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Técnico Judiciário – Área Administrativa Português Revisão Prof. Pablo Jamilk

Português Revisão Prof. Pablo Jamilk Não disse nada. Apenas a viagem malograda me deixou alarmado. Fiquei com medo da canoa e apavorado com o rio. Só mais tarde é que voltaria

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Técnico Judiciário – Área AdministrativaPortuguês

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Português

TRE-PB – Analista Judiciário – Área Administrativa

Conhecimentos Gerais

Gramática e Interpretação de Texto da Língua Portuguesa

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de número 1 a 5.

  O rio Paraíba corria bem próximo ao cercado. Chamavam-no "o rio". E era tudo. Em tempos antigos fora muito mais estreito. Os marizeiros e as ingazeiras apertavam as duas margens e as águas corriam em leito mais fundo. Agora era largo e, quando descia nas grandes enchentes, fazia medo. Contava-se o tempo pelas eras das cheias. Isto se deu na cheia de 93, aquilo se fez depois da cheia de 68. Para nós meninos, o rio era mesmo a nossa serventia nos tempos de verão, quando as águas partiam e se retinham nos poços. Os moleques saíam para lavar os cavalos e íamos com eles. Havia o Poço das Pedras, lá para as bandas da Paciência. Punham-se os animais dentro d’água e ficávamos nos banhos, nos cangapés. Os aruás cobriam os lajedos, botando gosma pelo casco. Nas grandes secas o povo comia aruá que tinha gosto de lama. O leito do rio cobria-se de junco e faziam-se plantações de batata-doce pelas vazantes. Era o bom rio da seca a pagar o que fizera de mau nas cheias devastadoras. E quando ainda não partia a corrente, o povo grande do engenho armava banheiros de palha para o banho das moças. As minhas tias desciam para a água fria do Paraíba que ainda não cortava sabão.

  O rio para mim seria um ponto de contato com o mundo. Quando estava ele de barreira a barreira, no marizeiro maior, amarravam a canoa que Zé Guedes manobrava.

  Vinham cargueiros do outro lado pedindo passagem. Tiravam as cangalhas dos cavalos e, enquanto os canoeiros remavam a toda a força, os animais, com as cabeças agarradas pelo cabresto, seguiam nadando ao lado da embarcação. Ouvia então a conversa dos estranhos. Quase sempre eram aguardenteiros contrabandistas que atravessavam, vindos dos engenhos de Itambé com destino ao sertão. Falavam do outro lado do mundo, de terras que não eram de meu avô. Os grandes do engenho não gostavam de me ver metido com aquela gente. Às vezes o meu avô aparecia para dar gritos. Escondia-me no fundo da canoa até que ele fosse para longe. Uma vez eu e o moleque Ricardo chegamos na beira do rio e não havia ninguém. O Paraíba dava somente um nado e corria no manso, sem correnteza forte. Ricardo desatou a corda, meteu-se na canoa comigo, e quando procurou manobrar era impossível. A canoa foi descendo de rio abaixo aos arrancos da água. Não havia força que pudesse contê-la. Pus-me a chorar alto, senti-me arrastado para o fim da terra. Mas Zé Guedes, vendo a canoa solta, correu pela beira do rio e foi nos pegar quase que no Poço das Pedras. Ricardo nem tomara conhecimento do desastre. Estava sentado na popa. Zé Guedes porém deu-lhe umas lapadas de cinturão e gritou para mim:

  − Vou dizer ao velho!

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  Não disse nada. Apenas a viagem malograda me deixou alarmado. Fiquei com medo da canoa e apavorado com o rio. Só mais tarde é que voltaria ele a ser para mim mestre de vida.

(REGO, José Lins do. "O Rio". In: VV.AA. O Melhor da Crônica Brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1997, p. 43)

1. Conforme o texto,

a) o avô, dono de engenho, não gostava dos viajantes, pois questionavam sua soberania ao falarem de lugares dos quais ele não era dono, ainda que o narrador já os conhecesse.

b) o sentido de Chamavam-no "o rio" (1º parágrafo) é imediatamente posto em questão pela frase seguinte (E era tudo), visto que esta constatação se afasta do modo de ver o rio pelas pessoas.

c) embora não tivessem subestimado o rio, o narrador e seu amigo Ricardo assustam-se com a correnteza e com o logro praticado por Zé Guedes.

d) a época de estiagem proporcionava o verdadeiro período fértil do rio, uma vez que seu leito era então o lugar de plantio e de diversão para os meninos, em contraposição ao período destrutivo das cheias.

e) "Paciência" era o nome que se dava a um lugar bastante afastado, a que se chegava a cavalo e onde o narrador e seu amigo passearam de canoa com Zé Guedes.

2. Dadas as alterações, a frase do texto cuja a pontuação está correta é:

a) Ricardo desatou a corda − meteu-se na canoa comigo – e: quando procurou, manobrar era impossível. (3º parágrafo)

b) Os aruás cobriam, os lajedos botando gosma, pelo casco: nas grandes secas, o povo comia aruá que tinha gosto de lama. (1º parágrafo)

c) Ouvia, então, a conversa dos estranhos − quase sempre eram aguardenteiros contrabandistas que, vindos dos engenhos de Itambé, atravessavam com destino ao sertão. (3º parágrafo)

d) Os grandes do engenho não gostavam, de me ver metido com aquela gente às vezes: escondia-me, quando o meu avô aparecia, para dar gritos no fundo da canoa; até que ele fosse para longe. (3º parágrafo)

e) Havia lá para as bandas da Paciência, o Poço das Pedras; punham-se os animais dentro d’água, e ficávamos nos banhos nos cangapés. (1º parágrafo)

3. Só mais tarde é que voltaria ele a ser para mim mestre de vida. (último parágrafo)

Não havia força que pudesse contê-la. (3º parágrafo)

Nas grandes secas o povo comia aruá que tinha gosto de lama. (1º parágrafo)

Nas frases acima, os pronomes sublinhados referem-se respectivamente a:

a) rio − canoa − aruáb) Zé Guedes − água − aruác) rio − correnteza − povod) Zé Guedes − canoa − povoe) Zé Guedes − correnteza − aruá

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4. Atente para as seguintes afirmações:

I. Na frase Uma vez eu e o moleque Ricardo chegamos na beira do rio e não havia ninguém (3º parágrafo), pode-se substituir "na" por "à", mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido da frase.

II. Em ... enquanto os canoeiros remavam a toda a força... (3º parágrafo), pode-se acrescentar crase em "à toda a força", sem prejuízo para a correção da frase.

III. No segmento As minhas tias desciam para a água fria do Paraíba... (1º parágrafo), pode-se substituir "para a" por "à", sem prejuízo para a correção e, em linhas gerais, o sentido da frase.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I.b) II e III.c) III.d) I e II.e) I e III.

