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CEJUR INFORMA CEJUR INFORMA Edição 235, de 25/09/2012
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULOSECRETARIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO
CENTRO DE ESTUDOS JURÍDICOS
SUMÁRIONotícias
Necessidade de concurso para "Sistema S" tem repercussão geral
Ministro determina suspensão de processos que questionam normas sobre DPVAT
1ª Turma nega imunidade tributária a organização maçônica do RS
Associação de procuradores contesta lei paraibana sobre cargos
Plenário: preliminar sobre repercussão geral é indispensável
Menor pode incluir em seu nome mais um sobrenome da mãe
ESPECIAL - Alimentos entre ex-cônjuges: para o STJ, excepcionais e temporários
Inércia do credor na busca de bens penhoráveis impede nova suspensão da execução
Prazo para ajuizar ação de exibição de documento está vinculado à vigência de contrato bancário
Desistência de recurso não isenta contribuinte de pagar honorários em execução fiscal
É possível incluir sobrenome do cônjuge depois do casamento
Decretação de indisponibilidade de bens em ação de improbidade não exige demonstração de dano
LEI FEDERAL Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012.
Altera a alíquota das contribuições previdenciárias sobre a folha de salários devidas
pelas empresas que especifica; institui o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e
Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, o Regime Especial de
Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação de Redes de
Telecomunicações, o Regime Especial de Incentivo a Computadores para Uso
Educacional, o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica e o Programa Nacional
de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência; restabelece o Programa Um
Computador por Aluno; altera o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da
LEGISLAÇÃO
ATIVIDADES ACADÊMICAS
IX CONGRESSO DE PROCURADORES MUNICIPAIS
Período: 27 a 30 de novembro de 2012
Local: Rio de Janeiro – RJ
Realização: ANPM - Associação Nacional de Procuradores Municipais
Informações e inscrições: CLIQUE AQUI
Indústria de Semicondutores, instituído pela Lei no 11.484, de 31 de maio de 2007; altera
as Leis nos 9.250, de 26 de dezembro de 1995, 11.033, de 21 de dezembro de 2004,
9.430, de 27 de dezembro de 1996, 10.865, de 30 de abril de 2004, 11.774, de 17 de
setembro de 2008, 12.546, de 14 de dezembro de 2011, 11.484, de 31 de maio de 2007,
10.637, de 30 de dezembro de 2002, 11.196, de 21 de novembro de 2005, 10.406, de 10
de janeiro de 2002, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 12.431, de 24 de junho de 2011,
12.414, de 9 de junho de 2011, 8.666, de 21 de junho de 1993, 10.925, de 23 de julho de
2004, os Decretos-Leis nos 1.455, de 7 de abril de 1976, 1.593, de 21 de dezembro de
1977, e a Medida Provisória no 2.199-14, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
providências.
Clique aqui e acesse a íntegra.
LEI FEDERAL Nº 12.714, DE 14 DE SETEMBRO DE 2012.
Dispõe sobre o sistema de acompanhamento da execução das penas, da prisão
cautelar e da medida de segurança.
Clique aqui e acesse a íntegra.
DECRETO Nº 53.415, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
Estabelece os procedimentos para a expedição por via eletrônica do Alvará de
Aprovação de Edificação Nova ou Reforma, Alvará de Execução de Edificação Nova ou
Reforma e Alvará de Licença para Residência Unifamiliar, previstos na Lei nº 11.228, de
25 de junho de 1992, e do Alvará de Desdobro de Lote e Alvará de Remembramento de
Lote, de que trata a Lei nº 9.413, de 30 de dezembro de 1981.
Clique aqui e acesse a íntegra.
DECRETO Nº 53.414, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
Dispõe sobre a implantação do Sistema de Gerenciamento da Fiscalização - SGF e
estabelece os procedimentos de fiscalização das diversas posturas municipais.
Clique aqui e acesse a íntegra.
STJ - Resolução Nº 202, de 29.08.2012:
Fonte: OAB/SP Administração do Site; DOU, I de 06.09.2012. Pgs. 804 e 805, 06/09/2012.
Dispõe sobre a implantação do Sistema Processo Judicial Eletrônico - PJE no âmbito
do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus.
Clique aqui e acesse a íntegra.
SRFB - Instrução Normativa Nº 1.290, de 06.09.2012:
Fonte: Administração do Site, DOU, I, de 10.09.2012. Pg. 22 e 23, 10/09/2012
Altera a Instrução Normativa RFB nº 1.022, de 05.04.2010, que dispõe sobre o
imposto sobre a renda incidente nos rendimentos e ganhos líquidos auferidos nos
mercados financeiro e de capitais.
PORTARIA 037/2012-SNJ.G - CLÁUDIO LEMBO, Secretário Municipal dos Negócios
Jurídicos, no uso das atribuições legais, que lhe são conferidas,
Considerando o disposto no artigo 18 do Regimento Interno da Escola Superior de
Direito Municipal
RESOLVE,
Art. 1º. Nomear, para integrar o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, sob a
Presidência do Diretor da ESDMSP, os seguintes membros:
I. Professor Doutor: JOSÉ RUBENS ANDRADE FONSECA RODRIGUES – RF 603.161.7
II. Professor Mestre: LILIANA DE ALMEIDA FERREIRA DA SILVA MARÇAL - RF 648.301.1
III. Professor Especialista: LUIS ANTONIO GIAMPAULO SARRO - RF 619.015.4
IV. Representantes do Corpo Docente:JOSÉ FERNANDO FERREIRA BREGA - (doutor) – RF 696.417.6.1RODRIGO BORDALLO RODRIGUES – (mestre) – RF 733.034.1LUCIANA CORREIA GASPAR SOUZA - (especialista) – RF 729.191.4
Art. 2º. Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação.
PORTARIA 039/2012-SNJ.G - CLÁUDIO LEMBO, Secretário Municipal dos Negócios
Jurídicos, no uso das atribuições legais, que lhe são conferidas,
Considerando o disposto no artigo 21 do Regimento Interno da Escola Superior de
Direito Municipal
RESOLVE,
Art. 1º - Nomear, como coordenadora do Curso “O Terceiro Setor e a Administração
Pública”, a procuradora LAURA MENDES AMANDO DE BARROS – RF 750.617.1,
ratificando os atos já praticados.
Art. 2º- Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação.
PORTARIA Nº 29/2012 - PGM.G (D.O.C. 13.09.2012, p. 22)
O PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, no uso das atribuições
que lhe são conferidas por lei;
CONSIDERANDO a necessidade de implementação da Biblioteca da Escola Superior
de Direito Municipal, com a catalogação dos livros adquiridos e demais atos correlatos
para permitir seu funcionamento:
RESOLVE:
1. Designar a bibliotecária MARIA ALICE FICO, RF 621.287.5/1 para exercer a tarefa
de catalogação e demais atividades de competência técnica visando a total implementação
da Biblioteca da Escola Superior de Direito Municipal – ESDM-SP.
2. A servidora deverá se apresentar à Diretoria da Escola para início dos trabalhos,
que deverão ser concluÍdos no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação
desta Portaria.
3. Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.
Clique aqui e acesse a íntegra.
Memorando 155/2012-PGM-G - PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO (D.O.C. 13.09.2012, p. 22)
Representação do Conselho da Procuradoria Geral do Município de São Paulo acerca
da aplicação do artigo 21 da Lei Municipal 14.125/2005.
DESPACHO
1 - Acuso o recebimento da representação do Conselho da Procuradoria Geral do
Município, formulada por intermédio do Senhor Procurador-Geral, que aborda de forma
analítica e percuciente as questões envolvendo a aplicação do art. 21 da Lei Mun.
14.125/2005, que trata da representação judicial de agentes públicos e políticos pela
Procuradoria Geral do Município, especialmente em face do inquérito civil em andamento
sobre tema;
2 - Como bem pontuado, a insegurança e a instabilidade jurídica subjacente as
normas que atribuem a advogados públicos a defesa pessoal dos seus agentes,
recomenda, a suspensão da apreciação de novos pedidos de defesa dirigidos por agentes
políticos ao Núcleo de Defesa da Administração, da PGM, entendimento que acolho, sem
prejuízo da proposta de estudos voltados à revogação do art. 21 da Lei 14.125/2005 ou
seu aprimoramento;
3 - Diante do exposto, DETERMINO o encaminhamento deste expediente à
apreciação e decisão do Senhor Prefeito quanto à suspensão, sit et in quantum, da
apreciação de novos pedidos de defesa dirigidos ao Núcleo de Defesa da PGM e, ato
contínuo, o início imediato dos estudos propostos, sobretudo buscando preservar a defesa
dos servidores e a busca de alternativas para viabilizar, quando necessária, a defesa dos
agentes políticos.
DESPACHO DO SECRETÁRIO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS (D.O.C. 12.09.2012, p. 18)
2012-0.128.048-2 - Justificativa de afastamento. Diante dos elementos de instrução
constantes deste processo, notadamente a manifestação de fls. 25 e com fundamento no
art. 6º, parágrafo único do Dec. 48.743, de 20 de setembro de 2007, CONSIDERO
JUSTIFICADO o afastamento da Procuradora Nathaly Campitelli Roque, RF nº
743.263.1/1, sem prejuízo dos vencimentos e das demais vantagens do cargo, para
participar do Estágio de Pós-Doutoramento, realizado na Faculdade de Direito da
Universidade de Lisboa-Portugal, no período de 4 de julho a 4 de agosto de 2012.
