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Métodos de Pesquisa I Sergio Hage Fialho Manoel Joaquim Fernandes de Barros UNIFACS Mestrado em Administraçao

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Métodos de Pesquisa I

Sergio Hage FialhoManoel Joaquim Fernandes de Barros

UNIFACSMestrado em Administraçao

Conceitos Básicos• Conhecimento, Realidade e Teoria

– “Enquadre”da Realidade– Caráter especial da Teoria– Natureza e Sociedade

História

Social

SignificadosValoresConhecimentos

Observador

RepresentaçãoDoREAL

REAL

P

Conhecimento Científico

FENÔMENO

P

Conhecimento Científico

FENÔMENO

P

Conhecimento Científico

FENÔMENO

O que transforma Informação em Conhecimento ?

O Método CientíficoPremissas

Limites do Trabalho• Conhecimento Científico é Conhecimento NOVO, novas

TEORIAS (isso é difícil até para profissionais experientes)

• O que nós, realisticamente, podemos almejar é:– Compreender melhor o significado de um acontecimento

ou conduta– Captar melhor as lógicas de funcionamento de uma

organização– Refletir acertadamente sobre as conseqüências de uma

decisão política– Compreender como determinadas pessoas apreendem

uma situação e tornar visíveis alguns dos fundamentos das suas representações do Real

• Para isso, precisamos de MÉTODO !

Natureza do Método• Não é uma Receita de Bolo !

• Não é um procedimento específico de observação ou análise

• É uma visão das grandes etapas da criação do conhecimento científico, adaptável a várias teorias e metodologias específica

Objetivos do Método

•OBJETIVOS:– ajudar o Aluno a conceber por si próprio um processo de

trabalho– estimular o Aluno a refletir com lucidez sobre o sentido do

seu trabalho, a medida em que for produzindo– evitar que o Aluno caia em duas grandes armadilhas:

• Na crença da possibilidade de estabelecer verdades definitivas e de pretender adotar o rigor dos cientistas naturais

• Na negação da possibilidade do conhecimento científico

•Plantar na mente do pesquisador os valores de:– AUTENTICIDADE– CURIOSIDADE– RIGOR

Examinando o Início do Início !CAOS ORIGINAL

• Sabemos vagamente o que queremos estudar, mas como abordar ??????

• Desejamos um trabalho útil, mas temos a sensação de nos perdermos nele antes mesmo de começar !!!!!!

NÃO NOS INQUIETEMOS !

É a marca de um espírito que não se alimenta de simplismos e de certezas

estabelecidas !

PRECISAMOS APENAS:

• Sair do CAOS sem demorar demasiado• E sair com MÉTODO !

O QUE NÃO SE DEVE FAZER É FUGIR PARA A FRENTE !

Refletir sobre essas questões poderá poupar Semanas ou Meses de Trabalho Inútil !

O Que Deve Ser EVITADO !• A GULA livresca ou estatística

– Encher a cabeça com muitos livros, artigos ou dados numéricos em busca de luz !

– Desalento: muita informação mal integrada confunde as idéias !

– É Preciso:• Refletir em vez de devorar• Ler em profundidade poucos textos cuidadosamente

escolhidos• Interpretar judiciosamente alguns dados estatísticos• Descongestionar o cérebro do excesso de números e

palavras que o impedem de funcionar de maneira ordenada e criativa

• Parar de acumular sem método informações mal assimiladas e preocupar–se primeiro com o Procedimento

O Que Deve Ser EVITADO !

• A PASSAGEM apressada às Hipóteses/Objetivos– Precipitar-se sobre a coleta de dados / aplicação prática de

técnicas antes de saber exatamente aquilo que se procura

• A ÊNFASE que obscurece– Exprimir-se de forma pomposa e ininteligível (raciocínio idem)– Assentar os pés na terra e mostrar mais simplicidade e

clareza– AUTO-VERIFICAÇÃO: explicar para si mesmo as palavras e

frases já escritas

O QUE É, ENTÃO, O MÉTODO ?

