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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 POR POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO? O trabalho foi priorizado em função da materialidade da Ação de Governo referente à modernização dos laboratórios nacionais agropecuários que, em 2015, teve a execução financeira de R$ 30 milhões, sendo o Lanagro/SP responsável por R$ 18 milhões. QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? Entre as constatações da equipe de auditoria, destacam-se as falhas na elaboração do projeto básico e do projeto executivo da obra que contribuíram para atrasos na execução, sendo que, até o encerramento do trabalho de auditoria, ainda restava pendente a entrega final da obra. Em adição, foi verificado o recebimento e pagamento de equipamentos para laboratório em desconformidade com o planejamento da licitação e com a descrição prevista em contrato; a realização de pagamentos antecipados no valor total de R$ 5 milhões; além de equipamentos adquiridos que se encontram sem utilização pela unidade, com risco de prejuízo para a Administração em face da perda de garantia, obsolescência ou perdimento dos bens. QUAIS RECOMENDAÇÕES FORAM EMITIDAS? No que tange às falhas na elaboração dos projetos básico e de engenharia, foi recomendado que o Lanagro/SP estabeleça etapa prévia de análise e aprovação dos projetos das obras por área técnica competente, medida de controle até então não utilizada. Busca-se, com tal previsão, diminuir os riscos de atrasos e de extensas alterações do projeto durante a execução da obra. Quanto ao recebimento indevido de equipamentos para laboratório, foi recomendado à unidade que diligencie a empresa contratada buscando a devolução dos produtos recebidos em desacordo com o contrato, e estabelecendo a entrega dos bens em conformidade com o instrumento contratual. No caso de permanência da morosidade na solução, instaurar procedimento para apurar responsabilidades ante a ausência de providências para sanar o problema. Sobre o pagamento antecipado de equipamentos que se encontram sem uso pela unidade, considerando a apresentação, pela empresa contratada, de garantia adicional dos bens, recomendou-se que o Lanagro/SP verifique se a referida garantia será suficiente para assegurar a instalação e funcionamento dos referidos equipamentos, procedendo às tratativas para extensão do prazo até conclusão total da obra. RELATÓRIO Nº 201505893 QUAL FOI O TRABALHO REALIZADO? A ação de controle avaliou a regularidade dos processos licitatórios e dos contratos conduzidos pelo Laboratório Nacional Agropecuário de São Paulo Lanagro/SP para a reforma, adequação e modernização das suas instalações, ação incluída no âmbito do Plano de Modernização dos Laboratórios Nacionais Agropecuários. Os referidos laboratórios têm a atribuição de executar ações de suporte laboratorial ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, especialmente no que tange aos programas de defesa agropecuária. A equipe de auditoria avaliou, no total, 17 contratos firmados pelo Lanagro/SP, cujos valores pagos são superiores a R$ 15 milhões. Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria- Geral da União

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POR

POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO?

O trabalho foi priorizado em função da materialidade da Ação de Governo referente à modernização dos laboratórios nacionais agropecuários que, em 2015, teve a execução financeira de R$ 30 milhões, sendo o Lanagro/SP responsável por R$ 18 milhões.

QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS?

Entre as constatações da equipe de auditoria, destacam-se as falhas na elaboração do projeto básico e do projeto executivo da obra que contribuíram para atrasos na execução, sendo que, até o encerramento do trabalho de auditoria, ainda restava pendente a entrega final da obra.

Em adição, foi verificado o recebimento e pagamento de equipamentos para laboratório em desconformidade com o planejamento da licitação e com a descrição prevista em contrato; a realização de pagamentos antecipados no valor total de R$ 5 milhões; além de equipamentos adquiridos que se encontram sem utilização pela unidade, com risco de prejuízo para a Administração em face da perda de garantia, obsolescência ou perdimento dos bens.

QUAIS RECOMENDAÇÕES FORAM EMITIDAS?

No que tange às falhas na elaboração dos projetos básico e de engenharia, foi recomendado que o Lanagro/SP estabeleça etapa prévia de análise e aprovação dos projetos das obras por área técnica competente, medida de controle até então não utilizada. Busca-se, com tal previsão, diminuir os riscos de atrasos e de extensas alterações do projeto durante a execução da obra.

Quanto ao recebimento indevido de equipamentos para laboratório, foi recomendado à unidade que diligencie a empresa contratada buscando a devolução dos produtos recebidos em desacordo com o contrato, e estabelecendo a entrega dos bens em conformidade com o instrumento contratual. No caso de permanência da morosidade na solução, instaurar procedimento para apurar responsabilidades ante a ausência de providências para sanar o problema. Sobre o pagamento antecipado de equipamentos que se encontram sem uso pela unidade, considerando a apresentação, pela empresa contratada, de garantia adicional dos bens, recomendou-se que o Lanagro/SP verifique se a referida garantia será suficiente para assegurar a instalação e funcionamento dos referidos equipamentos, procedendo às tratativas para extensão do prazo até conclusão total da obra.

RELATÓRIO Nº 201505893

QUAL FOI O TRABALHO REALIZADO?

A ação de controle avaliou a regularidade dos processos licitatórios e dos contratos conduzidos pelo Laboratório Nacional Agropecuário de São Paulo – Lanagro/SP para a reforma, adequação e modernização das suas instalações, ação incluída no âmbito do Plano de Modernização dos Laboratórios Nacionais Agropecuários.

Os referidos laboratórios têm a atribuição de executar ações de suporte laboratorial ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, especialmente no que tange aos programas de defesa agropecuária.

A equipe de auditoria avaliou, no total, 17 contratos firmados pelo Lanagro/SP, cujos valores pagos são superiores a R$ 15 milhões.

Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-

Geral da União

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SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

Unidade Auditada: LABORATÓRIO NACIONAL AGROPECUÁRIO/SP

Município - UF: Campinas - SP

Relatório nº: 201505893

UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO

ESTADO DE SÃO PAULO

RELATÓRIO DE AUDITORIA Senhor Chefe da CGU-Regional/SP,

Por meio deste relatório, apresentam-se os resultados do trabalho de Avaliação dos Resultados da Gestão do Laboratório Nacional Agropecuário – Lanagro/SP, em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201505893.

Os trabalhos de campo foram realizados na sede do Lanagro/SP, localizada no Município de Campinas/SP, no período de 11 a 29 de janeiro de 2016, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.

I – ESCOPO DO TRABALHO A ação de controle abrangeu os atos e consequentes fatos de gestão ocorridos no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015.

Os exames objetivaram verificar a realização dos objetos contratados e analisar os processos licitatórios, e respectivos contratos, selecionados por amostragem, correlacionados ao Plano de Modernização dos Laboratórios Nacionais Agropecuários.

As licitações e contratos analisados são os apresentados no quadro a seguir:

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Quadro – Licitações e Contratos analisados.

Modalidade

da

Licitação

Número da

Licitação

Número do

Contrato Contratado

Objeto

do

Contrato

CNPJ

Concorrência

01/2008 16/2010 Construtora e Incorporadora Squadro Ltda.

Construção de um laboratório

de biossegurança

NB2/NB3.

79.340.477/0001-76

01/2014 10/2015 C G Engenharia

e Construtora LTda

Construção e ampliação da

portaria, recepção de amostras e

estacionamento do Lanagro/SP.

71.847.677/0001-08

Tomada de Preço

04/2014 09/2015

R.Z.C – Engenharia e Construções Ltda. - EPP

Contratação de empresa

especializada na execução de

reforma e ampliação do refeitório do Lanagro/SP.

07.105.602/0001-52

01/2014 39/2014 Ômega

Construções Ltda.

Contratação de empresa de engenharia

especializada para execução

de adequação de salas da

Unidade ALA POA.

45.363.777/0001-59

Pregão Eletrônico-

SRP

46/2013 13/2015

Spectra Comércio de Instrumentos

Analíticos Ltda.- ME

Aquisição de equipamentos.

01.107.122/0001-44

46/2013 30/2015 Importadora e Exportadora

Polimate Ltda.

Aquisição de equipamentos.

92.804.541/0001-90

46/2013 26/2015

Indrel Indústria de Refrigeração

Londrinense Ltda.

Aquisição de equipamentos.

78.589.504/0001-72

54/2014 41/2015 Datamed Ltda. Aquisição de

equipamentos. 38.658.399/0001-

75

54/2014 44/2015

Metrohm Pensalab

Instrumentação Analítica Ltda.

Aquisição de equipamentos.

07.748.837/0001-62

54/2014 40/2015 Tecnal

Indústria, Comércio,

78.589.504/0001-

86

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Importação e Exportação

Ltda.

Aquisição de equipamentos.

Pregão Eletrônico-

SRP

14/2014 24/2015 Confiança

Soluçoes Eireli -EPP

Aquisição de equipamentos.

19.108.740/0001-74

14/2014 18/2015 Comercial

Licitop Ltda.-EPP

Aquisição de equipamentos.

11.026.030/0001-93

14/2014 17/2015

Dueto Comércio de Máquinas e Equipamentos

Ltda.

Aquisição de equipamentos. 17.250.748/0001-

45

Pregão Eletrônico-

SRP

49/2013 38/2015

Lobov Cientifica,

Importação, Exportação, Comércio de

Equipamentos para

Laboratórios Ltda.

Aquisição de equipamentos.

05.857.218/0001-80

49/2013 65/2015

Nova Analítica Importação e Exportação

Ltda.

Aquisição de equipamentos. 67.774.679/0001-

47

49/2013 46/2015 Comercial

Vanguardeira Eireli-ME.

Aquisição de equipamentos. 10.942.831/0001-

36

49/2013 66/2015

Indrel Indústria de Refrigeração

Londrinense Ltda.

Aquisição de equipamentos. 78.589.504/0001-

72

Fonte: Comprasnet, SIAFI e Portal da Transparência.

Foi analisado ainda um processo de contratação direta – Dispensa de Licitação n° 123/2013 – cujo objeto foi a contratação de empresa especializada para fornecimento de energia elétrica, e um processo referente à adesão à Ata de Registro de Preço para aquisição de mobiliário para o Lanagro/SP.

II – RESULTADO DOS EXAMES

1 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

1.1 CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS

1.1.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

1.1.1.1 INFORMAÇÃO Contratação sem licitação. Fato Foi analisado um processo administrativo que teve como objeto a contratação direta de empresa especializada para fornecimento de energia elétrica ao Lanagro/SP. A contratação foi realizada por dispensa de licitação em conformidade com o disposto no art. 24, inciso XXII, da Lei 8.666/1993.

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Na análise do processo, verificou-se que foram observadas as exigências legais, pertinentes, estabelecidas no art. 26 da Lei de Licitações. ##/Fato##

1.1.2 FORMALIZAÇÃO LEGAL

1.1.2.1 CONSTATAÇÃO Ausência da publicação resumida do instrumento de contrato. Fato Na análise da documentação referente aos Pregões Eletrônicos para Registro de Preços n°s 49/2013 e 14/2014, não foi localizada a publicação resumida, na Imprensa Oficial, dos Contratos n°s 24/2015 e 38/2015, firmados entre as empresas Confiança Soluções Eireli – EPP e Lobov Científica, Importação, Exportação, Comércio de Equipamentos para Laboratórios Ltda., respectivamente, e o Lanagro/SP. Em consulta realizada no Portal de Compras do Governo Federal – Comprasnet (Consultas/Contratos), constatou-se que não há registro da publicação dos referidos contratos. Conforme disposto na Lei de Licitações, art. 61, parágrafo único, a publicação do extrato do contrato é condição indispensável para sua eficácia. Sem publicação o ajuste não estará apto a produzir efeitos. ##/Fato##

Causa Negligência da responsável pela Divisão de Apoio Administrativo - DAD; e despreparo dos servidores responsáveis pela condução e acompanhamento das contratações no âmbito da DAD. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação:

“Verificou-se que os contratos 24/2015 e 38/2015 de fato não foram publicados, pois o sistema governamental utilizado para lançamento dos contratos bloqueou a publicação devido a divergência de valores, uma vez que o valor contratado estava acima do valor homologado na licitação.

Isto se deu por que houve acréscimo no valor homologado, por um equívoco de procedimento decorrente de desconhecimento de ponto específico do instrumento legal, conforme detalhado nos itens 1.1.3.1 e 1.1.3.2.

Desta forma, entendemos que, salvo melhor juízo, o fator mais crítico e que demanda ações de correção se refere ao equívoco do acréscimo e não à ausência de publicação, mesmo porque os dois contratos já foram encerrados.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

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Análise do Controle Interno Primeiramente, deve-se ressaltar que o bloqueio da publicação dos contratos pelo “sistema governamental”, conforme apontado na manifestação do gestor, já indicava a ocorrência de alguma inconsistência, o que aparentemente foi ignorado pela Unidade, tendo em vista não ter sido evidenciadas, pela equipe de auditoria, tratativas entre as áreas competentes no que tange à divergência de valores entre o preço homologado na licitação e o valor contratado. Ademais, na manifestação apresentada pelo gestor do Lanagro/SP, não há menção às providências adotadas pela Unidade quando do bloqueio da publicação dos contratos no “sistema governamental”. Sendo assim, observa-se a ausência de medidas adequadas dos servidores da Unidade visando acompanhar o fluxo de publicação dos contratos e sanar eventuais inconsistências. Por fim, cabe frisar que, embora os contratos já tenham sido encerrados, a ausência da publicação dos termos é impropriedade relevante, visto se tratar de descumprimento de dispositivo da Lei de Licitações. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Promover o treinamento dos servidores responsáveis pela área de licitações e contratos a fim de capacitá-los para a correta e adequada condução e acompanhamento das contratações no âmbito do Lanagro/SP. 1.1.2.2 INFORMAÇÃO Resumo das quatro obras analisadas. Fato Segue abaixo quadro com as quatro contratações de obras verificadas nesta Auditoria e na sequência um resumo sobre cada uma delas.

Licitações e Contratos de obras analisados Modalidade

Licitação Número da Licitação

Número do Contrato

Contratado CNPJ

Concorrência 01/2008 16/2010 Construtora e

Incorporadora Squadro Ltda.

79.340.477/0001-76

01/2014 10/2015 C G Engenharia e Construtora LTda

71.847.677/0001-08

Tomada de Preço

04/2014 09/2015 R.Z.C – Engenharia e

Construções Ltda. - EPP 07.105.602/0001-52

01/2014 39/2014 Ômega Construções Ltda. 45.363.777/0001-59 Fonte: Comprasnet, SIAFI e Portal da Transparência.

A concorrência nº 01/2008, cujo objeto é a construção de um laboratório de biossegurança NB2/NB3 do Setor de Sanidade Aviária, iniciou-se em 02 de outubro de 2008. Foi

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firmado o contrato nº 16/2010 (página 5108 do Processo nº 21053.000158-2008-08) com a Construtora e Incorporadora Squadro Ltda. (CNPJ 79.340.477/0001-76), no valor total de R$ 12.634.495,68, em 21 de dezembro de 2010, com o encerramento da vigência inicialmente previsto para 05 de março de 2012. Após a realização de quatorze aditivos, com aumento nos quantitativos e reajustes financeiros, o valor final do contrato passou a ser de R$ 27.275.107,73, tendo sido alterada a previsão de encerramento da vigência prevista para 02 de novembro de 2016 (Décimo Quarto Termo aditivo – página 5745 do Processo nº 21053.000158-2008-08). Registra-se que, até 29 de janeiro de 2016, o valor total pago na obra foi de R$ 11.689.764,31. A concorrência nº 01/2014, cujo objeto é a “construção e ampliação da portaria, recepção de amostras e estacionamento do Lanagro/SP”, iniciou-se em 16 de maio de 2014. Foi firmado o contrato nº 10/2015 com a C.G. Engenharia e Construtora Ltda. (CNPJ 71.847.677/0001-08), no valor total de R$ 2.696.980,75, em 12 de janeiro de 2015, com o encerramento da vigência inicialmente previsto para 02 de setembro de 2015. Após a realização de um Termo aditivo de prazo, o término da vigência passou a ser 02 de dezembro de 2015. Registra-se que, até 29 de janeiro de 2016, o valor total pago na obra foi de R$ 2.696.980,75 e a mesma encontrava-se concluída. A Tomada de Preços nº 04/2014, cujo objeto foi a “contratação de empresa especializada na execução de reforma e ampliação do refeitório do Lanagro/SP”, iniciou-se em 14 de maio de 2014. Foi firmado o contrato nº 09/2015 com a R.Z.C.- Engenharia e Construções Ltda. – EPP (07.105.602/0001-52), no valor total de R$ 354.425,15, em 02 de fevereiro de 2015, com o encerramento da vigência inicialmente previsto para 09 de agosto de 2015. Após a realização de um Termo aditivo de prazo, o término da vigência passou a ser em 09 de novembro de 2015. Registra-se que, até 29 de janeiro de 2016, o valor total pago na obra foi de R$ 334.044,31 e a mesma encontrava-se com algumas pendências da construtora e com o último pagamento de R$ 20.380,84 retido pelo Lanagro/SP. A Tomada de Preços nº 01/2014, cujo objeto foi a “contratação de empresa de engenharia especializada para execução de adequação de salas da Unidade ALA POA”, iniciou-se em 06 de maio de 2013. Foi firmado o contrato nº 39/2014 com a Ômega Construções Ltda. (45.363.777/0001-59), no valor total de R$ 258.856,06, em 10 de outubro de 2014, com o encerramento da vigência inicialmente previsto para 20 de fevereiro de 2015. Após a realização de um Termo aditivo de prazo, o término da vigência passou a ser 20 de abril de 2015. Registra-se que, até 29 de janeiro de 2016, o valor total pago na obra foi de R$ 258.856,06 e a mesma encontrava-se concluída.

##/Fato##

1.1.2.3 CONSTATAÇÃO Ausência de termo aditivo de prazo. Fato Conforme detalhado em ponto específico deste relatório, a obra objeto da Tomada de Preços nº 04/2014 ainda não estava concluída em 29 de janeiro de 2016 e não havia o respectivo termo aditivo prorrogando o prazo de vigência do contrato.

##/Fato##

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Causa Falha nos procedimentos administrativos instituídos pela Unidade para o acompanhamento dos prazos de vigência dos contratos. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270 de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “A obra de que trata a Tomada de Preço 04/2014 foi concluída em novembro/2015, ou seja, dentro do prazo estabelecido no Termo Aditivo. Na ocasião, a Comissão de Fiscalização solicitou correção, por parte da Contratada, de alguns itens verificados como pendentes na vistoria realizada após a entrega da obra (vide memória de reunião do dia 27/11/2015, cópia em anexo). A Nota Fiscal derradeira foi entregue pela Contratada em janeiro/2016, porém a Comissão, a fim de resguardar os interesses da Administração, não realizou o ateste pois ainda restavam pendências, inclusive algumas delas apontadas pelos auditores da CGU, no trabalho de campo, conforme detalhado no item 1.1.5.2. Desde então as negociações com a Contratada evoluíram, sendo que o pagamento final deverá ser realizado nos próximos dias. Diante do acima exposto, o entendimento do Lanagro-SP é de que não houve necessidade de uma nova prorrogação na vigência contratual, uma vez que a obra foi entregue pela Contratada dentro do prazo, tendo sido necessárias apenas adequações para sanar pendências apontadas pela Comissão de Fiscalização, sem as quais não poderia ser realizado o ateste da última Nota Fiscal apresentada.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A obra só poderia ser considerada concluída com o seu recebimento definitivo, o que não havia ocorrido até 29 de janeiro de 2016. Ademais, conforme o próprio gestor informa, a Comissão de Fiscalização não realizou o ateste final da obra, faltando inclusive o último pagamento para a empresa, pois contataram-se pendências quando da realização de vistoria, portanto, o gestor deveria ter formalizado termo aditivo de prazo. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Aprimorar os controles internos administrativos da Unidade, visando o acompanhamento de prazos dos contratos em vigor, de forma que a vigência não se esgote até a entrega definitiva do objeto contratual. 1.1.2.4 CONSTATAÇÃO Aquisição de equipamentos idênticos com preços distintos no mesmo certame licitatório, resultando em prejuízo de R$37.200,00. Fato No Pregão Eletrônico para Registro de Preços nº 49/2013, a empresa Lobov Científica, Importação, Exportação, Comércio de Equipamentos para Laboratório Ltda. foi a

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vencedora para, entre outros, os itens “61”, “62” e “63”, para os quais ofereceu o mesmo produto, qual seja, refrigerador de marca/modelo Panasonic/MPR – 721. Sendo que os equipamentos referentes aos itens “61” e “63” possuem prateleiras, e ao item “62”, gavetas, em suas áreas internas. De acordo com o Contrato n° 38, firmado em 19 de janeiro de 2015, foram adquiridas três unidades do item “61”, seis do item “62” e doze do item “63”. Os equipamentos referentes aos itens “61” e “63”, em que pese serem idênticos, inclusive em sua configuração interna composta de prateleiras, foram contratados por valores diferentes. Cada equipamento do item “61” foi adquirido por R$16.900,00, enquanto que os do item “63”, por R$20.000,00. Apesar de as propostas encaminhadas pela empresa indicarem o mesmo produto, para os dois itens, com preços diferentes, houve aceitação por parte do Lanagro/SP. O aceite da proposta gerou prejuízo de cerca de R$37.200,00 (12 x R$3.100,00 pagos a mais por unidade do item “63”) ao Erário. Importante destacar que os equipamentos referentes aos itens “61” e “62” foram entregues com atraso e em desacordo com edital, conforme tratado em item próprio deste relatório. ##/Fato##

Causa Falta de qualificação adequada dos servidores envolvidos nos processos de contratação da Unidade; Falta de rodízio de servidores envolvidos na realização dos pregões/contratações na Unidade; Negligência por parte da pregoeira e coordenadora da DAD, no exercício de suas funções na condução do certame licitatório referente ao Pregão Eletrônico no 49/2013. Da mesma forma, agiu o gestor da Unidade ao homologar o procedimento licitatório sem se atentar para o fato apontado. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Os itens “61” e “63” do Pregão Eletrônico no 49/2013 foram requisitados por unidades distintas. Enquanto que o item “61” foi requisitado pela Unidade de Sanidade Aviária (AVI) com as seguintes especificações: DIMENSÕES EXTERNAS DO EQUIPAMENTO: 770 MM DE COMPRIMENTO X 830 MM DE LARGURA X 1955 MM DE ALTURA, o item “63” foi requisitado pela Unidade de Controle de Vacinas Antirrábicas (CVR) com as seguintes especificações: DIMENSÕES EXTERNAS APROXIMADAS: 1970MM DE ALTURA X 910MM PROFUNDIDADE X 750MM DE LARGURA.

Apesar das descrições terem sido distintas a empresa vencedora ofereceu o mesmo equipamento, o qual foi aceito por ambos requisitantes.

Cabe destacar que para o item “61” a oferta vencedora foi desclassificada em função das medidas estarem acima do solicitado (não haveria espaço suficiente no laboratório para que o equipamento fosse instalado), tendo sido aprovada a proposta subsequente no dia 17/04/2014 pelo responsável pela Unidade AVI (vide documento anexo).

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Para o item “63” as propostas com os dois melhores preços foram desclassificadas pela mesma razão (medidas acima do especificado), tendo sido aprovada a proposta subsequente no dia 25/04/2014 pelo responsável pela Unidade CVR (vide documento anexo), mesmo com uma altura abaixo do solicitado, uma vez que este parâmetro não implicaria em dificuldades na instalação ou mesmo no volume útil do equipamento.

O fato das propostas terem sido aprovadas em datas distintas e por diferentes unidades contribuiu para que a equipe da DAD não tenha atentado para o fato de que o mesmo equipamento teve proposta de preços distintas pelo fornecedor para os diferentes itens, impossibilitando a negociação do valor do item “63” com a empresa vencedora, mesmo porque, apesar dos equipamentos oferecidos terem sido idênticos, a requisição inicial não era.

Sobre a ausência de punição em função do atraso na entrega, o tema já foi abordado nos comentários relativos ao item 1.1.3.3”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Consta das propostas encaminhadas pela Lobov, da mesma forma que no contrato firmado com a empresa, a Marca/Modelo dos equipamentos de forma bastante clara. Nesse sentido, a negligência por parte da DAD, apontada na manifestação do gestor, não parece, em princípio, que seja a única causa. A ocorrência constatada é uma falha grave que gerou prejuízo significativo ao erário.

