Por Amor

POR AMOR

POESIAS

GILSON LIRA

2.003

Por Amor

DEDICATÓRIA A DEUS, pela graça de viver, pelo dom de escrever. À memória dos meus pais: João Bezerra de Lyra e Maria José Lustosa de Lira À memória de minhas irmãs: Maryland e Marilene À querida esposa: Martha Eliani Aos filhos: Diego, Igor e Bárbara. Aos irmãos: Jefferson, Gilvanilton, Gilvanete, Wellington e Márcia Maria. À neta: Anny Victória Aos diretores, coordenadores, professores e estudantes que sempre apoiaram o nosso trabalho.

Por Amor PREFÁCIO

Nesta minha passagem atual, já dediquei uma parcela ao futebol, e embora sem ter muita habilidade no trato com a bola, consegui centenas de gols que levaram a inúmeros títulos. Hoje sei que quando colocamos o amor à causa, conseguimos superar todas as barreiras que nos separam do sucesso. No que tange à educação fui de porteiro a diretor, sempre com a mesma humildade, mas nessa passagem pelos cargos, pude ver outros que na vaidade das funções de chefia, usaram o poder transitório para pisar no próximo, humilhar e se vingar. Sei que estes não estão no setor educacional por amor, mas por falta de opção. Na teoria formam, mas na prática deformam nossos jovens. Aqui na literatura tenho sido um privilegiado, pois embora vivendo num Estado, cujas autoridades não incentivam a leitura, consigo chegar ao 15º livro editado e com venda garantida entre a classe estudantil. Assim sendo, quero deixar nas páginas que seguem mais uma coletânea de poesias, que assim como tudo que fiz na vida, também fiz: POR AMOR.

Gilson Lira

Por Amor

AMBIÇÃO

Tem mais gosto aquela fruta Que a nossa mão não alcança. Aquilo pelo qual você não luta

É que o desejo no seu peito lança.

Tudo aquilo que você desfruta, Perde o valor e logo se cansa.

Abre então outra disputa, Em busca de nova esperança.

O que eu tenho já não satisfaz, A ambição quer sempre mais

Para que eu possa me satisfazer.

Na vida, quanto mais consigo, Mais eu quero ter comigo,

Buscando o que não posso ter.

Por Amor

ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

Ela é de outro fui desprezado, Mas fui feliz no meu passado. Ao seu lado amei cantando,

Na tristeza ficarei lembrando.

O seu amor foi meu pecado, Foi um sonho materializado.

Até hoje sigo sonhando, Seu corpo quente ao meu tocando.

O nosso amor no peito abrigo,

O seu calor ficou comigo E a cada dia mais cresce.

Quem nunca teve um amor de verdade,

Que nunca sentiu saudade Que a primeira pedra arremesse.

Por Amor

ANTEVISÃO

Antevejo o movimento de uma mão, Mão fina acostumada aos cosméticos.

Que não reluta em apertar o botão, Pelo ódio que possui aos soviéticos.

Antevejo gritos em terra e mares,

Gritos horripilantes, marcados de dor. Guerra química envenenando os ares, Guerra do orgulho sufocando o amor.

Antevejo a humanidade mutilada,

Poucos que ainda restam da mortalha. No conflito toda terra derrotada,

Tanta morte sendo preço de medalha.

Antevejo toda raça destruída, No conflito que surgiu por uma mão. Há no céu uma atmosfera poluída,

Há na terra o que restou em solidão.

Antevejo neste quadro realidade, Comparado ao que todo dia vejo. Caminhando para tal fatalidade,

Um futuro, sem futuro, antevejo...

Por Amor

ANSIEDADE

A tarde vem caindo, Com ela meu sonho infindo. Sinto a natureza cantando, Mas a vida vai declinando.

A ilusão me conforta, A ti ela me transporta. És o sonho mais belo,

A rainha do meu castelo.

Enquanto meu corpo vagueia, No vai e vem serpenteia Em busca do horizonte.

E o sonho, antes tão perto, Perdido em denso deserto

Anseia-te qual água da fonte.

Por Amor

ÀS VEZES

Às vezes entre nós suponho, Um caso lindo como um sonho. A minha expectativa o descreve

Crescente qual bola de neve.

