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Práticas Docentes
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1
PRIMEIRO CONTATO COM A PRTICA DOCENTE: REFLEXES
SOBRE PRTICAS PEDAGGICAS1
Andra Santos de Araujo2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Comisso de Graduao em Geografia
RESUMO
Este trabalho tem como base as observaes sobre o comportamento dos alunos em
sala de aula e a percepo destes em relao ao ambiente escolar, referentes aos Estgios de
Docncia I e II Ensino Fundamental e Mdio, respectivamente. Completando as observaes, h aplicao de questionrios, visando melhor conhecer o aluno, sua vida
cotidiana e suas opinies em relao escola. H tambm proposies de procedimentos
metodolgicos para relacionar contedos de geografia com a vida cotidiana do estudante,
destacando, nesses procedimentos, o conceito de lugar.
Palavras-Chaves: Escola. Aluno. Cotidiano. Lugar. Metodologia.
ABSTRACT
This work is based on observations on the behavior of students in the classroom and
their perception regarding the school environment, referring to Stages I and II Teaching -
Elementary and High School respectively. Completing the observations, there are
questionnaires in order to best meet the student, their daily life and their opinions about the
school. There are also proposals for methodological procedures to relate content to everyday
life geography student, emphasizing in these procedures, the concept of place.
KEYWORDS: School, Student, Everyday, Place, Methodology.
1 INTRODUO
O referido trabalho foi elaborado em relao s experincias adquiridas em sala de
aula durante a realizao dos Estgios em Docncia I e II- Ensino Fundamental e Mdio
somado com os respectivos relatrios finais. O Estgio em docncia I- Ensino Fundamental
foi realizado na Escola Estadual de Ensino Mdio Anne Frank, localizada no bairro Bom Fim,
nas turmas de 7 srie/8 ano, cuja idade mdia dos alunos era de 13 anos, no primeiro
semestre de 2012. O Estgio em Docncia II- Ensino Mdio realizado no Colgio Estadual
1 Trabalho de Concluso de Curso elaborado sob orientao do Prof. Dr. Nelson Rego, apresentado como
requisito parcial para obteno de ttulo de Licenciada em Geografia. 2 Graduanda em Geografia
2
Jlio de Castilhos, localizado no bairro Santana, em turma de 2 ano, cuja idade mdia dos
alunos era de 18 anos, no segundo semestre de 2012.
Este trabalho tem como objetivo conhecer o ambiente escolar, as percepes e
desinteresses dos alunos em relao a esta instituio. A partir de questionrios que
desvendem suas realidades cotidianas e suas opinies sobre a escola, consequentemente
entenderei o papel da instituio para os alunos e os lugares que os estudantes preferem
frequentar ou estar periodicamente. Com a inteno de analisar prticas pedaggicas que
utilizaram o conceito de lugar, atravs de locais comuns aos alunos.
Todavia, notam-se diferenas entre o primeiro e o segundo estgio, mas tambm
semelhanas como, por exemplo, a diviso dos alunos em sala de aula - de um lado os
bagunceiros ou a turma de trs rotulados de repetentes e que adquirem pior rendimento
escolar e do outro os quietos rotulados como os inteligentes e bons alunos que
adquirem melhor desempenho na escola. Observou-se a eficincia dos alunos em eternizar o
recreio, para essa discusso utilizarei Brando (1993) por empregar-se de impresses da sua
vida escolar como integrante da turma de trs. No entanto, esta percepo no foi somente
constatada nas prticas docentes, mas tambm em observaes feitas em escolas para outras
disciplinas na mesma Universidade durante o curso de licenciatura e em relatos dos meus
colegas nas aulas de estgio docente. Desta maneira, acredito ser relevante escrever sobre o
assunto por revelar constrangimentos por parte de alguns alunos a expor suas ideias,
interpretaes e opinies com medo de represso dos outros colegas.
Portanto, a fim de poder integrar cada turma foram pensados questionrios para
conhec-los melhor, igualmente como suas impresses sobre o lugar da escola e sobre sua
vida cotidiana, com o intuito de pensar propostas para ambas as turmas de alunos quietos
e bagunceiros que os levem a participarem e sentirem-se pertencentes ao ambiente
escolar. Neste trabalho esto presentes relatos de uma professora iniciante cuja nica
experincia em sala de aula foi durante os estgios de docncia I e II - os resultados e
concluses esto presentes nas partes finais deste trabalho.
2 AS ESCOLAS
De acordo, com os regimentos das duas escolas onde foram realizados os estgios
docentes, tm como objetivo criar condies para que o processo de construo do
conhecimento se torne cada vez mais participativo e acontea atravs do acesso aos meios
culturais existentes na comunidade. Preparando assim, cidados participativos e responsveis
orientados por princpios ticos e munidos de conhecimentos e habilidades para enfrentar a
3
vida com certa autonomia. Portanto, ambas as instituies olham a escola como um espao
participativo para o desenvolvimento do aluno, apresentando-se como um espao democrtico
para criao e recriao permanente do conhecimento, sendo este identificado com a vivncia
do estudante.
As escolas so instituies responsveis pelo desenvolvimento dos conhecimentos
ticos e de capacidade crtica dos alunos. De acordo com Xavier (2008, p.17) o compromisso
fundamental da instituio escolar continua sendo com a aquisio e a produo de
conhecimento e com o desenvolvimento harmonioso da criana e do jovem. Mas como
desenvolver conhecimentos se a escola ou a maneira de ensinar a mesma desde o comeo
desta instituio? De acordo com Becker (2001, p.16), O professor ensina e o aluno aprende.
Se algum observasse uma sala de aula na dcada de 60 ou de 50, ou, quem sabe, de dois
sculos atrs, diria, provavelmente, a mesma coisa [...], essas aulas eliminam ou diminuem a
criatividade e curiosidade do aluno, igualmente o saber no pode ser transmitido para o
estudante como simples: professor a fonte de saber e o aluno o depsito de conhecimento.
O autor legitima esta pedagogia pela epistemologia empirista onde v o estudante como uma
tbua rasa ou uma folha de papel em branco que vai ser preenchida pelo profissional da
educao e tudo o que o aluno tem a fazer submeter-se fala do professor: ficar em
silncio, prestar ateno, ficar quieto e repetir tantas vezes quantas forem necessrias,
escrevendo, lendo, etc., at aderir em sua mente, o que o professor deu.(BECKER, 2001,
p.18). Este um modelo de turma que alguns professores idealizam, como uma turma ideal,
mas no encontramos neste modelo o processo de ensino-aprendizagem, pois tudo o que o
aluno faz decorar o contedo no assimilando com o seu cotidiano e consequentemente
no v a importncia daquele estudo na vida profissional, servindo apenas para ser aprovado.
O autor v essa epistemologia e pedagogia como sendo a do mercado de trabalho onde o
aluno aprende a silenciar frente autoridade de algum superior mesmo discordando deste, ou
seja, o aluno aprende a no pensar e criticar submetendo-se a ordem do empregador.
