Upload
others
View
5
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
JUNHO 2020
Maio foi mais um mês pautado pela dinâmicaglobal do Covid-19 e seus enormes custos sobre aeconomia global. A pandemia manteve umaprogressão relevante (vide gráfico), com o foco sedeslocando para os países emergentes, dentre osquais o Brasil. Ao mesmo tempo, houve sinaispromissores em termos de contenção do Covid-19e retomada da atividade econômica em diversosblocos.
Nesse momento, convém agregar os países emblocos cujas dinâmicas vêm sendo relativamentesimilares. Primeiramente, alguns países da Ásia(como China, Coréia, Japão) estão conseguindomanter o número de novos casos em patamaresmuito baixos, enquanto suas economias caminhamno sentido de normalização. Trata-se de umprocesso gradual, mas com sinais bastanteconsistentes até o momento. Na Europa, a boanotícia é que a curva de novos casos em diferentespaíses está numa trajetória de queda consistente,o que está permitindo a reabertura da atividade namaioria dos países, ainda que por etapas.
ECONOMIAINTERNACIONALA dinâmica do COVID-19
02
JUN
HO
20
20
Figura 1: Casos de Covid-19 no mundo
Fonte: Johns Hopkins University & Medicine e SAM Brasil
MundoCasos de Covid-19
Nos EUA observa-se uma certa heterogeneidadeentre as regiões, decorrente da dimensãocontinental do país. De forma agregada, a curva denovos casos mostra uma maior resistência paraqueda, enquanto os governos buscamimplementar um processo de flexibilização dasmedidas restritivas.
Por último, uma parcela relevante dos paísesemergentes ainda atravessa uma fase ascendentenas curvas de novos casos.
Nesse contexto, os efeitos da pandemia sobre aeconomia vão ficando mais claros a cada novarodada de dados. O impacto sobre produção, rendae consumo em escala global vem sendo drástico, ea retomada tem acontecido de maneira bastantegradual.
Permanece a nossa premissa de que, com oprocesso de reabertura das economias, o segundosemestre deve ser marcado por uma recuperaçãomais consistente da atividade. Para 2020 como umtodo, a expectativa é de uma queda do PIB globalda ordem de 4,0% (vide gráfico).
Figura 2: Crescimento Global
Fonte: FMI e SAM Brasil
Crescimento GlobalPIB Global
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
22/jan 22/fev 22/mar 22/abr 22/mai
Mil
Casos
-6.0
-4.0
-2.0
0.0
2.0
4.0
6.0
2000 2005 2010 2015 2020
ECONOMIABRASILEIRACurva de crescimento pressionada por mais tempo
03
Os indicadores divulgados em maio mostram umimpacto sobre a atividade local similar ao queobservamos no exterior. O PIB do 1º trimestrerecuou 1,5% versus o 4º trimestre de 2019, aindaque o Covid-19 tenha afetado de forma intensaapenas parte do mês de março.
Para este 2º trimestre, alguns dados reforçam aexpectativa de recuo substancial, com a produçãoindustrial e as vendas no varejo de abril com quedasde 9,1% e 13,7%, respectivamente, na comparaçãocom o mês de março.
JUN
HO
20
20
No Brasil, a curva de novos casos de Covid-19manteve a trajetória ascendente ao longo do mêsde maio, com o total de casos ultrapassando os 400mil no final do mês (vide gráfico).
Ainda que a disseminação tenha sido mais lenta doque a observada em outros blocos, infelizmente oprazo para estabilização da curva de novos casosvem sendo bem mais longo do que o padrãoobservado nesses blocos. Com isso, a perspectiva éde que essa curva permaneça pressionada por maistempo.
