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04/06/2012 Afasta a tentativa ou o fato é atípico Não há crime, Desistência Arrependimento Arrependimento Arrependimento salvo arts. 288 e 291 Voluntária Eficaz Posterior Atenuante Cogitação Preparação Início da Fim da Consumação Recebimento Sentença Execução Execução da Denúncia Condenatória Tentativa (motivos alheios à vontade) - 1/3 a - 2/3 ESQUELETO DA PEÇA 1. Saber quem é o cliente 2. Identificar o crime e respectiva pena 3. Identificar a ação penal 4. Identificar qual é o rito processual e se é admitido ou não o sursis processual 5. Momento processual 6. Peça cabível 7. Tese 8. Pedido 1. CLIENTE Identificar a parte que se está defendendo: Autor (querelante) Assistente da acusação Réu Identificar a parte contrária 2. CRIME e a PENA Caso o problema indique o tipo, considerar este delito (saber qual é o crime que meu cliente está sendo processado). Se o problema apenas descrever o fato, identificar o tipo penal que melhor se amolda a ele. 3. AÇÃO PENAL Incondicionada

Prática Penal (1)

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Page 1: Prática Penal (1)

04/06/2012

Afasta a tentativa ou o fato é atípico

Não há crime, Desistência Arrependimento Arrependimento Arrependimento salvo arts. 288 e 291 Voluntária Eficaz Posterior Atenuante

Cogitação Preparação Início da Fim da Consumação Recebimento Sentença Execução Execução da Denúncia Condenatória

Tentativa (motivos alheios à vontade) - 1/3 a - 2/3

ESQUELETO DA PEÇA

1. Saber quem é o cliente

2. Identificar o crime e respectiva pena

3. Identificar a ação penal

4. Identificar qual é o rito processual e se é admitido ou não o sursis processual

5. Momento processual

6. Peça cabível

7. Tese

8. Pedido

1. CLIENTE

Identificar a parte que se está defendendo:

Autor (querelante)

Assistente da acusação

Réu

Identificar a parte contrária

2. CRIME e a PENA

Caso o problema indique o tipo, considerar este delito (saber qual é o crime que meu cliente está sendo processado).

Se o problema apenas descrever o fato, identificar o tipo penal que melhor se amolda a ele.

3. AÇÃO PENAL

Incondicionada

Pública

(denúncia) Condicionada à Representação do ofendido

AP à Requisição do Ministro da Justiça

Privada Propriamente dita

(queixa-crime) Subsidiária da Pública

Page 2: Prática Penal (1)

a) Ação Penal Pública

Começa com a denúncia

Subdivide-se em:

a.1) Incondicionada

a.2) Condicionada

a.2.1) à Representação do ofendido

a.2.2) à Requisição do Ministro da Justiça

b) Ação Penal Privada

Começa com a queixa-crime

Subdivide-se em:

b.1) Propriamente dita (lei estabelece)

b.2) Subsidiária da pública

Identificar a ação penal seguindo os seguintes passos:

1.ºVerificar no próprio tipo

Ex: perigo de contágio de doença venérea (art. 130, CP) identificar onde está no CP. Todavia, se não disser no artigo qual é a ação cabível, será ação penal pública incondicionada.

2.ºVerificar nas disposições gerais ou finais

Ex: o crime de dano do art. 163 só se procede mediante queixa, conforme o art. 167.

3.ºAtenção a situações especiais

Súmula 714, STF; art. 88 da lei 9.099; art. 41 da lei Maria da Penha; art. 291 do CTN.

IMPORTANTE: Principais artigos sobre Ação Penal (fazer marcação no Código):

Arts. 167, 145 e § único, 182, 225 e § único, CP.

no art. 145, destacar a Súmula 714 que se encontra abaixo do artigo com o mesmo símbolo da AP. Em seguida, ir na Súmula 714 do STF e fazer a mesma coisa.

Súmula 714, STF

Art. 88 da lei 9.099/95

Art. 41 da lei Maria da Penha (11.340/06)

Art. 291 do CTN (lei 9.503/97) marcar o a remissão ao art. 88 (lesão culposa na direção de veículo automotor).

Art. 129, CP onde menciona o art. 88 da lei 9.099/95, marcar com o mesmo símbolo da AP. em seguida, ir no art. 88 da lei 9.099 e fazer a mesma coisa.

no art. 129, § 9º, marcar a remissão “art. 41 da lei 11.340/06”. Ir nesta lei e também marcar o art. 41 (lesão corporal leve praticada com violência doméstica).

Art. 29, CPP (o prazo legal do artigo é de 5 dias, para réu preso, e 15 dias, para réu solto ou afiançado, conforme o art. 46)

4º Rito Processual / Sursis Processual

Page 3: Prática Penal (1)

Como identificar o Rito? Verificar a pena máxima na ordem abaixo:

1º Verificar se é sumaríssimo. Se não for...

2º Verificar se é especial. Se não for...

3º Verificar se é ordinário ou sumário.

Ex: Calúnia ------------- sumaríssimo (JECrim)

Peculato ------------- 2 a 12 anos ------------- Especial de funcionário público

Prevaricação ------------- 3 meses e 1 ano ------------- sumaríssimo

Ordinário (pena máxima ≥ 4 anos)

Comum Sumário (pena > 2 anos e < 4 anos)

(tem a ver com a pena máxima) Sumaríssimo (pena máxima ≤ 2 anos)

RP Júri

Funcionário Público

Especial CPP Honra

(tem a ver com o crime) Lei Processual Especial Propriedade Imaterial

Rito Sumaríssimo (Infrações de Menor Potencial Ofensivo)

Lei 9.099, art. 61

Contravenções

Crimes cuja pena máxima em abstrato seja ≤ 2 anos.

Obs: causas de aumento e diminuição de pena devem ser consideradas, ou seja, pega a pena máxima e soma com a fração de aumento/diminuição.

Obs: o concurso de crimes deve ser considerado sempre, visando-se a obtenção da pena máxima, ou seja, somam-se as penas máximas de todos os crimes.

Sursis Processual (suspensão do processo)

É uma fase/etapa do rito que se incorpora a qualquer rito, ou seja, se aplica a qualquer rito.

≠ do sursis penal (suspensão da pena, ocorrendo, portanto, na execução da pena)

Art. 89, lei 9.099/95 (marcar com a marcação do Rito)

Requisitos:

- crimes cuja pena mínima seja ≤ 1 ano

- não ter sido condenado ou não estar sendo processado

- circunstâncias judiciais favoráveis

IMPORTANTE: Principais artigos sobre Ritos Processuais (fazer marcação no Código):

Art. 394, CPP sinalizar também a lei 9.099 abaixo do artigo.

Art. 406, CPP sinalizar o TÍTULO e não o artigo.

Art. 513, CPP sinalizar o TÍTULO e não o artigo.

Art. 519, CPP sinalizar o TÍTULO e não o artigo. Importante lembrar que este Título serve tanto para calúnia, quanto para injúria e difamação.

Page 4: Prática Penal (1)

Art. 524, CPP sinalizar o TÍTULO e não o artigo.

Art. 89, lei 9.099/95

05/06/12

TESES DE DEFESA

1. Extinção da punibilidade

2. Nulidade

3. Mérito subs. mérito

1. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Localização

Art. 107, CP e leis especiais / parte especial do CP

Pedido

Que seja declarada extinta a punibilidade

Exceção: se a peça for resposta do art. 396-A (acusação), o pedido é de absolvição sumária do art. 397, inc. IV.

Art. 107, CP

Morte do agente (inc. I)

A única forma de comprovar a morte é pela certidão de óbito

Certidão de óbito falsa. Há 2 posicionamentos (se a questão perguntar a respeito):

a) Doutrina: (defesa do cliente) Não pode fazer nada, pois não existe revisão criminal pro societate.

b) STF: pode voltar a correr, pois é ato inexistente.

Anistia, Graça e Indulto (inc. II)

Anistia é feita pelo Congresso Nacional mediante lei

Indulto é feito pelo Presidente da República por meio de Decreto (Geral)

Graça é feita pelo Presidente da República por meio de Decreto (Individual)

Atenção! A Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil a revogar a lei de anistia no caso Gomes Lund x Brasil.

Abolitio criminis (inc. III)

Atenção! O juiz da execução penal é competente para apreciar a lei nova mais benéfica, caso já tenha havido condenação transitada em julgado (art. 66, I, lei de execução penal e Súmula 611, STF).

Prescrição, Decadência e Perempção (inc. IV)

Decadência se o problema falar que o sujeito, meu cliente, é réu numa ação penal privada ou pública condicionada à representação, provavelmente terá tese de decadência.

Há 2 espécies de decadência:

a) Decisão de oferecer queixa-crime prazo de 6 meses, a contar do conhecimento da autoria, para oferecer queixa-crime. Não se suspende, nem se interrompe o prazo.

Page 5: Prática Penal (1)

05/06 04/12Conhecimento Prazo para oferecer da autoria queixa-crime

(inclui o dia do começo) (exclui o dia do fim1)

Exceções: (quanto ao prazo)

1. Art. 236, § único, CPP (prazo de 6 meses a contar do trânsito em julgado da sentença que anule o casamento);

2. Art. 529, CPP trata dos crimes contra a propriedade imaterial, os quais estão previstos nos arts. 183 a 195 da lei 9.279/96 (prazo de 30 dias a contar da homologação do laudo).

Procedimento:

busca e juiz nomeia perito juiz homologa 30 dias queixa-apreensão perito laudo o laudo crime

Atenção! O prazo de 6 meses sempre deve ser respeitado, mas uma vez homologado o laudo, despreza-se o prazo de 6 meses e conta-se 30 dias.

30 dias prazo para oferecer a queixa-crime

05/06 17/08 +/- 15/09 04/12Conhecimento Laudo é da autoria homologado

Obs: Se o laudo é homologado na véspera do prazo decadencial, considerar, se estiver pelo réu, que só tem mais um dia para oferecer a queixa-crime. Oferecida fora deste prazo, haverá decadência.

b) Representação 6 meses para oferecer representação de ação penal pública condicionada à representação, a contar do conhecimento da autoria.

a representação na lesão corporal está prevista no art. 88 da lei 9.099.

Perempção art. 60, CPP. Nos casos em que somente se procede mediante queixa-crime, de modo que só se aplica à ação penal privada propriamente dita e à ação penal privada personalíssima (não se aplica à ação penal privada subsidiária da pública).

inc. III é uma hipótese importante.

Renúncia e Perdão (na ação penal privada) (inc. V)

Trazem a ideia de um não querer processar

Ex: chamar para ser padrinho de casamento ou de batismo; chamar para compor chapa de eleição; etc.

Retratação nos casos em que a lei admite (lei deve prever) (inc. VI)

Ex: falso testemunho; falsa perícia; alguns crimes contra a honra (art. 143, CP)

Perdão judicial (precisa ter previsão em lei) (inc. IX)

Ex: homicídio culposo contra um filho.

2. NULIDADE

1 Se cair num feriado ou final de semana (sábado ou domingo), este prazo não prorroga, pois é um prazo penal (e não processual).

Page 6: Prática Penal (1)

Localização

Art. 564, CPP *

Art. 5º, inc. LIV, CF (devido processo legal) *

Art. 8º, Dec. 678/92 (Pacto San Jose da Costa Rica)

Pedidos

Nulidade ab initio Que seja anulado “ab initio” o processo. (Isso quando houver inépcia da denúncia; ilegitimidade da parte; incompetência absoluta)

Nulidade a partir de Que seja anulado a partir... (...da citação, ...da defesa, ...da audiência, etc)

Art. 564, CPP

Inc. IV: Subsidiário

Inc. I: Incompetência (JF x JE)

Inc. II: Ilegitimidade da parte

Ex: MP movendo ação penal privada ou o particular movendo ação penal pública.

Ex: quando o réu, ao tempo do crime, era menor de 18 anos.

Inc. III:

a) Falta de denúncia ou queixa (ab initio)

b) Falta de exame de corpo de delito (ab initio)

e) Falta ou defeito de citação

k) Falta ou defeito de quesitos (Júri)

Pedidos, nulidade e mérito

Regra primeiro a nulidade e depois o mérito

Ex: Que seja anulado ab initio o processo ou, caso não seja esse o entendimento, que seja julgado improcedente o pedido, absolvendo o réu nos termos do art. 386, VII, CPP.

Exceção quando a nulidade decorre do acolhimento da tese de mérito.

Ex: crime de moeda falsa (art. 289, CP). Moeda falsa (Justiça Federal), Falsificação grosseira (crime de estelionato do art. 171, CP, portanto, Justiça Estadual). Pedido: Requer seja desclassificado para o crime previsto no art. 171 do CP e então, que seja anulado ab initio o processo, remetendo-se os autos para a Justiça Estadual.

Nulidades aplicadas ao PRO

Denúncia Recebimento Citação Resposta Audiência de instrução, Debates e Julgamento Absolvição Sumária

Denúncia

Se a denúncia contiver expressões vagas ou genéricas que não permitam o exercício do direito de defesa, ela será inepta.

Citação

Se o cliente não for citado, nulidade a partir da citação. Cuidado! A citação por edital só ocorre em último caso, ou seja, precisa esgotar as tentativas de localização do réu.

Resposta

Se não for apresentada resposta, haverá nulidade, pois ela é obrigatória.

Audiência de instrução, Debates e Julgamento

Page 7: Prática Penal (1)

Se houver inversão da ordem de audiência do art. 400, haverá nulidade, a partir da audiência.

Ao final da audiência, têm os debates orais ou memoriais escritos, que são obrigatórios, de modo que, se o juiz julgar sem eles, haverá nulidade.

TAREFA: estudar (livro) a extinção da punibilidade e nulidade (Principalmente os exemplos, casos que o livro trouxer).

06/06/12

TESES DE DEFESA (continuação)2

3. TESE DE MÉRITO

Fato típico + Ilícito + Culpável = Punibilidade

Punibilidade: o Estado pode punir a pessoa (punibilidade), mas não pode de qualquer maneira, pois deve ser de um modo correto, ou seja, com o devido processo legal (forma).

Tecnicamente, primeiro se elabora a tese de nulidade, para chegar ao pedido correto, neste caso, a anulação.

Nulidade é uma tese preliminar, mas não precisa escrever “preliminarmente,...”, bastando colocar “Da Nulidade”.

Na nulidade discute-se a forma.

Se a tese for acerca da extinção da punibilidade, o pedido será, em regra, “que seja declarada a extinção da punibilidade”. Excepcionalmente, no caso de resposta de acusação, por força de lei, a extinção da punibilidade trará como pedido a “absolvição sumária com fulcro no art. 397, inc. IV”.

É considerada uma preliminar de mérito, podendo apenas colocar “Da Extinção da Punibilidade”.

Denúncia inepta é aquela que não descreve pormenorizadamente o fato criminoso. Não permite a defesa.

Tese de mérito é o conteúdo do processo e subdivide-se em 2 modalidades.

Tese Principal de Mérito

Pede a absolvição, que poderá ser encontrada em 2 momentos:

RA Absolvição sumária (art. 397, CPP)

Memoriais em diante (memoriais, apelação, revisão criminal) art. 386, CPP

Teses principais de mérito (composta de 5 itens): (fazer marcação diferente para cada tese principal de mérito)

a) Atipicidade

Fundamento: art. 1º, CP; artigo relativo ao tipo (tipicidade formal); art. 18, CP (tipicidade subjetiva); art. 20, CP; art. 17, CP (tipicidade material); art. 29, CP (concurso de agentes).

Quando tiver que conferir a atipicidade, deve-se:

1º Verificar a tipicidade formal. Esta se compõe de:

Tipicidade objetiva relacionada aos elementos objetivos do tipo.

Verificar se a conduta descrita no problema se amolda, perfeitamente, ao tipo legal de crime, lembrando que é proibida a analogia de norma incriminadora.

2 I – Dos FatosII – Da AnulaçãoIII – Da Extinção da PunibilidadeIV – Do Mérito

Page 8: Prática Penal (1)

Tipicidade subjetiva relacionada ao dolo e à culpa (culpa é a inobservância do dever de cuidado).

Se o caso trouxer um crime culposo: verificar se é possível alegar a observância do dever de cuidado objetivo exigido (Não houve culpa, pois ele observou os deveres objetivos de cuidado) e a imprevisibilidade do resultado. Neste caso, a conduta será atípica. (art. 18, II, CP)

Ex: Segundo o artigo 18, II, CP, haverá crime culposo quando o agente der causa a resultado por negligência, imprudência ou imperícia. Portanto, para que haja crime culposo, é preciso que o agente cause um resultado por inobservância do dever de cuidado objetivo exigido e previsibilidade do resultado. No caso em tela, não houve negligência, imprudência ou imperícia, tendo observado estritamente o dever de cuidado objetivo... Desta forma, o réu não agiu com culpa, de forma que a conduta é atípica.

Se o caso trouxer um crime doloso: verificar se é possível alegar erro de tipo (a pessoa fez e não sabia o que estava fazendo). Neste caso, deve-se pedir a desclassificação para crime culposo se houver previsão ou a absolvição por atipicidade se não houver. (art. 20, caput, CP c/c art. 18, CP)

Ex: Segundo dispõe o art. 20 do CP, o erro que recai sobre elemento do tipo exclui o dolo, permitindo apenas a punição por crime culposo, se houver previsão na lei. Cabe destacar que, nesta situação, haverá erro de tipo, situação na qual o agente pratica um ato sem saber o que estava fazendo. No presente caso, o réu de fato praticou..., no entanto não tinha consciência de que tais informações eram falsas...

Se o problema trouxer crime praticado com dolo eventual: verificar se é possível alegar culpa consciente. Neste caso, pedir a desclassificação para crime culposo se houver previsão, ou a absolvição por atipicidade se não houver. (art. 18, I, CP)

Ex: Segundo reza o art. 18, I, CP, haverá crime doloso quando o agente quis o resultado... Cabe destacar que só haverá dolo quando o agente assume o risco de causar o resultado, não bastando a mera representação da possibilidade do resultado. No caso em tela, o agente jamais assumiu o risco de causar o resultado morte, o certo é que a todo o momento o agente esperava poder evitar o resultado, desta forma, não agiu com dolo eventual e sim com culpa consciente, devendo, portando, ser desclassificado..., devendo ser absolvido por atipicidade da conduta.

2º Se nada acima estiver no caso. Verificar a tipicidade material:

Caso o fato seja formalmente típico, verificar se é possível aplicar algum dos princípios que excluem a tipicidade material, quais sejam:

Princípio da Ofensividade é materialmente atípica a conduta que não representa, sequer, ameaça a qualquer bem jurídico. Ex: crime impossível – art. 17, CP.

Princípio da Insignificância é materialmente atípica a conduta que provoca lesão irrelevante ao bem jurídico.

Princípio da Adequação Social é materialmente atípica a conduta que, mesmo provocando lesão relevante, é socialmente adequada. Ex: colocação de brinco em crianças.