No entanto, Becker (2001) tambm comenta outras pedagogias que levam ao
entendimento do modo de construir o conhecimento pelo aluno, uma delas a no diretiva
cuja base epistemolgica apriorista a priori vem antes de algo o indivduo j nasce com
o conhecimento, onde o professor interfere o mnimo possvel na ao do aluno, qualquer
ao que o aluno decida fazer , a priori, boa, instrutiva. (BECKER, 2001, p.19). Deste
modo, o professor auxiliar do aluno, pois o sujeito aprende por si mesmo.
Contudo, podese notar que a pedagogia existente nos regimentos escolares
observados a pedagogia relacional cuja base o construtivismo o qual Becker (2001, p.23)
4
prope que o aluno s aprender alguma coisa, isto , construir algum conhecimento novo,
se ele agir e problematizar a sua ao as escolas so dotadas desta viso construtivista onde o
aluno pode construir o seu prprio conhecimento. Mas referente s observaes que precedem
a prtica, no necessariamente nas aulas de geografia, o que notei nas exposies e nas falas
de alguns professores foi o modelo tradicional de escola - onde o professor fala e o aluno tem
que ficar quieto, escutando, seno rotulado de mau aluno em conversa com estes
professores mostraram o quo cmodo passar o contedo sem intervenes dos estudantes
com perguntas que atrapalham a aula e que, s vezes, no se referem ao contedo. Aulas
estas, seguidas de acordo com o livro didtico, sem qualquer informao diferente trazida pelo
professor que faa aquele perodo em sala de aula tornar-se menos montono e
desestimulante, referente a esta questo notou-se abatimento em relatos a partir de conversa
com os estudantes, apresentado mais adiante. Neste contexto, Callai (2009, p.89) est certa
quando diz que os contedos em si so mais do que simples informaes a serem aprendidas,
eles devem significar a possibilidade de se aprender a pensar, desse modo no basta apenas
apresentar os contedos, o professor tem que dar a oportunidade do aluno fazer um dilogo
com o conhecimento.
De acordo com Becker (2001), o uso de materiais como reportagens e msicas, por
exemplo, pelo profissional da educao indispensvel, pois trs oportunidade de
problematizao por parte do professor e oferece uma gama de atividades que podem ser
feitas com esse material, alm de trazer a participao em aula, tornando-a mais interessante
para o aluno. Assim, o professor se torna o estopim na construo do conhecimento pelo
estudante, conforme Becker (2010, p.244) o conhecimento e, por conseguinte, o sujeito
humano, no nasce pr-determinado, nem determinado pelo meio em que vive, mas
constri-se na interao, isto , na relao da bagagem hereditria com o meio social,
acionado pela ao. As atividades desenvolvidas pelo professor podem trazer o meio social
para o aluno atravs do cotidiano, do que ocorre constantemente na nossa sociedade, afim de
que se construa o prprio conhecimento, fazendo as ligaes necessrias para o entendimento.
Nesse contexto, Xavier (2008) prope a necessidade dos estudantes estarem em
constante contato com tecnologias, como computador e a internet, assim como acesso dirio a
jornais, revistas, programas de TV e filmes:
Precisa a escola conciliar o duplo papel do espao de estudo e de lazer, cabendo ao
professor e professora a promoo da anlise crtica das reportagens e dos
programas, permitindo ao estudante a leitura do que no est sendo dito, dos
silncios, do significado das imagens. (XAVIER, 2008, p.18).
5
Assim, a escola tem como desenvolver um carter tico e crtico ao aluno, na medida
em que proporciona uma possibilidade de anlise de acontecimentos cotidianos e no apenas
com a memorizao de contedos sem relao nenhuma com a vida do aluno.
Autores falam na importncia em utilizar imagens em sala de aula, principalmente em
geografia, Kaercher (2007) evidencia isso quando diz que:
O trabalho com imagens em geografia to importante quanto o trabalho com
mapas, e ambos, geralmente, so pouco usados. Desde fotografias que mostram
paisagens, que no sofreram ao de seres humanos, at as que representam obras
feitas por eles como prdios, plantaes, fbricas, favelas, meios de transporte, mquinas todas podem ser interpretadas pela geografia. Podemos ver um objeto se transformar com o passar do tempo. (KAERCHER, 2007, p. 18).
Com a utilizao das imagens o professor pode relacionar a matria com o cotidiano
do aluno, como sugere o autor: construir o conhecimento a partir da transformao destes
objetos com o passar do tempo ou utilizando as imagens como forma de entender a natureza e
as temticas sociais.
Silva e Arcanjo (2012) falam em linguagens alternativas o que se refere utilizao
de mdias na metodologia da aula, como: charges, msica, jornais e imagens, expondo o
contedo da melhor maneira possvel. Nas aulas de estgio docente, sempre o professor
aconselhava causar desconforto no aluno trazendo algo no comum a ele atravs do dilogo,
da pergunta e da interao professor/aluno. Nesse sentido, necessita-se da utilizao de
mtodos que faam o aluno interagir com o professor, mtodos que utilizem imagens ou
objetos do cotidiano. Usar estas mdias, citadas anteriormente, no difcil no tempo atual,
pois estamos em um perodo em que todos os alunos, praticamente, tm acesso internet ou
fontes de informao, diferentemente de tempos passados, que utilizvamos enciclopdias e
mimegrafos. De acordo com questionrios passado aos alunos no incio das aulas Quadro 1
-, verificou-se que, praticamente, todos os alunos, em ambos os estgios docentes, tm acesso
internet e possuem computador em casa, utilizando como principais acessos as redes sociais,
conforme Grfico 1 e Grfico 2. Assim, afirma-se o quo facilitada nos dias de hoje o
acesso internet e aos meios de comunicao, a informao j faz parte do dia-a-dia do
estudante. O que possibilita a ns professores podermos aproveitar esse acesso ilimitado em
nossas aulas utilizando da melhor maneira possvel estas mdias amplamente distribudas em
nossa sociedade.
6
Grfico 1- Acesso dos alunos na internet Ensino Fundamental
Grfico 2- Acesso dos alunos a internet Ensino Mdio
Nota-se uma pequena diferena entre os alunos do Ensino Fundamental e Mdio em
relao ao tipo de acesso, mas surpreendente que a grande maioria usa a internet para
acessar as redes sociais. Tambm, h diferena em relao quantidade de alunos em sala de
aula, no Ensino Mdio o nmero caiu pela metade, isso o resultado provavelmente da
evaso escolar de acordo com a vice-diretora da escola - observando a chamada desta turma
no incio do ano eram trinta e quatro alunos matriculados e durante o estgio docente, entre os
meses de setembro a novembro, restaram doze alunos os quais em mdia nove iam s aulas.
Nestes questionrios realizados no incio das prticas docentes semelhante ao proposto
no artigo de Kaercher (2007), no qual o autor chama de cartografias pessoais, saber mais
dos gostos dos alunos, suas msicas preferidas, seus sonhos e medos fazem com que
conheamos melhor o perfil do estudante. Este questionrio foi produzido inicialmente para
Fonte: Alunos do Ensino Fundamental, 2012/1
Fonte: Alunos do Ensino Mdio, 2012/2
7
Questionrio Ensino Fundamental
os estudantes do ensino fundamental, a partir das diferenas de idades, logo, foram propostos
reformulaes em relao s perguntas realizadas para o ensino mdio, segundo Quadro 1.
