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, DIARIO RepÚlblica Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLIV - N 9 73 CAPITAL FEDERAL SÁBADO, 10 DE JUNHO DE 1989 :OOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- 74' SESSÃO DA 3' SESSÃO LEGISLATIVA DA 48' LEGISLATURA EM 9 DE JUNHO DE 1989 I- Abertura da Sessão II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior III - Leitura do Expediente OFÍCIO (págs. 4641 a 4642) Do Senhor Deputado JOSÉ CAMARGO, solici: tando a retirada de tramitação do Projeto de Ler n' 1.661, de 1989, de sua autoria. PROJETOS APRESENTADOS (págs. 4642 a 4660) Projeto de Lei n' 2.579, de 1989 (Do Sr. Leopoldo Bessone) - Dispõe sobre o meio ambiente. Projeto de Lei n' 2.580. de 1989 (Do Sr. Francisco Küster) - Dispõe sobre aplicação do parágrafo 3" do artigo 8' das Disposições Transitórias da Consti- tuição Federal, promulgada a 5 de outubró de 1988. Projeto de Lei n' 2.581. de 1989 (Do SI. Pedro Canedo) - Concede aos visuais passa- gem gratuita, nos transportes coletivos, em todo o território nacional. Projeto de Lei n' 2.582, de 1989 (Do SI. Hélio Rosas) - Estende aos trabalhadores, em atividades que especifica. o direito a aposentadoria especial. Projeto de Lei n' 2.583, de 1989 (Do SI. Hélio Rosas) - Regulamenta o exercício da profissão de oficial Cabeleireiro e de outras assemelhadas que especifica. Projeto de Lei n" 2.585, de 1989 (Do SI. Stélio Dias) - Dispõe sobre o pagamento do pro labore aos representantes da Previdência Social, creden- ciados em agência do interior. Projeto de Lei n' 2.586, de 1989 (Do SI. Renato Johnsson) - Dispõe sobre a liquidação dos contra- tos de câmbio nas exportações, e dá outras provi- dências. Projeto de Lei n'! 2.587, de 1989 (Do Sr. Uldurico Pinto) - Estabelece, nos termos dos artigos 182 e 183 da Constituição Federal, diretrizes gerais para execução, pelo Poder Público Municipal, da política de desenvolvimento urbano. Projeto de Lei n' 2.588, de 1989 (Do SI. José Camargo) - Disciplina a cobrança das contas de empresas concessionárias de serviços públicos por ,estabelecimentos bancários. Projeto de Lei n' 2.589, de 1989 (Do SI. José Camargo) - Acrescenta parágrafo ao artigo 74 da Consolidação da Leis do Trabalho. Projew de Lei n' 2.590. de 1989 (Do Sr. Theodoro Mendesl -- Introduz alteração na Lei n' 3.807, de 26 de ag!Jsto de 1960 - Lei Orgânica da Previdência Social. . Projeto de Lei n' 2.591, de 1989 Sr. !,aulo Paim) -- Regula o processo de adoça0 de sumula pelos Tribunais do país. Projeto de Lei n" 2.593, de 1989 (Do SI. José Luiz de Sá) - Suprime dispositivo da Lei n' 6.367, de 19 de outubro de 1976, que dispõe sobre o seguro de acidente de trabalho a cargo do INPS. Projeto de Lei n" 2.596, de 1989 (Do SI. Luiz Soyer) -- Disciplina a remoção ou permuta de Juízes dos Tribunais Regionais Federais, determinando sua jurisdição e sede. Projeto ele Lei n' 2.597, de 1989 (Do SI. Costa Ferreira) - Dispõe sobre isenção de contribuição previdenciária para as entidades beneficientes de que trata o parágrafo 7' do artigo 195 da Constituição Federal. Projeto de Lei n' 2.598, de 1989 (Da Sr' Lúcia Vânia) -- Altera o Capítulo 111 do Decreto-Lei n' 5.452, de 1" de maio de 1943 - Consolidação das Leis do Trabalho. Projeto de Lei n' 2.601, de 1989 (Do SI. José Gomes) - IDispõe sobre a exigência de exame anti- doping para os professores e servidores das univer- sidades federais. Projeto de Lei n" 2.602, de 1989 (Do SI. Santinho Furtado) - Determina que as importâncias reco- lhidas ao FGTS tenham remuneração igual a das cadernetas de poupança. Projeto de Lei n" 2.603, de 1989 - (Do SI. Alcides Lima) - Dispõe sobre o uso do solo agrícola. Projeto de Lei n' 2.605, de 1989 (Do Sr. Antonio- carlos Mendes Thame) - Isenta de tributos a remes- sa de valores para o exterior quando destinada a custear a trasladação de corpos. Projeto de Lei n' 2.606, de 1989 (Do SI. Antonio- carlos Mendes Thame) - Dispõe sobre a extensão da caderneta de poupança a todos os integrantes do sistema financeiro nacional e dá outras provi- dências. Projeto de Lei n" 2.608, de 1989 (Do SI. Luiz Henrique) - Dispõe sobre o registro de sindicatos e outras providências. Projeto de Lei n' 2.609, de 1989 (Do SI. Jorge Arbage) - Estabelece a responsabilidade civil e penal para os maiores de 16 (dezesseis) anos de idade. Projeto de Lei n' 2.610, de 1989 (Do SI. Jorge Arbage) - Determina que os depõsitos do, FGTS passam a ser efetuados em cadernetas de poupança da Caixa Econômica Federal e d,j outras providên- cias. Projeto de Lei n" 2.611, de 1989 (Do SI. Ruberval Pilotto) - Concede título de "Patrono da Ecologia do Brasil" ao cientista e pesquisador Augusto Rus- chio Projeto de Lei n" 2.612. de 1989 (Do SI. Ruberval Pilotto) - Estende a todos os trabalhadores em indústria cerâmica na atividade de ceramista, o direi- to à aposentadoria especial após quinze anos de tem- po de serviço e dá outras providências. Projeto de Lei n" 2.614, de 1989 (Do SI. Haroldo Lima) - Proíbe a operação em território nacional de qualquer companhia aérea de navegação perten- cente a países que pratiquem política de apartheid, Projeto de Lei n" 2.615, de 1989 (Do Sr. Max Rosenmann) - Regulamenta o artigo 238 das Dis- posições Constitucionais Gerais, e determina outras providências. Projeto de Lei n' 2.616, de 1989 (Do SI. Flávio Rocha) - Dispõe sobre linha de financiamento para instalar unidades de produção de oteno nas usinas de destilação de áleool de Norte, Nordeste e Centro- Oeste do Brasil. IV - Pequeno Expediente DASO COIMBRA - Transcurso do 11" aniver- sário de fundação do jornal O Fluminense. (pág. 4660) ANTÓNIO DE JESUS - Expectativas da socie- dade brasileira quanto à exata aplicação dos precei- tos constitucionais a parlamentares desidiosos no cumprimento de suas atribuições.(pág. 4660) PAULO PAIM -Saudaçl'ies ao PSB pela realiza- ção do II Congresso Nacional do partido. Urgente sanção, pelo Presidente da República, de projeto de lei definidor do valor do salário mínimo. Conve- niência da decretação da inconstitucionalidade dos

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,

DIARIORepÚlblica Federativa do Brasil

DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO I

ANO XLIV - N9 73 CAPITAL FEDERAL SÁBADO, 10 DE JUNHO DE 1989

CÂMARA~ :OOS DEPUTADOS

SUMÁRIO

1- 74' SESSÃO DA 3' SESSÃO LEGISLATIVADA 48' LEGISLATURA EM 9 DE JUNHO DE 1989

I - Abertura da Sessão

II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

III - Leitura do Expediente

OFÍCIO (págs. 4641 a 4642)

Do Senhor Deputado JOSÉ CAMARGO, solici:tando a retirada de tramitação do Projeto de Lern' 1.661, de 1989, de sua autoria.

PROJETOS APRESENTADOS(págs. 4642 a 4660)

Projeto de Lei n' 2.579, de 1989 (Do Sr. LeopoldoBessone) - Dispõe sobre o meio ambiente.

Projeto de Lei n' 2.580. de 1989 (Do Sr. FranciscoKüster) - Dispõe sobre aplicação do parágrafo 3"do artigo 8' das Disposições Transitórias da Consti­tuição Federal, promulgada a 5 de outubró de 1988.

Projeto de Lei n' 2.581. de 1989 (Do SI. PedroCanedo) - Concede aos ~eficientes visuais passa­gem gratuita, nos transportes coletivos, em todo oterritório nacional.

Projeto de Lei n' 2.582, de 1989 (Do SI. HélioRosas) - Estende aos trabalhadores, em atividadesque especifica. o direito a aposentadoria especial.

Projeto de Lei n' 2.583, de 1989 (Do SI. HélioRosas) - Regulamenta o exercício da profissão deoficial Cabeleireiro e de outras assemelhadas queespecifica.

Projeto de Lei n" 2.585, de 1989 (Do SI. StélioDias) - Dispõe sobre o pagamento do pro laboreaos representantes da Previdência Social, creden­ciados em agência do interior.

Projeto de Lei n' 2.586, de 1989 (Do SI. RenatoJohnsson) - Dispõe sobre a liquidação dos contra­tos de câmbio nas exportações, e dá outras provi­dências.

Projeto de Lei n'! 2.587, de 1989 (Do Sr. UlduricoPinto) - Estabelece, nos termos dos artigos 182e 183 da Constituição Federal, diretrizes gerais paraexecução, pelo Poder Público Municipal, da políticade desenvolvimento urbano.

Projeto de Lei n' 2.588, de 1989 (Do SI. JoséCamargo) - Disciplina a cobrança das contas de

empresas concessionárias de serviços públicos por,estabelecimentos bancários.

Projeto de Lei n' 2.589, de 1989 (Do SI. JoséCamargo) - Acrescenta parágrafo ao artigo 74 daConsolidação da Leis do Trabalho.

Projew de Lei n' 2.590. de 1989 (Do Sr. TheodoroMendesl -- Introduz alteração na Lei n' 3.807, de26 de ag!Jsto de 1960 - Lei Orgânica da PrevidênciaSocial. .

Projeto de Lei n' 2.591, de 1989 (~o Sr. !,auloPaim) -- Regula o processo de adoça0 de sumulapelos Tribunais do país.

Projeto de Lei n" 2.593, de 1989 (Do SI. JoséLuiz de Sá) - Suprime dispositivo da Lei n' 6.367,de 19 de outubro de 1976, que dispõe sobre o segurode acidente de trabalho a cargo do INPS.

Projeto de Lei n" 2.596, de 1989 (Do SI. LuizSoyer) --Disciplina a remoção ou permuta de Juízesdos Tribunais Regionais Federais, determinando suajurisdição e sede.

Projeto ele Lei n' 2.597, de 1989 (Do SI. CostaFerreira) - Dispõe sobre isenção de contribuiçãoprevidenciária para as entidades beneficientes deque trata o parágrafo 7' do artigo 195 da ConstituiçãoFederal.

Projeto de Lei n' 2.598, de 1989 (Da Sr' LúciaVânia) -- Altera o Capítulo 111 do Decreto-Lei n'5.452, de 1" de maio de 1943 - Consolidação dasLeis do Trabalho.

Projeto de Lei n' 2.601, de 1989 (Do SI. JoséGomes) - IDispõe sobre a exigência de exame anti­doping para os professores e servidores das univer­sidades federais.

Projeto de Lei n" 2.602, de 1989 (Do SI. SantinhoFurtado) - Determina que as importâncias reco­lhidas ao FGTS tenham remuneração igual a dascadernetas de poupança.

Projeto de Lei n" 2.603, de 1989 - (Do SI. AlcidesLima) - Dispõe sobre o uso do solo agrícola.

Projeto de Lei n' 2.605, de 1989 (Do Sr. Antonio­carlos Mendes Thame) - Isenta de tributos a remes­sa de valores para o exterior quando destinada acustear a trasladação de corpos.

Projeto de Lei n' 2.606, de 1989 (Do SI. Antonio­carlos Mendes Thame) - Dispõe sobre a extensãoda caderneta de poupança a todos os integrantes

do sistema financeiro nacional e dá outras provi­dências.

Projeto de Lei n" 2.608, de 1989 (Do SI. LuizHenrique) - Dispõe sobre o registro de sindicatose dá outras providências.

Projeto de Lei n' 2.609, de 1989 (Do SI. JorgeArbage) - Estabelece a responsabilidade civil epenal para os maiores de 16 (dezesseis) anos deidade.

Projeto de Lei n' 2.610, de 1989 (Do SI. JorgeArbage) - Determina que os depõsitos do, FGTSpassam a ser efetuados em cadernetas de poupançada Caixa Econômica Federal e d,j outras providên­cias.

Projeto de Lei n" 2.611, de 1989 (Do SI. RubervalPilotto) - Concede título de "Patrono da Ecologiado Brasil" ao cientista e pesquisador Augusto Rus­chio

Projeto de Lei n" 2.612. de 1989 (Do SI. RubervalPilotto) - Estende a todos os trabalhadores emindústria cerâmica na atividade de ceramista, o direi­to à aposentadoria especial após quinze anos de tem­po de serviço e dá outras providências.

Projeto de Lei n" 2.614, de 1989 (Do SI. HaroldoLima) - Proíbe a operação em território nacionalde qualquer companhia aérea de navegação perten­cente a países que pratiquem política de apartheid,

Projeto de Lei n" 2.615, de 1989 (Do Sr. MaxRosenmann) - Regulamenta o artigo 238 das Dis­posições Constitucionais Gerais, e determina outrasprovidências.

Projeto de Lei n' 2.616, de 1989 (Do SI. FlávioRocha) - Dispõe sobre linha de financiamento parainstalar unidades de produção de oteno nas usinasde destilação de áleool de Norte, Nordeste e Centro­Oeste do Brasil.

IV - Pequeno Expediente

DASO COIMBRA - Transcurso do 11" aniver­sário de fundação do jornal O Fluminense. (pág.4660)

ANTÓNIO DE JESUS - Expectativas da socie­dade brasileira quanto à exata aplicação dos precei­tos constitucionais a parlamentares desidiosos nocumprimento de suas atribuições.(pág. 4660)

PAULO PAIM -Saudaçl'ies ao PSB pela realiza­ção do II Congresso Nacional do partido. Urgentesanção, pelo Presidente da República, de projetode lei definidor do valor do salário mínimo. Conve­niência da decretação da inconstitucionalidade dos

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4640 Sábado 10

artigos 14 e 15 da Medida Provisória n' 63 pelopróprio Poder Legislativo. (pág. 4660)

DOMINGOS LEONELLI - Lições a extrair,pelos socialistas, dos recentes acontecimentos verifi­cados na República Popular da China. (pág. 4661)

ROSA PRATA - Exito do programa Bolsa deArrendamento de Terras desenvolvido pela Prefei­tura Municipal de Uberaba. Louvor à Secretariade Agricultura de Minas Gerais, pela ampliação doprograma a todo o Estado, e ao Banco do Brasil,pela sua difusão em todo o território nacional. (pág.4661)

UBIRATAN SPINELLI - Urgente tramitaçãode projeto de lei regulamentador da concessão debenefícios aos "Soldados da Borracha". (4661)

AMAURY MLLER - Inoportunas e injustasacusações do Sr. Ministro Maílson da Nóbrega, daFazenda, contra a classe política. Convicção do ora­dor na opção do eleitorado brasileiro por LeonelBrizola para a Presidência da República. (pág. 4662)

AUGUSTO CARVALHO - Tratamento onze­nário e desumal).o dispensado no Hospital da Benefi­cência Portuguesa ao Sr. Luiz Tomé de Araújo,segurado da Previdência Social. (pág. 4662)

INOCÊNCIO OLIVEIRA ~ Rcmuneração dosrepresentantes do Funrural. (pág. 4663)

JOÃO DE DEUS ANTUNES - Avanço tecno­lógico verificado na Repúhlica Federal da Alema­nha. (pág. 4663)

ELIAS MURAD - Desprezo da Varig pelos di­reitos dos usuários de transportes aéreos. Neces­sidade de esclarecimento, pela empresa, do trans­porte de cocaína para Miami, Estados Unidos. (pág.4664)

JOSE FERNANDES - Diretivas para ações doMinistro Maílson da Nóbrcga, da Fazenda, no com­bate à corrupção existcntc o âmbito da adminis­tração pública. (pág. 4664)

MIRO TEIXEIRA (Pela ordem) -- Existênciadc Ordcm do Dia na presente sessão. (pág. 4664)

PRESIDENTE (Inõcêncio Oliveira) - Respostado Deputado Miro Teixeira. (pág. 4664)

JORGE HAGE - Diretrizes inspiradoras da pro­posta do Ministério da Educação para a Lei de Dire­trizes e Bases da Educação Nacional. Esperança noencontro de soluções para levantamento da grevedos professores e servidores das universidades fede­rais. (pág. 4664)

CHICO HUMBERTO - Instalaçáo, no Con­gresso Nacional, da Comissão Mista de Estudos Ter­ritoriais. Esperança na criação do Estado do Triân­gulo. (pág. 4665)

ALEXANDRE PUZYNA - Crial;ão de cons­ciência ecológica no País. (pág. 4665)

ÃNGELO MAGALHÃES - Falecimcnto do Sr.Clério Correia, ex-Prefeito Municipal de Macarani,Estado da Bahia. (pág. 4665)

DENISAR ARNEIRO - Destinaçáo, no próxi­mo orçamento da União de recursos para a amplia­ção do transporte ferroviário de passagdros nos cen­tros urbanos. (pág. 4665)

LÉZIO :lATHLER - Esperança no surgimentode adequada legislação ambiental com a criação daComissão Coordenadora Regional de Pesquisas naAmazônia para elaboração do Programa de Pesqui­sas sobre o Meio Ambiente e Recursos NaturaisRenováveis. (pág. 4666)

GEOVANI BORGES - Recebimento pelo tra­balhador, em caso de despedida, de aviso prévioproporcional ao tempo de serviço. correspondentea um mês de indenização por ano de trabalho. (pág.4666)

FRANCISCO AMARAL - Aplausos à nomea­ção do Sr. José Henrique Tur~er para a presidênciado Instituto do Açúcar e do A1coo1. (pdg. 4666)

ANTÓNIO DE JESUS - Expcctativas da socie­dade brasileira quanto â exata aplicação dos precei­tos constitucionais a parlamentares desidiosos nocumprimento de suas atribuições.

RITA CAMATA - Necessidade da adoção denovas políticas para recuperação da credibilidadedo ensino público no País. (pág. 4666)

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

COSTA FERREIRA - Necessidade da práticade normas constitucionais relativas aos direitos dacriança e do adolescente. (pág. 4667)

CARLOS CARDINAL -Confiança na rejeição,pelo Congresso Nacional; da Medida Provisória n"63. (pág. 4667)

ULDURICO PINTO - Urgente necessidade deadoção de medidas amenizadoras da grave crise vivi­da pela cacauicultura nacional. (pág. 4667)

GEOVAH AMARANTE - Atendimento, pelosSrs. Ulysses Guimarães e Waldir Pires. das expec­tativas da Nação quanto à detenção de capacidadee honestidade para o exercício da Presidência e daVice-Presidência da República. (pág. 4667)

GONZAGA PATRIOTA - Despacho do JuizFederal da 11' Vara do Rio de Janeiro, conccssivode liminar para sustação de leilão das ações da Com­panhia Siderúrgica do Nordcste S.A. (pág. 4667)

MANUEL DOMINGOS - Repúdio à repressãodo Exército chinês contra manifestantes pró-demo­cracia e liberdade em Pequim. Distanciamento doPartido Comunista chinês dos ideais da revoluçãopopular de 1940 e do socialismo. (pág. 4668)

MAURÍLIO FERREIRA LIMA - Improcedên­cia da atribuição de culp~ feita pelo Presidente daRepública ao Congresso Nacional pelos descami­nhos da política econômica brasileira. (pág. 4668)

CHAGAS NETO - Transcurso do aniversáriode emancipação político-administrativa do Municí­pio de Ouro Preto D'Oeste, Estado de Rondônia.(pág.4668)

JORGE ARBAGE - Disciplinamento das pro­gramações de televisão. (pág. 4668)

SÓLON BORGES DOS REIS - Necessidadeda apuração, pelo Governo Federal, da atualidadedos dados do Anuário Estatístico da Unesco acerca

.dos recursos orçamentários destinados à educaçãono Brasil. (pág. 4669)

ARNALDO FARIA DE SÁ - Requerimentosdo Vereador André Luiz Raposo, da Câmara Muni­cipal de Pirrdamonhagaba, Estado de São Paulo,relativos à remuneração dos professores municipais.estaduais e federais c à reformulação do FGTS.(pág.4669)

v - Comunicações de Lideranças

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Comuni­cação da Presidência do Senado Federal sobre cons­tituição de comissão mista incumbida do exame daMedida Provisória n' 65. (pág. 4669)

JOSÉ FERNANDES - Excelência da qualidadedos serviços prestados pela Varig. Não-envolvimen­to da empresa no tráfico de cocaína para os EstadosUnidos. (pág. 4669)

(Prestação do compromisso regimental pelo Sr.Mauro Fecury, representante do PFL pelo Estadodo Maranhão.) (pág. 4670)

CESAR CALS NETO - Urgente necessidadede sanção, pelo Presidente da República, dos proje­tos de lei estabelecedor do valor do salário mínimoe definidor da nova política salarial. (pág. 4670)

PAULO PAIM - Aplauso à Comissão de Traba­lho da Casa pela aprovação de projeto de lei conces­sivo de abono de emergência aos trabalhadores parareparação de perdas salariais. Adiamento do recessoparlamentar de julho, para apreciação, pelo Con­gresso Nacional, de ,matérias de relevante interessenacional. (pág. 4670)

GERSON PERES - Manobras realizadas na Co­missão de Defesa do Consumidor e do Meio Am­biente com referência à modificação de prioridadespara aplicação dos recursos do Fundo Nacional doMeio Ambiente para a Amazônia. Pertinência dosvetos presidenciais a projeto de lei regulamentadórdo processo das eleições prcsidenciais. (pág. 4670)

DOMINGOS LEONELLI - Saudação aos parti­cipantes do Congresso Nacional do PSB. (pág. 4670)

JÚLIO CAMPOS - Presença em Brasília de co­mitiva de sojicultores do Estado de Mato Grosso

Junho de 1989

para reivindicação de urgente revisão do preço dasoja no mercado nacional. (pág. 4670)

GABRIEL GUERREIRO - Apoio à rcivindi­cação de agricultores mato-grossenses de reajustedo preço da soja no mercado nacional. Impossi­bilidade de escoamento da soja do Centro-Oestepelo porto de Santarém em face das péssimas condi­ções das estradas na Região Amazônica. (pág. 4671)

ARTUR DA TÁVOLA - Necrológio da cantoraNara Leão. (pág. 4671)

FERNANDO SANTANA - Pesar pelo faleci­mcnto de Nara Leão. Prorrogação de sessão da Câ­mara dos Deputados para homenagens à memóriada cantora. (pág. 4672)

GONZAGA PATRIOTA-Equiparação dos sa­lários e diárias dos funcionários da Sucam com osdos funcionários do SESP. (4672)

v - Grande Expediente (págs. 4672 a 4673)

NELSON SEIXAS - Presença de delcgação deVereadores de São José do Rio Prcto, Estado deSão Paulo, em Brasília, em demanda da duplicaçãoda BR-153, a Rodovia Transbrasiliana. Balanço doatendimento do excepcional no Brasil. Regulamen­tação de dispositivos constitucionai" c mcernentesà matéria. Realização do I' Simpósio Nf cional sobreAssistência Social, promovido pela Comi.ssão deSaúde, Previdência e Assistência Soei:'! da ('asa.

VI - Homenagem (págs. 4673 a 46'/9)

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Conviteà família do ex-Deputado João Carlos Batista a to­mar assento em plenário.

ADEMIR ANDRADE (retirado pelo orador),OSWALDO LIMA FILHO, AMAURY MU­LLER,FERNANDOSANTANA,EDUARDOBONFIM, PAULO PAIM, JOÃO HERRMANNNETO - Homenagem à memória do ex-Deputadoestadual paraense João Carlos Batista.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) -Solidarie­dade da Mesa às homenagens prestadas pela Casaà memória do ex-Dcputado Estadual paracnse JoãoCarlos Batista.

vn - Encerramento

2 - ATAS DA MESA

12' Reunião da Mcsa, em 31-5-89 (p'íg. 4680)

3- ATOS DA MESAN' 134, de 31-5-89, perda de mandato dos parla­

mentares: Felípe Cheidde e Mário Bouchardet.(pág. 4681)

N' 135, de 31-5-89, revoga o Ato da Mesa n'122/89.

4 - ATAS DAS COMISSÕESa) Comissão de Fiscalização e Controle, Subco­

missão Especial da Seplan e Entidades da Adminis­tração Direta ou Indireta, 6' reunião ordimiria, em27-4-88; 7' reunião ordinária, 10-8-88; (pág. 4681)

b) Comissão Parlamentar de Inquérito destinadaa investigar o destino da aplicação, pelo MEC, dosrecursos provenientes da Emenda Calmon, 17' reu­nião, em 4- 1.0-88. (pág. 4682)

5- DIVERSOSa) Associação Interparlamentar de Turismo Gru­

po Brasileiro, Ata da l' reunião ordinária, em26-8-87; Termo de Reunião, em 30-9-87; Termo deReunião, em 28-10-87; e Termo de Reunião, em25-11-87. (pág. 4682)

b) Ata do Seminário: "Serviço Público no Brasil:Diagnóstico, Regimento, Regime Jurídico e o PapçJdo Estado", realizado pela Comissáo dc Serviço PÚ­

blico. em 15-6-89. (pág. 4683)

6 - MESA (Relação dos Membros)

7 - LÍDERES E YICE-LÍDERES (Relação dosMembros)

8 - COMISSÕES TÉCNICAS (Relação dosMembros)

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Junho de 1989

Ata da 74~ Sessão, em 9 de junho de 1989Presidência dos Srs.: Inocêncio Oliveira, jq Presidente; Carlos Cotta, 3q Secretário;

Floriceno Paixão, Suplente de Secretário.

Sábado 10 4641

ÀS 9 HORAS COMPARECEM OS SENHORES:

Inocêncio OliveiraEdme TavaresCarlos CottaF1oriceno PaixãoArnaldo Faria de Sá.

Acre

Alércio Dias - PFL; João Maia - PMDB; NosserAlmeida - PDS; Rubem Branquinho - PMDB.

Amazonas

Bernardo Cabral - PMDB; Carrel Benevides ­PTB; Eunice Michiles - PFL; José Dutra - PMDB;José Fernandes - PDT.

Rondônia

Arnaldo Martins - PMDB; Assis Canuto - PFL;Chagas Neto - PMDB; Francisco Sales - PMDB;José Guedes - PSDB; José Viana - PMDB; RitaFurtado - PFL.

Pará

Ademir Andrade - PSB; Aloysio Chaves - PFL;Arnaldo Moraes - PMDB; Dionísio Hage - PFL;Domingos Juvenil - PMDB; Eliel Rodrigues ­PMDB; Fernando Velasco - PMDB; Gabriel Guer­reiro - PMDB; Gerson Peres - PDS; Jorge Arbage-PDS.

Tocantins

Edmundo Galdino - PSDB.

Maranhão

Albérico Filho - PMDB; Antonio Gaspar ­PMDB; Cid Carvalho - PMDB; Costa Ferreira ­PFL; Eliézer Moreira - PFL; Enoc Vieira - PFL;Francisco Coelho - PFL; Haroldo Sabóia - PMDB;José Carlos Sabóia - PSB; José Teixeira - PFL; Mau­ro Fecury - PFL; Vieira da Silva - PDS; WagnerLago-PMDB.

Piauí

Átila Lira - PFL; Felipe Mendes - PDS; JesualdoCavalcanti - PFL; Jesus Tajra - PFL; José Luiz Maia~ PDS; Manuel Domingos - PC do B; Mussa Demes- PFL; Myriam Portel1a - PDS; Paes Landim - PFL.

Ceará

Aécio de Borba - PDS; Carlos Virgílio - PDS;César Cals Neto - PSD; Etevaldo Nogueira - PFL;Firmo de Castro - PMOB; Furtado Leite - PFL;Gidel Dantas - POC; Haroldo Sanford - PMDB;Moysés Pimentel- PMDB; Orlando Bezerra - PFL;Osmundo Rebouças - PMDB; Raimundo Bezerra­PMDB; Ubiratan Aguiar - PMDB.

Rio Grande do Norte

Antônio Câmara - PMDB; Iberê Ferreira - PFL;Marcos Formiga - PL.

Paraíba

Adauto Pereira - PDS; Agassiz Almeida - PMDB;Antonio Mariz - PMDB; Edivaldo Motta - PMDB;Evaldo Gonçalves - PFL; Francisco Rolim - ; JoãoAgripino - PMDB; José Maranhão - PMOB.

Pernambuco

Artur de Lima Cavalcanti - PDT; Egídio FerreiraLima - PSDB; Fernando Bezerra Coelho - PMDB;Gilson Machado -PFL; Gonzaga Patriota - PDT;Harlan Gadelha - PMDB; Horácio Ferraz - PTB;José Carlos Vasconcelos - PMDB; Marcos Queiroz- PMDB; Maurílio Ferreira Lima - PMDB; OswaldoLima Filho - PMDB; Salatiel Carvalho - .

Alagoas

Antonio Ferreira - PFL; Eduardo Bonfim - PCdo B; José Thomaz Nonô - PFL; Roberto Torres ­PTB.

Sergipe

Gerson Vilas Boas - PMDB; Lauro Maia - PFL;Messias Góis _. PFL.

Babia

Abigail Feitosa - PSB; Ângelo Magalhães - PFL;Domingos LI:onelli - PSB; Fernando Santana - PCB;Francisco BI:nj!lmim - PFL; Genebaldo Correia ­PMDB; Haroldo Lima - PC do 13; Jairo Azi - POC;Jairo Carneiro -- PFL; João Alves - PFL; João CarlosBacelar - PMDB; Jonival Lucas - PDC; Jorge Hage- PSDB; José Lourenço - PFL; Luiz Eduardo ­PFL; Marcelo Cordeiro - PMDB; Milton Barbosa­PDC; PriscD Viana - PMOB; Uldurico Pinto ­PMDB; Waldeck Ornélas -PFL.

Espírito Santo

Hélio Manhães - PMDB; Lezio Sathler - PSDB;Lurdinha Savignon - PT; Nelson Aguiar - PDT; Ny­der Barbosa _. PMDB; Pedro Ceolin - PFL; RitaCamata - I'MDB; Rose de Freitas - PSDB; StélioDias-PFL.

Rio de Janeiro

Adolfo Oliveira - PL; Álvaro Valle - PL; AnnaMaria Rattes -- PSDB; Artur da Távola - PSDB;Daso Coimbra -- PMDB; Dcnisar Arneiro - PMDB;Fábio'Raunheitti - PTB; José Luiz de Sá - PL; LnizSalomão - PDT; Lysâneas Maciel - PDT; MárcioBraga - PMDB; Miro Teixeira - POT.

Minas Gerais

Carlos Mosconi - PSDB; Chico Humberto - PDT;Elias Murad - PTB; Humberto Souto - PFL; IsraelPinheiro - PMDB; João Paulo - PT; José da Concei­ção - PMDB; Lael Varella - PFL; Leopoldo Bessone- PMDB; Luiz Alberto Rodrigues - PMDB; MarcosLima - PMDB; Maurício Pádua - PMDB; MauroCampos - rSDB; Mello Reis - PDS; Milton Lima- PMDB; Octávio Elísio - PSDB; Oscar Corrêa­PFL; Raul Belém - PMDB; Roberto Brant - PMOB;Rosa Prata -- PMDB; Sérgio Naya - PMDB; SérgioWerneck - PMDB.

São Paulo

Arnold Fioravante - PDS; Antônio Salim Curiati- POS; CUlaha Bueno - PDS; Fernando Gasparian- PMDB; Francisco Amaral- PMDB; Gerson Mar-condes - PMDB; Hélio Rosas - PMDB; João Herr­mann Neto -- PSB; José Carlos Grecco - PSDB; JoséEgrcja -P1:B; José Serra - PSDB; Manoel Moreira- PMDB; Nelson Seixas - PDT; Paulo Zarzur ­PMDB; Plínio Arruda Sampaio - PT; Robson Marinho- PSDB; Sólon Borges dos Reis - PTB.

Goiás

Aldo Arantes - PC do 13; Antonio de Jesus ­PMDB; Iturival Nascimento - PMDB; Jalles Fontoura- PFL; João Natal - PMDB; José Gomes - PDC;Maguito Vill:la - PMDB; Naphtali Alves de Souza- PMDB; Pedro Canedo - PFL; Roberto Balestra-PDC.

Distrito Federal

Augusto Carvalho - peB; Francisco Carneiro ­PMDB; Geraldo Campos - PSDB; Jofran Frejat ­PFL; Márcia Kubitschek - PMDB; Maria de LourdesAbadia - P8DB; Sigmaringa Seixas - PSDB; ValmirCampelo - PTB.

Mato Grosso

Antero de Barros - PMOB; Joaquim Sucena ­PTB; Jonas Pinheiro - PFL; Júlio Campos - PFL;Rodrigues Palma - PTB; Ubiratan Spinelli - PFL.

Mato Grosso do Sul

Gandi Jamil- PFL; Ivo Cersósimo - PMDB; JoséElias - PTB; Plínio Martins - PMDB; Rosário CongroNeto-PMDB.

Paraná

Alceni Guerra - PFL; Dionísio Dal Prá - PFL;Euclides Scalco - PSDB.

Santa Catarina

Alexandre Puzyna - PMDB; Antônio Carlos Kon­der Reis - PDS; Artenir Werner - PDS; CláudioÁvila - PFL; Francisco Küster - PSDB; GeovahAmarante - PMDB; Henrique Córdova - PDS.

Rio Grande do Snl

Amaury Müller - PDT; Antônio Britto - PMDB;Arnaldo Prieto - PFL; Carlos Cardinal- POT; DarcyPozza - PDS; Ivo Mainardi - PMDB; João de DeusAntunes - PTB; Júlio Costamilan - PMDB; PauloPaim-PT.

Amapá

Eraldo Trindadc - PFL; Geovani Borges - PFL;Raquel Capiberibe - PSB.

Roraima

Alcides Lima - PFL; Chagas Duarte - PDT; Mar­[uce Pinto - PTB; Ottomar Pinto - PMDB.

I - ABERTURA DA SESSÃOO SR. PRESIDENTE (Floriceno Paixão) - A lista

de presença registra o comparecimento de 72 SenhoresDeputados.

Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O SI. Secretário procederá à leitura da ata da sessão

anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. ANTÔNIO DE JESUS, servindo como 2'-Se­cretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente.a qual é, sem observaçôes, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Floriceno Paixüo) - Passa-seà leitura do expediente.

O SR. DASO COIMBRA, servindo como l'-Secre­tário, procede à leitura do seguinte.

IH - EXPEDIENTEOfício

Do Sr. Depntado José Camargo, nos s~g!:1intes termos.

Ofício n' 023/89Brasília. 7 de junho de 1989

A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNesta

Senbor Presidente:Solicito os bons ofícios de Vossa Excelência no-senti­

do dc retirar o Projeto de Lei n' 1.661, de 1989, dcminha autoria, que encontra-se tramitando nesta Casa,cuja ementa é a seguinte: "Assegura a participaçüo indi­viduai em obras coletivas, protegendo-as e disciplinan-.

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4642 Sábado 10

do o direito de fiscalizaçãodo seu aproveitamento eco­nômico (art. 5', inciso XXVIII, alínea a e b da Consti­tuição)". . _ .

Na certeza de merecermos especIal atcnçao ao pedI­do, apresentamos a Vossa Excelência protes:os de gran­de estima e consideração. - Deputado Jose Camargo,PFL-SP.

PROJETO DE LEIN' 2.579, de 1989

(Do Sr. Leopoldo Bessone)

Dispõe sobre o meio ambiente.(Às Comissões de Cnnstituição e Justiça e Reda­

ção; de Defesa do Consumidor e Meio Ambiente;e de Desenvolvimento Urbano, Interior e Índio.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1" Esta Lei dispõe sobre a proteção ao meio

ambiente, a partir, principalmente, das normas cons­tantes da Constituição Federal (arts. 5', LXJUU; 23,VI; 24, VI c VIH; 129, III; 170, VI; 174, § 3'; 200,VIH, 216, V; e 225).

Art. 2' A ação popular, para a anulação de atolesivo ao meio ambiente poderá complementar-se pelaresponsabilidade civil ou criminal de quem Ü' houverpraticado.

§ l' O meio ambiente constitui bem de uso comumdo povo (art. 225 da Constituição) e patrimônio público(art. 2", I, da Lei n' 6.938, de 31 de agosto de 1981).

§ 2" Nos tcrmos dos arts. 11 a 14 da Lci n' 4.717.de 29 de junbo de 1965, os responsáveis pelo ato lesivoserão condenados à indenização de perdas e danos,que contemplará os efeitos presentes e futuros da lesão.

§ 3' A eficácia erga omnes da coisa julgada na açãopopular (art. 18 da Lei n' 4.717, e art. 16, da Lei n'7.347, de 24 dc julho de 1985) habilita qualquer entepúblico ou privado atingido pelo ato lesivo a :;crvir-seda sentença como título executivo judicial iliquido paraos fins de direito.

§ 4' A sentcnça somentc amparará o direito do ter­ceiro interessado no tocante ao reconhecimento da lesãoao meio ambiente, cabendo ao exeqüente alegar e pro­var, na liquidação l entretanto, o dano sofrido e suaextensão.

Art. 3' Os agentes do Poder Público serão pessoal­mente responsáveis, civil c criminalmente, pela 0!Dissãoou negligência no atinente aO dever constituci.onal deproteger o meio ambiente e combater a poluição emqualquer de suas fonuas.

§ l' Constituirá caso de omissão ou negligência ofato de não serem praticados, oportuna e eficazmente,os atos ou medidas preventivos de lesão, razoavelmenteprevisível.

§ 2' As penas estabelecidas pelos arts. 270 e 271.do Código Penal serão aplicáveis aos omissos ou negli­gentes, inclusive na hipótese prevista no § 2' quandose caracterizar culpa ou dolo.

§ 3" Será parte legítima para a promoção da respon­sabilização do agente omisso ou negligente o cidadão,através de ação popular, ou qualquer pessoa que tenhainteresse legítimo para a iniciativa processuaL

Art. 4" A proteção ao mEio ambiente esteuder-se-lÍà preservação da paisagem (art. 216, V, da Constitui­ção).

Art. 5" Qualquer obra ou atividade potencialmentecausadora de significativa degradação do meio ambientesomente será autorizada pelo órgão público competentemediante análise prévia do impacto ambiental.

§ 1" O interessado, com a antecedência de um ano,requererá autorização para a obra ou atividade, ins­truindo o pedido com os elementos que o regulamentodesta Lei exigir.

§ 2" O estudo prévio e sua aprovação serão publica­dos, no essencial, pelo órgão oficial a que couber adivulgação.

§ 3' Os arts. 163 a 167, do Código Penal, aplicara­se, em termos, ao dano potencial, entendido como talaquele que coloque em risco o meio ambiente, inclusivea fauna e a flora.

Art. 6' Serão editadas normas especiais ,;obre aproteção e preservação da Floresta Amazônica brasi­leira. a Mata Atlântica, a Serra do Mar. o PantanalMato-Grossense e a Zona Costeira.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

§ l' Os projetos agrícolas. pastoris, agropecuá::iosou industriais que envolvam desmatamentos ou lesoes,de qualquer natureza, ao meio ambiente terão de com­patibilizar-se com a preservação dos eCOSSIstemas e domeio ambiente.

§ 2" Os mesmos projctos terão de ser aprovado~

previamente pelo órgão compctente, para que se deinício à sua execução.

§ 3' No que couber e até que se edi~em nov~s nor­mas específicas, observar-se-á, quanto a proteçao dasreferidas áreas, o disposto nesta leI. . . ..

Art. 7' A exploração de recursos mme:als sUJeItar­se-á à adequada preservação do meio. a.mbIe?tc.

§ 1" Além de outras sançües admmlstr~tlva.s ou pe­nais estabelecidas por esta ou por o~tras ~els a mobs;r­vância do disposto neste artigo ocaSIOnara a suspensao,temporária ou definitiva, da pesqmsa ou lavra de recur-sos minerais. .

§ 2" Aquele que explorar recursos minerais ficaráobrigado a adotar as medidas preventivas recomendá­veis em favor da preservação do meio ambiente.

§ 3" Sem prejuízo das sanções aplicáveis, quem, napesquisa ou exploração de recursos minerais, degradaro meio ambiente, ficará obrigado a recuperá-lo, de acor­do com a solução técnica exigida pelo órgão públicocompetente, através de plano e cronograma que assegu·rem sua recuperação.

§ 4' Se o pesquisador ou explorador não a realizarnos precisos termos do plano e cronograma, perderáa autorização de pesquisa ou concessão de lavra e ficaráinabilitado para essas atividades até que cumpra plena­mente o seu dever.

§ 5' O presente artigo aplica-se, em termos. às ativi­dades de garimpeiros que afetem o meio ambiente.

Art. R' As normas de preservação do meio ambien­te, constantes desta ou de outras leis, aplicar-se-ão aosatos ou atividades que os possam lesar, ou os lesem,independentemente da distância entre o local ou locaisem que sejam praticados e os eITI que se verifiquemseus efeitos nocivos.

§ I' Considerar-se-ão difusos (art. 129, Til, daConstituição) os interesses derivados dos efeitos de atosou atividades poluentes que se espalhem sobre umacerta :irea territorial e cuja identificação dependa deconhecimento especial de técnico.

§ 2" Considerar-se-ão coletivos (art. 129, In, daConstituição) os interesses de núcleo populacional, oude concentração humana, ou de várias pessoas que,mesmo dispersas ou distantes umas das outras, sejamsucessivamente atingidas pelos efeitos de um só e mes­mo fator poluentc.

§ 3" No último caso do parágrafo anterior, incluem­se os ribeirinhos inferiores de um curso d'água quesejam atingidos pela poluição produzida em prédiossuperiores. •

§ 4" Caracterizará a poluição o despejo ou depósitode materiais poluentes a menos de quinze metros decada uma das margens do curso d'água ou. a qualquerdistância. quando tais materiais se desloquem, ou sejamsuscetíveis de deslocamento, por efeito da dinâmica daságuas das chuvas, ou de outra origem. causando, oupodendo causar, poluição de águas inferiores.

Art. 9' Serão partes legítimas para as ações ou pro­cedimentos admitidos pela Lei n" 7.347, além dos órgãosou pessoas referidas em seu art. 5', qualquer pessoaafetada, de algum modo, por lesão ao meio ambiente.

Art. 10. Esta lei entra em vigor na data de suapublicação. revogadas as disposições em contrário.

Justificação

Há na Constituição diversas disposições sobre a pre­servação do meio ambiente. Dentre elas, destaca-seo art. 225, que instituiu o sistema mais completo e mo­derno do mundo sobre a ecologia.

Alguns preceitos constitucionais referem-se à regula­mentação de certas matérias por lei. Outras, emboranão fazendo tal remissão, reclamam, também, inova­ções ua legislação ordinária. uma vez que o direito ante­rior nem sempre se afina com o que a Constituiçãocriou.

Por esses motivos e para melhor exeqüibilidade dasnormas constitucionais, elaborei o presente projeto, pa­ra provocar a contribuição dos doutos.

Sala das sessües, 30 de maio de 1989. - LeopoldoBessone, PMDB - MG.

Junho de 1989

LEGISLAÇÃO CITADA. ~NEXADAPELA COORDENAÇAO DASCOMISSÓES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

TÍTULO IIDos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO IDos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5' Todos são iguais perante a lei, sem distinçãode qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros eaos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dodireito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurançae à propriedade, nos teTInOS seguintes:

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima parapropor ação popular que vise a anular ato lesivo aopatrimônio público ou de entidade de que o Estadoparticipe, à moralidade administrativa, ao meio ambien­te e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais edo ônus da sucumbência.

TÍTULO lUDa Organização do Estado

CAPÍTULO IIDa União

...;;:;i:' 23:' "á~~;;;~~tê~~i; ~~;~~;;; 'ci~ 'ü~'iã~' d~~ iii~i~:dos, do Distrito Federal e dos Municípios.

VI -proteger o meio ambiente e combater a polui­ção em qualquer de suas formas:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Dis­trito Federal legislar concorrentemente sobre:

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação danatureza, defesa do solo e dos recursos naturais, prote­ção do meio ambiente e controle da poluição;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente,ao consumidor, a bens e direitos de valor artísitico,estético, histórico, turístico e paisagístico;

........................................... ..... ....

TÍTULO IVDa Organização dos Poderes

CAPÍTULO IVDas Funções Essenciais à Justiça

SEÇÃO IDo Ministério Público

...A;i.· ·Ú9."· 'sã; 'i~~~õ~'~ 'i~~iii~~;;~'~i~' d~' 'M;~i~iéri~Público:

.. 'iú'~'p~~;;;~~~;; ;~;i~érii~·~i~·ú·~·~· ~çã~ '~i~;i ptibí;~~:para a proteção do patrimônio público e social, do meioambiente e de outros interesses difusos e c·'letivos;

TÍTULO VIIDa Ordem Econômica e Financeira

CAPÍTULO IDos Princípios Gerais da

At.ividade Econômica

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valori­zação do trabalho humano e na livre iniciativa, tempor fim assegurar a todos existência digna, conformeos ditames da justiça social, observados os seguintesprincípios.

VI - defesa do meio ambiente;

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Junho de 1989

Art. 174. Como agente normativo e regulador daatividade econômica, o Estado exercerá, na forma dalei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,sendo este determinante para o setor público c indica­tivo para o setor privado.

§ 3' O Estado favorecerá a organização da ativi­dade garimpeira em cooperativas, levando em contaa proteção do meio ambiente e a promoção econômi­co-social dos garimpeiros.

TÍTULO VIII

Da Ordem Social

CAPÍTULO 11Da Scguridade Sucial

SEÇÃO IDisposiçiies Gerais

SEÇÃO IIDa Saúde

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, alémde outras atribuiçôes. nos termos da lei:

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente nelecompreendido o do trabalho.

CAPÍTULO [[J

Da Educação, da Cultura e do Desporto

SEÇÃO IIDa Cultura

Ar!. 216. Constituem patrimônio cultural brasilei­ro os bens de natureza material e imaterial, tomadosindividualmente ou em conjunto, portadores de refe­rência à identidade. à ação, à memória dos diferentesgrupos formadores da sociedade brasileira, nos quaisse incluem:

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor his!ôrico,paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,ecológico e científico.

CAPÍTULO VIDo Meio Ambiente

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente eco­logicamente equilibrado, bem de uso comum do povoe essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se aoPoder Público e a coletividade o dever de defendê-loe preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1" Para assegurar a efetividade desse direito, in­cumbe ao Poder Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos es­senciais e prover o manejo ecolrJgico das espécies eecossistemas;

II - preservar a diversidade e a integridade do patri­mônio genético do País e fiscalizar as entidades dcdi­cadas à pequisa e manipulação de material genético;

III - definir, em todas as unidades da Federação,espaços territoriais e seus componentes a serem espe­cialmentc protcgidos, sendo a alteração e a supressãopermitidas somente através de lei, vcdada qualquer uti­lização que comprometa a integridade dos atributos quejustifiquem sua proteção;

IV -exigir, na forma da lei, para instalação de obraou atividade potencialmente causadora dc significativadegrad~ção do meio ambiente, estudo prévio de impac­to ambiental, a que se dará publicidade;

v - controlar a produção, a coniercialização e o em­prego de técnicas. métodos e substâncias que compor­tem risco para a vida, a qualidade de vida e O meioambiente:;

VI -promover a educação ambiental em todos osníveis de ensino e a conscientização pública para a pre­servação do meio ambiente;

VII -proteger a fauna e a flora, vedadas, na formada lei, as práticas que coloquem em risco sua funçãoecológica, provoquem a extinção de espécies ou subme­tam os animais a crueldade.

§ 2\' Aquele que explorar recursos minerais ficaobrigado a Tecuperar o meio ambiente degradado, deacordo com solução técnica exigida pelo órgão públicocompetente, na forma da lei.

§ 3' As condutas e atividades consideradas lesivasao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físi­cas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas.independentemente da obrigação de reparar os danoscausados.

§ 4" A Floresta Amazônica brasileira, a MataAtlântica a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossensee a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utiliza­ção far-sl~-á, na forma da lei, dentro de condições queassegurem a preservação do meio ambiente, inclusivequanto ao uso dos recursos naturais.

§ 5' São indisponíveis as terras devolutas ou arreca­dadas pelos Estados, por ações discriminatórias, neces­sárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6' As usinas que operem com reator nuclear deve­rão ter sua :rocalização definida em lei federal, sem oque não poderão ser instaladas.

LEI N° 6.938, DE 31 DEAGOSTO DE 1981

Dispi"e sobre a Política Nacional do Meio Ambien·te, s,ms fins e mecanismos de formulação e aplica­ção, e dlá outras providências.

Da Política Nacional do Meio Amhiente

Art. 2' A Política Nacional do Meio Ambientetem por objetivo a preservação, melhoria e recupe­ração da qualidade ambiental propícia à vida, vi­sando assegurar, no País, condições ao desenvol­vimcnto sócio-econômico, aos interesses da segu­rança nacional e à proteção da dignidadc da vidahumana, atendidos os seguintes princípios:

I -- ação governamental na manutenção do equi­líbrio ecológico, considerando o meio ambiente co­mo um patrimônio público a ser necessariamenteassei~urado c protegido, tendo em vista o uso cole­tivo;

LEI N' 4.717, DE 29 DEJUNHO DE 1965

Rel:ula a Ação Popular

Do Processo

Alt. 11. A sentença que, julgando procedentea ação popular, decretar a invalidade do ato impug­nado, condenará ao pagamento de perdas e danosos responsáveis pela sua prática e os beneficiáriosdele, rcssalvada a ação regressiva contra os funcio­nários causadores de dano, quando incorrerem emculpa.

Ar!. 12. A sentença incluirá sempre, na conde­nação dos réus, o pagamento, ao autor, das custase demais despesas judiciais e extrajudiciais, direta­mentc relacionadas com a ação e comprovadas,bem ,~omo o dos honorários de advogado.

Ar!. 13. A sentença que, apreciando o funda­mento de direito do pedido, julgar a lide manifes­tamente temerária, condenará o autor ao paga­ment'~ do décuplo das custas.

Ar!. 14. Se o valor da lesão ficar provado nocurso da causa, será indicado na sentcnça; se de­pender de avaliação ou perícia, será apurado naexecução.

Sábado 10 4643

§ I' Quando a lesão resultar da falta ou isençãode qualquer pagamento. a condenação imporá opagamento devido, com acréscimo de juros de mo­ra e multa legal ou contratual, se houver.

§ 2' Quando a lesão resultar de execução frau­dulenta, simulada ou irreal de contratos, a conde­nação versará sobre a reposição do dêbito, comjuros de mora.

§ 3" Ouando o réu condenado perceber dos co­fres públicos, a execução far-se-á por desconto emfolha até o integral ressarcimento do dano causado,se assim mas convier ao interesse público.

§ 4' A parte condenada a restituir bens ou va­Iares ficará sujeita a seqüestro e penhora, desdea prolação da sentença condenatória.

Ar!. 18. A sentença terá eficácia de coisa jul­gada oponível erga omnes, exceto no caso de haversido a ação julgada imporcedente por deficiênciade prova; neste caso, qualquer cidadão poderá in­tentar outra ação com idêntico fundamento valen­do-se de nova prova.

LEI N'·' 7.347, DE 24 DEJULHO DE 1985

Disciplina a ação civil públiea de responsa·bilidade por danos causados ao meio ambiente, aoconsumidor, a bens e direitos de valor artistico,estético, histórico, turistico e paisagístico (Vetado)e dá outras providências.

Art. 5" A ação principal e a cautelar poderão serpropostas pelo Ministério Público, pela União, pelosEstados e Municípios. Poderão também ser propostaspor autarquia, empresa pública, fundação, sociedadede economia mista ou por associação que:

I - esteja constituída há pelo menos um ano, nostermos da lei civil:

II - inclua, entre suas finalidades institucionais, aproteção ao meio ambiente. ao consumidor, ao patri­mônio artístico, estético, histórico, turístico e paisa­gístico (Vetado).

§ l' O Minis!ério Público, se não intervier no pro­ccsso como parte. atuará obrigatoriamente como fiscalda Ici.

§ 2" Fica facultado ao Poder Público c a outras asso­ciações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-secomo litisconsortes de qualqucr das partes.

§ 3' Em caso de desistência ou abandono da açãopor associação legitimada, o Ministério Público assu­mirá a titularidade ativa.

Art. 16. A sentcnça civil fará coisa julgada ergaomnes, exceto se a ação for julgada improcedentc pordeficiência de provas, hipótesc em que qualquer legiti­mado poderá intentar outra ação com idêntico funda­mento, valendo-se de nova prova.

CÓDIGO PENAL

DECRETO-LEI N' 2.848, DE 7 DEDEZEMBRO DE 1940

TÍTULO IIDos Crimes Contra o Patrimônio

.........................·cAPiTULo·iv················ .Do Dano

Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisaalheia:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa,de mil cruzeiros a dez mil cruzeiros.

Dano Qnalificado

Parágrafo único. Se o crime é cometido:I - com violência à pessoa ou gravc ameaça;II - com emprego de subs!üncia inflamável ou explo­

siva, se o fato não constitui crime mais grave;III -contra o patrimônio da União, Estado, Muni­

cípio, empresa concessionária de serviços públicos ousociedade dc economia mista;

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4644 Sábado 10

IV -por motivo egoístico ou com prejuízo conside­rável para a vítima;

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa,de mil cmzeiros a vinte mil cruzeiros, além da penacorrespondente à violência.

Introdução ou Abandono de Animaisem Propriedade Alheia

Art. 164. Introduzir ou deixar animais em proprie­dade alheia, sem consentimento de quem de direito,desde que do fato resulte prejuízo:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, oumulta, de quatrocentos cruzeiros a dez mil cruzeiros.

Dano em Coisa de Valor Artístico,Arqueológico ou Histórico

Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa.. tombada pela autoridade competente em virtude de

valor artístico, arqueológico ou histórico:Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa,

de dois mil cruzeiros a quarenta mil cruzeiros.

Alteração de Local Especialmente Protegido

Art. 166. Alterar, sem licença de autoridade: com­petente, o aspecto de local especialmente protegido porlei:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa,de dois mil cruzeiros a quarenta mil cruzeiros.

Ação Penal

Art. 167. Nos casos do art. 163, do n' IV do seuparágrafo, art. 164 somente se procede mediant(: quei­xa.

TITULO VIIIDos Crimes Contra a Incolumidade Públic.,

·········,,· .. ··.. ·······C"APiTÜLO·iii········........ ······· ...Dos Crimes Contra a Saúde Pública

Epidemia

Omissão de Notificação de Doença

........................................................................Envenenamento de Água Potável ou deSnbstáncia Alimentícia ou Medicinal

Art. 270. Envenenar água potável, de uso comumou particular, ou substância alimentícia ou medicinaldestinada a consumo:

Pena - reclusão, de cinco a quinze anos.§ l' Está sujeito .i[ mesma pena quem entrega o

consumo ou tem em depósito, para o fim de ser distri­buída, a água ou a substância envenenada.

Modalidade Culposa

§ 2' Se o crime é culposo:Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Corrupção ou Poluição deÁgua Potável

Art. 271. Corromper ou poluir água potável, deuso comum ou particular, toruando-a imprópria paraconsumo ou nociva à saúde:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

Modalidade Culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:Pena - detenção, de dois meses a um ano.

.............................................................., .

PROJETO DE LEIN' 2.580, de 1989

(Do Sr. Francisco Küster)

Dispõe sobre aplicação do § 3' do art. 8' das Dispo­sições Transitórias da Constituição Federal, pro·mulgada em 5 de outubro de 1988.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1.329, de '1988.)

O Congresso Nacional decreta: .Art. 1" Os cidadãos a que se refere o § 3' c.o art.

8' das Disposições Transitórias da Constituição Federal

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçáo I)

da RepLÍblcia Federativa do Brasil, de 5 de outubrode 1988, são os aeronautas, os aeroviários e os militaresatingidos por atos de exceção, institucionais ou comple­mentares que foram impedidos do exercício da respec­tiva especialização na vida civil em decorrência das por­tarias reservadas do Ministério da Aeronáutica de n"S-50-GM~5, de 19 de junho de 1964 e S-285-GM-5,de l' de setembro de 1966.

Art. 2' A reparação de natureza econômica conce­dida de acordo com o estabelecido pelo § 3' do art.8' do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,referido no artigo anterior, será paga aos aeronautas,aeroviários e aos militares, pelo ministério ao qual obeneficiário se encontra vinculado, no valor de 15 (quin­ze) vezes o total dos vencimentos, salários ou proventos,do mês do pagamento desta reparação, multiplicadopelo número de meses decorridos entre a data da pro­mulgação da Constituição Federal e a data de entradaem vigor desta lei.

Parágrafo único. A reparação de que trata o pre­sente artigo será paga ao beneficiário como "Grati­ficação Especial de Reparação Econômica", acumu­lável a partir do dia subseqüente ao da vigência destalei, no valor de 90% dos vencimentos, salários ou pro­ventos fixados para o mesmo, devendo, no entanto,ser atualizda sempre que houver alteração da tabelade remuneração dos aeronautas, aeroviários e dos mili­tares.

Art. 3' Os herdeiros e os dependentes dos aeronau­tas, aeroviários e dos militares beneficiados pelo § 3'do art. 8' das Disposições Constitucionais Transitóriasda República Federativa do Brasil, de 5 dc outubrode 1988, já falecidos, fazem jus também à reparaçãode natureza econômica concedida neste dispositivoconstitucional, devendo a eles ser paga nos termos esta­belecidos no art. 2' e parágrafo único desta lei.

Art. 4' A execução das disposições contidas nosarts. 2' e 3' da presente lei fica a cargo do órgão deorigem do aeronauta, aeroviário e do militar, que deve­rá providenciar os meios necessários ao pagamento,num prazo máximo de até sessenta dias a contar dapublicação desta lei, da reparação econômica, ora esta­belecida.

Art. 5' As despesas decorrentes da aplicação destalei correrão por conta das dotações do Orçamento Geralda União, para o corrente exercício.

Art. 6' Esta lei entra em vigor na data de publi­cação.

Art. 7' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

1. O texto constitucional, em seu § 3', art. 8' doAto das Disposições Transitórias, determina, co.m just!­ça, a reparação econômcia daqueles que foram.l~pedl­

dos, por ato de força do Estad? de exercerem ~tlVldades

para as quais estavam profisslOnalmcnte hablhtados.

2. No âmbito do Ministério da Aeronáutica essaarbitrariedade configurou-se na ediçáo das Portarias n'!sS-50-GM-5 e S-285-GM-5, respectivamente, de 15 dejunho de 1964 e l' de setembro de 1966, atingindomilitares e aeronautas civis.

3. Torna-se patente a impossibilidade do resgatepleno do dano sofrido, pelo caráter subjetivo da penaaplicada, forçando profissionais a buscar outra atividadeque não aquela para a qual foram formados.

4. Assim, a-entro do disposto no preceito constitu­cional, a reparação econômica é a alternativa possível-que, no presente projeto de lei, pretende-se oferecer.

5. Guardando uma similaridade com a anistia con­cedida àqueles atingidos por atos de exceção (e as Porta­rias n's S-SO-MG-5 e S-285-GM-5 podem ser conside­radas com tais).

6. Isso atende, inclusive, ao espírito da AssembléiaNacional Constituinte que, sabiamente, incluiu o § 3'no art. 8' que trata especificamente da anistia a atosde exceção.

7. Na base de rcparação foi considerado o valordo maior saldrio da carreira, entendido que todos atingi­liam o último posto das carreiras respectivas.

Sala das Sessões, l' de junho de 1989. - FranciscoKüster.

Junho de 1989

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA FEDERATlVA DO BRASIL

·················ATOS·DAS·oisp·osiçc)ES···············..CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

.. P:~t.·· 3~" 'ji' ~~~~~~Úd~" ~~isti~" ~~~..~~~.:. ~.~. '~~~f~d~

de 18 de setembro de 1946 até a data da promulgaçãoda Constituição, foram atingidos, em decorrência demotivação exclusivamente política, por atos de exceção,institucionais ou complementares, aos que foram abran­gidos pelo Decreto Legislativo n' 18, de 15 de dezembrode 1961, e aos atingidos pelo Decreto-Lei n° 864, de12 de setembro de 1969, asseguradas as promoções,na inatividade, ao cargo, emprego, posto ou graduaçãoa que teriam direito se estivessem em serviço ativo,obedecidos os prazos de permanê.ncia em atividade pre­vistos nas leis e regulamentos vigentes, respeitadas ascaracterísticas e peculiaridades das carreiras dos servi­dores públicos civis e militares e observados os respec­tivos regimes jurídicos.

§ 3" Aos cidadãos que foram impedidos de exercer,na vida civil, atividade profissional específica, em decor­rência das Portarias Reservadas do Ministério da Aero­náutica n' S-SO-GM-5, de 19 de junho de 1964, e n'S-285-G~-5será concedida reparação de natureza eco­nômica, na forma que dispuser lei de iniciativa do Con­gresso Nacional a entrar em vigor no prazo de dozemeses a contar da promulgação da Constituição.

PORTARIA N' 77-A/GM-5, DE 3 DEMAIO DE 1979

Revoga as Portarias n' S/50-GM-5, de 19 de ju­nho de 1964 e S-285/GM-5, de l' de setembro de1966.

O Ministro de Estado de Negócios da Aeronáutica,tendo em vista o disposto na Emenda Constitucionalde n' 11, de 13 de outubro de 1978, resolve:

Ar!. l' Revogar as Portarias sigilosas n' S/501GM-5, de 19 de junho de 1964, que dispõe sobre "con­cessão de licenças e revalidação de certificados de habili­tação", e de n'S/285-GM-5, de 10 de setembro de 1966,que "suspende a concessão de licenças e a revalidaçãode certificados de babilitação".

Art. 2' Esta portaria entra em vigor na data de suapublicação. - Tenente-Brigadeiro-do-Ar Délio Jardimde Matos, Ministro da Aeronáutica.

PORTARIA MINISTERIAL RESERVADAN' S-50-GM-5 DE 19 DE JUNHO DE 1966

O Ministro dc Estado dos Negócios da Aeronáutica,considerando as razões apresentadas pela Diretoria deAeronáutica, resolve:

Suspendcr, até ultetior deliberção:L As concessões de licenças previstas na Portaria n'

869-A-GM-5, de 29 de agosto de 1963. a lodos os milita­res transferidos para a reserva por força do Ato Institu­cional de 9 de abril de 1964.

2. As revalidações de certificados de habilitaçáo, tam­bém previstos na portaria acima citada, a todos os aero­nautas e aeroviários penalizados pelo referido ato.

a)Major-Brigadeiro-do-Ar Nelson Freire LavanereWanderley, Ministro da Aeronáutica.

PORTARIA MINISTERIAL RESERVADA

N' S-285-GM-5 DE l' DE SETEMBRO DE 1966

Suspende' a concessão de licenças e revalidaçãode certificados de habilitação.

O Ministro de Estado dos Negócios da Aeroná~tica,

considerando as razões apresentadas pela Dlretona d~

Aerooáutica Civil, resolve suspender, até ultenor deh-beração: .,

1. As concessões de licença previstas na Portanan° 869-A-GM-5, de 29 de agosto de 1963, a todos os

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. Junho de 1989

militares atingidos por atos institucionais ou comple­mentares.

2. As revalidações de certificados de habilitação,também previstas naportaria acima citada, a todos os aeronautas e aeroviá­rios penalizados pelos referidos atos.

A presente portaria substituiu a de n' S-50-GM-5,de 19 de junho de 1964, e entra em vigor na data desua pubicação. - Eduardo Gomes. Ministro da Aero­náutica.

PROJETO DE LEIN~ 2.581, de 1989

(Do Sr. Pedro Canedo)

Concede aos deficientes visuais passagem gratui·ta, nos transportes coletivos, em todo o territórionacional.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1.294/88.)

O Congresso Nacional decreta:Art.l' É cnncedida aos deficientes visuais passa­

gem gratuita, em õnibus, trens e navios, operados porempresas brasileiras, que realizam transportes de passa·geiros, para qualquer parte do País.

Parágrafo único. Para fazer jus ao benefício pre­visto neste artigo, bastará a apresentação de documentohábil que ateste sua condição, fornecido por departa­mento médico ou escolas de deficientes visuais.

Art. 2" Esta lei entra em vigor na data de sua publi·cação.

Art. 3'·' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Entendemos que o amparo institucional explícito asegmentos especiais da população constitui um dos maisnobres deveres do estado. Assim, o legislador, comoinfluente componente deste, enquanto representantedo povo deve se preocupar com determinados grupossociais, como por exemplo. os deficientes visuais paraque eles tenham um tratamento diferenciado que lhespermita deslocar-se de um lagar para o outro com maisfacilidade, a fim de conseguir trabalho e enfrentar agrave crise econõmica que nos aflige.

Lamentavelmente, o Brasil é um dos países que me­nos têm feito para a integração na comunidade doscegos e dos deficientes físicos em geral.

Em muitos países e mesmo em algumas regiões brasi­leiras, a experiência tem demonstrado a grande capaci­dade de trabalho do cego, em diversos campos comonas artes e, sobretudo, na música, nas telecomunicaçõese em outros diferentes ramos de atividade, desde quetreinados e tenham condições de locomoção.

Felizmente. a nova Constituição Federal. reconhe­cendo a difícil situação dos deficientes físicos estabe­leceu cm seu art. 227. n. a criação de programas deprevenção c atendimento especializado aos deficientesfísicos. mediante o treinamento para o trabalho c convi­vência e a facilitação do acesso aos bens e serviçoscoletivos. com a eliminação de preconceitos e obstá­culos arquitetônicos.

Também está expresso no ar!. 244 que lei disporásobre a adaptação dos logradouros dos edifícios de usopúblico e dos veículos de transporte coletivos atual­mente existentes, a fim de garantir acesso adequadoãs pessoas portado ras de deficiência.

Cremos, pois. que a medida preconizada por nós nes­te projeto de lei, encontra respaldo na própria Consti­tuição.

Dada a justiça de que reveste a presente proposição,estamos certos de contar com o apoio dos ilustres mem­bros do Congresso Naciona!.

Sala das Sessões. 24 de maio de 1989. - Pedro Ca­nedo.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÔES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

TÍTULO VIIIDa Ordem Social

CAPÍTULO VIIDa Família, da Criança, do Adolescente e do Idoso

Art. 227. É dever da família, da sociedade e doestado a~;segurar à criança e ao adolescente, com abso­luta prioridade. o direito à vida, à saúde, à alimentação,à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,ã dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivênciafamiliar e comunitária, além de colocá-los a salvo detoda forma de negligência, discriminação, exploração.violência. crueldade e opressão.

II - criação de programas de prevenção e atendi­mento e,;pe-eializado para os portadores de deficiênciafísica, sensorial ou mental, bem como de integraçãosocial do adolescente portador de deficiência, medianteo treinamento para o trabalho e a convivência, e afacilitação cio acesso aos bens e serviços coletivos, coma eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetõ­nicos.

TÍTULO IXl[)as Disposições Constitucionais Gerais

Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logra­douros, dos edifícios de uso público e dos veículos detransporte coletivo atualmente existentes a fim de ga­rantir acesso adequado "s pessoas portadoras de defi­ciêucia, ·~onforme o disposto no art. 227, § 2".

PROJETO DE LEIN~ 2.582, de 1989(Do Sr. Hélio Rosas)

E!:teUlde aos trabalhadores, em atividades que es­pecilica, o direito à aposentadoria especial.. (As Comissões de Constituição e Justiça e Reda­

ção; de Saúde, Previdência e Assistência Social;e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' São consideradas perigosas, para efeito de

concessão da aposentadoria especial disciplinada na le­gislação previdenciária vigente, as atividades de trato­rista e operador de máquinas.

Art. 2' As despesas decorrentes da execução destalei correrão à conta dos recursos próprios da PrevidênciaSocial.

Ar!. 3'" Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 4' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

O obj<otivo desta proposição é dar tratamento igualaos tratoristas e operadores de máquinas, visto que osmotoristas profissionais em transportes urbanos e rodo­viários já gozam desse privilégio legal. Os que dirigemtratores no campo ou na cidade e os que operam máqui­nas de todo tipo têm. pelas mesmas razões, o mesmodireito.

Sala das Sessões, . - Hélio Rosas.

PROJETO DE LEIN~ 2.583, de 1989(Do Sr. Hélio Rosas)

Regulamenta o exercício da profissão de OficialCab,eleireiro e de outras assemelhadas que espe­cifk•.

(As Comissões de Constituição e Justiça e Reda­ção; de Trabalho e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1". É livre, em todo o território nacional, o

exercício das profissões de Oficial Cabeleireiro, Mani­cure, Maquilador. Estcticista Facial. Depilador e Pedi­cure.

Art. 2'·'. O exercício das profissões de '1ue trata oartigo anterior somente será permitido:

a) aos formados no País por escolas de qualificaçãúprofissional reconhecidas na forma da lei;

Sábado 10 4645

b) aos formados no exterior, com certificados de con­clusão revalidados no Brasil;

c) aos profissionais práticos que, à data da publicaçãodesta lei, já estejam no exercício da profissão por perío­do igualou superior a 3 (três) anos. comprovado atravésda Carteira de Trabalho e Previdência Social.

