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PRANCHA: disciplina: professora: alunos: Urbanismo I Margareth Afeche Pimenta Arcelinda Rocha Moreira, Eduardo Petry e Matheus Lima Alcantara Florianópolis , Março de 2016. Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Arquitetura e Urbanismo  /17 1 Percepção do Lugar 01 – Escolha do local Figura 01 - SC/Florianópolis Figura 02 - FLORIANÓPOLIS Figura 03 - Centro Florianópolis / Praça Pereira Oliveira F igura 04- Praça Pereira Oliveira  A cidade de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina (gura 01/02) é famosa, atrai visitantes de vários lugares que vem em b us - ca da sua cultura, hospitalidade e principalmente, belezas naturais. Desde cedo à cidade se beneciou da condição de ilha, mas principalmente nos últimas décadas tem sido procurada pelas suas belas praias, que se constituíram o principal atrativo tanto para tu ristas como moradores. Como conseqüência indireta desse processo, áreas de lazer como praças e par - ques, principalmente os localizados na região central, presenciaram um gra - dativo processo de afastamento da população, seguido de abandono e ausência de investimentos governamentais. Com o intuito de resgatar esses importantes espaços da cidade, principalmente aqueles historicamente construídos, e adaptá-los a dinâmi - ca dos usos atuais que podem abrigar, optou-se pela análise das áreas públicas de lazer localizadas na porção do centro histórico da cidade (gura 03), mais precisamente as praças mais antigas. Das três praças mais antigas do centro histórico, consideramos para análise o percurso entre as Praças: XV de Novembro, Pereira Oliveira e Getúlio Vargas. Destas, a nosso ver, se destaca a Praça Pereira Oliveira (gura 04) como a que se encontra mais destituída de uma identidade, embora possua uma rica h erança cultural, ela passa despercebi da no cotidiano da cidade, e portanto será objeto deste trabalho.’’’

Praça Do Meio

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Percepção do Lugar01 – Escolha do local

Figura 01 - SC/Florianópolis

Figura 02 - FLORIANÓPOLIS

Figura 03 - Centro Florianópolis /Praça Pereira Oliveira

Figura 04- Praça Pereira Oliveira

  A cidade de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina

(gura 01/02) é famosa, atrai visitantes de vários lugares que vem em bus-ca da sua cultura, hospitalidade e principalmente, belezas naturais. Desdecedo à cidade se beneciou da condição de ilha, mas principalmentenos últimas décadas tem sido procurada pelas suas belas praias, que seconstituíram o principal atrativo tanto para tu ristas como moradores. Comoconseqüência indireta desse processo, áreas de lazer como praças e par-ques, principalmente os localizados na região central, presenciaram um gra-

dativo processo de afastamento da população, seguido de abandono eausência de investimentos governamentais.

Com o intuito de resgatar esses importantes espaços da cidade,principalmente aqueles historicamente construídos, e adaptá-los a dinâmi-ca dos usos atuais que podem abrigar, optou-se pela análise das áreaspúblicas de lazer localizadas na porção do centro histórico da cidade(gura 03), mais precisamente as praças mais antigas.

Das três praças mais antigas do centro histórico, consideramos para

análise o percurso entre as Praças: XV de Novembro, Pereira Oliveira eGetúlio Vargas. Destas, a nosso ver, se destaca a Praça Pereira Oliveira(gura 04) como a que se encontra mais destituída de uma identidade,embora possua uma rica herança cultural, ela passa despercebida nocotidiano da cidade, e portanto será objeto deste trabalho.’’’

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Percepção do Lugar  Da visita a Praça Pereira Oliveira e entorno, o grupo separou algu-

mas imagens de pontos (gura 05) escolhidos para observação.  Ponto 01 – (gura 06) Embora se congure como um espaço derespiro em meio ao entorno densamente ocupado, possui muito poucavegetação, indo contra sua vocação de área verde no centro da cidade.

