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 Por Amor do Meu Nome

 A Missão de Deus e Seu Povo

João Mordomo

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 Por Amor do Meu Nome: A Missão de Deus e Seu Povo

Um: Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 3

Dois: A Missão de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 4

A Missão de Deus Pai . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 4

Adoração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 5

As Nações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 5

O Reino de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 6

A Missão do Filho de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 7

A Missão do Espírito Santo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 8

Três: A Missão do Povo de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 10

A Missão de Israel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 10

A Missão da Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 12

Quatro: As Motivações da Missão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13

A Incomparável Glória do Senhor  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13

As Commissões do Senhor  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13

O Clamor dos Perdidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 14

O Preço a Pagar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 15

Cinco: A Mensagem da Missão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 16

Sei s: Como Participar na Missão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 18

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 Por Amor do Meu Nome: A Missão de Deus e Seu Povo

 Nós vivemos num mundo de paradoxos. De um lado alguns sociólogos dizem que

nós vivemos na era da modernidade, cuja base está no progresso da humanidade através da

história (com a possibilidade de chegar à perfeição!), sendo a razão científica e o controle

racional de nosso destino, os veículos primários deste progresso. De outro lado, no entanto,

outros asseguram que nós já entramos na era pós-moderna, a qual se caracteriza pela

confusão e pela falta de alguma coisa que seja absoluta. Ambos os grupos estão certos, e

ambos estão errados. Na busca de um fundamento sólido, de um senso de significado e de

um propósito, alguns homens determinaram-se a construir este fundamento com sua própria

lógica e entendimento, e por causa de seu orgulho, tornaram-se hostis para com as coisas

espirituais e até mesmo para com o próprio Deus. Outros perderam a esperança, de certomodo, e se tornaram fatalistas, acreditando que eles não podem fazer diferença no mundo

 porque suas vidas não têm significado nem propósito. É em meio a estes paradoxos, quer 

dizer, desta massa de anseios e busca da Verdade pela humanidade – chegando a mil

"soluções" e ao mesmo tempo a nenhuma – que a igreja deve servir como a luz que

resplandece a Verdade, o caminho que leva à Verdade, e a voz que proclama a Verdade. Mas

 para fazer isto, ela precisa entender a natureza de sua missão e para entender isto, precisa

conhecer o coração do Pai como é revelado nas Escrituras, de Gênesis ao Apocalipse. Ela

deve compreender o quanto Deus deseja a redenção da humanidade e que Ele atingirá seuobjetivo através de seu veículo principal, a igreja. É somente à partir deste entendimento que

 podemos "gerar" uma teologia de missões ortodoxa e apropriada biblicamente.

Sendo assim, temos que nos voltar para a Bíblia. Lá Deus nos mostra Sua missão e

nos chama para participar no cumprimento dela com Ele. Ela tem que se tornar a nossa

missão, o fogo que nos consome, e nos devemos entendê-la bem e buscar cumpri-la no

 poder que Deus nos dá através do Espírito Santo. Nossa teologia bíblica de missões nos

 providenciará o fundamento bíblico para a atividade redentora de Deus Pai, Filho e EspíritoSanto através de toda a história. Ela nos dará um entendimento claro e apropriado da missão

de Deus, a missão do Seu povo, a mensagem a ser proclamada, as motivações para

 participar, e o significado da participação. Esta teologia bíblica adequada deve também

impactar significativamente nossas vidas e ministérios.

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 A MISSÃO DE DEUS

Há um conceito errado muito comum entre alguns evangélicos hoje, de que Deus no

Velho Testamento se comportava de forma diferente, tinha uma missão diferente, métodos e

 padrões diferentes daqueles do Novo Testamento. Por causa disto, muitas pessoas não

 percebiam Deus como um Deus missionário até o Novo Testamento. Uma teologia bíblica

de missões adequada corrige estes conceitos errados, nos ajuda a ver que Deus foi sempre

um Deus missionário. De fato, os argumentos mais importantes para missões não vem de

nenhuma passagem bíblica, mas do próprio caráter de Deus. Nós não podemos, à luz das

Escrituras, ver Deus de nenhuma outra forma. Ele é por natureza um Deus missionário e Ele

sempre age de maneira consistente com seu ser e natureza, através de toda a Escritura e

história (Heb. 13:8;2 Tim.2:13). Isto quer dizer que a idéia de missões vai além da Bíblia.

Deus está numa missão – Ele é o iniciador da missão! – e é aqui onde nossa teologia bíblica

de missões adequada deve começar, com a as atividades redentoras unificadas – de Deus Pai,

Deus Filho e Deus Espírito Santo (Mar. 12:29).

A Missão de Deus Pai

É muito simples, a grande missão de Deus é glorificar a si mesmo. O desejo maior de

Deus é ser glorificado (é sua paixão); Ele é egocêntrico, mas não no sentido de nosso

corrompido e perverso egoísmo. Ao contrário, Ele sabe que Sua própria glória é a única

coisas infinitamente digna de ser preservada, por isso, Ele zela por ela (Isa. 48:9-11). Ele

também sabe que Sua criação fica muito mais satisfeita Nele quando Ele é glorificado nela.

