PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAUNA DE TOMBAMENT… · Anexo 4: CÓPIA DA INSCRIÇÃO DO BEM CULTURAL INSCRITO NO LIVRO DO TOMBO Anexo 5: CÓPIA DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL DE TOMBAMETO

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DOSSIÊ DE TOMBAMENTO

GRUTA DE NOSSA DE ITAUNA

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAUNA

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APRESENTAÇÃO

O presente Dossiê foi elaborado com o objetivo de subsidiar o Tombamento da Gruta de

Nossa Senhora de Itaúna, já reconhecida pela Lei Orgânica do Município de 1º de Maio de

1990 – artigo 135.

Para a realização deste Dossiê contou-se com trabalhos da Equipe Técnica do Conselho

Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural, Artístico e Ecológico de Itaúna –

CODEMPACE, com a funcionária e membro do Conselho, Janete Rodrigues. Foram contratados

também os arquitetos Dênia Alves de Oliveira e Robson Nogueira Rodrigues para auxiliar nos

itens referentes a análises arquitetônicas. Contamos com a colaboração da Arquiteta Ângela

Nogueira Moreira e da estagiária Talita Alves de Morais.

Este Dossiê contém informações históricas, culturais, arquitetônicas, religiosas e

artísticas sobre o município de Itaúna e sobre o bem cultural em questão. Para sua elaboração,

inicialmente, foi feito pesquisas de campo em fontes arquivísticas que compõem arquivos

públicos e privados, internet, entrevistas e consulta à bibliografias específicas.

Uma significativa documentação fotográfica, cartográfica e documentos diversos

complementam este trabalho.

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Pça Dr.Augusto Gonçalves 538 .Centro . Itaúna/MG . Cep 35680-054 . Tel.(37)3241 1212 . e.mail gabinete@itauna mg.com.br

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO

3. HISTÓRICO DO BEM CULTURAL

4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO BEM CULTURAL

5. DELIMITAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

6. JUSTIFICATIVA DA DEFINIÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

7. DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO

8. JUSTIFICATIVA DA DEFINIÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO

9. FICHA DE INVENTÁRIO DO BEM CULTURAL

10. DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

11. DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

12. DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO PARA O BEM TOMBADO

13. PARECER SOBRE O TOMBAMENTO

14. PARECER SOBRE O TOMBAMENTO

15. FICHA TÉCNICA

16. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LAUDO DE AVALIAÇÃO SOBRE O ESTADO DE CONSERVAÇÃO

ANEXOS

Anexo 1: NOTIFICAÇÃO E RECIBO DE TOMBAMENTO

Anexo 2: COPÍA DA ATA DE REUNIÃO DO CODEMPACE APROVANDO O

TOMBAMENTO

Anexo 3: CÓPIA DO DECRETO DE TOMBAMENTO

Anexo 4: CÓPIA DA INSCRIÇÃO DO BEM CULTURAL INSCRITO NO LIVRO DO

TOMBO

Anexo 5: CÓPIA DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL DE TOMBAMETO

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_____________________________________________________________________________ Pça Dr.Augusto Gonçalves 538 .Centro . Itaúna/MG . Cep 35680-054 . Tel.(37)3241 1212 . e.mail gabinete@itauna mg.com.br

1 - INTRODUÇÃO

A oitenta quilômetros de Belo Horizonte -- na região Centro-Oeste de Minas Gerais, fica

a pitoresca cidade de Itaúna.

Esta cidade teve em 1955, uma explosão de devoção mariana, com a divulgação da

aparição de Nossa Senhora, primeiramente para algumas crianças e depois, para senhores

respeitáveis da comunidade.

O que se relata, desde então, é uma crescente devoção e uma peregrinação constante no

local onde ocorreu essa experiência de profunda espiritualidade.

A gruta, antes situada na zona periférica da cidade, hoje se encontra bem perto do centro,

tendo em vista que a cidade cresceu, contando hoje com uma população de pouco menos de 80

mil habitantes. Os peregrinos que ali aportam sentem a paz que emana da gruta e a tranqüilidade

que contagia a alma de cada um que ali vai, em busca de consolo, alívio e cura para seus males.

A visão que se tem da imagem colocada ao centro do altar de pedra é de uma jovem,

quase criança, sem o tradicional véu e com uma flâmula nas mãos, onde se lê: Jesus Cristo

Eterno Deus: O paganismo ameaça o Mundo. Erguei o altar, orai com Fé e vós vereis o Milagre

da Conversão!". Essa imagem foi retratada depois de muito estudo sobre o relato dos videntes,

aos quais ela apareceu inúmeras vezes, sempre com mensagens de cunho apocalíptico.

Entre os blocos de pedras, no interior da gruta, estão os testemunhos de fiéis, muitos com

fotos, dos milagres ocorridos por intercessão da Virgem Nossa Senhora de Itaúna.

Vários cultos são realizados na Gruta de Nossa Senhora de Itaúna sempre contando com

um número expressivo de devotos itaunenses e visitantes. Católicos de diversas cidades mineiras

e também de outros estados são vistos prestando veneração na gruta.

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2 - HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE ITAÚNA

Vista Parcial da Praça da Matriz - década de 30

Foto: Acervo Museu Municipal Francisco Manoel Franco

Evolução Histórica

Conforme a historiografia brasileira, das Capitanias Hereditárias que não fracassaram

quando da efetivação da colonização do Brasil pelos portugueses, foram as de São Vicente (hoje

cidade de São Paulo) e a de Pernambuco. Com notoriedade, foi também, São Paulo um dos

primeiros estados a desbravar novas terras, dando inicio ao bandeirismo. Para tanto, os

bandeirantes paulistas seguiram em direção ao oeste do país.¹

Segundo David de Carvalho, foi em 21 de julho de 1674 que a expedição do bandeirante

paulista Fernão Dias Paes, seguido por sertanistas experientes como seu genro Manoel de Borba

Gato e seu filho Garcia Rodrigues Paes, partiu de Taubaté, São Paulo, em direção ao Vale do

Parnaíba em busca de pedras preciosas.

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¹FAUSTO, 2000:45

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Atravessando a Serra da Mantiqueira, esses desbravadores aportaram nas regiões que

deram inicio aos povoados de Ibituruna, Paraopeba, Sumidouro, Roça Grande, Itacambira,

Esmeraldas, Mato das Pedrarias e Serro Frio chegando, posteriormente, à região do atual

município de Sabará. Neste sentido Ibituruna, que, o historiador itaunense, Guaracy de Castro

Nogueira, chama de "primeiro lar da pátria mineira" é o povoado mais antigo de Minas Gerais

seguido por Santana de Paraopeba (hoje Bonfim).²

Segundo Guaracy de Castro, Fernão Dias Paes e seus bandeirantes foram os primeiros

homens brancos, depois dos índios cataguases, a pisarem no território de Bonfim. E foi a partir

deste povoado, ocupado primeiramente pelo português Manoel Teixeira Sobreira que, aos

poucos, os desbravadores adentraram no território em direção a Pitangui. Portugueses vindos de

vários lugares foram se tornando posseiros na região ao redor de Bonfim e, como tais, plantavam

suas roças, criavam gados e a terra tornava-se propriedade dos mais aventureiros.³

Neste período, havia uma estrada que ligava Bonfim a Pitangui e por ela passava-se pela

região de Santana do São João Acima, primeira denominação da terra que seria mais tarde a

cidade de Itaúna. Ainda segundo Guaracy, Manoel Teixeira possuía uma fazenda com uma

fábrica em Santa'Ana do São João Acima e, foi solicitado a ele mudar seu caminho de acesso a

Pitanqui pois estaria sendo construído a Capela de Sant'Ana e o acesso a ela pelos moradores da

região estava difícil devido as péssimas condições da estrada. Manoel é intimado a depor, e

conforme documento que se encontra no Arquivo Judiciário de Pitangui diz o seguinte:

"que era morador na Paraopeba (..) que ele suplicante tem uma fazenda com fábrica no

ribeirão do dito São João, do termo da Vila de Pitangui (...) e sendo aquela ribeira

inculta, a primeira picada por onde se abriu estrada para a dita Vila, a mandou fazer o

Sargento-Mor Gabriel da Silva Pereira, em parte por terra e matos do suplicante, para

donde seguia os viandantes do Rio de Janeiro e das Minas Gerais para a dita Vila, e

vendo todos que a dita estrada não era suficiente por morros e escarpas com grande

risco de cargas e bestas, e para atalhar este dano, recorreram ao Almotacel

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¹CARVALHO, 2001:20.

²NOGUEIRA, 2003:Fascículo 2.

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que naquele tempo servia na dita Vila, para mandar atalhar a dita estrada por

donde fosse conveniente ao bem comum..." ³

Para Guaracy, este documento do ano de 1720 mostra claramente que aqui chegaram,

solteiros por volta deste mesmo ano os portugueses Tomás Teixeira e Manoel Neto de Melo,

liderados pelo Sargento-Mor Gabriel da Silva Pereira, os primeiros povoadores desta região.

Estes vieram com muitos escravos com o objetivo principal de minerar ouro na região.

Ainda Guaracy, não se tem com precisão uma data certa do início do povoamento de Itaúna. A

região delimitada pelos rios Paraopeba, Pará e São João começou a ser povoada no início do

século XVIII. Os primeiros documentos que falam desta região citam um rio chamado São João,

termo da Vila de Pitangui, comarca de Sabará. No ano de 1746 aparece em documentos a

expressão "paragem do rio São João" e, aos poucos vai se definindo o lugar que era a "Paragem

do Rio São João Acima". Por volta de 1753 documento solicitando carta de sesmaria refere-se a

este região como sendo a "Povoação Nova do Rio São João", termo da Vila de Pitangui.4

Vista da 1ª queda d'água do Rio São João/1942 Vista de um trecho do Rio São João/década de 80

Foto: Acervo Arquivo Público Foto: Acervo Arquivo Público

Barragem do Benfica – década de 90

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³NOGUEIRA, 2003:Fascìculo 2.

4NOGUERIA, 2003: Fascículo 2.

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Os primeiros povoadores de Itaúna

Gabriel da Silva Pereira, Tomás Teixeira e Manoel Neto de Melo, que segundo Guaracy

eram grandes amigos e ambiciosos vieram em busca de ouro e riquezas. Quando chegaram nesta

região gostaram da paragem e acreditavam encontrar muitas pedras preciosas, principalmente,

nos afluentes do rio São João. Sentiam que já era tempo de se organizarem e constituírem suas

famílias. Com a mineração de ouro no córrego das Lavrinhas, em Jacuba, tinham já um bom "pé-

de-meia" e eram posseiros de um bom pedaço de terra. Plantavam, colhiam, tinham as suas

criações. Gabriel e Tomás casaram-se no mesmo dia, em 12 de agosto de 1739, sendo as suas

esposas irmãs, filhas do bandeirante João Lopes de Camargos, fundador de Ouro Preto. Florência

Cardoso de Camargo casou-se com Gabriel e Ana Maria Cardoso de Camargos com Tomás. As

descendências de ambos foram constituindo família e povoando a Paragem do Rio São João

Acima. Já o terceiro deles, Manoel, vivia de terra em terra e casou-se com a filha bastarda de

Gabriel, mas não teve filhos.5

Conforme afirma Guaracy, o historiador Miguel Augusto acredita que os primeiros

povoadores desta região foram Manoel Borba Gato, genro de Fernão Dias, e seus descendentes .

E para João Dornas os primeiros povoadores da Paragem do Rio São João Acima teria sido o

português Antonio Gonçalves da Guia e seus descendentes. Segundo Guaracy, este último, em

sua época dispunha de poucos recursos e de limitações e o bairrismo era próprio dos

historiadores deste período. Já Miguel Augusto estaria equivocado pois há documentos que

afirmam que Borba Gato povoou e deu origem a descendentes na região de Mateus Leme. Para

Guaracy, vários documentos comprovam hoje que os primeiros povoadores da região foram

Gabriel da Silva Pereira, Tomás Teixeira e Manoel Neto de Melo.6

Após construção da Capela de Nossa Senhora de Santana, pelos primeiros povoadores, o

processo histórico da cidade de Itaúna vai sendo escrito com o passar dos anos.

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5NOGUEIRA, 2003: Fascículo 2


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Conforme o historiador David de Carvalho,

na época do descobrimento do Brasil a região onde

se encontra hoje o município de Itaúna era uma área

rica em florestas, água, caça e pesca, povoada pelos

índios cataguás.7

A construção da Capela de Santana em 1750

Para Miguel A. G. de Souza, a obra de construção da capela de Santana, em que pese

importância do minerador e agente de negócios, Manuel Pinto Madureira, não foi

empreendida por apenas um homem. A provisão registrada no Arcebispado de

Mariana confirma esta participação coletiva na construção da capela: “Em aos 9 de

dezembro de 1750 se registrou huma Prov.ªº passada a favor de Manoel Pinto Madrª

e os mais moradores de Passagem de S. João Com.ca da V. de Pitanguuy havemos

por bem de lhes conceder L.ça pela pres.te nossa prov.ão pa. Q. possam erigir huma

capela da Sna. Sta. Anna no mesmo lugar onde se acha hum oratório visto terem feito

j.ro de subjeição na nossa cam.a Episcopal com o ql. Se sugeitam a nossa Proteção e

dos nossos Sucessores, a ql. Será fabricada de materiais perduráveis com boa

proporção, e a architetura e ao depois de erecta adiantem.te paramentada com os

ornamentos das quatro cores q. mandão as Rubricas do Missal e usa a Igreja e mais

causas necessarias e feito patrimônio suficiente recorrendo a Nos. Pa. A mandarmos

visitar e benzer na forma do Ritual Romano e nella se poderá celebrar he outros he

terão hum livro em que seram encardenados todos os documentos pertencentes a

mesma cap.la e será Reg. da esta onde pertencer.

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Vista da cidade predominando a vegetação –

década de 20

FOTO: Acervo Público

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7CARVALHO, 2001:20


Dada e passada nesta Cidade Mar.a sob o nosso signal Chanc.a de nossas armas aos

9 de Dezembro de 1750. Eu o co n.o Vicente Gonçalves de Souza Almeyda Secretário

de Sua Excia. Rem.ae Esc.ão da cam.a que o subscrevi, estava a Rubrica de S. Exa,

Rv.ma = Lugar do Sello –Almeida = $ 12000” (SOUZA. 1986. V. I. p.76,77.).

