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“Gestão municipal consorciada: administração municipal, consórcio público e desenvolvimento regional no Alto Paraopeba, em Minas Gerais” por Marcelo Lúcio Saboia Fonseca Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre Modalidade Profissional em Saúde Pública. Orientador: Prof. Dr. José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho Brasília, outubro de 2013.

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“Gestão municipal consorciada: administração municipal, consórcio público e

desenvolvimento regional no Alto Paraopeba, em Minas Gerais”

por

Marcelo Lúcio Saboia Fonseca

Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre Modalidade

Profissional em Saúde Pública.

Orientador: Prof. Dr. José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho

Brasília, outubro de 2013.

Page 2: por - Oswaldo Cruz Foundation

Esta dissertação, intitulada

“Gestão municipal consorciada: administração municipal, consórcio público e

desenvolvimento regional no Alto Paraopeba, em Minas Gerais”

apresentada por

Marcelo Lúcio Saboia Fonseca

foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros:

Prof. Dr.ª Maria Isabel Boavista Seara Machado

Prof. Dr. José Mendes Ribeiro

Prof. Dr. José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho – Orientador

Dissertação defendida e aprovada em 01 de outubro de 2013.

Page 3: por - Oswaldo Cruz Foundation

Catalogação na fonte

Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica

Biblioteca de Saúde Pública

F676 Fonseca, Marcelo Lúcio Saboia

Gestão municipal consorciada: administração municipal, consórcio público e

desenvolvimento regional no Alto Paraopeba, em Minas Gerais. / Marcelo Lúcio

Saboia Fonseca. -- 2014.

140 f. : tab. ; graf. ; mapas

Orientador: Vieira Filho, José Eustáquio Ribeiro

Dissertação (Mestrado) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca,

Rio de Janeiro, 2014.

1. Consórcio Público. 2. Administração Pública.

3. Administração Municipal. 4. Desenvolvimento Regional.

I. Título.

CDD - 22.ed. – 352.1098151

Page 4: por - Oswaldo Cruz Foundation

A U T O R I Z A Ç Ã O

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a

reprodução total ou parcial desta dissertação, por processos

fotocopiadores.

Brasília, 01 de outubro de 2013.

________________________________

Marcelo Lúcio Saboia Fonseca

Page 5: por - Oswaldo Cruz Foundation

Dedico esta pesquisa ao meu pai, constante fonte de inspiração. In memorian.

Page 6: por - Oswaldo Cruz Foundation

AGRADECIMENTOS

A constatação de que a atividade de pesquisa é solitária contrasta com a oportunidade

que tive de conhecer muitas e interessantes pessoas. Esta pesquisa não teria sido possível sem

a colaboração dos mestres e coordenadores (da FioCruz e do IPEA). Agradeço aos meus

colegas de mestrado, pela amizade e exemplo de dedicação às próprias pesquisas e por terem

compartilhado comigo as dificuldades inerentes à conciliação das obrigações de estudo e de

trabalho. Agradeço ao meu orientador pelo apoio nos momentos decisivos preparatórios para

a qualificação do projeto e durante o desenvolvimento do texto. Seus comentários precisos e

diretos permitiram uma interlocução proveitosa.

Alguns dos meus colegas e amigos de trabalho no Ministério do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome (MDS) incentivaram esta pesquisa. Quando da época da definição

do tema da pesquisa, na então Secretaria de Articulação para a Inclusão Produtiva (SAIP),

agradeço o apoio de Ronaldo Coutinho, Ronaldo Vasconcelos, Ricardo, Thiago, Luis Felipe

que foram alguns de meus interlocutores à época. Já na Assessoria Internacional, agradeço o

paoio de Aline, Marcio, Pollyanna, Priscilla, Luís Gabriel, Cecília, Luciane, Nita, Neura,

Cynthia, Rodrigo, entre outros, que sempre ofereceram seu discreto apoio. Esse mesmo

importante apoio manteve-se com a recente chegada dos novos colegas Claudia Maciel,

Claudia Gasser, Wellington, Ganesh, Vani, Guilherme Cury, Guilherme Larangeira, Danielle,

João, Fernanda e outros.

Ainda dentre meus colegas de Ministério, registro um grande agradecimento a Marcia

Muchagata, cuja leitura e comentários tanto do projeto de pesquisa quanto da primeira versão

completa do texto da dissertação enriqueceram minha percepção sobre a temática. Agradeço,

ainda, ao Cientista Político Marconi Fernandes de Sousa, por suas precisas observações sobre

indicadores sintéticos.

Também ao meu amigo e cunhado, Bruno Cruz, servidor e pesquisador no IPEA,

reservo meu muito obrigado. As conversas que mantivemos por tantas vezes foram para mim

um grande incentivo valioso para o progresso nesse trabalho.

A Controladora do Consórcio Público para o Alto Paraopeba (CODAP), Silene

Gonçalves, foi decisiva para que minha pesquisa de campo transcorresse com sucesso.

Afinal, além de colocar-se à disposição para discutir pontos específicos da evolução política e

institucional do CODAP, indicou interlocutores importantes na condução dos trabalhos no

Consórcio, e disponibilizou material institucional, já público, mas ainda restrito ao escritório

do CODAP. Agradeço, também, a atenção do secretário-executivo do CODAP, Luis Landini,

Page 7: por - Oswaldo Cruz Foundation

que expos seu ponto de vista sobre os desafios enfrentados e futuros para uma maior

institucionalização do CODAP, considerando o espectro mais amplo, do desenvolvimento na

região do Alto Paraopeba. Agradeço à consultora jurídica e pesquisadora Viviane Macedo que

compartilhado comigo sua dissertação de mestrado – uma reflexão sobre os suessos e desafios

do CODAP. Além deles, meus agradecimentos, também, aos demais funcionários e

colaboradores no CODAP e na Prefeitura de Congonhas, em especial a Rina Casemiro, pela

atenção com que me receberam.

Obrigado aos amigos Wellerson, Bonna, Raquel, Dudu, Lygia, Mosca, Juliana,

Vicente, Eduardo, Khristina e Buga. Aos meus primos Arturo e Gustavo. E a minha família

pelo apoio e incentivo constantes. Além de minha mãe, Maria Iracema, agradeço às minhas

irmãs, Lu, Ale e Deia, assim como aos sobriunhos Thaís, Pedro, Tarsila e Artur, recem

chegado, todos verdadeiras bênçãos em nossa família.

Page 8: por - Oswaldo Cruz Foundation

“I look at the world and I notice it`s turning

While my guitar gently weeps.”

George Harrison

Page 9: por - Oswaldo Cruz Foundation

RESUMO

O consórcio público intermunicipal, dedicado ao desenvolvimento regional, é o objeto de

estudo desta pesquisa. A pesquisa considera como hipótese a existência de uma correlação

positiva entre a atuação consorciada e o fortalecimento da capacidade administrativa

municipal. O objetivo da pesquisa é avaliar o impacto da atuação do consórcio de

desenvolvimento regional no fortalecimento da estrutura administrativa de seus municípios.

Utilizou-se como estudo de caso o Consórcio Público para o Desenvolvimento do Alto

Paraopeba (CODAP), localizado em Minas Gerais, que engloba sete municípios: Belo Vale,

Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Entre Rios de Minas, Jeceaba, Ouro Branco e São Brás de

Suaçuí. A análise do contexto social e econômico da região do Alto Paraopeba revelou que a

região vem recebendo investimentos privados nos setores econômicos da mineração e da

siderurgia e que o Consórcio busca fomentar a capacidade de gestão pública na promoção de

desenvolvimento sustentável. Utilizou-se como método de análise, a aplicação adaptada do

denominado „Índice de Administração Pública Gerencial Municipal (IAPG-M)‟ para os sete

municípios. O IAPG-M mensura o nível de incorporação de aspectos de gestão moderna e

democrática à administração municipal. Fez-se, ainda, a análise das linhas gerais da atuação

programática do Consórcio. A investigação das variáveis de administração pública gerencial

nos municípios do CODAP revelou uma evolução positiva durante os sete anos considerados

da atuação do Consórcio (2007-2012). A investigação da experiência política e institucional

do CODAP mostrou que parte considerável de sua atuação centrou-se no fortalecimento da

capacidade de gestão dos municípios, por meio de políticas regionais nas áreas do i)

desenvolvimento rural, ii) defesa civil regional e no iii) planejamento e cooperação regional,

nacional e internacional.

Palavras-chave: Consórcio público. Administração pública municipal. Administração

pública gerencial. Desenvolvimento regional. Cooperação e coordenação federativa. Alto

Paraopeba.

Page 10: por - Oswaldo Cruz Foundation

ABSTRACT

The object of study is the regional development public consortium among municipalities. The

hypothesis of investigation considers a positive correlation between the policies conducted by

the Consortium and the strenthning of the municipal administrative capacities. The objetctive

is to evaluate the outcomes of the Consortiun`s performance related to the municipality`s

management capacity. The Alto Paraopeba`s Public Development Consortium from Minas

Gerais`s State has been taken as a case study. It is composed by seven municipalities: Belo

Vale, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Entre Rios de Minas, Jeceaba e São Brás de Suaçuí.

As an analitical framework, a composite index named Municipal Managerialist Public

Management Index (IAPG) has been adapted and used for this case study. It measures the

level of managerialist democratic e effective practices adopted by the municipalities. An

analises of the policies developed by cited Consortium is part of the research. The variables of

the managerial public management have performed positively from 2007 to 2012. The

investigation of the politicial and institutional Consortium experience has revealed that a

considerable part of its efforts were directed to the stheghning of the municnipal`s managemnt

capacitity, through the policies of i) rural development, ii) regional civil defense, iii) national,

regional and international planning and cooperation.

Keywords: Public consortium. Municipal public management. Manegerial public

management. Regional development. Federative cooperation and coordination. Alto

Paraopeba.

Page 11: por - Oswaldo Cruz Foundation

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização espacial do Consórcio Público para o Desenvolvimento do Alto

Paraopeba (CODAP) ............................................................................................. 31

Figura 2 – Área de abrangência da AMALPA ......................................................................... 66

Page 12: por - Oswaldo Cruz Foundation

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Índice de Administração Pública Gerencial Municipal aplicado ao CODAP e

municípios.............................................................................................................. 54

Gráfico 2 – Subíndice de Recursos Humanos aplicado ao CODAP e municípios ................... 55

Gráfico 3 – Sub Índice de Instrumentos de Gestão aplicado ao CODAP e municípios ........... 56

Gráfico 4 – Sub Índice de Articulações Interinstitucionais e Participação do Cidadão

aplicado ao CODAP e municípios. ........................................................................ 57

Gráfico 5 – Subíndice de Responsabilidade Fiscal e Aplicação de Recursos aplicado ao

CODAP e municípios ............................................................................................ 58

Gráfico 6 – Índice de Desenvolvimento Tributário (2000 a 2010) aplicado ao CODAP e

municípios.............................................................................................................. 59

Gráfico 7 – Esforço orçamentário em Saúde (2000 a 2010) aplicado ao CODAP e

municípios.............................................................................................................. 60

Gráfico 8 – Esforço orçamentário em Educação (2000 a 2010) aplicado ao CODAP e

municípios.............................................................................................................. 61

Page 13: por - Oswaldo Cruz Foundation

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Produto Interno Bruno (PIB) a preços correntes dos municípios do CODAP

para os anos 2000, 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010 ............................................... 35

Tabela 2 – Quantidade de empresas formalmente instaladas nos municípios do CODAP

em 2007 ................................................................................................................. 36

Tabela 3 – Renda per capita nos anos 2000 e 2010 e taxa de crescimento no período para

os municípios do CODAP ..................................................................................... 36

Tabela 4 – População nos anos 2000 e 2010 e taxa de crescimento no período para os

municípios do CODAP .......................................................................................... 37

Tabela 5 – Índice de Administração Pública Gerencial Municipal, categoria e variáveis

com peso e fonte .................................................................................................... 41

Tabela 6 – Índice de Administração Pública Gerencial Municipal aplicado ao CODAP

com categoria e variáveis com peso, tempos de referência e fonte ....................... 50

Tabela 7 – Índice de Administração Pública Gerencial Municipal aplicado ao CODAP e

municípios.............................................................................................................. 54

Tabela 8 – Subíndice de Recursos Humanos aplicado ao CODAP e municípios .................... 55

Tabela 9 – Sub Índice de Instrumentos de Gestão aplicado ao CODAP e municípios ............ 56

Tabela 10 – Sub Índice de Articulações Interinstitucionais e participação do cidadão

aplicado ao CODAP e municípios ......................................................................... 57

Tabela 11 – Subíndice de Responsabilidade Fiscal e Aplicação de Recursos aplicado ao

CODAP e municípios ............................................................................................ 58

Tabela 12 – Evolução do resultado das eleições para Prefeito nos Municípios do CODAP

no período 2000-2012 ............................................................................................ 64

Page 14: por - Oswaldo Cruz Foundation

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Relação de Temáticas Agregadoras presentes nas Atas da Assembleia Geral ...... 63

Quadro 2 – Contratos de Programa do CODAP relacionados ao fortalecimento da gestão

administrativa ........................................................................................................ 80

Quadro 3 – Setores de financiamento do PMAT ...................................................................... 82

Quadro 4 – Contratos de Programa do CODAP relacionados ao desenvolvimento rural. ....... 85

Quadro 5 – Contratos de Programa do CODAP relacionados à Defesa Civil .......................... 92

Quadro 6 – Contrato de Programa do CODAP para fomentar a implantação da Agenda 21

do Complexo Minero-Siderúrgico de Congonhas e do Alto Paraopeba ............... 99

Quadro 7 – Conferências Regionais do CODAP – 2007-2012 .............................................. 101

Page 15: por - Oswaldo Cruz Foundation

LISTA DE SIGLAS

AMALPA – Associação de Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba

AMIG – Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais

AREFALP – Associação Regional Escola Família Agrícola do Alto Paraopeba

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CEDEPLAR/UFMG – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG

CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e do Caribe

CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica

CIBAPAR – Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba

CISAP – Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Paraopeba

CISRU – Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência Centro Sul

CODAP – Consórcio Público para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba

CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Rio São Francisco e do

Parnaíba

CSN – Companhia Siderúrgica Nacional

ECOTRES – Consórcio Público Intermunicipal de Tratamento de Resíduos Sólidos

EPAMIG – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais

FUNARBE – Fundação de Apoio à Universidade Federal de Viçosa

IAPG-M – Índice de Administração Pública Gerencial - Municipal

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano

IMRS – Índice Mineiro de Responsabilidade Social

LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal

MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

MI – Ministério da Integração Nacional

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MME – Ministério de Minas e Energia

MUNIC – Pesquisa de Informações Básicas Municipais

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

ONU – Organização das Nações Unidas

STN – Secretaria do Tesouro Nacional

SEDE/MG – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais

Page 16: por - Oswaldo Cruz Foundation

SEDRU/MG – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana do

Governo de Minas Gerais

SEPLAG/MG – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais

SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

SUAS – Sistema Único da Assistência Social

SUS – Sistema Único de Saúde

TCE-MG – Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais

TSE – Tribunal Superior Eleitoral

UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais

UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto

UVF – Universidade Federal de Viçosa

VSB – Vallourec & Sumimoto Tubos do Brasil

ZEE/MG – Zoneamento Ecológico- Econômico do Estado de Minas Gerais

Page 17: por - Oswaldo Cruz Foundation

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16

2 ABORDAGEM TEÓRICA E METODOLÓGICA.......................................................... 19

2.1 Referencial teórico ........................................................................................................ 19

2.2 Método de análise .......................................................................................................... 28

2.3 Caracterização do CODAP e da região do Alto Paraopeba ..................................... 30

2.4 Indicadores na Administração Municipal .................................................................. 38

2.4.1 Índice de Administração Pública Gerencial Municipal (IAPG-M) ......................... 38

2.4.2 IAPG-M e sua aplicação nos municípios do CODAP.............................................. 44

2.5 Base de dados ................................................................................................................ 51

3 ANÁLISE DE RESULTADOS: DESEMPENHO DA GESTÃO PÚBLICA DO

CODAP .................................................................................................................................... 53

3.1 Administração pública gerencial no CODAP ............................................................ 53

3.2 Evolução política e institucional do CODAP .............................................................. 61

3.2.1 Contexto Político ...................................................................................................... 63

3.2.2 Crônica da evolução administrativa do CODAP ..................................................... 68

3.3 Atuação programática do CODAP ............................................................................. 79

3.3.1 Fortalecimento da gestão ......................................................................................... 79

3.3.2 Desenvolvimento rural ............................................................................................. 85

3.3.3 Defesa Civil .............................................................................................................. 91

3.3.4 Desenvolvimento Regional e Articulação Regional, Nacional e Internacional e

outros temas de políticas públicas. ................................................................................... 96

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS …….…………………………………………………… 109

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 111

APÊNDICE A – RESULTADO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS NO CODAP - 2000 A

2012 ........................................................................................................................................ 117

APÊNDICE B – CALENDÁRIO DAS ATAS DA ASSEMBLEIA GERAL, PERÍODO

2007-2012, COM REGISTRO DA LOCAL DA REUNIÃO ............................................ 125

APÊNDICE C – RELAÇÃO DE PARTICIPANTES COM REGISTRO EM ATA DAS

ASSEMBLEIAS GERAL NO PERÍODO 2007-2012 ....................................................... 127

APÊNDICE D – CONTRATOS DE PROGRAMA DO CODAP RELACIONADOS AO

FORTALECIMENTO DA GESTÃO ADMINISTRATIVA ............................................ 129

APÊNDICE E – CONTRATOS DE PROGRAMA DO CODAP RELACIONADOS AO

DESENVOLVIMENTO RURAL ....................................................................................... 131

APÊNDICE F – CONTRATOS DE PROGRAMA DO CODAP RELACIONADOS À

DEFESA CIVIL .................................................................................................................... 134

Page 18: por - Oswaldo Cruz Foundation

APÊNDICE G – CONTRATO DE PROGRAMA DO CODAP PARA FOMENTAR A

IMPLANTAÇÃO DA AGENDA 21 DO COMPLEXO MINERO-SIDERÚRGICO DE

CONGONHAS E DO ALTO PARAOPEBA ..................................................................... 136

APÊNDICE H – DOCUMENTOS DE PARCERIA E/OU COOPERAÇÃO

ASSINADOS PELO CODAP COM PARCEIROS EXTERNOS .................................... 138

APÊNDICE I – REPRESENTAÇÃO NO FÓRUM AGENDA 21 DE CONGONHAS E

ALTO PARAOPEBA ........................................................................................................... 140

Page 19: por - Oswaldo Cruz Foundation

16

1 INTRODUÇÃO

Durante a década de 1980, o Brasil vivenciou a transição democrática e uma intensa

descentralização política e administrativa consagrada pela Constituição Federal. Estes dois

„movimentos‟ contribuiram para o aumento do número de muncípios pelo País, e

consequentemente, também, de arranjos intergovernamentais de promoção da coordenação e

da cooperação. A reduzida capacidade de geração de receitas próprias da imensa maioria dos

municípios do Brasil e, consequentemente, de execução de políticas públicas reforçava uma

situação de fragilidade financeira, técnica e administrativa. E uma das ferramentas possíveis

da cooperação interfederativa entre municípios, principalmente, foi o consórcio público,

mesmo antes de sua regulamentação legislativa federal.

O processo de abertura política fez-se acompanhar de forte discurso por descentralização

política e administrativa e fortalecimento dos municípios como atores políticos. A Carta

Constitucional promulgada em 1988 conferiu às municipalidades o status de ente federativo,

consideradas sob o mesmo nível de estados e União. A construção das diferentes políticas

setoriais seguiu essa lógica descentralizadora, como a política de saúde, por exemplo, dentre

outras. A República Federativa do Brasil é composta pela União, 26 estados, o Distrito

Federal e 5.570 municipalidades. Dentre estes últimos, 70% (ou 3.896 municípios) possuem

até 20.000 habitantes (IBGE, 2012). A realidade da maioria dos municípios do Brasil, de

grande fragilidade administrativa e institucional, por sua vez, forçou a criação de mecanismos

que viabilizassem uma gestão mais eficiente ou efetiva.

No Brasil ocorre uma incidência crescente de arranjos cooperativos, principalmente, a partir

do processo de redemocratização. Em um contexto de maior responsabilidade conferida aos

municípios na execução de políticas públicas, os arranjos cooperativos interfederativos,

sobretudo entre municípios, mostraram-se mecanismos de fortalecimento das capacidades de

atuação pública de âmbito local (ABRUCIO, 2001).

Esta pesquisa tem como objeto de estudo o consórcio público entre municípios. E

diferentemente de outras acepções que o termo possa assumir, como associações (em sentido

genérico), fóruns de políticas públicas ou consórcios administrativos (que celebram

convênios), neste trabalho admite-se o conceito de Consórcio como associação pública

(conforme a Lei dos Consórcios e da Lei Federal n. 11.107/2005).

Page 20: por - Oswaldo Cruz Foundation

17

Esta investigação busca analisar possíveis impactos da atuação consorciada para o aumento da

capacidade técnica e administrativa dos municípios consorciados, de modo a compreender em

que medida os processos da atuação consorciada podem contribuir para a apropriação

municipal de estruturas de gestão condizentes com uma administração pública gerencial.

Para tanto, foi realizado um estudo de caso, considerando a experiência do Consórcio Público

para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba (CODAP) localizado no estado de Minas Gerais.

Este Consórcio foi inicialmente formado pelos municípios de Congonhas, Conselheiro

Lafaiete, Jeceaba, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí, em dezembro de 2006. Posteriormente,

em 2009, também pelos municípios de Belo Vale e Entre Rios de Minas. A missão de

promoção do desenvolvimento regional e seu pioneirismo em relação à nova legislação, que

moldou os consórcios públicos de direito público, foram os dois fatores principais que o

tornaram um caso pertinente para a análise. Ademais, este Consórcio é formado

preponderantemente por municípios de pequeno porte, situados em região em transformação

física, econômica e social, em função de investimentos privados nas áreas de mineração e

siderurgia com fortes impactos ambientais e socioeconômicos.

O escopo da pesquisa considerou o período 2007-2012, no que tange à atuação consorciada e

seu possível impacto para o desenvolvimento da capacidade administrativa dos municípios

que compõem o CODAP. Para tanto, estabeleceu-se a mensuração do desempenho das

estruturas administrativas, relativas a quatro categorias: i) recursos humanos; ii) instrumentos

de gestão; iii) articulações interinstitucionais e participação do cidadão; e iv) responsabilidade

fiscal e aplicação dos recursos (FREITAS JÚNIOR, 2009).

O presente estudo faz a aplicação de um índice composto e sintético para o universo de

municípios do CODAP associada à sistematização em detalhe das atas da Assembleia Geral

do CODAP, entre outros documentos produzidos pelo CODAP. Conferiu-se preponderância à

pesquisa qualitativa. Contudo, estudos eminentemente quantitativos auxiliaram positivamente

na identificação de variáveis pertinentes à avaliação da capacidade de gestão pública

municipal. Ressalte-se que apenas parte das variáveis é de caráter numérico, ainda que tenham

sido utilizados conforme escala numérica, a fim de produzir um índice sintético para mensurar

a gestão pública.

Page 21: por - Oswaldo Cruz Foundation

18

Além desta introdução, capítulo 1, este trabalho é composto pelo capítulo 2, que explora o

referencial teórico, o desenho metodológico e a explanação sobre a coleta de dados primários

e secundários. O capítulo 3, por sua vez, trata da aplicação do índice de administração pública

gerencial municipal no CODAP, assim como da evolução política, institucional e

programática do Consórcio. O quarto, e último, capítulo traz as considerações finais.

Page 22: por - Oswaldo Cruz Foundation

19

2 ABORDAGEM TEÓRICA E METODOLÓGICA

O objeto de estudo dessa pesquisa é o consórcio público intermunicipal dedicado ao

desenvolvimento regional. A pesquisa considera como hipótese a existência de uma

correlação positiva entre a atuação consorciada e o fortalecimento da capacidade

administrativa municipal.

O objetivo da pesquisa é avaliar o impacto da atuação do consórcio de desenvolvimento

regional no aumento da capacidade administrativa e de gestão de seus municípios. Para tanto,

seus objetivos específicos são: i) analisar o contexto social e econômico da região do Alto

Paraopeba; ii) investigar variáveis de administração pública gerencial nos municípios do

CODAP; e iii) investigar a experiência política e institucional do CODAP.

2.1 Referencial teórico

A “gestão municipal consorciada” é entendida a partir dos campos de estudo da

Administração Pública, da Ciência Política e do Direito Administrativo – frente às práticas

dos consorciamentos públicos brasileiros. A literatura sobre administração pública fornece

linhas de pesquisa para gestão pública, em geral. A evolução do Estado é o fio condutor dos

tipos de administração. Para a época atual, alguns autores defendem que uma administração

pública gerencial estaria mais próxima da efetividade dos interesses dos cidadãos, conforme

pressupõe o regime democrático e republicano (ABRUCIO, 1997). Para tanto, haveria a

necessidade de superar em definitivo os traços patrimoniais e avançar sobre as estruturadas

burocráticas que dominam o Estado moderno. No modelo gerencial, são referências

norteadoras a busca por eficiência, eficácia e efetividade. Os três modelos de administração

pública são “patrimonial”, “burocrático” e “gerencial”.

A evolução de cada um dos modelos está associada à evolução do capitalismo, e de forma

ainda mais nítida, encontra-se associada à obtenção de resultados, portanto, que exigem maior

flexibilidade na gestão pública, mais atreladas em favor da plena superação do modelo rígido,

anda que meritocrático, colocado pela administração pública burocrática, admite-se,

principalmente, a Administração Pública Gerencial, como um modelo focado no

fortalecimento da democracia e, também, na qualidade das políticas públicas. A formação e

evolução dos Estados Modernos, desde o século XVI, constituem a base para o surgimento da

Page 23: por - Oswaldo Cruz Foundation

20

Administração Pública Burocrática. A Europa e, posteriormente, os Estados Unidos da

América (EUA) exerceram protagonismo sobre o desenvolvimento internacional da

denominada Administração Pública Gerencial. Ressalte-se que esta, sobretudo em seu início

manteve-se atrelada ao predomínio do paradigma neoliberal de reforma do estado

(ABRUCIO, 1997).

Após um resumo do desenvolvimento teórico e da adesão internacional aos modelos

patrimonialista, burocrático e gerencial, far-se-á a descrição da evolução da Administração

Pública no Brasil.

A época entendida como pré-burocrática, caracterizada pela ausência de quadro

administrativo ou da clara distinção entre foro público e privado, orienta o entendimento do

conceito de “patrimonialismo”, donde prevalece a forma de dominação eminentemente

“tradicional” baseada na crença de poderes senhoriais há muito existentes, ou consideradas

válidos desde sempre (COHN, 2008).

O conceito de administração burocrática, segundo o entendimento weberiano, refere-se ao

princípio da competência, estabelecido segundo regramentos (estatutos e regulamentos),

hierarquia funcional, especialização funcional. Ademais, vincula-se a divisão horizontal e

vertical do trabalho e impessoalidade no recrutamento de funcionários. Sua implantação nos

países europeus ocorreu ainda no século XIX, em substituição à administração patrimonialista

que se mostrava incompatível com o capitalismo industrial e o movimento constitucionalista

que passou a ganhar concretude nas democracias parlamentaristas em formação na Europa, à

época. Apesar do avanço que constituiu, gradativamente, o intenso formalismo e rigidez de

procedimentos não acompanharam a necessidade de uma sociedade cada vez mais complexa,

democrática, e que demanda eficiência do gasto público, em associação a melhores níveis de

eficácia e efetividade das políticas públicas.

A administração pública gerencial, também denominada gerencialismo ou “nova

administração pública”, conceitualmente, surge a partir da crítica ao modelo burocrático

weberiano, considerado pouco adequado para contextos democráticos e complexos como os

das sociedades contemporâneas. O movimento gerencialista passa a capitanear tendências

presentes na sociedade como o desejo por maior controle dos gastos públicos e melhora da

qualidade dos serviços públicos. Entre as principais disfunções da “administração pública

Page 24: por - Oswaldo Cruz Foundation

21

burocrática” estão a lentidão e a baixa capacidade de atendimento às necessidades dos

cidadãos.

Uma descrição das linhas gerais do contexto internacional do surgimento e evolução dos

gerencialismo pode ser encontrada em Luiz Fernando Abrucio (1997). O autor ressalta que a

evolução do modelo gerencial de administração pública tem seu marco de início a crise do

petróleo em 1973, quando iniciaram-se mudanças profundas, de ordem econômica, social e,

também, administrativa. As mudanças na ordem econômica, compreenderam, essencialmente,

a diminuição do papel do Estado na economia, como preconizava o modelo keynesiano (que

defende o Estado como agente econômico). A dimensão social, por sua vez, esteve marcada

pela redução de recursos para as políticas sociais, e no enfraquecimento do Estado do Bem-

Estar Social (Welfare State). A terceira dimensão, por fim, de natureza administrativa, e

relativa ao funcionamento do Estado, esteve motivada pela crítica às disfunções da

burocracia, ou associadas ao modelo de administração preconizado pelo Código Napoleônico,

que acabou por resultar no início da implantação de um modelo denominado gerencial,

voltado a resultados e não autoreferenciado, como o anterior.

A mobilização nacional para reforma do Estado e a adoção de práticas gerencialistas

encontrou protagonismo e pioneirismo nos países de origem anglo-saxã. Grã-Bretanha,

Estados Unidos da América (EUA), assim como Austrália e Nova Zelândia, e,

posteriormente, a Europa e o Canadá estão descritos como locus de desenvolvimento inicial

do gerencialismo. Conforme ressalta Abrucio (1997), apesar de seu surgimento em meio às

políticas neoliberais, a análise desse movimento gerencialista não deve ficar circunscrita

somente a esse contexto – uma vez que a discussão da reforma do Estado inclui, também, a

busca por efetividade na execução das políticas ou serviços públicos em geral, assim como

novos modelos de avaliação e de controle orçamentário.

O movimento gerencial de administração pública teve uma rápida disseminação nos anos de

1980, quando da ascensão dos governos conservadores de Margareth Thatcher (1979-87) na

Inglaterra; e de Ronald Reagan (1980-88) nos EUA. O primeiro promoveu a redução de

funcionários públicos, conduziu intenso processo de privatização de empresas públicas e

terceirizou serviços públicos, estabelecendo uma clara divisão entre planejamento e execução.

O segundo promoveu a continuidade de governo anterior (o de Jimmy Carter) no sentido de

ruptura com o modelo keynesiano, implantou políticas econômicas monetaristas para o

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22

controle da inflação e realizou, também, privatizações e terceirizações. O ideário neoliberal

orientou a implantação de gerencialismo, principalmente, na Grã Bretanha.

Para o grande público, a administração pública gerencial tem sido entendida como a

transposição de práticas das empresas privadas para o setor público, em que pese os aspectos

de: i) meritocracia; ii) terceirização; iii) remuneração variável ou por resultado; e iv) controle

por medidas de desempenho. Ainda que esse entendimento não esteja equivocado, a

compreensão da evolução conceitual aplicada em alguns países mostra propósitos políticos e

de gestão que tornam a descrição acima um tanto reducionista, como será apresentado.

Conforme descrito em Abrucio (1997), a evolução do movimento gerencialista, com enfoque

especial para sua evolução no caso da Inglaterra, pode ser categorizado em fases, cujo

desenvolvimento denota um amadurecimento conceitual gradativo. O primeiro momento,

marcado pela redução das despesas de governo, utilizando-se, imensa ou principalmente, da

privatização de empresas estatais, e pelo discurso da busca de eficiência e aumento da

produtividade, recebe o nome de gerencialismo puro.

No segundo momento, há a busca pela efetividade ou qualidade que norteia as ações de

reforma da administração pública, em uma fase denominada Consumerism, pelo entendimento

da importância de atender a população tomada como consumidora de serviços públicos. Na

própria iniciativa privada verificavam-se mudanças voltadas para o aumento da qualidade,

que procurava substituir a visão meramente quantitativa, com vistas à incorporação de

aspectos de qualidade na avaliação de resultados. Essa abordagem, na Administração, recebeu

o nome de Total Quality Management.

O momento seguinte já procura compreender a população como cidadãos detentores de

direitos, o que torna as reformas administrativas orientadas pelos princípios de accountability

e de equidade, em cuja fase recebe a denominação de Public Service Oriented (PSO). Nesse

modelo, a participação tem importância primordial, em um contexto em que o clientelismo e o

corporativismo, em suas formas contemporâneas, que são “[…] formas particularistas de

intervenção na arena estatal […]” (ABRUCIO, 1997, p. 27). Nesse sentido, o PSO preconiza a

maior descentralização e certa primazia para o âmbito local, dada a proximidade aos cidadãos.

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23

A evolução do gerencialismo não ocorre por meio de rupturas, mas sob o alargamento ou

agregação de conceitos, sem a exclusão dos princípios anteriores. Apesar, das mudanças

preconizadas pelo PSO, por exemplo, não há a alimentação dos conceitos anteriores. Observa-

se, assim, a implicação de temas a serem considerados para a reforma da administração

pública, que não pode estar guiada exclusivamente por uma visão referente a contribuintes, ou

consumidores, que distorceria o papel do Estado. O próprio PSO, ao promover maior

participação direta da população, esbarra em barreiras próprias das sociedades

contemporâneas, e suas democracias representativas. A promoção do bem público está acima

de aspectos exclusivamente de produtividade ou da visão da população como consumidora.

Ademais, a oferta de serviços públicos orientados pela competição (uma das diretrizes da

administração classificada como consumerism) nem sempre resulta em melhores resultados,

uma vez que as agências com pior desempenho receberão cada vez menos recursos para

implementar melhorias. Essa prática foi verificada no caso inglês.

A Administração Pública no Brasil, nos diferentes tempos históricos, apresenta, conforme a

evolução histórica mundial, períodos marcadamente patrimonialista, burocrático e gerencial.

Por tratar-se de “tipos ideais”1, verifica-se a coexistência entre os três modelos. A estrutura de

poder colonial instalada desde o século XVI no Brasil reproduziu as características essenciais

da Coroa Portuguesa, baseando-se, portanto, em uma monarquia absolutista, que impunha o

monopólio sobre o comércio. Ademais, o universo social e político eram extremamente

hierarquizados e clientelísticos. A herança colonial manteve-se presente após a

Independência. A prática política manteve como pano de fundo os grandes latifúndios, a

escravidão e a regra senhorial. O aparato do Estado presente era fortemente marcado pela

troca de favores. O sistema político mantinha o poder local dos grandes proprietários de terra

por um lado, e o Estado Central que arbitrava os diferentes interesses.

O período republicano, mesmo diante do fim da escravidão, manteve diversas das

características dos períodos anteriores. O início novo regime não foi capaz de gerar uma

ruptura severa com o antigo sistema político. Na República Velha ou 1º República (1889-

1930) persistiu a associação entre grandes latifundiários e o Estado Central. Contudo, os

1 O “tipo ideal” não constitui uma exposição da realidade. Sua construção dá-se pela acentuação unilateral de um

ou vários pontos de vista, a fim de formar um quadro hemogênio de pensamento. É, poratnto, impossível de ser

encontrado empiricamente na realidade, na sua pureza conceitual, por tratar-se de uma utopia. A análise

histórica, contudo, benefica-se pela possibilidade de se determinar a proximidade ou afastamento entre a

realidade e o quadro ideal (COHN, 2008, p. 106).

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24

processos de urbanização gradativamente arrefeceu o poder dos primeiros e dinamizou os

grupos dominantes do Governo Federal.

De forma geral, pode-se dizer que todo esse período tenha sido marcado por uma

Administração Pública Patrimonialista, em que o interesse privado dos governantes confunde-

se com o interesse público. O Estado encontra-se, então, como garantidor de privilégios

sociais e econômicos a uma elite aristocrática e rural. Por consequência, advêm dessa cultura

política e social a extrema desigualdade social, o abandono dos setores mais pobres da

população e a impunidade das elites.

No caso do Brasil, um marco para o início da instauração de uma burocracia profissional foi a

Revolução de 1930 que resultou na ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Sua ação política

significou a primeira grande reforma administrativa no sentido de produzir uma

Administração Pública Burocrática. A implantação de: i) critérios profissionais para o

ingresso no serviço público; ii) o desenvolvimento de plano de carreira; e iii) promoções

baseadas na meritocracia conformam essa mudança de rumos. O Departamento de

Administração do Serviço Público (DASP) foi o órgão criado para implementar essas

diretrizes, ainda na década de 1930, acumulando também as funções de supervisão da

administração pública e formação de recursos humanos para os altos escalões do serviço

público.

As reformas buscavam erradicar práticas patrimonialistas, clientelísticas e fisiológicas.

Contudo, estas permaneciam, ainda, transmutadas para os novos contextos. A classe dirigente

utilizava-se de cargos públicos para obter vantagens econômicas em proveito próprio; e

assegurava vantagens políticas, por meio da oferta de empregos públicos e favorecimento

indevido de suas bases eleitorais.

O duplo padrão estabelecido entre os dois tipos de Administração Pública ficavam evidentes

ao observar os critérios de mérito utilizados no recrutamento e promoção em carreiras

públicas para os altos escalões; em contraposição às práticas de admissão para os postos de

trabalho baixos, que se mantinham dominadas por critérios clientelísticos.

O Regime Militar (1964-1985) realizou uma primeira guinada para uma Administração

Pública Gerencial. Nesse período, instituiu-se maior capacidade de planejamento por parte do

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25

núcleo central do governo, por meio de planos plurianuais. O Decreto-Lei nº 200 promoveu a

reforma da descentralização administrativa na prestação de serviços públicos. A Constituição

Federal de 1988, apesar da descentralização federativa e garantia de direitos, retrocedeu no

aspecto de modernização do aparelho do Estado, ao fortalecer a Administração Pública

Burocrática.

O Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, no ano de 1995, teve início já com

uma ampla proposta de reforma constitucional que incluía uma reforma do aparelho do

Estado, consonante com aspectos de qualidade e eficiência. A proposta implementada foi

primeiramente estruturada em um documento base, o Plano Diretor da Reforma do Estado

(PDRE). O objetivo global propugnado do PDRE era aumentar a governança, a efetividade e

a eficiência, direcionando a ação dos serviços para o atendimento dos cidadãos; limitando a

ação do Estado àquelas funções que lhe são próprias e transferindo parcialmente da União

para os estados as ações de caráter regional, de forma a permitir maior parceria entre os

estados e a União. O artífice intelectual e implementador do reforma foi o economista

Bresser-Pereira, na condição de Ministro da Reforma do Estado (MARE). O PDRE

propugnava como ponto central uma classificação de serviços públicos e/ou de setores

corresponsáveis pela implantação de políticas públicas, setorizados, então, em: i) Núcleo

Estratégico; ii) Atividades Exclusivas; iii) Serviços Não-Exclusivos; e iv) Produção de bens e

serviços para o mercado. Procurava-se estabelecer, dessa forma, uma divisão do Estado em

setores com princípios norteadores em cada um deles, inclusive, admitindo diferentes tipos de

propriedade para cada um deles. Concebida segundo três dimensões: i) institucional-legal; ii)

cultural; e iii) gestão pública.

O “federalismo brasileiro”, por sua vez, confere o contexto político e a base jurídica para todo

o relacionamento intergovernamental, no qual a gestão compartilhada de serviços públicos ou

de políticas públicas regionais encontra-se inseridas. O “consórcio público” interfederativo,

quase tão antigo quanto a própria República brasileira, ganhou maior incidência e,

consequentemente, maior relevância com o fortalecimento da autonomia municipal, resultado

da descentralização democrática – consagrada na Constituição Federal promulgada em 1988.

E, talvez, a importância do consórcio público resida justamente na precariedade institucional e

de gestão pública que caracteriza a imensa maioria dos 5.565 municípios do Brasil.

Atualmente, os consórcios públicos dispõem de regulamentação constitucional e

infraconstitucional. O Direito Administrativo tem procurado atualizar-se a essas práticas, ao

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26

mesmo tempo em que busca regulamentá-las, induzindo-as a migrarem para os ditames do

Direito Público, conforme se verá adiante.

A autonomia dos municípios é sempre relativizada em função da capacidade institucional e

fiscal (BARBOSA; PIRES, 2009), apesar da atenção às desigualdades regionais, assim como

à autonomia dos poderes locais.

A fragilidade institucional e/ou financeira da maioria dos municípios brasileiros demonstrou

que a universalização descentralizada da oferta de serviços públicos não se fez acompanhar de

incentivos de coordenação e de cooperação interfederativa em níveis, que se pudesse refrear a

competição entre os entes subnacionais. As análises sobre o federalismo brasileiro pós-

Constituição de 1988 fazem referência a conceitos como municipalismo autárquico e

prefeiturização. O primeiro termo procura expressar a dinâmica não cooperativa entre os

municípios do País, e o segundo refere-se a papel político preponderante que os chefes dos

poderes executivos municipais exercem na política local, em detrimento dos poderes

legislativos. Ademais, o equilíbrio entre cooperação e competição dependeria da formação de

redes federativas, ou seja, da criação de:

[...] instituições, políticas e práticas intergovernamentais que reforcem os laços de

parceria e práticas intergovernamentais que reforcem os laços de parceria entre os

entes, sem que se percam o pluralismo e a autonomia característicos da estrutura

federativa [...]. (ABRUCIO & SOARES, 2001, p. 48). CONCEITO UM POUCO

VAGO

A regulação do artigo 241 da Constituição Federal de 1988, por meio da Emenda

Constitucional n. 19, de 04 de junho de 1998, representa o esforço de se avançar na

construção de incentivos para a cooperação, coordenação e formação de redes federativas. A

gestão associada de serviços públicos começava a ganhar concretude legal, por meio dos

instrumentos de cooperação do consórcio público e do convênio de cooperação, que na prática

já vinham ocorrendo, mas sem o respaldo legal que esse dispositivo constitucional e a

legislação infraconstitucional que viria a ser estabelecida, proporcionariam.

O artigo 241 foi regulamentado pela Lei 11.107, de 06 de abril de 2005, e pelo Decreto 6.017,

de 17 de janeiro de 2007, segurou-se a possibilidade do consorciamento, mesmo em níveis

distintos de governo. A referida Lei Federal, sob inspiração do direito internacional,

estabeleceu uma espécie de pré-contrato que estabelece deveres e obrigações, denominando

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27

protocolo de intenções, que, depois de ratificado por um número mínimo de poderes

legislativos, adquire força de lei. Essa Lei foi omissa, contudo, em relação a um dos

pressupostos importante que é o estudo de viabilidade técnica e financeira do consórcio

público, previamente a instituição do Consórcio, que poderá subsidiar a elaboração dos

contratos de rateio e dos contratos de programa pertinentes (MACHADO & DANTAS,

2008)2.

O protocolo de intenções é o requisito inicial e preliminar à criação de um consórcio público,

instrumento principal da fase de pactuação previsto na Lei 11.107/2005. Entre suas cláusulas

obrigatórias estão:

a) a denominação, finalidade, prazo de duração e sede do consórcio;

b) identificação dos entes da federação consorciados;

c) indicação da área de atuação do consórcio;

d) a previsão do consórcio como associação pública ou pessoa jurídica de direito privado sem

fins econômicos;

e) critérios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consórcio público a representar

os entes da federação consorciados perante outras esferas de governo;

f) normas de convocação e funcionamento da Assembleia Geral, inclusive para a elaboração,

aprovação e modificação dos estatutos do Consórcio Público;

g) previsão de que a Assembleia Geral é a instância geral máxima do Consórcio Público e o

número de votos para as suas deliberações;

h) a forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio público

que, obrigatoriamente, deverá ser Chefe do Poder Executivo do ente da Federação

consorciado;

i) o número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem como

os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de

excepcional interesse público;

j) condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de parceria;

k) a autorização para a gestão associada de serviços públicos, explicitando as competências,

cujo exercício se transferiu para os consórcios públicos, serviços públicos objeto da gestão

associada e a área em que serão prestados, entre outros procedimentos administrativos;

2 MACHADO & DANTAS, 2008 argumentam que a Lei de Licitações (Lei 8.666/93) exige a elaboração de um

plano de trabalho para os convênios administrativos, que são ajustes de complexidade bem inferior a de a

condução de um consórcio público.

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l) o direito de qualquer dos contratantes, quando adimplente com suas obrigações, de exigir o

pleno cumprimento das cláusulas do contrato de consórcio público.

Na fase de ratificação do protocolo de intenções ocorre a transformação do protocolo de

intenções em lei. A entrega de recursos públicos ocorre mediante contrato de rateio. A Lei

11.107/2005 não retroagirá para atingir contratos celebrados anteriormente à nova lei. Desse

modo, serviços ou ações empreendidas por meio de convênio ou instrumentos congêneres

permanecem válidos até o prazo da vigência dos instrumentos contatuais. Contudo, a

prorrogação do prazo de vigência nos moldes da legislação anterior não é permitida.

O benefício principal assinalado pela literatura é a obtenção de maior segurança jurídica aos

consórcios públicos, uma vez que as relações federativas ficam formalizadas em

compromissos mais confiáveis e transparentes, como é o caso da exclusividade da entrega de

recursos públicos pelos entes federados por meio do contrato de rateio, a fim de enfrentar

mudanças de caráter político-eleitoral. Outras vantagens são as entidades públicas poderem

usufruir de imunidades tributárias e prazos especiais em ações judiciais no caso das

associações públicas, por estarem constituídas como entidades públicas. Por fim, ressalte-se

sobre a tendência da União e dos estados transferirem recursos para os Consórcios

legalizados, conforme a Lei 11.107/2005, como vem sendo estipulado na Lei de Diretrizes

Orçamentárias da União.

2.2 Método de análise

Ao delinear o tema e escopo do trabalho restou claro que o objetivo da presente pesquisa não

seria a formulação de teoria geral sobre a gestão pública consorciada, mas sim se utilizar de

teorias existentes para promover a reflexão e a análise das perspectivas do consorciamento

público entre municípios, predominantemente, de pequeno porte – o que constitui o padrão

geral no Brasil. E ao situar a pesquisa, percebeu-se que uma riqueza de detalhes de um estudo

de caso aproximaria a pesquisa da realidade, e dos desafios reais da pactuação entre entes

soberanos, que voluntariamente colocaram para si o desafio de planejar conjuntamente

políticas públicas regionais. A investigação sobre o esforço de superação de visões políticas

distintas ou sobre definição de prioridades de investimento, a partir de estruturas

administrativas municipais diversas, poderia fornecer os insumos adequados para esta

reflexão sobre gestão compartilhada de políticas públicas para o desenvolvimento regional.

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29

O Consórcio para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba (CODAP) em Minas Gerais reúne

um conjunto de sete municípios, cujo território vem sofrendo transformações em função dos

impactos de investimentos privados de empresas mineradoras e siderúrgicas. A intensidade e

natureza dos investimentos geram impactos positivos e negativos de ordem econômica, social

e ambiental. E, justamente, a percepção de que a atuação intermunicipal poderia potencializar

a apropriação dos impactos positivos e mitigar os efeitos negativos. Essa perspectiva política,

presente no discurso político dos líderes do Consórcio, conduziu os municípios envolvidos a

instituírem um consórcio destinado à promoção do desenvolvimento regional tomado de

forma ampla. São múltiplas as possíveis áreas de atuação do CODAP. Conforme estabelecido

em seu Estatuto Social, seu objetivo é “[...] planejar e executar projetos e programas que

visem ao desenvolvimento regional sustentável, integrado e includente [...]” (CODAP, 2007,

p. 73. Para tanto, o CODAP ambicionou atuar nas diversas áreas e, portanto, não se encontra

focado em um único setor de política pública, como normalmente ocorre, conforme

demonstra a literatura. A gama de possibilidades coloca para si o desafio do estabelecimento

de uma cooperação horizontal ampla e efetiva. 4 A atuação multissetorial com vistas à

promoção do desenvolvimento regional torna premente uma gestão pública municipal atuante

e coordenada. Isto torna o CODAP um caso relevante para a presente pesquisa.

A época de surgimento do CODAP, em fins de 2006, se beneficiou da possibildade de se

adotar a recente nova configuração jurídica para consórcios públicos, como uma autarquia

vinculada aos entes federativos consorciados, conforme estabeleceu a Lei n. 11.107/2005 (Lei

de Consórcios Públicos), que viria a ser detalhada no Decreto n. 6.017/2007. Sob essa nova

arquitetura política e institucional esperava-se uma maior segurança jurídica e consolidação

política e institucional deste arranjo de cooperação e coordenação entre entes federativos.

Por fim, outros fatores como o número relativamente reduzido de municípios (sete

municipalidades) tornou factível a pesquisa, em razão da restrições de tempo para a

investigação de documentos e processamento de dados.

3 Estatuto Social do CODAP (2006).

4 São treze as áreas de políticas públicas abrangidas pelo CODAP, descritas em seu Estatuto: i) obras públicas,

trânsito e transporte; ii) meio ambiente e saneamento; iii) educação; iv) saúde; v) esporte e lazer; vi)

comunicação; vii) cultura; viii) desenvolvimento rural; ix) desenvolvimento social; x) desenvolvimento

econômico; xi) defesa social; xii) jurídico; xiii) gestão administrativa (CODAP, 2006).

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30

2.3 Caracterização do CODAP e da região do Alto Paraopeba

O rio Paraopeba é um dos principais afluentes do Rio São Francisco, e sua bacia hidrográfica

localiza-se a sudoeste do estado de Minas Gerais, e reúne 48 municípios (MATOS & DIAS,

2012) 5 . Parte dessa região, denominada Alto Paraopeba, engloba, dentre outros, os 7

municípios que compõem o Consórcio Público para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba

(CODAP): Belo Vale, Congonhas, Entre Rios de Minas, Conselheiro Lafaiete, Jeceaba, Ouro

Branco e São Brás do Suaçuí. Os 7 municípios estão localizados na Região Metropolitana de

Belo Horizonte e na Mesorregião “Central” de Minas Gerais. E à exceção de Belo Vale e

Jeceaba, que estão na microrregião do Itaguara, os demais municípios estão na microrregião

Conselheiro Lafaiete6. A localização geográfica do CODAP pode ser observada na figura a

seguir (FIG. 1).

Localizado em uma região de investimentos minero-siderúrgicos, o Alto Paraopeba sofre os

impactos econômicos, sociais e ambientais decorrentes de empreendimentos de grande porte

(BARBIERI & RUIZ, 2010; BARBIERI & RUIZ, 2012). O aumento das receitas municipais

e da oferta de empregos privados ocorre associado à necessidade de investimentos públicos

em infraestrutura de toda ordem, desde transportes (como estradas) até equipamentos públicos

(como hospitais e escolas), assim como em regulação para a mitigação de impactos

ambientais, dada a intensa migração de trabalhadores e o aumento populacional dos

municípios localizados no Alto Paraopeba.

Conforme relata o Documento Planejamento e Desenvolvimento do Alto Paraopeba:

[...] O aumento da demanda mundial pelo minério de ferro e pelo aço atraiu novas

empresas do setor minero-siderúrgico para a região, bem como provocou a expansão

daquelas empresas existentes, gerando uma grande expectativa de emprego e renda,

e que consequentemente está atraindo uma enorme quantidade de pessoas. Toda essa

mudança que está ocorrendo na dinâmica regional necessita de ações tanto do poder

5 Belo Vale, Betim, Bonfim, Brumadinho, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Casa Grande, Congonhas,

Conselheiro Lafaiete, Contagem, Cristiano Otoni, Crucilândia, Curvelo, Desterro de Entre Rios, Entre Rios de

Minas, Esmeraldas, Felixlândia, Florestal, Fortuna de Minas, Ibirité, Igarapé, Inhaúma, Itatiaiuçu, Itaúna,

Itaverava, Jeceaba, Juatuba, Lagoa Dourada, Maravilhas, Mário Campos, Mateus Leme, Moeda, Ouro Branco,

Ouro Preto, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi, Piedade dos Gerais, Pompéu, Queluzito, Resende

Costa, Rio Manso, São Brás do Suaçuí, São Joaquim de Bicas, São José da Varginha, Sarzedo, Sete Lagoas. 6

Dados obtidos em consulta aos dados de população da Fundação João Pinheiro. Disponível em:

<http://www.fjp.gov.br/index.php/indicadores-sociais/-imrs-indice-mineiro-de-responsabilidade-social>. Acesso

em: 20 mai. 2013.

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31

público como da iniciativa privada para evitar o caos regional [...]. (BARBIERI &

RUIZ, 2010, p. 33).

E, neste cenário desafiador para toda a sociedade, os líderes dos poderes públicos locais, no

âmbito do poder executivo, e protagonistas do processo de integração para a formação do

CODAP, em entrevistas concedidas em 2012, mostraram valorizar a iniciativa do

consorciamento, conforme a avaliação positiva dos avanços empreendidos que seguem

reproduzidas, abaixo.

O CODAP foi originalmente constituído pelos Municípios de Congonhas, Conselheiro

Lafaiete, Jeceaba, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí, no dia 04 de dezembro de 2006. Em

abril de 2009, os municípios de Belo Vale e Entre Rios de Minas se incorporaram ao

Consórcio. O CODAP constitui, então, uma articulação interfederativa de 7 municípios de

Minas Gerais. Seu objetivo é a gestão compartilhada de serviços públicos, ações e políticas de

desenvolvimento social e econômico na região.

Figura 1 – Localização espacial do Consórcio Público para o Desenvolvimento do Alto

Paraopeba (CODAP)

Fonte: SANTOS,(2010, p. 12)

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32

O Consórcio Público para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba (CODAP) foi oficialmente

constituído em 04 de dezembro de 2006, nos moldes da Lei n. 11.107/2005, resultado de uma

construção política entre representantes da região. A maturação da construção política do

CODAP ganhou avanços concretos após as eleições municipais de 2004. Em 2005, os

municípios da região que viriam a instituir o Consórcio realizaram o I Encontro Regional de

Gestores do Alto Paraopeba. Discutiram-se, então, os assuntos considerados de interesse

regional. E nesse fórum foram descritas as áreas de atuação que fundamentariam o protocolo

de intenções como obras públicas, transporte, meio ambiente, desenvolvimento rural, defesa

social e gestão administrativa, entre outras, conforme viria a ser estipulado no Estatuto do

CODAP.

A evolução da tramitação legislativa da lei regulamentadora dos consórcios públicos, a partir

de 2003, e aprovada em 2005 (Lei n. 11.107/2005), serviu como estímulo e orientação de

institucionalização para o consórcio de desenvolvimento regional que o grupo de prefeitos,

dos municípios acima referidos, com mandatos iniciados no ano de 2005, decidiu criar.

Conforme relatos registrados, o pioneirismo do CODAP criou dificuldades, uma vez que não

se contava com modelos ou parâmetros bem definidos.

A figura do consórcio público, mesmo quando formado exclusivamente por entes públicos,

somente ganhou a prerrogativa de estabelecer-se como pessoa jurídica de direito público

depois da regulamentação da Lei n. 11.107, de 06 de abril de 2005, e quando regulamentado

pelo Decreto n. 6.017, de 17 de janeiro de 2007. E nesse trabalho, admite-se esse

entendimento jurídico para a definição do objeto de estudo consórcio público de direito

público, conforme art. 1º, inciso I, do Decreto n. 6.017, de 2007:

[...] pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei

n. 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a

realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública,

com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa

jurídica de direito privado sem fins econômicos [...]. (CODAP, s.d. , p. 3).

Depoimentos de alguns dos protagonistas da constituição do CODAP fornecem subsídios para

a compreensão de desafios e escopo de atuação do Consórcio. Segundo informa Macedo

(2013), o CODAP foi pioneiro na conformação de um consórcio de desenvolvimento regional

nos moldes da Lei n. 11.107/2005.

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33

[...] O CODAP por ter sido o primeiro consórcio do Brasil tem sido tomado como

um projeto piloto, tanto pelo Estado como pela União. Na verdade, estamos todos

aprendendo a fazer. Tanto no governo Federal como no Estado quando têm algumas

ações com o CODAP, é necessário aprender com o consórcio como é que se faz e

ajudar um pouco para afirmar essa política, que é nova (Silene Gonçalves Silva.

Controladora Geral do CODAP. Entrevista concedida em 09/10/2012) [...].

(MACEDO, 2013, p. 91).

Conforme estabelece o artigo 1º de seu Estatuto Social, o CODAP constitui-se:

[...] sob a forma de pessoa jurídica de direito público, sem fins lucrativos, com

personalidade e patrimônio distintos dos de seus consorciados [...], atuando na área

total de abrangência dos municípios consorciados e nos moldes da Lei 11.107, de 06

de abril de 2005, do artigo 241 e do artigo 30, inciso I da Constituição Federal, das

Leis Orgânicas dos Municípios participantes e da legislação pertinente [...].

(CODAP, s.d., p. 7).

O artigo 5º estabelece como objetivos do CODAP:

[...] Planejar e executar projetos e programas que visem ao desenvolvimento

regional sustentável, integrado e includente, ao aperfeiçoamento das gestões

administrativas dos municípios consorciados e à formulação de políticas públicas

regionais que venham a beneficiar a população do Alto Paraopeba [...],(CODAP,

s.d., p 7).

O prefeito de Jeceaba, Kúlio Reis afirmou:

[...] eu tenho certeza absoluta da dimensão política que esta instituição determinou

ao Alto Paraopeba, de mudanças, de perspectivas, de visão de administração

pública, de possibilidades para os municípios, enfim é uma dimensão assustadora da

nova forma de fazer gestão, para quem está dentro e para quem se beneficiou das

políticas todas, dos projetos todos que ali pudemos executar. [...].7 (MACEDO,

2013, p. 90).

O prefeito de Ouro Branco, Padre Rogério Oliveira afirmou:

[...] A vontade de fazer a região crescer como um todo e de quebrar essas questões

culturais, de atraso, essa política antiga de coronelismo, que hoje está ultrapassada.

Queríamos um modelo novo de fazer política e o CODAP é esse instrumento

favorável, que temos nas mãos para conquistar isso. [...].8 (MACEDO, 2013, p. 90).

O prefeito de Conselheiro Lafaiete, José Milton, por sua vez, afirmou:

7 Júlio César Reis. Prefeito do Município de Jeceaba/MG. Mandatos 2005/2008 e 2008/2012. Entrevista

concedida em 11/09/2012. (MACEDO, 2013). 8

Pe. Rogério de Oliveira Pereira. Prefeito do Município de Ouro Branco/MG. Mandatos 2005/2008 e

2009/2012. Entrevista concedida em 03/10/2012. (MACEDO, 2013)

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34

[...] Nem sempre os resultados vêm rápido, a curto prazo, mas são projetos, com

certeza, de muita importância para a região e para os municípios. São projetos que,

realmente, representam ações de desenvolvimento, ações de mudanças, ações que

vão trazer grandes retornos em todas as áreas: saneamento, desenvolvimento,

tecnologia, educação, em diversos setores, tudo reflete as ações desenvolvidas pelo

consórcio de desenvolvimento, o nosso CODAP [...]. 9 (MACEDO, 2013, p. 90).

A região encontra-se pressionada a administrar os impactos positivos e negativos em seu

território decorrentes dos investimentos minero-siderúrgicos que deverão gerar 5.600

empregos diretos e 11.800 empregos indiretos no período 2010-2015. Assumindo uma

estimativa conservadora, espera-se um crescimento populacional de 67% no período 2010-

2025 (SOUZA, 2010). Esse crescimento na geração de empregos e populacional é resultado

direto do investimento a ser realizado pelas empresas Vallourec Sumitomo – Tubos do Brasil,

Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Ferrous, Namisa, Gerdau Açominas e GASMIG -

Gasoduto Vale do Aço. Para essas administrações municipais, o aumento de receitas vem

acompanhado da necessidade possivelmente superior de gastos em serviços públicos básicos,

infraestrutura de transportes, regular atividades privadas geradoras de impacto no meio

ambiente, entre outros desafios, cujos números foram divulgados pelas empresas. Números

sobre os investimentos foram registrados em Santos (2010), a partir de dados levantados em

2009, seguem descritos abaixo.

A CSN conduz investimentos em Congonhas da ordem de US$ 10 bilhões até 2014, com

estimativa de geração de 5.000 empregos diretos na fase de obras e 2.000 na fase de operação.

Os investimentos tratam de atividades da Mina da Casa da Pedra e a implantação de

siderúrgica para a produção de 4,5 milhões de toneladas de aço/ano. A Gerdau Aço Minas

prevê investimentos, em Ouro Branco, no valor de US$ 1,5 bilhão, a partir de 2008, de

forma a gerar 7.000 empregos na fase de obras e 400 empregos permanentes. Os

investimentos tratam da implantação de laminador de chapas grossas para o processamento de

870 mil toneladas por ano. E da ampliação da capacidade da usina de Ouro Branco de 3

milhões de toneladas para 4,5 milhões de toneladas de aço/ano a partir de 2008. Assim como

a conclusão de lingotamento contínuo de placas e expansão do laminador de perfis. A

Vallourec Sumitomo – Tubos do Brasil, por sua vez, anunciou investimentos em Jeceaba, a

partir de 2010, da ordem de US$ 1,6 bilhão, e geração de 7.500 empregos na fase de obras e

1.500 na fase de operação. Os investimentos são destinados para a fábrica de tubos sem

9 José Milton Carvalho Rocha. Prefeito do Município de Conselheiro Lafaiete/MG. Mandato 2009/2012.

Entrevista concedida em 09/10/2012. (MACEDO, 2013)

Page 38: por - Oswaldo Cruz Foundation

35

costura, cuja produção deverá atingir 600 milhões de toneladas de tubos por ano. A GASMIG

- Gasoduto Vale do Aço prevê investimentos em São Brás do Suaçuí, Ouro Branco e

Jeceaba de investimentos de R$ 635 milhões para a segunda fase da construção do gasoduto

que deverá abastecer da produção de empresas como a Vallourec Sumitomo – Tubos do

Brasil. A primeira etapa foi concluída em 2006.

Em função do cenário econômico internacional, possivelmente, nem todos os dados de

investimentos acima relatados realmente ocorreram – pelo menos, não conforme os prazos

anunciados. De toda forma, o desempenho do PIB dos municípios mostra um ritmo acelerado

de crescimento (TAB. 1).

Tabela 1 – Produto Interno Bruno (PIB) a preços correntes dos municípios do CODAP

para os anos 2000, 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010

Município (R$) 2000 2006 2007 2008 2009 2010

Belo Vale 17.668 31.791 35.469 44.554 47.132 54.930

Congonhas 197.765 523.127 630.683 850.614 749.934 1.319.755

Conselheiro Lafaiete 303.291 674.402 741.901 852.039 899.065 1.054.078

Entre Rios de Minas 35.345 66.916 79.689 89.272 90.917 102.024

Jeceaba 10.266 19.143 22.814 29.829 48.582 75.949

Ouro Branco 530.218 1.489.124 1.675.243 2.527.936 1.599.330 2.193.210

São Brás do Suaçuí 22.380 70.869 85.357 89.557 70.192 76.344

Minas Gerais 100.612.293 214.753.977 241.293.054 282.520.745 287.054.748 351.380.905

Fonte: Elaboração própria a partir de dados organizados pela Fundação João Pinheiro (FJP).

A Tabela 1 mostra a tendência de crescimento acelerado no período 2000-2008, e

desaceleração e mesmo redução do PIB municipal, no ano de 2009, nos municípios de

Congonhas, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí, possivelmente em razão da crise econômica

mundial. Os números de 2010, contudo, mostram que houve a retomada do crescimento

econômico. Conselheiro Lafaiete foi o único município que manteve o bom ritmo de

crescimento, tendo sofrido apenas uma redução de intensidade de crescimento durante o curto

período de crise mencionado. Possivelmente, esse crescimento é resultado de uma maior

diversidade econômica, conforme atestam os dados da Tabela 2, a respeito do número de

empresas formalizadas em cada um dos municípios do CODAP, no ano de 2007 (TAB. 2).

(SANTOS, 2010).

Page 39: por - Oswaldo Cruz Foundation

36

Tabela 2 – Quantidade de empresas formalmente instaladas nos municípios do CODAP

em 2007

Município Quantidade de Empresas

Belo Vale 170

Congonhas 1296

Conselheiro Lafaiete 3.042

Entre Rios de Minas 448

Jeceaba 97

Ouro Branco 1210

São Brás do Suaçuí. 97

Fonte: Elaboração própria a partir de dados organizados por Santos (2010).

Apesar do compartilhamento acerca do interesse em apropriar-se localmente dos impactos

positivos dos investimentos minero-siderúrgicos, e da mitigação dos impactos negativos,

ainda que estes dois lados ocorram em níveis diferenciados em cada um dos municípios, faz-

se necessária a superação das desigualdades intrarregionais, expressas por diferentes

indicadores como população e renda (TAB. 3).

Tabela 3 – Renda per capita nos anos 2000 e 2010 e taxa de crescimento no período para

os municípios do CODAP

Nome do município Renda Per Capita 2000

(R$ de ago./2010)

Renda Per capita 2010

(R$ ago./2010)

Taxa Média Anual de

Crescimento

2000 a 2010 (%)

Belo Vale 306,38 562,29 6,26

Congonhas 432,52 697,06 4,89

Conselheiro Lafaiete 504,05 785,85 4,54

Entre Rios de Minas 356,49 563,58 4,69

Jeceaba 286,53 484,24 5,39

Ouro Branco 562,40 859,02 4,33

São Brás do Suaçuí 329,88 542,00 5,09

Fonte: Elaboração própria a partir de dados organizados pela Fundação João Pinheiro (FJP) (2010).

A renda per capita teve uma evolução positiva em todos os municípios durante toda a década

de 2000 e em níveis similares de crescimento em todos os municípios do CODAP com

destaque para o município de Belo Vale com taxa de crescimento de 6,26% no período. Essa

variável, contudo, deve ser entendida em associação à dinâmica populacional, uma vez que o

crescimento econômico e a geração de empregos podem criar dinâmicas de migração com

impactos diretos na renda per capita dos municípios.

A Tabela 4 mostra que todos os municípios tiveram crescimento populacional, à exceção de

Jeceaba, o que pode indicar que os empreendimentos previstos para este município não

Page 40: por - Oswaldo Cruz Foundation

37

iniciaram contratações de trabalhadores. Ademais, percebe-se um processo de urbanização em

todos os municípios, sem qualquer exceção. Destaque-se, contudo, que apenas em

Conselheiro Lafaiete a população rural teve um crescimento significativo, o que sugere uma

migração de baixo poder aquisitivo para este município (TAB. 4).

Tabela 4 – População nos anos 2000 e 2010 e taxa de crescimento no período para os

municípios do CODAP

Nome do

município

População 2000 População 2010 Taxas de Crescimento (anual)

Pop.

Total

2010-00

Pop.

Urbana

2010-00

Pop.

Rural

2010-00

Total da

pop.

Total da

pop.

urbana

Total

da pop.

rural

Total da

pop.

Total da

pop.

urbana

Total

da pop.

rural

Belo Vale 7.429 3.136 4.293 7 536 3 295 4 241 0,14 0,50 -0,12

Congonhas 41.256 39.458 1.798 48 519 47 236 1 283 1,63 1,82 -3,32

Conselheiro

Lafaiete 102.836 99.515 3.321 116 512 111 266 5 246 1,26 1,12 4,68

(continua)

(conclusão)

Nome do

município

População 2000 População 2010 Taxas de Crescimento (anual)

Pop.

Total

2010-00

Pop.

Urbana

2010-00

Pop.

Rural

2010-00

Total da

pop.

Total da

pop.

urbana

Total

da pop.

rural

Total da

pop.

Total da

pop.

urbana

Total

da pop.

rural

Entre Rios

de Minas 13.114 8.390 4.724 14 242 9 878 4 364 0,83 1,65 -0,79

Jeceaba 6.109 2.831 3.278 5 395 2 988 2 407 -1,24 0,54 -3,04

Ouro

Branco 30.383 26.303 4.080 35 268 31 609 3 659 1,50 1,85 -1,08

São Brás do

Suaçuí 3.282 2.718 564 3 513 3 129 384 0,68 1,42 -3,77

Fonte: Elaboração própria a partir de dados organizados pela Fundação João Pinheiro (FJP).

Ressaltem-se as diferenças de população e renda entre os municípios do CODAP, que

congrega, então, um único município com mais 100.000 hab., Conselheiro Lafaiete; dois

municípios com população entre 30.000 e 50.000 habitantes, Congonhas e Ouro Branco; e

quatro municípios com população abaixo de 15.000 habitantes, Entre Rios de Minas, Belo

Vale, Jeceaba e São Brás do Suaçuí. A promoção do desenvolvimento regional e sustentável

do CODAP deve procurar a promoção do equilíbrio regional, ao mesmo tempo em que busca

superar os desafios de coordenação entre municípios de dimensões e capacidades

administrativas também diversas já existentes.

Page 41: por - Oswaldo Cruz Foundation

38

2.4 Indicadores na Administração Municipal

O modelo de índice para a mensuração de aspectos da estrutura administrativa municipal

adotada nesta pesquisa foi elaborado por Freitas Júnior (2009). 10 Esse trabalho, busca

investigar a presença da administração pública “gerencial” em municipalidades selecionadas.

Esse tipo de administração representaria os valores e pressupostos da democracia

representativa, com ênfase na eficiência e efetividade de suas ações. A administração pública

gerencial contrapõem-se ao formalismo exacerbado do rigor técnico autorreferenciado

presente no modelo burocrático; e busca pautar atuação estatal para a obtenção de resultados,

por meio de descentralização, horizontalização, flexibilidade da gestão e do incentivo à

criatividade. Contudo, preservaria alguns dos aspectos do modelo burocrático como a

meritocracia e a clara distinção entre interesses público e privado. Este último, uma marca da

administração pública patrimonial.11 (ABRUCIO, 2007).

2.4.1 Índice de Administração Pública Gerencial Municipal (IAPG-M)

Obra clássica na literatura de ciência política para estudos sobre desempenho institucional e

capital social,12

Putnam (2007) investiga o desempenho das instituições nas regionais da

Itália, de forma comparada. Utilizou-se de indicadores que foram acompanhados por mais de

20 anos, a partir da década de 1970. Os indicadores estabelecidos por Putnam foram: i)

continuidade administrativa e procedimentos; ii) deliberações sobre as políticas; e iii)

implementação das políticas; que juntos englobam 12 variáveis pertinentes à realidade

italiana, que incluem desde a estabilidade política dos governos até o nível de execução

orçamentária ou a qualidade dos serviços públicos como o de correios.

10

Esse trabalho é resultado de uma dissertação de mestrado defendida na Universidade Federal de Lavras (UFL)

no ano de 2009. Este mesmo autor publicou artigo síntese dessa pesquisa (FREITAS JÚNIOR & PEREIRA,

2009). Essa pesquisa embasou, ainda, outra dissertação de mestrado da UFL (ARAUJO P. G., 2011), também

sintetizado em artigo (ARAUJO & PEREIRA, 2012). 11

Há, ainda, administração pública de tipo „societal‟. Este seria um estágio do gerencialismo. Nesse estágio,

além da busca pela eficiência e efetividade das políticas, busca-se a promoção da participação popular no

processo decisório e de implantação das políticas. A Constituição Federal do Brasil reforça esse tipo de

mecanismo, por meio dos conselhos de políticas públicas. O orçamento participativo também constituiria uma

forma de democracia consoante com essa perspectiva. (FREITAS JÚNIOR, 2009). 12 'Capital social' se refere a elementos de organização social como as redes, normas e confiança social que

facilitam a coordenação e a cooperação em benefício recíproco. PUTNAM (2007) associa o melhor ou pior

desempenho das instituições com o grau de capital social presente em determinada região, quanto mais capital

político melhor o desempenho institucional. O grau de capital político, por sua vez, tem relação com o

desenvolvimento histórico, cujas raízes são descritas desde a Idade Média.

Page 42: por - Oswaldo Cruz Foundation

39

Haddad (2004) influenciou a concepção do IAPG-M ao propor o desenho de indicadores

relacionados ao desempenho institucional e ao desenvolvimento municipal mais amplo para

cidades do estado de Minas Gerais. Esse texto apresenta a evolução de três gerações de

indicadores para a avaliação do desempenho institucional. Na primeira, influenciada pela crise

de 1929, tem-se o desenvolvimento de indicadores de acompanhamento macroeconômico,

que a partir de 1950, tiveram grande impulso com a normatização técnica e a disseminação

desses indicadores entre os países com menor desenvolvimento relativo por meio da

Organização das Nações Unidas (ONU). A segunda geração de indicadores desenvolveu-se a

partir da década de 1960, durante o processo de institucionalização entre organismos públicos

e privados da coleta sistemática de dados, motivados pelas desigualdades sociais que os ciclos

de crescimento econômico vinham produzindo, desde a Segunda Guerra Mundial. Foi nesse

contexto que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) criou o Índice

de Desenvolvimento Humano (IDH), que estimulou a utilização de indicadores

socioeconômicos por todo o mundo. Por fim, a terceira geração está relacionada com a maior

necessidade de conhecimento do grau de desenvolvimento científico e tecnológico, e da

relação entre crescimento econômico e impacto (e sustentabilidade) ambiental. E baseando-se

na terceira geração de indicadores, Haddad desenvolveu seu estudo para os municípios

mineiros.

Em Haddad (2004), além do IDH Municipal, são inseridos 9 outros índices, como, por

exemplo, o Índice de Qualidade Institucional Municipal (IQIM), o Índice de potencial de

Desenvolvimento do Município e o Índice de Exclusão Social. O IQIM foi de particular

interesse para a pesquisa de Freitas Júnior (2009). Este índice é composto por três subíndices,

com componentes e pesos diferenciados: i) grau de participação; ii) capacidade financeira; e

iii) capacidade gerencial. Entre outras variáveis, os subíndices referem-se, por exemplo, e

respectivamente, a conselhos de políticas públicas instalados, a percentual de receita corrente

versus dívida e a existência de instrumento de planejamento.

Para além da arquitetura ou concepção, a viabilidade ou aplicação prática da pesquisa foi

delineada considerando o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do estado de Minas

Gerais. Utilizou-se, também, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), especificamente a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC). E, por

fim, o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS).

Page 43: por - Oswaldo Cruz Foundation

40

O ZEE/MG é parte de uma política do estado de Minas Gerais, implementado a partir do ano

de 2003 como uma das ações estratégicas da política do Estado. Seu objetivo é subsidiar a

planejamento de políticas públicas e orientar o investimento estratégico do Governo e da

Sociedade Civil, utilizando-se da perspectiva da sustentabilidade econômica, social, ecológica

e ambiental. O ZEE/MG sistematiza indicadores em 4 componentes: produtivo, natural,

humano e institucional. Esse último componente, tomado como subsídio para a elaboração

do IAPG-M, avalia serviços municipais e a qualidade do atendimento público nos setores de

saúde, educação, meio ambiente, cultura, lazer, segurança, dentre outros. O componente

institucional possui um aspecto específico denominado “capacidade institucional”,

desenvolvido para mensurar o esforço de modernização administrativa, estruturação e

consolidação de práticas de planejamento participativo e gestão eficiente das contas públicas;

e que foi particularmente considerado.

O IBGE, por meio da MUNIC, realiza o levantamento de informações para a totalidade dos

municípios do Brasil. Conforme Nota Técnica do IBGE13:

[...] a MUNIC é uma pesquisa institucional e de registros administrativos relativos

ao poder público local [...] que constitui uma fonte de informação para a construção

de indicadores relativos aos diferentes setores da administração pública municipal.

Investiga dados sobre o aparato institucional, o planejamento público, as finanças

públicas municipais, os programas sociais desenvolvidos pela administração pública

local e ainda sobre a oferta de serviços públicos e de infraestrutura urbana […]. 14

(IBGE, 2012, p. 30).

Freitas Junior (2009) considerou os dados sobre estrutura administrativa, instrumentos de

planejamento, recursos para a gestão municipal, articulações interinstitucionais,

habitação, transporte e cultura.

O Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS), desenhado pelo Governo do estado de

Minas Gerais, por meio da Fundação João Pinheiro (FJP), objetiva compreender os níveis de

desenvolvimento de todos os municípios mineiros nas áreas de segurança pública, educação,

saúde, emprego e renda, gestão, habitação, infraestrutura e meio ambiente, dentre outras. Para

a sua composição são considerados 40 indicadores, dispostos em oito dimensões diferentes. O

13

Nota Técnica referente a MUNIC de 2002. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/

economia/perfilmunic/2002/nota_tecnica2002.pdf,>. Acesso em: 13 dez. 2012. 14 A MUNIC publicou pesquisas nos de 1999, 2001, 2002, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009, 2011e 2012.