Art. 3". São atribuições dos Oficiais Cabeleireirose similares:

a) cortar cabelo com noção, desembaraço técnico eresponsabilidade;

b) executar penteados e qualquer arrumação dos ca·belos em tratamento;

c) tinturar, massagear. rinsar, alisar, executar per­manentes e todos os tratamentos congêneres com abso­luto acerto e conhecimento.

§ l' À manicure compete:a) cortar as unhas das mãos;b) cortar as cutículas;c) embelezar as mãos.§ 2' Ao maquilador compete:a) preparar a pele para receber a maquilagem;b) maquilar os contornos faciais:c) embelezar o rosto.§ 3" Ao esteticista facial compete:a) retirar os cravos e outras impurezas da pele;b) nutrir a pele com produtos apropriados;c) rejuvenescer a pele.§ 4' Ao depilador compete:a) depilar, pelos processos de higiene e beleza, todas

as partes do corpo onde os pelos devem ser retirados.§ 5' Ao pedicure compete:a) cortar as unhas dos pés;b) cortar as cutículas;c) embelezar os pés.Art. 4' O exercício das profissões de que trata esta

lei depende de registro no sindicato da categoria dolocal.

Parágrafo único. Nos municípios onde não existarepresentação sindical da categoria, o registru poderáser efetivado no setor competente da prefeitura muni­cipal.

Art. 5' A jornada normal de trabalho dos profis­sionais de que trata esta lei será de 40 horas semanaise sua remuneração mínima não poderá ser inferior a2 (duas) vezes o Piso Nacional de Salários.

Art. 6' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 7' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

É tendência do Direito do Trabalho estender seumanto protetor a todos os ofícios existentes, a fim deque fiquem devidamente discriminados os direitos edeveres de sens exercentes.

Em nosso País, a maioria das profissões já tem seuexercício regulamentado por lei. Entretanto, por omis­são do legislador, algnns métiers ainda não·mereceramreg!, Iamentação legal.

E o caso. especificamente, dos oficiais cabeleireiros,manicures, esteticistas faciais, depiladores e pedicures,que exercem sua atividade profissional à margem dalei, o que se nos afigura profundamente injusto.

Devido a falta de regulamentação, os integrantes dascategorias profissionais mencionados são, usualmentesubmetidos à desumana jornada de trabalho. perce­bendo remuneração vil.

Nesta conformidade. atendendc; a justa reivindicaçãodesses profissionais, preconizamos. nesta proposição.a regulamentação dos ofícios correspondentes, fixando.inclusive, a sua jornada de trabalho e remuneração mí­nima mensal que não poderá ser inferior a duas vezeso Piso Nacional de Salários.

Sala das Sessões, . - Hélio Rosas.

PROJETO DE LEIN~ 2.585, de 1989(Do Sr. Stélio Dias)

Dispõe sobre o pagamento do "pro labore" aosrepresentantes da Previdência Social, credenciadosem agência do interior.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n" 2.338/89.)

O Congr<osso Nacional decreta:Art. 1" O Instituto Nacional de Previdência Social

pagará aos seus representantes no interior do País quan-

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4646 Sábado 10

tia correspondente a cinco salários mínimos de referên­cia, a título dc pro labore.

Art. 2' Esta lei cntra em vigor na data de sua publi­cação.

Ar!. 3" Revogam-se as disposições em contnirio.

Justificação

Os agentes da Previdência Social, credenciados nointerior do País para atender às áreas urbana e rural,devem dispor de um cômodo como pelo menos cemmetros quadrados, além de instalações sanitárias paraos dois sexos.

O aluguel de um cômodo desses, em qualquer cidademediana do País, custa pelo menos um salário mfnimo.

A representação do INPS é uma agência em minia­tura, atendendo às zonas urbanas e rural, tendo estaúltima que manter pelo menos um funcion:lrio.

Ou se atendem às justas reivindicações dos represen­tantes do INPS nos termos deste projeto ou se tornarácada vez mais dificil o atendimento da população inte­riorana pela Previdência Social.

Sala das Sessões, lo de junho de 1989. - Stéliu, Dias.

PROJETO DE LEIN- 2.586, de 1989

(Do Sr. Renato Johnsson)

Dispõe sobre a liquidação dos contratos de câmbionas !!xportaçõcs, e dá outras providências.

(As Comissões de Constituição e Justiça e Reda­ção; de Economia, Indústria e Comércio e de Fi­nanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1" Os contratos de câmbio referentes a expor­

tação poderão ser celebrados prévia ou posteriomenteao embarque da mercadoria, nos prazos que "ierema ser determinados pelo Banco Central do BrasiL

Art. 2' Independentemente de o câmbio ter sidocontratado prévia ou posteriormente ao embarq ue damercadoria, o pagamento da exportação deverá ser pro­cessado mediante:

I - crédito do correspondente valor em moeda es­trangeira em conta, no exterior, de banco auto:rizadoa operar em cãmbio no País;

II - entrega a banco autorizado a operar em câmbioda moeda estrangeira em espécie, em cheques ele via­gem (traveller's cheks) ou outro instrumento financeiroadmitido em regulamcntação do Banco Central do Bra­sil.

Parágrafo único. O Banco Central do Brasil, emato próprio, rcgulará a forma de o exportador re-ceber1/3 (um terço) do valor efetivamente exportado emmoeda estrangeira, em espécic, para convertê-los emcruzados novos no câmbio turismo, quando oportuno.

Art. 3' Sem prejuízo das demais sanções cabíveis.a faculdade de contratar câmbio posteriormente ao em­barque da mercadoria poderá ser temporária ou ddiniti­vamente suspensa a exportador que:

I - seja responsável por operação de curso ou proce­dimento irregular na área de câmbio ou de comércioexterior;ll- haja descumprido o prazo defiuido nos tr:rmos

do art. I' ou que, no mesmo período. não tenha vincu­lado suas exportações a contrato de câmbio previamentecelebrado, na forma prevista da legislação em vigor.

Parágrafo úuico. As disposições previstas neste arti­go serão aplicadas:

I - pe la Carteira de Comércio Exterior do Bancodo Brasil S. A. (Cacex), nos casos de operação dc cursoou procedimento irregular na área de comércio exterior;ll- nos demais casos, pelo Bauco Central do Brasil,

que podení, inclusive, promover o restabelecimento dareferida faculdade ao exportador.. Art. 4' Configurada a ocorrência de qualqu(~r das

sltuaçc,es previstas no artigo anterior. a Carteira de Co­mércio Exterior do Banco do Brasil S.A. (Caeex) nãoemitirá ou formalizará Guia de Exportação, Declaraçãode Exportação ou documento de efeito equivalente,sem prévia contratação total do câmbio.

Parágrafo único. Em casos especiais, devidamentefundamentados, poderá a Carteira de Comércio Exte­rior do Banco do Brasil S.A (Cacex) condicionar a emis­são de guia ou documento equivalente que ampare a

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

exportação à prévia contratação do câmbio correspou­dente.

Art. 5' No caso de exportação em que seja conce­dido pelo exportador, com recursos próprios, financia­mento ao comprador no exterior, a contratação do câm­bio poderá ocorrer em prazo diferente do estabelecidocom base no disposto no ar!. 1', mediante prévia autori­zação do Bauco Central do Brasil, em cada caso.

Art. 6' O Banco Central do Brail baixará as normascomplementares necessárias à execução desta lei. inclu­sive podendo estabelecer prazos para a contratação dorespectivo câmbio, compatíveis com as característicaspróprias, para as exportações realizadas na forma pre­vista no artigo anterior.

Art. 7' Esta lei entra em vigor na data dc sua publi­cação.

Art. 8' Revog~m-se as disposições em contrário.

Justificação

Através da presente proposição. sem alterar a siste­mática em vigor de contratação de câmbio uas exporta­ções, desejamos instituir a permissão para que o expor­tador receba 113 (um terço) do valor efetivamente cx­portado em moeda estrangeira, a fim de que possa con­vertê-los em cruzados novos ao câmbio turismo. quandoenteuder oportuno, e, com isso, auferir alguma lucrati­vidade na convers:lo da moeda. tendo em vista a grandcdefasagem eutre o câmbio oficial e o câmbio praticadooficialmente para o turismo.

A irrealidade cambial está cada vez mais tornandoinviável as exportações. Por sua vez, o processo é antiin­f1acionário pois o Governo não precisará emitir moeda.

Além disso o projeto inibe a prática do subfatura­menta uas exportações.

A permissão ensejada pelo presente projeto, con­quanto nova e rara, servirá de graude incentivo às cx­portações. compensando os preços de nossos produtosreduzidos no mercado externo, notadamente nos Esta­dos Unidos da América. Por outro lado, uão causaráprejuízo ao Tesouro Público, uma vez que a conversãoda moeda dar-se-á no câmbio turismo, sujeito ao câmbiodo dia.

Portodo o exposto, esperamos contar com o indispen­sável apoio dos Congressistas para a transformação des­tc projeto em lci.

Sala das Sessões, I' de junho de 1989. - RenatoJohnsson.

PROJETO DE LEIN- 2.587, de 1989

(Do Sr. Uldurico Pinto)

Estabelece, nos termos dos artigos 182 e 183 daConstituição Federal, diretrizes gerais para execu­ção, pelo Poder Público Municipal, da política dedesenvolvimento urbano.

(Anexe-se ao Projeto de Lei u' 2.191189.)

O Congresso Nacional decreta:

CAPÍTULO IDa Finalidade e da Abraugência

Art. l' Esta lei institui, nos termos dos arts. 182e 183 da Constituiç'io Federal, diretrizes gerais paraexecução, pelo Poder Público Municipal, da políticade desenvolvimeuto urbano, visando ordenar o plenodesenvolvimento das funções sácio-econômicas das ci­dades e garantir o bem-estar e melhor qualidade devida de seus habitantes.

Art. 2' O plano diretor, aprovado pela CâmaraMunicipal. obrigatório para cidades com mais de vintemil habitantes, constituirá o instrumento orieutador dosprocessos de transformação do espaço urbano e da es­trutura territorial do município, servindo de referênciapara a ação de todos os agentes públicos e privadosque nele atuam.

Art. 3' A política de desenvolvimento urbano insti­tuirá adequada distribuição espacial da população, dasdiferentes atividades sócio-econômicas e dos equipa­mentos urbano-comunitários, além de proporcionar aintegração e complementariedade das atividades urba­nas e rurais.

Art. 4" A propriedade urbana. consoaute o § 2' doart. 182 da Constituição Federal. cumpre sua funçãosocial quando atende às exigéncias fundamentais de or­denação da cidade expressas no plano diretor urbano.

Junho de 1989

Art. 5' A ordem "econômica, fundada na valoriza­ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem porfim asscgurar a todos existência digna, conforme osditames da justiça social, obscrvando os princípios dafunção social da propriedade, da defesa do meio am­biente e da redução das desigualdades regionais e so­ciais.

CAPÍTULO IIDo Plano Diretor

Art. 6' O plano diretor deverá:I - considerar todos os setores da estrutura urbana,

no seu aspecto físico e funcional. correlacionando-oscom a área rural do município;

II - estabelecer limitaçõcs à construção por meio deíndices urbanísticos relativos ao uso. ocupação e apro­veitamento do solo;

III -instituir normas - plantas. zoneamento, códi­go dc obras, planos de obras c serviços públicos e demaisnormas técnicas e jurídicas da utilização do espaço urba­no - para correção dos defeitos existentes. notada­mente a dcformação da cidade e a degradação do meioambiente:

IV - dedicar especial atenção à elaboraçâo do planode zoneamento, dividindo a cidade segundo a destina­ção precípua de cada bairro - industrial, cultural, resi­dencial, comercial, de lazer, etc. - impondo normasde edificação para cada zona e de utilização dos terrenosurbanos;

V - na elaboração do plano de obras e de serviçosde utilidade pública integrar o deseuvolvimento e asrealizações a cargo do Poder Público, priorizando obraspúblicas relativas à viação urbana e rural, engenhariasauitária, de arte, edifícios públicos serviços públicoshidrossanitários, de energia elétrica, tefefonia, trans­portes coletivos, tráfego urbano, limpeza urbana e ilu­minação pública;

VI - conceder especial atenção aos loteamentos paraque uão se couvertam em fator de desordenamentoda cidade;

VII - evitar o excessivo e nípido crescimento da ci­dade, porquanto o espraiamento do perímetro urbanodificulta a prestação dos serviços públicos;

VIII - expor minuciosamente o quadro de desenvol­vimento econômico. financeiro, social. urbano e admi­nistrativo do município;

IX - fixar objetivos estratégicos visando solução pa­ra os problemas e entraves ao desenvolvimento urbauomunicipal;

X -'- resguardar os recursos naturais e dispensar espe­cial atenção à qualidade do meio ambiente.

XI - adequar o direito de construir às normas urba­nísticas e aos interesses sociais;

XII - incentivar a participação individual c comuni­tária no processo de desenvolvimento urbano;

XIII - estabelecer áreas dc urbanização preferen­cial, de rcnovação urbaua, de urbanização restrita ede regularização fundiária.

Art. 7' O município criará, por lei, Comissão paraelaborar o plano diretor, orientar, fiscalizar e controlarsua execução e propor as modificações que nele se fize­rem necessárias.

§ l' Sem observância das exigências legais, os lotea­mentos não serão registrados nem vcndidos c não sepermitirá a construção nesses terrenos, cabendo à Pre­feitura interditá-las ou fazê-las demolir.

§ 2' Os projetos de loteamentos observarão rigida­mente as exigências do plano diretor e serão previa­mente aprovados pela Prefeitura.

CAPÍTULO UIDiretrizes da Política Urbana

Art. 8" Na promoção do desenvolvimento urbano.serão observadas as seguintes diretrizes:

I - previsão, ordenação e expansão dos núcleos ur­banos;

II - prevenção e correção das distorções do cresci­mento urbano;

III - contenção da excessiva concentração urbana;IV - adequação da propriedade imobiliária urbana

à sua função social. mediante:a) oportunidade de acesso à propriedade urbana e

à moradia;b) justa distribuição dos benefícios c ônus decorren­

tes do processo de urbanização;

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Junho de 1989

c) correção das distorções da valorização da proprie­dade urbana;

d) regularização fundiária e urbanização específicade áreas urbanas ocupadas por população de baixa ren­da;

V -controle do uso do solo de modo a evitar:a) a utilização inadequada de imóveis urbanos;b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconve­

nientes;c) o parcelamento do solo e a edificação vertical ex­

cessivos com relação aos equipamentos urbanos e comu­nitários;

d) a ociosidade do solo urbano edificável;e) a deterioração de áreas urbanizadas.VI - adequação da política fiscal e financeira aos

objetivos do desenvolvimento urbano, notadamentequanto à habitação, saneamento básico e transportesurbanos;

VU - recuperação, pelo Poder Público, dos investi­mentos de que resulte a valorização dos imóveis urba­nos;

VIU - proteção, preservação e recuperação do meioambicnte, do patrimônio histórico, artístico, arqueo­lógico e paisagístico;

IX - adoção de padrões de equipamentos urbanose comunitários consentâneos com a condição sócio-eco­nômica do Município.

CAPÍTULO IVDa Urbanização

Art. 9' Consideram-se atividades de urbanização:I - a transformação de área rural em urbana;U - o parcelamento do solo para fins urbanos;III - a implantação de equipamentos urbanos e co­

munitários;IV - a construção destinada a fins urbanos.

Art. 10. Qualquer atividade de urbanização execu­tada sem autorização ou licença fica sujeita a embargoou demolição, mediante processo administrativo ou ju­dicial.

Art. 11. O território do município será subdivididoem área urbana, de expansão urbana e rural.

Art. 12. O município poderá condicionar a licençapara construir à existência ou à programação de equipa­mentos urbanos e comunitários necessários.

Parágrafo único. A licença poderá ser outorgada,em condições especiais, se o interessado se responsa­bilizar pela implantação dos referidos equipamentos.

Art. 13. A construção será averbada no Cart6riode Registro de Imóveis, mediante documento de apro­vação da Prefeitura Municipal no qual conste a taxade ocupação do terreno e o respectivo índice de aprovei­tamento ou área total de construção.

Art. 14. São nulas de pleno direito as licenças eautorizações expedidas em desacordo com esta lei ea legislação pertinente, sujeitando-se as obras a embar­go ou demolição, mediante processo administrativo oujudicial.

CAPÍTULO VDa Execução da Política Urbana

Art. 15. A execução da política de desenvolvimen­to urbano compete ao Poder Público, em ação integradada União, dos Estados e dos Municípios.

Art. 16. A política nacional de desenvolvimentourbano bem como suas estratégias e programas, integra­rão os planos nacionais de desenvolvimento.

Parágrafo único. Na execução da política nacionalde desenvolvimento urbano, bem como de seus progra­mas e projetos. serão consideradas as peculiaridadesregionais e locais.

Art. 17. Na promoção do desenvolvimento urba­no, caberá ao Município:

I - exercer. conjuntamente com a União e o Estado,competencia para:

a) proteção de documentos, obras e bens de valorhistrJrico, artístico, cultural, monumentos. paisagensnaturais e sítios arqueológicos;

b) impedir a evasão, destruição e descaracterizaçãode obras de arte e outros bens de valor histórico artís-tico e cultural; , '

c) proteger o meio ambiente e combater a poluiçãoem qualquer de suas formas; .

d) preservar as florestas, a fauna e a flora;'

e) pro mover programas de construção de moradiase a melhoria das condições habitacionais e de sanea­mento bá sico;

f) combater as causas da pobreza c os fatores demarginaliza<;ão. promovendo a integração social dos se­tores desfavorecidos;

g) estabelecer e implantar política de educação paraa segurança do trânsito;

h) promover c incentivar o turismo como fator dedesenvolvimento sócio-econômico.

lI-suplementar a'legislação federal e a estadual,no que couber;

UI - criar, organizar c suprimir distritos, observadaa legislação estadual;

IV - organizar e prestar, diretamente ou sob regimede concei;são ou permissão, os serviços públicos de inte­resse local, incluído o de transporte coletivo, que temcaráter essencial;

V -promover, no que couber, adequado ordena­mento te,rrilorial, mediante planejamento e controlede uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

VI - promover a proteção do patrimônio histórico­cultural local, observada a legislação e a ação fiscali­zadora fe,deral c estadual;

VII - instituir contribuiçã.o de melhoria, decorrentede obras públicas;

VIII -- observar e cumprir o princípio da função so­cial da propriedade privada;

IX - defender o meio ambiente;X-instimir, no prazo de dezoito meses, contado

da data de publicação desta lei, o plano diretor, apro­vado pela Câmara Municipal;

XI - executar a política munieipal de desenvolvi­mento urbano.

CAPÍTULO VIDo Regime Urbanístico

SEÇÃO 1DO!; Instrumentos do Desenvolvimento Urbano

Art. 18. 'Serão utilizados, para os fins desta lei:I - o planejamento urbano;II -instrumentos tributários e financeiros, em espe­

cial:

a) imposto predial e territorial urbano, progressivoe regressivo;

b) taxas c tarifas, diferenciadas em função de proje­tos de interesse social;

c) contribuição de melhoria; decorrente da execuçãode obras públicas;

d) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;e) fundos destinados ao desenvolviento urbano;rI impDsto de renda sobre lucro imobiliário.UI -institutos jurídicos:a) ser'lid;lo administrativa;b) limitação administrativa;c) tom bamento de bens;d) dir<:ito real de concessão de uso;el direito de superfície;f) desapropriação, parcelamento e edificação com-

pulsórios;g) direito de preempção;h) usucapião especial de terreno urbano;IV - regularização fundiária.Parágrafo único. A servidão administrativa, a limi­

tação administrativa, o tombamento de bens e o direitoreal de concessão de uso regem-se pela legislação quelhes é prôpria.

SEÇÃO UDo Direito de Superfície

Art. 19. O proprietário urbano pode conceder aoutrem direito de construir em seu terreno, por tempodeterminado ou indeterminado. mediante escritura pú­blica devidamente inscrita no Cartório de Registro deImóveis.

Art. 20. A concessão do direito de superfície pode­rá ser gratuÍta ou onerosa; se onerosa, estipularão aspartes a forma de pagamento.

Art. 21. O superficiário responderá pelos encargose tributos que incidirem sobre o im6vel.

Art. 22. A superfície pode transferir-se a terceiroe, por morte do superficiário, se transmite a seus her­deiros.

Sábado 10 4647

Parágrafo único. Não poderá ser estipulado, a ne­nhum título, o pagamento de qualquer quantia pelatransferência da superfície.

Art. 23. Em caso de alienação do imóvel ou dasuperfície. o superficiário ou o proprietário tem direitode preferência, em igualdade de condições.

Art. 24. Antes do advento do termo, resolver-se-ãa superfície se o superficiário der ao terreno destinaçãodiversa daquela para a qual lhe foi concedida.

Art. 25. Extinta a superfície, o proprietário passaráa ter o domínio pleno sobre o terreno, construção ebenfeitorias, independentemente de indenização se aspartes não houverem estipulado o contrário.

Ar!. 26. O direito de superfície, constituído porpessoa jurídica de direito público interno, rege-se poresta lei, no que mio for diversamente disciplinado emlei especial.

SEÇÃO IIIDa Desapropriação, do Parcelamento e

da Edificação Compulsórios

Art. 27. O Poder Público, mediante lei específicapara área incluída no plano diretor. exigirá do proprie­tário do solo urbano náo edificado, subutilizado ou nãoutilizado, que promova seu adequado aproveitamento,sob pena. sucessivamente, de:

I - parce lamento ou edificação compuls6rios, noprazo máximo de trinta meses, a contar da data denotificação pela prefeitura ao proprietário do imóvelpara o cumprimento da obrigação;

U -imposto progressivo no tempo sobre a proprie­dade predial e territorial urbana;

UI - desapropriação com pagamento mediante títu­los da dívida pública de emissão previamente aprovadapelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dezanos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegu­rados o valor real de indenização e os juros legais.

§ l' Ressalvado o caso previsto no item III desteartigo, as desapropriações de imáveis urbanos serãofeitas com prévia e justa it'denização em dinheiro.

§ 2' O não cumprimento da obrigação de parcelarou edificar poderá também facultar ao Município a alie­nação do terreno a terceiro que se comprometa a cum­prir a obrigação estabelecida.

Art. 28. Considerando a função social da proprie­dade, prevista no item XXIU do art. 5' e no item UIdo art. 170 da Constituição Federal, a desapropriaçãopoderá abranger a área contígua necessária ao desenvol­vimento de obra a qne se destina e às zonas que sevalorizarem extraordinariamente, em conseqüência darealização do serviço. Em qualquer caso, a desapro­priação por interesse social, mediante justa e préviaindenização em dinheiro, deverá compreendê-Ias, men­cionando-se quais as indispensáveis à continuação daobra e as que se destinam à revenda.

SEçAoIVDo Direito de Preempção

Art. 29, O direito de preempção confere ao Muni­cípio preferência para aquisição de terreno urbano obje­to de alienação onerosa entre particulares.

Parágrafo único. O plano diretor delimitaní as ;íreasem que incidirá o direito de preempçáo e fixará o prazode vigência, sempre inferior a dez anos.

Art. 30. O direito de preempção será exercido paraatender às finalidades seguintes:

I - realização de programas habitacionais;U - criação de áreas públicas de lazer;III - implantação de equipamentos urbanos e comu­

nitários;IV - constituição de reserva fundiária;V - ordenação e direcionamento da expansão urba­

na;VI - constituição de áreas de preservação ecológica

ou paisagística.Art. 31. O proprietário deverá notificar sua inten­

ção de alienar o terreno, mencionando o preço desejadopara que o Município manifeste sua opção de compra,no prazo de trinta dias. Transcorrido esse prazo, semmanifestação. entende-se estar o Município desinteres­sado na aquisição, podendo o proprietário realizar livre­mente a alienação.

§ l' Se o Município discordar do preço constantede notificação, e não entre em composição amigável

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4648 Sábado 10

com o alienante. poderá requerer o arbitramento judi­cial.

§ 2" Realizado o arbitramento judicial, a parte qucnão concordar com o prcço podcrá dcsistir do negócio.

Ar!. 32. A alienação efetuada em desacordo comos prcceitos dcsta seção é nula dc pleno direito.

SEçAovDa Usucapião Especial

de Terreno Urbano

Art. 33. Aquele que possuir como seu terreno ur­bano. de até d~z7ntos e cinqüenta metros quadrados,por ClDCO anos. lDlDterruptamente e sem oposição, utili­zand,o-o para, s~a moradia ou de sua família. adquirir­lhe-a o dommlo, desde que não seja proprietário deoutro imóvel urbano ou rural.

§ 1" O título de domínio e a concessão de uso serãoconferidos ao homem ou à mulher. ou a ambos .. indc­pcndentemcnte do estado civil.

§ 2" Esse direito não será reconhecido ao mcsmopossuidor por mais dc uma vcz.

§ 3: Par~ efeito de reconhecimento de usueapiãoespecIal de Imóvel urbano, o adquirente de terreno deloteamento irregular fica equiparado ao usucapiente.

Ar!. 34. A usucapião especial de imóvel urbanonão incidirá sohre imóveis públicos.

Art. 35. Adotar-se-á, na ação de usucapião espe­cial de imóvel urbano o procedimcnto sumaríssimo.

§ l' O autor da ação de usucapião especial de imó­vel urbano terá, se o pedir, o benefício da assistênciajudiciária gratuita.

§ 2" A usucapião especial de imóvel urbano poderáser mvocada como matéria de defesa, valendo a senten­ça que a reconhecer como título para registro no Cartó­rio de Registro de Imóveis.

SEÇÃO VIDa Transferência do Direito de Construir

,Art. 36. Lei Mu;,icipal pod~rá autorizar o pmprie­tano de Imóvel conSIderado de mteresse do patrimôniohistórico, artístico, turístico, arqueológicd, paisa!~ístico

ou ecológICO, a eXercer em outro local, ou a1i.enar. me­diante escr!tura pública. o direito de construir pr,;vistono plano diretor e ainda não exercido.

Paráwafo único .. '?- .mesma faculdade poderá serconcedIda ao propnetano que doar ao Poder Ptíblkoseu im?vel, ou parte dele, para fins de implantaçãode equIpamentos urbanos ou comunitários.

Art. 37. A lei municipal referida no artigo anterior,estabelecerá os locais e as condições em que será possí­vel a transferência do direito de construir.

§ l' A Prefeitura rornecerá certidão na qual cons­tará o ~ontante das áreas construíveis que poderá sertransfendo a outro imóvel, por inteiro ou fracionada­mente.

§ 2' A certidão referida no parágrafo anterior, bemcomo a escritura de transferência do direito de construirdo imóvel para outro serão averbadas nas respectivasmatríeulas.

SEÇÃSO VIIDisposiç'iíes Gerais

;\t'~.. 38. Para os ~in~ ?esta lei. equipara-se ao pro­pnetano o compromIssano comprador com título irre­tr~távcl e registrado no Cartório de Registro de Imó­veIs.

:'-rt. 3~. O vizinho é parte legítima para proporaçao destmada a ImpcdIr a ocupação ou o uso de imóvelem desacordO com as normas urbanísticas consubstan­ciadas no plano diretor.

Art. 40. Não se permitirá a urbanização que impe­ça o hvre acesso público às praias e ao mar.

Art. 41. Esta lei entra em vigor na data de suapublicação.

Art. 42. Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

O urbanismo visa principalmente à integração do con­junto de serviços de obras públicas. num programa ra­cion~l usando objet!vos dc organização e uso do e!;paçoda cIdade, no sentIdo dc proporcionar aos seus habi­tantes probabilidades progressivas dc uma vida pessoale coletiva equilibrada e sadia.

O planejador urbano eonta com elemcntos concretosda cidade. os espaços livres e os espaços constmídos.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

as ruas, 05 parques c as edificações e, para controlaresses elementos, joga com as normas de ocupação edimensionamento capazes de assegurar um crescimentoharmonioso e uma utilizaçáo coordenada desse espaçopela população que o habita. Interfere no processo deurbanização disciplinando-o, corrigindo-lhe os excessospatol<ígicos·.

Destarte. o planejamenlo urbano municipal repre­senta a etapa mais concreta. por lhe caber a execuçãodos projetos que integrarão as realizações contempladaspelo planejamento superior, de vez que 05 planos urba­nísticos passaram a integrar. cada vez mais. os esquemasde planejamento regional e nacional.

"O espaço coletivo urbano-rural" - no dizer de Luizde.Anhaia Melo - "não é simples espaço geométrico,eXlgmdo soluções de Engenharia, mas espaço social,complexo, heterogêneo. sensível, vivo. palpitante. for­mado de uma multiplicidade de grupos primários e se­cundários, exigindo soluções humanas e sociais".

Assim, o plano diretor constitui o conjunto sistemá­tico de previsões e programas de realizações materiaise sociais para o desenvolvimento integral de uma comu­nidade ou região.

O desenvolvimento urbano. pela sua complexidadeatual: c~r:ce de tra~amento interdisciplinar. exigindocontnbUiçoes provemcntes de antropologia, sociologia,arquitctura. urbanismo, ciência política, direito, ecolo­gia, economia. administração e geografia.

A forte conccntração urbana que caracteriza atual­mente o Brasil significa crescentcs necessidadcs de ser­viços nas cidad~s em termos de transporte urbano. sa­neamento, habItação, saúde, equipamentos urbano-sa­nitários e em outras obras de infra-estrutura social eeconômica. Sendo insuficientes os recursos, a qualidadede vida nas cidades está visivelmente se deterioraudo.

No que tange ao financiamento do desenvolvimentou,rbano, o aspecto crucial é aquele do paradoxo da .coe­Xlstência freqüente de receita global crescente ao nívelmunicipal com a escassez de recursos para aplicaçãoem programas caracteristicamente urbanos.

O exame das condições de vida nas cidades brasileirasrevela, de maneira geral, a existência de problemas~elacionadoscom o afluxo de contingentes de migrantesmternos, fonnação de bolsões de miséria, degradaçãodo ambiente, ocupação desordenada do solo e inade­quação do equipamento coletivo, entre outros.

A tais problemas, deve-se adicionar os baixos níveise a inadequada distribuição da renda pessoal, os dese­quilíbrios entre as taxas de crescimento da populaçãoe do emprego e a utilização de recursos em usos alterna­tivos que desfavorecem a melhor distribuição da infra­estrutura social urbana.

Com vistas a cste quadro tão negativo da culturaurbana brasilcira, a Constituição, em vários dos seusdispositivos, abriu o nccessário cspaço para que come­çassem a ser abordados e solucionados 05 diferentesprohlemas da política urbana nacional, para a qual,oferecemos à elevada apreciação dos parlamentaresbrasileiros este modesto trabalho, regulamentando osarts. 182 e 183 de nosso Estatuto Básico.

Sala das Sessões de 1989. - DeputadoUldurico Pinto.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÓES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

TÍTULO IIDos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO IDos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5' Todos são iguais perante a lei, sem distinçãode qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros eaos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dodireito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurançae à propriedade, nos termos seguintes:

XXiiI~'~'p~~i;~i~d~d~'~t~~d~~á .~. ~~~. f~~çã~'~~~ii"

Junho de 1989

TÍTULO VIIDa Ordem Econômica e Financeira

CAPÍTULO IDos Principios Gerais da

Atividade Econômica

Art. 170. A ordem econômica. fundada na valori­zação do trabalho humano e na livre iniciativa tempor fim assegurar a todos existência digna. conformc05. dI~a~es da justiça social observados 05 scguintespnnClplOS:.........................................

1Il- função social da propri~d~::i~:"'''''''''' ..

CAPÍTULO IIDa Polítiea Urbana

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano.exe~utadapdo .Poder Público municipal, conforme di­retrizes geraIS fIxadas em lei. tem por objetivo ordenaro pleno desenvolvimento das funções sociais da cidadec garantir o bem-cstar de seus habitantes.

§ lo O plano diretor. aprovado pcla Câmara Muni­cipal, obrigatório para cidades com mais de vinte milhabitantes, é o instrumento básico da política de desen­volVImento e de expansão urbana.

. § 2" A propriedade urbana cumpre sua função so­Cial quando atende às exigências fundamentais de orde­nação da cidade expressas no plano diretor.

§ 3' As desapropriações de imóveis urbanos serãofeitas e0O! prévia e justa indenização em dinheiro.

. § 4' E. facu~t~do ao Poder Público municipal, me­dl~~te lei espeCifica para ~rea incluída no plano diretor,eXlgu. nos termos da lei federal, do proprietário dosolo urbano não edificado. subutilizado ou não utiliza­do, quc promova seu adequado aproveitamento sobpena, sucessivamcnte, de: '

I~ parcelamento ou edifi~ação compulsórios;II -Imposto sobre a propnedade predial e territorial

urbana progressivo no tempo;III - desapropriação com pagamento mediante títu­

los de dívida pública de emissão previamente aprovadapelo Senado Federal, com prazo de resgatc de até dezanos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegu­rados o valor real da indenização e 05 juros legais.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbanadc até duzcntos e cinqüenta metros quadrados, por cin­co anos, mmterruptamente e sem oposição, utilizando-apara, sua moradia ou de sua família, adquirir-Ihe-á odommlO, desde que não seja proprietário de outro imó­vel urbano ou rural.

§ l' O título de domínio e a concessão de uso serãoconferidos ao homem ou à mulher, 0\1 a ambos, indc­pendentemente do estado civil.

§ 2' Este direito não será reconhecido ao mesmopossuidor mais de uma vez.

§ 3'. _05 imóveis públicos não serão adquiridos porusucapIao.

PROJETO DE LEIN' 2.588, de 1989

(Do Sr. José Camargo)

Disciplina a cobrança das eontas de empresas con·cessionárias de serviços públicos por estabelecimen­tos bancários.

(Anexe-se ao Projeto de Lci n" 2.046, de 1989.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' As contas de energia elétrica, telefone e

gás emitidas pelas empresas concessionárias ou estataisd~verão ter seus vencimentos fixados para 30 (trinta)dla~ após a emi~s~o, obrigatória a cobrança por'estabe­leclmento bancano ou. onde não existir, pelas exatoriasmunicipais, medíante comissão.

,",:rt. 2' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­caça0.

Art. 3' Revogam-sc as disposiç6es em contrário.

Justificação

. O usuário de serviços públicos, que também pagannpostos e taxas federais, estaduais e municipais, recebe

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lunhode 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)----------------------- Sábado 10 4649

pelo menos meia dúzia de contas em dias diferentesdo mês. juntando-se àquelas referentes aos tributos ati­nentes às tarifas de energia elétrica, telefone e gás.quase sempre emitidas por empresas públicas, ficandoa seu exclusivo critério a data em qne devam remetê-las.

E preciso atender ao interesse do contribuinte, exatono cumprimento da sua obrigação, para que não sejasurpreendido com a chegada da conta quando se deslo­cou em viagem e se veja obrigado a pagar multa.

Sala das Sessões. . - José Camargo.

PROJETO DE LEIN- 2.589, de 1989

(Do Sr. José Camargo)

Acrescenta parágrafo ao artigo 74 da Consoli­dação das Leis do Trabalho.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1.232/89.)

O Congresso Nacional decreta:Art. I' Acrescente-se ao art. 74 da Consolidação

das Leis do Trabalho. aprovada pelo Decreto-Lei n"5.452. de I' de maio de 1943, o seguinte parágrafo:

"§ 4' O horário de trabalho será organizadode forma a permitir que os empregados estudantessempre trabalhem no mesmo turno, a fim de quepossam frenquentar regularmente a escola."

Arl. 2' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 3' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A programação diária do funcionamento de um esta­belecimento comercial ou industrial dá origcm à organi­zação de turnos de trabalho para os seus empregados.Estes empregados sofrem alterações bruscas de turnosdeterminadas muitas vezes pelo exclusivo interesse doempregador.

O projeto que ora apresentamos tem por finalidadeespecífica resguardar o trabalhador estudante dessasvariações de turno.

Trabalhando sempre no mesmo turno, o empregadoestudante poderá freqüentar regularmente a escola,pois não estaria sujeito a variações do horário de traba­lho.

A aplicação desta lei não ficaria limitada a qualquerfaixa de idade, porque o estudo é igualmente importanteem todas as fases da vida. ,

O empregado estudante favorece com seu labor contí­nuo o desenvolvimento da nossa Pátria, e, com suasede de saber, ajuda o crescimento intelectual da nossagente. Nada mais justo, portanto. que beneficiá-lo coma presente proposição.

Sala das Sessões, . - José Camargo.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÓES PERMANENTES

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

Aprovada pelo Decreto-Lei n' 5.452,de 1" de maio de 1943.

············ .. ··············TfTüiClÚ······c .

Das Normas Gerais de Tutela do Trabalbo

···················· .... ··CA·PíTULO"Ú····················· .....

Da Duração do Trabalho

···········.. ········· .. ·····ii:iiçÁ'O·v.. ·············· .. ··· .

Do quadro de Horário

Art. 74. O horário de trabalho constará de quadro,organizado conforme modelo expedido pelo Ministrodo Trabalho, e afixado em lugar bem visível. Esse qua­dro será discriminativo no caso de não ser o horárioúnico para todos os ~mpregados de uma mesma seçãoou turma.

§ l' O horário de trabalho será anotado em registrode empwgados com a indicação de acordos ou contratoscoletivos porventura celebrados.

§ 2" Para os estabelecimentos de mais de 10 (dez)empregados, será obrigatória a anotação da hora deentrada e saída, em registros mecânicos ou não, deven­do ser m.sinalados os intervalos para repouso.

§ 3' Se o trabalho for executado fora do estabele­cimento, o horário dos empregados constará. explicita­mente, de ficha ou papeleta em seu poder, sem prejuízodo que dispõe o § l' deste artigo.

PROJETO DE LEIN- 2.590, de 1989

(Do Sr. Theodoro Mendes)

Introduz alteração na Lei n' 3.807. de 26 de agostode 1960 - Lei Orgânica da Previdência Social.

(As Comissões de Constituição e Justiça e Reda­ção; de Saúde, Previdência e Assistência Social;e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' É acrescentado ao art. 11 da Lei n' 3.807,

de 26 de agosto de 1960, o seguiute § 6":"§ 6' Tão-somente para efeito de fazer jus ao

ben,efício da assistência médica, poderá o filho oua filha até a idade de 25 auos, estudaute de cursosuperior, manter a condição de dependente do se­gurado."

Art. 2, As eventuais despesas decorrentes da exe­cução dl;sta lei correrão à conta das fontes de receitanormais da Previdência Social.

Art. 3' Esta lei entrará em vigor na data de suapublicação.

Art. 4" Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A idéia, perfeitamente retratada no texto do novoparágrafo mandado acrescentar ao art. 11 da Lei Orgâ­nica da Previdência Social, é permitir que o filho oufilha do segurado possa manter a condição de seu depen­dente, até a idade de 25 anos, desde que estudanteuniversitário,

Trata·se de medida justa, haurida na experiêucia docotidiano s,eguudo a qual o estudante universitário nãose desga.rra da dependência do lar patemo, porque atanto não lhe permitem os estudos.

E a necessidade da medida é tanto mais sentida noscasos em que ocorrem eventuais acidentes ou doençasdo jovem, cujos encargos são todos jogados sobre osombros do pai, já que a idade o exclui da condiçãode dependente e o fato de ser estudaute (e não tertrabalho) não lhe permite ser, ele próprio, segurado.

Conte com a compreensão da Casa para a aprovaçãodo presente projeto.

Sala das Sessões, . - Theodoro Mendes.

LEGISLAÇÃO CITADA. ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

LEI N' 3.807,DE 26 DE AGOSTO DE 1960

Dispõe sobre a Lei Orgâuica da Previdência So­cial.

····························TfTüi6"ú················.. ··· .Dos Segurados, dos Dependentes

e da Inscrição

..........................CÚ1TÜLO 'ii'" .Dos Dependentes

Art. 11. Consideram-se dependentes dos segura­dos, para os efeitos desta lei:

I - a esposa, o marido inválido, a compauheira, man­tida há mais de 5 (cinco) anos, os filhos de qualquercondição menores de 18 (dezoito) anos ou inválidos,e as filhas solteiras de qualquer condição, menores de21 (vintl: e um) anos ou inválidas;

11 - a pessoa designada, que, se do sexo masculino,sÓ poderá ser menor de 18 (dezoito) anos ou maiorde 60 (sessenta) anos ou inválida;

HI -o pai inválido e a mãe;IV - os irmãos de qualquer condição menores de

18 (dezoito) anos ou inválidos, e as irmãs solteiras dequalquer condição menores de 21 (vinte e um) anosou inválidas.

§ l' A existência de dependentes de qualquer dasclasses enumeradas nos itens deste artigo exclui do direi­to às prestações os dependentes enumerados nositens subseqüentes, ressalvado o disposto nos §§ 3"4' e 5'

§ 2' Equiparam-se aos filhos, nas condições estabe­lecidas no item I, e mediante declaração escrita do segu­rado:

a) o enteado;b) o menor que, por determinação judicial, se ache

sob sua guarda;c) o menor que se ache sob sua tutela e não possua

bens suficientes para o próprio sustento e educação.§ 3' Inexistindo esposa ou marido inválido com di­

reito às prestações, a pessoa designada poderá, me­diante declaração escrita do segurado, concorrer comos filhos deste.

§ 4' Não sendo o segurado civilmente casado, con­siderar-se-á tacitametlte designada a pessoa com quese tenha casado segundo rito religioso, presumindo-sefeita a declaração prevista no parágrafo anterior.

§ 5' Mediaute declaração escrita do segurado, osdependentes enumerados no item IH poderão concorrercom a esposa ou o marido inválido, ou com a pessoadesignada, salvo se existirem filhos com direito às pres­tações.

§ 6, O marido desempregado será considerado de­pendente da esposa ou companheira segurada do Insti­tuto da Previdência Social - INPS, para efeito de ob­tenção de assistência médica.

PROJETO DE LEIN" 2.591, de 1989(Do Sr. Paulo Paim)

Regula o processo de adoção de súmulas pelosTribunais do Pafs.

(À Comissão de Constituição e Justiça e Reda­ção.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' A edição de súmulas por todos os Tribunais

do País, em sessão plenária, deve ser regulamentadanos respectivos Regimentos Intemos, que deverão ob­scrvar o seguinte procedimento:

a) instauração do incidente de uniformização juris­prudencial a requerimento, devidamentç justificado, daparte ou de qualquer integrante do Tribunal, mediantea reiteração de decisões no âmbito do Tribunal nosúltimos cinco anos;

b) as decisões a serem objeto da uniformização de­vem ser exclusivamente quauto a conflitos de interpre­tação de texto expresso de lei;

c) a sessão que deliberar sobre a adoçáo de súmuladeve ser pública, com a prévia notificação para assis­tência do órgão competente do Ministério Público eda Ordem dos Advogados do Brasil;

d) os votos dos Ministros de\1eráo ser nomiuados ea resolução devidamente fundamentada;

e) a súmula somente será adotada se receber o votofavorável de, no mínimo, 2/3 dos integrantes do Plenodo Tribunal.

Art. 2' O enunciado de súmula será meramente in­dicativo da uniformização jurisprudencial e não impe­dirá o conhecimento dos rçcursos à instãncia superior.

Art. 3' As súmulas em vigência serão revistas deacordo com os presentes critérios, no prazo de 180 dias,a partir da presente lei, considerando-se revogada aque­la que não for reapreciada.

Art. 4' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação, revogando-se as disposições em contrário.

Justificação

A edição de súmulas pelos Tribunais é matéria rele­vante já que significa a definição de iuterpretação majo­ritária quanto aos textos legais. Na prática tais súmulasexerce.m grande influência vinculativa nas decisões judi-

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ciais. E, portanto, necessário que sejam definido,; crité­rios idôneos e representativos desta unificaçáo da juris­prudência, a que se pretende alcançar com o presenteprojeto.

A proposta salienta a observância de que as súmulasdevem se restringir à competência do Judiciário, naconsolidaçáo da jurisprudência, sem inversão das prer­rogativas do Poder Legislativo na elaboraçáo de leis.

Sala das Sessões, 31 de maio de 1989. - DeputadoPaulo Paim.

PROJETO DE LEIN9 2.593, de 1989

(Do Sr. José Luiz de Sá)

Suprime dispositivo da Lei n' 6.367, de 19 deoutubro de 1976, que dispõe sobre o seguro de aci.den~e de trabalbo a cargo do 1NPS.

(As Comissões de Constituiçáo e Justiça e Reda­çáo; de Trabalho; e dc Saúde, Previdência e Assis­tência Social.)

O Congresso Nacional decreta:Ar!. I' É suprimido o § 2' do ar!. I' da Lei n' 6.367,

de l' de outubro de 1976, renumeradQ para § l' (I pará­grafo único.

Ar!. 2' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 3' Rcvogam-se as disposições em contnírio.

Justificação

Dispõe o parágrafo que pretendemos revogar, sobreo seguro de acidentes de trabalho, para excluir da cober­tura securitária a cargo do INPS, os titulares de firmasindividuais, diretores, sócios gerentes, sócios solidários,sócios cotistas, sócios de indústrias, bem como trabalha­dores autonômos e empregadas domésticas.

Inspirou-se o legislador numa ortodoxia fechada, nopressuposto de que a legislação acidentária deva atingirexclusivamente os empregados ou assemelhados.

Mas comparou, inadequadamente, o titular d,~ umagrande firma individual ao proprietário de pequena in­dústria ou comércio modesto que, com pouquíssimostrabalhadores, está mais exposto a riscos de acidentes,no mínimo, como qualquer empregado, sendo, alémdo mais, segurado da Previdência Social.

Deve o INPS evitar marginalizar seus contribuintes,no tocante à cobertura de acidentes de trabalho.

Acreditamos que tais distorções devam ser corrigidaspor nós, legisladores.

Sala das Sessões, de junho de 1989. - José Luizde Sá.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSOES PERMANENTES

LEI N' 6.367,DE 19 DE OUTUBRO DE 1976

Dispõe sobre o seguro de acidentes do tralbalb.oa cargo do INPS, e dá outras providências.

Art. l' O seguro obrigatório contra acidentes dotrabalho dos empregados segurados do regime de Previ­dência Social da Lei n' 3.807, de 26 dc agosto de 1960(Lci Orgânica da Prcvidência Social), e lcgislação poste­rior, é realizado pelo Instituto Nacional de PrevidênciaSocial (INPS).

§ l' Consideram-se também empregados, para osfins desta lei, o trabalhador temporário, o trabalhadoravulso. assim entendido o que presta serviços a diversasempresas. pertencendo ou não a sindicato, incl.usiveo estivador, o conferente e assemelhados, bem eomoo presidiário que exerce trabalho remunerado.

§ 2' Esta lei não se aplica ao titular de firma indivi­duaI, ao diretor, sócio gerente, sócio solidário, sóciocotista e sócio de indústria de qualquer cmpresa, quenão tenha a condição de empregado, nem ao traba­lhador autônomo e ao emprcgado doméstico.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç<ío I)

PROJETO DE LEIN9 2.595, de 1989

(Do SI. Juarez Marques Batista)

Regulamenta a gratuidade das ações estabelecidasno inciso LXXVII do arti~o 5' da Constituição Fe.deral.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1.313/88.)

O Congresso Nacional decreta:

Ar!. l' São gratuitas as ações de habeas corpus ehabeas data, bem como dos atos necessários ao exercícioda cidadania.

Ar!. 2' Consideram-se "atos necessários ao exer­cício da cidadania":

I - os que acapacitam o cidadáo a exercitar seus di­reitos políticos, estabelecidos no ar!. 14 da ConstituiçãoFcdcral, inclusivc paTa aquclcs que não estão obrigato­riamente incluídos no alistamento eleitoral;

Il- as ações de impugnação a mandato eletivo, coma sustcntação dc abuso do poder cconômico, corrupçãoou fraude;

IIl- rcquerimento ou petições necessários a instru­ções de processo contra irregularidades administrativas,praticadas por mandatários na administração direta eindireta, federais, estaduais e municipais, em qualquerórgão público;

IV - qualquer requerimento ou petição que vise as.garantias individuais e a defesa do interesse público.

Ar!. 3' A Justiça Eleitoral será competente paranormatizar, aplicar e fiscalizar o ficl cumprimcnto dosincisos I c 11, do art. 2' dcsta lei, c a justiça competente,no caso.

Ar!. 4' Esta lei cntrará cm vigor na data dc suapublicação.

Art. 5' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A cidadania, vista de uma forma ampla, compõe-sede três elementos a saber: o civil, o político e o social.

O elemento civil é aquele que dá ao homem os direitosessenciais, como cidadão nacional, nacionalizado ou es­trangeiro residente no País. São direitos essenciais docidadão, entre outros, a proteção à vida, à liberdade,à segurança, à propriedade.

Englobam-se aos direitos civis do cidadão, o direitoà imagem e ao ressarcimento de qualquer dano moralpor ele sofrido, a privacidade e a honra, tanto queos atos processuais de uma forma geral são públicos,com exceçáo daqueles que dizem respeito ao casamen­to, filiaçáo, separação, divórcio, alimento, guarda demenores, ou outros casos, quando exigir o interessepúblico.

Uma das ino~ações que a nova Carta trouxe, comodireito do cidadão, foi com referência à defesa do consu­midor.

Na defesa dos direitos do cidadão, estão incluídoscomo crimes inafiançáveis, a prática de tortura, o tráficoilícito de entorpecentes, o terrorismo e o raciscmo, sen­do qne cste último, além de inafiançável, é impres­critível.

Enfim, todos os direitos civis do cidadão, estão expli­citados no art. 5' e seus setenta e sete incisos.

O elemento político é traduzido no direito de parti­cipar no exercício do poder político, podendo, o cida­dão, votar e ser votado.

Para alguns constitucionalistas brasileiros, o termocidadania vem a ser a capacidade de exercer e gozardos direitos políticos, participar na formação ou exer­cício da autoridade nacional, como leitor, elegendo osrepresentantes do povo junto aos Poderes Legislativo,Executivo e, com a inovação da nova Carta, para oPoder Judiciário, no caso de Juiz de Paz, ou, sendoeleito para qualquer um desses Poderes. É tambémum direito político, a manifestação de opiniões sobreo governo do Estado.

Os direitos políticos estão expressos no ar!. 14 daConstituição Federal:

"A soberania popular será exercida pelo sufrágiouniversal e pelo voto direito e secreto, com valorigual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;I! - referendo;I!I - inciativa popular."

Junho de 1989

Para que o cidadão possa exercer seus direitos políti­cos é necessários inicialmente. o alistamento eleitoral,que pode ser obrigatório ou facultativo. É obrigatóriopara os maiores de 18 anos e facultativo para os analfa­betos, os maiores de 70 anos, os maiores de 16 e menoresde 18 anos. A Constituição proíbe o alistamento aosestrangeiros e, durante o período de serviço militar obri­gatório, aos conscritos.

É, portanto, o alistamcnto elcitoral. o ato pelo qualo cidadão adquirc scus direitos políticos.

O alistamento tem por objetivo o registro de todosaqueles que possuem as condições cssenciais para scrcmeleitores ou eleitos, condições essas exigidas na Consti­tuição. É um ato de natureza adminsitrativa, praticadano âmbito da Justiça Elcitoral, quc, além de regula­mentar a matéria concernente ao alistmaneto, às elei­ções e aos processos e recursos que lhes dizem respeito,regulamenta o funcionamento dos partidos políticos.

Só o interessado, o possuiror da capacidade política.pode pleitear seu alistamento, sendo excluído o alista­mento ex offício. Os enquadrados como possuidoresde capacidade política, quando não comprovam o alista­mento, estarão sujeitos às sanções legais, de acordocom o Código Eleitoral.

Todo cidadão alistável possui o direito ao voto. Ovoto não é apenas um direito, é também um dever,haja vista a existência de sanções pelo seu não cumpri­mento. Existem medidas jurídicas ao alcance do cida­dão, para exigir o cumprimento ao exercício desse di­reito.

Com algumas exceções, o cidadão alistável, tendoo direito ao voto, tem também o dirieto de ser votado,de ser eleito. A capacidade eleitoral especificada naConstituição abrange a idade e a cidadania. A idadevaria tanto no caso da capacidade eleitoral como naelegibilidade: A capacidade eleitoral inicia-se aos 16anos e a capacidade plena para elegibilidade. aos 35anos.

A Constituição Federal limita o poder da elegibi­lidade quaoJo estabelece que:

"São ineligíveis os inalistáveis e os analfabetos.São inelegíveis para os mesmos cargos, no períodosubsequente, o Presidente da República, aos Go­vernadores de Estado e do Distrito Federal, osPrefeitos e quem os houver sucedido, ou substi­tuído nos seis meses anteriores ao pleito."

São inelegíveis, no território de jurisdição dotitular. o cônjuge e os parentes eonsangüineos ouafins, até o segundc. grau ou por adoção, do Presi­dente da República. de governador de Estado ouTerritório, do Distrito Federal, de Prefeito ou dequem os haja substituído dentro dos seis mesesanteriores ao pleito, salvo se já titular de mandatoeletivo e candidato à reeleição" (§ § 4', 5' e 7' doart. 14).

Além desses casos citados, outros ainda existem, co­mo o dos militares, que dependem de certas condições.

No exercício da cidadania, qualquer pessoa, alegandoilegalidade ou imoralidade, pode requerer a impugna­ção de atos praticados pelos representantes do povo.A impugnação está contida nos §§ 10 e 11 do mesmoartigo 14, e assim determina:

"§ 10. O mandato eletivo poderá ser impug­nado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinzedias contados da diplomação, instruída a ação CO!!!

provas de abuso do poder econômico, corrupçãoou fraude. ._

§ 11. A ação de impugnação de mandato tra­mitará em scgrcdo de justiça, respondõ.Ido o autor,na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Além dos citados, a nossa Constituição ainda faz refe­rências a atos de cidadania, no artigo 5', incisos XXIe LXXI!, como vemos:

"qualquer cidadão é parte legítima para proporação popular que vise a anular ato lesivo ao patri­mônio público ou de entidade de quc o Estadoparticipe, à moralidade administrativa, ao mcioambiente e ao patrimônio histórico e cultural, fi­cando o autor, salvo comprovada má-fé, isento decustas judiciais e do ônus da sucumbência."

Concluindo, os atos necessários ao exercício da cida­dania são todos aqueles que abrangem não só os direitos

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Junho de 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)~------------------,

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políticos como os meios jurídicos impugnatórios demandatos sustentados no abuso do poder econômico,na corrupção, ou na fraude, admitindo-se nesse caso,a propositura por parte dos próprios partidos políticos,como determina0 inciso XXI, do art. 5'; a ação popular,cuja gratuidade já se encontra expressa no inciso LX­XIII, o habeas corpus e o habeas data, no inciso emexame, e, finalmente, qualquer ato que vise garantiros direitos individuais, na defesa do interesse público.

Vale ressaltar que a Constituição, no mesmo art. 5',inciso LXXIV, determina que "o Estado prestará assis­tência jurídica integral e gratuita aos que comprovareminsuficiência de recursos", o que não deve ser confun­dido com a gratuidade também oferecida através do'inciso LXXVI - para os reconhecidamente pobres,o registro civil de nascimento e a certidão de óbito.

Sala das Sessões, de 1989. - DeputadoJuarez Marques Batista.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÓES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERA11VA DO BRASIL

TÍTULO liDos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO IDos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5" Todos são iguais perante a lei. sem distinçãode qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros eaos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dodireito à vida, à liberdade. à igualdade, à segurançae à propriedade. nos termos seguintes:

XXI - as entidades associativas. quando expressa­mente autorizadas, têm legitimidade para representarseus filiados judicial ou extraducialmente.

LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima parapropor ação popular que vise anular ato Icsivo ao patri­mônio público ou de entidade de que o Estado participe,à moralidade administrativa, ao meio ambicntc e aopatrimônio histórico c cultural ficando o autor, salvocomprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônusda sucumbência.

LXXVII - são gratuitas, as ações de habeas corpuse habeas dara, e, na forma da lei. os atos necessáriosao exercício da cidadania. '

§ 10 As norni.as definidoras dos direitos e garantiasfundamentais têm aplicação imediata.

§ 2' Os direitos e garantias expressos nesta Consti­tuição não exclucm outros decorrentes do regime e dosprincípios por ela adotados, ou dos tratados interna­cionais em que a República Federativa do Brasil sejaparte.

CAPÍTULO IVDos Direitos Políticos

Art. 14. A soberania popular será exercida pelosufrágio universal e pelo voto direto e secreto com valorigual para todos e, nos termos da lei, mediante:

I-plebiscito;II - referendo;IH - iniciativa popular;§ I' O alistamento eldtoral e o voto são:I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;II -facultativos para:a) os analfabetos,b) os maiores de setenta anos;c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.§ 2' Não podem alistar-se eleitores estrangeiros e,

durante o período do serviço obrigatório, os conscritos;§ 3" São condições de elegibilidade. na forma da

lei:I - a nacionalidade brasileira;II - o pleno exercício dos direitos políticos;UI - o alistamento eleitoral;IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;VI - a idade mínima de:

. a) trinta e cinco auos para Presidente e Vice-Pre­sidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governadorde Estade. e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, DeputadoEstadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz depaz.

d) dezoito anos para Vereador.§ 4' São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.§ 5' São inelegíveis para os mesmos cargos, no pe-

ríodo sub:;eqüente, o Presidente da República, os Go­vernadores de Estados e do Distrito Federal, os Prefei­tos e quem os houver sucedido, ou substituído nos seismeses anteriores ao pleito.

§ 6' Para concorrerem a outros cargos, o Presidenteda República, os Governadores de Estado e do DistritoFederal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivosmandatos até seis meses antes do pleito.

§ 7' São inelegíveis, no território de jurisdição dotitular o cônjuge e os parentes eonsagüineos ou afins,até o segundo grau ou por adoção do Presidente daRepública, de Governador de Estado ou Território,do Distrito Federal. de Prefeito ou de quem os hajasubstituido dentro dos seis meses anteriores ao pleito,salvo se já titular de mandato eletivo e candidato areeleição.

§ 8' O militar alistável é elegível, atendidas as se­guintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deveráafastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agre­gado pela autoridade superior e, se eleito. passará auto­maticamente no ato da diplomação, para a inatividade.

§ 9" Lei complementar estabelecerá outros casos deinelegibilidade e os prazos de sua cessação. a fim deproteger a normalidade e legitimidade das eleições con­tra a influên,cia do poder econômico ou o abuso doexercício de função, cargo ou emprego na administraçãodireta ou indireta.

§ 10. I] mandato eletivo poderá serimpugnado an­te a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contadosda diplomação, instruída a ação com' provas de abusodo poder eco nômico corrupção ou fraude.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramilaníem segredo de justiça, respondendo o autor, na formada lei, se temerária ou de manifesta m,; fé.

PROJETO DE LEIN" 2.596, de 1989(Do Sr. Luiz Soyer)

Diseiplina a remoção ou permuta de Juízes dosTribunais Regionais Federais, determinando sua .ir"risdiç:iio e sede.

(À Comissão de Constituição e Justiça e Reda­ção.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' Os Tribunais Regionais Federais abrangem,

cada qual, mais de uma unidade da Federação. atenden­do-se, inic'ialnncnte, às regiões Norte, Nordeste, Sudcs­te, Centro-o.~stc c Sul do País, compondo-se de, nomínimo, sete juízes, quanto possível da respectiva re­gião, nomeados pelo Presidentc da República dentrebrasileiros com mais de trinta e menos de sessenta anosde idade.

Parágrafo ünico. Um quinto dos componentes des­ses tribunais será escolhido dentre advogados com maisde dez anos dle efetiva atividade profissional, ou mem­bros do Ministério Público Federal. com mais de cincoanos de carr1úra; os demais1 mediante promoção dejuízes federais com mais de cinco anos de exercício,por antiguidade e merecimento. alternadamente.

Art. 2" Os Tribunais Regionais Federais processa­rão, media,nte solicitação e acordo entrc os interessados,a rcmoção ou permuta de juízes de sua área de compc­tência, inclusive de uma para outra região, determi­nando sua jurisdição e sede.

Parágrafo único. Não haverá remoção de ofício.mas, só se fará com a aquiescência de juiz, emborao Tribunal decida sobre substituição eventuais, Pc;>r pra-

zo não superior a um ano, pagas as ajudas de custoda remoção.

Art. 3' O Regimento Interno dos Tribunais Regio­nais Federais disciplinará esta matéria.

Art. 4' , Esta lei entra cm vigor na data de sua publi­cação.

Art. 5' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A Constituição, evidentemente, não quis interferirnas questões interna corporis do Poder Judiciário, emqualquer degrau hierárquico. por isso deferiu à legisla­ção ordinária certos aspectos regulamentares, como,por exemplo, a disciplina da remoção ou da permutade Juízes dos Tribunais Federais, como a determinaçãoda sua jurisdição e sede.

No presente projeto, procuramos acompanhar o espí­rito da Constituição, reduzindo ao mínimo a regulamen­tação pedida e reservando o máximo da atribuição aosRegimentos Internos dos Tribunais Regionais Federais,cuja competência é das mais abrangentes, podendo jul­gar mandados de segurança e habeas data contra atosdo próprio Tribunal ou de Juiz Federal, bem comoo habeas corpus. seja autoridade coatora for Juiz Fe­deral.

Sala das Sessões. l' de junho de 1989. - Luiz Soyer.

PROJETO DE LEIN' 2.597, de 1989

(Do Sr. Costa Ferreira)

Dispõe sobre isenção de contribuição previden­ciária para as entidades beneficentes de que tratao § 7' do art. 195 da Constituição Federal.

(As Comissões de Constituição e Justiça e Reda­ção: de Saúde, Previdência e Assistência Social;e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' As entidades beneficentes de assistência so­

cial reconhecidas como de utilidade pública, cujos dire­tores não percebam remuneração. estão isentas de cou­tribuição empresarial para a Seguridade Social.

§ 1" As entidades beneficiadas pelo disposto nesteartigo estão obrigadas a recolher à Seguridade Socialapenas as contribuições devidas pelos seus empregados.

§ 2' A utiHdade pública de que trata o capul desteartigo será declarada por decreto do Presidente da Re­pública ou do Governador do Estado. ou, então. atravésde lei municipal.

Art. 2" A Fundação Nacitmal do Bem-Estardo'Me­nor (Funabem) e as Fundações Estaduais do Bem-Estardo Menor, embora remunerem seus diretores, são equi­paradas, para a isenção de que trata esta lei, às eutidadesbeneficentes de assistência social referidas no art. l'

Art. 3' Esta lei entrará em vigor na data de suapublicação.

Art. 4" Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A Lei n' 3.577, de 4-7-59, isentou as entidades defins filantrópicos reconhecidas como de utilidade públi­ca,da contribuição empresarial devida à PrevidênciaSocial. O Decreto-Lei n" 1.572, de' 1'-9-77, revogoua referida lei, mas ressalvou a situação das instituiçõesque, reconhecidas como de utilidade pública até l' desetembro de 1977, eram portadoras ,de certificado deentidade de fins filantrópicos. Com isso, praticamenteaboliram tais isenções.

A nova 'Constituição, porém. no § 7' do art. 195,restabeleceu a isenção, mas, desta vez, inovando nonome do~ beneficiários, vez que se utilizou da exprcssão"entidade beneficente de' assistência social". Comocomplemento, a Constituição esclarece que, para sebeneficiarem da isenção, essas entidades terão queatender às exigências estabelecidas em lei.

A nosso ver, o legislador constituinte desejou restabe­lecer a situação anterior, razão pela qual procuramosadotar, neste projeto, orientação semelhante à que jáfora estabelecida em lei, Semelhante, mas, nua igual.Com efeito, sugerimos que a declaração de utilidadepública, que, na lei anterior, exigia decreto do Presi­dente da República. possa, doravante; ser feita, tam­bém. por ato administrativo do Governador de Estadoe por lei municipal.

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4652 Sábado 10

Com isso, facilitamos o processo, sem contudo, bana­lizá-lo, vez que o reconhecimento de utilidade públicacontinuará a critério de altas autoridades ou. então,de todo um corpo legislativo municipal.

Por outro lado. a expressão "entidade beneficentede assistência social", utilizada na Constituição e, porconseqüência. também adotada no projeto. equivale.a rigor, à expressão "instituições filantrópicas" da leianterior. De fato, bcneficência e filantropia são termoscom muita identidadc. c "assistência social" abrangeum univcrso bastante amplo, capaz de enquadrar asmais diversas ações desenvolvidas com vistas ao a.mparodas pessoas e comunidades carentes.

Com essas ponderações, oferecemos a presente pro­posição aos nossos ilustres Pares, esperando que os mes­mos a adotem. inclusive com emendas ou substitutos,a fim de que a matéria. de largo alcance social.. possamerecer pronta regulação e, com isso, atender a i.nüme­ras entidades que vêm prestando ao País serviços damaior relevância.

Sala das Sessões, 1" de junho de 1989. - Costa Fer­reira.

LEGISLAÇÃO CITADA. ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASl[L

TÍTULO VIIIDa Ordem Social

."" cúiTüi:.ü"ii··"· .. """"" .Da Seguridade Social

SEÇÃO IDisposições Gerais

Art. 195. A seguridade social será financiada portoda a sociedade, de foram direta e indireta, nos termosda lei, mediante recursos provenientes dos orçamentosda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni­cípios, e das seguintes contribuições sociais:

§ 7' São isentas de contribuição para a segurida,desocial as entidades beneficentes de assistência socialque atendam às exigências estabelecidas cm lei.

DECRETO-LEI N' 1.572,DE i; DE SETEMBRO DE 1977

Revoga a Lei n; 3.577, de 4 de julho de 1959,e dá outras providências.

PROJETO DE LEIN' 2.598, de 1989

(Da ST' Lúcia Vânia)

Altera o Capítulo 111 do Decreto-Lei n' 5.452,de l' de maio de 1943 - Consolidação das Leisdo Trabalho.

(Às Comisões dc Constituição e Justiça e Reda­ção; de Trabalho, e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' O Capítulo UI·do Decreto-Lei n' 5.452, de

l' de maio de 1943 - Consolidação das Leis do Traba­lho, passa a vigorar com a seguinte redação:

CAPíTULO 1IIDa Proteção do Trabalho da Mulher

SEÇÃO INormas Gerais

Art. 372. Os preceitos que regulam o trabalho mas­culino são aplicávcis ao trabalho feminino. naquilo emque não colidirem com a proteção especial instituídapor este capítulo.

Art. 373. A adoção de medidas de proteção ao tra­balho da mulher é considerada de ordem pública, não)ustificando, em hipótese alguma, a redução de sa.1ário.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção T)

Art. 374. É proibida rernuneraç;io diversa à mu­lher. da paga pelo trabalho masculino, no mesmo em­prego ou função.

Art. 375. O trabalho noturno, perigoso ou insalu­bre. dependerá de concordtlncia prévia da empregadanão constituindo sua recusa justa causa para despcdida.

SEÇÃO UDos Locais de Trahalho

Art. 376. Toda empresa é obrigada a prover o esta­belecimento das condições necessárias ao livre e regulardescmpenho do trabalho da mulher e a manter essascondições, providenciando:

I - medidas concernentes à higienização dos méto­dos e dos locais de trabalho, a critério da autoridadecompetente;ll- instalações sanitárias privativas das empregadas,

dotadas dos aparelhos necessários à uma boa higienepessoal;

UI - vestiários com armários individuais privativosdas mulheres. exceto os estabelecimentos comerciais,cscritórios, bancos e atividades afins, em que ntlo sejaexigida a troca de roupa e outros, a critério da autori­dade competente em matéria de higiene e segurançano trabalho. admitindo-se como suficientes as gavetasou escaninhos, onde possal\l as empregadas guardarseus pertences.

SEÇÃO IIIDa Proteção à Maternidade

Art. 377. Não constitui justo motivo para rescisãodo contrato de trabalho da mulher o fato de haver con­traído matrimônio ou encontrar-se em estado de gra­videz.

Parágrafo único. Não serão permitidos em regula­mentos de qualquer natureza contratos coletivos ol,l in­dividuais de trabalho, restrições ao direito da mulherao.seu empreg,?, por motivo de casamento ou gravidez.

Art. 378. E proibido o trabalho da empregada ges­tante no período de (quatro) semanas antes e 8 (oito)semanas após o parto, sem prejuízo do emprego e dossalários.

§ I' Em casos excepcionais, os períodos de repousoantes e depois do parto podcrão ser aumentados demais duas semanas cada um, mcdiante atestado médicooficial, lançado na Carteira de Trabalho e PrevidênciaSocial e visado pela cmpresa.

§ 2' Para os fins previstos neste artigo, o início doafastamento da empregada de seu trabalho será deter­minado por atestado médico, na forma do parágrafoanterior.

§ 3' Em caso de parto antecipado a mulher terátodos os diretios assegurados nesta seção.

§ 4' Na adoção de recém-nascido a mulhcr terá di­reito ao afastamento de que trata o cap1lt deste artigo,pelo período quc rcstar para que a criança complete3 (três) meses, ficando-lhe assegurados todos os demaisdireitos garantidos nesta seção.

§ 5' No aborto não criminoso, comprovado poratcstado médico oficial, a mulher terá um repouso re­munerado de duas semanas, com salário' integral.

§ 6" Excepcionalmente, no caso do parágrafo ante­rior, o repouso poderá ser prorrogado por mais duassemanas diante de exigência médica atestada na formado § l'

Art. 381. Mediante atestado médico, à mulher grã­vida é facultado romper o compromisso resultante dequalquer contrato de trabalho, desdc que este seja pre­judicial à gravidcz e não haja possibilidade de mudançapara função compatível ou não contra-indicada.

