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1 PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGURANÇA ALIMENTAR E CIDADANIA SUBSECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE 2018-2021 Belo Horizonte Abril de 2019

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1

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGURANÇA

ALIMENTAR E CIDADANIA

SUBSECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE

2018-2021

Belo Horizonte

Abril de 2019

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EXPEDIENTE

Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania

Secretária Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania |

Maíra da Cunha Pinto Colares

Subsecretário de Assistência Social | José Ferreira da Crus

Subsecretário de Direito e Cidadania | Thiago Alves da Silva Costa

Subsecretária de Segurança Alimentar | Darklane Rodrigues

Subsecretaria de Assistência Social

Diretora de Gestão do SUAS | Isabela de Vasconcelos Teixeira

Diretora de Proteção Social Básica | Eliete Cristina Rezende Costa

Diretora de Proteção Social Especial | Régis Spíndola

Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos | Simone Albuquerque

Diretores Regionais de Assistência Social

Diretoria Regional de Assistência Social Barreiro | Ângela Maria de Souza Oliveira

Diretoria Regional de Assistência Social Centro-Sul | Célio Augusto Raydan

Diretoria Regional de Assistência Social Leste | Ricardo Marcelo Fait Gorchacov

Diretoria Regional de Assistência Social Nordeste | Sandra Silar Lopes dos Santos

Diretoria Regional de Assistência Social Noroeste | Alessandra de Souza Figueiredo

Diretoria Regional de Assistência Social Norte | Soraia Pereira de Souza

Diretoria Regional de Assistência Social Oeste | Maria Angélica Barros Menezes

Diretoria Regional de Assistência Social Pampulha | Claudia de Melo Machado de

Melo

Diretoria Regional de Assistência Social Venda Nova | Valéria Andrade Martins

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FICHA TÉCNICA

Coordenação

Isabela de Vasconcelos Teixeira

Diretoria de Gestão do SUAS – DGAS da Subsecretaria de Assistência Social

Maria Aline Gomes Barboza

Gerência de Gestão do Trabalho e Educação Permanente - GGTEP/DGAS

Equipe Técnica da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação Permanente

Carlos Eduardo Firmino

Eliane Rodrigues Silva

Ewerton Herald Pinto Silva

Érika Brandão Viana

Lúcia de Fátima Alves Rocha

Paula Dias Moreira Penna

Lílian Rocha da Silva Barros

Lucinea de Almeida Amorim

Colaboração

Grupo de Trabalho PMEP (Portaria SMASAC nº 027/2018)

Adriana Silva Basílio (SUASS – Diretoria de Proteção Social Especial)

Alessandra Figueiredo (SUASS- Diretoria Regional de Assistência Social/DRAS)

Célio Raydan (SUASS- Diretoria Regional de Assistência Social/DRAS)

Cristiane Márcia Diniz Oliveira (SMASAC-Diretoria de Planejamento, Gestão e Finanças)

Daniele Rodrigues Souza Carmona (Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS-BH)

Denise Viana Fernandes (Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS-BH)

Douglas Alves (SUASS – Diretoria de Proteção Social Especial)

Fabiana Meijon Fadul (SUASS – Diretoria de Proteção Social Básica)

Guilherme Lanna Alves Faria (SMASAC-Diretoria de Planejamento, Gestão e Finanças)

Karina de Menezes Domingues Victor (SUASS – Diretoria de Gestão do SUAS)

Liziane Vasconcelos Teixeira Lima (Fórum Permanente de Entidades e Organizações de

Assistência Social)

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Mara Rúbia de S.Albano Félix (SUASS – Diretoria de Proteção Social Básica)

Maria do Carmo Rezende e Silva (Fórum Permanente de Entidades e Organizações de

Assistência Social)

Maria Thereza Nunes Martins (Assessoria da Subsecretaria de Assistência Social)

Marilia Soares Nascimento (Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS-BH)

Miriam Aparecida Mendes (SMASAC –Subsecretaria de Direito e Cidadania/SUDC)

Priscila Franzini Pereira (SUASS – Diretoria de Gestão do SUAS)

Ralise Cássia (Conselho Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte/CMAS-BH)

Núcleo Municipal de Educação Permanente/NUMEP

Adriana Moreira O. Lanza (SUASS – Diretoria de Gestão do SUAS)

Alba Maria Barbosa Coura (Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS BH –Rede

Governamental)

Alexandre Luiz Duarte dos Santos Costa (OAB MG- Conselho da Ordem dos Advogados

de Minas Gerais)

Aline Rabelo de Assis ((Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS BH –Rede

Governamental)

Carla Bronzo Ladeira Carneiro (Fundação João Pinheiro)

Cleile Marie Camilo (Conselho Municipal de Assistência Social de Belo

Horizonte/CMAS-BH)

Cléssio Cunha Mendes (Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS BH-Rede

Governamental)

Cristiane Isabel Felipe (Fórum Permanente de Entidades e Organizações de Assistência

Social)

Cristiano da Costa Carvalho (UNA)

Denise Viana Fernandes (Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS BH – Rede

Privada)

Diogo Quirino Queiroga (SMASAC – Diretoria de Planejamento, Gestão e Finanças)

Douglas Alves (SUASS – Diretoria de Proteção Social Especial)

Edvaldo Anastácio (Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS BH – Rede

Privada)

Evelin Lopes da Silva (Fórum Municipal de Usuários do SUAS BH)

Fabiana Meijon Fadul (SUASS – Diretoria de Proteção Social Básica)

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Fernanda Passos de Sá Nogueira (SMASAC – Diretoria de Planejamento, Gestão e

Finanças)

Flávia Zarattini Amorim (Conselho Regional de Psicologia/CRP MG)

Francielly Ferreira Caetano (Conselho Regional de Serviço Social/CRESS MG)

Geralda Luíza de Miranda (UFMG)

Jacqueline Wanderley Matias Silva (Fórum Permanente de Entidades e Organizações de

Assistência Social)

Joaquim Calixto Filho (Fórum Municipal de Usuários do SUAS BH)

Juliana Daviti Fernandino (Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS BH-Rede

Governamental)

Juliano Aparecido de Almeida (Unihorizontes)

Lúcio Luiz Tolentino (SUASS – Diretoria de Gestão do SUAS)

Mara Rúbia de S. Albano Félix (SUASS – Diretoria de Proteção Social Básica)

Márcia Mansur Saadallah (PUC MG)

Marcos Arcanjo de Assis (Fundação João Pinheiro)

Maria do Carmo Rezende e Silva (Fórum Permanente de Entidades e Organizações de

Assistência Social)

Maria Júlia Andrade Vale (Conselho Regional de Psicologia/CRP MG)

Natália Guimarães Duarte Sátyro (UFMG)

Niselma da Soledade Caroba (Conselho Municipal de Assistência Social de Belo

Horizonte/CMAS-BH)

Regina Coeli de Oliveira (PUC MG)

Roberto Rocha Tross (OAB MG- Conselho dos Advogados de Minas Gerais)

Rosane Pilar Diegues Silva (UNA)

Sandra Regina Ferreira (SUASS – Diretoria de Proteção Social Especial)

Suênya Thatiane Souza de Almeida (Unihorizontes)

Vinicius Quiroga Mendoza (Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS BH-Rede

Governamental)

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LISTA DE SIGLAS

APP Analista de Políticas Públicas

BH Belo Horizonte

BPC Benefício de Prestação Continuada

CCG Câmara de Coordenação Geral

CENTRO-POP Centro de Referência Especializado da Assistência Social para

atendimento à população adulta em situação de rua

CLAS Comissões Locais de Assistência Social

CMAS Conselho Municipal de Assistência Social

CNAS Conselho Nacional de Assistência Social

CORAS Conselhos Regionais de Assistência Social

CRAS Centro de Referência de Assistência Social

CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social

DGAS Diretoria de Gestão do SUAS

DIAD-ASAC Diretoria Administrativa da Secretaria Municipal de

Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania

DPES Diretoria de Proteção Social Especial

DPGF-ASAC Diretoria de Gestão, Planejamento e Finanças da Secretaria

Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e

Cidadania

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DPSO Diretoria de Proteção Social Básica

DRAS Diretoria Regional de Assistência Social

DRSGD Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

FMAS Fundo Municipal de Assistência Social

FNAS Fundo Nacional de Assistência Social

GERHU-ASAC Gerência de Recursos Humanos da SMASAC

GGSMC Gerência de Gestão dos Serviços de Média Complexidade

GGTEP Gerência de Gestão do Trabalho e Educação Permanente

GT Grupo de Trabalho

GVISO Gerência de Vigilância Socioassistencial

IGD-SUAS Índice de Gestão Descentralizada do Sistema Único de

Assistência Social

ILPI Instituição de Longa Permanência para Idosos

LA Liberdade Assistida

LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias

LOA Lei Orçamentária Anual

LOAS Lei Orgânica de Assistência Social

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MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

MGT Mesa de Gestão do Trabalho

NOB-SUAS Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência

Social

NOB RH SUAS Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS

NUMEP Núcleo Municipal de Educação Permanente do SUAS BH

OSC Organizações da Sociedade Civil

PAC Planos Anuais de Capacitação

PACA Plano de Ação da Capacitação de Atualização

PACI Plano de Ação da Capacitação Introdutória

PAFO Plano de Ação de Formação

PAEFI Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e

Indivíduos

PAIF Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família

PAST Plano de Ação da Supervisão Técnica

PBH

Prefeitura de Belo Horizonte

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PMAS Plano Municipal de Assistência Social

PMEP Plano Municipal de Educação Permanente

PNAS

PNEP

Política Nacional de Assistência Social

Política Nacional de Educação Permanente

PPAG Plano Plurianual de Ação Governamental

PSB Proteção Social Básica

PSC Prestação de Serviço à Comunidade

RENEP/SUAS Rede Nacional de Educação Permanente do SUAS

ROT Recursos Oriundos do Tesouro

SCFV Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

SEAS Serviço Especializado em Abordagem Social

SOF Sistema Orçamentário e Financeiro

SMASAC Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança

Alimentar e Cidadania

SMAAS Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social

SPSPD Serviço de Proteção Social para Pessoas com Deficiências

SUAS Sistema Único de Assistência Social

SUAS/BH Sistema Único de Assistência Social de Belo Horizonte

SUASS Subsecretaria de Assistência Social

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SUDC Subsecretaria de Direito e Cidadania

SUPLOR Subsecretaria de Planejamento e Orçamento

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Escolaridade das (os) trabalhadoras (es) do PAIF/CRAS

Tabela 2- Trabalhadoras (es) dos CREAS distribuídos por Formação e Serviço

Tabela 3- Formação e escolaridade das (os) coordenadoras (es) de CREAS

Tabela 4-Formação das (os) técnicas (os) de nível superior - Família Acolhedora

Tabela 5- Distribuição das (os) trabalhadoras (es) de nível superior do órgão gestor nível

central por formação

Tabela 6- Distribuição das (os) trabalhadoras (es) das equipes de gestão das DRAS por

formação

Tabela 7-Distribuição das (os) trabalhadoras (es) da rede governamental que atuam na

provisão de serviços, programas e benefícios por escolaridade e lotação

Tabela 8- Distribuição das (os) trabalhadoras (es) da rede governamental que atuam na

gestão por escolaridade e lotação

Tabela 09-Distribuição das (os) conselheiras (os) municipais representantes da sociedade

civil por escolaridade

Tabela 10- Distribuição das (os) conselheiras (os) municipais representantes do governo

por escolaridade

Tabela 11- Metas orçamentárias para o quadriênio 2018-2021

Tabela 12 -Valor Reprogramado para 2019

Tabela 13-Metas físicas para o quadriênio 2018-2021

Tabela 14-Gestão do Trabalho e Educação Permanente do SUAS: LOA, Limite

Orçamentário, Programação e Execução - 2018

Tabela 15-Planejamento das ações de Educação Permanente - quadriênio 2018-2021

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Trabalhadoras (es) de nível superior por formação/PAIF

Gráfico 2- Modalidades de Pós-Graduação das (os) trabalhadoras (es) da equipe

PAIF/CRAS

Gráfico 3- Trabalhadoras (es) dos Centros de Convivência/SCFV de nível superior por

formação

Gráfico 4- Trabalhadoras (es) dos Centros de Convivência/SCFV de nível médio por

função

Gráfico 5- Trabalhadoras (es) dos Centros de Convivência/SCFV de nível fundamental

por função

Gráfico 6- Distribuição das (os) trabalhadoras (es) de nível superior da PSBR por

formação

Gráfico 7- Modalidades de Pós-Graduação das (os) trabalhadoras (es) da PSB Regional

Gráfico 8 - Distribuição das (os) trabalhadoras (es) dos CREAS por nível de escolaridade

Gráfico 9- Modalidade de pós-graduação das (os) trabalhadoras (es) do CREAS

Gráfico 10-Trabalhadoras (es) do SEAS por escolaridade

Gráfico 11- Trabalhadoras (es) de nível superior do SEAS por formação

Gráfico 12-Trabalhadoras (es) do Centro Dia de nível superior por formação

Gráfico 13-Trabalhadoras (es) de nível médio do Centro Dia por função

Gráfico 14-Distribuição das (os) trabalhadoras (es) de nível médio do Serviço de

Acolhimento Institucional por função

Gráfico 15- Distribuição das (os) trabalhadoras (es) de nível fundamental do Serviço de

Acolhimento Institucional por função

Gráfico 16-Distribuição das (os) trabalhadoras (es) de nível superior do Serviço de

Acolhimento Institucional por formação

Gráfico 17- Escolaridade das (os) trabalhadoras (es) da SUASS (nível central)

Gráfico 18- Trabalhadoras (es) da gestão lotados na DRAS por escolaridade

Gráfico 19- Estagiárias (os) remuneradas (os) da PBH lotados nas unidades da SUASS

Gráfico 20-Trabalhadoras (es) do SUAS BH por vínculo

Gráfico 21-Escolaridade das (os) trabalhadoras (es) do SUAS-BH

Gráfico 22- Distribuição das (os) trabalhadoras(es) da rede socioassistencial não

governamental por escolaridade

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Gráfico 23-Distribuição das (os) trabalhadoras (es) da rede socioassistencial

governamental por escolaridade

Gráfico 24-Proporção sexo/gênero das(os) trabalhadoras(es) do SUAS-BH

Gráfico 25- Distribuição das (os) conselheiras (os) municipais por nível de escolaridade

Gráfico 26- Valores programados e executados nas ações de Gestão do Trabalho e

Capacitação no FMAS-BH no período de 2014 a 2017

Gráfico 27-Execução orçamentária das ações de Gestão do Trabalho e Capacitação do

FMAS-BH, por fonte de recursos, do período de 2014 de 2017 (vs. 2018)

LISTA DE MAPAS

Mapa 1- Localização dos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS e Serviço

de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)

Mapa 2-Localização dos equipamentos da Proteção Social Especial Média Complexidade

– 2017

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Organização do CMAS-BH

LISTA DE FIGURAS

Figura 1-Modelo de organização do PMEP e dos Planos Anuais de Capacitação e

Formação

Figura 2- Estratégias complementares de Supervisão Técnica

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................... Erro! Indicador não definido.

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO ................................................................................................ 21

2.1 Perspectiva político pedagógica da Educação Permanente no SUAS ........................... 24

2.2 Capacidades e competências requeridas para a atuação no SUAS ............................... 26

3 OBJETIVOS .............................................................................................................. 29

3.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 29

3.2 Objetivos Específicos ............................................................................................ 29

4 CONTEXTUALIZAÇÃO DA GESTÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO PERMANENTE

DO SUAS-BH .............................................................................................................. 30

5 LEVANTAMENTO DO PERFIL DAS (DOS) TRABALHADORAS (ES), GESTORAS (ES)

E CONSELHEIRAS (OS) DO SUAS-BH ........................................................................ 36

5.1 Perfil das (os) trabalhadoras (es) da provisão da Proteção Social Básica ..................... 37

5.2 Perfil das (os) trabalhadoras (es) do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família

– PAIF/CRAS ........................................................................................................... 40

5.3 Perfil das(os) trabalhadoras(es) do Serviço de Convivência e Fortalecimento de

Vínculos – SCFV ....................................................................................................... 42

5.4 Perfil das(os) trabalhadoras(es) da Proteção Social Básica Regional ...................... 45

5.5 Perfil das(os) trabalhadoras(es) da provisão da Proteção Social Especial .................... 49

5.5.1 Perfil das(os) trabalhadoras(es) dos CREAS ................................................. 40

5.5.2 Perfil das(os) trabalhadoras(es) do Serviço Especializado em Abordagem

Social – SEAS ......................................................................................................... 53

5.5.3 Perfil das(os) trabalhadoras(es) do Serviço de Proteção Social Especial para

Pessoas com Deficiência adultas e suas famílias .................................................... 55

5.6 Perfil das(os) trabalhadoras(es) da provisão da Proteção Social Especial de Alta

Complexidade ........................................................................................................... 57

5.7 Perfil das(os) trabalhadoras(es) da gestão do SUAS ............................................. 68

5.8 Quantitativo das (os) estagiárias(os) remunerados das equipes da SUASS ................... 66

5.9 Total das(os) trabalhadoras(es) do SUAS-BH ..................................................... 66

6 PERFIL DAS (OS) CONSELHEIRAS(OS) MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIASOCIAL71

7 LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES DE CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO ........... 77

8 DEFINIÇÃO DAS AÇÕES DE FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO .......................... 79

9. DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DOS PLANOS ANUAIS DE CAPACITAÇÃO

(PAC) .......................................................................................................................... 83

9.1 Plano de Ação de Capacitação Introdutória (PACI) ................................................... 83

9.2 Plano de Ação de Capacitação de Atualização (PACA) ............................................. 84

9.3 Plano de Ação de Supervisão Técnica (PAST) ......................................................... 85

10 DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO DE FORMAÇÃO

(PAFO) ........................................................................................................................ 91

11 CERTIFICAÇÃO .................................................................................................. 92

12 ORÇAMENTO......................................................................................................... 93

13 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO .................................................................... 999

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 93

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APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Educação Permanente é um dos instrumentos de gestão

necessários à operacionalização da Política de Educação Permanente do SUAS,

caracterizando-se como ferramenta para a estruturação e para o planejamento técnico e

financeiro das ações de Educação Permanente no município de Belo Horizonte. O

presente Plano foi construído visando à estruturação das ações de Educação Permanente,

bem como a formulação de diretrizes para a elaboração dos planos anuais de capacitação

e seus planos de ação e do plano de ação da formação.

A Educação Permanente no SUAS se configura como estratégia precípua de

formação ético-política dos atores do SUAS, visando aperfeiçoar não apenas a função de

proteção da política de Assistência Social, mas, especialmente, as funções de vigilância

socioassistencial e de defesa de direitos, tão necessárias em tempos de retrocessos em

curso. Urge afirmar, defender e fazer avançar a Política de Assistência Social como

política pública do campo da garantia e defesa de direitos, da universalização dos acessos

e da responsabilidade estatal, em contraponto à concepção do Estado Mínimo, da

filantropia social e empresarial que excetua a construção democrática com a sociedade

através do reconhecimento dos dispositivos legais de controle social.

Na contramão do contexto nacional de retrocessos, o presente Plano direciona

esforços institucionais que complementam a ampliação e qualificação do SUAS-BH,

aposta traduzida no Plano Municipal de Assistência Social 2018-2021, através do

planejamento de ações de manutenção, reordenamentos, ampliação e qualificação do

provimento dos serviços e benefícios; de aprimoramento da gestão do SUAS e de

ampliação e potencialização das instâncias de participação e controle social. O Plano

Municipal de Educação Permanente compõe um conjunto de instrumentos de gestão que

visam superar o desafio da oferta com qualidade de serviços e benefícios

socioassistenciais do SUAS no município de Belo Horizonte, aprimorando aqueles já

existentes e potencializando o processo de implementação de novos serviços.

O Plano Municipal de Educação Permanente 2018-2021 foi construído de forma

coletiva, com o envolvimento efetivo de trabalhadoras (es), gestoras (es), usuárias (os) e

conselheiras (os) participantes do Núcleo Municipal de Educação Permanente (NUMEP),

e também do Grupo de Trabalho constituído com o objetivo específico de elaboração do

Plano. A portaria SMASAC 027/2018 de 02/03/2018, publicada no DOM em 06/03/2018

instituiu o Grupo de Trabalho para formulação do Plano Municipal de Educação

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16

Permanente do SUAS, referente ao período 2018/2021. Este grupo composto por

diferentes atores do SUAS, coordenado pela Gerente de Gestão do Trabalho e Educação

Permanente, realizou 13 reuniões no período dos meses de abril a julho de 2018, sendo

duas reuniões com convite extensivo aos membros do NUMEP. Foram criados subgrupos

de forma a aperfeiçoar a discussão e formulação do texto, a saber: a) Orçamento; b)

Levantamento de Necessidades de Capacitação e Formação e Diagnóstico; c)

Monitoramento, avaliação e Certificação; d) Relatoria. Todo o material utilizado,

registros das reuniões e as versões parciais foram disponibilizados, em meio eletrônico

(Google Drive) para conhecimento, leitura e contribuições das (os) participantes do

Grupo de Trabalho. Para concluir o trabalho do GT, foram realizadas duas reuniões,

mediadas com a metodologia do Word Café para a revisão e contribuições finais no texto.

Após o encerramento do Grupo de Trabalho, a finalização do texto, a partir dos

consensos estabelecidos com as (os) participantes, foi apresentado e qualificado pelo

NUMEP, instância colegiada consultiva e de assessoramento à Subsecretaria de

Assistência Social para implementação das ações de Educação Permanente no SUAS-

BH. O NUMEP foi instituído por meio da Portaria SMAAS nº 17 de 22 de julho de 2017.

Por fim, é necessário ressaltar que este Plano é um instrumento público, que

afirma compromissos e instrumentaliza a sociedade para o controle e o fortalecimento da

Política de Assistência social no Município. Os objetivos que nele constam devem ser

monitorados e avaliados de forma sistemática e continuada, de modo a garantir a

estruturação e a instituição da cultura de Educação Permanente no SUAS-BH.

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1 INTRODUÇÃO

De acordo com a Política Nacional de Educação Permanente do Sistema Único de

Assistência Social – PNEP SUAS (Brasil, 2013), a Educação Permanente, em um sentido

mais amplo, diz respeito à formação de trabalhadoras(es), gestoras(es) e conselheiras(os)

visando desenvolver perspectivas críticas de compreensão dos contextos nos quais estão

inseridas(os) e fenômenos com os quais atuam, assim como ferramentas para a análise

ético-política e técnico-metodológica que subsidiarão condutas, procedimentos e meios

de ação à resolução dos problemas nos diferentes contextos de vida e de trabalho. Nesta

perspectiva, as ações de Educação Permanente não devem se restringir a processos de

educação formal, pautados apenas na transmissão de conhecimentos e treinamento de

habilidades.

Entende-se por Educação Permanente o processo contínuo de

atualização e renovação de conceitos, práticas e atitudes

profissionais das equipes de trabalho e diferentes agrupamentos,

a partir do movimento histórico, da afirmação de valores e

princípios e do contato com novos aportes teóricos,

metodológicos, científicos e tecnológicos disponíveis. Processo

esse mediado pela problematização e reflexão quanto às

experiências, saberes, práticas e valores pré-existentes e que

orientam a ação desses sujeitos no contexto organizacional ou da

própria vida em sociedade. (Brasil, 2013, p. 34)

De acordo com a PNEP SUAS (Brasil, 2013), é de responsabilidade da gestão dos

municípios realizar os três tipos de ações de capacitação – Introdutória, Atualização e

Supervisão Técnica, além dos cursos de aperfeiçoamento, que é uma modalidade de ação

de formação. Com relação ao planejamento e a oferta das ações de formação e

capacitação, cabe ao município:

A) Elaborar diagnósticos de necessidades;

B) Capacitar os integrantes da rede socioassistencial;

C) Desenhar planos de cursos e matrizes de conteúdos;

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D) Pactuar e validar conteúdos para as ações de Educação Permanente;

E) Disseminar os conteúdos produzidos e sistematizados.

O Plano Municipal de Educação Permanente constitui-se como instrumento de

gestão que tem por objetivo central definir as diretrizes e orientar a organização das ações

de Educação Permanente a serem ofertadas no âmbito de responsabilidade do ente

federado. No caso deste plano, no âmbito do SUAS-BH.

No âmbito do município de Belo Horizonte, a gestão da política de assistência

social é atribuição da Subsecretaria de Assistência Social, que integra a Secretaria de

Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (SMASAC). A Secretaria instituiu

por meio da Portaria SMASAC nº 27, de 06 de março de 2018, um grupo de trabalho para

formulação do Plano Municipal de Educação referente ao período dos anos de 2018 a

2021. Esse Grupo de Trabalho – GT PMEP - foi coordenado pela Gerência de Gestão do

Trabalho e Educação Permanente­ GGTEP e foi composto por representantes das

seguintes unidades de gestão e organizações:

● Diretoria de Gestão, Planejamento e Finanças da Secretaria Municipal de

Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania – DPGF-ASAC/SMASAC;

● Diretoria Administrativa da Secretaria Municipal de Assistência Social,

Segurança Alimentar e Cidadania – DIAD-ASAC/SMASAC

● Diretoria de Gestão do SUAS – DGAS da Subsecretaria de Assistência Social;

● Diretoria de Proteção Social Especial – DPES da Subsecretaria de Assistência

Social;

● Diretoria de Proteção Social Básica – DPSO da Subsecretaria de Assistência

Social;

● Diretoria Regional de Assistência Social – DRAS da Subsecretaria de Assistência

Social;

● Assessoria da Subsecretaria de Assistência Social;

● Subsecretaria de Direito e Cidadania – SUDC/SMASAC;

● Conselho Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte – CMAS/BH;

● Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS-BH;

● Fórum Permanente das Entidades e Organizações de Assistência Social;

● Fórum Municipal dos Usuários do SUAS.

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O GT trabalhou durante os meses de maio a julho de 2018 no estabelecimento de

consensos entre os diferentes atores do SUAS com relação às diretrizes fundamentais para

a realização das ações de Educação Permanente a serem desenvolvidas no SUAS-BH.

Uma dessas diretrizes foi a necessidade de realizar um levantamento atualizado e

aprofundado dos dados referentes ao conjunto de trabalhadoras (es) (as), gestoras (es) (as)

e conselheiras (os) (as) da política de Assistência Social em Belo Horizonte. Esta

solicitação requereu alterações no cronograma interno à SUASS de envio do PMEP ao

Conselho Municipal de Assistência Social, instância do controle social responsável pela

aprovação do PMEP, devido a insuficiência e desatualização dos dados disponíveis

referentes à construção do perfil do trabalhador do SUAS-BH, fornecidos pelos sistemas

do Ministério de Desenvolvimento Social e da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.

No caso da rede governamental, esta passou por uma mudança significativa

recente do quadro de lotação das (os) trabalhadoras (es) em razão do processo de

nomeação e posse das novas (os) coordenadoras (es) de CRAS e CREAS, habilitadas (os)

pelo processo de seleção interna SMASAC nº 01/2018. Além disso, informações como

raça/cor, identidade de gênero, perfil sócio profissional, dentre outros, pactuados no GT

PMEP, precisaram ser solicitados a todas (os) as (os) trabalhadoras (es) e gestoras (es) da

rede governamental, uma vez que estes dados atualizados não estão disponíveis no

sistema de gestão de recursos humanos da PBH (ArteRH) que, por sua vez, fornece

informações apenas das (os) trabalhadoras (es) que são servidoras (es) públicas (os).

Com relação à atualização dos dados da rede não-governamental, utilizou-se a

base anual do CensoSuas/MDS. O levantamento de dados com relação ao perfil das (os)

conselheiras (os) municipais de Assistência Social, público das ações de Educação

Permanente do SUAS, foi obtido por meio do Conselho Municipal de Assistência Social,

com referência no mês de agosto e setembro de 2018.

A implantação da Educação Permanente no município é uma ação estratégica de

gestão do SUAS/BH, que visa, sobretudo, a qualificação das ofertas da proteção social da

política de assistência social, resultando na entrega de serviços de qualidade, na ativa

implicação do exercício do controle social e no aprimoramento da gestão. Além disso,

este Plano visa ao rompimento com o histórico e a cultura organizacional de ofertas

pontuais e fragmentadas de capacitação. É importante destacar que este é o primeiro Plano

de Educação Permanente que o município elabora de forma a contemplar quatro anos de

execução das ações. Sendo este um instrumento de suma importância para a gestão da

Educação Permanente no município, optamos pela apresentação de um diagnóstico que

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de fato represente a realidade dos atores deste sistema, buscando que as ações de

capacitação e formação planejadas a partir dele sejam convergentes com as necessidades

e a realidade vivenciada pelas (os) trabalhadoras (es), conselheiras (os) e gestoras (es).

Como produto do GT foi elaborado o texto do PMEP que, conforme determinação

da Portaria SMASAC 027/2018, foi apresentado nas reuniões dos meses de junho, agosto

e outubro de 2018 do Núcleo Municipal de Educação Permanente, instância colegiada de

assessoramento ao órgão gestor no que se refere ao planejamento, execução,

monitoramento e avaliação das ações de Educação Permanente, por meio de reuniões

conjuntas e compartilhamento do texto para contribuições. A sua aprovação é feita pelo

Conselho Municipal de Assistência Social.

As diretrizes para o planejamento, execução e avaliação das ações de Educação

Permanente, conteúdo do PMEP, bem como a oferta de outros tipos de ações de

qualificação pela Subsecretaria de Assistência Social, instituem no SUAS-BH espaços

contínuos para o aprimoramento do trabalho interdisciplinar, intersetorial e colaborativo

necessários para a gestão, provimento e controle social no SUAS. Destaca-se que o plano

contempla uma lógica sistemática de apresentação da organização estrutural das ações a

serem propostas pelo SUAS-BH, visando possibilitar a manifestação e participação das

(os) trabalhadoras (es), gestoras (es) e conselheiras (os). É importante, ainda, lembrar que

este Plano visa organizar as ações de Educação Permanente conforme o disposto na

PNEP, não desconsiderando outras possíveis ações de qualificação contidas nos Planos

de Apoio Técnico (PAT).

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2 FUNDAMENTAÇÃO

A Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS - NOB RH SUAS

– e sua versão comentada (Brasil, 2006a; Ferreira, 2011) dispõe que a gestão do trabalho

deve ser tratada como área estratégica da gestão do SUAS. De acordo com essa

normativa, a qualidade dos serviços socioassistenciais ofertados à população está

diretamente relacionada à estruturação do trabalho, à qualificação e à valorização das (os)

trabalhadoras (es) atuantes no SUAS. Esta disposição é reafirmada pela Norma

Operacional Básica do SUAS – NOB SUAS (Brasil, 2012), norma que disciplina a gestão

pública da Política de Assistência Social. Dentre os avanços da gestão do SUAS

apontados pela NOB SUAS, destacam-se a Gestão do Trabalho e a Educação Permanente

como objetivos do SUAS e potenciais propulsores da qualidade na gestão e na prestação

de serviços, projetos, programas e benefícios socioassistenciais.

A implementação da Gestão do Trabalho e da Educação Permanente na

Assistência Social é um dos objetivos da gestão e da organização municipal do SUAS em

BH, conforme determina a Lei Municipal nº 10.836, de 29 de julho de 2015 que instituiu

o Sistema Único de Assistência Social de Belo Horizonte - SUAS BH (Belo Horizonte,

2015). É competência do município e do órgão gestor da Política de Assistência Social a

formulação e a execução de uma Política Municipal de Educação Permanente para

trabalhadoras (es), gestoras (es) e conselheiras (os) que integram o SUAS-BH, a qual deve

ser aprovada pelo Conselho Municipal de Assistência Social.

A gestão da Política de Assistência Social deve ser exercida de forma cooperada

entre os entes federados. Para que as ações de Gestão do Trabalho e Educação Permanente

se efetivem, é necessário que os entes federados reúnam esforços para organizar ofertas

para a qualificação do trabalho na execução, gestão e controle social dos serviços,

programas, projetos e benefícios do SUAS, por meio de planos que respeitem as

diversidades e as especificidades territoriais na proposição das ações de capacitação e

formação, e a dinamicidade dos fenômenos e desafios do cotidiano de trabalho.

Em um contexto de contínuas transformações, planejar/executar/avaliar

supõe conciliar a capacidade criativa, inovadora e intuitiva, com força da

racionalidade, do amplo conhecimento da realidade, do domínio do

conhecimento especializado e da experiência acumulada. É preciso

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compor utopias, mas dimensionar condições de factibilidade, viabilidade

e exequibilidade. (Brasil, 2008, p. 48)

A Política Nacional de Educação Permanente do SUAS - PNEP SUAS (Brasil,

2013) tem como objetivo geral “institucionalizar a perspectiva político-pedagógica e a

cultura da Educação Permanente, estabelecendo suas diretrizes e princípios, e definindo

os meios, mecanismos, instrumentos e arranjos institucionais necessários à sua

operacionalização e efetivação (Brasil, 2013, p. 27).

A PNEP (Brasil, 2013) define como objetivos específicos, em resumo:

● Desenvolver competências e capacidades específicas e compartilhadas,

junto às (os) trabalhadoras (es), gestoras (es) e conselheiras (os),

requeridas para a melhoria e qualidade continuada da gestão, da oferta e

provimento dos serviços e benefícios socioassistenciais e do controle

social e gestão participativa;

● Desenvolver junto às (os) trabalhadoras (es) e conselheiras (os) condições

para que possam distinguir e fortalecer a centralidade dos direitos

socioassistenciais do cidadão no processo de gestão e no desenvolvimento

das atenções em benefícios e serviços;

● Ofertar às (aos) trabalhadoras (es), gestoras (es) e conselheiras (os) de

Assistência Social percursos formativos e ações de Educação Permanente

adequados às qualificações requeridas para sua atuação, por meio de

mecanismos de ensino e processos de aprendizagem que permitam o

aprendizado contínuo que considerem as experiências de trabalho;

● Criar mecanismos que gerem aproximações entre as manifestações dos

usuários e o conteúdo das ações de capacitação e formação;

● Instituir mecanismos institucionais que permitam a participação das (os)

trabalhadoras (es) e das (os) usuárias (os) do SUAS, das (os) conselheiras

(os) da Assistência Social e das instituições de ensino, as quais formam a

Rede Nacional de Capacitação e Educação Permanente do SUAS, nos

processos de formulação de diagnósticos de necessidades, planejamento e

implementação das ações de formação e capacitação;

● Criar meios e mecanismos institucionais que permitam articular o ensino,

a pesquisa e a extensão à gestão e ao provimento dos serviços e benefícios

socioassistenciais, assim como para integrar e ampliar os espaços de

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debates entre as instâncias de gestão, controle social, instituições

educacionais e movimentos sociais, de forma a contribuir para o

desenvolvimento das competências necessárias à contínua e permanente

melhoria da qualidade do SUAS;

● Consolidar referências teóricas, técnicas e ético-políticas na Assistência

Social a partir da aproximação entre a gestão do SUAS, o provimento dos

serviços e benefícios e instituições de ensino, pesquisa e extensão,

potencializando a produção, sistematização e disseminação de

conhecimentos;

● Instituir mecanismos institucionais que permitam descentralizar para

estados, municípios e Distrito Federal atribuições relacionadas ao

planejamento, oferta e implementação de ações de formação e capacitação.

Os objetivos da PNEP reafirmam as diretrizes da NOB RH SUAS que têm como

eixo central a valorização das (os) trabalhadoras (es) do SUAS e a qualificação das ofertas

socioassistenciais. Portanto, as ações de gestão do trabalho e Educação Permanente

devem ser orientadas por esta perspectiva e possibilitar a sistematização de

conhecimentos direcionados ao desenvolvimento de competências e capacidades técnicas

e gerenciais, ao efetivo exercício do controle social e do protagonismo das (os) usuárias

(os). O conhecimento produzido e sistematizado deve ser disseminado adotando

instrumentos criativos e inovadores, adequando-os aos diferentes públicos da Política de

Assistência Social e garantindo a acessibilidade. Dessa forma, dá-se dinamicidade ao

processo de atualização e qualificação do trabalho, valorizando a produção

contextualizada de conhecimento pelos atores do SUAS, permitindo também a sua

coprodução e compartilhamento com as instituições de ensino, movimentos sociais,

dentre outros.

Para o alcance desses objetivos, duas ações de gestão se destacam, a saber: a)

institucionalização da perspectiva político-pedagógica da Educação Permanente no

SUAS como norteadora das ações de capacitação e formação; b) configuração

organizacional necessária para essa implementação. Nesse sentido, a formalização de um

Plano Municipal de Educação Permanente fortalece essas ações de gestão, contribuindo,

juntamente com outras estratégias de gestão participativa, para mudanças necessárias em

nossa cultura organizacional, de modo a instituir a Educação Permanente como valor

institucional e processo de trabalho.