  Ponto 02 – (gura 07) A praça sofre de um isolamento provocadopelo intenso uxo de automóveis em seu entorno, onde os pedestres colo-

cados em segundo plano, em relação aos carros. A isso se soma a falta decalçadas e faixas de pedestres.  Ponto 03 – (gura 08) Ao lado da praça existe um estacionamentoque a separa do Teatro Álvaro de Carvalho, um espaço utilizado comoestacionamento, que poderia ser incorporado à praça, ampliando assim aárea de estar e lazer, fazendo inclusive sua ligação do Teatro, que constituio senão o maior patrimônio da área, o mais representativo.  Ponto 04 – (gura 09) A atual Praça é resultado de diferentes in-

tervenções realizadas ao longo dos anos, que tiveram por resultado umdesenho inexpressivo, sem ligação com o entorno. Observamos que a infraestrutura é bastante deciente, como falta de acessibilidade para pessoas

com mobilidade reduzida. Também oferece pouco em termos de mobiliáriourbano, com uns poucos bancos e lixeiras.  Ponto 05 – (gura 10) A área delimitada pelo teatro e praça possuiuma vocação para espaço de estar e lazer, além do valor histórico, como Teatro Álvaro de Carvalho, Fundação Badesc e Escadaria do Rosáriono entorno imediato. As escolas, igrejas, cinemas, empresas e instituiçõeslocalizadas na área são um público com grande potencial para desfrutardesse espaço nobre, bem no centro da cidade.

02 - Exercício de Percepção

Figura 10 - Praça Pereira Oliveira

Figura 09 - Praça Pereira OliveiraFigura 07 - Praça Pereira Oliveira

Figura 05 - Praça Pereira Oliveira Figura 08 - Praça Pereira Oliveira

Figura 06 - Praça Pereira Oliveira

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Plano de Trabalho  Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina , experimentounas últimas décadas um acentuado processo de crescimento, acentuada-

mente espraiado, seguido do esvaziamento de áreas antes centrais. Essatransformação não lhe foi algo exclusivo, tendo sido observada em prati -camente todas grandes cidades brasileiras, mas no seu caso em especial,

por estar localizada em uma ilha , teve conseqüências distintas. Umas delasfoi a predominância da cultura da Praia como local de estar e lazer por ex-

celência, resultando no gradativo afastamento da população de espaçosque até então constituíam os principais locais de encontro e lazer, comopraças e jardins, e também no desinteresse do poder público em manter empauta os investimentos nas áreas urbanas em detrimento das à beira-mar.  No entanto a demanda por estes espaços nunca deixou de existir,cando em segundo plano, e na falta de políticas integradoras sobrevivemisolados à própria sorte. Com o intuito de resgatar esses espaços que nãotem sido objeto de maiores cuidados nos últimos tempos, mas principal-mente, integrá-los a outros que já receberam algum tipo de atenção nosentido de repensar seu papel na cidade atual, pretendemos a costuradeles a um desenho urbano condizente com as demandas e realidade en-

contradas, respeitando suas distintas características e histórias construídas.

01 – Apresentação do que pretende fazer

02 – Delimitação da Área

  Das várias praças e áreas de lazer do centro histórico, se dest-aca a Praça Pereira Oliveira como a de maior potencial como elo deintegração, localizada a poucas quadras dos principais conjuntos de in-

teresse, é também a que está mais destituída de identidade e vitalidade.Embora possua uma rica herança histórica cultural e esteja bem localizada,ela passa despercebida no cotidiano da cidade além de não se comu -

nicar com o entorno. Portanto, como objeto deste trabalho, será considera-

da principalmente a área da praça e o estacionamento lateral ao Teatro,

bem como trechos das ruas que a delimitam e promovem sua integraçãoao tecido urbano. (Figura 11).

Figura 11 - Delimitação da Área

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  A área em questão apresenta forte separação das outras áreascomponentes do centro histórico possuindo conguração distinta. Concen-tra grande quantidade de prédios públicos e institucionais (escolas, igre - jas, repartições públicas) e de algumas empresas (prestadores de serviço,prossionais liberais, escritórios), o uso diurno se torna escasso, e se resumea transeuntes que se dirigem à outras áreas do centro, ou à pontos muito

especícos no entorno, normalmente interagindo de forma um tanto rápidae supercial com o espaço. Embora não seja exclusividade do centro, essarealidade não deve ser negada, contudo, essas interações podem ser po-tencializadas, aproveitando de melhor forma o espaço.  Existe um potencial claro nos horários entre-turnos, como horáriode almoço e nal de tarde, onde a apropriação se torna mais intensa,devido à quantidade de pessoas que atravessam ou circundam a área,se dirigindo à diversas áreas do centro, além dos próprios estudantes etrabalhadores, que neste período povoam os esparsos espaços de es-tar. Dentro dos limites da praça se ergue apenas um bar/lanchonete, quedivide a pouca sombra das árvores com mesas e cadeiras, desconexaassim das calçadas, vias, e edicações que a circundam. Mesmo com atímida demanda, funciona diariamente atendendo a todos que recorremà praça seja para buscar um refresco, encontrar os amigos ou se protegerna sombra. Então por que não se aproveitar dessas necessidades e criar

