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GEORGE MARTINE ALAP/ABEP, JULHO 2013
População, Desenvolvimento e Meio Ambiente no Século 21
CAIRO E O “DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL”
O conceito aparece noventa vezes no PoA
Perdura o principio, mas não a vontade
Portanto, morreu a perspectiva
O atual paradigma de “desenvolvimento” é insustentável
A cultura do consumo é a cenoura que estimula o burro
Estamos à beira de “state shifts” (mudanças bióticas imprevisíveis) no Planeta (Barnosky et al, 2012)
John Rockstrom et al, in Nature (2009)
As Consequências em cascata das ações antrópicas
As ameaças estão ligadas às mudanças climáticas
à perda de biodiversidade,
ao ciclo do nitrogênio,
à acidificação dos oceanos,
à depleção da camada de ozônio
Etc..
Todas essas ameaças estão interligadas; se puxar um fio, as outras descosturam. (Ver Rockstrom – Nature 2009)
O Mais Evidente: Mudanças Climáticas
• IPCC, 2007 : aumento da temperatura média do planeta
de 2°C representaria um grave desastre para a humanidade;
• Prêmio Planeta Azul, 2012 – é inevitável o aumento em mais de 3°C até 2050
• OCDE, 2012 - as emissões poderão aumentar 50% até meados do século. A temperatura do planeta poderá aumentar entre 3 e 6 graus Celsius até a virada do século.
• 97% dos cientistas acreditam na iminência das mudanças climáticas
Aumento da Temperatura Global, 1950-2000
O Grande problema: A Relação Entre “Desenvolvimento” e Mudanças Ambientais
Nesse período ‘antropoceno’, o principal responsável pela crise é a ampla difusão do imperativo do crescimento
No paradigma hegemônico do século 21, - “desenvolvimento” e “redução da pobreza” exigem crescimento econômico
Mas crescimento econômico se faz minando recursos naturais e acumulando dejetos – inclusive gases de estufa
Críticas a esse modelo de “throughput growth” não são bem-vindas. É apoiado por ricos e pobres e pelas instituições de desenvolvimento nacionais e internacionais.
De fato, a redução da pobreza absoluta tem sido espetacular, mesmo com o aumento das desigualdades.
Desenvolvimento e Consumo
O aumento do consumo é o motor principal do crescimento econômico
Estamos tão metidos na cultura do consumo que comprar é o que nos faz feliz
Segundo a McKinsey, a classe média vai passar de 2,4 para 4,2 bilhões até 2025. Isto sem falar no surto de bilionários
Mas a maioria ainda não é consumidora; um quarto é pobre mesmo
Grande dilema da humanidade no século 21: controlar o ritmo de consumo sem travar o progresso social desta enorme massa.
A Eterna e Crescente Desigualdade
Os 11% mais ricos contribuem 50% das emissões
Os 8% mais ricos detém 82,4% da riqueza global
Os 70% mais pobres detém 3% da riqueza global
Os efeitos das mudanças climáticas serão piores para os mais pobres
E a População? Tema Crítico, mas muito mal-entendido
Citação típica:
“The decline in biocapacity per capita is primarily due to an increase in global population. More people have to share the Earth’s resources. The increase in the Earth’s productivity is not enough to compensate for the demands of this growing population” (Global Footprint Network, 2011, quoted in World Wildlife Fund, 2012:40).
Esse tipo de bobagem atrapalha a discussão dos verdadeiros fatores
“PESSOA “CONSUMIDOR”
Erro crasso repetido ad infinitum
Exceto em relação ao “black carbon”, 2/3 da população mundial quase não “emite”
Desigualdade crescente refletida nas emissões
Países Pobres
Países en Desenvolvimento
Países Ricos
População Emissões C02
Países Pobres • Fecundidad elevada • Alto crecimiento de la población
Países en Desarrollo • Fecundidad baja • Alto crecimiento inercial
Países Ricos • Fecundidad baja • Bajo crecimiento de la población
PARTICIPAÇÃO Demográfica en EMISSÕES (2006)
@ george martine
Que impacto teria a PF massiva sobre as emissoes?
No curto prazo, muito pouco!
80 % do crescimento ate 2030 será nos países menos desenvolvidos; portanto, o impacto não é proporcional ao número de não -nascidos
Os impactos do PF são lentos em países pobres e rurais
Dois terços do crescimento é inercial
O PF não tem efeitos retroativos!
A redução da fecundidade é precedida e seguida por melhoras socioeconômicas e, portanto, aumentos de consumo
____________________________________________________
MAS – a longo prazo... Pode ser muito diferente!
@ george martine
As soluções preferidas
Reduzir o tamanho da população
Tecnologia Verde
Geo-engenharia
Soluções de mercado: carbon swaps, tratados?
Reduzir o consumo (ha-ha)
18 © 2010 George Martine
A fé na Tecnologia...
Tecnologia adianta mas não resolve: o Paradoxo de Jevons - Redução de 21% nas emissões e 23% de materiais para gerar um dólar do PIB global entre 1990-2011. Mas com o aumento do consumo a extração de materiais cresceu 41% e as emissões 39%
Precisamos de inovação tecnológica, mas precisamos muito mais de governança dos limites no uso de materiais, de energia e nas emissões de gases de efeito estufa. É impossível lidar com esses limites sem enfrentar as desigualdades na distribuição e o emprego desses recursos materiais, energéticos e bióticos na economia global e no interior dos diferentes países.
Assustam muito as grandes soluções de geo-engenharia
Evolução no Léxico Ambiental
Conservação (’60 e 70’)
Desenvolvimento Sustentável
(’80 e ‘90)
Desenvolvimento como promotor da sustentabilidade: a Curva de Kuznets
ambiental (‘90 e ‘00)
Economia Verde: Desenvolvimento
sem Custos Ambientais (Atual)
PROXIMA ETAPA? * “DEGROWTH” ** VAI SER PRECISO UM “STATE SHIFT” OU GRANDES DESASTRES PARA NOS CONVENCER?