de acordo com o entendimento do STF, que os Estados-Membros, em suas constituições,

estabeleçam que a criação de CPI, requerida pelo número de parlamentares determinados pela

Constituição da República, seja submetida à deliberação do Plenário para que se iniciem os trabalhos.

e) a CPI, conforme entendimento jurisprudencial consolidado, poderá determinar a interceptação

telefônica, entretanto, não poderá realizar a quebra do sigilo telefônico.

109. (2014.FGV.DPE-RJ.Técnico Superior Jurídico) O Senado Federal instaurou uma CPI (Comissão

Parlamentar de Inquérito), procedimento jurídico-constitucional revestido de autonomia e dotado de

finalidade própria, para apurar fato certo e determinado. No curso dos trabalhos, diante da necessidade da

diligência, a Comissão realizou quebra de sigilo fiscal e bancário, bem como interceptação telefônica de

um dos investigados. Sobre as medidas adotadas, é correto afirmar que :

a) a CPI tem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, razão pela qual não ocorreu

qualquer vício, desde que tenha havido a devida fundamentação para cada ato e que as diligências tenham

sido imprescindíveis à elucidação dos fatos.

b) a CPI tem poderes de investigação próprios das autoridades administrativas e legislativas, razão pela

qual não ocorreu qualquer vício, desde que tenha havido a devida fundamentação para cada ato e que as

diligências tenham sido imprescindíveis à elucidação dos fatos.

c) apesar de a CPI ter poderes de realizar investigação, houve vício porque a quebra de sigilo fiscal e

bancário, bem como a interceptação telefônica deveriam ter sido precedidas de autorização judicial,

observados os requisitos legais.

d) apesar de a CPI ter poderes próprios de autoridades judiciais, podendo inclusive realizar quebra de

sigilo fiscal e bancário, houve vício porque a interceptação telefônica necessariamente deve ser precedida

de decisão judicial, para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

e) apesar de a CPI ter poderes próprios de autoridades judiciais, houve vício porque a quebra de sigilo

fiscal e bancário, bem como a interceptação telefônica, necessariamente devem ser precedidas de decisão

judicial, observados os requisitos legais, de natureza cautelar.

110. (2013. FGV.AL-MT.Procurador) Quanto às Comissões Parlamentares de Inquérito, assinale a

afirmativa correta.

a) É válido preceito de Constituição de estado membro que submete ao plenário de Assembleia

Legislativa, a título de recurso, o pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito.

b) É possível a convocação de magistrado para depor em Comissão Parlamentar de Inquérito que

investiga razões de ato materialmente jurisdicional.

c) A locução "prazo certo" impede a prorrogação dos trabalhos de Comissão Parlamentar de Inquérito, eis

que caracteriza constrangimento ilegal aos investigados, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal

Federal.

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d) A quebra do sigilo bancário depende, para revestir-se de validade jurídica, da aprovação da maioria

absoluta dos membros que compõem o órgão de investigação legislativa.

e) O sigilo bancário, o fiscal e o telefônico não são oponíveis às Comissões Parlamentares de Inquérito, as

quais também detêm o poder de determinar a busca e apreensão de pessoas e coisas, assim como a

indisponibilidade de bens do investigado.

111. (2013.FGV.CONDER.Advogado) Em relação às Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI),

assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.

( ) É possível a convocação de magistrado para depor em CPI que investiga razões de ato

materialmente jurisdicional.

( ) Indivíduo convocado a depor, como testemunha, em CPI, não pode, em hipótese nenhuma,

invocar seu direito de permanecer em silêncio.

( ) A quebra do sigilo bancário depende, para revestir-se de validade jurídica, da aprovação da

maioria absoluta dos membros que compõem o órgão de investigação legislativa.

As afirmativas são, respectivamente,

a) V, V e V.

b) F, V e F.

c) V, F e F.

d) F, F e F.

e) V, V e F.

112. (2013.FGV.Fundação Pró-Sangue.Advogado) O Senado é responsável, nos termos da Constituição

Federal, através de voto secreto, pela aprovação de determinadas autoridades indicadas para cargos

públicos federais. Isso ocorre com relação à indicação:

a) do Presidente do Conselho Nacional de Justiça

b) do Presidente do BNDES

c) de Ministro do Tribunal de Contas da União.

d) do Cônsul-Geral do Brasil nos Estados Unidos da América.

e) do Vice-Procurador Geral da República.

113. (2013.FGV.TJ-AM.Anaolista Jud. Oficial de Justiça Avaliador e Leiloeiro) Assinale a alternativa

que contenha uma competência exclusiva do Congresso Nacional.

a) Convocar o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional.

b) Manter relações com Estados Estrangeiros.

c) Promulgar as leis federais

d) Resolver definitivamente sobre tratados internacionais que acarretem encargos ou compromissos

gravosos ao patrimônio nacional.

e) Declarar guerra, após solicitação do Presidente da República.

114. (2013.FGV.INEA-RJ.Advogado) O Deputado Fábio, após várias articulações políticas, consegue

reunir as assinaturas necessárias para a constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito que vem a ser

presidida pelo seu colega de mandato, Virgílio. Após a instalação, os membros da referida comissão

convocaram o cidadão Antero para prestar informações de interesse das investigações que estão sendo

efetuadas. Após ser regularmente intimado, Antero realiza consulta jurídica aventando a possibilidade de

não comparecer à Comissão, tendo em vista que as perguntas formuladas poderiam gerar processos

judiciais em seu prejuízo. Observados tais lineamentos, assinale a afirmativa correta.

a) Qualquer pessoa pode escusar-se a comparecer às Comissões Parlamentares de Inquérito

b) Os poderes das Comissões Parlamentares de Inquérito são de natureza jurisdicional.

c) Os depoimentos prestados nas Comissões Parlamentares de inquérito são a elas circunscritos.

d) O dever de comparecer perante Comissão Parlamentar de Inquérito surge naturalmente do seu poder

investigativo.

e) O direito ao silêncio do depoente não se aplica perante uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

115. (2013.FGV.MPE-MS.Analista.Administração) De acordo com a Constituição Federal, é

competência exclusiva do Congresso Nacional, autorizar o Presidente e o Vice Presidente da República a

se ausentarem do país, quando a ausência exceder o período de

a) dez dias.

b) quinze dias.

c) vinte dias.

d) vinte e cinco dias.

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e) trinta dias.

116. (2012.FGV.PC-MA.Delegado) Para apurar suposto desvio de recursos públicos na construção de

uma usina nuclear, foi instaurada Comissão Parlamentar de Inquérito pela Câmara dos Deputados. A

Comissão foi instalada após requerimento de um terço dos Deputados, com prazo certo de duração. Uma

das determinações da Comissão foi que se transladassem cópias das provas obtidas em processo judicial

previamente instaurado, que corre sob segredo de justiça. A respeito do caso sugerido, assinale a

afirmativa correta.

a) A criação da Comissão foi irregular, pois é obrigatória a participação do Senado na composição de

qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito.

b) A criação da Comissão observou os requisitos constitucionais, mas a prova não pode ser obtida, pois o

segredo de justiça não pode ser levantado por Comissão Parlamentar de Inquérito.

c) A Comissão não poderia ser instaurada, uma vez que sua criação pressupõe o requerimento da maioria

absoluta dos membros da Câmara.

d) A criação da Comissão observou todos os requisitos constitucionais, e a prova pode ser obtida, pois a

Constituição dotou as Comissões Parlamentares de Inquérito dos poderes de investigação próprios das

autoridades judiciais.

e) A CPI pode ser instaurada pela Câmara dos Deputados, mediante requerimento de um terço dos seus

membros, mas a comissão não pode ter, por objeto, a apuração de fato determinado.

117. (2012.FGV.Senado Federal. Técnico Legislativo. Administração) O Poder Legislativo, além de sua

função precípua, que é a elaboração de normas, possui outras, de igual relevância. Entre essas funções ou

atribuições, é correto afirmar ser da competência do Senado:

a) autorizar a instauração de processo contra o Presidente da República.

b) dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União.

c) autorizar o Presidente da República a se ausentar do País, quando essa ausência exceder quinze dias.

d) fixar os subsídios do Presidente da República e do Vice- Presidente da República.

e) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar, ou dos limites da

delegação.

118. (2012.FGV.Senado Federal. Técnico Legislativo. Administração) NÃO compete privativamente à

Câmara dos Deputados

a) autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-

Presidente da República e os Ministros de Estado.

b) proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso

Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.

c) dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,

empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,

observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

d) aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da

República antes do término de seu mandato.

e) eleger membros do Conselho da República.

GABARITO:

1-C 21-E 41-C 61-C 81-C 101-C

2-C 22-E 42-D 62-C 82-B 102-E

3-C 23-C 43-C 63-E 83-E 103-E

4-E 24-C 44-E 64-E 84-E 104-E

5-C 25-E 45-E 65-C 85-E 105-C

6-E 26-A 46-E 66-E 86-B 106-D

7-C 27-E 47-C 67-C 87-E 107-A

8-E 28-C 48-E 68-C 88-E 108-B

9-C 29-E 49-E 69-C 89-C 109-D

10-C 30-C 50-C 70-C 90-B 110-D

11-E 31-E 51-C 71-B 91-D 111-D

12-C 32-C 52-E 72-E 92-E 112-C

13-C 33-E 53-E 73-C 93-E 113-D

14-C 34-E 54-E 74-E 94-C 114-D

15-E 35-C 55-C 75-E 95-C 115-B

16-C 36-C 56-E 76-E 96-E 116-B

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17-C 37-E 57-E 77-E 97-C 117-B

18-C 38-C 58-E 78-C 98-C 118-D

19-E 39-E 59-E 79-E 99-C --

20-C 40-E 60-E 80-E 100-C --

11. Estatuto dos congressistas

O estatuto dos congressistas consiste no conjunto de normas constitucionais que regula

o regime jurídico dos membros do CN (arts. 53 a 56 da CF/88). Tais normas dispõem sobre

remuneração, licença, impedimento, perda de mandato e prerrogativas dos seus membros.

As prerrogativas conferidas aos parlamentares pela CF/88 visam a garantir-lhes o

exercício livre e independente do mandato representativo. Elas incluem:

a) as imunidades parlamentares (CF, art. 53, caput e §§ 2.º ao 5.º);

b) o foro por prerrogativa de função ou foro privilegiado (CF, art. 53, § 1.º);

c) a desobrigação de testemunhar (CF, art. 53, § 6.º);

d) a incorporação às Forças Armadas (CF, art. 53, § 7.º).

11.1. Imunidades parlamentares

As imunidades são mecanismos de independência do Legislativo, de reforço da

democracia e de garantia da liberdade de pensamento dos representantes políticos. Elas não

foram conferidas em razão da pessoa do parlamentar, mas diante da importante função por ele

exercida.

As imunidades parlamentares podem ser de dois tipos:

a) imunidade material (real ou substantiva) também denominada de

irresponsabilidade ou inviolabilidade parlamentar (CF, art. 53, caput);

b) imunidade formal (processual ou adjetiva), que abrange as prerrogativas sobre a

prisão e o processamento criminal dos congressistas (CF, art. 53, §§ 2.º ao 5.º).

11.1.1. Imunidade material (freedom of speech)

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas

opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela EC n.º 35, de 2001)

O art. 53, caput, da CF/88 afirma que os deputados e senadores são invioláveis, civil e

penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.

Essa é a imunidade material, também denominada de inviolabilidade parlamentar, que

acarreta a irresponsabilidade civil, penal, política e administrativa (disciplinar) do parlamentar

por suas opiniões, palavras e votos.

As opiniões, palavras e votos de deputados e senadores não configuram crimes contra a

honra (também denominados de crimes de opinião ou de palavra, a exemplo da calúnia, da

injúria e da difamação), bem como não acarretam qualquer responsabilização civil por perdas e

danos, sanção disciplinar ou responsabilidade política, desde que proferidos no exercício do

mandato ou em razão dele.

Nesse ponto reside a grande limitação à inviolabilidade parlamentar. Muito embora a

literalidade do art. 53, caput, da CF/88 refira-se a quaisquer opiniões, palavras e votos, a

doutrina e a jurisprudência pátrias entendem que apenas as manifestações proferidas no

exercício do mandato (in officio) ou em razão dele (propter officium, ratione muneris)

encontram-se acobertadas pelo manto da imunidade material. Ao contrário, se as manifestações

não guardarem relação com o exercício do mandato, o parlamentar fica sujeito à aplicação do

Direito comum, como qualquer cidadão.

