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DIARIORepÚlblica Federativa do Brasil
DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO I
ANO XLIV - N9 73 CAPITAL FEDERAL SÁBADO, 10 DE JUNHO DE 1989
CÂMARA~ :OOS DEPUTADOS
SUMÁRIO
1- 74' SESSÃO DA 3' SESSÃO LEGISLATIVADA 48' LEGISLATURA EM 9 DE JUNHO DE 1989
I - Abertura da Sessão
II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior
III - Leitura do Expediente
OFÍCIO (págs. 4641 a 4642)
Do Senhor Deputado JOSÉ CAMARGO, solici:tando a retirada de tramitação do Projeto de Lern' 1.661, de 1989, de sua autoria.
PROJETOS APRESENTADOS(págs. 4642 a 4660)
Projeto de Lei n' 2.579, de 1989 (Do Sr. LeopoldoBessone) - Dispõe sobre o meio ambiente.
Projeto de Lei n' 2.580. de 1989 (Do Sr. FranciscoKüster) - Dispõe sobre aplicação do parágrafo 3"do artigo 8' das Disposições Transitórias da Constituição Federal, promulgada a 5 de outubró de 1988.
Projeto de Lei n' 2.581. de 1989 (Do SI. PedroCanedo) - Concede aos ~eficientes visuais passagem gratuita, nos transportes coletivos, em todo oterritório nacional.
Projeto de Lei n' 2.582, de 1989 (Do SI. HélioRosas) - Estende aos trabalhadores, em atividadesque especifica. o direito a aposentadoria especial.
Projeto de Lei n' 2.583, de 1989 (Do SI. HélioRosas) - Regulamenta o exercício da profissão deoficial Cabeleireiro e de outras assemelhadas queespecifica.
Projeto de Lei n" 2.585, de 1989 (Do SI. StélioDias) - Dispõe sobre o pagamento do pro laboreaos representantes da Previdência Social, credenciados em agência do interior.
Projeto de Lei n' 2.586, de 1989 (Do SI. RenatoJohnsson) - Dispõe sobre a liquidação dos contratos de câmbio nas exportações, e dá outras providências.
Projeto de Lei n'! 2.587, de 1989 (Do Sr. UlduricoPinto) - Estabelece, nos termos dos artigos 182e 183 da Constituição Federal, diretrizes gerais paraexecução, pelo Poder Público Municipal, da políticade desenvolvimento urbano.
Projeto de Lei n' 2.588, de 1989 (Do SI. JoséCamargo) - Disciplina a cobrança das contas de
empresas concessionárias de serviços públicos por,estabelecimentos bancários.
Projeto de Lei n' 2.589, de 1989 (Do SI. JoséCamargo) - Acrescenta parágrafo ao artigo 74 daConsolidação da Leis do Trabalho.
Projew de Lei n' 2.590. de 1989 (Do Sr. TheodoroMendesl -- Introduz alteração na Lei n' 3.807, de26 de ag!Jsto de 1960 - Lei Orgânica da PrevidênciaSocial. .
Projeto de Lei n' 2.591, de 1989 (~o Sr. !,auloPaim) -- Regula o processo de adoça0 de sumulapelos Tribunais do país.
Projeto de Lei n" 2.593, de 1989 (Do SI. JoséLuiz de Sá) - Suprime dispositivo da Lei n' 6.367,de 19 de outubro de 1976, que dispõe sobre o segurode acidente de trabalho a cargo do INPS.
Projeto de Lei n" 2.596, de 1989 (Do SI. LuizSoyer) --Disciplina a remoção ou permuta de Juízesdos Tribunais Regionais Federais, determinando suajurisdição e sede.
Projeto ele Lei n' 2.597, de 1989 (Do SI. CostaFerreira) - Dispõe sobre isenção de contribuiçãoprevidenciária para as entidades beneficientes deque trata o parágrafo 7' do artigo 195 da ConstituiçãoFederal.
Projeto de Lei n' 2.598, de 1989 (Da Sr' LúciaVânia) -- Altera o Capítulo 111 do Decreto-Lei n'5.452, de 1" de maio de 1943 - Consolidação dasLeis do Trabalho.
Projeto de Lei n' 2.601, de 1989 (Do SI. JoséGomes) - IDispõe sobre a exigência de exame antidoping para os professores e servidores das universidades federais.
Projeto de Lei n" 2.602, de 1989 (Do SI. SantinhoFurtado) - Determina que as importâncias recolhidas ao FGTS tenham remuneração igual a dascadernetas de poupança.
Projeto de Lei n" 2.603, de 1989 - (Do SI. AlcidesLima) - Dispõe sobre o uso do solo agrícola.
Projeto de Lei n' 2.605, de 1989 (Do Sr. Antoniocarlos Mendes Thame) - Isenta de tributos a remessa de valores para o exterior quando destinada acustear a trasladação de corpos.
Projeto de Lei n' 2.606, de 1989 (Do SI. Antoniocarlos Mendes Thame) - Dispõe sobre a extensãoda caderneta de poupança a todos os integrantes
do sistema financeiro nacional e dá outras providências.
Projeto de Lei n" 2.608, de 1989 (Do SI. LuizHenrique) - Dispõe sobre o registro de sindicatose dá outras providências.
Projeto de Lei n' 2.609, de 1989 (Do SI. JorgeArbage) - Estabelece a responsabilidade civil epenal para os maiores de 16 (dezesseis) anos deidade.
Projeto de Lei n' 2.610, de 1989 (Do SI. JorgeArbage) - Determina que os depõsitos do, FGTSpassam a ser efetuados em cadernetas de poupançada Caixa Econômica Federal e d,j outras providências.
Projeto de Lei n" 2.611, de 1989 (Do SI. RubervalPilotto) - Concede título de "Patrono da Ecologiado Brasil" ao cientista e pesquisador Augusto Ruschio
Projeto de Lei n" 2.612. de 1989 (Do SI. RubervalPilotto) - Estende a todos os trabalhadores emindústria cerâmica na atividade de ceramista, o direito à aposentadoria especial após quinze anos de tempo de serviço e dá outras providências.
Projeto de Lei n" 2.614, de 1989 (Do SI. HaroldoLima) - Proíbe a operação em território nacionalde qualquer companhia aérea de navegação pertencente a países que pratiquem política de apartheid,
Projeto de Lei n" 2.615, de 1989 (Do Sr. MaxRosenmann) - Regulamenta o artigo 238 das Disposições Constitucionais Gerais, e determina outrasprovidências.
Projeto de Lei n' 2.616, de 1989 (Do SI. FlávioRocha) - Dispõe sobre linha de financiamento parainstalar unidades de produção de oteno nas usinasde destilação de áleool de Norte, Nordeste e CentroOeste do Brasil.
IV - Pequeno Expediente
DASO COIMBRA - Transcurso do 11" aniversário de fundação do jornal O Fluminense. (pág.4660)
ANTÓNIO DE JESUS - Expectativas da sociedade brasileira quanto à exata aplicação dos preceitos constitucionais a parlamentares desidiosos nocumprimento de suas atribuições.(pág. 4660)
PAULO PAIM -Saudaçl'ies ao PSB pela realização do II Congresso Nacional do partido. Urgentesanção, pelo Presidente da República, de projetode lei definidor do valor do salário mínimo. Conveniência da decretação da inconstitucionalidade dos
4640 Sábado 10
artigos 14 e 15 da Medida Provisória n' 63 pelopróprio Poder Legislativo. (pág. 4660)
DOMINGOS LEONELLI - Lições a extrair,pelos socialistas, dos recentes acontecimentos verificados na República Popular da China. (pág. 4661)
ROSA PRATA - Exito do programa Bolsa deArrendamento de Terras desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Uberaba. Louvor à Secretariade Agricultura de Minas Gerais, pela ampliação doprograma a todo o Estado, e ao Banco do Brasil,pela sua difusão em todo o território nacional. (pág.4661)
UBIRATAN SPINELLI - Urgente tramitaçãode projeto de lei regulamentador da concessão debenefícios aos "Soldados da Borracha". (4661)
AMAURY MLLER - Inoportunas e injustasacusações do Sr. Ministro Maílson da Nóbrega, daFazenda, contra a classe política. Convicção do orador na opção do eleitorado brasileiro por LeonelBrizola para a Presidência da República. (pág. 4662)
AUGUSTO CARVALHO - Tratamento onzenário e desumal).o dispensado no Hospital da Beneficência Portuguesa ao Sr. Luiz Tomé de Araújo,segurado da Previdência Social. (pág. 4662)
INOCÊNCIO OLIVEIRA ~ Rcmuneração dosrepresentantes do Funrural. (pág. 4663)
JOÃO DE DEUS ANTUNES - Avanço tecnológico verificado na Repúhlica Federal da Alemanha. (pág. 4663)
ELIAS MURAD - Desprezo da Varig pelos direitos dos usuários de transportes aéreos. Necessidade de esclarecimento, pela empresa, do transporte de cocaína para Miami, Estados Unidos. (pág.4664)
JOSE FERNANDES - Diretivas para ações doMinistro Maílson da Nóbrcga, da Fazenda, no combate à corrupção existcntc o âmbito da administração pública. (pág. 4664)
MIRO TEIXEIRA (Pela ordem) -- Existênciadc Ordcm do Dia na presente sessão. (pág. 4664)
PRESIDENTE (Inõcêncio Oliveira) - Respostado Deputado Miro Teixeira. (pág. 4664)
JORGE HAGE - Diretrizes inspiradoras da proposta do Ministério da Educação para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Esperança noencontro de soluções para levantamento da grevedos professores e servidores das universidades federais. (pág. 4664)
CHICO HUMBERTO - Instalaçáo, no Congresso Nacional, da Comissão Mista de Estudos Territoriais. Esperança na criação do Estado do Triângulo. (pág. 4665)
ALEXANDRE PUZYNA - Crial;ão de consciência ecológica no País. (pág. 4665)
ÃNGELO MAGALHÃES - Falecimcnto do Sr.Clério Correia, ex-Prefeito Municipal de Macarani,Estado da Bahia. (pág. 4665)
DENISAR ARNEIRO - Destinaçáo, no próximo orçamento da União de recursos para a ampliação do transporte ferroviário de passagdros nos centros urbanos. (pág. 4665)
LÉZIO :lATHLER - Esperança no surgimentode adequada legislação ambiental com a criação daComissão Coordenadora Regional de Pesquisas naAmazônia para elaboração do Programa de Pesquisas sobre o Meio Ambiente e Recursos NaturaisRenováveis. (pág. 4666)
GEOVANI BORGES - Recebimento pelo trabalhador, em caso de despedida, de aviso prévioproporcional ao tempo de serviço. correspondentea um mês de indenização por ano de trabalho. (pág.4666)
FRANCISCO AMARAL - Aplausos à nomeação do Sr. José Henrique Tur~er para a presidênciado Instituto do Açúcar e do A1coo1. (pdg. 4666)
ANTÓNIO DE JESUS - Expcctativas da sociedade brasileira quanto â exata aplicação dos preceitos constitucionais a parlamentares desidiosos nocumprimento de suas atribuições.
RITA CAMATA - Necessidade da adoção denovas políticas para recuperação da credibilidadedo ensino público no País. (pág. 4666)
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
COSTA FERREIRA - Necessidade da práticade normas constitucionais relativas aos direitos dacriança e do adolescente. (pág. 4667)
CARLOS CARDINAL -Confiança na rejeição,pelo Congresso Nacional; da Medida Provisória n"63. (pág. 4667)
ULDURICO PINTO - Urgente necessidade deadoção de medidas amenizadoras da grave crise vivida pela cacauicultura nacional. (pág. 4667)
GEOVAH AMARANTE - Atendimento, pelosSrs. Ulysses Guimarães e Waldir Pires. das expectativas da Nação quanto à detenção de capacidadee honestidade para o exercício da Presidência e daVice-Presidência da República. (pág. 4667)
GONZAGA PATRIOTA - Despacho do JuizFederal da 11' Vara do Rio de Janeiro, conccssivode liminar para sustação de leilão das ações da Companhia Siderúrgica do Nordcste S.A. (pág. 4667)
MANUEL DOMINGOS - Repúdio à repressãodo Exército chinês contra manifestantes pró-democracia e liberdade em Pequim. Distanciamento doPartido Comunista chinês dos ideais da revoluçãopopular de 1940 e do socialismo. (pág. 4668)
MAURÍLIO FERREIRA LIMA - Improcedência da atribuição de culp~ feita pelo Presidente daRepública ao Congresso Nacional pelos descaminhos da política econômica brasileira. (pág. 4668)
CHAGAS NETO - Transcurso do aniversáriode emancipação político-administrativa do Município de Ouro Preto D'Oeste, Estado de Rondônia.(pág.4668)
JORGE ARBAGE - Disciplinamento das programações de televisão. (pág. 4668)
SÓLON BORGES DOS REIS - Necessidadeda apuração, pelo Governo Federal, da atualidadedos dados do Anuário Estatístico da Unesco acerca
.dos recursos orçamentários destinados à educaçãono Brasil. (pág. 4669)
ARNALDO FARIA DE SÁ - Requerimentosdo Vereador André Luiz Raposo, da Câmara Municipal de Pirrdamonhagaba, Estado de São Paulo,relativos à remuneração dos professores municipais.estaduais e federais c à reformulação do FGTS.(pág.4669)
v - Comunicações de Lideranças
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Comunicação da Presidência do Senado Federal sobre constituição de comissão mista incumbida do exame daMedida Provisória n' 65. (pág. 4669)
JOSÉ FERNANDES - Excelência da qualidadedos serviços prestados pela Varig. Não-envolvimento da empresa no tráfico de cocaína para os EstadosUnidos. (pág. 4669)
(Prestação do compromisso regimental pelo Sr.Mauro Fecury, representante do PFL pelo Estadodo Maranhão.) (pág. 4670)
CESAR CALS NETO - Urgente necessidadede sanção, pelo Presidente da República, dos projetos de lei estabelecedor do valor do salário mínimoe definidor da nova política salarial. (pág. 4670)
PAULO PAIM - Aplauso à Comissão de Trabalho da Casa pela aprovação de projeto de lei concessivo de abono de emergência aos trabalhadores parareparação de perdas salariais. Adiamento do recessoparlamentar de julho, para apreciação, pelo Congresso Nacional, de ,matérias de relevante interessenacional. (pág. 4670)
GERSON PERES - Manobras realizadas na Comissão de Defesa do Consumidor e do Meio Ambiente com referência à modificação de prioridadespara aplicação dos recursos do Fundo Nacional doMeio Ambiente para a Amazônia. Pertinência dosvetos presidenciais a projeto de lei regulamentadórdo processo das eleições prcsidenciais. (pág. 4670)
DOMINGOS LEONELLI - Saudação aos participantes do Congresso Nacional do PSB. (pág. 4670)
JÚLIO CAMPOS - Presença em Brasília de comitiva de sojicultores do Estado de Mato Grosso
Junho de 1989
para reivindicação de urgente revisão do preço dasoja no mercado nacional. (pág. 4670)
GABRIEL GUERREIRO - Apoio à rcivindicação de agricultores mato-grossenses de reajustedo preço da soja no mercado nacional. Impossibilidade de escoamento da soja do Centro-Oestepelo porto de Santarém em face das péssimas condições das estradas na Região Amazônica. (pág. 4671)
ARTUR DA TÁVOLA - Necrológio da cantoraNara Leão. (pág. 4671)
FERNANDO SANTANA - Pesar pelo falecimcnto de Nara Leão. Prorrogação de sessão da Câmara dos Deputados para homenagens à memóriada cantora. (pág. 4672)
GONZAGA PATRIOTA-Equiparação dos salários e diárias dos funcionários da Sucam com osdos funcionários do SESP. (4672)
v - Grande Expediente (págs. 4672 a 4673)
NELSON SEIXAS - Presença de delcgação deVereadores de São José do Rio Prcto, Estado deSão Paulo, em Brasília, em demanda da duplicaçãoda BR-153, a Rodovia Transbrasiliana. Balanço doatendimento do excepcional no Brasil. Regulamentação de dispositivos constitucionai" c mcernentesà matéria. Realização do I' Simpósio Nf cional sobreAssistência Social, promovido pela Comi.ssão deSaúde, Previdência e Assistência Soei:'! da ('asa.
VI - Homenagem (págs. 4673 a 46'/9)
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Conviteà família do ex-Deputado João Carlos Batista a tomar assento em plenário.
ADEMIR ANDRADE (retirado pelo orador),OSWALDO LIMA FILHO, AMAURY MULLER,FERNANDOSANTANA,EDUARDOBONFIM, PAULO PAIM, JOÃO HERRMANNNETO - Homenagem à memória do ex-Deputadoestadual paraense João Carlos Batista.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) -Solidariedade da Mesa às homenagens prestadas pela Casaà memória do ex-Dcputado Estadual paracnse JoãoCarlos Batista.
vn - Encerramento
2 - ATAS DA MESA
12' Reunião da Mcsa, em 31-5-89 (p'íg. 4680)
3- ATOS DA MESAN' 134, de 31-5-89, perda de mandato dos parla
mentares: Felípe Cheidde e Mário Bouchardet.(pág. 4681)
N' 135, de 31-5-89, revoga o Ato da Mesa n'122/89.
4 - ATAS DAS COMISSÕESa) Comissão de Fiscalização e Controle, Subco
missão Especial da Seplan e Entidades da Administração Direta ou Indireta, 6' reunião ordimiria, em27-4-88; 7' reunião ordinária, 10-8-88; (pág. 4681)
b) Comissão Parlamentar de Inquérito destinadaa investigar o destino da aplicação, pelo MEC, dosrecursos provenientes da Emenda Calmon, 17' reunião, em 4- 1.0-88. (pág. 4682)
5- DIVERSOSa) Associação Interparlamentar de Turismo Gru
po Brasileiro, Ata da l' reunião ordinária, em26-8-87; Termo de Reunião, em 30-9-87; Termo deReunião, em 28-10-87; e Termo de Reunião, em25-11-87. (pág. 4682)
b) Ata do Seminário: "Serviço Público no Brasil:Diagnóstico, Regimento, Regime Jurídico e o PapçJdo Estado", realizado pela Comissáo dc Serviço PÚ
blico. em 15-6-89. (pág. 4683)
6 - MESA (Relação dos Membros)
7 - LÍDERES E YICE-LÍDERES (Relação dosMembros)
8 - COMISSÕES TÉCNICAS (Relação dosMembros)
Junho de 1989
Ata da 74~ Sessão, em 9 de junho de 1989Presidência dos Srs.: Inocêncio Oliveira, jq Presidente; Carlos Cotta, 3q Secretário;
Floriceno Paixão, Suplente de Secretário.
Sábado 10 4641
ÀS 9 HORAS COMPARECEM OS SENHORES:
Inocêncio OliveiraEdme TavaresCarlos CottaF1oriceno PaixãoArnaldo Faria de Sá.
Acre
Alércio Dias - PFL; João Maia - PMDB; NosserAlmeida - PDS; Rubem Branquinho - PMDB.
Amazonas
Bernardo Cabral - PMDB; Carrel Benevides PTB; Eunice Michiles - PFL; José Dutra - PMDB;José Fernandes - PDT.
Rondônia
Arnaldo Martins - PMDB; Assis Canuto - PFL;Chagas Neto - PMDB; Francisco Sales - PMDB;José Guedes - PSDB; José Viana - PMDB; RitaFurtado - PFL.
Pará
Ademir Andrade - PSB; Aloysio Chaves - PFL;Arnaldo Moraes - PMDB; Dionísio Hage - PFL;Domingos Juvenil - PMDB; Eliel Rodrigues PMDB; Fernando Velasco - PMDB; Gabriel Guerreiro - PMDB; Gerson Peres - PDS; Jorge Arbage-PDS.
Tocantins
Edmundo Galdino - PSDB.
Maranhão
Albérico Filho - PMDB; Antonio Gaspar PMDB; Cid Carvalho - PMDB; Costa Ferreira PFL; Eliézer Moreira - PFL; Enoc Vieira - PFL;Francisco Coelho - PFL; Haroldo Sabóia - PMDB;José Carlos Sabóia - PSB; José Teixeira - PFL; Mauro Fecury - PFL; Vieira da Silva - PDS; WagnerLago-PMDB.
Piauí
Átila Lira - PFL; Felipe Mendes - PDS; JesualdoCavalcanti - PFL; Jesus Tajra - PFL; José Luiz Maia~ PDS; Manuel Domingos - PC do B; Mussa Demes- PFL; Myriam Portel1a - PDS; Paes Landim - PFL.
Ceará
Aécio de Borba - PDS; Carlos Virgílio - PDS;César Cals Neto - PSD; Etevaldo Nogueira - PFL;Firmo de Castro - PMOB; Furtado Leite - PFL;Gidel Dantas - POC; Haroldo Sanford - PMDB;Moysés Pimentel- PMDB; Orlando Bezerra - PFL;Osmundo Rebouças - PMDB; Raimundo BezerraPMDB; Ubiratan Aguiar - PMDB.
Rio Grande do Norte
Antônio Câmara - PMDB; Iberê Ferreira - PFL;Marcos Formiga - PL.
Paraíba
Adauto Pereira - PDS; Agassiz Almeida - PMDB;Antonio Mariz - PMDB; Edivaldo Motta - PMDB;Evaldo Gonçalves - PFL; Francisco Rolim - ; JoãoAgripino - PMDB; José Maranhão - PMOB.
Pernambuco
Artur de Lima Cavalcanti - PDT; Egídio FerreiraLima - PSDB; Fernando Bezerra Coelho - PMDB;Gilson Machado -PFL; Gonzaga Patriota - PDT;Harlan Gadelha - PMDB; Horácio Ferraz - PTB;José Carlos Vasconcelos - PMDB; Marcos Queiroz- PMDB; Maurílio Ferreira Lima - PMDB; OswaldoLima Filho - PMDB; Salatiel Carvalho - .
Alagoas
Antonio Ferreira - PFL; Eduardo Bonfim - PCdo B; José Thomaz Nonô - PFL; Roberto Torres PTB.
Sergipe
Gerson Vilas Boas - PMDB; Lauro Maia - PFL;Messias Góis _. PFL.
Babia
Abigail Feitosa - PSB; Ângelo Magalhães - PFL;Domingos LI:onelli - PSB; Fernando Santana - PCB;Francisco BI:nj!lmim - PFL; Genebaldo Correia PMDB; Haroldo Lima - PC do 13; Jairo Azi - POC;Jairo Carneiro -- PFL; João Alves - PFL; João CarlosBacelar - PMDB; Jonival Lucas - PDC; Jorge Hage- PSDB; José Lourenço - PFL; Luiz Eduardo PFL; Marcelo Cordeiro - PMDB; Milton BarbosaPDC; PriscD Viana - PMOB; Uldurico Pinto PMDB; Waldeck Ornélas -PFL.
Espírito Santo
Hélio Manhães - PMDB; Lezio Sathler - PSDB;Lurdinha Savignon - PT; Nelson Aguiar - PDT; Nyder Barbosa _. PMDB; Pedro Ceolin - PFL; RitaCamata - I'MDB; Rose de Freitas - PSDB; StélioDias-PFL.
Rio de Janeiro
Adolfo Oliveira - PL; Álvaro Valle - PL; AnnaMaria Rattes -- PSDB; Artur da Távola - PSDB;Daso Coimbra -- PMDB; Dcnisar Arneiro - PMDB;Fábio'Raunheitti - PTB; José Luiz de Sá - PL; LnizSalomão - PDT; Lysâneas Maciel - PDT; MárcioBraga - PMDB; Miro Teixeira - POT.
Minas Gerais
Carlos Mosconi - PSDB; Chico Humberto - PDT;Elias Murad - PTB; Humberto Souto - PFL; IsraelPinheiro - PMDB; João Paulo - PT; José da Conceição - PMDB; Lael Varella - PFL; Leopoldo Bessone- PMDB; Luiz Alberto Rodrigues - PMDB; MarcosLima - PMDB; Maurício Pádua - PMDB; MauroCampos - rSDB; Mello Reis - PDS; Milton Lima- PMDB; Octávio Elísio - PSDB; Oscar CorrêaPFL; Raul Belém - PMDB; Roberto Brant - PMOB;Rosa Prata -- PMDB; Sérgio Naya - PMDB; SérgioWerneck - PMDB.
São Paulo
Arnold Fioravante - PDS; Antônio Salim Curiati- POS; CUlaha Bueno - PDS; Fernando Gasparian- PMDB; Francisco Amaral- PMDB; Gerson Mar-condes - PMDB; Hélio Rosas - PMDB; João Herrmann Neto -- PSB; José Carlos Grecco - PSDB; JoséEgrcja -P1:B; José Serra - PSDB; Manoel Moreira- PMDB; Nelson Seixas - PDT; Paulo Zarzur PMDB; Plínio Arruda Sampaio - PT; Robson Marinho- PSDB; Sólon Borges dos Reis - PTB.
Goiás
Aldo Arantes - PC do 13; Antonio de Jesus PMDB; Iturival Nascimento - PMDB; Jalles Fontoura- PFL; João Natal - PMDB; José Gomes - PDC;Maguito Vill:la - PMDB; Naphtali Alves de Souza- PMDB; Pedro Canedo - PFL; Roberto Balestra-PDC.
Distrito Federal
Augusto Carvalho - peB; Francisco Carneiro PMDB; Geraldo Campos - PSDB; Jofran Frejat PFL; Márcia Kubitschek - PMDB; Maria de LourdesAbadia - P8DB; Sigmaringa Seixas - PSDB; ValmirCampelo - PTB.
Mato Grosso
Antero de Barros - PMOB; Joaquim Sucena PTB; Jonas Pinheiro - PFL; Júlio Campos - PFL;Rodrigues Palma - PTB; Ubiratan Spinelli - PFL.
Mato Grosso do Sul
Gandi Jamil- PFL; Ivo Cersósimo - PMDB; JoséElias - PTB; Plínio Martins - PMDB; Rosário CongroNeto-PMDB.
Paraná
Alceni Guerra - PFL; Dionísio Dal Prá - PFL;Euclides Scalco - PSDB.
Santa Catarina
Alexandre Puzyna - PMDB; Antônio Carlos Konder Reis - PDS; Artenir Werner - PDS; CláudioÁvila - PFL; Francisco Küster - PSDB; GeovahAmarante - PMDB; Henrique Córdova - PDS.
Rio Grande do Snl
Amaury Müller - PDT; Antônio Britto - PMDB;Arnaldo Prieto - PFL; Carlos Cardinal- POT; DarcyPozza - PDS; Ivo Mainardi - PMDB; João de DeusAntunes - PTB; Júlio Costamilan - PMDB; PauloPaim-PT.
Amapá
Eraldo Trindadc - PFL; Geovani Borges - PFL;Raquel Capiberibe - PSB.
Roraima
Alcides Lima - PFL; Chagas Duarte - PDT; Mar[uce Pinto - PTB; Ottomar Pinto - PMDB.
I - ABERTURA DA SESSÃOO SR. PRESIDENTE (Floriceno Paixão) - A lista
de presença registra o comparecimento de 72 SenhoresDeputados.
Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O SI. Secretário procederá à leitura da ata da sessão
anterior.
II - LEITURA DA ATA
O SR. ANTÔNIO DE JESUS, servindo como 2'-Secretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente.a qual é, sem observaçôes, assinada.
O SR. PRESIDENTE (Floriceno Paixüo) - Passa-seà leitura do expediente.
O SR. DASO COIMBRA, servindo como l'-Secretário, procede à leitura do seguinte.
IH - EXPEDIENTEOfício
Do Sr. Depntado José Camargo, nos s~g!:1intes termos.
Ofício n' 023/89Brasília. 7 de junho de 1989
A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNesta
Senbor Presidente:Solicito os bons ofícios de Vossa Excelência no-senti
do dc retirar o Projeto de Lei n' 1.661, de 1989, dcminha autoria, que encontra-se tramitando nesta Casa,cuja ementa é a seguinte: "Assegura a participaçüo individuai em obras coletivas, protegendo-as e disciplinan-.
4642 Sábado 10
do o direito de fiscalizaçãodo seu aproveitamento econômico (art. 5', inciso XXVIII, alínea a e b da Constituição)". . _ .
Na certeza de merecermos especIal atcnçao ao pedIdo, apresentamos a Vossa Excelência protes:os de grande estima e consideração. - Deputado Jose Camargo,PFL-SP.
PROJETO DE LEIN' 2.579, de 1989
(Do Sr. Leopoldo Bessone)
Dispõe sobre o meio ambiente.(Às Comissões de Cnnstituição e Justiça e Reda
ção; de Defesa do Consumidor e Meio Ambiente;e de Desenvolvimento Urbano, Interior e Índio.)
O Congresso Nacional decreta:Art. 1" Esta Lei dispõe sobre a proteção ao meio
ambiente, a partir, principalmente, das normas constantes da Constituição Federal (arts. 5', LXJUU; 23,VI; 24, VI c VIH; 129, III; 170, VI; 174, § 3'; 200,VIH, 216, V; e 225).
Art. 2' A ação popular, para a anulação de atolesivo ao meio ambiente poderá complementar-se pelaresponsabilidade civil ou criminal de quem Ü' houverpraticado.
§ l' O meio ambiente constitui bem de uso comumdo povo (art. 225 da Constituição) e patrimônio público(art. 2", I, da Lei n' 6.938, de 31 de agosto de 1981).
§ 2" Nos tcrmos dos arts. 11 a 14 da Lci n' 4.717.de 29 de junbo de 1965, os responsáveis pelo ato lesivoserão condenados à indenização de perdas e danos,que contemplará os efeitos presentes e futuros da lesão.
§ 3' A eficácia erga omnes da coisa julgada na açãopopular (art. 18 da Lei n' 4.717, e art. 16, da Lei n'7.347, de 24 dc julho de 1985) habilita qualquer entepúblico ou privado atingido pelo ato lesivo a :;crvir-seda sentença como título executivo judicial iliquido paraos fins de direito.
§ 4' A sentcnça somentc amparará o direito do terceiro interessado no tocante ao reconhecimento da lesãoao meio ambiente, cabendo ao exeqüente alegar e provar, na liquidação l entretanto, o dano sofrido e suaextensão.
Art. 3' Os agentes do Poder Público serão pessoalmente responsáveis, civil c criminalmente, pela 0!Dissãoou negligência no atinente aO dever constituci.onal deproteger o meio ambiente e combater a poluição emqualquer de suas fonuas.
§ l' Constituirá caso de omissão ou negligência ofato de não serem praticados, oportuna e eficazmente,os atos ou medidas preventivos de lesão, razoavelmenteprevisível.
§ 2' As penas estabelecidas pelos arts. 270 e 271.do Código Penal serão aplicáveis aos omissos ou negligentes, inclusive na hipótese prevista no § 2' quandose caracterizar culpa ou dolo.
§ 3" Será parte legítima para a promoção da responsabilização do agente omisso ou negligente o cidadão,através de ação popular, ou qualquer pessoa que tenhainteresse legítimo para a iniciativa processuaL
Art. 4" A proteção ao mEio ambiente esteuder-se-lÍà preservação da paisagem (art. 216, V, da Constituição).
Art. 5" Qualquer obra ou atividade potencialmentecausadora de significativa degradação do meio ambientesomente será autorizada pelo órgão público competentemediante análise prévia do impacto ambiental.
§ 1" O interessado, com a antecedência de um ano,requererá autorização para a obra ou atividade, instruindo o pedido com os elementos que o regulamentodesta Lei exigir.
§ 2" O estudo prévio e sua aprovação serão publicados, no essencial, pelo órgão oficial a que couber adivulgação.
§ 3' Os arts. 163 a 167, do Código Penal, aplicarase, em termos, ao dano potencial, entendido como talaquele que coloque em risco o meio ambiente, inclusivea fauna e a flora.
Art. 6' Serão editadas normas especiais ,;obre aproteção e preservação da Floresta Amazônica brasileira. a Mata Atlântica, a Serra do Mar. o PantanalMato-Grossense e a Zona Costeira.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
§ l' Os projetos agrícolas. pastoris, agropecuá::iosou industriais que envolvam desmatamentos ou lesoes,de qualquer natureza, ao meio ambiente terão de compatibilizar-se com a preservação dos eCOSSIstemas e domeio ambiente.
§ 2" Os mesmos projctos terão de ser aprovado~
previamente pelo órgão compctente, para que se deinício à sua execução.
§ 3' No que couber e até que se edi~em nov~s normas específicas, observar-se-á, quanto a proteçao dasreferidas áreas, o disposto nesta leI. . . ..
Art. 7' A exploração de recursos mme:als sUJeItarse-á à adequada preservação do meio. a.mbIe?tc.
§ 1" Além de outras sançües admmlstr~tlva.s ou penais estabelecidas por esta ou por o~tras ~els a mobs;rvância do disposto neste artigo ocaSIOnara a suspensao,temporária ou definitiva, da pesqmsa ou lavra de recur-sos minerais. .
§ 2" Aquele que explorar recursos minerais ficaráobrigado a adotar as medidas preventivas recomendáveis em favor da preservação do meio ambiente.
§ 3" Sem prejuízo das sanções aplicáveis, quem, napesquisa ou exploração de recursos minerais, degradaro meio ambiente, ficará obrigado a recuperá-lo, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão públicocompetente, através de plano e cronograma que assegu·rem sua recuperação.
§ 4' Se o pesquisador ou explorador não a realizarnos precisos termos do plano e cronograma, perderáa autorização de pesquisa ou concessão de lavra e ficaráinabilitado para essas atividades até que cumpra plenamente o seu dever.
§ 5' O presente artigo aplica-se, em termos. às atividades de garimpeiros que afetem o meio ambiente.
Art. R' As normas de preservação do meio ambiente, constantes desta ou de outras leis, aplicar-se-ão aosatos ou atividades que os possam lesar, ou os lesem,independentemente da distância entre o local ou locaisem que sejam praticados e os eITI que se verifiquemseus efeitos nocivos.
§ I' Considerar-se-ão difusos (art. 129, Til, daConstituição) os interesses derivados dos efeitos de atosou atividades poluentes que se espalhem sobre umacerta :irea territorial e cuja identificação dependa deconhecimento especial de técnico.
§ 2" Considerar-se-ão coletivos (art. 129, In, daConstituição) os interesses de núcleo populacional, oude concentração humana, ou de várias pessoas que,mesmo dispersas ou distantes umas das outras, sejamsucessivamente atingidas pelos efeitos de um só e mesmo fator poluentc.
§ 3" No último caso do parágrafo anterior, incluemse os ribeirinhos inferiores de um curso d'água quesejam atingidos pela poluição produzida em prédiossuperiores. •
§ 4" Caracterizará a poluição o despejo ou depósitode materiais poluentes a menos de quinze metros decada uma das margens do curso d'água ou. a qualquerdistância. quando tais materiais se desloquem, ou sejamsuscetíveis de deslocamento, por efeito da dinâmica daságuas das chuvas, ou de outra origem. causando, oupodendo causar, poluição de águas inferiores.
Art. 9' Serão partes legítimas para as ações ou procedimentos admitidos pela Lei n" 7.347, além dos órgãosou pessoas referidas em seu art. 5', qualquer pessoaafetada, de algum modo, por lesão ao meio ambiente.
Art. 10. Esta lei entra em vigor na data de suapublicação. revogadas as disposições em contrário.
Justificação
Há na Constituição diversas disposições sobre a preservação do meio ambiente. Dentre elas, destaca-seo art. 225, que instituiu o sistema mais completo e moderno do mundo sobre a ecologia.
Alguns preceitos constitucionais referem-se à regulamentação de certas matérias por lei. Outras, emboranão fazendo tal remissão, reclamam, também, inovações ua legislação ordinária. uma vez que o direito anterior nem sempre se afina com o que a Constituiçãocriou.
Por esses motivos e para melhor exeqüibilidade dasnormas constitucionais, elaborei o presente projeto, para provocar a contribuição dos doutos.
Sala das sessües, 30 de maio de 1989. - LeopoldoBessone, PMDB - MG.
Junho de 1989
LEGISLAÇÃO CITADA. ~NEXADAPELA COORDENAÇAO DASCOMISSÓES PERMANENTES
CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
TÍTULO IIDos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO IDos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5' Todos são iguais perante a lei, sem distinçãode qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros eaos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dodireito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurançae à propriedade, nos teTInOS seguintes:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima parapropor ação popular que vise a anular ato lesivo aopatrimônio público ou de entidade de que o Estadoparticipe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais edo ônus da sucumbência.
TÍTULO lUDa Organização do Estado
CAPÍTULO IIDa União
...;;:;i:' 23:' "á~~;;;~~tê~~i; ~~;~~;;; 'ci~ 'ü~'iã~' d~~ iii~i~:dos, do Distrito Federal e dos Municípios.
VI -proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação danatureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente,ao consumidor, a bens e direitos de valor artísitico,estético, histórico, turístico e paisagístico;
........................................... ..... ....
TÍTULO IVDa Organização dos Poderes
CAPÍTULO IVDas Funções Essenciais à Justiça
SEÇÃO IDo Ministério Público
...A;i.· ·Ú9."· 'sã; 'i~~~õ~'~ 'i~~iii~~;;~'~i~' d~' 'M;~i~iéri~Público:
.. 'iú'~'p~~;;;~~~;; ;~;i~érii~·~i~·ú·~·~· ~çã~ '~i~;i ptibí;~~:para a proteção do patrimônio público e social, do meioambiente e de outros interesses difusos e c·'letivos;
TÍTULO VIIDa Ordem Econômica e Financeira
CAPÍTULO IDos Princípios Gerais da
At.ividade Econômica
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tempor fim assegurar a todos existência digna, conformeos ditames da justiça social, observados os seguintesprincípios.
VI - defesa do meio ambiente;
Junho de 1989
Art. 174. Como agente normativo e regulador daatividade econômica, o Estado exercerá, na forma dalei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,sendo este determinante para o setor público c indicativo para o setor privado.
§ 3' O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em contaa proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.
TÍTULO VIII
Da Ordem Social
CAPÍTULO 11Da Scguridade Sucial
SEÇÃO IDisposiçiies Gerais
SEÇÃO IIDa Saúde
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, alémde outras atribuiçôes. nos termos da lei:
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente nelecompreendido o do trabalho.
CAPÍTULO [[J
Da Educação, da Cultura e do Desporto
SEÇÃO IIDa Cultura
Ar!. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomadosindividualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade. à ação, à memória dos diferentesgrupos formadores da sociedade brasileira, nos quaisse incluem:
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor his!ôrico,paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,ecológico e científico.
CAPÍTULO VIDo Meio Ambiente
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povoe essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se aoPoder Público e a coletividade o dever de defendê-loe preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1" Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecolrJgico das espécies eecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dcdicadas à pequisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação,espaços territoriais e seus componentes a serem especialmentc protcgidos, sendo a alteração e a supressãopermitidas somente através de lei, vcdada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos quejustifiquem sua proteção;
IV -exigir, na forma da lei, para instalação de obraou atividade potencialmente causadora dc significativadegrad~ção do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
v - controlar a produção, a coniercialização e o emprego de técnicas. métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e O meioambiente:;
VI -promover a educação ambiental em todos osníveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII -proteger a fauna e a flora, vedadas, na formada lei, as práticas que coloquem em risco sua funçãoecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2\' Aquele que explorar recursos minerais ficaobrigado a Tecuperar o meio ambiente degradado, deacordo com solução técnica exigida pelo órgão públicocompetente, na forma da lei.
§ 3' As condutas e atividades consideradas lesivasao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas.independentemente da obrigação de reparar os danoscausados.
§ 4" A Floresta Amazônica brasileira, a MataAtlântica a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossensee a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-sl~-á, na forma da lei, dentro de condições queassegurem a preservação do meio ambiente, inclusivequanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5' São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6' As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua :rocalização definida em lei federal, sem oque não poderão ser instaladas.
LEI N° 6.938, DE 31 DEAGOSTO DE 1981
Dispi"e sobre a Política Nacional do Meio Ambien·te, s,ms fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dlá outras providências.
Da Política Nacional do Meio Amhiente
Art. 2' A Política Nacional do Meio Ambientetem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimcnto sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidadc da vidahumana, atendidos os seguintes princípios:
I -- ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamenteassei~urado c protegido, tendo em vista o uso coletivo;
LEI N' 4.717, DE 29 DEJUNHO DE 1965
Rel:ula a Ação Popular
Do Processo
Alt. 11. A sentença que, julgando procedentea ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danosos responsáveis pela sua prática e os beneficiáriosdele, rcssalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem emculpa.
Ar!. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamento, ao autor, das custase demais despesas judiciais e extrajudiciais, diretamentc relacionadas com a ação e comprovadas,bem ,~omo o dos honorários de advogado.
Ar!. 13. A sentença que, apreciando o fundamento de direito do pedido, julgar a lide manifestamente temerária, condenará o autor ao pagament'~ do décuplo das custas.
Ar!. 14. Se o valor da lesão ficar provado nocurso da causa, será indicado na sentcnça; se depender de avaliação ou perícia, será apurado naexecução.
Sábado 10 4643
§ I' Quando a lesão resultar da falta ou isençãode qualquer pagamento. a condenação imporá opagamento devido, com acréscimo de juros de mora e multa legal ou contratual, se houver.
§ 2' Quando a lesão resultar de execução fraudulenta, simulada ou irreal de contratos, a condenação versará sobre a reposição do dêbito, comjuros de mora.
§ 3" Ouando o réu condenado perceber dos cofres públicos, a execução far-se-á por desconto emfolha até o integral ressarcimento do dano causado,se assim mas convier ao interesse público.
§ 4' A parte condenada a restituir bens ou vaIares ficará sujeita a seqüestro e penhora, desdea prolação da sentença condenatória.
Ar!. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes, exceto no caso de haversido a ação julgada imporcedente por deficiênciade prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento valendo-se de nova prova.
LEI N'·' 7.347, DE 24 DEJULHO DE 1985
Disciplina a ação civil públiea de responsa·bilidade por danos causados ao meio ambiente, aoconsumidor, a bens e direitos de valor artistico,estético, histórico, turistico e paisagístico (Vetado)e dá outras providências.
Art. 5" A ação principal e a cautelar poderão serpropostas pelo Ministério Público, pela União, pelosEstados e Municípios. Poderão também ser propostaspor autarquia, empresa pública, fundação, sociedadede economia mista ou por associação que:
I - esteja constituída há pelo menos um ano, nostermos da lei civil:
II - inclua, entre suas finalidades institucionais, aproteção ao meio ambiente. ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (Vetado).
§ l' O Minis!ério Público, se não intervier no proccsso como parte. atuará obrigatoriamente como fiscalda Ici.
§ 2" Fica facultado ao Poder Público c a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-secomo litisconsortes de qualqucr das partes.
§ 3' Em caso de desistência ou abandono da açãopor associação legitimada, o Ministério Público assumirá a titularidade ativa.
Art. 16. A sentcnça civil fará coisa julgada ergaomnes, exceto se a ação for julgada improcedentc pordeficiência de provas, hipótesc em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
CÓDIGO PENAL
DECRETO-LEI N' 2.848, DE 7 DEDEZEMBRO DE 1940
TÍTULO IIDos Crimes Contra o Patrimônio
.........................·cAPiTULo·iv················ .Do Dano
Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisaalheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa,de mil cruzeiros a dez mil cruzeiros.
Dano Qnalificado
Parágrafo único. Se o crime é cometido:I - com violência à pessoa ou gravc ameaça;II - com emprego de subs!üncia inflamável ou explo
siva, se o fato não constitui crime mais grave;III -contra o patrimônio da União, Estado, Muni
cípio, empresa concessionária de serviços públicos ousociedade dc economia mista;
4644 Sábado 10
IV -por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima;
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa,de mil cmzeiros a vinte mil cruzeiros, além da penacorrespondente à violência.
Introdução ou Abandono de Animaisem Propriedade Alheia
Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito,desde que do fato resulte prejuízo:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, oumulta, de quatrocentos cruzeiros a dez mil cruzeiros.
Dano em Coisa de Valor Artístico,Arqueológico ou Histórico
Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa.. tombada pela autoridade competente em virtude de
valor artístico, arqueológico ou histórico:Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa,
de dois mil cruzeiros a quarenta mil cruzeiros.
Alteração de Local Especialmente Protegido
Art. 166. Alterar, sem licença de autoridade: competente, o aspecto de local especialmente protegido porlei:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa,de dois mil cruzeiros a quarenta mil cruzeiros.
Ação Penal
Art. 167. Nos casos do art. 163, do n' IV do seuparágrafo, art. 164 somente se procede mediant(: queixa.
TITULO VIIIDos Crimes Contra a Incolumidade Públic.,
·········,,· .. ··.. ·······C"APiTÜLO·iii········........ ······· ...Dos Crimes Contra a Saúde Pública
Epidemia
Omissão de Notificação de Doença
........................................................................Envenenamento de Água Potável ou deSnbstáncia Alimentícia ou Medicinal
Art. 270. Envenenar água potável, de uso comumou particular, ou substância alimentícia ou medicinaldestinada a consumo:
Pena - reclusão, de cinco a quinze anos.§ l' Está sujeito .i[ mesma pena quem entrega o
consumo ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada.
Modalidade Culposa
§ 2' Se o crime é culposo:Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Corrupção ou Poluição deÁgua Potável
Art. 271. Corromper ou poluir água potável, deuso comum ou particular, toruando-a imprópria paraconsumo ou nociva à saúde:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Modalidade Culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:Pena - detenção, de dois meses a um ano.
.............................................................., .
PROJETO DE LEIN' 2.580, de 1989
(Do Sr. Francisco Küster)
Dispõe sobre aplicação do § 3' do art. 8' das Disposições Transitórias da Constituição Federal, pro·mulgada em 5 de outubro de 1988.
(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1.329, de '1988.)
O Congresso Nacional decreta: .Art. 1" Os cidadãos a que se refere o § 3' c.o art.
8' das Disposições Transitórias da Constituição Federal
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçáo I)
da RepLÍblcia Federativa do Brasil, de 5 de outubrode 1988, são os aeronautas, os aeroviários e os militaresatingidos por atos de exceção, institucionais ou complementares que foram impedidos do exercício da respectiva especialização na vida civil em decorrência das portarias reservadas do Ministério da Aeronáutica de n"S-50-GM~5, de 19 de junho de 1964 e S-285-GM-5,de l' de setembro de 1966.
Art. 2' A reparação de natureza econômica concedida de acordo com o estabelecido pelo § 3' do art.8' do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,referido no artigo anterior, será paga aos aeronautas,aeroviários e aos militares, pelo ministério ao qual obeneficiário se encontra vinculado, no valor de 15 (quinze) vezes o total dos vencimentos, salários ou proventos,do mês do pagamento desta reparação, multiplicadopelo número de meses decorridos entre a data da promulgação da Constituição Federal e a data de entradaem vigor desta lei.
Parágrafo único. A reparação de que trata o presente artigo será paga ao beneficiário como "Gratificação Especial de Reparação Econômica", acumulável a partir do dia subseqüente ao da vigência destalei, no valor de 90% dos vencimentos, salários ou proventos fixados para o mesmo, devendo, no entanto,ser atualizda sempre que houver alteração da tabelade remuneração dos aeronautas, aeroviários e dos militares.
Art. 3' Os herdeiros e os dependentes dos aeronautas, aeroviários e dos militares beneficiados pelo § 3'do art. 8' das Disposições Constitucionais Transitóriasda República Federativa do Brasil, de 5 dc outubrode 1988, já falecidos, fazem jus também à reparaçãode natureza econômica concedida neste dispositivoconstitucional, devendo a eles ser paga nos termos estabelecidos no art. 2' e parágrafo único desta lei.
Art. 4' A execução das disposições contidas nosarts. 2' e 3' da presente lei fica a cargo do órgão deorigem do aeronauta, aeroviário e do militar, que deverá providenciar os meios necessários ao pagamento,num prazo máximo de até sessenta dias a contar dapublicação desta lei, da reparação econômica, ora estabelecida.
Art. 5' As despesas decorrentes da aplicação destalei correrão por conta das dotações do Orçamento Geralda União, para o corrente exercício.
Art. 6' Esta lei entra em vigor na data de publicação.
Art. 7' Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
1. O texto constitucional, em seu § 3', art. 8' doAto das Disposições Transitórias, determina, co.m just!ça, a reparação econômcia daqueles que foram.l~pedl
dos, por ato de força do Estad? de exercerem ~tlVldades
para as quais estavam profisslOnalmcnte hablhtados.
2. No âmbito do Ministério da Aeronáutica essaarbitrariedade configurou-se na ediçáo das Portarias n'!sS-50-GM-5 e S-285-GM-5, respectivamente, de 15 dejunho de 1964 e l' de setembro de 1966, atingindomilitares e aeronautas civis.
3. Torna-se patente a impossibilidade do resgatepleno do dano sofrido, pelo caráter subjetivo da penaaplicada, forçando profissionais a buscar outra atividadeque não aquela para a qual foram formados.
4. Assim, a-entro do disposto no preceito constitucional, a reparação econômica é a alternativa possível-que, no presente projeto de lei, pretende-se oferecer.
5. Guardando uma similaridade com a anistia concedida àqueles atingidos por atos de exceção (e as Portarias n's S-SO-MG-5 e S-285-GM-5 podem ser consideradas com tais).
6. Isso atende, inclusive, ao espírito da AssembléiaNacional Constituinte que, sabiamente, incluiu o § 3'no art. 8' que trata especificamente da anistia a atosde exceção.
7. Na base de rcparação foi considerado o valordo maior saldrio da carreira, entendido que todos atingiliam o último posto das carreiras respectivas.
Sala das Sessões, l' de junho de 1989. - FranciscoKüster.
Junho de 1989
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES
CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA FEDERATlVA DO BRASIL
·················ATOS·DAS·oisp·osiçc)ES···············..CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS
.. P:~t.·· 3~" 'ji' ~~~~~~Úd~" ~~isti~" ~~~..~~~.:. ~.~. '~~~f~d~
de 18 de setembro de 1946 até a data da promulgaçãoda Constituição, foram atingidos, em decorrência demotivação exclusivamente política, por atos de exceção,institucionais ou complementares, aos que foram abrangidos pelo Decreto Legislativo n' 18, de 15 de dezembrode 1961, e aos atingidos pelo Decreto-Lei n° 864, de12 de setembro de 1969, asseguradas as promoções,na inatividade, ao cargo, emprego, posto ou graduaçãoa que teriam direito se estivessem em serviço ativo,obedecidos os prazos de permanê.ncia em atividade previstos nas leis e regulamentos vigentes, respeitadas ascaracterísticas e peculiaridades das carreiras dos servidores públicos civis e militares e observados os respectivos regimes jurídicos.
§ 3" Aos cidadãos que foram impedidos de exercer,na vida civil, atividade profissional específica, em decorrência das Portarias Reservadas do Ministério da Aeronáutica n' S-SO-GM-5, de 19 de junho de 1964, e n'S-285-G~-5será concedida reparação de natureza econômica, na forma que dispuser lei de iniciativa do Congresso Nacional a entrar em vigor no prazo de dozemeses a contar da promulgação da Constituição.
PORTARIA N' 77-A/GM-5, DE 3 DEMAIO DE 1979
Revoga as Portarias n' S/50-GM-5, de 19 de junho de 1964 e S-285/GM-5, de l' de setembro de1966.
O Ministro de Estado de Negócios da Aeronáutica,tendo em vista o disposto na Emenda Constitucionalde n' 11, de 13 de outubro de 1978, resolve:
Ar!. l' Revogar as Portarias sigilosas n' S/501GM-5, de 19 de junho de 1964, que dispõe sobre "concessão de licenças e revalidação de certificados de habilitação", e de n'S/285-GM-5, de 10 de setembro de 1966,que "suspende a concessão de licenças e a revalidaçãode certificados de babilitação".
Art. 2' Esta portaria entra em vigor na data de suapublicação. - Tenente-Brigadeiro-do-Ar Délio Jardimde Matos, Ministro da Aeronáutica.
PORTARIA MINISTERIAL RESERVADAN' S-50-GM-5 DE 19 DE JUNHO DE 1966
O Ministro dc Estado dos Negócios da Aeronáutica,considerando as razões apresentadas pela Diretoria deAeronáutica, resolve:
Suspendcr, até ultetior deliberção:L As concessões de licenças previstas na Portaria n'
869-A-GM-5, de 29 de agosto de 1963. a lodos os militares transferidos para a reserva por força do Ato Institucional de 9 de abril de 1964.
2. As revalidações de certificados de habilitaçáo, também previstos na portaria acima citada, a todos os aeronautas e aeroviários penalizados pelo referido ato.
a)Major-Brigadeiro-do-Ar Nelson Freire LavanereWanderley, Ministro da Aeronáutica.
PORTARIA MINISTERIAL RESERVADA
N' S-285-GM-5 DE l' DE SETEMBRO DE 1966
Suspende' a concessão de licenças e revalidaçãode certificados de habilitação.
O Ministro de Estado dos Negócios da Aeroná~tica,
considerando as razões apresentadas pela Dlretona d~
Aerooáutica Civil, resolve suspender, até ultenor deh-beração: .,
1. As concessões de licença previstas na Portanan° 869-A-GM-5, de 29 de agosto de 1963, a todos os
. Junho de 1989
militares atingidos por atos institucionais ou complementares.
2. As revalidações de certificados de habilitação,também previstas naportaria acima citada, a todos os aeronautas e aeroviários penalizados pelos referidos atos.
A presente portaria substituiu a de n' S-50-GM-5,de 19 de junho de 1964, e entra em vigor na data desua pubicação. - Eduardo Gomes. Ministro da Aeronáutica.
PROJETO DE LEIN~ 2.581, de 1989
(Do Sr. Pedro Canedo)
Concede aos deficientes visuais passagem gratui·ta, nos transportes coletivos, em todo o territórionacional.
(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1.294/88.)
O Congresso Nacional decreta:Art.l' É cnncedida aos deficientes visuais passa
gem gratuita, em õnibus, trens e navios, operados porempresas brasileiras, que realizam transportes de passa·geiros, para qualquer parte do País.
Parágrafo único. Para fazer jus ao benefício previsto neste artigo, bastará a apresentação de documentohábil que ateste sua condição, fornecido por departamento médico ou escolas de deficientes visuais.
Art. 2" Esta lei entra em vigor na data de sua publi·cação.
Art. 3'·' Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
Entendemos que o amparo institucional explícito asegmentos especiais da população constitui um dos maisnobres deveres do estado. Assim, o legislador, comoinfluente componente deste, enquanto representantedo povo deve se preocupar com determinados grupossociais, como por exemplo. os deficientes visuais paraque eles tenham um tratamento diferenciado que lhespermita deslocar-se de um lagar para o outro com maisfacilidade, a fim de conseguir trabalho e enfrentar agrave crise econõmica que nos aflige.
Lamentavelmente, o Brasil é um dos países que menos têm feito para a integração na comunidade doscegos e dos deficientes físicos em geral.
Em muitos países e mesmo em algumas regiões brasileiras, a experiência tem demonstrado a grande capacidade de trabalho do cego, em diversos campos comonas artes e, sobretudo, na música, nas telecomunicaçõese em outros diferentes ramos de atividade, desde quetreinados e tenham condições de locomoção.
Felizmente. a nova Constituição Federal. reconhecendo a difícil situação dos deficientes físicos estabeleceu cm seu art. 227. n. a criação de programas deprevenção c atendimento especializado aos deficientesfísicos. mediante o treinamento para o trabalho c convivência e a facilitação do acesso aos bens e serviçoscoletivos. com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.
Também está expresso no ar!. 244 que lei disporásobre a adaptação dos logradouros dos edifícios de usopúblico e dos veículos de transporte coletivos atualmente existentes, a fim de garantir acesso adequadoãs pessoas portado ras de deficiência.
Cremos, pois. que a medida preconizada por nós neste projeto de lei, encontra respaldo na própria Constituição.
Dada a justiça de que reveste a presente proposição,estamos certos de contar com o apoio dos ilustres membros do Congresso Naciona!.
Sala das Sessões. 24 de maio de 1989. - Pedro Canedo.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÔES PERMANENTES
CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
TÍTULO VIIIDa Ordem Social
CAPÍTULO VIIDa Família, da Criança, do Adolescente e do Idoso
Art. 227. É dever da família, da sociedade e doestado a~;segurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade. o direito à vida, à saúde, à alimentação,à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,ã dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivênciafamiliar e comunitária, além de colocá-los a salvo detoda forma de negligência, discriminação, exploração.violência. crueldade e opressão.
II - criação de programas de prevenção e atendimento e,;pe-eializado para os portadores de deficiênciafísica, sensorial ou mental, bem como de integraçãosocial do adolescente portador de deficiência, medianteo treinamento para o trabalho e a convivência, e afacilitação cio acesso aos bens e serviços coletivos, coma eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetõnicos.
TÍTULO IXl[)as Disposições Constitucionais Gerais
Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos detransporte coletivo atualmente existentes a fim de garantir acesso adequado "s pessoas portadoras de deficiêucia, ·~onforme o disposto no art. 227, § 2".
PROJETO DE LEIN~ 2.582, de 1989(Do Sr. Hélio Rosas)
E!:teUlde aos trabalhadores, em atividades que especilica, o direito à aposentadoria especial.. (As Comissões de Constituição e Justiça e Reda
ção; de Saúde, Previdência e Assistência Social;e de Finanças.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' São consideradas perigosas, para efeito de
concessão da aposentadoria especial disciplinada na legislação previdenciária vigente, as atividades de tratorista e operador de máquinas.
Art. 2' As despesas decorrentes da execução destalei correrão à conta dos recursos próprios da PrevidênciaSocial.
Ar!. 3'" Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4' Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
O obj<otivo desta proposição é dar tratamento igualaos tratoristas e operadores de máquinas, visto que osmotoristas profissionais em transportes urbanos e rodoviários já gozam desse privilégio legal. Os que dirigemtratores no campo ou na cidade e os que operam máquinas de todo tipo têm. pelas mesmas razões, o mesmodireito.
Sala das Sessões, . - Hélio Rosas.
PROJETO DE LEIN~ 2.583, de 1989(Do Sr. Hélio Rosas)
Regulamenta o exercício da profissão de OficialCab,eleireiro e de outras assemelhadas que especifk•.
(As Comissões de Constituição e Justiça e Redação; de Trabalho e de Finanças.)
O Congresso Nacional decreta:Art. 1". É livre, em todo o território nacional, o
exercício das profissões de Oficial Cabeleireiro, Manicure, Maquilador. Estcticista Facial. Depilador e Pedicure.
Art. 2'·'. O exercício das profissões de '1ue trata oartigo anterior somente será permitido:
a) aos formados no País por escolas de qualificaçãúprofissional reconhecidas na forma da lei;
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b) aos formados no exterior, com certificados de conclusão revalidados no Brasil;
c) aos profissionais práticos que, à data da publicaçãodesta lei, já estejam no exercício da profissão por período igualou superior a 3 (três) anos. comprovado atravésda Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Art. 3". São atribuições dos Oficiais Cabeleireirose similares:
a) cortar cabelo com noção, desembaraço técnico eresponsabilidade;
b) executar penteados e qualquer arrumação dos ca·belos em tratamento;
c) tinturar, massagear. rinsar, alisar, executar permanentes e todos os tratamentos congêneres com absoluto acerto e conhecimento.
§ l' À manicure compete:a) cortar as unhas das mãos;b) cortar as cutículas;c) embelezar as mãos.§ 2' Ao maquilador compete:a) preparar a pele para receber a maquilagem;b) maquilar os contornos faciais:c) embelezar o rosto.§ 3" Ao esteticista facial compete:a) retirar os cravos e outras impurezas da pele;b) nutrir a pele com produtos apropriados;c) rejuvenescer a pele.§ 4' Ao depilador compete:a) depilar, pelos processos de higiene e beleza, todas
as partes do corpo onde os pelos devem ser retirados.§ 5' Ao pedicure compete:a) cortar as unhas dos pés;b) cortar as cutículas;c) embelezar os pés.Art. 4' O exercício das profissões de que trata esta
lei depende de registro no sindicato da categoria dolocal.
Parágrafo único. Nos municípios onde não existarepresentação sindical da categoria, o registru poderáser efetivado no setor competente da prefeitura municipal.
Art. 5' A jornada normal de trabalho dos profissionais de que trata esta lei será de 40 horas semanaise sua remuneração mínima não poderá ser inferior a2 (duas) vezes o Piso Nacional de Salários.
Art. 6' Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7' Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
É tendência do Direito do Trabalho estender seumanto protetor a todos os ofícios existentes, a fim deque fiquem devidamente discriminados os direitos edeveres de sens exercentes.
Em nosso País, a maioria das profissões já tem seuexercício regulamentado por lei. Entretanto, por omissão do legislador, algnns métiers ainda não·mereceramreg!, Iamentação legal.
E o caso. especificamente, dos oficiais cabeleireiros,manicures, esteticistas faciais, depiladores e pedicures,que exercem sua atividade profissional à margem dalei, o que se nos afigura profundamente injusto.
Devido a falta de regulamentação, os integrantes dascategorias profissionais mencionados são, usualmentesubmetidos à desumana jornada de trabalho. percebendo remuneração vil.
Nesta conformidade. atendendc; a justa reivindicaçãodesses profissionais, preconizamos. nesta proposição.a regulamentação dos ofícios correspondentes, fixando.inclusive, a sua jornada de trabalho e remuneração mínima mensal que não poderá ser inferior a duas vezeso Piso Nacional de Salários.
Sala das Sessões, . - Hélio Rosas.
PROJETO DE LEIN~ 2.585, de 1989(Do Sr. Stélio Dias)
Dispõe sobre o pagamento do "pro labore" aosrepresentantes da Previdência Social, credenciadosem agência do interior.
(Anexe-se ao Projeto de Lei n" 2.338/89.)
O Congr<osso Nacional decreta:Art. 1" O Instituto Nacional de Previdência Social
pagará aos seus representantes no interior do País quan-
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tia correspondente a cinco salários mínimos de referência, a título dc pro labore.
Art. 2' Esta lei cntra em vigor na data de sua publicação.
Ar!. 3" Revogam-se as disposições em contnirio.
Justificação
Os agentes da Previdência Social, credenciados nointerior do País para atender às áreas urbana e rural,devem dispor de um cômodo como pelo menos cemmetros quadrados, além de instalações sanitárias paraos dois sexos.
O aluguel de um cômodo desses, em qualquer cidademediana do País, custa pelo menos um salário mfnimo.
A representação do INPS é uma agência em miniatura, atendendo às zonas urbanas e rural, tendo estaúltima que manter pelo menos um funcion:lrio.
Ou se atendem às justas reivindicações dos representantes do INPS nos termos deste projeto ou se tornarácada vez mais dificil o atendimento da população interiorana pela Previdência Social.
Sala das Sessões, lo de junho de 1989. - Stéliu, Dias.
PROJETO DE LEIN- 2.586, de 1989
(Do Sr. Renato Johnsson)
Dispõe sobre a liquidação dos contratos de câmbionas !!xportaçõcs, e dá outras providências.
(As Comissões de Constituição e Justiça e Redação; de Economia, Indústria e Comércio e de Finanças.)
O Congresso Nacional decreta:Art. 1" Os contratos de câmbio referentes a expor
tação poderão ser celebrados prévia ou posteriomenteao embarque da mercadoria, nos prazos que "ierema ser determinados pelo Banco Central do BrasiL
Art. 2' Independentemente de o câmbio ter sidocontratado prévia ou posteriormente ao embarq ue damercadoria, o pagamento da exportação deverá ser processado mediante:
I - crédito do correspondente valor em moeda estrangeira em conta, no exterior, de banco auto:rizadoa operar em cãmbio no País;
II - entrega a banco autorizado a operar em câmbioda moeda estrangeira em espécie, em cheques ele viagem (traveller's cheks) ou outro instrumento financeiroadmitido em regulamcntação do Banco Central do Brasil.
Parágrafo único. O Banco Central do Brasil, emato próprio, rcgulará a forma de o exportador re-ceber1/3 (um terço) do valor efetivamente exportado emmoeda estrangeira, em espécic, para convertê-los emcruzados novos no câmbio turismo, quando oportuno.
Art. 3' Sem prejuízo das demais sanções cabíveis.a faculdade de contratar câmbio posteriormente ao embarque da mercadoria poderá ser temporária ou ddinitivamente suspensa a exportador que:
I - seja responsável por operação de curso ou procedimento irregular na área de câmbio ou de comércioexterior;ll- haja descumprido o prazo defiuido nos tr:rmos
do art. I' ou que, no mesmo período. não tenha vinculado suas exportações a contrato de câmbio previamentecelebrado, na forma prevista da legislação em vigor.
Parágrafo úuico. As disposições previstas neste artigo serão aplicadas:
I - pe la Carteira de Comércio Exterior do Bancodo Brasil S. A. (Cacex), nos casos de operação dc cursoou procedimento irregular na área de comércio exterior;ll- nos demais casos, pelo Bauco Central do Brasil,
que podení, inclusive, promover o restabelecimento dareferida faculdade ao exportador.. Art. 4' Configurada a ocorrência de qualqu(~r das
sltuaçc,es previstas no artigo anterior. a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S.A. (Caeex) nãoemitirá ou formalizará Guia de Exportação, Declaraçãode Exportação ou documento de efeito equivalente,sem prévia contratação total do câmbio.
Parágrafo único. Em casos especiais, devidamentefundamentados, poderá a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S.A (Cacex) condicionar a emissão de guia ou documento equivalente que ampare a
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
exportação à prévia contratação do câmbio correspoudente.
Art. 5' No caso de exportação em que seja concedido pelo exportador, com recursos próprios, financiamento ao comprador no exterior, a contratação do câmbio poderá ocorrer em prazo diferente do estabelecidocom base no disposto no ar!. 1', mediante prévia autorização do Bauco Central do Brasil, em cada caso.
Art. 6' O Banco Central do Brail baixará as normascomplementares necessárias à execução desta lei. inclusive podendo estabelecer prazos para a contratação dorespectivo câmbio, compatíveis com as característicaspróprias, para as exportações realizadas na forma prevista no artigo anterior.
Art. 7' Esta lei entra em vigor na data dc sua publicação.
Art. 8' Revog~m-se as disposições em contrário.
Justificação
Através da presente proposição. sem alterar a sistemática em vigor de contratação de câmbio uas exportações, desejamos instituir a permissão para que o exportador receba 113 (um terço) do valor efetivamente cxportado em moeda estrangeira, a fim de que possa convertê-los em cruzados novos ao câmbio turismo. quandoenteuder oportuno, e, com isso, auferir alguma lucratividade na convers:lo da moeda. tendo em vista a grandcdefasagem eutre o câmbio oficial e o câmbio praticadooficialmente para o turismo.
