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[PRAÇA] EXPANSÃO DO TEATRO OFICINA

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Trabalho Final de Graduação Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade São Judas Tadeu - SP | Weslley Karpor

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TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU FACULDADE DE LETRAS, ARTES, COMUNICAÇÃO E CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃOCURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II

ORIENTANDO: Weslley Guerra Karpor ORIENTADOR: Professor Jon Adorni Verganeche Maitrejean TEMA: A Praça, Expansão do Teatro Oficina

PALAVRAS CHAVE: Praça, Espaço Público, Teatro

novembro | 2014

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imagem google

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“A praça! A praça é do povoComo o céu é do condorÉ o antro onde a liberdadeCria águias em seu calor.(...)”

“O povo ao poder” – ALVES, Castro

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à todos que me apoiaram nessa reta final, no qual foi sem dúvidas o ano de maior aprendizado. Não foram seis anos de graduação apenas baseados em vida acadêmica, pois foi do lado de fora da universidade que aprendi realmente o que é ser um arquiteto, e agradeço aos que me deram essa oportunidade.

À minha familia, por ter me apoiado desde o inicio, meus pais por estarem ao meu lado por todas as vezes que precisei. Professores, no qual levarei comigo, docentes que me ensinaram a ter um posicionamento político/crítico dentro da so-ciedade.

À grandes amigos, que com certeza serão para toda vida, André Guerra, Nathalia Grippa e o Jhonny Rezende, esses são os responsáveis por fazerem eu acreditar que era possível, podem ter certeza que vocês ajudaram a formar um pro-fissional arquiteto.

Aos arquitetos que sempre me ajudaram, Ingrid Ori, Rafael Giorgi, Daniel Maeda, Anderson Almeida, Marlon Longo, Karolina Carloni, Paula Hori e Gastão Sales obrigado por deixarem eu mostrar o que sei, e me ensinarem cada dia mais.

À FeNEA (Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura) por me ensinarem como articular e colaborar com o Movimento Estudantil, que hoje em dia anda tão fragilizado em nosso país. Obrigado aos diretores da federação da gestão 2013/2014 na qual fui Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão.

E não podendo deixar de lado o grande Mestre Maitrejean, meu orientador do qual me orgulho profundamente de ter trabalhado esse ano com ele, grande pessoa, arquiteto e sem dúvidas um grande mestre.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 03

CONCEITUALIZAÇÃO HISTÓRICA 05

TEATRO OFICINA 09 MOVIMENTO BIXIGÃO 13 CONCEITUALIZAÇÃO URBANA 17

LEVANTAMENTO ICONOGRÁFICO 21 CONCEITUALIZAÇÃO PROGRAMÁTICA 23

JUSTIFICATIVA 25 ESTUDOS TERRITÓRIAIS 27

PROPOSTAS 30 REFERÊNCIAS 33 MEMORIAL 36

SISTEMAS CONSTRUTIVOS 37

DESENHOS 38

IMAGENS DO PROJETO 58 BIBLIOGRAFIA 67

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marcos camargo

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APRESENTAÇÃO

Esse trabalho faz parte de uma pesquisa de cunho cultural-politica, que visa não só analisar, mas também posicionar um pensamento de arquiteto e urbanista, para que possa fazer uma crítica ao projeto realizado a pedido do Grupo Uzyna Uzona ao escritório JBMC visando uma expansão do Teat(r)o Oficina. Com fundamentações teóricas de um trabalho final de graduação, realizado pelo orientando Weslley Guerra Karpor, com orientação de pesquisa e projeto do Professor Jon Adoni Vergareche Maitrejean.

A pesquisa será embasada em uma entrevista, juntamente com artigos e pes-quisas já concluídas para a região. A partir de diversas consultas a teses e artigos do terreno será realizado um estudo infográfico e iconografico no local determinado, visando o melhor reconhecimento de uma área de praça, e um teatro em formato de estádio. Artigos, teses, monografias serão utilizadas para fazer um estudo de per-cepções regionais e locais do bairro do Bixiga. Além das diversas fontes de trabalho demais materiais serão utilizados como uso de desenhos de observação e desenhos técnicos para melhor aproximação da região. Mapas sínteses com os principais pon-tos de acesso, polos culturais e patrimônios tombados na região podem e devem agregar conhecimento para um desenvolvimento mais amplo e complexo do conte-údo.

Contudo essa pesquisa desenvolvida no TFG da Universidade São Judas Ta-deu, só contempla mais ainda a formação critica do profissional, a fim de embasar um acadêmico em sua área de interesse tanto urbanistica quanto projetual, o objetivo final é o entendimento de um conjunto de projetos e desenvolvimento de um posicio-namento critico, social e cultural.

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CONCEITUALIZAÇÃO HISTÓRICA

A localização do Bixiga (popularmente conhecido, mas não errôneo) é um ponto de grande importância histórica para cidade, terras essas que vinham de pos-se de portugueses e vendidos posteriormente no século XIX para um rapaz conhecido como Antonio Bexiga, por razões enfermas, pois seu nome verdadeiro era Antonio José Leite Braga.

