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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ PROF. DRA. ALESSANDRA TONELLI ORGANIZADORA MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA SUBMISSÃO DE PROJETOS AO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP SÃO JOSÉ 2015 USJ Centro Universitário Municipal de São José

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO ......como, o pesquisador que por este meio manifesta seu respeito à ética no desenvolvimento do trabalho. O TCLE deve ser elaborado

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

PROF. DRA. ALESSANDRA TONELLI

ORGANIZADORA

MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA SUBMISSÃO DE

PROJETOS AO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP

SÃO JOSÉ

2015

USJ

Centro Universitário Municipal de São José

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 04

2. O COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA....................................................... 05

3. A PLATAFORMA BRASIL........................................................................ 06

4. A SUBMISSÃO DE PROJETOS................................................................ 07

4.1. Informações importantes.................................................................. 16 REFERÊNCIAS.............................................................................................

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ANEXOS....................................................................................................

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ANEXO 1 - RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012.................. 20

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LISTA DE SIGLAS

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

CONEP – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

CNS – Conselho Nacional de Saúde

MS – Ministério da Saúde

USJ – Centro Universitário Municipal de São José

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1. INTRODUÇÃO

O Centro Universitário Municipal de São José – USJ foi criado pela Lei Municipal

no 4.279 de 15 de maio de 2005 e oferece à comunidade cinco cursos superiores

gratuitos. São eles: Administração, Ciências Contábeis, Pedagogia, Ciências da religião

e o Curso Superior em Tecnologia de Desenvolvimento e Análise de Sistemas.

Por ser uma instituição dedicada ao ensino, à pesquisa e à extensão deve

atender a legislação pertinente a esses processos.

Tendo ciência de que o respeito aos seres humanos é um dos pré-requisitos

para que se possa trabalhar com ética e responsabilidade, o presente documento tem

como objetivo orientar os docentes e discentes pesquisadores para uma correta

condução de seus projetos.

Atualmente, há uma exigência de que todos os projetos de pesquisa que

envolvam seres humanos devam ser submetidos a um Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) e atendam à Resolução nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012 (ANEXO 1) que

apresenta diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres

humanos.

Inicialmente é necessário acessar a Plataforma Brasil, uma base nacional de

registros de pesquisa que envolvem seres humanos. Após o acesso, o preenchimento

das informações solicitadas e da postagem dos documentos exigidos, é possível fazer

um acompanhamento do projeto.

Por não possuir um Comitê próprio, os projetos do USJ deverão ser analisados

por CEP’s de outras instituições. Somente após a submissão, o professor terá

conhecimento sobre qual Comitê receberá seu projeto.

Este documento se caracteriza como um manual de orientação aos

pesquisadores do USJ e está organizado em itens, sendo que o item 2 esclarece o que

é um Comitê de Ética em Pesquisa, no item 3 há uma apresentação da Plataforma

Brasil e no item 4 o passo a passo para a submissão de um projeto.

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2. O COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

De acordo com a resolução 466 do Conselho Nacional de Saúde - CONEP, os

Comitês de Ética em Pesquisa “são colegiados interdisciplinares e independentes, de

relevância pública, de caráter consultivo, deliberativo e educativo, criados para

defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade

e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos” [...] e

tem como atribuições:

- “avaliar protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, com prioridade

nos temas de relevância pública e de interesse estratégico da agenda de prioridades

do SUS, com base nos indicadores epidemiológicos, emitindo parecer, devidamente

justificado, sempre orientado, dentre outros, pelos princípios da impessoalidade,

transparência, razoabilidade, proporcionalidade e eficiência, dentro dos prazos

estabelecidos em norma operacional, evitando redundâncias que resultem em

morosidade na análise;

- desempenhar papel consultivo e educativo em questões de ética; e

- elaborar seu Regimento Interno”.

De acordo com a mesma Resolução a pesquisa envolvendo seres humanos é a

“pesquisa que, individual ou coletivamente, tenha como participante o ser humano,

em sua totalidade ou partes dele, e o envolva de forma direta ou indireta, incluindo

o manejo de seus dados, informações ou materiais biológicos”.

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3. A PLATAFORMA BRASIL

A Plataforma Brasil é uma base nacional e unificada de registros de pesquisas

envolvendo seres humanos para todo o sistema CEP/CONEP. Ela permite que as

pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estágios - desde sua submissão

até a aprovação final pelo CEP e pela CONEP, quando necessário - possibilitando

inclusive o acompanhamento da fase de campo, o envio de relatórios parciais e dos

relatórios finais das pesquisas (quando concluídas) (Ministério da Saúde).

O sistema permite, ainda, a apresentação de documentos também em meio

digital, propiciando ainda à sociedade o acesso aos dados públicos de todas as

pesquisas aprovadas. Pela Internet é possível a todos os envolvidos o acesso, por meio

de um ambiente compartilhado, às informações em conjunto, diminuindo de forma

significativa o tempo de trâmite dos projetos em todo o sistema CEP/CONEP

(Ministério da Saúde).

Esta plataforma é a única via para submissão de projetos a um Comitê de Ética.

http://aplicacao.saude.gov.br/plataformabrasil/login.jsf

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4. A SUBMISSÃO DE PROJETOS

Para a submissão de um projeto a um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) você

deve acessar a Plataforma Brasil por meio do link:

http://aplicacao.saude.gov.br/plataformabrasil/login.jsf

O primeiro passo é o cadastro do pesquisador.

O segundo passo é o cadastro de uma nova pesquisa.

Ao clicar em Novo Cadastro, abrirá a página a seguir (Etapa 1):

Conforme descrito acima, para a efetivação do cadastro é necessário

apresentar:

uma cópia digitalizada de um documento de identidade com foto; e

o curriculum vitae (link para o lattes ou um documento anexo).

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Ao clicar em “avançar” aparecerá a Etapa 2, solicitando seus dados.

Além da nacionalidade, CPF, maior titulação, especialização acadêmica e

curriculum, serão solicitadas as seguintes informações pessoais: endereço residencial,

telefone, e-mail, e uma foto digitalizada.

Por não haver um Comitê de Ética próprio do USJ, ao ser perguntado se deseja

se vincular a alguma instituição de pesquisa você deve responder “não”.

Ao incluir todas as informações e documentos exigidos você pode iniciar o

cadastro do seu projeto de pesquisa. A página inicial é apresentada a seguir.

Para cadastrar um novo projeto, clique em: “Nova Submissão”.

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Na Etapa 1 – “Informações Preliminares” você encontrará as seguintes

perguntas:

A pesquisa envolve seres humanos, na qualidade de participante da pesquisa,

individual ou coletivamente de forma direta ou indireta, em sua totalidade ou partes

dela, incluindo o manejo de informações ou materiais?

( ) Sim ( ) Não - Maiores informações ver Resolução 466

Informe o Modelo que deseja preencher ( X ) Simplificado ( ) Completo

O Modelo completo ainda não está disponível para o público. Utilize o Modelo

simplificado

Pesquisador Principal: CPF / Nome Social / Telefone / E-mail

Deseja delegar a autorização de preenchimento deste projeto a outras pessoas

já cadastradas no sistema? ( ) Sim ( ) Não

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Assistentes: CPF/Documento / Nome Social / Telefone/ E-mail / Ação

Equipe de pesquisa: CPF/Documento / Nome Social / Ação

Instituição Proponente: clicar em “Sem Proponente”

É um estudo internacional? ( ) Sim ( ) Não

Na Etapa 2 – “Área de estudo” você deverá indicar a(s) área(s) temática (s) do

estudo, conforme apresentado na imagem a seguir.