3º No caso de concurso de pessoas

Se o réu é acusado de participação no delito (tipicidade por adequação indireta), verificar se é possível alegar ausência de liame subjetivo (o réu não sabia que estava colaborando com o crime). Neste caso, ausente o requisito para o concurso de pessoas, a conduta do réu será atípica.

Obs: Coautor é quem praticar o verbo do tipo. Partícipe é quem induz, instiga ou auxilia, sem participar do verbo do tipo.

b) Excludentes de ilicitude (o fato é típico)

Page 9: Prática Penal (1)

arts. 23, 24 e 25, Parte Geral

Verificar se estão presentes os requisitos de alguma das excludentes de ilicitude da parte geral, quais sejam:

1. Legítima defesa agressão humana injusta (não amparada por excludente de ilicitude), atual e iminente.

2. Estado de necessidade é preciso uma situação de perigo inevitável, involuntário e atual. Salienta-se que somente há estado de necessidade se o bem salvo for superior ou equivalente ao bem sacrificado.

O Brasil adota a Teoria Unitária do Estado de Necessidade, para a qual esta situação sempre exclui a ilicitude, qualquer que seja o bem envolvido.

O Estado de Necessidade será chamado de:

Defensivo: existe quando o bem sacrificado é do próprio causador do perigo. Faz coisa julgada no âmbito civil, de forma que impede que a vítima me processe.

Agressivo: existe quando o bem sacrificado é de um terceiro (inocente). Não faz coisa julgada no âmbito civil. Assim, embora eu tenha sido absolvida no âmbito penal, posso ser processada no âmbito civil.

3. Exercício Regular de Direito é a realização de uma atividade autorizada pelo Estado.

Ex: violência inerente à prática esportiva; intervenção médica invasiva (ex: cirurgia) com o consentimento do paciente.

4. Estrito cumprimento do dever legal configura um dever de ofício, portanto, tem a ver com função pública, isto é, o agente pratica o fato atípico no exercício de uma função pública.

Se o réu é acusado de excesso, verificar se é possível argumentar que o excesso era inevitável, não decorreu de dolo ou culpa, sendo, portanto, impunível.

Se a situação excludente de ilicitude for apenas imaginária (eu acho que estou em legítima defesa, mas não estou; eu acho que estou em estado de perigo, mas não estou), haverá a descriminante putativa*, com fundamento no art. 20, § 1º, CP.

c) Excludente de culpabilidade

Art. 21, CP (erro de proibição – não se tem consciência sobre a ilicitude do fato)

Art. 22, CP (coação moral irresistível e obediência hierárquica3)

Art. 26, CP (doença mental)

Art. 28, § 1º, CP (embriaguez acidental e completa)

Agente cometeu um fato típico e ilícito, mas ele não é culpável.

d) Escusa absolutória (pede-se a absolvição)

Art. 181, CP (art. 183 afasta o art. 181 em algumas situações)

Art. 348, § 2º, CP (crime de favorecimento pessoal)

É uma situação pessoal de isenção de pena fundada uma relação de parentesco (é mérito, é absolvição).

e) Falta de prova

Teses Subsidiárias de Mérito

São teses que não evitam a condenação, ou seja, não há absolvição, há a existência de culpa.

Levará o pedido da melhor condenação, a melhor classificação,...

3 SOMENTE existe entre funcionários públicos.

Page 10: Prática Penal (1)

Esta tese só aparece, ou seja, o pedido só pode ser feito dos memoriais em diante (memoriais, apelação, revisão criminal).

Baseia-se no princípio da eventualidade.

São utilizadas em memoriais.

Obs: Obediência hierárquica ocorre somente entre funcionários públicos.

11/06/2012

PROCEDIMENTOS

Os procedimentos se dividem em:

Procedimentos comuns

Ordinário pena máxima ≥ 4 anos

Sumário pena máxima < 4 anos, > 2 anos e não for sumaríssimo (residual)

Sumaríssimo (procedimento do JECrim) pena máxima ≤ 2 anos (infrações penais de menor potencial ofensivo: contravenções e crimes cuja pena máxima não supera 2 anos)

Procedimentos especiais

São os que diferem, em ao menos um ato, dos procedimentos comuns.

Podem estar no CPP (como o Júri) ou em lei extravagante (lei das drogas; abuso de autoridade, etc).

Devem ser consideradas as causas de aumento (considerar o máximo) e as qualificadoras. Se for causa de diminuição, esta deve ser mínima, isto é, as causas de diminuição devem ser consideradas, mas com diminuição mínima (ex: tentativa).

Obs: agravantes não alteram a pena máxima.

No concurso de crimes deverá ser considerada a pena que resulta da soma ou exasperação (aumentar em fração).

Para a doutrina, no concurso entre uma infração de rito comum e outra de rito especial, deverá prevalecer o rito mais amplo, ou seja, aquele que dá mais oportunidades à defesa (em regra, o rito ordinário).

Procedimento Ordinário

Atos

1. Denúncia ou queixa-crime

Art. 41, CPP (requisitos)

Deve ter a descrição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias.

Polêmicas***

Concurso de pessoas os tribunais abrandam o rigor da descrição pormenorizada da conduta proibida nos crimes societários, pois seria impossível a descrição minuciosa das ações de cada um.

Obs. 1: tal abrandamento não permite a denúncia indiscriminada de todos os sócios sem indícios de atos de gestão, dolo ou culpa.

Obs. 2: o abrandamento é para crimes societários e não para toda infração praticada em concurso de pessoas. Ou seja, não vale para o caso de roubo, homicídio, etc, pois nesses casos precisa da descrição minuciosa de cada agente.

Denúncia alternativa MP afirma que o sujeito fez A, fez B ou fez C. prevalece ser inviável por dificultar a ampla defesa.

Page 11: Prática Penal (1)

Denúncia lacônica (arguir que não foram preenchidos os requisitos do art. 41; é a denúncia inepta)

Qualificação do acusado é desnecessária a identificação por nome ou RG, bastando a presença de elementos que individualizem o réu.

Ex: sujeito com 1,80m, cabelo castanho e encaracolado, olhos verdes, frequenta o bar do Zinho, etc – pode ser denunciado assim como forma de identificar o sujeito quando não possui identificação.

Classificação do crime tem que ter, mesmo que esteja errado, pois o juiz poderá corrigir. Emendatio libelli (quando o juiz corrige a classificação do crime). Prevalece que a ausência de classificação do crime gera inépcia, mas a errônea classificação poderá ser corrigida com a emendatio libelli.

Rol de testemunhas não é obrigatório, pois serve apenas para mostrar que o momento oportuno para especificar prova é nesta ocasião. A especificação da prova, como o rol de testemunhas, não é necessária, pois toda prova (todo conjunto probante) pode ser pré-constituída. No entanto, se passada a oportunidade legal, será considerada preclusa a especificação.

2. Recebimento (1)

Se estiver tudo certo, o juiz recebe a denúncia ou queixa-crime, todavia, o juiz pode, desde logo, rejeita-las.

Hipóteses de rejeição da denúncia ou queixa-crime:

a) Denúncia inepta é a que não cumpre os requisitos do artigo 41, do CPP.

b) Quando faltar pressuposto processual (ex: juiz competente e imparcial, inexistência de coisa julgada, litispendência) ou condição da ação.

c) Quando faltar justa causa A falta de justa causa tem um sentido penal (injusto) e m sentido processual (probatório). Será penal (injusto) quando for evidente a atipicidade, a excludente de antijuridicidade, a excludente de culpabilidade, a extinção da punibilidade. Nestes casos, o juiz poderá rejeitar, desde logo, por faltar justa causa. Será processual (probatório) quando houver prova de materialidade e indícios de autoria. Então, o juiz pode, desde logo, rejeitar a denúncia, se não houver prova de materialidade e indícios de autoria (busca a absolvição).

Obs: no caso de evidente inimputabilidade do artigo 26, o juiz deverá receber a denúncia ou queixa.

Obs: o juiz ao receber a denúncia não deve verificar se há prova de autoria, mas apenas se há indícios de autoria. Se o juiz estiver na dúvida sobre os indícios, in dubio pro reu.

Obs: não vigora o in dubio pro societate no direito brasileiro.

Polêmica: In dubio pro societate? Para a doutrina tradicional, vigora quanto à prova de materialidade e indícios de autoria, o in dubio pro societate, ou seja, na dúvida deve ser recebido. No entanto, o STJ já decidiu que o in dubio pro societate não tem amparo legal: na dúvida sobre a presença de indícios de autoria, a denúncia deve ser rejeitada pelo in dubio pro reu (HC 175639, STJ).

Comentários sobre a rejeição da denúncia:

1) A decisão que rejeita a denúncia é classificada como decisão terminativa ou interlocutória mista terminativa.

2) A rejeição deve ser fundamentada. Quanto ao recebimento, nos tribunais prevalece a desnecessidade de fundamentação. No entanto, na doutrina prega-se o recebimento fundamentado por força do artigo 93, IX, da CF.

3. Citação

A citação pode ser pessoal (mandado, carta precatória ou rogatória) ou ficta (edital e hora certa).

Citação por edital do art. 366 suspende o processo.

Page 12: Prática Penal (1)

Prova urgente é aquela que, excepcionalmente, o faz, em caso de urgência (perícia de sangue que está secando, testemunha que está prestes a morrer, etc).

O art. 366 permite a antecipação das provas consideradas urgentes. Só as excepcionalmente urgentes podem ser antecipadas. Nos termos da Súmula 455 do STJ, o mero decurso do tempo não é motivo suficiente para a antecipação da prova.

OBS: o mero fato de não ser o sujeito encontrado não é motivo suficiente para decretação da prisão preventiva (não se pode presumir que está fugindo se, a princípio, não conhece a acusação).

OBS: O artigo 360 do CPP esclarece que, mesmo o réu preso, deve ser devidamente citado.

4. Resposta à acusação

Réu deve participar da resposta à acusação

É o momento em que o réu pede a prova

Art. 396, CPP

5. Recebimento (2)

6. Audiência de instrução e julgamento

d

Da decisão que rejeita a denúncia/queixa, cabe RESE. Da decisão que aceita a denúncia/queixa cabe ação impugnativa, qual seja, o HC.

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

Previsão legal art. 396, CPP

Abrangência

1) Pela letra da lei podem ser arguidas todas as teses de defesa (art. 396-A)

Tecnicamente, são 2 os possíveis objetivos quanto ao mérito:

I. Nulidade do recebimento. Se a denúncia deveria ter sido rejeitada a decisão que a recebeu é nula.

OBS: no caso de rejeição por falta de justa causa é boa a técnica tratar apenas da falta de suporte probatório, pois a ausência de justo punível pode provocar absolvição sumária. (Se, ao ver o problema, quiser bater no recebimento da denúncia, não se pede a nulidade da denúncia, e sim a nulidade da decisão que recebeu a denúncia)

II. Buscar a absolvição sumária prevista no artigo 397. São hipóteses de absolvição sumária:

a) manifesta causa excludente da ilicitude.

b) manifesta causa que exclua a culpabilidade, salvo a inimputabilidade.

c) manifesta atipicidade (a lei fala “fato narrado não constitui crime”).

d) extinção da punibilidade.

2) Especificação de prova, ou seja, a prova deve ser especificada e o rol de testemunhas, desde logo, apresentado.

Comentários

Na argumentação em busca da absolvição sumária deve ser evidenciado o motivo da absolvição, ou seja, apenas a manifesta atipicidade, falta de antijuridicidade ou culpabilidade permite a absolvição.

Não se permite absolvição sumária pela inimputabilidade, pois não se pode aplicar medida de segurança ao réu que não teve oportunidade de demonstrar que não praticou fato típico e antijurídico. (Por que o juiz não pode absolver, desde já, sobre a inimputabilidade? Porque deve ter

Page 13: Prática Penal (1)

prova e laudo. E se este laudo já estiver no IP? Só pode receber medida de segurança o inimputável ou semi-imputável quem pratica fato típico e antijurídico, tendo o réu o direito de provar isso).

A extinção da punibilidade, neste momento processual, gera absolvição sumária. Nos demais, irá gerar sentença extintiva da punibilidade.

Quadro de peça

TESES PEDIDOS

Nulidade Nulidade

Ausência de tipicidade, antijuridicidade e

culpabilidade

Absolvição sumária

Extinção da punibilidade Absolvição sumária

Modelo

Endereçamento: Juiz da causa (se for Federal, será ...Juiz Federal...)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...

(5 linhas)

Autos n. ...

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por seu advogado (instrumento de mandato acostado – doc. 1), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, oferecer RESPOSTA À ACUSAÇÃO, nos termos dos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

(Fazer paráfrase do problema. Não copiar o problema.)

II – DO DIREITO

II.1 DA NULIDADE

Preliminarmente, a denúncia não deveria ter sido recebida...

II.2 DO MÉRITO

O acusado deve ser sumariamente absolvido...

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer a anulação (reconhecida a nulidade) ab initio (ou anulação da decisão que rejeitou a denúncia), com fulcro no artigo 564, inciso ___, do Código de Processo Penal.

Subsidiariamente, requer a absolvição sumária com fulcro no artigo 397, do Código de Processo Penal.

Subsidiariamente, requer sejam ouvidas as testemunhas abaixo arroladas.

Rol de testemunhas:

Testemunha 1 – nome, qualificação, endereço.

Testemunha 2 – nome, qualificação, endereço.

Testemunha 3 – nome, qualificação, endereço.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data,

Advogado ...

Page 14: Prática Penal (1)

OAB n ...

12/06/2012

APLICAÇÃO DA PENA

Antes da sentença, memoriais. Depois da sentença, apelação.

Art. 59, CP

Inc. I

Primeiro deve ser definida a espécie de pena. Isso quando a condenação for alternativa (privativa ou multa).

Pena privativa de liberdade ou multa (a multa isolada é sempre melhor, pois mesmo que não a cumpra, ela não converte em prisão). Primeiramente, pede-se a multa, mas se puder escolher entre a pena privativa e a multa, caso contrário, o juiz aplicará as duas.

Inc. II Quantificação da pena (dosimetria da pena pelo sistema trifásico)

O CP adota o sistema trifásico (art. 68, caput, CP) nesta ordem é que será colocada na peça.

a) 1ª fase Fixação da pena base (base sobre a qual incidirão as demais fases).

O juiz considerará as circunstâncias judiciais do art. 59, caput. O juiz examina o caso concreto para ver se elas são favoráveis ou desfavoráveis.

Se forem favoráveis, o juiz parte do mínimo, mas, caso as circunstâncias sejam desfavoráveis, ele irá aumentando.

Antecedentes se forem bons, mantém a pena no mínimo, se forem maus, permitem ao juiz elevar a pena-base acima do mínimo. Somente serão considerados maus antecedentes os sujeitos que possuírem condenação penal transitada em julgado (que não gera reincidência). Súmula 444, STJ.

Reincidência (preferência) se não geral reincidência, gera maus antecedentes, não pode entrar na 1ª e 2ª fases, senão será gerado bis in idem. É gerada por infrações anteriores por qualquer crime anteriormente praticado, em 5 anos. Se passar esses 5 anos e o sujeito praticar outro crime/contravenção, mesmo que, por exemplo, 50 anos depois, pode considerar a primeira como mau antecedente.

Não há reincidência se a 1ª condenação for por contravenção e a 2ª por crime, todavia, se a 1ª e 2ª forem contravenções ou crimes, haverá reincidência.

Art. 63, CP (Requisitos da reincidência)

- o sujeito comete novo crime depois de já estar condenado com trânsito em julgado (olha para quando a pessoa cometeu o crime 2).

Crime 1 ---------------------------------------- condenado com trânsito em julgado

Crime 2 ------------------------------------------------------ Sentença (maus antecedentes)

Ex: uma pessoa, aos 20 anos de idade pratica um crime/contravenção. Aos 90 anos atropela alguém. Como já passaram os 5 anos, não gera reincidência, mas, sim, maus antecedentes para a geração da pena base. Crítica: a CF veda o caráter perpétuo da pena.

Maus antecedentes condenação penal com trânsito em julgado, que não gere reincidência. Se gerar reincidência, usará na 2ª fase e não na 1ª.

b) 2ª fase Circunstâncias Legais

Levam em consideração as circunstâncias legais, quais sejam: atenuantes (art. 65 e 66, CP) e agravantes (art. 61 e 62, CP). Não alteram as penas mínima e máxima previstas em lei, pois quando a agravante/atenuante incide, deve estar contida nos limites mínimo e máximo que a lei estabelece, isto é, entre estes limites. Súmula 231, STJ.

Atenuantes (arts. 65 e 66, CP) idade (menor de 21 ao tempo da conduta e maior de 70 ao tempo da sentença), confissão espontânea.

Page 15: Prática Penal (1)

Na prática (OAB), pedirá consequências menores possíveis se meu cliente for condenado.

Agravantes (arts. 61 e 62, CP)

c) 3ª fase Causas de aumento e diminuição da pena

Ex: Art. 141, CP (crimes contra a honra): + 1/3

Art. 14, § único, CP (tentativa): - 1/3 a - 2/3

Furto qualificado (pena de 2 a 8 anos): juiz mantém 2 anos. Na fase seguinte, houve confissão espontânea, mas a pena continuará em 2 anos (mínimo). Na fase seguinte, se for constatado que houve tentativa e o juiz estipula uma diminuição de ½, aí sim poderá reduzir os 2 anos.

Alteram os limites de pena previstos em lei, ou seja, nesta fase, a pena pode ultrapassar o mínimo ou o máximo (se a pena mínima de um crime é de 2 anos, este poderá se reduzido. Se a pena máxima do um crime é de 9 anos, a pena estipulada na 3ª fase poderá ultrapassar esse máximo de 9 anos)

Se, por exemplo, um crime é processado no JECrim (6 meses a 2 anos) e a pena estabelecida na 3ª fase fica em 2 anos e 8 meses, o processo muda de rito (1º sumaríssimo, 2º especial, 3º sumário ou ordinário).

Inc. III encontra o regime inicial de cumprimento da pena

Regime inicial (art. 33, § 2º, CP)

a) Fechado pena > 8 anos ou pessoa reincidente (independente da pena aplicada).

Súmula 269, STJ.  É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

Ex: se um sujeito é condenado a 3 anos, sendo ele reincidente, o juiz, consoante a súmula 269 do STJ, estabelecerá como regime inicial o semiaberto (meio termo entre o fechado e o aberto por conta da reincidência e quantidade da pena).

b) Semiaberto pena > 4 anos e ≤ 8 anos e pessoa não reincidente.

c) Aberto pena quantificada ≤ 4 anos e pessoa não reincidente.

Súmula 718 e 719, STF e Súmula 440, STJ.

Inc. IV ver se é possível a substituição por penas restritivas de direito.

PRDs (penas restritivas de direitos)

Art. 44, CP (requisitos): caberá pena restritiva para

I) pena privativa de liberdade de até 4 anos (crime doloso e sem violência ou grave ameaça à pessoa. Se for culposo, independe da quantidade de pena, pois já é menos grave).

