Práticas Pedagógicas Criativas e a Formação

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  • Revista da Catlica, Uberlndia, v. 3 n. 6, ISSN 2175-876X 313

    PRTICAS PEDAGGICAS CRIATIVAS E A FORMAO DE PROFESSORES1

    Anderson Borges Corra* Maria Guilhermina Coelho De Pieri**

    RESUMO: Este artigo faz uma reflexo sobre a formao de professores numa perspectiva de relao com a criatividade. Compartilha da ideia de que o processo de formao docente estabelece relaes com aes pedaggicas que valorizam o mbito da sala de aula como espao para provocar o desenvolvimento da criatividade nos alunos. Procura refletir sobre prticas que denunciam a ausncia do trabalho com a criatividade no ensino superior e sobre a importncia dessas para a carreira docente, concluindo com a possibilidade e a importncia de um trabalho de formao profissional continuada para professores universitrios e egressos dos cursos de graduao com o objetivo de promover a criatividade e conscientizar sobre a importncia da valorizao dela no ambiente educacional. PALAVRAS-CHAVE: Formao de Professores. Criatividade. Ensino-aprendizagem.

    CREATIVE PEDAGOGIC PRACTICES AND TEACHER FORMATION

    Abstract This article proposes a reflection on teacher formation in a perspective of relation to creativity. It shares the idea that teacher formation process keeps relations with pedagogical actions that take the classroom as a place to provoke the development of students creativity. It seeks to think about practices that report non-creative attitudes in higher teaching and the importance of them to teacher career, concluding with the possibility and importance of a continuing education to professors and egresses teachers in order to provide creativity and raise awareness about its importance in the educational environment. Keywords: Teacher Formation. Creativity. Teaching-learning. INTRODUO

    Neste trabalho, abordamos o tema da criatividade na formao de profissionais da

    educao, tendo em vista a importncia dessa dimenso intelectual para a carreira docente.

    1 Trabalho de concluso do Curso de ps-graduao Docncia do Ensino Superior, da Faculdade Catlica de Uberlndia. * Discente da Faculdade Catlica de Uberlndia do Curso de ps-graduao Docncia do Ensino Superior, graduado em Letras Portugus/Ingls. ** Docente e orientadora da Faculdade Catlica de Uberlndia do Curso de ps-graduao Docncia do Ensino Superior.

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    Propomos-nos a refletir sobre possveis motivos que inviabilizam a contemplao de

    aspectos relacionados ao tema da criatividade no ensino superior enquanto parte da formao

    de professores. Na sequncia, direcionamos uma reflexo a fim de pensar na importncia de

    prticas pedaggicas especficas que abordam a dimenso criativa nos cursos de formao

    desses profissionais, que visem tanto ao desenvolvimento da habilidade criativa quanto

    orientao didtica.

    Ao desenvolver essa discusso, tomamos como pressuposto a ideia de que o processo

    de formao docente estabelece relaes com aes pedaggicas realizadas durante o tempo

    de preparao para a atividade profissional.

    De acordo com alguns estudos de Alencar (1993, 1996, 1997b), a criatividade pouco

    incentivada pelos professores. Ou seja, os programas das disciplinas negligenciam o

    desenvolvimento e a expresso da criatividade do aluno.

    Tendo isso em vista e o fato de que h uma deficincia no processo de formao de

    professores com relao ausncia de prticas que visem explicitamente ao desenvolvimento

    de habilidades ligadas criatividade, que afirmamos a importncia desse estudo.

    Concordamos com Lubart (2007, p. 7) sobre a importncia vital da criatividade, pois

    ela pode ajudar na resoluo de problemas das relaes que se pode encontrar na vida afetiva

    ou profissional. No mundo do trabalho, as empresas mostram um interesse crescente pela

    criatividade de seus empregados.

    Uma sociedade de atores criativos oferece, sem dvida, as melhores chances de encontrar rapidamente as respostas mais eficazes. Para se chegar a isso, parece necessrio, entre outras coisas, promover a criatividade no sistema educacional, que se esfora em ensinar aos alunos e aos estudantes a resolver os problemas seguindo procedimentos preestabelecidos e bem-definidos, em detrimento de aprendizagens que permitiriam ao indivduo encarar os problemas de modo mais criativo e menos limitado, e de procurar solues mais adaptadas. (LUBART, 2007, p. 8)