Também será solicitado que você indique a grande área de conhecimento,

conforme proposto pelo CNPq e o título público da pesquisa conforme imagem a

seguir.

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Nesta etapa ainda é solicitado o título principal da pesquisa, o acrônimo

(palavra criada a partir de uma ou mais letras que constituem um título ou uma

designação) – se houver, e os dados do pesquisador principal (CPF / Nome social /

telefone / E-mail / Ação).

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Na Etapa 3 – “Desenho de estudo/apoio financeiro” você vai encontrar as

seguintes perguntas:

Desenho do estudo: ( ) Observacional ( ) Interveção/Experimental

Condições de saúde ou problemas estudados

Descritores gerais para as condições de saúde (Código CID 10 / Descrição CID /

Ação)

Na imagem a seguir você pode observar que é solicitado:

Descritores específicos para as condições de saúde (Código CID 10 / Descrição

CID / Ação)

Descritores em Ciências da Saúde (Código DECS / Descrição DECS / Ação)

Tipo de interveção

Natureza da intervenção

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Continuando na Etapa 3, conforme imagem a seguir, você deve incluir:

Descritores da intervenção (Intervenções / Ação)

CID 10 – Classificação Internacional de Doenças (Código CID / Descrição CID /

Ação)

DECS: Descritores em Ciências da saúde (Código DECS / Descrição DECS / Ação)

Fase

Haverá uso de placebo ou a existência de grupos que não serão submetidos a

nenhuma intervenção? ( ) Sim ( ) Não - Justificativa

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Encerrando a Etapa 3, é necessário responder:

Haverá aplicação de washout*1? ( ) Sim ( ) Não – Justificativa

*1 Período necessário para que a concentração de um medicamento seja

negligenciável, depois de suspensa a terapêutica.

Desenho.

Financiamento (CNPJ / Empresa/Instituição / Tipo de financiamento / E-mail /

Telefone / Ação).

Palavras chave.

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Etapa 4 – Detalhamento do estudo

Nesta etapa você será solicitado a incluir informações mais específicas do projeto de pesquisa, cujos títulos são citados a seguir. Resumo

Introdução

Hipótese Objetivo primário Objetivo secundário Metodologia proposta Critério de inclusão Critério de exclusão Riscos Benefícios Metodologia de análise de dados Desfecho primário Desfecho secundário Tamanho da amostra no Brasil Data do primeiro recrutamento País de origem Número de participantes da pesquisa

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Etapa 5 – Outras informações

Na etapa 5, você encontrará mais algumas perguntas sobre o projeto. São elas:

Haverá uso de fontes secundárias de dados (prontuários, dados demográficos, etc)?

Detalhamento:

Informe o número de indivíduos abordados pessoalmente, recrutados, ou que

sofrerão algum tipo de intervenção neste centro de pesquisa.

Grupos em que serão divididos os participantes da pesquisa neste centro:

Id do grupo / Número de indivíduos / Intervenções a serem realizadas / Ações

O estudo é multicêntrico no Brasil?

Demais centros participantes no Brasil:

CNPJ / Nome da instituição / órgão / unidade / E-mail / Telefone / CPF do

responsável / Nome do responsável / Ações

Instituição Coparticipante: CNPJ Nome da instituição Coparticipante Nome do

Comitê de Ética Nome do responsável Instituição Selecionada Via Plataforma Brasil

Propõe dispensa do TCLE? Sim Não Justificativa

Haverá retenção de amostras para armazenamento em banco? ( ) Sim ( ) Não

Justificativa

Cronograma de execução

Identificação da etapa - Início (dd/mm/aaaa) - Término (dd/mm/aaaa)

Ação

Outras informações, justificativas ou considerações a critério do Pesquisador

Bibliografia

Anexar Folha de Rosto

Passo 1:

Imprimir a Folha de Rosto, preenchê-la e assiná-la.

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Após isso, seguir para o passo 2

Passo 2:

Após a assinatura da folha de rosto, fazer a digitalização e anexar.

Anexar outros documentos: TCLE, projeto detalhado, declarações, etc.

Etapa 6 - Finalizar

Manter sigilo da integra do projeto de pesquisa? ( ) Sim ( ) Não

Prazo para sigilo

Assinalar aceite dos termos do Compromisso Geral

Salvar

Enviar Projeto ao CEP

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4.1. INFORMAÇÕES IMPORTANTES

Todo o trâmite é on line.

O cadastro do pesquisador é feito num único acesso. Ao iniciar é necessário

incluir as informações e os documentos solicitados e concluir o processo.

O cadastro do projeto de pesquisa pode ser feito em vários acessos. Ou seja, é

possível voltar à Plataforma quantas vezes forem necessárias até a conclusão

do processo. Basta clicar em “salvar/sair” para continuar em outro momento.

O objetivo do TCLE é esclarecer e proteger o participante da pesquisa, assim

como, o pesquisador que por este meio manifesta seu respeito à ética no

desenvolvimento do trabalho. O TCLE deve ser elaborado em duas vias, sendo

uma cópia para o participante da pesquisa e outra para o pesquisador. Deve

ser redigido de maneira simples, em linguagem clara e acessível ao participante

da pesquisa ou seu responsável legal, geralmente pessoas leigas e muitas vezes

semianalfabetas [...] (CEPSH/UFSC).

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido deverá conter necessariamente:

“a) justificativa, os objetivos e os procedimentos que serão utilizados na

pesquisa, com o detalhamento dos métodos a serem utilizados, informando a

possibilidade de inclusão em grupo controle ou experimental, quando

aplicável;

b) explicitação dos possíveis desconfortos e riscos decorrentes da participação

na pesquisa, além dos benefícios esperados dessa participação e apresentação

das providências e cautelas a serem empregadas para evitar e/ou reduzir

efeitos e condições adversas que possam causar dano, considerando

características e contexto do participante da pesquisa;

c) esclarecimento sobre a forma de acompanhamento e assistência a que terão

direito os participantes da pesquisa, inclusive considerando benefícios e

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acompanhamentos posteriores ao encerramento e/ ou a interrupção da

pesquisa;

d) garantia de plena liberdade ao participante da pesquisa, de recusar-se a

participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem

penalização alguma;

e) garantia de manutenção do sigilo e da privacidade dos participantes da

pesquisa durante todas as fases da pesquisa;

f) garantia de que o participante da pesquisa receberá uma via do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido;

g) explicitação da garantia de ressarcimento e como serão cobertas as despesas

tidas pelos participantes da pesquisa e dela decorrentes; e

h) explicitação da garantia de indenização diante de eventuais danos

decorrentes da pesquisa” (Resolução 466).

Após o término do preenchimento o sistema gerará o documento “Folha de

Rosto” que deverá ser impresso, assinado pelo pesquisador e pela instituição

proponente, escaneado e anexado na Plataforma.

