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Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário 1 PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA PROGRAMA LAGOAS DO NORTE MARCO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO Março de 2007 ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO Depto. de Coord. de Ações Integradas e Formulação Econômico-Social Unidade de Gerenciamento do Programa Lagoas do Norte – UGP RP548 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA PROGRAMA LAGOAS DO NORTE ...documents.worldbank.org/curated/pt/808081468020061367/pdf/RP5480... · que compõem a região de Lagoas do Norte,

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Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

1

PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA

PROGRAMA LAGOAS DO NORTE

MARCO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO

Março de 2007

ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO Depto. de Coord. de Ações Integradas e Formulação Econômico-Social Unidade de Gerenciamento do Programa Lagoas do Norte – UGP

RP548P

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Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

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SUMÁRIO

1. Apresentação

2. Programa Lagoas do Norte

3. Fundamentos da Política de Reassentamento Involuntário

4. Perfil Sócio-econômico – área do Programa

5. Situação de Afetação

6. Participação Comunitária

7. Política de Atendimento

8. Reassentamento em Conjuntos Habitacionais

9. Monitoramento

10. Plano de Ação

11. Marco Legal

ANEXOS

I – Prefeitura Municipal de Teresina – Estrutura Organizacional e Experiências Habitacionais II - Procedimentos para Elaboração de Plano de Reassentamento Involuntário III – Glossário

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

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1. Apresentação

Este documento apresenta as diretrizes básicas e procedimentos que compõem a

Política de Reassentamento Involuntário a serem adotados pelo Programa Lagoas do Norte

e foi elaborado com base na Política Habitacional da Prefeitura Municipal de Teresina, na

Política de Reassentamento Involuntário do Banco Mundial e em experiências de projetos de

mesma natureza.

A opção por elaborar a Política de Reassentamento Involuntário, neste estágio do

Programa, está relacionada à concepção do Programa Lagoas do Norte, que realizará os

projetos básicos e executivos das áreas de intervenção somente após a aprovação do

Programa, o que equivale a dizer que não haverá reassentamento de nenhuma família no

primeiro ano de projeto.

No entanto, sabe-se que Programa Lagoas do Norte – Programa de Melhoria da

Qualidade Ambiental de Teresina - prevê ações que gerarão inevitavelmente a necessidade

de relocar pessoas.

Diante disto, a Prefeitura Municipal de Teresina, responsável pela implementação do

Programa e, atenta aos impactos gerados pela relocação de pessoas de forma involuntária,

tem feito gestão no sentido de desenvolver e adotar políticas de compensação baseadas no

princípio da restauração da qualidade de vida das pessoas afetadas.

Dentro dessa linha de raciocínio, o documento, ora apresentado, se propõe a definir os

fundamentos, apontar e conceituar os procedimentos que auxiliarão o desenvolvimento do

Plano de Reassentamento Involuntário a ser elaborado, concomitantemente, à execução dos

projetos que demandarão relocação de população.

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

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PROGRAMA LAGOAS DO NORTE

POLÍTICA DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO

Aspectos Habitacionais – Área de intervenção do Programa Lagoas do Norte.

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

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2 - Programa Lagoas do Norte

2.1 – O Programa

O Programa de Melhoria da Qualidade Ambiental de Teresina ou Programa Lagoas do

Norte tem por objetivo a elevação das condições de vida da população, através de

intervenções articuladas sociais, econômicas e físicas, de cunho habitacional, de infra-

estrutura e de requalificação ambiental.

São objetivos do programa1:

a- Desenvolver ações estratégicas visando dotar a prefeitura de estudos, projetos,

programas e obras nas áreas de saneamento, desenvolvimento urbano e meio ambiente de

forma a possibilitar aos dirigentes o planejamento de intervenções e a identificação de

fontes de recursos que poderão viabilizar a implantação de obras e desenvolvimento de

ações estruturantes ao longo do tempo;

b- Atuar, a partir de ações integradas, de abrangência multi-setorial, em 13 bairros

que compõem a região de Lagoas do Norte, buscando inserir uma população de baixa

renda nas oportunidades de desenvolvimento urbano, econômico e social da cidade. Neste

contexto, o Programa visa implementar ações de ordenamento do uso e ocupação do solo

e de saneamento ambiental na região, visando conter o forte processo de degradação

ambiental verificado na área local, além de implementar outras ações paralelas que visam à

inserção social da população.

2.2 – Componentes e Sub-Componentes do Programa

Os componentes foram organizados da seguinte forma: (I) Requalificação Urbana e

Ambiental; (II) Desenvolvimento Econômico e social; e (III) Modernização da Gestão

Municipal.

1 Texto extraído do documento Carta Consulta a COFIEX - 2003

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O primeiro componente engloba as ações de infra-estrutura urbana (água, esgoto,

drenagem, sistema viário, habitação, etc) e de recuperação ambiental. O segundo

componente compreende as ações sociais e para geração de emprego e renda. O terceiro

componente refere-se às atividades de estudos e planos para o Município de Teresina como

um todo, englobando, também, ações de fortalecimento institucional e gerenciamento do

projeto.

a- Componente I - Requalificação Ambiental e Urbana

Sub- Componentes

• Abastecimento de Água

• Esgotamento sanitário

• Drenagem urbana

• Sistema viário

• Habitação

• Urbanização e paisagismo

• Limpeza urbana / Lagoas

• Recuperação de áreas

• Melhoria das unidades de conservação

• Manejo e uso das lagoas

b- Componente II- Desenvolvimento Econômico e Social

Sub– componentes

• Educação sanitária e ambiental

• Equipamentos sociais comunitários

• Potencialização da capacidade de geração de emprego e renda

• Fortalecimento do capital social

c- Componente III -Modernização da Gestão Municipal

Sub– componentes

• Estudos e planos diretores

• Monitoramento de serviços públicos

• Desenvolvimento institucional /gerenciamento

2.3 - Questões – Para Enfrentamento

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O enfretamento de questões de cunho social, bastantes relevantes, faz parte do escopo

do trabalho do Programa Lagoas do Norte. A seguir serão citadas apenas algumas que estão

diretamente relacionadas à necessidade de relocação de população.

• Dar solução às situações de ocupação de áreas de risco, removendo as

famílias que se encontram nessa situação, desenvolvendo alternativas

adequadas de reassentamento e dando uma destinação socialmente

consensada entre as partes às áreas previamente ocupadas, de modo a

evitar novas invasões;

• Dar solução de preservação da orla das lagoas com remodelamento do

sistema viário e de urbanização, recuperação ambiental e sanitária das

lagoas;

• Aumentar a capacidade do município, em termos de controle e fiscalização

do uso do solo, de modo a evitar novas invasões e parcelamentos

clandestinos do solo urbano;

• Produzir habitações e regularizar a propriedade fundiária, comercializando

as unidades e concedendo subsídios conforme um plano bem estruturado

de subsídios e recuperação de custos;

• Executar a infra-estruturação de áreas carentes através da oferta de

saneamento, drenagem urbana, acessos viários, pavimentação e obras

complementares de urbanização;

• Promover ações de acompanhamento pós-intervenção na comunidade,

preferencialmente por agentes da própria comunidade, previamente

capacitados.

O total de recursos previstos para o Programa está estimado em US$40,43 milhões,

sendo que 70% são de fonte externa, Banco Mundial.

2.4 – Demanda de Relocações

Nos itens anteriores foram enumerados objetivos, componentes e questões que serão

enfrentadas pelo Programa Lagoas do Norte.

A partir da experiência de outros Programas, de mesma natureza, pode-se concluir que

alguns destes objetivos e ações propostos inevitavelmente gerarão a necessidade de

relocação de pessoas.

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Após uma análise do item 2.2 pode-se identificar que dentre os componentes do

Programa os que se destacam por serem demandadores de reassentamento, devido à

natureza de suas obras, são os de Requalificação Ambiental e Urbana.

Vale ressaltar, que as intervenções propostas estão orientadas pela decisão da Prefeitura

Municipal de Teresina de consolidar as ocupações atuais através de investimentos que

elevarão significativamente o padrão urbano, e por via de conseqüência, a qualidade de vida

local.

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3. Fundamentos da Política de Reassentamento Involuntário

Um processo de relocação de pessoas pode gerar grandes transtornos à vida das

famílias afetadas, como por exemplo, empobrecimento, danos ambientais graves, quebra da

rede de apoio social, a menos que medidas adequadas sejam devidamente planejadas e

implementadas.

A Prefeitura Municipal de Teresina pretende que a Política de Reassentamento

Involuntário, a ser implementada pelo Programa Lagoas do Norte, tenha como meta maior, a

garantia da recomposição da qualidade de vida das famílias afetadas pelo empreendimento,

tanto no aspecto físico (perda de moradia), como em outros aspectos (perda de rendimentos

financeiros - interrupção de atividades produtivas-, quebra da rede de apoio social, das

relações de vizinhança), sendo sempre desejável que haja uma real melhoria de vida das

famílias afetadas.

