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PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO BRASIL · O mais triste é que enquanto o negro tentava viver sua liberdade a sociedade criava leis e se organizava em função do sistema

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PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO BRASIL

CONTEMPORÂNEO

UNIDADE DIDÁTICA

Produção Didático-Pedagógica (Unidade Didática) apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE pelo Professor Celso José Silvestri Fontes do Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu, sob a orientação do Professor Dr. Fábio Ruela de Oliveira, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

CELSO JOSÉ SILVESTRI

PDE - 2011

PARANÁGOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDSUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPEPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDAADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

UNIDADE DIDÁTICA

PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO BRASIL

CONTEMPORÂNEO

ÁREA DE ESTUDO

HISTÓRIA

PROFESSOR – PDE

CELSO JOSÉ SILVESTRI

PROFESSOR ORIENTADOR

PROF. DR. FÁBIO RUELA DE OLIVEIRA

MARECHAL CÂNDIDO RONDON – PARANÁ 2011

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1. APRESENTAÇÃO

Ao iniciar esta proposta de projeto algumas perguntas vêm a tona. Por que

desenvolver um projeto sobre preconceito e discriminação racial no Brasil

Contemporâneo no Colégio Estadual Costa e Silva? Qual a relação entre esse

assunto e a construção de uma cultura democrática com a comunidade escolar do

referido colégio estadual e público? Qual a real importância de desenvolver esse

projeto pelo PDE (Plano de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná)

sobre preconceito e discriminação racial em nossas escolas hoje?

Pontuar essa questão, é de fundamental importância, afinal, estamos nos

referindo a um estudo realizado no contexto de um colégio público de uma cidade do

interior, com o apoio da Secretaria de Estado da Educação do Paraná envolvendo,

no mínimo, um investimento público. Logo, os resultados desse estudo, não podem

ficar apenas na “vontade de ajudar e de contribuir” de um professor da rede pública.

Portanto, é com esse pensamento crítico, que propomos uma intervenção,

através de oficinas pedagógicas, com alunos da 7ª série do colégio Estadual Costa e

Silva, em relação ao preconceito e discriminação racial no Brasil de hoje.

O interesse pelo tema preconceito e discriminação racial surgiu quando iniciei

minhas aulas de história no Colégio e percebi o quanto este tema é um assunto

ainda não esclarecido. Faz-se necessário abordar o mesmo de forma mais

contextualizada, proporcionando ao aluno uma melhor compreensão.

Perceber essa dificuldade, enquanto professor do colégio foi fundamental

para a escolha do tema de estudo. Portanto, fica claro a importância na construção

de estratégias apropriadas para a intervenção na sala de aula que devemos abolir

de vez o preconceito e a discriminação racial do (branco e do negro) que existem em

nossos ambientes escolares.

Sabe-se que hoje, discriminação e o preconceito dão cadeia. Mas sabemos

também que existem leis que ajudam na proteção e são extremamente importantes

no desenvolvimento de qualquer individuo. A leitura deste conteúdo é mediada por

uma abordagem teórica especifica: na perspectiva do caderno temático da SEED,

(Secretaria de Estado da Educação).

É preciso lembrar que às teorias cientificas nem sempre representam a

realidade vivenciada no cotidiano escolar. Porém, essas teorias podem funcionar

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como poderosas ferramentas ajudando na compreensão dos conceitos, sistemas,

princípios de funcionamento do individuo potencializando um novo olhar, abrindo

novos canais de comunicação entre professor e alunos, facilitando a construção das

identidades sociais na sala de aula, afastando o preconceito e a discriminação racial

do colégio.

Em resumo, tanto o objeto de estudo como os objetivos do projeto de

pesquisa estão coerentes com as políticas públicas recentes do Estado do Paraná

na área da disciplina de História sobre o preconceito e a discriminação racial.

Depois de uma explicação mais detalhada sobre o projeto no qual mostra a

importância do tema de estudo, também apresenta de forma resumida as partes que

compõem esse trabalho.

A primeira parte é destinada à apresentação dos fundamentos teóricos que

norteiam a produção didática-pedagógica sobre preconceito e discriminação racial

no Brasil contemporâneo. Essas atividades estarão focadas na coleção dos

fascículos da Revista (Caros Amigos), que trabalha a história do negro no Brasil.

Após a fundamentação teórica, num segundo momento, apresento as

estratégias de intervenção para atingirmos os objetivos propostos. Por último,

desenvolvo as oficinas que serão aplicadas aos alunos da 7ª série (A) do Colégio

Estadual Costa e Silva.