DESPACHO DA PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (D.O.C. 18.09.2012, P. 18)
2010.0.066.194-2 - DESPACHO Nº 719/2012 – PGM.G. ASSUNTO: Prêmios
“Trabalho Relevante do Ano” e “Oswaldo Aranha Bandeira de Mello” – exercício 2009. I –
Decorrido o prazo constante na Portaria nº 014/10-PGM.G, publicada no DOC de 15.04.10,
para gozo dos prêmios “Oswaldo Aranha Bandeira de Mello” e “Trabalhos Relevantes do
Ano”, outorgado no exercício de 2009, conforme despacho do Sr. Secretario dos Negócios
Jurídicos no DOC de 07.08.10, fls. 1099, DECLARO extinto o direito de fruição do prêmio
concedido aos procuradores Gláucia Savin, Sergio Barbosa Junior e Humberto Masayoshi
Yamaki.
DEPARTAMENTO DE DESAPROPRIAÇÕES
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ÓRGÃO ESPECIAL
Mandado de Segurança n° 0353926-71.2010.8.26.0000
Comarca: São Paulo
Impetrante: Municipalidade de São Paulo
Impetrado: Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo
Interessado: Nelson Seara
DECISÕES RELEVANTES – DEPARTAMENTOS – PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO –
Voto n° 22.282
MANDATO. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL.
INEXISTÊNCIA DE MERA IRREGULARIDADE
PROCESSUAL. RECONHECIMENTO DE
NULIDADE ABSOLUTA. SEGURANÇA
CONCEDIDA Pedido de sequestro formulado por
credor falecido padece de nulidade absoluta, não
podendo ser remediado por posterior habilitação
dos herdeiros. Procedimento que deve ser anulado
deste o princípio.
Vistos.
Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pelo Município de São Paulo
contra decisão do DD. Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo, a qual determinou a remessa do valor sequestrado cm favor de Nelson Seara, ao
juízo das execuções.
Sustenta o Impetrante irregularidade na representação processual do
Credor, pretendendo a nulidade da decisão que deferiu o sequestro.
Deferido pedido de liminar para sustar os efeitos da decisão de remessa do
valor sequestrado à primeira instância (fls. 182), vieram as informações do Exmo.
Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça que defendeu o ato impugnado, alegando
preclusão da alegação de nulidade do sequestro (fls. 184/188).
Citado, na qualidade de litisconsorte necessário, o espólio de Nelson Seara
manifestou-se à fls. 209/214, pretendendo seja admitido no pólo ativo da relação
processual, ratificando todos os atos já praticados.
O parecer emitido pela Douta Procuradoria Geral de Justiça é pela
concessão deste mandamus, sob o fundamento de que o pedido formulado em nome do
falecido Nelson Seara padece de nulidade absoluta (fls. 224/228).
E o relatório.
Segundo consta dos autos, o credor Nelson Seara faleceu em 29.04.2004
(consulta de óbito em fl. 156), sendo certo que em junho de 2007, três anos após seu
falecimento, foi formulado pedido de sequestro de rendas da Municipalidade de São Paulo
em nome dele, instruído com cópia do instrumento de procuração (fls. 23).
A ordem de constrição foi deferida pela Egrégia Presidência deste Tribunal
de Justiça (fls. 110/114).
Após, a Municipalidade de São Paulo postulou nos autos, pleiteando a
nulidade do sequestro, argumentando que o pleito foi deduzido por quem já não era mais
detentor de direitos, pois falecido anteriormente ao pedido de sequestro de rendas (fl. 155).
O pedido foi indeferido pela E. Presidência deste Sodalício, sob o
fundamento de que a questão não foi oportunamente suscitada, estando preclusa a decisão
quanto à pertinência do sequestro (fl. 161).
Ouso, todavia, divergir.
Nos termos do art. 682, II, do Código Civil, o mandato é extinto com o
falecimento do outorgante.
Assim, demonstrado o falecimento do beneficiário Nelson Seara 3 anos
antes do pedido de sequestro, tem-se que tal pleito não poderia ter sido formulado, pois
firmada por advogado que não estava regularmente constituído, o que, como bem
acentuado pela douta Procuradoria, conduz à nulidade absoluta do pedido de sequestro, e,
consequente, invalidação da constrição.
Neste sentido, decisões deste Colendo Órgão Especial:
EMENTA: Mandado de segurança — Impetração contra decisão que
deferiu sequestro de rendas públicas — Credor em nome de quem requerida a medida que,
todavia, já era falecido há cerca de 13 anos — Inexistência de mera irregularidade tia
representação processual — Procedimento de sequestro que deve ser anulado desde o
princípio — Precedente deste Colendo Órgão Especial — Segurança concedida. (Mandado
de Segurança n° 9025724-38.2009.8.26.0000, Rel. Des. Mathias Coltro, julgamento em
02.02.2011).
INTERNVEÇÃO ESTADUAL - Credora faleceu antes da proposilura da
ação — Mandato extinto — Anulação do processo ab initio - Segurança doncedida.
(MANDADO DE SEGURANÇA N° 9047660-56.2008.8.26.0000, Rel. Des. Sousa Lima,
julgamento em 17.11.2010)
MANDADO DE SEGURANÇA - DEFERIMENTO DE PEDIDO DE
SEQUESTRO- DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DO PROCESSO DE SEQUESTRO.
CONCESSÃO DA ORDEM. Pedido de Sequestro formulado por titulares de créditos já
falecidos. Impossibilidade de Regularização de Representação Processual nesta Fase
Processual, por herdeira. (Mandado de Segurança n° 9025574-57.2009.8.26.0000, Rel.
Des. Viana Santos, julgamento cm 14.10.2009).
Desta forma, por todo o exposto, outro caminho não há senão o
acolhimento da pretensão da Impetrante, com a consequente nulidade da decisão que
deferiu o sequestro pleiteado pelo credor Nelson Seara.
Destarte, pelo exposto, CONCEDERAM A ORDEM do Mandado de
Segurança, para determinar a nulidade do procedimento de sequestro, desde o princípio.
ARMANDO TOLEDORELATOR
ACÓRDÃOAcórdão Registrado sob n° 03782472
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de Segurança n°
0353926-71.2010.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é impetrante
MUNICIPALIDADE DE SÃO PAULO sendo impetrado PRESIDENTE DO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
ACORDAM, em Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo,
proferir a seguinte decisão: "CONCEDERAM A SEGURANÇA. V.U. IMPEDIDO O
EXMO. SR. DES. IVAN SARTORI. JULGAMENTO PRESIDIDO PELO EXMO. SR.
DES. GONZAGA FRANCESCHINI.", de conformidade com o voto do(a) Relator(a), que
integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores GONZAGA
FRANCESCHINI (Presidente), OLIVEIRA SANTOS, ALVES BEVILACQUA, DE
SANTI RIBEIRO, GUERRIERI REZENDE, WALTER DE ALMEIDA GUILHERME,
RIBEIRO DOS SANTOS, XAVIER DE AQUINO, ELLIOT AKEL, ANTÓNIO CARLOS
MALHEIROS, ARTUR MARQUES, CAUDURO PADIN, GUILHERME G.
STRENGER, RUY COPPOLA, RENATO NALINI, CAMPOS MELLO, ROBERTO MAC
CRACKEN, KIOITSI CHICUTA, LUÍS SOARES DE MELLO, GRAVA BRASIL,
FERREIRA RODRIGUES e RIBEIRO DA SILVA.
São Paulo, 14 de março de 2012.
ARMANDO TOLEDORelator
_________________________________________________________________________
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
ÓRGÃO ESPECIAL
Mandado de Segurança n° 0104910-98.2011.8.26.0000
Impetrantes: Antônio Teruya; Nelson Massahiro Teruya; Nilo Teruya
Impetrado: Prefeito do Município de São Paulo
VOTO N°22316
EMENTA:MANDADO DE SEGURANÇA - 1MPETRAÇÂO CONTRA DECRETO EXPROPRIATÓRIO - AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL - PRIMEIRA FASE DA DESAPROPRIAÇÃO - ATO QUE NÃO ATINGE O DIREITO DE PROPRIEDADE AFIRMADO - CAUSA DE PEDIR QUE ENCERRA DIREITO DIFUSO E COLETIVO - IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DO WRIT COMO AÇÃO POPULAR - AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA -CARÊNCIA DE AÇÃO.
1. Ausente interesse processual na modalidade "necessidade", porque a declaração expropriatôria exterioriza, tão-somente, a intenção
estatal de desapropriar determinado bem, não repercutindo, de modo imediato, no direito de propriedade do expropriado. Ausente interesse processual na modalidade "adequação", porque a causa de pedir elencada pelos impetrantes, no sentido de que o zoneamento urbano impediria o uso residencial da área, não guarda qualquer relação com seu direito de propriedade. Poderia, eventualmente, afrontar interesses difusos ou coletivos, mas não de modo direto, o bem patrimonial dos impetrantes. Ausência de prova pré-constituida.2. Mandado de segurança denegado.