O povoado de Santana de São João Acima surgiu ao redor da capela de Santana,

aglutinando os agricultores, pecuaristas e os poucos mineiros espalhados por toda a região. Dom

Frei José da Santíssima Trindade, Bispo de Mariana, visitou Santana do São João Acima em

1824 e deixou as seguintes impressões sobre a localidade e sua capela: “A capela de Santana de

São João Acima,igualmente entre o nascente e sul, dista da capela de Santo Antônio 4 léguas e é

a mais vizinha, e da vila 12 léguas; o seu capelão o Padre José Benardino de Sousa, maior de

60 anos. A quatro léguas tem o oratório do alferes Inácio Coelho de Morais e contém pelo mapa

do pároco, dado em 1823 o número de 1829 almas, tendo sua Excelência Reverendíssima

crismado nesta capela 1620 pessoas. No ano de 1822, deram a esta capela de extensão 7 léguas

e 4000 almas, com pouca diferença, e parece que pelo número das que crismaram, tendo

contemplação aos que já estavam crismados, ao de longe e aos que não puderam chegar no

curto espaço de quatro dias. A capela é pequena, de sorte que a Pia Batismal não permite o seu

lugar de resguardo, contudo é toda de pedra e tem um só altar. Está muito pouco ornada, ainda

que sem indecência, que escandalize, e os ornamentos estão sofríveis. O seu local é sobre uma

pedreira que lhe serve de alicerce e a ela vai-se de propósito porque fica em alto com meia

dúzia de casas em circunferência tendo, embaixo e na planície, o arraial no fim do qual passa o

rio São João que formoseia o mesmo arraial e oferece comodidade aos habitantes, enquanto os

que moram junto à capela padecem faltas de águas para beber, sendo-lhes necessário manda-la

buscar abaixo.” (SANTÍSSIMA TRINDADE, 1998. p.142.).

A capela construída na cumeeira da Colina do Rosário, pela informação do Bispo,

possuía ao seu redor 6 casas e mais abaixo o arraial, em local mais propício ao desenvolvimento

devido à proximidade com o rio São João. Seu progresso aconteceu sem grandes sobressaltos,

com a população exercendo suas atividades agropecuárias e a decadente mineração. Nas

primeiras décadas dos oitocentos a lavoura e a pecuária superaram a produção mineradora que,

desde os primeiros tempos da ocupação, sempre se mostrou modesta e explorada de forma

precária e primitiva. (SOUZA, 1986:85)

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Em de 3 abril de 1839, a lei n.º 138 transferiu o curato de Santana de São João Acima da

Paróquia de Pitangui para a do Espírito Santo de Itapecerica, criada pela mesma lei. Dois anos

depois, em 7 de abril de 1841, a lei n.º 209 criou a Paróquia de Santana, trazendo à sua jurisdição

o curato do Carmo do Cajurú. Nesta época contava com 96 fogos e 480 habitantes, sendo seu

primeiro vigário encomendado o Padre Antônio Domingues Maia. Em 1849, assumiu a Paróquia

de Santana, o Padre João da Cruz Nogueira Penido, substituído três anos depois pelo Padre João

Batista de Miranda, construtor do novo cemitério, em terrenos doados pelo Capitão Felizardo

Gonçalves. Sobe o comando do Padre João Batista, em 1853, aconteceu a troca de oragos entre

as capelas de Santana e a de Nossa Senhora do Rosário, igreja construída pelos negros em 1840.

A iniciativa da mudança coube aos frades capuchinhos que perceberam que a igreja dos negros

estava em local de acesso mais fácil para os fiéis espalhados pelas margens do rio São João.9

Segundo Dornas Filho, a transferência da matriz para a igreja de Nossa Senhora do

Rosário deu-se em 1856, ensejando as obras de ampliação do pequeno templo. A reforma se

arrastou até 1875, quando foram terminadas as pinturas internas de autoria do artista Pedro

Campos, natural de Sabará, auxiliado por Antônio José dos Santos.10

“O antigo arraial prosseguiu em seu desenvolvimento, sem grandes lances ou fatos

históricos, com lentidão, como era próprio da vida da província, mas com segurança

e continuidade. Desceu pelas fraldas da Colina do Rosário, a partir da Capela de

Santana, ao longo da antiga Rua Direita, como sempre sinuosa nas vilas mineiras

em formação, para alcançar o vale do Rio São João, e, por ele, se espraiar. As

primeiras residências, modestas choupanas, eram substituídas por casas de pau-a-

pique ou já grandes casarões edificados tendo por base as sólidas estacas de

aroeira, precursoras do concreto armado e dos vergalhões. Essas antigas casas,

ainda no início da década de 1960, existiam, quase em ruínas, na antiga Rua

Direita, no início da subida da Colina do Rosário, quando, a partir de 1964, foram

sendo progressivamente substituídas, inclusive para a construção de valiosos

aparelhos educacionais tão úteis à coletividade, como o grupo escolar “João

Dornas Filho”, a Escola do SESI “ Dr. Dario Gonçalves de Souza” e a Escola de

Fundição “ Marcelino Corradi ” construídas nas décadas de 1.960 e 1.970, a partir

de 1.964, na atual rua Getúlio Vargas” (SOUZA. 1986. V. I. p.93.).

________________________ 9SOUZA, 1996:85

10DORNAS FILHO, 1934:24

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Primeira Igreja Matriz, hoje Igreja Interior da primeira Matriz hoje Igreja do

Do Rosário – Acervo Arquivo Público Rosário – Acervo Arquivo Histórico

Primeira Igreja do Rosário que foi demolida Interior da primeira Igreja do Rosário

dando lugar à nova Matriz – Acervo Arquivo semelhante à atual Igreja do Rosário

Histórico

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A ampliação da igreja de Nossa Senhora do Rosário, agora nova Igreja Matriz de

Santana, contou com a colaboração dos fazendeiros Sargento-Mor Nicolau Coelho Duarte,

Tenente Coronel Antônio Lopes Cançado, Guarda-Mor Antônio de Sousa Moreira, Tenente José

Ribeiro Azambuja, Sargento-Mor Manoel Gonçalves Cançado e outros. No entanto, o que

parecia ser um sinal de desprendimento de todos em favor da coletividade, camuflava interesses

pessoais. Cada fazendeiro desejava que a porta do novo templo fosse voltada para o lado de sua

fazenda e, diante desse impasse, as obras foram paralisadas por dois anos até que se chegassem

a um acordo. A solução encontrada pelo Padre João Batista foi definir que a porta seria voltada

para o lado do fazendeiro que mais donativos doasse para as obras. A inusitada concorrência foi

vencida pela família Coelho. Duarte, que doou madeira, quinze escravos pedreiros e carpinteiros

e mais duzentos mil réis em dinheiro. Em 1875, sob o comando do vigário Antônio Campos, a

igreja foi concluída. No século XX a Matriz sofreu novas intervenções. Em 1916, sob comando

do Padre João Ferreira Alvares e em 1926 foram realizadas obras pelo vigário Cornélio Pinto da

Fonseca. Em 1934, em nome do progresso, a igreja foi demolida para dar lugar a um novo e mais

amplo templo. O padre Ignácio Campos, junto com a comunidade, decidiram pela demolição da

antiga igreja, alegando que a Igreja estava em precário estado de conservação. Acharam por bem

construir uma nova casa religiosa ao invés de restaurar um antigo templo construído pelos

antepassados. O pároco nomeou uma comissão formada por membros importantes da

comunidade e depois de calorosas discussões decidiram pela construção do novo templo no

recinto do cemitério dos Barboneos, em local perto da antiga igreja.11

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11DORNAS FILHO, 1934:22-24

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A nova Matriz de Santana A primeira Igreja de Nossa Senhora do Rosário erguida por escravos em 1840

localizava-se em uma região de fácil acesso para os fiéis que moravam perto do Rio São João.

Segundo pesquisadores, por este motivo, em 1853, foi proposto a troca dos oragos sob o

comando do Padre João Batista. A partir de então deu-se início ao processo de transferência

deste templo em 1856 realizando-se o deslocamento da Igreja de Nossa Senhora do Rosário para

antiga Capela de Santana. Dessa forma, a Igreja erguida pelos escravos se tornou, devido à

substituição, a primeira Matriz de Santana. Mas, já nesse momento existiam iniciativas para a

ampliação do templo. Entretanto, em 1934, decidiu-se por sua demolição. O padre Ignácio

Campos, alegando que o templo encontrava-se em precário estado de conservação, determinou a

construção de um prédio novo e amplo. Inicialmente, a Igreja seria erguida em outro lugar; não

obstante, após a superação de polêmicas na comunidade, ficou decidido que a obra seria feita em

seu local original. Sendo assim, a nova Igreja Matriz foi concluída em 1941, adquirindo sua

estrutura atual. Uma vez decidido o local a comunidade tratou de transferir as ossadas e despojos

do cemitério para a necrópole municipal. No entanto, apesar do lançamento da pedra

fundamental no local do antigo cemitério e o início das obras da nova matriz, a transferência do

padre Ignácio para Belo Horizonte mudou completamente os planos. O novo vigário, padre José

Augusto Bastos, resolveu acatar o desejo de outra corrente da comunidade que desejava a

construção no mesmo local do antigo templo. Uma nova comissão composta pelo Cel. João

Cerqueira Lima, Dr. Dario Gonçalves e Dr. Alcides Gonçalves, arcou com os custos da nova

obra. A pedra fundamental foi lançada em 12 de agosto de 1934, com grande assistência da

população. Sob a pedra foram depositados jornais do dia, moedas, uma medalha de ouro e uma

fotografia da antiga igreja. O projeto da nova igreja, elaborado pelo arquiteto Luiz Signorelli,

teve os trabalhos de construção dirigidos pelo mestre de obras Antônio Lopes Cançado,

orientado tecnicamente pelo engenheiro Lauro Gonçalves de Sousa e pelo engenheiro da Rede

Mineira de Viação, Moravia Júnior. A conclusão da obra da Matriz coube ao Padre Waldemar

Antônio de Pádua Teixeira, que assumiu a paróquia em 1938.A obra foi concluída e solenemente

consagrada pelo Arcebispo D. Antônio dos Santos Cabral em 26 de janeiro de 1941.12

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12BARBOSA, 1971:239.


1ª etapa de construção da Nova Matriz em 1934

Acervo Arquivo Público

1ª etapa de construção da Nova Matriz em 1934


Nova Matriz de Santana – década de 50


Em 1934 a antiga Matriz foi demolida para dar lugar a um novo e mais amplo templo. No mesmo local foi erguido o projeto de Luiz Signorelli, obra concluída

em 1941.

ACERVO: Arquivo Público Muncipal de Itaúna.

Vista parcial de Itaúna, destacando-se a Igreja Matriz

ano de 1975.ACERVO: Arquivo Público Municipal de Itaúna.

Vista parcial da Praça da Matriz .Vê-se a Nova Matriz

Foto: Talita Alves de Morais – mar/2005

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Evolução econômica, político-administrativa, sociocultural e urbana

O século XIX assistiu à consolidação das atividades agropecuárias e ao crescimento

populacional de Santana de São João Acima.

O arraial foi elevado a distrito em 7 de abril de 1841, pela lei nº 209.13 I Em 1890, a

população da Paróquia era de 5 168 habitantes.14 No ano seguinte, a lei nº 2 de 14 de setembro

de 1891 confirmou a criação do distrito, compondo respectivamente os municípios de Pitangui e

Pará.

Finalmente, a lei nº 319 de 16 de setembro de 1901, criou o município com a

denominação de Itaúna, desmembrado do município de Pará.15 Nesta época, 20.000 habitantes

viviam pelo território do município sendo que 8.828 residiam na sede.16

O novo município tinha como uma das suas principais fontes de riqueza a indústria pastoril,

abastecendo a capital e exportando até mesmo para o Rio de Janeiro. Além disso, produzia café,

algodão, fumo, feijão e arroz e o comércio era representado por 39 estabelecimentos.

No campo industrial destacou-se a Companhia de Tecidos Santanense, instalada em 1891. Em

seu anuário datado de 1909, Nelson de Senna deixou a seguinte impressão sobre a Companhia de

Tecidos Santanense:

“Está importante associação anonyma mantém, a tres kilometros desta villa, uma

importante fabrica de fiação e tecidos de algodão, braco e de côres, com 100 teares

(eram 86 teares até 1901 e em fins de 1903 foram assentados mais 14 vindos da

Inglaterra). A sua produção annual é de i milhão de metros e o seo capital é de 600

contos de reis. É movida por uma turbina com força de 15º cavallos. È gerente o sr.

Mardocheo Gonçalves de Sousa.” (SENNA. 1909. V. I p.536.)

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13ENCICLOPÉIDA DOS MUNICÍPIOS MINEIROS, 1958:293

14SENNA, 1909:537

15BARBOSA, 1971:238

16DORNAS FILHO, 1934:60

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_____________________________________________________________________________ 17SILVEIRA, 1926:707-710


Aliada a esse surto desenvolvimentista, em dezembro de 1912, foi inaugurada a

iluminação elétrica e em 1923, a cidade recebeu a sua agência do telégrafo nacional.17 Outro

fator de desenvolvimento do município foi a Estrada de Ferro Oeste de Minas. O ramal,

passando por Itaúna, foi uma conquista do Dr. Augusto Gonçalves, que conseguiu a modificação

dos projetos de instalação das linhas. O novo projeto incluiu as localidades de Chôro, Salgado,

Santanense, Itaúna, Soledade, Mateus Leme e Capela Nova. Iniciado em 4 de abril de 1909,

quase um ano depois, em 10 de março de 1910, o ramal trazia à Itaúna o primeiro trem, recebido

com festa pela população. 18

Vista Parcial da Praça da Matriz. Observa-se abaixo parte da Cia. Industrial Itaúnense.

Foto da década de 30. Foto: Acervo Municipal Francisco Manoel Franco

___________________________ 18DORNAS FILHO, 1934:77-78

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____ Vista do local antes da construção da Estação Ferroviária -

ACERVO: Arquivo Público Municipal de Itaúna.

Vista da Estação Ferrovia hoje – ano: 2000

ACERVO: Arquivo Público Municipal de Itaúna.

Locomotiva antiga. ACERVO: Arquivo Público Muncipal de Itaúna.

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Durante os anos 1910/20, Itaúna se expandiu na direção oeste, devido à Companhia de

Tecidos Santanense e no sentido da estação ferroviária e da Companhia Industrial Itaunense.