Page 44: por - Oswaldo Cruz Foundation

41

autor adotou para sua pesquisa a dimensão Gestão, que congrega as variáveis: i) cumprimento

da legislação fiscal; ii) índice de desenvolvimento tributário e econômico; iii) receita líquida

per capita; iv) conselho de educação atuante; v) conselho de saúde atuante; e vi) existência de

dois outros conselhos atuantes.

Previamente à pesquisa nos bancos de dados acima referidos, o autor identificou na produção

científica nacional apresentada nos congressos Encontro da Associação Nacional de Pós-

Graduação em Administração (EnANPAD) 15 , entre os anos de 2004 e 2008, a temática

gerencialista. E observou-se que 32% dos artigos publicados em 2004 abordam a temática

gerencialista, assim como 21% dos artigos publicados em 2005, 26,5% dos de 2006, 30% dos

de 2007 e 31,6% daqueles de 2008 (FREITAS JÚNIOR, 2009). Os artigos abordam recursos

humanos, modernização da gestão, orientação para o cidadão, articulações institucionais,

equilíbrio fiscal e capacidade de aplicação dos recursos.

Para o desenvolvimento do índice, o autor realizou a agregação de variáveis consideradas

adequadas para a mensuração da presença do tipo de administração pública gerencial, a partir

de quatro dimensões: i) Recursos Humanos; ii) Instrumentos de Gestão; iii) Articulações

Interinstitucionais e Participação do Cidadão; e iv) Responsabilidade Fiscal e Aplicação dos

Recursos que se relacionam com um total de 23 (vinte e três variáveis) (TAB. 5).

Tabela 5 – Índice de Administração Pública Gerencial Municipal, categoria e variáveis

com peso e fonte

Categoria Peso

(%) N. Variável

Peso

(%) Total Fonte

Recursos Humanos 19%

1 Quantidade de funcionários para cada

100 habitantes 19%

100%

ZEE-MG

/ IBGE

2 % de Funcionários com Ensino

Superior 27%

ZEE-MG

/ IBGE

3 % de Funcionários com Pós-graduação 32% ZEE-MG

/ IBGE

4 Existência de Administração Indireta 22% ZEE-MG

/ IBGE

Instrumentos de

Gestão 42% 5 Existência de Código de Obras 17% 100%

ZEE-MG

/ IBGE

15 O EnANPAD é o congresso de maior expressão nacional da área de administração, segundo a classificação

Qualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O Qualis apresenta a lista

dos veículos utilizados para a divulgação da produção científica dos programas de pós- graduação strictu sensu,

e classifica-os quanto à circulação (local, nacional ou internacional) e quanto à qualidade (A, B ou C) (Freitas

Júnior, 2009).

Page 45: por - Oswaldo Cruz Foundation

42

6 Existência de Lei de Parcelamento do

Solo 39%

ZEE-MG

/ IBGE

7 Existência de Lei de Zoneamento 20% ZEE-MG

/ IBGE

8 Existência de Plano Diretor 13% ZEE-MG

/ IBGE

9 Existência de Cobrança de IPTU 11% ZEE-MG

/ IBGE

Articulações

Interinstitucionais e

Participação do

Cidadão

24%

10 Quantidade de Conselhos Gestores

Existentes 11%

101%

IMRS

11 Existência de Consórcio Público com

outros entes federativos 19%

ZEE-MG

/ IBGE

12 Existência de Convênio ou Parceria

com o setor privado 32%

ZEE-MG

/ IBGE

13 Existência de apoio setor privado ou de

comunidades na Adm. Municipal 21%

ZEE-MG

/ IBGE

14 Participação em Comitê de Bacia

Hidrográfica 18% ZEE-MG

(continua)

Page 46: por - Oswaldo Cruz Foundation

43

(conclusão)

Categoria Peso

(%) N. Variável

Peso

(%) Total Fonte

Responsabilidade

Fiscal e Aplicação

dos Recursos

15%

15 Aplicação de Recursos em Saúde -

Cumprimento do % previsto em lei 15%

100%

IMRS

16 Aplicação de Recursos em Educação -

Cumprimento do % previsto em lei 8% IMRS

17 Despesas com pessoal - Cumprimento

do % máximo previsto em lei 8% IMRS

18 Cumprimento da Lei de

Responsabilidade Fiscal 6% IMRS

19 Cumprimento de limites legais para o

endividamento do Município 10% IMRS

20 Indicador de Desenvolvimento

Tributário e Econômico 11%

ZEE-

MG

21 Participação da Dívida na Receita

Corrente Líquida 11%

ZEE-

MG

22 Esforço Orçamentário em Educação -

% Orçamento Investido 18% IMRS

23 Esforço Orçamentário em Saúde - %

Orçamento Investido 13% IMRS

Total 100%

Fonte: Elaboração própria com base em FREITAS JÚNIOR (2009).

O método estatístico de cálculo, fatorial e multivariado, determina valores entre 0 e 1. Quanto

mais próximo de 1, maior é o enquadramento desse município ou conjunto de municípios

como detentor de administração pública gerencial. Nesse estudo, o autor observou que

nenhum dos 177 municípios do sul de Minas Gerais apresentou características totalmente

gerencialistas. E uma pequena parcela, 39 (22% do total) apresentou uma tendência ao

gerencialismo. 86 municípios, ou 48% do total, apresentaram uma situação intermediária,

com caraterísticas gerencialistas, mas em associação a elementos da administração

burocrática e patrimonial. E 52 municípios, ou 29% do total, apresentaram características

eminentemente burocráticas e patrimoniais, uma vez que não adotaram critérios mínimos

gerencialistas. Por fim, o autor observa, ainda, a ausência de um padrão de vinculação

partidária para o resultado do status do município. Contudo, parece haver uma correlação

positiva entre o tamanho do município e o desempenho de sua administração. Os municípios

de porte maior mostraram um atendimento maior dos critérios de uma administração pública

gerencial. A região analisada é formada, predominantemente, contudo, por municípios de

pequeno porte. Apenas três municípios possuem mais de 100.000 habitantes (IBGE, 2012).

Page 47: por - Oswaldo Cruz Foundation

44

2.4.2 IAPG-M e sua aplicação nos municípios do CODAP

O objetivo da pesquisa – avaliar o impacto da atuação do consórcio de desenvolvimento

regional no aumento da capacidade administrativa e de gestão de seus municípios – orientou a

construção metodológica desta pesquisa e condicionou a utilização do IAPG-M.

Dessa forma, esta pesquisa toma o IAPG-M como referência, a fim de compreender o grau de

capacidade administrativa dos municípios que compõem o CODAP. Apesar de calcular o

índice para determinado período, a análise que se pretende, é de cunho predominantemente

qualitativa, em que considera, também, as categorias e respectivas variáveis tomadas de forma

desagregada. Reforça este entendimento metodológico, não apenas a pertinência para com o

objetivo da pesquisa, mas a crítica conceitual que deve pautar a utilização de indicadores

sintéticos como o IAPG-M.

Todo índice sintético pode ser definido como “[...] uma medida quantitativa ou qualitativa

derivada de uma série de fatos observados que pode revelar posições relativas (ex. países) em

uma dada área [...]” (OCDE, 2008, p. 20). Desse modo, possui as vantagens e as desvantagens

próprias de um indicador que, por um lado, condensa diversas variáveis e facilita a

comparabilidade; porém, por outro lado, tende a simplificar em demasia a realidade, e

obscurece a análise.16 17

A aplicação do IAPG-M para o caso do CODAP difere daquela realizada por Freitas Junior

(2009) em razão do escopo desta pesquisa. Este aspecto refere-se ao universo de pesquisa,

sensivelmente menor para o caso do CODAP, assim como a importância conferida à evolução

das variáveis consideradas de forma desagregada ou isoladamente, sobretudo tendo-se em

conta as limitações acima referidas quanto ao uso de indicadores sintéticos.

16

Os indicadores sintéticos, em geral, gozam de popularidade e ampla profusão. Contudo, sua utilização como

critério eletivo para a execução de políticas públicas pode acarretar decisões errôneas, simplesmente pelo

potencial para induzir a um entendimento equivocado sobre a realidade. A tradução em uma escola de 0 a 1, e de

forma agregada, dificilmente representará de forma fidedigna certo aspecto da realidade. Em Januuzzi &

Guimarães (2005) há uma elucidativa abordagem sobre as limitações do Índice de Desenvolvimento Humano

(IDH) que congrega as variáveis de renda, educação e longevidade. Apesar de reconhecer o mérito deste

indicador, que mobiliza a sociedade em geral para a temática do desenvolvimento humano, o artigo explora em

detalhes as limitações metodológicas e conceituais do IDH, que por esse motivo, não deve ser tomado

necessariamente como o desenvolvimento humano propriamente, cuja mensuração, obviamente é tarefa que

encerra complexidade bem superior àquela sintetizada pelo IDH. 17

Para uma análise dos prós e contras à utilização de um índice sintético ver OCDE (2008) e Januuzzi &

Guimarães (2005).

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45

Originalmente, o IPAG-M foi aplicado para um conjunto de municípios (177) – bem superior

às sete municipalidades que conformam o CODAP – o que acarreta diferenças de magnitude

dos parâmetros dos valores mínimos e máximos, técnica utilizada para o cálculo de algumas

das variáveis. Também a indisponibilidade de dados, ou sua disponibilidade para intervalos de

tempo diferenciados entre as variáveis, constituiu outra particularidade para esta aplicação do

índice, que será detalhada adiante.

A dimensão Instrumentos de Gestão recebeu o peso de maior valor, 42%. Na segunda

posição, está a dimensão Articulações Interinstitucionais e Participação do Cidadão, que

recebeu 24% da ponderação total. Recursos Humanos e Responsabilidade Fiscal e Aplicação

dos Recursos receberam pesos nos valores de 19% e 15%, respectivamente. Esses valores

foram elaborados com base na literatura sobre avaliação de desempenho dos governos locais e

foram mantidos sem adaptações. Tanto às dimensões quanto às variáveis são atribuídos pesos

diferenciados.18 A seguir são descritos o conceito e o método estatístico aplicado para cada

uma das variáveis. De forma geral, contudo, a normalização – consideração do intervalo entre

0 e 1 – é construída admitindo como parâmetros 0 para o munícipio de pior desempenho e 1

para o melhor resultado. E, para as variáveis respondidas com os atributos “sim” ou “não”, o

primeiro recebe o valor máximo 1, e o segundo o valor mínimo 0.

Para a dimensão Recursos Humanos, Freitas Júnior (2009) havia considerado 4 variáveis.

Contudo, as variáveis sobre a qualificação dos funcionários da administração municipal,

conquanto variáveis de relevância, não foram incluídas, em razão da indisponibilidade do

acesso junto à base de dados do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE).19 Nesta pesquisa,

na nova atribuição de pesos para as duas variáveis remanescentes consideraram-se 70% o

quantitativo relativo de recursos humanos e 30% (mantendo-se o peso geral de 19% da

categoria) para a existência da administração indireta. Os dados desta variável foram obtidos

diretamente da MUNIC referentes aos anos de 2006 e 2012. Conforme literatura sobre

gerencialismo, o índice considera mais eficiente a prestação de serviços quando o município

18

Ressaltamos que possivelmente tenha havido um erro de digitação que gerou aumento de um ponto percentual

em uma das variáveis da categoria Articulações Interinstitucionais e Participação do Cidadão, cujo somatório

resulta em 101%, conforme discrimina a Tabela V adaptada de Freitas Júnior (2009, p. 89). Por isso reduzimos

em um ponto percentual a variável de maior peso, „existência de convênio ou parceria com o setor privado‟ que

passou a ter peso de 31 pontos percentuais dentro desta categoria. 19

A plataforma eletrônica do ZEE-MG está configurada para o acesso restrito. O tentativo de acesso ocorreu no

sítio eletrônico <http://www.zee.mg.gov.br> em maio de 2013. A MUNIC, que poderia ter munido o ZEE-MG

com estas duas variáveis, forneceu as informações sobre o quantitativo de funcionário, mas não sobre seu nível

de escolaridade.

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46

dispõe de uma menor quantidade de funcionário por habitante. 20 A existência de

administração indireta refere-se ao pressuposto do modelo de administração pública gerencial,

que considera a existência de administração indireta no município e incentiva o processo de

descentralização, necessária à maior autonomia administrativa, e estarem submetidos a

controle externo específico (ARAUJO, 2011). Essa variável foi verificada na MUNIC, a

partir da identificação de servidores na administração indireta.

A dimensão Instrumento de Gestão incorpora à análise instrumentos para “[...] facilitar a

gestão municipal, alterar condições indesejáveis para a comunidade local, remover

empecilhos institucionais e assegurar a viabilização de propostas estratégicas, objetivos a

serem atingidos e ações a serem trabalhadas. [...]”. (ARAUJO, 2011, p. 50).

Os instrumentos legais, abaixo relacionados, se encontram à disposição do município, e

servem o propósito de facilitar e incrementar a gestão administrativa.

a) lei de código de obras: orienta os projetos e as execuções de obras edificadas no âmbito

municipal por meio de critérios que garantam padrões mínimos de segurança, salubridade e

conforto para a comunidade;

b) lei de parcelamento do solo: determina critérios mínimos para os tamanhos de lotes, as

declividades máximas de terrenos para construções e a área mínima de espaços públicos

que devem existir. O autor afirma que a importância dessa lei consiste em coibir o

parcelamento do solo em áreas de preservação ambiental;

c) lei de zoneamento: o espaço territorial da cidade é regulamentado por meio de

categorização de zonas residenciais, comerciais e de preservação, de instalação de

equipamentos sociais e logradouros públicos;

d) Plano Diretor: lei municipal que, por meio de instrumento de intervenção urbana

planejada, busca o crescimento e o funcionamento do município, ou seja, tem como intuito

planejar o destino de cada parte do município de forma harmoniosa. A Constituição

Federal, em seu artigo 182 §1 estabelece que essa lei deva ser obrigatória para todos os

municípios com mais de dois mil habitantes. A Lei n. 10.257, que regulamenta o Plano

Diretor, amplia obrigatoriedade para municípios integrantes de aglomerações urbanas ou

regiões metropolitanas, áreas de interesse turístico, inseridos em áreas de empreendimentos

20

A fim de manter a fidedignidade do cálculo do índice, o entendimento de que um menor número de

funcionários por 100 habitantes foi mantido. Contudo, avaliamos que uma aplicação no sentido contrário teria

maior validade para o caso de municípios brasileiros de pequeno porte.

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47

de grande impacto ambiental ou aqueles que pretendem fazer uso de políticas urbanas

como IPTU. O Plano Diretor é uma forma de planejamento estratégico que tem como

função o estabelecimento de diretrizes para o ordenamento do território, desenvolvimento

econômico e social com visão voltada para a qualidade de vida e o bem-estar dos cidadãos;

e) cobrança de IPTU: Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) consiste em um

mecanismo de arrecadação própria dos municípios. Considera-se que quanto maior for o

arrecadamento do município por meio do IPTU maior representará sua disponibilidade de

recursos para aplicação ao atendimento às demandas da sociedade.

A dimensão Articulações Interinstitucionais e Participação do Cidadão indica a

implementação de arranjos institucionais e/ou participativos, relacionados à visão regional e à

gestão transparente. Esses mecanismos são mais uma das ferramentas do modelo gerencial

para que o município possa canalizar os diálogos de governo e com a sociedade civil

(ARAUJO, 2011):

a) quantidade de conselhos gestores: os conselhos gestores são espaços formais de

participação da sociedade civil no controle social de políticas públicas, regulamentados

pela Constituição de 1988, e entendidos como uma forma de descentralização da

participação (ARAUJO, 2011). E, para tanto, verificou-se a existência de 10 conselhos

(saúde, educação, segurança pública, assistência social, habitação, meio ambiente, cultura,

esporte ou turismo, política urbana ou desenvolvimento urbano e transporte);

b) consórcio público com outros entes federativos: é um arranjo interfederativo para a

consecução de políticas públicas em áreas de interesse comum;

c) convênios ou parceria com o setor privado: é a celebração de parcerias entre os

municípios e o setor privado, com a finalidade de estabelecer investimentos em

infraestrutura, cujo respaldo legal pode ser encontrado no diploma da Lei Federal n.

11.079/2004 que regulamenta as parcerias público-privadas como:

[...] contratos que estabelecem vínculo obrigacional entre a administração pública e

a iniciativa privada visando à implementação ou gestão, total ou parcial, de obras,

serviços ou atividades de interesse público, em que o parceiro privado assume a

responsabilidade pelo financiamento, investimento e exploração do serviço,

observando, além dos princípios administrativos gerais, os princípios específicos

desse tipo de parceria. [...]. (ARAUJO, 2011, p.30).

Nesta pesquisa, foram consideradas 12 áreas que demonstrassem convênios ou parcerias

existentes com o setor privado: educação, saúde, assistência e desenvolvimento social,

Page 51: por - Oswaldo Cruz Foundation

48

direito da criança e do adolescente, emprego e trabalho, turismo, cultura, habitação, meio

ambiente, transporte, desenvolvimento urbano, saneamento e manejo de resíduos sólidos;

d) apoio do setor privado ou de comunidade na administração municipal: identifica áreas

da administração pública municipal que possuem o apoio do setor privado ou de

comunidades, considerando um total de 12 áreas: educação, saúde, assistência e

desenvolvimento social, direito da criança e do adolescente, emprego e trabalho, turismo,

cultura, habitação, meio ambiente, transporte, desenvolvimento urbano, saneamento e

manejo de resíduos sólidos;

e) comitê de bacia hidrográfica: é uma institucionalidade com representantes do poder

público e da sociedade, que realiza o gerenciamento das bacias de maneira participativa e

descentralizada (ARAUJO, 2011).

Por fim, a dimensão Responsabilidade Fiscal e Aplicação de Recursos trata de um dos

principais temas do modelo de administração pública gerencial, a gestão eficiente dos

recursos e a manutenção do equilíbrio fiscal. Esse indicador foi elaborado para considerar a

atuação financeira do município no que diz respeito à responsabilidade fiscal e à aplicação de

seus recursos21:

a) aplicação de recursos em saúde - cumprimento do % previsto em lei: todos os

municípios e estados possuem a obrigatoriedade de gastarem um percentual mínimo

estabelecido pela Emenda Constitucional n. 29 com as ações da saúde. O valor mínimo

estipulado baseado entre os gastos com saúde e a receita de impostos e transferência deverá

ser maior ou igual a 15%. Os valores acima desse percentual receberam normalização 1.

Os resultados abaixo desse percentual receberam percentual 0;

b) aplicação de recursos em educação - cumprimento do % previsto em lei: o artigo 212

da Constituição Federal obriga que as receitas líquidas de impostos e transferências devem

ser gastas com um mínimo de 25% para a manutenção e o desenvolvimento do ensino. Os

valores acima desse percentual receberam normalização 1. Os resultados abaixo desse

percentual receberam percentual 0;

c) despesas com pessoal - cumprimento do % máximo previsto em lei: a Lei de

Responsabilidade Fiscal (LRF) estipula que União, estados e municípios tenham limites

para os gastos com pessoal em proporção à receita corrente líquida (RCL). Para os

municípios é determinado gasto máximo de 60% para despesas de pessoal, sendo que esse

21

Os descritos das variáveis deste componente foram retirados do sítio eletrônico da Fundação João Pinheiro

(FJP) no endereço <www.fjp.gov.br>, acessado em junho de 2013.

Page 52: por - Oswaldo Cruz Foundation

49

limite deve ser dividido entre os gastos do Legislativo (6%) e do Executivo (54%). Os

valores abaixo desse percentual receberam normalização 1. Os resultados acima desse

percentual receberam percentual 0;

d) cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF): A LRF, ao estabelecer que a

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deve exigir o compromisso da administração com

o equilíbrio de suas receitas e despesas, aponta para uma gestão responsável das contas

públicas. O cumprimento da LRF é atingido quando a receita orçamentária é maior ou

igual ao gasto orçamentário. Para o cumprimento da Lei foi atribuído 1. E para o não

cumprimento, o valor 0;

e) cumprimento de limites para o endividamento do município: por meio da resolução n.

40, de 21/12/2001, o Senado Federal determinou que os municípios não poderiam exceder

sua dívida consolidada líquida (DCL) a 1,2 vezes a receita corrente líquida (RCL). Os

valores, conforme esse limite, receberam normalização 1. Os resultados abaixo desse

percentual receberam percentual pontuação 0;

f) indicador de desenvolvimento tributário e econômico: indica a capacidade do município

em financiar os serviços que presta a partir de receitas originárias dos diversos setores

econômicos presentes e das atividades de consumo e, ainda dos rendimentos de seus

habitantes. Quando o município não consegue ter uma arrecadação alta por meio dessas

receitas, consequentemente revela que seu desempenho econômico e tributário é baixo.

Desse modo o município torna-se dependente de transferências do Fundo de Participação

dos Municípios revelando assim incapacidade em financiar seus gastos por meio de seus

recursos próprios, ou seja, revela sua incapacidade de independência financeira. Esse

indicador varia de 0 a 100, e já possui, portanto, a escala de 0 a 1;

g) participação da dívida na receita corrente líquida: indica em que proporção a dívida do

município está excedendo a sua receita 22 . Para o município ter equilíbrio fiscal e ter

capacidade de gerência financeira, é recomendado que o total das despesas não exceda o

total das receitas. Esta variável encontra-se disposta de maneira invertida e ponderada, de

modo que quanto maior a pontuação do município (mais próximo de 1), menor a

22

Essa variável refere-se ao nível de endividamento do município em relação à sua receita corrente líquida. Em

outras palavras, refere-se a participação da dívida consolidada líquida na receita corrente líquida, calculada pela

razão entre Dívida Líquida Consolidada (DLC) e a Receita Corrente Líquida (RCL), multiplicada por 100. A

DLC corresponde à dívida total, dela deduzidos os ativos (disponibilidade de caixa) e créditos que tem a receber

na forma, por exemplo, de empréstimos e aplicações financeiras. A RCL corresponde à receita corrente,

deduzidas as transferências obrigatórias para outros órgãos ou níveis de governo. Essa nota explicativa foi

retirada do IMRS da FJP, no sítio <www.fjp.gov.br >, acessado em julho de 2013.

Page 53: por - Oswaldo Cruz Foundation

50

participação da sua dívida na RCL e, quanto menor sua pontuação (mais próximo de zero),

maior a participação de sua dívida;

h) esforço orçamentário em educação e saúde - % investido do orçamento: mensura a

priorização, em termos orçamentários, da gestão municipal nos setores saúde 23 e

educação24, por serem consideradas duas importantes áreas sob responsabilidade municipal.

Esta variável divide-se em duas, por referir-se às áreas da saúde e da educação. A

pontuação desta variável é dada no intervalo entre 0 e 1, conforme o percentual do

orçamento investido pelo município em educação ou saúde.

A aplicação das variáveis do IAPG-M aplicadas ao CODAP passou a contar variáveis

referentes a dois anos distintos, considerados os mais próximos possíveis dos anos de 2006 e

2012, cujas referências encontram-se organizadas a seguir (TAB. 6).

Tabela 6 – Índice de Administração Pública Gerencial Municipal aplicado ao CODAP

com categoria e variáveis com peso, tempos de referência e fonte

Categoria e peso N. Variável e peso Tempo 1 e

Tempo 2 Fonte

Recursos Humanos – 19%

1 Quantidade de funcionários para cada 100

habitantes – 70% 2006 e 2012 MUNIC

2 Existência de Administração Indireta – 30% 2006 e 2012 MUNIC

Instrumentos de Gestão –

42%

3 Existência de Código de Obras – 17% 2005 e 2012 MUNIC

4 Existência de Lei de Parcelamento do Solo – 39% 2005 e 2012 MUNIC

5 Existência de Lei de Zoneamento – 20% 2005 e 2012 MUNIC

6 Existência de Plano Diretor – 13% 2005 e 2012 MUNIC

7 Existência de Cobrança de IPTU – 11% 2005 e 2012 MUNIC

(continua)

23

O esforço orçamentário em saúde representa a participação dos gastos orçamentários presentes nas prestações

de contas anuais (PCA) realizados nas subfunções Atenção Básica, Assistência Hospitalar e Ambulatorial,

Suporte Profilático e Terapêutico, Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica e Alimentação e Nutrição no

total dos gastos. Para uma comparação dos gastos com saúde per capita entre municípios é preciso considerar,

enquanto os municípios habilitados em gestão plena do sistema recebem a totalidade dos recursos federais para a

assistência à saúde, o mesmo não acontece com aqueles em gestão plena da atenção básica. Essa nota explicativa

foi retirada do IMRS da FJP, no sítio <www.fjp.gov.br >, acessado em julho de 2013. 24

O esforço orçamentário em educação constitui a participação dos gastos orçamentários realizados nas

prestações de contas anuais (PCA) realizados nas subfunções Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino

Profissional, Ensino Superior, Ensino Infantil, Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial no total de

gastos. Essa definição se aplica corretamente ao período após 2001, quando ocorreram mudanças nos conceitos

do PCA. Essa nota explicativa foi retirada do IMRS da FJP, no sítio <www.fjp.gov.br >, acessado em julho de

2013.

Page 54: por - Oswaldo Cruz Foundation

51

(conclusão)

Categoria e peso N. Variável e peso Tempo 1 e

Tempo 2 Fonte

Articulações

Interinstitucionais e

Participação do Cidadão –

24%

8 Quantidade de Conselhos Gestores Existentes * -

11% 2006 e 2010 IMRS

9 Existência de Consórcio Público com outros

entes federativos – 19% 2005 e 2011 MUNIC

10 Existência de Convênio ou Parceria com o setor

privado – 31% 2005 e 2011 MUNIC

11 Existência de apoio setor privado ou de

comunidades na Adm Municipal – 21% 2005 e 2011 MUNIC

12 Participação em Comitê de Bacia Hidrográfica –

18% 2008 e 2011 MUNIC

Responsabilidade Fiscal e

Aplicação dos Recursos –

15%

13 Aplicação de Recursos em Saúde - Cumprimento

do % previsto em lei – 15% 2006 e 2010 IMRS

14 Aplicação de Recursos em Educação -

Cumprimento do % previsto em lei – 8% 2006 e 2010 IMRS

15 Despesas com pessoal - Cumprimento do %

máximo previsto em lei – 8% 2006 e 2010 IMRS

16 Cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal

– 6% 2006 e 2010 IMRS

17 Cumprimento de limites legais para o

endividamento do Município – 10% 2006 e 2010 IMRS

18 Indicador de Desenvolvimento Tributário e

Econômico – 11% 2006 e 2010 IMRS

19 Participação da Dívida na Receita Corrente

Líquida – 11% 2006 e 2010 IMRS

20 Esforço Orçamentário em Educação - %

Orçamento Investido – 18% 2006 e 2010 IMRS

21 Esforço Orçamentário em Saúde - % Orçamento

Investido – 13% 2006 e 2010 IMRS

Fonte: Elaboração própria com base em FREITAS JÚNIOR (2009).

2.5 Base de dados

O primeiro momento de pesquisa foi a revisão da literatura referente à gestão pública com

base nas temáticas de administração pública, federalismo brasileiro e consórcio público. Em

um segundo momento, foram realizadas duas visitas de campo, até a sede do CODAP na

cidade de Conselheiro Lafaiete, pelo período de uma semana, no mês de outubro de 2012, e

durante dois dias, em dezembro de 2012. Nas duas ocasiões obteve-se acesso a documentos

junto aos funcionários do CODAP, da Prefeitura de Congonhas e de instituições parceiras

sobre a atuação do Consórcio. Especificamente, foram coletadas cópias das Atas da

Assembleia Geral, dos Contratos de Rateio e dos Contratos de Programa.

Page 55: por - Oswaldo Cruz Foundation

52

Conforme estabelece o Decreto n. 6.017, de 17 de janeiro de 2007, que regulamenta a Lei n.

11.107/2005: i) contrato de rateio: é o instrumento por meio do qual os entes consorciados

comprometem-se a fornecer recursos financeiros para a realização das despesas do consórcio

público; ii) convênio de cooperação: pacto firmado exclusivamente entre entes da Federação,

com o objetivo de autorizar a gestão associada de serviços públicos, desde que ratificado ou

previamente disciplinado por lei editada por cada um deles; e iii) contrato de programa:

instrumento pelo qual são constituídas e reguladas as obrigações que um ente da Federação,

inclusive sua administração indireta, tenha para com outro ente da federação, ou para com

consórcio público, no âmbito da prestação de serviços públicos por meio de cooperação

federativa.

Dentre as 56 reuniões da Assembleia Geral Ordinária, tivemos acesso ao universo de atas

produzidas. Apenas nas reuniões de número 40, 41, 47, 48, 50 e 56 não foi possível o acesso,

por não estar disponível no momento da coleta de dados (APÊNDICE C). Ademais, não foi

possível o acesso às versões originais dos documentos das Atas de Assembleia Geral e

Contratos de Programa, por não estarem disponíveis no momento da coleta dos documentos.

Contudo, esse fator não invalida os dados colhidos que constituem registros legítimos dos

debates realizados durantes as reuniões, uma vez que estes documentos foram

disponibilizados pela direção do Consórcio.

Adicionalmente, como parte da pesquisa exploratória, realizou-se entrevistas com o

secretario-executivo e controladora do CODAP para a identificação de percepções sobre a

evolução política e institucional do Consórcio.

Os dados secundários, fundamentalmente, foram obtidos nos sítios eletrônicos do Tribunal

Superior Eleitoral (TSE) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa

última base, fornece dados coletados no sítio eletrônico da Fundação João Pinheiro (FJP). No

TSE obtiveram-se os resultados eleitorais para prefeitos e vereadores das eleições de 2000,

2004, 2008 e 2012. E no IBGE e FJP obtiveram-se dados oriundos da Pesquisa de

Informações Básicas Municipais (MUNIC) e do Índice Mineiro de Responsabilidade Social

(IMRS), respectivamente, para a análise de variáveis relacionadas à gestão pública dos

municípios membros do CODAP. O MUNIC dispõe de dados para os anos de 2001, 2002,

2003, 2005, 2006, 2008, 2009, 2011 e 2012. Os dados mais recentes do IMRS são referentes

ao ano de 2010.

Page 56: por - Oswaldo Cruz Foundation

53

3 ANÁLISE DE RESULTADOS: DESEMPENHO DA GESTÃO PÚBLICA DO

CODAP

O objetivo desse capítulo é apresentar os resultados da pesquisa sob duas perspectivas: i)

aplicação dos IAPG-M para o CODAP e análise de suas variáveis ao longo do tempo; e ii)

análise da atuação programática do CODAP, tendo como base, principalmente, a análise de

documentos produzidos pelo próprio Consórcio.

3.1 Administração pública gerencial no CODAP

O Índice de Administração Pública Gerencial – Municipal (IAPG-M) do CODAP e seus

municípios estão expressos na Tabela 7, que revela que evolução no IAPG-M no período

pesquisado no Índice e nos subíndices (TAB. 7).

O IAPG-M tem como objetivo classificar os municípios entre aqueles que apresentam

indícios de uma administração gerencial, ou que se encontram nesse caminho, ainda que em

estágios anteriores à adoção de um modelo gerencial de administração pública (FREITAS

JÚNIOR, 2009). Para tanto, utiliza-se quatro classes como parâmetro para avaliar o nível de

apropriação de práticas: >0,75; >0,5 <0,75; >0,25 <0,50; e <0,25, respectivamente, categorias

A, B, C e D. Na categoria A, caracterizaria a inserção no modelo gerencial. A categoria B

representaria as administrações que se apropriaram parcialmente dos elementos gerenciais, e

constantes em nível intermediário. As categorias C e D fases as burocráticas ou

patrimonialistas da administração pública.

Segundo estes critérios, no período pesquisado, os municípios do CODAP, tomados

conjuntamente, em um período de aproximadamente sete anos, evoluiu da categoria C para a

categoria B, conforme demonstra os valores na Tabela 7. Tomando-se como parâmetro os

anos de 2006 e 2012, o CODAP vem progredindo na modernização de sua gestão pública.

Esse enquadramento sugere que o CODAP reúne características gerenciais, burocráticas e

patrimoniais, porém, demonstra, atualmente, um predomínio dos aspectos gerenciais (TAB.

7).

Page 57: por - Oswaldo Cruz Foundation

54

Tabela 7 – Índice de Administração Pública Gerencial Municipal aplicado ao CODAP e

municípios

Índice de Administração Pública Gerencial – Municipal (IAPG-M)

CODAP T 1 T 2

0,41 0,54

Belo Vale 0,30 0,33

Congonhas 0,34 0,57

Conselheiro Lafaiete 0,53 0,45

Entre Rios de Minas 0,52 0,71

Jeceaba 0,25 0,63

Ouro Branco 0,56 0,68

São Brás do Suaçuí 0,39 0,43

Fonte: Elaboração própria.

O Gráfico 1 permite a visualização da evolução dos sete municípios e do próprio conjunto

destes municípios, para o tempo 1 e tempo 2. É possível notar que Ouro Branco, Entre Rios

de Minas e Conselheiro Lafaiete tiveram desempenho acima da média do CODAP no

primeiro momento. Ouro Branco manteve essa tendência no segundo momento, ainda

acompanhado de Entre Rios de Minas, mas também de Jeceaba e de Congonhas (GRÁF. 1).

Gráfico 1 – Índice de Administração Pública Gerencial Municipal aplicado ao CODAP e

municípios

Fonte: Elaboração própria.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

CODAP Belo Vale Congonhas ConselheiroLafaiete

Entre Riosde Minas

Jeceaba OuroBranco

São Brás doSuaçui

IAPG-M - T1 IAPG-M - T2

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55

As Tabelas 8, 9, 10 e 11 mostram os resultados dos subíndices que compõem o IAPG-M. A

categoria Recursos Humanos, Belo Vale, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí tiverem

desempenho acima da média no primeiro momento. E no segundo momento, Entre Rios de

Minas e São Brás do Suaçuí tiveram destaque (TAB. 8; GRÁF. 2)25.

Tabela 8 – Subíndice de Recursos Humanos aplicado ao CODAP e municípios

Sub Índice de Recursos Humanos

CODAP 2006 2012

0,36 0,59

Belo Vale 0,62 0,44

Congonhas 0 0,43

Conselheiro Lafaiete 0 0,3

Entre Rios de Minas 0,14 0,68

Jeceaba 0,41 0,34

Ouro Branco 0,67 1

São Brás do Suaçuí 0,7 0,94

Fonte: Elaboração própria.

Gráfico 2 – Subíndice de Recursos Humanos aplicado ao CODAP e municípios

Fonte: Elaboração própria.

25

Ressalte-se que os critérios do gerencialismo consideram como melhor desempenho os municípios com menor

relação de servidores públicos para cada grupo de 100 habitantes. Esse critério é passível de crítica quando

aplicado aos municípios brasileiros, em geral, carecem de quantitativo suficiente de recursos humanos para a

execução de atividades básicas. A confirmação dessa hipótese para os municípios do CODAP, contudo, careceria

de investigação com esta finalidade.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

CODAP Belo Vale Congonhas ConselheiroLafaiete

Entre Riosde Minas

Jeceaba OuroBranco

São Brás doSuaçui

2006 2012

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56

Para o subíndice (ou categoria) instrumentos de gestão, percebe-se também uma evolução,

considerando-se o intervalo determinado pelos anos de 2005 e 2012. Congonhas, Conselheiro

Lafaiete e Jeceaba, no primeiro momento, tiveram desempenho acima da média. E no

segundo momento, Congonhas e Jeceaba mantiveram o desempenho superior, agora

acompanhado de Entre Rios de Minas (TAB. 9; GRÁF. 3).

Tabela 9 – Sub Índice de Instrumentos de Gestão aplicado ao CODAP e municípios

Sub Índice de Instrumento de Gestão

CODAP 2005 2012

0,37 0,53

Belo Vale 0 0,13

Congonhas 0,39 0,72

Conselheiro Lafaiete 0,76 0,3

Entre Rios de Minas 0 0,89

Jeceaba 0,56 0,89

São Brás do Suaçuí 0,17 0,13

Fonte: Elaboração própria.

Gráfico 3 – Sub Índice de Instrumentos de Gestão aplicado ao CODAP e municípios

Fonte: Elaboração própria.

Na categoria articulações interinstitucionais e participação do cidadão, verificou-se evolução

positiva. O desempenho entre os sete municípios foi semelhante. Contudo, pode-se ressaltar o

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

CODAP Belo Vale Congonhas ConselheiroLafaiete

Entre Rios deMinas

Jeceaba São Brás doSuaçui

2005 2012

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57

Conselheiro Lafaiete foi o único a obter resultados acima da média do CODAP para os dois

momentos (TAB. 10; GRÁF. 4).

Tabela 10 – Sub Índice de Articulações Interinstitucionais e participação do cidadão

aplicado ao CODAP e municípios

Sub Índice de Articulações Interinstitucionais e Participação do Cidadão

CODAP T 1 T 2

0,42 0,50

Belo Vale 0,40 0,44

Congonhas 0,40 0,42

Conselheiro Lafaiete 0,48 0,70

Entre Rios de Minas 0,41 0,55

Jeceaba 0,38 0,40

Ouro Branco 0,46 0,48

São Brás do Suaçuí 0,40 0,52

Fonte: Elaboração própria.

Gráfico 4 – Sub Índice de Articulações Interinstitucionais e Participação do Cidadão

aplicado ao CODAP e municípios.

Fonte: Elaboração própria.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

T 1 T 2

Page 61: por - Oswaldo Cruz Foundation

58

Na categoria responsabilidade fiscal e aplicação de recursos, a média do CODAP percebeu

pequena evolução positiva, (TAB. 11; GRÁF. 5). O desempenho dos municípios pode ser

considerado relativamente homogêneo. Contudo, Conselheiro Lafaiete obteve resultados

acima da média da região nos dois momentos investigados.