Às vezes me pego risonho, Eu que fui tão tristonho.

A ansiedade aumenta quando, Imagino estar te amando.

Às vezes o vento me diz

Que ainda vou ser tão feliz Como nunca imaginava.

Às vezes com toda franqueza

Eu tenho toda certeza Que em outra dimensão já te amava!

Por Amor CANÇÃO PELA PAZ

A profecia está se cumprindo, O mundo vai se esvaindo.

Há sangue em nossas mãos Na luta de irmãos contra irmãos.

Meu vizinho, não sei o seu nome, O meu próximo morre de fome.

A droga se prolifera, É o reino do medo que impera.

Bala perdida mata criança,

Já não temos mais segurança. Existe CPI da corrupção

Espalhada por toda nação.

Pelos valores perderam respeito, Só tem vez o preconceito. O mundo inteiro fica mudo,

Faz vista grossa a isso tudo.

Por isso nessa canção, Quero abraçar a cada irmão.

Dizer que o amor se faz, Em nosso apelo pela paz.

Por Amor

DESOLAÇÃO

No meu quarto, só e abandonado, E lá fora também a solidão. Por todo lado há desolação,

Que me torna um desamparado.

O vento grita, fico amedrontado, A coruja pia é maldição. O vento grita em aflição

Num gemido desesperado.

No coração a incerteza, No quarto tanta tristeza,

A minha alma em desconforto.

Como um túmulo fechado, Nesse ambiente desolado Parece que já estou morto.

Por Amor

DESTINO

Foi por acaso que te vi um dia, Mas eu te amar, o destino quis.

O amor foi lindo, como este poesia, Sonho de uma noite que se bendiz.

Hoje a cada hora, quem diria!

Vou caminhando em outra diretriz. Clamo a cada minuto de alegria Que passei contigo e fui feliz.

Quem vê esse meu pranto,

Nem sabe por que choro tanto, Não entende essa dor sem fim.

A eles, que importa o meu calvário,

Se nasci para ser solitário, Foi o destino que quis assim!

Por Amor

EMOÇÃO OU RAZÃO?

Se você olhar pela razão, O nosso caso não tem solução.

Às vezes a gente padece, Por razões que a razão desconhece.

Se você decidir pelo racional,

O nosso caso é um ponto final. Às vezes é como uma aposta,

Pára a roleta e vem a resposta.

Se você agir pela emoção, Ouvindo a voz do coração,

Pode até se machucar.

Mas se for intransigente, Sem demonstrar o que sente

Nunca vai ter quem amar.

Por Amor

ESPERA

O sofrimento consome a humanidade, E o tempo promete a eternidade. O homem pára, analisa e pensa, A sua vida por um fio suspensa.

O Oriente de guerra padece,

Na Califórnia a terra estremece. E o homem, em passo sonolento,

Arrasta-se neste mundo sangrento.

Muito do que Nostradamus falou E o homem, como sempre duvidou,

Acontece hoje mesmo assim.

Uns conscientes do seu papel, Outro pesaroso qual réu, Todos à espera do fim.

Por Amor

ENVELHECENDO

Meu Deus, o mundo já não me anima, É a velhice que se aproxima.

A natureza vai me desprezando, Os cabelos brancos vão ficando.

Ficarei velho, sem que exprima,

Toda tristeza que em mim se arrima. E a dor que me vem magoando,

Nessa existência que vivi penando.

E logo no abandono, envelhecido, A saudade de ontem, desiludido, Preso à dor que me fere o peito.

Maldigo somente te vivido,

Sempre sozinho e incompreendido, Como um eterno insatisfeito.

Por Amor

ESTRADA DO DESGOSTO

Fitando a estrada do desgosto Numa tarde de sol posto, Eu caminhava lentamente

Nessa estrada de minha mente.

Alguém linda de palidez no rosto, Numa dessas tardes de agosto,

Com a expressão de um amor ardente Passeou comigo alegremente.

Amei com todo o meu amor, Ela me fez poeta e sonhador,

O mais feliz dos mortais.

Hoje, com a tristeza no rosto, Recordo com muito desgosto

Dos tempos que não voltam mais.