BrasilPIB Real - variação anual
Figura 4: PIB real no Brasil
Fonte: IBGE e SAM Brasil
Figura 3: Casos de Covid-19 no Brasil
Fonte: Johns Hopkins University & Medicine e SAM Brasil
BrasilCasos de Covid-19
Para os próximos trimestres, o Covid-19 continuarásendo o fator determinante, e é essencial monitoraro comportamento da curva de novos casos emconjunto com o resultado da eventual flexibilizaçãodas medidas de restrição à atividade.
0
100
200
300
400
500
600
26/fev 12/mar 27/mar 11/abr 26/abr 11/mai 26/mai
Mil
Casos
-7.0%
4.5%
-8.0%
-6.0%
-4.0%
-2.0%
0.0%
2.0%
4.0%
6.0%
8.0%
10.0%
2.25
1
3
5
7
9
11
13
15
2009
2011
2013
2015
2017
2019
2021
BrasilTaxa Selic (% a.a.)
Figura 5: Taxa Selic
Fonte: BCB e SAM Brasil
Por fim, esperamos que o Banco Central volte a
reduzir a taxa Selic em 0,75% na sua reunião de
junho, com os juros atingindo 2,25% e
permanecendo nesse nível por um período
relativamente longo (vide gráfico da página
anterior).
A inflação continuará sendo
influenciada pelo excesso de
capacidade ociosa na economia
por um período estendido, o
que é compatível com as
nossas projeções para o IPCA
de
04
Fe
ve
re
iro
20
20
Nesse contexto, efetuamos nova
revisão para baixo na projeção do
PIB para 2020, para -7,0% (versus
-5,0% anteriormente - vide gráfico
da página anterior).Somam-se a
isso o enfraquecimento do
mercado de trabalho e o impacto
da restrição da atividade sobre as
empresas. Finalmente, o país
passará por uma fase de ajuste
fiscal e discussões sobre a
necessidade de reformas no
período pós pandemia.
1,4%e 2,9% para 2020 e 2021,
respectivamente.
MERCADO
RENDA FIXA
04
O mês de maio foi positivo para os ativos de rendafixa, com fechamento de taxa em todos os vérticesdas curvas de juros real e nominal, impulsionadopor: (i) melhora do cenário externo, com retomadagradual da atividade econômica e redução naaversão a risco dos investidores; e (ii) atuação doBanco Central do Brasil, que reduziu a taxa Selicmais do que o esperado pelo mercado, e indicou umcorte relevante para a próxima reunião.
Nesse contexto, o resultado para os índices Anbimafoi positivo pelo segundo mês consecutivo,recuperando parte das perdas observadas desde oinício da pandemia. No acumulado do ano, comexceção do IMA-B e do IMAB-5+, os demais índicesAnbima superam o CDI.
Apesar da melhora dos últimos meses,consideramos que as curvas de juros aindaapresentam prêmio.
Com a trajetória ascendente dos casos decoronavírus no Brasil, a retomada da atividadeainda deve demorar, levando o BC a cortar ataxa Selic além dos patamares que estãoprecificados nas curvas.
Favorecemos os índices Anbima de prazos maiscurtos, que se beneficiam desse movimento eficam mais protegidos de um potencial aumentodas incertezas políticas ou de uma deterioraçãoadicional das perspectivas fiscais.
O mercado de crédito privado apresentourelativa estabilidade nos spreads, reflexo devolumes menores de resgastes, e os fundostiveram desempenho melhor comparado aosdois últimos meses. Vale ressaltar quemantemos a visão de que o mercado de créditocontinuará passando por um processo deestabilização, e que os prêmios atuais devemcontribuir para um retorno atrativo no médioprazo.
