PORTARIA MMA N 445, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014 A MINISTRA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, no uso de suas atribuies, e tendo em vista o disposto na Lei n 10.683, de 28 de maio de 2003, nos Decretos no 6.101, de 26 de abril de 2007, e na Portaria n 43, de 31 de janeiro de 2014, resolve: Art. 1 Reconhecer como espcies de peixes e invertebrados aquticos da fauna brasileira ameaadas de extino aquelas constantes da "Lista Nacional Oficial de Espcies da Fauna Ameaadas de Extino - Peixes e Invertebrados Aquticos" - Lista, conforme Anexo I desta Portaria, em observncia aos arts. 6 e 7, da Portaria n 43, de 31 de janeiro de 2014. Art. 2 As espcies constantes da Lista, conforme Anexo I desta Portaria, classificadas nas categorias Extintas na Natureza (EW), Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnervel (VU) ficam protegidas de modo integral, incluindo, entre outras medidas, a proibio de captura, transporte, armazenamento, guarda, manejo, beneficiamento e comercializao. 1 A captura, transporte, armazenamento, guarda e manejo de exemplares das espcies de

que trata o caput somente poder ser permitida para fins de pesquisa ou para a conservao

da espcie, mediante autorizao do Instituto Chico Mendes de Conservao da

Biodiversidade - Instituto Chico Mendes.

2 As restries estabelecidas no caput no se aplicam a exemplares reproduzidos em

cativeiros, devidamente licenciados por rgo ambiental competente, em conformidade com

Planos de Ao Nacionais para Conservao de Espcies Ameaadas de Extino - PAN

aprovados, quando existentes.

3 As restries estabelecidas no caput no se aplicam a exemplares capturados

incidentalmente, desde que liberados vivos ou descartados no ato da captura, devendo ser

registrados a captura e a liberao ou o descarte, conforme regulamentao especfica.

Art. 3 Para as espcies ameaadas classificadas na categoria Vulnervel (VU) do Anexo I desta Portaria, poder ser permitido o uso sustentvel, desde que regulamentado e autorizado pelos rgos federais competentes e atendendo minimamente aos seguintes critrios: I - no ter sido classificada como ameaada de extino desde a avaliao anterior, publicada

pela Instruo Normativa no 05, de 2004, ou no ser objeto de proibio em normas

especficas;

II - estar em conformidade com a avaliao de risco de extino de espcies;

III - existncia de dados de pesquisa ou monitoramento que subsidiem tomada de deciso

sobre o uso e conservao da espcie na rea a ser autorizada;

IV - adoo de medidas de preservao das espcies e de mitigao de ameaas, incluindo

aquelas decorrentes de recomendaes internacionais; e

V - adoo de medidas indicadas nos PAN aprovados, quando existentes.

1 O Ministrio do Meio Ambiente, em articulao com o Instituto Chico Mendes e com o

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, ser

responsvel pela comprovao quanto ao atendimento dos critrios de que trata este artigo,

podendo realizar consulta a especialistas para essa finalidade.

2 No caso de Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentvel federais, a

autorizao de que trata o caput ser de responsabilidade do Instituto Chico Mendes,

observando o plano de manejo da unidade, nos termos dos arts. 18 e 20, da Lei no 9.985, de

18 de julho de 2000.

Art. 4 Ser admitido por 180 (cento e oitenta) dias corridos, a partir da publicao desta Portaria, a captura, o desembarque e a respectiva comercializao de exemplares de espcies constantes do Anexo I desta Portaria e que no tenham sido classificadas como ameaadas de extino desde a avaliao anterior, publicada pela Instruo Normativa n 05, de 2004, ou que no tenham sido objeto de proibio em normas especficas. 1 Decorrido o prazo estabelecido no caput, os estoques ou planteis existentes devero ser

declarados, em at 30 dias, em qualquer unidade do IBAMA.

2 Os espcimes, partes, produtos e subprodutos constantes dos estoques declarados

conforme o pargrafo anterior podero ser comercializados em at um ano aps a publicao

desta Portaria.

ART. ALTERADO PELA

PORTARIA MMA N 98/2015

Art. 5 Os critrios utilizados e as avaliaes tcnico-cientficas do estado de conservao das espcies constantes da Lista sero divulgadas no stio eletrnico do Ministrio do Meio Ambiente e do Instituto Chico Mendes . Art. 6 Podero ser realizadas atualizaes especficas na Lista a partir de dados atualizados de monitoramento ou mediante o aporte de conhecimento cientfico sobre o estado de conservao da espcie de acordo com o disposto no 4, art. 6, da Portaria n 43, de 2014. 1 O Ministrio do Meio Ambiente instituir Grupo de Trabalho com o objetivo de assessorar

atualizaes anuais da Lista referentes as espcies de interesse social e econmico, podendo

convidar representantes de outros rgos da administrao pblica, especialmente do

Ministrio da Pesca e Aquicultura, bem como representantes de universidades e instituies

cientficas e de pesquisa.

2 Enquanto no expirado o prazo do caput do art. 4o, o Grupo de Trabalho indicado no

pargrafo anterior poder propor alteraes no Anexo I desta Portaria.

3 O Ministrio do Meio Ambiente poder, a seu critrio, em caso de impasse, constituir

Painel Independente de Especialistas para elaborar parecer tcnico-cientfico que subsidie a

tomada de deciso por este Ministrio.

Art. 7 As restries estabelecidas nesta Portaria no se aplicam a exemplares importados, desde que comprovada a origem e observadas as normas existentes. Art. 8 Reconhecer como espcies da fauna brasileira Extintas (EX) aquelas constantes no Anexo II, nos termos do 6o, art. 6o, da Portaria n 43, de 2014. Art. 9 A no observncia desta Portaria constitui infrao sujeita s penalidades previstas nas Leis no 5.197, de 03 de janeiro de 1967, e 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, sem prejuzo dos dispositivos previstos no Cdigo Penal e demais leis vigentes, com as penalidades nelas consideradas. Art. 10. Os casos omissos ou que necessitem de tratamento especfico sero objeto de deciso e regulamentao por parte deste Ministrio. Art. 11. Revogam-se as Instrues Normativas n 5, de 2004, e 52, de 8 de novembro de 2005. Art. 12. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao.

IZABELLA TEIXEIRA

DOU 18/12/2014 SEO 01 PG 126