Quanto à ausência de eventual penalização da empresa por conta dos atrasos na entrega dos equipamentos, a Unidade não apresentou justificativa. Cabe fazer o registro de que fato semelhante foi relatado no item 2.1.1.2 do presente Relatório, denotando a fragilidade dos controles internos da área de contratações, especialmente no que tange ao controle das requisições realizadas pelas diferentes unidades, resultando reiteradamente no pagamento de valores diferentes por objetos idênticos em um mesmo certame licitatório. Posto isso, reitera-se aqui a recomendação “1” do item 2.1.1.2 deste Relatório. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Apurar responsabilidade quanto à aquisição e aceite de refrigerador com valor superior a produto idêntico adquirido no mesmo certame, com vistas à recuperação do prejuízo apontado.

1.1.3 ALTERAÇÕES CONTRATUAIS

1.1.3.1 CONSTATAÇÃO Quantitativo de bens adquiridos no âmbito do contrato nº 38/2015 em desconformidade com o planejamento da licitação, com o edital do certame e com a Ata de Registro de Preços nº 37/2014. Fato Em 19 de janeiro de 2015, o Lanagro/SP firmou o Contrato n° 38/2015 com a Lobov Científica, Importação, Exportação, Comércio de Equipamentos para Laboratórios Ltda.,

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no valor total de R$455.890,00, tendo como objeto a aquisição de “Equipamentos para Laboratório-Geral”. O termo foi assinado considerando a classificação da empresa no Pregão Eletrônico para Registro de Preços nº 49/2013, e a consequente Ata de Registro de Preços – ARP firmada sob o nº 37/2014, em 20 de maio de 2014. Para os itens contratados havia estimativa, no Edital do Pregão e na Ata de Registro de Preços, da aquisição de até vinte refrigeradores farmacêuticos de diferentes modelos, distribuídos em cinco itens. Especificamente para o item “63” constava a previsão de aquisição de até dez refrigeradores, a um custo unitário de R$20.000,00. No entanto, ao formalizar o contrato com a Lobov, o Lanagro/SP alterou, irregularmente, para doze a quantidade de equipamentos a serem adquiridos nesse item. De acordo com o estabelecido no § 1º, art. 12, do Decreto nº 7.892/2013, que regulamenta o Registro de Preços previsto na Lei de Licitações, é vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fixados pela ARP, inclusive o acréscimo de que trata o § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666/1993. Ressalte-se que tal vedação consta também do item 4.2 da ARP, firmada entre as partes. Por fim, cabe salientar que parte dos equipamentos adquiridos foi entregue em desconformidade com o estabelecido no termo contratual e que não houve a publicação resumida do instrumento do contrato, falhas relatadas em itens próprios deste relatório. ##/Fato##

Causa Fragilidade dos controles internos administrativos associados à área de licitações e contratos, além de falta de acompanhamento adequado pelos responsáveis pela condução das contratações na Unidade, dando ensejo à formalização de contrato em desacordo com previsto no Edital do certame licitatório e na respectiva Ata de Registro de Preços. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Houve equívoco de interpretação da legislação que trata das contratações mediante ata de registro de preço, acarretando no acréscimo indevido, o qual não foi automaticamente bloqueado pelo sistema SIASG, razão pela qual foi realizada esta operação. Ressaltamos, no entanto, que tal equívoco não resultou em dano ao erário, uma vez que os equipamentos acrescidos foram adquiridos com o mesmo preço, eram necessários e encontram-se em pleno funcionamento.

Sendo assim, conclui-se que os servidores envolvidos deixaram de observar ponto específico do instrumento legal por desconhecimento, porém sempre agiram de boa-fé, zelando pelo pleno atendimento às necessidades das unidades finalísticas, não havendo qualquer prejuízo financeiro à Administração.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

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Análise do Controle Interno A alegação de que houve equívoco na interpretação da legislação não cabe prosperar visto que o item 4.2 da referida Ata de Registro de Preços, transcrito a seguir, era bastante claro quanto à impossibilidade de qualquer acréscimo nos quantitativos fixados naquele instrumento. “4.2 É vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fixados pela ata de registro de preços, inclusive o acréscimo de que trata o § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666/1993.” (grifo original) A simples leitura da ARP elaborada pela própria Unidade já seria suficiente para que não fosse realizado o acréscimo quantitativo apontado. Saliente-se ainda que não há, no processo administrativo referente à contratação, qualquer documento solicitando e/ou justificando a necessidade da aquisição dos equipamentos acrescidos irregularmente ao Contrato n° 38/2015. Ainda que não tenha havido prejuízo financeiro, o fato expõe a fragilidade dos controles internos da Unidade principalmente no que tange ao despreparo dos servidores responsáveis pela condução das contratações, bem como a falta de zelo na gestão da coisa pública. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Aprimorar os controles internos da Unidade, promovendo o treinamento e qualificação dos servidores envolvidos nos processos de contratação da Unidade. 1.1.3.2 CONSTATAÇÃO Quantitativo de bens adquiridos no âmbito do contrato nº 17/2015 em desconformidade com o planejamento da licitação, com o edital do certame e com a Ata de Registro de Preços nº 80/2014.contrato publicado e o constante no termo. Fato Em decorrência do Pregão Eletrônico para Registro de Preços n° 14/2014, o Lanagro/SP formalizou a Ata de Registro de Preços nº 80/2014, em 24 de novembro de 2014, com a empresa Dueto Comércio de Máquinas e Equipamentos Ltda. O objeto da Ata era a aquisição de até vinte aparelhos de ar condicionado, sendo até dez pelo Lanagro/SP e o restante pela 11ª Brigada de Infantaria Leve do Exército Brasileiro, com sede em Campinas/SP, participante do registro de preços. Na sequência, em 14 de janeiro de 2015, o Lanagro/SP firmou o Contrato n° 17/2015, com a empresa Dueto, no valor de R$38.280,00, cujo objeto foi a aquisição de doze aparelhos de ar condicionado.

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Portanto, o quantitativo adquirido de doze aparelhos de ar condicionado está em desacordo com o máximo previsto para o Lanagro/SP, que é de dez aparelhos conforme previsto no Edital do Pregão e na ARP. Pelo disposto no § 1º, art. 12, do Decreto Federal nº 7.892/2013, que regulamenta o Registro de Preços previsto na Lei de Licitações, é vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fixados pela ARP, inclusive o acréscimo de que trata o § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666/1993. Saliente-se que em outro contrato analisado, de n° 38/2015, firmado com a empresa Lobov Científica, Importação, Exportação, Comércio de Equipamentos para Laboratórios Ltda., também foi verificada a formalização de termo alterando a quantidade de equipamentos previstos na ARP, em inobservância ao referido diploma legal, conforme tratado em item próprio deste relatório. Ademais, o extrato resumido do contrato foi publicado no Diário Oficial da União em 30 de janeiro de 2015, com valor total R$31.900,00, montante referente à contratação de dez equipamentos. No entanto, o contrato firmado entre as partes apresenta o valor de R$38.280,00, contemplando os dois equipamentos contratados irregularmente a mais pela Unidade. ##/Fato##

Causa Fragilidade dos controles internos administrativos associados à área de licitações e contratos, além de falta de competência adequada dos responsáveis pela condução das contratações na Unidade, dando ensejo à formalização de contrato em desacordo com previsto no Edital do certame licitatório e na respectiva Ata de Registro de Preços. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Neste caso ocorreu o mesmo equívoco mencionado no item 1.1.3.1, porém a publicação do contrato no 17/2015 foi possível porque, também de forma equivocada, foi feito lançamento aplicando-se o valor homologado e não o valor contratado. Sugerimos, portanto, que os itens 1.1.2.1; 1.1.3.1 e 1.1.3.2 sejam tratados como um só, pois referem-se à mesma causa-raiz, o que facilitaria a elaboração do Plano de Providências.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A Unidade não apresentou manifestação específica para aquisição dos equipamentos em quantitativo superior ao previsto no Edital e na respectiva ARP, apontada nesta constatação. Quanto à justificativa apresentada para a divergência entre o valor publicado e o contratado, tal alegação não se sustenta, haja vista que a fragilidade dos controles internos e o despreparo dos servidores responsáveis restam demonstrados nas reiteradas falhas de mesma natureza apontadas neste Relatório.

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Saliente-se que se houvesse informado o valor correto da contratação, o sistema bloquearia o procedimento, não permitindo o lançamento do contrato conforme ocorrido em outros dois casos apontados neste relatório. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Aprimorar os controles internos da Unidade, implementando mecanismos de controle, como exemplo um check list, na área responsável pelas contratações, de modo a evitar a formalização de contratos em desacordo com edital. 1.1.3.3 CONSTATAÇÃO Ausência, sem a devida justificativa, de penalização da empresa por descumprimento contratual. Fato O Lanagro/SP firmou, em 14 de janeiro de 2015, com a empresa Comercial Licitop Ltda. – EPP, o Contrato n° 18/2015, procedente do Edital do Pregão Eletrônico para Registro de Preços n° 14/2014, e da consequente ARP n° 78/2014, para fornecer um total de onze aparelhos de ar condicionado, conforme especificações constantes dos itens “1” e “2” dos referidos instrumentos. O prazo para entrega dos equipamentos era de trinta dias após a assinatura do contrato, portanto a data limite seria 14 de fevereiro de 2015. A empresa entregou ao Lanagro/SP, em 02 de fevereiro de 2015, dois dos equipamentos adquiridos, restando pendentes os demais. Em correspondência, sem data, a contratada solicitou prorrogação do prazo de entrega dos equipamentos restantes devido “à elevada demanda da indústria”, “férias coletivas”, e “contratempos logísticos”. O pleito foi aceito para os equipamentos a serem instalados na Divisão de Apoio Administrativo – DAD, em 22 de janeiro de 2015, conforme assinatura de sua coordenadora no documento encaminhado pela empresa. Não há no processo manifestação quanto à aceitação da dilação do prazo de entrega para os demais equipamentos. Em 28 de maio de 2015 a empresa encaminhou correspondência ao Lanagro/SP solicitando o cancelamento da Ata de Registro de Preços n° 78/2014, com fulcro no art. 21, II do Decreto Federal n° 7.892/2013. Não obstante a empresa ter solicitado o cancelamento da ata, deve-se ressaltar que a mesma já havia assinado um contrato decorrente daquela ARP. Posteriormente, em 26 de junho de 2015, o Lanagro/SP encaminhou à Comercial Licitop duas notificações de instauração de procedimento administrativo de penalização por descumprimento contratual. As correspondências foram recebidas pela empresa em 03 de julho de 2015, conforme comprovante dos Correios.

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Não há registro do prosseguimento do processo de penalização da empresa, por parte do Lanagro/SP, desde a entrega das notificações à empresa. ##/Fato##

Causa Falhas na condução do procedimento administrativo de penalização da empresa, além de fragilidade dos controles associados ao acompanhamento dos processos em andamento na Unidade.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “A fragilidade no tocante aos procedimentos de penalização de fornecedores tem sido apontada pela Alta Direção do Lanagro-SP em reuniões de análise crítica, tanto que foi aberta uma ação de Melhoria relacionada ao tema (M DAD 012/2015, conforme registro anexo extraído do sistema para cadastramento de trabalhos não conformes e oportunidades de melhoria do Sistema de Gestão da Qualidade do Lanagro-SP). Como parte das ações relacionadas à solução do problema, a DAD está finalizando o mapeamento de todos os seus processos (motivado pelo recebimento dos novos servidores administrativos no final de 2014), a partir do qual serão estabelecidas responsabilidades e novos procedimentos, incluindo o acompanhamento de prazos de entrega e a abertura de processos de penalização” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em que pese o gestor demonstrar estar ciente da fragilidade dos procedimentos de penalização de fornecedores no âmbito do Lanagro/SP, não são apresentadas justificativas para o caso apontado e tampouco as providências adotadas quanto ao andamento do processo de penalização da empresa citada. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Dar prosseguimento ao processo de penalização da empresa, conferindo a celeridade necessária e observando sempre as Leis e Princípios que regem o processo administrativo, promovendo eventual responsabilização do agente que, porventura, deixar de praticar ato ou obstruir de qualquer forma o andamento do processo sem a devida justificativa. 1.1.3.4 CONSTATAÇÃO Recebimento e pagamento de produto não previsto no contrato além de recebimento de produtos em desacordo com edital. Morosidade nas providências para sanar entrega indevida. Entrega de produtos fora do prazo. Fato Em decorrência do Pregão Eletrônico para Registro de Preços n° 14/2014, o Lanagro/SP firmou a ARP n° 81/2014 e o Contrato n° 24/2015, assinado em 13 de janeiro de 2015,

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com a empresa Confiança Soluções Eireli – EPP no valor total de R$18.311,66. A empresa sagrou-se vencedora dos itens “4”, “5”, “13”, “14” e “15” no referido certame. A ARP previa a aquisição de um total de até quatorze aparelhos de ar condicionado, divididos em cinco itens. Até sete equipamentos poderiam ser adquiridos pelo Lanagro/SP e até outros sete pela 11ª Brigada Infantaria Leve do Exército Brasileiro, com sede em Campinas/SP, participante da ata. O contrato foi formalizado contemplando apenas a aquisição dos itens “4”, “5”, “13” e “14” do certame (totalizando seis equipamentos). Não houve a contratação do aparelho previsto no item “15”. No entanto, conforme Nota Fiscal n° 000.307, emitida pela contratada em 25 de março de 2015, no valor de R$1.889,99 e atestada por servidora da Base Física do Lanagro/SP em Jundiaí/SP, em 20 de abril de 2015, a Unidade pagou pelo equipamento previsto no item “15” da ARP, apesar de não ter contratado o referido item. Não há, no processo administrativo referente à aquisição, justificativa para o fato. Com relação aos itens “4” e “5” do contrato, foram entregues e recebidos pelo Lanagro/SP três equipamentos, os quais estavam em desacordo com as especificações constantes do termo contratual. Segundo consta da ficha de recebimento dos produtos, datada de 19 de agosto de 2015, os aparelhos não apresentam “ciclo quente e frio e a potência solicitada”, e o modelo entregue foi o ZQB215RB enquanto que o contratado era o ZQB215BB. Os equipamentos foram faturados e entregues diretamente ao Lanagro/SP pela empresa Climazon Industrial Ltda. – CNPJ 04.222.931/0001-95, que não tem relação com a contratação (Nota Fiscal n° 000.136020, datada de 27 de abril de 2015). Contudo, dentre os documentos disponibilizados pela Unidade, consta a Nota Fiscal de n° 000.339, de 23 de abril de 2015, emitida pela empresa Confiança Soluções e relacionada aos mesmos produtos. Em ambas as notas fiscais não há o ateste de recebimento por parte do Lanagro/SP, não sendo possível saber quando os equipamentos foram, de fato, recebidos na Unidade. Na documentação disponibilizada, verificou-se que as tratativas para devolução dos equipamentos dos itens “4” e “5” do contrato foram iniciadas somente em setembro de 2015, tendo em vista que foram rejeitados pela unidade solicitante. Entretanto, até 29 de janeiro de 2016, não havia sido solucionado o problema. Pelo exposto, verifica-se que os aparelhos foram entregues e recebidos, em abril de 2015, em desconformidade com o previsto em contrato, sendo que tal fato só foi observado pelo Lanagro/SP em 19 de agosto de 2015. O recebimento de equipamentos cujas especificações estão em desacordo com o contratado (itens “4” e “5”) e de equipamentos que não constam no contrato firmado pela Unidade (item “15”) denota ausência de controle no recebimento de mercadorias por parte do setor competente. Ademais, cabe ressaltar que os equipamentos foram entregues com atraso de mais de 60 dias em relação ao prazo contratual de entrega, que estava estipulado em 30 dias após a assinatura do contrato.

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##/Fato##

Causa Fragilidade de formalização de instruções; Inexistência de controles sobre as transações (sistemas, servidor, check-list etc.); Ausência de rodízio entre os servidores envolvidos nas contratações da Unidade; Falta de definição de responsabilidades.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Verificou-se que na emissão do contrato no 24/2015, não constou o item 15, o que pode ter ocorrido em razão de terem sido emitidos dois empenhos (2014NE800874 e 2014NE800763, cópias em anexo) para o mesmo fornecedor em datas distintas. O sistema SIASG não aceitou esta publicação pois o valor do contrato estava divergente do valor da ata, pelas mesmas razões expostas no item 1.1.3.1. Sendo assim, fica evidente que apesar da ausência da formalização do contrato, a Nota de Empenho 2014NE800763 comprova que o equipamento foi adquirido de forma regular pelo Lanagro-SP.

Sobre os itens “4” e “5” do mesmo contrato, ressaltamos que, conforme elucidado à equipe auditora através do Mem. no 14/2016 – DAD (cópia em anexo, sem inclusão dos documentos complementares que já se encontram com a equipe auditora), os itens foram rejeitados pela unidade solicitante, portanto, não caberia o ateste da Nota Fiscal.

Quanto ao atraso na entrega sem a devida penalização, o tema foi abordado quando da apreciação do item 1.1.3.3 do relatório.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Ao promover a aquisição de aparelho de ar condicionado sem a devida formalização do termo contratual, a Unidade descumpriu o disposto no art. 62, caput, e §4º da Lei nº 8.666/1993. Portanto, a ausência da formalização contratual no caso sob exame deu-se de maneira irregular. Com relação à ausência de atesto nas notas fiscais assiste razão, em parte, a Unidade quando menciona não ser cabível atestar o recebimento de produto rejeitado. No entanto, se na data da entrega o produto havia sido rejeitado, o mesmo deveria ter sido devolvido de imediato à transportadora pelo responsável pelo recebimento. Saliente-se que as notas fiscais relacionadas aos itens “4” e “5” estão datadas de abril de 2014 e a desconformidade dos equipamentos só foi constatada em agosto de 2014. Não houve manifestação a respeito desse fato por parte do Lanagro/SP. Sobre as medidas adotadas para solucionar o problema, a Unidade também não se manifestou. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Promover a imediata devolução dos produtos rejeitados, determinando à empresa a entrega dos bens em conformidade com a descrição contida no contrato firmado. No caso de permanência da morosidade na solução, instaurar procedimento para apurar responsabilidades ante a ausência de providências para sanar o problema.

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Recomendação 2: Implementar mecanismos de controle a exemplo de sistemas,check-list etc., com vistas a aprimorar os controles internos administrativos relacionados aos processos de contratação da Unidade. 1.1.3.5 CONSTATAÇÃO Aditivo acima do limite de 25% permitido pela Lei 8.666/1993. Fato O Décimo Segundo Termo Aditivo ao contrato nº 16/2010 (da Concorrência nº 01/2008), que tinha como objeto a construção de um laboratório de biossegurança NB2/NB3 do Setor de Sanidade Aviária, redefiniu o valor total do contrato para R$ 27.275.107,73, com acréscimos de quantidade e reajustes financeiros, sem deixar claro quais alterações referem-se ao quantitativo e quais referem-se ao reajuste financeiro.

Além disso, o Lanagro/SP contratou a empresa MVA Engenharia (CNPJ 09.617.050/0001-97) para realizar a reavaliação dos custos constantes na planilha orçamentária, a fim de verificar, dentre outros, a vantajosidade da continuação do contrato. Esta planilha não consta do processo e foi utilizada, segundo o Coordenador do Lanagro/SP, para realizar o Décimo Segundo Termo Aditivo.

Apesar disto, o gestor encaminhou a seguinte planilha que resume o contrato:

Planilha - Resumo dos Aditivos Acréscimos devido aos aditivos

3º R$ 383.408,19

4º R$ 518.344,20

7º R$ 425.581,31

12º R$ 4.368.041,29

Valor Total devido aos aditivos R$ 5.695.374,99

Valor total do contrato R$ 27.275.107,73

Valor inicial do contrato R$ 12.634.495,68

Valor de acréscimo (A) R$ 5.695.374,99

Valor referente a reajuste para reequilíbrio econômico-financeiro

R$ 8.945.237,06

Valor inicial do contrato reajustado (B) R$ 21.579.732,74

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Acréscimos devido aos aditivos

PERCENTUAL DE ACRESCIMO EM RELAÇÃO AO VALOR DO

CONTRATO REAJUSTADO (A/B) 26,39%

Fonte: planilha fornecida pelo Diretor do Lanagro por email. Como pode ser observado, houve um reajuste de 26,39% em afronta ao art. 65, §§ 1º e 2º da Lei 8.666/1993. O referido artigo estabelece as condições e limites para alterações dos contratos administrativos celebrados pela administração pública, de forma que as alterações não poderão ultrapassar o percentual de 25% do valor inicial atualizado do contrato.

Ademais, vale destacar que na conta realizada pelo gestor para se obter os 26,39% foram considerados os acréscimos menos os decréscimos de quantidade.

Já a jurisprudência do TCU, por sua vez, estabelece que o limite de 25% deve ser obedecido sem realizar compensações entre acréscimos e decréscimos realizados e deve levar em conta o valor atualizado do contrato e dos respectivos aditivos.

Além disso, não restou esclarecido que os motivos dos aditamentos decorrem de fatos imprevisíveis. Tais demandas deveriam ter sido levantadas ainda nos estudos técnicos preliminares, os quais são usados para subsidiar a elaboração do projeto básico da obra, em observância ao art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/93. ##/Fato##

Causa Falhas na etapa de planejamento da obra, notadamente no que tange à elaboração e aprovação do projeto básico. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270 de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “A decisão por contratar empresa especializada para realização de estudo de viabilidade financeira de manutenção ou não do contrato no 16/2010, mesmo após o valor aditivado ter sido superior a 25% do contrato inicial, foi pautada por orientação da CJU-SP, conforme memória de reunião do dia 19/09/2013 (às fls. 5597 do processo 21053.000158/2008-08, cópia em anexo), tendo sido inclusive motivo de manifestação de satisfação por parte da CJU-SP em reunião realizada no dia 24/06/2014 (vide memória às fls. 5651, cópia em anexo). No parágrafo 4º desta memória, o representante da CJU-SP, afirma que o procedimento adotado representa uma segurança considerável para a autoridade.

A decisão também contou com respaldo da Coordenação Geral de Apoio Laboratorial (CGAL/SDA/MAPA), conforme Mem. 149/2014/CGAL (às fls. 5660-5661, cópia em

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anexo) e foi analisada pela CJU-SP, por meio do Parecer nº 1617/2014/ADC/CSU-SP/CGU/AGU (às fls. 5684-5686, cópia em anexo).

Mais uma vez o representante da CJU-SP enaltece o procedimento do Lanagro-SP (vide, por exemplo, parágrafos 12 e 15 do referido parecer), e reforça no parágrafo 21 que “no caso dos autos, principalmente após estudos realizados, parece claro que a decisão preenche os requisitos da segurança e razoabilidade”.

Neste mesmo Parecer, a CJU-SP faz sugestões para melhor instrução processual as quais foram todas acatadas, conforme justificativa às fls. 5747-5748 (cópia em anexo), incluindo a forma de cálculo do percentual do acréscimo de valor ao contrato inicial. O processo mais uma vez foi submetido à apreciação pela CJU-SP, que aprovou em caráter definitivo a celebração do 12º Termo Aditivo, conforme Nota nº 00008/2015/CSU-SP/CGU-AGU (às fls. 5754, cópia em anexo).

Diante do acima exposto, fica evidente que todas as justificativas, incluindo a forma de cálculo relativo ao acréscimo de 26,39% no valor inicial de contrato, foram devidamente analisadas e aprovadas pela consultoria jurídica da União, após diversas tratativas. Ademais, as justificativas para os aditamentos constam nos autos (às fls. 5677-5678, cópia em anexo).