Art. 382. Para amamentar o filho até que este com­plete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito,durantc a jornada de trabalho, a dois descansos espe­ciais, de meia hora cada um.

Parágrafo único. Quando o exigir a saúde do filho,o pcríodo de 6 meses poderá ser dilatado, medianteatcstado oficial.

Art. 383. Os estabelecimentos em que trabalharempelo menos 20 (vinte) mulheres, terão local apropriadoonde seja permitido às empregadas guardar sob vigilân­cia e assistência os seus filhos no período da amamen­taç;io.

§ l' A exigência do caput deste artigo poderá sersuprida por meio de crechcs distritais mantidas, direta-

Junho de 1989

mente ou mediante convemos, cor" outras entidadespúblicas ou privadas, pelas próprias empresas. em regi­me comuniltírio. ou a cargo do Scsi. do Sesc, da LBAou de entidades sindicais.

§ 2' As entidades mencionadas no parágrafo ante­rior c outras entidades públicas dcstinadas à assistênciaà inf,Incia, manterão ou subvencionarão, de acordo comsuas possibilidades financeiras, escolas maternais e jar­dins de inftincia, distribuídos nas zonas de maior densi­dade de trabalhadores, destinados especialmente aosfilhos das mulheres empregadas.

§. 3'. Os locais destinados à guarda dos filhos dasoperárias. durante o período da amamentação, deverãopossuir, no mínimo, um berçario, uma saleta de ama­mentação, uma cozinha dictética e uma instalação sani­tária.

SEÇÃO IVDas Penalidades

Art. 384. Pela infração de qualquer dispositivo des­te Capítulo, será imposta ao empregador a multa de2 (dois) a 20 (vinte) salários de referência, aplicadapelas Delegacias Regionais do Trabalho ou por autori­dades que exerçam função delegada.

§ 1" A penalidade será sempre aplicada no graumáximo:

a) se ficar apurado o emprego de artifício ou simula­ção para fraudar a aplicação dos dispositivos deste Capí­tulo;

b) nos casos de reincidência.§ 2' O processo na verificação das infrações, bem

como na aplicação e cobrança das multas, será o previstono título "Do Processo de multas Administrativas",observadas as disposições deste artigo".

Art. 2'. Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 3'. Revogam-se as disposiçõcs cm contrário.Justificação

Colima a atual proposição expungir a Consolidaçãodas Leis do Trabalho das disposições discriminatóriasda mulher no campo laboral, adequando-a às conquistasfemininas na Constituição Federal. Busca permitir àmulher trabalhadora o mercado de trabalho que taisdisposições lhe subtracm à participação, em nome deum paternalismo forjado a mascarar os reais interessesqlle movem a ação discriminat6ria da mulher, em todosos setores da atividade c da vida humanas. Em especial.quer este projeto de lei dar ao Capítulo lU da CLT,a slla verdadeira finalidade, registrada no seu título"Da Proteção do Trabalho da Mulher" -, para queele, efetiva e desenganosamente, sirva aos pr6positosfemininos de participar, de maneira justa e produtiva,da vida nacional. - Lúcia Vânia.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

Aprovada pelo Decreto-Lei n' 5.452,de l' de maio de 1943.

TÍTULO III

Das Normas Especiais de Tutela do Trabalho

CAPíTULO II1

Da Proteção do Trabalho da Mulher

SEÇÃO IDa Duração e Condições do Trabalho

Art. 372. Os preceitos que regulam o trabalho mas­culino são aplicáveis ao trabalho feminino, naquilo emque não colidigem com a proteção especial in~tituida

por este Capítulo.Parágrafo úniéo. Não é regido pelos dispositivos a

que se refere artigo o trabalho lias oficinas em quesirvam excluisiv~mente pessoas da família da mulhere esteja sob a direção do esposo, do pai, da mãe, dotutor ou do filho.

Art. 373. A"duração normal de trabalho da mulherserá de oito horas diárias, exceto nos casos para osquais for fixada duração inferior.

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Junho de 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J)------------------- Sábado 10 4653

Art. 374. A duração normal diária do trabalho damulher poderá ser no máximo elevada de 2 (duas) horas,independentemente de acréscimo salarial, medianteconvenção ou acordo coletivo nos termos do Título VIdesta Consolidação, desde que o excesso de horas emum dia seja compensado pela diminuição em outro.de modo a ser observado o limite de 48 (quarenta eoito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixa­do.

Art. 375. Mulher nenhuma poderá ter o seu horá­rio de trabalho prorrogado. sem que esteja para issoautorizada por atestado médico oficial. constante desua carteira profissional.

Parágrafo único. Nas localidades em que não houverserviço médico oficial, valerá para os efeitos legais oatestado firmado por médicos particulares em docu­mento em separado.

Ar!. 376. Somente em casos excepcionais, por mo­tivo de força maior, poderá a duração do trabalho diur­no elevar-se além do limite legal ou convencionado,até o máximo de doze horas, e o sahírio-hora será,pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superiorao da hora normal.

Parágrafo único. A prorrogação extraordinária deque trata este artigo deverá ser comunicada por escritoà autoridade competente, dentro do prazo de quarentae oito horas.

Ar!. 377. A adoção de medidas de proteção ao tra­balho das mulheres é considerada de ordem pública.não justificando, em hipótese alguma, a redução desalário.

Ar!. 378. Na carteira profissional da mulher serãofeitas, em folhas especiais, as anotações e atestadosmédicos previstos neste Capítulo, de acordo com osmodelos que forem expedidos.

SEÇÃO IIDo Trabalho Noturno

Art. 379. É permitido o trabalho noturno da mu­lher maior de 18 (dezoito) anos, salvo em empresasou atividades industriais.

§ l' A proibição quanto ao trabalho em empresasou atividades industriais não se aplica:1-à mulher que ocupe posto de direção ou de quali­

ficação técnica com acentuada responsabilidade; eII - à mulher empregada em serviços de higiene e

de bem-estar, desde que não exeeute tarefas manuaiscom habitualidade.

§ 2' As empresas que se dedicam à industrializaçãode bens pereeíveis, durante o período de safra, presu­mem-se autorizadas a empregar mulheres em trabalhonoturno, quando ocorrer necessidade imperiosa de ser­viço.

§ 3' A permissão de que trata o § 2'. deste antigoestende-se às empresas cuja linha de produção utilizematérias-primas ou matérias em elaboração suscetivéisde alteração nípida. quando recessário para salvá-lasde perda irreparável.

§ 4' Com a autorização, poderão Ser exigidos daempresa meios especiais de proteção ao trabalho, inclu­sive de natureza ambiental, como os referentes à ilumi­nação e ventilação, bem como o funcionamento de lan­chonetes e refeitórios no período noturno.

§ 5' O trabalho da mulher em horário noturno, dequalquer modo. só será permitido quando a aptidãopara executá-lo houver sido atestada no exame médicoa que alude o artigo 380 desta Consolidação, anotadaa circusntância no livro ou ficha de Registro de Empre­gados.

§ 6' As autorizações neste artigo poderão ser cance­ladas, a qualquer tempo. em relação à empresa quedeixar de observar as normas de segurança e medicinado trabalho de que trata o Capítulo VI, do título IVdesta Consolidação.

§ 1" As empresas comunicarão à autoridade compe­tente, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a circuns­tância excepcional que as levou ao emprego de mulheresem horário noturno.

§ 8' Para entender a interesse nacional relevantee ouvidas as correspondentes organizações sindicais deempregadores e trabalhadores, a proibição do trabalhonoturno da mulher, em empresa ou atividades indus­triais, poderá ser suspensa:

I - por decreto do Poder Exeeutivo, sem limitaçãoquanto ao período d~ serviço noturno;

II - por portaria do Ministro do Trabalho. até às24 (vinte e quatro) horas".

Art. 380. Para o trabalho a que se refere a alínea"C" do artigo anterior, torna-se obrigatória, além dafixação dos salários por parte dos empregadores, a apre­sentação à autoridade competente dos documentos se­guintes:

a) atestado de bons atecedentes, fornecido pela auto­ridade competente;

b) ate!;tado de capacidade física e mental, passadopor médico oficial.

Arl. 381. O trabalho noturno das mulheres terá sa­"írio superior ao diurno.

§ l' Para os fins deste artigo. os salários serão acres­cidos duma percentagem adicional de 20% (vinte porcento) no mínimo.

§ 2' Cada hora do período noturno de trabalho dasmulhere" terá cinqüenta e dois minutos e trinta segun­dos.

SEÇÃO IIIDos Períodos de Descanso

Ar!. ~82. Entre duas jornadas de trabalho, haveráum intervalo de onze horas consecutivas, no mínimo,destinado ao repouso.

Art. 383. Durante a jornada de trabalho, será con­cedido à empregada um período para refeição e repousonão inferior a uma hora nem superior a duas horas.salvo a hipótese prevista no art. 71, § 3'.

Art. ~,84. Em caso de prorrogação do horário nor­mal, scni obrigatório um descanso de 15 (quinze) minu­tos no mínimo, antes do início do período extraordináriodo traba'.ho.

Art. 385. O descanso semanal será de 24 (vinte equatro) horas consecutivas e coincidirá no todo ou emparte com o domingo. salvo motivo de conveniênciapública Ou necessidade imperiosa de serviço, a juízoda autoridade competente, na forma das disposiçõesgerais, caso em que reeairá em outro dia.

Parágrafo único. Observar-se-ão, igualmente, ospreceitos da legislação geral sobre a proibição de traba­lho nos feriados civis e religiosos.

Art. 386. Havendo trabalho aos domingos. será or­ganizada uma escala de revezamento quinzenal, quefavoreça o repouso dominical.

SEÇÃO IVDos Métodos e Locais de Trabalho

Ar!. 387. É proibido o trabalho da mulher:a) nos subterrâneos, nas minerações em subsolo. nas

pedreira,; e obras de construção pública ou particular.b) nas atividades perigosas ou insalubres. especifi­

cadas no; qudros para este fim aprovados.Ar!. 388. Em virtude de exame e parecer da autori­

dade competente, O Ministro do Trabalho poderá esta­belecer derrogações totais ou parciais às proibições aque alude o artigo anterior, quando tiver desaparecido,nos serviços considerados perigosos ou insalubres, todoe qualquer caráter perigoso ou prejudicial mediantea aplicação de novos métodos de trabalho ou pelo em­prego de medidas de ordem preventiva.

Ar!. 389. Toda empresa é obrigada:I - a prover os estabelecimentos de medidas concer­

nentes à higienizaçllo dos métodos e locais de trabalho.tais como v,entilação e iluminação e outros que se fize­rem necessários à segurança e ao conforto das mulheres,a critério da autoridade competente;

II - a instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sa­nitários; dispor de cadeiras ou bancos, em número sufi­ciente, que permitam às mulheres trabalhar sem grandeesgotamento físico;

III - a instalar vestiários com armários individuaisprivativos das mulheres, exceto os estabelecimentos co­

.merciais .. escritórios, bancos e atividades afins, em quenão seja exigida a troca de roupa e outros, a critérioda autoridade competente em matéria de segurança ehigiene do trabalho, admitindo-se como suficientes asgavetas ou escaninhos, onde possam as empregadasguardar :;eus pertences;

IV - a fornecer, gratuitamente, a juízo da autori­dade competente, os recursos de proteção individual,tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais,para a d,efesa dos olhos, do aparelho respiratório e dapele, de acordo com a natureza do trabalho.

§ l' Os estabelecimentos em que trabalharem pelomenos 30 (trinta) mulheres, com mais de 16 (dezeseis)anos de idade, terão local apropriado onde seja permi­tido às empregadas guardar sob vigilância e assistênciaos seus filhos nO'período da amamentação.

§ 2' A exigêneia do § l' poderá ser suprida pormeio de creches distritais mantidas. diretamente ou me­diante convênios, com outras entidade"públicas ou pri­vadas, pelas próprias empresas, em regime comunitário,ou a cargo do SESI, do SESC. da LBA ou de entidadessindicais.

Art. 390. Ao empregador é vedado empregar a mu­lher em serviço que demande o emprego dc força mus­cular superior a 20 (vinte) quilos, para o trabalho contí­nuo. ou 25 (vinte e cinco) quilos, para o trabalho oca­sional.

Parágrafo único. Não está compreendida na deter­minação deste artigo a remoção de material feita porimpulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos. de carrosde mão ou quaisquer aparelhos mecânicos.

SEÇÃO VDa Proteção à Maternidade

Ar!. 391. Não constitui justo motivo para a rescisãodo contrato de trabalho da mulher o fato de haver con­traído matrimônio ou de encontrar-se em estado degravidez.

Parágrafo IÍnico. Não serão permitidos, em regula­mentos de qualquer natureza. eontratos coletivos ouindividuais de trabalho, restrições ao direito da mulherao seu emprego. por motivo de casamento ou de gra­videz.

Art. 392. É proibido o trabalho da mulher grávidano período de 4 (quatro) semanas antes e 8 (oito) sema­nas depois do parto.

§ l' Para os fins previstos nesta artigo, o início doafastamento da empregada de seu trabalho será deter­minado por atestado médico, nos termos do art. 375,o qual deverá ser visado pela empresa.

§ 2' Em casos excepcionais, os períodos de repousoantes e depois do parto poderão ser aumentados demais 2 (duas) semanas cada um, mediante atestado mé­dica, em forma do § l'

§ 3' Em caso de parto antecipado, a mulher terásempre dirbto às 12 (doze) semanas previstas nesteartigo.

§ 4' Em casos excepcionais, mediante atestado mé­dico na forma do § 1". é permitido à mulher grávidamudar de função.

Art. 393. Durante o período a que se refere o art.392, a mulher terá direito ao salário integral e, quandovariável, calculado de acordo com a média dos 6 (seis)últimos meses de trabalho. bem como os direitos e van­tagens adquiridos, sendo-lhe ainda facultado reverterà função que antcriormente ocupava.

Ar!. 394. Mediante atestado médico, à mulher grá­vida é facultado romper o compromisso resultante dequalquer contrato de trabalho. desde que scja preju­dicial à gestação.

Ar!. 395. Em caso de aborto não-criminoso, com­provado por atestado médico oficial. a mulher tcrá umrepouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lheassegurado o direito de retornar à função que ocupavaantes de seu afastamento.

Ar!. 396. Para amamentar o próprio filho, até queeste complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terádireito, durante a jornada de trabalho, a dois descansosespeciais~ de meia hora cada um.

Panígrafo único. Quando o exigir a saúde do filho,o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a crité­rio da autoridade competente.

Ar!. 397. O SESI, o SESC, a LBA e outras entida­des públicas destinadas à asistência à infância manterãoou subvencionarão, de acordo com suas possibilidadesfinanceiras, escolas maternais e jardins de inf~lncia, dis­tribuídos nas zonas de maior densidade de trabalha­dores, destinados especialmente aos filhos das mulheresempregadas.

Art. 398. Revogado pelo Decreto-Lei n' 229. de28 de fevereiro de 1967.

Ar!. 399. O Ministro do Trabalho conferirá diplo­ma de benemerência aos empregadores qae se distin­guirem pela organização e manutenção de creches ede instituições de proteção aos menores em idade pré-

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4654 Sábado 10

escolar, desde que tais serviços se recomendem porsua generosidade c pela eficiência das respectivas insta­lações.

Art. 400. Os locais destinados à guarda dos filhosdas operárias durante o período da amamentaçáo deve­rão possuir, no mínimo, um berçário, uma saleta deamamentação, uma cozinha dietética e uma instalaçãosanitária.

SEÇÃO VIDas Penalidades

Art, 401. Pela infração de qualquer dispositivo des­te Capítulo, será imposta ao emp,regador a multa de2 (dois) a 20 (vinte) valores de referência reg!:onais,aplicada pelas Delagacias Regiopais do Trabalho oupor aquelas que exerçam funçõe, delegadas,

§ l' A penalidade será sen:!pre aplicada no graumáximo:

a) se ficar apurado o empreg~ de artif{cio ou simula­ção para fraudar a aplicação dos pispositivos deste Capí­tulo;

b) nos casos de reincidência. ,§ 2' O processo na verifica~ão das infraçõe,., bem

coma na aplicação e cobrança da~.multas,será o previstono Título "Do Processo de Multas Administrativas",observadas as disposições desta artigo.

PROJETO DE LEIN" 2.601, de 1989(Do Sr. Jos6 Gomes)

Disp"e sohre a exigência de exame anti-dopingpara os professores e servidores das universidadesfederais.

(Às Comi"cies de Constituição e Justiça e Reda­ção; de Educação, Cultura, Esporte e Turismo;e de Saúde, Previdência e Assistência Social.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' O art. 4' da Lei n' 5.726, de 29 de o(;oÍubro

de 1971, quc "dispõe sobre medidas preventivas, e re­pressivas ao tráfico e uso de substâncias entorpecentesou que determinem dcpendência física ou psíquica edá outras providências", passa a vigorar acrescido doseguinte item:

"Ar!. 4"

XI -a exigência. pelos reitores das universida­des e diretores dos estabelecimentos isolados deensino superior, de exames anti-doping a ,;eremefetuadas, anualmente, nos professores e syTVido­rcs das instituições federais de ensino superi'or, sQbpena de perda do cargo."

Justificação

Trata o arl. 4" da Lei n' 5.726, de 1971, das medidaspreventivas adotadas visando ao combate ao tráfegode drogas e uso de substâncias entorpecentes ou quedeterminem dependência física ou psíquica.

Constam essas medidas de várias providência,; queabrangem praticamente todo o ciclo da produção e con­sumo da coca, do "tínhamo e dc todas as variedadesde plantas das quais possas ser extraídas substânciasque levem à dependência do ser humano.

Então prevista, por exemplo, a proibição do plantio,a destruição das espécies, a controle das que sirvama fins terapêuticas ou científicos, e até mesmo a organi­zação de cursos, pelos Estadas, Distrito Federal e Terri­tórios, com o objetivo de preparar educadores parao combate aos tóxicos no âmbito escolar, o que devese verificar, principalmente. nos estabelecimentos deensino de 1" e 2" graus. afetos àquelas esferas adminis­trativas em sua quase totalidade.

Entretanto, o maior consumo de substâncias entorpe­centes se vcrifica uas universidades, inclusive entre pro­fessores e servidores, constituindo. em certos casos.uma verdadeira comunidade toxicômana.

Há pouco tempo, a imprensa divulgou notícia !.Obreuma professora que fornecia tóxicos aos alunos, em.boraa Lei a obrigue a fazer exatamente o contrário, ouseja, ajudar a combater o uso dos tóxicos e esclareceros alunos e seus familiares sobre os malefícios que o

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l)

vício pode causar, principalmente ao indivíduo na faseda adolescência.

Lamentavelmente, nem todos os professores e servi­dores estüo cumprindo seu dever de educadores. Assim,é necesst'írlo que se façam exames anti-doping periodicaH

mente, a fim de evitar que fatos como esses repitam,Sala das Sessões, - José Gomes da Rocha.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

LEI N° 5.726,DE 29 DE OUTUFlRO DE 1971

Dispõe sobre medidas preventivas e repressivasao tráfico e uso de 'Substâncias entorpecentes ouque determinem dependência física ou psíquica edá outras providências.

O Presidente da República, faço saber que o Con­gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO IDa Prevençâo

Art. 4" No combate ao tráfego e uso de suhstánciasentorpecentes ou que determinem dependência físicaou psíquica serão aplicadas. entre outras, as seguintesmedidas preventivas;

I - a proibiçâo de plantio, cultura, colheita e explo­ração, por particulares, da dormideira, da coca, do cá­nhamo cannabis sativa. de todas as variedades dessasplantas, de outras de que possam ser extraídas subsWn­cias entorpecentes ou que determinem dependência físi­ca ou psíquica;

II - a destruição das plantas dessa natureza exislen­tes em todo o território nacional. ressalvado o dispostDno inciso seguinte;

III - a licença e a fiscalização, pelas autoridadescompetentes. para a cultura dessas plantas com finsterapêuticos e científicos:

IV - da licença. a fiscalização e a limitação. pelasautoridades competentes, da extração. produção. trans­formação. preparo. posse, importação. exportação.reexportação, expedição, transporte. exposiçâo, oferta,venda, compra, troca, cessâo ou detenção de substân­cias entorpecentes ou que determinem dependênciafísi­ca ou psíquica. para fins terapêuticos e científicos;

V - o estudo e a fixação de normas gerais de fiscali­zação e a verificação de sua observância pela ComissãoNacional de Fiscalização de Entorpecentes, pelo Ser­viço Nacional de FiS'calização da Medicina e Farmáciae órgãos congêneres dos Estados e Territórios;

VI - a coordenação, pela Comissão Nacional de Fis­calização de Entorpecentes e pelo Serviço NaciDnal deFiscalização da Medicina e Farmácia, de todos os dadosestatísticos e informativos colhidos no País, relativosàs operações mercantis e às infrações à legislação espe­cífica;

VII - a observância, pelos estabelecimentos farma­cêuticos e hospitalares, pelos estahelecimentos de ensi­no e pesquisas. pelas autoridades sanitárias, policiasou alfandegárias. dos dispositivos legais referentes abalanços. relações de venda, mapas e estatística sohresubstâncias entorpecentes ou que determinem depen­dência física ou psíquica;

VIII - a observância por médicos e veterinários dospreceitos legais e regulamentares, relativos à prescriçãode subs!üncias que determinem dependência física oupsíquica;

IX - a coloboraçüo governamental com organismosinternacionais reconhecidos e com os demais Estadosna execução das disposições das Convenções que a Bra­si! se comprometeu a respeitar;

X - a execução de planos e programas nacionais eregionais de esclarecimento popular, especialmentejunto à juventude, a respeito dos malefícios ocasionadospelo uso indevido de substâncias entorpecentes ou quedeterminem dependência física ou psíquica, bem comoda eliminação de suas causas.

Junho de 1989

PROJETO DE LEIN' 2.602, de 1989

(Do Sr. Santinho Furtado)

Determina que as importâncias recolhidas aoFGTS tenham remuneração igual à das cadernetasde poupança.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1. 164188.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' As import<incias recolhidas ao Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço passam a ter idênticaremuneração à das cadernetas de poupança.

Art. 2' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Ar!. 30 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

O regime de estabilidade no emprego veio a ser subs­tituído pela instituição do Fundo de Garantia do Tempode Serviço. ao qual são recolhidos percentuais relativosao salário do trabalhador e que lhes são entregues quan­do da rescisão de seu contrato de trabalho.

As importáncias depositadas em suas contas vincu­ladas vencem juros e correçâo monetária muito aquémda realidade econômico-financeira que o País hoje atra­vessa. E quando o empregado recebe seu FGTS estejá está bastautc defasado em relação ao crescente avilta­mento de nossa moeda.

Achamos, portanto, ser medida das mais justas queo dinheiro do trabalhador enquanto retido no FGTStenha a mesma remuneração conferida às cadernetasde poupança, que atingem índices bem maiores, emboraabaixo da inflação.

Seria a forma ideal de conter as tensões sociais, diantedo espectro sinistro do desemprego que assola o Brasil,melhor remunerar suas contas vinculadas, a fim de ofe­recer-lhe uma soma maior de recursos no caso de serdispensado.

Certos da compreensão dos ilustres Pares, esperamosa aprovação do presente projeto de lei.

Sala das Sessões. 1'·' de junho de 1989. - DeputadoSantinho Furtado.

PROJETO DE LEIN' 2.603, de 1989(Do SI. Alcides Lima)

Dispõe sobre o uso do solo agrícola.(Às Comissóes de Constituição e Justiça e Reda­

ção; de Agricultura e Política Rural: e de Finan­ças. )

O Congresso Nacional decreta:Arl. 1" O solo agrícola é patrimônio nacional exer­

cendo-se nele o direito de propriedade ou a posse tem­porária, com as limitações estabelecidas em lei.

§ 1" Considera-se solo agrícola, para os efeitos des·ta .lei, aquele cuja aptidão e destinação se preste a todae qualquer atividade da agricultura.

§ 2" As ações ou omissões contrárias às disposiçõesdesta lei, na utilização e exploração do solo agrícola,são consideradas uso nocivo da propriedade, lesantesà sociedade e atentatórias à Segurança Nacional.

Art. 2" A utilização do solo agrícola somente serápermitida mediante um planejamento, segundo a suacapacidade de uso, através do emprego de tecnologiaadequada.

Parágrafo único. A utilização do solo com qptidãoagrícola para outros usos como expansão de cidades,aeroportos. indústrias, estradas etc., dependerá de umplanejamento específico e autorização cspedal por par­te do órgão competente estabelecido nesta lei.

Art. 3" O planejamento do uso racional do soloagrícola e seu correto manejo deverá ser feito indepen­dentemente de divisas ou limites de propriedades. quan­do de interesse público.

§ 1" Entende-se por uso racional a adoção de umconjunto de técnicas e procedimentos que visem à con­servação. manutenção, melhoramento c recuperaçãodo solo, atendendo à função sócio·ecouômica da pro­priedade e ao bem-estar da sociedade.

§ 2" O conjunto de técnicas e procedimentos serádefinido, a nível federal. com especificações a nível

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Junho de 1989

estadual, regional ou municipal. e revisto periodica­mente.

Art. 4" Consideram-se de interesse público todasas medidas que visem;

a) controlar a erosão do solo em todas as suas formas;b) prevenir e sustar processos de degradação e deser­

tificação;c) fixar dunas e proteger restingas e mangues;d) evitar a prática de queimadas em áreas de solo

agrícola, a não ser em casos especiais ditados pelo poderpúblico competente;

e) recuperar, melhorar c manter as características fí­sicas, químicas e biológicas do solo agrícola;

f) evitar a poluição e o assoreamento por sedimentosde cursos de água e bacias de acumulação;

g) adequar a locação, construção e manutenção decanais de irrigação e de estradas aos princípios conserva­cionistas;

h) impedir o desmatamento de áreas impróprias paraa agricultura ou de preservação permanente;

I) promover o reflorestamento ou cobertura vegetaldas áreas já desmatadas;

j) impedir que sejam mantidas inexploradas áreasagrícolas susceptíveis de aproveitamento econômico.

Art. 5" Na distribuição de lotes destinados ao usoagrícola em planos de colonização ou reforma agrária,deverá ser obedecido um planejamento de uso adequa­do do solo, de acordo com os parâmetros estabelecidospelos órgãos competentes.

Parágrafo único. A divisão de lotes não deverá serfeita em forma geométrica previamente definida e simde forma a permitir o adequado manejo das águas deescorrimcnto, visando à implantação de um plano inte­grado dc conservação do solo, a nível de bacias hidro­gráficas, pequenas, médias e grandes.

Art. 6' Compete à Unüio diretamente ou atravésde convênio com os Estados e Municípios:

a) estabelecer a política de uso do solo;b) prover de meios e recursos necessários os (Írg{ios

e entidades competentes para desenvolver e implantara política de uso e manejo adequado do solo;

c) disciplinar a ocupação e uso do solo agrícola, deacordo com a sua capacidade de uso:

d) adotar e difundir métodos tecnológicos que visemao melhor aproveitamento do solo agrícola, à manu­tenção e aumento de sua produtividade;

e) exigir planos técnicos de conservação DO solo eda água, em programas de desenvolvimento do meio.rural, de iniciativa governamental ou privada;

f) avaliar o compDl1amento de máquinas e imple­mentas antes de serem lançados no mercado, em relaçãoaos danos que possam causar ao solo;

g) disciplinar a utilização de quaisquer produtos quepossam prejudicar as características químicas, físicasou biológicas do solo agrícola, ou causar danos nascadeias alimentares que dependem do mesmo;

h) executar e recomendar pesquisas, visando ao de­senvolvimento de tccnologias adequadas de uso do solo;

i) fiscalizar e fazer cumprir as disposições da presentelei.

Art. 7" Além dos preceitos gerais a que está sujeitaa utilização do solo agrícola, O poder público, federal,estadual ou municipal, poderá prescrever outras normasrecomendadas pela técnica e que atendam às peculia­ridades locais.

Parágrafo único. As administrações municipais se­rão incentivadas a elaborarem planos municipais de usodo solo.

Art. 8" O poder público promoverá li recuperaçãodas áreas em processo de desertificação e degradaçãoacentuada.

§ l' As despesas de recuperação, ficarão a cargodo proprietário que deverá ressarci-las, total ou parcial­mente, num prazo máximo de 5 (cinco) anos.

§ 2" No caso da área recuperada não apresentarcondições de aproveitamento, será considerada comoárea de preservação permanente, devendo ser gravadasua perpetu idade,

§ 3" As despesas de recuperação executadas peloproprietário, obedecendo ao planejamento técnico ade­quado, serão abatidas do Imposto de Renda e ImpostoTerritorial Rural.

Art. 9° Na construção e manutenção de estradas,a condução das águas, os taludes, bem como as áreas

marginais, decapitadas ou não, "receberão tratamentosconseravacionistas adequados, a fim de evitar a erosãoe suas conseqüências, inclusive nas propriedades viZI­nhas.

Paràgrafo único. As propriedades adjacentes às es­tradas reo~be[(lo, prioritariamente, condições de mane­jo adequado de tal forma que não cause problemasnas referidas vias.

Art. 10. Os proprietário rurais que necessitem con­duzir as águas de escorrimento para seus escoadourosnaturais, :poderão fazê-lo adequadamente. atravessan­do outras propriedades, mediante acordo ou indeni­zação da ,irea ocupada.

§ 1" Caso haja necessidade de indenização da líreaa ser ocupada pelos canais de escoamento, não havendoacordo de preço, será concedida liminar para construçãoe uso imediato da benfeitoria, ficando a fixação de preçopara decisão judicial.

§ 2' Aos projetos de irrigação aplicar-se-ão os mes­mos princípios.

Art. 11. As entidades públicas e empresas privadasque utiliz·em o solo ou o subsolo em áreas rurais sópoderão funcionar desde que evitem o prejuízo do soloagrícola por erosão, a~soreamento, contaminação, re­jeitas, depósitos e outros danos, sendo responsabili­zadas pelos mesmos.

Art. 12. Todos os imáveis rurais administrados di­retamente: pelo poder público, com fins aglÍcolas, sãoobrigados a ter planos iotegrados de uso e conservaçãode seus recursos naturais e os executar. inclusive, emcaráter demc'nstrativo.

Art. 13. Para aplicação desta lei, O poder públicoreformulará os órgãos e serviços já existentes ou criaránovos, se necessários, para orientação, educação, assis­tência, fiscalização e punição, para que ocorra o con­trole integrado e efetivo dos recursos naturais renová­veis e perfeito cumprimento desta lei.

Parágrafo único. A fiscalização e a aplicação da pre­sente lei pelos serviços especializados não exclui colabo­ração da iniciativa privada.

Art_ 14_. Todas as práticas e procedimentos a seremutilizados no cumprimento desta lei, obedecendo o pla­nejamento técnico, serão financiados com·recursos sub­sidiados, a juros e prazos adequados.

Parágrafo único. Os custos dc implantação deverão,no interesse nacional de preservação dos solos, scremcobertos em parte por recursos públicos, a fundo pcrdi­do, e em parte com recursos de operações de financia­mento, na forma estabelecida neste artigo_

Art. 15. Os projetos implemcntados com apoio go­vernamental, as aplicações de crédito rural ou qualquerinvestimento de recursos públicas somente poderão serrealizadmi e desfrutados por beneficiélrios comprova­damente observadores do que dispõe esta lei.

Art. 16. Para apoio e subsídio à implantação daspráticas e procedimentos estabelecidos nesta lei serácriado o Fundo Nacional de Microbacias Hidrográficas,com recursos oriundos de taxas sobre a exportaçti.o deprodutos agrícolas e minerais e recur~os federais orça­mentário:;,

Art. 17. Todos os órgãos de assistência técnica aomeio rural terão em seus programas de trabalho dire­trizes conservacionistas.

Art. 18. Fica instituída a Semana da Conservaçãodo Solo, a ser comemorada, obrigatoriamente, nas esco­las e esttlbelecimentos públicos, ou subvencionados,através de programas objetivos.

Art. 19. As instituições oficiais ou oficializadas depesquisa lter:Io direito assegurado para a coleta de mate­rial e para a experimentaç:io de qualquer tratamentode solo bem como para proceder a escavações parafins científicos, desde que autorizadas pelo órgão com­petente.

Art. 28_ No prazo de 2 (dois) anos após a publi­cação desta lei, a conservação do solo c dos recursosnaturais farão parte obrigatória de todos os conteúdosprogramál'ícos das disciplinas dos currículos escolarese _não será permitida adoção de livros cscolares quenao contenham textos de educação conservacionistapreviameIlte aprovados pelas autoridades competentes.

Parágrafo único. As estações de rádio e televisão6 (seis) meses após a publicação desta lei incluirão:obrigatoriamente, em suas programações, textos e diS­positivos ele interesses conservacionistas aprovados pelo

Sábado 10 4655

órgão competente, no limite mínimo de cinco minutos·semanais, distribuídos ou não em diferentes dias.

Art. 21. As infrações a esta lei serão punidas comas seguintes penalidades, em ordem gradativa e crescen­te, conforme a gravidade ou reinciência:

1") advertência;2') suspensão do crédito agrícola e do acesso aos

benefícios, auxl1ios c incentivos dos programas governa­mentais;

3°) multas;4') prisão;5') desapropriação.Art. 22. As penalidades de que trata o art. 21 inci­

dirão sobre os autores, sejam eles:a) proprietários;b) arrendatários, parceiros, gerentes, técnicos, res­

ponsáveis, administradores, diretores, promitentescompradores de áreas agrícolas, prepostos ou subor­dinados;

c) autoridades que se omitirem ou facilitarem, porconsentimcnto, na prática do ato;

d) entidades financeiras e creditícias ou seus prepos­tos que aprovarem operações de crédito, financiareme fiscalizarem projetos em desacordo com o dispostonesta lei.

Art. 23. Aplicam-se às contravenções previstasnesta lei, regras gerais do Código Penal e da Lei deContravenções Penais, sempre que a presente lei nãodisponha de modo diverso.

Art. 24. O Poder Exccutivo regulamentará esta leino prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir desua publicação.

Art. 25. Esta lei entra em vigor na data de suapublicação.

Art. 26. Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Em sessão de 22 de agosto de 1983 apresentamosum projeto de lei, que tomou o n" 1.952 e que foiarquivado nos termos d", art. 116 do Regimento Internoda Câmara.

Pela importância do conteúdo dessa proposição e portratar-se de assunto muito atual, porque visa regularo uso do solo agrícola, decidimos reapresentá-la a estaCasa, para ulterior apreciação.

Assistimos hoje, a um sistemático desgaste do soloagrícola brasileiro, através da erosão; "pesquisas doInstituto Agronômico do Paraná (lapar) indicam quenas lavouras de soja e trigo, plantadas em solos argilosospelo sistema convencional, as perdas anuais pelas enxur­radas atingem 144 tlha/ano, o que corresponde a maisde 1 em da camada do solo perdido por ha, duranteo ano (... ) As perdas anuais de solo no Estado de SãoPaulo chegam a 194 milhõcs de toneladas (. .. ) Paratodo o Brasil, segundo O Instituto Agronômico de Cam­pinas, a perda média é de 25 t(halano, o que dariaum total de 1 bilhão de toneladas do solo perdidasanualmente" (Graziano Neto, Francisco. QuestãoAgrária e Ecologia - crítica da moderna agricultura.Editora Brasiliensc, SP, 1982, pp. 98(99).

A degradação do solo no Brasil, que se dá, entreoutras causas, pclo dcsflorestamento desordenado, pelomanejo e utilização inadequados do solo, pela adoçãoindiscriminada da monocultura, pela destruição das flo­restas ciliares, está comprometendo sensivelmente a fer­tilidade da tcrra e conseqüentemente o futuro de nossaagricultura.

O próprio Ministro da Agrieultura admite que "aprodução agrícola de algumas rcgiõcs do País não temcorrespondido na mesma proporção dos investimentosfeitos, devido à mà eonservaçúo dos solos". (Folha deS. Paulo, 16-4-íG).

Medidas, porém, terão que ser tomadas, antes quetodos os solos estejam exauridos e aí seja tarde demais.Daí ser oportuno lembrar a finnação do Presidente daAssociação dos Engenheiros Agrônomos da Média So­racaba: '"quando não existir mais o que comer e quandoos supermercados estiverem vazios então certamenteautoridades e população se lembrarão de quando o soloera produtivo e tentarão desesperadamente reconstituiresta capacidade, mas, então, já será tarde demais".(Folha de S, Paulo, 16-4-83).

A proposta que ora reapresentamos a consideraçãodo Congresso Nacional é uma tentativa de disciplinar

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4656 Sábado 10

o uso do solo agrícola, objetivando, fundamentalmente,preservar a função social da propriedade.

Esta proposta de normatizar o uso do solo agrícolasitua-se exatamente dentro do espírito constitucionale é fruto de criterioso trabalho dos profissionais daFederação das Associações dos Engenbeiros Agrôno­mos do Brasil.

Na proposta original daquela Federação, efetuamosalgumas alterações que pareceu-nos pertinentes, taiscomo:

-considerar, também como de real interesse público"impedir que sejam mantidas inexploradas áreas agríco­las susceptíveis de aproveitamento econômico (ar!. 4',j);

- Manter estocadas grandes extensões de terra comoreservas de valor é, também, uma das formas mais con­tundentes de mau uso do solo agrícola;

- outras alterações concernentes à técnica legisla­tiva.

Esperamos contar com o apoio dos nobres parlamen­tares, na apreciação e aprovação desta proposta.

Sala das Sessões, de 1989. - Alcides Lima.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

CÓDIGO PENALDECRETO-LEI n" 2.848,

DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

DECRETO-LEI N' 3.688DE 3 DE OUTUBRO DE 1941

Lei das Contravenções Penais

PROJETO DE LEIN" 2.605, de 1989

(Do Sr. Antoniocarlos Mendes Tham~)

Isenta de tributos a remes,a de valores para oexterior quaudo destinada a custear a trasladaçãode corpos.

(Às Comissões de Constituição e Justiça e Reda-ção, e de Finanças.) .

O Congresso Nacional decreta:Art. l' Terão prioridade',e gozarão de plena isenção

tributária as remessas de valores ao exterior, quandocomprovadamente destinadas ao custeio da trasladaçãode corpos de brasileiros falecidos no exterior e despesascom embalsamamento e urha funerária.

Art. 2' Esta lci entra em vigor na data de sua publi­cação.

Ar!. 3' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

É indefensável a permanência de dificuldade:; buro­cráticas de toda ordem. agravadas com a tributaçãodo Imposto de Renda e IOF, sobre valores a seremtransferidos para o exterior e destinados a CU:itear atrasladação de brasileiros mortos fora do Brasil, comoocorre atualmente. Não se justifica que nesses momen­tos, marcados por um grande sofrimento, as pessoasainda estejam sujeitas a pagamentos de impostm: relati­vos a operações que se caracterizam pelo lucro.

Daí o presente projeto que dá prioridade e isentade quaisquer trihutos remessas, tal como se imptie.

Sala das Sessões, maio de 1989. - Antoni"carlosMendes Tbame, Deputado Federal.

PROJETO DE LEIN" 2.606, de 1989

(Do SI. Antoniocarlos Mendes Thame)

Dispõe sobre a extensão da caderneta dl~ pou·pança a todos os integrantes do Sistema FinanceiroNacional e dá outras providências.

(Às Comissões de Constituição e Justiça e Reda­ção~ de Agricultura e Política Rural; e de Finan­ças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1" Ficam todas as instituições banc1.{rias oficiais

e privadas autorizadas a receber depósitos de cad:=rneta

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

de poupança rural, sendo-lhes assegurada isonomia tan­to na captação quanto na aplicação dos recursos.

Ar!. 2' O Banco Central expedirá, no prazo de no­venta dias a partir da promulgação desta lei, normasdisciplinando a captação e a aplicação dos recursos.

Ar!. 3' E~ta lei entrará em vigor na data de suapublicação.

Ar!. 4' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Trata-se de reivindicação de produtores rurais, nota­damente daqueles que residem em municípios aindanão atendidos por agências do Banco do Brasil. Mene­zes (1988), em artigo publicado no Jornal do Brasilressalta que "enquanto o setor depender de recursosdo Tesouro, será limitada sua capacidade de investi­mento, uma vez que é muito baixa, ou até mesmo nega­tiva, a capacidade de poupança do setor público. Emcontrapartida, um acesso mais aberto à poupança priva­da, abrindo-se a caderneta verde a todo o sistema finan­ceiro privado, bem como às cooperativas de crédito,produziria um efeito de aumento da oferta de crédito.sem pressões inflacionárias".

Cumpre salientar que o presente projeto atende aoque dispõe o art. 192 da nova Constituição. Por outrolado, a Resolução n" 1.188. de 5-9-86, que institui acaderneta de poupança rural não explicita quais as insti­tuições que podem operacionalizá-la. Foram circularesdo Banco Central que autorizaram primeiramente oBanco do Brasil e depois o Basa, Banco do Nordestee o BNCC a captarem tais recursos. Não há portantoqualquer norma disciplinando a atuação das demais ins­tituições bancárias, daí a oportunidade e conveniênciado presente projeto.

Sala das Sessões, l' de junho de 1989. - Antonio­carlos Mendes Thame, Deputado Federal.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA.FEDERATIVA DO BRASIL

TíTULO VIIDa Ordem Econômica e Financeira

......................... 'CAPiTuLo·i\!···· .Do Sistema Financeiro Nacional

Art. 192. O Sistema Financeiro Nacional, estrutu­rado de forma a promover o desenvolvimento equili­brado do País e a servir aos interesses da coletividade,será regulado em lei complementar, que disporá, indu­sive, sobre:

I - a autorização para o funcionamento das institui­ções financeiras, assegurado às instituições bancáriasoficiais e privadas acesso a todos os intrumcntos domercado financeiro bancário, sendo vedada a essas insti­tuições a participação em atividades não previstas naautorização de que trata este inciso;Il- autorização e funcionamento dos estabeleci­

mentos de seguro, previdência e capitalização, bem co­mo do órgão oficial fiscalizador e do órgão oficial resse­gurador;

III - as condições para a participação do capital es­trangeiro nas instituições a que se referem os incisosanteriores tendo em vista, especialmente:

a) os interesses nacionais;b) os acordos internacionais~

.IV - a organização. o funcionamento e as atribuiçôesdo Banco Central e demais instituições financeiras pú­blicas e privadas;

V - os requisitos para a designação de membros dadiretoria do Banco Central demais instituições finan­ceiras, bem como seus impedimentos após o exercíciodo cargo;

VI - a criação de fundo ou seguro. com o objetivode proteger a economia popular, garantindo créditos.aplicações e depósitos até determinado valor. vedadaa participação de recursos da União;

VII - os critérios restritivos da transferência de pou­pança de regiões com renda inferior à média nacionalpara outras de maior desenvolvimento;

VflI - o funcionamento das cooperativas de créditoe os requisitos para que possam ter condições de opera-

Junho de 1989

cionalidadc e estruturação próprias das instituições fi­nanceiras.

§ l' A autorização a que se referem os incisos Ie II será inegociável c instransferível, permitida a trans­missão do controle da pessoa jurídica titular, e conce­dida sem ônus, na forma da lei do Sistema FinancciroNacional, a pessoa jurídica cujos diretores tenham capa­cidade técnica e reputação ilibada. c que comprove ca­pacidade econômica compatível com o empreendimen­to.

§ 2' Os recursos financeiros relativos a programase projetos de caráter regional, de responsabilidade daUnião, serão depositados em suas instituições regionaisde crédito e por elas aplicados.

§ 3' As taxas de juros reais, nelas incluídas comis­sões e quaisquer outras remunerações direta ou indire­tamcnte referidas à concessáo de crédito, não poderãoser superiores a doze por cento ao ano; a cobrançaacima deste limite será conceituada como crime de usu­ra, punido. em todas as suas modalidades, nos termosque a lei determinar.

PROJETO DE LEIN" 2.608, de 1989

(Do Sr. Luiz Henrique)

Dispõe sohre o registro de sindicatos, e dá outrasprovidências.

(Anexê-se ao Projeto de Lei n' 1.009/88.)

O Congresso Nacional decreta:Art. I' O registro de sindicatos será efetuado em

C~rtôrio de Títulos e Documentos da jurisdição de suasede.

§ l' Só será registrado um sindicato representativoda mesma categoria econômica ou profissional, ou pro­fissão liberal, em uma dada base territorial.

§ 2' Nas localidades onde não houver o cartóriode que trata este artigo, o registro se fará no que tenhacompetência para praticar atos dessa natureza, ou noforo mais próximo.

Ar!. 2' O cartório enviará cópia do registro do sin­dicato ao. Ministério do Trabalho, com a finalidade ex­clusiva de manter um banco de dados sobre as entidadessindicais existentes.

Art. 3' Os sindicatos que receberam Carta Sindicaldo Ministério do Trabalho e os registrados em cartório,até a vigência desta lei, não necessitam fazer novo re­gistro.

Ar!. 4' As controvérsias de representação serão re­solvidas pelo Juízo competente para dirimir as questõesrelativas ao registro de entidades civis.

Art. 5' Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Ar!. 6' Revogam-se as disposiçües em contrário.

Justificação

Os sindicatos adquiriram, com a nova Constituição,os tão almejados princípios de liberdade e autonomia,que sempre se constituíram em sua maior reivindicação.

O art. 8', item I, da Constituição Federal, de fato,consagra:

"Ar!. 8" .I - a lei não poderá exigir autorização do Estado

para a fundação de sindicato, ressalvado °registrono órgão competente, vedadas ao poder públicoa interferência e a intervenção na organização sin­dical;"

Vê-se, no entanto, que é medida de urgência a elabo­ração de uma lei ordinária para definir o órgão compe­tente onde se fará o registro. uma vez que cerca í:ledois mil sindicatos aguurdam tal providência.

A Constituição, que'Visoo à liberação do sindicalismoàs peias do Estado, na verdade, pela d<;mora em umaregulamentação, está, indiretamente, provocando umadificuldade maior qué a dos tempos da autorização doMinistério do Trabalho.

Na vigência da CoI1stituição anterior, o registro erafeito junto ao Ministério do Trabalho, o que caracte­rizava, mais uma vez. o atrelamcnto da atividade sindi­cal ao poder do Estado.

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Junho de 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçâo I)----------------------, Sábado 10 4657

Propomos, diante da nova ordem jurídica, que o re­gistro seja efetuado em cartórios, eis que são órgãosque se acham instalados em qualquer localidade do Paíse que, por sua natureza, pela experiência e pela fépública de seus atos, poderão plenamente desempenharessa importante tarefa,

Por outro lado, o princípio da unicidaçle de represen­tação que propomos no ~ 1" do art, I" dessa proposição,é aquele estabelecido no ar!. 8", item lI, da ConstituiçãoFederal:

"lI - é vedada a criação de mais de uma organi­zação sindical, em qualquer grau, representativade categoria profissional ou econômica. na mesmabase territorial, que será definida pelos trabalha­dores ou empregadores. interessados, não podendoser inferior à área de um Município."

Sala das Sessões, de de 1989. - Depu-tado Luiz Henrique.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

··· .. ·· .... ···· .. ····· .. ····ifTÜLClÚ· .. ·········· ...... ··· .. ····Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO IIDosDireitos Sociais

.'''I.:;;.'·;;:···ji ii;;~'~' ~~~;~i;~~~; ~~~f~~i;'~~i ~~ ~'i~di~~i:, observado o serguinte:

I - a lei não podení exigir a.utorizaçáo do Estadopara a fundação de sindicato, ressalvado o registro no

.órgão competente, vedadas aO'poder público a interfe­rência e a intervenção na organização sindical:

II - é vedada a criação de mais de uma organizaçãosindical, em qualquer grau, representativa de· categoriaprofissional ou econÔmica. na mesma base territorial,que será definida pelos trabalh.adores ou empregadoresinteressados, não podendo ser inferior à área de umMunicípio;

...........................................\' ~ .

PROJETO DE LEIN' 2.609, de 1989

(Do SI'. Jorge Arbage)

Estahelece a responsahilidade civil e penal paraos maiores de 16 (dezesseis) aROS de idade.

(Anexe-se ao Projeto de Lci R" 1.734í89.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1" O alt. 6" da Lci n" 3.071, de I" de janeiro

de 1916- Código Civil Brasileiro. passa a ter a seguinteredaç,;o:

"Ar!. 6" São incapazes, relativamente a certosatos Oll a maneira de exercê~los. os pródigos e Ossilvícolas ...

Art. 2" O art. 27 da Lei n° 7.209, de 11 de julhode 1984, que alterou a Parte Geral do Código Penal,passa a viger com a seguinte redação:

"Art. 27. Os menores de 16 (dezesseis) anossão penalmente inimputáveis, ficando sujeitos àsnormas estabelecidas pela legislação especial."

Art. 3" Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 4' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Não podemos admitir que, proporcionando, a Consti­tuição, o voto aos maiores de dezesseis anos de idade,tenha ela assim agido sem nenhum amparo técnieo­científico que a levasse a tal posicionamento.

Esse amparo técnico-científico se funda na realidadede que, à medida que o tempo passa, o nível de discerni-

menta do bomem cresce em escala geométrica. Porisso, a Constituição vigente permitiu o voto aos maioresde dezesseis anos.

E por essa mesma razão estamos apresentando o pre­sente projeto de lei que estabelece a maioridade civile a responsabilidade penal a partir dessa mesma idade.

Em vista do exposto, esperamos o integral apoio doCongresso Nacional, necessário à aprovação da pre­sente proposta.

Sala das Sessões, I" de junho de 1989. - Jorge Ar­bage.

Lf:GISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

CÓDIGO CIVIL

LEI N° 3.071,DE l' DE JANEIRO DE 1916

PARTE GERALDISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1" Este código regula os direitos e obrigaçõesde ordem privada concernentes às pessoas, aos bense às suas relações.

LIVRO IDas Pessoas

TÍTULO IDa Divisão das Pessoas

CAPÍTULO IDas Pessoas Naturais

Art. 6° S.ão 'incapazes, relativamente a certos atos(ar!. 147, n" 1), ou à maneira de os exercer:

I - os maiores de 16 e menores de 21 anos (arts.154 a 156);

II - os p tódigos;IH - os silvícolas.

, Parágrafo único. Os silvícolas ficarão sujeitos aoregime tutelar, estabelecido em leis e regulamentos es­peciais, o qual cessará à medida que se forem adaptandoà civiliza',ão do País.

LEI N" 7.209,DE 11 DE JULHO DE 1984

Altera dispositivos do Decreto-Lei n' 2.848, de7 de de"emhro de 1940 - Código Penal, e dá outraspro1·idências.

O Pre,;idente da República, faço saber que o Con­gresso N'lcil.mal decreta e eu sanciono a seguite lei:

Art. 1" O Decreto-Lei n" 2.848, de 7 de dezembrode 1940 -- Código Penal, passa a vigorar com as seguin­tes ai tera.ções:

PARTE GERAL

.................... ·······:rfiüLO·iii····························Da Imputahilidade Penal

Ar!. 27. Os menores de dezoito anos são penal­mente inimputávei" ficando sujeitos às normas estabe­lecidas na legislação especial.

PROJETO DE LEIN~ 2.610, de 1989

(Do SI'. Jorge Arbagc)

n,termina que os depósitos do FGTS passem aser l,fetuados em cadernetas de poupança da CaixaEconômica Federal, e dá outras providências.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 630, de 1988.)

O Congresso Nacional decreta:Ar!. l' Os depósitos de que trata o ar!. 2" da Lei

n' 5.107, de 13 de setembro de 1966, passam a serefetuados em cadernetas de poupança na Caixa Econô-

mica Federal, obedecida a mesma sistemática previstanaquele artigo quanto ao valor, prazo e à vinculaçãoe individualização das contas.

Ar!. 2' Tetão as empresas sujeitas à Consolidaçãodas Leis do Trabalho o prazo de 90 (noventa) dias,a contar da vigência desta lei, para transferir as contasdo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço dos estabe­lecimentos bancãrios por elas escolhidos para a CaixaEconômica Federal, nos termos do art. I' desta lei.

Art. 30 Aplicam-se aos depósitos de que trata estalei os mesmos rendimentos pagos às cadernetas de pou­pança, nos termos da legislação em vigor.

Ar!. 4' Dentro do prazo de 30 (trinta) dias de suapublicação, o Poder Executivo regulamentará esta lei.

Art. 5" Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 6' Revogam-se as disposições em contrãrio.

Jnstificação

Com a extinção do Banco Nacional da Habitação.a situação dos recursos do Fundo de Garantia do Tempode Serviço é de verdadeiro caos. A Caixa EconômicaFederal, que passou a geri-los. não dispõe de um con­trole centralizado capaz de informar com segurançaquanto é recolhido por mês. quanto está sendo liberadoou o saldo atualizado das contas.

O lado menos problemático do FGTS se refere ao.recolhimento por parte das empresas, ainda que nãohaja um controle rígido sobre elas, pois, uma vez deposi­tado nos bancos, esse dinheiro percorre um trajeto si­nuoso, a começar pelo prazo de permanência na redebancãria, que é de cerca de quarenta e dois dias. Portan­to, quando é efetivamente creditado na conta do traba­lhador já perdeu parcela significativa de seu valor real.Também inexiste um controle eficaz da movimentaçãoe não há fiscalização quanto à lisura das correções mone­tárias e do cálculo dos juros.

Ademais, pela Lein" 5.107, de 1966, os recursos depo­sitados no FGTS são corrigidos trimestralmente, cau­sando sérios prejuízos aos quarenta milhões de assala­riados brasileiros, em especial numa economia inflacio­nária como a nossa.

Propomos, portanto, que esses depósitos passem aser efetuados em cadernetas de poupança vinculadase individualizadas na própria Caixa Econômica Federal,que, dessa forma, poderá melhor controlar esses recur­sos. Outrossim. seráo corrigidos da mesma forma e nosmesmos percentuais adotados para as cadernetas depoupança em geral.

Com essa medida. ainda evitaremos que a rede bancá­ria aufira lucros vultosos com o dinheiro alheio. istoé, com o dinheiro que pertence na realidade ao traba­lhador brasileiro.

Sala das Sessões, 1" de junho de 1989. ~ Jorge Ar­bage.

LEGISLAÇÃO CrTADA.ANEXADA PELO AUTOR

LEI NoS.107,DE 13 DE SETEMBRO DE 1966

Cria o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,e dá outras providências...

Ar!. 2" Para os fins previstos nesta lei, todas as em­presas sujeitas li Consolidaçáo das Leis do Trabalho(CLT) ficam obrigadas a depositar até o dia 30 (trinta)de cada mês, em conta bancliria vinculada. imporlãnciacorrespondente n 8% (oito por cento) da remuneraçãopaga no mes anterior, a cada empregado. optante ounão, excluídas as parcelas não mencionadas nos arts.457 e 458 da CLT.

Parágrafo único. As contas bancárias vinculadas aque se refere este artigo serão abertas em estabele­cimento bancário escolhido pelo empregador dentre ospara tanto autorizados pelo Banco Central do Brasil,em nome do empregado que houver optado pelo regimedesta lei, ou em nome da empresa, mas em conta indivi­dualizada, com relação ao empregado não optante."

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4658 Sábado 10

PROJETO DE LEIN° 2.611, de 1989

(Do Sr. Ruberval Pilotto)

Concede título de "Patrono da Ecologia do Bra·sil" ao cientista e pesquisador Augusto RusdlÍ.

(Às Comissões de Constituição e Justiça <: Reda.ção; e de Defesa do Consumidor e do Meio Am,biente.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' É concedido ao cientista, naturalista e pes~

quisador Augusto Ruschi o título de "Patrono da Ecoloigia do Brasil".

Art. 2" Esta lei entrará em vigor na data de suapublicação. '

Art. 3" Revogam-se as disposições em contnirio.

Justificação

Defensor intransigente da natureza, o cientista e pes­quisador Augusto Ruschi, falecido em junho Cle 1986não se cansava de lutar e de se arriscar por ela.

Conhecido como o "Cientista dos Beija-Flores", Rus­chi foi seu primeiro estudioso em nível internacional,descrevendo cinco espécies e onze subespécie:; dessepassáro. além de identificação e classificação de diversasespécies de plantas e orquídeas.

Reconhecido internacionalmente, o pesquisador per­tenceu a entidades como The American OrnitbologistUnion. Sociedade Venezuelana de Ciências Naturais,e Societé Française de Biogcographic, fazendo parteno Brasil da Academia Brasileira de Ciências, JardimBotânico do Rio de Janeiro c Fundação Brasileira paraConservação da Natureza.

Foi detentor de 15 medalhas de ouro por trabalhoscientíficos e destacou-se em diversas publicaçõe; comoa realizada por The National Geographic Magazine.

Simbolicamente. Ruschi viveu um grande perfodo deisolamento nas matas do país, travando uma difícil bata­lha em favor da conscientização da nossa realidade eco­lógica numa atitude de significado metafísico. científicoe político onde tentou demonstrar que tudo pl~rtence

a uma lógica de conjunto de que fazem parte o beija-flore o retirante nordestino.

Algo principiou a mudar no país com o exemplo ea inspiração de Augusto Ruschi a quem propomos ho­menagear com a indispensável compreensão e apoiodos membros do Congresso Nacional.

Sala das Sessões. I' de junho de 1989. - RubervalPilotto.

PROJETO DE LEJN" 2.612, de 1989

(Do Sr. Ruberval Pilotto)

Estende a todos os trabalhadores em indústriacerâmica na atividade de ceramista, o direito à apo­sentadoria especial após quinze anos de tempo deserviço e dá outras providências.

(Às Comissões de Constituição c Justiça e Reda­ção; de Saúde, Previdência e Assistência Social'e de Finanças,) ,

O Congresso Nacional decreta:Art. 1" A aposentadoria especial após quinze (15)

anos de tempo de serviço, prevista em lei para os traba­lhadores das frentes de minas de subsolo, estende-sea todos os trabalhadores em indústria cerâmica na ativi­dade de ceramista que exercem tarefas comprovada­mente insalubres.

Art. 2" As despesas decorrentes da execucão dapresente lei correrão" conta das frentes de receÚa nor­mais da Previdência Social.

Art. 3" Esta lei entrará em vigor na data de suapublicação.

Art. 4'" Revogam-se as disposições em contr,irio.

Justificação

Reiterada reivindicação dos trabalhadores em indús­tria cerâmica, especialmente os que atuam como cera­mis_tas no Estado de Santa Catarina, é a complemen­t~ça.o ? o esclarecimento da legislação em vigor quedlsciphna sobre a conces~ão de aposentadoria especialaos qumze anos de servIço completados na atividadenotoriamente insalubre.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACioNAL (Seção I)

A permanente exposição à poeirá da sílica atingede forma contudente a todos os trabalhadores da ativi-dade de ceramista. '

A poeira da sílica, em suspensão, é causadora dadoença conhecida como "pneumoconiose" , comum en­tre aqueles que atuam nesses serviços, pois a sua cons­tante inalação resulta na acumulação deste material nosalvéolos pulmonares e gânglios hilares comprometendoinclusive a capacidade respiratória e provocando sérialesão corporal.

Por esta razão, propomos a efetivação da justiça so­cial com aqueles mencionados no art. l' deste projeto,concedendo-lhes por extensão a aposentadoria especialapós quinze anos completados de serviço.

Sala das Sessões, l' de junho de 1989. - RubervalPilotto.

PROJETO DE LlÜNo 2.614, de 1989

(Do SI. Haroldo Lima)

Proíbe a operação em território nacional de qual­quer companhia aérea de navegação pertencentea pl!íses que pratiquem política de "apartheid".

(As Comissões de Constituição e Justiça e Reda­ção; de Ciência e Tecnologia, Comunicação e In­formática; e de Transportes.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1" É vedado a atividade comercial em todo

território brasileiro a qualquer companhia de aviaçãopertencente a empresa de países onde se pratica o apar­theid.

Parágrafo único. Ficam ressalvados os casos em quehouver riscos de vida para os seus tripulantes e passa­geiros,

Art. 2" É permitido a estas companhias a manu­tenção de um escritório no Distrito Federal, pelo prazode 6 meses a contar da entrada em vigor da presentelei, destinado a liquidar as obrigações existentes porparte dela, bem como receber os créditos devidos porterceiros e regularizar os pactos laborais mantidos comseus empregados.

Art. 3" Fica terminantemente proibida a veiculaçãode qualquer tipo de propaganda de agências de aviaçãonos termos do artigo 1", qualquer que seja o meio decomunicação empregado, sob pena de a empresa jorna­lística ou de propaganda infratora ser condenada aopagamento de 50 salários mínimos de referência.

Parágrafo único. A disposição contida neste artigonão se aplica aos contratos de propaganda em vigor,firmados anteriormente à vigência da presente lei.

Art. 4' Revogam-se as disposições em contrário.Art. 5" Esta lei entra em vigor na data de sua publi­

cação.

Justificação

O apartheid, que significa separatismo, é a expressãousada pelo governo sul-africano para designar o seusistema de segregação, opressão e exploração raciais.Este odioso sistema é a base da estrutura econômicae política da África do Sul; as indústrias e empresascomerciais - na maior parte nas mãos dos brancose estrangeiros - beneficiam-se deste sistema. Segundodados da Organização das Nações Unidas, estes setorestiram grandes vantagens através da exploração dos afri­canos, cujas terras e recursos naturais foram extorqui­dos e que trabalham arduamente por salários miserá­veis, fornecendo a mão-de-obra barata da qual dependea economia sul-africana.

O apartheid foi condenado pcla Assembléia Geraldas Nações Unidas como um "crime contra a humani­dade". O Conselho de Segurança descreve-o como··abominável para a consciência humana" e que "a dis­criminação racial e o apartheid constituem um graveempecilho ao desenvolvimento econômico e social, re­presentando obstáculos à cooperação internacional eà paz".

Estabelecer a proibição de atividades comerciais deempresas de aviação pertencentes a países que prati­quem este sistema ignominioso representa uma colabo­ração ao esforço internacional para pôr fim ao apar­theid. A própria Assembléia Geral das Nações Unidasconelamou os países signatários da Declaração Univer­sal. dos Direitos Humanos a romperem relações com

Junho de 1989

a África do Sul, estabelecendo sanções econômicas.técnicas. diplomáticas e militares.

Incluir o Brasil como uma Nação que repudia o apar­theid, estabelecendo esta proibição, estaremos dandoum primeiro passo importante e definitivo para querompa~os imediatamente qualquer relacionamentocom a Africa do Sul. Esta é a forma de respeitarmosa nossa história e nossa formação cultural, intimamenteligada aos nossos irmãos negros africanos, - HaroldoLima.

PROJETO DE LEIN' 2.615, de 1989

(Do SI. Max Rosenmann)

Regulamenta o art. 238 das Disposições Constitu­cionais Gerais, e determiua outras providências.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1.060, de 1988.)

O Congresso Nacional decreta:Ar!. 1" Compete às Companhias Distribuidoras au­

torizadas pelo Conselho Nacional do Petróleo a distri­buição, para revenda, de gasolina automotiva, quero­sene, óleo diesel e combustíveis de petróleo e álcoolcarburante aos Postos Revendedores (PR) e às empre­.as 'Tran;;portador-Revendedor-Retalhista" (TRR).

§ 1" E vedado às Companhias Distribuidoras a ven­da direta a consumidores finais, exceto às Forças Arma­das, órgãos da administração pública direta, federal eestaduais, empresas de transporte aéreo e de navegaçãoe ferroviário.

§ 2" As Prefeituras Municipais e respectivos órgãos,as autarquias e sociedades de economia mista, federais,estaduais e municipais poderão adquirir os produtosde seu consumo de qualquer dos segmentos integrantesdo Sistema Nacional de Abastecimento.

Art. 2" Compete aos Postos Revendedores (PR)autorizados pelo Conselho Nacional do Petróleo a re­venda de gasolina automotiva, óleo diesel e álcool car­burante aos consumidores automotivos. bem como que­rosene iluminante em embalagens de uso domêstico,exclusivamente em seus estabelecimentos.

Art. 3" Compete exclusivamente aos Transporta­dores-Revcndedores-Retalhistas (TRR) a revenda, agranel e a domicílio, dos óleos diesel e combustíveisde petróleo e o querosene, aos consumidores finais.excetuados os mencionados no § 1" do art. l' destalei.

Art. 4' O prazo de faturamento na venda dos pro­dutos comercializados aos Postos Revendedores seráde, no .mínimo, 50% (cinqfenta por cento) do prazoconcedIdo pelas Refinarias às Companhias Distribui­doras.

Art. 5' O prazo de faturamento na venda dos pro­dutos comercializados aos Transportadores-Rcvende­dores-Retalhistas será de, no mínimo, 90% (noventapor cento) do prazo concedido pelas Refinarias às Com­panhias Distribuidoras.

Art. 6" Na fixação dos preços de venda e revendaserá assegurado às Companhias Distribuidoras, aos Pos­tos Revendedores e aos Transportadores-Revendedo­res-Retalhistas a justa remuneração pelo investimentorealizado e o ressarcimento integral das despesas queonerem cada uma dessas atividades, como segmentosintegrantes do Sistema Nacional de Abastecimento eem decorrência dos direitos c obrigações contidos natitularidade das autorizações expedidas pelo ConselhoNacional do Petróleo, garantindo igualdade nesses pre­ços tanto na venda quanto na revenda ao mercado con­sumidor.

Art. 7" Somente empresas brasileiras de ca:.':tal na­cional (Constituição Federal, art. 171, II) poderão exer­cer as atividades próprias de Postos Revendedores (PR)e de Transportadores-Revendedores-Rctalhistas.

Parágrafo único. É vedado o exercício das ativi­dades de que trata este artigo à pessoa jurídica cujostitulares sejam proprietários, sócios. acionistas ou em­pregados de quaisquer organizações, cujas atividadeseste jam relacionadas com a distribuição ou o transportedos derivados de petróleo e álcool carburante, à exceçãoda Petrobrás, que por intermédio de sua distribuidoraé garantida a exploração de Postos Revendedores.

Art. 8'" A partir da vigência desta lei os contratosde venda mercantil celebrados entre Companhias Dis­tribuidoras e Postos Revendedores deverão limitar-se

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Junho de 1989

a um prazo máximo de 5 (cinco) anos, vedada sua recon­dução automática.

Parágrafo único. Para efeito do disposto neste arti­go os atuais contratos terão sua vigência limitada a esseprazo.

Art. 9' A requerimento dos interessados o CNP au­torizará a relocalização de Postos Revendedores quan­do, por desapropriação total ou parcial, despejo oumodificação de traçado de rodovias, em caráter perma­nente ou temporário por prazo superior a 180 (centoe oitenta) dias, ficar comprovada a inviabilidade comer­ciaI do empreendimento.

Parágrafo único. Os pedidos de relocalização terãopreferência sobre os de autorização para a instalaçãode novos Postos Revendedores, na mesma ou em contí­guas áreas ou regiões geoeconômicas.

Art. 10. Os Postos Revendedores poderão operarsimultaneamente com mais de uma Companhia Distri­buidora, sendo livre a substituição de "bandeira" nocaso de liame contratual, mediante requerimento funda­mentado ao CNP, devendo, no entanto, ser compro­vada a quitação dos compromissos assumidos pelo inte­ressado para com a atual Companhia Distribuidora atéa data do pedido.

Parágrafo único. Enquanto não autorizada a mu­dança de "bandeira", o requerente continuará operan­do sob a "bandeira" contratual, com a garantia de supri­mento dos produtos de seu comércio.

Art. 11. Os Transportadores-Revendedores-Reta­lhistas poderão operar com uma ou mais CompanhiasDistribuidoras, na aquisição dos produtos destinadosà revenda.

Art. 12. A partir da vigência desta lei, passam aintegrar o Conselho Nacional do Petróleo dois represen­tantes das Companhias Distribuidoras, dois dos PostosRevendedores (PR) e dois dos Transportadores-Reven­dedores-Retalhistas (TRR), eleitos pelas respectivasentidades de classe, na forma de seus estatutos.

Art. 13. Salvo 'motivo de força maior devidamentecomprovado, é assegurado às Companhias Distribui­doras, Postos Revendedores e Transportadores-Reven­dedores-Retalhistas o recebimento dos produtos deacordo com os preços fixados pelo CNP na data dospedi!los ou reguisições realizadas.

Art. 14. E vedado o estabelecimento de cotas préfi­xadas obrigatórias para o fornecimento dos derivadosde petróleo e ãlcool carburante, seja das Refinariaspara as Companhias Distribuidoras, ou destas para osPostos Revendedores (PR) ou para os Transportadores­Revendedores-Retalhistas (TRR).

Art. 15. Compete ao Conselho Nacional do Petró­leo o estabelecimento, execução, controle e fiscalizaçãodo cumprimento da política nacional de abastecimento,cabendo-lhe, em decorrência, a elaboração das estru­turas de preços e a concessão de novas autorizaçõespara o exercício das atividades relacionadas ao sistema,em localidades não abastecidas ou insuficientementeatendidas, observados os critérios técnicos e obedecidosos princípios desta lei.

Art. 16. Esta lei entra em vigor na data de suapublicação.

Art. 17. Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

O projeto tem por escopo, regulamentando o art.238 da Constituição Federal, revestir através de critérioslegais o mercado da venda e da revenda dos combus­tíveis derivados de petnJleo e álcool carburante, hojeregulamentado somente através de resoluções e porta­rias emanadas do Conselho Nacional do Petróleo.