5. No trecho Havia o Poço das Pedras, lá para as bandas da Paciência. Punham-se os animais dentro d’água e ficávamos nos banhos, nos cangapés (1º parágrafo), os elementos sublinhados têm, respectivamente, a mesma função que os sublinhados em:

a) Os marizeiros e as ingazeiras apertavam as duas margens... (1º parágrafo)b) ... amarravam a canoa que Zé Guedes manobrava. (2º parágrafo)c) Escondia-me no fundo da canoa até que ele fosse para longe. (3º parágrafo)d) Tiravam as cangalhas dos cavalos e, enquanto os canoeiros remavam a toda a força... (3º

parágrafo)e) Ricardo desatou a corda, meteu-se na canoa comigo, e quando procurou manobrar era

impossível. (3º parágrafo)

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às perguntas de números 6 a 10.

  No Engenho do Pau d’Arco, na Paraíba, nas ruas do Recife e João Pessoa, no início do século XX, cismava, sofria, escrevia poemas, um homem jovem, magro e taciturno, que se tornaria conhecido na história da literatura brasileira pelo nome de Augusto dos Anjos.

  Augusto dos Anjos vive em um ambiente de decadência, doença e luto. Mas o que desmorona não é apenas sua família: é todo um amplo setor da classe latifundiária do Nordeste atingida por transformações econômicas, sociais e políticas.

  Na época em que Augusto forjava os instrumentos de sua expressão poética, o Parnasianismo e o Simbolismo eram as tendências atuantes na poesia brasileira. Tanto uma como outra influíram na sua formação, mas a nenhuma delas se filiou.

  Na obra de Augusto dos Anjos aparecem, não de maneira eventual, e sim como elemento constitutivo de sua linguagem, alguns traços que caracterizam a nova poesia, a que se convencionou chamar de poesia moderna. Daí a presença, em sua obra, de elementos que o põem adiante de sua época. Mas em que me baseio para afirmar que existe, no poeta do

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Eu, elementos que antecipam a linguagem moderna da poesia brasileira? Para responder essa questão, devo primeiramente esclarecer o que entendo por “poesia moderna” ou “nova linguagem da poesia”.

  Quando a linguagem da poesia desceu ao nível da prosa, o próprio poeta decidiu que habitaria o cotidiano e passou a ver nele não o mundo de que se deve fugir e sim o mundo que se deve transformar. A desmistificação do real implica, naturalmente, a desmistificação da linguagem. A poesia se torna, cada vez mais, o trabalho objetivo do poeta sobre a linguagem, visando exprimir a complexidade desse mundo concreto e dinâmico. Sua “ação” só terá sentido na medida em que sua linguagem não apareça como um discurso vazio a deslizar pela superfície das coisas.

  Toda atividade humana é um esforço para superar a contradição sujeito-mundo. A poesia é um modo específico de tentar essa superação infinitamente recomeçada. É, por isso, um discurso deliberadamente desconcertante, que contraria a normalidade.

  Para atingi-lo, o poeta moderno lança mão de uma série de recursos que constituem as características de sua nova linguagem: construção sintática inusitada, choque de palavras, enumeração caótica, mistura de formas verbais coloquiais e eruditas, de palavras vulgares com palavras “poéticas”, etc. Alguns desses recursos foram utilizados por Augusto dos Anjos.

(Adaptado de: GULLAR, Ferreira. Disponível em: jornal-daparaiba.com.br/euaugusto)

6. Depreende-se do texto de Ferreira Gullar que

a) a influência do Parnasianismo na poesia de Augusto dos Anjos determina sua tentativa utópica de captar a verdadeira essência do sujeito-mundo.

b) o desmoronamento da vida pessoal do poeta Augusto dos Anjos, que vivia em um ambiente de tristeza e luto, ocasionou a tendência a escapar da realidade, traço marcante de sua obra.

c) as transformações econômicas, sociais e políticas que atingiram o Nordeste durante a juventude de Augusto dos Anjos foram determinantes para sua filiação à escola simbolista.

d) o emprego de recursos inovadores na linguagem poética de Augusto dos Anjos indica que já havia em sua poesia elementos posteriormente considerados como pertencentes à poesia moderna.

e) a linguagem poética inovadora de Augusto dos Anjos evolui à medida que o poeta se dedica a superar, por meio de sua arte, as contradições sociais e históricas de sua época.

7. Afirma-se corretamente:

a) Fazendo-se as alterações necessárias, o elemento sublinhado em Toda atividade humana é um esforço para superar a contradição sujeito-mundo (6º parágrafo) foi corretamente substituído por um pronome da seguinte forma: "para lhe superar".

b) O elemento sublinhado em e passou a ver nele (5º parágrafo) refere-se a “mundo”.c) No segmento Daí a presença, em sua obra, de elementos que o põem adiante de sua época

(4º parágrafo), o termo em destaque justifica a flexão verbal.d) Sem prejuízo do sentido, o sinal indicativo de crase é facultativo e pode ser colocado no

elemento em destaque em: mas à nenhuma delas se filiou. (3º parágrafo)e) O termo destacado no segmento Para atingi-lo, o poeta moderno... (último parágrafo),

refere-se a “discurso deliberadamente desconcertante”.

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8. A frase que admite transposição para a voz passiva está em:

a) Na obra de Augusto dos Anjos aparecem...b) Quando a linguagem da poesia desceu ao nível da prosa...c) Augusto dos Anjos vive em um ambiente de decadência, doença e luto.d) ... o Parnasianismo e o Simbolismo eram as tendências atuantes na poesia brasileira.e) Na época em que Augusto forjava os instrumentos de sua expressão poética...

9. O elemento que NÃO é um pronome está sublinhado em:

a) ... o próprio poeta decidiu que habitaria o cotidiano... (5º parágrafo)b) ... que se tornaria conhecido na história da literatura brasileira... (1º parágrafo)c) ... alguns traços que caracterizam a nova poesia... (4º parágrafo)d) ... o poeta moderno lança mão de uma série de recursos que constituem... (último parágrafo)e) ... o mundo que se deve transformar. (5º parágrafo)

10. Mantendo-se a correção, uma redação alternativa para um segmento do texto está em:

a) No início do século XX, no Engenho do Pau d’Arco, na Paraíba e nas ruas do Recife e João Pessoa, um homem jovem, magro e taciturno, que se tornaria conhecido na história da literatura brasileira pelo nome de Augusto dos Anjos, cismava, sofria e escrevia poemas.

b) O Parnasianismo e o Simbolismo cujas tendências atuavam na poesia brasileira no momento em que Augusto dos Anjos inventava os instrumentos de sua expressão poética, que influíram na sua formação.

c) A poesia, um modo específico de tentar a superação, infinitamente recomeçada de toda atividade humana, no qual o esforço de superar a contradição sujeito-mundo torna-se, por esse motivo, discursos desconcertantes, contrários a normalidade.

d) Confinado a decadência, doença e luto, transformações econômicas, sociais e políticas que atingem todo um amplo setor da classe latifundiária do Nordeste, destrói o ambiente em que vive Augusto dos Anjos.

e) Considerando-se que ao nível da prosa desceu à linguagem da poesia, tem-se que o próprio poeta, decidido a habitar o cotidiano, que continha em si o mundo que deveria transformar, mas não o mundo pelo qual se deve fugir.