Conclui-se, portanto, que o Lanagro-SP estava ciente da impossibilidade legal de proceder o referido acréscimo, porém respaldou sua decisão com base em estudo técnico contratado especificamente para esta finalidade, justificando que os prejuízos à Administração seriam muito maiores caso se observasse rigorosamente os ditames legais. Sendo assim, fica clara a preocupação em salvaguardar os interesses da Administração, considerando neste quesito em específico, o princípio da economicidade. O rompimento do contrato (atitude muito mais confortável para o gestor) poderia ocasionar em sacrifício insuportável ao órgão, pois representaria o risco de perda de todo o investimento que já havia sido realizado nesta obra. As frequentes reuniões com representantes da CJU-SP revelam a preocupação em preservar a segurança jurídica desta decisão.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em linhas gerais, o gestor procedeu o acréscimo acima dos 25% baseado em estudo técnico que apontou para a vantajosidade em se realizar o aditivo e que o mesmo foi necessário em função das modificações do projeto inicial sugeridas pela “Comissão de Acompanhamento e Recebimento da Execução da Obra de Construção de um novo laboratório para atendimento à Unidade de Sanidade Aviária do Lanagro-SP”.

No entanto, este estudo técnico foi realizado pela empresa MVA Engenharia (CNPJ 09.617.050/0001-97), que apresenta relacionamento com a contratada Squadro, conforme detalhado em ponto específico deste Relatório. Além disto, não ficou demonstrado no processo que as modificações no projeto inicial ocorreram em função de fato superveniente e imprevisível.

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O fato de a “Comissão” ter sugerido várias modificações no projeto inicial não comprova que essas modificações ocorreram por fatos imprevisíveis. Não restando comprovado em nenhum documento do processo.

Aliás, tais sugestões evidenciam a falha no projeto básico, como por exemplo, “a substituição de portas convencionais por portas estanques de aço inox”. As portas estanques deveriam ter sido consideradas no projeto básico, uma vez que se trata de um laboratório de biossegurança.

Cabe destacar trecho que o gestor não informou em sua resposta em relação as Reuniões com a Advocacia Geral da União - AGU para tratar dos aspectos jurídicos da contratação, conforme segue.

Em 25 de junho de 2013, foi realizada reunião com a AGU que recomendou:

(...)“17. Deverão elas ser estudadas, no entanto, uma a uma. Especialmente em relação à alteração qualitativa, que implica em um acréscimo contratual superior aos 25%, deve-se registrar que é uma situação bastante delicada, não vista com bons olhos pela Doutrina, jurisprudência e pelos órgãos de controle, TCU à frente.

18. E como essa obra, pelo seu valor, certamente será avaliada, torna-se bastante delicada a situação de se aprovar aditivos desse tipo. Por isso, a autoridade deve sopesar seriamente a hipótese de rescindir o contrato e proceder a uma nova licitação, para retomar a obra com base no projeto adaptado.”(...) ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Comprovar que as alterações no projeto inicial ocorreram por fatos supervenientes e imprevisíveis, caso isso não seja possível, apurar responsabilidade de quem deu causa à elaboração e aprovação de projeto básico insuficiente para a adequada caracterização da obra. 1.1.4 INSPEÇÃO FÍSICA DA EXECUÇÃO

1.1.4.1 CONSTATAÇÃO Equipamentos sem utilização pela Unidade. Atraso na entrega dos equipamentos contratados. Fato Em inspeção física realizada no Lanagro/SP em 28 de janeiro de 2016, verificou-se que, dos doze aparelhos de ar condicionado adquiridos em decorrência do Contrato n° 17/2015, datado de 14 de janeiro de 2015 e avençado com a empresa Dueto Comércio de Máquinas e Equipamentos Ltda., no valor de R$38.280,00, sete deles ainda não haviam sido instalados. Portanto, tem-se que cerca de um ano após a aquisição dos equipamentos mais da metade deles estavam sem utilização.

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Dos doze aparelhos contratados, dez foram entregues em 19 de março de 2015, conforme ateste na Nota Fiscal n° 000.359, de 24 de fevereiro de 2015, e os dois restantes somente em 20 de julho de 2015, conforme ateste na Nota Fiscal n° 000.484, datada de 08 de julho de 2015. Tal fato representa descumprimento contratual, visto que a entrega deveria ocorrer no prazo máximo de 30 dias após a assinatura do contrato. Não há justificativa para o fato no processo administrativo referente à contratação. ##/Fato##

Causa Falta de qualificação adequada dos servidores envolvidos nos processos de contratação da Unidade. Falhas no planejamento, por parte dos gestores responsáveis, da aquisição dos equipamentos, dando ensejo a termo de referência insuficiente para caracterizar adequadamente os serviços necessários pela Administração. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Devido a um equívoco na descrição dos itens quando da elaboração do pedido pela unidade requisitante, os aparelhos de ar condicionado de que trata o contrato no 17/2015 foram adquiridos sem a obrigatoriedade de instalação.

A Contratada entregou a primeira remessa em 06/03/2015 (empenho 2014NE800875) e a segunda em 16/07/2015 (empenho 2014NE800980) após efetivação de cobrança da entrega.

Ocorre que devido à sobrecarga de trabalho dos técnicos especializados em refrigeração contratados pelo Lanagro-SP no âmbito do contrato de manutenção predial e também em função da necessidade de aquisição de materiais necessários para a instalação, os equipamentos estão sendo instalados paulatinamente, por ordem de prioridade.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Quanto ao eventual equívoco na formalização da contratação que não incluiu a obrigatoriedade de instalação, tal fato é tratado em item próprio deste Relatório. A constatação trata da ausência de utilização de parte dos aparelhos de ar condicionado adquiridos e do atraso na entrega dos equipamentos.

O contrato firmado com a empresa Dueto teve como base a Ata de Registro de Preço n° 80/2014 formalizada em 24 de novembro de 2014, em decorrência do Pregão Eletrônico nº 14/2014.

Sendo assim, a Unidade teria até um ano para adquirir os equipamentos pretendidos. No entanto, optou por adquiri-los de uma só vez deixando de fazer uso das vantagens proporcionadas pelo Sistema de Registro de Preços, que é a possibilidade de efetuar as aquisições à medida que forem necessárias. Ademais, assumiu risco do ônus do perecimento da garantia e de uma eventual deterioração dos equipamentos adquiridos.

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Portanto, a manifestação apresentada pela Unidade não justifica a contratação da aquisição dos aparelhos de ar condicionado na forma realizada.

Quanto ao atraso verificado na entrega dos equipamentos, a Unidade não se manifestou. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Implementar melhorias nos controles internos administrativos, em especial quanto ao planejamento das contratações no âmbito da Unidade, de forma a evitar a deterioração de bens devido a não utilização. 1.1.4.2 CONSTATAÇÃO Equipamentos entregues em desconformidade com as especificações do edital e do contrato. Atraso na entrega do objeto contratado. Fato Na inspeção física amostral das aquisições realizadas no âmbito do Contrato nº 38/2015, decorrente do Pregão Eletrônico para Registro de Preços nº 49/2013, constatou-se a entrega de equipamentos em desacordo com as especificações do edital e do referido contrato e sem justificativa para aceitação por parte do Lanagro/SP. A empresa Lobov Científica, Importação, Exportação, Comércio de Equipamentos para Laboratórios Ltda. foi a empresa contratada para fornecimento dos itens “56”, “57”, “61”, “62” e “63”, previstos no edital do certame. De acordo com o estabelecido na Cláusula Segunda do contrato, itens “61” e “62”, a Lobov deveria fornecer refrigeradores farmacêuticos, sendo, respectivamente, três: marca/modelo Panasonic/MPR-721, com prateleiras e capacidade de 684 litros; e seis: marca/modelo Panasonic/MPR-721R, com gaveta e capacidade de 671 litros; ambos os modelos com janela de vidro duplo nas portas. No entanto, a empresa entregou somente um equipamento (o referente ao item “61”) em conformidade com o contratado e previsto no edital; os demais oito equipamentos fornecidos não atendem ao exigido no instrumento editalício e tampouco correspondem ao avençado. Em meados de março, portanto próximo ao prazo limite de entrega dos equipamentos, que, de acordo com o disposto na cláusula 2.3 do contrato, deveria ocorrer em 60 dias após a assinatura do termo, que se deu em 19 de janeiro de 2015, a Lobov já informou que não dispunha dos equipamentos contratados para entrega, conforme documentação (e-mails e correspondência encaminhada pela empresa) disponibilizada pelo Lanagro/SP. Em e-mail encaminhado ao Lanagro/SP, em 22 de março de 2015, a empresa informava que, conforme prometido, estava enviando o catálogo do equipamento que teria disponível para entrega imediata. A substituição decorreria, de acordo com documento encaminhado pela empresa, da impossibilidade de entregar os equipamentos contratados, itens “61”, “62” e “63”, da marca/modelo Panasonic/MPR-721 e MPR-721R.

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No tocante aos itens “56” e “57” do certame em exame, a empresa deveria fornecer, respectivamente, dois equipamentos marca/modelo Panasonic MPR 715-F, e um marca/modelo Panasonic/MDF-334, para os quais não foi solicitada substituição. Por meio de correspondência encaminhada ao coordenador da Unidade, datada de 27 de março de 2015, a Lobov informa que em decorrência de atraso na fabricação dos equipamentos, no Japão, por parte da “Panasonic”, os refrigeradores seriam disponibilizados somente em meados de maio de 2016. Sendo assim, propunha a substituição dos equipamentos MPR-721 e MPR-721R por modelos Biocompact II da marca Gram fabricados na Dinamarca. Na ocasião, solicitou, ainda, a prorrogação do prazo de entrega por mais 60 dias. Considerando que o prazo original para entrega dos equipamentos havia vencido em 20 de março de 2015, a nova data limite, conforme pleiteado pela empresa, encerrar-se-ia em 19 de maio de 2015. Não há no processo nenhum documento demonstrando que a solicitação de prorrogação de prazo e/ou a substituição dos equipamentos foi acatada pelo gestor da Unidade. Em 24 de março de 2015, a Lobov encaminhou e-mail ao Lanagro/SP, informando que não iria conseguir “cumprir o prazo solicitado e concedido” (original sem grifo), e voltam a solicitar que seja avaliada a possibilidade de substituição das unidades Panasonic por equipamentos da empresa Gram. Em e-mail de 08 de maio de 2015, a Coordenadora Técnica do Lanagro/SP informa à área administrativa da Unidade que não foi acatada a proposta de substituição dos equipamentos pretendida pela empresa e que deveria ser atendido o previsto no edital. O Lanagro/SP, em 13 de maio de 2015, encaminha e-mail à Lobov solicitando posicionamento formal (por meio de “Oficio”) a respeito do atraso e informando sobre as penalidades previstas na legislação pertinente. Em julho de 2015, a empresa entregou oito unidades do equipamento MPR-721 e duas MPR-715F, e em setembro de 2015 entregou mais cinco unidades do MPR-721, restando assim 08 unidades do equipamento MPR-721 a serem entregues. Adicionalmente ao atraso de cerca de seis meses na entrega dos primeiros equipamentos em comparação ao prazo original, ainda restaram pendentes de entrega oito unidades do equipamento MPR-721, as quais foram indevidamente substituídas por outra marca/modelo e disponibilizadas somente em dezembro de 2015. Os refrigeradores fornecidos são da marca/modelo Gram/RR-610-Biocompact II, divergindo do objeto contratado e, ainda, não atendendo às especificações exigidas no edital, tais como a janela de vidro duplo nas portas e a capacidade em litros, inferior nos modelos fornecidos, entre outras diferenças. Além disso, a aceitação desses equipamentos havia sido negada pela coordenadoria técnica do Lanagro/SP.

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As duas Notas Fiscais n°s 000.15.728 e 000.15.729, emitidas em 28 de dezembro 2015, pela Lobov e referentes a essa entrega não contêm o ateste de recebimento. Cabe destacar que não há no processo administrativo referente à contratação, qualquer documento que justifique e/ou autorize a aceitação dos equipamentos na forma ocorrida, tampouco que amparem os atrasos ocorridos na entrega dos equipamentos. ##/Fato##

Causa Atitude indevida do gestor do Lanagro/SP ao aceitar a substituição dos equipamentos mesmo com parecer desfavorável da coordenadora técnica da Unidade e em desconformidade com o contratado, inclusive indicando favorecimento a empresa. Negligência da chefe da DAD ao não iniciar o processo de penalização da empresa pelo atraso na entrega dos equipamentos contratados. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação:

“A substituição dos equipamentos de que trata o Contrato no 38/2015 foi acertada com a responsável pela unidade requisitante (Unidade de Sanidade Aviária), conforme correspondências eletrônicas anexas. Tais mensagens evidenciam que a empresa alegou impossibilidade de entrega do produto adquirido e sugeriu o cancelamento do item ou sua substituição por produto similar.

O Lanagro-SP tomou todas as precauções a fim de resguardar os interesses da Administração no tocante às especificações técnicas e valor de mercado dos equipamentos ofertados pela Contratada, no entanto, as correspondências não foram juntadas aos autos, uma vez que os procedimentos adotados atualmente pela DAD preveem que este tipo de documentação seja arquivada na Unidade de Patrimônio e não com a equipe de Compras (detentora do Processo).

As notas fiscais não tinham sido atestadas na ocasião da auditoria da CGU porque os equipamentos não tinham sido instalados ainda. As notas foram atestadas tão logo os equipamentos foram instalados em 29/01/2016 e 01/02/2016 (segue em anexo: notas fiscais devidamente atestadas, formulários de recebimentos no almoxarifado e termos de recebimento definitivo emitidos pela unidade requisitante após a instalação dos equipamentos).

Os pagamentos foram efetuados nos dias 25/01/2016 (primeira parcela das duas notas fiscais após a entrega) e 16/02/2016 (segunda parcela após a instalação dos equipamentos), conforme Ordens Bancárias anexas.

Com relação à rejeição dos itens pela Coordenadoria Técnica do Lanagro-SP, informarmos que os equipamentos substituídos e aprovados pela responsável pela Unidade de Sanidade Aviária referiam-se aos itens “61” e “62”. A Coordenadora Técnica rejeitou a proposta de troca feita pela empresa, com relação aos equipamentos que contemplavam o item “63” do pregão, e a empresa entregou os itens conforme constavam na descrição do edital.”

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Com relação à não aceitação, por parte da Coordenadora Técnica do Lanagro/SP, da substituição dos equipamentos proposta pela Lobov, reafirma-se o entendimento, com base nas correspondências disponibilizadas, que ela se deu para todos os equipamentos e não somente para os referentes ao item 63.

Para corroborar tal entendimento, pode-se citar o e-mail enviado pela empresa, em abril de 2015, onde constava a solicitação de uma reunião para tratar da substituição de todos os equipamentos modelo MPR-721. A resposta da coordenadora técnica em mensagem enviada à chefe da DAD foi no sentido de que não seria necessária a reunião, visto que deveria ser “atendido o edital”. Têm-se, ainda, como evidência as correspondências trocadas, na sequência, entre o laboratório e a empresa, todas tratando da entrega dos equipamentos MPR-721, inclusive uma, datada de 14 de julho de 2015, onde a empresa informa estar “brigando” para receber e entregar os equipamentos faltantes.

Sendo assim, parece-nos evidente que, imbuída das atribuições técnicas inerentes ao cargo, a coordenadora técnica, naquele e-mail, vetou a pretendida substituição dos equipamentos solicitada pela empresa.

Dando seguimento ao contratado, entre julho e setembro de 2015 a empresa entregou os doze equipamentos pertinentes ao item “63”.

Dentre os novos documentos encaminhados pelo gestor do Lanagro/SP, para embasar sua manifestação, encontra-se correspondência encaminhada pela Lobov, em 05 de outubro de 2015, solicitando novamente a substituição dos equipamentos faltantes, o que já havia sido negado pela Coordenadora Técnica do Laboratório. O teor do documento é idêntico ao enviado pela empresa em março de 2015.

Em 23 de outubro de 2015, a servidora D.R. responsável pela Unidade de Sanidade Aviária do Lanagro/SP, manifestou seu “de acordo”, com o pleito da empresa. Saliente-se que antes, em e-mail datado de 05 de outubro de 2015, ela aponta que os equipamentos oferecidos têm capacidade de armazenamento menor do que os contratados e dimensões externas maiores, o que poderia causar algum tipo de contratempo em razão do espaço limitado do laboratório. No entanto, no mesmo documento citou: “Apesar das diferenças, acredito que possamos aceitar(....)”. Por fim, pediu que avaliassem se a aceitação de uma marca diferente da ofertada não teria algum impacto negativo do ponto de vista legal.

Cabe salientar que a licitante que apresentou a melhor proposta para os itens “61” (R$16.000,00), “62” (R$15.000,00) e “63” (R$18.000,00) no certame licitatório, foi desclassificada por estarem às dimensões externas dos equipamentos ofertados acima do solicitado, o que dificultaria, de acordo com o que consta na Ata de Realização do Pregão, a instalação dos mesmos no laboratório.

Ao deixar de considerar a melhor proposta do certame, em favor da empresa vencedora, o Lanagro/SP pagou R$28.100,00 a mais nos equipamentos referentes aos três itens.

Pelo exposto, verifica-se que restou caracterizado, na licitação sob exame, a inobservância aos princípios da igualdade e da vinculação ao instrumento convocatório, estatuídos no art. 3° da Lei de Licitações e no art. 5° do Decreto 5.450/2005, que regulamenta o Pregão Eletrônico. Ademais, a alteração dos equipamentos na forma ocorrida constitui violação ao artigo 66, da Lei 8.666/1993, no que tange à vinculação do

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contrato assinado e sua execução aos termos do certame licitatório e da respectiva proposta apresentada pela contratada.

Quanto ao atraso de cerca de dez meses para a entrega dos equipamentos o que, eventualmente, ensejaria a penalização da empresa, o Lanagro/SP não se manifestou. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Apurar responsabilidades sobre a aceitação dos equipamentos em desacordo com o edital e contrato, violando os artigos 3° e 66 da Lei de Licitações e 5° do Decreto nº 5.450/2005, bem como sobre eventual conduta negligente de não iniciar o processo de penalização da empresa, devido ao atraso na entrega dos equipamentos contratados. 1.1.4.3 CONSTATAÇÃO Fichas de controle patrimonial não correspondem aos equipamentos indicados nas notas fiscais. Fato Na inspeção física dos equipamentos adquiridos por meio do Contrato n° 38/2015, firmado entre o Lanagro/SP e a empresa Lobov Científica, Importação, Exportação, Comércio de Equipamentos para Laboratórios Ltda., verificou-se que a descrição dos equipamentos constantes na “Ficha Individual do Bem”, não corresponde ao equipamento informado nas notas fiscais equivalentes relacionadas a seguir: a) Nota Fiscal 000.15.059 - 03 equipamentos N° Patrimonial: 75009862/75009863/7509864 b) Nota Fiscal 000.15.057 – 02 equipamentos N° Patrimonial: 75009860/75009861 c) Nota Fiscal 000.14.547 – 05 equipamentos N° Patrimonial: 75009848/75009849/75009850/75009851/75009852 Nas fichas citadas, as descrições correspondem ao do refrigerador marca/modelo Panasonic/MPR-715F, enquanto que os equipamentos encontrados e relacionados nas notas fiscais correspondentes são da marca/modelo Panasonic/MPR-721. ##/Fato##

Causa Falhas nos controles patrimoniais da Unidade.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Conforme relatado pela responsável pela Unidade de Patrimônio do Lanagro-SP por meio do Mem. no 0019/2016 – ALP (cópia em anexo), houve equívoco na especificação dos modelos. A falha já foi devidamente corrigida, conforme evidência anexa.”

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em que pesem as medidas corretivas adotadas, elas não elidem a ocorrência em comento. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Proceder a revisão dos registros patrimoniais da Unidade. 1.1.4.4 CONSTATAÇÃO Equipamentos sem utilização e com risco de perdimento no Lanagro/SP. Fato Em inspeção física, realizada no dia 02/02/2015, no Lanagro/SP – base física de Jundiaí/SP, referente às aquisições efetuadas em decorrência dos Pregões Eletrônicos para Registro de Preços nºs 46/2013 e 54/2014 (repetição), verificou-se que quase a totalidade dos equipamentos de laboratório adquiridos está encaixotada e sem utilização. Os equipamentos licitados nesses certames foram destinados à base de Jundiaí. Para a inspeção foram selecionados treze equipamentos, adquiridos de seis empresas, totalizando R$712.190,00. Esse montante representa cerca de 45% do valor total homologado nas duas licitações. Os equipamentos foram contratados junto às empresas Spectra, Indrel, Tecnal, Datamed, Metrohm e Polimate. Todos os equipamentos vistoriados foram entregues entre abril e junho de 2015, conforme ateste nas respectivas notas fiscais. Na visita à Unidade, verificou-se que parte dos equipamentos estava armazenada numa varanda do laboratório coberto por lonas pretas, situação que os deixa vulneráveis a intempéries e a consequentes danos. De acordo com informações prestadas por servidores presentes no local, os equipamentos não foram instalados devido ao atraso ocorrido nas obras de reforma da Unidade. A realização das aquisições em tela, sem local disponível para instalação e utilização, mostra-se ação temerária e antieconômica face ao valor envolvido e ao risco de perdimento dos equipamentos contratados. ##/Fato##

Causa Fragilidade no planejamento da aquisição de equipamentos para o Lanagro/SP, ignorando fatores impeditivos para instalação e local de armazenamento provisório.

Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação:

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“De fato, quando da realização da inspeção pelo auditor em 02/02/2015, havia grande quantidade de equipamentos armazenados em local provisório na base física de Jundiaí, aguardando conclusão da obra de adequação da Unidade de Microbiologia Agrícola (MAG). A vulnerabilidade associada ao local de armazenamento é “questionável’’, visto que nos primeiros meses de 2016 ocorreram fortes chuvas em Jundiaí-SP, sem que houvesse qualquer infiltração que viesse trazer riscos de danos aos equipamentos.

Ratificamos a informação de que este armazenamento provisório foi necessário em função do atraso inesperado na conclusão da obra de que trata o processo nº 21053.000179/2014-631327, cujas justificativas e ações em curso voltadas à penalização da Contratada estão devidamente registradas.

Não podemos concordar que a ação tenha sido antieconômica, uma vez que os equipamentos foram adquiridos em momento oportuno, com recursos orçamentários disponibilizados nos exercícios de 2013 e 2014 sendo que não havia nenhuma garantia de existência de recursos para os exercícios subsequentes, muito pelo contrário, já se esperava que com a crise financeira que assola o país desde 2015, a expectativa era de não existência de limite orçamentário para tais aquisições, o que, de fato, se mostrou verdadeiro.

Seria muito mais antieconômico executar a obra de adequação para implantação de uma atividade demandada pelo Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas (DFIA) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA/MAPA) sem a garantia de aquisição dos equipamentos necessários para tal. Por fim, salientamos que a obra já foi concluída e que os equipamentos já foram devidamente instalados (vide relatório fotográfico em anexo), evidenciando que a providência adotada pelo órgão foi a mais acertada para o caso em tela, uma vez que a infraestrutura já se encontra apta para que a equipe técnica responsável dê início aos procedimentos preliminares para validação dos métodos para os testes em inoculantes agrícolas. As duas últimas fotos no relatório anexo evidenciam que o local que estava sendo utilizado para armazenamento temporário dos equipamentos já foi devidamente liberado.

Cabe destacar, finalmente, que os fornecedores não poderiam ser “punidos” indevidamente, razão pela qual o Lanagro-SP optou por não solicitar aos mesmos que postergassem a entrega dos equipamentos.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A justificativa apresentada quanto ao local utilizado para o armazenamento dos equipamentos vistoriados apenas corrobora com o fato apontado.

A ocorrência de fortes chuvas na região, em período que os equipamentos estavam armazenados inadequadamente, conforme relatado pela Unidade, serve apenas para ratificar o quão vulneráveis se encontravam os equipamentos naquele local. Não ter acontecido nenhum dano não pode servir de justificativa para o risco assumido.

Quanto à informação de que o armazenamento provisório foi necessário em razão do atraso ocorrido em obra existente naquele Laboratório, a mesma carece de fundamento. As obras de adequação e complementação de instalações existentes no Lanagro-SP, base física de Jundiaí, para a implantação da Unidade de Microbiologia Agrícola – MAG,

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objeto do processo citado pelo gestor, sequer haviam começado quando foram adquiridos os equipamentos, que, saliente-se, foram entregues entre abril e junho de 2015.