II) sujeito não pode ser reincidente em crime doloso (exceção: art. 44, § 3º, mesmo reincidente em crime doloso, o juiz pode aplicar a restritiva quando for recomendável e esta reincidência não se der no mesmo crime, tendo que ser, portanto, em crimes diferentes).

Quando não couber restritiva de direito, deve-se verificar se cabe suspensão condicional da pena (sursis penal – art. 59, CP).

O sursis do CP é a suspensão da pena aplicada, ou seja, o sujeito não cumpre, ficando esta pena suspensa de 2 a 4 anos.

Cabimento art. 77, CP

I) Pena aplicada de até 2 anos e não reincidente em crimes dolosos. Exceção: se a pessoa é condenada inicialmente a uma pena de multa (crime doloso) e depois comete outro crime doloso (reincidência em crime doloso), há sim a possibilidade do sursis penal, pois a primeira pena foi de multa.

II) Só há sursis quando não couber restritiva de direito (pode caber sursis mesmo quando houver violência ou grave ameaça à pessoa).

Page 16: Prática Penal (1)

MEMORIAIS

É a forma escrita de alegações orais.

OAB informará que já houve instrução (...vem apresentar memoriais...). Memoriais de acusação (“Fins da instrução, apresente a defesa cabível”)...

Art. 403, § 3º, CPP

Caberão memoriais nas seguintes situações:

Complexidade do caso

Nº de acusados elevado (inviabiliza a forma oral)

Art. 404, CPP

Prevê a possibilidade de o juiz ordenar, ao final da instrução, diligências complementares (provas complementares), de modo que as partes não podem se manifestar de imediato.

Se a OAB falar em diligências complementares, usará o art. 404. Caso contrário, deverá ser utilizado o art. 403, § 3º.

Procedimento dos Memoriais

As partes apresentam num prazo sucessivo de 5 dias, ou seja, primeiramente faz-se a acusação, sendo que durante 5 dias poderá apresentar memoriais. Em seguida, a defesa é intimada para apresentar memoriais. Portanto, primeiro contam os 5 dias da acusação e, depois, 5 dias para a defesa.

Juiz proferirá, ao final, sentença em 10 dias (soma dos prazos anteriores).

Endereçamento

Para o juiz o qual tramita a ação penal em curso.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal do Foro da Comarca de ...

Teses de argumentação (pode alegar todas, mas tendo mais de uma, há uma ordem a ser seguida)

1º Nulidade (se não for acolhida, passa para a seguinte)

2º Extinção da Punibilidade (se não for acolhida, passa para a seguinte)

3º Teses de mérito

1. Principal: absolvição

2. Subsidiárias: eventual desclassificação; aplicação da pena para o caso de o sujeito ser condenado (Se condenado, que seja a pena...) – roteiro do art. 59, CP.

Pedidos

Ante o exposto requer:

Anulação do processo (ab initio ou a partir de...)

Seja declarada a extinção da punibilidade pela causa ...

(principal) Absolvição do acusado, com fundamento no art. 386, incisos I a VII do Código de Processo Penal

(subsidiária) Para o caso de ser condenado, requer se aplique ... (roteiro do art. 59, CP)

Requerimentos finais

Para o caso de ser condenado, pede para o juiz reconhecer o direito do acusado de recorrer em liberdade por não caber prisão preventiva (art. 387, § único, CPP).

Requerimento em caso do acusado ser condenado

Prejuízo para a vítima (se for acusação, eu peço)

Page 17: Prática Penal (1)

Pede para que o juiz não fixe o valor mínimo de reparação para a vítima (por não ter havido prejuízo, porque não houve prejuízo para a vítima) ou caso fixe, se seja o valor menor possível (art. 387, inc. IV, CPP). (se for defesa, eu peço)

13/06/2012

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

Após a citação

Teses a serem alegadas (na ordem abaixo)

Nulidade

Nulidades que podem ser alegadas

I. Incompetência compromete a validade do processo

II. Ilegitimidade compromete a validade do processo

III. Falta de condição específica de procedibilidade (representação do ofendido; requisição do Ministro da Justiça) compromete a validade do processo

IV. Inépcia da inicial (problema formal.) compromete o exercício do direito de defesa

V. Falta de prova mínima (ou prova ilícita)

VI. Falta de ato anterior ao recebimento (Rito de funcionário público defesa preliminar, ou seja, antes do funcionário ser citado, ele é notificado, de forma expressa e clara, para defesa preliminar. Rito de crime contra a honra tem uma audiência de conciliação anterior ao recebimento)

Pede a anulação

Extinção da punibilidade (art. 107)

Na resposta de acusação, pede a absolvição sumária com fulcro no artigo 397, inc. IV (Diante do exposto, requer seja absolvido sumariamente o réu com fulcro no art. 397, IV, CPP, como medida da mais lídima e virginal justiça)

Mérito

Leva a uma sentença de absolvição sumária (art. 397)

Alega-se:

I. Atipicidade – inc. III

II. Excludente de ilicitude – inc. I

III. Excludente de culpabilidade (não pode se alegar doença mental e menoridade) – inc. II

IV. Escusa absolutória – inc. II (aplica o mesmo inciso da excludente de culpabilidade)

Absolvição sumária só pede na resposta à acusação (art. 397)

Pedido subsidiário

Caso assim não se entenda, que sejam ouvidas as testemunhas a seguir arroladas:

Testemunha 1 – nome..., qualificação..., endereço...

Testemunha 2 – nome..., qualificação..., endereço...

Testemunha 3 – nome..., qualificação..., endereço...

MEMORIAIS

Teses a serem alegadas

Nulidade

Nulidades que podem ser alegadas

Page 18: Prática Penal (1)

I. Incompetência compromete a validade do processo

II. Ilegitimidade compromete a validade do processo

III. Falta de condição específica de procedibilidade (representação do ofendido; requisição do Ministro da Justiça) compromete a validade do processo

IV. Inépcia da inicial (problema formal.) compromete o exercício do direito de defesa

V. Falta de exame de corpo de delito é uma tese especial, pois é uma hipótese de falta de prova (art. 564, III, b)

Obs.: nos memoriais, a falta de exame de corpo de delito gera 2 teses e 2 pedidos, quais sejam: 1) nulidade com fulcro no artigo 564, III, b e pedido de anulação ab initio; 2) mérito por falta de prova da materialidade delitiva e pedido de absolvição com fulcro no artigo 386, II.

Ex: DA NULIDADE. Preliminarmente, importa ressaltar que segundo o artigo 158, nos crimes que deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito. No caso em tela, não houve o exame de corpo de delito, de forma que está manifesta a nulidade prevista no artigo 564, II, b. DO MÉRITO. No mérito, importa observar que o crime em questão só pode ser devidamente comprovado através do exame de corpo de delito e, como já mencionado, no caso em tela não houve o exame. Portanto, não sendo acolhido o pedido de nulidade do processo, impõe-se a absolvição do réu por falta de prova na materialidade delitiva. DOS PEDIDOS. Diante do exposto, requer a anulação do processo ab initio ou, caso assim não se entende, a absolvição do réu com fulcro no artigo 386, II, CPP.

VI. Falta de ato antes do recebimento

VII. Falta da apresentação da resposta à acusação (se o réu é citado e ao apresenta resposta à acusação, o juiz deve nomear um defensor dativo para apresentar a resposta. Se o juiz não o fizer e ocorrerem os memoriais, há, então, uma nulidade)

VIII. Falta da suspensão do processo no caso de citação por edital (se o réu é citado por edital e não comparece e nem constitui advogado, o juiz deve suspender o processo e o prazo prescricional. Todavia, se ao invés disso, o juiz nomeie um dativo, este apresente resposta à acusação e o juiz designa audiência, cujos debates orais são convertidos em memoriais. Todos estes atos, desde a resposta à acusação não são válidos, pois foram praticados à revelia, devendo pedir, portanto, a anulação do processo a partir do prazo da apresentação da resposta à acusação)

IX. Nulidades na própria audiência

Ex: audiência realizada sem a presença de advogado; audiência realizada na presença de um advogado dativo porque o constituído não é intimado; audiência realizada sem a presença do réu preso; inversão dos atos da audiência (começa com a oitiva das testemunhas, devendo ser ouvidas primeiramente as da acusação; interrogação do réu, mas antes o réu pode conversar com o advogado, salientando-se que o réu poderá permanecer calado e deve ser avisado a respeito disso; etc)

Extinção da punibilidade

Pede-se a declaração da extinção da punibilidade (Diante do exposto, requer seja declarada extinta a punibilidade dos fatos imputados ao réu)

Mérito

Pede absolvição (art. 386)

Alega-se:

I. Atipicidade

II. Excludente de ilicitude

III. Excludente de culpabilidade

IV. Escusa absolutória

Page 19: Prática Penal (1)

V. Falta de prova

Teses subsidiárias (em caso de condenação)

1) Desclassificação ao pedir desclassificação, analisar as seguintes consequências:

Ilegitimidade de parte

Falta de condição específica de procedibilidade

Incompetência

Cabimento do sursis processual

Extinção da punibilidade

Ex: Que seja anulado o processo para que seja feita a proposta de sursis processual. / Que seja desclassificada a infração e, em decorrência, anulado ab initio por ilegitimidade de parte. / Que seja desclassificada a infração e, em decorrência, anulado ab initio por falta de representação. / Que seja desclassificada a infração e, em decorrência, anulado ab initio pela incompetência do juízo.

2) Dosimetria da pena passa pelas etapas que o juiz percorre para dosar a pena

Pena base pede-se a pena base fixada no mínimo com fulcro no art. 59. Na falta de condições circunstanciais desfavoráveis, que seja a pena base fixada no mínimo.

Atenuantes e agravantes

Causas de diminuição e de aumento de pena

Análise de um eventual concurso de crimes (material, formal, continuado)

Material mais grave

Ex: Diante do exposto, caso não sejam acolhidas as teses anteriores, requer seja a pena base fixada no mínimo, excluída a agravante relativa à reincidência, excluída a causa de aumento de pena relativa ao emprego de arma e reconhecido o crime continuado (reconhecida a continuidade delitiva).

3) Regime pede o regime que der de acordo com a pena. Pede o regime aberto ou semiaberto, mas, se no cálculo, couber regime fechado, não fala nada!

4) Benefícios PRD e sursis

Ex: Requer, ainda, que seja fixado regime aberto para o início do cumprimento da pena e substituída a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos ou, caso assim não se entenda, que seja concedido o sursis.

A falta de prova na resposta de acusação gera nulidade (ab initio), enquanto que nos memoriais a falta de prova gera absolvição, pois é mérito. Exceção: a única nulidade de falta de prova que ocorrerá nos memoriais, ou seja, quando permanecerá dentro da tese de nulidade, é a falta de exame de corpo de delito.

APELAÇÃO

Cabimento

Art. 593, CPP

Sentença condenatória ou absolutória de qualquer espécie (inc. I)

Sentença proferida pelo Tribunal do Júri (inc. III) sentença proferida na 2ª fase

Decisão definitiva ou com força de definitiva da qual não caiba RESE (inc. II) se houver decisão proferida pelo juiz do processo de conhecimento e o problema questionar o recurso cabível ou a medida cabível e o respectivo prazo, analisar o rol de cabimento do RESE. Caso a situação não conste do rol, o recurso será apelação.

Page 20: Prática Penal (1)

Ex: decisão que decreta o sequestro de bens ou indefere o pedido de levantamento do sequestro.

Ex: decisão que indefere o pedido de restituição de coisas apreendidas.

Art. 82, Lei 9.099/95

Competência / Prazo

A apelação deve ser redigida em 2 peças separadas: interposição e razões

Situações

a) “Réu foi intimado da condenação” / “Réu foi condenado”

Interposição Razões

Juiz Tribunal a quo ad quem

5 dias --------------------- 5 dias

(a partir da intimação)

Ex. interposição: Tício, já qualificado nos autos do processo n. ... que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, não se conformando com a respeitável sentença condenatória, interpor apelação com fulcro no art. 593, inc. I do CPP. Que seja recebido e processado o presente recurso, e remetido com as inclusas razões ao Egrégio Tribunal de Justiça.

Ex. razões: Egrégio Tribunal de Justiça, Colenda Turma, Douto Procurador de Justiça. Em que pese o notável saber jurídico do Douto Juiz a quo, não merece prosperar a sentença condenatória pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

b) “O réu já interpôs o recurso” / “O réu já manifestou o desejo de apelar”

Petição de Juntada Razões

Juiz Tribunal a quo ad quem

8 dias --------------------- 8 dias

(a partir da intimação)

Ex: Tício, já qualificado nos autos do processo n. ... que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência requer a juntada das razões de apelação com fulcro no artigo 600 do CPP.

c) “O MP interpôs apelação”

Petição de Juntada Contrarrazões

Juiz Tribunal a quo ad quem

8 dias --------------------- 8 dias

(a partir da intimação)

Art. 600, CPP

Page 21: Prática Penal (1)

Teses e pedidos

Que seja conhecido e provido o presente recurso + as mesmas teses e pedidos dos memoriais relacionando com os aspectos constantes da sentença.

14/06/2012

REVISÃO CRIMINAL

É uma ação autônoma.

...propor revisão criminal com fundamento no artigo 621 do CPP.

Ao final, pede a procedência do pedido (art. 626).

A revisão criminal pressupõe a condenação por decisão irrecorrível, ou seja, com trânsito em julgado. (na prova, poderá constar que “o juiz proferiu sentença condenatória, da qual não houve recurso”; “...o prazo recursal escoou in albis”; etc)

Ex: Juiz proferiu sentença condenatória em 12/05/12, sendo a mesma publicada, mas o prazo recursal somente começa a fluir quando a parte é intimada, salvo quando a sentença ocorre em audiência.

Art. 66, CPP

Para mudar fundamento da absolvição, cabe apelação. Ou seja, se a absolvição transitar em julgado por falta de provas, para mudar seu fundamento caberá apelação.

A única absolvição que permite revisão é a absolvição imprópria (é aquela em que se aplica uma medida de segurança – art. 27, caput, CP. Isso porque a medida de segurança tem caráter de sanção, equivale a uma condenação, de modo que cabe revisão, mas somente caberá para obter uma absolvição própria).

Casos legais de revisão (art. 621)

I. Condenação contrária ao texto de lei ou à evidência dos autos

Contrariedade ao texto de lei desrespeitar a forma do ato que a lei estabelece (nulidade).

Evidência dos autos rediscute a mesma prova que já constava nos autos.

II. Prova falsa

III. Quando surgir prova nova

A prova nova é aquele que, de qualquer modo, beneficia o réu, seja desclassificando, reduzindo a pena, etc.

A prova nova que instrui futura revisão ocorre num incidente denominado justificação criminal.

Endereçamento

Ação de competência originária dos Tribunais, ou seja, sempre começa nos Tribunais. Exceção: se for decisão oriunda do Juizado Especial Criminal, a competência é da Turma Recursal (segundo o STJ, equivale a um Tribunal).

Deve saber onde ocorreu o trânsito em julgado:

1º grau é endereçado para o Tribunal de Justiça acima do juiz (quem julgaria a apelação é quem vai julgar a revisão criminal).

Tribunal qualquer sujeito é condenado em 1º grau e, ao julgar a apelação (3 da Câmara julgam), o TJ manteve a condenação. Neste caso, a revisão criminal (grupo de Câmaras é quem julga) é proposta no mesmo Tribunal de Justiça que julgou a apelação.

Se a defesa interpuser REsp para o STJ, para revisar fundamento do STJ, a revisão deverá ser proposta no próprio STJ.

É para o Tribunal de Justiça na pessoa do Presidente

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ...

Page 22: Prática Penal (1)

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Federal Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da ... Região (TRF)

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Tribunal Superior de Justiça / Supremo Tribunal Federal (Tribunal Superior)

Teses (mesmas dos memoriais, etc)

Nulidade

Extinção da punibilidade

Mérito

Principal leva a absolvição

Subsidiárias desclassificação ou aplicação da pena

Pedidos

Ante o exposto, requer a procedência do pedido, nos termos do artigo 626 do Código de Processo Penal para ...

Anulação do processo (ab initio ou a partir de...)

Absolvição com fundamento no artigo 386, incisos I a VII do CPP

Requer, ainda, o reconhecimento do direito a indenização por erro judiciário, com fulcro no artigo 5º, inciso LXXV da Constituição Federal e artigo 630 do Código de Processo Penal.

Termos em que, pede deferimento.

...

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (RESE)

Cabimento específico / taxativo

Tem previsão legal específica

Art. 581, CPP

I. Contra decisão que rejeita / indefere liminarmente a denúncia / queixa (art. 395, CPP)

Se a decisão for de recebimento da denúncia / queixa, não cabe qualquer recurso, mas pode ser impugnada por intermédio de Ação de Habeas Corpus para trancamento da ação.

Se o juiz rejeitar a denúncia / queixa no JECrim, cabe apelação, conforme o art. 82 da Lei 9.099/95.

II. Quando o juiz reconhecer a incompetência do juízo, ou seja, contra decisão que reconhece a incompetência do juízo

Quando o juiz profere desclassificação, ele reconhece a incompetência do juízo para a causa (desclassificação no fim da primeira fase do júri, art. 419, CPP) RESE contra desclassificação.

III. Contra decisões que julgarem procedentes as exceções processuais

Se forem julgadas improcedentes não caberá RESE.

Exceção de suspeição sempre é irrecorrível.

IV. Contra decisão que pronunciar o acusado

V. Conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante

Decisão de relaxamento que pressupõe ilegalidade na prisão em flagrante cabe RESE contra a decisão que relaxar a prisão em flagrante, isto é, se o juiz relaxar a prisão, colocando o sujeito em liberdade (acusação irá recorrer).

Page 23: Prática Penal (1)

Contra decisão que indefere o relaxamento não cabe RESE e sim habeas corpus. Em outras palavras, peticiona ao juiz para que relaxe a prisão, todavia, se o juiz não relaxar, há a possibilidade de habeas corpus (defesa).

Decisão que verse sobre liberdade provisória prisão é legal, mas não necessária. Art. 301, CPP. Se a prisão for ilegal, cabe relaxamento, mas, se for legal e não couber prisão preventiva, caberá liberdade provisória (art. 321, CPP), podendo o juiz deferir ou indeferir.

Com fiança se a fiança for concedida ou negada, caberá RESE tanto para a acusação quanto para a defesa.

Sem fiança se o juiz conceder a liberdade provisória, cabe RESE por parte da acusação. Se a defesa pediu liberdade provisória sem fiança e o juiz indeferir, caberá habeas corpus para a defesa.

Decisão acerca de prisão preventiva

Cabe RESE contra a decisão que indefere requerimento de prisão preventiva pedido pela acusação. Cabe RESE contra a decisão que revoga a prisão preventiva (acusação).