Um bairro tão importante pra cidade que na inau-guração de seus loteamentos foi marcada pela presença do imperador Pedro II, que foi fundamental para o lança-mento de um hospital, que nunca foi construído. Esses lotes eram pequenos e baratos, foi daí que começou a imigração de italianos para a região, pois eram lotes baratos e atrativos por estarem próximo ao centro da cidade. Povo de características muito festivas, que co-meçam a deixar uma visão do bairro bem italiano, pois por tudo estar muito próximo e eles terem um grande convivo começam a abrir cantinas, e lojas típicas da Itá-lia.

Uma das construções mais extravagantes da ci-dade de São Paulo, a Vila Itororó, é sem dúvidas um símbolo do bairro do Bixiga. Embora construída por um tecelão português o Francisco de Castro em 1922, ficou conhecida como Casa Surrealista. Além de conheci-mentos em engenharia e arquitetura, tinha conhecimen-tos em tecidos, usando todas as suas habilidades para a forma inédita e construção do casarão de quatro anda-res e 37 casas ao redor, ocupando a área de 4,5 mil m², constituindo assim a primeira vila de São Paulo. Imagem dos fundos do Teatro Oficina - acervo

pessoal

Alguns recursos e ornamentos construtivos vie-ram do Teatro São José, o nome de Vila do Itororó é por conta da nascente do riacho do Itororó que nasce ali. Por uma triste noticia de falência do tecelão, a vila foi leiloada e arrematada pela Santa Casa de Indaiatuba, que acabou sublocando, e assim a maior e mais bela vila de São Paulo, hoje fica conhecida como um dos vários cor-tiços deteriorados da região do Bixiga, que foi recente-mente feita a desocupação e transformado no provisório Conselho Tutelar.

Não menos conhecida que a Vila de Itororó a Casa da Dona Yaya foi uma das primeiras chácaras do Bixiga, a proprietária conhecida como Dona Yaya se chamava Sebastiana de Melo Freire, uma órfã rica que apresentou sinais de demência e viveu a partir de 1925 até o resto de vida no sanatório construído pelos seus tutores. Hoje a casa pertence ao patrimônio da USP desde 1972, se-diando a Comissão do Patrimonio Cultural da USP, que transformou o local em centro cultural, após uma minu-ciosa restauração.

Mostrando então a grande cultura dos moradores da região é possível encontrar diversas cantinas, que aos poucos estão dando lugares a empreendimentos imobiliários e infelizmente deixando a região descarac-terizada e assombrando os polos culturais da cidade. O Bixiga alem de ser conhecido pelas grandes cantinas italianas e famosas massas, é conhecida também pelo seu polo cultural e social, um bairro rico em teatros de grande parte tradicionais, abrigava o antigo TBC atual-

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mente fechado, mas durante anos pode trazer para cada morador da cidade um momento de cultura, e próximo a ele temos o Te-Ato Oficina que quebra a ideia do teatro convencional e parte para apresentações culturais,so-ciais e políticas, lutando todo dia contra a censura, e liberdade de expressão, além de lutar a mais de 30 anos contra a verticalização do bairro, a algumas décadas o Oficina foi separado por uma grande cicatriz urbana co-nhecida como Minhocão, a partir dai acabou deterioran-do o bairro.

Passam dois córregos por perto e um no meio do terreno escolhido para estudo, o Córrego do Bixiga, o Itororó e o Saracura que ambos vão encontrar com o rio Anhangabaú, esses rios tiveram grande importância para a região, pois foi em cima deles canalizados que se construíram duas avenidas de ligação expressa, a 23 de maio e a 9 de julho, estranho seria imaginar a cidade sem esses dois eixos de ligação, porém é estranho pen-sar o porque de não terem adaptado a cidade ao redor desses rios, pois de grande influencia natural eles aca-bam extravazando em suas várzeas causando maiores danos.

Por fim é possível concluir que o bairro do Bixiga, é um grande polo de cultura, e importância para todos os moradores da cidade de São Paulo, buscando trans-por alegrias, trabalho, tristeza, aflição a milhares de mo-radores do bairro.

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markus lanz

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TEATRO OFICINA

Originalmente surgido em 1958 o Te-Ato Oficina nasceu de uma atividade artística e social na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, passando por diver-sas fases em sua trajetória. Grande parte do movimento artístico dessa época acabou se profissionalizando na década de 60 durante o movimento dos “anos doura-dos”, que no final acaba encenando obras revolucioná-rias para a época para a dramaturgia brasileira, como “Pequenos Burgueses” de Gorki e “O Rei da Vela” de Oswald de Andrade, o exílio durante os anos de chumbo da ditadura militar, entre 1974 e 1979 trabalhando em Portugal, Moçambique, França e Inglaterra produzindo obras cinematográficas como o “25” que narra a liber-tação de país africano e “O Parto” sobre a Revolução dos Cravos.

E então se começa a abrir a entrada lenta e gradual brasileira dos exilados, o grupo volta a se reunir em São Paulo, e durante dez anos foi feito o trabalho para levan-tar o novo espaço de apresentações com o projeto de Lina Bo Bardi que é inaugurado em 1993 com dramatur-gias clássicas mundiais como “Hamlet” de Shakespeare e “Bacantes” de Eurípides, usando a técnica de óperas de carnaval eletrocandomblaicas, musicais brasileiros, coral numeroso, banda ao vivo conquistando então um público jovem de São Paulo, e do Brasil.