É de suma importância a definição e o reconheci­mento legal do mercado e dos segmentos integrantesdo Sistema Nacional de Abastecimento. reconhecidaessa importância pela própria Assembléia NacionalConstituinte, que trouxe para o Legislativo a regula­mentação da matéria, para discussão e abrigo da lei.

Esse mercado, antes de econômica e financeiramenteimportante, é estratégico, e hoje controlado por algu­mas poucas Companhias que detêm a hegemonia nadistribuição, em que pese o monopólio da nossa Petro­brás na prospecção e no refino. além. também, de suaparticipação nesta mesma distribuição.

Em sendo dessa forma, nas etapas da comercializaçãoé assegurado a essas Companhias Distribuidoras as con­dições mais vantajosas e, conseqüentemente, rentáveis.

Basta um ligeiro exame do cenário atual do abasteci­mento para se constatar as desigualdades.

A estai: poucas Companhias Distribuidoras competea venda a consumidores que adquirem quantidades decombustíveis superiores a 20 (vinte) metros cúbicosmensais. Também lhes é reservada a exclusividade narevenda dos combustíveis e álcool carburante aos PostosRevendedores e aos Transportadores-Revendedores­Retalhistas.

Estes últimos, os Transportadores-Revendedores­Retalhist3.s, por sua vez, é que são encarregados deatender a domicílio os consumidores que adquirem so­mente diesel, óleos combustíveis e querosene em quan­tidades mensais inferiores a 20 (vinte) metros cúbicos.

Exatamente aqueles consumidores cujo atendimentonão interessa às Companhias Distribuidoras. por seconstituir no mais oneroso e, portanto, menos rentável.

Ao Posto Revendedor cabe atender somente os con­sumidores dito automotivos, nos locais destinados aoabastecimento, amarrados às Companhias Distribuido­ras por meio de contratos por vezes leoninos, sem agarantia de prazo suficiente para o pagamento de suasfaturas ju,nto ao fornecedor.

Sim, porque às Companhias Distribuidoras é conce­dido pela Petrobrás um prazo mínimo em torno de 16(dezessei,;) dias. Acontece que não há repasse desseprazo po r parte dessas Companhias aos consumidoresou aos revendedores, constituídos pelos Postos Reven­dedores e pelos Transportadores-Revendedores-Reta­Ihistas.

Isso, por óbvio, além de penalizar os consumidorese os segmentos da revenda, propicia um extraordinárioganho em vultosas aplicações no mercado financeiro,inclusive com a remessa de maior quantidade de royal­ties ao e~ terior.

O Legislaltivo não quer fazer restrições ao lucro. masque seja de ordem operacional e não financeiro, dentrodos princípios do capitalismo.

Impõe··se a justa divisão e o equacionamento dessemercado .. cujas resoluções e portarias, hoje, beneficiamunicamente as Companhias Distribuidoras, em detri­mento da revenda e do próprio mercado consumidor.

E essa pretendida divisão não irá significar reduçãodo volume de vendas para essas Companhias Distribui­doras, pois o que deixarão de comercializar aos consu­midores finais. comercializarão para a revenda, obriga­toriamente, pois são os únicos fornecedores entre ossegmentos e a refinaria.

Não hü, no projeto, restrições quanto à atuação docapital estraageiro, na divisão pretendida no mercado,mas, antes, a nítida proteção das Companhias Distribui­doras hoje instaladas no País para que estimulem comsegurança novos investimentos.

Esse m.ereado, por certo, comporta e absorve novosinvestimentos. Ao contrário, há no projeto sentimentode jnstiça, para equilibrar o importante mercado quehoje, apesar de satisfatoriamente controlado pelo Con­selho Nacional do Petróleo, necessita da proteção legis­lativa sob o enfoque dos nOVOS arejantes princípios cons­titucionais.

Sala das Sessües, l' de junho de 1989. -Max Rosen­mann.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

CONSTlTUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

··· .. · ·· .. ·..TiTULO·VÚ .. ·.. ·.. ·.. ······ ······D21 Ordem Econômica e Financeira

CAPÍTULO IDos Princípios Gerais da

Atividade Econômica

Art. 171. São consideradas:

II - empresa brasileira de capital nacional aquela cu­jo controle efetivo esteja em caráter permanente soba titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domi­ciliadas e residentes no País ou de entidades de direitopúblico interno, entendendo-se por controle efetivo daempresa a titularidade da maioria de seu capital votante

Sábado 10 4659

e o exercício. de fato e de direito. do poder decisóriopara gerir suas atividades.

TÍTULO IXDas Disposições Constitucionais Gerais

Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de eom­bustíveis de petróleo, álcool carburante e outros com­bustíveis derivados de matérias-primas renováveis, res­peitados os princípios desta Constituição.

PROJETO DE LEIN' 2.616, de 1989(Do Sr. Flávio Rocha)

Dispõe sobre linha de financiamento para instalarunidades de produção de eteuo nas usinas de desti­lação de álcool do Norte, Nordeste e Centro-Oestedo Brasil.

(Às Comissões de Constituição e Justiça e Reda­ção; de Desenvolvimento Urbano, Interior e Índio;e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' Os recursos de que trata o art. 159. I. alínea

c, da Constituição Federal, para aplicação de três porcento do produto da arrecadação dos impostos sobrea renda e proventos de qualquer natureza sobre produ­tos industrializados em programas de financiamento aosetor produtivo das regiões Norte, Nordeste e Centro­Oeste, terão por objetivo precípuo oferecer o suportefinanceiro necessário ao desenvolvimento das ativida­des sócio-econômicas destas regiões.

Art. 2' Dos recursos previstos no artigo anteriordesta lei, dezenove inteiros e cinco décimos serão desti­nados a uma linha ~special de crédito financeiro paraa instalação c manutenção de unidades de obtençãoindustrial de eteno e outros derivados sucro-alcoolquí­micos nas usinas de destilação de álcool instaladas fisica­mente nos Estados da Federação confinados dentro dasregiões fisiográficas do Norte, Nordeste e Centro-Oes­te.

Parágrafo único. Um cinco avos do montante dosrecursos previstos neste artigo destinar-se-á a emprés­timos financeiros para as unidades de destilaçâo de ál­cool que apresentem, expressamente. projetos de pes­quisas destinados a aprimorar téenieas de obtenção in­dustrial de derivados sucro-alcoolquímicos.

Art. 3' A linha especial de crédito financeiro deque trata o artigo anterior desta lei será disciplinada,posteriormente, em regulamentação suplementar e suaaplicação observará os seguintes critérios:

I - submissão ao que estabelece o artigo 165, pará­grafo sétimo, da Constituição do Brasil;

II - teráo acesso às linhas de crédito de que tratao artigo 2' desta lei, as unidades de destilação de álcoolinstaladas há seis anos nas regiões NOI1e. Nordeste eCentro-Oeste a partir da promulgaçâo desta lei;

IH - entenda-se por beneficiários da linha especialde créditos para financiamento das unidades de obten­ção industrial de eteno aquelas unidades de destilaçãode álcool instaladas fisicamente nos Estados do Acre,Amazonas, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia, Tocan­tins. Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte.Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia. MatoGrosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Art. 4" Os recursos de que trata o art. 2' desta leiserão administrados. respectivamente, pelo Banco deDesenvolvimento da Amazônia SIA (região Norte).Banco do Nordeste do Brasil SIA (região Nordeste)e Banco do Desenvolvimento do Centro-Oeste (regiâoCentro-Oeste).

Parágrafo único. Nos municípios da Federação on­de não haja acesso ao crédito finaneciro cspecial deque trata a presente lei. o repasse e administração dosrecursos serão chancelados pelas agências do Bancodo Brasil SIA através do Fipec (Fundo de Incentivoà Pesquisa c Ciência).

Art. 5'" O fundo específico FASE (Fundo de Apoioàs Atividades Sócio-Eeonômicas) do Banco do Nor­deste do Brasil SIA administrará os recursos financeiros

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da linha especial de crédito que trata o art. 2" destalei para o região Nordeste do Brasil, entendendo comopromitente usuário dos benefícios financeiros desta leias unidades de produção de álcool confinadas na áreafisiográfica dos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará,Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,Sergipe e Bahia.

Art. 6" O Fundo específico Fipec (Fundo de Incen­tivo à Pesquisa e Ciência) do Banco do Brasil adminis­trará, exclusivamente, os recursos previstos nos pará­grafos únicos dos arts. 2' e 4' desta lei, com autonomiapara o repasse compulsório nas regiões Norte, Nordestee Centro-Oeste.

Art. 7' O Banco do Desenvolvimento do Centro­Oeste administrará os recursos previstos no art. 2' destalei, para aplicação nos Estados de Mato Grosso, MatoGrosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, excluindo oque dispõe o parágrafo único do artigo segundo referi­do. Ao Banco da Amazônia S/A (BASA) ficaní subordi­nada a administração dos recursos na região amazônica.compreendendo os Estados do Acre, Amazonas, Ama­pá, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins.

Art. 8'" Esta lei entra em vigor na data da sua publi­cação.

Art. 9' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

I - A defasagem no preço do álcool combustível(etanol) em relação à gasolina inviabilizou. temporaria­mente, a comercialização do álcool. Esta distorção des­dobrou-se até ao nível do produtor primário da cana-de­açúcar (plantador de cana) que reduziu a sua área deplantio em virtude do desabamento do preço do :Hcool;

11 - o produtor primário sente-se, momentaneamen­te, desestimulado a plantar, em virtude do estrangu­lamento da liquidez do produto quando da entrega dacana-de-açúcar nas unidades de destilação. As usinasde destilação, por sua vez, desviam o perfil de produçãopara o açúcar em detrimento da produção de álc:ool;

IH-uma maneira de neutralizar, em parte, estesdesvios seria a introdução de novos produtos derivadosdo álcool, além do etanol, diversificando assim a linhade comercialização;

IV - a instalação de unidades de produção de etenonas destilarias de álcool diversificará a linha de comer­cialização das destilarias, neutralizando a erosão dospreços do álcool carburante;

V - existem duas vias de obtenção industrial de ma­térias-primas para se produzir plásticos:

(1) via petroquúnica, onde obtém-se o eteno a partirdo dicloro-etano. Tanto a nafta como o eteno permitemobter industrialmente toda a linha de plásticos (elastô­meros, termoplásticos e complexos polivinílicos);

VI - o eteno é um derivado a\coolquímico utilizadocomo matéria-prima para a produção de phísticos, desde

. os elastómeros até os termo-plásticos, passando pejoPVC - complexo polivinílico e este amplo espectrode utilização do eteno certamente viabilizará a sua co­mercialização. neutralizando o desabamento dos preçosdo etanol, principal produto das destilarias, juntamentecom o açúcar.

LEGlSLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÓES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

........................... 'iiTüiCi·vi················ .Da Tributação e do Orçamento

CAPÍTULO IDo Sistema Tributário Nacioual

SEÇÃO VI

Da Repartição das Receitas Tributárias

Art. 159. A União entregará:I - o produto da arrecadação dos impostos sobre

renda e proventos de qualquer natureza e sobre produ­tos industrializados, quarenta c sete por cento na seguin­te forma:

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

c) tres por cento para aplicação em programas definanciamento ao setor produtivo das regiões Norte.Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituiçõesfinanceiras de caníter regional de acordo com os planosregionais de desenvolvimento ficando assegurado aosemi-árido do Nordeste a metade dos recursos destina­dos à região, na forma que a lei estabelecer.

CAPÍTULO IIDas Finanças PUblicas

........................................................................SEÇÁO II

Dos Orçamentos

Ar!. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo es­tabelecerão:

§ 7" Os orçamentos previstos no § 5". I e 11, desteartigo, compatibilizados com o plano plurianual, terãoentre suas funções a de reduzir desigualdades inter-re­gionais, segundo critério populacional.

O SR. PRESIDENTE (F1oricenq Paixão) - Findaa leitura do expediente, passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Tem a palavra o Sr. Daso Coimbra

O SR. DASO COIMBRA (PMDB - RJ. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputadosem 8 de maio de 1878 circulava a primeira edição deO Fluminense, decorridos 111 anos, hoje, um dos maisimportantes e tradicionais diários entre os jornais denossa imprensa.

Como homem público, radicado na política c na vidaadministrativa do Estado do Rio de Janeiro, posso teste­munhar, um fato notàrio na vida desse jornal. Refi­ro-me à coerência de sua linha eomportamental, retra­tada nos editoriais que se sucedem a cada dia. Nãohouve variações contundentes, ao sabor das mutaçõespolíticas ou sazonais. Houve uma linha de equilíbrio,voltada para a defesa da democracia, das liberdades,das garantias individuais e coletivas, do direito inerenteà vida e à propriedade. assuntos estes sempre tratadoscom absoluta isenção, mas dentro do primado do direitoe das tradições do povo brasileiro, da sociedade e dafamília do Estado do Rio de Janeiro.

No século passado, ainda era O Fluminense um jornalprovinciano, sem vôos maiores em direção a posiçõesmercadológicas no contexto nacional. O jornal soubemanter o seu destino, influindo no âmbito de sua circula­ção em favor das causas mais nobres, fazendo-o deforma desapaixonada, fiel à História, e constituindo-sehoje, através de seu extraordinário acervo, numa ricafonte de informações para estudiosos e pesquisadorese para quantos se interessam em conhecer as transmu­tações por que passou o Brasil e a Velha ProvínciaFluminense, nos últimos 111 anos.

E quando afirmo ser O Fluminense uma fonte deinformações históricas, assim o faço por conhecer onível da imprensa exercida e praticada pelo jornal. Suamarca indelével é a verdade. sem subterfúgios. semescamoteaçôes. sem disfarces, sem preconceitos, semo acobertamento de interesses dúbios, sem o enfoquetendéncioso voltado para atender a determinados seg­mentos ou a prejudicar instituições ou pessoas.

Atualmente O Fluminense vem experimentando umafase nova em sua feitura gráfica, adotando as mais mo­dernas técnicas do setor, favorecendo a leitura e melhordistribuindo os assuntos em suas páginas. dentro deum progrma de atualização profissional implantado pelaequipe que desde há muito é dirigida pelo ilustre Jorna­lista e homem público Alberto Torres, que teve inciu­sive passagem brilhante pelo Congresso Nacional e pelaAssembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Como já afirmei em outras oportunidades. ao referir­me a este jornal, sou seu leitor diário. Por isto, o queafirmo, não se constitui em elogio gracioso. mas sim

Junho de 1989

reconhecimento à realidade que marca um órgão daimprensa que se reconhece "fiel ao dever de servir àcomunidade fluminense, noticiando tudo o que lhe inte­ressa de perto há 111 anos", conforme expressões deAlberto Torres. que ainda afirmou:

"Estamos. assim, sob esse ponto de vista, empe­nhados hoje, como estivemos no passado, em servireditorialmente o melhor possível à população doEstado."

Nota-se nas palavras do Diretor do órgão que o com­promisso do jornal é eom a popnlação do Estado. Edisto são testemunhas os fluminenses que o leram aolongo deste centenário e mais uma década.

Quero registrar. de modo simples. mas sincero, omeu sentimento de alegria pelo transcurso dos i i 1anosde existência de O Fluminense, jornal que honra o Esta­do do Rio de Janeiro pelo respeito que tcm aos seusleitores e à verdade dos fatos. que narra com isençãoe atualidade.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ANTÔNIO DE .JESUS (PMDB - GO. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente. em primeiro lu­gar, quero congratular-me com V.Ex'por estar na Presi­dencia dos trabalhos desta Casa, neste dia, e por terchegado pontualmente, na hora regimental.

A suspensão do mandato parlamentar não caracterizaperseguição a membros deste Poder. Alguns a interpre­tam até como cassação, mas é medida que tem amparoconstitucional. A partir daí, apljcar tal preceito é denOssa inteira responsabilidade. E necessário que estaCasa dê o seu exemplo na execução de preceitos consti­tucionais, para qlle os demais segmentos da sociedadepossam também acreditar que estamos aqui zelandopelo exercício da democracia.

O nosso País está realmente carente de medidas sen­satas, coerentes e enérgicas, pois muitos brasileiros es­tão sedentos de moralidade. A partir dessa tomada deposição, ainda que aparentemente seja interpretada co­mo perseguição a alguns colegas - isso jamais - voltoa repetir que se trata simplesmente da aplicaçãO deum preceito constitucional. Não se caracteriza perse­guição a ninguém. É necessário que cada um de nósesteja bem atento, daqui para frente, porque toda asociedade está voltada para o nosso comportamento.

Creio que a restauração da. credibilidade política seinicia dentro deste plenário. E aqui que altas decisõessão tomadas e indubitavelmente serão refletidas dentroda comunidade. Acreditamos que nosso gesto, na apli­cação do preceito constitucional, se refletirá em outrasmedidas que também poderão ser exercidas neste Parla­mento, como outras Assembléias Lcgislativas, pois mui­tas podem estar incorrendo em determinados erros deausencia, dc omissão e de não-participação na finali­dade para a qual foram elcitos seus membros.

O mesmo deverá acontecer com relação às CâmarasMunicipais. E esse comportamento, uma vez restauradaa dignidade deste Poder, contribuirá para o aperfeiçoa­mento das demais instituições do País.

Fica, portanto, minha palavra neste sentido. Digoa todos os colegas qne, mesmo que determinadas acusa­ções nos provoquem lágrimas, pelo fato de nem sempreestarmos presentes em nossas bases, vamos represen­tá·las com dignidade, principalmente aqui, onde o povonos enviou.

O SR, PAULO PAIM (PT - RS. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, gostaría­mos, em primeiro lugar, de cumprimentar os compa­nheiros do PSB que hoje realizam seu segundo congres­so. Temos certeza de que estaremos juntos na grandefrente, para que. de fato, a ala progressista seja vitoriosanas eleições presidenciais que se aproximam.

Gostaríamos também, Sr. Presidente, de insistir notema da situação em que se encontram 60% dos traba­l~adores brasileiros que ganham até um salário mínimo.E uma indignação, uma irresponsabilidade. uma faltade seriedade - diríamo~ até - essa brincadeira feitapelo Executivo com a população. com os trabalhadoresque ganham um salário mínimo, cujo líqúido corres­ponde somente a vinte dólares.

Vejam bcm. jamais na História deste País o assala­riado brasileiro recebeu !ão pouco. Se analisarmos essaquestão econômica em todos os tempos, veremos que

.nunca o salário mínimo representou tão pouco.

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Sábado 10 4661DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)-------------------Junho de 1989

Hoje os jornais estampam a liberação de preços deeletrodomésticos e de outros produtos, a inflação de16 a 20%, enquanto o salário mínimo continua conge­lado em 81 cruzados novos. De fato, é uma brincadeirairresponsável, que poderá fazer com que a populaçãoreaja de forma semelhante à que ~conteceu na Argen­tina. Não queremos isso.

Por isso, Sr. Presidente, uso a tribuna do Legislativo,esperando ter alguma ressonãncia no Executivo, paraque este. de uma vez por todas. sancione o salário míni­mo que ainda está no vergonhoso patamar de 120 cruza­dos novos. que foi o único a que conseguimos chegar,equivalente a 30 dólares. Esperamos que isso aconteça.sem que o Governo espere o recesso legislativo emjulho. Aliás. creio que essa Mesa não permitirá, porrazões cabíveis, que haja recesso sem que uma sériede matérias de fundamental importância para a socie­dade sejam aqui votadas.

Sr. Presidente, gostaria também de informar - oque já fiz numa questão de ordem durante esta semana- que o PT entrou com uma ação junto ao SupremoTribunal. Gostaria que o Supremo se pronunciasse. ea Câmara também, sobre a inconstitucionalidade dosartigos 14 e 15 da Medida n' 63, que penalizam, deforma totalmente arbitrária, mais de 14 milhões de apo­sentados.

Falo com muita tranqüilidade a respeito desse assun­to, pois V. Ex" Sr. Presidente Floriceno Paixão, é umdos maiores batalhadores pela causa pública. Rendo-lhemerecida homenagem.

Conclamo todos os Deputados a que se somem anós, para que, antes que o Tribunal pleno se pronuncie,no exercício da soberania do Legislativo, declaremos,democrática c soberanamente, a inconstitucionalidadedos artigos 14 e 15 da Medida n' 63.

Era o que tinha a dizer Sr. Presidente.

O SR, PRESIDENTE (Floriceno Paixão) - Muitoobrigado a V. Ex'

O SR. DOMINGOS LEONELLI (PSB - BA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, deliberadamenteaguardei alguns dias para fazer um registro da nossaposição a respeito dos acontecimentos na China.

O constrangimento de constatar que o socialismo chi­nês precisa utilizar-se de tanques e balas para conterum setor de sua população, para nós socialistas, temum significado profundo e grave, que implica maiorreflexão de nossa parte do que a qualquer outra força.

Pelo que senti, ouvindo alguns pronunciamentos fei­tos nesta Casa, há uma efusiva manifestação de cruelalegria da direita com O que ocorre na China. Come­moram certos setores o fracasso do socialismo, a de­monstração do que imaginam ser a inviabilidade dademocracia no regime socialista.

Todavia, Sr. Presidente, por mais erros que o socia­lismo tenha cometido, por maiores que tenham sidoos crimes do período stalinista. por maior que tenhasido a violência cometida, em vários países, contra seuspovos - e isso aconteceu, realmente - se fizermosuma conta matemática ou algum tipo de comparação.veremos que nada do que aconteceu chega perto doque já foi produzido, em matéria de crimes contra aHumanidade, de violência contra o homem, contra apessoa humana nos regimes capitalistas.

Não há, portanto, razão de alegria para ninguém.Não há o que comemorar, por parte de nenhuma força,nos acontecimentos ocorridos na China. Se a tortura,a violência, os massacres que a História já registrouem vários regimes capitalistas envergonham a Humani­dade, significam para nós a razão para continuar nossaluta pelo socialismo e pela liberdade. Então, o massacreda Praça da Paz Celestial tem um significado muitoespecial. Na dura realidade das coisas, num regime delutas de classes, os interesses de determinada classepodem explicar a violência - até física - contra apopulação. mas nada mais se poderá compreender, eé isso o que nos constrange mais. Esta é a razão funda­mental da nossa manifestação. A nós, socialistas, essesacontecimentos da China tocam profundamente, masnos dizem que não é suficiente mudar a estrutura econô­mica. Não é suficiente sequer construir um regime polí­tico e econômico que realize uma aprte do sonho huma­no - a igualdade. o acesso à comida, à educação, àroupa, à saúde - que foi a grande conquista da revolu-

ção chinesa. Não podemos esquecer que a revoluçãosocialista chinesa alimentou. educou, vestiu e deu digni­dade humana a um bilhão de chineses. Por isso mesmoela teria maior responsabilidade; por isso mesmo dóimuito mais quando um erro tão profundo ocorre exata­mente na campo do socialismo. Não podemos esquecertambém que é no campo do socialismo que ~e verificahoje uma verdadeira revolução libertária. E o úmcoregime d, mundo capaz de realizar uma revol ução porcima, como a que est,j sendo realizada na União Sovié­tica. onde se está reconquistando a liberdade. náo sobrea base da desigualdade. não a liberdade da galinha eda raposa, mas a liberdade entre iguais. E era estatentativa de construir o socialismo com liberdade quea China ,;stava realizando e continua realizando. Mani­festo aqui a convicção profunda de que o socialismotraz em si o germe da igualdade e da liberdade. E impos­sível pensar no socialismo sem pensar em liberdade,

Os socialistas de todo o mundo seráo capazes de cons­truir o socialismo, a igualdade. mantendo. preservandoa liberdade. Nós socialistas do Terceiro Mundo, quelutamos nos países capitalistas. temos de absorver essaslições. Temos de compreender claramente que é naprópria:orstrução da transformação socialista.q~e seassegura a liberdade. Não basta construu o soclaltsmopara depois conceder liberdade. É preciso construir osocialismo em liberdade.

o SR. ROSA PRATA (PMDB - MG) - Sr. Presi­dente. Sr" e Srs. Deputados, em 1985, em Uberaba,foi criada a Bolsa de Arrendamento de Terras, atravésde ações integradas da Prefeitura Municipal, SindicatoRural e Associação dos Produtores de Grãos. A institui­ção inspirou-se na filosofia do Programa Campo Abertoque exercitávamos à frente da Secretaria de Estadoda Agricultura, baseada na ação participativa das enti­dades nos municípios.

A Bolsa de Arrendamento de Terras foi coordenadapelo enVio funcionário da Carteira Agrícola do Bancodo Brasil José Humberto Guimarães, onde atuou comdedicação e zêlo. Ela teve na região de Uberaba, preci­puamente, a função de aprovpitamento de terras subuti­lizadas com vistas ao aumento da produção agrícola,elevação da renda municipal através do aumento dorCM..oferta de empregos no meio rural, conservaçãodo solo" conservação do meio ambiente.

Naquela época, 19R5. dos 450 mil hectares de terrasagricultáveis do município 50 mil estavam em disponi­bilidade.

Sob o lema "Quem tem terra e não vai plantar arren­da, e quem não tem terra. mas tem experiência e tecno­logia. planta", a Bolsa evoluiu rapidamente.

As atividades foram surpreendentes, cabendo a cadaórgão integrante da Bolsa de Arrendamento de Terrasdesempenhar o seu papel.

A prefeitura fez a difusão, aproximou interessados,prestou assistência técnica e jurídica na elaboração doscontrato!;; o Sindicato Rural, a Associação dos Produ­tores de Grãos propagaram a idéia e estimularam seusassociados, o Banco do Brasil e demais entidades apoia­ram'o programa; todos, enfim, se somaram no processoparticipativo sem qualquer ônus aos interessados pelosserviços prestados.

Os resultados foram excelentes porque. em 1986. fo­ram inco rporados ao processo produtivo 16 mil hccta­res; em 1987. 4 mil; em 1988 mais de 8 mil; e. em1989 (até agora) mais 6.300 hectares.

Ocuparam estas terras agricultores da região e outrosvindos do Sul do país, principalmente gaúchos, catari­nenses e paranaenses.

O efei':o foi tão estimulante que no dia 31 de maiopassado (I Banco do Brasil e a Secretaria da Agriculturade Minas resolveram oficializar a iniciativa.

Atualmente, a Secretaria da Agricultura, demons­trando todo seu interesse na propagação da idéia, difun­de c assiste tecnicamente a Bolsa de Arrendamentode TerraE, em todo o Estado e o Banco do Brasil, tam­bém. trabalha o Programa a nível nacional.

No meu entendimento esta é uma contribuição sim­ples, prática e expressiva de ocupação do solo ao alcancede qualquer município que, tendo terras agricultáveis,subutiliza.das, queira vê-las ocupadas e produzindo ali­mentos.

Nesta oportunidade quero congratular-me tanto coma Secretaria de Agricultura de meu Estado, Minas Ge­rais, quanto com a Carteira de Crédito Agrícola doBanco do Brasil, que neste momento difundem e pro­movem um programa de grande alcance social e econô­mico para o nosso País. de modo especial, para o interiorbrasileiro.

Sr. Presidente. era o que tinha a dizer.

O SR. UBffiATAN SPJNELLI (PFL-MT. Pronun­cia O seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs.Deputados. em boa hora, o Poder Executivo resgatauma antiga dívida contraída com os pioneiros da ocupa­ção da Região Amazônica: os "Soldados da Borracha".

Como resultado das lutas e pressões, das quais tivea honra de participar como membro da AssembléiaNacional Constituinte, foi aprovado o art. 54 do Atodas Disposições Constitucionais Transitórias, que prcvêque "os seringueiros carentes recrutados nos termosdo Decreto-Lei n' 5.813, de 14 de setembro de 1943,e amparados pelo Decreto-Lei n' 9.882. de 16 de setem­bro de 1946. recebcrão pensão mensal vitalícia no valorde dois salários mínimos".

Estabelece, ainda, o texto constitucional que o bene­fício é estendido, também, aos seringueiros, que, aten­dendo ao apeto do Governo brasileiro. contribuírampara o esforço de guerra. trabalhando na produção deborracha. na Região Amazônica. durante a 2' GuerraMundial.

Os benefícios previstos neste dispositivo constitucio­nal são transferidos, também, aos dependentes caren­tes.

Atendendo à exigência constitucional. o Poder Exe­cutivo, através da Mensagem n' 190/89, encaminhouà consideração do Congresso Nacional projeto de lei"regulamentando a concessão do benefício previsto noart. 54 do Ato das Disposições Constitucionais Transi­tórias".

Minha alegria, hoje, é dupla: em primeiro lugar por­que vejo atendida uma reivindicação pela qual luteinesta Casa do Congresso Nacional e, em segundo lugar,porque, em toda minha vida pessoal e familiar, identifi­quei-me com os seringalistas e seringueiros da região.,Meu pai. ex-Parlamentar, pecuarista e um dos maioresseringueiros do País, me ensinou a vivenciar a luta doseringueiro da Amazônia.

Vindo de todas as regiões do País, o sei-ingueiro nãohesitou em embrenbar-se na Região Amazônica, en­frentando dificuldades e desconfortos, a inclemênciado clima, os riscos da doença e os perigos inerentesà vida na selva.

O seringueiro realmente ocupou a Amazônia, alémde sua decisiva contribuição para transformar o Brasilno l' exportador mundial de b,orracha, responsável,naquela época, por elevados saldos positivos na nossabalança comercial.

Percebe-se. porém, hoje, um imenso contraste: õ se­ringueiro, que contribuiu decisivamente para lançar oPaís no cenário econômico e político internacional elivrar a nossa economia da dependência externa emrelação à aquisição deste insumo básico da indústrianacional. vive, hoje, uma situação de miséria. E o empo­brecimento dos seringueiros acentua-se. cada vez mais.

A sua situação de miséria assume contornos belll níti­dos: baixo nível de escol:l.rização, baixo nível de saúde.desnutrição, falta de saneamento básico - tudo issoconstituindo-se em determinantes básicos de alta inci­dência de doenças infecto-contagiosas e dos elevadosíndices de mortalidade geral e infantil.

Isto é uma grande verdade, porque na Amazôniaum milhão e quinhentos mil seringueiros e Poaeirosvivem no submundo, esquecidos, como párias da socie­dade. Atualmente, só se dá atenção aos duzentos milíndios existentes no País. Não sou contra os índios,mas estamos fazendo uma grande injustiça com aquelesque ajudaram a conquistar a Amazônia. Inclusive, foicom o trabalho dos seringueiros e c<)m sua disposiçãode ocupar aquela Região que o Acre se tornou maisum dos Estados brasileiros. Então, não podemos con­cordar em que se faça um festival em torno dos índios,enquanto nossos irmãos caboclos vivem na penúria, namiséria, sendo vítimas da malária, desconhecendo atéquem é o Presidente da República e outras autoridades:Se não fosse a Rádio Nacional, certamente nem comuni­cação teriam com o Brasil e conosco,

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4662 Sábado 10

Existe, hoje, na população de seringueiros, um verda­deiro ciclo vicioso da pobreza e da doença. cujos ele­mentos determinantes são aqueles já por nós citados:carência endêmica de alimentação, habitação, sanea­mento básico, educação, saúde e emprego.

Insignificantes eram, até hoje, as ações do Poder PÚ­blico no campo da medicina preventiva e curath·a. Ine­xiste uma política permanente de assistência ao serin­gueiro. Apenas ações emergenciais para atender calami­dades e surtos endêmicos.

Acreditamos que o envio deste Projeto de Lei peloPoder Executivo é o início do resgate de uma grandedívida.

O projeto começa a tramitar. Porém a tramitaçãodas propostas legislativas é historicamente lenta e buro­cratizada. Ela precisa ser acelerada porque os serin­gueiros, na sua maioria, não podem mais esperar. SeO projeto se arrastar por seguidos anos nas Comissõese nO plenário, talvez a clientela que dele se possa bene­ficiar já não exista mais.

Aproveito. então, a oportunidade para solicitar àslideranças partidárias que requeiram. nOS termos regi­mentais. urgência para a tramitação deste projeto delei.

Solicito, ainda, que, aprovada a lei, o Ministério daPrevidência acelere o cumprimento das exigências queestabelece o projeto, no ar!. 5', no que se refere aojulgamento dos pedidos de concessão do benefLcio dapensão mensal vitalícia aos seringueiros.

Muito obrigado.

oSR. AMAURY MÜLLER (PDT - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr' e Srs. Deputados,se a política é a arte do possível, parece impossívelque militem na vida pública, em cargos de confiança,como se políticos fossem, pessoas quc não têm a mcnortradição e que ainda conservam o ranço do antorita­rismo e a veleidade de serem proprietários da verdade.

É o caso do Ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega.Funcionário do Banco do Brasil, talvez um brilhantefuncionário, mas incompetente, incapaz, irresponsável,porque vem conduzindo de forma equivocada a políticaeconômica do País, e agora. para ocultar o seu fracasso,para justificar os desmandos que tem cometido no co­mando da política econômica nacional. em São Pauloacusa a classe política de scr desinformada e de terparcela substancial dc responsabilidade pela crise queerode as energias nacionais e ameaça levar a Naçãoao impasse.

Não accito esse tipo de crítica, Sr. Presidente. Faleceao Sr. Mailson da Nóbrega. antes de tudo, autoridademoral para fazer gualquer tipo de acusação ao Parla­mento brasileiro. E verdade que temos nossas fraquezase somos um Poder desarmado e, portanto. vuln'~rável

às arremctidas daqueles que ,não se conformam comos avanços da democracia. E verdade que, sendo oBrasil uma sociedade pluralista, o Parlamento é umproduto dessa situação. Aqui estão representados e un­gidos pelo voto popular todos os segmentos da socie­dade'brasileira, com todas as suas mazelas e equívocos,mas também com todas as suas virtudes. Nenhum denós, Sr. Presidente, em momento algum e, principal­mente, quando o País vivia sob o tacão de uma brutale sanguinária ditadura. se omitiu dos seus compromis­sos, salvo aqueles incorrigíveiS que conquistam seu man­dato a peso do dinheiro e fruto do poder econômico.

Por isso mesmo. quero devolver com veemência asacusações que o irresponsável Ministro Mailson dia Nó­brega fez a este Parlamento, na certeza de que outrasvozes se ergueram em defesa de uma instituição quenão é tão corporativista assim e que não cuida d,~ seusinteresses. colocando-os acima dos interesses do povobrasileiro.

Os fatos são irretorquíveis. O PDT, especialmente,e os partidos que têm uma identidade maior com osofrimento e a opressão da sociedade brasileira, sempresustentaram aqui teses progressistas, identificada,; comas aspiraões e os anelos do cidadão oprimido, exploradoe marginalizado. Prova é a Assembléia Nacional Consti­tuinte, que chegou a um texto que, se não é o melhor,pelo menos contempla, em tern:tos de direitos sociais,basicamente as prerrogativas essenciais e f!,ndamentaisdo trabalhador brasileiro.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Agora. se o Sr. Mailson da Nóbrega serve a outrosenhor, serve a um governo que voltou as costas paraa sociedade, para a História e para o povo. a estóriaé outra. Se S. Ex' serve ao capital estrangeiro, ao latifún­dio, aos banqueiros, que vá prestar contas aos seussenhores, mas não venha jogar pderas em um telhadoque é sabidamente fn\gil, mas certamente é mais forteque o seu. que é de um vidro extremamente fino.

Sr. Presidente, queria também, além de rebater asacusações inoportunas, injustas e hipócritas do Sr. Mail­son da Nóbrega, lembrar que ontem transcorreu o 25"aniversário da cassação do ex-Presidente Juscelino Ku­bitschek. Foi uma das vítimas do rcgime militar e, ape­sar de penalizado pelo que não cometeu, apesar deser vítima de um regime que até ajudou a construir.em certo momento. não guardou qualquer rancor eestendeu a mão àqueles que o apedrejaram e o agredi­ram. Mas, como ele, muitos de nós sofremos os horroresdo regime militar, que muitos querem agora desarqui­var, na equivocada ilusão e não vã esperança de salvareste País.

Sr. Presidente. este País será salvo por todos nós,na medida em que nos convencermos de que a demo­cracia. por mais errada que seja, é o úrúco caminhocapaz de construir uma sociedade mais solidária, maisjusta, mais igualitária e. sobretudo. mais humana.

Estamos próximos de uma eleição presidencial, quan­do, após trinta anos de absoluta abstinência, de supres­são de direitos fundamentais, o povo brasileiro voltaráàs urnas para eleger o seu Presidente. Sei que há pesqui­sas, manipuladas ou não, indicando supostas preferên­cias por gente que não tem qualquer identidade como povo, que não tem cheiro de povo e que está. peloseu passado, ainda que seja um passado conspurcadopor compromissos subalternos com elites e minoriasprivilegiadas, à frente deste processo de consulta à opi­nião pública. Mas pesquisa não ganha eleição. E a gran­de pesquisa se fará no dia 15 de novembro, quandoo povo se reencontrará consigo mesmo e assumirá estesério c histórico compromisso de indicar, pela sua von­tade soberana, um Presidente que possa corresponderàs suas reivindicações e ao exercício pleno dos seusdireitos.

É nesse sentido que manifesto a minha convicção,albergo e agasalho a minha certeza de que o povo brasi­leiro, consciente de que continua sendo explorado porgovernos ilegítimos que servem apenas aos donos daterra, aos donos do dinheiro, saberá fazer a sua opção- c aí aparece a figura extraordinária do ex-Gover­nador gaúcho e do Rio de Janeiro, Leonel Brizola.Não me importa que as pesquisas digam o contrário,importa-me apenas que no dia 15 de novembro o povobrasileiro dará a sua contribuição para ajudar a salvareste País e a reconstruir esta Nação. colocando no Palá­cio do Planalto alguém que tenha compromissos comele, com a História e com' o futuro deste Brasil, e aía porca torcerá o rabo e Brizola chegará ao Paláciodo Planalto nos braços do povo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

o SR. AUGUSTO CARVALHO (PDC - DF. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Sr~ eSrs. Deputados, se pretendermos, um dia. examinara crônica médica no que se refere aos hospitais e clínicascredenciados pela Previdência oficial, iremos deparar­nos com cenas horripilantes.

A Previdência oficial, a cada instante, mostra-se nabacarrota. Crises se sucedem a crises. e o Governonão encontra outra solução, senão arrancar mais e maiscruzados dos assalariados, embora eles sigam recebendoa pior assistência possível; uma assistência que, nãoé exagero afirmar, beira à selvageria.

Faço questão de anexar a essas minhas palavras cartaque venho de receber de colega de trabalho, no Bancodo Brasil. Não sei se nos comove a pungência de seustermos. Nao sei se nos revoltam as condições em quese viu assistido seu pai.

Tudo sob credenciamento do INPS, o que sabemos Srs. Deputados, representa cobertura completa detodos os gastos, com exclusão de deslocamentos, compassagens. hotéis. .

Nada disso, Sr. Presidente, SI'" e Srs. Deputados.A questão chega ao nível da mais sórdida chantagem,já que não se trata apenas de valores monetários. de

Junho de 1989

cobranças indevidas e absurdas, mas, barbaramente,de jogo cruel com uma vida humana.

O pai desse colega chega ao Hospital da BeneficênciaPortuguesa. em São Paulo, e é encaminhado à equipedo Dr. José Pedro da Silva. Constata-se a gravidadede sua cardiopatia, a necessidade urgente de cirurgia.Alega-se estar lotado o hospital, mas se admite que,com o pagamento de taxa extra elevadíssima - quasetrês mil cruzados novos - tudo se resolveria. Seu filhoaceita as condições - que fazer? Sobrevém. contudoviolento infarto. e mais e mais se atrasa a cirurgia,diante de novos encargos. sem o que nada se faria.Tudo pago, tudo absurda e ilegalmente pago. O pairecebe assistência completa. mas falece.

Entre seu ingresso na Beneficência e seu falecimento.desenrolou-se toda a tragédia do trabalhador que buscao instituto. toda a tragédia desse tipo de credencia­mento, que transfere recursos públicos para a iniciativaprivada, iniciativa que, ainda que no terreno médicovive exclusivamente para o lucro imediato. sendo a mor­te o seu instrumento de chantagem.

Levo essa denúncia a todos 05 Srs. Deputados, equero lev,í-la à Nação, para que, Brasil afora, todosvenha a fazer as mesmas denúncias, quanto ao compor­tamento onzenário e desumano dessa gente, que esque­ce seu sacerdócio médico e investe furiosamente noterritório do lucro a cada dia maior.

A Previdência oficial, corrigindo distorções dessa or­dem, impedindo os descaminhos por onde transitamtantos e tantos recursos da Nação, poderia. não temosdúvida, impedir essa endemia de déficits e. melhor ain­da, oferecer ao povo trabalhador um atendimento maisdigno, mais humano.

Sr. Presidcnte, anexo carta que rccebi desse colegae um relatório pormenorizado de todas as etapas daverdadeira via crucis que ele e seu pai - que veioa falecer - tiveram dc percorrer, jogados sem assistên­cia, aguardando a chantagem se consumar.

Creia. Sr. Presidente. é uma denúncia corajosa, feitapor csse colega, acerca da forma impiedosa e vil comohoje se procede, tanto na própria rede de hospitaisoficiais, como, principalmente, na rede de hospitais cre­denciados do INPS. A iniciativa privada, sorvendorecursos públicos fundamentais, mas scmpre na buscade propina, de elevar a sua margem de lucro, penalizaduramente os assalariados, que não têm outro recursosenão procurar a Previdência oficial para acudir suasenfermidades.

Sr. Presidentc, solicito transcrição desse relatório.para que esta situação seja denunciada perante a Nação.

ANEXO A QUE SE REFERE O DEPUTADOAUGUSTO DE CARVALHO.

BANCO DO BRASIL S.A.DIREÇÃO GERAL

Brasília (DF), 2-6-89Estimado amigo e Deputado Federal Augusto,Solicito-lhe encarecidamente que leia, com atenção,

que o caso requer o relatório em anexo, e com suabrilhante e costumeira participação na Câmara, façaccoar com sua voz respeitada em todas os quadrantesdeste País, esta denúncia que passo às vossas mãos.

A nossa família agradcce antecipadamente. na certe­za de que através da sua colaboração a Nação e princi­palmente aqueles pobres dependentes do INPS serãoalertados para os desmandos reinantes no Hospital daBeneficência Portuguesa, notadamente, por parte daEquipe Cardiológica do Dr. J.P. da Silva, leia-se, JoséPedro da Silva.

Dó seu amigo e colega. - Luiz Tomé, DEASPIPRO­DI-212-2467/68

ALERTA À NAÇÁO E AOS BENEFICIÁRIOSDO INPS/INAMPS

Denúncia contra a equipe do Dr. José Pedro da Silva- Cardiologista do Hospital da Beneficência Portuguesaem São Paulo (SP) - Em 12-5-89 (sexta-feira), em cará­ter de urgência, meu pai Luiz Tomé de Araújo. foiencaminhado de Campina Grande (PB) para o citadohospital em São Paulo (SPl, mais especificamente, paraa Clínica Cardio-Cirúrgica J.P. da Silva. para subme­ter-se a uma cirurgia de ponte de safena, com a informa­ção de que à exceção das despesas com a viagem ehospedagem antes da internação "tudo" seria por conta

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Junho de 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)-----------------------,Sábado 10 4663

do iNPS: porém, o que se verificou naquele nosocômiofoi algo digno de filme do. tcrror, como passo a relatar:

a) A consulta (previamente marcada por telefone pe­lo médico do meu pai em Campina Grande (PB), Dr.Fernando Lira) para o dia 15-5-89 (segunda-feira) às17horas, não estava confirmada e, só dcpois que efetua­mos o pagamento de NCz$ 64,00 (preço de particular)foi realizada no dia 16-5-89 (terça-feira) às 17horas e30 minutos, pela Dr' Sandra Ribeiro Machado, médicada equipe, que solicitou/marcou cxame de cateterismopara o dia IR-5-R9 (quinta-feira) às 7horas, encaminhan­do-nos ao Cetrocard do Inamps para as providênciasde praxe (autorizaçãolintcrnação);

b) o cateterismo foi realizado no referido hospital(pelo (Inamps), no dia e hora aprazados, com alta pré-fi­xada para às 15horas;

c) por volta das 13horas (do mesmo dia) fui chamadoà sala da equipe para receber o resultado do cateterismotendo sido informado pelo cirurgião Dr. Marcelo Cascu­do que o caso era grave e que o mesmo teria de seroperado "talvez" na terça-feira (23-5-R9), devendo "sepossível" permanecer' internado no hospital, encami­nhando-me em seguida para a secretária da "equipe"para receber as "informações necessárias";

d) a secretária levou-me para uma sala reservadamantendo o seguinte diálogo comigo;

- Seu Luiz lamentamos informar que o hospital estátotalmente lotado, embora dispondo de aproximada­mente 2.700 leitos, não temos vagas, seja nas enferma·rias, apartamentos ou mesmo UTI;

- E como é que fica? perguntei;- O Sr. sabe que o INPS paga muito pouco, esta

operação é muito dispendiosa, se particular gira emtorno de NCz$ 100.000,00, por isso, estamos autori­zados por lei (mostrou·me um exemplar do DOU plasti­ficado) a cobrar uma taxa complementar.

Perguntei-lhe o valor da taxa.- Estamos cobrando a pequena quantia de NCz$

1.331J,00_ que não cobre nem a dcspcsa com o combus­tível necessário ao deslocamento da equipe.

Disse-lhe que aquilo era am assalto; ela falou-meque eu não era obrigado apagar, caso não pudesseou quisesse, só que neste cow, a equipe não tomarianenhuma providência, o meu pai teria alta às 15horase nós teríamos que diariamente deslocar-nos para oINPS para tentar uma vaga, e isto, poderia demorartalvez 1 (hum) ano ou mais.

Isto é um absurdo! bravejei, vou denunciar a quemde direito,

Calma seu Luiz, as coisas devem ser rcsolvidas comcalma, olhe, no caso de efetuado o pagamento o seupai vai ter alta às 15horas, no entanto, O senhor deixaum telefone para contacto, e a "equipe" fica encarre­gada de providenciar uma vaga, e isto nós conseguimosno máximo em 15 dias.

Lembrei-lhe que a situação do meu pai era gravee de urgência, conforme informou o Dr. Marcelo eque ele não poderia esperar 15 dias.

Seu Luiz, não terminei ainda as explicações. o senhorestlj muito nervoso, ém caso de urgência a taxa é deNCz$ 2.660.00, aí sim, o seu pai não terá alta e a opera­ção será realizada na terça-feira (23-5-89) às Rhoras.

A senhora não acabou de informar que o hospitalcstá lotado e que não tem vaga nem na UTI, comoé que ele vai ficar internado?

Não se incomode que a gente consegue.Expliquci-lhe que não estava preparando para aquela

despesa e pedi um desconto.-Desconto não podemos conceder, o que podemos

fazer é dividir em dois pagamentos de NCz$ 1.330,00cada.

- Preciso de um prazo para contactar os meus fami­liares na Paraíba e no Pará para conseguir aquela impor­tância~

~ Seu Luiz, considerando que a operação do seupai vai ser na terça-feira (23-5-89) o pagamento podeser efetuado na quarta·feira (24-5-89) NCz$ 1.330,00,ficando o segundo para 24-6-89 (concordei).

De imediato ela retirou o nome de um paciente queestava marcado para operar-se na terça-feira (23-5-89)às 8horas e substituiu pelo do meu pai. diante da minhaindignação, esclareceu·me que aquela cirurgia não erade urgência e ficaria para outra data próxima; após,forneceu-me a papelada para as providências de praxeno Inamps (guia de internação/cirurgia) e orientou-me,

inclusive, como c)everia responder às perguntas que cer­tamente me seriam formuladas no Inamps (Cetrocarddo InaJTlps sito à rua Martins Fontes, 208).

2. M 15hor~s daquele dia (18-5-89), de posse dadocumentação ~irigi-me ao endereço citado e, proce­dendo conforme instruído. consegui a autorização parainternar/ope-rar o meu pai.

3. Quando retornei ao hospital por volta das 18ho·ras fui informado de que neste interregno o meu paiteve um enfarto' violento seguido de parada cardíaca,estando. naquele momento. sobre a maca (devidamenteassistido). aguardando apenas o meu regresso para os"acertos" após o que seria.encaminhado ao centro cirúr­gico.

4. Que "acertos" perguntei indignado?-O pagamento, disse-me cinicamente a secretária;Já sem controle, lembrei-lhe que havíamos acertado

o pagamçnto para quarta-feira (24-5-89); respoudeu-mecom mais cinismo e frieza que a situação agora eraoutra. tratava-se do. uma emergência e, portanto, o pa­gamento tinha que ser efetuado naquele momento; per­guntei-lhe já aos gritos: E se não pagar ou não tiverdinheiro ou talão de cheques aqui e agora o meu painão será op'orado?

Respondeu-me apenas com gestos na boca e nas mao,como quem diz: "O senhor é que sabe".

5. Diante daquela situação, sabendo das dores dila­cerantes qU(' o meu pai estava sentindo, sucumbi à exi­gência e efetuei o pagamento.

6. Imediatamente manteve contacto telefônico coma sala onde meu pai se encontrava dizendo que podi;Wlprovidenciar a cirurgia que estava tudo certo.

7. A operação iniciou-se às 20h daquele dia(IR-5-89) indo até às 3h do dia seguinte, fazendo 5(cinco) pontes safenas e 2 (duas) mamárias, vindo noentanto, a falecer à lOh30min do domingo (21-5-89).

8. Ressaltc-se_ que após efetuados todos os paga­mcntos t:xigidos, não faltaram atenções ao meu pai,tendo sido utilizados todos os meios ao alcance da Medi­cina para a sua salvação, segundo informações da equi­pe.

9. Faço esta denúncia à Nação, não em virtude damorte do meu genitor, pois nada trará ele de voltaao nosso convívio mas, principalmcnte, para aquelesbcneficiários do INPS que se deslocam para a Benefi­cência Portuguesa com a ilusão de que ali serão aten­didos pelo INPS c, ao se depararem com a realidade,por não poderem pagar as "taxas extras" morrem àmíngua, :;em o mínimo de assistência.

Obs.: .-Todos os pagamentos foram efetuados comcheques nominais, com recibos, exceção aos aneste­sistus que se recusaram a fornecer recibos.

Brasília (DF), I' de junho de 1989. - Luiz Toméde de Ar:aújo Filho - SHCGN-714-Bloco "j"-Casa 21- Asa Norte - 70.760 - Brasília (DF) - Fone: 212-2467

O SR. INOCÉNCIO OLIVEIRA (PFL - PE. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. De­putados, a nova Constituição, ao tratar da Ordem So­cial, estabelece (art. 193) que esta "tem como baseo primad~o do trabalho e como objetivo o bcm-estare a justiça sociais", e, na seção que trata da PrevidênciaSocial (art. 201), dispôe no parágrafo 5', o seguinte;

"Nenhum benefício que substitua o salário decont1Cibuição ou o rendimento do trabalho do segu­rado terá valor mensal inferior ao salário mínimo."

Ora, Srs. Deputados, se os benefícios do seguradonão podem ser inferiores ao salário mínimo vigente,não parece justo que aqueles que trabalham para aPrevidência, como é o caso 'dos representantes do Fun­rural, est,~jam percebendo remuneração inferior ào sa­lário mínimo, em flagrante desacordo com o princípioconstitucional relativo à ordem social e com as diretrizestraçadas peja nova legislação pertinente à PrevidênciaSocial. .

Trago "ste assunto à consideração dos Srs. Deputadosem virude de estar recebendo vecmentes apelos de re­presentantes do Funrural com atuação nos inúmerosmunicípios do interior pernambucano, no sentido decorrigir O que consideram uma' injustiça perpetrada con­tra eles, qual seja, a percepção de salários mensais deNCz$ 40,00, NCz$ 60,00, o maior a nível de NCz$ 90,00quando o salário mínimo atual ficou estabelecido emNCz$ 120,00.

Vale notar que os representantes no Funrural queservem nos municípios interioranos desempenham umtrabalho relevante, do ponto de vista administrativoe até mesmo social, uma vez que são encarregados dadistribuição dos carnês aos segurados das áreas ruraisurbanas no interior, ao mesmo tempo em que se ocupamdos trâmites burocráticos relativos à concessão de bene­fícios e, inclusive, à aposentadoria de trabalhadores,além de, em muitos casos, representarem o próprioórgão da Previdência Social nos municípios onde atuam.

Tendo acolhido com bastante compreensão e a me­lhor boa vontade os reclamos dessa injustiçada classede servidores da Previdência Social, reclamos que, in­clusive, levei ao conhecimento do Sr. Ministro da Previ­dência Social. quero reiterar aqui, desta tribuna, osapelos feitos a S. Ex', cuja sensibilidade e espírito públi­co têm marcado a sua atuação à frente do Ministérioda Previdência e Assistência Social, no sentido de corri­gir essa desigualdade de remuneração atribuída aos re­presentantes do Funrura!. Seria naturalmente justo queo Sr. Ministro Jáder Barbalho determinasse o paga·menta imediato do salário mínimo vigente àqueles servi­dores, acrescido de um reajuste de ordem de 25%,50% e 75%, de acordo com o nível de classificaçãofuncional atribuído aos mesmos. conforme as normasinternas da adminsitração do Funrura!.

Estou certo de que, assim fazendo, o Sr. Ministrocorrigiria uma injustiça, tranqüilizando e estimulandoessa operosa classe de conveniados da Previdência esuas famílias.

Muito obrigado.

O SR. JOÃO DE DEUS ANTUNES (PTB - RS.Sem revisão do orador.') - Sr. Presidente, Sr'> e Srs.Deputados, estivemos ~iajando, há poucos dias, pelaAlemanha, em busca do. recursos, mi área internacionalde filantropia, para a nossa comunidade evangélica.

Durante os dias que ali ficamos, tivemos a oportu­nidade de tomar conhecimento do avanço tecnológicodaq ue le País. Muito nos impressionou o cuidado dasautoridades com referência à ecologia. bem diferentedo que ocorre no Brasil. Poderíamos até, se fôssemosfazer uma comparação. dizer que estamos atrasados,em relação à Alemanha, mais ou menos cinqüenta anos.Não vimos ali uma queimada de mata, uma derrubada.E, para que se faça alguma coisa nesse sentido, é precisoque se tenha permissão da autoridade do condado.

Procuramos também examinar o problema da impor­tação de automóveis. Ali não existe este jugo que temosno Brasil, onde uma Autolatina tomou conta do mer­cado automobilístico. Faz o que quer. impõe condiçõese preços, e temos de nos obrigar àquilo que se deter­mina,

O Governo ali abriu a importação para automóveisestrangeiros, mas nem por isso perdeu na qualidadedos seus produtos.

Pelo contrário. melhorou a qualidade dos seus veícu­los.

Mesmo com a entrada de dezenas e dezenas de marcasde veículos estrangeiros, a Alemanha continua em pri­meiro lugar na venda dos seus veículos. Estamos aquisubjugados. Foi-nos oferecido um veículo para ser trazi­do ao Brasil, mas constatamos, ao final, que tcríamosde pagar quase 300% de impostos para trazê-lo. Iriasair-nos por nove mil cruzados uma Mercedes 84, queaqui certamente custaria na base de 200 mil cruzados.

Sr. Presidente, a partir destc momento, estamos pro­curando um entendimento com o Ministério da Fazen·da, a fim de dar a oportunidade para que, no Brasil,também tenhamos esses privilégios que as nações daEuropa têm, Constatamos que lá não se verifica cssàimposição, porque existe melhor qualidade nos veícu­los. Também as empresas não deixam de produzir, por­que, a partir do momento em que outros mercadosaparecem para competir com aquilo que se tem dentroda Nação, o mercado interno tem de se desdobrar paraapresentar qualidade ainda maior nos seus produtos.

Constatamos também que lá existe uma lei muitorigorosa para as empresas poluidoras. As fábricas sãoobrigadas a apresentar, no seu produto final, algumacoisa que passe por uma fiscalização rigorosa, e nadaé largado como dejeto dentro de ria.chos, rios, etc. Pri­meiramente, tem de passar por um filtro, por um proces­so, e as autoridades acompanham esse trabalho diaria­mente. Não se vê lá o que ocorre constantemente aqui,

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4664 Sábado 10

ou seja, empresas - como acontecem em CulJatao ­largando toneladas e toneladas de matéria poluente.Vale ressaltar que Cubatüo foi considerada a ~idade

mais poluidora do mundo.Estamos, Sr. Presiçlente. realmente impressionados

com o que vimos. E, a partir daquilo que ohservamose aprendemos in loco, voltamos com nossa mentalidadecompletamente mudada. Vamos, então, -e já falamoscom alguns Líderes desta Casa - começar a participarmais, inclusive já nos incorporamos aos movimentosecológicos que, embora pequenos, incipieutes, espera­mos que se tornem grandes e reconhecidos nest,~ País.Pretendemos trabalhar em favor da ecologia, da preser­vaçáo da fauna e de tudo que possa trazer benefíciopara esta Nação.

Sr. Presidente, chamou bastante a nOssa atenção aliberdade existente para a importação de produtos es­trangeiros naquele País, enquanto estamos cerceados,no cabresto, impedidos de dar qualidade maior paranossos produtos, porque uma mcia dúzia de empresasprivilegiadas estão fazendo aquilo que náo desejamos.Elas nos estão trazendo no buçal, dirigidos. Esperamosque, com o passar do tempo, tenhamos a oportunidadede modificar esse estado ele coisas.

Durallte o díscurso do Sr. João de Deus Amunes,o Sr. Floriccllo Paixão, Suplente de Secretário; dei­xa a cadeira da presidência, que é ocupada peloSr. inocêllcio Oliveira, l' Vice-Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) -. Tema palavra o Sr. Elias Murad (Pausa).

O SR. ELIAS MURAD (PTB - MG. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Se' e Srs. Deputados,assomo à tribuna para fazer uma queixa e uma denúncia.Levantei-me, esta manhã, às 5h15min - isso não querdizer que eu não goste de uma boa cama - e dirigi-meao Aeroporto Internacional de Brasília, a fim de tomaruma aeronave da Varig. às 6h45min, com desdno aBelo Horizonte. Entretanto, Sr. Presidente, Srs. IDepu­tados, depois de marcada a passagem e recebida a or­dem para o embarque, fui informado, sem maiote~;deta­lhes, de que o avião estava atrasado.

A denúncia que desejo fazer é a de que as companhiasaéreas brasileiras não dão a menor satisfação aos usuá­rios. Não se interessam sequer por informar o que real­mente está ocorrendo. Quando chegamos um minutodepois do prazo, perdemos o lugar. Mesmo sendo :repre­sentantes do povo, autoridades ou o que for, essa,; eom­panhias não levam isso em conta. E satisfação aos usuá­rios elas não dão.

Depois de muita insistência e procura, ficamos saben­do razão do atraso. Pasmem,cclSr. Presidente, Srs. Depu­tados: disseram que o piloto não apareceu. O :pilotosumiu. Pergunto: é possível uma, cnmpanhia do porteda Varig não ter um piloto reserva'? Quando indaguei.responderam; "Não, este que sumiu já é o re~jerva.

Quer dizer, o outro, não se sabe sequer onde anda.Vejam bem. não dão a menor satisfação.

Estou hO.ie ueste plenário, quando já deveria estarem Belo Horizonte cumprindo compromissos impor­tantes que assumi na capital mineira. alguns deles atérelacionados com Comissões e órgãos que presidimosneste Parlamento. E o mais interessante da história,Sr. Presidente, Srs. Deputados, é que essa companhia,que, como disse na semana passada, já foi um dos orgu­lhos dos transportes aéreos nacional e internacional,está decaindo a olhos vistos. Basta dizer que, há poucotempo. foi feita denúncia, comprovada depois, de con­trabando de uma tonelada de cocaína do Rio de Janeiropara Miami, num dos vôos de carreira da Varig.

O requerimento que dirigimos à Mesa, com parecerfavorável de V. Ex', é um pedido de esclarecimentosàs autoridades brasileiras e ao Presidente da Varig :;obreesse fato nebuloso.

Se fossem somente alguns quilos, ainda poderíamosprocurar uma explicação, mas não se faz contrabandode uma tondada de drogas sem a conivência de altasautoridades da instituição. No entanto. apenas um ex­funcionário foi preso e dois subalternos denunciados.

Quero registrar o meu protesto contra dois fatos:primeiro, o descaso com que essa companhia está tra­tando seus usuários. Costuma-se criticar as estatais eelogiar as empresas privadas. Entretanto, é de justiçaque se cdiga que os serviços da estatal da Vasp '~stão

DIÁRIO DO CONGRESSO NAÇIONAL (Seçáo I)

mil vezes melhores do quecos d.essa empresacparticular.Segundo, o tráfico de drogas por aquela empresa, man­chando a figura tradicional do transporte aéreo brasi­leiro e o nome do País.

Não é só uma revolta quanto ao mau tratamentodispensado àqueles que usam seus aviões de carreira.Não é só isso. Já fiz a mesma denúncia do contrabandode drogas. duas vezes, desta tribuna. e até hoje estamosesperando os esclarecimentos da Presidência da Varigou de algum outro diretor que seja o responsável pelotransporte aéreo internacional. Estamos sem qualquerresposta ou esclarecimento atê hoje.

Quero, portanto. da tribuna desta Casa. que constituia voz dos reclamos de toda a população brasileira, regis­trar esses dois fatos lamentáveis: o descaso pelos usmí­rios e a indiferença da empresa pelos problemas causa­dos, e mais. a profunda admiração pela justificativa apre­sentada.

Além disso, mais uma vez quero reafirmar o requeri­mento de informação para que a Varig esclareça. demancira adequada, não só para nós, mas para todoPaís, aquele contrabando de uma tonelada de coeaína.do Rio de Janeiro a Miami, em um vôo de carreira.Caso contrário. continuaremos a afirmar que, no tráficode drogas ou entre os traficantes, no Brasil, há umadiferenç'l maciça: o pobre vai para a cadeia, e o ricopara a Suíça. Muito obrigado. Sr. Presidente.

O SR. JOSÉ FERNANDES (PDT - AM. Sem revisãodo orador.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, a situa­ção no País está ficando cada vez mais jocosa. Aparece,por exemplo. nas disputas presidenciais, um candidato('"sultão''. ""caçador de marajás l

', que se s'abe haver con­tratado a maior marajá do Brasil, uma servidora, porcerca de 23 mil dólares mensais. Ao mesmo tempo,sob o manto da hipocrisia, apresenta-se ao País como"caçador de marajás". (Palmas nas galerias.) É um "sul­tão" com seu mandarinato. Por Outro lado, é um homemque deveria, pelo menos, reconhecer as dificuldadesdo trabálhador brasileiro e das diversas elasses sociais,com exceção daqueles que têm suas atividades prote­gidas pelos diversos cartórios estatais do País.

Hoje o Sr. José Sarney, nO famoso programa de rádio"Conversa fiada" - ao Pé do R,idio" vem acusandogenericamete o Congresso Nacion'll. através dos seusParlamentares. Para obrigar-nos a tolerá-lo por maisum ano de desmando, juntamente com seus ministros,o Sr. Sarney exerceu pressões e concedeu favores paraobter os votos que lhe permitiram ficar cinco anos.

É interessante observar também que não foi este Con­gresso que começou a promover o maior arroeho salarialda História deste País, que hoje nem consegue se ali­nhar, ou, pelo menos, se nivelar a qualquer outro queesteja entre os vinte primeiros do mundo, em termosde desenvolvimento. É o país onde a remuneraçüo dosfatores do trabalho está mais diminuída e achatada emtodo o mundo. Atualmente - segundo cáleulos de espe­cialistas nüo chegam a ter sequer 30% de participaçaoda remuneração do trabalho da massa salarial em rela­ção ao Produto Interno Bruto.

Nüo fomos nós que iniciamos o Plano Cruzado, aque­le famoso engodo, aquele estelionato eleitoral, paratentar ganhar eleições enganando a população brasi­leira. Lamentavelmente o Presidente Sarney engana-sequando pensa que, atacando o Congresso. tentandodenegrir. como um todo. esta Casa c também o SenadoFederal, vai-se livrar das mazelas dos erros e das irres­ponsabilidades que proliferaram em seu Governo. Eo Ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega. vem hojetambém querendo "tirar uma casquinha" dos políticos.Acl~o até que, se há algum pOlítico que S. Ex' saibater cometido algum erro ou estar envolvido em algumtipo de negociata - por exemplo, já estamos falandono assunto, aqueles que andam pela Caixa Econômica,pelo BNDES, pela Sudene e assim por diante - queindique ao País seu nomec, informe o fato e tome provi­dências, porque esta é sua obrigação. Estará evidente­mente, incorrendo em crime se não tomar providênciassobre o que sabe. Ao vir. porém, desfazer dos políticosbrasileiros, dizendo inclusive que os que formularampropostas foram os que conseguiram properar, demons­tra total desinformação.

Vou dar, portanto algumas alternativas ao Sr. Mau­son da Nóbrega. Em vez de vir acusar às cegas, semcitar nomes, sem nada, o Sr. Maílson deve fazer algumas

Junho de 1989

coisas. Por exemplo: quem sabe o Sr. Ma,1son, Ministroda Fazenda, que tem obrigação de tomar medidas con­tra a corrupção, não poderia resolver o problema dosaque. do assalto ao Basa. provocando um rombo de30 milhões de dólares a este banco'? Quem sabe o Sr.Manson não pode apurar os escândalos do Ministêrioda Indústria e do Comércio oU !BC? O que o Sr. Maílsontem a dizer ao povo brasileiro em relação à corrupçãona Sudepe'? Se quiser, S. Ex' ainda pode contribuircom o Tribunal de Contas da União. Hoje, o mesmojornal em que o Sr. Maílson acusa levianamente a todos,noticia que o 'fribunal de Contas da União apura atos,de corrupção no IAA, cujos ex-diretores estão sendointimados a devolver o dinheiro.

Enfim, é preciso que neste País os homens tenhampelo menos sinceridade nas suas palavras e, sobretudovergonha moral, para não fazerem acusações indevidas,genéricas.

Que o Sr. Maílson cuide de trabalhar para diminuiro índice de corrupção inaceitável do Governo a quepertence.

Esta é a colocação que faço. para que S. Ex' nãocontinue nessa tentativa de apagar os seus erros e assuas corrupções em cima do Congresso Nacional. indis­tintamente. Se o Ministro conhece algum Congressistasobre quem recaia qualquer acusação de prática de cor­rupção ou deslize, que possa colocá-lo diante da justiçamoral legal do País. que indique o nome desse Congres­sista, mas que mio ofenda a todos, numa leviandade,numa irresponsabilidade inominável para aqueles quequerem bem representar o povo brasileiro.

O Sr. Miro Teixeira - Sr. Presidente. peço a palavrapela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT - RJ. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presideute, como não vejo avulsossobre a bancada, gostaria de saber se hoje temos algumprojeto em discussão e se há Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (fnocêncio Oliveira) - Nassessões de segundas c sextas-feiras não haverá Ordemdo Dia.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Agradeço a V. Ex' oesclarecimento.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o Sr. Jorge Hage.

O SR. JORGE HAGE (PSDB ~ BA. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. ontem, a Comissão deEducação da Cámara dos Deputados recebeu a visitado ilustre Ministro da Educação, convidado a dar seudepoimento e a trazer suas propostas ao Projeto deLei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, quese elabora neste momento naquela Comissão.

De fato, este foi o momento em que se efetivou,na prática, exemplo concreto daquilo que pode repre­sentar a col'lboração entre o Poder Legislativo e órgãosdo Poder Executivo. E a impressão deixada. no conjun­to, pela proposta do MEC para a nova Lei de Diretrizese Bases da Educação não foi altamentc favorável. Aproposta que deverá vir do Ministério da Educaçãoparece ser. de fato. a de um projeto comprometidocom a educação pública e gratuita neste País.

Independentemente de divergências que tenhamosquanto a inúmeros pontos e questões polêmicas, noessencial, no básico, que é o compromisso com a educa­ção pública. tudo está a indicar que o Ministério daEducação, com a equipe que atualmentel nele milita,vai demonstrar substancial diferença em relação às ges­tões anteriores, particularmente no período da chamadaNova República,· em que foi capaz de retroceder emrelação aos próprios governos militares.

A impressão favorável que nos traz a proposta que'deverá vir do Ministêrio, referente à Lei de Diretrizese Bases da Educação, niio é suficiente para tranqüilizaros que militam na área da educação, porque pertna­necem paralisadas as universidades públicas brasileiras,as escolas superiores da rede pública federal. Não seencontrou ainda solução capaz de fazer voltar ao funcio­namento a nossa rede de ensino público superior.

Depositamos grande esperança na audiência marcadapara a próxima terça-feira, no Ministério da Educação,

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Junho de 1989 .mARIo DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Sábado. 10 4665

COMPANHIA BRASILEIRA DE TRENS URBANOS - WTUPREVISÃO OE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS

Em mil passag.

Diante dos dados acima, que foram publicàdos pelaAbifer - Associação Brasileira da Indústria Ferroviá­ria, mostrando as verdadeiras necessidades nacionaispara manter um sistema de transporte de massa comalguma eficiência, ficamos perplexos com o que, temoscerteza, ocorrerá. pela falta absoluta de recursos.

O Pais não vai parar de crescer l principalmente nosgrandes centros, onde a exigência de transporte de mas­sa vai se tomando insuportável. Que esta Casal comos novos poderes adquiridos a partir de 5 de outubro

ção dos mangues. Por isso que, para nós, o mais impor­tante é a conscientização.

Acabamos de elaborar a Constituição. Estamos commais de duzentas leis a serem consolidadas. No entanto,o que está faltando ao brasileiro é a conscientização,no sentido de que somente com seu trabalho e esforçopoderemos ter a Pátria magnífica-que almejamos.