Se o juiz deferir o requerimento de prisão preventiva, decretando-a, caberá habeas corpus por parte da defesa. Se, no entanto, o sujeito estiver preso e o juiz indeferir a revogação da prisão preventiva pedida pela defesa, também caberá habeas corpus.

VI. ---

VII. ---

VIII. Contra decisão que reconhece a extinção da punibilidade (fase de conhecimento)

RESE utilizado pela acusação

Exceção : na resposta de acusação, se o juiz declarar extinta a punibilidade, há a absolvição sumária (art. 397, IV), da qual cabe apelação (art. 593, I).

IX. Contra decisão que indefere requerimento de extinção da punibilidade (fase de conhecimento)

Defesa é quem requere. Se o juiz indeferir, a defesa poderá utilizar o RESE.

Exceção : se as decisões dos incisos VIII e IX surgirem na fase de execução penal, caberá agravo em execução penal (art. 197, LEP). (fase de execução penal)

X. Contra decisões que concede ou nega habeas corpus

O RESE deste inciso pressupõe que o HC foi julgado por juiz de 1º grau.

Ex: HC contra ato do próprio juiz de 1º grau, quando impetrará HC no TJ.

Se o HC for julgado em Tribunal que o denega, o recurso cabível é o recurso ordinário constitucional (ROC)

XI. ---

XII. ---

XIII. Contra decisão que anula processo em todo ou em parte

XIV. Contra decisão que inclui ou exclui jurado da lista geral

XV. Contra decisão que denegar (nega seguimento) apelação ou a julgar deserta

Juiz “nega seguimento” à apelação, não a deixando subir para ser apreciada. Para isso, cabe RESE para que a apelação suba.

É uma exceção ao cabimento da carta testemunhável do art. 639.

XVI. Ordenar a suspensão do processo

XVII. ---

XVIII. Decisão que decidir (procedente ou improcedente) o incidente de falsidade

Incisos do art. 581 que não comportam mais RESE e sim Agravo em Execução Penal (art. 197, LEP – Lei 7.210/84), todavia, utilizando-se do rito do RESE

Page 24: Prática Penal (1)

XI decisões que concedem, negam ou revogam a suspensão condicional da pena, o sursis penal. Se a concessão ou negação do sursis se der em sentença condenatória, cabe apelação. Se revogar, cabe agravo em execução.

XII decisões que concedem, negam ou revogam livramento condicional. Como os 3 casos são na fase de execução, caberá agravo em execução.

XVII decisão sobre a unificação de penas, a qual ocorre na fase de execução, cabendo, portanto, agravo em execução.

XIX ao XXIII tratam de medida de segurança, sendo que de todas as decisões que constam nestes incisos caberá agravo em execução.

É taxativo, mas não exaustivo, pois o art. 581, CPP, não esgota as possibilidades de RESE.

Art. 294, § único, Lei 9.503/97 o juiz pode suspender de forma cautelar a habilitação de veículo automotor. Neste caso, caberá RESE.

Procedimento

RESE é interposto em 5 dias

Prazo para Razões 2 dias

Prazo para Contrarrazões 2 dias

Após as razões e contrarrazões, há o juízo de retratação, ou seja, os autos voltam para o juiz se manifestar, para então subir ao Tribunal. Se o juiz mantiver a decisão em todo ou em parte, é encaminhado ao Tribunal, mas, se reformar, não sobe.

O juízo de retratação gera o efeito regressivo, também chamado de iterativo ou diferido, pois este juízo força a decisão a voltar/regredir para quem a proferiu Quem tem isso é o RESE e o agravo em execução.

Endereçamento

Igual à apelação

Pedidos

Requer seja recebido, processado e, caso mantida a decisão recorrida, encaminhado para o Tribunal de Justiça do Estado de ...

18/06/2012

PROCEDIMENTO ESPECIAL DO JÚRI

Competência

Crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados, e todos que forem conexos.

A tentativa não influencia a competência do júri

Condições:

a) Ser crime doloso

Homicídio culposo (CP ou CTB) não é competência do júri, pois não é doloso.

b) Ser crime contra a vida

H - homicídio

I - infanticídio

P - participação em suicídio (art. 122, CP)

A – aborto

Latrocínio (crime de roubo qualificado pela morte) não é competência do júri.

O júri é bifásico ou escalonado

1ª fase Juízo da acusação (instrução preliminar ou sumário de culpa)

Page 25: Prática Penal (1)

Pronúncia (art. 413, CPP) pede pronúncia por um crime menor. Cabe RESE

A pronúncia não faz coisa julgada e sim preclusão. Assim, com a preclusão da decisão de pronúncia (não couber mais recurso) é que entra na 2ª fase.

Impronúncia (art. 414, CPP) Cabe apelação do art. 416, CPP

Absolvição sumária (art. 415, CPP) Cabe apelação do art. 416, CPP

Desclassificação (art. 419, CPP) Cabe RESE

Pode no máximo 8 testemunhas na 1ª fase.

Preclusão da decisão de pronúncia

Oferecimento de Resposta Memoriais 1º Abs. Sumária Apelação denúncia / queixa 10 dias 2º Impronúncia 3º Desclassificação RESE nasce a 2ª fase 4º Pronúncia Juiz pode receber (HC) ou rejeitar (RESE).

2ª fase Juízo da causa

Onde haverá o julgamento do mérito da causa

A apelação do art. 593, III, CPP cabe no final da 2ª fase, ao contrário da 1ª fase que cabe a apelação do art. 416, CPP.

Pode no máximo 5 testemunhas na 2ª fase.

Requisitos Sessão de Sentença Apelação Art. 422, CPP Julgamento Art. 593, III, CPP

Endereçamento

1ª fase Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara do Júri da Comarca de ...

2ª fase Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do ... Tribunal do Júri da Comarca de ...

Resposta à Acusação

Cliente foi citado e procurou advogado

10 dias para apresentar resposta à acusação

Fundamento: art. 406, § 3º, CPP

Endereçamento: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara do Júri da Comarca de ...

Teses:

Nulidade

Extinção da punibilidade

Teses de mérito

Pedidos

Nulidade anulação (ab initio ou a partir de)

Extinção da punibilidade que seja declarada a extinção da punibilidade.

Tese de mérito se precisar pedir absolvição sumária, a pede com fundamento no art. 397, CPP c/c art. 394, §§ 4º e 5º, CPP.

Page 26: Prática Penal (1)

Ao final: Requer a intimação das testemunhas do rol abaixo: (máx. 8)

Memoriais

Fundamento: art. 403, § 3º, CPP c/c art. 394, § 5º, CPP.

Endereçamento: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da … Vara do Júri da Comarca de …

Teses:

Nulidade

Extinção da punibilidade

Teses de mérito (não discute pena/aplicação de pena na 1ª fase) pode alegar que o fato é atípico.

Pedidos

Nulidade anulação (ab initio ou a partir de)

Extinção da punibilidade que seja declarada a extinção da punibilidade.

Pedidos (para tese de mérito)

Absolvição sumária do art. 415, CPP

Subsidiariamente, pede a impronúncia com fundamento no art. 414, do CPP.

Subsidiariamente, pede a desclassificação com fulcro no art. 419, do CPP.

Subsidiariamente, pede a pronúncia (por um crime mais simples) com fundamento no art. 413, do CPP.

1º Absolvição Sumária (art. 415)

I. Estar provada a inexistência do fato.

II. Estar provado que o réu não foi autor, nem partícipe.

III. Atipicidade, ou seja, quando o fato não constituir infração penal.

IV. Causa que exclui o crime (excludentes de ilicitude ou antijuridicidade) e que isenta de pena (excludentes de culpabilidade).

§ único. Não cabe absolvição sumária quando o sujeito for inimputável por doença mental. Assim, em geral, juiz oferece a decisão de pronúncia para os jurados (2ª fase) resolverem. Exceção: se a doença mental for a única tese defensiva, o juiz pode reconhecer a doença mental na absolvição sumária.

2º Impronúncia (art. 414)

Quando faltar provas no fim da 1ª fase. (Pedido: impronúncia com fundamento no art. 414)

3º Desclassificação (art. 419)

Quando o crime não for doloso contra a vida, não compete ao Júri. É encaminhado para o juiz competente, ou seja, para a Vara Criminal Comum.

Pedido: Desclassificação e remessa dos autos para o juízo competente.

4º Pronúncia (art. 413)

Pede pronúncia para um crime mais brando.

Afirma que não tem base para as qualificadoras, de modo que, se for condenado, que seja para um crime simples ao invés do crime qualificado.

Obs: Falta de provas na 1ª fase do Júri gera impronúncia.

No RESE ou na apelação, pede a mesma coisa que já havia pedido e não me foi dado.

RESE / Apelação após os Memoriais

RESE

Page 27: Prática Penal (1)

Quando a decisão for de pronúncia (art. 581, IV) ou de desclassificação (art. 581, II).

Endereçamento:

Interposição: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara do Júri da Comarca de ...

Razões: Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de ...

Egrégio Tribunal de Justiça,

Colenda Turma,

Douto Procurador de Justiça.

Teses:

1. Nulidade anulação

2. Extinção da punibilidade

3. Teses de Mérito

Pedidos

Ante o exposto, requer seja conhecido e provido para ... (anulação ab initio ou a partir de) (ser declarada a extinção)...

Absolvição sumária do art. 415, inc. ... (só pede se houver hipótese para pedir absolvição sumária)

Impronúncia com fundamento no art. 414.

Desclassificação do art. 419

Pronúncia por uma imputação menor, afastando as qualificadoras (art. 413)

PRONÚNCIA RESE (art. 581, IV, CPP)

Teses:

Nulidade se a pronúncia incorrer em excesso de linguagem (eloquência acusatória – juiz fala como se fosse um acusador), que tornará nula a decisão de pronúncia. (art. 564, IV c/c art. 413, § 1º - este último artigo diz como deve se fundamentar uma decisão de pronúncia).

Mérito – se o juiz tinha dúvida quanto à prova, se baseia no in dubio pro societate, e pronuncia. Qualquer dúvida tem que ser resolvida sempre em favor do réu e nunca em favor da sociedade, de acordo com a presunção de inocência. Esta presunção de inocência, seja em que momento for, é uma presunção absoluta. Se houver dúvidas quando à pronúncia ou impronúncia e o juiz decidir pela pronúncia, no pedido devo pedir pela impronúncia (art. 414, CPP) – cabível no RESE contra a pronúncia para que haja a impronúncia.

Apelação

Contra as decisões de absolvição sumária ou impronúncia.

Fundamento: art. 416, CPP c/c art. 593, inc. I, CPP (quando for o caso de absolvição sumária) ou c/c art. 593, inc. II, CPP (quando for o caso de impronúncia – não cabe absolvição).

O resto é igual ao RESE anteriormente estudado (endereçamento, teses, pedidos).

Pedidos

Absolvição sumária, com fundamento no art. 415.

Apelação (2ª fase – após a sentença)

Contra a sentença cabe recurso de apelação

Fundamento: art. 593, III, (a, b, c, d), CPP

Endereçamento:

Page 28: Prática Penal (1)

Interposição: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do ... Tribunal do Júri da Comarca de ...

Razões: Egrégio Tribunal de Justiça,

Colenda Câmara,

Douto Procurador de Justiça.

Teses

Alíneas a, b, c, d do art. 593, III, CPP

a) Nulidade posterior à pronúncia

b) Decisão do juiz Presidente contrária a texto de lei ou contrária a decisão dos jurados

c) Quando houver erro ou injustiça quanto à aplicação da pena ou medida de segurança (tese de mérito subsidiária)

d) Decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos

Pedidos

Requer seja conhecido e provido para ...

a) Anulação do processo ab initio ou a partir de ...

b) Art. 593, § 1º, CPP. O TJ, se der provimento, poderá retificar diretamente a sentença.

...para retificação da decisão nos termos dos art. 593, § 1º.

c) Art. 593, § 2º, CPP.

...para retificação da decisão do juiz Presidente nos termos dos art. 593, § 2º.

d) Art. 593, § 3º, CPP.

...para submeter o acusado a novo julgamento, com fundamento no art. 593, § 3º.

Se o réu foi condenado pelos jurados, pelo Tribunal do Júri, e esta condenação houve trânsito em julgado. Desta cabe Revisão Criminal, fundada no art. 621, I, CPP.

Pedido: pede para o TJ absolver (não incide a soberania dos vereditos). Subsidiariamente, pede a submissão a novo julgamento a novos jurados (STJ).

19/06/2012

CARTA TESTEMUNHÁVEL

Arts. 639 a 646, CPP

Cabimento

Art. 639

Decisão que denegar recurso e obstar sua expedição e seguimento.

Se negar seguimento ao RESE ou ao Agravo em Execução, caberá Carta Testemunhável

Denúncia Sentença Apelação

Juiz nega seguimento

Carta Testemunhável Nega seguimento Cabe RESE (art. 581, XV)

Se negar seguimento à apelação, caberá RESE (art. 581, XV). Se negar seguimento ao RESE, caberá Carta Testemunhável do art. 639.

Prazo

Page 29: Prática Penal (1)

48 horas (art. 640)

Efeitos

Devolutivo (todo recurso tem)

Regressivo é o juízo de retratação

Efeito do art. 644 TJ pode julgar junto o RESE e a carta testemunhável, na mesma sessão. A apelação não entra neste caso.

Denúncia Sentença Apelação RESE C. Test. TJ

Atenção! O art. 644 permite o julgamento conjunto da carta testemunhável e do RESE ou Agravo em Execução.

Forma do recurso (de preferência a interposição numa página e as razões e outra, mas, se a interposição for até um pedacinho do verso da página, passa um traço e faz as razões embaixo)

Interposição

Ilustríssimo Senhor Escrivão Diretor do ... Ofício da Comarca de ...

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos do Recurso em Sentido Estrito (ou Agravo em Execução) n. (número), por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão que negou seguimento ao recurso, vem, respeitosamente, perante Vossa Senhoria, dentro do prazo legal, requerer a extração de CARTA TESTEMUNHÁVEL, com fulcro no artigo 639 do CPP.

Indica para traslado as seguintes peças:

a) decisão que ensejou o recurso denegado;

b) certidão de intimação dessa decisão;

c) interposição e razões do recurso denegado;

d) a decisão que denegou o recurso;

e) certidão de intimação da decisão que denegou o recurso;

f) cópia da queixa-crime.

Diante do exposto, requer seja extraída a presente carta testemunhável e, caso o Douto Magistrado entenda que deva manter a respeitável decisão, que seja encaminhada com as inclusas razões ao Egrégio Tribunal de Justiça.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data,

Advogado ...

OAB n. ...

Razões

RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL

Recorrente:

Recorrido:

Page 30: Prática Penal (1)

Processo n. ...

Egrégio Tribunal de Justiça,

Colenda Câmara,

Douto Procurador de Justiça.

(ver livro)

Problema 55

Peça: Carta Testemunhável

Competência: Interposição Escrivão / Recurso TJ

Tese: RESE está dentro do prazo + decadência

Pedido: Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso para que se reforme a r. decisão determinando-se o processamento do recurso em sentido estrito e, caso entenda estar suficientemente instruída a Carta, que julguem de meritis o recurso negado, como medida de justiça.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Fundamento legal

Art. 619, CPP no caso de decisões do Tribunal

Art. 382 no caso de sentenças ou decisões

Art. 83, lei 9.099 JECrim

Cabimento e prazo ***

CPP JECRIM

Obscuridade Obscuridade

Contrariedade Contrariedade

Omissão Omissão

Ambiguidade Dúvida

2 dias 5 dias

Interrompe Suspende

Ex: se, após sentença, os embargos de declaração são opostos no 2º dia, na Vara Criminal o prazo é interrompido, de modo que tem 5 dias para apelar. No caso do JECrim, o prazo é suspenso, ou seja, tem 8 dias para apelar. O prazo para a apelação na VC é de 5 dias, enquanto que no JECrim é de 10 dias.

Os embargos visam corrigir defeitos ou vícios internos no ato. Questões externas são discutidas na apelação.

Forma dos embargos

Tribunal para o Relator

Sentença ou decisão para o Juiz

Opor embargos de declaração

Page 31: Prática Penal (1)

Diante do exposto, requer sejam recebidos e providos os presentes embargos, corrigindo-se a referida contradição, aplicando-se a redução da pena imposta ao Embargante, coo medida de inteira justiça.

Problema 58

Peça: embargos de declaração

Competência: Desembargador Relator

Tese: contradição

Pedido: que se afaste a contradição fixando-se a pena no mínimo legal, como medida de justiça.

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

Fundamento legal

Art. 609, § único, CPP

Cabimento

Quando houver voto vencido favorável à defesa no julgamento de RESE, apelação ou Agravo em Execução.

NÃO cabe se tiver voto vencido em HC ou MS.

TJ (apelação) ----------- voto vencido ----------- EIN

TJ (HC ou MS) ----------- voto vencido ----------- ROC

O voto vencido deve ser favorável à defesa

Funcionamento do julgamento da apelação / RESE / Agravo de Execução

Há 3 julgadores Relator, Revisor, 3º Julgador (estes 3 compõem a Turma, que é a menor fração da Câmara, a qual é composta por 5 julgadores).

Câmara composta por 5 julgadores

Turma composta por 3 julgadores

Ex: julgamento de uma apelação de furto. O Relator condena, o Revisor condena e o 3º julgador absolve. Assim, há um voto vencido favorável à defesa, de modo que cabem embargos infringentes, os quais trazem para o julgamento os outros 2 votos, podendo, assim, “virar” o julgamento, pois os outros 2 julgadores, dos 5 da Câmara, podem absolver. (Tese de nulidade embargos de nulidade)

Ex: julgamento de uma apelação de furto. O Relator condena, o Revisor condena e o 3º julgador vota pela nulidade do processo. Assim, há um voto vencido favorável à defesa, mas como a tese é de nulidade, denomina-se de embargos de nulidade. (Tese de mérito embargos infringentes)

Ex: julgamento de uma apelação de furto. O Relator condena, o Revisor condena e o 3º julgador vota em nulidade + absolvição. Nesta situação, a peça será denominada de embargos infringentes e de nulidade (EIN).

Efeitos dos embargos infringentes

Suspensivo

Devolutivo restrito significa que só pode alegar a matéria do voto vencido.

Ex: julgamento de uma apelação de furto. O Relator condena, o Revisor condena e o 3º julgador condena com diminuição de pena. Aqui há um voto vencido favorável à defesa, no caso, a diminuição da pena, sendo esta tese de mérito. Caberá, portanto, embargos infringentes. A tese a ser alegada é a diminuição de pena. Assim, deve limitar-se a esta matéria, que é a do voto vencido.

Page 32: Prática Penal (1)

Exceção: Atenção! Poderá ser alegada a matéria fora do voto vencido se esta matéria puder ser conhecida de ofício pelo juiz. São matérias que o juiz conhece de ofício: nulidade, extinção da punibilidade, atipicidade. Se, ao ler o problema, como no caso do exemplo acima demonstrado, for verificada uma nulidade, faz embargos infringentes e de nulidade, devendo constar que “DO DIREITO. Embora a nulidade não conste do voto vencido por se tratar de matéria de ordem pública, pode ser alegada neste momento”.