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REFERÊNCIAS

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS. Universidade Federal de Santa Catarina. < http://cep.ufsc.br/submissao-de-novos-projetos/cadastro-de-uma-nova-pesquisa/> Acesso: 30 abr 2015.

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. CNS. <http://conselho.saude.gov.br/Web_

comissoes/index.html> Acesso: 14 mai 2015.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plataforma Brasil. <http://aplicacao.saude.gov.br/

plataformabrasil/login.jsf> Acesso: 24 abr 2015.

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ANEXO

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ANEXO 1

RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012

O Plenário do Conselho Nacional de Saúde em sua 240a Reunião Ordinária,

realizada nos dias 11 e 12 de dezembro de 2012, no uso de suas competências

regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de

1990, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e

Considerando o respeito pela dignidade humana e pela especial proteção

devida aos participantes das pesquisas científicas envolvendo seres humanos;

Considerando o desenvolvimento e o engajamento ético, que é inerente ao

desenvolvimento científico e tecnológico;

Considerando o progresso da ciência e da tecnologia, que desvendou outra

percepção da vida, dos modos de vida, com reflexos não apenas na concepção

e no prolongamento da vida humana, como nos hábitos, na cultura, no

comportamento do ser humano nos meios reais e virtuais disponíveis e que se

alteram e inovam em ritmo acelerado e contínuo;

Considerando o progresso da ciência e da tecnologia, que deve implicar em

benefícios, atuais e potenciais para o ser humano, para a comunidade na qual

está inserido e para a sociedade, nacional e universal, possibilitando a

promoção do bem-estar e da qualidade de vida e promovendo a defesa e

preservação do meio ambiente, para as presentes e futuras gerações;

Considerando as questões de ordem ética suscitadas pelo progresso e pelo

avanço da ciência e da tecnologia, enraizados em todas as áreas do

conhecimento humano;

Considerando que todo o progresso e seu avanço devem, sempre, respeitar a

dignidade, a liberdade e a autonomia do ser humano;

Considerando os documentos que constituem os pilares do reconhecimento e

da afirmação da dignidade, da liberdade e da autonomia do ser humano, como

o Código de Nuremberg, de 1947, e a Declaração Universal dos Direitos

Humanos, de 1948;

Considerando os documentos internacionais recentes, reflexo das grandes

descobertas científicas e tecnológicas dos séculos XX e XXI, em especial a

Declaração de Helsinque, adotada em 1964 e suas versões de 1975, 1983, 1989,

1996 e 2000; o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e

Culturais, de 1966; o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, de

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1966; a Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos,

de 1997; a Declaração Internacional sobre os Dados Genéticos Humanos, de

2003; e a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, de 2004;

Considerando a Constituição Federal da República Federativa do Brasil, cujos

objetivos e fundamentos da soberania, da cidadania, da dignidade da pessoa

humana, dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e do pluralismo

político e os objetivos de construir uma sociedade livre, justa e solidária, de

garantir o desenvolvimento nacional, de erradicar a pobreza e a marginalização

e reduzir as desigualdades sociais e regionais e de promover o bem de todos,

sem qualquer tipo de preconceito, ou de discriminação coadunam-se com os

documentos internacionais sobre ética, direitos humanos e desenvolvimento;

Considerando a legislação brasileira correlata e pertinente; e

Considerando o disposto na Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de

Saúde, do Ministério da Saúde, que impõe revisões periódicas a ela, conforme

necessidades nas áreas tecnocientífica e ética.

R E S O L V E:

Aprovar as seguintes diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas

envolvendo seres humanos:

I – DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES A presente Resolução incorpora, sob a

ótica do indivíduo e das coletividades, referenciais da bioética, tais como,

autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade, dentre outros,

e visa a assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da

pesquisa, à comunidade científica e ao Estado. Projetos de pesquisa

envolvendo seres humanos deverão atender a esta Resolução.

II - DOS TERMOS E DEFINIÇÕES A presente Resolução adota as seguintes

definições:

II.1 - achados da pesquisa - fatos ou informações encontrados pelo pesquisador

no decorrer da pesquisa e que sejam considerados de relevância para os

participantes ou comunidades participantes;

II.2 - assentimento livre e esclarecido - anuência do participante da pesquisa,

criança, adolescente ou legalmente incapaz, livre de vícios (simulação, fraude

ou erro), dependência, subordinação ou intimidação. Tais participantes devem

ser esclarecidos sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos,

benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa lhes

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acarretar, na medida de sua compreensão e respeitados em suas

singularidades;

II.3 - assistência ao participante da pesquisa:

II.3.1 - assistência imediata – é aquela emergencial e sem ônus de qualquer

espécie ao participante da pesquisa, em situações em que este dela necessite;

e

II.3.2 - assistência integral – é aquela prestada para atender complicações e

danos decorrentes, direta ou indiretamente, da pesquisa;

II.4 - benefícios da pesquisa - proveito direto ou indireto, imediato ou

posterior, auferido pelo participante e/ou sua comunidade em decorrência de

sua participação na pesquisa;

II.5 - consentimento livre e esclarecido - anuência do participante da pesquisa

e/ou de seu representante legal, livre de vícios (simulação, fraude ou erro),

dependência, subordinação ou intimidação, após esclarecimento completo e

pormenorizado sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos,

benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar;

II.6 - dano associado ou decorrente da pesquisa - agravo imediato ou posterior,

direto ou indireto, ao indivíduo ou à coletividade, decorrente da pesquisa;

II.7 - indenização - cobertura material para reparação a dano, causado pela

pesquisa ao participante da pesquisa;

II.8 - instituição proponente de pesquisa - organização, pública ou privada,

legitimamente constituída e habilitada, à qual o pesquisador responsável está

vinculado;

II.9 - instituição coparticipante de pesquisa - organização, pública ou privada,

legitimamente constituída e habilitada, na qual alguma das fases ou etapas da

pesquisa se desenvolve;

II.10 - participante da pesquisa - indivíduo que, de forma esclarecida e

voluntária, ou sob o esclarecimento e autorização de seu(s) responsável(eis)

legal(is), aceita ser pesquisado. A participação deve se dar de forma gratuita,

ressalvadas as pesquisas clínicas de Fase I ou de bioequivalência;

II.11 - patrocinador - pessoa física ou jurídica, pública ou privada que apoia a

pesquisa, mediante ações de financiamento, infraestrutura, recursos humanos

ou apoio institucional;

II.12 - pesquisa - processo formal e sistemático que visa à produção, ao avanço

do conhecimento e/ou à obtenção de respostas para problemas mediante

emprego de método científico;

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II.13 - pesquisa em reprodução humana - pesquisas que se ocupam com o

funcionamento do aparelho reprodutor, procriação e fatores que afetam a

saúde reprodutiva de humanos, sendo que nesses estudos serão considerados

“participantes da pesquisa” todos os que forem afetados pelos procedimentos

dela;

II.14 - pesquisa envolvendo seres humanos - pesquisa que, individual ou

coletivamente, tenha como participante o ser humano, em sua totalidade ou

partes dele, e o envolva de forma direta ou indireta, incluindo o manejo de seus

dados, informações ou materiais biológicos;

II.15 - pesquisador - membro da equipe de pesquisa, corresponsável pela

integridade e bem-estar dos participantes da pesquisa;