Princípios Gerais do Método

RUPTURA

• Grande parte de nossas idéias se inspiram nas aparências imediatas e em posições parciais • Construir sobre essas premissas é construir sobre areia• A RUPTURA consiste em romper com os preconceitos e as falsas evidências

CONSTRUÇÃO

• A Ruptura só pode ser efetuada a partir da construção de um Modelo (de Análise) da Realidade, que, baseado nas teorias existentes, determine os aspectos do Real que serão analisados• Só com base no Modelo de Análise é possível organizar o Plano de Pesquisa e a desenvolver uma Análise Coerente• O Modelo é construído com base na:

– Base conceitual validamente construída– Trabalho racional do Pesquisador (lógica)

VERIFICAÇÃO • Uma Proposição só será científica se puder ser sustentada nos fatos !

P

Conhecimento Científico

FENÔMENO

As Etapas do Procedimento

Etapa 1

A Pergunta

dePartida

Etapa 2

A Exploração

Etapa 7

As Conclusões

Etapa 6

A Análise das Informações

Etapa 5

A Observação

Etapa 4

A Construçã

o do Modelo de

Análise

Etapa 3

A Problemática

As Leituras

As Entrevistas Exploratória

s

ETAPA 1

A Pergunta de Partida

Aspectos Gerais• É um ERRO (que dificulta ou até impede o trabalho) pretender

formular de início um Projeto de Investigação de forma totalmente satisfatória

• Uma investigação é um caminhar para um melhor conhecimento, que deve ser aceito com todas as hesitações, desvios e incertezas

• Isso não deve ser motivo de Angústia, mas de Estímulo !O Investigador deve obrigar-se a escolher rapidamente um primeiro fio condutor tão claro quanto possível para:

• iniciar sem demora• estruturar-se com coerência

Pouco importa se o ponto de partida pareça banal e a reflexão imaturaEsse ponto é provisório (é infinito enquanto dure)

A melhor maneira de iniciar o Projeto de Investigação é construir uma

PERGUNTA DE PARTIDAPERGUNTA DE PARTIDAExprimir, o mais claramente possível, o que procura saber ou

compreender melhor

A PerguntaA formulação da PERGUNTA obriga o investigador a uma

clarificação, sempre muito útil, das suas intenções e perspectivas espontâneas.

“A desigualdade de oportunidades em relação ao ensino tem tendência a diminuir nas sociedades industriais ?”

“A luta estudantil (em França) é apensas uma agitação em que se manifesta a crise da universidade, ou contém em si um movimento social capaz de lutar em nome de objetivos

gerais contra uma dominação maior ?”

“O que predispõe algumas pessoas a frequentarem os museus, ao contrário da grande maioria das que não os

frequentam ?”

Os Critérios de Uma Boa PerguntaFazer uma Pergunta de Partida só é útil se for corretamente

formulada, o que não necessariamente é fácil.

É essencial buscar compreender em profundidade os critérios, estudando os exemplos com cuidado, mesmo que pareçam evidentes e claros à primeira vista.

Esse processo de exame e re-exame é o que nos obriga a romper com os preconceitos e as noções prévias !

Uma boa PERGUNTA DE PARTIDA deve poder ser tratada:Uma boa PERGUNTA DE PARTIDA deve poder ser tratada:•deve ser possível trabalhar eficazmente a partir deladeve ser possível trabalhar eficazmente a partir dela

•deve ser possível fornecer elementos para lhe responderdeve ser possível fornecer elementos para lhe responder

CLAREZA

EXEQUIBILIDADE

PERTINÊNCIA

A qualidade da CLAREZA

PRECISÃO E CONCISÃO DO MODO DE FORMULAR A PERGUNTA DE PARTIDA

• A Pergunta deve ser PRECISA• Deve cobrir um campo de análise DEFINIDO• Deve ser tão CONCISA e CLARA quanto possível

• Como assegurar a CLAREZA ?