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2. PROCEDIMENTOS

Os negros com sua cultura e força de trabalho contribuíram muito e

continuam contribuindo para o desenvolvimento do Brasil. Condenados durante

muitos anos ao destino comum da maioria dos negros desembarcados nos diversos

territórios das Américas, os negros ainda sofrem com a discriminação racial.

A abolição não significou a destruição imediata da ordem tradicional. O país

continuou predominantemente agrário, apoiando-se na exportação de produtos

tropicais.

Segundo Costa (1986, p. 476) “o negro marcado pela herança da escravidão

não estando preparado para concorrer no mercado de trabalho e tendo que

enfrentar toda sorte de preconceitos, permaneceu marginalizado”. E podemos

observar que alguns estereótipos1 e preconceitos elaborados durante o período

escravista mantêm-se até hoje.

A abolição representou uma etapa apenas na liquidação da estrutura colonial.

A classe senhorial diretamente relacionada como modo tradicional de produção e

que constituía o alicerce da Monarquia foi profundamente atingida. A coroa perdeu

suas últimas bases. Uma nova classe dirigente formava-se nas zonas pioneiras e

dinâmicas. A nova oligarquia, ainda predominantemente agrária, assumiu a

liderança com a proclamação da República Federativa que veio atender aos seus

anseios de autonomia que o sistema monárquico unitário e centralizado não era

capas de satisfazer.

Dessa forma a abolição foi apenas um primeiro passo em direção à

emancipação do povo brasileiro. O arbítrio, a ignorância, a violência, a miséria, os

preconceitos que a sociedade escravista criou ainda pesam sobre nós. Se for justo

comemorar o Treze de Maio, é preciso, no entanto, que a comemoração não

ofusque seus verdadeiros sentidos a ponto de transformarmos a liberdade num mito

a serviço da opressão e da exploração do trabalho.

Segundo o fascículo 16, “Os Negros” da Revista Caros Amigos (p. 485), o

texto ressalta que:

1 Estereótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação. São usados principalmente para definir e limitar pessoas ou grupo de pessoas

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A integração do negro na sociedade de classes, explica que o fim do regime de escravidão ocorreu sem que os antigos agentes de trabalho escravo tivessem qualquer “assistência e garantia que os protegessem na transição para o sistema de trabalho livre.

Portanto os senhores foram eximidos de responsabilidades pela manutenção

da segurança dos libertos. Outra faceta desta realidade que ajuda a completar o

quadro socioeconômico do negro no Brasil atual mostra que ele continua a ser

predominante em ocupações pior remuneradas. Ainda, segundo o fascículo 16, “Os

Negros” da Revista Caros Amigos (p. 487), “59,5% dos trabalhadores braçais na

construção civil e 60,8% dos trabalhadores domésticos do Brasil, revelando que

talvez ainda muito pouco tenha se modificado realmente neste último século”.

Segundo Emília Viotti da Costa (1989, p. 468):

O monopólio das melhores terras pela grande lavoura, fenômeno observado de norte a sul do país, a debilidade do mercado interno e finalmente a impossibilidade de participar da economia de exportação que demandava grandes investimentos em terras e escravos impediam o desenvolvimento da pequena propriedade. Ao imigrante ofereciam-se duas opções igualmente desencorajantes: ou dedicar-se a cultura de subsistência ou trabalhar nas fazendas de café como agregado ou colono, em situação não muito diversa da do escravo. Nos núcleos urbanos as possibilidades de ascensão eram muito limitadas. O escravo continuava a representar, no campo e na cidade, a principal força de trabalho. Não é de se estranhar que a grande maioria das experiências colonizadoras patrocinadas pelo governo, nessa época, tenha fracassado.

O mais triste é que enquanto o negro tentava viver sua liberdade a sociedade

criava leis e se organizava em função do sistema escravista. O preconceito

separava senhores e escravos. Generalizava-se a ideia da inferioridade racial do

negro e a cor assumiu um significado pejorativo, o que não impediu que houvesse

muitas ligações entre brancos e negros, dando origem à numerosa população de

mestiços.

Milton Santos, um dos mais renomados geógrafos e intelectuais de nosso

país, teve uma trajetória brilhante tanto como pesquisador quanto como professor,

lecionando nas melhores universidades do país e do exterior, como Sorbonne, na

França, na Universidade de Toronto, Canadá, no MIT e na Universidade de

Columbia nos Estados Unidos. (REVISTA Caros Amigos, p. 494).