    Acreditamos que investigaes que reflitam sobre aspectos reveladores da ausncia de

    preocupao com a criatividade no ensino superior e que tentem levantar possibilidades para a

    mudana dessa realidade possam contribuir, de alguma forma, com as discusses a respeito

    dos programas de formao de profissionais da educao, a fim de viabilizar uma formao de

    profissionais mais autnomos, criativos e que compreendam e valorizem a ao de promover

    a criatividade na sala de aula. Afinal, o desenvolvimento dessas habilidades nos educandos

    [...] fruto de trabalho intenso e profundo. (ALLESSANDRINI, 2001, p. 97)

    Assim, esperamos ressaltar neste trabalho a importncia da sala de aula como um

    espao para provocar o desenvolvimento da habilidade criativa dos discentes nos programas

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    de graduao e de formao continuada e para conscientiz-los sobre a importncia de

    prticas que favoream o desenvolvimento de habilidades ligadas criatividade no exerccio

    profissional.

    Essa reflexo partiu da vivncia em um curso de formao de professores e de leituras

    de publicaes sobre o tema da criatividade no ensino superior. A pesquisa desenvolveu-se ao

    longo de um processo. Como procedimento metodolgico, foi utilizada a pesquisa

    bibliogrfica, recurso para investigar indagaes e examinar materiais elaborados de vrios

    autores de obras publicadas do tema em questo, conforme Gil aponta que:

    [...] pesquisa bibliogrfica desenvolvida a partir de material j elaborado, constitudo principalmente de livros e artigos cientficos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, h pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliogrficas. (GIL, 2002, p.44)

    A partir das leituras, foi feita uma discusso que teve como objetivo levantar pontos

    importantes relacionados ao tema da criatividade no ensino superior como habilidade

    importante para a formao de professores mais criativos, autnomos e conscientes de seu

    papel no processo de ensino/aprendizagem.

    1 A CRIATIVIDADE NA SALA DE AULA: UMA PRTICA POSSVEL

    So vrios os desafios da docncia no ensino superior diante das novas demandas da

    atualidade. Entre essas necessidades est o desenvolvimento de prticas pedaggicas criativas

    que estimulem a formao de indivduos crticos, autnomos, motivados e que saibam

    resolver problemas de forma assertiva e inovadora.

    O projeto pedaggico no ensino superior norteia o perfil profissional a que cada curso

    se prope a formar. Assim, entendemos que a promoo de prticas pedaggicas especficas

    em sala de aula que atendam criativamente a proposta de formao de um curso de

    licenciatura tem grande influncia na qualidade desse processo. Isso pressupe amplo

    conhecimento do docente tanto com relao a prticas pedaggicas potencialmente

    transformadoras quanto profisso para a qual est ajudando a formar. O conhecimento de

    prticas pedaggicas diversificadas e criativas pode viabilizar uma mudana na relao

    professor-aluno em sala de aula e indicar alternativas para lidar com situaes de

    aprendizagem de forma pertinente e significativa, atendendo proposta de formao do curso.

    nesse sentido que enfatizamos o desafio do professor de ensino superior, de ser

    inovador, capaz de abordar contedos de formas diferentes e em temticas interessantes e

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    atuais, com o objetivo de despertar no discente o interesse pelo conhecimento e a vontade de

    ir alm. Para isso, necessrio criatividade e motivao.

    As mltiplas formas de como o fenmeno da criatividade estudado e definido

    revelam concepes tambm variadas sobre ele, mas que entrecruzam em alguns aspectos. A

    referncia a conceitos de originalidade e de valor em vrias delas, por exemplo, consensual.

    (OLIVEIRA, 2011, p.90).

    Mas antes de propor uma concepo de criatividade, faz-se necessrio algumas

    consideraes. Segundo Csikszentmihalyi citado por David e outros (2011, p. 21), a

    criatividade no inata. Ela algo que no ocorre dentro dos indivduos, mas o resultado

    da interao entre os pensamentos do indivduo e o contexto scio-cultural.

    Vygotsky citado por Oliveira (2011, p. 56) j afirmava que a criatividade uma

    funo psicolgica comum a todos, independentemente de talento ou maturao precoce de

    determinada capacidade mental.

    Nesse sentido, Antunes (2003, p.25), baseado em recentes estudos cognitivos, afirma

    que a criatividade pode ser estimulada e que todos quantos receberem esse estmulo

    apresentaro incontestveis progressos na capacidade de criar, ainda que a natureza desses

    progressos varie bastante de uma para outra pessoa.

