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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ASSIS BRASIL PPP - PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO CLEVELÂNDIA - PR 2011

PPP - PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO · O Projeto Político-Pedagógico (PPP) foi construído e vivenciado por todos os envolvidos com o processo educativo da escola. É uma ação

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

ASSIS BRASIL

PPP - PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

CLEVELÂNDIA - PR

2011

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.......................................................................................................... .....5

1. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO..............................................................7

2. HISTÓRICO DO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ASSIS

BRASIL..................................................................................................................................8

2.1 Fatos Históricos.............................................................................................................8

3. ESPAÇO FÍSICO.............................................................................................................16

3.1 Ambientes Didático – Pedagógicos:............................................................................17

3.2 Ambientes Administrativos e Internato.......................................................................18

3.3 Ambientes da Escola – Fazenda ..................................................................................19

3.4 Ambientes com Projeto de Reforma e Construções....................................................22

4. OFERTA DE CURSOS E TURMAS..............................................................................23

4.1 Caracterização da Comunidade Escolar: alunos, pais, professores, funcionários e

equipe de direção.................................................................................................................24

5. OBJETIVOS.................................................................................................................... 27

I - MARCO SITUACIONAL...............................................................................................29

1.1 Descrição da Realidade Brasileira, do Estado, Município e Escola............................29

1.2 Análise das Contradições e Conflitos Presentes na Prática Docente: Reflexão Teórico

– Prática................................................................................................................................32

II MARCO CONCEITUAL.................................................................................................37

2.1 Conceitos.....................................................................................................................37

2.1.1 Concepção de Sociedade......................................................................................38

2.1.2 Concepção de Homem..........................................................................................39

2.1.3 Concepção de Trabalho........................................................................................40

2.1.4 Concepção de Educação.......................................................................................43

2.1.5 Concepção de Conhecimento...............................................................................44

2.1.6 Concepção de Tecnologia....................................................................................47

2.1.7 Concepção de Escola............................................................................................48

2.1.8 Concepção de Ensino-Aprendizagem..................................................................50

2.1.9 Concepção de Avaliação - Formativa..................................................................52

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2.1.10 Critérios de Organização Interna da Escola.......................................................56

2.2 Princípios da Gestão Democrática..............................................................................57

2.2.1 Acesso e permanência na escola.........................................................................59

2.2.2 Capacitação continuada de educadores..............................................................60

2.2.3 Qualidade do ensino-aprendizagem....................................................................61

2.3 O Currículo da Escola Pública....................................................................................62

2.4 Dinâmica do Currículo e Reflexões sobre o Trabalho Pedagógico Configurado com a

Matriz Curricular..................................................................................................................64

2.4.1 Articulação da educação profissional com o ensino médio...............................64

2.4.2 Matriz curricular.................................................................................................66

2.4.3 Trabalho coletivo................................................................................................70

2.4.4 Prática transformadora: o que a escola pretende do ponto de vista político

pedagógico?..........................................................................................................................72

2.5 Diversidade..................................................................................................................74

2.5.1 História e cultura africana e afro-brasileira, História e cultura indígena..........74

2.5.2 Gênero e Diversidade Sexual.............................................................................76

2.5.3 Educação inclusiva.............................................................................................77

2.6 Desafios Educacionais Contemporâneos.....................................................................79

2.6.1 Enfrentamento à violência na escola...................................................................79

2.6.2 PUID- Prevenção do uso indevido de drogas......................................................80

2.6.3 Educação ambiental.............................................................................................82

2.6.4 Cidadania e educação fiscal................................................................................83

2.6.5 Educação para os direitos humanos....................................................................84

III - MARCO OPERACIONAL...........................................................................................85

3.1 Gestão Participativa.....................................................................................................85

3.2 Papel Específico de cada Segmento da Comunidade Escolar.....................................87

3.3 Relação entre os aspectos Pedagógicos e Administrativos.........................................88

3.3.1 Papel das instâncias colegiadas - proposta de trabalho do CEEP Assis Brasil

para articulação com a família e a comunidade...................................................................89

3.4 Recursos para a realização do plano de ação..............................................................92

3.5 Calendário Escolar......................................................................................................94

3.6 Organização de Turmas e Utilização dos Espaços Educativos...................................96

3.7 Distribuição de Aulas por Professor em Razão das Especificidades..........................97

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3.8 Diretrizes para Avaliação de Desempenho do Pessoal Docente.................................97

3.9 Avaliação do Desempenho do Pessoal Discente.........................................................98

3.9.1 Avaliação da aprendizagem................................................................................98 3.9.2 Estágio supervisionado.......................................................................................99

3.10 Acompanhamento aos Egressos ................................................................................99

3.11 FICA – Ficha de Acompanhamento do Aluno Ausente ..........................................100

3.12 Currículo Integrado..................................................................................................101

3.13 Proposta pedagógica de articulação entre o Ensino Fundamental de nove anos e Ensino Médio.....................................................................................................................102 3.14 Atividades Extra-Curriculares .................................................................................104

3.14.1 Práticas Agropecuárias....................................................................................104

3.14.2 Visitas Técnicas...............................................................................................104

3.14.3 Práticas de Campo...........................................................................................105

3.14.4 Estudos de Caso...............................................................................................105

3.14.5 Acompanhamento e Desenvolvimento de Projetos, Experimentos, Pesquisas e

Avaliações..........................................................................................................................105

3.14.6 Dias de Campo................................................................................................105

3.14.7 Conferências....................................................................................................106

3.14.8 Cursos..............................................................................................................106

3.14.9 Palestras...........................................................................................................106

3.14.10 Seminários.....................................................................................................107

3.14.11 Entrevistas.....................................................................................................107

3.14.12 Reuniões Técnicas........................................................................................107

3.14.13 EXPOAB – Dia de Campo Assis Brasil.......................................................107

3.14.14 Semana de Atualização.................................................................................108

3.15 Programas Disciplinares.........................................................................................109

3.15.1Projetos: esporte e lazer - treinamento/ tenis de mesa......................................109

3.15.2 CELEM...........................................................................................................109

3.15.3 Projeto Segundo Tempo..................................................................................110

3.16 Práticas Avaliativas.................................................................................................110

REFERÊNCIAS................................................................................................................111

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APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO

O Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil é uma entidade

educativa estadual mantida pela SEED - Secretaria de Estado da Educação do

Paraná. Está jurisdicionado ao NRE – Núcleo Regional de Educação de Pato

Branco e localiza-se à Rua José Zílio - 97, Bairro São Sebastião em Clevelândia –

PR, tendo recebido autorização para funcionamento em 1953.

Possui uma área de 117 hectares, atualmente com 10% de área

construída, 20% mata nativa, 30% pastagem e 40% de área destinada ao plantio.

Por ser uma escola-fazenda oferece condições e equipamentos para a

realização de aulas práticas, está organizada em setores oferecendo todas as

atividades de uma propriedade rural oferecendo assim condições de serem

desenvolvidos experimentos e práticas nas áreas de pecuária, agricultura e meio

ambiente. Atualmente a escola oferece os cursos:

• Técnico em Agropecuária Integrado;

• Técnico em Agropecuária Subsequente;

• Técnico em Meio Ambiente Subsequente.

O Projeto Político Pedagógico deste Colégio foi construído coletivamente,

pensando na função social deste em todos os níveis e modalidades, pois é

indispensável socializar o saber sistematizado e historicamente acumulado, como

patrimônio universal da humanidade, fazendo com que esse saber seja

criticamente apropriado aos estudantes.

A política da formação humana integral é efetivar o processo educacional

em ações coletivas que visem à orientação para a vida em sociedade em suas

múltiplas dimensões.

Integrar as dimensões disciplinares e interdisciplinares também expressa

uma dimensão e um desafio, que busca organizar os conteúdos de forma que o

currículo articule projetos transdisciplinares e ações disciplinares, permitindo ao

aluno o acesso a formas superiores de compreensão da realidade.

A educação profissional a nível técnico tem como objetivo desenvolver e

integrar as diferentes formas de educação; trabalho, ciência e tecnologia,

conduzindo ao permanente desenvolvimento de aptidões, como também o

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aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética, o

desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.

O desafio do século XXI é formar seres humanos com capacidade de

entender e intervir no mundo em que vivem. A construção coletiva deste projeto

leva-nos ao compromisso de uma reflexão permanente sobre este desafio, pois é

através da democracia, solidariedade e integração que se caminha para uma

educação de qualidade e a transformação do ambiente escolar em um ambiente

de convivência solidária e de participação cidadã.

A elaboração deste projeto obedeceu a um roteiro que demonstra a

situação da realidade escolar, os conceitos, princípios, critérios pedagógicos, a

organização e gestão adotados pelo Centro Estadual de Educação Profissional

Assis Brasil enfatizamos o compromisso da Educação Profissional com a

Educação Básica, entendida como direito social e condição indispensável para

superar a perspectiva direcionada para o simples adestramento e adaptação às

demandas ditadas pelo mercado e, portanto, pelo capital. Em última instância,

significa incorporar os princípios de uma escola unitária e de uma educação

politécnica ou tecnológica.

O Projeto Político-Pedagógico (PPP) foi construído e vivenciado por todos

os envolvidos com o processo educativo da escola. É uma ação intencional e um

compromisso definido coletivamente, o qual se relaciona a duas dimensões. A

primeira é política, porque articula o compromisso sócio-político aos interesses da

comunidade. Já, a segunda define as ações educativas, pois reside na

possibilidade de se efetivar a intenção escolar: a formação do cidadão. Ambas

dimensões relacionam-se reciprocamente. Nesse sentido, considera-se o PPP

como um processo permanente de reflexão e discussão de problemas escolares,

na busca de alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade, propiciando

a vivência democrática necessária para a participação de todos os membros da

comunidade escolar e o exercício da cidadania.

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1. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

Denominação: Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil

Código: 00015

Endereço: Rua José Zílio, 97 – Bairro: São Sebastião – CEP: 85530-000.

Fone/fax: (46) 3252-1421

Correio Eletrônico: [email protected]

Município: Clevelândia – PR

Código: 0570

Dependência Administrativa: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

NRE: Pato Branco

Código: 023

Entidade Mantenedora: SEED.

Ato de autorização para funcionamento do Estabeleci mento: Decreto nº 3067

de 15/01/1982.

Parecer do NRE de Aprovação do Regimento Escolar: 197/01 de 15/10/2001.

Distância do Estabelecimento do NRE: 50 Km.

Localização: Zona Urbana.

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2. HISTÓRICO DO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFIS SIONAL

ASSIS BRASIL

O Departamento de Ensino Agrícola, subordinado à Secretaria dos

Negócios da Agricultura, iniciou a coordenação dos Estabelecimentos de Ensino

Agrícola e de Economia Doméstica no Estado do Paraná em 1935.

Em 12 de Junho de 1953, pelo Decreto Nº 9.553, publicado em Diário

Oficial Nº 83, de 16 de Junho de 1953, surgiu este importante Estabelecimento de

Ensino em Clevelândia, denominado na ocasião de Escola de Trabalhadores

Rurais “Assis Brasil”.

Este Estabelecimento levou posteriormente o honroso nome de Assis

Brasil em homenagem ao Diplomata “Joaquim Francisco de Assis Brasil”

(intelectual, político e poeta), nascido a 29 de Julho de 1858, na Estância de São

Gonçalo, Município de São Gabriel, no Estado do Rio Grande do Sul. Bacharel

em Direito que ocupou cargos importantes, em especial a pasta de Ministro da

Agricultura em 1930. Em 1933, voltou à vida do campo no Rio Grande do Sul,

sendo pioneiro na criação da raça do gado Jersey, trazida por ele da Inglaterra.

Faleceu em 24 de Dezembro de 1938, em Pedras Altas, aos 80 anos de idade.

2.1 Fatos Históricos

Durante os anos de 1953/1954/1955 o Estabelecimento foi construído. O

objetivo da criação deste estabelecimento foi o de oferecer escola a filhos de

agricultores da região, que não tinham acesso a esta nas suas respectivas

comunidades/vilas/cidades; proporcionando Ensino Primário de 1ª à 4ª série,

juntamente com noções preliminares de agricultura e pecuária. Iniciou as

atividades um ano antes de sua inauguração, tendo como primeiro Diretor Sr.

CELSO BARBOSA WOLFF que permaneceu no cargo até 1956.

Sua inauguração oficial aconteceu em 07 de Janeiro de 1956, no Governo

do Sr. Adolpho de Oliveira Franco, tendo na ocasião como Secretário de Estado

dos Negócios da Agricultura o Senhor João Vargas de Oliveira e como Diretor do

Departamento de Ensino Agrícola o Senhor Morelli Rodrigues.

Em 20 de janeiro de 1956 foi nomeado o Engenheiro Agrônomo JOSÉ

GUERREIRO DE PAULA, para ocupar o cargo de Diretor, estando à frente deste

Estabelecimento até 01 de Agosto de 1968. Durante sua gestão, foram

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implantadas várias ações que deram início à divulgação e aceitação da Escola

nas regiões Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina, como um dos

melhores Colégios Agrícolas do Estado.

Em 29 de Agosto de 1960, pelo Decreto nº 31657, a Escola passou a

oferecer a 5ª série e foi denominada de “Escola Agrícola de Grau Médio”.

Em 1961, iniciou a preparação para o ginásio de uma turma para o exame

de admissão, tendo como professora a senhora Zilá Arruda Terres, sendo

denominada de “Escola Agrícola de Preparação Pré-Ginasial”.

Em 14 de abril de 1964, pela Portaria nº 253/64 passou a denominação de

“Ginásio Agrícola Assis Brasil” de Clevelândia. A primeira série ginasial iniciou

com 30 alunos, tendo como primeiro corpo docente os professores: José

Guerreiro de Paula, David Tarcísio de Virgini, Zilá Arruda Terres, Zélia Almeida

Maciel, Alceu Hammerschimidt, Valquíria Novach e Ana Roseli Lobo.

Em 29 de Setembro de 1967, pela Portaria nº 747/67 passou a denominar-

se Ginásio Estadual “Assis Brasil”.

Em 1968, assumiu a Direção o Sr. ROMUALDO GURAK, permanecendo

até meados de 1969. Neste mesmo período (1969) assumiu a Direção o Senhor

SALUSTIANO ROOSEVELT RIBEIRO PACHECO, permanecendo até 1970.

Em 1970, a direção passou para o Professor ALZIR DEMÉTRIO VIECILI.

Em 1971 foi implantado o curso Ginasial de Economia Doméstica, tendo

uma turma só de moças a formar-se no Estabelecimento. Neste mesmo ano, em

conformidade com a Lei nº 5.764 de 16 de dezembro de 1971, foi autorizado a

funcionar o Clube 4P (Progresso, Patriotismo, Perseverança e Prosperidade), que

promovia o entrosamento dos jovens alunos.

Em 1972 esteve na direção o Professor ANTONIO BONKERNER.

Em 1973 esteve na direção o Senhor PEDRO FRANCISCO DE OLIVEIRA

NETO.

De meados de 1973 a 1982 - retornou a ocupar o cargo de diretor o

Engenheiro Agrônomo JOSÉ GUERREIRO DE PAULA.

Em 1976, este colégio passou a oferecer ensino de 2° Grau, ofertando o

Curso “Técnico em Agropecuária”, sendo extinto gradativamente o primeiro grau.

Em 09 de fevereiro de 1979, pelo decreto nº 6.259, o Estabelecimento

passou a denominar-se Colégio “Assis Brasil” - Ensino de 2º Grau.

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Pelo Parecer nº 71/83 foi autorizada adoção da denominação específica

“Colégio Agrícola Estadual” e o Estabelecimento passou a denominar-se: Colégio

Agrícola Estadual Assis Brasil – Ensino de 2º Grau, ofertando a habilitação de

“Técnico em Agropecuária”.

De 1983 a 1984, esteve na direção o Médico Veterinário ELMO BUFON.

Neste período o Estabelecimento iniciou a sua expansão através de parcerias

importantes para desenvolver projetos e experimentos desenvolvidos juntos à

comunidade, como: hortas nas escolas urbanas, creche e APAE; Projeto

PRONASEG; Projeto de podas e arborização urbanas; construção de aviários,

piscicultura; participação em feiras Agropecuárias.

De 1985 a 1989, esteve na Direção o Engenheiro Agrônomo MUNIR NAME

FILHO. A partir desta época, a SEED ampliou a equipe de apoio e autorizou as

funções de Vice-Diretores. Desenvolveram-se nesse período os Estágios

Campeiros e um Projeto Alternativo de Irrigação, sendo premiado pelo

ETEC/Ponta Grossa como o melhor programa do Estado do Paraná. Neste

período teve como vice-diretores e gerentes da unidade didático-produtiva, os

seguintes:

Vice-Diretoras:

- Téc. Progr. Educacionais Joséte Maria Gabriel Pacheco (1986 a 1988);

- Téc. Progr. Educacionais Vânia Beatriz Gabriel Casagrande (1989).

A partir de 1988 foi autorizada a função de Gerente da UDP – Unidade

Didático-Produtiva, ou seja, da Escola-Fazenda, tendo como gerente o Técnico

em Agropecuária Alexandre Antonio Menin, no período de 1988.

No período: 1989 a 1997 esteve na Direção o Médico Veterinário ELMO

BUFON. Neste período o Colégio foi o disseminador na região do Capim Tifton 68

e 85 e também do Capim Pioneiro que na época foi muito procurado, sendo

realizado também Dias de Campo para a ampla divulgação da nova tecnologia

aos produtores regionais. Foi no colégio que se formaram as primeiras reuniões

de produtores de leite para formação da associação CLEVELEITE, com

participação da secretaria da agricultura, EMATER/PR e Agroceres. Os vice-

diretores e gerentes da unidade didático-produtiva deste período foram os

seguintes:

Vice-Diretoras:

- Professora Liseta Maria Holdefer (1989 a 1991);

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- Professora Geltrudes Bodanese Pacheco (1992 a 1993);

- Professora Débora Priscila Huffner Pardal, no ano de 1994;

- Professora Rosangela Dalla Costa, (1995; 1996 e 1997).

Gerentes da Unidade Didático-Produtiva:

- Técnico em Agropecuária. Alexandre Antonio Menin (1989 a 1995;

- Administrador de Empresas Altair Luiz Zanini (1996 a 1997).

No período: 1997 a 2001 assumiu a Direção do Estabelecimento o Médico

Veterinário HAYRTON CARAMURU MARQUES JUNIOR. Os vice-diretores e

gerentes da unidade didático-produtiva foram:

- Professora Rosangela Dalla Costa (1997);

- Professor Bernardo Rauta (1998, 1999, 2000);

- Administrador de Empresas Altair Luiz Zanini (2000 a 2001).

Nesse período houve a implantação do PROEM (Programa de Expansão e

Melhorias no Ensino Médio), extinguindo o antigo curso “Técnico em

Agropecuária”, ou seja, separando o Ensino Médio das disciplinas Técnicas, e

conseqüentemente foi implantado o Ensino Técnico Profissional (Pós Médio),

curso com duração de um ano para concluintes do curso de Ensino Médio. Foram

iniciados os Cursos Profissionalizantes Técnico em Agricultura e Técnico em

Pecuária, em 2000 iniciou a oferta do Ensino Médio Concomitante com a

Educação Profissional.

Também, foi construída uma nova padaria com recursos doados pelo

Banco Bradesco, equipada com os equipamentos mais modernos do mercado e a

casa “ FAXINAL DA TERRA” destinada ao alojamento de professores e

funcionários residentes em outras localidades e iniciado a implantação do Projeto

da Unidade de Agrondustrialização de Leite e Carnes, em parceria com a

Fundação Vitae.

Nessa época foi extinto o 2º Grau, com habilitação de Técnico em

Agropecuária com conclusão das últimas turmas em 1998, e foi implantado o

PROEM – Programa de Expansão e Melhorias no Ensino Médio.

Ocorreram mudanças ideológicas na educação, com a criação da

PARANATEC1 para administrar a Educação Profissional no Estado do Paraná.

1 É uma empresa civil, autônoma, sem fins lucrativos, foi criada em 28 de agosto de 1995, pelo governo Jaime Lerner, com o objetivo de integrar o setor público, comunidade empresarial e instituições de ensino público e privado,visando proporcionar condições para a reformulação e o

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No ano de 1999 iniciou o ensino técnico profissional, ofertado na

modalidade subseqüente ao ensino médio, com os Cursos de Técnico em

Produção Pecuária e Técnica em Produção Agrícola, sendo que nesses períodos,

o Colégio passou por grandes dificuldades por ter poucos alunos e também falta

de recursos e de pessoal, mas mantendo-se sempre em funcionamento.

⇒ Em 2000-2001, o Estabelecimento além ofertar turmas dos Cursos de Técnico

em Produção Pecuária e Técnica em Produção Agrícola, re-implantou o Curso de

Ensino Médio profissionalizante (meio período).

De agosto de 2001 a fevereiro de 2002, voltou a assumir a direção o

Médico Veterinário ELMO BUFON, tendo como auxiliares:

Vice-Diretores:

- Administrador de Empresas Altair Luiz Zanini, em 2001;

- Engenheiro Agrônomo Munir Name Filho, no ano de 2002;

- Engenheiro Agrônomo Dirceu Barreta, no ano de 2002.

Através da Resolução nº 2418/01, foi determinado alteração da

nomenclatura de “Colégio Agrícola” para “Centro Estadual de Educação

Profissional”, passando este Estabelecimento a denominar-se Centro Estadual de

Educação Profissional Assis Brasil.

Em 2002 foi autorizado o funcionamento do curso profissionalizante de

Técnico em Gestão, no turno noturno, que foi ofertado apenas neste ano.

Também neste ano foi autorizado o funcionamento do curso profissionalizante de

Técnico em Agroindústria. Este curso foi ofertado nos anos de 2002 e 2003.

Em 2002-2003, a PARANATEC proibiu que este Estabelecimento

continuasse ofertando o Ensino Médio, sendo que foi necessário encaminhar os

nossos alunos para cursar o Ensino Médio em outro Estabelecimento de Ensino

local e aqui cursar, de forma concomitante, os cursos profissionalizantes,

denominados de Técnico em Agricultura e Técnico em Pecuária, que eram

ofertados de forma modular, levando os concluintes a receber separadamente o

certificado de conclusão do Ensino Médio e os diplomas de Técnico em

Agricultura e Técnico em Pecuária.

aperfeiçoamento contínuo do ensino técnico no Estado do Paraná. No período, realizava a gerência e administração e proposição de cursos e currículos, contando com apoio financeiro e logístico do governo do Estado do Paraná (VIRIATO, 2008).

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De março de 2002 à junho de 2003, assumiu a direção o Administrador de

Empresas ALTAIR LUIZ ZANINI, tendo como auxiliares:

Gerentes da Unidade Didático-Produtiva:

-Pecuária: Médico Veterinário, Elmo Bufon, no período: 2002 a 2003;

- Agricultura: Engenheiro Agrônomo Dirceu Barreta, no período: 2002 a 2003;

Neste período concluiu-se a implantação do Projeto da Unidade de

Agrondustrialização de Leite e Carnes, em parceria com a FUNDAÇÃO VITAE e

Prefeitura Municipal.

Foram implantados os Cursos Técnicos Profissionalizantes de Gestão e de

Agroindústria, também, foi encaminho para implantação o Curso Técnico em

Meio Ambiente.

Neste período ocorreram mudanças ideológicas na educação, com a

criação

da PARANATEC e alteração da nomenclatura de colégios agrícola para Centros

Estaduais de Educação Profissional.

Foi conquistado o retorno das Funções: Gerente da Fazenda-Escola, que

foi sub-dividida em gerência das áreas de Agricultura e de Pecuária; a Supervisão

Pedagógica e Coordenação de Cursos, voltando a formar a equipe pedagógica do

Estabelecimento.

Iniciou-se um processo de paisagismo no Estabelecimento, com a

participação efetiva dos alunos, onde foi refeito o estacionamento principal, plantio

de flores na área da escola com a parceria das Prefeituras municipais de

Clevelândia e Palmas.

Encaminhou ao INCRA projeto para implantação de viveiro florestal,

visando atendimento ás práticas pedagógicas e aos municípios do sudoeste.

Deu continuidade junto ao INCRA ao processo para a regularização efetiva

da área do Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil.

No início de 2003, com a posse do Governo Roberto Requião, iniciou-se o

processo de reestruturação dos Centros de Educação Profissional, e com a

participação de equipe deste Estabelecimento, foram planejadas reformas gerais

e pintura de todas as instalações existentes e a construção de novos:

alojamentos masculinos e femininos, laboratórios de informática, solos,

agroindustrialização, biblioteca, garagens, depósitos, lavanderia, etc..

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Em julho de 2003 assume a Direção o Engenheiro Agrônomo DIRCEU

BARRETA e os seguintes auxiliares:

Diretores - Auxiliares:

- UDP = Professor Elmo Bufon, a partir de outubro de 2003;

- UDP = Munir Name Filho.

- Pedagógico = Professor Bernardo Rauta, até julho de 2004;

- Pedagógico = Professora Maria Chiarani Menegussi, a partir de agosto de 2004.

Gerentes da Unidade Didático-Produtiva:

- Agricultura: Engenheiro Agrônomo Waldemar Kleinibing, no período: 2003.

- Agricultura: Engenheiro Munir Name Filho, no período: 2004.

- Pecuária: Médico Veterinário, Elmo Bufon, no período: 2003 a 2004.

Nesse período, volta o Ensino Médio, assim como o curso Técnico em

Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, o Subseqüente e a implantação do

curso Técnico em Meio ambiente. Algumas ações ocorridas neste período:

- Conquistou-se através da participação em concurso a nível nacional, entre

escolas agrícolas, um laboratório de informática, com 25 computadores

completos, da FUNDAÇÃO VITAE.

- Através da Fundepar, foi conseguido a ligação da Rede de Esgoto Municipal da

Sanepar.

- Adquiriu-se um ônibus Mercedes Bens - ano 1982, através da Secretaria de

Estado do Trabalho e Promoção Social.

- Adquiriu-se uma Plantadeira – Plantio Direto, nova, custeada pela Fazenda

Santa Tecla em convênio com a Marchesan Implementos Agrícolas e Clevetel.

- Houve a montagem de uma loja de produtos excedentes do colégio, produzidos

pela agroindústria do mesmo.

- Implantou-se um Pomar na escola, com espécies e variedades diversas, dentre

elas: citrus, frutas de caroço, caqui, qiwi, etc.

- Foi estabelecida uma parceria com: Cleveleite, Iapar, Cefet/Pr, Emater/Pr,

Coodetec, Camisc, Coamo, Agroeste, Embrapa, Seab, Iap, Sanepar, Cooplantio,

Fesc, entre outros.

Na gestão 2005/06 continua na Direção, agora eleito pela comunidade

escolar, o Engenheiro Agrônomo DIRCEU BARRETA e seus diretores auxiliares:

Diretores - Auxiliares:

- Pedagógico = Professora Maria Chiarani Menegussi

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- Unidade Didático-Produtiva = Engenheiro Agrº Munir Name Filho.

Em 2007/08 permanece a mesma direção, onde o Profº Munir Name Filho

pede transferência para Palmeiras, assumindo o cargo o Profº Nelson Alexandre

Zarth. Neste período houve várias aquisições e construções, tais como:

- Aquisição de um ônibus Scania, através da Receita Federal.