Estes dois pólos de crescimento situados em dois núcleos, acabaram por se unir nas décadas

seguintes. O município foi elevado a cidade pela lei n.º 663 de 18 de setembro de 1915. Em

1925, foi criada a comarca pela lei n.º 879, de 24 de janeiro. Na divisão judiciário administrativa

do Estado, em vigor no período de 1939- 43, o município aparece formado pelos distritos de

Itaúna, Carmo do Cajuru, Itatiaiuçu e Itaguara. Em 1949, passou a se constituir do distrito sede e

Itatiaiuçu.

“A expansão das fronteiras urbanas municipais, nas décadas de 1930, 1940 e 1950, foi

resultado da pujante ação da atividade privada itaunense, com o possível auxílio da

municipalidade e a pequena presença do poder público estadual. Havia a consciência de que a

industrialização seria sinônimo de crescimento e prosperidade. O espaço urbano itaunense, sob

o impacto dessa convicção, cresceu e evoluiu.” (SOUZA, 1986:691.).

Nos anos 50, contando com 23 812 habitantes, o município de Itaúna possuía 2

estabelecimentos comerciais atacadistas e 261 estabelecimentos varejistas. As indústrias

somavam 130 unidades dedicadas à fabricação de tecidos, ferro gusa, e artigos de ferro. 19 Na

década de 60, um novo ciclo industrial de Itaúna enfocava a metalurgia. Nestes anos construiu-se

a Usina São João, pertencente à Companhia Industrial Itaunense. Seguindo os eixos rodoviários,

ferroviários e o leito do rio São João, impulsionada pela construção das BR 262 e Fernão Dias, a

cidade se expandiu vigorosamente, contando com um corpo empresarial “diversificado e

complexo”.20 Símbolo deste vigor econômico-social, em 15 de dezembro de 1965, foi criada a

Universidade de Itaúna, entregue à comunidade em solenidade realizada em 28 de janeiro de

1966.21 Nas décadas seguintes o estabelecimento de ensino se consolidou como um dos centros

universitários mais importantes do interior mineiro, oferecendo os cursos: de arquitetura e

urbanismo, ciências contábeis, ciências econômicas, direito, educação física, engenharia

industrial mecânica, fisioterapia, letras, história, pedagogia, odontologia, química, e cursos

depós-graduação.22

_____________________________________________________

19ENCICLOPEDIA DOS MUICIPIOS, 1958:293-296

20SOUZA, 1986:693

21SOUZA, 1986:692

22PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAÚNA, 2000:

Página 19 de 81




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UI – Universidade de Itaúna. ACERVO: Arquivo da Universidade de Itaúna.

Companhia Industrial Itaunense. 1975 ACERVO: Arquivo Público Muncipal de Itaúna.

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Companhia de Tecidos Santanense. – década de 70 ACERVO: Arquivo Público Muncipal de Itaúna.

Os anos 80 reafirmaram esta condição de cidade industrial, com destaque para a indústria

têxtil, metalúrgica, mecânica, e produção de alimentos. O município contava, então, com mais de

cinco centenas de estabelecimentos agropecuários que produziam milho, laranja, feijão, arroz,

tomate e criavam gado bovino para o abate e produção de leite. O comércio também

dversificado, exportava algodão e artigos de ferro fundido.23

________________________________________

23SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DA

PRESIDENCIA DA REPÚBLICA, 1984

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Nos dias atuais, o município abriga um grande número de estabelecimentos comerciais,

além de possuir estações de rádio e TV, jornais, companhia de telefonia fixa e móvel, Bancos,

Agências de Correio, creches, um orfanato, asilos e hospitais – que desenvolvem programas

voltados às doenças que exigem tratamentos especiais. Outro fator responsável pelo

desenvolvimento foi a criação de represas e hidroelétricas a partir do Rio São João. A vazão

deste não só melhorou o abastecimento de água da cidade, como também foi o responsável pela

construção, através da iniciativa privada, da represa do Benfica. Esta possui 4,5 Km2 de

extensão e oferece, nas proximidades, uma grande área de lazer direcionada à população com

considerável poder aquisitivo – a área concentra casas de campo e alguns clubes esportivos.

Além da atividade industrial e da amplitude de seus estabelecimentos comerciais, o

município apresenta significativa força na agropecuária. Os principais produtos agrícolas da

região são: arroz sequeiro, batata-doce, cebola, milho, tomate, alho, amendoim, batata inglesa,

feijão, cana-de-açúcar, cana para forragem, mandioca, café, banana, laranja, abacate, limão,

tangerina e manga. Já a atividade pecuária de Itaúna mostra-se voltada para o gado de corte e

leiteiro – que fornecem leite para importantes indústrias da região. Itaúna desponta até mesmo na

criação de aves, suínos e na apicultura, mostrando expressividade no mercado interno e externo.

No que se refere à produção extrativa vegetal, a cidade desenvolve o plantio de eucaliptos,

produz carvão vegetal e extrai lenha e toras.

Segundo Guaracy, " Os altos-fonros estão produzindo cerca de 700 toneladas

diárias na mãos (...) da Cimetal e da Itatiaia 9...) 350 toneladas diárias de aço saem

de nossas usinas siderúrgicas para os mercados nacional e mundial. Os Marinho de

Faria exportam couros para o exterior, são também comerciante e fazendeiros.

Itaúna é isto. Um parque industrial rico, sólido e diversificado com amis de 130

insdústrias (...).Um pequeno município, com apenas o distrito sede, uma limitada

zona rural e uma zona urbana densamente habitada. (...). Os fazendeiros evoluíram

e implantaram na comunidade uma sofisticada produção de matrizes e de modernos

métodos de inseminação artificial." (NOGUEIRA, 2003:Fascículo 31)

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Segundo Matos, economista e professor da Universidade de Itaúna, a cidade de Itaúna

está entre os 300 (trezentos) municípios mais dinâmicos do país. A cidade é o 125º no ranking.

O Atlas define que os municípios mais dinâmicos são aqueles que integram os principais

mercados brasileiros em função do consumo e em função da capacidade que têm de crescer. Para

se chegar a estes dados foram pesquisados 5.560 municípios brasileiros, utilizando-se seis

indicadores, que são: IPC – Evolução do Índice de Potencial de Consumo; IDH – Índice de

Desenvolvimento humano; Evolução dos depósitos bancários e aplicações per capita; Evolução

da abertura de empresas; Evolução do número de residências e Evolução do número de

banheiros por residência

(ATLAS DO MERCADO BRASILEIRO, de Fevereiro de 2005)

Em síntese, os diversos itinerários da evolução do município de Itaúna originou-se da

formação do povoado na planície mais baixa da região - próximo à Capela de Santana - devia-se

ao fato de que o local, por se encontrar próximo ao rio São João, parecia ser mais propício ao

desenvolvimento da comunidade. Dessa forma, gradativamente, construíram-se os contornos do

povoado através do exercício das atividades agrícolas, pastoris e da então decadente mineração.

Nas primeiras décadas do século XIX, a lavoura e a pecuária já haviam superado a produção

mineradora. No final do século XIX a cidade abrigava sua primeira firma: “Moreira & Filhos” –

loja que vendia produtos de espécies diversas -, cuja contribuição fora decisiva para transformar

o modesto arraial em referência comercial da região Oeste de Minas Gerais.

Em outubro de 1891 foi fundada a Companhia de Tecidos Santanense, marcando o início

da industrialização do município. É nesse período de transição entre o século XIX para o XX que

a cidade apresentou seu primeiro surto desenvolvimentista na área econômica, social e urbana.

Em 1912 inaugurou-se a iluminação elétrica e em 1923 a cidade recebeu uma agência do

telégrafo nacional.

Outro fator relevante para o desenvolvimento da região foi construção da Estrada de

Ferro Oeste de Minas que ampliou as vias de comunicação da região e ajudou a aproximar ainda

mais a cidade da capital do estado.

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Mais um pólo econômico foi estabelecido com a fundação da Companhia Industrial Itaunense

que, juntamente com a Cia de Tecidos Santanense e com a Estrada de Ferro, influenciou de

maneira significativa o crescimento espacial da cidade.

A história de Itaúna contou ainda com a instalação de indústrias de laticínios, curtume e

fundição. Mas foi na década de 1960 que um novo ciclo industrial, com enfoque na metalurgia,

ofereceu novos rumos para o desenvolvimento, levando a cidade aos contornos que atualmente é

conhecida. Nestes anos, a cidade apresentou maior expansão devido à ampliação de suas vias de

acesso – a construção da BR 262 e da Fernão Dias – e também pela criação da Universidade de

Itaúna. Outro fator responsável pelo desenvolvimento foi a criação de represas e hidroelétricas a

partir do Rio São João.

Assim, segundo Guaracy, "Itaúna não é só indústria, comércio, pecuária. Itaúna não é só

tecidos, aço e curtumes, mineração, é transformação." 24

Administrativamente, o município de Itaúna pertenceu àSabará em 1711. Três anos

depois se tornou subordinada a Pitangui para, em 1841, ser elevada a Distrito. Em 1848, o

povoado passou a pertencer a Pará de Minas, retornando a Pitangui em1850. Oito anos se

transcorreram e a região voltou a ser submetida a Pará de Minas. Em 1872 e 1874 estas duas

cidades disputaram sua posse para, em 1901, Itaúna conquistar sua emancipação. Itaúna recebeu

seu atual nome no início do século XX. Alguns moradores da região afirmam que foram

cogitadas outras possibilidades como Brasilina ou Burgana. O nome Brasilina para a nova Vila

que nascia foi a proposta do major Senócrit Nogueira, que queria homenagear o Brasil ou,

segundo boatos, uma antiga namorada: Burgana (Burgo, povoado de Ana). Entretanto, decidiu-se

por Itaúna ( pedra negra), em referência às rochas presentes nessas terras. Em 1915, em

decorrência do desenvolvimento econômico-social,

a Vila elevou-se à categoria de cidade e já em 1925 criou-se a Comarca de Itaúna. Na divisão

judiciárioadministrativa do Estado, em vigor durante o período de 1939 a 1943, o município

permaneceu formado pelos distritos de Itaúna, Carmo do Cajuru, Itatiaiuçu e Itaguara. Em 1943,

reduziu-se sua extensão para apenas dois distritos e, atualmente, conta apenas com o distrito

sede.

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24NOGUEIRA, 2003:Fascículo 31

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DADOS GERAIS:

Vista Panorâmica de Itaúna. Foto tirada durante passeio ecológico em 2005

O município de Itaúna situa-se a oeste de Belo Horizonte, na Zona Metalúrgica. O

território é montanhoso, com algumas várzeas ao longo do Rio São João e afluentes. A sede fica

a 900 metros de altitude, distando 69 km da capital mineira em linha reta e cerca de 75 km por

rodovia. Atualmente, contando com apenas o distrito sede, Itaúna possui uma população

aproximada de 82 mil habitantes (estimativa IBGE 2005).

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na zona rural.25 É a 30ª maior cidade de Minas Gerais e o 35º maior município em população.

Usufrui de boa infra-estrutura industrial, concentrada no Distrito Industrial da Fazendinha 9 a 7

km do centro da cidade) com área de 381.417m2 e o Distrito Industrial Guarany Nogueira

(localizado às margens da rodovia MG 050, a 6Km do centro da cidade), destinados a

implantação de indústrias. Novos desafios se impõe: a preservação do seu rico patrimônio

construído e reconstruído ao longo dos séculos XIX e XX, ao mesmo tempo, origem e

conseqüência do seu desenvolvimento.” (OLIVEIRA, 2002.).

ESPAÇO RURAL: Angicos - Calambau - Fundão – Antunes - Campos - Lopes – Arrudas -

Carneiros - Marques Barragem - Córrego do Soldado - Paulas - Brejo Alegre - Fazendinha -

Pedras – Cachoeirinha Freitas - Vista Alegre. 26

A cidade é composta por 52 bairros, distribuídos numa área de 495,75km2 (área total da

cidade). O município localiza-se na Macrorregião I (denominada Metalúrgica e Campo da

Vertentes); Mesorregião do Oeste de Minas e Microrregião de Divinópolis. 27

As principais rodovias que servem o Município são: MG 050, MG 431, BR 381 (Fernão

Dias), BR 262 e BR 040. 28

Dentre as empresas mais expressivas do município destacam-se: Belgo Mineira Beckaert,

Motrol do Brasil, Saint Gobain Canalização (Fundidos para saneamento básico e

telecomunicações), Água Mineral Viva, Ergon (produção de auto peças), Intercast (produção de

peças para piano), Mineradora Grupo J. Mendes, Minerita, Siderurgia Santo Antonio/Sidersa,

MBL Mineração, Itaúna Siderúrgica, Esfera Estamparia de Ferro e Aço, Tecidos Santanense,

Curtidora Itaúna, Saffran Linco (Cerâmica).

_________________________ 25MATOS, 2001/2002:9 26MATOS, 2001/2002:6 27MATOS, 2001/2002: 5/7

28MATOS,2001/2002:5

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DISTÂNCIA DE ITAÚNA A ALGUNS DOS PRINCIPAIS CENTROS URBANOS

BRASILEIROS (em km) CIDADE RODOVIÁRIO FERROVIÁRIO

Belo Horizonte 72 90

Brasília 817 1072

Rio de Janeiro 500 666

São Paulo 550 707

Vitória 605 807

DISTÂNCIA DE ITAÚNA AOS MUNICÍPIOS VIZINHOS (em km) MUNICÍPIOS VIZINHOS DISTÂNCIA

Betim 49

Carmo do Cajurú 34

Divinópolis 33

Igaratinga 18

Itatiaiuçú 25

Mateus Leme 17

Pará de Minas 23

Limita-se ao norte pelos municípios de Igaratinga e Pará de Minas; ao sul, por Itatiaiuçu; a

leste, por Mateus leme; a oeste, por Carmo do Cajuru.

Na área da educação, no ano de 2001 foi registrado 14 estabelecimentos de ensino da

rede estadual, 24 municipais e 17 particulares. Destaca-se também 4 escolas de idiomas, a

Universidade de Itaúna e o SENAI/CETEF - Centro Tecnológico de Fundição (escola

profissionalizante de Técnicos e Engenheiros de Fundição e Técnicos Gerenciais em Mecânica e

Eletrônica). De acordo com o censo de 2000 a taxa de analfabetismo (%) da população com mais

de 15 anos era de 5,20.