Tabela 11 – Subíndice de Responsabilidade Fiscal e Aplicação de Recursos aplicado ao

CODAP e municípios

Sub Índice de Responsabilidade Fiscal e Aplicação de Recursos

CODAP 2006 2010

0,59 0,60

Belo Vale 0,61 0,58

Congonhas 0,56 0,61

Conselheiro Lafaiete 0,65 0,71

Entre Rios de Minas 0,56 0,51

Jeceaba 0,58 0,64

Ouro Branco 0,59 0,63

São Brás do Suaçuí 0,61 0,52

Fonte: Elaboração própria.

Gráfico 5 – Subíndice de Responsabilidade Fiscal e Aplicação de Recursos aplicado ao

CODAP e municípios

Fonte: Elaboração própria.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

2006 2010

Page 62: por - Oswaldo Cruz Foundation

59

Nesta categoria que mensura a execução orçamentária é possível verificar a evolução de

algumas das variáveis pesquisadas, não apenas pelo tipo de variável, mas também em razão

da disponibilidade de dados para a construção de uma série temporal, em geral iniciando-se

em 2002 e estendendo-se até 2010. Pretende-se, assim, por meio da análise desagregada, obter

elementos de análise, que poderiam estar correlacionadas, em alguma medida, com a atuação

do CODAP.

O Índice de Desenvolvimento Tributário (IDT) demonstra a maior capacidade de

autofinanciamento que Congonhas, Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete, nessa ordem,

possuem em relação aos demais municípios do CODAP. Ressalte-se a evolução percebida por

Jeceaba, possivelmente, em razão da iniciação de atividade econômica nesse município

(GRÁF. 6).

Gráfico 6 – Índice de Desenvolvimento Tributário (2000 a 2010) aplicado ao CODAP e

municípios

Fonte: Elaboração própria, de acordo com IMRS (2011).

O Gráfico 7 destaca um maior esforço orçamentário de Conselheiro Lafaiete nos gastos em

saúde. Essa característica não surpreende, uma vez que se trata do município mais populoso e

que possui a maior infraestrutura urbana dentre todos os municípios do CODAP. Ademais,

dados os altos custos dos serviços de saúde, a constituição de polos regionais é uma tendência

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

CODAP Belo Vale Congonhas

Conselheiro Lafaiete Entre Rios de Minas Jeceaba

Ouro Branco São Brás do Suaçuí

Page 63: por - Oswaldo Cruz Foundation

60

no Brasil. Por outro lado, Congonhas mostrou um desempenho de queda, que se estabilizou a

partir de 2005. Isto pode indicar prioridade de investimentos em outros setores, justamente no

momento que se inicia a articulação para a criação do CODAP. Em geral, se verificou pouca

variância de tendência, à exceção de São Brás do Suaçuí, que, contudo, registrou tendência de

alta a partir de 2009, quando ingressou no CODAP.

Gráfico 7 – Esforço orçamentário em Saúde (2000 a 2010) aplicado ao CODAP e

municípios

Fonte: Elaboração própria, de acordo com IMRS (2011).

Quanto ao quesito esforço orçamentário em educação, percebe-se haver homogeneidade entre

os sete municípios do CODAP. A partir de 2005, contudo, tendências opostas são constatadas

para São Brás do Suaçuí e Jeceaba, por um lado; e para Congonhas por outro. A primeira

dupla de municípios apresentou tendência de aumento, enquanto Congonhas, apresentou

queda. Ainda que a atuação do CODAP não possa explicar essas evoluções, percebe-se uma

tendência a homogeneização entre os municípios (GRÁF. 8).

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Belo Vale Congonhas Conselheiro Lafaiete

Entre Rios de Minas Jeceaba Ouro Branco

São Brás do Suaçuí CODAP

Page 64: por - Oswaldo Cruz Foundation

61

Gráfico 8 – Esforço orçamentário em Educação (2000 a 2010) aplicado ao CODAP e

municípios

Fonte: Elaboração própria, de acordo com IMRS (2011).

3.2 Evolução política e institucional do CODAP

Este capítulo analisa a evolução política e institucional do Consórcio para o Desenvolvimento

do Alto Paraopeba (CODAP) a partir de dados primários e secundários com o acesso aos

documentos do CODAP, e realização de entrevistas junto ao seu staff e consulta ao banco de

dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para compreender as dinâmicas políticas entre os municípios do CODAP analisou-se o quadro

político-partidário presente nos executivos e legislativos municipais, desde o mandato anterior

à constituição do Consórcio; abrangendo, portanto, o período 2000-2012; ou as eleições de

2000, 2004, 2008 e 2012. Para a análise da evolução institucional do CODAP foi preciso

realizar a sistematização, principalmente, das atas da Assembleia Geral do Consórcio.

As atas são numeradas, conforme o tipo (ordinária ou extraordinária), e nelas constam o dia, o

horário, o local, assim como a relação de presenças dos prefeitos e assessores, dos

funcionários do CODAP e dos participantes convidados. As atas são registros sintéticos (em

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

CODAP Belo Vale Congonhas

Conselheiro Lafaiete Entre Rios de Minas Jeceaba

Ouro Branco São Brás do Suaçuí

Page 65: por - Oswaldo Cruz Foundation

62

geral de uma única lauda) do conteúdo discutido nas reuniões. O formato dessas atas

manteve-se inalterado ao longo dos seis anos analisados: 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e

2012. Em razão da feição resumida, muitos dos registros de pauta somente ganham

inteligibilidade aos olhos de um observador externo após o estudo do conjunto das atas; e dos

documentos nelas referidos, como os contratos de rateio e de programa, termos de

cooperação, entre outros documentos. Utilizaram-se, também, filtros iniciais que procuraram

diferenciar as pautas administrativas daquelas que constituíssem discussões norteadoras da

atuação programática do consórcio; e ambas foram consideradas relevantes. Por fim, realizou-

se a identificação dos pontos de repercussão convergentes e divergentes entre os prefeitos.

A pesquisa mostrou que foram realizadas 56 assembleias gerais ordinárias e três assembleias

gerais extraordinárias (APÊNDICE A). A periodicidade de reuniões ordinárias colocada pelo

próprio Consórcio foi mensal ou 12 por ano. Contudo, falhas nesse calendário em função de

atividade pré-eleitoral, por exemplo, baixaram essa média para 9,3 reuniões ordinárias por

ano, o que pode ser considerado um bom desempenho, assim como indicar que se trata de um

consórcio mobilizado e ativo. A partir da análise das atas das assembleias gerais foi possível

identificar pautas principais, ou “temáticas agregadoras”, como a denominamos; e que estão

descritas na Tabela 1. Buscou-se, assim, realizar uma abordagem estruturada e inteligível de

questões de cunho administrativo do próprio CODAP e aquelas referentes às suas atividades

finalísticas. Sobre essas últimas, algumas áreas de atuação lograram desenvolvimento mais

consistente do que outras, diante de cenários mutáveis, tanto do ponto de vista político quanto

técnico e orçamentário.

O CODAP prevê, em Estatuto, treze áreas de atuação: i) obras públicas, trânsito e transporte;

ii) meio ambiente e saneamento; iii) educação; iv) saúde; v) esporte e lazer; vi) comunicação;

vii) cultura; viii) desenvolvimento rural; ix) desenvolvimento social; x) desenvolvimento

econômico; xi) defesa social; xii) jurídico; e xiii) gestão administrativa. Com base nas atas das

assembleias gerais ordinárias e extraordinárias, pode-se dizer que todas as áreas tiveram

algum nível de atenção pelo Consórcio CODAP. Restrições orçamentárias e limitações de

ordem técnico-administrativa, fatores comuns a qualquer instituição, impuseram ao CODAP a

necessidade da identificação de prioridades. As áreas de fomento à produção agrícola ou rural

e a defesa civil, respectivamente, relacionadas às temáticas do “desenvolvimento rural” e da

“defesa social” tiveram destaque. Adicionalmente, ações de fomento de compras públicas, por

meio de licitações de caráter regional e administradas pelo CODAP, relacionam-se, por sua

Page 66: por - Oswaldo Cruz Foundation

63

vez, à temática da “gestão administrativa”. Pode-se dizer que estas três áreas temáticas

tiveram preponderância em relação às demais (QUADRO 1).

Quadro 1 – Relação de Temáticas Agregadoras presentes nas Atas da Assembleia Geral

Temáticas Agregadoras

1. Estruturação administrativa do CODAP

2. Fortalecimento da Gestão

3. Desenvolvimento Rural

4. Defesa Civil

5. Desenvolvimento Regional e Articulações Regional, Nacional e

Internacional e outros temas de políticas públicas.

Fonte: Elaboração própria.

3.2.1 Contexto Político

Na presente seção, é apresentado o contexto político-partidário nos municípios que compõem

o CODAP. A filiação partidária dos prefeitos e vereadores, associadas aos depoimentos

coletados em campo, e os registros nas atas das assembleias gerais mostraram-se fontes de

informação coerentes e complementares entre si, e auxiliaram na compreensão do cenário

político em que teve início e desenvolvimento o CODAP.

O evolução do quadro político-partidário pode ser observado na Tabela 12. O resultado

eleitoral no ano 2000 para os cinco municípios mineiros da formação original do CODAP,

Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Jeceaba, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí, revela a

vitória, respectivamente, de prefeitos eleitos pelo Partido Liberal (PL), Partido Progressista

(PP), Partido Liberal (PL), Partido Liberal (PL) e Partido Liberal (PL). Nas eleições de 2004,

diferentemente, os cinco municípios tiveram prefeitos eleitos pelo Partido dos Trabalhadores

(PT). O resultado eleitoral de 2004, portanto, marcou um momento de renovação política em

relação predominância partidária anterior (2000-2004) no poder executivo, e também para os

poderes legislativos, como se pode observar nos resultados eleitores para o cargo de vereador

(APÊNDICE B). Os outros dois municípios que vieram a ingressar no CODAP no mandado

seguinte, em 2009, Belo Vale e Entre Rios de Minas, também experimentaram alternância de

partido político no comando do poder executivo municipal.

Em realidade, os canditados a prefeito para o mandato 2005-2009 de Congonhas, Conselheiro

Lafaiete, Jeceaba, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí idealizaram já durante o processo

Page 67: por - Oswaldo Cruz Foundation

64

eleitoral do ano de 2004 um consecução de projeto de integração e desenvolvimento regional,

tendo em vista o caráter regional do tipo de desenvolvimento predominante da região pautada

pela indústria mineradora. Ademais, segundo depoimentos colhidos, a própria lógica regional

de articulação e construção programática do PT induziu a uma aproximação política dos então

candidatos desse partido. Este grupo de candidatos tomou a cooperação intermunicipal como

um elemento fundamental para a promoção do desenvolvimento regional. A escolha pela

formação de um consórcio público (e de uma associação pública) surgiu posteriormente,

quando da análise dos arranjos possíveis no marco jurídico brasileiro.

Nas eleições seguintes, em 2008, todos os cinco prefeitos do PT concorreram à reeleição, e

destes, quatro foram reconduzidos ao cargo. A exceção foi Conselheiro Lafaiete que passou

para o comando do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). A permanência de

representante do PSDB, somado à incorporação de representantes do PMDB (Belo Vale) e do

PTB (Entre Rios de Minas), depois que estes dois últimos municípios foram incorporados ao

CODAP em 2009, conferiram caráter multipartidário ao CODAP, conforme demonstra a

Tabela 12. Essa tendência ao multipartidarismo mostra-se intensificada para o mandato que se

inicia em 2013, conforme resultado das eleições de 2012 (aqui mencionado apenas para

mostrar a confirmação desta tendência) (TAB. 12).

Tabela 12 – Evolução do resultado das eleições para Prefeito nos Municípios do CODAP

no período 2000-2012

MUNICÍPIOS DO CODAP

ELEIÇÃO

MUNICIPAL

Belo

Vale Congonhas

Conselheiro

Lafaiete

Entre

Rios de

Minas

Jeceaba Ouro

Branco

São Brás

do Suaçuí

2000 PSDB PL PP PSD PL PL PL

2004 PMDB PT PT PTB PT PT PT

2008 PMDB PT PSDB PTB PT PT PT

2012 PMDB PSDB PSB PP PDT PSD PRB

Legenda: PL - Partido Liberal; PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira; PT - Partidos dos

Trabalhadores; PP - Partido Progressista; PSD - Partido Social Democrático; PTB - Partido Trabalhista

Brasileiro; PRB – Partido Republicano Brasileiro.

Fonte: Elaboração própria, com base em <www.tse.gov.br>. Acesso em: 05 mai. 2013, e a partir das tabelas

constantes no Apêndice B.

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Disponível em: <www.tse.ju.gov.br>. Acesso em: 05 mai. 2013.

Construção a partir das tabelas geradas por município e eleição, e disponíveis no Apêndice B.

Para o mandato 2009-2012 verificou-se reeleição e continuidade política, portanto, de parte

dos municípios (Congonhas, Ouro Branco, Jeceaba e São Brás do Suaçuí). Dentre esses,

ressalte-se a reeleição do projeto de Congonhas, Anderson Cabido, um dos principais líderes

Page 68: por - Oswaldo Cruz Foundation

65

do CODAP, sobretudo pela posição de presidente do CODAP que exerceu de 2006 a 2012.

Na eleição de 2012, no município de Congonhas, o vice prefeito nas duas gestões anteriores,

pertencentes ao PSDB, recebeu durante as eleições o apoio do então prefeito do PT, Anderson

Cabido. Curiosamente, nesse município, os dois partidos estabeleceram, portanto, aliança ao

longo dos dois mandatos do prefeito Anderson Cabido,26 diferentemente do contexto político

em nível nacional. Essa aliança entre esses dois partidos não se verificou em Conselheiro

Lafaiete.

Segundo depoimentos coletados, a identificação do CODAP ao Partido dos Trabalhadores,

uma vez que, inicialmente, todos os municípios membros possuíam seus chefes do poder

executivo filiados a esse partido, criou certa estigmatização, e, por consequência, algum nível

de resistência política por parte de outros grupos políticos ou do grupo político que

anteriormente esteve a frente dos municípios do CODAP. Possivelmente, a atuação de

Conselheiro Lafaiete durante o mandato 2009-2012, e o relacionamento do CODAP com a

Associação de Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba (AMALPA) refletem esse

contexto político. Ainda que a própria alternância política em Conselheiro Lafaiete e a

incorporação de outros dois municípios ao CODAP, Belo Vale e Entre Rios de Minas tenham

conferido uma caráter multipartidário ao Consórcio.

A AMALPA, fundada no ano de 1976 27 , congrega vinte municípios da região do Alto

Paraopeba, incluindo todos os sete municípios do CODAP. A área de influência da AMALPA

inclui todos os setes municípios do CODAP.28 E apesar da natureza jurídica e do propósito

institucional diferenciados, poderia haver algum nível alto de coordenação de ações, que

parece não ter se verificado em razão de rivalidades políticas, segundo depoimentos

coletados. Conselheiro Lafaiete teve a oportunidade política e institucional de aproximar as

duas instituições, uma vez que seu prefeito eleito, José Milton de Carvalho Rocha (PSDB)

para o mandato de 2009-2012, ocupou a vice-presidência do CODAP (2009-2011) e a

presidência da AMALPA nos anos de 2009 e 2011. Um único registro nas atas das

26

Para a eleição de 2012 essa aliança não se sustentou e o PT lançou candidatura própria sem o apoio do prefeito

Anderson Cabido, que decidiu apoiar a candidatura do PSDB e, por isso, teve que se desfilar no PT. 27

A AMALPA foi fundada em 14 de junho de 1976, segundo registro no sítio eletrônico www.amalpa.org.br,

acessado em 02 de junho de 2013. 28

Em ordem alfabética, e conforme a Figura 1, os seguintes municípios mineiros compõem a AMALPA: Belo

Vale, Brás Pires, Caranaíba, Casa Grande, Catas Altas da Noruega, Congonhas, Conselheiro Lafaiete,

Cristiano Ottoni, Desterro de Entre Rios, Entre Rios de Minas, Itaverava, Jeceaba, Lamim, Ouro Branco,

Piranga, Queluzito, Rio Espera, Santana dos Montes, São Brás do Suaçuí, e Senhora de Oliveira. A AMALPA

reúne seus membros para tratar de temas de interesse comum.

Page 69: por - Oswaldo Cruz Foundation

66

assembleias gerais denota esforço nesse sentido. Na vigésima quarta Assembleia Geral, em

março de 2009, diante da proposta colocada pelo presidente do CODAP para que se realizasse

a Conferência de Promoção da Igualdade Racial em conjunto, entre os municípios do

CODAP, sob a justificativa de redução de custos e a obtenção de maior impacto das ações que

viessem a ser propostas, o chefe de gabinete de Conselheiro Lafaiete sugeriu que se

convidasse a AMALPA para realizar esta Conferência em parceria com o CODAP29.

Figura 2 – Área de abrangência da AMALPA

Fonte: AMALPA (2013). Disponível em: <www.amalpa.org.br>, Acesso em: mai. 2013.

Entre os demais municípios do CODAP, por sua vez, pode não ter havido também interesse

político em aproximar-se da AMALPA. Pesquisa realizada no ano de 2010 e 2011 mostra que

dentre os setes municípios do CODAP apenas Conselheiro Lafaiete e Entre Rios de Minas

responderam questionário de pesquisa confirmando vinculação à AMALPA. (MATOS &

DIAS, 2012)30.

Ademais, alguns elementos sugerem, inclusive, um baixo nível engajamento do município de

Conselheiro Lafaiete nas atividades do CODAP, a partir do mandato iniciado em 2009,

possivelmente, em razão de orientações política divergentes daquela predominante no

29

Não há evidências nas atas ou nos relatórios da Conferência que evidencie que a parceria tenha sido efetivada. 30

Umas das raízes para a polarização política entre as duas instituições reside na liderança política em uma

instituição e outra. O prefeito de Congonhas, anterior à Anderson Cabido no mandato 2000-2004 foi Gualter

Pereira Monteiro, que acumulou a presidência da AMALPA nos anos de 2003 e 2004. Anderson Cabido, por sua

vez, foi um dos principais líderes na criação e condução do CODAP. E a renovação político-partidária verificada

nos municípios do CODAP não se verificou na direção da AMALPA.

Page 70: por - Oswaldo Cruz Foundation

67

CODAP. O primeiro desses elementos é a ausência do prefeito de Conselheiro Lafaiete às

assembleias gerais ordinárias, fazendo-se representar por secretário estadual ou chefe de

gabinete; mesmo ocupando a vice-presidência do Consórcio no período 2009-2011.31 Por esse

critério de análise, Conselheiro Lafaiete teve seu nível de atuação reduzido, ao longo desse

mandato. 32 Um segundo critério, o pagamento em dia dos valores do contrato de rateio

também corrobora a hipótese de redução da participação de Conselheiro Lafaiete, conforme se

verá adiante.

Sobre a transição política no CODAP ao longo do período pesquisado, a ata da décima quinta

Assembleia Geral, em junho de 2008, informa que o prefeito de Congonhas e presidente do

CODAP, Anderson Cabido, desincompatibilizou-se do cargo de presidente do CODAP

temporariamente, uma vez que confirmara sua candidatura ao cargo de prefeito. De modo

semelhante, procedeu ao prefeito de Ouro Branco e vice-presidente do CODAP; e os prefeitos

titulares do Conselho Fiscal. E após ampla discussão decidiu-se que o secretário-executivo

assumiria temporariamente o cargo de presidente do CODAP, ficando vago o de vice-

presidente. E decidiu-se que os novos encarregados teriam autonomia para conduzir os

trabalhos, devendo consultar os prefeitos nos assuntos de maior relevância. Na vigésima

Assembleia Geral, em outubro de 2008, findo o período eleitoral, os respectivos titulares

retomaram aos cargos.

Em 03 de fevereiro de 2011, realizou-se novo processo eleitoral, para o qual se apresentou

chapa única. O então presidente e prefeito de Congonhas, Anderson Cabido (PSDB) foi eleito

para novo mandato consecutivo à frente do Consórcio, e o prefeito de Ouro Branco, Rogério

de Oliveira (PT) voltou a ocupar a função de vice-presidente do CODAP. Os dois

representantes foram eleitos por unanimidade.

31

Em 2009, por exemplo, no primeiro ano de gestão, o prefeito participou de apenas duas assembleias gerais

ordinárias, em um total de dez encontros. Em 2010 e 2011 não houve participação do prefeito em nenhuma das

reuniões de caráter ordinário, e em algumas delas, sequer houve representação por parte de secretário designado.

Para o ano de 2012, houve a participação em uma única reunião ordinária. 32

Registre-se que durante a trigésima sétima Assembleia Geral, em junho de 2010, o secretário executivo do

CODAP destacou como uma dificuldade para o melhor andamento das atividades, a ausência frequente dos

prefeitos às assembleias, e também a dos secretários municipais às reuniões de trabalho.

Page 71: por - Oswaldo Cruz Foundation

68

3.2.2 Crônica da evolução administrativa do CODAP

Nesse tópico, se fará a crônica da atuação do CODAP referente à temática agregadora

“estruturação administrativa”. As atas da Assembleia Geral revelam quatro tópicos principais,

que foram objetos de deliberações dos prefeitos: i) ratificação do protocolo de intenções pelas

câmaras de vereadores, e termos aditivos; ii) organização administrativa, instauração da sede

e dinâmica das reuniões; iii) implantação e adimplência dos contratos de rateio; e, por fim, iv)

identificação de áreas prioritárias de atuação e planejamento orçamentário.

O Protocolo de Intenções é o documento prévio a constituição de consórcio público. E depois

de ratificado pelas câmaras municipais de seus municípios, torna-se o diploma de constituição

do consórcio, conforme estabelece a legislação federal. Desse modo, a ratificação dentre os

municípios do CODAP foi ocorrendo ao longo dos anos de 2005 e 2006. Primeiramente em

São Brás do Suaçuí, por meio da Lei Municipal n. 945, de 21 de julho de 2005.

Posteriormente, em Congonhas, conforme a Lei Municipal n. 2.572, de 29 de dezembro de

2005. Jeceaba formalizou a participação por meio da Lei Municipal n. 1.046, de 23 de

fevereiro de 2006. Em seguida, em Ouro Branco, conforme a Lei Municipal n. 1.542, de 11 de

abril de 2006. E, finalmente, Conselheiro Lafaiete aderiu ao Consórcio depois de aprovada a

Lei n. 4.876, de 11 de setembro de 2006 (MACEDO, 2013).

O CODAP foi oficialmente instituído, em 04 de dezembro de 2006, após a realização de

assembleia de constituição e eleição da diretoria, da qual participaram os municípios de

Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Jeceaba, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí.

Posteriormente, em 2009, os Municípios de Belo Vale, por meio da Lei Municipal n. 1.219,

de 11 de março de 2009, e, também, o Município de Entre Rios de Minas, conforme a Lei

Municipal n. 1.538, de 12 de março de 2009, formalizaram a adesão ao Consórcio

(MACEDO, 2013).

A seguir serão descritas as passagens e registros a respeito da formalização de aditivos ao

protocolo de intenções por motivo de ajuste técnico ou ingresso de novos municípios

associados.

Page 72: por - Oswaldo Cruz Foundation

69

O ineditismo desse arranjo federativo, e conforme formato recém-regulamentado, geraram

desafios de ordem técnica. No primeiro ano de funcionamento do CODAP, em 2007, uma

assessoria jurídica foi contratada para que orientasse a construção e adequação de

instrumentos jurídicos do Consórcio (protocolo de intenções e estatuto, principalmente).

Também a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana do Governo

do Estado de Minas Gerais (SEDRU/MG) aportou contribuições.

Na décima quinta Assembleia Geral, em 20 de maio de 2008, assinou-se termo aditivo ao

protocolo de intenções que seria, então, encaminhado às câmaras municipais, a fim de

promover as adequações exigidas pela legislação federal.

Na vigésima segunda Assembleia Geral, primeira reunião de 2009, o secretário-executivo do

CODAP fez o relato sobre a situação da aprovação do Termo Aditivo ao Protocolo de

Intenções, aprovados pelas Câmaras de Vereadores de Congonhas, Jeceaba e Ouro Branco.

Contudo, nesse último caso, foram feitas emendas que poderiam, inclusive, dificultar o

andamento das atividades do Consórcio, que a essa altura conduzia diversas ações. E na

assembleia seguinte, registra-se que Conselheiro Lafaiete era o único município que ainda não

havia aprovado o Primeiro Termo Aditivo ao Protocolo de Intenções. E o então prefeito,

recém-eleito para o cargo comprometeu-se a propor agilidade na tramitação desse processo

junto à Câmara Municipal.

Na vigésima quarta reunião, em março de 2009, relatou-se que a não ratificação do Termo

Aditivo ao Contrato de Consórcio na Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete criava

empecilhos administrativos para a nomeação ao cargo de controlador do CODAP. Por isso,

alternativamente, a Assembleia Geral deliberou sobre a indicação de representantes do

município de Jeceaba para o conselho fiscal, que, assim, de forma interina supriria a ausência

de controlador, até que o cargo fosse devidamente provido. Ademais, nessa reunião, o

presidente solicitou que os municípios de Entre Rios de Minas e de Belo Vale indicassem

servidores para suas representações no conselho fiscal do CODAP. Posteriormente, essa

situação foi normalizada e o CODAP pode indicar servidor para o cargo de controlador.

Houve, ainda, um Segundo Termo Aditivo ao Protocolo de Intenções, destinado a formalizar

o ingresso dos municípios de Entre Rios de Minas e Belo Vale, que foi assinado por todos os

prefeitos do CODAP, em janeiro de 2009 (vigésima segunda Assembleia Geral). Contudo, a

Page 73: por - Oswaldo Cruz Foundation

70

ratificação legislativa para esses casos somente se fazia necessário entre as câmaras de

vereadores dos novos ingressantes ao Consórcio.

Durante o ano de 2007, logrou-se avançar no processo de estruturação ou organização

administrativa. Já nas primeiras reuniões deliberou-se que as assembleias gerais ordinárias

ocorreriam uma vez por mês, sempre às primeiras segundas-feiras de cada mês, em um dos

municípios do CODAP, em sistema de rodízio. Esse formato manteve-se durante os anos de

2007, 2008, 2009 e 2010. Somente nos anos de 2011 e 2012 decidiu-se concentrar as reuniões

na sede do CODAP – no município de Conselheiro Lafaiete. As atas da Assembleia Geral

registram também a decisão do Consórcio de estabelecer sua sede em Conselheiro Lafaiete. O

cadastramento do CODAP como pessoa jurídica permitiu a locação de sede em seu nome. O

CODAP começava a estruturar-se fisicamente, apesar de carências de patrimônio, como

registraria, mais à frente, a décima sétima Assembleia Geral, em julho de 2008, quando se

ressaltou a importância desse tipo de investimento. A sede inicialmente escolhida foi

substituída. A vigésima sétima Assembleia Geral, em julho de 2009, registra a necessidade de

mudança de sede, uma vez que a atual estrutura não mais comportava as atividades do

CODAP. Após essa decisão, logrou-se a locação da sede atual do CODAP, também em

Conselheiro Lafaiete, que atende também o Consórcio Público Intermunicipal de Tratamento

de Resíduos Sólidos (ECOTRES), que é formado pelos municípios de Congonhas,

Conselheiro Lafaiete e Ouro Branco33.

Durante o período pesquisa, o CODAP não realizou contratação de servidores por meio de

concurso público, apesar da previsão de cargos expressa em seu Estatuto. Em seu início, a

primeira servidorora contratada foi uma contadora 34 para a função gestão financeiro-

administrativa. Em seguida, a prefeitura de Congonhas cedeu funcionário para atuar como

secretário-executivo, ainda em caráter provisório. E, posteriormente, foi feita a constratação

33 Essa parceria administrativa, que inclui o compartilhamento de motorista e automóvel, mostra a proximidade

entre os dois Consórcios. Sobre o relacionamento entre os dois Consórcios, existe o debate acerca da

incorporação do ECOTRES pelo CODAP. A esse respeito ver a matéria publicada no periódico Tribuna Livre:

http://www.jornaltribunalivre.com.br/2012/noticias/conselheiro-lafaiete/prefeitos-discordam-de/, acessado em 10

de março de 2013. Essa matéria, publicada em 08 de fevereiro de 2012, publica a posição do então prefeito de

Congonhas e presidente do CODAP em defesa da incorporação. Enquanto o então prefeito de Conselheiro

Lafaiete e presidente do ECOTRES posiciona-se contrariamente a incorporação, pelo menos não naquele

momento, em que o aterro sanitário não se encontrava construído ainda. Após a consolidação do ECOTRES, este

poderia, então, expandir-se para atender outros municípios, por meio de sua incorporação ao CODAP. 34

A Sra. Silene Gonçalves foi a contadora indicada, vindo a ser nomeada mais à frente como controladora do

CODAP.

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71

de servidor para essa função de forma efetiva.35 Ao longo do tempo, à essa estrutura de

recursos humanos, acresceu-se mais um contador, além de funcionários para o apoio

administrativo. Essa estrutura não logrou aumento substancial ao longo dos seis anos

analisados, alcançando cinco funcionários comissionados ou cedidos, divididos entre as

funções de secretário-executivo, controlador, contador e apoio administrativo, além de um

coordenador do programa da Defesa Civil Regional, lotado na sede do CODAP.

O diagnóstico sobre a carência de pessoal percebida por diferentes atores no ano de 2012,

contudo, é ponto pacífico. A esse respeito, registre-se, inclusive, que em ata da Assembleia

Geral, em abril de 2010 (quarto ano de funcionamento do Consórcio) os municípios de

Congonhas e Conselheiro Lafaiete foram solicitados a indicar funcionários para reforçar a

equipe do CODAP. Ademais, em maio de 2011 (quadragésima sexta Assembleia Geral) é

mencionada a necessidade de se discutir sobre a realização de concurso público para o

CODAP para se ampliar seu corpo técnico. Nesse momento discutia-se a capacidade de

gestão necessária ao CODAP para a contratação de serviços de engenharia e para a realização

de licitações para compras coletivas que viesse a atender os municípios do CODAP.

O Contrato de Programa constitutivo do CODAP prevê 56 cargos efetivos, que seriam

providos por meio de concurso público. Sobre a estruturação da força de trabalho do

Consórcio coexistem diferentes entendimentos. Dentre os entrevistados para esta pesquisa há

defensores da realização de contratação de servidores para cargos efetivos permanentes e há

quem considere mais racional contar predominantemente com funcionários contratados no

âmbito das diferentes ações do Consórcio, bastando para isso prever essas contratações nos

diferentes contratos de programa celebrados. O cerne do debate concentra-se na temática da

conveniência maior ou menor em incorporar capacidade técnica de forma permanente ou

privilegiar a flexibilidade de estrutura para uma atuação mais eficiente.

As atas das assembleias gerais registram momentos deliberativos da ocupação interna de

cargos. Na décima Assembleia Geral, em 06 de novembro de 2007, elegeu-se para a função

de diretor administrativo financeiro, o prefeito de Ouro Branco que acumularia esta função

35

A ata da Assembleia Geral de novembro de 2013 registra que à partir de 1. de novembro de 2007, do Sr. Luiz

Antônio Landini, engenheiro florestal e professor universitário com experiência em gestão municipal, oriundo do

estado do Rio de Janeiro, foi contratado como secretario executivo do CODAP.

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72

com o cargo de vice-presidente do CODAP. Para o conselho fiscal foram nomeados os

prefeitos de Conselheiro Lafaiete, de Jeceaba e de São Brás do Suaçuí.

Na Assembleia Geral de dezembro de 2008, o presidente do CODAP informou que a nova

diretoria do CODAP seria eleita em assembleia extraordinária convocada com esta finalidade

exclusiva, em fevereiro de 2009, conforme estabelecia o protocolo de intenções. As eleições

ocorreram em 02 de fevereiro de 2009, e o foi aprovada a recondução do prefeito de

Congonhas para o cargo de Presidente, conforme possibilidade prevista no Protocolo de

Intenções. Para a vice-presidência, o Prefeito de Jeceaba, Júlio César Reis, sugeriu o nome do

Prefeito de Conselheiro Lafaiete. Os demais prefeitos manifestaram-se favoravelmente a

permanência do atual vice-presidente, o prefeito de Ouro Branco. Após longa discussão, os

senhores prefeitos decidiram pela nomeação para o cargo do prefeito de Conselheiro Lafaiete.

Em Assembleia Geral extraordinária, em 03 de fevereiro de 2011, findo mais um mandato da

direção do CODAP, realizou-se novo processo eleitoral, para o qual se apresentou chapa

única. O então presidente e prefeito de Congonhas, Anderson Cabido, colocou-se como

candidato à reeleição. Para a vice-presidência, o prefeito de Ouro Branco, Padre Rogério,

colocou-se como candidato a vice-presidente do CODAP. Ambos foram eleitos por

unanimidade. O contexto político dessa nova eleição foi objeto de análise na sessão anterior.

No primeiro ano, em 2007, discutiu-se a realização de um “seminário para a elaboração de um

plano de desenvolvimento regional”, a fim de promover maior interlocução entre as áreas

congêneres das prefeituras, sobretudo a área jurídica, para a viabilização de projetos de

âmbito regional.

A incorporação de novos municípios viria a ser novamente discutida durante a trigésima

terceira assembleia, em fevereiro de 2010, quando o presidente do consórcio, Anderson

Cabido, mostrou-se favorável a incorporação de novos municípios ao Consórcio. Na ocasião

deliberou-se que seriam convidados a ingressar no CODAP os municípios da região de

referência que seria definida no Plano de Desenvolvimento Regional, em andamento. O Plano

foi concluído com sucesso no final de 2011, mas até o fim do ano de 2012 esse tema não foi

retomado, segundo os registros nas atas das assembleias gerais.

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73

No ano de 2009, o primeiro ano de novo mandato municipal (e após o período eleitoral), as

ações planejadas ganharam novo fôlego. E, a fim de superar as dificuldades de execução, a

vigésima terceira Assembleia Geral, em fevereiro de 2009, o secretário-executivo sugeriu a

realização de oficinas com as diversas secretarias dos municípios e a criação de grupos de

trabalho permanentes para construir maior interação entre as prefeituras e o CODAP. Na

vigésima quarta reunião, acordou-se data para a apresentação da logomarca do Consórcio.

Durante a trigésima terceira assembleia, a primeira de 2010, discutiu-se o projeto de

lançamento de uma revista institucional do CODAP. Em abril de 2011, se viria a discutir,

também, sobre a elaboração da pagina eletrônica do CODAP na internet.

Na trigésima segunda ata da Assembleia Geral, em dezembro de 2009, o presidente do

CODAP destacou a parceria com a SEDRU/MG para a elaboração de um novo “Termo de

Cooperação Técnica e de Apoio e Acompanhamento”, que seria assinado em breve. Nesta

cooperação a SEDRU/MG providenciaria apoio para a adequação do Estatuto do CODAP que

deveria ser apreciado na próxima Assembleia Geral.

Na trigésima sétima Assembleia Geral, em junho de 2010, foi apresentada minuta do Estatuto

do CODAP modificada. Nessa reunião, o secretário-executivo destacou como uma

dificuldade para o melhor andamento das atividades a ausência dos prefeitos à assembleia, e

também de secretários municipais às reuniões de trabalho. E diante do problema, os prefeitos

decidiram que a partir daquele momento, para tentar solucionar este tipo de questão, seriam

celebrados contratos de programa somente entre aqueles municípios que participassem das

discussões específicas sobre o tema. Os demais municípios poderiam aderir, posteriormente,

por meio de termo aditivo, quando houvesse interesse. Dessa forma, esperava-se adquirir

maior agilidade no processo de implantação dos contratos de programa vigentes.36

Cabe destacar, ainda, registro, relativo à interlocução para o novo ciclo de direção municipal

que se iniciaria em 2013. Durante a quinquagésima quinta Assembleia Geral, em outubro de

2012, o presidente do CODAP apresentou proposta de que fosse agendada uma reunião com

36

Nessa ocasião, relatou-se o problema enfrentado com o Programa de Fiscalização Tributária, que fora assinado

pelos municípios de Congonhas, Ouro Branco, Jeceaba, São Brás do Suaçuí e Entre Rios de Minas em abril de

2010, que se encontrava pendente de assinatura pela prefeitura de Belo Vale, porque o secretário de fazenda

daquele município havia manifestado restrições. Sobre esse caso, decidiu-se reelaborar o contrato de programa

sem a previsão de participação de Belo Vale, que poderia aderir posteriormente.

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74

os prefeitos então eleitos, para apresentação do Consórcio. Esta reunião fora programada para

ocorrer na própria sede do CODAP.

Por fim, ressalte-se, que o ineditismo da legislação sobre consórcios públicos, quando da

criação do CODAP, incorreu no desafio de se promover estruturações de procedimentos

administrativos e contábeis. Durante a trigésima segunda Assembleia Geral, em dezembro de

2009, a assessoria jurídica do CODAP explanou sobre as últimas considerações e resoluções

do TCE-MG com relação à prestação de contas dos consórcios públicos. Não apenas nesse

ano, mas ao longo dos diferentes exercícios permaneceram diferentes entendimentos ou

questionamentos.37 Segundo relatos junto ao staff do CODAP, houve diferentes percepções

sobre procedimentos entre municípios. Ressalte-se que o CODAP procurou manter-se atento,

portanto, aos procedimentos devidos, conforme demonstra registro presente na ata da

trigésima segunda Assembleia Geral (dezembro de 2009), em que o assessor jurídico do

CODAP proferiu explanação sobre as últimas considerações e resoluções do TCE com

relação à Prestação de Contas dos Consórcios Públicos.

O contrato de rateio atende ao propósito de custear as despesas administrativas do consórcio

público. Esse instrumento, de caráter anual, estabelece os percentuais e valores com os quais

se comprometem cada um dos municípios do consórcio.

Ao longo do período contemplado pela pesquisa registra-se dificuldades rotineiras para se

manter a adimplência de todos os municípios. Em 2007 e 2008 são registrados impedimentos

de natureza jurídico-contábil. Posteriormente, restrições nos orçamentos municipais são

colocadas como fator principal para os atrasos nos pagamentos mensais.