É certo que a imunidade material protege os deputados e senadores por suas opiniões,

palavras e votos proferidos em qualquer lugar do território nacional, não se restringindo ao

recinto das Casas Legislativas do Congresso.

Seguem algumas considerações finais sobre a inviolabilidade parlamentar:

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a) a imunidade material protege o congressista mesmo depois de já encerrado o

mandato, resguardando-o de ações civis ou criminais ajuizadas posteriormente, relacionadas

com as palavras proferidas no exercício do mandato;

b) a imunidade somente protege o congressista e não se estende aos servidores do

Legislativo que auxiliam os trabalhos parlamentares, a exemplo dos assessores e consultores

legislativos.

Jurisprudência 1) ―Impõe-se reconhecer, ainda, que a garantia constitucional da imunidade parlamentar material

também estende o seu manto protetor (1) às entrevistas jornalísticas, (2) à transmissão, para a imprensa,

do conteúdo de pronunciamentos ou de relatórios produzidos nas Casas Legislativas (RTJ 172/400-401,

Rel. Min. ILMAR GALVÃO) e (3) às declarações feitas aos meios de comunicação social (RTJ 187/985,

Rel. Min. NELSON JOBIM), eis que - tal como bem realçado por ALBERTO ZACHARIAS TORON

(―Inviolabilidade Penal dos Vereadores‖, p. 247, 2004, Saraiva) - esta Suprema Corte tem reafirmado

―(...) a importância do debate, pela mídia, das questões políticas protagonizadas pelos mandatários‖, além

de haver enfatizado ―a idéia de que as declarações à imprensa constituem o prolongamento natural do

exercício das funções parlamentares, desde que se relacionem com estas‖ (QO em AP 606/MG).

11.1.2. Imunidade formal

A imunidade formal (processual ou adjetiva) divide-se em duas: imunidade quanto à

prisão e imunidade em relação ao processo criminal dos congressistas (substancialmente

alterada pela EC n.º 35/01).

11.1.2.1. Imunidade formal em relação à prisão (freedom from arrest)

Art. 53. [...]

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser

presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte

e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a

prisão (Redação dada pela EC n.º 35, de 2001)

Inicialmente, registre-se que a diplomação não se confunde com a posse do parlamentar.

O diploma é um atestado expedido pela Justiça Eleitoral e entregue ao candidato após o

encerramento das eleições, que certifica a sua regular eleição.

Já a posse é o ato público, realizado em reunião preparatória da Casa Legislativa

respectiva, por meio do qual o parlamentar se investe oficialmente no mandato (ex.: na Câmara,

a posse ocorre no dia 1.º/02 do 1º ano de cada legislatura – art. 4.º do RICD). Assim, não

confundir: as imunidades formais dos parlamentares iniciam-se com a expedição do diploma

pela Justiça Eleitoral.

Pela imunidade formal prisional, os congressistas não podem sofrer qualquer prisão

processual (a saber: prisão em flagrante, temporária, preventiva, prisão por pronúncia, prisão

por sentença condenatória recorrível), salvo a prisão em flagrante de crime inafiançável (vide

art. 323 do Código de Processo Penal).

No caso da prisão em flagrante de parlamentar por crime inafiançável, os autos

confeccionados pela polícia deverão ser remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para

que, pelo voto da maioria dos seus membros, resolva sobre a prisão.

Tendo em vista que a EC n.º 35/01 eliminou do art. 53, § 2.º, da CF o caráter secreto da

votação que decide sobre a prisão do parlamentar, entende-se que essa votação será aberta ou

ostensiva e nominal (MORAES, 2011).

Além disso, maioria de seus membros significa maioria absoluta, i.e., maioria dos

membros da Casa e não maioria dos presentes em dada sessão. Assim, a prisão em flagrante do

parlamentar por crime inafiançável deverá ser resolvida em vinte e quatro horas pelo voto

ostensivo da maioria absoluta dos membros de sua Casa respectiva.

11.1.2.2. Imunidade formal em relação ao processo criminal

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Art. 53. [...]

§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a

diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido

político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar

o andamento da ação. (Redação dada pela EC n.º 35, de 2001)

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de

quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela EC n.º 35, de 2001)

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada

pela EC n.º 35, de 2001)

A EC n.º 35/01 modificou consideravelmente as regras de imunidade formal em relação

ao processo criminal dos parlamentares, restringindo bastante a sua amplitude.

Com efeito, até o advento da referida Emenda, a instauração de processo penal contra

um congressista dependia de autorização da respectiva Casa Legislativa (Câmara ou Senado),

sem a qual o processo não podia ser deflagrado, o que favorecia uma impunidade geral,

mediante o engavetamento desses pedidos de autorização.

A partir da EC n.º 35/01, não há mais necessidade de autorização legislativa para a

instauração de processo criminal contra os parlamentares. Desde então, recebida a denúncia

contra deputado ou senador, por crime ocorrido após a diplomação, o STF dará simples ciência

desse fato à Casa respectiva. Esta, por iniciativa de partido político nela representado e pelo

voto da maioria absoluta de seus membros (ressalte-se: em votação aberta e nominal), poderá,

até a decisão final, sustar o andamento da ação.

O pedido de sustação do processo criminal pode ser interposto pelo partido político a

qualquer tempo, enquanto não transitar em julgado a ação penal contra o parlamentar. Mas, uma

vez interposto, deverá ser apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e

cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora (CF, art. 53, § 4.º).

Observe que a EC n.º 35/01 restringiu a imunidade formal processual para os crimes

ocorridos após a diplomação. Assim, temos duas situações:

a) para os crimes praticados antes da diplomação, não há mais imunidade formal em

relação ao processo penal. Nesses casos, seja o processo criminal instaurado originariamente no

STF, seja a ele remetido pela Justiça comum desde a diplomação, poderá o Supremo processar e

julgar normalmente o parlamentar sem necessidade de comunicar a Casa respectiva da

existência de processo penal contra ele, por crime praticado antes da diplomação, nem haverá a

possibilidade de sustação do andamento desse processo pela Casa a que ele pertence;

b) para os crimes praticados após a diplomação, não há mais necessidade de autorização

legislativa para a instauração do processo criminal contra o parlamentar. A partir da EC n.º

35/01, deve o STF dar simples ciência da existência da ação penal à Casa Legislativa respectiva

que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto aberto e nominal da maioria

absoluta de seus membros, poderá sustar o andamento da ação penal proposta contra o

parlamentar, em qualquer fase do processo criminal, desde que antes de sua decisão final pelo

Poder Judiciário.

A suspensão da ação penal persistirá enquanto durar o mandato parlamentar e, nos

termos do art. 53, § 5.º, da CF/88, tal sustação suspende a prescrição do crime, enquanto durar o

mandato.

Registramos que, como já acontecia antes da EC n.º 35/01, a imunidade parlamentar em

relação ao processo penal não impede a instauração de inquéritos policiais contra o congressista,

tampouco abrange processos de natureza civil, administrativa ou disciplinar, a exemplo das

ações populares, das ações civis públicas e das ações por improbidade administrativa.

11.2. Foro por prerrogativa de função

Art. 53. [...]

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento

perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela EC n.º 35, de 2001)

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Os deputados e senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a

julgamento perante o STF pela prática de quaisquer crimes, incluindo os eleitorais, as

contravenções penais e os crimes dolosos contra a vida (os quais, não fosse o foro privilegiado,

seriam da competência do tribunal do júri – art. 5.º, XXXVIII, da CF), guardem ou não relação

com a função congressual.

Assim, ainda que o crime tenha sido praticado pelo parlamentar antes de eleger-se

deputado ou senador, o processo penal ou o inquérito policial tramitará no STF desde a

expedição do diploma e enquanto durar o mandato. Se na data da diplomação o parlamentar

estiver respondendo a processos criminais ou inquéritos policiais, todos eles devem ser

imediatamente remetidos ao STF para prosseguimento dos feitos, considerando-se válidos todos

os atos processuais praticados antes da diplomação.

Atualmente, os foros privilegiados no Direito brasileiro (incluindo aí o dos

congressistas) obedecem à regra da atualidade do mandato, pela qual a prerrogativa de foro

prevalece apenas durante a constância do mandato e, findo este, o processo criminal volta ao

juízo de origem. Nesse ponto, o STF, desde 25/08/1999, revogou a sua Súmula n.º 394, a saber:

Cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência

especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal

sejam iniciados após a cessação daquele exercício.

Portanto, a partir da regra da atualidade do mandato, após a diplomação, o processo

criminal contra o parlamentar passa a tramitar no STF, não importando se os crimes foram

anteriores ou posteriores à diplomação. Encerrado o mandato, os autos são remetidos à Justiça

de origem (estadual ou federal, a depender do crime), não havendo possibilidade de o processo

contra o ex-congressista continuar a tramitar no STF.

Jurisprudência 1) O STF possui competência originária para processar pedido de explicações formulado com

apoio no art. 144 do Código Penal, quando deduzido contra parlamentar federal, que dispõe de

prerrogativa de foro, ―ratione muneris‖, perante esta Corte Suprema, nas infrações penais comuns (CF,

art. 53, § 1º, ―caput‖, c/c o art. 102, I, ―b‖) (Pet 5.187/SP).

11.2.1. Prerrogativa de foro e concurso de agentes

No caso de crime cometido por parlamentar em concurso com pessoas que não possuem

foro privilegiado, não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo

legal a reunião dos processos dos corréus para processamento e julgamento de todos no foro

privilegiado do parlamentar, ou seja, no STF (vide Súmula n.º 704 do STF, abaixo transcrita).

Jurisprudência 1. Súmula n.º 451 do STF: A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao

crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional.

2. Súmula n.º 704 do STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido

processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de

função de um dos denunciados.

3. ―Inquérito criminal. Suplente de senador. Retorno do titular. Competência. STF. A

prerrogativa de foro conferida aos membros do Congresso Nacional, vinculada à liberdade máxima

necessária ao bom desempenho do ofício legislativo, estende-se ao suplente respectivo apenas durante o

período em que este permanecer no efetivo exercício da atividade parlamentar. Assim, o retorno do

deputado ou do senador titular às funções normais implica a perda, pelo suplente, do direito de ser

investigado, processado e julgado no Supremo Tribunal Federal‖ (Inq 2.421/MS).

11.3. Desobrigação de testemunhar

Art. 53. [...]

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações

recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram

ou deles receberam informações. (Redação dada pela EC n.º 35, de 2001)

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42

Temos aqui o direito do congressista ao sigilo da fonte das informações obtidas em

razão do mandato, a fim de favorecer o acesso do membro do Legislativo a informações de

relevante interesse público, uma vez que ele não será obrigado a indicar de quem recebeu tais

dados.

11.4. Incorporação às Forças Armadas

Art. 53. [...]

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda

que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela EC n.º

35, de 2001)

Trata-se aqui de prerrogativa que afasta, em relação aos congressistas, a obrigação legal

a todos imposta pelo art. 143 da CF/88, quanto à prestação do serviço militar. Essa norma

objetiva impedir uma indevida ingerência do presidente da República (Comandante-em-chefe

das Forças Armadas) no Poder Legislativo, por meio da incorporação de desafetos políticos ou

de congressistas da oposição nas Forças Armadas, os quais se veriam afastados das atividades

parlamentares.

11.5. Estado de defesa e estado de sítio

Art. 53. [...]

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só

podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de

atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da

medida. (Incluído pela EC n.º 35, de 2001)

Com isso, podemos concluir que as imunidades parlamentares subsistem durante o

estado de defesa e o estado de sítio, mas podem ser suspensas, no último caso, pelo voto de dois

terços dos membros da Casa respectiva e para atos externos ao parlamento incompatíveis com a

execução do estado de sítio.

11.6. Incompatibilidades e impedimentos dos parlamentares

O art. 54 da CF/88 estabelece algumas proibições aos parlamentares, notadamente a

ocupação de alguns cargos e a contratação com o Poder Público, a fim de impedir que eles

gozem de favores dos órgãos administrativos ou sofram pressão de grupos privados, tudo isso

em prejuízo da moralidade administrativa e da independência do exercício do mandato.

Observe-se que alguns impedimentos foram estabelecidos desde a expedição do diploma, outros

desde a posse. Seguem comentários de cada dispositivo constitucional.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I – desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa

pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o

contrato obedecer a cláusulas uniformes;

Comentários

Os impedimentos fixados desde a expedição do diploma foram dispostos em razão da

titularidade do mandato, e não do seu exercício. Preocupou-se a CF/88 em resguardar o titular

do mandato mesmo antes de tomar posse no Congresso Nacional.