Gabarito: 1. D 2. C 3. A 4. E 5. B 6. D 7. E 8. E 9. A 10. A

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TRT – 23ª REGIÃO – Analista Judiciário – Área Administrativa

CONHECIMENTOS GERAIS

Língua Portuguesa

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 6, considere o texto abaixo.

  O processo impregnado de complexidade, ao qual se sobrepõem ideias de avanço ou expansão intensamente ideologizadas, e que convencionamos chamar pelo nome de progresso, tem, dentre outros, um atributo característico: tornar a organização da vida cada vez mais tortuosa, ao invés de simplificá-la. Progredir é, em certos casos, sinônimo de complicar. Os aparelhos, os sinais, as linguagens e os sons gradativamente incorporados à vida consomem a atenção, os gestos, a capacidade de entender. Além disso, do manual de instruções de um aparelho eletrônico à numeração das linhas de ônibus, passando pelo desenho das vias urbanas, pelos impostos escorchantes e pelas regras que somos obrigados a obedecer – inclusive nos atos mais simples, como o de andar a pé −, há uma evidente arbitrariedade, às vezes melíflua, às vezes violenta, que se insinua no cotidiano.

  Não há espaço melhor para averiguarmos as informações acima do que os principais centros urbanos. Na opinião do geógrafo Milton Santos, um marxista romântico, “a cidade é o lugar em que o mundo se move mais; e os homens também. A co-presença ensina aos homens a diferença. Por isso, a cidade é o lugar da educação e da reeducação. Quanto maior a cidade, mais numeroso e significativo o movimento, mais vasta e densa a co-presença e também maiores as lições de aprendizado”.

  Essa linha de pensamento, contudo, não é seguida por nós, os realistas, entre os quais se inclui o narrador de O silenceiro, escrito pelo argentino Antonio di Benedetto. Para nós, o progresso transformou as cidades em confusas aglomerações, nas quais a opressão viceja. O narrador-personagem do romance de Di Benedetto anseia desesperadamente pelo silêncio. Os barulhos, elementos inextricáveis da cidade, intrometem-se no cotidiano desse homem, ganhando existência própria. E a própria espera do barulho, sua antevisão, a certeza de que ele se repetirá, despedaça o narrador. À medida que o barulho deixa de ser exceção para se tornar a norma irrevogável, fracassam todas as soluções possíveis.

  A cidade conspira contra o homem. As derivações da tecnologia fugiram, há muito, do nosso controle.

(Adaptado de: GURGEL, Rodrigo. Crítica, literatura e narratofobia. Campinas, Vide Editorial, 2015, p. 121-125)

1. Depreende-se do texto que

a) a ideia de que a sociedade progride a partir da vida nas cidades, tanto para o autor do texto como para Milton Santos, concentra-se no fato de que nelas as diferenças são assimiladas com indulgência.

b) à medida que a sociedade progride e dispõe de mais aparatos eletrônicos, a vida torna-se proporcionalmente mais simples, e ampliam-se as formas de interação com os demais.

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c) o autor enaltece o pensamento de Milton Santos, exposto no segundo parágrafo, valorizando especialmente a ideia do geógrafo de que a cidade é o lugar da educação e da reeducação.

d) o autor, por meio do uso do termo “contudo”, (3º parágrafo) estabelece a diferença entre as ideias que os realistas têm sobre a vida na cidade e as de Milton Santos, que seria um marxista romântico.

e) a citação de um personagem de romance (3º parágrafo) reitera a intenção do autor de refutar a ideia de que a cidade é desfavorável ao homem.

2. A cidade conspira contra o homem. As derivações da tecnologia fugiram, há muito, do nosso controle. (final do texto)

Mantendo-se a coerência com o restante do texto, as duas frases acima podem ser articuladas em um único período, fazendo-se as devidas alterações na pontuação e entre maiúsculas e minúsculas, com o emprego de

a) porquanto.b) no entanto.c) contudo.d) consoante.e) conquanto.

3. Traduz-se corretamente um segmento do texto em:

a) elementos inextricáveis da cidade − atributos citadinos convenientesb) a opressão viceja − a angústia desenvolve-se copiosamentec) uma evidente arbitrariedade (...) melíflua − um capricho maléfico irrefutáveld) impostos escorchantes − pecúlios exorbitantese) processo impregnado de complexidade − ação notoriamente compreensível

4. Atente para as afirmações abaixo.

I. A vírgula colocada imediatamente após o travessão (1º parágrafo) pode ser suprimida, sem prejuízo da correção e do sentido.

II. Sem prejuízo da correção, o segmento nas quais (3º parágrafo) pode ser substituído por “em que”.

III. A crase é facultativa no segmento do manual de instruções de um aparelho eletrônico à numeração das linhas de ônibus. (1º parágrafo)

Está correto o que consta APENAS em

a) III.b) I e III.c) I e II.d) II e III.e) II.

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5. E a própria espera do barulho (...) despedaça o narrador.

O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento do grifado acima está em:

a) Por isso, a cidade é o lugar da educação...b) ... nas quais a opressão viceja.c) ... anseia desesperadamente pelo silêncio.d) ... há uma evidente arbitrariedade...e) ... fracassam todas as soluções possíveis.

6. Mantendo-se a correção gramatical e, em linhas gerais, o sentido original, uma redação alternativa para um segmento do texto está em:

a) O narrador de O silenceiro, escrito pelo argentino Antonio di Benedetto, encontra-se entre os que seguem a ideia de que, com o progresso, as cidades foram transformadas em confusas aglomerações.

b) Ganhando existência própria, os barulhos − elementos inextricáveis da cidade −, intrometem-se no cotidiano desse homem.

c) À espera do barulho e à ideia de que certamente se repetirá o narrador despedaça-se ante sua visão.

d) Gradativamente incorporados à vida: os aparelhos, os sinais, as linguagens e os sons consomem-nos a atenção, os gestos e a capacidade de lhes entender.

e) Impregnado de complexidade, o processo que convencionamos chamar pelo nome de progresso, ao qual se sobrepõe ideias de avanço torna a organização da vida cada vez mais tortuosa.

7. Está correta a redação que se encontra em:

a) Os ruídos indesejados invadem a privacidade, obrigando os moradores das cidades a participarem do que não lhes interessam.

b) Ouve-se, ainda que de dentro de apartamentos com janelas fechadas, os sons indesejados do programa de televisão no último volume do imóvel vizinho.

c) Para alguns, os barulhos da cidade, mais do que mera consequência do aprimoramento tecnológico, configuram-se como estorvo cuja insistência altera a vida.

d) Cada um dos rumores produzidos pelas pessoas na cidade grande acossam os mais sensíveis, causando estresse e doença.

e) Prestes a explodir, o homem indefeso constata que as pessoas e a tecnologia trabalham contra ele, como se os emboscasse a cada esquina.

Atenção: Para responder às questões de números 8 e 9, considere o texto abaixo.

  Na Biblioteca 10 de Helsinki é possível ler deitado na rede, fazer negócios, dançar, tocar guitarra ou tirar uma soneca. É possível fazer praticamente qualquer coisa que jamais se pensaria em fazer em uma biblioteca. Isso porque seu diretor, Kari Lämsä, pensou que no novo mundo existe pouco espaço para as velhas bibliotecas e um espaço enorme para as inovadoras.