No ano de 2007, Conselheiro Lafaiete logrou uma melhor constância nos pagamentos mensais

previstos no contrato de rateio. Durante a oitava Assembleia Geral, o CODAP informou que

começava a enfrentar dificuldades financeiras, em função da inadimplência de parcelas

devidas do contrato de rateio. Posteriormente nesse mesmo ano, também Congonhas

37

Conforme entrevistas realizadas, uma das duvidas relacionadas à prestação de contas é se esta deveria ocorrer

de forma fragmentada (por município) ou se de forma conjunta, diretamente pelo CODAP (e via o município

sede do CODAP que é Conselheiro Lafaiete). Os entendimentos a esse respeito parecem ter sofrido alterações ao

longo do tempo. No âmbito dessa pesquisa, contudo, não se realizou o compêndio e análise dos procedimentos

referentes a prestação de contas. E a constatação sobre alterações de entendimentos baseia-se na percepção

coletada em entrevistas junto a membros do staff do CODAP.

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75

regularizou suas contribuições. Contudo, Ouro Branco, São Brás do Suaçuí e, também,

Conselheiro Lafaiete terminaram o ano de 2007 com repasses em aberto.

Para o ano de 2008 os percentuais devidos a cada um dos municípios foram repactuados38.

Atribuiu-se percentuais idênticos para Conselheiro Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco, que

arcariam com 90% do total do contrato de rateio. São Brás do Suaçuí e Jeceaba arcariam com

10%, também em percentuais idênticos. Deliberou-se, ainda, sobre a simplificação da forma

de pagamento mensal do contrato de rateio.

Durante a décima sexta Assembleia Geral, em junho de 2008, a contadora do CODAP

detalhou a situação das dívidas de contrato de rateio referentes a 2007, das prefeituras de São

Brás do Suaçuí e de Conselheiro Lafaiete, cujos prefeitos relataram dificuldades de ordem

jurídica para efetuar os repasses. Nesse sentido, a consultoria jurídica do Consórcio

averiguaria, então, a melhor solução junto aos gestores técnicos dos dois municípios, a fim de

sanar o problema. Em relação à dívida de 2008, o prefeito de Congonhas informou que

aguardaria a aprovação de Projeto de Lei, por parte da Câmara Municipal de Vereadores, que

autorizaria, então, o pagamento do referido compromisso financeiro.

A décima nona Assembleia Geral, em setembro de 2008, registra a definição de valores para o

contrato de rateio de 2009. Nessa reunião, deliberou-se, também, pelo contingenciamento em

30% do orçamento dos contratos de programa, o que evidencia dificuldades financeiras

enfrentadas pelos municípios. A definição dos percentuais devidos para o contrato de rateio

do ano de 2011, conforme ata da Assembleia Geral de julho de 2010 (trigésima oitava),

recebeu nova configuração: Congonhas, 29%; Conselheiro Lafaiete, 27%; Belo Vale e São

Brás do Suaçuí, 3%; Jeceaba, 6,5%; e Entre Rios de Minas, 4,5%.

Na Assembleia Geral realizada em dezembro de 2009 (trigésima segunda), discutiu-se a

situação financeira do CODAP. Aprovou-se o parcelamento das dívidas dos municípios, cujo

valor total seria aplicado em despesas de capital. Sobre a dívida de Conselheiro Lafaiete, por

ser um montante maior, poderia ser quitado por meio da doação de um imóvel.

38

A divisão ocorre em função de acordo que os prefeitos, conforme o entendimento de porte econômico relativo

dos municípios membros e sua proporcional parcela de responsabilidade econômica que deva ser assumida.

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76

Em junho de 2010, a inadimplência nos contratos de rateio foi novamente registrada em ata

(trigésima sétima Assembleia Geral). O secretário-executivo do CODAP relatou a situação

financeira do Consórcio e dos problemas que resultam na inadimplência dos municípios

consorciados. Conselheiro Lafaiete matinha uma situação de dívida maior. E mencionou-se,

então, as repercussões instituídas pela Lei n. 11.107/2005 e seus desdobramentos frente às

determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A quadragésima terceira Assembleia

Geral, em dezembro de 2010, informa que até aquela data a prefeitura de Conselheiro Lafaiete

não havia honrado o pagamento do contrato de rateio, referente ao exercício de 2010 e

anteriores. Os prefeitos presentes, então, decidiram estender o prazo para a quitação do

passivo, e estipularam o dia 10 de dezembro de 2010 como prazo. A partir desta data, caso o

município de Conselheiro Lafaiete não realizasse os pagamentos pendentes, seriam iniciadas

as providência para a sua suspensão do CODAP, nos termos dos art. 26, 27 de 28 do Decreto

n. 6.017/2007, que determinam a instauração de processo administrativo para exclusão de

município do consórcio. Os valores seriam objeto de compensação futura, quando a dívida de

Conselheiro Lafaiete fosse paga administrativa ou judicialmente. Por não estarem presentes à

reunião, a presente deliberação seria levada ao conhecimento dos prefeitos de Entre Rios de

Minas e de São Brás do Suaçuí, que se concordassem com a presente deliberação, assinariam

a ata em questão, à posteriori. 39

Contudo, a quinquagésima quarta Assembleia Geral (julho de 2012) evidencia a continuidade

nas pendências financeiras referentes ao contrato de rateio de Conselheiro Lafaiete, mas não

apenas. Nessa ocasião, o secretário-executivo do CODAP apresentou a análise da situação

financeira do Consórcio, com esclarecimentos detalhados sobre as dívidas dos municípios

consorciados desde 2007, referentes a contrato de rateio e contratos de programa firmados no

período. Em seguida, propôs redução de 25% no orçamento do CODAP para esse ano, em

razão do comprometimento da execução orçamentária decorrente de atraso dos repasses

previstos e das dificuldades financeiras de arrecadação que os municípios vinham enfrentado.

Ressaltou que a proposta somente seria factível no caso dos saldos devedores serem quitados

e mantidos em dia os pagamentos futuros. De outro modo, ocorreria a inadimplência do

CODAP já no mês seguinte. Os presentes concordaram com a proposta apresentada. Os

depósitos de dívidas anteriores deveriam ocorrer até o próximo mês de agosto.40 Contudo, o

39

E caso a expulsão viesse, de fato, a acorrer, seria realizado um termo aditivo ao contrato de rateio, conforme os

seguintes valores: Belo Vale: R$ 2.000,00, Congonhas: R$ 50.000,00, Entre Rios de Minas: R$ 2.000,00,

Jeceaba: R$ 20.000,00, Ouro Branco: R$ 30.000,00. 40

Nessa ocasião relatou-se em detalhe a situação do município de Conselheiro Lafaiete, cujas dívidas referem-se

aos exercícios financeiros de 2007, 2009, 2010, bem como de 2012 até aquela presente data. A esse respeito, o

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77

prefeito de Ouro Branco relatou dificuldades para o cumprimento do contrato de rateio em

razão da queda de arrecadação, mesmo considerando a nova proposta em que haveria redução

de 25% do orçamento. Diante dessa situação os prefeitos de São Brás do Suaçuí, Jeceaba e

Congonhas assumiram esse compromisso financeiro, rateando entre si, o percentual de 25%

devido por Ouro Branco. Em razão da revisão orçamentária e repactuação aprovada, seria

firmado novo Termo Aditivo ao Contrato de Rateio do exercício de 2012. Foi aprovada,

ainda, a utilização de fonte específica de receita ao orçamento vigente para o recebimento dos

créditos orçamentários em atraso dos exercícios anteriores, que constituiria um ativo

patrimonial no valor de R$ 294.443,54 (duzentos e noventa e quatro mil, quatrocentos e

quarenta e três reais e cinquenta e quatro centavos) a ser recebido pelo CODAP.

A despeito de nuanças políticas que tenham alimentado os bastidores das situações relatadas

(e exploradas em alguma medida na sessão anterior), as soluções encontradas demonstraram a

prevalência da cooperação intermunicipal para a superação das dificuldades financeiras e

políticas.

Em relação ao planejamento programático e orçamentário, na nona Assembleia Geral, em

outubro de 2007, os prefeitos listaram ações prioritárias para a região, pressupondo um

horizonte de dois anos. Entre as ações de curto prazo foram indicadas: compras coletivas

(medicamentos, material escolar, cesta básica para a construção, aluguel de máquinas);

transporte coletivo regional; compra de máquinas / patrulha mecanizada; viveiro de mudas;

transporte sanitário; regularização fundiária; Ceasa regional; coleta seletiva de lixo; apoio à

Escola Família Agrícola (EFA); diagnóstico e georeferenciamento rural – plano de ação rural.

Para as prioridades de médio e longo prazo, foram listadas: construção de unidade básica de

saúde; hospital de alta complexidade; pré-vestibular; Defesa Civil Regional com recolhimento

de animais e brigada de incêndio; centro de convivência de idosos; sistema de inspeção

sanitária; sistema de informação turística; desenvolvimento e fiscalização ambiental; código

ambiental; e fiscalização fazendária.

representante do prefeito de Conselheiro Lafaiete propôs que a dívida de R$ 34.000,00 fosse paga em conjunto

com as dívidas dos anos de 2009 e 2010, por meio da cessão de imóvel, conforme solução aprovada na

Assembleia Geral de dezembro de 2010. Assim, foi ratificado o compromisso de que Conselheiro Lafaiete

legalizasse a transferência do imóvel até o dia 30 de agosto de 2012, e assim efetuasse o pagamento do rateio do

exercício de 2012. Os demais prefeitos ratificaram essa proposta.

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78

No início do ano seguinte, em janeiro de 2008 (décima segunda Assembleia Geral), o

CODAP definiu áreas prioritárias de atuação para o primeiro quadrimestre do ano: defesa

civil conjunta; patrulha mecanizada; implantação do corpo de bombeiros; e diagnóstico

georeferenciado rural. E para a execução das metas, passou-se a realizar reuniões com os

titulares municipais das referidas áreas e demais representantes das prefeituras consorciadas

para a preparação de projetos.

Durante a décima nona Assembleia Geral, em setembro de 2008, foi apresentado e discutido o

orçamento do CODAP para 2009, que previu proposta de rateio do montante de R$

336.000,00 (trezentos e trinta e seis mil reais) e proposta de realização de programas no valor

de R$ 3.270.000,00 (três milhões e duzentos e setenta mil reais). Após longa discussão, foi

aprovada por unanimidade a proposta apresentada pelo prefeito de Congonhas de manutenção

do valor original do rateio para as despesas administrativas e redução em 30% do montante

destinado aos programas.

Durante a vigésima oitava Assembleia Geral, em agosto de 2009, o staff do CODAP

compartilhou com os prefeitos a importância da padronização dos orçamentos das prefeituras

para atender Portaria da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). E, para tanto, foi agendada

reunião para o dia 07 de agosto de 2009, na prefeitura de Conselheiro Lafaiete entre os

contadores, secretários de planejamento, procuradores, e demais responsáveis pela área de

orçamento em cada município. Nessa mesma reunião, decidiu-se que o orçamento seria

padronizado de acordo com a decisão da maioria. Nessa mesma assembleia apresentou-se,

ainda, a proposta de orçamento para 2010. Com a entrada dos municípios de Belo Vale e

Entre Rios de Minas, aprovou-se a diminuição nos percentuais de contribuição dos

municípios. A nova distribuição definiu que Congonhas, Conselheiro Lafaiete e Ouro Branco

passariam a contribuir com 27%; e Belo Vale Entre Rios de Minas, Jeceaba e São Brás do

Suaçuí contribuiriam com 4,75%. A proposta foi aprovada por unanimidade.

Em julho de 2012, durante a quinquagésima quarta Assembleia Geral, foi proposta pelo

secretário-executivo a redução em 50% das despesas de custeio, no exercício de 2012, no

programa de Defesa Civil Regional, assim como o cancelamento de investimento

anteriormente aprovado e ainda não formalizado, com depósito de parcelas correspondentes

aos meses de janeiro a julho de 2012; e demais débitos existentes, até o mês de agosto

próximo. A justificativa para a proposta foi a queda na arrecadação, registrada pelos

Page 82: por - Oswaldo Cruz Foundation

79

municípios consorciados e a disponibilidade de recursos acima do previsto na conta da Defesa

Civil Regional.

3.3 Atuação programática do CODAP

A atuação do CODAP instrumentalizou-se fundamentalmente por meio de celebração de

contratos de programa, e, adicionalmente, por meio de termos de cooperação (e congêneres),

da organização de conferências regionais de políticas públicas e da instauração fóruns

regionais. A análise do conjunto destas atividades, assim como das atas das assembleias

gerais, fornece alguma dimensão da atuação programática do CODAP. O conjunto destas

atividades, categorizado na “Tabela – Relação de Temáticas Agregadoras presentes nas Atas

da Assembleia Geral”, indica, contudo, uma atuação voltada, principalmente, para os temas

“Estruturação administrativa do CODAP”, “Fortalecimento da Gestão”, “Desenvolvimento

Rural”, “Defesa Civil”, “Desenvolvimento Regional e Articulações Regional, Nacional e

Internacional e outros temas de políticas públicas”. A primeira destas temáticas, de caráter

interno, foi explorada na seção anterior (subitem 3.2.2). Os demais temas serão abordados a

seguir.

3.3.1 Fortalecimento da gestão

Nesta seção, far-se-á a transcrição dos pontos fundamentais dos contratos de programa, e a

descrição dos debates (registrados nas atas das assembleias gerais) dos temas relacionados à

temática do fortalecimento da gestão. O CODAP celebrou três contratos de programa,

colocados em destaque no Quadro 2 (e APÊNDICE E) e descritos em detalhe no Apêndice F;

e que tratam da modernização ou fortalecimento da gestão financeira e administrativa de uma

forma geral. Outras ações trataram de compras coletivas (licitações unificadas), e estruturação

de escritório de engenharia.

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80

Quadro 2 – Contratos de Programa do CODAP relacionados ao fortalecimento da

gestão administrativa

1) Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o programa de estruturação da

fiscalização tributária a ser administrado pelo CODAP, celebrado em 05 de abril de 201041

, cujo realizar o

diagnóstico do número de estabelecimentos comerciais, industriais, de mineradoras, autônomos, etc. relativo

à cobrança do ISS. O valor global pactuado é de R$ 113.740,00, dividido entre os exercícios de 2010 e

2011.

2) Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar a contratação de empresa especializada

para a elaboração de diagnóstico institucional e projeto de modernização administrativa a ser financiado pela

linha de crédito do Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais

Básicos (PMAT) do BNDES, 20 de julho de 2010, cujo objetivo é viabilizar a contratação de empresa

especializada para elaboração de diagnóstico institucional no âmbito dos municípios membros do CODAP

para a proposição de um projeto de modernização das administrações municipais. Os serviços a serem

desenvolvidos têm como diretrizes assessorar o CODAP na definição e detalhamento dos investimos

comuns e específicos aos municípios do CODAP. O valor global é de R$ 83.987,60.

3) Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o programa de estruturação da

fiscalização do VAF – Valor Adicionado Fiscal a ser administrado pelo CODAP, celebrado em 07 de agosto

de 2012, cujo objetivo é reduzir a evasão fiscal nos municípios participantes do presente Programa, por meio

da unificação do acompanhamento do VAF – Valor Adicionado Fiscal. O valor global é da ordem de R$

34.5000,00 (quarenta mil e quinhentos reais) foi dividido entre os três os municípios de Ouro Branco

(55,55%), Entre Rios de Minas (16,67%) e Jeceaba (27,78%).

Fonte: Elaboração própria.

Desde seu início, a pauta da modernização administrativa esteve presente nas reuniões do

CODAP. O primeiro registro, por exemplo, presente na ata da quinta Assembleia, em junho

de 2007, revela que representante de empresa apresentou proposta de trabalho de diagnóstico

nos municípios do CODAP com vistas à melhoria da arrecadação municipal no tocante ao

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e ao Imposto sobre Serviços de

Qualquer Natureza (ISSQN).42

Na vigésima nova Assembleia, em setembro de 2009, o prefeito de Belo Vale colocou em

pauta a discussão sobre a necessidade de unificação da fiscalização tributária. Foi lembrado

que esta é uma das prioridades levantadas pelo Consórcio; que, contudo, ainda não havia sido

implementada. Na trigésima primeira reunião da Assembleia Geral, em novembro de 2009, a

assessora jurídica da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (AMIG)

explanou sobre a possibilidade e conveniência de se implantar o projeto de fiscalização

41

Esse contrato de programa recebeu um único aditamento em 20 de abril de 2010. 42

Deliberou-se, então, que a proposta seria estudada e, eventualmente, seria feito um contato posterior.

Novamente, na nova assembleia, em outubro de 2007, representantes de outra empresa apresentaram proposta de

trabalho com o objetivo de captar recursos para municípios, por meio de dívida fundada, por meio do

levantamento referente às contribuições previdenciárias patronais dos agentes políticos e dos inativos.

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81

fazendária regional.43 Como desdobramento dessa iniciativa, conforme registra a trigésima

segunda Assembleia Geral, em dezembro de 2009, o presidente do CODAP apresentou

proposta para a contratação de consultoria técnica para o projeto de fiscalização fazendária

para ter início em 2010. E na Assembleia seguinte, o presidente informou sobre a contratação

de consultoria para o projeto de fiscalização fazendária, cuja empresa já estaria definida, e o

contrato de programa estaria em elaboração, e que veio a transformar-se no contrato de

programa referido na Tabela 9 (no número 1).

Em fevereiro de 2011 (quadragésima quarta Assembleia Geral), o secretário-executivo

abordou o programa de fiscalização tributária, ressaltando a necessidade da inclusão de outros

impostos como o ISSQN e a apuração do VAF, para assim poder-se avançar no programa. Foi

sugerido que se desenvolvesse o Programa nos moldes do Programa da Defesa Civil,

considerando a contratação de um técnico pelo CODAP para auxiliar não apenas na

assessoria, mas na execução do trabalho de fiscalização, contando com o apoio das equipes

nos municípios.

Na quinquagésima terceira Assembleia Geral, em março de 2012, deliberou-se sobre a

necessidade de uma reunião com os responsáveis nos municípios pela área de tributação para

uma avaliação do Programa de Fiscalização Tributária, e uma nova discussão sobre o

Programa VAF.

A vigésima terceira Assembleia, em março de 2009, discutiu-se o Programa de Modernização

da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT), linha de

crédito do BNDES, que tem por objetivo:

Apoiar projetos de investimento da Administração Pública Municipal, voltados à

modernização da administração tributária e à melhoria da qualidade do gasto

público, a fim de proporcionar aos municípios uma gestão eficiente, que gere

aumento de receitas e/ou redução do custo unitário dos serviços prestados à

coletividade44

. (BNDES, 2013).

O presidente do CODAP informou (na reunião supracitada) que parceria entre o CODAP e o

BNDES representava a implementação do primeiro PMAT regional. E na trigésima

43

Na reunião anterior, em outubro de 2009, o presidente do CODAP já havia relatado que participará de reunião

com assessoria jurídica da AMIG, em que havia tratado da elaboração de uma proposta de tributação que seria

apresentada ao CODAP. 44

Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/

Produtos/FINEM/pmat.html>. Acesso em: 10 mai. 2013.

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82

Assembleia Geral, em outubro de 2009, realizou-se uma discussão sobre o PMAT Regional

na qual o secretário-executivo do CODAP ressaltou a necessidade de uma integração fiscal

entre os municípios, e que esta ação poderia compor o pacote de ações que seria

implementada pelo PMAT. O financiamento teria um teto de R$ 1.800.000,00 (um milhão e

oitocentos mil reais) por município, com exceção de Conselheiro Lafaiete, cujo teto seria de

R$ 4.200.000,00 (quatro milhões e duzentos mil reais). O programa seria regional, mas, para

tanto, cada município faria o empréstimo individual e colocaria um montante do recurso para

o CODAP – com a garantia de que este seria empregado na proporcionalidade do valor de

cada município. Foi feito pelo CODAP um levantamento dos possíveis projetos que poderiam

ser aprofundados pelos secretários municipais: i) rede de informações georeferenciadas do

CODAP; ii) sistema integrado de fiscalização; iii) plano diretor; e iv) região digital45.

Quadro 3 – Setores de financiamento do PMAT Área da administração Ações

Administração Geral

Gestão de recursos humanos, licitações e compras, gestão

de contratos, protocolo e controle de processos, gestão

energética

Administração Tributária

Arrecadação, cobranças administrativa e judicial,

fiscalização, estudos econômicos e tributários, central de

atendimento ao contribuinte

Administração Financeira e Patrimonial

Orçamento, execução financeira, contabilidade e dívida

pública, auditoria e controle interno, gestão e segurança do

patrimônio

Administração e Gestão das Secretarias,

Órgãos e Unidades Municipais prestadoras de

serviços à coletividade

Organização e gerência, sistemas e tecnologia de

informação

Fonte: Elaboração própria com base nos dados colhidos no sítio eletrônico do BNDES (20--).

45

As áreas de atuação do PMAT do CODAP foram discriminadas também no veículo informativo do CODAP

de Janeiro a Julho de 2012, disponível em: <http://www.geoparkquadrilatero.org/?pg=noticia&id=260&L=

PTBR>. Acesso em: 25 ago. 2013.

A matéria nessa Revista informa que proposta para o BNDES pretende criar uma: 1) “Rede de Dados Regional:

para a implantação do governo digital, integrando edifícios e procedimentos administrativos, inclusive entre os

municípios do consórcio, de forma a otimizar os serviços e reduzir gastos; 2) Elaboração de Plano Diretor de

Desenvolvimento regional, para promoção do ordenamento da expansão urbana e industrial dos municípios do

consórcio de forma integrada, com o objetivo de evitar o crescimento desordenado e o desequilíbrio econômico e

social na região; 3) Revisão da legislação tributária, destinada à correção das falhas existentes nas legislações

dos municípios, por meio da revisão dos códigos tributários, dando a eles uniformidade e criando mecanismos

para evitar perda de receita e estimular o desenvolvimento das cidades; 4) Realização de geoprocessamento em

âmbito regional, para subsidiar as atividades de planejamento em diferentes áreas e dar suporte às ações de

controle do uso e ocupação do solo, tanto na área urbana como rural, possibilitando inclusive o recadastra- mento

imobiliário e revisão da planta de valores dos municípios do consórcio; e 6) Implantação de ambiente de

retaguarda no CODAP para dar suporte aos projetos a serem implantados.

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83

Na trigésima primeira Assembleia Geral, em novembro de 2009, o presidente do CODAP

informou sobre o Projeto PMAT, e apresentou o orçamento dos quatro projetos no valor de

R$ 5.849.045,89 (cinco milhões, oitocentos e quarenta e nove mil, quarenta e cinco reais e

oitenta e nove centavos). A contrapartida do PMAT encontrava-se descrita no Contrato de

Programa n. 3/2010, que define o valor de R$ 83.987,59 (oitenta e três mil, novecentos e

oitenta e sete reais e cinquenta e nove centavos), que seria rateado entre os municípios de

Belo Vale, Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Entre Rios de Minas, Jeceaba, Ouro Branco e

São Brás do Suaçuí.

Na quadragésima quarta Assembleia Geral, em fevereiro de 2011, o secretário-executivo

informou que o PMAT encontrava-se na fase de elaboração da Carta Proposta. Contudo,

dificuldades na obtenção de informações junto aos municípios haviam sido identificadas. O

Prefeito de São Brás do Suaçuí comunicou que não iria fazer o financiamento. Os demais

Prefeitos solicitaram que ele continuasse participando do Programa para evitar mais atrasos e

que depois poderiam rever a situação desse município. Na Assembleia seguinte, o secretário-

executivo informou que a Carta Proposta do PMAT fora concluída.

Além dos temas afetos aos contratos de programa, tratou-se nas atas de Assembleia Geral,

principalmente, de compras coletivas e de escritório de engenharia. O primeiro e segundo

pontos tratam, respectivamente, da realização de licitações unificadas para a realização de

compras de produtos diversos, de forma a obter maior escala de compra e a consequente

redução de preços; e de capacidade técnica para a contratação de serviços de engenharia.

Em julho de 2007 (sexta Assembleia Geral), os prefeitos debateram sobre a importância de

instaurar procedimentos de compras públicas e indicaram os seguintes itens como prioritários:

medicamentos, materiais escolares, material de construção e aluguel de máquinas. E

deliberou-se favoravelmente, então, sobre o agendamento de reunião entre os setores de

governo envolvidos e as áreas de licitação de todos os municípios do CODAP. Essa iniciativa

e o escritório de engenharia tiveram avanços significativos já em 2009. Em julho desse ano

(vigésima sétima Assembleia Geral) discutiu-se, também, sobre a comissão de licitação do

escritório de engenharia. Nessa Assembleia avaliou-se que um escritório de engenharia

poderia fazer o acompanhamento de projetos de engenharia dos municípios, por meio da

contratação ad hoc dos serviços. Dessa forma, o CODAP faria o registro de preços para a

contratação de serviços de engenharia terceirizados e de um engenheiro para acompanhar os

Page 87: por - Oswaldo Cruz Foundation

84

projetos. Buscava-se, assim, apoiar os municípios para superar uma fragilidade técnica

comum. Essa ata registra, ainda, a perspectiva de que o escritório iniciasse seu funcionamento

em dezembro de 2009.

Na vigésima oitava Assembleia Geral, em agosto de 2009, foram indicados servidores para

compor a comissão de licitação para as compras coletivas.46 Nessa reunião, os municípios

foram convocadas para indicar servidor para compor a comissão desse programa. Contudo,

apenas em maio de 2010 (trigésima sexta Assembleia Geral), o programa de compras

coletivas foi oficialmente apresentado. E em junho de 2010 informou-se que foi publicada a

licitação (na modalidade concorrência pública) para a contratação do escritório de engenharia.

Assim, a partir de julho daquele ano, este serviço estaria à disposição dos municípios.

Encontrava-se em processo de organização a comissão responsável pela execução das

compras coletivas.

Em maio de 2011 (quadragésima sexta Assembleia Geral), o secretário-executivo do CODAP

falou sobre a contratação de serviços de engenharia e apresentou as empresas vencedoras da

concorrência. Entregou-se aos municípios o edital e a ata de registro de preços. Todos os

municípios foram orientados sobre os procedimentos para a contratação destes serviços.

Houve questionamentos a respeito das licitações realizadas pelo CODAP e foi detectada a

necessidade de se estruturar melhor o centro de compras coletivas, inclusive por meio da

ampliação do corpo técnico do CODAP.

Na quinquagésima terceira Assembleia Geral, março de 2012, discutiu-se o programa de

compras coletivas. Os itens a serem licitados de imediato foram definidos: medicamentos e

material hospitalar, material de limpeza, material de construção, peças, pneus e material de

escritório. A controladora e contadora do CODAP ficou como responsável para mobilizar os

setores de compras nos municípios para o levantamento da lista final de itens e sua real

necessidade.

46 Contudo, apenas em maio de 2010 (trigésima sexta Assembleia Geral), o Programa de Compras Coletivas foi

oficialmente apresentado. E em junho de 2010 informou-se que foi publicada a licitação (na modalidade

concorrência pública) para a contratação do escritório de engenharia. Assim, a partir de julho daquele ano este

serviço estaria à disposição dos municípios, e estava em processo de organização a comissão responsável pela

execução das compras coletivas.

Page 88: por - Oswaldo Cruz Foundation

85

3.3.2 Desenvolvimento rural

Na temática do desenvolvimento rural, o CODAP celebrou quatro contratos de programa que

serão descritos no Quadro 4 (e APÊNDICE F), e estão relacionados, principalmente, apoio à

estruturação de infraestrutura das atividades produtivas rurais.

Quadro 4 – Contratos de Programa do CODAP relacionados ao desenvolvimento rural.

1) Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o contrato a ser firmado entre o CODAP e

a Fundação de apoio à Universidade Federal de Viçosa – FUNARBE, celebrado em 02 de junho de 2008.

Seu objetivo é realizar serviços de elaboração do Diagnóstico de Georeferenciado em Cadeias Produtivas de

Agronegócio, nas zonas rurais dos Municípios membros do CODAP.47

O valor global é de R$ 82.000,00.

2) Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o transporte de alunos dos Municípios da

Região que participam das atividades regulares da Escola Família Agrícola, localizada no Município de

Acaiaca, celebrado em 22 de outubro de 2008. Seu o objetivo é oferecer transporte de alunos dos municípios

da Região que participam das atividades regulares da ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA – EFA, localizada

no município de Acaiaca. Esse contrato de programa não prevê repasse financeiro, mas tão-somente o

fornecimento de serviço de transporte de alunos da EFA, conforme parâmetros estabelecidos de divisão de

frequências nessa responsabilidade, a partir da estrutura de veículo já disposta pelos municípios.

(continua)

47 Os produtos a serem entregues são: i) Sistema de Informações Geográficas com Base Cartográfica do IBGE

(compatível com Windows e/ou Linux); ii) Banco de dados em formato Excel e Access; iii) Fototeca Digital; iv)

Georeferenciamento das estradas rurais, propriedades rurais e demais estabelecimento (igrejas, postos de saúde,

telefones públicos e outros pontos a serem combinados); v) Relatório Impresso e Digital.

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86

(conclusão)

3) Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o contrato a ser firmado entre o CODAP e

a Fundação de apoio à Universidade Federal de Viçosa – FUNARBE, celebrado em 09 de janeiro de 2009.48

Seu objetivo é mapear, identificação e descrever a nomenclatura das estradas rurais dos municípios do

CODAP. 49

O valor global é de R$ 19.144,00.

4) Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o programa de Unidade Demonstrativa

Agrícola do CODAP, celebrado em 20 de julho de 2010.50

Seu objetivo é implantação a Unidade

Demonstrativa Agrícola que será utilizada no Sistema de Captação e Armazenamento de Água, Cercamento

da área, abertura de Estradas, Galpão de Apoio e Placas de sinalização e Identificação. O valor global é de

R$ 50.000,00.

Fonte: Elaboração própria.

Anteriormente a constituição do CODAP, as secretarias de agricultura dos municípios do

CODAP já mantinham interlocução, em razão da interdependência regional da atividade

agropecuária na região, e por intermédio dos técnicos da Empresa de Assistência Técnica e

Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER). Assim, após a formação do

Consórcio, essa interação mostrou-se ainda mais fluida, e tornou-se, sobretudo, propositiva. A

terceira Assembleia Geral (abril de 2007) do CODAP registra a decisão dos prefeitos em

avançar na recomendação feita por técnicos da EMATER sobre a importância da elaboração

de “planejamento de desenvolvimento rural sustentável” e da realização de um “diagnóstico

rural regional”. Deliberou-se que os Secretários Municipais da pasta e os técnicos do CODAP

retomassem as reuniões mensais para tratar da temática. Na quinta assembleia (junho de

2007), o representante do Departamento de Agropecuária de Conselheiro Lafaiete fez

explanação sobre os resultados de conversas conjuntos entre os municípios do CODAP e

reforçou a necessidade de realização do “diagnóstico georeferenciado” da área rural dos

municípios membros. Deliberou-se, então, que a ação seria priorizada e seriam buscadas

formas de financiamento, uma vez que o CODAP não dispunha de recursos para sua

implantação.

48

Esse contrato de programa recebeu um único aditamento em 05 de outubro de 2009. 49 Produtos a serem entregues: a) Mapeamento de campo das estradas rurais e vicinais; b) Identificação das

referências notáveis e relevantes das vias rurais; c) Mapa gráfico e digital planimétrico do município com as

estradas rurais e vicinais identificadas por nomenclatura própria, incluindo seus pontos relevantes e notáveis; d)

Memorial descritivo e fotográfico das estradas rurais e suas vicinais, com sua classificação, quilometragem,

condições, pontos relevantes e notáveis e demais referências; e) Modelo de Lei referente à formalização da

Nomenclatura das vias rurais; f) Modelo Descritivo das placas indicativas e marcos para colocação em porteiras

e casa ao longo das vias rurais e outros pontos relevantes e notáveis; g) Relação de casas e porteiras por via

mapeada, com respectivo número de identificação proposto; e h) Relatório Impresso e Digital.” 50 Esse contrato de programa recebeu 3 termos aditivos. O primeiro em 28 de dezembro de 2011, o segundo em

20 de maio de 2012 e o terceiro em 02 de julho de 2012.

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87

A sétima Assembleia Geral, em agosto de 2007, informa que a Secretária de Educação de

Congonhas informou sobre o andamento das discussões sobre a Escola Família Agrícola

(EFA) que teve sua associação criada. Foi solicitada aos prefeitos a destinação de dotação

orçamentária para a EFA no orçamento de 2008. A respeito do financiamento da Escola

Família Agrícola (EFA), o Prefeito de Jeceaba informou não considerar a proposta como uma

demanda essencial para o município a que representa; não sendo, portanto, uma prioridade de

seu governo. A contadora do CODAP informou sobre a agenda agrícola na região que tem se

mantido como o mais ativa, sendo o único a manter reuniões periódicas; e em cujo âmbito se

está buscando recursos para projeto de Diagnóstico Gerenferenciado. O Banco do Brasil

estava analisando a documentação para avaliar sobre a possibilidade de financiamento. E,

“nessa ação, as áreas de saúde, educação, assistência social, agricultura, meio ambiente e

estão articulados”.

Em outubro de 2007 (nova Assembleia Geral), informou-se que a respeito do financiamento

da Escola Família Agrícola (EFA) estavam sendo superadas questões de ordem burocrática

junto ao Banco do Brasil. Destacou-se sobre a importância de todos os prefeitos para o projeto

de diagnóstico. Contudo, sobre a participação no contrato de programa do Diagnóstico

Georeferenciado, o prefeito de São Brás do Suaçuí manifestou que não participaria do Projeto

por não ter condições financeiras no momento, embora reconheça sua importância e

necessidade. O secretário e representante do prefeito de Conselheiro Lafaiete sinalizou

favoravelmente ao projeto, embora afirme que consultaria o prefeito a respeito. O prefeito de

Ouro Branco iria estudar o projeto com sua Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e sua

Divisão de Agropecuária. A esse respeito, informou-se que na próxima Assembleia,

participariam representantes do Núcleo de Estudos de Planejamento e Uso da Terra da

Universidade Federal de Viçosa (UFV) – NEPUT/UFV.

Em relação à EFA, informou-se durante a décima segunda Assembleia Geral (janeiro de

2008) sobre a solicitação de ajuda para o transporte dos alunos da EFA Paulo Freire, em

Acaiaca, como forma preliminar de apoio a implantação de uma EFA regional. O prefeito de

Jeceaba informou que não possui recursos para essa ação. Congonhas e Ouro Branco

informaram que vem fornecendo auxílio. A décima quarta Assembleia Geral, em março de

2008, o secretário-executivo apresentou o relato das atividades da Escola Família Agrícola. E

decidiu-se que os municípios de Congonhas e Ouro Branco assumiriam todos os custos. Nessa

reunião, o presidente do CODAP procedeu à assinatura do contrato do CODAP com a

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88

FUNABRE para a elaboração do Diagnóstico Rural dos municípios integrantes do CODAP,

devidamente aprovado pela Assembleia Geral. Contudo, a décima sexta Assembleia Geral

(junho de 2008) também registra que foi assinado o Contrato de Programa do Diagnóstico da

Zona Rural. O que denota que possivelmente procedeu-se a assinatura de uma versão revisada

ou retificada do Contrato.

Na décima sétima Assembleia Geral (julho de 2008), o secretário-executivo do CODAP

apresentou proposta da Fundação de Apoio à Universidade Federal de Viçosa (FUNARBE)

para a assinatura de convênio de intenções entre o CODAP e a Universidade Federal de

Viçosa (UFV). E na Assembleia seguinte, em agosto de 2008, técnicos da FUNABRE

apresentaram relatório sobre o Diagnóstico Rural e o Projeto da Nomenclatura das Estradas

Vicinais, como uma continuação do trabalho de diagnóstico. A proposta foi aprovada por

unanimidade pelos prefeitos. Na décima nova Assembleia Geral, em relação ao Diagnóstico

Rural Georeferenciado, informou-se que um workshop de apresentação de resultados seria

realizado no dia 24 de setembro de 2008. Na reunião de outubro, foram apresentados os

resultados do Diagnóstico Rural e os prováveis projetos a serem desenvolvidos. Foram

previstas, também, oficinas em todos os municípios, em duas etapas: outubro e janeiro, para

treinamento dos funcionários que alimentarão os sistemas. Nessa assembleia, discutiu-se, por

fim, o projeto de Nomenclatura das Estradas. O município de Conselheiro Lafaiete informou

que não participaria dessa ação naquele momento em razão de restrições orçamentárias. A

vigésima primeira Assembleia Geral, em dezembro de 2008, registra que o presidente do

CODAP apresentou proposta de convênio com a Universidade Federal de Viçosa (UFV). Este

convênio tem o objetivo de desenvolver o diagnóstico georeferenciado em cadeias produtivas

de agronegócio nos municípios do Consórcio e viria a ser assinado em 02 de junho de 2008

(cf. APÊNDICE E).

Por ocasião da vigésima segunda Assembleia Geral, em janeiro de 2009, o secretário-

executivo do CODAP informou que o Contrato de Programa referente à Nomenclatura das

Estradas Rurais fora assinado pelos Municípios do CODAP, com exceção de Conselheiro

Lafaiete, e que se tiver interesse, poderia fazê-lo posteriormente, por meio de Termo Aditivo.

Os Municípios de Entre Rios de Minas e Belo Vale ainda não dispunham de autorização de

suas Câmaras de Vereadores para participar do Consórcio. Contudo, poderiam celebrar

convênio diretamente com a FUNARBE. Nessa mesma reunião, o prefeito de Ouro Branco

cedeu uma escola para a Associação EFA para iniciar os trabalhos para sua implantação neste

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89

ano de 2009. O prefeito de Belo Vale ressaltou que a Fazenda Boa Esperança, em Belo Vale,

tombada pelo Estado, encontrava-se ociosa; que, portanto, poderia ser cedida para a

Associação EFA, que passaria a contar com os dois espaços.

Na vigésima quarta Assembleia Geral, em março de 2009, o secretário-executivo informou

que o Diagnóstico Rural está em fase de acabamento, restando apenas a instalação dos

sistemas nas prefeituras de Jeceaba e Conselheiro Lafaiete. Sendo que em Lafaiete não foi

realizado ainda o treinamento dos funcionários. E solicitou que este município se mobilizasse

para receber esse treinamento, o mais rapidamente possível para que se pudesse concluir os

trabalhos. O secretario executivo discorreu sobre a conveniência da contratação de serviços de

manutenção, assistência e suporte ao Banco de Dados do Diagnóstico Rural da empresa

Copagri, ao que todos foram favoráveis. A contratação somente deveria ser feita após a

conclusão da instalação definitiva do banco de dados em todos os municípios.