• Apresentar a um pequeno grupo de pessoas (sem comentar !)• Convidar cada pessoa a explicar como entendeu a Pergunta• Verificar se as compreensões são convergentes, e convergentes com a

intenção do Autor

Verificando a CLAREZA“Qual é o impacto das mudanças na organização do espaço urbano sobre a vida dos habitantes ?”

• VAGA• Que tipos de mudança ?• Que se entende por “vida dos habitantes”?

• Social ?• Profissional ?• Cultural ?• Familiar ?

• Alude-se a facilidades de transportes ?• Alude-se às disposições psicológicas ?

Verificando a CLAREZA“Em que medida o aumento das perdas e emprego no setor da construção explica a manutenção de grandes projetos de trabalho público, destinados não só a manter o esse setor, mas também a diminuir os riscos de conflitos sociais inerentes a esta situação ?”

• LONGA• DESORDENADA• NÃO DEIXA CLARO A PRIORIDADE DA INVESTIGAÇÃO

UMA BOA PERGUNTA:“Quais as causas da diminuição dos empregos na Bélgica nos anos 80 ?”

A Pergunta pode ser Restrita ou Ampla, tem que ser é PRECISA !

A qualidade da EXEQUIBILIDADE

CARÁTER REALISTA OU IRREALISTA DO TRABALHO IMPLICADO PELA PERGUNTA DE PARTIDA

• Como assegurar a EXEQUIBILIDADE ?

• Assegurar-se de que seu CONHECIMENTO, TEMPO, DINHEIRO e MEIOS LOGÍSTICOS permitem obter elementos válidos para responder a Pergunta

• Especialmente, não subestimar o TEMPO necessário ! (é o caso mais comum !) – SENÃO, AS FASES MAIS NOBRES SERÃO SACRIFICADAS !

Verificando a EXEQUIBILIDADE“Os dirigentes empresariais dos diferentes países da Comunidade Européia tem uma percepção idêntica da concorrência econômica entre os Estados Unidos e o Japão ?”

• IRREALISTA

• Precisa de 2 anos, vários milhões de dólares, e de colaboradores competentes, eficazes e poliglotas

A qualidade da PERTINÊNCIACOMPREENDER O NÍVEL ONDE SE ENQUADRA A PERGUNTA:

• EXPLICATIVO• NORMATIVO• PREDITIVO

• Como assegurar a PERTINÊNCIA ?• Não confundir ANÁLISE com JUIZO DE VALOR (isso é muitíssimo comum !)• Uma Pergunta é MORALIZADORA quando a resposta que lhe damos, só tem sentido em relação aos Valores de quem faz a Pergunta• Uma boa Pergunta não procura JULGAR, mas COMPREENDER• Os aspectos Éticos e Políticos são indispensáveis a um bom Projeto:

• Investigação com sentido para a Sociedade• Investigação dos sistemas de valores e normas – a vida social não é

compreensível sem eles• Mas o investigador não deve permitir-se confundir os registros: na Investigação, o Real é abordado como Objeto de Análise, não de Julgamento Moral

Verificando a PERTINÊNCIA

“Será que os patrões exploram os trabalhadores ?”

• “FALSA PERGUNTA” = uma Afirmação disfarçada de Pergunta• Na mente de quem fez, já há uma resposta a priori (Sim ou Não)• Nesse tipo de pergunta, é sempre possível “provar”as duas respostas, bastando selecionar os critérios adequados e apresentar como convier

• Devem ser examinadas, pela Pergunta, a motivação e a intenção do autor• O objetivo do autor é de Conhecimento ou de Demonstração ?• Uma pergunta “verdadeira” é uma pergunta Aberta:

• permite encarar várias respostas diferentes• não se tem a certeza de uma resposta preconcebida• permite ANALISAR e ampliar o conhecimento sobre o fenômeno

Verificando a PERTINÊNCIA“Que mudanças afetarão a organização do ensino nos próximos 20 anos ?”