Para isto, determinados fundamentos deverão conduzir à sua elaboração:

• Minimizar o número de imóveis a serem desapropriados. Os projetos de

engenharia a serem desenvolvidos estão orientados a buscar sempre soluções

que viabilizem a implantação dos serviços e da infra-estrutura e ao mesmo tempo,

que minimizem o número de relocações;

• Garantir a oferta de diferentes opções de atendimento. Isto se justifica pois as

famílias possuem realidades diferentes e, daí, necessitam de soluções também

diferentes;

• Garantia da melhoria ou da manutenção das condições de moradia. As moradias a

serem ofertadas para o reassentamento atenderão ao critério de habitabilidade e

serão compatíveis com a realidade local, ou seja, respeitarão a forma de vida da

população afetada. A arquitetura e os materiais empregados seguirão o padrão

cultural local;

• Garantia da possibilidade de manutenção da renda. As famílias que tiverem suas

atividades produtivas interrompidas ou reduzidas em função da alteração do “status

quo” existente anterior à obra deverão ser compensadas por estas perdas, de forma

a permitir-lhes que possam reconstruir suas vidas em menor tempo possível;

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• Garantia de pagamento das indenizações pelo valor de reposição do imóvel

incluindo todas as benfeitorias realizadas. Os laudos de avaliação deverão

contemplar o levantamento de todo(s) o(s) imóvel(is) afetado(s), inclusive todas as

benfeitorias realizadas pelo seu possuidor indiferente da natureza das mesmas,

devendo ser avaliadas pelo método do valor de reposição. O pagamento deve ser

antecipado ou no mínimo concomitante a desocupação do imóvel;

• Garantia da oferta de serviços sociais, como por exemplo: educação, saúde,

transporte público, etc.;

• Busca permanente da minimização dos impactos sociais e/ou ambientais sobre a

população.

Além dos fundamentos acima descritos, determinadas práticas consideradas “boas

práticas” serão adotadas pela Prefeitura Municipal de Teresina, uma vez que estes

procedimentos sob nenhuma hipótese deverão ser transgredidos:

• As obras só se iniciarão após a relocação das famílias afetadas e

diretamente envolvidas naquela etapa de obra;

• A população afetada terá total liberdade de escolha quanto à sua opção

de atendimento, dentro dos critérios adotados pela política de compensação do

Plano de Reassentamento Involuntário, a ser elaborado para cada área de

intervenção, se for o caso;

• Reconhecerá as reivindicações das comunidades envolvidas pelo

projeto;

• Não imporá condições de negociações que impeçam as famílias de

recomporem suas vidas;

• Não pressionará a população visando atender ao cronograma da obra,

caso venha ocorrer atrasos no cronograma de reassentamento.

A Prefeitura Municipal de Teresina se compromete, também, a observar e buscar a

prática constante durante a execução do reassentamento as seguintes estratégias de

atuação:

• Garantir a participação da população afetada em todo o processo;

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• Apresentar de forma bastante elucidativa para a população afetada

quais são as instituições responsáveis pela realização do projeto e a competência

de cada uma;

• Realizar campanhas de esclarecimento e divulgação do projeto;

• Fornecer suporte jurídico e social, sem ônus, à população;

• Fazer gestão para que haja um afinado entrosamento da equipe de

reassentamento e a equipe responsável pela execução da obra, de forma a

compatibilizar todas as ações necessárias à execução das duas atividades;

• As negociações com a população só acontecerão quando todas as

opções de atendimento estiverem disponíveis.

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4. Perfil Sócio-Econômico

Conhecer o perfil da população do município e, em especial, da área de intervenção do

Programa Lagoas do Norte é fundamental para uma boa formulação da política de

compensação do Plano de Reassentamento Involuntário.

Neste documento trataremos especificamente dos indicadores sociais do município,

pois os aspectos físicos (naturais e urbanos), climáticos, históricos, econômicos estão

tratados em estudos específicos dos temas.

4.1 – Teresina – Aspectos Sociais2

Capital do Estado do Piauí com população total de 715 360 habitantes – o que representa 25,16% da população do Estado, censo 2000. Destes 677 470 vivem na área urbana do município o que lhe confere uma taxa de urbanização de 94,70%.

A seguir, apresentam-se vários indicadores :

4.1.1 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade, 1991 e 2000

2 Dados extraídos do Atlas do Desenvolvimento Humano – Fundação João Pinheiro

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Anos Indicadores 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos) 38,7 32,7

Esperança de vida ao nascer (anos) 67,5 69,1

Índice de Gini 0,63 0,65

4.1.2 – Educação 4.1.2.1 - Nível Educacional - População Jovem, 1991 e 2000

Taxa de Analfabetismo % Freqüentando a Escola Faixa Etária 1991 2000 1991 2000

7 a 9 30,5 13,3 86,2 96,4 10 a 14 18,4 6,1 88,3 96,4 15 a 17 9,4 3,5 73,9 85,1 18 a 24 8,8 5,6

4.1.2.2 - Nível Educacional- População Adulta (25 anos ou mais), 1991 e 2000

Anos Indicadores 1991 2000

Taxa de analfabetismo 24,8 17,1 % com menos de 4 anos de estudo 38,9 29,8 % com menos de 8 anos de estudo 61,3 53,5 Média de anos de estudo 5,7 6,6

4.1.3 - Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000

Anos Indicadores 1991 2000

Renda per capita Média (R$) 177,3 250,7

Proporção de Pobres (%) 50,7 39,5

Índice de Gini 0,63 0,65

A renda per capita média do município cresceu 41,42%, passando de R$ 177,27 em 1991 para R$ 250,69 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$75,50, equivalente à metade do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 22,20%, passando de 50,7% em 1991 para 39,5% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,63 em 1991para 0,65 em 2000.

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4.1.4 – Vulnerabilidade

4.1.4.1 – Indicadores de Vulnerabilidade Familiar, 1991 e 2000

Anos Indicadores 1991 2000

% de mulheres de 10 a 14 anos com filhos ND* 0,4

% de mulheres de 15 a 17 anos com filhos 9,4 7,2

% de crianças em famílias com renda inferior a 1/2 salário mínimo 60,1 51,7

% de mães chefes de família, sem cônjuge, com filhos menores 10,9 6,9

* ND = Não Disponível

4.1.4.2 – Índice de Desenvolvimento Humano Anos Indicadores

1991 2000 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 0,713 0,766 Educação 0,793 0,87 Longevidade 0,708 0,734 Renda 0,637 0,695

4.2 – Aspecto Social – Área do Programa2

A escassez de dados sócio-econômicos específicos para a área do Programa Lagoas

do Norte e, em especial, para a população afetada é muito grande.

Para sanar este vazio, trabalhou-se com dados gerados pela "Pesquisa de Campo -

Avaliação Econômico-Financeira - Programa Lagoas do Norte - Teresina - PI" – donde se

procurou identificar aqueles que possibilitariam esboçar o Perfil da População ocupante da

Área do Programa. A partir destes dados foram produzidos os gráficos apresentados a

seguir.

Portanto, os detalhes sobre a realização desta pesquisa encontram-se disponíveis no

documento: Avaliação Econômico-Financeira - Programa Lagoas do Norte.

No entanto, é possível delinear um perfil da população da área do projeto:

• Renda Familiar Baixa Renda (67% das famílias entrevistadas declararam ter renda inferior a R$300,00);

2Gráficos / Informações produzidos a partir dos dados gerados para a elaboração do documento “Pesquisa de Campo - Avaliação

Econômico-Financeira - Programa Lagoas do Norte - Teresina - PI" - Coordenação Economista Rogério Dias Gerheim

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• Chefe da Família Baixa escolaridade, A maioria com idade superior a 20 anos, apenas 2% declararam ter idade inferior

• Ocupação 81% residem na área há mais de 6 anos 85% das residências são próprias e estão quitadas A maioria não possui título de terra, estão assentados no entorno das lagoas;

• Quanto à infra-estrutura dos domicílios: 96% domicílios abastecidos com água e energia, significando cobertura da rede oficial com 24 horas de serviços pagos pela população atendida 94% dos domicílios situados em via pavimentada (asfalto ou calçamento)

• Imposto Territorial Urbano - IPTU : 80% dos imóveis localizados na área de intervenção do Programa estão isentos de IPTU pois possui valor venal inferior à R$20.000,00 – Lei Municipal 1.761 de 26 de dezembro de 1983.

• Características dos Imóveis: 80% dos lotes possuem área superior a 100,0 m2

58% das moradias têm área superior a 70,0 m2

60% dos imóveis têm mais de 16 anos de construção 97% são de alvenaria 60% padrão construtivo médio

• Principais Problemas: 59% dos domicílios sofrem com problemas de alagamento

4.2.1 Do Chefe da Família

Idade – 2% idade entre 18 e 20 anos; 18% entre 21 e 30 anos; 25% entre 31 e 40 anos; 23% entre 41 e 50 anos; 18% entre 51 e 60 anos e os 14% restantes, acima de 60 anos.

Idade do Chefe da Família

2% 18%

25%23%

18%

14%

18 a 20

21 a 30

31 a 40

41 a 50

51 a 60

acima de 60

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Escolaridade – 13% dos chefes de família declararam não ter estudado; 33% fizeram o 1o

grau incompleto; 12% o primeiro grau completo; 12% o 2o grau incompleto; 23% 0 2o grau completo; 4% o superior incompleto e 3% o superior completo.

Escolaridade

13%

33%12%

12%

23%4%3%

Não Es tudou

1º Grau Incompleto

1º Grau Completo

2º Grau Incompleto

2º Grau Completo

S uperior Incompleto

S uperior Completo

4.2.2 Da Família

Renda Familiar – 67% das famílias entrevistadas declararam ter renda de R$300,00; 23% de R$301,00 a R$600,00; 6% de R$601,00 a R$900,00; 3% de R$901,00 a R$1500,00 e 1% de R$1501,00 a R$3000,00.

