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PREFEITURA DE SOROCABA

CNPJ: 46.634.044/0001-74

Av. Eng. Carlos Reinaldo Mendes, 3.041 - Bairro: Alto da Boa Vista

CEP: 18.013-280 Sorocaba – SP – Brasil

Fone: (15) 3238-2100

E-mail: [email protected]

Antônio Carlos Pannunzio

Prefeito Municipal

Edith Maria Garboggini Di Giorgi

Vice-Prefeita Municipal

Clebson Aparecido Ribeiro

Secretário de Meio Ambiente

Oduvaldo Arnildo Denadai

Secretário de Serviços Públicos

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EQUIPE DE GOVERNO

PREFEITO Antônio Carlos Pannunzio

VICE-PREFEITA Edith Maria Garboggini Di Giorgi

Gabinete do Poder Executivo Ivana Cristina Back Parra Oliveira

Secretaria da Administração Roberto Juliano

Secretaria da Cultura Jaqueline Gomes da Silva

Secretaria de Desenvolvimento Social Edith Maria Garboggini Di Giorgi

Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tra-

balho Geraldo Cesar Almeida

Secretaria da Educação Flaviano Agostinho de Lima

Secretaria de Esporte e Lazer Flavio Leandro Alves

Secretaria da Fazenda Aurilio Sérgio Costa Caiado

Secretaria de Governo e Segurança Comunitária Antônio Benedito Bueno Silveira

Secretaria da Habitação e Regularização Fundiária Julia Galvão Andersson

Secretaria do Meio Ambiente Clebson Aparecido Ribeiro

Secretaria de Mobilidade, Desenvolvimento Ur-

bano e Obras José Roberto Fernandes Barreira

Secretaria de Negócios Jurídicos Maurício Jorge de Freitas

Secretaria de Planejamento e Gestão Edson Ortega

Secretaria da Saúde Ailton de Lima Ribeiro

Secretaria de Serviços Públicos Oduvaldo Arnildo Denadai

Fundo Social de Solidariedade Maria Inês Moron Pannunzio

Empresa de Desenvolvimento Urbano e Social Renato Gianolla

Serviço Autônomo de Água e Esgoto Rodrigo Antônio Maldonado Silveira

Fundação da Seguridade Social dos Servidores Pú-

blicos Municipais de Sorocaba Ana Paula Fávero Sakano

Empresa Municipal Parque Tecnológico de Soro-

caba Roberto Hungria de Lara

Corregedoria Geral do Município Adriana de Oliveira Rosa

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EQUIPE TÉCNICA

Secretaria de Meio Ambiente Clebson Aparecido Ribeiro

Sara Regina de Amorim

Secretaria de Serviços Públicos Oduvaldo Arnildo Denadai

Carolina Petrisin Costa de Jesus

Maria Angélica do Prado Kamada

COLABORADORES

Secretaria de Desenvolvimento Social Edith Maria Garboggini Di Giorgi

CRAS / CREAS

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

CONSULTORIA CONTRATADA

DRZ GEOTECNOLOGIA E CONSULTORIA S/S. LTDA.

CNPJ: 04.915.134/0001-93 • CREA N°.41972

Avenida Higienópolis, 32, 4° andar, Centro

Tel.: 43 3026 4065 - CEP 86020-080 - Londrina-PR

Home: www.drz.com.br • e-mail: [email protected]

DIRETORIA:

Agostinho de Rezende - Diretor Geral

Rubens Menoli - Diretor Institucional

José Roberto Hoffmann - Eng. Civil e Diretor Técnico

EQUIPE TÉCNICA DO PROJETO - PMCS:

Agenor Martins Júnior – Arquiteto e Urbanista - Coordenador

Aila Carolina Theodoro de Brito – Analista Ambiental

Anderson Araújo de Aguiar – Engenheiro Cartógrafo

Antônio Carlos Picolo Furlan – Engenheiro Civil

Carla Maria do Prado Machado – Educadora Ambiental

Demetrius Coelho de Souza – Advogado

Érica Moraes dos Santos – Analista Ambiental

Eugênio Evaristo Cardoso de Souza – Auxiliar de Analista Ambiental

Francielly de Moraes Namur – Auxiliar de Analista Ambiental

Juliane Maistro – Auxiliar de Analista Ambiental

Letícia Leal Ferreira – Engenheira Ambiental

Marcia Bounassar – Arquiteta e Urbanista

Maria Fernanda Pansanato Vetrone – Assistente Social

Mariana Campos Barbosa – Analista Ambiental

Mayra Curti Bonfante – Analista Ambiental

Thamy Barbara Gioia – Geógrafa

Tito Galvanin Neto – Sociólogo

Wagner Delano Hawthorne – Engenheiro Civil

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Gestão Ambiental

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 11

3. METAS, PROJETOS, AÇÕES E PROGRAMAS ................................................. 12

3.1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS E ESPECIFICAÇÕES MÍNIMAS ..................... 13

3.1.1 Separação dos materiais ............................................................................. 13 3.1.2 Sacolas plásticas ....................................................................................... 14 3.1.3 Conteinerização ......................................................................................... 15 3.1.4 Centro de triagem e TRATAMENTO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS ....................... 18

3.2 INDICADORES DE DESEMPENHO ................................................................. 26

3.3 REGRAS PARA O TRANSPORTE DA COLETA SELETIVA .................................... 30

3.3.1 Veículos para Transporte da Coleta Seletiva .................................................. 30 3.3.2 Riscos ...................................................................................................... 31 3.3.3 Equipamentos de Proteção Individual ........................................................... 32

3.4 DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES NA COLETA SELETIVA ........................... 33

3.4.1 Institucional .............................................................................................. 33 3.4.2 Resíduos especiais ..................................................................................... 34 3.4.3 Pilhas e Baterias ........................................................................................ 34 3.4.4 Lâmpadas Fluorescentes ............................................................................. 37 3.4.5 Óleos Lubrificantes e Graxas ....................................................................... 37 3.4.6 Pneus ....................................................................................................... 38 3.4.7 Embalagens de agrotóxicos ......................................................................... 39

3.5 PROGRAMAS E AÇÕES ................................................................................ 43

3.5.1 Capacitação Técnica para operacionalização .................................................. 43 3.5.2 Educação Ambiental ................................................................................... 44 3.5.3 Criação de um novo modelo para o sistema de coleta seletiva e triagem de

resíduos recicláveis .............................................................................................. 45

3.6 MECANISMOS PARA A CRIAÇÃO DE FONTES DE NEGÓCIOS, EMPREGO E RENDA,

MEDIANTE A VALORIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS............................................. 51

3.7 SISTEMA DE CÁLCULO DOS CUSTOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE COLETA

SELETIVA ........................................................................................................... 53

3.7.1 Custos da Prestação dos Serviços Públicos de Coleta Seletiva .......................... 54 3.7.2 Formas de Cobrança .................................................................................. 58

3.8 METAS DE REDUÇÃO, REUTILIZAÇÃO, COLETA SELETIVA E RECICLAGEM ......... 61

3.8.1 Metas para alcance da coleta seletiva ........................................................... 61

3.9 ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO NA COLETA SELETIVA E LOGÍSTICA REVERSA ... 66

3.10 AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS........................................................... 72

3.11 PERIODICIDADE DE REVISÃO ..................................................................... 80

3.12 MEIOS DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO PARA A IMPLANTAÇÃO E

OPERACIONALIZAÇÃO DO PLANO DE COLETA SELETIVA NO ÂMBITO LOCAL. .............. 81

ANEXO 1 ........................................................................................................... 92

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Gestão Ambiental

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1.1 – Exemplo de sacola plástica ............................................................... 15

Figura 3.1.2 – Modelo de caminhão basculante para recolhimento de resíduo em Sorocaba-

SP ..................................................................................................................... 16

Figura 3.1.3 – Exemplo de descarregamento de contêiner por veículo basculante ........ 17

Figura 3.1.4 – Fluxograma do funcionamento de um Centro de Triagem e Compostagem

......................................................................................................................... 19

Figura 3.1.5 – Esquema representativo dos processos de triagem .............................. 20

Figura 3.1.5 – Ilustração das dimensões das leiras .................................................. 24

Figura 3.4.1 – Modelo de lixeira para recolhimento de pilhas e baterias ...................... 35

Figura 3.4.2 – Modelo de folders para pontos de devolução de pilhas e baterias ......... 36

Figura 3.4.3 – Caixas para armazenamento de lâmpadas fluorescentes ...................... 37

Figura 3.4.4 – Embalagem para armazenamento de resíduos de óleos e graxas .......... 38

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Gestão Ambiental

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1.1 – Diferenças entre o sistema tradicional e o conteinerizado no transporte e

armazenamento de resíduos sólidos ....................................................................... 17

Tabela 3.1.2 – Processo de compostagem ............................................................... 21

Tabela 3.1.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio ...... 23

Tabela 3.2.1 – Indicadores, índices e gradação dos programas de coleta seletiva ........ 27

Tabela 3.2.2 – Indicadores, índices e gradação das associações e cooperativas de catadores

......................................................................................................................... 28

Tabela 3.2.3 -Indicadores, índices e gradação do programa de coleta seletiva de Sorocaba

......................................................................................................................... 29

Tabela 3.4.1 – Principias legislações pertinentes ao recolhimento e destinação de resíduos

......................................................................................................................... 34

Tabela 3.4.2 - Formas de reuso e reciclagem de pneus............................................. 39

Tabela 3.4.3 - Endereço de centrais de recebimento de embalagens próximas à região 40

Tabela 3.4.4 - Classificação dos resíduos especiais e procedimentos para armazenamento,

......................................................................................................................... 41

Tabela 3.5.1 – Modelos de Gestão de Resíduos Recicláveis ....................................... 46

Tabela 3.7.1– Exemplo de Planilha de Custos. ......................................................... 55

Figura 3.7.1- Exemplo de custos de coleta e transporte da coleta seletiva – Belo Horizonte.

......................................................................................................................... 58

Tabela 3.8.1 - Quantidades de RSU enviadas para aterramento ................................. 61

Tabela 3.8.2 - Quantidades de RDO enviados para aterramento em Sorocaba-SP ........ 62

Tabela 3.8.3 - Metas e prazos para ampliação da Coleta Seletiva em Sorocaba. .......... 64

Tabela 3.8.4 – Quadro de metas e quantitativo para ampliação da Coleta Seletiva em

Sorocaba. ........................................................................................................... 64

Tabela 3.8.5 – Objetivos e metas de imediato, curto, médio e longo prazo – Coleta Seletiva

......................................................................................................................... 65

Figura 3.9.1 - Esquema gráfico da dinâmica na Logística Reversa .............................. 68

Tabela 3.9.1 - Obrigações dos fabricantes e consumidores e a Logística Reversa ......... 69

Tabela 3.10.1 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na

etapa de acondicionamento. ................................................................................. 75

Tabela 3.10.2 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na

etapa de coleta. .................................................................................................. 76

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Gestão Ambiental

Tabela 3.10.3 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na

etapa de transporte. ............................................................................................ 77

Tabela 3.10.4 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na

etapa de tratamento. ........................................................................................... 78

Tabela 3.10.5 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na

etapa de destinação final. ..................................................................................... 79

Exemplo de Planilha de Custos: Mobilização Social e Educação Ambiental ................... 93

Exemplo de Planilha de Custos: Coleta Seletiva Municipal. ........................................ 93

Exemplo de Planilha de Custos: Processos Internos do Galpão. ................................. 94

Exemplo de Planilha de Custos: Processos Administrativos........................................ 95

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Gestão Ambiental

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 3.4.1 – Fluxograma - Método da tríplice lavagem .......................................... 40

Gráfico 3.8.1 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares de Sorocaba 63

Gráfico 3.9.1 – Sistema de Logística Reversa – comunidade em geral, Prefeitura Municipal

e Estabelecimentos Comerciais .............................................................................. 71

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Gestão Ambiental

APRESENTAÇÃO

Este documento corresponde à Etapa 3.1.2 – Metas, Projetos, Ações e Programas

do Plano Municipal de Coleta Seletiva de Sorocaba, em conformidade com o Edital – CPL

683/2013 e o respectivo Termo de Referência.

Neste estudo foram estabelecidos procedimentos operacionais, especificações, in-

dicadores de desempenho, regras para transporte, definição de responsabilidades, progra-

mas e ações diversos, metas e parâmetros de monitoramento da Coleta Seletiva em So-

rocaba.

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Gestão Ambiental

3. METAS, PROJETOS, AÇÕES E PRO-GRAMAS

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Gestão Ambiental

3.1 Procedimentos Operacionais e

Especificações Mínimas

A coleta seletiva é uma alternativa ambientalmente aceita, pois, desvia parte dos

resíduos sólidos gerados da disposição em aterros sanitários ou controlados e lixões, para

que possam ser reciclados e constitui um processo de separação e recolhimento de mate-

riais recicláveis, conforme sua constituição, tais como papéis, plásticos, vidros, metais e

orgânicos, na fonte geradora, nos centros de triagem ou nas usinas de reciclagem. Poste-

riormente, estes materiais são vendidos às indústrias recicladoras ou aos sucateiros, para

que possam ser comercializados.

As quatro principais modalidades de coleta seletiva são:

Coleta Porta a Porta: veículos coletores (apropriados para coleta sele-

tiva) percorrem as vias públicas recolhendo os resíduos sólidos separados

nos domicílios, mas em horários diferentes da coleta urbana normal;

Coleta em Postos de Entrega Voluntária (PEVs): a população depo-

sita espontaneamente os resíduos recicláveis em contêineres ou em peque-

nos depósitos espalhados em pontos fixos estratégicos;

Coleta em Postos de Troca: é feita a troca de material segregado por

bem ou benefício;

3.1.1 SEPARAÇÃO DOS MATERIAIS

Para uma maior efetividade e aproveitamento dos materiais recicláveis, é funda-

mental que os materiais sejam separados na fonte, ou seja, nas unidades residenciais

geradoras de resíduos, pois quando a segregação não é feita de forma adequada, ocorrem

perdas de materiais passíveis de reciclagem, devido à contaminação dos mesmos por re-

síduos orgânicos, fazendo com que sejam inutilizados para reciclagem. Por exemplo: em-

balagem plástica de comida misturada com papelão, suja e umedece o papelão que poderia

ser reaproveitado. Atualmente, a separação dos resíduos como lixo seco e úmido tem sido

eficiente e adequada para elevar os índices de reaproveitamento e redução no volume de

rejeitos.

Dessa forma, para a implantação deste sistema, os resíduos gerados pelos domi-

cílios devem ser separados em dois grupos:

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Gestão Ambiental

MATERIAIS RECICLÁVEIS: sucata metálica, papéis, papelão, vidro, metal

e plástico.

MATERIAIS NÃO-RECICLÁVEIS: também chamados de lixo úmido ou sim-

plesmente lixo, compostos pela matéria orgânica e pelos materiais que não

apresentam condições favoráveis à reciclagem. A relação dos materiais as-

sim classificados varia de um município para outro, uma vez que para deter-

minada localidade pode não ser interessante, ou mesmo viável, a separação

de determinados materiais, pela simples inexistência de mercado compra-

dor.

Os materiais recicláveis, acondicionados em recipiente específico, são coletados e

levados para unidades de triagem, onde são separados por tipo.

Ressalta-se que no processo de coleta, o trabalho conjunto entre Municipalidade

e catadores pode trazer benefícios. Trabalho conjunto entre Municipalidade e Catadores

pode trazer benefícios, desonerando os cofres públicos e oferecendo apoio a uma parcela

da população sujeita a grande vulnerabilidade social. Essa parceria pode ocorrer através

de cooperativas, como já acontece em Sorocaba, ou outras associações. Nesse caso, cabe

à Prefeitura o cadastramento e organização dos catadores, bem como o fornecimento de

subsídios às cooperativas e apoio social aos trabalhadores.

3.1.2 Sacolas plásticas

A partir da década de 70, sacolas plásticas começaram a serem utilizadas para

acondicionamento de resíduos em substituição a embalagens de papel, pois o plástico pos-

suía vantagens como leveza, baixo custo, selabilidade sob calor, transparência, flexibili-

dade, assepsia e capacidade de suportar peso sem romper-se. No entanto, sacolas plásti-

cas causam impacto ao meio ambiente, causando entupimento no sistema de drenagem

das vias públicas, interferência na dieta de animais, alteração no ecossistema e biodiver-

sidade, além de levarem período de 100 a 400 anos para decompor-se no ambiente (SAN-

TOS, 2012). Como alternativa ao uso de sacolas plásticas, indica-se as sacolas do tipo

reutilizáveis e/ou oxi-biodegradáveis.

Considerando o último censo do IBGE (2010), em média, existem 178.777 resi-

dências em Sorocaba. Parte das rotas da Coleta Seletiva já adota esta prática com a utili-

zação de sacolas plásticas resistentes e reutilizáveis.

As sacolas devem ser confeccionadas com matérias-primas de fontes recicláveis

ou biodegradáveis, de modo a facilitar a seleção do resíduo sólido.

As vantagens da utilização de tais sacolas são:

Possibilidade de reciclagem, antes do início de sua degradação;

Possibilidade de fabricação a partir de plásticos reciclados;

Possibilidade de reutilização, enquanto não começarem a degradar;

Processo de degradação não produz metano;

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

Serem Oxi-degradáveis e Biodegradáveis.

O objetivo maior dessa prática é a separação de forma consciente dos resíduos,

de maneira que os resíduos com potencial de reciclagem não sejam contaminados pelos

rejeitos. É importante que o Munícipio estabeleça dia específico para a coleta seletiva em

cada região do Município, de maneira a não haver justaposição com a coleta convencional.

O uso de sacolas plásticas é uma prática que estimula o cidadão a segregar de

forma consciente e efetiva os materiais a serem reciclados. Sendo uma alternativa aplicá-

vel ao processo de ampliação do sistema de Coleta Seletiva no Município de Sorocaba.

Figura 3.1.1 – Exemplo de sacola plástica

Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria.

3.1.3 CONTEINERIZAÇÃO

O processo de recolhimento dos resíduos domiciliares em Sorocaba é realizado por

meio da utilização de contêineres de PEAD de 240 e 1000 L.

Este é um método avançado e que diminui o contato direto dos trabalhadores com

o resíduo e que evita a exposição dos resíduos a condições do tempo e vetores, consiste

no processo de conteinerização. Em Sorocaba os contêineres possuem chips para identifi-

cação do local aonde foram instalados.

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Gestão Ambiental

Esse tipo de manejo de resíduos sólidos é uma tendência já estabelecida em países

europeus, assim como nos EUA e Canadá. No Brasil, cidades como São Paulo, Porto Alegre

e outros municípios do interior já estão tratando parte de seus resíduos com essa técnica.

Figura 3.1.2 – Modelo de caminhão basculante para recolhimento de resíduo em Sorocaba-SP

Fonte: Prefeitura de Sorocaba.

A conteinerização consiste na disposição de contêineres em locais estratégicos

para cumprirem a função de lixeira na qual o gerador pode depositar a qualquer hora do

dia o resíduo, diminuindo o acúmulo do mesmo em área comum e exposta. O processo de

coleta é realizado por caminhões próprios, equipados com sistemas basculantes que ele-

vam o contêiner até a carroceria, depositam o resíduo no caminhão e deixam o contêiner

vazio para reutilização. Desta forma, não existe contato direto entre o funcionário trans-

portador e o resíduo recolhido. Os benefícios referentes à implantação desse sistema no

município estão presentes na Tabela 3.1.1.

Os principais ônus do sistema referem-se aos custos de manutenção dos equipa-

mentos. Entretanto, por ser uma forma mecanizada, higiênica, segura e rápida para ar-

mazenamento e transporte de resíduos sólidos, os custos são compensados quando com-

parados aos gastos com a saúde do trabalhador.

Os contêineres dispostos em esquinas não provocam obstrução às entradas e

acessos às residências e estabelecimentos comerciais.

Outro fator importante está na distribuição: com os contêineres posicionados de

forma a não exigir do morador um deslocamento superior a 120 metros, garante-se o

conforto do morador e racionalizam-se os recursos para aquisição dos equipamentos de

armazenagem de resíduos.

A higienização dos contêineres pode ser realizada de forma automática, por cami-

nhos especializados, através do qual uma combinação de água e enzimas impede o acú-

mulo de material causador de mau cheiro.