1. Trata-se de mandado de segurança impetrado por Antônio Teruya,
Nelson Massahiro Teruya e Nilo Teruya contra ato administrativo praticado pelo
Prefeito do Município de São Paulo por meio do Decreto Municipal n° 52.183/11. Por
este decreto, a autoridade declarou de interesse social o imóvel dos impetrantes, para fins
de desapropriação judicial ou aquisição por acordo pela Companhia Metropolitana de
Habitação de São Paulo (COHAB-SP), com vistas à implantação de programa habitacional.
Os impetrantes alegam, em síntese, que adquiriram o terreno para ampliar o
supermercado que possuem no imóvel em frente e para construir um estacionamento à
disposição dos clientes. Afirmam que o pedido de alvará (n° 2005/0133380/7) de
construção encontra-se pendente desde 22.04.2010. Sustentam que a avenida e seus imóveis
são e sempre foram destinados ao uso comercial, e que o zoneamento urbano impede a
edificação de conjunto habitacional na área. Asseveram que o ato impugnado lhes ofende
direito líquido e certo de propriedade. Requerem a liminar suspensão dos efeitos do decreto
e, ao final, pugnam pela concessão da segurança para cassar o ato.
Indeferida a liminar pelo então Desembargador Relator às fls.37/38, e
negado provimento ao agravo regimental interposto contra a decisão, em v. acórdão de fls.
65/69. O Prefeito do Município prestou informações, colacionando documentos, às fls.
75/101, pedindo a denegação da segurança.
Parecer Ministerial pela denegação da ordem às fls. 103/113.
Os autos foram redistribuídos a este relator em 16.05.2012 (fls. 121).
É o relatório.
2. De proêmio se verifica a ausência de interesse processual na modalidade
necessidade, uma vez que os impetrantes pleiteiam proteção ao direito de propriedade,
quando é certo que não houve qualquer ato que a ofendesse.
Nesse sentido, "a declaração expropriatória exterioriza, tão-somente, a
intenção estatal de desapropriar determinado bem, não repercutindo, de modo imediato,
no direito de propriedade do expropriado.
Sob esse aspecto, é possível constatar que os pressupostos necessários à
desapropriação, sejam eles de que ordem for, não precisam estar presentes no momento
da edição do decreto expropriatórío" (STJ, 1a Turma, RMS n° 18.703-BA, rei. Min.
Denise Arruda, j . em 28.11.2006). Na mesma esteira, precedente da Seção de Direito
Público deste e. Tribunal de Justiça, em cuja ementa constou: "Decreto expropriatórío é
tão-somente ato-condição para desapropriação, a qual se inicia apenas com ação judicial
ou acordo administrativo para pagamento de indenização" (TJSP, 2a Câmara de Direito
Público, Apelação Cível com revisão n° 572.777-5/0-00, rei. Des. Christine Santini, j . em
11.11.2008).
Celso Antônio Bandeira de Mello ensina que o procedimento
expropriatórío divide-se em duas fases: a declaratória e a executória. E, a respeito da
primeira fase, consubstanciada na declaração de utilidade pública, explica: "como a
simples declaração de utilidade pública não tem o condão de transferir a propriedade do
futuro expropriado ao Estado, o proprietário do bem pode usar, gozar e dispor dele"
(MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 24. ed. São Paulo:
Malheiros, 2007, p.853-855).
Por outro lado, a ausência de interesse também se manifesta na modalidade
adequação. Isso porque a causa de pedir elencada pelos impetrantes, no sentido de que o
zoneamento urbano impediria o uso residencial da área, não guarda qualquer relação com
seu direito de propriedade. Conforme aduziu o Parquet, "a referida hipótese de vício no ato
administrativo aventada pelos impetrantes poderia, eventualmente, afrontar interesses
difusos ou coletivos, mas não de modo direito [direto] o bem patrimonial dos impetrantes.
(...) o mandado de segurança não substitui a ação popular" (fls. 105/106).
Mas, ainda que, ultrapassando a falta de interesse processual, se admitisse a
utilização da ação constitucional de mandado de segurança, este haveria de ser denegado.
Ocorre que os impetrantes não colacionaram aos autos qualquer documento
comprobatório do que afirmam a respeito do zoneamento urbano. Observe-se que em sua
petição inicial chegam mesmo a protestar pela produção de provas por todos os meios
admitidos em direito, "caso seja necessário" (fls. 08).
Essa deficiência da impetração foi corretamente apontada nas informações
da autoridade, ao sustentar que "nenhuma prova foi apresentada, quer do zoneamento
local, quer da inadequação do imóvel para fins sociais, fundamentos eleitos pela
Impetrante da ilegalidade do ato assacado" (fls. 76).
Igualmente, o i. Procurador de Justiça manifestou-se favorável à denegação
da ordem sopesando esse aspecto, ao fundamentar: "os impetrantes não apresentaram
qualquer prova (...). como sabido, o mandado de segurança exige comprovação inequívoca
do alegado direito violado, por meio de documentação, por ocasião da impetração" (fls.
108/111).
Destarte, a ordem deve ser denegada ante a carência de ação, com fulcro no
art. 267, VI, do Código de Processo Civil, e no art. 6°, §5°, da Lei n° 12.016/09.
3. Ante o exposto, denega-se a segurança.
ARTUR MARQUESDA SILVA FILHO^Relator
ACÓRDÃOAcórdão Registrado sob n° 03817581
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de Segurança n°
0104910-98.2011.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que são impetrantes ANTÔNIO
TERUYA, NELSON MASSAHIRO TERUYA e NILO TERUYA sendo impetrado
PREFEITO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO.
ACORDAM, em Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo,
proferir a seguinte decisão: "DENEGARAM A SEGURANÇA. V. U.", de conformidade
com o voto do(a) Relator(a), que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores IVAN SARTORI
(Presidente sem voto), CORRÊA VIANNA, GONZAGA FRANCESCHINI, ALVES
BEVILACQUA, DE SANTI RIBEIRO, GUERRIERI REZENDE, WALTER DE
ALMEIDA GUILHERME, RIBEIRO DOS SANTOS, XAVIER DE AQUINO, ELLIOT
AKEL, CASTILHO BARBOSA, ANTÔNIO LUIZ PIRES NETO, ANTÔNIO CARLOS
MALHEIROS, CAUDURO PADIN, GUILHERME G. STRENGER, RUY COPPOLA,
RENATO NALINI, CAMPOS MELLO, ROBERTO MAC CRACKEN, KIOITSI
CHICUTA, ENIO ZULIANI, LUÍS SOARES DE MELLO, GRAVA BRAZIL e RIBEIRO
DA SILVA.
São Paulo, 13 de junho de 2012.
ARTUR MARQUES
Relator
DEPARTAMENTO FISCAL
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
10ª Câmara de Direito Público
Agravo Regimental nº 9214932-46.2006.8.26.0000/50000 10
Agravo Interno nº 9214932-46.2006/50000
Agravante: Prefeitura Municipal de São Paulo
Agravado: Estrela Azul Serviços Acessórios Ltda.
Origem: Execuções Fiscais (Capital) Proc. nº 217.913-93
Juiz: Laurence Mattos
Voto nº AI-2.486/11
EXECUÇÃO FISCAL. Prescrição. Art. 174 do CTN. Exceção de pré-executividade. 1. Prescrição. Exceção de pré-executividade. O executado alegou a prescrição em exceção de executividade. Não há impedimento para o seu reconhecimento, já que desnecessária a dilação probatória, como já reconhecido pelo STJ (REsp nº 734.680/RS, 1ª Turma, Relator Luiz Fux, 20-6-2006, v.u., DJ 1-8-2006, p. 376). 2. Prescrição. A ação de cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva (Art. 174 do CTN). A alteração trazida pela LCF nº 118/05, de 9-2-2005 ao parágrafo único do art. 174 do CTN (interrompe-se a prescrição pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal) é posterior à execução e não se aplica aos autos. O Município demonstrou que houve recurso administrativo, julgado definitivamente em 5-11-1992 e a cobrança do crédito tributário somente voltou a correr a partir dessa data. A execução foi proposta em 31-8-2003 e o devedor foi citado em 27-11-1993, data em que ainda não havia operado a prescrição. Afasto a prescrição da ação. 3. Prescrição intercorrente. A citação pessoal do devedor em 27-11-1993 interrompeu a prescrição; a paralisação do feito no período de 1994 a 1999 não ocorreu por culpa do exeqüente e o prazo prescricional não pode ser contado nesse período. Após esse período, o Município, ainda que não com a máxima diligência que se poderia esperar, adotou as providências para a expedição da carta precatória e penhora do bem, manifestou-se em todas as oportunidades em que lhe foi aberta vista do processo, não requereu a suspensão do feito. A demora no trâmite do processo decorre do serviço judiciário, mais que da inércia da credora. Extinção da execução. Recurso do Município a que se negou seguimento (art. 557 do CPC). Agravo interno provido para julgar improcedente a exceção de pré-executividade e determinar o prosseguimento da execução.
1. A sentença de fls. 88/95 e 107 reconheceu a prescrição e julgou procedentes os
embargos e extinguiu a execução fiscal, com fundamento no art. 269, inciso IV do CPC.
Condenou a Fazenda ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários
advocatícios arbitrados, com base no art. 20, § 4º do CPC, em R$ 2.000,00.