um espaço de fato útil para a população que interaja com o entorno, nasdiversas durações e profundidades de interações que ocorrem ali?  Outra situação que cou clara durante o exercício de percepçãoé a deciência no percurso que liga a Avenida Hercílio Luz à área comer-cial do centro (Rua Tenente Silveira, Rua Felipe Schmidt, Rua ConselheiroMafra e perpendiculares às mesmas). Sendo duas áreas com pouco dis -tanciamento real, é notável a grande desconexão que existe entre umaárea e outra, e curiosamente, a área de intervenção se localiza no centrodesta conexão, evidenciando o quanto o espaço pode ser articulador deuma centralidade que potencializa os uxos e relações entre os diversosmomentos do centro histórico de Florianópolis.  Por m, a área possui uma grande herança patrimonial, com edifíciose paisagens que exprimem um caráter artístico cultural importante à com-preensão da cidade, como a Escadaria e Igreja do Rosário, os AntigosCinemas, o Teatro Álvaro de Carvalho e a Casa de Nereu Ramos.

  A intervenção consiste na integração e estruturação do sistemasde praças na área central da cidade por meio da Praça Pereira Oliveirae ruas adjacentes. Pretende unir diferentes ações tomadas ao longo dosanos de forma desconexa garantindo a continuidade entre o sistema deáreas de lazer proporcionado pelas praças no centro da cidade: eixoNorte-Sul, além de fortalecer o percurso Avenida Hercílio Luz - Praça PereiraOliveira - Escadaria do Rosário - Área Comercial: arco Leste-Oeste (Figura12).

  O trabalho se consistiu em duas fases principais. Uma inicial de di-agnóstico e levantamento de dados, através de pesquisa de propostas jáexistentes para a área, histórico, legislações vigentes, entrevistas com usuári-os e análise da condição atual. A segunda parte consiste na proposiçãoformal propriamente dita, considerando os diversos aspectos urbanísticosda área, optando assim, pelo programa mais condizente com a propostaconceitual.  Separadas essas fases em atividades descritivas, consistiu na metod-ologia de trabalho:

Criação de Dossiê referente à área de intervenção e entorno imediato,considerando histórico, legislação, registros fotográcos, documentaçãotécnica e propostas de intervenção, tanto dos órgãos públicos quanto daárea acadêmica.  Denição dos dados a serem coletados em visita ao local. Planeja-mento de rota, registros e documentos técnicos a serem produzidos.Visita ao local, incluindo coleta de dados e entrevistas.Produção do Diagnóstico, utilizando os dados coletados no dossiê e vis-itas ao local.  Estudo Preliminar, auxiliado pelo diagnóstico e dossiê já concluídos,visando assim compreender os diversos aspectos considerados e não con-siderados em outras intervenções, assim como novos olhares necessáriospara a criação de uma proposição de intervenção. Denição de umaagenda norteadora do projeto.  Espacialização do conceito e proposta nal. Produção da docu-

mentação técnica e descritiva para a denição da proposta.Denição das alternativas de Comunicação da proposta e Apresentaçãonal. 

Para melhor compreensão da cidade atual, foi recorrido as fontesque nos permitiram entender a dinâmica da urbe atual, como sua história,características e desaos. As seguintes obras foram consultadas:

  IPUF. Plano Diretor de Florianópolis. Fpolis. 1987, 1997 e 2013.  LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. São Paulo, Martins Fontes,1982.  JACOBS, Jane. Death and Life of The Great Amercian Cities. Random

House, Nova Iorque, 1961.  VEIGA, Eliane Veras da. Florianópolis: memória urbana. 2. ed. Flori-anópolis: Fundação Franklin Cascaes, 2008.  DIAS, Adriana Fabre. A reutilização do patrimônio edicado comomecanismo de proteção: uma proposta para os conjuntos tombados deFlorianópolis. 2005. 176 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urban-ismo) - Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Flori-anópolis, 2005.

03 - Justificativa

04 - Objetivos 05 - Metodologia

06 - Pesquisa Bibliográfica

Plano de Trabalho

Figura 12 - Arco e Eixo

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Diagnóstico  Fundada na Ilha de Santa Catarina, a povoação de Nossa Sen-

hora do Desterro sempre possuiu uma ligação indissociável com o mar, seja

pelo excelente porto natural, seja pela posição estratégica na defesa mili-

tar das terras ao sul da Coroa. Obedeceu desde o início ao molde tipica-

mente português de ocupação de terras coloniais situadas no litoral, onde

a igreja construída na póvoa deveria estar voltada para o mar e, entre ela

e ele, um largo espaço no qual, em redor dele e dela, a vila se desenvol -

veria. De um dos lados desse largo, a câmara e cadeia pública; do outro, a

casa que serviria de abrigo aos governantes do povoado (PAULA, 2008).