Renda Familiar (R$)

67%

23%

6% 3%

1%0%

Até R$ 300,00

De R$301,00 a R$600,00

De R$601,00 a R$900,00

De R$901,00 a R$1 500,00

De R$1 501,00 a R$3000,00

Tempo de Moradia na Atual Moradia – 6% residem no máximo há um ano; 13% de 2 a 5 anos; 16% de 6 a 10 anos; 16% de 11 a 16 anos, 17% de 17 a 20 anos; 32% acima de 20 anos.

Tempo de Moradia na Atual Moradia

6% 13%

16%

16%17%

32%

1 ano

De 2 anos a 5 anos

De 6 anos a 10 anos

De 11 anos a 16 anos

De 17 anos a 20 anos

Acima de 20 anos

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4.2.3 Da Infra-Estrutura Urbana

Infra-estrutura – 98,9% dos domicílios são abastecidos por água; 100% servidos por energia elétrica e apenas 14,4% por rede de esgoto.

Infra-estrutura

98,9 100

14,41,1 0

85,6

0

20

40

60

80

100

120

Abas tecimentode Água

Energia E létrica R ede de E s goto

S im

Não

Pavimento – 16% das moradias estão situadas ao lado de via asfaltada; 78% ao lado de via calçada; 3% pavimento misto, 3% em vias de terra.

Tipo de Pavimento da Via da Moradia

16%

78%

3% 3%As falto

Calçamento

Mis to: T erra / As falto/calçamento

T erra

4.2.4 Do Risco

Alagamento – 59% dos domicílios entrevistados declararam sofrer com alagamentos.

Ocorre alagamentos, onde você mora?

59%

41%Sim

Não

Periodicidade – Quanto à periodicidade 28% declararam que ocorre alagamento toda vez

que chove; 59% apenas quando chove forte; 8% raramente; 5% outra freqüência.

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Ao universo que respondeu que ocorrem alagamentos perguntou: qual periodicidade?

28%

59%

8% 5%Toda vez que chove

Apenas quando choveforte

Raramente

Outra periocidade

O que afeta – 4% declararam que o alagamento ocorre apenas na casa; 25% ocorre apenas na rua; 2% somente na quadra; 10% na casa e na quadra; 33% na casa e na rua; 7% na quadra e na rua e 14% em todos os lugares.

Ao universo que respondeu sim a ocorrência de alagamentos, perguntou-se: o que afeta?

4%

25%

33%

7%

19%

10%

2%

Somente na casa

Somente na rua

Somente na quadra

Na casa e na quadra

Na casa e na rua

Na quadra e na rua

Em todos lugares

4.2.5 Da Moradia

Área do lote – 1% declararam ter área de lote até 30,0 m2; 3% de 31,0 a 50,0 m2; 4% de 51,0 a 70,0 m2; 7% de 71,0 a 90,0 m2; 5% de 91,0 a 100,0 m2; 38% de 101,0 a 200,0 m2;32% de 201,0 a 300,0 m2; 4% de 301,0 a 400,0 m2; 4% de 401,0 a 500,0 m2 e finalmente 2% acima de 500,0 m2.

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Área do Lote (m2)

3% 4% 7%5%

38%

32%

4% 4%1%2%

Até 30,0 m2

De31,0 a50,0 m2

De 51,0 a70,0 m2

De 71,0 a90,0 m2

De91,0 a100,0 m2

De 101,0 a 200,0 m2

De 201,0 a300,0 m2

De 301,0 a400,0 m2

De 401,0 a500,0 m2

Acima de 500,0 m2

Área construída – 5% declararam ter área construída até 30,0 m2; 17% de 31,0 a 50,0 m2;12% de 51,0 a 60,0 m2; 8% de 61,0 a 70,0 m2; 12% de 71,0 a 80,0 m2; 3% de 81,0 a 90,0 m2; 13% de 91,0 a 100,0 m2; 16% de 101,0 a 150,0 m2; 11% de 151,0 a 200,0 m2; 3% acima de 200,0 m2.

Área Construída da Moradia (m2)

5% 17%

12%

8%12%3%13%

16%

11% 3%

Até 30,0 m2De 31,0 a50,0 m2 De 51,0 a60,0 m2 De 61,0 a70,0 m2 De 71,0 a80,0 m2 De 81,0 a90,0 m2 De 91,0 a100,0 m2 De 101,0 a150,0 m2 De 151,0 a200,0 m2 Acima de 200,0 m2

Idade do imóvel – 7% dos imóveis têm menos de 5 anos; 16% de 6 a 10 anos; 17% de 11 a 15 anos; 20% de 16 a 20 anos; 40% acima de 20 anos.

Idade do Imóvel

7%16%

17%

20%

40%

Até 5 anos

De 6 a 10 anos

De 11 a 15 anos

De 16 a 20 anos

Acima de 20 anos

Regime de ocupação – 85% das moradias são próprias e estão quitadas; 1% é própria e está financiada; 6% são alugadas e 8% cedidas e outras.

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20

Regime de Ocupação

85%

1%8%

6%

Própria / Quitada

Própria /Financiada

Alugada

Cedida / Outro

Material construtivo da moradia – 97% são de alvenaria; 3% de taipa.

Material Construtivo da Moradia

97%

3%0%0%

Alvenaria

Madeira

Taipa

Outro

Padrão Construtivo – 3% possuem padrão construtivo alto; 60% médio e 37% baixo.

Padrão Construtivo da Moradia

3%

60%

37% Alto

Médio

Baixo

Estado de conservação – 12% das moradias possuem estado de conservação bom; 57% regular; 19% ruim; 12% ruim e 12% em construção.

Estado de Conservação da Moradia

12%

57%

19%

12% Bom

Regular

Ruim

Em Construção

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21

Número de pavimentos – 99% das moradias são térreas e 1% possuem térreo + 1 pavimento.

Número de Pavimentos

99%

1% 0%

Térreo

Térreo + 1

Térreo + 2

Número de Dormitórios – 11% das moradias possuem apenas 1 dormitório; 40% dois dormitórios; outros 40% três dormitórios; 6% quatro dormitórios e 3% mais de quatro.

Número de Dormitórios na Moradia

11%

40%40%

6% 3% 1

2

3

4

Acima de 4

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22

5. Situação de Afetação

Uma das questões básicas para a elaboração da Política de Reassentamento

Involuntário é identificar a dimensão do grau de afetação que a implantação do Programa irá

ocasionar. Isto equivale a dizer, que é preciso determinar, ainda que de forma não muito

precisa, nesta etapa de trabalho, o número de famílias que deverão ser relocadas para a

implantação das atividades previstas pelo empreendimento.

O Componente 2 – Melhorias Urbanas Ambientais Integradas inclui as atividades que

requerem o reassentamento de população, quais sejam:

a. Reabilitação do sistema de macro-drenagem para controle de enchentes das Lagoas

do Norte, incluindo a retirada de famílias que invadiram a área sujeitas à enchentes mais

freqüentes;

b. Atendimento da legislação ambiental brasileira de faixa de proteção de corpos hídricos

e simultaneamente criação de faixa de segurança das lagoas para evitar riscos para a

população

c. Construção de três estações de bombeamento de esgoto

d. Melhoria do sistema viário dentro do bairro Lagoas do Norte

Vale lembrar que não haverá reassentamento no primeiro ano do Programa, pois, neste

ano, serão realizados os projetos executivos e o Plano de Reassentamento Involuntário.

No entanto, já neste momento, considerando os estudos elaborados, pode-se avaliar a

ordem de grandeza da demanda de reassentamento que o Programa irá gerar, bem como

se pode fazer uma previsão das datas de execução das obras de forma a se estabelecer um

cronograma de trabalho.

O quadro a seguir relaciona o número estimado de reassentamentos demandados por

cada ação do Programa e a previsão de data para execução.

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23

NÚMERO DE FAMÍLIAS PARA RESSENTAMENTO

Local Obras Número de Imóveis Afetados

Data de Execução Prevista (ano)

Área de Projeto

Canal da Vila Padre Eduardo Retirada população

afetada enchentes freqüentes

289

Av. Campo Maior A. Boa Esperança

Sistema Viário Sistema Viário

125 25

SUB- TOTAL: 439

2007/2008 1

(Canal Padre Eduardo)

Lagoa dos Oleiros Retirada população

afetada enchentes freqüentes 421

Lagoa da Piçarreira Retirada população

afetada enchentes freqüentes 62

Lagoa de São Joaquim Retirada população

afetada enchentes freqüentes 27

Lagoa da Draga 2 Retirada população

afetada enchentes freqüentes 72

Lagoa do Jacaré Retirada população

afetada enchentes freqüentes 168

Av. Campo Maior Sistema Viário 125

Av. Boa Esperança Sistema Viário 25

SUB- TOTAL: 900

2008/2009

2(Lagoa dos

Oleiros – São Joaquim)

Lagoa da Cerâmica Poty 02 Retirada população

afetada enchentes freqüentes 55

Lagoa dos Cachorros Retirada população

afetada enchentes freqüentes 120

SUB- TOTAL: 175

2009/2010 3

(Alto Alegre –Aeroporto)

Lagoa do Mocambinho/Dique Retirada população afetada enchentes

freqüentes 74

SUB- TOTAL: 74

2010/2011 4

(Mocambinho)

TOTAL DE REASSENTAMENTO DE FAMÍLIAS QUE MORAM EM ÁREAS DE RISCO

1.288

TOTAL DE REASSENTAMENTO DE FAMÍLIAS QUE MORAM EM ÁREAS OBJETOS DA AÇÃO DE SISTEMA

VIÁRIO

300

TOTAL GERAL 1.588

De acordo com os dados do quadro acima será necessário promover o

reassentamento de 1.588 moradias. Tal ação implicará em indenizações diferenciadas, ou

seja,

a. indenização de proprietários de imóveis alugados ou cedidos em áreas de

risco – estimativa de 14% do total (1.288): 180 indenizados;

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24

b. indenização de proprietários de imóveis alugados ou cedidos em áreas a

serem utilizadas para o sistema viário – estimativa de 14% do total (300):

42 indenizados;

c. indenização por desapropriação – indenização de proprietários de imóveis

localizados em áreas a serem utilizadas para o sistema viário - 170

indenizados (indenizados por compensação, ou seja, não incluídos em

reassentamento em conjuntos habitacionais).