A alínea a proíbe que os congressistas firmem, isto é, assinem contratos com entidades

da Administração Pública Direta e Indireta ou com empresas concessionárias de serviço público

ou mantenham esses vínculos contratuais, caso eles já tivessem sido celebrados anteriormente à

diplomação.

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43

Contratos regulados por cláusulas uniformes são aqueles que dispõem as mesmas

condições contratuais para todos os contratantes, a exemplo dos contratos de adesão (telefonia,

fornecimento de energia elétrica, água, gás canalizado, etc.).

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam

demissíveis “ad nutum”, nas entidades constantes da alínea anterior;

Comentários

O dispositivo constitucional impede que deputados e senadores aceitem (isto é,

consintam, tomem posse) ou exerçam (ou seja, continuem exercendo ou entrem em exercício)

cargos, funções ou empregos remunerados, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum

(que são os cargos comissionados e funções de confiança, cuja exoneração pode ocorrer pela

livre vontade da autoridade competente) nas entidades da Administração Direta e Indireta e nas

empresas concessionárias de serviço público.

Caso o parlamentar já exerça cargo público, será dele afastado a partir da diplomação

(arts. 38 da CF/88 e 94 da Lei n.º 8.112/90).

II – desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de

contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; Comentários

No inciso II do art. 54, as proibições referem-se ao parlamentar já empossado como

membro do Congresso Nacional.

Na alínea a, a CF/88 proíbe que os congressistas sejam proprietários, controladores (isto

é, acionistas-controladores), diretores ou exerçam função remunerada em empresas que gozem

de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público.

A expressão ―favor‖ significa condição especial, mais benéfica em relação às condições

normais e habituais dos contratos celebrados pela mesma pessoa de direito público. Caso o

congressista seja proprietário ou diretor de empresa que goze de benefício do Poder Público

decorrente de contrato, deve vendê-la ou exonerar-se dessa função, desde o momento da posse

no Congresso Nacional.

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades referidas no

inciso I, ―a‖;

Comentários

Diferenças sutis separam o art. 54, I, b, da norma em comento. Com efeito, enquanto lá

se proíbe, desde a expedição do diploma, que o congressista aceite ou exerça cargos, funções ou

empregos remunerados, inclusive os de que seja demissível ad nutum, aqui a vedação é de,

desde a posse, ocupar exatamente os cargos ou funções de que seja demissível ad nutum, sem

mencionar os empregos e os cargos de provimento efetivo.

Ocupar significa titularizar o cargo ou função comissionados, independentemente de se

estar em efetivo exercício. Assim, a partir da posse, o congressista está impedido não apenas de

exercer tais cargos ou funções comissionados, mas também de ocupá-los, de titularizá-los, ainda

que licenciados e fora do seu exercício, nas mesmas entidades descritas no art. 54, I, a, da

CF/88.

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I,

―a‖;

Comentários

Patrocínio de causa foi utilizado nesse dispositivo no sentido técnico-processual da

postulação jurídica, que é privativa dos advogados. Portanto, a presente vedação refere-se ao

congressista-advogado que, a partir da posse no Congresso Nacional, não poderá patrocinar

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causas, isto é, atuar como advogado em processos judiciais em que seja interessada qualquer das

entidades da Administração Direta e Indireta ou empresas concessionárias de serviço público.

Perceba que a CF/88 não proíbe o congressista de advogar, mas apenas de atuar em

determinadas causas judiciais, seja na defesa das entidades descritas no art. 54, I, a, da CF/88,

seja na representação da outra parte que litiga contra essas entidades.

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. Comentários

A CF/88 proíbe a titularidade de mais de um cargo ou mandato público eletivo, o que

impede que o deputado federal ou o senador seja ao mesmo tempo congressista e deputado

estadual, vereador, presidente da República, governador de Estado ou do DF, prefeito

municipal, vice-presidente, vice-governador, vice-prefeito, juiz de paz (CF, art. 98) ou

conselheiro tutelar (art. 131 e ss. do Estatuto da Criança e do Adolescente).

11.7. Perda de mandato dos parlamentares

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões

ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno,

o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens

indevidas.

§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos

Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da

respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla

defesa.

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa

respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político

representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do

mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam

os §§ 2º e 3º. (Incluído pela ECR n.º 6, de 1994)

O art. 55 da CF/88 estabelece as hipóteses de perda do mandato do parlamentar federal,

além daquelas que ocorrem naturalmente pelo esgotamento do prazo de quatro anos do mandato

ou da morte ou renúncia do seu titular.

A doutrina divide as hipóteses de perda de mandato em:

a) cassação do mandato, pela qual a perda depende da instauração de um processo

político de apuração da falta funcional (o processo de cassação), mediante provocação da Mesa

da CD ou do SF ou de partido político representado no CN, assegurada ampla defesa, e de uma

decisão de natureza (des)constitutiva do Plenário da Câmara ou do Senado, por voto

aberto/ostensivo (EC n. 76/2013) e por maioria absoluta (CF, art. 55, § 2.º);

b) extinção do mandato, na qual a perda exige a simples decisão declaratória da Mesa da

Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de partido

político representado no CN, independentemente da instauração de um processo, mas

assegurada a ampla defesa (CF, art. 55, § 3.º).

11.7.1. Processo de cassação de mandato

O processo de cassação de mandato apurará as faltas imputadas ao congressista e deve

respeitar as garantias do devido processo legal, dentre elas a ampla defesa e o contraditório.

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Apesar do caráter político-administrativo do processo de cassação, a jurisprudência

pátria já pacificou que os atos nele praticados configuram atos não exclusivamente políticos e,

portanto, sindicáveis pelo Poder Judiciário, na medida em que restringem direitos fundamentais

dos congressistas.

As hipóteses constitucionais de cassação de mandato são:

a) infração das proibições estabelecidas no art. 54 da CF/88;

b) procedimento incompatível com o decoro parlamentar;

c) condenação criminal em sentença transitada em julgado (i.e., da qual não cabe mais

recurso).

Decoro parlamentar é obrigação de conteúdo moral e ético, que não depende da

correspondência a uma infração criminal, embora dela possa decorrer.

A palavra decoro provém do latim decorum, que significa decência, honra, aquilo que

convém. O decoro parlamentar representa a dignidade específica e a conduta pública exigidas

do membro do Poder Legislativo, que não pode se envolver em escândalos que comprometam a

respeitabilidade e a imagem desse Poder.

O art. 55, § 1.º, da CF/88 afirma ser incompatível com o decoro parlamentar, além dos

casos definidos no regimento interno, a percepção de vantagens indevidas ou o abuso das

prerrogativas parlamentares, a exemplo de um discurso racista, sexista ou homofóbico proferido

na tribuna.

11.7.2. Extinção do mandato

São hipóteses constitucionais de extinção do mandato:

a) falta de comparecimento, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões

ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

b) perda ou suspensão dos direitos políticos (CF, art. 15);

c) quando o decretar a Justiça Eleitoral.

A Justiça Eleitoral decreta a perda do mandato do parlamentar nas ações de impugnação

de mandato eletivo, em casos de abuso de poder econômico, corrupção ou fraude nas eleições

(CF, art. 14, § 10), e nas ações relativas à inelegibilidade de candidatos e anulação de diplomas

eleitorais (CF, art. 121, § 4.º, III e IV).

Jurisprudência 1) Diante de decisão da Justiça Eleitoral que determina a cassação do mandato parlamentar (art.

41-A da Lei 9.504/97), o STF decidiu que a Mesa do Senado deve cumprir imediatamente essa decisão, e

não aferir o acerto das decisões emanadas da Justiça Eleitoral ou fixar o momento adequado para cumprir

tais julgados, sob pena de afronta ao princípio da separação dos poderes. Esclareceu-se que o parlamentar

incorrera na hipótese sancionatória prevista no inciso V do art. 55 da CF e que o ato da Mesa do Senado,

nesses casos, tem natureza meramente declaratória (declara a perda do mandato e dá posse a quem deva

ocupar o cargo vago). Asseverou-se, ademais, que a ampla defesa a que alude o § 3º do art. 55 da CF não

diria respeito a nenhum procedimento eventualmente instaurado no âmbito de uma das Casas

Legislativas, e sim à garantida nos processos que tramitam na Justiça Eleitoral (MS 27.613/DF).

11.8. Licenças e investidura no cargo de ministro de Estado

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de

Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática

temporária;

II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração,

de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por

sessão legislativa.

§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste

artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.

§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem

mais de quinze meses para o término do mandato.

§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do

mandato.

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O art. 56 da CF/88 assevera que não perderá o mandato o deputado ou senador:

a) investido no cargo de ministro de Estado, governador de território federal, secretário

de estado, do DF, de território, de prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática

temporária;

b) licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem

remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e

vinte dias por sessão legislativa.

Perceba que, enquanto a licença por motivo de doença é remunerada, a licença para

tratar de assuntos particulares não é remunerada e deve ser concedida no prazo máximo de cento

e vinte dias por sessão legislativa.

Por fim, os parágrafos do art. 56 da CF/88 dispõem que:

a) o suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas no

art. 56 ou de licença (por motivo de doença) superior a cento e vinte dias;

b) ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem

mais de quinze meses para o término do mandato. Faltando menos do que quinze meses, o cargo

permanece vago.

12. Fiscalização financeiro-orçamentária

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e

das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,

aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante

controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

O art. 70 da CF/88 determina que a fiscalização financeiro-orçamentária seja realizada

por dois sistemas de controle: o externo e o interno.

O controle externo (realizado por um poder sobre o outro) foi entregue pela CF/88 aos

Legislativos (Congresso Nacional, assembleias legislativas e câmaras municipais), os quais

deverão fiscalizar os demais Poderes (Executivo e Judiciário) com o auxílio dos tribunais de

contas (CF, arts. 70 a 75 e 31). O controle externo possui natureza técnica ou numérico-legal.

Por sua vez, o controle interno (ou autocontrole) é aquele exercido interna corporis

pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário sobre os seus próprios atos (CF, art. 74). Esse

controle é realizado no interior de cada Poder pelos superiores hierárquicos sobre os demais

servidores, daí a sua natureza administrativa.

Concentremos os nossos estudos na fiscalização financeiro-orçamentária realizada pelo

sistema de controle externo e, mais precisamente, na atuação dos tribunais de contas.

12.1. Sistema de controle externo

O art. 71 da CF/88 dispõe que, no âmbito federal, o controle externo é titularizado pelo

Congresso Nacional. Nos âmbitos estaduais e municipais, o controle externo pertence às

assembleias legislativas e às câmaras municipais de vereadores.

É certo que as casas legislativas possuem uma índole política, o que resulta em

inevitável contaminação da análise técnica a ser realizada pelo controle externo no julgamento

das contas dos administradores públicos.

Para solucionar esse problema, a Carta Federal previu que o controle externo, a cargo

dos Legislativos, seja realizado com o auxílio de órgãos técnicos, especializados na atividade de

fiscalização contábil, financeira e orçamentária: os tribunais de contas.

Quanto à natureza jurídica dos tribunais de contas, a parte mais tradicional da doutrina

entende que os TCs são órgãos auxiliares e de orientação do Poder Legislativo, vinculados à sua

estrutura, mas a ele não são subordinados (Alexandre de Moraes), razão pela qual não se admite

que as decisões dos TCs sejam revisadas ou sofram qualquer tipo de controle hierárquico por

parte das casas legislativas.

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Ocorre que outra parte doutrina defende a não vinculação dos tribunais de contas a

qualquer poder, pois os TCs são órgãos autônomos, de estatura constitucional e dotados de

autonomia administrativa e financeira, à semelhança do Ministério Público.

Ressalte-se que essa doutrina não compreende o MP ou os TCs como um quarto ou um

quinto poder, mas apenas que a leitura atual do princípio da separação dos poderes (ou melhor,

da separação das funções do Estado) admite a existência de órgãos autônomos de estatura

constitucional, não vinculados à estrutura do Legislativo, do Executivo ou do Judiciário.

Sugerimos aceitar os dois posicionamentos como verdadeiros nas provas futuras.