A partir do século XXI o Oficina começa a traba-lhar em cima de uma obra “Os Sertões” de Euclides da Cunha sendo uma transversão do trabalho realizado até a data, foram 7 anos de transformação abrindo a questão social, urbana e a comunicação, questionadas e trabalhadas como a infraestrutura, passando a ser pro-

fundamente atuadas com uma verdadeira campanha de desmascare. Em 2002 nasce então o Movimento Bexi-gão, movimento no qual trabalha a questão de jovens e crianças que estão em situação de risco na região do Bexiga, envolvendo-os em questões artísticas. “Os Ser-tões” que são cinco peças somando 27 horas de apre-sentação se inicia com “A Terra” em dezembro/2002, encerrando em dezembro/2007, ultimo dia das apre-sentações dos cinco espetáculos no sertão de Canu-dos, palco original do massacre narrado por Euclides da Cunha. Essa foi uma obra apresentada no Brasil e na Alemanha, no qual abre a temporada de outono do “Volksbuhne” em Berlim, 2005.

Celebrando então seus 50 anos de existência em 2008, o Oficina chega em seu jubileu de ouro com a vitalidade que no fim fez gerar quatro novos espetáculos com montagens de “Os Bandidos” de Schiller, “Cypriano e Chan-ta-lan” de Luis Martinez Correa e Analu Prestes, “Taniko” de Zen Chiku, um nô japonês transcriado pela bossanova tranzênica, e “Vento Forte para um Papagaio Subir”, primeira peça escrita por José Celso, diretor da Companhia. Duas novas apresentações foram montadas em 2009, “O Banquete” de Platão, e “Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda!!”, segunda parte da tetralogia que narra a viva vida da grande atriz brasileira Cacilda Becker, es-treado em setembro.

No ano de 2010 o Oficina realizou as Dionisíacas em Viagem, patrocinadas pelo Ministério da Cultura atra-vés de convênio de co-produção com a Companhia. O projeto teve duração total de 11 meses, de março de 2010 a fevereiro de 2011 e apresentou quatro espetáJosé Celso Correia Martinez - fundador do Teatro

Oficina - imagem Revista Trip

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marcos camargo

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culos do repertório em nove capitais brasileiras além de realizar oficinas das artes teatrais com artistas e aprendizes.

No ano de 2011 o Oficina trabalhou a Macumba Antropófaga, transcriação do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, parte do projeto de realizar as Dionisíacas Antropófagas Urbanas, patrocinadas pela Petrobras e a Copa de Cultura 2014, no Teatro Estádio Oswald de Andrade que o Oficina propõe construir em seu entorno tombado pelo patrimônio histórico munici-pal, estadual e federal.

Em janeiro de 2012 o Oficina participou com as Bacantes do Festival Europalia, na Bélgica, que em sua 22ª edição teve o Brasil como tema e mostrou a diversi-dade da produção cultural nacional em quatro meses de espetáculos, exposições e shows, de outubro a janeiro.

Em 2012 a Macumba Antropófaga ocupou os terrenos envoltórios do Oficina em um circo e tendas armadas para a realização. Em agosto o rito-peça viajou pelo interior paulista sendo apresentados em ginásios esportivos do SESC em tries cidades. No mesmo ano a Oficina Uzyna Uzona produziu Acordes, baseada na Peça Sobre o Acordo, de Bertold Brecht e Paul Hinde-mith, que teve sua estreia em 8 de novembro e seguiu temporada até o dia 23 de dezembro.

No ano de 2013 o Oficina produziu Cacilda!!! E Cacilda!!!!, a terceira e a quarta partes da maxisérie tea-tral escrita por José Celso Martinez Correa inspirada na vida-arte da grande atriz tragicomicorgiástica brazyleira, Cacilda Becker.

Imagem retirada do jornal Estado de São Paulo de 13/08/1961, no qual mostra a censura aplicada pelo

governo militar.

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RODRIGO ANDREOLLI

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MOVIMENTO BIXIGÃO

O texto a seguir foi retirado do site do movimento bixigão , adaptado para uma melhor compreensão:

“O Movimento Bixigão nasceu em dois mil e dois, como resposta prática para a transformação pacífica da mar-ginalização nascente no bairro do Bixiga e a descaracteriza-ção dos gens mestiços do bairro.

Baseados no estatuto da Associação Teatro Oficina, criamos uma Usina Cultural Sem Fronteiras, para cruzar e devorar religiões, mitos, países, formas, leis e mídias.

Iniciamos o projeto em pequena escala, abrindo as portas de nossa sede para que crianças e jovens em situa-ção de risco social, moradores de ocupações e cortiços do bairro, participassem em coro de oficinas gratuitas de diver-sas artes, norteadas pelo estudo e montagem de uma obra teatral.