Para fins de operacionalização o Programa Lagoas do Norte foi dividido em 4 áreas de

intervenção e a relocação se iniciará pela Área 1 – Canal Padre Eduardo, onde estão

previstas a relocação de 414 moradias..

Maiores detalhes sobre esta divisão e o escopo de obras previsto para cada área pode

ser obtido no relatório conceitual do Programa.

O aprofundamento dos estudos do Programa Lagoas do Norte, ou seja, a elaboração

dos projetos executivos, determinará o número exato de relocação a serem promovidas e,

também, irá determinar o grau de afetação.

Vale ressaltar que alguns dos 1.588 imóveis afetados poderão sofrer afetação parcial

pela obra, e muitos deles poderão permanecer, não sendo necessário a sua demolição. Tais

situações, porém, só poderão ser definidas quando da execução do projeto executivo. No

capítulo 7, está previsto a forma de atendimento a estes casos, especificamente.

´

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25

6. Participação Comunitária

A elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário para o Programa Lagoas do

Norte será fruto de um trabalho conjunto entre Governo (através de seus agentes

promotores), entidades financiadoras e população impactada, quer positivamente quer

negativamente, pois sem essa interação acredita-se que não há como garantir que o plano

proposto seja além de factível, realmente atenuador dos impactos ocasionados e que possa

proporcionar uma desejável melhoria de vida às famílias afetadas.

Durante todo o processo, antes, durante e depois da implantação das ações a

Prefeitura Municipal de Teresina manterá canal de comunicação social com as famílias

afetadas de forma clara, transparente e objetiva evitando com isto que notícias sem

fundamentos circulem e possam gerar angústia e intranqüilidade junto às famílias.

A forma de implantação e operação deste canal de comunicação será detalhada no

documento Projeto Social - Participação Popular e Controle Social que consiste num sub-

componente do componente Desenvolvimento Econômico social.

No entanto, pode se afirmar que a Prefeitura municipal de Teresina adotará as

seguintes providências:

• Manterá um escritório de atendimento às famílias afetadas de fácil acesso e com

técnicos em horário integral, todos os dias da semana, durante todo o processo. Este

escritório disporá de equipe e estrutura de atendimento para encaminhamentos de

mobilização, sensibilização e atendimento aos reclamos da população,

• Assegurar que os grupos mais vulneráveis (velhos, famílias chefiadas por

mulheres, viúvos (as), famílias chefiadas por muito jovens, etc.) sejam ouvidos a fim de

garantir seus direitos.

o A manutenção de um escritório no local de obra, ou seja, próximo a residência das

famílias dotado de recursos humanos e de infra-estrutura configura-se numa

aproximação da instituição junto à população afetada. Vários outros Programas de

natureza semelhante realizados em vários estados adotaram esta experiência e os

resultados foram excelentes. A interação famílias afetadas e poder público foi muito

grande e contribuiu para que as informações chegassem de forma rápida, clara e

concisa aos interessados diluindo as possíveis tensões;

o A participação deverá ocorrer em todas as etapas do processo pois só assim pode-

se garantir o seu sucesso. A forma de possibilitar isto é: promovendo reuniões,

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26

visitas domiciliares, dinâmicas em grupo, e estabelecendo o escritório local. É

importante ressaltar que o tema reassentamento por se só já incita uma participação,

cabe ao agente executor do Programa extrair deste processo as contribuições que a

Comunidade e todos os outros atores do processo podem oferecer e viabiliza-las.

o Os mecanismos de consultas com as famílias afetadas se dará no mínimo nos

seguintes momentos: (i) cadastro censitário sócio-econômico; (ii) levantamento

censitário do imóvel afetado, (iii) reuniões nas comunidades; (iV) reuniões com cada

família de forma individualizada para apresentar as opções de reassentamento que

o Programa lhe oferta (ocorrem de 3 a 5 reuniões com cada família – dados de

outros Programas), (v) reuniões sobre re-inserção destas famílias nas novas áreas,

etc.

o As famílias que fazem parte da amostra a ser monitorada deverão receber o grupo

de monitoramento no mínimo (i) antes do processo; (ii) logo após a sua relocação e

(iii) de 6 a 12 meses após sua relocação. Este grupo deverá produzir relatório e

acompanhar também o processo de reunião das negociações.

“Mecanismos de Reclamos – Com o objetivo de prover assistência social apropriada e

ajustada à cada caso, a a Prefeitura implantará uma ouvidoria específica para o Programa

para atendimento de reclamações ou acompanhamento de processos sendo negociados

pela via judicial. Esta ouvidoria será composta por técnicos de diferentes formações

(sociólogos, assistentes sociais, engenheiros, avaliadores etc.) a fim prover

adequadamente a assistência necessária. Esta ouvidoria estará preparada para não só

captar as reclamações mas também as encaminhará aos setores pertinentes buscando

obter soluções, mas sobretudo, este grupo terá o compromisso de dar respostas as

queixas. O trabalho de monitoramento proposto no capítulo 9 deste documento deverá

indicar a necessidade de se implantar este grupo de trabalho.”

O grupo da ouvidoria uma vez implantado deverá trabalhar em separado dos demais mas

apoiados pelos mesmos para obtenção dos entendimentos e esclarecimentos que se fizerem

necessários. A função principal deste grupo é captar, entender os conflitos buscando sempre o

entendimento entre as partes.

\

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

27

7. Política de Atendimento

Neste capítulo, apresentam-se o conceito e a política de atendimento que serão

adotados pela Prefeitura Municipal de Teresina quando da elaboração do Plano de

Reassentamento Involuntário para as áreas de intervenção do Programa Lagoas do Norte.

A política proposta está respaldada pela Constituição Federal, Estatuto das Cidades,

Lei Federal 10.257 de 10/07/2001 – que estabelece diretrizes gerais da política urbana, e

pelos planos municipais de Habitação e de Assistência Social.

A elaboração de um plano de reassentamento involuntário envolve a adoção de

metodologia e procedimentos que não só devem atender aos fundamentos que orientam a

Política de Reassentamento Involuntário, descritos no item 3 – deste documento, mas

também, adoção de métodos de trabalhos consagrados em outros projetos de mesma

natureza e que foram considerados como “boas práticas”. Para isto a Prefeitura disporá de

equipe interdisciplinar composta por profissionais nas seguintes áreas: ciências sociais,

engenharia civil e ambiental, arquitetura e urbanismo, direito fundiário e urbano,

antropologia.

Vale lembrar que o Programa Lagoas do Norte pretende, sob a ótica das intervenções,

promover: a urbanização da orla das lagoas, remodelando o sistema viário do entorno e

recuperando-as ambientalmente, além de dotar a região com saneamento básico.

Estas linhas de atuação geram uma grande especificidade quanto ao tipo de afetação.

O processo de desocupação da orla gerará a remoção de algumas centenas de famílias. Já

a adequação do sistema viário poderá requer diferentes graus de afetação, ou seja, poderá

ser necessário apenas à retirada de um muro para atender a re-adequação viária, mas

também, poderá ser necessária à retirada total de um imóvel, ou de vários imóveis. Esta

situação será detalhada à época da execução dos projetos básicos.

Outra situação com possibilidade de ocorrência é que durante a execução das obras

pode ocorrer a necessidade de relocar alguma família, inicialmente não prevista no projeto,

devido a fatores relacionados ao método executivo da obra e/ou a fragilidade construtiva das

moradias. Portanto, o Plano de Reassentamento deverá prever uma flexibilidade de

atendimento para estas possíveis eventualidades.

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

28

7.1 – Identificação das Perdas

A Política de Atendimento ou de Compensação está fundamentada na recomposição

da qualidade de vida das pessoas, sendo que se almeja sempre a melhoria desta qualidade.

Logo, o primeiro passo, para elaboração da política de compensação é identificar as

possíveis perdas que serão ocasionadas pelo processo de relocação.

Com relação às perdas: sabe-se, a priori, que por mais precária que seja a moradia e

por mais frágeis que sejam os vínculos familiares, se, a relocação não for tratada

devidamente seus efeitos serão mais perversos do que qualquer realidade vigente.

Portanto, um grande desafio, a ser enfrentado na formulação da política de

atendimento, é o de identificar todas as possíveis perdas geradas pela implantação do

empreendimento.