No setor cultural, o município de Itaúna é bastante diversificado. São vários os segmentos

artísticos. Os eventos tradicionais movimentam a cidade ano após ano, destacando o Congado e

o Carnaval. O Aniversário do município é comemorado com festividade em setembro. No dia 3

do mês de maio, acontece a romaria em homenagem ao padroeiro da Igreja do Sagrado Coração

de Jesus, no povoado de Santanense atraindo muitos romeiros. Entre os dias 11 e 14 de maio, a

festa do Peão Boiadeiro no Parque de Exposições Pedro Calambau. Em agosto é realizada a

Exposição Agropecuária Industrial de Itaúna, no Parque de Exposições Pedro Calambau.

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__________________________________________________________________________________ É importante ressaltar a existência na cidade de 3 teatros (Teatro Sílvio de Mattos, com

capacidade para 383 pessoas; Teatro Vânia Campos, com 180 lugares e o Teatro da Universidade

de Itaúna, com capacidade para 700 pessoas); 02 Bandas de Músicas; 03 grupos de Teatro, 20

grupos musicais, sendo 01 coral; 9 grupos de dança, 17 guardas de Congado; 01 orquestra de

Câmara. Conta ainda com clubes recreativos, dançantes e campestres. Os artistas itaunenses

destacam-se nas artes plásticas, dança, teatro, literatura, música.

Os eventos que mais se destacam são: Reinado e Carnaval. “O carnaval é uma festa

comemorada com entusiasmo em Itaúna, sendo muito apreciado pelos turistas No ciclo Natal /

Reis, destaca-se a festa folclórica de Guardas de Reinados.” (OLIVEIRA, 2002.).

Reinado – Ago/2003 Apresentação Banda de Música

Fev/2005 – Pça da Matriz

Show Musical – Museu Municipal Apresentação Teatral – Teatro

Mar/2005 Sílvio de Mattos - 2002

Espetáculo de Dança – Teatro Carnaval 2005

Sílvio de Mattos - 2002

FOTOS: ACERVO ARQUIVO PÚBLICO

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ITAÚNA E SUA

RELIGIOSIDADE

IMAGEM DE SENHORA SANTANA -

PADROEIRA DE ITAÚNA

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A Igreja Católica

A Igreja Católica Apostólica Romana, instituição religiosa de intensa presença social,

política e cultural no Brasil chegou ao pais com os português durante a colonização do território.

Lançou profundas raízes na sociedade brasileira. Ordens e congregações religiosas assumiram os

serviços nas paróquias e dioceses, a educação nos colégios, a evangelização.

As Igrejas católicas estruturam-se em regiões geográficas autônomas chamadas dioceses, que são

dirigidas pelos bispos, vinculados hierarquicamente ao bispo de Roma, o Papa, o qual, desde a

Idade Média, são eleitos por um grupo de bispos especais que são os cardeais. Até os anos 60 as

celebrações da liturgia católica eram feitas em latim. Em 1962/65 o Concílio do Vaticano

autorizou o uso de línguas locais. O canto e instrumentos musicais são de uso comum nas

liturgias. O cristianismo católico,vem reconhecer o Papa como autoridade máxima e a veneração

a Virgem Maria e os Santos.

A religiosidade em Itaúna

A fé católica esteve presente nos primeiros momentos da existência das famílias na

Paragem do Rio São João. Quando aqui chegaram, as mulheres casadas no ano de 1739, um

oratório erguido pela família Camargos, primeira família a ser consolidada na passagem do rio

são João. Este oratório era utilizado por elas no cumprimento de seus deveres com a Igreja. Os

padres irmãos João Lopes de Camargo e Inácio Lopes de Camargos, cunhados de Gabriel da

Silva Pereira e de Tomás Teixeira, disseminaram a religiosidade pelas regiões por onde

passavam. 25

Segundo Guaracy, este fato demonstra o tamanho da religiosidade da família Camargos

nesta região. Ainda segundo este, no passado, a definição de Igreja, Capela, Oratório era muito

diferente da atual. Capela e Oratório eram construções físicas voltadas para o culto divino usadas

pelos fiéis. Existia os Oratórios particulares , que eram pequenas capelas dentro das fazendas. E,

havia o oratório público, em terras de fazendeiros, que eram colocados à disposição de todos os

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fiéis para a prática pública da religião. Mas o número de pessoas era limitado e o culto acontecia

em determinadas condições.

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Não se podia, neste tempo, construir Capelas, Oratórios e Igrejas sem o consentimento do bispo

da diocese competente. Era preciso assinar a construção do edifício, sua manutenção, o sustento

do clero e outras atividades. Era preciso obedecer às regras da arte sacra. 26

Em documentos antigos é comum encontrar o termo oratório com o significado de

ermida, que significava capela doméstica. Nestes tempos passados, os fiéis vizinhos de lugares

onde havia estes oratórios e que não dispunham de igreja com paramentos para os sacrifícios e

padres para celebrá-los, reuniam-se para a oração em comum, a ladainha, o ofício de Nossa

Senhora que eram rezados coletivamente sob a direção de um cidadão mais indicado,

naturalmente o que soubesse ler. Posteriormente, ao redor dos ranchos eram construídas casas de

venda, as tavernas que eram freqüentadas com freqüência, principalmente aos domingos. Os

religiosos iam a estes lugares onde era celebrado missas e também para fazer batizados e

casamentos. Então, o cruzeiro franciscano que abrigava rústicos altar logo se transformava em

capelinha de taipa cercada de arbustos e logo se transformava em templo definitivo.

Simplicidade da Capela e Cruzeiro do povoado de Pedras -Itaúna, nos moldes do passado.

Foto da década de 90

Acervo: Arquivo Público

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Assim era formado os arraiais, palavra em Portugal que significava ajuntamento para

festa religiosa. Lavradores e mineradores construíam casas perto destas capelas. 27

No alto do Morro do Rosário, o cruzeiro de aroeira lembrava Jesus Cristo de braços

abertos, que protegia o povoado de Santana do Rio São João Acima. Em 1831 este povoado já

era um curato onde residia o Padre José Francisco Rabelo e seu sacristão era um mulato de 56

anos chamado Diogo dos Santos Costas. Mas, em 3 de abril de 1839 um alei mineira promoveu

o curato do Espírito Santo do Itapecerica (hoje Divinópolis) a paróquia e transferiu o de Santana

de São João Acima (Itaúna) e o de Cajuru da paróquia de Pitanqui para a sua jurisdição. 28

Em 23 de agosto de 1831 realizou-se um recenseamento na província de Minas Gerais.

Em Santana o mesmo foi feito, sendo dividida em 16 (dezesseis) quarteirões sendo que cada um

desses quarteirões contava com 25 residências. O quarteirão de nº 1 contava com a preferência

de todos, pois encontrava-se neta área a Capela de Santana, hoje Capela do Rosário, no alto

morro da Lage (Morro do Rosário).29

"Eis um resumo do recenseamento feito em 1831, abrangendo toda Santana do Rio

São João Acima,incluindo Cajuru. Tinha quatrocentas residências e 2.756

habitantes, sendo 1.728 livres e 1.028 escravos. As profissões mais comuns eram de

fiadeira, que equivale a de prendas domésticas, de até pouco tempo; jornaleiro,

aquele que trabalhava por dia, lavrador, tecedeira, ferreiro, carpinteiro, alfaiate,

negociante, principalmente dono de venda, que era conhecida por taverna (...). Esta

era Santana do Rio São João Acima que aspirava ser paróquia."( MELO; CARVALHO;

COUTINHO, et ali 1997:100)

Em 7 de abril de 1841, o presidente da província, Marechal Sebastião Barreto Pinto elevou o

Curato de Santana à categoria de Paróquia, abrangendo o de Cajuru e, pela ordem que se segue,

Itaúna teve como párocos: Padre Antonio Domingos Maia; Padre João da Cruz Nogueira Penido;

Padre João Batista de Miranda;Padre Antônio Maximiano de Campos; Padre João Ferreira

Álvares da Silva;Padre Cornélio Pinto da Fonseca; Padre Joaquim Batista de Queiroz; Padre

Inácio Fidélis Campos; Padre José Augusto Bastos; Padre Waldemar Antônio de Pádua Teixeira;

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Padre José Ferreira Neto; Padre Luis Carlos Amorim; Padre Amarildo José de Melo. (MELO;

CARVALHO; COUTINHO, et ali 1997:101-123)

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27MELO; CARVALHO; COUTINHO, et ali 1997:96





Atualmente, está a frente da Paróquia de Santana, Padre Edilson Antônio Manoel.

O arraial de Santana, assim como tantos outros surgiu como um lugar onde o povo se

reunia para comemoração de festas. Então, no Brasil, de formação inteiramente católica, o ano

começava com festas que se estendiam por todo o ano. Primeiro a Festa de Reis; Depois a

novena de São Sebastião. Em seguida vinha a Semana Santa, a Festa do Divino e o ano ia

passando festivamente. No mês de maio, mês de Maria, as coroações. Depois Trezena de Santo

Antonio e as festas juninas. Depois a Festa da Padroeira, a festa do Reinado, o Natal e, por

último, a Passagem de ano com a missa do Galo. Estas tradições religiosas ainda estão presentes

no cotidiano dos católicos. 30

"Assim eram as festas e comemorações, com a Igreja sempre presente em todas as

fases da vida do paroquiano, desde o nascimento, no batizado(...)Foi de Portugal

que herdamos esta tradição(...)Depois vinha a crisma, o que acontecia quando da

visita do bispo figura eclesiástica realçada pela sua cor própria em algumas partes

da vestimenta, cor-de-bispo, a cor roxa(...).Depois para as crianças mais

crescidinhas, em vésperas de receberem a primeira comunhão havia o catecismo(...).

A preparação para a primeira confissão(...). E, pelas etapas da vida,iam seguindo os

roteiros:retiros espirituais, cursos de noivas, extrema-unção... De tempos mais

recente, a procissão de Corpus Christi vinha se esmerando no visual." (MELO;

CARVALHO; COUTINHO, et ali 1997:141)

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Comemoração da Semana Santa –

FOTO: Acervo Arquivo Público

Corpus Christ – 1980

FOTO: Acervo Público

A devoção aos Santos

A fé católica acredita que, vindo a nós dos seus reinos, os santos deixavam o Céu e

povoavam em entre nós, passando em formas materiais a morar nos oratórios e estando nos

bentinhos dependurados nos pescoços das pessoas. Assim, os oratórios, no povoado de Santana,

guardavam os santos da devoção de todos os familiares. Era comum nas casas do passado, feitos

de materiais mais finos e trabalhados ou produto da arte popular, mais simples e rústicos, porém

feitos com a alma, com muita devoção. Os santos invocados com crença.31

Primeira Comunhão 16/05/1956 – FOTO: Arquivo Público

Procissão – 26/06/1965

FOTO: Acervo Arquivo Histórico

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Nossa Senhora de Lourdes Nossa Senhora Santana Nossa Senhora de Lourdes

FOTOS: Janete Rodrigues – mar/2005

___________________________ 31MELO; CARVALHO; COUTINHO, et ali 1997:1143


Itaúna e a Igreja

Os primeiros habitantes da região onde se localizaria o Arraial de Santana do São João

Acima, evadidos, em sua maioria, das principais áreas auríferas da Capitania em direção às

minas de ouro, foram se concentrando na área denominada por colina do Rosário. Em meados

do século XVIII viviam na região cerca de duzentos habitantes, todos eles cristãos que possuíam

em suas residências pequenos oratórios de madeira. Era hábito nas viagens consideradas

perigosas, levarem no bolso do paletó ou amarrado nas selas de seus cavalos, pequenos oratórios

denominados de "oratórios – bala de viagem" com a Imagem de Nossa Senhora da Conceição.32

Atualmente, as paróquias de Itaúna, juntamente com as de Juatuba, Mateus Leme, São

Joaquim de Bicas, Iagarapé e Itatiaiuçu formam a forania de Sant'Ana. Em Itaúna são seis

paróquias: Paróquia de Sant'Ana; Paróquia de Nossa Senhora Aparecida; Paróquia de São José;

Paróquia Nossa Senhora da Piedade; Paróquia de Nossa Senhora de Fátima e Paróquia do

Coração de Jesus. São aproximadamente 41 Igrejas/Capelas na zona urbana e rural.33

"Por Lei nº 138, de 3 de abril de 1839, votada pela egrégia Assembléia Legislativa e

sancionada pelo Presidente da Província de Minas Gerais, Bernardo Jacinto da

Veiga, artigo 1º, parágrafo quinto, foi criada a paróquia do Espírito Santo de

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Itapecerica, atual cidade de Divinópolis, compreendendo os Curatos de "Santa Ana

de são João Acima" e do "Cajuru", desmembrados da paróquia de

Pitangui(...)Verifica-se que o Curato de Santana do são João Acima integrou, a

contar de 3 de abril de 1839, a paróquia progressista e vizinha Divinópolis, a qual

pertence3u pelo curto prazo de 2 anos, retornando, após, à freguesia de Pitangui."

(SOUZA,2002:506)

Na atualidade, Itaúna cidade cosmopolita e ecumênica, mesmo que, majoritariamente

Católica, Apostólica, Romana, tem prosperado diversas ramificações de Igrejas Evangélicas,

distribuídas nos grupos Pentecostais e Tradicionais e que possuem diversos templos e pastores,

com seguidores espirituais diversificados, a saber:

___________________________

32SOUZA, 2002:503

33SOUZA, 2002:522-525 __


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Batistas Pentecostais; Batistas Tradicionais; Evangelho Quadrangular; Presbeterianos do Brasil;

Assembléia de Deus; Igreja Apostólica Pentecostal; Igreja Cristão do Brasil e Igreja Pentecostal

Deus é amor. Estas denominações se reúnem em aproximadamente trinta templos distribuídos

pela cidade. Ainda registra-se na cidade dois centros espíritas.34

Destas, a primeira a surgir na cidade foi a Igreja Batista, no ano de 1903.

Igreja Imaculada da Conceição - 1931 Antiga Matriz de Santanense - 1948 Igreja de Nosso Senhora do Bonfim - 1948

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_____________________________________________________________________________ FOTO: Acervo Arquivo Púbico FOTO: Acervo Arquivo Púbico FOTO: Acervo Arquivo Púbico

Igreja Assembléia de Deus – década de 50

FOTO: Acervo Arquivo Público _________________________

34SOUZA, 2002:522-502

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FONTES DE PESQUISA

BOSCHI, Caio César. Achegas à História de Minas Gerais (séc. XVIII). Portugal: Editora da

Universidade, Portucalense, 1994.

CARVALHO, David de. Anuário dos Aspectos Históricos de Itaúna. Itaúna: Vile Editora, 2001.

140 p.