Apela o Município (fls. 110/117); diz que (i) a prescrição não é questão que o juiz
possa conhecer de ofício e não pode ser alegada em exceção de pré-executividade, mas
somente em sede de embargos à execução; a questão demandava a análise fática, que não
poderia ser decidida na via da exceção de pré-executividade; (ii) a paralisação do feito
ocorreu exclusivamente porque o cartório não intimou pessoalmente ou por qualquer outro
meio o representante da Fazenda, não se podendo imputar ao Município o ônus pelo tempo
decorrido, sendo o caso de aplicação da Súmula 106 do STJ; (iii) a prescrição foi
interrompida pelo despacho do juiz; deve prevalecer a aplicação da LF nº 6.830/80 em face
do CTN. Pede a reforma da sentença e o prosseguimento da execução fiscal.
Apelo tempestivo e isento de preparo. Contrarrazões apresentadas as fls. 127/135.
Neguei seguimento ao recurso do Município, com base no art. 557 do CPC (fls. 154/158);
contra a decisão vem o agravo interno que diz (fls. 160/166): (i) não ser aplicável o
julgamento monocrático do recurso para o caso, já que há matéria fática a ser discutida; cita
precedentes; (ii) cabia ao executado o encargo de ilidir a presunção de certeza e liquidez da
CDA; o executado não provou que não recorreu do auto de infração, fato bastante diferente
da ausência de comprovação de que tenha recorrido do auto de infração; houve defesa
administrativa do auto de infração nº 11.623.519, apresentada em 19-5-1988, com recurso
interposto em 19-9-1991 e indeferimento definitivo em 5-11-1992, data em que foi
definitivamente constituído o crédito tributário; é simples ao Município apresentar, se for o
caso, mais do que a tela do sistema mas as próprias cópias dos processos administrativos de
impugnação e de recurso; (iii) ainda que se admitisse a inaplicabilidade do § 2º do art. 8º da
LEF, ter-se-ia que reconhecer que os efeitos da citação pessoal retroagem à data da
propositura da ação; cita precedente do STJ; havendo sido interrompida a contagem do
prazo prescricional pela citação pessoal do recorrido, seria de rigor o reconhecimento de
que caberia a intimação da Fazenda nos termos do art. 25 da LF nº 6.830/80, a fim de que
fosse dado prosseguimento ao executivo fiscal; ausente a referida intimação, impossível
imputar-se desídia a Fazenda na condução da cobrança e, portanto, não se podereconhecer a
prescrição intercorrente. Pede a retratação da decisão ou a submissão ao colegiado.
É o relatório.
2. A decisão monocrática possui o seguinte teor:
2. Fatos. A Prefeitura Municipal de São Paulo propôs execução fiscal em 9-4-1994 para cobrança de débitos de ISS correspondente ao exercício de 1986 lançado por meio do Auto de Infração e Intimação (AI nº 11623519) lavrado em 5-2-1988 (fls. 83), do qual tomou ciência o devedor em 20-4-1988; o juiz recebeu a inicial em 31-8-1993; o oficial de justiça promoveu a citação do executado em 27-1-1994 (fls.
4, verso e fls. 5). A penhora acabou não se realizando, devido à dificuldade de formação da carta e à não localização dos representantes legais da devedora. A empresa executada, após intimação, apresentou exceção de pré-executividade em 14-10-2004 alegando a ocorrência de prescrição intercorrente e pedindo a extinção da execução (fls. 64/70); o Município alegou que não se quedou inerte e que incumbia à serventia a intimação pessoal do Procurador da Fazenda após a devolução do mandado de citação da executada (fls. 85); em 26-7-2005 sobreveio a sentença extinguindo o feito ante o reconhecimento da prescrição (fls. 88/95).
3. Prescrição. Exceção de pré-executividade. O executado apresentou exceção de pré-executividade alegando a ocorrência de prescrição. É matéria que pode ser alegada em exceção de pré-executividade, como já reconhecido pelo STJ, desde que desnecessária a dilação probatória:PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. VIOLAÇÃO DO ART. 535, DO CPC. NÃO CONFIGURADA. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. ARGÜIÇÃO DE PRESCRIÇÃO. POSSIBILIDADE. TERMO INICIAL. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ARTIGO 174, DO CTN. 1. Inexiste ofensa ao art. 535, do CPC, quando o Tribunal de origem pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos, cujo decisum revela-se devidamente fundamentado. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 2. A exceção de pré-executividade é servil à suscitação de questões que devam ser conhecidas de ofício pelo juiz, como as atinentes à liquidez do título executivo, os pressupostos processuais e as condições da ação executiva. 3. O espectro das matérias suscitáveis através da exceção tem sido ampliado por força da exegese jurisprudencial mais recente, admitindo-se, por exemplo, a argüição de prescrição, desde que não seja necessária dilação probatória. (Precedentes: EREsp 614272-PR, 1ª Seção, Rel. Castro Meira, DJ 06- 06-2005; EREsp 388000-RS, Corte Especial, Rel. para acórdão José Delgado, DJ 28-11-2005). 4. A exegese do STJ quanto ao artigo 174, caput, do Código Tributário Nacional, é no sentido de que, enquanto há pendência de recurso administrativo, não se admite aduzir suspensão da exigibilidade do crédito tributário, mas, sim, um hiato que vai do início do lançamento, quando desaparece o prazo decadencial, até o julgamento do recurso administrativo ou a revisão exofficio. Conseqüentemente, somente a partir da data em que o contribuinte é notificado do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazo prescricional, razão pela qual não há que se cogitar de prescrição intercorrente em sede de processo administrativo fiscal. (RESP 485.738-RO, Relatora Eliana Calmon, DJ de 13-09-2004, e RESP 239.106-SP, Relatora Nancy Andrighi, DJ de 24-04-2000). 5. Destarte,
salvante os casos em que o crédito tributário origina-se de informações prestadas pelo próprio contribuinte (GIA e DCTF, por exemplo), a constituição do mesmo resta definitivamente concluída quando não pode mais o lançamento ser contestado na esfera administrativa. Conclusão esta que se coaduna com a suspensão de exigibilidade do crédito tributário pela oposição de recurso administrativo (artigo 151, III, do CTN). 6. Dessa forma, considerando-se que, no lapso temporal que permeia o lançamento e a solução administrativa não corre nem o prazo decadencial, nem o prescricional, ficando suspensa a exigibilidade do crédito até a notificação da decisão administrativa, que, in casu, ocorreu em 16/07/2002, exsurge, inequivocamente, a inocorrência da prescrição, porquanto a empresa executada, ora recorrida, foi citada no processo executivo em 30/12/2002. 7. Ora, "a constituição definitiva do crédito tributário pressupõe a inexistência de discussão ou possibilidade de alteração do crédito. Ocorrendo a impugnação do crédito tributário na via administrativa, o prazo prescricional começa a ser contado a partir da apreciação, em definitivo, do recurso pela autoridade administrativa. Antes de haver ocorrido esse fato, não existe 'dies a quo' do prazo prescricional, pois, na fase entre a notificação do lançamento e a solução do processo administrativo, não ocorrem nem a prescrição nem a decadência (art. 151, III, do CTN)" (cf. RESP 32.843-SP,Min. Adhemar Maciel, in DJ de 26.10.1998). Na mesma senda foi o decidido no RESP n. 190.092-SP, relatado pelo subscritor deste, in DJ de 1º.7.2002). – Recurso especial não conhecido." (RESP 173284/SP, Relator Ministro Franciulli Netto, DJ de 31.03.2003). 8. Recurso especial provido. (Estado do Rio Grande do Sul vs Aviário Nicolini Ltda, REsp nº 734.680/RS, 1ª Turma, Relator Luiz Fux, 20-6-2006, v.u., DJ 1-8-2006, p. 376)A questão não demanda dilação probatória, já que a alegação pode ser demonstrada por meio dos documentos constantes dos autos; conheço da alegação de prescrição.4. Prescrição. O caput do art. 174 do CTN dispõe que a ação de cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. O § único desse dispositivo estabelece as causas interruptivas da prescrição e, na sua redação original, anterior a alteração promovida pela LCF nº 118/05, de 9-2-2005, identifica dentre as causas interruptivas a citação pessoal feita ao devedor, o protesto judicial, qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor, qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. A alteração trazida pela LCF nº 118/05, de 9-2-2005 ao parágrafo único do art. 174 do CTN identificando nova causa interruptiva (interrompe-se a prescrição pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal) é posterior à execução e não se aplica aos autos. O crédito foi constituído em 5-2-1988 (data da lavratura do AI nº 11623519) e em 5-2-1993, antes do despacho do juiz que ordenou a citação (proferido
em 31-8-1993) e da citação do devedor (ocorrida em 27-1-1994), já teria operado a prescrição. Não há comprovação de que o executado tenha apresentado recurso do auto de infração, como alega a Municipalidade. É de rigor o reconhecimento da prescrição, que não ocorreu por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, nos termos da Súmula 106 do STJ.Assim sendo, com base no art. 557 do CPC nego seguimento ao recurso do Município. Oportunamente, à origem.
3. O Município apresentou tela de seu sistema em que consta a existência de
defesa administrativa e recurso apresentado em face do AI nº 11.623.519, definitivamente
julgado em 5-11-1992 (fls. 167); a Massa Falida não negou a existência da defesa
administrativa e do recurso, apenas aduziu que não foi encontrado documento em seus
arquivos ou mesmo defesa e atribuiu o ônus de demonstrá-lo a apelante.