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2.1 Perspectiva político pedagógica da Educação Permanente no SUAS

Este Plano Municipal de Educação Permanente orienta-se pela perspectiva

político-pedagógica da PNEP SUAS que está baseada nos seguintes princípios: a) a

centralidade dos processos de trabalho e das práticas profissionais; b) a

interdisciplinaridade; c) a aprendizagem significativa; d) a historicidade; e e) o

desenvolvimento de capacidades e competências requeridas pelo SUAS.

O planejamento das ações de Educação Permanente requer uma orientação voltada

para as questões cotidianas do trabalho ofertado no SUAS, articulando os impasses e as

potencialidades das práticas profissionais, da gestão e do exercício do controle social.

Estas ações devem contribuir nas respostas às questões, demandas, problemas e

dificuldades que emergem dos processos de trabalho e das práticas profissionais.

Os processos de trabalho e as práticas profissionais são os principais mediadores

da gestão descentralizada e participativa do SUAS e da concretização dos serviços e

benefícios ofertados. Considerando este princípio, o planejamento, a oferta e a

implementação de ações são condições para a realização de duas das principais

finalidades da PNEP: o desenvolvimento das competências necessárias e essenciais à

melhoria contínua da qualidade da gestão do SUAS e do provimento dos serviços e

benefícios socioassistenciais; e a modificação dos processos de trabalho e práticas

profissionais inadequados ao atual paradigma da Assistência Social, entendida enquanto

política de direito não contributiva (Brasil, 2013).

A compreensão de fenômenos e situações que compõem o objeto de intervenção

do SUAS exige leituras das diferentes disciplinas, o que requer a realização do trabalho

e a construção de conhecimento interdisciplinar. De acordo com a perspectiva político

pedagógica da Educação Permanente no SUAS:

A interdisciplinaridade permite a ampliação do foco na visão profissional,

favorecendo maior aproximação das equipes profissionais à integralidade

das situações experimentadas por beneficiários do Sistema, podendo, por

isso mesmo, contribuir na formulação de respostas às questões, demandas,

problemas e dificuldades que emergem dos processos de trabalho e das

práticas profissionais (Brasil, 2013, p. 36).

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Faz-se necessário, nesta perspectiva, instituir processos de ensino e aprendizagem,

investigação e construção de saberes e conhecimento pautados pela valorização da

interdisciplinaridade, no reconhecimento dos saberes específicos e da complementaridade

das áreas e na possibilidade de construção de novos saberes e práticas (Brasil, 2013).

O princípio de aprendizagem significativa versa sobre ações de capacitação e de

formação que precisam fazer sentido para as (os) trabalhadoras (es) do SUAS. Duas

condições são necessárias para que a aprendizagem significativa ocorra. A primeira é o

envolvimento e cuidado do participante com sua própria aprendizagem, que requer

mobilização individual e subjetiva. E, a segunda, está diretamente relacionada à

percepção quanto à relevância dos conteúdos e objetivos das ações de Educação

Permanente. É fundamental a utilização de recursos pedagógicos interativos, dialógicos

e que estimulem a reflexão crítica para que o processo de aprendizagem promova a

interiorização e ressignificação de conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades e

atitudes a partir da mobilização dos saberes e experiências prévias dos participantes. As

metodologias de ensino devem valorizar o compartilhamento das experiências e saberes

dos participantes, a diversidade e especificidade dos territórios e o contexto social e

histórico (Brasil, 2013).

O princípio da historicidade da Educação Permanente do SUAS provoca a

problematização das práticas centradas na primazia da técnica, da lógica instrumental,

sem a necessária mediação reflexiva e crítica de seu contexto e efeitos no trabalho

socioassistencial. Este princípio orienta que as categorias e conceitos não são eternos e

independentes das transformações do mundo real. Sendo assim, o princípio da

historicidade consiste em recusar

Abordagens pragmáticas, fixadas estritamente na transmissão técnica,

instrumental, dogmática, do conhecimento. Diversamente disso, exige que

as ações de formação e a capacitação para o SUAS abarquem questões

filosófico-científicas e ético-políticas relacionadas aos princípios e

fundamentos da análise do ser social e do projeto social que lhe confere tal

identidade, fazendo a mediação dessas questões com as de caráter técnico

e operativo (Brasil, 2013, p. 39)

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No que diz respeito ao desenvolvimento de capacidades e competências

requeridas pelo sistema, a PNEP SUAS recomenda o desenvolvimento de habilidades,

conhecimento e atitudes, compreendendo as dimensões técnica, ética e política.

2.2 Capacidades e competências requeridas para a atuação no SUAS

Muniz (2011) propõe a seguinte definição de competência profissional:

O ato de assumir responsabilidades frente a situações de trabalho

complexas, o que exige um conjunto de conhecimentos e habilidades

profissionais, porém, mais do que isto, postura ética, pois impõe aos

trabalhadores da assistência social que superem a atuação como simples

executores de programas para a de viabilizadores de direitos (...). Esta

concepção de competência busca a construção e a mobilização de

conhecimentos, habilidades, atitudes e valores não apenas na dimensão

técnico-operativa referenciada nas Normas Operacionais e Guias de

Orientação Técnica do SUAS, mas na dimensão ético-política. Não se

restringe a uma perspectiva individualista, pois considera que as

competências profissionais são construídas ao longo da trajetória da vida

profissional do trabalhador, o qual partilha experiências e práticas

coletivas. (Muniz, 2011, p. 36)

Muniz (2011) discute as principais competências e habilidades que devem ser

desenvolvidas nas ações de gestão do trabalho e de qualificação das (os) trabalhadoras

(es) e gestoras (es), a saber:

a) Compreensão do contexto sócio histórico em que se situa a intervenção profissional;

b) Exercício dos princípios da matricialidade sociofamiliar e da territorialização;

c) Conhecimento das metodologias de trabalho social com famílias;

d) Conhecimentos, habilidades e atitudes que permitam identificar e respeitar as

diversidades;

e) Habilidades específicas de análise de contextos;

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f) Habilidades para apreender e analisar criticamente o cotidiano de vida dos usuários,

das famílias e suas representações;

g) Domínio dos conceitos de vulnerabilidade, risco social e território;

h) Conhecimentos, habilidades e atitudes específicas no gerenciamento e na operação dos

benefícios, transferência de renda e serviços, programas, projetos e Cadastro Único, de

forma a garantir a complementaridade e a integração;

i) Conhecimentos, habilidades e atitudes para o desenvolvimento e fomento da

intersetorialidade;

j) Compreensão das concepções de multi e interdisciplinaridade;

k) Competência de elaboração de amplos e consistentes diagnósticos;

l) Identificação de territórios vulneráveis;

m) Capacidades e meios técnicos sobre sistemas de informação;

n) Conhecimentos sobre os principais instrumentos que possibilitam monitoramento e

avaliação do SUAS;

o) Arcabouço teórico-técnico-operativo para habilidade de construção de estratégias de

participação dos indivíduos e famílias.

O desenvolvimento das competências profissionais deve estar fundamentado nos

princípios éticos para a oferta da proteção socioassistencial no SUAS, elencados no art.

6º da NOB SUAS (Brasil, 2012), e nos princípios éticos para as (os) trabalhadoras (es)

do SUAS, definidos no capítulo 3 da NOB RH SUAS (Brasil, 2006a; 2011). Os

princípios éticos das respectivas profissões atuantes no SUAS também devem ser

considerados ao se “elaborar, implantar e implementar padrões, rotinas e protocolos

específicos, para normatizar e regulamentar a atuação profissional por tipo de serviço

socioassistencial” (Brasil, 2011, p. 19).

Especificamente em relação às (aos) conselheiras (os) de Assistência Social, no que

diz respeito ao desenvolvimento de capacidades e competências requeridas para o

exercício do controle social, torna-se imprescindível que as ações de capacitação

alcancem o desenvolvimento das capacidades éticas e políticas, além da aquisição do

conhecimento normativo sobre o SUAS, garantindo assim maior efetividade e postura

crítica no exercício do controle social. Sendo assim, as capacitações para o percurso

formativo de controle social buscam propiciar às(aos) conselheiras(os) a compreensão

dos princípios e diretrizes do SUAS por meio da discussão e reflexão sobre conceitos e

concepções essenciais da política de Assistência Social, com foco na estrutura de

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financiamento da política, nas funções e responsabilidades dos entes federados e das(os)

conselheiras(os), no fortalecimento do Conselho Municipal de Assistência Social

(CMAS) e nos dispositivos e meios disponíveis e necessários para o efetivo exercício do

controle social. Vale lembrar que para o fortalecimento dos conselhos, a Secretaria

Executiva necessita de uma formação específica, no que tange a importância de seu papel

político e operacional do mesmo.

É importante ressaltar que novas competências podem ser requeridas visto a

dinamicidade dos fenômenos e do trabalho social a ser ofertado pela Política de

Assistência Social, reconhecendo assim que os conhecimentos e habilidades necessárias

para conferir qualidade aos serviços, projetos, programas e benefícios do SUAS, e para o

fortalecimento da participação e do controle social do sistema, estão em constante

processo de construção (Muniz, 2011).

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Definir diretrizes para as ações de capacitação e formação no âmbito do SUAS/BH, para

o período dos anos de 2018 a 2021, de acordo com as diretrizes e parâmetros da Política

Nacional de Educação Permanente e demais normativas vigentes referentes à Educação

Permanente no SUAS.

3.2 Objetivos Específicos

a) Definir diretrizes para a elaboração, o monitoramento e a avaliação dos Planos Anuais

de Capacitação (PAC) e do Plano de Ação de Formação (PAFO), visando ofertar às (os)

trabalhadoras (es), gestoras (es) e conselheiras (os), percursos formativos e ações de

formação e capacitação que promovam o desenvolvimento de competências requeridas

pelo SUAS;

b) Estabelecer ações para o levantamento contínuo de necessidades de capacitação junto

às (aos) trabalhadoras (es), gestoras (es) e conselheiras (os) da Assistência Social;

c) Contribuir para a qualificação dos serviços, programas, projetos e benefícios

socioassistenciais ofertados aos cidadãos e cidadãs de Belo Horizonte.

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4 CONTEXTUALIZAÇÃO DA GESTÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO

PERMANENTE DO SUAS-BH

De acordo com a NOB SUAS (Brasil, 2012), a gestão do trabalho no SUAS

compreende o planejamento, a organização e a execução das ações relativas à valorização

da (o) trabalhadora (or) e à estruturação do processo de trabalho institucional, no âmbito

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. As ações de Gestão do

Trabalho e de Educação Permanente ressignificam a gestão dos recursos humanos da

Política de Assistência social no âmbito da gestão pública, estabelecendo o compromisso

técnico, ético e político com a oferta de qualidade dos serviços, programas, projetos e

benefícios do SUAS.

A reforma administrativa realizada pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

no ano de 2017 institucionalizou a Gerência de Gestão do Trabalho e Educação

Permanente do SUAS (GGTEP), dentro da Diretoria de Gestão do SUAS (DGAS) para

operacionalizar a função da gestão do trabalho no SUAS-BH, fomentar ações de

fortalecimento e valorização das (dos) trabalhadoras (es) do SUAS e de qualificação da

oferta dos serviços, programas, projetos, benefícios, transferência de renda e Cadastro

Único.

Esse esforço se deu em resposta à luta histórica das (os) trabalhadoras (es) e

usuários da Política de Assistência Social em prol da oferta qualificada dos serviços e

benefícios do SUAS e da valorização daqueles que executam e realizam a gestão do

trabalho socioassistencial. Destacamos, ainda, que a instituição de uma unidade técnico-

administrativa específica de gestão do trabalho na SUASS cumpriu meta de estruturação

da Secretaria com a formalização de áreas essenciais, determinada pelo Pacto de

Aprimoramento de Gestão do SUAS (2014-2017).

No que se refere à Educação Permanente, a GGTEP tem como atribuições o

planejamento, coordenação e desenvolvimento de ações visando à integração e ao

aperfeiçoamento dos planos de formação, qualificação e distribuição das ofertas de

educação e trabalho; o fomento à produção de conhecimento, disseminação e publicação

de estudos e pesquisas acerca da política pública de Assistência Social; a promoção da

articulação com Instituições de Ensino, escolas de governo, entidades sindicais e de

fiscalização do exercício profissional, movimentos sociais e entidades representativas da

educação profissional, com vistas à formação, desenvolvimento e trabalho no âmbito da

Assistência Social.

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Além da institucionalização da GGTEP, destaca-se ainda a criação de outros dois

dispositivos participativos cuja atuação tem relação direta com a temática da Educação

Permanente no SUAS: A Mesa de Gestão do Trabalho do SUAS e o Núcleo Municipal

de Educação Permanente (NUMEP). Estas instâncias visam ao fortalecimento da gestão

participativa e o fortalecimento da Educação Permanente no município.

A Mesa de Gestão do Trabalho do SUAS foi instituída em 22 de julho de 2017,

por meio da Portaria SMAAS n° 16/2017, alterada pela Portaria SMAAS nº 24/2017, de

29 de novembro de 2017, como um espaço permanente de diálogo e de negociação entre

gestoras(es), trabalhadoras(es) e usuárias(os) do SUAS/BH, no que concerne à Gestão do

Trabalho, na perspectiva da qualificação dos serviços, programas, projetos, benefícios

socioassistenciais e transferência de renda, da valorização das(os) trabalhadoras(es) e da

organização institucional do trabalho no SUAS-BH. Sua composição é colegiada, com

representantes da gestão do SUAS – órgão gestor e direção das Organizações da

Sociedade Civil (OSC) com atuação no SUAS –, representantes das (os) trabalhadoras

(es) do setor público e privado e das (os) usuárias (os). Dentre os objetivos da Mesa de

Gestão do Trabalho do SUAS-BH destacam-se a proposição de diretrizes para a

implementação das ações de Educação Permanente em consonância com as normativas

vigentes da política pública de Assistência Social; a proposição de normativas referentes

à Gestão do Trabalho e à Educação Permanente do SUAS; e o estabelecimento de diálogo

e agenda conjunta com o NUMEP SUAS-BH (Belo Horizonte, 2017).

O NUMEP foi instituído por meio da Portaria SMAAS n° 17/2017, de 22 de julho

de 2017, como uma instância colegiada consultiva e de assessoramento à Subsecretaria

de Assistência Social na implementação das ações de Educação Permanente no SUAS-

BH. Este Núcleo é composto por representações das (os) usuárias (os), das (os)

trabalhadoras (es), do órgão gestor, das organizações da sociedade civil com atuação no

SUAS, do CMAS, das Instituições de Ensino Superior, Escolas de Governo e Institutos

Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, integrantes da Rede Nacional de Educação

Permanente do SUAS – RENEP/SUAS e dos conselhos das categorias profissionais,

conforme normativas do SUAS.

O NUMEP tem como objetivos:

I. Contribuir no planejamento das ações de capacitação e formação, de forma a

garantir seu caráter continuado e permanente e seu alinhamento com as reais

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necessidades dos trabalhadores, gestores e conselheiros, em consonância com

as responsabilidades e prioridades pactuadas para o município;

II. Propor meios, instrumentos e procedimentos de operacionalização das

diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente do SUAS, e de

produção, sistematização e disseminação de conhecimentos;

III. Promover interlocução e troca constante de conhecimentos com instituições

de ensino, pesquisa e extensão, com foco no aperfeiçoamento das ações de

Educação Permanente;

IV. Promover a interlocução, o diálogo e a cooperação entre os diferentes atores

implicados na implementação da Educação Permanente no SUAS/BH (Belo

Horizonte, 2017).

Outras estratégias importantes de valorização das (os) trabalhadoras (es) e de

qualificação das ofertas socioassistenciais foram iniciadas no ano de 2017, gerando

transformações importantes no quadro de recursos humanos do provimento dos serviços,

programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Dentre essas estratégias, destacam-

se, sobretudo, aquelas relacionadas à execução direta dos serviços, a saber: o processo de

seleção para movimentação interna de servidoras(es) da carreira da Administração Geral,

ocupantes do cargo de Analista de Políticas Públicas (APP), especialidades Psicologia e

Serviço Social; a implantação da jornada de 30 horas para APPs com habilitação

profissional em Psicologia e Serviço Social em efetivo exercício, nas unidades de

atendimento aos usuários da Política de Assistência Social; a posse de 53 candidatos

aprovados no concurso realizado por meio do Edital nº 03/2015, da carreira de APP,

especialidade Psicologia; e a realização da seleção interna, edital SMASAC nº 01/2018,

para o provimento de cargos em comissão de coordenação de CRAS e CREAS. O

detalhamento destas ações está apresentado no Plano Municipal de Assistência Social

2018-2021, visto a importância destas ações para a gestão local da Política de Assistência

Social como um todo (Belo Horizonte, 2018).

Além dessas estratégias, está em curso o fortalecimento e qualificação da gestão

do SUAS no município por meio de inserção de servidoras (es) com experiência de

atuação na Política de Assistência Social em cargos em comissão e funções gratificadas,

o que interrompe com a prática histórica de ocupação destes cargos por meio de

recrutamento amplo ou com servidoras (es) de outros setores. Para o SUAS, a concepção

de gestão é composta pela associação entre o domínio de conhecimentos técnicos e a

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capacidade de inovação, alinhada aos princípios democráticos da gestão pública. É

importante esclarecer que as funções de gestão são exercidas não apenas por quem

encontra-se empossado em cargo em comissão ou funções gratificadas, mas por um

coletivo de trabalhadoras (es): gestoras (es), técnicos de diferentes níveis de escolaridade

e formações e estagiárias (os).

A SUASS passou a contar, após a última Reforma Administrativa da PBH, com

novas institucionalidades responsáveis pelo cumprimento das funções essenciais do órgão

gestor da Política Municipal de Assistência Social. Desse modo, tornou-se necessário

iniciar um processo de reordenamento interno às Diretorias que compõem a SUASS com

objetivo de constituir e rever os objetos específicos de cada Diretoria e, consequentemente

o repertório de ações, atividades e campo de atuação das equipes técnicas que compõem

o órgão gestor da política. Com o objetivo de qualificar, dar institucionalidade e

padronizar as atribuições básicas das equipes de gestão, conforme normativas do SUAS

e da PBH, a SUASS iniciou a realização de ações de apoio técnico às (aos) gestoras (es)

e equipes técnicas de gestão.

Exercer a função de apoio técnico, além das atividades técnico-administrativas, é

uma das atribuições permanentes das equipes de gestão, conforme seus objetos

específicos. As ações de apoio técnico têm por finalidade a oferta de suporte técnico a

trabalhadoras (es) e gestoras (es), de forma sistemática, planejada e continuada, no tocante

às funções essenciais de gestão e à execução de serviços, benefícios e transferência de

renda.

O apoio técnico pode produzir efeitos de capacitação, no entanto, diferentemente

das ações de Educação Permanente, é de natureza técnico-operacional. Estas ações visam

instrumentalizar trabalhadoras(es) e gestoras(es), da rede governamental e não-

governamental, para a resolução de situações cotidianas referentes à execução das

metodologias dos serviços, à concessão e operacionalização dos benefícios e

transferência de renda, à gestão dos serviços, entre outras questões que se relacionam ao

modo de fazer, aos processos de trabalho social e de gestão propriamente ditos, e tem por

foco o alinhamento das ofertas locais aos parâmetros nacionais e da SUASS.

As ações de apoio técnico devem ser planejadas e organizadas por meio do Plano

de Apoio Técnico (PAT), instrumento de gestão no qual constarão as diferentes

estratégias que cada Diretoria e suas respectivas Gerências e Coordenações

desenvolverão ao longo de cada ano para instrumentalizar as (os) trabalhadoras (es) e

gestoras (es) do SUAS-BH. Dentre as estratégias possíveis de apoio técnico, destacam-

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se: treinamentos, seminários e/ou oficinas temáticas, orientações e/ou atendimentos

técnicos, visitas técnicas e elaboração de documentos técnicos. Embora os Planos de

Apoio Técnico estejam em fase de elaboração e aprovação, ações de apoio técnico já estão

sendo executadas pelas Diretorias de Gestão, Proteção Social Especial e Proteção Social

Básica.

Cabe destacar que a construção de estratégias de valorização das (os)

trabalhadoras (es) da rede privada se constitui como um desafio para a gestão do SUAS-

BH. Faz-se necessário a produção de diagnósticos relativos à composição das equipes,

aos processos de trabalho, às necessidades de capacitação, entre outros aspectos. Por outro

lado, a participação de trabalhadoras (es) e gestoras (es) privados na Mesa de Gestão do

Trabalho do SUAS-BH e no NUMEP tem se mostrado como um importante recurso para

que o desafio exposto acima seja superado. A recente criação das comissões temporárias

“Condições de trabalho no SUAS-BH” e “Regulamentação da participação de

trabalhadoras (es) nas instâncias de participação e controle social”, ambas vinculadas à

Mesa de Gestão do Trabalho, contribuirão para o aprofundamento das discussões acerca

do cenário das (os) trabalhadoras (es) atuantes na rede socioassistencial não-

governamental.

Com relação ao contexto atual da Educação Permanente no SUAS-BH, as ações

em curso estão sendo desenvolvidas em consonância com as diretrizes da PNEP SUAS.

Estas ações tiveram início antes da finalização da elaboração e aprovação no PMEP 2018-

2021 e deram continuidade a propostas de capacitação previstas no Plano Municipal de

Educação Permanente do SUAS-BH 2016-2017. A organização dessas ações está

disposta no formato de um Plano Anual de Capacitação, conforme orientações do item

“Definição das ações de Capacitação e Formação” do presente Plano, de forma a adequar

o planejamento das ações às diretrizes municipais para a Educação Permanente pactuadas

com os demais atores do SUAS-BH por meio do GT PMEP (Anexo I). É importante

destacar que as ações em curso estão sendo ofertadas para as (os) trabalhadoras (es) do

SUAS da rede governamental e das OSC parceiras1, considerando o perfil de público de

cada ação.

Um dos objetivos específicos da PNEP (Brasil, 2013, p. 29) é “consolidar

referências teóricas, técnicas e ético-políticas na Assistência Social a partir da

aproximação entre a gestão do SUAS, o provimento dos serviços e benefícios e

1 As organizações da sociedade civil parceiras são instituições privadas conveniadas com a Prefeitura de

Belo Horizonte que executam diversos serviços no âmbito do SUAS-BH.

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instituições de ensino, pesquisa e extensão, potencializando a produção, sistematização e

disseminação de conhecimentos”. Para atender a este objetivo, e também valorizar o

trabalho desenvolvido por trabalhadoras (es) e gestoras (es) do SUAS-BH, está em

processo de implementação uma revista virtual, proposta que visa estimular a reflexão,

sistematização das experiências práticas e produção de conhecimento sobre o trabalho

realizado nos diferentes níveis de complexidade do SUAS, na gestão e no controle social.

Além disso, este dispositivo visa também publicitar e difundir a produção das pesquisas

acadêmicas realizadas nos serviços socioassistenciais do município. A circulação da

experiência prática e de estudos sobre a oferta do SUAS, a partir de uma perspectiva

crítica, amplia o conhecimento e valoriza a experiência de trabalho na medida em que faz

refletir sobre práticas inovadoras, impasses e desafios do trabalho socioassistencial,

considerando as particularidades do contexto belo-horizontino. Assim, acredita-se que

essa produção fomente novos debates e a qualificação da política pública de Assistência

Social.

Além da revista, outras estratégias têm sido planejadas no sentido da produção e

disseminação de conhecimento no SUAS-BH, a saber: revisão do fluxo de submissão e

acompanhamento das pesquisas acadêmicas; proposição do evento “Diálogos de

pesquisa” que visa a apresentação e discussão ampliada dos resultados das pesquisas

realizadas no âmbito do SUAS-BH; atualização do plano de atividades da Biblioteca, em

conjunto com a SMASAC, de forma a qualificar o acervo disponível e de promover a

utilização mais cotidiana deste dispositivo pelas(os) trabalhadoras(es); dentre outras.

A seguir, apresentaremos o levantamento dos dados relativos ao perfil das (os)

trabalhadoras (es), gestoras (es) e conselheiras (os) municipais da Assistência Social que

subsidiará o planejamento das ações de Educação Permanente do SUAS-BH.

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5 LEVANTAMENTO DO PERFIL DAS (DOS) TRABALHADORAS (ES),

GESTORAS (ES) E CONSELHEIRAS (OS) DO SUAS-BH

O levantamento a seguir tem por objetivo apresentar o perfil das (os) trabalhadoras

(es), gestoras (es) e conselheiras (os) municipais do SUAS-BH. Assim, torna-se possível

subsidiar o planejamento das ações de Educação Permanente, considerando as análises

geradas por meio deste perfil, que podem esclarecer, por exemplo, quais são os públicos

prioritários das ações de capacitação e formação a serem desenvolvidas no SUAS-BH,

bem como subsidiar o levantamento contínuo de necessidades de capacitação e formação.

Possibilita ainda, de forma complementar à Educação Permanente, auxiliar na definição

de diferentes estratégias de apoio técnico a serem executadas pelas Diretorias da SUASS,

suas Gerências e Coordenações.

As informações que se seguem foram produzidas a partir de dados do Sistema

ArteRH da PBH, cuja gestão das informações dos recursos humanos da SMASAC é

realizada pela Gerência de Recursos Humanos (GERHU-ASAC); pelos dados do Censo

Suas 2017, disponibilizados pelo MDS; pelos dados fornecidos por cada Diretoria da

SUASS, compilados e analisados pela GGTEP/DGAS; e pelos dados levantados pelo

CMAS, também compilados e analisados pela GGTEP/DGAS. O período de apuração

destes dados foram os meses de agosto e setembro de 2018.

Conforme informações da Gerência de Gestão de Parcerias da SUASS,

atualmente, tendo como base dados relativos a abril de 2019, 58(cinquenta e oito) OSC

executam serviços, programas, projetos e benefícios através de parceria com o município

de Belo Horizonte, sendo que algumas delas executam mais de uma modalidade das

ofertas de Assistência Social. O total de 112(cento e doze) parcerias com a SUASS é

assim distribuído: a) 16(dezesseis) se referem à execução de serviços da Proteção Social

Básica; b) 7 (sete) à execução da Proteção Social Especial de Média Complexidade e; c)

89 (oitenta e nove) são relativas à Proteção Social Especial de Alta Complexidade2. As

equipes que executam estes serviços devem seguir as orientações normativas da NOB RH

SUAS (Brasil, 2006a) e resoluções do CNAS (Brasil, 2011; 2014), de forma a atender às

demandas de perfis profissionais conforme especificidades dos serviços.

2 Ressalta-se que as parcerias relativas aos grupos de convivência, que antes pertenciam à SUASS,

atualmente estão alocadas na Subsecretaria de Direito de Cidadania.

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Com relação às (aos) servidoras (es) públicas (os) que atuam no SUAS-BH, a

carreira vigente é da Administração Geral. Não há uma carreira com cargos específicos

para a atuação na Política de Assistência Social. A maioria das (os) servidoras (es) que

atuam na política de assistência social é da carreira de Analista de Políticas Públicas

(APP), seguida por Assistente Administrativo, Educador Social, com a participação ainda

de servidoras (es) de outras carreiras, tais como de Engenheiro, Auxiliar Administrativo,

dentre outros. Destaca-se que, apesar de ser da carreira da Administração Geral, no caso

do cargo de Analista de Políticas Públicas, especialidades Psicologia e Serviço Social,

existem atribuições que contemplam as especificidades demandadas para o atendimento

ao público e desenvolvimento do trabalho social da Assistência Social (Belo Horizonte,

2005; 2012). Há ainda um conjunto de atribuições previstas para todas as especialidades

deste cargo que possibilitam a realização das atividades técnicas e administrativas

necessárias para a atuação, em especial, nas funções essenciais de gestão do SUAS. Os

cargos de assistente administrativo e educador social também compõe essa carreira,

contribuindo na provisão e, principalmente, na gestão da Política. É importante ressaltar

que o profissional de direito, profissão obrigatória na composição da equipe de referência

do CREAS, é contratado com o cargo de orientador jurídico por meio de parceria com

organização da sociedade civil, uma vez que não há carreira geral de operador do direito

para atuação no quadro da Administração Geral da PBH.

5.1 Perfil das (os) trabalhadoras (es) da provisão da Proteção Social Básica

No âmbito da Proteção Social Básica, as ações destinam-se à população que vive

em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, ausência de renda,

privações, acesso precário ou nulo aos serviços e fragilização de vínculos afetivos

relacionais e de pertencimento. Seu objetivo é a prevenção de situações de risco por meio

do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e o fortalecimento de vínculos

familiares e comunitários.

O município de Belo Horizonte conta atualmente com 34 (trinta e quatro) CRAS,

09 (nove) equipes de Proteção Social Básica Regional, 9 (nove) equipes do Serviço de

Proteção Social à Pessoa com Deficiência e 9 (nove) equipes regionais responsáveis pela

operacionalização do CadÚnico e Transferência de Renda, em especial o Programa

Bolsa-Família.

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O serviço essencial executado diretamente pelos CRAS é o PAIF - Serviço de

Proteção e Atendimento Integral à Família, e a ele está referenciado o Serviço de

Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV. O SCFV é executado por meio da

parceria com entidades que compõem a rede socioassistencial do município. Destaca-se,

ainda, a oferta do Programa Maior Cuidado em vinte e seis territórios de CRAS que, em

articulação com os Centros de Saúde, promovem cuidado no domicílio para famílias com

pessoas idosas com quadro de semidependência e dependência em contextos de

vulnerabilidade social.

O mapa abaixo apresenta a localização dos CRAS nas nove regionais

administrativas de Belo Horizonte, bem como aponta a localização de 114 unidades3 de

oferta do SCFV que integram a rede socioassistencial do município.

3 Dados do CensoSuas 2016.

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Mapa 1- Localização dos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS e Serviço de

Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)

Fonte: PRODABEL/CENSO SUAS. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS.

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5.2 Perfil das (os) trabalhadoras (es) do Serviço de Proteção e Atendimento

Integral à Família – PAIF/CRAS

Atualmente, existem 239 trabalhadoras (es) do Serviço de Proteção e Atendimento

Integral à Família – PAIF – que atuam nos Centros de Referência de Assistência Social

(CRAS), incluindo as (os) coordenadoras (es). A escolaridade dessas (es) trabalhadoras

(es) está assim distribuída: 162 trabalhadoras (es) de nível superior (68%), 67 (28%) de

nível médio e 10(4%) de nível fundamental. Em relação à formação, 52%(84)

trabalhadoras (es) de nível superior dos CRAS são Assistentes Sociais; 48%(78) são

Psicólogas (os).

Tabela 1- Escolaridade das (os) trabalhadoras (es) do PAIF/CRAS

SUPERIOR 162

MÉDIO 67

FUNDAMENTAL 10

TOTAL 239 Fonte: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

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Gráfico 1- Trabalhadoras (es) de nível superior por formação/PAIF4

Fonte: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

Dentre as (os) 162 trabalhadoras (es) de nível superior do PAIF, 62,5%(101)

possuem pós-graduação completa. Deste montante, a grande maioria (87%/88)

concluíram a Especialização, 8% (8) o Mestrado e 5%(5) o Aperfeiçoamento. Foram

contabilizados neste montante das (os) 34(trinta e quatro) coordenadoras (es) dos

equipamentos.

Gráfico 2- Modalidades de Pós-Graduação das (os) trabalhadoras (es) da equipe

PAIF/CRAS

4 De acordo com a NOB-RH, a equipe mínima dos CRAS para municípios de grande porte e metrópoles

deve ser de 4 técnicos de nível superior, sendo dois profissionais assistentes sociais, um psicólogo e um

profissional que compõe o SUAS, 4 técnicos de nível médio para cada 5.000 famílias referenciadas.

Psicologia 48%Serviço

Social52%

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Fonte: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

Há 23 (vinte e três) Assistentes Sociais e 11(onze) psicólogas (os) entre as (os) 34

coordenadoras (es) empossadas (os) no mês de agosto de 2018. Destes, 25 (73%) possuem

pós-graduação: 22 concluíram Especialização e 3 finalizaram o Mestrado.

5.3 Perfil das (os) trabalhadoras(es) do Serviço de Convivência e Fortalecimento de

Vínculos – SCFV

Executado por meio de parceria com Organizações da Sociedade Civil (OSC) e

por meio de entidades socioassistenciais inscritas no CMAS, atualmente o SCFV possui

o quantitativo de 867 trabalhadoras(es). Deste conjunto, 368(trezentos e sessenta e oito)

são de nível superior, 361(trezentos e sessenta e um) de nível médio e 138(cento e trinta

e oito) possuem nível fundamental. Conforme informações da Diretoria de Proteção

Social Básica (DPSO), o município de Belo Horizonte oferta o SCFV para todos os

públicos previstos na Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais.

Conforme informações do Censo Suas 2017 sobre os Centros de Convivência que

executam o SCFV, o que mais se destaca é a diversidade de formações profissionais

das(os) trabalhadoras(es) de nível superior. Em razão de limitações no levantamento de

Aperfeiçoamento 5%

Especialização 87%

Mestrado8%

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dados do Censo Suas, não foi possível descriminar quais formações compõe o bloco

“outras formações de nível superior” que corresponde a 36% das(os) trabalhadoras(es) de

nível superior deste serviço. Outro dado que se destaca é o quantitativo de profissionais

com formação em pedagogia (23%¨), seguido do Serviço Social (19%) e Psicologia

(11%).

Gráfico 3- Trabalhadoras(es) dos Centros de Convivência/SCFV de nível superior

por formação

Fonte: Censo SUAS 2017. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

Com relação às(aos) trabalhadoras(es) de nível médio, quase metade desse grupo

de trabalhadoras(es) (44%) são educadoras(es) sociais, seguido do bloco “outros” (29%)

sobre o qual não é possível descrever os cargos em razão das limitações da apresentação

dos dados do Censo Suas. Do total de trabalhadoras(es) de nível médio, (17%) exercem

atividades de apoio administrativo e (9%) serviços gerais.

Gráfico 4- Trabalhadoras(es) dos Centros de Convivência/SCFV de nível

médio por função

Psicologia 11%

Serviço Social19%

Direito1%

Pedagogia23%

Administração4%

Antropologia0%

Sociologia0%

Fisioterapeuta1%

Terapia Ocupacional

2%

Enfermagem0%

Sistemas de Informação

2%

Programação 1%

Outras formações de nível superior

36%

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Fonte: Censo SUAS 2017. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

Gráfico 5-Trabalhadoras(es) dos Centros de Convivência/SCFV de nível

fundamental por função

Apoio Administrativo

17%

Educador Social44%

Outros29%

Serviços Gerais

9%

Coordenação1%

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Fonte: Censo SUAS 2017. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

Com relação às(aos) trabalhadoras(es) de nível fundamental, quase metade desse

grupo (46%) são profissionais de Serviços Gerais, seguido do bloco “outros” (43%) sobre

o qual, também, não é possível descrever os cargos em razão das limitações da

apresentação dos dados do Censo Suas. Do total de trabalhadoras(es) de nível

fundamental, identifica-se ainda, um percentual de (9%) que exercem a função de

Educadora(r) Social.

5.4 Perfil das(os) trabalhadoras(es) da Proteção Social Básica Regional

Destaca-se que o município possui uma especificidade de cobertura de proteção

social básica, para além dos serviços tipificados nacionalmente. Essa oferta se encontra

estruturada nas nove regionais por meio da atenção socioassistencial ao público

prioritário da política de Assistência Social realizada por 9 equipes de Proteção Social

Básica Regional e 9 equipes de Transferência de Renda e Cadastro Único. Ainda a

execução do Serviço de Proteção Social para Pessoas com Deficiência – SPSPD, o qual

objetiva a prevenção de situações de exclusão e isolamento social por meio do

fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários com vistas à inclusão social,

equiparação de oportunidades e participação por meio do desenvolvimento da autonomia

Apoio Administrativo

1%

Serviços Gerais46%

Educador Social

9%

Outros 43%

Coordenação1%

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mediante acompanhamento sociofamiliar e articulação com a rede socioassistencial e

demais políticas públicas. Como estratégia de qualificação da atenção desse serviço, é

realizado o Programa Mala Lúdica em parceria com a rede socioassistencial. A equipe do

Programa Mala Lúdica é composta por dois educadores sociais vinculados a cada uma

das equipes do Serviço de Proteção Social para Pessoas com Deficiências (SPSPD).

As(os) servidoras(es) que atuam nas equipes da Proteção Social Básica Regional

estão lotadas(os) nas Diretorias Regionais de Assistência Social e serão apresentadas(os)

nos gráficos a seguir.

Do total de 128 técnicas(os) de nível superior da Proteção Social Básica Regional

(inclui a Equipe de Proteção Social Básica Regional, o Serviço de Proteção Social à

Pessoa com Deficiência e as(os) técnicas(os) que atuam na operacionalização da

Transferência de Renda), 88% (113) são assistentes sociais e 12% (15) são psicólogas(os).