II.16 - pesquisador responsável - pessoa responsável pela coordenação da

pesquisa e corresponsável pela integridade e bem-estar dos participantes da

pesquisa;

II.17 - protocolo de pesquisa - conjunto de documentos contemplando a

descrição da pesquisa em seus aspectos fundamentais e as informações

relativas ao participante da pesquisa, à qualificação dos pesquisadores e a

todas as instâncias responsáveis;

II.18 - provimento material prévio - compensação material, exclusivamente

para despesas de transporte e alimentação do participante e seus

acompanhantes, quando necessário, anterior à participação deste na pesquisa;

II.19 - relatório final - é aquele apresentado após o encerramento da pesquisa,

totalizando seus resultados;

II.20 - relatório parcial - é aquele apresentado durante a pesquisa

demonstrando fatos relevantes e resultados parciais de seu desenvolvimento;

II.21 - ressarcimento - compensação material, exclusivamente de despesas do

participante e seus acompanhantes, quando necessário, tais como transporte

e alimentação;

II.22 - risco da pesquisa - possibilidade de danos à dimensão física, psíquica,

moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer

pesquisa e dela decorrente;

II.23 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE - documento no qual

é explicitado o consentimento livre e esclarecido do participante e/ou de seu

responsável legal, de forma escrita, devendo conter todas as informações

necessárias, em linguagem clara e objetiva, de fácil entendimento, para o mais

completo esclarecimento sobre a pesquisa a qual se propõe participar;

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II.24 - Termo de Assentimento - documento elaborado em linguagem acessível

para os menores ou para os legalmente incapazes, por meio do qual, após os

participantes da pesquisa serem devidamente esclarecidos, explicitarão sua

anuência em participar da pesquisa, sem prejuízo do consentimento de seus

responsáveis legais; e

II.25 - vulnerabilidade - estado de pessoas ou grupos que, por quaisquer razões

ou motivos, tenham a sua capacidade de autodeterminação reduzida ou

impedida, ou de qualquer forma estejam impedidos de opor resistência,

sobretudo no que se refere ao consentimento livre e esclarecido.

III - DOS ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS As

pesquisas envolvendo seres humanos devem atender aos fundamentos éticos

e científicos pertinentes.

III.1 - A eticidade da pesquisa implica em:

a) respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia,

reconhecendo sua vulnerabilidade, assegurando sua vontade de contribuir e

permanecer, ou não, na pesquisa, por intermédio de manifestação expressa,

livre e esclarecida;

b) ponderação entre riscos e benefícios, tanto conhecidos como potenciais,

individuais ou coletivos, comprometendo-se com o máximo de benefícios e o

mínimo de danos e riscos; c) garantia de que danos previsíveis serão evitados;

e

d) relevância social da pesquisa, o que garante a igual consideração dos

interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio-

humanitária.

III.2 - As pesquisas, em qualquer área do conhecimento envolvendo seres

humanos, deverão observar as seguintes exigências:

a) ser adequada aos princípios científicos que a justifiquem e com

possibilidades concretas de responder a incertezas;

b) estar fundamentada em fatos científicos, experimentação prévia e/ou

pressupostos adequados à área específica da pesquisa;

c) ser realizada somente quando o conhecimento que se pretende obter não

possa ser obtido por outro meio;

d) buscar sempre que prevaleçam os benefícios esperados sobre os riscos e/ou

desconfortos previsíveis;

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e) utilizar os métodos adequados para responder às questões estudadas,

especificandoos, seja a pesquisa qualitativa, quantitativa ou quali-quantitativa;

f) se houver necessidade de distribuição aleatória dos participantes da pesquisa

em grupos experimentais e de controle, assegurar que, a priori, não seja

possível estabelecer as vantagens de um procedimento sobre outro, mediante

revisão de literatura, métodos observacionais ou métodos que não envolvam

seres humanos;

g) obter consentimento livre e esclarecido do participante da pesquisa e/ou seu

representante legal, inclusive nos casos das pesquisas que, por sua natureza,

impliquem justificadamente, em consentimento a posteriori;

h) contar com os recursos humanos e materiais necessários que garantam o

bem-estar do participante da pesquisa, devendo o(s) pesquisador(es)

possuir(em) capacidade profissional adequada para desenvolver sua função no

projeto proposto;

i) prever procedimentos que assegurem a confidencialidade e a privacidade, a

proteção da imagem e a não estigmatização dos participantes da pesquisa,

garantindo a não utilização das informações em prejuízo das pessoas e/ou das

comunidades, inclusive em termos de autoestima, de prestígio e/ou de

aspectos econômico-financeiros;

j) ser desenvolvida preferencialmente em indivíduos com autonomia plena.

Indivíduos ou grupos vulneráveis não devem ser participantes de pesquisa

quando a informação desejada possa ser obtida por meio de participantes com

plena autonomia, a menos que a investigação possa trazer benefícios aos

indivíduos ou grupos vulneráveis;

k) respeitar sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos,

como também os hábitos e costumes, quando as pesquisas envolverem

comunidades;

l) garantir que as pesquisas em comunidades, sempre que possível, traduzir-se-

ão em benefícios cujos efeitos continuem a se fazer sentir após sua conclusão.

Quando, no interesse da comunidade, houver benefício real em incentivar ou

estimular mudanças de costumes ou comportamentos, o protocolo de pesquisa

deve incluir, sempre que possível, disposições para comunicar tal benefício às

pessoas e/ou comunidades;

m) comunicar às autoridades competentes, bem como aos órgãos legitimados

pelo Controle Social, os resultados e/ou achados da pesquisa, sempre que estes

puderem contribuir para a melhoria das condições de vida da coletividade,

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preservando, porém, a imagem e assegurando que os participantes da pesquisa

não sejam estigmatizados;

n) assegurar aos participantes da pesquisa os benefícios resultantes do projeto,

seja em termos de retorno social, acesso aos procedimentos, produtos ou

agentes da pesquisa;

o) assegurar aos participantes da pesquisa as condições de acompanhamento,

tratamento, assistência integral e orientação, conforme o caso, enquanto

necessário, inclusive nas pesquisas de rastreamento;

p) comprovar, nas pesquisas conduzidas no exterior ou com cooperação

estrangeira, os compromissos e as vantagens, para os participantes das

pesquisas e para o Brasil, decorrentes de sua realização. Nestes casos deve ser

identificado o pesquisador e a instituição nacional, responsáveis pela pesquisa

no Brasil. Os estudos patrocinados no exterior também deverão responder às

necessidades de transferência de conhecimento e tecnologia para a equipe

brasileira, quando aplicável e, ainda, no caso do desenvolvimento de novas

drogas, se comprovadas sua segurança e eficácia, é obrigatório seu registro no

Brasil;

q) utilizar o material e os dados obtidos na pesquisa exclusivamente para a

finalidade prevista no seu protocolo, ou conforme o consentimento do

participante;

r) levar em conta, nas pesquisas realizadas em mulheres em idade fértil ou em

mulheres grávidas, a avaliação de riscos e benefícios e as eventuais

interferências sobre a fertilidade, a gravidez, o embrião ou o feto, o trabalho

de parto, o puerpério, a lactação e o recém-nascido;

s) considerar que as pesquisas em mulheres grávidas devem ser precedidas de

pesquisas em mulheres fora do período gestacional, exceto quando a gravidez

for o objeto fundamental da pesquisa;

t) garantir, para mulheres que se declarem expressamente isentas de risco de

gravidez, quer por não exercerem práticas sexuais ou por as exercerem de

forma não reprodutiva, o direito de participarem de pesquisas sem o uso

obrigatório de contraceptivos; e

u) ser descontinuada somente após análise e manifestação, por parte do

Sistema CEP/CONEP/CNS/MS que a aprovou, das razões dessa

descontinuidade, a não ser em casos de justificada urgência em benefício de

seus participantes.