Determinei que o Município trouxesse aos autos cópia do recurso e das decisões
administrativas, com manifestação posterior da massa falida e da Procuradoria Geral de
Justiça (fls. 180). O Município informou que devido ao lapso temporal decorrido, o
departamento competente informou a impossibilidade de fornecer as cópias porque os autos
de infração foram, provavelmente, incinerados; foi somente remetida peça com uma
'reconstituição' das informações constantes para o auto de infração nas telas e sistemas do
Município; juntou cópia da publicação do recurso administrativo, publicada no Diário
Oficial (fls. 197).
A massa falida limitou-se a dizer que as “telas de sistema” não podem servir de
prova em substituição aos documentos originais e, portanto, deve ser mantido o
entendimento sobre a prescrição (fls. 211/212). A Procuradoria Geral de Justiça
manifestou-se pelo provimento do recurso (fls. 214/218).
4. O Município comprovou a intimação em 5-11-1992 da decisão administrativa
que julgou o recurso administrativo, referente aos AI nº 11.623.499/497/500/519/535/
560/578/543/88 (fls. 197).
O recurso administrativo suspendeu a exigibilidade do crédito tributário, nos
termos do art. 151, III do CTN, hipótese em que fica obstada a cobrança judicial do crédito;
a prescrição da cobrança do crédito começou a correr quando julgado definitivamente o
recurso em 5-11-1992 (fls. 167). A execução foi proposta em 31-8-1993 e o devedor foi
citado em 27-11-1993, data em que ainda não havia operado a prescrição. Afasto a
prescrição reconhecida.
4. Prescrição intercorrente. Ante a alegação na exceção de pré-executividade e o
disposto no art. 515, § 1º do CPC, que devolve ao Tribunal todas as questões discutidas no
processo ainda que não apreciadas na sentença, passo a análise da prescrição intercorrente.
O débito foi inscrito em dívida ativa em 28-6-1993; a citação do executado
ocorreu em 27-11-1993 (fls. 4/v); em 29-3-1994 o oficial de justiça certificou a citação do
responsável pela execução. O executado ofereceu à penhora uma gleba de terras em Itatiba
(escritura de fls. 6/7); foi aberta vista para manifestação do Procurador Municipal em 24-8-
1999 e na mesma data o Município requereu a expedição de carta precatória para avaliação
e penhora do bem oferecido (fls. 8).
A citação em 27-11-1993 interrompeu a prescrição, nos termos do art. 174, §
único, inciso I do CTN, com a redação vigente à época em que realizada. A paralisação do
feito no período de 1994 a 24-8-1999 não ocorreu por culpa do exequente, mas por demora
da serventia. Tão logo intimada, a Prefeitura requereu a expedição de carta precatória para
avaliação e penhora do bem oferecido. O prazo prescricional não pode ser contado nesse
período.
Do pedido de expedição da carta precatória pelo Município (24-8-1999), sua
impossibilidade de cumprimento, ao despacho que deferiu a lavratura do termo de penhora
em 3-3-2004, com posterior intimação do executado (fls. 61) decorreram quatro anos e
meio aproximadamente. O exame dos autos denota que a Prefeitura manifestou-se a tempo,
sempre que intimada, e deu o andamento correto aos autos, mais uma vez sem que a culpa
pelo atraso lhe possa ser imputada. Em 14-10-2004 o executado apresentou a exceção de
pré-executividade; após intimação e manifestação do Município, a sentença extinguiu a
ação pelo reconhecimento da prescrição (26-7-2005). O Município, ainda que não com a
máxima diligência que se poderia exigir e esperar, adotou as providências para a expedição
da carta precatória e penhora do bem, manifestou-se de modo razoavelmente tempestivo em
todas as oportunidades em que lhe foi aberta vista do processo.
Não se vislumbra inércia do Município em efetuar diligências para penhora do
bem; a demora no trâmite do processo acarretou o atraso na penhora, que só não foi
efetuada ao final em razão do atraso do cartório na sua realização, já que estavam presentes
todas as condições para tanto. Não há culpa da exeqüente na paralisação do feito e, por isso,
não pode ser reconhecida a prescrição intercorrente.
O voto é pelo provimento do agravo interno para julgar improcedente a exceção
de pré-executividade, determinando-se o prosseguimento da execução.
TORRES DE CARVALHORelator
PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO10ª Câmara de Direito PúblicoRegistro: 2012.0000100983
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo Regimental nº 9214932-
46.2006.8.26.0000/50000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante PREFEITURA
MUNICIPAL DE SÃO PAULO sendo agravado ESTRELA AZUL SERVIÇOS
ACESSORIOS LTDA (MASSA FALIDA).
ACORDAM, em 10ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São
Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade
com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANTONIO
CARLOS VILLEN (Presidente sem voto), TERESA RAMOS MARQUES E PAULO
GALIZIA.
São Paulo, 12 de março de 2012.
TORRES DE CARVALHORelator
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
18ª CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
Apelação com Revisão nº. 0015308-68.2010.8.26.0053
Apelante: Banco Bradesco S.A.
Apelada: Prefeitura Municipal de São Paulo
Comarca; São Paulo
8ª V. Fazenda Públ. Proc. 0015308-68.2010.8.26.0053
Voto nº 12.005
Apelação. Ação anulatória cc ação declaratória com pedido de antecipação de tutela - ISS sobre atividades bancárias – Ação extinta, sem resolução de mérito Petição inicial ininteligível – Pedido genérico e inconclusivo, impossibilitando o pleno exercício de defesa da parte contrária – Sentença mantida – Recurso desprovido.
Trata-se de apelação interposta pela pelo Banco Bradesco S.A. contra r. sentença
de fls. 3343/3346 (17º vol.) que julgou extinta a ação anulatória de débito fiscal c/c ação
declaratória com pedido de antecipação de tutela nos termos do art. 267, IV e VI do CPC,
que propôs contra a Municipalidade de São Paulo, condenando o autor no pagamento das
custas, despesas processuais e honorários advocatícios arbitrados em R$ 2.000,00, nos
termos do art. 20, parágrafos 3º e 4º do CPC.
Nas razões recursais (fls. 3354/3374) pugna a apelante pela reforma da r.
sentença. Sustenta a apelante, em síntese, que: a) a inicial preenche os requisitos os
requisitos e 283 do CPC; b) a pluralidade de autuações em diferentes períodos não pode
obstaculizar a prestação da tutela jurisdicional, que se poderá sanar através da dilação
probatória do processo, e a prova pericial poderá agrupar as execuções fiscais por matéria,
c) a ação anulatória de débito fiscal e os embargos à execução tem causa de pedir e pedido
diversos; d) antes da extinção da ação o MM. Juiz deveria intimá-lo para emenda da inicial;
e) houve violação aos artigos 282, 283, 284 e 295, inciso I, e 267, incisos IV e VI todos do
Código de Processo Civil e ofensa aos princípios constitucionais da inafastabilidade da
jurisdição e da ampla defesa, previstos no artigo 5º, incisos XXXV e LV da Constituição
Federal. Pugna pelo provimento do recurso com a devolução dos autos ao MM. Juízo de
origem para seu curso regular ou a redistribuição a uma das Varas das Execuções Fiscais
Municipais, a antecipação da tutela recursal nos termos dos artigos 273, I, do CPC e 151,
incisos II e V, do CTN. Trouxe à colação vasta jurisprudência a respeito da tese defendida.
Recurso processado e recebido (fl. 3439), com oferecimento de contrarrazões às
fls. 3443/3457.
É o relatório.
O recurso interposto não comporta provimento.
Trata-se de ação anulatória de débito fiscal c/c ação declaratória com pedido de
antecipação de tutela insurgindo-se em face da cobrança de ISS sobre atividades bancárias.
Alega o autor que firmou Contrato de Prestação de Serviços de Arrecadação em
01/01/2003 para a arrecadação de importâncias relativas a tributos com o Município de São
Paulo. Vencido o prazo contratual a ré recusou a renovação da prestação de serviços
contratado sob argumento de que o apelante encontrava-se em débito com o Fisco
Municipal, relativamente ao ISS.
Dentre os vários pedidos do autor destacam-se :“1) seja reconhecida a caducidade dos créditos alcançados pela prescrição, na forma do parágrafo 4º do art. 150 do CTN.a) sejam recebidas as 4.765 Letras Financeiras do Tesouro Nacional ofertadas a título de caução, sendo que cada uma delas possui o preço unitário de R$ 4.197,94132177..b) antecipação dos efeitos da tutela, diante da garantia ofertada, nos termos do ar. 273, I, do CPC para suspender a exigibilidade dos débitos constantes da relação anexa, afastando todo e qualquer ato tendente a exigi-lo, especialmente os de inscrição na dívida ativa e impedimento de obtenção de Certidão negativa de tributos municipais;c) expedição de ofício para a Municipalidade emitir certidão negativa com efeito positivo, com relação aos débitos descritos...f.1) anulação dos lançamentos evidenciados na relação anexa, com fundamento no art. 7º e 142 do Código Tributário Nacional, seja em razão da inexistência de fundamentação legal do lançamento fiscal, ou do erro de indicação f.2) declaração, incidental da
inconstitucionalidade do item “79” da lista de serviços anexa ao Decreto Lei 406/68, com alterações introduzidas pela LC 56/87, além do item “15.09” da lista anexa à Lei Complementar 116/03 por contrariedade ao disposto no artigo 156 III, da Constituição Federal....f.4) anulação dos lançamentos evidenciados na relação anexa, tendo em vista que a requerida utilizou base de cálculo que não guarda qualquer relação com as supostas prestações de serviços nas operações, declarando nulas as referidas inscrições na dívida ativa” (fls.60/61).