• INGÊNUA = Ilusão quanto ao alcance de um trabalho de investigação social• Quer previsões sobre a evolução de um setor da sociedade:

• Um astrônomo conta com Leis Estáveis• As atividades humanas nunca podem ser previstas com certeza• Podemos prever tendências gerais e banais, não mais que isso

• Uma investigação poderá dizer coisas sobre o futuro em que sentido ?• captando os constrangimentos e as lógicas que determinam uma situação• permitindo análise de tendências, mas não uma previsão no sentido estrito

• O foco é sempre no que existe e funciona aqui e agora, nas tendencias que se vê no presente a partir do passado

Uma boa Pergunta Uma boa Pergunta estuda o que existiu ou existeestuda o que existiu ou existe, e não o estudo do que ainda , e não o estudo do que ainda não existenão existe

Uma boa Pergunta não estudará a mudança sem examinar o funcionamento !Uma boa Pergunta não estudará a mudança sem examinar o funcionamento !

Verificando a PERTINÊNCIA“Os jovens são mais afetados pelo desemprego do que os adultos ?”

• Induz uma DESCRIÇÃO, conhecer os dados de uma situação• É um pouco “curta”, limitada, não busca conhecer o fenômeno

• Caberá uma descrição que tenha uma finalidade de compreensão dos fenômenos estudados

• Descrever as relações de poder dentro de uma organização• Descrever as condições de vida de uma parte da população

• Essa descrição compreensiva, implica:• uma reflexão acerca do que é essencial salientar• uma seleção das informações a recolher• uma classificação das informações para descobrir lógicas e conhecimentos

Uma boa Pergunta visará um melhor conhecimento dos fenômenos estudados, Uma boa Pergunta visará um melhor conhecimento dos fenômenos estudados, e não apenas sua descriçãoe não apenas sua descrição

Procura destacar os processos sociais, econômicos, políticos e culturais que Procura destacar os processos sociais, econômicos, políticos e culturais que permitem compreender melhor os fenômenos, interpretá-los melhorpermitem compreender melhor os fenômenos, interpretá-los melhor

ETAPA 2

A Exploração

As Etapas do Procedimento

Etapa 1

A Pergunta

dePartida

Etapa 2

A Exploração

Etapa 7

As Conclusões

Etapa 6

A Análise das Informações

Etapa 5

A Observação

Etapa 4

A Construçã

o do Modelo de

Análise

Etapa 3

A Problemática

As Leituras

As Entrevistas Exploratória

s

Aspectos Gerais• O trabalho intelectual visa sempre ultrapassar o conhecimento

existente, no nível do poder explicativo das teorias e no nível de interpretações mais esclarecedoras dos fenômenos

• A capacidade de ultrapassagem não cai do céu, depende:– Formação teórica e cultura intelectual do pesquisador (alargar as idéias e

questões)– Explorar as teorias e investigações existentes exemplares (é muito pouco

provável que o assunto não tenha sido tratado por outras pessoas)– Refletir antes de começar a fazer (não priorizar as técnicas, mesmo

sofisticadas)• É importante insistir, desde o início, na exigência de situar

claramente o trabalho em relação a quadros conceituais reconhecidos (Validação Externa)

• Ainda que seja uma investigação modesta (estudo honesto sobre uma questão particular), é indispensável tomar conhecimento de um mínimo de trabalhos de referencia sobre o tema ou sobre problemáticas relacionadas

• Mas geralmente não há tempo para a leitura de dezenas de obras: QUE FAZER ?Selecionar cuidadosamente um pequeno número de leituras

• Utilizar um método de leitura que possibilite tirar o máximo proveito dessas leituras

A LEITURA

•CRITÉRIOS DA ESCOLHA DOS TEXTOS

•LOCALIZAÇÃO DOS TEXTOS

•COMO LER: A GRADE DE LEITURA

•O RESUMO

•COMPARAÇÃO DE TEXTOS

•DESTACAMENTO DE PISTAS

Leitura - Escolha dos Textos

1. Verificar sempre a ligação com a Pergunta de Partida (infinita enquanto dure)

2. Selecionar as leituras, evitar sobrecarga, dimensão razoável1. Não é necessário, nem possível, ler tudo (em grande medida, obras e

artigos repetem-se)2. Utilizar inicialmente obras de síntese, artigos com dezenas de páginas,

ao invés de calhamaços3. É preferível ler de forma aprofundada e crítica alguns bons textos do que

ler superficialmente milhares de páginas3. Selecionar textos de análise e interpretação (evitar meras

descrições e dados)4. FAZER PAUSAS REGULARES !