Por muito tempo o desenvolvimento da vila se deu de forma lenta, e o nú -

cleo urbano se resumia a Praça XV de Novembro e ruas adjacentes, onde

trabalho, religião e estado conviviam em harmonia com residências.

Como ocorria em outras cidades brasileiras, aos poucos a vila se

urbanizava, orientada por idéias de modernização: o largo foi transforma-

do em praça; as ruas, antes de terra, foram calçadas; os prédios públicos,

reformados. Com esse desenvolvimento a área tornou-se cada vez mais

movimentada, com caráter predominantemente comercial e institucional,

sendo então que as famílias mais abastadas passaram a procurar e stabe-

lecer suas moradias em locais mais afastados, que oferecessem mais tran -

quilidade.

As principais vertentes desse processo de expansão foram as áreas

a noroeste e norte da Praça XV de Novembro. Conforme as antigas chá -

caras foram retalhadas para dar lugar a novos loteamentos, foram deixadosespaços próprios para serem transformados em praças e jardins públicos

(gura 13), demonstrando ares de discreta elegância pela organização

empreendida no seu centro urbano.

A atual Praça Pereira Oliveira foi uma dessas áreas. Localizada em

ponto estratégico, apenas algumas quadras atrás da movimentada praça

da igreja, teve um caráter de zona de transição entre a movimentada

Praça XV de novembro, cerca de duas quadras abaixo, e o novo reduto

da elite local em direção à recém loteada Chácara da Espanha.

  Também se destacou por ser vizinha ao Teatro Santa Isabel, atual

Teatro Álvaro de Carvalho (gura 14) e ao prédio da Assembléia Legis-

lativa, destruído por um incêndio em 1956 (gura 15). Com o passar dos

anos passou a concentrar a sede de diversas instituições, públicas como o

IPASE (gura 16) e comerciais como prossionais liberais e prestadores de

serviços.

01 - Desenvolvimento Histórico

Figura 13 - Praça Pereira OliveiraFigura 14 - Praça Pereira Oliveira

Figura 15 - Assembléia Legislativa

Figura 16 - IPASE

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02 - Inserção da área na estrutura da cidade 03 - Características ambientais da área 04 - Análise da população envolvida

Diagnóstico

  O centro político de Florianópolis coincide com o ge-

ográco da Ilha, que por sua vez é o ponto mais próximo docontinente, onde ocorre a ligação entre os dois. A área objetodeste trabalho se localiza no meio deste centro, próxima o su-

ciente para receber reexos do intenso uxo dos automóveisque deixam a ilha, e afastada a ponto de não ter contato coma população utuante que acorre anualmente atrás das belaspraias da ilha. Fica próxima à importantes avenidas que fazema ligação do centro com o restante da cidade, bem como dosterminais de transporte coletivo e táxi. Possui muito movimento du-

rante o horário comercial, mas no entanto fora disso é muito pou-

co utilizada, com exceção de quando acontecem atividades noteatro, ou próprio centro histórico.

  Desfruta de um dos terrenos de maior cota dentro do cen-

tro histórico, característica que atualmente passa despercebidadevido a densa ocupação do entorno. Ainda assim recebe boainsolação, ventos regulares. Solo de formação sólida, livre deaoramento de lençol freático.

A população que frequenta a área é bastante diversi -cada, apesar de regular. É constituída principalmente de es -

tudantes, funcionários, prossionais e moradores que embora ten-

ham a praça como percurso, não permanecem nela. Há tambémuma pequena parcela de turistas que procuram o local pelo Te-

atro álvaro de Carvalho e Igreja do Rosário, maiores atrativos daárea.

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  É fácil notar a grande quantidade de equipamentos públicos e serviços presentes na

área estudada, como escolas, igrejas, serviços públicos, bancos, entre outros. Como centro

histórico, a área traz diversos resquícios de ocupações históricas, incluindo equipamentos públi-

cos bem alicerçados na trama urbana, ligados a identidade da sociedade.  Um dos fatores mais importantes a serem considerados, são os usuários atraídos por

esta complexa rede de equipamentos, e as condições que tem de terem suas necessidades

secundárias atendidas pelo lugar. Por exemplo, ao considerar a presença de diversas escolas

na área das ruas Visconde de Ouro Preto, Emir Rosa e Santos Dummont, podemos conceber o

caráter de passagem que é dado à Praça Pereira Oliveira e arredores, justamente por fazer a

ligação entre estas instituições e outras áreas do centro.