O contrato para essa obra foi assinado em 19 de janeiro de 2015, e sua vigência compreendia o período de 02 de março a 27 de setembro de 2015. Caso tivessem sido observados os prazos de entrega de trinta dias previstos nos contratos, os equipamentos estariam no Laboratório antes mesmo do início das obras. Portanto, não procede a alegação de que o armazenamento provisório se deu em razão do atraso da obra conforme mencionado pelo gestor da Lanagro/SP.

Com relação à oportunidade da contratação, deve-se esclarecer que os seis contratos firmados para a aquisição dos equipamentos foram avençados em decorrência de Atas de Registros de Preços – ARP formalizadas nos meses de abril de 2014 (duas) e janeiro 2015 (quatro). Já os contratos avençados em decorrência dessas atas foram todos assinados em janeiro de 2015. Portanto, os termos contratuais poderiam ter sido assinados em abril 2015, referentes a duas atas de 2014, e até janeiro de 2016 os das atas formalizadas em janeiro de 2015.

Cabe salientar que uma das vantagens da utilização do Sistema de Registro de Preços é a possibilidade de a contratação ocorrer somente quando surgir a necessidade de se adquirir os bens e/ou serviços constantes da ARP.

Pelo exposto, reforça-se a constatação de que a contratação dos equipamentos para o laboratório MAG da base física do Lanagro/SP em Jundiaí/SP foi realizada de maneira antieconômica, visto que era do conhecimento do gestor da Unidade que o laboratório poderia ser utilizado, na melhor das hipóteses, somente a partir de outubro de 2015, e que, portanto, os equipamentos ficariam sem utilização. Da mesma forma, mantém-se que a contratação foi temerária considerando que era de conhecimento do gestor da Unidade, quando da formalização dos contratos, que não havia um local adequado para o armazenamento dos equipamentos.

Dessa forma, a justificativa do gestor para aquisição dos equipamentos da maneira ocorrida se mostra improcedente. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Elaborar, durante a fase de planejamento do processo de contratação de serviços de engenharia, de obras e de aquisição de equipamentos, cronograma de execução dos serviços e de instalação dos bens, adequando as etapas de contratação ao referido cronograma. 1.1.4.5 CONSTATAÇÃO Falha na elaboração do projeto básico e executivo da obra, ocasionando atraso na sua entrega. Fato O Ofício nº 678 – Lanagro-SP, datado de 26 de fevereiro de 2014 (página 5.653 do processo nº 21053.000158/2008-08), descreve o histórico da obra, a saber:

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“ 1. Segue histórico do processo para a construção de novo laboratório para atendimento à Unidade de Sanidade Aviária do Lanagro-SP.

− Em agosto de 2008 foi aprovado pelo Lanagro-SP a entrega do projeto executivo completo referente à tomada de preços 002/2006. Em setembro de 2008 foi elaborado Edital visando a contratação de empresa especializada para execução da obra. Após atendimento às recomendações da consultoria jurídica da União (incluindo obtenção de documentos junto à Prefeitura de Campinas, o que atrasou consideravelmente o processo) foi publicado o Edital da Concorrência 001/2008, em 19/10/2009. Cinco empresas participaram do processo, sendo duas delas desclassificadas na fase de habilitação e outras duas na fase de avaliação das propostas. Assim sendo, o empenho foi feito em nome da única empresa habilitada no dia 16/12/2009.

− Tendo em vista que havia urgência na execução do empenho, a Comissão de Licitação não avaliou item por item da planilha de preços das empresas, mas tão somente grupos de itens (ex.: materiais elétricos, hidráulicos, fundação, equipamentos etc.), sendo este o critério utilizado na desclassificação das empresas. Ocorre que, de acordo com recurso apresentado por uma empresa participante do certame em 21/12/2009, a empresa que havia sido declarada vencedora também havia infringido o Edital, pois informou alguns itens da planilha acima do valor de referência. Desta forma, a Comissão de Licitação considerou esta empresa como desclassificada e, após avaliação criteriosa junto à CJU-SP, decidiu-se contratar uma empresa especializada para fazer uma avaliação dos itens que cada empresa cotou acima do valor de referência para saber se de fato estavam acima do valor de mercado. Com isso, esperava-se rever a desclassificação das três empresas e considerar a empresa com menor preço global como a vencedora. Por esta razão, e como medida cautelar, no dia 24/12/2009 foi cancelado o empenho em nome da empresa que havia sido declarada vencedora e fez-se novo empenho em nome da empresa com menor preço global.

− No dia 13/01/2010 tivemos a resposta da empresa contratada para fazer o estudo do mercado, que constatou que as três empresas de fato utilizaram valores acima do mercado para pelo menos um item. Desta forma, não havia outra alternativa que não manter a desclassificação das três empresas e convocá-las para apresentar novas propostas. Foi agendado então para o dia 02/02/2010 a abertura das novas propostas. Neste dia, a empresa havia apresentado o menor preço global (e para quem havia sido feito o empenho) se atrasou e perdeu a oportunidade de participar do processo (mais de uma hora de atraso). Uma outra empresa foi novamente desclassificada por descumprir o Edital, sendo a empresa Construtora e Incorporadora Squadro Ltda. declarada vencedora do certame, com valor da proposta em R$ 12.634.495,68 (resultado publicado em diário oficial no dia 09/02/2010). Assim sendo, houve necessidade de cancelar o empenho que havia sido feito em nome de outra empresa e o recurso financeiro disponível foi automaticamente devolvido à União (por se tratar de recurso referente ao exercício 2009).

− A empresa RTA Engenharia e Construções Ltda. entrou com recurso administrativo alegando que a empresa Squadro teria descumprido o Edital ao oferecer valores unitários superiores à planilha de referência, recurso este indeferido pela Coordenação do Lanagro-SP, com base em estudo técnico contratado pelo Lanagro-SP e devidamente comunicado às empresas participantes em momento oportuno.

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Entretanto, no dia 03/03/2010 o Desembargador Federal Relator Nery Júnior (Tribunal Regional Federal 3a região) concedeu efeito suspensivo pleiteado pela empresa RTA, referente à alegação da mesma de que teria sido injusta sua inabilitação referente à capacitação técnica. Desta forma, a Comissão de Licitação teve que abrir a proposta desta empresa em atendimento à decisão judicial e às orientações da AGU.

− A proposta da empresa RTA foi aberta no dia 19/04/2010. Embora a proposta da empresa RTA tenha valor inferior à da empresa Squadro, ela também apresentou-se irregular, infringindo o Edital. Por esta razão, o processo foi encaminhado CJU-SP em 26/04/2010, para parecer referente às ações administrativas a serem tomadas. A partir das informações prestadas pela consultoria jurídica a Comissão de Licitação desclassificou a proposta da empresa RTA no dia 12/07/2010, porém a mesma apresentou recurso contra a decisão da Comissão de Licitação.

− No dia 13/09/2010 o Coordenador do Lanagro-SP participou de audiência com o Desembargador Dr. Nery Júnior, juntamente com representantes da AGU. Nesta ocasião, foram demonstrados os motivos pelos quais a Administração entendeu como descabida a contestação por parte da empresa RTA com relação à sua inabilitação. Foi comentada também a importância da obra e a necessidade de urgência na decisão judicial, haja vista que a liminar concedida estava inviabilizando o andamento do processo. O Desembargador se mostrou sensível ao caso e solicitou que a AGU reencaminhasse a petição para que a decisão fosse reformulada. Depois disso a empresa RTA desistiu da ação e finalmente o contrato pode ser assinado com a Construtora Squadro em 21/12/2010, e a obra finalmente teve início em 10 de janeiro de 2011.

− Após o início das obras, a Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA nomeou, a pedido do Lanagro-SP, uma “Comissão de Acompanhamento e Recebimento da Execução da Obra de Cosntrução de um novo laboratório para atendimento à Unidade de Sanidade Aviária do Lanagro-SP” (Portaria SDA/MAPA no 76, de 24/03/2011). Esta Comissão se reuniu pela primeira vez no dias 30 e 31/05/2011 e propôs uma série de alterações ao projeto original considerando atualizações técnicas aos novos conceitos de biossegurança, aumento de demandas pelo serviço de defesa sanitária animal e necessidades identificadas a partir de consultoria advinda do projeto de cooperação firmado entre o Lanagro-SP e o laboratório de referência da OIE NVSL (USDA/EUA).

− Sendo assim, foi agendada uma reunião com representantes da empreiteira, da comissão de acompanhamento e o projetista responsável no dia 28/06/2011, quando se decidiu pela necessidade de contratação de empresa especializada para executar tais adequações. O Lanagro-SP julgou apropriado, com o aval da consultoria jurídica, contratar sem licitação a empresa do arquiteto responsável pelo projeto (esclarecendo que o mesmo não pertencia mais ao quadro de pessoal da empresa responsável pelo projeto). Foi então firmado o Contrato Lanagro-SP 033/2011 em 14/12/2011.

− Embora tenha havido consenso entre todas as partes envolvidas que não haveria necessidade de interromper a obra naquela ocasião, uma vez que as mudanças propostas não afetariam o cronograma de execução da obra, devido ao tempo transcorrido entre a apresentação da proposta vencedora do certame e o início das obras, a Contratada solicitou reajuste global de preços, o qual foi concedido com base no índice INCC após consulta à CJU-SP e reunião realizada com seu Coordenador, Coordenador-Geral da CGAL e representantes da empreiteira em

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07/11/2011. Assim, foi firmado o Primeiro Termo Aditivo em 14/12/2011, no valor de R$ 995.092,88, aumentando o valor total do contrato para R$ 13.629.588,56.

− Entretanto, houve atraso considerável na entrega da revisão do projeto, cujo prazo de entrega, estimado inicialmente em 60 dias, foi prorrogado três vezes. O primeiro aditivo prorrogou o contrato em 90 dias. Tal prorrogação se fez necessária principalmente devido a uma mudança radical nos conceitos aplicados ao projeto de ar condicionado do laboratório NB3, conforme orientações da Comissão. Houve a necessidade de refazer completamente o projeto de ar condicionado, o qual constitui a peça mais crítica, relevante e complexa de um laboratório biosseguro, uma vez que tal sistema deve garantir que não haja escape viral via tubulação de ar.

− A segunda prorrogação de prazo contratual (60 dias) foi uma conseqüência natural da anterior. Com a modificação completa do projeto de ar condicionado, houve aumento altamente significativo no quantitativo de furos na laje do laboratório NB3. Este fato poderia acarretar em fragilidade estrutural com conseqüências desastrosas ao laboratório, de tal forma que houve a necessidade de fazer um projeto para reforço da estrutura, conforme avaliado e aprovado pela Comissão de Fiscalização em 17/05/2012.

− A terceira e última prorrogação de prazo contratual (90 dias) se fez necessária, uma vez que entre os dias 24 e 25/05/2012, a “Comissão de Acompanhamento” se reuniu para avaliar o projeto revisado e detectou a necessidade de novos ajustes, conforme detalhado em memória de reunião.

− Como conseqüência imediata destas prorrogações no prazo de entrega da revisão do projeto, o contrato com a empreiteira precisou ter também seu prazo prorrogado (Segundo Termo Aditivo, assinado em 10/03/2012).

− A revisão do projeto gerou a necessidade de aditivos de valor ao contrato da obra, seja pela inclusão de serviços, seja devido ao atraso da obra e conseqüente necessidade de pagamento adicional da taxa de administração local da obra. Em função do Decreto 7.689/2012, as propostas de aditivos no valor de R$ 901.752,39 (sendo R$ 383.408,19 referentes a acréscimos de serviço e R$ 518.344,20 referente à administração local da obra para o período de março a dezembro de 2012) foram submetidos à aprovação da Secretaria Executiva do MAPA em setembro de 2012.

− Mais uma vez o Lanagro-SP considerou como desnecessária a paralisação da obra, uma vez que esperava-se que a aprovação destes aditivos ocorresse rapidamente no âmbito da Secretaria Executiva do MAPA de tal forma que a obra pudesse retomar seu ritmo normal. Nesta altura dos acontecimentos a obra já estava em ritmo bastante reduzido, no aguardo da aprovação dos aditivos pelo MAPA. Entretanto, infelizmente esta aprovação não ocorreu no tempo desejado.

− Somente em 14/11/2012 o Coordenador-Geral de Logística e Serviços Gerais (CGSG/SPOA/SE/MAPA) emitiu parecer técnico sobre os aditivos, fazendo uma série de ressalvas à aprovação dos aditivos. O processo foi devolvido à CGAL para esclarecimentos em 26/11/2012 e ao Lanagro-SP em 08/01/2013.

− O Lanagro-SP então agendou reunião na CJU-SP para debater o teor do despacho do Coordenador-Geral de Logística e Serviços Gerais. Em reunião realizada em 21/01/2013, foi esclarecido que o processo não precisaria ter sido encaminhado para a Secretaria Executiva, por se tratar de contrato de investimento e não custeio. Entretanto, seria de bom alvitre responder os questionamentos apontados e devolver

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o processo para nova apreciação pela Comitê de Análise de Processos de Contratação, criado pela Secretaria Executiva do MAPA.

− Assim sendo o Lanagro-SP providenciou os devidos esclarecimentos e encaminhou o processo para análise pela CJU-SP em 30/01/2013 antes de devolvê-lo à Secretaria Executiva. O processo retornou ao Lanagro-SP em 13/02/2013 com novas recomendações de adequações e justificativas as quais foram plenamente respondidas e o processo devolvido à Secretaria Executiva em 01/03/2013. A CGAL encaminhou o processo para a CGSG/SPOA/SE/MAPA em 04/04/2013, com fortes recomendações para aprovação dos aditivos uma vez que a demora para a aprovação estava prejudicando imensamente o curso da obra e onerando os cofres públicos.

− Em 18/04/2013 o Coordenador-Geral de Logística e Serviços Gerais fez novo despacho se eximindo da responsabilidade da aprovação dos aditivos em função do parecer da CJU-SP que afirmou não se tratar de processo passível de aprovação pela Secretaria Executiva conforme Decreto 7.689/2012, afirmando ser responsabilidade do Coordenador do Lanagro-SP tal aprovação.

− Após retorno do processo ao Lanagro-SP foi assinado o Terceiro Termos Aditivo (no valor de R$ 383.408,19 referentes a acréscimos de serviço) e o Quarto Termo Aditivo (no valor de R$ 518.344,20 referente à administração local da obra para o período de março a dezembro de 2012), ambos assinados em 08/05/2013.

− Considerando toda a demora para a aprovação destes aditivos, foi necessário prorrogar mais uma vez o prazo contratual, o que foi feito através do Quinto Termo Aditivo, assinado em 29/05/2013.

− Foi realizada nova reunião na CJU-SP em 25/06/2013 para discutir as propostas de novos aditivos encaminhadas pela Construtora. Tais solicitações de aditivos tiveram as seguintes motivações: cobrança da taxa de administração local da obra para o período de janeiro a dezembro de 2013; novo reajuste referente a reequilíbrio econômico-financeiro ao contrato, motivado pelo atraso na execução das obras; inclusão de novos serviços, materiais e equipamentos decorrente da revisão do contrato. Neste momento a aprovação dos reajustes significaria um acréscimo superior a 25% do valor contratado inicialmente.

− Nesta reunião o Coordenador-Geral da CJU-SP recomendou que o Lanagro-SP avaliasse a pertinência da rescisão contratual e depois reencaminhasse o processo para nova análise jurídica.

− Em 11/07/2013 o Coordenador do Lanagro-SP se reuniu com a Comissão de Fiscalização da Obra no âmbito do Lanagro-SP para deliberar sobre o assunto e concluíram que a rescisão não seria a decisão mais vantajosa para a Administração pelos seguintes motivos:

a. Necessidade de pelo menos seis meses para concretização de processo licitatório. Além da necessidade de mobilizar recursos humanos, escassos para tal, a paralisação da obra por si só acarretaria em um custo de, no mínimo, R$500.000,00 devido ao futuro reajuste e a reparação de danos aos materiais no canteiro de obras;

b. Possibilidade de incompatibilidade entre a nova contratada e a antiga, de difícil solução, em casos de utilização de diferentes critérios e procedimentos construtivos, acarretando em mais tempo e em retrabalho, onerando ainda mais a obra;

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c. Necessidade de tempo de adaptação por parte da nova contratada até que tenha se familiarizado com o projeto e com o atual estágio da obra;

d. Possibilidade de ônus em função do pagamento de indenizações à contratada, além do risco da mesma mover ação judicial, o que poderia paralisar todo o processo licitatório por tempo indeterminado, mesmo por que está muito claro que tanto a necessidade de prorrogação do prazo contratual como dos aditivos de valor não foram decorrentes de descumprimento das obrigações da contratada;

e. Como se não bastassem os prejuízos financeiros aos cofres públicos, o adiamento da conclusão da obra pela rescisão contratual acarretaria em seríssimos prejuízos às ações de Defesa Sanitária Animal. O laboratório em construção terá por finalidade a realização do diagnóstico de doenças de grande impacto econômico e para saúde pública com destaque para a influenza aviária. Atualmente o Lanagro-SP já atua nesta área, no entanto, o futuro laboratório permitirá ampliação da capacidade operacional, além de dar maiores garantias quanto aos aspectos de biossegurança. Além da preocupação com a possibilidade de introdução no país de cepas altamente letais para aves e para o ser humano, como a variante H5N1 do vírus de influenza aviária (altamente endêmico em diversos países da Ásia), recentemente a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou alerta quanto ao surgimento de uma nova linhagem do vírus da influenza – H7N9 de origem aviária e que vem ocasionando mortalidade em seres humanos no continente asiático. Assim sendo, a finalização da obra tem se mostrado cada vez mais urgente e necessária para que o Brasil demonstre estar absolutamente preparado para enfrentar tais desafios sanitários. Cabe ressaltar que o Lanagro-SP é o único laboratório nacional autorizado pelo MAPA a manipular esse vírus em amostras de origem animal.

f. A contratada demonstrou boa vontade e interesse em dar continuidade à obra, respondendo positivamente a quase todos as condições impostas pelo Lanagro-SP, contribuindo para que o valor contratual excedesse o mínimo possível o percentual de 25%.

− Assim sendo, o Lanagro-SP devolveu o processo à CJU-SP em 01/08/2013, submetendo para apreciação novos termos aditivos (dois reajustes, referentes a 2012 e 2013; administração local da obra para 2013; acréscimo de materiais e serviços devido à revisão do projeto).

− O processo foi avaliado pela CJU-SP e devolvido ao Lanagro-SP em 16/09/2013. Considerando o teor do novo Parecer, foi realizada nova reunião na CJU-SP em 19/09/2013, na qual foi recomendada a contratação de empresa especializada para fazer uma atualização dos valores da planilha orçamentária da obra (baseado em planilhas de referência), bem como uma análise objetiva dos custos relacionados a uma nova contratação comparando com os custos da rescisão do contrato.

− Considerando a decisão de contratação deste serviço, o Lanagro-SP decidiu por:

a. Paralisar a obra por um período de 90 dias (Sexto Termo Aditivo, assinado em 09/10/2013);

b. Pagar os valores devidos de administração local da obra para o período de 01/01 a 10/10/2013 (Sétimo Termo Aditivo, no valor de R$ 425.581,31, assinado em 18/11/2013);

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c. Contratar empresa especializada para executar os serviços de atualização dos valores da planilha orçamentária da obra e análise objetiva dos custos relacionados a uma nova contratação comparando com os custos da rescisão do contrato.

− A contratação mencionada acima foi concretizada somente em 13/12/2013, devido à sobrecarga de trabalho na Divisão de Apoio Administrativo do Lanagro-SP, típica desta época do ano. Os trabalhos estão em andamento, com previsão de entrega em 28/02/2014, o que motivou a prorrogação da paralisação da obra por mais 60 dias (Oitavo Termo Aditivo, assinado em 07/01/2014), ou seja, até 06/03/2014.

− Após a entrega deste serviço o Lanagro-SP terá informações suficientes para decidir pela rescisão ou manutenção do contrato com a Construtora Squadro.

2. Cabe ressaltar que mesmo que se opte pela manutenção da contratação, a retomada da obra estará condicionada à contratação de empresa especializada para sua fiscalização, processo esse em andamento no âmbito do Lanagro-SP.”(grifo nosso)

Continuando o histórico, outro documento apresentado pelo Coordenador do Lanagro/SP, detalha a continuidade do processo: “(...) A contratação mencionada acima foi concretizada somente em 13/12/2013, devido à sobrecarga de trabalho na Divisão de Apoio Administrativo do Lanagro-SP, típica desta época do ano. Os trabalhos foram entregues com atraso considerável, obrigando o Lanagro-SP a prorrogar a suspensão da obra até janeiro de 2015. De qualquer forma, concluiu-se pela vantajosidade para a Administração da manutenção do contrato mesmo com acréscimo superior a 25% (26,39%).

No final de 2014 foi aprovado recurso para contratação de empresa especializada para dar suporte à fiscalização da obra.

A obra foi retomada em 02/02/2015 com previsão de conclusão em 12 meses.

Após todos os aditivos, o valor global empenhado para esta obra é de R$ 27.275.107,73. Já foram pagos R$ 3.589.060,49. Após o retorno da obra a empresa já apresentou duas notas fiscais, conforme segue:

a. Nota fiscal no valor de R$ 492.196,61, referente ao empenho 2010NE900906, lançada pelo Lanagro-SP em 18/03/2015;

b. Nota fiscal no valor de R$ 1.259.726,65, referente ao empenho 2010NE900906, lançada pelo Lanagro-SP em 30/04/2015.

Ocorre que não recebemos recurso financeiro para pagamento destas notas, o que tem ocasionado na redução do ritmo da obra, uma vez que a empreiteira alega prejuízos financeiros advindos do atraso na liquidação das notas. Se a situação persistir por mais alguns dias é muito provável que a obra seja novamente paralisada, podendo até mesmo ser rescindido o contrato, o que traria consequências desastrosas, com graves prejuízos aos cofres públicos se considerarmos todo o montante que já foi investido neste projeto estratégico para o MAPA. Além disso, a conclusão da obra dentro do prazo estimado (dezembro/2015) é fundamental para que o Lanagro-SP logre êxito no pleito encaminhando recentemente à OIE para se tornar laboratório de referência mundial para estas enfermidades.”

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De acordo com o Décimo Quarto Termo Aditivo, o prazo de vigência contratual ficou prorrogado até 02 de novembro de 2016. Entretanto, até 29 de janeiro de 2016, a obra estava em ritmo lento e com possibilidade de paralisação.

##/Fato##

Causa Falha nos controles internos do Lanagro/SP, permitindo a aprovação de projeto básico e executivo em desacordo com os novos conceitos de biossegurança (padrão necessário segundo avaliação dos técnicos da área). ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Todas as justificativas para a celebração dos aditivos de prazo ao Contrato de que trata a Concorrência 001/2008 constam nos autos, e foram devidamente apreciados pela CJU-SP. Cabe ressaltar que até o final de 2015, as motivações para tais prorrogações nunca estiveram associadas a problemas com a Contratada. Quando isto ocorreu, a Comissão de Fiscalização notificou a empresa conforme Ofícios 5243/2015, 0092/2016 e 0378/2016 (cópias anexas).

Após ser notificada a Contratada se manifestou e, a partir de então, foram estabelecidos os ajustes necessários. Entretanto, mais recentemente a questão do ritmo da obra voltou a ser motivo de preocupação por parte da Comissão de Fiscalização, que elaborou os Ofícios 1241/2016 e 1243/2016 (cópias em anexo), para os quais aguarda-se manifestação da Contratada.

No início de 2015 o Lanagro-SP contratou empresa especializada para dar suporte à fiscalização da obra (Processo no 21053.000135/2013-52, Contrato Lanagro-SP no 12/2015), a qual tem apresentado relatórios periódicos à Comissão de Fiscalização com informações necessárias para intervir junto à Contratada no sentido de cobrar o atendimento ao cronograma. Entendemos que a ação da gerenciadora tem sido de fundamental importância no acompanhamento desta obra, considerando sua complexidade e especificidade, especialmente no tocante às questões que envolvem os conceitos de biocontenção.