- Aquisição de um Mini-Trator, 200 toneladas de Calcário, galinhas poedeiras (que

foram distribuídas aos pais de alunos agricultores do Paraná), através da

Secretaria da Agricultura e Abastecimento.

- Aquisição de um Viveiro de Mudas Nativas, através do IAP - PR, para fornecer

gratuitamente mudas para mata ciliar da região.

- Projeto “Água Limpa”, com parceria da SANEPAR e CEEPAB, para limpeza e

proteção da mata ciliar do Rio Brinco, com alunos do Curso de Meio Ambiente.

- Feitio do asfalto de acesso e também a pavimentação interna do colégio, através

do DER.

- Aquisição do SETI (Secretaria de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior) foi

construída a estrutura de um laboratório.

- Neste período foram realizadas diversas reformas nas instalações agropecuárias

da escola-fazenda.

- Construção de um refeitório e banheiros para a agroindústria.

- Construção da cerca da horticultura e de piquetes da bovinocultura leiteira.

- Montagem do setor de Caprinocultura, com a doação de 11 fêmeas e 1

reprodutor, pelo IAPAR.

- Montagem da Semana de Atualização Agropecuária, sendo esta realizada todos

os anos, para aperfeiçoamento técnico para as turmas de terceiro ano e

subseqüente de agropecuária e meio ambiente; com a parceria de diversas

empresas e instituições de ensino.

Para a gestão 2009/2011, assume a direção, eleito por votação de toda a

comunidade escolar, o professor DIRCEU BARRETA, tendo como diretores

auxiliares:

Diretores – auxiliares:

- Pedagógico: Profª Maria Chiarani Menegussi, que licenciou-se em maio de 2009

para o PDE, sendo substituída até agosto de 2010, a Profª Sílvia Letícia

Zanmaria.

16

- Unidade Didática Produtiva: Profº Nelson Alexandre Zarth.

As principais ações deste período foram:

- Aquisição de um Micro-ônibus novo entregue pela SEED.

- Aquisição de um trator, semeadeira de plantio direto, pulverizador, distribuidor

de esterco, escarificador e carreta, entregues pela SEED.

- Projeto “Qualidade do Leite”, em parceria com SEED, Seab, Seti, Emater, Iapar,

APCRH, sendo adquirido um Fiat Uno e um Data- Show com telão.

- Programa de Irrigação Noturna – PIN, com montagem de toda a infraestrutura

de irrigação na horticultura e uma estufa – túnel alto, através da SEED, Copel.

- Projeto EXPOAB: realizado pelos alunos de terceiro ano, onde a escola-fazenda

é apresentada para alunos de outras instituições de ensino, do município de

Clevelândia e da região.

- Montagem do setor de Ovinocultura, com a aquisição de 10 fêmeas da raça

Texel.

- Projetos: Viveiro e produção de mudas florestais; Minhocário; pomar

experimental; agroindústria de leite e carne; fabricação de produtos de limpeza.

- Construção e implantação com acervo dos laboratórios: - Laboratório de

Agropecuária – Laboratório de Meio Ambiente- Laboratório de Agroindústria –

Laboratórios básicos de Biologia, Física, Informática, Matemática e Quimica -

convenio com o Governo Federal (750018/2008) “Programa Brasil

Profissionalizado”.

- Reforma e adaptação da sala de reuniões.

- Reforma e pintura com recursos próprios dos prédios: administrativo e

pedagógico.

- Reforma de equipamentos agrícola.

- Reforma e manutenção, e conservação dos setores de agropecuária.

- Aquisição de um FIAT UNO.

- Aquisição de netebook, filmadora, computadores, impressora para utilização nas

atividades pedagógicas (alunos, professores, coordenação).

3. ESPAÇO FÍSICO

17

3.1 Ambientes Didático – Pedagógicos:

Salas de aula

Salas de aula Área (m²)

N° Alunos

Finalidade

Sala 01 50 45 1º ano Sala 02 50 45 1º ano Sala 03 50 45 1º ano Sala 04 50 45 2º ano Sala 05 50 45 2º ano Sala 06 50 45 2º ano Sala 07 50 45 3º ano Sala 08 50 45 3º ano Sala 09 50 45 3º ano

Agr

opec

uária

In

tegr

ado

Sala 10 50 45 1º Semestre Agropecuária Subseqüente

Sala 11 50 45 3º Semestre Agropecuária Subseqüente

Sala 12 50 45

Aulas teóricas e práticas. Salas

equipadas com TV pen-drive, e

disponibilidade de utilização

equipamentos como DVD, vídeo-cassete

e computadores

Meio Ambiente Subseqüente

Laboratórios

Laboratórios Área (m²)

N° Alunos Finalidade

Laboratório Informática 01

50 20

Viabilizado pela Fundação Vitae

Laboratório Informática 02

35 20 Paraná Digital

Laboratório Informática 03

15 10

Aulas teóricas e práticas,

possibilitando pesquisas on line, participação em

cursos e palestras por vídeo-

conferência, além da interação em grupos

de discussão disponibilizados na

web.

Proinfo

Biblioteca

Área (m²) N° Alunos

Finalidade

103 50 Pesquisas e aulas com áudio visuais.

Ginásio com quadra poli – esportiva

Área (m²) Finalidade 1.500 Atividades de Educação Física, Atividades

extracurriculares e outros.

18

Campo de futebol suíço

Área (m2) Finalidade Está sendo finalizado com o plantio de grama e

marcação dos limites. Tem por objetivo a prática de esportes que sejam possíveis neste ambiente, como também atividades extra-curriculares dentro do ambiente da escola.

Salas de Direção e Orientação Pedagógica

Área (m²) Finalidade

16

Atendimento a alunos, professores, pais e toda a comunidade escolar no âmbito pedagógico. Neste ambiente estão localizados os aparelhos de vídeo-cassete, DVDs, e acervo digital, onde sua disponibilidade ao professor é controlada pela equipe pedagógica e coordenações.

Sala de coordenação de cursos e estágio

Área (m²) Finalidade

16

Atendimento a alunos, professores e pais, auxiliando, na medida da necessidade, a equipe pedagógica e integração constante com a Unidade Didático-Produtiva (UDP). Neste ambiente estão as coordenações de curso e estágio – Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente.

Sala de Professores

Área (m²) Finalidade

28 Sala de permanência e realização de hora-atividade.

Cozinha – Cantina

Área (m²) Finalidade

18 Preparação da Merenda Escolar.

3.2 Ambientes Administrativos e Internato

Direção Geral

Área (m²) Finalidade 21 Atendimento de pessoal

Contabilidade – Financeiro

Área (m²) Finalidade 16 Realização dos tramites financeiros

19

Secretaria

Área (m²) Finalidade 9 Fechamento de notas – SERE

Documentação – Telefonista

Área (m²) Finalidade 16 Acervo de documentação e telefone (Ramal)

Coordenação de internato – almoxarifado

Área (m²) Finalidade

50 Depósito de material de limpeza, alimentação e material sobressalente; administração internato.

Sala da Unidade Didático Produtiva UDP – Departamen to Técnico

Área (m²) Finalidade

50 Salas de planejamento e fechamento dos setores da escola-fazenda.

Sala de Reuniões

Área (m²) Finalidade

60 Para palestras e reuniões, com utilização de áudios-visuais.

Refeitório

Área (m²) Finalidade 160 Ambiente próprio para servir as refeições dos alunos

internos e semi-internos.

Cozinha

Área (m²) Finalidade 160 Ambiente próprio para o feitio das refeições dos alunos

internos e semi-internos.

Almoxarifado da cozinha

Área (m²) Finalidade 50 Depósito temporário de alimentos.

Padaria

Área (m²) Finalidade 20 Ambiente para feitio de pães, bolachas entre outras

massas para consumo de refeitório do CEEPAB.

3.3 Ambientes da Escola – Fazenda

Mecanização

Área (m²) Finalidade

20

1650 Setor de manutenção e controle de máquinas e implementos

Horticultura

Área (m²) Finalidade

7.000 Setor de produção hortícola, com estufas, irrigação. Sua produção é destinada ao internato do CEEPAB e possível excedente para comercialização local.

Área de Lavoura – Produção de Grãos

Área (m²) Finalidade

45.000 Setor de suprimento de grãos para a escola (milho, feijão, etc)

Fruticultura

Área (m²) Finalidade

3.000 Setor de produção de frutas, realização de práticas e produção de frutas para o internato.

Campo agrostológico

Área (m²) Finalidade

200 Setor de identificação de variedades forrageiras, ciclos, desenvolvimento, campo experimental.

Agroindústria de Leite / Laboratório de análise de leite

Área (m²) Finalidade

80 Setor didático – produtivo do processamento de derivados de leite, para consumo do internato e excedente venda externa.

Agroindústria de Carne

Área (m²) Finalidade

80 Setor didático – produtivo do processamento de embutidos de carne, para o consumo do internato e excedente para venda externa.

Minhocário

Área (m²) Finalidade

100 Setor de produção de húmus e aproveitamento de lixo orgânico.

Viveiro de Produção de Mudas Florestais

Área (m²) Finalidade

100 Setor didático – produtivo, para produção de mudas nativas, em convênio com o IAP.

21

Bovinocultura de Leite – Sala de Ordenha

Área (m²) Quantidade Finalidade

113

31

Setor didático – produtivo, para manejo e produtivo, para realização de práticas e produção consumida no internato e agroindústria de leite.

Bovinocultura de Corte – Confinamento

Área (m²) Engorda Finalidade

300

08 Setor didático – produtivo, para realização de manejos, através de práticas e produção consumida no internato.

Avicultura de Corte

Área (m²) Lote Finalidade

240

Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.

Avicultura de Postura

Área (m²) Lote Finalidade

276

Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.

Caprinocultura

Área (m²) Quantidade Finalidade

10000

39

Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.

Ovinocultura

Área (m²) Quantidade Finalidade

10000

10

Setor didático – produtivo para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna,

Suinocultura – Maternidade, creche, engorda e cama sobreposta.

Área (m²) Quantidade Finalidade

700

145

Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.

Cotornicultura

Área (m²) Quantidade Finalidade

22

32

16

Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.

Cunicultura

Área (m²) Quantidade Finalidade

32

11

Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.

Fábrica de Ração

Área (m²) Finalidade

43 Processamento de rações para os diversos setores do CEEPAB.

3.4 Ambientes com Projeto de Reforma e Construções

Alojamentos Femininos e Masculinos

Área (m²) Quantidade Finalidade

03 blocos Para alunos internos que estudam na escola.

Laboratórios de Matemática, Química, Física, Biologia e Informática

Área (m²) Quantidade Finalidade 60/cada 04 Práticas de aulas contextualizadas com a teoria de sala

de aula.

Agroindústria de produtos de origem animal e vegeta l

Área (m²) Quantidade Finalidade 360 02 Setor com a finalidade de realização de aula prática e

produtiva.

Laboratório de Química e Biologia (Reforma)

Área (m²) Quantidade Finalidade 70 01 Para a realização de aulas práticas.

Banheiros Setor Pedagógico (Reforma)

Área (m²) Quantidade Finalidade 02 Aumentar o numero de banheiros para atender as

necessidades existentes

Reforma da escada de acesso Administrativo – Pedagó gico

Área (m²) Quantidade Finalidade 01 Construção de passarela com cobertura

23

4. OFERTA DE CURSOS E TURMAS

O Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil, no ano de 2011,

tem matriculado 480 alunos entre internos, semi-internos e externos. Estes alunos

são oriundos de 60 municípios de 03 estados: Paraná (39 municípios), Santa

Catarina ( 19 municípios), Mato Grosso (02 municípios) e Paraguai (de diversas

regiões do país), sendo estes alunos provenientes de um acordo assinado entre o

Governo do Paraná e o Governo do Paraguai, para estudar em escolas

profissionalizantes, no curso de Técnico em Agropecuária, entraram 08 alunos no

ano de 2009, no Curso Técnico em Agropecuário - Subsequente e 05 alunos no

ano de 2010, no Curso Técnico em Agropecuária - Integrado, distribuídos a

seguir:

Curso Série Nº turmas

Nº alunos

1ª 03 98 2ª 03 93 Técnico em Agropecuária Integrado 3ª 03 76

Técnico em Agropecuária Subseqüente

1º e 3º Sem. 02 49

Técnico em Meio Ambiente Subseqüente

1º e 3º Sem.

01

25

CELEM Básico/ 1ª e 2ª Fase

04 71

Projeto Segundo Tempo - 04 104

Em 2011 o CEEP Assis Brasil matriculou 576 alunos, sendo 290 no curso

de Técnico em Agropecuária Integrado, 59 no curso de Técnico em Agropecuária

Subsequente e 52 no curso de Técnico em Meio Ambiente Subsequente. E

também com matrículas em curso de contra turno, como: CELEM (1ª fase, 2ª

fase) , e o projeto Segundo Tempo. Hoje estes alunos estão utilizando as 12

salas de aulas, ginásio de esportes da escola e salas de informática, sendo

distribuídos conforme quadro a seguir:

Curso Série N/turmas Total 1ª 03 2ª 03 Técnico em Agropecuária Integrado 3ª 03

09

Técnico em Agropecuária Subseqüente 1ª Sem. 3ª Sem.

01 01

02

Técnico em Meio Ambiente Subseqüente 1ª Sem. 3ª Sem.

01 01

02

24

Esta Instituição formou até 2010, um total de 2.693 Técnicos nas diversas

modalidades ofertadas, cuja grande maioria destes ocupando cargos de destaque

no País, levando o nome desta instituição de ensino a ser conhecido e

reconhecido, principalmente na região Sul, como referencial no ensino

agropecuário.

4.1 Caracterização da Comunidade Escolar: alunos, pais, professores,

funcionários e equipe de direção

A educação é um processo fundamental para o homem porque, ao

contrário dos outros animais, o ser humano não recebe na sua herança genética

toda a herança acumulada pelas gerações anteriores no seu processo de ação

sobre a realidade.

Sendo assim, aquilo que caracteriza, de fato, um ser humano, do ponto de

vista histórico e social, é o seu ser genérico, ou seja, a herança cultural da

humanidade, da qual esse indivíduo vai se apropriando ao longo de sua

existência e que contribui para expandir.

Também a história de cada ser humano está marcada por esse processo

na medida em que cada um precisa se apropriar da cultura acumulada pelas

gerações anteriores, mas ao mesmo tempo precisa criar novas objetivações

correspondentes às suas idéias e aos desafios de seu tempo. Cabe à educação

propiciar que tal apropriação ocorra, bem como dotar o indivíduo de instrumentos

para criar essas novas objetivações.

Frequentemente no CEEPAB são realizados debates para realizar um

levantamento de dados sobre a comunidade escolar, acontecendo em momentos

diferentes, com a participação de professores e funcionários, ocorrendo na

semana pedagógica com um trabalho integrado entre os diversos setores e

também em algumas reuniões durante o ano, culminando com o Fórum de

desenvolvimento com a participação de todos os segmentos do Estabelecimento

(direção, professores, técnicos, funcionários, alunos e representantes da

comunidade).

Sabemos que na região Sul do Brasil, com relação às atividades

econômicas existe um predomínio do setor agropecuário, com pequenas e

médias propriedades (90% dos nossos alunos são filhos de agricultores), frente a

25

esta realidade urge a necessidade de investir numa educação de qualidade e

direcionada para os filhos desses agricultores, para que os mesmos tragam sua

herança familiar, complementem seus conhecimentos de vivência com

conhecimentos científicos (teóricos e práticos) para que possam futuramente

voltar e permanecer no campo, levando concepções de novas tecnologias,

processos produtivos e conhecimentos para o desenvolvimento de suas

propriedades.

Considera-se ainda que maioria dos pais são agricultores, com nível de

escolaridade de 3º a 5º séries, mães donas de casa, com escolaridade de 1º a 4º

séries. A renda familiar média varia de 3 a 5 salários mínimos. A família em sua

grande maioria é composta por 4 pessoas (pai, mãe e somente 1 irmão).

Todos os alunos matriculados no CEEPAB são na grande maioria filhos de

pequenos agricultores, que buscam o aprimoramento técnico para melhorar as

condições de vida na sua própria propriedade ou em propriedades da região e até

em outras regiões (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul entre outros), empresas e

cooperativas, que buscam uma profissionalização que envolva a agricultura e a

pecuária para seguir carreira na veterinária ou na agronomia. Salientamos

também os egressos do Curso Técnico em Agropecuária, muitos trabalham em

suas propriedades, outros buscam dar continuidade aos seus estudos e hoje

iniciam, ou já terminaram o curso superior em agronomia, veterinária ou

engenharia agrícola.

No ano letivo de 2011, constatou-se que a grande maioria dos alunos do

colégio pertence ao Estado do Paraná, perfazendo um total de 264 alunos, em

segundo lugar o Estado de Santa Catarina com 107 alunos, 1 aluno do Rio

Grande do Sul, 2 alunos do Mato Grosso e 13 alunos do Paraguai.

Historicamente, a escola vem relatando e defendendo que seu papel é o de

formar os indivíduos para a sociedade. Essa mesma sociedade da forma como

está estruturada não comporta homens e mulheres com saberes e entendimento

da vida da forma como aprendem na escola.

Sabemos que a mudança significa construção . E é isso que a escola

pode promover no seu pedagógico. É através da sua proposta político -

pedagógico consciente da realidade e das lutas necessárias que a população

brasileira terá acesso ao mundo da crítica, da reflexão, da análise, do

26

enfrentamento tão necessário à superação da ideologia dominante historicamente

perpetuada na educação do povo brasileiro.

É importante que a Educação esteja comprometida com uma proposta que

coloque a defesa da vida como valor maior da nossa ação pedagógica. É preciso

pensar o homem como sujeito de direitos: direito à alimentação, à saúde, ao

trabalho, ao lazer, à expressão política, ao salário justo, direito à habitação, à livre

expressão, à livre organização, à escolha livre de um credo ou não... Estes são

caminhos para a formação da consciência e de uma prática solidária. Somente

quando mergulhamos na ótica de uma educação pelo “mais”, conseguiremos

provocar uma atitude que conduza ao inconformismo e à mudança.

A Escola tem o seu papel no processo de mudança, mas os meios de

socialização são os mais variados possíveis (família, igreja, partidos, sindicatos,

meios de comunicação...). Onde existem relações humanas se faz educação.

Nossa prática educativa se faz a partir de concepções e teorias que ajudam a

explicar e a entender a realidade. Logo, o saber e a forma de conhecimento

ajudam a explicitar o horizonte da sociedade que queremos construir.

E com isto, podemos definir que o quadro de professores da escola esta

em contrapartida a nossa clientela, pois contamos com 42 professores, uma

grande maioria são especialistas, mestrados, dentre outras, quanto aos

funcionários que são 61, em sua maioria estão buscando até uma graduação e

cursos frequentemente, o que faz com que ocorra um desenvolvimento de um

trabalho com competência e dinamismo, atuando em áreas especificas de

formação. Vindo em direção aos três eixos da formação de professores, que é:

“conhecimentos específicos de uma área profissional; formação didático-político-

pedagógica, integração entre EPT (ensino profissional e tecnológico) e a

educação básica”.

Quanto a escola, há plena convicção de um ambiente propício e

caracterizado com a realidade de cada atividade de aprendizado técnico, com

ampla diversificação nas áreas de agricultura e pecuária, buscando uma proposta

diversificada, com tecnologia apropriada e constante busca de processos

produtivos, para ampliação de conhecimento.

Quanto aos alunos, temos um grupo bom e dedicado, mas em contra partida

também existem aqueles indisciplinados, que não levam o ensino a sério,

individualistas e acomodados. Almejamos e trabalhamos para que os alunos

27

sejam cada vez mais dedicados e integrados, buscando sempre conhecimento

teórico-prático, éticos, intensificando a formação na área de extensão. E também

podemos citar que nos últimos anos os alunos para o ensino profissional, chegam

cada vez mais novos, com certa imaturidade, sem condições de definir uma

concepção profissional adequada e convicta, como também, a existência de uma

extrema desigualdade socioeconômica que obriga grande parte dos filhos da

classe trabalhadora a buscar a inserção ao mundo do trabalho visando

complementar o rendimento familiar, ou até mesmo a auto-sustentação, muito

antes dos 18 anos de idade.

A educação é o caminho mais plausível a oferecer retorno. É preciso uma

interação entre todos os envolvidos (família, instituições sociais, comunidade)

todos precisam colaborar na construção do saber para que haja renovação no

mundo, renovação de conceitos, valores, postura e ética.

Tendo papel singular e fundamental no desenvolvimento das pessoas, a

educação escolar deve preparar para o exercício da cidadania, compreensão

mútua entre os povos e a concretização da democracia, preocupando-se também

com a ética.

Frente a esta realidade populacional, e da própria história da educação no

Brasil, que apresenta experiências da história de perdas, de exclusão e de

manutenção dos privilégios de minorias, assim é através de uma educação

inovadora que podemos conscientizar e conceituar uma próxima geração.

5. OBJETIVOS

O Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil desenvolve suas

atividades com o objetivo de proporcionar ao educando a oportunidade de:

• Desenvolver a formação da pessoa quanto aos seus valores, à integração

do seu projeto individual ao projeto da sociedade em que se situa;

• Desenvolver através do processo ensino-aprendizagem, concepções

profissionais e pessoais de forma que o mesmo volte para seu meio de

convivência e desenvolva tecnologias adaptadas a sua realidade no meio

rural;

• Aprimorar o educando como ser humano, incluindo a formação ética e o

desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

28

• Preparar e dar a orientação básica para o mundo do trabalho, garantindo

seu progressivo aprimoramento profissional que permita acompanhar as

mudanças que caracterizam a produção do nosso tempo;

• Proporcionar aprendizagem, de forma autônoma e crítica, em níveis mais

complexos de estudos (pesquisas e projetos de campo) primando pela

qualidade;

• Aplicar a teoria sobre a conservação e preservação do Meio Ambiente,

desenvolvendo projetos na comunidade que abrange a CEEPAB;

• Usar inteligentemente as diferentes aptidões dos membros do grupo de

trabalho e reconhecer a necessidade dos recursos externos e da

respectiva utilização;

• Criar uma atmosfera em que alunos, professores, coordenadores,

pedagogos e pessoal de apoio sejam estimulados a questionar, a desafiar

continuamente, constituindo um esforço no sentido de trabalho.

• Compreensão dos fundamentos científicos tecnológicos dos processos

produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino-aprendizagem,

levando em conta os limites e contradições daí decorrentes, os quais

influenciam os processos de formação humana no seu meio social.

• Contribuir para o desenvolvimento social, profissional e pessoal de seus

alunos, egressos do ensino médio e produtores rurais, através de ações

educativas, culturais e de apoio, voltadas para formação/especialização de

pessoal qualificado para uma melhor inserção na realidade do meio rural.

• Oferecer aos alunos os cursos técnicos visando formar um profissional com

habilidades técnicas e científicas, capaz de atuar conscientemente

determinando tecnologias economicamente viáveis às várias regiões,

procurando atender as expectativas dos alunos e da comunidade em geral.

• Formar profissionais técnicos, conscientes e comprometidos com a saúde

pública e com a preservação do meio ambiente, numa perspectiva de

desenvolvimento rural e urbano sustentável.

• Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população urbana e

rural.

29

• Formar profissionais capazes de atuar no mundo do trabalho com

qualidade, em condições de competir no mercado globalizado.

• Cumprir a função social da Escola, colaborando com a melhoria das

condições da vida da população, com a diminuição da poluição ambiental,

através de novas alternativas a todos os empreendimentos.

MARCO SITUACIONAL

Não somos pescadores domingueiros, esperando o peixe.

Somos agricultores, esperando a colheita, porque a queremos muito, porque conhecemos as sementes, a terra, os ventos e a chuva,

porque avaliamos as circunstâncias e porque trabalhamos seriamente. (Danilo Gandin)

As constantes inovações tecnológicas e dificuldades econômicas das

atividades agrícolas emergentes exigem que sejam feitas atualizações constantes

dos produtores em toda a cadeia produtiva para desenvolver um crescimento

sustentável da atividade, pois de acordo com a FAO (2006), a única alternativa

realista consiste em proporcionar aos agricultores os conhecimentos (capacitação

e tecnologias compatíveis com os recursos que realmente possuem) para que

eles mesmos possam solucionar seus problemas com menor dependência dos

fatores escassos e inacessíveis, e com a máxima eficiência na utilização dos

fatores disponíveis e acessíveis. Os repasses de conhecimentos através da

capacitação técnica sobre os sistemas de produção e a busca de novas

tecnologias visam o crescimento da atividade e a inserção dos produtores

familiares na atividade, com capacidade de gerar renda, viabilizando assim sua

propriedade.

1.1 DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, M UNICÍPIO E

ESCOLA

Nas últimas décadas temos acompanhado um crescente desenvolvimento

técnico-científico, caracterizado pela integração efetiva entre a ciência, tecnologia

e produção. As palavras de ordem, que caracterizam a época em que vivemos e

que aparecem como grandes objetivos deste momento histórico são:

30

pluriculturalismo, globalização, consumismo, competição permanente e

enriquecimento rápido.

O Brasil participa diretamente do contexto histórico mundial,

desempenhando papel relevante na economia mundial, passando de país

coadjuvante à protagonista da construção do capitalismo global. É nesse

contexto, que muitos de seus cidadãos recebem a marca da exclusão,

esmagados, sobretudo, pela concentração de renda que ferozmente cresce a

cada dia.

A Educação, instrumento reconhecidamente apropriado para promover

mudanças radicais nas condições de vida de um povo, ainda nos dias atuais, tem

figurado como peça emblemática do discurso daqueles que chegam ao governo.

No entanto, diante dos novos paradigmas educacionais da atualidade, o

papel da escola no Brasil, tornou-se o de garantir o acesso ao conhecimento de

qualidade por parte de todas as crianças e jovens a fim de que se situe no mundo,

um mundo imenso e rico em avanços civilizatórios, mas que apresenta imensos

problemas de desigualdade social, econômica e cultural, de valores e de

finalidades.

Nessa conjuntura um pouco humanizante há, um aspecto bastante

animador. Cresce a atuação social em ações e campanhas em prol da garantia

dos direitos fundamentais da pessoa, clamando por outra globalização, que passe

pela solidariedade, respeito aos direitos humanos, inclusão social, real

democracia e fortalecimento de uma cultura de Paz.

Um dos temas que mais desperta atenção na atualidade é o do meio-

ambiente. Não se trata simplesmente de preservar o equilíbrio dinâmico dos

ambientes vitais, com a regeneração de ecossistemas degradados pela ambição

humana e pelo processo de industrialização, e também um trabalho sério e

duradouro a respeito da sustentabilidade na propriedade rural, reconhecer e

desenvolver um produto sustentável.

A Escola é um espaço propício a um mundo de possibilidades que se

alargam, potencializando conhecimento e sistematizando descobertas em

formulações teóricas novas. Dessa forma, apresenta-se como desafio uma

Educação de qualidade que busque contribuir na transformação da realidade do

país, promovendo o bem comum, o desenvolvimento sustentável, a solidariedade,

a justiça, a inclusão social, o respeito à vida, a Paz e o Bem.