Então, a missão de Deus, em consideração a Sua glória e Sua criação, é ser glorificado. Tudo

o que Ele faz é para trazer-lhe glória (cf. Isa. 43:6-7; Jer.13:11; Sal. 106:7-8, Ef. 1:4-6,etc.).

Mas, para ser verdadeira e totalmente glorificado, Ele deseja ser glorificado entre todas as

nações (Sal. 67; Sal.96)! Ele deseja Ter adoradores de todas as tribos, línguas e nações (Ap.

5:9)! Portanto, para que sua missão seja cumprida, o conhecimento de sua glória deve encher 

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a terra, como as águas cobrem o mar (Hab. 2:14). Em outras palavras, seu reino deve ser 

estabelecido no coração dos homens. Assim sendo, a missão de Deus é ser  adorado  por 

todas as nações a medida que seu reino avança através da história conquistando

"territórios"- os corações dos homens.

Adoração

A adoração é a parte central da teologia bíblica de missões porque é o objetivo final

de missões. Como afirma John Piper, "nós simplesmente visamos trazer as nações para o

"calor" da glória de Deus. O objetivo de missões é que os povom se alegrem na grandeza de

Deus. "O Senhor reina; regojize-se a terra; alegrem-se as muitas ilhas!"(Sal. 97:1). "Louvem-

te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos. Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgarás os povos com eqüidade, e governarás as nações sobre a terra"(Sal. 67:3-4). Ele

é mais glorificado e as pessoas são mais felizes quando elas estão adorando a Deus (Piper 

1993:11). João nos dá uma visão do que é a verdadeira adoração em Ap. 4:8-11 e 19:1-7 - é

a calorosa e incessante adoração dos redimidos diante do trono de Deus.

As Nações

Mas quem são estes redimidos? Uma adequada teologia bíblica de missões mostracom clareza qual é o sentimento do coração de Deus  para com as nações. O objetivo de

Deus, e portanto, o nosso objetivo em missões, não é meramente ter o maior número

absoluto de pessoas, das regiões mais receptivas do mundo, adorando-O diante do Seu

trono. Mais precisamente é ter pessoas de cada tribo e língua e nação O adorando (Ap. 5:9).

Isto vai contra inúmeras estratégias de missões, mas é o desejo do Senhor descrito nas

Escrituras, pois Ele sabe que Sua glória "cresce na proporção da diversidade daqueles que

reconhecem sua beleza"(Piper 1993:216).

 Nós sabemos disto através das palavras usadas por Jesus na Grande Comissão de

Mat. 28:18-20, que é válida ainda hoje. Mais uma vez através de Sua escolha de palavras

 panta ta ethne ("todas as nações), sua intenção é que grupos de pessoas, não só indivíduos

ao acaso, ouçam as gloriosas novas de salvação. Este conceito é confirmado através de toda a

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Escritura. No Novo Testamento, a palavra ethne normalmente se refere a uma nação (por 

exemplo: at. 13:19; Ap. !!:9), ou grupo de pessoas, e a palavra ethnos (singular de ethne)

sempre o faz ( por exemplo: Mat. 24:7; At. 2:5; Ap. 5:9).

 No Velho Testamento, o sentimento, o desejo de Deus para as nações também é

revelado, e em nenhum lugar é mais claro do que em Gen. 12:3, que é chamado de Pacto de

Abrahão . Aqui Deus expressa Seu desejo de abençoar todas as famílias da terra. A palavra

hebraica usada aqui (mishpâchâh) indica que a intenção de Deus é abençoar grupos

 pequenos de pessoas, estes grupos talvez fossem melhor definidos pela palavra "clã ".

Então, aprendemos na Escritura que no coração de Deus há o desejo de redimir não

meramente indivíduos de algum lugar, e não meramente nações políticas, mas grupos ainda

menores ("nações, "povos", "tribos", clãs").

O desejo de Deus para as nações é mais adiante visto através de todo o Velho

Testamento. John Piper o identifica e divide em quatro categorias: 1) exortações  para

declarar Sua glória entre as nações (por exemplo: Sal. 9:11; 96:3; 105:1; e Isa. 12:4 e 34:1),

2) promessas de que as nações um dia o adorarão (por exemplo: Sal. 2:8; 86:9; Isa. 25:6-7;

51:5), 3) orações  para que Deus seja louvado entre as nações (por exemplo: Sal. 67:1-5 e

72:17) e 4) planos pessoais  para que a grandeza de Deus seja conhecida (por exemplo: Sal.

18:49 e 108:3).

O Reino de Deus

Assim, vimos que através de toda a Escritura o desejo de Deus é receber glória,

reinando nos corações dos homens de todas as nações. A Bíblia chama este reino de reino de

Deus. Nós entendemos que há dois significados para este reino: o primeiro, aprendemos no

livro de Hebreus a palavra malkuth cujo significado principal é autoridade de Deus ou reino

ou soberania – seu governo universal (Sal. 103:19; 145:11) que se opõe ao segundo

significado que é domínio. Vemos este mesmo primeiro significado no uso da palavra grega

basileia encontrada em Luc. 19: 11-12; o reino de Deus está no coração dos homens e é

eterno.