Temos também contado com a valiosa contribuição do FFA Marcus Vinícius Leandro (especialista em biossegurança e lotado na CGAL/SDA/MAPA) que tem visitado periodicamente a obra com objetivo de acompanhar seu evolutivo físico e discutir aspectos técnicos relacionados aos projetos de ar condicionado, hidráulica, entre outros.

Concluímos que uma obra deste porte, complexidade, histórico de dificuldades e relevância para o MAPA, demanda ações conjuntas com a CJU-SP, CGAL e outros parceiros, no intuito de garantir a segurança jurídica e as garantias técnicas para o sucesso do empreendimento. Neste sentido, o Lanagro-SP não tem medido esforços para resguardar os interesses da Administração, não apenas do ponto de vista financeiro,

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como também para que a obra chegue a bom termo de forma que o futuro laboratório seja aprovado em todos os testes de comissionamento. De nada adiantará todo investimento realizado até o momento se, ao término da obra, forem identificadas fragilidades construtivas que inviabilizem a classificação do laboratório com o nível de biossegurança almejado (NB3), necessário para manipulação do vírus causador da influenza aviária em altas concentrações.

Neste sentido, fica evidente que, embora indesejáveis, atrasos venham a ser tolerados (desde que devidamente justificados), pois o zelo maior não se aplica, neste caso, ao cumprimento do prazo, mas sim, à garantia de que os testes que virão a ser realizados na fase de comissionamento/validação tenham os resultados esperados. Obviamente que, a despeito disso, atrasos injustificados deverão ser devidamente penalizados, conforme cláusulas contratuais.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno De acordo com o gestor, até o final de 2015 as motivações para as prorrogações nunca estiveram associadas a problemas com a Contratada. Um problema que ocasionou atrasos foi a necessidade de alteração dos projeto básico e executivo durante a execução da obra, o que evidencia a fragilidade dos mesmos. O gestor argumenta que: “De nada adiantará todo investimento realizado até o momento se, ao término da obra, forem identificadas fragilidades construtivas que inviabilizem a classificação do laboratório com o nível de biossegurança almejado (NB3), necessário para manipulação do vírus causador da influenza aviária em altas concentrações.” De fato, não adianta finalizar a obra se ela não atender ao nível de biossegurança almejado (NB3), mas essa obra foi concebida justamente para esse propósito, e, portanto, os projetos básico e executivo deveriam ter sido realizados adequadamente para este objetivo. Ademais, os atrasos injustificados devem ser devidamente penalizados, conforme determina o contrato. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Aprimorar os controles internos, estabelecendo como etapa preliminar ao início de uma obra no Lanagro/SP a aprovação do projeto básico e executivo por área técnica competente, evitando assim atrasos para correção de projetos, e, caso os atrasos na obra sejam de responsabilidade da empresa, promova sua penalização, conforme determina o respectivo contrato. 1.1.5 PAGAMENTOS CONTRATUAIS

1.1.5.1 CONSTATAÇÃO Alterações no quantitativo das planilhas orçamentárias de obras da unidade sem a devida alteração contratual, ensejando o pagamento por serviços não executados no valor total de R$ 257.413,33 e a ausência da quantificação dos serviços efetivamente prestados pela empresa.

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Fato Das quatro obras verificadas durante a Auditoria, foram identificados pagamentos por serviços não executados em duas: na Concorrência nº 01/2014 e na Tomada de Preços nº 04/2014.

Foram verificadas diferenças entre as quantidades de serviços contratadas e as executadas, ou seja, a empresa beneficiou-se com o recebimento de valores relativos aos quantitativos não realizados, conforme detalhamento contido na tabela abaixo:

Tabela com os quantitativos pagos indevidamente em obra (realizada na portaria e

estacionamento) contratada por meio da Concorrência nº 01/2014.

Descrição un Custo

unitário Quantidade

paga

Quantidade verificada

in loco

Diferença entre a

quantidade paga e a

verificada

Total pago indevidamente

Prédio recepção

de amostras

Porta de vidro temperado

0,90x2,10 m espessura

10mm com acessórios

m2 R$ 1.500,00 14,99 0 14,99 R$ 22.485,00

Estrutura de madeira de lei

de 1A para telha ondulada

vão de 7m a 10m

m2 R$ 70,00 278,59 0 278,6 R$ 19.501,30

Cerâmica PEI-4 20x20

padrão alto, fixada com argamassa colante e

rejuntamento em cimento

branco

m2 R$ 49,00 207,97 91,92 116,1 R$ 5.686,45

Serviços externos

Revisão de telhado com

troca de peças danificadas

m2 R$ 150,00 50 12,6 37,4 R$ 5.610,00

Revisão do sistema

elétrico com troca de

tubulações,

m2 R$ 300,00 55 16 39 R$ 11.700,00

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Descrição un Custo

unitário Quantidade

paga

Quantidade verificada

in loco

Diferença entre a

quantidade paga e a

verificada

Total pago indevidamente

fiações, tomadas,

interruptores e luminárias

Revisão do sistema

hidráulico com troca das

tubulações de água e esgoto,

conexões, louças

sanitárias, registros

torneiras que deverão ser do tipo automática

m2 R$ 350,00 55 16 39 R$ 13.650,00

Alambrado em tubo de Fo

galvanizado a cada 2,0m de altura 3,0m, fixados com

bloco de concreto, com tela de arame galvanizado

revestido com PVC, fio 12 , malha7,5cm

m2 R$ 180,00 1300 937 363 R$ 65.340,00

Plantio de gramas batatais

m2 R$ 9,00 3400 0 3400 R$ 30.600,00

Para rodas no estacionamento em blocos de conreto tipo "bloco de gelo"...

un. R$ 50,00 260 0 260 R$ 13.000,00

Sinalização horizontal com tinta refletiva a base de resina

acrílica

m2 R$ 20,00 1462,5 52,43 1410 R$ 28.201,40

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Descrição un Custo

unitário Quantidade

paga

Quantidade verificada

in loco

Diferença entre a

quantidade paga e a

verificada

Total pago indevidamente

Sistema de som,

microfonia e telefonia

uu. R$ 20.000,00 1 0 1 R$ 20.000,00

Reforma portaria existente

Divisória em granito...

m2 R$ 450,00 13,54 3,6 9,94 R$ 4.473,00

Total R$ 240.247,15

Fonte: Levantamento realizado pela CGU, em 27 de janeiro de 2016, com base na planilha orçamentária de obra de que trata a Concorrência nº 01/2014

Tabela com os quantitativos pagos indevidamente na obra da Tomada de Preços nº 04/2014 (obra do refeitório)

Descrição un Custo

unitário Quantidade

paga

Quantidade verificada

in loco

Diferença entre a

quantidade paga e a

verificada

Total pago indevidamente

Cobertura com telha de fibrocimento estrutural largura útil

de 90cm incluso acessórios de fixação e vedação

m2 R$ 60,61 262 113,56 148,44 R$ 8.996,95

Pastilha de porcelana, 5x5cm, assentado com argamassa pré-fabricada de cimento colante,

inclusive rejuntamento

m2 R$ 249,60 7,5 0 7,5 R$ 1.872,00

Fornecimento e assentamento de grelha com aço INOX A304, conf .

Det., dimensões 1,00x0,20 m, incluindo caixa de concreto

impermeabilizado

un. R$ 578,89 21 18 3 R$ 1.736,67

Fornecimento e assentamento de grelha com aço INOX A304, conf .

Det., dimensões 2,00x0,20 m, incluindo caixa de concreto

impermeabilizado

un. R$ 1.140,14 6 2 4 R$ 4.560,56

Total 0 R$ 17.166,18

Fonte: Levantamento realizado pela CGU, em 27 de janeiro de 2016, com base na planilha orçamentária de obra de que trata a Tomada de Preços nº 04/2014

Ademais, não foram realizados termos aditivos com alteração nas quantidades contratadas.

##/Fato##

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Causa Falha no controle das medições e da fiscalização por parte do Lanagro/SP. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270 de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação:

“Tanto para a obra de que trata a Concorrência no 01/2014 como para a relacionada à Tomada de Preços no 04/2014 houve a necessidade de adequações na planilha orçamentária tendo em vista a identificação no momento da execução da obra de inconsistências na planilha orçamentária ou projeto executivo e também em função da identificação da necessidade de execução de serviços adicionais não previstos nas planilhas e/ou projetos. Na maior parte dos casos houve o registro das alterações em memórias de reunião, conforme documentos anexos.

Informações mais detalhadas sobre cada item apontado pela auditoria da CGU encontram-se descritos nas memórias de reunião anexas encaminhadas pelas respectivas comissões de fiscalização.

Fica evidente que em ambos os casos as comissões de fiscalização atuaram fortemente no sentido de preservar os interesses da Administração, tanto com relação ao zelo na utilização do recurso público como também com relação aos aspectos técnicos construtivos.

A documentação anexa comprova que, apesar das alterações realizadas, não houve, em hipótese alguma, prejuízo à Administração, muito pelo contrário, os serviços realizados não constantes em ambas as planilhas superaram, em valor, os serviços não realizados.

A ausência de aditivos se justifica porque alguns dos serviços adicionais executados não estavam nas planilhas, o que dificultaria a formalização dos aditivos. Ressaltamos, no entanto, que estas situações sempre foram consideradas como de caráter excepcional, ou seja, as comissões somente autorizaram tais alterações em casos de extrema necessidade e em situações que comprometeriam a entrega definitiva dos empreendimentos.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor confirma a falta de formalização de termo aditivo para as referidas alterações contratuais, alegando que: “alguns dos serviços adicionais executados não estavam nas planilhas, o que dificultaria a formalização dos aditivos”. Informa ainda, que: “os serviços realizados não constantes em ambas as planilhas superaram, em valor, os serviços não realizados”. No entanto, é obrigação legal formalizar as alterações contratuais. Ademais, o gestor não esclareceu quais as dificuldades encontradas em realizar a formalização de serviços que não estavam previstos inicialmente, tampouco anexou a pesquisa de mercado e a respectiva fonte para os novos serviços, e, portanto, não podemos afirmar se houve ou não economia.

Ademais, tal prática dificulta tanto a fiscalização própria do Lanagro como a auditoria da CGU.

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O que podemos afirmar é que os serviços apontados nesta constatação não foram realizados, o que importa em um montante de R$ 257.413,33.

Além disso, no anexo da resposta consta a memória de reunião, realizada em 23/03/2015, com os itens que a empresa teria realizado a maior e o respectivo cálculo dos valores realizados pela própria empresa, quando, na verdade, o Lanagro é que deveria ter cotado esses valores, o que não ocorreu.

A seguir trecho do Acórdão TCU nº 1845/2013 – Plenário sobre o assunto:

(...)“14. A alegação de utilização da modalidade de preço global na licitação não justifica as irregularidades detectadas nos autos, pois estas decorreram das diferenças entre as quantidades contratadas e as executadas, o que independe se a modalidade é de preço global ou unitário. Ou seja, a contratação pela modalidade de execução de empreitada por preço global não exime a contratada da obrigação de executar as quantidades estabelecidas na avença.

15. Nesse sentido, o conteúdo do Relatório que sustenta o Acórdão recorrido (peça 14, p. 126, item 33), no qual consta a tabela com o “cálculo do débito referente ao pagamento indevido decorrente de quantitativos inadequados”, demonstra com clareza as referidas diferenças, o que deu origem ao débito inicialmente apurado pela Secob-3, conforme instrução acostada à peça 14, p. 36.

16. Ademais, como já mencionado antes pelo Tribunal na deliberação ora combatida, não houve a celebração de termo aditivo ao contrato para formalizar as referidas alterações, conforme exigido em lei, não sendo possível, assim, acolher tais razões recursais.”(...) ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Apurar o valor dos serviços prestados pelas empresas que não possuíam amparo contratual, de modo a quantificar a totalidade das alterações realizadas sem a celebração de termo aditivo; Recomendação 2: Caso seja identificado que o valor pago às empresas foi superior aos serviços efetivamente prestados, promover junto às contratadas a restituição dos valores pagos indevidamente, efetuando, se for o caso, a glosa dos valores a serem repassados à empresa; Recomendação 3: Aprimorar os controles no que se refere às medições e fiscalizações, formalizando, por meio de termos aditivos, quando houver a necessidade de alteração nos quantitativos contratados. 1.1.5.2 CONSTATAÇÃO Pagamento antecipado no valor total de R$ 5.380.977,62. Fato Verificou-se o pagamento antecipado de diversos equipamentos no âmbito da

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Concorrência nº 01/2008, que previa em seu edital a forma como os pagamentos deveriam ocorrer, conforme segue: “17.2.1. Ao final de cada etapa da execução contratual, conforme previsto no Cronograma Físico-Financeiro, a Contratada apresentará medição prévia dos serviços executados no período, através de planilha e memória de cálculo detalhada. 17.2.1.1 Uma etapa será efetivamente concluída quando os serviços previstos para aquela etapa, no Cronograma Físico-Financeiro, estiverem executados em sua totalidade.” Porém, foram pagos diversos equipamentos antecipadamente, uma vez que a respectiva etapa não estava concluída, conforme tabela abaixo:

Itens do Contrato nº 16/2010 pagos antecipadamente

Item Descição Un. Qtde. total

Qtde. medida e

paga Preço Unitário

Total medido e pago

11.6.7 PE1 - Porta estanque... un. 1 0,8 R$ 61.528,34 R$ 49.222,67

11.6.8 PE1a - Porta estanque... un. 1 0,8 R$ 61.528,34 R$ 49.222,67

11.6.9 PE2 - Porta estqnque... un. 1 0,8 R$ 64.644,13 R$ 51.715,30

11.6.10 PE2A - Porta estanque... un. 1 0,8 R$ 64.644,13 R$ 51.715,30

11.6.11 PE3 - Porta estanque... un. 2 1,6 R$ 67.759,93 R$ 108.415,89

11.6.12 PE3A - Porta estanque... un. 2 1,6 R$ 67.759,93 R$ 108.415,89

11.6.13 PE4 - Porta estanque... un. 1 0,79 R$ 80.915,12 R$ 63.922,94

11.8.1 Pass Trough un. 7 5,6 R$ 49.540,52 R$ 277.426,91

11.8.2 Pass Trought 1,00 x 1,50 x 0,82m un. 1 0,8 R$ 93.121,91 R$ 74.497,53

13.212 Nobreak 1000KVA un. 1 0,8 R$ 193.970,74 R$ 155.176,59

13.217 Usina de geração a disel un. 3 2,4 R$ 494.155,91 R$ 1.185.974,18

16.2 Unidade Resfriadora un. 3 2,7 R$ 322.599,46 R$ 871.018,54

16.4 Bombas de água gelada Primárias un. 3 2,7 R$ 11.317,23 R$ 30.556,52

16.7 Unidade "Fan-Coil" un. 2 1,6 R$ 274.212,65 R$ 438.740,24

16.8 Unidade "Fan-Coil" un. 1 0,8 R$ 58.258,28 R$ 46.606,62

16.9 Unidade "Fan-Coil" un. 1 0,8 R$ 52.269,61 R$ 41.815,69

16.10 Unidade "Fan-Coil" un. 1 0,8 R$ 61.028,89 R$ 48.823,11

16.11 Unidade "Fan-Coil" un. 1 0,8 R$ 60.733,05 R$ 48.586,44

16.12 Unidade "Fan-Coil" un. 1 0,8 R$ 60.797,33 R$ 48.637,86

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Item Descição Un. Qtde. total

Qtde. medida e

paga Preço Unitário

Total medido e pago

16.13 Unidade "Fan-Coil" un. 1 0,8 R$ 60.797,33 R$ 48.637,86

16.14 Unidade "Fan-Coil" un. 1 0,8 R$ 50.660,97 R$ 40.528,78

16.15 Unidade "Fan-Coil" un. 1 0,8 R$ 44.262,00 R$ 35.409,60

16.16 Unidade "Fan-Coil" un. 1 0,8 R$ 44.262,00 R$ 35.409,60

16.17 Unidade "Fan-Coil" un. 1 0,8 R$ 88.179,35 R$ 70.543,48

16.18 Unidade "Fan-Coil" un. 1 0,8 R$ 125.718,52 R$ 100.574,82

16.82 Exaustor un. 2 1,6 R$ 67.107,87 R$ 107.372,59

16.83 Exaustor un. 1 0,8 R$ 5.034,18 R$ 4.027,34

16.84 Exaustor un. 1 0,8 R$ 6.586,69 R$ 5.269,35

16.85 Exaustor un. 1 0,8 R$ 17.768,39 R$ 14.214,71

16.86 Exaustor un. 1 0,8 R$ 14.133,99 R$ 11.307,19

16.87 Exaustor un. 1 0,8 R$ 6.376,87 R$ 5.101,50

16.88 Exaustor un. 1 0,8 R$ 6.586,69 R$ 5.269,35

16.89 Exaustor un. 1 0,8 R$ 27.676,21 R$ 22.140,97

16.152 Dumper estanque un. 36 10,7 R$ 53.917,67 R$ 576.919,07

16.153 Dumper estanque un. 11 3,28 R$ 77.375,48 R$ 253.791,57

16.154 Dumper de vazão un. 30 24 R$ 1.856,44 R$ 44.554,56

16.174 Roda entálpica un. 1 0,8 R$ 95.865,97 R$ 76.692,78

16.175 Roda entálpica un. 1 0,8 R$ 34.108,05 R$ 27.286,44

16.176 Roda entálpica un. 1 0,8 R$ 28.468,89 R$ 22.775,11

16.177 Roda entálpica un. 1 0,8 R$ 50.715,97 R$ 40.572,78

16.178 Roda entálpica un. 1 0,8 R$ 41.786,87 R$ 33.429,50

16.179 Roda entálpica un. 1 0,8 R$ 32.353,30 R$ 25.882,64

16.180 Roda entálpica un. 1 0,8 R$ 28.468,89 R$ 22.775,11

R$ 5.380.977,62

Fonte: Levantamento realizado pela CGU, em 26 de janeiro de 2016, com base na planilha da obra de que trata a Concorrência 001/2008.

##/Fato##

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Causa Execução contratual em desconformidade com o estabelecido no edital da licitação. Falha nos controles internos do Lanagro/SP quanto à autorização de pagamento sem a devida conclusão dos serviços previstos em cada etapa da obra. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Não podemos concordar que os pagamentos realizados pelos equipamentos incluídos na planilha da obra de que trata a Concorrência 001/2008 sejam classificados como “pagamentos antecipados”. Isto porque, conforme registrado em memória de reunião realizada em 29/04/2015 entre representantes do Lanagro-SP e da gerenciadora da obra (cópia anexa), houve um entendimento de que os equipamentos adquiridos já pertenceriam ao Lanagro-SP e, portanto, caberia o pagamento de determinados percentuais, conforme critérios estabelecidos nesta mesma reunião. Ademais, a Contratada entregou garantia adicional especificamente para os equipamentos (cópia anexa), a qual foi devidamente renovada em duas oportunidades (cópias anexas), estando a última delas válida até 31/08/2016, o que resguarda a Administração na eventualidade de abandono da obra ou ainda de não entrega de equipamentos encomendados. Tal procedimento se justifica em função das intensas variações cambiais verificadas nos últimos tempos. Cabe destacar também que a maior parte destes equipamentos é importada e encomendada para atender de forma específica as necessidades do empreendimento, ou seja, não se trata de equipamentos comuns ou “a pronta entrega”. Ressaltamos ainda que o pagamento dos 30% iniciais somente tem sido realizado mediante comprovação da aquisição emitida pelo fornecedor. Toda esta vasta documentação encontra-se em poder da empresa contratada para dar suporte à fiscalização da obra, estando disponíveis, portanto, para consulta e apreciação por parte dos órgãos de controle. Por fim, cabe destacar que todos os equipamentos listados no item 1.1.5.3 do relatório da auditoria no 201505893 foram entregues e encontram-se no Lanagro-SP, evidenciando que, a despeito de “suposto” risco no procedimento adotado pelo Lanagro-SP, não houve qualquer prejuízo relativo a estas aquisições.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O gestor informa que: “conforme registrado em memória de reunião realizada em 29/04/2015 entre representantes do Lanagro-SP e da gerenciadora da obra (cópia anexa), houve um entendimento de que os equipamentos adquiridos já pertenceriam ao Lanagro-SP e, portanto, caberia o pagamento de determinados percentuais, conforme critérios estabelecidos nesta mesma reunião”. No entanto, procedendo dessa maneira, o gestor alterou as condições iniciais do edital de 2008, o que poderia inclusive atrair novas empresas ou ter conseguido preços mais vantajosos para a administração. Outro problema está relacionado com a garantia desses equipamentos. Em que pese o gestor ter informado que a empresa apresentou garantia adicional até 31/08/2016, isto não é suficiente para resguardar a administração, pois o Lanagro-SP ficará sem garantia após essa data, e há ainda o risco de que a empresa não termine a obra. ##/AnaliseControleInterno##

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Recomendações: Recomendação 1: Implementar melhorias nos controles internos da Unidade de forma a evitar que as condições editalícias sejam alteradas, bem como, abstenha-se de realizar pagamentos de forma antecipada. Recomendação 2: Verificar se a garantia adicional apresentada pela empresa será suficiente para assegurar a instalação e funcionamento dos equipamentos, procedendo a tratativas no sentido de extensão do prazo até conclusão total da obra. 1.1.5.3 CONSTATAÇÃO Pagamento em desacordo com o previsto nos contratos. Pagamento antecipado. Fato Em cinco dos seis contratos analisados, originados dos Pregões Eletrônicos para Registro de Preços nºs 46/2013 e 54/2014 (repetição do certame), selecionados por amostragem aleatória não probabilística, verificou-se a ocorrência de pagamento antecipado em inobservância ao previsto no instrumento contratual e ao disposto nos artigos 62 e 63 da Lei nº 4.320/64. Os termos contratuais tinham como objeto a aquisição de equipamentos visando atender às necessidades do Lanagro/SP. Os contratos assinados estabelecem, na cláusula Oitava dos respectivos termos, que o pagamento à contratada será feito da seguinte forma: 50% do valor da aquisição a partir da emissão do “Termo de Recebimento Provisório” e o restante após a emissão do “Termo de Recebimento Definitivo”, que se dá após a instalação, concluído os testes operacionais, o treinamento dos técnicos e atingidos os níveis de desempenho especificados. No entanto, nos cinco contratos citados, o pagamento da parcela correspondente ao “Termo de Recebimento Definitivo” ocorreu sem que os equipamentos adquiridos estivessem devidamente instalados, ou seja, sem que fossem cumpridas as condicionalidades previstas nas normas editalícias e contratuais para efetivação dos pagamentos. A autorização para o pagamento das segundas parcelas da maneira efetivada denota prática temerária e antieconômica diante da assunção do risco de que o objeto avençado não seja efetivamente realizado. Ademais, caracteriza-se pagamento antecipado à medida que as condições contratadas ainda não haviam sido atingidas na sua integralidade. ##/Fato##

Causa Falha nos controles internos do Lanagro/SP, no que se refere ao acompanhamento adequado da execução contratual, dando ensejo à autorização de pagamentos de forma antecipada, contrariando as cláusulas contratuais; Fragilidade no planejamento da aquisição de equipamentos para o Laboratório de Jundiaí, ignorando fatores impeditivos para instalação.

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##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Conforme já relatado no item 1.1.4.4 houve atraso inesperado na conclusão da obra de adequação da Unidade de Microbiologia Agrícola (base física de Jundiaí) e, para não prejudicar os fornecedores de equipamentos relativos aos Pregões 46/2013 e 54/2014, o Lanagro-SP autorizou sua entrega e os responsáveis por esta Unidade solicitaram às empresas declarações através das quais se comprometeriam a realizar as instalações e testes de funcionamento quando aplicável (vide documentos anexos, relativos à aquisição dos seguintes equipamentos: concentrador centrífugo e leitor de placa – empresa Nova Analítica; diluidor e plaqueador – empresa Tecnal; microscópio e estereomicroscópio – empresa Carl Zeiss).