Por Amor

ESPERANDO A MORTE

Ela guarda secretamente O segredo de ser doente. O mistério também trago,

Mas escondo no meu afago.

O corpo fraqueja no passo, Já lhe sustenta o meu abraço.

Ela finge ser inatingível, Mal suporta a dor horrível.

A minha presença amiga, Sua dor também abriga Na palavra que conforta.

Lembranças de um tempo feliz, Saudades que a boca não diz Pois a morte lhe fecha a porta.

Por Amor

ENTERRO DO NOSSO AMOR

Quando o negro véu se espalha, Fazendo da noite uma mortalha,

Tenho a impressão que a minha vida É uma estrada longa, sem guarida.

E todo som que a minha boca espalha, Parece a voz sinistra de um canalha, Como a voz do vento incompreendida

Falando pela noite entristecida.

E a procissão dos mortos, Tal qual navios sem portos,

Passa na minha visão do leito.

Passa como o fúnebre caixão, Onde em estado de putrefação Carrega o nosso amor desfeito.

Por Amor ESTUDANTE

É um alguém que eu nem conhecia, Mas encontrei na minha sala um dia.

Alguém do qual mantive certa distância E talvez nem desse a merecida importância.

Um outro dia, revendo alguns conceitos,

Descobri tais preconceitos. E falo aqui nesse breve instante

Que alguns envolvem o estudante.

Se usa gíria no seu palavreado, Logo dizem que usa o “baseado”. Para outros, malandro sempre é,

Porque tem o hobbie de usar boné.

Mas deixando o preconceito de lado, Falo do que tenho observado.

Ele é um pouco de cada gente: Impaciente, rebelde, adolescente.

Para muitos é como um tiro no escuro, Para mim será sempre o nosso futuro,

Não tenha isso como um insulto.

Que ele nunca se iguale ao adulto, Pois o próprio Cristo só deu esperança

Para quem no coração permanece criança.

Por Amor

FORÇA DO SILÊNCIO

Reunindo as minhas dores Concluí que os dissabores

Na progressão do meu tédio Age em mim como um remédio.

Que importa os dissabores, Se à sombra dos amores,

Na luta contra o tédio, O silêncio é meu assédio?

E o silêncio da natureza, Acaba matando a tristeza Pelo meu esquecimento.

Venço a mágoa que me oprime,

Porque o silêncio redime Todo mau pensamento.

Por Amor

FILOSOFANDO

Como uma pessoa indecisa Que na dúvida martiriza,

Mergulho no próprio pensamento Buscando a causa do sofrimento.

Procuro nesse exato momento Chegar ao azul do firmamento. Por que o sol quando agoniza, Toda natureza se empoetiza?

Antes do mármore das lousas,

Quero descobrir todas as cousas Desde o tudo até ao nada.

Ser um semi-deus, bem forte,

Para ressuscitar da morte E seguir noutra jornada.

Por Amor

FIM DE ILUSÃO

Pelo imenso amor que desfrutamos, Foi pequena a dor que deixaste. Se pelo acaso nos separamos,

Foi boa a saudade que me legaste.

O sonho que juntos sonhamos, Infelizmente não o realizamos. Mas quem sabe não sonhaste, Porque talvez nem me amaste.

Foi ilusão o que aconteceu comigo,

Até hoje nem sequer maldigo Teus beijos tão sensuais.

Chega ao fim toda esperança,

Foi um sonho de criança E a ilusão de um rapaz.

Por Amor

IGREJA SEM DEUS

Sei que pouco tempo me resta, Que o próprio mundo me detesta. Até o que paira no pensamento

Não passa de um mau pressentimento.

Eu sinto todo ódio violento Que aperta mais o sofrimento.

Esse ódio que o mundo empresta Combate o amor que ainda resta.

Sigo sozinho nessa estrada

Que é como igreja abandonada, Onde rezava os credos meus.

Sou como a igreja legendária,

Que permanece solitária Sem receber o próprio Deus

Por Amor

IMPRESSÃO FELIZ

Vindo de além do sol poente, De muito longe daqui e trago

Dentro do peito discretamente Toda força do meu afago.

Espalho o amor por onde passo

Na dura luta de uma vida horrível, Fitando o azul da imensidão abraço,

Enganando a mim mesmo, o impossível.