1. Para reflexão pessoal e diálogos com colegas e pessoas experientes2. Um espírito atulhado nunca é criativo3. Fazer PAUSAS a cada grupo de 2 ou 3 leituras4. Após cada pausa, estabelecer as leituras do grupo seguinte

Localização dos Textos

1. Pedir conselhos a especialistas1. Preparar antes o pedido de informação, registrar, comparar e escolher sugestões

2. Observar artigos e entrevistas na mídia, e revistas especializadas1. Podem conter boas idéias, informações e conhecimentos recentes

3. Observar repositórios especializados em bibliotecas1. Use sempre o apoio técnico das bibliotecas

Refletir antes de procurar: o texto ideal não será encontrado por acaso !

Essas fontes podem assegurar uma cobertura ampla do problema !

4. Não se assuste com espessuras, nem sempre é necessário ler tudo !1. Consulte índices e sumários para selecionar2. Leia primeiras e últimas linhas de cada capítulo3. Com dúvidas, peça conselhos

A REGRA DE SEMPRE É:

Antes de lançar-se ao trabalho, questione o que dele espera exatamente, e pense qual a melhor maneira de proceder !

Como Ler: a Grade de Leitura

O objetivo é retirar idéias para o próprio trabalho.

Ler é uma coisa, compreender e reter o essencial é outra !

- Fazer surgir as idéias !

- Compreendê-las em profundidade !

- Articulá-las entre si de um modo coerente !

Como Ler: a Grade de Leitura

Repita esse procedimento de seção em seção

1. Dividir uma folha de papel em 2 colunas: 2/3 à esquerda (A) e 1/3 à direita (B)1. Coluna A – Idéias síntese do conteúdo do texto2. Coluna B – Seus comentários que indicam a articulação do argumento do Autor

2. Ler o texto seção por seção1. Uma seção é um parágrafo, ou um conjunto de frases, que formam um todo coerente

1. Releia cuidadosamente as idéias síntese que você destacou, refletindo sobre suas articulações e entendendo a estrutura global do argumento do autor1. Idéias mestras2. Etapas do raciocínio3. Complementaridade entre as partes

2. Registre, na coluna B, seus comentários que descrevem a estrutura do argumento do autor, seção por seção

O Resumo

Resumo requer tempo, textos pouco longos e poucos textos

1. Resumir um texto é estabelecer a sequência essencial do pensamento do autor, sintetizando suas principais idéias e articulações2. Capacidade de síntese é adquirida, não espontânea, se desenvolve com a experiência, e a experiência com a prática e seguindo

bons conselhos3. A Coluna A contém um resumo fiel do texto do autor:

1. Mas as idéias centrais não se distinguem das secundárias2. As relações entre as idéias não aparecem claramente

4. É necessário estruturar essas idéias-síntese, acentuando as mais importantes e mostrando a sequência/estrutura entre elas1. É preciso então considerar o conteúdo da Coluna B2. Uma técnica útil é preparar um gráfico das idéias e relações causais

1. O Resumo permitirá:1. Apreender o essencial da Leitura2. Comparar mais facilmente 2 ou mais textos

2. O método da Grelha é uma ferramenta para mudarmos nossos hábitos dispersos de leitura !

Comparação de TextosÉ da comparação atenta de resumos de 2 ou 3 textos bem escolhidos que

podemos retirar elementos para reflexão e pistas de trabalho mais interessantes.