DORNAS FILHO, João. Itaúna, contribuição para a história do município. Itaúna: sem editora,

1936. 133 p.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 8 ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000. 660p.

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IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2001. www.ibge.gov.br/

IPAC – Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Itaúna, 2004.

MATOS, Angelo Braz de. Itaúna em Dados. 1 ed. Itaúna: Vile Editora, 2003

NOGUEIRA, Guaracy de Castro. Itaúna em Detalhes. Enciclopédia ilustrada de pesquisa. Itaúna:

Jornal Folha do Povo, 2003.

NOVAIS, Fernando Antônio. Saga: a grande história do Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1981.

SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de. História de Itaúna. Belo Horizonte: Editora Littera

Maciel, 1986. Volumes I e II.

SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de. Itaúna – 1765/2002. Belo Horizonte: Santa Clara, 2002.

640 p..


3 - HISTÓRICO DO BEM CULTURAL

GRUTA DE NOSSA SENHORA DE ITAUNA

http://www.ibge.gov.br/

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Gruta de Nossa Senhora de Itaúna:

FOTOS: Janete Rodrigues – mar/2005

"Logradouro aprazível, recanto de paz e tranqüilidade, símbolo da fé dos itaunenses, onde a

Virgem Santíssima apareceu (...)"

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Segundo consta, na antiga Vila Mozart, hoje Bairro de Lourdes, próximo à residência do

Sr. Mozart havia um caminho que ia até o alto do morro do Mirante, atual Bairro Santo Antônio.

Esse caminho havia sido formado pelas enxurradas que desaguava no rio São João, caminho este

que passou a ligar a Vila com o outro lado da cidade, ou seja, com a Rua Direita, hoje Av.

Getúlio Vargas e com o alto do Rosário. Devido às enxurradas este caminho era esburacado e

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perigoso, dando origem a grandes barrancos que eram cobertos por samambaias, avencas e tantas

outras folhagens de coloridos diversos. Uma fauna muito rica.

Na baixada do morro, justamente onde é hoje a entrada da Gruta, a águas chuvas formava um

lagoa. A primeira casa que ali existiu foi de D. Jacinta do Sr.Beijo, que tinha vários filhos dentre

ele Antônio Nunes (Totõe). A segunda pertencia ao Sr. Eduardo Morais e D. Eslira, pais de

Eduardinho, Helena e Eduardinho. A terceira casa, construída tempos depois, no ano de 1955, foi

a do Sr. Otávio Mourão e D.Constancia, estes com cinco filhos. As crianças destas três famílias

tinha como brinquedo predileto fazer incursões pelas grotas dos barrancos., balançando pelos

cipós e tocaiando animais. Foi no dia 27 de julho de 1955, que as três crianças: Totõe,

Eduardinho e José Rita (este, filho de D.Maria e do Sr.Joaquim, quarta família a residir na vila)

saíram à procura de um cavalo que foi avistado numa grota em frente à lagoa. O cavalo estava

imóvel e, mesmo temerosos, resolveram descer na grota onde o animal estava, utilizando cipós e

galhos de árvores. Segundo consta, as crianças ao descerem a grota se viram numa situação

difícil e atemorizados clamaram pela Virgem Santíssima se deparando com uma visão da Virgem

Maria sob um cupim. A notícia se espelhou rapidamente e um caminho começou a ser construído

em volta da lagoa chegando até a Gruta. Romarias foram acontecendo sucessivamente, até que

alguns dias depois, a Virgem Santa apareceu também para Otaviano Gentil de Castro (o Baiano),

Fotos do início das aparições de Nossa Senhora -jul.1955 - Acervo: Família Sr. Ovídio, um dos videntes

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Pintura do terreno da Gruta na época Foto do inicio das aparições 1955. Vê-se o inicio da

das aparições. Ao fundo vê-se o cupim edificação do altar para Nossa Senhora.

onde Nossa Senhora apareceu. Acervo: Família Sr. Ovídio, um dos videntes

Autor: Atônio Avimar de Menezes/2001

Acervo: Família Sr. Ovídio, um dos videntes

depois para João Queiroz e Ovídio Alves de Souza que a viram diversas vezes em tempos

alternados durante um ano. Ovídio e Baiano receberam duas mensagens que foram levadas ao

conhecimento da Igreja Local e diocesana. Nessas mensagens Nossa Senhora pediu para que se

erguesse um altar e que fosse feito muitas orações para haver o milagre da conversão. Em

ocasiões mais espaçadas, as aparições foram acontecendo, sendo a última ocorrida em

15/08/1961. Com o tempo novos moradores foram se instalando na região. Através de

barraquinhas, doações o todo o terreno foi comprado do Sr.Mozart. e foi construído uma Gruta

sobre o cupim onde apareceu Nossa Senhora e a devoção se fortificando. (INFORMAÇÕES DE

CONSTANCIA MENEZES VILELA MOURÃO, 3ª MORADORA DA COMUNIDADE).

Segundo MASCARENHAS, o bairro de Lourdes teve origem num loteamento

pertencente ao Sr.Mozart Nogueira Machado, sendo que o Sr.Otávio Mourão e D.Constância

M.V.Mourão foram os primeiros compradores dos lotes do Sr.Mozart.

Após a primeira aparição e no mesmo ano de 1955 o Sr. Ovídio, farmacêutico muito

respeitado na cidade, foi indagado por um viajante se já havia ido ver a Santa que estava

aparecendo na Vila Mozart. O Sr. Ovídio não deu importância à pergunta, pois não acreditava na

notícia da aparição de Nossa Senhora. Um promotor de justiça da Comarca, também ao ir na

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Festa da 1ª aparição – 27/07/1956

Acervo: Família Sr. Ovídio, um dos videntes

Fiéis em oração – ano: 1957 Fiéis em oração – Ano: 1958

Acervo: Família Sr. Ovídio, um dos videntes Acervo: Família Sr. Ovídio, um dos videntes

farmácia fez a mesma pergunta e o Sr.Ovídio respondeu que duvidava do aparecimento e que o

povo estava querendo era construí uma Igreja na vila. E que ele não tinha nenhuma curiosidade

em visitar o local. Mas, no dia 29 de julho de 1955 o Sr. Ovídio resolveu ir até o local, mas no

meio do caminho decidiu voltar. Na noite do dia seguinte, ele vai até à gruta, mas ainda achava

que tudo não passava de fanatismo. Depois deste dia passou a visitar o local todos os dias e a

cada dia notava as modificações que iam ocorrendo no lugar: mata mais limpa, caminhos mais

largos e uma cruz havia sido colocado sob o cupim onde a santa teria aparecido. Muitas pessoas

rezavam em frente a ela. No dia 02 de agosto de 1955, o Sr.Ovídio encostado em uma árvore,

observa o povo rezando. Num certo momento surge em seu pensamento as seguintes palavras:

"Ó Virgem Maria Santíssima, em honra e glória ao Divino Espírito Santo, concedei-me uma

graça: fazei que eu note a vossa presença, não só para aumentar a minha fé, mas também, para

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a conversão dos que não crêem." Achando estas palavras interessantes repetiu-as por várias

vezes para não esquecê-las. Poucos segundos depois, vê a Virgem Maria ao lado direito do

cupim. Emocionado ele muda de posição pois pensava ser ilusão de óptica, mas a Virgem

permanecia no mesmo lugar e perguntou a pessoa ao seu lado se também esta vendo e esta

afirmou que sim. Nesta aparição nenhuma mensagem lhe foi confiada. Durante vários meses ele

voltou ao local vendo a Virgem Maria por diversas vezes. 35

No dia 29 de janeiro de 1956, o proprietário do terreno cercou o local para vende-lo. O

povo foi buscar uma solução junto ao Sr. Ovídio que juntos com o Revmo Pe.José Netto

conseguiram comprar o terreno. Após limpeza do terreno pela Prefeitura e Tiro de Guerra o povo

construiu um oratório. Neste mesmo ano a Virgem apareceu para ele. No ano de 1957 foi feito a

terraplanagem do local. E, segundo consta, a última visão se deu no dia 15 de agosto de 1961.

Novos moradores foram residindo no bairro. No ano de 1989 foi erguido uma capela no entorno

da Gruta, a Capela Nossa Senhora de Itaúna. Assim, ao redor do gruta, lugar de reflexão,

silêncio, oração e paz, surgiu uma nova comunidade, sob uma história mística de fé, paz,

esperança e muita solidariedade. Na comemoração do aniversário do 46º ano da aparição da

Virgem, o Bispo diocesano Dom José Belvino do Nascimento, ressaltou que "ninguém é

obrigado a acreditar, mas a árvore se conhece pelos seus frutos..." E os frutos produzidos pela

gruta refletem a conversão das orações. Atualmente, o bairro de Lourdes, entre as Ruas Dorinato

Lima, Sesóstres Milagres, Antonio Menezes e Santa Helena e possui aproximadamente 5.362

habitantes. 36

Em um diário o Sr. Ovídio relatou passagens referentes à Gruta e às aparições da Virgem

Maria e durante as comemorações do 46º aniversário das aparições relatou algumas destas

passagens. Este relato foi o seguinte:

“No dia 27 de julho de 1955, quando brincavam por aqui 3 crianças, Eduardo

Vasconcelos, José Rita e Antônio Nunes - Nossa Senhora apareceu para elas, sobre

um cupim que ficava no local, onde hoje, está a Imagem de Nossa Senhora, aqui na

Gruta. Estas crianças contaram para seus pais e vizinhanças. Foi daí que,

conversando com um viajante de farmácia ele me perguntou se eu já havia ido ver

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35MASCARENHAS, 2001

35MASCARENHAS, 2001

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a Santa que estava aparecendo no bairro, onde morava o Dr. Lincoln. Duvidei da

notícia e não dei importância ao que ele havia dito. Mais à tarde, veio em minha

farmácia o Dr.Valeriano Rodrigues e me fez a mesma pergunta.Eu respondi a ele que

duvidava muito que aqui estivesse aparecendo alguma Santa, e ainda disse a ele que

o povo queria era construir uma Igreja aqui neste bairro. No dia seguinte, a notícia

já tinha se espalhado. Mesmo assim, não tive curiosidade em vir ao local."

“No dia 29 de julho de 1955, sai de motocicleta e vim até aqui no bairro para ver se

havia algum movimento. De fato, o povo estava visitando este local onde diziam que

a Santa estava aparecendo; Não fui ao local, contornei a vila e fui para minha casa."

“No dia 30/07/1955, à noite, saí e vim até aqui pela primeira vez. Quando aqui

cheguei, encontrei muitas pessoas rezando, e nada vi de sobrenatural; somente ouvi

o povo dizer, de vez em quando, que estavam vendo a Santa. Achava que tudo aquilo

não passava de fanatismo, mas acreditava que as crianças haviam visto. Aí continuei

a vir todos os dias. Queria somente apreciar as crianças verem a Santa. Sr Otaviano,

(Baiano Taxista) um dos videntes, também já havia visto desde o começo. Cada dia

que eu vinha aqui notava as modificações. O povo foi limpando a mata e alargando o

caminho."

OBS: Assim como está na pintura no Salão Capela.

“Todos os dias, quando aqui chegava, encontrava muitas pessoas, adultos e crianças

que vinham para rezar ou até mesmo por curiosidade."

“No dia 02/08/1955, quando aqui cheguei, encostei-me numa árvore, que ficava a uns

12 metros do cupim, e observava o povo rezar. Uns rezavam com muita fé, mas uma

grande maioria dos que estavam presentes duvidava, dizendo que aqui não havia

nada. Sobre o cupim, havia diversas velas acesas. Continuei observando. Neste

momento, surgiram em meu pensamento as seguintes palavras: Ó Virgem Maria

Santíssima, em honra e glória ao Divino Espírito Santo, concedei-me uma graça.

Fazei que eu note a Vossa Presença, não só para aumentar a minha Fé, mas também

para a conversão dos que não crêem. Achei interessante este pensamento e

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tornei a repeti-lo por três vezes para não esquecer. Poucos segundos, depois, com

muita emoção, eu vi surgir em minha frente, do lado direito do cupim, a Virgem

Maria. Mudei de posição para ver se não era ilusão de ótica, mas a Santa

permanecia no mesmo local. Mostrei à algumas pessoas que encontrava do meu lado

e elas também viram. Nesta Aparição, não me foi confiada nenhuma mensagem

.Depois continuei a vir aqui, até mais de uma vez por dia, por muitos meses e várias

vezes vi a Virgem Maria."

“No dia 27/11/1955: Quando aqui cheguei, comecei a rezar o terço com as outras

pessoas. Quase terminando de rezar, a Virgem Maria me apareceu, com uma beleza

encantadora: semblante sério, pele morena clara, rosto comprido e cheio, cabelos

pretos caídos sobre os ombros, sobrancelhas pretas, dedos compridos, vestida de

branco. Sobre sua roupa, um manto azul também vestido, na mão direita, sobre o

peito, um terço. Suas contas pareciam gotas de água; na cruz um resplendor muito

brilhante e na mão esquerda uma flâmula transparente, no formato de um triângulo,

muito branca e com a seguinte mensagem escrita em dourado com letras maiúsculas:

JESUS CHRISTO ETERNO DEUS O PAGANISMO AMEAÇA O MUNDO ERGUEI

O ALTAR ORAI COM FÉ E VÓS VEREIS O MILAGRE DA CONVERSÃO.”

OBS:Foi assim como está na pintura no Salão Capela, que Antônio Avimar de Meneses, com a

luz do Espírito Santo e sua sensibilidade artística conseguiu, sob minha orientação, retratar uma

semelhança muito grande da Virgem Maria em suas Aparições aqui na Gruta.

“No dia 09/01/1956, quando aqui cheguei, o proprietário deste terreno estava

cercando todo o terreno para impedir que o povo entrasse .O povo insatisfeito me

procurou, pois queriam arrombar a cerca, aí eu disse que seria melhor que o

proprietário abrisse a cerca com suas próprias mãos e que eles tivessem fé em Nossa

Senhora.”

“No dia 02/02/1955 o proprietário procurou o Sr. Baiano para avisar que ele havia

aberto a cerca, disse também aos outros taxistas e outras pessoas. Alguns dias

depois, ele nos ofereceu o terreno para venda. Reunimos, e com a ajuda de todos e

com o apoio do Padre José Neto que desde o início as Aparições tem nos

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acompanhado, o terreno foi comprado. A prefeitura e os soldados do Tiro de Guerra

nos ajudaram a limpar o terreno. O povo então, fez aqui um oratório com uma cruz e

cercaram com tábuas para que quando ajoelhassem para rezar e fazerem vigílias dia

e noite, pudessem apoiar seus braços”.