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III.3 - As pesquisas que utilizam metodologias experimentais na área biomédica,

envolvendo seres humanos, além do preconizado no item III.2, deverão ainda:

a) estar fundamentadas na experimentação prévia, realizada em laboratórios,

utilizandose animais ou outros modelos experimentais e comprovação

científica, quando pertinente;

b) ter plenamente justificadas, quando for o caso, a utilização de placebo, em

termos de não maleficência e de necessidade metodológica, sendo que os

benefícios, riscos, dificuldades e efetividade de um novo método terapêutico

devem ser testados, comparando-o com os melhores métodos profiláticos,

diagnósticos e terapêuticos atuais. Isso não exclui o uso de placebo ou nenhum

tratamento em estudos nos quais não existam métodos provados de profilaxia,

diagnóstico ou tratamento;

c) utilizar o material biológico e os dados obtidos na pesquisa exclusivamente

para a finalidade prevista no seu protocolo, ou conforme o consentimento

dado pelo participante da pesquisa; e

d) assegurar a todos os participantes ao final do estudo, por parte do

patrocinador, acesso gratuito e por tempo indeterminado, aos melhores

métodos profiláticos, diagnósticos e terapêuticos que se demonstraram

eficazes:

d.1) o acesso também será garantido no intervalo entre o término da

participação individual e o final do estudo, podendo, nesse caso, esta garantia

ser dada por meio de estudo de extensão, de acordo com análise devidamente

justificada do médico assistente do participante.

IV – DO PROCESSO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO O respeito

devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe com

consentimento livre e esclarecido dos participantes, indivíduos ou grupos que,

por si e/ou por seus representantes legais, manifestem a sua anuência à

participação na pesquisa. Entende-se por Processo de Consentimento Livre e

Esclarecido todas as etapas a serem necessariamente observadas para que o

convidado a participar de uma pesquisa possa se manifestar, de forma

autônoma, consciente, livre e esclarecida.

IV.1 - A etapa inicial do Processo de Consentimento Livre e Esclarecido é a do

esclarecimento ao convidado a participar da pesquisa, ocasião em que o

pesquisador, ou pessoa por ele delegada e sob sua responsabilidade, deverá:

a) buscar o momento, condição e local mais adequados para que o

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esclarecimento seja efetuado, considerando, para isso, as peculiaridades do

convidado a participar da pesquisa e sua privacidade;

b) prestar informações em linguagem clara e acessível, utilizando-se das

estratégias mais apropriadas à cultura, faixa etária, condição socioeconômica e

autonomia dos convidados a participar da pesquisa; e

c) conceder o tempo adequado para que o convidado a participar da pesquisa

possa refletir, consultando, se necessário, seus familiares ou outras pessoas

que possam ajudá-los na tomada de decisão livre e esclarecida.

IV.2 - Superada a etapa inicial de esclarecimento, o pesquisador responsável,

ou pessoa por ele delegada, deverá apresentar, ao convidado para participar

da pesquisa, ou a seu representante legal, o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido para que seja lido e compreendido, antes da concessão do seu

consentimento livre e esclarecido.

IV.3 - O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido deverá conter,

obrigatoriamente:

a) justificativa, os objetivos e os procedimentos que serão utilizados na

pesquisa, com o detalhamento dos métodos a serem utilizados, informando a

possibilidade de inclusão em grupo controle ou experimental, quando

aplicável;

b) explicitação dos possíveis desconfortos e riscos decorrentes da participação

na pesquisa, além dos benefícios esperados dessa participação e apresentação

das providências e cautelas a serem empregadas para evitar e/ou reduzir

efeitos e condições adversas que possam causar dano, considerando

características e contexto do participante da pesquisa;

c) esclarecimento sobre a forma de acompanhamento e assistência a que terão

direito os participantes da pesquisa, inclusive considerando benefícios e

acompanhamentos posteriores ao encerramento e/ ou a interrupção da

pesquisa;

d) garantia de plena liberdade ao participante da pesquisa, de recusar-se a

participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem

penalização alguma;

e) garantia de manutenção do sigilo e da privacidade dos participantes da

pesquisa durante todas as fases da pesquisa;

f) garantia de que o participante da pesquisa receberá uma via do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido;

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g) explicitação da garantia de ressarcimento e como serão cobertas as despesas

tidas pelos participantes da pesquisa e dela decorrentes; e

h) explicitação da garantia de indenização diante de eventuais danos

decorrentes da pesquisa.

IV.4 - O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido nas pesquisas que utilizam

metodologias experimentais na área biomédica, envolvendo seres humanos,

além do previsto no item IV.3 supra, deve observar, obrigatoriamente, o

seguinte:

a) explicitar, quando pertinente, os métodos terapêuticos alternativos

existentes;

b) esclarecer, quando pertinente, sobre a possibilidade de inclusão do

participante em grupo controle ou placebo, explicitando, claramente, o

significado dessa possibilidade; e

c) não exigir do participante da pesquisa, sob qualquer argumento, renúncia ao

direito à indenização por dano. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

não deve conter ressalva que afaste essa responsabilidade ou que implique ao

participante da pesquisa abrir mão de seus direitos, incluindo o direito de

procurar obter indenização por danos eventuais.

IV.5 - O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido deverá, ainda:

a) conter declaração do pesquisador responsável que expresse o cumprimento

das exigências contidas nos itens IV. 3 e IV.4, este último se pertinente;

b) ser adaptado, pelo pesquisador responsável, nas pesquisas com cooperação

estrangeira concebidas em âmbito internacional, às normas éticas e à cultura

local, sempre com linguagem clara e acessível a todos e, em especial, aos

participantes da pesquisa, tomando o especial cuidado para que seja de fácil

leitura e compreensão;

c) ser aprovado pelo CEP perante o qual o projeto foi apresentado e pela

CONEP, quando pertinente; e

d) ser elaborado em duas vias, rubricadas em todas as suas páginas e assinadas,

ao seu término, pelo convidado a participar da pesquisa, ou por seu

representante legal, assim como pelo pesquisador responsável, ou pela (s)

pessoa (s) por ele delegada (s), devendo as páginas de assinaturas estar na

mesma folha. Em ambas as vias deverão constar o endereço e contato

telefônico ou outro, dos responsáveis pela pesquisa e do CEP local e da CONEP,

quando pertinente.