1- Nome:
2- Idade:
3- Bairro:
4- Tens irmos? Quantos?
5- Quantas pessoas moram junto contigo?
Citar.
6- Profisso da me:
7- Profisso do pai:
8- Tens acesso a internet?
9- Que sites costumas acessar?
10- Qual o estilo de msica que gostas?
11- Se tu pudesses olhar no espelho tua
identidade, como seria a imagem refletida
nesse espelho?
12- J pensou em fazer faculdade?
13- O que quer estar fazendo quando
tiveres com 18 anos?
14- Quando tenho tempo livre eu gosto de
me ocupar com:
Isso me faz bem por que...
15- Algo que me deixa muito indignado
(ou, o contrrio, feliz) :
Por qu?
Questionrio Ensino Mdio
1- Nome:
2- Idade:
3- Bairro:
4- Tens irmos? Quantos?
5- Quantas pessoas moram junto contigo?
6- Profisso da me:
7- Profisso do pai:
8- Tens acesso a internet?
9- Que sites costumas acessar?
10- Qual o estilo de msica que gostas?
11- Se tu pudesses olhar no espelho tua
identidade, como seria a imagem refletida
nesse espelho?
12- Quer fazer faculdade?
( ) Sim, J pensou qual curso?
( ) No, Por qu?
13- O que quer estar fazendo daqui a 10
anos?
14- Quando tenho tempo livre eu gosto de
me ocupar com:
Isso me faz bem por que...
15- Algo que me deixa muito indignado
(ou, o contrrio, feliz) :
Por qu?
Quadro 1 Cartografando os alunos
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3 IMPRESSES SOBRE A ESCOLA E SALA DE AULA
Ambas as escolas foram receptivas e atenciosas, mostrando empenho para seguir as
propostas do plano poltico pedaggico. No entanto, algo que chamou a ateno na sala de
aula, foi o nmero reduzido de alunos, principalmente no ensino mdio. Assim, conforme
Guerreiro (2012) autora que escreve sobre os dados do ensino mdio em todo o Brasil entre
eles a reprovao, evaso e solues tomadas regionalmente - o senso escolar de 2011,
produzido pelo MEC, revelou que a taxa de reprovao do ensino mdio no Brasil atingiu
13,1%, o pas tem avanado em sua meta de universalizar o ensino e manter os jovens por
mais tempo na escola. O problema que, ainda que os alunos permaneam mais anos na
escola, nem sempre conseguem progredir nos estudos. (GUERREIRO, 2012, p. 25). Durante
a segunda prtica docente, notei o enorme descaso por parte destes estudantes em relao ao
contedo escolar, a maior preocupao era com o nmero de faltas, pois a professora atribua
nota por presena. Mas a culpa pelo descaso, que resulta na reprovao e evaso escolar, da
escola? do professor? Ou do aluno?
Com sua pesquisa a autora aponta vrios fatores para o aumento do ndice de
reprovao e consequentemente da evaso escolar no pas, um desses fatores a preciso
estatstica gerada pela melhora dos instrumentos de medio, o que indica que nos prximos
anos os nmeros devem piorar. Outro fator apontado so as recentes polticas para o ensino
mdio [...] essa etapa s entrou na agenda pblica federal na segunda metade da dcada de
1990 com a criao do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e da
Valorizao dos Profissionais da Educao (Fundeb). (GUERREIRO, 2012, p. 25). A autora
tambm aponta a Emenda Constitucional 59, que torna obrigatria a educao dos 4 aos 17
anos a partir de 2016. (GUERREIRO, 2012, p.25). Assim, como ocorreu no ensino
fundamental, quando a educao comeou a ser obrigatria diminuram as taxas de evaso
escolar, acredita-se que isso ocorrer tambm no ensino mdio. Segundo a autora, estas
polticas para diminuir a reprovao e consequentemente a evaso escolar no exerce efeito
aqui no nosso Estado, pois estas esto focadas nas regies mais carentes ao Norte e Nordeste
do nosso pas, a rede estadual do Amazonas possui menos alunos do que a do Rio Grande do
Sul, no s por uma questo geogrfica, mas porque menos jovens passam do ensino
fundamental para o ensino mdio. (GUERREIRO, 2012, p.25). Realmente notei esta
diferena de alunos entre as duas etapas, como tambm a partir de conversas com futuros
colegas de profisso, pois o estgio no somente o professor estagirio em sala de aula, mas
tambm conversas com outros professores que esto a mais tempo lecionando,
9
compartilhando suas alegrias e frustraes com os chamados novatos a partir de conversas
informais nas sala dos professores.
Notam-se nos dados pesquisados na prtica docente que no ensino fundamental
(Grfico 1) o nmero de alunos era o dobro do ensino mdio (Grfico 2), lembro que a
amostragem uma turma de cada nvel, no se pode generalizar, mas acredito com as leituras
feitas, com dados de colegas do estgio e conversas com professores que esse fator se
propaga. Guerreiro (2012) comenta sobre iniciativas de tornar a escola mais atrativa para o
aluno relacionando o contedo com sua realidade, quando diz que o governo federal criou
o Programa Ensino Mdio Inovador, que estimula mudanas no currculo escolar e atividades
diferenciadas, que atraiam os alunos. (GUERREIRO, 2012, p.26). Um exemplo apontado
pela autora so as atividades desenvolvidas no Centro Educacional So Francisco, no Distrito
Federal, que oferece atividades culturais e esportivas, como: circo, dana e teatro para os
alunos alm de poderem trabalhar com projetos de pesquisa de acordo com seus interesses sob
orientao de um professor. No posso deixar de citar o Colgio de Aplicao da UFRGS, no
qual tive oportunidade de trabalhar como bolsista de extenso, onde diversas vezes participei
das atividades do projeto Amora, projeto este parecido com o que ocorre na escola da
periferia de Braslia, onde os alunos so convidados a fazer um projeto de pesquisa sobre
orientao de algum professor, no necessariamente pertencente rea de pesquisa do aluno,
resultando em um aprendizado mtuo.
Contudo, qual a resposta para a evaso escolar? Para responder a est indagao,
utilizo respostas dos meus alunos, pois precisou haver um dilogo com os estudantes do
ensino mdio, lugar onde se constatou esse fato, dilogo este, fora do contedo escolar
partindo de assuntos que estavam causando certo desconforto em mim: a indisciplina em sala
de aula, desculpas para sair, como: ir ao banheiro ou a secretaria e no voltar para a sala e/ou
pela chamada conter mais que o dobro de alunos que vo regularmente escola. Todavia, esse
desconforto no ocorria somente comigo, mas todos os professores que conversei reclamaram
da mesma coisa, o descaso da turma. Assim, as respostas mais citadas pelos alunos foram:
As aulas so muito chatas, Tem que decorar muita coisa, Essa turma assim mesmo,
no quer nada com nada e a pior de todas as respostas Muitos nessa turma j esto
reprovados, o que adianta prestar ateno na aula?. Infelizmente isto verdade, muitos
destes alunos iam aula por ir, pois j estavam reprovados em outras disciplinas, mas
compareciam porque era prefervel ficar na escola a estar sozinhos em casa ou iam apenas
pela presena exigida pelo programa Bolsa Famlia. No entanto, tinham estudantes que
recebiam suas notas, mesmo que parciais em trimestres anteriores e j sabendo que estavam
10
reprovados abandonavam a escola. Conforme alguns especialistas, ouvidos por Guerreiro
(2012), a reprovao no resolve nenhum problema, apenas agrava os dados da evaso escolar
o que poderia resolver seriam mudanas nas prticas pedaggicas ou na forma de ensinar, da
maneira que ocorre em algumas escolas como soluo para diminuir estes ndices, tornando a
instituio mais atrativa para o estudante.