Jurisprudência 1) É inconstitucional norma de constituição estadual que atribui à Assembleia Legislativa a

competência para sustar as licitações em curso, além de criar recurso para o Plenário da Assembleia

Legislativa das decisões do Tribunal de Contas estadual acerca do julgamento das contas dos

administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos. Entendeu-se que houve

desrespeito ao modelo da CF/88, de observância compulsória pelos Estados-membros (CF, art. 75), que

limita a competência do Congresso Nacional a sustar apenas os contratos (CF, art. 71, § 1º), e não prevê

controle, pelo Poder Legislativo, das decisões proferidas pelo Tribunal de Contas, quando do julgamento

das referidas contas (CF, art. 71, II) (ADI 3715/TO).

12.2. A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO)

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de

despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de

subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de

cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão

solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa

causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua

sustação.

Ilustrando que o controle externo é titularizado pelo CN e exercido com o auxílio do

TCU, o art. 72 da CF/88 prevê hipótese de atuação direta da CMO em casos de despesas não

autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não

aprovados. Nesses casos:

a) a CMO solicita à autoridade governamental que preste os esclarecimentos

necessários;

b) não prestados estes suficientemente, a CMO solicita ao TCU que emita

pronunciamento conclusivo no prazo de 30 dias;

c) entendendo o TCU irregular a despesa, a CMO, se julgar que o gasto é lesivo ao

patrimônio público, proporá ao CN a sua sustação.

12.3. Tribunal de Contas da União

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito

Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que

couber, as atribuições previstas no art. 96.

§ 1º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que

satisfaçam os seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de

administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os

conhecimentos mencionados no inciso anterior.

§ 2º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

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I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois

alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em

lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;

II - dois terços pelo Congresso Nacional.

§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas,

impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-

lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40. (Redação dada pela EC n.º 20,

de 1998)

§ 4º - O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos

do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional

Federal.

O TCU é o órgão de controle externo que auxilia o Congresso Nacional na fiscalização

financeiro-orçamentária dos recursos públicos da União.

Nos termos do art. 73 da CF/88, o TCU tem sede no Distrito Federal e jurisdição em

todo o território nacional. Ele é integrado por 9 ministros nomeados dentre brasileiros (natos ou

naturalizados) que satisfaçam os requisitos dispostos no art. 73, § 1.º.

Os ministros do TCU são escolhidos (CF, art. 73, § 2.º):

a) um terço (3 ministros) pelo PR, com prévia aprovação do SF (por maioria simples –

CF, art. 47), sendo:

a.1) dois alternadamente dentre auditores e membros do MP junto ao TCU, indicados

em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento; e

a.2) um de livre escolha do PR;

b) dois terços (6 ministros) pelo CN, nos termos do Decreto Legislativo do CN n.º 6/93.

Para o devido cumprimento de suas relevantes funções, o art. 73, caput, da CF/88 dotou

o TCU de independência orgânica, ao estabelecer que ele exercerá, no que couber, as

atribuições previstas no art. 96 da CF/88, destinadas aos tribunais do Poder Judiciário.

De acordo com o art. 73, § 3.º, da CF/88, os ministros do TCU possuem as mesmas

garantias (a saber: vitaliciedade desde a posse, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios),

prerrogativas, impedimentos (vide art. 95, parágrafo único, da CF/88), vencimentos e vantagens

dos ministros do STJ.

Além dos ministros, compõem o TCU: os seus auditores e o Ministério Público junto a

esse Tribunal.

Os auditores do TCU são servidores nomeados por meio de concurso público de provas

e títulos e, quando em substituição a ministro, terão as mesmas garantias e impedimentos do

titular (ou seja, os mesmos de ministro do STJ) e, quando no exercício de suas atribuições, os de

juiz de tribunal regional federal (CF, art. 73, § 4.º).

O Ministério Público junto ao TCU não faz parte do Ministério Público da União,

tampouco possui autonomia institucional, uma vez que é estruturalmente ligado ao próprio

TCU. Sua atuação é restrita aos processos administrativos que tramitam no TCU, razão pela

qual seus membros (Procuradores do TCU) devem oficiar as advocacias públicas ou demais

ministérios públicos, para que haja o ajuizamento de ações judiciais. O ingresso na carreira dá-

se por meio de concurso público de provas e títulos.

Jurisprudência 1) ―Conforme reconhecido pela Constituição de 1988 e por esta Suprema Corte, gozam as Cortes

de Contas do país das prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o que inclui, essencialmente, a

iniciativa reservada para instaurar processo legislativo que pretenda alterar sua organização e seu

funcionamento, como resulta da interpretação sistemática dos arts. 73, 75 e 96, II, d, da CF/88‖ (ADI

4.418‑MC). No mesmo sentido, é válida norma de constituição estadual que outorga ao tribunal de contas

estadual a capacidade de autogestão e a autonomia financeira, tendo em vista que a CF/88 concede à

Corte de Contas as mesmas garantias dadas ao Poder Judiciário (CF, arts. 73 e 96) (ADI n.º 119/RO).

12.4. Atribuições do TCU

Dos artigos da CF/88 que dispõem sobre a fiscalização financeiro-orçamentária, o art.

71 é, sem dúvida, o mais cobrado em concursos públicos. Passemos à sua análise.

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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do

Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, mediante parecer

prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

Comentários

A CF/88 confere ao TCU a atribuição de apenas apreciar as contas prestadas

anualmente pelo PR, mediante parecer prévio, uma vez que a competência para julgá-las é do

CN, nos termos do art. 49, IX, da CF/88.

As contas anuais do PR consistem nos balanços gerais da União e no relatório do órgão

central do sistema de controle interno do Poder Executivo sobre a execução da lei orçamentária

anual (art. 36, parágrafo único, da Lei n.º 8.443/92).

Observe-se que a emissão do parecer prévio pelo TCU não é facultativa, mas

obrigatória. Porém, tal parecer não vincula o julgamento político posterior do CN. Ainda, a

aprovação das contas dos chefes do Executivo pelo CN não impede que o Ministério Público

promova as ações judiciais cabíveis.

II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores

públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas

pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade

de que resulte prejuízo ao erário público;

Comentários

Por esse dispositivo, o TCU julga administrativamente as contas dos demais

administradores públicos e responsáveis por verbas e bens públicos federais.

Relembremos que esse julgamento não possui natureza jurisdicional, mas

administrativa, o que possibilita aos prejudicados questionar as decisões do TCU no Poder

Judiciário.

Nos termos do art. 70, parágrafo único, da CF, a fiscalização financeiro-orçamentária

incidirá sobre as contas de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,

arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a

União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Combinando os arts. 70, parágrafo único, e 71, II, da CF/88, temos que a fiscalização do

TCU abrange as contas dos administradores:

a) do Poder Executivo (salvo as contas do presidente da República);

b) do Legislativo (isto é, quem julga as contas dos administradores do CN é o TCU);

c) do Judiciário (de todos os tribunais) e do Ministério Público;

d) do próprio TCU;

e) de autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista;

f) de pessoas físicas ou jurídicas (exs.: organizações não governamentais, OSCIPs e

organizações sociais), responsáveis por verbas públicas.

Jurisprudência

1) Poder de fiscalização legislativa sobre o Executivo é outorgado pela CF/88 aos órgãos

coletivos das Casas do Congresso, não aos parlamentares individualmente (salvo quando eles atuarem em

representação de sua Casa ou comissão): ―Separação e independência dos Poderes: pesos e contrapesos:

imperatividade, no ponto, do modelo federal. Sem embargo de diversidade de modelos concretos, o

princípio da divisão dos poderes, no Estado de Direito, tem sido sempre concebido como instrumento da

recíproca limitação deles em favor das liberdades clássicas: daí constituir em traço marcante de todas as

suas formulações positivas os "pesos e contrapesos" adotados. A fiscalização legislativa da ação

administrativa do Poder Executivo é um dos contrapesos da Constituição Federal à separação e

independência dos Poderes: cuida-se, porém, de interferência que só a Constituição da República pode

legitimar. Do relevo primacial dos "pesos e contrapesos" no paradigma de divisão dos poderes, segue-se

que à norma infraconstitucional - aí incluída, em relação à Federal, a constituição dos Estados-membros -,

não é dado criar novas interferências de um Poder na órbita de outro que não derive explícita ou

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implicitamente de regra ou princípio da Lei Fundamental da República. O poder de fiscalização

legislativa da ação administrativa do Poder Executivo é outorgado aos órgãos coletivos de cada câmara do

Congresso Nacional, no plano federal, e da Assembléia Legislativa, no dos Estados; nunca, aos seus

membros individualmente, salvo, é claro, quando atuem em representação (ou presentação) de sua Casa

ou comissão‖.

2) O STF entende que os conselhos profissionais (ex.: Conselhos Federal e Regionais de

Medicina) possuem natureza autárquica e prestam contas obrigatoriamente ao TCU (MS 21.797). Já a

OAB é considerada pelo STF uma autarquia ―sui generis‖ (prestadora de serviço público independente),

razão pela qual ela não presta contas ao TCU, não licita nem se submete aos controles próprios dos entes

da Administração Pública, por não fazer parte da Administração Indireta federal, além de não realizar

concurso público para a admissão do seu pessoal, a ser contratado pela CLT (ADI 3.026/DF).

3) Contribuição sindical compulsória e necessidade de prestação de contas ao TCU: ―As

contribuições sindicais compulsórias possuem natureza tributária e constituem receita pública, estando os

responsáveis sujeitos à competência fiscalizadora do TCU, cujo controle sobre a atuação das entidades

sindicais não representa violação à respectiva autonomia assegurada na Constituição‖ (MS 28.465/DF).

4) Decisão do TCU não constitui condição de procedibilidade de crimes contra a Administração

Pública. Ademais, a circunstância de o TCU aprovar contas a ele submetidas não obsta a persecução

penal promovida pelo Ministério Público e a responsabilização penal dos agentes envolvidos em delitos

de malversação de dinheiro público (AP n. 565/RO).

5) Com base na doutrina norte-americana dos poderes implícitos (implied powers), o STF

entende que o TCU dispõe dos meios necessários à plena concretização de suas atribuições

constitucionais, ainda que tais meios não estejam descritos, explicitamente, no texto da CF/88 (MS

24.510/DF).

III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer

título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder

Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das

concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não

alterem o fundamento legal do ato concessório;

Comentários

A CF/88 exige que o TCU fiscalize, para fins de registro, a legalidade das nomeações de

servidores públicos efetivos, servidores temporários, empregados públicos, todos contratados

mediante concurso público. A Constituição apenas ressalvou as nomeações para cargos em

comissão, em razão da ampla liberdade para a sua nomeação e exoneração (CF, art. 37, II).

De acordo com o art. 71, III, o TCU também fiscalizará, para fins de registro, a

legalidade dos atos de concessão de aposentadoria, reforma (para os militares) e pensão,

ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.

Nesses casos, o TCU fiscalizará o cumprimento dos requisitos legais para a concessão da

aposentadoria, reforma ou pensão e se os valores estipulados para pagamento correspondem ao

previsto em lei. A ressalva diz respeito às melhorias posteriores que não alterem o fundamento

legal da aposentadoria, reforma ou pensão (ex.: houve apenas um aumento no valor da

aposentadoria), quando, então, não haverá nova fiscalização do TCU.

É importante destacar que os atos de admissão de pessoal e de concessão de

aposentadorias, reformas e pensões são atos administrativos complexos, os quais já produzem

os seus efeitos desde a edição (isto é, a aposentadoria já pode ser paga e o servidor, empossado),

mas apenas se aperfeiçoam com a apreciação do TCU.

Constatando a ilegalidade desses atos, o TCU determina o afastamento do servidor

contratado irregularmente ou a anulação da aposentadoria, reforma ou pensão concedida, além

de punir os infratores com multa e obrigação de ressarcimento ao erário.

Tendo em vista que os TCs realizam as suas funções fiscalizadoras por intermédio de

processos administrativos, o STF já decidiu que as cortes de contas devem assegurar aos

indivíduos todas as garantias processuais na condução dos seus procedimentos, inclusive a

ampla defesa e o contraditório, sob pena de nulidade.

Sobre esse tema, inclusive quanto à fiscalização dos atos de concessão de aposentadoria,

reforma e pensão, o STF editou a Súmula Vinculante n.º 3, in verbis:

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Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se

o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação

ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a

apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,

reforma e pensão.

IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de

Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

Comentários

A CF/88 possibilita ao TCU a realização de auditorias e inspeções por iniciativa própria

ou mediante provocação das Casas do Congresso ou de suas comissões (inclusive por iniciativa

de CPI).