A comparação se faz pelo exame dos RESUMOS de cada texto

Comparar os Conteúdos de cada Texto, é assinalar:

1. As concordâncias manifestas entre eles2. Os desacordos manifestos entre eles3. As complementaridades entre eles

Destacamento de PistasApós a Comparação dos Resumos dos textos selecionados, o objetivo é escolher o mais criteriosamente possível os textos da próxima leva de

leituras, para:

• Aprofundar um ponto de vista que interesse

• Aprofundar um problema onde tenha ocorrido desacordo

• Abordar o objeto de investigação sob um ângulo totalmente novo

Ao final de cada etapa de leituras-resumos-comparações será bom:

• Fazer PAUSA para reflexão e troca de pontos de vista com colegas e especialistas

• REVISAR cuidadosamente a Pergunta de Partida, para, eventualmente REFORMULÁ-LA de modo mais ponderado, à luz dos ensinamentos do

trabalho de leitura

Quais leituras estão mais relacionadas à Pergunta de Partida ?

Que pistas sugerem essas leituras ?

A EXPLORAÇÃO

Assegurar a qualidade da problematizaçãoLEITURAS

ENTREVISTAS+MÉTODOS COMPLEMEN-TARES

Ter contato com a realidade vivida pelos atores sociais

•Como explorar o terreno para construir uma problemática de investigação ?

ETAPA 3

A Problemática

As Etapas do Procedimento

Etapa 1

A Pergunta

dePartida

Etapa 2

A Exploração

Etapa 7

As Conclusões

Etapa 6

A Análise das Informações

Etapa 5

A Observação

Etapa 4

A Construçã

o do Modelo de

Análise

Etapa 3

A Problemática

As Leituras

As Entrevistas Exploratória

s

P

Conhecimento Científico

FENÔMENO

A PROBLEMÁTICAApós a EXPLORAÇÃO, trata-se agora de adotar uma Abordagem Teórica que possibilite tratar o problema colocado pela Pergunta de

PartidaÉ definir a maneira de interrogar conceitualmente o fenômeno estudado:

COMO VOU ABORDAR ESTE FENÔMENO ?

OS 2 MOMENTOS DE UMA PROBLEMÁTICA

•FAZER O BALANÇO DAS ABORDAGENS POSSÍVEIS:

•ATRIBUIR-SE UMA PROBLEMÁTICA

FAZER O BALANÇO E ELUCIDAR AS PROBLEMÁTICAS POSSÍVEIS

• Fazer o balanço crítico das diversas abordagens e elucidar suas bases, distinguindo em cada uma:– A imagem da sociedade e do indivíduo– Os conceitos-chave que estruturam o olhar sobre os fenômenos– Os enunciados que organizam a reflexão e apontam as causalidades

Nesse ponto, é possível escolher o ponto de vista próprio, situando-o no campo teórico da disciplina

Buscamos uma maneira de estabelecer uma relação entre um fenômeno social e outra coisa: outro fenômeno social, um sistema de que depende, um contexto, uma tendência, um sentido que ele oculta, estratégias ou sistemas de ação em andamento, um jogo dialético.

ATRIBUIR-SE UMA PROBLEMÁTICAFASE CRUCIAL

• A Problemática constitui o princípio de orientação teórica da investigação, define suas linhas, assegura sua coerência e seu potencial de descoberta

• Conceber uma problemática é:

– Escolher uma orientação teórica– Explicitar o quadro conceitual da investigação– Precisar os conceitos fundamentais e suas relações– Construir um sistema conceitual adaptado ao objeto da investigação

Investigadores pouco experientes devem conceber a Problemática conservando um quadro teórico existente

ETAPA 4

A Construção do Modelo de Análise

As Etapas do Procedimento

Etapa 1

A Pergunta

dePartida

Etapa 2

A Exploração

Etapa 7

As Conclusões

Etapa 6

A Análise das Informações

Etapa 5

A Observação

Etapa 4

A Construçã

o do Modelo de

Análise

Etapa 3

A Problemática

As Leituras

As Entrevistas Exploratória

s

REVISÃO DE TERMOS

CONCEITO Construção abstrata que representa um Fenômeno percebido na Realidade

DIMENSÕES/VARIÁVEIS

Aspectos do Conceito, ainda abstratos, selecionados como relevantes para a análise da Pergunta do Investigador