Até hoje mais de 800 integrantes circularam pelas oficinas de capoeira, teatro, música, ciranda, jardinagem, circo, cozinha, pin hole, vídeo, web radio, documentário, atuação, dança, artes plásticas, construção de instrumentos, tecelagem, internet, corpo, voz, alfabetização dramatúrgica, percussão, cordas e piano. Todo trabalho tem como objetivo ampliar a potencialidade humana, social, estética, cultural e artistica.

Esse coro viajou pelo Brasil e Alemanha num inter-câmbio de oficinas com o apoio da Lei de Incentivo ao Fo-mento do Estado de São Paulo e da Petrobrás. Revista Bixiga Oficina do Samba, parceria entre o trio Revista do Samba, Grêmio Recreativo Escola de Samba Vai Vai, Cia Teatro Ofi-cina e a Petrobrás. Esse projeto integrou jovens nas oficinas de musicas voltadas ao aprendizado de sambas como inter-pretes e instrumentistas.

Ponto de Cultura, parceria entre os Ministérios da Cul-tura, Tecnologia e Educação, projeto que experimentou qua-

torze oficinas de arte norteados pelo estudo e montagem das obras: Horácios e Curriácios, de Bertold Brecht, montagem e apresentação de Cypriano e Chan-ta-lan, fábula de Luís Antô-nio Martinez Corrêa e; estudos e performances do “O Baila-do do Deus Morto” de Flávio de Carvalho, com apresentação na Bienal de São Paulo 2010.

Somos um Movimento onde os artistas e educadores são convidados a partir da proposta de trabalho de cada pro-jeto. Porém temos um núcleo fixo dividido em um coordena-dor – produtor, um produtor -coordenador, uma orientadora pedagógica, um psicólogo, um administrador e um corpo de conselho formado pelos representantes da Associação.

Com esse projeto queremos consolidar alguns pontos do nosso estatuto: “provocando estudos, debates, ações, com movimentos socias confluentes e divergentes, encru-zilhadas na arte e na cultura, na vida social e suas lutas. Pesquisas e realizações e obras inspiradas nos encontros e (des) encontros entre a sociedade selvagem.

Utilizar todos os meios, por si mesmo, em associa-ções com entidades correspondentes do país e do exterior para atingir seus objetivos nacionais ou planetários.”

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CONCEITUALIZAÇÃO URBANA

Sendo necessário, é feito então uma conceituali-zação urbana regional, trabalhando a ligação do terreno para com o bairro, a fim de constituir e problematizar a questão de mobilidade e sistema viário para a região, caminhos e avaliações programáticas são feitas a partir de análises urbanas.

O bairro possui uma hidrografia muito densa talvez uma das mais ricas da cidade, porém visivelmente não é possível vê-lo, pois já foi canalizada em uma tentativa de reestabelecer sua proteção, porém não podemos ne-ga-lo sempre e o relevo por ele desenhado é claramente visível para quem passa pela região. O córrego passa a poucos metros a oeste do edifício do Teatro Oficina fazendo a ligação norte-sul da região de São Paulo. O mesmo transpunha entre as ruas Humaitá, com a Bri-gadeiro, desembocando no córrego Saracura, no qual confluía-se com o córrego Itororó, desenhando o que conhecemos hoje como Anhangabaú chegando até o rio Tamanduateí.

Não por muito, todos os córregos que passam pela região acima citados foram canalizados trazendo não só uma ilusória ideia de que seria mais bem res-guardado, mas uma ideia de desenvolvimento urbano, que a meu ver é muito mais fácil para o planejamento urbano da época negar o córrego do que planejar a ci-dade em seu entorno. Trazendo para o bairro problemas hidrográficos, falta de permeabilidade e possíveis trans-tornos aos rios.

Essa negação absurda dos córregos, transpondo grandes avenidas por cima, nos apresenta dificulda-des enormes de analise profunda do terreno, pois se

for estudado profundamente é possível se enxergar um pequeno vale dentro dele, que atualmente é protegido por muros negando completamente a paisagem urbana e sobrepondo uma possível requalificação hidrográfica. Toda transformação urbana se veio a partir da canaliza-ção, e abertura de “espaços urbanos” deixando bem a quem diversas propostas de planejamento, mas por fim redesenhando todos os sistemas viários, ligando norte – sul, avenida nove de julho, as ruas ali internas do bairro se mostram acompanhando o relevo atual.

Grande problema viário que poderia solucionar um outro problema da cidade, que não fosse ali foi o Elevado Costa e Silva, que corta o bairro, deixando sim uma cicatriz urbana – dividindo grandes histórias e interrompendo drasticamente algumas vias, lotes, fa-mílias, trazendo com ele uma possível desvalorização imobiliária, por construir não só um viaduto, mas tam-bém um pedaço de cidade morta que ficaria por sua vez na parte “inferior” do elevado, conhecido popularmente como “minhocão”, não podendo negar sua existência, é possível ver essa linha transpondo um bairro em dois, sem sequer mantendo uma ligação visual com ambos, apenas passagens sobsolo tentando intervir na situação do bairro atual.