NÂO cabe embargos infringentes em HC, somente de apelação.

Critério do voto médio (pode cair como pergunta)*** o problema diria “o relator condena, o revisor condena com diminuição de pena e o 3º absolve”. Aqui há 3 votos totalmente diferentes, neste caso, verifica-se qual é o voto médio, separando os extremos, dos quais o meio é o resultado final, ou seja, a condenação com diminuição de pena do meu cliente. “Cabem embargos infringentes neste caso?” Sim, embargos infringentes para pedir a absolvição.

Forma dos embargos infringentes

Interposição

Endereçamento: para o Relator

Verbo: opor

Pedido: Recebido e processado...

Razões

Embargante / Embargada

Egrégio Tribunal de Justiça / Colenda Câmara / Douto Procurador de Justiça

Pedido: Conhecido e provido para dar prevalência ao voto vencido a fim de...

Macete: o menino que eu gosto me liga e me chama para sair. Primeiro, eu recebo a ligação e depois processo em minha mente para dar a resposta. Segundo, ao sair com ele, eu o conheço, para só então “prover”.

Prazo

10 dias

1º exclui o início e inclui o fim

2º se cair no final de semana ou feriado, prorroga para o 1º dia útil

3º se intimado na sexta-feira, o prazo começa a ser contado no primeiro dia útil seguinte

D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

Fazer o calendário se o problema pedir para datar.

Problema 56

Peça: Embargos de Nulidade

Competência: Interposição: Desembargador Relator / Razões: TJ

Tese: nulidade

Pedido: Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, reformando-se o v. acórdão para dar prevalência ao voto vencido a fim de anular ab initio o processo nos termos do artigo 564, III, A do CPP, como medida de justiça.

Page 33: Prática Penal (1)

TUDO que for voto vencido será alegado nos embargos.

20/06/2012

PRISÕES TEMPORAIS

São aquelas decretadas antes ou durante o processo penal

Prisões

Prisão em flagrante (art. 301 e ss., CPP)

Prisão preventiva (art. 311 e ss., CPP)

Prisão temporária (lei 7.960/89)

PRISÃO EM FLAGRANTE

As hipóteses de prisão em flagrante estão no artigo 302 do CPP, quais sejam:

a) Flagrante próprio é aquele em que o agente está cometendo a infração ou acaba de cometê-la. (art. 302, incs. I e II)

b) Flagrante impróprio ou quase flagrante é aquele em que o agente, logo após a infração, é perseguido e preso. Não tem prazo para durar esta prisão, desde que a perseguição seja ininterrupta. (art. 302, III)

c) Flagrante presumido é aquele em que, logo depois da infração, o agente é encontrado com algum objeto “comprometedor”, ou seja, objeto que faça presumir ser ele o autor da infração (agente encontrado com a arma do crime, com a roupa suja de sangue, etc). (art. 302, IV)

Hipóteses de prisão em flagrante que se encontram no artigo 301, CPP:

d) Flagrante obrigatório ou compulsório é o flagrante feito pela autoridade policial e seus agentes.

e) Flagrante facultativo é aquele que pode ser feito por qualquer pessoa do povo.

Classificação doutrinária:

f) Flagrante esperado é aquele em que a autoridade aguarda a prática da infração. Ex: polícia tem a suspeita de que em dado local vai chegar um carregamento de drogas. Neste caso, a polícia fica aguardando. É regular.

g) Flagrante forjado é aquele em que a autoridade simula uma situação de flagrante. Ex: polícia que coloca a droga no bolso do suspeito com a intenção de incrimina-lo. É irregular.

h) Flagrante preparado é aquele em que o agente é induzido a praticar a infração. Ex: faz uma armadilha para ver se o sujeito cairá ou não. Um exemplo é colocar um monte de dinheiro perto de um sujeito que acreditam que irá furtar para ver se ele realmente furta. É irregular por se tratar de crime impossível.

i) Flagrante prorrogado ou retardado ou diferido em alguns casos, a lei permite que a autoridade retarde o momento do flagrante, à espera de novas provas ou novos criminosos. Só pode acontecer nas hipóteses em que a lei permitir, que é o caso da Lei de drogas (11.343/06) e a Lei do Crime Organizado (9.034/95).

Se o fato não se enquadrar no artigo 302 do CPP, não haverá flagrante! Ex: apresentação espontânea. Neste caso, o sujeito não pode ser preso em flagrante. Se for preso em flagrante, será irregular.

Quando alguém é preso em flagrante, o delegado deve lavrar o documento “auto de prisão em flagrante”. O auto de prisão em flagrante:

Prazo de 24 horas para o delegado lavrar o auto, devendo o delegado ouvir o condutor (pessoa que conduziu o preso à delegacia) e as testemunhas.

A pessoa presa em flagrante tem direitos a serem respeitados neste ato art 5º, LXI ao LXVI, CF e art. 63, CF. Direito de permanecer em silêncio; direito de não ser obrigado a produzir prova contra si mesmo (implícito no artigo 63 da CF e artigo 8º do Pacto de São José da Costa Rica, Dec. 678/92); delegado expede a nota de culpa; juiz deve ser comunicado em 24 horas (art. 306, CPP),

Page 34: Prática Penal (1)

comunicar-se com a família ou outra pessoa pelo preso indicada; se o preso não indicar o nome de seu defensor será comunicada a Defensoria Pública (art. 289-A, CPP).

Delegado deve expedir a nota de culpa, documento este que informa ao preso sobre quem o prendeu e porque o prendeu. Tem prazo de 24 horas, ou seja, deve ser entregue ao preso em 24 horas.

Juiz deve ser comunicado em 24 horas (art. 306).

Se o flagrante for irregular, o advogado deve fazer PEDIDO DE RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE ou HABEAS CORPUS. (HC não é peça privativa de advogado, pois pode ser feita por qualquer pessoa)

Ex. de flagrante irregular: flagrante preparado ou forjado; situação não é flagrante do art. 302 do CPP, com a apresentação espontânea; flagrante que não é lavrado em 24 horas; flagrante sem nota de culpa; flagrante sem comunicação ao juiz; flagrante em que desrespeita os direitos do preso.

O juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante, poderá (art. 310, CPP):

1) Juiz pode relaxar o flagrante nos termos do artigo 310, I, no caso do flagrante ser irregular.

2) Juiz pode converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, se presentes os requisitos da prisão preventiva, conforme o art. 310, II.

3) Juiz pode conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança, aplicando ou não as medidas cautelares diversas da prisão, consoante o art. 310, III. Liberdade provisória é dar ao preso o direito de aguardar o processo em liberdade, podendo ser aplicada com ou sem fiança (garantia real, sendo normalmente dinheiro, como garantia de que o sujeito irá comparecer em todos os atos do processo). O advogado deve pleitear a liberdade provisória sem fiança.

Obs: O STF afirmou que cabe liberdade provisória sem fiança até mesmo em crimes inafiançáveis (que não admitem fiança), como, por exemplo, tráfico de drogas, crimes hediondos, etc. HC 164339/STF (colocar um post it com este número na página do art. 301)

Obs: medidas cautelares diversas da prisão (arts. 282 e 319, CPP). São aplicadas pelo juiz, podendo ser aplicadas isoladamente ou cumulativamente. Ex: (art. 319, CPP) comparecimento periódico em juízo; proibição de se ausentar da comarca; proibição de frequentar determinados lugares; monitoramente eletrônico, etc. Se o réu descumprir as medidas cautelares diversas da prisão, o juiz poderá: a) substituir a medida, b) aplicar outra medida cumulativamente, c) juiz decreta a prisão preventiva.

Obs: para nosso cliente, o melhor é a liberdade provisória sem fiança, sem a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, devendo esta ser pedida para o nosso cliente.

O pedido de liberdade provisória cabe quando o flagrante é regular, pois se o flagrante é irregular, cabe o relaxamento de prisão. Casos principais em que cabe a liberdade provisória:

1) Quando não estão presentes as condições da prisão preventiva, nos termos do art. 310, III, CPP.

2) Quando houver excludente da ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, etc), com fundamento no art. 310, § único do CPP.

RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

É uma peça só, cujo endereçamento é feito para o juiz da causa (1ª instância), podendo ser o juiz estadual, bem como juiz federal (crimes federais).

Juiz estadual Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...

Juiz federal Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de ...

Page 35: Prática Penal (1)

Fundamento legal

Art. 5º, inc. LXV, CF

Art. 310, inc. I, CPP

Pedido

Relaxamento da prisão em flagrante com a respectiva expedição do alvará de soltura.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...

FULANO DE TAL, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., portador do documento de identidade no RG n. (número), inscrito no CPF sob o n. (número), residente e domiciliado na rua (endereço completo), por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato acostado – doc. 1), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, para requerer o Relaxamento da sua Prisão em Flagrante, com fulcro no artigo 5º, inciso LXV da Constituição Federal e artigo 310, inciso I do Código de Processo Penal, conforme as razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

Fulano de Tal (Requerente).

II – DO DIREITO

Apontar as irregularidades do flagrante.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja relaxada sua prisão em flagrante, com a expedição do respectivo alvará de soltura, como medida de justiça.

Termos em que, pede deferimento.

Local e data,

Advogado ...

OAB n. ...

LIBERDADE PROVISÓRIA

Estrutura igual à peça acima, relaxamento de prisão.

Liberdade provisória cabe quando não estiverem presentes as hipóteses da prisão preventiva (art. 312)

Requerimento é feito numa só peça, cujo endereçamento é para o juiz da causa.

Juiz estadual Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...

Juiz federal Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de ...

Cabimento

Contra flagrante regular quando não estão presentes as condições da preventiva (art. 310, III, CPP) ou quando houver alguma excludente de ilicitude (art. 310, § único, CPP).

Pedido

Liberdade provisória sem fiança, sem a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, com a expedição do alvará de soltura.

Page 36: Prática Penal (1)

Pode-se fazer um requerimento de relaxamento da prisão em flagrante, com pedido subsidiário de liberdade provisória.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...

FULANO DE TAL, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., portador do documento de identidade no RG n. (número), inscrito no CPF sob o n. (número), residente e domiciliado na rua (endereço completo), por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato acostado – doc. 1), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, para requerer a Liberdade Provisória, com fulcro no artigo 310, inciso III ou § único do Código de Processo Penal, conforme as razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

Fulano de Tal (Requerente).

II – DO DIREITO

Apontar que não estão presentes as condições da preventiva ou apontar que o cliente agiu com uma excludente de ilicitude.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja concedida sua liberdade provisória, sem fiança e , sem a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, com a expedição do respectivo alvará de soltura, como medida de justiça.

Termos em que, pede deferimento.

Local e data,

Advogado ...

OAB n. ...

PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311 e ss., CPP

Pode ser decretada durante o inquérito ou durante o processo

Quem decreta é o juiz, que, durante o processo, pode apresentar de ofício.

Requisitos (art. 312, CPP)

Garantia da ordem pública ou econômica (“liberdade provisória”. Clamor público não justifica a preventiva. Segurança do réu também não justifica)

Conveniência da instrução criminal (quando o réu destrói provas, ameaça testemunhas, etc)

Garantia da aplicação da lei penal (quando o réu ameaça fugir, tentando escapar do processo penal)

Descumprimento de medidas cautelares diversas da prisão

Cabimento

Regra : crimes dolosos com pena máxima > 4 anos (art. 313)

Exceção : quando houver violência doméstica ou familiar contra vulneráveis (mulher, idoso, criança, adolescente, enfermo ou pessoa com deficiência)

Page 37: Prática Penal (1)

OBS: Se for, por exemplo, homicídio, é endereçado para o juiz da Vara do Júri.

REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA

É uma peça só, cujo endereçamento é feito para o juiz da causa.

Juiz estadual Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...

Juiz federal Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de ...

Fundamento legal

Arts. 312 e 316, CPP

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...

FULANO DE TAL, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., portador do documento de identidade no RG n. (número), inscrito no CPF sob o n. (número), residente e domiciliado na rua (endereço completo), por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato acostado – doc. 1), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, para requerer a Revogação da Prisão Preventiva, com fulcro nos artigos 312 e 316, do Código de Processo Penal, conforme as razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

Fulano de Tal (Requerente).

II – DO DIREITO

Apontar que não estão presentes os requisitos da preventiva (art. 312, CPP) ou que não cabe a prisão preventiva (art. 313, CPP).

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja concedida a revogação da prisão preventiva, com a expedição do respectivo alvará de soltura, como medida de justiça.

Termos em que, pede deferimento.

Local e data,

Advogado ...

OAB n. ...

PRISÃO TEMPORÁRIA

Prevista na lei 7.960/89 (ler!)

Decretada somente durante o IP, pelo juiz, mediante requerimento do MP ou representação do delegado. Não pode de ofício pelo juiz!

Tem a finalidade de garantir a investigação criminal

Prazo de 5 dias, prorrogáveis por mais 5 dias, se necessário, ou seja, não é uma prorrogação automática. Exceção: crime hediondo ou equiparado, o prazo será de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias.

Page 38: Prática Penal (1)

Cabimento

Art. 1º, lei 7.960/89

I. quando for imprescindível para a investigação

II. quando o criminoso não possui residência fixa ou não fornece elementos de identificação (revogado pelo art. 313, § único do CPP)

III. deve ser um dos crimes previstos nesta lei (homicídio, estupro, sequestro, quadrilha ou bando4, etc)

Obs: os incisos I e III são cumulativos!!!

REVOGAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...

FULANO DE TAL, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., portador do documento de identidade no RG n. (número), inscrito no CPF sob o n. (número), residente e domiciliado na rua (endereço completo), por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato acostado – doc. 1), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, para requerer a Revogação da Prisão Temporária, com fulcro no artigo 1º da Lei 7.960/89, conforme as razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

Fulano de Tal (Requerente).

II – DO DIREITO

Apontar porque a prisão temporária é irregular.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja concedida a revogação da prisão temporária, com a expedição do respectivo alvará de soltura, como medida de justiça.

Termos em que, pede deferimento.

Local e data,

Advogado ...

OAB n. ...

FATO PEÇA FUNDAMENTO

Flagrante irregular Relaxamento da prisão em flagrante

Art. 5º, LXV, CF + art. 310, I, CPP

Juiz nega o pedido de relaxamento da prisão

Habeas Corpus Art. 5º, LXVIII, CF + art. 647 e 648, CPP

Flagrante regular Liberdade provisória Art. 310, CPP

Juiz nega o pedido de Habeas Corpus Art. 647 e 648, CPP

4 Quadrilha ou bando: precisa de mais de 3 para formar uma quadrilha, com o objetivo de cometer crimeS.

Page 39: Prática Penal (1)

liberdade provisória

Prisão preventiva (cliente preso preventivamente)

Revogação da prisão preventiva

Art. 312, CPP + art. 316, CPP

Juiz nega o pedido da revogação da prisão

preventiva

Habeas Corpus Art. 5º, LXVIII, CF + art. 647 e 648, CPP

Prisão temporária Revogação da prisão temporária

Art. 1º, lei 7.960/89

Juiz nega o pedido da revogação da prisão

temporária

Habeas Corpus Art. 5º, LXVIII, CF + art. 647 e 648, CPP

HABEAS CORPUS

Fundamento

Art. 5o, LXVIII, CF e art. 647 e 648, inc. ___, CPP

Tutela a liberdade de locomoção (direito de ir e vir, quando a pessoa já perdeu este direito ou tem o direito ameaçado)

Só fará HC quando não houver outra peça privativa de advogado

Endereçamento (HC é uma peça só)

Competência? O HC é impetrado para a autoridade que está acima da autoridade coatora.

TJ/TRF STF STJ TJ/TRF/Turma Recursal Juiz (estadual/federal/ Vara do Júri/Jecrim) Delegado ou Particular

Se for impetrar HC para Tribunal, o endereçamento será para o presidente do tribunal.

Se for para o TJ ou TRF, será Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do TJ/TRF

Se for STJ/STF, será Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do STJ/STF

3 personagens que aparecerão no HC

Impetrante (quem impetra/ajuíza o HC, no caso do exame da OAB, será o advogado)

FULANO DE TAL, advogado, inscrito na OAB sob o n. ..., com escritório situado na rua (endereço completo), respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para impetrar Habeas Corpus, com fulcro no artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal e artigo 647 e 648, inciso ___ do Código de Processo Penal em favor de CLIENTE...

Paciente (cliente que está preso ou em vias de ser preso)

Autoridade coatora (delegado, juiz, tribunal, particular)

Pedido

Relaxamento da prisão em flagrante + alvará de soltura

Page 40: Prática Penal (1)

Revogação da prisão preventiva ou temporária + alvará de soltura (obs: alvará de soltura sempre pede quando o cliente está preso. Se estiver em vias de ser preso, já tendo mandado expedido, pedirá o contramandado de prisão)

Trancamento da ação penal ou do IP (pede quando a ação penal ou o IP não podiam ser instaurados. Ex: fato atípico. Delegado de polícia instaura o IP por um fato atípico, ou então começa a ação penal por um fato que não é considerado crime)

Pode pedir LIMINAR. “Outrossim, como o constrangimento é manifesto, para jugula-lo de imediato e sem mais demora, roga-se a concessão de liminar, já que presentes fumus boni juris e periculum in mora”.

21/06/2012

EXECUÇÃO PENAL

Princípios da execução penal

Princípio da humanidade das penas o condenado não perde sua condição humana. Está na CF no art. 5º, inc, XLVII (veda as penas desumanas, cruéis).

Princípio da individualização da pena previsto no art. 5º, inc, XLVI, CF. na execução penal significa que aquele que tem bom comportamento receberá benefícios, enquanto o mau comportamento gera castigo.

Princípio da coisa julgada ou vedação ao excesso em execução Premissa: excesso x desvio na execução. Excesso é o abuso quantitativo (manda cumprir mais tempo do que deveria), enquanto que o desvio é o erro qualitativo (manda cumprir mais rigoroso do que deveria). Pelo princípio da coisa julgada, a pena não pode ser mais intensa do que permite o título executivo que a legitima. (se não tiver vaga no regime, a pessoa deverá ir para o regime mais brando). Art. 185, LEP proíbe o excesso e o desvio em execução.

Princípio da jurisdicionalidade significa que a execução penal é jurisdicional e, por isso, respeita os princípios do contraditório e da ampla defesa. Deve ter a fiscalização do MP, bem como defesa técnica, ou seja, por advogado. Desse modo, se não tiver a manifestação da defesa, há nulidade.

Princípio ressocializador o artigo 1º da LEP esclarece que seu objetivo é proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado.

Poder disciplinar

Está disciplinado / regulado no artigo 44 e ss. da LEP.