31

Uma das tarefas da escola pública no Estado do Paraná é a de inserir

crianças e jovens, tanto no avanço como na problemática do mundo, através da

reflexão, do conhecimento, da análise, da compreensão, da contextualização, do

desenvolvimento de habilidades e de atitudes, visando formar cidadãos críticos,

participativos e criativos, que sejam capazes de incorporar conhecimentos e

comportamentos que os levem à transformação para que promovam uma

sociedade mais ampla, justa e humana, de acordo com seus valores e ideais.

A escola, desse modo, é entendida como o lugar de construção e

desenvolvimento da capacidade de integração, de tomada de decisões, de

trabalho em equipe, de assimilação de mudanças, de exercício de solidariedade,

de acolhida e respeito às diferenças para que a educação aconteça de forma a

promover a autonomia e a cidadania.

No Sudoeste do Paraná, que é onde esta inserida o CEEPAB, e também

donde advêm nossos alunos é uma região que prevalece a Agropecuária, nas

suas diversas áreas de produção, que são: na agricultura: soja, milho, feijão, trigo,

triticale, azevém e aveia; e na pecuária: bovino de leite e corte (integração

Pecuária-lavoura) aves, suínos, ovinos, caprinos, equinos; e no reflorestamentos:

eucalipto e pinus. Com sistema de mecanização e tecnologias, referentes à

diversidade sócio-econômica de cada propriedade, encontram-se grandes,

médias, pequenas propriedades, enfatizando a Agricultura Familiar caracterizada

pela grande necessidade de mão-de-obra especializada para o beneficiamento e

desenvolvimento, com grande alternativa de crescimento e destaque no setor.

A força do cooperativismo que também é bastante expressiva na região e com

formação de associações de produtores em diversas áreas de produção que

apóiam o desenvolvimento, crescimento e treinamento do setor para ampliação

das atividades.

Outro aspecto relevante que o CEEPAB apresenta o contato direto e diário

que o aluno têm com professores, técnicos, funcionários e direção devido ao

regime do internato e semi-internato, bem como a fazenda que pode ser utilizada

como laboratório diariamente. Procurando repassar aos alunos questionamentos

referentes à vivência, comprometimento e responsabilidade, ética, cidadania,

liberdade de expressão e humanidade, buscando freqüentemente desenvolver um

trabalho dinâmico e tecnologicamente avançado, para dirimir possíveis dúvidas,

para a prática real do profissional.

32

Devido às grandes mudanças da sociedade de um modo geral, em nível de

município a escola vem ajustar a tais modificações buscando nortear seus

princípios filosóficos dentro de um perfil que a coloca como principal receptora e

geradora do contínuo processo de aprender. Uma educação que seja a base das

transformações sociais, buscando assim a formação integral dos alunos para que

os mesmos possam compreender seus deveres e direitos perante a sociedade.

Sendo assim, a escola é vista como um espaço de todos e para todos, buscando

alternativas que garantam o acesso e a permanência de todas as crianças e

adolescentes no seu interior, respeitando o aluno com necessidades educativas

especiais suas características próprias , abandonando os rótulos e as

classificações. Portanto, o que se deseja realmente na educação do município é

uma escola compromissada com a educação de todos os alunos.

São muitos os momentos que envolvem a construção do Projeto Político

Pedagógico, podendo ser de forma formal e informal, mas que eleva a

importância de entender e aceitar o aluno como um ser diferente, com suas

limitações, sua herança cultural, sua visão do mundo e de conhecimento,

procurando fazê-lo entender que a educação não é apenas armazenar

informações, mas sim criar e recriar o conhecimento. A escola também esta

realizando um exercício constante de conscientização e estudo referente a

importância da escola para cada participante da Comunidade escolar, através da

semana pedagógica, DEB e DET, horas de estudo, entre outros.

1.2 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA

PRÁTICA DOCENTE: REFLEXÃO TEÓRICO – PRÁTICA

Vários autores (Giroux,1997; Kincheloe, 1997; Coelho, 1996; Pimenta,

1996; Brzezinski, 1996; Weber, 1996; Nóvoa, 1995; Santiago, 1994; entre outros)

têm procurado discutir a formação e a prática pedagógica do professor, buscando

alguns elementos que possam contribuir com a qualidade da educação. A

formação profissional do professor, como possibilidade de compreender e exercer

criticamente seu trabalho constitui-se num componente essencial de seu processo

de profissionalização e, como elemento fundamental da qualidade da prática

profissional, precisa ter como preocupação central à apropriação dos

conhecimentos próprios da ação docente.

33

A construção da qualidade do ensino pressupõe uma formação

pluridimensional, que garanta uma sólida formação geral, para que o professor,

ciente das exigências que o contexto em que atua faz e proprietário das

competências necessárias à sua ação, ao mesmo tempo possibilitando a

construção das competências básicas (reflexão, argumentação, senso crítico,

racionalidade prática, criatividade etc.), possa criticamente fazer uso dos saberes

docentes. Esses saberes docentes são utilizados como um reservatório de

conhecimentos (Gauthier et al., 1996) que os professores mobilizam no exercício

de sua profissão: o saber disciplinar, o saber curricular, o saber das ciências da

educação, o saber da ação pedagógica, o saber experiencial e o saber da

tradição pedagógica (Tardif et al., 1991; Gauthier et al., idem e Pimenta, 1996).

E é através da construção diária do conhecimento de professores e alunos

que se tornam pessoa evoluída, ou seja, o aprendizado não necessariamente tem

que ser formal (estudos programados), mas sim a qualquer momento em troca de

informações e conhecimento, complementando com a herança histórica de cada

um, tornando-nos conhecedores críticos. Mas enquanto professores ainda

precisamos assumir uma postura ética profissional condizente com a nossa

função. A diversidade de situações contraditórias e conflitantes com as teorias da

prática docente são freqüentes, e é necessário muito jogo de cintura e

conhecimento.

Porquanto, repensar a formação de professores a partir da análise das

suas práticas pedagógicas tem se revelado como uma das perspectivas

importantes. Nesse sentido, "é no contexto da escola que o docente constrói a

sua profissão" (Nóvoa, 1995: 25). Desta forma, ela tem a possibilidade de se

constituir em um núcleo de formação permanente de professores, um espaço de

discussão e ação, com parcerias, por meio de um processo de reflexão sobre o

que fazer, como fazer, e porque, capaz de dar respostas às necessidades

surgidas da análise da prática docente. A "formação não se constrói por

acumulação (de cursos, conhecimentos, técnicas ou um extenso currículo), mas

sim, mediante um trabalho de reflexividade crítica sobre ás práticas e de

reconstrução permanente de uma identidade pessoal" (Nóvoa, 1995: 25).

Pois a construção de uma prática reflexiva requer do professor a

investigação contínua de seu fazer pedagógico, pela atenção não só ao

observável, ao falado e ao escrito, mas também ao não-realizado, ao não-falado e

34

ao não-escrito, que podem indicar limites no processo de aprendizagem dos

alunos, na comunicação em sala de aula, nas situações diversas de ensino e de

avaliação e na relação pedagógica, cuja competência pode e deve ser construída

já na formação docente. Essa prática reflexiva pressupõe a curiosidade constante

do professor para com os alunos, um pensamento ágil e apurado e a sistemática

de reflexão permanente sobre o processo ensino-aprendizagem, numa

perspectiva de ação-reflexão-ação, ou seja, resolver rapidamente cada situação

que ocorra em sala (agressividade, alunos usuários de drogas, sexualidade,

doenças sexuais, e a inclusão). Neste contexto a avaliação assume o

compromisso muito importante com o sucesso da aprendizagem a partir de um

processo permanente de reflexão sobre a qualidade do ensino e se inscreve

numa concepção de conhecimento situado cultural, histórica e politicamente, a

qual carrega os traços, os valores, os significados atribuídos pelos sujeitos.

Mas o que necessitamos para permanecermos seres humanos não é

muito diferente nos diferentes mundos que vivemos. A diferença é no tipo

de ser humano que nos tornamos em cada um deles, porque nos

tornamos um tipo ou outro de ser de acordo como a maneira que vivemos

(Maturana, 2001, p.180)

Entendemos que o ofício de ensinar é circunscrito a profissionais que

tenham formação exclusiva na área, se tratando de cursos profissionalizantes

com especificidades em determinadas áreas, requerendo o cuidado por parte de

quem o pratica, no sentido de preocupar-se com a sua condução, na sua área de

formação e também em qualquer área do conhecimento. Recoloca-se que isso se

faz necessário pelas múltiplas dimensões de que se reveste esse trabalho, a

partir da sala de aula, para dar conta do social e do humano, com os quais um

professor, consciente ou não, estará lidando por força da investidura no cargo, ou

seja, o ato real em assumir sua profissão de formador.

Ser crítico é ter opinião própria sobre determinado assunto, é saber

argumentar sobre ele e responder também. Entre docência e discência existe a

diferença que é o saber, ou seja, como você ensina (docência) algo sem saber

(discência) nada sobre esse algo. Você tem que estar por dentro do assunto para

ensiná-lo, explicá-lo ou discuti-lo com alguém ou comparar com o conhecimento

prévio de seus alunos, lembrando-se sempre da ampla diversidade de cultura,

ideologias e herança histórica de cada aluno.

35

O educador Paulo Freire (1998) em sua obra Pedagogia da Autonomia,

centrando sua exposição nos saberes necessários à prática educativa, faz um

elenco de vinte e sete deles, colocando-os como exigências para o exercício

adequado do trabalho que envolve a educação. Agrupando-os, em três grandes

blocos, destaca que: - não há docência sem discência, e nesse campo realça a

importância do aluno, com o qual o professor interage, sendo ao mesmo tempo a

razão de ser da atividade educativa e igualmente, a convergência para a qual

todo o esforço a ser empreendido deve-se voltar; - ensinar não é transmitir

conhecimento, embora seja esse um dos componentes que dão configuração ao

processo ensino-aprendizagem, mas nos chama a atenção para uma série de

outras exigências que circundam o ato de ensinar, para que as dimensões social

e humana, possam se tornar conscientes na condução da prática pedagógica de

um professor; para finalmente realçar; - ensinar é uma especificidade humana,

prioridade que o educador fundamenta como sendo o cerne da compreensão que

o profissional, de qualquer área do conhecimento, envolvido na tarefa de ensinar,

deve primar por constituí-lo como o norte de sua busca constante, tanto em

relação a si mesmo quanto ao seu aluno. Ambos interagem, enquanto seres

humanos, mediados pela realidade social e em busca do conhecimento.

E para sintetizar a argumentação que esse autor veio sustentando a nossa

colocação neste texto que constitui toda a prática de nossos professores e a

divergência que ocorre entre a educação do docente e a prática real do dia a dia

em sala de aula. Essa realidade é observada no CEEPAB, que favorece

diretamente a compreensão e a fundamentação do seu entendimento.

Então uma visão na realidade presente e vivenciada pela sociedade

constitui-se num grande recurso que o educador dispõe para desenvolver sua

prática educativa. Neste sentido, observa-se em nossas escolas mudança

drástica no que diz respeito ao comportamento adotado por certos alunos e o

educador precisarão discernir sobre inúmeras situações deste gênero a fim de

promover ações educativas, que é o desafio de levar conhecimento ao educando

“problemático”.

Infelizmente nossas escolas não estão imunes dos reflexos que se fazem

presentes na sociedade, em que a violência, a miséria, pobreza, drogas,

inclusão/excludente, sexualidade, entre outras, é presente, e em muitas

realidades bem acentuada.

36

Entende-se, que a agressividade presente no ambiente escolar deve ser

observada pelo educador e estudada nos seus contextos psicológicos e

sociológicos a fim de se obter um quadro de entendimento que permita a

minimização dos problemas decorrentes da agressividade.

O professor no exercício de sua prática docente precisa discernir a questão

da agressividade, salientando que em nossa escola mesmo tendo toda a questão

de internato, alunos de diversas regiões com diferentes culturas e realidades da

própria formação da família (pais separados, criados pelos avós, etc) não temos

grandes problemas com a violência física, mas a agressividade verbal, sem

estrutura ainda é muito grande.

Neste sentido HICKEL (1996, p. 53) afirma que: O fracasso escolar é visto

como uma questão individual, própria de cada aluno e seus problemas. As altas

taxas de fracasso, por si mesmas, indicam que não podemos responsabilizar

apenas os alunos, ou apenas seus pais ou apenas os professores pelos

problemas da escola pública. Nenhum desses grupos, sozinho, poderia ser

responsabilizado por estatísticas tão sombrias como as do nosso quadro

educacional.

Assim, o educador não deve subestimar ou rotular a capacidade cognitiva

presente nos seus alunos, quanto ao processo ensino-aprendizagem visto que o

mesmo pode ser desenvolvido em qualquer circunstância independentemente de

fatores econômicos presentes em nossa sociedade diferenciada.

O processo educativo pode ser, assim, um espaço propício à

“desconstrução da violência” (Minayo et al., 1999) ou campo privilegiado para a

organização de ações que Chauí (1994) denomina de “contraviolência”. Trata-se

de incorporar, nesse processo, a tarefa de regular democraticamente a

convivência, de construir valores comuns e de reivindicar direitos legítimos, como,

uma educação de qualidade. Se, por um lado, é temerário depositar todas as

nossas esperanças na educação como antídoto de todos os “males sociais” é, por

outro, negligência esvaziarmos ao extremo a função que ela pode desempenhar

na sociedade atual.

No CEEP Assis Brasil busca-se através de diversos momentos, criados

unicamente para diminuir ou educar na forma de conhecimento estes problemas

em nossos alunos, que seria: palestra com profissionais da área (médicos,

psicólogos, enfermeiras, promotores, advogados, etc), reuniões de alojamento

37

com direção e coordenação de internato, atendimento aos pais através solicitação

da escola ou dos próprios pais, desenvolvimento de atividades pelos professores

em diversas áreas dos temas transversais ou desafios educacionais

contemporâneos, trabalho desenvolvido pela orientação-pedagógica através de

vídeos e conversações em grupo ou individual, e quando necessário é feito o

encaminhamento e atendimento psicológico.

Não podemos fechar os olhos para estas situações e trabalhar nosso

conteúdo, precisamos usar de nosso conhecimento como ser humano, ou seja,

conhecer e reconhecer estes problemas, para podermos com êxito trabalhar

nossa prática docente competente e humana, outra questão importante é salientar

que as escolas, ou seja, a nossa escola tem amplas instalações e equipamentos

para utilizar e dinamizar atividades para suprir conhecimento nestas situações.

II MARCO CONCEITUAL

2.1 CONCEITOS

A discussão com relação aos paradigmas de interpretação da realidade e

suas contribuições para o processo educacional exige a localização da relação

sujeito-objeto como a questão central. Compreender a relação sujeito-objeto é

compreender como o ser humano se relaciona com as coisas, com a natureza,

com a vida.

Este problema, central em todas as ciências, pode ser compreendido a

partir de diferentes abordagens. A dialética pode ser uma delas, assim como,

mais especificamente, o materialismo histórico-dialético, ou a dialética marxista.

Porém, é a dialética de Marx, construção lógica do método materialista

histórico, que fundamenta o pensamento marxista, como possibilidade teórica

(instrumento lógico) de interpretação da realidade educacional que queremos

compreender. A atuação profissional na educação coloca a necessidade de

conhecer os mais variados elementos que envolvem a prática educativa, a

necessidade de compreendê-la da forma mais completa possível.

38

Diante dessa premissa o Centro Estadual de Educação Profissional Assis

Brasil busca a apropriação dos saberes gerais e comuns, que podem ser

constituídos a partir da apropriação de conhecimentos diversificados; portanto, os

conteúdos curriculares não são fins em si mesmos, mas meios para atender às

necessidades que alunos heterogêneos têm de preparação para o mundo do

trabalho, de acesso à cultura, de compreensão do mundo, de exercício da

cidadania.

Articulando-se o modelo de educação profissional com a concepção de

ensino médio, é possível identificar os princípios pedagógicos que deverão

orientar a organização curricular e a forma de tratamento dos conteúdos de cada

um deles.

Diante dessa análise é importante pontuarmos alguns conceitos, tais

como:

2.1.1 Concepção de Sociedade

O colégio tem o papel formativo de democratização para a transformação

social e realização do homem. É neste mundo que vive o homem, um ser social

essencialmente articulador de sua sociabilidade e das relações, imerso numa

variedade de recursos tecnológicos, consciente de que a disciplina pessoal e a

visão de futuro são elementos fundamentais para criar as condições necessárias

para fazer as opções inteligentes nos variados caminhos que a vida oferece.

É preciso através de uma educação humanista proporcionar a todo o

cidadão conhecimentos para que sejam capazes de compreender e intervir na

realidade, respeitando ao meio ambiente, no desenvolvimento sustentável.

Sociedade é espaço de interação humana no qual se reflete a maneira de

ser, agir e pensar de um povo. Local onde se deve primar pela solidariedade,

fraternidade, justiça, igualdade de direitos e liberdade de expressão.

Enfim, um espaço que celebre sem adiantamentos a diversidade,

concebendo-a como parte da condição humana. Sabe-se que a sociedade é

mediadora do saber e da educação presente no trabalho concreto dos homens

que criam novas possibilidades de cultura e agir social a partir das contradições

geridas pelo processo de transformação da base econômica.

Segundo Saviani, a PHC, embora "consciente da determinação exercida

pela sociedade sobre a educação", fato que a torna crítica, acredita que "a

39

educação também interfere sobre a sociedade, podendo contribuir para a sua

própria transformação" (p.94), fato que a torna histórica.

2.1.2 Concepção de Homem

O homem é um ser em processo permanente de autoconhecimento e

crescimento, que transforma e é transformado. Participante, ativo na construção

da história e do conhecimento, devendo ser solidário nas relações com a

natureza, com seus semelhantes, na busca constante da harmonia consigo e com

o mundo.

A noção de pessoa remete para a de personalidade, enquanto

individualidade. O que se acentua é o caráter único, original das pessoas e das

personalidades. A pessoa, enquanto personalidade íntima, de caráter espiritual,

centro de todos os atos do homem, estabelece a unidade única e indissociável do

homem, de cada homem.

Mas não nascemos pessoas, temos de nos fazer, de nos construir, temos

que tornar-nos pessoas. O homem, só o será autenticamente, tornando-se

pessoa. Se quisermos usar uma linguagem de tipo existencialista, diríamos: o

homem não é, existe. Porque à partida ele não é, ele é nada; por isso para ser

verdadeiramente homem/ pessoa, terá que se construir; o homem é tarefa a

realizar-se e não algo dado e feito, como uma pedra ou uma árvore. Por essência,

ser homem é ser processo, movimento, dinamismo, caminho. E o homem, em

Rogers, é um processo, o processo de tornar-se pessoa, de tornar-se no que

autenticamente é, de tornar-se personalidade. Por isso, implicada na noção de

pessoa, está a noção de liberdade e, consequentemente, de responsabilidade.

Somos livres para nos realizarmos, para escolhermos o nosso destino. Sendo

assim, o homem não é nunca objeto e nunca pode ser encarado como tal. Os

objetos são, o homem nunca é, faz-se, e o seu ser é esse fazer-se permanente.

Concordamos com Morin (2001, p.16), quando diz que alguns desafios são

fundamentais no que se refere a formação do sujeito para desenvolver uma

aptidão para contextualizar e integrar, para situar qualquer informação em seu

contexto , para colocar e tratar os problemas , ou seja, o grande desafio de formar

sujeitos que possam enfrentar realidades cada vez mais complexas. A escola

tem obrigação de se preocupar com o social, propondo a busca de alternativas

40

que devem ser uma constante no dia a dia, no sentido de resgatar o “homem”, o

“cidadão” e o “trabalhador” da alienação de seu “ser”, de seu exercício de

cidadania e de sua dignidade.

2.1.3 Concepção de Trabalho

O conceito de trabalho em Marx não se esgota no conceito cotidiano de

trabalho, na concepção do senso comum de trabalho que se aproxima da idéia de

ocupação, tarefa, um conceito puramente econômico. O conceito de trabalho,

categoria central nas relações sociais, tal qual o pensamento marxista o entende,

é o conceito filosófico de trabalho, é a forma mais ampla possível de se pensar o

trabalho. Nas análises marxistas acerca desta questão, de caráter mais filosófico

do que econômico, encontramos que o trabalho é central nas relações dos

homens com a natureza e com os outros homens porque esta é sua atividade

vital. Isto quer dizer que, se o caráter de uma espécie define-se pelo tipo de

atividade que ela exerce para produzir ou reproduzir a vida, esta atividade vital,

essencial nos homens, é o trabalho — a atividade pela qual ele garante sua

sobrevivência e por meio da qual a humanidade conseguiu produzir e reproduzir a

vida humana (Marx, 1993). Hoje se discute a centralidade da categoria trabalho

no mundo contemporâneo. As modificações das relações de trabalho teriam,

segundo algumas teses, levado o trabalho a perder a característica de

estruturação das relações sociais. No entanto, parece que as modificações no

mundo do trabalho não significam transformações profundas nas relações sociais,

especialmente nas relações sociais de produção. (Antunes, 1995)

Assim, o trabalho é categoria central de análise da materialidade histórica

dos homens porque é a forma mais simples, mais objetiva, que eles

desenvolveram para se organizarem em sociedade. A base das relações sociais

são as relações sociais de produção, as formas organizativas do trabalho.

Do ponto de vista político-pedagógico, tanto a conceituação do trabalho

como princípio educativo quanto a defesa da educação politécnica e da formação

integrada, formulada por educadores brasileiros, pesquisadores da área trabalho

e educação, têm por base algumas fontes básicas teórico-conceituais. Em um

primeiro momento, a vertente marxista e gramsciana (Marx, op. cit.; Gramsci,

1981; Manacorda, 1975 e 1990; Frigotto, 1985; Kuenzer, 1988; Machado, 1989;

Saviani, 1989 e 1994; Nosella, 1992; Rodrigues, 1998), em um segundo, sem

41

abrir mão da vertente gramsciana, a ontologia do ser social desenvolvida por

Lukács (1978 e 1979; Konder, 1980; Chasin,1982; Ciavatta Franco, 1990;

Antunes, 2000; Lessa, 1996).

Gramsci (op.cit.) propõe a escola unitária que se expressaria na unidade

entre instrução e trabalho, na formação de homens capazes de produzir, mas

também de serem dirigentes, governantes. Para isso, seria necessário tanto o

conhecimento das leis da natureza como das humanidades e da ordem legal que

regula a vida em sociedade.

Opondo-se à concepção capitalista burguesa que tem por base a

fragmentação do trabalho em funções especializadas e autônomas, Saviani

(1989) defende a politecnia que “postula que o trabalho desenvolva, numa

unidade indis solúvel, os aspectos manuais e intelectuais.... Todo trabalho

humano envolve a concomitância do exercício dos membros, das mãos e do

exercício mental, intelectual. Isso está na própria origem do entendimento da

realidade humana, enquanto constituída pelo trabalho.” (p. 15).

Frigotto argumenta em dois sentidos. Primeiro, faz a crítica à ideologia

cristã e positivista de que todo trabalho dignifica o homem: “Nas relações de

trabalho onde o sujeito é o capital e o homem é o objeto a ser consumido, usado,

constrói-se uma relação educativa negativa, uma relação de submissão e

alienação, isto é, nega-se a possibilidade de um crescimento integral” (1989, p. 4).

Segundo, preocupa-se com a análise política das condições em que trabalho e

educação se exercem na sociedade capitalista brasileira; “como a escola articula

os interesses de classe dos trabalhadores... é preciso pensar a unidade entre o

ensino e o trabalho produtivo, o trabalho como princípio educativo e a escola

politécnica” (1985, p. 178).

Em um segundo momento, a reflexão toma forma tendo por base Lukács

(op.cit.). Em sua reflexão sobre a ontologia do ser social, o autor examina o

trabalho como atividade fundamental do ser humano que produz os meios de

existência na relação do homem com a natureza, a cultura e o aperfeiçoamento

de si mesmo. De outra parte, o trabalho humano assume formas históricas muitas

das quais degradantes, penalizantes, nas diferentes culturas, na estrutura

capitalista e em suas diversas conjunturas.

Tomar o trabalho como princípio educativo, se por um lado implica uma

metodologia que permite analisar os projetos educativos a partir das demandas

42

dos processos social e produtivo, os quais, no capitalismo, implicam exploração

dos trabalhadores, por outro lado, aponta a possibilidade da construção de

projetos alternativos que atendam às necessidades dos que vivem do trabalho.

Isso significa buscar, se não a superação da dualidade estrutural, o que

demandaria a superação do capitalismo, pelo menos o seu enfrentamento,

considerados os limites e possibilidades da escola.

É preciso, contudo, tomar alguns cuidados: tomar o trabalho como princípio

educativo não significa sucumbir às propostas que articulam escola e produção ou

à proposta das escolas ativas. Pelo contrário, como afirma Kuenzer (1998, p.

126),

“[...] a finalidade da escola que unifica cultura e trabalho é a formação de

homens desenvolvidos multilateralmente, que articulem à sua capacidade

produtiva as capacidades de pensar, de estudar, de dirigir ou de controlar

quem dirige.

Ao fazer esta afirmação, a autora se referia à escola única do trabalho

como a proposta a ser defendida sob a ótica dos trabalhadores, com base em

Gramsci (1968, p.121):

[...] a escola unitária, ou de formação humanista... ou de cultura geral

deveria se propor a tarefa de inserir os jovens na atividade social, depois

de tê-los levado a um certo grau de maturidade e capacidade, à criação

intelectual e prática e a uma certa autonomia na orientação e na iniciativa.

O compromisso com uma Educação Profissional adequada aos interesses

dos que vivem do trabalho implica desenvolver um percurso educativo em que

estejam presentes e articuladas a teoria e a prática, contemplando sólida

formação científica e a formação tecnológica de ponta, ambas sustentadas em um

consistente domínio das linguagens e dos conhecimentos sócio-históricos. Isto

significa que a proposta político-pedagógica terá como finalidade o domínio

intelectual da tecnologia, a partir da cultura, o que vale dizer: contemplará no

currículo, de forma teórico-prática, os fundamentos, princípios científicos e

linguagens das diferentes tecnologias que caracterizam o processo de trabalho

contemporâneo, tomados em sua historicidade. Desta forma, permitirá ao aluno

dos cursos de formação profissional, com base na formação em nível médio,

compreender os processos de trabalho e em suas dimensões científica,

tecnológica e social, como parte das relações sociais.

43

2.1.4 Concepção de Educação

Processo que envolve formação e mediação, visando o exercício da

cidadania para a construção de uma sociedade inclusiva. Deve promover o

respeito, a diversidade e a aceitação do outro de forma criativa, solidária e

transformadora. Diante dessa análise devemos compreender o Método e

instrumentalizar-se para o conhecimento da realidade, no caso, a realidade

educacional. O método materialista histórico-dialético caracteriza-se pelo

movimento do pensamento através da materialidade histórica da vida dos homens

em sociedade, isto é, trata-se de descobrir (pelo movimento do pensamento) as

leis fundamentais que definem a forma organizativa dos homens durante a

história da humanidade.