Algumas perdas são facilmente identificáveis como, por exemplo, a perda dos bens

materiais, seja imóvel ou móvel. Este tipo de perda será devidamente apurado através dos

laudos de avaliação e seus resultados incorporados à Política de Compensação com relativa

facilidade. É importante ressaltar que todos os imóveis afetados terão seu laudo de

avaliação imobiliária elaborado, pois este é um dado fundamental não só para a realização

do Plano de Reassentamento, mas também para fundamentar as opções de atendimento e

sobretudo para garantir direitos. Os laudos de avaliação de imóveis adotarão a metodologia

“Reprodução do Bem” pois desta forma busca-se garantir ao afetado condições de repor o

bem atual.

Outros tipos de perdas que podem ser ocasionadas por processos de relocação são de

difícil mensuração e compensação, e às vezes, passam despercebidas pelos gestores do

processo. Estas perdas não podem ser apropriadas pelos métodos de avaliação previstos

para os bens imóveis e/ou móveis, pois são de natureza particular, subjetiva e muitas vezes

representam um patrimônio emocional. Dentre elas podemos citar o rompimento dos laços

de vizinhança, familiares, da rede de apoio social, da afetividade, da tradição estabelecida

entre o local de moradia e os seus ocupantes, quase sempre ao longo de várias gerações.

Estas perdas não podem ser mensuradas pelos métodos de avaliação previstos para

os bens imóveis e/ou móveis.

O que significa dizer que, na maioria das vezes, a adoção de apenas um bom método

de avaliação não é suficiente para se apurar todas as perdas ocasionadas por um processo

de reassentamento involuntário.

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

29

Portanto, diante destes pressupostos, o grupo de reassentamento da Prefeitura

Municipal de Teresina estará atento à ocorrência de perdas não mensuráveis e deverá

estabelecer procedimentos compensatórios para as mesmas.

7.2 – Definição do Grau de Afetação – Quantitativa e Qualitativa

No capítulo 5, deste documento, foi abordada a questão do Grau de Afetação e sua

importância . E é exatamente em função disto que se volta a mencionar sobre a

necessidade de se identificar e definir o grau de afetação ocasionado pelas ações do

Programa sobre a população e os imóveis.

O Plano de Reassentamento quando da sua elaboração considerará 6 categorias de

afetação: (i) total e (ii) parcial, (iii) diretos , (iV) indiretamente, afetados, o que permite a

combinação destas categorias, além de sua temporalidade se permanentes ou temporários

No anexo II, deste documento estão descritos os conceitos de cada uma destas

categorias. Para categoria há previsão de atendimento que está apresentada de forma

sucinta no item 7.5 – deste capítulo.

Para os imóveis que se enquadrarem na categoria de afetados parcialmente a

Prefeitura Municipal de Teresina realizará um estudo detalhado a fim de se identificar qual o

comprometimento desta afetação. É preciso verificar se o imóvel está sendo apenas

tangenciado pela obra ou se haverá comprometimento no uso da edificação. Caso se mostre

viável, será sempre proposta a reconstrução da parte afetada dentro da área remanescente.

Só após esta análise mais detalhada será apurado o número real das relocações que

demonstraram ser inevitáveis e imprescindíveis à implantação do Programa.

7.3 – Política de Atendimento – Definição

A Prefeitura Municipal de Teresina adotará a política de atendimento tradicional

fundamentada em duas linhas básicas de compensação:

• Reassentamento

• Indenização

A opção reassentamento apresenta as seguintes possibilidades:

Reassentamento em conjunto habitacional – Os gestores do Programa construirão

unidades habitacionais com a finalidade exclusiva de reassentar as famílias afetadas pelo

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

30

Programa. No próximo capítulo serão apresentados detalhes sobre está modalidade de

atendimento. Não haverá nenhum ônus para as famílias optantes pelo reassentamento.

Auto – Reassentamento – A família afetada buscará no mercado imobiliário sua

moradia. O que diferencia esta situação das demais é que a compensação terá uma parcela

de incentivo para a aquisição de uma nova moradia e este processo será monitorado pela

Prefeitura. Os valores referentes à parcela de incentivo serão determinados quando da

produção do Plano de Reassentamento, pois neste momento se terá os valores dos imóveis

afetados, apropriados pelos laudos de avaliação dos imóveis afetados e pelo estudo do

mercado imobiliário da região de entorno do empreendimento.

Reassentamento Cruzado – Esta modalidade se aplica às situações bastante

específicas, pois só é possível quando determinada família afetada negocia com outra

família não afetada, ou seja, a família afetada passa a residir na moradia da não afetada e a

não afetada se engaja no programa de reassentamento dentro das modalidades ofertadas.

A opção indenização apresenta as seguintes possibilidades:

Indenização com Compensação – Nesta modalidade é realizado o pagamento dos

créditos indenizatórios apurados pelo laudo de avaliação, acrescido da parcela de

compensação referente às perdas não mensuráveis. Os valores referentes à parcela de

compensação serão determinados quando da produção do Plano de Reassentamento, pois

neste momento se terá os valores dos imóveis afetados, apropriados pelos laudos de

avaliação dos imóveis afetados e pelo estudo do mercado imobiliário da região de entorno

do empreendimento.

Indenização Monitorada ou Auto - Reassentamento – Ver descrição Auto -

Reassentamento.

A Prefeitura Municipal de Teresina, no momento da elaboração do Plano de

Reassentamento para as áreas de intervenção, considerará todas as opções postas e outras

que na ocasião se mostrarem factíveis e que atendam aos fundamentos descritos no

capítulo 3 deste documento, garantindo, desta forma a oferta de opções.

Além disto, as famílias afetadas poderão retirar todo o material das moradias a serem

demolidas que desejarem.

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

31

Quanto às mudanças das famílias, a Prefeitura Municipal de Teresina efetuará sem

ônus para os afetados ou, então, pagará às famílias um valor pré-estabelecido referente à

mudança.

Posseiros Indiretos (inquilinos e cedidos) - Aos posseiros indiretos à Prefeitura

Municipal de Teresina oferecerá o reassentamento em conjuntos habitacionais a serem

construídos. Esta opção não terá ônus para as famílias.

Da mesma forma que para os posseiros diretos, também para os indiretos, a

Prefeitura Municipal de Teresina, no momento da elaboração da política de atendimento para

cada área de intervenção, considerará todas as opções postas e outras que na ocasião se

mostrarem factíveis e que atendam aos fundamentos descritos no capítulo 3, deste

documento.

Interrupção de Atividades Produtivas - Quanto às pessoas que desenvolvem

atividades produtivas e que terão de encerrá-las em função do Programa, também serão

compensadas pelo mesmo.

Esta categoria de afetados apresenta alta complexidade de análise, pois se pode

deparar com atividades regulares e/ou formais e atividades informais. As atividades irregulares

não serão objetos de compensação; por atividades irregulares entendem-se aquelas

consideradas ilícitas, contravenções.

As atividades produtivas formais, terão seus valores apurados de acordo com o

previsto pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Para as atividades não formais, a Prefeitura Municipal de Teresina adotará

metodologia própria de apuração de valores que levará em conta os critérios técnicos

devidamente adaptados à realidade local, tomando por base o cadastro imobiliário e os laudos

de avaliação a serem produzidos quando da elaboração do Plano de Reassentamento

Involuntário

Ações Complementares – A Prefeitura Municipal de Teresina ofertará apoio jurídico,

sem ônus as famílias afetadas, para que essas possam equacionar problemas relativos à

obtenção de documentação pessoal necessária ao processo de desapropriação.

7.4 – Definição dos Critérios de Elegibilidade

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

32

Definida a Política de Atendimento, resta estabelecer os critérios de elegibilidade para

sua aplicação.

O critério de elegibilidade está relacionado ao grau de afetação, a presença ou não na

área no momento do cadastro e aos direitos formais pela terra.

Em função do grau de afetação, os imóveis podem ser classificados em: afetação total

ou parcial, direta ou indireta. Quanto à presença na área, em ocupante direto ou ocupante

indireto. E quanto ao direito sobre a terra em proprietário e posseiro.

O anexo III deste documento apresenta um glossário que visa dirimir as dúvidas sobre

a terminologia utilizada neste documento.

A seguir apresenta-se um quadro onde são apresentados critérios de elegibilidade

para cada categoria de afetados. No entanto, ressalta-se mais uma vez que quando da

elaboração do Plano estes critérios deverão ser revistos.

7.5 – Quadros Critérios de Elegibilidade

A seguir apresentam quadros contendo os critérios de elegibilidade para cada

categoria de afetado.

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007Política de Reassentamento Involuntário

1

ItemSituação

Atual Situação de Afetação Política de Atendimento

1.0 MORADIAS - USO RESIDENCIAL

Diretamente

Opção1 - Reassentamento em conjunto habitacional, sem ônus para a família + Ajuda de MudançaOpção 2 - Indenização com Compensação + ajuda de mudançaOpção 3 - Auto - Reassentamento + ajuda de mudançaOpção 4 - Reassentamento Cruzado + ajuda de mudança

AfetadosTotalmente

Indiretamentepor tempodeterminado

Opção 1 - Pagamento de aluguel de moradia, durante todo período, pagamento das despesas demudanças e de ida e retorno e pagamento de qualquer outra despesa gerada pelo deslocamentopor exemplo: transporte escolar. Os valores deverão ser calculados dentro dos critérios doprograma e das Normas Técnicas de avaliação.

Diretamente

Opção1 - Reassentamento em conjunto habitacional + ajuda de mudança se a parte afetadacomprometer a sua permanência no restante da área, perdendo o direito sobre a árearemanescente.Opção 2 - Indenização com Compensação + ajuda de mudança, sobre toda a área caso a árearemanescente seja inferior ou igual ao tamanho do lote padrão da área.Opção 3 - Indenização com Compensação apenas na área afetada e pagamento do valor deavaliação sobre a remanescente caso esta seja superior ao lote padrão da área.

