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Trabalho realizado por:André Bento 10º B 17383
Ricardo Pinto 10º B 17920
Escola Secundária de AlcanenaDisciplina – Filosofia
Professora – Elvira Sequeira
Ano lectivo – 2006/2007
“Um dia, a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão
mortos na correnteza dos rios . Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão
recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças se vão unir sob o símbolo do arco-íris para
terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris.”
Profecia feita há mais de 200 anos por "Olhos de fogo", uma velha índia
A imensidão do mundo fez, e ainda faz, muita gente pensar que todos os recursos naturais do nosso País são inesgotáveis. Engano. Um grande
engano.
Se não abrirmos os olhos e ficarmos bem atentos às nossas atitudes, poderemos sofrer graves prejuízos e ainda comprometer a
sobrevivência das gerações futuras.
A humanidade tem sido difamada pelos próprios seres humanos, ironicamente como uma forma de vida amaldiçoada que acima de tudo
destrói o mundo vivo e ameaça a sua integridade.
Somos tentados a acreditar que os homens e as mulheres de outros tempos eram guiados por convicções e esperanças — valores que os
definiam precisamente como seres humanos e que davam sentido às suas vidas.
Estes valores foram substituídos pela confiança em que a tecnologia e a ciência iriam melhorar a condição humana e que levaram à proliferação
das armas nucleares, das fomes maciças no terceiro mundo e da pobreza no primeiro.
A ambiguidade sobre o nosso destino, o nosso sentido, o nosso propósito, faz levantar uma questão assustadora:
A sociedade é, em si própria, uma maldição, uma praga para a vida em geral?
Temos alguma solução para este novo fenómeno chamado «civilização» que parece estar num ponto de destruição de todo o mundo natural, que
foi o resultado de milhões de anos de evolução orgânica?
O crescimento natural da população coloca ininterruptamente problemas de preservação do ambiente e os Estados devem, por isso, adoptar
políticas e medidas apropriadas para os resolver.
Mas os seres humanos são elementos preciosos no mundo. É a população que impulsiona o progresso social, cria a riqueza, desenvolve a ciência e a
tecnologia e, mediante muito trabalho, transforma continuamente o ambiente.
Encontramo-nos num momento histórico em que devemos orientar as nossas acções no mundo inteiro tomando em maior consideração as suas
repercussões no ambiente.
O menor dos problemas que enfrentamos não é certamente o pesadelo de um apocalipse ecológico — uma ruptura catastrófica dos sistemas que
mantêm a estabilidade do planeta.
Vivemos debaixo da constante ameaça de que o mundo vivo esteja irrevogavelmente minado por uma sociedade enlouquecida pela sua
necessidade de crescimento, substituindo o orgânico pelo inorgânico, o solo pelo cimento, as florestas por terrenos estéreis e a diversidade das
formas de vida por ecossistemas despojados;
em resumo: um andar para trás do relógio evolucionário, para um mundo mais antigo, mais inorgânico, mineralizado, incapaz de suportar
quaisquer formas complexas de vida, incluindo a espécie humana.
A razão, a ciência, a tecnologia tornam-se coisas destrutivas, sem qualquer relação com os factores sociais que condicionam o seu uso. As acções humanas sobre o ambiente natural são entendidas como ameaças — enquanto a nossa espécie pouco ou nada pode fazer para melhorar o
planeta ou a vida, em geral.
Por isso para compreender os problemas actuais, os ecológicos da mesma maneira que os económicos e os políticos, há que examinar as suas
causas sociais e procurar as suas soluções através de processos também sociais.
É claro, não somos menos animais do que os outros mamíferos, mas somos algo mais do que rebanhos nas planícies africanas. O modo como somos este algo mais — nomeadamente pelos tipos de sociedade que
formamos e como nos dividimos uns contra os outros em hierarquias e classes — é que afecta profundamente os nossos comportamentos e os
efeitos que podemos provocar no mundo natural.
Podemos causar, por ignorância ou indiferença, prejuízos consideráveis e irreversíveis no meio ambiente, do qual dependem a nossa vida e o nosso
bem-estar.
Pelo contrário, mediante conhecimentos mais profundos e acções mais ponderadas, poderemos conquistar para nós próprios e para os nossos
descendentes uma vida melhor, num ambiente mais adaptado às necessidades e aspirações humanas.
Existem perspectivas para a melhoria da qualidade do ambiente e para a criação de condições para uma vida feliz. É necessário, para isso,
entusiasmo, calma e um trabalho intenso e ordenado. Para usufruir livremente dos benefícios da natureza, o Homem deverá tirar partido
dos seus conhecimentos, com o fim de criar, em colaboração com a própria natureza, um ambiente melhor.
A continuação deste objectivo implica que todos, sejam cidadãos ou colectividades, empresas ou instituições, e a qualquer nível, assumam as suas responsabilidades e compartilhem, equitativamente, os esforços
comuns.
Caberá às autoridades locais e aos governos, a responsabilidade principal das políticas e da acção a realizar em assuntos de ambiente, nos limites da sua jurisdição. Há necessidade também de cooperação
internacionalmente para aumentar os recursos que permitam ajudar os países em desenvolvimento e cumprir as suas responsabilidades neste
domínio.
Os homens de todas as condições e as organizações mais diversas podem, pelos seus valores e pelo conjunto das suas acções, determinar o
ambiente futuro do mundo.
“…pelo uso das nossas mãos construímos, dentro do reino da Natureza, uma segunda natureza para nós
próprios.”
Cícero, orador e filósofo romano, há dois mil anos atrás