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O domínio de Deus, o segundo significado de reino de Deus, é o céu e a terra. Esta

era a esperança de Israel, que um dia o Ungido de Deus governaria o mundo do trono de

Davi e haveria paz no mundo com o banimento eterno dos injustos. Não só a humanidade,

mas toda a criação seria restaurada! Os profetas anunciaram este dia (Isa. 2:4; 11:6-10) e o próprio Jesus anunciou que o estabelecimento deste reinado estava próximo. (Mat. 4:17). A

missão do Pai é receber glória dos representantes de todos os povos –para que Seu reino se

estabeleça em seus corações (Mar. 10:15) enquanto eles o adoram como membros do seu

domínio- seu reino- na terra e no céu.. Esta missão não é meramente do Pai, pois ele

 primeiro incumbiu Israel, depois a Igreja com a mesma missão. (O conceito do reino de Deus

será portanto desenvolvido logo mais quando examinarmos a missão de Israel e da Igreja.)

A Missão do Filho de Deus

A Bíblia fala de um outro que estava em missão, Aquele que tanto cumpriu

 perfeitamente a missão do Pai, quanto serviu perfeitamente como um modelo para Israel e

 para a Igreja. Ele foi o Filho de Deus, o Messias, Jesus. Deus não está simplesmente

controlando seus soldados a levarem sua causa adiante de algum canto "lá em cima"

mantendo-se à parte da atividade. Ao contrário, Ele se esvaziou de si mesmo, e se tornou

homem para participar pessoalmente do cumprimento da missão.

Deus Filho tem várias funções importantes na missão de redimir a humanidade,

nenhuma é mais claramente observada do que a de Servo Sofredor. Foi Ele – Jesus, o

Messias – sobre quem Isaías falou em Isa. 53. Nesta função, ao invés de ser o herói político

conquistador que a maioria dos judeus esperava, Jesus prosseguiu na missão do Pai de duas

maneiras. Primeiro, Ele foi um modelo tanto para Israel (através dos profetas – mais

notadamente pelas mensagens de Isaías), quanto para a Igreja (Jo. 17:18; 20:21) na sua

 participação na missão de Deus como canais para Sua redenção. Deus esperava que Israel

agüentasse toda a sorte de sofrimentos que fossem necessários para se tornarem uma bênção

 para as nações/ Do mesmo modo, a Igreja deve sofrer para a glória de Seu nome entre as

nações (Fil. 1:29; 2 Tim. 3:12).

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Mas, em segundo lugar, e ainda mais importante foi o fato de que foi Jesus, o Servo

Sofredor quem suportou toda a ira de Deus ao tomar sobre si os pecados da humanidade e

morreu de forma agonizante.. Este foi o sacrifício perfeito que abriu o caminho para que

homens e mulheres de todas as nações fossem reconciliados com o Pai e lhe dessem glória, aglória devida ao Seu nome! Tudo porque Jesus cumpriu perfeitamente a missão que o Pai

lhe havia dado (Heb. 10:4-10). Assim, os redimidos aguardam ansiosos por esta eternidade

de adoração a Deus diante de seu trono!

Ainda há mais! Ao completar sua missão, Jesus oferece a salvação que afeta não só

nossa eternidade, mas também cada dimensão de nossas vidas neste mundo. A salvação que

Ele oferece é holistica, porque Ele se importa com nosso bem-estar total. Jesus demonstrou

seu interesse diariamente. É verdade que Sua prioridade era o espiritual, mas não ao ponto

de negligenciar o físico. Não era fora do comum Jesus curar cegos (Mat. 9:27-30), aleijados

(Luc. 13:11-12), doentes (Luc. 7:1-10), ressuscitar mortos (Jo. 11) e expulsar demônios

(Mat. 8:28-32). Ele alimentou as pessoas quando tiveram fome (Mat. 14:15-21). Jesus

mostrou uma tremenda compaixão pelas necessidades físicas das pessoas e no cumprimento

de sua missão deste modo, agiu como um exemplo para seus seguidores imitarem. Nossa

teologia bíblica de missões não pode fazer vista grossa à necessidade de compaixão e de

ministrar às necessidades físicas da pessoa para que no final (talvez melhor,

simultaneamente) ministremos às suas necessidades espirituais.

Missão do Espírito Santo

Qualquer cristão pode testificar que suprir as necessidades das pessoas pode ser 

algo difícil, doloroso e frustrante! Não é fácil ser parceiro de Deus em missões. O que fazer 

com alguém que não quer o que você está oferecendo, ou que não acredita, ou que

simplesmente não se importa? Deus em sua misericórdia, não nos deixou realizar Sua missão

 por conta própria. Ele providenciou tudo o que é necessário para servi-Lo bem (2Pe. 1:3).

Esta provisão e poder vem até nós na pessoa do Espírito Santo. Ele também tem funções

específicas no cumprimento da missão de Deus. Ele ensina (Jo. 14:26), guia (Rom. 8:14),

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intercede (Rom. 8:26), conforta (Jo. 16:7), e faz muito mais. No Velho Testamento sua

 presença também podia ser percebida: no vento (Ex. 14:21), como uma força (Os. 13:15), e

como um poder (1 Reis 18:45). Foi nesta função que Jesus disse que Ele viria à igreja

 primitiva, "Mas recebereis poder quando o Espírito Santo vier sobre vós. . ."(Atos 1:8).Pode-se discutir a respeito desta ser sua função principal – conceder poder para completar a

missão do Pai.