A irrealidade cambial está cada vez mais tornandoinviável as exportações. Por sua vez, o processo é antiinf1acionário pois o Governo não precisará emitir moeda.
Além disso o projeto inibe a prática do subfaturamenta uas exportações.
A permissão ensejada pelo presente projeto, conquanto nova e rara, servirá de graude incentivo às cxportações. compensando os preços de nossos produtosreduzidos no mercado externo, notadamente nos Estados Unidos da América. Por outro lado, uão causaráprejuízo ao Tesouro Público, uma vez que a conversãoda moeda dar-se-á no câmbio turismo, sujeito ao câmbiodo dia.
Portodo o exposto, esperamos contar com o indispensável apoio dos Congressistas para a transformação destc projeto em lci.
Sala das Sessões, I' de junho de 1989. - RenatoJohnsson.
PROJETO DE LEIN- 2.587, de 1989
(Do Sr. Uldurico Pinto)
Estabelece, nos termos dos artigos 182 e 183 daConstituição Federal, diretrizes gerais para execução, pelo Poder Público Municipal, da política dedesenvolvimento urbano.
(Anexe-se ao Projeto de Lei u' 2.191189.)
O Congresso Nacional decreta:
CAPÍTULO IDa Finalidade e da Abraugência
Art. l' Esta lei institui, nos termos dos arts. 182e 183 da Constituiç'io Federal, diretrizes gerais paraexecução, pelo Poder Público Municipal, da políticade desenvolvimeuto urbano, visando ordenar o plenodesenvolvimento das funções sácio-econômicas das cidades e garantir o bem-estar e melhor qualidade devida de seus habitantes.
Art. 2' O plano diretor, aprovado pela CâmaraMunicipal. obrigatório para cidades com mais de vintemil habitantes, constituirá o instrumento orieutador dosprocessos de transformação do espaço urbano e da estrutura territorial do município, servindo de referênciapara a ação de todos os agentes públicos e privadosque nele atuam.
Art. 3' A política de desenvolvimento urbano instituirá adequada distribuição espacial da população, dasdiferentes atividades sócio-econômicas e dos equipamentos urbano-comunitários, além de proporcionar aintegração e complementariedade das atividades urbanas e rurais.
Art. 4" A propriedade urbana. consoaute o § 2' doart. 182 da Constituição Federal. cumpre sua funçãosocial quando atende às exigéncias fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor urbano.
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Art. 5' A ordem "econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem porfim asscgurar a todos existência digna, conforme osditames da justiça social, obscrvando os princípios dafunção social da propriedade, da defesa do meio ambiente e da redução das desigualdades regionais e sociais.
CAPÍTULO IIDo Plano Diretor
Art. 6' O plano diretor deverá:I - considerar todos os setores da estrutura urbana,
no seu aspecto físico e funcional. correlacionando-oscom a área rural do município;
II - estabelecer limitaçõcs à construção por meio deíndices urbanísticos relativos ao uso. ocupação e aproveitamento do solo;
III -instituir normas - plantas. zoneamento, código dc obras, planos de obras c serviços públicos e demaisnormas técnicas e jurídicas da utilização do espaço urbano - para correção dos defeitos existentes. notadamente a dcformação da cidade e a degradação do meioambiente:
IV - dedicar especial atenção à elaboraçâo do planode zoneamento, dividindo a cidade segundo a destinação precípua de cada bairro - industrial, cultural, residencial, comercial, de lazer, etc. - impondo normasde edificação para cada zona e de utilização dos terrenosurbanos;
V - na elaboração do plano de obras e de serviçosde utilidade pública integrar o deseuvolvimento e asrealizações a cargo do Poder Público, priorizando obraspúblicas relativas à viação urbana e rural, engenhariasauitária, de arte, edifícios públicos serviços públicoshidrossanitários, de energia elétrica, tefefonia, transportes coletivos, tráfego urbano, limpeza urbana e iluminação pública;
VI - conceder especial atenção aos loteamentos paraque uão se couvertam em fator de desordenamentoda cidade;
VII - evitar o excessivo e nípido crescimento da cidade, porquanto o espraiamento do perímetro urbanodificulta a prestação dos serviços públicos;
VIII - expor minuciosamente o quadro de desenvolvimento econômico. financeiro, social. urbano e administrativo do município;
IX - fixar objetivos estratégicos visando solução para os problemas e entraves ao desenvolvimento urbauomunicipal;
X -'- resguardar os recursos naturais e dispensar especial atenção à qualidade do meio ambiente.
XI - adequar o direito de construir às normas urbanísticas e aos interesses sociais;
XII - incentivar a participação individual c comunitária no processo de desenvolvimento urbano;
XIII - estabelecer áreas dc urbanização preferencial, de rcnovação urbaua, de urbanização restrita ede regularização fundiária.
Art. 7' O município criará, por lei, Comissão paraelaborar o plano diretor, orientar, fiscalizar e controlarsua execução e propor as modificações que nele se fizerem necessárias.
§ l' Sem observância das exigências legais, os loteamentos não serão registrados nem vcndidos c não sepermitirá a construção nesses terrenos, cabendo à Prefeitura interditá-las ou fazê-las demolir.
§ 2' Os projetos de loteamentos observarão rigidamente as exigências do plano diretor e serão previamente aprovados pela Prefeitura.
CAPÍTULO UIDiretrizes da Política Urbana
Art. 8" Na promoção do desenvolvimento urbano.serão observadas as seguintes diretrizes:
I - previsão, ordenação e expansão dos núcleos urbanos;
II - prevenção e correção das distorções do crescimento urbano;
III - contenção da excessiva concentração urbana;IV - adequação da propriedade imobiliária urbana
à sua função social. mediante:a) oportunidade de acesso à propriedade urbana e
à moradia;b) justa distribuição dos benefícios c ônus decorren
tes do processo de urbanização;
Junho de 1989
c) correção das distorções da valorização da propriedade urbana;
d) regularização fundiária e urbanização específicade áreas urbanas ocupadas por população de baixa renda;
V -controle do uso do solo de modo a evitar:a) a utilização inadequada de imóveis urbanos;b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconve
nientes;c) o parcelamento do solo e a edificação vertical ex
cessivos com relação aos equipamentos urbanos e comunitários;
d) a ociosidade do solo urbano edificável;e) a deterioração de áreas urbanizadas.VI - adequação da política fiscal e financeira aos
objetivos do desenvolvimento urbano, notadamentequanto à habitação, saneamento básico e transportesurbanos;
VU - recuperação, pelo Poder Público, dos investimentos de que resulte a valorização dos imóveis urbanos;
VIU - proteção, preservação e recuperação do meioambicnte, do patrimônio histórico, artístico, arqueológico e paisagístico;
IX - adoção de padrões de equipamentos urbanose comunitários consentâneos com a condição sócio-econômica do Município.
CAPÍTULO IVDa Urbanização
Art. 9' Consideram-se atividades de urbanização:I - a transformação de área rural em urbana;U - o parcelamento do solo para fins urbanos;III - a implantação de equipamentos urbanos e co
munitários;IV - a construção destinada a fins urbanos.
Art. 10. Qualquer atividade de urbanização executada sem autorização ou licença fica sujeita a embargoou demolição, mediante processo administrativo ou judicial.
Art. 11. O território do município será subdivididoem área urbana, de expansão urbana e rural.
Art. 12. O município poderá condicionar a licençapara construir à existência ou à programação de equipamentos urbanos e comunitários necessários.
Parágrafo único. A licença poderá ser outorgada,em condições especiais, se o interessado se responsabilizar pela implantação dos referidos equipamentos.
Art. 13. A construção será averbada no Cart6riode Registro de Imóveis, mediante documento de aprovação da Prefeitura Municipal no qual conste a taxade ocupação do terreno e o respectivo índice de aproveitamento ou área total de construção.
Art. 14. São nulas de pleno direito as licenças eautorizações expedidas em desacordo com esta lei ea legislação pertinente, sujeitando-se as obras a embargo ou demolição, mediante processo administrativo oujudicial.
CAPÍTULO VDa Execução da Política Urbana
Art. 15. A execução da política de desenvolvimento urbano compete ao Poder Público, em ação integradada União, dos Estados e dos Municípios.
Art. 16. A política nacional de desenvolvimentourbano bem como suas estratégias e programas, integrarão os planos nacionais de desenvolvimento.
Parágrafo único. Na execução da política nacionalde desenvolvimento urbano, bem como de seus programas e projetos. serão consideradas as peculiaridadesregionais e locais.
Art. 17. Na promoção do desenvolvimento urbano, caberá ao Município:
I - exercer. conjuntamente com a União e o Estado,competencia para:
a) proteção de documentos, obras e bens de valorhistrJrico, artístico, cultural, monumentos. paisagensnaturais e sítios arqueológicos;
b) impedir a evasão, destruição e descaracterizaçãode obras de arte e outros bens de valor histórico artís-tico e cultural; , '
c) proteger o meio ambiente e combater a poluiçãoem qualquer de suas formas; .
d) preservar as florestas, a fauna e a flora;'
e) pro mover programas de construção de moradiase a melhoria das condições habitacionais e de saneamento bá sico;
f) combater as causas da pobreza c os fatores demarginaliza<;ão. promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
g) estabelecer e implantar política de educação paraa segurança do trânsito;
h) promover c incentivar o turismo como fator dedesenvolvimento sócio-econômico.
lI-suplementar a'legislação federal e a estadual,no que couber;
UI - criar, organizar c suprimir distritos, observadaa legislação estadual;
IV - organizar e prestar, diretamente ou sob regimede concei;são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que temcaráter essencial;
V -promover, no que couber, adequado ordenamento te,rrilorial, mediante planejamento e controlede uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
VI - promover a proteção do patrimônio históricocultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora fe,deral c estadual;
VII - instituir contribuiçã.o de melhoria, decorrentede obras públicas;
VIII -- observar e cumprir o princípio da função social da propriedade privada;
IX - defender o meio ambiente;X-instimir, no prazo de dezoito meses, contado
da data de publicação desta lei, o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal;
XI - executar a política munieipal de desenvolvimento urbano.
CAPÍTULO VIDo Regime Urbanístico
SEÇÃO 1DO!; Instrumentos do Desenvolvimento Urbano
Art. 18. 'Serão utilizados, para os fins desta lei:I - o planejamento urbano;II -instrumentos tributários e financeiros, em espe
cial:
a) imposto predial e territorial urbano, progressivoe regressivo;
b) taxas c tarifas, diferenciadas em função de projetos de interesse social;
c) contribuição de melhoria; decorrente da execuçãode obras públicas;
d) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;e) fundos destinados ao desenvolviento urbano;rI impDsto de renda sobre lucro imobiliário.UI -institutos jurídicos:a) ser'lid;lo administrativa;b) limitação administrativa;c) tom bamento de bens;d) dir<:ito real de concessão de uso;el direito de superfície;f) desapropriação, parcelamento e edificação com-
pulsórios;g) direito de preempção;h) usucapião especial de terreno urbano;IV - regularização fundiária.Parágrafo único. A servidão administrativa, a limi
tação administrativa, o tombamento de bens e o direitoreal de concessão de uso regem-se pela legislação quelhes é prôpria.
SEÇÃO UDo Direito de Superfície
Art. 19. O proprietário urbano pode conceder aoutrem direito de construir em seu terreno, por tempodeterminado ou indeterminado. mediante escritura pública devidamente inscrita no Cartório de Registro deImóveis.
Art. 20. A concessão do direito de superfície poderá ser gratuÍta ou onerosa; se onerosa, estipularão aspartes a forma de pagamento.
Art. 21. O superficiário responderá pelos encargose tributos que incidirem sobre o im6vel.
Art. 22. A superfície pode transferir-se a terceiroe, por morte do superficiário, se transmite a seus herdeiros.
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Parágrafo único. Não poderá ser estipulado, a nenhum título, o pagamento de qualquer quantia pelatransferência da superfície.
Art. 23. Em caso de alienação do imóvel ou dasuperfície. o superficiário ou o proprietário tem direitode preferência, em igualdade de condições.
Art. 24. Antes do advento do termo, resolver-se-ãa superfície se o superficiário der ao terreno destinaçãodiversa daquela para a qual lhe foi concedida.
Art. 25. Extinta a superfície, o proprietário passaráa ter o domínio pleno sobre o terreno, construção ebenfeitorias, independentemente de indenização se aspartes não houverem estipulado o contrário.
Ar!. 26. O direito de superfície, constituído porpessoa jurídica de direito público interno, rege-se poresta lei, no que mio for diversamente disciplinado emlei especial.
SEÇÃO IIIDa Desapropriação, do Parcelamento e
da Edificação Compulsórios
Art. 27. O Poder Público, mediante lei específicapara área incluída no plano diretor. exigirá do proprietário do solo urbano náo edificado, subutilizado ou nãoutilizado, que promova seu adequado aproveitamento,sob pena. sucessivamente, de:
I - parce lamento ou edificação compuls6rios, noprazo máximo de trinta meses, a contar da data denotificação pela prefeitura ao proprietário do imóvelpara o cumprimento da obrigação;
U -imposto progressivo no tempo sobre a propriedade predial e territorial urbana;
UI - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovadapelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dezanos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real de indenização e os juros legais.
§ l' Ressalvado o caso previsto no item III desteartigo, as desapropriações de imáveis urbanos serãofeitas com prévia e justa it'denização em dinheiro.
§ 2' O não cumprimento da obrigação de parcelarou edificar poderá também facultar ao Município a alienação do terreno a terceiro que se comprometa a cumprir a obrigação estabelecida.
Art. 28. Considerando a função social da propriedade, prevista no item XXIU do art. 5' e no item UIdo art. 170 da Constituição Federal, a desapropriaçãopoderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento de obra a qne se destina e às zonas que sevalorizarem extraordinariamente, em conseqüência darealização do serviço. Em qualquer caso, a desapropriação por interesse social, mediante justa e préviaindenização em dinheiro, deverá compreendê-Ias, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação daobra e as que se destinam à revenda.
SEçAoIVDo Direito de Preempção
Art. 29, O direito de preempção confere ao Município preferência para aquisição de terreno urbano objeto de alienação onerosa entre particulares.
Parágrafo único. O plano diretor delimitaní as ;íreasem que incidirá o direito de preempçáo e fixará o prazode vigência, sempre inferior a dez anos.
Art. 30. O direito de preempção será exercido paraatender às finalidades seguintes:
I - realização de programas habitacionais;U - criação de áreas públicas de lazer;III - implantação de equipamentos urbanos e comu
nitários;IV - constituição de reserva fundiária;V - ordenação e direcionamento da expansão urba
na;VI - constituição de áreas de preservação ecológica
ou paisagística.Art. 31. O proprietário deverá notificar sua inten
ção de alienar o terreno, mencionando o preço desejadopara que o Município manifeste sua opção de compra,no prazo de trinta dias. Transcorrido esse prazo, semmanifestação. entende-se estar o Município desinteressado na aquisição, podendo o proprietário realizar livremente a alienação.
§ l' Se o Município discordar do preço constantede notificação, e não entre em composição amigável
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com o alienante. poderá requerer o arbitramento judicial.
§ 2" Realizado o arbitramento judicial, a parte qucnão concordar com o prcço podcrá dcsistir do negócio.
Ar!. 32. A alienação efetuada em desacordo comos prcceitos dcsta seção é nula dc pleno direito.
SEçAovDa Usucapião Especial
de Terreno Urbano
Art. 33. Aquele que possuir como seu terreno urbano. de até d~z7ntos e cinqüenta metros quadrados,por ClDCO anos. lDlDterruptamente e sem oposição, utilizand,o-o para, s~a moradia ou de sua família. adquirirlhe-a o dommlo, desde que não seja proprietário deoutro imóvel urbano ou rural.
§ 1" O título de domínio e a concessão de uso serãoconferidos ao homem ou à mulher. ou a ambos .. indcpcndentemcnte do estado civil.
§ 2" Esse direito não será reconhecido ao mcsmopossuidor por mais dc uma vcz.
§ 3: Par~ efeito de reconhecimento de usueapiãoespecIal de Imóvel urbano, o adquirente de terreno deloteamento irregular fica equiparado ao usucapiente.
Ar!. 34. A usucapião especial de imóvel urbanonão incidirá sohre imóveis públicos.
Art. 35. Adotar-se-á, na ação de usucapião especial de imóvel urbano o procedimcnto sumaríssimo.
§ l' O autor da ação de usucapião especial de imóvel urbano terá, se o pedir, o benefício da assistênciajudiciária gratuita.
§ 2" A usucapião especial de imóvel urbano poderáser mvocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no Cartório de Registro de Imóveis.
SEÇÃO VIDa Transferência do Direito de Construir
,Art. 36. Lei Mu;,icipal pod~rá autorizar o pmprietano de Imóvel conSIderado de mteresse do patrimôniohistórico, artístico, turístico, arqueológicd, paisa!~ístico
ou ecológICO, a eXercer em outro local, ou a1i.enar. mediante escr!tura pública. o direito de construir pr,;vistono plano diretor e ainda não exercido.
Paráwafo único .. '?- .mesma faculdade poderá serconcedIda ao propnetano que doar ao Poder Ptíblkoseu im?vel, ou parte dele, para fins de implantaçãode equIpamentos urbanos ou comunitários.
Art. 37. A lei municipal referida no artigo anterior,estabelecerá os locais e as condições em que será possível a transferência do direito de construir.
§ l' A Prefeitura rornecerá certidão na qual constará o ~ontante das áreas construíveis que poderá sertransfendo a outro imóvel, por inteiro ou fracionadamente.
§ 2' A certidão referida no parágrafo anterior, bemcomo a escritura de transferência do direito de construirdo imóvel para outro serão averbadas nas respectivasmatríeulas.
SEÇÃSO VIIDisposiç'iíes Gerais
;\t'~.. 38. Para os ~in~ ?esta lei. equipara-se ao propnetano o compromIssano comprador com título irretr~távcl e registrado no Cartório de Registro de ImóveIs.
:'-rt. 3~. O vizinho é parte legítima para proporaçao destmada a ImpcdIr a ocupação ou o uso de imóvelem desacordO com as normas urbanísticas consubstanciadas no plano diretor.
Art. 40. Não se permitirá a urbanização que impeça o hvre acesso público às praias e ao mar.
Art. 41. Esta lei entra em vigor na data de suapublicação.
Art. 42. Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
O urbanismo visa principalmente à integração do conjunto de serviços de obras públicas. num programa racion~l usando objet!vos dc organização e uso do e!;paçoda cIdade, no sentIdo dc proporcionar aos seus habitantes probabilidades progressivas dc uma vida pessoale coletiva equilibrada e sadia.
O planejador urbano eonta com elemcntos concretosda cidade. os espaços livres e os espaços constmídos.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
as ruas, 05 parques c as edificações e, para controlaresses elementos, joga com as normas de ocupação edimensionamento capazes de assegurar um crescimentoharmonioso e uma utilizaçáo coordenada desse espaçopela população que o habita. Interfere no processo deurbanização disciplinando-o, corrigindo-lhe os excessospatol<ígicos·.
Destarte. o planejamenlo urbano municipal representa a etapa mais concreta. por lhe caber a execuçãodos projetos que integrarão as realizações contempladaspelo planejamento superior, de vez que 05 planos urbanísticos passaram a integrar. cada vez mais. os esquemasde planejamento regional e nacional.
"O espaço coletivo urbano-rural" - no dizer de Luizde.Anhaia Melo - "não é simples espaço geométrico,eXlgmdo soluções de Engenharia, mas espaço social,complexo, heterogêneo. sensível, vivo. palpitante. formado de uma multiplicidade de grupos primários e secundários, exigindo soluções humanas e sociais".
Assim, o plano diretor constitui o conjunto sistemático de previsões e programas de realizações materiaise sociais para o desenvolvimento integral de uma comunidade ou região.
O desenvolvimento urbano. pela sua complexidadeatual: c~r:ce de tra~amento interdisciplinar. exigindocontnbUiçoes provemcntes de antropologia, sociologia,arquitctura. urbanismo, ciência política, direito, ecologia, economia. administração e geografia.
A forte conccntração urbana que caracteriza atualmente o Brasil significa crescentcs necessidadcs de serviços nas cidad~s em termos de transporte urbano. saneamento, habItação, saúde, equipamentos urbano-sanitários e em outras obras de infra-estrutura social eeconômica. Sendo insuficientes os recursos, a qualidadede vida nas cidades está visivelmente se deterioraudo.
No que tange ao financiamento do desenvolvimentou,rbano, o aspecto crucial é aquele do paradoxo da .coeXlstência freqüente de receita global crescente ao nívelmunicipal com a escassez de recursos para aplicaçãoem programas caracteristicamente urbanos.
O exame das condições de vida nas cidades brasileirasrevela, de maneira geral, a existência de problemas~elacionadoscom o afluxo de contingentes de migrantesmternos, fonnação de bolsões de miséria, degradaçãodo ambiente, ocupação desordenada do solo e inadequação do equipamento coletivo, entre outros.
A tais problemas, deve-se adicionar os baixos níveise a inadequada distribuição da renda pessoal, os desequilíbrios entre as taxas de crescimento da populaçãoe do emprego e a utilização de recursos em usos alternativos que desfavorecem a melhor distribuição da infraestrutura social urbana.
Com vistas a cste quadro tão negativo da culturaurbana brasilcira, a Constituição, em vários dos seusdispositivos, abriu o nccessário cspaço para que começassem a ser abordados e solucionados 05 diferentesprohlemas da política urbana nacional, para a qual,oferecemos à elevada apreciação dos parlamentaresbrasileiros este modesto trabalho, regulamentando osarts. 182 e 183 de nosso Estatuto Básico.
Sala das Sessões de 1989. - DeputadoUldurico Pinto.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÓES PERMANENTES
CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
TÍTULO IIDos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO IDos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5' Todos são iguais perante a lei, sem distinçãode qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros eaos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dodireito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurançae à propriedade, nos termos seguintes:
XXiiI~'~'p~~i;~i~d~d~'~t~~d~~á .~. ~~~. f~~çã~'~~~ii"
Junho de 1989
TÍTULO VIIDa Ordem Econômica e Financeira
CAPÍTULO IDos Principios Gerais da
Atividade Econômica
Art. 170. A ordem econômica. fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa tempor fim assegurar a todos existência digna. conformc05. dI~a~es da justiça social observados 05 scguintespnnClplOS:.........................................
1Il- função social da propri~d~::i~:"'''''''''' ..
CAPÍTULO IIDa Polítiea Urbana
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano.exe~utadapdo .Poder Público municipal, conforme diretrizes geraIS fIxadas em lei. tem por objetivo ordenaro pleno desenvolvimento das funções sociais da cidadec garantir o bem-cstar de seus habitantes.
§ lo O plano diretor. aprovado pcla Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte milhabitantes, é o instrumento básico da política de desenvolVImento e de expansão urbana.
. § 2" A propriedade urbana cumpre sua função soCial quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3' As desapropriações de imóveis urbanos serãofeitas e0O! prévia e justa indenização em dinheiro.
. § 4' E. facu~t~do ao Poder Público municipal, medl~~te lei espeCifica para ~rea incluída no plano diretor,eXlgu. nos termos da lei federal, do proprietário dosolo urbano não edificado. subutilizado ou não utilizado, quc promova seu adequado aproveitamento sobpena, sucessivamcnte, de: '
I~ parcelamento ou edifi~ação compulsórios;II -Imposto sobre a propnedade predial e territorial
urbana progressivo no tempo;III - desapropriação com pagamento mediante títu
los de dívida pública de emissão previamente aprovadapelo Senado Federal, com prazo de resgatc de até dezanos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e 05 juros legais.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbanadc até duzcntos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, mmterruptamente e sem oposição, utilizando-apara, sua moradia ou de sua família, adquirir-Ihe-á odommlO, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ l' O título de domínio e a concessão de uso serãoconferidos ao homem ou à mulher, 0\1 a ambos, indcpendentemente do estado civil.
§ 2' Este direito não será reconhecido ao mesmopossuidor mais de uma vez.
§ 3'. _05 imóveis públicos não serão adquiridos porusucapIao.
PROJETO DE LEIN' 2.588, de 1989
(Do Sr. José Camargo)
Disciplina a cobrança das eontas de empresas con·cessionárias de serviços públicos por estabelecimentos bancários.
(Anexe-se ao Projeto de Lci n" 2.046, de 1989.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' As contas de energia elétrica, telefone e
gás emitidas pelas empresas concessionárias ou estataisd~verão ter seus vencimentos fixados para 30 (trinta)dla~ após a emi~s~o, obrigatória a cobrança por'estabeleclmento bancano ou. onde não existir, pelas exatoriasmunicipais, medíante comissão.
,",:rt. 2' Esta lei entra em vigor na data de sua publicaça0.
Art. 3' Revogam-sc as disposiç6es em contrário.
Justificação
. O usuário de serviços públicos, que também pagannpostos e taxas federais, estaduais e municipais, recebe
lunhode 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)----------------------- Sábado 10 4649
pelo menos meia dúzia de contas em dias diferentesdo mês. juntando-se àquelas referentes aos tributos atinentes às tarifas de energia elétrica, telefone e gás.quase sempre emitidas por empresas públicas, ficandoa seu exclusivo critério a data em qne devam remetê-las.
E preciso atender ao interesse do contribuinte, exatono cumprimento da sua obrigação, para que não sejasurpreendido com a chegada da conta quando se deslocou em viagem e se veja obrigado a pagar multa.
Sala das Sessões. . - José Camargo.
PROJETO DE LEIN- 2.589, de 1989
(Do Sr. José Camargo)
Acrescenta parágrafo ao artigo 74 da Consolidação das Leis do Trabalho.
(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1.232/89.)
O Congresso Nacional decreta:Art. I' Acrescente-se ao art. 74 da Consolidação
das Leis do Trabalho. aprovada pelo Decreto-Lei n"5.452. de I' de maio de 1943, o seguinte parágrafo:
"§ 4' O horário de trabalho será organizadode forma a permitir que os empregados estudantessempre trabalhem no mesmo turno, a fim de quepossam frenquentar regularmente a escola."
Arl. 2' Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3' Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
A programação diária do funcionamento de um estabelecimento comercial ou industrial dá origcm à organização de turnos de trabalho para os seus empregados.Estes empregados sofrem alterações bruscas de turnosdeterminadas muitas vezes pelo exclusivo interesse doempregador.
O projeto que ora apresentamos tem por finalidadeespecífica resguardar o trabalhador estudante dessasvariações de turno.
Trabalhando sempre no mesmo turno, o empregadoestudante poderá freqüentar regularmente a escola,pois não estaria sujeito a variações do horário de trabalho.
A aplicação desta lei não ficaria limitada a qualquerfaixa de idade, porque o estudo é igualmente importanteem todas as fases da vida. ,
O empregado estudante favorece com seu labor contínuo o desenvolvimento da nossa Pátria, e, com suasede de saber, ajuda o crescimento intelectual da nossagente. Nada mais justo, portanto. que beneficiá-lo coma presente proposição.
Sala das Sessões, . - José Camargo.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÓES PERMANENTES
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
Aprovada pelo Decreto-Lei n' 5.452,de 1" de maio de 1943.
············ .. ··············TfTüiClÚ······c .
Das Normas Gerais de Tutela do Trabalbo
···················· .... ··CA·PíTULO"Ú····················· .....
Da Duração do Trabalho
···········.. ········· .. ·····ii:iiçÁ'O·v.. ·············· .. ··· .
Do quadro de Horário
Art. 74. O horário de trabalho constará de quadro,organizado conforme modelo expedido pelo Ministrodo Trabalho, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horárioúnico para todos os ~mpregados de uma mesma seçãoou turma.
§ l' O horário de trabalho será anotado em registrode empwgados com a indicação de acordos ou contratoscoletivos porventura celebrados.
§ 2" Para os estabelecimentos de mais de 10 (dez)empregados, será obrigatória a anotação da hora deentrada e saída, em registros mecânicos ou não, devendo ser m.sinalados os intervalos para repouso.
§ 3' Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará. explicitamente, de ficha ou papeleta em seu poder, sem prejuízodo que dispõe o § l' deste artigo.
PROJETO DE LEIN- 2.590, de 1989
(Do Sr. Theodoro Mendes)
Introduz alteração na Lei n' 3.807. de 26 de agostode 1960 - Lei Orgânica da Previdência Social.
(As Comissões de Constituição e Justiça e Redação; de Saúde, Previdência e Assistência Social;e de Finanças.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' É acrescentado ao art. 11 da Lei n' 3.807,
de 26 de agosto de 1960, o seguiute § 6":"§ 6' Tão-somente para efeito de fazer jus ao
ben,efício da assistência médica, poderá o filho oua filha até a idade de 25 auos, estudaute de cursosuperior, manter a condição de dependente do segurado."
Art. 2, As eventuais despesas decorrentes da execução dl;sta lei correrão à conta das fontes de receitanormais da Previdência Social.
Art. 3' Esta lei entrará em vigor na data de suapublicação.
Art. 4" Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
A idéia, perfeitamente retratada no texto do novoparágrafo mandado acrescentar ao art. 11 da Lei Orgânica da Previdência Social, é permitir que o filho oufilha do segurado possa manter a condição de seu dependente, até a idade de 25 anos, desde que estudanteuniversitário,
Trata·se de medida justa, haurida na experiêucia docotidiano s,eguudo a qual o estudante universitário nãose desga.rra da dependência do lar patemo, porque atanto não lhe permitem os estudos.
E a necessidade da medida é tanto mais sentida noscasos em que ocorrem eventuais acidentes ou doençasdo jovem, cujos encargos são todos jogados sobre osombros do pai, já que a idade o exclui da condiçãode dependente e o fato de ser estudaute (e não tertrabalho) não lhe permite ser, ele próprio, segurado.
Conte com a compreensão da Casa para a aprovaçãodo presente projeto.
Sala das Sessões, . - Theodoro Mendes.
LEGISLAÇÃO CITADA. ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES
LEI N' 3.807,DE 26 DE AGOSTO DE 1960
Dispõe sobre a Lei Orgâuica da Previdência Social.
····························TfTüi6"ú················.. ··· .Dos Segurados, dos Dependentes
e da Inscrição
..........................CÚ1TÜLO 'ii'" .Dos Dependentes
Art. 11. Consideram-se dependentes dos segurados, para os efeitos desta lei:
I - a esposa, o marido inválido, a compauheira, mantida há mais de 5 (cinco) anos, os filhos de qualquercondição menores de 18 (dezoito) anos ou inválidos,e as filhas solteiras de qualquer condição, menores de21 (vintl: e um) anos ou inválidas;
11 - a pessoa designada, que, se do sexo masculino,sÓ poderá ser menor de 18 (dezoito) anos ou maiorde 60 (sessenta) anos ou inválida;
HI -o pai inválido e a mãe;IV - os irmãos de qualquer condição menores de
18 (dezoito) anos ou inválidos, e as irmãs solteiras dequalquer condição menores de 21 (vinte e um) anosou inválidas.
§ l' A existência de dependentes de qualquer dasclasses enumeradas nos itens deste artigo exclui do direito às prestações os dependentes enumerados nositens subseqüentes, ressalvado o disposto nos §§ 3"4' e 5'
§ 2' Equiparam-se aos filhos, nas condições estabelecidas no item I, e mediante declaração escrita do segurado:
a) o enteado;b) o menor que, por determinação judicial, se ache
sob sua guarda;c) o menor que se ache sob sua tutela e não possua
bens suficientes para o próprio sustento e educação.§ 3' Inexistindo esposa ou marido inválido com di
reito às prestações, a pessoa designada poderá, mediante declaração escrita do segurado, concorrer comos filhos deste.
§ 4' Não sendo o segurado civilmente casado, considerar-se-á tacitametlte designada a pessoa com quese tenha casado segundo rito religioso, presumindo-sefeita a declaração prevista no parágrafo anterior.
§ 5' Mediaute declaração escrita do segurado, osdependentes enumerados no item IH poderão concorrercom a esposa ou o marido inválido, ou com a pessoadesignada, salvo se existirem filhos com direito às prestações.
§ 6, O marido desempregado será considerado dependente da esposa ou companheira segurada do Instituto da Previdência Social - INPS, para efeito de obtenção de assistência médica.
PROJETO DE LEIN" 2.591, de 1989(Do Sr. Paulo Paim)
Regula o processo de adoção de súmulas pelosTribunais do Pafs.
(À Comissão de Constituição e Justiça e Redação.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' A edição de súmulas por todos os Tribunais
do País, em sessão plenária, deve ser regulamentadanos respectivos Regimentos Intemos, que deverão obscrvar o seguinte procedimento:
a) instauração do incidente de uniformização jurisprudencial a requerimento, devidamentç justificado, daparte ou de qualquer integrante do Tribunal, mediantea reiteração de decisões no âmbito do Tribunal nosúltimos cinco anos;
b) as decisões a serem objeto da uniformização devem ser exclusivamente quauto a conflitos de interpretação de texto expresso de lei;
c) a sessão que deliberar sobre a adoçáo de súmuladeve ser pública, com a prévia notificação para assistência do órgão competente do Ministério Público eda Ordem dos Advogados do Brasil;
d) os votos dos Ministros de\1eráo ser nomiuados ea resolução devidamente fundamentada;
e) a súmula somente será adotada se receber o votofavorável de, no mínimo, 2/3 dos integrantes do Plenodo Tribunal.
Art. 2' O enunciado de súmula será meramente indicativo da uniformização jurisprudencial e não impedirá o conhecimento dos rçcursos à instãncia superior.
Art. 3' As súmulas em vigência serão revistas deacordo com os presentes critérios, no prazo de 180 dias,a partir da presente lei, considerando-se revogada aquela que não for reapreciada.
Art. 4' Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.
Justificação
A edição de súmulas pelos Tribunais é matéria relevante já que significa a definição de iuterpretação majoritária quanto aos textos legais. Na prática tais súmulasexerce.m grande influência vinculativa nas decisões judi-
4650 Sábado 10
ciais. E, portanto, necessário que sejam definido,; critérios idôneos e representativos desta unificaçáo da jurisprudência, a que se pretende alcançar com o presenteprojeto.
A proposta salienta a observância de que as súmulasdevem se restringir à competência do Judiciário, naconsolidaçáo da jurisprudência, sem inversão das prerrogativas do Poder Legislativo na elaboraçáo de leis.
Sala das Sessões, 31 de maio de 1989. - DeputadoPaulo Paim.
PROJETO DE LEIN9 2.593, de 1989
(Do Sr. José Luiz de Sá)
Suprime dispositivo da Lei n' 6.367, de 19 deoutubro de 1976, que dispõe sobre o seguro de aci.den~e de trabalbo a cargo do 1NPS.
(As Comissões de Constituiçáo e Justiça e Redaçáo; de Trabalho; e dc Saúde, Previdência e Assistência Social.)
O Congresso Nacional decreta:Ar!. I' É suprimido o § 2' do ar!. I' da Lei n' 6.367,
de l' de outubro de 1976, renumeradQ para § l' (I parágrafo único.
Ar!. 2' Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3' Rcvogam-se as disposições em contnírio.
Justificação
Dispõe o parágrafo que pretendemos revogar, sobreo seguro de acidentes de trabalho, para excluir da cobertura securitária a cargo do INPS, os titulares de firmasindividuais, diretores, sócios gerentes, sócios solidários,sócios cotistas, sócios de indústrias, bem como trabalhadores autonômos e empregadas domésticas.
Inspirou-se o legislador numa ortodoxia fechada, nopressuposto de que a legislação acidentária deva atingirexclusivamente os empregados ou assemelhados.
Mas comparou, inadequadamente, o titular d,~ umagrande firma individual ao proprietário de pequena indústria ou comércio modesto que, com pouquíssimostrabalhadores, está mais exposto a riscos de acidentes,no mínimo, como qualquer empregado, sendo, alémdo mais, segurado da Previdência Social.
Deve o INPS evitar marginalizar seus contribuintes,no tocante à cobertura de acidentes de trabalho.
Acreditamos que tais distorções devam ser corrigidaspor nós, legisladores.
Sala das Sessões, de junho de 1989. - José Luizde Sá.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSOES PERMANENTES
LEI N' 6.367,DE 19 DE OUTUBRO DE 1976
Dispõe sobre o seguro de acidentes do tralbalb.oa cargo do INPS, e dá outras providências.
Art. l' O seguro obrigatório contra acidentes dotrabalho dos empregados segurados do regime de Previdência Social da Lei n' 3.807, de 26 dc agosto de 1960(Lci Orgânica da Prcvidência Social), e lcgislação posterior, é realizado pelo Instituto Nacional de PrevidênciaSocial (INPS).
§ l' Consideram-se também empregados, para osfins desta lei, o trabalhador temporário, o trabalhadoravulso. assim entendido o que presta serviços a diversasempresas. pertencendo ou não a sindicato, incl.usiveo estivador, o conferente e assemelhados, bem eomoo presidiário que exerce trabalho remunerado.
§ 2' Esta lei não se aplica ao titular de firma individuaI, ao diretor, sócio gerente, sócio solidário, sóciocotista e sócio de indústria de qualquer cmpresa, quenão tenha a condição de empregado, nem ao trabalhador autônomo e ao emprcgado doméstico.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç<ío I)
PROJETO DE LEIN9 2.595, de 1989
(Do SI. Juarez Marques Batista)
Regulamenta a gratuidade das ações estabelecidasno inciso LXXVII do arti~o 5' da Constituição Fe.deral.
(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1.313/88.)
O Congresso Nacional decreta:
Ar!. l' São gratuitas as ações de habeas corpus ehabeas data, bem como dos atos necessários ao exercícioda cidadania.
Ar!. 2' Consideram-se "atos necessários ao exercício da cidadania":
I - os que acapacitam o cidadáo a exercitar seus direitos políticos, estabelecidos no ar!. 14 da ConstituiçãoFcdcral, inclusivc paTa aquclcs que não estão obrigatoriamente incluídos no alistamento eleitoral;
Il- as ações de impugnação a mandato eletivo, coma sustcntação dc abuso do poder cconômico, corrupçãoou fraude;
IIl- rcquerimento ou petições necessários a instruções de processo contra irregularidades administrativas,praticadas por mandatários na administração direta eindireta, federais, estaduais e municipais, em qualquerórgão público;
IV - qualquer requerimento ou petição que vise as.garantias individuais e a defesa do interesse público.
Ar!. 3' A Justiça Eleitoral será competente paranormatizar, aplicar e fiscalizar o ficl cumprimcnto dosincisos I c 11, do art. 2' dcsta lei, c a justiça competente,no caso.
Ar!. 4' Esta lei cntrará cm vigor na data dc suapublicação.
Art. 5' Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
A cidadania, vista de uma forma ampla, compõe-sede três elementos a saber: o civil, o político e o social.
O elemento civil é aquele que dá ao homem os direitosessenciais, como cidadão nacional, nacionalizado ou estrangeiro residente no País. São direitos essenciais docidadão, entre outros, a proteção à vida, à liberdade,à segurança, à propriedade.
Englobam-se aos direitos civis do cidadão, o direitoà imagem e ao ressarcimento de qualquer dano moralpor ele sofrido, a privacidade e a honra, tanto queos atos processuais de uma forma geral são públicos,com exceçáo daqueles que dizem respeito ao casamento, filiaçáo, separação, divórcio, alimento, guarda demenores, ou outros casos, quando exigir o interessepúblico.
Uma das ino~ações que a nova Carta trouxe, comodireito do cidadão, foi com referência à defesa do consumidor.
Na defesa dos direitos do cidadão, estão incluídoscomo crimes inafiançáveis, a prática de tortura, o tráficoilícito de entorpecentes, o terrorismo e o raciscmo, sendo qne cste último, além de inafiançável, é imprescritível.
Enfim, todos os direitos civis do cidadão, estão explicitados no art. 5' e seus setenta e sete incisos.
O elemento político é traduzido no direito de participar no exercício do poder político, podendo, o cidadão, votar e ser votado.
Para alguns constitucionalistas brasileiros, o termocidadania vem a ser a capacidade de exercer e gozardos direitos políticos, participar na formação ou exercício da autoridade nacional, como leitor, elegendo osrepresentantes do povo junto aos Poderes Legislativo,Executivo e, com a inovação da nova Carta, para oPoder Judiciário, no caso de Juiz de Paz, ou, sendoeleito para qualquer um desses Poderes. É tambémum direito político, a manifestação de opiniões sobreo governo do Estado.
Os direitos políticos estão expressos no ar!. 14 daConstituição Federal:
"A soberania popular será exercida pelo sufrágiouniversal e pelo voto direito e secreto, com valorigual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;I! - referendo;I!I - inciativa popular."
Junho de 1989
Para que o cidadão possa exercer seus direitos políticos é necessários inicialmente. o alistamento eleitoral,que pode ser obrigatório ou facultativo. É obrigatóriopara os maiores de 18 anos e facultativo para os analfabetos, os maiores de 70 anos, os maiores de 16 e menoresde 18 anos. A Constituição proíbe o alistamento aosestrangeiros e, durante o período de serviço militar obrigatório, aos conscritos.
É, portanto, o alistamcnto elcitoral. o ato pelo qualo cidadão adquirc scus direitos políticos.
O alistamento tem por objetivo o registro de todosaqueles que possuem as condições cssenciais para scrcmeleitores ou eleitos, condições essas exigidas na Constituição. É um ato de natureza adminsitrativa, praticadano âmbito da Justiça Elcitoral, quc, além de regulamentar a matéria concernente ao alistmaneto, às eleições e aos processos e recursos que lhes dizem respeito,regulamenta o funcionamento dos partidos políticos.
Só o interessado, o possuiror da capacidade política.pode pleitear seu alistamento, sendo excluído o alistamento ex offício. Os enquadrados como possuidoresde capacidade política, quando não comprovam o alistamento, estarão sujeitos às sanções legais, de acordocom o Código Eleitoral.
Todo cidadão alistável possui o direito ao voto. Ovoto não é apenas um direito, é também um dever,haja vista a existência de sanções pelo seu não cumprimento. Existem medidas jurídicas ao alcance do cidadão, para exigir o cumprimento ao exercício desse direito.
Com algumas exceções, o cidadão alistável, tendoo direito ao voto, tem também o dirieto de ser votado,de ser eleito. A capacidade eleitoral especificada naConstituição abrange a idade e a cidadania. A idadevaria tanto no caso da capacidade eleitoral como naelegibilidade: A capacidade eleitoral inicia-se aos 16anos e a capacidade plena para elegibilidade. aos 35anos.
A Constituição Federal limita o poder da elegibilidade quaoJo estabelece que:
"São ineligíveis os inalistáveis e os analfabetos.São inelegíveis para os mesmos cargos, no períodosubsequente, o Presidente da República, aos Governadores de Estado e do Distrito Federal, osPrefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído nos seis meses anteriores ao pleito."
São inelegíveis, no território de jurisdição dotitular. o cônjuge e os parentes eonsangüineos ouafins, até o segundc. grau ou por adoção, do Presidente da República. de governador de Estado ouTerritório, do Distrito Federal, de Prefeito ou dequem os haja substituído dentro dos seis mesesanteriores ao pleito, salvo se já titular de mandatoeletivo e candidato à reeleição" (§ § 4', 5' e 7' doart. 14).
Além desses casos citados, outros ainda existem, como o dos militares, que dependem de certas condições.
No exercício da cidadania, qualquer pessoa, alegandoilegalidade ou imoralidade, pode requerer a impugnação de atos praticados pelos representantes do povo.A impugnação está contida nos §§ 10 e 11 do mesmoartigo 14, e assim determina:
"§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinzedias contados da diplomação, instruída a ação CO!!!
provas de abuso do poder econômico, corrupçãoou fraude. ._
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em scgrcdo de justiça, respondõ.Ido o autor,na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Além dos citados, a nossa Constituição ainda faz referências a atos de cidadania, no artigo 5', incisos XXIe LXXI!, como vemos:
"qualquer cidadão é parte legítima para proporação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de quc o Estadoparticipe, à moralidade administrativa, ao mcioambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento decustas judiciais e do ônus da sucumbência."
Concluindo, os atos necessários ao exercício da cidadania são todos aqueles que abrangem não só os direitos
Junho de 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)~------------------,
Sábado 10 4651
políticos como os meios jurídicos impugnatórios demandatos sustentados no abuso do poder econômico,na corrupção, ou na fraude, admitindo-se nesse caso,a propositura por parte dos próprios partidos políticos,como determina0 inciso XXI, do art. 5'; a ação popular,cuja gratuidade já se encontra expressa no inciso LXXIII, o habeas corpus e o habeas data, no inciso emexame, e, finalmente, qualquer ato que vise garantiros direitos individuais, na defesa do interesse público.
Vale ressaltar que a Constituição, no mesmo art. 5',inciso LXXIV, determina que "o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovareminsuficiência de recursos", o que não deve ser confundido com a gratuidade também oferecida através do'inciso LXXVI - para os reconhecidamente pobres,o registro civil de nascimento e a certidão de óbito.
Sala das Sessões, de 1989. - DeputadoJuarez Marques Batista.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÓES PERMANENTES
CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERA11VA DO BRASIL
TÍTULO liDos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO IDos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5" Todos são iguais perante a lei. sem distinçãode qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros eaos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dodireito à vida, à liberdade. à igualdade, à segurançae à propriedade. nos termos seguintes:
XXI - as entidades associativas. quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representarseus filiados judicial ou extraducialmente.
LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima parapropor ação popular que vise anular ato Icsivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,à moralidade administrativa, ao meio ambicntc e aopatrimônio histórico c cultural ficando o autor, salvocomprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônusda sucumbência.
LXXVII - são gratuitas, as ações de habeas corpuse habeas dara, e, na forma da lei. os atos necessáriosao exercício da cidadania. '
§ 10 As norni.as definidoras dos direitos e garantiasfundamentais têm aplicação imediata.
§ 2' Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não exclucm outros decorrentes do regime e dosprincípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil sejaparte.
CAPÍTULO IVDos Direitos Políticos
Art. 14. A soberania popular será exercida pelosufrágio universal e pelo voto direto e secreto com valorigual para todos e, nos termos da lei, mediante:
I-plebiscito;II - referendo;IH - iniciativa popular;§ I' O alistamento eldtoral e o voto são:I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;II -facultativos para:a) os analfabetos,b) os maiores de setenta anos;c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.§ 2' Não podem alistar-se eleitores estrangeiros e,
durante o período do serviço obrigatório, os conscritos;§ 3" São condições de elegibilidade. na forma da
lei:I - a nacionalidade brasileira;II - o pleno exercício dos direitos políticos;UI - o alistamento eleitoral;IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;VI - a idade mínima de:
. a) trinta e cinco auos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governadorde Estade. e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, DeputadoEstadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz depaz.
d) dezoito anos para Vereador.§ 4' São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.§ 5' São inelegíveis para os mesmos cargos, no pe-
ríodo sub:;eqüente, o Presidente da República, os Governadores de Estados e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído nos seismeses anteriores ao pleito.
§ 6' Para concorrerem a outros cargos, o Presidenteda República, os Governadores de Estado e do DistritoFederal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivosmandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7' São inelegíveis, no território de jurisdição dotitular o cônjuge e os parentes eonsagüineos ou afins,até o segundo grau ou por adoção do Presidente daRepública, de Governador de Estado ou Território,do Distrito Federal. de Prefeito ou de quem os hajasubstituido dentro dos seis meses anteriores ao pleito,salvo se já titular de mandato eletivo e candidato areeleição.
§ 8' O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deveráafastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito. passará automaticamente no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 9" Lei complementar estabelecerá outros casos deinelegibilidade e os prazos de sua cessação. a fim deproteger a normalidade e legitimidade das eleições contra a influên,cia do poder econômico ou o abuso doexercício de função, cargo ou emprego na administraçãodireta ou indireta.
§ 10. I] mandato eletivo poderá serimpugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contadosda diplomação, instruída a ação com' provas de abusodo poder eco nômico corrupção ou fraude.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramilaníem segredo de justiça, respondendo o autor, na formada lei, se temerária ou de manifesta m,; fé.
PROJETO DE LEIN" 2.596, de 1989(Do Sr. Luiz Soyer)
Diseiplina a remoção ou permuta de Juízes dosTribunais Regionais Federais, determinando sua .ir"risdiç:iio e sede.
(À Comissão de Constituição e Justiça e Redação.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' Os Tribunais Regionais Federais abrangem,
cada qual, mais de uma unidade da Federação. atendendo-se, inic'ialnncnte, às regiões Norte, Nordeste, Sudcste, Centro-o.~stc c Sul do País, compondo-se de, nomínimo, sete juízes, quanto possível da respectiva região, nomeados pelo Presidentc da República dentrebrasileiros com mais de trinta e menos de sessenta anosde idade.
Parágrafo ünico. Um quinto dos componentes desses tribunais será escolhido dentre advogados com maisde dez anos dle efetiva atividade profissional, ou membros do Ministério Público Federal. com mais de cincoanos de carr1úra; os demais1 mediante promoção dejuízes federais com mais de cinco anos de exercício,por antiguidade e merecimento. alternadamente.
Art. 2" Os Tribunais Regionais Federais processarão, media,nte solicitação e acordo entrc os interessados,a rcmoção ou permuta de juízes de sua área de compctência, inclusive de uma para outra região, determinando sua jurisdição e sede.
Parágrafo único. Não haverá remoção de ofício.mas, só se fará com a aquiescência de juiz, emborao Tribunal decida sobre substituição eventuais, Pc;>r pra-
zo não superior a um ano, pagas as ajudas de custoda remoção.
Art. 3' O Regimento Interno dos Tribunais Regionais Federais disciplinará esta matéria.
Art. 4' , Esta lei entra cm vigor na data de sua publicação.
Art. 5' Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
A Constituição, evidentemente, não quis interferirnas questões interna corporis do Poder Judiciário, emqualquer degrau hierárquico. por isso deferiu à legislação ordinária certos aspectos regulamentares, como,por exemplo, a disciplina da remoção ou da permutade Juízes dos Tribunais Federais, como a determinaçãoda sua jurisdição e sede.
No presente projeto, procuramos acompanhar o espírito da Constituição, reduzindo ao mínimo a regulamentação pedida e reservando o máximo da atribuição aosRegimentos Internos dos Tribunais Regionais Federais,cuja competência é das mais abrangentes, podendo julgar mandados de segurança e habeas data contra atosdo próprio Tribunal ou de Juiz Federal, bem comoo habeas corpus. seja autoridade coatora for Juiz Federal.
Sala das Sessões. l' de junho de 1989. - Luiz Soyer.
PROJETO DE LEIN' 2.597, de 1989
(Do Sr. Costa Ferreira)
Dispõe sobre isenção de contribuição previdenciária para as entidades beneficentes de que tratao § 7' do art. 195 da Constituição Federal.
(As Comissões de Constituição e Justiça e Redação: de Saúde, Previdência e Assistência Social;e de Finanças.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' As entidades beneficentes de assistência so
cial reconhecidas como de utilidade pública, cujos diretores não percebam remuneração. estão isentas de coutribuição empresarial para a Seguridade Social.
§ 1" As entidades beneficiadas pelo disposto nesteartigo estão obrigadas a recolher à Seguridade Socialapenas as contribuições devidas pelos seus empregados.
§ 2' A utiHdade pública de que trata o capul desteartigo será declarada por decreto do Presidente da República ou do Governador do Estado. ou, então. atravésde lei municipal.
Art. 2" A Fundação Nacitmal do Bem-Estardo'Menor (Funabem) e as Fundações Estaduais do Bem-Estardo Menor, embora remunerem seus diretores, são equiparadas, para a isenção de que trata esta lei, às eutidadesbeneficentes de assistência social referidas no art. l'
Art. 3' Esta lei entrará em vigor na data de suapublicação.
Art. 4" Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
A Lei n' 3.577, de 4-7-59, isentou as entidades defins filantrópicos reconhecidas como de utilidade pública,da contribuição empresarial devida à PrevidênciaSocial. O Decreto-Lei n" 1.572, de' 1'-9-77, revogoua referida lei, mas ressalvou a situação das instituiçõesque, reconhecidas como de utilidade pública até l' desetembro de 1977, eram portadoras ,de certificado deentidade de fins filantrópicos. Com isso, praticamenteaboliram tais isenções.
A nova 'Constituição, porém. no § 7' do art. 195,restabeleceu a isenção, mas, desta vez, inovando nonome do~ beneficiários, vez que se utilizou da exprcssão"entidade beneficente de' assistência social". Comocomplemento, a Constituição esclarece que, para sebeneficiarem da isenção, essas entidades terão queatender às exigências estabelecidas em lei.
A nosso ver, o legislador constituinte desejou restabelecer a situação anterior, razão pela qual procuramosadotar, neste projeto, orientação semelhante à que jáfora estabelecida em lei, Semelhante, mas, nua igual.Com efeito, sugerimos que a declaração de utilidadepública, que, na lei anterior, exigia decreto do Presidente da República. possa, doravante; ser feita, também. por ato administrativo do Governador de Estadoe por lei municipal.
4652 Sábado 10
Com isso, facilitamos o processo, sem contudo, banalizá-lo, vez que o reconhecimento de utilidade públicacontinuará a critério de altas autoridades ou. então,de todo um corpo legislativo municipal.
Por outro lado. a expressão "entidade beneficentede assistência social", utilizada na Constituição e, porconseqüência. também adotada no projeto. equivale.a rigor, à expressão "instituições filantrópicas" da leianterior. De fato, bcneficência e filantropia são termoscom muita identidadc. c "assistência social" abrangeum univcrso bastante amplo, capaz de enquadrar asmais diversas ações desenvolvidas com vistas ao a.mparodas pessoas e comunidades carentes.
Com essas ponderações, oferecemos a presente proposição aos nossos ilustres Pares, esperando que os mesmos a adotem. inclusive com emendas ou substitutos,a fim de que a matéria. de largo alcance social.. possamerecer pronta regulação e, com isso, atender a i.nümeras entidades que vêm prestando ao País serviços damaior relevância.
Sala das Sessões, 1" de junho de 1989. - Costa Ferreira.
LEGISLAÇÃO CITADA. ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES
CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASl[L
TÍTULO VIIIDa Ordem Social
."" cúiTüi:.ü"ii··"· .. """"" .Da Seguridade Social
SEÇÃO IDisposições Gerais
Art. 195. A seguridade social será financiada portoda a sociedade, de foram direta e indireta, nos termosda lei, mediante recursos provenientes dos orçamentosda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
§ 7' São isentas de contribuição para a segurida,desocial as entidades beneficentes de assistência socialque atendam às exigências estabelecidas cm lei.
DECRETO-LEI N' 1.572,DE i; DE SETEMBRO DE 1977
Revoga a Lei n; 3.577, de 4 de julho de 1959,e dá outras providências.
PROJETO DE LEIN' 2.598, de 1989
(Da ST' Lúcia Vânia)
Altera o Capítulo 111 do Decreto-Lei n' 5.452,de l' de maio de 1943 - Consolidação das Leisdo Trabalho.
(Às Comisões dc Constituição e Justiça e Redação; de Trabalho, e de Finanças.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' O Capítulo UI·do Decreto-Lei n' 5.452, de
l' de maio de 1943 - Consolidação das Leis do Trabalho, passa a vigorar com a seguinte redação:
CAPíTULO 1IIDa Proteção do Trabalho da Mulher
SEÇÃO INormas Gerais
Art. 372. Os preceitos que regulam o trabalho masculino são aplicávcis ao trabalho feminino. naquilo emque não colidirem com a proteção especial instituídapor este capítulo.
Art. 373. A adoção de medidas de proteção ao trabalho da mulher é considerada de ordem pública, não)ustificando, em hipótese alguma, a redução de sa.1ário.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção T)
Art. 374. É proibida rernuneraç;io diversa à mulher. da paga pelo trabalho masculino, no mesmo emprego ou função.
Art. 375. O trabalho noturno, perigoso ou insalubre. dependerá de concordtlncia prévia da empregadanão constituindo sua recusa justa causa para despcdida.
SEÇÃO UDos Locais de Trahalho
Art. 376. Toda empresa é obrigada a prover o estabelecimento das condições necessárias ao livre e regulardescmpenho do trabalho da mulher e a manter essascondições, providenciando:
I - medidas concernentes à higienização dos métodos e dos locais de trabalho, a critério da autoridadecompetente;ll- instalações sanitárias privativas das empregadas,
dotadas dos aparelhos necessários à uma boa higienepessoal;
UI - vestiários com armários individuais privativosdas mulheres. exceto os estabelecimentos comerciais,cscritórios, bancos e atividades afins, em que ntlo sejaexigida a troca de roupa e outros, a critério da autoridade competente em matéria de higiene e segurançano trabalho. admitindo-se como suficientes as gavetasou escaninhos, onde possal\l as empregadas guardarseus pertences.
SEÇÃO IIIDa Proteção à Maternidade
Art. 377. Não constitui justo motivo para rescisãodo contrato de trabalho da mulher o fato de haver contraído matrimônio ou encontrar-se em estado de gravidez.
Parágrafo único. Não serão permitidos em regulamentos de qualquer natureza contratos coletivos ol,l individuais de trabalho, restrições ao direito da mulherao.seu empreg,?, por motivo de casamento ou gravidez.
Art. 378. E proibido o trabalho da empregada gestante no período de (quatro) semanas antes e 8 (oito)semanas após o parto, sem prejuízo do emprego e dossalários.
§ I' Em casos excepcionais, os períodos de repousoantes e depois do parto podcrão ser aumentados demais duas semanas cada um, mcdiante atestado médicooficial, lançado na Carteira de Trabalho e PrevidênciaSocial e visado pela cmpresa.
§ 2' Para os fins previstos neste artigo, o início doafastamento da empregada de seu trabalho será determinado por atestado médico, na forma do parágrafoanterior.
§ 3' Em caso de parto antecipado a mulher terátodos os diretios assegurados nesta seção.
§ 4' Na adoção de recém-nascido a mulhcr terá direito ao afastamento de que trata o cap1lt deste artigo,pelo período quc rcstar para que a criança complete3 (três) meses, ficando-lhe assegurados todos os demaisdireitos garantidos nesta seção.
§ 5' No aborto não criminoso, comprovado poratcstado médico oficial, a mulher terá um repouso remunerado de duas semanas, com salário' integral.
§ 6" Excepcionalmente, no caso do parágrafo anterior, o repouso poderá ser prorrogado por mais duassemanas diante de exigência médica atestada na formado § l'
Art. 381. Mediante atestado médico, à mulher grãvida é facultado romper o compromisso resultante dequalquer contrato de trabalho, desdc que este seja prejudicial à gravidcz e não haja possibilidade de mudançapara função compatível ou não contra-indicada.
Art. 382. Para amamentar o filho até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito,durantc a jornada de trabalho, a dois descansos especiais, de meia hora cada um.
Parágrafo único. Quando o exigir a saúde do filho,o pcríodo de 6 meses poderá ser dilatado, medianteatcstado oficial.
Art. 383. Os estabelecimentos em que trabalharempelo menos 20 (vinte) mulheres, terão local apropriadoonde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentaç;io.
§ l' A exigência do caput deste artigo poderá sersuprida por meio de crechcs distritais mantidas, direta-
Junho de 1989
mente ou mediante convemos, cor" outras entidadespúblicas ou privadas, pelas próprias empresas. em regime comuniltírio. ou a cargo do Scsi. do Sesc, da LBAou de entidades sindicais.
§ 2' As entidades mencionadas no parágrafo anterior c outras entidades públicas dcstinadas à assistênciaà inf,Incia, manterão ou subvencionarão, de acordo comsuas possibilidades financeiras, escolas maternais e jardins de inftincia, distribuídos nas zonas de maior densidade de trabalhadores, destinados especialmente aosfilhos das mulheres empregadas.
§. 3'. Os locais destinados à guarda dos filhos dasoperárias. durante o período da amamentação, deverãopossuir, no mínimo, um berçario, uma saleta de amamentação, uma cozinha dictética e uma instalação sanitária.
SEÇÃO IVDas Penalidades
Art. 384. Pela infração de qualquer dispositivo deste Capítulo, será imposta ao empregador a multa de2 (dois) a 20 (vinte) salários de referência, aplicadapelas Delegacias Regionais do Trabalho ou por autoridades que exerçam função delegada.
§ 1" A penalidade será sempre aplicada no graumáximo:
a) se ficar apurado o emprego de artifício ou simulação para fraudar a aplicação dos dispositivos deste Capítulo;
b) nos casos de reincidência.§ 2' O processo na verificação das infrações, bem
como na aplicação e cobrança das multas, será o previstono título "Do Processo de multas Administrativas",observadas as disposições deste artigo".
Art. 2'. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3'. Revogam-se as disposiçõcs cm contrário.Justificação
Colima a atual proposição expungir a Consolidaçãodas Leis do Trabalho das disposições discriminatóriasda mulher no campo laboral, adequando-a às conquistasfemininas na Constituição Federal. Busca permitir àmulher trabalhadora o mercado de trabalho que taisdisposições lhe subtracm à participação, em nome deum paternalismo forjado a mascarar os reais interessesqlle movem a ação discriminat6ria da mulher, em todosos setores da atividade c da vida humanas. Em especial.quer este projeto de lei dar ao Capítulo lU da CLT,a slla verdadeira finalidade, registrada no seu título"Da Proteção do Trabalho da Mulher" -, para queele, efetiva e desenganosamente, sirva aos pr6positosfemininos de participar, de maneira justa e produtiva,da vida nacional. - Lúcia Vânia.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
Aprovada pelo Decreto-Lei n' 5.452,de l' de maio de 1943.
TÍTULO III
Das Normas Especiais de Tutela do Trabalho
CAPíTULO II1
Da Proteção do Trabalho da Mulher
SEÇÃO IDa Duração e Condições do Trabalho
Art. 372. Os preceitos que regulam o trabalho masculino são aplicáveis ao trabalho feminino, naquilo emque não colidigem com a proteção especial in~tituida
por este Capítulo.Parágrafo úniéo. Não é regido pelos dispositivos a
que se refere artigo o trabalho lias oficinas em quesirvam excluisiv~mente pessoas da família da mulhere esteja sob a direção do esposo, do pai, da mãe, dotutor ou do filho.
Art. 373. A"duração normal de trabalho da mulherserá de oito horas diárias, exceto nos casos para osquais for fixada duração inferior.
Junho de 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J)------------------- Sábado 10 4653
Art. 374. A duração normal diária do trabalho damulher poderá ser no máximo elevada de 2 (duas) horas,independentemente de acréscimo salarial, medianteconvenção ou acordo coletivo nos termos do Título VIdesta Consolidação, desde que o excesso de horas emum dia seja compensado pela diminuição em outro.de modo a ser observado o limite de 48 (quarenta eoito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixado.
Art. 375. Mulher nenhuma poderá ter o seu horário de trabalho prorrogado. sem que esteja para issoautorizada por atestado médico oficial. constante desua carteira profissional.
Parágrafo único. Nas localidades em que não houverserviço médico oficial, valerá para os efeitos legais oatestado firmado por médicos particulares em documento em separado.
Ar!. 376. Somente em casos excepcionais, por motivo de força maior, poderá a duração do trabalho diurno elevar-se além do limite legal ou convencionado,até o máximo de doze horas, e o sahírio-hora será,pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superiorao da hora normal.
Parágrafo único. A prorrogação extraordinária deque trata este artigo deverá ser comunicada por escritoà autoridade competente, dentro do prazo de quarentae oito horas.
Ar!. 377. A adoção de medidas de proteção ao trabalho das mulheres é considerada de ordem pública.não justificando, em hipótese alguma, a redução desalário.
Ar!. 378. Na carteira profissional da mulher serãofeitas, em folhas especiais, as anotações e atestadosmédicos previstos neste Capítulo, de acordo com osmodelos que forem expedidos.
SEÇÃO IIDo Trabalho Noturno
Art. 379. É permitido o trabalho noturno da mulher maior de 18 (dezoito) anos, salvo em empresasou atividades industriais.
§ l' A proibição quanto ao trabalho em empresasou atividades industriais não se aplica:1-à mulher que ocupe posto de direção ou de quali
ficação técnica com acentuada responsabilidade; eII - à mulher empregada em serviços de higiene e
de bem-estar, desde que não exeeute tarefas manuaiscom habitualidade.
§ 2' As empresas que se dedicam à industrializaçãode bens pereeíveis, durante o período de safra, presumem-se autorizadas a empregar mulheres em trabalhonoturno, quando ocorrer necessidade imperiosa de serviço.
§ 3' A permissão de que trata o § 2'. deste antigoestende-se às empresas cuja linha de produção utilizematérias-primas ou matérias em elaboração suscetivéisde alteração nípida. quando recessário para salvá-lasde perda irreparável.
§ 4' Com a autorização, poderão Ser exigidos daempresa meios especiais de proteção ao trabalho, inclusive de natureza ambiental, como os referentes à iluminação e ventilação, bem como o funcionamento de lanchonetes e refeitórios no período noturno.
§ 5' O trabalho da mulher em horário noturno, dequalquer modo. só será permitido quando a aptidãopara executá-lo houver sido atestada no exame médicoa que alude o artigo 380 desta Consolidação, anotadaa circusntância no livro ou ficha de Registro de Empregados.
§ 6' As autorizações neste artigo poderão ser canceladas, a qualquer tempo. em relação à empresa quedeixar de observar as normas de segurança e medicinado trabalho de que trata o Capítulo VI, do título IVdesta Consolidação.
§ 1" As empresas comunicarão à autoridade competente, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a circunstância excepcional que as levou ao emprego de mulheresem horário noturno.
§ 8' Para entender a interesse nacional relevantee ouvidas as correspondentes organizações sindicais deempregadores e trabalhadores, a proibição do trabalhonoturno da mulher, em empresa ou atividades industriais, poderá ser suspensa:
I - por decreto do Poder Exeeutivo, sem limitaçãoquanto ao período d~ serviço noturno;
II - por portaria do Ministro do Trabalho. até às24 (vinte e quatro) horas".
Art. 380. Para o trabalho a que se refere a alínea"C" do artigo anterior, torna-se obrigatória, além dafixação dos salários por parte dos empregadores, a apresentação à autoridade competente dos documentos seguintes:
a) atestado de bons atecedentes, fornecido pela autoridade competente;
b) ate!;tado de capacidade física e mental, passadopor médico oficial.
Arl. 381. O trabalho noturno das mulheres terá sa"írio superior ao diurno.
§ l' Para os fins deste artigo. os salários serão acrescidos duma percentagem adicional de 20% (vinte porcento) no mínimo.