    Voltando ao conceito de criatividade e corroborando com Oliveira (2011), Lubart

    (2007, p. 16) afirma que embora existam vrios trabalhos sobre criatividade, possvel se

    construir uma concepo do termo partilhada pela maior parte dos investigadores desse

    tema. Segundo o autor, a criatividade a capacidade de realizar uma produo que seja ao

    mesmo tempo nova e adaptada ao contexto no qual ela se manifesta (Amabile, 1996; Barrom,

    1988; Lubart, 1994, Mackinnon, 1962; Ochse, 1990; Sternberg e Lubart, 1995). Vale

    ressaltar que o termo adaptada estabelece relao com o conceito de valor, pois nesse caso

    ela deve servir para solucionar as dificuldades das pessoas nas mais diversas situaes.

    Para Barreto (2007, p. 7), a criatividade a capacidade do ser humano de assimilar a

    realidade e conceber diferentes formas de alcanar um objetivo especfico. Segundo a autora,

    a criatividade se envolve com dois aspectos principais. A novidade e a utilidade. Assim, o

    produto da criatividade seria tudo aquilo que demonstra novidade e possui algum valor para

    o indivduo ou para a sociedade.

    Allessandrini discorre sobre o processo criativo e nos d uma dimenso mais precisa

    do conceito de novidade, pois afirma que pode ser considerado um produto novo (portanto

    criativo) para o indivduo tudo aquilo que exclusivo ao seu prprio pensamento.

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    A pessoa cria ao reconhecer novas relaes em antigas questes, ao construir respostas s situaes-problema, ao redimensionar os prprios aprendizados. Em verdade, cria ao transpor sua fronteira pessoal tocando o que lhe inusitado, apostando na sua ao e direcionando-a para aquilo que intuitiva e conscientemente se apresenta como caminho. Nesse sentido, evoca de dentro de si aquilo que lhe nutre e inspira a concepo do que se apresenta como possvel resposta. (ALLESSANDRINI, 2001, p. 98)

    Assim, tendo em vista as concepes de criatividade apresentadas, as quais sugerem

    a capacidade de pensar e resolver problemas como o ponto principal a ser desenvolvido, que

    sustentamos a importncia do desenvolvimento da habilidade criativa na sala de aula.

    Lembrando que, como afirmou Allessandrini (2001), isso conquistado com muito trabalho e

    comprometimento de todos os envolvidos no processo de ensino/aprendizagem.

    2 OS DESAFIOS DA PRTICA CRIATIVA NO ENSINO SUPERIOR

    Mesmo tendo evidncias de iniciativas que valorizam a dimenso criativa como parte

    da formao do indivduo (Associao Brasileira de Criatividade e Inovao -

    CRIABRASILIS; a Fundao Brasil Criativo - FBC e a Associao Educacional para o

    Desenvolvimento da Criatividade - AEDC), percebe-se, at mesmo pela pouca bibliografia

    sobre esse assunto voltada para o ensino superior, que ainda h muito a se fazer. Em vista

    disso, concordamos com alguns autores (MORAIS; AZEVEDO, 2011; ALENCAR, 2011;

    DAVID et al, 2011) sobre o descompasso que h entre o discurso e a prtica didtico-

    pedaggica nas instituies de ensino superior no Brasil com relao promoo da

    criatividade.

    Segundo Alencar (1998, p.186), h evidncias de que os professores nos cursos

    universitrios no vm propiciando condies favorveis criatividade e, na maioria dos

    casos, eles no usam a criatividade de forma intencional e explcita.

    Para Morais e Azevedo (2011), as prticas dos docentes responsveis pela formao

    de novos professores revelam tanto uma deficincia de conhecimento informacional sobre a

    criatividade quanto sobre a forma de trabalho com ela no ambiente de ensino/aprendizagem,

    fundamentais no processo de busca de soluo de problemas.

    (...) os professores podem estar conscientes das caractersticas que promovem criatividade nos alunos, mas a transferncia para a prtica ainda demasiada intuitiva, sendo necessrio um conhecimento no s declarativo mas tambm procedimental. (MORAIS; AZEVEDO, 2011, p. 146)

    Ribeiro e Fleith citados por David e outros (2007, p.40) tambm sugerem que os

    professores universitrios tm conscincia sobre a importncia da criatividade na/para a

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    aprendizagem, porm parecem ter dificuldades em adotar estratgias de ensino que

    favoream a criatividade discente e, alm disso, em fornecer um aparato instrumental para

    que esses profissionais tambm sejam promotores do desenvolvimento criativo no efetivo

    exerccio e, o mais importante, de forma refletida e intencional.