A solidão sempre foi minha amiga, Quase sempre ela me conforta,

Chegou de mansinho, como quem se abriga, E nunca mais saiu da minha porta.

Amo a ilusão que a fragilidade

Da minha sorte ofertar-me quis. E, ao vê-la, sinto na verdade, A doce impressão de ser feliz!

Por Amor ISTO É AMOR

Sentir todo corpo vibrar

Num primeiro e único olhar, Num baile, na rua, seja onde for,

Pode ser um sinal de amor.

Um simples toque de mão, Descompassando o coração, Num cumprimento qualquer

Pode ser amor pra essa mulher.

Até mesmo um simples sorriso, Num breve momento impreciso,

Se ele vai nos encabular Pode ser o momento de amar.

E aquele primeiro beijo

Que lhe estremeceu de desejo, Você pode até duvidar

Mas já começou a amar.

Quando você me chama E só tem o vazio da cama.

A solidão é quem lhe faz par, Você sente o que é amar.

E quando uma multidão imensa,

Sente a saudade da minha presença. Você ainda procura o meu olhar,

Pois entendeu o que é amar...

Por Amor

INDAGAÇÃO

Qual será o nosso destino, Homem santo ou assassino?

O que se esconde atrás da porta, É alegria ou vida morta?

Que horizonte descortino, Felicidade ou desatino?

E o que mais lhe desconforta, Além da dor que o peito corta?

O que pode ser mais abominável,

Que a frieza insuportável De quem se diz seu irmão?

Por que será que o ar se infeta,

Quando na idéia se projeta A mais torpe traição?

Por Amor

MÃOS

Quanta mensagem existe em cada mão, Mãos de todo tipo de gente.

Mãos calejadas em busca do ganha-pão, Mãos pequeninas de criança inocente.

Quanto carinho numa mão maternal,

Mãos dadivosas sempre prontas a servir. Mãos que se postam no momento final, Procurando dar razão ao nosso existir.

Quanta violência em mãos desiguais,

Mãos que na guerra acendem o rastilho Portadoras da morte, mãos marginais,

Mãos sempre prontas a apertar o gatilho.

Quanto temor nessas mãos que nos pede, Mãos mutiladas, marcadas pela dor.

Mãos que esperam por alguém que não cede, Que tem no coração ausência de amor.

Quanta ternura nas mãos da criança,

Mãos que se mostram sem fingimentos. Mãos pobres, mas quão ricas de esperança,

Que escondem nos dedos tantos sentimentos!

Por Amor

MALTRAPILHO

Vejo-o pela rua maltrapilho, Cruza o caminho que palmilho. Segue sem motivo nessa vida,

Esperando pela Terra Prometida.

No olhar, se ausenta o brilho, Para alguns é um empecilho.

A matéria fraca, em despedida, Não passa de uma alma decaída.

Mesmo assim espero que viva, Que a dor não se faça cativa

Deste homem tão sofrido.

Perdido na grande cidade, Pergunta à sociedade,

De que valeu ter vivido?

Por Amor

MEUS AMORES

Foi ligeiro o meu amor primeiro, Durou um beijo de um minuto.

O segundo, embora passageiro, Deixou meu coração de luto.

Meses depois, tive o terceiro,

Do qual reclames ainda escuto. Depois o quarto, o derradeiro,

Que ainda clamo a todo minuto.

Depois de tanto ter amado, Sinto o corpo castigado E num sono adormeço.

Em sonho entro em declive,

Lembrando do amor que não tive E amando a quem nem conheço.

Por Amor

MINHA SAUDADE TE PROCURA

A voz embargada na prece, Na mensagem tão curta emudece.

O corpo na cama cansado, Chuva fina molhando o telhado.

Em mim o semblante triste, Depois da partida persiste.

Na lembrança o filho brincando E a saudade em tudo gritando.

O sono demora bastante,

Seu corpo repousa distante Longe da minha pessoa.

A matéria adormece deserta,

A alma reluta e desperta, Em busca de ti ela voa.

Por Amor

MUNDO HOJE

Pelo mundo se espalha Toda dor dessa mortalha.

O que será dessa vida A humanidade estremecida.