Segue também, em anexo, as comprovações de que todos estes equipamentos já foram instalados e testados, ou seja, não houve qualquer prejuízo à Administração. Mencionamos aqui estes casos em particular, porém o relatório da CGU não especificou os itens relacionados a esta Constatação.

Destaca-se aqui que os procedimentos adotados revelam a preocupação em não onerar indevidamente os fornecedores, mas com a devida cautela para que também não houvesse prejuízo ao órgão.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O Lanagro/SP, consoante ao já mencionado no item 1.1.4.4 deste Relatório, contratou a aquisição dos equipamentos para o Laboratório de Jundiaí, em janeiro de 2015, quando ainda estava em andamento a formalização do contrato da obra para implantação da Unidade de Microbiologia Agrícola – MAG, nesse mesmo laboratório, onde seriam instalados os equipamentos adquiridos.

Considerando que os prazos de entrega dos equipamentos variavam entre trinta e noventa dias, após a assinatura dos contratos, era previsível que eles seriam entregues antes da conclusão das obras do MAG, cujo prazo de término estava previsto para 27 de setembro de 2015. Pelos prazos estabelecidos para entrega dos equipamentos, o último seria recebido até 19 de abril de 2015.

Resta claro que o gestor do Lanagro/SP sabia que os equipamentos adquiridos seriam entregues antes da conclusão das obras do MAG, e, por conseguinte, que não haveria um local adequado para armazená-los e tampouco que poderiam ser instalados antes de outubro de 2015.

Com relação ao pagamento antecipado, há farta jurisprudência de Tribunal de Contas da União (Acórdãos 109/2002 – Plenário; 51/2002, 193/2002 e 696/2003, da 1ª Câmara; 1.146/2003 e 918/2005, 2.267/2007, da 2ª Câmara, 2.204/2007 e 1.614/2013, do Plenário) no sentido de se admitir o pagamento antecipado somente em casos excepcionais e contratualmente previstos. O Tribunal considera, em seus julgados, fato grave o pagamento antecipado, havendo ou não dano ao Erário.

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Os artigos 40, § 3º, 55, III, e 65, II, ‘c’, da Lei nº 8.666/2013, dispõem que os pagamentos só podem ser efetuados após adimplemento da obrigação contratual.

Assim, a justificativa apresentada pelo gestor não encontra amparo na Lei nº 4.320, de 1964, na Lei de Licitações e, ainda, na jurisprudência do TCU. Reafirma-se, portanto, a ocorrência de pagamento antecipado em cinco dos seis contratos analisados (contratos nºs 13/2015–Spectra; 40/2015–Tecnal; 41/2015–Datamed; 44/2015–Metrohm e 30/2015–Polimate) relacionados aos Pregões n°s 46/2013 e 54/2014. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Apurar responsabilidade de quem deu causa à aquisição de bens sem condições adequadas de instalação, o que resultou em pagamentos efetuados de forma indevida e riscos de desgastes e obsolescência dos equipamentos. Recomendação 2: Promover melhorias nos controles internos da Unidade, de forma a evitar pagamentos em desacordo com a previsão contratual. 1.1.5.4 CONSTATAÇÃO Pagamento indevido para empresa, em função do valor errado do ISS na fórmula do BDI da empresa, correspondendo a um montante apurado de pelo menos R$ 294.170,73. Fato Da análise da Concorrência nº 01/2008, cujo objeto era a construção de um laboratório de biossegurança NB2/NB3 do Setor de Sanidade Aviária, observou-se que o cálculo do percentual do ISS a ser considerado na composição do BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) de obras públicas depende da correta definição da sua base de cálculo e, sobre essa, da aplicação da alíquota correspondente à legislação municipal do local da obra (3,5% no caso em tela), conforme determina o documento da CGU “Entendimentos relativos a auditorias de obras públicas ordem de serviço nº77 de 20/08/2012” bem como entendimento do TCU, ou seja, o percentual de ISS a ser utilizado na fórmula do BDI não se limita a alíquota fixada pelo munícipio (3,5%), mas sim ao produto dessa pela base de cálculo prevista na legislação municipal, o que não acorreu, uma vez que foi considerada a alíquota cheia de 5,0% sobre o valor total dos serviços contratados. A retenção do ISS nas notas fiscais ocorreu de forma correta, ou seja, 3,5% apenas sobre a mão de obra. No entanto, como na fórmula do BDI foi considerado 5,0% sobre o valor total do serviço (mão de obra e materiais), configurando enriquecimento sem causa da empresa, pois recebeu um valor indevido, que é a multiplicação do valor dos materiais por 5,0% mais 1,5% sobre a mão de obra, conforme demonstrado na tabela abaixo, com as principais notas fiscais:

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Cálculo do ISS pago indevidamente no âmbito da Concorrência nº 01/2008

NF n Data de

emissão da NF

Valor dos materiais (A)

R$

Valor da mão de obra

(B) R$

Valor total da nota (A+B)

R$

Valor do ISS contido no BDI (C)

R$

Valor do ISS retido nas notas (D) R$

Total recebido indevidamente

(C-D) R$

1660 28/04/2015 881.808,66 377.918,00 1.259.726,66 62.986,33 13.227,13 49.759,20

1662 27/05/2015 1.051.496,20 450.641,23 1.502.137,43 75.106,87 15.772,44 59.334,43

1666 08/08/2015 341.301,02 146.271,87 487.572,89 24.378,64 5.119,52 19.259,12

1667 10/09/2015 1.863.470,39 798.630,17 2.662.100,56 133.105,03 27.952,06 105.152,97

1668 22/10/2015 428.804,72 183.773,46 612.578,18 30.628,91 6.432,07 24.196,84

1669 13/11/2015 646.271,13 276.973,35 923.244,48 46.162,22 9.694,07 36.468,15

Total 5.213.152,12 2.234.208,08 7.447.360,20 372.368,01 78.197,28 294.170,73 Fonte: Valores levantados pela CGU com base nas notas fiscais emitidas no âmbito da Concorrência nº 01/2008. Observação: o detalhamento do BDI consta na página 4.423 (volume 23) do processo nº 21053.000158/2008-08, sendo a alíquota do ISS de 5,0% e do BDI o total de 25,72%. ##/Fato##

Causa Utilização de método de cálculo indevido para o valor do ISS contido no BDI. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Quando da realização do certame de que trata o processo 21053.000158/2008-08, o Lanagro-SP utilizou como referência para composição do BDI o Acórdão nº 325/2007 – TCU – Plenário, que estabelecia os valores totais do BDI, sendo os valores definidos como mínimo 16,36%, médio 22,61% e máximo 28,87%. Quando do julgamento das propostas foi verificado que o BDI da proposta vencedora estava dentro da faixa referencial, tendo sido considerado o valor global do BDI.

Até a edição da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2011, não existia, salvo melhor juízo, uma norma específica que definisse claramente as regras para composição do BDI, o que levava a uma diversidade de modelos de cálculo e composição. A Lei no 12.309, de 09/08/2010, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2011 (LDO 2011), em seu art. 127 parágrafo 7º, trouxe o seguinte comando: “O preço de referência das obras e serviços de engenharia será aquele resultante da composição do custo unitário direto do sistema utilizado, acrescido do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas – BDI, evidenciando em sua composição, no mínimo: I - taxa de rateio da administração central; II - percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos aqueles de natureza direta e personalística que oneram o contratado; III - taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento; e IV - taxa de lucro”.

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O BDI apresentado pela empresa vencedora do certame foi sobre o total do orçamento, estando de acordo com o modelo proposto pela empresa que elaborou o projeto básico e admitido pelo Lanagro-SP, conforme às fls. 919 (cópia em anexo). Ressaltamos, portanto, que o processo licitatório ocorreu em 2009, quando havia muito pouco material de referência como legislações, Acórdãos e Manuais versando sobre o tema. Não nos parece razoável mudar as regras do jogo após a celebração do contrato, o qual foi embasado nas condições editalícias.

O Decreto nº 7.983, de 08 de abril de 2013, que estabelece regras e critérios para elaboração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos orçamentos da União, considera, em seu Artigo 2º, Inciso V - benefícios e despesas indiretas - BDI – o valor percentual que incide sobre o custo global de referência para realização da obra ou serviço de engenharia; e no Inciso VI - preço global de referência – o valor do custo global de referência acrescido do percentual correspondente ao BDI. Em seu Art. 9o, estabelece que o preço global de referência será o resultante do custo global de referência acrescido do valor correspondente ao BDI, que deverá evidenciar em sua composição, no mínimo: I - taxa de rateio da administração central; II - percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos aqueles de natureza direta e personalística que oneram o contratado; III - taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento; e IV - taxa de lucro.

Com relação ao recolhimento do ISS relativo à Concorrência 001/2008, o mesmo está sendo realizado apenas para as parcelas de Serviços, de acordo com a Legislação Municipal. Julgamos necessário submeter consulta à CJU-SP com relação à necessidade ou não de rever o procedimento à luz da legislação e das condições estabelecidas à época da licitação e assinatura do contrato. Caso se conclua que a Constatação de que trata o item 1.1.5.5 da Auditoria da CGU seja pertinente, deverá ser requerido o recolhimento por parte da Contratada dos valores supostamente pagos de forma indevida.

O fato de terem sido publicados inúmeros Acórdãos pelo TCU nos últimos anos relativos a questão de BDI, evidencia que o tema é altamente complexo e controverso e, portanto, carece de uma melhor normatização.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em que pese a justificativa do gestor, o Acórdão nº 325/2007 – TCU – Plenário não tratava do cálculo do ISS no BDI, apenas delimitava as faixas de variação da referência. Ademais, é um caso de descumprimento legal, qual seja, a taxa de BDI com alíquota de imposto superior à estabelecida em lei. Segue trecho do Acórdão do TCU nº 32/2008 – Plenário sobre o assunto: “ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões expostas pelo Relator, em: 9.1 determinar ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e, no que

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couber, à sua Superintendência no Estado de Sergipe que, se ainda não o fizeram: 9.1.1 efetue, a partir do pagamento da próxima medição da empresa Delta Construções S/A, no âmbito dos Contratos TT-335/2006-00 e TT-336/2006-00, a dedução de, respectivamente, 0,291% e 0,702% sobre o valor da medição, a título de correção da incidência do ISS, visto que a alíquota de ISS ponderada é de 4,57% e não de 5%, no primeiro contrato, e de 3,94% e não de 5%, no segundo contrato, como constou no BDI dessa empresa; 9.1.2 providencie a dedução no pagamento da próxima medição da empresa Delta Construções S/A, no âmbito dos Contratos TT-335/2006-00 e TT-336/2006-00, do montante correspondente a, respectivamente, 0,291% e 0,702% sobre cada medição já paga, para fins de compensação pelos valores indevidamente recebidos e não recolhidos pela empresa a título de ISS;” ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Recomendamos ao gestor que calcule o valor total pago indevidamente e o deduza da próxima medição da empresa Squadro tais valores, que importam em pelo menos R$ 294.170,73. 1.1.5.5 CONSTATAÇÃO Não utilização de BDI diferenciado na aquisição de equipamentos. Fato Para a Concorrência nº 01/2008, constatou-se a ausência de diferenciação de BDI entre equipamentos e o restante da obra. Nos termos da Súmula TCU 253/2010, tem-se que: "Comprovada a inviabilidade técnico-econômica de parcelamento do objeto da licitação, nos termos da legislação em vigor, os itens de fornecimento de materiais e equipamentos de natureza específica que possam ser fornecidos por empresas com especialidades próprias e diversas e que representem percentual significativo do preço global da obra devem apresentar incidência de taxa de Bonificação e Despesas Indiretas - BDI - reduzida em relação à taxa aplicável aos demais itens". Contudo, ao ser analisada a planilha contratual, pode ser constatada a utilização do BDI geral (25,72%) para todos os itens, contrariando a diretriz geral da súmula. Além disso, o orçamento também considerou apenas um BDI para toda a obra, o que pode ter gerado um orçamento sobrevalorizado. No entanto, não foi possível apurar tais valores em função de falha no projeto básico e a grande quantidade de equipamentos que não puderam ser comparados com o mercado.

##/Fato##

Causa Ausência de aplicação, pela equipe de contratação do Lanagro/SP, da legislação e jurisprudência sobre o tema BDI para obras públicas. ##/Causa##

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Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “A Súmula TCU 253/2010, que recomenda a aplicação de BDI diferenciado para equipamentos, é posterior ao processo licitatório de que trata a Concorrência 01/2008. Sendo assim, não seria possível mudar “as regras do jogo” após deflagração do certame. Este fato foi apontado, inclusive, pela CJU-SP em ata de reunião do dia 19/09/2013 (vide cópia em anexo).

Com relação à utilização de um valor de BDI fixo para toda a obra, considerar as observações relativas ao item 1.1.5.5.

Mais uma vez deve-se considerar a complexidade do tema, e até mesmo a necessidade de uma melhor normatização pelo Governo Federal.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em que pese a justificativa do gestor, o entendimento do TCU sobre o assunto é anterior ao certame em questão, conforme pode ser observado nos trechos de dois Acórdãos transcritos abaixo, dentre outros. Acórdão nº 644 de 2007 – Plenário: “43. Entretanto, entendemos que, caso a Infraero venha a licitar conjuntamente os equipamentos com todas as obras e serviços previstos, deve adotar um percentual de BDI diferenciado para equipamentos, tendo em vista a não incidência de diversos custos indiretos comumente detalhados em um BDI apresentado para obras e serviços de engenharia. 44. Pelo exposto, entendemos que deve ser proposto à Infraero que adote no orçamento do projeto básico das Obras de Ampliação, Reforma e Modernização do Aeroporto Internacional de Brasília, taxa de BDI distinta da utilizada para obras civis para os equipamentos previstos para serem incorporados ao empreendimento. Quanto ao item “d” da audiência: Sobrepreço apurado no demonstrativo de custos das Pontes de Embarque e Sistemas Operacionais no orçamento do projeto básico das obras de Ampliação, Reforma e Modernização do Aeroporto Internacional de Brasília.” E Acórdão nº 608 de 2008 – Plenário: “A falta de exigência editalícia para que os proponentes indicassem os valores dos encargos sociais e do BDI, bem como das suas composições, viola o princípio da transparência exposto no inciso II do § 2o do art. 7o da Lei 8.666/93. No mesmo sentido, é a cobrança do mesmo BDI, sem estudos justificativos, para as obras civis e para a aquisição e montagem eletromecânica de equipamentos de significativos valores, tais como os referentes às estações elevatórias e de tratamento de água.” ##/AnaliseControleInterno##

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Recomendações: Recomendação 1: Recomendamos ao gestor que oriente e capacite a equipe de contratação do Lanagro/SP para que passe a adotar BDI diferenciado para equipamentos, tendo em vista a não incidência de diversos custos indiretos comumente detalhados em um BDI apresentado para obras e serviços de engenharia. 1.1.5.6 CONSTATAÇÃO Ausência de detalhamento do BDI nos aditivos firmados no âmbito do Contrato nº 16/2010. Fato Não constou o BDI nas planilhas dos aditivos ao Contrato nº 16/2010 (Concorrência nº 01/2008). Apenas constou na primeira proposta da empresa na página nº 4.423 do processo nº 21053.000158/2008-08 (volume 23).

##/Fato##

Causa Fragilidades no processo de acompanhamento e revisão dos contratos da unidade. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Conforme já elucidado aos auditores do CGU por meio do Ofício 520/2016 (cópia em anexo) e conforme já apresentado no item 1.1.5.5, o pagamento do BDI relacionado ao contrato 16/2010 se manteve sempre fixado no mesmo índice, sendo aplicado sobre o valor global da obra. Sendo assim, não faria sentido alterar seu percentual quando da assinatura dos aditivos, uma vez que isto caracterizaria alteração das condições editalícias no decorrer do contrato. Por esta razão, sempre ficou subentendido por parte da equipe do Lanagro-SP que os valores seriam mantidos constantes, não sendo necessário o detalhamento a cada aditivo.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O BDI faz parte da proposta da empresa e, portanto, deveria integrar todas as planilhas com aditivos de valor. Ademais, o último aditivo, no valor de R$ 12.318.185,47, foi firmado com base em planilha realizada pela empresa MVA, que não está anexada ao processo, gerando dúvida em relação à manutenção do BDI. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Recomendamos ao gestor que exija das empresas o detalhamento do BDI junto das propostas de alteração dos contratos iniciais.

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1.1.5.7 CONSTATAÇÃO Aquisição de produto com preço acima do valor de mercado, além de aceitação de produto em desconformidade com os parâmetros estabelecidos no edital e no contrato. Fato O Edital do Pregão Eletrônico para Registro de Preços n° 49/2013, realizado em 1º de abril de 2014, contemplava, no item “58”, a aquisição de freezer horizontal de duas portas, com capacidade de 519 litros, e no item “59”, objeto com essas mesmas especificações, mas contendo fechadura. A cotação de preços efetuada pelo Lanagro/SP apresentou um valor de referência idêntico, R$14.900,00, para os dois itens. No pregão, a empresa vencedora, Comercial Vanguardeira Eirelli - ME, foi a única que apresentou proposta para os itens supracitados. O valor ofertado foi de R$14.900,00 para cada unidade. Visando à aceitação dos itens, o Lanagro/SP negociou com a empresa, reduzindo o valor de cada um para R$2.800,00. Um Freezer com as mesmas especificações do contratado (marca/modelo Consul/CHB53C) custava, em março de 2015 (data próxima à da contratação, ocorrida em 18 de fevereiro de 2015), em torno de R$1.600,00, conforme consultas a sítios de compra na internet. O mesmo freezer, em abril de 2016, custava cerca de R$2.100,00, já incluído valor do frete, conforme sistema de busca na internet. Cabe salientar que, apesar de a data constante do contrato ser de 20 de janeiro de 2015, ao lado da assinatura do responsável pela empresa foi aposta a data de 18 de fevereiro de 2015, sugerindo que foi nesta data que a empresa contratada firmou o contrato. Com relação à discrepância de preços verificada, entre o valor orçado e o de aquisição, o fato é tratado em item próprio deste relatório, visto ter sido situação recorrente nos processos de contratação da Unidade examinados. Na inspeção física dos itens, verificou-se que o freezer fornecido em atendimento ao item “59” não dispõe de fechadura, conforme especificação prevista no edital. Não há justificativas no processo para o recebimento da mercadoria em desacordo com o previsto no edital e no Contrato n° 46/2015, firmado entre as partes, tampouco para a aquisição de equipamentos com preço manifestamente superior ao de mercado. ##/Fato##

Causa Despreparo dos servidores envolvidos nos processos de contratação da Unidade; Negligência da pregoeira e coordenadora da DAD, ao negociar preço manifestamente superior ao praticado no mercado; Autorização do recebimento de equipamento incompatível ao Edital e Contrato. ##/Causa##

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Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Com relação à aceitação do equipamento de que trata o item “59” do Pregão Eletrônico no 49/2013, mesmo sem a presença de fechadura, o critério foi definido pela responsável pela unidade requisitante (Unidade de Recepção de Amostras – REC). De acordo com a mesma, a requisição inicial foi feita incluindo a fechadura porque o espaço utilizado à época pela Unidade REC era compartilhado com o serviço de vigilância e, por isso, havia um trânsito de pessoas na área que poderia colocar em risco a integridade das amostras recebidas para análise. Entretanto, após a conclusão da obra de construção do novo prédio da Unidade REC, este risco foi mitigado, pois o acesso ao novo prédio destinado à recepção de amostras é restrito aos funcionários da REC e não mais compartilhado com o serviço de vigilância. Por isso, a responsável decidiu por aceitar o equipamento mesmo sem chave, considerando a urgência na sua aquisição e o fato de que era a única proposta, ou seja, sua rejeição impactaria na impossibilidade de concluir a aquisição naquele momento, sem que houvesse previsão de disponibilização de recurso orçamentário para um novo processo licitatório nos exercícios posteriores. Houve equívoco, no entanto, com relação à ausência desta justificativa nos autos.

Quanto a discrepância de preço entre o valor de referência (R$ 14.900,00) e o valor de aquisição (R$ 2.800,00), cabe esclarecer que quando da realização da pesquisa de preço, as empresas consultadas ofertaram valores compatíveis com equipamentos específicos para uso laboratorial, porém para o caso em tela, não havia esta exigência, o que não foi atentado pela área administrativa responsável pela compilação da pesquisa. A Alta Direção já havia observado esta fragilidade e orientou a DAD a rever o procedimento de levantamento de preços, incluindo uma etapa de avaliação das propostas pelas unidades requisitantes antes do fechamento do preço de referência (vide item 4.0 da IT DAD/006, cópia em anexo).

Quanto ao fato evidenciado pelo auditor de que o preço estava acima do mercado, lembramos que o valor foi negociado pela pregoeira (a proposta inicial estava com valor bem acima do mercado) e que, por se tratar de registro de preço, deve-se levar em consideração que a aquisição pode vir a ser concretizada até um ano após a publicação da ata, de forma que os fornecedores costumam levar em conta a previsão dos índices de inflação quando da apresentação das propostas de preço. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Sobre a justificativa apresentada para a aquisição dos freezers por preços manifestamente acima do praticado no mercado, ela não merece prosperar. Considerando que o valor foi negociado, o preço de mercado do equipamento era, ou ao menos deveria ser, de conhecimento da pregoeira.

Após firmar a ARP, em abril de 2014, com o valor dos equipamentos acima do preço de mercado, a Unidade teve mais uma oportunidade, em janeiro de 2015, por ocasião da celebração do contrato, de verificar se o valor estabelecido na ata era condizente com o

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de mercado, visto que as contratações/aquisições com base em ata de registo de preços devem ser precedidas de pesquisa de mercado, ainda que apenas confirmatória, a fim de se comprovar a manutenção da vantajosidade dos preços registrados.

Saliente-se que a Unidade não estava obrigada a adquirir os freezers da empresa signatária da ata, já que uma das vantagens do Sistema de Registro de Preços é justamente a ausência da obrigatoriedade de se adquirir os bens e/ou serviços registrados.

Quanto à justificativa apresentada para a aceitação do equipamento, previsto no item n° “59” do pregão sob exame, em desconformidade com as especificações do edital, essa não parece coerente, visto que, tanto na ARP como no contrato firmado com a Comercial Vanguardeira Eirelli – ME, constam que o equipamento ofertado teria fechadura.

Cabe mencionar, ainda, que a licitante vencedora, e única participante do certame nos itens “58” e “59”, apresentou em sua proposta, conforme descrição detalhada do objeto ofertado, constante na Ata de Realização do Pregão, a informação de que o equipamento ofertado conteria fechadura. Sendo assim, a aceitação do equipamento em desconformidade com a proposta se constituiu em vantagem indevida à empresa.

Pelo exposto, verifica-se que restou caracterizado, na licitação sob exame, que a Unidade adquiriu os equipamentos com preço acima do praticado no mercado e, ainda, não observou os princípios da igualdade e da vinculação ao instrumento convocatório, estatuídos no artigo 3° da Lei de Licitações e no artigo 5° do Decreto 5.450/2005, que regulamenta o Pregão Eletrônico.

Ademais, a aceitação do equipamento na forma ocorrida constitui violação aos artigos 54, § 1º, e 66, da Lei nº 8.666/1993, no que tange à vinculação do contrato assinado e sua execução aos termos do certame licitatório e da respectiva proposta apresentada pela contratada.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Apurar responsabilidade quanto à autorização do recebimento do equipamento em desacordo com o contratado e previsto no Edital, e o prosseguimento da licitação mesmo com a ciência de que os valores estavam superestimados, tendo em vista tratarem de freezer específicos para uso laboratorial, embora não houvesse essa exigência. 1.1.6 FISCALIZAÇÃO INTERNA

1.1.6.1 CONSTATAÇÃO Ausência de designação formal do fiscal do contrato. Fato Nos processos de aquisição analisados, a Unidade não designou formalmente um representante para acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos, contrariamente ao que preceitua o artigo 67 da Lei nº 8.666/93.

Conforme informações prestadas pela Coordenadora da DAD – Divisão de Apoio Administrativo, o Lanagro/SP dispõe de equipe para fiscalizar os contratos. Entretanto para os contratos decorrentes dos pregões analisados, não há registro de atuação da equipe

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de fiscalização. Ademais, a existência de equipe de fiscalização não dispensa a formalização da designação de fiscais para os contratos firmados pela Unidade.