Nota-se a significativa presença de assistentes sociais que atuam nestas ações estratégicas

da gestão da Proteção Social Básica. É importante ressaltar que no processo de seleção

para movimentação das(os) servidoras(es) psicólogas(os) e assistentes sociais do ano de

2017, as vagas abertas para estas equipes foram, em quase 100%, para profissionais do

serviço social. A composição destas equipes será objeto de discussão e definição no

processo de reordenamento destas ofertas.

Gráfico 6- Distribuição das(os) Trabalhadoras(es) de nível superior da PSBR por

formação

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Fonte:

Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

Entre as(os) 128 trabalhadoras(es) da Proteção Social Básica Regional, 62% (80)

possuem pós-graduação completa. Deste montante, 90% (72) concluiu a Especialização,

7% (6) o Mestrado e 3% (2) concluiu a modalidade Aperfeiçoamento.

Gráfico 7- Modalidades de Pós-Graduação das(os) Trabalhadoras(es) da PSB

Regional

Psicologia 12%

Serviço Social88%

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Fonte: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

Outro serviço existente no município vinculado à gestão da provisão da Proteção

Social Básica é o Serviço de Atendimento ao Migrante, que conta com uma equipe de

Analistas de Políticas Públicas (todas(os) assistentes sociais) que oferece ações de

acolhida, atendimento, orientação, encaminhamento e articulação com a rede

socioassistencial do SUAS BH e com os demais municípios. Conta com a retaguarda dos

serviços de acolhimento institucional da alta complexidade nas ações de acolhida às

pessoas em contexto de migração presentes na cidade. Conta ainda com a retaguarda da

passagem para retorno à cidade de origem na perspectiva da proteção social e retorno ao

convívio familiar. O Serviço de Atendimento ao Migrante possui 7 (sete)

trabalhadoras(es), sendo um deles o coordenador, todas(os) com formação em Serviço

Social, lotadas(os) na DRAS-CS5.

5 O Serviço de Atendimento ao Migrante funciona nas dependências da Central de Atendimento Presencial

- BH Resolve, localizada à Rua dos Caetés, 342 – Centro, Belo Horizonte. O atendimento é realizado de 2ª

a 6ª feira, no horário de 08 às 17h.

Mestrado7%

Aperfeiçoamento3%

Especialização90%

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49

5.5 Perfil das(os) trabalhadoras(es) da provisão da Proteção Social Especial

As ações de Proteção Social Especial correspondem ao nível de complexidade do

SUAS de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em

situação de risco pessoal e social ou em situação de violação de direitos. Suas atenções

são organizadas em dois níveis – a Proteção Social Especial de Média e de Alta

Complexidade.

No âmbito da Proteção Social Especial de Média Complexidade, Belo Horizonte

possui 09 (nove) Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS),

03 (três) Centros Pop e 01 (um) Centro Dia. Os serviços socioassistenciais executados

diretamente no CREAS são: Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias

e Indivíduos - PAEFI e Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de

Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida – LA e de Prestação de Serviços à

Comunidade – PSC. Há ainda nos CREAS uma equipe técnica para atendimento

específico aos usuários em situação de rua que demandam acolhida e inserção na atenção

socioassistencial por meio do acesso a este equipamento.

Com relação à atenção socioassistencial especializada às pessoas em situação de

rua, está referenciado aos CREAS o Serviço de Abordagem Social, executado por meio

de parceria com organização da sociedade civil.

O município conta com um equipamento de Centro-Dia, localizado na regional

Barreiro. A equipe deste equipamento executa o Serviço de Proteção Social Especial para

Pessoas com Deficiência e suas Famílias, serviço este referenciado ao CREAS desta

regional.

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Mapa 2– Localização dos equipamentos da Proteção Social Especial de Média

Complexidade – 2017

Fonte: PRODABEL/GVISO. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS.

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51

5.5.1 Perfil das(os) trabalhadoras(es) dos CREAS6

Atualmente, a distribuição do conjunto de trabalhadoras(es) do CREAS (193),

incluindo as(os) coordenadoras(es), por nível de escolaridade está assim distribuído: 189

trabalhadoras(es) de nível superior (98%) e 4 (2%) de nível médio. Não há

trabalhadoras(es) de nível fundamental atuando especificamente no CREAS.

Gráfico 8 - Distribuição das(os) trabalhadoras(es) dos CREAS7 por nível de

escolaridade

FONTE: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

Os 189 (cento e oitenta e nove) trabalhadoras(es) de nível superior do CREAS que

atuam na provisão dos serviços, incluindo as(os) coordenadoras(es) deste equipamento,

estão assim distribuídos:

a) 9 (5%) são formados em Direito, atuando via parceria (OSC) como

orientadores jurídicos;

b) 90 (48%) são psicólogas (os);

c) 89 (47%) são assistentes sociais;

6 De acordo com a NOB-RH, a equipe mínima dos CREAS para municípios de grande porte e metrópoles

deve ser de 1 coordenador, 2 assistentes sociais, 2 psicólogos, 1 advogado, 4 profissionais de nível superior

ou médio (abordagem dos usuários), e auxiliares administrativos.

7 O serviço especializado do CREAS exige do trabalhador uma atuação e acompanhamento especializado

e diferenciado, devido à natureza dos fenômenos que os serviços lidam.

SUPERIOR98%

MÉDIO2%

FUNDAMENTAL0%

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d) 1 (0,5%) é sociólogo.

Há um trabalhador com formação em Filosofia, não contabilizado aqui, que está

lotado em CREAS para realizar atividades de apoio à gestão do CREAS.

A equipe técnica formada por servidoras (es) responsável pela provisão dos

serviços executados diretamente nos CREAS está distribuída entre os serviços

socioassistenciais lá executados conforme a tabela abaixo. Como já apresentando, além

da equipe técnica e da coordenação, há 9 (nove) orientadores jurídicos com formação em

Direito.

Tabela 2- Trabalhadoras (es) dos CREAS distribuídos por Formação e

Serviço

SERVIÇO/EQUIPE SERVIÇO SOCIAL PSICOLOGIA TOTAL

PAEFI 40 41 81

Serviço PSE aos adolescentes em

cumprimento de MSE/LA e PSC 37 43 80

Equipe de atendimento à população

em situação de rua 7 3 10

TOTAL 84 87 171 Fonte: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

Entre as(os) 9 (nove) coordenadoras(es) de CREAS, 5(cinco) são Assistentes

Sociais, 3 (três) são psicólogas(os) e 1(um) é cientista social. Destes, 5 (cinco) concluíram

pós-graduação; 4 (quatro) concluíram Especialização e 1 (um) finalizou o Mestrado.

Tabela 3- Formação e escolaridade das(os) coordenadoras(es) de CREAS8

FORMAÇÃO

GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO MESTRADO TOTAL

SERVIÇO SOCIAL 3 1 1 5

CIÊNCIAS SOCIAIS 1 0 0 1

PSICOLOGIA 0 3 0 3

TOTAL 4 4 1 9

8 É importante considerar e demonstrar a experiência na política de assistência social, dada a natureza da

política.

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53

Fonte: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

Gráfico 9- Modalidade de pós-graduação das(os) trabalhadoras(es) do CREAS

Fonte: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

Dentre as(os) 189 trabalhadoras(es) de nível superior do CREAS, 70,37% (133)

possuem pós-graduação completa. Deste montante, a grande maioria, 92% (123),

concluiu Especialização, 7% (9) Mestrado e 1% (1) Doutorado. Foram contabilizados

neste montante as(os) 9 (nove) coordenadoras(es) do equipamento.

5.5.2 Perfil das (os) trabalhadoras(es) do Serviço Especializado em

Abordagem Social – SEAS

Atualmente, o Serviço Especializado em Abordagem Social/SEAS é executado

através de parceria com uma organização da sociedade civil (OSC). O SEAS em Belo

Horizonte é ofertado em uma unidade específica referenciada aos 9 (nove) CREAS do

município. Conforme informações da coordenação dos serviços de média complexidade

direcionados à população em situação de rua, a equipe do SEAS se encontra assim

distribuída: 75 (83%) de nível superior; 11(12%) de nível fundamental e 4 (5%) de nível

médio.

Especialização92%

Mestrado7%

Doutorado1%

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54

No âmbito do SEAS, merece destaque a atuação, além das (os) técnicas(os) de

nível superior, a presença de arte-educadoras(es) e de educadoras(es)-pares. O núcleo de

arte-educadoras(es) do SEAS é composto por profissionais com formações ligadas ao

campo artístico (música, artes cênicas, artes visuais) e desenvolvem atividades integradas

às equipes técnicas e as(aos) educadoras(es)-pares. Parte-se do raciocínio de que as

atividades do campo artístico poderão contribuir para a emancipação, articulação cultural

e o desenvolvimento de respostas às vulnerabilidades e agravos aos quais o público em

situação de rua se encontra exposto.

Já o corpo de educadoras(es)-pares é composto por pessoas com histórico de

situação de rua que superaram tal condição. A inserção deste grupo na equipe foi

deliberada na Conferência Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte realizada

em 2015. A justificativa para a presença deste novo ator se sustenta pela valorização do

seu saber e fazer, além de maior proximidade com o universo dos usuários, o que pode

contribuir para a sensibilização do público atendido.

O gráfico abaixo mostra o nível de escolaridade das(os) 75 (setenta e cinco)

trabalhadoras(es) de nível superior – incluindo as(os) arte-educadoras(es) – do SEAS.

Desse total, 83% possuem nível superior, 5% nível médio e 12% nível fundamental. O

gráfico seguinte aponta que das(os) trabalhadoras(es) de nível superior, a maior parte

possui formação em Serviço Social (40%), seguida por Psicologia (27%). Os demais

possuem uma diversidade de formações, com destaque para a Teologia (7%).

Gráfico 10-Trabalhadoras(es) do SEAS por escolaridade

Fonte: GGSMC/DPES. Março 2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

SUPERIOR83%

MÉDIO5%

FUNDAMENTAL12%

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Gráfico 11- Trabalhadoras(es) de nível superior do SEAS por formação

Fonte: GGSMC /DPES. Março 2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

5.5.3 Perfil das(os) trabalhadoras(es) do Serviço de Proteção Social Especial para

Pessoas com Deficiência adultas e suas famílias

Como já dito, Belo Horizonte possui um Centro-Dia de Referência para pessoas

com Deficiência. A unidade em questão funciona na regional Barreiro e está referenciada

ao CREAS daquele território. Nesta é executado o Serviço de Proteção Social Especial

para Pessoas com Deficiência adultas e suas famílias com algum grau de dependência.

Além da execução do referido serviço, o Centro-Dia se constitui como um espaço

de referência, no qual é prestado atendimento diurno a adultos com deficiência e suas

famílias. Tal como previsto na Tipificação, um dos principais objetivos do Centro-Dia –

e do serviço nele executado – é o fortalecimento da autonomia tanto das pessoas com

deficiência quanto daqueles responsáveis pelo cuidado delas.

Em relação à escolaridade, do total das(os) 50 trabalhadoras(es), a equipe do

Centro-Dia se encontra assim distribuída: 24 (48%) são trabalhadoras(es) de nível médio;

Psicologia 27%

Serviço Social40%Pedagogia

5%

Administração1%

Artes Visuais4%

Teatro3%

Ciências Políticas1%

Teologia7%

Direito3%

Música1%

História1% Filosofia

4%

Comunicação Social 3%

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21 (42%) são trabalhadoras(es) de nível superior; 5 (10%) são trabalhadoras(es) de nível

fundamental.

Entre as profissões de nível superior, tem-se uma maioria de psicólogas(os)

(33%), seguida por assistentes sociais (14%). Tem-se ainda Enfermeiras(os), Terapeutas

Ocupacionais e Fisioterapeutas. A natureza da oferta realizada neste equipamento exige

profissionais da área da saúde, haja vista no que diz respeito à utilização das chamadas

tecnologias assistivas. Tecnologias assistivas são ferramentas, atividades, recursos,

dentre outros meios que visam à ampliação das capacidades funcionais da pessoa com

deficiência (SARTORETTO, M; BERSCH, R, 2017). Ressalta-se que, tal como no

tocante ao SCFV, há um grupo de trabalhadoras(es) (28%) cuja formação superior não

foi identificada. Estes foram inseridos no bloco “outras formações” durante o

preenchimento do Censo SUAS 2017.

Gráfico 12-Trabalhadoras(es) do Centro Dia de nível superior por formação

Fonte: Censo SUAS 2017. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

Em relação as(os) trabalhadoras(es) de nível médio, tem-se que 50% exercem a

função de auxiliar de cuidador, 17% de cuidador e 17% também de educador social, 4%

de serviços gerais e 12% outras funções.

Psicologia 33%

Serviço Social 14%

Pedagogia5%

Administração5%

Fisioterapia5%

Terapia Ocupacional

5%

Enfermagem5%

Outras formações de nível superior

28%

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Gráfico 13-Trabalhadoras(es) de nível médio do Centro Dia por função

Fonte: Censo SUAS 2017. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

5.6 Perfil das(os) trabalhadoras(es) da provisão da Proteção Social Especial de

Alta Complexidade

Com relação à oferta de serviços da Proteção Social Especial de Alta

Complexidade, a Tipificação estabelece os seguintes serviços e modalidades:

a) Serviço de Acolhimento Institucional, nas modalidades: abrigo institucional,

Casa-Lar, Casa de Passagem, Residência Inclusiva;

b) Serviço de Acolhimento em República;

c) Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;

d) Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.

O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora é uma modalidade de

acolhimento familiar executado desde 2009, pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte,

em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei 8.069/90, sendo

esta modalidade apontada como preferencial em relação ao acolhimento institucional

(art.34). Este serviço objetiva garantir o direito à convivência familiar e comunitária,

promovendo o acolhimento familiar de crianças e adolescentes na faixa etária de 0 a 18

Cuidador17%

Auxiliar de Cuidador

50%

Educador Social17%

Outros12%

Serviços Gerais4%

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anos incompletos, em situação de risco pessoal e social, afastadas de suas famílias,

oferecendo apoio, orientação e acompanhamento sociofamiliar aos grupos familiares

envolvidos.

A organização e funcionamento deste Serviço ocorrem em consonância com as

normativas vigentes, sendo que as crianças e/ou adolescentes no âmbito do SUAS/BH,

são identificados em dois grupos com características específicas: A) Modalidade I:

crianças e/ou adolescentes retirados da guarda dos pais ou responsáveis, por meio de

medida protetiva de acolhimento e com possibilidade de reintegração familiar. B)

Modalidade II: crianças e/ou adolescentes, com ou sem histórico de institucionalização e

afastados do convívio familiar, sem possibilidade de retorno à família de origem/extensa

ou ampliada, atestada no momento a inexistência de postulantes à adoção nacional ou

internacional.

Conforme dados do Censo SUAS 2017, a equipe do Serviço de Acolhimento em

Família Acolhedora de Belo Horizonte é composta por 6(seis) trabalhadoras(es) de nível

superior, 1(um) de nível médio e 1(um) de nível fundamental. Na tabela abaixo, são

descritas as formações de nível superior presentes no respectivo serviço.

Tabela 4-Formação das(os) técnicas(os)de nível superior - Família Acolhedora

FAMÍLIA ACOLHEDORA

Psicologia 2

Serviço Social 2

Direito 1

Pedagogia 1

TOTAL 6 Fonte: Censo SUAS 2017. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

O trabalhador de nível médio ocupa a função de apoio administrativo; já o

trabalhador de nível fundamental atua como motorista do serviço.

Em relação ao serviço de acolhimento institucional, observa-se que a maior parte

das(os) trabalhadoras(es) do SUAS-BH atua nesse serviço, abrangendo suas distintas

modalidades (casa lar, abrigo, casa de passagem, dentre outros) e públicos (criança e

adolescente, idoso, pessoa com deficiência, adultos e famílias, pessoas em situação de

rua, mulheres em situação de violência, dentre outros). Conforme dados do Censo SUAS

2017, existem 2.175 trabalhadoras(es) no Acolhimento Institucional, assim distribuídos:

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1.080 (50%) de nível médio; 613 (28%) de nível fundamental e 482 (22%) de nível

superior.

Destaca-se o número de trabalhadoras(es) de nível médio (1.080) na execução do

acolhimento institucional no município. O cargo cuidador concentra a maior parte das(os)

trabalhadoras(es) com este nível de escolaridade.

Gráfico 14- Distribuição das(os) trabalhadoras(es) de nível médio do Serviço de

Acolhimento Institucional por função

Fonte: Censo Suas 2017. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

Os cargos cuidador e serviços gerais representam, em conjunto, 61% das

ocupações de nível fundamental no âmbito do acolhimento institucional, conforme

destacado no gráfico abaixo:

Cuidador residente

3%

Apoio Administrativo

5%

Auxiliar de

Cuidador

2%

Educador Social25%

Motorista2%

Outros16%

Serviços Gerais6%

Cozinheiro5%

Cuidador35%

Coordenação1%

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Gráfico 15- Distribuição das(os) trabalhadoras(es) de nível fundamental do Serviço

de Acolhimento Institucional por função

Fonte: Censo SUAS 2017. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

Dentre as(os) profissionais de nível superior, Serviço Social (27%) e Psicologia

(25%) são as duas formações com maior número de profissionais no Acolhimento

Institucional. Outro ponto que chama a atenção é a presença de médicos, enfermeiros,

nutricionistas e fisioterapeutas, profissões ligadas ao cuidado em saúde. Apesar de a base

do Censo SUAS 2017, no eixo Recursos Humanos, não permitir separar o corpo de

trabalhadoras(es) por modalidades do acolhimento, pela experiência na gestão do serviços

pode-se deduzir que a maior parte das(os) profissionais com formação no campo da saúde

atuam nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), devido à necessidade

de cuidados em saúde exigidos por esse público.

Apoio Administrativo

1%

Cozinheiro16%

Cuidador31%

Cuidador residente

2%

Serviços Gerais30%

Educador Social4%

Coordenação0%

Motorista1% Outro

10%

Auxiliar de Cuidador

5%

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Novamente, cabe destacar que há uma porcentagem significativa de

trabalhadoras(es) (17%) cadastradas(os) no bloco “outras formações”.

Gráfico 16-Distribuição das(os) trabalhadoras(es) de nível superior do Serviço de

Acolhimento Institucional por formação

Fonte: Censo SUAS 2017. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

5.7 Perfil das(os) trabalhadoras(es) da gestão do SUAS

Além dos equipamentos e ações socioassistenciais estratégicas citadas acima, faz

parte da estrutura da SUASS as diretorias vinculadas ao órgão gestor da Política de

Assistência de Belo Horizonte. Estão vinculadas ao órgão gestor as seguintes diretorias:

a) Diretoria de Gestão do Sistema Único de Assistência Social (DGAS); b) Diretoria de

Proteção Social Básica (DPSO); c) Diretoria de Proteção Social Especial (DPES); d)

Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos (DRGD) e; e) Diretoria

Regional de Assistência Social (DRAS). Esta última, enquanto unidade de gestão do

Psicologia 25%

Serviço Social27%

Direito1%

Pedagogia1%

Administração3%

Sociologia1%

Fisioterapia5%

Nutrição 3%

Medicina5%

Terapeuta Ocupacional

3%

Economia2%

Enfermagem7%

Sistemas de Informação

0%

Programação0%

Outras formações 17%

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SUAS, está localizada em cada uma das coordenadorias administrativas do município,

totalizando 09 (nove) DRAS.

As equipes responsáveis pela gestão do Fundo Municipal de Assistência Social

estão lotadas na Diretoria Administrativa e na Diretoria de Planejamento, Gestão e

Finanças, unidades que estão vinculadas diretamente à SMASAC.

As(os) profissionais lotadas(os) no órgão gestor central, assim como aquelas(es)

responsáveis pelo suporte às DRAS9, desempenham funções técnicas de apoio à gestão e

ao provimento de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. É

importante destacar o papel exercido pelas(os) profissionais de nível superior que

possuem outras formações ratificadas pela Resolução CNAS nº 17, de 20 de junho de

201110, para a atuação preferencial na gestão do SUAS. Da mesma forma, é importante

destacar as ocupações de nível médio e fundamental reconhecidas pela Resolução CNAS

nº 9, de 15 de abril de 2014 (Brasil, 2014), em consonância com a NOB-RH/SUAS.

Atualmente 153 (cento e cinquenta e três) trabalhadoras(es) estão lotadas(os) no

órgão gestor SUASS de nível central, contabilizando aqui aquelas(es) que ocupam cargos

e, ou funções gratificadas que somam 35 trabalhadoras(es). O nível de formação

dessas(es) trabalhadoras(es) está assim distribuído: 112 (73%) de nível superior, 40 (26%)

de nível médio e 1 (1%) de nível fundamental.

Cabe lembrar que as equipes dos serviços do SUAS são regulados pela NOB-RH

e tipificados de acordo com a natureza do trabalho. No caso das parcerias, o município de

Belo Horizonte assume a responsabilidade e delega a execução de parte dos serviços às

organizações da sociedade civil parceiras.

9 Trata-se de trabalhadoras(es) (as) que desenvolvem atividade técnico-administrativas e compõem as

equipes de apoio à gestão da DRAS. 10 É importante fomentar a discussão sobre as outras formações que não estão incluídas na referida

resolução, mas que contribuem com a política de assistência social.

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Gráfico 17- Escolaridade das(os) trabalhadoras(es) da SUASS (nível central)

Fonte: DPES/DGAS/DPSO/DRSGD/GAB SUASS. Setembro 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

As(os) trabalhadoras(es) do nível central possuem formação variada, como

apontado na tabela abaixo. A maior parte das(os) trabalhadoras(es) de nível superior do

órgão gestor SUASS são formados em Serviço Social (34%), seguido por Psicologia

(30%) e depois Ciências Sociais (9,8%):

Tabela 5- Distribuição das(os) trabalhadoras(es) de nível superior do órgão gestor

nível central por formação11

Psicologia 34

Serviço Social 38

Direito 4

Ciências Sociais 11

Ciências Contábeis 2

História 3

Administração 3

Geografia 1

Letras 2

Sistemas de Informação 4

Ciências da Informação 3

Engenharia Química 1

11 Anteriormente, o concurso público para a política de assistência social era amplo e abarcava várias

categorias profissionais. Após a publicação das normativas referentes aos recursos humanos do SUAS, os

concursos públicos passaram a dar primazia para a seleção de assistentes sociais e psicólogas(os). As outras

categorias profissionais se concentram, em sua maioria, na execução de funções de apoio à gestão.

SUPERIOR73%

MÉDIO26%

FUNDAMENTAL1%

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Filosofia 2

Comunicação Social 1

Pedagogia 3

TOTAL 112

Fonte: DPES/DGAS/DPSO/DRSGD/GAB SUASS. Setembro 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

Com relação à formação de pós-graduação, 57% (64) das(os) trabalhadoras(es) de

nível superior do órgão gestor possuem pós-graduação completa. Destes, 43 (67%)

concluíram Especialização, 17 (26%) o Mestrado, 3 (5%) Doutorado e 1 (2%) a

modalidade Aperfeiçoamento.

Atualmente, a formação do conjunto de trabalhadoras(es) lotadas(os) nas DRAS

(130) exercendo funções de gestão ou apoio à gestão (excetuando aquelas(es) que atuam

em serviços), está assim distribuída: 98 (75%) de nível médio, 21 (16%) de nível superior

e 11(9%) de nível fundamental. A maioria de nível médio se justifica pela presença

das(os) entrevistadoras(es) sociais, cujo vinculo é contrato de prestação de serviços

temporários por excepcional interesse público para atuarem no âmbito da Transferência

de Renda e CadÚnico. Foram computados no montante acima, 18 (dezoito)

trabalhadoras(es) que ocupam cargo ou função gratificada, o que inclui os nove diretores

regionais e 9 profissionais que possuem Função Gratificada para apoiar diretamente a(o)

diretora(r).

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Gráfico 18- Trabalhadoras(es) da gestão lotados na DRAS por escolaridade

Fonte: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

Abaixo, são descritas as formações dos 21(vinte) trabalhadoras(es) de nível

superior lotados nas DRAS. Observa-se que a maior parte (10, ou seja, cerca de 50%) são

formadas(os) em Serviço social, seguido por 7 em Psicologia (33%) e por formações

variadas (um em cada).

Tabela 6- Distribuição das(os) trabalhadoras(es) das equipes de gestão das

DRAS por formação

SERVIÇO SOCIAL 10

CIÊNCIAS SOCIAIS 1

PSICOLOGIA 7

COOPERATIVISMO 1

HISTÓRIA 1

FILOSOFIA 1

TOTAL 21 FONTE: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

FUNDAMENTAL9%

MÉDIO 75%

SUPERIOR16%

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66

5.8 Quantitativo das (os) estagiárias(os) remuneradas (os) das equipes da SUASS

Atualmente existem 71 estagiárias(os) na rede governamental do SUAS BH(

órgão gestor e provimento de serviços e benefícios). Destes, 36(51%) são de nível

superior e 35(49%) são de nível médio.

Gráfico 19- Estagiárias (os) remuneradas(os) da PBH lotados nas unidades da

SUASS

Fonte: GERHU/SMASAC. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

5.9 Total das(os) trabalhadoras(es) do SUAS-BH

O SUAS-BH conta com o total de 4.107 trabalhadoras(es), sendo que 79% (3.238)

atuam na rede socioassistencial parceira e 21% (869) na rede governamental.

Ensino Superior49%

Ensino Médio51%

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Gráfico 20- Trabalhadoras(es) do SUAS BH por vínculo

Fonte: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. CMAS-BH.SUASS. Setembro de 2018. Censo

SUAS 2017. GGSMC/DPES. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

Com relação à escolaridade, 42% (1.709) são trabalhadoras(es) de nível médio;

39% (16.00) são de nível superior e 19% (798) de nível fundamental.

Gráfico 21-Escolaridade das(os) trabalhadoras(es) do SUAS-BH

Fonte: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Censo SUAS 2017.

GGSMC/DPES 2018. Elaborado por GGTEP/DGAS /SUASS.

Ao analisarmos a proporção de trabalhadoras(es) de nível médio e superior se pela

vinculação à rede governamental ou às organizações da sociedade civil parceira, vemos

79%

21%

Ensino Superior39%

Ensino Médio42%

Ensino Fundamental

19%

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que no caso da primeira há uma preponderência do número de trabalhadoras(es) de nível

médio – 46% no caso das organizações da sociedade civil parceiras e 25% no caso da

rede governamental. O gráfico mostra o quadro de pessoal da rede socioassistencial

privada12 com um quantitativo de 3.238 trabalhadoras(es), distribuídas(os) em três níveis

de escolaridade: superior, médio e fundamental. Destes, 1495 (46%) correspondem ao

nível médio de escolaridade, configurando a maioria. No nível superior são 970 (30%) e

no nível fundamental 773 (24%).

No caso da rede socioassistencial governamental, tem-se um quantitativo de 869

trabalhadoras(es), distribuídas(os) em três níveis de escolaridade: superior, médio e

fundamental. Destas(es), 630 (72%) correspondem ao nível superior. No nível médio são

214 (25 %) e no nível fundamental 25 (3%). De forma distinta da rede privada, a maior

parte das(os) trabalhadoras(es) da rede governamental tem formação superior. Entre

as(os) 572 trabalhadoras(es) da rede socioassistencial governamental que atuam em ações

relacionadas à provisão de serviços e benefícios, 491 (86%) tem formação superior.

Gráfico 22-Distribuição das(os) trabalhadoras(es) da rede socioassistencial não

governamental por escolaridade

Fonte: Censo SUAS 2017. GGSMC/DPES 2018. Elaborado por GGTEP DGAS/SUASS.

12Os dados acima são referentes ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), ao

Serviço de Acolhimento em Família Acolhedoras, aos Centros Pop, Centro-Dia , Serviço Especializado em

Abordagem Social/SEAS e às Unidades de Acolhimento Institucional.

Ensino Superior30%

Ensino Médio46%

Ensino Fundamental

24%

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Gráfico 23-Distribuição das(os) trabalhadoras(es) da rede socioassistencial

governamental por escolaridade

Fonte: SUASS. Setembro de 2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

O número maior de trabalhadoras(es) de nivel médio nas organizações da

sociedade civil parceiras encontram-se na Alta Complexidade. A maioria das(os)

trabalhadoras(es) das unidades de acolhimento institucional atua como educadoras(es)

sociais, cuidadoras(es) sociais ou orientadoras(es) sociais, ocupações previstas na

Resolução nº 09, de 15 de Abril de 2014, cuja escolaridade exigida é nivel médio.

Detalhando os dados sobre as(os) trabalhadoras(es) da rede governamental, a

tabela abaixo apresenta a distribuição da rede governamental, por local de lotação e

formação na SUASS13. Observa-se que das(os) 869 trabalhadoras(es) da SUASS, 572

(65,8%) atuam na provisão de serviços, programas e projetos e 297 (34,2%) atuam na

gestão.

13 Trabalhadoras(es) que atuam como entrevistadoras(es) sociais nas ações do CADÚnico,

contabilizadas(os) como trabalhadoras(es) atuante na gestão. O mesmo se aplica as(os) trabalhadoras(es)

do CMAS.

Ensino Superior

72%

Ensino Médio25%

Ensino Fundamental

3%

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Tabela 7-Distribuição das(os) trabalhadoras(es) da rede governamental que

atuam na provisão de serviços, programas e benefícios por escolaridade e lotação

LOTAÇÃO FUNDAMENTAL MÉDIO SUPERIOR TOTAL

CRAS 10 67 162 239

CREAS 0 4 189 193

Proteção Social Básica

Regional 0 0 128 128

NAMSEP 0 6 6

Serviço de Atendimento ao

Migrante 10 6 6

TOTAL 10 71 491 572 Fonte: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. Setembro de 2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS.

Tabela 8- Distribuição das (os) trabalhadoras(es) da rede governamental que

atuam na gestão por escolaridade e lotação

LOTAÇÃO FUNDAMENTAL MÉDIO SUPERIOR TOTAL

DRAS 11 98 21 130

ÓRGÃO GESTOR SUASS 3 5 6 14

CMAS 1 40 112 153

TOTAL 15 143 139 297 FONTE: Diretorias Regionais de Assistência Social/DRAS. CMAS-BH.SUASS. Setembro de 2018.

Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

Nota-se que a maior parte das(os) trabalhadoras(es) da rede governamental que

atuam na provisão dos serviços possui nível superior, o que equivale a 85,8% do total de

trabalhadoras(es) que atuam na provisão. Já na gestão, nota-se quase a mesma proporção

de trabalhadoras(es) de nível médio (48,1%) e nível superior (46,8%), com prevalência

das(os) trabalhadoras(es) de nível médio.

Com relação às categorias sexo/gênero, na rede socioassistencial privada, das(os)

3.238 trabalhadoras(es), 79% (2.548) são mulheres e 21% (690) são homens. Já na rede

governamental, das(os) 869 trabalhadoras(es), 71% (617) são mulheres e 29% (252) são

homens. Há, portanto, um número maior de trabalhadoras mulheres atuando na rede

socioassistencial. Dos 4.107 trabalhadoras(es) do SUAS-BH, 77% (3165) são mulheres e

23% (942) são homens. A seguir, gráfico com a proporção sexo/gênero do total de

trabalhadoras(es) do SUAS-BH.

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71

Gráfico 24-Proporção sexo/gênero das(os) trabalhadoras(es) do SUAS-BH

Fonte: Censo SUAS 2017. SUASS 2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

FEMININO

77%

MASCULINO

23%

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6 PERFIL DAS (OS) CONSELHEIRAS(OS) MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA

SOCIAL

O Conselho Municipal de Assistência Social - CMAS/BH é instância de

deliberação da Política Pública de Assistência Social, vinculado à estrutura administrativa

da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania –

SMASAC, com caráter permanente e composição paritária entre governo e sociedade

civil, que, no exercício de suas atribuições, normatiza, disciplina, acompanha, avalia,

delibera e fiscaliza a gestão e a execução dos serviços, programas, projetos e benefícios,

prestados pela rede socioassistencial (Belo Horizonte, 2015).

O CMAS/BH é composto de 40 (quarenta) membros titulares, e respectivos

suplentes, respeitada a paridade entre governo e sociedade civil, sendo 20 (vinte)

representantes do Poder Executivo Municipal e 20 (vinte) representantes da sociedade

civil, incluindo representantes de usuários, de entidades e organizações de assistência

social e entidades representativas das(os) trabalhadoras(es) do SUAS/BH.

De acordo com o Regimento Interno do CMAS/BH (Resolução nº 066/2016), os

representantes do Executivo são indicados pelo Prefeito para um mandato de 2 (dois)

anos, podendo este ser renovado. Já os representantes da sociedade civil são eleitos para

um mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reeleitos para um único período subsequente,

em assembleias especificamente convocadas para esse fim. Esse processo é coordenado

pelo CMAS/BH, baseado em Regimento Eleitoral deliberado pelo Plenário do Conselho.

As(os) conselheiras(os) governamentais são representantes do poder executivo

municipal da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e

Cidadania, das subsecretarias que a compõem, além de representantes de outras políticas

públicas, tais como saúde, educação, planejamento, trabalho e emprego e governo.

Os representantes da Sociedade Civil são assim discriminados:

I) 09 (nove) representantes dos usuários, sendo 01 (um) de cada Conselho

Regional de Assistência Social – Coras;

II) 01 (um) representante de entidade ou organização de usuários do

Sistema Único de Assistência Social – SUAS, de base municipal;

III) 06 (seis) representantes de entidades socioassistenciais;

IV) 04 (quatro) representantes de organizações de trabalhadoras(es) do

Sistema Único de Assistência Social – SUAS.

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O representante dos usuários é a pessoa atendida nos serviços, programas,

projetos e benefícios socioassistenciais, que componha um dos nove Conselhos Regionais

de Assistência Social - CORAS, em fóruns regionais. As entidades e organizações de

assistência social são aquelas definidas nos termos do inciso III do art. 12 da Lei

Municipal nº 10.836/2015 e regularmente inscritas no CMAS-BH.

A representação de organizações de trabalhadoras(es) do SUAS é reconhecida

como todas as formas de organização de trabalhadoras(es) do setor como associações de

trabalhadoras(es), sindicatos, federações, confederações, centrais sindicais, conselhos

federais de profissões regulamentadas, fórum nacional, e fóruns regionais, estaduais e

municipais de trabalhadoras(es), que organizam, defendem e representam os interesses

das(os) trabalhadoras(es) que atuam institucionalmente na política de assistência social,

conforme preconizado na Lei Orgânica da Assistência Social-LOAS, na Política Nacional

de Assistência Social - PNAS e no Sistema Único da Assistência Social - SUAS.

(Resolução CNAS nº 06/2015).

O Presidente, o Vice-Presidente, o Primeiro e o Segundo Secretários do

CMAS/BH são eleitos anualmente, na primeira sessão plenária de cada gestão, podendo

as vagas ser ocupadas por conselheiras(os) titulares ou suplentes, respeitada a alternância

entre governo e sociedade civil.

Quadro 1- Organização do CMAS-BH

PLENÁRIO Instância de deliberação plena, composta pelo conjunto de

conselheiras(os) titulares e suplentes no exercício da função.

MESA

DIRETORA

Composta pelo Presidente, Vice-Presidente, Primeiro e Segundo

Secretários e pelas(os) coordenadoras(es) das Comissões

Permanentes e Temporárias de Trabalho.

COMISSÕES

DE

TRABALHO

Instâncias de caráter consultivo e dividem-se em permanentes e

temporárias. São compostas por Conselheiras(os), podendo contar

com a presença de colaboradores de acordo com a matéria a ser

tratada.

SECRETARIA

EXECUTIVA

Assessora e presta apoio técnico, jurídico, administrativo e

operacional ao CMAS/BH. Subordinada, hierarquicamente, à

Mesa Diretora e, administrativamente, ao órgão gestor da Política

Municipal de Assistência Social.

Fonte: CMAS-BH (2018).

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74

A atual equipe da Secretaria Executiva do CMAS conta com 6 (seis) profissionais

de nível superior, sendo 4 (quatro) assistentes sociais, 1(um) psicólogo e 1 (uma)

orientadora jurídica com formação em Direito. Entre os (as) seis trabalhadoras(es) (as) de

nível superior, um ocupa a função de Secretário Executivo. Além das(os)

trabalhadoras(es) citadas(os), compõe a equipe 5 (cinco) trabalhadoras(es) de nível médio

e 3 (três) de nível fundamental, totalizando 14 trabalhadoras(es).

Conforme proposto na Resolução nº 237, de 14 de dezembro de 2006 (BRASIL,

2006b), a secretaria executiva deve apoiar o funcionamento do CMAS tanto no que diz

respeito à assessoria técnica às reuniões/Plenário quanto em relação à organização

administrativa do órgão, tais como o registro das reuniões, a divulgação das deliberações,

a informação sobre as datas das Comissões, dentre outros aspectos.