Vale mencionar que mesmo com a presença de diversos equipamentos comunitários,

por se tratarem de locais de uso eventual, e de horários estabelecidos, a área, que também

apresenta um caráter residencial, acaba se mostrando deserta e/ou subutilizada em vários mo-

mentos. A própria diversidade de usos que estas ferramentas trazem para a área parece não

ser suciente para estimular a permanência e uso pleno dos espaços públicos.

escolas instituições gevrnamentaisinst. financeiras correioslazer/esporte/ cultura polí cia

igrejas corpo de bombeiros/samu

N

05 - Análise e mapeamento das funções urbanas - Equipa-mentos Comunitários

Diagnóstico

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uso institucional uso misto institucional/comercialuso comercial uso misto comercial/residencialuso residencial áreas verdes (praça/parque)

  Ressalta-se a grande variedade de usos que a área possui, indo desde edicações

exclusivamente residenciais até residências unifamiliares. Esta mesma diversidade de usos, além

de ser um reexo da própria consolidação da área como centro, demonstra uma dualidade

entre os períodos diurno e noturno. A maior gama de atividades que concentra funcionam nagrande maioria em horário comercial, funcionando no período noturno apenas alguns poucos

estabelecimentos como cafés e bares, além da faculdade.

  Apesar da diversidade de usos, algumas das áreas apresentam um caráter predominan-

temente de passagem, mesmo durante o dia, e muitas vezes são encaradas como inseguras

e desertas. Nem mesmo a parca população que reside ali e no entorno não se apropria dos

espaço público. Isso, na verdade é um fator relacionado à fraca relação urbanística dos tran-

seuntes com o local. No caso daqueles que acorrem em busca do patrimônio histórico cultural

concentrado ali, o espaço não oferece outros atrativos que convidem a permanência, mesmo

que seja enorme o potencial de resgatar relações históricas construídas, e que se não foram

esquecidas, também não são lembradas.

  As relações históricas muitas vezes foram perdidas ou deturpadas através do novo con-

texto urbanístico, e consequentemente a própria relação dos usuários com o espaço tambémse desfez.

05 - Análise e mapeamento das funções urbanas - Usos doSolo

Diagnóstico

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  Ao observar-se o mapa de cheios e vazios ca clara a conguração à que a con-

strução da cidade foi submetida. Apresentando alta taxa de ocupação - próxima de 100% e

na maioria das áreas mostradas - a estrutura típica de centro urbanos- percebe-se justamente

a relação da construção das edicações com o desenvolvimento da cidade. Assim, os únicosespaços livres conformam as áreas públicas, normalmente encontradas em torno dos equipa -

mentos públicos, explicitando uma relação diferente da encontrada nos conglomerados de uso

privado. É possível notar esta situação na relação da Catedral Metropolitana com o largo da

catedral e no próprio Teatro Álvaro de Carvalho com a Praça Pereira Oliveira, relação não

exclusiva da cidade de Florianópolis, sendo frequente em outras áreas históricas em diversas

cidades do Brasil.

Os prédios históricos muitas vezes reetem normas reguladoras de suas respectivas

épocas, quando cada construção era pensada dentro do contexto da cidade, resultando em

espaços construídos em equilíbrio com áreas verdes, algo que se perdeu principalmente após

e adoção do modernismo como estilo dominante nas principais capitais, abrindo precedente

para um desenho urbano desigual, atendendo principalmente interesses privados. Compreender

então um mapa de cheios e vazios é compreender de fato a conguração da cidade como

processo histórico, e por isso, é essencial para a proposição de qualquer intervenção.