“No final de 1956, começamos a construção da gruta, terminando assim em

novembro de 1957."

“Em julho de 1957, duas senhoras distintas, de nossa cidade, pediram ao diretor da

empresa que fazia a rodovia que liga Itaúna a Divinópolis para que, com suas

máquinas, eles fizessem a terraplanagem do terreno da gruta para fazer a praça, e

eles vieram fazer o serviço."

“Em fevereiro de 1958, foi colocado a Imagem de Nossa Senhora de Lourdes. Sempre

eram celebradas missas por Padre José Neto ou Padre José Wetzels (Colégio

Sant’Ana)."

“No dia 23/03/1956, vi Nossa Senhora em cima de uma escadaria de pedras, de

construção antiga, tendo 3 degraus antes de chegar na Santa.Nossa Senhora estava

vestida de branco, com um manto azul claro, cabelos pretos e compridos caídos

sobre os ombros.ELA pisava com o pé direito em uma figura do formato de uma

estrela de cor vermelha. Estava segurando com a mão direita um cálice dourado e de

dentro do cálice saia uma estrela de cor verde.Do lado esquerdo de Nossa Senhora,

estava uma criança de aspecto faminto, maltrapilha, descalça, vestida com calça

escura e camisa branca, esta criança apresentava ter 7 anos. Nossa Senhora estava

com a mão esquerda sobre a cabeça da criança. Aproximei-me da Santa e perguntei:

- Quem sois vós? Ela olhou para cima, demorou alguns segundos, abaixou os olhos.

Perguntei: - Que Vós desejais? Ela pôs a criança na sua frente, cobriu com o manto,

colocou o cálice na frente da criança e subiu. Neste momento a escada desapareceu."

“No dia 30/04/1956, Nossa Senhora apareceu com a mesma criança. Ela estava de

perfil para mim, com o cálice nas mãos, ajoelhada e com a cabeça um pouco

inclinada sobre o cálice.A criança estava virada para mim. A Santa demorou pouco

tempo ajoelhada, levantando-se, demorou mais uns poucos minutos e desapareceu. "

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“No dia 04/05/1956 a Santa apareceu, em pé, com uma criança assentada aos seus

pés. A criança estava escorando com as mãos no chão. A santa estava com o cálice,

nas mãos, e a cabeça inclinada sobre o cálice. Perguntei a Santa o que ELA

desejava. ELA não me respondeu. Então eu disse-LHE se o que Vós desejais for o

amparo físico e espiritual das crianças, que me desse um sinal.Quando terminei de

dizer estas palavras, o rosto da criança brilhou como se fosse uma pedra preciosa e

atrás da criança apareceu uma cruz leitosa e florescente. No dia 19/05/1956, a Santa

apareceu com a criança, em pé, ao seu lado esquerdo e uma menina vestida de

virgem ao seu lado direito.Ela estava com as mãos sobre a cabeça da criança. Vi

Nossa Senhora novamente com a criança várias vezes."

“No dia 23/01/1957 Nossa Senhora apareceu como se estivesse assentada com a

criança maltrapilha e de aspecto faminto (vista anteriormente), assentada em SEU

colo com a cabeça encostada em SEU peito, virada para minha frente. Nossa

Senhora estava com SUAS mãos por cima da barriga da criança. ELA estava com o

rosto virado para o lado esquerdo. Fiz-LHE a seguinte pergunta. O que vós desejais?

Ela virou o rosto para frente, num movimento muito lento e abaixou a cabeça, como

se estivesse olhando para a criança que estava em seu colo .Não demorou mais do

que 5 minutos e desapareceu."

“Em uma das aparições fiz a seguinte pergunta: - Vós sois Maria Virgem Imaculada?

E Ela me respondeu: - Sim. Maria Virgem Imaculada."

“Umas duas vezes, Ela apareceu com seu nome escrito em um formato de meio

círculo sobre a cabeça e outra vez na SUA frente.”

“Dia 10/05/1957, quando aqui estava, chegou perto de mim uma senhora e

entregando-me dois terços. Pediu-me que, quando eu visse a Virgem Maria, pedisse a

Ela para benzer aqueles terços e, na oportunidade, fiz o pedido: Ó Maria, Virgem

Imaculada, se for possível, peço a vós benzer estes dois terços. Neste momento, Ela

me respondeu com as seguintes palavras.”Procurai o sacerdote de Deus, tudo de

sagrado que ele fizer será por vontade de meu Divino Filho”. E assim fiz, procurei

Padre José Neto e ele benzeu”.

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“Em todas as aparições, perguntava a Ela o que desejava e quando foi na Aparição

do dia 31/03/57 e 05/04/1957, ,Nossa Senhora me revelou uma outra mensagem e me

pediu que entregasse ao sacerdote de Deus para que ele dissesse ao povo."

E hoje ela ainda se encontra sobre os cuidados da Igreja."

"A todos vocês, paroquianos de Sant’Ana e visitantes, quero revelar a preocupação

da Virgem Maria com as CRIANÇAS MALTRAPILHAS, DESAMPARADAS E

FAMINTAS, COM A PAZ DO MUNDO, A CONVERSÃO DOS PECADORES, COM

O CULTIVO DA TERRA PARA QUE NÃO FALTE ALIMENTO, COM MÃES

PERDENDO O AMOR MATERNAL E PROVOCANDO HORRÍVEIS CRIMES.

REZEM A JESUS EUCARÍSTICO, PELO BRASIL, PROPAGAI A FË E A

CARIDADE, ALIANÇA COM DEUS, PIEDADE, PACIÊNCIA E PENITÊNCIA -

estes são os pedidos da Virgem Maria.(diário) (Parte da 2ª Mensagem)

“A última vez que vi Nossa Senhora foi no dia 15/08/1961."

Assim, Sr Ovídio conclui e orou:

"Quero agradecer a Virgem Maria pela tão grande graça de ter sido um de vossos

servos, entre tantos, o escolhido para que, além de poder vê-La, ter tido a honra de

me ser confiado as sublimes mensagens e poder, assim, aumentar a minha fé como

também de muitos os que não crêem. Peço também a proteção para todos nós

videntes, dando-nos saúde para que assim possamos prosseguir nessa caminhada.

Deixarei aqui minha oração a Deus Pai, a Jesus Eucarístico e a Virgem Maria,

para que protejam muito os Videntes: Eduardo Vasconcelos, Antônio Nunes, e ao

José Rita, que hoje já se encontra na Glória de Deus. Foram eles os videntes

escolhidos para anunciar a boa nova, e assim fizeram, sem receio, contaram a seus

pais e vizinhos que prosseguiram com a notícia das Aparições, e ao Sr. Queiroz,

(também vidente), foi um homem bom, muito honesto e trabalhador, que morava

nesta região, apesar de incrédulo, teve a graça de ver Nossa Senhora, no dia

28/11/1955 pela primeira vez. Podendo assim dar seu testemunho de fé,

convertendo-se. Sr. Queiroz foi o instrumento de Deus no primeiro milagre das

Aparições de Nossa Senhora aqui na Gruta; milagre este da conversão.

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Hoje ele se encontra na Glória de Deus. E ao Sr. Otaviano Gentil de Castro

(Baiano Taxista), depois de ter visto Nossa Senhora e sido uma testemunha nas

mensagens da Virgem Maria, em suas aparições. Pode testemunhar sua fé, numa

transformação muito grande em sua vida, estando ele hoje na Glória de Deus.

Quero também agradecer por colocar em nossa caminhada de fé Dom José

Belvino, Padre José Neto, Padre Amarildo, Padre Nilo, Padre José Wetzers, Padre

José Raimundo Bechelaine, e a todos os outros padres que por Itaúna passaram.

Saúde, paz, perseverança, em vossas caminhadas, e que continuem ainda por

muitos anos junto de nós com o mesmo carinho e atenção com as Aparições da

Virgem Maria aqui na Gruta. Este é o pedido que confio a Deus Pai, Jesus

Eucarístico e a Virgem Maria. Peço também por Antônio Avimar, para que sob a

proteção da Santíssima Trindade e da Virgem Maria, ele continue abençoado em

seus dons artísticos e que suas mãos, sua saúde, sua paciência, sua mente estejam

sempre sob a proteção de Cristo. E que a bênção da Virgem Maria desça sobre

todos que, carinhosamente cuidaram e cuidam da Gruta. Assim seja." (OVÍDIO

ALVES DE SOUZA-46 ANOS DAS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DE ITAÚNA

“MARIA VIRGEM IMACULADA”, NA GRUTA. 27/07/2001)

O

PAGANISMO AMEAÇA O MUNDO

ERGUEI O ALTAR

ORAI COM FÉ

E

VÓS VEREIS O MILAGRE

DA

CONVERSÃO

JESUS CHRISTO

ETERNO DEUS

Segundo Sr Ovídio, Esta flâmula de forma triangular estava na mão esquerda de

Nossa Senhora e na Direita um Terço.

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Os primeiros videntes:

Eduardo Vasconcelos Antonio Nunes José Rita

FOTOS: Família Sr. Ovído Alves

Outros videntes

Sr. Ovídio Alves de Souza Márcio F.Morais Sr.João Queiroz Sr.Otaviano Gentil

Sr.Augusto A.de Souza Sr. Ozório Lopes e sua

esposa Ana F. Campos FOTOS: Família Sr. Ovído Alves

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O parecer da Igreja sobre as aparições de Nossa Senhora em Itaúna

O ano de 1955 foi marcado por uma explosão de devoção mariana em Itaúna. Em um

matagal na periferia da cidade começo-se a presenciar fenômenos extraordinários que

interferiram na vida pacata deste município. Primeiro, foram crianças de origem muito humilde

que presenciaram tais fenômenos. Depois outras pessoas. O que foi visto foi acima de tudo uma

experiência de profunda espiritualidade mariana e eclesial; o crescimento da devoção mariana

mediante o testemunho de pessoas maduras e profundamente respeitadas; uma experiência de

profunda fidelidade pastoral. Alguns elementos surpreendentes deste fenômeno: os videntes

eram homens (diferentes de outros fenômenos semelhantes onde videntes são na sua maioria

crianças, adolescentes e mulheres e até portadores de desequilíbrios mentais). A cidade de

Itaúna sempre foi marcada por forte devoção mariana e vivencia eclesial. Das seis paróquias

atuais, quatro delas e a maioria das capelas são dedicadas à Maria. O fenômeno deve ser

compreendido à luz, sobretudo, da forte devoção mariana cultivada em mais de cem anos de vida

paroquial. O ambiente em torno dos videntes, sobretudo do Sr. Ovídio foi sempre marcado pela

serenidade. É importante ressaltar que todo o processo das aparições foi acompanhado com

muito atenção pelo pároco Pe.José Neto. Sr.Ovídio documentou as suas experiências de 02 de

agosto de 1955 até 15 de agosto de 1965, mas sua presença diária no local continuou até o fim da

sua vida. Com apoio do Pe. José e da comunidade construiu uma gruta, verdadeiro templo ao ar

livre; construiu-se também uma moderna capela usada para celebrações em dias chuvosos e salas

para catequeses e reuniões pastorais. Após conclusão destas obras entregou-se à comunidade que

hoje tem vida própria como comunidade eclesial ligada à paróquia de Sant'Ana. O local é

muitíssimo visitado por muitos fiéis. A Gruta é um grande centro de espiritualidade, onde nunca

se permitiu o comércio, pois constitui um local de encontro com Deus. (MELO, 2003)

Até o ano de 2002 a Imagem de devoção na Gruta foi Nossa Senhora de Lourdes,

imagem cedida pela Paróquia de Santana. Com a autorização do Bispo Dom José foi

confeccionado a Imagem de Nossa Senhora de Itaúna.

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Missa celebrada pelo Bispo Dom José Belvino , Pe.Amarildo, Pe Nilo, Pe José Neto e

PeJosé Luiz em comemoração ao 46º aniversário das aparições de Nossa Senhora na

Gruta de Itaúna. Neste dia foi autorizado pelo Bispo a confecção da Imagem de Nossa

Senhora de Itaúna – 27/07/2001

FOTO: Família Sr. Ovídio Alves

Imagem de Nossa Senhora Missa se entronização e Benção da Imagem de Nossa Senhora de Itaúna – 27/07/02

de Lourdes FOTO: Família Sr. Ovídio Alves

Foto: Janete Rod. Mar/2005

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A Gruta de Nossa Senhora de Itaúna e o Município

A Gruta onde aconteceu aparições da Virgem Maria é, oficialmente, reconhecida pela

Santa Sé e recebe a cada ano um número cada vez maior de devotos, para fazer seus pedidos e

para agradecer graças alcançadas. Desde às primeiras aparições no ano 1955, observa-se uma

crescente devoção e uma peregrinação constante no local com profunda espiritualidade.

Como ponto turístico religioso a Gruta oferece paz e tranqüilidade que contagia a alma de

cada um que ali vai, em busca de consolo, alívio e cura para seus males.

A visão que se tem da imagem em gesso colocada ao centro do altar de pedra é de uma

jovem, quase criança, sem o tradicional véu e com uma flâmula nas mãos, onde se lê: Jesus

Cristo Eterno Deus: O paganismo ameaça o Mundo. Erguei o altar, orai com Fé e vós vereis o

Milagre da Conversão!.

Entre os blocos de pedras, no interior da gruta, estão os testemunhos de fiéis, muitos com

fotos, dos milagres ocorridos por intercessão da Virgem Nossa Senhora de Itaúna.

Vários cultos são realizados no local, sempre contando com um número expressivo de

devotos itaunenses e visitantes. Católicos de diversas cidades mineiras e também de outros

estados prestam veneração na gruta de Itaúna.

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FONTES DE PESQUISA

DEPOIMENTOS DO VIDENTE SR. OVÍDIO ALVES – Empréstimo da família.

MOURÃO, Constancia Menezes Vilela, 3ª moradora do Bairro de Lourdes (em 1955) -

Entrevista

MASCARENHAS, Luiz Antonio Rocha. Trabalho Científico:"A Gruta de Nossa Senhora de

Itaúna", Universidade de Itaúna, 2001.