Por ação da desigualdade,

Mais aumenta a mortandade. A tristeza nos consome,

A maioria morre de fome.

Uma dor me corta o peito Quando vejo o sonho desfeito

No olhar de uma criança.

Por muitos que sofreram, Pelos tantos que morreram Não lhe mate a esperança.

Por Amor

NÃO SE LAMENTE

Não se lamente por estar sozinho Porque um dia alguém lhe deu carinho.

Não se lamente por viver na dor, Porque um dia alguém lhe deu amor.

Não se lamente do silêncio ao lado, Porque um dia você ficou calado. Não se lamente pelo que sofreu

Porque, quem sabe, você mereceu.

Não se lamente por não ter alguém, Porque você deixou só também Não falando desse amor sequer.

Não se lamente porque na verdade,

Você provou toda felicidade Nos braços dessa mulher.

Por Amor

OUTRAS VIDAS

Sigo sem rumo o meu destino Como o mais cruel assassino.

Não tenho a quem me conforte, O destino ri da minha sorte.

E Deus, esse ser divino,

Que em minha angústia descortino Afasta pra mais longe esse norte

Alongando no percurso a própria morte.

Ah! Quantas almas infelizes, Com milhões de cicatrizes

Por pecados de outras vidas.

Ah! Como é triste a amargura, Essa dor que me tortura

Por tantas chances perdidas.

Por Amor O POEMA QUE EU FIZ PRA VOCÊ

Eu queria ter você como tema,

Inspiração para fazer um poema. Entretanto, o que sinto é tal,

Que no início já vem um ponto final.

Eu queria te escrever uma canção Pra dizer o que vai ao coração.

No entanto, a emoção faz carga, E a voz sem querer se embarga.

Eu queria e, aliás, até prometo,

Que um dia desses componho um soneto. Só que por enquanto eu não garanto, Pois só de pensar me vem o pranto.

Eu queria fazer só uma quadrinha, Quem sabe, pelo menos uma linha.

Mas que fazer a inspiração se esconde E as palavras fogem pra não sei onde.

Eu queria a sabedoria como escrava

Pra te dizer a mais linda palavra. Mas o erro de concordância está em cima,

Pois escrava com palavra não rima.

Por isso minha querida não se magoe, Reflita no meu caso e perdoe.

Termino o recado e nem sei como chamo, Mas deu pra imaginar o quanto te amo?

Por Amor

PAIXÃO OU ILUSÃO?

Arde no peito uma chama, Será que você me ama? Essa dúvida me apavora, Penso nela a toda hora.

Queima no olhar nova luz,

Que mensagem ela traduz? Essa dúvida me revigora,

Penso em você sem demora.

Vive em mim sua lembrança, Ela traz a esperança

Que guardo no coração.

Vencendo a timidez, Pergunto na insensatez, Será paixão ou ilusão?

Por Amor

PEDAÇOS

Ontem tudo acabou de fato, Até rasguei o teu retrato.

De você, minha última conquista, Pedaços de papel em minha vista.

Hoje, de alma cansada,

Sinto-me no fim da jornada. Desiludido em meio à pista,

Nem creio que alegria exista.

Alguém sem amada amante, Frustrado segue adiante,

Uma dor que não se acalma.

Sozinho pela estrada ando, Deixo no vento ecoando

Os tristes gemidos da alma.

Por Amor POEMA À MULHER

Como obra de sua criação, Deus criou primeiro o varão. Teve por ele grande carinho

E não quis que ficasse sozinho.

A mulher surge como parceira Para ser a fiel companheira. Deu a ela a sublime graça

De multiplicar a nossa raça.

Tem ela o dom materno, Herança do Pai eterno.

Ser mãe é a maior glória Do seu papel na história.

A justiça que hoje faço

É que ela ocupou seu espaço. Tem presença em todo setor, Mostrando seu grande valor.

Apesar do grande preconceito, Soube se impor com respeito.

E com toda dignidade Conquistou a sua igualdade.

Bendigo a arte primeira,

Mas muito mais à parceira. Afinal, quem é que não quer,

Ter ao lado um amor de mulher?

Por Amor

POR AMOR

Ainda que eu tenha o ato nobre De doar tudo que tenho ao pobre.

Para Deus isso não terá valor, Se tal ato não for por amor.