    A manifestao dessa habilidade pelo professor pode garantir um aprendizado

    agradvel e significativo aos alunos do ensino superior, no entanto, isso requer reflexo e

    preparao para o servio da docncia. nesse ponto que argumentamos sobre a ausncia de

    programas de formao para a docncia no ensino superior que proporcionem reflexes

    voltadas para a prtica docente criativa, haja vista que o ingresso como professor no nvel

    superior se d atravs de programas que valorizam um perfil pesquisador.

    Fadel e Wechsler (2011, p. 230) sugerem que as aes educativas dos professores

    ainda so fundadas em crenas e concepes de ensino e, portanto, necessitam de um

    conhecimento declarativo, alm daquele procedimental. Segundo elas, atravs de um

    programa de desenvolvimento de criatividade realizado com dois grupos de professores

    universitrios, foi possvel perceber vrias idias errneas sobre a criatividade e a

    possibilidade de desenvolv-la em sala de aula, como a de que o desenvolvimento da

    criatividade depende s do aluno e que no ambiente educacional existem poucas chances de

    ser criativo.

    De acordo com Oliveira (2011, p.84), a ausncia de espao para a criatividade em

    ambientes de ensino/aprendizagem tem ligaes fortes com a cultura e a viso da instituio.

    Dessa forma, as instituies influenciadas pelas tendncias pedaggicas tradicionais podem

    ser um entrave criao de polticas e prticas que reforcem a criatividade.

    Nesse sentido, Maker, J e Muammar citados por David e outros (2011, p. 31)

    afirmam a existncia de uma relao de condio estabelecida entre as caractersticas culturais

    da instituio e os currculos educacionais e o desenvolvimento da criatividade, o que implica,

    necessariamente, uma mudana nas premissas que devem guiar o ensino.

    Montgomery j afirmava

    (...) ser imprescindvel a alterao da perspectiva curricular, passando-se de um currculo orientado para a reproduo de contedos para um outro caracterizado por beneficiar o uso e o desenvolvimento de capacidades cognitivas mais complexas e seguramente relacionadas com a criatividade. (MONTGOMERY apud DAVID et al, 2011, p. 31)

    No entanto, como afirma Lubart (2007), no se pode considerar que o ambiente

    institucional seja determinante para explicar a ausncia de prticas que valorizem o

    desenvolvimento da criatividade. O professor pode ou no valorizar as manifestaes criativas

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    na sala de aula, dependendo de suas atitudes e maneiras de conduzir as atividades durante as

    aulas.

    Assim, entendemos que a relao apontada por Oliveira (2011) entre as polticas e

    prticas reforadoras da criatividade, enquanto fundamentais para a mudana da realidade

    institucional, sofre a ao mediadora dos professores. Segundo Morais e Azevedo (2011)

    possvel pensar nessa questo tendo em vista as relaes estabelecidas no processo de

    pensamento e construo de conceitos de criatividade pelos docentes, o que pode associ-la a

    modelos de ensino bem particulares. Segundo as autoras, caso um conceito de criatividade

    estabelea relaes estreitas com o raciocnio, h a possibilidade de emergir uma criatividade

    associada ao modelo tradicional de ensino. Da surge uma vertente de reflexo. Pensar na

    possibilidade de o professor tomar a criatividade num sentido mais tradicional, do que num

    sentido mais dinmico de processos cognitivos. (MORAIS; AZEVEDO, 2011, p. 160)

    Assim, levando as reflexes de David e outros (2011) em considerao, possvel

    enxergar essa tomada de partido do professor como muito provavelmente ligada ao seu

    processo de formao, no qual, inclusive, se tem as primeiras experincias enquanto docente.

    Esse fato , provavelmente, um dos responsveis pela situao atual. Isso pode ser notado nos

    institutos de formao de professores, nos quais os discentes ainda recebem uma formao

    tendenciosa para lidar com alunos copistas, conformistas e apticos, caractersticas do modelo

    tradicional de ensino.

    Corroborando com essa ideia, Csikszentmihaly citado por Morais e Azevedo (2011, p.

    184) afirma que o sistema de ensino ainda sofre influncias de abordagens tradicionais, tendo

    como reflexo propostas curriculares voltadas unicamente para a transmisso do

    conhecimento.

    David e outros (2011, p. 16) tambm afirmam que a nossa educao sempre se

    fundamentou na abordagem tradicional. Isso seria consequncia de uma mudana de

    percepo tardia, pois estudos sobre a criatividade s chegaram ao Brasil por volta de 1990.