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Como geógrafo diz que em nossos tempos constrói-se um território cada vez

mais evoluído, onde a Tecnologia Científica edifica um momento de construção e

reconstrução do espaço, com o avanço da ciência e das técnicas de informação.

Milton Santos, escritor negro, teve uma ascendente carreira, formou-se

também em Direito, pela Universidade Federal da Bahia, e atuou como redator do

Jornal “A tarde”, de 1956 a 1964. Fez doutorado na Universidade de Strasburg, em

1958 e quando voltou dedicou-se à formação de uma Nova Geografia que em

entrevista à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) ele define

como: “a ideia de que o território é um ator da vida social (...) a própria sociedade em

movimento, sem o território a sociedade não pode ser explicada”. Era a concepção

de Milton Santos, na qual cabia à Geografia explicar o mundo contemporâneo e

“essencial para a interpretação do mundo que nos cerca”. (REVISTA Caros Amigos,

p. 494).

Nessa trajetória de escritor negro e bem sucedido apresentam-se algumas

concepções feitas sobre a Geografia em seu livro lançado em 2005.

Para SANTOS (2005, p. 38), “esse meio técnico-científico é marcado pela

presença da ciência e da técnica nos processos de remodelação do território

essenciais à produção hegemônicas, que necessitam desse novo meio geográfico

para sua realização”.

Segundo o autor, o Brasil acelera a mecanização do território, porém é na

Segunda Guerra mundial que a integração do território se torna viável.

Quando as estradas de ferro até então desconectadas na maior parte do país, são interligadas, constroem-se as estradas de rodagem, pondo em contato as diversas regiões entre elas a região polar do país, empreende-se um ousado programa de investimento em infra-estrutura. (SANTOS, 2005, p. 38)

O autor relata que as primeiras fases do processo de integração foram

concentradoras das atividades modernas e dinâmicas, tanto no ponto de vista

econômico quanto geograficamente e é na última fase, quando já existe capitalismo

maduro, com a possibilidade de uma difusão da modernização que a tecnologia e as

formas de organização se ampliam.

Desse modo as remodelações que se impõem, tanto no meio rural, quanto no meio urbano, não se fazem de forma indiferente quanto

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aqueles três dados: ciência, tecnologia e informação... Na composição técnica do território pelos investimentos na infra-estrutura, e de outro lado, na composição orgânica do território graças a cibernética, á biotecnologia, as novas químicas, à informática e a eletrônica. (SANTOS, 2005, p. 39)

SANTOS (2005, p. 41) comenta que: “nesse período, no caso brasileiro

alguns fatores tem que ser ressaltados como”:

a) Há um desenvolvimento muito grande da configuração territorial;

b) Outro aspecto importante a se levar em conta é o enorme

desenvolvimento de novas formas econômicas.

“Podemos dizer que no Brasil, já agora, é exemplar a presença desse meio

científico e tecnológico, cujo relato tenta esboçar de forma certamente incompleta”.

(SANTOS, 2005, p. 42)

A tecnologia ganha destaque nesse processo remodelando as relações de

trabalho. A territorialidade dos processos que envolvem a alta tecnologia, as

alterações no espaço produtivo, as relações sócio-espaciais e os pólos tecnológicos,

são a expressão da produção científica e tecnológica aplicadas na paisagem do

lugar.

Observar também o tratamento diferenciado: relações raciais: personagens

negros e brancos na literatura infanto-juvenis e em livros didáticos não são vistos do

mesmo modo.

Para discutir esse pensamento, sugere Silva (abril/2008 na 25ª edição) em

reportagem sobre a atualidade na sala de aula, na revista Carta na Escola, ao

observar que a hierarquia entre brancos e negros se apresenta em forma implícita:

“Tia Nastácia, de Monteiro Lobato, que figura como protótipo da subserviência, da

falta de valor à sua cultura, sendo associada à feiúra, simplicidade e primitivismo,

ocupando um espaço reservado de subalternidade”. (CARTA NA ESCOLA, 2008, p.

43).

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2.1 PROPOSTA DE AÇÃO PEDAGÓGICA

Com estas aulas propostas será estudado:

• Atividades com a experiência de vida dos alunos e professores, valorizando

aprendizagens vinculadas às suas relações com pessoas negras e brancas.

• O ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, evitando-se

distorções sobre a realidade do povo negro.

• A luta pela eliminação da discriminação racial no Brasil.