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IV.6 - Nos casos de restrição da liberdade ou do esclarecimento necessários

para o adequado consentimento, deve-se, também, observar:

a) em pesquisas cujos convidados sejam crianças, adolescentes, pessoas com

transtorno ou doença mental ou em situação de substancial diminuição em sua

capacidade de decisão, deverá haver justificativa clara de sua escolha,

especificada no protocolo e aprovada pelo CEP, e pela CONEP, quando

pertinente. Nestes casos deverão ser cumpridas as etapas do esclarecimento e

do consentimento livre e esclarecido, por meio dos representantes legais dos

convidados a participar da pesquisa, preservado o direito de informação

destes, no limite de sua capacidade;

b) a liberdade do consentimento deverá ser particularmente garantida para

aqueles participantes de pesquisa que, embora plenamente capazes, estejam

expostos a condicionamentos específicos, ou à influência de autoridade,

caracterizando situações passíveis de limitação da autonomia, como

estudantes, militares, empregados, presidiários e internos em centros de

readaptação, em casas-abrigo, asilos, associações religiosas e semelhantes,

assegurando-lhes inteira liberdade de participar, ou não, da pesquisa, sem

quaisquer represálias;

c) as pesquisas em pessoas com o diagnóstico de morte encefálica deverão

atender aos seguintes requisitos:

c.1) documento comprobatório da morte encefálica;

c.2) consentimento explícito, diretiva antecipada da vontade da pessoa, ou

consentimento dos familiares e/ou do representante legal;

c.3) respeito à dignidade do ser humano;

c.4) inexistência de ônus econômico-financeiro adicional à família;

c.5) inexistência de prejuízo para outros pacientes aguardando internação ou

tratamento; e

c.6) possibilidade de obter conhecimento científico relevante, ou novo, que não

possa ser obtido de outra maneira;

d) que haja um canal de comunicação oficial do governo, que esclareça as

dúvidas de forma acessível aos envolvidos nos projetos de pesquisa,

igualmente, para os casos de diagnóstico com morte encefálica; e

e) em comunidades cuja cultura grupal reconheça a autoridade do líder ou do

coletivo sobre o indivíduo, a obtenção da autorização para a pesquisa deve

respeitar tal particularidade, sem prejuízo do consentimento individual,

quando possível e desejável. Quando a legislação brasileira dispuser sobre

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competência de órgãos governamentais, a exemplo da Fundação Nacional do

Índio – FUNAI, no caso de comunidades indígenas, na tutela de tais

comunidades, tais instâncias devem autorizar a pesquisa antecipadamente.

IV.7 - Na pesquisa que dependa de restrição de informações aos seus

participantes, tal fato deverá ser devidamente explicitado e justificado pelo

pesquisador responsável ao Sistema CEP/CONEP. Os dados obtidos a partir dos

participantes da pesquisa não poderão ser usados para outros fins além dos

previstos no protocolo e/ou no consentimento livre e esclarecido.

IV.8 - Nos casos em que seja inviável a obtenção do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido ou que esta obtenção signifique riscos substanciais à

privacidade e confidencialidade dos dados do participante ou aos vínculos de

confiança entre pesquisador e pesquisado, a dispensa do TCLE deve ser

justificadamente solicitada pelo pesquisador responsável ao Sistema

CEP/CONEP, para apreciação, sem prejuízo do posterior processo de

esclarecimento.

V – DOS RISCOS E BENEFÍCIOS Toda pesquisa com seres humanos envolve risco

em tipos e gradações variados. Quanto maiores e mais evidentes os riscos,

maiores devem ser os cuidados para minimizá-los e a proteção oferecida pelo

Sistema CEP/CONEP aos participantes. Devem ser analisadas possibilidades de

danos imediatos ou posteriores, no plano individual ou coletivo. A análise de

risco é componente imprescindível à análise ética, dela decorrendo o plano de

monitoramento que deve ser oferecido pelo Sistema CEP/CONEP em cada caso

específico.

V.1 - As pesquisas envolvendo seres humanos serão admissíveis quando:

a) o risco se justifique pelo benefício esperado; e

b) no caso de pesquisas experimentais da área da saúde, o benefício seja maior,

ou, no mínimo, igual às alternativas já estabelecidas para a prevenção, o

diagnóstico e o tratamento.

V.2 - São admissíveis pesquisas cujos benefícios a seus participantes forem

exclusivamente indiretos, desde que consideradas as dimensões física,

psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual desses.

V.3 - O pesquisador responsável, ao perceber qualquer risco ou dano

significativos ao participante da pesquisa, previstos, ou não, no Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, deve comunicar o fato, imediatamente, ao

Sistema CEP/CONEP, e avaliar, em caráter emergencial, a necessidade de

adequar ou suspender o estudo.

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V.4 - Nas pesquisas na área da saúde, tão logo constatada a superioridade

significativa de uma intervenção sobre outra(s) comparativa(s), o pesquisador

deverá avaliar a necessidade de adequar ou suspender o estudo em curso,

visando oferecer a todos os benefícios do melhor regime.

V.5 - O Sistema CEP/CONEP deverá ser informado de todos os fatos relevantes

que alterem o curso normal dos estudos por ele aprovados e, especificamente,

nas pesquisas na área da saúde, dos efeitos adversos e da superioridade

significativa de uma intervenção sobre outra ou outras comparativas.

V.6 - O pesquisador, o patrocinador e as instituições e/ou organizações

envolvidas nas diferentes fases da pesquisa devem proporcionar assistência

imediata, nos termos do item II.3, bem como responsabilizarem-se pela

assistência integral aos participantes da pesquisa no que se refere às

complicações e danos decorrentes da pesquisa.

V.7 - Os participantes da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano

resultante de sua participação na pesquisa, previsto ou não no Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, têm direito à indenização, por parte do

pesquisador, do patrocinador e das instituições envolvidas nas diferentes fases

da pesquisa.

VI – DO PROTOCOLO DE PESQUISA O protocolo a ser submetido à revisão ética

somente será apreciado se for apresentada toda documentação solicitada pelo

Sistema CEP/CONEP, considerada a natureza e as especificidades de cada

pesquisa. A Plataforma BRASIL é o sistema oficial de lançamento de pesquisas

para análise e monitoramento do Sistema CEP/CONEP.

VII – DO SISTEMA CEP/CONEP É integrado pela Comissão Nacional de Ética em

Pesquisa - CONEP/CNS/MS do Conselho Nacional de Saúde e pelos Comitês de

Ética em Pesquisa – CEP - compondo um sistema que utiliza mecanismos,

ferramentas e instrumentos próprios de inter-relação, num trabalho

cooperativo que visa, especialmente, à proteção dos participantes de pesquisa

do Brasil, de forma coordenada e descentralizada por meio de um processo de

acreditação.

VII.1 - Pesquisas envolvendo seres humanos devem ser submetidas à

apreciação do Sistema CEP/CONEP, que, ao analisar e decidir, se torna

corresponsável por garantir a proteção dos participantes.

VII.2 - Os CEP são colegiados interdisciplinares e independentes, de relevância

pública, de caráter consultivo, deliberativo e educativo, criados para defender

os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade e

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para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos:

VII.2.1 - as instituições e/ou organizações nas quais se realizem pesquisas

envolvendo seres humanos podem constituir um ou mais de um Comitê de

Ética em Pesquisa – CEP, conforme suas necessidades e atendendo aos critérios

normativos; e

VII.2.2 - na inexistência de um CEP na instituição proponente ou em caso de

pesquisador sem vínculo institucional, caberá à CONEP a indicação de um CEP

para proceder à análise da pesquisa dentre aqueles que apresentem melhores

condições para monitorá-la.