O SR, ÂNGELO MAGALHÃES (PFL - BA. Semrevisão do oradoL) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,cabe-me em nome do Partido da Frente Liberal, fazero registr~, com pesar, do passamento daquele que foium político militante em Macarini, no Estado da BahIa,o ex-Prefeito, ex-Deputado Clério Correia. .

Clério Corrcia foi um homem dedicado à sua CIdadee à sua gente. Exerceu a política e, concomítantemente,a pecnária e a agricultura. cidadão útil, prestou à gentepobre do seu Município assistência permanente.

Que Deus guarde a sua alma. A saudade de todosos companheiros do Partido da Frente Liberal.

O SR, DENISAR ARNEIRO (PMDB - RJ. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, as ferro­vias deverão duplicar sua capacidade para atender àdemanda nas capitais. O papel que as ferrovias desem­penham, como solução de um dos problemas cruciaisdas grandes Cap'itais do País- o transporte de passa­geiros - é pouco visível, a não ser para os usuáriose, naturalmente, para os operadores. Entretanto, atual­mente, mais de quatro milhões de passageiros diâriossão transportados pelos vários sistemas integrados àCBTU, em operação no Rio, São Paulo, Belo Hori­zonte, Recife, Porto Alegre, Fortaleza, Natal, João Pes­soa, Salvador e Macei6, pelos metrôs de São Pauloe do Rio de Janeiro e pela Fepasa, em São Paulo.As Capitais e Regiões Metropolitanas abrigam maisde 40 milhões de pessoas, número que deverá crescernos próximos anos, pois medidas para fixação das popu­lações rurais em suas regiões náo estão ~endo suficientespara evitar o fluxo migrat6rio em busca da cidade gran­de. A demanda, portanto, deverá continuar crescendo,e a infra-estrutura das cidades permanecerá deficitária,incluindo os transportadores. Para atender às necessi­dades dos meios de locomoção, a fim de evitar o caosurbano e explosões de caráter social, possibilitando con­dições mínimas de sobrevivência I será fatalmente neces­sário expandir os transportes, seja com implantaçãode novos sistemas, seja pela recuperação dos existentes,já saturados e abaixo dos níveis adequados de operação.Nos pr6ximos quatro anos, a demanda projetada pelasoperadoras corresponde ao dobro da atual, e O seuatendimento somente será possível com investimentos·maciços para expandir a capacidade dos sistemas. Casosejam destinados à CBTU dois bilhões de dólares noperíodo 1988-1991, seu sistema, cuja capacidade atualé de transportar 2,8 milhôes de pa6sageiros-dia, deveráaumentar para 3,1 milhões em 1990 e para 4,5 milhõesem 1991.

com todas as entidades da área} em mais uma tentativade, na mesa de negociação, se conseguir remover osóbices fundamentais que motivaram o fechamento dasuniversidades. Este fato ocorreu não por meras razõescorporativas ou de reivindicação salarial, mas por moti­vos patri6ticos. É um movimento que se levanta paraimpedir o estrangulamento e o suca\eamento total danossa rede de ensino superior, pelo encurtamento, iné­dito na história, das verbas de manutenção para as uni­versidades.

Não se trata, portanto, de simples greve de reivindi­cação salarial, mas em defesa do funcionamento da redepública de ensino superior. Temos fundadas esperançasde que se encontram soluções paliativas e imediatas,pela via de suplementação e da abertura de créditosadicionais.

Pelas informações que já temos, constata-se que épossível tirar essas instituições do "sufoco" mais ime­diato com verbas de outros custeios de capitais, quepoderão resultar numa cifra equivalente a um terço,ou à metade do que era solicitado, isto é, quatrocentosou seiscentos milhões de cruzados novos. Mas isso nãoé garantia de que nova crise não volte a ocorrer nopr6ximo semestre ou no próximo ano.

É imperioso que a prioridade à educação deixe deser apenas retórica e conversa fiada de Governo quese sucedem. e passe, de fato, a ser uma prioridadepresente na hora de definir os recursos no Orçamentofederal. Estamos certos de que isso s6 acontecerá como novo Governo, escolhido legitimamente pela vontademajoritária do povo brasileiro, em cima de propostase programas de prioridades concretas, como são as domeu partido, o PSDB, e do candidato Mário Covas.Enquanto não forem removidas as causas básicas detudo isso, estaremos apenas superando mais uma crisepara cair em outra, no pr6ximo exercício. (Palmas nasgalerias.)

oSR. CHICO HUr.mERTO (PDT - MG. Pronunciao seguinte discnrso.) - Sr. Presidente, Sr'!s e Srs. Depu­tados, a partir de ontem, c todas as quintas-feiras, reu­nir-se-á ordinariamente na ala Senador Nilo Coelho,do Senado Federal, a Comissão Mista de Estudos Terri­toriais, constituída na exigência do artigo 12 do atodas Disposições Constitucionais Transitóriaas com a fi~

nalidade de "apresentar estudos sobre territ6rio nacio­nal e anteprojetos relativos a novas unidades territo­riais, notadamente na Amazônia Legal e em áreas pen­dentes de solução".

A importãncia da instalação desta Comissão, Srs. Par­lamentares, se dá não s6 pela honorabilidade e honradezde seus membros que, temos certeza, irão dar de sio que necessário for, para o bom andamento e apressa­menta dos trabalhos da mesma, como também pelaurgente necessidade se fazer cumprir um preceito cons­titucional garantido em 5 de outubro de 1988.

Tão importante é esta Comissão que a proposta denossa autoria, apresentada dia 13 de outl,bro de 1988,que previa a realização de um plebiscit<), para que apopulação do Triângulo se manifestasse sobre a suaemancipação, foi derrotada nesta Casa, dia 26 de abrilúltimo, por uma pequeníssima margem de votos (159a 131) na alegaçáo dos nossos adversários, (aquelesque na verdade não querem, de forma alguma que oTriângulo exista COm mais um Estado de Federação)de que a instância correta para tratar esta matéria seriaa Comissão de Estudos Territoriais, ainda a ser insta­lada.

Fico satisfeito, meus caros companheiros, por saberque indiretamente pude ajudar e apressar o cumpri­mento desta norma contida em nossa Carta Magna.

A responsabilidade dos componentes da ComissãoMista de Estudos Trerritoriais é muito grande, poisjá começa seus trabalhos tendo de analizar as pendên­cias que ficaram da Assembléia Nacional Constituinte,principalmente os 5 novos estados que foram propostos,entre os quais se encontra o do Triângulo-cuja Emen­da Popular n" 67, com 202.577 assinaturas de eleitoresda região e mais o respaudo da AVAP - Associaçãodos Vereadores do Alto Paranaiba. Avetrim - Associa­ção dos Vereadores do TriànguJo Mineiro e CET ­Coordenação para Criação do Estado, do Triângulo,não foi aprecia.da (votada) naquela época e estã aguar­dando o funcionamento desta Comissão.

Vamos acompanhar pari passu os trabalhos desta Co­missão e nos colocar a disposição dos seus Componentespara o que se fizer necessário e estiver em nossas possibi­lidades, a fira de que nas datas aprazadas tenhamosa conclusã.o de seus trabalhos.

Desta Tribuna, quero dizer ao povo brasileiro e prin­cipalmente aos meus irmãos triângulinos", que muitobreve, estaremos cumprindo o direito constitucional derealizar o nosso plebiscito, e o Congresso Nacional esta­rá aprovando a lei Complementar que criará O nossoestado -- o Estado do Triângulo.

Já disse aqui outras vezes que estamos mineiros há173 anos, e este é o 11" movimento de emancipaçãoque se organiza, sempre com o mesmo objetivo. Jáfomos paulistas, goianos e, como mineiros, queremoster indentidade, lutamos para ter a nossa cidadania.

Aliás) nunca é demais lembrar que a cidadania éum dos trés motivos pelos quais podemos impetrar omandato de injunção de acordo com o Art. 5(1, incisoLXXI, da Constituição Federal.

O Brasil precisa de urna redivisão territorial. Estudossérios fi este respeito já foram feitos inúmeras vezes.

Confiamos em que esta Comissão tenha noção donosso tempo, assim eomo do momento e do papel histó­rico que terá de desempenhar na política brasileira.

O Triângulo, como outras regiões, aguarda ansiosa­mente pelo direito de existir eomo Estado.

Vamos somar, para o engrandecimento de nossa Pá­tria.

Muito obrigado.

O SR, ALEXANDRE PUZYNA (PMDB - SC. Semrevis~.o do orador.) - Sr. Presidente, meus caríssimosamigos Deputados e Deputados, estamos na semanado meio ambiente e da ecologia. Apesar de todas asleis existentes e de termoS' concluído a Constituição,estamos com o maior problema por falta de conscien­tização. Na última vez em que fui Prefeito, plantei ­junto c-om a população - cerca de trinta mil árvoresno meu Município. Subsistiram cerca de sete mil, emesmo assim porque foi fcito um serviço de conscien­tizal;ão junto aos habitantes.

Nas andanças pelo País, temos encontrado muitascidades limpas, bem cuidadas, onde o povo compe­netrad-D cuida do que considera patrimônio dele mesmo,patrimônio público.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, há várias cida­des nesse níveL Uma das mais importantes - Canela- é muito bonita; a população cuida realmente da ma­nutenção do patrimônio porque dizem que lá é um lugardiferente, que e eomo estar na Europa c não no Brasil.

Em Blumenau, presencie - há cerca de seis ou seteanos - à saída de um ônibus de turismo, um cidadãoCCom~m que impediu a saída daquele ônibns e exigiuque O pessoal descesse e limpasse tudo o que haviasido jogado naquele local. Isso é preservação da eco­logia.

As praias estão acabando, morrendo. O pessoal queli:da com inseticidas, fungicidas, joga-os dentro dos rios,matando os animais e os próprios seres humanos.

Precisamos de medidas objetivas que visem por exem­plo, à reposição florestal obrigat6rio nos Municípios.'Ou,em tira madeira tem de repor. Isso vai gerar empregoe mão-de-obra, e fará com que o cidadão acompanheD plantio de árvores em seu Município, i!!,pedindo-se,assim, o desequilíbrio do meio ambiente. E preciso quehaja instalação de viveiros florestais. O Ibama existepara esse fim, e fez convênios com os Municípios, porex.omplo. Mas o povo precisa estar conscientizado arespeito dessa questão. Teremos, então de fato, umtrabalho eonjugado entre os Governos federal, estaduale municipal.

É importante também que sejam preservadas as mar­gens dos rios. A Lei n' 7.511, de 1986, de· autoria donosso preclaro amigo Artenir Werner, estabelece quesejam preservadas as margens dos rios, em cerca detdnta metros de cada lado. Mas esta lei não é cumprida,por falta de condições. Essas condições têm de ser dadaspelas Prefeituras e pelolbama, fazendo com que aqueleque plante fique isento do imposto para essa finalidade.

As leis devem ser feitas, é verdade, mas o Brasilestá cheio de leis e poucas -pessoas as cumprem. Esseé o problema. Por exemplo, em Santa Catarina, pode­ríamos ter a Universidade Federal trabalhado na prote-

CAPITAIS/REGIÕES METROPOLITANAS

- Rio de Janeiro- São Pau la- Recife- Recife-Linha Sul- Belo Horizonte- Sa Ivador- Porto Alegre- Fortaleza- Natal- João Pessoa- Maceió

1989

1. 2001.100

16045

1303D

1506515186

1990

1.4001.150

·18060

20040

*165/1956530308

Page 28: Portal da Câmara dos Deputadosimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD10JUN1989.pdf · , DIARIO RepÚlblica Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLIV - N9 73 CAPITAL

4666 Sábado 10

próximo Passado, tenha conhecimento desta realidade,para que no prçamento do próximo ano, seja compreen­siva c respalde com recursos esse setor vital para evitar·mos os constantes quebra-quebras dos nossos trens,controlados hoje pela CBTU, que transmite uma ima­gem negativa, quando a culpa não é sua.

Vamos priorizar recursos em setores fundamentais,deixando filigranas para quando o País estiver em condi­ções.

Era o que tínhamos a dizer.

O SR, LÉZIO SATHLER (PSDB - ES, Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs Depu­tados, a preservação do meio ambiente. tema do refle­xão no mundo inteiro. especialmente durante esta sema~na, consagrada ao assunto, precisa tornar-se objeto efe­tivo da legislação brasileira, a fim dc significar não ape­nas intenções e princípios, mas concretas defínições pa­ra um novo processo de desenvolvimento em nosso País.

Felizmente, graças à atuação e luta de determinadosgrupos de brasileiros e entidades surgidas nos ultimasanos. cresce no Brasil a conscientizaçáo em defesa daecologia e de um racional relacionamente entre gocic­dade e natureza. através da reorganização econômicada produção e que preconize a reavaliação dos investi­mentos, levando-se em consíderação, acima de tudo,o respeito ao meio ambientc e à qualidade da vida.

A questão da Amazônica. indiscutivelmente, centra­liza as discussões sobre nossa triste realidade ambiental,marcada pela absurda devastação de florestas, rios, opróprio ar, enfim, a destruição dos requisitos a umavida saudável.

Na verdade. em praticamente todas as áreas do F'aís,verificam-se as desastrosas conseqüências da ação pre­datória do homem, facilitadas normalmente pela omis­são dos poderes publicas, sabidamente pouco eficazese até mesmo desinteressados no exercício de fisca[iza~:ão

aos atentados contra a natureza.No Espírito Santo, Sr. Presidente. o quadro de degra­

dação ambiental é por demais preocupante. em especialna região da Grande Vitólia. onde se localizam 370das 4.700 industrias do Estado. das quais apenas do:!esão responsáveis por 85% da poluição na regiã~.

A Secretaria Estadual para Assuntos do MelO Am­biente, órgão com atuação recente na estrutura do Go­verno capixaba. desenvolve considerável esforço parareverter a difícil situação, já tendo iniciado. após amplolevantamento de todos os problemas ambientais do Es­tado, a execução de projetos, como o da bacia do rioItapemirim, para o qual empresas poluidoras da ãre,'.foram intimadas a apresentar alternativas para a ime­diata recuperação daquela região,

Para a Grande Vitória, de acordo com programa es­pecífico de eontrolc da poluição. equipe da SEAMArealiza completa análise das fontes responsáveis peloproblema junto às industrias ali instaladas, a fim deobter junto às próprias empresas o compromisso deum novo tratamento, que não provoque agressões ànatureza e ao meio ambiente.

É sobremodo 10uvávc1 esse tipo de trabalho baseadono processo de conscientização, porque promove o en­gajamento das pessoas e organizações, levando-as a re­fletirem sobre a gravidade do problema e a adotaremmedidas saneadoras, em vez da simples punição despro­vida de caráter educativo,

Há que se dispor, no entanto, de instrumcntos legais,que possibilitem a aplicação de pesadas penalidadesaos agentes poluidores, caso persistam em desrespeitaras normas técnicas preservacionistas, as quais deverãoensejar testes rigorosos nos equipamentos e sistemasde operaçáo, inclusive como pressupostos à autorizaçáopara o exercício de qualquer atividade que possa provo­car riscos ao meio ambiente.

A Constitaição Federal, refletindo intenso trabalbode Parlamentares Constituintes comprometidos com acausa ecológica, dedica um capítulo inteiro ao MeioAmbiente, disciplinando atribuições e responsabilida­des dos Poderes Publicas c da sociedade, que assegurema efetividade do direito de todos a condições ambientaisverdadeiramente equilibradas.

Outros passos importantes vêm sendo conquistados,com a elaboração das constituições estaduais e a conti­nuada discussão, nesta Casa, dos mais diversos aspectose situação concretas do grave problema,

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

A votação do Projeto de Lei n° 1.923-B, que criaa Comissão Coordenadora Regional de Pesquisas naAmazônia para elaboração do Programa de Pesquisassobre o Meio Ambiente e Recursos Naturais Renová­veis, é fato auspicioso a inspirar fundadas esperançasde que em breve venhamos a ter uma adequada legisla­ção, com a qual a sociedade brasileira poderá exercervigoroso controle e fiscalização dos agentes poluidoresem nosso Pais,

O SR. GEOVANf BORGES (PFL - AP. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente. Sr' e Srs. Depu­tados, o problema da despedida dos trabalhadores assu­me a maior importãncia em nosso contexto econômico.com a crise constante da mão-de-obra ociosa, principal­mente a não qualificada, que tende a multiplicar o nú­mero dos desempregados no País.

Os empresários nem sempre pautam pelos superioresinteress.es sociais a sua missão, visando exclusivamenteao lucro, e, em conseqüência. qualquer prohlema quese poderia solucionar com o incremento da produti­vidade, é resolvido com a despedida de trabalhadores.

Por isso mesmo, a nossa Iegilação ordinária. seguindohá quase meio século as Convenções da OrganizaçãoInternacional do Trabalho, procura garantir o traba­lhador despedido com uma indenização com que possasobrevivcr. enquanto procura nova colocação.

A Constituição em vigor trata do assunto, no itemXXI do art. 7', dispondo sobre o aviso prévio propor­cional aos trabalhadores, confiando sua regulamentaçãoà lei ordinária.

É o que procuramos fazer, mediante projeto de lei,estatuindo que, "quando despedido, o trabalhadorrece­berá aviso prévio proporcional ao tempo de serviço.correspondendo a um mês de indenização por ano detrabalho, o dobro se injusta a despedida".

No art. 2', preceituamos que, o piso da indenização,em caso de aviso prévio será correspondente ao salárioauferido pelo trabalhador durame os ultimas sessentadias.

Esperamos que a edição dessas medidas iniba a exces­siva rotatividade de mão-de~obra~verificada em conse­qüência da despedida de trabalhadores e que se refletede maneira desastrosa em nossa economia.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, SI' eSrs, Deputados.

O SR. FRANCISCO AMARAL (PMDB - SP. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr, Prcsidentc, Sr" eSrs. Deputados, o Presidente da Republica, Dr. JoséSarney, e o Ministro do Desenvolvimento da Industriae do Comércio. Deputado Roberto Cardoso Alves, hápouco adotaram uma decisão que, sem nenhuma dúvi~

da, será fundamental para o futuro do País: nomearo Dr. José Henrique 1urner para exercer a função deconfiança de Presidente do Instituto do Açucar e doÁlcool.

José Henrique Turner brilhou nesta Casa. Sr. Presi­dente. Sr!S e Srs. Deputados, e deixou em seus Anaisparte da imensa cultura, da inteligência ágil e profunda,do grande espírito público que o caracterizam comoser humano diferenciado e como homem publico qucsc insere na relação daqueles que devem servir de exem­plo para todos.

José Henrique Turner, Sr. Prcsidente, Sr" e Srs, De­putados, foi um executivo moderno, de visão ampla.de decisões imediatas e respaldadas em profunda sabe­doria, contribuindo de forma decisiva para o desenvol­vimento paulista quando Chefe da Casa Civil do Go­verno de São Paulo.

A decisão adotada pelo Presidente José Sarney e peloMinistro Robcrto Cardoso Alves, que seria sábia a qual­quer momento, é ainda mais lúcida por ser tomadaagora. num período em que o País vive dias difíceisno setor, tanto no que se refere à produçáo, como noque se relaciona à distribuição interna, à conquista demercado externo, ao desenvolvimento de novas ~ecuo­

logias. à inserção do Programa do Açucar e Alcoolno contexto que a modernização da economia reclama,

Crcio, portanto, Sr. Presidente, Sr" e Srs, Deputa­dos, que Presidente da República e o Ministro de Estadomerecem nossos cumprimentos pela magnífica e opor­tuna escolha.

Muito obrigado, Sr. Presidente, Sr" e Srs, Depu­tados.

Junho de 1989

A SRA. RITA CAMATA (PMDB - ES. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presideme. Sr" c Srs, Depu­tados. consumindo os já insufucientes rec·ursos orça­mentários, sem resultados justificáveis, expondo a com­plexa administração do ensino brasileiro a um deplo­rável contraste com a probreza financeira que assolaas escolas publicas, no Brasil longínquo ou na periíeriados congestionados centros urbanos. a situaçáo é a mes­ma: carência de recursos humanos e materiais.

A Folha de S. Paulo do dia 7 de junho traz umartigo da Professora Vavy Pacheco Borges, que, confor­me dados da Associação dos Professores do EnsinoOficial do Estado de São Paulo - Apeoesp. demonstraque a situação é alarmante, Dentre os inúmeros proble­mas indicados, patenteia·se a falta de infra-estruturamaterial: insuficiência de limpeza. segurança. mercndaescolar etc.

Entretanto, Sr. Presidente, Sr' e Srs. Deputados,o que mais nos assusta são os dados referentes aosrecursos humanos, em especial sobre os professores.A Associação dos Professores do Ensino Oficial do Es­tado de São Paulo denuncia que, em maio, transcorridomais da metade do semestre letivo, há Escolas que aindanão conseguiram compor seu Corpo Docente, Se. emSão Paulo. os dados são calamitosos. imaginem nosdemais estados brasileiros.

A avaliação do ensino publico brasileiro mostra sinaisexpressivos: primeiro. a grande evasão de professoresda rede publica: segundo, professores não-habilitados.e - devido, principalmente, ao fator financeiro - aevasão de alunos que se preparam para O Magistério.

No processo de ensino-aprendizagem, por mais avan­çada quc seja a educaçáo, o professor é o elementoessencial. Entretanto, no Brasil, esse fator é ignorado;parece que a falta de professores e o não surgimentode novos e capacitados elementos para o Magistérionão constituem preocupação prioritária, mas sim, maté­ria comum aos Governos federal e estadual.

Um país de populaçáo predominantemente jovemcomo o nosso, não pode voltar as costas fi sua juventude.que consome muito tempo antes de começar a produzir.

l'odos sabemos que bons salários atraem gente capa­citada; com salários ruins. dá-se o inverso; e ao salárioestã ligada a questão "status", A formação de um pro­fessor requer anos de investimento em tempo e dinhei­ro, sobretudo em nosso cotidiano, tão inflacionado eque pauperiza nossas classes médias, Quem optar poressa profissão, espera um retorno nos planos econô­micos e do reconhecimento social. Ora, nossa juventudetem de produzir cedo para manter-se a ajudar o parcorendimento familiar. Atualmente a profissão de profes­sor não oferece atrativos, e a evasão para outros setorescontinua.

A educação é tratada constantemente com descaso.tantas vezes denunciado, o que mo~tra ser ela vistacomo um problema de professores, alunos e seus pais.Até quando essa situação continuará? Quando será que05 diferentes grupos que se articulam para imprimiralguma marca na condução política do País se váo darconta de que esse não é. um problema de espedalístas,de intelectuais ou de nossos governamentes, mas, sim.uma prioridade nacional? O desprestígio da educaçãoem nosso País é tão grande que as próprias classes mé­dias esbravejam quanto aos aumentos do ensino particu­lar. negaudo-se a pagar esses reajustes por questáo deprinc.ípios, de respeitos aos congelamentos governa­mentais, esquecendo-se dos mesmos ao fazer gastos comroupas. restaurantes. diversões.

A morosidade e dificuldades inerentes à preparaçãode professores e a tudo que se refira ao processo :.::.juca­cional causam prejuízo gravíssimo para todos 05 brasi­leiros, em especial para os jovens. Embora a uma impor­tante figura se ja atribuída a afirmação de que "professorganha mal sempre e em todos os lugares" e "quemquiser ganhar mais que procure outra profissão". o pro­blema náo se resolve pela truculência, sendo sério de­mais para ser tratado com descaso e com ditos popu­lares.

O art. 23, inciso V. da Constituição garante o direitoà educação. Esperamos que não seja mais uma lei aser arquivada e que não passe de privilégios asseguradosa uma minoria.

A recente preocupação do Ministro da Educação cmatender aos pedidos de material didático feitos pelas

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Junho de 1989

escolas do País fica sem sentido se íalta o principal,o humano o professor, sobretudo aquel.e seriament~

formado e preparado para eafrentar a r;,a.hdade do e~~l­no público. Embora a infra-estrutura m~lllmanecessanaseja insuficiente, isso é algo que podera ser contornadoem menos tempo e com o cumprimento do art. 213da Constituição. Porém, torna-se necessário, uma adr~li­

nistração conscientc e que garanta os av~nços ~ocrals.

O problema do professor qualificado é m~lto mars com­plcxo e de solução demorada. Mas, se qUlsermos, ~ode­mos formar profissionais conscientes e rcsponsavels,pois condição temos. Basta que sc cumpra o que deter­mina a Constituição.

A preparação de mão-de-obra especializada,paraqualquer setor prescind,: de um professo;. Sera" quenão é óbvio que o bancáno e a vendedora tem de saberfazer contas, a recepcionista tem de saber escrever cor­retamente? Portanto, é fundamental revalonzar a car­reira do professor.

O aumento do salário não resolverá o problema qucestamos enfrentando no ensino público. Mas, sem dúvi­da, esse é o primeiro passo para que p:ofcssores cap~cl­

tados, cientes de seu papel na educaçao, seJa~ motIva­dos em sua profi'5ão, fiquem nas escolas, e nao ocorraa evasão por parte dos alunos no Ma_gistério. ,

Acreditamos que, com a formaçao responsavel dejovens e novos professores, e a motivação por partedos que j,í exercem a profissão, o nó seja. desatad~,e, finalmente, se efetue o processo de ensmo-a\,r,:dl­zagem, condizente com a nossa realidade, e o obJellvomaior na educação seja cumpndo: capacItar e prepararos jovens para a vida.

Pleiteamos dest~ tribuna aos ilustres membros destaCasa apoio, para que o ensino público brasileiro mereçao crédito que lhe é devido.

o SR. COSTA FERREIRA (PFL - MA. Pronunciao senguite discurso.) - Sr. Presidente, Sms. e Srs.Deputados, desde a década de cinqüenta, quando oserviço de assistência ao menor já mostrava o insucessoda ação governamental, no sentido de integrar à falmliaou à sociedade o menor carente ou abandonado, é cons­tante a preocupação demonstrada pela comunidade, pe­la imprensa e pelas Casas do Congresso Nacional, noscntido de arrancar dezenas de milhões de crianças bra­silcíras da· triste situação em que vegetam. entre a misé~

ria e o crime, a fome, a doença e a morte por inanição.Nesta Casa. uma ComÍsslto Parlamentar de Inquérito,

constituída para diagnosticar as cansas do problema eindicar-lhes soluções viáveis, apresentou dois alentadosvolumes, uma radiografia do nossO menor abandonado,com indicações, em depoimentos dc profunda acuidade.para livrar a comnnidade brasileira dessa mancha atéagora indelével.

Passou-se quase um decênio. e a situação melhoroumuito pouco.

Pelo menos nos últimos dois anos cessaram as revoltasdos internos nos estabelecimentos assistenciais.

Mas isso pode significar apenas o seu confórmisIIlo,não o encaminhamento para a solução desejada.

A incidência da criminalidade entre as crianças e oadolescente, a agressividade dos pivetes nos grandescentros urbanos, são os primeiros reflexos da frustraçãode muitas vidas, que, podendo ser úteis à comunidade,terminam por estiolar-se nas prisões ou tragadas pelamorte prematura.

Entretanto, o art. 227 da Constitnição afirma ser "de­ver da família, da sociedade e do Estado assegurar àcriança e ao adolescente, com absoluta prioridade, odireito à vida, à saúde, à alimentação, il educação, aolazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, aorespeito, à liberdade e à convivência familiar", livresda negligéncia, da discriminação, da exploração, da vio,lência, da crueldade e da opressão.

Por isso Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, evitarque uma criança ou um adolescente trilhem o caminhoda criminalidade é uma preocupação respaldada na Bí­blia. que diz: ensina a criança no caminho que deveandar e até quando ficar velha jamais se apartará dele.

É o meu dever zelar pelo bem-estar social de criançac adolescentes. por se tratar de nm problema social.Se não forem tomadas medidas sábias e urgentes, scre­mos os responsáveis pela infelicidade de muitos jovensque entrarão no mundo da criminalidade. Esse aconteci­mento queremos evitar, colocando em prátiça o que

prescreve " Constituição do Brasil. no concernente aesse problema angustiante e que aflige a sociedade.

Era o que tinha a dizer Sr. Presidente.

OSR. CARLOS CARDINAL (PDT-RS. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sms. e Srs.Deputados, assistimos. nos últimos tempos, segnidasmanifestaçôes de intranqüilidade c até de desespero,nos diversos seguimcntos da classe trabalhadora. Todosos planos econômicos da Nova República achataramos salários t: conseqüentemente diminuíram a qualidadede vida de maneira geral. A insatisfação aumentou.na medida em que o Governo e o Congresso tardaramem definir o salário mínimo e a política salarial. Asgrevcs se espalharam por todo o Brasil, criando umasituação quase incontrolável em determinados casos.O Cong;cesso, depois de muitas discussões, aprovou osprojetos de salário mínimo e de política salarial. En­quanto o Presidente Sarney não decide os rumOS dessapolítica, crescem as dúvidas, tanto a nível de trabalha­dores, como de cmpregadores.

A edic:ão da Medida Provisória n" 63 desfechou verda­deira on'da de repulsa nacional. A tática da barganhaespúria. usada pelo Governo, tentando ligar o saláriomínimo às contribnições previdenciárias, e a falénciaalegada da Previdência não poderão comprometer oscompromissos do Congresso Nacional com o povo brasi­leiro. Todos sabem que as dificuldades atnais da Previ­dência Social são oriundas dos desvios praticados emobras faraônicas e na compra de imóveis desnece~sáTios.

da má ge stão do órgão, dos privilégios concedidos, tantoa pesso:is físicas e jurídicas, quanto a órgãos públicosdevedor'~s da Previdência. Desta forma os aposentadosnão têm culpa do~ desmandos sucessivamente prati~

cados.O Governo não pode agredir a nOva Constituição,

desvinculando o pagamento dos benefícios do salúriomínimo, já que esta não permite qualquer contribuiçãoinferior ao salário. A Medida Provisória n" 63, alémde aumentar a contrihuição para todos, diminui o paga~

mento a'JS aposentados de maneira geral.O Congresso não poderá concordar com tais irregula­

ridades. Pn:cisará o Governo Sarney assumir as respon­sabilidades. Afinal de contas, a própria propaganda ofi­ciaI, largamcnte difundida em todo o Brasil. vendeua imagern de que os aposentados passariam a viver umnovo momento.

Confio em que o Congresso Nacional derrllbani essamedida provisória, que, no fundo, esconde intençõesque o Governo não tem coragem de confessar. Os de­fensores do caos, os que semeiam intranqüilidade, osque tentam agredir as instituições democráticas, porcerto, n~lo terão, nas suas atitudes reacionárias, o Go­verno como aliado, a não ser que alguém dentro doGoverno não queira a realização das eleições presi­denciais.

O SR. ULDURICO PINTO (PMDS - BA. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs.Deputados, não podemos ficar omissos e impassíveisdiante da grave crise que se abate sobre a lavoura ca­caueira, atualmentc abalada por urna doença vulgar­mente chamada de vassoura-de,bruxa. capaz de dizimartoda uma plantação.

Para que V. Ex" tenham elementos para uma avalia­ção daquelc que é o 13° produto nas' exportações brasi­leiras. analisemos o problema por seus vários ângulos.

Em 1986 e 1987, a seca ocorrida na Bahia provocouuma baixa na produção do cacau da ordem de 100 miltoneladas. As safras de 1987 e 1988 e 1988 e 1989 foramcomprometidas, em face de problemas climáticos, em

aproximadamente 90 mil toneladas do produto. Estasperdas equivalem a quase 350 milhões de dólares.

Evidentemente, prejuízos deste porte comprometema liquidez dos cacauicultores, levando-os a uma sitnaçãodramática.

Ao lado de problemas climáticos, os produtos têmse deparado com a queda de preços no mercado interna­cional, nos últimos anos.

Dados colhidos junto à Comissão Executiva do Planoda Lavoura Cacaueira informam:

"No exercício de 1986/87 o preço internacionaldo cacau foi em média de US$ 2,024.00 por t<me­lada, enquanto no ano seguinte. 1987/88, essa que­da 6centnou-se ainda mais, fixando-se o preço em

Sábado 10 4667

US$ 1,440.00 por tonelada. atingindo em setembrode 1988 nível mais baixo, de US$ 1,239.00 e, em28 de abril último, na Bolsa de Londres, de apenasUS$ 1,200.00 por tonelada."

Como nüo podia deixar de ser. os efeitos danososdos Planos Bresser e Verão também têm atingido osprodutores de cacau, em face da política cambial ado­tada.

Os custos de produção têm se elevado, acompanhan­do o ritmo inflacionário. chegando mesmo, em algunscasos, a inviabilizar o processo produtivo.

Srs. Depntados. este é, grosso modo, o quadro caó­tico da lavoura cacaueira. Que fazer para resgatar aliquidez econômica e financeira dos cacauicultores; cujodébito, corrigido pelo IPC de maiol89. era da ordemde NCz$ 157.953,00?

Além de atender o pleito dos cacauicultores com me,didas saneadoras já apresentadas ãs autoridades compe­tentes, 6 urgentíssimo tomar as providências necessáriasa um processo de diversificação da lavoura na regiãocacalleira da Bahia, sob pena de extinção do sonhodourado do cacau, scm que haja coisa alguma parasuhstituí-lo a médio c longo prazo.

Era o que tinha a.dizer.

O SR. GEOVAH AMARANTE (PMDB - se. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. D~­putados. após prolongad~ período de regll~e .auton­tário, que afrontou e subJugon o povo brasr1elro pormais de vinte anos, o Brasil se prepara. ObjetIvandodemocraticamente eleger seu Presidente.

Trata-se, portanto. de um evento da mais alta impor­túncia para nós, visto que é na escolha dos candtdatosque poderemos dar ao nosSO País e a seu povo a certezade um fnturo melhor.

Náo há dúvida, Sr. Presidente, de que, para atenderaos reclamos de uma sociedade sofrida. como tem sidoa nossa, que em sua grande maioria sonha em alcan9~r

dias melhores, somente um homem dotado de c.redlbl­lidade, honradez e postI>ra de estadista, da linha deUlysses Guimarães.

A Nação Brasileira encontra-se à deriva. O desem­prego, as enfermidades c a snbnntrição constam da pau­ta de cada dia.

A deficiência de estabelecimentos educacionais doGoverno Federg,l em nossO País. por exemplo, tem sidoum dos principais responstiveis pelo crescente índicede analfabetismo entre O~ mais jovens, que, em conse­qüência, descambam para o vício, para a prostitniçãoe para a criminalidade. .

O desemprego no campo sugere a seuS habltautesrumarem para as médias e grandes cidades à procurade solução para seus problemas. e os desamparadoslocais vão engrossar os cinturões de miséria desses cen­tros populacionais.

A Nação inteira, Sr. Presidente, Srs. Deputados, cla­ma por um dirigente capaz e honesto que pretendarealmente tratar de tão angustiante realidade.

Acreditamos e temos a certeza de que Ulysses Guima­rães e Waldir Pires, como Presidente e Vice-Presidentedeste País, constituem a terapia certa para o tratamentoinicial das grandes feridas sociais e econômicas que afli­gem e atormentam esta Naçáo.

Era o que tínhamos a dizer.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PDT - PE. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Sr"; e Srs.Deputados, uso esta Tribuna para requerer a V. Ex'e demais Pares a transcrição nos Anais desta Casa LegIS­lativa do Mandado de Citação do Exm" Sr. Juiz Federalda 1I~ Vara do Rio de Janeiro, que sustou a realizaçãodo leilão que o BNDES pretendia realizar no últimodia 31 de maio.

Esta corajosa decisão do eminente Juiz da 11"" VaraFederal do Rio de Janeiro representa para o Nordestee, em particular, para Penambuco, a continuação daúnica siderúrgica dc grande portc para o Nordeste erecomenda na sua privatização melhores critérios deavaliação da coisa pública, "A COSINOR" .

Por isto, Sr. Presidente, deve este documento fazerparte dos Anais da Câmara dos Depntados.

Tenho dito.

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4668 Sábado 10'

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORA·DOR:

PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERAL

Proc. n" 89.0008730-41. Tendo em vista a ameaça de grave lesão ao patri­

mônio público, apresentada nesta aç;'io, bem ainda adifícil reparação do dano, se realizado o leilão e concre­tizada a transferência ora dennnciados, caso procedamas alegações da inicial; considerando que a suslaçãodo leilão se configura, no momento, como única medidaexeqüívcl de resguardo da moralidade administrativaquc se pretendc tutelar; atcnto ainda ao fato de' queo bom senso manda prcvenir a remcdiar, sendo prefe­rível sustar a anular atos lesivos ao patrimônio públicoou de entidades de quc o Estado participe; levandoem conta a necessidade de reexame do procedimentolicitatório e da apreciação de sua legalidade, por razõesde ordem jurídica, apontadas na peça inaugural; defiroa medida liminar, determinando a sustação do leilãodas ações da Companhia Siderúrgica do Nordeste S.A.- COSINOR, até ulterior deliberação deste Juíz,).

Oficie-se ao Senhor' Presidente da Bolsa de VaJoresdo Estado do Rio ele Janeiro e ao Senhor Presidentedo BNDES - Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social, para que se abstenham do pracea­menta das ações da COSINOR.

2. Cite-se.3. Requisitem-se ao BNDES os demonstrativos dos

investimentos realizados pelo referido Banco na COSI­NOR, bem como as Atas de Assembléias de Acionistasem que constem os rcgistros de convcrsões de cr<'ditosem ações, a relação de todo o Pcssoal indicado peloBanco na administração da COSINOR e os pcríodosde sua gestão. .

4. Intime-se o eminente rcpresentantc do Ministé­rio Público Federal (art. 7", I, a Lei n' 4.717/65).

Rio de Janeiro, 31 de maio de 1989. - JoaquimAntônio Castro Aguiar, Juiz Federal da 11' Vara -RJ. .

O SR. MANUEL DOMINGOS (PC do B - 1'1. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidcnte, SI" eSrs. Deputados, a sangrenta repressão desencadeadano sábado à noite e no decorrcr desta semana pel\,exército chinês aos milhões dc trabalhadores e estu­dantes que ocupem, desde abril as ruas do país, exigindoliberdade, provocou uma onda de protestos em todoo mundo. O meu partido, o PC do B, une-se a essesdemocratas, para denunciar o rcgime de terror que ogoverno revisionista' chinês implantou, e, de públicoexige que se ponha fim às barbaridades contra o povo.

05 comunistas do PC do B, há algum tempo, denun­ciam 'a traição do Partido Comunista da China à revolu­ção popular de 1940 e ao socialismo e sua opção pelocaminho burguês.

O falso Partido Comunista da China está colhendoo que plantou áo trair o socialismo! Deng Xiaopingdesmascara-se por completo, pois sempre foi amigo doimperialismo americano, e a pretexto de modernizaro país, aplica uma política de aceitação da opnõ5sãoestrangeira, da restauração do latifúndio. e da extraçãoda mais valia dos trabalhadores. A opressão capit,.!ista,é óbvio, gera a resistência do povo, que foi às ruaslutar por liberdade. E a resposta às pressões popuilaresé o banho de sangue que deixa indignados todos aquelesque amam a liberdade!

Os objetivos das manifestações, no entanto, aindasão confusos. A burguesia ocidental, assim como o revi­sionismo soviético, tenta manipular a situação, que­rendo utilizar a revolta popular para aprofundar as re­formas capitalistas.

No meu entendimento, Srs. Parlamentares, a econo­mia da China, assim como o seu sistema de governo,devem ser tratados pelo povo chinês, sem intervençõesexternas. Mas penso também qne a solução dos proble­mas enfrentados pelos chineses está na retomada docaminho revoluciomírio. o qual foi intcrrompido pelatraição revisionista burgucsa do pC da China, com des­taque para Deng Xiaoping; imperador de novo tipo,inimígo do povo e do socialismo!

Os reacionários, a direita. a burguesia internacional,05 fascistas brasileiros aproveitam-se dos acontecimen­tos na China para proclamar a falência do socialismo.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçáo I)

Desejam imensamente que as pessoas de todas as na­ções venham a acreditar na inviabilidade da sociedadesocialista. Pretendem esconder que é exatamente naocasião em que 05 revisionistas chineses passam a imple­mentar com todo o açodamento o modelo capitalista;que é exatamcnte quando o governo chinês põe abaixoas conquistas socialistas, que ocorre esta repressão aomovimento popular! Se o governo chinês estivesse pcr­correndo a trilha do socialismo, não tcria contra si oprotesto do povo trabalhador daquele país, mas simtodo o seu apoio.

05 acontecimentos na China, antes de provar umapretema ínviabilidade do socialísmo, revelam exata­mente o contrário. Quando ocorre o abandono do socia­lismo é que as necessidades do povo não são atendidas.Surgem então os protestos e as rebeliões populares.Por acaso a burguesia ocidental quer proclamar queé o capitalismo o sistema que atende as necessidadesdo povo e respeita as liberdades democráticas? De nadaadianta encobrir o 501 com uma peneira. O regime capi­talista só tem oferecido fome, miséria, exploração, in­justiças, discriminações, violências e guerras! É a com·petição capitalista que, engendrando a corrida arma­Inentista. levou a uma estocagem criminosa de armasatômicas e pôs toda a Humanidade sob a expectativade extcrmínio!

Termino este pronunciamento, Srs. Deputados, reite­rando minha indignação ante os crimes cometidos pelogoverno chinês e reafirmando quc só o socialismo deverdade, e não o falso socialismo. pode ofcrecer algode bom para a Humanidade!

O SR. MAURÍLIO FERREIRA LIMA (PMDBPE. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente,Srs. Deputados, está na hora de influirmos com maisrigor na economia.

Os salários estão defasados, os índices inflacionáriosalcançam o patamar dos dois dígitos mensais, há umaprofunda fuga de capitais e uma dolarização crescentedas atividades financeiras. Seguimos à risca a receitado Fundo Financeiro Internacional e vemos a economiabrasileira aproximar-se do abismo. Hoje, o PrcsidenteJosé Sarney, em seu programa "Conversa ao Pé do Rá­dio", culpou o Congresso Nacional pelos descaminhosde sua política econômica. Alegou que criamos despesase subsídios e impedimos a desmontagem de empresasestatais e a demissão de funcionários públicos desneces ..sários. Colocou sobrc nossos ombros a carga de umamáquina governamental incficiente, como se fôssemos05 responsáveis diretos pelo seu funcionamento.

O Plano Verão tinha em si as raízes de seu sucessoe de seu fracasso. Ao congelar os salários pela média,diminuiu o poder aquisitivo do trabalhador, evitandouma corrida desenfreada de consumo. A curto prazo,esta situação ncccssitaria de uma correção gradual, demaneira a não alimentar pressões reivindicatórias dosmovimentos trabalhistas. Isto não foi feito e se transfor­mou cm uma falha que terminou por implodir o progra­ma. Ao elevar as taxas de juros a níveis astronômicos,o Governo enxugou a economia e impediu a fuga paraativos reais, como o ouro e o dólar. Em compensação.criou uma forte pressão sobre o Tesouro Nacional, ex­pandindo os meios de pagamento e desviando recursosde atividades produtivas para o open market c parao overnigbt. O Poder Legislativo não teve qualquerculpa neste processo. Por um pcríodo curto de tempo,esta política seria benéfica. Estendida artificíalmente,minou o Plano Verão.

Por outro lado, não se combateram 05 especuladorese os que burlaram as tabelas de preços, congeladosna teoria mas reajustados a qualquer pressão, por me­nor que fosse, dos produtores. Como há uma forte pres­são para exportar o máximo, uma vez que cedemosàs exigências dos credores internacionais. o Governoficou Sem nenhum instrumento de barganha. O "pulodo gato" seria a decretação de uma moratória técnica,com a aceleração gradual do poder aquisitivo da popula­ção. Com isto, desviaríamos a produção para o mercadointerno, criando· uma situação de superabastecimento.As exportações se limitariam ao necessário para o paga­mento de importações essenciais. Não foi assim queo Poder Executivo agiu, apesar dos reiterados avisosque enviamos desta tribuna .. Assim, não nos cabe aculpa por mais um fracasso do Governo Sarney na áreaeconômica. Acho até que devemos atuar com mais ri-

Junho de 1989

goro Só desta forma evitaremos outros desastres seme­lhantes no futuro.

O SR. CHAGAS NETO (pMDB - RO. Pronunciao seguinte discurso.) -SI, Prcsidente, Srs. Deputados,não poderíamos deixar de ocupar hoje a tribuna destaCasa para homenagear mais um aniversário de emanci­pação do próspero Município de Ouro Preto D'Oeste,localizado às margens da BR-364. no meu querido Esta­do de Rondónia.

SI. Presidente, o próspero Município, ao qual façoesta singela homenagem, foi criado em 1970, na épocachamado de Projeto Integrado de Colonização OuroPreto, idealizado e implantado pelo Deputado FederalAssis Canuto, homem dos mais respeitados em meuEstado peio brilhante trabalho de cxccutor do Incraem Rondônia. Hoje, S. Ex' continua honrando o Estadocomo político dos mais respeitados e competentes.

Foi criado o Município de Ouro Preto D'Oeste em16-6-81, pcla Lei n' 6.921. Seu primeiro morador foio SI. Vicente Sabará Cavalcantc; primeiro administra­dor, nosso amigo Deputado Federal Francisco Sales.Ainda hoje as marcas da sua administração estão vivasnaquele Município, tendo sido substituído pelo PrefeitoAilton Casalc.

O primeiro Prefeito eleito foi o SI. Expedito RafaelGoes de Siqueira. Conta hoje o Município COm a bri­lhante e digna administração da Prefeita Joselita Araú­jo, voltada para ° intereJ;se dos mais pobres, tendocomo vice o DI. Gabriel, técnico e político dos maispromissores.

Atualmente, conta a Câmara Municipal com 05 se­guintes Vereadores: Adinaldo de Andrade, Santos Pe­reira dos Santos, Luiz Carlos Sorroche, Braz Rezende,Masmamn Moreira dos Santos, Hailton Pereira da Sil­va, Jasmo Pereira de Castro, Salaticl Corrêa, João Ba­tista Simão e Francisco de Assis de Araujo Bastos.O Poder Judiciário está sob o comando do honradoJuiz Osmar Simão Chueri; no Ministério Público temoso Promotor Valter Teixeira; a Segurança Pública temà frente o Dr. Mahmoud Fawziel Rfibi. sendo o primci­ro-tenente Carlos Guttemberg responsável pela políciamilitar do Estado naquela localidade.

SI. Presidente e Srs. Deputados, conta a cidade deOuro Preto com quatro agências bancárias, um comér­cio forte e próspero. O Município destaca-se pela suavigorosa agricultura e pecuária. O distrito de Miranteda Serra tem como admínistrador o SI. Álvaro Gon­çalves Rocha; Vale do Paraíso, o Sr. João Batista deOliveira Teixeira Polis, David Xavier; Urupá, o Sr.Jorge Cardoso; Rondônia, o SI. Álvaro Gonçalves; No­va União, o Sr. Alberto Magno Passamani.

A fé, naquele Município, está bem representada peloPadre André Pazzaguia e pelo Pastor da Igreja Assem­bléia de Deus SI. Ermecino Alves de Araújo.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero parabenizaraquele povo ordeiro e trabalhador por miJis um anode vitória.

O SR.. JORGE ARBAGE (PDS - PA. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr"e Srs. Depu­tados, o grau de liberalidade no setor da Comunicaçãoatingiu limites não mais suportáveis pelo silêncio daSociedade. 05 programas de televisão, que penetramabusivamente nos nossos lares, não educam. Corroema moral cristã. Incitam a juventude a procurar descobriros caminhos da marginalidade, da violência e da prosti­tuição.

De outro lado, preocupa-nos a certeza de que a insti­tuição familiar esteja no itinerário da decadência, cadavez mais próxima do caos. Aliás, o problema não ésó do Brasil, mas do mundo inteiro. Aqui, entretanto,com mais intensidade e falta dc respeito aos valoresfundamentais.

Não podemos continuar omissos, vendo nossa Pátriaser transformada numa Sodoma para refastelar inte­resses desonestos de alguns poucos exploradores quefazem da Comunicição a indústria da pornografia eda violência.

Sobre o tema, o Pontifício Conselho' para as Comuni­cações Sociais publicou um documento cm Roma, dia16 dc maio último, com 32 itens, a fim de mobilizara Igreja para "uma. resposta pastoral" a essa situaçãoda sociedade. Essc Conselho da Santa Sé levou cíncoanos para e1 aborar tais orientações, que deverão agilizarPastoral da Família, da Juventude e da Educação na

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Junho de 1989 DJÁRJODO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)_..,..-__....,....,.._---_--__--_-,.---C- Sábado 10 4669, .

área da Comunicação Social. O documento distinguedois tipos dc pornografia: (I) - a branda, que podeparalisar a sensibilidade, sufocando gradualmente osentido moral dos indivíduos, até torná-los indiferentesaos direitos c à dignidade dos outros; (2)- a pesada,semelhante à droga, que pode criar dependência e levarà busca de material cada vez mais excitente,.provocandocomportamentos anti-sociais e até agressões sexuais gra­ves e perigosas. O Vaticano denuncia também a indús­tria lucrativa da pornografia, favorecida pela apatia dasautoridades e às vezes aliada ao crime organizado.

Nesse sentido, será lançado um manifesto aos donosde televisão, para que façam da televisão.FFum instru­mento de formação das consciências e mentalidadesjovens. no sentido da paz e da unidade, e não da violên­cia ou da inércia, da alienação e do descompromisso.Trata-se de um documento de caráter internacional doMovimento Juvenil pela Unidade, que foi' entregue aosresponsáveis pelas emissoras de televisão no mundointeiro, em 17 de maio prõximo passado.

Diante de quadro assaz perigoso para uma sociedadedesarmada de meios capazes de sustentar os princípiosmorais da famllia e dos bons costumes. cabe a nós,representantes políticos do povo brasileiro no Congres­so Nacional, assumir a defesa do que ainda resta incólu­me ao processo de degradação que nos atingiu nos últi­mos anos, a fim de que a semente da moral espirituale cristã não apodreça e do seu escombro resulte a con­vulsão inconseqüente, forjada na hipótes absurda dainexistência de Deus, que o homem, felizmente, aindacultiva na Fé e teme.

Advirto desde logo, Sr. Presidente, que buscareiapoio junto aos defensores da instituição familiar, quesão incontáveis neste Parlamento, para que juntos pro­movamos uma cruzada cívica, a fim de compelir os6rgãos da Comunicação Social a se amoldarem aos prin­cípios convencionais e preservacionistas dos valores fun­damentais expressos na Constituição Federal e na lei.

Para que esse desideratum seja atingido de formasegura e eficaz, na próxima semana apresentaremosprojeto de lei disciplinando as programaçõcs telcvisa­das, esperando que os seus responsáveis, tamlJén, culto­res da honra familiar, nos ajudem a salvar este Paísda desordem moral em que está ameaçado de mergu­lhar, caso permaneçamos dc braços cruzados, indife­rentes à dura realidade que enfrenta.

Era o que tinha a dizer. .

O SR. SÓLON BORGES DOS REIS (PTB-SP. Pro­nuncia o seguinte diseurso.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados. vem sendo alvo de enfoque nos meios parlamen­tares, educacionais e, também, pela imprensa, rádioe televisão, a notícia de que o Anuário Estatístico daUnesco apontaria o Brasil como a nonagésima segundanação do conjunto de poucos mais de 170 países, nasNações Unidas, a destinar recursos orçamentários à ma­nutenção e desenvolvimento do ensino.

A matéria está sendo colocada em termos de sensacio­nalismo. Porque dá notícia. Causa impacto.

Na realidade, o Anuário Estatístico a que se referea notícia é antigo. E o mais recente informe da represen­tação da Unesco, no Brasil, aos Escritórios Centraisem París, ainda não chegou ao ano de 1986. Os dadosque essa representação pretende enviar à Unesco colo­cariam o Brasil, segundo se informa na escala mundialde gastos com com a educação, ou melhor. com o ensi­no, no 40' lugar, o que já é melancólico. Mas é precisolembrar que foi precisamente a partir desse ano e maispraticamente, a partir de 1987, que passou a vigorar,visando à plenitude de seus efeitos constitucionais, adecis:1o do Congresso Nacional, de reservar, anualmen­te, pelo menos 13% do total da arrecadação federaldos impostos e, no mínimo, 25% dessa arrecadaçãopelos Estados, Municipios e Distrito Federal, para amanutenção e o desenvolvimento do ensino. Logo, nãohá como sair a público para profligar o esforço nacional,ainda incipiente, mas já em marcha, de gastar maisem educação e ensino. A ribalta tenta. Mas, acimado vedetismo, tão a gosto dos homens públicos dosPaíses do Terceiro Mundo (como se diz que é tambémo nosso). é preciso poupar a verdadeira imagem destePaís.

O Brasil é um país sofrido. Atormentado pela proble­mática social aguda. Passando por uma crise econômicae financeira de alta periculosidade. Num processo de

transição poThítica que visa a implantar, entre nós, umregime democrático representativo e participativo capazde proporcionar bem-estar ao povo todo, com igualdadede oportunidade e dignidade à vida c à função pública.Temos pontos altos no nosso desenvolvimento integral,sob todos os aspectos. Mas temos, ao mesmo' tempo,déficits, que nos afligem e empanam as conquistas doprogresso já atingido. Entre as nossas deficiências, aseducacionais são gritantes. Enormes. Deplorabilíssi­mas. Mas, para vencê-Ias, o que temos a fazer é enfren­tá-las corajosa e objetivamente. Com os fatos e nãocom palavras apenas. Sem precisar carregar mais, inde­vidament';, lias tintas escuras de uma realidade em simesma triste. Nossos percalços já são muitos...

Seria 0p0l1uno que o Governo Federal se preocu­passe com o que se está divulgando. em desfavor daexatidão dos fatos, apurando a procedência de tais infor­mações e estatísticas, para, em seguida, tornar públicoo que há de verdade. Doa aquem doer. Amargue quan­to amargar. Mas que não permaneçamos mais à mercêde informações anacrônicas, defasadas, superadas. Quese apure a atualidade da situação, divulgando o quehá de rea:! em tudo isso, Será um bom ponto de partidapara sairmos da crise educacional em q Ile nos deba­temos.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PRN - SP. Pro­nuncia o ~:eguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, soLicito seja transcrito nos Anais desta Casa osRequerimentos n" 592 e 595, do ilustre Vereador AndréLuiz Raposo, da Câmara Municipal de Pindamonha­gaba.

Solicito, outrossim, ilustre Presidente, que os mesmossejam encaminhados a Sr' Ministra do Trabalho e aoSr. Presidente da Caixa Econômica Federal, respecti­vamente.

Era o que tinha a dizer.

CÂMARA MUNICIPALDE PINDAMONHAGABA

Estado de São PauloREQUERIMENTO N' 592

Senhor Presidente:REQCEIRO à Mesa, ouvido o Plenário, se oficie

ao Presidente do Congresso Nacional. Ministra do Tra­balho e Deputado Arnaldo Faria de 3á, para que sejacriada uma LEI NACIONAL na qual todos os profes­sores tanto municipais, estaduais e federais tenham umpiso salaJial de 4 pisos nacionais de salários. Tal provi­dência seria para amenizar as perdas salariais que todosvêm sofr.;ndo.

Plenário, "DL Francisco Romano de Oliveira'" 29de maio de 1989. - Vereador André Lniz Raposo,

CÂMARA MUNICIPALDE PINDAMONHAGABA

Estado de São PauloREQUERIMENTO N' 595

Senhor Presidente:REQUEIRO à Mesa, ouvido o Plcnário, seja oficia­

do do Pn;sidente da Caixa Econômica Federal. ao Presi­dente do Cc,nselho Monetário Nacional e ao DeputadoArnaldo Faria de Sá do PRN, para que sejam envidadosesforços no sentido de consertar uma das grandes injus­tiças cometidas contra o trabalhador brasileiro assala­riado qUi; é o FGTS, pois esse dinheiro recolhido pelaempresa à Caixa Econômica Federal para se formarum pecúllio do trabalhador é o dinheiro mais mal remu­nerado do mercado financeiro. considerando que sócomeça a render em média 5 meses após o mês' decompetência. E devido às nossas altíssimas taxas infla­cionárimi o prejuízo ao trabalhador é muito grande.Pensávamos que com a nova Constituição esse proble­ma seria solucionado, mas não foi. Assim pedimos queseja reformulada a Lei do FGTS fazendo Justiça aoassalariado brasileiro.

Plenário, ·'Dr. Francisco Romano de Oliveira", 29de maio de 1989. - Vereador André Luiz Raposo -(Paulo Rom,eiro Ramos Mello"':' PltN)' .

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Encer­rado o Pequeno Expediente.

Sobre a mesa ofício do Presidente do Senado Federalnos seguintes termos:

"Sr. Presidente, o Sr. Presidente da Repúblicaeditou a Medida Provisória n' 65, de 6-6-89, que

autoriza a abertura de crédito extraordinário emfavor do Secretário-Geral do Ministério do Inte­rior, no valor de 5 milhões de cruzados novos,para as situações que especifica.

De acordo com a indicação das lideranças, ficaassim constituída a Comissão Mista incumbida deexaminar a matéria.

Senadores titulares: Gerson Camata, Cid Sabóiade Carvalho, Aluízio Bezerra. Hugo Napoleão,Chagas Rodrigues. Carlos Alberto, Antônio LuizMaia. Suplentes: Luiz Viana. Mansueto de Lavor,João Lobo, Pompeu de Sousa, João Castelo, CarlosPatrocínio.

Deputados titulares: Genebaldo Corrêa, Agassisde Almeida. Leopoldo Souza, Mussa Demes. Sér­gio Brito, Jaime Santana, Genival Lucas.

Suplentes: Vingt Rosado. Carlos Benevides,Eliel Rodrigues. Giovani Borges, Iberê Ferreira,Moema São Thiago, José Gomes.

De acordo com a Resolução n'I 1. de 1989, Con­gresso Nacional, a Presidência estabeleceu para suatramitação: Dia 9 de junho, designação da Comis­são Mista; dia 12 de junho. instalação da ComissãoMista prazo para recebimento de emendas. prazopara Comissão emitir Parecer sobre a admissibi­lidade; dia 22 de junho, prazo final da Comissão;dia 7 de julho, prazo final no Congresso Nacional.

Aproveito a oportunidade para renovar a V. Ex'protestos de estima e distinta considcração.

Senador Nelson Carneiro, Presidente do Con­gresso Nacional.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Vai-sepassar ao horário destinado às

Comunicações das Liderançaso Sr. José Fernandes - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, como Líder do PDT.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputádo. .

O SR. JOSÉ FERNANDES (PDT - AM. Sem revisãodo orador.) - SI. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,assistimos ao libelo do Deputado Elias Murad. S. Ex"naturalmente, tem suas atribuições ~ obrigações; marcapassagem. levanta-se cedo e dirige-se ao aereoportopara então rumar para seu Estado e lá atender a compro­missos prefixados. Talvez o desabafo do Deputado sedeva ao fato de ter tido dificuldades para embarcar;talvez tenha havido problemas com sua passagem e nãolhe tenham dado bastante explicações e assim por dian­te. Não obstante, e com todo o respeito ao nobre Depu­tado Elias Murad, aqui fazemos um reparo às palavrasde S. Ex', que nas entrelinhas e de modo subliminarpede explicações à Varig quanto à deoú~cia de contra­bando de cocaína para os Estados Unidos. como seseus dirigentes estivessem envolvidos nesse crime.

Sr. Presidente, sendo membro da Comissão de Trans­portes desde 1978. ligado por excelência a esse setor,como também sói ser a famr1ia do Deputado CézarCals Neto, já tivemos oportunidade de visitar as instala­ções da Varig, no Rio Grande do Sul, e conhecer oprocesso administrativo dessa empresa de aviação. Sa­bemos como funciona a estrutura da companhia. e saí­mos orgulhosos daquela visita iJOr tudo o que vimosem relação à Varig. Na realidade. a Varig é uma daspoucas coisas que podem ser motivo de orgulho destaNação.

A Varig concorre no mercado internacional com mui­ta respeitabilidade. Um conhecido analista de trans­portes, em determinado momento, chegou a fazer com­parações achando que apenas a Singapore Airlines ésuperior à Varig na concorn!ncia internacionaL, masque a Varig consegue, por exemplo. superar a JapanAirlines. Então a Varig é uma companhia brasileiraque concorre internacionalmente com bons resultados,orgulhando nosso País.

Compreendo a revolta do Deputado Elias Murad,mas faço este reparo porque não creio que uma compa­nhia tão bem organizada como a Varig possa, comofoi dito, estar pior do que a VASP, ou coisa parecida;que uma companhia do porte da Varig, com uma cono­tação social imensa, já que é uma fundação. possa estarenvolvida nesse caso. Ademais. sabelnos Que os funcio-

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nários da Varig têm, de longe, um tratamento humanoe social superior ao das outras companhias brasileiras,

Por isso, Sr. Presidente, faço esta ressalva em relaçãoà Varig. que não pode ser acusada de contrabandistade cocaína, Drogas que chegam de avião são trazidaspor homens. Homcns é que estão fazendo o c·ontra­bando. E. a partir daí. devem ser localizados os homensquc trabalharam para que essa tonelada de cocaína che­gasse aos Estados Unidos. sem que isso implique duvi­dar da boa qualidade dos serviços que a Varig vemprestando. no contexto da cconomia nacional e dasnossas empresas de transporte aéreo.

ü SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Achan­do-se presente o Sr. Mauro Fccury, representante dopartido da Frente Libcral, pelo Estado do Maranhão.em virtude do afastamento do titular, convido S. Ex'a prestar o compromisso regimental. com o Plenárioe as galerias dc pé.

(Comparece à Mesa o Sr. Mauro Fecury e prestao seguinte compromisso):

"PROMETO MANTER, DEFENDER ECUMPRIR A CONSTITUIÇÃO, OBSERVARAS LEIS, PROMOVER O BEM-ESTAR GE­RAL DO POVO BRASILEIRO. SUSTENTARA UNIÃO, A INTEGRIDADE E A INDEPEN­DÊNCIA DO BRASIL."

O Sr. César Cals Neto -Líder do PSD. -Sr. Presi­dente, peço a palavra para uma comunicação.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. CÉSAR CALS NETO (PSD -CE. Sem revisãodo orador.) -Sr. Prcsidente, S·rs. Deputados. em nomeda Lidcrança do PSD, faço um veemente apelo ao Sr.Presidente da República no sentido de que sancione,o mais rapidamente possível, as leis que definem o novosalário mínimo e a política salarial no País. Na verdade.esses dois instrumentos, votados praticamente de formaconsensual nesta Casa e no Senado Federal, encerramo processo de arrocho salarial sobre os assalariados.os trabalhadores, o povo brasileiro. de maneira g.eral,amargado desde a decretação do Plano Verão. Dirigi­mos, portanto, um veemente apelo a S. Ex3 para quefaça a sanção imediata desses dois diplomas.

O Sr. Paulo Paim - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação. como Líder do PT.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado,

O SR. PAULO PAIM (PT - RS. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente. em nome da Liderança doPartido dos Trabalhadores. congratulamo-nos com aComissão de Trabalho por ter aprovado ontem projetode reposição salarial. de autoria do Presidente do nossopartido. E já existe um acordo entre todas as Liderançasda Casa para que esse projeto tramite em caráter deurgência. uma vez que não acompanhou a votação dapolítica salarial. Portanto. cumprimentamos a Comissãode Trabalho desta Casa por ter acolhido a propostado Deputado Luiz Imicio Lula da Silva, que concedeaos trabalhadores, em regime de urgência, um abonode emergência de 200h~ como parte das resposir;üesa que têm direito.

Em segundo lugar, Sr. Presidente. encaminho a V.Ex' requerimento do Partido dos Trabalhadores. emque solicitamos à Presidência desta Casa que, conformea Constituição. entre em entendimento com o Presi­dente do Senado no sentido de que seja adiado o recessoparlamentar, já que existem inúmeras matérias que pre­cisam tramitar e ser votadas em regime de urgência.Cumprimentamos a Mesa por sua iniciativa a respeitodas 45 matérias e somamos o nosso requerimento t::omo mesmo objetivo. Entendemos que questões como sa­lário mínimo, política salarial. Previdência Social e di­reito de greve exigem, o mais rapidamente possi'vel,uma posição definida desta Casa. Tenho certeza de queseremos atendidos.

O Sr. Gerson Peres - Sr. Presidente, peço a palavrapara urna comunicação, co~o líder do PDS.

O SR. PRESIDENTE - (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIot'\L (Seção I)

O SR. GERSON PERES (PDS - PA, Sem revisãode orador,) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, doistemas trazem-me hoje à tribuna. Em primeiro lugar,faço um alerta sobre a manobra que a Comissão deDefesa do Consumidor e do Meio Ambiente está fazen­do com relação à modificação da prioridade de aplicaçãodos recursos do Fundo Nacional de Proteção do MeioAmbiente para a Amazónia. A Comissão precisa aten­tar para o fato de que, quando se estabelecem zonasde preservação de meio ambiente para que o País cuidedelas. não ~e determina, contudo, que para elas sejadado caráter prioritário e imediato. Aliás, Sr. Presi­dente. muito se discute hoje sobre a Amazônia comoponto fundamental de atração dos interesses interna­cionais.

O Governo, ao preparar o programa "Nossa Nature­za". teve realmente o cuidado de não dar à Amazôniaprioridade exclusiva, a que seria um absurdo. E nós,que estamos relatando dois projetos sobre esse progra­ma, aceitamos a emenda do Deputado Waldeck Orné­las, que modifica o projeto do Governo. Abraçamosa tese rle que, à exceçüo de projetos dirigidos aosproblemas do Pais como um todo, salvo nesses casos.a aplicação dos recursos do Fundo Nacional de Proteçãoao Meio Ambiente deve ser feita prioritariamente naRegião Amazônica. E alertamos a Casa para este pro­blema: por trás disso tudo há uma manobra dos Estadosmais poderosos. que já estão mirando csses reCUrSl)Ssem se importar com os destinos da Amazônia, queren­do-a submissa aos interesses do capital sulista e. aindamais, subdesenvolvida, dependentc e miserável. Masaqui estaremos vigilantes para esclarecer, na hora dadiscussão, que a prioridade não é exclusiva. mas dadaem função dos próprios interesscs nacionais.

Em segundo lugar, Sr. Presidente. quero referir-meaos vetos do Presidente da República à lei eleitoral.de cuja elaboração tivemos a honra de participar. OPresidente da República. com segurança. vetou trêsartigos dessa lei e vai contar com o nosso apoio e como apoio do nosso partido. Com relação ao problemados votos cm trânsito, achamos que o Presidente daRcpública está certo, porque elimina uma posibilidadede corrupção. de safadeza com o votos daqueles queestão em trânsito. de difícil fiscalização e controle, Noque se refere à distribuição dos horãrios nas áreas regio­nais. trata-se de uma eleição nacional. com controletambém nacional. a ser feito a partir de Brasília. Edevemos evitar a perturbação da normalidade do pleitocom interferência de propagandas locais. Acreditamosque S.Ex' tem razão em posicionar-se como o fez.

Mas. SI'. Presidente. parece-nos esquisita a atitudedo Presidente da República de submeter-se :l pressãode grupos que pretendem tirar a normalidade do pleitono que diz respeito ao registro de candidato e :l filiaçãopartidária. Ora. S. I;:x' esquece que vetar esse dispo­sitivo possibilitará a vigência de lei orgânica. e podeaté prejudicar candidatos que não foram registradoscom a antecedência de seis meses e podem passar aser chamados à responsabilidade perante a Justiça. umavez que a legislação prevê o prazo de um ano.

Quanto aos partidos políticos com registro definitivono Superior Tribunal Eleitoral, também o veto inseridonessa parte perturbará a normalidade do pleito e atin­girá interesses outros, causando balbúrdia. Quarentae seis partidos súo capazes de transformar uma eleiçãomajoritária numa quase eleição proporcional entre qua­renta e seis candidatos a Presidente da República.

Isso mio está certo, Sr. Presidente. Quando limitamoso processo e o procedimento do registro, o fizemosem função do interesse nacional, da valorização c daunidade dos partidos e do fortalecimento da democm­cia. Agora estamos precisando, mais do que nunca.consolidá~la com as eleições presidendais no próximodia 15 de novembro.

Era o que tinha a dizer.

O Sr. Domingos Leonelli - Sr. Presidente, peço apalavra para uma comunicação. como Líder do PSB.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado. (Palmas nas galerias.)

O SR. DOMINGOS LEONELLI (PSB - BA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente. essas palmas sig­nificam uma saudação não a mim, mas ao Congresso

Junho de 1989

do Partido Socialista Brasileiro que se realiza neste fimde semana nesta Casa. (Palmas nas galerias.)

Nosso partido inicia. a partir de hoje. seu segundocongresso nacional, rio qual. além das decisões a respei­to da sucessão presidencial (palmas nas galerias), pode­remos partir para uma composição, participando da cha­pa do PT apresentando o candidato a Vice-Presidente.ou então com candidato do próprio PSB a Presidenteda República.

A depender da decisão do congresso, nosso partido.além desses tema~, discutirá também a sua reorgani­zação, o seu crescimento e, principalmente. os termosem que organizará o fundamental da sua vida. que éa militància socialista.

Vamos realizar uma jornada de trabalho e debatesnesta Casa - cedida ao partido pela Presidência ­no sentido de fortaleccr a democracia, a luta do nossopovo, a luta pelo socialismo. pois compreendemos queos acontecimentos que atualmente se verificam em umdos maiores países socialista do mundo, muito longede esmorecerem a nossa fé e o nosso combate, signifi­cam que a ação em prol do socialismo está indissolu­velmente ligada à luta pela liberdade. (Palmas nas gale­rias.)