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Gestão Ambiental

Tabela 3.1.1 – Diferenças entre o sistema tradicional e o conteinerizado no transporte e armazena-mento de resíduos sólidos

Variável Sistema

Tradicional Sistema

Conteinerizado

Risco de acidentes do trabalho Alto Baixo

Incidência do derramamento do resíduo em função do manu-seio

Alto Baixo

Aspecto visual da disposição do resíduo antes da coleta Negativo Positivo

Odor exalado da disposição do resíduo antes da coleta Forte Inexistente

Possibilidade de vazamento de líquido (chorume) na disposi-ção do resíduo antes da coleta

Alto Inexistente

Hábito da equipe de acumular (puxar) o resíduo para a coleta Existente Inexistente

Condição para a mensuração da geração de resíduo Inexistente Existente

Alimentação de vetores e animais em função da disposição do resíduo antes da coleta

Alta Inexistente

Necessidade de manutenção dos contêineres Inexistente Existente

Opinião Pública Desfavorável Favorável

Custo para implantação da macrocoleta seletiva Elevado Compatível

Risco de perda da qualidade dos serviços prestados em fun-ção da redução da frequência

Alto Baixo

Fonte: CGMCON, 2013.

Além dos benefícios relativos à integridade física do coletor o processo mecanizado

de recolhimento permite o aumento da produtividade, uma vez que promove a otimização

do tempo de recolhimento por unidade habitacional.

Tendo em vista as melhorias propostas por esse método de manejo de resíduos,

verifica-se viabilidade de sua implantação em pontos estratégicos do Município, notada-

mente as áreas comerciais, o que a curto prazo poderá significar alto investimento. Entre-

tanto, a médio prazo já será possível notar ganhos ambiental e sanitário significativos.

Figura 3.1.3 – Exemplo de descarregamento de contêiner por veículo basculante

Fonte: Prefeitura de Sorocaba.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

Antes e depois da implantação do sistema de conteinerização, é necessário intenso

processo de sensibilização ambiental, para evitar a depredação dos equipamentos públicos

responsáveis pela armazenagem do resíduo, assim como a definição adequada dos dias de

deposição dos resíduos, demonstrando a importância do processo de segregação do resí-

duo e o dano gerado ao sistema, quando a separação não é feita de forma adequada.

Por se tratar de um sistema de coleta de resíduos pouco utilizado no país, Soro-

caba tornar-se-ia um dos municípios pioneiros no sistema de conteinerização da coleta

seletiva, demonstrando a viabilidade e as vantagens desse tipo de coleta.

A população já está habituada a esta forma de execução de coleta. Entretanto,

por carecer de investimento relativamente alto, é imprescindível a implantação de um pro-

grama piloto que possibilitará o município avaliar a viabilidade e aceitação do sistema pelos

cidadãos. Além disso é um sistema complexo e que necessita de forte cooperação da po-

pulação para seu funcionamento. Ressalta-se a importância da educação ambiental e de

se explanar à população as vantagens trazidas por esse sistema de coleta.

3.1.4 CENTRO DE TRIAGEM E TRATAMENTO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS

De acordo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, art. 36, no âmbito da respon-

sabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe aos municípios, titulares

dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, implantar sis-

tema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular, com agentes econômi-

cos e sociais, formas de utilização do composto produzido.

Segundo diagnóstico realizado anteriormente, em Sorocaba, quase metade dos

resíduos sólidos urbanos da coleta convencional são resíduos orgânicos. Portanto, se toda

essa fração fosse destinada a um centro de compostagem, a cidade conseguiria uma

grande redução na quantidade de resíduos enviados ao aterro.

Em São Paulo, de acordo com a Lei Estadual nº 12.300, de 16 de março de 2006,

que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos, os Planos Municipais de Gerenciamento

de Resíduos Urbanos devem contemplar a definição e a descrição de medidas e soluções

direcionadas à compostagem. Assim como, em 2012, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos,

estipulou que, até 2015, deve haver pelo menos 30% de redução no peso da parcela or-

gânica dos resíduos disposta em aterros.

Visto que os resíduos domiciliares orgânicos representam a maior parcela do total

de resíduos gerados no município de Sorocaba, é grande o potencial de reaproveitamento

dos mesmos, juntamente com resíduos de poda e capina coletados pelos serviços públicos.

A compostagem é uma técnica consagrada para reaproveitamento de materiais

orgânicos, e considerando a grande quantidade de áreas verdes no município de Sorocaba,

esta técnica pode ser viabilizada por meio da implantação de uma unidade de triagem e

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Gestão Ambiental

compostagem a ser operacionalizada pela Prefeitura ou por meio de empresas e associa-

ções contratadas.

Figura 3.1.4 – Fluxograma do funcionamento de um Centro de Triagem e Compostagem

Fonte: IGUAÇUMEC, 2015.

O processo de triagem junto à compostagem tem como objetivo retirar os mate-

riais recicláveis e/ou rejeitos que foram misturados aos resíduos domésticos, uma vez que

estes resíduos não servirão para compostagem. Assim, fica garantido que somente os ma-

teriais orgânicos serão destinados ao processo de degradação biológica.

A instalação de um Centro de Triagem e Compostagem deve ser estudada para

cada cidade, porém a estrutura básica necessária deve incluir uma área para recepção e

expedição dos resíduos, equipamentos para triagem, área para compostagem, beneficia-

mento/armazenamento, aterro de rejeitos e sistema de tratamento de efluentes.

Os dados apresentados são preliminares e servem como referência para que o

Município desenvolva seu projeto de acordo com as características específicas dos resíduos

gerados, ou seja, os valores apresentados foram pré-dimensionados para fornecerem a

ordem de grandeza a ser considerada no Plano Municipal de Coleta Seletiva.

RECEPÇÃO E EXPEDIÇÃO: Área destinada ao fluxo, entrada e saída dos

resíduos. Basicamente, na recepção ocorre a entrada de resíduos sólidos

domiciliares e outros insumos e na expedição, a saída de composto, reciclá-

veis e rejeitos.

TRIAGEM: Um fluxograma básico do funcionamento da central de triagem

está demonstrado na Figura 3.1.5.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

Figura 3.1.5 – Esquema representativo dos processos de triagem

Fonte: IGUAÇUMEC, 2015.

Esta etapa visa a separação manual dos diversos componentes dos resíduos, que

são divididos em grupos de acordo com a sua natureza. Nos municípios onde há coleta

seletiva o processo de triagem é mais simples, pois consiste apenas em extrair do material

a matéria orgânica destinada à compostagem, evitando a etapa de separação dos materiais

recicláveis, uma vez que são separados na fonte.

COMPOSTAGEM: Após a triagem, a parcela de materiais orgânicos é en-

caminhada ao processo de compostagem. Segundo a NBR 13.591 de 1996,

a compostagem é um processo de decomposição biológica da fração orgânica

biodegradável dos resíduos, efetuado por uma população diversificada de

organismos, em condições de aerobiose e demais parâmetros. O ciclo de

compostagem dura em torno de 120 dias. O objetivo deste processo nesses

casos, não é propriamente produzir adubo/composto, mas sim o fato de que

a matéria orgânica presente no lixo pode ser transformada e reaproveitada,

evitando a disposição final em aterros, que no geral implica em impactos

ambientais negativos.

Legenda Equipamentos

1 Moega de alimentação

2 Esteira de triagem de ma-

teriais

3 Contêiner

4 Carrinho porta-contêiner

5 Sistema de trituração

6 Carrinho de distribuição

7 Cobertura metálica

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

Tabela 3.1.2 – Processo de compostagem

Materiais para fazer o composto

- Esterco de animais;

- Qualquer tipo de planta;

- Palhas de café, milho, cana, etc;

- Sobras de frutas, legumes e cultivos;

- Pastos, ervas, cascas, folhas verdes e secas, podas de árvore;

- Qualquer substância que seja parte de animais: pelos, lãs, couros;

- Todas as sobras de cozinha que sejam de origem animal ou vegetal: restos de alimentos, cascas

de ovo, etc;

- Entre outros.

Observação: O ideal é que a massa de compostagem seja resultante da mistura de vários

resíduos orgânicos, pois quanto mais variados e triturados (fragmentados) os componentes usa-

dos, melhor será a qualidade do composto e mais rápido o término do processo de compostagem.

A matéria-prima a ser compostada deve estar livre de materiais inertes.

Modo de preparo das leiras de composto

- Para a escolha do local de montagem das leiras deve-se considerar a facilidade de acesso e a

disponibilidade de água para molhar as pilhas. Também é desejável montá-las em locais sombre-

ados e protegidos de ventos intensos para evitar ressecamento.

- Iniciar a construção da pilha com uma camada de material vegetal seco para que absorva o

excesso de água e permita a circulação de ar.

- Terminada a primeira camada, deve-se regá-la com água, evitando encharcamento e, a cada

camada montada, deve-se umedecê-la para uma distribuição mais uniforme da água por toda a

pilha.

- Na segunda camada, deve-se colocar restos orgânicos mais úmidos, como exemplo: restos de

alimentos em geral, verduras, frutas, etc.

- Novamente, deposita-se uma camada de material vegetal seco seguida por outra camada de

restos orgânicos, e assim sucessivamente.

Durante a compostagem, existe toda uma sequência de microrganismos que decompõem a

matéria orgânica, até surgir o produto final, o húmus maduro. Todo este processo acontece em

etapas, nas quais, fungos, bactérias, protozoários, minhocas, besouros, lacraias, formigas e ara-

nhas decompõem as fibras vegetais e tornam os nutrientes presentes na matéria orgânica dispo-

níveis para as plantas.

Fonte: FEAM, 2005. Ministério Público do Estado do Paraná, 2013. Planeta Orgânico, 2015.

Após a montagem, durante todo o processo de decomposição, é necessá-

rio revolver a massa de compostagem e, também, mantê-la úmida. O revolvimento tem

três funções básicas: propiciar a aeração da massa, dissipar as altas temperaturas desen-

volvidas na fase ativa de degradação e aumentar a porosidade. Nos casos em que as leiras

são grandes e ocupam uma grande área, recomenda-se que o revolvimento das mesmas

seja realizado com máquinas específicas ou até mesmo com pás carregadeiras.

O pátio de compostagem deverá ser impermeável. Sugere-se construir valas ao

redor do pátio para coletar todo chorume produzido durante o processo de compostagem,

originado dos processos biológicos, químicos e físicos da decomposição da matéria orgânica

contida no lixo.

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Gestão Ambiental

Dimensionamento das leiras

Sorocaba produz uma média diária de 487,96 toneladas de resíduos domiciliares.

Deste total, 48% é composto pela matéria orgânica, ou seja, 234.220,8 kg/dia. O município

também gera 31.451,58 m³/ano de resíduos de poda e varrição, obtendo uma média de

51.701,23 kg/dia. Estes tipos de resíduos são passíveis de serem reaproveitados para o

processo de compostagem.

No processo de seleção de uma área adequada para construir a usina de compos-

tagem, é preciso dimensionar as áreas ocupadas pelas leiras, aplicando as seguintes equa-

ções:

Volume

V = MPMO/D

Sendo

V = Volume da leira de compostagem (m³);

MPMO = Massa total dos resíduos orgânicos e poda (285.922,03 kg);

D = Densidade dos resíduos orgânicos e poda (570 kg/m³).

Área da Seção Transversal

As = (L*H)/2

Sendo

L = Largura da leira (4 m – adotado);

H = Altura da leira (3 m – adotado);

As = Área da seção transversal da leira (m²).

Comprimento

C = V/As

Sendo

C = Comprimento da leira (m).

Área da base

Ab = L*C;

Sendo

Ab = Área da base da leira (m²).

Área de revolvimento da leira

Ar = 2*Ab;

Sendo

Ar = Área de folga para reviramento da leira (m²).

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Gestão Ambiental

Área útil

Au = Ar*Tc

Sendo

Tc = Tempo do ciclo da compostagem (120 dias);

Au = Área útil necessária para confeccionar as leiras (m²).

Área total

At = Au*AA

Sendo

AA = Área adicional para a manutenção (10%);

At = Área total necessária (m²).

Através das equações, foram calculadas as dimensões e áreas necessárias, con-

forme demonstra a tabela a seguir.

Tabela 3.1.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio

Variáveis Valores

Densidade de matéria orgânica com capina (kg/m³) 570

Largura (m) 4

Altura (m) 3

Área da seção reta (m²) 6

Volume (m³) 501,62

Comprimento (m) 83,60

Comprimento útil (m) 85

Área da base (m²) 340

Área de folga - para revolvimento (m²) 680

Área útil (m²) 81.600

Adicional (%) 10%

Área total (m²) 89.760

Fonte: DRZ - Geotecnologia e Consultoria2015.

Portanto, será necessária uma área aproximada de 90.000 m², somente para a

área de compostagem. Deve-se prever um terreno com área maior para englobar as outras

instalações do Centro de Triagem e Compostagem.

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Gestão Ambiental

Figura 3.1.5 – Ilustração das dimensões das leiras

Fonte: DRZ - Geotecnologia e Consultoria2015.

BENEFICIAMENTO/ARMAZENAMENTO: O composto quando biologica-

mente estável, passa pelo processo de beneficiamento, etapa onde o mate-

rial é peneirado para a retirada de materiais indesejáveis e para a redução

da granulometria. O armazenamento do composto beneficiado deve ser feito

em local protegido das intempéries do tempo.

ATERRO REJEITOS: Local destinado à disposição final dos rejeitos prove-

nientes da etapa de triagem. Caso a instalação do Centro de Triagem e

Compostagem seja realizada no mesmo terreno do aterro sanitário munici-

pal, a disposição poderá ocorrer conjuntamente.

TRATAMENTO DE EFLUENTES: Estrutura necessária para o tratamento

dos líquidos provenientes das instalações sanitárias, do pátio de composta-

gem, da lavagem da área de recepção/expedição e triagem do lixo, das valas

de aterramento de rejeitos, e outros. Assim como no caso do aterro de re-

jeitos, se a instalação do centro ocorrer no mesmo terreno do aterro sanitário

municipal, o tratamento de efluentes poderá ser realizado juntamente com

aqueles provenientes do próprio aterro.

ÁREAS COMPLEMENTARES: Estruturas de apoio como escritório, almoxa-

rifado, instalações sanitárias/vestiários, copa/cozinha, etc. Galpão para ar-

mazenamento de recicláveis provenientes da triagem. E também, área para

a trituração dos resíduos de poda, uma vez que estes devem ser triturados

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

antes de serem inseridos no processo de compostagem. Conforme apontado

no Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Sorocaba, são

inúmeras as exigências para aplicação e comercialização do composto. Dessa

forma, apesar da legislação indicar a compostagem como alternativa para

tratamento dos resíduos orgânicos, a viabilidade de sua implantação depen-

derá da articulação da Prefeitura com os agentes econômicos e sociais en-

volvidos. Isto posto, poderão ser adotadas soluções alternativas, que não a

compostagem, para o tratamento dos resíduos orgânicos.

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Gestão Ambiental

3.2 Indicadores de Desempenho

Os indicadores são informações qualificadas e direcionadas que servem para ava-

liar e monitorar determinadas realidades, por meio de índices, dados e percentuais. Os

parâmetros expressam as condições qualitativas ou quantitativas do que está sendo me-

dido e avaliado.

Para melhor análise e manutenção do sistema de coleta seletiva, indica-se a ado-

ção de indicadores específicos de gestão. Tomando por base os indicadores estabelecidos

pela FUNASA, no “Programas Municipais de Coleta Seletiva de Lixo como Fator de Susten-

tabilidade dos Sistemas Públicos de Saneamento Ambiental na Região Metropolitana de

São Paulo” (2010) , adotou-se as seguintes considerações como sendo pertinentes às ca-

racterísticas do município de Sorocaba:

A inserção da coleta seletiva como etapa da Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos Urbanos no Sistema de Limpeza Urbana do município;

A existência de instrumento legal/jurídico que estabeleça o vínculo e as

regras entre as partes envolvidas.

A remuneração pelo serviço prestado pelas organizações, como parte do

sistema de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, proporcional à quan-

tidade de resíduos coletada e triada.

A universalização dos serviços, com qualidade.

A existência de política pública e de mecanismos de incentivo que induzam

à autonomia das organizações de catadores.

A existência de Programa de Educação Ambiental e de divulgação de in-

formação à sociedade, visando aumento do grau de adesão à coleta seletiva,

com qualidade na segregação dos materiais.

Aumento significativo da quantidade de materiais encaminhados para re-

ciclagem e a redução do montante de resíduos sólidos destinado aos aterros

sanitários. Para as Organizações de Catadores, as bases definidas como ide-

ais para a sustentabilidade contemplaram as categorias:

A instituição formal da organização e sua inserção no escopo da política

pública municipal de resíduos sólidos, formalizada por meio de instrumento

legal firmado com o município.

Existência de infraestrutura, equipamentos e capacitação para o desem-

penho satisfatório das diversas atividades inerentes à coleta, segregação e

comercialização dos materiais recicláveis.

Condições adequadas de higiene, segurança e saúde do trabalhador, nos

aspectos de infraestrutura, equipamentos e conforto ambiental.

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Gestão Ambiental

A existência de rede de apoio, representada pelas parcerias necessárias

à realização das diversas atividades da organização.

A Tabela 3.2.1, apresenta o conjunto de indicadores e índices de sustentabilidade

propostos para os programas de coleta seletiva e suas respectivas gradações:

Tabela 3.2.1 – Indicadores, índices e gradação dos programas de coleta seletiva

Indicador + +/- -

Sustentabilidade econô-

mica

Existência de taxa

específica

Cobrança de taxa

no IPTU

Não existência de

cobrança

Marco legal Com lei e convênio Só lei ou

só convênio

Sem lei nem

convênio

Parceiras Duas ou mais Uma Nenhuma

Cobertura de coleta Alta

75 a 100%

Média

31 a 74,9%

Baixa

Menos de 30%

Índices de recuperação de

materiais recicláveis

(IRMR)*

Alto

Acima de 11%

Médio

5,1 a 10%

Baixo

até 5%

Índice de rejeito (IR)** Baixo

até 7%

Médio

5,1 a 20%

Alto

Acima de 21%

*IRMR (%) = Quantidade de coleta seletiva – Quantidade de rejeito da triagem X 100

Quantidade coletada seletivamente + Quantidade de coleta regular OBS: O valor de 10% de recuperação de materiais recicláveis foi aceito como uma meta para os pro-gramas de coleta seletiva no país, logo, programas municipais que apresentam valores acima de 10% teriam alta sustentabilidade quanto a este indicador. **IR = Quantidade da coleta seletiva – Quantidade de materiais comercializados * 100

Quantidade da coleta seletiva OBS: O valor de 7% de rejeito foi aceito como um valor razoável e 20% como um valor a não ser ultrapassado. Fonte: BRASIL, 2010.

Para avaliar a sustentabilidade das cooperativas de catadores, foram identificados

doze principais indicadores, conforme tabela:

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Gestão Ambiental

Tabela 3.2.2 – Indicadores, índices e gradação das associações e cooperativas de catadores

Indicador + +/- -

1. Regularização da organi-

zação Regularizada -------------- Não regularizada

2. Instrumento legal de par-

ceria

Cooperativa com

convênio ou OSCIP

com contrato

Associação com

convênio Não possui

3. Rotatividade anual Até 25% dos mem-

bros Entre 25 e 50% Mais de 50%

4. Capacitação dos membros Incubada Capacitada Não incubada /

não capacitada

5. Renda mensal por mem-

bro

Dois salários míni-

mos

Entre um e dois

salários Um salário

6. Participação dos mem-

bros* Alta (75 a 100%)

Média (30 a

75%) Baixa (30 a 50%)

7. Condição da instalação Própria Alugada Cedida

8. Equipamentos / veículos Próprios Próprios/cedidos Cedidos

9. Horas trabalhadas/dia-

membro Mais de 6 Entre 4 e 6 Até 4

10. Benefícios para os

membros* 3 ou mais Uma ou duas Nenhum

11. EPI´s Usam EPI Não usam Não possuem

12. Nº de parcerias das

organizações Duas ou mais Uma Nenhuma

* Em relação a frequência – comparecimento dos membros às reuniões * Exemplos de benefícios: cesta básica, seguro de saúde, transporte, alfabetização, férias, prêmios, curso de computação, convênio com farmácias, creches e licença remunerada. Fonte: BRASIL, 2010.