O bairro atual do Bixiga sofreu desde seu desen-volvimento uma constante intervenção, tentando buscar melhorias para outras regiões de São Paulo, trazendo a tona a precarização dos espaços públicos e quebrando gradativamente as tradições do bairro, na qual traba-lhava muito bem feito por sinal com o enriquecimento sócio-cultual buscando uma articulação urbana com o

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restante da cidade metropolitana, que não apenas dia-logava com a região, mas trazia para si conhecimento político-urbano, não é a toa que grande parte da região é patrimônio tombado por órgãos de representação his-tórica para a cidade; O desafio lançado agora é tentar buscar essa interelação da cidade, com a questão de equipamento cultural lembrando sempre de conjunturas urbanas sociais, humanizando espaços projetados ten-tando enfraquecer aquela imagem degradada adquirida com o tempo.

Mapa que mostra em branco a densidade territo-rial da região. Em amarelo está destacado o edificio do Teatro Oficina, e ao lado o terreno do Grupo SS.

SISTEMA VIÁRIO

Existem grandes eixos que enquadram o terreno em uma malha rodoviária, mostrando em si uma grande mobilidade para a região, grandes Avenidas como Radial Leste, 23 de maio cercam o local trabalhando em con-junto com a Av. Brigadeiro Luis Antonio no qual se faz tão importante por fazer uma ligação de todo centro a Av. Paulista passando por todo bairro do Bexiga, deixan-do então uma cicatriz urbana.

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ÁREAS VERDES

Existe um grande défict na região de áreas ver-des, um dos motivos podemos dizer é pela densidade do bairro e o aumento da especulação imobiliária que vem ocorrendo frequentemente em diversas áreas da ci-dade de São Paulo. São praças que foram construidas em uma ilha de veículos para balizar os automoveis que por ali passam, ou seja, não visa a população e seu in-teresse coletivo.

TOMBAMENTO

O Bixiga é um bairro visivelmente valorizado pela sua cultura italina, que nos dias de hoje se perdeu para a especulação imobiliária, isto posto, é possível que gran-de parte de suas construções sejam fruto de um tipo de tombamento, por exemplo, o Teatro Oficina, no qual usa um tipo de tombamento pelo IPHAN, porém a única parte dele que é tombada é sua fachada.

Em amarelo os tombamentos realizados pela CONPRESP e em salmão os realizados pelo CON-DEPHAT .

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LEVANTAMENTO ICONOGRÁFICO

Fachada Teatro Oficina - Acervo Pessoal (abril/2014)

Rua Jaceguai 520 - Acervo Pessoal (abril/2014)

Acesso posterior ao terreno - Acer-vo Pessoal (abril/2014)

Interior do Teatro Oficina - Acervo Pessoal (abril/2014)

Rua Jaceguai esq. com Rua da Abolição - Acervo Pessoal (abril/2014)

Janela do Teatro Oficina - Acervo Pessoal (abril/2014) Bar improvisado do Teatro Oficina - Acervo Pessoal (abril/2014)

Terreno do Grupo SS - Acervo Pessoal (abril/2014)

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marcos camargo

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CONCEITUALIZAÇÃO PROGRAMÁTICA

Para dar inicio ao capitulo de concepção progra-mática gostaria de citar um trecho de um texto “festa coletiva, festa de massa, festa do povo”¹. uma frase que quando colocada em contexto com o teatro oficina, ou qualquer outra forma cênica de se expressar acaba rom-pendo com qualquer forma de representação da época.

Coloquei esse trecho justamente pra justificar o programa, pois se trata de um contexto urbano muito complexo, sofrendo um grande impacto imobiliário e comercial. Quando em meu conceito venho trabalhando a ideia de não construir um espaço comercial e nem residencial, e sim uma praça com um equipamento pu-blico nela, podemos dizer que se trata de uma “afronta” a grandes empresas e construtoras que buscavam ali adensar cada vez mais seu capital ao invés de trazer pra essa região algo com um caráter urbano, social e cultural.

O programa é de certa maneira bem simples se for comparado com uma escola de teatro, porém é de maneira bem sustentável um espaço de apoio aos gru-pos de teatros da região do Bixiga. Ou seja, o edifício é composto por um espaço de exposições de grupos artísticos, bar, administração e salas de ensaio, cênico, figurino, canto e dança.

O projeto atual visa discutir a atual e relevante pro-posta oferecida para a construção e expansão do Teatro Oficina na região do Bixiga, essa Idea veio a principio

de um arquiteto do escritório JBMC no qual não por co-nhecidencia pertence ao irmão de José Celso (dono do Teatro Oficina) – visando não só a critica ao projeto, mas também a atual relevância para essa região.

Apesar de tudo que foi discutido durante esses 30 anos entre o grupo Uzyna Uzona e o Grupo Silvio San-tos, quando se propunha uma ideia de permuta na qual o Ministério da Cultura, juntamente com os dois grupos faria uma demarcação de terreno para troca e constru-ção do programa escolhido.

Houve então diversas ideias de projeto para o ter-reno, tentando ao menos uma interligação entre o atual Teatro Oficina com o terreno, na qual possui proposi-talmente uma abertura já realizada em sua reforma por Lina Bo Bardi, a fim de trazer o que está fora pra dentro, e o que está dentro pra fora. Porém por toda a tentativa grande parte de suas propostas nenhuma teria potencia-lidade para que fosse implementada na região.