INDICADORES Manifestações objetivamente observáveis e mensuráveis das Dimensões/Variáveis

MODELO DE ANÁLISE

NOÇÕES

CONCEITOS

DIMENSÕES

INDICADORES

Suicídio como fenômeno social: causas

Relação entre Coesão Social e Taxa de Suicídio

Coesão Religiosa Coesão Familiar

Importância dada ao livre-exame

Importância numérica do clero

Caráter legal das prescrições

Prática coletiva de ritos

Influência da religião no cotidiano

Taxa de suicídio como dado estatístico

CONSTRUÇÃO DO MODELO

Fenômeno

PERGUNTALiteratura

ConceitoSistema de Conceitos

Problemática

PERGUNTA

VARIÁVEIS

DIMENSÕES(conceitual)

OLHAR

ASPECTOS(empírico)

Conceitualização

• Determinar as Dimensões que o Conceito tem, que o conectam com o Real

• Precisar os Indicadores que permitem medir as Dimensões (quando os conceitos e suas dimensões não são diretamente observáveis)

Conceitualização

• Determinar as Dimensões que o Conceito tem, que o conectam com o Real

• Precisar os Indicadores que permitem medir as Dimensões (quando os conceitos e suas dimensões não são diretamente observáveis)

ETAPA 5

A Observação

As Etapas do Procedimento

Etapa 1

A Pergunta

dePartida

Etapa 2

A Exploração

Etapa 7

As Conclusões

Etapa 6

A Análise das Informações

Etapa 5

A Observação

Etapa 4

A Construçã

o do Modelo de

Análise

Etapa 3

A Problemática

As Leituras

As Entrevistas Exploratória

s

PRINCÍPIO 1É absolutamente necessário realizar

cuidadosamente cada etapa antes de pensar nas etapas seguintes.

Um problema comum é precipitar-se sobre a recolha dos dados antes de ter formulado

com clareza o modelo (conceitual) de análise, ou seja, preocupar-se com a escolha e a

aplicação prática das técnicas de investigação antes mesmo de saber aquilo que se procura.

Aspectos Gerais

Engloba as operações através das quais o Modelo de Análise é submetido ao teste dos

fatos (confrontado com os dados observáveis)

OBSERVAR O QUE ?

OBSERVAR EM QUEM ?

OBSERVAR COMO ?

OBSERVAR O QUE ?

•Observar os dados definidos pelos Indicadores

•A qualidade da observação depende, em primeiro lugar, da Pergunta e do Modelo de Análise

•É preciso reflexão e bom senso para formular perguntas/questões que:

– atendam com precisão aos indicadores definidos

– sejam de direta e clara compreensão– considerem o contexto emocional/relacional

OBSERVAR EM QUEM ?

•É preciso delimitar o Campo empírico:– no espaço geográfico– no espaço social (instituições)– no tempo

•A sociologia estuda os conjuntos sociais como totalidades diferentes da soma de suas partes

•Quando a indicação do próprio objeto não o delimita, será preciso fazer escolhas sustentadas:

– no Modelo de Análise (conceitos, dimensões, indicadores)

– no Bom-Senso

OBSERVAR EM QUEM ?