Importante destacar que em conformidade com a Resolução CMAS/BH nº

19/2015, os Comissões Regionais de Assistência Social – CORAS são instâncias de

caráter consultivo que têm a função de propor diretrizes, acompanhar e fiscalizar a

implantação da Política de Assistência Social nas respectivas regionais administrativas

do município de Belo Horizonte e as Comissões Locais de Assistência Social – CLAS,

são instâncias sub-regionais de caráter consultivo, que têm a função de propor políticas e

acompanhar a implantação das que forem aprovadas nas respectivas regionais.

Os dados abaixo se referem ao conjunto de 40 conselheiras(os) empossadas(os)

da sociedade civil e 35 governamentais que responderam o questionário aplicado pela

secretaria executiva no início do segundo semestre de 2018. Com relação à identidade de

gênero, a maioria das(os) conselheiras(os) são mulheres. Do total de 75 conselheiras(os)

empossadas(os), 52 (69,3%) são mulheres e 23 (30,6%) são homens. Esta proporção é

similar se analisamos os segmentos separadamente. No segmento sociedade civil temos

27 mulheres e 13 homens; no segmento governamental temos 25 mulheres e 10 homens.

Com relação à escolaridade, temos a seguinte proporção, conforme tabelas abaixo:

Tabela 9-Distribuição das (os) conselheiras(os) municipais representantes da

sociedade civil por escolaridade

Nível de escolaridade Quantidade

Ensino Fundamental incompleto 1

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75

Ensino Fundamental completo 1

Ensino Médio incompleto 3

Ensino Médio completo 11

Ensino Superior incompleto 4

Ensino Superior completo 6

Pós-graduação incompleta 1

Pós-graduação completa 13

Total 40 Fonte: CMAS-BH 2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

Destaca-se neste grupo o número de conselheiras(os) da sociedade civil que

possuem ensino médio completo (11), o que equivale a 27,5% deste segmento; e pós-

graduação completa (13), o que equivale a 32,5% deste grupo.

Tabela 10-Distribuição dos conselheiras(os) municipais representantes do

governo por escolaridade

Nível de escolaridade Quantidade

Ensino Fundamental incompleto 0

Ensino Fundamental completo 0

Ensino Médio incompleto 0

Ensino Médio completo 1

Ensino Superior incompleto 1

Ensino Superior completo 7

Pós-graduação incompleta 2

Pós-graduação completa 24

Total 35

Fonte: CMAS-BH 2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

Destaca-se neste grupo o número de conselheiras(os) com pós-graduação

completa (24), o que equivale a 68,5% deste segmento. Outra informação que se destaca

é o alto grau de escolaridade destas(es) conselheiras(os) que possuem o ensino médio

completo como escolaridade mínima.

Do total de conselheiras(os) municipais que responderam ao questionário, temos

a seguinte distribuição com relação à escolaridade:

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Gráfico 25- Distribuição das (os) conselheiras (os) municipais por nível de

escolaridade

Fonte: CMAS-BH 2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS.

Destacam-se os seguintes dados: 77,5% (37) das(os) conselheiras(os) municipais

possuem pós-graduação completa, 17,5% (13) possuem graduação completa, e 16% (12)

possuem ensino médio completo.

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7 LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES DE CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO

O planejamento das ações de capacitação e formação deve estar orientado e

alinhado às diretrizes de gestão do SUAS, às demandas relacionadas ao diagnóstico

socioterritorial municipal e às demandas construídas a partir das necessidades elencadas

pelos públicos a serem alcançados pelas ações de Educação Permanente. A execução

destas ações, por sua vez, deverá estar alinhada ao planejamento orçamentário.

As diretrizes de gestão para o SUAS de Belo Horizonte estão compiladas e

publicizadas nos seguintes instrumentos: Plano Municipal de Assistência Social - PMAS

(Belo Horizonte, 2018a) e Plano Plurianual de Ação Governamental – PPAG (Belo

Horizonte, 2018b), em especial os projetos estratégicos da SUASS, a saber: SUAS BH

Protege e Atenção Socioassistencial à população em situação de rua14.

O conhecimento da realidade sociodemográfica do município, assim como de

cada uma das nove regionais administrativas, é de suma importância para que as

características e necessidades sociais dos territórios sejam consideradas no processo de

planejamento das ações de Educação Permanente. Para que alcancemos o objetivo de

qualificação das ofertas socioassistenciais, o que necessariamente requer diferentes

estratégias de gestão, é necessário o alinhamento entre as demandas socioterritoriais de

proteção socioassistencial e as demandas de qualificação técnica. Dessa forma, o

diagnóstico socioterritorial deve se constituir como conteúdo obrigatório no processo de

definição das ações de Educação Permanente, assim como este já orienta a direção da

implementação das ofertas socioassistenciais. Por essa razão, compõe o presente Plano o

diagnóstico socioterritorial do município de Belo Horizonte desenvolvido no ano de 2018

com parte integrante do Plano Municipal de Assistência Social 2018-2021 (Belo

Horizonte, 2018) (Anexo).

O levantamento de necessidades para a definição das ações de Educação

Permanente deverá ser contínuo e realizado cotidianamente pelas(os) gestoras(es),

trabalhadoras(es) e conselheiras(os) a partir de discussões nas reuniões de equipe e

espaços de diálogos já instituídos no SUAS-BH. O registro das necessidades e temas

deverá ser feito em formulário eletrônico online, a ser elaborado pela GGTEP/DGAS,

com o assessoramento do NUMEP, de modo a captar os problemas motivadores que

14 O PPAG é atualizado anualmente e para o Contrato de Metas de 2019, confluíram os dois projetos

estratégicos anteriores em um único projeto estratégico, intitulado SUAS-BH Protege. Essa conduta

favorece uma maior interface interna à SUASS.

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78

geraram a necessidade de capacitação, a sugestão do tipo de ação a ser desenvolvida e os

temas prioritários a serem tratados. Ao longo dos anos de vigência deste Plano de

Educação Permanente, recomenda-se a atualização dos dados de vigilância

socioassistencial de modo a qualificar a definição das ações de Educação Permanente

anualmente, em especial a definição das temáticas que comporão as matrizes de

conteúdos.

O acesso a este formulário pela área técnica responsável deverá ser permanente.

Os dados gerados no formulário eletrônico deverão ser sistematizados e analisados

periodicamente, além de complementados e qualificados em ações presenciais e

participativas. Nestas ações, para além do material compilado das demandas de

capacitação levantadas de forma permanente, serão também analisados os relatórios finais

de avaliação realizados ao final de cada ação de Educação Permanente. Este relatório será

composto pelos apontamentos da avaliação presencial conduzida pela GGTEP/DGAS

com os participantes e facilitadores das ações de capacitação, assim como pelo resultado

das avaliações de reação respondidas individualmente por cada participante da ação.

Os produtos de natureza diagnóstica e avaliativa desse processo subsidiarão o

planejamento das ações de capacitação do ano subseqüente e comporão as matrizes de

conteúdos. Este processo anual de diagnóstico e avaliação deverá ser conduzido pela

GGTEP/DGAS, com o assessoramento do NUMEP.

Recomenda-se que as ações de avaliação e levantamento de necessidades de

capacitação sejam realizadas de forma ampliada, com representação de todos os públicos

a serem alcançados pelas ações de Educação Permanente. Recomenda-se ainda a

elaboração de um plano de ação para esta etapa do planejamento a ser executado no

período dos meses de outubro a dezembro do ano vigente para o planejamento das ações

de Educação Permanente do ano subsequente.

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8 DEFINIÇÃO DAS AÇÕES DE FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO

As ações de Educação Permanente a serem executadas no município no período

dos anos de 2018 a 2021 serão organizadas e detalhadas em quatro Planos Anuais de

Capacitação (PAC) e um Plano de Ação de Formação (PAFO), que seguirão as diretrizes

e princípios da PNEP (Brasil, 2013).

O planejamento detalhado das ações de capacitação deverá ser realizado

anualmente, conforme levantamento de necessidades e diretrizes de gestão do SUAS-BH.

Para cada um dos tipos de ação de capacitação definidos na PNEP, deverá ser elaborado

um plano de ação específico, que comporão, conforme diagnóstico, cada um dos

percursos formativos (Brasil, 2013).

Os Planos Anuais de Capacitação deverão ser compostos pelos planos de ação de

cada uma das ações de capacitação, a saber:

● Plano de Ação da Capacitação Introdutória (PACI);

● Plano de Ação da Supervisão Técnica (PAST);

● Plano de Ação da Capacitação de Atualização (PACA).

O Plano de Ação é um importante instrumento de gestão para organização do

planejamento e acompanhamento das ações a serem executadas. Em relação às ações de

Educação Permanente, permitem discriminar o cronograma das aulas e/ou encontros, com

seus respectivos locais e horários de realização, as temáticas a serem trabalhadas, o nº de

vagas de cada turma, quem serão os facilitadores, recursos necessários, dentre outras

informações.

Cabe ressaltar que, de acordo com o objetivo de cada ação e com o percurso

formativo que esta irá integrar, deverá ser elaborado também um Plano Pedagógico, no

qual constarão: a matriz de conteúdos, a descrição do público-alvo, composição das

turmas, material didático necessário, parâmetros para frequência, participação e

certificação. Além disso, o Plano Pedagógico de cada ação de Educação Permanente

conterá informações detalhadas sobre metodologias participativas, justificativa da

capacitação, cronograma, dentre outras informações detalhadas.

Com relação às ações de formação, estas deverão ser planejadas por meio de um

plano de ação específico, o Plano de Ação da Formação (PAFO), que deverá ser

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80

plurianual em razão da natureza e duração dos tipos de ação possíveis previstos na PNEP

(Brasil, 2013).

As ações contidas nos PAC e no PAFO serão planejadas considerando os

percursos formativos contidos na PNEP (2013):

a) Percurso Formativo – Gestão do SUAS: Este percurso engloba as diferentes ações de

formação e capacitação destinadas à geração, manutenção e desenvolvimento de

competências aplicadas especificamente ao desenvolvimento da função de gestão do

SUAS, em consonância com as normativas vigentes. O público-alvo são gestoras(es) e

trabalhadoras(es) do SUAS que atuam na gestão do SUAS municipal.

b) Percurso Formativo – Provimento de Serviços e Benefícios Socioassistenciais: Este

percurso inclui as diferentes ações de formação e capacitação destinadas especificamente

à geração, manutenção e desenvolvimento de competências aplicadas especificamente ao

desenvolvimento da função de provimento de serviços e benefícios, relacionadas às: a)

competências individuais relativas ao desempenho da função e atribuição laboral que

cada profissional desempenha no quadro das Equipes de Referência ou nas atividades de

apoio finalístico a estas; b) à articulação e combinação sinérgica dessas competências

individuais para a resolução de problemas e a consecução de objetivos comuns às equipes.

O público-alvo são trabalhadoras(es) do SUAS com Ensino Fundamental, Médio e

Superior que atuam na rede socioassistencial governamental e nas organizações da

sociedade civil.

c) Percurso Formativo – Controle Social do SUAS: Este Percurso Formativo inclui as

diferentes ações de formação e capacitação destinadas especificamente à geração,

manutenção e desenvolvimento de competências aplicadas ao desenvolvimento da função

de controle social do SUAS. O público alvo são agentes de controle social no exercício

de suas competências e responsabilidades.

Em todos os percursos é indispensável à promoção da reflexão crítica dos

processos de trabalho e das práticas profissionais.

Especificamente em relação à Secretaria Executiva do CMAS-BH, no que se

refere ao público alvo de cada percurso formativo, destaca-se que as(os) trabalhadoras(es)

que compõem essa equipe profissional estão vinculados administrativamente à SUASS e,

consequentemente, podem participar das ações do percurso formativo de gestão. Mas,

também precisam ser capacitadas nas ações do percurso formativo de controle social, uma

vez que no exercício da função prestam apoio técnico, administrativo, operacional e

jurídico às atividades do Conselho.

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Já as (os) trabalhadoras(es) de apoio à gestão, lotadas nas DRAS, tanto devem ser

identificadas como público alvo das ações de capacitação do percurso formativo de

gestão, quanto do provimento de serviços e benefícios, a depender dos objetivos de cada

curso.

Cabe ressaltar que todas as ações de capacitação a serem desenvolvidas pela

SUASS serão ofertadas prioritariamente para as(os ) conselheiras(os) de assistência social

e para as(os) trabalhadoras(es) da rede governamental e organizações da sociedade civil

parceiras, com destaque para a necessidade de ações específicas para o público de nível

médio e fundamental, considerando o significativo quadro desses profissionais,

principalmente na rede parceira do município. A inclusão de trabalhadoras (es) das

organizações da sociedade civil parceiras que não possuem instrumento de parceira

formalizado com a SUASS se dará de forma progressiva, na medida em que forem

ampliadas as ações de capacitação e formação e garantido o recurso financeiro para tal.

Para as organizações da sociedade civil da rede socioassistencial serão ofertadas

ações de qualificação, definidas em planejamentos específicos pelas unidades de gestão

cujas competências tenham por objeto o apoio técnico e assessoramento a estas

organizações. Cabe destacar que a direção das organizações da sociedade civil integrantes

do SUAS também possuem autonomia para desenvolver ações de qualificação de

suas(seus) trabalhadoras(es) e gestoras(es), bem como promover parcerias para este fim.

Além dos públicos destacados acima, deve-se incluir como público-alvo das ações

de capacitação estagiárias(os) contratadas(os) da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

que compõem as equipes do provimento e da gestão do SUAS, conforme planejamento

dos respectivos percursos formativos. As(os) estagiárias(os) que cumprem estágios

curriculares devem ser inseridas (os) em ações de qualificação profissional, tais como as

ações de apoio de técnico ofertadas pela unidade de gestão específica de sua área de

atuação no SUAS. Às(aos) adolescentes integrantes de programas de trabalho protegido

deverão ser ofertadas ações de qualificação por meio de plano de ação específico que

considerem os objetivos do trabalho e particularidades do perfil deste público.

O modelo do PMEP 2018-2021 e seus planos de ação complementares estão

organizados na figura a seguir:

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Figura 1-Modelo de organização do PMEP e dos Planos Anuais de

Capacitação e Formação

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9. DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DOS PLANOS ANUAIS DE

CAPACITAÇÃO (PAC)

9.1 Plano de Ação de Capacitação Introdutória (PACI)

Neste Plano estarão estruturadas ações de Capacitação Introdutória com carga

horária entre 20 e 40 horas/aula de duração que tenham por finalidade promover o

nivelamento de competências basilares ao desenvolvimento comum das três funções do

trabalho no SUAS. As ações assim compreendidas poderão ser destinadas a

trabalhadoras(es), gestoras(es) e conselheiras(os) com qualquer nível de escolaridade e

formação. No caso das(os) trabalhadoras (es), as diferenças quanto ao nível de formação

ensejam a concepção e a oferta de ações de capacitação específicas, não obstando, no

entanto, a realização de capacitações comuns a estes diferentes públicos, quando esta for

a solução didático-pedagógica mais adequada ao desenvolvimento das competências

requeridas pelo SUAS (Brasil, 2013).

A oferta da Capacitação Introdutória no percurso formativo do provimento de

serviços, programas, projetos e benefícios, transferência de renda e CadÚnico deve ser

contínua. Com relação à periodicidade, recomenda-se a oferta de pelo menos duas turmas

de no máximo 40 participantes por semestre. É importante a destacar que, para além da

Capacitação Introdutória, o órgão gestor deve ofertar de forma contínua ações de apoio

técnico às trabalhadoras(es) do SUAS, com destaque para as ações de direcionamento

técnico-metodológico, treinamentos, dentre outras, com o objetivo de instrumentalizar e

orientar, de forma tempestiva e sistemática, o profissional ingressante para atuação na

atenção socioassistencial do SUAS.

No caso da oferta da Capacitação Introdutória para o percurso formativo do

controle social, a Capacitação Introdutória deverá ser realizada no semestre da posse dos

conselheiras(os) municipais, que ocorre de dois em dois anos. É importante ressaltar a

necessidade da oferta contínua de outros tipos de ações de qualificação do exercício do

controle social que devem ser realizadas por meio de iniciativas do órgão gestor, em

articulação com a sociedade civil. Estas ações podem ter um alcance maior de público-

alvo do que as ações de capacitação previstas na PNEP (Brasil, 2013), possibilitando a

inserção também de conselheiras(os) regionais e participantes das Comissões Locais de

Assistência Social nas ações de qualificação.

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A oferta de Capacitação Introdutória no percurso formativo da gestão do SUAS,

deverá ser realizada para gestoras(es) e equipes técnicas de gestão ingressantes no SUAS

BH. Com relação à periodicidade, recomenda-se a oferta de pelo menos uma turma para

no máximo 40 participantes por ano. É importante destacar, assim como no percurso

formativo do provimento, a importância da oferta contínua pelo órgão gestor de ações de

apoio técnico às trabalhadoras(es) do SUAS, com destaque para as ações de suporte às

atividades técnico-administrativas de formulação, treinamentos, dentre outras, com o

objetivo de instrumentalizar e orientar, de pronto, a (o) profissional ingressante para a

atuação na operacionalização das funções de gestão do SUAS.

9.2 Plano de Ação de Capacitação de Atualização (PACA)

Neste Plano estarão estruturadas ações de capacitação com carga horária entre 40

e 100 horas/aula de duração, as quais tenham por finalidade atualizar e manter as

competências necessárias ao desenvolvimento comum das três funções do trabalho no

SUAS ou ao desenvolvimento específico de cada uma delas. As Capacitações de

Atualização poderão ser destinadas a trabalhadoras(es), gestoras(es) e conselheiras(os)

com qualquer nível de formação, sendo que no caso das(os) trabalhadoras(es), as

diferenças quanto ao nível de formação ensejam a concepção e a oferta de ações de

capacitação específicas, não obstando, como ocorre também na oferta da Capacitação

Introdutória, a realização de capacitações comuns, quando esta for a solução didático-

pedagógica mais adequada ao aprimoramento das competências requeridas pelo SUAS

(Brasil, 2013).

Com relação à periodicidade, recomenda-se que a Capacitação de Atualização

seja ofertada a cada dois anos e, no caso específico de conselheiras(os), no ano

subsequente à posse e esteja organizada em quatro grandes eixos programáticos:

fenômenos e situações de desproteção social; atenção socioassistencial; legislação e

normativas; e participação e controle social.

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9.3 Plano de Ação de Supervisão Técnica (PAST)

Neste Plano devem estar estruturadas as ações de capacitação em serviço que

tenham por finalidade apoiar e acompanhar as equipes de trabalho no desenvolvimento

das funções de gestão do SUAS e do provimento de serviços e benefícios

socioassistenciais. Conforme resolução CNAS nº 06 de 13 de abril de 2016, a supervisão

técnica tem por objetivo geral

Fornecer subsídios teóricos, metodológicos, técnicos, operativos e éticos

para a construção crítica e criativa de novas alternativas de intervenção

trabalhadores do SUAS e elevar a qualidade do provimento dos serviços,

programas, projetos, benefícios socioassistenciais e transferência de renda

e da gestão do Sistema, contribuindo para a ressignificação das ofertas da

Assistência Social e potencializando o pleno cumprimento de suas funções

e seguranças afiançadas, na perspectiva da garantia de direitos.

Esta ação de capacitação possui parâmetros15 específicos para o seu planejamento

e execução (Brasil, 2016), a saber:

● A supervisão técnica deve ser orientada e efetivada, assim como as demais

ações de Educação Permanente, a partir das diretrizes e princípios da

PNEP SUAS (Brasil, 2013);

● Deve ser ofertada de forma coletiva;

● Deve ser ofertada para grupos de trabalhadoras(es) e gestoras(es) com

composição de no máximo 20 participantes;

● Os grupos devem ser compostos por trabalhadoras(es) e gestoras(es) de

diferentes funções e níveis de formação que compartilham de um mesmo

campo de responsabilidade face às funções de gestão do SUAS e de

provimento dos serviços e benefícios socioassistenciais;

● Os grupos devem se reunir, preferencialmente, quinzenalmente;

● Deve ser estruturada para um período contínuo de, no mínimo, 6 (seis)

meses;

● Cada encontro dos grupos deve ter a duração de, no mínimo, 2 horas;

15 Vide Parâmetros Municipais de Supervisão Técnica.

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● Devem ser previstas, no mínimo, 04 (quatro) horas mensais para cada

grupo de participantes;

● Deve-se mobilizar os participantes para o estudo e reflexão acerca de

questões ou problemas relacionados aos processos de trabalho e práticas

profissionais;

● O estudo e a reflexão das questões ou problemas relacionados aos

processos de trabalho e práticas profissionais visam à formulação e

experimentação de alternativas de solução e superação dos problemas e

questões motivadoras;

● A ação pode ser desenvolvida com base em diferentes abordagens e

técnicas;

● A ação pode ser conduzida por supervisoras(es) que integram o quadro de

profissionais da Assistência Social, o que se configura como “Supervisão

Técnica Interna”;

● A ação pode requerer especialistas em temáticas relacionadas ao trabalho

desenvolvido pela(s) equipe(s) profissional(ais) do SUAS externos ao

quadro de profissionais da Assistência Social, o que se configura

“Supervisão Técnica Externa”;

● A supervisora ou supervisor é o responsável pela sistematização do

processo;

● Outras ações e estratégias educativas podem ser realizadas, de forma

articulada e complementar às ações de supervisão técnica, tais como:

seminários; mesas redondas; jornadas; oficinas.

● As ações e estratégias complementares devem ser ofertadas de forma a

compor um processo de qualificação profissional, buscando qualificá-lo e

aprimorá-lo;

● Esta ação será certificada pela Instituição de Ensino – IE credenciada na

Rede Nacional de Capacitação e Educação Permanente do SUAS ou pelo

Núcleo de Educação Permanente.

As ações e estratégias complementares às quais se refere a Resolução CNAS

nº 6/2016 estão definidas no quadro abaixo:

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Figura2-Estratégias complementares de Supervisão Técnica

Fonte: Política Nacional de Educação Permanente/ PNEP - 2013

Com relação ao perfil dos supervisores, a Resolução CNAS nº 6/2016, estabelece

as seguintes características que devem ser consideradas no processo de identificação e

seleção destas(es) profissionais:

I – supervisora ou supervisor interna (o): a) ser trabalhadora(o) da assistência

social, preferencialmente efetiva(o), com mais de cinco anos de atuação na política de

Assistência Social e experiência na gestão e no provimento de serviços e benefícios; b)

dominar conhecimentos teóricos sobre as ações cotidianas, tais como legislações e

orientações técnicas; c) apresentar perfil de liderança democrática de equipe; d)

apresentar capacidade de escuta qualificada e compartilhamento de experiências; e)

apresentar capacidade de promover a organização dos processos, pelo diálogo e

levantamento de situações do cotidiano a serem superados coletivamente.

II - supervisora ou supervisor externa (o): a) ser profissional com expertise sobre

determinada área, preferencialmente integrante de Instituições de Ensino credenciada na

Rede Nacional de Educação Permanente do SUAS – RENEP/SUAS, convidada(o) a

partir das necessidades de aprendizagem identificadas pela equipe; b) apresentar

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capacidade de identificar e propor soluções para superação de problemas e dificuldades,

visando ao aprimoramento dos processos de trabalho; c) possuir experiência prática e

pedagógica articulada com conhecimento teórico; d) ser especialista sobre determinado

tema do cotidiano dos processos de trabalho, incluindo questões de natureza educacional,

psicológica, interrelacional e técnica.

A Resolução CNAS nº 06/2016 estabelece, ainda, que a implementação das ações

de Supervisão Técnica, assim como a implementação das demais ações de Educação

Permanente no SUAS, deve estar respaldada no diagnóstico de problemas e levantamento

de necessidades de capacitação e de formação. As demais ações de capacitação e de

formação, que integram os percursos formativos, devem estar articuladas e integradas

com as ações de supervisão técnica.

Estes problemas e necessidades devem ser identificados nos Planos de Educação

Permanente com base no seguinte roteiro:

I. diagnóstico, contendo, dentre outros:

a) equipes de profissionais envolvidas;

b) trabalho social desenvolvido;

c) atribuições das equipes de profissionais;

d) local de trabalho das equipes de profissionais;

e) limitações, dificuldades e desafios ao trabalho das equipes de profissionais;

f) potencialidades e habilidades que favorecem o trabalho social das equipes de

profissionais.

II. meios e recursos necessários para a construção coletiva de superação e

respostas aos desafios diagnosticados.

III. formas de acompanhamento da aplicação das respostas formuladas e de

avaliação e monitoramento dos resultados alcançados.

Uma diferença fundamental da ação de supervisão técnica para as demais ações

de capacitação, conforme parâmetros normativos, é que esta ação deve atender ao

objetivo específico de identificar necessidades de implementação e reformulação dos

processos de trabalho. Dessa forma, ao longo do processo de supervisão técnica devem

ser construídos produtos, de forma dialógica e participativa, que orientem o órgão gestor

na implementação ou reformulação dos processos de trabalho de forma a solucionar os

impasses que motivaram a oferta da supervisão técnica. É responsabilidade do órgão

gestor apoiar a(s) equipe(s) de profissionais da gestão e do provimento dos serviços,

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programas, projetos, benefícios - Benefício de Prestação Continuada – BPC e Benefícios

Eventuais, e transferência de renda - Programa Bolsa Família, por meio de ações

estratégicas de gestão e do apoio técnico em gestão do trabalho no SUAS.

Dessa forma, destaca-se para a ação de supervisão técnica, para fins deste Plano,

o objetivo de “produzir subsídios para a proposição de novas práticas e técnicas

profissionais, metodologias e novos processos e rotinas de trabalho, visando a superação

de desafios, limitações e dificuldades enfrentadas pelas equipes profissionais do SUAS”

(Brasil, 2016, p.3).

Considerando as especificidades desta ação de capacitação, recomenda-se que a

oferta de supervisão técnica esteja baseada no levantamento diagnóstico de impasses e

situações problemas identificados pelas(os) trabalhadoras(es) e gestoras(es), cujas

alternativas de resolução não estejam sendo possíveis de serem construídas e efetivadas

por meio de outras ações de qualificação em serviço, como é o caso das ações de apoio

técnico, e de outras ações de capacitação previstas na PNEP (Brasil, 2013).

Vale ressaltar que as ações de apoio técnico são estratégias de suporte e

instrumentalização das(os) trabalhadoras(es) e gestoras(es) com o objetivo de

aprimoramento da gestão, dos serviços, programas, projetos e benefícios

socioassistenciais, conforme normativas do SUAS, pactuações nacionais e estaduais, e

diretrizes municipais (Brasil, 2012). As ações de apoio técnico devem ser ofertadas de

forma planejada e continuada, o que exige o trabalho diagnóstico permanente de

levantamento de demandas para apoio técnico por meio do acompanhamento realizado

pelas equipes da gestão. Estas equipes também possuem como atribuição a formulação

de estratégias metodológicas para a oferta deste apoio. Diferentemente da supervisão

técnica, cuja oferta deve ser sempre organizada de forma coletiva para um grupo de

trabalhadoras(es), as ações de apoio técnico podem ser executadas de forma coletiva ou

individual.

É importante ressaltar que as ações de apoio técnico devem ser desenvolvidas por

meio de metodologias dialógicas e participativas, possibilitando o trabalho colaborativo

entre as equipes. Em suma, as ações de apoio técnico tem por objetivos contribuir na

resolução de questões pontuais ou recorrentes que emergem no cotidiano de trabalho das

equipes no que refere à demanda de suporte técnico-metodológico, ao desenvolvimento

de habilidades técnicas individuais e coletivas das equipes, e à instrumentalização para o

trabalho, de modo a tratar das questões emergentes do processo de alinhamento entre as

diretrizes e orientações normativas para o trabalho e o trabalho cotidiano das equipes.

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As ações de supervisão técnica e de apoio técnico, enquanto ações de qualificação

em serviço, são estratégias complementares no processo de desenvolvimento de

competências individuais e coletivas para o trabalho e de aperfeiçoamento técnico e ético-

político das(os) trabalhadoras(es) do SUAS.

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10 DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO DE

FORMAÇÃO (PAFO)

Considerando os critérios vigentes para progressão na carreira das (os)

trabalhadoras(es) da rede governamental, a SUASS deverá ofertar ações de

Especialização ou Mestrado reconhecidas pelo MEC, de modo a atender as diretrizes da

PNEP (Brasil, 2013). Os critérios para definição do público-alvo das ações de formação

serão propostos pela SUASS, com o assessoramento do NUMEP e validação na Mesa

Municipal de Gestão do Trabalho do SUAS-BH.

Para a elaboração do PAFO, serão priorizadas ações de formação de

Especialização e Mestrado, definidas como:

a) Especialização: Sob essa denominação poderão ser concebidas, ofertadas e

realizadas ações de formação com carga horária mínima de 360 horas/aula de

duração, com a finalidade de permitir o aprofundamento dos profissionais e a

elaboração de pesquisas em uma área específica do conhecimento, assim como a

geração de novas competências para o SUAS. Esse tipo de formação destina-se

exclusivamente a trabalhadores, gestores e conselheiros de nível superior.

b) Mestrado: Ação de formação de longa duração (cerca de 2 anos de curso) que tem

por finalidade a realização de estudos aprofundados e a elaboração de pesquisas

direcionadas a investigar e a responder a questões e problemáticas que dizem

respeito ao cotidiano e aos desafios do trabalho e da intervenção profissional no

SUAS. Esse tipo de formação destina-se exclusivamente trabalhadores, gestores

e conselheiros de nível superior.

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11 CERTIFICAÇÃO

Todas as ações de capacitação e formação devem gerar a respectiva certificação

para os participantes ao final de cada ação. A certificação se dará preferencialmente por

meio digital e será oferecida para os participantes, facilitadoras(es), professoras(es) e

organizadoras(es) das ações de Educação Permanente.

As ações executadas diretamente pelo órgão gestor municipal serão certificadas

pelo mesmo. As ações executadas por meio de contratação, convênio ou cooperação

técnica, serão certificadas pela instituição contratada ou parceira, mediante

acompanhamento do órgão gestor e assessoramento do NUMEP. Recomenda-se que a

emissão dos certificados seja precedida pela avaliação das ações de Educação Permanente

pelos participantes.

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12 ORÇAMENTO

O orçamento público é o instrumento de organização das ações do Estado, espelho

das opções políticas dos governantes, referência inicial para a construção de políticas

públicas e instrumento de controle por parte do Poder Legislativo. Conforme Andrade:

Orçamento público ou orçamento-programa é a materialização do

planejamento do Estado, quer na manutenção de sua atividade (ações

de rotina), quer na execução de seus projetos (ações com início, meio e

fim). Configura o instrumento do Poder Público para expressar seus

programas de atuação, discriminando a origem e o montante dos

recursos (receitas) a serem obtidos, bem como a natureza e o montante

dos dispêndios (despesas) a serem efetuados. O orçamento público é,

pois, o elo entre o planejamento e as funções executivas da organização,

em que a alocação de recursos visa à consecução de objetivos e metas

(ANDRADE, 2007, p.37).

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a gestão dos recursos

públicos passou a ser tratada com um novo enfoque e, trouxe para o planejamento público,

três importantes instrumentos: o PPA (Plano Plurianual) a LDO (Lei de Diretrizes

Orçamentárias) e a LOA (Lei Orçamentária Anual).

O PPA, denominado no município de Belo Horizonte de Plano Plurianual de Ação

governamental – PPAG, juntamente com a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e a

Lei Orçamentária Anual – LOA são instrumentos de planejamento da ação governamental

e se apresentam com as seguintes funções:

1. PPAG: define as ações do Município de maneira detalhada, especificando diretrizes,

objetivos, ações, programas e metas a serem alcançadas, determinando quantitativamente

os recursos imprescindíveis à sua implementação e possuindo vigência de quatro anos,

sendo três da atual gestão e um da seguinte.

2. LDO: abrange as metas e prioridades para o exercício financeiro seguinte e orienta a

concepção da LOA.

3. LOA: é o orçamento público propriamente dito. É discutida e aprovada todo ano,

trazendo a programação dos gastos governamentais em cada área, bem como a previsão

das receitas para custear esses gastos. Define os recursos necessários para cada ação

constante da Lei de Diretrizes Orçamentárias, logo, estima a receita e fixa a despesa.

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A Gestão do Trabalho e Educação Permanente integra o orçamento público,

através da unidade orçamentária “Fundo Municipal de Assistência Social – FMAS”,

inscrita no Programa 113 – Aprimoramento da Gestão do SUAS, ação 2916. Portanto,

suas ações estão sujeitas às regras gerais de execução orçamentária.

O financiamento da Gestão do Trabalho e Educação Permanente está definido por

duas fontes de recursos: Recurso Ordinário do Tesouro Municipal (ROT) e Fundo

Nacional de Assistência Social (FNAS) através do Índice de Gestão Descentralizada do

Sistema Único de Assistência Social (IGD-SUAS).

De acordo com o Caderno de Orientações sobre o IGD-SUAS (MDS, 2012), os

recursos do IGD devem ser utilizados no aprimoramento da gestão do SUAS,

incentivando investimentos na organização, gestão, estruturação e manutenção dos

serviços e sua integração com benefícios e transferências de renda, além de auxiliar na

estruturação da gestão do trabalho e educação permanente do SUAS, na implantação da

vigilância socioassistencial e do monitoramento do SUAS no âmbito da gestão e serviços.

No momento da elaboração orçamentária da despesa, após a identificação da

aplicação e da origem dos recursos, deverão ser consultadas as tabelas de Grupos e

Detalhamento das Fontes, com o objetivo de explicitar a origem dos recursos. Todo

detalhamento será registrado por número sequencial, como base da previsão orçamentária

e utilizado no processamento da despesa.

Os valores aprovados para o quadriênio de 2018-2021, promulgado pela Lei

Municipal nº 11.098 de 29/12/2017, revistos pela Lei 11.146, de 26/12/2018, para o

FMAS, no que se refere à Ação 2916 - Gestão do Trabalho e Educação Permanente estão

descritos na tabela abaixo.

Tabela 11 - Metas orçamentárias para o quadriênio 2018-2021

Ação /

SubAção

Nome SubAção

Nome

Produto Valor 2018 Valor 2019 Valor 2020 Valor 2021

2916 0001 Qualificação de trabalhadores e

gestores do SUAS

Pessoa

qualificada R$ 133.616,00 R$ 361.359,00 R$ 361.359,00 R$ 379.396,00

2916 0002 Formação de trabalhadores e gestores

do SUAS

Pessoa

capacitada R$ 220.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

2916 0003 Qualificação de conselheiros e

usuários

Pessoa

qualificada R$ 83.000,00 R$ 82.500,00 R$ 82.500,00 R$ 86.600,00

2916 0004

Curso de capacitação em promoção da

igualdade étnico-racial para servidores

da administração pública municipal

Servidor

capacitado R$ 150.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

TOTAL R$ 586.616,00 R$ 443.859,0 R$ 443.859,00

R$ 465.996,00

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Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF). Elaborado por DPGF/SMASAC.

Tabela 12 - Valor Reprogramado para 2019

Ação /

SubAção Nome SubAção

Nome

Produto

Fonte de

recurso LOA 2019

Valor

Reprogramado

2019

2916 0001 Qualificação de trabalhadores e gestores do SUAS Pessoa

qualificada

FNAS R$ 360.759,00 R$ 0

ROT R$ 600,00 R$ 600,00

TOTAL R$ 361.359,00 R$ 600,00

2916 0002 Formação de trabalhadores e gestores do SUAS Pessoa

capacitada R$ 0,00 R$ 0,00

2916 0003 Qualificação de conselheiros e usuários Pessoa

qualificada

FNAS R$ 82.000,00 R$ 0

ROT R$ 500,00 R$ 500,00

TOTAL R$ 82.500,00 R$ 500,00

2916 0004 Curso de capacitação em promoção da igualdade étnico-racial para servidores da administração

pública municipal

Servidor

capacitado R$ 0,00 R$ 0,00

2409 0006 (*) Acompanhamento da identificação, atendimento e monitoramento das situações de trabalho infantil

(AEPETI)

Família

atingida FNAS R$ 206.100,00 R$ 350.000,00

TOTAL

FNAS R$ 648.859,00 R$ 350.000,00

ROT R$ 1.100,00 R$ 1.100,00

TOTAL R$ 649.959,00 R$ 351.100,00

Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF). Elaborado por DPGF/SMASAC.

(*) O recurso do FNAS da ação 2409 0006, refere-se a repasse específico, que será utilizado para

capacitação de pessoal vinculado ao AEPETI. Os recursos reprogramados para o ano de 2019 estão sujeitos

a repasses do Governo Federal por meio do FNAS.

As metas físicas aprovadas pela Lei 11.145 de 26/12/2018 (LOA 2019), para a

mesma Ação 2916, estão indicadas a seguir.