O Bixiga passa por constantes transformações por isso é complicado para que se faça uma intervenção de médio – grande porte no terreno sem que atrapalhe ou não a dinâmica do bairro, que ao invés de transformar em um objeto pouco utilizado, faça a criação de uma praça e a religação de algumas vias que haviam sido transpostas por barreiras que impuseram no terreno.

Em contrapartida a tudo proponho então um rede-senho da proposta que foi realizada para o local, trazen-do uma ideia político – cultural e também abrangendo

1 ANDRADE, Oswald de. Do Teatro, Que É Bom… in: Ponta de Lança. Rio de Janeiro, Editora Civili-zação Brasileira, 1972)

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a questão do bairro, construindo uma praça que se faz necessária por se tratar de uma região pouco valori-zada na questão social. Trazendo propostas de cunho experimental para que se possa transformar o bairro gradati’vamente, tentando talvez uma ligação entre os dois lados do bairro que foram cortados por uma cicatriz urbana.

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JUSTIFICATIVA

O grande principio para a escolha do tema vem de uma necessidade de expressão do mundo artístico e cultural na cidade de São Paulo, que é ainda por cima muito “tímido” pelos pólos artísticos existentes, poucos são os que inovam e desafiam a sociedade a enxergar e trabalhar seus sentidos.

Por isso a escolha do Teat(r)o Oficina, um teatro experimental vem trazendo grandes apresentações, criti-cas e de cunho mais ousado saindo do eixo dos teatros italianos. Camila Mota, participante do Oficina UzynaU-zona descreve um pouco do que tento expressar aqui:

“O público, quer dizer, as pessoas presentes em nossos espetáculos, têm sempre a possibilidade de entrar na mágica arte da atuação, mas há os que se recusam entrar nas rodas, no coro, na gira. Todos vivem a liberdade de atuar ou atuar vendo, mas perdem um pouco com o poupar de seus corpos, deixam de viver o rito no livre espaço do ‘anarquista coroado’” ¹

Para que seja realizado um trabalho de excelên-cia no terreno ao lado do Teat(r)o Oficina é necessário entender as polemicas existentes no local que se dizem respeito do Grupo SS, no qual a um interesse único na região realizando a construção de um shopping e torres de comercio. Zé Celso ator e diretor e atual proprietário do Teat(r)o Oficina é um dos que lutam pela existência da Rua Lina Bardi (galpão onde se encontra o teat(r)o atualmente.

Creio que para entender um pouco o sentido da praça é a necessidade de um espaço coletivo urbano

em desenvolver não só apresentações, mas dar ao bair-ro tradicional de São Paulo um estudo de vida coletiva desenvolvendo espaços cívicos e até mesmo para uma feira livre, por que não?

Infelizmente hoje o Conselho de Defesa do Patri-mônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo autorizou a construção de duas tor-res residenciais ao lado do teat(r)o, isso com certeza é algo que me excita cada vez mais em propor uma praça, como em todas as entrevistas de Zé Celso deixa claro que é necessário e ao meu ponto de vista urbano, sim também vejo a necessidade da criação dessa praça, a praça do povo!

“Ter a Cabeça do Inimigo nas mãos e a sabedoria de tocar pra ele ver de pé a nossa Vitória”²

1 Blog do Zé Celso – acessado em 20 de fevereiro de 2014 apresentação do Teat(r)o

2 Versos cantados de BACANTES, Eurípedes, antropofagiados pela Cia. de Artistas do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona.

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ESTUDOS TERRITORIAIS

Tendo em vista que para conceitualizar um conte-údo em um contexto se faz necessário grandes estudos de diversas analises. Durante todo processo do trabalho houve muitas contradições em diferentes frentes que se pesquisava, com isso foi necessário que em contrapar-tida eu propusesse um estudo de viabilidade no local.

Diversas frentes foram estudadas, como por exemplo, insolação, fluxograma, viabilidade regional, entre outros... Portanto foi um ano de trabalho árduo para conseguir conceitualizar algo para o local proposto. Apresento aqui alguns estudos realizados durante esse período para que pudesse finalizar com o produto no qual cheguei após essas reflexões.

ALINHAMENTOS

Buscando entender o desenho local do Bixiga fiz um levantamento de alinhamentos dos lotes e até mes-mo em alguns casos de construções ao redor do terre-no, é perspectivel o nó urbano que se causa no bairro.

Foi possível tirar desses alinhamentos algumas formas e desenhos para o contexto urbano, no caso a praça e o edificio locado nela seguem em alugns casos o alinhamento já existente na região, pois a ideia do pro-jeto não seria desfragmentar o bairro.

V

V

ESTAÇÃOLIBERDADE

VIADUTOJACEGUAI

RADIAL

AVENIDA

LESTE-OESTE

BYINGTONPÉROLAPRAÇA

DE

TRÊS

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FLUXOGRAMA

Analisando o fluxo do local é notável que pode-ria existir uma transposição entre duas cotas, entre a rua Abolição e Sto Amaro, e outra entre a Japurá e Jaceguai, esse estudo acabou influenciando em possivel barreiras retiradas do terreno podendo deixar a região mais permeável.