Através de toda a história de Israel e da humanidade, vemos homens e anjos lutando

contra a vontade de Deus – na rebelião de Satanás e seus anjos (Mat. 25:41; Ap. 12:4), na

rebelião de Adão e Eva (Gen. 3:1-6), na rebelião da Torre de Babel (Ge. 11:1-9), no encontro

de Elias com os profetas de Baal (1Reis 18:21-39). A função do Espírito Santo é ficar firme

contra esta sorte de oposição, seja pessoalmente ou através da concessão de poder aos

servos do Senhor. Hoje nós chamamos este tipo de encontro, de encontro de poder, e é um

elemento essencial em nossa teologia bíblica de missões porque é algo que a Igreja terá que

enfrentar até o fim dos tempos.

Satanás se utiliza de vários artifícios para desafiar a vontade de Deus e para selar o

destino de bilhões de homens e mulheres. Ele os engana (Jo. 8:44) com falsas religiões como

o islamismo, hinduismo e budismo. Ele os engoda com várias crenças mundanas como o

materialismo, hedonismo, humanismo e ateísmo, ele os aprisiona através de governos

opressivos. Só há uma resposta adequada para isto, só uma coisa pode fazer com que seus

corações se voltem para Deus – um encontro de poder - uma demonstração do poder divino

tão grandioso, terrível e potente, que ninguém ousaria duvidar da existência e do poder 

salvador do único e verdadeiro Deus. Este encontro de poder é uma intervenção direta do

Espírito Santo para ajudar Seu povo – Israel ou a igreja de hoje – a cumprir sua missão.

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 A MISSÃO DO POVO DE DEUS

Se o Deus Trino está em missão, Ele não está sozinho, pois em sua economia, em

seu grande esquema , o qual é freqüentemente inescrutável para nós, Ele escolheu usar 

homens frágeis para atingir seu objetivo de redimir pessoas de todas as nações e ser adorado

 por eles agora e eternamente. Ele tem sempre usado representantes da espécie humana para

resplandecer a Sua luz e proclamar Sua verdade para que Seu reino seja estabelecido.

A Missão de Israel

Depois da queda do homem no Jardim, Deus continuava tendo o mesmo objetivo emmente – comunhão contínua com Sua criação. Só que agora, Ele teria que usar uma estratégia

diferente, a qual se originou em um homem chamado Abraão. Deus chamou Abraão e seus

descendentes e deu-lhes uma missão. Deus iniciou um relacionamento baseado num pacto

com Abraão e ele respondeu pela fé. Foi através dele que Deus quis que todos os outros

 povos, todas as outras família da terra, fossem "abençoadas" (Gal. 3:8). Em Ge. 12:1-3,

temos o que pode ser chamada de a Grande Comissão do Velho Testamento; vemos

claramente que Abraão (e portanto, Israel) foram ambos chamados e enviados para uma

missão. Não há dúvida de que Israel entendeu sua chamada quando olhamos por exemplo,

numerosos Salmos como o 67 ou o 96, os quais demonstram um certo interesse pelas

nações. Mas como Israel poderia abençoar as nações especificamente? Como ela deveria

cumprir sua missão? É crucial que entendamos isto ao considerarmos nossa teologia bíblica

de missões.

Encontramos a missão de Israel bem explícita em Êxodo 19:4-6; ela deveria ser uma

 preciosa propriedade de Deus, um reino sacerdotal e uma nação santa. Executando estastarefas ela seria a luz para os gentios (Isa. 42:6). Analisando primeiramente a questão de ser 

uma preciosa propriedade de Deus, vemos que a palavra hebraica em Êxodo 19:5 (cegullah)

traduzida como "especial", "preciosa" ou "peculiar", denota um tipo de bem móvel;

 portanto a ênfase é na mobilidade. A mensagem que Israel possuía não deveria ficar dentro

de suas fileiras, mas deveria ser levada às nações de diversas maneiras. Segundo, como um

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reino sacerdotal, ela deveria exercer uma função mediadora entre as nações e Deus. Terceiro,

como uma nação santa, sua missão era mostrar ao mundo o que significa ser uma nação

totalmente comprometida com o Senhor. Ela deveria refletir a graça de Deus; mostrar que

uma vida de obediência a Deus leva a nação (e os indivíduos) a prosperidade, sem falar daredenção eterna. (Isto é cumprir o que é diversamente chamado de Mandato Cultural ou

Primeira Comissão – ser pessoas do reino de Deus e refletir Sua glória- o que será mais

detalhadamente examinado depois).

A postura de Israel ao cumprir suas funções deveria ser a de serva. Ela deveria seguir 

e além disto, imitar o Servo de Isa. 53, compartilhando de Sua missão redentora. Seria deste

modo que cumpriria sua tarefa de abençoar as nações. Isto necessariamente requeria sofrer 

 pela causa, e talvez, esta seja a razão porque Israel nunca se tornou realmente uma naçãomissionária; ela aceitava convertidos, mas raramente os buscava. A aversão a idéia de sofrer 

 pela missão de Yaweh foi o que os levou a sofrer por causa de sua desobediência! E para

este tipo de sofrimento, ela não recebeu recompensa (1Pe. 2:20).