06 - Análise espacial da área - Cheios e Vazios

Diagnóstico

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1 a 2 pavimentos 3 a 6 pavimentos

7 a 12 pavimentos acima de 12 pavimentos

  A área apresenta diversos gabaritos, explicitando as diversas épocas das construções,

e as diversas congurações construtivas. São frequentes - principalmente na Rua Conselheiro

Mafra, Visconde de Ouro Preto e Emir Rosa - a presença de casarios coloniais, de 1 a 3 pavi-

mentos, intimamente ligadas às ocupações mais antigas da cidade, e atualmente utilizados deforma comercial. Na área mais próxima à Avenida Hercílio Luz, considerando o saneamento do

Rio da Bulha e consolidação de um caráter residencial de nível mais elevado, se tornam mais fre-

quentes a existência de prédios modernos e contemporâneos, de gabaritos maiores, trazendo

um caráter bem mais urbano ao contexto. A diversidade de tipologias é grande, desde prédios

casarios coloniais, de 1 a 3 pavimentos, de prédios comerciais modernos, as vezes chegando

à 12 pavimentos, e também as diversas torres, residenciais, comerciais ou institucionais, com mais

de dez pavimentos, agrupadas, formando blocos densos dentro do contexto histórico.

Mais comum ainda são as relações confusas entre as edicações históricas (de gabar-

itos menores) com os prédios mais recentes, que assomam a paisagem e descontextualizam as

relações urbanísticas outrora existentes. A grande densidade de prédios no entorno imediato

do Teatro Álvaro de Carvalho e da Catedral Metropolitana são só dois exemplos dos muitos

locais onde o “novo” esconde, cada vez mais, o “velho”.O eixo Praça XV - Praça Getúlio Vargas se orienta na direção Nordeste, recebendo

desta forma iluminação nas áreas menos elevadas durante o dia todo, devido aos gabaritos

menos elevados. Pela sua conguração topográca e pela própria proporção entre a altura

dos prédios e a largura das vias, existem diversas áreas que sofrem com pouca insolação, apre-

sentando sombra durante quase todo o dia. Esse problema ocorre principalmente nas áreas

onde os prédios possuem gabaritos maiores, impossibilitando assim a penetração da iluminação

direta até o nível do pedestre. Bons exemplos desta situação são a Rua dos Ilhéus e Rua Anita

Garibaldi, que apresentam grande área sombreada na maior parte do dia.

A Avenida Hercílio Luz devido à presença frequente de edicações com mais de dez

pavimentos apresenta grande faixa de sombra durante as manhãs, e insolação suciente du -

rante a tarde. O gabarito elevado na área mais baixa da topograa gera um aspecto opressor,

principalmente na área de união das ruas José Jacques e Artista Bittencourt, onde a paisagem

promove o total isolamento do transeunte com o resto da cidade.

06 - Análise espacial da área -Volumetria das Edificações

Diagnóstico

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via arterial via coletora via local

exclusiva para pedestres ciclovia

AVENIDA RIO BRANCO

N

  O sistema viário nesse trecho de cidade é bastante diferenciados devido ao caráter

misto e das tipologias de rua. Podemos classicar as vias que interligam a área em estudo como

o entorno como locais, que permitem acesso local ou área restritas, não possuem nenhum tipo

de ligação, sendo usadas apenas por veículos restritos ou com algum interesse em transitar nasimediações. As ruas que conectam as praças Getúlio Vargas e XV de Novembro à praça Pereira

Oliveira possuem diversas características e usos. As ruas Araújo Figueiredo e a Santos Dumont

possuindo essa característica conectora não só escoa os veículos para fora da área limítrofe,

mas também separa a praça em estudo, isolando-a do entorno, quebrando essa interligação

com o espaço construído.

A vias arteriais apresentam maior uxo de carros, como a Av. Hercílio Luz que parte da Av.

Mauro Ramos e termina a Av. Paulo Fortes, ambas de tráfego intenso. Nas vias arteriais se ligam

todas as outras vias de acesso às residencias e as vias secundarias e locais, possibilitando o

trânsito e ligação entre os bairros.

A área da Praça Pereira Oliveira, sendo de uso misto, é marcada pela Rua Marechal

Guilherme, que tem a característica de via coletora, levando o tráfego em direção às vias ar-

teriais, de trânsito rápido, possibilitando a mobilidade dentro da cidade e facilitando movimen-

tação de uma região a outra.

06 - Análise espacial da área -Sistema Viário

Diagnóstico

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Consolidação da Praça Pereira Oliveira e ruas adjacentes como nó integrador

das áreas de lazer do centro histórico, formando um eixo com as praças Getúlio

Vargas (norte) e XV de Novembro (sul), e um arco com a Av. Hercílio Luz (leste) e

Escadaria do Rosário (oeste).

  Resgate e promoção das relações do patrimônio histórico construído com

entorno edicado, valorizando o Teatro Álvaro de Carvalho de um lado, com

requalicação do Banco safra do outro.