4 O LUGAR DA ESCOLA PARA O ALUNO
Com a finalidade de poder entender o que se passa com os alunos em relao escola
e ao seu cotidiano pensei num questionrio para que os alunos pudessem escrever sobre estas
questes, a fim de poder entender os motivos da evaso escolar e o desinteresse pela escola.
Tambm, com o intuito de perceber o lugar da escola para o aluno.
Primeiramente, o conceito de lugar complexo e refere-se interpretao do
indivduo. Por ser um dos conceitos polissmico dentro da geografia e mutvel referente
corrente de pensamento. Para entend-lo, utilizarei alguns autores para caracteriz-lo. Deste
modo Corra (2010, p.16) complementa quando diz que [...] o embate conceitual no
exclusivo da geografia: vejam-se, por exemplo, os conceitos de valor entre os economistas,
classes sociais entre os socilogos e cultura entre os antroplogos.
Segundo o Novo Dicionrio Aurlio, a palavra lugar tem vrios significados entre
eles: espao ocupado, stio, povoao, localidade, ocupao e emprego dentre tantas outras.
No entanto, para a geografia lugar um conceito que existe entre os paradigmas geogrficos
tornando-se um conceito chave na Geografia Humana. Assim, para Costa e Rocha (2010) este
conceito na Geografia Tradicional definido visando s caractersticas de uma determinada
rea e sua noo de localizao no espao. Para a Geografia Cultural o lugar (Tuan, apud
CORRA, 2010, p.31) possui um esprito, uma personalidade, havendo um sentido de
lugar que se manifesta pela apreciao visual ou esttica e pelos sentidos a partir de uma
longa vivncia. Deste modo, o lugar passa a depender do sentimento do indivduo que est
interpretando-o, ou seja, o lugar importante para uma pessoa no necessariamente ser para
outra. Tuan (1980, p.5) diz que esse elo afetivo entre a pessoa e o lugar chama-se topofilia
cujo termo associa-se com o sentimento do individuo perante o lugar, portanto mais
significado e valor daremos a um lugar quando melhor conhecemos. nesta viso que
pretendi entender a viso da escola para o aluno e seu sentimento de pertencimento a essa
instituio.
11
4.1 Respostas do questionrio sobre lugar da escola
Visando observar a interpretao da escola pelos alunos, considerando qual o lugar da
instituio para os mesmos. A fim de colocar em prtica a interpretao do espao feita a
partir do sentido dado a determinado lugar, entreguei para os alunos do ensino mdio o
questionrio abaixo Quadro 2 infelizmente, no houve possibilidade de entreg-los no
ensino fundamental.
Quadro 2 Questionrio para fins de pesquisa aplicado ao Ensino Mdio
Nas seguintes perguntas: Qual o papel da escola? Principais respostas: ensinar a
gente a ter respeito pelas pessoas, ensinar e preparar o aluno para o mundo e formar
cidado de bem e com carter. Voc vem escola por qual objetivo? A maioria diz que vm
escola com o objetivo de fazer amigos e encontr-los - um lugar para fazer amigos-,
outros dizem que vem para estudar aprender coisas novas. Nota-se que essas respostas
evidenciam a interpretao da escola feita pelos alunos como um lugar de aprendizagem e
estudo, mas o que realmente ocorre e importa o encontro com seus amigos, a escola torna-se
um lugar de socializao aonde a ida a sala de aula muitas vezes algo doloroso. Assim,
Brando (2003) diz que os alunos tentam eternizar o recreio, pois pior que a hora da
entrada no colgio, s mesmo a da entrada na sala de aula. Por isso mesmo sempre ouve
[...] o empenho serssimo de trazer para ela o que era possvel do espao e da vida do
Questionrio para fins de pesquisa
Obs.: Fao o curso de licenciatura em Geografia na UFRGS e estou coletando dados para o meu Trabalho
de Concluso de Curso.
O presente questionrio visa averiguar a impresses de vocs sobre a escola e o cotidiano, no existem
respostas certas ou erradas. Portanto, sejam sinceros.
No precisa se identificar as respostas so para fins de pesquisa.
Obrigada pela colaborao!
1- Idade:
2- Sexo: ( )Feminino ( ) Masculino
3- Voc gosta de vir a escola? Por qu?
4- Para voc qual o papel da escola?
5- Voc vem a escola para qual objetivo? Cumpre esse objetivo?
6- Qual o lugar que voc mais gosta ou se sente bem:
Na escola: Por que esse lugar?
Na vida fora do ambiente escolar: Por que esse lugar?
7- Voc se sente pertencente a esses lugares?
8- Em qual lugar voc no gosta de estar?
12
recreio. (BRANDO, 2003, p.112). A volta para a sala de aula algo doloroso para o
aluno, por esse motivo alguns demoram mais a voltar do intervalo ou trazem o recreio para a
sala de aula transformando a mesma em desordem.
Durante a prtica docente, no ensino mdio na escola que estagiei, havia constante
mudana nos horrios, em virtude das trocas de professores, nesse tempo de estgio estive em
aula com os alunos durante o primeiro perodo e depois do intervalo. Com essa experincia,
pude ver as mudanas no comportamento dos alunos em relao ao lugar dos perodos, no
primeiro perodo os estudantes estavam mais calmos e as brincadeiras e deboches eram
moderados, fceis de controlar, ou inexistentes. No entanto, aps o recreio a relao com
alguns alunos tornava-se insuportvel chegando ao ponto de ter que chamar a vice-diretora da
escola. Este relato pessoal faz entender o que Brando (2003) chama de eternizar o recreio,
alm da baguna generalizada alguns alunos chegavam sala de aula dez minutos depois do
trmino do intervalo e no adiantava impedi-los de entrar, evidenciando, assim, o lugar da
escola pelos estudantes, como ponto de encontro com amigos, apesar de saberem que a escola
um lugar de estudo.
5 O ALUNO E SEU COTIDIANO
Neste capitulo falarei das respostas dos alunos sobre o seu cotidiano, ou seja, seu lugar
preferido fora da escola. Ressaltando, que esta parte do questionrio se refere aos alunos do
ensino mdio, pois no pude fazer o mesmo no ensino fundamental.