Esses indicadores e suas respectivas gradações levaram à composição do índice

de sustentabilidade. Para tanto, considerou-se que cada valor + (mais), atribuído ao indi-

cador em análise, valeria 1 ponto; cada valor +/– (mais ou menos) valeria 0,5 pontos e

cada valor – (menos) não somaria nenhum ponto. A somatória dos valores numéricos levou

a um número que representa o índice de sustentabilidade do programa ou organização. A

partir desse número, foi possível efetuar a comparação entre os programas municipais e

entre as organizações de catadores, assim como estabelecer sua hierarquização, em ter-

mos de sustentabilidade. O estabelecimento do grau de sustentabilidade se deu mediante

decodificação do valor numérico do índice de sustentabilidade para uma representação

qualitativa correspondente a intervalos de valores. Estabeleceram-se os graus de susten-

tabilidade: alto, médio e baixo. Os graus de sustentabilidade para os programas municipais

foram definidos como baixo (de 0 a 1,9 pontos), médio (de 2 a 3,9 pontos) e alto (de 4 a

6 pontos); enquanto que, para as organizações de catadores, foram definidos como baixo

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Gestão Ambiental

(de 0 a 3,9 pontos), médio baixo (de 4 a 5,9), médio alto (de 6 a 7,9) e alto (de 8 a 12)

(BRASIL, 2010).

Aplicando-se esta metodologia para analisar a qualidade dos serviços de Coleta

Seletiva em Sorocaba, foram obtidos os seguintes índices:

A. Indicadores, índices e gradação do programa de coleta seletiva

Tabela 3.2.3 -Indicadores, índices e gradação do programa de coleta seletiva de Sorocaba

PROGRAMAS DE COLETA SELETIVA

Indicador

Sustentabilidade econômica 0 Marco legal 0 Parceiras 1

Cobertura de coleta 0

Índices de recuperação de materiais recicláveis (IRMR)*

0

Índice de rejeito (IR)** 0 Somatória 1

Fonte: DRZ - Geotecnologia e Consultoria2015.

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Gestão Ambiental

3.3 Regras para o Transporte da

Coleta Seletiva

A NBR 13.221 de 2003 especifica os requisitos para o transporte terrestre de re-

síduos. O transporte deve ser realizado por meio de equipamento adequado, em estado de

conservação tal que não permita vazamento ou derramamento do resíduo transportado.

Deve, também, estar protegido de intempéries e devidamente acondicionado de modo que

evite seu espalhamento. Os resíduos não podem ser transportados com alimentos, medi-

camentos ou produtos destinados ao consumo humano ou animal, ou com embalagens

destinadas para estes fins. Essas medidas visam evitar danos ao meio ambiente e proteger

a saúde pública.

Para o transporte de resíduos, deve ser atendida a legislação ambiental específica,

no caso, Lei Estadual Nº. 12.300 de 2006, Política Estadual de Resíduos Sólidos de São

Paulo. Essas leis promovem ações para atender aos princípios de regularidade, continui-

dade e universalidade em condições sanitárias de segurança em todas as etapas do sistema

de coleta: transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos.

Segundo o art. 9º desta mesma lei, “as atividades e instalações de transporte de

resíduos sólidos deverão ser projetadas, licenciadas, implantadas e operadas em confor-

midade com a legislação em vigor, devendo a movimentação de resíduos ser monitorada

por meio de registros rastreáveis, de acordo com o projeto previamente aprovado pelos

órgãos previstos em lei ou regulamentação específica”.

O Documento de controle ambiental deve acompanhar o transporte dos resíduos,

conforme previsto pelo órgão competente, no qual deve ser informado o tipo de acondici-

onamento.

3.3.1 VEÍCULOS PARA TRANSPORTE DA COLETA SELETIVA

Os veículos para transporte da coleta seletiva devem apresentar características

específicas, podendo ser adaptadas e/ou enquadradas nas dos veículos de transporte da

coleta convencional de resíduos sólidos, devido a semelhança dos serviços. São elas (IBAM,

2001):

Não permitir derramamento do lixo na via pública;

Apresentar altura de carregamento na linha de cintura dos trabalhadores,

ou seja, no máximo a 1,20 m de altura em relação ao solo;

Possuir carregamento traseiro, de preferência;

Dispor de local adequado para transporte dos trabalhadores;

Possuir capacidade adequada de manobra e de vencer aclives e declives;

Distribuir adequadamente a carga no chassi do caminhão;

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Gestão Ambiental

Apresentar capacidade adequada para o menor número de viagens ao

destino, nas condições de cada área.

Procura-se escolher um tipo de veículo de coleta que apresente o melhor custo/be-

nefício. Em geral, esta relação é atingida utilizando-se aquele que preencha o maior nú-

mero de características.

Segundo a NBR 13.463 de 1995, Coleta de Resíduos Sólidos, os veículos coletores

podem ser do tipo compactador ou com caçamba simples. Os veículos de caçamba simples

são dotados de caçambas sem sistema de compactação, e podem ser do tipo basculante

ou não.

Na coleta seletiva, deve-se dar preferência aos veículos não compactadores, pois

não misturam os materiais, facilitando a operação de triagem. Recomenda-se que os veí-

culos coletores sejam equipados com sobre guardas altas ou fechados com tela formando

uma espécie de gaiola. Dessa forma, pode-se aumentar significativamente a capacidade

de carga e evitar que materiais leves se espalhem durante o transporte.

Para a coleta porta a porta podem ser utilizados carrinhos manuais, carrinhos elé-

tricos, motos com carreta adaptada, Kombis com carroceria adaptada ou outros veículos

leves com características semelhantes. Os caminhões são mais utilizados em áreas de

grande produção de recicláveis, como áreas comerciais, condomínios ou áreas residenciais

cujas construções sejam predominantemente grandes. Para o transporte dos pontos de

acumulação temporária aos galpões de triagem os veículos mais apropriados são cami-

nhões baú ou com carroceria adaptada.

É importante que os veículos da coleta seletiva estejam identificados para facilitar

o reconhecimento por parte da população.

3.3.2 RISCOS

No manejo dos resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, existem

fatores de riscos à saúde dos trabalhadores, inclusive na hora de seu transporte. De acordo

com a NR-9, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, “consideram-se riscos ambi-

entais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que,

em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capa-

zes de causar danos à saúde do trabalhador”.

Os trabalhadores envolvidos com a coleta seletiva estão expostos a diferentes

tipos de riscos inerentes à atividade realizada, muitos deles ocasionados pela separação

errônea dos tipos de resíduos e até mesmo pelo mau acondicionamento dos mesmos por

parte da população em geral.

Os riscos físicos estão relacionados às condições a que estão sujeitos os trabalha-

dores, como exemplo ruídos, vibrações, calor e frio. Quanto aos agentes químicos, que são

os compostos que podem penetrar no organismo pela via respiratória, os riscos estão re-

lacionados principalmente às névoas, neblinas e poeiras. E com relação aos biológicos, o

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Gestão Ambiental

risco maior está no contato com agentes biológicos patogênicos (bactérias, fungos, bacilos,

parasitas, protozoários, vírus, etc.), principalmente através de materiais perfuro-cortan-

tes.

Como esses trabalhadores realizam suas atividades ao ar livre, estão sujeitos a

outros tipos de riscos que envolvem atropelamentos, quedas e fraturas. Também há a

questão ergonômica, uma vez que executam suas atividades em ritmo acelerado e carre-

gando vários sacos de resíduos ao mesmo tempo, ocasionando sobrecarga da coluna ver-

tebral, podendo ocasionar lesões. E também no âmbito social, pela falta de treinamento e

condições adequadas de trabalho.

3.3.3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Segundo as normas, para o manuseio, coleta e transporte dos resíduos domésti-

cos, incluindo os recicláveis, faz-se necessário a utilização de Equipamentos de Proteção

Individual (EPIs) para que as condições de segurança, saúde e higiene dos trabalhadores

envolvidos sejam garantidas.

Considera-se Equipamento de Proteção Individual, de acordo com a NR 6, “todo

dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção

de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.

As equipes que realizam a coleta e o transporte, durante o manuseio dos resíduos

domésticos, deverão utilizar alguns equipamentos de proteção, incluindo: uniformes, bo-

nés, luvas, botas, capas de chuva, colete refletivo e até mesmo protetor solar. Os unifor-

mes dos trabalhadores, assim como os EPIs, deverão ser fornecidos pela empresa respon-

sável e/ou cooperativa.

Frequentemente, os funcionários deverão receber orientações sobre o uso correto

dos EPIs para sua segurança e para evitar riscos de acidentes durante o trabalho.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

33

Gestão Ambiental

3.4 Definição de Responsabilida-

des na Coleta Seletiva

A partir do conhecimento da realidade ambiental atual, pode se identificar e definir

os responsáveis pelas áreas da implantação e pelas etapas do gerenciamento de resíduos

sólidos. É nessa fase do plano que as responsabilidades são apresentadas e alterações

sugeridas para o aperfeiçoamento da gestão.

3.4.1 Institucional

Coleta Seletiva de Resíduos é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis,

tais como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte

geradora. Estes materiais, após um pré-beneficiamento, são, então, vendidos às indústrias

recicladoras ou aos sucateiros (VILHENA, 1999).

A coleta seletiva proporciona inúmeros benefícios ao município, dentre eles:

Redução de custos com a disposição final dos resíduos e aumento da vida

útil dos aterros;

Minimização de impactos ambientais e consequentes gastos com repara-

ção de áreas degradadas;

Educação e conscientização da população;

Melhoria nas condições ambientais e de saúde da população;

Geração de empregos;

Em geral, a implantação da coleta seletiva deverá considerar três fases:

O reconhecimento da situação atual pela população;

A definição de projetos e estratégias para implantação;

E a implantação dos projetos e inícios das atividades.

O Município de Sorocaba conta com um sistema de coleta seletiva ainda incipiente,

atingindo apenas 13% das residências e aproximadamente 10% do potencial de segrega-

ção. Para ampliar e otimizar este serviço, é fundamental que todos estejam conscientes

da sua necessidade e sua importância, começando pelo poder público e servidores direta-

mente ligados à coleta convencional e limpeza pública.

Esta conscientização deve ser atingida com campanhas estratégicas junto à popu-

lação nos centros comunitários, nas escolas e nos prédios públicos. Outras opções são

eventos que apresentem alternativas para redução e reutilização dos resíduos, distribuição

de folders confeccionados e impressos em papéis recicláveis, bem como a instalação de

lixeiras menores para separação em locais públicos estratégicos como praças e avenidas

principais.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

34

Gestão Ambiental

3.4.2 RESÍDUOS ESPECIAIS

Os resíduos especiais são considerados em função de suas características tóxicas,

radioativas e contaminantes. Portanto, passam a merecer cuidados especiais em seu ma-

nuseio, acondicionamento, estocagem, transporte e sua disposição final. Dentro da classe

de resíduos de fontes especiais, merecem destaque os resíduos listados na tabela abaixo.

Tabela 3.4.1 – Principias legislações pertinentes ao recolhimento e destinação de resíduos

Resíduo especial Legislação

Pilhas e baterias

Resolução CONAMA nº. 401 de 4/11/2008 –

Revoga o parágrafo único do Art. 16, pela Re-

solução CONAMA nº. 424 de 22/4/2010;

Lei nº 16.075 de 1º de abril de 2009.

Lâmpadas fluorescentes

Lei nº. 6.938 de 31/8/1981;

Lei nº. 10.165 de 27/12/2000;

Lei nº 16.075 de 1º de abril de 2009.

Óleos e graxas Resolução CONAMA nº. 362 de 23/6/2005.

Pneus Resolução CONAMA nº. 416, de 30/9/2009.

Agrotóxicos

Lei nº. 7.802 de 11/6/1989;

Lei nº. 9.974 de 6/6/2000;

Resolução CONAMA nº. 334 de 3/4/2003

Fonte: DRZ - Geotecnologia e Consultoria2015.

3.4.3 PILHAS E BATERIAS

Pilhas e baterias são classificadas como Resíduos Perigosos Classe I, por conterem

metais pesados e apresentarem características de corrosividade, reatividade e toxicidade.

Os principais metais contidos são: chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni),

prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês (Mn). Por apresentarem tais especificidades, o

manejo deve ser especial. A Lei Estadual n.º 16.075/09 proíbe o descarte desses materiais

em resíduo domiciliar ou comercial e obriga os fabricantes e revendedores a recolherem e

dar destinação final adequada.

Com base na Resolução CONAMA n.º 401/08, recomenda-se que, após o esgota-

mento do potencial energético, as pilhas e baterias sejam encaminhadas pelo próprio ci-

dadão aos locais autorizados, em redes técnicas autorizadas por fabricantes, ou no próprio

estabelecimento comercial onde as pilhas e baterias foram compradas.

De acordo com o Art. 3º da Resolução CONAMA nº 401/08, os estabelecimentos

comerciais assim como as assistências técnicas autorizadas pelos fabricantes são obrigadas

a receber estes resíduos e devolvê-los aos fabricantes que têm a responsabilidade pela sua

destinação final.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

35

Gestão Ambiental

Pontos de recebimento

Nos pontos de recebimento (comércios e assistências autorizadas), os resíduos

deverão ser armazenados, seguindo padrões de segurança e mantendo a não contamina-

ção. Lixeiras destinadas a acondicionar esses resíduos deverão estar identificadas e segre-

gadas para receber separadamente as pilhas das baterias.

O armazenamento será temporário e sua disposição pode ser feita em tambores,

bombonas, embalagens originais ou em caixas de papelão próprias para receber tais resí-

duos.

Figura 3.4.1 – Modelo de lixeira para recolhimento de pilhas e baterias

Fonte: BRAVOMAQ, 2010. SEMA, 2005.

No site do Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br), estão disponíveis en-

dereços e telefones de redes técnicas autorizadas para o recebimento de resíduos de pilhas

e baterias.

Uma alternativa para o descarte adequado é o estabelecimento de acordo entre o

município e a ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), cujo pro-

grama de recebimento de pilhas e baterias acontece de forma gratuita (respeitando a lei

da Logística Reversa).

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

36

Gestão Ambiental

É de responsabilidade do poder público, identificar os estabelecimentos e convidá-

los a participar da iniciativa, proferindo palestras e fornecendo material informativo sobre

o correto manuseio, armazenamento e legislações pertinentes. Envolver entidades como

Rotary Clube e Lyons Clube, Igrejas, Associações para fortalecer uma grande campanha,

também, é uma alternativa.

Na área rural como nas demais regiões administrativas, poderão ser criados pon-

tos de devolução nos postos de saúde, com disposição de lixeira adequada para armaze-

namento e folders explicativos.

Figura 3.4.2 – Modelo de folders para pontos de devolução de pilhas e baterias

Fonte: ABINEE, 2006. Floripa Shopping, 2010.

Transporte

O transporte deverá ser realizado por empresa terceirizada devidamente autori-

zada. Caso seja do interesse do município realizar a coleta em regiões administrativas e

nas áreas rurais, esta empresa deverá assumir as condutas e procedimentos de segurança

conforme as normas técnicas da ABNT e legislações referentes, como o Decreto Nacional

nº. 96.044 de 18/5/1988, que trata do transporte rodoviário de produtos perigosos. En-

tretanto, seguem algumas recomendações:

Nos veículos, deverão ter afixados painéis de segurança (placas), con-

tendo número de identificação do risco do produto e número do produto:

88/2794, e rótulos de risco (placa de corrosivo) conforme NBR 8.500, com

motorista credenciado e carga lonada ou caminhão furgão;

Os veículos deverão ter “kit de emergência” e EPI;

O motorista deve manter envelope com ficha de emergência com instru-

ções para acidentes, incêndio, ingestão, inalação e fone de contato (PGIRS

Rio Negro, 2008).

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

37

Gestão Ambiental

3.4.4 LÂMPADAS FLUORESCENTES

A lâmpada fluorescente contém mercúrio, um metal pesado altamente tóxico.

Quando intacta, não oferece perigo. Porém, com a lâmpada danificada, ocorre vazamento

de vapor de mercúrio, contaminando solo, recursos hídricos, causando grandes prejuízos

ambientais, como por exemplo poluição do ar, solo e recursos hídricos.

A Lei Federal nº 12.305/10, em seu artigo 33, determina:

São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa,

mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma inde-

pendente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos

sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes

de agrotóxicos, pilhas e baterias [...] lâmpadas fluorescentes, de vapor de

sódio e mercúrio e de luz mista.

Pontos de recebimento

Os estabelecimentos deverão armazenar estes resíduos adequadamente em tam-

bores, na embalagem original ou em caixas de papelão próprias e devidamente sinalizadas.

Figura 3.4.3 – Caixas para armazenamento de lâmpadas fluorescentes

Fonte: Meca Coleta, 2011.

O transporte deverá ocorrer conforme diretrizes do Decreto Federal nº 96.044/08.

3.4.5 ÓLEOS LUBRIFICANTES E GRAXAS

Os óleos são classificados como resíduos especiais por serem inflamáveis e polu-

entes devido aos seus aditivos incorporados. Os óleos lubrificantes são considerados resí-

duos perigosos (NBR 10004, anexo "A", código F130), ricos em metais pesados, ácidos

orgânicos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA's) e dioxinas.

Pontos de Recebimento

Todos os locais e estabelecimentos que realizam a troca e revendem óleo lubrifi-

cante devem ter um local reservado para armazenamento desses resíduos. Os resíduos de

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

38

Gestão Ambiental

óleos e graxas devem ser devidamente armazenados conforme as normas da ABNT NBR

nº. 12.235/88.

Conforme consta na Resolução CONAMA nº. 362/05, os produtores, importadores

e revendedores de óleos são responsáveis pela coleta e destinação final dos resíduos de

óleos e graxas. Nos locais como postos de combustíveis e demais estabelecimentos que

trabalhem com estes produtos poderão ser instalados pontos de coleta para população por

meio de parceria público-privada.

Figura 3.4.4 – Embalagem para armazenamento de resíduos de óleos e graxas

Fonte: Meca Coleta, 2011.

Transporte

O transporte dos resíduos provenientes da utilização de óleos e graxas deverá ser

realizado conforme as normas descritas na Portaria nº. 125 de 30/7/99 que regulamenta

o recolhimento, a coleta e a destinação final destes resíduos pelas empresas fabricantes e

importadoras destes produtos.

3.4.6 PNEUS

No Brasil, aproximadamente 100 milhões de pneus usados estão espalhados em

aterros sanitários, terrenos baldios, rios e lagos, segundo estimativa da Associação Nacio-

nal da Indústria de Pneumáticos – ANIP (2006). Sua principal matéria-prima é a borracha

vulcanizada, mais resistente que a borracha natural, não se degrada facilmente e, quando

queimada a céu aberto, gera enormes quantidades de material particulado e gases tóxicos,

contaminando o meio ambiente com carbono, enxofre e outros poluentes. Quando perdem

sua utilidade, tornam-se resíduos e muitas vezes são abandonados, convertendo-se em

problema ambiental e de saúde pública. Ao serem abandonados em ambientes abertos e

sujeitos a chuvas, acumulam água e tornam se ambientes propícios para a disseminação

de doenças, como a dengue e a febre amarela. Devido a esses fatos, o descarte de pneus

é, ainda, um problema de saúde pública.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

39

Gestão Ambiental

Pontos de Devolução

De acordo com a Resolução CONAMA nº. 416/10 é de responsabilidade das em-

presas fabricantes e importadoras de pneumáticos, a correta disposição final destes resí-

duos.

Os estabelecimentos de troca ou venda de pneus devem armazená-los em áreas

específicas com infraestrutura necessária de forma que estes não acumulem água.

As principais formas de reuso e reciclagem de pneus inservíveis estão descritas na

tabela a seguir.

Tabela 3.4.2 - Formas de reuso e reciclagem de pneus

Formas de utilização Descrição

Manta asfáltica e asfalto-borracha Utilizados como componentes para a fabrica-

ção.

Contenção de erosão do solo Quando associados a plantas de raízes gran-

des.

Combustível alternativo de forno para produ-

ção de cimento, cal, papel e celulose

Por ser muito combustível e grande gerador de

energia, seu poder calorífico é de 12 a 16 mil

BTUs por quilo, superior ao do carvão.

Pisos industriais, sola de sapato, tapetes de

automóveis, tapetes para banheiros e borracha

de vedação

Depois do processo de desvulcanização e adi-

ção de óleos aromáticos resulta uma pasta,

que pode ser usada para compor estes produ-

tos.

Equipamentos para playground Obstáculos ou balança embaixo dos brinque-

dos ou nas madeiras para amenizar as quedas

e evitar acidentes.