§ 2' Cada hora do período noturno de trabalho dasmulhere" terá cinqüenta e dois minutos e trinta segundos.
SEÇÃO IIIDos Períodos de Descanso
Ar!. ~82. Entre duas jornadas de trabalho, haveráum intervalo de onze horas consecutivas, no mínimo,destinado ao repouso.
Art. 383. Durante a jornada de trabalho, será concedido à empregada um período para refeição e repousonão inferior a uma hora nem superior a duas horas.salvo a hipótese prevista no art. 71, § 3'.
Art. ~,84. Em caso de prorrogação do horário normal, scni obrigatório um descanso de 15 (quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordináriodo traba'.ho.
Art. 385. O descanso semanal será de 24 (vinte equatro) horas consecutivas e coincidirá no todo ou emparte com o domingo. salvo motivo de conveniênciapública Ou necessidade imperiosa de serviço, a juízoda autoridade competente, na forma das disposiçõesgerais, caso em que reeairá em outro dia.
Parágrafo único. Observar-se-ão, igualmente, ospreceitos da legislação geral sobre a proibição de trabalho nos feriados civis e religiosos.
Art. 386. Havendo trabalho aos domingos. será organizada uma escala de revezamento quinzenal, quefavoreça o repouso dominical.
SEÇÃO IVDos Métodos e Locais de Trabalho
Ar!. 387. É proibido o trabalho da mulher:a) nos subterrâneos, nas minerações em subsolo. nas
pedreira,; e obras de construção pública ou particular.b) nas atividades perigosas ou insalubres. especifi
cadas no; qudros para este fim aprovados.Ar!. 388. Em virtude de exame e parecer da autori
dade competente, O Ministro do Trabalho poderá estabelecer derrogações totais ou parciais às proibições aque alude o artigo anterior, quando tiver desaparecido,nos serviços considerados perigosos ou insalubres, todoe qualquer caráter perigoso ou prejudicial mediantea aplicação de novos métodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva.
Ar!. 389. Toda empresa é obrigada:I - a prover os estabelecimentos de medidas concer
nentes à higienizaçllo dos métodos e locais de trabalho.tais como v,entilação e iluminação e outros que se fizerem necessários à segurança e ao conforto das mulheres,a critério da autoridade competente;
II - a instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em número suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grandeesgotamento físico;
III - a instalar vestiários com armários individuaisprivativos das mulheres, exceto os estabelecimentos co
.merciais .. escritórios, bancos e atividades afins, em quenão seja exigida a troca de roupa e outros, a critérioda autoridade competente em matéria de segurança ehigiene do trabalho, admitindo-se como suficientes asgavetas ou escaninhos, onde possam as empregadasguardar :;eus pertences;
IV - a fornecer, gratuitamente, a juízo da autoridade competente, os recursos de proteção individual,tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais,para a d,efesa dos olhos, do aparelho respiratório e dapele, de acordo com a natureza do trabalho.
§ l' Os estabelecimentos em que trabalharem pelomenos 30 (trinta) mulheres, com mais de 16 (dezeseis)anos de idade, terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistênciaos seus filhos nO'período da amamentação.
§ 2' A exigêneia do § l' poderá ser suprida pormeio de creches distritais mantidas. diretamente ou mediante convênios, com outras entidade"públicas ou privadas, pelas próprias empresas, em regime comunitário,ou a cargo do SESI, do SESC. da LBA ou de entidadessindicais.
Art. 390. Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o emprego dc força muscular superior a 20 (vinte) quilos, para o trabalho contínuo. ou 25 (vinte e cinco) quilos, para o trabalho ocasional.
Parágrafo único. Não está compreendida na determinação deste artigo a remoção de material feita porimpulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos. de carrosde mão ou quaisquer aparelhos mecânicos.
SEÇÃO VDa Proteção à Maternidade
Ar!. 391. Não constitui justo motivo para a rescisãodo contrato de trabalho da mulher o fato de haver contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado degravidez.
Parágrafo IÍnico. Não serão permitidos, em regulamentos de qualquer natureza. eontratos coletivos ouindividuais de trabalho, restrições ao direito da mulherao seu emprego. por motivo de casamento ou de gravidez.
Art. 392. É proibido o trabalho da mulher grávidano período de 4 (quatro) semanas antes e 8 (oito) semanas depois do parto.
§ l' Para os fins previstos nesta artigo, o início doafastamento da empregada de seu trabalho será determinado por atestado médico, nos termos do art. 375,o qual deverá ser visado pela empresa.
§ 2' Em casos excepcionais, os períodos de repousoantes e depois do parto poderão ser aumentados demais 2 (duas) semanas cada um, mediante atestado médica, em forma do § l'
§ 3' Em caso de parto antecipado, a mulher terásempre dirbto às 12 (doze) semanas previstas nesteartigo.
§ 4' Em casos excepcionais, mediante atestado médico na forma do § 1". é permitido à mulher grávidamudar de função.
Art. 393. Durante o período a que se refere o art.392, a mulher terá direito ao salário integral e, quandovariável, calculado de acordo com a média dos 6 (seis)últimos meses de trabalho. bem como os direitos e vantagens adquiridos, sendo-lhe ainda facultado reverterà função que antcriormente ocupava.
Ar!. 394. Mediante atestado médico, à mulher grávida é facultado romper o compromisso resultante dequalquer contrato de trabalho. desde que scja prejudicial à gestação.
Ar!. 395. Em caso de aborto não-criminoso, comprovado por atestado médico oficial. a mulher tcrá umrepouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lheassegurado o direito de retornar à função que ocupavaantes de seu afastamento.
Ar!. 396. Para amamentar o próprio filho, até queeste complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terádireito, durante a jornada de trabalho, a dois descansosespeciais~ de meia hora cada um.
Panígrafo único. Quando o exigir a saúde do filho,o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade competente.
Ar!. 397. O SESI, o SESC, a LBA e outras entidades públicas destinadas à asistência à infância manterãoou subvencionarão, de acordo com suas possibilidadesfinanceiras, escolas maternais e jardins de inf~lncia, distribuídos nas zonas de maior densidade de trabalhadores, destinados especialmente aos filhos das mulheresempregadas.
Art. 398. Revogado pelo Decreto-Lei n' 229. de28 de fevereiro de 1967.
Ar!. 399. O Ministro do Trabalho conferirá diploma de benemerência aos empregadores qae se distinguirem pela organização e manutenção de creches ede instituições de proteção aos menores em idade pré-
4654 Sábado 10
escolar, desde que tais serviços se recomendem porsua generosidade c pela eficiência das respectivas instalações.
Art. 400. Os locais destinados à guarda dos filhosdas operárias durante o período da amamentaçáo deverão possuir, no mínimo, um berçário, uma saleta deamamentação, uma cozinha dietética e uma instalaçãosanitária.
SEÇÃO VIDas Penalidades
Art, 401. Pela infração de qualquer dispositivo deste Capítulo, será imposta ao emp,regador a multa de2 (dois) a 20 (vinte) valores de referência reg!:onais,aplicada pelas Delagacias Regiopais do Trabalho oupor aquelas que exerçam funçõe, delegadas,
§ l' A penalidade será sen:!pre aplicada no graumáximo:
a) se ficar apurado o empreg~ de artif{cio ou simulação para fraudar a aplicação dos pispositivos deste Capítulo;
b) nos casos de reincidência. ,§ 2' O processo na verifica~ão das infraçõe,., bem
coma na aplicação e cobrança da~.multas,será o previstono Título "Do Processo de Multas Administrativas",observadas as disposições desta artigo.
PROJETO DE LEIN" 2.601, de 1989(Do Sr. Jos6 Gomes)
Disp"e sohre a exigência de exame anti-dopingpara os professores e servidores das universidadesfederais.
(Às Comi"cies de Constituição e Justiça e Redação; de Educação, Cultura, Esporte e Turismo;e de Saúde, Previdência e Assistência Social.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' O art. 4' da Lei n' 5.726, de 29 de o(;oÍubro
de 1971, quc "dispõe sobre medidas preventivas, e repressivas ao tráfico e uso de substâncias entorpecentesou que determinem dcpendência física ou psíquica edá outras providências", passa a vigorar acrescido doseguinte item:
"Ar!. 4"
XI -a exigência. pelos reitores das universidades e diretores dos estabelecimentos isolados deensino superior, de exames anti-doping a ,;eremefetuadas, anualmente, nos professores e syTVidorcs das instituições federais de ensino superi'or, sQbpena de perda do cargo."
Justificação
Trata o arl. 4" da Lei n' 5.726, de 1971, das medidaspreventivas adotadas visando ao combate ao tráfegode drogas e uso de substâncias entorpecentes ou quedeterminem dependência física ou psíquica.
Constam essas medidas de várias providência,; queabrangem praticamente todo o ciclo da produção e consumo da coca, do "tínhamo e dc todas as variedadesde plantas das quais possas ser extraídas substânciasque levem à dependência do ser humano.
Então prevista, por exemplo, a proibição do plantio,a destruição das espécies, a controle das que sirvama fins terapêuticas ou científicos, e até mesmo a organização de cursos, pelos Estadas, Distrito Federal e Territórios, com o objetivo de preparar educadores parao combate aos tóxicos no âmbito escolar, o que devese verificar, principalmente. nos estabelecimentos deensino de 1" e 2" graus. afetos àquelas esferas administrativas em sua quase totalidade.
Entretanto, o maior consumo de substâncias entorpecentes se vcrifica uas universidades, inclusive entre professores e servidores, constituindo. em certos casos.uma verdadeira comunidade toxicômana.
Há pouco tempo, a imprensa divulgou notícia !.Obreuma professora que fornecia tóxicos aos alunos, em.boraa Lei a obrigue a fazer exatamente o contrário, ouseja, ajudar a combater o uso dos tóxicos e esclareceros alunos e seus familiares sobre os malefícios que o
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l)
vício pode causar, principalmente ao indivíduo na faseda adolescência.
Lamentavelmente, nem todos os professores e servidores estüo cumprindo seu dever de educadores. Assim,é necesst'írlo que se façam exames anti-doping periodicaH
mente, a fim de evitar que fatos como esses repitam,Sala das Sessões, - José Gomes da Rocha.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES
LEI N° 5.726,DE 29 DE OUTUFlRO DE 1971
Dispõe sobre medidas preventivas e repressivasao tráfico e uso de 'Substâncias entorpecentes ouque determinem dependência física ou psíquica edá outras providências.
O Presidente da República, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO IDa Prevençâo
Art. 4" No combate ao tráfego e uso de suhstánciasentorpecentes ou que determinem dependência físicaou psíquica serão aplicadas. entre outras, as seguintesmedidas preventivas;
I - a proibiçâo de plantio, cultura, colheita e exploração, por particulares, da dormideira, da coca, do cánhamo cannabis sativa. de todas as variedades dessasplantas, de outras de que possam ser extraídas subsWncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica;
II - a destruição das plantas dessa natureza exislentes em todo o território nacional. ressalvado o dispostDno inciso seguinte;
III - a licença e a fiscalização, pelas autoridadescompetentes. para a cultura dessas plantas com finsterapêuticos e científicos:
IV - da licença. a fiscalização e a limitação. pelasautoridades competentes, da extração. produção. transformação. preparo. posse, importação. exportação.reexportação, expedição, transporte. exposiçâo, oferta,venda, compra, troca, cessâo ou detenção de substâncias entorpecentes ou que determinem dependênciafísica ou psíquica. para fins terapêuticos e científicos;
V - o estudo e a fixação de normas gerais de fiscalização e a verificação de sua observância pela ComissãoNacional de Fiscalização de Entorpecentes, pelo Serviço Nacional de FiS'calização da Medicina e Farmáciae órgãos congêneres dos Estados e Territórios;
VI - a coordenação, pela Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes e pelo Serviço NaciDnal deFiscalização da Medicina e Farmácia, de todos os dadosestatísticos e informativos colhidos no País, relativosàs operações mercantis e às infrações à legislação específica;
VII - a observância, pelos estabelecimentos farmacêuticos e hospitalares, pelos estahelecimentos de ensino e pesquisas. pelas autoridades sanitárias, policiasou alfandegárias. dos dispositivos legais referentes abalanços. relações de venda, mapas e estatística sohresubstâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica;
VIII - a observância por médicos e veterinários dospreceitos legais e regulamentares, relativos à prescriçãode subs!üncias que determinem dependência física oupsíquica;
IX - a coloboraçüo governamental com organismosinternacionais reconhecidos e com os demais Estadosna execução das disposições das Convenções que a Brasi! se comprometeu a respeitar;
X - a execução de planos e programas nacionais eregionais de esclarecimento popular, especialmentejunto à juventude, a respeito dos malefícios ocasionadospelo uso indevido de substâncias entorpecentes ou quedeterminem dependência física ou psíquica, bem comoda eliminação de suas causas.
Junho de 1989
PROJETO DE LEIN' 2.602, de 1989
(Do Sr. Santinho Furtado)
Determina que as importâncias recolhidas aoFGTS tenham remuneração igual à das cadernetasde poupança.
(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1. 164188.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' As import<incias recolhidas ao Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço passam a ter idênticaremuneração à das cadernetas de poupança.
Art. 2' Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Ar!. 30 Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
O regime de estabilidade no emprego veio a ser substituído pela instituição do Fundo de Garantia do Tempode Serviço. ao qual são recolhidos percentuais relativosao salário do trabalhador e que lhes são entregues quando da rescisão de seu contrato de trabalho.
As importáncias depositadas em suas contas vinculadas vencem juros e correçâo monetária muito aquémda realidade econômico-financeira que o País hoje atravessa. E quando o empregado recebe seu FGTS estejá está bastautc defasado em relação ao crescente aviltamento de nossa moeda.
Achamos, portanto, ser medida das mais justas queo dinheiro do trabalhador enquanto retido no FGTStenha a mesma remuneração conferida às cadernetasde poupança, que atingem índices bem maiores, emboraabaixo da inflação.
Seria a forma ideal de conter as tensões sociais, diantedo espectro sinistro do desemprego que assola o Brasil,melhor remunerar suas contas vinculadas, a fim de oferecer-lhe uma soma maior de recursos no caso de serdispensado.
Certos da compreensão dos ilustres Pares, esperamosa aprovação do presente projeto de lei.
Sala das Sessões. 1'·' de junho de 1989. - DeputadoSantinho Furtado.
PROJETO DE LEIN' 2.603, de 1989(Do SI. Alcides Lima)
Dispõe sobre o uso do solo agrícola.(Às Comissóes de Constituição e Justiça e Reda
ção; de Agricultura e Política Rural: e de Finanças. )
O Congresso Nacional decreta:Arl. 1" O solo agrícola é patrimônio nacional exer
cendo-se nele o direito de propriedade ou a posse temporária, com as limitações estabelecidas em lei.
§ 1" Considera-se solo agrícola, para os efeitos des·ta .lei, aquele cuja aptidão e destinação se preste a todae qualquer atividade da agricultura.
§ 2" As ações ou omissões contrárias às disposiçõesdesta lei, na utilização e exploração do solo agrícola,são consideradas uso nocivo da propriedade, lesantesà sociedade e atentatórias à Segurança Nacional.
Art. 2" A utilização do solo agrícola somente serápermitida mediante um planejamento, segundo a suacapacidade de uso, através do emprego de tecnologiaadequada.
Parágrafo único. A utilização do solo com qptidãoagrícola para outros usos como expansão de cidades,aeroportos. indústrias, estradas etc., dependerá de umplanejamento específico e autorização cspedal por parte do órgão competente estabelecido nesta lei.
Art. 3" O planejamento do uso racional do soloagrícola e seu correto manejo deverá ser feito independentemente de divisas ou limites de propriedades. quando de interesse público.
§ 1" Entende-se por uso racional a adoção de umconjunto de técnicas e procedimentos que visem à conservação. manutenção, melhoramento c recuperaçãodo solo, atendendo à função sócio·ecouômica da propriedade e ao bem-estar da sociedade.
§ 2" O conjunto de técnicas e procedimentos serádefinido, a nível federal. com especificações a nível
Junho de 1989
estadual, regional ou municipal. e revisto periodicamente.
Art. 4" Consideram-se de interesse público todasas medidas que visem;
a) controlar a erosão do solo em todas as suas formas;b) prevenir e sustar processos de degradação e deser
tificação;c) fixar dunas e proteger restingas e mangues;d) evitar a prática de queimadas em áreas de solo
agrícola, a não ser em casos especiais ditados pelo poderpúblico competente;
e) recuperar, melhorar c manter as características físicas, químicas e biológicas do solo agrícola;
f) evitar a poluição e o assoreamento por sedimentosde cursos de água e bacias de acumulação;
g) adequar a locação, construção e manutenção decanais de irrigação e de estradas aos princípios conservacionistas;
h) impedir o desmatamento de áreas impróprias paraa agricultura ou de preservação permanente;
I) promover o reflorestamento ou cobertura vegetaldas áreas já desmatadas;
j) impedir que sejam mantidas inexploradas áreasagrícolas susceptíveis de aproveitamento econômico.
Art. 5" Na distribuição de lotes destinados ao usoagrícola em planos de colonização ou reforma agrária,deverá ser obedecido um planejamento de uso adequado do solo, de acordo com os parâmetros estabelecidospelos órgãos competentes.
Parágrafo único. A divisão de lotes não deverá serfeita em forma geométrica previamente definida e simde forma a permitir o adequado manejo das águas deescorrimcnto, visando à implantação de um plano integrado dc conservação do solo, a nível de bacias hidrográficas, pequenas, médias e grandes.
Art. 6' Compete à Unüio diretamente ou atravésde convênio com os Estados e Municípios:
a) estabelecer a política de uso do solo;b) prover de meios e recursos necessários os (Írg{ios
e entidades competentes para desenvolver e implantara política de uso e manejo adequado do solo;
c) disciplinar a ocupação e uso do solo agrícola, deacordo com a sua capacidade de uso:
d) adotar e difundir métodos tecnológicos que visemao melhor aproveitamento do solo agrícola, à manutenção e aumento de sua produtividade;
e) exigir planos técnicos de conservação DO solo eda água, em programas de desenvolvimento do meio.rural, de iniciativa governamental ou privada;
f) avaliar o compDl1amento de máquinas e implementas antes de serem lançados no mercado, em relaçãoaos danos que possam causar ao solo;
g) disciplinar a utilização de quaisquer produtos quepossam prejudicar as características químicas, físicasou biológicas do solo agrícola, ou causar danos nascadeias alimentares que dependem do mesmo;
h) executar e recomendar pesquisas, visando ao desenvolvimento de tccnologias adequadas de uso do solo;
i) fiscalizar e fazer cumprir as disposições da presentelei.
Art. 7" Além dos preceitos gerais a que está sujeitaa utilização do solo agrícola, O poder público, federal,estadual ou municipal, poderá prescrever outras normasrecomendadas pela técnica e que atendam às peculiaridades locais.
Parágrafo único. As administrações municipais serão incentivadas a elaborarem planos municipais de usodo solo.
Art. 8" O poder público promoverá li recuperaçãodas áreas em processo de desertificação e degradaçãoacentuada.
§ l' As despesas de recuperação, ficarão a cargodo proprietário que deverá ressarci-las, total ou parcialmente, num prazo máximo de 5 (cinco) anos.
§ 2" No caso da área recuperada não apresentarcondições de aproveitamento, será considerada comoárea de preservação permanente, devendo ser gravadasua perpetu idade,
§ 3" As despesas de recuperação executadas peloproprietário, obedecendo ao planejamento técnico adequado, serão abatidas do Imposto de Renda e ImpostoTerritorial Rural.
Art. 9° Na construção e manutenção de estradas,a condução das águas, os taludes, bem como as áreas
marginais, decapitadas ou não, "receberão tratamentosconseravacionistas adequados, a fim de evitar a erosãoe suas conseqüências, inclusive nas propriedades viZInhas.
Paràgrafo único. As propriedades adjacentes às estradas reo~be[(lo, prioritariamente, condições de manejo adequado de tal forma que não cause problemasnas referidas vias.
Art. 10. Os proprietário rurais que necessitem conduzir as águas de escorrimento para seus escoadourosnaturais, :poderão fazê-lo adequadamente. atravessando outras propriedades, mediante acordo ou indenização da ,irea ocupada.
§ 1" Caso haja necessidade de indenização da líreaa ser ocupada pelos canais de escoamento, não havendoacordo de preço, será concedida liminar para construçãoe uso imediato da benfeitoria, ficando a fixação de preçopara decisão judicial.
§ 2' Aos projetos de irrigação aplicar-se-ão os mesmos princípios.
Art. 11. As entidades públicas e empresas privadasque utiliz·em o solo ou o subsolo em áreas rurais sópoderão funcionar desde que evitem o prejuízo do soloagrícola por erosão, a~soreamento, contaminação, rejeitas, depósitos e outros danos, sendo responsabilizadas pelos mesmos.
Art. 12. Todos os imáveis rurais administrados diretamente: pelo poder público, com fins aglÍcolas, sãoobrigados a ter planos iotegrados de uso e conservaçãode seus recursos naturais e os executar. inclusive, emcaráter demc'nstrativo.
Art. 13. Para aplicação desta lei, O poder públicoreformulará os órgãos e serviços já existentes ou criaránovos, se necessários, para orientação, educação, assistência, fiscalização e punição, para que ocorra o controle integrado e efetivo dos recursos naturais renováveis e perfeito cumprimento desta lei.
Parágrafo único. A fiscalização e a aplicação da presente lei pelos serviços especializados não exclui colaboração da iniciativa privada.
Art_ 14_. Todas as práticas e procedimentos a seremutilizados no cumprimento desta lei, obedecendo o planejamento técnico, serão financiados com·recursos subsidiados, a juros e prazos adequados.
Parágrafo único. Os custos dc implantação deverão,no interesse nacional de preservação dos solos, scremcobertos em parte por recursos públicos, a fundo pcrdido, e em parte com recursos de operações de financiamento, na forma estabelecida neste artigo_
Art. 15. Os projetos implemcntados com apoio governamental, as aplicações de crédito rural ou qualquerinvestimento de recursos públicas somente poderão serrealizadmi e desfrutados por beneficiélrios comprovadamente observadores do que dispõe esta lei.
Art. 16. Para apoio e subsídio à implantação daspráticas e procedimentos estabelecidos nesta lei serácriado o Fundo Nacional de Microbacias Hidrográficas,com recursos oriundos de taxas sobre a exportaçti.o deprodutos agrícolas e minerais e recur~os federais orçamentário:;,
Art. 17. Todos os órgãos de assistência técnica aomeio rural terão em seus programas de trabalho diretrizes conservacionistas.
Art. 18. Fica instituída a Semana da Conservaçãodo Solo, a ser comemorada, obrigatoriamente, nas escolas e esttlbelecimentos públicos, ou subvencionados,através de programas objetivos.
Art. 19. As instituições oficiais ou oficializadas depesquisa lter:Io direito assegurado para a coleta de material e para a experimentaç:io de qualquer tratamentode solo bem como para proceder a escavações parafins científicos, desde que autorizadas pelo órgão competente.
Art. 28_ No prazo de 2 (dois) anos após a publicação desta lei, a conservação do solo c dos recursosnaturais farão parte obrigatória de todos os conteúdosprogramál'ícos das disciplinas dos currículos escolarese _não será permitida adoção de livros cscolares quenao contenham textos de educação conservacionistapreviameIlte aprovados pelas autoridades competentes.
Parágrafo único. As estações de rádio e televisão6 (seis) meses após a publicação desta lei incluirão:obrigatoriamente, em suas programações, textos e diSpositivos ele interesses conservacionistas aprovados pelo
Sábado 10 4655
órgão competente, no limite mínimo de cinco minutos·semanais, distribuídos ou não em diferentes dias.
Art. 21. As infrações a esta lei serão punidas comas seguintes penalidades, em ordem gradativa e crescente, conforme a gravidade ou reinciência:
1") advertência;2') suspensão do crédito agrícola e do acesso aos
benefícios, auxl1ios c incentivos dos programas governamentais;
3°) multas;4') prisão;5') desapropriação.Art. 22. As penalidades de que trata o art. 21 inci
dirão sobre os autores, sejam eles:a) proprietários;b) arrendatários, parceiros, gerentes, técnicos, res
ponsáveis, administradores, diretores, promitentescompradores de áreas agrícolas, prepostos ou subordinados;
c) autoridades que se omitirem ou facilitarem, porconsentimcnto, na prática do ato;
d) entidades financeiras e creditícias ou seus prepostos que aprovarem operações de crédito, financiareme fiscalizarem projetos em desacordo com o dispostonesta lei.
Art. 23. Aplicam-se às contravenções previstasnesta lei, regras gerais do Código Penal e da Lei deContravenções Penais, sempre que a presente lei nãodisponha de modo diverso.
Art. 24. O Poder Exccutivo regulamentará esta leino prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir desua publicação.
Art. 25. Esta lei entra em vigor na data de suapublicação.
Art. 26. Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
Em sessão de 22 de agosto de 1983 apresentamosum projeto de lei, que tomou o n" 1.952 e que foiarquivado nos termos d", art. 116 do Regimento Internoda Câmara.
Pela importância do conteúdo dessa proposição e portratar-se de assunto muito atual, porque visa regularo uso do solo agrícola, decidimos reapresentá-la a estaCasa, para ulterior apreciação.
Assistimos hoje, a um sistemático desgaste do soloagrícola brasileiro, através da erosão; "pesquisas doInstituto Agronômico do Paraná (lapar) indicam quenas lavouras de soja e trigo, plantadas em solos argilosospelo sistema convencional, as perdas anuais pelas enxurradas atingem 144 tlha/ano, o que corresponde a maisde 1 em da camada do solo perdido por ha, duranteo ano (... ) As perdas anuais de solo no Estado de SãoPaulo chegam a 194 milhõcs de toneladas (. .. ) Paratodo o Brasil, segundo O Instituto Agronômico de Campinas, a perda média é de 25 t(halano, o que dariaum total de 1 bilhão de toneladas do solo perdidasanualmente" (Graziano Neto, Francisco. QuestãoAgrária e Ecologia - crítica da moderna agricultura.Editora Brasiliensc, SP, 1982, pp. 98(99).
A degradação do solo no Brasil, que se dá, entreoutras causas, pclo dcsflorestamento desordenado, pelomanejo e utilização inadequados do solo, pela adoçãoindiscriminada da monocultura, pela destruição das florestas ciliares, está comprometendo sensivelmente a fertilidade da tcrra e conseqüentemente o futuro de nossaagricultura.
O próprio Ministro da Agrieultura admite que "aprodução agrícola de algumas rcgiõcs do País não temcorrespondido na mesma proporção dos investimentosfeitos, devido à mà eonservaçúo dos solos". (Folha deS. Paulo, 16-4-íG).
Medidas, porém, terão que ser tomadas, antes quetodos os solos estejam exauridos e aí seja tarde demais.Daí ser oportuno lembrar a finnação do Presidente daAssociação dos Engenheiros Agrônomos da Média Soracaba: '"quando não existir mais o que comer e quandoos supermercados estiverem vazios então certamenteautoridades e população se lembrarão de quando o soloera produtivo e tentarão desesperadamente reconstituiresta capacidade, mas, então, já será tarde demais".(Folha de S, Paulo, 16-4-83).
A proposta que ora reapresentamos a consideraçãodo Congresso Nacional é uma tentativa de disciplinar
4656 Sábado 10
o uso do solo agrícola, objetivando, fundamentalmente,preservar a função social da propriedade.
Esta proposta de normatizar o uso do solo agrícolasitua-se exatamente dentro do espírito constitucionale é fruto de criterioso trabalho dos profissionais daFederação das Associações dos Engenbeiros Agrônomos do Brasil.
Na proposta original daquela Federação, efetuamosalgumas alterações que pareceu-nos pertinentes, taiscomo:
-considerar, também como de real interesse público"impedir que sejam mantidas inexploradas áreas agrícolas susceptíveis de aproveitamento econômico (ar!. 4',j);
- Manter estocadas grandes extensões de terra comoreservas de valor é, também, uma das formas mais contundentes de mau uso do solo agrícola;
- outras alterações concernentes à técnica legislativa.
Esperamos contar com o apoio dos nobres parlamentares, na apreciação e aprovação desta proposta.
Sala das Sessões, de 1989. - Alcides Lima.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES
CÓDIGO PENALDECRETO-LEI n" 2.848,
DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
DECRETO-LEI N' 3.688DE 3 DE OUTUBRO DE 1941
Lei das Contravenções Penais
PROJETO DE LEIN" 2.605, de 1989
(Do Sr. Antoniocarlos Mendes Tham~)
Isenta de tributos a remes,a de valores para oexterior quaudo destinada a custear a trasladaçãode corpos.
(Às Comissões de Constituição e Justiça e Reda-ção, e de Finanças.) .
O Congresso Nacional decreta:Art. l' Terão prioridade',e gozarão de plena isenção
tributária as remessas de valores ao exterior, quandocomprovadamente destinadas ao custeio da trasladaçãode corpos de brasileiros falecidos no exterior e despesascom embalsamamento e urha funerária.
Art. 2' Esta lci entra em vigor na data de sua publicação.
Ar!. 3' Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
É indefensável a permanência de dificuldade:; burocráticas de toda ordem. agravadas com a tributaçãodo Imposto de Renda e IOF, sobre valores a seremtransferidos para o exterior e destinados a CU:itear atrasladação de brasileiros mortos fora do Brasil, comoocorre atualmente. Não se justifica que nesses momentos, marcados por um grande sofrimento, as pessoasainda estejam sujeitas a pagamentos de impostm: relativos a operações que se caracterizam pelo lucro.
Daí o presente projeto que dá prioridade e isentade quaisquer trihutos remessas, tal como se imptie.
Sala das Sessões, maio de 1989. - Antoni"carlosMendes Tbame, Deputado Federal.
PROJETO DE LEIN" 2.606, de 1989
(Do SI. Antoniocarlos Mendes Thame)
Dispõe sobre a extensão da caderneta dl~ pou·pança a todos os integrantes do Sistema FinanceiroNacional e dá outras providências.
(Às Comissões de Constituição e Justiça e Redação~ de Agricultura e Política Rural; e de Finanças.)
O Congresso Nacional decreta:Art. 1" Ficam todas as instituições banc1.{rias oficiais
e privadas autorizadas a receber depósitos de cad:=rneta
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
de poupança rural, sendo-lhes assegurada isonomia tanto na captação quanto na aplicação dos recursos.
Ar!. 2' O Banco Central expedirá, no prazo de noventa dias a partir da promulgação desta lei, normasdisciplinando a captação e a aplicação dos recursos.
Ar!. 3' E~ta lei entrará em vigor na data de suapublicação.
Ar!. 4' Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
Trata-se de reivindicação de produtores rurais, notadamente daqueles que residem em municípios aindanão atendidos por agências do Banco do Brasil. Menezes (1988), em artigo publicado no Jornal do Brasilressalta que "enquanto o setor depender de recursosdo Tesouro, será limitada sua capacidade de investimento, uma vez que é muito baixa, ou até mesmo negativa, a capacidade de poupança do setor público. Emcontrapartida, um acesso mais aberto à poupança privada, abrindo-se a caderneta verde a todo o sistema financeiro privado, bem como às cooperativas de crédito,produziria um efeito de aumento da oferta de crédito.sem pressões inflacionárias".
Cumpre salientar que o presente projeto atende aoque dispõe o art. 192 da nova Constituição. Por outrolado, a Resolução n" 1.188. de 5-9-86, que institui acaderneta de poupança rural não explicita quais as instituições que podem operacionalizá-la. Foram circularesdo Banco Central que autorizaram primeiramente oBanco do Brasil e depois o Basa, Banco do Nordestee o BNCC a captarem tais recursos. Não há portantoqualquer norma disciplinando a atuação das demais instituições bancárias, daí a oportunidade e conveniênciado presente projeto.
Sala das Sessões, l' de junho de 1989. - Antoniocarlos Mendes Thame, Deputado Federal.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES
CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA.FEDERATIVA DO BRASIL
TíTULO VIIDa Ordem Econômica e Financeira
......................... 'CAPiTuLo·i\!···· .Do Sistema Financeiro Nacional
Art. 192. O Sistema Financeiro Nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade,será regulado em lei complementar, que disporá, indusive, sobre:
I - a autorização para o funcionamento das instituições financeiras, assegurado às instituições bancáriasoficiais e privadas acesso a todos os intrumcntos domercado financeiro bancário, sendo vedada a essas instituições a participação em atividades não previstas naautorização de que trata este inciso;Il- autorização e funcionamento dos estabeleci
mentos de seguro, previdência e capitalização, bem como do órgão oficial fiscalizador e do órgão oficial ressegurador;
III - as condições para a participação do capital estrangeiro nas instituições a que se referem os incisosanteriores tendo em vista, especialmente:
a) os interesses nacionais;b) os acordos internacionais~
.IV - a organização. o funcionamento e as atribuiçôesdo Banco Central e demais instituições financeiras públicas e privadas;
V - os requisitos para a designação de membros dadiretoria do Banco Central demais instituições financeiras, bem como seus impedimentos após o exercíciodo cargo;
VI - a criação de fundo ou seguro. com o objetivode proteger a economia popular, garantindo créditos.aplicações e depósitos até determinado valor. vedadaa participação de recursos da União;
VII - os critérios restritivos da transferência de poupança de regiões com renda inferior à média nacionalpara outras de maior desenvolvimento;
VflI - o funcionamento das cooperativas de créditoe os requisitos para que possam ter condições de opera-
Junho de 1989
cionalidadc e estruturação próprias das instituições financeiras.
§ l' A autorização a que se referem os incisos Ie II será inegociável c instransferível, permitida a transmissão do controle da pessoa jurídica titular, e concedida sem ônus, na forma da lei do Sistema FinancciroNacional, a pessoa jurídica cujos diretores tenham capacidade técnica e reputação ilibada. c que comprove capacidade econômica compatível com o empreendimento.
§ 2' Os recursos financeiros relativos a programase projetos de caráter regional, de responsabilidade daUnião, serão depositados em suas instituições regionaisde crédito e por elas aplicados.
§ 3' As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamcnte referidas à concessáo de crédito, não poderãoser superiores a doze por cento ao ano; a cobrançaacima deste limite será conceituada como crime de usura, punido. em todas as suas modalidades, nos termosque a lei determinar.
PROJETO DE LEIN" 2.608, de 1989
(Do Sr. Luiz Henrique)
Dispõe sohre o registro de sindicatos, e dá outrasprovidências.
(Anexê-se ao Projeto de Lei n' 1.009/88.)
O Congresso Nacional decreta:Art. I' O registro de sindicatos será efetuado em
C~rtôrio de Títulos e Documentos da jurisdição de suasede.
§ l' Só será registrado um sindicato representativoda mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma dada base territorial.
§ 2' Nas localidades onde não houver o cartóriode que trata este artigo, o registro se fará no que tenhacompetência para praticar atos dessa natureza, ou noforo mais próximo.
Ar!. 2' O cartório enviará cópia do registro do sindicato ao. Ministério do Trabalho, com a finalidade exclusiva de manter um banco de dados sobre as entidadessindicais existentes.
Art. 3' Os sindicatos que receberam Carta Sindicaldo Ministério do Trabalho e os registrados em cartório,até a vigência desta lei, não necessitam fazer novo registro.
Ar!. 4' As controvérsias de representação serão resolvidas pelo Juízo competente para dirimir as questõesrelativas ao registro de entidades civis.
Art. 5' Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Ar!. 6' Revogam-se as disposiçües em contrário.
Justificação
Os sindicatos adquiriram, com a nova Constituição,os tão almejados princípios de liberdade e autonomia,que sempre se constituíram em sua maior reivindicação.
O art. 8', item I, da Constituição Federal, de fato,consagra:
"Ar!. 8" .I - a lei não poderá exigir autorização do Estado
para a fundação de sindicato, ressalvado °registrono órgão competente, vedadas ao poder públicoa interferência e a intervenção na organização sindical;"
Vê-se, no entanto, que é medida de urgência a elaboração de uma lei ordinária para definir o órgão competente onde se fará o registro. uma vez que cerca í:ledois mil sindicatos aguurdam tal providência.
A Constituição, que'Visoo à liberação do sindicalismoàs peias do Estado, na verdade, pela d<;mora em umaregulamentação, está, indiretamente, provocando umadificuldade maior qué a dos tempos da autorização doMinistério do Trabalho.
Na vigência da CoI1stituição anterior, o registro erafeito junto ao Ministério do Trabalho, o que caracterizava, mais uma vez. o atrelamcnto da atividade sindical ao poder do Estado.
Junho de 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçâo I)----------------------, Sábado 10 4657
Propomos, diante da nova ordem jurídica, que o registro seja efetuado em cartórios, eis que são órgãosque se acham instalados em qualquer localidade do Paíse que, por sua natureza, pela experiência e pela fépública de seus atos, poderão plenamente desempenharessa importante tarefa,
Por outro lado, o princípio da unicidaçle de representação que propomos no ~ 1" do art, I" dessa proposição,é aquele estabelecido no ar!. 8", item lI, da ConstituiçãoFederal:
"lI - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativade categoria profissional ou econômica. na mesmabase territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores. interessados, não podendoser inferior à área de um Município."
Sala das Sessões, de de 1989. - Depu-tado Luiz Henrique.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES
CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
··· .. ·· .... ···· .. ····· .. ····ifTÜLClÚ· .. ·········· ...... ··· .. ····Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO IIDosDireitos Sociais
.'''I.:;;.'·;;:···ji ii;;~'~' ~~~;~i;~~~; ~~~f~~i;'~~i ~~ ~'i~di~~i:, observado o serguinte:
I - a lei não podení exigir a.utorizaçáo do Estadopara a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
.órgão competente, vedadas aO'poder público a interferência e a intervenção na organização sindical:
II - é vedada a criação de mais de uma organizaçãosindical, em qualquer grau, representativa de· categoriaprofissional ou econÔmica. na mesma base territorial,que será definida pelos trabalh.adores ou empregadoresinteressados, não podendo ser inferior à área de umMunicípio;
...........................................\' ~ .
PROJETO DE LEIN' 2.609, de 1989
(Do SI'. Jorge Arbage)
Estahelece a responsahilidade civil e penal paraos maiores de 16 (dezesseis) aROS de idade.
(Anexe-se ao Projeto de Lci R" 1.734í89.)
O Congresso Nacional decreta:Art. 1" O alt. 6" da Lci n" 3.071, de I" de janeiro
de 1916- Código Civil Brasileiro. passa a ter a seguinteredaç,;o:
"Ar!. 6" São incapazes, relativamente a certosatos Oll a maneira de exercê~los. os pródigos e Ossilvícolas ...
Art. 2" O art. 27 da Lei n° 7.209, de 11 de julhode 1984, que alterou a Parte Geral do Código Penal,passa a viger com a seguinte redação:
"Art. 27. Os menores de 16 (dezesseis) anossão penalmente inimputáveis, ficando sujeitos àsnormas estabelecidas pela legislação especial."
Art. 3" Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4' Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
Não podemos admitir que, proporcionando, a Constituição, o voto aos maiores de dezesseis anos de idade,tenha ela assim agido sem nenhum amparo técnieocientífico que a levasse a tal posicionamento.
Esse amparo técnico-científico se funda na realidadede que, à medida que o tempo passa, o nível de discerni-
menta do bomem cresce em escala geométrica. Porisso, a Constituição vigente permitiu o voto aos maioresde dezesseis anos.
E por essa mesma razão estamos apresentando o presente projeto de lei que estabelece a maioridade civile a responsabilidade penal a partir dessa mesma idade.
Em vista do exposto, esperamos o integral apoio doCongresso Nacional, necessário à aprovação da presente proposta.
Sala das Sessões, I" de junho de 1989. - Jorge Arbage.
Lf:GISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES
CÓDIGO CIVIL
LEI N° 3.071,DE l' DE JANEIRO DE 1916
PARTE GERALDISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1" Este código regula os direitos e obrigaçõesde ordem privada concernentes às pessoas, aos bense às suas relações.
LIVRO IDas Pessoas
TÍTULO IDa Divisão das Pessoas
CAPÍTULO IDas Pessoas Naturais
Art. 6° S.ão 'incapazes, relativamente a certos atos(ar!. 147, n" 1), ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de 16 e menores de 21 anos (arts.154 a 156);
II - os p tódigos;IH - os silvícolas.
, Parágrafo único. Os silvícolas ficarão sujeitos aoregime tutelar, estabelecido em leis e regulamentos especiais, o qual cessará à medida que se forem adaptandoà civiliza',ão do País.
LEI N" 7.209,DE 11 DE JULHO DE 1984
Altera dispositivos do Decreto-Lei n' 2.848, de7 de de"emhro de 1940 - Código Penal, e dá outraspro1·idências.
O Pre,;idente da República, faço saber que o Congresso N'lcil.mal decreta e eu sanciono a seguite lei:
Art. 1" O Decreto-Lei n" 2.848, de 7 de dezembrode 1940 -- Código Penal, passa a vigorar com as seguintes ai tera.ções:
PARTE GERAL
.................... ·······:rfiüLO·iii····························Da Imputahilidade Penal
Ar!. 27. Os menores de dezoito anos são penalmente inimputávei" ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.
PROJETO DE LEIN~ 2.610, de 1989
(Do SI'. Jorge Arbagc)
n,termina que os depósitos do FGTS passem aser l,fetuados em cadernetas de poupança da CaixaEconômica Federal, e dá outras providências.
(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 630, de 1988.)
O Congresso Nacional decreta:Ar!. l' Os depósitos de que trata o ar!. 2" da Lei
n' 5.107, de 13 de setembro de 1966, passam a serefetuados em cadernetas de poupança na Caixa Econô-
mica Federal, obedecida a mesma sistemática previstanaquele artigo quanto ao valor, prazo e à vinculaçãoe individualização das contas.
Ar!. 2' Tetão as empresas sujeitas à Consolidaçãodas Leis do Trabalho o prazo de 90 (noventa) dias,a contar da vigência desta lei, para transferir as contasdo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço dos estabelecimentos bancãrios por elas escolhidos para a CaixaEconômica Federal, nos termos do art. I' desta lei.
Art. 30 Aplicam-se aos depósitos de que trata estalei os mesmos rendimentos pagos às cadernetas de poupança, nos termos da legislação em vigor.
Ar!. 4' Dentro do prazo de 30 (trinta) dias de suapublicação, o Poder Executivo regulamentará esta lei.
Art. 5" Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 6' Revogam-se as disposições em contrãrio.
Jnstificação
Com a extinção do Banco Nacional da Habitação.a situação dos recursos do Fundo de Garantia do Tempode Serviço é de verdadeiro caos. A Caixa EconômicaFederal, que passou a geri-los. não dispõe de um controle centralizado capaz de informar com segurançaquanto é recolhido por mês. quanto está sendo liberadoou o saldo atualizado das contas.
O lado menos problemático do FGTS se refere ao.recolhimento por parte das empresas, ainda que nãohaja um controle rígido sobre elas, pois, uma vez depositado nos bancos, esse dinheiro percorre um trajeto sinuoso, a começar pelo prazo de permanência na redebancãria, que é de cerca de quarenta e dois dias. Portanto, quando é efetivamente creditado na conta do trabalhador já perdeu parcela significativa de seu valor real.Também inexiste um controle eficaz da movimentaçãoe não há fiscalização quanto à lisura das correções monetárias e do cálculo dos juros.
Ademais, pela Lein" 5.107, de 1966, os recursos depositados no FGTS são corrigidos trimestralmente, causando sérios prejuízos aos quarenta milhões de assalariados brasileiros, em especial numa economia inflacionária como a nossa.
Propomos, portanto, que esses depósitos passem aser efetuados em cadernetas de poupança vinculadase individualizadas na própria Caixa Econômica Federal,que, dessa forma, poderá melhor controlar esses recursos. Outrossim. seráo corrigidos da mesma forma e nosmesmos percentuais adotados para as cadernetas depoupança em geral.
Com essa medida. ainda evitaremos que a rede bancária aufira lucros vultosos com o dinheiro alheio. istoé, com o dinheiro que pertence na realidade ao trabalhador brasileiro.
Sala das Sessões, 1" de junho de 1989. ~ Jorge Arbage.
LEGISLAÇÃO CrTADA.ANEXADA PELO AUTOR
LEI NoS.107,DE 13 DE SETEMBRO DE 1966
Cria o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,e dá outras providências...
Ar!. 2" Para os fins previstos nesta lei, todas as empresas sujeitas li Consolidaçáo das Leis do Trabalho(CLT) ficam obrigadas a depositar até o dia 30 (trinta)de cada mês, em conta bancliria vinculada. imporlãnciacorrespondente n 8% (oito por cento) da remuneraçãopaga no mes anterior, a cada empregado. optante ounão, excluídas as parcelas não mencionadas nos arts.457 e 458 da CLT.
Parágrafo único. As contas bancárias vinculadas aque se refere este artigo serão abertas em estabelecimento bancário escolhido pelo empregador dentre ospara tanto autorizados pelo Banco Central do Brasil,em nome do empregado que houver optado pelo regimedesta lei, ou em nome da empresa, mas em conta individualizada, com relação ao empregado não optante."
4658 Sábado 10
PROJETO DE LEIN° 2.611, de 1989
(Do Sr. Ruberval Pilotto)
Concede título de "Patrono da Ecologia do Bra·sil" ao cientista e pesquisador Augusto RusdlÍ.
(Às Comissões de Constituição e Justiça <: Reda.ção; e de Defesa do Consumidor e do Meio Am,biente.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' É concedido ao cientista, naturalista e pes~
quisador Augusto Ruschi o título de "Patrono da Ecoloigia do Brasil".
Art. 2" Esta lei entrará em vigor na data de suapublicação. '
Art. 3" Revogam-se as disposições em contnirio.
Justificação
Defensor intransigente da natureza, o cientista e pesquisador Augusto Ruschi, falecido em junho Cle 1986não se cansava de lutar e de se arriscar por ela.
Conhecido como o "Cientista dos Beija-Flores", Ruschi foi seu primeiro estudioso em nível internacional,descrevendo cinco espécies e onze subespécie:; dessepassáro. além de identificação e classificação de diversasespécies de plantas e orquídeas.
Reconhecido internacionalmente, o pesquisador pertenceu a entidades como The American OrnitbologistUnion. Sociedade Venezuelana de Ciências Naturais,e Societé Française de Biogcographic, fazendo parteno Brasil da Academia Brasileira de Ciências, JardimBotânico do Rio de Janeiro c Fundação Brasileira paraConservação da Natureza.
Foi detentor de 15 medalhas de ouro por trabalhoscientíficos e destacou-se em diversas publicaçõe; comoa realizada por The National Geographic Magazine.
Simbolicamente. Ruschi viveu um grande perfodo deisolamento nas matas do país, travando uma difícil batalha em favor da conscientização da nossa realidade ecológica numa atitude de significado metafísico. científicoe político onde tentou demonstrar que tudo pl~rtence
a uma lógica de conjunto de que fazem parte o beija-flore o retirante nordestino.
Algo principiou a mudar no país com o exemplo ea inspiração de Augusto Ruschi a quem propomos homenagear com a indispensável compreensão e apoiodos membros do Congresso Nacional.
Sala das Sessões. I' de junho de 1989. - RubervalPilotto.
PROJETO DE LEJN" 2.612, de 1989
(Do Sr. Ruberval Pilotto)
Estende a todos os trabalhadores em indústriacerâmica na atividade de ceramista, o direito à aposentadoria especial após quinze anos de tempo deserviço e dá outras providências.
(Às Comissões de Constituição c Justiça e Redação; de Saúde, Previdência e Assistência Social'e de Finanças,) ,
O Congresso Nacional decreta:Art. 1" A aposentadoria especial após quinze (15)
anos de tempo de serviço, prevista em lei para os trabalhadores das frentes de minas de subsolo, estende-sea todos os trabalhadores em indústria cerâmica na atividade de ceramista que exercem tarefas comprovadamente insalubres.
Art. 2" As despesas decorrentes da execucão dapresente lei correrão" conta das frentes de receÚa normais da Previdência Social.
Art. 3" Esta lei entrará em vigor na data de suapublicação.
Art. 4'" Revogam-se as disposições em contr,irio.
Justificação
Reiterada reivindicação dos trabalhadores em indústria cerâmica, especialmente os que atuam como ceramis_tas no Estado de Santa Catarina, é a complement~ça.o ? o esclarecimento da legislação em vigor quedlsciphna sobre a conces~ão de aposentadoria especialaos qumze anos de servIço completados na atividadenotoriamente insalubre.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACioNAL (Seção I)
A permanente exposição à poeirá da sílica atingede forma contudente a todos os trabalhadores da ativi-dade de ceramista. '
A poeira da sílica, em suspensão, é causadora dadoença conhecida como "pneumoconiose" , comum entre aqueles que atuam nesses serviços, pois a sua constante inalação resulta na acumulação deste material nosalvéolos pulmonares e gânglios hilares comprometendoinclusive a capacidade respiratória e provocando sérialesão corporal.
Por esta razão, propomos a efetivação da justiça social com aqueles mencionados no art. l' deste projeto,concedendo-lhes por extensão a aposentadoria especialapós quinze anos completados de serviço.
Sala das Sessões, l' de junho de 1989. - RubervalPilotto.
PROJETO DE LlÜNo 2.614, de 1989
(Do SI. Haroldo Lima)
Proíbe a operação em território nacional de qualquer companhia aérea de navegação pertencentea pl!íses que pratiquem política de "apartheid".
(As Comissões de Constituição e Justiça e Redação; de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de Transportes.)
O Congresso Nacional decreta:Art. 1" É vedado a atividade comercial em todo
território brasileiro a qualquer companhia de aviaçãopertencente a empresa de países onde se pratica o apartheid.
Parágrafo único. Ficam ressalvados os casos em quehouver riscos de vida para os seus tripulantes e passageiros,
Art. 2" É permitido a estas companhias a manutenção de um escritório no Distrito Federal, pelo prazode 6 meses a contar da entrada em vigor da presentelei, destinado a liquidar as obrigações existentes porparte dela, bem como receber os créditos devidos porterceiros e regularizar os pactos laborais mantidos comseus empregados.
Art. 3" Fica terminantemente proibida a veiculaçãode qualquer tipo de propaganda de agências de aviaçãonos termos do artigo 1", qualquer que seja o meio decomunicação empregado, sob pena de a empresa jornalística ou de propaganda infratora ser condenada aopagamento de 50 salários mínimos de referência.
Parágrafo único. A disposição contida neste artigonão se aplica aos contratos de propaganda em vigor,firmados anteriormente à vigência da presente lei.
Art. 4' Revogam-se as disposições em contrário.Art. 5" Esta lei entra em vigor na data de sua publi
cação.
Justificação
O apartheid, que significa separatismo, é a expressãousada pelo governo sul-africano para designar o seusistema de segregação, opressão e exploração raciais.Este odioso sistema é a base da estrutura econômicae política da África do Sul; as indústrias e empresascomerciais - na maior parte nas mãos dos brancose estrangeiros - beneficiam-se deste sistema. Segundodados da Organização das Nações Unidas, estes setorestiram grandes vantagens através da exploração dos africanos, cujas terras e recursos naturais foram extorquidos e que trabalham arduamente por salários miseráveis, fornecendo a mão-de-obra barata da qual dependea economia sul-africana.
O apartheid foi condenado pcla Assembléia Geraldas Nações Unidas como um "crime contra a humanidade". O Conselho de Segurança descreve-o como··abominável para a consciência humana" e que "a discriminação racial e o apartheid constituem um graveempecilho ao desenvolvimento econômico e social, representando obstáculos à cooperação internacional eà paz".
Estabelecer a proibição de atividades comerciais deempresas de aviação pertencentes a países que pratiquem este sistema ignominioso representa uma colaboração ao esforço internacional para pôr fim ao apartheid. A própria Assembléia Geral das Nações Unidasconelamou os países signatários da Declaração Universal. dos Direitos Humanos a romperem relações com
Junho de 1989
a África do Sul, estabelecendo sanções econômicas.técnicas. diplomáticas e militares.
Incluir o Brasil como uma Nação que repudia o apartheid, estabelecendo esta proibição, estaremos dandoum primeiro passo importante e definitivo para querompa~os imediatamente qualquer relacionamentocom a Africa do Sul. Esta é a forma de respeitarmosa nossa história e nossa formação cultural, intimamenteligada aos nossos irmãos negros africanos, - HaroldoLima.
PROJETO DE LEIN' 2.615, de 1989
(Do SI. Max Rosenmann)
Regulamenta o art. 238 das Disposições Constitucionais Gerais, e determiua outras providências.
(Anexe-se ao Projeto de Lei n' 1.060, de 1988.)
O Congresso Nacional decreta:Ar!. 1" Compete às Companhias Distribuidoras au
torizadas pelo Conselho Nacional do Petróleo a distribuição, para revenda, de gasolina automotiva, querosene, óleo diesel e combustíveis de petróleo e álcoolcarburante aos Postos Revendedores (PR) e às empre.as 'Tran;;portador-Revendedor-Retalhista" (TRR).
§ 1" E vedado às Companhias Distribuidoras a venda direta a consumidores finais, exceto às Forças Armadas, órgãos da administração pública direta, federal eestaduais, empresas de transporte aéreo e de navegaçãoe ferroviário.
§ 2" As Prefeituras Municipais e respectivos órgãos,as autarquias e sociedades de economia mista, federais,estaduais e municipais poderão adquirir os produtosde seu consumo de qualquer dos segmentos integrantesdo Sistema Nacional de Abastecimento.
Art. 2" Compete aos Postos Revendedores (PR)autorizados pelo Conselho Nacional do Petróleo a revenda de gasolina automotiva, óleo diesel e álcool carburante aos consumidores automotivos. bem como querosene iluminante em embalagens de uso domêstico,exclusivamente em seus estabelecimentos.
Art. 3" Compete exclusivamente aos Transportadores-Revcndedores-Retalhistas (TRR) a revenda, agranel e a domicílio, dos óleos diesel e combustíveisde petróleo e o querosene, aos consumidores finais.excetuados os mencionados no § 1" do art. l' destalei.
Art. 4' O prazo de faturamento na venda dos produtos comercializados aos Postos Revendedores seráde, no .mínimo, 50% (cinqfenta por cento) do prazoconcedIdo pelas Refinarias às Companhias Distribuidoras.
Art. 5' O prazo de faturamento na venda dos produtos comercializados aos Transportadores-Rcvendedores-Retalhistas será de, no mínimo, 90% (noventapor cento) do prazo concedido pelas Refinarias às Companhias Distribuidoras.
Art. 6" Na fixação dos preços de venda e revendaserá assegurado às Companhias Distribuidoras, aos Postos Revendedores e aos Transportadores-Revendedores-Retalhistas a justa remuneração pelo investimentorealizado e o ressarcimento integral das despesas queonerem cada uma dessas atividades, como segmentosintegrantes do Sistema Nacional de Abastecimento eem decorrência dos direitos c obrigações contidos natitularidade das autorizações expedidas pelo ConselhoNacional do Petróleo, garantindo igualdade nesses preços tanto na venda quanto na revenda ao mercado consumidor.
Art. 7" Somente empresas brasileiras de ca:.':tal nacional (Constituição Federal, art. 171, II) poderão exercer as atividades próprias de Postos Revendedores (PR)e de Transportadores-Revendedores-Rctalhistas.
Parágrafo único. É vedado o exercício das atividades de que trata este artigo à pessoa jurídica cujostitulares sejam proprietários, sócios. acionistas ou empregados de quaisquer organizações, cujas atividadeseste jam relacionadas com a distribuição ou o transportedos derivados de petróleo e álcool carburante, à exceçãoda Petrobrás, que por intermédio de sua distribuidoraé garantida a exploração de Postos Revendedores.
Art. 8'" A partir da vigência desta lei os contratosde venda mercantil celebrados entre Companhias Distribuidoras e Postos Revendedores deverão limitar-se
Junho de 1989
a um prazo máximo de 5 (cinco) anos, vedada sua recondução automática.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo os atuais contratos terão sua vigência limitada a esseprazo.
Art. 9' A requerimento dos interessados o CNP autorizará a relocalização de Postos Revendedores quando, por desapropriação total ou parcial, despejo oumodificação de traçado de rodovias, em caráter permanente ou temporário por prazo superior a 180 (centoe oitenta) dias, ficar comprovada a inviabilidade comerciaI do empreendimento.
Parágrafo único. Os pedidos de relocalização terãopreferência sobre os de autorização para a instalaçãode novos Postos Revendedores, na mesma ou em contíguas áreas ou regiões geoeconômicas.
Art. 10. Os Postos Revendedores poderão operarsimultaneamente com mais de uma Companhia Distribuidora, sendo livre a substituição de "bandeira" nocaso de liame contratual, mediante requerimento fundamentado ao CNP, devendo, no entanto, ser comprovada a quitação dos compromissos assumidos pelo interessado para com a atual Companhia Distribuidora atéa data do pedido.
Parágrafo único. Enquanto não autorizada a mudança de "bandeira", o requerente continuará operando sob a "bandeira" contratual, com a garantia de suprimento dos produtos de seu comércio.
Art. 11. Os Transportadores-Revendedores-Retalhistas poderão operar com uma ou mais CompanhiasDistribuidoras, na aquisição dos produtos destinadosà revenda.
Art. 12. A partir da vigência desta lei, passam aintegrar o Conselho Nacional do Petróleo dois representantes das Companhias Distribuidoras, dois dos PostosRevendedores (PR) e dois dos Transportadores-Revendedores-Retalhistas (TRR), eleitos pelas respectivasentidades de classe, na forma de seus estatutos.
Art. 13. Salvo 'motivo de força maior devidamentecomprovado, é assegurado às Companhias Distribuidoras, Postos Revendedores e Transportadores-Revendedores-Retalhistas o recebimento dos produtos deacordo com os preços fixados pelo CNP na data dospedi!los ou reguisições realizadas.
Art. 14. E vedado o estabelecimento de cotas préfixadas obrigatórias para o fornecimento dos derivadosde petróleo e ãlcool carburante, seja das Refinariaspara as Companhias Distribuidoras, ou destas para osPostos Revendedores (PR) ou para os TransportadoresRevendedores-Retalhistas (TRR).
Art. 15. Compete ao Conselho Nacional do Petróleo o estabelecimento, execução, controle e fiscalizaçãodo cumprimento da política nacional de abastecimento,cabendo-lhe, em decorrência, a elaboração das estruturas de preços e a concessão de novas autorizaçõespara o exercício das atividades relacionadas ao sistema,em localidades não abastecidas ou insuficientementeatendidas, observados os critérios técnicos e obedecidosos princípios desta lei.
Art. 16. Esta lei entra em vigor na data de suapublicação.
Art. 17. Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
O projeto tem por escopo, regulamentando o art.238 da Constituição Federal, revestir através de critérioslegais o mercado da venda e da revenda dos combustíveis derivados de petnJleo e álcool carburante, hojeregulamentado somente através de resoluções e portarias emanadas do Conselho Nacional do Petróleo.
É de suma importância a definição e o reconhecimento legal do mercado e dos segmentos integrantesdo Sistema Nacional de Abastecimento. reconhecidaessa importância pela própria Assembléia NacionalConstituinte, que trouxe para o Legislativo a regulamentação da matéria, para discussão e abrigo da lei.
Esse mercado, antes de econômica e financeiramenteimportante, é estratégico, e hoje controlado por algumas poucas Companhias que detêm a hegemonia nadistribuição, em que pese o monopólio da nossa Petrobrás na prospecção e no refino. além. também, de suaparticipação nesta mesma distribuição.
Em sendo dessa forma, nas etapas da comercializaçãoé assegurado a essas Companhias Distribuidoras as condições mais vantajosas e, conseqüentemente, rentáveis.
Basta um ligeiro exame do cenário atual do abastecimento para se constatar as desigualdades.
A estai: poucas Companhias Distribuidoras competea venda a consumidores que adquirem quantidades decombustíveis superiores a 20 (vinte) metros cúbicosmensais. Também lhes é reservada a exclusividade narevenda dos combustíveis e álcool carburante aos PostosRevendedores e aos Transportadores-RevendedoresRetalhistas.
Estes últimos, os Transportadores-RevendedoresRetalhist3.s, por sua vez, é que são encarregados deatender a domicílio os consumidores que adquirem somente diesel, óleos combustíveis e querosene em quantidades mensais inferiores a 20 (vinte) metros cúbicos.
Exatamente aqueles consumidores cujo atendimentonão interessa às Companhias Distribuidoras. por seconstituir no mais oneroso e, portanto, menos rentável.
Ao Posto Revendedor cabe atender somente os consumidores dito automotivos, nos locais destinados aoabastecimento, amarrados às Companhias Distribuidoras por meio de contratos por vezes leoninos, sem agarantia de prazo suficiente para o pagamento de suasfaturas ju,nto ao fornecedor.
Sim, porque às Companhias Distribuidoras é concedido pela Petrobrás um prazo mínimo em torno de 16(dezessei,;) dias. Acontece que não há repasse desseprazo po r parte dessas Companhias aos consumidoresou aos revendedores, constituídos pelos Postos Revendedores e pelos Transportadores-Revendedores-RetaIhistas.
Isso, por óbvio, além de penalizar os consumidorese os segmentos da revenda, propicia um extraordinárioganho em vultosas aplicações no mercado financeiro,inclusive com a remessa de maior quantidade de royalties ao e~ terior.
O Legislaltivo não quer fazer restrições ao lucro. masque seja de ordem operacional e não financeiro, dentrodos princípios do capitalismo.
Impõe··se a justa divisão e o equacionamento dessemercado .. cujas resoluções e portarias, hoje, beneficiamunicamente as Companhias Distribuidoras, em detrimento da revenda e do próprio mercado consumidor.
E essa pretendida divisão não irá significar reduçãodo volume de vendas para essas Companhias Distribuidoras, pois o que deixarão de comercializar aos consumidores finais. comercializarão para a revenda, obrigatoriamente, pois são os únicos fornecedores entre ossegmentos e a refinaria.
Não hü, no projeto, restrições quanto à atuação docapital estraageiro, na divisão pretendida no mercado,mas, antes, a nítida proteção das Companhias Distribuidoras hoje instaladas no País para que estimulem comsegurança novos investimentos.
Esse m.ereado, por certo, comporta e absorve novosinvestimentos. Ao contrário, há no projeto sentimentode jnstiça, para equilibrar o importante mercado quehoje, apesar de satisfatoriamente controlado pelo Conselho Nacional do Petróleo, necessita da proteção legislativa sob o enfoque dos nOVOS arejantes princípios constitucionais.
Sala das Sessües, l' de junho de 1989. -Max Rosenmann.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES
CONSTlTUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
··· .. · ·· .. ·..TiTULO·VÚ .. ·.. ·.. ·.. ······ ······D21 Ordem Econômica e Financeira
CAPÍTULO IDos Princípios Gerais da
Atividade Econômica
Art. 171. São consideradas:
II - empresa brasileira de capital nacional aquela cujo controle efetivo esteja em caráter permanente soba titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidades de direitopúblico interno, entendendo-se por controle efetivo daempresa a titularidade da maioria de seu capital votante
Sábado 10 4659
e o exercício. de fato e de direito. do poder decisóriopara gerir suas atividades.
TÍTULO IXDas Disposições Constitucionais Gerais
Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de eombustíveis de petróleo, álcool carburante e outros combustíveis derivados de matérias-primas renováveis, respeitados os princípios desta Constituição.
PROJETO DE LEIN' 2.616, de 1989(Do Sr. Flávio Rocha)
Dispõe sobre linha de financiamento para instalarunidades de produção de eteuo nas usinas de destilação de álcool do Norte, Nordeste e Centro-Oestedo Brasil.
(Às Comissões de Constituição e Justiça e Redação; de Desenvolvimento Urbano, Interior e Índio;e de Finanças.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' Os recursos de que trata o art. 159. I. alínea
c, da Constituição Federal, para aplicação de três porcento do produto da arrecadação dos impostos sobrea renda e proventos de qualquer natureza sobre produtos industrializados em programas de financiamento aosetor produtivo das regiões Norte, Nordeste e CentroOeste, terão por objetivo precípuo oferecer o suportefinanceiro necessário ao desenvolvimento das atividades sócio-econômicas destas regiões.
Art. 2' Dos recursos previstos no artigo anteriordesta lei, dezenove inteiros e cinco décimos serão destinados a uma linha ~special de crédito financeiro paraa instalação c manutenção de unidades de obtençãoindustrial de eteno e outros derivados sucro-alcoolquímicos nas usinas de destilação de álcool instaladas fisicamente nos Estados da Federação confinados dentro dasregiões fisiográficas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Parágrafo único. Um cinco avos do montante dosrecursos previstos neste artigo destinar-se-á a empréstimos financeiros para as unidades de destilaçâo de álcool que apresentem, expressamente. projetos de pesquisas destinados a aprimorar téenieas de obtenção industrial de derivados sucro-alcoolquímicos.
Art. 3' A linha especial de crédito financeiro deque trata o artigo anterior desta lei será disciplinada,posteriormente, em regulamentação suplementar e suaaplicação observará os seguintes critérios:
I - submissão ao que estabelece o artigo 165, parágrafo sétimo, da Constituição do Brasil;
II - teráo acesso às linhas de crédito de que tratao artigo 2' desta lei, as unidades de destilação de álcoolinstaladas há seis anos nas regiões NOI1e. Nordeste eCentro-Oeste a partir da promulgaçâo desta lei;
IH - entenda-se por beneficiários da linha especialde créditos para financiamento das unidades de obtenção industrial de eteno aquelas unidades de destilaçãode álcool instaladas fisicamente nos Estados do Acre,Amazonas, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia, Tocantins. Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte.Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia. MatoGrosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Art. 4" Os recursos de que trata o art. 2' desta leiserão administrados. respectivamente, pelo Banco deDesenvolvimento da Amazônia SIA (região Norte).Banco do Nordeste do Brasil SIA (região Nordeste)e Banco do Desenvolvimento do Centro-Oeste (regiâoCentro-Oeste).
Parágrafo único. Nos municípios da Federação onde não haja acesso ao crédito finaneciro cspecial deque trata a presente lei. o repasse e administração dosrecursos serão chancelados pelas agências do Bancodo Brasil SIA através do Fipec (Fundo de Incentivoà Pesquisa c Ciência).
Art. 5'" O fundo específico FASE (Fundo de Apoioàs Atividades Sócio-Eeonômicas) do Banco do Nordeste do Brasil SIA administrará os recursos financeiros
4660 Sábado 10
da linha especial de crédito que trata o art. 2" destalei para o região Nordeste do Brasil, entendendo comopromitente usuário dos benefícios financeiros desta leias unidades de produção de álcool confinadas na áreafisiográfica dos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará,Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,Sergipe e Bahia.