Sobre seu cotidiano ou os lugares preferidos, as respostas mais citadas foram: A rua
da minha casa porque tenho muitas amizades, No meu quarto porque um lugar s meu
onde posso me encontrar comigo e a mais comentada: Na minha casa com minha famlia
assistindo televiso. Era esperado que os estudantes comentassem sobre lugares pblicos,
como praas ou mesmo os Shoppings Centers, no entanto, valorizaram seus amigos e sua
famlia. Na pergunta sobre o lugar que no gostam de estar, responderam: em nibus, na
rua, na praia sozinha, no centro, na aula de matemtica e na sala de aula. Callai
(2009, p.121) fala sobre os lugares pblicos chamando-os de no-lugares so espaos vazios
de contedo, sem histria o que leva a entender a averso dos alunos a alguns lugares
populares e a preferncia por estar com seus afins. De acordo com a autora:
A existncia de lugares que excluem pessoas so cada vez mais frequentes no
mundo atual. At por isso os lugares com os quais as pessoas se identificam so
significativos para sua vida e para o desenvolvimento de sua cidadania. Estes lugares
levam a ideia de pertencimento devido aos laos afetivos que so profundos, dando
estabilidade e segurana s pessoas e tornando-as participantes, capazes de operar
transformaes (CALLAI, 2009, p.122).
13
Estar entre amigos e familiares trs segurana e conforto, pois quando os alunos esto
na escola eles so meros coadjuvantes porque existem muitos adolescentes e eles so mais
um, porm quando esto entre seus amigos ou junto famlia so o centro podendo
evidenciar suas identidades, seu modo de ser. Um estudante que quieto na escola pode no
ser em casa, porque se sente seguro em falar, pois sabe que se falar alguma bobagem no ser
recriminado ou ridicularizado.
Em relao ao pertencimento com os lugares Cavalcanti (2010, p.93) diz: [...] as
relaes pessoais, a experincia afetiva que do significados aos lugares, positivos ou
negativos. Os lugares so, portanto, recortados afetivamente. Nesse contexto, a relao
com os seus familiares e amigos o que faz os lugares possurem significado e afetividade,
pois nas respostas sobre se sentirem pertencentes aos lugares a maioria respondeu: por estar
entre amigos, por se sentir a vontade, por ser meu dia-a-dia e por estar entre pessoas
que gostam de mim, o que evidencia a relao de pertencimento exposta pela autora.
No apresento respostas para os alunos do ensino fundamental, pois no possuram
acesso ao questionrio. Porm, no convvio durante o estgio docente com estes alunos e com
conversas fora do contedo escolar, pude notar que estes gostam de estar entre amigos, sendo
que muitos deles se encontram nos finais de semana, para ir ao cinema ou jogar vdeo game.
Conhecer os lugares prediletos dos estudantes e seus laos de pertencimento produz uma
gama de possibilidades de trabalhar com outros conceitos geogrficos at a noo de
espacialidade dos alunos, com diz a autora:
O estudo do lugar [...] permite inicialmente a identificao e a compreenso da
geografia de cada um, o que bsico para a reflexo sobre a espacialidade da prtica
cotidiana individual e de outras prticas. [...] A reflexo sobre seu lugar, as
implicaes ou a significao desse lugar, a compreenso de que outros lugares so
diferentes, exige que o aluno desenvolva determinadas habilidades espaciais e que
tenha informaes objetivas do seu e de outros lugares. (CAVALCANTI, 2010, p.
94)
Por fim, conhecendo melhor os alunos pude desenvolver atividades em sala de aula
que chamassem mais a ateno pelos seus gostos cotidianos. Assim, referente aos alunos do
ensino fundamental, segundo pergunta inserida no questionrio inicial Quadro 1 -, todos
relataram gostar de msicas, estas variadas nos mais diversos estilos funk, pagode, rock,...
Deste modo, propus uma atividade utilizando msica. No ensino mdio foi mais complicado,
mas de acordo com alguns alunos, seus gostos eram de ficar em casa com seus familiares
assistido televiso. Portanto, pensei em propor uma atividade utilizando reportagens. No
captulo seguinte, encontram-se as duas propostas comentadas e suas respectivas anlises.
14
6 MATERIAIS USADOS NAS PRTICAS
No decorrer do Estgio I Ensino Fundamental podem ser desenvolvidas aulas mais
livres, sem a interferncia do professor titular da turma, logo trabalhei da maneira que achei
melhor, utilizando mais recursos didticos alm do quadro negro. No significava que estava
sem superviso, mas sim livre para montar minha aula sem a interferncia da cobrana de
contedo da professora titular, com a qual havia constantemente dilogos e conselhos que me
ajudaram durante esta primeira fase da prtica docente. Ao contrrio, no Estgio II Ensino
Mdio onde obtinha pouca liberdade em pensar minhas aulas, pois havia preocupao por
parte da professora com o contedo a ser seguido, limitei-me a utilizar, quando possvel, de
objetos do cotidiano dos estudantes para as aulas, como as reportagens.
Nesse contexto, analisarei trs metodologias administradas durante as prticas
docentes. Desenvolverei tambm anlise do andamento das aulas, farei reflexes a partir do
que deu certo e errado e o que poderia ter feito de melhor.
6.1 Perfis das turmas
Os estgios I e II Ensino Fundamental e Mdio - foram realizados na turma de 7
srie (8 ano) e na turma do segundo ano do Ensino Mdio. A turma de 8 ano era uma turma
tranquila e participativa, claro que havia os alunos que no queriam estudar e desvinculam os
demais, mas nada que no se podia controlar. Todavia, na turma de segundo ano foi diferente
e o aumento da idade dos alunos impactou no controle, pois por experincia prpria, os alunos
so mais audaciosos e enfrentam o professor, principalmente os estagirios. No posso
generalizar, mas em conversas com colegas este aspecto ficou evidente.
No poderei deixar de citar a diviso da sala pelos alunos, principalmente, no ensino
mdio. Em razo da desordem, os alunos que queriam estudar ou simplesmente passar de ano
excluam os alunos bagunceiros no canto da sala o que causava certo constrangimento
destes alunos ao expor suas opinies, pois os bagunceiros ficavam ironizando suas
argumentaes. Portanto, o que seria um momento de participao, eliminava-se o dilogo
pelas brincadeiras infantis. Isto evidencia a conversa realizada com os alunos, comentada
anteriormente captulo 3 - onde uma aluna disse o seguinte: Essa turma assim mesmo
no quer nada com nada, estava falando dos bagunceiros da classe que atrapalham as
aulas. Brando (1993) coloca esse fato como algo da idade, pois relata que fazia a mesma
coisa durante sua vivncia escolar, mas estes alunos da turma de trs da escola que estagiei
j passaram da idade de se formar no ensino mdio, esto com mais de dezoito anos, e dois do
total de seis j so pais, j esto na hora de mudar suas atitudes.
15
6.2 Aulas
Neste tpico sugiro dois planos de aulas pensados levando em conta as respostas dos
questionrios realizados pelos alunos para isso utilizei as respostas de todos os questionrios
feitos no ensino fundamental e no ensino mdio, Quadro 1 e Quadro 2 cogitando em propor
aulas, a partir da realidade dos alunos, apresentando o conceito de lugar. Depois de cada aula,
h uma anlise do resultado das metodologias utilizadas e os possveis desenvolvimentos que
poderiam ter sido realizados, pois este trabalho uma reflexo do estgio e cabe analisar o
que foi e o que poderia ter sido trabalhado em sala de aula - revendo as aulas brotam muitas
ideias e as crticas, mesmo que pessoais, podem ser construtivas.