 Não que Israel estivesse mal preparada para sofrer ou para cumprir sua missão, ao

contrário, Deus os mandou para a primeira e melhor "escola de treinamento missionário"

quando enfrentaram a angustiante experiência do êxodo do Egito e a vida no deserto de Sinai.

Para que eles pudessem demonstrar às nações que Yaweh era o Senhor, eles primeiramente

tinham que conhecê-Lo bem e aprender a confiar Nele para vencer os obstáculos que

encontrariam em sua missão. A fuga do Faraó e os quarenta anos vivendo no deserto

realizaram esta preparação. Eles vieram a conhecer e a confiar em Deus como seu fiel e

 poderoso provedor tanto para as necessidades de suas vidas quanto para sua missão.

É surpreendente, como um povo como este, pode falhar, por alguma razão, em levar 

as novas deste Deus aos confins da terra! Afinal, eles não foram libertados do cativeiro a fim

de ajudar a libertar as outras nações que estavam cativas espiritualmente? Eles não sabiam

disto? Eles não tinham visto Deus levantar um líder para Eles (Ex.3),castigar Seus inimigos

(e deles também) (Ex.8:12), livrá-los daquele inimigo (Ex.7:5), abrir o mar (Ex. 14:21,22),

guiá-los pessoalmente (Ex.13:21,22), e suprir suas necessidades diariamente (Ex. 16:9-35)?!

Infelizmente por causa da natureza humana decaída falhamos em viver uma vida de gratidão

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e obediência Aquele que nos dá tudo e quer ser nosso tudo. Israel viveu mais de acordo com

sua natureza do que em obediência e gratidão a Yaweh. Assim, Eles falharam em cumprir 

sua missão de estabelecer o reino de Deus. Por esta razão, e porque os planos de Deus não

 podem ser frustrados, Ele passaram a "tocha da verdade" – e a responsabilidade de abençoar 

o povos do mundo- para outro grupo de pessoas, a Igreja (Gal. 3:29).

A Missão da Igreja

A missão de Jesus Cristo concluída no Calvário (Jo. 19:30) foi a base sobre a qual a

Igreja foi construída. Esta Igreja é formada por aqueles que o professam como Senhor (Mat.

16:15-18) e sua missão é propagar o reino de Deus. Assim como Israel não foi o reino, a

Igreja também não o é. Ao contrário, ela se encaixa no grande plano de Deus como Seu

instrumento para o cumprimento de Sua missão. Tem sido dito que a Igreja não tem umamissão, mas, que a missão tem uma Igreja.

É importante notar o significado da palavra grega para igreja (ekklesia), que é

"convocação, assembléia". Assim como Israel havia sido separada para cumprir a missão de

Deus, a Igreja foi. De fato, a missão da igreja é muito similar a de Israel de acordo com 1Pe.

2:9: "Vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que

anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz." A

 principal missão da Igreja é declarar a maravilhosa verdade sobre o Senhor Jesus Cristoressurreto a cada grupo de pessoas em todos os lugares (Jo.17:18; At. 1:8). (Isto é

diversamente chamado de Mandato Evangelístico ou de A Grande Comissão – declarar a

glória de Deus – e será examinado com mais detalhes posteriormente). Ela deve fazer isto

usando o manto do servo sofredor (Fil.2:1-11, note o v.4),pronto a sacrificar tudo para que

Deus possa receber glória de todas as nações.

Em cada uma das partes seguintes, nossa teologia bíblica de missões continuará a ser 

moldada à medida que desenvolvemos os vários aspectos da missão da Igreja. Começaremos

considerando as motivações bíblicas para participar na missão de Deus. À luz do grande

custo envolvido e devido ao fato que nossa natureza humana tende a nos desviar da tarefa

que Deus tem para nós, há que haver razões que são claras como cristal e sólidas como

rocha, para participar desta obra, razões que vão firmar nossa atenção no cumprimento

desta tarefa.

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 AS MOTIVAÇÕES DA MISSÃO

Há muitas boas razões para a Igreja participar com Deus em Sua missão, mais doque podemos examinar aqui, mas é importante verificar que suas motivações emanam de

dois relacionamentos fundamentais: sua principal motivação vem de um relacionamento com

o Senhor e sua motivação secundária origina-se do seu relacionamento com os perdidos.

A Incomparável Glória do Senhor

A Igreja de Jesus Cristo experimentou algo que nenhuma outra o fez, algo de valor e

glória incomparáveis.. Ela experimentou o conhecimento e a presença e o poder e a provisão

de Deus! Seus membros tem o privilégio de diariamente entrar em Sua presença para adorar 

Aquele que é o único digno de ser adorado! Essa adoração é o combustível para missões,

 pois como alguém pode experimentar o Deus Verdadeiro e não se sentir impelido a ajudar 

outros a experimentarem a mesma alegria e paz? Como pode alguém não prosseguir 

alegremente e convictamente para o alvo de ver representantes de todas as tribos e línguas e

nações adorando diante do trono de Deus? Seu valor demanda isto. Nós não devemos ser 

egoístas e manter a alegria de conhecer a Deus só para nós como Israel fez geralmente. O

valor e a majestade incomparável de Deus dever servir como uma motivação para missões.