A Lei de Licitações não facultou ao gestor a nomeação do fiscal de contrato; firmou uma determinação insculpida no artigo 67 da respectiva lei.

Deve-se salientar que a nomeação do fiscal de contratos é essencial para o acompanhamento da correta e adequada execução contratual. Consequentemente, por meio da atuação eficaz do fiscal, pode-se evitar eventuais prejuízos ao Erário ou mesmo propiciar economia à Administração Pública.

##/Fato##

Causa Falhas no controle interno da Unidade, permitindo entendimento equivocado do Gestor em relação a designação de fiscais para os contratos relativos a fornecimento de equipamentos, contrariando o que dispõe a Lei de Licitações. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação:

“A Instrução de Trabalho IT COOR/001 (cópia em anexo) define os procedimentos internos do Lanagro-SP no tocante à designação dos fiscais de contrato. Tal Instrução tem sido cumprida, conforme pode ser evidenciado a partir das inúmeras portarias de nomeação de fiscais de contratos publicadas nos últimos anos.

No entanto, especificamente para os empenhos relativos a fornecimento de equipamentos, foi nomeado um Grupo de Recebimento de Material e Serviços com representantes das diferentes unidades do Lanagro-SP (vide Portaria no 29/2014, em anexo), conforme definido na IT DAD/001 (cópia em anexo). Este procedimento foi adotado tendo em vista a grande quantidade de equipamentos adquiridos anualmente pelo Lanagro-SP, o que dificultaria a publicação de portarias de fiscalização de contratos para cada empenho emitido. É nosso entendimento de que, salvo melhor juízo, a nomeação da Comissão de Recebimento cumpre o disposto na Lei 8.666/93.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Os empenhos relativos a fornecimento de equipamentos, pelo menos nos casos analisados, estavam todos vinculados a contratos. Sendo assim, em atendimento ao disposto no artigo 67 da Lei de Licitações, o gestor do Lanagro/SP deveria ter designado formalmente os fiscais para cada um desses contratos.

Ademais, a própria Instrução de Trabalho – IT COOR/001, citada na manifestação da Unidade, estabelece no item 4.0, que “após a assinatura do contrato administrativo a Coordenação deverá solicitar à Divisão de Apoio Administrativo (DAD) a elaboração de Portaria nomeado o (s) Fiscal(is) do Contrato e substitutos (...).”

A nomeação de uma Comissão de Recebimento da maneira formatada pelo Lanagro/SP (composta por 27 servidores do Lanagro/SP, inclusive pregoeiros, ordenadores de

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despesa, membros das comissões de licitação e responsável pelo almoxarifado) não atende ao comando específico no artigo 67 da Lei de Licitações. As atribuições do fiscal de contratos vão muito além daquelas constantes na IT DAD/001 que, basicamente, atribui à “Comissão de Recebimento” a função de atestar a aceitação dos produtos.

Portanto, as justificativas apresentadas pelo gestor da Unidade para a ausência da designação formal de servidor para o acompanhamento e a fiscalização da execução contratual não encontram amparo na legislação atinente ao tema.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Nomear os respectivos fiscais nos contratos firmados na Unidade, em observância ao disposto no artigo 67 da Lei de Licitações. 1.1.6.2 INFORMAÇÃO Relacionamento entre empresas participantes da Concorrência nº 01/2008. Fato Participaram do processo licitatório – Concorrência nº 01/2008 – as empresas RTA Engenharia e Construções Ltda. (CNPJ 56.079.585/0001-31) com proposta de R$ 10.032.037,36; TEP Tecnologia em projetos de engenharia Ltda. (CNPJ 02.905.709/0001-61) – com proposta de R$ 10.925.225,63; MPD Engenharia Ltda. (CNPJ 50.765.288/0001-63); Construtora e incorporadora Squadro Ltda. (CNPJ 79.340.477/0001-76) – com proposta R$ 12.634.495,68; e Omar Maksoud Engenharia Civil Ltda. (CNPJ 61.502.985/0001-48) com proposta de R$ 10.872.072,27.

Além disso, a empresa MVA Engenharia (CNPJ 09.617.050/0001-97) elaborou a planilha utilizada para aditar o contrato em R$ 12.318.185,47, com acréscimos em quantidades e reajustes financeiros, sendo o detentor do CPF ***.714.338-** responsável pela Anotação de Responsabilidade técnica - ART do respectivo projeto.

Dessas seis empresas participantes do processo licitatório, cinco apresentam, entre si, algum grau de relacionamento anterior ao certame, conforme segue:

a) Empresas MPD e TEP com relacionamento no consórcio MPD-TEP (CNPJ 08.062.514/0001-83);

b) TEP e Squadro com relacionamento no consórcio TEP-Squadro (CNPJ 10.750.242/0001-56);

c) Squadro e Omar – relacionamento da contadora da Omar que tem parentesco com responsável técnico da empresa Squadro; e

d) Detentor do CPF ***.714.338-** da empresa MVA é irmão do detentor do CPF ***.806.918-** que é ex-sócio da empresa TEP.

##/Fato##

1.2 PROCESSOS LICITATÓRIOS

1.2.1 FORMALIZAÇÃO LEGAL

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1.2.1.1 INFORMAÇÃO Enquadramento da modalidade de licitação em conformidade com a legislação aplicável. Fato Nos processos licitatórios analisados, verificou-se que o enquadramento da modalidade de licitação foi realizado consoante normativos legais vigentes à época dos certames licitatórios. ##/Fato##

1.2.1.2 CONSTATAÇÃO Aquisição, no mesmo certame licitatório, de equipamentos idênticos, porém com preços distintos. Fato No Termo de Referência n° 26/2013, referente ao Edital do Pregão Eletrônico para Registro de Preços n° 14/2014, constatou-se que os itens “4” e “5”, que se referem a aparelhos de ar condicionado, apresentavam a mesma especificação. A empresa licitante vencedora, Confiança Soluções Eirelli, ofertou exatamente o mesmo aparelho nos dois itens, contudo, com valores diferentes. Para o item “4” a proposta vencedora foi de R$2.329,89 e para o item 5 foi de R$2.186,95. O Lanagro/SP adquiriu junto à empresa três aparelhos, sendo dois referentes ao item “4” e um ao item “5”. Não há no processo administrativo referente à contratação, justificativa para a aceitação dos mesmos aparelhos com preços diferentes. ##/Fato##

Causa Fragilidades nos controles internos da Unidade, devido à ausência de rodízio de servidores envolvidos na realização dos pregões/contratações na Unidade; à negligência por parte da responsável pela DAD e também pregoeira que não se atentou para a divergência de valores entre os equipamentos. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “Os equipamentos relacionados aos itens “4” e “5” do Pregão Eletrônico no 14/2014 tiveram suas propostas avaliadas em datas distintas (vide documento anexo). O item “4” foi aceito em 24/10/2014, tendo sido aprovada a proposta de menor valor após oferta e lances pelos licitantes. Já o item “5” foi aceito somente cinco dias depois, após

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desclassificação da proposta vencedora (empresa ofereceu equipamento de 12.000 BTUs, sendo que o pedido era para 21.000 BTUs). Tal fato contribuiu para que a equipe da DAD não tenha atentado para o fato de que o mesmo equipamento teve proposta de preços distintas pelo fornecedor para os diferentes itens, impossibilitando a negociação do valor do item “4” com a empresa vencedora.

De qualquer forma, a DAD deverá adequar os procedimentos no sentido de evitar que mesmos equipamentos constem em itens distintos do Edital, ainda que sejam requisitados por diferentes unidades. Com isso, espera-se prevenir a reincidência deste fato.”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A manifestação apresentada pelo gestor corrobora o fato relatado. E em que pese a adoção de medidas visando à prevenção da reincidência da situação apontada, o fato denota a fragilidade nos controles internos administrativos da Unidade, especialmente em relação à área de contratação. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Implementar melhorias nos controles internos, em especial quanto aos procedimentos preliminares às contratações, de forma que requisições com o mesmo objeto sejam reunidas em um único item do certame licitatório, visando, inclusive, o ganho de escala. 1.2.2 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

1.2.2.1 CONSTATAÇÃO Ausência de requisições emitidas pelas áreas solicitantes. Fato Nos processos administrativos, referentes aos Pregões Eletrônicos para Registro de Preços analisados, não constam as requisições contendo a descrição do objeto, e justificativa sobre a necessidade e quantidades a serem adquiridas, emitidas pelos laboratórios/áreas solicitantes. De maneira geral é apresentada uma planilha com os itens a serem adquiridos onde constam as quantidades e os laboratórios para os quais se destinam, não havendo justificativas sobre a necessidade e o quantitativo solicitado. Não foram identificados também os responsáveis pelas requisições. ##/Fato##

Causa Fragilidade no planejamento das aquisições da Unidade, não contemplando, no início do processo, a justificativa da necessidade e da quantidade a ser adquirida. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação:

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“Nos processos de registro de preços são realizadas programações anuais pelas Unidades do Lanagro/SP. Os pedidos são encaminhados à DAD e, após consolidação (tabela com informações dos materiais, quantidades e identificação das Unidades), é realizada a pesquisa de preços e dado andamento normal ao processo.

As quantidades e justificativas de aquisições são encaminhadas pelas Unidades na hora da aquisição efetiva destes materiais, pois para esta realização é emitido DOD (Documento de Oficialização de Demanda) onde deve constar o material, quantidade e justificativa. Este documento é encaminhado à CGAL e após aprovação e liberação de recurso orçamentário é dado prosseguimento à aquisição.

Somente nas atas de registro de preços o DOD é emitido no ato da aquisição, nos demais casos é item obrigatório no início de qualquer processo.

De qualquer forma, estamos revisando o procedimento de forma que no planejamento das aquisições anuais realizadas por meio de registro de preços os pedidos e quantidades deverão ser justificados nos autos pela chefia da Divisão Técnica Laboratorial (no caso de aquisições solicitadas pelas unidades finalísticas) ou pela chefia da Divisão de Apoio Administrativo (no caso de aquisições de materiais de uso comum).”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A providência indicada pela Unidade para sanar a impropriedade apontada, se implementada, servirá para aperfeiçoar o processo de contratação no âmbito do Lanagro/SP. No entanto, a justificativa apresentada não elide o fato apontado na constatação. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Implementar melhorias no planejamento das contratações da Unidade, contemplando, desde o início dos processos, documento da área requisitante com a justificativa da necessidade e da quantidade a ser adquirida. 1.2.2.2 INFORMAÇÃO Editais de licitação em conformidade com a legislação pertinente. Fato Em análise aos editais de licitação dos Pregões Eletrônicos para Registro de Preços contidos no escopo desta Auditoria, verificou-se que eles estão formalizados corretamente e não apresentam fatores que limitem a competitividade. ##/Fato##

1.2.2.3 CONSTATAÇÃO Fragilidades nos projetos básicos referentes às licitações de obras.

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Fato Foram observadas inconsistências nos projetos básicos da Concorrência n° 01/2008 e da Concorrência nº 01/2014. Com relação à Concorrência n° 01/2008 (“construção de um laboratório de biossegurança NB2/NB3 do Setor de Sanidade Aviária”), foi identificado que o projeto básico foi seguidamente alterado pelos gestores, e não estava com o nível de precisão necessário quando a licitação foi lançada, ou seja, não atendia ao disposto no artigo 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666/1993, assim como feriu a Súmula nº 261/2010, que determina que se deve utilizar projeto básico adequado e atualizado para licitações de obras e serviços de engenharia. O Ofício nº 678/2014 – Lanagro-SP, datado de 26 de fevereiro de 2014 (página 5.653 do processo), detalha algumas das alterações realizadas, a saber: − “(...) Houve a necessidade de refazer completamente o projeto de ar condicionado,

o qual constitui a peça mais crítica, relevante e complexa de um laboratório biosseguro, uma vez que tal sistema deve garantir que não haja escape viral via tubulação de ar.

− A segunda prorrogação de prazo contratual (60 dias) foi uma conseqüência natural da anterior. Com a modificação completa do projeto de ar condicionado, houve aumento altamente significativo no quantitativo de furos na laje do laboratório NB3. Este fato poderia acarretar em fragilidade estrutural com conseqüências desastrosas ao laboratório, de tal forma que houve a necessidade de fazer um projeto para reforço da estrutura, conforme avaliado e aprovado pela Comissão de Fiscalização em 17/05/2012.

− A terceira e última prorrogação de prazo contratual (90 dias) se fez necessária, uma vez que entre os dias 24 e 25/05/2012, a “Comissão de Acompanhamento” se reuniu para avaliar o projeto revisado e detectou a necessidade de novos ajustes, conforme detalhado em memória de reunião.(...)”

Ademais, observou-se a existência de diversos itens com especificações genéricas, ou seja, há uma grande quantidade de subitens de serviços e de materiais abarcados por um único item especial dentro do orçamento, o que é semelhante à utilização de unidades genéricas, ou "verba", algo vedado pela Súmula nº 258/2010, pois, além de dificultar a verificação da aderência do item aos parâmetros de mercado, prejudica a inspeção física da obra.

Itens do Orçamento da Obra (Concorrência nº 01/2008) sem o devido detalhamento.

Item Descrição Un Custo unitário

(R$) Qtde. Total

6.113 Acessórios de montagem do Equipamento VB 9.783,04 1 R$ 9.783,04

6.114 Controles e Automação do sistema de ar

condicionado, completo conj. 25.562,12 1 R$ 25.562,12

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Fonte: Extração realizada no Orçamento da Obra (Concorrência nº 01/2008).

Outro fato relevante é que apenas seis itens do orçamento inicial da obra foram cotados pelo SINAPI, entre as páginas 600 e 631 do processo nº 21053.000158/2008-08. Os itens cotados estão relacionados abaixo:

Quadro – Itens cotados com SINAPI Item Descrição Fonte 13.21 Bucha e arruela de zamak - 1 ½” SINAPI 13.22 Bucha e arruela de zamak – 1 ¼” SINAPI 13.23 Bucha e arruela de zamak – 1” SINAPI 13.24 Bucha e arruela de zamak – 2” SINAPI 13.25 Bucha e arruela de zamak – 3” SINAPI 13.26 Bucha e arruela de zamak – ¾” SINAPI

Fonte: Extração realizada no Orçamento da Obra (Concorrência nº 01/2008). Todos os demais itens foram cotados em outras fontes. Nesse contexto, a falta de um detalhamento adequado do projeto básico pode ter afetado a competitividade do certame, uma vez que faltou parte dos subsídios necessários à plena formulação dos preços a serem apresentados. Com relação à Concorrência nº 01/2014, cujo objeto é a construção de um laboratório

Item Descrição Un Custo unitário

(R$) Qtde. Total

6.115 Teste de estanquiedade dos dutos VB 12.938,85 1 R$ 12.938,85

6.116 Testes e regulagens da instalação VB 26.824,45 1 R$ 26.824,45

6.117 Treinamento de pessoal do LANAGRO VB 41.446,41 1 R$ 41.446,41

6.118 Fretes VB 26.298,48 1 R$ 26.298,48

6.119 Canteiro de Obras e Administração local VB 22.090,73 1 R$ 22.090,73

6.120 Supervisão da Instalação VB 29.454,30 1 R$ 29.454,30

6.121 Engenharia VB 26.298,48 1 R$ 26.298,48

6.122 Desenho VB 13.675,21 1 R$ 13.675,21

6.123 Documentação de Certificação e Serviços

Técnicos VB

68.376,05 1 R$ 68.376,05

6.124 Projeto elétrico e da Automação VB 17.882,97 1 R$ 17.882,97

Total R$ 320.631,09

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de biossegurança NB2/NB3 do Setor de Sanidade Aviária, os itens sem detalhamento seguem abaixo:

Itens do Orçamento da Obra (Concorrência nº 01/2014) sem detalhamento Descrição Un Custo unitário Qtde. Total

Sondagens VB R$ 10.000,00 1 R$ 10.000,00

Instalações hidráulicas VB R$ 160,00 195,43 R$ 31.268,80

Instalações elétricas VB R$ 20.000,00 1 R$ 20.000,00

Revisão do sistema elétrico com troca de tubulações, fiações, tomadas, interruptores e

luminárias m2 R$ 300,00 55 R$ 16.500,00

Revisão do sistema hidráulico com troca das tubulações de água e esgoto, conexões, louças

sanitárias, registros, torneiras que deverão ser do tipo automático

m2 R$ 350,00 55 R$ 19.250,00

Conforme projeto elétrico e lista de materiais, totalizando 26 postes + luminárias iguais as existentes, inclui tubulações, cabeamento e

serviços

unidade R$ 400.000,00 1 R$ 400.000,00

Revisão das instalações elétricas, com troca de fiação, quadro de disribuição, disjuntores, tomadas,

interruptores e luminárias danificadas m2 R$ 250,00 46,63 R$ 11.657,50

Revisão das instalações hidráulicas com troca das louças, metais e registros, tubulações de água fria e

esgoto danificados por novos de mesmas características

m2 R$ 300,00 46,63 R$ 13.989,00

Revisão de telhado com troca de estrutura e telhas danificadas, por outras de mesmas características

VB R$ 7.000,00 1 R$ 7.000,00

R$ 529.665,30

Fonte: Extração realizada no Orçamento da Obra (Concorrência nº 01/2014).

Ademais, não foram realizados termos aditivos com alteração nas quantidades contratadas.

##/Fato##

Causa Falha no planejamento e na elaboração dos projetos básicos referentes a licitações de obras pelo Lanagro/SP. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação:

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“Todas as alterações realizadas no projeto relativo à Concorrência 01/2008 foram devidamente justificadas nos autos. Tais modificações não foram necessariamente motivadas em função de deficiências no projeto básico, mas sim decorrente de propostas de melhorias encaminhadas por uma comissão de especialistas nomeada para acompanhamento da obra. Cabe ressaltar que a grande maioria das modificações foi realizada na área destinada ao laboratório de biossegurança (nível NB3), cujas especificações técnicas são extremamente complexas e para as quais não há legislação específica relacionada aos patógenos que serão manipulados neste laboratório, havendo margem para diferentes interpretações sobre conceitos de biocontenção. Ademais, houve um lapso de tempo entre a elaboração e entrega do projeto (2008) e o início da obra (2011). É de se esperar que, considerando a evolução tecnológica e o aprendizado advindo de ocorrências de escapes de vírus em laboratórios deste tipo ao redor do mundo, alguns conceitos construtivos tenham sido revisados, especialmente no tocante aos sistemas de ar condicionado, considerados o “coração” de um laboratório de biossegurança.

Com relação às “especificações genéricas”, cabe destacar que a Súmula (258/2010) mencionada é posterior ao processo licitatório, ou seja, à época do recebimento da planilha (2008) tal entendimento não era, salvo melhor juízo, pacificado junto aos órgãos de controle.

A presença de muitos itens não cotados junto à Tabela SINAPI, se justifica pela especificidade da obra (não se trata de uma obra de construção civil comum, tais como estradas, escolas ou residências). Não há dúvidas de que a utilização exclusiva da Tabela SINAPI inviabilizaria completamente o projeto. Cabe destacar que foram utilizadas outras fontes de referência como Tabela PINI e FDE, por exemplo, além de pesquisa de mercado, não havendo, em nosso entendimento, qualquer irregularidade relacionada à não utilização exclusiva da Tabela SINAPI.

No tocante à Concorrência 01/2014, o item mencionado que representa o valor mais expressivo (R$ 400.000,00) refere-se aos postes e luminárias, sendo que a planilha faz referência ao projeto elétrico e lista de materiais, de forma que não se pode afirmar que não houve o devido detalhamento. Quando uma empresa elabora a proposta orçamentária deve considerar não apenas as informações constantes na planilha orçamentária, mas todas as peças que compõem o Edital, incluindo os projetos detalhados.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O gestor não comprovou quais foram as evoluções tecnológicas ocorridas entre o projeto e o início da obra, que acarretaram as alterações realizadas e, portanto, o argumento não pode ser utilizado de forma genérica para justificar a fragilidade inicial do projeto básico. Com relação às “especificações genéricas”, cabe destacar que o entendimento do TCU sobre o assunto é bastante antigo, conforme transcrição de trecho da Decisão TCU nº 822/2002 – Plenário, dentre várias outras anteriores ao ano de 2008:

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(...)“8.1.3. exija que a empresa Camargo Corrêa (Contrato nº 009/98-MT) detalhe os serviços constantes das Planilhas P1 (canteiro de obras) e P2 (vila residencial) de sua Planilha de Preços (Anexo I), os quais são quantificados por verba ou unidade, e passe a orçá-los por custos unitários, para que se estabeleça a transparência necessária a um contrato público”.”(...)

Outro Acórdão sobre o assunto é o de nº 3086/2008 – Plenário:

(...) “22. Ora, não é admissível que por "prática de mercado" a empresa projetista contratada para elaborar orçamento de obra pública deixe de detalhar serviços perfeitamente quantificáveis, optando por orçá-los por verba.”(...)

O gestor argumenta que a presença de muitos itens não cotados junto à Tabela SINAPI se justifica pela especificidade da obra. Em que pese tal especificidade, muitos itens poderiam ter sido cotados com o SINAPI, o que não ocorreu. No tocante à Concorrência 01/2014, o gestor informa que: “o item mencionado que representa o valor mais expressivo (R$ 400.000,00) refere-se aos postes e luminárias, sendo que a planilha faz referência ao projeto elétrico e lista de materiais, de forma que não se pode afirmar que não houve o devido detalhamento. Quando uma empresa elabora a proposta orçamentária deve considerar não apenas as informações constantes na planilha orçamentária, mas todas as peças que compõem o Edital, incluindo os projetos detalhados.” Porém, o detalhamento com todos os custos unitários deve fazer parte da planilha orçamentária, sem remeter a outros projetos. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Recomendamos que o gestor passe a elaborar os projetos básicos e executivos de forma detalhada e adequada nas licitações de obras da Unidade, abstendo-se de utilizar especificações genéricas para os itens que compõem a planilha orçamentária; e sempre que possível, utilizando-se da referência do SINAPI em seus orçamentos de obras. 1.2.2.4 CONSTATAÇÃO Falha no julgamento do certame, resultando na desclassificação da proposta mais vantajosa para a Administração. Fato A Ata de julgamento realizada em 16 de dezembro de 2009 (página 3.687 do Processo nº 21053.000158/2008-08 relativo à Concorrência nº 01/2008) desclassificou as empresas TEP Tecnologia em Projetos de Engenharia Ltda., no valor de R$ 10.925.225,63, e Omar Maksoud Engenharia Civil Ltda., no valor de R$ 10.872.072,27, por terem apresentado valores acima do orçamento. A empresa TEP apresentou preço superior no item 10, e a empresa Omar nos itens 05, 06, 08, 09, 10 e 14 da planilha orçamentária. Já a empresa Squadro foi declarada vencedora com o preço de R$ 12.634.495,68.

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Na página 3.655 do referido processo constam os valores desses itens. No caso da empresa TEP, o item 10 (revestimento dos forros) foi ofertado por R$ 59.594,70, e o orçamento era de R$ 47.502,67 para esse mesmo item. No entanto, esse item tem um peso relativo pequeno em relação à obra, qual seja, apenas 0,55% do valor total de sua oferta (R$ 10.925.225,63). A comparação dos componentes do item 10 do “orçamento”, em relação ao apresentado pela empresa TEP, estavam assim detalhados:

Valores do item 10 (revestimento de forros) do orçamento utilizado para análise de

preços pelo Lanagro

Item Descrição un. Quantidade Mão de

Obra (R$)

Material unitário

(R$)

Total unitário

(R$) Total (R$)

10.1 Chapisco m2 623,3 6,06 4,06 3,3 2.056,89

10.2 Emboço m2 623,3 17,3 4,59 15,18 9.461,69

10.3 Reboco m2 623,3 12,67 3,19 9,99 6.226,77

10.4 Forro de gesso acartonado m2 703,5 42,17 42,17 29.666,60

10.5 Forro removível em PVC m2 2,7 33,6 33,6 90,72

Sub-total 47.502,67

Fonte: Processo nº 21053.000158/2008-08 da Concorrência nº 01/2008.