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INSOLAÇÃO

O terreno é um local privilegiado pela iluminação natural, visto isto, é possivel que uma construção de praça, espaço público era necessário o uso de brise na-tural, como por exemplo implantação de árvores no lo-cal para que pudesse sombrear o local deixando-o mais agradável.

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PROPOSTAS

Existiram diversas propostas de ocupação do es-paço que estamos discutindo à única que foi viável aos olhos do Zé Celso, foi a construção de um complexo comercial, com um teatro de estádio no local, diversas vezes foram pensados projetos pra lá, tentando ao má-ximo que o Grupo SS construísse as torres residenciais que já havia comentado.

O projeto de Lina Bo Bardi propõe uma rua nos fundos do lote com uma arquibancada que ocupasse parte desse local para apresentações que pudessem se interligar com o teatro oficina. Diante de um concurso outros projetos foram surgindo, mas com a concepção de complexo comercial, mais alguns outros fatores e o teatro de estádio, a minha proposta parte de uma critica e uma licença poética para quebrar e mostrar que é pos-sível ocupar sem destruir o contexto urbano que já está fragilizado mediante a presença do minhocão.

proposta Julio Neves

proposta JBMC

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proposta Brasil Arquitetura

proposta PMR

proposta Lina Bo Bardi

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Fotos tiradas pelo Leonardo Finotti acessadas no site ArchDaily BR - PAVILHÃO DA HUMANIDADE

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REFERÊNCIAS

Esse capitulo visa fazer uma comparação entre dois projetos que trabalham com alguma coisa similar ao projeto desenvolvido nesse trabalho, a escolha de tentar comparar em cima de três perguntas foi pessoal, pois é um jeito mais pratico que foi percebido durante todos esses estudos.

A primeira obra é o Pavilhão da Humanidade da Arq. Carla Jaçuaba, 2012, construído no forte de Co-pacabana, Rio de Janeiro – RJ a segunda obra é o Centro George Pompidou, Arq. Richard Rogers e Ren-zo Piano, 1977, construído na Praça Beaubourg, Paris – FR

COMO É O ACESSO?

PAVILHÃO DA HUMANIDADE

Diante de fatos de proteção ambiental e todo tema desenvolvido durante anos por grandes arquitetos é possível ver na arquitetura da Carla Jaçuaba que enfren-tando a barreira de o nível do projeto não ser plano, e ser uma rocha tinha que equilibrar o projeto com sutil passeio. Esse passeio se faz pelo uso das rampas, as salas são distantes para que o usuário faça um percurso de percepções diante daquela estrutura vazada, sentindo o contraste entre o interior e exterior usufruindo dessa contradição.

POMPIDOU

O impacto sobre a população foi tremendo, tanto pelo desenho e decisões projetuais quanto pelos pró-prios arquitetos. O principal acesso é a escada externa da fachada oeste, pintada de vermelho nos seus planos inclinados inferiores, que possibilita uma surpreendente vista de Paris.

COMO SE RESOLVE O TERREO?

PAVILHÃO DA HUMANIDADE

O pavilhão trabalhando a questão de andaimes es-truturais acabou criando tuneis que foram utilizados pela arquiteta como espaços de exposições também, além do fato dela ter soltado do chão os espaços que faziam parte do programa, esses tuneis ora eram fechados com vegetação ora não e grandes tuneis direcionavam o usuário a um ponto de visão que é considerado um dos melhores, pois está alocado no forte de Copacabana e de lá é possível ter uma visão deslumbrante da cidade do Rio de Janeiro, sentir a natureza, o vento, a pedra, o mar cada passo é uma sensação diferente.

POMPIDOU

O espaço exterior, uma praça plana e livre, é cons-tantemente utilizado para eventos urbanos. Uma praça com características de espaço publico convidativo a praticar uma leitura, intervenções artísticas ou espaço

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para uma bela e longa jornada de atividades publicas. Um local com característica efêmera, onde se pode montar e desmontar alguma coisa lá.

COMO É O MATERIAL?

PAVILHÃO DA HUMANIDADE

No pavilhão da humanidade é possível fazer uma analise de material e perceber que as intenções da ar-quiteta não era fazer algo convencional que se pudesse ser montado em qualquer outro local, a escolha de an-daimes foi sem duvida uma escolha para que pudes-se trabalhar com a sustentabilidade, não de materiais, mas sim da região, um local onde o vento é o principal inimigo da arquitetura, pois com sua velocidade de até 120 km/h isso poderia ser sem duvidas um inicio de tragédia. A ideia de revelar ao invés de esconder, deixar em contato com a natureza mostrando o uso de novas tecnologias. Esse material depois de desmontado pode e deve ser utilizado para outras obras.

POMPIDOU

Era um modelo baseado nas possibilidades da alta tecnologia, estruturado com um sistema de conexões, tubos e cabos de aço. O conceito mais perceptível do projeto era deixar aparente toda a infraestrutura do edi-fício, tornando-a um componente do aspecto visual do edifício. Esse exoesqueleto estrutural e infraestrutural

permite, por um lado, identificar claramente a função de cada elemento do edifício, e, por outro, que o interior seja completamente livre e desobstruído.