É exercido pelo diretor do estabelecimento, o qual possui princípios próprios. O artigo 45 da LEP impõe o princípio da legalidade das faltas e sanções disciplinares, ou seja, não há falta disciplinar ou sanção disciplinar sem expressão disposição legal. O mesmo artigo 45 proíbe sanções que:

a) Coloquem em risco a integridade do condenado.

b) Envolvam cela escura.

c) Não pode ter sanção coletiva.

Ex: não pode suspender visitas a todos de uma dada cela, pois a sanção deve ser individual.

Faltas disciplinares

Podem ser classificadas como leves, médias e graves. As faltas graves devem estar previstas em lei federal, enquanto as demais podem ser em lei local. (art. 49, LEP)

As faltas graves estão no art. 50, LEP.

Comentários sobre falta grave

Nos termos do artigo 50, inc. VI, LEP, ao tratar do art. 39, inc. V, é falta grave descumprir o dever de trabalho. Todavia, esta falta é constitucional?! Primeira posição que prevalece é que sim, pois a constituição proíbe o trabalho forçado, mas não o obrigatório. Forçado é aquele imposto mediante grave constrangimento físico mental, enquanto que o obrigatório é aquele que

Page 41: Prática Penal (1)

se impõe como dever sob pena de perda de benefícios e castigos não corporais. Segunda posição diz que é inconstitucional, pois forçado tem o mesmo sentido de obrigatório. ***

Sobre a falta do inciso VII, há polêmica quanto à posse de componentes e acessórios de celular. Para a doutrina, não configura falta por violar o princípio da legalidade. No entanto, no STJ é pacífico que configura por interpretação teleológica, ou seja, aquela que leva em conta o que a lei queria. ***

Sanções disciplinares

Art. 53, LEP

Os direitos que podem ser suspensos são: visita, contato com o mundo exterior (não pode trocar cartas, revistas), lazer.

O isolamento deve ser comunicado ao juiz das execuções.

Tanto o isolamento quanto a suspensão de direitos têm prazo máximo de 30 dias.

Procedimento das sanções disciplinares, com exceção do RDD.

O art. 59 impõe a instauração de procedimento administrativo para apurar a falta e impor sanção.

Apesar da redação da Súmula Vinculante nº 5, é pacífica a necessidade de defesa técnica no procedimento do art. 59. A Súmula não se aplica à hipótese.

Regime Disciplinar Diferenciado (RDD)

O RDD chama-se regime, mas ele não é um regime, e sim um castigo disciplinar.

Quem vai para o RDD? Hipóteses de RDD: (art. 52)

Prática de crime doloso capaz de gerar subversão da ordem interna.

Obs: a prática de crime doloso também configura falta grave. Prevalece ser desnecessária a condenação definitiva para que se configure a falta. Basta a prova da prática do crime doloso. Parte da doutrina critica a solução, pois afronta a presunção de inocência. ***

Obs: para ter o RDD, é necessário que o crime doloso seja grave capaz de repercutir.

Se o sujeito apresenta alto risco para a ordem interna ou externa.

Se tiver fundada suspeita de envolvimento em organização criminosa.

Sujeito passivo de RDD. (quem vai para o RDD)

Sujeito passivo condenado ou preso provisório

Características do RDD

Isolamento por ATÉ 360 dias, que pode ser repetido em caso de nova falta, desde que não supere 1/6 da pena.

Banho de sol de 2 horas/dia

Visita de 2 pessoas/semana, sem contar as crianças (advogado não conta, porque advogado trabalha e não visita o preso)

Comentários

Controversa a constitucionalidade do RDD, pois, para muitos, configura pena cruel, e afronta a humanidade.

Procedimento do RDD

1) Requerimento da autoridade administrativa.

2) Vai para o juiz apreciar a liminar

3) Vai para o MP

4) Vai para a defesa técnica (obrigatório, caso contrário, há nulidade) – art. 54, § 2º, LEP

5) Volta ao juiz, para este decidir definitivamente

Page 42: Prática Penal (1)

Obs: não há RDD sem ordem judicial.***

Obs: nos termos do art. 54, § 2º, o pedido deve ser apreciado em 15 dias.

Obs: contra toda decisão do juiz das execuções cabe Agravo em Execução.

MEDIDAS DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL

Progressão é a passagem de um regime mais grave para outro mais ameno. Ex: do fechado para o semiaberto. Prevalece ser inviável a progressão por salto direto do fechado para o aberto.

Requisitos para progressão

Requisito objetivo é o cumprimento de parcela da pena, 1/6 nos comuns, 2/5 aos primários e 3/5 aos reincidentes nos crimes hediondos e equiparados (HTTT).

Obs: nos termos da Súmula 715 do STF, os benefícios da execução penal serão calculados com base na pena total aplicada e não na unificação em 30 anos.

Obs: aos crimes hediondos e equiparados praticados até 29 de março de 2007, será considerado o marco de 1/6 da pena, com fundamento Súmula Vinculante nº 26 e Súmula 471, STJ. Após está data, 2/5 para primário e 3/5 para reincidentes.

Obs: no entender dos Tribunais superiores, a prática de falta grave interrompe o período aquisitivo da progressão. Na doutrina, muitos discordam desta orientação por falta de amparo legal, violando, portanto, o princípio da legalidade.

Ex: sujeito foi condenado a 12 anos. Precisa cumprir 2 anos (1/6) para progredir, todavia, passado 1 ano de cumprimento de pena, ele pratica uma falta grave. Assim, perde este 1 ano, de modo que, a contagem começará do zero para a progressão, ou seja, como faltam 11 anos da pena, o sujeito tem que cumprir 1/6 em cima desses 11 anos, para progredir.

Ex: se a pessoa foi condenada a 12 anos, cumpriu 3 anos, ou seja, era pra ter progredido há um ano atrás, mas não foi. Após estes 3 anos, o sujeito comete uma falta grave. Neste caso, ele também perderá os 3 anos, contando o prazo para a progressão a partir do zero, ou seja, deverá cumprir 1/6 dos 9 anos restantes para progredir.

Requisito subjetivo é aquele que deve merece se for “bonzinho”. Nos termos do artigo 112, LEP, o mérito será demonstrado por atestado de boa conduta carcerária. A Súmula 439 do STJ esclarece que o criminológico não está proibido, mas só será admitido em decisão judicial que fundamente sua necessidade nas peculiaridades do caso concreto.

Nos termos do art. 33, § 4º, do CP, nos crimes contra a administração pública, a progressão fica condicionada à reparação do dano ao erário.

Regressão é a passagem de um regime mais ameno mais outro mais grave. Pode ser por salto, sendo que as hipóteses estão no art. 118, da LEP e, em regra, além da defesa técnica é exigida a autodefesa (§ 2º).

Livramento Condicional é a antecipação da devolução da liberdade ao condenado que preenche os requisitos do art. 83 e ss. do CP.

Obs: é possível LC em qualquer regime.

Obs: a prática de falta grave não interrompe o período aquisitivo do livramento condicional (LC). Súmula 441, STJ.

Requisitos

Requisito objetivo parcela da pena, art. 83, LEP.

Parcela da pena:

+ 1/3, se primário e com bons antecedentes

+ 1/2 se reincidente em crime doloso, mas se não for, basta o 1/3 (lei deixou lacuna)

+ 2/3 se for hediondo ou equiparado

Nunca se o sujeito for reincidente em crime hediondo ou equiparado

Page 43: Prática Penal (1)

Reparação do dano, salvo impossibilidade

Requisito subjetivo o art. 112, § 2º da LEP esclarece que o mérito no livramento condicional será demonstrado da mesma maneira que o mérito na progressão, ou seja, em regra, basta o atestado de conduta carcerária.

AGRAVO EM EXECUÇÃO

Art. 197, LEP

É cabível contra TODA decisão do juiz das execuções.

Das decisões do juiz caberá agravo, sem efeito suspensivo, ou seja, o agravo em execução não possui procedimento, de modo que a doutrina teve que “ir atrás” de um procedimento para aplicar. Portanto, o procedimento utilizado é o do RESE, bem como os artigos do RESE. o agravo em execução não possui procedimento próprio, sendo, portanto, adotado o procedimento do RESE.

...vem interpor agravo em execução, com fulcro no artigo 197 da LEP... (o resto é igual ao RESE, com seus respectivos artigos)

25/06/2012

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Art. 102, III, “__”, CF e Lei 8.038/90

Prazo

15 dias (lei 8.038/90, art. 26)

Obs: o prazo processual começa a contar no próximo dia útil, sendo, também, prorrogável.

Será em 2 peças (devem ser feitas juntas, ao mesmo tempo e, portanto, com a mesma data. Assim, possuem o mesmo prazo, ou seja, 15 dias interposição + razões = prazo de 15 dias)

Interposição para o Presidente do Tribunal que decidiu

TJ Excelentíssimo Senhor Doutor Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ...

TRF Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da ... Região

Razões para o Supremo Tribunal Federal (art. 102, inc. III, CF)

Capítulos

1) Do Cabimento (dizer por que é cabível o RE)

Art. 102, III, “a”, CF (decisão contraria a CF) ou art. 102, III, “b”, CF (decisão que declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal) + dispositivo constitucional violado.

Ex: art. 5º, inc. LIII, CF princípio do juiz natural (garantia do juiz constitucionalmente competente). Se o réu é julgado pela justiça errado ou instância errada, há violação a este princípio.

princípio do promotor natural: há o impedimento para designações arbitrárias feitas pelo procurador geral (chefe do MP).

Ex: art. 5º, LIV, CF princípio do devido processo legal, ou seja, é a soma de todos os direitos e garantias aplicados ao processo, sejam eles expressos ou implícitos na CF. é o mais ampla dos princípios, pois é a soma de todos os direitos e garantias aplicáveis ao processo. (Tem como exemplos... Expresso: juiz natural. Implícitos: ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo).

Ex: art. 5º, LV, CF princípio do contraditório e da ampla defesa. Contraditório é a comunicação obrigatória mais a reação possível, ou seja, as partes devem ser comunicadas de tudo que acontece no processo. Ampla defesa é o direito de presença mais o direito de audiência, isto é, no direito de presença o réu tem o direito de estar presente em todos os atos processuais (há exceções, como, por exemplo, o interrogatório por videoconferência,

Page 44: Prática Penal (1)

art. 185, CPP, que somente é utilizado em casos excepcionais). O direito de audiência diz respeito ao direito de ser ouvido.

Ex: art. 5º, LVI, CF princípio das provas ilícitas. São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos. Prova ilícita é aquela que viola norma legal (lei) ou constitucional (CF), como, por exemplo, prova obtida por invasão de domicílio, prova que viola a intimidade, etc. No caso da prova ilícita ingressar no processo, não é causa de nulidade, sendo que ela deverá ser desentranhada e destruída. A ilicitude por derivação (teria dos frutos da árvore envenenada) significa que, tudo que deriva de uma prova ilícita será ilícito.

Ex: art. 5º, LVII, CF princípio da presunção da inocência (estado de inocência, estado de não culpabilidade). Ninguém será considerado culpado até sentença penal condenatória transitada em julgado. Consequências: a) as prisões processuais são excepcionais, ou seja, só em último caso o réu ficará preso durante o processo. b) o uso de algemas é excepcional. c) a condenação do reú exige certeza, ou seja, para o juiz condenar o réu deve ter certeza da materialidade e da autoria. d) a dúvida beneficia o réu (in dubio pro reu). e) inquéritos policiais e processos em andamento não constituem maus antecedentes.

Ex: art. 93, IX, CF princípio da motivação das decisões judiciais. Todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Também violam este princípio a motivação implícita, a mera transcrição da lei, a utilização literal dos argumentos da acusação (motivação per relacionem).

2) Dos Fatos (cliente = Recorrente)

3) Da Repercussão Geral

Art. 102, § 3º, CF e Art. 543-A, CPC

O tema discutido deve ser importante dentro e fora do processo.

No presente caso em tela está presente a repercussão geral, isso por que ... (parafrasear o art. 543-A, CPC)

4) Do Direito

5) Do Pedido

Só cabe RE depois de esgotadas as vias ordinárias, ou seja, depois que já foram feitos todos os recursos possíveis.

Discute matéria de direito (se a decisão feriu a CF, qual o princípio constitucional violado, etc) e não matéria fática.

Súmula 279, STF e Súmula 7, STJ

Deve existir o prequestionamento, ou seja, a matéria ali discutida deve ter sido examinada nas instâncias inferiores.

Súmula 282, STF

A parte poderá opor Embargos de Declaração, a fim de que seja realizado o prequestionamento.

Súmula 356, STF

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ...

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos do recurso (da apelação, etc) n. (número), por seu advogado que esta subscreve, inconformado com a respeitável decisão que manteve sua condenação, respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para interpor Recurso Extraordinário, com fulcro no artigo 102, inciso III, ___ da Constituição Federal e Lei 8.038/90.

Requer seja o presente recurso recebido e processado, com as inclusas razões, a serem encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal.

Termos em que, pede deferimento.

Page 45: Prática Penal (1)

Local e data,

Advogado ...

OAB n. ...

RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Recorrente: Fulano de Tal

Recorrida: Justiça Pública

Apelação n. ...

Egrégio Supremo Tribunal Federal,

Colenda Turma,

Douta Procuradoria.

Em que pese o indiscutível saber jurídico do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ..., merece ser reformada sua decisão, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DO CABIMENTO

No caso em tela, é indiscutível o cabimento do Recurso Extraordinário, já que houve clara violação ao artigo 5º, inciso LVII da Constituição Federal, que dispõe: “...”.

Em casos como esse, é cabível o Recurso Extraordinário nos termos do artigo 102, inciso III, ___ da Constituição Federal, o qual assevera que “...”

II – DOS FATOS

Faz uma síntese dos fatos (chamar o cliente de recorrente).

III – DA REPERCUSSÃO GERAL

(art. 543-A, CPC) Fazer os parágrafos com base no artigo anterior.

No caso em tela está presente o requisito constitucional da repercussão geral, previsto no artigo 102, § 3º, da Constituição Federal.

Isso porque há questões relevantes do ponto de vista social e jurídico, que ultrapassam os interesses subjetivos da causa, nos termos do artigo 543-A do Código de Processo Civil.

IV – DO DIREITO

Alegar a violação constitucional, apontando o erro da decisão do Tribunal.

V – DO PEDIDO

Pode pedir tudo! (mesmo pedido de uma apelação)

Nulidade

Extinção da punibilidade

Absolvição

Page 46: Prática Penal (1)

Redução da pena

Diante do exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, a fim de que seja fixada a pena no seu mínimo legal, como medida de justiça.

Termos em que, pede deferimento.

Local e data,

Advogado ...

OAB n. ...

RECURSO ESPECIAL

Art. 105, III, ___, CF e lei 8.038/90

Quem julga é o STJ

Prazo

15 dias (art. 26, lei 8.038/90)

Só cabe depois de esgotadas as vias ordinárias, ou seja, só depois de se utilizar os outros recursos cabíveis.

Não se analisa matéria fática e sim a matéria de direito (Súmula 7, STJ).

É necessário o prequestionamento.

É possível opor embargos de declaração para fins de prequestinamento.

Não há repercussão geral

2 peças

Interposição para o Presidente do Tribunal que decidiu

Razões endereçadas para o STJ

1) Cabimento

Art. 105, III, a, CF decisão contraria tratado ou lei federal, ou nega vigência a eles.

Se contrariar algum dispositivo do CPP, cabe REsp.

Se contrariar o Pacto de São José da costa Rica (art. 8º).

Art. 105, III, c, CF

Quando o Tribunal der à lei federal interpretação diversa da de outro Tribunal.

2) Fatos

3) Direito

4) Pedido

Mesmo pedido da apelação / RE...

E se o Presidente do Tribunal que decidiu, negar seguimento ao RE ou ao REsp?! Qual será o Recurso cabível contra essa decisão? AGRAVO, com fundamento no artigo 544 do CPC.

AGRAVO – ART. 544, CPC

Cabimento

Decisão que nega seguimento ao RE ou ao REsp

Feito em 2 peças.

Interposição para o Presidente do Tribunal que decidir.

Razões para o STF (se negar seguimento ao RE) ou STJ (se negar seguimento ao REsp).

Page 47: Prática Penal (1)

Prazo no processo penal o prazo é de 5 dias. (RE 639846)

Pedido

Que seja dado seguimento ao REsp/RE.

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL - ROC

Há 2 tipos de ROC

ROC para o STF

Fundamento no artigo 102, inc. II, a, CF e lei 8.038/90

Prazo: 5 dias

Cabe contra decisão que nega habeas corpus nos Tribunais Superiores (STJ, STM, TST, TSE).

Cabe contra decisão que julga crime político (pode cair como questão).

ROC para STJ

Fundamento no artigo 105, inc. II, a, CF e lei 8.038/90

Prazo: 5 dias

Cabe contra decisão que nega habeas corpus no TJ ou TRF.

“Tribunal de Justiça negou HC em decisão não unânime” independentemente se é unânime ou não, caberá ROC.

Interposição é para o Presidente do Tribunal que negou o HC, com fundamento no art. 102, II, a ou art. 105, II, a, CF + Lei 8.038/90.

Razões para o STJ ou para o STF

Pedido (é o mesmo pedido que poder ser feito no HC, ou seja, o que foi negado no HC, como, por exemplo, a nulidade do processo, a extinção da punibilidade, o trancamento da ação penal, alvará de soltura, etc).

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Egrégio Superior Tribunal de Justiça

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos do habeas corpus n. ..., por seu advogado que esta subscreve, respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para interpor Recurso Ordinário Constitucional, com fulcro no artigo 102, inciso II, alínea a, da Constituição Federal e Lei 8.038/90.

Requer seja recebido e processado o presente recurso, com as inclusas razões a serem encaminhadas ao Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Termos em que, pede deferimento.

Local e data,

Advogado ...

OAB n ...

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

Recorrente: Fulano de Tal

Recorrida: Justiça Pública

Habeas Corpus n. ...

Page 48: Prática Penal (1)

Egrégio Supremo Tribunal Federal,

Colenda Turma,

Douta Procuradoria.

Em que pese o indiscutível saber jurídico do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, merece ser reformada sua decisão pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

Chamar o cliente de recorrente.

II – DO DIREITO

Dizer por que o HC deveria ter sido concedido, por que o cliente tem direito à liberdade. Dizer por que o Tribunal errou.

III – DO PEDIDO

Mesmo pedido do HC, ou seja, vai pedir aquilo que foi pedido no HC.

Termos em que, pede deferimento.

Local e data,

Advogado ...

OAB n. ...

MEMORIAIS OU RESE DO JÚRI

26/06/2012

PRESCRIÇÃO

Prescrição é a perda do direito do Estado de punir.

Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP)

1) PPP em abstrato

Quando ainda não houver sentença transitada em julgado para a acusação.

Pode acontecer em 3 casos:

Ainda não foi prolatada sentença (resposta à acusação ou memoriais)

Já houve sentença e ainda está no prazo para a acusação recorrer

Já houve sentença, a acusação recorreu e seu recurso pende de julgamento

Etapas para calcular a prescrição da pretensão punitiva

1º Verificar a pena máxima cominada ao crime.