Saviani (1991), discutindo a necessidade de o educador brasileiro passar

do senso comum para a consciência filosófica na compreensão de sua prática

educativa, aponta o método materialista histórico dialético como instrumento

desta prática e explica, para isto, a superação da etapa de senso comum

educacional (conhecimento da realidade empírica da educação), por meio da

reflexão teórica (movimento do pensamento, abstrações), para a etapa da

consciência filosófica (realidade concreta da educação, concreta pensada,

realidade educacional plenamente compreendida). Sobre estas questões,

escreve:

Com efeito, a lógica dialética não é o processo de construção do concreto

de pensamento (ela é uma lógica concreta) ao passo que a lógica formal é o

processo de construção da forma de pensamento (ela é, assim, uma lógica

abstrata). Por aí, pode-se compreender o que significa dizer que a lógica dialética

supera por inclusão/incorporação a lógica formal (incorporação, isto quer dizer

que a lógica formal já não é tal e sim parte integrante da lógica dialética). Com

efeito, o acesso ao concreto não se dá sem a mediação do abstrato. Assim, aquilo

que é chamada lógica formal ganha um significado novo e deixa de ser a lógica

para se converter num momento da lógica dialética. A construção do pensamento

se daria, pois da seguinte forma: parte-se do empírico, passa-se pelo abstrato e

chega-se ao concreto (Saviani, 1991; p.11)

Uma grande contribuição do Método para os educadores, como auxílio na

tarefa de compreender o fenômeno educativo, diz respeito à necessidade lógica

44

de descobrir, nos fenômenos, a categoria mais simples (o empírico) para chegar à

categoria síntese de múltiplas determinações (concreto pensado).

Diante dessa premissa a análise do fenômeno educacional pode ser

empreendida quando conseguimos descobrir sua mais simples manifestação para

que, ao nos debruçarmos sobre ela, elaborando abstrações, possamos

compreender plenamente o fenômeno observado. Assim pode, por exemplo, um

determinado processo educativo ser compreendido a partir das reflexões

empreendidas sobre as relações cotidianas entre professores e alunos na sala de

aula. Quanto mais abstrações (teoria) pudermos pensar sobre esta categoria

simples, empírica (relação professor/aluno), mais próximo estaremos da

compreensão plena do processo educacional em questão.

2.1.5 Concepção de Conhecimento

Sendo o conhecimento um processo humano, histórico, incessante, de

busca de compreensão, de organização, de transformação do mundo vivido e

sempre provisório que tem origem na prática do homem e nos processos de

transformação da natureza. É uma ação humana atrelada ao desejo de saber.

O que possibilita a construção do conhecimento é sem duvida o

reconhecimento de que somos seres falantes. E nesse movimento que se

instaura o desejo de aprender.

Nesse processo serão envolvidos simultaneamente um sujeito que

conhece, um objeto a ser conhecido, um modo particular de abordagem do sujeito

em relação ao objeto e uma transformação, tanto do sujeito, quanto do objeto. É

necessário, aqui, entender o objeto como realidade socialmente construída e

compartilhada.

A teoria dialética do conhecimento, por nós entendida, pressupõe a

construção recíproca, entre o sujeito e o objeto, já que é pela práxis do homem

sobre o mundo, que tanto o homem se modifica e se movimenta.

Baseados na teoria dialética do conhecimento, nossa ação educativa

deverá levar em conta que: - a prática social é a fonte do conhecimento; - a teoria

deve estar a serviço de e para uma ação transformadora; - a prática social é o

critério de verdade e o fim último do processo de conhecimento.

No final da década de 70, vários estudiosos passam a rever a educação no

Brasil, iniciando um processo ainda em formação, após várias tentativas de

45

implantação devido à necessidade de articular teoria e prática, Saviani baseando-

se no materialismo histórico de Marx, na concepção histórico-cultural de

Vygotsky, e na concepção histórico-dialética de Gramisc, estrutura a Pedagogia

Histórico-crítica, considerada um marco na história da educação brasileira. Com o

objetivo de trabalhar o conhecimento sistematizado pelo aluno a partir de sua

realidade, propondo uma interação entre conteúdo e realidade concreta, visando

à transformação da sociedade, através da ação-compreensão-acão do educando.

Uma vez que a pedagogia histórico-crítica surgiu como resposta à necessidade

amplamente sentida entre estudiosos e educadores brasileiros de superação dos

limites tanto das teorias não-criticas, representadas pela concepção tradicional,

escolanovista e tecnicista, como das visões critico-reprodutivistas, expressas na

teoria da escola como aparelho ideológico do Estado, na teoria de produção e na

teoria da escola dualista. A proposta pedagógica de Saviani embasa o currículo

oficial do ensino do nosso Estado, considerando que uma teoria é crítica quando

se admite que a educação é determinada pela sociedade. Uma teoria pedagógica

é histórica quando se admite que a educação também interfira na sociedade

podendo até contribuir para sua transformação. Segundo o autor as demais

teorias consideram a educação sobre a sociedade, cabendo a escola reproduzir a

sociedade em que ela se insere.

Na busca constante por melhorias na educação, Saviani compreende o ser

humano como produtor, uma vez que necessita produzir para sua própria

existência, essa produção se dá através do trabalho, sendo essa a principal

diferença entre o homem e os outros animais. Ora, o homem por ser um ser

racional utiliza-se desse saber para conquistar o lugar de destaque entre os

demais. Na sua concepção o compreende também por práxis e cultural, já que

possui habilidades capazes de intervir na transformação, portanto no desequilíbrio

da natureza. [...] “O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e

intencionalmente, em cada individuo singular, a humanidade que é produzida

histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objetivo da

educação diz respeito, de um lado, a identificação dos elementos culturais que

precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se

tornem humanos e, de outro lado concomitantemente, à descoberta das formas

mais adequadas para atingir esses objetivos”. (Saviani, 2007, p.17) Segundo o

46

autor, a educação é concebida como “produção do saber”, pois o homem é capaz

de elaborar idéias, possíveis atitudes e uma diversidade de conceitos.

Segundo Luckesi (1994), “O senso comum nasce exatamente desse

processo de “acostumar-se” a uma explicação ou compreensão da realidade, sem

que ela seja questionada”. Desse modo é preciso ter cuidado ao criticar o senso

comum, no que se refere ao saber prévio do educando, sendo dever da escola

promover a sistematização do saber por meio do conhecimento produzido

coletivamente com o decorrer do tempo. Neste contexto o principal papel da

escola é mediar o conhecimento entre o aluno e a realidade, se preocupando com

a formação de habilidades e convicções, tornando os alunos críticos e portadores

de opinião, ou seja, os pontos de partida e chegada apontam sempre à mesma

direção e o processo educativo é sempre a prática social.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece que a educação

básica deve assegurar ao educando "formação comum indispensável para o

exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em

estudos posteriores". Para que essa formação se concretize, a mesma LDB

estabelece, nas finalidades do Ensino Médio, "a compreensão dos fundamentos

científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando teoria com a

prática, no ensino de cada disciplina". Assim de acordo com o texto da LDB, um

cidadão que termina a Educação Básica deve ter a capacidade não só de

compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,

mas também, de aprimorar-se como pessoa humana, incluindo [...] o

desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. Ou seja, ao

terminar a Educação Básica, o educando deve ter autonomia para,

compreendendo os fundamentos científicos e tecnológicos dos processos

produtivos, posicionar-se criticamente com relação aos investimentos em ciência

e tecnologia que o país faz, utilizando os recursos conseguidos por meio dos

impostos. No entanto, a hipertrofia dos conhecimentos disciplinares promovida

pelos exames vestibulares, impede que a Educação Básica cumpra sua real

tarefa.

Atualmente, a educação escolar vive um dilema: precisa se transformar

para atender as reais necessidades de formação dos cidadãos brasileiros, cumprir

sua finalidade de assegurar ao educando formação indispensável para o exercício

da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos

47

posteriores. Porém, é compelida a manter uma rotina de aulas expositivas

voltadas a conteúdos que são determinados quase imperiosamente pelas

disciplinas acadêmicas. Há uma identificação entre conhecimentos escolares e

conhecimentos científicos, quando, a rigor, estes últimos deveriam se constituir a

fonte e o meio para a compreensão da realidade.

2.1.6 Concepção de Tecnologia

A tecnologia educacional é a área de conhecimento onde a tecnologia se

submete aos objetivos educacionais. Ela procura auxiliar o processo ensino e

aprendizagem de modo a propiciar formas adequadas de utilizar os recursos

tecnológicos na educação, ou seja, as funções maiores da escola serão

enriquecidas com a grandeza das novas fontes de informações e ferramentas

tecnológicas modernas preocupando-se com as técnicas e sua adequação às

necessidades e à realidade dos educandos, da escola, do professor, da cultura

em que a educação está inserida. Contínuas transformações tecnológicas em

todo o mundo vem influenciando as relações sociais. Neste contexto a Escola,

ambiente onde se constrói a educação formal e, portanto, um ambiente por

natureza social, começa a refletir sobre a influência das Novas tecnologias no

processo de ensino e aprendizagem. Nestes termos, como resultado do avanço

das pesquisas em microeletronica, no início do século XXI as tecnologias

começam a ser vistas e usadas numa outra perspectiva no processo educativo. A

escola começa a se apropriar do uso técnico dos recursos tecnológicos para em

seguida repensar as formas e metodologias adequadas a cada contexto

social.Neste tempo as Tecnologias educacionais deixam de ser encaradas como

meras ferramentas que tornam mais eficientes e eficazes já sedimentados,

passando a ser consideradas como elementos estruturantes de um outro modo de

pensar a educação, mediada pela Tecnologia e esta submetida aos objetivos

pedagógicos, com o objetivo de expressar a diversidade cultura e à realidade em

que cada escola se insere, a diferentes metodologias usando recursos

tecnológicos. Nesse sentido, a TV, o vídeo, o Rádio_(comunicação), a Internet, o

material impresso possibilitam articularem-se novas linguagens e novas forma de

apropriação do conhecimento na escola. É crescente o número de escolas e

48

centros de educação que estão usando ferramentas on-line e colaborativas para

aprendizado e busca de informações. Todas as ferramentas podem ser utilizadas

como instrumentos educacionais. No entanto,faz-se necessário avaliar sua

aplicação de modo a promover a aprendizagem significativa, crítica e reflexiva.

Podemos dizer que a tecnologia tem uma representatividade muito

significativa não só na produção de bens e serviços como também no conjunto

das relações sociais e nos padrões culturais vigentes. Ela é uma ferramenta

sofisticada e alternativa no contexto educacional, pois a mesma pode contribuir

para o aumento das desigualdades ou para a inserção social se concebida como

forma de estabelecer mediações entre o aluno e o conhecimento das diversas

áreas.

A modernização da educação é um caminho interdisciplinar e a aliança da

tecnologia com o humanismo é indispensável para criar uma real transformação.

Em síntese, só terá sentido a incorporação de tecnologia na educação como na

escola, se forem mantidos os princípios universais que regem a busca do

processo de humanização, característico caminho feito pelo homem até então.

Entendidas por especialistas e educadores como ferramentas essenciais e

indispensáveis na era da comunicação, as novas tecnologias ganham espaço

efetivo nas salas de aula. Computadores ligados à internet, software de criação

de sites, televisão a cabo, sistema de rádio e jogos eletrônicos. Estas são

algumas das possibilidades existentes e que podem ser aproveitadas no ambiente

escolar como instrumentos facilitadores do aprendizado.

Diante dessa premissa cabe à educação uma parcela de responsabilidade

tanto na compreensão crítica do(s) significado(s) desta transformação, quanto na

formação dos indivíduos e grupos sociais. Estes devem assumir com

responsabilidade a condução social de tal virada, provocada, entre outros fatores,

pela revolução nas dinâmicas sociais de comunicação e de processamento de

informação.

2.1.7 Concepção de Escola

Espaço de produção e socialização de saberes, que auxilia na formação

da competência acadêmica, humana e na transformação da sociedade. Deve ser

49

democrática, acolhedora, mediadora e significativa para o aluno. Incentivando a

prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias,

Observando e analisando as concepções de ensino, devemos enfatizar os

valores que precisamos e gostaríamos de trabalhar, tais como: solidariedade,

fraternidade, justiça, igualdade, liberdade, mediação, respeito, diversidade e

aceitação., pois os mesmos propiciam uma transformação emancipadora.

Diante dessa análise sabe-se que a escola é um espaço vivo e

democrático privilegiado da ação educativa que garanta a todos o acesso ao

ensino de qualidade que favoreça a permanência aluno; seja gratuita, laica e

pluralista; voltada para o trabalho com as classes populares uma vez que estas

têm historicamente excluídas dos bens produzidos pela sociedade como um todo.

Ela deve propiciar práticas coletivas de discussão, garantindo a participação de

toda a comunidade escolar, viabilizar a descentralização do poder no que se

refere às definições do seu projeto de escola, tanto na relação governo/escola

como descentralização das responsabilidades da busca de soluções, contribuir,

através de objetivos estratégicos e articulada com outras organizações da

comunidade, para a construção de uma sociedade diferente na justiça social, na

igualdade e na democracia. Deve, também, oportunize o acesso ao

conhecimento, sua construção e recriação permanente envolvendo a realidade

dos alunos, suas experiências, saberes e cultura, estabelecendo uma constante

relação entre teoria e prática; que tenha espaços de formação para os

educadores, na perspectiva da construção de sujeitos críticos e de investigação

permanente da realidade social, tendo como objetivo a qualificação da ação

pedagógica e o resgate de sua cidadania buscando superar todo tipo de

opressão, discriminação, exploração e obscurantismo de valores éticos de

liberdade, respeito à diferença e à pessoa humana, solidariedade e preservação

do ambiente natural.

Eis o grande desafio da escola, fazer do ambiente escolar um meio que

favoreça o aprendizado, onde a escola deixe de ser apenas um ponto de encontro

e passe a ser, além disso, encontro com o saber com descobertas de forma

prazerosa e funcional, conforme Libâneo:

Devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela

mediante a qual a escola promove, para todos, o domínio dos

conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas

50

indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos

alunos. (Libâneo, 2005, p.117)

A escola deve oferecer situações que favoreçam o aprendizado, onde haja

sede em aprender e também razão, entendimento da importância desse

aprendizado no futuro do aluno. Se ele compreender que, muito mais importante

do que possuir bens materiais, é ter uma fonte de segurança que garanta seu

espaço no mercado competitivo, ele buscará conhecer e aprender sempre mais.

Assim conclui-se que a escola precisa re-significar o seu papel

estabelecendo uma relação prazerosa entre o conhecimento e o saber.

Precisamos repensar a escola mas repensá-la como um todo, de sua arquitetura

ao currículo, introduzindo uma outra lógica, não mais linear e cartesiana mas sim

uma lógica hipertextual, que possibilite transformar a escola em um lugar de

produção e não apenas apropriação de conhecimento e cultura.

2.1.8 Concepção de Ensino-Aprendizagem

O conceito de práxis de Marx pode ser entendido como prática articulada à

teoria, prática desenvolvida com e através de abstrações do pensamento, como

busca de compreensão mais consistente e conseqüente da atividade prática – é

prática vinculada a teoria.

Compreender o Método é instrumentalizar-se para o conhecimento da

realidade, no caso, a realidade educacional. O método materialista histórico-

dialético caracteriza-se pelo movimento do pensamento através da materialidade

histórica da vida dos homens em sociedade, isto é, trata-se de descobrir (pelo

movimento do pensamento) as leis fundamentais que definem a forma

organizativa dos homens durante a história da humanidade.

Saviani diz que o ensino não deve ser trabalhado como produto, desse

modo estaria a serviço da mera transmissão-assimilação dos conteúdos,

aprendizagem repetitiva, abstrata e desvinculada das relações sociais concretas,

logo de caráter elitista, descompromissada das reais condições históricas, sociais

e humanas e contrária ao espírito crítico.

Como produto o ensino-aprendizagem se desenvolve na absorção do que

já foi elaborado. Como processo, o ensino, a partir do produto, passa a se

51

consolidar como reflexão do já elaborado em relação ao já vivenciado

(experiências de vida) da postura do saber pensar melhor. Dessa forma o

conhecimento não adquire seu verdadeiro estatuto, do contrário sua produção

perde em importância e sentido, uma vez que não aponta para um fim concreto e

transformador a ser atingido.

A escola precisa estar em consonância com as necessidades do mercado

sem reduzir a sua função de formadora de um cidadão crítico e apto a lidar com

todas as situações que possam surgir na vida.

Para que isso mude, ela deve ser pensada na sua qualidade formal,

caracterizada essencialmente pelo o domínio de técnicas, capacidades de manejo

de instrumentos e de procedimentos e na política que é a capacidade do sujeito

de fazer sua própria história.

Saviani nos apresenta em seu livro, que:

...a educação deve ser mudada, para transformar o homem em um ser filosófico para a compreensão do mundo e entender a interpretação dos seus fenômenos. Assim compreender a questão escolar, é a defesa da especificidade da escola e a importância do trabalho escolar como elemento necessário para o desenvolvimento cultural, educacional e humano. (SAVIANI, 1992,p.63).

O processo de motivação é um dos fatores que está intimamente ligado à

aprendizagem, sendo dependente do professor e do aluno, no qual ambos

precisam estar motivados. Uma vez que, o professor não estando motivado o

aluno também não sentirá vontade de aprender. Outro processo ligado à

aprendizagem é a motivação intrínseca, que não resulta no treino ou instrução,

mas pode ser influenciada pela ação do professor considerando as experiências

dos alunos. As trocas simbólicas existentes entre alunos e professores e a

transferência também influenciam no desenvolvimento da aprendizagem. Diante

destes problemas a escola vivencia uma crise na Educação, que está fortemente

ligada ao sistema capitalista, onde as escolas não estão mais se preocupando em

formar o individuo em sua totalidade, e sim em formar consumidores em

potencial. Deste modo, a educação não está preocupada em formar o sujeito com

uma consciência de si mesmo e da sua realidade, formando alienados.

Portanto deve-se evidenciar a afetividade e a motivação como fatores

atuantes na construção do conhecimento. O professor deve levar em conta esses

fatores, tornando-se um facilitador da aprendizagem, não mais aquele que

52

transmite e sim aquele que auxilia os alunos a aprender a viver como indivíduos

em processo de transformação num mundo de constantes mudanças. E

considerar o aluno como um todo, e que o ensino deve ser centrado nele, o aluno

deve ser incentivado a buscar o seu próprio conhecimento, consciente de sua

constate transformação.

2.1.9 Concepção de Avaliação - Formativa

Atualmente, no âmbito escolar, muito se tem discutido sobre a “Avaliação”,

suas concepções e significados; mesmo assim, ainda há um distanciamento forte

entre a teoria e a prática escolar.

Partindo da constatação: “A avaliação escolar tem sido dramática para

professores e alunos” (Luckesi), cabe a nós educadores nos perguntar: Qual

avaliação queremos para o nosso educando? Para tanto, é possível a escola

“existir” sem avaliação? Se considerarmos que a partir da década de 90, quando

foram instituídas avaliações do próprio sistema escolar (SAEB, ENEM, Exame

Nacional de Cursos, IDEB), esta afirmação responde por si só. A escola que

sempre avaliou, passou a ser avaliada.

A avaliação como resultado tem melhorias no processo ensino-

aprendizagem, não começa nem termina na sala de aula, envolve o planejamento

e o desenvolvimento do processo de ensino. Neste contexto, é necessário que a

avaliação aconteça desde a proposta curricular e a programação do ensino em

sala de aula e de seus resultados à aprendizagem produzida pelos alunos.

Isso significa dizer que: “a avaliação da aprendizagem deverá ser feita,

principalmente, com base em aspectos qualitativos (desempenho em sala de

aula)”. Os aspectos quantitativos (notas de provas e exames) assumem um valor

secundário. Do mesmo modo, os resultados obtidos no decorrer do ano são

considerados mais importantes que os resultados obtidos nas provas finais.

De acordo com os aspectos qualitativos, a avaliação assume

principalmente o caráter diagnóstico, ou seja, a avaliação percebida como

instrumento dialético da identificação de novos rumos, não significa menos rigor

na prática de avaliar. Transposto para o Ensino Integrado, esse rigor almejado na

avaliação formativa, conforme Luckesi (2005) significa considerar como critérios

básicos: a) a apreensão dos conceitos básicos da ciência, articulados com a

prática social; b) a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente; c) a

53

clareza e a coerência na exposição das idéias; d) a mudança na forma de olhar e

compreender os problemas sociais.

Nas escolas, de maneira geral, há grande preocupação com a nota ou

conceito atribuído ao aluno. Ligada diretamente à aprovação ou reprovação dos

alunos, a nota acaba se tornando um fim em si mesma, ficando muito distanciada

e sem relação com as situações de aprendizagem. Mesmo quando a escola,

providencia uma revisão de conteúdos é para “melhorar a nota”.

Nessa visão, avaliação serve apenas para julgar e classificar. A

participação do aluno nesse processo é pequena e, muitas vezes, ele nem

mesmo tem clareza do porquê dos resultados obtidos; a nota chega como uma

sentença, definindo seu destino escolar e, às vezes, até seu destino fora da

escola. Dessa forma, avaliação, na prática, acaba desempenhando um papel

mais político que pedagógico, ou seja, não é usada como um recurso

metodológico de orientação do processo de ensino-aprendizagem, mas sim como

instrumento de poder, de controle, tanto por parte do sistema social, como pela

escola, pelo professor e até mesmo pelos quais que querem resultados somente

através de notas.

É urgente que as mudanças aconteçam no sistema avaliativo, de maneira

que esta passe a ser encarada como instrumento de mediação, em benefício da

aprendizagem, do conhecimento dos alunos.

De acordo com Hoffmann:

A qualidade do ensino deve ser analisada em termos dos objetivos efetivamente perseguidos no sentido do desenvolvimento máximo possível dos alunos, à aprendizagem no seu sentido amplo, (...) a partir das oportunidades que o meio lhe oferece. ( Hoffmann, 1993, p. 31):

Nessa concepção, o professor passa a ser orientador e o pesquisador, que

investiga quais problemas os alunos enfrentam e por que, buscando compreender

o que cada aluno produz, de que forma produz, as soluções que apresenta, de

modo a orientá-lo, transformando os eventuais problemas e as tentativos em

situações de aprendizagem.

É de fundamental importância que o professor assuma o compromisso de

enfrentar os desafios que a atual concepção de avaliação nos sugere;

compromisso este assumido com a comunidade escolar, com a busca do

conhecimento e aprendizagem dos alunos, na individualidade, na coletividade, na

diversidade, sobretudo como mecanismo de inclusão e não de exclusão.

54

Transformar a prática avaliativa significa questionar a educação desde as suas

concepções, seus fundamentos, sua organização e suas normas. Significa

mudanças conceituais, redefinições de conteúdos, das funções docentes, entre

outras.

Este enfoque tem um princípio fundamental: deve-se avaliar o que se

ensina, encadeando a avaliação no mesmo processo de ensino-aprendizagem.

Somente neste contexto é possível falar em avaliação inicial (avaliar para

conhecer melhor o aluno e ensinar melhor) e avaliação final (avaliar ao finalizar

um determinado processo didático).

Para que o CEEP Assis Brasil possa realmente enfatizar a avaliação como

processo de relação e mediação de conhecimentos, é necessário que se valorize

todos os aspectos que envolvem a avaliação contínua, processual, qualitativa e

formativa.

Sempre que possível, a avaliação formativa deve levar a um

replanejamento dos objetivos e conteúdos das atividades didáticas dos materiais

utilizados e das variáveis envolvidas em sala de aula: relacionamento professor-

aluno, relacionamento entre alunos, conteúdos transmitidos e conteúdos

aprendidos.

Pensar em Avaliação Formativa nos remete a elevar e ressignificar a sua

função, o papel social do professor e a razão da existência da escola. Traz a

discussão sobre inclusão e exclusão, privilégios, direitos e obrigações, instituição

e formação, “que alunos queremos formar e que escola estamos construindo para

a nossa sociedade”.

Esta não tem como objetivo classificar ou selecionar. Fundamenta-se nos

processos de aprendizagens, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais;

fundamenta-se em aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em

diversos contextos e são atualizadas, quando preciso, para que se continue a

aprender.

Quando o professor enfatiza a avaliação formativa em sala de aula, este

engloba todos os demais processos: contínuo, integrado, processual, global e

qualitativo.

Com certeza, não há uma única resposta sobre como avaliar. O importante

é que o diálogo aconteça entre professor e aluno, entre professor e equipe

55

pedagógica e entre equipe pedagógica e direção, como processo de gestão

democrática que auxilia o processo de ensino-aprendizagem.

Para Luckesi (1984), a avaliação ou está a serviço das pedagogias que

pretendem a conservação da sociedade, exigindo o enquadramento dos

indivíduos nos parâmetros previamente estabelecidos, ou está a serviço de

pedagogias que pretendem oferecer ao educando, meios pelos quais possa ser

sujeito do processo de transformação social.

São necessários instrumentos que possam colocar grupo de alunos, o

professor e a turma em contato permanente para que o procedimento de cada um

possa ser evidenciado, compreendido e incorporado á dinâmica pedagógica.

Instrumentos estes, que mostrem quem é o aluno, dando oportunidade para que

possa seja um sujeito em constante produção.

Segundo Vasconcellos (1998), a avaliação sendo entendida como reflexão

Crítica da realidade, deve auxiliar na descoberta das necessidades do trabalho

educativo, a perceber e compreender os problemas para resolvê-los. O autor diz

que para isto ser possível, é preciso superar as práticas autoritárias de avaliação

e considera ser necessário enfrentar alguns desafios, tanto de ponto de vista

objetivo (sistema social altamente seletivo, legislação educacional refletindo a

lógica social, longa tradição autoritária e reprodutora etc.) quanto do ponto de

vista subjetivo (falta de clareza, das novas idéias, não estar suficientemente

convencido das necessidades da mudança, não conseguir vislumbrar um

caminho).

Como já abordado anteriormente, a avaliação, deve ser entendida como

prática de investigação, em que o professor compreende melhor a dinâmica

pedagógica e pode ao mesmo tempo intervir melhor nela.

Ainda na LDB 9394/96, Artigo 24, inciso V diz: “obrigatoriedade de

recuperação, de preferência (ver o regimento) paralelos ao período letivo, para os

casos de baixo rendimento escolar a serem disciplinados pelas instituições de

ensino em seus regimentos”.

Cap. II parágrafo único: A proposta de recuperação de estudos deverá

indicar a área de estudos e os conteúdos da disciplina em que o aproveitamento

do aluno foi considerado insuficiente. A recuperação permite apreensão dos

conteúdos básicos.”

56

A recuperação paralela no CEEP ASSIS BRASIL é concomitante e ocorre

de duas formas: a retomada do conteúdo a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação; e a reavaliação do conteúdo já reexplicado em sala.

Assim sendo, não recupera os instrumentos e sim os conteúdos, cujos

instrumentos foram utilizados como via para auto-regular o processo. Os pesos

das provas não devem ser maiores que o peso de outras atividades. Os critérios

devem ser claros tanto para o professor no seu plano de trabalho docente, como

para a equipe pedagógica que acompanha o aluno.

Como apoio ao processo avaliativo, é importante destacar a relevância do

Conselho de Classe que dentro dos princípios de gestão democrática, é uma

ação coletiva da escola, percebendo o educando como um todo, verificando seu

rendimento nas diversas áreas do conhecimento, tendo ainda uma função

deliberativa de promover e acompanhar seu desempenho na série seguinte.