  Lämsä conhece o funcionamento das bibliotecas tradicionais: começou colocando livros nas estantes. Mas o que chamou a atenção sobre ele é que se deu conta do futuro.

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  O sucesso de Lämsä pode ser medido: a biblioteca recebe 2.000 usuários por dia em uma cidade com 600.000 habitantes e 36 bibliotecas. A metade de seus usuários tem entre 25 e 35 anos. É o sonho de qualquer bibliotecário que observa como os grandes leitores das bibliotecas, que são as crianças, fogem ao crescer. Lämsä, no entanto, conseguiu atrair essa faixa refratária a um espaço associado ao silêncio.

(Adaptado de: brasil.elpais.com/brasil/2015/06/13/cultura/ 1434216067_290976.html)

8. Atente para o que se afirma abaixo.

I. De acordo com o texto, é paradoxal o fato de as crianças deixarem de frequentar bibliotecas quando chegam à adolescência.

II. O diretor da Biblioteca 10 de Helsinki é descrito como sendo visionário e utopista.

III. O sinal de dois pontos (2º parágrafo) pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula.

Está correto o que consta APENAS em

a) I e II.b) III.c) II.d) II e III.e) I e III.

9. O verbo que pode ser flexionado em uma forma do plural, sem prejuízo da correção e sem que nenhuma outra modificação seja feita na frase, está em:

a) ... existe pouco espaço para as velhas bibliotecas...b) ... a biblioteca recebe 2.000 usuários por dia...c) ... que jamais se pensaria...d) A metade de seus usuários tem entre 25 e 35 anos.e) ... que observa como os grandes leitores das bibliotecas...

Atenção: Para responder às questões de números 10 e 11, considere o texto abaixo.

  Aos 45 anos, o chinês Jia Zhang-Ke pode ser considerado um dos principais cineastas do mundo. Sua idade permitiu a ele testemunhar a transição histórica pela qual a China passou depois de 1976, com a morte de Mao Tse-Tung, o fim da Revolução Cultural e a subida ao poder de Deng Xiaoping, que em poucos anos abriu o país à economia de mercado. Os filmes de Jia são cada vez mais vistos no exterior, uma vez que exibem importância estética e oferecem um olhar sobre uma realidade pouco conhecida aos olhos do mundo.

  “Vemos cidades que estão sendo demolidas, memórias que estão sendo apagadas, uma população flutuante que viaja ao sabor das oportunidades econômicas, e Jia quer investigar qual é o efeito dessa transformação no indivíduo”, descreve a pesquisadora Cecília Mello. “Na história do cinema, em geral os momentos de pico de criatividade vêm junto com as transformações histórico-sociais. No mundo todo, hoje, o diretor em que isso aparece de modo mais forte e relevante é Jia.”

(Adaptado de: revistapesquisa.fapesp.br/2015/10/14/05-olhos-da-china)

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10. Atente para o que se afirma abaixo.

I. O reconhecimento de Jia Zhang-Ke deve-se, em parte, ao fato de o cineasta despertar a curiosidade dos espectadores estrangeiros, que passam a conhecer, por meio de seus filmes, as consequências das transformações sociais ocorridas recentemente na China.

II. Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido, no segmento Sua idade permitiu a ele testemunhar a transição histórica pela qual a China passou depois de 1976... os trechos sublinhados podem ser substituídos, respectivamente, por: permitiu-lhe e por que.

III. Os elementos sublinhados em uma vez que exibem importância estética e memórias que estão sendo apagadas... são ambos pronomes que exercem funções diferentes.

Está correto o que consta APENAS em

a) III.b) I.c) I e III.d) II e III.e) I e II.

11. Uma redação alternativa a partir de um segmento do texto, em que se mantêm a correção e a lógica, está em:

a) Vê-se cidades sendo demolidas, memórias sendo apagadas, uma população flutuante viajando de acordo com as oportunidades econômicas.

b) É comum que, na história do cinema, grande parte dos momentos de pico de criatividade acompanhe transformações históricas.

c) De acordo com a pesquisadora Cecília Mello, devem haver transformações causadas ao indivíduo que interessam a Jia investigar.

d) Ainda que tenha apenas 45 anos, não exagera quem, ao avaliar o cineasta chinês Jia Zhang-Ke, exalta-lhe como um dos maiores do mundo.

e) O jovem Jia Zhang-Ke, testemunhou fatos históricos como a morte de Mao Tse-Tung, o fim da Revolução Cultural e a ascensão de Deng Xiaoping ao poder.

Atenção: Para responder às questões de números 12 e 13. considere o texto abaixo.

  Quase meio século separa a estreia de Manoel de Barros na literatura − em 1937, com a publicação de "Poemas Concebidos sem Pecado" em tiragem artesanal de 21 exemplares − da circulação mais ampla de sua obra, na segunda metade dos anos 1980, graças ao voluntário trabalho de divulgação feito por jornalistas, escritores e intelectuais que passaram a admirá-lo.

  Entre eles, Millôr Fernandes e Antonio Houaiss, para quem Manoel de Barros era comparável a São Francisco de Assis "na humildade diante das coisas".

  Nascido em 1916, em Cuiabá, Manoel de Barros escreveu 18 livros de poesia, além de obras infantis e relatos autobiográficos. Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e Charles Baudelaire. Os poetas do cinema também o encantaram, com destaque para Federico Fellini, Akira Kurosawa e Luis Buñuel. Dizia-se um "vedor de cinema", mas sempre "numa tela grande, sala escura e gente quieta do meu lado".

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  "Acho que um poeta usa a palavra para se inventar", disse em entrevista a um jornal. "E inventa para encher sua ausência no mundo. (...) O poeta escreve por alguma deformação na alma. Porque não seria certo ficar pregando moscas no espaço para dar banho nelas. Ou mesmo: pregar contiguidades verbais e substantivas para depois casá-las."

(Disponível em: www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/11/-1547550-manoel-de-barros-foi-revelado-por-millor-e-houaiss-relembre-trajetoria.shtml)

12. ... para quem Manoel de Barros era comparável a São Francisco de Assis...

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da frase acima está em:

a) Dizia-se um "vedor de cinema"...b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no espaço...c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e Charles Baudelaire.d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Barros na literatura...e) ... para depois casá-las...

13. Há noção de finalidade em:

a) Porque não seria certo ficar pregando moscas no espaço...b) O poeta escreve por alguma deformação na alma.c) "Acho que um poeta usa a palavra para se inventar."d) ... graças ao voluntário trabalho de divulgação feito por jornalistas...e) ... mas sempre "numa tela grande, sala escura e gente quieta do meu lado."

14. Em 1949, quando o pai morreu, Manoel herdou suas terras em Corumbá. Pensou inicialmente em vender as terras, mas a mulher convenceu Manoel a restabelecer raízes no Pantanal. Por ocasião do lançamento de "O Guardador das Águas", que daria a Manoel o seu primeiro Prêmio Jabuti, afirmou: "Entre o poeta e a natureza ocorre uma eucaristia”.