VII.3 - A CONEP é uma instância colegiada, de natureza consultiva, deliberativa,

normativa, educativa e independente, vinculada ao Conselho Nacional de

Saúde/MS.

VII.4 - A revisão ética dos projetos de pesquisa envolvendo seres humanos

deverá ser associada à sua análise científica.

VII.5 - Os membros integrantes do Sistema CEP/CONEP deverão ter, no

exercício de suas funções, total independência na tomada das decisões,

mantendo em caráter estritamente confidencial, as informações conhecidas.

Desse modo, não podem sofrer qualquer tipo de pressão por parte de

superiores hierárquicos ou pelos interessados em determinada pesquisa.

Devem isentar-se da tomada de decisões quando envolvidos na pesquisa em

análise.

VII.6 - Os membros dos CEP e da CONEP não poderão ser remunerados no

desempenho de sua tarefa, podendo, apenas, receber ressarcimento de

despesas efetuadas com transporte, hospedagem e alimentação, sendo

imprescindível que sejam dispensados, nos horários de seu trabalho nos CEP,

ou na CONEP, de outras obrigações nas instituições e/ou organizações às quais

prestam serviço, dado o caráter de relevância pública da função.

VIII – DOS COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP) ATRIBUIÇÕES:

VIII.1 - avaliar protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, com

prioridade nos temas de relevância pública e de interesse estratégico da

agenda de prioridades do SUS, com base nos indicadores epidemiológicos,

emitindo parecer, devidamente justificado, sempre orientado, dentre outros,

pelos princípios da impessoalidade, transparência, razoabilidade,

proporcionalidade e eficiência, dentro dos prazos estabelecidos em norma

operacional, evitando redundâncias que resultem em morosidade na análise;

VIII.2 - desempenhar papel consultivo e educativo em questões de ética; e

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VIII.3 - elaborar seu Regimento Interno.

IX – DA COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA (CONEP) ATRIBUIÇÕES:

IX.1 - examinar os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos,

como também a adequação e atualização das normas atinentes, podendo,

para tanto, consultar a sociedade, sempre que julgar necessário;

IX.2 - estimular a participação popular nas iniciativas de Controle Social das

Pesquisas com Seres Humanos, além da criação de CEP institucionais e de

outras instâncias, sempre que tal criação possa significar o fortalecimento da

proteção de participantes de pesquisa no Brasil;

IX.3 - registrar e supervisionar o funcionamento e cancelar o registro dos CEP

que compõem o Sistema CEP/CONEP;

IX.4 - analisar os protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, emitindo

parecer, devidamente justificado, sempre orientado, dentre outros, pelos

princípios da impessoalidade, transparência, razoabilidade, proporcionalidade

e eficiência, dentro dos prazos estabelecidos em norma operacional, evitando

redundâncias que resultem em morosidade na análise;

1. genética humana, quando o projeto envolver:

1.1. envio para o exterior de material genético ou qualquer material biológico

humano para obtenção de material genético, salvo nos casos em que houver

cooperação com o Governo Brasileiro;

1.2. armazenamento de material biológico ou dados genéticos humanos no

exterior e no País, quando de forma conveniada com instituições estrangeiras

ou em instituições comerciais;

1.3. alterações da estrutura genética de células humanas para utilização in vivo;

1.4. pesquisas na área da genética da reprodução humana (reprogenética);

1.5. pesquisas em genética do comportamento; e

1.6. pesquisas nas quais esteja prevista a dissociação irreversível dos dados dos

participantes de pesquisa;

2. reprodução humana: pesquisas que se ocupam com o funcionamento do

aparelho reprodutor, procriação e fatores que afetam a saúde reprodutiva de

humanos, sendo que nessas pesquisas serão considerados “participantes da

pesquisa” todos os que forem afetados pelos procedimentos delas. Caberá

análise da CONEP quando o projeto envolver:

2.1. reprodução assistida;

2.2. manipulação de gametas, pré-embriões, embriões e feto; e

2.3. medicina fetal, quando envolver procedimentos invasivos;

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3. equipamentos e dispositivos terapêuticos, novos ou não registrados no País;

4. novos procedimentos terapêuticos invasivos;

5. estudos com populações indígenas;

6. projetos de pesquisa que envolvam organismos geneticamente modificados

(OGM), células-tronco embrionárias e organismos que representem alto risco

coletivo, incluindo organismos relacionados a eles, nos âmbitos de:

experimentação, construção, cultivo, manipulação, transporte, transferência,

importação, exportação, armazenamento, liberação no meio ambiente e

descarte;

7. protocolos de constituição e funcionamento de biobancos para fins de

pesquisa;

8. pesquisas com coordenação e/ou patrocínio originados fora do Brasil,

excetuadas aquelas com copatrocínio do Governo Brasileiro; e

9. projetos que, a critério do CEP e devidamente justificados, sejam julgados

merecedores de análise pela CONEP;

IX.5 - fortalecer a participação dos CEP por meio de um processo contínuo de

capacitação, qualificação e acreditação;

IX.6 - coordenar o processo de acreditação dos CEP, credenciando-os de acordo

com níveis de competência que lhes possibilitem ser delegadas

responsabilidades originárias da CONEP;

IX.7 - analisar e monitorar, direta ou indiretamente, no prazo estipulado em

normativa, os protocolos de pesquisa que envolvam necessidade de maior

proteção em relação aos seus participantes, em especial os riscos envolvidos.

Deve, nesse escopo, ser considerado sempre em primeiro plano o indivíduo e,

de forma associada, os interesses nacionais no desenvolvimento cientifico e

tecnológico, como base para determinação da relevância e oportunidade na

realização dessas pesquisas;

IX.8 - analisar e monitorar, direta ou indiretamente, protocolos de pesquisas

com conflitos de interesse que dificultem ou inviabilizem a justa análise local;

IX.9 - analisar, justificadamente, qualquer protocolo do Sistema CEP/CONEP,

sempre que considere pertinente; e

IX.10 - analisar, em caráter de urgência e com tramitação especial, protocolos

de pesquisa que sejam de relevante interesse público, tais como os protocolos

que contribuam para a saúde pública, a justiça e a redução das desigualdades

sociais e das dependências tecnológicas, mediante solicitação do Ministério da

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Saúde, ou de outro órgão da Administração Pública, ou ainda a critério da

Plenária da CONEP/CNS.