Esportes Delimitação do território a percorrer em corri-

das de cavalo ou eventos.

Fabricação de pisos para quadras poliesporti-

vas.

Recauchutagem ou fabricação de novos pneus Reciclado ou reusado na fabricação de novos

pneus. A recauchutagem dos pneus é vasta-

mente utilizada no Brasil, atinge 70% da frota

de transporte de carga e passageiros.

Sinalização rodoviária e parachoques de carros Em postes para sinalização rodoviária e para

choques, diminuindo os gastos com manuten-

ção.

Compostagem Utilizados na aeração de compostos orgânicos.

Reprodução de animais marinhos Como estruturas de recifes artificiais em rios,

lagos e mar na criação de ambiente para re-

produção de animais marinhos.

Fonte: RECICLAR, 2006.

3.4.7 EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS

Os agrotóxicos são insumos agrícolas, produtos químicos usados na lavoura, na

pecuária e até mesmo no ambiente doméstico como: inseticidas, fungicidas, acaricidas,

nematicidas, herbicidas, bactericidas e vermífugos. As embalagens de agrotóxicos repre-

sentam riscos iminentes à saúde humana e de contaminação do meio ambiente. Grande

parte das embalagens tem destino final inadequado como o descarte em rios, queimas a

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

40

Gestão Ambiental

céu aberto, abandono nas lavouras e mesmo o enterrio, inutilizando áreas agricultáveis e

contaminando lençóis freáticos, solo e ar.

Em geral, as embalagens de agrotóxicos, também, devem ser devolvidas aos es-

tabelecimentos revendedores. Os agricultores deverão se atentar para as condições pré-

vias de armazenamento dessas embalagens, pois esses locais devem ser cobertos e bem

arejados. A embalagem, antes de ser armazenada, deverá ser lavada por meio do método

da tríplice lavagem que consiste em:

Gráfico 3.4.1 – Fluxograma - Método da tríplice lavagem

Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.

Pontos de coleta

Os endereços para devolução das embalagens constam na nota fiscal do produto.

O INPEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias realiza o serviço de

destinação final das embalagens de agrotóxicos coletadas nas centrais cadastradas.

Estas centrais ou regionais devem estar devidamente regulamentadas junto aos

órgãos ambientais, especialmente a CETESB.

O Município e os estabelecimentos de revenda de agrotóxicos podem firmar par-

ceria, que ajude os agricultores do município dar a destinação adequada às suas embala-

gens. O poder público recolhe as embalagens nos postos de entrega e as encaminha à

central de recebimento mais próxima. Na tabela abaixo, constam os endereços das princi-

pais centrais de recebimento de embalagens de agrotóxicos próximas do Município de So-

rocaba.

Tabela 3.4.3 - Endereço de centrais de recebimento de embalagens próximas à região

Nome da cen-

tral (Municí-

pio)

Endereço Gerenciador Nome do

responsável

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

41

Gestão Ambiental

Cerquilho Rodovia SP 127 km 85

+ 800metros - Capu-

ava

COPLACANA - Cooperativa dos

Plantadores de Cana do Estado

de São Paulo

Wagner Luiz

Andia / Marcos

Farah

Itapetininga Rod. Aristides da Costa

Barros Km 09 - Qua-

resma

ADIAESP - Associação dos Dis-

tribuidores de Insumos Agríco-

las do Estado de São Paulo

Eduardo Prada

Piedade Estrada Estadual Rai-

mundo Antunes Soa-

res, s/nº - Paula Men-

des

ADIAESP - Associação dos Dis-

tribuidores de Insumos Agríco-

las do Estado de São Paulo

Eduardo Prada

Pilar do Sul Rua José Vaz Maia,

312 (Esquina com Rua

Projetada) - Campo

Grande

CEP 18185-000

ADIAESP - Associação dos Dis-

tribuidores de Insumos Agríco-

las do Estado de São Paulo

Eduardo Prada

Porto Feliz Rodovia Dr. Antonio Pi-

res de Almeida (SP 97)

Km 16 - Itaqui

ADIAESP - Associação dos Dis-

tribuidores de Insumos Agríco-

las do Estado de São Paulo

Eduardo Prada

São Miguel Ar-

canjo

Rua Benedito Seabra,

nº. 738 - Distrito In-

dustrial

CEP 18230-000

APRSMA Associação dos Produ-

tores Rurais de São Miguel Ar-

canjo

Marcos Mendes

Valinhos Rodovia Dom Pedro I,

Km 122 Antigo Aterro

Sanitário

ADIAESP - Associação dos Dis-

tribuidores de Insumos Agríco-

las do Estado de São Paulo

Eduardo Prada

Fonte: INPEV, 2010. Org.: DRZ Geotecnologia e Consultoria.

Resumo de classificação e procedimento

Para um melhor entendimento quanto aos procedimentos da coleta, transporte e

destinação final dos resíduos classificados como especiais, segue, na tabela abaixo, um

resumo detalhado das legislações e resoluções pertinentes a cada etapa do processo por

tipo de resíduo.

Tabela 3.4.4 - Classificação dos resíduos especiais e procedimentos para armazenamento,

transporte e destinação.

RESÍDUO

ESPECIAL

CLASSIFICA-

ÇÃO

ARMAZENAMENTO TRANSPORTE DESTINAÇÃO

FINAL

PILHAS E

BATERIAS

Classe I – Peri-

gosos (NBR

10.004/96)

Classe I – Peri-

gosos (Resolu-

ção CONAMA

275 de

25/4/2001)

Armazenamento de

resíduos: NBR

12.235/88

Procedimento para

resíduos: Classe I

Transporte de resíduos: NBR

13.221/94

Procedimento: NBR 7.500

Simbologia: NBR 7.500 –

Símbolos de risco e manuseio

para o transporte e

armazenamento de materiais.

Reciclagem por em-

presas produto-

ras/importadores ou

terceiros prestado-

res de serviço.

LÂMPADAS

FLUORES-

CENTES

Classe I – Peri-

gosos (NBR

10.004/96)

Armazenamento de

resíduos: NBR

12.235/88

Procedimento para

resíduos: Classe I

Transporte de resíduos: NBR

13.221/94 Procedimento:

NBR 7.500 Simbologia: NBR

7.500 – Símbolos de risco e

manuseio para o transporte e

armazenamento de materiais.

Reciclagem por em-

presas de recupera-

ção de lâmpadas flu-

orescentes.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

42

Gestão Ambiental

ÓLEOS E

GRAXAS

Classe I – Peri-

gosos (NBR

10.004/96)

Classe I – Peri-

gosos (Resolu-

ção CONAMA

362 de

23/6/2005)

Armazenamento de

resíduos: NBR

12.235/88

Procedimento para

resíduos: Classe I

Transporte de resíduos: NBR

13.221/94

Procedimento: NBR 7.500

Simbologia: NBR 7.500 –

Símbolos de risco e manuseio

para o transporte e

armazenamento de materiais.

Recuperação por

empresas de repro-

cessamento de óleo.

PNEUS Classe II – Não

Inertes (NBR

10.004/96)

Armazenamento de

resíduos: NBR

11.174/89

Procedimento para

resíduos: Classes II

– Não Inertes e

Classe III – Inertes

Transporte de resíduos: NBR

13.221/94 Procedimento:

NBR 7.500 Simbologia: NBR

7.500 – Símbolos de risco e

manuseio para o transporte e

armazenamento de materiais.

Reciclagem por em-

presas de recauchu-

tagem, produtores

importadores.

EMBALA-

GENS DE

AGROTÓ-

XICOS

Classe I – Peri-

gosos (NBR

10.004/96)

Armazenamento de

resíduos: NBR

12.235/88

Procedimento para

resíduos: Classe I

Procedimento de la-

vagem - Embalagem

rígida vazia de agro-

tóxico: NBR 13.968

Transporte de resíduos: NBR

13.221/94 Procedimento:

NBR 7.500 Simbologia: NBR

7.500 – Símbolos de risco e

manuseio para o transporte e

armazenamento de materiais.

Reciclagem e/ou In-

cineração.

Fonte: FIESP/CIESP, 2003.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

43

Gestão Ambiental

3.5 Programas e Ações

3.5.1 CAPACITAÇÃO TÉCNICA PARA OPERACIONALIZAÇÃO

A elaboração do Plano Municipal de Coleta Seletiva deve ser vista como uma opor-

tunidade de capacitação e formação de profissionais e, também, como uma ferramenta

facilitadora para a mobilização da sociedade, fomentando a discussão sobre o manejo ade-

quado dos recicláveis.

Para o fortalecimento institucional do plano, é interessante que o município opte

pela construção do PMCS, integrando as equipes de profissionais oriundas de outras áreas

da prefeitura sem experiência anterior com o tema, juntamente com os técnicos em gestão

de resíduos sólidos, para capacitar e nivelar conhecimentos.

A realização de discussões conceituais sobre modelos de gestão de resíduos exis-

tentes, comparando-as ao modelo de gestão a ser adotado pelo município, metodologias

que serão utilizadas para sua implantação e qual será a melhor maneira ou forma de avan-

çar no processo de mobilização e participação social em campanhas e ações são partes

fundamentais e indispensáveis ao processo de capacitação e nivelamento de conhecimen-

tos.

Essas capacitações podem ser realizadas, periodicamente, e podem ter como

pauta temas relacionados às novas tecnologias de manejo dos recicláveis, relatos de ex-

periências adquiridas por técnicos e participantes, ações de fiscalização, de posturas e

educação ambiental entre outros.

A mobilização dos servidores será de responsabilidade do executivo, por intermé-

dio de um órgão de coordenação de gestão de resíduos sólidos, que deverá convocar fun-

cionários, agentes e atores das secretarias envolvidas para uma participação efetiva nos

processos e atividades relacionados à Coleta Seletiva, inserindo secretários, secretarias,

autarquias e técnicos na participação e acompanhamento do projeto.

O tipo e a forma de participação, fiscalização e continuidade dos trabalhos podem

surtir mais efeito com a criação de núcleos de trabalhos permanentes que devem ter como

objetivo:

Debater e aprimorar a limpeza preventiva e o manejo adequado dos RCC

Promover discussões sobre o uso de agregados com profissionais do meio

acadêmico, técnicos da indústria e do comércio e

Elaborar cartilha de procedimentos para o manejo dos RCC.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

44

Gestão Ambiental

Monitorar e apoiar medidas para a implantação da coleta seletiva na ci-

dade, com ações educacionais e estruturais.

Constituir parcerias e assistência às cooperativas e associações de cata-

dores.

Criar campanhas de educação ambiental em diferentes setores.

Mapear todas as ações relacionadas à educação ambiental no município.

Dar apoio e visibilidade aos trabalhos realizados nas cooperativas.

Capacitar os coletores (catadores) e utilizá-los como agentes multiplica-

dores de ações e programas de educação ambiental na cidade.

3.5.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

De acordo com a Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999, entendem-se por educação

ambiental, os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores

sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas à conservação do

meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e à sua

sustentabilidade.

Ainda, de acordo com a Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999, Art. 5º, a educação

ambiental deve visar:

Ao desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente,

em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,

psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éti-

cos;

À garantia de democratização das informações ambientais;

Ao estímulo e ao fortalecimento de uma consciência crítica sobre a pro-

blemática ambiental e social;

Ao incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsá-

vel, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa

da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidada-

nia;

Ao estímulo à cooperação entre as diversas regiões do país, em níveis

micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambi-

entalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, so-

lidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;

Ao fomento e ao fortalecimento da integração com a ciência e a tecnolo-

gia;

Ao fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidarie-

dade como fundamentos para o futuro da humanidade.

A maioria dos programas de coleta seletiva atribuem bastante importância à edu-

cação da população relativa à questão do lixo. A educação não se restringe à divulgação

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Gestão Ambiental

de informações: é preciso que estabeleça um vínculo entre as pessoas e o meio ambiente,

de forma a criar novos valores e sentimentos que façam com que as pessoas mudem de

atitudes.

É de grande importância que os profissionais que ficarão responsáveis pela imple-

mentação dos programas educativos sejam treinados e capacitados e estejam voltados

para compreensão dos três princípios básicos: redução, reutilização e reciclagem (3 R's).

O sucesso da coleta seletiva está diretamente associado aos investimentos feitos

para sensibilização e conscientização da população. Quanto maior a participação voluntária

nestes programas, menor o custo da administração.

Para que as atividades relacionadas à educação ambiental sejam efetivas e te-

nham um bom retorno à população, será necessário que todos os responsáveis pela reali-

zação e execução dos programas e projetos recebam a capacitação adequada e que reu-

niões prévias sejam realizadas no objetivo de planejar as atividades e se definir metas,

objetivos e ações.

A capacitação e a quantidade necessária de técnicos são o ponto de partida nessa

temática, pois investir no quadro técnico de funcionários é uma maneira de atender a toda

a população e dar continuidade aos programas e projetos. Profissionais capacitados levam

muitas informações e esclarecem dúvidas, deixando a população consciente e, consequen-

temente, em condições de contribuir para o bom gerenciamento dos resíduos sólidos.

Palestras, atividades, dinâmicas participativas e exibição/discussão de vídeos e

outros recursos audiovisuais são aliados da educação ambiental e, quando utilizados, po-

dem contribuir de forma significativa para o aprendizado. Folders e cartilhas colocados em

lugares estratégicos tornam-se ferramentas de fácil alcance da população. Programas com

temas como a não geração, redução, reutilização, coleta seletiva, reciclagem devem ser

expostos com o propósito de minimizar os impactos ambientais e diminuir o passivo am-

biental, aterro sanitário.

Pontos importantes na educação são as comunidades rurais, que necessitam ser

incorporadas nessas atividades, indicando e adaptando os temas à realidade.

3.5.3 CRIAÇÃO DE UM NOVO MODELO PARA O SISTEMA DE COLETA SE-

LETIVA E TRIAGEM DE RESÍDUOS RECICLÁVEIS

A gestão de resíduos recicláveis compreende as seguintes etapas:

1) Coleta seletiva;

2) Triagem e seleção dos materiais recicláveis;

3) Beneficiamento dos resíduos;

4) Comercialização do material reciclável;

Importante ressaltar a necessidade de inclusão dos catadores e associações e ca-

tadores e cooperativas neste processo.

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Gestão Ambiental

Para tanto, faz-se necessário estabelecer claramente o papel destas organizações,

de acordo com suas capacidades com vistas ao aperfeiçoamento da prestação dos serviços.

Uma vez que o Município tem como meta pré-estabelecida a duplicação da oferta

dos serviços de Coleta Seletiva em 3 (três) anos, há de se optar por mecanismos efetivos

para o atingimento desta meta.

Como salientado no Diagnóstico, as Cooperativas atualmente existentes não pos-

suem estruturas suficientes e modelos operacionais adequados para assumirem essa em-

preita de ampliação de seus serviços em curto ou mesmo médio prazo. Os índices propos-

tos e aplicados às mesmas igualmente expõem essas limitações. Tampouco para atingir a

universalização dos serviços.

Diante disso, algumas alternativas devem ser consideradas:

Tabela 3.5.1 – Modelos de Gestão de Resíduos Recicláveis

MODELO DE GESTÃO DE RESÍDUOS RECICLÁVEIS

COLETA SELETIVA TRIAGEM E SELEÇÃO BENEFICIAMENTO E COMERCIA-

LIZAÇÃO

MODELO A Cooperativa Cooperativa Cooperativa

MODELO B Empresa Cooperativa + Em-

presa

Cooperativa + Empresa

MODELO C Empresa Empresa Empresa

MODELO A- Ampliação do Sistema de Coleta Seletiva nos moldes atuais,

tendo como únicos prestadores de serviços Cooperativas e/ou Associações.

MODELO B- Ampliação do Sistema de Coleta Seletiva de forma mista, com

participação de catadores e/ou associações de catadores e empresas terce-

rizada(s) especializada(s) contratada(s) por meio de processo licitatório,

sendo a coleta e transporte do resíduo por responsabilidade da empresa e a

destinação dos resíduos para as cooperativas, dentro da sua capacidade pro-

dutiva, e o excedente por conta da empresa(s) contratada(s)

MODELO C- Ampliação do Sistema de Coleta Seletiva com tercerização com-

pleta dos serviços de coleta, transporte e destinação final dos resíduos, por

meio de empresa contratada através de processo licitatório, a qual será res-

ponsável pela inclusão dos catadores e das associações de catadores dentro

do processo de gestão dos resíduos recicláveis.

Modelo A

No caso de se adotar a ampliação do sistema apenas com a participação de Asso-

ciações e/ou Cooperativas, o grande desafio é criar condições financeiras, de infraestrutura

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Gestão Ambiental

e organizacional para potencializar a capacidade de operação das cooperativas já existen-

tes e principalmente viabilizar a criação de novas organizações.

Tal opção implica na readequação das metas estabelecidas no PMGRS, uma vez

que a ampliação da participação das cooperativas e criação de novas, demandará um re-

dimensionamento de custos, orçamentos, estabelecimentos de novos convênios, parcerias.

O atingimento da meta de duplicar a cobertura de coleta em 03 anos, dificilmente será

atingida optando-se por esse modelo.

A capacitação dos catadores é um dos pontos fundamentais do processo, tendo

em vista que, quando capacitados, chegarão à sua autonomia e emancipação, visando,

sempre, à organização e à produção, à melhoria contínua em suas condições de trabalho,

inclusão social e econômica e ampliação do volume de coleta.

Aspectos importantes, que não podem ser esquecidos no processo de capacitar, é

incluir associações de trabalhadores nos arranjos econômicos da indústria e do comércio,

incentivando a parceria entre grandes geradores de material reciclável e reutilizável e as

organizações de trabalhadores.

Incluir organizações de catadores, em decisões e debates dos acordos setoriais,

pode trazer impacto econômico importante à sua remuneração futura.

Junto ao MMA, o município poderá reivindicar o credenciamento das cooperativas

em linhas de crédito descritas no Programa Pró-Catador e, também, estimular a formação

de novas redes de cooperativas e associações de catadores.

O município pode promover algumas ações e iniciativas como:

Capacitar catadores

Fortalecer organizações atuantes na coleta seletiva

Apoiar a formação de novas cooperativas e associações

Apoiar as cooperativas, visando à sua autonomia e emancipação

Apontar parcerias entre iniciativa privada e organização de trabalhadores

Incentivar estimular e apoiar intercâmbios entre cooperativas de outras

regiões.

As instalações físicas, para a atuação da cooperativa de catadores, deverão ser

adaptadas e adequadas às plenas ações previstas dentro de todas as normas técnicas,

ambientais e de saúde pública.

Os equipamentos e os veículos, em condições de serem utilizados pelas associa-

ções de catadores de recicláveis e reutilizáveis, devem ser adequados e cumprirem todas

as normas técnicas para, posteriormente, utilizar-se dos recursos do Programa Pró Cata-

dor, para essas finalidades.

O monitoramento e o controle (fiscalização) deverão ser realizados em parceria e

com o apoio dos agentes municipais de saúde, para avaliar a saúde dos trabalhadores e

suas famílias, que atuam na atividade.

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Gestão Ambiental

É imprescindível cadastrar e atualizar periodicamente todas as empresas que

atuam nas áreas de transformação, processamento, comercialização de materiais reutili-

záveis e recicláveis pois, com isso, será mais visível a dinâmica do processamento dos

recicláveis, facilitando a compreensão dos cenários existentes.

Sugere-se, ainda, realizar capacitação aos associados das cooperativas, incluindo

gestão financeira e contábil, segurança do trabalho e patrimonial, saúde ocupacional e

ambiental, mercado de materiais recicláveis e comercialização em rede, entre outros itens.

Um dos motivos que ensejam baixos rendimentos aos catadores, atualmente, é a

falta de eficiência de algumas cooperativas e, sobretudo, dos catadores individuais, ligada

à falta de equipamentos, como veículos, mesas de triagem e insuficiência de resíduos à

disposição e aos custos para consegui-los.

Outro problema recorrente, no momento da comercialização, é o preço dos reci-

cláveis, que é o fator principal, quando se trata da coleta seletiva e reciclagem como um

todo.

Da melhoria da comercialização dependem a autossuficiência e independência fi-

nanceira das cooperativas e a inclusão social e econômica dos cooperados. A melhoria dos

preços está relacionada a uma maior organização das cooperativas e do próprio setor, o

que já vem sendo feito, em algumas regiões, através da criação de Centrais de Coopera-

tivas, impulsionada pelo Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis.