Art. 6" O Fundo específico Fipec (Fundo de Incentivo à Pesquisa e Ciência) do Banco do Brasil administrará, exclusivamente, os recursos previstos nos parágrafos únicos dos arts. 2' e 4' desta lei, com autonomiapara o repasse compulsório nas regiões Norte, Nordestee Centro-Oeste.
Art. 7' O Banco do Desenvolvimento do CentroOeste administrará os recursos previstos no art. 2' destalei, para aplicação nos Estados de Mato Grosso, MatoGrosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, excluindo oque dispõe o parágrafo único do artigo segundo referido. Ao Banco da Amazônia S/A (BASA) ficaní subordinada a administração dos recursos na região amazônica.compreendendo os Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins.
Art. 8'" Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 9' Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
I - A defasagem no preço do álcool combustível(etanol) em relação à gasolina inviabilizou. temporariamente, a comercialização do álcool. Esta distorção desdobrou-se até ao nível do produtor primário da cana-deaçúcar (plantador de cana) que reduziu a sua área deplantio em virtude do desabamento do preço do :Hcool;
11 - o produtor primário sente-se, momentaneamente, desestimulado a plantar, em virtude do estrangulamento da liquidez do produto quando da entrega dacana-de-açúcar nas unidades de destilação. As usinasde destilação, por sua vez, desviam o perfil de produçãopara o açúcar em detrimento da produção de álc:ool;
IH-uma maneira de neutralizar, em parte, estesdesvios seria a introdução de novos produtos derivadosdo álcool, além do etanol, diversificando assim a linhade comercialização;
IV - a instalação de unidades de produção de etenonas destilarias de álcool diversificará a linha de comercialização das destilarias, neutralizando a erosão dospreços do álcool carburante;
V - existem duas vias de obtenção industrial de matérias-primas para se produzir plásticos:
(1) via petroquúnica, onde obtém-se o eteno a partirdo dicloro-etano. Tanto a nafta como o eteno permitemobter industrialmente toda a linha de plásticos (elastômeros, termoplásticos e complexos polivinílicos);
VI - o eteno é um derivado a\coolquímico utilizadocomo matéria-prima para a produção de phísticos, desde
. os elastómeros até os termo-plásticos, passando pejoPVC - complexo polivinílico e este amplo espectrode utilização do eteno certamente viabilizará a sua comercialização. neutralizando o desabamento dos preçosdo etanol, principal produto das destilarias, juntamentecom o açúcar.
LEGlSLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÓES PERMANENTES
CONSTITUIÇÃOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
........................... 'iiTüiCi·vi················ .Da Tributação e do Orçamento
CAPÍTULO IDo Sistema Tributário Nacioual
SEÇÃO VI
Da Repartição das Receitas Tributárias
Art. 159. A União entregará:I - o produto da arrecadação dos impostos sobre
renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, quarenta c sete por cento na seguinte forma:
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
c) tres por cento para aplicação em programas definanciamento ao setor produtivo das regiões Norte.Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituiçõesfinanceiras de caníter regional de acordo com os planosregionais de desenvolvimento ficando assegurado aosemi-árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à região, na forma que a lei estabelecer.
CAPÍTULO IIDas Finanças PUblicas
........................................................................SEÇÁO II
Dos Orçamentos
Ar!. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
§ 7" Os orçamentos previstos no § 5". I e 11, desteartigo, compatibilizados com o plano plurianual, terãoentre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
O SR. PRESIDENTE (F1oricenq Paixão) - Findaa leitura do expediente, passa-se ao
IV - PEQUENO EXPEDIENTE
Tem a palavra o Sr. Daso Coimbra
O SR. DASO COIMBRA (PMDB - RJ. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputadosem 8 de maio de 1878 circulava a primeira edição deO Fluminense, decorridos 111 anos, hoje, um dos maisimportantes e tradicionais diários entre os jornais denossa imprensa.
Como homem público, radicado na política c na vidaadministrativa do Estado do Rio de Janeiro, posso testemunhar, um fato notàrio na vida desse jornal. Refiro-me à coerência de sua linha eomportamental, retratada nos editoriais que se sucedem a cada dia. Nãohouve variações contundentes, ao sabor das mutaçõespolíticas ou sazonais. Houve uma linha de equilíbrio,voltada para a defesa da democracia, das liberdades,das garantias individuais e coletivas, do direito inerenteà vida e à propriedade. assuntos estes sempre tratadoscom absoluta isenção, mas dentro do primado do direitoe das tradições do povo brasileiro, da sociedade e dafamília do Estado do Rio de Janeiro.
No século passado, ainda era O Fluminense um jornalprovinciano, sem vôos maiores em direção a posiçõesmercadológicas no contexto nacional. O jornal soubemanter o seu destino, influindo no âmbito de sua circulação em favor das causas mais nobres, fazendo-o deforma desapaixonada, fiel à História, e constituindo-sehoje, através de seu extraordinário acervo, numa ricafonte de informações para estudiosos e pesquisadorese para quantos se interessam em conhecer as transmutações por que passou o Brasil e a Velha ProvínciaFluminense, nos últimos 111 anos.
E quando afirmo ser O Fluminense uma fonte deinformações históricas, assim o faço por conhecer onível da imprensa exercida e praticada pelo jornal. Suamarca indelével é a verdade. sem subterfúgios. semescamoteaçôes. sem disfarces, sem preconceitos, semo acobertamento de interesses dúbios, sem o enfoquetendéncioso voltado para atender a determinados segmentos ou a prejudicar instituições ou pessoas.
Atualmente O Fluminense vem experimentando umafase nova em sua feitura gráfica, adotando as mais modernas técnicas do setor, favorecendo a leitura e melhordistribuindo os assuntos em suas páginas. dentro deum progrma de atualização profissional implantado pelaequipe que desde há muito é dirigida pelo ilustre Jornalista e homem público Alberto Torres, que teve inciusive passagem brilhante pelo Congresso Nacional e pelaAssembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Como já afirmei em outras oportunidades. ao referirme a este jornal, sou seu leitor diário. Por isto, o queafirmo, não se constitui em elogio gracioso. mas sim
Junho de 1989
reconhecimento à realidade que marca um órgão daimprensa que se reconhece "fiel ao dever de servir àcomunidade fluminense, noticiando tudo o que lhe interessa de perto há 111 anos", conforme expressões deAlberto Torres. que ainda afirmou:
"Estamos. assim, sob esse ponto de vista, empenhados hoje, como estivemos no passado, em servireditorialmente o melhor possível à população doEstado."
Nota-se nas palavras do Diretor do órgão que o compromisso do jornal é eom a popnlação do Estado. Edisto são testemunhas os fluminenses que o leram aolongo deste centenário e mais uma década.
Quero registrar. de modo simples. mas sincero, omeu sentimento de alegria pelo transcurso dos i i 1anosde existência de O Fluminense, jornal que honra o Estado do Rio de Janeiro pelo respeito que tcm aos seusleitores e à verdade dos fatos. que narra com isençãoe atualidade.
Era o que tinha a dizer.
O SR. ANTÔNIO DE .JESUS (PMDB - GO. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente. em primeiro lugar, quero congratular-me com V.Ex'por estar na Presidencia dos trabalhos desta Casa, neste dia, e por terchegado pontualmente, na hora regimental.
A suspensão do mandato parlamentar não caracterizaperseguição a membros deste Poder. Alguns a interpretam até como cassação, mas é medida que tem amparoconstitucional. A partir daí, apljcar tal preceito é denOssa inteira responsabilidade. E necessário que estaCasa dê o seu exemplo na execução de preceitos constitucionais, para qlle os demais segmentos da sociedadepossam também acreditar que estamos aqui zelandopelo exercício da democracia.
O nosso País está realmente carente de medidas sensatas, coerentes e enérgicas, pois muitos brasileiros estão sedentos de moralidade. A partir dessa tomada deposição, ainda que aparentemente seja interpretada como perseguição a alguns colegas - isso jamais - voltoa repetir que se trata simplesmente da aplicaçãO deum preceito constitucional. Não se caracteriza perseguição a ninguém. É necessário que cada um de nósesteja bem atento, daqui para frente, porque toda asociedade está voltada para o nosso comportamento.
Creio que a restauração da. credibilidade política seinicia dentro deste plenário. E aqui que altas decisõessão tomadas e indubitavelmente serão refletidas dentroda comunidade. Acreditamos que nosso gesto, na aplicação do preceito constitucional, se refletirá em outrasmedidas que também poderão ser exercidas neste Parlamento, como outras Assembléias Lcgislativas, pois muitas podem estar incorrendo em determinados erros deausencia, dc omissão e de não-participação na finalidade para a qual foram elcitos seus membros.
O mesmo deverá acontecer com relação às CâmarasMunicipais. E esse comportamento, uma vez restauradaa dignidade deste Poder, contribuirá para o aperfeiçoamento das demais instituições do País.
Fica, portanto, minha palavra neste sentido. Digoa todos os colegas qne, mesmo que determinadas acusações nos provoquem lágrimas, pelo fato de nem sempreestarmos presentes em nossas bases, vamos representá·las com dignidade, principalmente aqui, onde o povonos enviou.
O SR, PAULO PAIM (PT - RS. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, gostaríamos, em primeiro lugar, de cumprimentar os companheiros do PSB que hoje realizam seu segundo congresso. Temos certeza de que estaremos juntos na grandefrente, para que. de fato, a ala progressista seja vitoriosanas eleições presidenciais que se aproximam.
Gostaríamos também, Sr. Presidente, de insistir notema da situação em que se encontram 60% dos trabal~adores brasileiros que ganham até um salário mínimo.E uma indignação, uma irresponsabilidade. uma faltade seriedade - diríamo~ até - essa brincadeira feitapelo Executivo com a população. com os trabalhadoresque ganham um salário mínimo, cujo líqúido corresponde somente a vinte dólares.
Vejam bcm. jamais na História deste País o assalariado brasileiro recebeu !ão pouco. Se analisarmos essaquestão econômica em todos os tempos, veremos que
.nunca o salário mínimo representou tão pouco.
Sábado 10 4661DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)-------------------Junho de 1989
Hoje os jornais estampam a liberação de preços deeletrodomésticos e de outros produtos, a inflação de16 a 20%, enquanto o salário mínimo continua congelado em 81 cruzados novos. De fato, é uma brincadeirairresponsável, que poderá fazer com que a populaçãoreaja de forma semelhante à que ~conteceu na Argentina. Não queremos isso.
Por isso, Sr. Presidente, uso a tribuna do Legislativo,esperando ter alguma ressonãncia no Executivo, paraque este. de uma vez por todas. sancione o salário mínimo que ainda está no vergonhoso patamar de 120 cruzados novos. que foi o único a que conseguimos chegar,equivalente a 30 dólares. Esperamos que isso aconteça.sem que o Governo espere o recesso legislativo emjulho. Aliás. creio que essa Mesa não permitirá, porrazões cabíveis, que haja recesso sem que uma sériede matérias de fundamental importância para a sociedade sejam aqui votadas.
Sr. Presidente, gostaria também de informar - oque já fiz numa questão de ordem durante esta semana- que o PT entrou com uma ação junto ao SupremoTribunal. Gostaria que o Supremo se pronunciasse. ea Câmara também, sobre a inconstitucionalidade dosartigos 14 e 15 da Medida n' 63, que penalizam, deforma totalmente arbitrária, mais de 14 milhões de aposentados.
Falo com muita tranqüilidade a respeito desse assunto, pois V. Ex" Sr. Presidente Floriceno Paixão, é umdos maiores batalhadores pela causa pública. Rendo-lhemerecida homenagem.
Conclamo todos os Deputados a que se somem anós, para que, antes que o Tribunal pleno se pronuncie,no exercício da soberania do Legislativo, declaremos,democrática c soberanamente, a inconstitucionalidadedos artigos 14 e 15 da Medida n' 63.
Era o que tinha a dizer Sr. Presidente.
O SR, PRESIDENTE (Floriceno Paixão) - Muitoobrigado a V. Ex'
O SR. DOMINGOS LEONELLI (PSB - BA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, deliberadamenteaguardei alguns dias para fazer um registro da nossaposição a respeito dos acontecimentos na China.
O constrangimento de constatar que o socialismo chinês precisa utilizar-se de tanques e balas para conterum setor de sua população, para nós socialistas, temum significado profundo e grave, que implica maiorreflexão de nossa parte do que a qualquer outra força.
Pelo que senti, ouvindo alguns pronunciamentos feitos nesta Casa, há uma efusiva manifestação de cruelalegria da direita com O que ocorre na China. Comemoram certos setores o fracasso do socialismo, a demonstração do que imaginam ser a inviabilidade dademocracia no regime socialista.
Todavia, Sr. Presidente, por mais erros que o socialismo tenha cometido, por maiores que tenham sidoos crimes do período stalinista. por maior que tenhasido a violência cometida, em vários países, contra seuspovos - e isso aconteceu, realmente - se fizermosuma conta matemática ou algum tipo de comparação.veremos que nada do que aconteceu chega perto doque já foi produzido, em matéria de crimes contra aHumanidade, de violência contra o homem, contra apessoa humana nos regimes capitalistas.
Não há, portanto, razão de alegria para ninguém.Não há o que comemorar, por parte de nenhuma força,nos acontecimentos ocorridos na China. Se a tortura,a violência, os massacres que a História já registrouem vários regimes capitalistas envergonham a Humanidade, significam para nós a razão para continuar nossaluta pelo socialismo e pela liberdade. Então, o massacreda Praça da Paz Celestial tem um significado muitoespecial. Na dura realidade das coisas, num regime delutas de classes, os interesses de determinada classepodem explicar a violência - até física - contra apopulação. mas nada mais se poderá compreender, eé isso o que nos constrange mais. Esta é a razão fundamental da nossa manifestação. A nós, socialistas, essesacontecimentos da China tocam profundamente, masnos dizem que não é suficiente mudar a estrutura econômica. Não é suficiente sequer construir um regime político e econômico que realize uma aprte do sonho humano - a igualdade. o acesso à comida, à educação, àroupa, à saúde - que foi a grande conquista da revolu-
ção chinesa. Não podemos esquecer que a revoluçãosocialista chinesa alimentou. educou, vestiu e deu dignidade humana a um bilhão de chineses. Por isso mesmoela teria maior responsabilidade; por isso mesmo dóimuito mais quando um erro tão profundo ocorre exatamente na campo do socialismo. Não podemos esquecertambém que é no campo do socialismo que ~e verificahoje uma verdadeira revolução libertária. E o úmcoregime d, mundo capaz de realizar uma revol ução porcima, como a que est,j sendo realizada na União Soviética. onde se está reconquistando a liberdade. náo sobrea base da desigualdade. não a liberdade da galinha eda raposa, mas a liberdade entre iguais. E era estatentativa de construir o socialismo com liberdade quea China ,;stava realizando e continua realizando. Manifesto aqui a convicção profunda de que o socialismotraz em si o germe da igualdade e da liberdade. E impossível pensar no socialismo sem pensar em liberdade,
Os socialistas de todo o mundo seráo capazes de construir o socialismo, a igualdade. mantendo. preservandoa liberdade. Nós socialistas do Terceiro Mundo, quelutamos nos países capitalistas. temos de absorver essaslições. Temos de compreender claramente que é naprópria:orstrução da transformação socialista.q~e seassegura a liberdade. Não basta construu o soclaltsmopara depois conceder liberdade. É preciso construir osocialismo em liberdade.
o SR. ROSA PRATA (PMDB - MG) - Sr. Presidente. Sr" e Srs. Deputados, em 1985, em Uberaba,foi criada a Bolsa de Arrendamento de Terras, atravésde ações integradas da Prefeitura Municipal, SindicatoRural e Associação dos Produtores de Grãos. A instituição inspirou-se na filosofia do Programa Campo Abertoque exercitávamos à frente da Secretaria de Estadoda Agricultura, baseada na ação participativa das entidades nos municípios.
A Bolsa de Arrendamento de Terras foi coordenadapelo enVio funcionário da Carteira Agrícola do Bancodo Brasil José Humberto Guimarães, onde atuou comdedicação e zêlo. Ela teve na região de Uberaba, precipuamente, a função de aprovpitamento de terras subutilizadas com vistas ao aumento da produção agrícola,elevação da renda municipal através do aumento dorCM..oferta de empregos no meio rural, conservaçãodo solo" conservação do meio ambiente.
Naquela época, 19R5. dos 450 mil hectares de terrasagricultáveis do município 50 mil estavam em disponibilidade.
Sob o lema "Quem tem terra e não vai plantar arrenda, e quem não tem terra. mas tem experiência e tecnologia. planta", a Bolsa evoluiu rapidamente.
As atividades foram surpreendentes, cabendo a cadaórgão integrante da Bolsa de Arrendamento de Terrasdesempenhar o seu papel.
A prefeitura fez a difusão, aproximou interessados,prestou assistência técnica e jurídica na elaboração doscontrato!;; o Sindicato Rural, a Associação dos Produtores de Grãos propagaram a idéia e estimularam seusassociados, o Banco do Brasil e demais entidades apoiaram'o programa; todos, enfim, se somaram no processoparticipativo sem qualquer ônus aos interessados pelosserviços prestados.
Os resultados foram excelentes porque. em 1986. foram inco rporados ao processo produtivo 16 mil hcctares; em 1987. 4 mil; em 1988 mais de 8 mil; e. em1989 (até agora) mais 6.300 hectares.
Ocuparam estas terras agricultores da região e outrosvindos do Sul do país, principalmente gaúchos, catarinenses e paranaenses.
O efei':o foi tão estimulante que no dia 31 de maiopassado (I Banco do Brasil e a Secretaria da Agriculturade Minas resolveram oficializar a iniciativa.
Atualmente, a Secretaria da Agricultura, demonstrando todo seu interesse na propagação da idéia, difunde c assiste tecnicamente a Bolsa de Arrendamentode TerraE, em todo o Estado e o Banco do Brasil, também. trabalha o Programa a nível nacional.
No meu entendimento esta é uma contribuição simples, prática e expressiva de ocupação do solo ao alcancede qualquer município que, tendo terras agricultáveis,subutiliza.das, queira vê-las ocupadas e produzindo alimentos.
Nesta oportunidade quero congratular-me tanto coma Secretaria de Agricultura de meu Estado, Minas Gerais, quanto com a Carteira de Crédito Agrícola doBanco do Brasil, que neste momento difundem e promovem um programa de grande alcance social e econômico para o nosso País. de modo especial, para o interiorbrasileiro.
Sr. Presidente. era o que tinha a dizer.
O SR. UBffiATAN SPJNELLI (PFL-MT. Pronuncia O seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs.Deputados. em boa hora, o Poder Executivo resgatauma antiga dívida contraída com os pioneiros da ocupação da Região Amazônica: os "Soldados da Borracha".
Como resultado das lutas e pressões, das quais tivea honra de participar como membro da AssembléiaNacional Constituinte, foi aprovado o art. 54 do Atodas Disposições Constitucionais Transitórias, que prcvêque "os seringueiros carentes recrutados nos termosdo Decreto-Lei n' 5.813, de 14 de setembro de 1943,e amparados pelo Decreto-Lei n' 9.882. de 16 de setembro de 1946. recebcrão pensão mensal vitalícia no valorde dois salários mínimos".
Estabelece, ainda, o texto constitucional que o benefício é estendido, também, aos seringueiros, que, atendendo ao apeto do Governo brasileiro. contribuírampara o esforço de guerra. trabalhando na produção deborracha. na Região Amazônica. durante a 2' GuerraMundial.
Os benefícios previstos neste dispositivo constitucional são transferidos, também, aos dependentes carentes.
Atendendo à exigência constitucional. o Poder Executivo, através da Mensagem n' 190/89, encaminhouà consideração do Congresso Nacional projeto de lei"regulamentando a concessão do benefício previsto noart. 54 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias".
Minha alegria, hoje, é dupla: em primeiro lugar porque vejo atendida uma reivindicação pela qual luteinesta Casa do Congresso Nacional e, em segundo lugar,porque, em toda minha vida pessoal e familiar, identifiquei-me com os seringalistas e seringueiros da região.,Meu pai. ex-Parlamentar, pecuarista e um dos maioresseringueiros do País, me ensinou a vivenciar a luta doseringueiro da Amazônia.
Vindo de todas as regiões do País, o sei-ingueiro nãohesitou em embrenbar-se na Região Amazônica, enfrentando dificuldades e desconfortos, a inclemênciado clima, os riscos da doença e os perigos inerentesà vida na selva.
O seringueiro realmente ocupou a Amazônia, alémde sua decisiva contribuição para transformar o Brasilno l' exportador mundial de b,orracha, responsável,naquela época, por elevados saldos positivos na nossabalança comercial.
Percebe-se. porém, hoje, um imenso contraste: õ seringueiro, que contribuiu decisivamente para lançar oPaís no cenário econômico e político internacional elivrar a nossa economia da dependência externa emrelação à aquisição deste insumo básico da indústrianacional. vive, hoje, uma situação de miséria. E o empobrecimento dos seringueiros acentua-se. cada vez mais.
A sua situação de miséria assume contornos belll nítidos: baixo nível de escol:l.rização, baixo nível de saúde.desnutrição, falta de saneamento básico - tudo issoconstituindo-se em determinantes básicos de alta incidência de doenças infecto-contagiosas e dos elevadosíndices de mortalidade geral e infantil.
Isto é uma grande verdade, porque na Amazôniaum milhão e quinhentos mil seringueiros e Poaeirosvivem no submundo, esquecidos, como párias da sociedade. Atualmente, só se dá atenção aos duzentos milíndios existentes no País. Não sou contra os índios,mas estamos fazendo uma grande injustiça com aquelesque ajudaram a conquistar a Amazônia. Inclusive, foicom o trabalho dos seringueiros e c<)m sua disposiçãode ocupar aquela Região que o Acre se tornou maisum dos Estados brasileiros. Então, não podemos concordar em que se faça um festival em torno dos índios,enquanto nossos irmãos caboclos vivem na penúria, namiséria, sendo vítimas da malária, desconhecendo atéquem é o Presidente da República e outras autoridades:Se não fosse a Rádio Nacional, certamente nem comunicação teriam com o Brasil e conosco,
4662 Sábado 10
Existe, hoje, na população de seringueiros, um verdadeiro ciclo vicioso da pobreza e da doença. cujos elementos determinantes são aqueles já por nós citados:carência endêmica de alimentação, habitação, saneamento básico, educação, saúde e emprego.
Insignificantes eram, até hoje, as ações do Poder PÚblico no campo da medicina preventiva e curath·a. Inexiste uma política permanente de assistência ao seringueiro. Apenas ações emergenciais para atender calamidades e surtos endêmicos.
Acreditamos que o envio deste Projeto de Lei peloPoder Executivo é o início do resgate de uma grandedívida.
O projeto começa a tramitar. Porém a tramitaçãodas propostas legislativas é historicamente lenta e burocratizada. Ela precisa ser acelerada porque os seringueiros, na sua maioria, não podem mais esperar. SeO projeto se arrastar por seguidos anos nas Comissõese nO plenário, talvez a clientela que dele se possa beneficiar já não exista mais.
Aproveito. então, a oportunidade para solicitar àslideranças partidárias que requeiram. nOS termos regimentais. urgência para a tramitação deste projeto delei.
Solicito, ainda, que, aprovada a lei, o Ministério daPrevidência acelere o cumprimento das exigências queestabelece o projeto, no ar!. 5', no que se refere aojulgamento dos pedidos de concessão do benefLcio dapensão mensal vitalícia aos seringueiros.
Muito obrigado.
oSR. AMAURY MÜLLER (PDT - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr' e Srs. Deputados,se a política é a arte do possível, parece impossívelque militem na vida pública, em cargos de confiança,como se políticos fossem, pessoas quc não têm a mcnortradição e que ainda conservam o ranço do antoritarismo e a veleidade de serem proprietários da verdade.
É o caso do Ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega.Funcionário do Banco do Brasil, talvez um brilhantefuncionário, mas incompetente, incapaz, irresponsável,porque vem conduzindo de forma equivocada a políticaeconômica do País, e agora. para ocultar o seu fracasso,para justificar os desmandos que tem cometido no comando da política econômica nacional. em São Pauloacusa a classe política de scr desinformada e de terparcela substancial dc responsabilidade pela crise queerode as energias nacionais e ameaça levar a Naçãoao impasse.
Não accito esse tipo de crítica, Sr. Presidente. Faleceao Sr. Mailson da Nóbrega. antes de tudo, autoridademoral para fazer gualquer tipo de acusação ao Parlamento brasileiro. E verdade que temos nossas fraquezase somos um Poder desarmado e, portanto. vuln'~rável
às arremctidas daqueles que ,não se conformam comos avanços da democracia. E verdade que, sendo oBrasil uma sociedade pluralista, o Parlamento é umproduto dessa situação. Aqui estão representados e ungidos pelo voto popular todos os segmentos da sociedade'brasileira, com todas as suas mazelas e equívocos,mas também com todas as suas virtudes. Nenhum denós, Sr. Presidente, em momento algum e, principalmente, quando o País vivia sob o tacão de uma brutale sanguinária ditadura. se omitiu dos seus compromissos, salvo aqueles incorrigíveiS que conquistam seu mandato a peso do dinheiro e fruto do poder econômico.
Por isso mesmo. quero devolver com veemência asacusações que o irresponsável Ministro Mailson dia Nóbrega fez a este Parlamento, na certeza de que outrasvozes se ergueram em defesa de uma instituição quenão é tão corporativista assim e que não cuida d,~ seusinteresses. colocando-os acima dos interesses do povobrasileiro.
Os fatos são irretorquíveis. O PDT, especialmente,e os partidos que têm uma identidade maior com osofrimento e a opressão da sociedade brasileira, sempresustentaram aqui teses progressistas, identificada,; comas aspiraões e os anelos do cidadão oprimido, exploradoe marginalizado. Prova é a Assembléia Nacional Constituinte, que chegou a um texto que, se não é o melhor,pelo menos contempla, em tern:tos de direitos sociais,basicamente as prerrogativas essenciais e f!,ndamentaisdo trabalhador brasileiro.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Agora. se o Sr. Mailson da Nóbrega serve a outrosenhor, serve a um governo que voltou as costas paraa sociedade, para a História e para o povo. a estóriaé outra. Se S. Ex' serve ao capital estrangeiro, ao latifúndio, aos banqueiros, que vá prestar contas aos seussenhores, mas não venha jogar pderas em um telhadoque é sabidamente fn\gil, mas certamente é mais forteque o seu. que é de um vidro extremamente fino.
Sr. Presidente, queria também, além de rebater asacusações inoportunas, injustas e hipócritas do Sr. Mailson da Nóbrega, lembrar que ontem transcorreu o 25"aniversário da cassação do ex-Presidente Juscelino Kubitschek. Foi uma das vítimas do rcgime militar e, apesar de penalizado pelo que não cometeu, apesar deser vítima de um regime que até ajudou a construir.em certo momento. não guardou qualquer rancor eestendeu a mão àqueles que o apedrejaram e o agrediram. Mas, como ele, muitos de nós sofremos os horroresdo regime militar, que muitos querem agora desarquivar, na equivocada ilusão e não vã esperança de salvareste País.
Sr. Presidente. este País será salvo por todos nós,na medida em que nos convencermos de que a democracia. por mais errada que seja, é o úrúco caminhocapaz de construir uma sociedade mais solidária, maisjusta, mais igualitária e. sobretudo. mais humana.
Estamos próximos de uma eleição presidencial, quando, após trinta anos de absoluta abstinência, de supressão de direitos fundamentais, o povo brasileiro voltaráàs urnas para eleger o seu Presidente. Sei que há pesquisas, manipuladas ou não, indicando supostas preferências por gente que não tem qualquer identidade como povo, que não tem cheiro de povo e que está. peloseu passado, ainda que seja um passado conspurcadopor compromissos subalternos com elites e minoriasprivilegiadas, à frente deste processo de consulta à opinião pública. Mas pesquisa não ganha eleição. E a grande pesquisa se fará no dia 15 de novembro, quandoo povo se reencontrará consigo mesmo e assumirá estesério c histórico compromisso de indicar, pela sua vontade soberana, um Presidente que possa corresponderàs suas reivindicações e ao exercício pleno dos seusdireitos.
É nesse sentido que manifesto a minha convicção,albergo e agasalho a minha certeza de que o povo brasileiro, consciente de que continua sendo explorado porgovernos ilegítimos que servem apenas aos donos daterra, aos donos do dinheiro, saberá fazer a sua opção- c aí aparece a figura extraordinária do ex-Governador gaúcho e do Rio de Janeiro, Leonel Brizola.Não me importa que as pesquisas digam o contrário,importa-me apenas que no dia 15 de novembro o povobrasileiro dará a sua contribuição para ajudar a salvareste País e a reconstruir esta Nação. colocando no Palácio do Planalto alguém que tenha compromissos comele, com a História e com' o futuro deste Brasil, e aía porca torcerá o rabo e Brizola chegará ao Paláciodo Planalto nos braços do povo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
o SR. AUGUSTO CARVALHO (PDC - DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Sr~ eSrs. Deputados, se pretendermos, um dia. examinara crônica médica no que se refere aos hospitais e clínicascredenciados pela Previdência oficial, iremos depararnos com cenas horripilantes.
A Previdência oficial, a cada instante, mostra-se nabacarrota. Crises se sucedem a crises. e o Governonão encontra outra solução, senão arrancar mais e maiscruzados dos assalariados, embora eles sigam recebendoa pior assistência possível; uma assistência que, nãoé exagero afirmar, beira à selvageria.
Faço questão de anexar a essas minhas palavras cartaque venho de receber de colega de trabalho, no Bancodo Brasil. Não sei se nos comove a pungência de seustermos. Nao sei se nos revoltam as condições em quese viu assistido seu pai.
Tudo sob credenciamento do INPS, o que sabemos Srs. Deputados, representa cobertura completa detodos os gastos, com exclusão de deslocamentos, compassagens. hotéis. .
Nada disso, Sr. Presidente, SI'" e Srs. Deputados.A questão chega ao nível da mais sórdida chantagem,já que não se trata apenas de valores monetários. de
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cobranças indevidas e absurdas, mas, barbaramente,de jogo cruel com uma vida humana.
O pai desse colega chega ao Hospital da BeneficênciaPortuguesa. em São Paulo, e é encaminhado à equipedo Dr. José Pedro da Silva. Constata-se a gravidadede sua cardiopatia, a necessidade urgente de cirurgia.Alega-se estar lotado o hospital, mas se admite que,com o pagamento de taxa extra elevadíssima - quasetrês mil cruzados novos - tudo se resolveria. Seu filhoaceita as condições - que fazer? Sobrevém. contudoviolento infarto. e mais e mais se atrasa a cirurgia,diante de novos encargos. sem o que nada se faria.Tudo pago, tudo absurda e ilegalmente pago. O pairecebe assistência completa. mas falece.
Entre seu ingresso na Beneficência e seu falecimento.desenrolou-se toda a tragédia do trabalhador que buscao instituto. toda a tragédia desse tipo de credenciamento, que transfere recursos públicos para a iniciativaprivada, iniciativa que, ainda que no terreno médicovive exclusivamente para o lucro imediato. sendo a morte o seu instrumento de chantagem.
Levo essa denúncia a todos 05 Srs. Deputados, equero lev,í-la à Nação, para que, Brasil afora, todosvenha a fazer as mesmas denúncias, quanto ao comportamento onzenário e desumano dessa gente, que esquece seu sacerdócio médico e investe furiosamente noterritório do lucro a cada dia maior.
A Previdência oficial, corrigindo distorções dessa ordem, impedindo os descaminhos por onde transitamtantos e tantos recursos da Nação, poderia. não temosdúvida, impedir essa endemia de déficits e. melhor ainda, oferecer ao povo trabalhador um atendimento maisdigno, mais humano.
Sr. Presidcnte, anexo carta que rccebi desse colegae um relatório pormenorizado de todas as etapas daverdadeira via crucis que ele e seu pai - que veioa falecer - tiveram dc percorrer, jogados sem assistência, aguardando a chantagem se consumar.
Creia. Sr. Presidente. é uma denúncia corajosa, feitapor csse colega, acerca da forma impiedosa e vil comohoje se procede, tanto na própria rede de hospitaisoficiais, como, principalmente, na rede de hospitais credenciados do INPS. A iniciativa privada, sorvendorecursos públicos fundamentais, mas scmpre na buscade propina, de elevar a sua margem de lucro, penalizaduramente os assalariados, que não têm outro recursosenão procurar a Previdência oficial para acudir suasenfermidades.
Sr. Presidentc, solicito transcrição desse relatório.para que esta situação seja denunciada perante a Nação.
ANEXO A QUE SE REFERE O DEPUTADOAUGUSTO DE CARVALHO.
BANCO DO BRASIL S.A.DIREÇÃO GERAL
Brasília (DF), 2-6-89Estimado amigo e Deputado Federal Augusto,Solicito-lhe encarecidamente que leia, com atenção,
que o caso requer o relatório em anexo, e com suabrilhante e costumeira participação na Câmara, façaccoar com sua voz respeitada em todas os quadrantesdeste País, esta denúncia que passo às vossas mãos.
A nossa família agradcce antecipadamente. na certeza de que através da sua colaboração a Nação e principalmente aqueles pobres dependentes do INPS serãoalertados para os desmandos reinantes no Hospital daBeneficência Portuguesa, notadamente, por parte daEquipe Cardiológica do Dr. J.P. da Silva, leia-se, JoséPedro da Silva.
Dó seu amigo e colega. - Luiz Tomé, DEASPIPRODI-212-2467/68
ALERTA À NAÇÁO E AOS BENEFICIÁRIOSDO INPS/INAMPS
Denúncia contra a equipe do Dr. José Pedro da Silva- Cardiologista do Hospital da Beneficência Portuguesaem São Paulo (SP) - Em 12-5-89 (sexta-feira), em caráter de urgência, meu pai Luiz Tomé de Araújo. foiencaminhado de Campina Grande (PB) para o citadohospital em São Paulo (SPl, mais especificamente, paraa Clínica Cardio-Cirúrgica J.P. da Silva. para submeter-se a uma cirurgia de ponte de safena, com a informação de que à exceção das despesas com a viagem ehospedagem antes da internação "tudo" seria por conta
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do iNPS: porém, o que se verificou naquele nosocômiofoi algo digno de filme do. tcrror, como passo a relatar:
a) A consulta (previamente marcada por telefone pelo médico do meu pai em Campina Grande (PB), Dr.Fernando Lira) para o dia 15-5-89 (segunda-feira) às17horas, não estava confirmada e, só dcpois que efetuamos o pagamento de NCz$ 64,00 (preço de particular)foi realizada no dia 16-5-89 (terça-feira) às 17horas e30 minutos, pela Dr' Sandra Ribeiro Machado, médicada equipe, que solicitou/marcou cxame de cateterismopara o dia IR-5-R9 (quinta-feira) às 7horas, encaminhando-nos ao Cetrocard do Inamps para as providênciasde praxe (autorizaçãolintcrnação);
b) o cateterismo foi realizado no referido hospital(pelo (Inamps), no dia e hora aprazados, com alta pré-fixada para às 15horas;
c) por volta das 13horas (do mesmo dia) fui chamadoà sala da equipe para receber o resultado do cateterismotendo sido informado pelo cirurgião Dr. Marcelo Cascudo que o caso era grave e que o mesmo teria de seroperado "talvez" na terça-feira (23-5-R9), devendo "sepossível" permanecer' internado no hospital, encaminhando-me em seguida para a secretária da "equipe"para receber as "informações necessárias";
d) a secretária levou-me para uma sala reservadamantendo o seguinte diálogo comigo;
- Seu Luiz lamentamos informar que o hospital estátotalmente lotado, embora dispondo de aproximadamente 2.700 leitos, não temos vagas, seja nas enferma·rias, apartamentos ou mesmo UTI;
- E como é que fica? perguntei;- O Sr. sabe que o INPS paga muito pouco, esta
operação é muito dispendiosa, se particular gira emtorno de NCz$ 100.000,00, por isso, estamos autorizados por lei (mostrou·me um exemplar do DOU plastificado) a cobrar uma taxa complementar.
Perguntei-lhe o valor da taxa.- Estamos cobrando a pequena quantia de NCz$
1.331J,00_ que não cobre nem a dcspcsa com o combustível necessário ao deslocamento da equipe.
Disse-lhe que aquilo era am assalto; ela falou-meque eu não era obrigado apagar, caso não pudesseou quisesse, só que neste cow, a equipe não tomarianenhuma providência, o meu pai teria alta às 15horase nós teríamos que diariamente deslocar-nos para oINPS para tentar uma vaga, e isto, poderia demorartalvez 1 (hum) ano ou mais.
Isto é um absurdo! bravejei, vou denunciar a quemde direito,
Calma seu Luiz, as coisas devem ser rcsolvidas comcalma, olhe, no caso de efetuado o pagamento o seupai vai ter alta às 15horas, no entanto, O senhor deixaum telefone para contacto, e a "equipe" fica encarregada de providenciar uma vaga, e isto nós conseguimosno máximo em 15 dias.
Lembrei-lhe que a situação do meu pai era gravee de urgência, conforme informou o Dr. Marcelo eque ele não poderia esperar 15 dias.
Seu Luiz, não terminei ainda as explicações. o senhorestlj muito nervoso, ém caso de urgência a taxa é deNCz$ 2.660.00, aí sim, o seu pai não terá alta e a operação será realizada na terça-feira (23-5-89) às Rhoras.
A senhora não acabou de informar que o hospitalcstá lotado e que não tem vaga nem na UTI, comoé que ele vai ficar internado?
Não se incomode que a gente consegue.Expliquci-lhe que não estava preparando para aquela
despesa e pedi um desconto.-Desconto não podemos conceder, o que podemos
fazer é dividir em dois pagamentos de NCz$ 1.330,00cada.
- Preciso de um prazo para contactar os meus familiares na Paraíba e no Pará para conseguir aquela importância~
~ Seu Luiz, considerando que a operação do seupai vai ser na terça-feira (23-5-89) o pagamento podeser efetuado na quarta·feira (24-5-89) NCz$ 1.330,00,ficando o segundo para 24-6-89 (concordei).
De imediato ela retirou o nome de um paciente queestava marcado para operar-se na terça-feira (23-5-89)às 8horas e substituiu pelo do meu pai. diante da minhaindignação, esclareceu·me que aquela cirurgia não erade urgência e ficaria para outra data próxima; após,forneceu-me a papelada para as providências de praxeno Inamps (guia de internação/cirurgia) e orientou-me,
inclusive, como c)everia responder às perguntas que certamente me seriam formuladas no Inamps (Cetrocarddo InaJTlps sito à rua Martins Fontes, 208).
2. M 15hor~s daquele dia (18-5-89), de posse dadocumentação ~irigi-me ao endereço citado e, procedendo conforme instruído. consegui a autorização parainternar/ope-rar o meu pai.
3. Quando retornei ao hospital por volta das 18ho·ras fui informado de que neste interregno o meu paiteve um enfarto' violento seguido de parada cardíaca,estando. naquele momento. sobre a maca (devidamenteassistido). aguardando apenas o meu regresso para os"acertos" após o que seria.encaminhado ao centro cirúrgico.
4. Que "acertos" perguntei indignado?-O pagamento, disse-me cinicamente a secretária;Já sem controle, lembrei-lhe que havíamos acertado
o pagamçnto para quarta-feira (24-5-89); respoudeu-mecom mais cinismo e frieza que a situação agora eraoutra. tratava-se do. uma emergência e, portanto, o pagamento tinha que ser efetuado naquele momento; perguntei-lhe já aos gritos: E se não pagar ou não tiverdinheiro ou talão de cheques aqui e agora o meu painão será op'orado?
Respondeu-me apenas com gestos na boca e nas mao,como quem diz: "O senhor é que sabe".
5. Diante daquela situação, sabendo das dores dilacerantes qU(' o meu pai estava sentindo, sucumbi à exigência e efetuei o pagamento.
6. Imediatamente manteve contacto telefônico coma sala onde meu pai se encontrava dizendo que podi;Wlprovidenciar a cirurgia que estava tudo certo.
7. A operação iniciou-se às 20h daquele dia(IR-5-89) indo até às 3h do dia seguinte, fazendo 5(cinco) pontes safenas e 2 (duas) mamárias, vindo noentanto, a falecer à lOh30min do domingo (21-5-89).
8. Ressaltc-se_ que após efetuados todos os pagamcntos t:xigidos, não faltaram atenções ao meu pai,tendo sido utilizados todos os meios ao alcance da Medicina para a sua salvação, segundo informações da equipe.
9. Faço esta denúncia à Nação, não em virtude damorte do meu genitor, pois nada trará ele de voltaao nosso convívio mas, principalmcnte, para aquelesbcneficiários do INPS que se deslocam para a Beneficência Portuguesa com a ilusão de que ali serão atendidos pelo INPS c, ao se depararem com a realidade,por não poderem pagar as "taxas extras" morrem àmíngua, :;em o mínimo de assistência.
Obs.: .-Todos os pagamentos foram efetuados comcheques nominais, com recibos, exceção aos anestesistus que se recusaram a fornecer recibos.
Brasília (DF), I' de junho de 1989. - Luiz Toméde de Ar:aújo Filho - SHCGN-714-Bloco "j"-Casa 21- Asa Norte - 70.760 - Brasília (DF) - Fone: 212-2467
O SR. INOCÉNCIO OLIVEIRA (PFL - PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a nova Constituição, ao tratar da Ordem Social, estabelece (art. 193) que esta "tem como baseo primad~o do trabalho e como objetivo o bcm-estare a justiça sociais", e, na seção que trata da PrevidênciaSocial (art. 201), dispôe no parágrafo 5', o seguinte;
"Nenhum benefício que substitua o salário decont1Cibuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo."
Ora, Srs. Deputados, se os benefícios do seguradonão podem ser inferiores ao salário mínimo vigente,não parece justo que aqueles que trabalham para aPrevidência, como é o caso 'dos representantes do Funrural, est,~jam percebendo remuneração inferior ào salário mínimo, em flagrante desacordo com o princípioconstitucional relativo à ordem social e com as diretrizestraçadas peja nova legislação pertinente à PrevidênciaSocial. .
Trago "ste assunto à consideração dos Srs. Deputadosem virude de estar recebendo vecmentes apelos de representantes do Funrural com atuação nos inúmerosmunicípios do interior pernambucano, no sentido decorrigir O que consideram uma' injustiça perpetrada contra eles, qual seja, a percepção de salários mensais deNCz$ 40,00, NCz$ 60,00, o maior a nível de NCz$ 90,00quando o salário mínimo atual ficou estabelecido emNCz$ 120,00.
Vale notar que os representantes no Funrural queservem nos municípios interioranos desempenham umtrabalho relevante, do ponto de vista administrativoe até mesmo social, uma vez que são encarregados dadistribuição dos carnês aos segurados das áreas ruraisurbanas no interior, ao mesmo tempo em que se ocupamdos trâmites burocráticos relativos à concessão de benefícios e, inclusive, à aposentadoria de trabalhadores,além de, em muitos casos, representarem o próprioórgão da Previdência Social nos municípios onde atuam.
Tendo acolhido com bastante compreensão e a melhor boa vontade os reclamos dessa injustiçada classede servidores da Previdência Social, reclamos que, inclusive, levei ao conhecimento do Sr. Ministro da Previdência Social. quero reiterar aqui, desta tribuna, osapelos feitos a S. Ex', cuja sensibilidade e espírito público têm marcado a sua atuação à frente do Ministérioda Previdência e Assistência Social, no sentido de corrigir essa desigualdade de remuneração atribuída aos representantes do Funrura!. Seria naturalmente justo queo Sr. Ministro Jáder Barbalho determinasse o paga·menta imediato do salário mínimo vigente àqueles servidores, acrescido de um reajuste de ordem de 25%,50% e 75%, de acordo com o nível de classificaçãofuncional atribuído aos mesmos. conforme as normasinternas da adminsitração do Funrura!.
Estou certo de que, assim fazendo, o Sr. Ministrocorrigiria uma injustiça, tranqüilizando e estimulandoessa operosa classe de conveniados da Previdência esuas famílias.
Muito obrigado.
O SR. JOÃO DE DEUS ANTUNES (PTB - RS.Sem revisão do orador.') - Sr. Presidente, Sr'> e Srs.Deputados, estivemos ~iajando, há poucos dias, pelaAlemanha, em busca do. recursos, mi área internacionalde filantropia, para a nossa comunidade evangélica.
Durante os dias que ali ficamos, tivemos a oportunidade de tomar conhecimento do avanço tecnológicodaq ue le País. Muito nos impressionou o cuidado dasautoridades com referência à ecologia. bem diferentedo que ocorre no Brasil. Poderíamos até, se fôssemosfazer uma comparação. dizer que estamos atrasados,em relação à Alemanha, mais ou menos cinqüenta anos.Não vimos ali uma queimada de mata, uma derrubada.E, para que se faça alguma coisa nesse sentido, é precisoque se tenha permissão da autoridade do condado.
Procuramos também examinar o problema da importação de automóveis. Ali não existe este jugo que temosno Brasil, onde uma Autolatina tomou conta do mercado automobilístico. Faz o que quer. impõe condiçõese preços, e temos de nos obrigar àquilo que se determina,
O Governo ali abriu a importação para automóveisestrangeiros, mas nem por isso perdeu na qualidadedos seus produtos.
Pelo contrário. melhorou a qualidade dos seus veículos.
Mesmo com a entrada de dezenas e dezenas de marcasde veículos estrangeiros, a Alemanha continua em primeiro lugar na venda dos seus veículos. Estamos aquisubjugados. Foi-nos oferecido um veículo para ser trazido ao Brasil, mas constatamos, ao final, que tcríamosde pagar quase 300% de impostos para trazê-lo. Iriasair-nos por nove mil cruzados uma Mercedes 84, queaqui certamente custaria na base de 200 mil cruzados.
Sr. Presidente, a partir destc momento, estamos procurando um entendimento com o Ministério da Fazen·da, a fim de dar a oportunidade para que, no Brasil,também tenhamos esses privilégios que as nações daEuropa têm, Constatamos que lá não se verifica cssàimposição, porque existe melhor qualidade nos veículos. Também as empresas não deixam de produzir, porque, a partir do momento em que outros mercadosaparecem para competir com aquilo que se tem dentroda Nação, o mercado interno tem de se desdobrar paraapresentar qualidade ainda maior nos seus produtos.
Constatamos também que lá existe uma lei muitorigorosa para as empresas poluidoras. As fábricas sãoobrigadas a apresentar, no seu produto final, algumacoisa que passe por uma fiscalização rigorosa, e nadaé largado como dejeto dentro de ria.chos, rios, etc. Primeiramente, tem de passar por um filtro, por um processo, e as autoridades acompanham esse trabalho diariamente. Não se vê lá o que ocorre constantemente aqui,
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ou seja, empresas - como acontecem em CulJatao largando toneladas e toneladas de matéria poluente.Vale ressaltar que Cubatüo foi considerada a ~idade
mais poluidora do mundo.Estamos, Sr. Presiçlente. realmente impressionados
com o que vimos. E, a partir daquilo que ohservamose aprendemos in loco, voltamos com nossa mentalidadecompletamente mudada. Vamos, então, -e já falamoscom alguns Líderes desta Casa - começar a participarmais, inclusive já nos incorporamos aos movimentosecológicos que, embora pequenos, incipieutes, esperamos que se tornem grandes e reconhecidos nest,~ País.Pretendemos trabalhar em favor da ecologia, da preservaçáo da fauna e de tudo que possa trazer benefíciopara esta Nação.
Sr. Presidente, chamou bastante a nOssa atenção aliberdade existente para a importação de produtos estrangeiros naquele País, enquanto estamos cerceados,no cabresto, impedidos de dar qualidade maior paranossos produtos, porque uma mcia dúzia de empresasprivilegiadas estão fazendo aquilo que náo desejamos.Elas nos estão trazendo no buçal, dirigidos. Esperamosque, com o passar do tempo, tenhamos a oportunidadede modificar esse estado ele coisas.
Durallte o díscurso do Sr. João de Deus Amunes,o Sr. Floriccllo Paixão, Suplente de Secretário; deixa a cadeira da presidência, que é ocupada peloSr. inocêllcio Oliveira, l' Vice-Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) -. Tema palavra o Sr. Elias Murad (Pausa).
O SR. ELIAS MURAD (PTB - MG. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Se' e Srs. Deputados,assomo à tribuna para fazer uma queixa e uma denúncia.Levantei-me, esta manhã, às 5h15min - isso não querdizer que eu não goste de uma boa cama - e dirigi-meao Aeroporto Internacional de Brasília, a fim de tomaruma aeronave da Varig. às 6h45min, com desdno aBelo Horizonte. Entretanto, Sr. Presidente, Srs. IDeputados, depois de marcada a passagem e recebida a ordem para o embarque, fui informado, sem maiote~;detalhes, de que o avião estava atrasado.
A denúncia que desejo fazer é a de que as companhiasaéreas brasileiras não dão a menor satisfação aos usuários. Não se interessam sequer por informar o que realmente está ocorrendo. Quando chegamos um minutodepois do prazo, perdemos o lugar. Mesmo sendo :representantes do povo, autoridades ou o que for, essa,; eompanhias não levam isso em conta. E satisfação aos usuários elas não dão.
Depois de muita insistência e procura, ficamos sabendo razão do atraso. Pasmem,cclSr. Presidente, Srs. Deputados: disseram que o piloto não apareceu. O :pilotosumiu. Pergunto: é possível uma, cnmpanhia do porteda Varig não ter um piloto reserva'? Quando indaguei.responderam; "Não, este que sumiu já é o re~jerva.
Quer dizer, o outro, não se sabe sequer onde anda.Vejam bem. não dão a menor satisfação.
Estou hO.ie ueste plenário, quando já deveria estarem Belo Horizonte cumprindo compromissos importantes que assumi na capital mineira. alguns deles atérelacionados com Comissões e órgãos que presidimosneste Parlamento. E o mais interessante da história,Sr. Presidente, Srs. Deputados, é que essa companhia,que, como disse na semana passada, já foi um dos orgulhos dos transportes aéreos nacional e internacional,está decaindo a olhos vistos. Basta dizer que, há poucotempo. foi feita denúncia, comprovada depois, de contrabando de uma tonelada de cocaína do Rio de Janeiropara Miami, num dos vôos de carreira da Varig.
O requerimento que dirigimos à Mesa, com parecerfavorável de V. Ex', é um pedido de esclarecimentosàs autoridades brasileiras e ao Presidente da Varig :;obreesse fato nebuloso.
Se fossem somente alguns quilos, ainda poderíamosprocurar uma explicação, mas não se faz contrabandode uma tondada de drogas sem a conivência de altasautoridades da instituição. No entanto. apenas um exfuncionário foi preso e dois subalternos denunciados.
Quero registrar o meu protesto contra dois fatos:primeiro, o descaso com que essa companhia está tratando seus usuários. Costuma-se criticar as estatais eelogiar as empresas privadas. Entretanto, é de justiçaque se cdiga que os serviços da estatal da Vasp '~stão
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mil vezes melhores do quecos d.essa empresacparticular.Segundo, o tráfico de drogas por aquela empresa, manchando a figura tradicional do transporte aéreo brasileiro e o nome do País.
Não é só uma revolta quanto ao mau tratamentodispensado àqueles que usam seus aviões de carreira.Não é só isso. Já fiz a mesma denúncia do contrabandode drogas. duas vezes, desta tribuna. e até hoje estamosesperando os esclarecimentos da Presidência da Varigou de algum outro diretor que seja o responsável pelotransporte aéreo internacional. Estamos sem qualquerresposta ou esclarecimento atê hoje.
Quero, portanto. da tribuna desta Casa. que constituia voz dos reclamos de toda a população brasileira, registrar esses dois fatos lamentáveis: o descaso pelos usmírios e a indiferença da empresa pelos problemas causados, e mais. a profunda admiração pela justificativa apresentada.
Além disso, mais uma vez quero reafirmar o requerimento de informação para que a Varig esclareça. demancira adequada, não só para nós, mas para todoPaís, aquele contrabando de uma tonelada de coeaína.do Rio de Janeiro a Miami, em um vôo de carreira.Caso contrário. continuaremos a afirmar que, no tráficode drogas ou entre os traficantes, no Brasil, há umadiferenç'l maciça: o pobre vai para a cadeia, e o ricopara a Suíça. Muito obrigado. Sr. Presidente.
O SR. JOSÉ FERNANDES (PDT - AM. Sem revisãodo orador.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, a situação no País está ficando cada vez mais jocosa. Aparece,por exemplo. nas disputas presidenciais, um candidato('"sultão''. ""caçador de marajás l
', que se s'abe haver contratado a maior marajá do Brasil, uma servidora, porcerca de 23 mil dólares mensais. Ao mesmo tempo,sob o manto da hipocrisia, apresenta-se ao País como"caçador de marajás". (Palmas nas galerias.) É um "sultão" com seu mandarinato. Por Outro lado, é um homemque deveria, pelo menos, reconhecer as dificuldadesdo trabálhador brasileiro e das diversas elasses sociais,com exceção daqueles que têm suas atividades protegidas pelos diversos cartórios estatais do País.
Hoje o Sr. José Sarney, nO famoso programa de rádio"Conversa fiada" - ao Pé do R,idio" vem acusandogenericamete o Congresso Nacion'll. através dos seusParlamentares. Para obrigar-nos a tolerá-lo por maisum ano de desmando, juntamente com seus ministros,o Sr. Sarney exerceu pressões e concedeu favores paraobter os votos que lhe permitiram ficar cinco anos.
É interessante observar também que não foi este Congresso que começou a promover o maior arroeho salarialda História deste País, que hoje nem consegue se alinhar, ou, pelo menos, se nivelar a qualquer outro queesteja entre os vinte primeiros do mundo, em termosde desenvolvimento. É o país onde a remuneraçüo dosfatores do trabalho está mais diminuída e achatada emtodo o mundo. Atualmente - segundo cáleulos de especialistas nüo chegam a ter sequer 30% de participaçaoda remuneração do trabalho da massa salarial em relação ao Produto Interno Bruto.
Nüo fomos nós que iniciamos o Plano Cruzado, aquele famoso engodo, aquele estelionato eleitoral, paratentar ganhar eleições enganando a população brasileira. Lamentavelmente o Presidente Sarney engana-sequando pensa que, atacando o Congresso. tentandodenegrir. como um todo. esta Casa c também o SenadoFederal, vai-se livrar das mazelas dos erros e das irresponsabilidades que proliferaram em seu Governo. Eo Ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega. vem hojetambém querendo "tirar uma casquinha" dos políticos.Acl~o até que, se há algum pOlítico que S. Ex' saibater cometido algum erro ou estar envolvido em algumtipo de negociata - por exemplo, já estamos falandono assunto, aqueles que andam pela Caixa Econômica,pelo BNDES, pela Sudene e assim por diante - queindique ao País seu nomec, informe o fato e tome providências, porque esta é sua obrigação. Estará evidentemente, incorrendo em crime se não tomar providênciassobre o que sabe. Ao vir. porém, desfazer dos políticosbrasileiros, dizendo inclusive que os que formularampropostas foram os que conseguiram properar, demonstra total desinformação.
Vou dar, portanto algumas alternativas ao Sr. Mauson da Nóbrega. Em vez de vir acusar às cegas, semcitar nomes, sem nada, o Sr. Maílson deve fazer algumas
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coisas. Por exemplo: quem sabe o Sr. Ma,1son, Ministroda Fazenda, que tem obrigação de tomar medidas contra a corrupção, não poderia resolver o problema dosaque. do assalto ao Basa. provocando um rombo de30 milhões de dólares a este banco'? Quem sabe o Sr.Manson não pode apurar os escândalos do Ministêrioda Indústria e do Comércio oU !BC? O que o Sr. Maílsontem a dizer ao povo brasileiro em relação à corrupçãona Sudepe'? Se quiser, S. Ex' ainda pode contribuircom o Tribunal de Contas da União. Hoje, o mesmojornal em que o Sr. Maílson acusa levianamente a todos,noticia que o 'fribunal de Contas da União apura atos,de corrupção no IAA, cujos ex-diretores estão sendointimados a devolver o dinheiro.
Enfim, é preciso que neste País os homens tenhampelo menos sinceridade nas suas palavras e, sobretudovergonha moral, para não fazerem acusações indevidas,genéricas.
Que o Sr. Maílson cuide de trabalhar para diminuiro índice de corrupção inaceitável do Governo a quepertence.
Esta é a colocação que faço. para que S. Ex' nãocontinue nessa tentativa de apagar os seus erros e assuas corrupções em cima do Congresso Nacional. indistintamente. Se o Ministro conhece algum Congressistasobre quem recaia qualquer acusação de prática de corrupção ou deslize, que possa colocá-lo diante da justiçamoral legal do País. que indique o nome desse Congressista, mas que mio ofenda a todos, numa leviandade,numa irresponsabilidade inominável para aqueles quequerem bem representar o povo brasileiro.
O Sr. Miro Teixeira - Sr. Presidente. peço a palavrapela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.
O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT - RJ. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presideute, como não vejo avulsossobre a bancada, gostaria de saber se hoje temos algumprojeto em discussão e se há Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (fnocêncio Oliveira) - Nassessões de segundas c sextas-feiras não haverá Ordemdo Dia.
O SR. MIRO TEIXEIRA - Agradeço a V. Ex' oesclarecimento.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o Sr. Jorge Hage.
O SR. JORGE HAGE (PSDB ~ BA. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. ontem, a Comissão deEducação da Cámara dos Deputados recebeu a visitado ilustre Ministro da Educação, convidado a dar seudepoimento e a trazer suas propostas ao Projeto deLei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, quese elabora neste momento naquela Comissão.
De fato, este foi o momento em que se efetivou,na prática, exemplo concreto daquilo que pode representar a col'lboração entre o Poder Legislativo e órgãosdo Poder Executivo. E a impressão deixada. no conjunto, pela proposta do MEC para a nova Lei de Diretrizese Bases da Educação não foi altamentc favorável. Aproposta que deverá vir do Ministério da Educaçãoparece ser. de fato. a de um projeto comprometidocom a educação pública e gratuita neste País.
Independentemente de divergências que tenhamosquanto a inúmeros pontos e questões polêmicas, noessencial, no básico, que é o compromisso com a educação pública. tudo está a indicar que o Ministério daEducação, com a equipe que atualmentel nele milita,vai demonstrar substancial diferença em relação às gestões anteriores, particularmente no período da chamadaNova República,· em que foi capaz de retroceder emrelação aos próprios governos militares.
A impressão favorável que nos traz a proposta que'deverá vir do Ministêrio, referente à Lei de Diretrizese Bases da Educação, niio é suficiente para tranqüilizaros que militam na área da educação, porque pertnanecem paralisadas as universidades públicas brasileiras,as escolas superiores da rede pública federal. Não seencontrou ainda solução capaz de fazer voltar ao funcionamento a nossa rede de ensino público superior.
Depositamos grande esperança na audiência marcadapara a próxima terça-feira, no Ministério da Educação,
Junho de 1989 .mARIo DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Sábado. 10 4665
COMPANHIA BRASILEIRA DE TRENS URBANOS - WTUPREVISÃO OE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS
Em mil passag.
Diante dos dados acima, que foram publicàdos pelaAbifer - Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, mostrando as verdadeiras necessidades nacionaispara manter um sistema de transporte de massa comalguma eficiência, ficamos perplexos com o que, temoscerteza, ocorrerá. pela falta absoluta de recursos.
O Pais não vai parar de crescer l principalmente nosgrandes centros, onde a exigência de transporte de massa vai se tomando insuportável. Que esta Casal comos novos poderes adquiridos a partir de 5 de outubro
ção dos mangues. Por isso que, para nós, o mais importante é a conscientização.
Acabamos de elaborar a Constituição. Estamos commais de duzentas leis a serem consolidadas. No entanto,o que está faltando ao brasileiro é a conscientização,no sentido de que somente com seu trabalho e esforçopoderemos ter a Pátria magnífica-que almejamos.
O SR, ÂNGELO MAGALHÃES (PFL - BA. Semrevisão do oradoL) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,cabe-me em nome do Partido da Frente Liberal, fazero registr~, com pesar, do passamento daquele que foium político militante em Macarini, no Estado da BahIa,o ex-Prefeito, ex-Deputado Clério Correia. .
Clério Corrcia foi um homem dedicado à sua CIdadee à sua gente. Exerceu a política e, concomítantemente,a pecnária e a agricultura. cidadão útil, prestou à gentepobre do seu Município assistência permanente.
Que Deus guarde a sua alma. A saudade de todosos companheiros do Partido da Frente Liberal.
O SR, DENISAR ARNEIRO (PMDB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, as ferrovias deverão duplicar sua capacidade para atender àdemanda nas capitais. O papel que as ferrovias desempenham, como solução de um dos problemas cruciaisdas grandes Cap'itais do País- o transporte de passageiros - é pouco visível, a não ser para os usuáriose, naturalmente, para os operadores. Entretanto, atualmente, mais de quatro milhões de passageiros diâriossão transportados pelos vários sistemas integrados àCBTU, em operação no Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Salvador e Macei6, pelos metrôs de São Pauloe do Rio de Janeiro e pela Fepasa, em São Paulo.As Capitais e Regiões Metropolitanas abrigam maisde 40 milhões de pessoas, número que deverá crescernos próximos anos, pois medidas para fixação das populações rurais em suas regiões náo estão ~endo suficientespara evitar o fluxo migrat6rio em busca da cidade grande. A demanda, portanto, deverá continuar crescendo,e a infra-estrutura das cidades permanecerá deficitária,incluindo os transportadores. Para atender às necessidades dos meios de locomoção, a fim de evitar o caosurbano e explosões de caráter social, possibilitando condições mínimas de sobrevivência I será fatalmente necessário expandir os transportes, seja com implantaçãode novos sistemas, seja pela recuperação dos existentes,já saturados e abaixo dos níveis adequados de operação.Nos pr6ximos quatro anos, a demanda projetada pelasoperadoras corresponde ao dobro da atual, e O seuatendimento somente será possível com investimentos·maciços para expandir a capacidade dos sistemas. Casosejam destinados à CBTU dois bilhões de dólares noperíodo 1988-1991, seu sistema, cuja capacidade atualé de transportar 2,8 milhôes de pa6sageiros-dia, deveráaumentar para 3,1 milhões em 1990 e para 4,5 milhõesem 1991.
com todas as entidades da área} em mais uma tentativade, na mesa de negociação, se conseguir remover osóbices fundamentais que motivaram o fechamento dasuniversidades. Este fato ocorreu não por meras razõescorporativas ou de reivindicação salarial, mas por motivos patri6ticos. É um movimento que se levanta paraimpedir o estrangulamento e o suca\eamento total danossa rede de ensino superior, pelo encurtamento, inédito na história, das verbas de manutenção para as universidades.
Não se trata, portanto, de simples greve de reivindicação salarial, mas em defesa do funcionamento da redepública de ensino superior. Temos fundadas esperançasde que se encontram soluções paliativas e imediatas,pela via de suplementação e da abertura de créditosadicionais.
Pelas informações que já temos, constata-se que épossível tirar essas instituições do "sufoco" mais imediato com verbas de outros custeios de capitais, quepoderão resultar numa cifra equivalente a um terço,ou à metade do que era solicitado, isto é, quatrocentosou seiscentos milhões de cruzados novos. Mas isso nãoé garantia de que nova crise não volte a ocorrer nopr6ximo semestre ou no próximo ano.
É imperioso que a prioridade à educação deixe deser apenas retórica e conversa fiada de Governo quese sucedem. e passe, de fato, a ser uma prioridadepresente na hora de definir os recursos no Orçamentofederal. Estamos certos de que isso s6 acontecerá como novo Governo, escolhido legitimamente pela vontademajoritária do povo brasileiro, em cima de propostase programas de prioridades concretas, como são as domeu partido, o PSDB, e do candidato Mário Covas.Enquanto não forem removidas as causas básicas detudo isso, estaremos apenas superando mais uma crisepara cair em outra, no pr6ximo exercício. (Palmas nasgalerias.)
oSR. CHICO HUr.mERTO (PDT - MG. Pronunciao seguinte discnrso.) - Sr. Presidente, Sr'!s e Srs. Deputados, a partir de ontem, c todas as quintas-feiras, reunir-se-á ordinariamente na ala Senador Nilo Coelho,do Senado Federal, a Comissão Mista de Estudos Territoriais, constituída na exigência do artigo 12 do atodas Disposições Constitucionais Transitóriaas com a fi~
nalidade de "apresentar estudos sobre territ6rio nacional e anteprojetos relativos a novas unidades territoriais, notadamente na Amazônia Legal e em áreas pendentes de solução".
A importãncia da instalação desta Comissão, Srs. Parlamentares, se dá não s6 pela honorabilidade e honradezde seus membros que, temos certeza, irão dar de sio que necessário for, para o bom andamento e apressamenta dos trabalhos da mesma, como também pelaurgente necessidade se fazer cumprir um preceito constitucional garantido em 5 de outubro de 1988.
Tão importante é esta Comissão que a proposta denossa autoria, apresentada dia 13 de outl,bro de 1988,que previa a realização de um plebiscit<), para que apopulação do Triângulo se manifestasse sobre a suaemancipação, foi derrotada nesta Casa, dia 26 de abrilúltimo, por uma pequeníssima margem de votos (159a 131) na alegaçáo dos nossos adversários, (aquelesque na verdade não querem, de forma alguma que oTriângulo exista COm mais um Estado de Federação)de que a instância correta para tratar esta matéria seriaa Comissão de Estudos Territoriais, ainda a ser instalada.
Fico satisfeito, meus caros companheiros, por saberque indiretamente pude ajudar e apressar o cumprimento desta norma contida em nossa Carta Magna.
A responsabilidade dos componentes da ComissãoMista de Estudos Trerritoriais é muito grande, poisjá começa seus trabalhos tendo de analizar as pendências que ficaram da Assembléia Nacional Constituinte,principalmente os 5 novos estados que foram propostos,entre os quais se encontra o do Triângulo-cuja Emenda Popular n" 67, com 202.577 assinaturas de eleitoresda região e mais o respaudo da AVAP - Associaçãodos Vereadores do Alto Paranaiba. Avetrim - Associação dos Vereadores do TriànguJo Mineiro e CET Coordenação para Criação do Estado, do Triângulo,não foi aprecia.da (votada) naquela época e estã aguardando o funcionamento desta Comissão.