Segundo Hoffmann (2000) avaliar neste novo paradigma é dinamizar

oportunidades de ação-reflexão em um acompanhamento permanente do

professor e este deve propiciar ao aluno em seu processo de aprendizagem,

reflexões acerca do mundo, formando seres críticos libertários e participativos na

construção de verdades formuladas e reformuladas.

Portanto, a avaliação só irá concretizar-se como mediação de

conhecimento, quando o aluno for desafiado a descobrir, a utilizar o que sabe

para construir o que ainda não sabe, compreendendo o verdadeiro sentido de que

avaliar é analisar, interpretar, tomar decisões, reorganizar o ensino, ou seja, ao

mesmo tempo em que se ensina, também aperfeiçoa conhecimentos.

2.1.10 Critérios de Organização Interna da Escola

A organização ocorre conforme cronograma abaixo:

57

Vale lembrar que a escola possui essa área para utilização didática, ou

seja, o primeiro objetivo da existência dos setores produtivos é experimental,

portanto, é denominada de escola-fazenda. As atividades da escola-fazenda são

desenvolvidas pelos funcionários e cada setor possui um responsável técnico

para a manutenção, sendo que diariamente os setores recebem alunos (em

forma de rotatividade) para desenvolverem as práticas agropecuárias, estes

alunos são acompanhados e orientados por professores da área.

2.2 PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA

Heloisa Lück, com relação à dimensão participativa da gestão escolar deixa

claro que o trabalho escolar é uma ação de caráter coletivo, realizado a partir da

participação conjunta e integrada dos membros de todos os segmentos da

comunidade escolar. A participação dá às pessoas a oportunidade de controlar o

próprio trabalho, sentindo-se autoras e responsáveis pelos seus resultados,

Unidade Produtiva (Laboratório de

Experimentação Escolar)

Direção Geral - Administrativa

Direção Pedagógica

Corpo Docente

Corpo Discente

Corpo Funcional de Produção

Secretaria da Educação do Paraná

Núcleo Regional de Educação (Pato Branco – PR)

58

construindo, portanto, sua autonomia. Ao mesmo tempo sente-se parte orgânica

da realidade e não apenas um simples instrumento para realizar objetivos

institucionais.

Em organizações democraticamente administradas pressupõe a idéia de

participação, trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo

sobre seu encaminhamento e agindo em conjunto. Isso porque o êxito de uma

organização depende da ação construtiva, conjunto de seus componentes,

trabalho associado mediante reciprocidade que cria um “todo” orientado por

vontade coletiva.

Gestão escolar participativa demanda maior participação de todos os

interessados no processo decisório da escola envolvendo a todos na realização

das múltiplas tarefas de gestão. Isto amplia a fonte de habilidades e de

experiências que podem ser aplicadas na gestão das escolas.

O Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil vem adotando

alguns princípios básicos para efetivar a gestão democrática: - compartilhamento

de decisões e informações; -preocupação com a qualidade da educação; -

transparências nas ações; -tomada de decisões com a participação de pais,

alunos, professores, funcionários e outras pessoas da comunidade. Pois, sabe-se

que quando as decisões são tomadas pelos principais interessados na qualidade

da escola, a chance de que dêem certo é bem maior. O Colegiado, Conselho

Escolar e a APMF são a representatividade da comunidade dentro da escola,

estes devem opinar e participar na construção dos projetos, planejamento e

avaliação de resultados com o objetivo de priorizar uma melhoria qualitativa e

quantitativa no processo educacional.

Discutir propostas e implementar ações conjuntas por meio de parcerias

proporciona grandes resultados para melhorar a qualidade da escola. Porém se

sabe que a participação da comunidade escola não depende somente da abertura

propiciada pelo corpo diretivo da escola, mas principalmente, da sensibilização

dos diversos segmentos acerca da importância da participação de cada um no

processo pedagógico.

Neste sentido, ressalta-se principalmente a necessidade do real

envolvimento da equipe interna da escola na consecução dos objetivos

idealizados, cuja atuação é, sem dúvida, determinante para que o processo

pedagógico se desenvolva de forma participativa e democrática.

59

2.2.1 Acesso e permanência na escola

Segundo a Constituição Federal de 1988, seu inciso I do artigo 206, que se

refere à igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola. A

partir da leitura do inciso I, sabemos que a igualdade de condições se dá por

duas vias: igualdade de acesso à escola e a igualdade de permanência na escola.

A igualdade de condições pressupõe o reconhecimento de que por parte

das instituições de ensino, há desigualdade de condições para o acesso e

permanência na escola. Uma sociedade de classes, como a nossa, é importante

mecanismo constitucional a garantia de igualdade de condições de acesso à

escola.

Diante dessa análise, o Centro Estadual de Educação Profissional Assis

Brasil considera o princípio de igualdade com equidade, pois os educandos são

oriundos de diversas localidades rurais e se, não houver intervenção do poder

público, tenderão a se isolar da escola por encontrar dificuldade de acesso e de

permanência na mesma. Daí a importância de adotar medidas de transporte

escolar, merenda/alimentação, tratamento médico, psicológico, pedagógico, entre

outros que propiciem o bem estar para o aluno do regime de internato e semi-

interno que é nossa realidade no CEEPAB.

A igualdade para o acesso e permanência na escola é na verdade uma

igualdade moral, isto é, se entendemos que a educação é um direito de todos e

dever do Estado, é incumbência moral do Estado reconhecer que os

adolescentes, marginalizados social e economicamente, são, juridicamente,

portadores dos mesmos direitos que provêem do Poder Público e que definem

sua dignidade como pessoa humana.

O acesso está para o ingresso assim como a permanência é a garantia do

educando se tornar egresso.

A escola constitui espaço de produção de novas experiências e relações:

ao mesmo tempo interação, união de idéias e ações, que busquem o respeito

mutuo e a individualidade de cada um.

60

2.2.2 Capacitação continuada de educadores

As mudanças ocorridas no meio político, econômico, tecnológicos e sociais

trazem a necessidade de repensar a função social da escola, onde princípios

democráticos de cidadania, inclusão, participação e respeito à diversidade são

enfatizados nos paradigmas atuais de educação. A LDB (Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional), estabelece as normas para uma educação

democrática quando o objetivo dela tem como princípio "o pleno desenvolvimento

do ser humano, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para

o trabalho" (LDB/96, Art. 2°).

As concepções ideológicas que movem as práticas docentes são fatores

que contribuem para a concretização ou não, de uma escola mais democrática e

cidadã.

Ser professor, portanto, se torna um desafio, pois o profissional da escola

democrática cidadã, deve ter compromisso político, ético e moral com a

educação. Por isso, a prática docente precisa ser constantemente avaliada para

que a perspectiva de uma educação democrática se concretize, não ficando

reduzida aos discursos teóricos.

Diante dessa análise, procuramos instigar nos professores e funcionários

do CEEP ASSIS BRASIL a busca de capacitação continuada que é mantida

através de políticas públicas do Estado, possibilitando reflexões da importância

de valores éticos na educação.

A escola é composta por indivíduos diferentes, também terão valores que

poderão se distinguir, por isso a diversidade é um tema que precisa ser

trabalhado dentro do âmbito escolar, porém não é tão simples como se imagina.

Os professores como mediadores da aprendizagem são os responsáveis na

construção do saber sistematizado, que por sua vez como lembra Severino

(2002), antes de ser profissionais do magistério e lecionar uma determinada

disciplina, é uma pessoa que possui marcas tanto das experiências individuais

quanto coletivas.

As políticas publicas para a educação profissional no estado do Paraná

estão em período de fortalecimento, a SEED/DET vem propondo ações que visem

uma expansão. Ana Nelly no artigo “A proposta de formação continuada: a

formação de gestores para a educação profissional” declara.

61

...assim se faz necessário a formação de um quadro técnico político que

compreenda a educação profissional nos seus aspectos históricos,

políticos e legais e assim realmente assumam as políticas publicas para

essa modalidade de ensino, uma política de educação que atenda aos

interesses da classe trabalhadora.

(Gregório, 2008, p.180)

2.2.3 Qualidade do ensino-aprendizagem

A qualidade de ensino implica em assegurar ao educando o domínio de

conhecimentos escolares assim como o desenvolvimento de capacidades

intelectuais. É necessário modificar o quadro atual das escolas, organizando-as

com práticas pedagógicas capazes de reconstruir caminhos que almejem um

ensino qualitativo. O importante é criar no corpo docente e administrativo das

escolas a capacidade de pensar e agir, num processo contínuo de reflexão da

própria prática docente, como fator determinante para uma ação pedagógica mais

consciente, crítica, competente e transformadora.

Ao se tratar da aprendizagem na escola numa perspectiva emancipadora,

que busca a transformação da realidade, o conhecimento passa a ser fruto de

uma construção coletiva, e, assim, o professor é mais do que o mero ensinante e

o processo de ensino-aprendizagem adquirem movimento de troca e de

crescimento mútuo. Nessa percepção, como Paulo Freire tão bem desvelou, o

processo de ensino-aprendizagem é uma seta de mão dupla: de um lado, o

professor ensina e aprende e, de outro, o estudante aprende e ensina, num

processo dialético, Isto é, permeado de contradições e de mediações.

O processo pedagógico caracteriza-se, portanto, como um movimento

próprio de idas e vindas, de construções sobre construções. São inúmeras as

variáveis que interferem nesse processo, tais como as condições materiais e as

relações simbólicas. Toda essa complexidade deve ser compreendida e

trabalhada por aqueles que constroem o cotidiano escolar.

Diante dessa análise, é importante compreender os valores para a

emancipação dos sujeitos, quando a prática docente é refletida e se busca

compreender as razões dos atos e se percebe quais princípios e ações são

pertinentes para uma sociedade mais justa humana e democrática.

62

Pedro Demo descreve que no processo de ensino-aprendizagem, a

qualidade de ensino é prioridade, e precisa ser analisada em diversos olhares

entre docentes, bem como ser divulgada para os próximos estudiosos sobre o

assunto. Ele também observa o que vem ocorrendo ultimamente:

O lugar preponderante, onde o professor é típica vitima, pode ser visualizado em dois momentos: de um lado no processo de formação, geralmente falta de qualidade ao extremo, principalmente quando se trata de escolas particulares noturnas e de escolas normais, de outro as condições dos profissionais, marcadamente deprimida de tal sorte que a seleção negativa acaba impunindo. (DEMO,1993, pg.43)

No processo de ensino-aprendizagem a escola deve manter sua

autonomia perante aos educandos e educadores, executar um trabalho que faça

interagir todos os sujeitos dentro ou fora da escola, que seja um trabalho

produtivo e de qualidade no ensino. O papel da escola é o principal, ela deve

elaborar meios de estimular a inteligência do educando e desenvolver suas

habilidades, contudo, facilitar os meios pedagógicos aos docentes, que são os

condutores das novas estratégicas de aprendizagem. A escola tem diversas

ferramentas de avaliação que servem de fonte de idéias para a proposta

pedagógica, conta com uma secretaria que atende aos três turnos e uma sala de

direção. A escola possui televisão, DVDs, biblioteca e adota uma pedagogia

interativa entre a comunidade escolar, o que facilita o desenvolvimento e

aplicação de qualquer atividade que faça parte do universo educacional. A prática

pedagógica abordada pela escola é a sócio-interacionista, que considera como as

pessoas assimilam os estímulos ambientais organizados. Os alunos são

considerados sujeitos ativos e o conhecimento não é transmitido, mas construído.

2.3 O CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA

A professora Dra. Yvelise F.Arco-Verde declara: “A necessidade de

atualização da proposta curricular de uma rede de ensino reflete a dinamicidade

do conhecimento cientifico e tecnológico e sua subsequente reorganização dos

saberes escolares”, diz também que é tarefa do Estado a indicação das diretrizes

curriculares que sustentam o processo educacional, porém só haverá participação

efetiva se for construído coletivamente. A proposta de construção coletiva foi

desenvolvida em seis fases:

63

1ª fase – Diretrizes Curriculares da Rede Estadual de Ensino do Paraná – esta

fase é caracterizada pelo mapeamento do estado diante dos encaminhamentos

curriculares no Brasil e as definições básicas;

2ª fase – Diretrizes da área de ensino da proposta pedagógica - cada

departamento de ensino da SEED, de forma articulada, está proporcionando

atividades e eventos para discussão de cada uma das disciplinas e áreas de

ensino, todo o trabalho está disponível para as escolas para subsidiar o processo

coletivo de reflexão;

3ª fase – Processo coletivo de reformulação curricular – retomar nas escolas as

discussões pedagógicas como uma atividade coletiva finalizando com um relatório

com sugestões e práticas que subsidiam as diretrizes curriculares nos diferentes

níveis, modalidades e áreas de conhecimento;

4ª fase – Sistematização das propostas curriculares por disciplina, níveis e

modalidades de ensino – discutir em universos maiores, envolvendo a

comunidade escolar e outras escolas, profissionais da educação de diferentes

municípios;

5ª fase – Projeto Político Pedagógico das Escolas da Rede Publica do Paraná –

reorganizar o projeto a partir do amplo processo de discussão das bases

curriculares, a escola poderá definir seus rumos, suas propostas, seus projetos

específicos;

6ª fase – Avaliação e acompanhamento – acompanhamento e monitoramento das

atividades de reformulação curricular.

As diretrizes curriculares nacionais para a educação básica traçaram como

princípios ordenadores do currículo a estética da sensibilidade, a política da

igualdade e a ética da identidade.

Um projeto de Ensino Médio Integrado ao Ensino Técnico tendo como

eixos o Trabalho, a Ciência e a Cultura, deve buscar superar o histórico conflito

existente em torno do papel da escola, de formar para a cidadania ou para o

trabalho produtivo. Com base no exposto, fica o desafio da organização de um

currículo de ensino médio integrado ao ensino técnico que contemple os

seguintes pressupostos:- conceba o sujeito como ser histórico-social concreto,

capaz de transformar a realidade em que vive; - vise a formação humana como

síntese de formação básica e formação para o trabalho; - tenha o trabalho como

principio educativo no sentido de que o trabalho permite a compreensão do

64

significado econômico, social, histórico, político e cultural das ciências e das artes;

- seja baseado numa epistemologia que considere a unidade de conhecimentos

gerais e conhecimentos específicos e numa metodologia que permita a

identificação das especificidades desses conhecimentos quanto a sua

historicidade, finalidades e potencialidades; - seja baseado numa pedagogia que

vise a construção conjunta de conhecimentos gerais e específicos, no sentido de

que os primeiros fundamentam os segundos e esses evidenciam o caráter

produtivo concreto dos primeiros; - seja centrado nos fundamentos das diferentes

técnicas que caracterizam o processo de trabalho moderno, tendo como eixos o

trabalho, a ciência e a cultura.

2.4 DINÂMICA DO CURRÍCULO E REFLEXÕES SOBRE O TRABA LHO

PEDAGÓGICO CONFIGURADO COM A MATRIZ CURRICULAR

2.4.1 Articulação da educação profissional com o e nsino médio

O termo articulação é mais que complementaridade é uma

intercomplementaridade mantendo-se a identidade de ambos, propõe uma

comunhão de finalidades, uma ação planejada e combinada entre o Ensino Médio

e o Ensino Técnico.

O exercício da formação integrada é uma experiência de democracia

participativa quando ocorre como uma ação coletiva. Isto implica em buscar

professores abertos à inovação, disciplinas e temas mais adequados a

integração. Dar ao aluno horizontes de captação do mundo além das rotinas

escolares, dos limites do estabelecido e do normatizado para que ele se aproprie

da teoria e da prática que tornam o trabalho uma atividade criadora fundamental

ao ser humano.

Para que o ensino seja integrado é necessário que este seja baseado

numa pedagogia visando à construção conjunta de conhecimentos gerais e

específicos, no sentido de que os primeiros fundamentam os segundos e esses

evidenciem o caráter produtivo concreto dos primeiros.

A educação profissional integrada tem como principio educativo o trabalho

buscando a partir da ciência, a materialização da tecnologia.

65

Para alcançar este objetivo se faz necessário a preparação dos

professores e demais atores educativos para consolidar a política de integração e

construção de um real currículo integrado, situando sempre a relação escola-

trabalho-formação no âmbito das relações sociais vendo a educação como prática

social e cultural, como relação humana e como ação-intervenção política e

cultural que mexe com aspirações, valores, pensamentos, enfim, pessoas

humanas.

Partindo do principio de que a educação profissional deve levar a pessoa

humana de encontro ao desenvolvimento integralmente, deve articular os

conhecimentos oriundos da prática social e conhecimentos científicos, de modo a

relacionar ciência, tecnologia, cultura e sociedade nos processos de construção e

difusão do conhecimento. Para se alcançar esta articulação é necessário uma

organização curricular que promova a universalização dos bens científicos,

culturais e artísticos tomando o trabalho como eixo articulador dos conteúdos, ou

seja, tomando o trabalho como principio educativo. As DCEs da Educação

profissional (SEED-PR) descreve:

Tomar o trabalho como principio educativo significa defender o direito ao

acesso à cultura, a ciência e à tecnologia para todos os trabalhadores, não

de forma enciclopedista ou estritamente profissionalizante, mas de modo a

desenvolver as competências ao mesmo tempo intelectivas e praticas dos

alunos, para a formação da práxis humana. Daí a importância da

manutenção do caráter publico da escola e de seu compromisso com a

qualidade de sua proposta pedagógica. (2006, p.37)

Integração não é apenas juntar os conteúdos para serem trabalhados, mas

sim organizar os conteúdos de modo a integrar as dimensões disciplinar e

interdisciplinar, é organizar um currículo que articule as ações disciplinares e

projetos transdisciplinares que permitam ao aluno a compreensão da realidade,

pela apreensão das complexas conexões que articulem parte e totalidade. Vale

lembrar que não é possível trabalhar de forma transdisciplinar caso não haja

tratamento disciplinar rigoroso, que forneça categorias de analise, referencial

teórico e sistemas simbólicos que viabilizem novas sínteses. Isto leva o professor

a assumir a responsabilidade de um tratamento disciplinar rigoroso. Também

sabe-se que o exercício da formação integrada é uma experiência de democracia

participativa. Ela não ocorre sob o autoritarismo, porque a ação deve ser coletiva,

já que o movimento de integração é social e supõe mais de um participante.

66

Implica buscar professores abertos à inovações, disciplinas e temas adequados à

integração. Maria Ciavata diz que se deve dar ao aluno horizontes de captação de

mundo além das rotinas escolares, dos limites do estabelecimento e do

normatizado, para que ele se aproprie da teoria e da prática que tornam o

trabalho uma atividade criadora, fundamental ao ser humano.

As disciplinas do curso Técnico em Agropecuária deverão ser

desenvolvidas de forma integrada às disciplinas da Base Nacional Comum,

utilizando metodologias que visem à articulação entre todas as disciplinas. O

curso será ministrado de 2ª à 6ª feira e eventualmente aos sábados, nos turnos

da manhã e tarde, turnos considerados pedagogicamente apropriados para o

desenvolvimento das aulas práticas, para o período noturno serão desenvolvidas

atividades extracurriculares visando otimizar o uso dos equipamentos de

informática e dos laboratórios.

A Matriz Curricular implantada em 2004 está sendo substituída

gradativamente, sendo usada somente mais este ano (2011) com a terceira série,

pela matriz curricular implantada em 2010..

2.4.2 Matriz curricular

67

CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO COM ENCERRA MENTO

DA MATRIZ CURRICULAR NO ANO DE 2011

CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO TURNO: INTEGRAL ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2004 MODULO: 40

ordem DISCIPLINAS 1ª 2ª 3ª

nº total horas/aul

a

nº total horas/relógi

o 1 Lingua Portuguesa 4 4 4 480 400 2 Arte 2 80 67 3 Educação Física 2 2 2 240 200 4 Matemática 4 4 4 480 400 5 Física 2 2 2 240 200 6 Química 2 2 2 240 200 7 Biologia 3 2 3 320 267 8 História 2 2 2 240 200 9 Geografia 2 2 2 240 200

10 Lingua Inglesa 2 2 160 133 11 Filosofia 2 80 67

CLE

O C

OM

UM

12 Sociologia 2 80 67

Sub – Total 25 24 23 2880 2400 13 Administração e Economia Rural 2 2 160 133 14 Agroindústria 2 2 160 133 15 Solos 2 2 160 133 16 Zootecnia 2 2 2 240 200 17 Criações 3 3 3 360 300 18 Horticultura 2 2 2 240 200 19 Mecanização Agrícola 2 2 160 133 20 Prática Agropecuária 8 5 5 720 600 21 Culturas 2 2 3 280 233 22 Irrigação e Drenagem 2 80 67 23 Topografia 2 80 67 24 Construções e Instalações Rurais 2 80 67 25 Extensão Rural 2 80 67 26 Agroecologia 2 80 67 27 Bovinocultura de Leite 2 80 67

FO

RM

ÃO

ES

PE

CÍF

ICA

28 Informática Aplicada à Agropecuária

2 2 160 133

Sub – Total 25 26 27 3120 2600 TOTAL 50 50 50 6000 5000

ESTAGIO ORIENTADO 360 300

68

- CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO COM IMPLA NTAÇÃO

GRADATIVA A PARTIR DE 2010

Estabelecimento: CEEP ASSIS BRASIL

MUNICIPIO : CLEVELÂNDIA

CURSO: TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

FORMA INTEGRADA IMPLANTAÇÃO GRADATIVA A PARTIR DO ANO DE 2010

TURNO: PERÍODO INTEGRAL CARGA HORÁRIA: 4800 HOR AS AULA 4000 HORAS MAIS 133 HORAS DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

MÓDULO 40 ORGANIZAÇÃO SERIADA SÉRIE DISCIPLINAS

1ª 2ª 3ª Horas/Aula Horas

1 ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL

2 2 2 240 200

2 AGROINDÚSTRIA 2 80 67 3 ARTE 2 2 160 133 4 BIOLOGIA 2 2 2 240 200 5 EDUCAÇÃO FÍSICA 2 2 2 240 200 6 FILOSOFIA 2 2 2 240 200 7 FÍSICA 2 2 2 240 200

8 FUNDAMENTOS DE AGROECOLOGIA 2 2 160 133

9 GEOGRAFIA 2 2 2 240 200 10 HISTÓRIA 2 2 2 240 200 11 HORTICULTURA 3 2 2 280 233 12 INFRA-ESTRUTURA RURAL 2 2 160 133 13 LEM– INGLÊS 2 80 67

14 LINGUA PORTUGUESA E LITERATURA

3 3 3 360 300

15 MATEMÁTICA 3 3 3 360 300 16 PRODUÇÃO ANIMAL 4 3 3 480 400 17 PRODUÇÃO VEGETAL 3 3 3 360 300 18 QUÍMICA 2 2 2 240 200 19 SOCIOLOGIA 2 2 2 240 200 20 SOLOS 2 2 2 240 200

40 40 40 4800 4000 ESTAGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO

2 2 160 133

69

CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA SUBSEQUENTE COM

IMPLANTAÇÃO GRADATIVA A PARTIR DE 2010

Estabelecimento: CEEP ASSIS BRASIL

MUNICIPIO : CLEVELÂNDIA

CURSO: TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

FORMA SUBSEQUENTE IMPLANTAÇÃO GRADATIVA A PARTIR DO ANO DE 2010

TURNO: PERÍODO INTEGRAL CARGA HORÁRIA: 1800 HORAS/AULA 1500 HORAS MAIS 67 HORAS DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

MÓDULO 20 ORGANIZAÇÃO SEMESTRAL SEMESTRAL DISCIPLINAS

1ª 2ª 3ª Horas/Aula Horas

1 ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL

2 2 2 120 100

2 AGROINDÚSTRIA 4 4 4 240 200

3 FUNDAMENTOS DE AGROECOLOGIA

4 4 2 200 167

4 FUNDAMENTOS DO TRABALHO

2 40 33

5 HORTICULTURA 4 4 4 240 200 6 INFRA-ESTRUTURA RURAL 3 3 2 160 133 7 PRODUÇÃO ANIMAL 5 5 5 300 250 8 PRODUÇÃO VEGETAL 5 5 5 300 250 9 SOLOS 3 3 4 200 167

TOTAL

30 30 30 1800 1500

ESTAGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO

2 2 80 67

70

CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE SUBSEQUENTE COM IMPLANTAÇÃO A PARTIR DE 2010

Estabelecimento: CEEP ASSIS BRASIL

MUNICIPIO : CLEVELÂNDIA

CURSO: TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE

FORMA SUBSEQUENTE IMPLANTAÇÃO GRADATIVA A PARTIR DO ANO DE 2010

TURNO: NOTURNO CARGA HORÁRIA: 1500 HORAS/AULA 1250 HORAS MAIS 100 HORAS DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

MÓDULO 20 ORGANIZAÇÃO SEMESTRAL SEMESTRAL DISCIPLINAS

1ª 2ª 3ª Horas/Aula Horas

1 ANALISE CONT. QUIMICA AMBIENTAL

4 3 5 240 200

2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 2 2 2 120 100 3 ESTATISTICA APLICADA 3 3 120 100

4 FUNDAMENTOS DO TRABALHO

2 40 33

5 GEOGRAFIA AMBIENTAL 2 3 3 160 133

6 GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS

4 4 4 240 200

7 GESTÃO DE RESIDUOS 2 3 3 160 133 8 INFORMÁTICA APLICADA 2 2 80 67

9 LEGISLAÇÃO SEG. AMBIENTAL

2 2 2 120 100

10 METODOLOGIA CIENTIFICA E COMUNICAÇÃO

3 60 50

11 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

2 3 3 160 133

TOTAL

25 25 25 1500 1250

ESTAGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO

3 3 120 100

2.4.3 Trabalho coletivo

É função da escola formar o cidadão, assegurando ao estudante o acesso

e a apropriação do conhecimento sistematizado, mediante a instauração de um

ambiente propicio às aprendizagens significativas e às práticas de convivência

democrática.

71

Para cumprir sua função precípua de favorecer essa formação, a escola

precisa construir/instituir, de forma coletiva, um projeto político-pedagógico. O

projeto deve ser o instrumento de planejamento coletivo, capaz de resgatar a

unidade do trabalho escolar e de garantir que não haja uma divisão entre os que

planejam e os que executam.

O Projeto Político Pedagógico constitui o norte orientador das atividades

curriculares e da organização da escola e se expressa nas práticas cotidianas,

traduzindo os compromissos institucionais relativos ao direito, consagrado nas leis

brasileiras e garantindo a todos, sem distinção de qualquer natureza, de acesso à

educação escolar pública, gratuita e de qualidade referenciada pelo social.

A escola precisa se organizar de forma adequada com o propósito de

constituir um espaço favorável à plena formação do estudante, respeitando as

diversidades, isto pressupõe mudanças na dinâmica de relações com os alunos,

alterações nas atividades diárias, de modo que todos possam alcançar um nível

de reflexão, expressem seu pensamento e trabalhem juntos, partindo de suas

possibilidades intrínsecas. Assim com o intuito de garantir a plenitude do

processo, se faz necessário revisar determinadas práticas, principalmente

aquelas relacionadas à organização de grupos de trabalho em sala de aula e fora

dela, bem como às questões voltadas ao tempo e ao espaço.