Os mecanismos para que os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis do municí-

pio, a partir da implantação das ações previstas neste plano, sejam reconhecidos como um

bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda, são:

Apoio e incentivo da administração pública às organizações de catadores

e aos catadores em processo de organização e propositura de acordos seto-

riais que os incluam nos arranjos financeiros e nos incentivos da administra-

ção pública, da indústria de reciclagem e compostagem, tendo em vista fo-

mentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais orgâni-

cos, reutilizáveis e reciclados;

Estimular a demanda de materiais recicláveis no mercado;

Prioridade nas aquisições e contratações governamentais e particulares

para produtos reutilizáveis e recicláveis;

Maior responsabilidade, por parte do setor privado, no ciclo de vida dos

seus produtos.

Verifica-se, portanto, que a Prefeitura necessitaria criar uma estrutura com eleva-

dos investimentos, responsabilizando-se inclusive pela capacitação dos cooperados e ca-

tadores, o que demandaria maiores investimentos por parte da municipalidade.

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Gestão Ambiental

Modelo B

O mesmo vale se um modelo misto de gestão for escolhido. No processo de am-

pliação do sistema com empresas privada e participação de Cooperativas estes mesmos

critérios deverão ser estabelecidos nos processos licitatórios sendo que, neste caso, das

Cooperativas deve ser esperado um modelo de gestão mais eficiente.

Nesse modelo, seria de total responsabilidade da(s) empresa(s) contratada(s) por

meio de processo licitatório a coleta e transporte dos materiais recicláveis até o local de

destinação final, ou seja, as cooperativas e associações de catadores, até sua capacidade

limite de produção. Caso sejam coletados materiais recicláveis em quantidade superior à

capacidade de processamento pelas cooperativas e associações de catadores, o excedente

deveria ser responsabilidade da Prefeitura a qual poderia contratar empresas e/ou associ-

ações de empresas para fazer a triagem, separação, beneficiamento e comercialização do

material que não fosse reaproveitado pelos catadores, cooperativas e outras associações

de catadores, de modo a evitar a disposição final de resíduos em aterros sanitários.

Não se pode, entretanto, olvidar as diretrizes da Política Nacional de resíduos Só-

lidos, estabelecida pela Lei 12.305/10 que determina a priorização pelo Poder Público Mu-

nicipal para o cumprimento dos processos e atividades relacionadas à coleta seletiva e

reutilização ou reciclagem dos resíduos, a contratação de cooperativas ou de outras formas

de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas

físicas de baixa renda.

O PMGRS de Sorocaba já salientou este imperativo legal bem como enfatizou a

necessidade da observância da Política Municipal de Meio Ambiente de Sorocaba que em

seu Art. 122, dá a diretriz acerca da coleta seletiva dos resíduos reutilizáveis e recicláveis,

a seguir transcrito:

Art. 122. O Município deverá universalizar o acesso ao serviço público de

coleta seletiva dos resíduos reutilizáveis e recicláveis com inclusão dos Ca-

tadores e Catadoras, por meio das cooperativas, autogestionárias, forma-

das exclusivamente por munícipes de mandatários de ocupação e renda,

em conformidade com o art. 57 da Lei Nacional de Saneamento Básico nº

11.445/07, e demais dispositivos legais que tratam da questão.

§1º Para a universalização do acesso ao serviço, os gestores do serviço

público de coleta seletiva responsabilizar-se-ão pela eficiência e sustenta-

bilidade econômica das soluções aplicadas.

§2º O Poder Público Municipal deverá, em até sessenta dias a contar da

publicação desta Lei, iniciar ações para a implementação das Políticas Esta-

dual e Nacional de Resíduos Sólidos em consonância com os decretos que

as regulamentam.

§3° A coleta seletiva poderá ser implementada sem prejuízo da implantação

de sistemas de logística reversa, prevista na Lei n° 12.305/2010 e seus

decretos regulamentadores.

Parágrafo único. As ações referidas no §2º referem-se à adesão ao pro-

grama pró catador, elaboração dos planos de resíduos, criação da Política

Municipal de Resíduos Sólidos, entre outros julgados pertinentes.

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Gestão Ambiental

Assim, a melhor alternativa para o atingimento das metas pré-estabelecidas de

ampliação e universalização dos serviços de Coleta Seletiva, é aquela que, sem deixar de

incluir os catadores e suas organizações, também ofereça à sociedade uma gestão mais

eficiente, economicamente viável e que viabilize a contento a universalização dos serviços

no menor prazo de tempo possível.

Observa-se que todos os modelos propostos enfatizam a necessidade de inclusão

dos catadores e/ou associações de catadores de materiais recicláveis, seja de forma direta

ou indireta. Entretanto, o modelo misto é o que se apresenta com as melhores perspecti-

vas, tanto considerando as metas de universalização, principalmente no que se refere à

profissionalização da coleta, como a necessidade da inclusão social dos catadores, tendo

em vista a maior participação dos mesmos no processo de gerenciamento dos materiais

recicláveis.

Locais não atendidos pela coleta porta a porta serão supridos pelos PEV’s como

locais para disposição de resíduos recicláveis.

Modelo C

Por outro lado, a adoção de um modelo novo, com a terceirização da gestão da

coleta seletiva, pode potencializar os serviços, e garantir com mais segurança a qualidade

dos mesmos.

Seja nos moldes de contratação mais tradicionais, seja através de Parcerias Pú-

blico-Privadas, o município amplia a capacidade de atingir a eficiência dos serviços, pois

pode exigir do prestador o cumprimento de metas e objetivos, limitando-se a monitorar e

fiscalizar as atividades.

O Município pré-estabelece os critérios de contratação, as condições mínimas de

estrutura, qualidade, eficiência, custos, segurança, logística e seleciona objetivamente

aquela ou aquelas empresas que efetivamente tenham condições de prestar os serviços

nestes moldes.

Nesse modelo a empresa seria responsável por promover a inclusão dos catadores

e/ou associações de catadores de materiais recicláveis no processo de gerenciamento de

resíduos recicláveis.

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Gestão Ambiental

3.6 Mecanismos para a criação de

fontes de negócios, emprego e renda, medi-

ante a valorização dos resíduos sólidos

Segundo dados do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (2010), os

benefícios potenciais da reciclagem para a sociedade brasileira, caso todo o resíduo poten-

cialmente reciclável que é encaminhado para aterros e lixões nas cidades brasileiras fosse

efetivamente reciclado, são estimados em R$ 8 bilhões anuais (em valores correntes de

2007).

Esses materiais podem gerar emprego e renda, além de benefícios do ingresso de

todo esse montante de dinheiro na economia.

Esse aspecto econômico da reciclagem não pode ser ignorado, ainda mais nos

tempos atuais onde a luta contra as crises financeiras e o desemprego é uma constante.

A reciclagem pós-consumo no Brasil é caracterizada pela informalidade. Apenas

1,4% dos resíduos sólidos urbanos são separados na fonte e encaminhados para centrais

de triagem e reciclagem. Em Sorocaba são cerca de 800 catadores informais movimen-

tando o mercado de recicláveis no Município e região.

Esses catadores estão em situação de grande vulnerabilidade e muitos deles são

moradores de rua. A renda média dos catadores, não atinge o salário mínimo, ficando entre

R$ 420,00 e R$ 520,00. Dependendo do grau de comprometimento com a atividade, a

renda pode ultrapassar o salário mínimo, porém, via de regra, não supera o valor de 2

salários, conforme constatado na pesquisa de campo realizada pela consultoria e relatada

no Diagnóstico.

Um dos motivos que ensejam baixos rendimentos aos catadores atualmente é a

falta de eficiência de algumas cooperativas e, sobretudo dos catadores individuais, ligada

à falta de equipamentos, como veículos, mesas de triagem, e também à insuficiência de

resíduos à disposição e aos custos para consegui-los.

Outro problema que ocorre no momento da comercialização, é o preço dos reci-

cláveis, fator principal quando se trata da coleta seletiva e reciclagem como um todo.

Da melhoria da comercialização dependem a autossuficiência e independência fi-

nanceira das cooperativas e a inclusão social e econômica dos cooperados. A melhoria dos

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Gestão Ambiental

preços está relacionada a uma maior organização das cooperativas e do próprio setor, o

que já ocorre tanto na CRZO quanto na Coreso.

Os mecanismos para que os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis do Municí-

pio, a partir da implantação das ações previstas neste plano, sejam reconhecidos como um

bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda são:

Apoio e incentivo da administração pública às organizações de catadores

e aos catadores em processo de organização, e propositura de acordos se-

toriais que os incluam nos arranjos financeiros e nos incentivo da adminis-

tração pública, da indústria de reciclagem e compostagem, tendo em vista

fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais orgâ-

nicos, reutilizáveis e reciclados;

Estimular a demanda de materiais recicláveis no mercado;

Prioridade nas aquisições e contratações governamentais e particulares

para produtos reutilizáveis e recicláveis;

Valorização dos resíduos que não são reciclados em escala comercial no

Brasil. Ex.: isopor, plástico laminado, embalagens Tetra Pak entre outros;

Maior responsabilidade por parte do setor privado no ciclo de vida dos

seus produtos;

Formação de consórcios e adoção de soluções compartilhadas para a co-

mercialização de materiais de baixo valor agregado.

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Gestão Ambiental

3.7 Sistema de Cálculo dos custos

da Prestação de Serviços de

Coleta Seletiva

A lei n° 11.445, instituída em janeiro de 2007, estabelece diretrizes nacionais para

o saneamento básico. No que diz respeito aos resíduos sólidos, fica citado abaixo os arti-

gos, desta referida lei, relacionados à cobrança pela prestação de serviços.

Art. 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos ser-viços:

II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas ativi-dades;

§ 1o Observado o disposto nos incisos I a III do caput deste artigo, a instituição das tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico observará as seguin-tes diretrizes:

I - prioridade para atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde pública; II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços; III - geração dos recursos necessários para realização dos investimentos, objetivando

o cumprimento das metas e objetivos do serviço; IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos; V - recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de eficiên-

cia; VI - remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços; VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis

exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços; VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços. § 2o Poderão ser adotados subsídios tarifários (cruzados) e não tarifários (tributos)

para os usuários e localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econô-mica suficiente para cobrir o custo integral dos serviços. Art. 30. Observado o disposto no art. 29 desta Lei, a estrutura de remuneração e cobrança dos serviços públicos de saneamento básico poderá levar em consideração os seguintes fatores:

I - categorias de usuários, distribuídas por faixas ou quantidades crescentes de utili-zação ou de consumo;

II - padrões de uso ou de qualidade requeridos; III - quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à garantia

de objetivos sociais, como a preservação da saúde pública, o adequado atendimento dos usuários de menor renda e a proteção do meio ambiente;

IV - custo mínimo necessário para disponibilidade do serviço em quantidade e quali-dade adequadas;

V - ciclos significativos de aumento da demanda dos serviços, em períodos distintos; e

VI - capacidade de pagamento dos consumidores. Art. 31. Os subsídios necessários ao atendimento de usuários e localidades de baixa renda serão, dependendo das características dos beneficiários e da origem dos recursos:

I - diretos, quando destinados a usuários determinados, ou indiretos, quando desti-nados ao prestador dos serviços;

II - tarifários, quando integrarem a estrutura tarifária, ou fiscais, quando decorrerem da alocação de recursos orçamentários, inclusive por meio de subvenções;

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Gestão Ambiental

III - internos a cada titular ou entre localidades, nas hipóteses de gestão associada e de prestação regional. Art. 35. As taxas ou tarifas decorrentes da prestação de serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos devem levar em conta a adequada destinação dos resíduos coletados e poderão considerar:

I - o nível de renda da população da área atendida; II - as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas; III - o peso ou o volume médio coletado por habitante ou por domicílio.

Art. 39. As tarifas serão fixadas de forma clara e objetiva, devendo os reajustes e as revisões serem tornados públicos com antecedência mínima de 30 (trinta) dias com relação à sua aplicação.

Parágrafo único. A fatura a ser entregue ao usuário final deverá obedecer ao modelo estabelecido pela entidade reguladora, que definirá os itens e custos que deverão estar explicitados.

O sistema de taxas e tarifas públicas são as principais fontes para o financiamento

das ações do Saneamento Básico, pois além de recuperar os custos operacionais investidos

podem gerar um excedente para possíveis investimentos, visando à melhoria do meio am-

biente, assim como da saúde de toda a sociedade.

3.7.1 CUSTOS DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE COLETA SELETIVA

Os investimentos em limpeza urbana e no manejo de resíduos sólidos são custosos.

Porém, o aperfeiçoamento do conjunto de atividades de limpeza pública, incluindo a coleta

seletiva, é essencial para os municípios.

Além das responsabilidades municipais quanto à otimização dos custos, os muníci-

pes também podem contribuir. No que diz respeito aos resíduos domiciliares, essa contri-

buição pode se expressar das seguintes formas principais (PGIRS-SP): máxima retenção

de resíduos orgânicos para compostagem in situ, com a correta separação e disposição

para coleta dos resíduos secos recicláveis, entrega de resíduos da logística reversa em

pontos de entrega definidos pela cadeia produtiva, e entrega de resíduos da construção

civil e volumosos em locais específicos.

A participação da sociedade na adoção de práticas sustentáveis proporcionará re-

dução gradativa e consistente dos custos, contribuindo, assim, para a liberação de parcelas

do orçamento municipal que poderão ser utilizadas em outras áreas.

Para monitoramento dos custos relacionados à coleta seletiva é preciso realizar um

orçamento o mais detalhado possível e, também, implementar um sistema de informações

que abranja todos os aspectos operacionais, que devem ser revistos periodicamente em

função das informações sobre o processo real.

Podem ser elaboradas planilhas individuais e específicas para cada serviço e/ou

etapa componente da coleta seletiva contemplando todos os custos envolvidos na realiza-

ção destes, até mesmo com relação aos custos administrativos.

O controle de custos, além de proporcionar uma organização da gestão dos serviços

de coleta seletiva e uma melhor visão de todo o processo, servirá como elemento para a

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Gestão Ambiental

cobrança pelos serviços prestados, se este for o caso, ou até mesmo para justificativa dos

gastos públicos voltados ao manejo dos resíduos sólidos.

Na Tabela 3.7.1 tem-se um exemplo de planilha com insumos básicos necessários

para composição analítica dos preços da coleta seletiva.

Tabela 3.7.1– Exemplo de Planilha de Custos.

MODELO DE TABELA – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS MODELO A

Discriminação Uni-dade

Qtd. Custo

Unitário Valor

Mensal Observa-

ção

Remuneração cooperados

Encargos

EPIs

Uniformes

Fiscalização/Apoio

Campanha de divulgação

Galpão de triagem

Caminhão

Fonte: adaptado de INSEA, 2013.

No anexo estão apresentadas, de modo geral, planilhas de custos relativas à im-

plantação, adequação e/ou manutenção do processo de coleta seletiva em suas diversas

etapas. A composição de custos pode variar de acordo com a organização dos serviços de

coleta seletiva em cada município. Logo, cabe ao município avaliar o modo como à coleta

ocorrerá e como será a participação das cooperativas/associações de catadores de reciclá-

veis, e destacar quais as responsabilidades e também os custos a serem arcados pela

própria prefeitura ou pelas cooperativas.

Vale destacar que os encargos sociais dos trabalhadores enquadrados na forma

cooperativista são diferentes dos contratados no regime regular.

Para atendimento à nova lei do cooperativismo - Lei nº 12.690/2012, que dispõe

sobre a organização e o funcionamento das Cooperativas de Trabalho - devem ser consi-

derados os seguintes encargos (INSEA, 2013):

1. Repouso Semanal Remunerado (13%);

2. Adicional de Insalubridade (40% sobre o salário mínimo);

3. INSS - Catador Coletor (11%);

4. Provisão Descanso Anual Remunerado (1/12);

5. Provisão Seguro Acidente de Trabalho – SAT (3%).

Com relação aos veículos, no sentido de se obter o custo total mensal de um dado

veículo, devemos somar todos os custos variáveis com todos os custos fixos. Os custos

fixos são aqueles que não dependem da distância percorrida, como exemplo: impostos,

seguro, depreciação, salário do motorista, limpeza, etc. E os custos variáveis são aqueles

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Gestão Ambiental

que dependem da distância percorrida: combustível, pneus, lubrificantes, etc. Para o cál-

culo dos custos do transporte, são utilizadas as seguintes fórmulas (GEORGES, AMORIM,

LHAMA, 2011):

CUSTOS VARIÁVEIS:

São calculados a partir da quilometragem percorrida no período de um mês.

- Combustível:

𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 𝑥 𝐷

Onde,

Ctotal: custo total com combustível em um mês (R$);

Ccombustível: custo do combustível por quilômetro rodado (R$/km); D: distância estimada percorrida no mês (km).

Custo do combustível por quilômetro rodado (Ccombustível):

𝐶𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 =𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜

𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

Onde,

Preçolitro: preço unitário do litro de combustível (R$/l);

Rendimento: valor da autonomia do veículo, ou seja, a quilometragem que o veículo per-

corre com cada litro de combustível (Km/l).

- Óleos lubrificantes:

𝐶ó𝑙𝑒𝑜 =(𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒) + 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑡𝑟𝑜𝑐𝑎

𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜

Onde,

Cóleo: custo por quilômetro para óleos lubrificantes (R$/km);

Preçolitro: preço unitário do litro de combustível (R$);

Preçotroca: preço cobrado pelo serviço de troca do óleo (R$); Intervalo: intervalo de quilometragem entre trocas (Km).

Custo aproximado do óleo em um mês (R$):

𝐶ó𝑙𝑒𝑜𝑚ê𝑠= 𝐶ó𝑙𝑒𝑜 𝑥 𝐷

Onde,

Cóleo mês: custo aproximado do óleo em um mês (R$);

Cóleo: custo por quilômetro para óleos lubrificantes (R$/km);

D: distância estimada percorrida no mês (km).

- Pneu:

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

57

Gestão Ambiental

𝐶𝑝𝑛𝑒𝑢 =𝑁𝑝𝑛𝑒𝑢𝑠 𝑥 (𝐶𝑝𝑛𝑒𝑢 𝑛𝑜𝑣𝑜 + 𝑁𝑟𝑒𝑐𝑎𝑝𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 𝑥 𝐶𝑟𝑒𝑐𝑎𝑝𝑎𝑔𝑒𝑚)

𝑉ú𝑡𝑖𝑙

Onde,

Cpneu: custo do pneu por quilômetro (R$/km);

Npneus: número de pneus do caminhão;

Cpneu novo: custo do pneu novo (R$);

Nrecapagens: número de recapagens;

Crecapagem: custo da recapagem (R$); Vútil: vida útil do pneu com recapagem (km).

Custo aproximado dos pneus em um mês (R$):

𝐶𝑝𝑛𝑒𝑢𝑚ê𝑠= 𝐶𝑝𝑛𝑒𝑢 𝑥 𝐷

Onde,

Cpneu mês: custo aproximado do pneu em um mês (R$);

Cpneu: custo do pneu por quilômetro (R$/km);

D: distância estimada percorrida no mês (km).

- Manutenção:

Não existe uma fórmula direta para se calcular o custo de manutenção, pois é um

fator muito variável. O mais preciso seria levantar esse custo através de uma média his-

tórica. Se não for possível pode-se utilizar um valor de referência, expressado em R$/km.

Para caminhões grandes, um valor de referência é, R$0,13/km e para caminhões menores,

R$0,10/km.

CUSTOS FIXOS:

- Depreciação:

𝐶𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑐𝑎çã𝑜 =𝑉𝑎𝑞𝑢𝑖𝑠𝑖çã𝑜 − 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑢𝑎𝑙

𝑉ú𝑡𝑖𝑙

Onde,

Cdepreciação: depreciação mensal de um veículo (R$/mês).

Vaquisição: valor do veículo novo (R$);

Vresidual: valor estimado de venda do veículo ao fim de sua vida útil (R$).

Vútil: vida útil do veículo (mês).

Como os preços de veículos são muito variáveis em relação ao mercado, o que se

costuma utilizar é uma percentagem do valor total. Para caminhões, por exemplo, o valor

de 20% é recomendável, para uma vida útil de 10 anos.

Para caminhões com alta rodagem, como é o caso de caminhões de coleta, é reco-

mendável utilizá-lo por um período de aproximadamente 10 anos.