Obs. 1: causas de aumento ou diminuição de pena devem ser consideradas, lembrando que sempre tem que considerar a pena máxima.

Ex: crime cuja pena é de 6 meses a 2 anos (+ 1/3). Isso dará > 2 anos e < 4 anos, de modo que a prescrição será de 8 anos.

Ex: crime cuja pena é de 6 meses a 2 anos (+ 1/3 a + 1/2). 2 anos + ½ = 3 anos.

Page 49: Prática Penal (1)

Ex: crime cuja pena é de 6 meses a 2 anos (- 1/3). 2 anos - 1/3 = isso é < 2 anos e > 1 ano.

Ex: crime cuja pena é de 6 meses a 2 anos (- 1/3 a – ½). 2 anos - 1/3.

Obs. 2: concurso de crimes não é considerado para o cálculo da prescrição, ou seja, para calcular a prescrição deverá ser feita sobre cada crime isoladamente.

Ex: queixa-crime (difamação, injúria, calúnia) foi recebida em 2005. Em 2012, ainda não houve sentença, estando em fase de memoriais. Nota-se que passaram 7 anos. Para saber se prescreveu, deve-se calcular a prescrição sobre cada crime isoladamente. O crime de calúnia prescreveu em 2009, o de difamação em 2009 e o de injúria em 2008.

2º Verificar a tabela do artigo 109, CP

PENA PRESCRIÇÃO

Pena < 1 3 anos

Pena ≥ 1 e ≤ 2 4 anos

Pena > 2 e ≤ 4 8 anos

Pena > 4 e ≤ 8 12 anos

Pena > 8 e ≤ 12 16 anos

Pena > 12 20 anos

3º Verificar o artigo 115, CP (- ½ no caso do criminoso ter 21 anos na data do fato e maior de 70 anos na data da sentença)

Ex: 3 anos de pena prescrevem em 8 anos. Assim, a prescrição será de 4 anos.

4º Verificar os seguintes intervalos:

Quaisquer ritos

Data da consumação Trânsito em do crime Julgado

Recebimento Sentença Condenatória (causa interruptiva (causa interruptiva da prescrição) da prescrição)

Exemplo: pena de 6 meses a 2 anos. O prazo prescricional é de 4 anos.

DC 3 anos 3 anos TJ

R S Memoriais

Obs.: Se o prazo prescricional começa em 16/06/2008 terminará em 15/06/2010, por exemplo. (art. 10, CP. Contagem do prazo. Inclui o dia do começo e exclui o do fim)

Rito do Júri

Page 50: Prática Penal (1)

Data da consumação Trânsito em do crime Julgado

Recebimento Sentença Acórdão Sentença de Pronúncia confirmatório condenatória da pronúncia

Obs. 1: Termo inicial (art. 111) do dia em que o crime se consumou.

Ex: crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Conduta em 26/06/12. Vítima morre em 07/07/12 (resultado). 2 a 4 anos. Prescrição é de 8 anos. A prescrição ocorre em 06/07/20.

DC TJ

R SP ACP SC 07/07/12

Crimes permanentes posse de drogas, posse de materiais pornográficos, sequestro, furto de energia elétrica.

Ex: Sujeito entrou na posse das revistas pornográficas em 01/04/07 e, em 13/03/08, ele foi surpreendido. A prescrição começa a contar da data em que cessar a permanência, isto é, em 13/03/08.

Obs. 2: a lei 12.650/12 estabeleceu que nos crimes contra a dignidade sexual dos menores (estupro de vulnerável, etc), a prescrição começa a correr no dia em que a vítima atinge a maioridade. Aplicável sobre aos crimes praticados após o dia 17/05/12, sendo, portanto, maléfica para o réu (não cairá no VII Exame da OAB)

Obs. 3: Causas interruptivas (art. 117).

Recebimento não é o oferecimento.

A rejeição do recebimento não interrompe.

Ex: um crime, de prescrição de 4 anos, aconteceu em 2004. Em 2006, foi oferecida a denúncia, mas, em 2007, o juiz renunciou a denúncia (cabe RESE). O MP entra com RESE em 2007. Em 2009, o RESE foi julgado, dando provimento ao mesmo, determinando seu seguimento. (cabe Resposta à acusação) Como da fase da data da consumação e do recebimento já se passaram mais de 4 anos, deverá alegar a prescrição na peça.

Caso haja a anulação do recebimento, essa data deixa de interromper o prazo prescricional.

Ex: crime que prescreve em 4 anos. Em 2004, foi a data da consumação. Em 2007, teve o recebimento. Em 2009, nos memoriais, tem a tese de nulidade ab initio. Se este pedido foi aceito pelo juiz, tudo foi anulado, inclusive o próprio recebimento. Deve ser proposta uma nova ação. Como foi revogado o recebimento, não houve recebimento até o momento, de modo que da data da consumação (2004) até 2009, passaram-se mais de 4 anos (prazo prescricional) e, consequentemente, deve ser declarada a extinção da punibilidade pela prescrição.

2) PPP em concreto

Quando já houver sentença transitada em julgado para a acusação

Pode ocorrer em 2 casos:

Houve sentença, o MP não recorreu e a defesa sim (apelação).

Já houve o trânsito em julgado para ambas as partes.

Passos

Page 51: Prática Penal (1)

1º Verificar a pena em concreto aplicada na sentença.

Obs. 1: o concurso de crimes também não é considerado. Se houver concurso material, separar as penas, calculando a prescrição sobre cada uma isoladamente. Se houver concurso formal ou crime continuado, desconsiderar o aumento de pena dos respectivos crimes.

2º Verificar a tabela do art. 109 (utiliza a pena em concreto)

3º Verificar o artigo 115 (1/2)

4º Verificar os intervalos (não pode haver PPP em concreto no intervalo “1”, conforme artigo 110)

Prescrição Retroativa Prescrição Superveniente

DC R S TJ

Quando prescreve a multa no crime de furto? Como a pena de furto prescreve em 8 anos, a multa também prescreverá em 8 anos. (art. 114, CP)

(revisão)

PPP em Abstrato (não tem sentença com trânsito em julgado)

1º passo pena máxima do crime

2º passo tabela do art. 109, CP

3º passo art. 105, CP

4º passo intervalos

DC R S TJ

PPP em Concreto (sentença transitada em julgado para a acusação)

1º passo pena em concreto aplicada na sentença (desconsidera o aumento relativo ao concurso de crimes)

2º passo tabela do art. 109, CP

3º passo art. 105, CP

4º passo intervalos (art. 110, § 1º, CP)

DC R Prescrição Retroativa S Prescrição Superveniente TJ

(ou Intercorrente)Prescrição Retroativa: pode ser alegada em apelação.Prescrição Superveniente: não tem uma peça certa, podendo ser arguida por simples petição ou por HC, alegando que há extinção da punibilidade.

Prescrição Virtual (PPP)

Prescrição virtual, antecipada ou em perspectiva, é a prescrição calculada com base na pena hipotética. Não é aceita pela jurisprudência dos Tribunais Superiores (Súm. 438, STJ).

Não é admitida pelo STJ, conforme a Súmula 438.

Prescrição da pretensão executória (PPE)

É a perda do direito de executar a pena

Quando já houver sentença transitada em julgado

Page 52: Prática Penal (1)

Passos da PPE

1º Verificar a pena em concreto aplicada na sentença

Obs. 1: Concurso de crimes. Tal como na PPP em concreto, o concurso de crimes deve ser desprezado.

Obs. 2: Cumprimento da pena. Em caso de fuga ou de revogação do livramento condicional, a prescrição da pretensão executória é calculada conforme a pena restante.

Ex: sujeito pegou 1 ano na sentença, cumpriu 6 meses e fugiu. Assim, pega os 6 meses restantes e joga na tabela do art. 109. Nota-se que esses 6 meses prescrevem em 3 anos, de modo que o sujeito deverá ficar “sumido” por 3 anos.

2º Verificar a tabela do art. 109, CP (pena restante)

3º Verificar o art. 115, CP (- 1/2). Verificar se o réu é reincidente (se for, a prescrição é aumentada em 1/3)

4º Verificar os intervalos (art. 112 ao 117)

Trânsito em julgado para a acusação início da pena (prisão)

Revogação do sursis (se tiver sursis) pena

Fuga continuação da pena

Revogação do livramento condicional pena

Obs. 1: Os intervalos podem ser interrompidos no caso da reincidência (pratica um novo crime).

27/06/2012

JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL

Lei 9.099/95

Infrações penais de menor potencial ofensivo (todas as contravenções penais e os crimes cuja pena máxima não excede 2 anos)

Ex: injúria (pena máxima de 6 meses), difamação (pena máxima de 1 ano), calúnia (pena máxima de 2 anos), porte de drogas – art. 28 da Lei de Drogas.

Não se aplica a lei 9.099/95 aos crimes praticados com violência doméstica ou familiar contra a mulher.

Previsto na Lei Mª da Penha e já foi julgado constitucional pelo STF (igualdade material ou substancial)

Fases da persecução penal no caso de crime de menor potencial ofensivo

1ª fase Fase Policial

Há um termo circunstanciado (registro mais completo da ocorrência).

2ª fase Audiência preliminar

Juizado Especial. Ocorrerá:

a) Tentativa de composição dos danos civis. Se houver a composição (acordo), isso implicará na renúncia ao direito de queixa ou representação.

b) Representação do ofendido, se for o caso (se o crime depender de representação, como no caso de lesão leve, ameaça).

c) Transação penal

É o acordo entre o MP e o suspeito para que não haja o processo penal. O acordo consiste na aplicação imediata de pena de multa ou restritiva de direitos.

Não implica reconhecimento da autoria, maus antecedentes ou reincidência. Todavia, o agente não poderá ser beneficiado por outra transação penal no prazo de 5 anos.

Page 53: Prática Penal (1)

Consequência do não cumprimento do acordo se o agente não cumprir o acordo, o MP oferecerá a denúncia

É possível transação penal na ação penal privada?! A lei não prevê, mas doutrina e jurisprudência admitem.

d) Denúncia ou queixa oral

3ª fase Rito sumaríssimo

Tudo acontece numa só audiência (oral).

a) Há uma defesa preliminar oral

b) Recebimento da denúncia/queixa

c) Testemunhas (acusação e defesa) – no máximo 3

d) Interrogatório do réu

e) Debates orais (20 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos)

f) Sentença

Recursos

Apelação

Art. 82, lei 9.099

Cabe contra sentença condenatória ou absolutória e contra decisão que rejeita a denúncia ou queixa. (art. 82)

Prazo de 10 dias (interposição + razões)

Interposição: para o juiz do JECRIM (Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Criminal da Comarca de ...)

Razões: para Turma Recursal

Embargos de Declaração

Art. 83, lei 9.099

Cabem em caso de contradição, omissão, dúvida e obscuridade.

Prazo de 5 dias (1 peça)

Endereçamento : para juiz do JECRIM ou para Turma Recursal

O prazo dos demais recursos suspende (o prazo continua a ser contado da onde parou).

x

QUEIXA-CRIME

É a petição inicial da ação penal privada.

Em regra, ocorre nos crimes contra a honra.

Calúnia na presença de várias pessoas, como não é uma calúnia simples (pena de até 2 anos), possui uma causa de aumento, sendo, portanto, maior de 2 anos, de modo que sai do JECRIM.

No caso de crimes contra a honra em concurso, ao somar as penas, dá mais de 2 anos, de modo que sai da competência do JECRIM.

Requisitos da queixa-crime: (art. 41, CPP)

Exposição minuciosa dos fatos praticados pelo querelado

Qualificação do acusado

Classificação do crime

Rol de testemunhas

Page 54: Prática Penal (1)

Procuração com poderes especiais anexa

Fundamento legal

Queixa normal art. 30, CPP

Ação privada subsidiária da pública art. 29, CPP

1 peça

Endereçamento : juiz da Vara Criminal (Estadual ou Federal)

Pedido

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., residente e domiciliado na Rua (endereço completo), por seu advogado que esta subscreve (procuração com poderes especiais anexa), vem, respeitosamente, ante a presença de Vossa Excelência para oferecer QUEIXA-CRIME com fulcro no artigo 30 do Código de Processo Penal, contra NOME DO CRIMINOSO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., residente e domiciliado na Rua (endereço completo), de acordo com as razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

Narrar os fatos.

Cliente = querelante

Criminoso = querelado

II – DO DIREITO

Dizer qual foi o crime praticado.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja a presente queixa recebida e autuada, citando-se o querelado para que seja processado, ao final condenado pela prática do artigo ___ do Código Penal, ouvindo-se as testemunhas a seguir arroladas.

Rol de testemunhas:

Testemunha 1 – nome, qualificação, endereço.

Testemunha 2 – nome, qualificação, endereço.

Testemunha 3 – nome, qualificação, endereço.

28/06/2012

MEDIDAS ASSECURATÓRIAS

Art. 125 a 144, CPP + Leis Especiais (lei 9.613/98 e lei 11.343/06)

Natureza jurídica

São medidas cautelares (reais), quais sejam:

Sequestro

Arresto

Hipoteca legal

No processo penal, as cautelares são reais, pessoais (prisão, liberdade, medidas diversas da prisão) e probatórias (interceptação telefônica, busca e apreensão).

Page 55: Prática Penal (1)

As medidas cautelares são medidas de natureza civil tomadas no processo penal pelo juiz penal.

Sequestro

Cabimento está previsto no art. 125, CPP

Ex: furto do iphone e ipad. Sujeito vende os dois por R$ 80.000,00 e compra uma casa. Esta casa é um bem adquirido com os proventos da infração, sendo, portanto, objeto de sequestro.

Tudo que for adquirido com os proventos da infração é objeto de sequestro.

Sequestro cabe tanto no IP, quanto durante o processo (art. 127)

Cabe tanto para os bens móveis (art. 132) quanto para bens imóveis (art. 125)

Requisitos (art. 126)

Indícios veementes da proveniência ilícita dos bens

Levantamento do sequestro***

Art. 131

Inc. I: 60 dias para ajuizar a ação penal.

Inc. II: se o terceiro prestar caução (“quem comprou o apartamento sequestrado”), também levanta o sequestro.

Inc. III: se for absolvido ou extinta a punibilidade, após o trânsito em julgado.

Levantar o sequestro é retirar a constrição sobre o bem

Ex: se meu apartamento é objeto de sequestro não posso vendê-lo. Quando levanto o sequestro, significa que revoguei a medida, de modo que, a partir daqui, posso vendê-lo.

Atenção! Da decisão que indefere o pedido de levantamento do sequestro caberá apelação do artigo 593, inc. II, CPP.

Defesa contra o sequestro cabem 3 embargos (Arts. 129 e 130, CPP)

Art. 130.

Inc. I: pelo acusado ao argumento de que não foram adquiridos com os proventos da infração.

Inc. II: caberão embargos pelo terceiro a quem tiverem sido os bens transferidos a título oneroso sob o fundamento da boa fé.

Art. 129.

Embargos de terceiro estranho ao feito.

Ex: Abadia tem uma concessionária de veículos. Uma pessoa deixou um veículo em consignação para a venda na concessionária. O oficial de justiça foi na concessionária e também sequestrou o veículo dessa pessoa. Neste caso, caberá embargos de terceiro do art. 129.

Hipoteca legal

Finalidade garantir a indenização cível.

Momento apenas durante a ação penal. Não cabe no IP. (art. 134)

Requisitos certeza da infração e indícios suficientes de autoria.

A hipoteta é para garantir a indenização cível.

Só há hipoteca de bem imóvel.

Arresto

Cabimento

Medida preparatória da Hipoteca legal (art. 136) – ocorre só no IP. Se for declarado o arresto, no processo deverá ser convertido em hipoteca legal.

Page 56: Prática Penal (1)

Quando o bem hipotecado é de baixo valor ou inexistente (art. 137) – ocorre tanto no IP quanto no processo

Bem de família pode ser penhorado ou hipotecado.

Leis especiais

Lei 9.613/98 (Crimes de lavagem de dinheiro)***

Art. 4º, § 2º o prazo é de 120 dias.

Lei 11.343/06 (Lei de Drogas)

Art. 60 o sujeito não pode pedir para devolver o bem se ele não comparecer pessoalmente.

Atenção! O CPP não prevê o cabimento de embargos para a hipoteca legal e para o arresto, mas a doutrina admite.

PEDIDO DE SEQUESTRO DE BENS

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...

FULANO DE TAL, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., portador do documento de identidade RG n. (número) e inscrito no CPF sob o n. (número), residente e domiciliado na Rua (endereço completo), por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato acostado), vem, respeitosamente, perante a Vossa Excelência, com fulcro no artigo 125 e seguintes do Código de Processo Penal, requerer o SEQUESTRO do imóvel situado na Rua ..., cuja propriedade é de ..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostos.

I – DOS FATOS

II – DO DIREITO

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja deferido o presente pedido, determinando-se o sequestro do imóvel e a inscrição da medida no cartório de registro de imóveis, como medida de justiça.

RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS

Art. 118 ao 124, CPP

Enquanto interessarem ao processo, as coisas não serão restituídas.

Podem restituir a coisa:

Delegado

Da decisão do delegado cabe mandado de segurança.

Juiz

Da decisão do juiz cabe apelação.

EXCEÇÕES

Exceções (art. 95 ao 111, CPP)

Rol taxativo do art. 95.

As exceções são apresentadas, em regra, junto com a resposta à acusação (art. 396-A, CPP)

Questões importantes sobre as exceções

Não suspende o andamento do processo.

Recurso da decisão que julga as exceções se julgar procedente, caberá RESE. Se julgar improcedente, não caberá recurso, apenas HC. (art. 581)

Page 57: Prática Penal (1)

Qual o recurso que julga a exceção de suspeição? RE para o STF e REsp para o STJ.

INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL

Arts. 149 a 154, CPP

É a única perícia que a autoridade policial não determina. Delegado tem que pedir para o juiz.

Relação entre a inimputabilidade e o processo penal

O inimputável, ao tempo do crime, recebe medida de segurança, por, no máximo, 30 anos.

Se se tornar inimputável durante a execução penal, converte a pena em medida de segurança, pelo restante da pena.

Se se tornar inimputável após o crime e antes da execução da pena, o processo ficará suspenso até que o acusado se reestabeleça. (art. 152)

Denúncia Rejeição Sentença

EIN

RESE

Apelação nega seguimento

RESE apelação

STF RE TJ

REsp

STJ Carta testemunhável

Nega seguimento RESE

1ª Fase do Júri

Denúncia Resposta Memoriais

RESE Pronúncia Sentença

Desclassificação

Absolvição sumária

Apelação Impronúncia

2ª Fase do Júri

Plenário

Sentença Apelação Art. 593, III, “a”, “b”, “c”, “d”

Pós-trânsito em julgado

Revisão Criminal (se o problema ficar falando do crime)

Se falar da execução penal pedido para o juiz (1º)

Page 58: Prática Penal (1)

Agravo em execução (2º)

(se o problema ficar falando o que o sujeito fez durante a execução)

02/07/2012

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

Crimes políticos

Previsto na lei de segurança nacional (lei 7.170/83)

Art. 109, IV, CF

JF não julga contravenção

JECrim Federal não julga contravenção

Crimes praticados contra bens, serviços ou interesses da União, suas autarquias e empresas públicas federais. Principais autarquias federais: INSS, Banco Central (Bacen), Agências Reguladoras (Anatel, Aneel, etc), CEF. (competência da JF)

Sociedade de economia mista é de competência da Justiça Estadual (Súmula 42, STJ). Ex: Banco do Brasil (BB) e Petrobrás.