Vamos acompanhar pari passu os trabalhos desta Comissão e nos colocar a disposição dos seus Componentespara o que se fizer necessário e estiver em nossas possibilidades, a fira de que nas datas aprazadas tenhamosa conclusã.o de seus trabalhos.
Desta Tribuna, quero dizer ao povo brasileiro e principalmente aos meus irmãos triângulinos", que muitobreve, estaremos cumprindo o direito constitucional derealizar o nosso plebiscito, e o Congresso Nacional estará aprovando a lei Complementar que criará O nossoestado -- o Estado do Triângulo.
Já disse aqui outras vezes que estamos mineiros há173 anos, e este é o 11" movimento de emancipaçãoque se organiza, sempre com o mesmo objetivo. Jáfomos paulistas, goianos e, como mineiros, queremoster indentidade, lutamos para ter a nossa cidadania.
Aliás) nunca é demais lembrar que a cidadania éum dos trés motivos pelos quais podemos impetrar omandato de injunção de acordo com o Art. 5(1, incisoLXXI, da Constituição Federal.
O Brasil precisa de urna redivisão territorial. Estudossérios fi este respeito já foram feitos inúmeras vezes.
Confiamos em que esta Comissão tenha noção donosso tempo, assim eomo do momento e do papel histórico que terá de desempenhar na política brasileira.
O Triângulo, como outras regiões, aguarda ansiosamente pelo direito de existir eomo Estado.
Vamos somar, para o engrandecimento de nossa Pátria.
Muito obrigado.
O SR, ALEXANDRE PUZYNA (PMDB - SC. Semrevis~.o do orador.) - Sr. Presidente, meus caríssimosamigos Deputados e Deputados, estamos na semanado meio ambiente e da ecologia. Apesar de todas asleis existentes e de termoS' concluído a Constituição,estamos com o maior problema por falta de conscientização. Na última vez em que fui Prefeito, plantei junto c-om a população - cerca de trinta mil árvoresno meu Município. Subsistiram cerca de sete mil, emesmo assim porque foi fcito um serviço de conscientizal;ão junto aos habitantes.
Nas andanças pelo País, temos encontrado muitascidades limpas, bem cuidadas, onde o povo compenetrad-D cuida do que considera patrimônio dele mesmo,patrimônio público.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, há várias cidades nesse níveL Uma das mais importantes - Canela- é muito bonita; a população cuida realmente da manutenção do patrimônio porque dizem que lá é um lugardiferente, que e eomo estar na Europa c não no Brasil.
Em Blumenau, presencie - há cerca de seis ou seteanos - à saída de um ônibus de turismo, um cidadãoCCom~m que impediu a saída daquele ônibns e exigiuque O pessoal descesse e limpasse tudo o que haviasido jogado naquele local. Isso é preservação da ecologia.
As praias estão acabando, morrendo. O pessoal queli:da com inseticidas, fungicidas, joga-os dentro dos rios,matando os animais e os próprios seres humanos.
Precisamos de medidas objetivas que visem por exemplo, à reposição florestal obrigat6rio nos Municípios.'Ou,em tira madeira tem de repor. Isso vai gerar empregoe mão-de-obra, e fará com que o cidadão acompanheD plantio de árvores em seu Município, i!!,pedindo-se,assim, o desequilíbrio do meio ambiente. E preciso quehaja instalação de viveiros florestais. O Ibama existepara esse fim, e fez convênios com os Municípios, porex.omplo. Mas o povo precisa estar conscientizado arespeito dessa questão. Teremos, então de fato, umtrabalho eonjugado entre os Governos federal, estaduale municipal.
É importante também que sejam preservadas as margens dos rios. A Lei n' 7.511, de 1986, de· autoria donosso preclaro amigo Artenir Werner, estabelece quesejam preservadas as margens dos rios, em cerca detdnta metros de cada lado. Mas esta lei não é cumprida,por falta de condições. Essas condições têm de ser dadaspelas Prefeituras e pelolbama, fazendo com que aqueleque plante fique isento do imposto para essa finalidade.
As leis devem ser feitas, é verdade, mas o Brasilestá cheio de leis e poucas -pessoas as cumprem. Esseé o problema. Por exemplo, em Santa Catarina, poderíamos ter a Universidade Federal trabalhado na prote-
CAPITAIS/REGIÕES METROPOLITANAS
- Rio de Janeiro- São Pau la- Recife- Recife-Linha Sul- Belo Horizonte- Sa Ivador- Porto Alegre- Fortaleza- Natal- João Pessoa- Maceió
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próximo Passado, tenha conhecimento desta realidade,para que no prçamento do próximo ano, seja compreensiva c respalde com recursos esse setor vital para evitar·mos os constantes quebra-quebras dos nossos trens,controlados hoje pela CBTU, que transmite uma imagem negativa, quando a culpa não é sua.
Vamos priorizar recursos em setores fundamentais,deixando filigranas para quando o País estiver em condições.
Era o que tínhamos a dizer.
O SR, LÉZIO SATHLER (PSDB - ES, Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs Deputados, a preservação do meio ambiente. tema do reflexão no mundo inteiro. especialmente durante esta sema~na, consagrada ao assunto, precisa tornar-se objeto efetivo da legislação brasileira, a fim dc significar não apenas intenções e princípios, mas concretas defínições para um novo processo de desenvolvimento em nosso País.
Felizmente, graças à atuação e luta de determinadosgrupos de brasileiros e entidades surgidas nos ultimasanos. cresce no Brasil a conscientizaçáo em defesa daecologia e de um racional relacionamente entre gocicdade e natureza. através da reorganização econômicada produção e que preconize a reavaliação dos investimentos, levando-se em consíderação, acima de tudo,o respeito ao meio ambientc e à qualidade da vida.
A questão da Amazônica. indiscutivelmente, centraliza as discussões sobre nossa triste realidade ambiental,marcada pela absurda devastação de florestas, rios, opróprio ar, enfim, a destruição dos requisitos a umavida saudável.
Na verdade. em praticamente todas as áreas do F'aís,verificam-se as desastrosas conseqüências da ação predatória do homem, facilitadas normalmente pela omissão dos poderes publicas, sabidamente pouco eficazese até mesmo desinteressados no exercício de fisca[iza~:ão
aos atentados contra a natureza.No Espírito Santo, Sr. Presidente. o quadro de degra
dação ambiental é por demais preocupante. em especialna região da Grande Vitólia. onde se localizam 370das 4.700 industrias do Estado. das quais apenas do:!esão responsáveis por 85% da poluição na regiã~.
A Secretaria Estadual para Assuntos do MelO Ambiente, órgão com atuação recente na estrutura do Governo capixaba. desenvolve considerável esforço parareverter a difícil situação, já tendo iniciado. após amplolevantamento de todos os problemas ambientais do Estado, a execução de projetos, como o da bacia do rioItapemirim, para o qual empresas poluidoras da ãre,'.foram intimadas a apresentar alternativas para a imediata recuperação daquela região,
Para a Grande Vitória, de acordo com programa específico de eontrolc da poluição. equipe da SEAMArealiza completa análise das fontes responsáveis peloproblema junto às industrias ali instaladas, a fim deobter junto às próprias empresas o compromisso deum novo tratamento, que não provoque agressões ànatureza e ao meio ambiente.
É sobremodo 10uvávc1 esse tipo de trabalho baseadono processo de conscientização, porque promove o engajamento das pessoas e organizações, levando-as a refletirem sobre a gravidade do problema e a adotaremmedidas saneadoras, em vez da simples punição desprovida de caráter educativo,
Há que se dispor, no entanto, de instrumcntos legais,que possibilitem a aplicação de pesadas penalidadesaos agentes poluidores, caso persistam em desrespeitaras normas técnicas preservacionistas, as quais deverãoensejar testes rigorosos nos equipamentos e sistemasde operaçáo, inclusive como pressupostos à autorizaçáopara o exercício de qualquer atividade que possa provocar riscos ao meio ambiente.
A Constitaição Federal, refletindo intenso trabalbode Parlamentares Constituintes comprometidos com acausa ecológica, dedica um capítulo inteiro ao MeioAmbiente, disciplinando atribuições e responsabilidades dos Poderes Publicas c da sociedade, que assegurema efetividade do direito de todos a condições ambientaisverdadeiramente equilibradas.
Outros passos importantes vêm sendo conquistados,com a elaboração das constituições estaduais e a continuada discussão, nesta Casa, dos mais diversos aspectose situação concretas do grave problema,
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
A votação do Projeto de Lei n° 1.923-B, que criaa Comissão Coordenadora Regional de Pesquisas naAmazônia para elaboração do Programa de Pesquisassobre o Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, é fato auspicioso a inspirar fundadas esperançasde que em breve venhamos a ter uma adequada legislação, com a qual a sociedade brasileira poderá exercervigoroso controle e fiscalização dos agentes poluidoresem nosso Pais,
O SR. GEOVANf BORGES (PFL - AP. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente. Sr' e Srs. Deputados, o problema da despedida dos trabalhadores assume a maior importãncia em nosso contexto econômico.com a crise constante da mão-de-obra ociosa, principalmente a não qualificada, que tende a multiplicar o número dos desempregados no País.
Os empresários nem sempre pautam pelos superioresinteress.es sociais a sua missão, visando exclusivamenteao lucro, e, em conseqüência. qualquer prohlema quese poderia solucionar com o incremento da produtividade, é resolvido com a despedida de trabalhadores.
Por isso mesmo, a nossa Iegilação ordinária. seguindohá quase meio século as Convenções da OrganizaçãoInternacional do Trabalho, procura garantir o trabalhador despedido com uma indenização com que possasobrevivcr. enquanto procura nova colocação.
A Constituição em vigor trata do assunto, no itemXXI do art. 7', dispondo sobre o aviso prévio proporcional aos trabalhadores, confiando sua regulamentaçãoà lei ordinária.
É o que procuramos fazer, mediante projeto de lei,estatuindo que, "quando despedido, o trabalhadorreceberá aviso prévio proporcional ao tempo de serviço.correspondendo a um mês de indenização por ano detrabalho, o dobro se injusta a despedida".
No art. 2', preceituamos que, o piso da indenização,em caso de aviso prévio será correspondente ao salárioauferido pelo trabalhador durame os ultimas sessentadias.
Esperamos que a edição dessas medidas iniba a excessiva rotatividade de mão-de~obra~verificada em conseqüência da despedida de trabalhadores e que se refletede maneira desastrosa em nossa economia.
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, SI' eSrs, Deputados.
O SR. FRANCISCO AMARAL (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr, Prcsidentc, Sr" eSrs. Deputados, o Presidente da Republica, Dr. JoséSarney, e o Ministro do Desenvolvimento da Industriae do Comércio. Deputado Roberto Cardoso Alves, hápouco adotaram uma decisão que, sem nenhuma dúvi~
da, será fundamental para o futuro do País: nomearo Dr. José Henrique 1urner para exercer a função deconfiança de Presidente do Instituto do Açucar e doÁlcool.
José Henrique Turner brilhou nesta Casa. Sr. Presidente. Sr!S e Srs. Deputados, e deixou em seus Anaisparte da imensa cultura, da inteligência ágil e profunda,do grande espírito público que o caracterizam comoser humano diferenciado e como homem publico qucsc insere na relação daqueles que devem servir de exemplo para todos.
José Henrique Turner, Sr. Prcsidente, Sr" e Srs, Deputados, foi um executivo moderno, de visão ampla.de decisões imediatas e respaldadas em profunda sabedoria, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento paulista quando Chefe da Casa Civil do Governo de São Paulo.
A decisão adotada pelo Presidente José Sarney e peloMinistro Robcrto Cardoso Alves, que seria sábia a qualquer momento, é ainda mais lúcida por ser tomadaagora. num período em que o País vive dias difíceisno setor, tanto no que se refere à produçáo, como noque se relaciona à distribuição interna, à conquista demercado externo, ao desenvolvimento de novas ~ecuo
logias. à inserção do Programa do Açucar e Alcoolno contexto que a modernização da economia reclama,
Crcio, portanto, Sr. Presidente, Sr" e Srs, Deputados, que Presidente da República e o Ministro de Estadomerecem nossos cumprimentos pela magnífica e oportuna escolha.
Muito obrigado, Sr. Presidente, Sr" e Srs, Deputados.
Junho de 1989
A SRA. RITA CAMATA (PMDB - ES. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presideme. Sr" c Srs, Deputados. consumindo os já insufucientes rec·ursos orçamentários, sem resultados justificáveis, expondo a complexa administração do ensino brasileiro a um deplorável contraste com a probreza financeira que assolaas escolas publicas, no Brasil longínquo ou na periíeriados congestionados centros urbanos. a situaçáo é a mesma: carência de recursos humanos e materiais.
A Folha de S. Paulo do dia 7 de junho traz umartigo da Professora Vavy Pacheco Borges, que, conforme dados da Associação dos Professores do EnsinoOficial do Estado de São Paulo - Apeoesp. demonstraque a situação é alarmante, Dentre os inúmeros problemas indicados, patenteia·se a falta de infra-estruturamaterial: insuficiência de limpeza. segurança. mercndaescolar etc.
Entretanto, Sr. Presidente, Sr' e Srs. Deputados,o que mais nos assusta são os dados referentes aosrecursos humanos, em especial sobre os professores.A Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo denuncia que, em maio, transcorridomais da metade do semestre letivo, há Escolas que aindanão conseguiram compor seu Corpo Docente, Se. emSão Paulo. os dados são calamitosos. imaginem nosdemais estados brasileiros.
A avaliação do ensino publico brasileiro mostra sinaisexpressivos: primeiro. a grande evasão de professoresda rede publica: segundo, professores não-habilitados.e - devido, principalmente, ao fator financeiro - aevasão de alunos que se preparam para O Magistério.
No processo de ensino-aprendizagem, por mais avançada quc seja a educaçáo, o professor é o elementoessencial. Entretanto, no Brasil, esse fator é ignorado;parece que a falta de professores e o não surgimentode novos e capacitados elementos para o Magistérionão constituem preocupação prioritária, mas sim, matéria comum aos Governos federal e estadual.
Um país de populaçáo predominantemente jovemcomo o nosso, não pode voltar as costas fi sua juventude.que consome muito tempo antes de começar a produzir.
l'odos sabemos que bons salários atraem gente capacitada; com salários ruins. dá-se o inverso; e ao salárioestã ligada a questão "status", A formação de um professor requer anos de investimento em tempo e dinheiro, sobretudo em nosso cotidiano, tão inflacionado eque pauperiza nossas classes médias, Quem optar poressa profissão, espera um retorno nos planos econômicos e do reconhecimento social. Ora, nossa juventudetem de produzir cedo para manter-se a ajudar o parcorendimento familiar. Atualmente a profissão de professor não oferece atrativos, e a evasão para outros setorescontinua.
A educação é tratada constantemente com descaso.tantas vezes denunciado, o que mo~tra ser ela vistacomo um problema de professores, alunos e seus pais.Até quando essa situação continuará? Quando será que05 diferentes grupos que se articulam para imprimiralguma marca na condução política do País se váo darconta de que esse não é. um problema de espedalístas,de intelectuais ou de nossos governamentes, mas, sim.uma prioridade nacional? O desprestígio da educaçãoem nosso País é tão grande que as próprias classes médias esbravejam quanto aos aumentos do ensino particular. negaudo-se a pagar esses reajustes por questáo deprinc.ípios, de respeitos aos congelamentos governamentais, esquecendo-se dos mesmos ao fazer gastos comroupas. restaurantes. diversões.
A morosidade e dificuldades inerentes à preparaçãode professores e a tudo que se refira ao processo :.::.jucacional causam prejuízo gravíssimo para todos 05 brasileiros, em especial para os jovens. Embora a uma importante figura se ja atribuída a afirmação de que "professorganha mal sempre e em todos os lugares" e "quemquiser ganhar mais que procure outra profissão". o problema náo se resolve pela truculência, sendo sério demais para ser tratado com descaso e com ditos populares.
O art. 23, inciso V. da Constituição garante o direitoà educação. Esperamos que não seja mais uma lei aser arquivada e que não passe de privilégios asseguradosa uma minoria.
A recente preocupação do Ministro da Educação cmatender aos pedidos de material didático feitos pelas
Junho de 1989
escolas do País fica sem sentido se íalta o principal,o humano o professor, sobretudo aquel.e seriament~
formado e preparado para eafrentar a r;,a.hdade do e~~lno público. Embora a infra-estrutura m~lllmanecessanaseja insuficiente, isso é algo que podera ser contornadoem menos tempo e com o cumprimento do art. 213da Constituição. Porém, torna-se necessário, uma adr~li
nistração conscientc e que garanta os av~nços ~ocrals.
O problema do professor qualificado é m~lto mars complcxo e de solução demorada. Mas, se qUlsermos, ~odemos formar profissionais conscientes e rcsponsavels,pois condição temos. Basta que sc cumpra o que determina a Constituição.
A preparação de mão-de-obra especializada,paraqualquer setor prescind,: de um professo;. Sera" quenão é óbvio que o bancáno e a vendedora tem de saberfazer contas, a recepcionista tem de saber escrever corretamente? Portanto, é fundamental revalonzar a carreira do professor.
O aumento do salário não resolverá o problema qucestamos enfrentando no ensino público. Mas, sem dúvida, esse é o primeiro passo para que p:ofcssores cap~cl
tados, cientes de seu papel na educaçao, seJa~ motIvados em sua profi'5ão, fiquem nas escolas, e nao ocorraa evasão por parte dos alunos no Ma_gistério. ,
Acreditamos que, com a formaçao responsavel dejovens e novos professores, e a motivação por partedos que j,í exercem a profissão, o nó seja. desatad~,e, finalmente, se efetue o processo de ensmo-a\,r,:dlzagem, condizente com a nossa realidade, e o obJellvomaior na educação seja cumpndo: capacItar e prepararos jovens para a vida.
Pleiteamos dest~ tribuna aos ilustres membros destaCasa apoio, para que o ensino público brasileiro mereçao crédito que lhe é devido.
o SR. COSTA FERREIRA (PFL - MA. Pronunciao senguite discurso.) - Sr. Presidente, Sms. e Srs.Deputados, desde a década de cinqüenta, quando oserviço de assistência ao menor já mostrava o insucessoda ação governamental, no sentido de integrar à falmliaou à sociedade o menor carente ou abandonado, é constante a preocupação demonstrada pela comunidade, pela imprensa e pelas Casas do Congresso Nacional, noscntido de arrancar dezenas de milhões de crianças brasilcíras da· triste situação em que vegetam. entre a misé~
ria e o crime, a fome, a doença e a morte por inanição.Nesta Casa. uma ComÍsslto Parlamentar de Inquérito,
constituída para diagnosticar as cansas do problema eindicar-lhes soluções viáveis, apresentou dois alentadosvolumes, uma radiografia do nossO menor abandonado,com indicações, em depoimentos dc profunda acuidade.para livrar a comnnidade brasileira dessa mancha atéagora indelével.
Passou-se quase um decênio. e a situação melhoroumuito pouco.
Pelo menos nos últimos dois anos cessaram as revoltasdos internos nos estabelecimentos assistenciais.
Mas isso pode significar apenas o seu confórmisIIlo,não o encaminhamento para a solução desejada.
A incidência da criminalidade entre as crianças e oadolescente, a agressividade dos pivetes nos grandescentros urbanos, são os primeiros reflexos da frustraçãode muitas vidas, que, podendo ser úteis à comunidade,terminam por estiolar-se nas prisões ou tragadas pelamorte prematura.
Entretanto, o art. 227 da Constitnição afirma ser "dever da família, da sociedade e do Estado assegurar àcriança e ao adolescente, com absoluta prioridade, odireito à vida, à saúde, à alimentação, il educação, aolazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, aorespeito, à liberdade e à convivência familiar", livresda negligéncia, da discriminação, da exploração, da vio,lência, da crueldade e da opressão.
Por isso Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, evitarque uma criança ou um adolescente trilhem o caminhoda criminalidade é uma preocupação respaldada na Bíblia. que diz: ensina a criança no caminho que deveandar e até quando ficar velha jamais se apartará dele.
É o meu dever zelar pelo bem-estar social de criançac adolescentes. por se tratar de nm problema social.Se não forem tomadas medidas sábias e urgentes, scremos os responsáveis pela infelicidade de muitos jovensque entrarão no mundo da criminalidade. Esse acontecimento queremos evitar, colocando em prátiça o que
prescreve " Constituição do Brasil. no concernente aesse problema angustiante e que aflige a sociedade.
Era o que tinha a dizer Sr. Presidente.
OSR. CARLOS CARDINAL (PDT-RS. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sms. e Srs.Deputados, assistimos. nos últimos tempos, segnidasmanifestaçôes de intranqüilidade c até de desespero,nos diversos seguimcntos da classe trabalhadora. Todosos planos econômicos da Nova República achataramos salários t: conseqüentemente diminuíram a qualidadede vida de maneira geral. A insatisfação aumentou.na medida em que o Governo e o Congresso tardaramem definir o salário mínimo e a política salarial. Asgrevcs se espalharam por todo o Brasil, criando umasituação quase incontrolável em determinados casos.O Cong;cesso, depois de muitas discussões, aprovou osprojetos de salário mínimo e de política salarial. Enquanto o Presidente Sarney não decide os rumOS dessapolítica, crescem as dúvidas, tanto a nível de trabalhadores, como de cmpregadores.
A edic:ão da Medida Provisória n" 63 desfechou verdadeira on'da de repulsa nacional. A tática da barganhaespúria. usada pelo Governo, tentando ligar o saláriomínimo às contribnições previdenciárias, e a falénciaalegada da Previdência não poderão comprometer oscompromissos do Congresso Nacional com o povo brasileiro. Todos sabem que as dificuldades atnais da Previdência Social são oriundas dos desvios praticados emobras faraônicas e na compra de imóveis desnece~sáTios.
da má ge stão do órgão, dos privilégios concedidos, tantoa pesso:is físicas e jurídicas, quanto a órgãos públicosdevedor'~s da Previdência. Desta forma os aposentadosnão têm culpa do~ desmandos sucessivamente prati~
cados.O Governo não pode agredir a nOva Constituição,
desvinculando o pagamento dos benefícios do salúriomínimo, já que esta não permite qualquer contribuiçãoinferior ao salário. A Medida Provisória n" 63, alémde aumentar a contrihuição para todos, diminui o paga~
mento a'JS aposentados de maneira geral.O Congresso não poderá concordar com tais irregula
ridades. Pn:cisará o Governo Sarney assumir as responsabilidades. Afinal de contas, a própria propaganda oficiaI, largamcnte difundida em todo o Brasil. vendeua imagern de que os aposentados passariam a viver umnovo momento.
Confio em que o Congresso Nacional derrllbani essamedida provisória, que, no fundo, esconde intençõesque o Governo não tem coragem de confessar. Os defensores do caos, os que semeiam intranqüilidade, osque tentam agredir as instituições democráticas, porcerto, n~lo terão, nas suas atitudes reacionárias, o Governo como aliado, a não ser que alguém dentro doGoverno não queira a realização das eleições presidenciais.
O SR. ULDURICO PINTO (PMDS - BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs.Deputados, não podemos ficar omissos e impassíveisdiante da grave crise que se abate sobre a lavoura cacaueira, atualmentc abalada por urna doença vulgarmente chamada de vassoura-de,bruxa. capaz de dizimartoda uma plantação.
Para que V. Ex" tenham elementos para uma avaliação daquelc que é o 13° produto nas' exportações brasileiras. analisemos o problema por seus vários ângulos.
Em 1986 e 1987, a seca ocorrida na Bahia provocouuma baixa na produção do cacau da ordem de 100 miltoneladas. As safras de 1987 e 1988 e 1988 e 1989 foramcomprometidas, em face de problemas climáticos, em
aproximadamente 90 mil toneladas do produto. Estasperdas equivalem a quase 350 milhões de dólares.
Evidentemente, prejuízos deste porte comprometema liquidez dos cacauicultores, levando-os a uma sitnaçãodramática.
Ao lado de problemas climáticos, os produtos têmse deparado com a queda de preços no mercado internacional, nos últimos anos.
Dados colhidos junto à Comissão Executiva do Planoda Lavoura Cacaueira informam:
"No exercício de 1986/87 o preço internacionaldo cacau foi em média de US$ 2,024.00 por t<melada, enquanto no ano seguinte. 1987/88, essa queda 6centnou-se ainda mais, fixando-se o preço em
Sábado 10 4667
US$ 1,440.00 por tonelada. atingindo em setembrode 1988 nível mais baixo, de US$ 1,239.00 e, em28 de abril último, na Bolsa de Londres, de apenasUS$ 1,200.00 por tonelada."
Como nüo podia deixar de ser. os efeitos danososdos Planos Bresser e Verão também têm atingido osprodutores de cacau, em face da política cambial adotada.
Os custos de produção têm se elevado, acompanhando o ritmo inflacionário. chegando mesmo, em algunscasos, a inviabilizar o processo produtivo.
Srs. Depntados. este é, grosso modo, o quadro caótico da lavoura cacaueira. Que fazer para resgatar aliquidez econômica e financeira dos cacauicultores; cujodébito, corrigido pelo IPC de maiol89. era da ordemde NCz$ 157.953,00?
Além de atender o pleito dos cacauicultores com me,didas saneadoras já apresentadas ãs autoridades competentes, 6 urgentíssimo tomar as providências necessáriasa um processo de diversificação da lavoura na regiãocacalleira da Bahia, sob pena de extinção do sonhodourado do cacau, scm que haja coisa alguma parasuhstituí-lo a médio c longo prazo.
Era o que tinha a.dizer.
O SR. GEOVAH AMARANTE (PMDB - se. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. D~putados. após prolongad~ período de regll~e .autontário, que afrontou e subJugon o povo brasr1elro pormais de vinte anos, o Brasil se prepara. ObjetIvandodemocraticamente eleger seu Presidente.
Trata-se, portanto. de um evento da mais alta importúncia para nós, visto que é na escolha dos candtdatosque poderemos dar ao nosSO País e a seu povo a certezade um fnturo melhor.
Náo há dúvida, Sr. Presidente, de que, para atenderaos reclamos de uma sociedade sofrida. como tem sidoa nossa, que em sua grande maioria sonha em alcan9~r
dias melhores, somente um homem dotado de c.redlbllidade, honradez e postI>ra de estadista, da linha deUlysses Guimarães.
A Nação Brasileira encontra-se à deriva. O desemprego, as enfermidades c a snbnntrição constam da pauta de cada dia.
A deficiência de estabelecimentos educacionais doGoverno Federg,l em nossO País. por exemplo, tem sidoum dos principais responstiveis pelo crescente índicede analfabetismo entre O~ mais jovens, que, em conseqüência, descambam para o vício, para a prostitniçãoe para a criminalidade. .
O desemprego no campo sugere a seuS habltautesrumarem para as médias e grandes cidades à procurade solução para seus problemas. e os desamparadoslocais vão engrossar os cinturões de miséria desses centros populacionais.
A Nação inteira, Sr. Presidente, Srs. Deputados, clama por um dirigente capaz e honesto que pretendarealmente tratar de tão angustiante realidade.
Acreditamos e temos a certeza de que Ulysses Guimarães e Waldir Pires, como Presidente e Vice-Presidentedeste País, constituem a terapia certa para o tratamentoinicial das grandes feridas sociais e econômicas que afligem e atormentam esta Naçáo.
Era o que tínhamos a dizer.
O SR. GONZAGA PATRIOTA (PDT - PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Sr"; e Srs.Deputados, uso esta Tribuna para requerer a V. Ex'e demais Pares a transcrição nos Anais desta Casa LegISlativa do Mandado de Citação do Exm" Sr. Juiz Federalda 1I~ Vara do Rio de Janeiro, que sustou a realizaçãodo leilão que o BNDES pretendia realizar no últimodia 31 de maio.
Esta corajosa decisão do eminente Juiz da 11"" VaraFederal do Rio de Janeiro representa para o Nordestee, em particular, para Penambuco, a continuação daúnica siderúrgica dc grande portc para o Nordeste erecomenda na sua privatização melhores critérios deavaliação da coisa pública, "A COSINOR" .
Por isto, Sr. Presidente, deve este documento fazerparte dos Anais da Câmara dos Depntados.
Tenho dito.
4668 Sábado 10'
DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORA·DOR:
PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERAL
Proc. n" 89.0008730-41. Tendo em vista a ameaça de grave lesão ao patri
mônio público, apresentada nesta aç;'io, bem ainda adifícil reparação do dano, se realizado o leilão e concretizada a transferência ora dennnciados, caso procedamas alegações da inicial; considerando que a suslaçãodo leilão se configura, no momento, como única medidaexeqüívcl de resguardo da moralidade administrativaquc se pretendc tutelar; atcnto ainda ao fato de' queo bom senso manda prcvenir a remcdiar, sendo preferível sustar a anular atos lesivos ao patrimônio públicoou de entidades de quc o Estado participe; levandoem conta a necessidade de reexame do procedimentolicitatório e da apreciação de sua legalidade, por razõesde ordem jurídica, apontadas na peça inaugural; defiroa medida liminar, determinando a sustação do leilãodas ações da Companhia Siderúrgica do Nordeste S.A.- COSINOR, até ulterior deliberação deste Juíz,).
Oficie-se ao Senhor' Presidente da Bolsa de VaJoresdo Estado do Rio ele Janeiro e ao Senhor Presidentedo BNDES - Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social, para que se abstenham do praceamenta das ações da COSINOR.
2. Cite-se.3. Requisitem-se ao BNDES os demonstrativos dos
investimentos realizados pelo referido Banco na COSINOR, bem como as Atas de Assembléias de Acionistasem que constem os rcgistros de convcrsões de cr<'ditosem ações, a relação de todo o Pcssoal indicado peloBanco na administração da COSINOR e os pcríodosde sua gestão. .
4. Intime-se o eminente rcpresentantc do Ministério Público Federal (art. 7", I, a Lei n' 4.717/65).
Rio de Janeiro, 31 de maio de 1989. - JoaquimAntônio Castro Aguiar, Juiz Federal da 11' Vara -RJ. .
O SR. MANUEL DOMINGOS (PC do B - 1'1. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidcnte, SI" eSrs. Deputados, a sangrenta repressão desencadeadano sábado à noite e no decorrcr desta semana pel\,exército chinês aos milhões dc trabalhadores e estudantes que ocupem, desde abril as ruas do país, exigindoliberdade, provocou uma onda de protestos em todoo mundo. O meu partido, o PC do B, une-se a essesdemocratas, para denunciar o rcgime de terror que ogoverno revisionista' chinês implantou, e, de públicoexige que se ponha fim às barbaridades contra o povo.
05 comunistas do PC do B, há algum tempo, denunciam 'a traição do Partido Comunista da China à revolução popular de 1940 e ao socialismo e sua opção pelocaminho burguês.
O falso Partido Comunista da China está colhendoo que plantou áo trair o socialismo! Deng Xiaopingdesmascara-se por completo, pois sempre foi amigo doimperialismo americano, e a pretexto de modernizaro país, aplica uma política de aceitação da opnõ5sãoestrangeira, da restauração do latifúndio. e da extraçãoda mais valia dos trabalhadores. A opressão capit,.!ista,é óbvio, gera a resistência do povo, que foi às ruaslutar por liberdade. E a resposta às pressões popuilaresé o banho de sangue que deixa indignados todos aquelesque amam a liberdade!
Os objetivos das manifestações, no entanto, aindasão confusos. A burguesia ocidental, assim como o revisionismo soviético, tenta manipular a situação, querendo utilizar a revolta popular para aprofundar as reformas capitalistas.
No meu entendimento, Srs. Parlamentares, a economia da China, assim como o seu sistema de governo,devem ser tratados pelo povo chinês, sem intervençõesexternas. Mas penso também qne a solução dos problemas enfrentados pelos chineses está na retomada docaminho revoluciomírio. o qual foi intcrrompido pelatraição revisionista burgucsa do pC da China, com destaque para Deng Xiaoping; imperador de novo tipo,inimígo do povo e do socialismo!
Os reacionários, a direita. a burguesia internacional,05 fascistas brasileiros aproveitam-se dos acontecimentos na China para proclamar a falência do socialismo.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçáo I)
Desejam imensamente que as pessoas de todas as nações venham a acreditar na inviabilidade da sociedadesocialista. Pretendem esconder que é exatamente naocasião em que 05 revisionistas chineses passam a implementar com todo o açodamento o modelo capitalista;que é exatamcnte quando o governo chinês põe abaixoas conquistas socialistas, que ocorre esta repressão aomovimento popular! Se o governo chinês estivesse pcrcorrendo a trilha do socialismo, não tcria contra si oprotesto do povo trabalhador daquele país, mas simtodo o seu apoio.
05 acontecimentos na China, antes de provar umapretema ínviabilidade do socialísmo, revelam exatamente o contrário. Quando ocorre o abandono do socialismo é que as necessidades do povo não são atendidas.Surgem então os protestos e as rebeliões populares.Por acaso a burguesia ocidental quer proclamar queé o capitalismo o sistema que atende as necessidadesdo povo e respeita as liberdades democráticas? De nadaadianta encobrir o 501 com uma peneira. O regime capitalista só tem oferecido fome, miséria, exploração, injustiças, discriminações, violências e guerras! É a com·petição capitalista que, engendrando a corrida armaInentista. levou a uma estocagem criminosa de armasatômicas e pôs toda a Humanidade sob a expectativade extcrmínio!
Termino este pronunciamento, Srs. Deputados, reiterando minha indignação ante os crimes cometidos pelogoverno chinês e reafirmando quc só o socialismo deverdade, e não o falso socialismo. pode ofcrecer algode bom para a Humanidade!
O SR. MAURÍLIO FERREIRA LIMA (PMDBPE. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente,Srs. Deputados, está na hora de influirmos com maisrigor na economia.
Os salários estão defasados, os índices inflacionáriosalcançam o patamar dos dois dígitos mensais, há umaprofunda fuga de capitais e uma dolarização crescentedas atividades financeiras. Seguimos à risca a receitado Fundo Financeiro Internacional e vemos a economiabrasileira aproximar-se do abismo. Hoje, o PrcsidenteJosé Sarney, em seu programa "Conversa ao Pé do Rádio", culpou o Congresso Nacional pelos descaminhosde sua política econômica. Alegou que criamos despesase subsídios e impedimos a desmontagem de empresasestatais e a demissão de funcionários públicos desneces ..sários. Colocou sobrc nossos ombros a carga de umamáquina governamental incficiente, como se fôssemos05 responsáveis diretos pelo seu funcionamento.
O Plano Verão tinha em si as raízes de seu sucessoe de seu fracasso. Ao congelar os salários pela média,diminuiu o poder aquisitivo do trabalhador, evitandouma corrida desenfreada de consumo. A curto prazo,esta situação ncccssitaria de uma correção gradual, demaneira a não alimentar pressões reivindicatórias dosmovimentos trabalhistas. Isto não foi feito e se transformou cm uma falha que terminou por implodir o programa. Ao elevar as taxas de juros a níveis astronômicos,o Governo enxugou a economia e impediu a fuga paraativos reais, como o ouro e o dólar. Em compensação.criou uma forte pressão sobre o Tesouro Nacional, expandindo os meios de pagamento e desviando recursosde atividades produtivas para o open market c parao overnigbt. O Poder Legislativo não teve qualquerculpa neste processo. Por um pcríodo curto de tempo,esta política seria benéfica. Estendida artificíalmente,minou o Plano Verão.
Por outro lado, não se combateram 05 especuladorese os que burlaram as tabelas de preços, congeladosna teoria mas reajustados a qualquer pressão, por menor que fosse, dos produtores. Como há uma forte pressão para exportar o máximo, uma vez que cedemosàs exigências dos credores internacionais. o Governoficou Sem nenhum instrumento de barganha. O "pulodo gato" seria a decretação de uma moratória técnica,com a aceleração gradual do poder aquisitivo da população. Com isto, desviaríamos a produção para o mercadointerno, criando· uma situação de superabastecimento.As exportações se limitariam ao necessário para o pagamento de importações essenciais. Não foi assim queo Poder Executivo agiu, apesar dos reiterados avisosque enviamos desta tribuna .. Assim, não nos cabe aculpa por mais um fracasso do Governo Sarney na áreaeconômica. Acho até que devemos atuar com mais ri-
Junho de 1989
goro Só desta forma evitaremos outros desastres semelhantes no futuro.
O SR. CHAGAS NETO (pMDB - RO. Pronunciao seguinte discurso.) -SI, Prcsidente, Srs. Deputados,não poderíamos deixar de ocupar hoje a tribuna destaCasa para homenagear mais um aniversário de emancipação do próspero Município de Ouro Preto D'Oeste,localizado às margens da BR-364. no meu querido Estado de Rondónia.
SI. Presidente, o próspero Município, ao qual façoesta singela homenagem, foi criado em 1970, na épocachamado de Projeto Integrado de Colonização OuroPreto, idealizado e implantado pelo Deputado FederalAssis Canuto, homem dos mais respeitados em meuEstado peio brilhante trabalho de cxccutor do Incraem Rondônia. Hoje, S. Ex' continua honrando o Estadocomo político dos mais respeitados e competentes.
Foi criado o Município de Ouro Preto D'Oeste em16-6-81, pcla Lei n' 6.921. Seu primeiro morador foio SI. Vicente Sabará Cavalcantc; primeiro administrador, nosso amigo Deputado Federal Francisco Sales.Ainda hoje as marcas da sua administração estão vivasnaquele Município, tendo sido substituído pelo PrefeitoAilton Casalc.
O primeiro Prefeito eleito foi o SI. Expedito RafaelGoes de Siqueira. Conta hoje o Município COm a brilhante e digna administração da Prefeita Joselita Araújo, voltada para ° intereJ;se dos mais pobres, tendocomo vice o DI. Gabriel, técnico e político dos maispromissores.
Atualmente, conta a Câmara Municipal com 05 seguintes Vereadores: Adinaldo de Andrade, Santos Pereira dos Santos, Luiz Carlos Sorroche, Braz Rezende,Masmamn Moreira dos Santos, Hailton Pereira da Silva, Jasmo Pereira de Castro, Salaticl Corrêa, João Batista Simão e Francisco de Assis de Araujo Bastos.O Poder Judiciário está sob o comando do honradoJuiz Osmar Simão Chueri; no Ministério Público temoso Promotor Valter Teixeira; a Segurança Pública temà frente o Dr. Mahmoud Fawziel Rfibi. sendo o primciro-tenente Carlos Guttemberg responsável pela políciamilitar do Estado naquela localidade.
SI. Presidente e Srs. Deputados, conta a cidade deOuro Preto com quatro agências bancárias, um comércio forte e próspero. O Município destaca-se pela suavigorosa agricultura e pecuária. O distrito de Miranteda Serra tem como admínistrador o SI. Álvaro Gonçalves Rocha; Vale do Paraíso, o Sr. João Batista deOliveira Teixeira Polis, David Xavier; Urupá, o Sr.Jorge Cardoso; Rondônia, o SI. Álvaro Gonçalves; Nova União, o Sr. Alberto Magno Passamani.
A fé, naquele Município, está bem representada peloPadre André Pazzaguia e pelo Pastor da Igreja Assembléia de Deus SI. Ermecino Alves de Araújo.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero parabenizaraquele povo ordeiro e trabalhador por miJis um anode vitória.
O SR.. JORGE ARBAGE (PDS - PA. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr"e Srs. Deputados, o grau de liberalidade no setor da Comunicaçãoatingiu limites não mais suportáveis pelo silêncio daSociedade. 05 programas de televisão, que penetramabusivamente nos nossos lares, não educam. Corroema moral cristã. Incitam a juventude a procurar descobriros caminhos da marginalidade, da violência e da prostituição.
De outro lado, preocupa-nos a certeza de que a instituição familiar esteja no itinerário da decadência, cadavez mais próxima do caos. Aliás, o problema não ésó do Brasil, mas do mundo inteiro. Aqui, entretanto,com mais intensidade e falta dc respeito aos valoresfundamentais.
Não podemos continuar omissos, vendo nossa Pátriaser transformada numa Sodoma para refastelar interesses desonestos de alguns poucos exploradores quefazem da Comunicição a indústria da pornografia eda violência.
Sobre o tema, o Pontifício Conselho' para as Comunicações Sociais publicou um documento cm Roma, dia16 dc maio último, com 32 itens, a fim de mobilizara Igreja para "uma. resposta pastoral" a essa situaçãoda sociedade. Essc Conselho da Santa Sé levou cíncoanos para e1 aborar tais orientações, que deverão agilizarPastoral da Família, da Juventude e da Educação na
Junho de 1989 DJÁRJODO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)_..,..-__....,....,.._---_--__--_-,.---C- Sábado 10 4669, .
área da Comunicação Social. O documento distinguedois tipos dc pornografia: (I) - a branda, que podeparalisar a sensibilidade, sufocando gradualmente osentido moral dos indivíduos, até torná-los indiferentesaos direitos c à dignidade dos outros; (2)- a pesada,semelhante à droga, que pode criar dependência e levarà busca de material cada vez mais excitente,.provocandocomportamentos anti-sociais e até agressões sexuais graves e perigosas. O Vaticano denuncia também a indústria lucrativa da pornografia, favorecida pela apatia dasautoridades e às vezes aliada ao crime organizado.
Nesse sentido, será lançado um manifesto aos donosde televisão, para que façam da televisão.FFum instrumento de formação das consciências e mentalidadesjovens. no sentido da paz e da unidade, e não da violência ou da inércia, da alienação e do descompromisso.Trata-se de um documento de caráter internacional doMovimento Juvenil pela Unidade, que foi' entregue aosresponsáveis pelas emissoras de televisão no mundointeiro, em 17 de maio prõximo passado.
Diante de quadro assaz perigoso para uma sociedadedesarmada de meios capazes de sustentar os princípiosmorais da famllia e dos bons costumes. cabe a nós,representantes políticos do povo brasileiro no Congresso Nacional, assumir a defesa do que ainda resta incólume ao processo de degradação que nos atingiu nos últimos anos, a fim de que a semente da moral espirituale cristã não apodreça e do seu escombro resulte a convulsão inconseqüente, forjada na hipótes absurda dainexistência de Deus, que o homem, felizmente, aindacultiva na Fé e teme.
Advirto desde logo, Sr. Presidente, que buscareiapoio junto aos defensores da instituição familiar, quesão incontáveis neste Parlamento, para que juntos promovamos uma cruzada cívica, a fim de compelir os6rgãos da Comunicação Social a se amoldarem aos princípios convencionais e preservacionistas dos valores fundamentais expressos na Constituição Federal e na lei.
Para que esse desideratum seja atingido de formasegura e eficaz, na próxima semana apresentaremosprojeto de lei disciplinando as programaçõcs telcvisadas, esperando que os seus responsáveis, tamlJén, cultores da honra familiar, nos ajudem a salvar este Paísda desordem moral em que está ameaçado de mergulhar, caso permaneçamos dc braços cruzados, indiferentes à dura realidade que enfrenta.
Era o que tinha a dizer. .
O SR. SÓLON BORGES DOS REIS (PTB-SP. Pronuncia o seguinte diseurso.) Sr. Presidente, Srs. Deputados. vem sendo alvo de enfoque nos meios parlamentares, educacionais e, também, pela imprensa, rádioe televisão, a notícia de que o Anuário Estatístico daUnesco apontaria o Brasil como a nonagésima segundanação do conjunto de poucos mais de 170 países, nasNações Unidas, a destinar recursos orçamentários à manutenção e desenvolvimento do ensino.
A matéria está sendo colocada em termos de sensacionalismo. Porque dá notícia. Causa impacto.
Na realidade, o Anuário Estatístico a que se referea notícia é antigo. E o mais recente informe da representação da Unesco, no Brasil, aos Escritórios Centraisem París, ainda não chegou ao ano de 1986. Os dadosque essa representação pretende enviar à Unesco colocariam o Brasil, segundo se informa na escala mundialde gastos com com a educação, ou melhor. com o ensino, no 40' lugar, o que já é melancólico. Mas é precisolembrar que foi precisamente a partir desse ano e maispraticamente, a partir de 1987, que passou a vigorar,visando à plenitude de seus efeitos constitucionais, adecis:1o do Congresso Nacional, de reservar, anualmente, pelo menos 13% do total da arrecadação federaldos impostos e, no mínimo, 25% dessa arrecadaçãopelos Estados, Municipios e Distrito Federal, para amanutenção e o desenvolvimento do ensino. Logo, nãohá como sair a público para profligar o esforço nacional,ainda incipiente, mas já em marcha, de gastar maisem educação e ensino. A ribalta tenta. Mas, acimado vedetismo, tão a gosto dos homens públicos dosPaíses do Terceiro Mundo (como se diz que é tambémo nosso). é preciso poupar a verdadeira imagem destePaís.
O Brasil é um país sofrido. Atormentado pela problemática social aguda. Passando por uma crise econômicae financeira de alta periculosidade. Num processo de
transição poThítica que visa a implantar, entre nós, umregime democrático representativo e participativo capazde proporcionar bem-estar ao povo todo, com igualdadede oportunidade e dignidade à vida c à função pública.Temos pontos altos no nosso desenvolvimento integral,sob todos os aspectos. Mas temos, ao mesmo' tempo,déficits, que nos afligem e empanam as conquistas doprogresso já atingido. Entre as nossas deficiências, aseducacionais são gritantes. Enormes. Deplorabilíssimas. Mas, para vencê-Ias, o que temos a fazer é enfrentá-las corajosa e objetivamente. Com os fatos e nãocom palavras apenas. Sem precisar carregar mais, indevidament';, lias tintas escuras de uma realidade em simesma triste. Nossos percalços já são muitos...
Seria 0p0l1uno que o Governo Federal se preocupasse com o que se está divulgando. em desfavor daexatidão dos fatos, apurando a procedência de tais informações e estatísticas, para, em seguida, tornar públicoo que há de verdade. Doa aquem doer. Amargue quanto amargar. Mas que não permaneçamos mais à mercêde informações anacrônicas, defasadas, superadas. Quese apure a atualidade da situação, divulgando o quehá de rea:! em tudo isso, Será um bom ponto de partidapara sairmos da crise educacional em q Ile nos debatemos.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PRN - SP. Pronuncia o ~:eguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, soLicito seja transcrito nos Anais desta Casa osRequerimentos n" 592 e 595, do ilustre Vereador AndréLuiz Raposo, da Câmara Municipal de Pindamonhagaba.
Solicito, outrossim, ilustre Presidente, que os mesmossejam encaminhados a Sr' Ministra do Trabalho e aoSr. Presidente da Caixa Econômica Federal, respectivamente.
Era o que tinha a dizer.
CÂMARA MUNICIPALDE PINDAMONHAGABA
Estado de São PauloREQUERIMENTO N' 592
Senhor Presidente:REQCEIRO à Mesa, ouvido o Plenário, se oficie
ao Presidente do Congresso Nacional. Ministra do Trabalho e Deputado Arnaldo Faria de 3á, para que sejacriada uma LEI NACIONAL na qual todos os professores tanto municipais, estaduais e federais tenham umpiso salaJial de 4 pisos nacionais de salários. Tal providência seria para amenizar as perdas salariais que todosvêm sofr.;ndo.
Plenário, "DL Francisco Romano de Oliveira'" 29de maio de 1989. - Vereador André Lniz Raposo,
CÂMARA MUNICIPALDE PINDAMONHAGABA
Estado de São PauloREQUERIMENTO N' 595
Senhor Presidente:REQUEIRO à Mesa, ouvido o Plcnário, seja oficia
do do Pn;sidente da Caixa Econômica Federal. ao Presidente do Cc,nselho Monetário Nacional e ao DeputadoArnaldo Faria de Sá do PRN, para que sejam envidadosesforços no sentido de consertar uma das grandes injustiças cometidas contra o trabalhador brasileiro assalariado qUi; é o FGTS, pois esse dinheiro recolhido pelaempresa à Caixa Econômica Federal para se formarum pecúllio do trabalhador é o dinheiro mais mal remunerado do mercado financeiro. considerando que sócomeça a render em média 5 meses após o mês' decompetência. E devido às nossas altíssimas taxas inflacionárimi o prejuízo ao trabalhador é muito grande.Pensávamos que com a nova Constituição esse problema seria solucionado, mas não foi. Assim pedimos queseja reformulada a Lei do FGTS fazendo Justiça aoassalariado brasileiro.
Plenário, ·'Dr. Francisco Romano de Oliveira", 29de maio de 1989. - Vereador André Luiz Raposo -(Paulo Rom,eiro Ramos Mello"':' PltN)' .
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Encerrado o Pequeno Expediente.
Sobre a mesa ofício do Presidente do Senado Federalnos seguintes termos:
"Sr. Presidente, o Sr. Presidente da Repúblicaeditou a Medida Provisória n' 65, de 6-6-89, que
autoriza a abertura de crédito extraordinário emfavor do Secretário-Geral do Ministério do Interior, no valor de 5 milhões de cruzados novos,para as situações que especifica.
De acordo com a indicação das lideranças, ficaassim constituída a Comissão Mista incumbida deexaminar a matéria.
Senadores titulares: Gerson Camata, Cid Sabóiade Carvalho, Aluízio Bezerra. Hugo Napoleão,Chagas Rodrigues. Carlos Alberto, Antônio LuizMaia. Suplentes: Luiz Viana. Mansueto de Lavor,João Lobo, Pompeu de Sousa, João Castelo, CarlosPatrocínio.
Deputados titulares: Genebaldo Corrêa, Agassisde Almeida. Leopoldo Souza, Mussa Demes. Sérgio Brito, Jaime Santana, Genival Lucas.
Suplentes: Vingt Rosado. Carlos Benevides,Eliel Rodrigues. Giovani Borges, Iberê Ferreira,Moema São Thiago, José Gomes.
De acordo com a Resolução n'I 1. de 1989, Congresso Nacional, a Presidência estabeleceu para suatramitação: Dia 9 de junho, designação da Comissão Mista; dia 12 de junho. instalação da ComissãoMista prazo para recebimento de emendas. prazopara Comissão emitir Parecer sobre a admissibilidade; dia 22 de junho, prazo final da Comissão;dia 7 de julho, prazo final no Congresso Nacional.
Aproveito a oportunidade para renovar a V. Ex'protestos de estima e distinta considcração.
Senador Nelson Carneiro, Presidente do Congresso Nacional.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Vai-sepassar ao horário destinado às
Comunicações das Liderançaso Sr. José Fernandes - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, como Líder do PDT.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputádo. .
O SR. JOSÉ FERNANDES (PDT - AM. Sem revisãodo orador.) - SI. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,assistimos ao libelo do Deputado Elias Murad. S. Ex"naturalmente, tem suas atribuições ~ obrigações; marcapassagem. levanta-se cedo e dirige-se ao aereoportopara então rumar para seu Estado e lá atender a compromissos prefixados. Talvez o desabafo do Deputado sedeva ao fato de ter tido dificuldades para embarcar;talvez tenha havido problemas com sua passagem e nãolhe tenham dado bastante explicações e assim por diante. Não obstante, e com todo o respeito ao nobre Deputado Elias Murad, aqui fazemos um reparo às palavrasde S. Ex', que nas entrelinhas e de modo subliminarpede explicações à Varig quanto à deoú~cia de contrabando de cocaína para os Estados Unidos. como seseus dirigentes estivessem envolvidos nesse crime.
Sr. Presidente, sendo membro da Comissão de Transportes desde 1978. ligado por excelência a esse setor,como também sói ser a famr1ia do Deputado CézarCals Neto, já tivemos oportunidade de visitar as instalações da Varig, no Rio Grande do Sul, e conhecer oprocesso administrativo dessa empresa de aviação. Sabemos como funciona a estrutura da companhia. e saímos orgulhosos daquela visita iJOr tudo o que vimosem relação à Varig. Na realidade. a Varig é uma daspoucas coisas que podem ser motivo de orgulho destaNação.
A Varig concorre no mercado internacional com muita respeitabilidade. Um conhecido analista de transportes, em determinado momento, chegou a fazer comparações achando que apenas a Singapore Airlines ésuperior à Varig na concorn!ncia internacionaL, masque a Varig consegue, por exemplo. superar a JapanAirlines. Então a Varig é uma companhia brasileiraque concorre internacionalmente com bons resultados,orgulhando nosso País.
Compreendo a revolta do Deputado Elias Murad,mas faço este reparo porque não creio que uma companhia tão bem organizada como a Varig possa, comofoi dito, estar pior do que a VASP, ou coisa parecida;que uma companhia do porte da Varig, com uma conotação social imensa, já que é uma fundação. possa estarenvolvida nesse caso. Ademais. sabelnos Que os funcio-
4670 Sábado 10
nários da Varig têm, de longe, um tratamento humanoe social superior ao das outras companhias brasileiras,
Por isso, Sr. Presidente, faço esta ressalva em relaçãoà Varig. que não pode ser acusada de contrabandistade cocaína, Drogas que chegam de avião são trazidaspor homens. Homcns é que estão fazendo o c·ontrabando. E. a partir daí. devem ser localizados os homensquc trabalharam para que essa tonelada de cocaína chegasse aos Estados Unidos. sem que isso implique duvidar da boa qualidade dos serviços que a Varig vemprestando. no contexto da cconomia nacional e dasnossas empresas de transporte aéreo.
ü SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Achando-se presente o Sr. Mauro Fccury, representante dopartido da Frente Libcral, pelo Estado do Maranhão.em virtude do afastamento do titular, convido S. Ex'a prestar o compromisso regimental. com o Plenárioe as galerias dc pé.
(Comparece à Mesa o Sr. Mauro Fecury e prestao seguinte compromisso):
"PROMETO MANTER, DEFENDER ECUMPRIR A CONSTITUIÇÃO, OBSERVARAS LEIS, PROMOVER O BEM-ESTAR GERAL DO POVO BRASILEIRO. SUSTENTARA UNIÃO, A INTEGRIDADE E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL."
O Sr. César Cals Neto -Líder do PSD. -Sr. Presidente, peço a palavra para uma comunicação.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.
O SR. CÉSAR CALS NETO (PSD -CE. Sem revisãodo orador.) -Sr. Prcsidente, S·rs. Deputados. em nomeda Lidcrança do PSD, faço um veemente apelo ao Sr.Presidente da República no sentido de que sancione,o mais rapidamente possível, as leis que definem o novosalário mínimo e a política salarial no País. Na verdade.esses dois instrumentos, votados praticamente de formaconsensual nesta Casa e no Senado Federal, encerramo processo de arrocho salarial sobre os assalariados.os trabalhadores, o povo brasileiro. de maneira g.eral,amargado desde a decretação do Plano Verão. Dirigimos, portanto, um veemente apelo a S. Ex3 para quefaça a sanção imediata desses dois diplomas.
O Sr. Paulo Paim - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação. como Líder do PT.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado,
O SR. PAULO PAIM (PT - RS. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente. em nome da Liderança doPartido dos Trabalhadores. congratulamo-nos com aComissão de Trabalho por ter aprovado ontem projetode reposição salarial. de autoria do Presidente do nossopartido. E já existe um acordo entre todas as Liderançasda Casa para que esse projeto tramite em caráter deurgência. uma vez que não acompanhou a votação dapolítica salarial. Portanto. cumprimentamos a Comissãode Trabalho desta Casa por ter acolhido a propostado Deputado Luiz Imicio Lula da Silva, que concedeaos trabalhadores, em regime de urgência, um abonode emergência de 200h~ como parte das resposir;üesa que têm direito.
Em segundo lugar, Sr. Presidente. encaminho a V.Ex' requerimento do Partido dos Trabalhadores. emque solicitamos à Presidência desta Casa que, conformea Constituição. entre em entendimento com o Presidente do Senado no sentido de que seja adiado o recessoparlamentar, já que existem inúmeras matérias que precisam tramitar e ser votadas em regime de urgência.Cumprimentamos a Mesa por sua iniciativa a respeitodas 45 matérias e somamos o nosso requerimento t::omo mesmo objetivo. Entendemos que questões como salário mínimo, política salarial. Previdência Social e direito de greve exigem, o mais rapidamente possi'vel,uma posição definida desta Casa. Tenho certeza de queseremos atendidos.
O Sr. Gerson Peres - Sr. Presidente, peço a palavrapara urna comunicação, co~o líder do PDS.
O SR. PRESIDENTE - (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIot'\L (Seção I)
O SR. GERSON PERES (PDS - PA, Sem revisãode orador,) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, doistemas trazem-me hoje à tribuna. Em primeiro lugar,faço um alerta sobre a manobra que a Comissão deDefesa do Consumidor e do Meio Ambiente está fazendo com relação à modificação da prioridade de aplicaçãodos recursos do Fundo Nacional de Proteção do MeioAmbiente para a Amazónia. A Comissão precisa atentar para o fato de que, quando se estabelecem zonasde preservação de meio ambiente para que o País cuidedelas. não ~e determina, contudo, que para elas sejadado caráter prioritário e imediato. Aliás, Sr. Presidente. muito se discute hoje sobre a Amazônia comoponto fundamental de atração dos interesses internacionais.
O Governo, ao preparar o programa "Nossa Natureza". teve realmente o cuidado de não dar à Amazôniaprioridade exclusiva, a que seria um absurdo. E nós,que estamos relatando dois projetos sobre esse programa, aceitamos a emenda do Deputado Waldeck Ornélas, que modifica o projeto do Governo. Abraçamosa tese rle que, à exceçüo de projetos dirigidos aosproblemas do Pais como um todo, salvo nesses casos.a aplicação dos recursos do Fundo Nacional de Proteçãoao Meio Ambiente deve ser feita prioritariamente naRegião Amazônica. E alertamos a Casa para este problema: por trás disso tudo há uma manobra dos Estadosmais poderosos. que já estão mirando csses reCUrSl)Ssem se importar com os destinos da Amazônia, querendo-a submissa aos interesses do capital sulista e. aindamais, subdesenvolvida, dependentc e miserável. Masaqui estaremos vigilantes para esclarecer, na hora dadiscussão, que a prioridade não é exclusiva. mas dadaem função dos próprios interesscs nacionais.
Em segundo lugar, Sr. Presidente. quero referir-meaos vetos do Presidente da República à lei eleitoral.de cuja elaboração tivemos a honra de participar. OPresidente da República. com segurança. vetou trêsartigos dessa lei e vai contar com o nosso apoio e como apoio do nosso partido. Com relação ao problemados votos cm trânsito, achamos que o Presidente daRcpública está certo, porque elimina uma posibilidadede corrupção. de safadeza com o votos daqueles queestão em trânsito. de difícil fiscalização e controle, Noque se refere à distribuição dos horãrios nas áreas regionais. trata-se de uma eleição nacional. com controletambém nacional. a ser feito a partir de Brasília. Edevemos evitar a perturbação da normalidade do pleitocom interferência de propagandas locais. Acreditamosque S.Ex' tem razão em posicionar-se como o fez.
Mas. SI'. Presidente. parece-nos esquisita a atitudedo Presidente da República de submeter-se :l pressãode grupos que pretendem tirar a normalidade do pleitono que diz respeito ao registro de candidato e :l filiaçãopartidária. Ora. S. I;:x' esquece que vetar esse dispositivo possibilitará a vigência de lei orgânica. e podeaté prejudicar candidatos que não foram registradoscom a antecedência de seis meses e podem passar aser chamados à responsabilidade perante a Justiça. umavez que a legislação prevê o prazo de um ano.
Quanto aos partidos políticos com registro definitivono Superior Tribunal Eleitoral, também o veto inseridonessa parte perturbará a normalidade do pleito e atingirá interesses outros, causando balbúrdia. Quarentae seis partidos súo capazes de transformar uma eleiçãomajoritária numa quase eleição proporcional entre quarenta e seis candidatos a Presidente da República.
Isso mio está certo, Sr. Presidente. Quando limitamoso processo e o procedimento do registro, o fizemosem função do interesse nacional, da valorização c daunidade dos partidos e do fortalecimento da democmcia. Agora estamos precisando, mais do que nunca.consolidá~la com as eleições presidendais no próximodia 15 de novembro.
Era o que tinha a dizer.
O Sr. Domingos Leonelli - Sr. Presidente, peço apalavra para uma comunicação. como Líder do PSB.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado. (Palmas nas galerias.)
O SR. DOMINGOS LEONELLI (PSB - BA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente. essas palmas significam uma saudação não a mim, mas ao Congresso
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do Partido Socialista Brasileiro que se realiza neste fimde semana nesta Casa. (Palmas nas galerias.)
Nosso partido inicia. a partir de hoje. seu segundocongresso nacional, rio qual. além das decisões a respeito da sucessão presidencial (palmas nas galerias), poderemos partir para uma composição, participando da chapa do PT apresentando o candidato a Vice-Presidente.ou então com candidato do próprio PSB a Presidenteda República.
A depender da decisão do congresso, nosso partido.além desses tema~, discutirá também a sua reorganização, o seu crescimento e, principalmente. os termosem que organizará o fundamental da sua vida. que éa militància socialista.
Vamos realizar uma jornada de trabalho e debatesnesta Casa - cedida ao partido pela Presidência no sentido de fortaleccr a democracia, a luta do nossopovo, a luta pelo socialismo. pois compreendemos queos acontecimentos que atualmente se verificam em umdos maiores países socialista do mundo, muito longede esmorecerem a nossa fé e o nosso combate, significam que a ação em prol do socialismo está indissoluvelmente ligada à luta pela liberdade. (Palmas nas galerias.)
Aqueles que se cncontram na Praça da Paz Celestialhoje empenham-se pelo socialismo c pela liberdade.É a luta dos estudantes chineses (palmas nas galerias),muito distante da idéia que a direita pretende vcnderao mundo de que os milhões de estudantes, trabalhadores e soldados daquele país que enfrcIltam o governochinês cstão lutando pelo restabelecimento do capitalismo. Não é verdade. Sr. Prcsidente. A batalha naChina, hoje, também é uma continuação da luta pelosocialismo e pela Iiberdadc. (Palmas nas galerias.)
Essas são as palavras do nosso partido e a saudaçãoque a sua liderança faz aos militantes. Vereadores. Prefeitos e Deputados Estaduais. que chagam a Brasíliapara realizar uma jornada que, com certeza. consolidaráO processo democrático e de unificação das forças progressistas da nossa Pátria.
A luta continua. (Palmas prolongadas nas galerias.)
O Sr. Júlio Campos - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, como líder do PFL.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.
O SR. JÚLIO CAMPOS (PFL - MT. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, nas últimas 48 horas, Brasília recebeu uma enorme comitivade plantadores de soja do Estado de Mato Grosso etambém de todo o Centro-Oeste. que vieram à capitalda República trazer ao Governo Federal. aos Ministérios da Agricultura e da Fazenda e ao CongressoNacional as preocupações daquela laboriosa classe detrabalhadores com relação ao preço atual do produtosoja no mercado nacional.
Para se ter idéia, o preço da soia corrente na mercadobrasileiro hoje é de NCz$ 11,00 a saca, sendo que.no inicío do ano. este mesmo preço chegava a dozedólares a saca. Ou seja, transcorridos seis meses. opreço da soja caiu. Além do mais, considero um assuntogravíssimo o fato de que. com este preço, é tão impossível ao plantador de soja pagar seus financiamentosjunto aos bancos oficiais e particulares como. também,sobreviver a agricultura de soja no País, em especiala agricultura Mato-grossense.
Só neste ano. o Estado de Mato Grosso deverá produzir cerca de três milhões e quinhentas mil toneladas.uma média de aproximadamcnte quarenta a quarentae cinco sacas por hectare. um dos índices mais eL·vadosdo Brasil. e também bastante elevado em termos mundiais. Oeorre que, mesmo se o agricultor mato-grossense colher mais de 45 sacas de soja por hectare.no preço a que está hoje o produto no mercado nacional,ele não terá condições dc quitar os seus financiamentose de preparar a safra do ano que vem.
É lamentável tudo isso que vem ocorrendo, a defasagem do preço do mercado nacional. principalmcnte pelocongelamento do dólar através da política do GovernoFederal. Hoje o dólar está totalmente congelado a preços insignificantes, haja vista que nO mercado paraleloe no mercado do dólar-turismo o preço é de cerca deNCz$ 3.20, e no mercado oficial. fixado pelo BancoCentral do Brasil, este preço chega a pouco mais de
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NCz$ l,lO. Há uma defasagem de cento e tantos porcento entre a realidade do mercado e a realidade nacion.1.
Com esse preço absurdo a exportação de soj. estásendo praticamente inviável. Por isso h~í um desestímulo muito grande, mas o maior desestímulo é verque o Governo Federal, com esta atitude, está fazendocom que aumente o contrabando no Brasil, até mesmoestimulando os agricultores a partirem para a políticade contrabando para o Paraguai. porque a soja, nomercado paraguaio, ao lado da fronteira com o MatoGrosso do Sul, hoje, um saco de soja naquele Paísvizinho chega a ser cotado a NCz$ 42,00, ou seja, seo produtor atravessar uma rua ou apenas um pequenorio com sua soja deixa de vendê-Ia com prejuízo, aNCz$ lI,OO, para vendê-Ia a NCz$ 42,00 tendo, assim,um lucro estraordinário.
Nesta oportunidade, portanto, em nome do Partidoda Frente Liberal, faço um apelo aos Srs. Ministrosda Agricultura e da Fazenda e a todas as autoridadescompetentes do Governo Federal para. que revejam opreço da soja nos mercados interno e externo, que descongelem o dólar numa proporção normal, como deveria ocorrer, ou que, pelo mellOS, criem o dólar exportação a fim de que os produtos brasileiros possam servendidos ao exterior a preços condignos, evitando-se,dessa forma, que os produtores rurais, os sojicultores,aqueles que aereditaram no Centro-Oeste e no Brasil,venham a sofrer prejuízos terríveis e abandonem a árearural brasileira.
Este é, pois, o apelo que faço às autoridades brasileiras.
o Sr. Gabriel Guerreiro - Sr. Presidente, peço apalavra para uma comunicação, como líder do PMDB.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.
O SR. GABRIEL GUERREIRO (PMDB - PA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,aproveito a oportunidade que me é concedida no horário de Comunicações de Lidcranças para endossar oque o nobre Deputado Júlio Campos acabou de colocar.Como ex-Governador do Estado de Mato Grosso, bemconhece ele a situação calamitosa em que vive o CentroOeste e o Norte do País. S. Ex' mostrou as dificuldadesextraordinárias em que vive o produtor de soja. a criseda produção agrícola. com os custos cada dia maiores,que inviabilizam a agricultura no Mato Grosso e emgrande parte do Ccntro-Oeste.