Com efeito, o autor faz descrição ininteligível dos fatos, de forma genérica, sem
expor com clareza os fundamentos jurídicos do pedido, e não instruindo o processo com os
documentos essenciais a compreensão e delimitação da lide, formulando pedidos genéricos.
Trouxe à colação várias cópias de certidões de tributos, bem como andamento
processual de várias execuções fiscais em que figura no polo passivo (fls. 71/400 - 1º e 2º
volume).
Foi determinada emenda da inicial pelo MM. Juiz para que especificasse as fases
processuais das respectivas ações executivas, as que foram embargadas e não embargadas,
bem como aquelas que foram atingidas pela prescrição, no prazo de 10 dias (fls.423/424 2º
volume).
Em manifestação o autor pediu prorrogação do prazo para cumprir a determinação judicial, admitindo-se tratar-se nada menos que 104 execuções fiscais (fls.427/428 2º volume).
Na verdade, apresentou planilha onde constam várias execuções fiscais
embargadas, inclusive algumas já sentenciadas, e vasta documentação com os vários
recursos e embargos relativos a essas ações perfazendo 15 volumes dos autos (fls .436/439).
De concluir que na peça exordial, o autor não deduziu os fatos que ensejaram o
pedido da tutela jurisdicional almejada. Não paira dúvida de que formulou pedido incerto e
indeterminado (fls. 03/62 ).
Sobre o assunto em debate, destacam THEOTONIO NEGRÃO e JOSÉ
ROBERTO FERREIRA GOUVÊA que: “É inepta a inicial ininteligível (RT 508/205),
salvo se, 'embora singela, permite a ré respondê-la integralmente' (RSTJ 77/134),
'inclusive quanto ao mérito' (RSTJ 71/363), ou, embora 'confusa e imprecisa, permite a
avaliação do pedido' (RT 811/249, JTJ 141/37) (...)” (“Código de processo civil e
legislação processual em vigor”, 39ª ed., São Paulo: Saraiva, 2007, nota ao art. 295: 14,
p. 440) (grifo não original).
No mesmo diapasão realçam NELSON NERY JUNIOR e ROSA MARIA DE
ANDRADE NERY, ao abordarem o art. 295 do CPC: “Nada obstante confusa e
imprecisa, se a petição inicial permitiu a avaliação do pedido e possibilitou a defesa e o
contraditório, não é de considerar-se inepta (JTJ 141/37)” (“Código de processo civil
comentado e legislação extravagante”, 10ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008,
nota 18 ao art. 295 do CPC, p. 562) (grifo não original).
Tais questões foram bem rebatidas na resp. sentença, merecendo aqui transcrição:
“ Em primeiro lugar, anote-se que o autor pretende a anulação de dezenas de créditos
tributários decorrentes de diversas autuações fiscais envolvendo distintos e inúmeros
serviços.
“Na inicial o autor apenas apontou algumas das atividades que não se
configurariam como serviços, porém, não as relacionou precisamente aos lançamentos
que pretende anular; não cabendo a este juízo ou mesmo à defesa realizar essa tarefa
dentre as inúmeras autuações mencionadas na lista de fls. 69/70”
“E mais, afirmou que o Fisco Municipal teria decaído do direito de constituir
parte dos créditos tributários, nos termos do artigo 150 parágrafo 4º do CTN. No entanto,
novamente, não especifica quais créditos, dentre as dezenas deles, cujo direito de
constituição teria caducado. Não se olvide que as autuações abrangem diversas
atividades e em diferentes períodos, o que torna praticamente impossível a verificação do
alegado na presente ação tal como proposta” (fls. 3344/3345).
Malgrado, tenha apresentado vasta documentação o autor-apelante não relacionou
os autos de infração que deram causa às CDAs, sem sequer especificar quais foram
atingidos pelo marco prescricional, impossibilitando assim a análise de mérito da
controvérsia.
De rigor anotar que o apelante apresentou inicial que não permite a correta
compreensão da causa, impossibilitando o pleno exercício do direito de defesa da parte
contrária.
Tal questão também foi enfrentada na contestação apresentada pela ré-apelada:
“Com a devida vênia, a inicial é inepta e não possibilita o exercício do direito de defesa.
Não foi possível defender os autos de infração, pois a autora não indica de modo
suficientemente claro quais seriam os vícios de cada um deles.
“O Município não compreendeu, por exemplo, qual o vínculo do artigo 150, §
4º, do CTN (decadência no caso de lançamento por homologação) com o caso concreto,
porque a autora juntou uma tabela para demonstrar que já foi proferida sentença de
improcedência dos embargos na maioria das execuções fiscais. Talvez o autor esteja
falando da prescrição intercorrente, mas não se sabe ao certo.
“Também não foi possível entender quais seriam “alguns dos débitos” que
dizem respeito a atividades diversas (reembolso de diversas despesas, tais como água, luz,
cartorárias, recuperação de encargos e perdas, etc) e quais casos teria havido
interpretação extensiva da lista ou indevida a aplicação do Decreto-lei nº 406/68 ou a da
Lei Complementar nº 116/2003) (fl.3301- 17º volume grifo nosso).
Com o devido acerto a extinção da ação na forma esposada na r. sentença
repelida.
Em comentário ao artigo 267 do CPC, Theotônio Negrão : “Antes de ingressar
na apreciação do mérito da causa, incumbe ao Judiciário, mesmo de ofício (CPC, art.
267, 301) examinar os requisitos de admissibilidade da tutela jurisdicional, a saber,
pressupostos processuais e condições da ação” (STJ 4º T., REsp 4.720-CE, rel. Sálvio de
Figueiredo, j. 15.4.91, não conheceram, v.u. pg. 6.533).
O C. STJ já se pronunciou a respeito, conforme transcrição:
“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. PETIÇÃO ININTELIGÍVEL. INÉPCIA. SÚMULA 284 DO STF. - É inepta a petição do recurso especial que não tem sentido textual lógico, isto é, que se limita a tecer ilações confusas, sem desenvolvimento lógico, sem concatenação de idéias, clareza ou coerência da exposição, sem desenvolver argumentação minimamente inteligível, porquanto dessa forma fica inviabilizada a compreensão da controvérsia, nos termos da Súmula 284/STF. Recurso especial não conhecido.” (REsp 650070/RS, RECURSO ESPECIAL 2004/0049848-1, Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, rel. para acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, J. em 07/05/2007).
“A petição inicial só deve ser indeferida, por inépcia, quando o vício apresenta tal gravidade que impossibilite a
defesa do réu, ou a própria prestação jurisdicional” (Resp nº 193.100- RS, 3ª Turma, v.u., Rel. Min. ARI PARGENDLER, j. em Apelação nº 9200083-69.2006.8.26.0000 4, 15.10.2001, DJU de 4.2.2002, p. 345) (grifo não original).
“PROCESSO CIVIL. INÉPCIA DA INICIAL. Quando confusa e ininteligível, a petição inicial deve ser indeferida; decretação da inépcia, no caso, inevitável. Recurso ordinário não provido.” (RMS 7295/BA, RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA 1996/0038007-4, Ministro ARI PARGENDLER, SEGUNDA TURMA, J. em 13/10/1998).
Ressalte-se que não houve afronta à Constituição Federal nem à legislação infra-
constitucional.
No tocante à menção expressa sobre a matéria impugnada não há necessidade de
o acórdão apreciar, ponto a ponto, todos os itens postos em discussão, bastando que este
examine a matéria como um todo:
“uma coisa é o acórdão deixar de se manifestar sobre determinada alegação
como que produzindo um branco e outra é o acórdão ter deixado de se manifestar sobre
questão exatamente como o interessado gostaria que fosse ou, de outra é o acórdão ter
deixado de se manifestar sobre questão exatamente como o interessado gostaria que
fosse ou, de outra maneira, a discordância da parte com o tipo de abordagem feita ou
com conclusão decorrente do julgamento” (RTTJMs 34/104).
O Supremo Tribunal Federal também já decidiu nesse sentido: O
prequestionamento para o RE não reclama que o preceito constitucional invocado pelo
recorrente tenha sido explicitamente referido no acórdão, mas
sim, que este tenha versado inequivocadamente a matéria objeto da norma que nele se contenha” (STF-Pleno, RE 141.788/9- CE., Rel. Min. Sepúlveda Pertence).
Pelos motivos exposados, merece ser mantida a r. sentença combatida na sua
integralidade.
Ante o exposto, negam provimento ao recurso.
ROBERTO MARTINS DE SOUZARelator
ACÓRDÃO
Registro: 2012.0000103913
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0015308-
68.2010.8.26.0053, da Comarca de São Paulo, em que é apelante BANCO BRADESCO S
A sendo apelado PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO.