  Criação de espaços exíveis aptos a receber diferentes manifestações cul-

turais ao ar livre, como apresentações musicais e cinema na fachada lateral do te -

atro. Prever ainda planos regulares para disposição de mobiliário urbano xo como

bancos e lixeiras, e removível no caso de mesas e cadeiras dos bares, restaurantes.  Valorização do pedestre em relação ao automóvel, diminuindo uxo de car-

ros em detrimento dos transeuntes. Ampliação das faixas de calçada, respeitando

acessibilidade dos usuários com mobilidade reduzida. Implantação de ciclo faixa

integrando o eixo de praças com a Av. Hercílio Luz. Considerar o automóvel como

ator complementar na dinâmica dos deslocamentos, reservando espaços de em-

barque e estacionamento.

  Congurar os desníveis do terreno promovendo a integração dos planos

com inclinados com regulares, intercalando áreas de massa vegetal com canteiros

baixos. Reforçar a presença das palmeiras remanescentes e consolidar área de

cobertura vegetal com calçadas.

07 - DiretrizesObjetivo Geral

Objetivos Específico

Diagnóstico

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Arcelinda Rocha Moreira, Eduardo Petry e Matheus Lima Alcantara

Florianópolis, Março de 2016.

Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Arquitetura e Urbanismo

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O centro histórico de uma cidade é um espaço vivo, fornece condições para

compreensão da dinâmica urbana, além de promover novas relações em sintonia

com a história ali construída. Assim, seu desenho deve ser resultado de um pro-

cesso de acumulação e reexão, algo feito de forma coletiva no cotidiano da

cidade. A praça, enquanto espaço de estar e lazer, tem a vocação de promover

o encontro e as relações sociais que justicam a própria existência da cidade.

Sendo espaços públicos por excelência, devem agregar diferentes interesses, re-

etindo o contexto do local onde se inserem. Para que não sejam locais isolados,

é fundamental que se comunique com o tecido urbano e promovam a integração

de todos espaços que não sejam privados.

É neste sentido que surge a Praça do Meio, um espaço privilegiado no coração

do centro histórico, que por sua localização central, desempenha papel articu -

lador dos distintos espaços do entorno. Pensada de acordo com a realidade

multifacetada que a congura, ela resgata elementos do passado, reconhece

relações presentes e pretende contribuir na consolidação futura.

O novo desenho da praça extravasa os limites anteriormente denidos apenas

pelas vias de automóveis, deixa de ser área não ocupada para ser estruturante,

central. Sua ligação com as praças do entorno, conjuntos históricos, equipamen-

tos e infra estrutura maximiza as relações do pedestre com a cidade, possibilita

deslocamentos mais ecientes, além de resgatar espaços antes destituídos de

identidade. A forma resultante deixa de ser um ponto isolado para se alastrar pelo

entorno, permeando as ruas, adentrando prédios, promovendo a integração.

Assim o conceito de “Meio” quebra a noção de fronteiras delimitadas, a ver pela

sua localização simbólica em um espaço que não é rua, não é praça, não é

monumento. Surge como resposta à diversidade característica do lugar revelan-

do-se como aglutinador, tanto conceitualmente, agrupando os usos, atividades

e características diversas, como prático ao diminuir tensões entre as edicações

de diferentes tempos. O novo “Meio” organiza as atividades da área e a própria

estrutura urbana do entorno, como também é ator dessa urbe, participando como

espaço de encontro, permanência, lazer e cultura.

A composição então se baseia nestes três elementos principais:

O “Meio” propriamente dito, no encontro da Rua Padre Miguelinho com Marechal

Guilherme, abarcando também a praça, o estacionamento e largo do teatro, se

apresenta simbolicamente através de círculos concêntricos e evidencia o Teatro

Álvaro de Carvalho, servindo como momento de contemplação do patrimônio

histórico, além de organizador estético e espacial de toda a composição.

Praça do Meio

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O par de prédios de uso artístico-cultural formado pelo Teatro Álvaro de Car-

valho e Centro Cultural do Meio são as massas edicadas dominantes da com-

posição, além de servirem como organizadores dos uxos e outros volumes dentro

da praça, garantindo a sua percepção e leitura pelo usuário.

O grupo de quatro palmeiras, remanescentes da Praça Pereira Oliveira, que são

mantidas, com o intuito de lembrar o usuário de que a praça, assim como o teatro,

possui um caráter histórico. As palmeiras então são usadas como protagonistas

no diálogo entre o novo e o velho, pois mantêm-se como vegetação mais alta

dentro a praça, evidenciando sua idade, e conrmando sua importância.