Uma das maneiras de modificar essa situação, Sr.Presidente, seria baixar os custos dos transportes doCentro-Oeste para colocar a soja nos mcrcados nacionais e internacionais. Observem a situação dos estadosbrasil eiros em geral.
a que me traz a esta tribuna. porém, é justamentedizer aos Srs. Deputados e a V. Ex', Deputado Inocêncio Oliveira, como Vice-Presidente desta Casa, que estamos vivendo na Amazônia um momento terrivelmente complicado. Além das enchentes, dc quc scmpretenho falado, estamos praticamente isolados do restodo País, em virtude das más condições das rodoviasfederais naquela região.
Poderíamos baixar o custo da soja no Mato Grosso:bastaria. para isso, que a transportássemos ao portode Santarém, via Santarém-Cuiabá, o quc diminuiriaenormemente o gasto com transportes no interior. Alémdisso, reduziríamos as distâncias para os mercados europeus e dos Estados Unidos, utilizando aquele portoparaense, em vez dos portos de Santos ou de Paranaguá~
e faríamos economia, porque os navios, nesses portos,permanecem dias e dias parados, esperando receberas cargas. Isto tudo aumenta o valor do frete e, dotransporte, encarecendo os preços.
A rodovia Santarém-Cuiabá est~i totalmente intransitável. Tenho fotografias. no meu gabinete, que mostramuma eamionete D-20 dentro de um buraco. com cercade um metro de altura acima da boléia, sendo puxadapor um trator, naquela estrada. Tem gente ali cobrandoquinhentos cruzados novos para puxru um caminhãoou uma carreta, de um lado para o outro. É uma calamidade.
A Transamazânica perdeu suas estradas para os buracos. É uma situação desesperadora que vive o povo
de Altamira e de Itaituba. com dificuldades cnormesnessa áre:i.
Da Tnmsgarimpeira, construída há cerca de quatroanos, hoje ninguém sabe quem toma conta - não éo DNER. não é o Governo Federal ou o Governo Estadual; não é ninguém - a estrada está absolutamenteliquidada. N:10 é possível jogar fora o dinheiro da Naçãodesta maneira.
Mais que isso, Sr. Presidente. as estradas estaduaiseshio intmnsitávcis; é impassível escoar a produção domeu Estado. O norte do Amazonas e do Pará, queahrange os Municípios de Prainha, Monte Alegre., Alenquer, Obido:; e Oriximiná, estlí completamente cortado.Não há Iiga,áo entre Oriximiná e Óbidos, Alenquere Monte Alegre. Óbido:; e Alenquer. As estradas estãototalmente destruídas. O Governo do Estado não tomou pro'/idl~ncia alguma no passado e não toma nopresente, de tal forma que as nossas cidades do Oestee Norte do País estão absolutamcnte desligadas umasdas outras. Existe apenas a via fluvial, que é um transporte demorado. difícil, custoso, e. como já disse umavez desta tribuna, também não temos sequer portos.Não pode mos embarcar um caminhão em nenhuma dessas cidades através de balsas, porque os portos nãoforam construídos pelo Governo Federal ou pelo Governo estadual.
Sr. Presidente, não vou falar da crise da energia quenos assola, nem da situação da educação. da falta desegurança, que é uma calamidade geral. da questãoda smíde, mas queria que ao menos a nossa produçãopudesse ser escoada. Vejam V. Ex~~ que até as rodoviasvicinais estão acabadas, porque as prefeituras ora acossadas pOluma enchente, ora por uma seca, sem dinheiro, sem recursos, não tem condiçdes de preservá-las.
Sr. Presidente, o Fundo Rodoviário caiu lI3 nestemês. Monte Alegre, por exemplo, recebia cerca de novea dez mil cruzados de Fundo Rodoviário, neste mês,recebeu trê~, mil cruzados. Isto não é apenas ridículo;é trágico. Como vai sobreviver um Município nestascondiçõe~;. como vai cuidar da sua produção, do seuescoamento? AIi:ls é uma miséria a produção no baixoAmazonas: rUfO há assistência, insumos, coisa alguma.Tudo é feito à custa do suor do trabalhador rural, quenada tem e nunca teve. Além de tudo, esta Casa, reacionariamente, vota contra a reforma agrária.
É lamentá.vel a situação em que se encontra o homemdo campa. que não tem nada - repito - e, ainda.precisa enfrentar, no lombo de burros grandes distâncias para colher a banana, o milho. enfim. uma pequenaprodução - fundamental para sua sohrevivência - naquele fim de mundo que é a Amazônia. E muitas vezes.quando chega às margens do rio, não consegue transportar e"ses poucos produtos para o mercado consumidor de Santarém ou Belém. O Governo federal tomaprovidências extraordinárias! Por exemplo. extingue aEnasa, único transporte de massa e de carga acessívelque existia na Região Amazônica. É esta situação emque vive minha gente, o meu povo.
Quero, em nome da Liderança do PMDB, usandoeste horário de Comunicações de Lideranças. registrarnesta Ca,;a que não é possível abandonar a Amazõnia,suas estradas. seus rios e principalmente seu povo. ohomem do campo, o trabalhador rural, sem terra, semnada e, ainda, sem possil)ilidade sequer de vender opouco que produz com suor de sua testa.
O Sr. Artur da Távola - Sr. Presidente, peço a palavra para Ilma comunicação, como Líder do PSDB
O SR. PR:ESlDENTE ([nocéncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.
O SR. AR:TUR DA TÁVOLA (PSDB - RJ) - Sr.Presidente, Sr" e Srs. Deputados, os temas da culturasão muito pouco presentes no Parlamento. particularmente em momentos como o atual, nos quais a crisesocial é tií.o grave, profunda e extensa. O Rio de Janeiro~ossui a eria(;ão de cultura entre seus fatores produtivos.E, aliás, uma de suas vocações. A matéria cultural possui o caráter subjetivo, artístico, estético, contudo.igualmente, o sentido econõmico de atividade produtiva, gen.dora de riqueza e empregos, jlí quc no Riode Janeiro concentram-se algumas de nossas principaiseditoras, gravadoras, jornais, revistas, cmissoras de televisão ede rádio de âmbito nacional, produtoras independentes. teatros. produção de cinema, shows etc. Ca-
raeteriza-se. portanto, o Rio de Janeiro como centroformador. produtor e exportador de cultura. Nesse sentido, tudo o que se refere à matéria cultural passa ater a cada dia uma intluência econômica. política e eomportamental crescente.
Tais consideraçües preliminares introduzem o temadesta fala: o sentimento de profunda perda pela morteda cantora Nara Leão. .
Ao partir, assim jovem. 47 anos, não nos fica apenasa perda de uma artista de qualidade, mas a de poderosafigura pública e política deste País. Talvez tenha sidoNara, dentre as cantoras brasileiras, a primeira artista.após o golpe militar de 1964, a alçar o canto na direçãoda lil)erdade. Ao participar dos shows "Opinião" e,em seguida, "Liberdade, Liberdade." Nara Leão deuo primeiro grito, em conjunto com a classe artística.e alguns intelectuais, exilados e jornalistas, proclamando a necessidade do retorno do País à sua ordem democrática e Constitucional. Não parou aí. Foi, ao longodos anos de autoritarismo. vigorosa liderança do movimento artístico. Instigante estc traço de Nara Leão:tímida pessoalmente, recatada. recolhida em seu modode cantar, de ser e de se expor, a partir da aparentefragilidade de seu ser, tomava decisões e posições coma firmeza necessária para transformar-se em liderançade natureza pública por meio da cultura. A perda é.pois. de toda a Nação. .
Como artista, Nara Leão conseguiu o que se podechamar de um prodígio: dona de voz de curta extcnção,e escasso volume. no registro de soprano-quase-ligeiro(o que lhe trazia colorido c permitia o canto em falsete).ela conseguiu inserir-se no movimento de música popular brasileira que transformou a velha ordem: a bossanova. Tal movimento modificou o modo de cantar provindo da tradição operística e que se constituía em espécie de corruptela do canto operístico extrovertido oudo canto do romantismo tardio, carregado de lamentos,arroubos. intensidades. A bossa nova trouxe cantoresque. mais pela interpretação do que pelo alarde decondições vocais, inseriam.-sc em nossa música popularbrasileira, na linha de direta comunicação iniciada nosanos 30 com o modo de cantar de Noel Rosa e MárioReis. É O canto solto, despojado, direto, liberto dosagudos, dos "trinados" dos "tremolos," enfim. da gamade recursos enfáticos que caracterizara o canto operístico. O vislumbre modernista dc Noel Rosa e MárioReis foi interrompido nos anos 40 e retomado no finalda década de 50, com cantores como Miltinho, TitoMadi. Orlandivo. João Gilberto e Nara Lelio. A novaforma de conceber o canto popular (música e poesia)consistia. na eliminação dos excessos romlinticos e grandiloqüentes substituídos por forma coloquial. intimistade comunicação e qualificação. tanto na poesia quantona harmonia. Inicia-se aí, para a cultura popular destePaís. novo momento, criador. rico. importante: a bossanova. Caracterizava-se, de um lado, por intluência internacional crescente no Bra,il a partir da década de60. de outro, por não perder a brasilidade fundamentalexpressa no ritmo e na temática dos verso<. Obtínhamos, então, via bossa nova, para o canto popular, crescente grau de cvolução harmônica. (carregada de intluências internacionais) c, ao mesmo tempo. o pulsarda brasilidade expresso no ritmo e na telmítica. A bossanova passa. depois. por algumas fases hojc nítidas. Noperíodo 1959/1962, aproximadamente, é ma i:; o movimento musical-harmônico que político. De 1962 emdiante, com a agudização da crise nacional, a participação maior das massas brasileiras e a conscientizaçãoda necessidade, à época, de reformas que teriam dadoao País. não a feição doentia de hoje. trágica. ao ladode desenvolvimento ccon6mico. mas, ao contrário. aintegração social que o encaminharia na díreç;:io da paze da harmonia social; de 1962 em diante. eu dizia, abossa nova começou seu momento político de afirmação, tanto nas letras como na participaçáo direta emmovimentos artísticos populares. O Centro Popular deCultura da União Nacional dos Estudaotes, Ü época,propugnava a arte engaJada nos mnvimentol-í populares,nos sindicatos, nas praças públicas. nas universidades.Nara Leão percorre esse período fazendo sua transiçãode amadora para profissional. Após 1964, a bossa novaseria o invólucro rítmico e melódico para o começoda resistência. Nara, jà profissionnl. aqui avulta. E (Ie
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seu ser frágil emerge o grito de liberdade. A bossanova tomaria. depois. nOVOs e outros formatos.
Finalmente. um alcance - este de natureza estética.A década de 60 traz para a música brasileira. com abossa nova, uma presença já sentida e forte TIel literatura: a Semana de Arte Mnderna. de [922. O Modernismo rompe a harreira das formas rornanticas e parnasianas de expressão literária e ganha a literatura brasileira. Porém. a música popular brasileira só sentiní ocorte: cultural representado pelo Modernismo muitoadiante. em finais de 1958. 1959. quando eclode o movimento da bossa nova. ressalvado, como antes :::itei. ocanto precoce e precursor de Noel Rosa e Müri o Reis.O Modernismo também se expressava. naqueles anos.1958/59/60. através da construção de BraSllia. cidadeque representa. do ponto de vista estético. o últimosuspiro do movimento modernista aplicado diretamenteà ação social. no ca:-.o, ao urbanismo e à arquitetura.As manifestaçóes artísticas populares ou eruditas miose desvinculam de realidades políticas e sociah. NaraLeão ajudou ti comprovar que um povo cria e cDTIstn'Sisua cultura de vigor e valor comO eco do que estejacom ele ocorrendo. ~ os autDres e propagadore~ des.sacultura ~tío por ele consagrados e aceito~ quando pos~uem. além da qu,;tlidade artística. o valor simbólico
·'de representar vivências e setirnentos profundo~,. NaraLeão representou o sentimento da liherdade neste País.a artística. a política. a existencial.
Temos, portanto, deveres de gratidão. Diante daopressão e da censura, é a manifestaçáo artística, sempre. o primeiro elemento através do qual a mbeldiase estabelece.
Termino estas palavras com um verso singelo de umnegro do Rio de .Taneiro. cujo nome popular é Zé Keti.e cuja obra. contada por Nara Leão. representou dosprimeiros atos de reheldia contra o que ocorria coma democracia nos idos de 1964. Recordo-me. aliüs. Sr.Presidente. com enorme emoção. de quando. exiladona Embaixada da Bolívia, no Rio de Janeiro, vi numanoite, escondido - às vésperas de nossa viagem parua Bolívia e sem saber quando voltaríamos - () cantore compositor Zé Keti penetrar, à sorrelfa. na Embaixada da Bolívia e cantar para despedir~se de um grupoqe brasileiros que no dia scguinte partiria para La Paz.E deste artista popular brasi]ciro. maravilhoso representante da cultura negra do meu País, o ver~iO qüeNara Leão cantou um dia. dando o primeiro bradode alerta:
"Podem me prender.Podem me bater.Podem até deixarem sem comer.Quc eu não mudó de opinião."
Era o que tinha a dizer. (Muito bem! Palmas.'1
o Sr. Fernando Santana - Sr. Presidente. peço apalavra para uma comunicação. como líder PCB
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem apalavra o nobre Deputado.
O SR. FERNANDO SANTANA (PCB - BA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, minha vinda aesta tribuna foi provocada pelo discurso do nobre colegaPaulo Alberto. ou Artur de Távola. como queiram,que fez uma amílise, mesmo de improviso. onde percebemos a importáocia do movimento que se chama BossaNova e tamhém. fora da própria Bossa Nova. das diversas etapas pelas quais a música brasileira tem passado.
A morte da extraordinária figura humana que foiNara Leão motivou o discurso de homenagem de Arturda Távola. Dada a importância desse fato. nós no!; associamos ao preito que S. Ex" acaba de prestar. E. maisdo que isso. Sr. Presidente, pelo que expressou o Deputado Artur da Tãvola. o assunto é tanto importantepara a cultura brasileira que pedimos a V. Ex" quedetermine uma data para se render homenagem especiala Nara, quando o próprio Paulo Alberto podet'ü voltara estender-se, :1 demorar-se em sua análise, que, registrada nos AnaIS do Congresso Nacional. muito sl:rvirüâ cultura brasileira.
Homeoageamos Nara Leão. exprcssão extraordináriada música hrasileira. ressaltando sua bondade. delicadeza. finura c sua excepcional coragem de enfrentar.durante longos anos. o tumor cerebral que acabou por
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liquidá-la. levando-a para o outro mundo - c estamoscm dúvida sc existe outra vida \ti.
Sr. Presidente. propomos a prorrogação de uma sessão para homenagear Nara Leão. Na oportunidade.os entendidos na matéria exporiam aos Parlamentarestoda a importância dessa música. não só como expressãode arte. mas também de movimento e consciência popular. expressada em sua letras.
Era o que queria propor. Sr. Presidente. em funçãodo discurso do nosso colega Artur da Távola. (Palmas.)
O Sr Gonzaga Patriota - Sr. Presidente. peço a pa]avra para uma comunicação, como Líder do PDT.
SR, PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem apalavra o nobre Deputado.
O SR. GONZAGA PATRIOTA (PDT - PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Sr" e Srs.Deputados, desejo dar conhecimento à Naçün, particularmente a esta Casa Legislativa. de que os servidoresda Sucan - Superintendência de Campanha de SaúdePúhlica. que sempre sofreram as mais indesejüveis discriminaçôes. agora. no vignr da nova Constituição brasileira. continuam na mesma situaç<i.o.
A Sucam é um órgão que presta relevantes serviçosâ população brasileira no cam'po da saúde ptíhlica combatendo doenças como a MaMria. o Denguc, a FehreAmarela. a Doença de Chagas. etc. responsáveis porum significativo número de óbitos no País, implícando,assim. a redução da força de trabalho.
Para realizar seus trabalhos. que na maioria da" vezesse concentram em áreas inóspitas. seus funcionáriosse deslocam de suas residências por períodos üs vezessuperiores a trinta dias. deixando suas famüias. sabeDeus como. Nesses de~locamentos têm despesas comalimental';io e pernoite que os surpreendem pelos elevados preços. sempre superiores aos valores das diáriasque's"o pagas com a finalidade de cohrir tais despcsas.levando-os a complementar seus míseros sahírios.
A classe de servidores é composta por pessoas quedesempenham algumas funções distintas, de InspetorGeral. Inspetor de Endemias. Guarda-Chefe EducadorSanitário e Agente dc Saúde Plíbliea. ainda não definidas de direito e remuneradas com um mesmo valor.Os detentores de tais funç6es realizam atividades deplanejamento. supervisôcs, avaliação, treinamento na;irea de recursos humanos. palestras á população. enfim. toda lIma atividade global do órgão. acumulandore!'iponsabilidades as mais variadas, sem perceherem,contudo. qual<juer gratificação pc]a atuaçáo.
O Decreto n" 83.396. de 2 de maio de 1979. dispõesobre a concessão de diürias aos Servidores PúblicosCivis da União e determina os índices a serem seguidospor órgãos da Administração Direta. conforme a classe.
O Decreto n' 97.721. de 5 de maio de 1989. dispõesobre a concessão de diárias aos servidores da Sucam,discriminado-os dos demais Servidores Civis da Uniáo.visto que os valores para eles determinados foram corrigidos para menos (hoje o valor da diária está em NCz$[2,87). e este decreto vem sobrepor o já citado decreto.o qual ainda prevalece para os demais órgãos.
O art, S'" da Constituiçáo em vigor. em seu caput,explicita que "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...E o último decreto não oscoloca em tal situação de igualdade.
São profissionais de Saúde e compõe o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS). mas nempor isto percebem remuneração equivalente à dos defilais órgãos que também integram o referido Sistema.como. porexemp]o. a Fundação Sesp. que tem a mesmaatividade-fim. as mesmas categorias funcionais. mascom salürios muito além dos pagos aOs soldados daSucam.
O art. 39 da Constituiç,io Federal. em seu § I" estahelecc:
"A lei assegurará, aos servidores da administração direta, a isonomia de vencimentos. para cargos de atribuição iguais ou assemelhados do mesmopo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivos, Legislativo e Judiciürio. ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas li naturezaou ao loca] de trabalho ...
Junho de 1989,
Portanto mío entendo qual a razão da diferençasalarial existente entre a classe e outras com asmesmas atribuições.
O Decreto n" 97.721. de 5 de maio último. deve serevogado por ferir frontalmente a nossa ConstituiçãoFederal.
Para se ter urna idéia. Srs. Deputados. permitam-medeclarar o salürio bruto, nele incluídos todas as gratificações e adicionais até de insalubridade e apoio. dealgumas categorias de servidorcs da Sucam.
1. Técnico em Laboratório 189.002. Ageote Administrativo 180.003. Auxiliar de Laboratório 177.004. Agente de Portaria 1111111111111111111111166.005. Agente de Saúde Pública 11111111111111111179.00
Como se vê. fazendo-se uma comparação com osparadigmas de outros órgãos. os salários pagos aos servidores da Sucam estão defasados em mais de 300%
O Decreto n' 97.721i89 fixa as diürias aos servidoresda Sucam em atividades de Campanha de Comhatede Endemias. com cálculos em total desacordo como Decreto n' 83.396 e a própria Constituição Federal.
Por outro lado. Sr. Presidente, é praxe O Servidorde Campo da Sucam trabalhar interruptamente forada sede. percebendo diárias ao longo do seu vínculoempregatício. adquirindo O direito de incorporação destas ao seu sa]ürio, fato que não vem ocorrendo.
Por estas razões. formulo um veemente apelo ao Senhor Presidente da República no sentido de enviar mensagem a esta Casa Legislativa objetivando equipararos salários-e diürias dos servidorcs da Sucam aos seusparadigmas da FSESP. pois ambos compocm o SistemaUnificado e Descentralizado de Saúde (SUDS).
No momento. é o meu apelo.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Passa-se ao
v - GRANDE EXPEDIENTETem a palavra o Sr. Ne]son Seixas
O SR. NELSON SEIXAS (PDT - SP. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. inicialmente quero consignar a presença de uma comitiva de Vereadores deminha cidade. São José do Rio Preto. no Estado deSão Paulo. formada pelos Vereadores Hubert Eloy.Richard Pontes, do PDT, Antõnio de Freitas e OlavoTaufic, do PDS. Luiz Botara Filho. do PFL, c GersonAparecido dos Santos. do PDC. que, ontem. no Ministério dos Transportes. em audiência com O MinistroJosé Reinaldo Tavares. apresentaram a S. Ex' reivindicaçüo justa da nossa região. o noroeste do Estado deSão Paulo. qual seja a duplicação da BR-153. que cortao coração do Brasil. A Rodovia Transbrasiliana é umadas três rodovias federais que temos no Estado.
Sabemos que o Brasil precisa de novas estradas. Ainda há pouco ocupou a tribuna um companheiro quereivindicou a pavimentação da Santarém-Cuiabü, Roraima e Acre necessitam de rodovias asfaltadas. de cujafalha o transporte da sua produçáo agrícola se ressente.A prec;íria manutenção de nOssa~ rodovias e mesmoa falta dessa manutenção forçam a sua reconstrução.com grandes despesas para O poder público. Temosde pensar também. neste momento. quc há setores nosquais o trMego e a topografia levam a grande númerode acidentes c mortes. Lembramo-nos aqui. agora. deum pleito dos Estados do Sul. relativamente à duplicação da BR-1l6, Régis Bittencourt.
Vários Parlamentares do Sul conhecem a BR-153.especialmente o trecho dc Onda Verde a Bady Bassit.que contorna a cidade de São .Tosé do Rio Preto. csabem quão urgente é essa duplicação.
Saudando a comissão de Vereadores de São José doRio Preto. que trou~e esse pleito ao Ministro dos Transportes, fazemos votos de que seja atendido. S. Ex"ontem, afirmou-nos fato muito importante. não só parao Estado de São Paulo. mas para Mato Grosso e MatoGrosso do Sul: a construção da ponte rodoferroviüriasobre o rio Paranü.na altura de Santa Fé do Sul. Essaponte permitirá a concxão da Fcpasa e o Porto de Santos, inicialmente com Cuiabá e, posteriormente, PortoVelho. É uma grande ferrovia, a Leste-Oeste. financiada, em parte. pelo empresário Olaeir de Morais,
Junho de 1989
sem prejuízo de um ramal que atravesse o Estado deMinas Gerais e alcance o Porto de Tubarão, no EspíritoSanto. A concretização dessa ferrovia, sem prejuízodas rodovias, é um velho sonho do oeste de São Pauloe, acretido, de Mato Grosso do Sul. A ferrovia aindaé um dos transportes mais baratos que este País possui,e sua rede tem sido ampliada proporcionalmente.
A notícia de que o Ministro José Reinilldo Tavaresalocou cinco milhões de cruzados novos para a edificação dessa ponte rodoferroviária, juntamente com cincomilhões do Governo de São Paulo, nós dá a esperançade que ela se torne realidade brevemente.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, aproveito a oportunidade para fazer um balanço sobre o atendimento aoexcepcional no Brasil, assunto que me conduziu a estaCasa, como pai de dois excepcionais. ~emos assistidosaos problemas dos excepcionais - aí incluindo os superdotados e os deficientes, e entre estes os mais necessitados. os mais numerosos, os mais cercados de preconceitos, os deficientes mcntais ou retardados - e lutamosobsessivamente no sentido pc resolvê-los.
Nesse sentido, estamos apresentando a esta Casa vários projetos de leis. desde a prevenção, a educação.o transporte. a reabilitação e sobretudo a assistência,através da regulamentação: do art. 203, inciso V, queconfere o benefício mensal de um salário mínimo àpessoa portadora de deficiência e ao idoso que nãopuderem prover a sua própria manutcnção ou tê-Ia provida por sua família.
É uma medida. Sr. Presidente. Srs. Deputados. muitojusta e humana, porque, às vezes, a família carenteabandona o seu deficiente, o seu idoso. Eles terminamseus dias em asilos ou hospitais psiquiátricos, e, destaforma, o custo de manutenção do carente ou do idosofica bem acima de um salário mínimo.
No tocante à prevenção - e aqui gostaria de consignar uma visita, hoje, ao Ministro da Saúde, Seiko Susuki, para tratar do assunto - há dois dispositivos muitoimportantes: a oficialização do teste do pezinho, paradetecção do fenilcetonúria e o do hipotirodismo. Temosde viabilizar outras medidas importantes no tocante àassistência ao recém-nascido na sala de parto e no berçário. Muitas crianças neste País. se asfixiam ou têm lesãocerebral por falta de assistência devida no parto, atravésde um neonatologista ou de um berçarista.
É preciso que os hospitais do Governo ou conveniados sejam obrigados a manter um neonatologistana sala de parto e no berçário.
A educação da pessoa deficiente tem sido relegada,por isso recebe parcos recursos. Foi criada a Secretariade Educação Especial do Ministério da Educação, aSesp, mas ela tem recursos muito exíguos. O atendimento ao excepcional é encarado como assistencial,como favor, esmola quando deveria ser uam questãode direito: se uma criança normal tem direito a umaescola pública, por que a excepcional não o tem?
É preciso que se consigne percentual de recursos educacionais para a educação especial. Só assim essa educação deixará de ser repito uma questão de favor, tornarse-á questão de direito.
Para tanto. apresentei o Projeto de Lei n' 40. de1988, considerado por alguns como inconstitucional.Não o entendo assim. porque consultei o art. 167, incisoIV, da Constituição, e ali há uma ressalva para estaveiculação de recursos. Espero que a destinação de recursos próprios para a educação especial seja viabilizada.
Noutra parte, na questão de veículos para deficientesfísicos e para entidades que cuidam de deficientes, precisamos ter isençáo de IPI. porque o transporte é fundamental nessas situações. Referindo-me ao Projeto deLei n" 39. de 1988. que regulamente o art. 19, § 7".para isentar da cota previdenciária as instituições beneficentes, quero dizer que esse dispositivo é muito importante, não só as Apaes. mas para todas as entidadesno Brasil que cuidam da assistência social.
Para encerrar, Sr. Presidente, comunico a realização.recentemente, do I Simpósio Nacional de AssistênciaSocial. onde dois pronunciamentos. entre outros importantes. me chamaram a atenção. A Prof' Teresa Costado Amaral. Coordenadora da Corde - Coordenadorianacional para Integração de Pessoas Portadoras de Deficiência - assim se expressou:
"Não há mais espaço para O assistencialismo.É preciso traçar uma clara política social paraq,"e ·construamos o espaço da cidadania, já quea questão social é a mais grave do País."
Em relaçiio aos deficientes, teresa Amaral apontouuma clara omissão dos nossos Governos. que sempreatuam d" forma paternalsita e assistencialista. Ela disseainda que grande parte do atendimento é realizado porentidades da sociedade civil e que, entre estas, as quenão têm fin-; lucrativos merecem um tratamento privilegiado, já que a obrigação é do Estado.
Para essas entidades, ela prega um credenciamentorigoroso, a fim de que sejam realmente eficazes. mascom direito, entre outras vantagens. à isenção previdenciária, a não ser o pagamento das contribuições de seusempregados. e imunidade tributária: que as doaçõcssejam abatidas do imposto a pagare não da renda bruta;a impenhorabilidade dos seus bens.
No mesmo simpósio. o Dr. Irapoan Cavaleante deLyra. Presidente da LBA, diz:
"Nos últimos quatro anos. a LBA entrou numprocesso de transformação de sua ação, visandoli promoção e ao desenvolvimento social, já queo cidadão é um usuário que tem direitos.
A LBA é considerada hoje uma agência dedesenvolvimento social. argumentando que a assistência social não deve ser o elemento que levaa pobreza a ser renovada...
Com esse espírito é que a Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social está trabalhando. Devemosfomentar uma promoção social para que, dentro embreve, não precisemos da assistência social.
Muito obrigado. (Palmas.)
Dl~rant(! o discurso do Sr. Nelson Seixas, o Sr.lnocêncio Oliveira, li? Vice-Presidente, deixa a cadeira da Presidência, qlle ê oeupada pelo Sr. CarlosCulta, 3° Secretario.
VI - HOMENAGEMo'SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Mesa
procederá à prorrogação da sessão. em homenagemli memória do Deputado Estadual do Pará, João Batista,assassinado no dia 6/12/88. Autor do r~querimento,Deputado e Líder Ademir Andrade. Antes, porém, estaPresidência convida a Sra. Sandra Maria Caminha Fonseca, esposa do Deputado João Batista, familiares eamigos CI tomarem assento no plenário.
O SR, PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Concedo apalavra ao Sr. Ademir Andrade. Como autor da Proposição e pelo PSB.
O SR. ADEMIR ANDRADE (PSB - PA) -Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados. meu caro Presidentedo Diretório Naciooal do partido Socialista Brasileiro.Senador Jamil Haddad, companheira Sandra Maria Caminha Fonseca, 2" Vice-Presidente do Diretório Regional do Pará e viúva do Deputado João Carlos Batista,companheiro Antônio Fontellcs. 1" Vice-Presidente donosso Partido no Estado do Pará e irmão do ex-Deputado Paulo Fontelles, que também foi barbaramenteassassinEldo, companheiros das galerias e companheirosdo partido S'ocialista Brasileiro, cspecialmente companheiros do nosso estado. o Pará, (palmas) são passados6 mese,; do assassinato de João Carlos Batista, que
se deu em 6 de éezembro de 19KK, no Centro de Belémdo pará. na frente da sua mulher e dos seus três filhos.tendo, naquele momento. sido baleada a menina Dina.Os pistoleiros e mandantes continuam impunes, contando com a omissão dos governos estadual e federal.
João Batista foi vítima do mais sórdio gênero de violência que domina nosso paIs - a violência contra asidéias. a violência contra a democracia, quando assassinatos políticos tentam calar a voz daqueles que sãobravos combatentes pela liberdade do povo.
João Batista nasceu em Voruporanga, São paulo, em19 de novembro de 1952. Era filho de Nestor Antônioe Isaura Batista, agricultores naquela região do interiorpaulista.
A famílic: de Batista foi para o Pará, como tantasoutras que migram para a última fronteira agrícola a Amazônia. em husea de terra para trabalhar. Em1%5 a f"mOia se instalou em Paragominas. distante
Sábado 10 4673
quatrocentos quilômetros de Belém. muito conhecidapela violência, hoje sede regional da UDR. Lá. JoãoBatista começou a trabalhar como vaqueiro. ajudandoo pai, empregado numa fazenda. até que puderam adquirir um lote de terra nas margens da rodovia BelémBrasília.
Nesta época, começou a conviver com todo o tipode arbitrariedades que reinam impunes na zona ruraldo Pará, patrocinada pelos poderosos latifundiários,que concentram grandes quantidades de terra. enquanto milhares de trabalhadores não têm sequer um palmopara sua subsistência.
Em 1975 mudou-se para Belém e formou-se em Direito pelo CESEP - Centro de Estudos Superiores doPará. em 1980.
Durante sua vida acadêmica. foi um militante ativona luta por maÍs verbas para a Educação. contra asabusivas mensalidades das faculdades particulares e pela volta do cstado de direito em nosso País. Participouda rcconstmção da UNE, e em 1979 foi chefe da delegação paraense. que em Salvador reviveu a gloriosa enti=-_dade dos estudantes. Foi por duas vezes presidente doDiretório Acadêmico do CESEP e comandou. aindasob o regime militar, a primeira grande greve de estudantes no Pará.
Formado advogado, voltou sua atuação para a causados trabalhadores.
Começou nos sindicatos urbanos e, em 1980, tevedestacado papel como advogado no Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, onde, desde então, se incompatibilizou com os gananciosos patrões.
Em seguida passou a advogar para posseiros, na lutapela terra. Em 1981, juntamente com o Sindicato dosTrabalhadores Rurais de São Domingos do Capim, defendeu seu primeiro conflito de terras no km 90 daBelém-Brasília, na árca denominada Colônia União,onde possseiros ocuparam uma grande extensão de terraociosa. em que o pretenso proprietário, Sr. joaquimFonseca. fez de tudo para despej,i-Ios, usando não s,óa força policial, mas suas milícias privadas. Hoje. depoisde muita luta, a área foi desapropriada.
A partir daí, Batista estendeu sua atuação ao longoda BR-01 O, nos municípios de Paragomioas. São Migueldo Guamá, Trituia. Mãe do Rio, Dom Elizeu, assimcomo em outras regiões, como a PA-1511, aos municípiosde Moju e TaiWndia; na Pará-Maranhão, no grandeconflito agnírio da Cidapar em Vizeu; nos municípiosde Capanema, Garrafão do Norte. Capitão Poço. Ourém, Concórdia do Pará, Acaní, Paraoapebas. e noconflito com um dos maiores latifúndios do mundo a Jari no Município de Almeirim.
João Batista centralizou toda a sua luta no sentidode que os humildes colonos conseguissem não só ganhara terra, C0ll10 nela se fixar. levantando bem alto a bandeira da Reforma Agrária, como conquista imediatado povo. da liberdade e do socialismo.
A repercussão de sua luta ganhou enormes dimensõesjunto aos camponeses, ficando conhecido em todo oPará como o advogado dos posseiros, Foi então queangariou o ódio dos latifundiários. de donos de empresas e da UDR, que passaram a persegui-lo c a ameaçá-lo, tratando-o como o pios dos inimigos, destacando-se, entre tantos: Joaquim Fonseca, Henrique Memberg. Antônio Manoel Pique ira. Slaviero Madeireira,Marcos Marcelino. Família Uliana, Cidapar, Hermínimo e Joaquim Branco. Paulo Rôsado. Wirland Freire,Fausto Fernandes, Carlos Xavier, Maria de Nazaré eo hoje Ministro da Previdência Social, Jader Barbalho.
Em 1982. saiu candidato a Deputado Estadual peloPMDB. Sem nenhum apoio e com muitas dificuldadesfinanceiras. não conseguiu se eleger. Apesar disso, JoãoBatista continuou na luta com a mcsma combatividadee determinação que lhe eram peculiares.
Durante o período de 82 a 88, as ameaças de mortese intensificavam. através de tekfonemas anônimos.invasão de domicIlio e os seguintes atentados mortais:
21 de julho de 1985. no km 128 da BR-OlO. às 22h30mino quando vinha de Paragominas. acompanhado deseu pai, Nestor António Batista e Henrique de Cristo,lavrador, em um Fusca. foi interceptado por um Monza,com quatro pistoleiros, quc deram dois tiros. um decartucheira calibre 20 c outro de ritle 44, sendo o seupai atingido na cabeça. com O tiro da espingarda. Osenhor Nestor sobreviveu, mas permanccc doente até
4674 Sábado 10,
hoje. João Batista foi ferido no pescoço. onde chumbosficaram alojados. Houve troca de tiros, e Batista conseguiu retornar para Paragominas, sendo novamente perseguido. Neste momento o lavrador Henrique acertouum tiro de espingarda no Monza, que só assim paroua perseguição.
A polícia desta cidade, segundo informou, nada encontrou no local. Em Paragominas, a polícia era chefiada pelo Sargento Adolfo, conhecido agenciador de pistoleiros, inclusive tendo sido visto, por um vizinho, entregando um rifle para uma pessoa. nesta mesma noite;
25 de junho de 1986. quando se dirigia para umaaudiência em uma cidade próxima de Belém, teve seucarro esmagado por um caminhão transportador debois, ficando três dias no hospital, entre a vida e amorte;
2 de maio de 1987, já como Deputado Estadual, durante uma manifestação do Dia do Trabalhador, emParagominas. os pistoleiros Pilha Fraca e Ataíde atiraram nele, no meio de mais de 4 mil pessoas. porémnão o atingindo, mas ferindo alguns presentes. A população. revoltada. pegou Pilha Fraca e fez justi\,a comas próprias mãos.
Ncnhum desses atentados foi sequer apurado pelasautoridades. mas, ao contrário. ele é que era o acusado,c nunca a vítima, sendo que, no primeiro. o inquéritoinstaurado na DOPS sumiu misteriosamente, sem nenhuma explicação. No último atentado, acima descrito,o Governador Hélio Gueiros foi à televisão acusar JoãoBatista de ter incitado o povo a matar "um pobre motorista de táxi". E a UDR lançou notas pagas em todosos jornais, por vários meses, acusando-o de matador.
Em 1986, João Batista candidatou-se novamente aDeputado Estadual, enfrentando a força reacionáriado latifúndio, já organizada na terrorista UDR 'Õ infiltrada no Governo do Estado e nO seu próprio partido,que tinham à frente o então Governador Jader Barhalho. Contando apenas com a força do povo, conseguiueleger-se, sendo o último colocado do PMDB.
Sua atuação parlamcntar não diferiu em nada da doadvogado dos posseiros. Seu gabinete era um dos maismovimentados na Assembléia Legislativa, assim comoampliou seu espaço político no Estado em menos deum ano, atuando em Municípios importantes, comoltaituba. Na tribuna. foi um ardorosos defensor dosdireitos do povo.
A impunidade dos crimes que antecederam ao praticado contra João Batista, os despejos violentos contraposseiros, as liminares parciais de juízes, o comprometimento da polícia, a omissão do Governo de Estado,e a falta de decisão política em realizar a Reforma Agrária, por parte do Governo federal, á mercê do latifúndioe da UDR. fizeram com que seus inimigos planejassemcom tranquilidade o seu assassinato.
No dia 6 de dezembro de 1988, após fazer mais umadenúncia de atentado contra a sua vida, da Tribunada Assembléia Legislativa, foi covardemente a:;sassinado, na frente da sua família.
A polícia do Estado do Pará, acostumada a serviraos fazendeiros, mostra-se complemente considerandose os seguintes dados;
-O assassino mapeou com cuidado o prédio e arua onde morava João Batista, havendo várias pessoasque o viram na portaria do edifício. No entanto. a políciasó tem duas testemunhas.
- A polícia mio vasculhou o local do crime em nenhum momento, nem as adjacências, para a capturado assassino, embora tenha sido anunciado pela televisão que o governador ordenara o fechamento das l;aídasda cidade, no que foi desmentido por policiais qUE' estavam de serviço. que afirmaram não ter recebido ordemalguma.
- O retrato falado não coincidiu com o depoimentodas duas testcmunhas e, apesar da insistência da família.só foi divulgado um mês após a morte de Batista.
- O Governador do Estado nomcou para Sccretáriode Segurança Pública o Sr. Mário Malato, conh ecidopelo seu comprometimento com latifundiários. Qwmdoestava à frente do DOPS 'era muito solicitado para efetuar despejos nas colônias, tendo sido considerado como um dos inimigos de João Carlos Batista. Por ocasiãoda campanha eleitoral, ele teria praticado tiro ao alvo
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
em cartazes de Batista, afixados nas estradas, segundoinformações.
-O delegado que presidiu o inquérito policial, emsua primeira fase, foi afastado sob suspeita de ter sidofinanciado por fazendeiros para não levar o caso adiante, gerando um inquérito frágil. muito confuso. e assimmesmo remetido para a Justiça.
- O pistoleiro que está preso, o Robertinho, conhecido matador de aluguel na região da Belém-Brasília.contou uma versão durante o inquérito, onde acusaPêricles Ribeiro Moreira de ter matado o Deputadoe como mandante os comerciantes Josiel e Jeová (Jáimplicados no caso do ex-Deputado Paulo Fontelles)e também Oscar Ferreira. Diz ter chegado para parti·cipar do crime no dia em que este aconteceu, fato queaté agora a Polícia não apresentou provas concretaspara desmentir, embora seja evidente que várias pessoas o viram rondando o prédio, há dias. Este mesmopistoleiro desmentiu, posteriormente, tudo o que afirmara na polícia~ perante a Juíza da 2~ Vara penal doEstado. Dr' Yvone Santiago,
- O pistoleiro Péricles 'Ribeiro Moreira é elementode alta periculosidade, com vários crimes de encomendaem seu currículo, procurado também pela Polícia doMaranhão, e ainda se dá ao luxo de convocar a imprensado Pará para conceder uma entrevista exclusiva, natentativa de tumultuar o processo, acusando o empresário e fazendeiro Joaquim.Fonseca e inocentando Josiel e Jeová, numa verdadeira guerra entre bandidos.
- O pai de Pérides Ribeiro Moreira apresentou-seà Juíza, acusando a Polícia de tê-lo ameaçado de morte.
Diante de tais fatos, conclui-se que a polícia não checadados importantes para o processo, como a acusaçãodo pistoleiro Pérides Ribciro Moreira contra o Sr. Joaquim Fonseca, sendo este reconhecidamente inimigode João Batista, inclusive movendo dois processos contra o Deputado, um no Fórum de Belém e outro node São Miguel do Guamá.
Segundo os inquéritos. tanto Josiel como Jcová eo próprio Joaquim Fonscca, estão envolvidos na mortede Paulo Fontelles, estando os dois primeiros foragidos,sendo pessoas de reconhecida periculosidade, envolvidos em roubos dc carro, de gado e em crimes dapistolagem, com os quais enriqueceram ilicitamente,scm nunca, até então, tcrem sido incomodados pelaJustiça. E o terceiro, somente dcpois de muita pressãoda opinião pública, foi chamado para dcpor, haja asvárias acusações que pesam sobre ele.
O fato é que o processo tem mais de 500 folhas,e nenhuma solução concreta foi apresentada, tomandorumos confusos, próprios da ação do crime organizado,havendo grande interesse das autoridades em parar ocaso nos dois acusados como mandantes. Na verdadeeles são os empreit<>iros, e o que se pretende é acobertaros verdadeiros mandantes do crime.
Tudo O que foi apresentado até agora dá a impressãode que foi feito somente para dar uma satisfação àsocicdade, pois este processo não chega a nada objetivo.
Scnhor Presidente, esses crimes que se deram contraos advogados João Batista, Paulo FonteJ1es e GabrielPimenta. e mais, Padre Josimo, João Canuto de Oliveira, Bcnezinho, Gringo e tantas outras lideranças donosso Estado do Pará, ocorrem por um fato: a irresponsabilidade de um governo da classe dominante (palmas);a irresponsabilidade de um governo das elites, que nãotem um plano de trabalho e de ocupação para a Amazônia. Essas mortes ocorrem principalmente no Norte,a última fronteira deste País, para onde acorrem centenas, milhares de trabalhadores expulsos de suas terras,nas várias partes do nosso Brasil. E lá. uma terra tãovasta. de tantas riquezas, explorada sem planejamentoalgum, de maneira indiscriminada, dá-se sua ocupação,única e exclusivamente pelo interesse do lucro imediato,característico da ação capitalista, que não tem preocupação com as questôes do povo e da ccologia da Amazônia.
Aí surgem os graves conflitos, em três situações distintas, sendo o primeiro e mais comum tipo dc conflitoaquele que tem de um lado os milhares dc posseirosque querem apenas um pedaço de terra para trabalhar,visando sua subsistência e a produção de alimentos parao consumo interno; local, regional e nacional; de outro,estão os latifnndiários. poderosos, apoiados pelo governo, pelo poder dominante. pela polícia. Eles açambar-
Junho de 1989
cam incomensuráveis áreas, para reserva de capital oua prática da monocultura, voltada à exportação, emgrave prejuízo para a nação, tanto na área econômica,como na questão do consumo interno de alimentos.Esses conflitos geram violência generalizada e a mortede muitos trabalhadores.
Um segundo conflito gerado na Amazônia ocorreem conseqüência de grandes projetos como Carajás.a Hidrelétrica de Tucuruí, a Albrás-Alunorte, a Jarie a Mineração Rio do Norte. Eles são instalados desrespeitando de maneira absoluta a população da Amazônia, explorando o homem que lá vive, obrigando-o adeixar suas terras para tornar-se operário nesses projetos, que têm em seu centro luxo e poder, mas em suaperiferia a miséria, a fome e a morte.
O terceiro c~nf1i.to, gerador de mortes na Amazônia~tem origem na mineração, estando de um lado as grandes empresas mincradoras, apoiadas pelo Departamento Nacional da Produção Mineral. e pelo Governo comoum todo, que querem deter o monopólio da exploraçãoda riqueza mineral na região (palmas), enquanto milhares de trabalhadores, de outro lado, que também acorrem à Amazônia em busca da oportunidade de explorarum pouco destas riquezas minerais, süo esmagadas pelaação capitalista, cxploradora. inconseqüente, devastadora e criminosa. Estes trabalhadores são os garimpeiros. categoria reconhecida como a maior produtorade ouro em nosso Estado e no Brasil, historicamentcaté, quc. no cntanto, é pcrseguida pelos rcpresentantesdas grandes empresas mineradoras multinacionais nasua maioria).
Essa falta de planejamento, o interesse imcdiatistado lucro, o interesse do imperialismo intcrnacional emnossa terra. redundaram na luta ardorosa dos posseiros.dos garimpeiros. dos operários, para usufruircm dc parte dessa imensa riqueza que a Amazônia possui. Eleslutam por essa participação com suas idéias e pensamentos, sendo protegidos e apoiados por suas Iidcrançasmaiores, que levam ao conhccimento da opinião públicaa perseguição que sofrem cstas categorias de trabalhadores, e isso incomoda a essa gente gananciosa, quequer para si toda a riqueza lá existcntc, c que mata,por assassinato, aquelas lideranças.
Senhor Presidente, Srs. Dcputados e companheirosdo PSB, creio que esta sessão não deve ser apenasde homenagem ao combativo Deputado Estadual JoãoCarlos Batista. mas também de protesto contra a impunidade (palmas). Se crimes continuam acontecendo, éporque se institucionaliza a impunidade.
Esta sessão deve ser também para prestarmos solidariedade ao Presidente do Diretório Nacional do PartidoSocialista Brasileiro. o Senador Jamil Haddad. (palmas)que, em boa hora, em programa do partido divulgadoem cadeia nacional de rádio e televisão. responsabilizouo Governador Hélio Gueiros por omissão, pelo nãocumprimento de suas obrigaçôes na apuração dos crimescontra João Batista, Paulo Fontelles e tantos outroslíderes assassinados em nosso Estado. Não há ninguémpreso pelo assassinato de Paulo Fontelles e dos outroscompanheiros. No caso do Deputado João Batista,prenderem um reles pistoleiro, mas os nomes dos mandantes, dos planejadores do seu assassinato não foramcitados em momento algum. O Governador do Paráé absolutamente omisso com relação a esses fatos.
Nesta homenagem a João Batista quero registrar quena Sexta-Feira da Paixão, dia 24 de abril. fomos informados do local onde estava o pistoleiro Pérides RibeiroMoreira. Informamos ao Governador: a polícia precisava de um carro descaracterizado e de um n::I e quinhentos cruzados novos para o deslocamento, a fimde capturar o pistoleiro. O Governador do Estado soubedo fato, mas não tomou qualquer providência para prender o suspeito pistoleiro. Tais fatos são amplamenteconhecidos de toda a sociedade do Estado do Pani.Por isso tevc muita razão o companheiro Senador JamilHaddad ao fazer aquelas acusaçôcs. divulgadas no nossoprograma nacional (palmas).
O que nos deixa apreensivos é saber da falta de determinação política dos poderes constituídos em acabarcom o crime organizado em nosso País e com gruposde extrema direita como é a UDR. haja vista que jáfoi solicitada a prescnça da Polícia Federal ao Sr. Ministro da Justiça, e até agora. segundo relato da Políciado Pará, não houvc qualquer participação daquela.
J:..;u::n;.::h..:..o..:..d..:..e:..;19:..;8..:..9 --=.D.:::IÁ:..::..:..R=-IO=--D O CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 10 4675
A morte de João Batista representa uma afronta àdemocracia em nosso País e também um grande desafiopara que as forças progressistas mobilizem o povo paraa grande tomada do poder e a implantação definitivade uma sociedade igualitária e justa (palmas).
Senhorr Presidente, ninguém conseguirá deter a sedede justiça do povo brasileiro; nenhuma violência conseguirá deter essa consciência política que cresce a cadadia no seio da classe trabalhadora.
Haveremos de passar por cima dessas violências eresponder a elas, quando necessário. Trabalharemosobjetivando a conquista de urna sociedade igualitária,do socialismo, único sistema de governo solidário e fraterno.
A luta e as idéias de João Batista vivem em eadaum de nós, e continuarão a existir em companheirosque a cada dia vão compreendendo os seus direitos,e adquirindo uma formação ideológica, que deve seexpandir mais e mais. A morte de João Batista, comoa de todos os outros mártires da luta pela igualdadenão foi em vão. Entendemos que faz parte da jornada,e mesmo com todas as ameaças e intimidações, nãoarredaremos pé. Manteremos nossa coragem e nossadeterminação pela ideologia que temos, e o que queremos é que todos os homens deste País sejam tratadoscom respeito, de igual para igual, com os mcsmos direitos. Ao mesmo tempo, sabemos que só uma sociedadepode responder a esses anseios. Viva, portanto, o socialismo (palmas).
Senhor Presidente, peço que me permita ainda algunssegundos para homenagear Sandra Maria CaminhaFonseca, esposa do Deputado João Batista, mas, acimade tudo, militantc política que tcm uma longa história.Ela é dirigentc do nosso Partido no Estado do Pará.e nos tem ajudado sempre com muita força. muita coragem. atributos que servem para ela mesma superar suasdificuldades emocionais.
Hoje Sandra.Caminha está conosco, participando nãosó desta homenagem, como do II Congresso Nacionaldo Partido Socialista Brasileiro. Nossa homenagemtambém ao companheiro Antônbio Fontelles de Lima,irmão do ex-Deputado Paulo Fontel1es, que era militante do Partido Comunista do Brasil (palmas), cujafamília é constituída de bravos companheiros. de heróisqu~ persistem na luta para punir os seus assassinos epela implantação do socüJ1ismo no país. O companheiroAnlónio Fonlel1es é o 1" Vice-Presidente do nosso partido no Estado do Pará (palmas).
A eles, pela sua coragem, prestamos também as nossas homenagens (palmas prolongadas).
o SR, PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Concedo apalavra ao Sr. Oswaldo Lima Filho. pelo PMDB.
O SR. OSWALDO LIMA FILHO (PMDB - PE.Sem rcvisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr"', c Srs.Deputados, Sra. Sandra Batista, Srs. membros da família do homenageado. mestre e amigo Antônio Houaiss,o PMDB, pela minha palavra vem participar da homenagem prestada à memória do Deputado Estadnal paranaense João Carlos Batista, assassinado em 6 de dezembro de 1988. Este crime hediondo vem somar-se à longasérie de homicídios praticados pclos latifundiários, cmuma violência seletiva que vem abatcndo lídcres daIgreja, como Padre Jósimo Tavares, no Araguaia (Palmas nas galerias), sindicais, como Margarida, em Campina Grande, advogados dos Sindicatos, como JoãoCarlos Batista c Paulo Fonlenel1e, no Pará, e o mcucompanhciro de luta política. o advogado Evandro Cavalcanti, em Pernambuco. São milhares os sacrificadospela insanidade do latifúndio arregimentado pela UD R.
Quando assistimos, na Constituinte, à ação facistada UDR conseguir a derrota dos nossos projetos dereforma agrária, tudo indicava que as grandes massasde trabalhadores, os milhões de sem-terras nesse Brasilnão se iriam conformar com a injustiça histórica queali se praticava, com a servidiio da terra que a Constituinte acabava de cristalizar. A luta pela terra iria continuar como direito sagrado das grandes multidões doBrasil. Essa luta continua. Nós a vimos na Comissãode Reforma Agrária. na reunião histórica que realizamos com aquela comissão em Araguaína, quando milhares de camponeses compareceram, a Câmara Municipal, para denunciar os crimes praticados pelo latifúndiona região. Viúvas de camponeses, em -lágrimas, narra-
vam o homicíidio dos seus esposos. jovens denunciavama morte de ~.eus pais e o incêndio premeditado de cabanas de camponeses.
Naquda época, reunimos esses depoimentos com aajuda da Federação dos Trabalhadores Rurais de Goiás.O Deputado Aldo Arantes, a Deputada Raquel Capiberibe e eu 03 remetemos ao então Ministro da Justiça,Paulo Brossard, que deve tê-los jogados na lata de papéis do seu gabinete. (Palmas.) Lamentando e com tristeza e que é história esses fatos, revelamos essas gravíssimas denúncias, que ressumavam o sangue dos sacrificados, ao meu antigo companheiro o Governador Henrique Santillo, de Goiás e até hoje não temos notíciasde qualqucr providência para solucionar esses crimes,que condnuam a ser praticados.
Mas, bem disse o mcu companheiro de representaçãoe luta pela reforma agrária, Ademir Andrade, este preito que hoje prestamos a mais uma vítima do latifúndioe dos facistas da UD R não fica apenas nesta homenagcmsimbólica, porque representa também nosso protestoe a decisão de continuarmos a luta por justiça socialc reforma agrária no Brasil. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Concedo apalavra ao Sr. Amaury Müller, pelo PDT.
O SR. AMAURY MÜLLER (PDT - RS. Sem revisãodor orador.) - Sr. Presidente, será que a elite dominante ptcci.;a encharcar-se de sangue para provar queestá viva? Sr. Presidente, Sr' e Srs. Deputados, Sr'Sandra Maria Caminha Fonseca, brava companheirado inesquecível João Carlos, companheiro AntônioFontelIe:; de Lima, continuação da luta histórica de seuirmão Paulo Fontelles, também assassinado pela violência do latifúndio, meu caro Senador Jamil Haddad, Presidentc Nacional do Partido Socialista Brasileiro; Professor c Diplomata cassado Antônio Houaiss, Presidente do Diretório Regional do PSB do Rio de Janeiro,companheiros e companheiras, curva-se o Parlamentobrasileiro, hoje, para homenagear, não no simbolismoda ret.ár.ica inflamada, mas na proposta de luta permanente por profundas mudanças em uma sociedade sabidamente: enferma: curva-se o Parlamento brasileiro, repito, não para evocar a memória, mas para assumiro compromisso histórico de manter viva e acesa a lutapor uma reforma agrária capaz de modificar em profundidade E11l2 estrutura fundiária. insana. injusta e brutalizadora de direitos humanos, cm País de dimensôescontinentais, com terras sem fim.
Ao evocar o nome de Jouo Batista. Deputado Estadual, bravo 1utador pela implantação de uma sociedademais jw:ta, estamos evocando também todos aquelcsque tombaram. crivados por balas assassinas, aqui eacolá, (Palmas mas galcrias) cm todas as partes e emtodos os lugares, para fazer vingar o seu protesto, paracriar centros de defesa de direitos, que continuam sendoespezinhados e desrespeitados.
Este plenário, D. Sandra, tem sido palco de grandesdebates em torno de questóes cruciais para a nacionalidade. Infelizmente, sendo o Parlamento retrato daprópria realidade brasileira - uma sociedade pluralista,carregada de injustiças, impregnada de ódios e intoler:lncias·- ele também re!lete, com absoluta fidelidade,os caminhos tortuosos que os .justos procuram perseguir, a fim de construir essa socicdade que desejamos,uma sociedade mais limpa, mais igualitária, mais decente, mais humana c, sobretudo. mais cristã.
O que não se pode aceitar, entrctanto, é que, emnome desse pluralismo, direitos continuem sendo subtraídos e esmagados. O que não se pode admitir, todavia, é que, em nome desse pluralismo, o CongressoNacional continue a fazer O jogo de interesses espúriose minoritários, deixando de cumprir sua tarefa históricade contribuir para que se implantem neste Pais. talvezamanhã, a justiça social e o respeito integral aos direitosda pessoa humana.
Não nos cobrimos de vergonha nem de culpa, companhciro Antônio Fontclles de Lima, pois sabemos queestamo,; cumprindo, com dificuldade c com incompreensões, o nosso dever. Mas, quantitativamente, atéque, não te;mos sido suficientes para dobrar o poderioeconômico dos que aqui se instalam comodamente parafazer o jogo das minorias, para manter privilégios odiosos e,. conseqüentemente, perpetuar suas vantagens,quase s'~mpre subalternas e personalistas.
Creio que há de chegar o dia em que este Parlamentoserá o reflexo da sociedade brasileira. (Palmas.) Aquiestarão instalados deputados e senadores comprometidos com o seu povo, com o futuro e com a Históriadeste País. E quando isto acontecer, braços pagos porassassinos piores do que os que mataram, Partifundiários, poderosos grupos econômicos nacionais e estrangeiros não continuarão como agora, rigorosamente impunes. Afinal, sob o império da lei, pensamos nós que
. lugar de ladrão é na cadeia, lugar de assassino é nacadeia, e não c.omo hoje, quando os ladrües de casacae de colarinho duro, os mandantes de crimes odiosos,como este cometido contra João Carlos Batista, pennanecem impunes (palmas), passeando cínica c hipocritamente, a sua tranqüilidade num País que não poderiamais tolerar todas essas violências, todos esses ódios,praticados contra a esmagadora maioria, inerme, desarmada, sem condições de; reagir.
A terra - está DO Velho Testamento - é de todos.Importa tomá-la e ocupá-la. Mas como tomá-la e ocupála, se no Brasil ela é propriedade de poucos? Sr. Presidente, os proprietários rurais, neste País, detêm maisde 40% de todas as terras agricultáveis. Algumas empresas. sob a tutcl~ dc governos ilegítimos e comprometidoscom minorias, como é () caso da Madeireira NacionalS.A. - que nem sei se é nacional - detêm a sornade 4 milhões e 300 mil hectarcs. São 43 mil quilômetrosquadrados, área superior, por excmplo, a superfíciegeográfica do Estado do Rio de Janeiro. Enquanto estaminoria continua proprietária da terra, mais de 12 milhóes de irmãos nossos, vocacionados para a agricultura,com igual direito à felicidade e à terra, perambulam,descamisados, famintos e sem esperança, pelos corredores dn latifúndio, pelas beiras das estradas, em buscade am inatingível pedaço de chtio.
Que País é este que não pune os assassinos de bravoslutadores pela reforma agrária? (Palmas.) Que País éeste que tolera que minorias perfumadas por fora, maspodre por dentro, continuem detendo uma soma incrível, indimensionável de poderes, para esmagar os direitos da maioria?
Ora, Sr. Presidente, se ntio fizermos as leis que compatibilizem os direitos dos que querem terra e que lhespermitam ocupar a terra, para produzir o alimento queo povo não come, a reforma agrária virá fora da lei,porque se a lei é capaz de proteger direitos, de resguardar prerrogativas, o povo fará a lei. (Palmas nas galerias.) E quando ele fizer, num processo revolucionárioe democrático, a lei capaz de substituir o capitalismopelo socialismo, então~ veremos que este Pafs não serácomo agora, dividido entre os poucos que muito tême os muitos que nada possucm; um império sem fronteiras para os ricos cada vez mais ricos c poderosose um inferno sem remissão para os pobres cada vezmais pobres e miseráveis.
Eu não teria coragem, Sr. Presidente, minha caraD. Sandra, de traçar aqui o perfil extraordinário, deJoão Carlos Batista e de descrever sua história magnífica. O bravo Deputado Ademir Andrade já o fez. Todavia. precisamo~ convercer-nos de uma coisa: a história jamais foi escrita em nenhum lugar do mundo aponta de baioneta e a bico de fuzil. Nenhum exército.por mais poderoso que se.ia. nenhum ditador, por maispoderoso que seja, se eternizará. A história é escritapor nós, todos os dias; pelos agricultores scm terra oucom pouca terra, pelos operários com sa1:.irios de fomee pelas crianças com fome. que peramhulam pelas latasde lixo, à procura de pão, e que hoje representam umuniverso de mais de trinta milhões de seres humanos,desprezados, oprimidos e sem amanhã. A história éescrita por homens como João Carlos Batista, PauloFontelles, Padre Josimo e tantas outras vitimas do latifúndio impune.
Faremos essa história, até porque as clites, que continuam encasteladas no poder, hoje com trajes civis. masfazendo permanentemente o jogo das fardas opressoras,dos banqueiros, dos latifundiários, do capital estrangeiro, não representam absolutamente nada. E não sãocapazes. porque não terão jamais força, de sufocar apaixão da liberdade.
Direitos, D. Sandra. não se acham na sarjeta, Direitos se conquistam, direitos se toinam, quando necessário. (Palmas nas galerias.) E esses direitos, a começarpelo direito à vida, à terra, para produzir o p~io que
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o brasileiro não come, serão conquistados historicamente por nós.
Não adianta matar João Carlos Batista, não adiantamatar Paulo Fontelles, não adianta matar Padre fosimo,não adianta matar nenhum brasileiro que luta pelosseus direitos. Matam o homem" mas não matam a idéia.(Palmas nas galerias.) E essa idéia de um dia modificareste País ninguém será capaz de assassinar.
Enquanto tivermos lutando do nosso lado, com agrande maioria, uma maioria que já não é mais silen'ciosa, mas continua oprimida, homens como Jamil Haddad. Antonio Houaiss. para apenas citar duas das expressões maiores do Partido Socialista Brasileiro. Enquanto estivermos alimentando a nossa esperança demudar este País, que viva na nossa memória, a lutade homens como .10:10 Carlos Batista. (Muito bem! Palmas nas galerias.)
O que cspero é que o novo governo. que virá ungidopelas urnas - por que deste nada cspero - faço justiçae quc os assassinos de João Carlos Batista. de PauloFontelles e de tantos outros sejam levados às barrasdos tribunais e. de acordo com a lei, sem nenhum revanchismo. punidos com todo o rigor. O que ei;pero éque. a partir desta luta - ea luta continua - possamosimaginar que é possível construir uma sociedade redimida de todas as iniqüidades que hoje a enodoan, umasociedade tão igualitária quanto possível. porque. afinal, por detrás desse crepúsculo enfarruscado, queameaça grandes tormentas sobre as cabeças dos brasileiros, que está scmpre brandindo com a perspectivade um regime autoritário. substituir essa transição aindaincipiente e não completada; por detrás desse crepúsculo escuro. sombrio e melancólico. haverá um novodia. E este dia virá, gostem ou não as elites do poder.(Palmas nas galerias.) E quando ele vier, estaremospreparados p.ara construir o nosso Brasil, um Brasilde todos os brasileiros porque, afinal, brancos. negros.amarelos. mula.tos ~ cafusos s;10 apenas o plural dapalavra hómem. Todo homem é válido, todo homemmercce respcito. .
Eu me convenço, para encerrar. Sr. Pre.sidente, deque João Batista não morreu. Nós o teremos semprecomo um símbolo da luta pela reforma agrária, da lutacontra a impunidade. contra o latifúndio. contra aUDR. contra 05 banqueiros e o capital internacional,todos eles desprezando nossOs direitos e escarrando cinicamente sobre a nossa dignidade.
Esta luta é de todos nós. e com ela temos de noscomprometer. porque só assim poderemos perpetmi-la.no tempo e no espaço. não como uma simples memória.mas como um exemplo a ser seguido em nome do inesquecível Joáo Carlos Batista,
.O SR. PRESIDENTE (Carlos CoHa) - Concedo apalavra ao Sr. Fernando Santana, pelo PCB.
O SR. FERNANDO SANTANA (PCB - BA. Semrevisão do orador.) - O nobre Deputado Amaury Müller acaba de dizer desta tribuna. de uma maneira muitoenfática: "Este dia virá". Mas como tem demoradoeste dia. que começou em 1823, quando José Bonifáciopropunha. naquela Assembléia que era Constituinte eao mesmo tempo Congressual, um simples 311igo delei segund'l o qual a cada prcto forro se deveria doarlima pequena sesmaria!
Nabuco reconheceu a necessidade de se mudaremde maneira profunda as relações dc propriedade daterra. Quantos lutadores já tivemos. e até hoje essedia não chegou? ..
Não queremos. de modo algum. recusar a afirmaçliodo nobre Deputado Amaury Müller de que esse diavirá. Mas esse dia virá quando tivermos capacidadede vencer uma das forças mais fortes que existem emqualquer sociedade. que é a tradição. E temos umatradíção latifundiária, não de quatro ou cinco séculos.mas de mais de 20 séculos, porque a Penisula Ibéricaa herdou de Roma e nó-Ia transmitiu como forma deapropriação de terra.
Ainda no ano passado o jornal "Correío Braziliense"publicava uma relação de 20 propriedades apenas, aessas 20 propriedades somavam 22 milhões e 300 milhectares: uma área superior à do Estado de São Paulo.Como se pode compreender que, em pleno fim do Século XX, ainda estejamos nos apropriando da terra demaneira a mais retrógrada possível. até mesmo pior
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
do quc na época dos Reis Filipe e Manuel, pois aschamadas Ordenações Manuelinas ri Filipinas, pelo menos, exigiram que o sesmeiro utiliz'lsse bem o solo.Se não o fizesse, qualquer outro poderia requerer etomar posse daquela sesmaria. Nós regredimos no Direito, Estamos aquém do Dom Manuel e de Dom Felipe, do iníeio do Século XVI.
Mas acreditamos, Deputado Amaury Müller, que esse dia virá e, por isso mesmo. continuaremos a lutadaqueles milhares de brasileiros que estlio tombandoem todos os Estados à espera da reforma agrária. ODeputado João Carlos Batista foi um dos mais recentesa cair. Outros, em milhares. Margarida. a doce Margarida, na Paraíba. no ano passado, perdeu sua vida porque era Presidente de um sindicato e estava a reivindicaralgumas melhorias salariais para seus companheiros.
Está presente aqui. Antônio Fontelles Lima, irmãodo Deputado Paulo Fontelles, que também foi assassinado. Também presente Sandra Maria Caminha daFonseca. esposa de João Batista. aparentemente tranqüila. mas, no seu íntimo, sabemos que vai uma grandedor, a de haver perdido seu companheiro.
Queremos dizer à família daqueles que morreramque isso não nos intimida. Continuaremos a luta. mesmosabendo das grandes dificuldades que temos de enfrentar. E, quanto maiores forem as dificuldades. de nossaparte maior será o impulso para·levar à frente essaluta, no sentido de uma justa distribuição de terrase que faça deste País uma naçüo moderna, civilizada,criando, inclusive, para o interesse da própria burguesia.que nos domina. um mercado interno. quc nlio temos.
Sr. Presidente, Srs. Congressistas, acadêmico Antõnio Houaiss, uma das melhores cabeças de nossa Pátria,queremos deixar aqui a condenação do Partido Comunista Brasileiro a todos esses atos de violência (palmasnas galerias) e. sobretudo, o nosso protesto pela faltadc cobrança para jogar na cadeia os criminosos. Queremos responsabilizar o Poder Judiciário ..as autoridadesestaduais e federais que por acaso sc tenham omitidono esclarecimento dos fatos e no castigo que estão amerecer os assassinos daqueles que lutam pelo desenvolvimento da sua Pátria. (Palmas das galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos CoHa) - Concedo apalavra ao Sr. Eduardo Bonfim. pelo PC do B.