O docente para tratar da diversidade, precisa rediscutir atitudes e/ou

atividades de caráter homogeneizador, presente nos muitos processos de

aprendizagem.

A diversidade pressupõe que os envolvidos no processo educativo

concebam a aprendizagem como interação entre a natureza e o meio. Segundo

Coll (1996, p.334) o aluno precisa sentir-se a vontade e confiante nas relações

com os adultos com os quais interage, mas também que a recíproca seja

verdadeira.

O Projeto Político Pedagógico da escola CEEP ASSIS BRASIL, tem a

finalidade de levar o colegiado a um dialogo crítico, a autenticas necessidades de

mudanças e não porque é o discurso do momento. A mudança de postura

pedagógica deve partir de reflexões, avaliações e necessidades para se caminhar

a autonomia, valorização social e democratização. Essa iniciativa se mostra de

forma conjunta e integrada através dos grupos de grupos de estudos, conselhos

72

de classe, reuniões pedagógicas, além das percepções e necessidades no

decorrer do cotidiano da escola.

2.4.4 Prática transformadora: o que a escola preten de do ponto de vista

político pedagógico?

A missão da escola está de acordo com os princípios da L.D.B., pois sua

autonomia depende desses princípios e consequência das mudanças sociais essa

missão reflete as transformações decorrentes da organização econômica, política e

social de uma sociedade em um determinado momento.

A nova L.D.B. (9394/96), em seu artigo 1º, refere-se aos princípios norteadores

da educação e estimula a criação de propostas alternativas para promover a

igualdade de condições para o acesso e permanência do aluno no processo

educativo, a utilização de concepções pedagógicas da educação com o trabalho e

com as práticas sociais. As propostas pedagógicas concretas são elaboradas

aproximando-as ao máximo da realidade do aluno; os educadores analisam e

definem a ação educativa, percebendo-a como uma ação social, estabelecendo uma

proposta curricular que considere as relações escola/comunidade e o retrato cultural,

produzindo uma prática educativa articuladora da teoria do processo de

aprendizagem.

Como em qualquer segmento da sociedade, existe a diversidade. Assim, em

nossa escola, existem profissionais que já desenvolvem suas atividades motivando a

criatividade, curiosidade, mantendo vínculos afetivos, resgatando o humanismo e a

sociabilidade, pois há o respeito às diferenças, visando a qualidade e o

aprimoramento cultural/social e político, que nortearão seu desenvolvimento humano.

A vontade própria de cada profissional da educação, no que se refere a mudanças e

transformações, deve se somar às condições de trabalho que proporcionem a efetiva

concretização dos objetivos que se deseja alcançar.

Educar sempre foi e continua a ser hoje uma tarefa eminentemente social. A

formação da personalidade madura resulta tanto do fortalecimento da autonomia

pessoal como da construção de uma alteridade solidária, ou seja, do processo de

descoberta do outro como atitude moral. A humanização concebida como

crescimento interior do individuo encontra seu pleno desenvolvimento no ponto onde

se encontram de modo permanente os caminhos da liberdade e da responsabilidade.

73

A sociedade atual passa por uma transformação significativa, que exige

mudanças em toda organização escolar. Nosso ritmo de vida tem se modificado de

forma visível, tentando atender as diversas demandas impostas pela sociedade e a

Escola precisa acompanhar esses novos espaços e tempos.

É preciso investir no conhecimento e na aprendizagem. Investir na educação

de hoje é investir no país de amanhã.

A Escola precisa resgatar o valor da educação, o conhecimento com

ferramenta geradora de transformação social, para mudar as pessoas e o mundo.

A educação deve ser sempre um processo em que os participantes tenham a

possibilidade de criar e recriar caminhos e meios que possibilitem uma formação

humana interdisciplinar incorporada à sua própria vida, levando em conta o contexto

sócio-histórico-cultural dos educandos.

Levar o aluno criticamente acerca da realidade, intervindo e participando do

processo formativo, construindo sua história pessoal no contexto coletivo e social da

escola.

As ações planejadas para uma prática transformadora contempla reflexões,

palestras, debates, gincanas, visitas e outros com o objetivo de ajudar construir

sujeitos incluídos na sociedade, participando e decidindo de forma responsável; levar

o sujeito a visar uma cidadania autônoma, livre e solidária. A Escola deve sempre

promover experiências coletivas, criticas e dialógicas. Deve educar e construir

sujeitos culturais e sociais; com direito à cultura, ao saber e a aprovação dos valores,

da identidade; com direito a se desenvolverem como seres humanos dignos.

É preciso que haja uma reflexão sobre valores que estão sendo partilhados

com o jovem. A prática pedagógica deve ter professores atuando como orientadores

de atividades interdisciplinares e estimulando a participação do aluno, explorando o

relacionamento humano e afetivo.

Levar o aluno a recuperar o prazer de estar no ambiente escolar, superando a

imagem da escola como um lugar apenas de obrigação.

A Escola como fonte de conhecimento permite ao aluno ultrapassar os muros

da instituição rompendo e superando fronteiras, vislumbrando e procurando soluções

adequadas para os desafios que surgirem.

A motivação da equipe de trabalho da comunidade escolar e a qualidade de

ensino, devem garantir aos alunos a visualização de um futuro de esperança e

capacidade humana de superação.

74

A filosofia da escola tem que estar voltada a ajudar o aluno a pensar, a refletir,

e a entender as transformações do mundo e das coisas que o cercam.

O tempo e a experiência adquirida a cada desafio é o que nos ajuda a crescer

e perceber a importância de analisar o nosso trabalho, e, identificar os pontos que

precisam ser melhorados, nem sempre é uma tarefa fácil, sendo que o mais

importante é crescer tentando alcançar o sucesso.

Precisamos rever os nossos valores, olhar para a nossa prática educacional e

ressignificar os conteúdos, as estratégias para um novo perfil de sociedade com

impacto da tecnologia da informação que atinge a todos nós. Tudo é muito veloz e

nos obriga a entrar na era do conhecimento e da digitalidade senão perderemos o

compasso do mundo moderno; ao nos reposicionarmos como pessoas, profissionais

e como cidadãos; educaremos nossos jovens para que se constituam indivíduos

competentes, criativos, com personalidade própria, com ética.

Sincronizando o conteúdo ensinado e o conteúdo aprendido, a Escola estará

em busca do saber, adequando-se as condições reais dos alunos.

“O senhor mire e veja, o mais importante bonito do mundo é isto, que as pessoas não estão

sempre iguais; não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam

verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.”

Guimarães Rosa

2.5 DIVERSIDADE

2.5.1 História e cultura africana e afro-brasileira , História e cultura indígena

A partir da Lei 10.639/03 a inserção dos conteúdos de história e cultura

afro-brasileira e africana nos Currículos Escolares, tornou-se uma coluna

necessária e obrigatória.

Estudar História e Cultura Afro-Brasileira e Africana vai além da busca de

superação dos preconceitos e discriminação. Uma educação anti-racista, com

objetivo de superar tais práticas, pauta-se na perspectiva do reconhecimento das

diferenças para, a partir daí, construir identidades e então efetivar uma igualdade,

tanto de condições, como de direitos e deveres. É também se abrir para novas

formas de olhar e ver o Outro, entendendo que essas particulares compõem

75

formas de pensar, filosofias calcadas em valores peculiares, sob maneiras

próprias de organização social, política, econômica e cultural.

Ao buscar entender essas diferenças, o educador tem a possibilidade de

postar-se de forma imparcial no momento do processo pedagógico, pois

consegue romper com estereótipos e paradigmas impostos por uma ideologia

vigente e hegemônica, possibilitando o educando visualizar diversas perspectivas

de uma mesma história, ampliando seu senso crítico frente às representações e

conceitos que lhe são transmitidos historicamente acerca dos povos constituintes

deste país, entre estes os africanos, que com seu conhecimento, tanto

tecnológico como intelectual e cultural, imprimiram uma autenticidade e uma

africanidade na forma de ser, estar e agir dos brasileiros. Segundo o Glossário de

Termos Anti-Racistas, trabalhar com as diversidades culturais explorando as

diferenças etno-raciais que estão postas, tanto na sala de aula como na

sociedade, é possibilitar a reflexão crítica, o pensar do aluno a partir de seu lugar,

de suas experiências de vida, de suas lutas diárias. Propor ações afirmativas e

trazer à tona a diversidade, não é, de imediato, uma atitude de pacifismo

pedagógico ou de resoluções da contradição posta na sociedade. Ao contrário, é

inserir o conflito no seio da vida real, da escola, e enfrentá-lo, explicitando as

diferenças, trabalhando com clareza as contradições.

Expostas as diferenças, aparecem as feridas da diversidade e as

dificuldades de aceitá-las. Surgem os fatos, as alegrias, os sentimentos, os

medos, os traumas, os enfrentamentos e, com eles e a partir deles é possível

trabalhar em busca do novo, do conhecimento reelaborado e, aí sim, no caminho

em busca da cultura da paz.

Nós profissionais da Educação, comprometidos com a luta pela

transformação social, buscamos continuamente estratégias que ressaltem o

cotidiano dos alunos para, a partir da realidade constatada, construirmos os

saberes escolares que são necessários para a formação do homem, do cidadão e

do trabalhador. É neste sentido que temos apontado nosso trabalho, valorizando

o professor, proporcionando a formação continuada tão necessária para, de fato,

efetivarmos uma prática educacional transformadora.

Ao disponibilizáramos e usarmos os cadernos temáticos que ruma para

esse objetivo trazemos a necessária fundamentação aos profissionais da

educação e comunidade em geral, para que estes possam ter instrumentos

76

adequados ao enfrentamento da diversidade e consigam transformar a hipocrisia

do preconceito na construção de uma sociedade mais justa. Os professores têm

abordado este tema de forma sistematizada no dia a dia da sala de aula (textos,

vídeos, leituras e outros).

Prima esta escola por tratar este assunto com muita sensibilidade,

delicadeza, clareza nas questões objetivas e pertinentes, para que o aluno

cidadão envolvido neste contexto não se sinta constrangido nem em demasia

enaltecido.

2.5.2 Gênero e Diversidade Sexual

A sexualidade entendida numa perspectiva contemporânea de

construção social, histórica e cultural passa ser necessariamente discutida na

escola- espaço privilegiado para o tratamento pedagógico desse desafio. O

trabalho educativo com a Sexualidade insere-se nas diversas disciplinas do

currículo por meio de conteúdos elencados nas mais diversas Diretrizes

Curriculares. Pois esse encaminhamento pedagógico considera os referenciais

de classe, raça/etnia, gênero e diversidade sexual.

O tratamento dado a este assunto precisa ser bem colocado uma vez

que a presença da sexualidade na escola independe da intenção manifesta ou

dos discursos explícitos, da existência ou não de uma disciplina de “educação

sexual” da inclusão ou não desses assuntos nos regimentos escolares. A

sexualidade está na escola porque ela faz parte dos sujeitos, ela não é algo que

possa ser desligado ou algo do qual alguém possa se “despir”.

Nesse sentido, é preciso considerar que a “sexualidade é uma das

dimensões do ser humano que envolve gênero, identidade sexual, orientação

sexual, erotismo, envolvimento emocional, amor e reprodução e, portanto, não

pode ser alienada das características humanas. A sexualidade compreende

também os conceitos de linguagem, corpo e cultura.

Entende-se que a escola é o espaço dedicado à discussão dos

conhecimentos historicamente acumulados e se não há neutralidade nem na

linguagem, muito menos no currículo, cabe a ela como espaço democrático

desmistificar conceitos e ancorar sentidos e novos significados relacionados a

sexualidade, despindo-se dos preconceitos sem esquecer um só momento do

respeito aos direitos humanos.

77

Esta escola dá enfoque para a Legislação Vigente, principalmente a do

Estado do Paraná, onde dão amparo legal e abertura à prática de uma Educação

Sexual na escola.

Considerando que a nossa escola possui um regime de internato

diferenciando-se, portanto de uma escola regular priorizamos espaços para tentar

suprir a ausência do convívio familiar que neste momento de vida do aluno se

torna fundamental, entendendo que a idade escolar de nossos alunos é precoce

para uma formação profissional, e também podem ser considerados imaturos

para vivenciarem sozinhos problemas de natureza sexual, a escola trabalha

sempre que necessário com este tema através de oficinas, vídeos e palestras

com profissionais da área.

2.5.3 Educação inclusiva

O direito à educação para todos foi estabelecido na Constituição de 1824,

quando o Brasil ainda era Império. Da mesma forma, tivemos os mesmos direitos

garantidos nas Constituições brasileiras de 1934, 1937 e 1946.

Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela

Assembléia Geral das Nações Unidas, afirma o principio da não discriminação e

proclama o direito de toda pessoa à educação.

O nosso atual texto constitucional (1988) consagra no Art. 205, a educação

como direito de todos e dever do Estado e da família. E no Art. 206, podemos

destacar princípios democráticos, que norteiam a educação, tais como: a igualdade

de condições não só para o acesso, mas também para a permanência e podemos

afirmar também o sucesso na escola: a liberdade de aprender, ensinar e divulgar o

pensamento; o pluralismo de idéias e as concepções pedagógicas.

A Conferencia Mundial sobre Educação para Todos em 1990, relembra que a

educação é um direito fundamental de todos, homens, mulheres de todas as idades

no mundo inteiro. Entre 7 e 10 de junho de 1994, em Salamanca, na Espanha,

aconteceu a Conferencia Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, que

reuniu delegados de 92 países e 25 organizações internacionais, com o objetivo de

promover a Educação para Todos, analisando as mudanças políticas que visam

favorecer o enfoque da educação integradora, capacitando as escolas a atenderem a

todas as crianças, sobretudo às que possuem necessidades educativas especiais. E

78

ainda nesta Declaração, foram aprovados princípios como: o reconhecimento das

diferenças, o atendimento às necessidades de cada um, promoção de aprendizagem,

o reconhecimento da importância de “escola para todos” e a formação dos

professores.

Mas o grande desafio é, portanto, identificar o modo mais seguro pela luta da

cidadania, para evitar que os direitos adquiridos na lei não sejam violados na prática.

A inclusão é um caminho sem volta, mas não sem duvidas e desafios.

Portanto, temos a necessidade de repensar as concepções de escola

homogenizadora, suas práticas de ensino, suas formas de avaliação e seus tempos

de progressão. A escola foi criada e desenvolvida para homogeneizar os diferentes.

Consequentemente, precisamos estar habilitados a trabalhar com outros objetivos

para atingir a todos, e não só aqueles que são mais rápidos e que poderiam aprender

mesmo sem o professor.

Nunca é demais lembrar que aprender é uma ação humana criativa, individual,

heterogênea e regulada pelo sujeito da aprendizagem, independentemente da sua

condição intelectual ser mais ou menos privilegiada. São as diferentes ideias,

opiniões, níveis de compreensão que nos enriquecem e que clareiam o nosso

entendimento. Susan apresenta a igualdade quando diz:

Não acredito que apenas algumas pessoas têm o direito de ser parte de todo o

grupo, enquanto outras precisam provar seu valor porque são consideradas

diferentes. Para realizar isso no mundo adulto, todas as crianças, durante seu

período de amadurecimento, precisam aprender juntas e umas com as outras.

(Susan Bray Stainback)

“Nossa capacidade de alcançar a unidade, sua diversidade será a beleza e o

teste de nossa civilização”. (Ghandi)

Para atender a inclusão, devemos estar providos de: -Recursos físicos

adaptáveis aos vários tipos de deficiências.; - recursos humanos: professores com

capacitação, preparação específica para cada área de deficiência; - abertura da sala

de recursos para apoiar o educando portador de condutas atípicas; - materiais

pedagógicos apropriados; - formas diferenciadas de trabalhos com projetos especiais;

- acompanhamento de profissionais capacitados para investigação sistemática e

diagnóstica dos alunos com dificuldades de aprendizagem e desvios de

comportamento.

Diante desse contexto o CEEP Assis Brasil que prima pelo principio da

79

integração da base nacional comum com a parte técnica, também busca articular a

inclusão no processo de ensino aprendizagem. Vivenciamos na prática alguns casos

que apresentam dificuldades físicas e poucos alunos com dificuldades intelectuais

não muito avançadas.

Com relação à prática pedagógica os professores e a equipe pedagógica de

nossa escola sempre buscam fazer uma readequação de currículo e avaliação para

atender as dificuldades dos educandos.

A Escola disponibiliza de atendimento psicológico para alguns alunos com o

apoio da prefeitura Municipal. No aspecto da reestruturação do ambiente físico faz-se

necessário construir algumas rampas para melhorar a acessibilidade do aluno,

projeto este já encaminhado a SEED.

2.6 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS

2.6.1 Enfrentamento à violência na escola

Este tema, incluído nos Desafios Educacionais Contemporâneos, tem

como objetivo ampliar a compreensão e formar uma consciência crítica sobre a

violência, e assim transformar a escola num espaço onde o conhecimento toma

lugar da força. Requer do Educador/Profissional da Educação informações sobre

as causas da violência e suas manifestações.

Tem a escola o compromisso de construir práticas organizacionais e

pedagógicas que levem em conta as características das crianças e jovens que

hoje frequentam a escola. A organização do ano escolar dos programas das

aulas, a arquitetura dos prédios e sua conservação não podem ser distantes do

gosto e das necessidades dos alunos, pois quando a escola não tem significado

para os alunos a mesma energia que leva o envolvimento, ou interesse, pode

transformar-se em apatia ou explodir em indisciplina e violência.

Só conseguiremos encontrar equilíbrio entre os interesses dos alunos e

as exigências da instituição quando deixarmos de acreditar que paz signifique

ausência de todo e qualquer conflito.

Mas para que prevaleça o espírito da solidariedade, é preciso correr o

risco da separação da hostilidade que atravessa todas as redes da trama social

80

escolar. Neste contexto este Colégio pretende desmistificar e melhorar o

ambiente escolar.

2.6.2 PUID- Prevenção do uso indevido de drogas

“Numa vida onde os valores afetivos são deixados de lado, as substâncias

que ‘estimulam’ substituem a estima, alimento essencial da vida”.

Hoje, as sociedades humanas passam por transformações profundas nos

últimos anos, principalmente nos aspectos educacionais, tecnológicos, político-

social, cultural e econômico os quais criam um impacto ao modo de ser, de viver e

de sentir das mesmas.

Com isso, os modos de vida influenciam e são influenciados por novas

tecnologias, mídias e pelas forças políticas e econômicas em jogo. Essas

relações reforçam e estabelecem hábitos concernentes ao uso indevido de

drogas, como: fumar, consumir excessivamente bebidas alcoólicas e outras

substâncias químicas.

Em decorrência desta nova problemática destacam-se nesta abordagem os

papéis fundamentais das escolas públicas diante da situação das drogas. Quando

falamos em educação, principalmente Educação preventiva para crianças e

adolescentes, também é consenso que a escola é palco privilegiado para tal

intervenção. “A escola passou a ser o espaço privilegiado para o desenvolvimento

de atividades preventivas, visando uma educação para a saúde, visto que quase

toda a população passa por ela numa idade e em circunstâncias altamente

favoráveis à assimilação de certos hábitos, atitudes e conhecimentos”. (Costa &

Gonçalves, 1988).

Dessa forma, a escola como espaço privilegiado para a socialização dos

conhecimentos historicamente construídos pela humanidade, pode e deve

intensificar e ampliar os estudos e discussões sobre a problemática das drogas,

envolvendo, se possível, todos os sujeitos da comunidade escolar.

Entende-se a prevenção como sendo uma ação educativa e, como tal,

deve considerar que o uso abusivo de drogas é um problema cuja origem

perpassa toda a sociedade. Entendido por esse aspecto, as ações nesta área

81

devem considerar os múltiplos determinantes da situação, dependendo de todas

as esferas.

Desta forma a escola, como toda instituição social é permeada por

relações de poder que necessita compreender suas atribuições neste contexto

para atuar, intervir e realizar ações preventivas em consonância aos desafios

atuais. Consideramos que o trabalho pedagógico requer um entendimento

teórico abrangente, para tanto os professores como os demais profissionais da

educação para contribuir no processo de prevenção ao uso indevido de drogas,

numa perspectiva crítica, histórica e pedagógica, a qual objetiva no processo de

socialização do conhecimento não revelar a verdade absoluta e sim, como diz

Andrew Weil “descobrir maneiras mais úteis de pensar sobre os fenômenos” que

envolvem as drogas. Além da clareza de concepção de educação, os professores

devem estar seguros quanto a “concepção de mundo, de escola e de homem...”

Pensando desta forma buscamos tratar os conteúdos relacionados às

drogas de uma maneira ampla, num processo de construção e reconstrução de

abordagens que contemplem as implicações e as inter-relações dos contextos

sociais, políticos e econômicos. Assim, o entendimento vai além das discussões

do campo biológico e perpassa outras áreas do conhecimento como as Ciências

Humanas e Exatas, possibilitando que as diferentes disciplinas da matriz

curricular possam contribuir por meio de seus conteúdos.

Enfim, o CEEP Assis Brasil se propõe a tratar este assunto sempre

contextualizando, através de palestras com profissionais da área, trabalho em

grupo com vídeos e debates, conversações em grupo e individual com alunos,

conversações com pais, entre outras ações, que contemplem com as realidades

nacionais, regionais e locais mais precisamente no seu entorno, enfocando, as

drogas ações e efeitos, a Mídia e as drogas, drogas lícitas e não lícitas, dando

enfoque a Legislação específica com considerável importância na Constituição

Federal, a Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 que estabelece o Estatuto

da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei nº9.394/96 – Diretrizes e Bases da

Educação Nacional ainda podemos contar com o Grupo de Trabalho Anti/Droga –

de Clevelândia, intitulado “Crack Nem Pensar” com coordenação de um grande

grupo de pessoas de diversos seguimentos da nossa cidade.

82

2.6.3 Educação ambiental

Implementada pela Lei nº 9.795/99, bem como sua legislação pertinente,

visa promover o desenvolvimento da Educação Ambiental em um processo

permanente de formação e de busca de informação voltada para a preservação

do equilíbrio ambiental, para a qualidade de vida e para a compreensão das

relações entre o homem e o meio biofísico, bem como para os problemas

relacionados a estes fatores. Assim como, subsidiar os educadores para que, a

partir de uma compreensão crítica e histórica das questões relacionadas ao meio

ambiente, possam por meio do tratamento pedagógico se argumentarem com

subsídios necessários ao tratar do assunto.

No contexto apresentado acima, propomos o desenvolvimento de um

processo permanente de formação e informações acerca das questões

referentes ao equilíbrio ambiental, visando a qualidade de vida e o entendimento

das relações homem/meio biológico bem como das interferências do primeiro

sobre o segundo e suas consequências. Assim, o que se pretende é fornecer

subsídios aos professores para o tratamento crítico e histórico das questões

ambientais, trabalhados em conjunto com as Diretrizes Curriculares da Rede

Pública de Educação Básica do Estado do Paraná, levando a construção da

identidade da Educação Ambiental (EA) nas escolas da rede públicas estadual.

Com essa proposta, a EA pretende perpassar todos os segmentos dentro

da escola, não ficando restrita a uma a única disciplina ou sob responsabilidade

de um professor ou uma professora apenas. Ela deve estar presente na pratica

cotidiana de todos os envolvidos no processo educacional, mesclando-se ao dia-

a-dia da comunidade de forma natural. Vivemos o que esta sendo denominada

por alguns autores em uma sociedade de risco, em que os riscos a serem

enfrentados pela coletividade humana não são mais os fenômenos naturais, e sim

os riscos produzidos por essa própria sociedade; mas se essa crise ambiental é

uma construção histórica, ela pode também ser historicamente desconstruída,

configurando as ações da sociedade humana, visando um melhor aproveitamento

dos recursos, de forma planejada, no presente somado a preocupação com sua

manutenção no futuro, contribuindo para a melhora e preservação das condições

de vida no planeta.

83

Sustentabilidade é de fato um conceito sistêmico, relacionado com a

continuidade de aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da

sociedade humana que, preservam a biodiversidade e os ecossistemas naturais,

planejando e agindo em sua manutenção.

Nesta proposta se propõe elencar conhecimentos e conteúdos nas

diversas disciplinas que destacam a sustentabilidade no espaço rural e urbano,

tais como: Educação ambiental, agroecologia, legislação ambiental, energias

alternativas, culturas alternativas, entre outros.

É fundamental para o país desenvolver a criticidade nos educandos para

perceberem as mudanças que estão acontecendo no âmbito legal em escala

nacional, exemplificando a reformulação do código florestal. Nesta área,

percebemos uma grande preocupação da comunidade escolar.

Pequenas ações individuais são a maior força transformadora que se

conhece. Ter uma atitude consciente em relação aos nossos hábitos de consumo

é a melhor (e talvez única) maneira de mudar o mundo. Faça sua parte e ajude a

construir um futuro para todos.

Visando critérios da sustentabilidade desenvolvemos na escola projetos

de agricultura orgânica, recuperação da mata ciliar, culturas alternativas, ervas

medicinais, reciclagem, etc, além de todo um trabalho didático na escola, com

embasamento teórico-prático.

2.6.4 Cidadania e educação fiscal

Este tema abordado através de Decreto tem como objetivo a necessidade

de promover a educação para a cidadania, despertar da consciência do cidadão

para a função sócio-econômico do tributo. Noção de tributo, natureza do tributo,

destinação legal da sua arrecadação, o que são Tributos. Temas estes, que

podem ser explorados através de materiais didático-pedagógicos como: Revista

Olho Vivo, Controle Social, Que nem Gente Grande, Gestão de Recursos

Federais.

A escola através de algumas disciplinas do núcleo comum e técnico

desenvolve atividades com apoio de: vídeos (filmes), revistas, reportagens,

bibliografias, entre outros.

84

Tem como objetivo promover a implementação o desenvolvimento e

sustentabilidade do Programa Nacional de Educação Fiscal, de forma ética e

democrática, contribuindo para o pleno exercício da cidadania, com vistas à

justiça social e ao bem comum. Com muita ênfase no conceito de Democracia

Participativa.

2.6.5 Educação para os direitos humanos

A Educação em Direitos Humanos parte de três pontos essenciais:

primeiro, é uma educação de natureza permanente, continuada e global,

segundo, é uma educação necessariamente voltada para a mudança, e terceiro, é

uma inculcação de valores, para atingir corações e mentes e não apenas

instrução, meramente transmissora de conhecimentos. Acrescente-se, ainda, e

não menos importante, que ou esta educação é compartilhada por aqueles que

estão envolvidos no processo educacional – os educadores e os educandos - ou

ela não será educação e muito menos educação em direitos humanos. Tais

pontos são premissas: a educação continuada, a educação para a mudança e a

educação compreensiva, no sentido de ser compartilhada e de atingir tanto a

razão quanto a emoção.

Com relação aos parâmetros Direitos e Sujeitos, resgatamos junto aos

educandos os avanços desde a década de 1990, muito significativos com

implantação de políticas sociais em torno dos Direitos Humanos no Brasil.

Enquanto efetivação de política pública pode citar: O Estatuto da Criança e do

Adolescente um marco no campo jurídico e Social, Lei Maria da Penha que vem

elucidar a "violência doméstica e familiar contra a mulher" confirmando a

centralidade do judiciário nas lutas sociais no Brasil.