ACORDAM, em 18ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São
Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores OSVALDO
CAPRARO (Presidente sem voto), BEATRIZ BRAGA E MOURÃO NETO.
São Paulo, 15 de março de 2012.
ROBERTO MARTINS DE SOUZARelator
DEPARTAMENTO JUDICIAL
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇAAGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 86.775- SP (2011/0207288-9)RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVESAGRAVANTE : MUNICÍPIO DE SÃO PAULOPROCURADOR : RAPHAEL ANDRADE PIRES DE CAMPOS E
OUTRO(S)AGRAVADO : IZABEL MÁRCIA CASTUCCI FOGAÇA E OUTROADVOGADO : LÍLIAN REGA CASSARO
EMENTAPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO CONTRA AFAZENDA PÚBLICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
DESMEMBRAMENTO DO VALOR PRINCIPAL PARA EMISSÃO DE RPV.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO CONHECIDO PARA,DESDE LOGO, DAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL
DECISÃO
Trata-se de agravo interposto pelo Município de São Paulo contra decisão
que inadmitiu recurso especial aos fundamentos de que "os argumentos expendidos não são
suficientes para infirmar a conclusão do v. aresto combatido que contém fundamentação
adequada para lhe dar respaldo", e de que "tampouco restou evidenciado qualquer maltrato
a normas legais ou divergência jurisprudencial, não sendo atendida qualquer das hipóteses
das alíneas 'a', 'b' e 'c' do permissivo constitucional".
O apelo nobre obstado enfrenta acórdão, assim ementado (fl. 85):EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDAHonorários - Pedido de execução fracionada - Inocorrência.Advogado requerendo expedição de ofício requisitório correspondente aos seus honorários, separação possível (art. 23 da Lei n. 8.906/94). Inexistência de fracionamento do débito ou de cisão do precatório, afastando violação ao art. 100, § 4º da CF.Recurso provido.
No recurso especial, aduz-se ofensa aos artigos 20 do CPC, 23 da Lei n.
8.906/94 e 100, § 4º da CF ao argumento de que é vedado o fracionamento do valor da
execução, o qual compreende tanto o valor principal como o dos honorários advocatícios.
Acrescenta-se que é caso de se "reconhecer a impossibilidade de expedição de requisitório
de pequeno valor para pagamento de honorários advocatícios, quando existirem débitos a
serem pagos por meio de precatório" (fl. 102).
Contrarrazões às fls. 125-135.
No agravo afirma-se que o recurso especial satisfaz os requisitos de
admissibilidade e que não se encontram presentes os óbices apontados na decisão agravada.
Oferecida contraminuta (fls. 155-158).
É o relatório. Decido.
Primeiramente, insta expor que a esta Corte é vedada a análise de
dispositivos constitucionais em sede de recurso especial, ainda que para fins de
prequestionamento, sob pena de usurpação da competência da Suprema Corte.
No mais, a pretensão merece acolhida, tendo em vista que a jurisprudência
desta Corte de Justiça é firme no sentido de que "na execução de sentença condenatória
contra a Fazenda Pública, é vedado destacar do montante principal o valor dos honorários
advocatícios para fins de dispensa da expedição de precatório" (REsp 1.018.965/MS, Rel.
Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, DJe 15.6.2009).
No mesmo sentido, confiram-se os seguintes precedentes:
ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DESMEMBRAMENTO DO VALOR PRINCIPAL PARA EMISSÃO DE RPV. IMPOSSIBILIDADE.1. A jurisprudência desta Corte de Justiça é firme no sentido de que "na execução de sentença condenatória contra a Fazenda Pública, é vedado destacar do montante principal o valor dos honorários advocatícios para fins de dispensa da expedição de precatório". Precedentes: REsp 1.086.512/MS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 17.5.2011, DJe 26.5.2011; REsp 1.232.917/SE, Rel. Min.Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 15.3.2011, DJe 25.3.2011; Resp 1.212.467/SE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 14.12.2010. Agravo regimental improvido (AgRg no AREsp 87.229/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe 27/02/2012).PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL. EXECUÇÃO. FRACIONAMENTO. VERBA HONORÁRIA. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. PRINCIPAL. PRECATÓRIO. INADMISSIBILIDADE. JUIZ DA EXECUÇÃO. REQUISIÇÃO DIRETA. IMPOSSIBILIDADE. PRESIDENTE DO TRIBUNAL. COMPETÊNCIA. ART. 730, I, CPC. OBSERVÂNCIA.1. Inadmissível se mostra o fracionamento do valor total da execução, de modo a possibilitar que a parte referente aos honorários advocatícios (não excedente ao teto de sessenta salários mínimos) se efetive via RPV, e a outra se dê mediante precatório. Ressalta-se que, para fins de pagamento, a execução da verba honorária segue a sorte da execução principal, sendo vedado o seu fracionamento para
fins de configuração de execução de pequeno valor, em que desnecessária a expedição de precatório. (...)3. Recurso especial provido (REsp 1068750/MS, Rel. Min. Honildo Amaral de Mello Castro (Des. Conv. TJ/AP), Quinta Turma, DJe 16/11/2010).ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. FGTS. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DESMEMBRAMENTO DO VALOR PRINCIPAL PARAEMISSÃO DE RPV. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.1. A jurisprudência desta Corte de Justiça é firme no sentido de que "na execução de sentença condenatória contra a Fazenda Pública, é vedado destacar do montante principal o valor dos honorários advocatícios para fins de dispensa da expedição de precatório" (REsp 1.018.965/MS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, DJe 15.6.2009). Precedentes: REsp 1.016.670/MS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJe de 23.6.2008; REsp 1.025.657/MS, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 12.5.2008; REsp 905.193/RS, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJ 10.9.2007. 2. Agravo regimental não provido (AgRg no REsp 1197792/DF, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 05/11/2010).
Ante o exposto, conheço do agravo para, desde logo, dar provimento ao
recurso especial, para o fim de determinar o pagamento dos honorários mediante precatório.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília (DF), 02 de agosto de 2012.
MINISTRO BENEDITO GONÇALVESRelator
_________________________________________________________________________
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL -FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES
7ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA
DECISÃO-MANDADO
Processo nº: 436/12 0008624-59.2012.8.26.0053
Cautelar Inominada
Requerente: Município de São Paulo-SP
Requerido: Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autonomos de
Bens do Estado de São Paulo, Rua Heróis da FEB, 09, sala 02 e Sindicato das
Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região-Setcesp, Rua Orlando
Monteiro, 01, Vila Maria, São Paulo-SP
Juiz de Direito: Dr. Emílio Migliano Neto
Vistos.
Trata-se de medida cautelar preparatória de ação civil pública ajuizada pelo Município de São Paulo em face do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo e do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo objetivando, em suma, a concessão de medida liminar para determinar que os sindicatos requeridos cessem os atos que estão impedindo a circulação de bens e pessoas, notadamente combustíveis, sob pena de aplicação das medidas judiciais cabíveis.
Não é prudente, neste momento, contrastar sem mais a robusta prova documental que instrui a petição inicial a demonstrar, nesta fase cognitiva sumária, os requisitos legais para concessão da almejada liminar.
Em destaque a informação de que esse movimento paredista levado a efeito pelos integrantes dos sindicatos requeridos está comprometendo o abastecimento de combustíveis de veículos os postos de distribuição, o que está gerando uma insegurança no cidadão paulista, em especial o paulistano, inclusive com a paralisação de serviços essenciais.
A antecipação de tutela, no caso sub examine calça-se, especificamente, em que verossímil a alegação jurídica da Municipalidade – iminente interrupção do fornecimento de combustível para os veículos — e no periculum in mora, vista de que a solução de continuidade desse abastecimento poderá ocasionar sérios problemas para grande parte da população paulistana.
A solução almejada pela Municipalidade, a meu ver, advertiu de maneira adequada a verossimilitude da alegação de Direito e, por igual, prudencialmente, aferiu o perigo na demora da tutela.
Com o devido respeito, apesar do direito de protesto ser inviolável no Estado Democrático de Direito, esse direito não é absoluto, encontrando imites em direitos igualmente protegidos pela Constituição Federal, tais como o direito à propriedade, à liberdade, à locomoção e até mesmo à integridade física.
Assim, mostra-se lícita a pretensão da Municipalidade de São Paulo, especialmente em benefício de cidadãos que necessitam os serviços públicos para se locomoverem ao trabalho, à escola e para seus lares.
POSTO ISSO, concedo a medida liminar para determinar que os sindicatos réus cessem imediatamente as ações que estão promovendo o desabastecimento de combustível destinado aos veículos, em especial "piquetes" nos centros de distribuições e paralisações de caminhões em vias públicas, interrompendo o fluxo regular do tráfego de veículos, tudo a fim de impedirem a solução de continuidade dos serviços de distribuição de combustíveis de veículos.
Na hipótese de descumprimento da liminar, ambas requeridas, arcarão com multa diária de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), cada uma, levando-se em consideração as conseqüências imensuráveis de um movimento dessa natureza, e a necessidade do efetivo cumprimento da presente decisão judicial, dado seu caráter inibitório.
Oficie-se o Excelentíssimo Secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo requisitando imediatas providências para o efetivo cumprimento da presente decisão.