V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União

participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio,

acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

Comentários

O inciso V determina que o TCU fiscalize a gestão dos recursos federais que foram

investidos em empresas supranacionais, que são aquelas constituídas com capital de mais de um

país (ex.: Itaipu Binacional). O TCU, obviamente, fiscalizará apenas a parte brasileira do capital

dessas empresas. E para que nenhum recurso público deixe de ser fiscalizado, a CF/88 deixa

claro que o controle deve incidir sobre quaisquer empresas supranacionais de cujo capital social

a União participe, de forma direta ou indireta.

Pelo inciso VI, serão fiscalizados pelo TCU quaisquer recursos públicos repassados

voluntariamente pela União em virtude da celebração de convênio, acordo, ajuste ou quaisquer

outros instrumentos congêneres (ex.: consórcio) com estado-membro, DF ou município.

VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas,

ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,

operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

Comentários

Por esse dispositivo, o TCU deve prestar as informações solicitadas pelo Congresso

Nacional, por qualquer de suas Casas Legislativas ou respectivas comissões, acerca das

fiscalizações realizadas, inclusive as auditorias e inspeções previstas no inciso IV deste art. 71.

VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas,

as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano

causado ao erário;

IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato

cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara

dos Deputados e ao Senado Federal;

XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1.º – No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso

Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2.º – Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar

as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

Comentários

Constatada ilegalidade em ato administrativo (ex.: edital de licitação ou nomeação de

servidor público) e, havendo a possibilidade de adoção de medidas que reparem a ilicitude,

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determina a CF/88 que o TCU conceda um prazo para que o órgão ou entidade tome as

providências necessárias e haja, enfim, a correção do ato administrativo.

Se o órgão ou entidade não adotar essas providências no prazo fixado, vez que não cabe

ao TCU sanear o ato administrativo de competência de outro órgão, a CF/88 autoriza que a corte

de contas federal suste a execução do ato impugnado e comunique tal decisão às Casas do

Congresso Nacional.

Observem que, nesses dispositivos, a CF/88 apenas autoriza a sustação da execução de

um ato administrativo irregular. Isso é porque, em relação ao contrato administrativo, o art. 71,

§ 1.º, da CF/88 propõe que o ato de sustação seja adotado diretamente pelo CN, o qual

solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

Pelo § 2.º do art. 71, apenas se o CN ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias,

não efetivarem as medidas previstas no § 1.º, é que o TCU assume a atribuição de decidir a

respeito, podendo sustar a execução do contrato administrativo ilegal.

§ 3.º – As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de

título executivo.

§ 4.º – O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de

suas atividades.

Comentários

Tendo em vista que os TCs não são órgãos do Poder Judiciário e que suas decisões

possuem natureza administrativa, é forçoso concluir que, quando a CF/88 afirma, em seu art. 71,

§ 3.º, que as decisões dos TCs de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de

título executivo, a Carta Federal quer dizer título executivo extrajudicial (e não judicial, que é

uma característica das decisões do Poder Judiciário).

Essas decisões do TCU, portanto, não precisam ser discutidas em juízo no processo de

conhecimento e podem ser executadas diretamente, por meio do processo autônomo de

execução fundado em título executivo extrajudicial, nos termos do art. 585 do Código de

Processo Civil brasileiro.

Jurisprudência 1) ―O Tribunal de Contas da União, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos

administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa

que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou‖ (MS 23.550/DF).

2) ―O art. 71 da Constituição não insere na competência do TCU a aptidão para examinar,

previamente, a validade de contratos administrativos celebrados pelo Poder Público. Atividade que se

insere no acervo de competência da função executiva. É inconstitucional norma local que estabeleça a

competência do tribunal de contas para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o

Poder Público‖ (STF, ADI 916/DF).

3) O TCU, para efeito de condenação de servidores ao ressarcimento do erário e ao pagamento

de multa em sede de tomada de contas especial, não se vincula ao resultado de processo administrativo

disciplinar - PAD, tendo em vista a independência entre as instâncias e os objetos sobre os quais se

debruçam as acusações tanto no âmbito disciplinar quanto no de apuração de responsabilidade por dano

ao erário (MS 27.867 AgR/DF).

12.5. Interação entre os sistemas de controle externo e interno

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema

de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos

programas de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão

orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da

aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e

haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

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§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer

irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de

responsabilidade solidária.

§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na

forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

É muito importante observar que os controles externo e interno não foram concebidos

pela CF/88 como sistemas fechados, sem pontos de comunicação. Percebe-se que muitas das

atribuições previstas no art. 74 da CF/88 também são tarefas dos tribunais de contas, razão pela

qual os dois sistemas devem atuar em harmonia, de modo integrado e em regime de colaboração

(CF, art. 74, caput, IV e § 1.º).

Nesse sentido, as diferenças entre as competências dos tribunais de contas no exercício

do controle externo (CF, art. 71) e as atribuições do controle interno (CF, art. 74) são mais

importantes para as provas dos concursos públicos do que para a realidade prática da gestão da

coisa pública.

O art. 74, § 1.º, traz importante norma que garante a integração entre os sistemas de

controle interno e externo de fiscalização financeiro-orçamentária, pois os responsáveis pelo

controle interno que não derem ciência ao TC das ilegalidades de que tiverem conhecimento

respondem por elas solidariamente com os respectivos infratores.

Observe-se que a responsabilidade, nesses casos, não será subsidiária (pela qual o

patrimônio dos infratores teria que ser exaurido para que houvesse a responsabilização dos

responsáveis pelo controle interno), mas solidária, razão pela qual o erário público poderá

cobrar toda a dívida de qualquer dos devedores, indistintamente (arts. 275 e ss. do Código Civil

brasileiro).

12.6. Tribunais de contas estaduais e do DF

Além do TCU, a CF/88 previu a existência de tribunais de contas estaduais e do DF

(TCEs e TCDF – CF, art. 75), bem como de tribunais e conselhos de contas municipais e dos

municípios (TCMs e TC dos municípios – CF, art. 31).

O art. 75 da CF/88 estabelece que as normas previstas nos seus arts. 70 a 74 para o TCU

aplicam-se, no que couber, aos TCEs, TCDF, TCMs e TC dos municípios.

No entendimento da doutrina, isso significa que os referidos dispositivos da Carta

Federal são normas de repetição obrigatória e que os estados, o DF e os municípios não podem

se afastar do modelo federal, sob pena de inconstitucionalidade. Assim, as competências dos

TCs estaduais e municipais, com as devidas adaptações, serão as mesmas previstas pelo art. 71

da CF/88 para o TCU.

Os tribunais de contas estaduais (TCEs), sediados em cada uma das 26 capitais dos

estados-membros e com jurisdição nos respectivos territórios, realizam a fiscalização

financeiro-orçamentária dos recursos públicos estaduais e dos recursos dos municípios que não

possuam tribunal de contas específico.

Nos termos do art. 75, parágrafo único, da CF/88, as constituições estaduais disporão

sobre os TCEs, os quais serão integrados obrigatoriamente por sete conselheiros.

Tendo em vista que o TCE é composto por sete conselheiros, composição essa que

impede aritmeticamente a adoção do modelo federal da terça parte (CF, art. 73, § 2.º, I), o STF

já pacificou que:

a) 4 conselheiros devem ser escolhidos pela assembleia legislativa;

b) 3, pelo governador do estado, cabendo a este indicar um dentre auditores do próprio

TCE e outro dentre membros do MP junto ao TCE, alternadamente, e um terceiro à sua livre

escolha (ADI 892/RS e Súmula n.º 653 do STF - muito cobrada em concursos).

Jurisprudência 1) Afronta o art. 105, I, ―a‖, da CF88, na parte em que atribui ao STJ a competência para

processar e julgar os conselheiros do TCE nos crimes comuns e de responsabilidade, a norma de

constituição estadual que determina o processamento dessas mesmas autoridades na assembleia

legislativa, quanto aos crimes de responsabilidade. Ademais, os conselheiros do TCE dispõem dos

mesmos predicamentos que protegem os magistrados, notadamente a prerrogativa jurídica da

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vitaliciedade (CF, art. 75 c/c o art. 73, § 3º), razão pela qual apenas decisão judicial transitada em julgado

(no caso, do STJ) pode determinar a perda do referido cargo público (STF, ADI 4.190-RJ)

QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES – PARTE II

01. (CESPE.Bibliotecário.MS.2013) Perderá o mandato o deputado federal ou senador que tiver os

direitos políticos suspensos.

02. (CESPE - 2012 - MPE-PI – Analista Administrativo) As imunidades parlamentares são prerrogativas

que decorrem do efetivo exercício da função parlamentar e estendem-se aos suplentes, mesmo que estes

não tenham assumido o cargo ou não estejam em seu efetivo exercício.

03. (CESPE.Juiz.TJ.PI.2011) Os deputados federais e senadores submetem-se, desde a expedição do

diploma, a julgamento perante o STF; não é necessário, porém, que esse tribunal tenha autorização da

casa respectiva para receber a denúncia ou queixa-crime e iniciar a ação penal contra parlamentar.

04. (CESPE.Juiz.TRF3.2011) O membro do Congresso Nacional perderá o mandato se deixar de

comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo

licença ou missão autorizada. A perda é decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por

voto aberto e maioria absoluta.

05. (CESPE.Juiz.TRF3.2011) Os deputados e senadores, desde a posse, somente poderão ser processados

e julgados pelo STF, prerrogativa de foro que vale apenas para as infrações penais, não se estendendo,

portanto, aos crimes eleitorais e às contravenções penais.

06. (CESPE.Juiz.PA.2011) O suplente de deputado ou senador será convocado nos casos de vaga, de

investidura do titular em cargos no Poder Executivo, de licença por motivo de doença ou para tratar, sem

remuneração, de interesse particular, independentemente do período concedido.

07. (CESPE.Juiz.PA.2011) A incorporação de deputados e senadores às Forças Armadas, ainda que em

tempo de guerra, depende de prévia licença da Casa respectiva, salvo se os parlamentares forem militares,

caso em que a licença é automática, devendo eles se apresentar à força a que pertencem nos termos do

que estabelece o regulamento militar.

08. (CESPE - 2011 - TJ-PB – Juiz) Os parlamentares federais possuem imunidade formal para a prisão e

para o processo, não podendo, desde a expedição do diploma, ser presos, salvo em flagrante de crime

inafiançável, nem processados criminalmente sem prévia licença da respectiva casa.

09. (CESPE.Engenheiro.MS.2013) O órgão responsável pelo julgamento de deputados e senadores, a

partir do momento da expedição de seus diplomas, é o Superior Tribunal de Justiça.

10. (CESPE.Juiz.TJCE.2011) Na hipótese de crime praticado antes da diplomação, o parlamentar não terá

a imunidade formal em relação ao processo, mas terá a imunidade formal em relação à prisão.

11. (CESPE.Analista.SERPRO.2013) Conforme o entendimento do STF, caso um deputado federal

participe de um programa televisivo e ali teça severas críticas contra determinada política de governo,

ainda que haja vinculação desse procedimento ao desempenho do mandato, não poderá ocorrer a

responsabilização civil ou penal do parlamentar, ainda que suas palavras e opiniões tenham sido

proferidas fora do âmbito do Congresso Nacional.

12. (CESPE.Delegado.PC.BA.2013) O processo penal impetrado contra deputado federal será julgado no

STF, enquanto durar seu mandato, ainda que o crime tenha sido cometido antes da eleição.

13. (2013.CESPE.CNJ.Técnico Jud. Área Adm) Quando um deputado federal emite sua opinião no

âmbito do Congresso Nacional, ele estará inviolável, civil e penalmente, estando isento de ser enquadrado

em crime de opinião. No entanto, se as palavras forem proferidas fora do Congresso Nacional, haverá a

necessidade de se perquirir o vínculo de suas opiniões com a atividade política para que seja mantida a

inviolabilidade.

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14. (CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia) Carlos, deputado estadual, utilizou a tribuna da

respectiva assembleia legislativa para comunicar aos seus pares um grave fato ocorrido na sua vida

particular, sendo que acabou por ofender a honra de João, senador da República, ao acusá-lo de fato

descrito como crime. João, que além de político é radialista, acabou por utilizar o espaço do seu programa

de rádio semanal para ofender a honra de Carlos, com acusações que, igualmente, não têm relação com o

mandato parlamentar.

Acerca dessa situação hipotética e das imunidades parlamentares na forma da jurisprudência do STF,

assinale a opção correta.

a) Não há imunidade material na conduta praticada por Carlos.

b) Não há imunidade material na conduta praticada por João.

c) A imunidade material para o crime não se estende para a ação de reparação civil.

d) O regime jurídico das imunidades dos parlamentares federais não se estende aos parlamentares

estaduais.

e) Independentemente do que preveja a constituição do respectivo estado, eventual ação penal proposta

contra Carlos será julgada pelo juiz criminal competente do estado onde exerce seu mandato.