1.1 Proprietáriose/ou Posseiros

AfetadoParcialmente

Indiretamentepor tempodeterminado

Opção 1 - Ajuda de Manutenção durante o período de interrupção de atividade calculada dentro doscritérios do programa e das Normas Técnicas de avaliação. Pagamento de aluguel de moradia porfalta de acesso ou qualquer outro transtorno durante todo período.

1.2 Inquilinos /Cedidos

AfetadosTotalmenteouParcialmente

Direta ouIndiretamente

Opção 1 - Reassentamento em Conjunto Habitacional, sem ônus para a família + Ajuda deMudança.

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2

ItemSituação

Atual Situação de Afetação Política de Atendimento

2.0 IMÓVEIS - USO MISTO / COMERCIAL / INDUSTRIAL

Diretamente

Opção 1 - Reassentamento pela parte residencial (nas modalidades previstas e sem ônus)+indenização com compensação (desmembrar o valor do laudo de avaliação) pela parte comercial+ajuda de mudançaOpção 2 - Indenização com Compensação + ajuda de mudança

AfetadosTotalmente

Indiretamentepor tempodeterminado

Opção 1 - Para os de uso exclusivo comercial e industrial - Ajuda de Manutenção durante o períodode interrupção de atividade calculada dentro dos critérios do programa e das Normas Técnicas deavaliação. Para os de uso misto pagamento de aluguel de outro imóvel residencial e ajuda demanutenção pela interrupção da atividade, durante o período que durar o transtorno.

Diretamente

Opção 1 - Reassentamento pela parte residencial, sem ônus+ indenização com compensação(desmembrar o valor do laudo de avaliação) pela parte comercial (dentro dos critérios das opções 2 e3 a seguir descritas)+ ajuda de mudançaOpção 2 - Indenização com Compensação (considerada a parcela de lucro cessante) + ajuda demudança, sobre toda a área caso a área remanecente não seja suficiente para o exercício dasfunções;Opção 3 -Indenização com Compensação (considerada a parcela de lucro cessante) apenas na áreaafetada e pagamento do valor de avaliação sobre a remanescente caso esta seja suficiente para asfunções exercidas.

2.1Proprietáriose/ouPosseiros

AfetadoParcialmente

Indiretamentepor tempodeterminado

Opção 1 - Ajuda de Manutenção durante o período de interrupção de atividade calculada dentro doscritérios do programa e das Normas Técnicas de avaliação e pagamento de aluguel de moradia pelotempo que durar o transtorno.

2.2 Inquilinos /Cedidos

AfetadosTotalmenteouParcialmente

Direta ouIndiretamente

Opção 1 - Pagamento de Lucro Cessante + Ajuda de Moradia + Ajuda de Mudança, se de formatemporária pelo período que durar o transtorno, e e se for de forma permanente pelo valorequivalente a 6 meses de aluguel.

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

1

8. Reassentamento em Conjuntos Habitacionais

Devido à elevada importância e complexidade que está opção de atendimento possui,

este capítulo será dedicado a apresentar o detalhamento e o estágio de desenvolvimento da

mesma.

O desenvolvimento desta atividade normalmente requer que sejam desenvolvidas

inúmeras tarefas simultaneamente. Mas, com certeza o passo inicial é identificação de terras

disponíveis para implantação do conjunto ou seja a formação de um banco de terras que

possibilite atender a demanda gerada pela implantação do Programa.

A Prefeitura Municipal de Teresina iniciou este processo e no momento foram

identificadas as seguintes áreas, onde se podem implantar conjuntos habitacionais e que

atendem aos seguintes critérios:

9 Estão localizadas próximas ao atual local de moradia das famílias; 9 Estão situadas próximas à malha urbana;

9 Possuem disponibilidade de atendimento de infra-estrutura urbana (água, luz,

esgoto, transporte, escola, posto de saúde);

9 Possuem topografia adequada à implantação de parcelamento residencial;

9 Atendem aos requisitos da legislação vigente.

Banco de Terras – O quadro abaixo indica as áreas disponíveis e sua capacidade de

parcelamento – número de lotes a serem produzidos, considerando à legislação vigente.

NÚMEROS

(Vide planta)

LOCALIZAÇÃO (Bairros)

DISTÂNCIA DOMÍNIO FUNDIÁRIO ÁREA (há)

Nº. DE LOTES ESTIMADOS

1 Matadouro Dentro da Área do Programa Privado - Pessoa Física 4,5 135

2 Nova Brasília Dentro da Área do Programa Municipal 6,2 186

3 Nova Brasília Dentro da Área do Programa Privado-Pessoa Jurídica 0,8 24

4 Real Copagre Limite com a área do programa Privado-Pessoa Jurídica 0,5 15

5 Real Copagre Limite com a área do programa Privado-Pessoa Jurídica 2,8 84

6 Real Copagre Limite com a área do programa Privado - Pessoa Física 0,9 27

7 Real Copagre Limite com a área do programa Municipal 1,7 51

8 Real Copagre Limite com a área do programa Privado-Pessoa Jurídica 2,7 81

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2

9 Real Copagre Limite com a área do programa Privado-Pessoa Jurídica 1,4 42

10 Real Copagre Limite com a área do programa Estadual 2,8 84

11 Alto Alegre Dentro da Área do Programa Privado-Pessoa Jurídica 4,8 144

12 Poti Velho Dentro da Área do Programa Privado Pessoa Jurídica 0,2 6

13 Poti Velho Dentro da Área do Programa Privado Pessoa Física 0,3 9

14 Buenos Aires Fora da área do Programa, mas na mesma região. Privado-Pessoa Jurídica 2,6 78

15 Água Mineral Limite com a área do programa Privado - Pessoa Física 0,1 3

16 Monte Verde Fora da área do Programa, mas na mesma região. Municipal 13 390

17 Áreas Adicionais A Identificar Municipal 5 229

TOTAL GERAL 1588

Como se pode observar, há áreas vazias que atendem aos critérios adotados podendo

ser parceladas por estarem dentro da malha urbana, produzindo lotes em número e

características suficientes.

No anexo IV, deste documento encontra-se planta – onde estão indicadas as áreas de

1 a 15 do quadro. A de número 16 não está indicada pois se encontra fora da área do

Programa e por isto mesmo a planta não contém sua localização. E de número 17 deverá

ainda ser identificada.

Apresenta-se a seguir planta esquemática das áreas de deslocamento e das áreas de

reassentamento demonstrando qual será o provável fluxo de deslocamento /

reassentamento da população afetada.

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3

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4

Parcelamento do Solo - Os lotes a serem produzidos terão 8,0 m de frente e 20,0 de

profundidade, totalizando uma área de 160,0 m2.

Tipologia Habitacional - A tipologia habitacional a ser adotada ainda está em

desenvolvimento mas a Prefeitura Municipal de Teresina já definiu que executará 2 padrões

que serão constituídos de um único pavimento, individuais e terão de 2 a 3 dormitórios. A

moradia a ser ofertada não terá área inferior a 32,0 m2.

Todos os padrões de moradias a serem construídas pela Prefeitura Municipal de

Teresina atenderão à legislação urbanística e ambiental vigentes, serão dotadas de toda

infra-estrutura urbana (rede de água, rede de esgoto, energia elétrica, coleta de lixo,

transporte público, etc.).

Experiência Municipal - A Prefeitura Municipal de Teresina possui experiência

bastante significativa na produção de habitação popular em escala. Maiores detalhes, estão

apresentados no anexo I, deste documento, onde se relata de forma sucinta as experiências

habitacionais desenvolvidas nos últimos anos pela instituição.

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5

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6

9 . Monitoramento

O monitoramento é uma atividade independente e que será desenvolvida num

processo paralelo à fase de execução do reassentamento, pois o monitoramento visa avaliar

se os fundamentos e os objetivos do Plano de Reassentamento Involuntário estão sendo

alcançados e caso verifique que isto não esteja ocorrendo, deverá sugerir correções /

adequações / ajustes.

A Prefeitura Municipal de Teresina executará o monitoramento visando alcançar os

seguintes objetivos:

• Verificar se ações propostas pelo Plano de Reassentamento Involuntário

estão sendo desenvolvidas como previsto. Caso se identifique distorção, deverá

indicar medidas corretivas;

• Identificar dificuldades, entraves e oportunidades para implantação das ações,

indicando em tempo hábil, o encaminhamento para superação das primeiras e

otimização das segundas;

• Avaliar os efeitos do programa sobre a população afetada, considerando, para

isto, os momentos antes, durante e depois do projeto;

• Formar um banco de dados, para que esta experiência venha servir de

referência para projetos futuros.

O monitoramento será realizado em 3 momentos, o primeiro logo após a realização do

cadastramento, quando deve ser selecionado um grupo de famílias afetadas que deverão

ser acompanhadas ao longo do processo, ou seja, deve ser estabelecido um painel de

monitoramento.

O segundo momento ocorre logo após o processo de negociação, ou seja, em ato

contínuo a entrega da moradia ou ao pagamento e o terceiro e último momento deve ocorrer

num prazo mínimo de 6 meses pós-reassentamento e máximo de 18 meses, sendo o

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7

desejável entorno de 12 meses.