As Comissões do Senhor

Mas só as emoções de adorar a Deus não podem servir como motivações para

missões, pois elas são instáveis. Eles não podem nos suster em nossa missão. Deve haver 

alguma outra coisa, algo como uma rocha sólida no nosso relacionamento com o Senhor que

sirva para motivar-nos a ajudar no cumprimento de Sua meta –a redenção da humanidade; e

há, na forma de Suas comissões.

 Na "Primeira Comissão", também conhecida como o Mandato Cultural, somos

encarregados de ser o povo do reino de Deus. Israel foi e agora a Igreja é, para viver como

uma nação santa demonstrando a glória de Deus aqueles ao nosso redor. Assim, a Primeira

Comissão não é redentora. A essência desta Comissão é encontrada em Gên. 2:15. Deus

colocou toda a Sua maravilhosa criação aos cuidados do homem! A terra é do Senhor, e tudo

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que nela está (Deu. 10:14; 1Cro. 29:11; At. 4:24), todavia nós somos os mordomos ou

gerentes! Nós recebemos a responsabilidade de governar este mundo com sabedoria, porque

Deus se importa com Sua criação (Sal.8). Cumprindo este mandato, a Igreja age

 preventivamente neste mundo perdido (Mat. 5:13).

Porque Deus colocou o homem no centro de Sua criação, e porque Ele valoriza muito

a Sua criação – especialmente os humanos, a quem Ele ama sacrificialmente – nossa

responsabilidade principal na mordomia se torna participar com Ele na redenção das

 pessoas, ele deseja que usemos nossas habilidades, nossa posição e influência, nosso

dinheiro e nosso tempo, como meios de alegremente compartilhar as maravilhosas novas de

salvação com aquelas pessoas que nunca as ouviram. Assim, enquanto nós somos

responsáveis por governar toda a criação com sabedoria, somos primariamente responsáveis

 por ajudar no processo da redenção. Este é o verdadeiro cumprimento da Primeira Comissão

e onde a Primeira e a Grande Comissão se encontram.

A segunda comissão que nos motiva a participar na evangelização é chamada de

Grande Comissão, ou Mandato Evangelístico. Ela nos impele a usar de vários artifícios para

declarar a glória de Deus aqueles que ainda não ouviram ou não responderam a ela. Assim

sendo, a Grande Comissão é redentora.

Esta Grande Comissão nós é dada em Mat. 28:18-20, Mar. 16:15-18, Luc. 24:45-49,Jo. 17:18; 20:21-23 e At. 1:4-8. Há sete palavras-chave que abrangem a comissão: Receber 

(o Espírito Santo)! Ir! Testemunhar! Proclamar! Discipular! Batizar! Treinar! Cada um

destes aspectos é fundamental para que a Igreja cumpra sua missão. Todos são cruciais para

que se façam discípulos de todas as nações adequadamente. Todavia há o perigo de

respondermos pragmaticamente e sistematicamente, e por obrigação a estas comissões sem

o tipo de compaixão que Jesus demonstrava aos perdidos (Mat. 9:36). Portanto, é

importante equilibrar nossa primeira e principal motivação – nosso relacionamento com o

Senhor, com nossa motivação secundária – nosso relacionamento com os perdidos.

O Clamor dos Perdidos

Embora o clamor dos perdidos seja sumarizado em Atos 16:23-31 pelo carcereiro de

Filipos, nem sempre ele é tão óbvio. O clamor dos perdidos é manifestado de muitas

maneiras como: orgulho, egoísmo, culpa, insegurança, falta de propósito, medo, vícios,

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luxúria, depravação, etc. Também é constatado através de uma fome espiritual que diminue,

mas que habitualmente se intensifica – e nunca é satisfeita, na crença em falsas religiões ou

na busca desenfreada de bens materiais e prazeres sexuais. As pessoas não estão cientes do

desejo que o inimigo de suas almas tem de destruí-los, tanto nesta vida como eternamente

(Jo. 10:10; 1Pe. 5:8) A Igreja tem a resposta, mas nós devemos ter ouvidos espirituais para

ouvir este clamor, e devemos responder com a compaixão de Cristo ao participarmos em

Sua missão. Se nós não ouvirmos, pessoas e povos inteiros serão destinados a pagar o preço

de sua perdição.

O Preço a Pagar

Como sempre, voltamo-nos para a Bíblia como fonte de autoridade. João 3:16-16,35

nos diz que exatamente qual a condição espiritual daqueles que morrem fisicamenteseparados de Deus. Eles estão condenados a sofrer a ira de Deus eternamente. Seu destino

está selado e não há esperança de mudança. É triste pensar que entre alguns setores

evangélicos se aceita um conceito não bíblico chamado de aniquilamento. Isto quer dizer que

o inferno não é um lugar mas um evento de aniquilamento (sendo a punição a negação da

alegria eterna com Deus ao invés de um tormento consciente), ou que depois de um período

no inferno, experimentando o sofrimento equivalente ao pecado que eles cometeram

enquanto vivos, suas almas simplesmente deixariam de existir. Mas a Bíblia não é ambígua;

tanto João batista, e Jesus se referiram ao inferno como "um fogo que nunca se apaga" (Mat.

3:12; Mar. 9:43-48). João escreve que o tormento dura para "todo o sempre"(Ap. 14:11).