15. (CESPE - 2009 – OAB) No que se refere às prerrogativas conferidas aos parlamentares federais,

assinale a opção correta.

a) Os delitos de opinião praticados por congressistas, no exercício formal de suas funções, somente

poderão ser submetidos ao Poder Judiciário após o término do mandato do parlamentar.

b) Recebida a denúncia contra senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o STF dará

ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa do parlamentar réu ou do partido político a que é filiado,

pode sustar o andamento da ação.

c) A imunidade parlamentar formal não obsta, observado o devido processo legal, a execução de pena

privativa de liberdade decorrente de decisão judicial transitada em julgado.

d) As imunidades de deputados e senadores não subsistirão durante o estado de sítio dada a gravidade da

situação de crise e da excepcionalidade da medida.

16. (CESPE.Estagiário.DPE.ES.2013) A vedação da prisão de deputados e senadores abrange a prisão em

flagrante pela prática de crime inafiançável.

17. (CESPE.2010.OAB) Com relação à organização do Poder Legislativo e ao regime jurídico

constitucional dos congressistas, assinale a opção correta.

a) Os deputados federais e os senadores, todos eles eleitos pelo sistema majoritário, representam o povo

dos seus respectivos estados.

b) A criação de cargos públicos no âmbito das casas do Congresso Nacional deve ser feita por meio de lei

ordinária.

c) Os deputados federais e os senadores não podem assumir cargo de confiança na direção de empresas

públicas ou sociedades de economia mista da União.

d) Desde a expedição do diploma, deputados federais e senadores estão sujeitos a julgamento perante o

STF, o qual, ao receber a denúncia contra congressista, deverá solicitar autorização à respectiva Casa para

prosseguir com a ação penal.

18. (CESPE - 2008 – IRB – Diplomata e CESPE.Analista.Câmara Deputados.2012) Não perderá o

mandato o deputado ou senador investido no cargo de ministro de Estado, governador de território,

secretário de estado, do Distrito Federal, de território, de prefeitura de capital ou chefe de missão

diplomática temporária.

19. (CESPE.Defensor.DPE.TO.2013) É constitucional norma inserida na constituição estadual que repute

crime de responsabilidade a ausência injustificada de secretário do estado à convocação da assembleia

legislativa para prestar esclarecimentos.

20. (CESPE.Analista.Câmara Deputados.2012) Apenas após tomarem posse em seus respectivos cargos,

deputados e senadores passarão a ser julgados perante o STF.

21. (2014. CESPE.TJSE.Técnico Judiciário) Desde a expedição do diploma, a imunidade formal protege

o parlamentar contra a prisão, inclusive a civil, ressalvada a hipótese de flagrante de crime inafiançável.

22. (CESPE.Defensor.DPE.RR.2012) Os parlamentares federais gozam de imunidades formais e

materiais, razão por que não podem ser presos ou condenados, civil e penalmente, por quaisquer de suas

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opiniões, palavras e votos, desde que proferidos em razão de suas funções parlamentares; além disso,

somente podem ser processados após licença prévia da casa parlamentar a que pertencem.

23. (CESPE.Promotor.MPE.TO.2012) Como forma de garantia da independência do Poder Legislativo, a

CF estabelece algumas vedações aos parlamentares, denominadas incompatibilidades, entre as quais se

insere a impossibilidade de, desde a posse, aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,

inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum em sociedades de economia mista.

24. (2014.CESPE.TCDF.Técnico de Adm) Somente após o voto da maioria absoluta dos membros da

Câmara dos Deputados, o STF poderá receber denúncia criminal contra deputado federal por crime

ocorrido após a diplomação.

25. (2014.CESPE.TCDF.Auditor de Controle Externo) O TCDF, no exercício do controle externo, não

pode determinar a suspensão de benefícios garantidos por decisão judicial transitada em julgado, ainda

que o direito reconhecido pelo judiciário esteja em desconformidade com jurisprudência dominante do

STF.

26. (CESPE/PGE/ES/Procurador/2008) Deputados e senadores não são obrigados a testemunhar em CPI

acerca de informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato.

27. (2014.CESPE.TCDF.Analista Adm – TI) Ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade, os

responsáveis pelo controle interno dos três poderes da União devem comunicá-la ao TCU, sob pena de

responsabilização solidária com o infrator.

28. (CESPE.Juiz.TJ.AC.2012) Os deputados e senadores dispõem de foro privilegiado desde a expedição

do diploma, estando, portanto, uma vez diplomados, ainda que não tenham tomado posse, submetidos a

julgamento perante o STF.

29. (CESPE.2008.STJ.Analista Judiciário.Área Judiciária) Se um deputado federal acusar, na tribuna da

Câmara dos Deputados, um servidor público de praticar crime de corrupção, e restar provado que esse

servidor público era inocente, haverá crime de calúnia, cuja competência para julgamento é do STF.

30. (CESPE.Juiz.TJ.PI.2012) Os deputados federais e senadores submetem-se, desde a expedição do

diploma, a julgamento perante o STF; não é necessário, porém, que esse tribunal tenha autorização da

casa respectiva para receber a denúncia ou queixa-crime e iniciar a ação penal contra parlamentar.

31. (CESPE.Téc Jud.Área Adm.TSE.2007) Uma senadora da República não pode ser penalmente

processada em virtude de crime comum ocorrido após a diplomação.

32. (CESPE - 2008 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Administrativa) Em relação ao

Poder Legislativo, assinale a opção correta.

a) Em caso de guerra, a Câmara dos Deputados não pode recusar a convocação de parlamentar para as

forças armadas.

b) A Câmara dos Deputados tem competência para iniciativa de lei que vise à fixação da remuneração de

seus servidores, mas a matéria deve ir à sanção do presidente da República.

c) Compete ao Congresso Nacional a aprovação, com o quorum mínimo da maioria absoluta, do

procurador-geral do Trabalho, pelo voto secreto, após arguição pública.

d) O Senado Federal poderá conceder eficácia erga omnes à decisão do STF em sede de ação direta de

inconstitucionalidade.

e) A decretação de estado de sítio, por motivos de segurança nacional, implica a automática suspensão da

imunidade parlamentar.

33. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) Ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou

ilegalidade ocorrida no âmbito do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, os

responsáveis pelo controle interno dela devem dar ciência à Controladoria Geral da União, sob pena de

responsabilidade solidária.

34. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) As normas da CF que versam sobre o TCU aplicam-se à

organização e à fiscalização dos tribunais de contas dos estados e do DF, cabendo às respectivas casas

legislativas estabelecer o número de conselheiros dessas cortes de contas e a sua forma de nomeação.

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35. (CESPE.Analista.TRT 8ª Região.2013) Em relação às normas constitucionais que disciplinam a

fiscalização contábil, financeira e orçamentária exercida pelo Poder Legislativo, assinale a opção correta

com base na jurisprudência do STF.

a) Compete ao Tribunal de Constas da União julgar as contas do presidente da República, bem como a

dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta

e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal.

b) Mesmo que haja decisão judicial transitada em julgado condenando a União ao pagamento de pensão,

poderá o Tribunal de Constas da União, se detectar ilegalidade no ato inicial de concessão do benefício,

determinar a anulação do aludido pagamento.

c) As empresas públicas e sociedades de economia mista não estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de

Contas da União, já que os servidores dessas empresas sujeitam-se ao regime celetista.

d) Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, regra geral, devem ser assegurados o

contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar a anulação ou revogação de ato

administrativo que beneficie o interessado.

e) O Tribunal de Contas da União, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade

em tese das leis e dos atos do poder público.

36. (CESPE.TRT 21(RN).Analista.Execução de Mandados.2010 e DPE.PI.Defensor.2009) O Tribunal de

Contas da União é órgão auxiliar e de orientação do Poder Legislativo, e a este Poder se subordinando, ao

qual incumbe a prática de atos de natureza administrativa concernentes à fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial da União.

37. (CESPE - 2011 - TJ-ES – Juiz) Compete ao Tribunal de Contas da União realizar, somente por

iniciativa própria ou da comissão mista permanente de deputados e senadores responsável pela apreciação

e execução das leis orçamentárias, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,

operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

38. (CESPE.Auditor.TCU.2010) No caso de o diretor de órgão público não atender à determinação do

TCU para anular um ato, competirá ao próprio TCU sustar a execução do ato impugnado.

39. (CESPE.Auditor.TCU.2010) O correto funcionamento de um sistema de fiscalização exercida pelo

controle interno de determinada empresa pública dispensa a atuação do controle externo sobre aquela

entidade.

40. (CESPE.Contador.TCE.RR.2013) A CF atribui expressamente autonomia funcional e institucional ao

TCU.

41. (CESPE - 2009 - DPE-ES - Defensor Público) Compete ao TCU examinar, previamente, a validade de

contratos administrativos celebrados pelo poder público.

42. (CESPE.Juiz.TJ.PB.2010) No auxílio ao controle externo exercido pelo Congresso Nacional, compete

ao TCU julgar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, pelos administradores e

demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta.

43. (CESPE.Juiz.TJ.PB.2010) Cabe ao TCU apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de

admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, nos quais se incluem as

nomeações para cargos de provimento em comissão e para funções de confiança.

44. (CESPE.Juiz.PA.2011) Ao TCU, órgão inserido na estrutura do Poder Legislativo, são conferidas as

garantias de independência reservadas aos tribunais judiciários, e aos membros daquele tribunal se

estendem as prerrogativas, os impedimentos, os vencimentos e as vantagens dos ministros do STF.

45. (CESPE.Juiz.TJ.MA.2013) De acordo com o estabelecido na CF, o Tribunal de Contas da União é

órgão de natureza técnica que auxilia o Poder Legislativo na atividade de controle e fiscalização, cujos

ministros são detentores das mesmas garantias, impedimentos, vencimentos e vantagens conferidas aos

parlamentares.

46. (CESPE.Auditor.TCU.2010) Comissão permanente do Senado Federal tem legitimidade para requerer

ao TCU a realização de inspeção.

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47. (CESPE.Auditor.TCU.2010) O Supremo Tribunal Federal não se sujeita a controle externo exercido

pelo Congresso Nacional.

48. (CESPE.AGU.2012) O controle interno da execução orçamentária é exercido pelos Poderes

Legislativo, Executivo e Judiciário, com o auxílio do tribunal de contas.

49. (CESPE.Analista.SEGER.ES.2013) Os tribunais de contas, no âmbito da fiscalização contábil,

financeira e orçamentária, podem sustar contratos administrativos ilegais firmados por entidades da

administração pública indireta.

50. (CESPE.Estagiário.DPE.ES.2013) O controle externo, no que se refere à fiscalização contábil,

financeira e orçamentária de órgãos e entidades da administração pública federal, é exercido, com

exclusividade, pelo Tribunal de Contas da União.

51. (CESPE - 2009 - TCU - Analista de Controle Externo - TI) Ao TCU, quando julga a legalidade de

concessão inicial de aposentadoria, é imprescindível que garanta o exercício do contraditório e da ampla

defesa.

52. (CESPE.Analista.CNJ.13) As decisões do Tribunal de Contas da União cujo objeto seja o julgamento

de contas têm natureza jurisdicional.

53. (CESPE.TCU.ACE.TI.2009 e DPE.ES.Defensor.2009) É inconstitucional lei estadual que estabeleça

como atribuição do respectivo tribunal de contas o exame prévio de validade de contratos firmados com o

poder público.

54. (CESPE.Procurador.TC.DF.2013) As decisões dos TCs não são imunes à revisão judicial, mas,

quando imputarem débito ou multa, constituirão título executivo extrajudicial.

55. (CESPE - 2009 - TCE-RN - Assessor Técnico Jurídico) Uma das funções de competência dos TCs,

como definido na CF, é a de ouvidor, caracterizada pelo recebimento de denúncias de irregularidades ou

ilegalidades formuladas tanto pelos responsáveis pelo controle interno como por qualquer cidadão,

partido político, associação ou sindicato.

56. (CESPE.Analista Administrativo.ANTAQ.2009) As agências reguladoras federais possuem elevado

grau de independência em face do poder central, razão pela qual não estão submetidas ao controle por

parte do Tribunal de Contas da União, no que se refere aos aspectos de eficiência do serviço público

concedido, fiscalizado pelas agências.