Exatamente porque esta atividade acontece em 3 etapas é necessário que se eleja um

grupo de famílias, para serem acompanhadas. Este grupo de famílias deve ter representante

de todo o perfil social das famílias afetadas e na mesma proporcionalidade, ou seja, deve-se

ter desde as famílias mais vulneráveis até as famílias mais estruturadas sócio e

financeiramente.

A metodologia a ser utilizada possibilitará a comparação entre as 3 fases do projeto de

monitoramento, ou seja, que a análise captar a evolução ou involução do processo.

Por fim, o monitoramento será realizado por uma equipe interdisciplinar com experiência

em trabalhos de mesma natureza para que possam avaliá–lo.

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8

10 . Plano de Ação

O Plano de Reassentamento Involuntário quando da sua elaboração conterá o Plano

de Ação.

O Plano de Ação tem por objetivo ordenar as atividades propostas dando-lhes

cronologia, definindo as fontes e o volume dos recursos necessários para sua realização

bem como o papel de cada agente envolvido.

O processo de aprovação dos planos de reassentamento inicia-se na sua etapa de

elaboração quando o grupo responsável por sua confecção, de posse dos projetos e tendo

determinado a área de afetação, deverá estudar embrionariamente as possibilidades de

atendimento sempre em consonância com a Política de Reassentamento do Programa

(Marco de Reassentamento) bem como as diretrizes do BIRD e a política habitacional do

município.

Posto isto, inicia-se a fase de interlocação com as lideranças das famílias afetadas

e /ou diretamente com as famílias afetadas. Isto dependerá do grau de organização de cada

comunidade a fim de se buscar um consenso entre todos os agentes envolvidos.

A minuta deste plano deverá ser analisado pelos representantes do BIRD e gestores do

Programa a fim de referendá-lo.

Uma vez referendado pela comunidade, pelas equipes técnica e gestora da

Prefeitura e pelo BIRD o mesmo deverá ser implantado e caso haja necessidade de alterá-

lo durante sua execução todos os agentes envolvidos deverão novamente ser consultados.

Para fins de aprovação pelo BIRD, os Planos de Reassentamento serão enviados ao

BIRD para revisão e aprovação.

Os Planos de Ação serão constituídos dos seguintes instrumentos de planejamento:

Matriz Institucional – Até à elaboração do Plano de Reassentamento a Unidade de

Preparação do Programa, UPP– subordinada à Secretaria Municipal de Planejamento

responderá pelas atividades de reassentamento.

A UPP – garante que nenhuma ação de remoção de população será realizada antes

da elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário e a sua devida aprovação pelos

agentes envolvidos.

O Plano de Reassentamento apresentará a Matriz Institucional responsável pela

execução da componente reassentamento.

Cronograma de atividades – A seguir apresenta cronograma proposto para a

Componente Reassentamento. No Plano de Reassentamento o cronograma a ser

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9

apresentado será mais detalhado para que se possa acompanhar o desenvolvimento de

cada atividade prevista

CRONOGRAMA

Fases de Execução do Projeto Atividades Chaves do

Reassentamento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Desapropriações ======= ======== ===

Licitação dos Projetos de Engenharia

======

Preparação dos Planos de Reassentamento

=== =====

Licitação da Construção das Casas

======

Construção das Casas do Reassentamento

======== ======== =====

Execução dos Planos de Reassentamento

==== ======== ======== ==

Orçamento e Fonte de Recursos – A seguir apresenta-se orçamento estimado para a

execução da Política de Reassentamento. Quando da elaboração do Plano de

Reassentamento este orçamento deverá ser refinado.

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10

Os ítens da tabela correspondem aos itens do Quadro de custos do PLN na forma a seguir:

01. Linha 24-R$ 3.864.000,00 +Linha 38-R$ 900.000,00

02. Linha 17-R$ 15.456.000,00 +Linha 35-R$ 3.600.000,00

03. Linha 18- R$ 2.452.000,00 (180 moradias) + Linha 36- R$ 3.150.000,00 ( 42 moradias +170 moradias p/ sistema.viário principal)

04 e 05. Previsto no item Elaboração de projetos do programa – Item 1.3 do Quadro Custos do PLN

06. Despesas cartoriais com regulariz. fundiária (R$ 476.400,00) + Despesas judiciais com eventuais casos de litígio (R$ 450.000,00). Custos não previstos no Acordo de Empréstimo tendo em vista de previsão de uso somente a partir do 6º ano do Programa.

07.Previsto no Item 3.3 do Quadro Custos do PLN – Gerenciamento do Programa

08. Previsto no sub item 2.1 do Quadro Custos do PLN -Projeto social (acomp.social, apoio ao reassentamento, etc)

Atividade Custo Total (R$ 1000,00)

Prefeitura (R$ 1000,00)

Banco Mundial (R$ 1000,00)

01

Aquisição de Terras 4.764,00 4.764,00

02 Construção de 1.588 unidades com infra-estrutura 19.056,00 3.600,00 15.456,00

03 Indenização de 392 imóveis 6.400,00 6.400,00

04 Projeto Executivo dos conjuntos habitacionais (17 áreas para parcelamento e infra-estrutura)

476,00

476,00

05 Cadastro sócio econômico e imobiliário e os laudos de avaliação dos Imóveis

350,00 350,00

06 Processo Judicial e assistência social 926,40 926,40

07 Planos de Reassentamento ( 4 planos para cada de projeto)

160,00 160,00

08 Despesa de Custeio para Manutenção de Escritório de Negociação e Equipe (4 anos)

1.700,00 1.700,00

Total 33.832,40 17.390,40 16.442,00

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11

11 . Marco Legal

Não existem conflitos entre a legislação brasileira no âmbito federal, do Estado do

Piauí, e do município de Teresinaque que prescreve formas de atendimento às famílias a

serem reassentadas, tenham elas propriedades formais ou apenas direito de posse, e a

política de reassentamento do Banco Mundial. Além disso, as soluções previstas no projeto

para reassentamento da população são coerentes com a legislação nacional e a política do

Banco Mundial.

O quadro abaixo resumo um conjunto de atribuições institucionais e legais do

município que também dão amparo legal às soluções propostas para o reassentamento.

PREFEITURA DE TERESINA INSTRUMENTALIZAÇÃO PARA INTERVENÇÃO NO SETOR HABITACIONAL

SETOR CONSELHO

(INSTÂNCIA DELIBERATIVA)

FUNDO MUNICIPAL

PLANO MUNICIPAL

Planejamento e Coordenação

CDU – Conselho de Desenvolvimento Urbano criado pela Lei nº 1.271 de 16.06.89

II Plano Estrutural de Teresina criado pela Lei nº 1.932 de 16.08.1988

Plano de Desenvol- vimento Integrado do Município de Teresina – PDI – 1997-2000

Habitação

Conselho Municipal de Habitação criado pela Lei nº 2.510 de 26.03.1997

Comissão Técnica de Habitação

Fundo Municipal de Habitação criado pela Lei nº 2.510 de 26.03.1997

Plano Municipal de Habitação – 1997-2000. Instituído em 13.04.1997, com base no item II do art. 9º da Lei nº 2.510, de 26.03.1997

Meio Ambiente Conselho Municipal de Meio Ambiente criado pela Lei nº 2.184 de 14.01.93

Assistência Social Conselho Municipal de Assistência Social criado pela Lei nº 2.456 de 18.01.1996

Fundo Municipal de Assistência Social criado pela Lei nº 2.456 de 18.01.1996

Plano Municipal de Assistência Social 2000/2001

FONTE: Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação – SEMPLAN.

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12

ANEXO I

Estrutura Organizacional e Experiências Habitacionais

Ressaltam-se, aqui, determinados instrumentos à disposição da Prefeitura atinentes à

questão da habitação e que, de maneira geral, certamente influenciam quaisquer medidas

que venham a ser tomadas em relação aos assentamentos da área em estudo. Esses

instrumentos dizem respeito à capacidade institucional do poder público local para a

intervenção no setor habitacional do município de modo geral, bem como as diretrizes que

norteiam a sua política neste campo.

• Instrumentalização

Especificamente no setor habitacional, há que se destacar que a Prefeitura de Teresina

vem se organizando de modo a atender a demanda crescente por moradia, decorrente,

principalmente, da retração, por parte dos governos federal e estadual, na implementação

de políticas conforme acima referido.

Sob a coordenação da Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação –

SEMPLAN, a operacionalização da política habitacional se efetiva fundamentalmente,

mediante a implementação de ações previstas no Plano Municipal de Habitação, com gestão

descentralizada nas Superintendências de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente –

SDU’s, em decorrência da recente reestruturação administrativa implantada na Prefeitura de

Teresina.

A operacionalização da política no âmbito local determinou a articulação entre órgãos

municipais mais diretamente envolvidos com a questão da moradia e setores interligados,

devidamente instrumentalizados com a criação de conselhos, fundos e planos municipais,

como apresentado a seguir.