Deste modo, no corpo deste trabalho esto os dois planos de aula contidos nos
relatrios dos estgios docentes, no contendo as respectivas aulas ou folhas entregues para os
alunos. O plano de aula 1, a seguir, foi dividido em duas partes em razo de apresentar dois
recursos didticos diferentes: utilizao de imagens e utilizao de msica. Visando o melhor
aprendizado atravs das propostas pelos alunos.
Plano de aula 1- 7 srie/ 8 ano do Ensino Fundamental
Aula 1 5h/aula
Tema: Pases desenvolvidos, pases subdesenvolvidos e desigualdades sociais.
Objetivos:
- Verificar a capacidade dos alunos em relacionar as imagens - uma favela em
Madri e a cidade de Johanesburgo na frica do Sul - com o contedo abordado a
partir a realidade existente no Brasil;
- Apresentar os esteretipos existentes do Norte rico e do Sul pobre;
- Conseguir diminuir esse esteretipo e preconceito nos alunos atravs das
imagens;
- Realizar trabalho em duplas atravs de colagem sobre letra de msica que fale das
desigualdades sociais, visando desenvolver o sentido de percepo dos alunos em
relao s desigualdades sociais brasileiras e as informaes passados pelas
mdias impressas.
Contedos:
- Continuao da configurao do mundo depois do fim da guerra fria;
- Pases desenvolvidos e subdesenvolvidos atuais;
- Desigualdade social;
16
Desenvolvimento:
Para complementar a ltima aula comear esclarecendo a diviso do mundo entre Norte e
Sul, mas no se esquecendo de explicar que durante a Guerra Fria tambm havia a
diviso: 1Mundo, 2Mundo e 3Mundo.
Entregar folha explicativa sobre a matria e durante a explicao mostrar imagens no
Data Show, sem legenda ou ttulo, de uma favela em Madri e da cidade de Joanesburgo,
na frica do Sul. A fim de que os alunos identifiquem em qual continente pertencem
estas imagens visando, assim diminuir os esteretipos entre norte rico e sul pobre.
Na sequncia, apresentar a msica Alagados dos Paralamas do sucesso aos alunos a
fim de conhecerem outros ritmos musicais diferente de seus gostos. Durante o transcorrer
da msica pedirei para os alunos sublinharem as palavras desconhecidas para podermos
esclarec-las depois.
Depois da discusso da letra os alunos faro com recortes de revistas e jornais, um
trabalho com colagens fazendo paisagens para o enredo da msica, ou seja, um clipe
atravs de colagem, para entregar junto com a folha de atividade. Apresentando o seu
trabalho ao final para os colegas a fim de discutir e mostrar suas criaes.
Recursos e Tcnicas:
Quadro branco, canetas, mapa-mndi, folha explicativa, rdio, letra da msica
Alagados dos Paralamas do Sucesso, revistas, jornais e folha de atividade.
Bibliografia:
Kaercher, Nestor. Prticas geogrficas para lerpensar o mundo, converentendersar com
o autor e entenderscobrir a si mesmo. In: Rego, Nelson. Castrogiovanni, Antnio C.
Kaercher, Nestor. A. Geografia: prticas pedaggicas para o ensino mdio. Porto Alegre:
Editora Artmed, 2007. p. 17-18.
Marina, Lcia e Trcio. Geografia. Edio Ensino mdio, volume nico. So Paulo: Ed.
tica, 2003. p. 218 a 220 e 230.
_____________. Tudo geografia. Ed. tica. So Paulo, 2003. p. 99.
http://www.brasilescola.com
Avaliao:
A aula transcorreu bem e os alunos estavam participativos, o ponto forte da aula foi as
imagens no Data Show, os alunos falavam o que a maioria das pessoas pensam: pas
desenvolvido rico e pas em desenvolvimento pobre, consegui quebrar este
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Tabela 1 Bairro dos alunos do Ensino Fundamental
Fonte: Alunos do Ensino Fundamental, 2012/1
Aula 1 Parte 1
Como mencionei anteriormente, a anlise das metodologias apresentada no plano de
aula, exposto acima, se far em duas partes: uso de imagens e utilizao de colagem.
A escolha para anlise dessa aula foi por ter trabalhado com imagens de diferentes
lugares do mundo, e ao mesmo tempo com retratos da realidade cotidiana dos alunos, pois
havia na turma alunos que residiam em diversos bairros de Porto Alegre conforme Tabela 1
este fato advm da escola se localizar prximo a rea central de Porto Alegre. No entanto,
nenhuns dos alunos moravam em favelas, mas a visualizam cotidianamente pela televiso.
Aluno Bairro
1 Chcara. das pedras
2 Ponta Grossa
3 Rio Branco
4 Rio Branco
5 Bom Fim
6 Medianeira
7 Centro
8 Medianeira
9 Rio Branco
10 Rubem Berta
11 Nonoai
12 Santo Antnio
13 Menino Deus
14 Bom Fim
15 Mario Quintana
16 Agronomia
17 Agronomia
18 Rio Branco
19 Av. Protsio Alves
20 Santana
21 Partenon
22 Bom Fim
23 Santa Isabel - Viamo
24 Rio Branco
25 Jardim Sabar
esteretipo e fazer os alunos pensarem sobre a desigualdade brasileira.
Durante a execuo da msica os alunos reclamaram do ritmo queriam funk mas
depois a discusso foi boa. Gostaram de fazer o trabalho com colagem e desenho, os
resultados dos trabalhos foram surpreendentes: vrios alunos foram criativos e se
empenharam na realizao do trabalho; No entanto, outros no fizeram e alguns fizeram
com desleixo.
Mas com o resultado da maioria consegui alcanar os objetivos de observarem nas
mdias impressas as desigualdades sociais. At recebi elogio da av de um dos alunos
que trabalha na escola.
18
Escolher a escala de anlise antes de pensar uma aula obrigatrio, conforme Callai
(2009, p.83) ao estudar o espao geogrfico, a delimitao do mesmo um passo necessrio,
pois que o espao imenso, planetrio, mundial. Desta maneira, pensou-se em utilizar
imagens comuns a estes alunos, pois muitos deles cruzam a cidade e observam estas
realidades todos os dias, mesmo sendo em lugares distantes, o nvel do local que traz em si
o global. (CALLAI, 2009, p.84). Utilizando as imagens pude estudar o lugar, a partir das
relaes sociais e econmicas em relao a classificao dos pases em: desenvolvido ou em
desenvolvimento.
Portanto, a utilizao de imagens nessa aula foram pensadas a fim de desenvolver
aulas diferentes das que os alunos estavam acostumados, para isso utilizei Oliveira Jr. (2011)
que fala sobre as fotografias ou imagens:
[...] participam da construo de nossa imaginao da realidade do mundo contemporneo, educando-nos em nossas maneiras de pens-lo e a ns mesmos
frente a ele. Mais diretamente, foco das imagens fotogrficas na produo e
manuteno da ideia de que o espao geogrfico atual plenamente globalizado,
tendo todos os seus lugares articulados e coerentes entre si, posto que a histria
vivida por ns uma s e, por isto, temos sim lugares adiantados e lugares atrasados
no fluxo desta (nica) histria. (OLIVEIRA Jr., 2011, p. 245 e 246).