MELO, Pe Amarildo José de. "Uma reflexão pastoral sobre as aparições e mensagens de Nossa

Senhora em Itaúna". – Jornal Tribuna, 26/07/2003)

www.clickmt.com.br - Cuiabá/MT - "Nossa Senhora de Itaúna conquista devotos". 08/02/2005

www.planeta.terra.com.br "Aparições de Nossa Senhora em Itaúna – MB/Brasil"

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http://www.clickmt.com.br/

http://www.planeta.terra.com.br/

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4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA GRUTA DE NOSSA SENHORA DE

ITAÚNA

Situada na Quadra 10 (Rua Sesóstres Milagres, s/n – Bairro de Lourdes) a Gruta de

Nossa Senhora de Itaúna e seu entorno representam para Itaúna um local especial.

Consiste num imóvel urbano com 8.414,00 m2 (oito mil e quatrocentos e quatorze metros

quadrados) de área, cadastrada como sendo os lotes 10ª e 50 da quadra 10, zona 03 – bairro de

Lourdes, delimitados por um polígono irregular com as seguintes divisas e confrontações:

- Frente: 21:00 metros para a rua Sesóstres Milagres, esquina da rua Naydes de Paula Machado;

- Lateral esquerdo: 17:40 metros de frente para a rua Naydes de Paula Machado + 30:50 metros

confrontando com o lote 10B + 15:53 confrontando com o lote 10C + 13:70 metros confrontando

com o lote 10D + 13:05 metros confrontando com o lote 11 + 13:08 metros confrontando com o

lote 11A + 11:27 metros confrontando com o lote 11B + 62:40 metros confrontando com o lote

11C + 32:50 metros confrontando com o lote 46;

- Fundos: 88:00 metros de frente para a Rua Antonio Medeiros;

- Lateral direita: 47:50 confrontando com o lote 10 + 50:80 metros confrontando com o lote 01

+ 18:30 metros confrontando com o lote 64 + 18:50 metros, ainda confrontando com o lote 64 +

17:50 metros confrontando com o lote 59 + 13:20 metros confrontando com o lote 51 + 41:00

metros, ainda confrontando com o lote 51, tudo de acordo com a planta de levantamento

topográfico. (SOUZA.MEDEIROS, 1997)

A Gruta de Nossa Senhora de Itaúna é um local dedicado a religiosidade e é uma gruta

não natural, edificada entre os anos 1955 a 1957 com revestimento em pedras de minério fixadas

em estrutura de concreto armado feita em laje curva apoiada em vida invertidas. Tem piso em

pedras de miracema serradas, mesa de celebração em granito e mesa de apoio para humilias

também de granito. Uma imagem de Nossa Senhora, denominada Nossa Senhora de Itaúna, feita

em resina, se apóia em um altar feito de pedras de minério sob a qual goteja água proveniente de

duas tubulações instaladas na parte superior da gruta via SAAE (Sistema de Abastecimento de

Água e Esgoto de Itaúna). Há também, bancos de concreto e acabamento em cimentado liso

natado e apoios em ferro chato dobrado. A pavimentação externa em calçamento na primeira

rampa de acesso e em concreto no entorno dos jardins.

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Há também uma Capela denominada Capela de Nossa Senhora de Itaúna, com

acabamento de fachada revestida com pedra de segunda, paredes de alvenaria internamente

revestidas de reboco pintado, cobertura em laje rebocada e telhado de amianto. Altar com pintura

a mão e um a cruz central feita com argamassa; janelas em metalon e 30 (trinta) luminárias de

teto incluindo ventiladores. Há na entrada, próximo ao portão um anexo com sanitários

masculinos e femininos aberto ao público construído em alvenaria, cerâmica e reboco pintada

com tinta látex.

Na parte interna da Gruta há um depósito construído em 1957 com alvenaria de pedras

de minério da região.

Não há na Gruta nenhum sinal de lençol freático, mas este solo encontra-se erodido com

problemas de manutenção e contenção.

A Gruta está cercada por uma rica mata que recobre os taludes de entorno. Em julho de

1957, foi executado o projeto de terraplanagem no local e na praça construída no início da

entrada da Gruta.

Grande parte da morfologia da Gruta é arenoso, com poucos fragmentos de quartzo.

Com os anos de adoração e devoção a Santa foram sendo introduzidos no local elementos

decorativos pelos próprios fiéis como plantas, vasos e placas (com a Oração a Nossa Senhora de

Itaúna de, de pedidos e de agradecimentos).

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5. DELIMITAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

Fica definido como Perímetro de Tombamento integrante da Gruta de Nossa Senhora de

Itaúna e sua região interna. O perímetro inicia-se no ponto denominado T1 no vértice da Rua

Sesóstres Milagres e segue pelo eixo até encontrar com o ponto T2. E este segue seu eixo até o

ponto T3 (subindo a Rua Nayídes P.Machado) e encontrando com o ponto T4 acompanhando as

curvas de nível 843,844 e 845 chegando ao ponto T5, descendo sua vértice até encontrar o ponto

T6, seguindo seu vértice até o ponto T7. Descendo à perpendicular ao vértice deste ponto

encontra-se o ponto T8 (acompanhando a Rua Sesostres Milagres) finalizando no ponto T1.

6. JUSTIFICATIVA DA DEFINIÇÃO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

A definição desta delimitação corresponde à área que abrange toda a reserva biológica

onde há uma Gruta, a qual é de valor histórico, religioso e ecológico devido à aparição de Nossa

Senhora.

7 - DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO

O entorno fica definido como a Área de Proteção da Gruta de Nossa Senhora de Itaúna,

compreendendo a Capela Nossa Senhora de Itaúna e as áreas que sofrem e provocam influência

neste bem cultural. Considerado as vias de acesso assim como as edificações que circundam esta

região está estabelecido como limítrofes da Gruta: Rua Dorinato Lima, Sesóstres Milagres,

Naydes de Paula Machado e Antonio de Medeiros. A Rua Naydes de Paula Machado localizada

ao lado da Capela – lateral esquerda e não possui saida, onde além da rotatória algumas casa já

mudaram sua apropriação em função da Gruta.

No início da Rua Naydes de P. Machado está instalada uma pequena loja de velas e de imagens

sacras, mudando o seu objetivo de residencial para comercial.

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Tanto a Rua Sesóstres Milagres quanto a Rua Dorinato Lima possui um tráfego intenso de

veículos motorizados, sendo uma via de mão dupla e asfaltada, com acostamento do lado

esquerdo na Rua Sesóstres Milagres e acostamamento duplo na Rua Dorinato Lima.

O Perímetro de Entorno inicia-se no ponto P1, na vértice da Rua Dorinato Lima, segue pelo eixo

da Rua Sesóstres Milagres até a Rua Santa Helena P2. Subindo o eixo P2 encontra-se com a Rua

Antônio Medeiros P3, até encontrar com a Rua Dorinato Lima P4. Chegando ao P4 e

seguindo seu eixo pela Rua Sesóstres Milagres finalizando-se no P1 o seu perímetro de entorno.

8 - JUSTIFICATIVA DA DEFINIÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO

A definição demarcada como entorno do bem cultural considera a grande importância

desta área por abranger toda uma reserva biológica onde está situada a Gruta de Nossa Senhora

de Itaúna, que é um rico patrimônio que deve ser preservado definindo-se diretrizes para a área

vizinha, justificando-se a delimitação do perímetro de entorno.

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GRUTA DE NOSSA SENHORA DE ITAUNA – ITAÚNA/MG

Planta de Delimitação do Perímetro de Tombamento e de Entorno

Responsável: Denia Alves de Oliveira CREA: MG 87441

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9 - FICHA DE INVENTÁRIO

1. MUNICÍPIO: Itaúna

2. DISTRITO: Sede

3. DESIGNAÇÃO: Gruta de Nossa Senhora de

Itaúna

4. ENDEREÇO: Rua Sesóstres Milagres, s/n

Centro – Itaúna/MG

5. PROPRIEDADE: Paróquia de Santana

6. RESPONSÁVEL: Pe. Edílson Antonio Manoel

7. SITUAÇÃO DE OCUPAÇÃO: Própria

8. ANÁLISE DE ENTORNO:

A Gruta de Nossa Senhora de Itaúna consiste num imóvel urbano com 8.414,00 m2 (oito

mil e quatrocentos e quatorze metros quadrados) de área, cadastrada como sendo os lotes 10ª e

50 da quadra 10, zona 03 – bairro de Lourdes, s/n. Esta área é delimitada pela parte da frente,

com 21:00 metros, pela rua Sesóstres Milagres, esquina da rua Naydes de Paula Machado; a

lateral esquerda, com 17:40 metros de frente, está voltada para a rua Naydes de Paula Machado;

os fundos, com 88:00 metros de frente, está voltado para a Rua Antonio Medeiros; e a lateral

direita, com 47:50 confrontando com o lote 10 + 50:80 metros confrontando com o lote 01 +

18:30 metros confrontando com o lote 64 + 18:50 metros, ainda confrontando com o lote 64 +

17:50 metros confrontando com o lote 59 + 13:20 metros confrontando com o lote 51 + 41:00

metros, ainda confrontando com o lote 51, está voltada para a Rua Dorinato Lima.

O entorno, definido como a Área de Proteção da Gruta de Nossa Senhora de Itaúna,

compreende a Rua Anaídes de P.Machado localizada ao lado da Capela que enconta-se dentro da

área da Gruta, sendo esta rua é saída, onde além da rotatória algumas casas já mudaram suas

características iniciais.

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Mapa Cadastral de Itaúna – quadrícula Localização e implantação do imóvel inventariado

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No início da Rua Anaídes de P. Machado está instalada uma pequena loja de velas e de imagens

sacras, mudando o seu objetivo de residencial para comercial.

Tanto a Rua Sesóstres Milagres quanto a Rua Dorinato Lima possui um tráfego intenso de

veículos motorizados, sendo uma via de mão dupla e asfaltada, com acostamento do lado

esquerdo na Rua Sesóstres Milagres e acostamamento duplo na Rua Dorinato Lima.

O Perímetro de Entorno inicia-se na Rua Dorinato Lima, segue pelo eixo da Rua Sesóstres

Milagres até a Rua Santa Helena. Subindo o eixo encontra-se com a Rua Antônio Medeiros , até

encontrar com a Rua Dorinato Lima.

9. DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Parte interna da Gruta – Visão geral da Gruta

FOTO: Janete Rodrigues – mar/2006

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Entrada da Gruta de Nossa Senhora de Itaúna


Caminho de acesso à Gruta de Nossa Senhora de

Itaúna


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10. HISTÓRICO:

Segundo consta, na antiga Vila Mozart, hoje Bairro de Lourdes, próximo à residência do

Sr. Mozart havia um caminho que ia até o alto do morro do Mirante, atual Bairro Santo Antônio.

Esse caminho havia sido formado pelas enxurradas que desaguava no rio São João, caminho este

que passou a ligar a Vila com o outro lado da cidade, ou seja, com a Rua Direita, hoje Av.

Getúlio Vargas e com o alto do Rosário.

A primeira casa a ser construida no local foi a de D. Jacinta do Sr.Beijo, que tinha vários filhos

dentre ele Antônio Nunes (Totõe). A segunda pertencia ao Sr. Eduardo Morais e D. Eslira, pais

de Eduardinho, Helena e Eduardinho. A terceira casa, construída tempos depois, no ano de 1955,

foi a do Sr. Otávio Mourão e D.Constancia, estes com cinco filhos. As crianças destas três

famílias tinha como brinquedo predileto fazer incursões pelas grotas dos barrancos., balançando

pelos cipós e tocaiando animais. Foi no dia 27 de julho de 1955, que as três crianças: Totõe,

Eduardinho e José Rita (este, filho de D.Maria e do Sr.Joaquim, quarta família a residir na vila)

saíram à procura de um cavalo que foi avistado numa grota em frente à lagoa. O cavalo estava

imóvel e, mesmo temerosos, resolveram descer na grota onde o animal estava, utilizando cipós e

galhos de árvores. Segundo consta, as crianças ao descerem a grota se viram numa situação

difícil e atemorizados clamaram pela Virgem Santíssima se deparando com uma visão da Virgem

Maria sob um cupim. A notícia se espelhou rapidamente e um caminho começou a ser construído

em volta da lagoa chegando até a Gruta. Romarias foram acontecendo sucessivamente, sendo

que outros videntes forma registrados, sendo a última ocorrida em 15/08/1961. Com o tempo

novos moradores foram se instalando na região. Posteriormente, o terreno foi comprado do

Sr.Mozart e foi construído uma Gruta sobre o cupim onde apareceu Nossa Senhora, através da

comunidade, do Pe.José Neto e do vidente Sr.Ovídio Alves.

Neste contexto, o ano de 1955 foi marcado por uma explosão de devoção mariana em

Itaúna, após a aparição de Nossa Senhora interferindo na vida pacata deste município.

Segundo Pe Amarildo, o ambiente em torno dos videntes, sobretudo do Sr. Ovídio foi

sempre marcado pela serenidade. E todo o processo das aparições foi acompanhado com muito

atenção pelo pároco Pe.José Neto.

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A Gruta de Nossa Senhora de Itaúna é hoje um verdadeiro templo ao ar livre; O local é

muitíssimo visitado por inúmeros fiéis. A Gruta é um grande centro de espiritualidade, onde

nunca se permitiu o comércio, pois constitui um local de encontro com Deus. Até o ano de 2002

a Imagem de devoção na Gruta foi Nossa Senhora de Lourdes, imagem cedida pela Paróquia de

Santana. Com a autorização do Bispo Dom José foi confeccionado a Imagem de Nossa Senhora

de Itaúna.

11. USO ATUAL: Culto religioso

12. DESCRIÇÃO:

A Gruta de Nossa Senhora de Itaúna consiste num imóvel urbano dedicado a

religiosidade, contendo uma área de 8.414 m2. É uma Gruta não natural, edificada entre os anos

1955 a 1957 com revestimento em pedras de minério fixadas em estrutura de concreto armado

feita em laje curva apoiada em vida invertidas. Tem piso em pedras de miracema serradas, mesa

de celebração em granito e mesa de apoio para humilias também de granito. Uma imagem de

Nossa Senhora, denominada Nossa Senhora de Itaúna se apóia em um altar feito de pedras de

minério sob a qual goteja água proveniente de duas tubulações instaladas na parte superior da

gruta via SAAE (Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto de Itaúna).

Há também, bancos de concreto e acabamento em cimentado liso natado e apoios em ferro chato

dobrado.

A pavimentação externa em calçamento na primeira rampa de acesso e em concreto nos entornos

dos jardins.