- Impostos e Seguros:

Seguro total, seguro obrigatório e IPVA. O cálculo do custo mensal desses itens será feito dividindo o valor anual pelo nú-

mero de meses no ano:

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Gestão Ambiental

𝐶𝐼𝑃𝑉𝐴/𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑜𝑠 = (𝐶𝐼𝑃𝑉𝐴 +

𝐶𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑜𝑜𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜

𝐷𝑃𝑉𝐴𝑇+ 𝐶𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

)

12

Figura 3.7.1- Exemplo de custos de coleta e transporte da coleta seletiva – Belo Horizonte.

Fonte: INSEA, 2013.

Segundo a FUNASA (2010), quanto à questão dos custos da coleta seletiva, obser-

vam-se três fatores que dificultam o cálculo dos programas. O primeiro é a efetiva dificul-

dade de apropriação dos custos por parte dos órgãos gestores municipais. O segundo fator

é o acobertamento dos custos, pelos técnicos municipais, por serem considerados extre-

mamente altos e colocarem em risco a continuidade dos programas. E o terceiro fator é a

modificação dos sistemas e modelos de coleta seletiva adotados e o processo de incorpo-

ração aos programas das parcerias com organizações de catadores.

3.7.2 FORMAS DE COBRANÇA

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, em 2008, 61,4% dos

municípios brasileiros não faziam qualquer tipo de cobrança pela gestão dos resíduos sóli-

dos. Dos municípios que aplicavam taxas para financiar os custos desta gestão, 35,7%

possuíam taxas vinculadas ao IPTU, que correspondem à Taxa de Limpeza Urbana. Porém,

de acordo com a lei n° 11.445/2007, que estabelece as diretrizes para a prestação dos

serviços públicos de saneamento básico, e a lei n° 12.305/2010, que institui a Política

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

Nacional de Resíduos Sólidos, para que o manejo de resíduos seja um processo eficaz, é

preciso que haja sustentabilidade econômica e financeira da prestação dos serviços e, na

maioria dos casos, essa sustentabilidade é conquistada através da cobrança de taxas.

No que refere somente à coleta seletiva, esses números são muito variáveis e ainda

não há estabelecido uma forma padrão de cobrança de taxas pela prestação por tal serviço.

Na maioria das cidades, onde há a coleta seletiva implantada, muitas vezes não se

cobra pela prestação deste serviço. Nestes casos, o município arca com todos os custos

anuais da coleta e do transporte de resíduos recicláveis. Em Sorocaba, somente em 2013,

a prefeitura empregou R$ 3,8 milhões na coleta seletiva, que atingia na época, 15% dos

domicílios da cidade.

Há casos, como em Belo Horizonte – MG, em que a cobrança pela coleta seletiva é

feita juntamente com a Taxa de Coleta de Resíduos, correspondendo a cerca de 6% dessa

taxa, que por sua vez está embutida no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).

Já em outros munícipios, como Iúna – ES, além de não haver cobrança por tal

serviço, os munícipes que aderem à coleta seletiva recebem benefícios, como redução na

taxa de limpeza pública. Para os moradores que não separarem seu lixo seco e úmido para

a coleta seletiva pagarão um valor de 3 VRTEs (Valor de Referência do Tesouro Estadual),

R$ 8,04, já aos que aderirem ao processo, pagarão 1 VRTE, ou seja R$ 2,68.

Cabe ressaltar que, quanto à cobrança da Taxa de Remoção do Lixo, referente à

coleta e manejo dos resíduos, na maioria dos casos é instituída por lei municipal, como no

caso de Sorocaba, lei Nº 3.439, de 30 de novembro de 1990.

A coleta seletiva é de 4 a 5 vezes mais cara que a coleta convencional, porém a

vantagem se investir nessa modalidade está nos ganhos sociais e ambientais, geram renda

e oportunidade de trabalho, além de redução do volume de resíduos destinados ao aterro.

Porém, além da cobrança de taxas, contribuem fortemente para a redução dos cus-

tos e para a sustentabilidade econômica e financeira deste processo, iniciativas como

(PGIRS – SP):

• a adoção de rotas tecnológicas, que possibilitam a redução dos resíduos

a serem geridos, como as soluções para retenção dos resíduos in situ,

para processamento local;

• a maximização das possibilidades de valorização dos resíduos, como nas

receitas que podem ser obtidas com recicláveis secos, com composto or-

gânico, com biogás, com a redução de custeio pelo uso de agregados e

outros produtos reciclados;

• a restrição ao uso dos serviços ofertados pelos entes públicos, por gran-

des geradores privados que têm suas próprias responsabilidades;

• a efetivação do princípio poluidor-pagador e protetor-recebedor por

meio da instituição de taxa de resíduos sólidos diferenciada, que premia

os protetores, e penaliza progressivamente os poluidores.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

60

Gestão Ambiental

Particular atenção deve ser dada aos custos de coleta, pois a análise destes dados

permitirá otimizar a frota, estudar roteiros mais econômicos, alterar o modo de operação

da coleta, entre outros, visando sempre à redução dos custos e otimização do processo

em geral.

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Gestão Ambiental

3.8 Metas de Redução, Reutiliza-

ção, Coleta Seletiva e Reciclagem

Um dos grandes desafios da atualidade nas questões ambientais, é a destinação

adequada dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Os volumes gerados, tanto nas pequenas

como médias e grandes cidades, crescem vertiginosamente a cada ano e, no caso do Brasil,

a maioria dos municípios ainda não consolidou o modelo de gestão necessário que garanta

o melhor tratamento destes resíduos.

No Brasil, historicamente os RSU sempre foram destinados a locais de acumula-

ção, os chamados “lixões”, sem quaisquer preocupações quanto ao tratamento dos mes-

mos, controle dos subprodutos gerados, implicações ambientais e sociais decorrentes.

No caso de Sorocaba, os RSU são destinados a Aterro Sanitário devidamente li-

cenciado. Entretanto, não apenas pelo imperativo legal, mas principalmente visando o au-

mento da vida útil do mesmo, a diminuição do potencial poluidor e a geração de renda

e/ou energia com o reaproveitamento dos materiais recicláveis, há de se buscar a redução

na geração, e a otimização na reutilização, que tem como pressupostos básicos uma coleta

seletiva eficiente e os processos de reciclagem.

3.8.1 Metas para alcance da coleta seletiva

O PMGRS de Sorocaba já explicitou os dados relativos às quantidades de Resíduos

Sólidos Urbanos que são enviadas para o Aterro Sanitário para os anos de 2011, 2012 e

2013, estampados na Tabela 3.8.1 a seguir, transcrita daquele documento:

Tabela 3.8.1 - Quantidades de RSU enviadas para aterramento

Ano RSU (t) RSU (t/dia) Popula-

ção

Envio diário per ca-

pita (kg/hab/dia)

2011 186.702,02 511,51 593.183 0,862

2012 195.044,56 534,37 600.678 0,890

2013 194.704,66 533,44 608.269 0,877

FONTE: PMGRS, 2013.

Da mesma forma tabulou especificamente as quantidades de Resíduos Domicilia-

res que compõem o volume total destinado ao aterramento, conforme a Tabela 3.8.2 igual-

mente transcrita aqui:

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Gestão Ambiental

Tabela 3.8.2 - Quantidades de RDO enviados para aterramento em Sorocaba-SP

Ano Quantidade

total (t)

Média men-

sal (t/mês)

Média diária

(t/dia) População

Envio diário

per capita

(kg/hab/dia)

1985* 10.341,72 2.585,43 84,77 314.101 0,270

1986 46.014,39 3.834,53 126,07 323.923 0,389

1987 52.879,84 4.406,65 144,88 333.975 0,434

1988 59.305,55 4.942,13 162,48 344.261 0,472

1989 56.152,89 4.679,41 153,84 354.778 0,434

1990 59.901,86 4.991,82 164,11 365.529 0,449

1991 64.291,74 5.357,65 176,14 376.513 0,468

1992 66.529,22 5.544,10 182,27 389.146 0,468

1993 70.484,44 5.873,70 193,11 401.513 0,481

1994 73.406,87 6.117,24 201,11 414.057 0,486

1995 87.535,84 7.294,65 239,82 426.861 0,562

1996 98.163,12 8.180,26 268,94 439.631 0,612

1997 76.926,03 6.410,50 210,76 452.327 0,466

1998 109.071,97 9.089,33 298,83 465.355 0,642

1999 118.367,00 9.863,92 324,29 478.916 0,677

2000 122.131,00 10.177,58 334,61 492.245 0,680

2001 127.899,11 10.658,26 350,41 502.343 0,698

2002 128.731,53 10.727,63 352,69 512.083 0,689

2003 119.202,51 9.933,54 326,58 521.648 0,626

2004 121.695,43 10.141,29 333,41 531.040 0,628

2005 118.178,01 9.848,17 323,78 540.256 0,599

2006 128.555,01 10.712,92 352,21 549.317 0,641

2007 130.032,19 10.836,02 356,25 558.377 0,638

2008 137.734,30 11.477,86 377,35 567.469 0,665

2009 151.278,84 12.606,57 414,46 576.440 0,719

2010** 155.656,16 12.971,35 426,46 585.780 0,728

2011 165.686,84 13.807,24 453,94 593.183 0,765

2012 175.937,94 14.661,50 482,02 600.678 0,802

2013 178.106,21 14.842,18 487,96 608.269 0,802

*Início do envio de resíduos em setembro de 1985, com o início das atividades do Aterro Sanitário São João. ** O envio dos resíduos ao Aterro de Iperó deu-se em outubro de 2010. Fonte: Adaptado de PMGRS, 2013. Dados de população da Fundação SEADE (2013).

O PMGRS apresentou os resultados quanto à composição gravimétrica dos Resí-

duos Domiciliares gerados no Município, conforme o Gráfico 3.8.1.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

63

Gestão Ambiental

Gráfico 3.8.1 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares de Sorocaba

Fonte: Sanex (2011)

Em conclusão, o PMGRS assim frisou:

“Pode-se verificar que, enquanto praticamente a metade (em massa) dos

resíduos sólidos domiciliares de Sorocaba é composta de matéria orgânica,

que pode passar por tratamento, pouco mais de um terço dos outros resí-

duos (também em termos de massa) como papel, plástico, vidro, metal,

tecidos, calçados e até mesmo entulho, podem ser potencialmente reutili-

zados ou reciclados. Dessa maneira constata-se que menos de 15% da

massa de resíduos atualmente enviada ao aterro precisa efetivamente ser

aterrada, constituindo-se de lixo de banheiro, fraldas descartáveis, entre

outros rejeitos.

Em se tratando de volume, mais de 90% dos RDO são constituídos por

materiais passíveis de serem reciclados (sendo estes orgânicos ou não), o

que, se fosse feito, reduziria a menos de 10% o volume de resíduos a ser

disposto no aterro. Assim, seria possível a obtenção de benefícios econômi-

cos, na medida em que se aproveitaria o valor agregado dos materiais e

não se gastaria além do necessário com a disposição na Central de Geren-

ciamento Ambiental - CGA de Iperó. Ainda podem ser citados os benefícios

ambientais, ao evitar a extração desnecessária de novas matérias-primas e

ao aumentar a vida útil do aterro, bem como os benefícios sociais, ao gerar

oportunidades de emprego e renda para os trabalhadores ligados à coleta

seletiva e à reciclagem.”

As metas do PMGRS para a Coleta Seletiva foram assim estabelecidas:

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Gestão Ambiental

Tabela 3.8.3 - Metas e prazos para ampliação da Coleta Seletiva em Sorocaba.

Prazo Imediato ATÉ 3 ANOS

Ampliar a coleta seletiva de resíduos

sólidos domiciliares inorgânicos, do-

brando a quantidade coletada atual-

mente, e com a inclusão de cooperati-

vas de catadores de materiais reciclá-

veis e reutilizáveis

Curto Prazo DE 4 A 8 ANOS

Ampliar a Coleta Seletiva dobrando a quan-

tidade atingida no prazo imediato

Médio prazo 9 A 14 ANOS

Ampliar a Coleta Seletiva atingindo 75% da

quantidade passível de reciclagem

Longo Prazo 15 A 20 ANOS

Ampliar a Coleta Seletiva para 100% da

quantidade passível de reciclagem

Fonte: DRZ – Geotecnologia e Consultoria, 2015.

Assim, partindo-se da realidade atual de geração de resíduos e da gestão dos

mesmos, considerando os volumes gerados, os valores estimados de potencial de recicla-

gem e as quantidades efetivamente recolhidas pelas cooperativas, para obtemos o se-

guinte quadro de metas para a Coleta Seletiva:

Tabela 3.8.4 – Quadro de metas e quantitativo para ampliação da Coleta Seletiva em Sorocaba.

Parâmetros Und Atual Imediato

Curto Prazo

Médio Prazo

Longo Prazo

2015 Até 2018 Até 2023 Até 2029 Até 2035

População esti-mada

Hab. 639.604 673.662 707.729 814.805 903.888

Estimativa de resíduos gera-

dos*

T/mês

16.828 17.724 18.620 21.438 23.781

Potencial de re-ciclagem**

T/mês

5.609 5.908 6.207 7.146 7.927

Meta para co-leta seletiva***

% Praticado em 2015

Dobrar a quantidade praticada em 2015

Quadrupli-car a quan-tidade prati-

cada em 2015

Alcan-çar75% da quantidade

passível de reciclagem

Alcan-çar100% da quantidade

passível de reciclagem

T/mês

300 600 1200 5.359 7.927

*Com base nos valores fornecidos pelo SIDRA 2013 (per capita diário de 0.877) e projeções popula-cionais partindo de dados do IBGE **Potencial de reciclagem equivale a 30% do volume de resíduos gerados

Entretanto, a ampliação do serviço depende de orçamento municipal e sua varia-

ção em função da realidade da economia do país, da obtenção de recursos externos, do

modelo de gestão adotado pela municipalidade, o avanço dos acordos setoriais para im-

plantação da logística reversa, do desenvolvimento de novas tecnologias para tratamento

dos resíduos e das relações de mercado para compra e venda dos materiais recicláveis

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

65

Gestão Ambiental

O know how somado ao gradativo aumento da área de cobertura trará a Sorocaba

os benefícios inerentes à redução de resíduos destinados ao aterro e à geração de renda

oriunda da reciclagem. Porém ressalta-se que não foi considerado para efeito de cálculos

o aumento na geração per capita de resíduos, apenas o crescimento populacional.

Tabela 3.8.5 – Objetivos e metas de imediato, curto, médio e longo prazo – Coleta Seletiva

Objetivos e metas de imediato, curto, médio e longo prazo Prazo de Im-plantação

Anos

Reorganização da coleta seletiva Imediato 0 – 3

Melhorias no apoio e monitoramento, por parte do poder público

municipal, à associação de catadores e outros organismos

Imediato 0 – 3

Estabelecimento de processo específico de licenciamento para áreas de triagem de materiais recicláveis

Imediato 0 – 3

Otimização da coleta seletiva Imediato 0 – 3

Implantação de Ponto de Entrega Voluntária (PEV´s) Curto 4 – 9

Caracterização da quantificação e qualificação dos resíduos da Co-leta Seletiva

Curto 4 – 9

Criação de legislação municipal que verse sobre formas adequadas

de segregação e acondicionar os materiais recicláveis, prevendo aplicação de multas para munícipes que não o efetuarem

Imediato 0 – 3

Conscientização e sensibilização ambiental Ao longo do plano

0 –20

Programa de apoio e orientação aos catadores recicláveis autôno-mos

Ao longo do plano

0 –20

Ações de orientação, de fiscalização e controle dos agentes envol-vidos

Ao longo do plano

0 –20

Ações educativas, visando reduzir a geração de resíduos e possibi-

litar a sua segregação

Ao longo do

plano

0 –20

Maior fiscalização nos serviços de coleta e disposição de resíduos recicláveis, por parte dos órgãos competentes do poder público.

Ao longo do plano

0 –20

Ampliar fiscalização, por parte do poder público municipal, para os

estabelecimentos, identificados e definidos pela lei Nº 12.305, ela-borem o Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Ao longo do

plano

0 –20

Ampliar fiscalização dos serviços prestados por terceiros Ao longo do plano

0 –20

Ampliar fiscalização dos estabelecimentos irregulares Ao longo do

plano

0 –20

Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.

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66

Gestão Ambiental

3.9 Atuação do Poder Público na

Coleta Seletiva e Logística Re-

versa

As responsabilidades do Poder Público local na gestão da Coleta Seletiva é bem

clara na Lei 12.305/10 e no seu Decreto regulamentados. Já se abordou exaustivamente

este tema quando da elaboração do PMGRS de Sorocaba:

“Segundo a Lei 12.305/10, ao titular dos serviços públicos de limpeza ur-

bana e de manejo de resíduos sólidos, cabem as seguintes atribuições:

Adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis

e recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo

de resíduos sólidos;

Estabelecer sistema de coleta seletiva;

Articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o

retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis ori-

undos dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;

Dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos

oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos

sólidos;

Implantar sistema de compostagem ou outro processo de tratamento

para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e

sociais formas de utilização do composto produzido.

E ainda:

Para o cumprimento dos processos e atividades relacionadas à coleta

seletiva e reutilização ou reciclagem dos resíduos, o titular deverá priorizar

a contratação de cooperativas ou de outras formas de associação de cata-

dores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas

de baixa renda, que, segundo art. 24 da Lei 8666/93, seriam dispensadas

de submeterem-se a processos licitatórios.

Também está disposto na Lei 12.305/10 que, sempre que estabelecido

sistema de coleta seletiva pelo plano municipal de gestão integrada de re-

síduos sólidos, os consumidores ou geradores de resíduos domiciliares pos-

suem os seguintes deveres:

o Acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resí-

duos sólidos gerados;

o Disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis

e recicláveis para coleta ou devolução.

Cabe ao titular regulamentar os procedimentos indicados na Lei 12.305/10, atra-

vés de instrumentos legais sancionados no âmbito municipal, caso seja necessário para

garantir o cumprimento dos mesmos”

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

67

Gestão Ambiental

Da mesma forma foi bem salientado as disposições da Lei Municipal 10.060/12,

regulamentada pelo Decreto n.º 20.366 que dispõe sobre a Política Municipal de Meio Am-

biente, imputando à Prefeitura Municipal de Sorocaba as seguintes atribuições:

Art. 119. O Município é responsável pelo planejamento e execução com regularidade e continuidade, dos serviços de limpeza, exercendo a titulari-dade dos serviços em seu território. Parágrafo único. A prestação dos serviços mencionados no caput deverá adequar-se às peculiaridades e necessidades definidas, no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos. Art. 120. O Município deverá elaborar o Plano Municipal de Gestão Inte-

grada de Resíduos Sólidos Urbanos, com o conteúdo mínimo proposto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305/2010) que poderá estar inserido no plano de saneamento básico previsto na Lei Federal nº 11445/2007 e seus regulamentos. O Plano também deverá estar de acordo com os decretos federais 7.404/2010 e 7405/2010.

Art. 121. Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser obser-vada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização,

reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambiental-mente adequada dos rejeitos. Art. 122. O Município deverá universalizar o acesso ao serviço público de coleta seletiva dos resíduos reutilizáveis e recicláveis com inclusão dos Ca-tadores e Catadoras, por meio das cooperativas, autogestionárias, forma-das exclusivamente por munícipes demandatários de ocupação e renda, em

conformidade com o Art. 57 da Lei Nacional de Saneamento Básico nº 11.445/07, e demais dispositivos legais que tratam da questão. § 1º Para a universalização do acesso ao serviço, os gestores do serviço público de coleta seletiva responsabilizar-se-ão pela eficiência e sustenta-bilidade econômica das soluções aplicadas. § 2º O Poder Público Municipal deverá, em até sessenta dias a contar da publicação desta Lei, iniciar ações para a implementação das Políticas Esta-

dual e Nacional de Resíduos Sólidos em consonância com os decretos que as regulamentam.

§ 3° A coleta seletiva poderá ser implementada sem prejuízo da implanta-ção de sistemas de logística reversa, prevista na Lei Federal n° 12.305/2010 e seus decretos regulamentadores. §4º As ações referidas no §2º referem-se à adesão ao programa pró cata-dor, elaboração dos planos de resíduos, criação da Política Municipal de Re-

síduos Sólidos, entre outros julgados pertinentes. Art. 123. A disposição de quaisquer resíduos no solo, sejam líquidos, ga-sosos ou sólidos, só será permitida mediante Estudo Prévio de Impacto Am-biental que comprove a sua degradabilidade e a capacidade do solo de auto depurar-se, levando-se em conta as legislações vigentes e os seguintes as-pectos:

I - capacidade de percolação; II - garantia de não contaminação dos aquíferos subterrâneos; III - limitação e controle da área afetada; IV - reversibilidade dos efeitos negativos.