Valores apresentados para o item 10 (revestimento de forros) pela empresa TEP

Item Descrição un. quant. mão de

obra (R$)

material unitário

(R$)

total unitário

(R$) total

10.1 Chapisco m2 623,3 6,06 4,06 10,12 R$ 6.307,80

10.2 Emboço m2 623,3 17,3 4,59 21,89 R$ 13.644,04

10.3 Reboco m2 623,3 12,67 3,19 15,86 R$ 9.885,54

10.4 Forro de gesso acartonado m2 703,5 42,17 42,17 R$ 29.666,60

10.5 Forro removível em PVC m2 2,7 33,6 33,6 R$ 90,72

Sub-total R$ 59.594,69

Fonte: Processo nº 21053.000158/2008-08 da Concorrência nº 01/2008. Ou seja, a empresa TEP apresentou os mesmos preços de mão de obra e material para os subitens do item 10, mas o Lanagro/SP errou na somatória entre mão de obra e material ocasionando um custo unitário inferior, e, consequentemente, a desclassificação da empresa.

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Ademais, na página 35 do processo, constou o primeiro orçamento e nele os subitens do item 10 estavam devidamente somados e multiplicados, conforme segue:

Valores que constam do item 10 (revestimento de forros) do primeiro orçamento

elaborado pelo Lanagro

Item Descrição un. quant. mão de

obra (R$)

material unitário

(R$)

total unitário

(R$) total

10.1 Chapisco m2 623,3 6,06 4,06 10,12 R$ 6.307,80

10.2 Emboço m2 623,3 17,3 4,59 21,89 R$ 13.644,04

10.3 Reboco m2 623,3 12,67 3,19 15,86 R$ 9.885,54

10.4 Forro de gesso acartonado m2 703,5 40,94 40,94 R$ 28.801,29

10.5 Forro removível em PVC m2 2,7 42,75 42,75 R$ 115,43

Sub-total R$ 58.754,09

Fonte: Processo nº 21053.000158/2008-08 da Concorrência nº 01/2008. Ou seja, os subitens 10.1, 10.2 e 10.3, que foram utilizados para desclassificar as empresas TEP e Omar, foram incorretamente somados no orçamento utilizado pelo Lanagro, resultando em um valor inferior ao do orçamento apresentado por essas empresas. Assim, as desclassificações realizadas pela Comissão de licitação foram indevidas, por terem, com base em interpretação excessivamente restritiva do edital, contrariado os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, e também por não ter observado o equívoco quando do somatório dos subitens mencionados, resultando na seleção de uma proposta mais onerosa para a Administração em cerca de R$ 1.762.423,41, na época.

##/Fato##Causa Falha nos controles internos do Lanagro/SP, quanto ao julgamento das propostas do certame. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação: “A Ata de julgamento de 16 de dezembro de 2009, de que trata a Concorrência 001/2008, refere-se à primeira proposta apresentada pelas empresas Tep Tecnologia em Projetos de Engenharia Ltda., Construtora e Incorporadora Squadro Ltda. e Omar Maksoud Engenharia Civil Ltda. A Comissão de Licitação baseou sua decisão em relatório apresentado pelo Grupo de Trabalho.

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Conforme evidenciado às fls. 3654-3656 do processo em tela (cópia em anexo), a Comissão de Licitação não avaliou subitem por subitem da planilha de preços das empresas, mas tão somente os 18 grupos de itens que compunham a planilha (ex.: estrutura, instalações elétricas, instalações hidráulicas, fundações, ar condicionado, equipamentos etc.), sendo este o critério utilizado na desclassificação das empresas. Ocorre que, de acordo com recurso apresentado pela empresa RTA no dia 21/12/2009, a empresa que havia sido declarada vencedora também havia infringido o Edital, pois informou alguns subitens da planilha acima do valor de referência, fato este que havia passado desapercebido pelo Grupo de Trabalho que avaliou as planilhas, justamente pelo fato de que nestes casos o valor do item não estava acima do valor de referência, mas tão somente alguns dos subitens.

Desta forma, a Comissão de Licitação considerou esta empresa como desclassificada e, após avaliação criteriosa com apoio da CJU-SP, decidiu-se contratar uma empresa especializada para fazer uma avaliação dos itens que cada empresa cotou acima do valor de referência para saber se de fato estavam acima do valor de mercado. Com isso, esperava-se rever a desclassificação das três empresas e considerar a empresa com menor preço global como a vencedora. Por esta razão, e como medida cautelar, no dia 24/12/2009 foi cancelado o empenho em nome da empresa que havia sido declarada vencedora e fez-se novo empenho em nome da empresa com menor preço global.

No dia 13/01/2010 o Lanagro-SP recebeu o resultado do estudo contratado junto à empresa SVCON Engenharia Ltda. (vide processo no 21053.000191/2009-19), que constatou que as três empresas de fato utilizaram valores acima do mercado para pelo menos um item, conforme relatório juntado aos autos. Desta forma, a Comissão de Licitação decidiu por manter a desclassificação das três empresas e convocá-las para apresentar novas propostas (vide Ata de julgamento às fls. 4321, cópia em anexo), ou seja, todas as licitantes tiveram a oportunidade de corrigir suas planilhas, e mesmo assim os preços apresentado pela empresa TEP na etapa seguinte do certame continuou acima do estabelecido pelo Lanagro-SP, ocasionando em sua desclassificação.

Não se trata, portanto, em hipótese alguma, de interpretação restritiva do Edital, mas sim de atendimento a item relativo aos critérios estabelecidos para Julgamento da Proposta, conforme segue abaixo, além de ter havido comprovação de que haviam preços acima do mercado a partir da contratação de empresa especializada, conforme orientações da CJU-SP.

10. DO JULGAMENTO DA PROPOSTA 10.2. Será desclassificada a proposta que: (...) e. Apresentar preços unitários ou globais superiores àqueles constantes da Planilha Orçamentária.

Esclarecemos que a Planilha apresentada às fls 35 foi entregue fisicamente pela empresa que elaborou o projeto básico e executivo, porém quando da elaboração do Edital foi

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utilizada como referência para as licitantes a mesma planilha, porém em formato eletrônico (Excel), a qual apresentava o erro de somatória.

Cabe destacar que houve grande esforço por parte do Lanagro-SP (com a devida orientação pela CJU-SP para manutenção da segurança jurídica de cada decisão) para que este processo licitatório não se perdesse (a despeito do erro verificado na planilha), principalmente porque não haveria tempo hábil para iniciar um novo processo no mesmo exercício. Tal esforço se justifica pela importância desta obra para o MAPA, conforme amplamente descrito nos autos, evidenciada pela iminência do reconhecimento do Lanagro-SP pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) como laboratório de referência mundial para o diagnóstico da doença de Newcastle e influenza aviária.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O gestor informa que: “a Comissão de Licitação não avaliou subitem por subitem da planilha de preços das empresas, mas tão somente os 18 grupos de itens que compunham a planilha (ex.: estrutura, instalações elétricas, instalações hidráulicas, fundações, ar condicionado, equipamentos etc.)”.

No entanto, conforme consta do edital: “10. DO JULGAMENTO DA PROPOSTA 10.2. Será desclassificada a proposta que: (...) e. Apresentar preços unitários ou globais superiores àqueles constantes da Planilha Orçamentária.”

Ou seja, a Comissão não analisou adequadamente as propostas iniciais das empresas. Mas, em função de recurso de uma das participantes, acabou fazendo essa análise que resultou na desclassificação das referidas empresas.

O gestor argumenta ainda que: “Não se trata, portanto, em hipótese alguma, de interpretação restritiva do Edital, mas sim de atendimento a item relativo aos critérios estabelecidos para Julgamento da Proposta” Todavia, restou evidente que foi uma interpretação excessivamente restritiva do edital, especialmente pela desclassificação da empresa com melhor preço por ter apresentado valor acima do orçamento em três subitens, que representam apenas 0,55% do total orçado. Além do que, o cálculo desses subitens do orçamento foi feito de forma errada. Segue trecho do Acórdão 2767/2011 – Plenário sobre o assunto: “(...)1. Não obstante a necessidade de fixação de critérios de aceitabilidade de preços unitários em licitação do tipo menor preço global, a desclassificação de proposta com base nesses critérios deve-se pautar pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 2. É indevida a desclassificação, fundada em interpretação extremamente restritiva do edital, de proposta mais vantajosa para a Administração, que contém um único item, correspondente a uma pequena parcela do objeto licitado, com valor acima do limite estabelecido pela entidade

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(...)

20. Assim, considerando que a comissão poderia, sem desrespeitar o edital, ter corrigido o valor do item ofertado acima do limite estabelecido pelo Dnit, correspondente a 0,01% do orçamento base da licitação, medida que promoveria uma economia aos cofres públicos da ordem de R$ 4.683.000,89, entendo que a desclassificação da ora representante foi indevida, por ter, com base em interpretação extremamente restritiva do edital, contrariado os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, resultando na seleção de uma proposta mais onerosa para a Administração.(...)” ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Recomendamos ao gestor que adote providências no sentido de capacitar e manter atualizado o conhecimento dos servidores responsáveis pela condução dos processos licitatórios da unidade, fortalecendo os controles internos da Unidade de forma a evitar que a Comissão de Licitação proceda julgamento de forma inadequada, com interpretação excessivamente restritiva do edital, a exemplo do caso ora analisado. 1.2.2.5 CONSTATAÇÃO Falha na definição do critério de medição e pagamento do Item - "Administração local da obra". Fato O orçamento da Concorrência nº 01/2008 previa o pagamento mensal com o item “administração local da obra” (1.1.5). Da mesma forma, a empresa Squadro apresentou o item com pagamentos mensais, conforme segue na tabela a seguir:

Item administração local medido e pago por “mês” Item Descrição Un. Quant. Preço

uni. Total

1.1.15 Administração local da obra mês 8,0 46.814,00 374.520,00 Fonte: Processo nº 21053.000158/2008-08 da Concorrência nº 01/2008. A jurisprudência do TCU determina que para o item “administração local” deve-se estipular pagamentos proporcionais à execução financeira da obra, abstendo-se de utilizar critério de pagamento para esse item como um valor mensal fixo, evitando-se, assim, desembolsos indevidos de administração local em virtude de atrasos. ##/Fato##

Causa Falha nos controles internos do Lanagro/SP, permitindo adoção de critério inadequado para a medição e pagamento do Item - “Administração local da obra”. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação:

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“Não houve qualquer observação da CJU-SP, quando da análise do Edital relativo à Concorrência 01/2008, quanto ao critério para pagamento da administração local da obra, nem mesmo quando da celebração dos aditivos contratuais. Ademais, é importante esclarecer que quando o ritmo da obra se mostrou mais lento do que o esperado houve negociações entre a Comissão de Fiscalização e a Contratada para abatimento de valores relativos a este item nas medições (vide, por exemplo, Ofício 2934/2013 - Lanagro-SP, às fls 5547 do processo 21053.000158/2008-08, cópia em anexo).

Destacamos ainda que na 22ª e 23ª medições foi aprovado o pagamento de 4,16% (metade do valor previsto) e a partir da 24ª medição passou-se a adotar o critério de pagamento com base no percentual evolutivo mensal da obra. Por exemplo, na 25a medição foi aprovado o pagamento de apenas R$ 13.245,61 para o item “Administração Local da Obra”, uma vez que houve avanço de 2,65% no evolutivo da obra no mês de março/2016.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Segue trecho do Ofício 2934/2013 - Lanagro-SP, às fls 5547 do Processo 21053.000158/2008-08: “redução para 10% do BDI da administração local da obra do período de janeiro/2013 a dezembro/2013, considerando que a obra esteve quase que totalmente paralisada neste primeiro semestre de 2013”. Ou seja, o gestor reduziu para 10% o valor cobrado pela “administração local”, quando a obra esteve quase que totalmente paralisada. Porém, o gestor deveria ter pago apenas o valor proporcional da execução dos serviços, conforme é o entendimento do TCU sobre o assunto. Acórdão TCU nº 2622/2013 – Plenário: “(...) 9.3.2.2. estabelecer, nos editais de licitação, critério objetivo de medição para a administração local, estipulando pagamentos proporcionais à execução financeira da obra, abstendo-se de utilizar critério de pagamento para esse item como um valor mensal fixo, evitando-se, assim, desembolsos indevidos de administração local em virtude de atrasos ou de prorrogações injustificadas do prazo de execução contratual, com fundamento no art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e no arts. 55, inciso III, e 92, da Lei n. 8.666/1993; (...)” ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Promova, mediante acordo formal com o Contratado, os ajustes no critério de medição e pagamento do item administração local da obra, de modo que os pagamentos sejam proporcionais à execução dos serviços, conforme é o entendimento do TCU sobre o assunto. 1.2.2.6 CONSTATAÇÃO Falhas na elaboração e comprovação das pesquisas de preços realizadas. Vínculo de parentesco entre sócios das empresas que forneceram orçamentos para pesquisas de preços.

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Fato Dos três processos administrativos referentes aos Pregões Eletrônicos para Registros de Preços analisados (Pregões Eletrônicos nº 46/2013, 54/2014 e 49/2013), cujo objeto consistia na aquisição de equipamentos laboratoriais, verificou-se que em dois deles as pesquisas de preços foram realizadas de maneira deficiente, apresentando como resultado expressivas discrepâncias entre o valor estimado e o de aquisição. Além disso, constatou-se, em alguns casos, que os preços que compunham a planilha orçamentária não tinham a correspondente comprovação documental no processo administrativo, bem como, em outros casos, apesar de existirem planilhas de empresas contendo preços, não se evidenciou qualquer comprovante de envio, por parte do Lanagro/SP, das consultas às empresas ou mesmo do que essas, efetivamente, encaminharam em resposta às planilhas citadas. Cabe ressaltar que foram realizadas consultas somente a fornecedores dos equipamentos pretendidos, limitando assim o alcance da pesquisa a empresas atuantes na área. Os processos administrativos examinados se referem aos Pregões n°s 46/2013, 54/2014 (repetição de itens não adquiridos no Pregão n°46) e 49/2013, objetivando a eventual aquisição de equipamentos para laboratório. A seguir é apresentado quadro com algumas das discrepâncias de preços observadas nos pregões analisados.

Quadro – Comparativo entre o valor estimado da contratação e o de aquisição

Pregão Item Valor estimado (R$) Melhor lance (R$) Diferença aprox.

(%) 46/2013 08 37.813,00 9.999,00 277% 11 91.188,00 1.918,00 4.654% 15 11.391,13 2.180,00 422% 16 58.523,33 11.380,00 414% 18 2.055,00 294,90 597% 27 76.220,00 26.050,00 193% 49/2013 12 23.279,13 1.320,00 1.664% 44 17.035,00 750,00 2.171% 50 20.982,73 5.625,00 273% 54 120.030,71 58.690,00 105% 65 78.952,20 34.000,00 132% 54 14.900,00 2.800,00 432% 59 14.900,00 2.800,00 432% 54/2014 11 18.494,67 5.100,00 263%

Fonte: Processos Administrativos n°s 21053.000248/2013-58 e 21053.000262/2013-51. Pelo demonstrado no quadro acima, verifica-se a pouca confiabilidade da estimativa de preços feita para os editais dos pregões examinados. Na composição da planilha orçamentária do Pregão n° 49/2013, constam os valores das cotações realizadas junto a dezessete empresas; no entanto, no rodapé da planilha estão relacionados os nomes de apenas catorze empresas. Já no processo administrativo, foi possível identificar as cotações apresentadas por apenas 13 empresas, pois, além das 3 não relacionadas, também não foi encontrada a cotação emitida pela empresa Tiago

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Teixeira Marconi EPP – CNPJ 02.785.395.0001/00, constante no rol das catorze empresas. Já nas planilhas referentes aos Pregões n°s 46/2013 e 54/2014 (repetição), verificou-se a ocorrência de cotações de preços apresentadas por empresas para as quais não foram encaminhadas solicitações de cotação. Constam no Processo Administrativo n° 21053.000248/2013-58, referente aos Pregões n°s 24/2013 e 54/2014, cotações fornecidas pelas empresas Induslab Comércio de Produtos para Laboratórios – CNPJ 05.897.011/0001-30, Comercial Graulab S/A – CNPJ 64.568.710/0001-03, Digital Acessórios para Laboratório Ltda-Me – CNPJ 01.706.579/0001-75 e N. L. Móveis e Equipamentos para Laboratório Ltda-Me – CNPJ 04.931.541/0001-94, entre outras; no entanto, não há comprovantes de envio de solicitação de cotações a essas empresas tampouco registro do recebimento das cotações. Foi realizada entrevista com a funcionária terceirizada responsável pela realização das cotações, a qual foi indagada sobre a ausência de documentação que comprovasse o envio das solicitações e o recebimento das respectivas respostas das empresas citadas; todavia, ela não soube explicar as razões da falta desses comprovantes. Nas cotações de preços para os trinta itens, constantes no Edital do Pregão n º 46/2013, onze empresas apresentaram cotações. Somente três dessas empresas participaram posteriormente da licitação, sendo que duas venceram itens. A empresa N. L. Móveis e Equip e a Graulab foram as únicas a apresentarem cotações para todos os itens. Sendo que a N. L., tem como atividade econômica principal, cadastrada na Receita Federal, a fabricação de móveis com predominância de madeiras. A atividade dessa empresa não guarda relação, em princípio, com o objeto da licitação, que consistia na aquisição de equipamentos laboratoriais. Não há registro de empregados vinculados a essa empresa na Relação Anual de Informações Sociais – RAIS. As empresas Tiago Teixeira Marconi EPP e Tecnal Equipamentos para Laboratório Ltda. - CNPJ 47.010.566.0001/68, que apresentaram cotações de preços, possuem vínculos de parentesco entre seus sócios (um dos sócios da Tecnal é tio do proprietário da Tiago Teixeira Marconi EPP) e ambas têm sede em Piracicaba/SP. As cotações realizadas para o Pregão n° 54/2014 (as quais englobaram onze equipamentos) da mesma forma que as realizadas para o Pregão nº 46/2013, foram obtidas junto a onze empresas. Constam na planilha orçamentária referente ao Pregão n° 54/2014, dois orçamentos em nome da mesma empresa (Datamed Ltda. – CNPJ 38.658.399/0001-75); no entanto, com valores diferentes. Para o Pregão n° 54/2014 a Induslab apresentou cotação para todos os equipamentos e a Digital Acessórios para nove. Ambas não participaram do certame licitatório. A empresa Digital Acessórios tem como último registro de empregados, informado na RAIS, o ano de 2007. As empresas Digital Acessórios e Tecnal Equipamentos para Laboratório Ltda. - CNPJ 47.010.566.0001/68 têm sede em Piracicaba/SP e, entre seus sócios, há vínculo de parentesco (os proprietários da Digital são filhos de um dos donos da Tecnal). Cabe registrar que a Tecnal venceu dois itens no Pregão.

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Cinco das empresas que apresentaram cotações de preços participaram do Pregão n° 54/2014 e venceram em nove dos onze itens licitados. A situação apontada demonstra a pouca confiabilidade dos levantamentos de preço realizados para os editais sob exame, visto as discrepâncias de preços consideráveis observadas entre os valores orçados e os contratados e, ainda, dos fatos relatados quanto às fontes de pesquisas de preços utilizadas nos orçamentos. ##/Fato##

Causa Falta de qualificação adequada dos funcionários e/ou servidores envolvidos nos processos de contratação da Unidade; Falta de rodízio de servidores envolvidos na realização dos pregões/contratações na Unidade; Negligência por parte da responsável pela DAD e também pregoeira nos certames licitatórios analisados que, primeiramente, endossou as pesquisas de preços mal elaboradas e, quando verificou as discrepâncias de preços, por ocasião dos pregões, não adotou providências quanto ao fato. Da mesma forma o gestor da Unidade, mesmo ciente das discrepâncias de preço, foi negligente ao não adotar providências para que tal fato não viesse a se repetir.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 1270, de 25 de abril de 2016, o Lanagro/SP apresentou a seguinte manifestação:

“Nas considerações relativas ao item 2.1.1.2, já mencionamos que a Alta Direção do Lanagro-SP já havia identificado a necessidade de revisão de procedimentos para obtenção de preço de referência. Além da inclusão da análise do preço obtido pelo requisitante, tem sido exigido da área responsável uma pesquisa mais ampla, a despeito de todas as dificuldades em obter respostas por parte dos fornecedores contatados.

A utilização de ferramentas como consulta aos sites específicos (ex.: serviço “banco de preços”, contratado pelo Lanagro-SP desde o segundo semestre de 2014) tem contribuído, porém muitas aquisições do Lanagro-SP são de produtos específicos, para os quais não se encontram referências de preço no mercado comum.

A fim de mitigar o problema, identificou-se a necessidade de lotar um agente administrativo nesta área, o que foi feito após o ingresso dos servidores aprovados no concurso de 2014. Entretanto, a servidora destinada a esta atividade solicitou exoneração poucos meses após sua apresentação no Lanagro-SP. Quando da convocação da próxima candidata aprovada no concurso, a mesma também foi designada para esta função, porém poucas semanas depois esta também solicitou exoneração. Atualmente o Lanagro-SP possui duas vagas em aberto para o cargo de agente administrativo oriundas do concurso de 2014. Espera-se que em breve ocorra a chamada dos candidatos aprovados, uma vez que o concurso está válido até o dia 02/07/2016, para que, a partir do recebimento destes servidores, a situação seja regularizada.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

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Análise do Controle Interno A justificativa apresentada é, somente, no sentido de informar os problemas existentes na área responsável pelas pesquisas de preços na Unidade. Nela não há manifestação sobre os motivos das pesquisas terem apresentado preços tão discrepantes em relação aos praticados nos certames licitatórios, quanto à ausência de documentação que comprove a realização das pesquisas de preços, sobre os vínculos de parentescos entre proprietários e sócios das empresas consultadas e, tampouco, quanto à realização de pesquisa de preço junto à empresa cuja atividade não guarda relação com o objeto da licitação.

Em que pese haver na Unidade eventuais problemas na área responsável pelos orçamentos, tal fato não justifica as falhas relevantes constatadas na elaboração dos orçamentos nos processos licitatórios examinados. Registra-se orientação do TCU, contida no Acórdão nº 2.816/2014 – Plenário: “é recomendável que a pesquisa de preços para a elaboração do orçamento estimativo da licitação não se restrinja a cotações realizadas junto a potenciais fornecedores, adotando-se, ainda, outras fontes como parâmetro, como contratações similares realizadas por outros órgãos ou entidades públicas, mídias e sítios eletrônicos especializados, portais oficiais de referenciamento de custos. (grifo nosso).” ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Implementar melhorias nas pesquisas de preço realizadas no âmbito do Lanagro/SP, adotando os ditames da Cartilha de Pesquisa de Preços instituída pelo MAPA, os regramentos da IN SLTI/MPOG nº 05/2014, além das orientações do Tribunal de Contas da União, de modo a evitar a discrepância entre o valor orçado (de referência) e o praticado no mercado, bem como as outras falhas relatadas no item. Recomendação 2: Utilizar fontes variadas para formação do preço de referência dos processos licitatórios, a exemplo dos valores praticados por outros órgãos da administração pública, sítios eletrônicos especializados, além de portais e páginas oficiais de referenciamento de custos. III – CONCLUSÃO Em face dos exames realizados, somos de opinião que a Unidade Gestora deve adotar medidas corretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados nos itens:

1.1.2.1, 1.1.2.3, 1.1.2.4, 1.1.3.1, 1.1.3.2, 1.1.3.3, 1.1.3.4, 1.1.3.5, 1.1.4.1, 1.1.4.2, 1.1.4.3, 1.1.4.4, 1.1.4.5, 1.1.5.1, 1.1.5.2, 1.1.5.3, 1.1.5.4, 1.1.5.5, 1.1.5.6, 1.1.5.7, 1.1.6.1, 1.2.1.2, 1.2.2.1, 1.2.2.3, 1.2.2.4, 1.2.2.5 e 1.2.2.6.

São Paulo/SP, 27 de setembro de 2016.