Crimes específicos (art. 109, inc. IV)

a) Crime contra funcionário público federal, é júri federal ou estadual?! Depende! Súmula 147, STJ e Súmula 254, TFR. Crime praticado contra funcionário público federal é de competência da JF quando o crime está relacionado...

b) Crime de moeda falsa é de competência da JF. Quando a falsificação é grosseira, o rime é de estelionato. Assim, se a moeda for falsificada de forma grosseira, o crime é de estelionato com competência da JE, conforme a Súmula 73, STJ.

c) Falso testemunho na Justiça do Trabalho quem julga é a JF. Súmula 165, STJ

d) Correios se a agência do Correio for explorada pelo próprio governo, a competência é da JF. Caso contrário, se for explorada por concessão, a competência somente será da JF se afetar o serviço dos Correios.*** (art. 109, IV, CF, mas não tem Súmula a respeito)

Da sentença que julga crime político cabe ROC ao STF.

Denúncia sentença ROC para o STF (art. 102, inc. II, “b”, CF)

Art. 109, V, CF (crimes à distância + tratado)

Crime que começa no BR e termina no exterior ou vice-versa. Se acontecer isso e tiver tratado, a competência é da JF. Ex: tráfico internacional de drogas.

O crime de racismo é uma ofensa generalizada contra um grupo, e raça não tem sentido biológico, mas é ligada a questões referentes à religião, etnia e origem geográfica. O racismo, em regra, é de competência da JE, mas se for praticado pela internet “aberta” (que qualquer pessoa tem acesso), será de competência da JF. Pornografia infantil também gera este tipo de questionamento e raciocínio.

Art. 109, VI, CF

Nos crimes contra a organização do trabalho a competência será da JF quando afetar a generalidade dos trabalhadores.

Crimes contra o sistema financeiro são de competência da JF por força da lei 7.492/86 (art. 26).

Crime de lavagem de dinheiro, lei 9.613 (art. 2º, inc. III) a competência da JF na lavagem de dinheiro é excepcional.

Crime de adulteração de combustível (lei 8.176/91) competência é da JE, pois não tem nenhum artigo nesta lei que mande para a JF.

Art. 109, IX, CF (crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves)

Page 59: Prática Penal (1)

Art. 89 e 90, CPP

Saio com um avião de Salvador, quando estou passando pelo RJ mato uma pessoa e desço com o avião em Guarulhos. É competente a justiça da comarca de Guarulhos.

Se o voo é internacional, a competência é do local da decolagem. Se o voo é doméstico, a competência é do local do pouso (aterrissagem).

Art. 109, XI, CF (disputa sobre direitos indígenas)

Só haverá competência da JF se o motivo do crime estiver relacionado com direitos indígenas, como, por exemplo: mato o cacique em disputa sobre a área da aldeia, mas, se eu mato o cacique porque torce para o Coxa, a competência é da JE.

PROVA ILÍCITA

Art. 5º, inc. LVI, CF e art. 157, CPP

Conceito (art. 157, CPP)

É a obtida com violação às normas constitucionais ou legais.

Tortura, interceptação telefônica sem autorização judicial, busca e apreensão sem mandado, são todos exemplos de prova ilícita.

Efeitos

A prova ilícita é inadmissível, mas se entrar no processo deve ser desentranhada e inutilizada (destruída).

Consequência da prova ilícita na peça prática

O primeiro/a pedido/tese, é que se reconheça a ilicitude, desentranhando a prova e inutilizando-a. Quando se pede isso, sobra a “falta de provas”.

A tese/pedido de falta de prova na Resposta à Acusação, gera nulidade (art. 395, III e art. 564, IV, CPP + arts. 5º, LVI, CF e 157, CPP)

Nos memoriais e na apelação, gera a absolvição por falta de provas.

Admissibilidade da prova ilícita

Não há fundamento na lei. O fundamento é absolutamente teórico.

Prova ilícita “pro reo” o réu que produz a prova ilícita não será condenado pelos crimes eventualmente praticados, pois está abarcado por causa excludente da ilicitude (estado de necessidade ou legítima defesa).

Princípio da proporcionalidade

Prova ilícita derivada (Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada)

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA

Cabimento I: Art. 5º, XII, CF e art. 1º da Lei 9.296

O cabimento se dá para fins de investigação ou instrução criminal.

Tudo o que for feito fora da investigação criminal será prova ilícita.

O STF autoriza o uso da prova da interceptação telefônica em processo civil ou administrativo, como prova emprestada.

Cabimento II: art. 1º, § único da lei 9.296

É um fundamento legal para que se admita a captação de conversas na internet

Cabimento III: art. 2º, lei 9.296

Hipóteses em que não será admitida a interceptação telefônica:

Se não houver indícios razoáveis de autoria e participação

Page 60: Prática Penal (1)

Se a prova puder ser feita por outro meio

Se o crime for punido com detenção

Descoberta fortuita ou serendipity

Trata-se da descoberta de um novo criminoso ou de um novo crime durante a interceptação telefônica.

Essa prova só pode ser usada se tiver relação com o fato investigado.

Prazo da interceptação telefônica

15 dias, prorrogáveis por igual prazo, podendo haver tantas prorrogações quantas forem necessárias.

É ilícito se o juiz deferir por mais de 15 dias direto, pois tem que ser 15 dias, depois mais 15 dias, depois mais 15 dias, ... se o juiz fizer isso, configura prova ilícita, por violar a privacidade do sujeito.

É ilícita a prorrogação sem autorização do juiz, configurando, assim, prova ilícita.

Crime

Art. 10, lei 9.296. Quem comete este crime: funcionário público (magistrado, delegado, promotor, etc), advogado, partes, ou seja, os que atuam no processo.

A doutrina e a jurisprudência entendem que o jornalista não comete o crime do artigo 10.

Julgados importantes

Não precisa haver a degravação integral da conversa, mas se a defesa demonstrar a importância da prova, precisará ser degravada.

Em princípio, não precisa fazer perícia para demonstrar que a voz da pessoa é a voz que consta na interceptação.

BUSCA E APREENSÃO

Arts. 240 a 250, CPP + art. 5º, XI, CF

Modalidades de busca e apreensão

Pessoal

Art. 240, § 2º, CPP

Basta que haja fundada suspeita

Domiciliar

Precisa de mandado e só pode ser feita durante o dia

Domicílio está no art. 150, §§ 3º, 4º e 5º, CP

Exceção: flagrante, prestar socorro, desastre e se houver consentimento do morador. Nessas hipóteses pode entrar à noite e sem mandado.

03/07/2012

LEI DE DROGAS

Lei 11.343/06

Enquanto proposta político criminal, a lei de drogas é bifront ao usuário medidas de prevenção e integração social e, ao traficante, repressão.

Crime de porte de drogas

Natureza jurídica do art. 28 o STF já definiu que a natureza jurídica do art. 28 é crime.

As penas podem ser aplicadas alternativa ou cumulativamente.

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O art. 27 permite que uma pena seja substituída pela outra a qualquer tempo, desde que ouvidas as partes.

Descumprida a sanção imposta, o juiz poderá aplicar, sucessivamente, admoestação verbal e multa. A multa só pode ser aplicada depois da admoestação verbal. Multa não paga, esta será cobrada na forma da dívida ativa.

Duração das medidas:

Prazo máximo da PSC (prestação de serviço à comunidade) e da medida educativa 5 meses ao primário e 10 meses ao reincidente.

O enunciado 118 do FONAJE entende que o prazo de 10 meses só será aplicado ao reincidente específico (porte + porte).

Por criação doutrinária, foi estabelecido o prazo mínimo de 1 dia.

Usar drogas (autolesão) não é crime porque não tem previsão legal e não ofende o bem. Prevalece que o verbo usar é atípico. Em primeiro, por falta de previsão legal e, em segundo, por ser a autolesão impunível.

Princípio da insignificância o atual entendimento do STF admite o reconhecimento da insignificância no crime de porte de drogas, ou seja, quando a quantidade for insignificante para criar risco à saúde pública.

Os critérios para distinguir o crime de tráfico do crime de porte estão no artigo 28, § 2º.

O art. 30 traz prazo prescricional próprio de 2 anos.

Crime de tráfico de drogas

Art. 33

O art. 33 é um tipo misto alternativo, ou seja, a prática de mais de um verbo no mesmo contexto configura um só crime.

Prova da traficância

Para a prisão em flagrante e recebimento da denúncia, basta o auto de constatação.

Para a condenação, é necessário laudo toxicológico (perícia definitiva).

O testemunho de policiais é suficiente para a condenação. Condenação com base exclusiva no testemunho de policiais, para os Tribunais é possível, pois os policiais não são impedidos e são confiáveis.

Crítica: o policial responsável pela detenção tem evidente interesse em legitimar sua conduta. Além disso, o papel da polícia é coletar prova, e não “ser” prova. Isso viola o sistema acusatório, pois quem acusa não pode ser a prova.

O tráfico de drogas é crime equiparado a hediondo.

Na dúvida entre tráfico e porte, prevalece o in dubio pro reo.

Condutas equiparadas: (art. 33)

§ 1º, II. O cultivo de plantas psicotrópicas configura, a princípio, o art. 33, § 1º, II. No entanto, se o cultivo for de pequena quantidade para consumo pessoal, restará classificada a conduta no art. 28, § 1º, e receberá o tratamento do porte de drogas.

§ 2º. O auxílio à colaboração ao uso não configura crime hediondo ou equiparado. A conduta deve ser dirigida a pessoa determinada.

§ 3º. Uso compartilhado é oferecer droga eventualmente, sem objetivo de lucro à pessoa de seu relacionamento para juntos consumirem. Infração de menor potencial ofensivo.

§ 4º. Causa de diminuição de pena. Requisitos: tem que ser primário e de bons antecedentes, bem como não pode dedicar à atividade criminosa e nem integrar organização criminosa. Preenchido esses requisitos, a pena será reduzida de 1/6 a 2/3. A proibição de conversão da pena em restritiva de direitos foi considerada inconstitucional pelo STF e sua execução foi suspensa pela resolução nº 5 de 2012 do Senado Federal. Além disso, o § 4º, no entender dos Tribunais, persiste equiparado a hediondo (crítica: não é razoável, pois a pena é pequena demais e o

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legislador não daria tratamento tão ameno a um crime abjeto (hediondo)). Pacífica a possibilidade de fixação do regime inicial aberto, pois foi declarada inconstitucional a imposição de regime inicial fechado da lei de crimes hediondos.

Crimes hediondos (lei 8.072/90) crime hediondo é o que consta no artigo 1º da lei 8.072/90. São equiparados os TTT (terrorismo, tráfico e tortura). No caso dos equiparados, só progride de regime quando cumpridos 2/5, se primário e 3/5, se reincidente.

Para parte da doutrina, se a lei proíbe a fiança, e a CF também, está implícita a proibição de liberdade provisória sem fiança. No entanto, partindo da premissa que o STF declarou inconstitucional a proibição legal à liberdade provisória do art. 44 da lei de drogas, é possível concluir pela inexistência de proibição implícita na lei de crimes hediondos.

Além disso, também está proibida a anistia, a graça e o indulto (anistia e graça tem proibição constitucional, mas o indulto não consta na CF). A expressão “graça”, na CF, deve ser interpretada extensivamente, de modo que onde consta graça, na verdade, quer dizer “graça e indulto”. Polêmica sobre o indulto: para grande parte da doutrina, a proibição ao indulto é inconstitucional, pois se a CF só vedou a graça e a anistia, não poderia o Poder Legislativo retirar tal poder da Presidência da República. No entanto, o STF, em julgamento de ADin, entendeu estar proibido o indulto, pois ao proibir a graça, a CF teria proibido implicitamente todo o poder de perdoar, incluído, aqui, o indulto.

A manifestação pela descriminalização da maconha não configura crime, pois é liberdade de expressão.

Art. 35 – não é equiparado a hediondo por falta de previsão legal

ASSOCIAÇÃO – art. 35 QUADRILHA – art. 288

Bastam 2 pessoas 4 pessoas ou mais

Lei: Reiteradamente ou não

Jurisprudência: estabilidade e permanência

Finalidade de praticar crimeS (estabilidade e permanência)

Procedimento do porte de drogas

Art. 28

Rito sumaríssimo do JECRIM, com 2 peculiaridades:

Mesmo na recusa de firmar o compromisso de comparecer em juízo, o autor do fato é colocado em liberdade.

O conteúdo da transação penal se limita às sanções do artigo 28. O resto é igual ao JECRIM.

Porte de drogas não é preso nem pedindo!

Procedimento do tráfico de drogas

Peculiaridades:

Oferecida a denúncia, o juiz mandará notificar o acusado para oferecer defesa prévia nos termos do art. 55 da lei de drogas.

Formato da defesa prévia: (igual à Resposta da Acusação, mas ainda não teve o recebimento)

1. Pedir a rejeição da denúncia

2. Absolvição sumária do art. 397, CPP

3. Especificar provas

Para os tribunais, oferecida a defesa prévia, será desnecessária a resposta à acusação. Para a doutrina, pode ser desprezada a defesa prévia se houver resposta à acusação. Na OAB, defender a necessidade das duas!!!

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Lembrar que se a peça for resposta à acusação, sem oportunidade anterior de defesa prévia, deverá ser arguida a nulidade ab initio (art. 564, IV, CPP).

Especificar provas = arrolar testemunhas!

É pacífica a orientação do STF que deve ser respeitada a previsão do artigo 57 com o interrogatório colocado como primeiro ato. Crítica: com a reforma do CPP, deveria ser transferido para o último ato, evitando prejuízo à defesa.

PECULIARIDADES DO CÓDIGO DE TRÂNSITO

Art. 291 serão excluídas determinados favores processuais se o crime de lesão culposa (art. 303) for praticado nas seguintes condições: (qualquer uma das três abaixo)

Influência de álcool

Racha ou exibição

Conduzir em velocidade 50 km ou mais, superior à permitida

Os favores processuais excluídos nos casos acima, são:

Conciliação do art. 74 do JECRIM

Transação

Representação (a ação será pública incondicionada)

Será instaurado IP

Obs.: diante de tantas restrições ao JECRIM, prevalece que a competência se afasta do JECRIM e vai ao Juízo Comum.

A omissão de socorro nos crimes de homicídio culposo (art. 302) e lesão culposa (art. 303), configura causa de aumento e, por isso, não será punida como crime autônomo.

Embriaguez ao volante (art. 306) só configura em via pública. Além disso, o sujeito não é obrigado a contribuir para a produção de prova em seu desfavor.

Dirigir sem habilitação (Art. 309) só há relevância penal na condução sem habilitação na forma anormal.

04/07/2012

DIREITO PENAL ECONÔMICO

Lei 8.137/90

Dividida em 3 partes:

1. Crimes contra a ordem tributária (arts. 1º, 2º, 3º)

Art. 3º são crimes funcionais (Rito especial), sendo todos afiançáveis.

Obs.: existem crimes tributários no CP, quais sejam: art. 316, §§ 1º e 2º; art. 334 (descaminho); art. 318; art. 168-A; art. 337-A.

2. Crimes contra a ordem econômica (art. 4º)

3. Crimes contra as relações de consumo (art. 7º)

Obs.: CDC (lei 8.078/90)

Quando há pena alternativa (“ou”), no caso de multa, admite-se a aplicação do sursis.

Teses de defesa nos crimes contra a ordem tributária

Nulidade

Incompetência os crimes tributários são de competência da JF quando afetar o interesse da União (IR), caso contrário, se o tributo for estadual (ICMS), a competência será da JE.

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Exceções: Para os crimes dos arts. 334 (descaminho); art. 318; art. 168-A; art. 337-A, a competência é da JF, pois afetam, indiretamente, o interesse da União.

Inépcia da Denúncia a denúncia genérica, que não especifica a responsabilidade dos denunciados é inepta e não deve ser recebida.

Extinção da punibilidade

Vale para os crimes dos arts. 1º e 2º da lei 8.137, art. 168-A do CP e 337-A do CP art. 83, lei 8.430 (grifar no artigo, os artigos mencionados acima para lembrar a que se aplica). Está devendo, e o E/U/M abre uma possibilidade de parcelamento do débito. Enquanto estiver num desses parcelamentos, é suspensa a pretensão punitiva, desde que o pedido do parcelamento tenha sido formalizado antes do recebimento da denúncia (início da ação penal). Além disso, a prescrição não corre durante o período em que está suspensa a pretensão punitiva.

Grifar o § 4º do art. 83 acima. Fazer um post it com esta informação nos arts. 1º e 2º da lei 8.137, bem como no art. 168-A do CP e no art. 337-A. para esses crimes, a punibilidade está extinta se for pago, e, se for parcelado, estará suspenso.

O pagamento antes do recebimento da denúncia extingue a punibilidade.

Tese de mérito

Atipicidade

a) Atipicidade formal art. 1º, incs. I a IV, lei 8.137 (não se tipifica antes do lançamento definitivo). A jurisprudência entende que os artigos 168-A e 337-A também se incluem no artigo.

Obs.: embora não haja previsão, pode-se defender que tanto a tese de extinção da punibilidade, quanto a de atipicidade formal, aplica-se também ao crime de descaminho, uma vez que trata-se de crime contra a ordem tributária.

b) Atipicidade material se aplica a todos os delitos tributários, previdenciários, inclusive o descaminho (art. e 2º da lei 8.137, art. 168-A, 337-A, art. 334, CP). Aplica o princípio da insignificância: é materialmente atípica a conduta que envolver valor inferior ao previsto em lei para ajuizamento da execução fiscal (R$ 20.000,00). (colocar um post it em cada dos artigos acima escrito “lei 12.522, art. 20 / Portaria 75/12, art 1º)

Estado de necessidade ou inexigibilidade de conduta diversa

Se a conduta houver sido praticada em virtude de graves e intransponíveis dificuldades financeiras do contribuinte, pode-se alegar a exclusão da ilicitude por estado de necessidade ou, caso assim não se entenda, exclusão da culpabilidade pela inexigibilidade de conduta diversa.

LEI MARIA DA PENHA (LEI 11.340)

Afasta o rito sumaríssimo, bem como o sursi processual, pois não é aplicada a lei 9.099/95.

No tocante à lesão corporal leve, praticada com violência doméstica contra a mulher, é crime de ação penal pública incondicionada.

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