• Sondagem de testemunhos concedidos por negros que vivenciaram situações

de discriminação racial e que ainda não estão descritos nos livros didáticos.

2.1.1 . PRIMEIRA OFICINA

Duração: 4 aulas

Público alvo: alunos da 7ª série (A).

• Trabalhar o filme: Uma Escola Muito Louca, do diretor Steve Miner, onde um

jovem branco de família rica matricula-se numa importante universidade que

reservava bolsa de estudos para negros.

Confirmada a sua matricula, os pais do rapaz resolvem então negar-lhe

dinheiro para continuar os estudos. Desesperado, o jovem se pôs a pensar e teve

uma idéia genial, tomar um remédio e tornar-se negro para conseguir um apoio

financeiro reservado naquela instituição aos negros. O remédio provocou o

esperado, sua pele tornou-se escura e ele obteve a pele escura.

Um dia, entrando num prédio público, o jovem saiu em disparada para

alcançar o elevador que estava prestes a subir. No elevador estava uma solitária

senhora branca, que percebendo a entrada do rapaz, tratou rapidamente de agarrar

a bolsa contra o próprio corpo.

• Questionar os alunos sobre a conduta da senhora e do rapaz. Em outras

palavras o rapaz não passou a ser negro pela mudança da cor da sua pele.

Passou a se sentir negro quando verificou que sua nova cor fazia com que as

pessoas o tratassem de modo diferente. Ele não havia mudado em nada seu

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caráter ou conduta, mas as pessoas modificaram o modo de tratá-lo. Ele não

passou a agir como negro, a conduta das pessoas é que o lembravam de sua

diferença.

• Trabalhar com texto base para discussão e depoimentos sobre relações

raciais e ouvir a opinião de cada aluno. (ANEXO A)

• Utilizar a revista fascículo Caros Amigos, número 11: Os negros: os

movimentos. Na página 340, Negros nas Universidades: o balanço do sistema

de cotas no Brasil, relacionar com o filme. (ANEXO B)

• Trazer para discussão o recorte da revista fascículo Caros Amigos, número

16, p. 492. “Negros na academia: Conheça a história de alguns, negros que

foram fundamentais no desenvolvimento tecnológico e intelectual do nosso

país”, principalmente a carreira e a vida de Milton Santos. (ANEXO C)

Juliano Moreira;

Theodoro Sampaio;

Antonio Evaristo de Morais;

José do Patrocínio;

Edson de Souza Carneiro;

Beatriz Nascimento;

Sueli Carneiro;

• Trabalhando em grupo: ampliando a discussão.

2.1.2 SEGUNDA OFICINA

Duração: 4 aulas

Público alvo: alunos da 7ª série (A).

O PRECONCEITO E O ESTEREÓTIPO

• Observe atentamente uma letra de canção de Gilberto Gil:

O branco inventou que o negro

Quando não suja na entrada

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Vai sujar na saída

É, imagina só

Vai sujar na saída

É, imagina só

Que mentira danada, é...

...na verdade a mão escrava

Passava a vida limpando

O que o branco sujava

É, imagina só

O que o branco sujava

É, imagina só

Êta branco sujão.

• Observar que o preconceito racial contraria uma regra básica nas relações

entre quaisquer seres humanos: a da afeição. Isso significa que, ao se

relacionarem, as pessoas devem se tratar com consideração e respeito,

aceitando as diferenças, já que todos são humanos.

• Verificar quais são as características básicas do preconceito e como devem

ser abolidas.

• Fazer a leitura do artigo no qual a família de vendedor assassinado ganha

maior indenização já paga no Brasil. (O Globo, 18 de janeiro de 1996).

(ANEXO D)

• O estereótipo nos meios de comunicação.

• Racismo em história em quadrinho é “camuflada”, artigo do jornal: (O Estado

de São Paulo, 11 de maio de 1995). (ANEXO E)

• Utilizar a revista fascículo Caros Amigos, número 13: Os negros: arte Afro

brasileira. Na página 394, na telenovela a negra é o objeto sexual. Com este

mesmo tema interpretar a capa do livro de Joel Zito Araújo, página: 395, do

mesmo fascículo. (ANEXO F)

• Opiniões dos alunos: Quando escuta uma brincadeira preconceituosa, você ri,

expressa o seu desacordo ou fica indiferente? Por quê?

• Descreva sobre o texto do jornal O Globo, onde o policial atira em uma

pessoa, pensando que por ser negro, seria um assaltante. (“o assaltante

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atirou.” Na delegacia, ele disse que achou que Valdemir era um assaltante

por ser preto e carregar uma grande bolsa de vinil).