Aqueles que se cncontram na Praça da Paz Celestialhoje empenham-se pelo socialismo c pela liberdade.É a luta dos estudantes chineses (palmas nas galerias),muito distante da idéia que a direita pretende vcnderao mundo de que os milhões de estudantes, trabalha­dores e soldados daquele país que enfrcIltam o governochinês cstão lutando pelo restabelecimento do capita­lismo. Não é verdade. Sr. Prcsidente. A batalha naChina, hoje, também é uma continuação da luta pelosocialismo e pela Iiberdadc. (Palmas nas galerias.)

Essas são as palavras do nosso partido e a saudaçãoque a sua liderança faz aos militantes. Vereadores. Pre­feitos e Deputados Estaduais. que chagam a Brasíliapara realizar uma jornada que, com certeza. consolidaráO processo democrático e de unificação das forças pro­gressistas da nossa Pátria.

A luta continua. (Palmas prolongadas nas galerias.)

O Sr. Júlio Campos - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, como líder do PFL.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. JÚLIO CAMPOS (PFL - MT. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, nas últi­mas 48 horas, Brasília recebeu uma enorme comitivade plantadores de soja do Estado de Mato Grosso etambém de todo o Centro-Oeste. que vieram à capitalda República trazer ao Governo Federal. aos Minis­térios da Agricultura e da Fazenda e ao CongressoNacional as preocupações daquela laboriosa classe detrabalhadores com relação ao preço atual do produtosoja no mercado nacional.

Para se ter idéia, o preço da soia corrente na mercadobrasileiro hoje é de NCz$ 11,00 a saca, sendo que.no inicío do ano. este mesmo preço chegava a dozedólares a saca. Ou seja, transcorridos seis meses. opreço da soja caiu. Além do mais, considero um assuntogravíssimo o fato de que. com este preço, é tão impos­sível ao plantador de soja pagar seus financiamentosjunto aos bancos oficiais e particulares como. também,sobreviver a agricultura de soja no País, em especiala agricultura Mato-grossense.

Só neste ano. o Estado de Mato Grosso deverá produ­zir cerca de três milhões e quinhentas mil toneladas.uma média de aproximadamcnte quarenta a quarentae cinco sacas por hectare. um dos índices mais eL·vadosdo Brasil. e também bastante elevado em termos mun­diais. Oeorre que, mesmo se o agricultor mato-gros­sense colher mais de 45 sacas de soja por hectare.no preço a que está hoje o produto no mercado nacional,ele não terá condições dc quitar os seus financiamentose de preparar a safra do ano que vem.

É lamentável tudo isso que vem ocorrendo, a defasa­gem do preço do mercado nacional. principalmcnte pelocongelamento do dólar através da política do GovernoFederal. Hoje o dólar está totalmente congelado a pre­ços insignificantes, haja vista que nO mercado paraleloe no mercado do dólar-turismo o preço é de cerca deNCz$ 3.20, e no mercado oficial. fixado pelo BancoCentral do Brasil, este preço chega a pouco mais de

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Junho de 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)------------------- Sáhado 10 4671,

NCz$ l,lO. Há uma defasagem de cento e tantos porcento entre a realidade do mercado e a realidade nacio­n.1.

Com esse preço absurdo a exportação de soj. estásendo praticamente inviável. Por isso h~í um desestí­mulo muito grande, mas o maior desestímulo é verque o Governo Federal, com esta atitude, está fazendocom que aumente o contrabando no Brasil, até mesmoestimulando os agricultores a partirem para a políticade contrabando para o Paraguai. porque a soja, nomercado paraguaio, ao lado da fronteira com o MatoGrosso do Sul, hoje, um saco de soja naquele Paísvizinho chega a ser cotado a NCz$ 42,00, ou seja, seo produtor atravessar uma rua ou apenas um pequenorio com sua soja deixa de vendê-Ia com prejuízo, aNCz$ lI,OO, para vendê-Ia a NCz$ 42,00 tendo, assim,um lucro estraordinário.

Nesta oportunidade, portanto, em nome do Partidoda Frente Liberal, faço um apelo aos Srs. Ministrosda Agricultura e da Fazenda e a todas as autoridadescompetentes do Governo Federal para. que revejam opreço da soja nos mercados interno e externo, que des­congelem o dólar numa proporção normal, como deve­ria ocorrer, ou que, pelo mellOS, criem o dólar expor­tação a fim de que os produtos brasileiros possam servendidos ao exterior a preços condignos, evitando-se,dessa forma, que os produtores rurais, os sojicultores,aqueles que aereditaram no Centro-Oeste e no Brasil,venham a sofrer prejuízos terríveis e abandonem a árearural brasileira.

Este é, pois, o apelo que faço às autoridades brasi­leiras.

o Sr. Gabriel Guerreiro - Sr. Presidente, peço apalavra para uma comunicação, como líder do PMDB.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. GABRIEL GUERREIRO (PMDB - PA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,aproveito a oportunidade que me é concedida no horá­rio de Comunicações de Lidcranças para endossar oque o nobre Deputado Júlio Campos acabou de colocar.Como ex-Governador do Estado de Mato Grosso, bemconhece ele a situação calamitosa em que vive o Centro­Oeste e o Norte do País. S. Ex' mostrou as dificuldadesextraordinárias em que vive o produtor de soja. a criseda produção agrícola. com os custos cada dia maiores,que inviabilizam a agricultura no Mato Grosso e emgrande parte do Ccntro-Oeste.

Uma das maneiras de modificar essa situação, Sr.Presidente, seria baixar os custos dos transportes doCentro-Oeste para colocar a soja nos mcrcados nacio­nais e internacionais. Observem a situação dos estadosbrasil eiros em geral.

a que me traz a esta tribuna. porém, é justamentedizer aos Srs. Deputados e a V. Ex', Deputado Inocên­cio Oliveira, como Vice-Presidente desta Casa, que es­tamos vivendo na Amazônia um momento terrivelmen­te complicado. Além das enchentes, dc quc scmpretenho falado, estamos praticamente isolados do restodo País, em virtude das más condições das rodoviasfederais naquela região.

Poderíamos baixar o custo da soja no Mato Grosso:bastaria. para isso, que a transportássemos ao portode Santarém, via Santarém-Cuiabá, o quc diminuiriaenormemente o gasto com transportes no interior. Alémdisso, reduziríamos as distâncias para os mercados euro­peus e dos Estados Unidos, utilizando aquele portoparaense, em vez dos portos de Santos ou de Paranaguá~

e faríamos economia, porque os navios, nesses portos,permanecem dias e dias parados, esperando receberas cargas. Isto tudo aumenta o valor do frete e, dotransporte, encarecendo os preços.

A rodovia Santarém-Cuiabá est~i totalmente intransi­tável. Tenho fotografias. no meu gabinete, que mostramuma eamionete D-20 dentro de um buraco. com cercade um metro de altura acima da boléia, sendo puxadapor um trator, naquela estrada. Tem gente ali cobrandoquinhentos cruzados novos para puxru um caminhãoou uma carreta, de um lado para o outro. É uma calami­dade.

A Transamazânica perdeu suas estradas para os bura­cos. É uma situação desesperadora que vive o povo

de Altamira e de Itaituba. com dificuldades cnormesnessa áre:i.

Da Tnmsgarimpeira, construída há cerca de quatroanos, hoje ninguém sabe quem toma conta - não éo DNER. não é o Governo Federal ou o Governo Esta­dual; não é ninguém - a estrada está absolutamenteliquidada. N:10 é possível jogar fora o dinheiro da Naçãodesta maneira.

Mais que isso, Sr. Presidente. as estradas estaduaiseshio intmnsitávcis; é impassível escoar a produção domeu Estado. O norte do Amazonas e do Pará, queahrange os Municípios de Prainha, Monte Alegre., Alen­quer, Obido:; e Oriximiná, estlí completamente cortado.Não há Iiga,áo entre Oriximiná e Óbidos, Alenquere Monte Alegre. Óbido:; e Alenquer. As estradas estãototalmente destruídas. O Governo do Estado não to­mou pro'/idl~ncia alguma no passado e não toma nopresente, de tal forma que as nossas cidades do Oestee Norte do País estão absolutamcnte desligadas umasdas outras. Existe apenas a via fluvial, que é um trans­porte demorado. difícil, custoso, e. como já disse umavez desta tribuna, também não temos sequer portos.Não pode mos embarcar um caminhão em nenhuma des­sas cidades através de balsas, porque os portos nãoforam construídos pelo Governo Federal ou pelo Go­verno estadual.

Sr. Presidente, não vou falar da crise da energia quenos assola, nem da situação da educação. da falta desegurança, que é uma calamidade geral. da questãoda smíde, mas queria que ao menos a nossa produçãopudesse ser escoada. Vejam V. Ex~~ que até as rodoviasvicinais estão acabadas, porque as prefeituras ora acos­sadas pOluma enchente, ora por uma seca, sem dinhei­ro, sem recursos, não tem condiçdes de preservá-las.

Sr. Presidente, o Fundo Rodoviário caiu lI3 nestemês. Monte Alegre, por exemplo, recebia cerca de novea dez mil cruzados de Fundo Rodoviário, neste mês,recebeu trê~, mil cruzados. Isto não é apenas ridículo;é trágico. Como vai sobreviver um Município nestascondiçõe~;. como vai cuidar da sua produção, do seuescoamento? AIi:ls é uma miséria a produção no baixoAmazonas: rUfO há assistência, insumos, coisa alguma.Tudo é feito à custa do suor do trabalhador rural, quenada tem e nunca teve. Além de tudo, esta Casa, reacio­nariamente, vota contra a reforma agrária.

É lamentá.vel a situação em que se encontra o homemdo campa. que não tem nada - repito - e, ainda.precisa enfrentar, no lombo de burros grandes distân­cias para colher a banana, o milho. enfim. uma pequenaprodução - fundamental para sua sohrevivência - na­quele fim de mundo que é a Amazônia. E muitas vezes.quando chega às margens do rio, não consegue trans­portar e"ses poucos produtos para o mercado consu­midor de Santarém ou Belém. O Governo federal tomaprovidências extraordinárias! Por exemplo. extingue aEnasa, único transporte de massa e de carga acessívelque existia na Região Amazônica. É esta situação emque vive minha gente, o meu povo.

Quero, em nome da Liderança do PMDB, usandoeste horário de Comunicações de Lideranças. registrarnesta Ca,;a que não é possível abandonar a Amazõnia,suas estradas. seus rios e principalmente seu povo. ohomem do campo, o trabalhador rural, sem terra, semnada e, ainda, sem possil)ilidade sequer de vender opouco que produz com suor de sua testa.

O Sr. Artur da Távola - Sr. Presidente, peço a pala­vra para Ilma comunicação, como Líder do PSDB

O SR. PR:ESlDENTE ([nocéncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. AR:TUR DA TÁVOLA (PSDB - RJ) - Sr.Presidente, Sr" e Srs. Deputados, os temas da culturasão muito pouco presentes no Parlamento. particular­mente em momentos como o atual, nos quais a crisesocial é tií.o grave, profunda e extensa. O Rio de Janeiro~ossui a eria(;ão de cultura entre seus fatores produtivos.E, aliás, uma de suas vocações. A matéria cultural pos­sui o caráter subjetivo, artístico, estético, contudo.igualmente, o sentido econõmico de atividade produ­tiva, gen.dora de riqueza e empregos, jlí quc no Riode Janeiro concentram-se algumas de nossas principaiseditoras, gravadoras, jornais, revistas, cmissoras de te­levisão ede rádio de âmbito nacional, produtoras inde­pendentes. teatros. produção de cinema, shows etc. Ca-

raeteriza-se. portanto, o Rio de Janeiro como centroformador. produtor e exportador de cultura. Nesse sen­tido, tudo o que se refere à matéria cultural passa ater a cada dia uma intluência econômica. política e eom­portamental crescente.

Tais consideraçües preliminares introduzem o temadesta fala: o sentimento de profunda perda pela morteda cantora Nara Leão. .

Ao partir, assim jovem. 47 anos, não nos fica apenasa perda de uma artista de qualidade, mas a de poderosafigura pública e política deste País. Talvez tenha sidoNara, dentre as cantoras brasileiras, a primeira artista.após o golpe militar de 1964, a alçar o canto na direçãoda lil)erdade. Ao participar dos shows "Opinião" e,em seguida, "Liberdade, Liberdade." Nara Leão deuo primeiro grito, em conjunto com a classe artística.e alguns intelectuais, exilados e jornalistas, proclaman­do a necessidade do retorno do País à sua ordem demo­crática e Constitucional. Não parou aí. Foi, ao longodos anos de autoritarismo. vigorosa liderança do movi­mento artístico. Instigante estc traço de Nara Leão:tímida pessoalmente, recatada. recolhida em seu modode cantar, de ser e de se expor, a partir da aparentefragilidade de seu ser, tomava decisões e posições coma firmeza necessária para transformar-se em liderançade natureza pública por meio da cultura. A perda é.pois. de toda a Nação. .

Como artista, Nara Leão conseguiu o que se podechamar de um prodígio: dona de voz de curta extcnção,e escasso volume. no registro de soprano-quase-ligeiro(o que lhe trazia colorido c permitia o canto em falsete).ela conseguiu inserir-se no movimento de música popu­lar brasileira que transformou a velha ordem: a bossanova. Tal movimento modificou o modo de cantar pro­vindo da tradição operística e que se constituía em espé­cie de corruptela do canto operístico extrovertido oudo canto do romantismo tardio, carregado de lamentos,arroubos. intensidades. A bossa nova trouxe cantoresque. mais pela interpretação do que pelo alarde decondições vocais, inseriam.-sc em nossa música popularbrasileira, na linha de direta comunicação iniciada nosanos 30 com o modo de cantar de Noel Rosa e MárioReis. É O canto solto, despojado, direto, liberto dosagudos, dos "trinados" dos "tremolos," enfim. da gamade recursos enfáticos que caracterizara o canto operís­tico. O vislumbre modernista dc Noel Rosa e MárioReis foi interrompido nos anos 40 e retomado no finalda década de 50, com cantores como Miltinho, TitoMadi. Orlandivo. João Gilberto e Nara Lelio. A novaforma de conceber o canto popular (música e poesia)consistia. na eliminação dos excessos romlinticos e gran­diloqüentes substituídos por forma coloquial. intimistade comunicação e qualificação. tanto na poesia quantona harmonia. Inicia-se aí, para a cultura popular destePaís. novo momento, criador. rico. importante: a bossanova. Caracterizava-se, de um lado, por intluência in­ternacional crescente no Bra,il a partir da década de60. de outro, por não perder a brasilidade fundamentalexpressa no ritmo e na temática dos verso<. Obtínha­mos, então, via bossa nova, para o canto popular, cres­cente grau de cvolução harmônica. (carregada de in­tluências internacionais) c, ao mesmo tempo. o pulsarda brasilidade expresso no ritmo e na telmítica. A bossanova passa. depois. por algumas fases hojc nítidas. Noperíodo 1959/1962, aproximadamente, é ma i:; o movi­mento musical-harmônico que político. De 1962 emdiante, com a agudização da crise nacional, a partici­pação maior das massas brasileiras e a conscientizaçãoda necessidade, à época, de reformas que teriam dadoao País. não a feição doentia de hoje. trágica. ao ladode desenvolvimento ccon6mico. mas, ao contrário. aintegração social que o encaminharia na díreç;:io da paze da harmonia social; de 1962 em diante. eu dizia, abossa nova começou seu momento político de afirma­ção, tanto nas letras como na participaçáo direta emmovimentos artísticos populares. O Centro Popular deCultura da União Nacional dos Estudaotes, Ü época,propugnava a arte engaJada nos mnvimentol-í populares,nos sindicatos, nas praças públicas. nas universidades.Nara Leão percorre esse período fazendo sua transiçãode amadora para profissional. Após 1964, a bossa novaseria o invólucro rítmico e melódico para o começoda resistência. Nara, jà profissionnl. aqui avulta. E (Ie

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seu ser frágil emerge o grito de liberdade. A bossanova tomaria. depois. nOVOs e outros formatos.

Finalmente. um alcance - este de natureza estética.A década de 60 traz para a música brasileira. com abossa nova, uma presença já sentida e forte TIel litera­tura: a Semana de Arte Mnderna. de [922. O Moder­nismo rompe a harreira das formas rornanticas e parna­sianas de expressão literária e ganha a literatura brasi­leira. Porém. a música popular brasileira só sentiní ocorte: cultural representado pelo Modernismo muitoadiante. em finais de 1958. 1959. quando eclode o movi­mento da bossa nova. ressalvado, como antes :::itei. ocanto precoce e precursor de Noel Rosa e Müri o Reis.O Modernismo também se expressava. naqueles anos.1958/59/60. através da construção de BraSllia. cidadeque representa. do ponto de vista estético. o últimosuspiro do movimento modernista aplicado diretamenteà ação social. no ca:-.o, ao urbanismo e à arquitetura.As manifestaçóes artísticas populares ou eruditas miose desvinculam de realidades políticas e sociah. NaraLeão ajudou ti comprovar que um povo cria e cDTIstn'Sisua cultura de vigor e valor comO eco do que estejacom ele ocorrendo. ~ os autDres e propagadore~ des.sacultura ~tío por ele consagrados e aceito~ quando pos­~uem. além da qu,;tlidade artística. o valor simbólico

·'de representar vivências e setirnentos profundo~,. NaraLeão representou o sentimento da liherdade neste País.a artística. a política. a existencial.

Temos, portanto, deveres de gratidão. Diante daopressão e da censura, é a manifestaçáo artística, sem­pre. o primeiro elemento através do qual a mbeldiase estabelece.

Termino estas palavras com um verso singelo de umnegro do Rio de .Taneiro. cujo nome popular é Zé Keti.e cuja obra. contada por Nara Leão. representou dosprimeiros atos de reheldia contra o que ocorria coma democracia nos idos de 1964. Recordo-me. aliüs. Sr.Presidente. com enorme emoção. de quando. exiladona Embaixada da Bolívia, no Rio de Janeiro, vi numanoite, escondido - às vésperas de nossa viagem parua Bolívia e sem saber quando voltaríamos - () cantore compositor Zé Keti penetrar, à sorrelfa. na Embai­xada da Bolívia e cantar para despedir~se de um grupoqe brasileiros que no dia scguinte partiria para La Paz.E deste artista popular brasi]ciro. maravilhoso repre­sentante da cultura negra do meu País, o ver~iO qüeNara Leão cantou um dia. dando o primeiro bradode alerta:

"Podem me prender.Podem me bater.Podem até deixarem sem comer.Quc eu não mudó de opinião."

Era o que tinha a dizer. (Muito bem! Palmas.'1

o Sr. Fernando Santana - Sr. Presidente. peço apalavra para uma comunicação. como líder PCB

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem apalavra o nobre Deputado.

O SR. FERNANDO SANTANA (PCB - BA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, minha vinda aesta tribuna foi provocada pelo discurso do nobre colegaPaulo Alberto. ou Artur de Távola. como queiram,que fez uma amílise, mesmo de improviso. onde perce­bemos a importáocia do movimento que se chama BossaNova e tamhém. fora da própria Bossa Nova. das diver­sas etapas pelas quais a música brasileira tem passado.

A morte da extraordinária figura humana que foiNara Leão motivou o discurso de homenagem de Arturda Távola. Dada a importância desse fato. nós no!; asso­ciamos ao preito que S. Ex" acaba de prestar. E. maisdo que isso. Sr. Presidente, pelo que expressou o Depu­tado Artur da Tãvola. o assunto é tanto importantepara a cultura brasileira que pedimos a V. Ex" quedetermine uma data para se render homenagem especiala Nara, quando o próprio Paulo Alberto podet'ü voltara estender-se, :1 demorar-se em sua análise, que, regis­trada nos AnaIS do Congresso Nacional. muito sl:rvirüâ cultura brasileira.

Homeoageamos Nara Leão. exprcssão extraordináriada música hrasileira. ressaltando sua bondade. delica­deza. finura c sua excepcional coragem de enfrentar.durante longos anos. o tumor cerebral que acabou por

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção T)

liquidá-la. levando-a para o outro mundo - c estamoscm dúvida sc existe outra vida \ti.

Sr. Presidente. propomos a prorrogação de uma ses­são para homenagear Nara Leão. Na oportunidade.os entendidos na matéria exporiam aos Parlamentarestoda a importância dessa música. não só como expressãode arte. mas também de movimento e consciência popu­lar. expressada em sua letras.

Era o que queria propor. Sr. Presidente. em funçãodo discurso do nosso colega Artur da Távola. (Palmas.)

O Sr Gonzaga Patriota - Sr. Presidente. peço a pa]a­vra para uma comunicação, como Líder do PDT.

SR, PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem apalavra o nobre Deputado.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PDT - PE. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Sr" e Srs.Deputados, desejo dar conhecimento à Naçün, particu­larmente a esta Casa Legislativa. de que os servidoresda Sucan - Superintendência de Campanha de SaúdePúhlica. que sempre sofreram as mais indesejüveis dis­criminaçôes. agora. no vignr da nova Constituição brasi­leira. continuam na mesma situaç<i.o.

A Sucam é um órgão que presta relevantes serviçosâ população brasileira no cam'po da saúde ptíhlica com­batendo doenças como a MaMria. o Denguc, a FehreAmarela. a Doença de Chagas. etc. responsáveis porum significativo número de óbitos no País, implícando,assim. a redução da força de trabalho.

Para realizar seus trabalhos. que na maioria da" vezesse concentram em áreas inóspitas. seus funcionáriosse deslocam de suas residências por períodos üs vezessuperiores a trinta dias. deixando suas famüias. sabeDeus como. Nesses de~locamentos têm despesas comalimental';io e pernoite que os surpreendem pelos eleva­dos preços. sempre superiores aos valores das diáriasque's"o pagas com a finalidade de cohrir tais despcsas.levando-os a complementar seus míseros sahírios.

A classe de servidores é composta por pessoas quedesempenham algumas funções distintas, de Inspetor­Geral. Inspetor de Endemias. Guarda-Chefe EducadorSanitário e Agente dc Saúde Plíbliea. ainda não defini­das de direito e remuneradas com um mesmo valor.Os detentores de tais funç6es realizam atividades deplanejamento. supervisôcs, avaliação, treinamento na;irea de recursos humanos. palestras á população. en­fim. toda lIma atividade global do órgão. acumulandore!'iponsabilidades as mais variadas, sem perceherem,contudo. qual<juer gratificação pc]a atuaçáo.

O Decreto n" 83.396. de 2 de maio de 1979. dispõesobre a concessão de diürias aos Servidores PúblicosCivis da União e determina os índices a serem seguidospor órgãos da Administração Direta. conforme a classe.

O Decreto n' 97.721. de 5 de maio de 1989. dispõesobre a concessão de diárias aos servidores da Sucam,discriminado-os dos demais Servidores Civis da Uniáo.visto que os valores para eles determinados foram corri­gidos para menos (hoje o valor da diária está em NCz$[2,87). e este decreto vem sobrepor o já citado decreto.o qual ainda prevalece para os demais órgãos.

O art, S'" da Constituiçáo em vigor. em seu caput,explicita que "Todos são iguais perante a lei, sem distin­ção de qualquer natureza...E o último decreto não oscoloca em tal situação de igualdade.

São profissionais de Saúde e compõe o Sistema Unifi­cado e Descentralizado de Saúde (SUDS). mas nempor isto percebem remuneração equivalente à dos de­filais órgãos que também integram o referido Sistema.como. porexemp]o. a Fundação Sesp. que tem a mesmaatividade-fim. as mesmas categorias funcionais. mascom salürios muito além dos pagos aOs soldados daSucam.

O art. 39 da Constituiç,io Federal. em seu § I" esta­helecc:

"A lei assegurará, aos servidores da adminis­tração direta, a isonomia de vencimentos. para car­gos de atribuição iguais ou assemelhados do mesmopo Poder ou entre servidores dos Poderes Execu­tivos, Legislativo e Judiciürio. ressalvadas as vanta­gens de caráter individual e as relativas li naturezaou ao loca] de trabalho ...

Junho de 1989,

Portanto mío entendo qual a razão da diferençasalarial existente entre a classe e outras com asmesmas atribuições.

O Decreto n" 97.721. de 5 de maio último. deve serevogado por ferir frontalmente a nossa ConstituiçãoFederal.

Para se ter urna idéia. Srs. Deputados. permitam-medeclarar o salürio bruto, nele incluídos todas as gratifi­cações e adicionais até de insalubridade e apoio. dealgumas categorias de servidorcs da Sucam.

1. Técnico em Laboratório 189.002. Ageote Administrativo 180.003. Auxiliar de Laboratório 177.004. Agente de Portaria 1111111111111111111111166.005. Agente de Saúde Pública 11111111111111111179.00

Como se vê. fazendo-se uma comparação com osparadigmas de outros órgãos. os salários pagos aos servi­dores da Sucam estão defasados em mais de 300%

O Decreto n' 97.721i89 fixa as diürias aos servidoresda Sucam em atividades de Campanha de Comhatede Endemias. com cálculos em total desacordo como Decreto n' 83.396 e a própria Constituição Federal.

Por outro lado. Sr. Presidente, é praxe O Servidorde Campo da Sucam trabalhar interruptamente forada sede. percebendo diárias ao longo do seu vínculoempregatício. adquirindo O direito de incorporação des­tas ao seu sa]ürio, fato que não vem ocorrendo.

Por estas razões. formulo um veemente apelo ao Se­nhor Presidente da República no sentido de enviar men­sagem a esta Casa Legislativa objetivando equipararos salários-e diürias dos servidorcs da Sucam aos seusparadigmas da FSESP. pois ambos compocm o SistemaUnificado e Descentralizado de Saúde (SUDS).

No momento. é o meu apelo.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Pas­sa-se ao

v - GRANDE EXPEDIENTETem a palavra o Sr. Ne]son Seixas

O SR. NELSON SEIXAS (PDT - SP. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. inicialmente quero con­signar a presença de uma comitiva de Vereadores deminha cidade. São José do Rio Preto. no Estado deSão Paulo. formada pelos Vereadores Hubert Eloy.Richard Pontes, do PDT, Antõnio de Freitas e OlavoTaufic, do PDS. Luiz Botara Filho. do PFL, c GersonAparecido dos Santos. do PDC. que, ontem. no Minis­tério dos Transportes. em audiência com O MinistroJosé Reinaldo Tavares. apresentaram a S. Ex' reivindi­caçüo justa da nossa região. o noroeste do Estado deSão Paulo. qual seja a duplicação da BR-153. que cortao coração do Brasil. A Rodovia Transbrasiliana é umadas três rodovias federais que temos no Estado.

Sabemos que o Brasil precisa de novas estradas. Ain­da há pouco ocupou a tribuna um companheiro quereivindicou a pavimentação da Santarém-Cuiabü, Ro­raima e Acre necessitam de rodovias asfaltadas. de cujafalha o transporte da sua produçáo agrícola se ressente.A prec;íria manutenção de nOssa~ rodovias e mesmoa falta dessa manutenção forçam a sua reconstrução.com grandes despesas para O poder público. Temosde pensar também. neste momento. quc há setores nosquais o trMego e a topografia levam a grande númerode acidentes c mortes. Lembramo-nos aqui. agora. deum pleito dos Estados do Sul. relativamente à dupli­cação da BR-1l6, Régis Bittencourt.

Vários Parlamentares do Sul conhecem a BR-153.especialmente o trecho dc Onda Verde a Bady Bassit.que contorna a cidade de São .Tosé do Rio Preto. csabem quão urgente é essa duplicação.

Saudando a comissão de Vereadores de São José doRio Preto. que trou~e esse pleito ao Ministro dos Trans­portes, fazemos votos de que seja atendido. S. Ex"ontem, afirmou-nos fato muito importante. não só parao Estado de São Paulo. mas para Mato Grosso e MatoGrosso do Sul: a construção da ponte rodoferroviüriasobre o rio Paranü.na altura de Santa Fé do Sul. Essaponte permitirá a concxão da Fcpasa e o Porto de San­tos, inicialmente com Cuiabá e, posteriormente, PortoVelho. É uma grande ferrovia, a Leste-Oeste. finan­ciada, em parte. pelo empresário Olaeir de Morais,

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Junho de 1989

sem prejuízo de um ramal que atravesse o Estado deMinas Gerais e alcance o Porto de Tubarão, no EspíritoSanto. A concretização dessa ferrovia, sem prejuízodas rodovias, é um velho sonho do oeste de São Pauloe, acretido, de Mato Grosso do Sul. A ferrovia aindaé um dos transportes mais baratos que este País possui,e sua rede tem sido ampliada proporcionalmente.

A notícia de que o Ministro José Reinilldo Tavaresalocou cinco milhões de cruzados novos para a edifica­ção dessa ponte rodoferroviária, juntamente com cincomilhões do Governo de São Paulo, nós dá a esperançade que ela se torne realidade brevemente.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, aproveito a oportu­nidade para fazer um balanço sobre o atendimento aoexcepcional no Brasil, assunto que me conduziu a estaCasa, como pai de dois excepcionais. ~emos assistidosaos problemas dos excepcionais - aí incluindo os super­dotados e os deficientes, e entre estes os mais necessi­tados. os mais numerosos, os mais cercados de precon­ceitos, os deficientes mcntais ou retardados - e lutamosobsessivamente no sentido pc resolvê-los.

Nesse sentido, estamos apresentando a esta Casa vá­rios projetos de leis. desde a prevenção, a educação.o transporte. a reabilitação e sobretudo a assistência,através da regulamentação: do art. 203, inciso V, queconfere o benefício mensal de um salário mínimo àpessoa portadora de deficiência e ao idoso que nãopuderem prover a sua própria manutcnção ou tê-Ia pro­vida por sua família.

É uma medida. Sr. Presidente. Srs. Deputados. muitojusta e humana, porque, às vezes, a família carenteabandona o seu deficiente, o seu idoso. Eles terminamseus dias em asilos ou hospitais psiquiátricos, e, destaforma, o custo de manutenção do carente ou do idosofica bem acima de um salário mínimo.

No tocante à prevenção - e aqui gostaria de consig­nar uma visita, hoje, ao Ministro da Saúde, Seiko Susu­ki, para tratar do assunto - há dois dispositivos muitoimportantes: a oficialização do teste do pezinho, paradetecção do fenilcetonúria e o do hipotirodismo. Temosde viabilizar outras medidas importantes no tocante àassistência ao recém-nascido na sala de parto e no berçá­rio. Muitas crianças neste País. se asfixiam ou têm lesãocerebral por falta de assistência devida no parto, atravésde um neonatologista ou de um berçarista.

É preciso que os hospitais do Governo ou conve­niados sejam obrigados a manter um neonatologistana sala de parto e no berçário.

A educação da pessoa deficiente tem sido relegada,por isso recebe parcos recursos. Foi criada a Secretariade Educação Especial do Ministério da Educação, aSesp, mas ela tem recursos muito exíguos. O atendi­mento ao excepcional é encarado como assistencial,como favor, esmola quando deveria ser uam questãode direito: se uma criança normal tem direito a umaescola pública, por que a excepcional não o tem?

É preciso que se consigne percentual de recursos edu­cacionais para a educação especial. Só assim essa educa­ção deixará de ser repito uma questão de favor, tornar­se-á questão de direito.

Para tanto. apresentei o Projeto de Lei n' 40. de1988, considerado por alguns como inconstitucional.Não o entendo assim. porque consultei o art. 167, incisoIV, da Constituição, e ali há uma ressalva para estaveiculação de recursos. Espero que a destinação de re­cursos próprios para a educação especial seja viabi­lizada.

Noutra parte, na questão de veículos para deficientesfísicos e para entidades que cuidam de deficientes, preci­samos ter isençáo de IPI. porque o transporte é funda­mental nessas situações. Referindo-me ao Projeto deLei n" 39. de 1988. que regulamente o art. 19, § 7".para isentar da cota previdenciária as instituições bene­ficentes, quero dizer que esse dispositivo é muito impor­tante, não só as Apaes. mas para todas as entidadesno Brasil que cuidam da assistência social.

Para encerrar, Sr. Presidente, comunico a realização.recentemente, do I Simpósio Nacional de AssistênciaSocial. onde dois pronunciamentos. entre outros impor­tantes. me chamaram a atenção. A Prof' Teresa Costado Amaral. Coordenadora da Corde - Coordenadorianacional para Integração de Pessoas Portadoras de Defi­ciência - assim se expressou:

"Não há mais espaço para O assistencialismo.É preciso traçar uma clara política social paraq,"e ·construamos o espaço da cidadania, já quea questão social é a mais grave do País."

Em relaçiio aos deficientes, teresa Amaral apontouuma clara omissão dos nossos Governos. que sempreatuam d" forma paternalsita e assistencialista. Ela disseainda que grande parte do atendimento é realizado porentidades da sociedade civil e que, entre estas, as quenão têm fin-; lucrativos merecem um tratamento privile­giado, já que a obrigação é do Estado.

Para essas entidades, ela prega um credenciamentorigoroso, a fim de que sejam realmente eficazes. mascom direito, entre outras vantagens. à isenção previden­ciária, a não ser o pagamento das contribuições de seusempregados. e imunidade tributária: que as doaçõcssejam abatidas do imposto a pagare não da renda bruta;a impenhorabilidade dos seus bens.

No mesmo simpósio. o Dr. Irapoan Cavaleante deLyra. Presidente da LBA, diz:

"Nos últimos quatro anos. a LBA entrou numprocesso de transformação de sua ação, visandoli promoção e ao desenvolvimento social, já queo cidadão é um usuário que tem direitos.

A LBA é considerada hoje uma agência dedesenvolvimento social. argumentando que a as­sistência social não deve ser o elemento que levaa pobreza a ser renovada...

Com esse espírito é que a Comissão de Saúde, Previ­dência e Assistência Social está trabalhando. Devemosfomentar uma promoção social para que, dentro embreve, não precisemos da assistência social.

Muito obrigado. (Palmas.)

Dl~rant(! o discurso do Sr. Nelson Seixas, o Sr.lnocêncio Oliveira, li? Vice-Presidente, deixa a ca­deira da Presidência, qlle ê oeupada pelo Sr. CarlosCulta, 3° Secretario.

VI - HOMENAGEMo'SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Mesa

procederá à prorrogação da sessão. em homenagemli memória do Deputado Estadual do Pará, João Batista,assassinado no dia 6/12/88. Autor do r~querimento,De­putado e Líder Ademir Andrade. Antes, porém, estaPresidência convida a Sra. Sandra Maria Caminha Fon­seca, esposa do Deputado João Batista, familiares eamigos CI tomarem assento no plenário.

O SR, PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Concedo apalavra ao Sr. Ademir Andrade. Como autor da Propo­sição e pelo PSB.

O SR. ADEMIR ANDRADE (PSB - PA) -Sr. Presi­dente, Sras. e Srs. Deputados. meu caro Presidentedo Diretório Naciooal do partido Socialista Brasileiro.Senador Jamil Haddad, companheira Sandra Maria Ca­minha Fonseca, 2" Vice-Presidente do Diretório Regio­nal do Pará e viúva do Deputado João Carlos Batista,companheiro Antônio Fontellcs. 1" Vice-Presidente donosso Partido no Estado do Pará e irmão do ex-De­putado Paulo Fontelles, que também foi barbaramenteassassinEldo, companheiros das galerias e companheirosdo partido S'ocialista Brasileiro, cspecialmente compa­nheiros do nosso estado. o Pará, (palmas) são passados6 mese,; do assassinato de João Carlos Batista, que

se deu em 6 de éezembro de 19KK, no Centro de Belémdo pará. na frente da sua mulher e dos seus três filhos.tendo, naquele momento. sido baleada a menina Dina.Os pistoleiros e mandantes continuam impunes, contan­do com a omissão dos governos estadual e federal.

João Batista foi vítima do mais sórdio gênero de vio­lência que domina nosso paIs - a violência contra asidéias. a violência contra a democracia, quando assassi­natos políticos tentam calar a voz daqueles que sãobravos combatentes pela liberdade do povo.

João Batista nasceu em Voruporanga, São paulo, em19 de novembro de 1952. Era filho de Nestor Antônioe Isaura Batista, agricultores naquela região do interiorpaulista.

A famílic: de Batista foi para o Pará, como tantasoutras que migram para a última fronteira agrícola ­a Amazônia. em husea de terra para trabalhar. Em1%5 a f"mOia se instalou em Paragominas. distante

Sábado 10 4673

quatrocentos quilômetros de Belém. muito conhecidapela violência, hoje sede regional da UDR. Lá. JoãoBatista começou a trabalhar como vaqueiro. ajudandoo pai, empregado numa fazenda. até que puderam ad­quirir um lote de terra nas margens da rodovia Belém­Brasília.

Nesta época, começou a conviver com todo o tipode arbitrariedades que reinam impunes na zona ruraldo Pará, patrocinada pelos poderosos latifundiários,que concentram grandes quantidades de terra. enquan­to milhares de trabalhadores não têm sequer um palmopara sua subsistência.

Em 1975 mudou-se para Belém e formou-se em Direi­to pelo CESEP - Centro de Estudos Superiores doPará. em 1980.

Durante sua vida acadêmica. foi um militante ativona luta por maÍs verbas para a Educação. contra asabusivas mensalidades das faculdades particulares e pe­la volta do cstado de direito em nosso País. Participouda rcconstmção da UNE, e em 1979 foi chefe da delega­ção paraense. que em Salvador reviveu a gloriosa enti=-_dade dos estudantes. Foi por duas vezes presidente doDiretório Acadêmico do CESEP e comandou. aindasob o regime militar, a primeira grande greve de estu­dantes no Pará.

Formado advogado, voltou sua atuação para a causados trabalhadores.

Começou nos sindicatos urbanos e, em 1980, tevedestacado papel como advogado no Sindicato dos Tra­balhadores Rodoviários, onde, desde então, se incom­patibilizou com os gananciosos patrões.

Em seguida passou a advogar para posseiros, na lutapela terra. Em 1981, juntamente com o Sindicato dosTrabalhadores Rurais de São Domingos do Capim, de­fendeu seu primeiro conflito de terras no km 90 daBelém-Brasília, na árca denominada Colônia União,onde possseiros ocuparam uma grande extensão de terraociosa. em que o pretenso proprietário, Sr. joaquimFonseca. fez de tudo para despej,i-Ios, usando não s,óa força policial, mas suas milícias privadas. Hoje. depoisde muita luta, a área foi desapropriada.

A partir daí, Batista estendeu sua atuação ao longoda BR-01 O, nos municípios de Paragomioas. São Migueldo Guamá, Trituia. Mãe do Rio, Dom Elizeu, assimcomo em outras regiões, como a PA-1511, aos municípiosde Moju e TaiWndia; na Pará-Maranhão, no grandeconflito agnírio da Cidapar em Vizeu; nos municípiosde Capanema, Garrafão do Norte. Capitão Poço. Ou­rém, Concórdia do Pará, Acaní, Paraoapebas. e noconflito com um dos maiores latifúndios do mundo ­a Jari no Município de Almeirim.

João Batista centralizou toda a sua luta no sentidode que os humildes colonos conseguissem não só ganhara terra, C0ll10 nela se fixar. levantando bem alto a ban­deira da Reforma Agrária, como conquista imediatado povo. da liberdade e do socialismo.

A repercussão de sua luta ganhou enormes dimensõesjunto aos camponeses, ficando conhecido em todo oPará como o advogado dos posseiros, Foi então queangariou o ódio dos latifundiários. de donos de empre­sas e da UDR, que passaram a persegui-lo c a amea­çá-lo, tratando-o como o pios dos inimigos, destacan­do-se, entre tantos: Joaquim Fonseca, Henrique Mem­berg. Antônio Manoel Pique ira. Slaviero Madeireira,Marcos Marcelino. Família Uliana, Cidapar, Hermí­nimo e Joaquim Branco. Paulo Rôsado. Wirland Freire,Fausto Fernandes, Carlos Xavier, Maria de Nazaré eo hoje Ministro da Previdência Social, Jader Barbalho.

Em 1982. saiu candidato a Deputado Estadual peloPMDB. Sem nenhum apoio e com muitas dificuldadesfinanceiras. não conseguiu se eleger. Apesar disso, JoãoBatista continuou na luta com a mcsma combatividadee determinação que lhe eram peculiares.

Durante o período de 82 a 88, as ameaças de mortese intensificavam. através de tekfonemas anônimos.invasão de domicIlio e os seguintes atentados mortais:

21 de julho de 1985. no km 128 da BR-OlO. às 22h30mino quando vinha de Paragominas. acompanhado deseu pai, Nestor António Batista e Henrique de Cristo,lavrador, em um Fusca. foi interceptado por um Monza,com quatro pistoleiros, quc deram dois tiros. um decartucheira calibre 20 c outro de ritle 44, sendo o seupai atingido na cabeça. com O tiro da espingarda. Osenhor Nestor sobreviveu, mas permanccc doente até

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hoje. João Batista foi ferido no pescoço. onde chumbosficaram alojados. Houve troca de tiros, e Batista conse­guiu retornar para Paragominas, sendo novamente per­seguido. Neste momento o lavrador Henrique acertouum tiro de espingarda no Monza, que só assim paroua perseguição.

A polícia desta cidade, segundo informou, nada en­controu no local. Em Paragominas, a polícia era chefia­da pelo Sargento Adolfo, conhecido agenciador de pis­toleiros, inclusive tendo sido visto, por um vizinho, en­tregando um rifle para uma pessoa. nesta mesma noite;

25 de junho de 1986. quando se dirigia para umaaudiência em uma cidade próxima de Belém, teve seucarro esmagado por um caminhão transportador debois, ficando três dias no hospital, entre a vida e amorte;

2 de maio de 1987, já como Deputado Estadual, du­rante uma manifestação do Dia do Trabalhador, emParagominas. os pistoleiros Pilha Fraca e Ataíde atira­ram nele, no meio de mais de 4 mil pessoas. porémnão o atingindo, mas ferindo alguns presentes. A popu­lação. revoltada. pegou Pilha Fraca e fez justi\,a comas próprias mãos.

Ncnhum desses atentados foi sequer apurado pelasautoridades. mas, ao contrário. ele é que era o acusado,c nunca a vítima, sendo que, no primeiro. o inquéritoinstaurado na DOPS sumiu misteriosamente, sem ne­nhuma explicação. No último atentado, acima descrito,o Governador Hélio Gueiros foi à televisão acusar JoãoBatista de ter incitado o povo a matar "um pobre moto­rista de táxi". E a UDR lançou notas pagas em todosos jornais, por vários meses, acusando-o de matador.

Em 1986, João Batista candidatou-se novamente aDeputado Estadual, enfrentando a força reacionáriado latifúndio, já organizada na terrorista UDR 'Õ infil­trada no Governo do Estado e nO seu próprio partido,que tinham à frente o então Governador Jader Barha­lho. Contando apenas com a força do povo, conseguiueleger-se, sendo o último colocado do PMDB.

Sua atuação parlamcntar não diferiu em nada da doadvogado dos posseiros. Seu gabinete era um dos maismovimentados na Assembléia Legislativa, assim comoampliou seu espaço político no Estado em menos deum ano, atuando em Municípios importantes, comoltaituba. Na tribuna. foi um ardorosos defensor dosdireitos do povo.

A impunidade dos crimes que antecederam ao prati­cado contra João Batista, os despejos violentos contraposseiros, as liminares parciais de juízes, o comprome­timento da polícia, a omissão do Governo de Estado,e a falta de decisão política em realizar a Reforma Agrá­ria, por parte do Governo federal, á mercê do latifúndioe da UDR. fizeram com que seus inimigos planejassemcom tranquilidade o seu assassinato.

No dia 6 de dezembro de 1988, após fazer mais umadenúncia de atentado contra a sua vida, da Tribunada Assembléia Legislativa, foi covardemente a:;sassi­nado, na frente da sua família.

A polícia do Estado do Pará, acostumada a serviraos fazendeiros, mostra-se complemente considerando­se os seguintes dados;

-O assassino mapeou com cuidado o prédio e arua onde morava João Batista, havendo várias pessoasque o viram na portaria do edifício. No entanto. a políciasó tem duas testemunhas.

- A polícia mio vasculhou o local do crime em ne­nhum momento, nem as adjacências, para a capturado assassino, embora tenha sido anunciado pela televi­são que o governador ordenara o fechamento das l;aídasda cidade, no que foi desmentido por policiais qUE' esta­vam de serviço. que afirmaram não ter recebido ordemalguma.

- O retrato falado não coincidiu com o depoimentodas duas testcmunhas e, apesar da insistência da família.só foi divulgado um mês após a morte de Batista.

- O Governador do Estado nomcou para Sccretáriode Segurança Pública o Sr. Mário Malato, conh ecidopelo seu comprometimento com latifundiários. Qwmdoestava à frente do DOPS 'era muito solicitado para efe­tuar despejos nas colônias, tendo sido considerado co­mo um dos inimigos de João Carlos Batista. Por ocasiãoda campanha eleitoral, ele teria praticado tiro ao alvo

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

em cartazes de Batista, afixados nas estradas, segundoinformações.

-O delegado que presidiu o inquérito policial, emsua primeira fase, foi afastado sob suspeita de ter sidofinanciado por fazendeiros para não levar o caso adian­te, gerando um inquérito frágil. muito confuso. e assimmesmo remetido para a Justiça.

- O pistoleiro que está preso, o Robertinho, conhe­cido matador de aluguel na região da Belém-Brasília.contou uma versão durante o inquérito, onde acusaPêricles Ribeiro Moreira de ter matado o Deputadoe como mandante os comerciantes Josiel e Jeová (Jáimplicados no caso do ex-Deputado Paulo Fontelles)e também Oscar Ferreira. Diz ter chegado para parti·cipar do crime no dia em que este aconteceu, fato queaté agora a Polícia não apresentou provas concretaspara desmentir, embora seja evidente que várias pes­soas o viram rondando o prédio, há dias. Este mesmopistoleiro desmentiu, posteriormente, tudo o que afir­mara na polícia~ perante a Juíza da 2~ Vara penal doEstado. Dr' Yvone Santiago,

- O pistoleiro Péricles 'Ribeiro Moreira é elementode alta periculosidade, com vários crimes de encomendaem seu currículo, procurado também pela Polícia doMaranhão, e ainda se dá ao luxo de convocar a imprensado Pará para conceder uma entrevista exclusiva, natentativa de tumultuar o processo, acusando o empre­sário e fazendeiro Joaquim.Fonseca e inocentando Jo­siel e Jeová, numa verdadeira guerra entre bandidos.

- O pai de Pérides Ribeiro Moreira apresentou-seà Juíza, acusando a Polícia de tê-lo ameaçado de morte.

Diante de tais fatos, conclui-se que a polícia não checadados importantes para o processo, como a acusaçãodo pistoleiro Pérides Ribciro Moreira contra o Sr. Joa­quim Fonseca, sendo este reconhecidamente inimigode João Batista, inclusive movendo dois processos con­tra o Deputado, um no Fórum de Belém e outro node São Miguel do Guamá.

Segundo os inquéritos. tanto Josiel como Jcová eo próprio Joaquim Fonscca, estão envolvidos na mortede Paulo Fontelles, estando os dois primeiros foragidos,sendo pessoas de reconhecida periculosidade, envol­vidos em roubos dc carro, de gado e em crimes dapistolagem, com os quais enriqueceram ilicitamente,scm nunca, até então, tcrem sido incomodados pelaJustiça. E o terceiro, somente dcpois de muita pressãoda opinião pública, foi chamado para dcpor, haja asvárias acusações que pesam sobre ele.

O fato é que o processo tem mais de 500 folhas,e nenhuma solução concreta foi apresentada, tomandorumos confusos, próprios da ação do crime organizado,havendo grande interesse das autoridades em parar ocaso nos dois acusados como mandantes. Na verdadeeles são os empreit<>iros, e o que se pretende é acobertaros verdadeiros mandantes do crime.

Tudo O que foi apresentado até agora dá a impressãode que foi feito somente para dar uma satisfação àsocicdade, pois este processo não chega a nada objetivo.

Scnhor Presidente, esses crimes que se deram contraos advogados João Batista, Paulo FonteJ1es e GabrielPimenta. e mais, Padre Josimo, João Canuto de Olivei­ra, Bcnezinho, Gringo e tantas outras lideranças donosso Estado do Pará, ocorrem por um fato: a irrespon­sabilidade de um governo da classe dominante (palmas);a irresponsabilidade de um governo das elites, que nãotem um plano de trabalho e de ocupação para a Amazô­nia. Essas mortes ocorrem principalmente no Norte,a última fronteira deste País, para onde acorrem cente­nas, milhares de trabalhadores expulsos de suas terras,nas várias partes do nosso Brasil. E lá. uma terra tãovasta. de tantas riquezas, explorada sem planejamentoalgum, de maneira indiscriminada, dá-se sua ocupação,única e exclusivamente pelo interesse do lucro imediato,característico da ação capitalista, que não tem preocu­pação com as questôes do povo e da ccologia da Ama­zônia.

Aí surgem os graves conflitos, em três situações dis­tintas, sendo o primeiro e mais comum tipo dc conflitoaquele que tem de um lado os milhares dc posseirosque querem apenas um pedaço de terra para trabalhar,visando sua subsistência e a produção de alimentos parao consumo interno; local, regional e nacional; de outro,estão os latifnndiários. poderosos, apoiados pelo gover­no, pelo poder dominante. pela polícia. Eles açambar-

Junho de 1989

cam incomensuráveis áreas, para reserva de capital oua prática da monocultura, voltada à exportação, emgrave prejuízo para a nação, tanto na área econômica,como na questão do consumo interno de alimentos.Esses conflitos geram violência generalizada e a mortede muitos trabalhadores.

Um segundo conflito gerado na Amazônia ocorreem conseqüência de grandes projetos como Carajás.a Hidrelétrica de Tucuruí, a Albrás-Alunorte, a Jarie a Mineração Rio do Norte. Eles são instalados desres­peitando de maneira absoluta a população da Amazô­nia, explorando o homem que lá vive, obrigando-o adeixar suas terras para tornar-se operário nesses proje­tos, que têm em seu centro luxo e poder, mas em suaperiferia a miséria, a fome e a morte.

O terceiro c~nf1i.to, gerador de mortes na Amazônia~tem origem na mineração, estando de um lado as gran­des empresas mincradoras, apoiadas pelo Departamen­to Nacional da Produção Mineral. e pelo Governo comoum todo, que querem deter o monopólio da exploraçãoda riqueza mineral na região (palmas), enquanto milha­res de trabalhadores, de outro lado, que também acor­rem à Amazônia em busca da oportunidade de explorarum pouco destas riquezas minerais, süo esmagadas pelaação capitalista, cxploradora. inconseqüente, devasta­dora e criminosa. Estes trabalhadores são os garim­peiros. categoria reconhecida como a maior produtorade ouro em nosso Estado e no Brasil, historicamentcaté, quc. no cntanto, é pcrseguida pelos rcpresentantesdas grandes empresas mineradoras multinacionais nasua maioria).

Essa falta de planejamento, o interesse imcdiatistado lucro, o interesse do imperialismo intcrnacional emnossa terra. redundaram na luta ardorosa dos posseiros.dos garimpeiros. dos operários, para usufruircm dc par­te dessa imensa riqueza que a Amazônia possui. Eleslutam por essa participação com suas idéias e pensa­mentos, sendo protegidos e apoiados por suas Iidcrançasmaiores, que levam ao conhccimento da opinião públicaa perseguição que sofrem cstas categorias de trabalha­dores, e isso incomoda a essa gente gananciosa, quequer para si toda a riqueza lá existcntc, c que mata,por assassinato, aquelas lideranças.

Senhor Presidente, Srs. Dcputados e companheirosdo PSB, creio que esta sessão não deve ser apenasde homenagem ao combativo Deputado Estadual JoãoCarlos Batista. mas também de protesto contra a impu­nidade (palmas). Se crimes continuam acontecendo, éporque se institucionaliza a impunidade.

Esta sessão deve ser também para prestarmos solida­riedade ao Presidente do Diretório Nacional do PartidoSocialista Brasileiro. o Senador Jamil Haddad. (palmas)que, em boa hora, em programa do partido divulgadoem cadeia nacional de rádio e televisão. responsabilizouo Governador Hélio Gueiros por omissão, pelo nãocumprimento de suas obrigaçôes na apuração dos crimescontra João Batista, Paulo Fontelles e tantos outroslíderes assassinados em nosso Estado. Não há ninguémpreso pelo assassinato de Paulo Fontelles e dos outroscompanheiros. No caso do Deputado João Batista,prenderem um reles pistoleiro, mas os nomes dos man­dantes, dos planejadores do seu assassinato não foramcitados em momento algum. O Governador do Paráé absolutamente omisso com relação a esses fatos.

Nesta homenagem a João Batista quero registrar quena Sexta-Feira da Paixão, dia 24 de abril. fomos infor­mados do local onde estava o pistoleiro Pérides RibeiroMoreira. Informamos ao Governador: a polícia preci­sava de um carro descaracterizado e de um n::I e qui­nhentos cruzados novos para o deslocamento, a fimde capturar o pistoleiro. O Governador do Estado soubedo fato, mas não tomou qualquer providência para pren­der o suspeito pistoleiro. Tais fatos são amplamenteconhecidos de toda a sociedade do Estado do Pani.Por isso tevc muita razão o companheiro Senador JamilHaddad ao fazer aquelas acusaçôcs. divulgadas no nossoprograma nacional (palmas).

O que nos deixa apreensivos é saber da falta de deter­minação política dos poderes constituídos em acabarcom o crime organizado em nosso País e com gruposde extrema direita como é a UDR. haja vista que jáfoi solicitada a prescnça da Polícia Federal ao Sr. Minis­tro da Justiça, e até agora. segundo relato da Políciado Pará, não houvc qualquer participação daquela.

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J:..;u::n;.::h..:..o..:..d..:..e:..;19:..;8..:..9 --=.D.:::IÁ:..::..:..R=-IO=--D O CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 10 4675

A morte de João Batista representa uma afronta àdemocracia em nosso País e também um grande desafiopara que as forças progressistas mobilizem o povo paraa grande tomada do poder e a implantação definitivade uma sociedade igualitária e justa (palmas).

Senhorr Presidente, ninguém conseguirá deter a sedede justiça do povo brasileiro; nenhuma violência conse­guirá deter essa consciência política que cresce a cadadia no seio da classe trabalhadora.

Haveremos de passar por cima dessas violências eresponder a elas, quando necessário. Trabalharemosobjetivando a conquista de urna sociedade igualitária,do socialismo, único sistema de governo solidário e fra­terno.

A luta e as idéias de João Batista vivem em eadaum de nós, e continuarão a existir em companheirosque a cada dia vão compreendendo os seus direitos,e adquirindo uma formação ideológica, que deve seexpandir mais e mais. A morte de João Batista, comoa de todos os outros mártires da luta pela igualdadenão foi em vão. Entendemos que faz parte da jornada,e mesmo com todas as ameaças e intimidações, nãoarredaremos pé. Manteremos nossa coragem e nossadeterminação pela ideologia que temos, e o que quere­mos é que todos os homens deste País sejam tratadoscom respeito, de igual para igual, com os mcsmos direi­tos. Ao mesmo tempo, sabemos que só uma sociedadepode responder a esses anseios. Viva, portanto, o socia­lismo (palmas).

Senhor Presidente, peço que me permita ainda algunssegundos para homenagear Sandra Maria CaminhaFonseca, esposa do Deputado João Batista, mas, acimade tudo, militantc política que tcm uma longa história.Ela é dirigentc do nosso Partido no Estado do Pará.e nos tem ajudado sempre com muita força. muita cora­gem. atributos que servem para ela mesma superar suasdificuldades emocionais.

Hoje Sandra.Caminha está conosco, participando nãosó desta homenagem, como do II Congresso Nacionaldo Partido Socialista Brasileiro. Nossa homenagemtambém ao companheiro Antônbio Fontelles de Lima,irmão do ex-Deputado Paulo Fontel1es, que era mili­tante do Partido Comunista do Brasil (palmas), cujafamília é constituída de bravos companheiros. de heróisqu~ persistem na luta para punir os seus assassinos epela implantação do socüJ1ismo no país. O companheiroAnlónio Fonlel1es é o 1" Vice-Presidente do nosso parti­do no Estado do Pará (palmas).

A eles, pela sua coragem, prestamos também as nos­sas homenagens (palmas prolongadas).

o SR, PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Concedo apalavra ao Sr. Oswaldo Lima Filho. pelo PMDB.

O SR. OSWALDO LIMA FILHO (PMDB - PE.Sem rcvisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr"', c Srs.Deputados, Sra. Sandra Batista, Srs. membros da famí­lia do homenageado. mestre e amigo Antônio Houaiss,o PMDB, pela minha palavra vem participar da home­nagem prestada à memória do Deputado Estadnal para­naense João Carlos Batista, assassinado em 6 de dezem­bro de 1988. Este crime hediondo vem somar-se à longasérie de homicídios praticados pclos latifundiários, cmuma violência seletiva que vem abatcndo lídcres daIgreja, como Padre Jósimo Tavares, no Araguaia (Pal­mas nas galerias), sindicais, como Margarida, em Cam­pina Grande, advogados dos Sindicatos, como JoãoCarlos Batista c Paulo Fonlenel1e, no Pará, e o mcucompanhciro de luta política. o advogado Evandro Ca­valcanti, em Pernambuco. São milhares os sacrificadospela insanidade do latifúndio arregimentado pela UD R.

Quando assistimos, na Constituinte, à ação facistada UDR conseguir a derrota dos nossos projetos dereforma agrária, tudo indicava que as grandes massasde trabalhadores, os milhões de sem-terras nesse Brasilnão se iriam conformar com a injustiça histórica queali se praticava, com a servidiio da terra que a Consti­tuinte acabava de cristalizar. A luta pela terra iria conti­nuar como direito sagrado das grandes multidões doBrasil. Essa luta continua. Nós a vimos na Comissãode Reforma Agrária. na reunião histórica que realiza­mos com aquela comissão em Araguaína, quando milha­res de camponeses compareceram, a Câmara Munici­pal, para denunciar os crimes praticados pelo latifúndiona região. Viúvas de camponeses, em -lágrimas, narra-

vam o homicíidio dos seus esposos. jovens denunciavama morte de ~.eus pais e o incêndio premeditado de caba­nas de camponeses.

Naquda época, reunimos esses depoimentos com aajuda da Federação dos Trabalhadores Rurais de Goiás.O Deputado Aldo Arantes, a Deputada Raquel Capibe­ribe e eu 03 remetemos ao então Ministro da Justiça,Paulo Brossard, que deve tê-los jogados na lata de pa­péis do seu gabinete. (Palmas.) Lamentando e com tris­teza e que é história esses fatos, revelamos essas gravís­simas denúncias, que ressumavam o sangue dos sacrifi­cados, ao meu antigo companheiro o Governador Hen­rique Santillo, de Goiás e até hoje não temos notíciasde qualqucr providência para solucionar esses crimes,que condnuam a ser praticados.

Mas, bem disse o mcu companheiro de representaçãoe luta pela reforma agrária, Ademir Andrade, este prei­to que hoje prestamos a mais uma vítima do latifúndioe dos facistas da UD R não fica apenas nesta homenagcmsimbólica, porque representa também nosso protestoe a decisão de continuarmos a luta por justiça socialc reforma agrária no Brasil. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Concedo apalavra ao Sr. Amaury Müller, pelo PDT.

O SR. AMAURY MÜLLER (PDT - RS. Sem revisãodor orador.) - Sr. Presidente, será que a elite domi­nante ptcci.;a encharcar-se de sangue para provar queestá viva? Sr. Presidente, Sr' e Srs. Deputados, Sr'Sandra Maria Caminha Fonseca, brava companheirado inesquecível João Carlos, companheiro AntônioFontelIe:; de Lima, continuação da luta histórica de seuirmão Paulo Fontelles, também assassinado pela violên­cia do latifúndio, meu caro Senador Jamil Haddad, Pre­sidentc Nacional do Partido Socialista Brasileiro; Pro­fessor c Diplomata cassado Antônio Houaiss, Presi­dente do Diretório Regional do PSB do Rio de Janeiro,companheiros e companheiras, curva-se o Parlamentobrasileiro, hoje, para homenagear, não no simbolismoda ret.ár.ica inflamada, mas na proposta de luta perma­nente por profundas mudanças em uma sociedade sabi­damente: enferma: curva-se o Parlamento brasileiro, re­pito, não para evocar a memória, mas para assumiro compromisso histórico de manter viva e acesa a lutapor uma reforma agrária capaz de modificar em profun­didade E11l2 estrutura fundiária. insana. injusta e bruta­lizadora de direitos humanos, cm País de dimensôescontinentais, com terras sem fim.

Ao evocar o nome de Jouo Batista. Deputado Esta­dual, bravo 1utador pela implantação de uma sociedademais jw:ta, estamos evocando também todos aquelcsque tombaram. crivados por balas assassinas, aqui eacolá, (Palmas mas galcrias) cm todas as partes e emtodos os lugares, para fazer vingar o seu protesto, paracriar centros de defesa de direitos, que continuam sendoespezinhados e desrespeitados.

Este plenário, D. Sandra, tem sido palco de grandesdebates em torno de questóes cruciais para a naciona­lidade. Infelizmente, sendo o Parlamento retrato daprópria realidade brasileira - uma sociedade pluralista,carregada de injustiças, impregnada de ódios e intole­r:lncias·- ele também re!lete, com absoluta fidelidade,os caminhos tortuosos que os .justos procuram perse­guir, a fim de construir essa socicdade que desejamos,uma sociedade mais limpa, mais igualitária, mais decen­te, mais humana c, sobretudo. mais cristã.

O que não se pode aceitar, entrctanto, é que, emnome desse pluralismo, direitos continuem sendo sub­traídos e esmagados. O que não se pode admitir, toda­via, é que, em nome desse pluralismo, o CongressoNacional continue a fazer O jogo de interesses espúriose minoritários, deixando de cumprir sua tarefa históricade contribuir para que se implantem neste Pais. talvezamanhã, a justiça social e o respeito integral aos direitosda pessoa humana.

Não nos cobrimos de vergonha nem de culpa, compa­nhciro Antônio Fontclles de Lima, pois sabemos queestamo,; cumprindo, com dificuldade c com incom­preensões, o nosso dever. Mas, quantitativamente, atéque, não te;mos sido suficientes para dobrar o poderioeconômico dos que aqui se instalam comodamente parafazer o jogo das minorias, para manter privilégios odio­sos e,. conseqüentemente, perpetuar suas vantagens,quase s'~mpre subalternas e personalistas.

Creio que há de chegar o dia em que este Parlamentoserá o reflexo da sociedade brasileira. (Palmas.) Aquiestarão instalados deputados e senadores comprome­tidos com o seu povo, com o futuro e com a Históriadeste País. E quando isto acontecer, braços pagos porassassinos piores do que os que mataram, Partifundiá­rios, poderosos grupos econômicos nacionais e estran­geiros não continuarão como agora, rigorosamente im­punes. Afinal, sob o império da lei, pensamos nós que

. lugar de ladrão é na cadeia, lugar de assassino é nacadeia, e não c.omo hoje, quando os ladrües de casacae de colarinho duro, os mandantes de crimes odiosos,como este cometido contra João Carlos Batista, penna­necem impunes (palmas), passeando cínica c hipocrita­mente, a sua tranqüilidade num País que não poderiamais tolerar todas essas violências, todos esses ódios,praticados contra a esmagadora maioria, inerme, desar­mada, sem condições de; reagir.

A terra - está DO Velho Testamento - é de todos.Importa tomá-la e ocupá-la. Mas como tomá-la e ocupá­la, se no Brasil ela é propriedade de poucos? Sr. Presi­dente, os proprietários rurais, neste País, detêm maisde 40% de todas as terras agricultáveis. Algumas empre­sas. sob a tutcl~ dc governos ilegítimos e comprometidoscom minorias, como é () caso da Madeireira NacionalS.A. - que nem sei se é nacional - detêm a sornade 4 milhões e 300 mil hectarcs. São 43 mil quilômetrosquadrados, área superior, por excmplo, a superfíciegeográfica do Estado do Rio de Janeiro. Enquanto estaminoria continua proprietária da terra, mais de 12 mi­lhóes de irmãos nossos, vocacionados para a agricultura,com igual direito à felicidade e à terra, perambulam,descamisados, famintos e sem esperança, pelos corre­dores dn latifúndio, pelas beiras das estradas, em buscade am inatingível pedaço de chtio.

Que País é este que não pune os assassinos de bravoslutadores pela reforma agrária? (Palmas.) Que País éeste que tolera que minorias perfumadas por fora, maspodre por dentro, continuem detendo uma soma incrí­vel, indimensionável de poderes, para esmagar os direi­tos da maioria?

Ora, Sr. Presidente, se ntio fizermos as leis que com­patibilizem os direitos dos que querem terra e que lhespermitam ocupar a terra, para produzir o alimento queo povo não come, a reforma agrária virá fora da lei,porque se a lei é capaz de proteger direitos, de resguar­dar prerrogativas, o povo fará a lei. (Palmas nas gale­rias.) E quando ele fizer, num processo revolucionárioe democrático, a lei capaz de substituir o capitalismopelo socialismo, então~ veremos que este Pafs não serácomo agora, dividido entre os poucos que muito tême os muitos que nada possucm; um império sem fron­teiras para os ricos cada vez mais ricos c poderosose um inferno sem remissão para os pobres cada vezmais pobres e miseráveis.

Eu não teria coragem, Sr. Presidente, minha caraD. Sandra, de traçar aqui o perfil extraordinário, deJoão Carlos Batista e de descrever sua história magní­fica. O bravo Deputado Ademir Andrade já o fez. To­davia. precisamo~ convercer-nos de uma coisa: a histó­ria jamais foi escrita em nenhum lugar do mundo aponta de baioneta e a bico de fuzil. Nenhum exército.por mais poderoso que se.ia. nenhum ditador, por maispoderoso que seja, se eternizará. A história é escritapor nós, todos os dias; pelos agricultores scm terra oucom pouca terra, pelos operários com sa1:.irios de fomee pelas crianças com fome. que peramhulam pelas latasde lixo, à procura de pão, e que hoje representam umuniverso de mais de trinta milhões de seres humanos,desprezados, oprimidos e sem amanhã. A história éescrita por homens como João Carlos Batista, PauloFontelles, Padre Josimo e tantas outras vitimas do lati­fúndio impune.

Faremos essa história, até porque as clites, que conti­nuam encasteladas no poder, hoje com trajes civis. masfazendo permanentemente o jogo das fardas opressoras,dos banqueiros, dos latifundiários, do capital estran­geiro, não representam absolutamente nada. E não sãocapazes. porque não terão jamais força, de sufocar apaixão da liberdade.

Direitos, D. Sandra. não se acham na sarjeta, Direi­tos se conquistam, direitos se toinam, quando neces­sário. (Palmas nas galerias.) E esses direitos, a começarpelo direito à vida, à terra, para produzir o p~io que

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o brasileiro não come, serão conquistados historica­mente por nós.

Não adianta matar João Carlos Batista, não adiantamatar Paulo Fontelles, não adianta matar Padre fosimo,não adianta matar nenhum brasileiro que luta pelosseus direitos. Matam o homem" mas não matam a idéia.(Palmas nas galerias.) E essa idéia de um dia modificareste País ninguém será capaz de assassinar.

Enquanto tivermos lutando do nosso lado, com agrande maioria, uma maioria que já não é mais silen'ciosa, mas continua oprimida, homens como Jamil Had­dad. Antonio Houaiss. para apenas citar duas das ex­pressões maiores do Partido Socialista Brasileiro. En­quanto estivermos alimentando a nossa esperança demudar este País, que viva na nossa memória, a lutade homens como .10:10 Carlos Batista. (Muito bem! Pal­mas nas galerias.)

O que cspero é que o novo governo. que virá ungidopelas urnas - por que deste nada cspero - faço justiçae quc os assassinos de João Carlos Batista. de PauloFontelles e de tantos outros sejam levados às barrasdos tribunais e. de acordo com a lei, sem nenhum revan­chismo. punidos com todo o rigor. O que ei;pero éque. a partir desta luta - ea luta continua - possamosimaginar que é possível construir uma sociedade redi­mida de todas as iniqüidades que hoje a enodoan, umasociedade tão igualitária quanto possível. porque. afi­nal, por detrás desse crepúsculo enfarruscado, queameaça grandes tormentas sobre as cabeças dos brasi­leiros, que está scmpre brandindo com a perspectivade um regime autoritário. substituir essa transição aindaincipiente e não completada; por detrás desse crepús­culo escuro. sombrio e melancólico. haverá um novodia. E este dia virá, gostem ou não as elites do poder.(Palmas nas galerias.) E quando ele vier, estaremospreparados p.ara construir o nosso Brasil, um Brasilde todos os brasileiros porque, afinal, brancos. negros.amarelos. mula.tos ~ cafusos s;10 apenas o plural dapalavra hómem. Todo homem é válido, todo homemmercce respcito. .

Eu me convenço, para encerrar. Sr. Pre.sidente, deque João Batista não morreu. Nós o teremos semprecomo um símbolo da luta pela reforma agrária, da lutacontra a impunidade. contra o latifúndio. contra aUDR. contra 05 banqueiros e o capital internacional,todos eles desprezando nossOs direitos e escarrando ci­nicamente sobre a nossa dignidade.