O SR. EDUARDO BONFIM (PC do B - AL. Semrevisão do orador.) -SR. Presidente. SI''' e Srs. Deputaos. Sr" Sandra Caminha. esposa do ex-Deputado JoãoBatista, Sr. Antônio Fontelles, irmão do nosso camarada Paulo Fontelles. mestre António Houaiss, companheiro de tantas lutas. Senador Jamil Haddad. Presidente do Partido Socialista Brasileiro, companheirase companheiros presentes. estamos aqui para homenagear o bravo ex-Deputado João Batista. compenheirodo PSB do Pará, assassinado em fins de 191111 pelo latifúndio. que tantas vítimas tem feito por todo o Brasil,particularmente naquele Estado.
NlÍs. do Partido Comunista do Brasil. repudiamosesses crimes e denunciamos a conivência aberta do Governador Hélio Gueiros e a morosidade da Justiça nestePaís. (Muito beml) A impunidade, companheiros. encoraja o latifúndio e a famigerada UD R a prOllloveremnovos atentados. N:1O é à toa que circula no Estadodo Paní e em todo o Brasil lista demaís pessoas a seremassassinadas naquele Estado pelos latifundiários e pelaUDR. Nossa companheira Maria do Socorro. Vereadora pelo nosso partido. e das mais votadas, em Belémdo Pará. está sendo abertamente ameaçada c até seguida, igualmente como outros companheiros do Estadodo Eará. por aqueles que. pela impunidade, sabem queterão a conivência de autoridades. como estão tendono caso dos assassinatos de João Batista e Paulo Fonrelles.
Nos últimos 10 anos. mais de quatrocentos pcssoas- trabalhadores, advogados e padres - foram assassinadas nO Estado do Pará. A impunidade. a morosidadeda Justiça e a conivência do Estado é totaL Mas sabemos. como foi muito bem dito aqui pelos Parlamentaresque nos antecederem, que a luta do povo brasileiro,que a luta de João Batista e Paulo Fontelles. não temosa menor dúvida, levará à vitória o povo brasileiro eoma reforma agrária antilatifundiliria neste País, levaráà cadeia os assassinos dos trabalhadores, seja no campo,seja na cidade. (Palmas.)
Junho de i989
Senhores, a História está do nosso lado. Sabemosque João Batista e Paulo Fontelles. além da convicção,tinha em si o espírito revolucionário e a generosidadedaqueles que têm o objetivo de libertar a humanidade,os trabalhdores e os camponeses da opresslio e da violência, como aqueles estudantes mártires na China, esmagados pela violência de uma retrôgrada burocracia.
A Histôria marcha para a vitória dos povos.A História, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,
companheiros aqui prescntes. vai aos poucos ficandoa libertação nacional e social. a democracia e a participação na comunidade de milhões e milhões de deserdados e famintos que não têm um lugar ao sol, nocampo ou nas cidades. Por mais violência, por maistruculência que haja no Pará, em Alagoas. no Rio deJaneiro. em Volta Redonda. por mais que as classesdominantes se contraponham, a marcha da História haverá de vencer ncste País. a despeito mesmo dc umaConstituição que não cOITesponde às necessidades dedesenvolvimento e modernização da sociedade brasileira, porque patrocina uma reforma agrária ainda maisatrasada do que a prevista no Estatuto da Terra, deCastello Branco e da ditadura militar.
A força da HistlÍria esmagará os que consagram omilitarismo. Aí está o triste exemplo de Volta Redonda,onde os trabalhadores que lutavam por seus letígimosdireitos foram brutalmente reprimidos. Estão impunesaqueles que assassinaram os três operários em VoltaRedonda.
Vivemos, então, um período de transição da sociedade brasileira, e o sangue doado por João Batista,por Paulo Font<i.Iles, por camponeses. trabalhadores epadres será reconquistado c<;lm a transformação pro
. funda que almejamos. A lutado povo br~sileiro. assimcomo a luta de todos os povos, adquire várias formas,de acordo com a violência das classes dominantes. Oscamponeses - estamos certos -c conquistarão a reforma agrária com O apoio de homens progressistas e democráticos aqui neste Parlamento, mas. fundamentalmente. ·essa reforma agrária será uma conquista de milhões de camponeses e trabalhadores mobilizados nasruas contra o latifúdio. (Muito bem. Palmas.) A classeoperária, os camponeses. os estudantes. os intelectuaistêm. pois. uma grande tarefa pela frente.
Vivemos um momento histórico nesta 'encruzi)haduda vida brasileira e faz-se necessária a união mais amplade toda a população para derrotarmos ·as oligarquiasdos latifundiários e o militarismo e descortinarmos paraestc País uma nova era plena de liberdade de manifestação e organização, pois que nosso povo jamais gozoude liberdade. (Muito beml) Gozaram-me as elites eas classes dominantes. mas não o povo. Liberdade. insistem. só até o ponto limite em que não sejam perturbadasas classes dominantes. Esta é a verdade.
Vivemos um momento histôrico - repito - e é preciso a união do povo brasileiro. a unilio dos trabalhadores. intelectuais. camponeses. estudantes. Este é omomento que vivemos hoje. depois da ditadura militar.quando finalmente surge reconquistada pelo povo a possibilidade de uma eleição presidencial. Quem respeitao sangue derramado por .Imlu Batista e Paulo Fontelles.quem reHete sobre os mártires do campo e da cidadeneste País tem a obrigação política c O dever cívicode estimular a união das forças populares contra asoligarquias. neste momento histôrico da sociedadc brasileira. Ess.a tarefa não é de um. nem de dois partidospolíticos. E responsabilidade do povo brasileiro e detodos que têm a consciéncia política da necessidadede transformação estrutural da sociedade brasileira. daderrota das oligarquias. da construçlio de uma novasociedade neste País. (Palmas.)
Ouço o nobre Deputado José Carlos Sabóia.
O Sr. .José Carlos Sabóia - Deputado Eduardo Bonfim. gostaria de prestar uma homenagem com muit,aemoção a partir das palavras de V, Ex'. a partir dapalavra de todos os Deputados e em nome de todosos partidos, do PDT, do PMDB, do PCB e da minhaapreciação. o Partido Socialista Brasileiro. Desejo comungar dessa homenagem. na pessoa do DeputadoJoão Carlos Batista. a todos os que foram assassinadospor causa dessa luta. Qostaria de rememorar um episódio a que assisti no dia 6 de janeiro, trinta dias apóso assassintao de João Carlos Batista, na AssembléiaLegislativa do Pará. Estamos falando aqui, prestando
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talvez a mais insólita de todas as homenagens, a quegostaríamos de realizar em vida. Morreram por umacausa; não mataram as idéias. Temos. o futuro - eV. Ex' cstá acentuando muito isso - temos um governodemocrático pela frente, temos a História, que não conseguirão nunca arrancar de nossas mãos. Isso eu pressinti no fato que vi no Pará, no dia 6 de janeiro. Fuiconvidado pelos companheiros do Pará para participardo preito que toda a sociedade civil, não somente ospartidos políticos - uma das homenagens mais bonitasque já vi em minha vida, porque havia mais de cinqüentainstituições presentes à Assembléia Legislativa do Pará- prestava à memória de Paulo Fontelles e de JoãoCarlos Batista, homenageando fundamentalmente os253 líderes assassinados entre 1985 e 1988, não no Brasil, mas no Estado do pará; 253 mártires denunciadosnaquele momento pela representante da Federação dosTrabalhadores do Estado do Pará: João Batista, PauloFontelles e outros companheiros sindicalistas, líderesreligiosos, alguns anônimos, e outros nunca identificados, pois apenas foram encontrados os seus restosmortais, Naquele momento da homenagem prestadapela sociedade civil e por todos os partidos vi a cadeiravazia que foi colocada no plenário em frente à mesadiretora dos trabalhos; vi os filhos de João Batista ede Sandra brincando com a cadeira - uma das filhas,com quatró anos, se não estou enganado, foi baleadadentro do carro, no mesmo dia e momento do assassinato; a bala perfurou a perna daquela menina. Algumascrianças brincaram, uma delas quis sentar-se naquelacadeira vazia. Então, um dos garotos disse: não sentemnesta cadeira, porque ele é de meu pai. O pai estavapresente na memória dos filhos de João Batista e deSandra; não sumiu nem sumirá; eles não entenderama ausência do pai. Quanto a n6s, na nossa memóriaestão esses 253 mártires, até o· dia 6 de janeiro - ébom que isso fique bem claro, de lá para cá não seise esse número cabalístico terrível foi ampliado - alembrança daquele momento, a recordação de um outromomento que vou somar a este. Refiro-me à mãe dePaulo Fontelles, emocionada e dizendo com toda a forçae emoção: continuaremos esse luta, porque eles queremcriar o medo entre nós, e o medo corrompe; não assumimos e não aceitamos nunca ser corrompidos pela violência e pelo medo, pela UDR e pelos assassinos de trabalhadores. (Palmas nas galerias.) Deputado EduardoBonfim, para concluir o meu depoimento, em homenagem às suas palavras e às de todos os companheirosque aqui falaram, eu gostaria somente de repetir umafrase dita por um trabalhador no Maranhão e outradita por mim na Comissão de Agricultura, no dia 7deste mês. Eis o que disse um trabalhador do Maranhão,logo depois da nossa derrota na questão da reformaagrária, neste plemhio: "Náo adianta, fomos derrotados. Iremos continuar lutando, iremos fazer a reformaagrária talvez até com mais dificuldade, mas iremosfazer com a lei ou sem a lei". (Palmas nas galerias.)Isso foi dito por um trabalhador do Maranhão, repito.Eeu queria repetir neste momento o que falei na Comissão de Agricultura. Somos minoria lá dentro. Possivelmente, na Comiss"o de Agricultura e Política Rural,dentre os 51 membros, talvez tenhamos a favor da reforma agrária, no máximo, doze votos. E dizia a todosos Deputados, alguns proprietários, alguns simpatizantes da reforma agrária e alguns lutadores hist6ricos afavor dela: "Srs. Deputados, hoje estamos recebendoaqui O Projeto de Lei Agrária da Contag" - que foilevado e entregue àquela Comissão pelo seu Presidente,Aluísio Carneiro, lá presente. E continue: gostaria delhes dizer, Srs. Deputados membros desta Comissãode Agricultura e Política Rural, que somos minoria aquidentro. e, se reproduzirmos a experiência da Constituinte, mais ullla vez a História irá dizer que, nestalegislatura, a maioria dos representantes políticos dopovo brasileiro é inimiga da reforma agniria, é a favordo atraso, é a favor do latifúndio. N"o acredira queisso aconteça. Solicito e exijo que haja negociação, umanegociaç"o de alto nível. Agora, fiquem sabendo deuma coisa, Srs. Deputados, se, por um a(',aso, isso nãoacontecer, os trabalhadores rurais, com suas organizações, com seus partidos políticos, com os nossos partidos políticos. continuarão essa Juta. a luta não irá parar.A consciência dos trabalhadores e da sociedade civilbrasileira, no que diz respeito à consciência dos direitos
da cidadania e da reforma agrária, foi ampliada no nossoPaís, ape';ar da derrota na Constituinte. Essa é ll. coisanova qne aconteceu, não adianta sermos derrotadosrotados, mas, historicamente, os Senhores perder"osuas terras e não terão mais vez na História deste País.(Palmas.)
O SR. EDUARDO BONFIM - Agradeço a V. Ex'o aparte.
Sr. Presidente, todos aqueles companheiros que meantecederam colocaram muito bem o sentido desta homenagem. E reforço a minha reflexão junto aos demaisçompanhdros, às Sr" e Srs. Deputados, ao Sr. SenadorJamil Haddad, ao mestre Antônio Rouaiss e aos companheiros e companheiras aqui presentes de que este sangue derramado por João Batista e Paulo FontelIes éo sangue da história da luta para libertação do nossopovo e representa um marco, um momento muito importante.
Duas vidas humanas. dois homens generosos morreram pela causa da libertação dos camponeses, dos trabalhadores da nossa Pátria, pelas transformações profundas que a nossa socicdade exige. E essas tranformaçõesnão saíram da idéia de nenhum de nós, mas correspondem a uma necessidade histórica. Ao homenagearmos a mem6ria de Paulo Fontcllcs e João Batista, nodia de hoje, temos a responsabilidadc hist6rica de participar da construção da unidade do povo, que, em últimainstância., transforma a realidade de qualqucr país.
O movimento de transformação de um País não étarefa que sai da imaginação de alguns iluminados devanguarda. Estes participam, orientam, aconselham,propõem, estudam, desempenham seu papel de vanguarda, mas a obra de libertação de um país é tarefade milhõl:s e milhões, e a libertação do Brasil é tarefade milhões c milhões de brasileiros, de camponeses,de homens como João Batista que não temeram ou,como diz o Deputado José Carlos Sabóia, não foramcorrompidos pelo medo. Isto não quer dizer que nãotenham medo, mas enfrentaram o medo, venceram omedo e deram um exemplo com sangue generoso derramado pela luta do nosso povo, pela reforma agrárianos latifúndios, pela libertação social do nosso Brasil.
D. Sandra, tem razão o poeta Gil, têm razão JoãoBatista e Paulo Fontelles: vamos transformar este Paísnum Brasil de festa, trabalho e pão. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Colta) - Concedo apalavra ao Sr. Paulo Paim, pelo PT.
O SR. PAULO PAIM (PT - RS. Sem revisão doorador.) .- Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, familiares de João Carlos Batista, familiares de Paulo FonteIles, companheiros do Partido Socialista Brasileiro, quehoje aqui estão para esta sessão de homenagem, aosubir a e!:ta tribuna me perguntava: qucm será o próximo? Quantas e quantas sessões temos feito, neste plenário, em homenagem à memória de companheiros, aguerreiros da classe trabalhadora covardemente assassinados, principalmente no campo, a mando da UDR.Quem será o prôximo? Falo em lista de morte? O próximo será o companheiro Ademir Andrade, DeputadoFederal pelo PSB, aqui presente? Será a companheiraSocorro Gomes? Será o Pe. Ricardo Rezende? Serãoos fàlniliares da esposa de Carlos Batista, D. Sandra,ou os familiares de Paulo Fontelles? Até quando realizaremos sessões de homenagem à memória de pessoasdesaparecidas? Elas devem ser realizadas, sim, paraque façamos as denúncias necessárias, mas deverá terressonância do lado de fora do Congresso Nacional,para que os assassinos dos trabalhadores. dos companheiros de Volta Redonda. de João Carlos Batista sejaIl), de fato. punidos e colocados na cadeia.
E importante ressaltarmos que, infelizmcnte, o maiorsímbolo da UDR. Sr. Ronaldo Caiado, tenha a cara-depau de SI: candidatar à Presidência da República, quando deveria estar nos tribunais (palmas nas galerias) respondendo pelos assassinatos dos trabalhadores praticados por ,;ua organização,
Sr. Presidente. o meu partido pediu-me que falassesobre Carlos. Li, hoje, sobre sua história, sua luta,muito bem [etratada pelo companheiro que fez o histórico do Deputado Ademir Andrade. Quero referir-mea Carlos como Comandante Carlos, numa homenagemao Comandante Carlos Fonseca, grande líder dos campesinos e da revolução da Nicarágua. Chamava-se tam-
bém Carlos. Assim, quero referir-me a João CarlosBatista como Comandante Carlos. Não o comandantedas baionetas, não o comandante dos tanques, não ocomandante a serviço dos grileiros, mas sim, o Comandante Carlos à disposição dos posseiros, pela sua história. E o Comandante Carlos gueFteiro da Justiça, Comandante Carlos como guerreiro na tribuna, em defesados oprimidos e dos explorados. (Palmas.)
Comandante Carlos, tenho certeza de que V. S' continuará sempre vivo entre os trabalhadores, os companheiros que lutam para que um dia, neste País, hajade fato uma revolução profunda, e nós possamos dizerque vivemos, enfim. numa pátria chamada pátria socialista. (Palmas nas galerias.)
Companheiros, para n6s é muito claro - como deveser para todos - que depende essencialmente de cadaum de n6s para que de fato a reforma agrária aconteça.Morreu Paulo Fontelles, mOrteu O Comandante Carlos.Na última década. ultrapassou 1.500 o número de companheiros camponeses assassinados neste País. A reforma agrária um dia contecerá, queiram eles ou não.Não importa o que estabelece a lei, a reforma agráriaacontecerá a ferro e a fogo, se for necessário, porqueos camponeses não têm medo e não se dobrarão. (Palmas nas galerias.)
Companheiros, não posso deixar de falar tambémda questão da China. Tenho tomado conhecimento dasinformações que nos chegaram pela média da grandeimprensa - que todo mundo sabe não está do nossolado - do massacre na praça, na China.
Nós, progressistas de esquerda, condenamos o massacre na Chima, mas queremos que os vídeos, a médiada televisão, a nível internacional, também informemao mundo como ocorrem no Brasil o assassinato e omassacre de 1.500 camponeses, da mesma forma queo fazem em relação à Praça da Paz Celestial, na China.Por que isso não é coutado, n"o é falado? Condenamoso que aconteceu na China, mas queremos também quese retrate e conte ao mundo o que acontece no Brasil.
A memória do grande Comandante Carlos hoje estásendo homenageada. Amanhã, companheiros das galerias, quem sabe não será um de V. S' que se tornarámais um mártir, mais um herói anônimo dos trabalhadores,
Queremos que, no futuro, como foi dito, os nossoslíderes estejam aqui presentes de corpo e alma e sejamhomenageados pelo conjunto da classe trabalhadora.
Quero destacar que no meu Estado, o Rio Grandedo Sul, também não é diferente. Na Fazenda SantaPalmira, os trabalhadores também foram.massacrados.Em Santa Catarina e no Acre isso tamhém se repete.Em todo o País o massacre é permanente.
Encerro pronunciando uma frase que alguém já disse:eles podem pisar nas flores, mas nunca terão balas suficientes para matar todas as flores;e acontecerá a grandeprimavera, e na grande primavera viveremos, enfim,o sonho de toda a classe trabalhadora, que é a pátriasocialista. (Palmas.)
ANEXO
A MORTE ANUNCIADA
No dia nove de dezembro, na tarde de uma terçafeira, o Deputado Estadual João Carlos Batista, de 36anos, do Partido Socialista Brasileiro, fez·uma declaração que, no mínimo, deveria ter chamado a atençãodas autoridades encarregadas de zelar pela segurançados cidad;los. '"Recentemente, em Paragominas, fuiameaçado de morte", disse num dos locais que, emprincípio, deveria ser um dos mais públicos do Pará.Esta afirmação foi feita da tribuna da Assembléia Legislativa do Estado. Como se isso não o fosse suficiente,o combativo deputado citou o nome de dois policiaismilitares que teriam feito a ameaça. O discurso de JoãoCarlos Batista não mobilizou ninguém: sua denúnciaretumbou corno o eco de uma pluma despejada nummonte dc algodão, e os policiais militares acusados náoforam sequer ouvidos. Nada acontcceu.
Ou melhor, aconteceu o que o depytado previra horasantes na tribuna da Assembléia. A noite do mcsmodia, João Carlos Batista, criado em Paragominas, filhode posseiros e advogado dos posseiros da região, foiassassinado com um tiro na cabeça. Mesmo o anúncioantecipado de sua morte e das constantes ameaças querecebia mio motivou nenhuma ação por parte do Esta-
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do. O governador do Pará, Hélio Gueiros, livrou-sedo embaraço afirmando que "político e jornalista sãoprofissões arriscadas, e o João Batista sabia dis:;o".
Entrevistado meses antes de morrer pela pesquisadora da Universidade de Campinas, Priscila Faulhaber,o deputado denunciava: "Conheço o esquema dos pistoleiros no Pará, pois tenho sido vítima dele. Muitos companheiros têm sido vítimas da pistolagem, principalmente na região da Belém-Brasília, em especial emParagominas, onde fica o QG deles". No dia 9 de dezembro, João Carlos Batista caía morto em Belém. NoBrasil de hoje, na Amazônia ainda dominada pelo coronelismo, um homem com idéias de João Carlos Batistaé um homem morto,
o SR, PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Concedo apalavra ao Sr. João Hermann Neto. Líder do PSB.
O SR, JOÁO HERRMANN NETO (PSB - SP. Semrevisão do orador.) -Sr. Presidente, registro o agradecimento do PSB a V. Ex', Deputado Carlos Cotta, pois,durante esta sessão de homenagem, por três vezes, permitiu que os Deputados do nosso partido usass.:m estatribuna para a devida homenagem à memória do :;ompanheiro Parlamentar Constituinte. É preciso deixar claroque João Batista foi morto no momento em que eraDeputado Constituinte pelo Estado do Pará, portanto,um colega nosso construindo a História. Agrade:;o realmente a esta' Presidência, na pessoa de V. Ex', pornos dar esta oportunidade.
Aos companheiros das galerias quero ressaltar o queestá acontecendo aqui embaixo, pois às vezes podemnão entender. Olhem este plenário, vejam os partidosaqui representados e constatem a divisão deste Congresso, deFlta Câmara. dos oradores, divisão que e~;tt'i presente até dentro de alguns partidos. Ouvimos a palavrade Oswaldo Lima Filho, sério, conseqüente, nacionalista, ex-Ministro que veio prestar uma homemgem aum grande lutador e, ao mesmo tempo, a si próprio,porque já lutou pela reforma agnlria, embora setoresvilipendiosos do seu partido tenham votado a favor dareforma agrária e contra todos os interesses dmi trabalhadores do campo neste País. Setores do PMD13 estãoaqui presentes, mas é preciso denunciar que a maioriado PMDB está no Governo e contra o trabalhador brasileiro. (Palmas.) Homenageio os peemedebistas aquipresentes, mas temos de citar aqueles que estilo como Governo e contra a sociedade hrasileira.
Concedo o aparte ao oohre Deputado Gabriel Guerreiro.
O Sr. Gabriel Guerreiro - Nobre Deputado JoãoHerrmann. quando cheguei a esta Casa. há cerca dedois anos e meio, como representante do Estado doPará, tive a felicidade de apoiar o nobre compnnheiropara ser o Líder da minha bancada. porque conheciasua história. Lamentavelmente, o que V. Ex" diz é averdade. Naquela época, por ser progressista, V. Ex"estava derrotado. Hoje, Deputado João Herrmann,nesta Casa se presta duas homenagens. Embora nãoprogramado, 'hoje, aqui desta tribuna, o Deputado Artur da Távola prestou homenagem extraordinária e singela a uma figura nacional de grande importância: NaraLeão. Encerrou S. Ex' o seu discurso com um versode Zé Keti. Contava que Zé Keti foi à cadeia ondeeles estavam presos, na véspera de serem exilados paraa Bolívia, e cantou um verso que, depois, foi muitodivulgado por Nara Leão. Dizia, então, o vers,,: "Podem me prender, podem me bater, que não mudo dcopinião". Assim foi o trabalho de João Batista. Elerecebeu ameaças, sofreu acidentes. enfrentou tiroteiose a polícia. Passou por tudo isso e não temeu. Derramouaté a última gota do seu sangue. Como ele, havia outroscompanheiros - e aqui j,j foi muito lembrada a q'lestãode Paulo Fontelles. Quero lembrar um grandc amigomeu de Rio Maria, muito amigo de Paulo Fontelles,por quem Paulo muito chorou, o Canuto, que, numdomingo de manhã, foi brutalmente assassinado emRio Maria, quando levava um pedaço de carnlO parasua casa. comprado na feira, para alimentar seus filhos.QUlOro lembrar aqui, Deputado João Herrmann, a figura extraordinária de bondade que foi Gabriel Pimenta,que, ainda novo, como advogado de posseiros, ganhouuma causa fantástica, que, em função da sua própriacultura jurídica, não lhe cabia defender. Trata..se da
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
grande luta do Pau Seco. que tranformou Antônio Chico, Presidente do Sindicato Rural de Marabá, em umeterno perseguido e procurado. Gabriel Pimenta foiassassinado em 1982, numa rua de Marabá. Sabemostodos quem foi o mandante e quem foram os assassinosde Gabriel. Eles estiveram presos, mas foram soltose estão na impunidade. O principal é que o mandanteanda nas manchetes dos jornais nacionais e teve umafoto publicada, com todo o colorido que a tecnologiamoderna permitc, nas páginas da revista "Veja", aolado de um Governador de Estado e do Presidenteda Rcpública. numa fazenda do interior de Minas Gerais. Veja V.Ex', esse assassino. esse mandante do crimenão está na cadeia, mas está protegido pelo atual Governador de Minas Gerais, o Sr. Newton Cardoso, porqueé seu irmão. Nesses lugares, Sr. Deputado João Herrmann Neto, estão os assassinos. Disse muito bem oorador que antecedeu V. Ex' que a elite brasileira éa grande responsável pela tradição do latifúndio, pelamorte de João Batista e de todos csscs outros. Queroputado pelo Estado do Pará e como Deputado queconviveu com João Batista, inclusive no PMDB. Seida sua luta, das ameaças que sofreu, dos momentoscríticos que ele viveu na sua vida, na história rcccntcdo meu Estado. Isso tem-sc rcpctido com freqüência.Lamentavelmente para a minha vida política, para aminha vida profissional. que se estendeu em longa faixano sul do Pará, e para o meu partido, os governosdo meu Estado têm sido absolutamente irresponsáveisna condenação veemente desse processo que se perpetracontra vereadores, prefeitos, camponeses, políticos,contra todos os que se engajam nessa luta (Palmas.).Solidarizo-me com as homenagens prestadas a memóriade Paulo Fontelles. João Carlos Batista e de todos oscompanheiros do Pará que continuam a luta. ComoNara Leão, vamos cantar: Podem nos prender, podemnos bater, mas não vamos mudar de opinião. (Palmas.)
o SR, HERRMANN NETO - V. Ex'. com o seuaparte. continua sua trajetória política, tenho certeza.não apenas nos momentos iniciais, em 1987, quandoconversávamos. V. Ex~ foi o primeiro profissional nasua área a chegar aqui como Deputado Federal, continuando a sua luta pela terra, pelos homens que amalgamam a terra e não explorados pelos grandes proprietários.
O aparte de V. Ex' essa homenagem que presta dentro do seu partido, o faz difercnte daqueles que venderem a imagem de um partido que poderia ter redimidoa história deste País. Meus cumprimcntos, associo-meà sua homenagem ao povo do Pará.
Meus companheiros. entcndam o signifcado desteaparte, entendam a participação dos demais partidosque aqui estão representildos. O PT. de pouca e recentehistória, dez anos, nasceu talvcz em função do mesmoprocesso de exploração que a Grande São Pau10 assistiuem relação aos trabalhadores urbanos. Nasceu há menos dc dez anos e em breve atingirá, com certeza ecom tranqüilidade, setores do poder nacional. porquejá atingiu, em grande escala, setores municipais e regionais. Vem o PT e se associa a esta homenagem, quefaz sua. Associar-se é uma coisa. fazer é outra. O Depulado Paulo Paim. Os Deputados comunistas, que meanteccderam, também ombrearam conosco na luta.Ainda um dia tcremos um partido só na busca da construção do socialismo nesta Pátria, neste País. (Palmas.)Os socialistas do PDT também se manifestaram atravésdo companheiro e amigo, grande lutador, DeputadpAmaury Müller. Este é O corte. Até aí vai o CongressoNacional, companheiros que estão ouvindo. É até quevai o compromisso desta Câmara, deste Congresso como povo brasileiro. Até aí vai a força representativa dopovo brasileiro aqui dentro. Este vazio é o vazio damortc de João Batista. é o vazio da representatividadedo povo brasileiro no Congresso Nacional e, por isso,continua a impunidade. Esta é a única razão por quecontinua a impunidade. (Palmas.)
No dia 7 de dezembro, o Secretário-Geral do PSB,Roberto Amaral, representado o companheiro JamilHaddad, esteve em Belém. Ao seu lado a companheiraRaquel, o companheiro José Carlos Sabóia, o companheiro Ronaldo Lessa e eu marchávamos nas ruas aoIdo de Anita Fontelles, de Antônio e das duas Sandras,da Sandra do Edmir e da Sandra do João. quando lá
Junho de 1989
andávamos sob uma pancada de chuva. a única representante dos órgãos da imprensa estrangeira que cobriao fato, por que era o assassinato de um Deputado quedefendia o trabalhador rural, era a BBC de Londresque cobria nem sabia o quê. A única coisa que a jornalista dizia era da impunidade. que só tem um nome.Impunidade que - se Aurélio Buarque de Holandaestivese aqui, neste Congresso, traduziria no seu diciomirio, mas o Sr. Antônio Houaiss, com certeza, colocaráno seu, no vernáculo moderno brasileiro - se chamaJosé Sarney. (Palmas.) É isto que se chama implmidadeno País, hoje: desgoverno, falta de credibilidade. faltade pulso e, acima de tudo, falta de moral política dequem foi o destinatário de tantos anseios da Nação.Que o Sr. José ouça essas palavras onde estiver. Quandoum sobrinho de S. Ex' não defendcmos o assassinatode ninguém - foi morto, numa madrugada no Riode Janeiro. no dia seguintc O assassino estava preso.No entanto, até hoje os assassinos dos 153 mátires daterra deste Pais estão soltos, limpos e. mais do queisso, gravemente impunes, por uma única razão. Vejamo que ocorreu no Rio Grande do Sul, em Floresta Alta.Depois do assassinato de lavradores e da expulsão decrianças que queriam a terra ali trabalhar, o que sefez? Um soldado vestiu-se de padre, e a mulher, debotas, subiu em cima de uma camionete, tripuidando,em nome da UDR e seu povo. A UDR continua solta.A UDR continua impune. A UDR está sentada noPalácio do Planalto. Mais do que isso: joga pelo valhacouto da História o sentido de classe, o sentido de elite,que umdia pudesse ter havido neste País. A impunidadeestá presente no Ministério da Justiça, Senador JamilHaddad. V. Ex' entrou no gabinete do Ministério etrouxe dali uma lista de assassinatos de lavrradores.O Ministro Oscar Dias Corrêa sentou-se à cadeira edessa mesa de mogno, trazida da terra dos senhores,com certeza falou em credibilidade. Disse que estavaali para dar crédito à autoridade institucional do Governo. O Sr. Oscar Dias Corrêa, cúmplice de José Sarneye. portanto, co-autor do assassinato de João Batistade Andrade. (Palmas prolongadas.) Digo-o desta tribuna com a responsabilidade do meu mandato.
E vou mais longe. companheiro que me está ouvindo, porque pertenceu ao Congresso Nacional como Senador da República e hoje é Governador de Estado.Ouça-mc. dc onde estiver. Governador Hélio Gueiros:V. Ex' disse, na televisão, cnquanto José Carlos Sabóiac cu ouvíamos, que as entradas de Belém estavamcercadas - cnquanto isso a TV Globo, a insuspeitaTV Globo, grande aliada "anton.:ocarlina" deste Governo, mostrava, paralelamente às suas palavras, cenasde carros passando soltos pelas chamadas "harreiras"- aspas devem ser colocadas. por que barreiras nãohavia nenhuma na saída de Belém, por onde podiampassar impunemente os que. no centro de Belém. assassinavam os lutadores pela terra.
José Carlos Sabóia e eu ouvimos aquilo. Depois, nãonos assustamos, companheiro Ademir, quando disseque faltavam 1.500 cruzados novos para perseguir oassassino. Porém, não faltaram cruzados ao Sr. HélioGueiros para publicar em todos os jornais do País insólitas e lúgubres palavras a respeito do Presidente NacionaI do nosso partido. A S. Ex' não faltou dinheiro parapublicar ameaças ao Presidente do nosso partido, JamilHaddad. (Palmas.)
De onde veio esse dinheiro? para publicar em todosos jornais do País essas coisas havia recursos, mas paramandar prender um assassino, não.
Portanto, Sr. Presidente, não venho aqui para homenagear, mas, para, à moda de João Batista, denunciar.Que a minha voz - pequena perante o que ele é seja a palavra de contínua denúncia, a palavra de contínua luta, não apenas do meu partido, o PSB, porqueentendemos que sozinhos nada faremos, mas ombreados eom esses companheiros que estão aqui principalmente com os senhores que estão ;lí, lá e em todosos cantos deste País. A luta pela terra é uma delas.A luta pela justiça social é permanente. A luta pelademocracia é contínua, mas a luta pela liberdade é aluta dos joão batistas desta terra.
Obrigado, companheiros! A vitória será do povo brasileiro (Palmas.)
Junho de 1989
o SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Sr" e Srs.Deputados, com o assassinato do Deputado EstadualJoão Batista, da Assembléia Legislativa do Pará, o Brasil perdeu mais uma jovem liderança popular, cuja vidapolítica foi marcada por lutas cm prol de causas sociais,notadamente em relação à questão fundiária.
Numa sociedade democrática, as divergências políticas, ideológicas ou de qualquer outra natureza não podem ser resolvidas com atitudes drásticas e desumanascomo a que vitimou o Deputado João Batista. Se nãohá, em virtude delas, condições de diálogo, deveriapelo menos prevalecer a convivência civilizada entreos cidadãos, com respeito à integridade física e às convicções de cada um enquanto pessoas humanas que merecem o repeito do próximo.
Antes de tombar, vítima da sanha assassina, JoãoBatista foi alvo de três outras tentativas, numa das quaisseu pai ficou inutilizado. Isso demonstra a premeditaçãoe a odiosa determinação de eliminá-lo a qualquer custo.
A classe política, da qual somos parte, como de restoa sociedade brasileira, prescisa repudiar com vigor taisatos de violência, cabendo aos órgãos responsáveis pelasegurança pública e ao Poder Judiciário envidar os esforços necessários para identificar e punir exemplarmente os envolvidos. Isso ê o mínimo indispensávelpara procurar devolver à população a credibilidade noEstado, responsável que é, em última instância, pelobem-estar de cada um de n6s.
Em momentos como este, Sr' e Srs. Deputados, devemos envergonbar-nos e entristecer-nos, recordandoo que disse o poeta e reverendo anglicano John Donne,do púlpito da Catedral de São Paulo, em Londres, noséculo XVII:
"Ncnhum homem é uma ilha. completa em simesma; todo homem é um pedaço do continente.uma parte da terra firme. A morte dc qualquerhomem diminui a mim porque estou envolvido nahumanidade: por isso não mandes indagar porquem os sinos dobram; eles dobram por ti."
Na morte do Deputado João Batista, os sinos dobraram por todos nós. Mas dobraram espccialmente pelosmilhões de brasileiros que buscam um pedaço de terrapara trabalhar, para produzir, para sustentar-se e àssuas famI1ias. Dobraram mais alto pelos injustiçados;mas dóbraram também pelos ignorantes que usam aforça e o poder para impor suas idéias, para saciarsua ganância e para explorar os fracos c desprotegidos.
Ao encerrar a homenagem que a Casa do Povo hojelhe presta, a Presidência da Câmara externa aos familiares do ilustre homem público o seu mais sentido pesare reafirma a esperança de que o Poder Judiciário punaseveramente os respon"íveis pelo infausto acontecimento. (Palmas.)
VII - ENCERRAMENTO
o SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Nada maishavendo a tratar, vou encerrar a sessão.
DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES:
Acre
Francisco Diógenes - PDS; Geraldo Fleming PMDB; José Melo - PMDB; Maria Lúcia - PMDB.
Amazonas
Beth Azize - PSDB; Ézio Ferreira - PFL; SadieHauache - PFL.
Rondônia
Raquel Cândido - PDT.
Pará
Amilcar Moreira - PMDB; Asdrubal Bentes PMDB; Benedicto Monteiro - PTB; Carlos Vinagre- PMDB: Fausto Fernandes - PMDB; Mário Martins- PMDB; Paulo Roberto - PMDB.
Tocantins
Alziro Gomes - PFL; Ary Valadão - PDS; Eduardo Siqueira Campos - PDC; Freire Júnior - PMDB;Moisés Avelino - PMDB; Paulo Mourâo - PDC;Paulo Sidnei - PMDB.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçáo I)
Maranhão
Edivaldo Holanda - PL; Eurico Ribeiro - PDS;Jayme Santana - PSDB; Onofre Corréa - PMDB;Victor Trovão - PFL.
Piauí
Paulo Silva - PSDB.
Ceará
Carlos :Benevides - PMDB; Expedito Machado PMDB; Iranildo Pereira - PMDB; José Lins - PFL;Lúcio Alcântara - PDT; Luiz Marques - PFL; MauroSampaio -- F'MDB; Moema São Thiago - PSDB; Paesde Andrade - PMDB,
Rio Grande do Norte
Flávio Rocha - PL; Henrique Eduardo Alves PMDB; Ismael Wanderley - PMDB; Ney Lopes PFL; Vingt Rosado - PMDB.
Paraíba
Aluízio Campos - PMDB; João da Mata - PDC;Lucia Braga - PDT.
Pernambuco
Cristina Tavares - PSDB; Fernando Lyra - PDT;José Jorge - PFL; José Mendonça Bezerra - PFL;José Moura--PFL; José Tinoco-PFL; Nilson Gibson- PMDB; Osvaldo Coelho - PFL; Paulo Marques- PFL: Ricardo Fiuza - PFL; Roberto Freire - PCB;Wilson Campos -PMDB.
Alagoas
Albérko Cordeiro - PFL; Geraldo Bulhões PMDB; José Costa - PMDB; Renan Calheiros PSDB; Vinicius Cansanção - PFL.
Sergipe
Bosco França - PMDB; Cleonâncio Fonseca PFL; Dj~:nal Gonçalves - PMDB; José Queiroz PFL; Leopoldo Souza - PMDB.
Bahia
Afrísio Vieira Lima - PMDB; Benito Gama - PFL;Celso Dourado - PMDB; Eraldo Tinoco - PFL, França Teixeira - PMDB; Francisco Pinto - PMDB; JoaciGóes - PMDB; Jorge Medauar - PMDB; Jorge Vianna - PMDB; Leur Lomanto - PFL; Lídice da Mata- PC do B; Luiz Viana Neto - PMDB: Manoel Castro- PFL; Mário Lima - PMDB; Miraldo Gomes -PDC; Nestor Duarte - PMDB; Raul Ferraz-PMDB;Sérgio Brito - PFL; Virgildásio de Senna - PSDB.
Espírito Santo
JoneS S,antos Neves - PMDB.
Rio de Janeiro
Aloysio Teixeira - PMDB; Amaral Netto - PDS;Arolde d" Oliveira - PFL; Benedita da Silva - PT;Bocayuva Cunha - PDT; Brandão Monteiro - PDT;Carlos Alberto Caó - PDT; César Maia - PDT; Doutel de Andrade - PDT; Edmilson Valentim - PCdo B; Feres Nader-PTB; Ernani Boldrim- PMDB;Francisco Dornelles - PFL; Gustavo de Faria - PRN;Jayme Campos - PJ; Jorge Leite - PMDB; José Carlos Coutinho - PL; José Maurício - PDT: MárciaCibilis Viana- PDT; Messias Soares - PMDB; NelsonSabrá - PFL; Osmar Leitão - PFL; Oswaldo Almeida- PL; Paulo Ramos - ; Roberto Augusto - PTB;Roberto Jefferson - PTB: Ronaldo Cezar Coelho PSDB; Rubem Medina - PFL; Sandra CavalcantiPFL; Sérgio Carvalho - PDT; Simão Sessim - PFL;Sotero Cunha- PDC; Vivaldo Barbosa -PDT; Vladimir Palmeira - PT.
Minas Gerais
Aécio ~'le'les - PSDB; Álvaro Antônio - PMDB;Alysson Paulinelli - PFL; Bonifácio de Andrada PDS; Célio de Castro - PSDB; Christóvam Chiaradia- PFL; Dálton Canabrava - PMDB; Genésio Bernardino - PMDB; Hélio Costa - PRN; Ibrahim AbiAckel- PD S; José Geraldo - PMDB; José MendonçaMorais -- PMDB; José Santana de Vasconcellos -
Sábado 10 4679
PFL; José Ulísses de Oliveira - PMDB; Luiz Leal- PMDB; Mário Assad - PFL; Mário dc Oliveira- PMDB; Mauro Campos - PSDB; Melo Freire -PMDB; Milton Reis - PMDB; Paulo Almada PMDB; Paulo Delgado - PT; Raimundo Rezende PMDB; Roberto Vital - PMDB; Ronaldo Carvalho- PMDB; Ronaro Corrêa - PFL; Saulo Coelho PFL; SIlvio Abreu - PSC; VirgI1io Guimarães - PT;Ziza Valadares - PSDB.
São Paulo
Adhemar de Barros Filho - ; Afif Domingos PL; Agripino de Oliveira Lima - PFL; Airton Sandoval- PMDB; Antoniocarlos Mendes Thame - PSDB;Antônio Perosa - PSDB; Aristides Cunha - PSC;Bete Mendes - PMDB; Caio Pompeu - PSDB; DelBosco Amaral - PMDB; Delfim Netto - PDS; DirceTutu Quadros - PSDB; Doreto Campanari - PMDB;Ernesto Gradella - PT; Fábio Feldmann - PSDB;Farabulini Júnior - PTB; Fausto Rocha - PFL; Florestan Fernandes - PT; Gastone Righi - PTB; Geraldo Alckmin Filho - PSDB; Gumercindo Milhomem- PT; Irma Passoni - PT; Jayme Paliarin - PTB;João Cunha - PRN; João Rezek - PMDB; José Camargo - PFL; José Genoíno - PT; José Maria Eymael- PDC; Koyu lha - PSDB; Leonel Júlio - PTB;Luiz Gushiken - PT; Luiz Inácio Lula da Silva PT; Maluly Neto - PFL; Mendes Botelho - PTB;Michel Temer- PMDB: Ralph Biasi - PMDB; Ricardo Izar - PFL; Samir Achôa - PMDB; TheodoroMendes - PMDB; Tidei de Lima - PMDB; Tito Costa- PMDB; Ulysses Guimarães - PMDB.
Goiás
Délio Braz - PMDB: Genésio de Barros - PMDB;José Freire - PMDB; Lúcia Vânia - PMDB; LuizSover - PMDB; Mauro Miranda - PMDB: Tarzande 'Castro - PDC.
Mato Grosso
José Amando - PMDB; Osvaldo Sobrinho - PTB.
Mato Grosso do Sul
Juarez Matques Batista- PSDB; Levy Dias - PFL;Saulo Queiroz - PSDB.
Paraná
Airton Cordeiro - PFL; Alarico Abib - PMDB;Antônio Ueno - PFL; Basilio Villani - PTB; Borgesda Silveira -; Darcy Deitos - PMDB; Ervin Bonkoski- PTB; Hélio Duque - PMDB; Jacy ScanagattaPFL; José Carlos Martinez - PRN; José Tavares PMDB; Jovanni Masini - PMDB; Matbeus Iensen PMDB; Mattos Leão - PMDB; Maurício Fruet PMDB; Maurício Nasser - PMDB; Max Rosenmann- PMDB; Nelton Friedrich - PSDB; Nilso Sguarezi- PMDB; Osvaldo Macedo - PMDB; Paulo Pimentel- PFL; Renato Bernardi - PMDB; Renato Johnsson- PRN; Santinho Furtado - PMDB; Sérgio Spada- PMDB; Tadeu França - PDT; Waldyr Pugliesi -PMDB.
Santa Catarina
Eduardo Moreira - PMDB: Cláudio Ávila - PFL;Luiz Henrique - PMDB; Neuto de Conto - PMDB;Orlando Pacheco - PFL; Renato Vianna - PMDB;Ruberval PiloltO - PDS; Valdir Colatto - PMDB;Victor Fontana - PFL; Vilson Souza - PSDB.
Rio Grande do Sul
Adroaldo Streck - : Advlson Motta - PDS; Antonio Marangon - PT; Erico Pegoraro - PFL; HermesZa'neti - PSDB; Hilário Braun - PMDB; Ibsen Pinheiro - PMDB; Irajá Rodrigues - PMDB; Ivo Lech- PMDB; Jorge Uequed - PMDB; Lélio Souza PMDB; Luís Roberto Ponte-PMDB; Mendes Ribeiro- PMDB; Nelson Jobim - PMDB; Osvaldo Bender- PDS; Paulo Mincarone - PMDB; Rospide Netto-PMDB: Ruy NedcI - PMDB; Telmo Kirst-PDS;Vicente Bogo - PSDB; Victor Faccioni - PDS.
Amapá
Annibal Barcellos - PFL.
· 4680 Sábado 10
o SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) - Encerro asessão, convocando outra para a pr6xima 2'-feira, dia12, às 13:00 horas.
ORDEM DO DIA
"Trabalho das Comissões"
Encerra-se a Sessão às 13 horas c ]8 minutos.
ATA DA MESA
12' Reunião da Mesa,realizada em 31-5-1989
Aos trinta e um dias do mês de maio de hum milnovecentos e oitenta e nove, às 8:30 horas, reúne-seno Gabinete da Presidência, a Mesa da Câmara dosDeputados, sob a presidência do Senhor Deputado Paesde Andrade, Presidcnte. Presentes os Senhores Deputados Inocêncio de Oliveira, Wilson Campos, Luiz Henrique, Edme Tavares, Carlos Cotta e Ruberval Pilotto,respectivamente, 1" e 2" Vice-Presidentes, 1', 2'" 3" e4' Secretários. Havendo número legal, o Senhor Presidente declara abertos os trabalhos. Com a palavra, oSenhor Presidejlte comunica à Mesa que. conforme levantamento procedido pela Administração da Casa, osSenhores Deputados Felipe Cheidde e Mario Houchardet Senior ultrapassaram o limite máximo estabelecidono artigo 55, item m, da Constituição Federa!, razãopela qual gostaria de ouvir a manifestação dos senhoresmembros da Mesa sobre o procedimento a ser adotado,uma vez que está informado de que ambos não apresentaram justificativa conforme preceitua o Ato da Mesan' 133, de 24 de maio corrente. Com a palavra, o Senhorl' Vice-Presidente esclarece que encaminhou ofício circular a todos os Deputados que tinham faltas consignadas, conforme decisão da Mesa de 24 do corrente,ofício esse vazado nos seguintes termos: "Senhor Deputado. Comunico que constam dos registros do Departamento do Pessoal, as ocorrências de freqüência relativasa Vossa Excelência, conforme demonstrativo em anexo.Considerando qne eventuais falhas poderão estar anotadas, solicito O pronunciamento de Vossa Excelência,a fim de que o registro possa ser cortigido. Aproveitoa oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos de estima e consideração". Anexo ao ofício ao Deputado Felipe Cheidde col\sta o seguinte documento:"Relação de faltas. Deputado Felipe Cheidde. Estado:São Paulo. Mescs: Fevereiro: 16 a 22 e 24 a 28: Março:1',2 e 6 a 31; Abril: 3 e 5 a 28. Anexo ao ofício aoDeputado Mario Bouchardet consta o seguint" documento: "Relação de faltas. Deputado: Mário B'Jucharde!. Estado: Minas Gerais. Meses: Fevereiro: 15 a 28:Março: 1 a 31; Abril: 3 a 28. O assunto é amplamentedebatido e. por unanimidade, a Mesa resolve baixaro Ato da Mesa n" 134. de 1989. que vai publicado aopé da ata c dela é integrante. I - PAUTA DO SENHOR PRESIDENTE. A Mesa resolve: a) Baixar oAto da Mesa n" 135, de 1989, que "revoga o Ato daMesa n" 122, de 1989, que altera a lotação de servidoresno Gabinete do Líder do Partido Democrata Cristão- PDC", que vai publicado ao final da ata. n -- PAUTA DO SENHOR l' VICE-PRESIDENTE. A Mesaaprova os pareceres proferidos por Sua Excelência nosseguintes requerimentos de informação: 1) n" 226/89-do Senhor Deputado Ary Valadão ao Senhor Ministro da Fazenda, sobre sanções comerciais sobre produtos brasileiros pelo governo norte-americano -- peloencaminhamento; 2) n' 227/89 - Deputado Ary Valadão - aos Senhores Ministros da Agricultura e da Saúde, sobre a comercialização do hormônio denominado"Somatotropina Bovina" - pelo encaminhamento; 3)n' 228/89 - Deputado João Agripino ao Senhor Ministro da Fazenda, sobre arrecadação de impostos f,;derais- pelo encaminhamento; 4) n' 229/89 - De'DutadoVilson Souza ao Senhor Ministro da Fazenda: sobreacerto de contas entre o Tesouro Nacional e o BancoCentral (Decreto-Lei n' 2.376, de 25-11-87) -- peloencaminhamento; 5) n' 230/89 - Deputado Luiz Alfre-
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
do Salomão ao Senhor Ministro da Fazenda, sobre artigo intitulado "The Dirty Little Debt Secret", publicadona Revista Newsweek, de 17-4-89 - pelo encaminhamento; 6) n' 231189 - Deputado Neuto de Conto aoSenhor Ministro da Fazenda, sobre importação de leiteem pó - pelo encaminhamento; 7) n' 232/89 - Depntado Neuto de Conto ao Senhor Ministro da Fazenda.sobre importação de carne suína - pelo encaminhamento; 8) n' 233/89 - Deputado Neuto de Conto aoSenhor Ministro da Agricultura, sobre a importaçãode leite em pó - pelo encaminhamento; 9) n' 234/89- Deputado Neuto de Conto ao Senhor Ministro daAgricultura, sobre importação de carne suína - peloencaminhamento: 10) n' 235/89 - Deputado Ary Valadão ao Senhor Ministro da Agricultura, sobre despesascom passagens aéreas nos últimos doze meses e nomesdos beneficiários-pelo encaminhamento; 11) n"236/89- Deputado Ney Lopes ao Senhor Ministro da Fazenda, sobre critérios adotados na aplicação dos recursosarrecadados com os jogos de loteria - pelo encaminhamento; 12) n" 237/89 - Deputado Elias Murad ao Senhor Ministro da Previdência e Assistência Social, sobreficit da Previdência Social - pelo encaminhamento;13) n' 238/89 - Deputado César Maia ao Senhor Ministro da Previdência e Assistência Social, sobre a situaçãofinanceira da Previdência Social - pelo encaminhamento; 14) n' 239/89 - Deputado Gonzaga Patriotaao Senhor Ministro do Planejamento sobre os critériosadotados para o leilão da Cosinor - Cia. Siderúrgicado Nordeste - pelo encaminhamento; 15) n" 240/89.Deputado José Genoíno ao Senhor Miuistro-Chefe doGabinete Militar, sobre Exposição de Motivos n'26/89,que trata da elaboração de um Plano Nacional de Mobilização - pelo encaminhamento; 16) n' 241189. Deputado Fernando Gasparian ao Senhor Ministro da Fazenda, sobre subsídios ou subvenções econômicas previstasna Medida Provisória n' 46, reeditada como MedidaProvis.ória n' 55 - pelo encaminhamento. III - PAUTA DO SENHOR 2' VICE-PRESIDENTE. A Mesaaprova os pareceres proferidos por Sua Excelência nosseguintes expedientes. referentes a reembolso de despcsas médico-hospitalares: 1) Processo n' 17.943/89. Deputado Florestan Fernandes. "Nada tenho a opor aoparecer do Senhor Diretor-Geral e submeto o pleitodo Senhor Deputado Florestan Fernandes à decisãofinal da douta Mesa. Opino pelo deferimento". 2) Processo n" 9.177/89. Deputado Francisco Amaral. "Segundo informações do Senhor Diretor-Geral, a documentação apresentada atende aos dispositivos do Atoda Mesa n" 24/83. Nada a opor. Pelo deferimento".3) Processo n' 549/89. "Segundo informações do Diretor-GeraI, a documentação apresentada atende aos dispositivos do Ato da Mesa n' 24/83. Nada a opor. Pelodeferimento". 4) Processo n' 3.124/89. Deputada Cristina Tavares. "Nada tenho a opor ao parecer do SenhorDiretor-Geral e submeto o pleito da Sr' DepLltada Cristina Tavares ,i decisão final da douta Mesa. Opino pelodeferimento". 5) Processo n' 5.352/89. Deputado Walmor de Luca. "Nada tenho a opor ao parecer do Sr.Diretor-Geral e submeto o pleito do Sr. Deputado Walmor de Luca à decisão final da douta Mesa. Opinopelo deferimento". 6) Processo n' 6.966/89. "Nada tenho a opor ao parecer do Sr. Diretor-Geral e submetoo pleito do Sr. Deputado Jesus Tajra à decisão finalda douta Mesa. Opino pelo deferimento". 7) Processon' 7.100/89. Deputado Hilário Braun. "Segundo informações do Sr. Diretor-Geral, a documentação apresentada atende aos dispositivos do Ato da Mesa n'! 24/83.Nada a opor. Pelo deferimento". 8) Processo n'8.524/89. Deputado Vieira da Silva. "Segundo informaçóes do Sr. Diretor-Geral, a documentação apresentadaatende aos dispositivos do Ato da Mesa n" 24/83. Nadaa opor. Pelo deferimento". 9) Processo n" 8.850/89.Deputado Horácio Falcão Ferraz. "Nada tenho a oporao parecer do Sr. Diretor-Geral e submeto o pleitodo Sr. Deputado Horácio Falcão Ferraz à decisão finalda douta Mesa. Opino pelo deferimento", 10) Processon' 6.691189. beputado Florestan Fernandes. "Nada tenho a opor ao processo do Sr. Diretor-Geral e submetoo pleito do Sr. Deputado Florestan Fernandes à decisãofinal da douta Mesa. Opino pelo deferimento". IVPAUTA DO SENHOR 2'! SECRETÁRIO. A Mesaaprova os pareceres profelidos por Sua Excelência nosseguintes expedientes, referentes a licença para trata-
Junho de 1989
menta de saúde: 1) Deputado Fernando Velasco. "0Senhor Deputado Fernaudo Velasco solicita, atravésde ofício, licença para tratameuto de saúde, por umperíodo de 15 (quinze) dias, a partir de 15 de abrilde 1989. Para fundamensar sua petição. anexa atestadomédico firmado por médicos integrantes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim exigência prevista no ar!.245, § 2", do Regimento Interno. Desta maneira, somospclo deferimento da referida licença. Este, o nosso parecer". 4) Deputado Messias Soares. "O Senhor Deputado Messias Soares solicita, através de ofício, licençapara tratamento de saúde por um período de 5 (cinco)dias, a partir de 27 de março de 1989. Para fundamentarsua petição. anexa atestado firmado por médicos integrantes do corpo clínico da Casa. cumprindo assim exigência prevista no art. 245, § 2', do Regimento Interno.Desta maneira, somos pelo deferimento da referida licença. Este, o nosso parecer". 5) Deputado Sérgio Carvalho. "O Senhor Deputado Sérgio Carvalho solicita,através de ofício, licença para tratamento de saúde,por um período de 5 (cinco) dias. a partir de 3 deabril de 1989. Para fundamentar sua petição, anexaatestado firmado por médicos integrantes do corpo clínica da Casa, cumprindo assim exigêucia prevista no ar!.245, § 2', do Regimento Interno. Desta maneira, somospelo deferimento da referida licença. Este, o nosso parecer". 6) Deputado Horácio Ferraz. "O Senhor Deputado Honicio Ferraz solicita, através de ofício, licençapara tratamento de saúde nos dias 11 e 12 de abrilde 1989. Para fundamentar Sua petição, anexa atestadofirmado por médicos integrantes do corpo clínico daCasa. cumprindo assim exigência prevista no art. 245,§ 2", do Regimento Interno. Desta maneira, somas pelodeferimento da referida licença. Este, o nosso parecer".7) Deputado Ivo da Silva Lech. "O Senhor DeputadoIvo da Silva Lech solicita. através de ofício, licençapara tratamento de saúde, por um período de 30 (trinta)dias, a partir de 27 dc abril de 1989. Para fundamentarsua petição, anexa atestado firmado por médicos integrantes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim exigência prevista no art. 245, § 2', do Regimento Interno.Desta maneira, somos pelo defcrimento da referida licença. Este, o nosso parecer". 8) Deputado Bezerrade Melo. "O Senhor Deputado Bezerra de Melo solicita, através de ofício, licença para tratamento de saúde,por um período de 125 (cento e vinte e cinco) dias,a partir de 18 de abril de 1989. Para fundamentar suapetição. anexa atestado firmado por médicos integrantes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim exigênciaprevista no art. 245, § 2", do Regimento Interno. Destamaneira, somos pelo deferimento da referida licença.Este, o nosso parecer". 9) Deputado Edmundo Galdino. "O Senhor Deputado Edmundo Galdino solicita,através de ofíeio, licença para tratamento de saúde,por um período de cinco dias, a partir de 27 de fevereirode 1989. Para fundamentar sua petição, anexa atestadofirmado por médicos integrantes do corpo clínico daCasa, cumprindo assim exigência prevista no ar!. 245,§ 2', do Regimento Interno. Desta maneira, somos pelodeferimento da referida licença. Este, o nosso parecer".10) Deputado Sadie Hauache. "A Senhora DeputadaSadie Hauache solicita. através de ofício, licença paratratamento de saúde, por um período de dezesseis dias,a partir de 10 de abril de 1989. Para fundamentar suapetição. anexa atestado médico firmado por médicosintegrantes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim§ 2', do Regimento Interno. Desta maneira, somos pelodeferimento da referida licença. Este, o nosso parecer".11) Deputado Francisco Coelho. "O Senhor DeputadoFrancisco Coelho solicita, através de ofício, licença paratratamento de saúde, por um período de doze dias.a partir de 24 de abril de 1989. Para fundamentar suapetição, anexa atestado firmado por médicos integrantes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim exigên,;iaprevista no ar!. 245, § 2', do Regimento Interno. Destamaueira, somos pelo deferimento da referida licença.Este, O nosso parecer". 12) Deputado José Luiz deSá. "O Senhor Deputado José Luiz de Sá solicita, através de ofício, licença para tratamento de saúde porum período de cinco dias, a partir de 3 de abril de1989. Para fundamelltar sua petição, anexa atestadofirmado por médicos integrantes do corpo clínico daCasa, cumprindo assim exigência prevista no arl. 245,§ 2", do Regimento Interno. Desta maneira, somas pelo
Junho de 1989
deferimento da referida licença. Este, o nosso parecer".13) Deputado Mauro Sampaio. "O Senhor DeputadoMauro Sampaio solicita, através de ofício, licença paratratamento de saúde, por um periodo de nove dias,a partir de 4 de abril de 1989. Para fundamentar suapetição, anexa atestado médico firmado por médicosintegrantes do corpo clinico da Casa, cumprindo assimexigência prevista no art. 245, § 2", do Regimento Interno. Desta maneira, somos pelo deferimento da referidalicença. Este, o nosso parecer". 14) Deputado ManuelViana. "O Senhor Dcputado Manuel Viana solicita,através de ofício, prorrogação de licença para tratamcnto de saúde, por mais 120 (ccnto e vinte dias),a partir de 12 de abril de 1989. Para fundamentar suapetição, anexa atestado firmado por médicos integrantes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim exigênciaprcvista no art. 245, § 2', do Regimento Interno. Destamaneira, somos pelo deferimento da referida licença.Este, o nosso parecer". 15) Deputado Afrísio VieiraLima. "O Senhor Deputado Afrísio Vieira Lima solicita, através de ofício, licença para tratamento de saúde,por um período de 30 (trinta) dias, a partir de 10 deabril de 1989. Para fundamentar sua petição, anexaatestado firmado por médicos integrantes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim exigência prevista no art.245, § 2', do Regimento Interno. Desta maneira, somospelo deferimento da referida licença. Este, o nosso parecer". 16) Deputado Narciso Mendes. "O Senhor Deputado Narciso Mendes solicita, atra'o'és de ofício, licençapara tratamento de saúde, por um período de 121 (centoe vinte e um) dias, a partir de 26 de abril de 1989.Para fundamentar sua petição, anexa atestado firmadopor médicos integrantes do corpo clínico da Casa, cumprindo assim exigência prevista no art. 245, § 2', doRegimento Interno. Desta maneira, somos pclo deferimento da refcrida licença. Este, o nosso parecer". 17)Paulo Silva. "O Senhor Deputado Paulo Silva solicita,através de oficio, abono de faltas,· a partir de 20 deabril de 1989, tendo em vista acompanhamento no tratamento de saúde do seu filho. Regulando a matéria oRegimento Interno no seu art. 244, item III, determinaque seja concedida licença para tratamento de saúde,por motivo de doença comprovada, à pcssoa do Deputado Federal, não prevendo licença para tratamentoem pessoa da família. Esclareço, entretanto, que atravésdo Processo n' 8.230/89 de interesse do Senhor Deputado Roberto Jefferson, houve por bem a douta Mesajustificar a ausência desse parlamentar, por motivossemelhantes aos do Deputado Paulo Silva. Desta maneira, somos pelo deferimento do pedido, em caráter excepcional". Prosseguindo, a Mesa aprova os pareceresfavoráveis proferidos pelo Senhor 2" Secretário nos seguintes Projetos de Resolução: 1) Autoriza o SenhorDeputado Ronaldo Cezar Coelho a participar de missãocultural no exterior: 2) Autoriza o Senhor DeputadoAlysson Paulinelli a participar de missão cultural noexterior; 3) Autoriza o Senhor Deputado Bocayuva Cunha a participar de missão cultural no exterior; 4) Autoriza o Senhor Deputado Jorge Leite a participar demissão cultural no exterior; 5) Autoriza o Senhor Deputado Leur Lomanto a participar de missão cultural noexterior; 6) Autoriza o Senhor Deputado José Amandoa participar de missão cultural no exterior; 7) Autorizao Senhor Deputado Jofran Frejat a participar de missãocultural no exterior; 8) Autoriza o Senhor DeputadoLuiz Salomão a participar de missão cultural no exterior; 9) Autoriza o Senhor Deputado Valmir Campeloa participar de missão cultural no exterior; 10) Autorizao Senhor Deputado Adolfo Oliveira a participar demissão cultural no exterior; ll) Autoriza o Senhor Deputado Sólon Borges dos Reis a participar de missãocu1turalno exterior; 12) Autoriza a Senhora DeputadaMaria de Lourdes Abadia a participar de missão culturalno exterior; 13) Autoriza o Senhor Deputado MárioAssad a participar de missão cultural no exterior; 14)Autoriza o Senhor Deputado Nelton Friedrich a participar de missão cultural no exterior; 15) Autoriza oSenhor Deputado Amaury Müller a participar de missãocultural no exterior; 16) Autoriza a Senhora DeputadaBete Azize a participar de missão cultural no exterior;17) Autoriza o Senhor Deputado Albérico Cordeiroa participar de missão cultural no exterior; 18) Autorizao Senhor Deputado Artenir Wcrner a participar de missão eu)tural no exterior; 19) Autoriza o Senhor Deputado Alvaro Valle a participar de missão cultural no
exterior; 2'0) r\ntoriza o Senhor Deputado FranciscoDiógenes 11 participar de missão cultural no exterior.Nada mais havendo a tratllr, às 11:00 horas, o SenhorPresidente suspende a reunião por 10 minutos, a fimde ser lavrada a presente Ata. Reaberta a reunião,é a ata lida eaprovada. Eu, Helio Suty, Secret,írio-Geralda Mesa, lavrei a presente ata, que após subscrita peloSenhor Presidente, vai à publicação. - Deputado Paesde Andrad'e, Presidente da Câmara dos Deputados.
ATOS DA MESA
ATO DA MESA N' 134/89
A Mesa da Cámara dos Deputados, no uso de suasatribuições e,
Considerando que compete à Mesa declarar a perdado mandato de deputado que deixar de comparecer,em cada s'ess:lo legislativa, à terça parte das sessõesordinárias da Casa, salvo licença ou missão por estaautorizada:
Considerando que i,j foram realizadas 65 (sessentae cinco) sessões ordinárias e que somente poderão serrealizadas até 15-12-89 mais 118 sessões ordinárias, oquc totaliza 182 sessões no presente período legislativo;
Considerando aue a terça parte das 182 sessões ordinárias implica na 'rigatoriedade de comparecimentoa 61 (sessenta e U1':la) sessões neste período;
Considerando que os Deputados Federais FelipeCheidde e Mário Bouchardet foram cientificados através de ofido circular de 23-5-89, do Senhor PrimeiroVice-Presidente, dos respectivos registros de faltas àssessões ordinárias;
Considerando que apesar de devidamente cientificados das faltas a eles atribuídas, não apresentaramnenhuma justificativa;
Considerando que no sentido de garantir-lhes o direito de defesa e em procedimento administrativo cautelar,além do el1vio aos mesmos do Ato da Mesa n'·' 133,de 24 de maio último, que em seu artigo 2' possibilitoua .iustificação das ausências com (] prazo de 5 (cinco)dias, foi aos mesmos oficiado em 23 de maio último,para que de posse da relação de ausências encaminhadasem anexo ao referido ofício, se pronunciassem e tivessem, assim, oportunidade de amplamente defenderemse;
Conside rando que os Deputados Felipe Cheidde eMário Bouchardet ultrapassaram o limite de falta constitucionalmente admitido,
E, finalmente,Considerando o que estabelece a Constituição da Re
pública Fe,derativa do Brasil, em seu
"Ar!. 55, Perderá o mandato o Deputado ouSenador:
UI --que deixar de comparecer, em cada sessãolegislativa, à terça parte das sessões ordinárias daCasa a que pertencer, salvo licença ou missão poresta autorizada;
§ 3" Nos casos previstos nos incisos ll! a IV,a perda do mandato será declarada pela Mesa daCasa respectiva, de ofício ou mediante provocaçãode qualquer de seus membros, ou de partido político r'~presentado no Congrcsso Nacional, assegurada ampla defesa. "
Resolve:Declarar, com base no artigo 55, inciso III e ~ 3"
da Constituição, a perda do mandato de Deputado Federal dos parlamentares Felipe Cheidde e Mário Bouchardet.
Sala das Reuniões, 31 de maio de 1989. - DeputadoPaes de Andrade, Presidente - Deputado InocêncioOliveira, Primeiro Vice-Presidente - Deputado WilsonCampos, Segundo Vice-Presidente - Deputado LuizHenrique, Primeiro Secretário - Deputado Edme Tavares, Segundo Secretário - Deputado Carlos Cotta,Terceiro Secretário - Deputado Ruberval Pilotto,Quarto Secretário.
Sábado 10 4681
ATO DA MESA N' 135/89
Revoga li Ato da Mesa n' 122, de 1989, que alteraa lotação de servidores no Gabinete do Lider doPartido Democrata Cristão - PDC,
A Mesa da Câmara dos Deputados, no uso de suasatribuições, e tendo em vista o que consta no Processon" 11.106/89, resolve:
Art. l' Fica revogado, a partir do dia 4 de maiode 1989, o Ato da Mesa n" 122, de 1989, que alteraa lotação de servidores no Gabinete do Líder do PartidoDemocrata Cristão - PDC.