Tabela 13-Metas físicas para o quadriênio 2018-2021

Ação /

Subação Nome Subação

Nome

Produto Qtd. 2018 Qtd. 2019 Qtd. 2020 Qtd. 2021

2916 0001 Qualificação de trabalhadores e

gestores do SUAS

Pessoa

qualificada 2.434 1.820 1.820 1.820

2916 0002 Formação de trabalhadores e

gestores do SUAS

Pessoa

capacitada 20 0 0 0

2916 0003 Qualificação de conselheiros e

usuários

Pessoa

qualificada 80 380 380 380

2916 0004

Curso de capacitação em

promoção da igualdade étnico-

racial para servidores da

administração pública

municipal

Servidor

capacitado 0 0 0 0

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96

Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF). Elaborado por DPGF/SMASAC.

As ações, metas e recursos dos serviços e programas para o ano de 2018 foram

definidos na Lei Orçamentária Anual – LOA nº 11.097 de 29/12/2017 e na sua

reprogramação, conforme estabelecido pelo Decreto Municipal nº 16.839 de 29/01/2018,

que determina os limites orçamentários para as despesas de custeio no âmbito da PBH,

assim como deliberações da Câmara de Coordenação Geral (CCG) da Subsecretaria de

Planejamento e Orçamento (SUPLOR).

Esses limites são estipulados em razão do equilíbrio entre arrecadação e gastos do

município. Vale ressaltar que os valores reprogramados podem, ao longo do ano, serem

alterados em razão da dinâmica do fluxo financeiro e da necessária revisão do

planejamento e execução das ações. Com isso, os valores podem ser ampliados ou

reduzidos nos limites estabelecidos pelo referido decreto, cabendo à CCG aprovar

previamente os recursos do tesouro – ROT.

As propostas de remanejamento de recursos no âmbito do FMAS podem ser

apresentadas à Diretoria de Planejamento, Gestão e Finanças (DPGF) da SMASAC, para

análise da viabilidade no exercício corrente.

O quadro abaixo, de acordo com as subações, discrimina os valores constantes da

LOA, limites orçamentários estabelecidos para as despesas de custeio para o ano de 2018

e a execução orçamentária da programação. De todo o valor reprogramado (R$

672.628,36) para 2018, 40,38%, ou seja, R$ 271.580,36 foram executados até o final do

ano. Constata-se que o executado em 2018 foi superior ao quadriênio passado 2014-2017,

que atingiu R$ 197.398,76.

Tabela 14 - Gestão do Trabalho e Educação Permanente do SUAS: LOA, Limite

Orçamentário, Programação e Execução - 2018 (Essa ação executada se refere à Supervisão

Técnica SUAS Conexões em parceria com a UFMG.)

Ação/ Subação/ Fonte

Lei 11.097

de

29/12/2017

LOA 2018

(R$)

Limite

orçamentário

2018 (R$)

Total

reprogramado

2018 (R$)

Total

Executado

2018 (R$)

Total Executado 2018 (%)

2916 - Qualificação de

trabalhadores e gestores do SUAS 586.616,00 8.526,00 672.628,36 271.580,36 40,38%

0001 - Capacitação de

trabalhadores e gestores do SUAS 133.616,00 8.526,00 369.628,36 271.580,36 73,47%

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FNAS 133.116,00 - 358.626,94 261.078,94 72,80%

ROT 500,00 8.526,00 11.001,42 10.501,42 95,46%

0002 - Formação de

trabalhadores e gestores do SUAS 220.000,00 - 220.000,00 0,00 0,00%

FNAS 220.000,00 - 220.000,00 0,00 0,00%

0003 - Qualificação de

conselheiros e usuários 83.000,00 - 83.000,00 0,00 0,00%

FNAS 82.000,00 - 82.000,00 0,00 0,00%

ROT 1.000,00 - 1.000,00 0,00 0,00%

0004 - Curso de capacitação em

promoção da igualdade étnico-

racial para servidores da

administração pública municipal

150.000,00 - - - -

ROT 150.000,00 - - -

Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF). Elaborado por DPGF/SMASAC.

Conforme demonstrado no gráfico 26, a execução orçamentária entre 2014 e 2017

cresceu cerca de 30 vezes em relação ao quadriênio de 2010-2013, passando de uma

execução de R$ 6.569,00 para uma aplicação de R$ 197.398,76 nas subações de Gestão

do Trabalho e Capacitação de Profissionais de Entidades Socioassistenciais16.

Apesar deste grande crescimento, somente o ano de 2015 teve uma execução

significativa de R$ 152.659,28, enquanto que em 2018 houve um total executado de R$

271.580,36 nas ações de Gestão do Trabalho e Educação Permanente, representando um

aumento de 37,6% em relação ao quadriênio passado.

Conforme pode ser constatado no gráfico abaixo, verifica-se que a execução

orçamentária em relação aos valores orçados em 2014 foi de 11,7%, em 2015 alcançou

85,0%, em 2016 foi de 10,7% e em 2017 atingiu 6,0% do valor orçado. No quadriênio

2014-2017, a execução total foi de 29,0%,

Gráfico 26-Valores programados e executados no FMAS-BH, nas ações de Gestão

do Trabalho e Capacitação no período de 2014 a 2017

16 Importante destacar que durante o quadriênio 2014-2017, a Gestão do Trabalho e Educação

Permanente foi representada pela ação 2348 (Gestão, Comunicação e Mobilização Social) através

das subações 0001 - Gestão do Trabalho e 0006 - Capacitação de Profissionais de Entidades

Socioassistenciais.

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Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF). Elaborado por DPGF/SMASAC.

Importante destacar que total de recursos executados neste período, 98,5% foram

oriundos da União (FNAS) e apenas 1,5% provenientes do Tesouro Municipal (ROT). Já

em 2018, 96,1% dos valores executados vieram da União (FNAS) e 3,9% do Tesouro

Municipal (ROT), conforme demonstrado no gráfico a seguir.

Gráfico 27 - Execução orçamentária do FMAS-BH, das ações de Gestão do Trabalho

e Capacitação, por fonte de recursos, no período de 2014-2017 vs. 2018

Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF). Elaborado por DPGF/SMASAC.

FNAS; QUADRIÊNIO 2014-2017;

R$194.471,76

FNAS; 2018; R$261.078,94

ROT; QUADRIÊNIO 2014-2017; R$2.927,00

ROT; 2018; R$10.501,42

Execução da Gestão e Capacitação do Trabalho

FNAS

ROT

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99

Do ponto de vista orçamentário, verifica-se que houve um incremento

significativo de recursos direcionados à Gestão do Trabalho e Educação Permanente já

no primeiro ano do quadriênio 2018-2021.

13 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

O monitoramento pode ser definido como um “processo sistemático de

acompanhamento”, e a avaliação como “ação analítica que alimenta o processo de

planejamento” (Brasil, 2013, p. 37). De acordo com as normativas do SUAS, cabe às

instâncias de controle social e participação social o papel fundamental de monitoramento

e avaliação da Política de Assistência Social.

Os indicadores para o monitoramento do presente Plano serão aqueles definidos

como metas do PPAG e do Plano Municipal de Assistência Social - PMAS para as ações

de Educação Permanente do SUAS. Outros indicadores poderão ser criados de modo a

captar a participação e a apreensão do conhecimento de cada ação de Educação

Permanente, assim como os impactos para a qualidade da oferta dos serviços, programas,

projetos, benefícios e transferência de renda, de forma longitudinal, em estudos e análises

a serem realizadas pelas áreas técnicas da Vigilância Socioassistencial e Gestão do

Trabalho e Educação Permanente.

Recomenda-se que a GGTEP/DGAS, com o assessoramento do NUMEP

monitore a execução dos Planos Anuais de Capacitação e Plano de Ação de Formação,

por meio de atividades que serão definidas em Plano de Monitoramento e Avaliação para

estas funções. Anualmente, no período dos meses de novembro a dezembro, deverá ser

realizada a avaliação das ações de Educação Permanente ocorridas no ano vigente, por

meio de dispositivos participativos que permitam a escuta ampliada dos públicos das

ações, com participação ativa do NUMEP, conforme já indicado no processo de

levantamento de necessidades de capacitação e formação. Esta avaliação anual deverá

considerar os relatórios de avaliação elaborados para cada ação desenvolvida. Estes

relatórios deverão ser elaborados pela GGTEP/DGAS, em parceria com outras unidades

de gestão, conforme necessidade, e devem ser subsidiados pela avaliação dos

participantes das ações; por relatórios de Gestão elaborados pelas diretorias; relatórios de

monitoramento e assessoria a serem elaborados pelo NUMEP; e formulários de avaliação

dos participantes e facilitadores dos cursos e demais ações de Educação Permanente.

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100

Diagnóstico, planejamento, monitoramento e avaliação não são apenas

procedimentos técnicos distribuídos numa determinada sequência temporal. Estas etapas

do processo de gestão devem ser consideradas como movimentos “absolutamente

interligados e interdependentes, que se imbricam e interrelacionam, numa dinâmica

estratégica e não linear”, se constituindo como mecanismos fundamentais para a direção

política da qualificação da atenção socioassistencial (Brasil, 2008).

Para fins de organização do processo plurianual de implementação das ações de

Educação Permanente no SUAS BH, recomenda-se, em síntese, o seguinte modelo de

planejamento:

Tabela 15 - Planejamento das ações de Educação Permanente - quadriênio 2018-

2021

SUBSECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL/SMASAC

MÊS 2018 2019 2020 2021

JANEIRO Ações

administrativas

e financeiras

Ações

administrativas

e financeiras

Ações

administrativas

e financeiras

Ações

administrativas e

financeiras FEVEREIRO

MARÇO

ABRIL

Execução do

PACI e PAST

Execução do

PACI, PACA e

PAST

Execução do

PACI, PACA e

PAST

Execução do

PACI, PACA e

PAST

MAIO

JUNHO

JULHO

AGOSTO

SETEMBRO

OUTUBRO

NOVEMBRO

E

DEZEMBRO

- Avaliação do

PAC 2018

- Elaboração do

PAC 2019

- Elaboração do

PAFO 2018-

2021

- Avaliação do

PAC 2019

- Elaboração do

PAC 2020

- Avaliação do

PAC 2020

- Elaboração do

PAC 2021

- Avaliação do

PAC 2021

- Avaliação do

PAFO 2018-2021

- Elaboração do

PMEP 2022-2025

Fonte: Diretoria de Gestão do SUAS/DGAS/SUASS.

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101

Por fim, recomenda-se que o planejamento e a elaboração do próximo Plano Municipal de

Educação Permanente para o período de 2022 a 2025 sejam realizados no ano de 2021.

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102

REFERÊNCIAS

BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Governo. Decreto nº 12.207, de 04 de

novembro de 2005. Estabelece as atribuições dos cargos públicos efetivos integrantes do

plano de carreira da área de atividades de administração geral da Prefeitura de Belo

Horizonte, estabelecido pela Lei nº 8.690, de 19 de novembro de 2003. Disponível em:

https://leismunicipais.com.br/a/mg/b/belo-horizonte/decreto/2005/1220/12207/decreto-

n-12207-2005-estabelece-as-atribuicoes-dos-cargos-publicos-efetivos-integrantes-do-

plano-de-carreira-da-area-de-atividades-de-administracao-geral-da-prefeitura-de-belo-

horizonte-estabelecido-pela-lei-n-8690-de-19-de-novembro-de-2003

BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Governo. Decreto nº 14.833, de 09 de

fevereiro de 2012. Altera o Decreto nº 12.207/05. Diário Oficial do Município, Belo

Horizonte, 10 de fevereiro de 2012. Disponível em:

http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1074833

BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Governo. Lei 10.836, de 29 de julho de

2015. Dispõe sobre a Política de Assistência Social no Município, institui o Sistema

Único de Assistência Social de Belo Horizonte - SUAS-BH - e dá outras providências.

Diário Oficial do Município, Belo Horizonte, 30 de julho de 2015. Disponível em:

http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1146734

BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Políticas Sociais - CMAS. Resolução

CMAS/BH nº 066, de 21 de dezembro de 2016. Aprova o Regimento Interno do Conselho

Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte – CMAS/BH. Diário Oficial do

Município, Belo Horizonte, 24 de dezembro de 2016. Disponível em:

http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1173355

BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Governo. Lei 11.065, de 01 de agosto de

2017. Estabelece a estrutura orgânica da administração pública do Poder Executivo e dá

outras providências. Diário Oficial do Município, Belo Horizonte, 02 de agosto de 2017.

Disponível em:

http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1182266

BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Políticas Sociais. Secretaria Municipal

Adjunta de Assistência Social. Portaria SMAAS nº 17, de 20 de julho de 2017. Institui o

Núcleo Municipal de Educação Permanente do SUAS-BH como instância colegiada

consultiva e de assessoramento à Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social para

implementação das ações de Educação Permanente no SUAS-BH. Diário Oficial do

Município, Belo Horizonte, 22 de julho de 2017. Disponível em:

http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1181841

BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Políticas Sociais. Secretaria Municipal

Adjunta de Assistência Social. Portaria SMAAS nº 16, de 22 de julho de 2017. Institui a

Mesa Municipal de Gestão do Trabalho do Sistema Único de Assistência Social de Belo

Horizonte – SUAS/BH, como um espaço permanente de diálogo e de negociação entre

gestoras(es) e trabalhadoras(es) do SUAS-BH, no que concerne à Gestão do Trabalho, na

perspectiva da qualificação dos serviços, programas, projetos, benefícios

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103

socioassistenciais e transferência de renda, da valorização das(os) trabalhadoras(es) e da

organização institucional do trabalho no SUAS-BH. Diário Oficial do Município, Belo

Horizonte, 20 de julho de 2017. Disponível em:

http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1181840

BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar

e Cidadania. Portaria SMASAC nº 24, de 27 de novembro de 2017. Altera a Portaria

SMAAS Nº 16, de 21 de julho de 2017. Diário Oficial do Município, Belo Horizonte,

29 de novembro de 2017.

BELO HORIZONTE. Lei 11.097, de 29 de dezembro de 2017. Estima a receita e fixa a

despesa do Município para o exercício financeiro de 2018. Belo Horizonte, 29 de

dezembro de 2017. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a/mg/b/belo-

horizonte/lei-ordinaria/2017/1110/11097/lei-ordinaria-n-11097-2017-estima-a-receita-e-

fixa-a-despesa-do-municipio-para-o-exercicio-financeiro-de-2018

BELO HORIZONTE. Gabinete do Prefeito. Lei 11.098, de 29 de dezembro de 2017.

Dispõe sobre o Plano Plurianual de Ação Governamental – PPAG – para o quadriênio

2018-2021. Diário Oficial do Município, Belo Horizonte, 30 de dezembro de 2017.

Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-

governo/planejamento/SUPLOR/Diretoria%20Central%20de%20Planejamento/PPAG

%202018-2021/00%20-%20Lei%2011098%20PPAG%202018_2021.pdf

BELO HORIZONTE. Decreto 16.839, de 29 de janeiro de 2018. Dispõe sobre a

programação orçamentária e financeira do Poder Executivo para o exercício de 2018 e dá

outras providências. Diário Oficial do Município, Belo Horizonte, 30 de janeiro de 2018.

Disponível em: http://portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom5464%20-%20assinado.pdf

BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar

e Cidadania. Portaria SMASAC nº 27, de 02 de março de 2018. Institui Grupo de Trabalho

para formulação do Plano Municipal de Educação Permanente do SUAS, referente ao

período 2018 a 2021. Diário Oficial do Município, Belo Horizonte, 06 de março de

2018. Disponível em:

http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1191334

BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar

e Cidadania. Plano Municipal de Assistência Social 2018-2021. Subsecretaria de

Assistência Social. Diário Oficial do Município, Belo Horizonte, 22 de agosto de 2018.

Disponível em: http://portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-

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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1998. Brasília, DF:

Senado Federal. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm

BRASIL. Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da

Assistência Social e dá outras providências. Brasília, DF, 07 de dezembro de 1993.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8742compilado.htm

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BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução CNAS nº 237, de 14 de

dezembro de 2006. Estabelece Diretrizes para a estruturação, reformulação e

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120 p. Disponível em:

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http://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/assistencia_social/resolucoes/2011/RES

OLUCaO%20No%2017%20DE%2020%20DE%20JUNHO%20DE%202011%20.pdf

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Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Brasília: MDS, Secretaria Nacional de

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Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 1ª ed. Brasília: MDS, 2013, 57p. Disponível

em:

https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/Politica

-nacional-de-Educacao-permanente.pdf

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105

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Brasil, 22 de maio de 2015, seção 1. Disponível em:

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file:///C:/Documents%20and%20Settings/pr010151/Meus%20documentos/Downloads/

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13473.htm

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http://www.camara.leg.br/internet/comissao/index/mista/orca/orcamento/or2018/lei/Lei

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FERREIRA, Stela da Silva. Norma Operacional Básica de Recursos Humanos - NOB-

RH Anotada e Comentada/Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Brasília: MDS, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2011. 144p. Disponível em:

https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/NOB-

RH_SUAS_Anotada_Comentada.pdf

MUNIZ, Egli. Orientações para processos de recrutamento e seleção de pessoal no

Sistema Único de Assistência Social/Ministério do Desenvolvimento Social e Combate

à Fome. Brasília: MDS, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2011. 164p.

Disponível em:

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106

https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Livros/orientacoesr

ecrutamento.pdf

SARTORETTO, M; BERSCH, R. (2017). O que é tecnologia assistiva? Disponível em:

http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html. Acesso em 12 de janeiro de 2018.

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107

ANEXO – DIAGNÓSTICO SOCIOTERRITORIAL DO PMAS

UM OLHAR SOBRE A REALIDADE DA PROTEÇÃO SOCIOASSISTENCIAL

NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

Para avançar na consolidação do Sistema Único de Assistência Social, de forma

que esse seja capaz de garantir a proteção social a todos os cidadãos brasileiros e

contribuir para a redução das desigualdades sociais, é fundamental o conhecimento acerca

das formas de organização e da dinâmica dos territórios, assim como sobre as

necessidades de sua população (Brasil, 2013). Conforme disposto na Política Nacional de

Assistência Social (PNAS/2004), “tendo a Política de Assistência Social assumido a

centralidade sociofamiliar no âmbito de suas ações, cabe reconhecer a dinâmica

demográfica e socioeconômica associadas aos processos de exclusão/inclusão social,

vulnerabilidade aos riscos pessoais e sociais em curso no Brasil, em seus diferentes

territórios” (Brasil, 2004, p. 16).

Neste sentido, esse capítulo tem como objetivo apresentar dados e informações

sobre a caracterização demográfica e socioeconômica do município de Belo Horizonte,

que subsidiem o planejamento das ações da política de assistência social para os próximos

4 anos e que considere as características e potencialidades locais. Para tal, a coleta de

dados se concentrou em indicadores que possibilitem a construção de um panorama

acerca dos fatores sociais e fatores de vulnerabilidade e risco relacionados aos objetivos

e escopo de atuação da política de assistência social.

2.1. Aspectos demográficos e territoriais

De acordo com os dados do IBGE, a população de Belo Horizonte era constituída

de 2.375.151 pessoas no último Censo de 2010, sendo que a estimativa populacional era

de 2.523.794 pessoas para o ano de 2017. A cidade ocupa atualmente a 6ª posição entre

os municípios mais populosos do Brasil e a 3ª maior região metropolitana do país. Belo

Horizonte possui uma unidade territorial de 331 km², com uma densidade demográfica

de 7.167,00 habitantes/km². Sua Região Metropolitana - RMBH - atualmente é formada

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por 34 cidades, com abrangência de 9.467,797 km² e população estimada de 5.316.865

habitantes para o ano de 201717.

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD, IPEA e

FJP), entre 2000 e 2010, a população de Belo Horizonte cresceu a uma taxa média anual

de 0,59% e a população da RMBH cresceu a uma taxa média anual de 1,15%. No Brasil,

esta taxa foi de 1,17% no mesmo período.

Tabela 1 - População total por gênero, rural/urbana – município de BH/MG

População População

(1991)

% do Total

(1991)

População

(2000)

% do Total

(2000)

População

(2010)

% do Total

(2010)

População total 2.019.121 100,00 2.238.514 100,00 2.375.151 100,00

População residente

masculina 955.673 47,33 1.057.260 47,23 1.113.513 46,88

População residente

feminina 1.063.449 52,67 1.181.254 52,77 1.261.638 53,12

População urbana 2.012.217 99,66 2.238.514 100,00 2.375.151 100,00

População rural 6.904 0,34 0,00 0,00

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Tabela 2 - População total por gênero, rural e urbana – região metropolitana de

BH/MG

População População (2000) % do Total (2000) População (2010) % do Total (2010)

População total 4.357.942 100,00 4.883.970 100,00

População residente masculina 2.106.430 48,34 2.344.931 48,01

População residente feminina 2.251.512 51,66 2.539.039 51,99

População urbana 4.247.949 97,48 4.792.091 98,12

População rural 109.993 2,52 91.879 1,88

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

O crescimento da população, no entanto, apresentou transformações na sua

composição ao longo dos últimos anos, acompanhando a tendência de envelhecimento

apresentada pelo Brasil. Na década de 2000, houve redução do segmento de 0 a 14 anos

na pirâmide etária do município, de 543.523 indivíduos para 449.570 indivíduos, o que

17 Esta estimativa (IBGE 2017) foi apurada por meio do somatório da população projetada de cada um

dos 34 municípios.

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significa diminuição de 17,3%. Ou seja, nesta faixa etária registrou-se crescimento

negativo de em média -1,9% ao ano. Subdividindo esta faixa etária, as crianças de 0 a 5

anos correspondem a 6,8% da população e as crianças/adolescentes na faixa de 6 a 14

correspondem a 12,2% (MDS, 2012) 18. Dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no

Brasil (PNUD, IPEA e FJP) apontam que, entre 2000 e 2010, a taxa de envelhecimento

no município passou de 6,22% para 8,67% (era 4,69% em 1991), enquanto em Minas

Gerais passou de 4,97% em 1991, para 6,2% em 2000 e para 8,12% em 2010. No Brasil

ela mudou de 4,83%, para 5,83% e para 7,36%, respectivamente. Outro indicador

interessante é a razão de dependência, que aponta o percentual da população de menos de

15 anos e da população de 65 anos e mais (população dependente) em relação à população

de 15 a 64 anos (população potencialmente ativa). Ele mostra que houve redução no

município da razão de dependência, passando de 43,89% em 2000 para 38,12% em 2010.

Já em MG, a razão de dependência passou de 52,84% para 44,01% e no Brasil de 54,88%

e 45,87% em 2010, respectivamente.

Os gráficos abaixo evidenciam a alteração da pirâmide etária do município nos

últimos 20 anos, com crescimento da população idosa e redução da base de população

criança e jovem:

18- Disponível no site

http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/carrega_pdf.php?rel=panorama_municipal

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Figura 3 - Evolução da pirâmide etária de Belo Horizonte – 1991, 2000 e

2010

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (PNUD, Ipea e FJP)

Quanto à composição da população por sexo, os dados do Censo 2010 (IBGE,

2012)19 demonstram que o número de mulheres é maior que o número de homens no

município: 46,88% do sexo masculino e 53,12% do sexo feminino. A participação

feminina na composição da população é maior que a registrada no Estado de Minas

Gerais, em que 49,20% da população é masculina 50,80% é feminina. Já em relação à

raça ou cor, o Censo 2010 aponta que a composição da população residente no município

apresenta-se nos seguintes termos: brancos são 1.110.034 pessoas; pretos são 241.155

pessoas; pardos são 995.167 pessoas; amarelos são 25.270 pessoas; indígenas são 3.477

pessoas e, por fim, 48 pessoas não quiseram declarar.

Gráfico 25 - População do município de Belo Horizonte por sexo, cor/raça – 2010

19 Disponível no site: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm

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Fonte: IBGE. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH (2018)

Tendo em vista que a população brasileira possui grande diversidade e que os

processos de exclusão e inclusão social são marcados pelo processo histórico de ocupação

urbana, é importante acrescentar uma análise desses indicadores a partir de recortes

intramunicipais. No caso de Belo Horizonte, a Prefeitura Municipal criou uma

organização administrativa que divide o território em 9 (nove) regionais: Barreiro,

Centro-sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova.

Atualmente, a política de assistência social se organiza a partir dessa divisão

administrativa.

A partir dos dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Planejamento,

que têm como fonte o Censo de 2010 do IBGE, observa-se que há heterogeneidade entre

as 9 regiões administrativas de Belo Horizonte. Quando elas foram delimitadas, a Região

Noroeste era a mais populosa, concentrando 15% da população, enquanto a Pampulha

concentrava o menor número de habitantes, 6,5% do total. Após 10 anos, além das

modificações decorrentes da própria dinâmica demográfica, ocorreu em 2011 o

redimensionamento das regionais administrativas do município (Lei 10.231/2011)20, o

que gerou maior equilíbrio demográfico entre elas. Assim, de acordo com o Censo 2010,

já considerando os novos limites regionais, observa-se que a população está dividida de

maneira mais uniforme nas nove regiões, sendo que a Região Oeste é a mais populosa,

com 12,99% do total do município, e a Região Norte, a menos populosa, com 8,93% da

20*As informações por Região Administrativa estão de acordo com o novo limite vigente a partir de 2011,

regulado pela Lei 10.231/11.

45,6%

10,7%

42,6%

1,0%

0,1%

0,0%

47,7%

9,7%

41,3%

1,15%

0,16%

0,00%

60,0% 40,0% 20,0% 0,0% 20,0% 40,0% 60,0%

Branca

Preta

Parda

Amarela

Indígena

Sem declaração

Proporção

Co

r o

u R

aça

Homens Mulheres

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população. Contudo, se a mais populosa é a regional Oeste, a mais povoada é a Regional

Venda Nova, pois sua densidade demográfica é de 9.109 habitantes/km². A regional

menos povoada é a Regional Pampulha, com 4.416 habitantes/km².

Em relação ao perfil etário das 9 regiões de Belo Horizonte, tem-se que a regional

com maior população em termos absolutos na faixa etária de 0 a 19 anos é a Barreiro,

com 85.511 pessoas, e a que apresenta o menor número é a Pampulha, com 58.936

pessoas. Quanto ao público adulto, considerando a faixa etária de 20 a 59 anos, a regional

com a maior população é a Oeste, com 189.585 pessoas e a menor é a Norte, com 126.500

pessoas. Já em relação à população acima de 60 anos, a regional com o maior número de

idosos é a Região Centro-sul, com 51.911 idosos e a Região Norte apresenta o menor

número, com 21.122 pessoas idosas.

Tabela 3 - Distribuição da população pelas 9 regionais administrativas de

BH, por faixa etária – 2010

Região Administrativa Pop. de 0

a 19 anos

Pop. de 20

a 59 anos

Pop. de 60

anos ou

mais

Total

% em

relação à

pop total

BARREIRO 85.511 169.205 27.468 282.184 11,9

CENTRO-SUL 59.091 172.673 51.911 283.675 12,0

LESTE 60.538 143.341 34.480 238.359 10,1

NORDESTE 79.236 176.249 34.133 289.618 12,2

NOROESTE 64.475 163.507 39.922 267.904 11,3

NORTE 64.366 126.500 21.122 211.988 8,9

OESTE 79.992 189.585 37.389 306.966 12,9

PAMPULHA 58.936 139.761 26.359 225.056 9,5

VENDA NOVA 78.879 160.037 26.263 265.179 11,2

TOTAL 631.024 1.440.858 299.047 2.370.929 100,0 Fonte: Secretaria de Municipal de Planejamento/ Censo IBGE 2010. Elaborado por

GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH (2018)

Além das modificações demográficas no território intraurbano, é importante

ressaltar a influência da dinâmica de ocupação urbana sobre os processos de exclusão

social. Belo Horizonte, como muitas outras cidades brasileiras, passou por muitas

transformações que agravaram os problemas urbanos e a crise fundiária e habitacional.

Esses fatores, junto com insuficiências da ação estatal, têm contribuído para reforçar os

processos históricos de segregação socioespacial e especulação imobiliária. No caso do

município de Belo Horizonte, o cenário não é diferente. A história de construção e

crescimento da cidade é marcado pela segregação socioespacial e pela lógica capitalista

de produção do espaço urbano, o que conformou diversas desigualdades e processos de

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exclusão. Desde os anos 1950, observa-se um processo intenso de metropolização e

periferização, em que as camadas mais pobres são empurradas para fora dos limites do

município pelo alto valor da terra urbanizada, em espaços com precária infraestrutura

urbana e com baixo acesso a serviços públicos básicos. Durante as últimas décadas esse

processo tem se agravado. De acordo com dados da Prefeitura de Belo Horizonte (2016)21,

a cidade enfrenta um grave quadro de déficit habitacional, estimado hoje em 62,5 mil

domicílios, e a demanda ainda não atendida de reassentamentos decorrentes de remoções

por obras públicas de 20,9 mil unidades. Há ainda uma projeção de que 25,4 mil

domicílios, que representa cerca de 20% da população de Belo Horizonte, estão nas 215

vilas, favelas e outros assentamentos precários e a existência de 269 loteamentos

irregulares para a população de baixa renda que necessitam de regularização e

urbanização. Segundo a Fundação João Pinheiro, a noção de déficit habitacional - que

expressa a medida da necessidade de construção de novas moradias para a solução de

problemas sociais e específicos de habitação - apoia-se na conjugação de quatro

componentes: domicílios precários; coabitação familiar; ônus excessivo com aluguel e

adensamento excessivo em domicílios alugados22. Segundo estes conceitos, em Belo

Horizonte havia um déficit habitacional da ordem de 10,28% em relação ao total de

domicílios particulares permanentes e improvisados existentes no município no ano de

2010.

Entretanto, esse processo de exclusão não se deu de maneira inconteste.

Movimentos populares, lideranças comunitárias e associações comunitárias realizaram,

ao longo desses anos, ações importantes de resistência e luta. Fruto de movimentos sociais

organizados23, nos últimos 10 anos surgiram no município ocupações urbanas

importantes, que reconfiguraram o espaço intraurbano. Em 2008 foi formada a ocupação

Camilo Torres na região do Barreiro, contando com 140 famílias. Em 2009, no bairro Céu

Azul, surge a ocupação Dandara apropriando de 40 hectares, repartidos em 887 lotes. Em

2010, a Camilo Torres se expande, autodenominando-se Irmã Doroty e agregando 135

21 Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte (2016). Plano Estratégico BH 2030. 22 Ver Índice de Responsabilidade Social: http://imrs.fjp.mg.gov.br/ acessado em:29/01/2018. Para

detalhamento dos conceitos: 1. Domicílios precários: considerados os domicílios improvisados e domicílios

rústicos. 2. Coabitação familiar: domicílios com famílias conviventes secundárias com intenção de

constituir domicílio exclusivo e as famílias residentes em cômodo; 3. Ônus excessivo com aluguel:

domicílios urbanos com famílias com renda de até três salários mínimos e que despendem 30% ou mais de

sua renda com aluguel; 4. Adensamento excessivo em domicílios alugados: domicílios alugados com mais

de três moradores por dormitório. 23 Nascimento, Denise Morado. As políticas habitacionais e as ocupações urbanas: dissenso na cidade. In.:

Cad. Metrop., São Paulo, v. 18, n. 35, pp. 145-164, abr 2016 http://dx.doi.org/10.1590/2236-9996.2016-

3507.

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famílias. Em 2012, surge a Eliana Silva, com 300 famílias mobilizadas. As demais

ocupações, surgiram a partir de 2013 por meio de um processo de desencadeamento,

talvez pelo êxito das ocupações anteriores e pela efervescência do clima político que

redundou nas chamadas manifestações de junho de 2013. Ocupações como Rosa Leão,

Esperança e Vitória ocorreram sem a vinculação inicial a qualquer movimento social.

Sendo assim, milhares de famílias começaram a construir suas casas em regiões urbanas

não ostensivamente ocupadas. Esses movimentos de apropriação de território urbano

podem ser entendidos como uma resistência à morosidade do Estado em minorar o déficit

habitacional histórico.

Em recente estudo realizado pela equipe de Estudos Territoriais e

Geoprocessamento da Gerência de Vigilância Socioassistencial da SUASS, em parceria

com outros atores institucionais24, foram identificadas e delimitadas 70 áreas, nomeadas

como “ocupação urbana”25, distribuídas pelas 9 regionais administrativas em Belo

Horizonte.

Quadro 11 - Identificação das Ocupações Urbanas de Belo Horizonte segundo

Regionais Administrativas

Regional

Administrativa

Ocupações

BARREIRO Eliana Silva, Irmã Doroty, Camilo Torres, Olaria, Paulo Freire, Horta 2,

Nelson Mandela, Fidel Castro, Portelinha, Vila Diamante, Bernadete,

Eduardo Menezes, Bairro do Sol, Hosana, Horta 1, Corumbiara 2, Túnel

Camarões, Beira Linha do Pilar, Rua Três nº 37, Vila Calango, Jardim

Liberdade, Jardim Liberdade 2

CENTRO-SUL Sustenido; Vicentão, Rua Teodomiro Cruz; Prédio do antigo INSS,

Carolina Maria de Jesus

LESTE Terra Nossa

NORDESTE Padre Argemiro (Invasão da URPV), Nossa Senhora de Guadalupe

(Campo 65), Padre Argemiro (Atrás do deposito de reciclagem), Plínio

Teixeira, Tiradentes, Rede, Montes Claros / Fazendinha, Jardim

Getsemani, Ciganos/CRAS, Terrenos DNIT 3, Terrenos_DNIT 2, Pica-

24 Este trabalho foi possível por meio de um esforço conjunto da PRODABEL (equipes de Cadastro Técnico

Municipal e de Geoprocessamento) e da URBEL, com substancial apoio da Secretaria Municipal de Saúde

e acompanhamento da Subsecretaria de Assistência Social (por meio da Gerência de Vigilância

Socioassistencial). 25 O termo “ocupação” é uma nomenclatura relativamente recente que se fez presente na dinâmica

socioterritorial do município e, por isso, foi empregada tanto nos trabalhos dos órgãos internos à PBH

quanto neste estudo. Tal emprego visa ao estabelecimento de conexão da gestão pública com a realidade

vivenciada e observada no contexto atual da cidade. Compreende-se que o uso do termo talvez necessite de

delimitação conceitual mais clara. No entanto, é possível concluir que “ocupação” se refere a uma

caracterização estabelecida a partir de uma postura política afirmativa adotada pelos habitantes de boa parte

destas áreas e que a própria legislação municipal referente ao uso e ocupação do solo não possui uma

qualificação jurídica única para o conjunto dessas áreas, já que tais terrenos possuem diferentes situações

de propriedade.

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Pau (próximo do Anel rodoviário), Terrenos DNIT 4, Terrenos DNIT 1,

Rua Padre Argemiro, Rua Padre Argemiro (entre Jornalista Abrahão

Sadi), Viaduto Moçambique, Rua Fides, Novo Rumo, Padre Argemiro /

Capitão Eduardo

NOROESTE Araci, Vila Chaves, Pátria Livre

NORTE Rosa Leão, Helena Greco, Novo Lajedo, Maria Teresa, Vitória,

Esperança, Jaqueline

OESTE Vila Esperança do Calafate, Rua Jose Furletti, Anel / Tereza Cristina,

Novo Paraíso, Guanabara, Conquista, Candeeiros

PAMPULHA Dandara, Carroceiros, Tancredo Neves, Rua Vocação, São José, Rua

Flor de Pau

VENDA NOVA Ciganos, Várzea da Palma 2, Várzea da Palma 3, Serra Verde, Mar

Jônico Fonte: Estudo de impacto das ocupações sobre o atendimento no SUAS-BH (2ª edição). Junho 2018.

Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Essas áreas de ocupação se distribuem de modo heterogêneo pelo território

municipal. Observando a divisão regional administrativa, tem-se que as regionais

Barreiro e Nordeste destacam-se registrando o maior número de áreas ocupadas - 22 e 20,

respectivamente - concentrando 55% das ocupações do município. No segundo grupo,

que totaliza 30 ocupações (39,5% do total), sobressaem as regionais Norte e Oeste com 7

ocupações, as demais regionais (Pampulha, Centro-Sul e Venda Nova) registram 6 ou 5

ocupações cada. Por fim, duas regionais concentram os menores números

(aproximadamente 5% do total) quais sejam, Noroeste (3 ocupações) e Leste (1).

Tabela 4 - Ocupações urbanas segundo regional administrativa - BH – 2017

Regional

Total de

Ocupações % por regional

Nº de Ocupações em

Território CRAS

% de Ocupações em

Território CRAS por

regional

Barreiro 22 28,9 9 40,9

Nordeste 20 26,3 7 35,0

Norte 7 9,2 6 85,7

Oeste 7 9,2 1 14,3

Pampulha 6 7,9 5 83,3

Centro-Sul 5 6,6 0 0,0

Venda Nova 5 6,6 1 20,0

Noroeste 3 3,9 2 66,7

Leste 1 1,3 0 0,0

Total 76 100,0 31 Fonte: Estudo de impacto das ocupações sobre o atendimento no SUAS-BH (2ª edição). Junho 2018.

Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

O mapa 1 apresenta a distribuição das ocupações em todo o território municipal.

Ele aponta que as maiores ocupações, em termos do tamanho das áreas ocupadas,

encontram-se nas regionais Norte e Nordeste. Há uma grande ocupação no limite das

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regionais Venda Nova e Pampulha e outra na regional Barreiro. Ou seja, as maiores áreas

ocupadas encontram-se em regiões mais extremas do município (contribuindo para o

fenômeno da periferização da cidade) ainda que ocupações menores possam ser

visualizadas em todo território municipal.

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Mapa 1- Distribuição das ocupações no município de Belo Horizonte, por regional

Fonte: Estudo de impacto das ocupações sobre o atendimento no SUAS-BH. Nov. 2017. Elaborado por

GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

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Apesar do contingente expressivo de população residente e do tempo de

existência, devido aos conflitos políticos e econômicos, por muito tempo esses territórios

não foram reconhecidos pela administração pública municipal26, de forma que seus

habitantes foram muitas vezes excluídos do acesso a políticas públicas básicas e

sujeitados a situações de vulnerabilidade e risco social. Deste modo, esse público deve

ser priorizado pela política municipal de assistência social, por meio da execução de ações

de busca ativa e inclusão nos serviços, programas, projetos e benefícios

socioassistenciais.

2.2. Aspectos econômicos: distribuição de renda e

integração ao mundo do trabalho

A análise dos aspectos socioeconômicos complementarmente aos aspectos

demográficos é fundamental para a compreensão global do município e os desafios que

precisam ser enfrentados no tocante ao acesso ao trabalho, à erradicação da pobreza, à

distribuição de renda e à melhoria das condições de vida da população por meio das ações

do Estado e da implementação das Políticas Públicas.

Ao longo da última década, Belo Horizonte apresentou aumento expressivo de seu

Produto Interno Bruto. Segundo a FJP, em 2006, o PIB do município era de R$

36.672.770,34; em 2010, este valor era de R$ 59.203.074,0927 e, em 2015, já alcançava a

cifra de R$ 87.364.598,17. Este indicador representa a soma de todos os bens produzidos

pelo município e significa a riqueza gerada. No ranking de desenvolvimento econômico,

Belo Horizonte ocupa, atualmente, o quarto lugar entre os municípios brasileiros, atrás de

São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Em 2015, o setor de serviços contribuiu com o maior percentual deste indicador,

respondendo por quase 60% do PIB municipal que, agregado ao setor de administração

(políticas públicas, defesa e seguridade social), totaliza 71%. O setor industrial e o de

26 Em 12 de abril de 2018 o prefeito assinou dois decretos: um que reconhece como Áreas de Especial

Interesse Social (AEIS-2) 119 áreas ocupadas e outro estabelecendo o Plano de Controle e Monitoramento

de Áreas Públicas, além da adoção de outras medidas, pela Prefeitura de Belo Horizonte, para viabilizar a

futura regularização de ocupações na capital mineira e também a intensificação das ações para evitar que

novas áreas sejam invadidas. Fonte: https://prefeitura.pbh.gov.br/noticias/prefeito-alexandre-kalil-assina-

decretos-reconhecendo-assentamentos-como-aeis . 27 http://imrs.fjp.mg.gov.br/Consultas/Resultado. Acessado em abril 2018.

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119

impostos sobre produtos seguem com respectivos, 15,23% e 13,86% do PIB, conforme

gráfico a seguir.

Gráfico 26 - Participação dos setores econômicos no Produto Interno Bruto – BH -

2015

Fonte: IBGE, 2015. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

O Atlas do Desenvolvimento Humano (PNUD, Ipea e FJP) aponta que a renda per

capita média de Belo Horizonte cresceu 87,77% nas últimas duas décadas, passando de

R$ 797,42, em 1991, para R$ 1.101,96, em 2000, e para R$ 1.497,29, em 2010. Isso

equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse período de 3,37%. A taxa média

anual de crescimento foi de 3,66%, entre 1991 e 2000, e 3,11%, entre 2000 e 2010. A

proporção de pessoas pobres, ou seja, com renda domiciliar per capita inferior a R$

140,00 (a preços de agosto de 2010), apresentou uma redução importante, passando de

17,23%, em 1991, para 10,57%, em 2000, e para 3,80%, em 2010. Porém, essa redução

não significou diminuição da desigualdade social. O Índice de Gini passou de 0,61 em

1991 e 2000 para 0,60 em 2010. Ademais, ao analisar a distribuição da população pelos

quintos de renda, observa-se que houve pouca alteração, sendo que o quinto mais pobre

passou apenas de 65,7% em 2000 para 65% em 2010.

15%

59%

12%

14%

Indústria Serviços Administração, Impostos sobre produtos

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120

Tabela 5 - Renda, pobreza e desigualdade no município de Belo Horizonte/MG

1991 2000 2010

Renda per capita 797,42 1.101,96 1.497,29

% de extremamente pobres 5,04 2,38 0,79

% de pobres 17,23 10,57 3,80

Índice de Gini 0,61 0,61 0,60

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Figura 4 - Evolução da distribuição de renda da população por quintos –

Belo Horizonte, 1991, 2000 e 2010

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Como pode-se notar, o aumento do PIB ou da renda média não significou que a

riqueza produzida por aquela sociedade fosse, de fato, bem distribuída. De forma

complementar, a tabela abaixo, permite verificar a distribuição de renda por estratos da

população ao longo de três décadas. Em Belo Horizonte, é perceptível o comportamento

inversamente proporcional entre os estratos mais pobres em relação aos estratos mais

ricos, na comparação entre as duas décadas de 1991 para 2000 e de 2000 para 2010. Entre

1991 e 2000, em todos os estratos pobres houve a redução da renda distribuída, em

contraposição ao aumento da renda para o estrato mais rico. Já de 2000 para 2010, ocorreu

o inverso, o aumento do percentual de renda para os estratos mais pobres e a diminuição

para os 20% dos mais ricos da população. Importante ressaltar que, ao longo das duas

décadas, a variação da proporção da apropriação da renda entre os estratos é pouco

perceptível. No entanto, ainda que a participação dos 20% mais ricos tenha permanecido

alta ao longo de todo o período (em torno de 65%), percebe-se que, em 1991, a renda dos

mais ricos representava 27 vezes mais que a renda dos 20% mais pobres, já em 2010, essa

correspondência passou a representar 23 vezes mais.

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121

QUADRO 12 - Distribuição percentual da renda da população – BH/MG

Distribuição percentual da renda da população

Estratos da população por

renda

1991 2000 2010

20% mais pobres 2,43 2,36 2,85

40% mais pobres 7,69 7,47 8,64

60% mais pobres 16,95 16,46 17,87

80% mais pobres 35,03 34,28 35,00

20% mais ricos 64,97 65,72 65,00 Fonte: Pnud, Ipea e FJP

Em relação à inserção da população no mercado de trabalho, dados coletados por

meio da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio - PNAD28 do IBGE apontam que

houve um crescimento expressivo da taxa de desocupação entre os anos de 2012 e 201629.

A tabela abaixo indica que, de 2012 a 2014, a desocupação teve ligeira redução, atingindo

em 2014 o menor nível do período. De 2015 em diante, observa-se piora significativa

desse indicador.

Tabela 6 - Taxa de desocupação das pessoas de 16 anos ou mais - Belo Horizonte -

2012-2016 (%)

Ano Taxa (%)

2012 6,3

2013 6,1

2014 5,9

2015 9,9

2016 11,5

Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

28 “A PNAD obtém informações anuais sobre características demográficas e socioeconômicas da

população, como sexo, idade, educação, trabalho e rendimento, e características dos domicílios, e, com

periodicidade variável, informações sobre migração, fecundidade, nupcialidade, entre outras, tendo como

unidade de coleta os domicílios. Temas específicos abrangendo aspectos demográficos, sociais e

econômicos também são investigados” in

https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=40. 29 O IBGE adota como critério para pessoa desocupada aquela de “14 anos ou mais sem trabalho em

ocupação na semana de referência que tomou alguma providência efetiva para consegui-lo no período de

referência de 30 dias, e que estava disponível para assumi-lo na semana de referência. Consideram-se,

também, como desocupadas as pessoas sem trabalho na semana de referência que não tomaram providência

efetiva para conseguir trabalho no período de 30 dias porque já haviam conseguido trabalho que iriam

começar após a semana de referência” in IBGE, Síntese dos Indicadores Sociais – uma análise das

condições de vida da população brasileira, 2017, p. 133.

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122

Ao observar como esse indicador se comporta em relação aos cortes de gênero e

raça, percebe-se que a desigualdade entre homens e mulheres e entre pessoas brancas e

pretas se agravou entre 2012 e 2016:

Tabela 7 - Taxa de desocupação das pessoas de 16 anos ou mais por sexo e cor em

Belo Horizonte - 2012-2016 (%)

Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Em relação ao rendimento, constata-se queda no período de 2012 a 2016, como

demonstra o gráfico abaixo. Em 2012, o rendimento médio em Belo Horizonte foi de

R$2.967,00, subindo em 2013 para R$3.031,00 e diminuindo até atingir o valor de

R$2.575,00. Portanto, percebe-se queda no rendimento no período, frente ao cenário de

crise econômica e aumento da desocupação.

Gráfico 27 - Rendimento médio das pessoas de 16 anos ou mais - Belo

Horizonte - 2012-2016 (R$)

Ano Mulheres Homem Preto/Pardo Brancos

2012 6,6 6 6,1 6,6

2013 7,1 5,2 6,9 5,2

2014 5,8 6,0 6,7 5,0

2015 7,8 11,9 11,5 7,9

2016 12,3 10,7 13,2 9,1

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123

Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Quando analisado o rendimento de mulheres, jovens e população negra, verifica-

se que esses grupos possuem menor rendimento comparado aos homens, aos adultos e à

população branca.

Tabela 8 - Rendimento médio do trabalho principal das pessoas de 16 anos ou mais

ocupadas na semana de referência por grupo de idade - Belo Horizonte - 2012-2016

(R$)

Grupos de idade

Ano 16 a 29

anos

30 a 49

anos

50 a 59

anos

60 anos ou

mais

2012 1.684,00 3.160,00 4.180,00 4.460,00

2013 1.836,00 3.301,00 4.148,00 3.440,00

2014 1.689,00 3.060,00 4.007,00 3.513,00

2015 1.684,00 3.160,00 4.180,00 3.663,00

2016 1.608,00 2.694,00 3.296,00 3.115,00 Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Tabela 9 - Rendimento médio das pessoas de 16 anos ou mais por sexo - Belo

Horizonte - 2012-2016 (R$)

Ano Mulheres Homem

2012 2.391,00 3.494,00

2013 2.368,00 3.689,00

2014 2.258,00 3.485,00

2015 2.408,00 3.328,00

2016 2.140,00 2.984,00 Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Tabela 10 - Rendimento das pessoas de 16 anos ou mais por cor ou raça - Belo

Horizonte - 2012-2016 (R$)

Ano Branca

Preta e parda

2.000,00

2.200,00

2.400,00

2.600,00

2.800,00

3.000,00

2012 2013 2014 2015 2016

Ren

dim

ento

(R

$)

Ano

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124

2012 3.819,00 2.166,00

2013 4.397,00 1.899,00

2014 3.712,00 2.174,00

2015 3.949,00 2.006,00

2016 3.527,00 1.905,00 Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

2.3. Aspectos de vulnerabilidades e riscos sociais e

violações de direitos do público prioritário da Assistência

Social

De acordo com a Política Nacional de Assistência Social, seu público usuário é

constituído por cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e

riscos, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de

afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida, com redução de capacidades

pessoais; vítimas de formas de exploração, de violência e de ameaças e, ou vítimas de

apartação social que lhes impossibilite sua autonomia e integridade, fragilizando sua

existência, o que demanda atenção socioassistencial; dentre outros. Dessa forma, tem-se

que os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais são organizados de

acordo com níveis de proteção social (básica, especial de média complexidade e de alta

complexidade) de forma que sejam capazes de atender às especificidades de cada um

desses públicos e dos fenômenos de desproteção social a que estão expostos.

Porém, ao mesmo tempo, tem-se que a materialização das ofertas da política de

assistência social deve se orientar pelas diretrizes estruturantes da matricialidade

sociofamiliar e da territorialização. Essas diretrizes são fundamentais para que a proteção

socioassistencial seja garantida aos usuários da política de modo integral e transversal.

Assim, coloca-se o desafio de operacionalizar a identificação dos fenômenos de

desproteção social e da caracterização do púbico alvo da política de assistência social sem

incorrer em leituras fragmentadas ou parciais. Desse modo, essa etapa da análise

situacional buscou articular essas duas dimensões, reunindo dados e informações que

contribuam para a caracterização do púbico prioritário da política de assistência social em

Belo Horizonte, ao mesmo tempo em que tragam indicativos sobre os fenômenos de

desproteção social aos quais esses públicos estão mais expostos.

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125

2.3.1. Famílias em situação de vulnerabilidade social

As políticas sociais contam no Brasil hoje com um conjunto variado de

indicadores sociais que buscam captar as situações de vulnerabilidade social. Cada um

deles ressalta aspectos diferentes, mas complementares para a compreensão desse

fenômeno. Assim, serão destacados alguns desses indicadores nesse item.

Segundo os dados disponibilizados pelo IBGE no Atlas do Desenvolvimento

Humano no Brasil, os indicadores de vulnerabilidade familiar em Belo Horizonte

diminuíram entre os anos de 2000 e 2010. A porcentagem de mães que são chefes de

família, sem ensino fundamental e com filhos menores de 15 anos diminuiu, passando de

14,12% (2000) para 11,03% (2010) – tabela 11. Quanto à porcentagem de pessoas

residentes em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de idosos passou de 1,18%

(2000) para 1,02% (2010). Por fim, quanto à porcentagem de crianças extremamente

pobres também abaixou de 4,93% (2000) para 1,94% (2010).

Tabela 11 - Vulnerabilidade social em famílias

Vulnerabilidade Social: Família - Belo Horizonte

1991 2000 2010

% de mães chefes de família sem fundamental

completo e com filhos menores de 15 anos

13,51 14,12 11,03

% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e

dependentes de idosos

1,20 1,18 1,02

% de crianças extremamente pobres

8,97 4,93 1,94

Fonte: PNUD, IPEA e FJP.

A pobreza monetária corresponde a uma dimensão importante da vulnerabilidade

social. Para abordar a situação de pobreza e extrema pobreza foram utilizados como fonte

de dados o Censo 2010 do IBGE e o CadÚnico.

O gráfico a seguir apresenta a distribuição de renda nas nove regiões do município,

utilizando como recorte a porcentagem de domicílios com renda per capita mensal de até

1/8 do salário mínimo, e de até ¼ do salário mínimo, que representam outra abordagem

para medir extrema pobreza e pobreza, conforme dados do Censo 2010 IBGE.

Gráfico 28 - Percentual de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza -

2010

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Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.

As regionais com os percentuais mais expressivos de famílias com renda per

capita de até 1/8 do salário mínimo são, respectivamente, Centro-Sul, Venda Nova e

Norte, que também apresentam as maiores concentrações de pessoas com renda per capita

de até ¼ de salário mínimo.

Por outro lado, ao se averiguar a renda per capita média em salários mínimos de

cada regional, observa-se que a região Centro-Sul apresenta a maior média,

aproximadamente 7,5 salários per capita por domicílio por mês. Esta média é mais que o

dobro das médias apresentadas pelas regiões Oeste e Pampulha, aproximadamente 3,0

salários mínimos; é três vezes maior que a média das regiões Leste, Nordeste e Noroeste,

aproximadamente 2,5 salários mínimos; e, é aproximadamente cinco vezes maior que as

regiões Venda Nova, Norte e Barreiro, que apresentam as menores médias do município,

aproximadamente 1,5 salário mínimo.

Ainda utilizando os dados do IBGE, e seguindo o recorte do Programa Brasil Sem

Miséria, na ocasião do Censo 2010, foram considerados em situação de pobreza aqueles

que possuíam renda domiciliar per capita de até R$ 140,00. Em situação de extrema

pobreza, o valor da renda era de R$ 70,0030. Os dados do Censo apontaram que em 2010

havia no município 32.407 pessoas que se encontram em situação de extrema pobreza, o

que corresponde a 1,4% da população31.

30 Atualmente, esses parâmetros são respectivamente R$ 170,00 e R$85,00. 31Conforme Boletim MDS/2012-Caracterização da Extrema Pobreza. Disponível no site

http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/carrega_pdf.php?rel=extrema_pobreza. Acessado em:

janeiro/2018

5,45,7

4,4

5,7

4,6

6,2

4,64,2

6,6

3,3

4,7

3,2

3,83,3

3,93,5

3,0

4,1

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

B CS L NE NO N O P VN

% D

om

icíli

os

Regionais Administrativas

% domicílios com renda mensal até 1/4 S.M. % domicílios com renda mensal até 1/8 S.M.

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127

O Censo 2010 revelou ainda que do total dos extremamente pobres no município,

8,4% (2.717 indivíduos) são crianças de 0 a 3 anos e 5,7% (1.842 indivíduos) estão na

faixa entre 4 e 5 anos. O grupo de 6 a 14 anos por sua vez, totalizou 23,6% (7.662

indivíduos) na extrema pobreza, enquanto no grupo de 15 a 17 anos totalizou 4,8% (1.565

jovens). Isso significa que 42,5% dos extremamente pobres do município têm de 0 a 17

anos. É importante também destacar que, do total de pessoas extremamente pobres, 15,1%

são pessoas com mais de 60 anos, como se observa no gráfico a seguir.

Gráfico 29- Percentual dos extremamente pobres por grupo etário –

2010

Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.

Do total de extremamente pobres no município, 18.259 são mulheres (56,3%) e

14.147 são homens (43,7%). Com relação à raça, aproximadamente 29% se classificaram

como brancos, 16% se declararam pretos e 53% como pardos; e, por fim,

aproximadamente 2% se declararam amarelos ou indígenas.

Gráfico 30 - Percentual dos extremamente pobres por raça – 2010

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

0 a 3 anos 4 a 5 anos 6 a 14anos

15 a 17anos

18 a 39anos

40 a 59anos

60 anos oumais

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IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.

O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico - é um

instrumento que visa coletar os dados e informações com o objetivo de encontrar e

identificar as famílias de baixa renda existentes em todo o país32 e, dessa forma, ofertar a

elas a possibilidade de acessar as políticas sociais de transferência de renda, isenções,

benefícios e serviços socioassistenciais.

Para o Cadastro Único, são consideradas famílias de baixa renda aquelas com

renda mensal per capita de até meio salário mínimo ou até três salários mínimos de renda

familiar total33, que demandam prioritariamente acesso às políticas sociais. As famílias

com renda familiar superior a este recorte também podem ser cadastradas, desde que sua

inclusão seja vinculada à seleção ou ao acompanhamento de programas sociais ou

serviços socioassistenciais, ou seja, trata-se da possibilidade de inserir no CadÚnico

famílias com outros tipos de vulnerabilidade, além da vulnerabilidade de renda.

Ao longo do período de 2012 a 2017, observa-se uma queda acentuada do número

de famílias cadastradas no CadÚnico, a despeito das oscilações de 2013 e 2014. O mesmo

ocorrendo com o número de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família.

Segundo a tabela abaixo, o número de famílias cadastradas teve um aumento de

2012 para 2013 e também de 2013 para 2014, mas, a partir de 2015, começa a haver uma

redução no número de famílias cadastradas. Em 2016, é possível verificar nova queda e

em 2017 há um aumento do número de famílias cadastradas.

Tabela 12 - Número de famílias cadastradas no CadÚnico e diferença percentual

(%) por ano (2012-2017) - Belo Horizonte

32 http://www.programadogoverno.org/inscricoes-cadastro-unico-2014-cadunico/ 33 Ver Documento Base: Análise dos diagnósticos situacional e operacional – territórios de CRAS – para

processo de descentralização do CadÚnico-Belo Horizonte.

29%

16%53%

2%

Brancos Pretos Pardos Amarelos ou Indígenas

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ANO Famílias Cadastradas CadÚnico Diferença percentual no número de

famílias cadastradas por ano a ano

2012 178.776 ¨

2013 185.136 4%

2014 196.804 6%

2015 148.544 -25%

2016 137.327 -8%

2017 144.972 5%

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro/2017

Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-

SUASS/PBH.

De acordo com a tabela abaixo, neste mesmo período, houve redução no número

de famílias beneficiárias do PBF em 22%, portanto, em cinco anos, o número de famílias

beneficiárias foi sendo reduzido em quase um quarto. Ao todo, 16.390 famílias deixaram

de receber o benefício.

Tabela 13 - Número de famílias beneficiárias do PBF e diferença percentual

(%) ano-a-ano (2012-2017) - Belo Horizonte

Ano Famílias beneficiárias do

Programa Bolsa Família

Diferença percentual no número de

famílias beneficiárias do PBF por ano

2012 73.153 ¨

2013 70.404 -4%

2014 64.508 -8%

2015 51.569 -20%

2016 57.682 12%

2017 56.763 -2%

Fonte: Caixa Econômica Federal. Dezembro/2017. (Beneficiários PBF). Elaboração GVISO

Segundo informações do MDS, em todo o país, ocorreram reduções no número de

beneficiários do PBF devido ao aumento do rigor de fiscalização por meio do cruzamento

de informações de diferentes bancos de dados, como CadÚnico, INSS, Rais, Caged e

CNPJ. Em 2017, os principais motivos para cancelamento do Bolsa Família foram: renda

acima da declarada, ausência de saque, cadastro desatualizado e informações incorretas34.

34 https://bolsafamilia.blog.br/pagamentos/cancelamento-do-bolsa-familia-principais-motivos/.

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Em relação ao descumprimento de condicionalidades35, observa-se que em Belo

Horizonte os efeitos sobre o Benefício do PBF foram registrados conforme tabela a

seguir.

Tabela 14 - Efeitos do descumprimento de condicionalidades sobre o Benefício do

PBF - ano 2017

Mês de

Referência da

apuração

Advertência Bloqueio Suspensão Cancelament

o

Total no

período

Março 2.293 1028 554 1 3.876

Maio 2.476 493 276 1 3.246

Julho 2.457 696 273 1 3.427

Setembro 1.967 958 379 5 3.309

Novembro 2.724 981 627 3 4.335

Total Geral 11.917 4156 2.109 11 18.193

Fonte: Sistema de Condicionalidades (Sicon/MDS) - novembro 2017. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.

Os dados acima36 indicam que a maioria dos cancelamentos de benefícios no ano

de 2017 não estava diretamente relacionada ao descumprimento de condicionalidades. A

maior parte dos desligamentos de famílias do programa ocorreu devido a não atualização

das informações cadastrais ou porque houve melhoria de renda, não se adequando mais

ao perfil para receber o benefício. É residual, e ocorre em último caso, o número de

cancelamentos de benefício em função do descumprimento dos compromissos nas áreas

de educação e de saúde, pois o objetivo das condicionalidades é reforçar o acesso das

famílias mais pobres a direitos sociais37. Outra questão importante a ser levantada é a não

atualização do valor de critério para inserção no programa conforme a inflação, o que fez

com que a faixa permanecesse em valores muito baixos da renda per capita familiar,

dificultando o acesso ao benefício.

35http://mds.gov.br/assuntos/bolsa-familia/gestao-do-programa/condicionalidades. Para melhor

compreensão dos efeitos das condicionalidades: Advertência: a família é comunicada de que algum

integrante deixou de cumprir condicionalidades, mas não deixa de receber o benefício; Bloqueio: o

benefício fica bloqueado por um mês, mas pode ser sacado no mês seguinte junto com a nova parcela.

Suspensão: o benefício fica suspenso por dois meses, e a família não poderá receber os valores referentes

a esse período; Cancelamento: a família deixa de participar do PBF. 36 Importante esclarecer que o número de 11 notificações de cancelamento somadas no mês de novembro

de 2017 ainda estavam sujeitas a recursos por parte da família, nos meses subsequentes, o que

possivelmente pode dar origem a outro número final de cancelamento para o ano. 37 http://mds.gov.br/assuntos/bolsa-familia/o-que-e/como-funcionahttp://mds.gov.br/assuntos/bolsa-

familia/o-que-e/como-funciona

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Em relação à distribuição das famílias cadastradas nas regionais administrativas,

como pode ser verificado na tabela a seguir, as regionais Venda Nova e Norte possuem

os maiores percentuais em torno de 13%, seguidas das regionais Barreiro e Nordeste com

percentuais aproximados de 12%. Essas quatro regionais totalizam um pouco mais da

metade dos cadastrados. A Pampulha registra o menor percentual. A Centro-Sul é a

segunda regional com o menor número de cadastrados. Este cenário territorial da

distribuição da população no tocante ao acesso à renda, desenhado pelos dados do

CadÚnico, é confirmado por outras fontes de informação, tais como o IBGE.

Tabela 15 - Famílias cadastradas no CadÚnico por Regional – Belo Horizonte -

2017

Regional Famílias cadastradas % Cadastradas

Barreiro 18.233 12,58

Centro-Sul 11.996 8,27

Leste 13.044 9,00

Nordeste 17.126 11,81

Noroeste 12.783 8,82

Norte 19.048 13,14

Oeste 13.633 9,40

Pampulha 10.102 6,97

Venda Nova 19.456 13,42

End. não georreferenciado 9.551 6,59

TOTAL 144.972 100,00

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017

Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-

SUASS/PBH.

Os dados da tabela 15 permitem conhecer o total de famílias e o total de famílias

elegíveis ao benefício do PBF (aquelas com renda per capita de até R$170,00) que

correspondem a 67.708 famílias38 e representam 46,71% dos cadastrados. Dessas, 40.735

famílias estão em situação de extrema pobreza, o segundo maior percentual dentre as

cadastradas (28,10%). A maior parte se encontra na faixa de R$170,01 até 1/2 S.M.

38 Soma do total de famílias com renda per capita até R$85,00 e do total de famílias com renda per capita

de R$85,01 a R$170,00.

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(33,19%), portanto, muito próximas ao limite de alcance do benefício do PBF. Famílias

cadastradas acima de 1/2 S.M. representam 20% das cadastradas.

Tabela 16 - Famílias cadastradas no CadÚnico por faixa de renda familiar per

capita - Belo Horizonte - 2017

Renda familiar per capita Famílias %

Até R$85,00 40.735 28,1

Entre R$85,01 até R$170,00 26.973 18,61

Entre R$170,01 até 1/2 S.M. 48.122 33,19

Acima de 1/2 S.M. 29.142 20,1

Total 144.972 100

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017

Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-

SUASS/PBH.

Fica evidenciado na tabela a seguir que 77% dos responsáveis pelas famílias

atualmente cadastradas declararam não auferir nem o valor total de 1 S.M de renda. Pode-

se afirmar que a maioria das famílias cadastradas, representando 96%, possuem renda

menor do que 2 S.M.

Tabela 17 - Famílias cadastradas no CadÚnico por faixa de renda familiar total -

Belo Horizonte - 2017

Renda familiar total Famílias %

Menos de 1 S.M. (R$954,00) 112.181 77,38

De R$ 954,01 a R$ 1.908,00 (de 1S.M. até 2 S.M.) 26.531 18,30

De R$ 1.908,01 a R$ 2.862 (de 2 S.M. até 3 S.M.) 4.709 3,25

Acima de 3 S.M. 1.551 1,07

Total 144.972 100%

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017

Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-

SUASS/PBH.

O CadÚnico possibilita o registro de informações acerca do pertencimento das

famílias a grupos tradicionais ou específicos, que podem revelar necessidades específicas

de proteção social em função da etnia, da situação de moradia, da inserção no sistema

carcerário ou da inserção precária no mundo do trabalho. É importante destacar que em

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termos percentuais esses dados são baixos, o que pode revelar problemas no registro

realizado. No entanto, para a política de Assistência Social, a existência de famílias nessas

condições – independentemente da quantidade ou do seu percentual representativo –

indica necessidade de atenção. Sendo assim, há cadastradas: 31 famílias ciganas; 50

famílias acampadas ou atingidas por empreendimentos de infraestrutura; 258 famílias

com pessoa em privação de liberdade no sistema carcerário; e, por fim, 918 famílias de

catadores de material reciclado.

Outras informações que compõem o perfil das famílias, referem-se a

características de seus membros. Desse modo, considerando o total de pessoas

cadastradas (411.159) e o número de famílias identificadas, pode-se inferir que o tamanho

médio das famílias é composto por 03 integrantes.

No tocante ao trabalho e remuneração, 103.630 pessoas com mais de 10 anos

cadastradas declararam que haviam trabalhado na semana anterior ao cadastramento (ou

seja, 25,2% do total de cadastradas). Dentre este total, 61.548 (59,4%) declararam ter

como principal função o trabalho por conta própria e 34.718 (33,5%) afirmaram ser

empregado com carteira de trabalho assinada.

Em relação à escolarização, 21% (87.929) dos cadastrados são analfabetos. Das

216.878 pessoas que concluíram pelo menos um ano de estudo (e que não estavam

estudando no momento do cadastramento), a maioria (52,8%) havia cursado o Ensino

Fundamental e 39,1% havia cursado como último grau de instrução, o Ensino Médio.

Ainda que em percentual pouco significativo, 1.594 pessoas cursaram o EJA (ensino

fundamental) e 1.441, EJA (ensino médio). Das 146.479 pessoas que estavam

frequentando algum curso na ocasião do cadastramento, a maioria (63,27%) estudava no

Ensino Fundamental e 14,25% cursava o Ensino Médio. Crianças em creche ou na pré-

escola totalizaram 21.274 (14,52%). Tem-se ainda que estavam cursando a Educação de

Jovens e Adultos, 2.821 (ensino fundamental) e 2.245 (ensino médio) pessoas.

A cor ou raça autodeclarada pela população cadastrada no CadÚnico mais

frequente é de pardos (60,7%) que somada aos de cor preta (14,2%) totalizam 74,9% do

total. Se autodeclararam brancos 23,9%. Foram registradas 474 auto declarações de

indígenas.

A população de crianças e adolescentes até os 17 anos corresponde a quase 40%

dos cadastrados (24,95% até os 11 anos e 13,68% dos 12 aos 17 anos). Os adultos

representam 32,10% e a juventude no recorte dos 18 aos 29 anos, 18,65%. O percentual

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de idosos (10,61%) é um pouco menor que o percentual de idosos da população do

município.

Como pode ser verificado pela tabela a seguir, há mais mulheres do que homens,

58,7% e 41,2%, respectivamente dentre os cadastrados. Ou seja, há 17,48% a mais de

mulheres do que de homens em termos percentuais. Quando comparamos a diferença dos

sexos segundo as faixas etárias, podemos notar que nos primeiros anos de vida há mais

homens do que mulheres. A predominância masculina se mantém até a adolescência. A

partir da maioridade, é perceptível a predominância do sexo feminino (19,67% a mais de

mulheres em relação aos homens). A maior diferença percentual se encontra na faixa

etária adulta, explicitando a predominância feminina no ciclo de vida no qual se acentua

a definição da responsabilidade pelo núcleo familiar.

Tabela 18 - Pessoas cadastradas no CadÚnico por faixa etária e sexo e diferença

percentual (%) por sexo e faixa etária

Faixa etária Masculino % Feminino % Total Diferença %

Até 11 anos 52.116 50,80 50.483 49,20 102.599 1,59

12 a 17 anos 28.389 50,47 27.861 49,53 56.250 0,94

18 a 29 anos 30.806 40,16 45.893 59,84 76.699 -19,67

30 a 59 anos 42.378 32,11 89.610 67,89 131.988 -35,79

60 e mais 15.952 36,57 27.671 63,43 43.623 -26,86

Total 169.641 41,26 241.518 58,74 411.159 -17,48

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017

Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-

SUASS/PBH.

Por fim, vale destacar que de acordo com dados do MDS39, foram transferidos nos

últimos 12 meses (de julho de 2017 a junho de 2018) para os beneficiários do município

de Belo Horizonte o montante total de R$ 97.880.227,00, correspondente a um valor

mensal médio de R$ 8.156.685,58. Esse dado se torna ainda mais relevante tendo-se em

vista que pesquisas econômicas apontam que os recursos transferidos por meio do

Programa Bolsa Família produzem efeitos socioeconômicos significativos na redução da

miséria e da pobreza, além de estímulos ao desenvolvimento da economia local. Neri et

39 Fonte: Relatório Bolsa Família e Cadastro Único no seu Município/MDS. Disponível em:

http://www.mds.gov.br/bolsafamilia . Acesso em julho de 2018.

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al (2013)40 apontam que cada real adicional gasto no PBF pode estimular um crescimento

de R$ 1,78 no PIB. Já Soares et al (2010)41 apontam que entre 2000 e 2010, o PBF

respondeu a faixas entre 14 e 16% de redução da pobreza no país, além de ter contribuído

para minimizar os efeitos de crises econômicas, invertendo tendências de aumento da

pobreza nos períodos entre 1999 e 2003, 2001 e 2003, e 2007 a 2009.

2.3.2. Pessoas com deficiência no município

Quanto ao contingente populacional com algum tipo de deficiência no município,

o Censo de 2010 indicou a existência de 550.997 pessoas, o que representava 23,2% da

população total.42. Em Minas Gerais, esse percentual foi de 23% e, no Brasil, 24% das

pessoas declararam, pelo menos, uma das deficiências investigadas.

Os tipos de deficiência mais citados pelos entrevistados em Belo Horizonte foram

respectivamente a deficiência visual, a auditiva, a motora e a mental.

O MDS apontou relação entre a porcentagem de pessoas com “deficiência grave”

em Belo Horizonte e a vulnerabilidade socioeconômica com renda per capita de até ¼ do

salário mínimo. Assim, segundo informações do MDS, há no município

aproximadamente 2% da população, ou seja, 47.503 pessoas com pelo menos uma

deficiência grave. Deste total, 2,4% (1.140 pessoas) possui renda per capita de até ¼ do

salário mínimo. Este percentual é maior no município do que no Estado, na Região

Sudeste e no Brasil, conforme apresenta o gráfico abaixo:

Gráfico 31 - Percentual de pessoas com pelo menos uma deficiência residentes em

BH com renda per capita de até ¼ do SM – Censo 2010.

40 NERI, VAZ e SOUZA. Efeitos macroeconômicos do Programa Bolsa Família: uma análise comparativa

das transferências sociais. In: Programa Bolsa Família: uma década de inclusão e cidadania / organizadores:

Tereza Campello, Marcelo Côrtes Neri. – Brasília : Ipea, 2013. 41 SOARES et al. Os impactos do benefício do Programa Bolsa Família sobre a desigualdade e a pobreza.

In: Bolsa família 2003-2010: avanços e desafios / organizadores: Jorge Abrahão de Castro, Lúcia Modesto.

Brasília : Ipea, 2010. 42Fonte: IBGE 2010. Extraído de A população de deficientes no Estado de Minas Gerais: uma análise exploratória

a partir dos censos demográficos de 2000 e 2010 / Emerson A. Baptista, José Irineu R. Rigotti. Belo Horizonte:

UFMG/CEDEPLAR, 2013.

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Fonte: Extraído de Diagnóstico Socioterritorial - Município de Belo Horizonte / MG. MDS: 2013.

De acordo com estudo realizado pelo MDS com base nos dados do Censo 2010,

o total de pessoas em situação de extrema pobreza e com algum tipo de deficiência no

município é de 11.980 pessoas, sendo que destas, 9% (1.126 indivíduos) são

extremamente pobres com alguma deficiência mental; 52% (6.158 indivíduos) têm

alguma deficiência visual; 13% (1.559 indivíduos) auditiva e 26% (3.137) de locomoção.

Analisando os dados do Cadastro Único, observa-se que em abril de 2018 havia

um total de 24.491 pessoas com deficiência cadastradas. Considerando que uma pessoa

pode ser acometida por mais de uma deficiência, a tabela a seguir detalha o total de

pessoas segundo os tipos de deficiência. A deficiência física se destaca como a deficiência

mais comum, representando 42,6% do total de pessoas com marcação de alguma

deficiência. Em seguida tem-se a deficiência mental ou intelectual com 27%, o transtorno

mental aparece com um percentual de 16,4%, baixa visão com 12,4%, surdez

leve/moderada com 5,2%, cegueira com 3,8% e Síndrome de Down com 2,4%.