Esta luta é de todos nós. e com ela temos de noscomprometer. porque só assim poderemos perpetmi-la.no tempo e no espaço. não como uma simples memória.mas como um exemplo a ser seguido em nome do ines­quecível Joáo Carlos Batista,

.O SR. PRESIDENTE (Carlos CoHa) - Concedo apalavra ao Sr. Fernando Santana, pelo PCB.

O SR. FERNANDO SANTANA (PCB - BA. Semrevisão do orador.) - O nobre Deputado Amaury Mü­ller acaba de dizer desta tribuna. de uma maneira muitoenfática: "Este dia virá". Mas como tem demoradoeste dia. que começou em 1823, quando José Bonifáciopropunha. naquela Assembléia que era Constituinte eao mesmo tempo Congressual, um simples 311igo delei segund'l o qual a cada prcto forro se deveria doarlima pequena sesmaria!

Nabuco reconheceu a necessidade de se mudaremde maneira profunda as relações dc propriedade daterra. Quantos lutadores já tivemos. e até hoje essedia não chegou? ..

Não queremos. de modo algum. recusar a afirmaçliodo nobre Deputado Amaury Müller de que esse diavirá. Mas esse dia virá quando tivermos capacidadede vencer uma das forças mais fortes que existem emqualquer sociedade. que é a tradição. E temos umatradíção latifundiária, não de quatro ou cinco séculos.mas de mais de 20 séculos, porque a Penisula Ibéricaa herdou de Roma e nó-Ia transmitiu como forma deapropriação de terra.

Ainda no ano passado o jornal "Correío Braziliense"publicava uma relação de 20 propriedades apenas, aessas 20 propriedades somavam 22 milhões e 300 milhectares: uma área superior à do Estado de São Paulo.Como se pode compreender que, em pleno fim do Sécu­lo XX, ainda estejamos nos apropriando da terra demaneira a mais retrógrada possível. até mesmo pior

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

do quc na época dos Reis Filipe e Manuel, pois aschamadas Ordenações Manuelinas ri Filipinas, pelo me­nos, exigiram que o sesmeiro utiliz'lsse bem o solo.Se não o fizesse, qualquer outro poderia requerer etomar posse daquela sesmaria. Nós regredimos no Di­reito, Estamos aquém do Dom Manuel e de Dom Feli­pe, do iníeio do Século XVI.

Mas acreditamos, Deputado Amaury Müller, que es­se dia virá e, por isso mesmo. continuaremos a lutadaqueles milhares de brasileiros que estlio tombandoem todos os Estados à espera da reforma agrária. ODeputado João Carlos Batista foi um dos mais recentesa cair. Outros, em milhares. Margarida. a doce Marga­rida, na Paraíba. no ano passado, perdeu sua vida por­que era Presidente de um sindicato e estava a reivindicaralgumas melhorias salariais para seus companheiros.

Está presente aqui. Antônio Fontelles Lima, irmãodo Deputado Paulo Fontelles, que também foi assassi­nado. Também presente Sandra Maria Caminha daFonseca. esposa de João Batista. aparentemente tran­qüila. mas, no seu íntimo, sabemos que vai uma grandedor, a de haver perdido seu companheiro.

Queremos dizer à família daqueles que morreramque isso não nos intimida. Continuaremos a luta. mesmosabendo das grandes dificuldades que temos de enfren­tar. E, quanto maiores forem as dificuldades. de nossaparte maior será o impulso para·levar à frente essaluta, no sentido de uma justa distribuição de terrase que faça deste País uma naçüo moderna, civilizada,criando, inclusive, para o interesse da própria burguesia.que nos domina. um mercado interno. quc nlio temos.

Sr. Presidente, Srs. Congressistas, acadêmico Antõ­nio Houaiss, uma das melhores cabeças de nossa Pátria,queremos deixar aqui a condenação do Partido Comu­nista Brasileiro a todos esses atos de violência (palmasnas galerias) e. sobretudo, o nosso protesto pela faltadc cobrança para jogar na cadeia os criminosos. Quere­mos responsabilizar o Poder Judiciário ..as autoridadesestaduais e federais que por acaso sc tenham omitidono esclarecimento dos fatos e no castigo que estão amerecer os assassinos daqueles que lutam pelo desen­volvimento da sua Pátria. (Palmas das galerias.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos CoHa) - Concedo apalavra ao Sr. Eduardo Bonfim. pelo PC do B.

O SR. EDUARDO BONFIM (PC do B - AL. Semrevisão do orador.) -SR. Presidente. SI''' e Srs. Depu­taos. Sr" Sandra Caminha. esposa do ex-Deputado JoãoBatista, Sr. Antônio Fontelles, irmão do nosso cama­rada Paulo Fontelles. mestre António Houaiss, compa­nheiro de tantas lutas. Senador Jamil Haddad. Presi­dente do Partido Socialista Brasileiro, companheirase companheiros presentes. estamos aqui para homena­gear o bravo ex-Deputado João Batista. compenheirodo PSB do Pará, assassinado em fins de 191111 pelo lati­fúndio. que tantas vítimas tem feito por todo o Brasil,particularmente naquele Estado.

NlÍs. do Partido Comunista do Brasil. repudiamosesses crimes e denunciamos a conivência aberta do Go­vernador Hélio Gueiros e a morosidade da Justiça nestePaís. (Muito beml) A impunidade, companheiros. enco­raja o latifúndio e a famigerada UD R a prOllloveremnovos atentados. N:1O é à toa que circula no Estadodo Paní e em todo o Brasil lista demaís pessoas a seremassassinadas naquele Estado pelos latifundiários e pelaUDR. Nossa companheira Maria do Socorro. Verea­dora pelo nosso partido. e das mais votadas, em Belémdo Pará. está sendo abertamente ameaçada c até segui­da, igualmente como outros companheiros do Estadodo Eará. por aqueles que. pela impunidade, sabem queterão a conivência de autoridades. como estão tendono caso dos assassinatos de João Batista e Paulo Fon­relles.

Nos últimos 10 anos. mais de quatrocentos pcssoas- trabalhadores, advogados e padres - foram assassi­nadas nO Estado do Pará. A impunidade. a morosidadeda Justiça e a conivência do Estado é totaL Mas sabe­mos. como foi muito bem dito aqui pelos Parlamentaresque nos antecederem, que a luta do povo brasileiro,que a luta de João Batista e Paulo Fontelles. não temosa menor dúvida, levará à vitória o povo brasileiro eoma reforma agrária antilatifundiliria neste País, levaráà cadeia os assassinos dos trabalhadores, seja no campo,seja na cidade. (Palmas.)

Junho de i989

Senhores, a História está do nosso lado. Sabemosque João Batista e Paulo Fontelles. além da convicção,tinha em si o espírito revolucionário e a generosidadedaqueles que têm o objetivo de libertar a humanidade,os trabalhdores e os camponeses da opresslio e da vio­lência, como aqueles estudantes mártires na China, es­magados pela violência de uma retrôgrada burocracia.

A Histôria marcha para a vitória dos povos.A História, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,

companheiros aqui prescntes. vai aos poucos ficandoa libertação nacional e social. a democracia e a partici­pação na comunidade de milhões e milhões de deser­dados e famintos que não têm um lugar ao sol, nocampo ou nas cidades. Por mais violência, por maistruculência que haja no Pará, em Alagoas. no Rio deJaneiro. em Volta Redonda. por mais que as classesdominantes se contraponham, a marcha da História ha­verá de vencer ncste País. a despeito mesmo dc umaConstituição que não cOITesponde às necessidades dedesenvolvimento e modernização da sociedade brasi­leira, porque patrocina uma reforma agrária ainda maisatrasada do que a prevista no Estatuto da Terra, deCastello Branco e da ditadura militar.

A força da HistlÍria esmagará os que consagram omilitarismo. Aí está o triste exemplo de Volta Redonda,onde os trabalhadores que lutavam por seus letígimosdireitos foram brutalmente reprimidos. Estão impunesaqueles que assassinaram os três operários em VoltaRedonda.

Vivemos, então, um período de transição da socie­dade brasileira, e o sangue doado por João Batista,por Paulo Font<i.Iles, por camponeses. trabalhadores epadres será reconquistado c<;lm a transformação pro­

. funda que almejamos. A lutado povo br~sileiro. assimcomo a luta de todos os povos, adquire várias formas,de acordo com a violência das classes dominantes. Oscamponeses - estamos certos -c conquistarão a refor­ma agrária com O apoio de homens progressistas e de­mocráticos aqui neste Parlamento, mas. fundamental­mente. ·essa reforma agrária será uma conquista de mi­lhões de camponeses e trabalhadores mobilizados nasruas contra o latifúdio. (Muito bem. Palmas.) A classeoperária, os camponeses. os estudantes. os intelectuaistêm. pois. uma grande tarefa pela frente.

Vivemos um momento histórico nesta 'encruzi)haduda vida brasileira e faz-se necessária a união mais amplade toda a população para derrotarmos ·as oligarquiasdos latifundiários e o militarismo e descortinarmos paraestc País uma nova era plena de liberdade de manifes­tação e organização, pois que nosso povo jamais gozoude liberdade. (Muito beml) Gozaram-me as elites eas classes dominantes. mas não o povo. Liberdade. insis­tem. só até o ponto limite em que não sejam perturbadasas classes dominantes. Esta é a verdade.

Vivemos um momento histôrico - repito - e é pre­ciso a união do povo brasileiro. a unilio dos trabalha­dores. intelectuais. camponeses. estudantes. Este é omomento que vivemos hoje. depois da ditadura militar.quando finalmente surge reconquistada pelo povo a pos­sibilidade de uma eleição presidencial. Quem respeitao sangue derramado por .Imlu Batista e Paulo Fontelles.quem reHete sobre os mártires do campo e da cidadeneste País tem a obrigação política c O dever cívicode estimular a união das forças populares contra asoligarquias. neste momento histôrico da sociedadc bra­sileira. Ess.a tarefa não é de um. nem de dois partidospolíticos. E responsabilidade do povo brasileiro e detodos que têm a consciéncia política da necessidadede transformação estrutural da sociedade brasileira. daderrota das oligarquias. da construçlio de uma novasociedade neste País. (Palmas.)

Ouço o nobre Deputado José Carlos Sabóia.

O Sr. .José Carlos Sabóia - Deputado Eduardo Bon­fim. gostaria de prestar uma homenagem com muit,aemoção a partir das palavras de V, Ex'. a partir dapalavra de todos os Deputados e em nome de todosos partidos, do PDT, do PMDB, do PCB e da minhaapreciação. o Partido Socialista Brasileiro. Desejo co­mungar dessa homenagem. na pessoa do DeputadoJoão Carlos Batista. a todos os que foram assassinadospor causa dessa luta. Qostaria de rememorar um episó­dio a que assisti no dia 6 de janeiro, trinta dias apóso assassintao de João Carlos Batista, na AssembléiaLegislativa do Pará. Estamos falando aqui, prestando

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Junho de 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)------------------- Sábado 10 4677

talvez a mais insólita de todas as homenagens, a quegostaríamos de realizar em vida. Morreram por umacausa; não mataram as idéias. Temos. o futuro - eV. Ex' cstá acentuando muito isso - temos um governodemocrático pela frente, temos a História, que não con­seguirão nunca arrancar de nossas mãos. Isso eu pres­sinti no fato que vi no Pará, no dia 6 de janeiro. Fuiconvidado pelos companheiros do Pará para participardo preito que toda a sociedade civil, não somente ospartidos políticos - uma das homenagens mais bonitasque já vi em minha vida, porque havia mais de cinqüentainstituições presentes à Assembléia Legislativa do Pará- prestava à memória de Paulo Fontelles e de JoãoCarlos Batista, homenageando fundamentalmente os253 líderes assassinados entre 1985 e 1988, não no Bra­sil, mas no Estado do pará; 253 mártires denunciadosnaquele momento pela representante da Federação dosTrabalhadores do Estado do Pará: João Batista, PauloFontelles e outros companheiros sindicalistas, líderesreligiosos, alguns anônimos, e outros nunca identifi­cados, pois apenas foram encontrados os seus restosmortais, Naquele momento da homenagem prestadapela sociedade civil e por todos os partidos vi a cadeiravazia que foi colocada no plenário em frente à mesadiretora dos trabalhos; vi os filhos de João Batista ede Sandra brincando com a cadeira - uma das filhas,com quatró anos, se não estou enganado, foi baleadadentro do carro, no mesmo dia e momento do assassi­nato; a bala perfurou a perna daquela menina. Algumascrianças brincaram, uma delas quis sentar-se naquelacadeira vazia. Então, um dos garotos disse: não sentemnesta cadeira, porque ele é de meu pai. O pai estavapresente na memória dos filhos de João Batista e deSandra; não sumiu nem sumirá; eles não entenderama ausência do pai. Quanto a n6s, na nossa memóriaestão esses 253 mártires, até o· dia 6 de janeiro - ébom que isso fique bem claro, de lá para cá não seise esse número cabalístico terrível foi ampliado - alembrança daquele momento, a recordação de um outromomento que vou somar a este. Refiro-me à mãe dePaulo Fontelles, emocionada e dizendo com toda a forçae emoção: continuaremos esse luta, porque eles queremcriar o medo entre nós, e o medo corrompe; não assumi­mos e não aceitamos nunca ser corrompidos pela violên­cia e pelo medo, pela UDR e pelos assassinos de traba­lhadores. (Palmas nas galerias.) Deputado EduardoBonfim, para concluir o meu depoimento, em homena­gem às suas palavras e às de todos os companheirosque aqui falaram, eu gostaria somente de repetir umafrase dita por um trabalhador no Maranhão e outradita por mim na Comissão de Agricultura, no dia 7deste mês. Eis o que disse um trabalhador do Maranhão,logo depois da nossa derrota na questão da reformaagrária, neste plemhio: "Náo adianta, fomos derrota­dos. Iremos continuar lutando, iremos fazer a reformaagrária talvez até com mais dificuldade, mas iremosfazer com a lei ou sem a lei". (Palmas nas galerias.)Isso foi dito por um trabalhador do Maranhão, repito.Eeu queria repetir neste momento o que falei na Comis­são de Agricultura. Somos minoria lá dentro. Possivel­mente, na Comiss"o de Agricultura e Política Rural,dentre os 51 membros, talvez tenhamos a favor da refor­ma agrária, no máximo, doze votos. E dizia a todosos Deputados, alguns proprietários, alguns simpatizan­tes da reforma agrária e alguns lutadores hist6ricos afavor dela: "Srs. Deputados, hoje estamos recebendoaqui O Projeto de Lei Agrária da Contag" - que foilevado e entregue àquela Comissão pelo seu Presidente,Aluísio Carneiro, lá presente. E continue: gostaria delhes dizer, Srs. Deputados membros desta Comissãode Agricultura e Política Rural, que somos minoria aquidentro. e, se reproduzirmos a experiência da Consti­tuinte, mais ullla vez a História irá dizer que, nestalegislatura, a maioria dos representantes políticos dopovo brasileiro é inimiga da reforma agniria, é a favordo atraso, é a favor do latifúndio. N"o acredira queisso aconteça. Solicito e exijo que haja negociação, umanegociaç"o de alto nível. Agora, fiquem sabendo deuma coisa, Srs. Deputados, se, por um a(',aso, isso nãoacontecer, os trabalhadores rurais, com suas organi­zações, com seus partidos políticos, com os nossos parti­dos políticos. continuarão essa Juta. a luta não irá parar.A consciência dos trabalhadores e da sociedade civilbrasileira, no que diz respeito à consciência dos direitos

da cidadania e da reforma agrária, foi ampliada no nossoPaís, ape';ar da derrota na Constituinte. Essa é ll. coisanova qne aconteceu, não adianta sermos derrotadosrotados, mas, historicamente, os Senhores perder"osuas terras e não terão mais vez na História deste País.(Palmas.)

O SR. EDUARDO BONFIM - Agradeço a V. Ex'o aparte.

Sr. Presidente, todos aqueles companheiros que meantecederam colocaram muito bem o sentido desta ho­menagem. E reforço a minha reflexão junto aos demaisçompanhdros, às Sr" e Srs. Deputados, ao Sr. SenadorJamil Haddad, ao mestre Antônio Rouaiss e aos compa­nheiros e companheiras aqui presentes de que este san­gue derramado por João Batista e Paulo FontelIes éo sangue da história da luta para libertação do nossopovo e representa um marco, um momento muito im­portante.

Duas vidas humanas. dois homens generosos morre­ram pela causa da libertação dos camponeses, dos traba­lhadores da nossa Pátria, pelas transformações profun­das que a nossa socicdade exige. E essas tranformaçõesnão saíram da idéia de nenhum de nós, mas corres­pondem a uma necessidade histórica. Ao homenagear­mos a mem6ria de Paulo Fontcllcs e João Batista, nodia de hoje, temos a responsabilidadc hist6rica de parti­cipar da construção da unidade do povo, que, em últimainstância., transforma a realidade de qualqucr país.

O movimento de transformação de um País não étarefa que sai da imaginação de alguns iluminados devanguarda. Estes participam, orientam, aconselham,propõem, estudam, desempenham seu papel de van­guarda, mas a obra de libertação de um país é tarefade milhõl:s e milhões, e a libertação do Brasil é tarefade milhões c milhões de brasileiros, de camponeses,de homens como João Batista que não temeram ou,como diz o Deputado José Carlos Sabóia, não foramcorrompidos pelo medo. Isto não quer dizer que nãotenham medo, mas enfrentaram o medo, venceram omedo e deram um exemplo com sangue generoso derra­mado pela luta do nosso povo, pela reforma agrárianos latifúndios, pela libertação social do nosso Brasil.

D. Sandra, tem razão o poeta Gil, têm razão JoãoBatista e Paulo Fontelles: vamos transformar este Paísnum Brasil de festa, trabalho e pão. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Colta) - Concedo apalavra ao Sr. Paulo Paim, pelo PT.

O SR. PAULO PAIM (PT - RS. Sem revisão doorador.) .- Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, fami­liares de João Carlos Batista, familiares de Paulo Fonte­Iles, companheiros do Partido Socialista Brasileiro, quehoje aqui estão para esta sessão de homenagem, aosubir a e!:ta tribuna me perguntava: qucm será o próxi­mo? Quantas e quantas sessões temos feito, neste plená­rio, em homenagem à memória de companheiros, aguerreiros da classe trabalhadora covardemente assassi­nados, principalmente no campo, a mando da UDR.Quem será o prôximo? Falo em lista de morte? O próxi­mo será o companheiro Ademir Andrade, DeputadoFederal pelo PSB, aqui presente? Será a companheiraSocorro Gomes? Será o Pe. Ricardo Rezende? Serãoos fàlniliares da esposa de Carlos Batista, D. Sandra,ou os familiares de Paulo Fontelles? Até quando realiza­remos sessões de homenagem à memória de pessoasdesaparecidas? Elas devem ser realizadas, sim, paraque façamos as denúncias necessárias, mas deverá terressonância do lado de fora do Congresso Nacional,para que os assassinos dos trabalhadores. dos compa­nheiros de Volta Redonda. de João Carlos Batista se­jaIl), de fato. punidos e colocados na cadeia.

E importante ressaltarmos que, infelizmcnte, o maiorsímbolo da UDR. Sr. Ronaldo Caiado, tenha a cara-de­pau de SI: candidatar à Presidência da República, quan­do deveria estar nos tribunais (palmas nas galerias) res­pondendo pelos assassinatos dos trabalhadores pratica­dos por ,;ua organização,

Sr. Presidente. o meu partido pediu-me que falassesobre Carlos. Li, hoje, sobre sua história, sua luta,muito bem [etratada pelo companheiro que fez o histó­rico do Deputado Ademir Andrade. Quero referir-mea Carlos como Comandante Carlos, numa homenagemao Comandante Carlos Fonseca, grande líder dos cam­pesinos e da revolução da Nicarágua. Chamava-se tam-

bém Carlos. Assim, quero referir-me a João CarlosBatista como Comandante Carlos. Não o comandantedas baionetas, não o comandante dos tanques, não ocomandante a serviço dos grileiros, mas sim, o Coman­dante Carlos à disposição dos posseiros, pela sua histó­ria. E o Comandante Carlos gueFteiro da Justiça, Co­mandante Carlos como guerreiro na tribuna, em defesados oprimidos e dos explorados. (Palmas.)

Comandante Carlos, tenho certeza de que V. S' conti­nuará sempre vivo entre os trabalhadores, os compa­nheiros que lutam para que um dia, neste País, hajade fato uma revolução profunda, e nós possamos dizerque vivemos, enfim. numa pátria chamada pátria socia­lista. (Palmas nas galerias.)

Companheiros, para n6s é muito claro - como deveser para todos - que depende essencialmente de cadaum de n6s para que de fato a reforma agrária aconteça.Morreu Paulo Fontelles, mOrteu O Comandante Carlos.Na última década. ultrapassou 1.500 o número de com­panheiros camponeses assassinados neste País. A refor­ma agrária um dia contecerá, queiram eles ou não.Não importa o que estabelece a lei, a reforma agráriaacontecerá a ferro e a fogo, se for necessário, porqueos camponeses não têm medo e não se dobrarão. (Pal­mas nas galerias.)

Companheiros, não posso deixar de falar tambémda questão da China. Tenho tomado conhecimento dasinformações que nos chegaram pela média da grandeimprensa - que todo mundo sabe não está do nossolado - do massacre na praça, na China.

Nós, progressistas de esquerda, condenamos o massa­cre na Chima, mas queremos que os vídeos, a médiada televisão, a nível internacional, também informemao mundo como ocorrem no Brasil o assassinato e omassacre de 1.500 camponeses, da mesma forma queo fazem em relação à Praça da Paz Celestial, na China.Por que isso não é coutado, n"o é falado? Condenamoso que aconteceu na China, mas queremos também quese retrate e conte ao mundo o que acontece no Brasil.

A memória do grande Comandante Carlos hoje estásendo homenageada. Amanhã, companheiros das gale­rias, quem sabe não será um de V. S' que se tornarámais um mártir, mais um herói anônimo dos traba­lhadores,

Queremos que, no futuro, como foi dito, os nossoslíderes estejam aqui presentes de corpo e alma e sejamhomenageados pelo conjunto da classe trabalhadora.

Quero destacar que no meu Estado, o Rio Grandedo Sul, também não é diferente. Na Fazenda SantaPalmira, os trabalhadores também foram.massacrados.Em Santa Catarina e no Acre isso tamhém se repete.Em todo o País o massacre é permanente.

Encerro pronunciando uma frase que alguém já disse:eles podem pisar nas flores, mas nunca terão balas sufi­cientes para matar todas as flores;e acontecerá a grandeprimavera, e na grande primavera viveremos, enfim,o sonho de toda a classe trabalhadora, que é a pátriasocialista. (Palmas.)

ANEXO

A MORTE ANUNCIADA

No dia nove de dezembro, na tarde de uma terça­feira, o Deputado Estadual João Carlos Batista, de 36anos, do Partido Socialista Brasileiro, fez·uma decla­ração que, no mínimo, deveria ter chamado a atençãodas autoridades encarregadas de zelar pela segurançados cidad;los. '"Recentemente, em Paragominas, fuiameaçado de morte", disse num dos locais que, emprincípio, deveria ser um dos mais públicos do Pará.Esta afirmação foi feita da tribuna da Assembléia Legis­lativa do Estado. Como se isso não o fosse suficiente,o combativo deputado citou o nome de dois policiaismilitares que teriam feito a ameaça. O discurso de JoãoCarlos Batista não mobilizou ninguém: sua denúnciaretumbou corno o eco de uma pluma despejada nummonte dc algodão, e os policiais militares acusados náoforam sequer ouvidos. Nada acontcceu.

Ou melhor, aconteceu o que o depytado previra horasantes na tribuna da Assembléia. A noite do mcsmodia, João Carlos Batista, criado em Paragominas, filhode posseiros e advogado dos posseiros da região, foiassassinado com um tiro na cabeça. Mesmo o anúncioantecipado de sua morte e das constantes ameaças querecebia mio motivou nenhuma ação por parte do Esta-

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4678 Sábado 10

do. O governador do Pará, Hélio Gueiros, livrou-sedo embaraço afirmando que "político e jornalista sãoprofissões arriscadas, e o João Batista sabia dis:;o".

Entrevistado meses antes de morrer pela pesquisa­dora da Universidade de Campinas, Priscila Faulhaber,o deputado denunciava: "Conheço o esquema dos pisto­leiros no Pará, pois tenho sido vítima dele. Muitos com­panheiros têm sido vítimas da pistolagem, principal­mente na região da Belém-Brasília, em especial emParagominas, onde fica o QG deles". No dia 9 de de­zembro, João Carlos Batista caía morto em Belém. NoBrasil de hoje, na Amazônia ainda dominada pelo coro­nelismo, um homem com idéias de João Carlos Batistaé um homem morto,

o SR, PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Concedo apalavra ao Sr. João Hermann Neto. Líder do PSB.

O SR, JOÁO HERRMANN NETO (PSB - SP. Semrevisão do orador.) -Sr. Presidente, registro o agrade­cimento do PSB a V. Ex', Deputado Carlos Cotta, pois,durante esta sessão de homenagem, por três vezes, per­mitiu que os Deputados do nosso partido usass.:m estatribuna para a devida homenagem à memória do :;ompa­nheiro Parlamentar Constituinte. É preciso deixar claroque João Batista foi morto no momento em que eraDeputado Constituinte pelo Estado do Pará, portanto,um colega nosso construindo a História. Agrade:;o real­mente a esta' Presidência, na pessoa de V. Ex', pornos dar esta oportunidade.

Aos companheiros das galerias quero ressaltar o queestá acontecendo aqui embaixo, pois às vezes podemnão entender. Olhem este plenário, vejam os partidosaqui representados e constatem a divisão deste Congres­so, deFlta Câmara. dos oradores, divisão que e~;tt'i pre­sente até dentro de alguns partidos. Ouvimos a palavrade Oswaldo Lima Filho, sério, conseqüente, naciona­lista, ex-Ministro que veio prestar uma homemgem aum grande lutador e, ao mesmo tempo, a si próprio,porque já lutou pela reforma agnlria, embora setoresvilipendiosos do seu partido tenham votado a favor dareforma agrária e contra todos os interesses dmi traba­lhadores do campo neste País. Setores do PMD13 estãoaqui presentes, mas é preciso denunciar que a maioriado PMDB está no Governo e contra o trabalhador brasi­leiro. (Palmas.) Homenageio os peemedebistas aquipresentes, mas temos de citar aqueles que estilo como Governo e contra a sociedade hrasileira.

Concedo o aparte ao oohre Deputado Gabriel Guer­reiro.

O Sr. Gabriel Guerreiro - Nobre Deputado JoãoHerrmann. quando cheguei a esta Casa. há cerca dedois anos e meio, como representante do Estado doPará, tive a felicidade de apoiar o nobre compnnheiropara ser o Líder da minha bancada. porque conheciasua história. Lamentavelmente, o que V. Ex" diz é averdade. Naquela época, por ser progressista, V. Ex"estava derrotado. Hoje, Deputado João Herrmann,nesta Casa se presta duas homenagens. Embora nãoprogramado, 'hoje, aqui desta tribuna, o Deputado Ar­tur da Távola prestou homenagem extraordinária e sin­gela a uma figura nacional de grande importância: NaraLeão. Encerrou S. Ex' o seu discurso com um versode Zé Keti. Contava que Zé Keti foi à cadeia ondeeles estavam presos, na véspera de serem exilados paraa Bolívia, e cantou um verso que, depois, foi muitodivulgado por Nara Leão. Dizia, então, o vers,,: "Po­dem me prender, podem me bater, que não mudo dcopinião". Assim foi o trabalho de João Batista. Elerecebeu ameaças, sofreu acidentes. enfrentou tiroteiose a polícia. Passou por tudo isso e não temeu. Derramouaté a última gota do seu sangue. Como ele, havia outroscompanheiros - e aqui j,j foi muito lembrada a q'lestãode Paulo Fontelles. Quero lembrar um grandc amigomeu de Rio Maria, muito amigo de Paulo Fontelles,por quem Paulo muito chorou, o Canuto, que, numdomingo de manhã, foi brutalmente assassinado emRio Maria, quando levava um pedaço de carnlO parasua casa. comprado na feira, para alimentar seus filhos.QUlOro lembrar aqui, Deputado João Herrmann, a figu­ra extraordinária de bondade que foi Gabriel Pimenta,que, ainda novo, como advogado de posseiros, ganhouuma causa fantástica, que, em função da sua própriacultura jurídica, não lhe cabia defender. Trata..se da

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

grande luta do Pau Seco. que tranformou Antônio Chi­co, Presidente do Sindicato Rural de Marabá, em umeterno perseguido e procurado. Gabriel Pimenta foiassassinado em 1982, numa rua de Marabá. Sabemostodos quem foi o mandante e quem foram os assassinosde Gabriel. Eles estiveram presos, mas foram soltose estão na impunidade. O principal é que o mandanteanda nas manchetes dos jornais nacionais e teve umafoto publicada, com todo o colorido que a tecnologiamoderna permitc, nas páginas da revista "Veja", aolado de um Governador de Estado e do Presidenteda Rcpública. numa fazenda do interior de Minas Ge­rais. Veja V.Ex', esse assassino. esse mandante do crimenão está na cadeia, mas está protegido pelo atual Gover­nador de Minas Gerais, o Sr. Newton Cardoso, porqueé seu irmão. Nesses lugares, Sr. Deputado João Herr­mann Neto, estão os assassinos. Disse muito bem oorador que antecedeu V. Ex' que a elite brasileira éa grande responsável pela tradição do latifúndio, pelamorte de João Batista e de todos csscs outros. Queroputado pelo Estado do Pará e como Deputado queconviveu com João Batista, inclusive no PMDB. Seida sua luta, das ameaças que sofreu, dos momentoscríticos que ele viveu na sua vida, na história rcccntcdo meu Estado. Isso tem-sc rcpctido com freqüência.Lamentavelmente para a minha vida política, para aminha vida profissional. que se estendeu em longa faixano sul do Pará, e para o meu partido, os governosdo meu Estado têm sido absolutamente irresponsáveisna condenação veemente desse processo que se perpetracontra vereadores, prefeitos, camponeses, políticos,contra todos os que se engajam nessa luta (Palmas.).Solidarizo-me com as homenagens prestadas a memóriade Paulo Fontelles. João Carlos Batista e de todos oscompanheiros do Pará que continuam a luta. ComoNara Leão, vamos cantar: Podem nos prender, podemnos bater, mas não vamos mudar de opinião. (Palmas.)

o SR, HERRMANN NETO - V. Ex'. com o seuaparte. continua sua trajetória política, tenho certeza.não apenas nos momentos iniciais, em 1987, quandoconversávamos. V. Ex~ foi o primeiro profissional nasua área a chegar aqui como Deputado Federal, conti­nuando a sua luta pela terra, pelos homens que amalga­mam a terra e não explorados pelos grandes proprie­tários.

O aparte de V. Ex' essa homenagem que presta den­tro do seu partido, o faz difercnte daqueles que vende­rem a imagem de um partido que poderia ter redimidoa história deste País. Meus cumprimcntos, associo-meà sua homenagem ao povo do Pará.

Meus companheiros. entcndam o signifcado desteaparte, entendam a participação dos demais partidosque aqui estão representildos. O PT. de pouca e recentehistória, dez anos, nasceu talvcz em função do mesmoprocesso de exploração que a Grande São Pau10 assistiuem relação aos trabalhadores urbanos. Nasceu há me­nos dc dez anos e em breve atingirá, com certeza ecom tranqüilidade, setores do poder nacional. porquejá atingiu, em grande escala, setores municipais e regio­nais. Vem o PT e se associa a esta homenagem, quefaz sua. Associar-se é uma coisa. fazer é outra. O Depu­lado Paulo Paim. Os Deputados comunistas, que meanteccderam, também ombrearam conosco na luta.Ainda um dia tcremos um partido só na busca da cons­trução do socialismo nesta Pátria, neste País. (Palmas.)Os socialistas do PDT também se manifestaram atravésdo companheiro e amigo, grande lutador, DeputadpAmaury Müller. Este é O corte. Até aí vai o CongressoNacional, companheiros que estão ouvindo. É até quevai o compromisso desta Câmara, deste Congresso como povo brasileiro. Até aí vai a força representativa dopovo brasileiro aqui dentro. Este vazio é o vazio damortc de João Batista. é o vazio da representatividadedo povo brasileiro no Congresso Nacional e, por isso,continua a impunidade. Esta é a única razão por quecontinua a impunidade. (Palmas.)

No dia 7 de dezembro, o Secretário-Geral do PSB,Roberto Amaral, representado o companheiro JamilHaddad, esteve em Belém. Ao seu lado a companheiraRaquel, o companheiro José Carlos Sabóia, o compa­nheiro Ronaldo Lessa e eu marchávamos nas ruas aoIdo de Anita Fontelles, de Antônio e das duas Sandras,da Sandra do Edmir e da Sandra do João. quando lá

Junho de 1989

andávamos sob uma pancada de chuva. a única repre­sentante dos órgãos da imprensa estrangeira que cobriao fato, por que era o assassinato de um Deputado quedefendia o trabalhador rural, era a BBC de Londresque cobria nem sabia o quê. A única coisa que a jorna­lista dizia era da impunidade. que só tem um nome.Impunidade que - se Aurélio Buarque de Holandaestivese aqui, neste Congresso, traduziria no seu dicio­mirio, mas o Sr. Antônio Houaiss, com certeza, colocaráno seu, no vernáculo moderno brasileiro - se chamaJosé Sarney. (Palmas.) É isto que se chama implmidadeno País, hoje: desgoverno, falta de credibilidade. faltade pulso e, acima de tudo, falta de moral política dequem foi o destinatário de tantos anseios da Nação.Que o Sr. José ouça essas palavras onde estiver. Quandoum sobrinho de S. Ex' não defendcmos o assassinatode ninguém - foi morto, numa madrugada no Riode Janeiro. no dia seguintc O assassino estava preso.No entanto, até hoje os assassinos dos 153 mátires daterra deste Pais estão soltos, limpos e. mais do queisso, gravemente impunes, por uma única razão. Vejamo que ocorreu no Rio Grande do Sul, em Floresta Alta.Depois do assassinato de lavradores e da expulsão decrianças que queriam a terra ali trabalhar, o que sefez? Um soldado vestiu-se de padre, e a mulher, debotas, subiu em cima de uma camionete, tripuidando,em nome da UDR e seu povo. A UDR continua solta.A UDR continua impune. A UDR está sentada noPalácio do Planalto. Mais do que isso: joga pelo valha­couto da História o sentido de classe, o sentido de elite,que umdia pudesse ter havido neste País. A impunidadeestá presente no Ministério da Justiça, Senador JamilHaddad. V. Ex' entrou no gabinete do Ministério etrouxe dali uma lista de assassinatos de lavrradores.O Ministro Oscar Dias Corrêa sentou-se à cadeira edessa mesa de mogno, trazida da terra dos senhores,com certeza falou em credibilidade. Disse que estavaali para dar crédito à autoridade institucional do Gover­no. O Sr. Oscar Dias Corrêa, cúmplice de José Sarneye. portanto, co-autor do assassinato de João Batistade Andrade. (Palmas prolongadas.) Digo-o desta tribu­na com a responsabilidade do meu mandato.

E vou mais longe. companheiro que me está ouvin­do, porque pertenceu ao Congresso Nacional como Se­nador da República e hoje é Governador de Estado.Ouça-mc. dc onde estiver. Governador Hélio Gueiros:V. Ex' disse, na televisão, cnquanto José Carlos Sabóiac cu ouvíamos, que as entradas de Belém estavamcercadas - cnquanto isso a TV Globo, a insuspeitaTV Globo, grande aliada "anton.:ocarlina" deste Gover­no, mostrava, paralelamente às suas palavras, cenasde carros passando soltos pelas chamadas "harreiras"- aspas devem ser colocadas. por que barreiras nãohavia nenhuma na saída de Belém, por onde podiampassar impunemente os que. no centro de Belém. assas­sinavam os lutadores pela terra.

José Carlos Sabóia e eu ouvimos aquilo. Depois, nãonos assustamos, companheiro Ademir, quando disseque faltavam 1.500 cruzados novos para perseguir oassassino. Porém, não faltaram cruzados ao Sr. HélioGueiros para publicar em todos os jornais do País insó­litas e lúgubres palavras a respeito do Presidente Nacio­naI do nosso partido. A S. Ex' não faltou dinheiro parapublicar ameaças ao Presidente do nosso partido, JamilHaddad. (Palmas.)

De onde veio esse dinheiro? para publicar em todosos jornais do País essas coisas havia recursos, mas paramandar prender um assassino, não.

Portanto, Sr. Presidente, não venho aqui para home­nagear, mas, para, à moda de João Batista, denunciar.Que a minha voz - pequena perante o que ele é ­seja a palavra de contínua denúncia, a palavra de contí­nua luta, não apenas do meu partido, o PSB, porqueentendemos que sozinhos nada faremos, mas ombrea­dos eom esses companheiros que estão aqui principal­mente com os senhores que estão ;lí, lá e em todosos cantos deste País. A luta pela terra é uma delas.A luta pela justiça social é permanente. A luta pelademocracia é contínua, mas a luta pela liberdade é aluta dos joão batistas desta terra.

Obrigado, companheiros! A vitória será do povo bra­sileiro (Palmas.)

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Junho de 1989

o SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Sr" e Srs.Deputados, com o assassinato do Deputado EstadualJoão Batista, da Assembléia Legislativa do Pará, o Bra­sil perdeu mais uma jovem liderança popular, cuja vidapolítica foi marcada por lutas cm prol de causas sociais,notadamente em relação à questão fundiária.

Numa sociedade democrática, as divergências políti­cas, ideológicas ou de qualquer outra natureza não po­dem ser resolvidas com atitudes drásticas e desumanascomo a que vitimou o Deputado João Batista. Se nãohá, em virtude delas, condições de diálogo, deveriapelo menos prevalecer a convivência civilizada entreos cidadãos, com respeito à integridade física e às con­vicções de cada um enquanto pessoas humanas que me­recem o repeito do próximo.

Antes de tombar, vítima da sanha assassina, JoãoBatista foi alvo de três outras tentativas, numa das quaisseu pai ficou inutilizado. Isso demonstra a premeditaçãoe a odiosa determinação de eliminá-lo a qualquer custo.

A classe política, da qual somos parte, como de restoa sociedade brasileira, prescisa repudiar com vigor taisatos de violência, cabendo aos órgãos responsáveis pelasegurança pública e ao Poder Judiciário envidar os es­forços necessários para identificar e punir exemplar­mente os envolvidos. Isso ê o mínimo indispensávelpara procurar devolver à população a credibilidade noEstado, responsável que é, em última instância, pelobem-estar de cada um de n6s.

Em momentos como este, Sr' e Srs. Deputados, de­vemos envergonbar-nos e entristecer-nos, recordandoo que disse o poeta e reverendo anglicano John Donne,do púlpito da Catedral de São Paulo, em Londres, noséculo XVII:

"Ncnhum homem é uma ilha. completa em simesma; todo homem é um pedaço do continente.uma parte da terra firme. A morte dc qualquerhomem diminui a mim porque estou envolvido nahumanidade: por isso não mandes indagar porquem os sinos dobram; eles dobram por ti."

Na morte do Deputado João Batista, os sinos dobra­ram por todos nós. Mas dobraram espccialmente pelosmilhões de brasileiros que buscam um pedaço de terrapara trabalhar, para produzir, para sustentar-se e àssuas famI1ias. Dobraram mais alto pelos injustiçados;mas dóbraram também pelos ignorantes que usam aforça e o poder para impor suas idéias, para saciarsua ganância e para explorar os fracos c desprotegidos.

Ao encerrar a homenagem que a Casa do Povo hojelhe presta, a Presidência da Câmara externa aos fami­liares do ilustre homem público o seu mais sentido pesare reafirma a esperança de que o Poder Judiciário punaseveramente os respon"íveis pelo infausto aconteci­mento. (Palmas.)

VII - ENCERRAMENTO

o SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Nada maishavendo a tratar, vou encerrar a sessão.

DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES:

Acre

Francisco Diógenes - PDS; Geraldo Fleming ­PMDB; José Melo - PMDB; Maria Lúcia - PMDB.

Amazonas

Beth Azize - PSDB; Ézio Ferreira - PFL; SadieHauache - PFL.

Rondônia

Raquel Cândido - PDT.

Pará

Amilcar Moreira - PMDB; Asdrubal Bentes ­PMDB; Benedicto Monteiro - PTB; Carlos Vinagre- PMDB: Fausto Fernandes - PMDB; Mário Martins- PMDB; Paulo Roberto - PMDB.

Tocantins

Alziro Gomes - PFL; Ary Valadão - PDS; Eduar­do Siqueira Campos - PDC; Freire Júnior - PMDB;Moisés Avelino - PMDB; Paulo Mourâo - PDC;Paulo Sidnei - PMDB.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçáo I)

Maranhão

Edivaldo Holanda - PL; Eurico Ribeiro - PDS;Jayme Santana - PSDB; Onofre Corréa - PMDB;Victor Trovão - PFL.

Piauí

Paulo Silva - PSDB.

Ceará

Carlos :Benevides - PMDB; Expedito Machado ­PMDB; Iranildo Pereira - PMDB; José Lins - PFL;Lúcio Alcântara - PDT; Luiz Marques - PFL; MauroSampaio -- F'MDB; Moema São Thiago - PSDB; Paesde Andrade - PMDB,

Rio Grande do Norte

Flávio Rocha - PL; Henrique Eduardo Alves ­PMDB; Ismael Wanderley - PMDB; Ney Lopes ­PFL; Vingt Rosado - PMDB.

Paraíba

Aluízio Campos - PMDB; João da Mata - PDC;Lucia Braga - PDT.

Pernambuco

Cristina Tavares - PSDB; Fernando Lyra - PDT;José Jorge - PFL; José Mendonça Bezerra - PFL;José Moura--PFL; José Tinoco-PFL; Nilson Gibson- PMDB; Osvaldo Coelho - PFL; Paulo Marques- PFL: Ricardo Fiuza - PFL; Roberto Freire - PCB;Wilson Campos -PMDB.

Alagoas

Albérko Cordeiro - PFL; Geraldo Bulhões ­PMDB; José Costa - PMDB; Renan Calheiros ­PSDB; Vinicius Cansanção - PFL.

Sergipe

Bosco França - PMDB; Cleonâncio Fonseca ­PFL; Dj~:nal Gonçalves - PMDB; José Queiroz ­PFL; Leopoldo Souza - PMDB.

Bahia

Afrísio Vieira Lima - PMDB; Benito Gama - PFL;Celso Dourado - PMDB; Eraldo Tinoco - PFL, Fran­ça Teixeira - PMDB; Francisco Pinto - PMDB; JoaciGóes - PMDB; Jorge Medauar - PMDB; Jorge Via­nna - PMDB; Leur Lomanto - PFL; Lídice da Mata- PC do B; Luiz Viana Neto - PMDB: Manoel Castro- PFL; Mário Lima - PMDB; Miraldo Gomes -PDC; Nestor Duarte - PMDB; Raul Ferraz-PMDB;Sérgio Brito - PFL; Virgildásio de Senna - PSDB.

Espírito Santo

JoneS S,antos Neves - PMDB.

Rio de Janeiro

Aloysio Teixeira - PMDB; Amaral Netto - PDS;Arolde d" Oliveira - PFL; Benedita da Silva - PT;Bocayuva Cunha - PDT; Brandão Monteiro - PDT;Carlos Alberto Caó - PDT; César Maia - PDT; Dou­tel de Andrade - PDT; Edmilson Valentim - PCdo B; Feres Nader-PTB; Ernani Boldrim- PMDB;Francisco Dornelles - PFL; Gustavo de Faria - PRN;Jayme Campos - PJ; Jorge Leite - PMDB; José Car­los Coutinho - PL; José Maurício - PDT: MárciaCibilis Viana- PDT; Messias Soares - PMDB; NelsonSabrá - PFL; Osmar Leitão - PFL; Oswaldo Almeida- PL; Paulo Ramos - ; Roberto Augusto - PTB;Roberto Jefferson - PTB: Ronaldo Cezar Coelho ­PSDB; Rubem Medina - PFL; Sandra Cavalcanti­PFL; Sérgio Carvalho - PDT; Simão Sessim - PFL;Sotero Cunha- PDC; Vivaldo Barbosa -PDT; Vladi­mir Palmeira - PT.

Minas Gerais

Aécio ~'le'les - PSDB; Álvaro Antônio - PMDB;Alysson Paulinelli - PFL; Bonifácio de Andrada ­PDS; Célio de Castro - PSDB; Christóvam Chiaradia- PFL; Dálton Canabrava - PMDB; Genésio Bernar­dino - PMDB; Hélio Costa - PRN; Ibrahim Abi­Ackel- PD S; José Geraldo - PMDB; José MendonçaMorais -- PMDB; José Santana de Vasconcellos -

Sábado 10 4679

PFL; José Ulísses de Oliveira - PMDB; Luiz Leal- PMDB; Mário Assad - PFL; Mário dc Oliveira- PMDB; Mauro Campos - PSDB; Melo Freire -PMDB; Milton Reis - PMDB; Paulo Almada ­PMDB; Paulo Delgado - PT; Raimundo Rezende ­PMDB; Roberto Vital - PMDB; Ronaldo Carvalho- PMDB; Ronaro Corrêa - PFL; Saulo Coelho ­PFL; SIlvio Abreu - PSC; VirgI1io Guimarães - PT;Ziza Valadares - PSDB.

São Paulo

Adhemar de Barros Filho - ; Afif Domingos ­PL; Agripino de Oliveira Lima - PFL; Airton Sandoval- PMDB; Antoniocarlos Mendes Thame - PSDB;Antônio Perosa - PSDB; Aristides Cunha - PSC;Bete Mendes - PMDB; Caio Pompeu - PSDB; DelBosco Amaral - PMDB; Delfim Netto - PDS; DirceTutu Quadros - PSDB; Doreto Campanari - PMDB;Ernesto Gradella - PT; Fábio Feldmann - PSDB;Farabulini Júnior - PTB; Fausto Rocha - PFL; Flo­restan Fernandes - PT; Gastone Righi - PTB; Ge­raldo Alckmin Filho - PSDB; Gumercindo Milhomem- PT; Irma Passoni - PT; Jayme Paliarin - PTB;João Cunha - PRN; João Rezek - PMDB; José Ca­margo - PFL; José Genoíno - PT; José Maria Eymael- PDC; Koyu lha - PSDB; Leonel Júlio - PTB;Luiz Gushiken - PT; Luiz Inácio Lula da Silva ­PT; Maluly Neto - PFL; Mendes Botelho - PTB;Michel Temer- PMDB: Ralph Biasi - PMDB; Ricar­do Izar - PFL; Samir Achôa - PMDB; TheodoroMendes - PMDB; Tidei de Lima - PMDB; Tito Costa- PMDB; Ulysses Guimarães - PMDB.

Goiás

Délio Braz - PMDB: Genésio de Barros - PMDB;José Freire - PMDB; Lúcia Vânia - PMDB; LuizSover - PMDB; Mauro Miranda - PMDB: Tarzande 'Castro - PDC.

Mato Grosso

José Amando - PMDB; Osvaldo Sobrinho - PTB.

Mato Grosso do Sul

Juarez Matques Batista- PSDB; Levy Dias - PFL;Saulo Queiroz - PSDB.

Paraná

Airton Cordeiro - PFL; Alarico Abib - PMDB;Antônio Ueno - PFL; Basilio Villani - PTB; Borgesda Silveira -; Darcy Deitos - PMDB; Ervin Bonkoski- PTB; Hélio Duque - PMDB; Jacy Scanagatta­PFL; José Carlos Martinez - PRN; José Tavares ­PMDB; Jovanni Masini - PMDB; Matbeus Iensen ­PMDB; Mattos Leão - PMDB; Maurício Fruet ­PMDB; Maurício Nasser - PMDB; Max Rosenmann- PMDB; Nelton Friedrich - PSDB; Nilso Sguarezi- PMDB; Osvaldo Macedo - PMDB; Paulo Pimentel- PFL; Renato Bernardi - PMDB; Renato Johnsson- PRN; Santinho Furtado - PMDB; Sérgio Spada- PMDB; Tadeu França - PDT; Waldyr Pugliesi -PMDB.

Santa Catarina

Eduardo Moreira - PMDB: Cláudio Ávila - PFL;Luiz Henrique - PMDB; Neuto de Conto - PMDB;Orlando Pacheco - PFL; Renato Vianna - PMDB;Ruberval PiloltO - PDS; Valdir Colatto - PMDB;Victor Fontana - PFL; Vilson Souza - PSDB.

Rio Grande do Sul

Adroaldo Streck - : Advlson Motta - PDS; Anto­nio Marangon - PT; Erico Pegoraro - PFL; HermesZa'neti - PSDB; Hilário Braun - PMDB; Ibsen Pi­nheiro - PMDB; Irajá Rodrigues - PMDB; Ivo Lech- PMDB; Jorge Uequed - PMDB; Lélio Souza ­PMDB; Luís Roberto Ponte-PMDB; Mendes Ribeiro- PMDB; Nelson Jobim - PMDB; Osvaldo Bender- PDS; Paulo Mincarone - PMDB; Rospide Netto-PMDB: Ruy NedcI - PMDB; Telmo Kirst-PDS;Vicente Bogo - PSDB; Victor Faccioni - PDS.

Amapá

Annibal Barcellos - PFL.

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· 4680 Sábado 10

o SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Encerro asessão, convocando outra para a pr6xima 2'-feira, dia12, às 13:00 horas.

ORDEM DO DIA

"Trabalho das Comissões"

Encerra-se a Sessão às 13 horas c ]8 minutos.

ATA DA MESA

12' Reunião da Mesa,realizada em 31-5-1989

Aos trinta e um dias do mês de maio de hum milnovecentos e oitenta e nove, às 8:30 horas, reúne-seno Gabinete da Presidência, a Mesa da Câmara dosDeputados, sob a presidência do Senhor Deputado Paesde Andrade, Presidcnte. Presentes os Senhores Depu­tados Inocêncio de Oliveira, Wilson Campos, Luiz Hen­rique, Edme Tavares, Carlos Cotta e Ruberval Pilotto,respectivamente, 1" e 2" Vice-Presidentes, 1', 2'" 3" e4' Secretários. Havendo número legal, o Senhor Presi­dente declara abertos os trabalhos. Com a palavra, oSenhor Presidejlte comunica à Mesa que. conforme le­vantamento procedido pela Administração da Casa, osSenhores Deputados Felipe Cheidde e Mario Houchar­det Senior ultrapassaram o limite máximo estabelecidono artigo 55, item m, da Constituição Federa!, razãopela qual gostaria de ouvir a manifestação dos senhoresmembros da Mesa sobre o procedimento a ser adotado,uma vez que está informado de que ambos não apresen­taram justificativa conforme preceitua o Ato da Mesan' 133, de 24 de maio corrente. Com a palavra, o Senhorl' Vice-Presidente esclarece que encaminhou ofício cir­cular a todos os Deputados que tinham faltas consig­nadas, conforme decisão da Mesa de 24 do corrente,ofício esse vazado nos seguintes termos: "Senhor Depu­tado. Comunico que constam dos registros do Departa­mento do Pessoal, as ocorrências de freqüência relativasa Vossa Excelência, conforme demonstrativo em anexo.Considerando qne eventuais falhas poderão estar anota­das, solicito O pronunciamento de Vossa Excelência,a fim de que o registro possa ser cortigido. Aproveitoa oportunidade para renovar a Vossa Excelência protes­tos de estima e consideração". Anexo ao ofício ao De­putado Felipe Cheidde col\sta o seguinte documento:"Relação de faltas. Deputado Felipe Cheidde. Estado:São Paulo. Mescs: Fevereiro: 16 a 22 e 24 a 28: Março:1',2 e 6 a 31; Abril: 3 e 5 a 28. Anexo ao ofício aoDeputado Mario Bouchardet consta o seguint" docu­mento: "Relação de faltas. Deputado: Mário B'Juchar­de!. Estado: Minas Gerais. Meses: Fevereiro: 15 a 28:Março: 1 a 31; Abril: 3 a 28. O assunto é amplamentedebatido e. por unanimidade, a Mesa resolve baixaro Ato da Mesa n" 134. de 1989. que vai publicado aopé da ata c dela é integrante. I - PAUTA DO SE­NHOR PRESIDENTE. A Mesa resolve: a) Baixar oAto da Mesa n" 135, de 1989, que "revoga o Ato daMesa n" 122, de 1989, que altera a lotação de servidoresno Gabinete do Líder do Partido Democrata Cristão- PDC", que vai publicado ao final da ata. n -- PAU­TA DO SENHOR l' VICE-PRESIDENTE. A Mesaaprova os pareceres proferidos por Sua Excelência nosseguintes requerimentos de informação: 1) n" 226/89-do Senhor Deputado Ary Valadão ao Senhor Minis­tro da Fazenda, sobre sanções comerciais sobre produ­tos brasileiros pelo governo norte-americano -- peloencaminhamento; 2) n' 227/89 - Deputado Ary Vala­dão - aos Senhores Ministros da Agricultura e da Saú­de, sobre a comercialização do hormônio denominado"Somatotropina Bovina" - pelo encaminhamento; 3)n' 228/89 - Deputado João Agripino ao Senhor Minis­tro da Fazenda, sobre arrecadação de impostos f,;derais- pelo encaminhamento; 4) n' 229/89 - De'DutadoVilson Souza ao Senhor Ministro da Fazenda: sobreacerto de contas entre o Tesouro Nacional e o BancoCentral (Decreto-Lei n' 2.376, de 25-11-87) -- peloencaminhamento; 5) n' 230/89 - Deputado Luiz Alfre-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

do Salomão ao Senhor Ministro da Fazenda, sobre arti­go intitulado "The Dirty Little Debt Secret", publicadona Revista Newsweek, de 17-4-89 - pelo encaminha­mento; 6) n' 231189 - Deputado Neuto de Conto aoSenhor Ministro da Fazenda, sobre importação de leiteem pó - pelo encaminhamento; 7) n' 232/89 - Depn­tado Neuto de Conto ao Senhor Ministro da Fazenda.sobre importação de carne suína - pelo encaminha­mento; 8) n' 233/89 - Deputado Neuto de Conto aoSenhor Ministro da Agricultura, sobre a importaçãode leite em pó - pelo encaminhamento; 9) n' 234/89- Deputado Neuto de Conto ao Senhor Ministro daAgricultura, sobre importação de carne suína - peloencaminhamento: 10) n' 235/89 - Deputado Ary Vala­dão ao Senhor Ministro da Agricultura, sobre despesascom passagens aéreas nos últimos doze meses e nomesdos beneficiários-pelo encaminhamento; 11) n"236/89- Deputado Ney Lopes ao Senhor Ministro da Fazen­da, sobre critérios adotados na aplicação dos recursosarrecadados com os jogos de loteria - pelo encaminha­mento; 12) n" 237/89 - Deputado Elias Murad ao Se­nhor Ministro da Previdência e Assistência Social, sobreficit da Previdência Social - pelo encaminhamento;13) n' 238/89 - Deputado César Maia ao Senhor Minis­tro da Previdência e Assistência Social, sobre a situaçãofinanceira da Previdência Social - pelo encaminha­mento; 14) n' 239/89 - Deputado Gonzaga Patriotaao Senhor Ministro do Planejamento sobre os critériosadotados para o leilão da Cosinor - Cia. Siderúrgicado Nordeste - pelo encaminhamento; 15) n" 240/89.Deputado José Genoíno ao Senhor Miuistro-Chefe doGabinete Militar, sobre Exposição de Motivos n'26/89,que trata da elaboração de um Plano Nacional de Mobi­lização - pelo encaminhamento; 16) n' 241189. Depu­tado Fernando Gasparian ao Senhor Ministro da Fazen­da, sobre subsídios ou subvenções econômicas previstasna Medida Provisória n' 46, reeditada como MedidaProvis.ória n' 55 - pelo encaminhamento. III - PAU­TA DO SENHOR 2' VICE-PRESIDENTE. A Mesaaprova os pareceres proferidos por Sua Excelência nosseguintes expedientes. referentes a reembolso de despc­sas médico-hospitalares: 1) Processo n' 17.943/89. De­putado Florestan Fernandes. "Nada tenho a opor aoparecer do Senhor Diretor-Geral e submeto o pleitodo Senhor Deputado Florestan Fernandes à decisãofinal da douta Mesa. Opino pelo deferimento". 2) Pro­cesso n" 9.177/89. Deputado Francisco Amaral. "Se­gundo informações do Senhor Diretor-Geral, a docu­mentação apresentada atende aos dispositivos do Atoda Mesa n" 24/83. Nada a opor. Pelo deferimento".3) Processo n' 549/89. "Segundo informações do Dire­tor-GeraI, a documentação apresentada atende aos dis­positivos do Ato da Mesa n' 24/83. Nada a opor. Pelodeferimento". 4) Processo n' 3.124/89. Deputada Cris­tina Tavares. "Nada tenho a opor ao parecer do SenhorDiretor-Geral e submeto o pleito da Sr' DepLltada Cris­tina Tavares ,i decisão final da douta Mesa. Opino pelodeferimento". 5) Processo n' 5.352/89. Deputado Wal­mor de Luca. "Nada tenho a opor ao parecer do Sr.Diretor-Geral e submeto o pleito do Sr. Deputado Wal­mor de Luca à decisão final da douta Mesa. Opinopelo deferimento". 6) Processo n' 6.966/89. "Nada te­nho a opor ao parecer do Sr. Diretor-Geral e submetoo pleito do Sr. Deputado Jesus Tajra à decisão finalda douta Mesa. Opino pelo deferimento". 7) Processon' 7.100/89. Deputado Hilário Braun. "Segundo infor­mações do Sr. Diretor-Geral, a documentação apresen­tada atende aos dispositivos do Ato da Mesa n'! 24/83.Nada a opor. Pelo deferimento". 8) Processo n'8.524/89. Deputado Vieira da Silva. "Segundo informa­çóes do Sr. Diretor-Geral, a documentação apresentadaatende aos dispositivos do Ato da Mesa n" 24/83. Nadaa opor. Pelo deferimento". 9) Processo n" 8.850/89.Deputado Horácio Falcão Ferraz. "Nada tenho a oporao parecer do Sr. Diretor-Geral e submeto o pleitodo Sr. Deputado Horácio Falcão Ferraz à decisão finalda douta Mesa. Opino pelo deferimento", 10) Processon' 6.691189. beputado Florestan Fernandes. "Nada te­nho a opor ao processo do Sr. Diretor-Geral e submetoo pleito do Sr. Deputado Florestan Fernandes à decisãofinal da douta Mesa. Opino pelo deferimento". IV­PAUTA DO SENHOR 2'! SECRETÁRIO. A Mesaaprova os pareceres profelidos por Sua Excelência nosseguintes expedientes, referentes a licença para trata-

Junho de 1989

menta de saúde: 1) Deputado Fernando Velasco. "0Senhor Deputado Fernaudo Velasco solicita, atravésde ofício, licença para tratameuto de saúde, por umperíodo de 15 (quinze) dias, a partir de 15 de abrilde 1989. Para fundamensar sua petição. anexa atestadomédico firmado por médicos integrantes do corpo clíni­co da Casa, cumprindo assim exigência prevista no ar!.245, § 2", do Regimento Interno. Desta maneira, somospclo deferimento da referida licença. Este, o nosso pare­cer". 4) Deputado Messias Soares. "O Senhor Depu­tado Messias Soares solicita, através de ofício, licençapara tratamento de saúde por um período de 5 (cinco)dias, a partir de 27 de março de 1989. Para fundamentarsua petição. anexa atestado firmado por médicos inte­grantes do corpo clínico da Casa. cumprindo assim exi­gência prevista no art. 245, § 2', do Regimento Interno.Desta maneira, somos pelo deferimento da referida li­cença. Este, o nosso parecer". 5) Deputado Sérgio Car­valho. "O Senhor Deputado Sérgio Carvalho solicita,através de ofício, licença para tratamento de saúde,por um período de 5 (cinco) dias. a partir de 3 deabril de 1989. Para fundamentar sua petição, anexaatestado firmado por médicos integrantes do corpo clíni­ca da Casa, cumprindo assim exigêucia prevista no ar!.245, § 2', do Regimento Interno. Desta maneira, somospelo deferimento da referida licença. Este, o nosso pare­cer". 6) Deputado Horácio Ferraz. "O Senhor Depu­tado Honicio Ferraz solicita, através de ofício, licençapara tratamento de saúde nos dias 11 e 12 de abrilde 1989. Para fundamentar Sua petição, anexa atestadofirmado por médicos integrantes do corpo clínico daCasa. cumprindo assim exigência prevista no art. 245,§ 2", do Regimento Interno. Desta maneira, somas pelodeferimento da referida licença. Este, o nosso parecer".7) Deputado Ivo da Silva Lech. "O Senhor DeputadoIvo da Silva Lech solicita. através de ofício, licençapara tratamento de saúde, por um período de 30 (trinta)dias, a partir de 27 dc abril de 1989. Para fundamentarsua petição, anexa atestado firmado por médicos inte­grantes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim exi­gência prevista no art. 245, § 2', do Regimento Interno.Desta maneira, somos pelo defcrimento da referida li­cença. Este, o nosso parecer". 8) Deputado Bezerrade Melo. "O Senhor Deputado Bezerra de Melo solici­ta, através de ofício, licença para tratamento de saúde,por um período de 125 (cento e vinte e cinco) dias,a partir de 18 de abril de 1989. Para fundamentar suapetição. anexa atestado firmado por médicos integran­tes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim exigênciaprevista no art. 245, § 2", do Regimento Interno. Destamaneira, somos pelo deferimento da referida licença.Este, o nosso parecer". 9) Deputado Edmundo Galdi­no. "O Senhor Deputado Edmundo Galdino solicita,através de ofíeio, licença para tratamento de saúde,por um período de cinco dias, a partir de 27 de fevereirode 1989. Para fundamentar sua petição, anexa atestadofirmado por médicos integrantes do corpo clínico daCasa, cumprindo assim exigência prevista no ar!. 245,§ 2', do Regimento Interno. Desta maneira, somos pelodeferimento da referida licença. Este, o nosso parecer".10) Deputado Sadie Hauache. "A Senhora DeputadaSadie Hauache solicita. através de ofício, licença paratratamento de saúde, por um período de dezesseis dias,a partir de 10 de abril de 1989. Para fundamentar suapetição. anexa atestado médico firmado por médicosintegrantes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim§ 2', do Regimento Interno. Desta maneira, somos pelodeferimento da referida licença. Este, o nosso parecer".11) Deputado Francisco Coelho. "O Senhor DeputadoFrancisco Coelho solicita, através de ofício, licença paratratamento de saúde, por um período de doze dias.a partir de 24 de abril de 1989. Para fundamentar suapetição, anexa atestado firmado por médicos integran­tes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim exigên,;iaprevista no ar!. 245, § 2', do Regimento Interno. Destamaueira, somos pelo deferimento da referida licença.Este, O nosso parecer". 12) Deputado José Luiz deSá. "O Senhor Deputado José Luiz de Sá solicita, atra­vés de ofício, licença para tratamento de saúde porum período de cinco dias, a partir de 3 de abril de1989. Para fundamelltar sua petição, anexa atestadofirmado por médicos integrantes do corpo clínico daCasa, cumprindo assim exigência prevista no arl. 245,§ 2", do Regimento Interno. Desta maneira, somas pelo

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Junho de 1989

deferimento da referida licença. Este, o nosso parecer".13) Deputado Mauro Sampaio. "O Senhor DeputadoMauro Sampaio solicita, através de ofício, licença paratratamento de saúde, por um periodo de nove dias,a partir de 4 de abril de 1989. Para fundamentar suapetição, anexa atestado médico firmado por médicosintegrantes do corpo clinico da Casa, cumprindo assimexigência prevista no art. 245, § 2", do Regimento Inter­no. Desta maneira, somos pelo deferimento da referidalicença. Este, o nosso parecer". 14) Deputado ManuelViana. "O Senhor Dcputado Manuel Viana solicita,através de ofício, prorrogação de licença para trata­mcnto de saúde, por mais 120 (ccnto e vinte dias),a partir de 12 de abril de 1989. Para fundamentar suapetição, anexa atestado firmado por médicos integran­tes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim exigênciaprcvista no art. 245, § 2', do Regimento Interno. Destamaneira, somos pelo deferimento da referida licença.Este, o nosso parecer". 15) Deputado Afrísio VieiraLima. "O Senhor Deputado Afrísio Vieira Lima solici­ta, através de ofício, licença para tratamento de saúde,por um período de 30 (trinta) dias, a partir de 10 deabril de 1989. Para fundamentar sua petição, anexaatestado firmado por médicos integrantes do corpo clíni­co da Casa, cumprindo assim exigência prevista no art.245, § 2', do Regimento Interno. Desta maneira, somospelo deferimento da referida licença. Este, o nosso pare­cer". 16) Deputado Narciso Mendes. "O Senhor Depu­tado Narciso Mendes solicita, atra'o'és de ofício, licençapara tratamento de saúde, por um período de 121 (centoe vinte e um) dias, a partir de 26 de abril de 1989.Para fundamentar sua petição, anexa atestado firmadopor médicos integrantes do corpo clínico da Casa, cum­prindo assim exigência prevista no art. 245, § 2', doRegimento Interno. Desta maneira, somos pclo deferi­mento da refcrida licença. Este, o nosso parecer". 17)Paulo Silva. "O Senhor Deputado Paulo Silva solicita,através de oficio, abono de faltas,· a partir de 20 deabril de 1989, tendo em vista acompanhamento no trata­mento de saúde do seu filho. Regulando a matéria oRegimento Interno no seu art. 244, item III, determinaque seja concedida licença para tratamento de saúde,por motivo de doença comprovada, à pcssoa do Depu­tado Federal, não prevendo licença para tratamentoem pessoa da família. Esclareço, entretanto, que atravésdo Processo n' 8.230/89 de interesse do Senhor Depu­tado Roberto Jefferson, houve por bem a douta Mesajustificar a ausência desse parlamentar, por motivossemelhantes aos do Deputado Paulo Silva. Desta manei­ra, somos pelo deferimento do pedido, em caráter ex­cepcional". Prosseguindo, a Mesa aprova os pareceresfavoráveis proferidos pelo Senhor 2" Secretário nos se­guintes Projetos de Resolução: 1) Autoriza o SenhorDeputado Ronaldo Cezar Coelho a participar de missãocultural no exterior: 2) Autoriza o Senhor DeputadoAlysson Paulinelli a participar de missão cultural noexterior; 3) Autoriza o Senhor Deputado Bocayuva Cu­nha a participar de missão cultural no exterior; 4) Auto­riza o Senhor Deputado Jorge Leite a participar demissão cultural no exterior; 5) Autoriza o Senhor Depu­tado Leur Lomanto a participar de missão cultural noexterior; 6) Autoriza o Senhor Deputado José Amandoa participar de missão cultural no exterior; 7) Autorizao Senhor Deputado Jofran Frejat a participar de missãocultural no exterior; 8) Autoriza o Senhor DeputadoLuiz Salomão a participar de missão cultural no exte­rior; 9) Autoriza o Senhor Deputado Valmir Campeloa participar de missão cultural no exterior; 10) Autorizao Senhor Deputado Adolfo Oliveira a participar demissão cultural no exterior; ll) Autoriza o Senhor De­putado Sólon Borges dos Reis a participar de missãocu1turalno exterior; 12) Autoriza a Senhora DeputadaMaria de Lourdes Abadia a participar de missão culturalno exterior; 13) Autoriza o Senhor Deputado MárioAssad a participar de missão cultural no exterior; 14)Autoriza o Senhor Deputado Nelton Friedrich a parti­cipar de missão cultural no exterior; 15) Autoriza oSenhor Deputado Amaury Müller a participar de missãocultural no exterior; 16) Autoriza a Senhora DeputadaBete Azize a participar de missão cultural no exterior;17) Autoriza o Senhor Deputado Albérico Cordeiroa participar de missão cultural no exterior; 18) Autorizao Senhor Deputado Artenir Wcrner a participar de mis­são eu)tural no exterior; 19) Autoriza o Senhor Depu­tado Alvaro Valle a participar de missão cultural no

exterior; 2'0) r\ntoriza o Senhor Deputado FranciscoDiógenes 11 participar de missão cultural no exterior.Nada mais havendo a tratllr, às 11:00 horas, o SenhorPresidente suspende a reunião por 10 minutos, a fimde ser lavrada a presente Ata. Reaberta a reunião,é a ata lida eaprovada. Eu, Helio Suty, Secret,írio-Geralda Mesa, lavrei a presente ata, que após subscrita peloSenhor Presidente, vai à publicação. - Deputado Paesde Andrad'e, Presidente da Câmara dos Deputados.