Enquanto escola, buscamos repassar para a comunidade escolar o

regimento interno do CEEP Assis Brasil, que é um documento que evidencia os

direitos, deveres e obrigações dos envolvidos no processo educativo, primando

pela formação de uma cultura de respeito à dignidade humana através da

promoção e da vivência dos valores da liberdade, da justiça, da igualdade, da

solidariedade, da cooperação, da tolerância e da paz. Portanto, a formação desta

cultura significa criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades,

85

costumes, atitudes, hábitos e comportamentos que devem se transformar em

práticas.

III - MARCO OPERACIONAL

Uma escola com qualidade e eficácia é gerida com competência, agilidade,

criatividade e entusiasmo, de forma participativa e colegiada, sendo que a direção

deve estar: - Aberta às necessidades da comunidade; - Atenta à atualização

dos professores e de sua prática pedagógica; - Conectada aos avanços científicos

e tecnológicos; - Comprometida com a formação integral e o sucesso dos alunos;

- Empenhada em planejar, coordenar e avaliar a dinâmica da escola diante da

realidade atual; - Pronta para resolver os desafios da gestão escolar, numa visão

democrática de projeto global da escola, para atender às continuas exigências e à

novas demandas da sociedade.

O processo de gestão colegiada, é pautada num planejamento estratégico

aberto às inovações necessárias, com foco no sucesso dos alunos.

As novas estruturas familiares, sociais, econômicas, empresariais e

políticas, nacionais e mundiais, requerem um novo modelo de escola com

responsabilidade social, que forme um novo tipo de cidadão. Porém, cabe ao

gestor uma significativa habilidade para obter o máximo de contribuição e

participação dos membros da comunidade. Esta mudança tem como base a real

participação dos diferentes segmentos, a possibilidade de se exercer com maior

ênfase a cidadania, ter maior liberdade de expressão e mais espaço para

demonstrar conhecimento e trocas, tornando os atores do processo cada vez

mais responsáveis, criativos, autônomos envolvidos com o processo de gestão e

melhoria da educação.

3.1 GESTÃO PARTICIPATIVA

A construção de um projeto educativo coletivo constitui a identidade de

cada Escola e é, sem dúvida, o instrumento primordial que permite uma gestão

democrática. Nessa perspectiva, sendo a gestão vista como uma nova forma de

86

administrar, em que a comunicação e o diálogo estão envolvidos, cabe ao gestor

assumir a liderança deste processo, tendo principalmente a função pedagógica e

social, competência técnica e política. Ao assumir esse papel, o gestor deve,

necessariamente, buscar a articulação dos diferentes atores em torno do projeto

político-pedagógico da Escola, o que implica uma liderança democrática, capaz

de interagir com todos os segmentos da comunidade escolar. A liderança é uma

gestão escolar democrática, nesse sentido, requer do gestor uma significativa

habilidade e também sensibilidade para que possa obter o máximo de

contribuição e participação dos membros da comunidade.

Esta configuração exige que se compreenda que, a partir do momento em

que se busca uma nova organização do trabalho na Escola, também as relações

de trabalho em seu interior deverão ser repensadas e reestruturadas. Esta

mudança nas relações de trabalho deve ter como base a possibilidade de real

participação dos diferentes segmentos, a possibilidade de se exercer com maior

ênfase a cidadania,

A gestão da escola se traduz cotidianamente como ato político, pois implica

sempre uma tomada de posição dos atores sociais ( pais, professores,

funcionários, estudantes...). Logo a construção não pode ser individual, pelo

contrario deve ser coletiva, envolvendo os diversos atores na discussão e na

tomada de decisões.

Para que a tomada de decisão seja partilhada, é necessário a

implementação de vários mecanismos de participação tais como: o

aprimoramento dos processos de provimento ao cargo de diretor, a criação e

consolidação de órgãos colegiados na escola, o fortalecimento da participação

estudantil, a construção coletiva dos projetos, a progressiva autonomia da escola

e, conseqüentemente, a discussão e a implementação de novas formas de

organização e de gestão escolar e a garantia de financiamento público da

educação.

Estas ações só poderão se concretizar a partir de um processo de

democracia. A democracia e a educação são temas que guardam entre si uma

estreita articulação. A democracia pressupõe a possibilidade de uma vida melhor

para todos, independentemente de condição social, econômica, raça, religião e

sexo. É por esse motivo que democracia e educação são processos que

caminham juntos. A escola institui a cidadania, é ela o lugar onde os alunos

87

deixam de pertencer exclusivamente à família para se integrarem numa

comunidade mais ampla com o compromisso de viver em comum.

A escola é onde o nós aflora e deve ser cultivado. É onde se constrói

individual e coletivamente como cidadãos deste mundo. Se o principio básico de

convivência democrática começa bem na escola, prosseguirá ao longo da vida.

A gestão compartilhada deve ser democrata, e a democracia só é real

quando praticada pelos alunos, professores, funcionários e comunidade.

3.2 PAPEL ESPECÍFICO DE CADA SEGMENTO DA COMUNIDA DE

ESCOLAR

Dentro do princípio de Gestão Democrática, as instâncias constituídas

têm como finalidade incrementar e fortalecer os vários segmentos, onde

compete:

a) Diretor: Além de gestor da Escola, cabe-lhe incentivar, coordenar,

acompanhar todo o desenvolvimento do processo pedagógico, cumprindo os

aspectos formais, estabelecidos na legislação, assegurar ao educando o

desenvolvimento e cumprimento do calendário escolar, bem como viabilizar os

projetos de complementação de formação.

b) Equipe Pedagógica: Assegurar, acompanhar, orientar e subsidiar o

desempenho dos alunos em seu processo de ensino-aprendizagem.

c) Corpo Docente: Inseridos no princípio da democracia, o professor além de

mediador (com enfoque amplo no conceito de educação – marco conceitual),

será um facilitador da aprendizagem, diversificando sua metodologia, buscando

atender as diversidades, de todas as ordens, que se apresentam em sala de

aula.

d) Secretaria: Oferecer serviços profissionais de qualidade considerando que

a escrituração de todas as ações desenvolvidas deverá passar

obrigatoriamente por este setor, bem como, um bom desempenho, eficaz e

humanizado.

e) Serviços Gerais: Considerando ser este um serviço de suma necessidade,

busca-se oportunizar um ambiente de promoção humana, a fim de que o

88

trabalho não se torne um fardo, mas sim, que o desempenhem com satisfação

na tarefa cumprida.

3.3 RELAÇÃO ENTRE OS ASPECTOS PEDAGÓGICOS E

ADMINISTRATIVOS

A escola não é democrática somente por sua prática administrativa. Ela

torna-se democrática quando todo o processo educacional é partilhado pela

direção, professores, alunos e o setor administrativo. Trabalhar neste enfoque

pressupõe oferecer melhores condições para que se efetive com sucesso a práxis

educativa.

A partir dessa premissa e embasado na teoria da pedagogia histórico

crítica é importante resgatar os conceitos trazidos pelos alunos e transformá-los

em saberes sistematizados, permitindo-lhes que manifestem suas concepções

prévias a cerca dos assuntos a serem estudados.

Diante desse contexto, a relação entre o pedagógico e administrativo deve

enfatizar os aspectos humanos, pautando-os no diálogo, respeito às iniciativas e

competências de cada um dos segmentos, na busca da realização dos mesmos

objetivos, ou seja, ofertar um ensino de boa qualidade ao aluno. O relacionamento

entre estes dois segmentos deve primar pela harmonia, através da qual o aluno

será o mais beneficiado.

A educação profissional apresenta aspectos diferentes de uma escola

regular. Todas as ações pedagógicas planejadas devem ser democráticas,

abertas superando o autoritarismo, o individualismo e as desigualdades sociais

praticadas por muito tempo. Esta mudança exige um enfrentamento das

distorções sociais presentes na legislação e nas práticas educativas vigentes. A

administração deve pensar em nossa escola como uma escola-fazenda e

estabelecer um plano de ação nos diversos setores da escola como um

laboratório para as atividades pedagógicas a serem desenvolvidas pelos

educadores e educandos viabilizando o acesso aos conhecimento cientifico de

modo a relacionar ciência, tecnologia, trabalho, cultura e sociedade nos

processos de construção e difusão do conhecimento.

Assim, todos devem ser incentivados e mobilizados para a participação, a

reflexão, a iniciativa e a experimentação. É preciso envolver o elemento humano,

89

as pessoas, e através delas, mudar a cultura que se vive na escola e que a

própria escola inculca sobre as mesmas.

3.3.1 Papel das instâncias colegiadas - proposta de trabalho do CEEP Assis

Brasil para articulação com a família e a comunidad e

As ações a serem tomadas gradativamente no CEEP Assis Brasil, são

frutos de reuniões, observações, levantamento de satisfações e insatisfações de

todos os segmentos da escola, como: – reestruturação interna visando melhoria

no internato; - reuniões frequentes entre coordenadores e diretor da Unidade

Didático Produtiva; - reuniões com os representantes de turmas semanalmente

(estas já estão acontecendo e com grandes resultados): - reuniões com os pais; -

reuniões festivas com a finalidade de integrar os diversos segmentos da escola; -

apresentar os resultados obtidos na UDP a toda a comunidade escolar; -

incentivar e oportunizar atividades esportivas e recreativas, principalmente aos

alunos do internato; - buscar a qualidade na educação proporcionando

capacitação a todo o colegiado; - buscar parcerias com instituições para oferecer

a todos a troca de informações; - oportunizar aos educandos uma maior

integração junto aos produtores rurais, desenvolvendo projetos ligados as áreas

de agricultura, pecuária, meio ambiente e agropecuária, levando os alunos as

propriedades como também os produtores a escola para que vivenciem a

aprendizagem e adquiram novas técnicas de produção; - criar o momento da

leitura na escola (semanal ou quinzenal) despertando o interesse e o gosto pela

leitura e com isto melhorar o vocabulário, ortografia e compreensão de textos; -

criar o momento cívico (encontro de todos uma vez por semana para cantar hinos

e apresentações); - voltar a editar o jornal que a escola possuía “jornassis”

produzido e editado pelos alunos; - desenvolver uma ação coletiva para buscar

doações de livros, revistas, folhetos técnicos e outros, melhorando o acervo da

biblioteca; - Gincana (inter-turmas) durante o ano, com ações (teatro, pintura,

canto, atividades desportivas, pesquisas e outras) que levem os alunos ao

desenvolvimento intelectual; - no inicio do ano letivo buscar sugestões de

atividades junto aos alunos para serem implantadas visando o crescimento e ou

melhoria da qualidade de ensino e do internato.

90

Estas ações serão desenvolvidas com o colegiado escolar contando

também com as importantes instancias colegiadas que tem por objetivo principal a

melhoria na qualidade de ensino e integração entre os diversos departamentos do

CEEP Assis Brasil CEEP Assis Brasil. As instancias que auxiliarão são:

a) REGIMENTO ESCOLAR

O regimento escolar é o instrumento que regula a organização

administrativa , didática e disciplinar da escola. Ele é a “lei da escola”. Focaliza

os elementos fundamentais e acessórios indispensáveis ao funcionamento da

escola. Individualiza a escola porque apresenta sua filosofia e objetivos,

descrevendo sua organização pedagógica administrativa didática disciplinar.

Quanto à estrutura organiza-se segundo as normas do Conselho Estadual de

Educação e Lei de Diretrizes e Bases; ordena-se em sequência lógica, tendo

como ponto de partida o organograma da escola; distribuir-se conforme a tradição

legislativa nacional, em títulos, capítulos, seções, artigos e parágrafos. Embora

possa vir a sofrer alterações e acréscimos, pois se insere na ordem da realidade

em transformação, é documento regido para perdurar. Este documento passa

pela aprovação dos órgãos próprios do sistema, pois cuida da parte pedagógica e

administrativa da escola.

b) CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar é um órgão colegiado composto por representantes da

comunidade escolar e local, que tem como atribuição deliberar sobre questões

político-pedagógicas, administrativas, financeiras, no âmbito da escola. Cabe ao

Conselho, analisar as ações a empreender e os meios a utilizar para o

cumprimento das finalidades da escola.

A escolha dos membros deve-se pautar pela possibilidade de efetiva

participação: o importante é a representatividade, a disponibilidade e o

compromisso; é saber ouvir e dialogar, assumindo a responsabilidade de acatar e

representar as decisões da maioria, sem nunca desistir de dar opiniões e

apresentar as propostas, pois o Conselho Escolar é, acima de tudo, um espaço

de participação, e, portanto, de exercício de liberdade.

O Conselho Escolar tem função político-pedagógica. É política, na medida

em que se estabelece as transformações desejáveis na pratica educativa escolar.

91

E é pedagógica, pois indica os mecanismos necessários para que essa

transformação realmente aconteça.

O pluralismo e o respeito as diferenças é um dos desafios que se

apresentam ao Conselho Escolar, e este, deverá encontrar a forma de lidar com

os sujeitos envolvidos no processo educativo cumprindo o papel de mediador

desses conflitos construindo entendimentos mínimos, dentro do contraditório

social.

c) APAF

Associação de Professores, Alunos e Funcionários do Centro Estadual de

Educação Profissional – Setor Primário – Região Sudoeste – Unidade de

Clevelândia., com o nome de fantasia “APAF – Unidade de Clevelândia”.

A Associação “APAF Assis Brasil”, pessoa jurídica de direito privado, é um

órgão de representação de alunos, professores e funcionários do Estabelecimento,

não tendo caráter político-partidário, religioso, racial, sem fins lucrativos, não

sendo remunerados seus dirigentes e conselheiros.

O objetivo da APAF Assis Brasil é:

- Proporcionar condições ao aluno para participar de forma crítica de todo o

processo escolar, estimulando sua organização livre em grêmios estudantis e de

outras atividades correlatas para a comunidade escolar;

- Representar os reais interesses da comunidade junto à escola

contribuindo dessa forma, para melhoria do ensino;

- Promover o entrosamento entre alunos, professores, funcionários e

membros da comunidade, através de atividades sócio-educativas, culturais e

desportivas;

- Contribuir para melhoria e conservação do Estabelecimento e do

aparelhamento escolar, sempre dentro de critérios de prioridade;

- Participar de reuniões com a equipe pedagógico-administrativa, discutindo

e sugerindo ações que oportunizem a integração família-escola-comunidade.

f) CONSELHO DE CLASSE

O Conselho de Classe permite uma compreensão e uma análise crítica da

prática pedagógica através de uma concepção participativa e transformadora de

forma que através dos questionamentos, buscamos atitudes e soluções que

surgirão em resposta aos desafios de uma investigação-ação.

92

Neste sentido, é importante conceber o Conselho de Classe como um

espaço de participação, construção e autonomia, considerando o contexto em que

ele se insere. Uma vez que este tem por objetivo avaliar não só o rendimento

escolar do aluno como também o processo ensino-aprendizagem como um todo:

conteúdos, metodologia, disciplina, organização, gestão escolar (equipe diretiva,

professores, condições de trabalho, material didático, patrimônio, etc.)

Partindo dessa análise o Conselho de Classe no CEEP Assis Brasil é

realizado em três momentos sendo:

- O pré-conselho é um momento realizado com os alunos em que são

diagnosticados os problemas relevantes com suas reais necessidades para

reorientar as ações pedagógicas e buscar soluções para os problemas

detectados.

- O Conselho de Classe é o momento em que são relatados os problemas e as

necessidades de cada turma, onde são abordados os casos mais relevantes, não

somente do rendimento do aluno, mas como um todo, seus problemas, suas

dificuldades e suas necessidades, buscando coletivamente entre professores,

direção e equipe pedagógica diagnosticar possíveis causas do problema e

possíveis soluções para o mesmo.

- O Pós Conselho, parte-se da análise dos problemas levantados (pré-conselho,

conselho), em que se faz uma reflexão juntamente com toda a turma, e das

possíveis ações pré-estabelecidas para soluções do mesmo.

Nesta perspectiva é importante trabalhar de acordo com a realidade do aluno,

sem deixar de lado sua função principal que é a de ensinar. Ensinar não apenas

conteúdos, mas preparar o aluno para a vida, proporcionando-lhe condições para

pensar, refletir, agir, questionar, sugerir e participar ativamente do meio em que

está inserido, procurando transformá-lo num profissional mais solidário,

democrático, humano e, com isso, poder desenvolver sua cidadania.

3.4 RECURSOS PARA A REALIZAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO

A educação profissional deve articular conhecimento básico e

conhecimento especifico a partir dos processos de trabalho e da prática social. A

definição dos conteúdos que devem compor o programa e contemplar as diversas

93

áreas demandam de atividades práticas envolvendo recursos físicos, humanos e

financeiros.

O plano de ação foi elaborado utilizando a demanda oferecida pela SEED

no início do ano letivo, sendo destinado um número razoável de pessoas para

atender: - internato que é composto por: cozinheiras, arrumadeiras, serviços

gerais, almoxarife, inspetores e coordenação do internato; - setores da

agropecuária e agroindústria: técnicos, trabalhadores de campo, tratorista,

motoristas e diretor da UDP (Unidade didática produtiva); - setor pedagógico:

professores, pedagogos, coordenadores, laboratoristas e diretor pedagógico; -

setor administrativo: secretário, auxiliares administrativo, contador, bibliotecários e

Diretor.

Os recursos utilizados para manter o internato e as atividades da escola-

fazenda são oriundos de:

- Fundo rotativo para bens de consumo (10 cotas/ano)

- Fundo rotativo para serviços (04 cotas/ano)

- Fundo rotativo para compra de gêneros alimentícios (04 cotas/ano)

- Fundo rotativo cota extra ( quando solicitado e justificado)

- FNDE- Programa PDDE do MEC ( 01 cota para a APMF administrar)

- Recursos geridos pela escola-fazenda (agroindústria, bovino leite, agricultura).

Os recursos enviados pelo Governo Estadual “Fundo Rotativo”, o montante

é calculado e enviado conforme o número de alunos devidamente matriculado e

frequentando. Todo o recurso ao ser utilizado segue a legislação vigente e deve

ser regularmente prestado contas. Os recursos geridos na escola devem ser

documentados e depositados na conta 115 da SEED para posteriormente ser

movimentada através de um plano de aplicação na manutenção da escola e

atendimento do internato. Porém grande parte da produção não é vendida porque

serve para manter a escola como o feijão fica para consumo próprio, parte do leite

e carne é consumido no internato e a outra parte vai para a industrialização na

agroindústria existente no colégio, sendo consumido nas 6 refeições que a escola

oferece diariamente, o excedente é comercializado. O milho é armazenado e

consumido na pecuária durante o ano todo, parte do soja é trocado por torta de

soja para complementar a alimentação do setor pecuário da escola, a outra parte

é comercializado.

94

Para complementar as cotas de fundo rotativo destinadas a alimentação o

Governo Estadual envia a escola anualmente 3 cotas de merenda, alimentos não

perecíveis, para atender o internato.

3.5 CALENDÁRIO ESCOLAR E HORÁRIOS

O Calendário Escolar é elaborado conforme orientações da SEED,

considerando: - a Lei n.° 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da

Educação Nacional e suas alterações; - a Lei Complementar Estadual n.° 103/04,

que instituiu o Plano de Carreira do Professor da rede estadual de educação

básica, em especial o Art. 32 e seu Parágrafo único; - a Deliberação n.° 02/02-

CEE, que incluiu, no período letivo, dias destinados às atividades pedagógicas; -

a Deliberação n.° 04/06-CEE, que instituiu normas complementares às Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o

ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana.

Estão previstos 200 dias letivos, contemplando planejamento, formação

continuada, replanejamento, feriado municipal, reuniões pedagógicas e conselhos

de classe. As reuniões pedagógicas estão programados para os sábados, pois

devido ao regime de internato, o que não contempla os alunos serão difíceis

porque não podemos deixá-los ociosos.

Devido à carga horária de cada curso, este se desenvolve em período

integral, com aulas de 50 minutos de segunda-feira a sexta-feira,

esporadicamente aos sábados quando houver necessidade de aulas práticas,

visitas técnicas e ou cursos com parcerias de instituições publicas e privadas.

De forma participativa, elencar-se-ão eventos com datas cívicas e

atividades conforme o grau apropriado, em conformidade com o ano letivo.

O horário é organizado de forma integrada, obedecendo critérios

estabelecidos pelo DET/SEED no que se refere a aulas práticas e teóricas,

divisão de turmas e organização das turmas. A articulação da educação básica

com a educação profissional tem o trabalho como princípio educativo, princípio

este que considera o homem em sua totalidade histórica, assim ao se pensar em

horário se faz necessário um planejamento participativo, observando e

obedecendo as atividades desenvolvidas na escola-fazenda de forma que o

professor e aluno possam utilizar todos os espaços para desenvolverem as aulas

práticas com qualidade.

95

CALENDÁRIO ESCOLAR/2011 CEEP – CENTRO EDUCACIONAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ASSIS BRASIL

Considerar como dias letivos : Formação Continuada (06 dias); Replanejamento (01 dia),Reunião Pedagógica (03 dias) – Delib.02/02- CEE.

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12 18 6 7 8 9 10 11 12 20

9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 dias 13 14 15 16 17 18 19 Dias

16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 20 21 22 23 24 25 26

23 24 25 26 27 28 29 27 28 27 28 29 30 31

30 31

1 Dia Mundial da Paz 07 e 08 Carnaval

ABRIL MAIO JUNHO

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4

3 4 5 6 7 8 9 19 8 9 10 11 12 13 14 22 5 6 7 8 9 10 11 20

10 11 12 13 14 15 16 Dias 15 16 17 18 19 20 21 dias 12 13 14 15 16 17 18 Dias

17 18 19 20 21 22 23 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25

24 25 26 27 28 29 30 29 30 31 26 27 28 29 30

21 Tiradentes 1 Dia do Trabalho 23 Corpus Christi 22 Paixão

27 Replanejamento 28 Corrida Rústica, atividades

alusivas ao aniversário do Município

JULHO AGOSTO SETEMBRO

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 1 2 3 4 5 6 23 1 2 3

3 4 5 6 7 8 9 Dias 7 8 9 10 11 12 13 dias 4 5 6 7 8 9 10 18

10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 Dias

17 18 19 20 21 22 23 8 21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24

24 25 26 27 28 29 30 dias 28 29 30 31 25 26 27 28 29 30

31 7- Independência 8- Feriado Municipal

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 1 2 3 4 5 1 2 3

2 3 4 5 6 7 8 20 6 7 8 9 10 11 12 19 4 5 6 7 8 9 10 11

9 10 11 12 13 14 15 dias 13

14 15 16 17 18 19 dias 11 12 13 14 15 16 17 Dias

16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 18 19 20 21 22 23 24

23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30 25 26 27 28 29 30 31

30 31

12 N.S. Aparecida 15 Dia do Professor

02- Finados 15- Proclamação da República 20- Dia da Consciência Negra

19 Emancipação Política do Paraná 25 Natal

Dias Letivos Férias Discentes Férias/Recessos/Docentes

1º semestre 102dias janeiro 31 dias janeiro / férias 30 dias

2º semestre 99dias fevereiro 07 dias Jan/julho/reces. 14 dias

Total 201dias julho/ 18 dias dez / reces. 13 dias

dezembro 13 dias outros recessos 4 dias Total 69 dias Total 60 dias

Início/Término Planejamento e Replanejamento Conselho de Classe e Reunião Pedagógica

Férias

Recesso Formação Continuada Formatura

3.6 ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS

EDUCATIVOS

No ano de 2011 o CEEP Assis Brasil oferta os cursos:

- TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO

- 3 (três) turmas de 1º série,

- 3 (três) turmas de 2º série

- 3 (duas) turmas de 3º série

- TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA SUBSEQUENTE

- 1 turma do 1º semestre

- 1 turma do 2º semestre

- 1 turma do 3º semestre

- TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE SUBSEQUENTE (NOTURNO)

- 1 turma do 1º semestre

- 1 turma do 2º semestre

As turmas do curso de Técnico em Agropecuária Integrado foram organizadas

obedecendo a ordem alfabética dos alunos, porém no decorrer do ano faz-se alguns

ajustes oportunizando alunos do internato e ou da mesma cidade trocarem de turma

para que possam desenvolver as atividades escolares, estudar em grupo, participar

dos projetos extra classe e recreativos no decorrer do ano letivo.

No setor pedagógico há 12 salas de aula e todas são utilizadas, como

também as instalações da escola fazenda que são utilizadas para as aulas práticas

como complemento do conhecimento cientifico. A biblioteca possui um espaço para

pesquisa e estudo, permanece aberta os três períodos, possui um acevo

bibliográfico e videoteca bem como sinal de internet para pesquisa. A escola possui

um ginásio de esporte coberto, uma quadra de areia para vôlei, um campo para

futebol suíço e uma quadra de salão, para esporte e lazer.

O espaço aberto foi melhorado e embelezado para que os alunos possam

utilizá-lo nas diversas atividades desenvolvidas extra-classe.

A biblioteca está aberta nos três períodos, para pesquisa e estudo

oportunizando ao aluno estudo e pesquisa a qualquer horário. Os laboratórios de

informática estão no período de aula a disposição dos professores para utilizarem

em suas aulas, no período noturno estão a disposição dos alunos com um

97

laboratorista para auxiliar e atender as necessidades dos alunos. Também a escola

oferece aulas de Espanhol (CELEM) para 4 turmas semanalmente com professores

capacitados e desenvolvendo um bom trabalho. O projeto “Segundo Tempo” atende

alunos todos os dias oportunizando esporte e lazer sempre orientados por

profissionais competentes.

3.7 DISTRIBUIÇÃO DE AULAS POR PROFESSOR EM RAZÃO D AS

ESPECIFICIDADES

A distribuição das aulas obedece às resoluções da SEED. Utilizando professores

especialistas, nas mais diferentes áreas. Ainda, procura-se facilitar as atividades dos

professores agrupando suas horas atividades para dispor desse tempo para leituras,

preparar as aulas, troca de experiências (exercício da interdisciplinaridade).

Um dos passos mais importantes da política educacional do Paraná, foi a

conquista da hora atividade. Este horário se destina a complementação das

atividades extra-classe, capacitação, atualização, monitoramento junto aos alunos,

atendimento aos pais e outros.

No colégio, em particular, por ser em regime de internato, solicitou aos

professores uma dedicação especial aos alunos em forma de monitoramento. A

equipe pedagógica composta por pedagogos e coordenadores tem sido o suporte

para os professores articularem a teoria a prática, entre trabalho manual e

intelectual a partir do processo produtivo contemporâneo, com todas as

contradições daí decorrentes para os processos de formação humana no e para o

trabalho.

3.8 DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESS OAL

DOCENTE

Sempre, enfocando a proposta democrática, a avaliação de desempenho de

pessoal, no CEEPAB, acontece através de três momentos distintos:

• Auto-Avaliação do docente;

98

• Avaliação dos docentes pelos pais, direção, equipe pedagógica, APMF,

Conselho Escolar e pelos alunos, através de critérios previamente estabelecidos;

• Avaliação com critérios estabelecidos pela SEED.

As necessidades básicas dos docentes podem ser descritas, basicamente como:

• Conteúdos: Necessidade de capacitação contínua prevista no PPP;

capacitação para o uso das tecnologias oferecidas pela SEED; bibliografias

diversas, capacitação de acordo com cada disciplina, de forma integrada.