    Diante de um contexto histrico ainda muito influenciado por uma viso tradicional de

    ensino, comum que as tentativas de mudana alcancem pequenas propores. Mas segundo

    Conde citado por David e outros (2011, p. 30), ainda h a ausncia de formao de

    professores que aborde o tema da criatividade e que contemple tambm uma dimenso

    pragmtica em sala de aula.

    De acordo com David e outros (2011, p. 29), outro fator relevante para o entendimento

    da ausncia de aes pedaggicas preocupadas com o desenvolvimento da criatividade no

    ensino superior a tendncia de os programas universitrios direcionarem a formao do

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    aluno para um mercado de trabalho, em que o processo de formao marcado pela aquisio

    de conhecimento imediato, baseado, portanto, em exerccios de reproduo e aquisio de

    hbitos e outras competncias que no oferecem muitas oportunidades de desenvolvimento

    da criatividade.

    fato que o mercado de trabalho, cada vez mais exigente, demanda profissionais bem

    preparados dentro de suas reas de atuao. No entanto, o trabalho com prticas pedaggicas

    que valorizem e estimulem a criatividade de forma explcita no processo de formao desses

    profissionais, sem dvida, tem grande importncia quando se pensa na qualidade da formao

    de um profissional criativo, autnomo e assertivo. Nessa perspectiva, o professor deve

    respeitar a individualidade do aluno durante o processo de formao, de forma a viabilizar e

    potencializar o desenvolvimento da autonomia e da capacidade criativa.

    Premiar respostas inovadoras a problemas, sabendo transform-los em oportunidades, o desafio lanado s instituies de ensino que objetivam formar alunos preparados a prosperarem nas condies cada vez mais exigentes do mercado de trabalho. (SELTZER; BENTLEY, 1999; CRAFT, 2005 apud DAVID et al, 2011, p. 15)

    Outro fato que corrobora com o j disposto sobre a criatividade no ensino superior o

    de professores universitrios no terem conhecimento de pesquisas que exploram o fenmeno

    da criatividade na educao. Para Alencar e Fleith

    (...) a grande maioria dos professores universitrios desconhece o que vem sendo pesquisado a respeito de criatividade, o que dificulta a organizao de programas e ambientes de aprendizagem, ensino e avaliao facilitadores para que estudantes em cursos superiores tomem conscincia de seu potencial para criar, o desenvolvam e o expressem. (ALENCAR; FLEITH, 2010, apud DAVID et al, 2011, p.30)

    Aliado a esse fato, pertinente se pensar tambm na legislao que regulamenta o

    ensino superior. No h referncias pontuais que tratem da criatividade em cursos de

    formao de professores como habilidade a se desenvolver, mesmo esses programas tendo

    como foco a formao de profissionais para atuar na educao bsica. Isso pode ser um fator

    agravante para a situao atual.

    Ainda de acordo com Alencar e Fleith (2010), a ausncia de atividades que promovam

    a criatividade em sala de aula pode estar ligada s dificuldades enfrentadas pelos professores

    no dia a dia da carreira, como o tempo limitado para o planejamento de aulas. Segundo elas,

    so vrios fatores influenciadores:

    (...) presena de alunos com dificuldade de aprendizagem na sala de aula, o desinteresse do aluno pelo contedo ministrado, as poucas oportunidades para de discutir e trocar ideias com colegas de trabalho sobre estratgias instrucionais, ao elevado nmero de alunos em sala de aula e ao elevado

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    numero de disciplinas e outras atividades, o que acaba por limitar o tempo de preparao para a prtica docente. (ALENCAR; FLEITH, 2010, apud DAVID et al, 2011, p. 41)

    Entre essas dificuldades, uma outra enfrentada por professores com relao ao

    comportamento do discente. Segundo Oliver citado por Alencar (2011, p. 35), os alunos com

    vivncia nos moldes tradicionais de ensino, diante de uma tentativa de implantao de novas

    prticas, consideraram insatisfatria a atuao do professor, como se fosse uma alternativa

    para enrolar o tempo.

    Um estudo realizado por Alencar e Fleith citados por Alencar (2011, p. 195) com

    diversas reas do conhecimento, indica que entre as quatro barreiras apontadas por maior

    nmero de docentes, trs delas diziam respeito ao aluno. Esse resultado se repete em alguns

    outros estudos, como em Carvalho e Alencar, (2004); Viana e Alencar, (2006) e Souza e

    Alencar, (2006), os quais apontam com maior freqncia barreiras como falta de ateno,

    interesse e participao dos alunos nas aulas.

    Entretanto, concordamos com Vasconcelos (2001) e acreditamos que reconhecer que

    os alunos no gostam de aprender no suficiente.