Tabela 19 - Pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico por tipo de

deficiência - Belo Horizonte – 2017

Tipo de deficiência Opção não marcada

no formulário

Opção marcada no

formulário

Sem

Resposta Total

Cegueira 0 921 413.685 414.606

Síndrome de Down 0 595 414.011 414.606

Deficiência física 0 10.435 404.171 414.606

Deficiência mental ou

intelectual 0 6.623 407.983 414.606

Surdez leve/moderada 0 1.280 413.326 414.606

Transtorno/doença

mental 0 4.023 410.583 414.606

Baixa visão 0 3.037 411.569 414.606

Fonte: CadÚnico dez/2017. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

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Nas tabelas abaixo, observa-se que, das pessoas com deficiência cadastradas, a

maior parte informou possuir renda per capita familiar maior do que ½ salário mínimo –

38,8%. Em seguida, tem-se 37,6% de pessoas com deficiência com renda per capita entre

R$170,01 até 1/2 S.M., 14,8% com renda per capita familiar de até R$ 85,00, e 8,8% na

faixa entre R$85,01 até R$170,00.

Tabela 20 - Quantidade de pessoas com deficiência cadastradas no

CadÚnico por faixa de renda familiar per capita – Belo Horizonte, abr/2018

Pessoa tem

deficiência?

Faixa da renda familiar per capita

Total Até

R$85,00

Entre

R$85,01

até

R$170,00

Entre

R$170,01

até 1/2

S.M.

Acima

de 1/2

S.M.

Sem

Resposta

Sim 3.636 2.156 9.197 9.502 0 24.491

Não 108.261 82.622 142.072 57.160 0 390.115

Sem

Resposta 0 0 0 0 0 0

Total 111.897 84.778 151.269 66.662 0 414.606 Fonte: TABCAD – abril de 2018. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

Tabela 21 - Percentual de pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico

por faixa de renda familiar per capita – Belo Horizonte, abril/2018

Pessoa tem

deficiência?

Faixa da renda familiar per capita Total

Até

R$85,00

Entre

R$85,01

até

R$170,00

Entre

R$170,01

até 1/2

S.M.

Acima

de 1/2

S.M.

Sem

Resposta

Sim 14,8 8,8 37,6 38,8 0,0 100,0

Não 27,8 21,2 36,4 14,7 0,0 100,0

Sem

Resposta

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Total 27,0 20,4 36,5 16,1 0,0 100,0 Fonte: TABCAD – abril de 2018. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

2.3.3. Vulnerabilidade de Renda entre Idosos e Pessoas com

Deficiência: os dados do Benefício de Prestação Continuada

(BPC)

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O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um benefício individual, não

vitalício e intransferível, que assegura a transferência mensal de 1 (um) salário mínimo

ao idoso, com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, e à pessoa com deficiência (PCD), de

qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual

ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua

participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais

pessoas. Em ambos os casos, devem comprovar não possuir meios de garantir o próprio

sustento, nem o ter provido por sua família. A renda mensal familiar per capita deve ser

inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo vigente.

De acordo com a tabela abaixo, observa-se, no que se refere ao número de

beneficiários do BPC, que o público de idosos beneficiários se sobressai em 5% em

relação aos beneficiários que são pessoas com deficiência, ainda que este valor não seja

tão significativo.

Na tabela a seguir, nota-se que dentre os beneficiários idosos, aqueles de 70 a 74

anos possuem um percentual mais significativo, contendo nesta faixa 5.969 pessoas, o

que representa 29,1% do total. As duas outras faixas etárias que aparecem com valores

consideráveis são: 65 a 69 anos (5.103 idosos) o que equivale a 24,8%, e 75 a 79 (4.830

idosos), representando 23,5% do total. Essas três faixas juntas representam 77,4% do total

de beneficiários, ou seja, a maioria dos idosos que possuem BPC se encontram entre os

65 a 79 anos.

Tabela 23 - Número de pessoas idosas beneficiárias do

BPC residentes em Belo Horizonte por faixa etária 2017

Tabela 22 - Quantidade e % de beneficiários do BPC (idosos

e pessoas com deficiência) residentes em Belo Horizonte –

out/2017

BPC Total %

Idoso 20.547 53%

PcD 18.260 47%

Total 38.807 100%

Fonte: INSS - out/2017. Elaboração: GVISO-

DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Nota: Os dados utilizados representam o somatório dos benefícios ativos e

suspensos. Estão excluídos os benefícios cessados e os benefícios de Renda

Mensal Vitalícia (RMV)

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Faixa etária Idoso %

65 – 69 5.103 24,8

70 – 74 5.969 29,1

75 – 79 4.830 23,5

80 – 84 2.824 13,7

85- 89 1.376 6,7

90 – 94 372 1,8

95 – 100 69 0,3

Mais de 100 4 0,0

Total 20.547 100,00

Fonte: INSS/ out 2017. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH. Dados atualizados Jan/2018.

Observa-se, a partir dos 80 anos, queda nos índices do número de idosos

beneficiários. Na faixa de 80 a 84 anos tem-se 2.824 (13,7% do total), de 85 a 89 tem-se

1.376 idosos, representando 6,7%; de 90 a 94 anos 1,8% ou 372 pessoas de 95 a 100 anos,

esse valor cai, sendo somente 69 pessoas, e apenas 4 pessoas com mais de 100 anos.

No caso das pessoas com deficiência, a tabela abaixo mostra que os beneficiários

adultos de 30 a 59 anos são a maioria das pessoas com deficiência que possuem o BPC,

representando 45,9% do total; crianças e adolescentes de 0 a 17 anos somam 21% e

idosos, 15,8%. Dentre as faixas etárias agregadas por decênios, a de 18 a 29 anos é a que

apresenta o maior número de beneficiários, com 17,2%; seguida da faixa de 50 a 59 anos

com 16,3% do total de beneficiários. Nota-se que a grande maioria dos beneficiários estão

entre os 18 a 69 anos, ou seja, 75,4% do total das pessoas com deficiência que possuem

o BPC.

Tabela 24 - Número de beneficiários do BPC (pessoas com deficiência) por

faixa etária residentes em Belo Horizonte – 2017

Faixa etária PcD %

0 a 11 2.139 11,7

12 a 17 1.689 9,2

18 a 29 3.156 17,3

30 a 39 2.766 15,1

40 a 49 2.652 14,5

50 a 59 2972 16,3

60 a 69 2.255 12,3

70 a 79 511 2,8

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140

80 a 89 118 0,6

90 a 100 2 0,0

Total 18.260 100,0 Fonte: INSS/out 2017. Elaboração: GVISO- SUASS/BH. Dados atualizados Jan/2018

Ressalta-se ainda que os valores totais transferidos pelo governo federal para os

beneficiários do BPC em Belo Horizonte são bastante significativos. De acordo com

dados do MDS43, no mês de dezembro de 2017 foram transferidos no total R$ 20.230.817

para pessoas com deficiência e R$ 22.154.649 para pessoas idosas, totalizando R$

42.385.467. No ano todo de 2017, esse valor correspondeu a R$ 499.260.938,00 sendo

R$ 238.285.533,00 para pessoas com deficiência e R$ 260.975.405,00 para pessoas

idosas. Além de corresponderem a valores significativos que são injetados na economia

municipal, os recursos transferidos pelo BPC podem ainda ser utilizados para custear os

serviços de acolhimento institucional para pessoas idosas, com destinação de no máximo

70% do valor recebido pelo indivíduo. Assim, essas transferências constituem-se como

uma forma de financiamento indireto da rede socioassistencial não governamental (que

corresponde à maior parte das unidades de acolhimento de idosos em Minas Gerais e à

totalidade dessas unidades no município de Belo Horizonte).

2.3.4. Povos e comunidades tradicionais

De acordo com o Decreto Federal nº 6.040/2007, que estabelece a Política

Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais, estes

são: “grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem

formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais

como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica,

utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição”.

Acrescenta-se ainda que os povos e comunidades tradicionais “são povos que

ocupam ou reivindicam seus territórios tradicionalmente ocupados, seja essa ocupação

permanente ou temporária. Os membros de um povo ou comunidade tradicional têm

43 Fonte: http://www.mds.gov.br/relcrys/bpc/download_beneficiarios_bpc.htm . Acesso em julho de 2018.

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modos de ser, fazer e viver distintos dos da sociedade em geral, o que faz com que esses

grupos se autorreconheçam como portadores de identidades e direitos próprios”44.

Movimentos sociais têm lutado no Brasil pelo reconhecimento das especificidades

desses povos e pela promoção de seus direitos sociais, políticos e econômicos. Seu

reconhecimento formal e a promoção dos seus direitos contribuem para a redução da

desigualdade e para a promoção da justiça social.

Os povos e comunidades tradicionais têm historicamente vivenciado situações de

vulnerabilidade e risco social, advindos da perda de seu território e do comprometimento

de suas estratégias de sobrevivência, do preconceito, da discriminação e da exclusão

social. Estas situações específicas devem ser levadas em conta pelas políticas de

assistência social na oferta de serviços e benefícios a essas comunidades.

Nesta parte do diagnóstico, serão abordados dados sobre a população indígena e

sobre as comunidades quilombolas e ciganas no município.

População indígena

De acordo com MPMG (s/data), o reconhecimento dos direitos indígenas esteve

presente em quase todas as constituições brasileiras, porém foi apenas com a Constituição

Federal de 1988 que seus modos de vida foram reconhecidos em sua integralidade e que

foi institucionalizado o usufruto exclusivo sobre as “terras tradicionalmente ocupadas”.

Ressalta-se ainda que desde 2007 o Brasil é signatário Declaração Universal dos direitos

indígenas, dentre os quais pode-se destacar o direito à livre determinação, o direito a não

sofrer da assimilação forçosa ou a destruição de sua cultura, não ser retirado pela força

de suas terras ou territórios, participar na adoção de decisões em questões que afetem seus

direitos, vidas e destinos e o direito à conservação e proteção do meio ambiente e da

capacidade produtiva de suas terras, territórios e recursos.

A Funai – Fundação Nacional do Índio – aponta que habitam o estado de Minas

Gerais, dentre outros, os povos Xakriabá, Maxakali, Kaxixó, Krenak, Tupinikin, Tuxá,

Pataxó e Guarani. Os Maxakali vivem no Nordeste do Estado de Minas Gerais, povo que

ainda preserva sua língua, sua religião, dentre outros costumes. O povo Xakriabá habita

no extremo norte do estado, que contabiliza mais de dez mil indígenas que vivem no

44 Ministério Público de Minas Gerais (sem data). Direitos dos povos e comunidades tradicionais. Belo

Horizonte: Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (CIMOS) - Ministério Público de Minas

Gerais (MPMG). p.10.

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142

semiárido do sertão mineiro. A Funai indica ainda que existe uma grande quantidade de

indígenas nas áreas urbanas, principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Em função da falta de garantia de acesso à terra e pela ausência de políticas

públicas que atendam a suas especificidades, muitos indígenas têm adotado como

estratégia de sobrevivência a migração para a capital do Estado. Desta forma, já é possível

perceber em alguns territórios de referência da assistência social a presença de populações

indígenas.

Segundo os dados do Censo IBGE de 2010, 3.958 habitantes de Belo Horizonte

declararam ser de cor/raça indígena. Já o CadÚnico registrou, em dezembro de 2017, 480

indivíduos que declaram ser de cor/raça indígena. A tabela a seguir traz a distribuição dos

indígenas cadastrados pela sua regional de moradia. Verifica-se que a maior parte da

população indígena está nas Regionais Venda Nova, Norte, Barreiro e Nordeste, que

juntas concentram 53,8% desta população. Estes dados mostram que a população

indígena reside nas áreas mais periféricas da cidade, as quais possuem, historicamente,

piores indicadores de qualidade de vida e vulnerabilidade mais elevada.

Tabela 25 - Distribuição da população de cor/raça indígena por regionais/BH

(2017)

REGIONAL Nº

Indígenas

%

Venda Nova 73 15,2

Norte 70 14,6

Barreiro 60 12,5

Nordeste 55 11,5

Leste 46 9,6

Noroeste 38 7,9

Pampulha 37 7,7

Oeste 36 7,5

Centro-sul 27 5,6

Não

Georreferenciado

38 7,9

Total Geral 480 100,0

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Dezembro 2017

Já a tabela abaixo aponta que das pessoas indígenas cadastradas no CadÚnico,

42% recebem benefício do Programa Bolsa Família.

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143

Tabela 26 - Famílias indígenas cadastradas no CADÚNICO que recebem PBF

(2017)

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Dezembro 2017. Elaboração: GVISO/DGAS/SUASS/

SMASAC/PBH.

A tabela abaixo apresenta a distribuição etária dos indígenas em Belo Horizonte.

A população indígena em BH cadastrada no CadÚnico é predominantemente jovem de

acordo com a tabela abaixo, já que 42% têm até 24 anos. Estes dados demonstram a

necessidade de se intensificar políticas para a população indígena focando este grupo de

idade.

Tabela 27 - Distribuição da população indígena por faixa etária (2017)

Fonte:

Cadastro Único

(MDS) - dezembro

2017. Elaborado

por: GVISO –

SUASS/PBH.

Quilombolas e Ciganos

Tanto quilombolas quanto ciganos, embora possuam representantes distribuídos

de modo heterogêneo em todo o município, possuem locais de concentração em

BENEFICIÁRIOS

DO PROGRAMA

BOLSA FAMÍLIA

INDÍGENAS %

NÃO 277 58,0

SIM 203 42,0

Total Geral 480 100,0

Faixa de Idade Nº Indígenas %

Entre 0 e 4 36 7,5

Entre 5 a 6 10 2,1

Entre 7 a 15 87 18,2

Entre 16 a 17 15 3,1

Entre 18 a 24 53 11,0

Entre 25 a 34 68 14,2

Entre 35 a 39 32 6,7

Entre 40 a 44 35 7,3

Entre 45 a 49 30 6,3

Entre 50 a 54 22 4,6

Entre 55 a 59 16 3,3

Entre 60 a 64 21 4,4

Maior que 65 55 11,5

Total Geral 480 100,0

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144

comunidades das famílias pertencentes a estes povos, como se observa no mapa a seguir,

após o qual serão detalhados aspectos referentes a estes dois povos.

Mapa 2 - Localização de povos quilombolas e ciganos no município de Belo

Horizonte

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Comunidades Quilombolas

Há no município três comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação

Cultural Palmares e que são também reconhecidas pelo Conselho Deliberativo do

Patrimônio Cultural e Artístico do Município como patrimônio cultural de natureza

imaterial de Belo Horizonte: Mangueiras, Luízes e Manzo Ngunzo Kaiango. Todas as

três comunidades vivem situações de ameaça aos seus territórios e têm, ao longo dos anos,

vivenciado situações de racismo e preconceito que levam a uma situação de

vulnerabilidade que demanda maior atenção das políticas de assistência social.

Além dos aspectos sócio demográficos é importante que os programas e serviços

da assistência social levem em consideração a história e a cultura dessas comunidades ao

realizar diagnósticos e planejamentos, pois elas são fundamentais na conformação

identitária dessas comunidades e perpassam suas práticas, crenças e fazeres cotidianos.

A seguir, são apresentados alguns dados sobre cada uma das comunidades.

Comunidade Quilombola Mangueiras

Situada na região norte da capital, em uma área conhecida como Ribeirão da

Izidora, faz limite com o município de Santa Luzia, próximo ao bairro Aarão Reis, no

quilômetro 13,5 da MG-20, estando compreendida no território do CRAS Novo Aarão

Reis. Segundo o Dossiê de Registro dos Quilombos Luízes, Mangueira e Manzo Ngunzo

Kaiango como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial de Belo Horizonte45, vivem na

comunidade aproximadamente 65 pessoas que se distribuem em 17 moradias. Segundo

dados do CadÚnico,12 (doze) famílias são cadastradas nessa comunidade.

Tendo em vista o baixo número de famílias cadastradas no CadÚnico, optou-se

por utilizar os dados do Dossiê, relativas ao Censo BH-Social realizado em 2007. O Censo

BH-Social indicou que a maioria dos residentes dessa comunidade (53,5%) possui apenas

o ensino fundamental.

45 PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. Dossiê de Registro dos Quilombos Luízes, Mangueira e

Manzo Ngunzo Kaiango como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial de Belo Horizonte.

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147

Tabela 28 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Mangueiras/Regional Norte segundo escolaridade

ESCOLARIDADE Frequência %

Analfabeto 4 9,3

Ensino fundamental – 1° grau 23 53,5

Ensino médio – 2° grau incompleto 6 14,0

Ensino médio – 2° grau completo 1 2,3

Não Informada 7 16,3

Não se aplica 2 4,7

Total 43 100,0

Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

A maior parte das pessoas da comunidade detém uma renda baixa, já que 55,8%

das famílias recebiam até 1 salário mínimo em 2007.

Tabela 29 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Mangueiras/Regional Norte segundo renda familiar

RENDA FAMILIAR Frequência % % acum.

Sem renda 7 16,3 16,3

Ate 1 Salário Mínimo 17 39,5 55,8

De 1,01 a 2 Salários 5 11,6 67,4

De 2,01 a 3 Salários 11 25,6 93,0

De 3,01 a 5 Salários 2 4,7 97,7

Sem informação 1 2,3 100,0

Total 43 100,0 100,0

Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

Segundo o Dossiê46, vários adultos atuam como trabalhadoras(es) informais na

cidade, como na construção civil e muitas mulheres trabalham como empregadas

domésticas. Além disso, poucos moradores tinham, em 2008, carteira assinada, atuando

como enfermeiros, cozinheiros, cobradores de ônibus e funcionários do posto de saúde.

Comunidade Quilombola dos Luízes

46 idem

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148

A comunidade quilombola dos Luízes se localiza na Vila Maria Luiza, no bairro

Grajaú, região oeste do município, estando compreendida no território do CRAS Graça

Sabóia/Morro das Pedras. Segundo o Dossiê47, há na comunidade cerca de 30 casas em

que vivem 80 moradores, em uma a área ocupada é de 2.292 metros quadrados. Assim

como na Comunidade Quilombola Mangueiras, há apenas 12 famílias cadastradas no

CadÚnico.

Em relação à inserção no mercado de trabalho ou atividade produtiva, tem-se que

alguns moradores sobrevivem por meio de aluguel de imóveis e da abertura de pontos

comerciais no Quilombo, como restaurante, papelaria, borracharia, salão de beleza e

estúdio de tatuagem. As mulheres, além dos cuidados da casa e dos filhos, costumavam

trabalhar como empregadas domésticas, diaristas, cozinheiras ou esteticistas. Atualmente,

mais mulheres têm assumido ocupações como de assistentes administrativas,

contabilistas, professoras, pedagogas e artesãs.

Assim como na Comunidade Quilombola Mangueiras, também nos Luízes, uma

parte significativa da população detém apenas o ensino fundamental.

Tabela 30 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Luízes/Regional Oeste segundo escolaridade

ESCOLARIDADE Frequência %

Educação infantil 1 3,0

Ensino fundamental – 1° grau 15 45,4

Ensino médio – 2° grau incompleto 3 9,1

Ensino médio – 2° grau completo 9 27,3

Ensino superior – 3º grau 2 6,1

Não se aplica 3 9,1

Total 33 100,0

Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

No que se refere à renda familiar, todavia, há uma pequena diferença entre as

comunidades visto que a faixa que vai de 2 a 3 salários mínimos é a que concentra o maior

percentual das famílias (39,4%) da Comunidade dos Luízes.

47 idem

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149

Tabela 31 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Luízes/Regional Oeste segundo renda familiar

Renda Familiar Frequência % % acum.

Ate 1 Salário Mínimo 2 6,1 6,1

De 1,01 a 2 Salários 3 9,1 15,2

De 2,01 a 3 Salários 13 39,4 54,5

De 3,01 a 5 Salários 10 30,3 84,8

De 5,01 a 10 Salários 2 6,1 90,9

Acima de 20 Salários 3 9,1 100,0

Total 33 100,0 Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

Comunidade de Manzo Ngunzo Kaiango

As informações sobre esta comunidade são originárias do Dossiê48. A

Comunidade Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango está localizada na região leste da

cidade, no Bairro Santa Efigênia. Atualmente, o território ocupado por Manzo se resume

a uma área de aproximadamente 360 metros quadrados, onde vivem 32 pessoas de 7

famílias. Segundo o CadÚnico, há 4 famílias cadastradas.

Destaca-se na história do Quilombo a intervenção realizada pela Defesa Civil em

2012, que obrigou as famílias a viverem alguns meses no Abrigo Granja de Freitas. Várias

modificações foram realizadas nas edificações sem o devido respeito às questões culturais

e religiosas e até hoje a comunidade aguarda ações de reparação por parte do poder

público municipal.

Comunidades Ciganas

Atualmente, são reconhecidas duas comunidades ciganas em Belo Horizonte.

Uma localizada no bairro São Gabriel, região Nordeste, e outra no Céu Azul, região de

Venda Nova. Esta última comunidade está compreendida no território do CRAS Lagoa.

Com o objetivo de coletar informações demográficas e culturais a fim de atender às

demandas das comunidades por políticas públicas, a Coordenadoria da Promoção da

Igualdade Racial, atualmente Diretoria de Promoção da Igualdade Racial (DPIR),

vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania

(SMASAC), elaborou um diagnóstico em 2015, sobre essas comunidades de origem

Kalon.

48 idem

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150

O acampamento do São Gabriel surgiu há cerca de 30 anos, enquanto o Céu Azul

surgiu em torno de 20 anos atrás. A maior parte das pessoas vivem nos acampamentos

desde que nasceram, e as que se mudaram depois vieram da Região Metropolitana de

Belo Horizonte ou de cidades do interior de Minas Gerais. Apenas no acampamento do

Céu Azul foram encontradas pessoas provenientes de outros estados.

As famílias que vivem na comunidade do São Gabriel são compostas, em sua

grande maioria, por casais que vivem com seus filhos em uma mesma barraca, enquanto

no Céu Azul predominam casais sem filhos.

Tabela 32 - Quantidade de famílias e indivíduos que vivem em comunidades

ciganas em Belo Horizonte - 2015

Comunidade cigana

Total de

famílias no

acampamento

Total de pessoas no

acampamento

São Gabriel 70 190

Céu Azul 15 40

Total 85 230

Fonte: DPIR/SMASAC. Elaboração: GVISO-SUASS/PBH.

Os dados do CadÚnico, registraram 29 famílias e 72 pessoas ciganas em Belo

Horizonte em abril de 2018. Suas informações permitem apontar algumas características

sociodemográficas dessa população. Observa-se um número maior de mulheres (61%)

cadastradas do que de homens (39%), conforme apontado na tabela abaixo.

Tabela 33 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por sexo em Belo

Horizonte – abril de 2018

Masculino Feminino Sem

Resposta Total

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Pessoas

ciganas 28 44 0 72

Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH.

Em relação à alfabetização e escolaridade, nota-se que a maioria das pessoas

cadastradas informou não saber ler e escrever (52,7%). Quanto à escolaridade, a maioria

dos indivíduos não prestou essa informação (68%).

Tabela 34 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos que sabem ler e

escrever em Belo Horizonte – abril de 2018

Sim Não Sem

Resposta Total

Pessoa sabe

ler e escrever 34 38 0 72

Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH

Tabela 35 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por último ano de

escolaridade em Belo Horizonte – abril de 2018

Último ano e série do curso que a pessoa frequentou

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º Curso

não

Sem

Resposta Total

Pessoa cigana 6 3 5 3 2 4 0 0 0 0 49 72

Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH

Quanto à renda, observa-se que a maior parte das famílias (58,6%) e indivíduos

(65%) possuem faixa de renda per capita de até R$ 85,00, ou seja, estão em situação de

extrema pobreza. Das 29 famílias residentes na comunidade cadastradas, 20 (69%)

recebem o benefício do Programa Bolsa Família, correspondente a 59 pessoas (82%).

Tabela 36 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por faixa de renda

per capita em Belo Horizonte – abril de 2018

Quantidade de

indivíduos/ famílias

Faixa da renda familiar per capita

Até R$85,00 Entre

R$85,01

Entre

R$170,01

Acim

a de

Sem

Respost

a

Total

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até

R$170,00

até 1/2

S.M.

1/2

S.M.

Indivíduos Ciganos 47 13 5 7 0 72

Famílias ciganas 17 4 2 6 0 29

Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH.

Tabela 37 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos que recebem Bolsa

Família em Belo Horizonte – abril de 2018

Recebe Bolsa

Família Sim Não

Sem

Resposta Total

Indivíduos Ciganos 59 13 0 72

Famílias ciganas 20 9 0 29 Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH.

Por fim, destaca-se as informações levantadas no Estudo de Impacto das

Ocupações Sobre o Atendimento no SUAS-BH (referenciado anteriormente neste plano),

que podem ser valiosas na operacionalização da função de Defesa de Direitos, no

município. O referido estudo identificou que 2 (dentre 76) das áreas identificadas como

ocupações se referem aos 2 locais de concentração da comunidade cigana aqui tratados.

Importa reforçar que, embora os ciganos tradicionalmente sejam caracterizados como

povo seminômade, a presença e fixação destes nos locais observados, indica o

estabelecimento de vínculos de territorialidade os quais merecem atenção do poder

público. O SUAS-BH pode atuar no sentido de estabelecer o diálogo com demais atores

visando a garantir os direitos territoriais reservados s estes povos.

Outro caso que chama atenção através da análise de localização das ocupações é

a grande proximidade de uma delas, denominada “Novo Lajedo” com o território da

Comunidade Quilombola Mangueiras. A proximidade é motivo de alerta pois, conforme

registros, a comunidade quilombola já teve problemas de poluição do curso d’água

presente em seu território em função do estabelecimento dos bairros Tupi e Lajedo, os

quais a exemplo da ocupação citada, surgiram de forma irregular nas proximidades do

terreno da comunidade, que possui características de uso rural do solo, contribuindo desta

forma para o equilíbrio ambiental na região onde se situa.

2.3.5. Juventude e vulnerabilidade

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153

No ano de 2016 a Prefeitura de Belo Horizonte, em conformidade com o Plano

Estratégico de Belo Horizonte 2030, desenvolveu o Índice de Vulnerabilidade Juvenil de

Belo Horizonte (IVJ) visando apontar a contingência de exclusão social e situações de

risco que os jovens podem vivenciar em algum momento. Para analisar o grau de

vulnerabilidade juvenil de Belo Horizonte, o IVJ teve como referência os 40 territórios

de gestão compartilhada (TGC) existentes no município, considerando os dados

demográficos, de saúde e educação, extraídos do DataSus, do Censo Escolar e do IBGE

- Censo Demográfico 2010.

No IVJ, foram elaborados sete indicadores para a construção do Índice, sendo eles:

percentual da população jovem de 15 a 29 anos, percentual de crianças na faixa etária de

10 a 14 anos que trabalharam na última semana de julho de 2010, renda familiar média,

taxa de abandono escolar no ensino médio, taxa de distorção série-idade, taxa média de

homicídio da população masculina com idade entre 15 e 29 anos e taxa de fecundidade

na faixa etária de 15 a 29 anos.

O gráfico abaixo aponta a caracterização da população jovem de 15 a 29 anos do

município, de acordo com a raça/cor declarada e com a regional de residência. Em relação

ao local de residência, tem-se que as maiores concentrações de jovens estão localizadas

na regional Oeste (80.263) seguida da regional Nordeste (77.473), sendo regional Norte

aquela com a menor concentração desta faixa etária (57.116). Já quanto à raça/cor

declarada, nota-se que nas regionais Norte (66,9%) e Venda Nova (65,5) há maior

concentração de jovens que se declararam como pretos ou pardos. A menor concentração

de jovens pretos ou pardos está na regional Centro-Sul (32,4%). No total do município,

detecta-se que os jovens de cor preta, parda ou indígena somam um total 9% maior que

as pessoas de cor branca ou amarela.

Gráfico 32 - Distribuição da população de 15 a 29 anos por cor/raça e por

regional de residência – Belo Horizonte, 2010

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Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/BH.

Em relação ao indicador de trabalho infantil, tem-se que os dados do IVJ apontam

que 72% das crianças na faixa etária de 10 a 14 anos nessa situação se autodeclararam

como pretas, pardas ou indígenas. A regional Norte apresentou o maior índice de crianças

na faixa etária de 10 a 14 anos em situação de trabalho em julho de 2010, bem como o

maior quantitativo de crianças do sexo masculino e autodeclaradas brancas ou amarelas.

A regional Noroeste se destaca pelo segundo maior percentual de crianças na faixa etária

de 10 a 14 anos em situação de trabalho e autodeclaradas negras, pardas ou indígenas. A

menor quantidade de crianças ocupadas foi registrada na regional Oeste. A regional Leste,

seguida das regionais Venda Nova e Pampulha, apresentaram os maiores índices de

crianças ocupadas com idade de 10 a 14, do sexo feminino. Nota-se que o público

masculino representava 52% do universo de crianças de 10 a 14 anos ocupadas.

O indicador de renda domiciliar média do responsável pelo domicílio, registrou

notoriamente que a regional Centro-Sul apresentou o índice de renda mais elevado da

cidade. Nota-se uma variação da renda domiciliar média do responsável pelo domicílio

quando há a especificidade por gênero, tendo o responsável do sexo masculino maior

renda quando comparado ao sexo feminino. A menor renda domiciliar média é encontrada

na regional Barreiro, seguida das regionais Venda Nova e Norte.

A partir do indicador sobre a taxa média de abandono no Ensino Médio nos anos

de 2013 a 2015, detecta-se que as regionais Nordeste e Norte apresentaram os maiores

índices de abandono escolar, principalmente do sexo masculino e autodeclarados pretos,

pardos e indígenas. No geral, há uma maior taxa de abandono escolar por parte dos jovens

de sexo masculino. A regional Barreiro aparece nos dados com uma taxa significativa de

evasão escolar e distorção série-idade direcionada ao sexo feminino. A regional Noroeste

apresentou um alto índice relacionado a taxa de distorção série-idade (2013 a 2015),

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principalmente do sexo feminino. A regional Centro-Sul apresentou a menor taxa de

abandono escolar e distorção série-idade. Destaca-se que a população jovem do sexo

feminino apresentou uma taxa de distorção série-idade maior que a população jovem do

sexo masculino.

Para o cálculo do indicador sobre a taxa média de homicídios, o IVJ considerou

os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)49, desenvolvido pelo

DATASUS/Ministério da Saúde. A maior taxa de homicídios da população masculina

com este recorte de idade, no período de 2013 a 2015, estava localizada na regional Norte

e, em seguida, na regional Venda Nova. No universo total de homicídios da população

masculina com idade entre 15 e 29 anos, detecta-se o maior risco no recorte da população

parda, preta e indígena. Os menores índices de homicídio juvenil, do sexo masculino,

foram localizados nas regionais Centro-Sul e Pampulha.

De acordo com os dados informados pelo Sistema de Informações de Nascidos

Vivos (SINASC)50, no período de 2013 a 2015, a taxa média de fecundidade na faixa de

15 a 29 anos apresentou o maior índice na regional Norte, seguido pelas regionais Barreiro

e Venda Nova. Detecta-se que a proporção de mulheres entre 15 e 29 anos que

engravidaram é maior quando a raça/cor declarada é preta, parda e indígena. As regionais

Centro-Sul e Pampulha apresentaram o menor índice na taxa de fecundidade juvenil no

mesmo período. Os maiores índices de fecundidade juvenil da população autodeclarada

como preta, parda e indígena no município estão localizados nas regionais Norte e Venda

Nova, seguidos das regionais Leste e Centro-Sul.

Os dados agregados do IVJ por regional, descritos no gráfico abaixo, apontam que

a regional administrativa com maior índice de vulnerabilidade juvenil é a Norte, com

valor de 48,8, seguido pela regional Venda Nova com 48,2 e Barreiro, com 47,8. As

regionais menos vulneráveis são Centro-Sul com índice de 30,7 e Pampulha com 33,6. Já

os índices por Território de Gestão Compartilhada (TGC) revelam que há grande

disparidade de vulnerabilidade juvenil dentro de cada regional administrativa.

49 O Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM), desenvolvido pelo DATASUS/Ministério da Saúde,

possui a finalidade de reunir dados quantitativos e qualitativos sobre os óbitos ocorridos no Brasil. O SIM

é considerado uma importante ferramenta de gestão na área da Saúde e possui como idade, causa da morte

atestada pelo médico, distribuição espacial e temporal, o que permite construir indicadores e processar

análises epidemiológicas que contribuam para a avaliação e gestão em saúde e em outras áreas. 50 O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), desenvolvido pelo DATASUS/Ministério

da Saúde, possui informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em nível nacional e

possui como fonte primária de dados a Declaração de Nascidos Vivos (DNV).

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Gráfico 33 - Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ-BH) por território de gestão

compartilhada e por regional – Belo Horizonte, 2015

Fonte: Índice de Vulnerabilidade Juvenil (2016). Elaboração: GVISO- SUASS/BH51.

Cabe destacar que os bairros registrados com o maior índice de vulnerabilidade

são: Vila da Área, Alto Vera Cruz, Granja de Freitas, Taquaril, Conjunto Taquaril, Cidade

Jardim Taquaril e Baleia ( TGC Leste 4 – com índice de 72,8); Barão Homem de Melo I,

III e IV, São Jorge I, II, III, Vila Antena, Santa Sofia, Leonina, Chácara Leonina, Alpes

e Pantanal (TGC Oeste 3 – com índice de 60,2); e Alto Das Antenas, Araguaia, Brasil

Industrial, Cardoso, Corumbiara, Esperança, Flávio de Oliveira, Flávio Marques Lisboa,

Miramar, Novo Santa Cecília, Pongelupe, Serra do Curral, Solar do Barreiro e Vila

Cemig. (TGC Barreiro 4 – com índice de 59,4). Já os bairros com menor índices de

vulnerabilidade juvenil são Cidade Jardim, Coração de Jesus, Santo Antônio, São Pedro,

Luxemburgo, Vila Paris, São Bento, Santa Lúcia (TGC Centro-Sul 4 – com índice de 7,8)

e Novo São Lucas, São Lucas, Serra, Carmo, Cruzeiro, Anchieta, Sion, Comiteco,

Mangabeiras, Belvedere (TGC Centro-Sul 2 com índice de 8,2).

Para complementar os indicadores abordados pelo IVJ-BH, foi utilizado o

Relatório Estatístico da Vara Infracional da Infância e Juventude de Belo Horizonte,

51 Legenda regionais/Território de Gestão Compartilhada – TGC: TGC: B – Barreiro (TGCs: Barreiro 1,

Barreiro 2, Barreiro 3, Barreiro 4, Barreiro 5); CS – Centro Sul (TGCs: Centro-Sul 1, Centro-Sul 2, Centro-

Sul 3, Centro-Sul 4, Centro-Sul 5); L – Leste (TGCs: Leste 1, Leste 2, Leste 3, Leste 4); O – Oeste (TGCs:

Oeste 1, Oeste 2, Oeste 3, Oeste 4, Oeste 5); N – Norte (TGCs: Norte 1, Norte 2, Norte 3, Norte 4); NE –

Nordeste (TGCs: Nordeste 1, Nordeste 2, Nordeste 3, Nordeste 4, Nordeste 5); NO – Noroeste (TGCs:

Noroeste 1, Noroeste 2, Noroeste 3, Noroeste 4); P – Pampulha (TGCs: Pampulha 1, Pampulha 2, Pampulha

3, Pampulha 4); VN – Venda Nova (TGCs: Venda Nova 1, Venda Nova 2, Venda Nova 3, Venda Nova4).

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referente ao ano de 2015. Este documento elenca os principais atos infracionais

envolvendo adolescentes na cidade e o local de residência destes.

Em 2015, 8.171 casos foram encaminhados à Vara Infracional da Infância e

Juventude de Belo Horizonte, sendo que 5.718 correspondem a adolescentes autores de

primeiro ato infracional e 2.453 reincidentes na trajetória infracional. Somam-se a esse

total os 347 casos encaminhados para o cumprimento de mandado de busca e apreensão.

Os adolescentes/jovens do sexo masculino são predominantes no envolvimento

com atos infracionais, quando comparados ao sexo feminino. Considerando os tipos dos

atos infracionais praticados pelos adolescentes, os maiores índices registrados são em

relação ao tráfico de drogas (26,3%), seguido de roubo (15,1%) e uso de drogas (11,8%).

Cabe destacar que os três atos infracionais mais cometidos somam mais da metade dos

atos praticados (53,2%).

Gráfico 34 - Regional de residência de adolescentes autores de ato infracional

Fonte: Relatório Estatístico – Vara Infracional (2015).

As regionais Noroeste e Venda Nova são os territórios que concentram os maiores

percentuais de residência de adolescentes. Nota-se uma certa homogeneidade em toda a

distribuição pelas nove regionais da cidade, exceto a regional Pampulha, que se destaca

por seu baixo índice.

Outra fonte de dados sobre a incidência de situações de vulnerabilidade de jovens

no município é o Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais (SIGPS), com

informações sobre o Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de

BARREIRO10%

CENTRO-SUL9%

LESTE10%

NORDESTE10%

NOROESTE11%

NORTE8%

OESTE10%

PAMPULHA5%

VENDA NOVA11%

SEM INFORMAÇÃO16%

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Medidas Socioeducativas de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à

Comunidade (PSC).