Ainda que de modo incomum, Opere um demorado jejum. De nada vale esse penhor, Se não for feito por amor.

Ainda que eu fale língua estranha,

Que mostre uma sabedoria tamanha De que adianta meu Senhor?

Ainda que seja pequeno seu ato,

Só ganha dimensão de fato Se você o fizer, por amor!

Por Amor

PASSAGEIRO DO MUNDO

No mundo sou passageiro, Não sou último nem primeiro.

Estou feliz neste minuto Mas no próximo estou de luto.

Na dimensão sou terceiro,

Quem sabe o mundo derradeiro. O meu sonho é diminuto,

Mal acredito no que escuto.

Se pelo próximo sou contestado, Por Deus sou mais amado,

Embora estando em declive.

Mesmo quando esmoreço, Pelo Deus único que conheço

Bendigo a vida que tive!

Por Amor QUANDO EU, QUANDO TU...

Quando eu te amava, e quanto te amei, Não sei por que brigava se por ciúmes não sei.

Quando me amavas, e quanto me amaste! Não sei por que zangavas, se é que zangaste.

Quando eu estava contigo, e quanto estive!

Não sei por que o castigo das dores que tive. Quando estavas comigo, e quanto estiveste,

Fui mais que um amigo, agradecido ao que me deste.

Quando eu te mirava, e quanto mirei! Não sei por que calava, de quietude nada sei.

Quando me beijava, e como beijava! Não sei em que pensava, somente o quanto te amava.

Quando te abraçava, e quantos abraços!

Meu desejo alvoroçava nos teus curvos traços. Quando dissemos adeus, e quantas vezes dissemos!

Desabaram os planos meus, e os dois um pouco morremos.

Quando quiseres voltar e sei que vais querer! Pode vir bem devagar, eu saberei te entender.

Quando eu quiser voltar, bem sei que vou querer, Não poderei te contar, no medo maior de sofrer.

Quando te olhava, calava e beijava,

E quanto olhei, calei e beijei! Não sei por que tanto amava,

Mas quanto te amei!

Por Amor

Quem?

Quem nunca teve dores, Quem não sentiu amargores? Quem nunca penou de tédio,

Quem não precisou de remédio?

Quem nunca teve amores, Quem não sentiu dissabores? Quem nunca quis ser nédio,

Quem nunca sofreu assédio?

Quem nunca sentiu tristeza, Quem não amou a natureza, Quem a mente não oprimiu?

Quem nunca no pensamento,

Soube mesmo por um momento Que foi Deus quem lhe redimiu?

Por Amor

ROSEIRA E CARMIM

Sinto atração por essa roseira, Sempre esbelta e altaneira. Ao lado, no mesmo jardim, Vejo um solitário carmim.

Ele, coitado, sempre sozinho,

Não lhe pousa nenhum passarinho! Ela é por todos amada,

Jamais se sentiu abandonada.

Você é como essa roseira Que durante a vida inteira Foi um motivo de atração.

Eu, tal qual o carmim,

Sigo direto pro fim Na mais triste solidão.

Por Amor

SEM RUMO

Ela segue vagarosa e maltrapilha Sem rumo na estrada em que palmilha.

Pensamento lá na Terra Prometida, Não encontra seu caminho nessa vida.

Tudo no seu rumo é um empecilho, No céu, tudo escuro, não há brilho.

A matéria do seu corpo em despedida, Só a alma quer mantê-la nessa vida.

Vida, que te importa que ela viva,

Se nada mais a faz cativa, Nem mesmo essa paz ilusória?

Recusada por toda humanidade,

Ela anseia pela imortalidade Na certeza de uma vida de glória!

Por Amor

SUA FOTO

Aquela foto que lhe roubei, Perpetua as lembranças que passei.

Ela é a marca de cada dia Que fiquei contigo minha Maria!

Fitando-a a pouco até chorei,

Seu olhar sincero, agora eu sei. Por ela tudo eu faria,

Por nada no mundo a trocaria.

Ela me acompanha a noite inteira, É como a inesquecível companheira

Que me leva a tal delírio.

E, ao fitá-la, tenho a impressão, Que apesar de toda solidão,

Ainda sou feliz nesse martírio.