Fazendo-se as alterações necessárias, os elementos sublinhados acima foram corretamente substituídos por um pronome, na ordem dada, em:

a) vendê-las − convenceu-o − lhe dariab) vender-lhes − convenceu-lhe − daria-lhec) as vender − convenceu-lhe − o dariad) vendê-las − lhe convenceu − daria-noe) vender-lhes − o convenceu − lhe daria

Gabarito: 1. D 2. A 3. B 4. E 5. D 6. A 7. C 8. B 9. D 10. E 11. B 12. A 13. C 14. A

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TRT – 14ª REGIÃO – Analista Judiciário – Área Apoio Especializado Especialidade Tecnologia da Informação

CONHECIMENTOS GERAIS

Língua Portuguesa

Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se ao texto abaixo.

Revolução

  Notícias de homens processados nos Estados Unidos por assédio sexual quando só o que fizeram foi uma gracinha ou um gesto são vistas aqui como muito escândalo por pouca coisa e mais uma prova da hipocrisia americana em matéria de sexo. A hipocrisia existe, mas o aparente exagero tem a ver com a luta da mulher americana para mudar um quadro de pressupostos e tabus tão machistas lá quanto em qualquer país latino, e que só nos parece exagerada porque ainda não chegou aqui com a mesma força. As mulheres americanas não estão mais para brincadeira, em nenhum sentido.

  A definição de estupro é a grande questão atual. Discute-se, por exemplo, o que chamam de date rape, que não é o ataque sexual de um estranho ou sexo à força, mas o programa entre namorados ou conhecidos que acaba em sexo com o consentimento relutante da mulher. Ou seja, sedução também pode ser estupro. Isso não é apenas uma novidade, é uma revolução. O homem que se criou convencido de que a mulher resiste apenas para não parecer “fácil” não está preparado para aceitar que a insistência, a promessa e a chantagem sentimental ou profissional são etapas numa escalada em que o uso da força, se tudo o mais falhar, está implícito. E que muitas vezes ele está estuprando quem pensava estar convencionalmente conquistando. No dia em que o homem brasileiro aceitar isso, a revolução estará feita e só teremos de dar graças a Deus por ela não ser retroativa.

  A verdadeira questão para as mulheres americanas é que o homem pode recorrer a tudo na sociedade − desde a moral dominante até as estruturas corporativas e de poder − para seduzi-las, que toda essa civilização é no fundo um álibi montado para o estupro, e que elas só contam com um “não” desacreditado para se defender. Estão certas.

(VERISSIMO, Luis Fernando. Sexo na cabeça. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p. 143)

1. Entre os graves equívocos que podem se incluir na relação entre um homem e uma mulher destaca-se, no texto,

a) a natural subserviência que a mulher prefere demonstrar a seu parceiro violento, em vez de confrontá-lo.

b) a falta da discriminação masculina entre o que seja uma demonstração de amor e uma iniciativa intimidadora.

c) o exagero de se avaliar como violentas algumas iniciativas masculinas tão somente carinhosas.

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d) o fato de a moral dominante classificar como hipócrita toda e qualquer iniciativa amorosa do homem machista.

e) o fato de a mulher relutante tomar como amorosa a violência da sedução a que se atira seu namorado.

2. Atente para as seguintes afirmações:

I. No 1º parágrafo, a expressão aparente exagero refere-se ao fato, tanto nos Estados Unidos como nos países latinos, de uma gracinha ou certos gestos masculinos serem tomados como assédio sexual a uma mulher.

II. No 2º parágrafo, a frase sedução também pode ser estupro contempla a possibilidade de que, no processo da conquista amorosa, o homem ignore a relutância com que a mulher se submete à sua iniciativa.

III. No 3º parágrafo, a frase elas só contam com um “não” desacreditado evidencia a convicção que tem o autor da ineficácia da luta das mulheres contra a moral dominante e as estruturas corporativas da sociedade atual.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

a) I, II e III.b) I e II, apenas.c) II e III, apenas.d) I e III, apenas.e) II, apenas.

3. No segmento A hipocrisia existe, mas o aparente exagero tem a ver com a luta da mulher americana para mudar um quadro de pressupostos e tabus tão machistas (...), (1º parágrafo)

a) a hipocrisia aqui referida é aquela que caracteriza o comportamento dos que acompanham no Brasil a luta das mulheres americanas.

b) pressupostos e tabus tão machistas designam os valores que as mulheres americanas passam a combater sob o disfarce de um relutante consentimento.

c) a expressão aparente exagero deixa ver a possibilidade de parecerem excessivas as justas providências das mulheres americanas em sua luta.

d) a luta da mulher americana expressa uma reação histórica que pouco ou nada tem a ver com os costumes que marcam as questões de gênero em outros países.

e) a expressão para mudar um quadro diz respeito ao objetivo maior da luta das mulheres, que é combater a hipocrisia praticada pelos políticos americanos.

4. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

a) uma prova da hipocrisia americana (1º parágrafo) = um atestado da maledicência estadunidense.

b) consentimento relutante (2º parágrafo) = aprovação explícita.c) são etapas numa escalada (2º parágrafo) = constituem signos de uma reversão.d) o uso da força (...) está implícito (2º parágrafo) = o emprego da coação (...) fica tácito.e) estruturas corporativas e de poder (3º parágrafo) = possantes associações sindicais.

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5. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

a) Os homens interiorizam conceitos e valores referentes à mulher sem acreditarem que estão cultivando e pondo em prática os mais abomináveis preconceitos.

b) São abomináveis os conceitos e valores de que os homens acreditam e põem em prática no que diz respeito às mulheres sem ter consciência disso.

c) As mulheres são vítimas dos preconceitos e valores abomináveis com que os homens cultivam e interiorizam a seu respeito em suas práticas.

d) Conceitos e valores preconceituosos no que dizem respeito à mulher são cultivados pelos homens que nem sequer ao menos parecem ter consciência por este fato abominável.

e) São abomináveis os preconceitos onde os homens praticam contra as mulheres sob a forma de conceitos e valores que só fazem desacreditá-las.

6. As exigências quanto à concordância verbal estão plenamente atendidas na frase:

a) A muitos poderá parecer um excesso as lutas travadas pelas mulheres americanas contra a prática de graves atitudes machistas.

b) Acaba por se constituir numa grande hipocrisia as atitudes de quem se diz reger por determinada moral e pratica outra, inteiramente diversa.

c) É comum que aos homens ocorra estar no exercício de um direito quando, em suas práticas amorosas, impõem às mulheres o que as humilha e as desonra.

d) Couberam às mulheres americanas, cansadas de se submeterem aos machistas, travar duras lutas contra o assédio sexual e outras práticas que as vitimam.

e) A maioria dos homens não costuma levar a sério o “não” que, saindo das bocas das namoradas, ressoam como se fosse tão somente uma fingida evasiva.

7. Atente para as seguintes construções:

I. Haveria ainda mais hipocrisia, nas relações entre o homem e a mulher americanos, caso não venham a se organizar os atuais protestos contra o assédio sexual.

II. Não fossem as iniciativas das mulheres americanas, que não hesitam em processar os desrespeitadores machistas, não se demoveriam práticas detestáveis de discriminação e desrespeito.