De acordo com o SIGPS, em 2017, 3.318 adolescentes foram inseridos no Serviço,

sendo que foram aplicadas 3.831 medidas pela Vara Infracional da Infância e Juventude

– (VIJ). A medida de PSC registrou um percentual 13% maior de inserções de casos

quando comparada à medida de LA. O perfil dos adolescentes corresponde

principalmente ao sexo masculino, na faixa etária de 16 a 17 anos e ausentes do ambiente

escolar. Os tipos de atos infracionais mais encaminhados para as medidas socioeducativas

em meio aberto, são: tráfico de drogas, seguido pelo roubo e furto. Tem-se ainda que, no

ano de 2017, o Serviço registrou o óbito de dezessete adolescentes que estavam no

acompanhamento socioeducativo.

Por fim, destaca-se que, como apontado na base de dados do SIM/DATA SUS no

ano de 2016, o maior índice de homicídios em Belo Horizonte acomete jovens na faixa

etária de 15 a 29 anos (89,2% do total) demandando ações de proteção social especial

quando ações de inclusão e prevenção não impedem o agravamento de vulnerabilidades

e riscos pessoais e sociais.

2.3.6. População em trajetória de vida nas ruas

Conforme a base de dados do CadÚnico, no município existem 5.607 pessoas

inscritas como pessoa em situação de vida nas ruas com seus cadastros atualizados nos

últimos 24 meses. Destaca-se, que esta informação é autodeclarada no atendimento para

o preenchimento do Cadastro.

Tabela 38 - Distribuição das pessoas em situação de vida nas ruas cadastradas por

regional administrativa

REGIONAIS PESSOAS %

CENTRO-SUL 3.292 58,71

BARREIRO 212 3,78

LESTE 376 6,71

NORDESTE 64 1,14

NOROESTE 580 10,34

NORTE 699 12,47

OESTE 50 0,89

PAMPULHA 63 1,12

VENDA NOVA 180 3,21

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ENDEREÇO NÃO

GEORREFERENCIADO

91 1,62

Total 5.607 100,00 Fonte: Governo Federal – MDS / Cadastro Único. Belo Horizonte, dezembro 2017. CECAD - MDS. Belo

Horizonte, dezembro 2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

A partir das divisões regionais existentes no município, detecta-se que 59% do

público em situação de vida nas ruas está concentrado na regional Centro-Sul e,

posteriormente, na regional Norte, com 12% do total. As regionais Noroeste e Leste

aparecem com 10% e 7% das pessoas em situação de vida nas ruas, respectivamente. Os

menores quantitativos deste público específico foram registrados nas regionais Nordeste,

Pampulha e Oeste, todas com aproximadamente 1% do total.

Da totalidade de pessoas em trajetória de vida nas ruas cadastradas, 5.029 pessoas

são beneficiárias do Programa Bolsa Família, o que corresponde a 89% dos cadastros

realizados no CadÚnico com esta especificidade. Deste público, 92% declararam obter

uma renda per capta de até R$ 85,00/mês.

Em relação a raça/cor deste público específico, o gráfico acima mostra que 61%

das pessoas cadastradas se autodeclararam pardos, 23% como pretos e 16% como

brancos.

Gráfico 35 - Distribuição de pessoas em situação de rua por raça/cor

Fonte: Governo Federal – MDS / Cadastro Único. Belo Horizonte, dezembro 2017. CECAD - MDS. Belo

Horizonte, dezembro 2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

A pirâmide etária (gráfico abaixo) traz informações significativas para

caracterização deste público. Os indivíduos do sexo masculino representam 86,8% do

total da população em situação de rua. Em relação às faixas etárias apresentadas, o maior

INDIGENA0%

PARDA61%

AMARELA0%

PRETA23%

BRANCA 16%

NÃO DECLARADO

0%

INDIGENA PARDA AMARELA

PRETA BRANCA NÃO DECLARADO

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160

quantitativo de homens encontram-se dos 35 aos 39 e dos 45 aos 49 anos, enquanto no

caso das mulheres os maiores quantitativos por faixa se apresentam dos 30 aos 34 e dos

45 aos 49 anos. Ainda assim, a discrepância em relação ao número de homens e mulheres

(nesta faixa a diferença se dá em 76%) é muito significativa em quase toda a pirâmide,

reflexo da composição total do público. A exceção, porém, se dá na faixa dos 70 à 74

anos, em que ambos os sexos possuem 31 representantes. Interessante ressaltar quem,

apesar do sexo feminino representar a minoria deste público, detecta-se através de uma

análise histórica do Serviço Especializado a Pessoas em Situação de Vida nas Ruas um

crescimento substancial (3 vezes maior) do sexo feminino no período de 2014 a 2016.

Gráfico 36 - Faixa etária das pessoas em situação de vida nas ruas cadastradas no

CadÚnico – BH, out/2017

Fonte: Governo Federal – MDS / Cadastro Único. Belo Horizonte, outubro 2017. CECAD - MDS. Belo

Horizonte, outubro 2017.

Em relação à escolaridade, pelos dados informados no CadÚnico: 27,1% das

pessoas em situação de rua cursaram a primeira fase do 1º grau (1ª à 4ª série); 41,9%

cursaram até a segunda fase do 1º grau (5ª à 8ª série) e 21,9 % cursaram o ensino médio

(2º grau). Assim, das pessoas em trajetória de vida nas ruas 69% não concluíram o ensino

fundamental e aproximadamente 22% concluíram o ensino médio.

Dos fatores elencados como motivadores para o início da trajetória de rua, o

principal indicado refere-se a problemas familiares (35,7%) e, em seguida, a situação de

desemprego (24,9%), perda de moradia (14,5%), alcoolismo (12,1%), outros motivos

0008

31219

410802

284984

631539521

1713111

0

0000223298928895877141443100

1000 500 0 500 1000

0-4

10-14

20-24

30-34

40-44

50-54

60-64

70-74

80-84

Feminino Masculino

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161

(3,7%), por ameaça (3,1%), trabalho (2%), tratamento de saúde (1,6%), por preferência

(1,3%), não respondeu (1%) e não sabe (0,2%).

2.3.7. Violência e violações de direitos

Um dos desafios do SUAS hoje corresponde ao registro e à análise de maneira

sistemática de informações e dados que possibilitem a identificação da incidência de situações

de violação de direitos. Sendo assim, foram buscadas bases de dados de outras políticas

púbicas que possam contribuir para a compreensão desses fenômenos. Destaca-se que as

fontes encontradas trazem dados referentes a situações de violência52 que correspondem a

alguns dos fenômenos relacionados às formas de violação de direitos que são objeto de

intervenção do SUAS. Os dados apresentados nessa seção foram coletados por meio de bases

de dados da política de saúde.

A fonte utilizada foi o VIVA que é o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes,

cujo foco é a notificação de violência interpessoal e autoprovocada. Este sistema é um

componente do SINAN (Sistema de Informação de Agravos e Notificações) que é alimentado,

por sua vez, por notificações e investigações de casos de doenças e agravos que constam da

lista nacional de doenças de notificação compulsória. A alimentação do sistema ocorre por

meio da Ficha Individual de Notificação disponível nas unidades de saúde.

Tabela 39 - Número de casos notificados de violência

interpessoal/autoprovocada em residentes em Belo Horizonte por tipo de violência de

2012 a 2017

Tipo de violência

2012 2013 2014 2015 2016 2017*

Total

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

Lesão auto provocada

840 40,0 793 37,1 691 34,2 811 29,5 844 27,2 1080 26,9 5.059

Viol. Física 556 26,5 522 24,4 494 24,4 762 27,7 834 26,9 1276 31,8 4.444

Viol.

Psico/moral 190 9,0 228 10,7 245 12,1 423 15,4 471 15,2 562 14,0 2.119

Viol. Tortura 24 1,1 37 1,7 22 1,1 58 2,1 71 2,3 82 2,0 294

Viol. Sexual 336 16,0 357 16,7 342 16,9 373 13,6 480 15,5 491 12,2 2.379

52 Em 2002, a Organização Mundial de Saúde publicou o Relatório Mundial sobre Violência e Saúde no

qual define a violência como “o uso intencional de força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si

próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha possibilidade de

resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.

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Traf. Seres

Humanos 3 0,1 0 0,0 1 0,0 2 0,1 1 0,0 1 0,0 8

Violência Finan/Econo.

10 0,5 22 1,0 27 1,3 50 1,8 61 2,0 90 2,2 260

Viol. Negli/Aband. 139 6,6 176 8,2 198 9,8 262 9,5 333 10,7 419 10,4 1.527

Viol. Interv Legal 2 0,1 3 0,1 2 0,1 9 0,3 7 0,2 11 0,3 34

Total 2.100 100,0 2.138 100,0 2.022 100,0 2.750 100,0 3.102 100,0 4.012 100,0 16.124

Fonte: Sinan net/MS- DPSV/GVIGE- SMSA – BH. Dados atualizados em 22/01/2018.

O objeto de notificação do VIVA é a violência interpessoal/autoprovocada,

segundo tipo de violência: física, sexual, psicológica/moral; financeira/econômica; tortura;

tráfico de pessoas; trabalho infantil; negligência/abandono; intervenção legal.

Relacionado à violência, o primeiro dado de relevância para a Assistência Social

é o aumento do número de notificações no período compreendido entre 2012 e 2017, conforme

gráfico abaixo:

Gráfico 37 - Evolução do número de notificações – 2012 a 2017

Fonte: Sinan net/MS-DPSV/GVIVE-SMAS/BH. Dados atualizados em 22/01/2018.

Entre 2012 e 2014, é possível observar uma queda modesta no número de

notificações e, de 2015 em diante, observamos uma elevação significativa, o que demanda

planejamento de ações e recursos para aprimorar ações de atendimento e incrementar

ações de prevenção.

Analisando a Tabela anterior, é possível verificar que todos os tipos de violência,

com exceção da lesão autoprovocada, apresentaram aumento no período (acompanhando

a tendência geral). Verificando, por ano, o percentual que cada tipo de violência

representou no total das notificações é possível perceber que alguns tipos de violência,

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163

ainda que tenham aumentado em números absolutos, tiveram uma redução percentual.

Isto quer dizer que, no período, alguns tipos de violência se tornaram mais frequentes

enquanto outros diminuíram percentualmente sua incidência.

A Violência Sexual teve variação ao longo do período, aumentando em alguns

anos e reduzindo em outros em termos proporcionais aos demais tipos de violência

notificados (16% em 2012, 16,7% em 2013, 16,9% em 2014, 13,6% em 2015, 15,5% em

2016 e 12,2% em 2017). Já a Violência Física, a Violência Psicológica e Moral, Tortura,

Violência Financeira e Econômica, Negligência e Abandono tiveram aumento

percentual. A Violência Física apresentou aumento de 26,5%, em 2012, para 31,8% em

2017. Já a Violência Psicológica e Moral passou de 9% no primeiro ano para 14% no

último.

Algumas violências, apesar de não apresentarem números muito elevados,

tiveram aumento de incidência bem como de sua representação no total de tipos de

violência. A Tortura teve um aumento significativo, passando de 24 casos em 2012, para

82 em 2017, o que significa um aumento de 241%. A Violência Financeira e Econômica

também não apresentou crescimento do número absoluto de casos (260 em todo o

período), passando de 10 em 2012 para 90 em 2017. A Negligência e o Abandono também

tiveram aumento expressivo do número absoluto de casos, crescendo de 139 em 2012

casos para 419 em 2017.

Tipos de violência distintos, demandam intervenções distintas, daí a importância

em se verificar como tem variado, ao longo do tempo, a incidência de cada tipo de

violência.

Observa-se que há baixo preenchimento dos campos raça-cor53, orientação

sexual54 e pessoa com deficiência nas notificações, o que impossibilita outros tipos de

análise. A melhoria da coleta destas informações é de grande relevância para estimar a

violência sofrida pela população negra, indígena, LGBT e pessoas com deficiência.

Com relação às variáveis sexo e idade, os dados trazem informações importantes

para as políticas públicas, sobretudo, para a política de assistência social. O recorte de

53 Sobre o quesito raça-cor, as notificações em que a resposta foi “ignorado” ou deixada em branco chega a

quase 26%. Havendo predominância de qualquer uma raça ou cor dentro destas, poderia aumentar ou

diminuir significativamente a proporção de brancos, pretos, pardos e indígenas. Ainda assim, para

conhecimento registra-se que que em 23% das notificações as pessoas eram brancas, em 11,6% eram pretas,

em 0,6% amarelas, em 38,8% pardas e em 0,2% indígenas. 54 Com relação à orientação sexual, a negligência em relação ao dado é gritante. Em 54% das notificações,

a questão foi ignorada, em 21,4% foi preenchido como “não se aplica” e apenas 24,5% foram efetivamente

preenchidas. É imprescindível a melhora da coleta deste dado frente aos frequentes relatos de casos de

homofobia e lesbofobia denunciadas pelo movimento LGBT, para que eles deixem de ser invisibilizados.

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sexo e idade demonstra que grupos populacionais parecem ser mais suscetíveis a

vivenciar situações de violência do que outras: existe um número maior de notificações

de violência contra jovens e mulheres.

Tabela 40 - Número de casos notificados de violência interpessoal /autoprovocada

em residentes em Belo Horizonte por sexo - 2012-2017

Sexo ANO

2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total

Masculino 555 555 526 638 612 787 3.673

Feminino 1.226 1.198 1.094 1.391 1.613 1.949 8.471

Total 1.781 1.753 1.620 2.029 2.225 2.736* 12.144

Fonte: Sinan net/MS- DPSV/GVIGE- SMSA – BH. Dados atualizados em 22/01/2018

*No ano de 2017, há 3 registros sem a identificação do sexo

De acordo com a tabela anterior, verifica-se que o número de mulheres que sofrem

violência é muito superior ao número de homens. Em todo o período analisado, os casos

de violência contra as mulheres representaram 69,8% das notificações, enquanto os casos

contra homens representaram apenas 30,2%55.

55 Se as notificações de violência aumentaram consideravelmente ao longo do período em análise, o mesmo

aconteceu com o número de mulheres e homens que sofrem violência, entretanto, as proporções por ano se

mantiveram razoavelmente estáveis, variando de 68% a 72% para as mulheres e de 27% a 31% para os

homens.

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Gráfico 38 - Número de casos notificados de violência interpessoal/autoprovocada

em residentes em Belo Horizonte por faixa etária – 2012/2017*

Fonte: Sinan net/MS- DPSV/GVIGE- SMSA – BH. Dados atualizados em 22/01/2018.

De acordo com o gráfico acima, é possível perceber que os jovens da faixa etária

de 15 a 29 anos correspondem ao grupo etário que teve o maior registro de notificações

de violência. Entretanto, ressalta-se que para uma melhor dimensão de como a violência

atinge estes grupos, seria interessante analisar a quantidade absoluta de casos de

notificados em relação ao número total da população em cada uma das faixas etárias.

2.3.8. Violação de direitos de crianças e adolescentes

A partir dos dados do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias

e Indivíduos (PAEFI) - realizado no CREAS - extraídos do SIGPS, é possível ter um

panorama das violações de direitos mais atendidas nesse Serviço no município no ano de

2017, bem como identificar o perfil da população vítima de violação de direitos.

O PAEFI registrou 721 crianças com direitos violados nos 1.068 novos casos de

famílias inseridas no ano de 2017. A regional Oeste apresentou o maior percentual (19%)

de violações de diretos referentes a crianças e adolescentes em 2017. Em seguida

aparecem as regionais Venda Nova com 15%, Leste com 14%, Barreiro e Norte, ambas

com 13 % e a regional Pampulha, com 7 % do total de violações registradas. As regionais

que apresentam os menores índices de registro de violação contra esse público foram:

Centro-Sul, Nordeste e Noroeste, com 6% do total de violações, cada uma.

0

200

400

600

800

1000

1200

2012 2013 2014 2015 2016 2017

407 421 383 422502 531

712 665559

739 762

1025

571 566 534

655 698811

91 101 144213

263372

0 a 14 15 a 29 30 a 59 Acima de 60

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166

Gráfico 39 - Violação de direitos contra criança e adolescentes inseridas no

PAEFI por idade

Fonte: Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais. Elaborado por

GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC-PBH.

Quanto à idade das crianças e adolescentes vítimas de violações de direitos no

município, os dados apontaram a maior incidência de violação para o público entre 13 e

16 anos de idade (38%). Logo em seguida, a faixa de idade de 7 a 12 anos apareceu com

uma incidência ainda alta, representando 34% do total de violações do público infanto-

juvenil. As violações entre 0 e 6 anos somaram 23% do total de violações registradas. O

público com a menor quantidade de violações registradas correspondeu a idade de 17

anos, somando 6% do total, contudo deve-se considerar que este percentual é inferior aos

demais por se apresentar em um período etário de apenas um ano.

Considerando que uma família pode apresentar mais de uma violação de direito, o

PAEFI registrou o total de 2.049 violações vivenciadas nos casos acompanhados pelo

Serviço. O gráfico abaixo aponta que a situação de violação de direitos contra crianças e

adolescentes mais recorrente foi a negligência (44%), seguida da violência física (21%)

e psicológica (13%). Cabe destacar que os casos notificados como abuso sexual

intrafamiliar apresentaram o índice de 7% do total de violações de direitos. As violações

de abandono, abuso sexual, trabalho infanto-juvenil apresentaram o percentual de 2% dos

casos acompanhados no PAEFI.

23%

34%

38%

6%

0-6 ANOS 7-12 ANOS 13-16 ANOS 17 ANOS

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167

Gráfico 40 - Tipos de Violação de Direitos acompanhadas pelo PAEFI (%)

Fonte: Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS.

Os dados do SIGPS revelam ainda que do total de casos atendidos pelo PAEFI no

município, 66% deles são encaminhados pelo Conselho Tutelar. Isso aponta que a maior

parte dos casos atendidos envolvem violação de direitos de crianças e adolescentes e ainda

que nesses casos esse órgão tem sido o principal encaminhar.

Gráfico 41 - Órgão encaminhador das famílias atendidas no PAEFI56

Fonte: Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS.

Por fim, utilizando dos dados do Censo-SUAS 2017, apresenta-se o panorama a

respeito do universo de crianças e adolescentes em acolhimento institucional no

56 Os dados apresentados se referem ao total de encaminhamentos de famílias acompanhadas pelo PAEFI,

incluindo famílias que possuíam ou não em sua composição crianças e adolescentes.

44%

21%

13%

11%

2%

2%

2%

1,15 %

1,01 %

0, 82%

0,38 %

0, 24 %

0,19 %

0,05 %

0,05 %

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

NEGLIGÊNCIA

VIOLÊNCIA FÍSICA

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

ABUSO SEXUAL

TRABALHO INFANTIL-JUVENIL

VIOLENCIA SEXUAL

ABANDONO

VIOLÊNCIA

AUTO NEGLIGÊNCIA

TRAJETÓRIA DE VIDA NAS RUAS

MENDICÂNCIA

EXPLORAÇÃO SEXUAL

VIOLÊNCIA MORAL

PEDOFILIA

TRÁFICO PARA FINS DE ESCCA

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168

município. Em 2017 foram registradas 441 crianças e adolescentes em acolhimento

institucional no município, sendo que destas, a maioria era do sexo masculino: havia 257

(58,3%) crianças e adolescentes do sexo masculino e 184 (41,7%) crianças e adolescentes

do sexo feminino acolhidas. Dentre o público do sexo masculino, a maior quantidade de

crianças e adolescentes estavam nas faixas etárias de 16 a 17 anos, seguido pelos de 6 a

11 anos. Quanto ao público feminino, o recorte etário de 6 a 11 anos apresentou o maior

quantitativo de institucionalizados quando comparado às outras faixas de idade.

Tabela 41 - Crianças e Adolescentes em acolhimento institucional por idade

Faixa Etária Sexo

masculino

Sexo

feminino

0 - 2 46 38

3 - 5 30 20

6 - 11 58 54

12 - 13 35 13

14 - 15 27 24

16 - 17 59 31

18 - 21 2 4

Total 257 184 Fonte: Censo SUAS 2017/MDS. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC-PBH

2.3.9. Violação de direitos de idosos

De acordo com os dados dos Censos IBGE de 2000 e 2010, a população idosa

cresceu no país e no município nas últimas décadas. Belo Horizonte tinha quase 300 mil

indivíduos de 60 anos e mais em 2010; este total é muito maior que o total populacional

de muitos municípios brasileiros e dá uma ideia muito clara da complexidade desta

situação. A regional Oeste é a mais povoada, com aproximadamente 307 mil habitantes

em 2010, apesar da perda significativa de população entre os dois períodos. Destacam-se

também Nordeste, Centro-Sul e Barreiro com mais de 280 mil habitantes. Em relação ao

volume de população com mais de 60 anos, a regional Centro-Sul concentrava mais de

50 mil idosos em 2010, montante que representava 17,4% de sua população. Esse

contingente é bastante expressivo, comparado ao das demais regionais, destacando-se,

também, as regionais Noroeste e Oeste com volumes significativos. Salienta-se que a

distribuição espacial que, em 2000, parecia concentrar mais idosos em algumas regionais,

sugere uma distribuição mais uniforme da população idosa em 2010, quando os idosos se

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169

distribuem nas regionais, representando sempre entre 9% e 13%. Todas as regionais, no

entanto, apresentaram aumento no volume e no percentual de idosos em sua população

total. A crescente participação do grupo de 60 anos e mais no total populacional

demandará ações sociais e políticas públicas específicas para atender as necessidades

desse grupo.

Uma das formas de se conhecer as situações de vulnerabilidade pelas quais passam

esse segmento populacional é realizar a análise de informações da ficha de Denúncia de

Violação de Direitos registrados pela Central de Direitos Humanos (Disque 100) e

encaminhadas à Diretoria de Proteção Social Especial da Subsecretaria de Assistência

Social - SUASS, no ano de 2017. Tal análise possibilita apontar aspectos sobre a

incidência de violência contra a pessoa idosa que merecem a atenção das proteções

sociais, cumprindo um objetivo da vigilância socioassistencial.

No ano de 2017, foram encaminhados para a SUASS 728 denúncias de violações

de direitos. Os dados da tabela abaixo demonstram como a grande maioria das denúncias

tratava de violência contra a população idosa, representando 77,1% do total.

Tabela 42 - Número de denúncias de violação de direitos encaminhadas pelo

Disque Direitos Humanos por público – BH/ 2017

Público

Número de denúncias

encaminhadas para a

SUASS

%

Pessoa com

deficiência 98 13,5

Pessoa idosa 561 77,1

Saúde mental 67 9,2

Não informado 2 0,3

Total 728 100,0

Fonte: Disque Denúncia Direitos Humanos. Jan a set/2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/

SMASAC-PBH.

Na tabela a seguir, pode-se verificar que o maior número de notificações foi de

violência contra pessoas da faixa etária dos 60 aos 80 anos (64,5%), seguidos de pessoas

da faixa etária de 81 a 99 anos (34,6%).

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170

Tabela 43 - Número de denúncias de violação de direitos encaminhadas pelo

Disque Direitos Humanos por faixa etária – BH/ 2017

Faixa Etária Número de

Violações %

De 60 a 80 anos 362 64,5

De 81 a 99 anos 194 34,6

100 anos 4 0,7

106 anos 1 0,2

Total 561 100,0

Fonte: Disque Denúncia Direitos Humanos. Jan a set/2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/

SMASAC-PBH

Outra fonte de dados do SUAS-BH que coleta informações sobre a incidência de

violações de direitos contra a população idosa é o SIGPS. Foram analisados os dados de

acompanhamento deste público inserido no Serviço de Proteção Social Especial para

Famílias e Indivíduos - PAEFI - no ano de 2017. Neste ano foram acompanhadas 662

famílias com pessoas idosas vítimas de violação de direitos pelo Serviço em Belo

Horizonte, sendo que destes 301 correspondem a novos casos inseridos.

Os dados do Serviço apontam que as principais violações de direitos identificadas

nos casos acompanhados foram: negligência, com 35,2% dos casos; violência

psicológica, que representou 24,9% do total; violência física, com 13,7% das ocorrências;

e autonegligência e abandono, representando 9,3% e 8,7% respectivamente do total de

ocorrências.

Tabela 44 - Incidência dos tipos de violação de direitos contra a pessoa idosa

nos casos acompanhados pelo PAEFI – BH/ 2017

Violação Número %

Abandono 73 8,7

Autonegligência 78 9,3

Negligência 296 35,2

Violência 18 2,1

Violência Física 115 13,7

Violência Moral 5 0,6

Violência Patrimonial 46 5,5

Violência Psicológica 210 24,9

Violência Sexual 1 0,1

Total 842 100,0

Fonte: SIGPS -2017. Elaboração: GVISO - 2018Nota da tabela: Total de Idosos Acompanhados: 662

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171

O número de idosos acompanhados difere do total de idosos da tabela (842),

porque um mesmo idoso pode estar sendo acompanhado por ser vítima de mais de um

tipo de violação.

Dentre as ofertas do SUAS-BH para a população idosa, pode-se destacar também

o Programa Maior Cuidado, executado nos CRAS de forma complementar ao trabalho

social com famílias desenvolvido pelo PAIF. Esse Programa consiste no cuidado

domiciliar de rotina a idosos semidependentes e dependentes que vivenciam situações de

vulnerabilidade social pela fragilização de vínculos familiares, comunitários e sociais.

Esta estratégia de atendimento contribui para a prevenção de situações de violação de

direitos contra os idosos. A tabela a seguir apresenta os dados de atendimento do

programa no ano de 2017.

Tabela 45 - Idosos atendidos pelo Projeto Cuidador/Programa Maior

Cuidado - Belo Horizonte - 2017

Idosos Total %

Atendidos 683 74,7

Dependentes 251 -

Semi dependentes 432 -

Inseridos 231 25,3

Total 914 100,0

Fonte: Diretoria de Proteção Social Básica – DPSO – 2018. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/

SMASAC-PBH

Destaca-se que nos casos em que há um agravamento da situação de violação de

direitos da pessoa idosa, com rompimento dos vínculos familiares e, ou perda da

capacidade de sobrevivência, podem ser adotadas medidas de proteção como o

acolhimento institucional. Os dados do Censo SUAS 2017 apontaram que no ano de 2017

haviam 764 idosos em situação de acolhimento institucional na rede socioassistencial do

município. O perfil dos acolhidos aponta maior quantidade de mulheres com mais de 79

anos e entre 60 e 79 anos em situação de acolhimento, seguido por homens na faixa etária

de 60 a 79 anos.

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172

Tabela 46 - Número de pessoas idosas acolhidas em Instituições de Longa

Permanência por recorte etário – BH/ 2017

Sexo Faixa Etária

22 - 59 Anos 60 - 79 Anos + 79 Anos Total

Masculino 2 121 67 190

Feminino 2 231 341 574

Fonte: Censo SUAS 2017/MDS. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC-PBH

2.3.10. Exploração do trabalho infanto-juvenil no município

O termo “trabalho infantil”57 refere-se às atividades econômicas e, ou atividades

de sobrevivência, com ou sem finalidade de lucro, remuneradas ou não, realizadas por

crianças ou adolescentes em idade inferior a 16 (dezesseis) anos, ressalvada a condição

de aprendiz a partir dos 14 (quatorze) anos, independentemente da sua condição

ocupacional. Para efeitos de proteção ao adolescente trabalhador será considerado todo

trabalho desempenhado por pessoa com idade entre 16 e 18 anos e, na condição de

aprendiz, de 14 a 18 anos, conforme definido pela Emenda Constitucional nº 20, de 15 de

dezembro de 1998.

Toda a legislação mencionada está consonância com as atuais disposições da

Convenção dos Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU), e das

Convenções nº 138 e nº 182, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na

Convenção da ONU de 1989, o art. 32 estabelece que não será permitido nenhum tipo de

exploração econômica da criança (até os 18 anos), considerando como exploração

qualquer espécie de trabalho que prejudique a escolaridade básica. A Convenção nº 138

da OIT, assinada pelo Brasil em 28 de junho de 2001, estabelece que todo país signatário

da OIT, deve especificar a idade mínima para admissão ao emprego ou trabalho em

qualquer ocupação.

O Brasil ratificou em 2 de fevereiro de 2000 a Convenção nº 182 da OIT, que

estabelece que os Estados-membros devem tomar medidas imediatas e eficazes para

erradicar as Piores Formas de Trabalho infanto-juvenil, classificadas em quatro

categorias:

a) todas as formas de escravidão ou práticas análogas à escravidão, como vendas e tráfico

de crianças, sujeição por dívida e servidão, trabalho forçado ou compulsório, inclusive

57 Fonte: Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente

Trabalhador / Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (CONAETI,2015,p.6).

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173

recrutamento forçado ou compulsório de crianças para serem uti lizadas em conflitos

armados;

b) utilização, procura e oferta de criança para fins de exploração sexual, de produção de

material pornográfico ou espetáculos pornográficos;

c) utilização, procura e oferta de crianças para atividades ilícitas, particularmente para

produção e tráfico de drogas, conforme definidos nos tratados internacionais;

d) trabalhos que, por sua natureza ou pelas circunstâncias em que são executados, são

suscetíveis de prejudicar a saúde, a segurança e a moral da criança.

A Convenção 182 da OIT estabelece que cada país signatário deve elaborar a

descrição dos trabalhos que por sua natureza ou pelas condições em que são realizados,

são suscetíveis de prejudicar a saúde, a segurança ou a moral das crianças e, portanto,

devem ser proibidos. Nesse sentido, o governo brasileiro aprovou o Decreto nº 6.481, de

12 de junho de 2008, que define a Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista

TIP), anteriormente descrita pela Portaria 20/2001 da Secretaria de Inspeção do Trabalho,

do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. O Decreto estabelece que a Lista TIP será

revista periodicamente, se necessário, mediante consulta com as organizações de

empregadores e trabalhadoras(es) interessadas.

Os avanços no ordenamento jurídico brasileiro sobre o fenômeno precisam,

portanto, ser contemplados nas Políticas Públicas, sobretudo na Política de Assistência

Social, lócus institucional do PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. A

consolidação desses avanços esbarra ainda nas inadequações e limitações dos

mecanismos responsáveis por assegurar o cumprimento dessa legislação. Ao mesmo

tempo, a proposição de implantação da legislação tem gerado com certa frequência riscos

de retrocessos no que diz respeito à consolidação desta concepção e arcabouço normativo

relativo à proteção dos direitos de crianças e adolescentes.

Para levantar dados sobre o trabalho infantil no município foram utilizados dados

do Censo IBGE 2010. Entretanto, para a interpretação destes dados sobre crianças e

adolescentes em situação de trabalho infantil em Belo Horizonte, deve-se considerar a

metodologia utilizada pelo Censo IBGE de 2010, baseada em categorias que guardam

diferenças em relação ao conceito descrito acima. O mapa de indicadores

selecionados58no Censo envolve informações demográficas sobre pessoas de 10 a 17 anos

de idade ocupadas na semana de referência, no que concerne a trabalho e educação. Neste

58 - IBGE. Mapa de indicadores selecionados do trabalho infantil. Disponível em:

http://censo2010.ibge.gov.br/apps/trabalhoinfantil/Trabalho%20Infantil%20-%20Notas%20tecnicas.pdf

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mapa, entende-se por trabalho infantil “aquele que não se enquadra nas condições

definidas na legislação brasileira como admissível para ser realizado por pessoas de

menos de 18 anos de idade” (IBGE,2013; p.12).

Cabe ressaltar a nota elaborada pelo instituto sobre a investigação do tema

trabalho no Censo IBGE de 2010, destaca que esta não foi destinada a captar todas as

condições definidas na legislação para caracterizar o trabalho admissível para crianças e

adolescentes, a fim de separar aqueles efetivamente em trabalho infantil. Entretanto,

permite estimar o contingente de crianças e adolescentes ocupados de 10 a 17 anos de

idade e, ainda, identificar a parcela empregada com carteira de trabalho assinada, que é

uma das condições exigidas pela legislação que rege a proteção trabalhista dos menores

de idade para a sua admissão em emprego.

Considerou-se como trabalho, aquela atividade econômica exercida através de:

a) Ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios

(moradia, alimentação, roupas, treinamento etc.) na produção de bens ou

serviços;

b) Ocupação remunerada em dinheiro ou benefícios (moradia, alimentação,

roupas, treinamento etc.) no serviço doméstico;

c) Ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços, desenvolvida em

ajuda na atividade econômica, no setor privado, de morador do domicílio; ou

d) Ocupação desenvolvida na produção de bens, compreendendo as atividades

da agricultura, pecuária, caça, produção florestal, pesca e aquicultura,

destinados somente à alimentação de, pelo menos, um morador do domicílio.

(IBGE/2013)

Desta forma, o conceito de trabalho infantil encontra-se associado à noção de

ocupação nos termos apontados acima. Foi considerada como pessoa ocupada, aquela que

exerceu algum trabalho durante pelo menos uma hora completa na semana de referência;

ou a pessoa que tinha trabalho remunerado do qual estava temporariamente afastada nessa

semana.

Passando para os dados levantados, tem-se que, de acordo com o Censo 2010, o

município de Belo Horizonte apresentava nesse ano 26.631 crianças e adolescentes, na

faixa etária entre 10 e 17 anos, em situação de trabalho infantil. Apontou, assim, uma

redução de 8,28%, uma vez que o Censo do ano 2000 apresentou o dado de 29.034

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175

crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no município. Vale observar que

no censo demográfico não há informações sobre Trabalho Infantil na faixa etária de 5 a 9

anos. Apesar dos Censos Demográficos possuírem a vantagem de terem o município

como unidade mínima de análise, possuem a limitação de contemplar o Trabalho Infantil

realizado apenas por crianças entre 10 e 17 anos. Além disso, a periodicidade decenal do

Censo impede um estudo mais minucioso da tendência do Trabalho Infantil, dada a sua

significativa oscilação, no curto prazo (de um ano para outro). Dessa forma, os dados

apresentados aqui se referem apenas à faixa etária de 10 a 17 anos, contemplando o ano

de 2010.

Tabela 47 - Nº de crianças e adolescente na faixa etária de 10 a 17 anos, em

situação de trabalho infantil, no município de Belo Horizonte – Ano: 2010

Pessoas/Faixa etária

Total de pessoas

Pessoas de 10 a 13 anos de idade, ocupadas na semana de referência 3.818

Pessoas de 14 ou 15 anos de idade, ocupadas na semana de referência 5.721

Pessoas de 16 ou 17 anos de idade, ocupadas na semana de referência 17.092

TOTAL: Pessoas de 10 a 17 anos de idade, ocupadas na semana de referência 26.631

Homens/ Faixa etária Total de homens

Homens de 10 a 13 anos de idade, ocupados na semana de referência 2.042

Homens de 14 ou 15 anos de idade, ocupados na semana de referência 3.367

Homens de 16 ou 17 anos de idade, ocupados na semana de referência 9.393

TOTAL: Homens de 10 a 17 anos de idade, ocupados na semana de referência 14.802

Mulheres/ Faixa etária Total de mulheres

Mulheres de 10 a 13 anos de idade, ocupadas na semana de referência 1.776

Mulheres de 14 ou 15 anos de idade, ocupadas na semana de referência 2.354

Mulheres de 16 ou 17 anos de idade, ocupadas na semana de referência 7.700

TOTAL: Mulheres de 10 a 17 anos de idade, ocupadas na semana de

referência

11.829

Fonte: Censo IBGE 2010. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

O gráfico abaixo demonstra a distribuição de crianças e adolescentes entre 10 e

17 anos de idade, ocupadas na semana de referência nas nove regionais do município. As

regionais com maior porcentagem para faixa etária entre os 16 e 17 anos são

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176

respectivamente: Barreiro, Norte e Venda Nova. Já entre as crianças e adolescentes entre

10 e 15 anos, sobressaem-se as regionais Venda Nova, Barreiro e Nordeste,

respectivamente. De uma forma geral, as regionais Barreiro e Venda Nova concentram

as maiores taxas para as duas faixas etárias, conforme destaca o gráfico abaixo.

Gráfico 42 - Percentual de trabalho infantil por grupo etário /Regional

administrativa 2010

Fonte: SMPL/2013 - Elaboração: GVISO/SUASS- 2018

Por fim, vale ressaltar a necessidade de realização de estudos específicos sobre o

trabalho infantil em Belo Horizonte, que possibilitem conhecer com maior profundidade

como se dá esse fenômeno para, a partir daí, planejar estratégias mais eficazes de

combate. No âmbito do SUAS-BH, destaca-se que está em desenvolvimento um processo

de revisão do Protocolo das Ações de Erradicação do Trabalho Infantil (Protocolo PETI),

que tem como objetivo potencializar as ações de identificação desse público, ampliar as

ações de prevenção, e definir fluxos para a garantia da proteção integral de crianças e

adolescentes em situação de trabalho infantil.