Certamente isto deve servir de motivação para que a Igreja aproveite cada oportunidade e

recurso para alcançar um mundo perdido e moribundo.

Portanto, nossa motivação primária é o nosso relacionamento com o Senhor e nossa

motivação secundária é o nosso relacionamento com os perdidos. Desta última parte, nós

devemos estar bem certos, pois se a separação eterna de Deus é tão horrível como a Bíblia

diz, então nós devemos conhecer bem nossa mensagem e reconhecer o seu valor. Destaforma, seremos inevitavelmente desafiados, mesmo dentro da Igreja, com relação a nossa

mensagem.

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 A MENSAGEM DA MISSÃO

Geralmente as igrejas evangélicas estão de acordo que devemos "pregar a Cristo eeste crucificado" (1Cor. 1:23). Infelizmente, há opiniões diferentes quanto ao significado

disto. Portanto, nossa teologia bíblica de missões deve ser capaz de responder claramente a

dois conjuntos de tocantes perguntas: 1) A obra de Cristo é necessário à salvação? Ele é

realmente a única esperança do homem? 2) É necessária uma fé consciente em Cristo para

ser salvo? Alguém precisa ouvir o nome de Cristo e responder aos Seus apelos para ser 

salvo? Se nós não podemos responder a estas perguntas, a base da nossa missão poderá ser 

abalada.

Em resposta a primeira categoria de perguntas, Jesus mesmo deu talvez a melhor de

todas as resposta, quando Ele disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao

Pai senão por mim" (Jo.14:6). Paulo faz esta verdade ecoar em 1 Tim. 2: 5-6 quando ele diz:

"Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O

qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu

tempo." É somente através do trabalho de expiação feito por Cristo que os homens podemser salvos, portanto, é crucial que esse Seu trabalho seja anunciado a todas as nações (Luc.

24:46-47).

Enquanto as respostas acima são geralmente aceitas pelos estudiosos evangélicos, há

 bastante discrepância quanto a resposta ao segundo conjunto de perguntas. Alguns discutem

que, sim, é através da obra expiatória de Jesus que os homens são salvos, mas aqueles que

nunca ouviram sobre isso, podem também ser salvos confiados na graça de Deus, a quem

eles conhecem através da revelação natural (Rom. 1:20). Assim, nós devemos nos posicionar 

quanto a necessidade das pessoas ouvirem ou não o nome de Cristo a fim de serem salvos.

Mais uma vez nos voltamos a Jesus como nossa autoridade. Em Luc. 24:46-47, Ele

disse, "Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia

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ressuscitasse dentre os mortos, e em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão

dos pecados, em todas as nações, começando em Jerusalém." O ponto principal aqui é que o

nome de Jesus tem que ser pregado . Paulo entendeu isto quando escreveu que a salvação só

é possível através da confissão de Jesus como Senhor (Rom. 10:9) e que aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Rom.10:13). Agora, como pode alguém confessar ou invocar 

nome Daquele de quem nunca ouviram (Rom.10:14)?! Outra vez, a missão da Igreja é

confirmada! Ele deve pregar às nações a mensagem da obra expiatória de Jesus através de

Sua morte no Calvário.

A luz do incrível peso da verdade, a questão agora se torna Como a Igreja pode

 propagar esta mensagem de uma forma mais eficaz? Como ela participa com Deus na Sua

missão redentora de fazer discípulos?

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 COMO PARTICIPAR NA MISSÃO

Embora haja inumeráveis de atividade e ministérios que a Igreja pode realizar para

expandir o reino de Deus, o meio principal para cumprir esta tarefa é estabelecendo igrejas

locais. Isto foi demonstrado na vida da Igreja primitiva e muito bem exemplificado na vida

do apóstolo Paulo. Ele plantou igrejas por todo o Império Romano e sempre deixava alguém

 para cuidar de cada uma delas quando partia para outro lugar. Ele foi um plantador de igrejas

com a meta de fazer discípulos Embora o objetivo deste trabalho não seja esboçar 

detalhadamente uma estratégia para plantar igrejas, nós de qualquer modo precisamos

entender o que significa para uma igreja local fazer discípulos. Em que tipos de ministérios

uma igreja local deve engajar-se para atingir seu objetivo? A questão pode ser melhor 

respondida examinando cinco grupos-alvo de pessoas e quatro táticas para impactar suas

vida, porque discipulado é um processo de vida e homens e mulheres podem ser 

encontrados em todos os pontos do espectro.

Antes de identificar os grupos-alvo e as táticas, vale à pena mencionar que nenhuma

igreja local sozinha é capaz de cumprir a Grande Comissão, nem alguma organização para-eclesiástica. No entanto, trabalhando juntas em parcerias estratégicas, no espírito de João

17:22-23, o objetivo pode ser atingido.

O primeiro grupo-alvo para qualquer igreja local ou equipe plantadora de igrejas é o

formado por pessoas que não são crentes, cujo perfil está descrito em Gal. 5:19-21. A tática

usada para alcança-las é evangelizar . Quando alguém responde ao evangelho, ele se torna um

convertido (2 Cor. 5:17), passando a pertencer ao segundo grupo, precisando, então, firmar-

se na fé. A tática da igreja local aqui é discipular . Uma vez que um convertido está com sua

fé bem fundamentada, ele entra para o terceiro grupo-alvo, que é o de discípulo. Em Gal.