    Segundo Fleith (2011), importante se ter em mente que o clima propcio ao

    desenvolvimento da criatividade pode depender, na maior parte, do docente, pois a

    transformao da sala de aula em um espao favorvel para esse trabalho depende, entre

    outros fatores, de estratgias criativas e do comportamento do professor.

    De acordo com a autora, importante para o docente

    (...) diversificar as tarefas propostas, as tcnicas e a avaliao; criar um espao de divulgao dos trabalhos dos estudantes; compartilhar experincias pessoais relacionadas com o tpico estudado; orientar o estudante e buscar informaes adicionais sobre os tpicos de seu interesse e mudar o espao fsico da sala de aula de acordo com as atividades desenvolvidas. (FLEITH, 2001, apud FADEL; WECHSLER, 2011, p. 228)

    3 AS PRTICAS CRIATIVAS EXPLCITAS NO ENSINO SUPERIOR

    Para Wechsler (2001), uma das caractersticas que mais se destacam em um professor

    criativo a motivao. Isso explica a importncia de se investir em prticas que motivem e

    que levem autonomia, criatividade e ao desenvolvimento cognitivo.

    nesse sentido que enfatizamos a importncia das prticas criativas explcitas para

    alm dos nveis mais fundamentais da escolarizao, no sentido de poderem auxiliar o

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    professor universitrio no desenvolvimento de um clima de sala de aula em que a

    experincia de aprendizagem seja prazerosa. (DAVID et al, 2011, p.34)

    Concordamos com Fleith e acreditamos que

    (...) o ambiente motivacional tenha sua origem a realizar as atividades com prazer e no se deixar vencer pelas limitaes, criando oportunidades em que os alunos possam expor suas ideias, participar, pensar novas ideias e desenvolver seu potencial. (FLEITH apud FADEL; WECHSLER, 2011, p. 223)

    No entanto, interessante salientar que um trabalho seguramente criativo no exige

    do professor atividades relacionadas arte, dana, msica e teatro, crena que, segundo

    Giglio (2011), est equivocadamente enraizada no ambiente educacional.

    Para ele, as habilidades criativas so desenvolvidas medida que cada um pode

    participar e expor suas idias, pensar algo de forma diferente, usar a imaginao e respeitar o

    outro em suas diferenas. (GIGLIO, 2011, p. 244)

    O autor afirma que essa liberdade de escolha e flexibilidade, caractersticas

    encontradas na educao no formal, podem contribuir para o desenvolvimento da

    criatividade na instituio educativa. Para ele, embora a relao entre a educao formal e a

    no formal seja de complementaridade, ainda h um abismo entre elas.

    Um dos grandes desafios da educao no formal o de ser capaz de dialogar com a escola, criando um trnsito entre as metodologias alternativas que desenvolve e as prticas escolares tradicionais. A a criatividade exigida dos educadores, devendo-se calcar na flexibilidade e na abertura. (GIGLIO, 2011, p. 135)

    Corroborando, Wechsler e Fadel (2011) tambm afirmam que a educao formal,

    munida de alternativas potencializadoras advindas da educao informal, pode ser capaz de

    favorecer um ambiente de forma que nele se possa promover a construo do conhecimento e

    da habilidade criativa sem relaes conflitantes.

    Nesse sentido, Csikszentmihalyi citado por David e outros (2011, p. 34) refora a

    importncia de um ambiente social que favorea o desenvolvimento de motivaes, atitudes

    e habilidades, e que crie oportunidades de aprendizagem criativa e de desenvolvimento com

    tarefas desafiadoras.

    Alonso citado por Fadel e Wechsler (2011) chama o espao da sala de aula de

    ambiente motivacional. Ele v a sala de aula como um ambiente cuja configurao pode

    proporcionar oportunidades de crescimento. nesse ambiente favorvel ao estmulo da

    autonomia, do conhecimento, da mudana de atitudes e do desenvolvimento de habilidades

    que o professor teria o poder de mudar comportamentos.

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    Assim, concordamos com Morais e Azevedo (2011, p. 142), as quais entendem que

    um professor criativo aquele que consegue promover a criatividade nos seus alunos e no

    como a pessoa que manifesta produtos criativos fora desse mbito educativo.

    Segundo Fadel e Wechsler (2011, p. 228), alm de estimular a capacidade criativa dos

    futuros professores durante o processo de formao, as prticas criativas explcitas no ensino

    superior so de grande valia, pois podem promover uma mudana de comportamento nos

    discentes, estilumando-os para que valorizem e compreendam seu papel de estimulador da

    criatividade no ambiente educacional.