57. (CESPE.2008.TST.Analista Judiciário.Área Judiciária) O controle externo da execução orçamentária

do TST é realizado pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU).

58. (CESPE.Fiscal de Tributos.Maceió.AL.2003) Compete ao Tribunal de Contas da União, no âmbito da

União, e aos Tribunais de Contas Estaduais, no âmbito dos estados, a titularidade e o exercício do

controle externo da administração pública.

59. (CESPE/UNB-PGE.AM.2004) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) firmou o

entendimento de que o Ministério Público (MP) junto aos tribunais de contas deve ser representado por

membros do MP da respectiva unidade da Federação.

60. (CESPE/UNB-PGE.AM.2004) Não obstante a autonomia dos estados-membros, prevalece na

doutrina e na jurisprudência o entendimento de que eles devem observar o modelo da Constituição da

República na organização e na composição de seus tribunais de contas, inclusive no que tange à

proporcionalidade na escolha dos membros.

61. (CESPE.Analista de Controle Externo.TCE/TO.2008) As decisões do Tribunal de Contas da União de

que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo judicial.

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62. (2014.CESPE.TCDF.Técnico de Adm) Caso um senador federal assuma o cargo de ministro de

Estado do Meio Ambiente, deverá ser convocado para assumir seu cargo no Senado Federal suplente

filiado a seu partido, ainda que, à época das eleições, tal partido tenha participado de coligação partidária.

63. (CESPE.Analista.TCE/TO.2008) O controle externo foi consideravelmente ampliado na atual CF. No

âmbito da função de fiscalização financeira propriamente dita inclui-se, entre outras atividades, a

(A) apreciação das concessões de melhoria nas aposentadorias e pensões, quando não houver alterações

no fundamento legal das concessões.

(B) representação, a qualquer Poder, sobre irregularidades ou abusos cometidos.

(C) apreciação, para fins de registro, da legalidade das nomeações para cargos em comissão.

(D) fiscalização das contas estrangeiras das empresas supranacionais em que o Estado tenha participação

majoritária.

(E) realização, por iniciativa do Poder Executivo, de inspeções e auditorias.

64. (CESPE.Analista.TRE.MS.2013) O Tribunal de Contas da União (TCU) é órgão auxiliar do

Congresso Nacional no que toca ao controle externo e pode fiscalizar as contas de pessoa jurídica de

direito privado que receba recursos financeiros da União.

65. (CESPE.TRF 5ª Região.2006) O tribunal de contas, conforme entendimento do STF, não é órgão

subordinado ao parlamento, nem suas contas podem ser analisadas diretamente por esta casa legislativa.

66. (CESPE.Especialista.FNDE.2012) Não constitui invasão da esfera de atribuições do Tribunal de

Contas da União a fiscalização, pela Controladoria-Geral da União, no exercício de controle interno, de

recursos públicos federais repassados a municípios por meio de convênio.

67. (TJ/TO/Juiz/2007) O Tribunal de Contas do Estado do Tocantins tem competência para julgar as

contas dos administradores e responsáveis do Poder Legislativo estadual, do Poder Judiciário estadual e

do Ministério Público estadual, por decisão que não está subordinada ao posterior controle do Poder

Legislativo.

68. (CESPE.Téc Jud.Área Adm.TSE.2007) Considere que a Constituição da República atribui ao Tribunal

de Contas da União competência para apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de

pessoal do TSE. Essa competência relaciona-se ao controle

A administrativo da administração pública.

B judicial da administração pública.

C legislativo da administração pública.

D interno do Poder Judiciário.

Maria, servidora pública do TJDFT, requereu aposentadoria no setor de recursos humanos, tendo sido

deferido e publicado o respectivo ato em 12/4/2003, quando então passou a gozar do seu benefício de

aposentadoria. Antes de qualquer análise desse ato pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o setor de

controle interno do tribunal verificou que foi computado de forma inadequada tempo de contribuição,

motivo pelo qual Maria não poderia ter sido aposentada. Acerca dessa situação hipotética, dos direitos e

garantias fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, dos atos administrativos e do regime

jurídico dos servidores públicos, julgue os itens seguintes.

69. (CESPE.Analista Jud.Controle Interno.TJDFT.2008) Comunicado ao TCU o fato de o cômputo do

tempo de contribuição ter sido feito de forma inadequada, o mesmo não poderia negar o registro e

determinar o retorno de Maria à atividade.

70. (CESPE.Analista Jud.Controle Interno.TJDFT.2008) O TCU, na espécie, ao negar registro, exerce

atividade de auxiliar de controle externo do Congresso Nacional.

71. (CESPE.Analista Jud.Controle Interno.TJDFT.2008) O ato de aposentadoria em questão é

classificado como ato complexo, pois depende da vontade do TJDFT e do TCU.

72. (CESPE.Técnico.Adm.IPEA.2008) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e

patrimonial da União e suas entidades é exercida, externamente, pelo Congresso Nacional, e,

internamente, pelos seus próprios órgãos de controle.

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73. (CESPE.Analista Jud.Adm.TJCE.2008) Ao conferir maior abrangência à fiscalização exercida pelo

Poder Legislativo, com o auxílio dos tribunais e conselhos de contas, a CF introduziu dois importantes

tipos de controles: o da legitimidade e o da economicidade. Neste último caso, dá-se ênfase ao modo mais

econômico, mais racional de utilização dos recursos, à combinação ótima dos meios, dos fatores de

produção dos bens e serviços. É, pois, relevante estabelecer e verificar uma adequada ou a mais adequada

relação custo-benefício.

74. (CESPE.Analista Jud.Área Técnico-Adm.TJCE.2008) Entre as funções precípuas do controle externo,

a de julgamento se caracteriza como de caráter jurisdicional, pois, além de os tribunais e conselhos de

contas examinarem tecnicamente as contas dos administradores e demais responsáveis, apreciam também

a responsabilidade do agente público, aplicando, inclusive, as sanções previstas em lei, como, por

exemplo, multas.

75. (CESPE.Analista.Câmara dos Deputados.2012) O TCU pode, se considerar irregular alguma despesa

pública e julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, determinar

sua imediata sustação.

76. (CESPE.Analista.Câmara Deputados.2012) Qualquer cidadão, partido político, associação ou

sindicato pode ser parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades perante o Tribunal de

Contas da União.

77. (CESPE.Promotor.MPE.RR.2012) De acordo com a CF, o TCU tem competência para julgar as

contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, assim como

para fiscalizar as contas das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma

direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo.

78. (CESPE Analista TCE AC 08) Segundo o STF, o TCU pode instaurar tomada de conta especial,

contra administradores e responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos, das entidades integrantes da

A) administração direta, somente.

B) administração indireta, somente.

C) administração indireta, incluindo-se as prestadoras de serviços públicos e as exploradoras de atividade

econômica, e da administração direta.

D) administração indireta, exceto as prestadoras de serviços públicos, e da administração direta.

E) administração indireta, exceto as exploradoras de atividade econômica, e da administração direta.

79. (CESPE ACE TCU 08) A independência conferida ao TCU faz com que as suas decisões, emanadas

no exercício de sua atividade-fim, não se submetam a qualquer controle posterior.

80. (CESPE ACE TCU 08) Para o STF, a independência conferida ao TCU não exclui a competência de

fiscalização de suas contas pelo Poder Legislativo.

81. (CESPE ACE TCE TO 09) Um sistema de controle externo se diferencia de um sistema de controle

interno na administração pública, pois o primeiro se situa em uma instância fora do âmbito do respectivo

Poder.

82. (CESPE Agente Advocacia SERPRO 08) Não compete ao tribunal de contas da União exercer o

controle externo em relação às empresas públicas e sociedades de economia exploradoras de atividade

econômica, já que os bens dessas entidades são privados.

83. (CESPE Analista TCE AC 08) Avaliar o cumprimento de metas previstas no PPA, bem como a

execução dos programas de governo, é função do controle externo.

84. (CESPE ACE TCU TI 08) A instauração, pelo Tribunal de Contas, de tomada de contas especial em

que se vise à reparação de dano ao erário público impede que o Ministério Público possa ingressar com

ação civil pública com o mesmo objetivo.

85. (CESPE ACE TCE TO 09) Se um servidor público, que não ocupa cargo efetivo, for nomeado para

ocupar cargo em comissão no âmbito da administração pública federal, nesse caso, para fins de registro, a

legalidade desse ato de nomeação estará sujeita ao controle externo por parte do TCU.

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86. (2014.CESPE.TCDF.Auditor de Controle Externo) O TCDF possui competência constitucional para

determinar diretamente a quebra dos sigilos bancário e fiscal, desde que tal medida esteja relacionada ao

controle externo.

87. (2014.CESPE.TCDF.Auditor de Controle Externo) Caso constate ilegalidade na execução de contrato

administrativo, o tribunal de contas deverá assinar prazo para a adoção das providências necessárias ao

cumprimento da lei, podendo sustar, se não atendido, a execução do referido contrato.

88. (2014.CESPE.TCDF.Auditor de Controle Externo) As competências constitucionais dos tribunais de

contas incluem a apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal, para fins de registro, e as

nomeações para cargos de provimento em comissão.

89. (2014.CESPE.Câmara dos Deputados. Analista Legislativo) O TCU, em sede de tomada de contas

especial, não se vincula ao resultado de processo administrativo disciplinar, ainda que nesse processo

tenha ocorrido a absolvição.

90. (2014.CESPE.Câmara dos Deputados. Analista Legislativo) O TCU não possui competência para

sustar contratos administrativos, devendo tal conduta ser adotada diretamente pelo Congresso Nacional.

Entretanto, possui o TCU competência para determinar à autoridade administrativa que promova a

anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou.

91. (2014.CESPE.Câmara dos Deputados. Analista Legislativo) O entendimento mais recente do STF é

de que, havendo a suspensão dos direitos políticos do parlamentar condenado criminalmente por decisão

judicial transitada em julgado, ocorre, como efeito do trânsito em julgado, a perda automática do mandato

do parlamentar.

92. (2014.CESPE.Câmara dos Deputados. Analista Legislativo) Se um deputado federal emitir sua

opinião, fora do Congresso Nacional, e determinado cidadão sentir-se ofendido por tal opinião, nada

poderá ser feito, no âmbito legal, em defesa do cidadão, pois, nesse caso, o deputado será inviolável civil

e penalmente pela sua opinião, por possuir imunidade parlamentar material absoluta.

93. (2013.CESPE.TCE-RO.ACE.Direito) Lei estadual de Rondônia poderia, considerando-se o disposto

na CF, tipificar determinadas condutas de conselheiros do TCE/RO como crimes de responsabilidade,

prevendo que o julgamento desses crimes caberia à assembleia legislativa.

94. (2013.CESPE.TCE-RO.ACE.Direito) A duração do mandato dos ministros do Tribunal de Contas da

União não pode ser alterada mediante emenda à CF.

95. (2013.CESPE.TCE-RO.ACE.Direito) Seria inconstitucional emenda à Constituição do Estado de

Rondônia que criasse, no âmbito do TCE/RO, um processo de controle abstrato de constitucionalidade de

leis estaduais referentes à organização da administração pública.

96. (2013.CESPE.TCE-RO.ACE.Direito) Seria inconstitucional disposição da Constituição do Estado de

Rondônia que atribuísse ao Ministério Público (MP) estadual a função de atuar junto ao TCE/RO.

97. (2013.CESPE.TCE-RO.Agente Adm) Se um agente público responsável pelo controle interno do

Poder Legislativo, do Poder Executivo ou do Poder Judiciário tomar conhecimento de alguma ilegalidade

de despesa ou irregularidade de contas, deverá comunicá-lo ao tribunal de contas respectivo, sob pena de

responder solidariamente.

98. (2013.CESPE.DPE-DF.Defensor Público) Inserem-se nas competências do TCU a fiscalização das

contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital a União participe, nos termos do tratado

constitutivo, e a fiscalização de aplicação de quaisquer recursos repassados pela União a estado, ao DF ou

a município.

99. (2013.CESPE.ANS.Técnico Adm) A CF veda a nomeação de deputado federal devidamente

empossado para o cargo de diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

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100. (2012.CESPE.FNDE.Especialista em Financiamento) A CF outorga aos membros do Poder

Legislativo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios garantias de inviolabilidade e de

imunidade formal.

101. (2012.CESPE.Câmara dos Deputados.Técnico Legislativo) Os deputados e os senadores gozam de

imunidade material, sendo invioláveis civil e penalmente por opiniões, palavras e votos proferidos no

exercício do mandato.