Na vigésima sexta Assembleia Geral, em junho de 2009, o secretário-executivo apresentou a

proposta de complementação dos projetos de Diagnóstico Rural e Nomenclatura das Estradas

Rurais com a inclusão dos Municípios de Belo Vale e Entre Rios de Minas. Para a condução

das atividades Diagnóstico Rural e Nomenclatura das Estradas Rurais e o atendimento de

demandas técnicas referentes à regulação fundiária faz-se necessário, segundo relatou-se na

reunião, que os municípios mantivessem em dia os repasses financeiros para o CODAP,

conforme previstos no contrato de rateio. A esse respeito foi encaminhado material pertinente

para que os prefeitos pudessem encaminhar a questão com a brevidade possível.

A presidente da Associação Regional Escola Família Agrícola do Alto Paraopeba

(AREFALP) apresentou, durante a vigésima sétima Assembleia Geral, em julho de 20009,

projeto de edificação, onde funcionaria a Escola Família Agrícola (EFA), que tem previsão

para iniciar as aulas em 2010. A Prefeitura de Ouro Branco cedeu a área, em regime de

comodato, pelo período de 20 anos, à Escola Comunidade Rural do Cumbe. Esta Escola,

contudo, deveria passar por uma adaptação. Fora solicitado o apoio de todos os municípios a

esse projeto. E todos foram convidados a participar da Assembleia da AREFALP que

ocorreria no dia 26 de julho.

Por ocasião da vigésima nona Assembleia Geral (setembro de 2009), representante do Serviço

Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) apresentou o Programa Regional de Incentivo à

Produção de Alimentos, realizado em parceria com Empresa de Pesquisa Agropecuária de

Page 93: por - Oswaldo Cruz Foundation

90

Minas Gerais (EPAMIG). Os prefeitos comprometeram-se a analisar a proposta considerando

os dados levantados no Diagnóstico Georeferenciado e as necessidades da EFA. Nessa mesma

reunião, discutiu-se também o Projeto Nomenclatura das Estradas Rurais que está em sua fase

final. Foram apresentados os mapas dos Municípios de Congonhas, Ouro Branco, São Brás do

Suaçuí e Jeceaba para análise. Os responsáveis da área enviariam correções até o final do mês.

Ficaram encarregados também de encaminhar fotos de identificação do município e um texto.

Em relação à nomenclatura das estradas, que segue o padrão nacional, composta por duas

letras e três números, definiu-se a referência para os Municípios do CODAP: Congonhas –

CO; Ouro Branco – OB; Belo Vale – BV; Jeceaba – JC; Entre Rios de Minas – ER; e São

Brás do Suaçuí – SB. Ademais, o secretário-executivo colocou para discussão a possibilidade

do CODAP efetuar um contrato de programa com a Associação Regional Escola Família

Agrícola do Alto Paraopeba (AREFALP), para que a EFA possa se estruturar e iniciar as

aulas no próximo ano. Após amplo debate, chegou-se ao consenso de que o CODAP deverá

fazer um convênio para prover alguma assistência na estruturação da Escola. Contudo, não

deve manter a Escola, uma vez que esta é uma escola particular e que deveria contar com

outras formas de parceria. Foi solicitado que a Escola apresente o orçamento para o ano

vindouro. Ainda sobre a Escola Família Agrícola, deliberou-se que funcionária de Congonhas

passaria a dedicar-se exclusivamente à Escola, uma vez que já presidia sua Associação.

Durante a trigésima sétima Assembleia Geral (junho de 2010), o secretário-executivo do

CODAP apresentou proposta da Unidade Demonstrativa Agrícola, já apresentada em reunião

realizada em Belo Vale, em outubro de 2009. Por sugestão do prefeito de Ouro Branco,

decidiu-se que a proposta deveria ser encaminhada para análise dos secretários municipais e o

assunto deveria voltar à pauta na próxima Assembleia.

Na Assembleia seguinte (julho de 2010), apresentou-se a proposta do Contrato de Programa

para a constituição da Unidade Demonstrativa Agrícola. Após discussão ficou definido que

para os investimentos previstos (no Contrato de Programa) esperava-se o financiamento por

parte do Banco do Brasil. Caso esta parceria não se efetivasse, o valor devido seria negociado

entre os municípios. Foi aprovada a participação dos municípios de Congonhas, Jeceaba e

Ouro Branco. Os demais municípios tiveram uma semana para responder sobre a adesão.

Contudo, se assim não o fizessem, poderiam aderir, posteriormente, por meio de termo aditivo

ao contrato de programa.

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91

Durante a trigésima nona Assembleia Geral, em agosto de 2010, o presidente do CODAP

informou que disponibilizara servidora da prefeitura de Congonhas para apoiar o processo de

implantação da EFA. A própria servidora, então, informou sobre a situação atual e

providências necessárias para o funcionamento da Escola. As ações prioritárias relatadas

foram sobre a reforma emergencial do prédio cedido pela Prefeitura de Ouro Branco na

localidade de Cumbe; aquisição de materiais e equipamentos básicos; e contratação de pessoal

administrativo indispensável (diretor, supervisor e servente).

Na quadragésima nona Assembleia Geral, em agosto de 2011, apresentou-se o Projeto Centro

de Referência em Agropecuária do CODAP, cuja função principal seria concentrar várias

iniciativas. Debateu-se sobre quais seriam as atividades para serem priorizadas nesse

momento. A crescente estruturação do Centro permitiria a incorporação dos demais projetos.

Essa foi a alternativa encontrada, em razão do elevado custo de implantação do Centro.

Relatou-se que a única pendência para permitir o início dos trabalhos seria a liberação do

terreno por parte do município de Congonhas. O secretário-executivo repassaria o Projeto

junto ao Deputado Estadual Padre João, e juntos poderiam prospectar fontes de investimentos

no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e no Banco do Brasil.

Registrou-se na quinquagésima segunda Assembleia Geral, em fevereiro de 2012, a entrega

dos mapas das estradas rurais e uma proposta de inserção de placas de sinalização destas. Os

Prefeitos mostraram-se muito interessados. E sugeriram que as modificações por eles

mencionadas fossem incorporadas pela secretaria-executiva para, então, serem viabilizadas a

licitação para mais este projeto. Na Assembleia seguinte, o secretário-executivo do CODAP

esclareceu que o Centro de Referência Agrícola sofrera atrasos em sua implantação devido à

burocracia necessária à cessão da área por parte do Município de Congonhas, dificultada pela

alteração do Distrito Industrial de Congonhas. A ausência da definição da área atrapalhou o

convênio com a Embrapa. Decidiu-se realizar licitação para as placas do Programa de

Nomenclaturas das Estradas Rurais.

3.3.3 Defesa Civil

O CODAP teve uma significativa e ampla atuação na área da defesa civil, instrumentalizada

por meio de contrato de programa, descrito no Quadro 5 (e APÊNDICE G).

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92

Quadro 5 – Contratos de Programa do CODAP relacionados à Defesa Civil

1) Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar a formação e manutenção da Defesa Civil

Regional a ser administrada pelo CODAP, celebrado em julho de 2009.51

Seu objetivo é planejar e promover

a defesa permanente contra desastres naturais, antropogênicos e mistos, entre outas atribuições correlatas. O

valor global é de R$ 120.000,00, somados ao custeio mensal de R$ 11.000,00.

Fonte: Elaboração própria.

As atas da Assembleia Geral trazem os registros referentes à evolução administrativa e

política para a instalação da Defesa Civil Regional do CODAP. Já na segunda Assembleia

Geral, em março de 2007, o secretário municipal de administração e o coordenador da Defesa

Civil de Conselheiro Lafaiete apresentaram proposta para o CODAP assumir a instalação do

Corpo de Bombeiros na região. O corpo de funcionários do CODAP foi designado para

elaborar uma minuta de convênio sobre essa temática e propor uma forma de

encaminhamento para essa ação. Na décima segunda Assembleia Geral, em janeiro de 2008,

discutiu-se a forma de rateio para a instalação do Corpo de Bombeiros, por meio do CODAP.

Acertou-se que Congonhas, Conselheiro Lafaiete e Ouro Branco assumiriam o percentual de

30% cada um. Os restantes 10% ficarão a cargo de Jeceaba e São Brás do Suaçuí, em igual

percentual para cada um. Foi apresentada, ainda, a implantação do Serviço de Resgate de

Vítimas em Estradas, associado à Defesa Civil conjunta, cujos custos seriam apresentados em

detalhe em outra oportunidade.

Na décima quinta Assembleia Geral, em maio de 2008, o secretário-executivo do CODAP

informou que em relação ao Corpo de Bombeiros, este poderia ser instalado no Batalhão da

Polícia Militar e não mais no Mercado do Produtor como estava inicialmente previsto. Assim,

não seria mais necessário o CODAP arcar com a reforma do prédio, o que representaria uma

economia de cerca de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Na décima sétima assembleia, em

julho de 2008, o secretário-executivo apresentou os principais pontos dos contratos de

programa da Defesa Civil e do Resgate, que foram aprovados.

A respeito do funcionamento da Defesa Civil Regional, o secretário-executivo relatou que

durante a décima oitava Assembleia, em agosto de 2008, sobre a reunião entre a Procuradoria

de Conselheiro Lafaiete e a consultoria jurídica do CODAP para discutir a cessão de prédio.52

51 Para esse contrato de programa foram assinados 3 termos aditivos. O primeiro em 02 de agosto de 2011, o

segundo em 30 de setembro de 2011 e o terceiro em 09 de agosto de 2012. 52

Devido a entraves jurídicos, foi sugerido que a cessão do prédio fosse realizada diretamente entre a Prefeitura

de Conselheiro Lafaiete e o Corpo de Bombeiros, após entendimento com a Polícia Militar, atual ocupante da

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93

Em seguida, foi assinado Contrato de Programa do Resgate e da Defesa Civil Conjunta.53 Na

Assembleia seguinte, em setembro de 2008, o secretário-executivo informou sobre o

andamento do Programa de Defesa Civil e Resgate e informou sobre as dificuldades

encontradas pelo CODAP junto às secretarias municipais para realizar o planejamento e

implantação das ações aprovadas pelo Consórcio. Isto acabou por atrasar o andamento das

ações. Como solução imediata para minimizar o problema, foi solicitado que prefeitos

orientassem seus secretários para o maior engajamento e colaboração nessas questões.

Salientou-se que no momento oportuno seria interessante a realização de um seminário

interno, para uma oficina de trabalho com secretários e diretores municipais, para tratar e

esclarecer sobre os vínculos existentes com o CODAP e definição de uma pauta mínima de

ações conjuntas prioritárias. Ademais, relatou-se, também, sobre a morosidade na implantação

da unidade do Corpo de Bombeiros em Conselheiro Lafaiete, por parte do Governo do

Estado, que talvez devesse contar com a interlocução política de deputados estaduais aliados.

Em outubro de 2008, durante a vigésima Assembleia Geral, o prefeito de Conselheiro Lafaiete

pediu a compreensão de todos para aguardar o início do próximo mandato para que se pudesse

avançar nos projetos de Defesa Civil e Resgate, uma vez que essas ações dependiam da

cessão de prédios, cujos procedimentos necessários teriam que esperar a finalização da atual

transição política e administrativa. A esse respeito, o presidente do CODAP informou sobre o

agendamento de encontro, em 12 de janeiro de 2009, com o prefeito de Conselheiro Lafaiete

eleito, para tratar da Defesa Civil Regional, Resgate e Corpo de Bombeiros, uma vez que

esses assuntos envolvem diretamente esse município. Ademais, informou-se que o Deputado

Estadual Padre João tem conversado sobre iniciativas que vem desenvolvendo junto ao

Governo do Estado no sentido de obter auxílio para as vítimas das enchentes das cidades de

Congonhas, Belo Vale e Jeceaba, que incluem a: i) mobilização para a Defesa Civil; ii)

isenção de taxa de água; e iii) doação de vacinas e outas medidas necessárias ao atendimento

dos moradores atingidos.

No início de 2009, no mês de fevereiro (vigésima terceira Assembleia), o prefeito de

Conselheiro Lafaiete informou que o Corpo de Bombeiros realizou, recentemente, duas visitas

à cidade de Conselheiro Lafaiete e que a corporação avaliou o prédio da Universidade Aberta

área. Após ampla discussão, decidiu-se que apenas em um segundo momento o CODAP participaria com

convênio de manutenção do Corpo de Bombeiros. 53

Os prefeitos de São Brás do Suaçuí e de Ouro Branco comprometeram-se a assinar, posteriormente, esse

Contrato de Programa, pois não contavam ainda com o parecer de seus procuradores.

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94

do Brasil (UAB) como o ideal para ser utilizado. Assim, a UAB passará a ocupar outro

prédio. O secretário-executivo informou que a Defesa Civil Regional agendou uma reunião de

coordenação com os representantes dos municípios para apresentar o projeto que está em

andamento, uma vez que houve mudança de representante em vários municípios. Seria

necessário discutir a instalação do Resgate, sobretudo enquanto não há instalações do SAMU.

O Prefeito de Conselheiro Lafaiete informou estar articulando a instalação de duas Unidades

de Pronto Atendimento (UPA) no município de Conselheiro Lafaiete, que reforçará o

atendimento de emergência. E disse, ainda, que para a instalação do Resgate, encontra-se

ocioso o antigo prédio onde funcionava o Resgate, antigamente, e, portanto, poderia cedê-lo.

Na décima quinta Assembleia Geral, o secretário-executivo do CODAP apresentou os

Programas de Defesa Civil Regional e de Resgate. Após ampla discussão, foi aprovada a

instalação da Defesa Civil Regional, e decidiu-se adiar um pouco mais o Programa de

Resgate, até a definição sobre a instalação ou não do Corpo de Bombeiros em Conselheiro

Lafaiete.

Em junho de 2009 (vigésima sexta Assembleia Geral), o secretário-executivo expressou a

urgente necessidade de que os municípios manifestassem o interesse em participar do

Programa de Defesa Civil Regional. Sobre esse assunto o secretário do governo de

Conselheiro Lafaiete, em representação ao prefeito, informou que Conselheiro Lafaiete

decidiu não participar deste contrato de programa. Os demais prefeitos, então, deliberaram

sobre a necessidade de rever os cálculos devidos a cada município, em função da desistência

de Conselheiro Lafaiete. Em julho, na Assembleia seguinte, realizou-se a assinatura do

Contrato de Programa para a organização da Defesa Civil Regional entre as prefeituras e o

CODAP. O presidente do Consórcio assinou a resolução de criação da Defesa Civil Regional.

Foi aprovada por todos os envolvidos a contratação de servidor para a função de Coordenador

Regional da Defesa Civil e Resgate.

Então, na vigésima oitava Assembleia, em agosto de 2008, o presidente do CODAP relatou

sobre o andamento dos trabalhos da Defesa Civil Regional e sobre a criação do Conselho

Administrativo que seria composto pelos coordenadores municipais de Defesa Civil. Foi

solicitado aos prefeitos que nomeassem seus servidores para a reunião, que se realizaria em 14

de novembro, em São Brás do Suaçuí. Na vigésima nona Assembleia Geral, em setembro de

2009, o presidente do CODAP falou sobre as expectativas em relação à Defesa Civil junto ao

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95

governo do estado de Minas Gerais e a União e comunicou o lançamento da Defesa Civil e a

posse do conselho comunitário no dia 2 de outubro, em Congonhas.54 E na Assembleia Geral

no mês seguinte (trigésima Assembleia), o presidente informou do êxito do lançamento da

Defesa Civil. E relatou que o deputado estadual apresentara emenda parlamentar ao

orçamento para a aquisição de uma viatura para a Defesa Civil. O secretário-executivo do

CODAP solicitou aos prefeitos a liberação da quantia de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para

a aquisição de materiais emergenciais, o que foi aprovado por todos.

Por ocasião da trigésima segunda Assembleia Geral, em dezembro de 2009, o secretário-

executivo do CODAP informou sobre a Conferência Regional de Defesa Civil que seria

realizada no dia 15 de dezembro no município de Jeceaba. E pediu o empenho na mobilização

para a participação. O coordenador da Defesa Civil falou sobre o Plano de Contingência que

se encontrava pronto, tendo encaminhado uma cópia para cada município. O Presidente do

CODAP sugeriu que o Plano de Contingência fosse apresentado na Conferência.

Por ocasião da trigésima terceira Assembleia Geral, em fevereiro de 2010, informou-se sobre

o sucesso da I Conferência Regional de Defesa Civil do Alto Paraopeba, realizada em

Jeceaba. O Presidente do CODAP informou que a Defesa Civil da região tornou-se uma

referência estadual e mesmo nacional.55

A ata da quadragésima nona Assembleia Geral, em agosto de 2011, informa que o

coordenador Regional de Defesa Civil encontrava-se realizando o mapeamento e a

fiscalização das passagens de nível férreo para averiguar providências de prevenção para a

Defesa Civil. O coordenador informou que o Plano de Contingência específico para o período

das chuvas estava sendo elaborado. E tão logo ficasse pronto seria apresentado aos municípios

com a indicação das áreas de risco para as devidas providências.

54

A respeito de interlocução como governo federal, a ata da trigésima primeira Assembleia Geral registra que o

presidente do CODAP informou que teria uma audiência com o Ministro da Justiça para tratar de assuntos de

interesse da Defesa Civil. 55 Na trigésima segunda Assembleia Geral, em dezembro de 2009, o coordenador da Defesa Civil informou que

havia encaminhado que o Plano de Contingência encontrava-se pronto e que seria apresentado na referida

Conferência. E na trigésima quinta assembleia, em abril de 2010, este mesmo coordenador discorreu sobre a

necessidade de aquisição de veículo e de alguns equipamentos para a Defesa Civil. Informou-se que deputado

estadual iria pleitear este recurso no orçamento do estado; e no caso do recurso não ser aprovado seria utilizado

recursos do próprio Contrato de Programa.

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96

3.3.4 Desenvolvimento Regional e Articulação Regional, Nacional e Internacional e outros

temas de políticas públicas.

Esta seção trata das ações do CODAP ao fomento do desenvolvimento regional e das

articulações em âmbito local ou regional e internacional estabelecidas. Este tópico aborda

também a realização de conferências regionais de políticas públicas, em substituição às

conferências municipais; e os termos de parceria firmados entre o CODAP e parceiros

externos. Estas ações serviram para potencializar e qualificar sua atuação e articular o

financiamento de projetos para a região, que incluíram o fomento do Fórum Agenda 21 de

desenvolvimento sustentável, assim como o desenvolvimento de plano de planejamento

regional, entre outras ações.

O Plano de Desenvolvimento Regional do Alto Paraopeba: Investimentos Estratégicos,

lançado em outubro de 2011, teve sua construção associada à necessidade de planejamento

regional “[...] para que o avanço das atividades minerárias e da indústria siderúrgica na região

do Alto Paraopeba sejam acompanhadas de intervenções que garantam sua sustentabilidade

social e ambiental. [...]” (CODAP, 2011, p. 4). O Centro de Desenvolvimento e Planejamento

Regional (CEDEPLAR) da UFMG foi contratado para realizar esse estudo que aborda

aspectos de formação histórica de Minas Gerais e da região do CODAP, do quadro

socioeconômico atual, e do diagnóstico e perspectivas futuras dos investimentos privados e

públicos na região, indicados ações de investimento necessárias para a apropriação local de

impactos positivos dos investimentos na região, a partir de variáveis de perfil socioeconômico

da população da região, de crescimento econômico recente e de infraestrutura dos municípios

e região, considerando o passado recente e a perspectiva futura.

Em sua origem, a iniciativa do desenvolvimento de um plano regional surgiu a partir da

proposição do Ministério da Integração Nacional, em realizar um curso de desenvolvimento

sustentável para a região do Alto Paraopeba e região mineradora 56 . E ao longo dessas

tratativas aprovou-se que durante o curso seriam coletados insumos com vistas à elaboração

56

Registro dessa proposição consta da ata da quarta Assembleia Geral, em maio de 2007. Em fevereiro de 2008,

(décima terceira Assembleia Geral) ocorreu reunião com representantes do Ministério da Integração Nacional e

da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais para tratar de curso de desenvolvimento

regional, que é uma iniciativa do governo federal em parceria com a Comissão Econômica para a América

Latina e o Caribe (CEPAL). Foi proposta a realização de um curso no período de 20 a 24 de março de 2008, em

Belo Horizonte, denominado Curso Internacional de Estratégias de Desenvolvimento Regional e Local, para o

qual foi solicitado o apoio do CODAP. Na assembleia seguinte, o secretário-executivo apresentou detalhes sobre

a participação do CODAP no Curso.

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97

futura de um Plano de Desenvolvimento Regional, que contaria com o apoio da SEDRU/MG.

Na décima sétima Assembleia Geral, em julho de 2008, o secretário-executivo confirmou que

a elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional contaria com financiamento da

SEDRU/MG.

Em dezembro de 2008 (vigésima primeira Assembleia Geral) foi assinado o Convênio com a

SEDRU para a elaboração do Plano Integrado de Desenvolvimento da Região do Alto

Paraopeba. Na Assembleia seguinte (vigésima segunda, em janeiro de 2009), o secretário-

executivo informou que o Convênio com a SEDRU (para elaboração do plano de

desenvolvimento) já contava com recursos para sua implantação.57

Em agosto de 2009 (vigésima oitava Assembleia Geral), o secretário-executivo comunicou

que o Seminário sobre Consórcios Públicos e Desenvolvimento Regional estaria agendado

para o dia 20 de agosto de 2009, no Auditório da Prefeitura de Ouro Branco. A SEDRU/MG e

Ministério da Integração Nacional e a CEDEPLAR/UFMG participariam também. Foi, então,

solicitada a participação dos prefeitos para a reunião no dia 21 de agosto de 2009 com as

instituições mencionadas para dar continuidade à avaliação do Plano de Desenvolvimento

Regional58.

Na vigésima terceira Assembleia Geral, em fevereiro de 2009, o secretário-executivo

apresentou a proposta de realização de seminário em parceria com a SEDRU para apresentar

o Consórcio aos demais municípios da região. Na Assembleia seguinte avançou-se no

planejamento para a realização do Seminário. Após a realização deste seminário, o presidente

do CODAP, na vigésima nona assembleia, em setembro de 2009, relatou que um dos

objetivos do Seminário Regional de Consórcio Público fora a organização de fóruns

permanentes. E como resultado desse trabalho, o Fórum de Assistência Social encontrava-se

57

Restava ao CODAP, aguardar a finalização de estudo a respeito da entidade que seria contratada. Contudo,

somente em junho de 2009 (durante a vigésima sexta Assembleia Geral), o secretário-executivo informou que a

licitação para elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional fora realizada. A Fundeb da UFMG foi a

vencedora desse certame e faria a elaboração do Plano. As atividades teriam início nesse mês de junho. Haveria,

ainda, a organização do seminário CODAP-SEDRU/MG vinculado ao Plano de Desenvolvimento Regional, e

que, por isso, o Ministério da Integração Nacional seria convidado a participar. 58 Na trigésima oitava assembleia, em julho de 2010, informou-se que sobre o Plano de Desenvolvimento

Regional seria realizado, finalmente, o Seminário no dia 27 de agosto para a apresentação e a discussão e

definição de seu formato final. No dia 09 de julho seria realizada uma apresentação do Plano para as Secretárias

do Estado.

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98

constituído; tendo sido, inclusive, agendada reunião com o Ministro do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome (MDS) para tratar do tema.

Na trigésima terceira Assembleia Geral, em fevereiro de 2010, informou-se que no dia 16 de

fevereiro de 2010 haveria uma reunião no BNDES, no Rio de Janeiro, para a apresentação,

juntamente com os técnicos do CEDEPLAR, do Plano de Desenvolvimento Regional59; o

presidente do CODAP fez um relato dos grandes investimentos previstos para a região. As

empresas Vale, Vallourec & Sumimoto Tubos do Brasil (VSB), CSN – Companhia

Siderúrgica Nacional e Ferrous Resources do Brasil confirmaram a retomada de seus projetos

para a região. A VSB teria previsão de iniciar operação em julho do corrente ano e esperava

atingir o nível máximo de atividade de forma plena e definitiva até o final do ano. Um dos

pontos de maior atenção dessa discussão concentrou-se sobre a contratação de mão-de-obra

fixa da VSB e a desmobilização da mão-de-obra temporária que atenderia a empresa.

Decidiu-se que o CODAP convidaria a diretoria da empresa e representantes do governo do

Estado, para a discussão dos impactos dos investimentos e soluções para os problemas. Nessa

mesma reunião, informou-se que a prefeitura de Congonhas estaria discutindo com a CSN a

construção de um centro olímpico.

Novamente, durante a trigésima sexta Assembleia Geral, em maio de 2010, discutiu-se os

impactos dos grandes investimentos, principalmente, sobre os municípios de São Brás do

Suaçuí, Entre Rios de Minas e Ouro Branco. Sugeriu-se que fosse aprofundado o estudo da

realidade em um setor específico, que poderia ser o de mobilidade intrarregional, a fim de

promover uma negociação produtiva. De toda forma, decidiu-se aguardar a apresentação do

Plano de Desenvolvimento Regional.

O Fórum Agenda 21 Minero Siderúrgica Congonhas / Alto do Paraopeba - MG começou a

reunir-se em junho de 2010, tendo sido resultado da expansão, que se mantinha restrita ao

município de Congonhas. Conforme documento institucional de referência (Congonhas,

2012) e depoimentos coletados, a proposta de construir a Agenda 21 em Congonhas tem

início em julho de 2007, tendo sido fomentada pelo Ministério de Minas e Energia (MME).60

59

Ademais, informou-se sobre a organização do seminário de lançamento do Plano na Assembleia Legislativa de

Minas Gerais, no dia 17 de maio. 60 Durante a décima oitava Assembleia Geral, em agosto de 2008, representante do Ministério de Minas e

Energia fez uma apresentação sobre a Agenda 21 Minero-Siderúrgica e sobre as ações do Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC).

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99

E em 2009, logrou-se a elaboração, inclusive, do “Plano de Ações da Agenda 21 minero-

siderúrgica de Congonhas e do Alto do Paraopeba” que serviria para balizar essa concertação

de atores regionais. O fórum reunia representações de governo, empregadores, trabalhadores e

sociedade civil. De composição quadripartite, paritária (25% de participação para cada

bancada) e consensual, o fórum é sobretudo um espaço de compartilhamento de informação e

de canalização de demandas que demonstram consonância com aspectos de gestão

democrática do território. O fórum logrou avançar no desenho de ações propositivas, entre

outros motivos, em função do reconhecimento da legitimidade do CODAP para discutir

aspectos relativos ao desenvolvimento da região.61 Dele participaram 31 representantes, sendo

6 da bancada trabalhadores, 9 da bancada empregadores, 8 da bancada sociedade civil e 8 da

bancada poder público, conforme distribuição organizada no Anexo X, a partir de documento

institucional produzido pelo Fórum Agenda 21 (Congonhas, 2012).

Na vigésima quinta Assembleia Geral, em abril de 2009, o presidente do CODAP disse que

uma das formas de avançar com o Fundo de Desenvolvimento Regional seria com a

elaboração da Agenda 21 Mineral Regional. E, portanto, fez a proposta da contratação de um

consultor para ajudar na elaboração do Fórum Agenda 21 Regional. Congonhas, que se

encontrava no processo de elaboração de sua Agenda 21, sugeriu que o CODAP fizesse a

contratação de consultor que atuaria no fortalecimento da Agenda 21 para Congonhas e região

do Alto Paraopeba. A proposta foi aprovada. E definiu-se que o rateio seria feita da seguinte

forma: Congonhas arcaria com 90% dos custos, e os 10% restantes seriam divididos

igualmente entre os outros seis municípios. Abaixo, na Tabela XIII, estão descritos as

informações básicas de contrato de programa celebrado com a finalidade de contratar o

referido consultor encarregado de realizar diagnóstico e de mobilizar os atores locais para a

participação.

Quadro 6 – Contrato de Programa do CODAP para fomentar a implantação da Agenda

21 do Complexo Minero-Siderúrgico de Congonhas e do Alto Paraopeba

1) Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar a implantação da Agenda 21 do Complexo

Minero-Siderúrgico de Congonhas e Alto Paraopeba, celebrado em 04 de maio de 2009. Seu objetivo é

contratar consultor para realizar diagnóstico e mobilização com vistas à implantação da Agenda 21 do

Complexo Minero-Siderúrgico de Congonhas e Alto Paraopeba. O valor global é de R$ 44.000,00.

Fonte: elaboração própria.

61

O CODAP passou a desempenhar o papel de secretaria executiva do Fórum Agenda 21. Esse papel é

compartilhado com a Prefeitura de Congonhas. Essa definição de papéis é resultado de depoimentos coletados e

de observação em campo, por ocasião de visita a reunião da Agenda 21 em novembro de 2012.

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100

Referências à constituição de uma Agência de Desenvolvimento do Alto Paraopeba aparecem

nas atas das assembleias gerais, na décima sexta assembleia, em junho de 2008, quando o

presidente do CODAP comentou sobre reunião interministerial do complexo minero-

siderúrgico da qual havia participado representando o Consórcio, em Brasília, no dia 09 de

abril de 2008. A proposta, então colocada à mesa, era a de que o Consórcio viesse a se

estruturar como uma base técnica de planejamento e de gestão regional, de forma a assumir

atribuições de Agência de Desenvolvimento do Alto Paraopeba. Nessa mesma assembleia, o

secretário-executivo do CODAP fez uma análise das possibilidades colocadas ao Consórcio,

com vistas a sua maior consolidação. E descreveu três grupos de ações principais: i)

implementação de projetos de impacto e visibilidade, com o objetivo de divulgar e obter apoio

social e político; ii) investimento em propaganda institucional, para tornar o CODAP

conhecido na região e no estado; e iii) promoção de inversão de capital a favor do Consórcio,

com o objetivo de garantir a permanência do interesse dos consorciados com base nos

serviços prestados e no capital investido. Posteriormente, na vigésima quinta, em abril de

2009, mencionou a possibilidade de criação de um Fundo de Desenvolvimento Regional.

Nessa oportunidade, tratou-se sobre mecanismos de captação de recursos. Na vigésima nona

Assembleia, em setembro de 2009, o presidente do CODAP informou, ainda, que o Projeto de

Gestão Estratégica do Território, que constituía uma contrapartida dos municípios para a

formação do Fundo de Desenvolvimento do Alto Paraopeba pelo BNDES, encontrava-se em

fase final de elaboração. Na semana seguinte o secretário-executivo e a assessoria do CODAP

teriam reunião para apreciação da metodologia proposta.

A respeito das articulações regionais realizadas pelo CODAP, ressalte-se a realização de

conferências regionais, cujo foco principal é o fomento à participação social. O CODAP

realizou cinco conferências regionais, como fase preparatória para sua participação em

conferências estaduais e nacionais. As conferências trataram dos temas de igualdade racial,

drogas, comunicação, cultura e trabalho decente, e foram realizadas entre os anos de 2009 e

2011. O quadro a seguir relaciona denominação completa e data de realização das

Conferências. Os dados foram obtidos por meio da análise dos relatórios finais,

disponibilizados pelo CODAP (QUADRO 6).

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101

Quadro 7 – Conferências Regionais do CODAP – 2007-2012

1. I Conferência Regional de Políticas Públicas sobre Drogas do Alto Paraopeba - 13 de agosto de

2009.

A Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial foi precedida de sete plenárias

municipais, cuja participação somada à conferência regional, reuniu 200 pessoas. As propostas aprovadas

reuniram-se em torno das temáticas da i) educação, ii) saúde, iii) trabalho e renda, iv) terra, quilombolas e

povos indígenas, e v) segurança. A Conferência, conforme seu relatório final, salienta o resultado

excepcional do “[...] reconhecimento da realidade de desigualdades étnico-raciais e o comprometimento de

promover a igualdade racial. [...]”. Dentre as propostas aprovadas, está a criação de gerências municipais de

promoção da igualdade racial; e, também, a criação de fundo municipal e estadual, destinado à promoção de

políticas públicas de igualdade racial

2. I Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial – 26 de abril de 2009.

Conforme registra seu relatório final, a I Conferência Regional de Políticas Públicas sobre

Drogas do Alto Paraopeba recebeu 147 delegados que aprovaram propostas concretas de ação para cada um

dos quatro eixos temáticos: i) violência, ii) prevenção, iii) tratamento e iv) reinserção na sociedade. Dentre os

delegados do poder público, estiveram presentes representantes de Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Entre

Rios de Minas, Jeceaba e Ouro Branco. Alguns dos encaminhamentos estão relacionados a ações específicas

da atuação municipal no âmbito do Sistema Único da Assistência Social (SUAS), como a criação de Centro

de Referência para Crianças e Adolescentes para tratamento de dependência química, ou o fomento à

inclusão produtiva por meio de centros regionais de reinserção, além de muitos outros encaminhamentos.

3. I Conferência Regional de Comunicação do Alto Paraopeba – 06 de outubro de 2009.

A Conferência Regional de Comunicação do Alto Paraopeba, cujo subtítulo é “Comunicação:

meios para construção de direitos e de cidadania na era digital”, contou com a presença de 60 delegados, que

participaram nas temáticas: i) produção de conteúdo, ii) meios de distribuição, e iii) cidadania: direitos e

deveres. Entre os encaminhamentos, destaca-se o incentivo à produção regional mediante selo de

responsabilidade social e cultural, e a criação de um conselho municipal/regional de comunicação social.

4. I Conferência Regional de Cultura do Alto Paraopeba – 24 de outubro de 2009.

A Conferência Regional de Cultura do Alto Paraopeba contou com a participação de 120

pessoas e tratou dos eixos i) produção simbólica e diversidade cultural; ii) cultura, cidade e cidadania; iii)

cultura e desenvolvimento sustentável; iv) cultura e economia criativa; v) gestão e institucionalidade da

cultura. Os representantes da área de governo foram dos municípios de Congonhas, Ouro Branco,

Conselheiro Lafaiete e São Brás do Suaçuí. E como suplente, também um representante de Entre Rios de

Minas participou. Ao final da Conferência diversos encaminhamentos foram deliberados, como a de realizar

anualmente o Fórum Municipal e Regional de Cultura; e a de implantar nas escolas públicas municipais e

estaduais o ensino de atividades artístico-culturais, por meio de parcerias.

5. Conferência Regional para o Emprego e Trabalho Decente do Alto Paraopeba – 15 de julho de

2011.

A Conferência Regional para o Emprego e Trabalho Decente do Alto Paraopeba tratou de i) princípios e

direitos; ii) proteção social; iii) trabalho e emprego; e iv) fortalecimento dos atores tripartites e do diálogo

social. Dentre os diversos encaminhamentos aprovados, esteve a criação de defensoria pública do trabalho na

região para a defesa dos direitos dos trabalhadores; o fortalecimento dos conselhos municipais do trabalho do

alto Paraopeba; e a criação de uma política pública de inserção da mulher no trabalho, entre muitos outros

encaminhamentos.

Fonte: Elaboração própria.

A ata da Assembleia Geral faz menção à realização das conferências regionais, conforme

registro em abril de 2011 (quadragésima quinta Assembleia Geral), quando se discutiu o

planejamento das conferências de políticas públicas, sobre as quais os prefeitos

recomendaram que, sempre que possível, fossem realizadas em formato regional, e em

sistema de rodízio entre os municípios, para que os diferentes municípios possam receber as

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102

conferências.62 Além das conferências acima referidas, o CODAP realizou, conforme registro

em ata da quinquagésima segunda Assembleia Geral, em fevereiro de 2012, a Conferência

Regional do Alto Paraopeba sobre Transparência e Controle Social, que seria realizada no dia

13 de fevereiro, na cidade de Ouro Branco.

Na vigésima sexta Assembleia Geral, em junho de 2009, a prefeita de Betim e presidente do

Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (CIBAPAR) explanou

sobre a importância da aproximação com os municípios do CODAP. Em seguida, o

secretário-executivo do Consórcio CIBAPAR explanou sobre os projetos conduzidos pelo

CIBAPAR e seus benefícios potenciais para a região do CODAP. E na Assembleia seguinte,

discutiu-se sobre a posição que o CODAP deve ter em relação ao CIBAPAR. Os prefeitos

manifestaram a posição de que não se trata de somente de voltar a contribuir financeiramente,

mas de participar efetivamente. E que somente faria sentido voltar a participar se isso for feito

em bloco. O secretário-executivo do CODAP ficou encarregado por propor, juntamente com

interlocutores nas prefeituras, um estudo sobre as condições mais apropriadas para esse

retorno. A decisão sobre o retorno ou não seria tomada na Assembleia Geral ordinária de

agosto. E durante a vigésima oitava Assembleia, em agosto de 2009, a despeito do retorno dos

municípios ao CIBAPAR, após discussão o presidente do CODAP ficou encarregado por

apresentar contra proposta a presidente do CIBAPAR, em que os municípios maiores

contribuiriam com R$ 2.000,00 (dois mil reais), e os Municípios menores com R$ 500,00

(quinhentos reais) mensais.

Durante a trigésima Assembleia Geral, em outubro de 2009, o prefeito de Jeceaba abordou a

temática da audiência pública sobre o CIBAPAR. E pediu aos demais prefeitos uma discussão

sobre o CISAP. O presidente do CODAP sugeriu que esta discussão ocorresse reunião

seguinte do CISAP, que se encontra agendada. Todos concordaram com a sugestão.

Na trigésima terceira Assembleia Geral, em fevereiro de 2010, discutiu-se as dificuldades que

os municípios de Jeceaba, São Brás do Suaçuí e Entre Rios de Minas estão enfrentando com

relação ao CISAP, concluindo-se pela necessidade de se apresentar um estudo para elaboração

de um contrato de programa na área de saúde entre estes municípios.

62

A construção da orientação política do CODAP em realizar as conferências regionalmente pode ser observada

em diversos outros registros nas atas da Assembleia Geral, de anos anteriores.

Page 106: por - Oswaldo Cruz Foundation

103

Na quadragésima quarta Assembleia Geral, em fevereiro de 2011, o CODAP recebeu o

prefeito de Prado e presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência

Centro Sul (CISRU), que discorreu sobre sua estruturação.63

Na quadragésima quinta Assembleia Geral, em abril de 2011, o prefeito de Jeceaba informou

que assumiu a Presidência do Consórcio CIBAPAR. E solicitou o apoio dos demais Prefeitos

e a participação efetiva do CODAP. Na Assembleia seguinte, o prefeito de Jeceaba informou

que estará presente no Festival das Águas, representando o CIBAPAR, e que poderá

representar, também, o CODAP.