• Recuperação paralela: Plano de trabalho linear que contemple os alunos de

maneira contínua e formativa.

• Avaliação: Reuniões periódicas para evolução do desempenho profissional,

sugestões de trabalho e participação nas tomadas de decisões da gestão

democrática.

3.9 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DISCENTE

3.9.1 Avaliação da aprendizagem

A avaliação é hoje compreendida pelos educadores como elemento

integrador entre o ensino e a aprendizagem e como uma ação que ocorre durante

todo processo e não apenas em momentos específicos, não sendo responsabilidade

somente do professor, mas do aluno, dos pais e da comunidade escolar. Tão

importante quanto “o que” e “como” avaliar, são as decisões pedagógicas

decorrentes dos resultados da avaliação, pois elas orientam a reorganização da

prática educativa do professor no seu dia-a-dia.

A avaliação deve acompanhar todo o processo de aprendizagem e não só o

momento privilegiado das provas. É instrumento didático-pedagógico utilizado para

reflexão da prática dos professores e alunos, num processo continuo e dinâmico.

O CEEP Assis Brasil adota a avaliação como um processo contínuo, visando

à correção das possíveis distorções e o encaminhamento para a consecução dos

objetivos previstos. A avaliação garante meta de qualidade do desempenho para

todos, no sentido de aquisição dos conhecimentos, indo além da meta quantitativa,

garantindo a qualidade educativa que implica consciência critica e capacidade de

ação do saber na formação do individuo.

.

99

3.9.2 Estágio supervisionado

O estágio dos cursos Técnico em Agropecuária integrado, subsequente e

Meio Ambiente subsequente é realizado de forma integrada à grade curricular, ou

seja, o estudante deve realizar sua vivência em empresas e entidades ligadas às

áreas correlatas ao seu curso durante a execução do curso.

O aluno é orientado na escola pelo Professor Orientador e Coordenador de

Estágio conforme normatização, para elaboração do plano de estágio e escolha do

local a estagiar. A documentação necessária para que o aluno desenvolva o estágio

é fornecida pela coordenação, sendo de responsabilidade do aluno fazer o contato

com a empresa. A empresa deve ser da área, com um técnico da área responsável

para supervisionar o estagiário. O supervisor fará a avaliação através de relatório

escrito e enviará a Coordenação de Estágio do colégio. Após o estágio concluído o

aluno inicia o relatório de estágio orientado pelo professor orientador seguindo a

normatização do colégio. Em períodos pré determinados pela equipe pedagógica e

coordenadores é elaborado o calendário da apresentação. A avaliação final de cada

aluno é a soma de todas as etapas que o aluno passa, considerando a participação

nas atividades de orientação de estágios durante o ano letivo e o desenvolvimento

das ações propostas pelo professor orientador, avaliação dos estágios nas

empresas que comtemplam sua desenvoltura profissional, pessoal, postura crítica,

conhecimento da área, entre outros e finalizando com a avaliação de apresentação

em banca e/ou seminário, entrega do relatório final do Estágio Supervisionado

Curricular.

3.10 ACOMPANHAMENTO AOS EGRESSOS

A escola, na conjuntura atual em que tem como função social a

sistematização do saber e o processo de humanização do homem, deverá sempre

representar um espaço democrático e emancipatório, constituindo-se, juntamente

com a família, num espaço de socialização do ser humano, destinada aos propósitos

de formação, valorização e respeito ao semelhante. É sobretudo na escola que o

adolescente encontram condições de enriquecimento no campo das relações

interpessoais de desenvolvimento do senso crítico, de consciência da

responsabilidade social, do sentimento de solidariedade e de participação, de

exercício da criatividade de movimentação franca e livre do pensamento de

100

desenvolvimento, enfim de suas potencialidades e talentos, em necessário preparo

ao pleno exercício da cidadania.

O direito ao acesso e a permanência do aluno na escola é um direito

constitucional, porém dependemos de políticas públicas e apoio da família para

viabilizar essa proposta na comunidade escolar .

No CEEP ASSIS BRASIL o acompanhamento ao egresso se dá de forma

regular, onde os alunos mantem contato via on line preenchendo um formulário

frequentemente mantendo atualizado as informações para futuros contatos uma vez

que é comum as empresas solicitarem ex alunos para entrevistas, concursos e

outros. Também o aluno que mantem contato poderá com mais facilidade receber as

informações que a escola oferece referente a oferta de novos cursos, palestras,

seminários, exposição e oferta de trabalho.

3.11 FICA – FICHA DE ACOMPANHAMENTO DO ALUNO AUSEN TE

A Ficha de acompanhamento do aluno ausente – FICA, é um dos

instrumentos colocados à disposição da escola e da sociedade, para a

sistematização de ações de combate à evasão escolar em todo o Estado do Paraná.

Para que os procedimentos relacionados ao FICA sejam efetivados, é

importante a atuação da escola, pois além da família, as instituições educacionais

também são responsáveis pelo desenvolvimento pessoal e social da criança e do

adolescente.

O professor deve ser o principal agente desse processo, pois se perceber a

ausência do aluno por cinco dias consecutivos ou, sete dias alternados no período

de um mês, e esgotadas as iniciativas a seu cargo, deverá encaminhar o fato à

equipe pedagógica da escola, que recebendo a notícia, preencherá as três vias da

FICA (campos nº 1,2,3) , comunicando a direção da escola.

A direção, juntamente com a equipe pedagógica e com o Conselho Escolar,

precisará realizar novamente, no prazo de cinco dias, contato com o aluno e com a

família, buscando possibilitar o retorno do aluno à escola, preenchendo o campo nº 4

da FICA.

Detectadas as causas da evasão e não havendo retorno, a direção tomará

providências, podendo encaminhar o caso aos setores competentes da

101

administração pública, como no caso de assistência social ou ainda programas de

proteção existentes, para que possa garantir a permanência desse aluno na escola.

Obtendo êxito, arquiva a FICA em pasta própria. Não obtendo êxito,

encaminha a 1ª e 3ª vias de tal documento ao Conselho Tutelar (ou, na falta deste,

ao Juiz da Infância e juventude), arquivando a 2ª via na escola.

Transcorridos 10 dias do encaminhamento da FICA ao Conselho Tutelar, não

tendo resposta, o Ministério Público deverá ser imediatamente comunicado.

Devolvida a 1ª via do FICA, o pedagogo registra na 2ª via (que permaneceu

na escola) os encaminhamentos constantes da 1ª via (ou seja, das providências

adotadas pelo Conselho Tutelar ou deste e do Ministério Público), encaminhando a

1ª via ao NRE/SEED.

3.12 CURRÍCULO INTEGRADO

O grande desafio iniciado em 2004 foi a concepção e a materialização de um

currículo que articule e integre os conhecimentos, o geral, o técnico e o tecnológico.

A construção coletiva deste currículo partiu da busca na prática social e pedagógica

de elementos e mecanismos para a elaboração de um currículo de ensino médio

integrado a educação profissional. O objetivo deste currículo integrado não é a

formação só de técnicos, mas a formação de pessoas que compreendam a

realidade e que possam também atuar como profissionais. A proposta está imbuída

de assegurar ao educando o domínio dos conhecimentos que perfazem o etinerário

cognitivo e formativo de um aluno-cidadão-trabalhador, porém a superação da visão

produtivista e mecanicista da educação e da escola somente poderá ser alcançada

colocando o sujeito no centro da organização do trabalho educativo e pedagógico, e

não mais o mercado de trabalho.

É a instituição educacional o espaço de organização da consciência coletiva,

vamos dar a oportunidade a todos de vivenciá-la, oportunizando a todos a prática do

dialogo como instrumento para a efetiva integração de saberes, preocupados

sempre em colocar o trabalho como eixo principal na construção dos saberes a

serem repassados aos educandos.

O currículo construído coletivamente pelas escolas do setor primário do

Paraná foi implantado pelo CEEP Assis Brasil a partir do ano de 2004 e

gradativamente está se tornando um instrumento de organização coletiva. A matriz

102

curricular dos cursos que apresentamos no PPP, implantada a partir do ano de

2010, foi o resultado de um trabalho desenvolvido coletivamente e que por algum

tempo foi avaliado e reestruturado conforme as necessidades apresentadas, sempre

priorizando o trabalho como principio educativo nas disciplinas que hoje não mais

estão alencadas na matriz curricular separadamente (núcleo comum e área técnica)

mas objetivando um trabalho integrado.

3.13 PROPOSTA PEDAGÓGICA DE ARTICULAÇÃO ENTRE O EN SINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS E ENSINO MÉDIO.

Conforme o PNE, a determinação legal (Lei nº 10.172/2001, meta 2 do Ensino

Fundamental) de implantar progressivamente o Ensino Fundamental de nove anos,

pela inclusão das crianças de seis anos de idade, tem duas intenções: “oferecer

maiores oportunidades de aprendizagem no período da escolarização obrigatória e

assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças prossigam

nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade”.

As propostas pedagógicas devem promover em suas práticas de educação e

cuidados a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos,

cognitivolingüísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um ser total,

completo e indivisível. Dessa forma, sentir, brincar, expressar-se, relacionar-se,

mover-se, organizar-se, cuidar-se, agir e responsabilizar-se são partes do todo de

cada indivíduo.

O objetivo de um maior número de anos de ensino obrigatório é assegurar a

todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar, maiores oportunidades

de aprender e, com isso, uma aprendizagem mais ampla. É evidente que a maior

aprendizagem não depende do aumento do tempo de permanência na escola, mas

sim do emprego mais eficaz do tempo. No entanto, a associação de ambos deve

contribuir significativamente para que os educandos aprendam mais.

Para recebê-las, a escola necessita reorganizar a sua estrutura, as formas de

gestão, os ambientes, os espaços, os tempos, os materiais, os conteúdos, as

metodologias, os objetivos, o planejamento e a avaliação, de sorte que as crianças

se sintam inseridas e acolhidas num ambiente prazeroso e propício à aprendizagem.

É necessário assegurar que a transição da Educação Infantil para o Ensino

103

Fundamental ocorra da forma mais natural possível, não provocando nas crianças

rupturas e impactos negativos no seu processo de escolarização.

Assim, é de suma importância que os sistemas induzam e estimulem as

linhas de ação coletiva nas escolas, intencionalmente voltadas para a construção de

um projeto pedagógico que reflita o desejo e o planejamento de cada comunidade

escolar.

Nessa perspectiva, caberá ao conjunto da comunidade escolar, impulsionado

pelos sistemas, a sistematização do comprometimento de todos com aquilo que se

elencou como relevante para orientar as ações da escola em busca de um ensino de

qualidade, prepara-se para absorver alunos oriundos do Ensino Fundamental de

nove anos.

Organizar o trabalho pedagógico da escola e da sala de aula é tarefa

individual e coletiva de professores, coordenadores, orientadores, supervisores,

equipes de apoio e diretores. Para tanto, é fundamental que se sensibilizem com as

especificidades, as potencialidades, os saberes, os limites, as possibilidades das

crianças e adolescentes diante do desafio de uma formação voltada para a

cidadania, a autonomia e a liberdade com responsabilidade de aprender e

transformar a realidade de maneira positiva. A forma como a escola percebe e

concebe as necessidades e potencialidade de seus estudantes reflete-se

diretamente na organização do trabalho escolar. Por isso, vale ressaltar que, como

cada escola está inserida em uma realidade com características específicas, não há

um único modo de organizar as escolas e as salas de aula. Mas é necessário que

tenhamos eixos norteadores comuns.

O objetivo de um maior número de anos de ensino obrigatório é assegurar a

todas as crianças um período maior de convívio escolar, maiores oportunidades de

aprender e, com isso, uma aprendizagem mais ampla. É evidente que a maior

aprendizagem não depende do aumento do tempo de permanência na escola, mas

sim do emprego mais eficaz do tempo. No entanto, a associação de ambos deve

contribuir significativamente para que os educandos aprendam mais.

Cabe a equipe pedagógica juntamente com a gestão proporcionar a toda a

comunidade escolar conhecimento sobre o ensino de 9 anos, promover debates,

leituras, reflexões enfim preparação para possíveis mudanças na organização

curricular visando alunos ingressando no Ensino Médio com uma escolaridade

ampliada, potencialidade e criatividade maior.

104

3.14 ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

Dentre as estratégias metodológicas teórico-práticas desenvolvidas pelos

professores e os parceiros da instituição, que vem a colaborar com a vivência do

aluno junto ao meio que irá deparar-se após formado, tem-se como foco o contato

com experiências relacionadas com as áreas de agricultura, pecuária e meio

ambiente em diversos níveis de tecnologia. Essas atividades descritas a seguir,

apresentadas em anexo, tem como objetivo primeiro complementar o conhecimento

cientifico e prático que o aluno adquire no curso, estas se concretizam sempre com

o acompanhamento de um professor ou técnico da área.

3.14.1 Práticas Agropecuárias

As práticas agropecuárias são desenvolvidas em horário pré determinado

conforme as necessidades da Unidade Didático Produtiva (UDP) destinadas à

concretização de projetos e práticas nos setores agropecuários do CEEPAB, desde

sua implantação até a coleta dos resultados finais, envolvendo portanto, a

manutenção, manejo alimentar; manejo sanitário, plantio, tratos culturais, colheita,

montagem, desenvolvimento e avaliação de experimentos; acompanhamento dos

resultados técnicos, econômicos e financeiros dos setores.

Os setores da escola-fazenda são administrados por técnicos e funcionários no dia a

dia, o aluno participa desta atividade uma vez por semana (em forma de

rotatividade) orientado e acompanhado por um professor responsável como prática

agropecuária. Esta prática não substitui a pratica de sala de aula, ela é uma

atividade extra-classe. O objetivo desta atividade é fazer com que o aluno vivencie

as atividades regulares de uma propriedade rural auxiliando-o assim nas atividades

desenvolvidas nas aulas práticas e estágio.

3.14.2 Visitas Técnicas

Através da coordenação de curso em constante comunicação e integração

com a UDP, são observadas necessidades de visitas técnicas fora da instituição,

sejam em propriedades rurais, agroindustriais, haras, cabanhas, fábricas de rações,

instalações avícolas e suinícolas, laboratórios ou então em instituições públicas ou

privadas parceiras da instituição, bem como, IAPAR, entre outras. As visitas tem por

objetivo introduzir, reforçar ou melhorar as técnicas e práticas e, ainda obter

105

informações e cooperação técnica; além do conhecimento sócio-econômico da

região, complementando o conhecimento técnico e tecnológico de alunos e

professores.

3.14.3 Práticas de Campo

São feitas concomitantemente ao embasamento teórico, podendo ser

individuais ou conjugadas, ou seja, com a participação de dois ou mais professores,

visando a complementação dos conteúdos. O estabelecimento mantém parceria

com empresas, propriedades rurais, prefeituras, EMATER, CEAB e outras sendo

estas práticas desenvolvidas interdisciplinarmente e integrado as disciplinas do

núcleo comum, aproveitando a sazonização, os equipamentos, os profissionais e os

espaços que há no momento e época.

3.14.4 Estudos de Caso:

Serão feitos estudos de acordo com a especificidade do conteúdo a ser

trabalhado nas disciplinas do curso. Pesquisas desenvolvidas utilizando profissionais

e laboratórios do colégio bem como do município, faculdades e outros.

3.14.5 Acompanhamento e Desenvolvimento de Projetos , Experimentos,

Pesquisas e Avaliações:

O desenvolvimento de projetos de agropecuária dentro da área de

experimentação e produção da escola-fazenda, juntamente com empresas públicas

(IAPAR, EMBRAPA, PREFEITURA MUNICIPAL, etc.) e privadas

(MULTINACIONAIS), proporcionam maior aprofundamento de conteúdos, sempre

com o direcionamento e supervisão dos professores. Neste ano estão sendo

desenvolvidos os projetos: - experimento de trigo, analise e comportamento de

variedades de milho, analise e comportamento de variedades de mudas de

frutíferas, ervas medicinais e hortaliças, fabricação de bebidas e fabricação de

produtos de limpeza.

3.14.6 Dias de Campo

Esta estratégia tem a finalidade de mostrar uma série de atividades em uma

mesma propriedade, realizadas durante um dia e tem o objetivo de despertar o

interesse e a adoção mais rápida da tecnologia que está sendo apresentada. O dia

106

de campo é realizado em propriedade de colaboradores, unidade demonstrativa

para demonstrações de resultados ou em estações experimentais. Não se limita

apenas a uma determinada atividade, mas um conjunto destas, com o fim de

sensibilizar o público para sua adoção, sendo aberta a qualquer pessoa interessada.

Quando o dia de campo se realizar no Centro será com o objetivo de: apresentar à

comunidade o trabalho realizado pela instituição e pelos pesquisadores,

despertando o desejo para melhorar os trabalhos agrícolas, expor os trabalhos

executados e as finalidades da instituição. Além disso, oportuniza a integração de

produtores de várias comunidades e/ou alunos para troca de experiências.

3.14.7 Conferências

É uma atividade formal em que, em uma única sessão, o conferencistas

apresentam temas específicos aos alunos do Centro, em tempo previamente

determinado, com programação definida articulada aos conteúdos do curso.

3.14.8 Cursos

É uma metodologia que emprega um conjunto de atividades técnicas e

práticas, com progressão especifica, objetivando capacitar um grupo de pessoas

com interesses comuns. Sua realização envolve técnicas de trabalho em grupo,

recursos áudio visuais, excursões programadas, demonstrações. Pretende-se

oferecer vários cursos para que os alunos, através destes fiquem motivados para

aprender, verificando a possibilidade de adoção de novas tecnologias e/ou

aperfeiçoamento de determinadas práticas e conhecimentos. O colégio mantem uma

parceria com o SENAR e Sindicato dos Trabalhadores Rurais que desenvolvendo

cursos no colégio oferecendo as vagas para nossos alunos complementando com

interessados da comunidade quando sobra vagas, mantendo uma média, nestes

últimos anos, de 10 a 12 cursos anual, contemplando a área de agricultura, pecuária

e meio ambiente.

3.14.9 Palestras

As palestras que se oportunizam aos educandos têm como objetivo principal

apresentar informações de maneira formal/informal, esclarecer pontos de

controvérsia, informar e analisar fatos e explorar facetas limitadas de um problema.

Sempre que o professor solicita a coordenação tem procurado buscar profissionais

107

que atendam o tema proposto. A equipe pedagógica busca profissionais da área da

saúde, motivacional, profissional e outros para complementar o trabalho de

educação.

3.14.10 Seminários

Nesta atividade os alunos terão contato com temas abrangentes da

agropecuária, pois os docentes serão especialistas de renomadas instituições

públicas e/ou privadas, de comprovada experiência sobre o tema a ser abordado.

Os alunos participam de grupos de discussões e, ao final apresentam as conclusões

em plenária. Também, nossos alunos, professores e funcionários participam de

seminários nas instituições, sindicatos, cooperativas e outros, quando convidados e

se for da área.

3.14.11 Entrevistas

É uma metodologia realizada extra-classe, e tem como objetivo conhecer

pessoas e fatos, identificar problemas, estudar situações, pesquisar determinado

assunto. Nossos alunos desenvolvem esta prática para complementar atividades da

disciplina de Administração e extensão rural, nos municípios de origem e retornam

com as informações que são divulgadas, discutidas e avaliadas.

3.14.12 Reuniões Técnicas

As reuniões técnicas são realizadas regularmente pelos alunos em

propriedades da região com orientação dos professores e principalmente em

unidades experimentais, com elaboração de relatório. Todo este trabalho é

compartilhado e divulgado de forma que toda a comunidade escolar tenha

integração de conhecimento.

3.14.13 EXPOAB – Dia de Campo Assis Brasil

A EXPOAB é um projeto de dia de Campo idealizado no ano de 2007 que tem

por objetivo promover a integração do conhecimento através da organização e

108

elaboração de um dia de campo, na área agropecuária dentro do enfoque da

sustentabilidade, incentivando a capacitação integral do estudante, auxiliando desta

forma, o desenvolvimento da região Sudoeste do Paraná, principalmente a

agricultura familiar.

O projeto contempla a apresentação dos setores produtivos do Ceep – Assis

Brasil, possibilita o contato dos estudantes de primeiro e segundo graus com

profissionais da área de agropecuária, oportunizando a geração do interesse em

trabalhar e estudar nesse ramo e promove a aproximação de órgãos de ensino,

pesquisa, extensão, empresas e produtores rurais.

O Dia de Campo do CEEP – Assis Brasil, a cada ano pretende atrair,

principalmente, os alunos das escolas da rede estadual e municipal, pais e

comunidade para mostrar as atividades do Colégio no sentido do desenvolvimento

da agricultura familiar. Para isso, são convidadas as instituições públicas e

particulares do nosso município, dos municípios da região sudoeste do Paraná e do

oeste de Santa Catarina, com o apoio das Prefeituras Municipais para o transporte,

destes estudantes para a visitação do Colégio.

Ao chegar na instituição são divididos em grupos, que assistem uma palestra

de apresentação e panorama geral do local. Em seguida são acompanhados por

guias onde entram em contato com os setores produtivos da Escola-Fazenda. Em

cada setor, os visitantes podem conhecer e tirar suas dúvidas de como ocorre a

manutenção diária do colégio, como trabalham, estudam e entram em contato com a

prática técnica que promove a fixação dos conhecimentos que aprendem em sala

de aula.

Este trabalho de organização e apresentação é desenvolvido pelos alunos do

terceiro ano do curso de Técnico em Agropecuária Integrado, como projeto

interdisciplinar do curso, sempre sob a orientação de professores e coordenadores.

3.14.14 Semana de Atualização

O CEEPAB, a cada ano, desde 2006, realiza a Semana de Atualização, que

tem como objetivo principal trazer aos estudantes dos cursos Técnico em

Agropecuária e Meio Ambiente informações atualizadas dentro da área da

agricultura, pecuária, meio ambiente e cooperativismo.

Esta semana é prevista em calendário sendo programada com bastante

antecedência, trazendo profissionais de renome, graduados, com experiências

109

publicadas, ex alunos que estão atuando na área, sem custo para o colégio. Estas

palestras são proferidas em local público, divulgada para a comunidade, para os

técnicos e funcionários da escola e oportunizam aos alunos do segundo e terceiro

ano do curso integrado bem como a todos os alunos dos cursos do subsequente.

3.15 ATIVIDADES COMPLEMENTARES CURRICULARES DE CONT RATURNO

3.15.1 Projetos: Esporte Lazer – Treinamento / Tê nis de Mesa

O objetivo é vivenciar a prática de jogos intelectivos e recreativos, tornando-a

regular e permanente dentro e fora da escola, oportunizando técnicas que visem o

autoconhecimento e melhorando sua auto-estima. Assim, professor e alunos,

construirão uma postura investigativa que favorecerá a autonomia durante o esporte.

Portanto, durante o desenvolvimento do esporte desde os aspectos históricos aos

técnicos, o trabalho coletivo é um dos caminhos fundamentais de formação do

aluno, além de favorecer o desenvolvimento de habilidades sociais, corporais, éticas

e emocionais, convivendo com seus pares com diferentes opiniões e valores é um

dos maiores desafios e contribui para a formação do cidadão.

Espera-se que o programa melhore o rendimento escolar através do incentivo

às práticas esportivas; bem como auxilie-os na melhoria de sua qualidade de vida,

diminuindo os riscos de evasão escolar e proporcionando uma atividade de lazer aos

alunos internos.

3.15.2 CELEM

CELEM - Centro de Línguas Estrangeiras Modernas /CEP é um curso

desenvolvido no CEEP Assis Brasil desde sua regulamentação. No estado do

Paraná foi através da resolução nº 3904/2008 da SEED-PR (de 27/08/2008) a

regulamentação e a organização do CELEM complementada pela instrução

normativa nº 019/2008 da SUED/SEED-PR (de 31/10/2008) que se deu a definição

de critérios para assegurar a implantação e funcionamento dos cursos do CELEM

nos estabelecimentos públicos. Há 4 anos nossa escola vem oferecendo o curso do

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CELEM em Língua Espanhola aos alunos, comunidade escolar e comunidade. O

curso básico de Língua Espanhola tem duração de 2 anos com uma carga horária

de 320horas/aula e o curso de Aprimoramento tem duração de um ano com 160

horas/aula. Em nossa escola o projeto é desenvolvido em contra turno e tem como

objetivo principal promover a aprendizagem de língua estrangeira moderna,

desenvolver a compreensão de valores sociais e adquirir conhecimento sobre outras

culturas. As duas primeiras turmas concluíram o curso básico de língua espanhola

em 2009 e em 2010 concluíram mais duas turmas do curso básico e uma turma de

aprimoramento. Neste ano, 2011, estão cursando 4 turmas sendo que 2 turmas

estarão concluindo o curso básico. Está previsto para o próximo ano a implantação

de mais 2 turmas do curso básico e uma turma do aprimoramento. A certificação é

expedida pelo Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM/DEB/SEED).

3.15.3 Projeto Segundo Tempo

Através do Programa Segundo Tempo, um dos projetos que combina

educação, lazer e esporte, os alunos do CEEP ASSIS BRASIL podem participar de

atividades esportivas e culturais no contraturno das aulas regulares sob a supervisão

de monitores e coordenadores. O Programa visa ocupar um período que

normalmente seria ocioso para os estudantes estimulando o gosto pela prática de

atividades físicas, desportivas e culturais, motivando entre outros a coletividade e

interatividade dos estudantes através das atividades propostas. Este programa é

desenvolvido no período noturno todos os dias da semana.

3.16 PRÁTICAS AVALIATIVAS

A avaliação é um dos aspectos de ensino pelo qual o professor estuda e

interpreta os dados de aprendizagem e de seu próprio trabalho, com a finalidade de

acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos bem como

diagnosticar resultados e estabelecer-lhes valor.

A avaliação vista como acompanhamento da aprendizagem é contínua, é

uma espécie de mapeamento que vai identificando as conquistas e os problemas

dos alunos em seu desenvolvimento. Dessa forma, tem caráter investigativo e

processual. Ao invés de estar a serviço da nota, a avaliação passa a contribuir com

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a função básica da escola, que é promover o acesso ao conhecimento, e, para o

professor, transformar-se num recurso precioso de diagnóstico.

Diante dessa análise, o processo de avaliação do ensino-aprendizagem

relaciona-se com o aperfeiçoamento do processo, obtendo uma função diagnóstica

permanente e contínua contribuindo para a tomada de decisão entre os sujeitos

envolvidos.

O aluno toma conhecimento da apropriação dos resultados de sua

aprendizagem e organiza-se para mudanças através de práticas como:

Apresentação de trabalhos coletivos e individuais, Elaboração de sínteses

integradoras, Debates, Provas individuais orais, escritas e coletivas, Pesquisas,

bibliográficas, científicas e de campo, Discussões, Relatórios, Aulas expositivas e

dialogadas, Dramatizações, Assiduidade e pontualidade na entrega dos trabalhos. A

prática avaliativa leva a recuperação paralela, sempre que necessário o professor

deve retornar ao conhecimento não assimilado através da recuperação paralela,

bem como utilizar o resultado como um ponto para a auto avaliação.

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- ANEXOS