III. Havendo ameaça de um processo, é natural que os homens americanos passem a acautelar-se quanto às atitudes que venham a tomar em suas relações com as mulheres.

A correlação entre tempos e modos verbais está plenamente respeitada APENAS em

a) I.b) II.c) III.d) I e II.e) II e III.

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8. A transposição de uma frase na voz ativa para sua exata correspondente na voz passiva ocorre em:

a) As mulheres passaram a reagir contra a prática do assédio sexual = A prática do assédio sexual passou a ser objeto de reação das mulheres.

b) A reação das mulheres traduz a intensidade de sua revolta = A reação das mulheres será traduzida pela intensidade de sua revolta.

c) São históricos os preconceitos que vêm vitimando as mulheres = As mulheres teriam sido vitimadas por preconceitos históricos.

d) Os machistas vêm seduzindo as mulheres com a complacência da sociedade = As mulheres vêm sendo seduzidas pelos machistas com a complacência da sociedade.

e) Promessas e chantagens empregam os machistas em seu processo de sedução = Os machistas têm empregado promessas e chantagens em seu processo de sedução.

Atenção: As questões de números 9 a 15 referem-se ao texto abaixo.

Era uma vez...

  As crianças de hoje parecem nascer já familiarizadas com todas as engenhocas eletrônicas que estarão no centro de suas vidas. Jogos, internet, e-mails, músicas, textos, fotos, tudo está à disposição à qualquer hora do dia e da noite, ao alcance dos dedos. Era de se esperar que um velho recurso para se entreter e ensinar crianças como adultos − contar histórias − estivesse vencido, morto e enterrado. Ledo engano. Não é incomum que meninos abandonem subitamente sua conexão digital para ouvirem da viva voz de alguém uma história anunciada pela vetusta entrada do “Era uma vez...”.

  Nas narrativas orais − talvez o mais antigo e proveitoso deleite da nossa civilização – a presença do narrador faz toda a diferença. As inflexões da voz, os gestos, os trejeitos faciais, os silêncios estratégicos, o ritmo das palavras – tudo é vivo, sensível e vibrante. A conexão se estabelece diretamente entre pessoas de carne e osso, a situação é única e os momentos decorrem em tempo real e bem marcado. O ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta, o narrador sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve, a narrativa os une como num caloroso laço de vozes e de palavras.

  As histórias clássicas ganham novo sabor a cada modo de contar, na arte de cada intérprete. Não é isso, também, o que se busca num teatro? Nas narrações, as palavras suscitam imagens íntimas em quem as ouve, e esse ouvinte pode, se quiser, interromper o narrador para esclarecer um detalhe, emitir um juízo ou simplesmente uma interjeição. Havendo vários ouvintes, forma-se uma roda viva, uma cadeia de atenções que dá ainda mais corpo à história narrada. Nesses momentos, é como se o fogo das nossas primitivas cavernas se acendesse, para que em volta dele todos comungássemos o encanto e a magia que está em contar e ouvir histórias. Na época da informática, a voz milenar dos narradores parece se fazer atual e eterna.

(Demócrito Serapião, inédito)

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9. Afirma-se na abertura do texto: As crianças de hoje parecem nascer já familiarizadas com todas as engenhocas eletrônicas que estarão no centro de suas vidas. Com a leitura integral do texto, tal afirmação é

a) contraditada pelo fato de que o verdadeiro interesse das crianças, longe de estar nas atrações eletrônicas, é aquele que o teatro proporciona em suas grandes produções.

b) ratificada quando nos certificamos de que a imaginação das crianças de hoje é estimulada sobretudo pelo manejo de jogos eletrônicos, sob o comando criativo de cada uma delas.

c) contraposta ao prazer inexcedível que cada criança experimenta quando abandona a manipulação de engenhocas eletrônicas pelo encanto de criar histórias imaginosas.

d) ressalvada pelo fato de que o encantamento pelas narrativas orais, com o narrador presente, pode substituir o prazer que elas experimentam por meio de recursos eletrônicos.

e) minimizada ao nos darmos conta de que a suposta atração que as crianças sentem pelos jogos eletrônicos decorre da baixa atenção que a família moderna lhes dedica.

10. Atente para as seguintes afirmações:

I. No 1º parágrafo, à advertência Ledo engano segue-se a convicção de que a atração das crianças por histórias contadas diretamente a elas não é menor do que a que sentem pelas desenvolvidas com recursos eletrônicos.

II. No 2º parágrafo, a expressão caloroso laço de vozes e de palavras reafirma a importância já ressaltada pela afirmação de que a presença do narrador faz toda a diferença.

III. No 3º parágrafo, depreende-se que a analogia entre a narrativa oral e a arte do teatro ocorre por força de um elemento comum: a interpretação pessoal e atualizada que se pode dar a narrativas tradicionais.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

a) I, II e III.b) I e II, apenas.c) I e III, apenas.d) II e III, apenas.e) II, apenas.

11. O recurso da progressão de elementos com o fito de dar força a um argumento é utilizado pelo autor no interior mesmo do seguinte segmento:

a) As crianças de hoje parecem nascer já familiarizadas com todas as engenhocas eletrônicas que estarão no centro de suas vidas. (1º parágrafo)

b) A conexão se estabelece diretamente entre pessoas de carne e osso, a situação é única e os momentos decorrem em tempo real e bem marcado. (2º parágrafo)

c) O ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta (...). (2º parágrafo)d) Nas narrações, as palavras suscitam imagens íntimas em quem as ouve (...). (3º parágrafo)e) Nesses momentos, é como se o fogo das nossas primitivas cavernas se acendesse, para que

em volta dele todos comungássemos o encanto (...). (3º parágrafo)

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12. Atente para esta sequência de frases que compõem um período do texto:

I. O ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta,

II. o narrador sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve,

III. a narrativa os une como num caloroso laço de vozes e de palavras.

Não se altera o sentido do período acima introduzindo-se as frases II e III, respectivamente, com as seguintes expressões:

a) uma vez que − ainda queb) ao passo que − por conseguintec) desde que − mesmo qued) conquanto − porquantoe) portanto − entretanto

13. Está plenamente adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados em:

a) Ele não se dispõe à abandonar os jogos eletrônicos, mas volta e meia fica atento às histórias que lhe narram.

b ) Mesmo àqueles meninos estudiosos não falta tempo para os joguinhos eletrônicos com cujos se entretêm.

c) A conexão da qual eles permanecem interligados permite-lhes conversarem todo o tempo à muita distância.

d) As narrativas clássicas, a cuja mágica oralidade sentimo-nos presos, competem com os meios da informática.

e) Cabe à plateia de um contador de histórias participar ativamente da narração em cuja se acha envolvida.

14. Atente para as seguintes frases:

I. Ele ama os joguinhos eletrônicos, que vê como desafios.

II. Ele se vicia em joguinhos eletrônicos, independentemente do grau de dificuldade que ofereçam.

III. Ele sente especial atração pelos joguinhos eletrônicos difíceis, nos quais vem se aprimorando.

A supressão da vírgula altera o sentido do que está APENAS em

a) I.b) I e II.c) I e III.d) II e III.e) III.