102. (2013.CESPE.TJ-PI.Titular de Serviços de Notas e de Registros) Considerando as normas

constitucionais vigentes, assinale a opção correta.

a) É possível a sustação do curso de processo cível em que parlamentar figure no polo passivo, ficando,

contudo, o prazo prescricional suspenso enquanto perdurar o mandato político.

b) Divulgado o resultado das eleições, os candidatos eleitos não poderão ser presos, salvo se flagrados em

prática criminosa para a qual seja prevista pena mínima que exceda a quatro anos.

c) O recebimento de denúncia-crime contra congressistas, ocorrida a qualquer tempo, implica automática

comunicação à casa legislativa de referência, para o devido exame da questão e, conforme o caso, a

sustação do curso da ação penal.

d) A inviolabilidade penal dos deputados e dos senadores por opiniões, palavras e votos garante-lhes, em

qualquer hipótese, o livre exercício de seus mandatos, ainda que haja constrangimento de autoridades

causado por críticas dirigidas ao desempenho de suas atribuições.

e) O sigilo da fonte previsto no texto constitucional como garantia para o livre exercício do mandato

parlamentar não abrange as hipóteses em que a informação recebida envolva questão de segurança

nacional.

103. (2013.CESPE.SEGER-ES.Analista Executivo. Direito) Em relação ao Poder Legislativo, assinale a

opção correta.

a) Os tribunais de contas, no âmbito da fiscalização contábil, financeira e orçamentária, podem sustar

contratos administrativos ilegais firmados por entidades da administração pública indireta.

b) O Poder Legislativo estadual é exercido pelas assembleias legislativas, que devem ser organizadas de

forma bicameral.

c) As comissões parlamentares de inquérito possuem competência para determinar a quebra dos sigilos

bancário, fiscal e de dados.

d) A sustação de atos normativos do governador pela assembleia legislativa viola o princípio da separação

de poderes, mesmo no caso de exorbitância do poder regulamentar.

e) As resoluções elaboradas por órgãos colegiados de autarquias integram o do processo legislativo.

104. (2013.CESPE.TRT17.Técnico Jud. Adm) Deputado ou senador que receba informações relacionadas

ao exercício do seu mandato não é obrigado a testemunhar sobre elas nem sobre as pessoas que lhe

confiaram ou receberam dele tais informações.

105. (2013.CESPE.AGU.Procurador Federal) Compete ao TCU, entre outras atribuições, fiscalizar a

aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros

instrumentos congêneres, a estado, ao DF ou a município, aplicando aos responsáveis, em caso de

ilegalidade de despesa ou de irregularidade de contas, as sanções previstas em lei.

106. (2103.CESPE.BACEN.Procurador) O TCU é um órgão judicante, com função deliberativa,

encarregado da fiscalização das contas prestadas por qualquer pessoa física ou jurídica que utilize

dinheiro, bens e valores públicos.

107. (2013.CESPE.MPU.Técnico.TI e Comunicação) Caso determinado deputado federal, acusado de

corrupção, renuncie ao seu mandato no transcurso de procedimento de cassação, a renúncia só produzirá

efeitos após decisão final decorrente do referido procedimento.

108. (2013.CESPE.BACEN.Analista-Gestão e Análise Processual) Conforme a CF, o controle externo da

União e das entidades da administração direta e indireta, referente à fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial, é exercido pelo Congresso Nacional.

109. (2013.CESPE.TRT8.Analista Jud. Área Adm) Acerca da fiscalização contábil, financeira e

orçamentária exercida pelo Poder Legislativo, assinale a opção correta.

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a) Qualquer cidadão que tiver ciência de irregularidades na gestão de dinheiro público poderá fazer a

denúncia diretamente ao TCU.

b) Os ministros do TCU gozam das mesmas garantias e prerrogativas dos ministros do STF e sujeitam-se

aos mesmos impedimentos a estes impostos.

c) A CF retirou dos estados a competência para dispor sobre seus respectivos tribunais de contas.

d) Nos termos da CF, somente prestarão contas pessoas jurídicas de direito público, ante a

impossibilidade de punição de particulares, ainda que estes administrem bens públicos.

e) É competência exclusiva do TCU julgar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República.

110. (2013.CESPE.TCE-RS.Oficial de Controle Externo) Compete ao Tribunal de Contas da União

fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União a estado, ao Distrito Federal ou a

município mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres.

111. (2013.CESPE.TCE-RS.Oficial de Controle Externo) Tanto deputados federais quanto senadores não

poderão manter contratos com empresas concessionárias de serviços públicos após a diplomação,

devendo encerrar contratos previamente acordados.

112. (2013.CESPE.TCE-RO.Contador) O modelo federal de organização, composição e fiscalização do

tribunal de contas, fixado pela CF, é de observância obrigatória pelos estados.

113. (2012.FGV.PC-MA.Escrivão) Conforme dispõe a Constituição da República, é correto afirmar que :

a) os senadores, desde a expedição do diploma, não poderão ser presos, salvo nos casos de crimes

inafiançáveis e em razão dos crimes afiançáveis praticados contra a administração pública.

b) os deputados somente podem ser presos após autorização da maioria dos membros que compõe a

câmara dos deputados.

c) os deputados, senadores e vereadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento

pelo Supremo Tribunal Federal.

d) deputados e senadores, desde a expedição do diploma, não poderão ser presos, salvo em flagrante

delito de crime inafiançável.

e) o vereador não pode ser preso, conforme previsão expressa na Constituição Federal, salvo em flagrante

delito por crime afiançável, praticado em qualquer local.

114. (2012.FGV.PC-MA.Delegado) O Deputado Federal “X”, jornalista de formação, continua a escrever

matérias e crônicas para um jornal de grande circulação. Um de seus últimos textos, de grande

repercussão, foi a crítica a um livro de poesias lançado por outro Deputado, “Y”, de um partido de

oposição. Sentindo-se ofendido em sua honra, “Y” ameaça processar “X” por danos morais. Com

relação a esse caso

a) é incabível a condenação, pois “X”, por ser Deputado Federal, é inviolável, civil e penalmente, por

suas opiniões e palavras.

b) é cabível a condenação, pois “X”, em regra, não pode ser processado por suas opiniões, mas essa

inviolabilidade não pode ser oposta à ofensa dirigida a outro parlamentar.

c) é incabível a condenação por danos morais, não se tratando, entretanto, de imunidade parlamentar, mas

de corolário da livre manifestação do pensamento.

d) é cabível a condenação, mas o processo só poderá ser iniciado após o fim do mandato de “X”.

e) é cabível a condenação de “X”, pois a ofensa foi proferida fora do recinto da Casa Legislativa (Câmara

dos Deputados).

115. (2013.FGV.SUDENE-PE.ATA.Ciências Jurídicas) Petrus é administrador público, chefe do

executivo, tendo sido comunicado pelo Congresso Nacional que deveria sustar a execução de

determinado contrato administrativo, por força da constatação de irregularidades pelo Tribunal de Contas

da União. Nos termos da Constituição Federal, cabe ao Tribunal de Contas, ao exercer o controle externo,

a) imputar multa, sendo a decisão título executivo extrajudicial.

b) impor sanções pessoais aos administradores relapsos, equiparadas à prisão civil.

c) estabelecer a quebra dos sigilos bancários e telefônicos dos administradores.

d) determinar a sustação imediata de contratos, quando aferir irregularidades.

e) aguardar autorização do Ministério Público para realizar auditorias.

116. (2013.FGV.SUDENE-PE.ATA.Ciências Jurídicas) O Tribunal de Contas da União exerce o controle

externo da Administração Pública sob os aspectos contábil, fiscal, orçamentário, operacional e

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64

patrimonial. Nessa atividade atua auxiliando o Poder Legislativo. Nesse contexto, assinale a afirmativa

correta.

a) As inspeções de natureza contábil em qualquer repartição pública são realizadas a mando do Poder

Legislativo, não podendo ocorrer atividade autônoma do Tribunal.

b) A auditorias orçamentárias só podem surgir por iniciativa de Comissões Parlamentares de Inquérito

sobre objetos determinados.

c) A prestação de informações sobre auditorias realizadas devem ser apresentadas exclusivamente ao

Presidente do Congresso Nacional.

d) A sustação do ato impugnado é exclusiva do Tribunal e essa decisão somente pode ser revista por

órgão do Judiciário.

e) Em caso de constatação de ilegalidade de despesa será aplicada multa proporcional ao dano.

117. (2013.FGV.INEA_RJ.Advogado) Após constatar irregularidades na execução de um determinado

contrato administrativo, o Tribunal de Contas da União determina que o Executivo deve sustar a

execução, até que as irregularidades sejam sanadas. Nos termos da Constituição Federal:

a) a suspensão dos contratos administrativos é competência do Tribunal de Contas da União.

b) a competência para a sustação é do Congresso Nacional, comunicado pelo Tribunal de Contas.

c) o ato de sustação de contratos está no âmbito da fiscalização contábil.

d) a sustação dos contratos administrativos é atribuição privativa do Executivo.

e) a sustação dos contratos, quando irregulares, deve ser sugerida pelo Congresso Nacional.

118. (2013.FGV.MPE-MS.Analista.Administração) Acerca do controle externo da Administração,

assinale a afirmativa correta.

a) O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, não pode apreciar a constitucionalidade das leis

e dos atos do poder público.

b) O Tribunal de Contas não tem competência para julgar as contas das empresas públicas e sociedades de

economia mista, por ausência de previsão constitucional.

c) A competência dos Tribunais de Contas dos Estados pode ser reduzida em relação ao modelo federal,

em decorrência da capacidade de auto-organização do Estado-membro.

d) As decisões do Tribunal de Contas, de que resulte imputação de débito ou multa, terão eficácia de

título executivo.

e) O controle externo da Administração é exercido pelo Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de

Contas, e pelo Ministério Público de cada ente da Federação.

119. (2013.FGV.AL-MT.Procurador) Quanto aos Tribunais de Contas, analise as afirmativas a seguir. I -

A jurisprudência recente do STF vem reconhecendo a capacidade do Tribunal de Contas, por meio do

Ministério Público que atua perante ele, para executar as penalidades pecuniárias que aplica. II - Os

Tribunais de Contas, na qualidade de órgãos auxiliares do Poder legislativo, possuem poderes

equiparados aos das Comissões Parlamentares de Inquérito. III - Compete aos Tribunais de Contas dos

Estados (ou dos Municípios nos locais em que eles existirem) julgar a aplicação dos recursos que recebem

por meio de repasse da União, em razão da exploração de petróleo (royalties).

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

120. (BPL.Aluno do IGEPP.2014) Os deputados federais possuem foro privilegiado no STF em relação a

processos criminais e respectivos inquéritos policiais, desde a expedição do diploma, ainda que os crimes

tenham sido praticados em momento anterior à diplomação e ainda que eles não guardem relação com a

função congressual. Essa prerrogativa de foro inclui crimes eleitorais, contravenções penais e crimes

dolosos contra a vida. Contudo, findo o mandato, encerra-se a prerrogativa de foro. Segundo a

atual jurisprudência do STF, havendo renúncia do réu-parlamentar após o encerramento da

instrução do processo criminal no STF, ocorre a prorrogação da competência e o feito continua

a ser julgado na Suprema Corte.

GABARITO

1-C 21-C 41-E 61-E 81-C 101-C

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2-E 22-E 42-E 62-E 82-E 102-D

3-C 23-E 43-E 63-B 83-E 103-C

4-E 24-E 44-E 64-C 84-E 104-C

5-E 25-C 45-E 65-E 85-E 105-C

6-E 26-C 46-C 66-C 86-E 106-E

7-E 27-C 47-E 67-C 87-E 107-C

8-E 28-C 48-E 68-C 88-E 108-C

9-E 29-E 49-E 69-E 89-C 109-A

10-C 30-C 50-E 70-E 90-C 110-E

11-C 31-E 51-E 71-C 91-E 111-E

12-C 32-B 52-E 72-C 92-E 112-C

13-C 33-E 53-C 73-C 93-E 113-D

14-B 34-E 54-C 74-E 94-E 114-C

15-C 35-D 55-C 75-E 95-C 115-A

16-E 36-E 56-E 76-C 96-C 116-E

17-C 37-E 57-C 77-C 97-C 117-B

18-C 38-C 58-E 78-C 98-E 118-D

19-E 39-E 59-E 79-E 99-C 119-C

20-E 40-E 60-C 80-C 100-E 120-C