Totalidade da População

Amostra Representativa

Componentes Típicos

OBSERVAR EM QUEM? - Totalidade

•Conjunto de elementos constituintes de um Todo

•Contextos de Uso:

– Não haver necessidade de informação sobre o comportamento das unidades que compõem a população

– Análise macro-social que demanda apenas dados globais disponíveis nas estatísticas

– População reduzida e integralmente acessível

OBSERVAR EM QUEM? – Amostra

•Cientificidade não é igual a Representatividade– Para conhecer melhor grupos/relações sociais

não é forçoso, sociologicamente, estudá-los como somas de individualidades

– Qualidade da amostra depende de dados estatísticos prévios que permitam estabelecer quotas (proporções do todo na amostra das características relevantes)

•Contextos de Uso:– Quando a população é muito volumosa e são

necessários muitos dados para cada indivíduo/unidade

– Quando é importante, para o foco do investigador, obter uma imagem global conforme a que seria obtida interrogando-se o conjunto da população

OBSERVAR EM QUEM? – Componentes Típicos

•Estudo, em profundidade, de unidades/indivíduos que apresentem características típicas diferenciais no seio da população

– análise em profundidade de artigos sobre o mesmo tema, de diferentes jornais

– pequeno número de empresas vinculadas a diferentes modos de gestão de pessoal

OBSERVAR COMO ?

•TIPOS DE OBSERVAÇÃO

– DIRETA - O próprio investigador recolhe a informação, sem intervenção dos sujeitos observados – o investigador produz diretamente a informação

• SUPORTE – Guia de observação, construído a partir dos indicadores, designa os comportamentos a observar

– INDIRETA – O investigador dirige-se ao sujeito interessado, para obter a informação procurada – o sujeito intervém na produção da informação

• SUPORTE – Questionário ou guia de entrevista

OBSERVAR COMO ?

•CONCEBER O INSTRUMENTO– Em geral, um Questionário ou um Guia de

Entrevista– Deverá conter questões sobre cada um dos

indicadores definidos, com o máximo de clareza e precisão

•TESTAR O INSTRUMENTO– Aplicar o Questionário a um pequeno e

representativo grupo de pessoas– Realizar/gravar algumas entrevistas típicas

•COLETA DOS DADOS– Execução propriamente da Observação– Os métodos de coleta dependem dos objetivos da

investigação, dos indicadores do Modelo de Análise e das características do Campo de observação

LIMITES e COMPLEMENTARIEDADES

• Nenhum dispositivo metodológico pode ser aplicado de forma mecânica

• O rigor no controle epistemológico do trabalho não se confunde com rigidez na aplicação dos métodos

• A PROBLEMÁTICA E O MODELO DE ANÁLISE PRIMAM SOBRE A OBSERVAÇÃO – OS DADOS SÓ GANHAM EXISTÊNCIA ATRAVÉS DO ESFORÇO TEÓRICO QUE OS CONSTRÓI

• O verdadeiro rigor não é sinônimo de formalismo técnico

• O rigor não incide sobre os pormenores da aplicação dos procedimentos, mas sobre a coerência do processo de investigação

As Etapas do Procedimento

Etapa 1

A Pergunta

dePartida

Etapa 2

A Exploração

Etapa 7

As Conclusões

Etapa 6

A Análise das Informações

Etapa 5

A Observação

Etapa 4

A Construçã

o do Modelo de

Análise

Etapa 3

A Problemática

As Leituras

As Entrevistas Exploratória

s

ETAPA 6

A Análise das Informações

A Análise

• Descrever os dados coletados e prepará-los para a Análise

• Avaliar as Variáveis face aos dados

• Avaliar as relações entre as Variáveis

• Quando for o caso, comparar os resultados esperados com os resultados observados, procurar a explicação das diferenças

• Comparar os resultados encontrados com estudos

similares revistos no trabalho

• Procurar o significado das avaliações face a Pergunta

ETAPA 7

As Conclusões

As Conclusões

1Recapitular sinteticamente o

procedimento lógico adotado e as conclusões da análise

2Apresentar pormenorizadamente as contribuições para o conhecimento decorrentes do trabalho realizado

As Conclusões

Perspectivas Práticas ?

As conclusões de uma investigação raramente conduzem a aplicações práticas e indiscutíveis

Entre a análise e a decisão prática, não é possível contornar a questão do juízo moral

No sentido mais negativo, a ideologia pode consistir em fixar de forma indevida conclusões normativas em nome de pretensas verdades científicas