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15. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se em uma forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase:

a) Nem se ...... (pensar) em dar ouvidos às pessoas que não acreditam no poder da arte de contar histórias.

b) Aos meninos do bairro ...... (parecer) melhor ouvir histórias do que se entreter com jogos eletrônicos.

c) Das histórias que ouviram nada os ...... (encantar) mais do que as inflexões do narrador.d) É improvável que nos anos futuros ...... (deixar) de haver gratas recordações dessas histórias

que ouvimos.e) Para a maioria dos alunos ainda se ...... (conservar) os momentos mágicos daquela antiga

sessão.

Gabarito: 1. B 2. E 3. C 4. D 5. A 6. C 7. E 8. D 9. D 10. A 11. B 12. B 13. D 14. C 15. E

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TRT – 23ª REGIÃO – Técnico Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade Tecnologia da Informação

CONHECIMENTOS GERAIS

Língua Portuguesa

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 6, considere o texto abaixo.

O biorregionalismo como alternativa ecológica

  O modelo ainda dominante nas discussões ecológicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo; em economia, a exploração predatória da natureza e a competição; em política, a centralização e a hierarquização; na cultura, o quantitativo sobre o qualitativo, a uniformização dos costumes, o consumismo e o individualismo.

  Esse paradigma subjaz, em grande parte, à atual crise da Terra, pois considera esta como um todo uniforme, sem valorizar a singularidade de seus muitos ecossistemas e a diversidade das culturas.

  Hoje está se impondo uma outra vertente, mais amiga da natureza e com possibilidades de nos tirar da crise atual: o “biorregionalismo”. A biorregião se circunscreve numa área, normalmente, definida pelos rios e pelo maciço de montanhas. Possui certo tipo de vegetação, geografia do terreno, de fauna e de flora e mostra uma cultura local própria, com seus hábitos e tradições.

  A tarefa básica do biorregionalismo é fazer os habitantes valorizarem o lugar onde vivem. Importa fazê-los conhecer o tipo de solos, de florestas, de animais, as fontes de água, o rumo dos ventos, os climas e microclimas, os ciclos das estações, o que a natureza pode oferecer em termos de paisagens, alimentação, bens e serviços para nós e para toda a comunidade de vida.

  É na biorregião que a sustentabilidade se faz real e não retórica a serviço do marketing; pode se transformar num processo dinâmico, que aproveita racionalmente as capacidades oferecidas pelo ecossistema local, criando mais igualdade e diminuindo em níveis razoáveis a pobreza.

  Mesmo sendo a comunidade local a unidade básica, isso não invalida a importância das unidades sistêmicas maiores (inter-regionais, nacionais e internacionais) que afetam a todos (por exemplo, o aquecimento global). A ideia do “glocal” nos ajuda a articular essas diferentes dimensões. Sempre é necessário informar-se sobre as experiências de outras regiões e sobre como está o estado geral do planeta Terra.

  O biorregionalismo possibilita que as mercadorias circulem no local, evitando as grandes distâncias; favorece o surgimento de cooperativas comunitárias; nele, persiste a economia de mercado, mas composta primariamente, embora não exclusivamente, de empresas familiares.

  O biorregionalismo permite, assim, deixar para trás o objetivo de “viver melhor”, de acordo com a ética da acumulação ilimitada, para dar lugar ao “bem viver e conviver”, segundo a ética da suficiência, que implica o bem-estar para toda a comunidade.

(Adaptado de: BOFF, Leonardo, Disponível em: www.folhadoesta- do.com.br/opiniao/id-305952/o_bioregionalismo_como_alternativa_ecologica. Acesso em: 07.12.2015)

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1. Ao apresentar o biorregionalismo como alternativa ecológica, o autor

a) propõe o isolamento das comunidades em suas regiões, com a finalidade de combater a crise política.

b) defende o diálogo entre diversas culturas regionais, buscando uniformizar os costumes.c) argumenta a favor do fim da economia de mercado, favorecendo as cooperativas familiares.d) preconiza a exploração de recursos de uma determinada área, visando à sustentabilidade.e) sugere o término do extrativismo em ecossistemas locais, para refrear o avanço do

capitalismo.

2. O termo “glocal”, no contexto do 6º parágrafo, refere-se

a) à inter-relação de fatores regionais e mundiais.b) ao conflito entre a iniciativa pública e a privada.c) ao choque de interesses dos indivíduos e da comunidade.d) à oposição entre biorregionalismo e aquecimento global.e) ao relato de experiências culturais grupais e lógicas.

3. Assumem sentidos opostos, no texto, as expressões

a) cooperativas comunitárias e empresas familiares (7º parágrafo).b) singularidade de seus muitos ecossistemas e diversidade das culturas (2º parágrafo).c) biorregião e ecossistema local (5º parágrafo).d) “viver melhor” e “bem viver e conviver” (8º parágrafo).e) centralização e hierarquização (1º parágrafo).

4. O modelo ainda dominante nas discussões ecológicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo...

Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:

a) é privilegiado.b) sendo privilegiadas.c) são privilegiados.d) foi privilegiado.e) são privilegiadas.

5. A expressão sublinhada pode ser corretamente substituída, com o sentido preservado, em linhas gerais, e sem qualquer outra alteração no enunciado, pela expressão entre parênteses em:

a) Esse paradigma subjaz, em grande parte, à atual crise da Terra... (está superposto) − 2º parágrafo

b) A biorregião se circunscreve numa área... (se limita a uma) − 3º parágrafoc) ... uma outra vertente, mais amiga da natureza e com possibilidades de nos tirar da crise

atual... (predisposta) − 3º parágrafod) ... a ética da suficiência, que implica o bem-estar para toda a comunidade. (comprometida

à) − 8º parágrafoe) O biorregionalismo permite, assim, deixar para trás o objetivo... (suplantar do) − 8º

parágrafo

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6. Está clara e correta a seguinte frase escrita a partir do texto:

a) As capacidades oferecidas pelo ecossistema local tem de ser aproveitadas para que se alcance níveis razoáveis de pobreza.

b) Não parece ser devidamente valorizado, nos debates ecológicos, a singularidade dos ecossistemas e a diversidade das culturas.

c) De acordo com Leonardo Boff, ainda predominam, nas discussões sobre cultura, o quantitativo sobre o qualitativo.

d) Não se devem desconsiderar a importância das unidades inter-regionais, nacionais e internacionais, pois afetam à todos.

e) Certo tipo de vegetação e de geografia do terreno é o que caracteriza, em parte, uma biorregião.

Atenção: Para responder às questões de números 7 e 8, considere o texto abaixo.

De quati

  Aparece um quati escoteiro. Decerto perseguido de cachorro. No chão é ente insuficiente o quati. Imita ser baleado. O rabo desequilibra de tanto rente na terra.

  Agora, se alcança árvore, quati arma banzé1. Arreganha. Monta episódio. E até xinga cachorro.

  Igual é o tamanduá. Fora do mato, no limpo, tamanduá nega encrenca. Porém se encontra zamboada2, vira gente. E desafia cachorro, onça-pintada, tenente.