A Praça se divide nas seguintes áreas, que surgem justamente das relações en -

tre estes elementos principais e outros elementos de composição, ou do próprio

entorno:

O espaço à frente do Teatro Álvaro de Carvalho foi transformada em espaço

livre, com conguração de calçadão, garantindo a contemplação do patrimônio

histórico e permitindo a apropriação do espaço pelas edicações próximas.

O espaço ao lado do Teatro Álvaro de Carvalho, que se mantém como área

seca, organizada em patamares e degraus, de tamanhos diversos, que permitem

seu uso tanto como espaço de descanso, encontro e passagem, além de ofere-

cer espaços com caráter de anteatro, propícios para apresentações culturais e

artísticas. Esta área não apresenta massas vegetais, conferindo assim imponência

e importância ao patrimônio hist órico.

O caminho central da praça, que sobe em direção à Rua Santos Dummont, se

apresenta como uma subida suave, ora gramada, ora pavimentada, concentran-

do as massas vegetais e congurando espaços sombreados, de permanência

e passíveis de usos diversos, como feiras de rua e prática de atividades físicas

(como alongamentos, ioga e tai chi chuan). Este espaço também demonstra o

diálogo entre a nova vegetação e as palmeiras históricas, criando uma única

massa, que apesar de densa ainda mantém a clareza do espaço.

A Rua Arcipreste Paiva foi tratada para garantir a permeabilidade entre o Cen-

tro Cultural do Meio e a praça, mantendo a perspectiva aberta e garantindo

a visualização do TAC pelo Centro Cultural e vice-versa. A praça neste trecho

também recebeu tratamento em patamares largos, pavimentados, caracterizando

um espaço exível, que pode ser usado como extensão do Centro Cultural ou da

própria área central da praça.

O entorno imediato da praça, em especial nas ruas Santos Dummont, Ilhéus e

Marechal Guilherme (no trecho transformado em calçadão) todos apresentam

calçadas largas, incentivando o uso das mesmas pelas edicações do entorno,

extendendo os pilotis para a rua, e aumentando a segurança do pedestre, em

ambo os lados da rua.

Os materiais utilizados no projeto reetem o diálogo entre os elementos das

praças tradicionais, presentes na antiga Praça Pereira Oliveira, com materiais

contemporâneos da nova composição proposta.

o piso Paver, em tons de cinza e preto, como alternativa exível e durável, ga-

rantindo o tratamento homogêneo de áreas inclinadas, além de fazer alusão ao

calçamento original em paralelepípedos.

O Petit-pavet, pedras pretas, para marcação nos pisos, remetendo à historici -

dade do espaço.

O Granito Apicoado, cinza, (em placas de cerca de 60 x 60 cm) foi usado como

marcador dos espaços importantes dentro do projeto, no caso, o “Meio” e o

patamar central na escadaria lateral do TAC, reforçando sua importância como

espaço de apresentações e atividades.

A nova iluminação também promove a integração ao utilizar tradicionais postes

de ferro fundido, já empregados nos calçadões da Felipe Schmdt e Trajano, e

presentes na Praça XV de Novembro. No espaço da praça propriamente dita,

além dos postes baixos, foram previstos postes altos, que garantem iluminação

homogênea e agradável.

O mobiliário foi pensado em conjunto com as características desejadas para a

praça, de modo a reforçar o caráter múltiplo e diverso dos seus usos e frequen-

tadores. Os tradicionais bancos ainda estão presentes, mas haverá gramados e

patamares para aqueles que buscam outra maneira de se relacionar com o lugar.

Lixeiras complementam o mobiliário xo necessário.

Como mobiliário móvel, são previstas mesas e cadeiras desmontáveis a serem uti-

lizadas pelos estabelecimentos do entorno sobre as calçadas, de forma a aprox-

imar as pessoas do espaço aberto. Bancas para feiras ao ar livre também são

previstas.

Referência

VEIGA, Eliane Veras da. Florianópolis: memória urbana. 2. ed. Florianópolis:

Fundação Franklin Cascaes, 2008.

DIAS, Adriana Fabre. A reutilização do patrimônio edicado como mecanismo

de proteção: uma proposta para os conjuntos tombados de F lorianópolis. 2005.

176 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Tecnológico,

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.

 Paula, Leon de. Minha Cidade, e o “Velho Casarão da Pereira Oliveira”. Rev.

Da Pesquisa. 2008; pág. 02. Disponível em < http://www.ceart.udesc.br/revista_da-

pesquisa/volume3/numero1/cenicas/leon_vera.pdf >

Praça do Meio

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