Durante a quinquagésima primeira Assembleia Geral, em novembro de 2011, a Procuradora

do ECOTRES, esclareceu que representantes de duas empresas que realizaram consultoria

para o Ministério do Meio Ambiente, apresentaram os resultados desse estudo que requer a

ampliação do consórcio de resíduos sólidos. Foi sugerida uma fusão entre o CODAP e o

ECOTRES.

Na reunião seguinte, explorou-se a questão com maior profundidade. Durante a

quinquagésima segunda Assembleia Geral, em fevereiro de 2012, representantes do

Ministério do Meio Ambiente (MMA) e de empresa contratada por esse Ministério

explanaram sobre o Plano de Resíduos Sólidos para a região do Alto Paraopeba e seu entorno.

Foi solicitado por parte do MMA que os municípios respondam a um questionário para

auxiliar no diagnóstico regional. Apresentaram-se, também, duas possibilidades de trabalho:

primeira, fusão entre o ECOTRES e o CODAP; segunda, ampliação do ECOTRES para a

incorporação dos municípios de Belo Vale, Entre Rios de Minas, Jeceaba e São Brás do

Suaçuí. Após a apresentação foi aberto o debate. O Prefeito de Conselheiro Lafaiete

63

O CISRU “[...] tem como finalidade desenvolver, em conjunto, ações e serviços de saúde, observados os

preceitos que regem o SUS, especialmente no que tange ao gerenciamento dos serviços de urgência e emergência

da Macrorregião Centro Sul do Estado de Minas Gerais. O consórcio é constituído pelos municípios de Alfredo

Vasconcelos, (MATOS & DIAS, 2012)Alto Rio Doce, Antônio Carlos, Barbacena, Barroso, Bom Sucesso,

Capela Nova, Caranaíba, Carandaí, Casa Grande, Catas Altas da Noruega, Cipotânea, Conceição da Barra de

Minas, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Coronel Xavier Chaves, Cristiano Otoni, Desterro de Melo, Desterro

de Entre Rios, Dores de Campos, Entre Rios de Minas, Ibertioga, Ibituruna, Itaverava, Jeceaba, Lagoa Dourada,

Lamim, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Ouro Branco, Paiva, Piedade do Rio Grande, Piranga, Prado,

Queluzito, Resende Costa, Ressaquinha, Rio Espera, Ritápolis, Santa Bárbara do Tugúrio, Santa Cruz de Minas,

Santa Rita de Ibitipoca, Santana do Garambéu, Santana dos Motes, São Brás do Suaçuí, São João del-Rei, São

Tiago, São Vicente de Minas, Senhora de Oliveira, Senhora dos Remédios e Tiradentes (CMSVM, 2010). Dos

51 municípios que compõem o consórcio, 13 pertencem à bacia do rio Paraopeba (Casa Grande, Congonhas,

Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni, Desterro de Entre Rios, Entre Rios de Minas, Itaverava, Jeceaba,

Lagoa Dourada, Ouro Branco, Queluzito, Resende Costa e São Brás do Suaçuí), mas apenas um informou

sobre a consorciação (Congonhas). [...]” (MATOS & DIAS, 2012).

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104

manifestou-se contrário a fusão do CODAP e do ECOTRES. E apresentou justificativa no

sentido de que o ECOTRES estaria se consolidando e tornando-se referência em todo País. E

até por uma questão política deveria continuar essa trajetória e inaugurar o aterro sanitário.

Uma vez que trabalhou muito para superar obstáculos e deve agora colher frutos políticos

desse trabalho. Ademais, trata-se de um trabalho complexo e que, portanto, demanda um

consórcio exclusivo para tratar da questão. O Prefeito de Jeceaba, contrariamente, manifestou

que o CODAP tornou-se uma referência nacional e mesmo internacional, e tem todas as

condições de executar ou incorporar este trabalho. Em sua visão, é mais coerente e econômico

para os municípios terem um único consórcio. Ademais, reforçou que o mesmo deveria

ocorrer com os serviços de saúde. Para evitar uma proliferação de consórcios é que foi criado

o CODAP, a fim de evitar onerar os municípios. O prefeito de São Brás do Suaçuí destacou

que seu município carece ainda de aterro sanitário. E sugeriu a criação de um aterro deveria

atender aos municípios de São Brás do Suaçuí, Jeceaba e Entre Rios de Minas. O aterro a ser

criado brevemente em Conselheiro Lafaiete estaria distante desses municípios, o que irá

encarecer muito o serviço. O prefeito de Congonhas pediu a palavra para resgatar a história do

CODAP e seus objetivos e ressaltou que a ideia de criar o CODAP como um consórcio

guarda chuva foi justamente para atender a todas as ações que demandassem a ação

consorciada. Por isso, manifestou-se favoravelmente à fusão entre os dois Consórcios. O

Prefeito de Conselheiro Lafaiete indagou os representantes do MMA sobre quando os

recursos estariam disponíveis para o Consórcio. Em resposta, o representante afirmou que há

recursos para projetos de resíduos sólidos e também para o Plano Intermunicipal de Resíduos

Sólidos. Em ambos os casos, os recursos serão destinados prioritariamente para consórcios.

Após amplo debate, deu-se encaminhado a solução de que a empresa contratada faça proposta

para três cenários distintos: primeiro, o ECOTRES permanece e continua com os três

Municípios já consorciados; e segundo, os municípios do CODAP que não fazem parte do

ECOTRES (Belo Vale, Entre Rios de Minas e Jeceaba e São Brás do Suaçuí), e os Municípios

de Desterro de Entre Rios e Piedade das Gerais terem um aterro sanitário no CODAP.

Na quinquagésima terceira Assembleia Geral, em março de 2012, os secretários municipais de

Saúde foram recebidos no CODAP sobre a dificuldade que vem enfrentando o CISAP. Após

longo debate, deliberou-se sobre a realização de uma reunião dos secretários de saúde com a

Assessoria Jurídica do CODAP para discutirem sobre a viabilidade de Programa de Saúde

com vistas a amenizar a demanda reprimida e estabelecer uma linha de cuidado.

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105

A dimensão da articulação regional, mas também nacional e mesmo internacional pode ser,

em alguma medida, mensurada pelos temos de cooperação firmados pelo CODAP. O

Apêndice I descreve, sucintamente, dez documentos nos quais o CODAP tomou parte. Alguns

dos quais relacionadas a atividades já descritas, como o desenvolvimento do Plano de

Desenvolvimento Regional. Outros temas abordados referem-se ao fomento de atividades

educacionais e qualificação profissional, entre outros. Ademais, encontrou-se registro, na ata

da quadragésima terceira Assembleia Geral, em dezembro de 2010, na qual o presidente do

CODAP recebeu a delegação composta por representes do Governo do Estado de Minas

Gerais (Polo de Excelência Mineral Metalúrgico, Secretaria Estadual de Desenvolvimento

Regional e Política Urbana – SEDRU) e da França (CD2E e Nord-Pas de Calais). O propósito

da visita foi estabelecer parcerias e intercâmbio de experiências, com base em acordo já

existente entre o Estado de Minas Gerais e a França.

Para além da capacidade do CODAP em realizar articulações e ganhar visibilidade nacional e

internacional, o Consórcio constituiu-se como espaço de debate e divulgação de temas de

interesse regional, sobretudo sobre temas específicos de políticas públicas.64

Em relação à temática da educação, tratou-se, durante a sexta Assembleia Geral, em julho de

2007, da inauguração Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) de Congonhas no

dia 26 de julho de 2007. Informou-se que seria inaugurada, também, a Universidade Aberta de

Conselheiro Lafaiete no dia 27 de julho de 2007. Em dezembro de 2009, informou-se sobre as

tratativas junto ao Ministério da Educação (MEC) e a Universidade de São João del-Rei para

a instalação de um Campus em Entre Rios de Minas, iniciativa que os prefeitos manifestaram

apoio irrestrito.

Na trigésima terceira Assembleia Geral, em fevereiro de 2010, a vice-prefeita de Ouro Branco

informou que o Fórum de Educação do CODAP havia apresentando proposta de incentivo e

capacitação de atletas, e, portanto, sugeriu que o CODAP criasse uma Gerência de Esportes

no Consórcio. E na trigésima quarta Assembleia, em março de 2010, representantes de

organização não governamental apresentaram, composto por ex-jogadores de futebol, o

Programa Escola no Esporte. E nessa mesma reunião, o CODAP deliberou favoravelmente à

64

Ressalte-se, por exemplo, mobilização do CODAP junto à direção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)

para tratar do anúncio de demissões de empregados da empresa, agendada para o dia para o dia 20 de março de

2009.

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106

criação de um Fórum de Esportes. Por fim, o secretário-executivo apresentou a proposta de

realização da I Conferência Regional do Esporte. Ouro Branco foi escolhida como a cidade

sede deste evento.

Na quadragésima sexta Assembleia Geral, em maio de 2011, o pró-reitor de projetos especiais

da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e sua equipe apresentaram o Projeto Oculte

do Centro de Referência em Incubação de Empresas e Projetos de Ouro Preto, quando foi

ressaltada a possibilidade de implantação do Parque Tecnológico na região do Alto

Paraopeba. Nessa mesma reunião, representante do SEBRAE apresentou proposta de cursos

para serem realizados em parceria com o CODAP nas áreas de licitações, liderança e

desenvolvimento local e empreendedor individual.

Durante a trigésima segunda Assembleia Geral, em dezembro de 2009, o secretário-executivo

apresentou os resultados do trabalho que vem sendo discutido com o Banco do Brasil, em que

três grupos de trabalho foram criados com o objetivo de desenvolver projetos relacionados à

cadeia produtiva do minério e do aço, turismo e agricultura familiar.

No âmbito da política de assistência social, em outubro de 2009, o prefeito de Belo Vale

propôs que para os menores em conflito com a lei fosse indicada soluções sob uma ótica

regional. O presidente do CODAP apresentou o Projeto Correnteza Social que trata de

questões relacionadas a jovens em conflito com a lei. Destacou que esse Projeto fora

preparado pelo Fórum Permanente de Assistência Social. Informou, ainda, que este Projeto

seria apresentado ao Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) no

Seminário Regional de Assistência Social, que seria realizado no dia 09 de outubro em

Congonhas. Na trigésima terceira Assembleia Geral, informou-se que o Projeto Correnteza

tramitaria no MDS e haveria a expectativa de receber investimentos em breve. Na

quadragésima terceira Assembleia Geral, o secretários de Assistência Social dos Municípios

de Congonhas, Entre Rios de Minas, Jeceaba, Belo Vale e São Brás do Suaçuí falaram sobre o

Programa de Produção Inclusiva e solicitaram apoio dos prefeitos para este Programa.

Na trigésima Assembleia Geral, em outubro de 2009, deputado federal presente a Assembleia

Geral como convidado repassou aos prefeitos a demanda para que se melhorasse o transporte

coletivo para atendimento aos alunos do Campus da Universidade de São João del-Rei. Na

trigésima terceira Assembleia Geral, o presidente do CODAP informou sobre a convocação

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107

para a próxima Assembleia Geral de representante do DER-MG para esclarecimentos sobre o

projeto de alteração da rodovia, no trecho de influência da VSB.

Em relação às políticas de habitação, na vigésima terceira Assembleia Geral, a vice-prefeita

de Ouro Branco abordou a necessidade de elaboração de um projeto na área de moradia de

interesse social e de saneamento. E na trigésima primeira Assembleia Geral, a vice-prefeita

sugeriu a elaboração do Plano Regional de Saneamento e de Habitação de Interesse Social. Na

trigésima quarta Assembleia Geral, discutiu-se sobre o programa de moradia, tendo o

presidente do CODAP sinalizado à vice-prefeita de Ouro Branco sobre a inclusão no

Programa Minha Casa Minha Vida. Na quadragésima segunda assembleia, informou-se que

haveria reunião do Fórum Nacional de Reforma Urbana com o tema “Desafios para a

Iniciação” no dia 11 de novembro.

No âmbito da segurança pública, sobre o tema de “perícia policial”, durante a décima nona

Assembleia Geral, em setembro de 2008, representante da 26ª Delegacia Regional de Polícia

apresentou e justificou a relevância do “Projeto de Perícias Integradas – PPI”, para o qual

solicitou apoio do CODAP para uma articulação com o governo do Estado, para instalar a

unidade prevista para a região, que deveria ser instalada em Conselheiro Lafaiete, em terreno

a ser cedido pela Prefeitura Municipal. Deliberou-se sobre a urgência da Secretaria de

Segurança Pública do Estado para a discussão do assunto e reivindicação de um PPI para a

região.

Durante a vigésima sexta Assembleia Geral, em junho de 2009, o médico legista da 26ª

Delegacia Regional da Polícia Civil relatou demanda do Instituto Médico Legal (IML) de

Conselheiro Lafaiete referente ao transporte de corpos. Hoje esse serviço é prestado pelas

funerárias a preços exorbitantes. Esse serviço deveria ser prestado gratuitamente pelo Estado.

O IML não dispõe de estrutura de motorista para a realização desse serviço. E, portanto,

apresenta ao CODAP apoio para a constituição dessa estrutura, uma vez que o serviço tem

abrangência regional. Após debate e esclarecimentos adicionais, os prefeitos pactuaram em

analisar mais detidamente esse demanda para, então, decidir sobre.

Durante a trigésima terceira Assembleia Geral, o presidente informou em reunião que ocorreu

em Brasília com o Ministro da Justiça, que foi apresentada a sugestão de implantação na

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108

região do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI) para o

CODAP.

Na trigésima oitava Assembleia Geral, o secretário-executivo do CODAP apresentou a

proposta de construção de uma penitenciária. Em razão de ser esse um assunto bem específico

e também polêmico, decidiu-se realizar uma reunião específica para tratar desse assunto, em

data a ser futuramente agenda. Na trigésima nova Assembleia Geral, o presidente do CODAP

relatou reunião com o Governo do Estado, especificamente com o subsecretário de estado de

administração prisional, em que foi relatada a intenção de construção de um presídio na

região. Nessa reunião foi solicitado apoio para a disponibilização do terreno. Informou-se que

para as instalações físicas há recursos disponíveis. Após discussão, os prefeitos encaminharam

a necessidade de discussão dessa questão com maior profundidade em outra oportunidade.

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109

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O consórcio público intermunicipal foi tomado como objeto de estudo desta pesquisa. E

buscou-se investigar fatores que pudessem atestar uma correlação positiva entre a atuação

consorciada, traduzida na atuação política e programática do Consórcio Público, e o eventual

fortalecimento da capacidade de gestão ou de administração dos municípios. Para tanto,

considerou-se um estudo de caso para aproximar da realidade o objeto de estudo.

A análise do contexto social e econômico da região do Alto Paraopeba revelou que um

conjunto de munícipios com disparidades de ordem econômica entre si, mas localizados em

mesmo território, cuja dinâmica econômica (na área de mineração e siderurgia) é dependente

do mercado externo e, portanto, suscetível a crises internacionais de retração do comércio

mundial como a que ocorreu no ano de 2008. E mesmo o desenvolvimento positivo dos

empreendimentos colocam desafios significativos de planejamento e atuação dos poderes

públicos locais. Essa situação reforça uma atuação do Consórcio Público para o

Desenvolvimento do Alto Paraopeba (CODAP) no sentido de fortalecer a capacidade de

gestão dos municípios, para além de constituir-se como instrumento de execução de políticas

públicas.

Os resultados da aplicação do índice e das variáveis nos municípios integrantes do CODAP

mostraram que ao longo do período de pesquisa, 2007-2012, houve uma evolução positiva.

Seria precipitado concluir, contudo, que os avanços estejam estreitamente relacionados à

atuação do CODAP. Afinal, há muitas outras variáveis independentes que poderiam fomentar

um melhor desempenho em algumas das variáveis, como a adesão a conselhos municipais de

políticas públicas.

Incentivos por parte de outros entes federativos poderiam constituir, por si só, fatores

decisivos para a criação de conselhos. Porém, o CODAP institucionalizou uma prática de

realização de conferências regionais de políticas públicas, criando incentivos políticos e

institucionais para que os seus sete municípios participassem dessa política, que guarda forte

relação com a criação e bom funcionamento de conselhos de políticas públicas.

A análise da experiência política e institucional do CODAP torna evidente o desenvolvimento

regional depende de capacidade técnica e visibilidade política. O Consórcio em questão

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110

conseguiu avançar positivamente nessas duas frentes. A gama de ações ou frentes de atuação

do CODAP reservou destaque para o fomento da capacidade de gestão de seus municípios.

Conforme corroboram a atuação denominada “fortalecimento da gestão”, observou-se que as

ações do Consórcio, em boa medida, estiveram direcionadas às áreas de interesse comum, em

que o custo da atuação conjunta é reduzido. Foi dado destaque para as áreas de

desenvolvimento rural e defesa civil. Ademais, as articulações com interlocutores externos,

muitas vezes, fortaleceu a capacidade de gestão, conforme demosntram as tratativas para o

desenvolvimento do plano de desenvolvimento regional e a adesão a projetos do BNDES, de

fortalecimento de sistemas tributários municipais.

Ainda que não se possa traçar uma relação direta entre as atividade do CODAP com a

melhora da maioria dos indicadores da administração pública gerencial, é possível inferir que

a atuação do CODAP tenha gerado incentivos nesse sentido. Para a variável “Existência de

Plano Diretor” percebe-se, também, uma correlação positiva, uma vez que o “Plano de

Desenvolvimento do Alto Paraopeba”, ao recomendar o desenvolvimento de um Plano

Diretor Regional, despertou a prioridade para esse ponto do desenvolvimento regional. Um

dos resultados observados, por exemplo, indica que o bom resultado dos municípios do

CODAP para a variável “Quantidade de Conselhos Gestores Existentes”, tenha sido

fortalecida pelo desenvolvimento de conferências regionais de políticas públicas. Nesse caso,

percebe-se uma correlação forte de atuação do CODAP e melhora do indicador. Identificou-se

que a cooperação intermunicipal foi adotada como uma estratégia para potencializar a atuação

estatal, com vistas a um desenvolvimento de caráter sustentável.

Como fatores limitantes desta pesquisa deve-se considerar o não aprofundamento da análise

das estruturadas municipais e mesmo da implementação das políticas desenvolvidas pelo

CODAP, para além de outras fontes que não as Atas das Assembleias Gerais e documentos de

trabalho fornecidos pelo CODAP.

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111

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Urbanismo, n. 17 (21), p. 115-133, 2º sem. 2010. Disponível em: http://periodicos.

pucminas.br/index.php/Arquiteturaeurbanismo/article/view/3313/3672. Acesso em: fev. 2013.

STRELEC, T., & FONSECA, F. (2011). Alcance e Limite da Lei dos Consorcios Publicos -

um balanco da experiencia consorciativa no estado de Sao Paulo. Cadernos Adenauer -

Municipios e Estados: experiências com arranjos cooperativos. São Paulo: Editora, Adenauer.

2011. n. XII (4), p. 125-139

Page 119: por - Oswaldo Cruz Foundation

116

APÊNDICES

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117

APÊNDICE A – RESULTADO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS NO CODAP - 2000 A

2012

ELEIÇÃO MUNICIPAL DE 2000

Eleição Municipal do ano 2000 - Belo Vale

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PSDB Matuzalém de Castro Braga (sem coligação)

Vereador PSDB Daniel Santana Pedra (sem coligação)

Vereador PMDB Geraldo José Eustáquio da Silva (sem coligação)

Vereador PDT Sérgio Eli do Carmo (sem coligação)

Vereador PSDB Giovane Álvaro Vieira Castro (sem coligação)

Vereador PSDB Márcio José dos Santos Malta (sem coligação)

Vereador PSDB Otacílio José da Silva (sem coligação)

Vereador PMDB Sebastião Tadeu Alves Teodoro (sem coligação)

Vereador PMDB Waltenir Liberato Soares (sem coligação)

Vereador PMDB Geraldo Ribeiro dos Santos (sem coligação)

Eleição Municipal do ano 2000 - Congonhas

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PL Gualter Pereira Monteiro PL / PPS / PSD / PDT / PV

Vereador PT Anivaldo Antônio dos Santos

Coelho (sem coligação)

Vereador PSD Eduardo Cordeiro Matozinhos (sem coligação)

Vereador PPS Evandro Alves de Almeida PPS / PV

Vereador PSDB João Lourenço Gonçalves PSDB / PSC

Vereador PSD José Barnardes de Souza (sem coligação)

Vereador PSDB José de Freitas Cordeiro PSDB / PSC

Vereador PL José Lúcio de Castro PL / PDT

Vereador PL José Maria dos Santos PL / PDT

Vereador PFL Mauro dos Santos Borges PMDB / PFL

Vereador PL Michael Pereira Souza Neto PL / PDT

Vereador PPS Múcio Corrêa Evangelista PPS / PV

Vereador PFL Roberto Francisco da Silva PMDB / PFL

Vereador PL Ronaldo Cassemiro PL / PDT

Vereador PSD Vanderlei Custódio Martins (sem coligação)

Vereador PSD Vicente José Gonçalves Neto (sem coligação)

Vereador PL Zélio Andrade Duarte PL / PDT

Vereador PSDB Adivar Geraldo Barbosa PSDB / PSC

Eleição Municipal do ano 2000 - Conselheiro Lafaiete

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PP Vicente de Faria Paiva PPB / PDT / PTB / PMDB / PSL / PSC / PL /

PFL / PSDC / PMN / PSD

Vereador PP Valdir Vieira de Resende (sem coligação)

(continua)

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118

(continuação)

Vereador PSB Victor Bhering Neto (sem coligação)

Vereador PMN Wesley Luciano Barros PTB / PMN

Vereador PP Glycon Moreira Franco (sem coligação)

Vereador PT Zilda Helena dos Santos Vieira PT / PC do B

Vereador PSC Doracy Appolinário PSC / PSD

Vereador PMDB Marco Antônio Reis Carvalho PMDB / PFL

Vereador PL Aluizio Fernandes de Melo PSL / PL

Vereador PP Benito Nicolau Laporte (sem coligação)

Vereador PT Pedro Américo de Almeida PT / PC do B

Vereador PMN Divino Pereira PTB / PMN

Vereador PL Farley Augusto Ferreira de Araújo PSL / PL

Vereador PMDB JOSE DERLY DA CRUZ ALEIXO PMDB / PFL

Eleição Municipal do ano 2000 - Entre Rios de Minas

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PSD HUGO BERNARDES DE

MOURA PSD / PSDB / PMDB

Vereador PSD SEBASTIÃO MARQUES DE

SOUZA (sem coligação)

Vereador PHS ANTÔNIO MAIA DE FREITAS (sem coligação)

Vereador PFL NILSON VIEIRA DA COSTA (sem coligação)

Vereador PP ILTON VIEIRA DE RESENDE PPS / PPB

Vereador PTB JOÃO GONÇALVES DE

RESENDE PTB / PST

Vereador PDT JOSÉ RODRIGUES DE

OLIVEIRA (sem coligação)

Vereador PMDB PEDRO CARDOSO DA SILVA PMDB / PSDB

Vereador PSD ANTÔNIO PENA FERNANDES (sem coligação)

Eleição Municipal do ano 2000 - Jeceaba

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PL MANUEL ANTÔNIO DIAS PL / PDT / PSDC / PFL / PSC

Vereador PTB GILBERTO RIBEIRO PTB / PPB

Vereador PTB VALDIR LUIZ TOMÉ DIAS PTB / PPB

Vereador PDT JESUS RIBEIRO MACHADO PDT / PL

Vereador PTB JOSÉ RIBEIRO MAIA PTB / PPB

Vereador PL MARIA DAS GRAÇAS DIAS PDT / PL

Vereador PSDC AGOSTINHO RIBEIRO JÚNIOR PSDC / PSC

Vereador PL JESUS JOSÉ DE MATOSINHOS PDT / PL

Eleição Municipal do ano 2000 - Ouro Branco

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PL HÉLIO MÁRCIO CAMPOS PL / PSB / PDT / PMDB / PSDB / PSD / PV /

PSN

(continua)

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119

(conclusão)

Vereador PSB ANÍBAL BELMIRO DE

ASSUNÇÃO PV / PSB

Vereador PMDB OMAR HILÁRIO VIEIRA PL / PMDB

Vereador PV REINALDO LÁZARO VIEIRA PV / PSB

Vereador PDT JOSÉ INÁCIO PEREIRA PDT / PSN / PSDB

Vereador PT ROGÉRIO DE OLIVEIRA

PEREIRA (sem coligação)

Vereador PP BRANCA DE CASTILHA SOUZA

CUNHA (sem coligação)

Vereador PFL CARLOS ROBERTO PEREIRA (sem coligação)

Vereador PAN GISLENE MARIA LAGE (sem coligação)

Vereador PP JOÃO DA FRAGA DUARTE (sem coligação)

Vereador PL LUIZ CLAUDIO GROSSI PL / PMDB

Vereador PMDB ROBERTO RODRIGUES JÚNIOR PL / PMDB

Eleição Municipal do ano 2000 - São Brás do Suaçuí

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PL MOISÉS MATIAS PEREIRA PTB / PMDB / PL / PPB

Vereador PPS DANIEL DE SOUZA PIRES PSC / PPS

Vereador PP OSWALDO GONTIJO

CANÇADO PTB / PPB

Vereador PL FLAVIANO PEREIRA

TRINDADE PL / PMDB

Vereador PTB MAURA MAIA PTB / PPB

Vereador PL APRÍGIO EVANGELISTA DE SÁ PL / PMDB

Vereador PTB ELIAS RIBEIRO DE SOUZA PTB / PPB

Tabela 3 - Resultado da Eleição Municipal nos Municípios do CODAP - 2004

ELEIÇÃO MUNICIPAL DE 2004

Eleição Municipal do ano 2004 - Belo Vale

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PMDB VANDERLEI DE CASTRO PTB / PMDB

Vereador PMDB JOSÉ DE MOURA ROCHA (sem coligação)

Vereador PMDB WALTENIR LIBERATO SOARES (sem coligação)

Vereador PSDB MÁRCIO JOSÉ DOS SANTOS MALTA PL / PSDB

Vereador PSDB ROSALEE FERNANDES PEREIRA PL / PSDB

Vereador PSDB DIONÍSIO CARLOS FERNANDES PL / PSDB

Vereador PDT JOSÉ VICENTE DO CARMO (sem coligação)

Eleição Municipal do ano 2004 - Congonhas

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PT ANDERSON COSTA CABIDO

PT / PSDB / PMDB / PMN /

PV

Vereador PSDB ADIVAR GERALDO BARBOSA PT / PSDB

(continua)

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120

(continuação)

Vereador PT MÚCIO CORREA EVANGELISTA PT / PSDB

Vereador PTB GILVANDO CARLOS BARRETO PTB / PPS

Vereador PL JOSÉ LÚCIO DE CASTRO PDT / PL

Vereador PTB VANDERLEI CUSTODIO MARTINS PTB / PPS

Vereador PL DÉLCIO GERALDO DA MATA PDT / PL

Eleição Municipal do ano 2004 - Conselheiro Lafaiete

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PT JULIO CESAR DE ALMEIDA BARROS PT / PPS / PSB / PC do B

Vereador PL GLYCON MOREIRA FRANCO PL / PMDB

Vereador PSB VICTOR BHERING NETO PPS / PSB

Vereador PFL BENITO NICOLAU LAPORTE PFL / PV

Vereador PP IVAR DE ALMEIDA CERQUEIRA NETO PSC / PP

Vereador PSDB ALUÍZIO FERNANDES DE MELO PSDB / PSL

Vereador PRTB DIVINO PEREIRA PRTB / PTC

Vereador PT ZILDA HELENA DOS SANTOS VIEIRA PT / PC do B

Eleição Municipal do ano 2004 - Entre Rios de Minas

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PTB MÁRIO AUGUSTO ALVES DE ANDRADE PTB / PMDB / PFL

Vereador PRTB FERNANDO ANDRADE MAIA (sem coligação)

Vereador PL CRISTIANO CARLOS CARDOSO (sem coligação)

Vereador PSDC ANTÔNIO MAIA DE FREITAS PSDC / PSDB

Vereador PTB ANTÔNIO PENA FERNANDES (sem coligação)

Vereador PTB JOSÉ ROBERTO BERNARDES (sem coligação)

Eleição Municipal do ano 2004 - Jeceaba

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PT JÚLIO CÉSAR REIS PT / PTB / PMDB / PPS

Vereador PMN JOÃO BATISTA MACIEL PFL / PMN / PP / PDT

Vereador PL JOSÉ DANTAS DE MIRANDA FILHO PSC / PL

Vereador PTB MARCELO MARCIANO DA ROCHA PT / PTB

Vereador PT SÁLVIO DE FREITAS MAIA PT / PTB

Vereador PL JESUS JOSÉ DE MATOSINHOS PSC / PL

Vereador PSDC JOSÉ RIBEIRO MAIA PSL / PSDC

Eleição Municipal do ano 2004 - Ouro Branco

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PT ROGÉRIO DE OLIVEIRA PEREIRA (sem coligação)

Vereador PT EDISIO RUFINO TORRES (sem coligação)

Vereador PV WILSON DA ROCHA VILELA PSB / PV

Vereador PV HEBERT VAZ RIBEIRO PSB / PV

Vereador PP JOÃO DA FRAGA DUARTE PP / PRTB / PHS

(continua)

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121

(conclusão)

Vereador PL MÁRIO LÚCIO LOPES BELÉM PMDB / PL / PSDB

Vereador PMDB CARLOS ROBERTO PEREIRA PMDB / PL / PSDB

Vereador PDT GISLENE MARIA LAGE PDT / PTB / PSL

Eleição Municipal do ano 2004 - São Brás do Suaçuí

Cargo Partido Candidato Coligação

Prefeito PT LUIZ CARLOS FERNANDES PT / PPS

Vereador PL FLAVIANO PEREIRA TRINDADE PMDB / PL

Vereador PTB SERGIO RODRIGO COSTA PACHECO PTB / PFL

Vereador PT JOSÉ FERNANDO PINTO PT / PPS

Vereador PP OSWALDO GONTIJO CANÇADO PP / PSL

Vereador PTB SEBASTIAO CUSTODIO DIAS DE OLIVEIRA PTB / PFL

Vereador PT

FÁTIMA DA CONCEIÇÃO AZEVEDO

ARNALDO PT / PPS

Vereador PL FREDERICO SOUZA ASSUMPÇÃO PMDB / PL

Tabela 4 - Resultado da Eleição Municipal nos Municípios do CODAP – 2008

ELEIÇÃO MUNICIPAL DE 2008

Eleição Municipal do ano 2008 - Belo Vale

Cargo Partido Candidato

Prefeito PMDB WANDERLEI DE CASTRO

Vereador PMDB ANA LUCIA FERNANDES DE CASTRO PARREIRAS

Vereador PSDB ANTONIO DE CASTRO MALTA FILHO

Vereador PSDB ATAIDE GERALDO TEIXEIRA

Vereador PSDB DIONISIO CARLOS FERNANDES

Vereador PP GERALDO SALVADOR DOS SANTOS

Vereador PMDB JOSE DE MOURA ROCHA

Vereador PMDB JOSE VICENTE DO CARMO

Vereador PTB MAURICIO RODRIGUES PEREIRA

Vereador PTB RONEI BARBOSA DA SILVA

Eleição Municipal do ano 2008 - Congonhas

Cargo Partido Candidato

Prefeito PT ANDERSON COSTA CABIDO

Vereador PT ADEIR DOS SANTOS SILVA

Vereador PSDB ADIVAR GERALDO BARBOSA

Vereador PPS ANIVALDO ANTÔNIO DOS SANTOS COELHO

Vereador PV ANTONIO ELADIO DUARTE

Vereador PSDB EDILON FERREIRA LEITE

Vereador PR EDUARDO CORDEIRO MATOSINHOS

Vereador PR FELICIANO DUARTE MONTEIRO

Vereador PT RODOLFO GONZAGA DA SILVA

(continua)

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122

(continuação)

Vereador PDT VICENTE JOSÉ GONÇALVES NETO

Eleição Municipal do ano 2008 - Conselheiro Lafaiete

Cargo Partido Candidato

Prefeito PSDB JOSÉ MILTON DE CARVALHO ROCHA

Vereador PSDB ALUIZIO FERNANDES DE MELO

Vereador PRTB DARCY JOSÉ DE SOUZA

Vereador PMN ELI SEVERINO RIBEIRO

Vereador PSDB HÉLIO FRANCISCO DE OLIVEIRA

Vereador PSDB IVAR DE ALMEIDA CERQUEIRA NETO

Vereador PT JOSE MILAGRES NOGUEIRA

Vereador PMN JOSÉ RICARDO SÍRIO

Vereador PMDB MARCO ANTONIO REIS CARVALHO

Vereador PRTB MAURO LUCIO DA SILVA

Vereador PT PEDRO AMERICO DE ALMEIDA

Vereador PMDB VALDIR VIEIRA DE RESENDE

Eleição Municipal do ano 2008 - Entre Rios de Minas

Cargo Partido Candidato

Prefeito PTB MARIO AUGUSTO ALVES ANDRADE

Vereador PTB ANTONIO PENA FERNANDES

Vereador PTB ELIANA PENA DE RESENDE

Vereador PRTB FERNANDO ANDRADE MAIA

Vereador PRTB JOAO GONÇALVES DE RESENDE

Vereador PT JOSE DA SILVA FERNANDES

Vereador PSC JOSÉ RESENDE DE MOURA

Vereador PSC JOSÉ ROBERTO LUIZ PEIXOTO

Vereador PT SANDRA DE ASSIS REIS

Vereador PTB SEBASTIÃO PANZERA VELOSO

Eleição Municipal do ano 2008 - Jeceaba

Cargo Partido Candidato

Prefeito PT JÚLIO CÉSAR REIS

Vereador PDT FABIO VASCONCELOS

Vereador PSL GILBERTO RIBEIRO

Vereador PT JOSÉ COELHO DOS REIS

Vereador PTN JOSÉ PEREIRA

Vereador PMDB LUIZ AUGUSTO CARDOSO

Vereador PDT MARCIO FERREIRA

Vereador PSDB ROBERTO MONTEIRO DA SILVA

Vereador PMDB TARCÍSIO ANTÔNIO MAIA

Vereador PSL VALDECI RIBEIRO COELHO

(continua)

Page 126: por - Oswaldo Cruz Foundation

123

(conclusão)

Eleição Municipal do ano 2008 - Ouro Branco

Cargo Partido Candidato

Prefeito PT ROGÉRIO DE OLIVEIRA PEREIRA

Vereador PMN ALEXANDRE DE OLIVEIRA ALVES

Vereador PMN BRANCA DE CASTILHA DE SOUZA CUNHA

Vereador PMDB CLÁUDIO COSTA LEITE

Vereador PMN EDSON GONÇALVES DA SILVA

Vereador PT FLÁVIO GERALDO VIEIRA DOS SANTOS

Vereador PV GERALDO PEDRO DA SILVA

Vereador PP JOÃO DA FRAGA DUARTE

Vereador PT MARIA APARECIDA JUNQUEIRA CAMPOS

Vereador PMN SEBASTIÃO MATIAS SOARES

Eleição Municipal do ano 2008 - São Brás do Suaçuí

Cargo Partido Candidato

Prefeito PT LUIZ CARLOS FERNANDES

Vereador DEM AGOSTINHO DIAS PEDROSO

Vereador PSL CARLOS CÉSAR DA SILVA

Vereador PT FÁTIMA DA CONCEIÇÃO AZEVEDO ARNALDO

Vereador PT HELOÍSA OLIVEIRA MARQUES E SOUZA

Vereador PT JOSÉ FERNANDO PINTO

Vereador PSL MILTON CARLOS ABEL PIRES

Vereador PP OSWALDO GONTIJO CANÇADO

Vereador PTB SEBASTIÃO CUSTÓDIO DIAS DE OLIVEIRA

Vereador PSDB VICENTE CARDOSO DOS SANTOS

Tabela 5 - Resultado da Eleição Municipal nos Municípios do CODAP para Prefeito – 2012

Eleição Municipal do ano 2012 - Belo Vale

Candidato Partido Situação Qt Votos %

JOSÉ LAPA DOS SANTOS PMDB Eleito 3.720 56,142

MATUZALEM DE CASTRO BRAGA JUNIOR PSDB Não eleito 2.906 43,858

Eleição Municipal do ano 2012 - Congonhas

Candidato Partido Situação Qt Votos %

PATRÍCIA FERNANDES MONTEIRO PP Não eleito 1.355 4,325

ZENITA ANDRADE DUARTE PDT Não eleito 9.575 30,566

WALNUT DOS SANTOS PSC Não eleito 638 2,037

ALTARY DE SOUZA FERREIRA JUNIOR PSB Não eleito 1.374 4,386

JERONIMO CASTRO FILHO PSTU Não eleito 151 0,482

WANESSA PAULA MANSO VICENTINI PT Não eleito 2.053 6,554

JOSE DE FREITAS CORDEIRO PSDB Eleito 16.180 51,65

(continua)

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124

(conclusão)