Cite-se o(a) réu(ré) Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo, Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região-Setcesp, na pessoa de seu representante legal, no endereço acima indicado, para os atos e termos da ação proposta, cientificando-o(a) de que não contestado o pedido no prazo de 05 (cinco) dias (art. 802 do CPC), presumir-se-ão verdadeiros os fatos alegados pelo(s) autor(es), nos termos do artigo 803 do Código de Processo Civil.
Cumpra-se, na forma e sob as penas da Lei, servindo esta decisão como mandado.
Int.
São Paulo, 06 de março de 2012.
Necessidade de concurso para "Sistema S" tem repercussão geralA necessidade ou não de as entidades de serviço social autônomo – o chamado
“Sistema S” – realizarem concurso público para a contratação de empregados será
examinada pelo Supremo Tribunal Federal em processo em que foi reconhecida a
existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. Trata-se do
Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 661383, no qual o Ministério Público do
Trabalho pretende que o SEST (Serviço Social do Transporte) contrate seus
funcionários por meio de processos seletivos objetivos.
O processo teve início como ação civil pública ajuizada pelo MPT na Justiça do
Trabalho de Goiás. O objetivo era fazer com que o SEST deixasse de realizar
processos seletivos internos ou mistos e que a abertura de vagas fosse divulgada em
jornais de grande circulação. O preenchimento dessas vagas deveria ser feito por meio
de critérios objetivos de aferição de conhecimentos teóricos e práticos, nos moldes dos
concursos públicos. Para o MPT, as entidades de serviço social autônomo, embora
sejam pessoas jurídicas de direito privado, utilizam-se de recursos públicos repassados
por meio de contribuições parafiscais.Fonte: STF
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Ministro determina suspensão de processos que questionam normas sobre DPVAT O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, relator da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 4627, determinou a suspensão de todos os incidentes de
inconstitucionalidade que tratem de duas normas sobre o seguro DPVAT (Seguro
Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre)
NOTÍCIAS
em trâmite nos Tribunais de Justiça dos estados, até uma decisão definitiva do Plenário
do Supremo sobre o tema.Fonte: STF
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1ª Turma nega imunidade tributária a organização maçônica do RSPor maioria, os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)
negaram provimento a recurso interposto pela organização maçônica Grande Oriente
do Rio Grande do Sul, que pretendia afastar a cobrança do Imposto sobre Propriedade
Predial e Territorial Urbana (IPTU) pelo município de Porto Alegre. A entidade, no
Recurso Extraordinário (RE) 562351, sustentou se enquadrar na previsão do artigo 150,
inciso VI, alínea “b”, da Constituição Federal, que veda a instituição de impostos sobre
templos de qualquer culto.Fonte: STF
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Associação de procuradores contesta lei paraibana sobre cargosA Associação Nacional dos Procuradores do Estado (Anape) ajuizou, no Supremo
Tribunal Federal (STF), a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4843, em que
pede a concessão de liminar para suspender a eficácia de dispositivos da lei estadual
da Paraíba 8.186/2007 e de leis posteriores que a modificaram, criando, desde
2007, 63 cargos em comissão de “consultor jurídico do governo”, “coordenador da
assessoria Jurídica” e “assistente jurídico”. No mérito, pede a declaração de
inconstitucionalidade dos dispositivos.
A ADI alega que as funções cometidas aos titulares de tais cargos, para serem
exercidas no âmbito da Administração Direta daquele estado, usurpam prerrogativas e
atribuições conferidas constitucionalmente, em caráter exclusivo, aos procuradores de
Estado.Fonte: STF
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Plenário: preliminar sobre repercussão geral é indispensável Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) resolveram uma questão de ordem no
Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 663637, interposto contra decisão do ex-
presidente da Corte, ministro Cezar Peluso (aposentado), que negou seguimento ao
recurso por ausência de preliminar de repercussão geral. Ao concluir a análise dessa
questão de ordem, o Plenário, na linha do voto proferido pelo ministro Ayres Britto,
firmou entendimento no sentido de que é indispensável a apresentação de preliminar
fundamentada sobre a existência de repercussão geral, mesmo que o STF, na análise
de outro recurso, já tenha reconhecido a presença de repercussão geral da matéria.
A questão de ordem foi suscitada no julgamento de um agravo regimental interposto
contra decisão da presidência da Corte, de março deste ano, que negou seguimento ao
ARE, por ausência de preliminar formal e fundamentada demonstrando a existência de
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no recurso extraordinário. O
autor do agravo regimental alega que a matéria contida no ARE já teve a sua
repercussão geral reconhecida no julgamento de outro recurso. Assim, em seu
entendimento, a preliminar de repercussão geral estaria contida implicitamente no
recurso extraordinário interposto.Fonte: STF
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Menor pode incluir em seu nome mais um sobrenome da mãe Uma pessoa pode mudar o seu nome, desde que respeite a sua estirpe familiar,
mantendo os sobrenomes da mãe e do pai. A decisão é da Terceira Turma do Superior
Tribunal de Justiça (STJ). Os ministros entenderam que, mesmo que vigore o princípio
geral da imutabilidade do registro civil, a jurisprudência tem apresentado interpretação
mais ampla, permitindo, em casos excepcionais, o abrandamento da regra.
Com esse entendimento, a Turma deu provimento a recurso especial para permitir que
uma menor, representada por seu pai, altere o registro de nascimento. Ela quer retirar
de seu nome a partícula “de” e acrescentar mais um sobrenome da mãe (patronímico
materno). Fonte: STJ
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ESPECIAL - Alimentos entre ex-cônjuges: para o STJ, excepcionais e temporários A emancipação da mulher pode ser considerada uma das maiores conquistas sociais
dos últimos tempos. A Constituição de 1988 trouxe para a prestação de alimentos entre
cônjuges e companheiros o reflexo da nova sociedade, em que a mulher ganhou
isonomia de tratamento e maior espaço para sua independência financeira. Antes
confinada às tarefas domésticas, a mulher passou a exercer, com liberdade e
independência, papéis-chave na sociedade. Fonte: STJ
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Inércia do credor na busca de bens penhoráveis impede nova suspensão da execução O litígio não pode durar eternamente. Se o credor não toma medidas para que a
execução tenha sucesso, pode ocorrer a prescrição. Com esse entendimento, a Quarta
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou o indeferimento de novo pedido
de suspensão da execução pela juíza da causa.
O primeiro bem penhorado não garantiu integralmente o crédito, superior a R$ 300 mil.
Por isso, o Banco do Nordeste do Brasil S/A (BNB) pediu a suspensão da execução. O
processo permaneceu suspenso por um ano. Nesse tempo, a juíza determinou que o
credor apontasse bens aptos à penhora, sob pena de o prazo de prescrição voltar a
correr.
O banco, porém, limitou-se a requerer nova suspensão do processo, agora por prazo
indeterminado. A juíza rejeitou o pedido e determinou que fosse intimado para
apresentar os bens do devedor a serem penhorados. O BNB recorreu dessa decisão
até o STJ. Fonte: STJ
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Prazo para ajuizar ação de exibição de documento está vinculado à vigência de contrato bancário Durante a vigência do contrato de depósito bancário, não há prescrição do direito de
exigir exibição de documentos. A decisão é da Quarta Turma do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), ao apreciar recurso de banco que alegava prescrição no pedido do filho
de um correntista, relativamente às informações sobre a conta do pai, já falecido.
Os depósitos foram realizados em 1979, e o herdeiro ajuizou cautelar de exibição de
documentos em 2005. O banco alegou prescrição porque havia passado mais de 20
anos da ação possível para a retirada. A conta de abertura de crédito não foi encerrada
depois da morte do titular, e o herdeiro buscou reaver os depósitos que estariam em
poder do banco. Fonte: STJ
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Desistência de recurso não isenta contribuinte de pagar honorários em execução fiscal Mesmo que o contribuinte desista de recorrer em ação de execução fiscal da fazenda
nacional, ele deve pagar honorários de sucumbência (devidos à parte vencedora do
processo) para o fisco. A decisão é da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), por maioria de votos, em recurso da fazenda contra julgado monocrático do
relator, ministro Napoleão Nunes Maia Filho.Fonte: STJ
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É possível incluir sobrenome do cônjuge depois do casamento É possível acrescentar o sobrenome do cônjuge ao nome civil durante o período de
convivência do casal. A decisão é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), em recurso no qual o Ministério Público do Estado de Santa Catarina alegava
não ser possível a inclusão, nos termos da legislação atual.
O órgão recorreu contra decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), que
entendeu ser permitida a inclusão, já que não se tratava de mudança de nome.
Segundo o MP, a decisão excedeu as normas legais, pois a condição era a data da
celebração do casamento. Fonte: STJ
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Decretação de indisponibilidade de bens em ação de improbidade não exige demonstração de dano A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por maioria, assentou o
entendimento de que não é necessário demonstrar o risco de dano irreparável para que
se possa decretar a indisponibilidade dos bens nas ações de improbidade
administrativa, prevista no artigo 7º da Lei 8.429/92.
A Seção entendeu que o periculum in mora é presumido em lei, em razão da gravidade
do ato e da necessidade de garantir o ressarcimento do patrimônio público em caso de
condenação, não sendo necessária a demonstração do risco de dano irreparável para
se conceder a medida cautelar. Fonte: STJ
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