Art. 2' Este ato entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3' Revogam-se as disposições em contrário.Câmara dos Deputados, 31 de maio de 1989.-Depu
tado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dos Deputados.
ATAS DAS COMISSÕESCOMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE
Subcomissão especial da Seplan e entidades daadministração direta ou indireta
6' Reunião Ordinária, realizadaEm 27 de abril de 1988
Às nove horas e dezessete minutos do dia vinte esete de abril de mil novecentos e oitenta e oito, reuniu-sea Subcomissão Especial da Seplan e entidades da Administração Direta e Indireta, sob a Presidência do SenhorDeputado Roberto Rollemberg, presentes os SenhoresDeputados: Irma Passoni, Dirce Quadros, Lézio Sathlere Enoc Vieira; estiveram ausentes os Senhores Deputados: Julio Costamilan, Nilso Sguarezi, Fausto Rochae Moema São Thiago. Havendo número legal, o SenhorPresidente deu por abertos os trabalhos destinados aoexame dos scguintes itens constantes da Pauta: 01) Relatório sobre a Prefeitura de Viana, apresentado pelaScnhora Deputada Dirce Quadros: 02) Apreciação dotelegrama do Prefeito de Viana, Walter Duailibi; 03)Relatório sobre a Prefeitura de Chapecó, apresentadopela Senhora Deputada trma Passoni; 04) Relatóriosobre a Associação Beneficente Frei Damião; 05) Convocação do Deputado Antonio Ferreira; 06) Pedidoda Senhora Deputada Dirce Quadros para que se convoquem os Senhores: Garibaldi ALves Filho, Prefeito deNatal-RN e César Matta Pires, Diretor da ConstrutoraOAS (BA), para que sejam dirimidas dúvidas sobrepossíveis irregularidades havidas, envolvendo a Prefeitura de Natal e a Empresa mencionada; 07) Avaliaçãosobre depoimentos pedidos pelo Relatório do SenhorDeputado Roberto Rollemberg sobre a Seplan, de9-2-88, já tendo sido ouvidos; a) Dr. Luciano Coutinho,Secretário-Geral do MCT, em 15/03·: b) Dr. HeráclitoRollemberg, Presidentc da ABM, em 24/03: c) Cel.Walter Félix Cardoso, DSI da Seplan, em 25103; d)Dl'. Ricardo Luiz Santiago, Sccretário-Geral da Seplan,em 06/04: e) Relatório do DPF, recebido em 26/02.O Senhor Presidente comunicou que em entendimentosmantidos com o Senhor Presidente da Câmara dos Deputados e o Vice-Presidente da Comissão, ficou resolvido que, a exemplo do Senado Federal, as reuniõesda Subcomissão serão realizadas regularmente, podendo ser interrompidas a pedidp de algum membro, teodoem vista a realização de sessão da Assembléia NacionalConstituinte. Foi lida e aprovada sem restrições, a Atada reunião anterior. A Senhora Deputada Dirce Quadros autorizou a retirada do item número cinco da pautapara posterior exame pela Subcomissão, e solicitou queo caso relativo a Prefeitura de Viana-MA, fosse encaminhado à Polícia Federal. A Senhora Deputada IrmaPassoni questionou sobre a competência da Subcomissão, o que foi prontamente respondido pela Presidência:lavra, a Senhora Deputada Irma Passoni pediu que fosserequerido da Polícia Federal o depoimento do Prefeitode Chapecó-SC; em seguida, discorreu sobre as providências que tomou quando da diligência efetuada naquele municfpio; requereu, também, a Senhora Deputada Irma Passoni, que fossem ouvidos pela Subcomissão, os Senhores: João Sayad, ex-Ministro da Seplan,Ricardo Luiz Santiago, Secretário-Geral da Seplan, eRomeu Tuma, Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal, o que foi aprovado unanimemente. A Se-
Junho de 1989DIÁRIO DO CONGRESSO NACIC AL (Seção I)..:....::::..-'.:...:..o.::-~ --,.4682 Sábado 10
nhora Deputada DiTce Quadros manifestou a necessidade de a Subcomissão verificar possíveis irregularidades quanto às verbas da Seplan na Prefeitura de Natal-RN. A Presidencia acolheu a proposição e determinou que a Deputada Dirce Quadros fizesse a diligência, acompanhada de representantes do Tribunal deContas da União. Os Senhores Deputados Lézio Sathlere Enoc Vieira julgaram da maior importância a missão.O Senhor Presidente. após resolver Questão de Ordemlevantada pela Senhora Deputada Irma Passoni, encerrou os trabalhos às dez horas c nove minutos, do que,para constar, eu, Antonio Fernando Borgcs Manzan,lavrei a presente Ata, que lida e aprovada, será assinadapelo Senhor Presidente e encaminhada à publicação.Os trabalhos foram gravados, e após traduzidos integrarão esta Ata.
7' Reunião Ordinária, realizadaEm 12 de maio de 1988
Ás dez horas e vinte e quatro minutos do dia dozede maio de mil novecentos e oitenta e oito, muniu-sea SubcomisSl'o Especial da Seplan e Entidades da Administração Direta ou Indireta, sob a Presidência do Senhor Deputado Roberto Rollemberg, presentes os Senhores Parlamentares: Irma Passoni, Dirce Quadros.Lézio Sathler (membros da Subcomissão), Jorge Arbage, Ismael Wanderley, Antônio de Jesus, Luiz Gushiken, Aluízio Campos, Dcnisar Arneiro, Osmundo Rebouças, Domingos Juvenil e Fernando Gasparian; estiveram ausentes os senhores Deputados: Enoc: Vieira,JúlioCostamilan, Nilso Sguarezi, Fausto Rocha e Moema São Thiago. Abcrtos os trabalhos, o Senhor Presidente fez a apresentação do Doutor João Sayad, ex-Ministro do Planejamento, convocado a requerimento daSenhora Deputada Irma Passoni. A Senhora DeputadaDirce Quadros entregou à Presidência. a documentaçãoque integra relatório sobre a diligência realizada emNatal-RN, registrando solicitação de parecer jurídicosobre o caso de Alagoas, já encaminhado há cerca deum mês à Comissão. O Senhor Presidente determinouprovidências para que o pedido da parlamentar fosseatendido. Em seguida convidou o Senhor DeputadoFernando Gasparian, Presidente da Comissão de Fiscalização e Controle a tomar assento à Mesa e, passoua palavra ao Doutor João Sayad que fez exposiçiiD sobrea sua gestão à frenta da Seplan. O Senhor ex-Ministrofoi questionado pelos Senhores Deputados: Irma Passoni, Dirce Quadros, Antonio de Jesus, Luiz Gushiken,Denisar Aroeiro, Osmundo Rebouças e Fernando Gasparian. O Senhor Presidente agradeceu a contribuiçãoprestada pelo Doutor João Sayad e destacou as suasqualidades de homem público. Às doze horas e quinzeminutos, o Senhor Presidente deu por encerrados ostrabalhos, do que, para constar, eu, Antonio Fe.rnandoBorges Mauzan, Secretário, lavrei a presente Ata, quelida e aprovada será assinada pelo Senhor Presidentee encaminhada à publicação. Os trabalhos foram gravados e, após traduzidos integrarão esta Ata.
8' Reunião Ordinária, realizada
Em 19 de maio de 1988
Ás dez horas e quinze minutos do dia dezenove demaio de mil novecentos c oitenta e oito, reuniu-se aSubcomissão Especial da Seplan e Entidades da Administração Direta ou Indireta, sob a Presidêcia do SenhorDeputado Lézio Sathler, presentes os Senhores Deputados: Irma Passoni, Nilso Sguarezi, José Dutra:, NionAlbernaz e Ivo Vanderlinde; ausentes os Senhores Deputados: Roberto Rollemberg, Dirce Quadros,. AnnaMaria Rattes, Enoc Vieira, Fausto Rocha e MoemaSão Thiago. Abertos os trabalhos, a Senhora DeputadaIrma Passoni pediu a dispensa da leitura das Atas da6' e 7' Reuniões Ordinárias, visto que todos os ]m,mbrospresentes haviam recebido cópias e tomado conhecimento dos ses teores; as Atas foram aprovadas. O Senhor Presidente em exercício comunicou a ausência,por motivo de viagem inadiável, do Deputado RobertoRollemberg, Presidente da Subcomissão, que o incumbiu de presidir aquela reunião que objetivava ouvir osesclarecimentos do Doutor Ricardo Luiz Santia~o, Secretário-Geral da Seplan, sobre a destinação de ·verbasa fundo perdido. Em seguida, a Senhora Deputada IrmaPassoni, Relatora da Subcomissão. com a palavra, soli-
citou do Senhor Secretário-Geral da Seplan que enviasse o Organograma e o Plano de Ação daquela Secretaria, e ainda, a relação dos processos alocados na conta"Restos a Pagar", no ano de 1987. O Senhor DoutorRicardo Luiz Santiago fez a sua exposição e, após. foiquestionado pelos senhores Deputados Nilson Sguarezi.Irma Passoni e Lézio Sathler. A Senhora DeputadaIrma Passoni pediu ainda, que fosse enviado o Planode Políticas Industrial e Tarifárias. O Senhor Presidenteem exercício, agradeceu a presença do Doutor RicardoLuiz Santiago, bem como os membros presentes e, passou a palavra ao convidado para as suas consideraçõesfinais. Encerrou a reunião às doze horas, do que, paraconstar eu Antonio Fernando Borges Manza, Secretário, I~vre; a presente Ata, que lida e aprovada seráassinada pelo Senhor Presidente c encaminhada à publicação. Os trabalhos foram gravados e, após traduzidosintegrarão esta Ata. .
9' Reunião Ordinária, realizadaEm 10 de agosto de 1988
(Eleição do Novo Presidente)
Ás dez horas e dez minutos do dia dez de agostode mil novecentos e oitenta e oito, reuniu-se a Subcomissão Especial da Seplan e Entidades da Administração Direta ou Indireta sob Presidência do SenhorDeputado Lézio Sathler, Vice-Presidente, e com a presença dos Senhores Deputados Marluce Pinto, Dirc~
Quadros, Nilso Sguarezi, Enoc Vieira. Irma Passo~l
e Luiz Salomão. Havendo número legal. o Senhor PresIdente em exercício deu por abertos os trabalhos destinados a eleição do novo Presidente da Subcomissão. tendoem vista o afastamento do titular, Deputado RobertoRollemberg, que assumiu uma Secretaria no Governodo Estado de São Paulo. Encerrada a votação, foi apurado o seguinte resultado: para Presidente, DeputadoLézio Sathler, sete votos. A Mesa da Subcomissão Especial da Seplan e Entidades da Administração Diretaou Indireta ficou assim constituída: Presidentc, Deputado Lézio Sathler; Vice-Presidente, Deputada DireeQuadros; Relatora, Deputada Irma Passoni. Nada m~is
havendo a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a dIStinção expressada pelos membros da Subcomissão, eencerrou a reunião às onze horas e cinco minutos, doque, para constar, eu, Antonio Fernando Borges Manzan, Secretário, lavrei a presente Ata, que hda e aprovada será assinada pelo Senhor Presidente e encaminhada à publicação.
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO
Destinada a investigar o destino da aplicação, peloMinistério da Educação, dos recursos provenientesda Emenda Ca!m0n.
17' Reunião, realizada em 4 de outubro de 1988
Ás dez horas e trinta minutos do dia quatro de outubro de mil uovecentos e oitenta e oito, no Plenárioda Comissão de Justiça, Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília, reuniu-se, sob a presidência do Senhor Deputado Eraldo Tinoco, a Comissão Parlamentarde Inquérito destinada a investigar o destino da aplicação, pelo Ministêrio da Educação, dos recursos provenientes da Emenda Calmon, para tomada do depoimento dos Senhores Senadores Jorge Bornhausen eMarco Maciel, ex-Ministros de Estado de Educaçãoe do Senhor Professor Aloísio de Guimarães Sotero,ex-Secretário-Geral do mesmo Ministério. Registra alista de presença o nome dos Senhores Deputados: Eraldo Tinoco, Sólon Borges dos Reis, Octávio Elísio, Arnold Fioravante, Maria de Lourdes Abadia, ChicoHumberto, Evaldo Gonçalves, Rita Camata e, ainda,o Senhor Deputado Cláudio Á vila e o Senhor SenadorJoão Calmon. Lida e aprovada a ata da reunião anterior,o Senbor Presidente convidou os depoentes a fazeremparte da Mesa, oferecendo, inicialemnte, a palavra aoSenhor Senador Jorge Bornhausen para sua explanação. Durante sua exposição, o depoente solicitou fosseanexado aos Anais da CPI () depoimento que fizerana Subcomissão de Educação, Cultura e Esportes daAssembléia Nacional Constituinte em treze de maiode mil novecentos e oitenta e setc. Finda a exposição,o Senhor Presidente coneedeu a palavra ao Senhor Relator, Deputado Sólon Borges dos Reis, para as inquiri-
ções. A seguir, fizeram interpelações os Senhores Deputados Octávio Elísio e Cláudio Ávila e o Senhor SenadorJoão Calmon. O Senhor Deputado Arnaldo Fioravante,inscrito, declarou estar sua indagação incluída entreas formuladas pelo Senhor Deputado Octávio Elísio,razão pela qual deixava de questionar o depoente. Emseqüência, o Senhor Presidente agradeceu ao SenhorSenador Jorge Bornhausem sua presença e a colaboração importantíssima que trouxera à Comissão, esclarecendo que, tendo tomado conhecimento de que oilustre depoente teria compromissos de ordem pessoal,estaria ele dispensado de permanecer até o términodos trabalhos. A seguir, o Senhor Presidente concedeua palavra ao segundo depoente, Senhor Senador MarcoMaciel, para suas considerações. Prosseguindo os trabalhos, o Senhor Presidente concedeu a palavra aO terceiro depoente, Professor AlOísio Sotero, que discorreusobre o assunto em pauta. Em prosseguimento, o Senhor Presidente agradeceu ao Professor Aloísio Soterosua contribuição, passando a palavra ao Senhor Relator,para as indagações, esclarecendo que elas deveriam serdirigidas ao Senhor Senador Marco Maciel ou aO Professor Aloísio Sotero. Interpelaram os depoentes os Senhores Deputados Octávio Elísio, Arnoldo Fioravanteo Senhor Senador .João Calmon. Após agradecer a presença do Senhor Senador Marco Maciel e os valiosossubsídios por ele trazidos ao conhecimento da Comissão, o Senhor Presidente esclareceu que S. Ex' se retiraria nO momento para atender a comprÜlUlssos de ordemparticular, fazendo, a seguir. indagações ao ProfessorII.loísio Sotero, que respondeu também às inquiriçõesdos Senhores Deputados inscritos. O depoimento c osdebates foram gravados e. depois de traduzidos e datilografados. serão anexados aos autos do presente inquérito. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidenteagradeceu a presença do Professor Aloísio Sotero, solicitando-lhe que encaminhasse à Assessoria da CPI dosdados complementares da sua exposição. Informandoser a presente reunião a última para tomada de depoimentos, ficando para serem marcadas pela Presidênciada Comissão as reuniões para discussão e votação dorelatório final, o Senhor Presidente encerrou a reuniáoàs quatorze horas e dez minutos. E, para constar, eu,Irene Margarida Feneira Groba, Secretária, lavrei apresente ata que, lida e aprovada, será assinada peloSenhor Presidente.
DIVERSOSASSOCIAÇÃO lNPERPARLAMENTAR
DE TURISMOGRUPO BRASILEIRO
Ata da Primeira Reunião Ordinária da ComissãoExecutiva do Grupo Brasileiro da Associação
Interparlamentar de TurismoRealizada no dia 26 de agosto de 1987
11' Legislatura
Às nove horas do dia vinte e seis de agosto de milnovecentos e oitenta e sete, na Sala de Reuniões daComissão de Relações Exteriores do Senado Federal,reuniu-se a Comissão Executiva do Grupo Brasileiroda Associação Interparlamentar de Turismo. Compareceram, conforme Livro de Presença: Senador RACHIDSALDANHA DERZI, Presidente; Senador FRANCISCO ROLLEMBERG, I'! Vice-Presidente; Deputado .JOSÉ CAMARGO, l' Secretário; DeputadoFLORICENO PAIXÃO, 2' Secretário; DeputadoFRANCISCO AMARAL, Tesoureiro e Deputado ANTÔNIO UENO, Suplente dos Menbros Permanentesdo Conselho. Dando início aos trabalhos o Senhor Presidente determinou a leitura da Ata da reunião anterior,aprovada por unanimidade, sem restrições. Em seguidafoi apresentada Proposta de Filiação do DeputadoPAULO MINCARONE, sendo aprovada por unanimidade. O Senhor Presidente, Senador RACHID SALDANHA DERZI comunicou o recebimento de convocação do Grupo para a 7' Assembléia Geral da Organização Mundial de Turismo c 14' Reunião do Comitêde Membros Afiliados daquela organização, a realizarem-se em MADRID-ESPANHA, entre os dias 22 desetembro e 1" de outubro de 1987. Ficou delegada ao
Junho de 1989
Senhor Presidente a composição da Delegação para representar o Grupo ao evento, dentro da disponibilidadefinanceira da época, fixando-se ajuda de custo no valorde US$ 1.800.00 (hum mil e oitocentos dólares), alémde passagem aérea na classe exe~utiva para o trechoBSB/RIO/MADRID/RIO/BSB. As 10:00 horas, nadamais havendo a tratar foi encerrada a reunião e, paraconstar eu, Paulo José Maestrali, Secretário, lavrei apresente Ata que, depois de lida e aprovada será assinada pelo Senhor Presidente e encaminhada à publicação.
TERMO DE REUNIÃO
Aos trinta dias do mês de setembro de mil novecentos e oitenta e sete, por falta de matéria, deixoude se realizar a Reunião Ordinária da Comissão Executiva do Grupo Brasileiro da Associação Interparlamentar de Turismo. Assim, para constar cu, Paulo JoséMaestrali, Secretário, lavrei o presente Termo de Reunião que, depois de dado aO conhecimento da ComissãoExecutiva será assinado pelo Senhor Presidente e enviado à publicação.
TERMO DE REUNIÃO
Aos vinte e oite dias do mês de outubro de milnovecentos e oitenta e sete, por falta de matéria, deixoude se realizar a Reunião Ordinária da Comissão Executiva do Grupo Brasileiro da Associação Interparlamentar de Turismo. Assim, para constar eu, Paulo JoséMaestrali, Secretário, lavrei o presente Termo de Reunião que, depois de dado ao conhecimento da ComissãoExecntiva será assinada pelo Senhor Presidente e enviado à publicação.
TERMO DE REUNIÃO
Aos vinte e cinco dias do mês de novembro demil novecentos e oitenta e sete, por falta de matéria,deixou de se realizar a Reunião Ordinária da ComissãoExecutiva do Grupo Brasileiro da Associação Interparlamentar de Turismo. Assim, para constar eu, PauloJosé Maestrali, Secretário, lavrei o presente Termo de
Reunião que, depois de dado ao conhecimento da Comissão Executiva será assinado pelo Senhor Presidentee enviado à publicação. - Rachid Saldanha Derzi.
COMISSÃO DE SERViÇO PÚBLICO
SEMINÃRIO: "SERVIÇO PÚBLICO NOBRASIL DIAGNÓSTICO, REGIME JURíDICO
E O PAEL DO ESTADO"
Realizado em 15-5-89
Às nove horas e trinta minutos do dia quinze dcmaio de hum mil novecentose oitenta e nove, sob aPresidência da Senhora Deputada Irma Passoni, realizou-se na Sala n" 2 do Anexo li o Seminãrio: "ServiçoPúblico no Brasil: Diagnóstico, Regime Jurídico e oPapel do Esmdo", com a presença dentre outros participantes dos Senhores Deputados: Geraldo Campos,Francisco Küst,er, Carlos Vinagre, Chagas Duarte, Aristides Cunha, JLezio Satheler, Solon Borges dos Reis,José Viana, Lúcio Alcàntra e Costa Ferreira. O SenhorDeputado Inocêncio de Oliveira, Presidente em exercício da Câmara dos Deputados, abriu os trabalhos epassou a Pre,sidência a Sr' Irma Passoni que, agradeceua presença I~ a,; palavras do Senhore Presidente e emseguida apresentou os Senhores Expositores: Dr. Gileno Fernand,ôs Marcelino, Secretário-Geral Adjunto daSeplan, Professora Maria Laura Sales Pinheiro, Presidente do SindiGato dos Servidores Públicos do DF, Senhor João Carlos Barros Kriegucr, Diretor do Centrode Desenvo [vimento em Administração Pública da Funcep e o Deputado Francisco Küster, bem como os Debatedores: Senhores: Antonio Carlos de Andrade, Presidente da Federação Nacional das Associações dos Serviodres da Previdência Social e o Senhor Waldir Viegas,Professor de Administração da UNB, que fizeram ampla exposiçües sobre os temas: 1) Diagnóstico do Serviço Público no Brasil, 2) Caráter do Serviço Público,3) O Papel do Estado e a sua função social e, 4)0Servidor Pú.blico e o seu papel perante a Sociedadebrasileira. No período destinado aos debates usaram
Sábado 10 4683
da palavra os Senhores: Selma Viana de Assis PamplonaConceição, Jenival ribeiro, Anna Leopoldina DalmontJulhem, Leôncio Camino, Deputado Carlos Vinagree Ideilson Bastos Lacerda. Não havendo quem quizessefazer o uso da palavra a Senhora Presidente suspendeuos trabalhos às treze horas, marcand o reínicio paraàs quatorze horas e trinta minutos. Às quatorze horase quarenta cinco minutos, no Auditório Nereu Ramos,a Senhora Presidenta reíniciou os trabalhos e transferiua Presidência ao Deputadp Carlos Vinagre, que meseguida, apresentou os Expositores: Dr. Eloy Corazza,Secretário de Recursos Humanos da Seplan, Dr. Fermino Feehio Filho, Secretário Municipal de Administração de São Paulo, Dr. José Eduardo martins Cardoso,Secretário Municipal do Governo de São Paulo, Dr.Hélio de Melo, Presidente da União Nacional dos Servidores Públicos do Brasil e os Debatedores: DeputadoFrancisco Küster e Doutora Iris Berlinck, Diretora daCoordenação de Apoio Parlamentar da Câmara dosDeputados que fizeram ampla exposição sobre o tema:"Unificação do Regime Jurídico". No período destinado aos debates usaram da palavra os Senhores: Deputado Solon Borges dos Reis, Dr. Emanoe! Campos,Secretário de Administração de Santa Cataria, SelmaViana de Assis P. Conceição, Anna Leopoldina Delmont Julhem, Maria Laura Sales Pinheiro, e a representante da Federação das Associações das UniversidadesBrasileiras. Logo após, o Senhor Presidente concedeua palavra ao Relator Geraldo Campos que teceu considerações finais sobre o Seminário e os debates verificados. A seguir, sem que nenhum dos presentes quizessefazer o uso da palavra, o Senhor Presidente agradeceua presença dos expositores e debatedores, dos SenhoresDeputados e demais participantes, encerrando o Seminário às dezoito horas e quarenta minutos. As notasgravadas, depois de traduzidas serão publicadas e passarão aintcgrar esta Ata. E, para constar, eu Ronaldode Oliveira Noronha, Secretário, lavrei a presente Ataque, depois de lida e aprovada será assinada pela Senhora Presidente da Comissão de Serviço Público.
PÁGINA ORIGINAL EM BRANCO
r----------------MESA----------------tPresidente:
PAES DE ANDRADE - PMDB
10 Vice-Presidente:
INOcl'3NCIO OUVEIRA - PFL
29 Vice-Presidente:
WILSOI"t CAMPOS - PMDB
1" Sec:retário:LUIZ HlENRIQUE - PMDB2" Sec:retário:EDME 1i'AVARES - PFL
3" Sec:retário:CARl.OS COITA - PSDB
4" Secretário:RUBERVAL PILOITO - PDS
Suplentes:
FERES NADER - PTBFLORICENO PAIXÃo - PDTARNALDO FARIA DE SÁ - PJJOSÉ MELO - PMDB
lJIDEkANÇAS
lider: IBSEN PINHEIRO
Vice-líderes
PARTIDO DO MOVIMENTODEMOCRÁTICO BRASILEIRO
-PMDB-
Líder: VlVt\LDO BARBOSA
PARTIDO DEMOCRÁTICOTRABALHISTA
-PDT-
PARTIDO SOCIALISTABRASILEIRO-PSB-
lider: JOÃO HER.R.MANN NETO
PARTIDO COMUNISTABRASILEIRO-PCB-
Ademir Andrade
Vice-Líder
Aldo Arantes
PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL
-PCdoB-lider: HAROLDO UMA
Vice-líder
Lysâneas MacielCarlos Cardinal
Líder: GA:5TONE RIGHI
Vice-líderes
PAlmDO TRABALHISTABRASILEIRO-PTB-
Vice-Líderes
Luiz SalomãoArtur Uma Cavalcante
José TavaresJosé Ulisses de Oliveira
Maguito VilelaManoel Moreira
Márcio BragaMaurício PáduaRenato ViannaRospide Neto
Ruy NedelSérgio SpadaTidei de Lima
Genebaldo CorreiaAntônio BrittoBete MendesDalton CanabravaDenisar AroeiraFemando VelascoFirmo de CastroGabriel GuerreiroJorge UequedJosé Carlos VasconcelosJosé Geraldo
PARTIDO DA FRENTE UBERAL-PFL-
Sólon Borges dos ReisRoberto Jelferson
Elias Muradlider: ROBERTO FREIRE
Vice-líderes
PARTIDO DA SOCIALDEMOCRACIA BRASILEIRA
-PSDB-
Líder: PÚrUO'ARRUDÀSAMPAIq
Vice-Líderes
PARTlI>O DEMOCRATA CRISTÃO-PDC-
PARTIDO DOS TRABALHADORES-PT-
Augusto CarvalhoFernando Santana
PARTIDO SOCIAL CRISTÃO-PSC-
Líder: SILVIO ABREU
Vice-lider
PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO
-PSD-
Aristides Cunha
lider: CESAR CALS NETO
Gumercindo MilhomemVirgilio Guimarães
Luís EduardoRonara Corrêa
Rita FurtadoPaes Landim
Alceni GuerraFausto Rocha
José Uns
lider: JOSÉ LO(JRENÇO
Vice-lideres
José TeixeiraRicardo IzarJofran FrejatJesus TajraIberê FerreiraDionisio HageStélio Dias
Líder: EUCLIDES SCALCO
Vlce-Lídere!>
Virgildásio de Senna Maria de Lourdes AbadiaCristina Tal/ares Robson Marinho
Ziza Valadares
Líder: I ROBERTO BALESTRA
Vice-líder
Tarzan de Castro Gidel Dantas
PARTIDO DA RECONSTRUÇÃONACIONAL-PRN-
lider: ARNALDO FARIA DE SÁ
Vice-líder
PARTIDO DEMOCRÁTICO SOCIAL
-PDS-
lider: AMARAL NETTO
Vice-líderes lider: ADOLFO OLIVEIRA
Vice-Líderes
Hélio Costa
PARTIDO TRABALHISTARENOVADOR
-PTR-
Bonifácio de AndradaGerson Peres
DarcyPozzaAécio de Borba Afif Dominoos Marcos Formiga Líder: ISMAEL WANDERLEY
COMISSÃO DE AGRICULTURAE POLÍTICA RURAL Chico Humberto
PDT2 Vagas
Jorge Leite Márcia Kubitschek
1 Vaga
Presidente: José Egreja - PTB - SI'Vice-Presidentes: Rodrigues Palma - PTS - MT
Nestor Duarte - PMDI3 - BAJonas Pinheiro - PFL -- MT
PFL
Alcides Lima Jacy ScanagaltaAlércio Dias Jonas PinheiroAlysson Paulinelli Sérgio BritoErico Pegoraro Ubiratan SpineliFrancisco Coelho Vinícius CansançãoIberê ferreira
PSDB
Edmundo Galdino Saulo QueirozNelton Friedrich Vicente Bogo
PDS
Adauto Pereira Osvaldo BenderAdylson Motta
PDT
Amaury Müller Nelson AguiarCarlos Cardin ai
PTBJayme Paliarin Rodrigues PalmaJosé Egreja
PTAntonio Marangon João Paulo
PSB
PL
PT
Ibrahim Abi-Ackel
Virgl1io Guimarães
Roberto Torres
Francisco BenjamimJairo CarneiroMessias GóisNey Lopes
.Oscar CorrêaPaes Landim
Miro Teixeira
PL
PSB
PL
Francisco Diógenes
PDT
Carlos Cardinal
Júlio CamposNarciso MendesRita FurtadoSadie HauacheSérgio Brito
Féres Nader
PTB
PT
PDC
PFL
PDS
PFL
PDS
PDC
PTB
pDT
PSDBMoema São ThiagoI Vaga
PSDBSigmaringa SeixasVilson Souza
pCdoB
Alysson PaulinelliCh ristóvam ChiaradiaErico PegoraroEunice MichilesJalles FontouraJesualdo Cavalcanti
Carlos Alberto CaóMiro Teixcira
2 Vagas
Lídice da Mata
Darcy PozzaDelfim Nello
Carrel BenevidesGastone Righi
José Carlos GreccoNelton Friedrich
Sotero Cunha
Flávio Rocha
1 VagaSecretária: Delzuíte M. A. do ValeRamal: 6906
COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃOE JUSTIÇA E REDAÇÃO
Presidente: Nelson Jobim - PMDB - RSVice-Presidentes: João Natal - PMDB - GO
Jorge Medauar - PMDB - BABonifácio de Andrada - PDS MG
Titulares
PMDBMichel TemerNelson JobimNilson GibsonOsvaldo MacedoPlínio MartinsRenato ViannaROSlüio Congro NetoSérgio SpadaTheodoro Mendes1 V.aga
Bonifácio de AndradaGerson Peres
Marcos Formiga
Aloysio ChavesCosta FerreiraDionísio HageEliézer MoreiraEvaldo Gonçalves
José Genoíno
Brandão MonteiroDoutel de Andrade
José Maria Eymae'l
Jorge HageJuarez Mar(~-leS Batista
Benedicto MonteiroHorácio Ferraz
Arnaldo MoraesBernardo CabralCarlos VinagreHarlan GadelhaHélio ManhãesJoão NatalJorge MedauarJosé DutraJosé TavaresLeopoldo SouzaMendes Ribeiro
Jones Santos NevesOsmundo RebouçasRalph BiasiRita Camata
Robson MarinhoI Vaga
Roberto Jefferson
Gumercindo Milhomem
Gerson Peres
José CamargoJosé JorgePaulo MarquesPaulo PimentelPedro Ceolin
PT
PTB
PFL
PDT
Fernando Lyra
PDS
Roberto Torres
PL
PT
PTB
PDC
PSB
PSDB
PMDBMaurílio Ferreira LimaMatheus IensenMendes RibeiroNilso SguareziOnofre CorrêaRonaldo CarvalhdRosário Congro NetoTidei de Lima3 Vagas
Suplentes
PMDB
PC do B
Airton SandovalAntero de BarrosFrancisco AmaralJoaci Góes
Antônio Salim CuriatiArnold Fioravante
Lysâneas MacielLuiz Salomão
Florestan Fernandes
Ervin BonkoskiJosé Elias
Cristina TavaresKoyo Iha
José EliasOsvaldo Sobrinho
2 Vagas
Ângelo MagalhãesArolde de OliveiraÁtila LiraEliézer MoreiraEraldo TrindadeFrancisco Coelho
João da Mata
Antonio BrittoAntonio GasparBete MendesEliel RodriguesFrança TeixeiraHenrique Eduardo AlvesJosé CostaJosé Ulísses de OliveiraLuiz LealMaurício Fruet
Afif Domingos
José Carlos Sabóia
Álvaro Valle
PDCEduardo Siqueira Campos
Eduardo Bonfim
Edmilson Valentim
PCdoB
Raquel Capiberibe
Secretário: Mariza da Silva MataRamais: 6902 - 6903
COMISSÃO DE CIÊNCIAE TECNOLOGIA,
COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICAPresidente: Antonio Gaspar - PMDB - MAVice-Presidentes: José Costa - PMDE - AL
Álvaro Valle - PL - RJArolde de Oliveira - PFL - RJ
Titulares
José Tavam;José VianaMaguito VilelaMoisés AvelinoOnofre CorrêaRaul FerrazRenato BernardiRuy NedelSérgio Spada1 Vaga
PDS
PCdoB
PFL
Telmo Kirst
PL
PDC
TitularesPMDB
Marcos QueirozMaurício NasserNestor DuarteNeuto de ContoNyder BarbosaRaul BelémRosa PrataRospide Nel:loSantinho FurtadoWaldyr Pugliesi
PSB
Gilson MachadoHumberto SoutoLuiz Marq liesMaurício CamposNarciso Mendes
PSDB 1Vaga'
Juarez Marques BatistaZiza Valadares
Suplentes
PMDB
Oswaldo Almeida
Aldo Arantes
José Carlos Sabóia
Antônio de JesusCelso DouradoDarcy DeitosDel Bosco AmaralHilário BraunIturival NascimentoIvo CersósimoIvo MainardiJorge ViannaJovanni MasiniLélio Souza
Paulo Mourão
Alexandre PuzynaAntônio CâmaraDoreto CampanariFausto FernandesGenésio BernardinoGeraldo BulhõesGeraldo FlemingJoão MaiaJoão RezekJosé AmandoJosé Freire
Antônio UcnoAssis CanutoCleonâncio FonsecaCosta FerreiraDionísio Dal Prá
Cristina TavaresDirce Tutu Quadros
Eurico RibeiroMello Reis
PSB
PSB
Aldo Arantes
Adolfo Oliveira
Myriam Portella
Orlando BezerraRicardo IzarWaldcck OrneIas
Lézio Sathler
PFL
Roberto Augusto
Pedro CanedoSimão SessimUbiratan Spinclli
Paulo Silva
PT
Paulo SidneiRonaldo CarvalhoValdir ColattoWaldir Pugliesi3 Vagas
PFL
Mendes Botelho
Mello Reis
Sérgio Brito3 Vagas
PTB
PDC
Sérgio Naya3' Vagas
José Serra
PT
PFL
PDS
PDC
PDS
PDTCésar Maia
PTB
PDTChico Humberto
PSDB
PSDB
PSDB
PMDBJosé Mar'mhãoLuís Roberto Ponte'Prisco VianaRaul FerrazRuy NedelVingt Rosado
SuplentesPMDB
Cleonâncio FonsecaLcur LomantoLuiz MarquesManoel Castro
Lurdinha Savignon
Agassiz AlmeidaAntônio de JesusFrancisco CarneiroGabriel GuerreiroGerson MarcondesJosé Dutra
Caio PompeuFábio Feldman
1 Vaga
Brandão Monteiro
Antônio FerreiraChristúvam ChiaradiaEtevaldo NogueiraMario Assad
Marluce Pinto
AryValadão
Florestan Fernandes
José Luiz Maia
Aloysio Chav,esAntônio FerreiraEtevaldo Nogueira
Chagas Duarte
Anna Maria RatlesJosé Carlos Grecco
Secretária: Marci Ferreira LopesRamais: 6998 -7001
COMISSÃO DEDESENVOLVIMENTO URBANO,
INTERIOR E ÍNDIOPresidente: Mário Assad - PFL - MGVice-Presidentes: Etevaldo Nogueira - PFL - MG
Raul Ferraz - PMDB - BAJairo Azi - PDC - BA
Titulares
Antonio PerosaGeraldo Campos
Álvaro AntonioAntônio BrittoAsdrubal BentesChagas NetoFernando VelascoFirmo de CastroJosé Carlos Vasconcelos
.Jairo Azi
Joaquim HaickelMário de Oliveira
João da Mata (PDC)
Valmir Campelo
PDS
PTB
PFL Narciso MendesPedro CanedoSarney Filho
Cunha Bueno
1 Vaga
PDC
PDT
PTBRoberto Augusto
PT
PT
PDC
PDSOsvaldo Bender
Leonel JúlioPTB
PT
PFL
PDC
Paes LandimRicardo IzarSadie Hauache
PDTSérgio Carvalho
PSDBJuarez Marques Batista
PSDBOctávio Elísio
SuplentesPMDB
Milton LimaPaulo AlmadaPaulo Zarzur
SuplentesPMDB
Manoel MoreiraMaria LúciaUldurico Pinto5·Vagas
Anna MaTia RatlesCarlos Mosconi
Joaquim Sucena
Nelson Aguiar
Paulo Delgado
Artenir Werner
Presidente: Furtado Leite - PFL - CEVice-Pre!;identes: Dionísio Dal Prá - PFL - PR
Annibal Barcellos - PFL - APOttomar Pinto - PMDB - RR
Titulares .PMDB
Ivo CersásimoManoel MoreiraNyder BarbosaOttomar PintoPaulo SidueiReuato Vianna
Francisco PintoHarlan GadelhaHélio ManháesIvo LechJorge Uequed
Miraldo Gomes
Elias Murad
Gumercin:do Milhomem
Antônio CâmaraArnaldo MartinsEdivaldo MottaExpedito MachadoFrancisco PintoGeraldo IFlemingHaroldo :Sanford
Paulo Ramos
José Genoíno
Domingos JuvenilFernando VelascoGilson MachadoHélin Rosa!;
Alysson PaulinelliAlziro GomesEliézer MoreiraLúcio Alcântara
Paulo Mourão
Secretári.o: Jarbas Leal VianaRamais: 6930 - 6931
Farabulini Júnior
COMISSÃO DEDEFESA NACIONAL
Euclides ScalcoJosé Guedes
Sotero Cunha
Carlos Virgílio
Anníbal BarcellosDionísio IDal PráFurtado LeiteOrlaudo Bezerra
Rodrigues Palma
Vicente Bogo1 vaga
1 Vaga
Jovanni MasiniLélio SouzaMaurício NasserNestor DuarteRaimundo BezerraUbiratan AguiarWagner Lago7 Vagas
José Luiz Maia
1 Vaga
Lúcia BragaSandra CavalcantiWaldeck Ornélas
Victor Faccioni
Raimundo BezerraRaimundo RezendeRenato BernardiRonaldo CarvalhoSamir AchôaValdir Colatto
.Jesus TajraJesualdo CavalcantiNarciso MendesSarney Filho2 Vagas
PT
PFL
PDS
PTB
PDT2 Vagas
PFL
PDS
PDT
PSDB
PSDBJosé Guedes
SuplentesPMDB
Ernesto Gradella
Aécio NevesEgídio Ferreira Lima
Lysâneas Maciel
Adylson MottaJorge Arbage
Airton CordeiroAlcides Lima,Benito GamaEnoc VieiraJosé Thomaz Nonô
Ervin BonkoskiRoberto Jefferson
Afrísio Vieira LimaAluisio CamposAntonio MarizAsdrubal BentesFrancisco SalesGenebaldo CorreiaJosé Melo
Eduardo Bonfim
PL
PDCEduardo Siqueira Campos
João Herrmann Neto
Eurico Riheiro
COMISSÃO DE DEFESADO CONSUMIDOR E
DO MEIO AMBIENTEPresidente: Joaci Góes - PMDB - BAVice-Presidentes: Antonio Câmara - PMDB - RN
.FábiôFeldmann - PSDB - SPRaquel Cândido - PDT - RO
TitularesPMDB
1 Vaga
Secretário: Ruy Omar Prudêncio da SilvaRamais: 6920 - 6921
PCdoB
Raquel Cândido
PCdo B
Fábio FeldmannGeraldo Alckmin Filho
Aécio NevesAntônio CâmaraGeraldo BulhõesJoaci GoesJoão MaiaJosé MeloPaulo Sidnei
Cláudio ÁvilaGandi JamilJofran FrejatJúlio Campos
PCdo B
Irma Passoni
PSBAdemir Andn.de
Manoel CastroMussa DemesRita Furtado
José Serra
Felipe Mendes
PT
PL
I Vaga
Nelson Seixas
PFLNey LopesOrlando PachecoRita FurtadoSandra CavalcantiSarney Filho
Gastone RighiPTB
POT
PDSVictor Faccioni
PDC
PSDBPaulo SilvaRobson Marinho
PDS
PFL
PSDB
SuplentesPMDB
Mário MartinsMauro MirandaMessias SoaresPlínio MartinsRoberto Vital11 Vagas
TitularesPMDB
José FreireLuiz Alberto RodriguesMoysés PimentelOsmundo RebouçasRoberto BrantSérgio Naya2 Vagas .
Fernaudo LyraFloriceno Paixão
Benedicto MonteiroElias Murad
Antur da TávolaMoema Sáo Thiago
Adylson MottaAécio de Borba
José Carlos Coutinho
Alceni GuerraAlysson PaulinelliÂngelo MagalhãesErico PegoraroLauro MaiaManoel Castro
Jonival Lucas
Gumercindo Milhomem
Amilcar MoreiraDaso CoimbraDjenal GonçalvesHenrique Eduardo AlvesJosé da Conceição
Áivaro VallePL
Francisco KüsterJosé Carlos Grecco
PC do B
PSB
Arnaldo MartinsCid CarvalhoFernando Bezerra CoelhoFrancisco SalesIrajá RodriguesJoão Carlos Bacelar
Lídice da Mata
João Herrmann Neto
Aécio de Borba
PC do B
PSB
Arnaldo PrietoFausto RochaFrancisco DornellesLevy Dias
I Vaga
Edmilsol1 Valentim
Seeretária: Tasmânia Maria de Brito GuerraRamais: 6980 - 6977
COMISSÃO DE FINANÇAS
Pre;idente: Francisco Dornelles - PFL - RJVice-Presidentes: Arnaldo Prieto - PFL - RS
FermlOdo Bezerra Coelho - PMDB-PEJosé Serra - PSDB - SPJesualdo Cavalcanti
José QueirozLuiz MarquesOsvaldo CoelhoPcdro Canedo
Eurico Riheiro
Jorge HageOctávio Elísio
Tadeu França
Sólon Borges dos Reis
Paulo Delgado
PDS
PT1 Vaga
Orlando BezerraOscar CorrêaRicardo Izar
Osvaldo Bender
PSB
Luiz SalomãoPTB 1 Vaga
Horácio Ferraz
PL
PDT
PDC
PSDBKoyu IhaVilson Souza
PC do B
TitularesPMDB
José FreireJosé MaranhãoMaguito VilelaMárcia KubitschekMárcio BragaMauro SampaioRenato BernardiRita CamataSérgio SpadaUbiratan Aguiar
PDT
PTB
PT
PFLAgripino de Oliveira LimaÁtila LiraCleonâncio FonsecaCosta FerreiraEraldo TinocoEvaldo Gonçalves
PSOB
POS
Caio PompeuHermes Zaneti
Arnold FioravanteArtenir Werner
Máreia Cibilis VianaNelson Aguiar
José Luiz de Sã
Lídice da Mata
Florestan Fernandes
Fâbio RaunheittiFeres Nader
Amaury Müller
Adauto PereiraJosé Luiz Maia
José Gomes
Virgílio Guimarães·
Fábio RaunheittiOsvaldo Sobrinho
COMISSÃO DEEDUCAÇÃO,CULTURA,ESPORTE E TURISMO
Presidente: Ubiratan Aguiar - PMDB - CEVice-Presidentes: Celso Dourado - PMDB - BA
Jorge Hage - PSDB - BAFlorestan Fernandes - PT - SP
Afrísio Vieira LimaAgassiz AlmeidaBezerra de MeloBete MendesCelso DouradoChagas NetoFausto Fernande3Flávio Palmier da VeigaGerson Vilas BoasHélio RosasJoaquim Haickel
1 Vaga
Secretária: Maria Laura CoutinhoRamais: 7016 -7019
Arolde de OliveiraChristovam ChiaradiaClâudio ÁvilaIberê Ferreira
. Dirce Tutu QuadrosJorge Hage
José GeraldoLtícia VâniaLuís Roberto PonteMarcelo CordeiroMilton ReisOsmundo RebouçasOswaldo Lima FilhoRalph BiasiRoberto Brant2 Vagas
Luiz EduardoRicardo FiuzaRonaro CorrêaSaulo CoelhoVinicius Cansanção
Max RosenmannMovsés PimentelNelson JobimPaulo MincaroneRosa Prata9 Vagas
PL
PDS
M,írcia Cibilis Viana
PTBGastone Righi
Felipe Mendes
PDT
PT
PFL
Vladimir PalmeiraPDC
PSDBVirgildásio de SennaZiza Valadares
SuplentesPMDB
Artur Lima CavalcantiCésar Maia
Cunha BuenoDelfim Netto
PFL
Basílio VilIaniJayme Paliarin
José SerraRonaldo Cesar Coelho
Albérico FilhoAmilcar MoreiraFernando Bezerra CoelhoFrancisco CarneiroGenebaldo CorreiaGustavo de FariaHélio DuqueIsrael PinheiroJoão AgripinoJorge Leite
Airton CordeiroGilson MachadoJosé Mendonça BezerraJosé MouraJosé Thomaz NonôLael Varella
Ernesto Gradella
José Maria Eymael
PDCGidel Dantas
Flávio Rocha
Secret;írio: Benício Mendes TeixeiraRamais: 6971 - 6072
COMISSÃO DE ECONOMIA,INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Presidente: Ricardo Fiuza - PFL - PEVice-Presidentes: Airton Cordeiro - PFL - PR
Osmundo Rebouças -- PMDB CECésar Maia - PDT - IRJ
TitularesPMDB
Bosco FrançaDarcy DeitosFirmo de CastroJosé CostaLuiz SoyerLuiz Vianna NetoMarcos Queiroz
PDSCarlos Virgílio Eurico Ribeiro
Manuel Domingos
PDTRaquel Cândido I Vaga
PTBMilton Barbosa (PDC) Valmir Campelo
PT
Antônio VenoArnaldo Prieto
Jofran FrejatJosé Jorge
PDCMilton Barbosa ! César Maia
PDTJosé Fernandes
PDSBonifácio de Andrada Francisco Diógenes
PDTBocayuva Cunha Luiz Salomão
Basílio Villani
Luiz Gushiken
Jonival Lucas
PTB
Horácio FerrazPT
PDC
Carlos VinagreCid CarvalhoDélio BrazDenisar ArneiroHaroldo Sabóia
SuplentesPMDB
João AgripinoJosé Carlos VasconcelosSamir Achôa5 Vagas
PFL Benedicto MonteiroPTB
José Elias
SuplentesPMDB
Nyder BarbosaOswaldo Lima FilhoSérgio Werneck5 Vagas
Expedito MachadoFernando GaspananJoão NatalLúcia VâniaMilton Reis
Alceni GuerraCleonâncio FonsecaGandi JamilJosé Lins
Euclides ScalcoRonaldo Cezar Coelho
Arnold Fioravante
PFLOrlando BezerraRubem MedinaSérgio Brito
PSDBRose de Freitas
PDSVictor Faccioni
Alércio DiasEnoc VieiraJosé .LinsFurtado Leite
Francisco KüsterGeraldo Campos
Felipe Mendes
Artur Lima Cavalcanti
Basílio VilIani
Luiz Gushiken
Leur LomantoMussa DemesStélio Dias
PSDBJosé Guedes
PDSGerson Peres
PDTJosé Fernandes
PTBFarabulini Júnior
PT
PDC
PTAntônio Marangon
PDCJosé Maria Eymael
Secretária: Állia Felício TobiasRamais: 6945 - 6947
COMISSÃO DERELAÇÕES EXTERIORES
Presidente: Bernardo Cabral - PMDB - AMVice-Presidentes: Márcia Kubitschek - PMDB - DF
Aloysio Chaves - PFL - PAAdolfo Oliveira - PL - RJ
TitularesPMDB
Miraldo Gomes
Secretária: Maria Julia Rabello de Moura
Ramais: 6955 - 6959
COMISSÃO DEFISCALIZAÇÃO E CONTROLE
Presidente: Fernando Gasparian PMDB-SPVice-Presidentes: Irajá Rodrigues-PMDB~RS
Benito Gama - PFL - BAFernando Santana - PCB - BA
PSDBJayme Santana Virgildásio de SennaMaria de Lourdes Abadia
Oscar CorrêaOsvaldo CoelhoPaulo PimentelRubem MedinaSarney Filho
Mello Reis
João de Deus Antunes
Virgílio Guimarães
PL
Luiz Viana NetoMarcelo CordeiroMlÍrcia KubitschekMattos LeãoMaurílio Ferreira LimaMaurício FruetMelo FreireNaphtali Alves de SouzaUlysses GuimarãesLeopoldo Bessone
PT
PDS
PFL
PDC
PDTJosé Maurício
PTB
PSDBJaime SantanaMoema São Thiago
SuplentesPMDB
Marcos LimaMatheus IensenMauro SampaioMichel TemerRaul BelémRO"lrio Congro NetoJorge Vianna
Antônio GasparBete Mendesqenésio de Barrosqeovah AmaranteHjólio DuqueHélio RosasJdrge Medauar
Domingos Leonelli
Artur da TávolaEgídio Ferreira Lima
Aloysio ChavesAntônio UenoEnoc VieiraFrancisco BenjamimJesus TajraLeur Lomanto
Tarzan de Castro
Afrísio Vieira LimaAntónio MarizAirton SandovalBernardo CabralBosco FrançaDaso CoimbraDélio BrazDjenal GonçalvesHaroldo SabóiaJosé Ulisses de OliveiraLuiz Soyer
Benedita da Silva
PSB
Adylson MottaFrancisco Diógenes
Adolfo de Oliveira
Amaury MüllerBocayuva Cunha
PC do B
Carrel BenevidesErvin Bonkoski
Eduardo Bonfim
PDC
PDT
PT
Victor Faccioni
PTB
José Maurício
Marluce Pinto
PSDBOctávio Elísio
PDS
SuplentesPMDB
Neuto de ContoOttomar PintoPaulo RobertoWalmor de Luca
PFL 5 Vagas
Jonas PinheiroRonaro Corrêa1 vaga
Presidente: Octávio Elisio - PSDB - MGVice-Presidentes: Antônio Perosa - PSDB - SP
Mário Lima - PSDB - BAAécio de Borba - PDS - CE
Titulares
PMDBJosé AmandoLuiz Alberto RodriguesMarcos LimaMário LimaMaurício PáduaPrisco Viana
PFL 1 Vaga
José Santana deVasconcellos
Maurício CamposNelson Sabrá
Alcides LimaAssis CanutoÉzio FerreiraGeovani Borges
Leonel JúIío
Raquel Cándido
Vladimir Palmeira
Aécio de Borba
José Gomes
Arnaldo MartinsCarlos BenevidesHilário BraunIsrael PinheiroMaguito Vilela
Antonio PerosaMauro Campos
Tarzan de CastroSecretário: Silvio AveHno da SilvaRamais: 7025 - 7026
COMISSÃO DEMINAS E ENERGIA
Albérico Filho[)omingos JuvenilEduardo MoreiraGabriel GuerreiroGenésio de BarrosJoão Resek
Aloysio ChavesAnnibal BarcellosAntónio FerreiraEraldo Tinoco
PT
PTBValmir Campelo
PDT1 Vaga
PDC
PT
Sérgio Carvalho
Valmir Campelo
PDT
Maluly NetoNelson SabráSimão Sessim
PTB
PDC
PFL
PDSTelmo Kirst
PSDBRose de Freitas
TitularesPMDB
Irajá RodriguesJosé GeraldoMaria LúciaMário LimaNilso SguareziOttomar Pinto
Vladimir Palmeira
Leonel Júlio
Márcia Cibilis Viana
Anna Maria RattesDirce Tutu Quadros
Chagas Duarte
Airton SandovalAluízio CamposFernando GasparianFirmo de CastroFernando SantanaGerson MarcondesGustavo de Faria
José Luiz Maia
Benito GamaJoão AlvesJosé MouraJosé Tinoco
Sotero Cunha
Marluce Pinto
Paulo Delgado
João Herrmann NetoSecretária: Regina Beatriz Ribas MarizRamais: 6992 - 6994
COMISSÃO DE SAÚDE,PREVIDÊNCIA E
ASSISTÊNCIA SOCIALPresidente: Raimundo Bezerra - PMDB - CEVice-Presidentes: Ivo Lech - PMDB - RS
Elias Murad - PTB - MGArnaldo Faria de S,i - PJ - SP
Hermes ZanetiMaria de Lourdes Abadia
PC do B
TitularesPMDB
Lysâneas Tvlaciel
Jo nes Santos NevesJorge UequedJosé da ConeeiçüoJosé Tavare~
Júlio Costamilan1 Vaga
Roberto Augusto
Nelton Friedrich
PFLOsmar LeitãoVictor Trov"oI Vaga
Myriam Portella
PT
PDC
PDS
PDT
POC
PTB
PSDB
Iberê FerreiraJofran FrejatRicardo Fiuza
PSDB 1 Vaga
Geraldo Alckmin FilhoI Vaga
PDS
PTB
França TeixeiraRenato Vianna9 Vagas
PFL
PT
PDl
1 VagaPTB
Sólon Borges dos Reis
Miro Tcix~ira
PDT
Jorge Arbage
Roberto Augusto
TitularesPMDB
PFLRlcardo FiuzaWaldcek Ornélas2 Vagas
SuplentesPMDB
Luís Roberto PonteM~irio LimaNilson Gibson6 Vagas
PT
PDC
SuplentesPMDB
1 Vaga
Secretário: Ronaldo de Oliveira NoronhaRamai" 7011 - 7012
Mendes Botelho
Paulo Paim
Humberto SoutoLúcia BragaLúcio AIc~intara
Narciso Mendes
Carlos Alberto Caó
Célio de Ca,troGeraldo Campos
Mello Reis
Átila LiraEnoc VieiraEunice Michiles
Fábio Raunheitti
Lurdinha Savignon
Chagas Duarte
Aécio de Borba
Alexandre PuzynaAntero de BarrosAntônio MarizEdmílson ValentimFrancisco AmaralGeraldo FlemingHaroldo Sabóia
Aloysio TeixeiraBezerra de MelloEdivaldo MottaHaroldo Sanford
Célio de Castro
Irma Passoni
Jairo Carneiro
Antônio UenoÁtila LiraEraldo Tinoco
Farabulini Júnior (PTB)
Floriceno Paixão
Feres Nader
COMISSÃO DE TRABALHOPresidente: Carlos Alberto Caó - POT - RJVice-Presidentes: Paulo Paim - PT - RS
Júlio Costamilan - PMOB - RSEdmilson Valentim - PC do BRJ
Alarico AbibÁlvaro Antônio
Leonel Júlio
Paulo MarquesRubem MedinaSaulo CoelhoSimão Sessim2 Vagas
Ivo MainardiMárcio BragaMattos LeãoTidei de Lima13 Vagas
PL
PT
PFL
PTJoão Paulo
Osvaldo Bender
PL
PSB
PDS
PFLMussa DemesSadie HauacheI Vaga
Nosser Almeida
PDS
PDC
PlB
PDT
PDC
PSDBOctávio ElísioVicente Bogo
PSDBPaulo Silva
PC do B
SuplentesPMDB
Adhenwr de Barros Filho2 Vagas
Anna Maria RattesEuclides Scalco
Anníbal BarcellosArolde de OliveiraJúlio CamposLúcia BragaMaurício Campos
Paulo Paim1 Vaga
I Vaga
Benedita da Silva
Edmilson Valentim
Abigail Feitosa
Antônio BrittoBernardo CabralCelso DouradoDalton Canabrava
Advlson MottaGeÍson Peres
Oswaldo Almeida
José Carlos Coutinho
Artenir Werner
Francisco KüsterGeraldo Campos
Aloysio TeixeiraAristides CunhaCarlos VinagreHélio RosasJoão NatalJosé FreireLeopoldo Bessone
Miraldo Gomes
Francisco Rolim
Secrcüiria: Maria Inêz LinsRamal: 6914
Manuel Domingos
PC do B
PSB
COMISSÃO DESERVIÇO PÚBLICO
Presidente: Irma Passoni - PT - SPVice-Presidentes: Miro Teixeira - PDT - RJ
Carlos Vinagre - PMDB - PAAristides Cunha - PSC - SP
TitularesPMDB
Mario de OliveiraNaphtali Alves de SouzaOsvaldo MacedoPaulo ZarzurTheodoro MendesWagner Lago
, Albérico CordeiroHumberto SoutoJalles FontouraLuiz Marques
Farabulini Júnior. João de Déus Antunes
Santinho FurtadoTheodoro Mendes3 Vagas
José QueirozLauro MaiaOrlando PachecoPedro CanedoSandra Cav,kanti
Júlio CostamilanMauro SampaioMessias SoaresMoisés AvelinoRaimundo BezerraRaimundo RezendeRuy NedelUldurico PintoVingt Rosado2 Vagas
Roberto Jefferson
Carlos Virgt1io
Sólon Borg~s dos Reis
2 Vagas
PL
I Vaga
PT
Cunha Bueno
PSB
PTB
PDC
POS
PFL
PDT
PFL
PDS
PTB
POTNelson Seixas
PSDBGeraldo Alkmin FilhoMaria de Lourdes Abadia
Levy DiasMessias GóisNey LopesPaes LandimRicardo IzarI Vaga
PSDBSigmaringa SeixasVirgildásio de Senna
Roberto Balestra
Marcos Formiga
José Genoíno
Aldo Arantes
José EgrejaOsvaldo Sobrinho
Doutel de Andrade
Artenir WernerAry Valadão
Leopoldo SouzaLuiz Alberto RodriguesRubem Branquinho
Alarico AbibArnaldo Faria de SáDienal GonçalvesDoreto CampanariEduardo MoreiraFrancisco AmaralGenésio BernardinoIvo LechJorge UequedJosé Viana
Alceni GuerraErico PegoraroEunice MichilesGandi JamilJesualdo CavalcantiJofran Frej at
Carlos MosconiCélio de Castro
Antonio Salim CuriatiAry Valàdão
Elias MuradJoaquim Sucena
Chico HumbertoFloriceno Paixão
Arnaldo PrietoAirton CordeiroEraldo TinocoFausto RochaJosé Camargo
Reunião: 4a> e 5~> feirasSecretário: Agassis Nylandeir BritoRamais: 6989 - 6990
COMISSÃO DE TRANSPORTESPresidente: Darcy Pozza - PDS - RSVice-Presidente: Jorge Arbage - PDS - PA
Sérgio Werneck - PMDB ~ MGJosé Santana de Vasconcelos - PFL-MG
Alziro GomesÉzio FerreiraJosé Santana de VasconcellosJúlio Campos
Titulares
PMDB
PFL
Annibal BarcellosAntônio FerreiraArnaldo PrietoEraldo TinocoFurtado LeiteJoão AlvesJofran FrejatOsvaldo CoelhoPaes LandimSimão Sessim
TitularesPMDB
DeputadosCid CarvalhoDélio BrazDenisar ArneiroGenebaldo CorreiaIsrael PinheiroJoão AgripinoJoão Carlos BacelarJosé Carlos VaconcellosJosé MaranhãoManoel MoreiraMarcos QueirozMauro SampaioMax RosenmannNilson GibsonNvder BarbosaRóspide NetoSantinho FurtadoUbiratan AguiarWagner Lago
PSDB
José SerraMaria de Lourdes AbadiaSaulo QueirozZiza Valadares
PDS
Darcy PozzaFelipe MendesJorge Arbage
PTB
Luremberg Nunes Rocha Fábio RaunheittiFéres Nader
João Castelo
Chagas RodriguesJosé Richa
SenadoresAlmir GabrielJoão CalmonLeopoldo PeresMendes CanaleRaimundo LiraRuy BacelarSevero Gomes
PDT
César MaiaLuiz Salomão
João MenezesLourival BatistaOdacir Soares
Eduardo TinocoNelson Sabrá
Marluce Pinto
1 Vaga
Telmo Kirst
PT
PTB
PDC
PDT
PDS
PDS
PTB
PFL
PDT
Sólon Borges dos Reis
Suplentes
PMDB
Wilma Maia
José Mauricio
José Maurício
Leur LomantoEunice Michiles
Carrel Benevides
Benedita da Silva
Artur do TávolaDoreto CampanariEduardo MoreiraHerme" Zaneti
Prazo 6-4-88 a 10-6·89
PreSidente: Hermes ZanetiVice-Presidente: Eraldo TinocoRelator: Sólon Borges dos Reis
TitularesPMDB
Milton BarbosaOctávio ElísioRita CamataSérgio Spada
Felipe Mendes
llmQUERIMENTO Nç 1187
Jairo Carneiro
Secretária: Iole LazzariniRamais: 7005 -7006
COMISSÃO TEMPORÁRIA
COMISSÃO PARLl'\.MENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA A INVESTIGAR ODESTINO DE APLICAÇÃO, PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, DOSRECURSOS PROVENIENTES DA EMENDA CALMON,
Luiz MarquesSimão SessimStélio Dias
Max RosenmannPaulo RobertoPaulo MincaroneRoberto VitalRubem BranquinhoSérgio Werneck1 Vaga
PDS
Ary Valadão
Osvaldo Sobrinho
Tadeu França
PT
Saulo Queiroz
PFL
PTB
PDC
PDT
PSDB
PDSJorge Arbagc
José FernandesPDT
PSDBMauro Campos
Arnold Fioravante
Edmundo GaldinoRobson Marinho
Sérgio Carvalho
João de Deus Antunes
Jayme Paliarin (PTB)
João Paulo
Alexandre PuzynaCarlos BenevidesDalton CanabravaDenisar ArneiraMário MartinsMauro Miranda
Darcy Pozza
Antônio PerosaLézio Sathler
Brandão Monteiro
Irma PassoniVirgílio Guimarães
PDC
PFL
Abigail Feitosa
Geovani BorgesJosé CamargoRubem MedinaSergio Brito
Snplentes
PMDB
Haroldo SabóiaIrajá RodriguesLélio SouzaLuiz Vianna NetoRaul BelémRenato Vianna
Roberto Balestra
PL
José Luiz de Sá
PSB/PC do B
Moisés Abnio
João Lobo
Meira FilhoNelson Wedekin
PTMárcia KubitschekMárcio BragaMauro SampaioRenato Vianna
Evaldo Gonçalves
PDT
Cid CarvalhoHenriq ue Eduardo AlvesJosé T,:varesManoel Moreira
Chico Humberto
Ubiratan Spinelli
PTB
PFL
PDS
Átila Lira
Fábio Raunhcitti
Secretária: Irene M. F, GrobaRamal: 7068
Composição
Presidente: Deputado Cid Carvalho - PMDB - MAVice- Presidente: Deputado César Maia - PDT RJRelator: Senador Almir Gabriel - PMDB - PA
L COMISSÃO MISTA DE ORÇAMENTO
COMISSÕES MISTAS
Sigmaringa Seixas
ManDeI CastroMaurício CamposSaulo Coelho
PFL
PDC
PTB
PT
Mendes Botelho
PSDB
SuplentesPMDB
José GeraldoJosé Ulisses de OliveiraLuiz LealNaphtali Alves de SouzaRoberto BrantRospide Netto
José Carlos GreccoSaulo Queiroz
Airton CordeiroCosta FerreiraGeovani BorgesLael Varella
Arnaldo MoraesChagas NetoDel Bosco AmaralEliel RodriguesFlávio Palmier da VeigaGustavo de Farialturival Nascimento
Gidel Dantas
Ernesto Gradella
Joaquim Sucena
ComposiçãoPresidente: Deputado Waldeck Ornelas (PFL)Vice-Presidente: Deputado Hermes Zaneti (F'SDB)Relator: Senador Severo Gomes (PMDB)
José Carlos MelloPedro José Xavier
Mattoso
Deputados
Alcides LimaGabriel GuerreiroJosé Carlos VasconcelosJosé GuedesRenato Bernardi
Composição
Senadores
MEMBROS DO PODER EXECUTIVO
Alfredo CamposChagas RodriguesJoão CasteloJoão MenezesNabor Júnior
MEMBROS DO CONGRESSO
3 - COMISSÃO DE ESTUDOS TERRITORIAIS (ART. 12 DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS).
Almir LaversveilerCesar Vieira de RezendeCharles Curt Mucller
Deputlldos
Fernando GasparianIrajá RodriguesOswaldo Lima FilhoRaimundo BezerraRoberto Brandt
Nelson SabráWaldeck Omelas
Hermes Zanetti
PSDB
PFL
PMDB
Odacir SoaresHugo Napoleáo
Senadores
Severo GomesJosé FogaçaNelson WedekinWilson MartinsJutahy Magalháes
Pompeu de Souza
PDS
Felipe Mendes
PDT
Luiz Salomáo
PTB
Carlos Alberto Gastone Righi
Itamar Franco (sem partido)
Jarbas Passarinho
PTJoão Paulo
PDC
PDSJosé Luiz Maia
PTB
Carrel Benevides
PDTArtur Lima Cavalcanti
PSDBAnna Maria Ratt,,,Pompeu de Souza
Mauro Borges
Secretária: Hilda de Sena C. WiederheckerRamais: 6938 - 6939
2 - COMISSÃO MISTA DESTlI'ADA APROMOVER EXAME ANALÍTICO E PE·RICIAL DOS ATOS E FATOS GERADORES DO ENDIVIDAMENTO EXTERNOBRASILEIRO (ART. 26 DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS).
DIÁRIO DO COr\JGRESSO NACIONAL
PREÇO~ DE ASSINATURA
(Inclusas as despesas de correio via terrestre)
SEÇÃO I (Câmara dos Deputados)
Semestral , !' ••••
Exemplar avuls() .
SEÇÃO 11 (Senado Federal)
Semestral ......• I~ ••••••••••••••••••••••••••
Exemplar avuls4) .....•••..........•...•.•
NCz$ 9,32NCz$ 0,06
NCz$ 9,32NCz$ 0,06
Os pedidos devem ser acompanhados de cheque pagávelem Brasília, Nota de Enlpenho ou Ordem de Pagamento pela
Caixa Econômica Federall -- Agência - PS-CEGRAF, conta cor
rente n9 920001-2, a favor' do
CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL
Praça dos Três Poderes -- Caixa Postal 1.203 - Brasília - DFCEP: 70160.
Maiores informações pelos telefones (061) 311-3738 e 224-5615,na Supervisão (ie Assinaturas e Distribuição de Publicações - Coordenaçãode Atendimento ao Usuário.
LEDIÇÃO DE HOJE: 56 PÁGINAS]
Centro Gráfico do Senado FederalCaixa Postal 07/1203
Brasília - DF
I PREÇO DESTE EXEMPLAR: NCz$ O,O~