Foto tirada pelo Francis Toussaint acessada no site ArchDaily BR - CENTRO GEORGE POMPIDOU

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FOTO 01 - NJIT FOTO 02 - CONSERVAPEDIAFOTO 03 - DALBERA Acessadas no site ArchDaily BR - CENTRE GEORGE POMPIDOU

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PRODUTO FINAL

MEMORIAL

O conceito final do projeto é um resultado de di-versas formas e tentativas realizadas no contexto urbano do lote, o conceito inicial de se desenvolver uma praça na região depois de muitas analise se fez necessária a implantação de um equipamento publico, esse equipa-mento se vem de um contexto local, no qual a região está rodeada de teatros, por isso a criação do Laborató-rio de Teatro.

Um Laboratório de Teatro nessa região serve tanto para ensaios, quanto para exposições de artistas de rua, uma praça voltada a esse espaço faz toda a ligação de manter um espaço de lazer e cultura para os moradores.

O equipamento publico é um Laboratório de Tea-tro, possui uma estrutura de caráter efêmero e de baixo custo e fácil montagem, projetos efêmeros como o pró-prio Shigeru Ban diz são efêmeros se os usuários acha-rem que deva ser, ou seja, o conceito vai muito alem da função. Esse espaço de entre no lote que é cortado por uma rua de transposição de duas vias, no qual não transita veículos é um trabalho extenso de pesquisa com os projetos de Lina Bo Bardi, deixando em evidencia a separação da preexistência com o novo.

O conteúdo desse projeto é um programa relativa-mente simples, porém funcional para as necessidades locais, um laboratório que tem um caráter publico, em que é aberto a qualquer artista seja habilitado ou não a

fazer uso, possui salas de aula, dança, gabinetes indivi-duais de música, salas de musica coletiva, sala de figuri-no, cenografia, andar administrativo, camarins um ponto literalmente de apoio para os teatros locais. O ponto fo-cal do projeto são as 3 salas de ensaio (Black Box) que se desconectam do edifício principal se adaptando ao terreno de forma que virem parte do cenário da praça.

Toda a estrutura do projeto foi pensada no sistema

construtivo viável e de rápida construção, um material relativamente leve, e que trás um caráter de transpa-rência a quem frequenta, hastes tubulares sobrepostas popularmente conhecidas como andaimes, são uma característica marcante ao projeto, que busca trazer o conceito utilizado por Lina no Teatro Oficina do avesso, como se estivéssemos mostrando o interior desse teatro que tanto encanta pela simplicidade ao mesmo tempo em que é complexo.

Já a praça possui um grande plano inclinado ten-tando ao máximo rebuscar o desenho de vale que existe naquele lote, um grande bosque trazendo o que chamo de pulmão do Bixiga para lá, pois se observar não exis-te um espaço verde próximo e a cidade cada vez mais cresce e pensa no adensamento às vezes deixando de lado o que realmente importa para os moradores da ci-dade, os espaços públicos.

Com esse desenho foi possível criar um auditório aberto que pode ser usado sempre para apresentações, atos cívicos, manifestações, entre outros.

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SISTEMA CONSTRUTIVO

Por se tratar de um tipo de construção altamen-te inovadora em alguns casos, tive um profundo estudo de como trabalhar com esses módulos de andaimes, e descobri que não é qualquer andaime que se utiliza pra isso, existem os fachadeiros, de escoramento e os multidirecionais que são os utilizados para tal obra. Ele possui uma roseta no poste vertical a cada 50 centi-metros para facilitar o encaixe em duas direções em 90 e 45 graus. Essas rosetas são soldadas, para suportar o edifício existe uma treliça a cada 2 metros para que seja distribuído o peso mais facilmente e não sobrecar-regue nenhum modulo. Informações técnicas retiradas do fabricante, pois se as treliças forem mais espaçadas corre o risco da carga daquele ponto fazer uma flecha na estrutura.

A rampa de acesso é parte engastada no andaime e parte suspensa pro tirantes metálicos para que possa trazer cada vez mais a sensação de leveza ao projeto. Em alguns pontos específicos podemos encontrar esca-das do tipo “marinheiro” nos andaimes possibilitando o uso delas nas apresentações na arena criada na praça, essa escada não interfere no sistema construtivo, pois é uma escada que encaixa em qualquer módulo. Segue alguns modelos do material utilizado.

Imagens retiradas do catálogo de produtos da empresa METAX especialista em andaimes.

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IMPLANTAÇÃO TÉRREO

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IMPLANTAÇÃO 1 PAVIMENTO

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COBERTURA

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BIBLIOGRAFIA

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BARDI, Lina Bo; ELITO, Edson; CORRÊA, José Martinez. Teatro oficina = Oficina Theater: 1980-1984. Lisboa: Blau : Instituto Lina Bo e P.M.Bardi, 1999. p.

PENTEADO, Fabio. Fabio Penteado: ensaios de arquitetura . São Paulo, SP: Empresa das artes, 1998. 210 p.

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LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1988. 205p

GUINSBURG, J. (Jaco); FARIA, João Roberto; LIMA, Mariangela Alves de. Dicionário do teatro brasileiro: te-mas, formas e conceitos. São Paulo: Perspectiva, 2006. 354 p.

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