Assim, o Município elaborando o presente Plano Municipal de Coleta Seletiva e

adotando um modelo misto de gestão que garanta a sustentabilidade econômica-financeira

não deixando de incluir as cooperativas de catadores mesmo que de forma parcial ante a

fragilidade das mesmas, estará cumprindo com suas responsabilidades de atuação.

Por outro lado, é imperioso que se estabeleça as possibilidades de atuação do

Município na Logística Reversa, o que se passa a explanar a seguir

Page 68: PREFEITURA DE SOROCABA - … · PREFEITURA DE SOROCABA CNPJ: ... Processo de compostagem ... 21 Tabela 3.1.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio

PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

68

Gestão Ambiental

Logística reversa

O conceito de “responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos”,

introduzido pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos, é definida como um "conjunto de

atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e

comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e

de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos

gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade

ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei." As empresas

devem encarregar-se de recolherem seus produtos descartados (ou seja, a retornabilidade

dos produtos usados) e disponham adequadamente, ao final de seu ciclo de vida útil.

A Logística Reversa entra em cena para viabilizar e responsabilizar as empresas,

estabelecendo a corresponsabilidade entre empresas e municipalidade na gestão dos resí-

duos sólidos. A iniciativa privada deverá prever como será realizado o retorno.

O processo da logística reversa responsabiliza as empresas e estabelece uma in-

tegração de municípios na gestão do lixo. Neste processo, os produtores de um eletroele-

trônico, por exemplo, têm que prever como será a devolução, a reciclagem e a destinação

final ambientalmente adequada, especialmente dos que eventualmente poderão retornar

ao ciclo produtivo.

A implementação da Logística Reversa deve ser conjugada a Programas de Edu-

cação Ambiental para conscientização ambiental e seus benefícios, explicando os benefícios

em se mitigar os impactos causados por descartes residuais, melhorar a qualidade de vida

dos cidadãos urbanos e obter um balanço ambiental positivo.

Figura 3.9.1 - Esquema gráfico da dinâmica na Logística Reversa

Fonte: embalagemsustentavel.com.br/2010/01/09/logistica-reversa/, acessado em março/2015.

Page 69: PREFEITURA DE SOROCABA - … · PREFEITURA DE SOROCABA CNPJ: ... Processo de compostagem ... 21 Tabela 3.1.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio

PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

69

Gestão Ambiental

O processo de Logística Reversa abrange ações voltadas para:

Garantir que o fluxo dos resíduos sólidos gerados, sejam direcionados à

sua cadeia produtiva ou às cadeias produtivas de outros geradores;

Reduzir a poluição e o desperdício de materiais associados à geração de

resíduos sólidos;

Proporcionar maior incentivo à substituição dos insumos por outros que

não degradem o meio ambiente;

Compatibilizar interesses conflitantes entre os agentes econômicos, am-

bientais, sociais, culturais e políticos;

Promover o alinhamento entre os processos de gestão empresarial e mer-

cadológica com os de gestão ambiental, com o objetivo de desenvolver es-

tratégias sustentáveis;

Estimular a produção e o consumo de produtos derivados de materiais

reciclados e recicláveis;

Propiciar que as atividades produtivas alcancem marco de eficiência e

sustentabilidade.

Os resíduos sólidos deverão ser reaproveitados como produtos em forma de insu-

mos em seu próprio ciclo produtivo ou de outros produtos. As responsabilidades são assim

estabelecidas:

Tabela 3.9.1 - Obrigações dos fabricantes e consumidores e a Logística Reversa

A política de Logística Reversa

Consumidor

Acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados, atentando para

práticas que possibilitem a redução de sua geração e, após a utilização do produto, disponibilizar

adequadamente os resíduos sólidos reversos para coleta.

Ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos:

Adotar tecnologias de modo a absorver ou reaproveitar os resíduos sólidos reversos oriundos dos

serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;

Articular com os geradores dos resíduos sólidos a implementação da estrutura necessária para

garantir o fluxo de retorno dos resíduos sólidos reversos, oriundos dos serviços de limpeza urbana

e disponibilizar postos de coleta aos resíduos sólidos reversos e dar destinação final ambiental-

mente adequada aos rejeitos;

Ao fabricante e ao importador de produtos:

Recuperar os resíduos sólidos, na forma de novas matérias-primas ou novos produtos em seu ciclo

ou em outros ciclos produtivos;

Desenvolver e implementar tecnologias que absorva ou elimine de sua produção os resíduos sóli-

dos reversos;

Page 70: PREFEITURA DE SOROCABA - … · PREFEITURA DE SOROCABA CNPJ: ... Processo de compostagem ... 21 Tabela 3.1.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio

PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

70

Gestão Ambiental

Disponibilizar postos de coleta aos resíduos sólidos reversos aos revendedores, comerciantes e

distribuidores e dar destinação final ambientalmente adequada aos rejeitos;

Garantir, em articulação com sua rede de comercialização, o fluxo de retorno dos resíduos sólidos

reversos e disponibilizar informações sobre a localização dos postos de coleta dos resíduos sólidos

reversos e divulgar, por meio de campanhas publicitárias e programas, mensagens educativas de

combate ao descarte inadequado e aos revendedores, comerciantes e distribuidores de produtos:

Receber, acondicionar e armazenar temporariamente, de forma ambientalmente segura, os resí-

duos sólidos reversos oriundos dos produtos revendidos, comercializados ou distribuídos;

Disponibilizar postos de coleta para os resíduos sólidos reversos aos consumidores e informar o

consumidor sobre a coleta dos resíduos sólidos reversos e seu funcionamento.

Fonte: Lei nº. 12.305/10.

A partir das obrigações descritas na Política de Logística Reversa, é importante

que o município elabore as leis direcionadas à gestão de resíduos sólidos de forma a cha-

mar os empresários industriais e comerciais a se responsabilizarem por seus resíduos e

colaborar com os projetos direcionados ao recolhimento dos resíduos especiais.

Para o bom funcionamento da Política de Logística Reversa, é necessário que o

município estabeleça os PEVs - Pontos de Entrega Voluntária para os resíduos especiais. O

responsável pelos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos deve determi-

nar os estabelecimentos comerciais que irão acondicionar esses resíduos até encaminhá-

los aos fabricantes.

As orientações de acondicionamento, transporte e destinação final devem estar de

acordo com as legislações e são fundamentais, tanto ao consumidor quanto ao estabeleci-

mento comercial onde o PEV se encontra. Com o intuito de motivar a comunidade a segre-

gar e levar os resíduos até os pontos de coleta voluntária, sugere-se o desenvolvimento

de projetos na área de educação ambiental, criação de folders explicativos e cartilhas di-

dáticas.

Em geral, enquadram-se nestas categorias todos os geradores de resíduos espe-

ciais, industriais e as embalagens de agrotóxicos. Para que seja possível o estabelecimento

do sistema de Logística Reversa, o município deverá:

1º. Implantar projetos e programas de educação ambiental voltado à comunidade

em geral, estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços e produtores rurais;

2º. Criar parcerias com os estabelecimentos comerciais e produtores locais de

materiais enquadrados na categoria “especial”. O município deve contribuir com informa-

ções e parcerias que não envolvam gastos de dinheiro público quanto à Logística Reversa.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

71

Gestão Ambiental

Gráfico 3.9.1 – Sistema de Logística Reversa – comunidade em geral, Prefeitura Municipal e Estabe-lecimentos Comerciais

Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.

Page 72: PREFEITURA DE SOROCABA - … · PREFEITURA DE SOROCABA CNPJ: ... Processo de compostagem ... 21 Tabela 3.1.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio

PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

72

Gestão Ambiental

3.10 Ações Preventivas e Corretivas

A interrupção repentina do Serviço de Coleta Seletiva pode ocorrer por força de

vários fatores, como paralisação do serviço de coleta, greve dos funcionários, intempéries,

falhas mecânicas, entre outros.

Neste momento, um plano de emergência deverá ser desencadeado de tal forma

a minimizar os prejuízos causados pela falta das atividades. Por esse motivo é necessário

aplicar um plano emergencial para o enfrentamento de eventuais interrupções e paralisa-

ções.

As ações para emergências e contingências contemplam medidas e procedimen-

tos, previstos e programados com relação ao controle ou combate a uma ocorrência anor-

mal que possa provocar danos à população, ao meio ambiente e aos bens patrimoniais.

Medidas de contingência centram na prevenção e as de emergência objetivam programar

as ações no caso de ocorrência de um acidente. Assim, as ações para emergência e con-

tingência são abordadas conjuntamente, pois ambas referem-se a uma situação anormal.

Basicamente, emergência trata situações críticas, acontecimentos perigosos ou

fortuitos, incidentes, casos de urgência, situações mórbidas inesperadas e que requerem

tratamento imediato; e contingência trata da qualidade do que é contingente, ou seja, que

pode ou não suceder, eventual incerto; incerteza sobre se uma coisa acontecerá ou não.

No setor de Manejo de Coleta Seletiva, considera-se que a paralisação dos serviços

e a inexistência de sistema de compostagem poderão gerar incômodos à população, com-

prometimento da saúde pública e ambiental, através do mau cheiro e aparecimento de

vetores transmissores de doenças. Diante disso, medidas de contingência devem ser ado-

tadas para casos de eventos emergenciais.

A operação em contingência é uma atividade de tempo real que mitiga os riscos

para a segurança dos serviços e contribui para a manutenção quanto à disponibilidade e

qualidade dos serviços em casos de indisponibilidade de partes dos sistemas. Os serviços

de Coleta Seletiva de Resíduos denota problemas quase que imediatos para a saúde pública

devido à exposição em locais inadequados, impactando o meio através do favorecimento

à proliferação de insetos e outros vetores transmissores de doenças.

Para analisar as medidas emergenciais a serem adotadas, identificou-se situações

que caracterizam anormalidades nos serviços, e respectivas ações de mitigação para con-

trolar e sanar os impactos negativos. Visando sistematizar estas informações, foi elaborado

Page 73: PREFEITURA DE SOROCABA - … · PREFEITURA DE SOROCABA CNPJ: ... Processo de compostagem ... 21 Tabela 3.1.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio

PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

73

Gestão Ambiental

quadro de inter-relação dos cenários de emergência e respectivas ações associadas, para

os principais elementos que compõe a estrutura da Coleta Seletiva. A seguir, são apresen-

tadas as Tabelas com a descrição das medidas emergenciais previstas, quanto aos eventos

emergenciais identificados. Vale ressaltar que alguns elementos descritos nas tabelas ine-

xistem atualmente no Município, porém em virtude de possível implantação e assim ocor-

rência se faz a apresentação destes.

Foram identificadas as seguintes medidas emergenciais passíveis de adoção:

Paralização completa da operação – Essa medida interrompe total-

mente os serviços do componente indicado, utilizada em casos nos quais a

operação oferece risco à integridade física dos funcionários, instalações e

população.

Paralização parcial da operação – Aplicada em casos nos quais apenas

uma parcela do processo estiver inviabilizada por motivos de riscos humanos

e/ou ambientais.

Comunicação ao Responsável Técnico – Aplicado em quase todos os

casos, uma vez que compete ao Responsável Técnico a adoção de medidas

de mitigação e reparação dos danos.

Comunicação à Administração Pública (Secretaria ou Órgão respon-

sável) – Em casos de crimes ou incidentes ambientais, em situações que

colocam em risco a saúde e integridade da população, ou mesmo em situa-

ções de prejuízos às finanças públicas.

Comunicação à Defesa Civil e/ou Corpo de Bombeiros – Medida da

ser adotada em situações de elevada periculosidade, que necessitem de in-

tervenção dos órgãos assinalados.

Comunicação ao Órgão Ambiental e/ou Polícia Ambiental – Aplicá-

veis em situações de impacto ambiental seguido ou não de danos diretos.

Comunicação à População – Em determinados casos é necessário a

conscientização popular e o apoio dos cidadãos de maneira a minimizar os

impactos e preservar a saúde pública.

Substituição de equipamento – De acordo com o dano ocorrido faz-se

necessário a reposição de equipamentos e materiais, para tanto é importante

haver reserva técnica financeira para tender a essa eventual demanda.

Substituição de pessoal – Em eventos de paralização por falta de fun-

cionários faz-se necessário a reposição a fim de reduzir os impactos relacio-

nados à falta de contingente, seja através de contratações temporárias, di-

árias ou mensais.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

74

Gestão Ambiental

Manutenção corretiva – Como forma de minimizar as possibilidades de

falhas mecânicas e problemas nas instalações, é de suma importância esta-

belecer rotina de manutenção preventiva, também como forma de reduzir

os custos de reparos, mantendo o patrimônio em condições adequadas à

operação dos serviços.

Uso de equipamento ou veículo reserva – Como falhas mecânicas na

maior parte das vezes são imprevisíveis, é muito importante haver equipa-

mentos e veículos disponíveis para reposição. Entretanto para que tias equi-

pamentos não caiam em obsolescência, indica-se a rotação de equipamen-

tos, ou seja periodicamente uma parte fica em reserva e a outra é utilizada,

garantindo a manutenção tanto dos equipamentos em uso quanto os este-

pes.

Solicitação de apoio a Municípios vizinhos – Em casos extremos,

onde a integridade da população está gravemente comprometida, faz-se ne-

cessário solicitar o apoio externo, iniciando pelos Municípios de maior proxi-

midade e/ou condições de apoio.

Manobra operacional – É necessário que o quadro técnico da(s) em-

presa(s) envolvida(s) no Serviço de Coleta Seletiva tenham planos de ma-

nobra para manutenção do processo em casos emergenciais de média/baixa

gravidade, oferecendo alternativas de trabalho temporárias, com intuito da

continuidade do serviço.

Isolamento de área e remoção de pessoas – Principalmente em casos

de contaminação, incêndios, ou outros casos que coloquem em risco a inte-

gridade de funcionários e população, deverá ser adotada essa medida, que

deverá ser feita de maneira organizada, responsável e ágil.

Nas Tabelas a seguir, seguem alternativas que devem ser adotadas para situações

de contingência e ou emergências no munícipio de Sorocaba.

Page 75: PREFEITURA DE SOROCABA - … · PREFEITURA DE SOROCABA CNPJ: ... Processo de compostagem ... 21 Tabela 3.1.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio

PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

75

Gestão Ambiental

Tabela 3.10.1 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na etapa de acondicionamento.

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Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

76

Gestão Ambiental

Tabela 3.10.2 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na etapa de coleta.

CO

MP

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Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.

Page 77: PREFEITURA DE SOROCABA - … · PREFEITURA DE SOROCABA CNPJ: ... Processo de compostagem ... 21 Tabela 3.1.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio

PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

77

Gestão Ambiental

Tabela 3.10.3 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na etapa de transporte.

CO

MP

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Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.

Page 78: PREFEITURA DE SOROCABA - … · PREFEITURA DE SOROCABA CNPJ: ... Processo de compostagem ... 21 Tabela 3.1.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio

PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

78

Gestão Ambiental

Tabela 3.10.4 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na etapa de tratamento.

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Precipitações in-tensas

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Falha mecânica

Impedimento de acesso

Acidente Ambien-tal

Vazamento de re-síduos

Greve trabalhista

Falta ao trabalho

Sabotagem

Depredação

Incêndio

Explosão

Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.

Page 79: PREFEITURA DE SOROCABA - … · PREFEITURA DE SOROCABA CNPJ: ... Processo de compostagem ... 21 Tabela 3.1.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio

PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

79

Gestão Ambiental

Tabela 3.10.5 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na etapa de destinação final.

CO

MP

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EN

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Precipitações in-tensas

Enchentes

Falha mecânica

Impedimento de acesso

Rompimento de leira (Composta-gem)

Vazamento de chorume (Com-postagem)

Falta ao trabalho

Acidente Ambien-tal

Vazamento de re-síduos

Greve trabalhista

Sabotagem

Depredação

Incêndio

Explosão

Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

80

Gestão Ambiental

3.11 Periodicidade de Revisão

Propõe-se que o plano seja revisado com uma periodicidade máxima de quatro

anos, a partir da data de sua aprovação, equivalente ao período proposto na Lei Federal

nº 12.305/10, em seu Art.15 para os PMGRS.

A atualização do plano é essencial à adequação do gerenciamento dos resíduos e

sua revisão contribui para manter a qualidade dos serviços; mas, sem um monitoramento

das atividades previstas no plano, não é possível checar a eficiência, a necessidade de

aquisição de equipamentos e as falhas do sistema.

O PMCS deve ser revisado periodicamente, tendo em vista a dinamicidade da pro-

dução e alteração nas características dos resíduos produzidos.

A atualização do plano deve considerar não só o caráter administrativo, mas, tam-

bém, o logístico e cotidiano da coleta, englobando todos os participantes do processo de

segregação, coleta, transporte e destinação final do resíduo reciclável.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

81

Gestão Ambiental

3.12 Meios de controle e fis-

calização para a implantação e operacionali-

zação do Plano de Coleta Seletiva no âmbito

local.

A gestão de determinada empresa, instituição ou sociedade caracteriza-se por sua

forma de gerir e/ou administrar suas funções, contudo, é fundamental que o modelo de

gestão esteja em conformidade com os objetivos e metas que se deseja alcançar. A gestão

para avaliação dos resultados das ações, por sua vez, está baseada em distintos arranjos,

com a participação de diversos atores (estados, municípios, secretarias, iniciativas priva-

das), no desenvolvimento, na gestão de políticas públicas e no provimento de serviços.

Dentro desse contexto, o Ministério de Planejamento, Secretaria de Gestão (2009)

afirma que “uma boa gestão é aquela que alcança resultados, independentemente de me-

ritórios esforços e intenções. E, alcançar resultados, no setor público, é atender às deman-

das, aos interesses e às expectativas dos beneficiários, sejam cidadãos ou organizações,

criando valor público”.

Portanto, levando-se em consideração as demandas do município de Sorocaba e

a objetividade de uma boa gestão, deve-se considerar alguns instrumentos que potencia-

lizam a avaliação dos resultados e das ações pertinentes do Plano de Coleta Seletiva local.

No caso dos instrumentos de políticas ambientais, estes podem ser diretos ou

indiretos. Os diretos elaborados para resolver questões ambientais, cujo comando e con-

trole são exclusivamente de natureza ambiental, e os indiretos não são desenvolvidos para

resolver problemas ambientais, mas, pela sua natureza, acabam colaborando para as so-

luções do meio ambiente.

Os instrumentos diretos de políticas ambientais, geralmente, referem-se às legis-

lações, normas de controle e mecanismos de regulação. Já os instrumentos indiretos são

mecanismos de mercado e incentivos ou penalidades de comportamento e são caracteri-

zados pela imagem da empresa junto ao mercado, certificados de conduta, incentivos fis-

cais, imposição de taxas e tarifas.

A legislação ambiental brasileira tem demandado, cada vez mais, ações preventi-

vas das empresas. Observar o cumprimento das normas vigentes e desenvolver iniciativas

capazes de priorizar a preservação dos recursos naturais são condições essenciais a uma

gestão ambiental pública ou empresarial eficiente.

Vale ressaltar que cumprir a lei não significa somente se adequar a uma norma,

significa mudança de cultura pública, empresarial e da população, em que o crescimento

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

82

Gestão Ambiental

econômico seja aliado ao desenvolvimento social, econômico e ambientalmente sustentá-

vel.

O conhecimento sobre a legislação ambiental contribui para um melhor desempe-

nho do poder público e da iniciativa privada, com tomadas de decisões seguras e eficientes.