5:22-23 temos a melhor das descrições para este grupo. Sua necessidade principal é ser 

treinado para servir bem a Deus. A tática usada pela igreja aqui é de capacitar. Neste ponto

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a pessoa  passa por diversas posições de responsabilidade dentro da igreja e pode ser neste

 ponto classificada como um trabalhador ou líder, que é o quarto grupo. Enquanto que um

convertido precisa ser alimentado e um discípulo se alimenta sozinho, um líder alimenta

outros. Durante este período de crescimento, aquele que fora um dia um não crente e queagora é um líder, captou o sentimento do coração de Deus pelas nações. Em nosso processo

ideal de plantação de igrejas, muitos membros chegarão ao ponto onde poderemos utilizar a

quarta tática é enviar . É aqui que o movimento de plantação de igrejas se reproduz, porque a

igreja é (idealmente) cheia de pessoas do nosso quinto grupo – cristãos com uma visão

mundial.

Embora o cumprimento da Grande Comissão seja de acordo com as Escrituras, uma

responsabilidade de todos os cristãos (Mat.22:36-40; 28:18-20), o peso fica sobre os

ombros daqueles que são referidos como cristãos com visão mundial. Estes cristãos são

aqueles que tomaram pessoalmente a responsabilidade de evangelizar o mundo (Col. 1:28-

29; At. 20:24). Isto não significa necessariamente que eles sejam missionários. De fato, este

tipo de cristão, possui três tarefas principais a cumprir. Talvez a mais crucial seja a de

missionário, ou daquele que vai. A tarefa do missionário se deriva da palavra grega

apostolos, ou "enviado". Um missionário é chamado por Deus e mandado por uma igreja

local ( muitas vezes através de uma organização para-eclesiástica) para cuzar fronteiras

geográficas e/ou culturais para ajudar no cumprimento da Grande Comissão. Ele

normalmente serve em tempo integral, mas às vezes como um fazedor de tendas (At. 18:3).

É importante notar que enquanto cada cristão tem a responsabilidade de compartilhar sua fé

e ser um cristão com visão mundial, cada cristão não é um missionário por definição.

A segunda tarefa pode ser a de enviar. Quem envia, dá sacrificialmente de seu

dinheiro e tempo, particularmente em oração, a fim de que apoiar missionários e programas

de missões, tanto materialmente quanto espiritualmente.. Deixe-nos descorrer brevemente

sobre o papel da oração em nossa teologia bíblica de missões. Sem oração adequada a Igreja

não pode completar sua tarefa de maneira a glorificar o Pai. A oração é o que liga a Igreja à

fonte de poder. Ela nos engaja na batalha no sentido verdadeiro da palavra, pois a verdadeira

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 batalha não é física, mas espiritual. Paulo deixa isto bem claro em seus escritos. Ele diz a

Timóteo em duas ocasiões para "lutar o bom combate da fé" (1Tim. 1:18; 6:12). Ele usa a

figura de um soldado e seu equipamento para descrever a batalha, e conclui exortando a "orar 

no Espírito em todo tempo"(Ef. 6:10-18). "Todo tempo" por que ele sabia que para o crentee para a Igreja, a vida neste mundo é uma batalha constante, se estamos cumprindo o

mandato de Deus. A oração nos mantém ligados com nossa base (quartel-general), com

nossas armas e com a vontade de nosso Comandante. Ela nos concede graça e glória a Deus.

Como John Bunyan escreveu, "Você pode fazer mais do que orar depois que orar, mas você

não pode fazer mais do que orar até você orar."

Finalmente, um cristão com visão mundial pode ser um mobilizador, isto é, ele/a

investe um tempo significativo de sua vida desenvolvendo seu entendimento a respeito dos

mandatos bíblicos para missões, mantendo-se informado a respeito dos últimos

desenvolvimentos no mundo de missões, lendo, pesquisando e entendendo as diversas

necessidades dos povos não-alcançados, missionários e organizações missionárias, para

 poder encorajar, desafiar e motivar outros a irem às nações como missionários (ou para

enviarem ou para mobilizarem outros).

Pr. João Mordomo, João Mordomo atua há mais de 18 anos como missionáriotranscultural, tendo morado na Bélgica, no Brasil, e nos Estados Unidos, e ministradosobre evangelismo, missões e liderança em 40 países. É co-fundador de duas agênciasmissionárias, incluindo a CCI-Brasil (que tem foco especial no mundo muçulmano), ondeele atua como Presidente Executivo. É professor de missiologia em várias faculdadesteológicas, e co-fundador de um instituto bíblico/missionário. Ele também é co-fundador de uma consultoria de empresas (“missão empresarial”) e auxilia no grupo de trabalho

"Business as Mission" ("Missão Empresarial") do Movimento Lausanne. Serviu comopastor de igreja local durante sete anos e atualmente está ativamente envolvido numaigreja em Curitiba que ele ajudou plantar. Formado em sociologia, com mestrado emteologia, atualmente está doutorando em missiologia e desenvolvimento internacional. Autor de vários artigos e capítulos em revistas e livros, é casado com Sophia, e pai dedois filhos.