Por Amor

SINAL DE AMOR

A natureza em pausa se cala, Em silêncio permaneço na sala.

Essa quietude que me veio, Foi só por você, eu creio.

O pensamento difuso e incerto,

Traz a sua lembrança bem perto. Com ela, os momentos breves, Desfilando quais plumas leves.

Na sala, o frio, corpo coberto,

O coração no peito aberto Segue seu bater cismando.

Meu ser inteiro é só calma,

Uma saudade assume a alma E descubro que estou te amando!

Por Amor

SONETO AO MEU PAI

Pai, hoje o senhor é o meu tema, É para o senhor este poema.

Homenageio este seu dia, É meu motivo de alegria.

Pai, hoje me veio à lembrança, Dos bons tempos de criança.

Sabe, eu era tão feliz ao seu lado, Que queria voltar ao passado.

Pai, eu não queria crescer, Eu tinha medo de perder O carinho que me dava.

Pai, meu olhar se enche de brilho,

Tenho orgulho por ser seu filho E por tudo que significava.

Por Amor

TEMPO E ESPAÇO

Uma pergunta em mim restou: Quando o tempo começou?

Essa questão vira um tormento, Se não sei o exato momento.

Esse é um fato intrigante,

O qual reflito nesse instante. De velhice nossa vida desaba

E o tempo nunca se acaba.

O espaço também é assim, Não existe começo nem fim.

Quando mais o astrônomo persiste, Tanto mais espaço ainda existe.

Alguns dizem, em meio ao conflito,

Que sua medida é o infinito. O mesmo princípio nos pensamentos meus,

Aplica-se à existência de Deus!

Por Amor

TUA CARTA

Na cabeceira da minha cama existe Uma mensagem que leio e fico triste.

É uma carta que até hoje eu, Sinto saudade de quem a escreveu.

Essa carta ao meu choro assiste, Ao meu lado sempre ela viveu. Reviver um sonho que consiste

Na lembrança do amor que já morreu.

Tenho-a de cor na minha memória E o que era um bem na minha história

Hoje se transformou em mal.

Com tudo no meu egoísmo, Pergunto com tal cinismo:

E quem não teve amor igual?

Por Amor

ÚLTIMA VIAGEM

Sua foto em minha mão, Eu te fitava noite e dia.

Com tua imagem em minha visão, Conforto a Deus em vão pedia.

O pranto dos meus olhos descia, Uma dor forte no meu coração.

E você na foto nem sequer me via Assim perdido nessa aflição.

A minha dor no peito agonizava,

A luz no meu olhar já não brilhava, E um nó na garganta me fazia calar.

Depois, solitária, numa urna fechada,

Pra longe de todos foi levada, E nunca mais retornou ao lar...

Por Amor

VOCÊ DISSE...

Você disse que nunca foi meu tema, Que nunca me inspirou um poema.

Você leu cada palavra, cada quadrinha, E nunca se viu numa só linha.

Você disse que eu não te amava, Simplesmente porque não falava. Mas eu disse tanto em cada olhar,

A mensagem era maior do que gritar.

Você disse que eu fui inconseqüente, Que quando mais precisou, estive ausente.

Mas eu estava lá no seu desejo, E dava corpo e alma em cada beijo.

Você disse que esse amor eu minto, Então como chamar tudo que sinto? Que nome dar a esse sentimento,

Que só quer você a todo o momento?

Você disse que não é mais minha querida, Que já até me riscou de sua vida.

Que chance eu tenho de te encontrar, Se você nem me deixa te procurar?

Por Amor

VOCÊ ERA...

Você era o sol de bela manhã, Era aquela querida irmã.

Era a hora melhor do meu dia, O motivo de minha alegria.

Você era o meu amor criança,

A minha maior esperança. Era tudo que eu sempre almejei,

A mulher que eu mais amei.

Você era mais que a vida, A minha ilusão mais querida. Era a visão dos olhos meus,

O amor que pedi a Deus.

Você era os meus momentos risonhos, O motivo de todos meus sonhos.

Era a amiga, a única companheira, Que escolhi para a vida inteira.

Você era o motivo maior de viver,

Mas eu não fiz por te merecer. Você era tudo o que eu mais quis, E mesmo assim não te fiz feliz...