Fiscalização

Na medida em que a fiscalização se torna mais eficiente e que a sociedade busca

um maior comprometimento frente às questões ambientais, o poder público começa e ter

respaldo da população em geral e das empresas em particular. Uma série de instrumentos

de gestão do saneamento básico é apresentada, sem esgotar o conteúdo, pela vastidão

das normas e regulamentos existentes sobre o assunto:

Constituição Federal - Art. 23. É competência comum da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios:

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas

formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

Constituição Federal - Art. 30. Competem aos municípios:

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permis-

são, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo,

que tem caráter essencial;

Constituição Federal - Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, execu-

tada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei

têm por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da ci-

dade e garantir o bem- estar de seus habitantes;

Lei Federal n.º 11.445/07 – Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento

básico;

Lei Federal n.º 12.305/10 – Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos;

Decreto Federal n.º 7.217/10 – Regulamenta a Lei n.º 11.445/07;

Decreto Federal n.º 7.404/10 – Regulamenta a Lei n.º 12.305/10;

Plano Nacional do Saneamento Básico;

Plano Nacional dos Resíduos Sólidos;

Regulamentos e normas federais sobre o saneamento básico e o meio ambi-

ente;

Plano Estadual do Saneamento Básico;

Plano Estadual dos Resíduos Sólidos;

Regulamentos e normas estaduais sobre o saneamento básico e o meio am-

biente;

Plano Municipal do Saneamento Básico;

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

83

Gestão Ambiental

Plano Municipal de Resíduos Sólidos;

Código de Posturas Municipal;

Leis, regulamentos e normas municipais sobre o saneamento básico;

Mecanismos de controle social e de transparências nas ações;

Sistema municipal de informações de saneamento básico;

Prestação dos serviços de saneamento básico de forma direta, por processo

licitatório pela Lei Federal 8666, por meio de concessão na forma de Lei n.º

8.987/95, na forma de Parceria Público-Privada, conforme previsto na Lei n.º

11.079/04;

Contrato de programa com empresa pública, conforme previsto na Lei n.º

11.445/07;

Criação das estruturas de gestão do saneamento básico no município;

Delegação total ou parcial das competências municipais para regulação e fis-

calização dos serviços de saneamento;

Participação em consórcios públicos, com a finalidade da prestação dos servi-

ços de saneamento, inclusive a de regulação;

Conselho Municipal de Saneamento Básico;

Definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos

contratos como a modicidade das tarifas;

Aplicar procedimentos de avaliação de desempenho nas atividades do sanea-

mento básico;

Conclusão: o município tem a responsabilidade no saneamento básico, conforme

previsto na Lei n.º 11.445/07, em todas as suas vertentes, conforme a Figura 25.1 abaixo.

Figura 3.2. Vertentes para a maximização de uma gestão eficaz.

Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria (2014)

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

84

Gestão Ambiental

Com intuito de facilitar e fomentar o diálogo entre os mais importantes atores

envolvidos na construção das diretrizes e execução das ações para o desenvolvimento do

Plano Municipal de Coleta Seletiva de Sorocaba busca-se o fortalecimento institucional, o

desenvolvimento de ações conjuntas entre os atores envolvidos, com o intuito de unir

esforços para a implantação de políticas públicas que ofereçam respostas às demandas

futuras do saneamento básico.

Os órgãos, secretarias, associações e membros da sociedade civil organizada, lis-

tados abaixo foram identificados como primordiais ao fortalecimento institucional e para

auxiliar na maximização e eficácia da gestão e cumprimento dos objetivos, metas e ações

nos prazos estabelecidos:

Ministério Público (MP) – Buscar, junto ao órgão, o cumprimento das obriga-

toriedades estabelecidas em cláusulas contratuais;

CETESB - executa as atividades relacionadas ao licenciamento e à fiscalização

ambiental, além de promover ações de educação ambiental, normatização,

controle, regularização, proteção, conservação e recuperação dos recursos

naturais.

Secretaria Estadual de Meio Ambiente – Auxiliar a implantação de ações com

recursos financeiros e fomentar os arranjos institucionais, para garantir a pre-

servação do meio ambiente e o desenvolvimento científico de dados e infor-

mações para o Estado;

Comitês de Bacias Hidrográficas – Participar de discussões que possam im-

pactar na gestão dos recursos hídricos, bem como auxiliar no processo de

implantação de ações e programas com limites intermunicipais;

Câmara dos Vereadores – Aprovação de leis e decretos municipais, a fim de

viabilizar as ações propostas no Plano de Coleta Seletiva;

Secretaria Municipal de Meio Ambiente– Auxiliar na elaboração de planos, fis-

calizar, autuar munícipes, estabelecimentos e empreendimentos em caráter

preventivo e/ou corretivo e prestação de serviço;

Os fortalecimentos institucionais foram sugeridos para cada objetivo a ser alcan-

çado, durante o período do planejamento proposto. A participação conjunta de órgãos,

secretarias, associações e membros da sociedade civil organizada vão colaborar para a

maximização das ações previstas e que serão descritas nas tabelas sínteses.

Controle Social

Com o intuito de estabelecer e firmar o controle social relacionado aos eixos do

saneamento básico em Sorocaba e realizar a divulgação de todas as ações inseridas nos

programas e ações, é importante que o município realize as seguintes ações de controle e

formas de divulgação que seguem:

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

85

Gestão Ambiental

1. Pesquisas de satisfação ou aproveitamento de informações durante a realiza-

ção dos serviços relacionados;

2. Pesquisas de satisfação ou aproveitamento de informações durante a realiza-

ção dos serviços relacionados ao eixo manejo dos resíduos sólidos, pela PM;

3. Melhorias e ampliações dos serviços de atendimento ao público como disque

fácil, disque denúncia, ouvidoria e outros;

4. Divulgação de todas as ações de manutenção sobre os serviços prestados de

coleta seletiva;

5. Divulgação em jornais locais e de circulação regional dos programas e obras

realizadas para a coleta seletiva.

6. Uso de rede mundial de computadores para divulgação através de redes so-

ciais para consolidar as informações e ações no município.

7. Realização de campanhas educativas quanto à importância da separação dos

recicláveis na fonte e divulgar os resultados da coleta seletiva;

8. Realização de campanhas educativas quanto a importância da disposição cor-

reta dos Resíduos da Construção Civil - RCC;

9. Divulgação dos programas de educação ambiental pelo poder público e envol-

vimento das lideranças comunitárias.

10. Uso de carro de som para divulgação de ações pontuais;

11. Uso de cartilhas, folders, cartazes, banners, entre outros meios impressos

para a divulgação e consolidação das informações do Plano Municipal de Co-

leta Seletiva.

12. Criar ente consultivo de controle social;

13. Publicação dos convênios firmados com Governos e Instituições;

14. Divulgar as ações administrativas realizadas pelo poder público;

15. Ampliar e divulgar os canais de atendimento para denúncias relativas coleta

seletiva;

As ações necessárias para a divulgação do Plano Municipal de Coleta Seletiva ci-

tadas devem passar por avaliação e decisão conjunta dos gestores municipais para que a

divulgação seja compartilhada e assim o conhecimento sobre a coleta seletiva seja efeti-

vado e consolidado para os quatro eixos.

Instrumentos de Avaliação

Os indicadores de desempenho são instrumentos essenciais às atividades de mo-

nitoramento e avaliação das Metas estabelecidos pelo Plano de Coleta Seletiva, pois per-

mite acompanhar, identificar avanços, melhorias de qualidade, correção de problemas e

necessidades de mudança.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

86

Gestão Ambiental

Pode-se dizer que os indicadores têm duas funções básicas: descrever, através da

geração de informações, o estado real da situação do serviço de Coleta Seletiva de Soro-

caba e o caráter valorativo que consiste em analisar as informações presentes, com base

nos indicadores anteriores, de forma a realizar proposições valorativas.

Em síntese, os indicadores não são meros números, são atribuições de valor a

objetivos, metas e ações, que serão aplicados nos critérios de avaliação, como, por exem-

plo, eficácia, efetividade e eficiência.

Outros Mecanismos

Os recursos e mecanismos necessários para avaliação, fiscalização e monitora-

mento do Plano Municipal de Coleta Seletiva devem ser estipulados a fim de auxiliar o

poder público municipal, na análise, durante e após a conclusão e implantação do Plano,

dar garantia do cumprimento das metas do plano, bem como dos impactos das suas ações

na qualidade de vida da população contemplada.

Quanto aos recursos humanos e administrativos, sugere-se a constituição de uma

comissão de fiscalização, acompanhamento e avaliação, formada por representantes (au-

toridades e/ou técnicos) das instituições do poder público municipal relacionadas com o

saneamento ambiental.

Além destas representações, a comissão pode contar com membros do Conselho

Municipal de Meio Ambiente de Sorocaba, do Conselho Municipal de Saneamento e repre-

sentantes de organizações da sociedade civil (entidades do movimento social, entidades

sindicais e profissionais, grupos ambientalistas, entidades de defesa do consumidor, asso-

ciações de recicladores, Cooperativas de reciclagem, dentre outras).

A comissão deverá acompanhar e avaliar a implementação do Plano de Coleta

Seletiva, monitorando a implantação das ações e os resultados alcançados, garantindo que

os objetivos do Plano sejam gradativamente atingidos.

Conclusão

Pode-se definir, para o Plano de Coleta Seletiva, alguns recursos materiais, tecno-

lógicos e econômico-financeiros, indispensáveis para a gestão do monitoramento, opera-

cionalização, fiscalização e avaliação do plano, bem como da eficácia das ações programa-

das e dos resultados alcançados e das justificativas para os resultados não alcançados:

a) Utilização dos indicadores do Plano de Coleta Seletiva, visando avaliar e monitorar

os cenários atuais e futuros. O uso dos indicadores permite a verificação dos siste-

mas de saneamento com relação a diversos aspectos, bem como a identificação de

anormalidades e ocorrência de eventualidades no sistema, indicando a necessidade

de análise quanto à existência de falhas operacionais e adoção de medidas geren-

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

ciais e administrativas para solucionar os problemas. Os indicadores também per-

mitem uma avaliação da carência por medidas de uso racional e de readequação do

sistema, para redução do consumo e desperdício de fontes de energia e recursos

naturais;

b) Elaboração de relatórios periódicos de acompanhamento do Plano de Coleta Sele-

tiva, com periodicidade anual. O relatório deverá conter: o acompanhamento de

todos os indicadores, comparando sua evolução com a linha de base e o objetivo

ainda a ser alcançado, o resumo das atividades realizadas de acordo com a progra-

mação do Plano de Coleta Seletiva, os avanços da implantação do Plano de Coleta

Seletiva, a identificação de eventual variação existente, e por fim as medidas cor-

retivas adotadas ou recomendadas. Os relatórios de acompanhamento deverão ser

apresentados aos responsáveis pelo seu acompanhamento;

c) Elaboração de relatórios periódicos de análise que apresentem cunho administrativo

em relação ao progresso do Plano de Coleta Seletiva. O relatório deverá incluir

análises referentes ao desempenho do Plano de Coleta Seletiva, comparando os

fatores de sucesso e os de insucesso, também a identificação das restrições e im-

previstos que afetaram a execução do plano, suas causas e as medidas corretivas

adotadas, e também eventuais novos delineamentos de metas e readequações ope-

racionais. Os relatórios analíticos permitirão manter o foco de longo prazo Plano de

Coleta Seletiva ativo, permeando suas ações e objetivos para os demais setores da

administração municipal. Devido ao seu caráter estratégico, recomenda-se que tais

relatórios sejam devidamente publicados e disponibilizados à sociedade civil, po-

dendo motivar fóruns e debates sobre os temas específicos que se façam pertinen-

tes.

Considerando a situação de Sorocaba, bem como a necessidade de revisão perió-

dica do Plano de Coleta Seletiva, sugere-se a manutenção e atualização constante do banco

de dados para cálculo periódico de indicadores. Este banco de dados deve ser incrementado

gradativamente conforme a execução das ações do Plano e aperfeiçoamento da estrutura

(física, operacional e administrativa) dos setores relativos a coleta seletiva. Assim, um

número maior de indicadores poderá efetivamente ser calculado com dados atualizados,

precisos e específicos para as bacias/regiões/setores, facilitando o acompanhamento e a

fiscalização da situação da coleta seletiva em cada ponto do município.

Contudo, é necessário que o órgão gestor utilize os indicadores essenciais, perti-

nentes à realidade municipal e sensíveis às principais alterações previstas no Plano de

Coleta Seletiva. Cabe destacar, ainda, que para esta utilização deve ser considerada a

estrutura dos setores visando o levantamento de dados utilizados para o cálculo dos indi-

cadores.

Os indicadores, adotados como forma permanente de avaliação de desempenho,

deverão ser analisados e seus resultados criticados, tomando-se como base os parâmetros

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

exigidos pelos órgãos oficiais competentes, quando existentes, e pelas metas e ações pre-

vistas no Plano de Coleta Seletiva.

Com a atualização periódica do Plano, o sistema com todos os indicadores poderá

ser reavaliado e implantado gradativamente. As informações estratégicas sobre os serviços

de saneamento básico deverão ser colocadas à disposição do governo federal e estadual,

dentro dos padrões solicitados e em articulação com o SNIS. Além disso, cabe ressaltar

que os instrumentos de gestão para monitoramento, fiscalização e avaliação podem ser

incrementados durante a aplicação dos mesmos.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

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site/?p=1545&preview=true. Acesso em: 16 de março de 2015.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

91

Gestão Ambiental

PMCS Atibaia – Plano Municipal de Coleta Seletiva de Atibaia (SP). Disponível em:

http://www.saaeatibaia.com.br/downloads_residuos/DIAGNOSTICO_PMCS.pdf. Acesso

em: 17 de março de 2015.

PMSB Garibaldi – Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Garibaldi

– RS. Disponível em: http://www.garibaldi.rs.gov.br/upload/page_file/ tomo-vi---resi-

duos-solidos.pdf. Acesso em: 17 de março de 2015.

PNRS – Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em:

http://www.mma.gov.br/estruturas/253/_publicacao/253_publica-

cao02022012041757.pdf. Acesso em: 17 de março de 2015.

POLAZ, Carla Natacha Marcolino; TEIXEIRA, Bernardo Arantes do Nascimento. Indicadores

de sustentabilidade para a gestão municipal de resíduos sólidos urbanos: um estudo para

São Carlos (SP). Eng Sanit Ambient, v.14 n.3, jul/set 2009, pág. 411-420

RIBEIRO, H.; BESEN, G.R. Indicadores de Sustentabilidade para Programas Muni-

cipais de Coleta Seletiva – Métodos e Técnicas de Avaliação. Disponível em:

http://www.fsp.usp.br/siades/documentos/Publicacoes/Artigo_13f.pdf. Acesso em: 17 de

março de 2015.

SANTOS, Amélia S. F. e; FREIRE, Fernando H. de O.; COSTA, Brenno L. N. da. Sacolas

Plásticas: Destinação Sustentáveis e Alternativas de Substituição. Polímeros, v.22 n.3,

2012, pág. 228-237.

SBC Valorização de Resíduos. Coleta Seletiva Porta a Porta. Disponível em:

http://www.sbcvr.com.br/cidadao-coleta-seletiva-porta-a-porta. Acesso em: 16 de março

de 2015.

SMA – Secretaria do Meio Ambiente. Coleta Seletiva para Prefeituras – Guia de Im-

plantação. 4ª ed. São Paulo: SMA/CPLEA, 2005. Disponível em: http://www.re-

sol.com.br/Cartilha6/ColetaSeletivaparaPrefeituras.pdf. Acesso em: 18 de março de 2015.

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http://www.snis.gov.br. Acesso em 7 de maio 2013.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

ANEXO 1

TABELAS – EXEMPLO DE PLANILHA DE CUSTOS

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

Exemplo de Planilha de Custos: Mobilização Social e Educação Ambiental

MOBILIZAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Discriminação Uni-dade

Qtd. Custo

Unitário Valor

Mensal Observa-

ção

Remuneração e Encargos Sociais - Catadores

Remuneração base N°

catado-res

Adicional de insalubridade N°

catado-res

Repouso semanal remunerado N°

catado-

res

INSS - Catador N°

catado-res

Repouso anual remunerado N°

catado-res

Seguro acidente de trabalho N°

catado-res

Uniforme dos Catadores

Calça Peça

Camiseta Peça

Bota Peça

Boné Peça

Sacola/Bolsa Peça

Capa de Chuva Peça

Colete Refletivo Peça

Protetor Solar kg

Material para Mobilização

Folhetos/Cartilha/Logomarca Unidade

Campanha e divulgação em mídias Unidade

Serviço de Comunicação

Serviço terceirizado – Material grá-

fico Serviço

TOTAL GERAL

Fonte: adaptado de INSEA, 2013.

Exemplo de Planilha de Custos: Coleta Seletiva Municipal.

COLETA SELETIVA

Discriminação Uni-dade

Qtd.

Custo Unitário

Valor Mensal

Observa-ção

Remuneração e Encargos Sociais - Motorista

Remuneração base N°

catadores

Adicional de insalubridade N°

catadores

Repouso semanal remunerado N°

catadores

INSS - Catador N°

catadores

Repouso anual remunerado N°

catadores

Seguro acidente de trabalho N°

catadores

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

94

Gestão Ambiental

Remuneração e Encargos Sociais -

Catador

Remuneração base N°

catadores

Adicional de insalubridade N°

catadores

Repouso semanal remunerado N°

catadores

INSS - Catador N°

catadores

Repouso anual remunerado N°

catadores

Seguro acidente de trabalho N°

catadores

Uniforme dos Catadores

Calça Peça

Camiseta Peça

Bota Peça

Boné Peça

Equipamento de Proteção Individual

Luva de proteção Peça

Colete refletivo Peça

Capa de chuva Peça

Garrafa térmica de água Unidade

Protetor solar kg

Equipamento Operacional

Lona plástica Unidade

Bags Unidade

Garfo (para arrastar material) Unidade

Sistema de rastreamento Unidade

Corda para caminhão Unidade

Sirene de ré Unidade

Custo do Caminhão

Custo variável Unidade

Custo fixo Unidade

Outros Veículos

Custo variável Unidade

Custo fixo Unidade

TOTAL GERAL

Fonte: adaptado de INSEA, 2013.

Exemplo de Planilha de Custos: Processos Internos do Galpão.

PROCESSOS INTERNOS DO GALPÃO

Discriminação Uni-dade

Qtd. Custo

Unitário Valor

Mensal Observa-

ção

Remuneração e Encargos Sociais - Catador

Remuneração base N°

catadores

Adicional de insalubridade N°

Repouso semanal remunerado N°

catadores

INSS - Catador N°

catadores

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

95

Gestão Ambiental

Repouso anual remunerado N°

catadores

Seguro acidente de trabalho N°

catadores

Uniforme dos Catadores

Calça Peça

Camiseta Peça

Bota Peça

Boné Peça

Protetor auricular Unidade

Equipamento de Proteção Individual

Luva de proteção Peça

Avental Peça

Óculos de proteção Unidade

Respirador Unidade

Equipamento Operacional

Fetilho para amarração de fardos Metros

Manutenção dos Equipamentos

Óleo para prensa Litros

Gás para empilhadeira Cilindros

Manutenção geral de equipamentos Geral

Equipamento de Segurança e Manu-tenção do Galpão

Recarga de extintores de incêndio Unidade

Manutenção das instalações Geral

Contas

Energia Consumo

Água Consumo

Troca de lâmpadas Unidade

Reparação do imóvel Geral

TOTAL GERAL

Fonte: adaptado de INSEA, 2013.

Exemplo de Planilha de Custos: Processos Administrativos.

PROCESSOS ADMINISTRATIVOS

Discriminação Uni-dade

Qtd. Custo

Unitário Valor

Mensal Observa-

ção

Remuneração e Encargos Sociais - Catador

Remuneração base N°

catadores

Adicional de insalubridade N°

Repouso semanal remunerado N°

catadores

INSS - Catador N°

catadores

Repouso anual remunerado N°

catadores

Seguro acidente de trabalho N°

catadores

Despesa com Escritório

Telefone Mensal.

Internet Mensal.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA SP Plano de Coleta Seletiva

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Gestão Ambiental

Nota fiscal (eletrônica) Unidade

Material de Escritório

Papel sulfite Pacote

Lápis/caneta Caixa

Borracha Caixa

Cartucho para impressora Unidade

Caderno Unidade

Material de Copa/Limpeza

Utensílios de cozinha Unidade

Sabonete Unidade

Papel higiênico Pacote

Detergente Caixa

Pano para limpeza Unidade

Bucha de lavar louça Pacote

Papel toalha Pacote

Vassoura Unidade

Rodo Unidade

Material de Expediente

Café kg

Açúcar kg

Botijão de gás Unidade

Despesas Financeiras

Despesa bancária Taxa

Documentação da Cooperativa

Registro de alta Serviço

Certidões negativas Serviço

IR jurídico -

Reconhecimento de firma Serviço

Balanço anual Serviço

Licença ambiental -

Despesa com cartório -

Taxas e guias -

Escritório de contabilidade

Serviço de contabilidade Mensal.

TOTAL GERAL

Fonte: adaptado de INSEA, 2013.