JUN
HO
20
20
Figura 6: Juros Nominais (DI)
Fonte: Bloomberg
Juros NominaisDI
Juro Real(NTN-B)
Figura 7: Juro Real (NTN-B)
Fonte: Bloomberg
INDICADORES ANBIMA
Figura 8: Indicadores Anbima Fonte: Bloomberg
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
4.50
5.00
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
4.50
5.00
2021
2022
2023
2024
2026
2028
2030
2035
2040
2045
2050
2055
12m Dez/19 abril maio
1.52% 1.42%
1.02%
2.12%
0.24%
2.84%
8.96%
5.48%
7.61%
4.40%
0.0%
2.0%
4.0%
6.0%
8.0%
10.0%
0.0%
0.5%
1.0%
1.5%
2.0%
2.5%
IMA
-B
IRF
-M
IMA
-Gera
l
IMA
-B 5
CD
I
Variação mensal Acumulado 12m (ld)
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
9.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
9.00
DI1
-N20
DI1
-V2
0
DI1
-F2
1
DI1
-N21
DI1
-F2
2
DI1
-N22
DI1
-F2
3
DI1
-N23
DI1
-F2
5
DI1
-F2
7
DI1
-F2
9
12m Dez/19 abril maio
RENDA VARIÁVEL
05
JUN
HO
20
20
O Ibovespa apresentou forte valorização (de 8,6% nomês), acompanhando o desempenho das bolsasamericanas, refletindo a desaceleração consistentedos casos de coronavírus nos países desenvolvidos,que permitiu a flexibilização das medidas deisolamento social.
Vale destacar que o Ibovespa teve desempenhomelhor do que os principais mercados emergentes edesenvolvidos. Apesar da curva ascendente dos casosde coronavírus no Brasil, a perspectiva de queda dosjuros e os preços relativamente atrativos das açõesimpulsionaram esse movimento de alta.
Em contrapartida, o setor imobiliário caiu 5%,refletindo os impactos severos da queda da rendae do aumento do desemprego.
Continuamos vendo boas perspectivas para aBolsa no médio prazo. Nos próximos meses, adinâmica do cenário externo deve continuarcontribuindo positivamente, apesar dasincertezas no quadro local.
ALGUNS SETORES TIVERAM DESEMPENHO ACIMA DO ÍNDICE DE REFERÊNCIA, COM DESTAQUE PARA O ÍNDICE DE COMMODITIES (+11,3%), IMPACTADO PELO BOM DESEMPENHO DAS AÇÕES DA PETROBRAS (+12,7%).
Ibovespa e Índices Setoriais
-30%
-25%
-20%
-15%
-10%
-5%
0%
5%
10%
15%
Ibovespa Financeira Consumo Materiais
Variação mensal Acumulado 12m
30,000
45,000
60,000
75,000
90,000
105,000
120,000
dez/1
3
set/
14
jun/1
5
ma
r/16
dez/1
6
set/
17
jun/1
8
ma
r/19
dez/1
9
Ibovespa
O mês de maio foi caracterizado pelo otimismo nospaíses desenvolvidos, com sinais mais consistentesde contenção da pandemia. Além disso, algunsindicadores econômicos mostraram melhora gradual,sobretudo na Europa e nos EUA.
A bolsa americana (S&P 500) fechou o mês em fortevalorização (de 4,5%), alcançado o maior nível desdeo início da pandemia.
MERCADOS GLOBAIS
06
JUN
HO
20
20
Tal desempenho reflete a reabertura gradual daeconomia e os estímulos monetários e fiscais quevêm sendo dados nos países desenvolvidos. Já ostítulos públicos americanos com vencimento em10 anos permanecerem praticamente estáveis.
Acreditamos que os mercados globais devemmanter a trajetória positiva, sustentados pelaretomada da atividade e pela melhora na aversãoa risco dos principais investidores.