Há também um Capela denominada Capela de Nossa Senhora de Itaúna, com acabamento

de fachada revestida com pedra de segunda, paredes de alvenaria internamente revestidas de

reboco pintado, cobertura em laje rebocada e telhado de amianto. Altar com pintura a mão e um

acruz central feita com argamassa; janelas em metalon e 30 (trinta) luminárias de teto incluindo

ventiladores. Há na entrada, próximo ao portão um anexo com sanitários masculinos e feminos

aberto ao público construído em alvenaria, cerâmica e reboco pintada com tinta látex.

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Na parte interna da Gruta há um depósito construído em 1957 com alvenaria de pedras

de minério da região.

Não há na Gruta nenhum sinal de lençol freático, mas este solo encontra-se erodido com

problemas de manutenção e contenção.

A Gruta está cercada por uma rica mata que recobre os taludes de entorno.

13. PROTEÇÃO LEGAL EXISTENTE: Tombamento pela Lei Orgânica do Município de 1º de

Maio de 1990 – Capítulo III – artigo 135

14. PROTEÇÃO LEGAL PROPOSTA: Tombamento de reconhecimento do IEPHA/MG –

Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais

15. ESTADO DE COSNERVAÇÃO: Muito bom

16. ANÁLISE DO ETADO DE CONSERVAÇÃO: Todas as edificações do imóvel foram muito

bem preservadas pela comunidade e pelo município visto que não existe nenhum ponto destinado

ao comércio nem dentro nem fora do imóvel, o que auxilia na preservação.

Porém observa-se uma necessidade de investimentos para melhor adaptação das instalações

elétricas que não encontram em bom estado. Pisos, jardins e benfeitorias, podem se degradar

com o tempo. Estas edificações estão em ótimo estado de conservação com acabamentos

originais e características de sua construção inicial, exceto pelos apoios dos bancos que foram

colocados recentemente.

Quanto às matas e taludes, observa-se uma grande necessidade de realização de contenções para

assegurar a integridade da mata de entorno da gruta pela Rua Naydes de Paula Machado.

17. FATORES DE DEGRADAÇÃO: O bem cultural poderá ser degradado por fatores como

intempéries. O solo localizado na parte de trás da Gruta encontra-se erodido com problemas de

manutenção e contenção.

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18. MEDIDAS DE CONSERVAÇÃO: Periódica limpeza do local

19. INTERVENÇÕES: A Gruta de Nossa Senhora de Itaúna encontra-se com acabamentos

originais e com características de sua construção inicial, exceto pelos apoios dos bancos que

foram colocados recentemente e pela construção dos sanitários na área de entorno.

20. REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS:

FREITAS, José Geraldo. Entrevista. 7/04/05

MATOS, Fábio Dimas Brás de. Parecer para Tombamento da Imagem de Nossa Senhora de

Itaúna. Abril/2004.



MOREIRA, Ângela N. Material para Laudo de Conservação da Gruta de Nossa Senhora de

Itaúna


Entrevista

SOUZA, Cláudio Marcelo Gonçalves de.MEDEIROS, Juarez. Delimitação da área onde se

encontra a Gruta N.Srª Senhora de Itaúna. Prefeitura Municipal de Itaúna: 1997.

21. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES: S/R

22. FICHA TÉCNICA:

Levantamento: *ANGELA N.MOREIRA – CREA 54149/D e TALITA ALVES MORAIS

Elaboração: JANETE RODRIGUES

Revisão: MARCOS VINÍCIOS SOUZA MORAIS – CREA 41876D/MG – Equipe Técnica

*Engenheira Civil que auxiliou nos trabalhos

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10 - DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Entrada da Gruta Nossa Senhora de Itaúna


Caminho de acesso à Gruta Nossa Senhora de

Itaúna


FOTOS: Janete Rodrigues – março/2006

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Entrada Gruta Nossa Senhora de Itaúna

Interior da Gruta Nossa Senhora de Itaúna




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Altar de Nossa Senhora de Itaúna – Interior da

Gruta

Interior da Gruta – vê-se os agradecimentos de

graças alcançadas

Interior da Gruta

Interior da Gruta – Velas acesas em sinal de

agradecimento e devoção


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Dizeres sobre a aparição de Nossa Senhora de

Itaúna – interior da Gruta


Interior da Gruta – vê-se a saida

Capela de Nossa Senhora de Itáuna – localizada no

entorno


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Rua Santa Helena - limítrofe

Rua Sesóstres Milagres (descida)- limítrofe

Rua Dorinato Lima - limítrofe

Rua Sesóstre Milagres (subida) - limítrofe


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11 - DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

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12 - DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO PARA O BEM TOMBADO

A área delimitada para tombamento referente à Gruta de Nossa Senhora de Itaúna não

poderá sofrer nenhum tipo de intervenção sem um prévio estudo e autorização do Conselho

Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural, Artístico e Ecológico de Itaúna e do

conhecimento da Paróquia de Santana, responsável pelo bem cultural. Será preciso ater-se para

sua revitalização, objetivando sua valorização e conservação.

A Gruta, que teve seu inicio de construção no ano 1955, sofreu como primeira

modificação a transformação das pequenas trilhas em um único caminho bem aberto. Foi

construído um altar para a imagem de Nossa Senhora em forma de um grande cupim, para

manter a mesma forma do local onde a Santa apareceu. Foi colocado também encostos de ferro

nos bancos, fator este que realmente descaracterizou a originalidade da Gruta. Neste sentido, a

intenção é de preservar, a partir de então, a Gruta com suas características construtivas, sendo

que as intervenções que se fizerem necessárias seguirá os critérios estabelecidos pelo Conselho e

pela comunidade, em comum acordo, visto que a Gruta ainda tem seus traços iniciaiS.

A área de entorno deverá também obedecer as diretrizes como medidas relacionadas à

volumetrias horizontais e usos (através do PO – Padrões de Ocupação - segue na próxima

página). Esses padrões de ocupação são obtidos através de variáveis, como: coeficiente de

aproveitamento máximo que se dá em função da área do lote. Desta forma, a área de entorno do

bem tombado não possui restrições quanto ao número de pavimentos, pois irá variar de acordo

com a área do lote.

Todo o trabalho que seja necessário executar, seguirão diretrizes de melhoria e de

preservação do patrimônio cultural em questão, buscando-se para sito profissionais com

qualificação e comprovação na área.

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PO – Padrões de Ocupação

* "H" é a distancia entre o piso do pavimento imediatamente superior ao pavimento térreo e i piso do último

pavimento.

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13 - PARECER SOBRE O TOMBAMENTO (Técnico especializado)

A Gruta de Nossa Senhora de Itaúna, é hoje um importante patrimônio voltado para fé.

No ano de 1955, o local onde ela se encontra consistia numa grota de difícil acesso, onde três

crianças, ao procurar um animal necessitaram de ajuda e clamaram por socorro. Sendo os

primeiros videntes de Nossa Senhora, a quem veio socorrê-los, estas crianças proporcionaram

uma nova trajetória para o local. Com o tempo modificações foram ocorrendo no lugar para dar

espaço à devoção à Nossa Senhora. Para tanto, adaptações foram feitas, porém procurando-se

preservar seus aspectos originais.

No local onde a Gruta está inserida, sempre houve uma vegetação abundante, com

importante área verde. Esta área, composta de mata nativa densa, contribui positivamente com a

área urbana da cidade, oferecendo um espaço benéfico para o fator espiritual e, também, um

clima agradável.

A Gruta (altar) construído para abrigar Nossa Senhora de Itaúna , em 1957 é revestido em

pedras de minérios com concreto, seu piso é feito com pedras de miracema serradas,

transmitindo uma simplicidade.

Tecnicamente, o terreno apresenta-se bastante acidentado e seu solo tem pouca

resistência estrutural (saibro) o que comprava a importância da preservação da vegetação do

entorno da gruta que funciona como elemento de contenção de possíveis processos de erosão.

É importante salientar também a estrutura viária local que possibilita fácil acesso ao

local, tendo uma proximidade com a área central, bem como, com um dos acessos importantes

da malha urbana.

Em resumo, o tombamento da Gruta de Nossa Senhora de Itaúna irá contribuir para a

proteção do meio ambiente do local, o qual oferece uma tranqüilidade mensurável, e que, aliado

à fé, à religiosidade oferecerá uma melhor qualidade vida.

Itaúna, 11 de abril de 2006

DENIA ALVES DE OLIVEIRA

Arquiteta Urbanista - CREA MG 87441

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14 - PARECER SOBRE O TOMBAMENTO (Membro CODEMPACE)

Marco religioso e histórico, a Gruta de Nossa Senhora de Itaúna já faz parte da vida de

muitos devotos. Muitas pessoas entregam com fé, pedidos de graças á Santa que, no dia 27 de

julho de 1955, segundo os videntes, apareceu em cima de um cupim. Durante todos esses anos, a

devoção demonstrada a Ela faz do local um ambiente de muita paz. E, o que se relata, desde

então, é uma crescente devoção e uma peregrinação constante de itaunenses e de católicos de

outras cidades no local onde ocorreu essa experiência de profunda espiritualidade.

A cultura religiosa da cidade a partir das aparições de Nossa Senhora tomou um novo

rumo. Hoje a comunidade conta com a proteção de uma Santa que tem seu nome "Nossa

Senhora de Itaúna". Percebe-se que isto é motivo de muita honra e alegria para todos os

católicos da cidade. Para aqueles que visitam a Gruta, constata-se que sempre voltam ao local

para buscar alívio de suas dificuldades.

A historiografia itaunense registra a força da fé católica desde os primórdios de sua

construção. Mesmo porque, o processo histórico da cidade, não foge à regra do resto do país que

foi colonizado por portugueses que disseminaram o catolicismo.

Neste contexto religioso, a Gruta de Nossa Senhora de Itaúna consiste num espaço físico

espiritual de muita esperança e tranqüilidade, simbolizando a fé da comunidade itaunense.

Portanto, o seu tombamento irá legitimar o que gerações passadas presenciaram positivamente e,

através da sua preservação, proporcionará a oportunidade de gerações futuras conhecerem e

participarem de tão grandiosa devoção. E, sobretudo, irá confirmar sua peculiaridade que é o fato

de termos na cidade uma Gruta onde a aparição de Nossa Senhora de Itaúna foi reconhecida pela

Santa Sé.

Itaúna, 11 de abril de 2006

JANETE RODRIGUES

Presidente do Conselho Deliberativo Municipal do

Patrimônio Cultural, Artístico e Ecológico de Itaúna

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15 - FICHA TÉCNICA

EQUIPE TÉCNICA DO CODEMPACE/ CONSELHO DELIBERATIVO MUNICIPAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL, ARTÍSTICO E ECOLÓGICO DE ITAÚNA :

MARCOS VINÍCIOS SOUZA DE MORAIS - Engº Arquiteto – CREA 41876D/MG

MARIA CERILA SILVA SOUSA – Licenciada em História

JANETE RODRIGUES – Presidente do CODEMPACE e funcionária da Prefeitura Municipal de Itaúna – Formação: Licenciatura em História

ARQUITETOS CONTRATADOS: DENIA ALVES DE OLIVEIRA - CREA 04002154 (Membro CODEMPACE)

ROBSON NOGUEIRA RODRIGUES – CREA MG 85363/D (Membro CODEMPACE)

ESTAGIÁRIA: TALITA ALVES DE MORAIS (Membro do CODEMPACE – estudante de Arquitetura)

COLABORAÇÃO: ÂNGELA NOGUEIRA MOREIRA – Engenheira Civil – CREA 54149/D

FÁBIO DIMAS BRÁS DE MATOS – CREA MG 29204/D

AGRADECIMENTOS: REFEITURA MUNICIPAL DE ITAUNA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA / DEPTº DE CULTURA MEMBROS DO CODEMPACE

CIDÉLIA CAROLINE ALVES DE LIMA JOSÉ GERALDO DE FREITAS (Sr.Branquinho)

E À TODA COMUNIDADE ITAUNENSE

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16 - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Para o Histórico do Município:

BOSCHI, Caio César. Achegas à História de Minas Gerais (séc. XVIII). Portugal: Editora da

Universidade, Portucalense, 1994.

CARVALHO, David de. Anuário dos Aspectos Históricos de Itaúna. Itaúna: Vile Editora, 2001.

140 p.

DORNAS FILHO, João. Itaúna, contribuição para a história do município. Itaúna: sem editora,

1936. 133 p.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 8 ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000. 660p.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2001. www.ibge.gov.br/

MATOS, Angelo Braz de. Itaúna em Dados. 1 ed. Itaúna: Vile Editora, 2003

NOGUEIRA, Guaracy de Castro. Itaúna em Detalhes. Enciclopédia ilustrada de pesquisa. Itaúna:

Jornal Folha do Povo, 2003.

NOVAIS, Fernando Antônio. Saga: a grande história do Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1981.

SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de. História de Itaúna. Belo Horizonte: Editora Littera

Maciel, 1986. Volumes I e II.

SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de. Itaúna – 1765/2002. Belo Horizonte: Santa Clara, 2002.

640 p..

http://www.ibge.gov.br/

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Para o Histórico da Gruta de Nossa Senhora de Itaúna:

DEPOIMENTOS POR ESCRITO DO VIDENTE SR. OVÍDIO ALVES – Empréstimo da

família.


Entrevista

MASCARENHAS, Luiz Antonio Rocha. Trabalho Científico:"A Gruta de Nossa Senhora de

Itaúna", Universidade de Itaúna, 2001.



SILVA, Pe. Rinaldo Guimarães da. A Virgem da Gruta. Recife, 1958. 46 p.

www.clickmt.com.br - Cuiabá/MT - "Nossa Senhora de Itaúna conquista devotos". 08/02/2005

www.planeta.terra.com.br "Aparições de Nossa Senhora em Itaúna – MB/Brasil"

http://www.clickmt.com.br/

http://www.planeta.terra.com.br/

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ANEXOS

Anexo I: NOTIFICAÇÃO E RECIBO DE TOMBAMENTO

Anexo 2: COPÍA DA ATA DE REUNIÃO DO CODEMPACE APROVANDO O

TOMBAMENTO

Anexo 3: CÓPIA DO DECRETO DE TOMBAMENTO

Anexo 4: CÓPIA DA INSCRIÇÃO DO BEM CULTURAL INSCRITO NO LIVRO

DO TOMBO

Anexo 5: CÓPIA DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL DE TOMBAMETO

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PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAUNA DE TOMBAMENT… · Anexo 4: CÓPIA DA INSCRIÇÃO DO BEM CULTURAL INSCRITO NO LIVRO DO TOMBO Anexo 5: CÓPIA DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL DE TOMBAMETO