    Para as autoras, reflexes e prticas que envolvam explicitamente o tema da

    criatividade so importantes, de forma a contribuir para que os professores em formao

    tenham uma percepo da criatividade alm daquela do senso comum, passando a entend-la

    a partir de uma perspectiva multidirecional, ou seja, valorizando suas diversas formas de

    expresso. Esse trabalho tambm seria importante no sentido de fornecer uma bagagem para

    que os futuros professores consigam lidar com as situaes do contexto escolar de forma

    criativa e para que haja maiores possibilidades de se pensar e planejar atividades para serem

    desenvolvidas em sala de aula. Assim, acreditamos que toda essa prtica criativa possa

    repassar aos futuros professores a importncia dela como dimenso intelectual a ser

    estimulada e desenvolvida na escola.

    Um trabalho que contemple essas habilidades teria, ento, que favorecer trabalhos com

    tcnicas e estratgias especficas que abordassem a dimenso terica e a prtica do contexto

    escolar. A criao de espaos de formao que abordem conceitos tericos ou tcnicas de

    resoluo criativa de problemas, bem como a especificao da criatividade nos domnios de

    conhecimento dos professores ou ainda sobre o relacionamento desta com o ensino e a

    aprendizagem em geral geraria, segundo Morais e Azevedo (2011), alm de uma mnima

    base terica fornecida, a materializao dos contedos em algo percepcionado e vivido no

    cotidiano dos professores. Assim, torna-se relevante a realizao de atividades que levem os

    professores a preparar, conduzir e avaliar aulas, de forma a cumprir, ao mesmo tempo, os

    objetivos pedaggicos e as competncias criativas. (MORAIS; AZEVEDO, 2011, p. 170)

    Para as autoras, atividades que envolvam observao e discusso de casos, tal como

    visitas a escolas/aulas com diferentes prticas e valorizando essas diferenas - sempre

    seguidas de reflexo, so atividades importantes para o processo de formao de professores.

    Segundo Morais e Azevedo (2011), pode-se contribuir tambm para a formao dos

    professores atravs de prticas que auxiliem na desmistificao de crenas tomadas

  • Revista da Catlica, Uberlndia, v. 3 n. 6, ISSN 2175-876X 324

    erroneamente por eles, como a da relao supostamente conflitante entre disciplina e

    criatividade.

    Alm disso, Wechsler citada por Nakano e Siqueira (2008, p.245) sugere que

    importante promover atividades que possam conscientizar o professor em formao da

    importncia de se conhecer e respeitar os estilos de pensar e criar dos indivduos. Essa

    conscientizao pode favorecer a existncia de maiores oportunidades para o

    desenvolvimento e expresso da criatividade no ambiente escolar. Assim, conhecendo e

    respeitando as individualidades/preferncias dos alunos por meio de prticas diversificadas e

    motivadoras que possam melhor atender sua clientela, o professor poder potencializar o

    processo de desenvolvimento da capacidade criativa de seus alunos.

    Prticas criativas explcitas e bem elaboradas, aplicveis nas prprias aulas do ensino

    superior, tambm so citadas por Morais e Azevedo (2011) como elemento importante

    na/para a formao de futuros professores. Nesse caso, a crena da modificabilidade das

    competncias criativas sairia reforada no s no abstrato, mas a partir da ponderao de aulas

    nos domnios que os professores lecionam. Diante dessas experincias, a criao de

    momentos de discusso entre colegas, de forma a se levantar perguntas e refletir sobre

    respostas e possveis crenas implcitas contribuem para uma experincia profissional mais

    enriquecedora. (MORAIS; AZEVEDO, 2011, p.172)

    Concordando com Morais e Azevedo (2011), Candeias, Rebelo e Mendes reforam a

    importncia da prtica reflexiva.

    (...) a experincia na prtica melhora a expertise ou percia e torna-se indispensvel para atingir a excelncia profissional, no entanto os anos de experincia em si no promovem a excelncia, mas sim sua combinao como a capacidade autocrtica do profissional sobre a sua prpria experincia. (CANDEIAS; REBELO; MENDES, 2011, p. 62)

    CONSIDERAES FINAIS

    Entendemos que o ambiente institucional no determinante quando se trata da

    ausncia de trabalho com a criatividade na educao superior e que o trabalho com prticas

    pedaggicas que valorizem e estimulem a criatividade no ambiente de formao profissional

    oportuniza ao professor formador repensar e melhorar sua prtica e aos professores em

    formao desenvolver habilidades ligadas criatividade e ter subsdios para escolhas de

    prticas pedaggicas que permitam e valorizem a manifestao da criatividade na sala de aula,

    de maneira refletida e intencionada.