Bolsas de Valores
Figura 11: Bolsas de Valores
Fonte: Bloomberg
Moedas
Figura 12: Moedas
Fonte: Bloomberg
Titulo Público EUA
Figura 13: Título Público dos EUA
Fonte: Bloomberg
-20%
-15%
-10%
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
-8%
-6%
-4%
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
S&
P50
0
Eu
ro S
toxx
Nik
kei
Hang S
en
g
MS
CI G
lobal
CR
B
Variação mensal Acumulado 12m (ld)
-40%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
-6%
-4%
-2%
0%
2%
4%
DXY EM Euro Iene Real
Variação mensal Acumulado 12m (ld)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
2 anos 5 anos 10 anos 30 anos
12m Dez/2019 abril mai
INDICADORES FINANCEIROS
Américas mês % ano % 2019
Ibovespa Fech. 87,403 8.6% (24.4%) 31.6%
IBrX Fech. 36,903 8.5% (24.2%) 33.4%
ISE 3,350 8.6% (19.1%) 33.2%
S&P500 3,044 4.5% (5.8%) 28.9%
Europa mês % ano % 2019
DAX 11,587 6.7% (12.5%) 25.5%
FTSE 6,077 3.0% (19.4%) 12.1%
CAC 4,695 2.7% (21.5%) 26.4%
IBEX 7,097 2.5% (25.7%) 11.8%
Euro Stoxx 50 3,050 4.2% (18.6%) 24.8%
PAN ÁSIA mês % ano % 2018
Nikkei 21,878 8.3% (7.5%) 18.2%
Hang Seng 22,961 (6.8%) (18.5%) 9.1%
Austrália 5,756 4.2% (13.9%) 18.4%
Coréia do Sul 4,351 4.3% (8.4%) 12.8%
Índia 9,580 (2.8%) (21.3%) 12.0%
BOLSA DE VALORES
Moedas mês % ano % 2019
BRL/USD 5.34 (2.7%) 32.4% 4.0%
BRL/eur 5.93 (1.3%) 31.3% 1.5%
USD/EUR 1.11 1.3% (1.0%) (2.2%)
YEN/USD 107.83 0.6% (0.7%) (1.0%)
USD/AUD 0.67 2.4% (5.0%) (0.4%)
OUTROS VALORES
Juros brasileiros Mar/20 2019 2018
Futuro de DI Jan/21 2.29 4.56 7.36
Futuro de DI Jan/23 4.22 5.79 8.53
Futuro de DI Jan/25 5.96 6.43 9.10
COMMODITIES
Petróleo 35.49 88.4% (41.9%) 34.5%
Ouro 1,730.27 2.6% 14.0% 18.3%
Fonte: Bloomberg | Junho 2020
07
JUN
HO
20
20
PROJEÇÕES DA ECONOMIA
08
JUN
HO
20
20
Fonte: IBGE, BCB, Tesouro Nacional | Junho 2020
PROJEÇÃO
ATIVIDADE ECONÔMICA
INFLAÇÃO E TAXA DE JUROS
TAXA DE CÂMBIO E CONTAS EXTERNAS
PIB, crescimento real (%) (3.5) (3.5) 1.3 1.3 1.1 (7.0) 4.5
Taxa de Desemprego, média anual (%) 8.3 11.3 12.7 12.3 11.9 12.9 13.9
Inflação (IPCA/IBGE) (%) 10.7 6.3 2.9 3.7 4.3 1.4 2.9
Taxa de juro nominal, final do ano (Selic) 14.25 13.75 7.00 6.50 4.50 2.25 3.00
Taxa de câmbio final (R$/US$) 3.90 3.26 3.31 3.87 4.03 5.50 5.20
Saldo da balança comercial (US$ bi) 20 48 64 53 41 60 57
Saldo em conta corrente (%do PIB) (3.0) (1.3) (0.7) (2.2) (2.7) (0.2) (0.7)
Investimento direto do país (% do PIB) 3.6 4.1 3.3 4.1 4.3 4.4 4.9
FISCAL
Resultado primário do setor público (% do PIB) (1.9) (2.5) (1.7) (1.6) (0.9) (13.4) (2.6)
Dívida bruta do governogeral(% do PIB)
65.5 69.9 74.1 76.7 75.8 97.8 95.5
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
2.041 e 2.235 – Bloco A, 18º
04543-011
55 11 4130-9208 / 4130-9209 / 4130-9201