Por Amor BIOG

Gilson Lustosa de Lira é

natural de Natal, Rio Grande

ntal Lira comp

ol, onde

RAFIA

do Norte, nascido em 7 de março de 1.948, sendo filho de João Bezerra de Lyra e Maria José Lustosa de Lira (ambos falecidos). Aos 2 anos de idade, seus pais mudaram-se para a cidade de Cachoeiras de Macacu no Estado do Rio de Janeiro, onde estudou o ensino fundamental no Grupo

Escolar “Quintino Bocaiúva” e o ensino médio (técnico em contabilidade) no Colégio Carlos Brandão(CNEC). Concluiu Estudos Sociais na UFMT, Licenciatura Plena em História e Filosofia na APEC (SP) e fez Pós graduação em História e Filosofia na UFMT.

Já desde a 6ª no ensino fundameunha versos. Quando a professora de Língua

Portuguesa passava uma redação, ele pedia para fazer uma poesia. Entretanto, somente quando começou a jogar futebol profissional, ele passou a produzir seus textos poéticos, aproveitando o tempo em que ficava nas concentrações. Assim em 1.979 lançou o seu 1º livro intitulado “Participação Literária” de Crônicas e Pensamentos. E aí não mais parou.

Outra paixão na vida do escritor foi o futebdesde os 12 anos já deu os primeiros passos em

Cachoeiras de Macacu, tendo atuado no

Por Amor

istória, Filosofia e Língua Portu

Cachoeirense, 11 Unidos, Ipê e Independente. Posteriormente atuou em Bom Jardim e Nova Friburgo, de onde foi para o Fluminense e Bangu do Rio de Janeiro nas divisões de base, aspirantes e alguns jogos na equipe principal do Bangu até 1.968. A partir daí teve passagens pelo Grêmio de Maringá (PR), Náutico (PE), Galícia (BA), ABC (RN), Grêmio Anapolino(GO), Operário (MT), Comercial (MS) e União (MT). Em Mato Grosso foi onde mais atuou tendo chegado em 1.973 e jogou até 1.980 quando encerrou a carreira no União E. C. de Rondonópolis. Nesse Estado conquistou 13 títulos, sendo 7 pelo Operário (Campeão Estadual(73), Bi-campeão da Copa Cuiabá(73/74), Campeão do Centro-Oeste(74), Campeão dos Torneios Ranulpho Paes de Barros, Semana da Pátria e Agripino Bonilha(73/74); e 3 títulos no Comercial (Campeão do Torneio Incentivo(77), Torneio Marcelo Miranda(77) e Taça Campo Grande(78); e 3 títulos no União (Campeão Invicto do Torneio Incentivo 75/76/79). Marcou em Mato Grosso 285 gols, sendo 199 pelo União (é o maior artilheiro de sua história), 41 pelo Operário e 45 pelo Comercial. Foi artilheiro do Campeonato Matogrossense em 1.973/1.975 e 1.976. Recordista de gols com 23 marcados numa única temporada e até hoje não ultrapassado. Bi-artilheiro no Torneio Incentivo em 1.976/1.979.

Foi professor de Hguesa, tendo atuado no Colégio Carlos Brandão

em Cachoeiras de Macacu (Professor de Contabilidade Geral e Bancária), E.E. Fernando Leite

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carreira no futebol em 1.980, traba

Lira é coordenador do Progr

de Campos e EE Licínio Monteiro em Várzea Grande (MT), EE La Salle, 13 de Junho, EE Santo Antônio e EE Marechal Dutra, todos em Rondonópolis, MT. No Dutra trabalhou 27 anos dos quais em 11 foi Diretor. Aposentou-se com 31 anos dedicados à Educação em 1º de agosto de 2.003.

Após encerrar a lhou na Rádio Juventude de Rondonópolis como

comentarista esportivo e posteriormente como Narrador, sendo cognominado “O Microfone Artilheiro” do futebol brasileiro. Atuou também na Rádio Clube, Tropical Fm e foi Apresentador de um programa esportivo na TV Gazeta.

Atualmente Gilsonama Segundo Tempo Comunidade na Secretaria

de Esporte, Cultura e Lazer.

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