O autor evidencia em seu artigo que as imaginaes espaciais esto de acordo com a
maneira como exposta a imagem ao observador, o autor mostra imagens de duas
megacidades Londres e Lagos na Nigria - as quais so expostas com jogos de luz, ngulos
e construes, sendo a cidade europia mostrada com maior desenvolvimento, em relao
infraestrutura, do que a africana. Utilizando as idias de Oliveira Jr., pensei em duas imagens
de dois lugares diferentes, mas ao contrrio do apresentado no artigo desse autor, coloquei a
cidade desenvolvida ou melhor visualizada no continente africano localizada em
Johanesburgo/ frica do Sul e a dita subdesenvolvida ou em desenvolvimento na
Europa - favela em Madri/ Espanha. Conforme Quadro 3. A exposio das imagens dos
pases, realizada sem ttulo ou legenda, visavam eliminar os esteretipos e preconceitos
existentes nos estudantes pela influencia da sociedade.
Preconceitos so formas de ver as coisas e as pessoas. So adquiridos, aprendidos ou
desenvolvidos ao longo dos contatos sociais que se vai fazendo. s vezes, esto
involuntariamente presentes em nossos pensamentos e aes e podemos at nos
assustar quando os percebemos em ns mesmos. (SAENGER, 2011, p.36).
O professor tem por direito mostrar para o aluno outras realidades e a razo de
existirem, possibilitando que o mesmo construa sua opinio encima do que foi explorado pelo
profissional docente. Para que isso ocorra o professor tem que ter as ferramentas necessrias
se utilizando de objetos do cotidiano do estudante. Neste sentido, a escola tem grande
19
Imagem 1 - Johanesburgo - frica do Sul
Fonte: http://www.esvaziandoamochila.com/2010/03/onde-ficar-em-johannesburg-
joanesburgo.html
Imagem 2 - Favela El Gallinero nos arredores de Madri - Espanha
Fonte: UOL notcias
influencia, pois ela disponibilizar estas ferramentas, como Power Point ou sala de
informtica. Portanto, durante o transcorrer da aula a utilizao das imagens a seguir foram
essenciais para conseguir manter os alunos participativos e interessados.
Quadro 3 Imagens utilizadas na aula 1.
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A exposio das imagens foi realizada no Power Point sem revelar sua localizao,
junto a esta vinha pergunta: onde esse lugar? O objetivo foi mostrar imagens com
perguntas reais que fizessem os alunos entrarem em cena, pois com aulas conteudistas os
alunos no so convidados a participar. Em relao s respostas da pergunta anterior, foram as
esperadas: na imagem 1 Respostas: EUA ou Portugal lugares designados como
desenvolvidos e na imagem 2 Respostas: Brasil ou frica lugares situados em pases
em desenvolvimento. Quando foram reveladas as verdadeiras localidades os alunos no
sabiam que na Espanha havia favelas e na frica lugares com aquela estrutura, um dos
objetivos da aula foi alcanado quebrar esteretipos e desenvolver habilidade de crtica.
Anlise:
Em relao a est parte da aula no tenho crticas a fazer, posso dizer que foi uma das
minhas melhores aulas, os alunos so bem curiosos e participativos o que possibilitou pensar
aulas mais dinmicas. Trazer imagens para a sala de aula auxilia muito, pois a visualizao de
exemplos concretos possibilita o aluno relacionar imagem com seu cotidiano, at mesmo no
seu caminho escola. Penso que nesta aula chamei ao entendimento de que no podemos
fazer generalizao e criar ideias precipitadas sem saber as reais causas.
Aula 1 Parte 2
Esta segunda parte do plano de aula se refere a outra metodologia utilizada no plano 1,
na qual fornece o caminho para os alunos relacionarem as informaes dos jornais e revistas
com o cotidiano a partir de letra de msica, que falava sobre desigualdades sociais. O trabalho
foi pensado usando como ponto inicial a proposta de Kaercher (2007) onde sugere montagem
de letra de msica livre escolha pelos alunos utilizando colagem ou desenho e sua posterior
socializao com os colegas de classe.
Nesta aula coloquei para os alunos ouvirem a msica dos Paralamas do Sucesso
Alagados - e consequentemente, para no haver disperso, sublinhassem as palavras que
no haviam entendido. Transcorrendo a msica os alunos no gostaram do ritmo, pois
preferiam funk, expliquei naquele momento que o que importava era a letra da msica e no o
ritmo. No tempo restante do perodo conversamos sobre as palavras que no entenderam
explicando a o que falava a cano.
Para o prximo perodo, os alunos fizeram, em duplas, trabalho de colagem misturada
com desenho livre, pois poucos alunos trouxeram o material pedido, contando a letra da
msica atravs de figuras de revistas e jornais sendo este apresentado aos colegas ao final da
atividade. No disse que o trabalho era pra apresentar, ficaram sabendo quando terminaram a
21
colagem, pois no era uma apresentao com tempo delimitado. No entanto, a notcia foi uma
surpresa para os que fizeram com desleixo notei, assim certos constrangimentos, acredito que
na prxima vo se esforar mais.
Anlise:
A aula foi produtiva e os alunos aprenderam e se divertiram ao mesmo tempo. No
entanto, deveria ter continuado a atividade com a msica, como sugeria Kaercher (2007, p.17)
pedindo para que os alunos a partir de uma msica de sua livre escolha, faam uma
montagem, uma colagem ou um desenho que tenha relao com a letra. O autor sugere para
darmos outras formas de expresso para o aluno fora da escrita, assim pode surgir talentos
em sala de aula; foi isto que aconteceu, houve trabalhos maravilhosos e criativos, h alunos
que desenham muito bem, principalmente um dos alunos diagnosticado como dislxico que se
expressa melhor por desenho.
A atividade de Kaercher (2007) sugere que deixemos os alunos utilizarem uma msica
a sua livre escolha, mas como no fui fiel a proposta anteriormente, poderia ter pedido depois
da atividade que os alunos fizessem o mesmo com a letra de uma msica a sua escolha que
no fosse atingir a moral, com este procedimento os alunos iriam construir melhor o seu poder
de fazer leituras do mundo [...] inclusive no que diz respeito intolerncia. (KAERCHER,
2007, p.17).
Plano de aula 2 Segundo ano do Ensino Mdio
Aula 2 3h/aula
Tema: Estrutura Fundiria brasileira
Objetivos:
- Conhecer a estrutura fundiria brasileira visando o entendimento das desigualdades de
concentrao e o conflito de terras em nosso Pas;
- Apresentar reportagens sobre o contedo;
- Proporcionar que os alunos tambm produzam reportagens.
Contedo:
- Estrutura Fundiria Brasileira;
- Reforma Agrria.