ATOS DA MESA

ATO DA MESA N' 134/89

A Mesa da Cámara dos Deputados, no uso de suasatribuições e,

Considerando que compete à Mesa declarar a perdado mandato de deputado que deixar de comparecer,em cada s'ess:lo legislativa, à terça parte das sessõesordinárias da Casa, salvo licença ou missão por estaautorizada:

Considerando que i,j foram realizadas 65 (sessentae cinco) sessões ordinárias e que somente poderão serrealizadas até 15-12-89 mais 118 sessões ordinárias, oquc totaliza 182 sessões no presente período legislativo;

Considerando aue a terça parte das 182 sessões ordi­nárias implica na 'rigatoriedade de comparecimentoa 61 (sessenta e U1':la) sessões neste período;

Considerando que os Deputados Federais FelipeCheidde e Mário Bouchardet foram cientificados atra­vés de ofido circular de 23-5-89, do Senhor PrimeiroVice-Presidente, dos respectivos registros de faltas àssessões ordinárias;

Considerando que apesar de devidamente cientifi­cados das faltas a eles atribuídas, não apresentaramnenhuma justificativa;

Considerando que no sentido de garantir-lhes o direi­to de defesa e em procedimento administrativo cautelar,além do el1vio aos mesmos do Ato da Mesa n'·' 133,de 24 de maio último, que em seu artigo 2' possibilitoua .iustificação das ausências com (] prazo de 5 (cinco)dias, foi aos mesmos oficiado em 23 de maio último,para que de posse da relação de ausências encaminhadasem anexo ao referido ofício, se pronunciassem e tives­sem, assim, oportunidade de amplamente defenderem­se;

Conside rando que os Deputados Felipe Cheidde eMário Bouchardet ultrapassaram o limite de falta cons­titucionalmente admitido,

E, finalmente,Considerando o que estabelece a Constituição da Re­

pública Fe,derativa do Brasil, em seu

"Ar!. 55, Perderá o mandato o Deputado ouSenador:

UI --que deixar de comparecer, em cada sessãolegislativa, à terça parte das sessões ordinárias daCasa a que pertencer, salvo licença ou missão poresta autorizada;

§ 3" Nos casos previstos nos incisos ll! a IV,a perda do mandato será declarada pela Mesa daCasa respectiva, de ofício ou mediante provocaçãode qualquer de seus membros, ou de partido polí­tico r'~presentado no Congrcsso Nacional, assegu­rada ampla defesa. "

Resolve:Declarar, com base no artigo 55, inciso III e ~ 3"

da Constituição, a perda do mandato de Deputado Fe­deral dos parlamentares Felipe Cheidde e Mário Bou­chardet.

Sala das Reuniões, 31 de maio de 1989. - DeputadoPaes de Andrade, Presidente - Deputado InocêncioOliveira, Primeiro Vice-Presidente - Deputado WilsonCampos, Segundo Vice-Presidente - Deputado LuizHenrique, Primeiro Secretário - Deputado Edme Ta­vares, Segundo Secretário - Deputado Carlos Cotta,Terceiro Secretário - Deputado Ruberval Pilotto,Quarto Secretário.

Sábado 10 4681

ATO DA MESA N' 135/89

Revoga li Ato da Mesa n' 122, de 1989, que alteraa lotação de servidores no Gabinete do Lider doPartido Democrata Cristão - PDC,

A Mesa da Câmara dos Deputados, no uso de suasatribuições, e tendo em vista o que consta no Processon" 11.106/89, resolve:

Art. l' Fica revogado, a partir do dia 4 de maiode 1989, o Ato da Mesa n" 122, de 1989, que alteraa lotação de servidores no Gabinete do Líder do PartidoDemocrata Cristão - PDC.

Art. 2' Este ato entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 3' Revogam-se as disposições em contrário.Câmara dos Deputados, 31 de maio de 1989.-Depu­

tado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dos Depu­tados.

ATAS DAS COMISSÕESCOMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE

Subcomissão especial da Seplan e entidades daadministração direta ou indireta

6' Reunião Ordinária, realizadaEm 27 de abril de 1988

Às nove horas e dezessete minutos do dia vinte esete de abril de mil novecentos e oitenta e oito, reuniu-sea Subcomissão Especial da Seplan e entidades da Admi­nistração Direta e Indireta, sob a Presidência do SenhorDeputado Roberto Rollemberg, presentes os SenhoresDeputados: Irma Passoni, Dirce Quadros, Lézio Sathlere Enoc Vieira; estiveram ausentes os Senhores Deputa­dos: Julio Costamilan, Nilso Sguarezi, Fausto Rochae Moema São Thiago. Havendo número legal, o SenhorPresidente deu por abertos os trabalhos destinados aoexame dos scguintes itens constantes da Pauta: 01) Rela­tório sobre a Prefeitura de Viana, apresentado pelaScnhora Deputada Dirce Quadros: 02) Apreciação dotelegrama do Prefeito de Viana, Walter Duailibi; 03)Relatório sobre a Prefeitura de Chapecó, apresentadopela Senhora Deputada trma Passoni; 04) Relatóriosobre a Associação Beneficente Frei Damião; 05) Con­vocação do Deputado Antonio Ferreira; 06) Pedidoda Senhora Deputada Dirce Quadros para que se convo­quem os Senhores: Garibaldi ALves Filho, Prefeito deNatal-RN e César Matta Pires, Diretor da ConstrutoraOAS (BA), para que sejam dirimidas dúvidas sobrepossíveis irregularidades havidas, envolvendo a Prefei­tura de Natal e a Empresa mencionada; 07) Avaliaçãosobre depoimentos pedidos pelo Relatório do SenhorDeputado Roberto Rollemberg sobre a Seplan, de9-2-88, já tendo sido ouvidos; a) Dr. Luciano Coutinho,Secretário-Geral do MCT, em 15/03·: b) Dr. HeráclitoRollemberg, Presidentc da ABM, em 24/03: c) Cel.Walter Félix Cardoso, DSI da Seplan, em 25103; d)Dl'. Ricardo Luiz Santiago, Sccretário-Geral da Seplan,em 06/04: e) Relatório do DPF, recebido em 26/02.O Senhor Presidente comunicou que em entendimentosmantidos com o Senhor Presidente da Câmara dos De­putados e o Vice-Presidente da Comissão, ficou resol­vido que, a exemplo do Senado Federal, as reuniõesda Subcomissão serão realizadas regularmente, poden­do ser interrompidas a pedidp de algum membro, teodoem vista a realização de sessão da Assembléia NacionalConstituinte. Foi lida e aprovada sem restrições, a Atada reunião anterior. A Senhora Deputada Dirce Qua­dros autorizou a retirada do item número cinco da pautapara posterior exame pela Subcomissão, e solicitou queo caso relativo a Prefeitura de Viana-MA, fosse encami­nhado à Polícia Federal. A Senhora Deputada IrmaPassoni questionou sobre a competência da Subcomis­são, o que foi prontamente respondido pela Presidência:lavra, a Senhora Deputada Irma Passoni pediu que fosserequerido da Polícia Federal o depoimento do Prefeitode Chapecó-SC; em seguida, discorreu sobre as provi­dências que tomou quando da diligência efetuada na­quele municfpio; requereu, também, a Senhora Depu­tada Irma Passoni, que fossem ouvidos pela Subcomis­são, os Senhores: João Sayad, ex-Ministro da Seplan,Ricardo Luiz Santiago, Secretário-Geral da Seplan, eRomeu Tuma, Diretor-Geral do Departamento de Polí­cia Federal, o que foi aprovado unanimemente. A Se-

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Junho de 1989DIÁRIO DO CONGRESSO NACIC AL (Seção I)..:....::::..-'.:...:..o.::-~ --,.4682 Sábado 10

nhora Deputada DiTce Quadros manifestou a necessi­dade de a Subcomissão verificar possíveis irregulari­dades quanto às verbas da Seplan na Prefeitura de Na­tal-RN. A Presidencia acolheu a proposição e deter­minou que a Deputada Dirce Quadros fizesse a diligên­cia, acompanhada de representantes do Tribunal deContas da União. Os Senhores Deputados Lézio Sathlere Enoc Vieira julgaram da maior importância a missão.O Senhor Presidente. após resolver Questão de Ordemlevantada pela Senhora Deputada Irma Passoni, encer­rou os trabalhos às dez horas c nove minutos, do que,para constar, eu, Antonio Fernando Borgcs Manzan,lavrei a presente Ata, que lida e aprovada, será assinadapelo Senhor Presidente e encaminhada à publicação.Os trabalhos foram gravados, e após traduzidos integra­rão esta Ata.

7' Reunião Ordinária, realizadaEm 12 de maio de 1988

Ás dez horas e vinte e quatro minutos do dia dozede maio de mil novecentos e oitenta e oito, muniu-sea SubcomisSl'o Especial da Seplan e Entidades da Admi­nistração Direta ou Indireta, sob a Presidência do Se­nhor Deputado Roberto Rollemberg, presentes os Se­nhores Parlamentares: Irma Passoni, Dirce Quadros.Lézio Sathler (membros da Subcomissão), Jorge Arba­ge, Ismael Wanderley, Antônio de Jesus, Luiz Gushi­ken, Aluízio Campos, Dcnisar Arneiro, Osmundo Re­bouças, Domingos Juvenil e Fernando Gasparian; esti­veram ausentes os senhores Deputados: Enoc: Vieira,JúlioCostamilan, Nilso Sguarezi, Fausto Rocha e Moe­ma São Thiago. Abcrtos os trabalhos, o Senhor Presi­dente fez a apresentação do Doutor João Sayad, ex-Mi­nistro do Planejamento, convocado a requerimento daSenhora Deputada Irma Passoni. A Senhora DeputadaDirce Quadros entregou à Presidência. a documentaçãoque integra relatório sobre a diligência realizada emNatal-RN, registrando solicitação de parecer jurídicosobre o caso de Alagoas, já encaminhado há cerca deum mês à Comissão. O Senhor Presidente determinouprovidências para que o pedido da parlamentar fosseatendido. Em seguida convidou o Senhor DeputadoFernando Gasparian, Presidente da Comissão de Fisca­lização e Controle a tomar assento à Mesa e, passoua palavra ao Doutor João Sayad que fez exposiçiiD sobrea sua gestão à frenta da Seplan. O Senhor ex-Ministrofoi questionado pelos Senhores Deputados: Irma Passo­ni, Dirce Quadros, Antonio de Jesus, Luiz Gushiken,Denisar Aroeiro, Osmundo Rebouças e Fernando Gas­parian. O Senhor Presidente agradeceu a contribuiçãoprestada pelo Doutor João Sayad e destacou as suasqualidades de homem público. Às doze horas e quinzeminutos, o Senhor Presidente deu por encerrados ostrabalhos, do que, para constar, eu, Antonio Fe.rnandoBorges Mauzan, Secretário, lavrei a presente Ata, quelida e aprovada será assinada pelo Senhor Presidentee encaminhada à publicação. Os trabalhos foram grava­dos e, após traduzidos integrarão esta Ata.

8' Reunião Ordinária, realizada

Em 19 de maio de 1988

Ás dez horas e quinze minutos do dia dezenove demaio de mil novecentos c oitenta e oito, reuniu-se aSubcomissão Especial da Seplan e Entidades da Admi­nistração Direta ou Indireta, sob a Presidêcia do SenhorDeputado Lézio Sathler, presentes os Senhores Deputa­dos: Irma Passoni, Nilso Sguarezi, José Dutra:, NionAlbernaz e Ivo Vanderlinde; ausentes os Senhores De­putados: Roberto Rollemberg, Dirce Quadros,. AnnaMaria Rattes, Enoc Vieira, Fausto Rocha e MoemaSão Thiago. Abertos os trabalhos, a Senhora DeputadaIrma Passoni pediu a dispensa da leitura das Atas da6' e 7' Reuniões Ordinárias, visto que todos os ]m,mbrospresentes haviam recebido cópias e tomado conheci­mento dos ses teores; as Atas foram aprovadas. O Se­nhor Presidente em exercício comunicou a ausência,por motivo de viagem inadiável, do Deputado RobertoRollemberg, Presidente da Subcomissão, que o incum­biu de presidir aquela reunião que objetivava ouvir osesclarecimentos do Doutor Ricardo Luiz Santia~o, Se­cretário-Geral da Seplan, sobre a destinação de ·verbasa fundo perdido. Em seguida, a Senhora Deputada IrmaPassoni, Relatora da Subcomissão. com a palavra, soli-

citou do Senhor Secretário-Geral da Seplan que envias­se o Organograma e o Plano de Ação daquela Secre­taria, e ainda, a relação dos processos alocados na conta"Restos a Pagar", no ano de 1987. O Senhor DoutorRicardo Luiz Santiago fez a sua exposição e, após. foiquestionado pelos senhores Deputados Nilson Sguarezi.Irma Passoni e Lézio Sathler. A Senhora DeputadaIrma Passoni pediu ainda, que fosse enviado o Planode Políticas Industrial e Tarifárias. O Senhor Presidenteem exercício, agradeceu a presença do Doutor RicardoLuiz Santiago, bem como os membros presentes e, pas­sou a palavra ao convidado para as suas consideraçõesfinais. Encerrou a reunião às doze horas, do que, paraconstar eu Antonio Fernando Borges Manza, Secre­tário, I~vre; a presente Ata, que lida e aprovada seráassinada pelo Senhor Presidente c encaminhada à publi­cação. Os trabalhos foram gravados e, após traduzidosintegrarão esta Ata. .

9' Reunião Ordinária, realizadaEm 10 de agosto de 1988

(Eleição do Novo Presidente)

Ás dez horas e dez minutos do dia dez de agostode mil novecentos e oitenta e oito, reuniu-se a Subco­missão Especial da Seplan e Entidades da Adminis­tração Direta ou Indireta sob Presidência do SenhorDeputado Lézio Sathler, Vice-Presidente, e com a pre­sença dos Senhores Deputados Marluce Pinto, Dirc~

Quadros, Nilso Sguarezi, Enoc Vieira. Irma Passo~l

e Luiz Salomão. Havendo número legal. o Senhor PresI­dente em exercício deu por abertos os trabalhos destina­dos a eleição do novo Presidente da Subcomissão. tendoem vista o afastamento do titular, Deputado RobertoRollemberg, que assumiu uma Secretaria no Governodo Estado de São Paulo. Encerrada a votação, foi apu­rado o seguinte resultado: para Presidente, DeputadoLézio Sathler, sete votos. A Mesa da Subcomissão Espe­cial da Seplan e Entidades da Administração Diretaou Indireta ficou assim constituída: Presidentc, Depu­tado Lézio Sathler; Vice-Presidente, Deputada DireeQuadros; Relatora, Deputada Irma Passoni. Nada m~is

havendo a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a dIS­tinção expressada pelos membros da Subcomissão, eencerrou a reunião às onze horas e cinco minutos, doque, para constar, eu, Antonio Fernando Borges Man­zan, Secretário, lavrei a presente Ata, que hda e apro­vada será assinada pelo Senhor Presidente e encami­nhada à publicação.

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO

Destinada a investigar o destino da aplicação, peloMinistério da Educação, dos recursos provenientesda Emenda Ca!m0n.

17' Reunião, realizada em 4 de outubro de 1988

Ás dez horas e trinta minutos do dia quatro de outu­bro de mil uovecentos e oitenta e oito, no Plenárioda Comissão de Justiça, Anexo II da Câmara dos Depu­tados, em Brasília, reuniu-se, sob a presidência do Se­nhor Deputado Eraldo Tinoco, a Comissão Parlamentarde Inquérito destinada a investigar o destino da aplica­ção, pelo Ministêrio da Educação, dos recursos prove­nientes da Emenda Calmon, para tomada do depoi­mento dos Senhores Senadores Jorge Bornhausen eMarco Maciel, ex-Ministros de Estado de Educaçãoe do Senhor Professor Aloísio de Guimarães Sotero,ex-Secretário-Geral do mesmo Ministério. Registra alista de presença o nome dos Senhores Deputados: Eral­do Tinoco, Sólon Borges dos Reis, Octávio Elísio, Ar­nold Fioravante, Maria de Lourdes Abadia, ChicoHumberto, Evaldo Gonçalves, Rita Camata e, ainda,o Senhor Deputado Cláudio Á vila e o Senhor SenadorJoão Calmon. Lida e aprovada a ata da reunião anterior,o Senbor Presidente convidou os depoentes a fazeremparte da Mesa, oferecendo, inicialemnte, a palavra aoSenhor Senador Jorge Bornhausen para sua explana­ção. Durante sua exposição, o depoente solicitou fosseanexado aos Anais da CPI () depoimento que fizerana Subcomissão de Educação, Cultura e Esportes daAssembléia Nacional Constituinte em treze de maiode mil novecentos e oitenta e setc. Finda a exposição,o Senhor Presidente coneedeu a palavra ao Senhor Re­lator, Deputado Sólon Borges dos Reis, para as inquiri-

ções. A seguir, fizeram interpelações os Senhores Depu­tados Octávio Elísio e Cláudio Ávila e o Senhor SenadorJoão Calmon. O Senhor Deputado Arnaldo Fioravante,inscrito, declarou estar sua indagação incluída entreas formuladas pelo Senhor Deputado Octávio Elísio,razão pela qual deixava de questionar o depoente. Emseqüência, o Senhor Presidente agradeceu ao SenhorSenador Jorge Bornhausem sua presença e a colabo­ração importantíssima que trouxera à Comissão, escla­recendo que, tendo tomado conhecimento de que oilustre depoente teria compromissos de ordem pessoal,estaria ele dispensado de permanecer até o términodos trabalhos. A seguir, o Senhor Presidente concedeua palavra ao segundo depoente, Senhor Senador MarcoMaciel, para suas considerações. Prosseguindo os traba­lhos, o Senhor Presidente concedeu a palavra aO tercei­ro depoente, Professor AlOísio Sotero, que discorreusobre o assunto em pauta. Em prosseguimento, o Se­nhor Presidente agradeceu ao Professor Aloísio Soterosua contribuição, passando a palavra ao Senhor Relator,para as indagações, esclarecendo que elas deveriam serdirigidas ao Senhor Senador Marco Maciel ou aO Profes­sor Aloísio Sotero. Interpelaram os depoentes os Se­nhores Deputados Octávio Elísio, Arnoldo Fioravanteo Senhor Senador .João Calmon. Após agradecer a pre­sença do Senhor Senador Marco Maciel e os valiosossubsídios por ele trazidos ao conhecimento da Comis­são, o Senhor Presidente esclareceu que S. Ex' se retira­ria nO momento para atender a comprÜlUlssos de ordemparticular, fazendo, a seguir. indagações ao ProfessorII.loísio Sotero, que respondeu também às inquiriçõesdos Senhores Deputados inscritos. O depoimento c osdebates foram gravados e. depois de traduzidos e datilo­grafados. serão anexados aos autos do presente inqué­rito. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidenteagradeceu a presença do Professor Aloísio Sotero, soli­citando-lhe que encaminhasse à Assessoria da CPI dosdados complementares da sua exposição. Informandoser a presente reunião a última para tomada de depoi­mentos, ficando para serem marcadas pela Presidênciada Comissão as reuniões para discussão e votação dorelatório final, o Senhor Presidente encerrou a reuniáoàs quatorze horas e dez minutos. E, para constar, eu,Irene Margarida Feneira Groba, Secretária, lavrei apresente ata que, lida e aprovada, será assinada peloSenhor Presidente.

DIVERSOSASSOCIAÇÃO lNPERPARLAMENTAR

DE TURISMOGRUPO BRASILEIRO

Ata da Primeira Reunião Ordinária da ComissãoExecutiva do Grupo Brasileiro da Associação

Interparlamentar de TurismoRealizada no dia 26 de agosto de 1987

11' Legislatura

Às nove horas do dia vinte e seis de agosto de milnovecentos e oitenta e sete, na Sala de Reuniões daComissão de Relações Exteriores do Senado Federal,reuniu-se a Comissão Executiva do Grupo Brasileiroda Associação Interparlamentar de Turismo. Compare­ceram, conforme Livro de Presença: Senador RACHIDSALDANHA DERZI, Presidente; Senador FRAN­CISCO ROLLEMBERG, I'! Vice-Presidente; Depu­tado .JOSÉ CAMARGO, l' Secretário; DeputadoFLORICENO PAIXÃO, 2' Secretário; DeputadoFRANCISCO AMARAL, Tesoureiro e Deputado AN­TÔNIO UENO, Suplente dos Menbros Permanentesdo Conselho. Dando início aos trabalhos o Senhor Presi­dente determinou a leitura da Ata da reunião anterior,aprovada por unanimidade, sem restrições. Em seguidafoi apresentada Proposta de Filiação do DeputadoPAULO MINCARONE, sendo aprovada por unanimi­dade. O Senhor Presidente, Senador RACHID SAL­DANHA DERZI comunicou o recebimento de convo­cação do Grupo para a 7' Assembléia Geral da Organi­zação Mundial de Turismo c 14' Reunião do Comitêde Membros Afiliados daquela organização, a realiza­rem-se em MADRID-ESPANHA, entre os dias 22 desetembro e 1" de outubro de 1987. Ficou delegada ao

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Junho de 1989

Senhor Presidente a composição da Delegação para re­presentar o Grupo ao evento, dentro da disponibilidadefinanceira da época, fixando-se ajuda de custo no valorde US$ 1.800.00 (hum mil e oitocentos dólares), alémde passagem aérea na classe exe~utiva para o trechoBSB/RIO/MADRID/RIO/BSB. As 10:00 horas, nadamais havendo a tratar foi encerrada a reunião e, paraconstar eu, Paulo José Maestrali, Secretário, lavrei apresente Ata que, depois de lida e aprovada será assina­da pelo Senhor Presidente e encaminhada à publicação.

TERMO DE REUNIÃO

Aos trinta dias do mês de setembro de mil nove­centos e oitenta e sete, por falta de matéria, deixoude se realizar a Reunião Ordinária da Comissão Execu­tiva do Grupo Brasileiro da Associação Interparlamen­tar de Turismo. Assim, para constar cu, Paulo JoséMaestrali, Secretário, lavrei o presente Termo de Reu­nião que, depois de dado aO conhecimento da ComissãoExecutiva será assinado pelo Senhor Presidente e envia­do à publicação.

TERMO DE REUNIÃO

Aos vinte e oite dias do mês de outubro de milnovecentos e oitenta e sete, por falta de matéria, deixoude se realizar a Reunião Ordinária da Comissão Execu­tiva do Grupo Brasileiro da Associação Interparlamen­tar de Turismo. Assim, para constar eu, Paulo JoséMaestrali, Secretário, lavrei o presente Termo de Reu­nião que, depois de dado ao conhecimento da ComissãoExecntiva será assinada pelo Senhor Presidente e envia­do à publicação.

TERMO DE REUNIÃO

Aos vinte e cinco dias do mês de novembro demil novecentos e oitenta e sete, por falta de matéria,deixou de se realizar a Reunião Ordinária da ComissãoExecutiva do Grupo Brasileiro da Associação Interpar­lamentar de Turismo. Assim, para constar eu, PauloJosé Maestrali, Secretário, lavrei o presente Termo de

Reunião que, depois de dado ao conhecimento da Co­missão Executiva será assinado pelo Senhor Presidentee enviado à publicação. - Rachid Saldanha Derzi.

COMISSÃO DE SERViÇO PÚBLICO

SEMINÃRIO: "SERVIÇO PÚBLICO NOBRASIL DIAGNÓSTICO, REGIME JURíDICO

E O PAEL DO ESTADO"

Realizado em 15-5-89

Às nove horas e trinta minutos do dia quinze dcmaio de hum mil novecentose oitenta e nove, sob aPresidência da Senhora Deputada Irma Passoni, reali­zou-se na Sala n" 2 do Anexo li o Seminãrio: "ServiçoPúblico no Brasil: Diagnóstico, Regime Jurídico e oPapel do Esmdo", com a presença dentre outros partici­pantes dos Senhores Deputados: Geraldo Campos,Francisco Küst,er, Carlos Vinagre, Chagas Duarte, Aris­tides Cunha, JLezio Satheler, Solon Borges dos Reis,José Viana, Lúcio Alcàntra e Costa Ferreira. O SenhorDeputado Inocêncio de Oliveira, Presidente em exer­cício da Câmara dos Deputados, abriu os trabalhos epassou a Pre,sidência a Sr' Irma Passoni que, agradeceua presença I~ a,; palavras do Senhore Presidente e emseguida apresentou os Senhores Expositores: Dr. Gile­no Fernand,ôs Marcelino, Secretário-Geral Adjunto daSeplan, Professora Maria Laura Sales Pinheiro, Presi­dente do SindiGato dos Servidores Públicos do DF, Se­nhor João Carlos Barros Kriegucr, Diretor do Centrode Desenvo [vimento em Administração Pública da Fun­cep e o Deputado Francisco Küster, bem como os Deba­tedores: Senhores: Antonio Carlos de Andrade, Presi­dente da Federação Nacional das Associações dos Ser­viodres da Previdência Social e o Senhor Waldir Viegas,Professor de Administração da UNB, que fizeram am­pla exposiçües sobre os temas: 1) Diagnóstico do Ser­viço Público no Brasil, 2) Caráter do Serviço Público,3) O Papel do Estado e a sua função social e, 4)0Servidor Pú.blico e o seu papel perante a Sociedadebrasileira. No período destinado aos debates usaram

Sábado 10 4683

da palavra os Senhores: Selma Viana de Assis PamplonaConceição, Jenival ribeiro, Anna Leopoldina DalmontJulhem, Leôncio Camino, Deputado Carlos Vinagree Ideilson Bastos Lacerda. Não havendo quem quizessefazer o uso da palavra a Senhora Presidente suspendeuos trabalhos às treze horas, marcand o reínicio paraàs quatorze horas e trinta minutos. Às quatorze horase quarenta cinco minutos, no Auditório Nereu Ramos,a Senhora Presidenta reíniciou os trabalhos e transferiua Presidência ao Deputadp Carlos Vinagre, que meseguida, apresentou os Expositores: Dr. Eloy Corazza,Secretário de Recursos Humanos da Seplan, Dr. Fermi­no Feehio Filho, Secretário Municipal de Administra­ção de São Paulo, Dr. José Eduardo martins Cardoso,Secretário Municipal do Governo de São Paulo, Dr.Hélio de Melo, Presidente da União Nacional dos Servi­dores Públicos do Brasil e os Debatedores: DeputadoFrancisco Küster e Doutora Iris Berlinck, Diretora daCoordenação de Apoio Parlamentar da Câmara dosDeputados que fizeram ampla exposição sobre o tema:"Unificação do Regime Jurídico". No período desti­nado aos debates usaram da palavra os Senhores: Depu­tado Solon Borges dos Reis, Dr. Emanoe! Campos,Secretário de Administração de Santa Cataria, SelmaViana de Assis P. Conceição, Anna Leopoldina Del­mont Julhem, Maria Laura Sales Pinheiro, e a represen­tante da Federação das Associações das UniversidadesBrasileiras. Logo após, o Senhor Presidente concedeua palavra ao Relator Geraldo Campos que teceu consi­derações finais sobre o Seminário e os debates verifica­dos. A seguir, sem que nenhum dos presentes quizessefazer o uso da palavra, o Senhor Presidente agradeceua presença dos expositores e debatedores, dos SenhoresDeputados e demais participantes, encerrando o Semi­nário às dezoito horas e quarenta minutos. As notasgravadas, depois de traduzidas serão publicadas e passa­rão aintcgrar esta Ata. E, para constar, eu Ronaldode Oliveira Noronha, Secretário, lavrei a presente Ataque, depois de lida e aprovada será assinada pela Senho­ra Presidente da Comissão de Serviço Público.

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PÁGINA ORIGINAL EM BRANCO

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r----------------MESA----------------tPresidente:

PAES DE ANDRADE - PMDB

10 Vice-Presidente:

INOcl'3NCIO OUVEIRA - PFL

29 Vice-Presidente:

WILSOI"t CAMPOS - PMDB

1" Sec:retário:LUIZ HlENRIQUE - PMDB2" Sec:retário:EDME 1i'AVARES - PFL

3" Sec:retário:CARl.OS COITA - PSDB

4" Secretário:RUBERVAL PILOITO - PDS

Suplentes:

FERES NADER - PTBFLORICENO PAIXÃo - PDTARNALDO FARIA DE SÁ - PJJOSÉ MELO - PMDB

lJIDEkANÇAS

lider: IBSEN PINHEIRO

Vice-líderes

PARTIDO DO MOVIMENTODEMOCRÁTICO BRASILEIRO

-PMDB-

Líder: VlVt\LDO BARBOSA

PARTIDO DEMOCRÁTICOTRABALHISTA

-PDT-

PARTIDO SOCIALISTABRASILEIRO-PSB-

lider: JOÃO HER.R.MANN NETO

PARTIDO COMUNISTABRASILEIRO-PCB-

Ademir Andrade

Vice-Líder

Aldo Arantes

PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL

-PCdoB-lider: HAROLDO UMA

Vice-líder

Lysâneas MacielCarlos Cardinal

Líder: GA:5TONE RIGHI

Vice-líderes

PAlmDO TRABALHISTABRASILEIRO-PTB-

Vice-Líderes

Luiz SalomãoArtur Uma Cavalcante

José TavaresJosé Ulisses de Oliveira

Maguito VilelaManoel Moreira

Márcio BragaMaurício PáduaRenato ViannaRospide Neto

Ruy NedelSérgio SpadaTidei de Lima

Genebaldo CorreiaAntônio BrittoBete MendesDalton CanabravaDenisar AroeiraFemando VelascoFirmo de CastroGabriel GuerreiroJorge UequedJosé Carlos VasconcelosJosé Geraldo

PARTIDO DA FRENTE UBERAL-PFL-

Sólon Borges dos ReisRoberto Jelferson

Elias Muradlider: ROBERTO FREIRE

Vice-líderes

PARTIDO DA SOCIALDEMOCRACIA BRASILEIRA

-PSDB-

Líder: PÚrUO'ARRUDÀSAMPAIq

Vice-Líderes

PARTlI>O DEMOCRATA CRISTÃO-PDC-

PARTIDO DOS TRABALHADORES-PT-

Augusto CarvalhoFernando Santana

PARTIDO SOCIAL CRISTÃO-PSC-

Líder: SILVIO ABREU

Vice-lider

PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO

-PSD-

Aristides Cunha

lider: CESAR CALS NETO

Gumercindo MilhomemVirgilio Guimarães

Luís EduardoRonara Corrêa

Rita FurtadoPaes Landim

Alceni GuerraFausto Rocha

José Uns

lider: JOSÉ LO(JRENÇO

Vice-lideres

José TeixeiraRicardo IzarJofran FrejatJesus TajraIberê FerreiraDionisio HageStélio Dias

Líder: EUCLIDES SCALCO

Vlce-Lídere!>

Virgildásio de Senna Maria de Lourdes AbadiaCristina Tal/ares Robson Marinho

Ziza Valadares

Líder: I ROBERTO BALESTRA

Vice-líder

Tarzan de Castro Gidel Dantas

PARTIDO DA RECONSTRUÇÃONACIONAL-PRN-

lider: ARNALDO FARIA DE SÁ

Vice-líder

PARTIDO DEMOCRÁTICO SOCIAL

-PDS-

lider: AMARAL NETTO

Vice-líderes lider: ADOLFO OLIVEIRA

Vice-Líderes

Hélio Costa

PARTIDO TRABALHISTARENOVADOR

-PTR-

Bonifácio de AndradaGerson Peres

DarcyPozzaAécio de Borba Afif Dominoos Marcos Formiga Líder: ISMAEL WANDERLEY

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COMISSÃO DE AGRICULTURAE POLÍTICA RURAL Chico Humberto

PDT2 Vagas

Jorge Leite Márcia Kubitschek

1 Vaga

Presidente: José Egreja - PTB - SI'Vice-Presidentes: Rodrigues Palma - PTS - MT

Nestor Duarte - PMDI3 - BAJonas Pinheiro - PFL -- MT

PFL

Alcides Lima Jacy ScanagaltaAlércio Dias Jonas PinheiroAlysson Paulinelli Sérgio BritoErico Pegoraro Ubiratan SpineliFrancisco Coelho Vinícius CansançãoIberê ferreira

PSDB

Edmundo Galdino Saulo QueirozNelton Friedrich Vicente Bogo

PDS

Adauto Pereira Osvaldo BenderAdylson Motta

PDT

Amaury Müller Nelson AguiarCarlos Cardin ai

PTBJayme Paliarin Rodrigues PalmaJosé Egreja

PTAntonio Marangon João Paulo

PSB

PL

PT

Ibrahim Abi-Ackel

Virgl1io Guimarães

Roberto Torres

Francisco BenjamimJairo CarneiroMessias GóisNey Lopes

.Oscar CorrêaPaes Landim

Miro Teixeira

PL

PSB

PL

Francisco Diógenes

PDT

Carlos Cardinal

Júlio CamposNarciso MendesRita FurtadoSadie HauacheSérgio Brito

Féres Nader

PTB

PT

PDC

PFL

PDS

PFL

PDS

PDC

PTB

pDT

PSDBMoema São ThiagoI Vaga

PSDBSigmaringa SeixasVilson Souza

pCdoB

Alysson PaulinelliCh ristóvam ChiaradiaErico PegoraroEunice MichilesJalles FontouraJesualdo Cavalcanti

Carlos Alberto CaóMiro Teixcira

2 Vagas

Lídice da Mata

Darcy PozzaDelfim Nello

Carrel BenevidesGastone Righi

José Carlos GreccoNelton Friedrich

Sotero Cunha

Flávio Rocha

1 VagaSecretária: Delzuíte M. A. do ValeRamal: 6906

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃOE JUSTIÇA E REDAÇÃO

Presidente: Nelson Jobim - PMDB - RSVice-Presidentes: João Natal - PMDB - GO

Jorge Medauar - PMDB - BABonifácio de Andrada - PDS ­MG

Titulares

PMDBMichel TemerNelson JobimNilson GibsonOsvaldo MacedoPlínio MartinsRenato ViannaROSlüio Congro NetoSérgio SpadaTheodoro Mendes1 V.aga

Bonifácio de AndradaGerson Peres

Marcos Formiga

Aloysio ChavesCosta FerreiraDionísio HageEliézer MoreiraEvaldo Gonçalves

José Genoíno

Brandão MonteiroDoutel de Andrade

José Maria Eymae'l

Jorge HageJuarez Mar(~-leS Batista

Benedicto MonteiroHorácio Ferraz

Arnaldo MoraesBernardo CabralCarlos VinagreHarlan GadelhaHélio ManhãesJoão NatalJorge MedauarJosé DutraJosé TavaresLeopoldo SouzaMendes Ribeiro

Jones Santos NevesOsmundo RebouçasRalph BiasiRita Camata

Robson MarinhoI Vaga

Roberto Jefferson

Gumercindo Milhomem

Gerson Peres

José CamargoJosé JorgePaulo MarquesPaulo PimentelPedro Ceolin

PT

PTB

PFL

PDT

Fernando Lyra

PDS

Roberto Torres

PL

PT

PTB

PDC

PSB

PSDB

PMDBMaurílio Ferreira LimaMatheus IensenMendes RibeiroNilso SguareziOnofre CorrêaRonaldo CarvalhdRosário Congro NetoTidei de Lima3 Vagas

Suplentes

PMDB

PC do B

Airton SandovalAntero de BarrosFrancisco AmaralJoaci Góes

Antônio Salim CuriatiArnold Fioravante

Lysâneas MacielLuiz Salomão

Florestan Fernandes

Ervin BonkoskiJosé Elias

Cristina TavaresKoyo Iha

José EliasOsvaldo Sobrinho

2 Vagas

Ângelo MagalhãesArolde de OliveiraÁtila LiraEliézer MoreiraEraldo TrindadeFrancisco Coelho

João da Mata

Antonio BrittoAntonio GasparBete MendesEliel RodriguesFrança TeixeiraHenrique Eduardo AlvesJosé CostaJosé Ulísses de OliveiraLuiz LealMaurício Fruet

Afif Domingos

José Carlos Sabóia

Álvaro Valle

PDCEduardo Siqueira Campos

Eduardo Bonfim

Edmilson Valentim

PCdoB

Raquel Capiberibe

Secretário: Mariza da Silva MataRamais: 6902 - 6903

COMISSÃO DE CIÊNCIAE TECNOLOGIA,

COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICAPresidente: Antonio Gaspar - PMDB - MAVice-Presidentes: José Costa - PMDE - AL

Álvaro Valle - PL - RJArolde de Oliveira - PFL - RJ

Titulares

José Tavam;José VianaMaguito VilelaMoisés AvelinoOnofre CorrêaRaul FerrazRenato BernardiRuy NedelSérgio Spada1 Vaga

PDS

PCdoB

PFL

Telmo Kirst

PL

PDC

TitularesPMDB

Marcos QueirozMaurício NasserNestor DuarteNeuto de ContoNyder BarbosaRaul BelémRosa PrataRospide Nel:loSantinho FurtadoWaldyr Pugliesi

PSB

Gilson MachadoHumberto SoutoLuiz Marq liesMaurício CamposNarciso Mendes

PSDB 1Vaga'

Juarez Marques BatistaZiza Valadares

Suplentes

PMDB

Oswaldo Almeida

Aldo Arantes

José Carlos Sabóia

Antônio de JesusCelso DouradoDarcy DeitosDel Bosco AmaralHilário BraunIturival NascimentoIvo CersósimoIvo MainardiJorge ViannaJovanni MasiniLélio Souza

Paulo Mourão

Alexandre PuzynaAntônio CâmaraDoreto CampanariFausto FernandesGenésio BernardinoGeraldo BulhõesGeraldo FlemingJoão MaiaJoão RezekJosé AmandoJosé Freire

Antônio UcnoAssis CanutoCleonâncio FonsecaCosta FerreiraDionísio Dal Prá

Cristina TavaresDirce Tutu Quadros

Eurico RibeiroMello Reis

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PSB

PSB

Aldo Arantes

Adolfo Oliveira

Myriam Portella

Orlando BezerraRicardo IzarWaldcck OrneIas

Lézio Sathler

PFL

Roberto Augusto

Pedro CanedoSimão SessimUbiratan Spinclli

Paulo Silva

PT

Paulo SidneiRonaldo CarvalhoValdir ColattoWaldir Pugliesi3 Vagas

PFL

Mendes Botelho

Mello Reis

Sérgio Brito3 Vagas

PTB

PDC

Sérgio Naya3' Vagas

José Serra

PT

PFL

PDS

PDC

PDS

PDTCésar Maia

PTB

PDTChico Humberto

PSDB

PSDB

PSDB

PMDBJosé Mar'mhãoLuís Roberto Ponte'Prisco VianaRaul FerrazRuy NedelVingt Rosado

SuplentesPMDB

Cleonâncio FonsecaLcur LomantoLuiz MarquesManoel Castro

Lurdinha Savignon

Agassiz AlmeidaAntônio de JesusFrancisco CarneiroGabriel GuerreiroGerson MarcondesJosé Dutra

Caio PompeuFábio Feldman

1 Vaga

Brandão Monteiro

Antônio FerreiraChristúvam ChiaradiaEtevaldo NogueiraMario Assad

Marluce Pinto

AryValadão

Florestan Fernandes

José Luiz Maia

Aloysio Chav,esAntônio FerreiraEtevaldo Nogueira

Chagas Duarte

Anna Maria RatlesJosé Carlos Grecco

Secretária: Marci Ferreira LopesRamais: 6998 -7001

COMISSÃO DEDESENVOLVIMENTO URBANO,

INTERIOR E ÍNDIOPresidente: Mário Assad - PFL - MGVice-Presidentes: Etevaldo Nogueira - PFL - MG

Raul Ferraz - PMDB - BAJairo Azi - PDC - BA

Titulares

Antonio PerosaGeraldo Campos

Álvaro AntonioAntônio BrittoAsdrubal BentesChagas NetoFernando VelascoFirmo de CastroJosé Carlos Vasconcelos

.Jairo Azi

Joaquim HaickelMário de Oliveira

João da Mata (PDC)

Valmir Campelo

PDS

PTB

PFL Narciso MendesPedro CanedoSarney Filho

Cunha Bueno

1 Vaga

PDC

PDT

PTBRoberto Augusto

PT

PT

PDC

PDSOsvaldo Bender

Leonel JúlioPTB

PT

PFL

PDC

Paes LandimRicardo IzarSadie Hauache

PDTSérgio Carvalho

PSDBJuarez Marques Batista

PSDBOctávio Elísio

SuplentesPMDB

Milton LimaPaulo AlmadaPaulo Zarzur

SuplentesPMDB

Manoel MoreiraMaria LúciaUldurico Pinto5·Vagas

Anna MaTia RatlesCarlos Mosconi

Joaquim Sucena

Nelson Aguiar

Paulo Delgado

Artenir Werner

Presidente: Furtado Leite - PFL - CEVice-Pre!;identes: Dionísio Dal Prá - PFL - PR

Annibal Barcellos - PFL - APOttomar Pinto - PMDB - RR

Titulares .PMDB

Ivo CersásimoManoel MoreiraNyder BarbosaOttomar PintoPaulo SidueiReuato Vianna

Francisco PintoHarlan GadelhaHélio ManháesIvo LechJorge Uequed

Miraldo Gomes

Elias Murad

Gumercin:do Milhomem

Antônio CâmaraArnaldo MartinsEdivaldo MottaExpedito MachadoFrancisco PintoGeraldo IFlemingHaroldo :Sanford

Paulo Ramos

José Genoíno

Domingos JuvenilFernando VelascoGilson MachadoHélin Rosa!;

Alysson PaulinelliAlziro GomesEliézer MoreiraLúcio Alcântara

Paulo Mourão

Secretári.o: Jarbas Leal VianaRamais: 6930 - 6931

Farabulini Júnior

COMISSÃO DEDEFESA NACIONAL

Euclides ScalcoJosé Guedes

Sotero Cunha

Carlos Virgílio

Anníbal BarcellosDionísio IDal PráFurtado LeiteOrlaudo Bezerra

Rodrigues Palma

Vicente Bogo1 vaga

1 Vaga

Jovanni MasiniLélio SouzaMaurício NasserNestor DuarteRaimundo BezerraUbiratan AguiarWagner Lago7 Vagas

José Luiz Maia

1 Vaga

Lúcia BragaSandra CavalcantiWaldeck Ornélas

Victor Faccioni

Raimundo BezerraRaimundo RezendeRenato BernardiRonaldo CarvalhoSamir AchôaValdir Colatto

.Jesus TajraJesualdo CavalcantiNarciso MendesSarney Filho2 Vagas

PT

PFL

PDS

PTB

PDT2 Vagas

PFL

PDS

PDT

PSDB

PSDBJosé Guedes

SuplentesPMDB

Ernesto Gradella

Aécio NevesEgídio Ferreira Lima

Lysâneas Maciel

Adylson MottaJorge Arbage

Airton CordeiroAlcides Lima,Benito GamaEnoc VieiraJosé Thomaz Nonô

Ervin BonkoskiRoberto Jefferson

Afrísio Vieira LimaAluisio CamposAntonio MarizAsdrubal BentesFrancisco SalesGenebaldo CorreiaJosé Melo

Eduardo Bonfim

PL

PDCEduardo Siqueira Campos

João Herrmann Neto

Eurico Riheiro

COMISSÃO DE DEFESADO CONSUMIDOR E

DO MEIO AMBIENTEPresidente: Joaci Góes - PMDB - BAVice-Presidentes: Antonio Câmara - PMDB - RN

.FábiôFeldmann - PSDB - SPRaquel Cândido - PDT - RO

TitularesPMDB

1 Vaga

Secretário: Ruy Omar Prudêncio da SilvaRamais: 6920 - 6921

PCdoB

Raquel Cândido

PCdo B

Fábio FeldmannGeraldo Alckmin Filho

Aécio NevesAntônio CâmaraGeraldo BulhõesJoaci GoesJoão MaiaJosé MeloPaulo Sidnei

Cláudio ÁvilaGandi JamilJofran FrejatJúlio Campos

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PCdo B

Irma Passoni

PSBAdemir Andn.de

Manoel CastroMussa DemesRita Furtado

José Serra

Felipe Mendes

PT

PL

I Vaga

Nelson Seixas

PFLNey LopesOrlando PachecoRita FurtadoSandra CavalcantiSarney Filho

Gastone RighiPTB

POT

PDSVictor Faccioni

PDC

PSDBPaulo SilvaRobson Marinho

PDS

PFL

PSDB

SuplentesPMDB

Mário MartinsMauro MirandaMessias SoaresPlínio MartinsRoberto Vital11 Vagas

TitularesPMDB

José FreireLuiz Alberto RodriguesMoysés PimentelOsmundo RebouçasRoberto BrantSérgio Naya2 Vagas .

Fernaudo LyraFloriceno Paixão

Benedicto MonteiroElias Murad

Antur da TávolaMoema Sáo Thiago

Adylson MottaAécio de Borba

José Carlos Coutinho

Alceni GuerraAlysson PaulinelliÂngelo MagalhãesErico PegoraroLauro MaiaManoel Castro

Jonival Lucas

Gumercindo Milhomem

Amilcar MoreiraDaso CoimbraDjenal GonçalvesHenrique Eduardo AlvesJosé da Conceição

Áivaro VallePL

Francisco KüsterJosé Carlos Grecco

PC do B

PSB

Arnaldo MartinsCid CarvalhoFernando Bezerra CoelhoFrancisco SalesIrajá RodriguesJoão Carlos Bacelar

Lídice da Mata

João Herrmann Neto

Aécio de Borba

PC do B

PSB

Arnaldo PrietoFausto RochaFrancisco DornellesLevy Dias

I Vaga

Edmilsol1 Valentim

Seeretária: Tasmânia Maria de Brito GuerraRamais: 6980 - 6977

COMISSÃO DE FINANÇAS

Pre;idente: Francisco Dornelles - PFL - RJVice-Presidentes: Arnaldo Prieto - PFL - RS

FermlOdo Bezerra Coelho - PMDB-PEJosé Serra - PSDB - SPJesualdo Cavalcanti

José QueirozLuiz MarquesOsvaldo CoelhoPcdro Canedo

Eurico Riheiro

Jorge HageOctávio Elísio

Tadeu França

Sólon Borges dos Reis

Paulo Delgado

PDS

PT1 Vaga

Orlando BezerraOscar CorrêaRicardo Izar

Osvaldo Bender

PSB

Luiz SalomãoPTB 1 Vaga

Horácio Ferraz

PL

PDT

PDC

PSDBKoyu IhaVilson Souza

PC do B

TitularesPMDB

José FreireJosé MaranhãoMaguito VilelaMárcia KubitschekMárcio BragaMauro SampaioRenato BernardiRita CamataSérgio SpadaUbiratan Aguiar

PDT

PTB

PT

PFLAgripino de Oliveira LimaÁtila LiraCleonâncio FonsecaCosta FerreiraEraldo TinocoEvaldo Gonçalves

PSOB

POS

Caio PompeuHermes Zaneti

Arnold FioravanteArtenir Werner

Máreia Cibilis VianaNelson Aguiar

José Luiz de Sã

Lídice da Mata

Florestan Fernandes

Fâbio RaunheittiFeres Nader

Amaury Müller

Adauto PereiraJosé Luiz Maia

José Gomes

Virgílio Guimarães·

Fábio RaunheittiOsvaldo Sobrinho

COMISSÃO DEEDUCAÇÃO,CULTURA,ESPORTE E TURISMO

Presidente: Ubiratan Aguiar - PMDB - CEVice-Presidentes: Celso Dourado - PMDB - BA

Jorge Hage - PSDB - BAFlorestan Fernandes - PT - SP

Afrísio Vieira LimaAgassiz AlmeidaBezerra de MeloBete MendesCelso DouradoChagas NetoFausto Fernande3Flávio Palmier da VeigaGerson Vilas BoasHélio RosasJoaquim Haickel

1 Vaga

Secretária: Maria Laura CoutinhoRamais: 7016 -7019

Arolde de OliveiraChristovam ChiaradiaClâudio ÁvilaIberê Ferreira

. Dirce Tutu QuadrosJorge Hage

José GeraldoLtícia VâniaLuís Roberto PonteMarcelo CordeiroMilton ReisOsmundo RebouçasOswaldo Lima FilhoRalph BiasiRoberto Brant2 Vagas

Luiz EduardoRicardo FiuzaRonaro CorrêaSaulo CoelhoVinicius Cansanção

Max RosenmannMovsés PimentelNelson JobimPaulo MincaroneRosa Prata9 Vagas

PL

PDS

M,írcia Cibilis Viana

PTBGastone Righi

Felipe Mendes

PDT

PT

PFL

Vladimir PalmeiraPDC

PSDBVirgildásio de SennaZiza Valadares

SuplentesPMDB

Artur Lima CavalcantiCésar Maia

Cunha BuenoDelfim Netto

PFL

Basílio VilIaniJayme Paliarin

José SerraRonaldo Cesar Coelho

Albérico FilhoAmilcar MoreiraFernando Bezerra CoelhoFrancisco CarneiroGenebaldo CorreiaGustavo de FariaHélio DuqueIsrael PinheiroJoão AgripinoJorge Leite

Airton CordeiroGilson MachadoJosé Mendonça BezerraJosé MouraJosé Thomaz NonôLael Varella

Ernesto Gradella

José Maria Eymael

PDCGidel Dantas

Flávio Rocha

Secret;írio: Benício Mendes TeixeiraRamais: 6971 - 6072

COMISSÃO DE ECONOMIA,INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Presidente: Ricardo Fiuza - PFL - PEVice-Presidentes: Airton Cordeiro - PFL - PR

Osmundo Rebouças -- PMDB ­CECésar Maia - PDT - IRJ

TitularesPMDB

Bosco FrançaDarcy DeitosFirmo de CastroJosé CostaLuiz SoyerLuiz Vianna NetoMarcos Queiroz

PDSCarlos Virgílio Eurico Ribeiro

Manuel Domingos

PDTRaquel Cândido I Vaga

PTBMilton Barbosa (PDC) Valmir Campelo

PT

Antônio VenoArnaldo Prieto

Jofran FrejatJosé Jorge

PDCMilton Barbosa ! César Maia

PDTJosé Fernandes

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PDSBonifácio de Andrada Francisco Diógenes

PDTBocayuva Cunha Luiz Salomão

Basílio Villani

Luiz Gushiken

Jonival Lucas

PTB

Horácio FerrazPT

PDC

Carlos VinagreCid CarvalhoDélio BrazDenisar ArneiroHaroldo Sabóia

SuplentesPMDB

João AgripinoJosé Carlos VasconcelosSamir Achôa5 Vagas

PFL Benedicto MonteiroPTB

José Elias

SuplentesPMDB

Nyder BarbosaOswaldo Lima FilhoSérgio Werneck5 Vagas

Expedito MachadoFernando GaspananJoão NatalLúcia VâniaMilton Reis

Alceni GuerraCleonâncio FonsecaGandi JamilJosé Lins

Euclides ScalcoRonaldo Cezar Coelho

Arnold Fioravante

PFLOrlando BezerraRubem MedinaSérgio Brito

PSDBRose de Freitas

PDSVictor Faccioni

Alércio DiasEnoc VieiraJosé .LinsFurtado Leite

Francisco KüsterGeraldo Campos

Felipe Mendes

Artur Lima Cavalcanti

Basílio VilIani

Luiz Gushiken

Leur LomantoMussa DemesStélio Dias

PSDBJosé Guedes

PDSGerson Peres

PDTJosé Fernandes

PTBFarabulini Júnior

PT

PDC

PTAntônio Marangon

PDCJosé Maria Eymael

Secretária: Állia Felício TobiasRamais: 6945 - 6947

COMISSÃO DERELAÇÕES EXTERIORES

Presidente: Bernardo Cabral - PMDB - AMVice-Presidentes: Márcia Kubitschek - PMDB - DF

Aloysio Chaves - PFL - PAAdolfo Oliveira - PL - RJ

TitularesPMDB

Miraldo Gomes

Secretária: Maria Julia Rabello de Moura

Ramais: 6955 - 6959

COMISSÃO DEFISCALIZAÇÃO E CONTROLE

Presidente: Fernando Gasparian ­PMDB-SPVice-Presidentes: Irajá Rodrigues-PMDB~RS

Benito Gama - PFL - BAFernando Santana - PCB - BA

PSDBJayme Santana Virgildásio de SennaMaria de Lourdes Abadia

Oscar CorrêaOsvaldo CoelhoPaulo PimentelRubem MedinaSarney Filho

Mello Reis

João de Deus Antunes

Virgílio Guimarães

PL

Luiz Viana NetoMarcelo CordeiroMlÍrcia KubitschekMattos LeãoMaurílio Ferreira LimaMaurício FruetMelo FreireNaphtali Alves de SouzaUlysses GuimarãesLeopoldo Bessone

PT

PDS

PFL

PDC

PDTJosé Maurício

PTB

PSDBJaime SantanaMoema São Thiago

SuplentesPMDB

Marcos LimaMatheus IensenMauro SampaioMichel TemerRaul BelémRO"lrio Congro NetoJorge Vianna

Antônio GasparBete Mendesqenésio de Barrosqeovah AmaranteHjólio DuqueHélio RosasJdrge Medauar

Domingos Leonelli

Artur da TávolaEgídio Ferreira Lima

Aloysio ChavesAntônio UenoEnoc VieiraFrancisco BenjamimJesus TajraLeur Lomanto

Tarzan de Castro

Afrísio Vieira LimaAntónio MarizAirton SandovalBernardo CabralBosco FrançaDaso CoimbraDélio BrazDjenal GonçalvesHaroldo SabóiaJosé Ulisses de OliveiraLuiz Soyer

Benedita da Silva

PSB

Adylson MottaFrancisco Diógenes

Adolfo de Oliveira

Amaury MüllerBocayuva Cunha

PC do B

Carrel BenevidesErvin Bonkoski

Eduardo Bonfim

PDC

PDT

PT

Victor Faccioni

PTB

José Maurício

Marluce Pinto

PSDBOctávio Elísio

PDS

SuplentesPMDB

Neuto de ContoOttomar PintoPaulo RobertoWalmor de Luca

PFL 5 Vagas

Jonas PinheiroRonaro Corrêa1 vaga

Presidente: Octávio Elisio - PSDB - MGVice-Presidentes: Antônio Perosa - PSDB - SP

Mário Lima - PSDB - BAAécio de Borba - PDS - CE

Titulares

PMDBJosé AmandoLuiz Alberto RodriguesMarcos LimaMário LimaMaurício PáduaPrisco Viana

PFL 1 Vaga

José Santana deVasconcellos

Maurício CamposNelson Sabrá

Alcides LimaAssis CanutoÉzio FerreiraGeovani Borges

Leonel JúIío

Raquel Cándido

Vladimir Palmeira

Aécio de Borba

José Gomes

Arnaldo MartinsCarlos BenevidesHilário BraunIsrael PinheiroMaguito Vilela

Antonio PerosaMauro Campos

Tarzan de CastroSecretário: Silvio AveHno da SilvaRamais: 7025 - 7026

COMISSÃO DEMINAS E ENERGIA

Albérico Filho[)omingos JuvenilEduardo MoreiraGabriel GuerreiroGenésio de BarrosJoão Resek

Aloysio ChavesAnnibal BarcellosAntónio FerreiraEraldo Tinoco

PT

PTBValmir Campelo

PDT1 Vaga

PDC

PT

Sérgio Carvalho

Valmir Campelo

PDT

Maluly NetoNelson SabráSimão Sessim

PTB

PDC

PFL

PDSTelmo Kirst

PSDBRose de Freitas

TitularesPMDB

Irajá RodriguesJosé GeraldoMaria LúciaMário LimaNilso SguareziOttomar Pinto

Vladimir Palmeira

Leonel Júlio

Márcia Cibilis Viana

Anna Maria RattesDirce Tutu Quadros

Chagas Duarte

Airton SandovalAluízio CamposFernando GasparianFirmo de CastroFernando SantanaGerson MarcondesGustavo de Faria

José Luiz Maia

Benito GamaJoão AlvesJosé MouraJosé Tinoco

Sotero Cunha

Marluce Pinto

Paulo Delgado

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João Herrmann NetoSecretária: Regina Beatriz Ribas MarizRamais: 6992 - 6994

COMISSÃO DE SAÚDE,PREVIDÊNCIA E

ASSISTÊNCIA SOCIALPresidente: Raimundo Bezerra - PMDB - CEVice-Presidentes: Ivo Lech - PMDB - RS

Elias Murad - PTB - MGArnaldo Faria de S,i - PJ - SP

Hermes ZanetiMaria de Lourdes Abadia

PC do B

TitularesPMDB

Lysâneas Tvlaciel

Jo nes Santos NevesJorge UequedJosé da ConeeiçüoJosé Tavare~

Júlio Costamilan1 Vaga

Roberto Augusto

Nelton Friedrich

PFLOsmar LeitãoVictor Trov"oI Vaga

Myriam Portella

PT

PDC

PDS

PDT

POC

PTB

PSDB

Iberê FerreiraJofran FrejatRicardo Fiuza

PSDB 1 Vaga

Geraldo Alckmin FilhoI Vaga

PDS

PTB

França TeixeiraRenato Vianna9 Vagas

PFL

PT

PDl

1 VagaPTB

Sólon Borges dos Reis

Miro Tcix~ira

PDT

Jorge Arbage

Roberto Augusto

TitularesPMDB

PFLRlcardo FiuzaWaldcek Ornélas2 Vagas

SuplentesPMDB

Luís Roberto PonteM~irio LimaNilson Gibson6 Vagas

PT

PDC

SuplentesPMDB

1 Vaga

Secretário: Ronaldo de Oliveira NoronhaRamai" 7011 - 7012

Mendes Botelho

Paulo Paim

Humberto SoutoLúcia BragaLúcio AIc~intara

Narciso Mendes

Carlos Alberto Caó

Célio de Ca,troGeraldo Campos

Mello Reis

Átila LiraEnoc VieiraEunice Michiles

Fábio Raunheitti

Lurdinha Savignon

Chagas Duarte

Aécio de Borba

Alexandre PuzynaAntero de BarrosAntônio MarizEdmílson ValentimFrancisco AmaralGeraldo FlemingHaroldo Sabóia

Aloysio TeixeiraBezerra de MelloEdivaldo MottaHaroldo Sanford

Célio de Castro

Irma Passoni

Jairo Carneiro

Antônio UenoÁtila LiraEraldo Tinoco

Farabulini Júnior (PTB)

Floriceno Paixão

Feres Nader

COMISSÃO DE TRABALHOPresidente: Carlos Alberto Caó - POT - RJVice-Presidentes: Paulo Paim - PT - RS

Júlio Costamilan - PMOB - RSEdmilson Valentim - PC do BRJ

Alarico AbibÁlvaro Antônio

Leonel Júlio

Paulo MarquesRubem MedinaSaulo CoelhoSimão Sessim2 Vagas

Ivo MainardiMárcio BragaMattos LeãoTidei de Lima13 Vagas

PL

PT

PFL

PTJoão Paulo

Osvaldo Bender

PL

PSB

PDS

PFLMussa DemesSadie HauacheI Vaga

Nosser Almeida

PDS

PDC

PlB

PDT

PDC

PSDBOctávio ElísioVicente Bogo

PSDBPaulo Silva

PC do B

SuplentesPMDB

Adhenwr de Barros Filho2 Vagas

Anna Maria RattesEuclides Scalco

Anníbal BarcellosArolde de OliveiraJúlio CamposLúcia BragaMaurício Campos

Paulo Paim1 Vaga

I Vaga

Benedita da Silva

Edmilson Valentim

Abigail Feitosa

Antônio BrittoBernardo CabralCelso DouradoDalton Canabrava

Advlson MottaGeÍson Peres

Oswaldo Almeida

José Carlos Coutinho

Artenir Werner

Francisco KüsterGeraldo Campos

Aloysio TeixeiraAristides CunhaCarlos VinagreHélio RosasJoão NatalJosé FreireLeopoldo Bessone

Miraldo Gomes

Francisco Rolim

Secrcüiria: Maria Inêz LinsRamal: 6914

Manuel Domingos

PC do B

PSB

COMISSÃO DESERVIÇO PÚBLICO

Presidente: Irma Passoni - PT - SPVice-Presidentes: Miro Teixeira - PDT - RJ

Carlos Vinagre - PMDB - PAAristides Cunha - PSC - SP

TitularesPMDB

Mario de OliveiraNaphtali Alves de SouzaOsvaldo MacedoPaulo ZarzurTheodoro MendesWagner Lago

, Albérico CordeiroHumberto SoutoJalles FontouraLuiz Marques

Farabulini Júnior. João de Déus Antunes

Santinho FurtadoTheodoro Mendes3 Vagas

José QueirozLauro MaiaOrlando PachecoPedro CanedoSandra Cav,kanti

Júlio CostamilanMauro SampaioMessias SoaresMoisés AvelinoRaimundo BezerraRaimundo RezendeRuy NedelUldurico PintoVingt Rosado2 Vagas

Roberto Jefferson

Carlos Virgt1io

Sólon Borg~s dos Reis

2 Vagas

PL

I Vaga

PT

Cunha Bueno

PSB

PTB

PDC

POS

PFL

PDT

PFL

PDS

PTB

POTNelson Seixas

PSDBGeraldo Alkmin FilhoMaria de Lourdes Abadia

Levy DiasMessias GóisNey LopesPaes LandimRicardo IzarI Vaga

PSDBSigmaringa SeixasVirgildásio de Senna

Roberto Balestra

Marcos Formiga

José Genoíno

Aldo Arantes

José EgrejaOsvaldo Sobrinho

Doutel de Andrade

Artenir WernerAry Valadão

Leopoldo SouzaLuiz Alberto RodriguesRubem Branquinho

Alarico AbibArnaldo Faria de SáDienal GonçalvesDoreto CampanariEduardo MoreiraFrancisco AmaralGenésio BernardinoIvo LechJorge UequedJosé Viana

Alceni GuerraErico PegoraroEunice MichilesGandi JamilJesualdo CavalcantiJofran Frej at

Carlos MosconiCélio de Castro

Antonio Salim CuriatiAry Valàdão

Elias MuradJoaquim Sucena

Chico HumbertoFloriceno Paixão

Arnaldo PrietoAirton CordeiroEraldo TinocoFausto RochaJosé Camargo

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Reunião: 4a> e 5~> feirasSecretário: Agassis Nylandeir BritoRamais: 6989 - 6990

COMISSÃO DE TRANSPORTESPresidente: Darcy Pozza - PDS - RSVice-Presidente: Jorge Arbage - PDS - PA

Sérgio Werneck - PMDB ~ MGJosé Santana de Vasconcelos - PFL-MG

Alziro GomesÉzio FerreiraJosé Santana de VasconcellosJúlio Campos

Titulares

PMDB

PFL

Annibal BarcellosAntônio FerreiraArnaldo PrietoEraldo TinocoFurtado LeiteJoão AlvesJofran FrejatOsvaldo CoelhoPaes LandimSimão Sessim

TitularesPMDB

DeputadosCid CarvalhoDélio BrazDenisar ArneiroGenebaldo CorreiaIsrael PinheiroJoão AgripinoJoão Carlos BacelarJosé Carlos VaconcellosJosé MaranhãoManoel MoreiraMarcos QueirozMauro SampaioMax RosenmannNilson GibsonNvder BarbosaRóspide NetoSantinho FurtadoUbiratan AguiarWagner Lago

PSDB

José SerraMaria de Lourdes AbadiaSaulo QueirozZiza Valadares

PDS

Darcy PozzaFelipe MendesJorge Arbage

PTB

Luremberg Nunes Rocha Fábio RaunheittiFéres Nader

João Castelo

Chagas RodriguesJosé Richa

SenadoresAlmir GabrielJoão CalmonLeopoldo PeresMendes CanaleRaimundo LiraRuy BacelarSevero Gomes

PDT

César MaiaLuiz Salomão

João MenezesLourival BatistaOdacir Soares

Eduardo TinocoNelson Sabrá

Marluce Pinto

1 Vaga

Telmo Kirst

PT

PTB

PDC

PDT

PDS

PDS

PTB

PFL

PDT

Sólon Borges dos Reis

Suplentes

PMDB

Wilma Maia

José Mauricio

José Maurício

Leur LomantoEunice Michiles

Carrel Benevides

Benedita da Silva

Artur do TávolaDoreto CampanariEduardo MoreiraHerme" Zaneti

Prazo 6-4-88 a 10-6·89

PreSidente: Hermes ZanetiVice-Presidente: Eraldo TinocoRelator: Sólon Borges dos Reis

TitularesPMDB

Milton BarbosaOctávio ElísioRita CamataSérgio Spada

Felipe Mendes

llmQUERIMENTO Nç 1187

Jairo Carneiro

Secretária: Iole LazzariniRamais: 7005 -7006

COMISSÃO TEMPORÁRIA

COMISSÃO PARLl'\.MENTAR DE INQUÉ­RITO DESTINADA A INVESTIGAR ODESTINO DE APLICAÇÃO, PELO MINIS­TÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, DOSRECURSOS PROVENIENTES DA EMEN­DA CALMON,

Luiz MarquesSimão SessimStélio Dias

Max RosenmannPaulo RobertoPaulo MincaroneRoberto VitalRubem BranquinhoSérgio Werneck1 Vaga

PDS

Ary Valadão

Osvaldo Sobrinho

Tadeu França

PT

Saulo Queiroz

PFL

PTB

PDC

PDT

PSDB

PDSJorge Arbagc

José FernandesPDT

PSDBMauro Campos

Arnold Fioravante

Edmundo GaldinoRobson Marinho

Sérgio Carvalho

João de Deus Antunes

Jayme Paliarin (PTB)

João Paulo

Alexandre PuzynaCarlos BenevidesDalton CanabravaDenisar ArneiraMário MartinsMauro Miranda

Darcy Pozza

Antônio PerosaLézio Sathler

Brandão Monteiro

Irma PassoniVirgílio Guimarães

PDC

PFL

Abigail Feitosa

Geovani BorgesJosé CamargoRubem MedinaSergio Brito

Snplentes

PMDB

Haroldo SabóiaIrajá RodriguesLélio SouzaLuiz Vianna NetoRaul BelémRenato Vianna

Roberto Balestra

PL

José Luiz de Sá

PSB/PC do B

Moisés Abnio

João Lobo

Meira FilhoNelson Wedekin

PTMárcia KubitschekMárcio BragaMauro SampaioRenato Vianna

Evaldo Gonçalves

PDT

Cid CarvalhoHenriq ue Eduardo AlvesJosé T,:varesManoel Moreira

Chico Humberto

Ubiratan Spinelli

PTB

PFL

PDS

Átila Lira

Fábio Raunhcitti

Secretária: Irene M. F, GrobaRamal: 7068

Composição

Presidente: Deputado Cid Carvalho - PMDB - MAVice- Presidente: Deputado César Maia - PDT ­RJRelator: Senador Almir Gabriel - PMDB - PA

L COMISSÃO MISTA DE ORÇAMENTO

COMISSÕES MISTAS

Sigmaringa Seixas

ManDeI CastroMaurício CamposSaulo Coelho

PFL

PDC

PTB

PT

Mendes Botelho

PSDB

SuplentesPMDB

José GeraldoJosé Ulisses de OliveiraLuiz LealNaphtali Alves de SouzaRoberto BrantRospide Netto

José Carlos GreccoSaulo Queiroz

Airton CordeiroCosta FerreiraGeovani BorgesLael Varella

Arnaldo MoraesChagas NetoDel Bosco AmaralEliel RodriguesFlávio Palmier da VeigaGustavo de Farialturival Nascimento

Gidel Dantas

Ernesto Gradella

Joaquim Sucena

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ComposiçãoPresidente: Deputado Waldeck Ornelas (PFL)Vice-Presidente: Deputado Hermes Zaneti (F'SDB)Relator: Senador Severo Gomes (PMDB)

José Carlos MelloPedro José Xavier

Mattoso

Deputados

Alcides LimaGabriel GuerreiroJosé Carlos VasconcelosJosé GuedesRenato Bernardi

Composição

Senadores

MEMBROS DO PODER EXECUTIVO

Alfredo CamposChagas RodriguesJoão CasteloJoão MenezesNabor Júnior

MEMBROS DO CONGRESSO

3 - COMISSÃO DE ESTUDOS TERRITO­RIAIS (ART. 12 DO ATO DAS DISPOSI­ÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓ­RIAS).

Almir LaversveilerCesar Vieira de RezendeCharles Curt Mucller

Deputlldos

Fernando GasparianIrajá RodriguesOswaldo Lima FilhoRaimundo BezerraRoberto Brandt

Nelson SabráWaldeck Omelas

Hermes Zanetti

PSDB

PFL

PMDB

Odacir SoaresHugo Napoleáo

Senadores

Severo GomesJosé FogaçaNelson WedekinWilson MartinsJutahy Magalháes

Pompeu de Souza

PDS

Felipe Mendes

PDT

Luiz Salomáo

PTB

Carlos Alberto Gastone Righi

Itamar Franco (sem partido)

Jarbas Passarinho

PTJoão Paulo

PDC

PDSJosé Luiz Maia

PTB

Carrel Benevides

PDTArtur Lima Cavalcanti

PSDBAnna Maria Ratt,,,Pompeu de Souza

Mauro Borges

Secretária: Hilda de Sena C. WiederheckerRamais: 6938 - 6939

2 - COMISSÃO MISTA DESTlI'ADA APROMOVER EXAME ANALÍTICO E PE·RICIAL DOS ATOS E FATOS GERADO­RES DO ENDIVIDAMENTO EXTERNOBRASILEIRO (ART. 26 DAS DISPOSI­ÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓ­RIAS).

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DIÁRIO DO COr\JGRESSO NACIONAL

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SEÇÃO I (Câmara dos Deputados)

Semestral , !' ••••

Exemplar avuls() .

SEÇÃO 11 (Senado Federal)

Semestral ......• I~ ••••••••••••••••••••••••••

Exemplar avuls4) .....•••..........•...•.•

NCz$ 9,32NCz$ 0,06

NCz$ 9,32NCz$ 0,06

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rente n9 920001-2, a favor' do

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Praça dos Três Poderes -- Caixa Postal 1.203 - Brasília - DFCEP: 70160.

Maiores informações pelos telefones (061) 311-3738 e 224-5615,na Supervisão (ie Assinaturas e Distribuição de Publicações - Coordenaçãode Atendimento ao Usuário.

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LEDIÇÃO DE HOJE: 56 PÁGINAS]

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