X - DO PROCEDIMENTO DE ANÁLISE ÉTICA

X.1 - DA ANÁLISE ÉTICA DOS CEP DAS COMPETÊNCIAS:

1. compete ao CEP, após análise, emitir parecer devidamente motivado, no

qual se apresente de forma clara, objetiva e detalhada, a decisão do colegiado,

em prazo estipulado em norma operacional;

2. encaminhar, após análise fundamentada, os protocolos de competência da

CONEP, observando de forma cuidadosa toda a documentação que deve

acompanhar esse encaminhamento, conforme norma operacional vigente,

incluindo a comprovação detalhada de custos e fontes de financiamento

necessários para a pesquisa;

3. incumbe, também, aos CEP:

a) manter a guarda confidencial de todos os dados obtidos na execução de sua

tarefa e arquivamento do protocolo completo;

b) acompanhar o desenvolvimento dos projetos, por meio de relatórios

semestrais dos pesquisadores e de outras estratégias de monitoramento, de

acordo com o risco inerente à pesquisa;

c) o CEP deverá manter em arquivo o projeto, o protocolo e os relatórios

correspondentes, por um período de 5 anos após o encerramento do estudo,

podendo esse arquivamento processar-se em meio digital;

d) receber denúncias de abusos ou notificação sobre fatos adversos que

possam alterar o curso normal do estudo, decidindo pela continuidade,

modificação ou suspensão da pesquisa, devendo, se necessário, solicitar a

adequação do Termo de Consentimento;

e) requerer a instauração de apuração à direção da instituição e/ou

organização, ou ao órgão público competente, em caso de conhecimento ou de

denúncias de irregularidades nas pesquisas envolvendo seres humanos e,

havendo comprovação, ou se pertinente, comunicar o fato à CONEP e, no que

couber, a outras instâncias; e

f) manter comunicação regular e permanente com a CONEP, por meio de sua

Secretaria Executiva.

X.2 - DO PROCEDIMENTO DE ANÁLISE ÉTICA DA CONEP:

1. compete à CONEP, dentro do prazo a ser estipulado em Norma Operacional,

emitir parecer devidamente motivado, com análise clara, objetiva e detalhada

de todos os elementos e documentos do projeto;

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2. compete, também, à CONEP, o monitoramento, direto ou indireto, dos

protocolos de pesquisa de sua competência; e

3. aplica-se à CONEP, nas hipóteses em que funciona como CEP, as disposições

sobre Procedimentos de Análise Ética dos CEP.

X.3 - DAS DISPOSIÇÕES COMUNS AOS CEP E À CONEP:

1. os membros do CEP/CONEP deverão isentar-se da análise e discussão do

caso, assim como da tomada de decisão, quando envolvidos na pesquisa;

2. os CEP e a CONEP poderão contar com consultores ad hoc, pessoas

pertencentes, ou não, à instituição/organização, com a finalidade de fornecer

subsídios técnicos;

3. pesquisa que não se faça acompanhar do respectivo protocolo não deve ser

analisada;

4. considera-se antiética a pesquisa aprovada que for descontinuada pelo

pesquisador responsável, sem justificativa previamente aceita pelo CEP ou pela

CONEP;

5. a revisão do CEP culminará em seu enquadramento em uma das seguintes

categorias:

a) aprovado;

b) pendente: quando o CEP considera necessária a correção do protocolo

apresentado, e solicita revisão específica, modificação ou informação

relevante, que deverá ser atendida em prazo estipulado em norma

operacional; e

c) não aprovado;

6. o CEP poderá, se entender oportuno e conveniente, no curso da revisão

ética, solicitar informações, documentos e outros, necessários ao perfeito

esclarecimento das questões, ficando suspenso o procedimento até a vinda dos

elementos solicitados;

7. das decisões de não aprovação caberá recurso ao próprio CEP e/ou à CONEP,

no prazo de 30 dias, sempre que algum fato novo for apresentado para

fundamentar a necessidade de uma reanálise;

8. os CEP e a CONEP deverão determinar o arquivamento do protocolo de

pesquisa nos casos em que o pesquisador responsável não atender, no prazo

assinalado, às solicitações que lhe foram feitas. Poderão ainda considerar o

protocolo retirado, quando solicitado pelo pesquisador responsável;

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9. uma vez aprovado o projeto, o CEP, ou a CONEP, nas hipóteses em que atua

como CEP ou no exercício de sua competência originária, passa a ser

corresponsável no que se refere aos aspectos éticos da pesquisa; e

10. consideram-se autorizados para execução os projetos aprovados pelos CEP,

ou pela CONEP, nas hipóteses em que atua originariamente como CEP ou no

exercício de suas competências.

XI – DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL

XI.1 - A responsabilidade do pesquisador é indelegável e indeclinável e

compreende os aspectos éticos e legais.

XI.2 - Cabe ao pesquisador:

a) apresentar o protocolo devidamente instruído ao CEP ou à CONEP,

aguardando a decisão de aprovação ética, antes de iniciar a pesquisa;

b) elaborar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;

c) desenvolver o projeto conforme delineado;

d) elaborar e apresentar os relatórios parciais e final;

e) apresentar dados solicitados pelo CEP ou pela CONEP a qualquer momento;

f) manter os dados da pesquisa em arquivo, físico ou digital, sob sua guarda e

responsabilidade, por um período de 5 anos após o término da pesquisa;

g) encaminhar os resultados da pesquisa para publicação, com os devidos

créditos aos pesquisadores associados e ao pessoal técnico integrante do

projeto; e

h) justificar fundamentadamente, perante o CEP ou a CONEP, interrupção do

projeto ou a não publicação dos resultados.

XII - OUTRAS DISPOSIÇÕES

XII.1 - Cada área temática de investigação e cada modalidade de pesquisa, além

de respeitar os dispositivos desta Resolução, deve cumprir as exigências

setoriais e regulamentações específicas.

XII.2 - As agências de fomento à pesquisa e o corpo editorial das revistas

científicas deverão exigir documentação comprobatória de aprovação do

projeto pelo Sistema CEP/CONEP.

XII.3 - A presente Resolução, por sua própria natureza, demanda revisões

periódicas, conforme necessidades das áreas ética, científica e tecnológica.

XIII - DAS RESOLUÇÕES E DAS NORMAS ESPECÍFICAS

XIII.1 - O procedimento de avaliação dos protocolos de pesquisa, bem como os

aspectos específicos do registro, como concessão, renovação ou cancelamento

Page 41: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO ......como, o pesquisador que por este meio manifesta seu respeito à ética no desenvolvimento do trabalho. O TCLE deve ser elaborado

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e, também, da acreditação de Comitês de Ética em Pesquisa serão

regulamentados por Resolução do Conselho Nacional de Saúde.

XIII.2 - O processo de acreditação dos Comitês de Ética em Pesquisa que

compõem o Sistema CEP/CONEP será tratado em Resolução do CNS.

XIII.3 - As especificidades éticas das pesquisas nas ciências sociais e humanas e

de outras que se utilizam de metodologias próprias dessas áreas serão

contempladas em resolução complementar, dadas suas particularidades.

XIII.4 - As especificidades éticas das pesquisas de interesse estratégico para o

SUS serão contempladas em Resolução complementar específica.

XIII.5 - Os aspectos procedimentais e administrativos do Sistema CEP/CONEP

serão tratados em Norma Operacional do CNS.

XIII.6 - A tipificação e gradação do risco nas diferentes metodologias de

pesquisa serão definidas em norma própria, pelo Conselho Nacional de Saúde.

XIV – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Ficam revogadas as Resoluções CNS Nos 196/96,

303/2000 e 404/2008.

Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

Presidente do Conselho Nacional de Saúde

Homologo a Resolução CNS No 466, de 12 de dezembro de 2012, nos termos

do Decreto de Delegação de Competência de 12 de novembro de 1991.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

Ministro de Estado da Saúde