Desenvolvimento:
Apresentar aos alunos a estrutura fundiria brasileira atravs de um Jornal Geogrfico
que contenha a matria da aula e reportagens de jornais sobre o contedo. Ler o jornal
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Esta aula foi pensada de acordo com as aulas da disciplina de Instrumentao para o
ensino em Geografia do Professor Nelson Rego, onde o professor nos possibilitou criar um
jornal com notcias geogrficas, adaptei a ideia e fiz um jornal contendo a matria com
notcias retiradas de jornal eletrnico.
As aulas no ensino mdio foram um pouco frustrantes e decepcionantes, esta foi uma
aula at que diferente das que enfrentei durante a prtica docente II, pois consegui um pouco
da ateno de todos os alunos. A euforia inicial por ser algo novo para eles fez com que se
interessassem pela aula, mas para desenvolverem a proposta de atividade o desinteresse
ressurgiu novamente. A proposta era fazer o prximo nmero do jornal com reportagens
junto com os alunos e pedir como atividade que eles faam o prximo nmero do jornal
colocando reportagens sobre o benefcio da agricultura e seus malefcios para o ambiente
e o homem. Para fazer o fechamento do contedo sobre a agricultura.
Recursos e Tcnicas:
Quadro negro e Jornal Geogrfico.
Bibliografia:
Filippi. E. E. Reforma Agrria: experincias internacionais de reordenamento agrrio e a
evoluo da questo da terra no Brasil. Porto Alegre, Editora da UFRGS, 2005.
Marina, L. e Trcio. Geografia. Volume nico. So Paulo: Editora tica, 2003. p. 133,
407-412.
Sene, E.; Moreira, J.C. Geografia Geral e do Brasil: Espao geogrfico e globalizao.
Volume 3. So Paulo: Editora Scipione, 2010. p.243 - 247.
http:/www.estadao.com.br
Avaliao:
Durante a aula os alunos acharam a ideia do jornal interessante, afirmaram que nunca
tiveram uma aula com esse recurso, mas nenhuns dos alunos fizeram a atividade proposta.
Ento, foi sugerida outra atividade a fim de poder avali-los: Entregar uma relao entre o
assunto das reportagens e a matria sobre agricultura vista at o momento, colocando a
sua opinio sobre o tema reforma agrria. E entregar em folha de caderno, em um dos
lados. Mas apenas uma aluna entregou do restante da turma uma parte no sabia o que era
pra fazer e a outra disse que no estava em aula. Foi um sentimento de frustrao
misturado com fracasso, pois trabalhei encima da ideia por vrios dias.
23
procuradas na internet sobre o benefcio e o malefcio da agricultura, tema este que iria ser o
encerramento do contedo determinado pela professora titular.
No entanto, os alunos no fizeram o que propus, pensei em outra atividade a ser feita,
que seria entregar uma pgina de folha de caderno relacionando as reportagens do Jornal
Geogrfico com a matria vista at o momento, inclusive colocando sua opinio sobre a
reforma agrria, mas somente uma aluna entregou a atividade.
O uso desta metodologia poderia ter outro rumo se aplicada em outra etapa da escola
bsica ou em outra turma, infelizmente, no deu certo nesta classe, mas a proposta vlida
para outras tentativas.
Anlise:
De acordo com a metodologia utilizada pensei em colocar as reportagens referentes
reforma agrria por ser a terra um lugar desejado por muitas famlias sem terra, logo, a terra
para essas famlias um lugar importante como s moradias so aos estudantes, conforme
resposta do questionrio sobre seus lugares Quadro 2 - a maioria dos alunos elegeram suas
casas como os seus lugares preferidos. Pensei em colocar essa questo para os alunos ao
explicar reforma agrria, pois seria o mesmo que os alunos ficassem sem suas casas e no
tivessem condies de comprar outra. No iriam querer casas prprias como os sem terra
querem terras? Propus desta forma porque havia na aula alunos da zona sul de Porto Alegre,
onde suas famlias possuam pequenas propriedades nas quais as utilizavam para plantio de
alimentos para complementar a renda familiar.
Poderia ter feito diferente, colocado algum documentrio ou filme para ilustrar a
matria, pois a maiorias dos alunos trouxeram opinies de censo comum sobre a questo da
reforma agrria, como: os sem terras so vagabundos ou querem terras de graa. Talvez
se trouxesse o filme Terra para Rose - dirigido por Tet Morais em 1987 - as suas opinies
mudariam um pouco, o que tem que ficar claro que no tinha como meta mudar as opinies
dos alunos, mas sim trazer pontos de vista diferentes dos que eles esto acostumados a
observar na mdia.
Por fim, na discusso das reportagens pude esclarecer as suas opinies equivocadas,
mas alguns no mudaram sua maneira de ver as informaes e nem a de critic-las. No foi
possvel aprofundar a discusso em virtude do comportamento dos estudantes. No entanto,
poderia ter usado outra metodologia como sugerida por Kaercher (2009) para trabalhar a
geografia dos jornais, discutindo o espao dado notcia como tambm a opinio passada por
essa, usando desta maneira diferentes escalas de anlise.
24
7 CONSIDERAES FINAIS
Com a elaborao deste trabalho pude aprender como ocorre a construo do
conhecimento crtico e do conhecimento geogrfico pelos estudantes. Observando que a
geografia no apenas o estudo da terra, mas sim o espao e as relaes estabelecidas neste.
Atravs da simples observao dos alunos os professores podem notar maneiras de realizar
prticas diferentes que produzam maior entrosamento destes. Neste trabalho houve a
construo do conceito de lugar pelos estudantes atravs de imagens e reportagens ligadas a
lugares comuns a todos estes, so prticas simples, mas que surtiram algum efeito.
Durante a realizao dos estgios docentes encontrei dificuldades na elaborao das
aulas e no convvio com alguns alunos. No entanto, as observaes precedentes a prtica me
motivaram a fazer aulas diferentes das tradicionais, mas claro que tambm utilizei a
infraestrutura comum a todas as escolas: quadro e o livro didtico, pois se existem so para
serem usados. No fui uma professora perfeita, pois tenho todas as limitaes de algum
iniciante. Porm fiz da melhor maneira possvel.
Entretanto, algo que me deixou chateada, foi o nmero alto de evaso escolar,
principalmente, no ensino mdio, em conversas com professores que alm de lecionaram no
ensino mdio tambm o fazem no ensino fundamental, observei que esta prtica do mesmo
modo se perpetua nessa etapa escolar. Talvez se os professores pensassem em aulas mais
agradveis e porque no falar divertidas os alunos pensariam duas vezes antes de abandonar
a escola. De acordo, como os meus alunos do ensino mdio a falta de interesse est nas aulas
que eles rotulam de chatas. Mas difcil exigir dos professores melhores aulas, quando so
rotineiramente desmotivados, por motivo salarial ou pelo descaso dos estudantes em sala e
ainda a presena do medo de agresses por parte dos alunos.
Por fim, as propostas metodolgicas aqui apresentadas visaram utilizar o cotidiano dos
estudantes das turmas onde foram exercidas as prticas, o que no evita de serem utilizadas
em novos momentos em outras realidades. Sempre modificado e fazendo adaptaes se
necessrio.
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