  1. confusão, tumulto  2. moita formada por galhos e ramagens de árvores, cipós, trepadeiras

(BARROS, Manoel de. Livro de pré-coisas. In: Poesia completa. São Paulo, Leya, 2010, p. 235)

7. Um segmento que expressa ideia de causa, com relação ao trecho que o antecede imediatamente, está sublinhado em:

a) No chão é ente insuficiente o quati.b) Agora, se alcança árvore, quati arma banzé.c) Fora do mato, no limpo, tamanduá nega encrenca.d) Monta episódio. E até xinga cachorro.e) O rabo desequilibra de tanto rente na terra.

8. A frase redigida corretamente que traduz a mensagem do texto é:

a) O quati mantém-se valente enquanto está sob os galhos de uma árvore; do mesmo modo, o tamanduá torna-se irresoluto no meio do mato.

b) O quati possui hábitos semelhantes aos do tamanduá no que tange à reação diante de ameaças, as quais não os aflige quando estão em seus habitats.

c) O quati mostra-se frágil quando vê-se perseguido por cães no chão; em contra-partida, o tamanduá, hesita em reagir quando encontra-se fora do mato.

e) O quati e o tamanduá apresentam comportamentos análogos, na medida em que se tornam corajosos quando em um local que lhes sirva de abrigo.

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e) O quati e o tamanduá são animais que se conservam intrépitos ao serem hostilizados por cães, especialmente fora dos meios onde sentem-se mais destros.

9. Está pontuada corretamente, a frase:

a) Nascido em Cuiabá, em 1916 Manoel de Barros estreou, com o livro, Poemas Concebidos sem Pecado em 1937.

b) Cronologicamente vinculado, à Geração de 45, mas formalmente, ao Modernismo brasileiro, Manoel de Barros criou um estilo próprio.

c) Subvertendo a sintaxe e criando construções que não respeitam as normas da língua padrão, Manoel de Barros é comparado a Guimarães Rosa.

d) Em 1986, o poeta Carlos Drummond de Andrade declarou, que Manoel de Barros era o maior poeta brasileiro vivo.

e) Antonio Houaiss, um dos mais importantes filólogos e críticos brasileiros confessou nutrir, pela obra de Manoel de Barros grande admiração.

Atenção: Para responder às questões de números 10 a 12, considere o texto abaixo.

O que é assinatura digital?

  A assinatura digital é uma modalidade de assinatura eletrônica, resultado de uma operação matemática que utiliza algoritmos de criptografia assimétrica e permite aferir, com segurança, a origem e a integridade do documento.

  A assinatura digital fica de tal modo vinculada ao documento eletrônico “subscrito” que, ante a menor alteração neste, a assinatura se torna inválida. A técnica permite não só verificar a autoria do documento, como estabelece também uma “imutabilidade lógica” de seu conteúdo, pois qualquer alteração do documento, como por exemplo a inserção de mais um espaço entre duas palavras, invalida a assinatura.

  Necessário distinguir assinatura digital da assinatura digitalizada. A assinatura digitalizada é a reprodução da assinatura autógrafa como imagem por um equipamento tipo scanner. Ela não garante a autoria e integridade do documento eletrônico, porquanto não existe uma associação inequívoca entre o subscritor e o texto digitalizado, uma vez que ela pode ser facilmente copiada e inserida em outro documento.

(Disponível em: http://portal.trt23.jus.br/ecmdemo/public/trt23/Informese/assinaturaDigital. Acesso em: 02.12.2015)

10. De acordo com o texto, a

a) assinatura digitalizada distingue-se da assinatura digital por ser esta menos segura e confiável que aquela.

b) cópia da assinatura digitalizada torna-se difícil porque ela está subordinada à autenticação da autoria do documento.

c) assinatura digital serve ao objetivo de preservar a autenticidade de documentos previamente escaneados.

d) alteração de um documento com assinatura digital acarreta a invalidação da assinatura desse documento.

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e) integridade de um documento com assinatura digital é garantida pela cópia fotográfica da assinatura subscrita.

11. Empregam-se todas as formas verbais de acordo com a norma culta na seguinte frase redigida a partir do texto:

a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento não poderia receber qualquer tipo de retificação.

b) Os documentos com assinatura digital disporam de algoritmos de criptografia que os protegeram.

c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam contar com a proteção de uma assinatura digital.

d) Quem se propor a alterar um documento criptografado deve saber que comprometerá sua integridade.

e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem comprometer a integridade dos documentos.

12. O pronome está empregado corretamente na seguinte frase redigida a partir do texto:

a) A técnica da assinatura digital permite proteger documentos, porque os atribui uma espécie de código inviolável.

b) O documento com assinatura digital recebe uma criptografia assimétrica, conferindo-lhe uma “imutabilidade lógica”.

c) Uma maneira de deixar o documento eletrônico mais seguro contra fraudes é acrescentá-lo uma assinatura digital.

d) Os algoritmos usados na assinatura digital de documentos lhes tornam mais confiáveis, pois evitam a adulteração.

e) A inserção de mais um espaço em um documento com assinatura digital pode invalidar-lhe definitivamente.

13. O acento indicativo de crase está empregado corretamente em:

a) À esta assinatura eletrônica que usa algoritmos de criptografia assimétrica, dá-se o nome de assinatura digital.

b) Destinada à resguardar a integridade de um documento, a assinatura digital usa a criptografia.

c) A assinatura digital destina-se à preservação da autoria de documentos eletrônicos.d) A assinatura digital é útil à todas as pessoas que desejam proteger seus documentos

eletrônicos.e) A assinatura digital atende à várias finalidades, das quais se destaca a verificação da autoria

do documento.

14. O enunciado escrito com clareza e correção está em:

a) O tribunal manteve a decisão que integrou ao salário de um professor da rede particular da cidade os valores do auxílio-alimentação recebidos no decorrer de seu contrato de trabalho.

b) Até esta sexta-feira os advogados podem participar de uma pesquisa de satisfação realizada pelo tribunal para opinar a cerca da Justiça do Trabalho no estado. O questionário que foi encaminhado no e-mail dos profissionais, é sigiloso e não houvesse qualquer identificação.

Page 26: Português Revisão Prof. Pablo Jamilk Não disse nada. Apenas a viagem malograda me deixou alarmado. Fiquei com medo da canoa e apavorado com o rio. Só mais tarde é que voltaria

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c) Foram empossados na noite dessa quinta como presidente e vice-presidente, respectivamente, as desembargadoras Fulana Silva e Beltrana Souza. As quais estarão à frente do tribunal no biênio 2016/2017.

d) Os prazos para recolhimento dos depósitos recursais, pagamento do FGTS e dos demais encargos realizados pelos bancos oficiais que vencessem nesta segunda-feira; serão prorrogados para quarta-feira.

e) Durante o período que estiver trabalhando na construção de uma rodovia em Mato Grosso, um empregado de uma empresa de pavimentação, foi submetido a condições de trabalho degradantes.

Gabarito: 1. D 2. A 3. D 4. C 5. B 6. E 7. E 8. D 9. C 10. D 11. E 12. B 13. C 14. A 15. B