  • Revista da Catlica, Uberlndia, v. 3 n. 6, ISSN 2175-876X 325

    Atravs das questes levantadas por meio dos autores citados neste trabalho, espera-se

    ter proporcionado uma sensibilizao a respeito das possibilidades e da importncia da

    criatividade no ensino superior enquanto habilidade importante para a formao de

    profissionais da educao. Com relao s possibilidades de valorizao da criatividade na

    sala de aula, compreendemos que se trata de prticas compatveis com a disciplina na sala de

    aula e que do voz aos alunos, permitindo que eles expressem suas ideias, suas formas

    diferentes de pensar e sua imaginao, diferentemente da concepo de criatividade que

    muitos professores tm, ou seja, uma habilidade ligada disciplina Artes, em artes visuais,

    msica, ao teatro entre outras linguagens artsticas.

    Enxergamos a possibilidade desse trabalho no ensino superior mediante uma

    capacitao contnua e sria dos professores formadores, a fim de disseminar maior

    conhecimento sobre a criatividade, o que pode ser feito atravs grupos de estudos que

    explorem pesquisas sobre o fenmeno da criatividade na educao. Um trabalho nesse sentido

    pode influenciar o pensamento e a forma de como o processo de construo de conceitos de

    criatividade so construdos pelos docentes formadores. Ademais, reflexes e prticas

    contnuas que envolvam explicitamente o tema da criatividade podem ter sua importncia ao

    contriburem para que professores formadores tenham uma percepo da criatividade a partir

    de uma perspectiva multidirecional, ou seja, valorizando suas diversas formas de expresso.

    A criao de momentos de discusso entre professores da instituio, de forma a se

    levantar perguntas e refletir sobre respostas e possveis crenas implcitas contribuem para

    uma experincia profissional mais enriquecedora, favorecendo a aquisio de habilidades para

    lidar com situaes do contexto universitrio de forma criativa e com maiores possibilidades

    de se pensar e planejar atividades para serem desenvolvidas em sala de aula.

    Os exerccios de reflexo e colaborao, aliados ao tempo de prtica, podem contribuir

    para a formao do profissional da docncia numa perspectiva criativa. O estmulo a uma

    constante reflexo sobre a prpria prtica pedaggica potencializa grandemente a formao de

    professores esclarecidos para a responsabilidade e a possibilidade de promover criatividade

    em sala de aula a partir dos seus programas. Acreditamos que essa prtica reflexiva possa agir

    como fator modificador do comportamento e de crenas dos professores com relao ao

    trabalho com a criatividade.

    Sem dvida, esse trabalho provocaria reflexos na formao dos discentes. A

    valorizao de prticas criativas pelos professores formadores pode repassar aos futuros

    professores a importncia dela como dimenso intelectual a ser estimulada na escola. Prticas

    criativas explcitas e bem elaboradas, aplicveis no contexto da sala de aula do ensino

  • Revista da Catlica, Uberlndia, v. 3 n. 6, ISSN 2175-876X 326

    superior, podem ser importantes para a formao de futuros professores. Nesse caso, a

    crena da modificabilidade das competncias criativas sairia reforada no s no abstrato, mas

    a partir da ponderao de aulas nos domnios que os professores lecionam. (MORAIS;

    AZEVEDO, 2011, p.172 )

    E os professores que j passaram pelo processo de formao e hoje esto nas salas de

    aula? Com um pouco mais de urgncia, importante que esses professores busquem

    compartilhar suas experincias profissionais, diversificar suas propostas didticas e formas de

    avaliao. Isso possvel atravs de cursos de formao continuada oferecidos pelas prprias

    instituies de ensino. A realizao de atividades que levem os professores a observar,

    analisar e em seguida preparar, conduzir e avaliar aulas, por exemplo, de forma a cumprir, ao

    mesmo tempo, os objetivos pedaggicos e as competncias criativas, uma boa alternativa.

    Os cursos de formao continuada podem abrir espaos para discusses tericas e

    prticas do contexto escolar, tomando a criatividade num sentido mais dinmico de

    processos cognitivos e servir para a troca de experincias entre os professores, de forma que

    aconteam discusses e compreenso de situaes reais de ensino e tambm solues criativas

    para as situaes do cotidiano da sala de aula. Assim, alm de uma base terica, seria

    proporcionada tambm uma materializao dos contedos em algo vivido no cotidiano pelos

    professores.

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