• Utilizando o artigo da revista Carta na Escola, na página 42 que comenta

sobre as relações raciais. (ANEXO G) e depois de bem debatido o assunto

realize o trabalho em grupo.

2.1.3 TERCEIRA OFICINA

Duração: 2 aulas

Público alvo: alunos da 7ª série (A).

A RIQUEZA DA DIVERSIDADE

• Leia e escute os versos de Gonzaguinha2

...E aprendi que se depende

Sempre, de tantas

Muitas diferentes gentes...

Todas as pessoas sempre são

são as marcas das lições

diárias de outras tantas pessoas...

• Questionar:

Seria a diferença, ou melhor, dizendo, a diversidade, algo negativo? Por que,

em função dela, os seres humanos se envolvem em conflitos – às vezes menores

como os que ocorrem entre vizinhos, outras vezes de proporções enormes, como as

sangrentas guerras entre povos?

• Fazer a leitura do texto: O legado da África3. (ANEXO H)

• Texto para discussão: fragmentos do livro A luta é minha vida4.

Utilizar a revista Carta Capital, especificamente o seguinte texto:

2 Compositor e cantor da música popular brasileira. 3 Em Elisa Larkin Nascimento (org). Sankof, resgate da cultura afro-brasileira. Rio de Janeiro, Seafro, 1994, vol 1. p. 27.4 Mandela Nelson. A luta é a minha vida. São Paulo: Globo, 1988.

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• “A maior desgraça: três séculos de escravidão vincam até hoje os

comportamentos da sociedade brasileira”. Autoria de Mino Carta. (ANEXO

I)

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3. ORIENTAÇÕES

A proposta de ação pedagógica será aplicada a um grupo de alunos da

sétima série (A) do Colégio Estadual Costa e Silva, do Município de Itaipulândia –

Paraná.

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4. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO

O material proposto será usado para subsidiar as aulas aos discentes e

docente que serão ministradas pelo professor do PDE e servirá de avaliação no

atendimento ao propósito previsto pelo plano de desenvolvimento pedagógico

(PDP). A mesma ocorrerá de forma diagnóstica e processual, observando se houve

a apreensão dos conhecimentos propostos nos objetivos.

Também será realizada através de observação considerando a interação, e a

participação nas atividades que foram efetivadas.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em preto e branco: discutindo as relações raciais. Ática, São Paulo: 2005.

CAROS AMIGOS. Os Negros. Arte afrobrasileira. Caros Amigos Editora: São Paulo, 2008.

_______________. Os Negros. Os Movimentos. Caros Amigos Editora: São Paulo: 2008.

_______________. Os Negros. Quem construiu o Brasil. In: Milton Santos, A produção Intelectual dos Negros. Caros Amigos Editora: São Paulo: 2008.

COSTA, Emília Viotti da. Da senzala á colônia. 3.ed. Brasiliense, São Paulo: 1989.

___________________. A abolição. Global, Ltda. São Paulo: 1986.

SANTOS, Milton. A urbanização Brasileira. São Paulo: Usp, 2005.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino Fundamental. CADERNOS TEMÁTICOS. História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Curitiba: 2005.

Revista Carta na Escola. In: SILVA. Paulo Vinícius Baptista da. Do núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) e do Programa de Pós-gradução em Educação (PPGE) da Universidade Federal do Paraná. Tratamento diferenciado. Relações raciais. Abril/2008. 25ª ed. Atualidades em sala de aula.

Revista Carta Capital. Séculos de escravidão vincam até hoje os comportamentos da sociedade brasileira. Mino Carta. 2011.

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6. ANEXOS

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ANEXO A – DEPOIMENTOS SOBRE RELAÇÕES RACIAIS

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ANEXO B – COTAS NO BRASIL

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ANEXO C – A VIDA DE MILTON SANTOS (GEÓGRAFO NEGRO)

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ANEXO D – FAMÍLIA DE VENDEDOR ASSASSINADO GANHA MAIOR

INDENIZAÇÃO JÁ PAGA NO BRASIL

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ANEXO E – RACISMO EM HISTÓRIA EM QUADRINHO É CAMUFLADO

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ANEXO F – O NEGRO NA TELENOVELA

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ANEXO G – TRATAMENTO DIFERENCIADO

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ANEXO H – O LEGADO DA ÁFRICA

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ANEXO H – CARTA CAPITAL