Eleição Municipal do ano 2012 - Conselheiro Lafaiete

Candidato Partido Situação Qt Votos %

VICENTE DE FARIA PAIVA DEM Não eleito 18.167 27,235

ANA LUCIA DE ASSIS PC do B Não eleito 933 1,399

JULIO CESAR DE ALMEIDA BARROS PT Não eleito 22.124 33,167

IVAR DE ALMEIDA CERQUEIRA NETO PSB Eleito 25.481 38,2

Eleição Municipal do ano 2012 - Entre Rios de Minas

Candidato Partido Situação Qt Votos %

MARIA CRISTINA MANSUR TEIXEIRA

RESENDE PP Eleito 5.065 53,963

JOSE WALTER RESENDE AGUIAR PDT Não eleito 3.191 33,997

JOSE GERALDO DE LIMA PR Não eleito 1.130 12,039

Eleição Municipal do ano 2012 - Jeceaba

Candidato Partido Situação Qt Votos %

FABIO VASCONCELOS PDT Eleito 3.284 71,298

DANIEL MAURICIO REIS PSDB Não eleito 1.322 28,702

Eleição Municipal do ano 2012 - Ouro Branco

Candidato Partido Situação Qt Votos %

MARIA APARECIDA JUNQUEIRA CAMPOS PSD Eleito 11.548 51,736

HELIO MARCIO CAMPOS PSDB Não eleito 8.583 38,453

VALTER TEIXEIRA DE SOUZA PSC Não eleito 1.832 8,208

ODILON ALICIO VIEIRA PTB Não eleito 358 1,604

Eleição Municipal do ano 2012 - São Brás do Suaçuí

Candidato Partido Situação Qt Votos %

ANA PAULA PEREIRA DE SOUZA PSDB Não eleito 816 31,038

ELIAS RIBEIRO DE SOUZA PRB Eleito 1.265 48,117

HELOISA OLIVEIRA MARQUES E SOUZA PT Não eleito 548 20,844

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125

APÊNDICE B – CALENDÁRIO DAS ATAS DA ASSEMBLEIA GERAL, PERÍODO

2007-2012, COM REGISTRO DA LOCAL DA REUNIÃO

Primeiro Ano de Assembleia Geral – 2007

Número Tipo Dia Mês Ano Local

1a Ordinária 05 Fevereiro 2007 Prefeitura Municipal de Congonhas

2a

Ordinária 05 Março 2007 Prefeitura Municipal de Ouro Branco

3a Ordinária 02 Abril 2007

Secretaria Municipal de Saúde do Município de

São Brás do Suaçuí

4a Ordinária 07 Maio 2007 Casa de Hóspedes em Conselheiro Lafaiete

5a Ordinária 04 Junho 2007 Casa de Hóspedes em Conselheiro Lafaiete

6a Ordinária 02 Julho 2007 Gabinete do Prefeito de Jeceaba

7a Ordinária 06 Agosto 2007 Sala de Conferências da Prefeitura de Ouro Branco

8a Ordinária 03 Setembro 2007

Copaíba Parque no Município de São Brás do

Suaçuí

9a Ordinária 15 Outubro 2007 Romaria no Município de Congonhas

10a Ordinária 05 Novembro 2007 Casa de Hóspedes em Conselheiro Lafaiete

11a Ordinária 03 Dezembro 2007 Gabinete do Prefeito de Jeceaba

Segundo Ano de Assembleia Geral – 2008

12a Ordinária 28 Janeiro 2008

Sala de Conferências da Prefeitura Municipal de

Ouro Branco

13a Ordinária 11 Fevereiro 2008 Câmara Municipal de São Brás do Suaçuí

14a Ordinária 03 Março 2008 Romaria, Município de Congonhas

15a Ordinária 20 Maio 2008 Prefeitura Municipal de Jeceaba

16a Ordinária 02 Junho 2008

Sala de Conferências da Prefeitura Municipal de

Ouro Branco

17a Ordinária 07 Julho 2008

Secretaria Municipal de Saúde do Município de

São Brás do Suaçuí

18a Ordinária 04 Agosto 2008

Centro Cultural do Município de Entre Rios de

Minas

19a Ordinária 1

o Setembro 2008

Universidade Aberta do Brasil em Conselheiro

Lafaiete

20a Ordinária 14 Outubro 2008 Prefeitura Municipal de Jeceaba

21a Ordinária 02 Dezembro 2008

Copaíba Clube no Município de São Brás do

Suaçuí

Terceiro Ano de Assembleia Geral – 2009

22a Ordinária 05 Janeiro 2009 Câmara Municipal de Belo Vale

1a Extraordinária 02 Fevereiro 2009 Romaria, Município de Congonhas

23a Ordinária 02 Fevereiro 2009 Romaria, Município de Congonhas

24a Ordinária 02 Março 2009

Secretaria Municipal de Educação e Esporte,

Município de Conselheiro Lafaiete

25a Ordinária 06 Abril 2009

Centro Cultural Ministro João Ribeiro no

Município de Entre Rios de Minas

26a Ordinária 1

o Junho 2009 Gabinete da Prefeitura de Jeceaba

27a Ordinária 06 Julho 2009 Sala de Conferências da Prefeitura de Ouro Branco

28a Ordinária 03 Agosto 2009

Secretaria de Saúde do Município de São Brás do

Suaçuí

29a Ordinária 14 Setembro 2009 Câmara Municipal de Belo Vale

30a Ordinária 05 Outubro 2009 Romaria, Município de Congonhas

31a Ordinária 09 Novembro 2009 Prefeitura de Conselheiro Lafaiete

32a Ordinária 11 Dezembro 2009

Sede do Codap no Município de Conselheiro

Lafaiete

(continua)

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126

(conclusão)

Quarto Ano de Assembleia Geral – 2010

Aa Ordinária 1

o Fevereiro 2010

Centro Cultural Ministro João Ribeiro

no Município de Entre Rios de Minas

34o Ordinária 1

o Março 2010

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

35o Ordinária 05 Abril 2010 Prefeitura Municipal de Jeceaba

36o Ordinária 03 Maio 2010

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

37o Ordinária 07 Junho 2010

Sala de Conferências da Prefeitura de

Ouro Branco

38o Ordinária 05 Julho 2010

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

39o

* Ordinária 02 Agosto 2010

Policlínica Municipal de São Brás do

Suaçuí

40o Ordinária NÃO DISPONÍVEL

41 o Ordinária NÃO DISPONÍVEL

42o Ordinária 06 Novembro 2010

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

43o Ordinária 06 Dezembro 2010 Romaria, Município de Congonhas

Quinto Ano de Assembleia Geral – 2011

3o Extraordinária 07 Fevereiro 2011

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

44o Ordinária 07 Fevereiro 2011

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

45o Ordinária 04 Abril 2011

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

46o Ordinária 02 Maio 2011

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

47o Ordinária NÃO DISPONÍVEL

48o Ordinária NÃO DISPONÍVEL

49o Ordinária 1

o Agosto 2011

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

50o Ordinária NÃO DISPONÍVEL

51o Ordinária 07 Novembro 2011

Secretaria Municipal de Educação de

Belo Vale

Sexto Ano de Assembleia Geral – 2012

52o Ordinária 06 Fevereiro 2012

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

53o Ordinária 06 Março 2012

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

54o Ordinária 02 Julho 2012

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

55o Ordinária 15 Outubro 2012

Sede do Codap no Município de

Conselheiro Lafaiete

56o Ordinária 07 Novembro 2012 Município de Belo Vale

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127

APÊNDICE C – RELAÇÃO DE PARTICIPANTES COM REGISTRO EM ATA DAS

ASSEMBLEIAS GERAL NO PERÍODO 2007-2012

Codap

1. Secretario Executivo do Codap, Sr. Luiz Antônio Landini.

Secretário-executivo do Codap, cedido pela Prefeitura de Congonhas, Sr. Syllas Marinheiro da

Silva.

2. Controladora do Codap, Sra. Silene Gonçalves da Silva.

3. Assessor Jurídico do Codap, Sr. Ivan Duque de Paiva.

4. Assessora Jurídica do Codap, Sra. Viviane Macedo Garcia.

5. Coordenador Regional de Defesa Civil, Sr. Ademir Inácio da Silva.

Belo Vale

6. Prefeito de Belo Vale, Sr. Vanderlei de Castro.

7. Vice Prefeito de Belo Vale, Sr. Simeão Januário do Carmo.

8. Chefe de Gabinete da Prefeitura de Belo Vale, Sr. Geraldo José Eustáquio da Silva.

9. Secretário de Fazendo de Belo Vale, Sr. Itamar Fernandez Monteiro.

10. Vereador de Belo Vale, Sr. Geraldo Salvador dos Santos.

11. Vereadora de Belo Vale, Sra. Ana Lúcia Fernandes de Castro.

Congonhas

12. Prefeito de Congonhas, Sr. Anderson Cabido

13. Assessor da Prefeitura de Congonhas, Sr. Syllas Marinheiro da Silva.

14. Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Congonhas. Sr. Rodolfo Gonzaga.

15. Secretário de Desenvolvimento Econômico de Congonhas, Sr. Lourival Araújo de Andrade.

16. Assessor da Prefeitura de Congonhas, Sr. Ronaldo Rodrigues Assunção.

17. Secretário de Comunicação e Eventos, Sr. Edson Fernandes Martins.

18. Secretário de Planejamento de Congonhas, Sr. Henrique Marani.

19. Vereador de Congonhas, Sr. Adeir dos Santos.

20. Secretária de Educação de Congonhas, Sra. Rosane Moreira

Cons. Lafaiete

21. Prefeito de Conselheiro Lafaiete, Sr.

22. Prefeito de Conselheiro Lafaiete, Sr.

23. Secretário do Governo de Conselheiro Lafaiete, Sr. Pastor José Boaventura Celestino.

24. Assessor da Prefeitura de Conselheiro Lafaiete, Sr. Raimundo Gabriel dos Santos.

25. Chefe de Gabinete de Conselheiro Lafaiete, Sr. João Batista da Silva.

26. Presidente da Câmara Municipal de Congonhas, Sr. Rodolfo Gonzaga.

27. Secretário de Planejamento de Conselheiro Lafaiete, Sr. Paulo Cesar de Carvalho.

Secretário de Planejamento de Conselheiro Lafaiete, Sr. Hamilton Reis Simões.

28. Secretário do Município de Conselheiro Lafaiete, Sr. Arthur.

29. Assessor do Município de Conselheiro Lafaiete, Sr. Hamilton Reis Simões.

30. Assessor do Município de Conselheiro Lafaiete, Sr. Sirlei Campos Neto.

31. Assessor do Município de Conselheiro Lafaiete, Sr. Jorcelino de Oliveira.

32. Assessor do Município de Conselheiro Lafaiete, Sr. Rogério Batista Evangelista.

33. Assessor do Município de Conselheiro Lafaiete, Sr. Wesley Luciano de Barros.

Entre Rios de Minas

34. Prefeito de Entre Rios de Minas, Sr. Mario Augusto Alves Andrade.

35. Secretária de Saúde de Entre Rios de Minas, Sra. Sarah Magda Baeta Morais Andrade.

Ouro Branco

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128

36. Vice Prefeita de Ouro Branco, Sra. Valéria de Melo Nunes Lopes.

37. Chefe de Gabinete da Prefeitura de Ouro Branco, Sra. Nilma Aparecida da Silva.

38. Assessor da Prefeitura de Ouro Branco, Sr. Jaci Rosa Godim.

39. Assessor da Prefeitura de Ouro Branco, Sr. Messias Alves de Paula.

40. Vereador de Ouro Branco. Sr. Flavinho.

São Brás do Suaçuí

41. Prefeito de São Brás do Suaçuí, Sr.

42. Secretário de Agricultura de São Brás do Suaçuí, Sr. Moisés Pires de Souza.

43. Tesoureiro de São Brás do Suaçuí, Sr. Walter Aureliano Pires de Souza.

44. Assessora de Comunicação de São Brás do Suaçuí, Sra. Angélica Maia Amâncio.

Convidados:

Assembleia Legislativa de Minas Gerais

45. Deputado Estadual Padre João Carlos Siqueira.

46. Assessora do Deputado Estadual Padre João, Sra. Nilma Aparecida da Silva.

47. Assessor do Deputado Estadual Padre João, Sr. Francis Maurice H. Norton.

48. Deputado Estadual, Sr. Glaycom Franco.

Governo de Minas Gerais

49. Representante do Polo Mineral Metalúrgico do Estado de Minas Gerais, Sra. Maria de

Lourdes de Almeida.

50. Especialista em Consórcios Públicos da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política

Urbana (SEDRU), Sr. Gustavo Machado.

Resente Costa

51. Prefeito de Resente Costa, Sr. Adilson Avelino de Resente.

Consórcio ECOTRES

52. Procuradora do ECOTRES, Sra. Dra. Maria José Honorato dos Santos.

53. Secretário-executivo do ECOTRES, Sr. Moisés Pires.

Consórcio CIBAPAR

54. Prefeita de Betim e Presidenta do Consórcio CIBAPAR, Sra. Maria do Carmo Lara.

55. Secretário-executivo do Consórcio CIBAPAR, Sr. Mauro da Costa Val.

56. Consórcio CIRSU

57. Prefeito do Município de Prados e Presidente do Consórcio do CIRSU, Sr. Gustavo Gastão

Corgosinho Cardoso.

Polícia Civil

58. Médico Legista da 26ª Delegacia Regional da Polícia Civil, Dr. Rômulo Azevedo de Castro.

AREFALP

59. Presidente da Associação Regional Escola Família Agrícola do Alto Paraopeba (AREFALP),

Sra. Maria Efigênia Santana Peixoto.

60. Representante do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Sr. Celso Vieira.

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129

APÊNDICE D – CONTRATOS DE PROGRAMA DO CODAP RELACIONADOS AO

FORTALECIMENTO DA GESTÃO ADMINISTRATIVA

1) Nome: Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o programa de estruturação

da fiscalização tributária a ser administrado pelo CODAP.

Data de celebração: 05 de abril de 2010 (Aditado em 20 de abril de 2010).

Municípios signatários: Congonhas, Entre Rios de Minas, Jeceaba e Ouro Branco.

Objeto e objetivo: “[...] a implementação de programa de arrecadação, fiscalização e procedimentos

tributários dos municípios signatários. E tem por objetivo, principalmente, realizar o diagnóstico do

número de estabelecimentos comerciais, industriais, mineradoras, prestadores de serviços, autônomos,

na região; legislação municipal relativo à cobrança do ISS (base de cálculo, alíquotas, data de

recolhimento do imposto) e das licenças de funcionamento e sanitárias, na região; e realização de

capacitações técnicas relativas à legislação federal.

Valores: O valor total pactuado para a realização desse Contrato de Programa é no valor de R$

113.740,00, dividido entre os exercícios de 2010 e 2011, e entre os municípios signatários na proporção

de 49,59% para Congonhas, 41,33% para Ouro Branco, 4,95% para Entre Rios de Minas, e 4,13% para

Jeceaba.

2) Nome: Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar a contratação de empresa

especializada para a elaboração de diagnóstico institucional e projeto de modernização administrativa a

ser financiado pela linha de crédito do Programa de Modernização da Administração Tributária e da

Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT) do BNDES.

Data de celebração: 20 de julho de 2011.

Municípios signatários: Belo Vale, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Entre Rios de Minas, Jeceaba,

Ouro Branco e São Brás do Suaçuí

Objeto e objetivo: “[...] viabilizar a contratação de empresa especializada para elaboração de

diagnóstico institucional no âmbito dos municípios membros do CODAP [...] e a proposição de um

projeto de modernização das administrações municipais, destacando os investimentos comuns a todos os

municípios, bem como as particularidades de cada um dos municípios consorciados”. Os serviços a

serem desenvolvidos têm como diretrizes: i) assessorar o CODAP na definição e detalhamento dos

investimos comuns aos municípios consorciados, trabalho que deve ser desenvolvido com a participação

efetiva do corpo técnico do CODAP; e ii) assessorar os municípios consorciados na definição e

detalhamento de ações de interesse específico, trabalho que deve ser desenvolvido junto ao corpo

técnico de cada um dos municípios.

Valores: O valor total deste Contrato de Programa é de R$ 83.987,60 (oitenta e três mil, novecentos e

oitenta e sete reais e sessenta centavos) a ser inteiramente custeado pelos signatários deste instrumento

contratual, conforme a seguinte distribuição percentual: Conselheiro Lafaiete – 30%, Congonhas – 35%,

Ouro Branco 25%, Entre Rios de Minas -3%, Belo Vale – 2%, Jeceaba – 2,5% e São Brás do Suaçuí –

2%.

3) Nome: Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o programa de estruturação

da fiscalização do VAF – Valor Adicionado Fiscal a ser administrado pelo CODAP

Data de celebração: 07 de agosto de 2012.

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130

Municípios signatários: Jeceaba, Ouro Branco e Entre Rios de Minas.

Objeto e objetivo: “reduzir a evasão fiscal nos municípios participantes do presente Programa, haja

vista a presença de diversas empresas que atuam na região e não informam as operações de venda e/ou

prestações de transportes e comunicação devidamente na origem a esses municípios.” Segundo no texto

do documento, “[...] essa situação ocorre pela ausência de estabelecimento das empresas na região do

CODAP e facilidades de Regimes Especiais de Unificação da Escrituração Contábil/fiscal pela

Secretaria Estadual de Fazenda. Com a unificação do acompanhamento do Valor Adicionado Fiscal

(VAF) será possível ver a origem e destino dessas empresas mesmo as não estabelecidas de direito.”

Nesse sentido, estão previstas ações como o levantamento dos contribuintes ativos na região do

CODAP, junto a Secretaria Estadual de Fazenda de todos os contribuintes ativos no exercício de 2010 e

a verificação com os municípios participantes deste Contrato de Programa sobre a regularidade fiscal

em relação à licença de localização e funcionamento, entre outras atividades, como o levantamento de

todas as empresas estabelecidas no município participante e as não inscritas pertencentes ao crédito

externo do VAF, mas que realizaram atividades de comercialização e prestação de serviços sujeitas ao

regime de tributação do ICMS.

Valores: O valor desse Contrato de Programa é de R$ 34.5000,00 (quarenta mil e quinhentos reais) foi

dividido entre os três os municípios de Ouro Branco (55,55%), Entre Rios de Minas (16,67%) e Jeceaba

(27,78%).

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131

APÊNDICE E – CONTRATOS DE PROGRAMA DO CODAP RELACIONADOS AO

DESENVOLVIMENTO RURAL

1) Nome: Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o contrato a ser firmado entre

o CODAP e a Fundação de apoio à Universidade Federal de Viçosa – FUNARBE.

Data de celebração: 02 de junho de 2008.

Municípios signatários: Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Jeceaba, Ouro Branco e São Brás do

Suaçuí.

Objeto e objetivo: serviços de elaboração do Diagnóstico de Georeferenciado em Cadeias Produtivas

de Agronegócio, nas zonas rurais dos Municípios membros do CODAP:

1 – realizar levantamento de dados sobre as principais atividades agropecuárias e agroindustriais

realizadas na região do Alto Paraopeba (Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Ouro Branco, Jeceaba e São

Brás do Suaçuí), de forma a criar um embasamento sobre o qual se possa identificar o foco de ação dos

principais agentes de cada seguimento;

2 – com base no levantamento preliminar e considerando a metodologia proposta, elaborar um roteiro

de entrevistas adequado aos propósitos da pesquisa;

3 – entrevistar produtores agropecuários, associações, cooperativas, instituições e demais

estabelecimentos do setor do agronegócio localizados na região do Alto Paraopeba (levantamento de

dados primários);

4 – realizar levantamento de dados dos setores primário, secundário e terciário por meio da aplicação de

questionários e levantamento dos respectivos dados cadastrais;

5 – verificar o potencial de produção, demandas de melhoria e perfis socioeconômico ambiental e

tecnológico dos produtores;

6 – definir cenários representativos atuais e futuros do setor agropecuário e agroindustrial por meio do

processamento e análise dos dados levantados;

7 – elaborar relatórios com análise dos dados levantados durante o processo de levantamento;

8 – marcar as propriedades rurais com GPS (um ponto para cada propriedade rural e estabelecimentos

agroindustriais);

9 – realizar o georeferenciamento das estradas rurais;

10 – criar Sistema de Informações Geográficas – SIG; (Após realização do Diagnóstico

Georeferenciado e da marcação das propriedades rurais e estabelecimentos agroindustriais com GPS,

deverá ser implementado um sistema dinâmico e informações geográficas que permitirá o fácil acesso

ao banco de dados, bem como sua atualização imediata). A formatação do trabalho deverá permitir que

as informações sejam incorporadas por um SIG – Sistema de Informações Geográficas – que poderá ser

formatado e padronizado de acordo com a região, para que o cliente possa, além de visualizar as

informações especializadas, trabalhar de forma dinâmica e eficaz estas informações. Deste modo, será

possível observar os impactos das ações executadas, pós-levantamento, sobre a dinâmica e estrutura do

setor agropecuário e agroindustrial;

11 – promover a discussão dos resultados obtidos por meio da realização de workshop com oficinas

com servidores dos municípios membros do CODAP e demais interessados.

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132

Valores: O valor desse Contrato de Programa é de R$ 82.000,00, sendo R$ 24.600,00 para Congonhas,

R$ 24.6000 para Conselheiro Lafaiete, R$ 4.100,00 para Jeceaba, R$ 24.6000 para Ouro Branco, e R$

4.100,00 para São Brás do Suaçuí.

2) Nome: Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o transporte de alunos dos

Municípios da Região que participam das atividades regulares da Escola Família Agrícola, localizada no

Município de Acaiaca.

Data de celebração: 22 de outubro de 2008.

Municípios signatários: Congonhas e Ouro Branco.

Objeto e objetivo: oferecer transporte de alunos dos municípios da Região que participam das

atividades regulares da ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA – EFA, localizada no município de Acaiaca.

Valores: Esse contrato de programa não prevê repasse financeiro, mas tão-somente o fornecimento de

serviço de transporte de alunos da EFA, conforme parâmetros estabelecidos de divisão de frequências

nessa responsabilidade, a partir da estrutura de veículo já disposta pelos municípios.

3) Nome: Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o contrato a ser firmado entre

o CODAP e a Fundação de apoio à Universidade Federal de Viçosa – FUNARBE.

Data de celebração: 09 de janeiro de 2009. Aditado em 05 de outubro de 2009.

Municípios signatários: Congonhas, Jeceaba, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí.

Objeto e objetivo: refere-se ao “Mapeamento, Identificação, Descrição e Nomenclatura das Estradas

rurais dos Municípios da Região do Alto Paraopeba” que integram o CODAP (Conselheiro Lafaiete,

Congonhas, Ouro Branco, Jeceaba e São Brás do Suaçuí) englobando os seguintes serviços:

1 – Confecção de mapa impresso e digital dos municípios consorciadas, com identificação

georeferenciada das estradas rurais e vicinais existentes, devidamente classificadas e identificadas por

sistema alfanumérico, e de seus pontos relevantes e notáveis.

2 – Identificação, caracterização e georeferenciamento dos pontos relevantes e notáveis ao longo das

vias rurais e suas vicinais, incluindo: pontes, bueiros, mata-burros, atrações turísticas e marcos

existentes, atrativos naturais e culturais notáveis, pontos críticos e vulneráveis, porteiras e casas.

3 - Elaboração de memorial descritivo e fotográfico das estradas rurais e suas vicinais, incluídas as

referências assinaladas.

4 – Reunião prévia com moradores em cada comunidade rural dos municípios contratantes.

Valores: O valor desse contrato de programa é de R$ 19.144,00, sendo R$ 8.725,00 para Congonhas,

R$ 7.419,00 para Ouro Branco, R$ 2.000,00 para Jeceaba, e R$ 1.000,00 para São Brás do Suaçuí. Em

outubro de 2009, esse contrato de programa recebeu aditivo de modo a incorporar os municípios Belo

Vale e Entre Rios de Minas, de modo a contribuir financeiramente, segundo os valores de R$ 5.800,00 e

R$ 1.700,00, respectivamente, e aumentando o valor total do contrato para R$ 26.640,00.

4) Nome: Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar o programa de Unidade

Demonstrativa Agrícola do CODAP.

Data de celebração: 20 de julho de 2010. Esse contrato de programa recebeu 3 termos aditivos. O

primeiro em 28 de dezembro de 2011, o segundo em 20 de maio de 2012 e o terceiro em 02 de julho de

2012.

Municípios signatários: Congonhas, Ouro Branco, Jeceaba e Entre Rios de Minas

Objeto e objetivo: refere-se à Implantação da Unidade Demonstrativa Agrícola que será utilizada no

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133

Sistema de Captação e Armazenamento de Água, Cercamento da área, abertura de Estradas, Galpão de

Apoio e Placas de sinalização e Identificação.

Valores: O valor desse contrato de programa é no valor de R$ 50.000,00, sendo R$ 45.000,00 para

Congonhas, R$ 1.500,00 para Ouro Branco, R$ 3.000,00 para Jeceaba e R$ 500,00 para Entre Rios de

Minas.

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134

APÊNDICE F – CONTRATOS DE PROGRAMA DO CODAP RELACIONADOS À

DEFESA CIVIL

1) Nome: Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar a formação e manutenção da

Defesa Civil Regional a ser administrada pelo CODAP.

Data de celebração: em julho de 2009. Para esse contrato de programa foram assinados 3 termos

aditivos. O primeiro em 02 de agosto de 2011, o segundo em 30 de setembro de 2011 e o terceiro em

09 de agosto de 2012.

Municípios signatários: Congonhas, Entre Rios de Minas, Jeceaba, Ouro Branco, São Brás do Suaçuí

e Entre Rios de Minas.

Objeto e objetivo: estabeleceu-se que:

“1.1 – A Defesa Civil Regional reunirá as Coordenadorias de Defesa Civil municipais (Comdex) em

uma única base de operações, com atuação indistinta em toda circunscrição territorial dos municípios

integrantes do CODAP signatários do presente contrato.

1.2. A Defesa Civil Regional terá por finalidade:

a) Planejar e promover a defesa permanente contra desastres naturais, antropogênicos e mistos.

b) Realizar estudos, avaliar e reduzir riscos de desastres.

c) Atuar na iminência e em circunstâncias de desastres.

d) Prevenir ou minimizar danos, socorrer e assistir populações afetadas, e reabilitar e recuperar os

cenários dos desastres;

e) Promover a articulação com os demais integrantes do Sistema de Defesa Civil do país, com órgãos e

entidades afins, e com empresas da região, em especial que venham a integrar um Plano de Auxilio

Mútuo.

2 – As atividades a serem realizadas pela Defesa Civil Regional incluirão medidas preventivas,

destinadas a reduzir riscos, e o atendimento a desastres e emergências quando da ocorrência destes.

2.1 – São consideradas atividades de prevenção:

a) Vistorias de rotina

b) Vistorias emergenciais.

c) Elaboração de laudos técnicos

d) Identificação e mapeamento de áreas e pontos de risco

e) Cadastramento de populações em situação de risco

f) Monitoramento, alerta e alarme de situações de risco

g) Elaboração e implementação de planos emergenciais, de contingência e operações.

h) Elaboração de material de informação e divulgação

i) Promoção de cursos e palestras de treinamento e formação

j) Segurança e controle de multidões

k) Treinamento e coordenação de Voluntários

2.2 – São consideradas atividades de atendimento:

a) Socorro e resgate de acidentados em estradas

b) Socorro e resgate de vítimas de situações adversas

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135

c) Controle de acidentes com produtos perigosos

d) Controle de acidentes naturais

e) Controle de fogo em vegetação

f) Auxílio no combate a incêndios

g) Captura e controle de animais peçonhentos e perigosos em situação de risco

h) Captura de animais de grande porte em situação de risco

i) Poda e corte de arvores em situação de risco

j) Remoção e assistência a vítimas de calamidades

k) Apoio em casos de situação social adversa.”

Valores: Os custos previstos incluem dispêndios financeiros destinados ao pagamento, e aquisição de

materiais e equipamentos, que no valor inicial para material permanente, inclusive veículos, totalizam

R$ 120.000,00. Os custos referentes ao custeio mensal para pagamento de pessoal e aquisição de

serviços e bens de consumo, totalizam R$ 11.000,00. E tanto para as despesas de capital quanto de

custeio, definiu-se que Congonhas arcaria com 50% das despesas, Ouro Branco com 35%, e, Entre Rios

de Minas, Jeceaba e São Brás do Suaçuí, com 5% cada um.

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136

APÊNDICE G – CONTRATO DE PROGRAMA DO CODAP PARA FOMENTAR A

IMPLANTAÇÃO DA AGENDA 21 DO COMPLEXO MINERO-SIDERÚRGICO DE

CONGONHAS E DO ALTO PARAOPEBA

1) Nome: Contrato de Programa como requisito necessário para viabilizar a implantação da Agenda

21 do Complexo Minero-Siderúrgico de Congonhas e Alto Paraopeba.

Data de celebração: 04 de maio de 2009.

Municípios signatários: Congonhas e Jeceaba

Objeto e objetivo: refere-se ao estabelecimento de “[...] obrigações e responsabilidades dos membros

que constituem o CODAP para a implantação da Agenda 21 do Complexo Minero-Siderúrgico de

Congonhas e Alto Paraopeba. [...].” Ademais, a “[...] implantação da Agenda 21 Mineral em

Congonhas e na região do Alto Paraopeba será realizada em duas frentes:

a) atividades presenciais concentradas no município de Congonhas, e duas palestras em

Jeceaba;

b) articulação em Belo Horizonte e Brasília, junto aos ministérios, secretarias estaduais,

entidades de classe, autarquias e outras instituições.

Essa estratégia criará as necessárias bases para que a Agenda 21 funcione como uma

plataforma para a tomada de decisões sustentáveis e, ao mesmo tempo, como laboratório de projetos,

programas e ações desenvolvidas pelo poder público e sugeridas pelo Fórum da Agenda 21. Para a

implantação da Agenda 21 faz-se necessário previamente a sensibilização e mobilização que envolve

governo, sociedade civil organizada, trabalhadores e o setor produtivo. Trata-se um processo

eminentemente pedagógico, envolvendo inúmeros temas, todos afins à elaboração da Agenda 21. A

par dos documentos referenciais (reconhecidos por conferências e congressos nacionais e

internacionais), a Carta da Terra será o espírito ético que animará todo o processo de construção da

Agenda 21 [...]”.

Ressalte-se que o contrato de programa definiu que “[...] Para a implantação da Agenda 21

Mineral, o CODAP fará a contratação de um consultor que realizará o trabalho de sensibilização,

mobilização e articulação, observando-se os seguintes temas:

a) movimento ambientalista (histórico, evolução, correntes de pensamento); b) as grandes

conferências mundiais e seus documentos; c) desenvolvimento sustentável; d) a ética da

sustentabilidade; e) ecologia profunda; f) Agenda 21 Global, Brasileira e Local; g) Agenda 21

Empresarial; h) responsabilidade socioambiental (histórico, conceito e cidadania empresarial

corporativa); i) Agenda 21 na Escola; j) tratados, cartas de princípio e acordos nacionais e

internacionais; k) governança sustentável, l) ecoeficiência; m) educação ambiental; n) A crise

internacional; o) fundos socioambientais, elaboração de projetos e fontes de financiamento; p)

indicadores de sustentabilidade; q) formação de parcerias (governo, sociedade, instituições financeiras,

entidades de classe e setor empresarial); r) instrumentos de gestão pública (PPA, LOA, LDO, OP e

Plano Diretor); s) legislação ambiental (resoluções do CONAMA); t) certificações (ISO); u) Pacto

Global; v) emendas parlamentares (como estratégia de aporte de recursos). [...]”.

Valores: Registre-se, ainda, que o valor total do contrato foi de R$ 44.000,00, sendo R$ 43.200,00 a

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137

cargo de Congonhas, e R$ 800,00 para Jeceaba. Em novembro de 2009, foi assinado Termo Aditivo a

este contrato de programa, a fim de incorporar os todos os demais municípios membros do CODAP,

inclusive Belo Vale e Entre Rios de Minas que haviam adentrado o CODAP durante o ano de 2009. O

valor da contribuição de Congonhas manteve-se inalterado, e o valor para os novos municípios

manteve-se igualmente no valor de R$ 800,00.

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APÊNDICE H – DOCUMENTOS DE PARCERIA E/OU COOPERAÇÃO

ASSINADOS PELO CODAP COM PARCEIROS EXTERNOS

1) Termo de Cooperação entre si celebram o Estado de Minas Gerais por meio da Secretaria

de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana - SEDRU, e o Consórcio Público

Desenvolvimento para o Alto Paraopeba - CODAP, com o objetivo de desenvolver um Plano

Regional Estratégico para a região do Alto Paraopeba - 30 de maio de 2008.

2) Termo de Cooperação Técnica entre o CODAP e o Banco do Brasil S.A., com o objetivo

de operar políticas de Desenvolvimento Regional Sustentável no âmbito do CODAP - 12 de

novembro de 2009.

3) Parceira de Apoio a Emergências e Ações Preventivas entre empresa Ferrous Resources do

Brasil e CODAP com o objetivo de definir as ações a serem tomadas em conjunto para

atendimentos preventivos e/ou emergenciais, em caso de ocorrência de emergência na região

de atuação do CODAP - 27 de maio de 2010.

4) Protocolo de Intenções entre CODAP e o Ministério de Minas e Energia através da

Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral com o objetivo de

conceber conjuntamente uma estratégia de cooperação integrada do MME com o CODAP e

seus membros, a ser traduzida em um ou mais projetos de cooperação relativos às áreas de

atuação da Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral - 11 de

junho de 2010.

5) Contrato de Cooperação Geral entre CODAP e Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária - EMBRAPA com o objetivo de definir, planejar, coordenar e executar estudos,

levantamentos, pesquisas, planos e programas destinados ao aprofundamento do

conhecimento técnico-científico, no âmbito da agricultura, pecuária, silvicultura e demais

áreas afins, bem como nas áreas de desenvolvimento institucional, monitoramento ambiental,

informática, instrumentação agrícola, zoneamento agroecológico e tecnologia dos alimentos;

envidar esforços, a fim de viabilizar a aplicação prática dos suprarreferidos conhecimentos

técnico-científicos; prover suporte para o desenvolvimento de negócios agrícolas regionais; o

desenvolvimento de inteligência e empreendedorismo agrícola para territórios mineradores -

23 de maio de 2011.

6) Convênio de Cooperação Técnica entre CODAP, Fundação de Educação para o Trabalho

de Minas Gerais - UTRAMIG e Município de Entre Rios de Minas com o objetivo de

implantar e executar, pela UTRAMIG, de cursos técnicos, tecnológicos e de qualificação

profissional, a serem ministrados no Município de Entre Rios de Minas, nos termos do

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139

Protocolo de Intenções firmado entre UTRAMIG e CODAP - 06 de junho de 2011. (Em 06

de maio de 2011 foi assinado o Protocolo de Intenções entre CODAP e Fundação de

Educação para o Trabalho do Estado de Minas Gerais - UTRAMIG com o objetivo de instalar

unidade educacional na região do Alto Paraopeba.)

7) Carta de Intenção de Cooperação entre CODAP , o Instituto Nacional de Ciência e

Tecnologia em Recursos Minerais, Água e Biodiversidade - INCT ACQUA e o Geopark

Quadrilátero Ferrífero - Geopark QFe, com o objetivo de formalizar a instalação, na sede do

CODAP, do Centro de Referência e Qualificação para a Sustentabilidade na região do Alto

Paraopeba, projeto vinculado e mantido em sua primeira fase pelo INCT ACQUA; lançar as

bases estratégicas e táticas para criação da Rede Científica, Educacional e Profissional de

Apoio a Programas e Projetos de Desenvolvimento Sustentável na região do Alto Paraopeba,

a ser estruturada na primeira fase pelo Comitê Gestor do Geopark Quadrilátero Ferrífero, e

posteriormente entregue para a gestão definitiva como instância do próprio Geopark QFe, ou

por um instituto regional a ser criado especificamente para este fim - 01 de junho de 2012.

8) Acordo de cooperação entre CODAP, o Estado de Minas Gerais através da Secretaria de

Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a Universidade Federal de São João del-

Rei - UFSJ com o objetivo de contratação e apoio à consultoria especializada para a criação

de Plano Diretor e Estratégico de Programa de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável

da Região do Alto Paraopeba, como território minerador piloto, ancorado na estruturação de

Parque Tecnológico do Alto Paraopeba - 06 de julho de 2012.

9) Carta de Intenção de Cooperação entre CODAP e Associação Brasileira de Metalurgia,

Materiais e Mineração - ABM, com o objetivo de planejar iniciativas concretas de cooperação

com o CODAP e associados locais; apoiar projetos e programas do Fórum Agenda 21;

promover o intercâmbio de informações e experiências na área minero-siderúrgica; produzir

publicações técnicas; realizar eventos especiais na região do Alto Paraopeba; promover

programas de capacitação e educação continuada; apoiar e realizar cursos, principalmente, de

mineração e siderurgia na região; realizar diagnóstico de oportunidade de negócios; estruturar

observatório tecnológico para gerar fontes de conhecimento e instrumentos de apoio ao

desenvolvimento tecnológico e inovação regional - 06 de julho de 2012.

10) Carta de Intenção de Cooperação entre CODAP e Griffith University com o objetivo de

promover ações setoriais relativas ao fomento da pesquisa e a aplicação de conhecimento

científico e tecnológico, essenciais para os propósitos de inovação, desenvolvimento e

sustentabilidade do território ao Alto Paraopeba - 20 de novembro de 2012.

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APÊNDICE I – REPRESENTAÇÃO NO FÓRUM AGENDA 21 DE CONGONHAS E

ALTO PARAOPEBA

1 Trabalhadores - Sindicon trabalhadores

6

2 Trabalhadores - Sind. Metalúrgico de Ouro Branco trabalhadores

3 Trabalhadores - Sind. Metalúrgico de Ouro Branco trabalhadores

4 Trabalhadores - CSN trabalhadores

5 Trabalhadores - CSN trabalhadores

6 Trabalhadores - CSN trabalhadores

7 Sociedade Civil - Amoprof sociedade civil

8

8 Sociedade Civil - Unacon sociedade civil

9 Sociedade Civil - Famemg sociedade civil

10 Sociedade Civil - ONG Gota D'água sociedade civil

11 Sociedade Civil - Adecon sociedade civil

12 Sociedade Civil - Ascoll sociedade civil

13 Sociedade Civil - Ass. Comunitária Zé Arigó sociedade civil

14 Sociedade Civil - Adecon sociedade civil

15 Poder Público - Prefeitura Municipal de Congonhas poder público

8

16 Poder Público - Banco do Brasil poder público

17 Poder Público - Prefeitura Municipal de Congonhas poder público

18 Poder Público - Prefeitura Municipal de Congonhas poder público

19 Governo - Polo Excelência Mineral Metalúrgica poder público

20 Poder Público - Banco do Brasil poder público

21 Poder Público - Prefeitura Municipal de Congonhas poder público

22 Poder Público - Prefeitura Municipal de Congonhas poder público

23 Empresas - Gerdau empregadores

9

24 Empresas - Ferrous Resources empregadores

25 Empresas - Vale empregadores

26 Empresas - Gerdau empregadores

27 Empresas - CSN empregadores

28 Empresas - Ferrous Resources empregadores

29 Empresas - Ferrous Resources empregadores

30 Empresas - CSN empregadores

31 Empresas - CSN empregadores