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13

PREFEITURA DE TERESINA INSTRUMENTALIZAÇÃO PARA INTERVENÇÃO NO SETOR HABITACIONAL

SETOR CONSELHO

(INSTÂNCIA DELIBERATIVA)

FUNDO

MUNICIPAL

PLANO MUNICIPAL

Planejamento e Coordenação

CDU – Conselho de Desenvolvimento Urbano criado pela Lei nº 1.271 de 16.06.89

II Plano Estrutural de Teresina criado pela Lei nº 1.932 de 16.08.1988

Plano de Desenvol- vimento Integrado do Município de Teresina – PDI – 1997-2000

Habitação

Conselho Municipal de Habitação criado pela Lei nº 2.510 de 26.03.1997

Comissão Técnica de Habitação

Fundo Municipal de Habitação criado pela Lei nº 2.510 de 26.03.1997

Plano Municipal de Habitação – 1997-2000. Instituído em 13.04.1997, com base no item II do art. 9º da Lei nº 2.510, de 26.03.1997

Meio Ambiente Conselho Municipal de Meio Ambiente criado pela Lei nº 2.184 de 14.01.93

Assistência Social Conselho Municipal de Assistência Social criado pela Lei nº 2.456 de 18.01.1996

Fundo Municipal de Assistência Social criado pela Lei nº 2.456 de 18.01.1996

Plano Municipal de Assistência Social 2000/2001

FONTE: Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação – SEMPLAN.

�� Estrutura das Superintendências de Desenvolvimento Urbano e Meio-Ambiente

As Superintendências de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – SDU’s, órgãos

gestores da política habitacional em Teresina, foram criadas em 26.12.2000, pela Lei

N.º2.959, concentrando as atribuições, até então, a cargo das Secretarias Municipais de

Habitação e Urbanismo e do Meio Ambiente, Departamento Municipal de Estradas de

Rodagem e da Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano. Atuando de forma

integrada, as SDU’s têm entre as principais atribuições, o desenvolvimento de programas

que possibilitem o acesso da população de baixa renda à moradia.

�� Sistema Municipal de Habitação

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

14

a) Diretrizes

As diretrizes do Plano Municipal caracterizam uma nova postura adotada no processo

de implementação da política de habitação no âmbito municipal, quais sejam:

- articulação entre política habitacional e política urbana;

- descentralização da gestão, articulando o trabalho social com desenvolvimento de

projetos e obras;

- participação popular na formulação de programas e projetos, na definição da

demanda e nas prioridades orçamentárias;

- garantia do direito à moradia com dignidade;

- garantia do direito à terra (regularização fundiária de áreas ocupadas e acesso à terra

urbana).

b) Funcionamento O Sistema Municipal de Habitação tem como componentes:

- Conselho Municipal de Habitação – órgão deliberativo da política municipal de

habitação;

- Superintendências de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – órgãos gestores

da política municipal de habitação;

- Comissão Técnica Multidisciplinar – corpo técnico das SDU’s responsáveis pela

operacionalização do sistema;

- Fundo Municipal de Habitação – instrumento de captação de recursos para

financiamento da política municipal de habitação.

Consistem objetos de intervenção do sistema, prioritariamente:

- Construção de habitação popular;

- Aquisição de terras para uso social; e

- Melhoria Habitacional.

A forma de construção e melhoria das unidades habitacionais compreende o regime

misto: mutirão e autoconstrução incrementados através da forma associativa, com a criação

de entidade de fim específico para participação no financiamento (associação de

construção), conforme o tipo de intervenção a ser implantado.

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15

O repasse de material de construção obedece à sistemática prevista com a formação

do Banco de Materiais de Construção, instrumento a ser utilizado pela Comissão Técnica

Multidisciplinar.

Os beneficiários do sistema consistirão de famílias com até 3 salários mínimos

residentes em áreas impróprias à moradia, quais sejam: áreas de risco, leitos de rua e

ocupações (invasões em áreas de risco e de domínio público).

PROJETOS PREVISTOS NO PLANO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO POR FINALIDADE

PROJETOS FINALIDADE

Banco de Terras Municipais – BTM

Estabelecimento de reserva de glebas urbanizáveis / urbanizadas dentro do perímetro urbano, destinadas prioritariamente ao assentamento de famílias selecionadas em áreas de risco ou conflito potenciais formado por terras provenientes do patrimônio público municipal e particulares. É administrado pela PMT através das SDU’s que, após a aprovação pelo Conselho Municipal de Habitação, promove o acesso da população-alvo às terras disponíveis.

Construção de Moradia Popular: Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social- PSH Programa Habitar Bird- HBB

Financiamento da construção de habitações padronizadas do tipo embrião em áreas urbanizadas ou em processo de urbanização provenientes do BTM, utilizando o sistema construtivo em regime de mutirão e autoconstrução.

Lotes Urbanizados

Venda de lotes urbanizados mediante condições especialmente facilitadas de financiamento visando assentamento de famílias selecionadas. São projetados e implementados em glebas provenientes do BTM com unidades mínimas de 160m2.

Casa Melhor – Melhoria Habitacional Fornecimento de cestas básicas de material de construção para famílias com moradias em estado construtivo-sanitário precário.

Casa Própria para Servidor Municipal Intermediação de financiamento da construção e melhoria de moradia para o servidor público municipal.

FONTE: Plano Municipal de Habitação. SEMPLAN/ SEMHUR. 1997.

�� Conselho Municipal de Habitação – CMH

O Conselho Municipal de Habitação é o órgão deliberativo, vinculado à SEMPLAN,

responsável pela Coordenação da Política Municipal de Habitação.

São competências do CMH:

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16

- Aprovar diretrizes e normas para gestão do Fundo Municipal de Habitação e

fiscalizar seu cumprimento;

- Aprovar os programas anuais e plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo

Municipal de Habitação nas áreas de habitação e urbanismo;

- Estabelecer limites de financiamentos, a título oneroso ou a fundo perdido, para as

modalidades de atendimento previstas no art. 3º da Lei nº 2.510 de 26 de março de

1997;

- Definir a política de subsídios na área de financiamento habitacional;

- Definir a forma de repasse a terceiros dos recursos sob a responsabilidade do

Fundo Municipal de Habitação;

- Definir as condições de retorno dos investimentos em programas de habitação e

urbanismo;

- Definir os critérios e as formas para a transferência dos imóveis vinculados ao

Fundo Municipal de Habitação, tanto dos equipamentos sociais às instituições

responsáveis por seu funcionamento, como das habitações aos beneficiários dos

programas habitacionais;

- Definir normas para gestão do patrimônio vinculado ao Fundo Municipal de

Habitação;

- Acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos do Fundo Municipal de

Habitação, solicitando, se necessário, o auxílio da Secretaria Municipal de

Finanças e da Auditoria Geral do Município;

- Acompanhar a execução dos programas sociais, nas áreas de habitação e

urbanismo, cabendo-lhe, inclusive, suspender o desembolso de recursos caso

sejam constatadas irregularidades na aplicação;

- Dirimir dúvidas quanto à aplicação das normas regulamentares relativas ao Fundo

Municipal de Habitação, nas matérias de sua competência;

- Propor medidas de aprimoramento do desempenho do Fundo Municipal de

Habitação, bem como outras formas de atuação visando a consecução dos

objetivos dos programas sociais;

- Supervisionar a execução física e financeira de convênios firmados com a

utilização dos recursos do Fundo Municipal de Habitação, definindo providências a

serem adotadas pelo Poder Executivo nos casos de infração constatada;

- Analisar e selecionar, para atendimento, as demandas locais;

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

17

- Analisar e aprovar os pleitos a serem encaminhados ao Governo Federal pela

Prefeitura Municipal de Teresina;

- Analisar e aprovar os critérios para a seleção das famílias beneficiadas com

programas de habitação.

O CMH é constituído de oito membros e seus respectivos suplentes, obedecendo à

paridade entre o poder público municipal e a sociedade civil sendo:(5)

�� Representantes do Poder Executivo Municipal:

- Superintendências do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – SDU’s;

- Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação – SEMPLAN;

- Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e de Assistência Social - SEMTCAS;

��Representantes da Sociedade Civil:

- Federação das Associações de Moradores e Conselhos Comunitários – FAMCC;

- Federação das Associações de Moradores do Estado do Piauí – FAMEPI;

- Ação Social Arquidiocesana – ASA; e

- Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA.

Tendo em vista a compatibilização das ações a serem implantadas na área de

intervenção do Programa, de modo articulado, a Prefeitura de Teresina instituiu a Unidade

Executora Municipal – UEM que, inclusive é composta pelo mesmo grupo de trabalho

multidisciplinar que gerencia o Projeto Vila-Bairro desde sua implantação em 1997. A UEM

foi criada pelo Decreto Municipal nº 4.818, de 18 de abril de 2001 e tem como atribuições a

coordenação geral dos trabalhos de elaboração do Programa, bem como o

acompanhamento.

(5) Devido a nova estruturação organizacional da Prefeitura Municipal de Teresina, as Superintendências de Desenvolvimento Urbano substituem, ainda oficiosamente, a antiga SEMHUR.

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18

ANEXO II - Procedimentos para Elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário

O Documento Política de Reassentamento Involuntário para o Programa Lagoas do

Norte apresenta o conceito, os fundamentos e a política que serão adotados pela Prefeitura

Municipal de Teresina quando da elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário para

cada área de intervenção do Programa Lagoas do Norte.

A elaboração de um plano de reassentamento involuntário envolve a adoção de

procedimentos que não só devem atender aos Fundamentos, que orientam a Política de

Reassentamento Involuntário, mas também adoção de métodos de trabalhos consagrados

em outros projetos de mesma natureza e que foram considerados como “boas praticas”.

Para isto é necessário dispor de equipe interdisciplinar composta por profissionais nas

seguintes áreas: ciências sociais, engenharia civil e ambiental, arquitetura e urbanismo,

direito fundiário e urbano, antropologia.

No entanto, é importante ressaltar, que para cada intervenção do Programa que

propiciar a relocação de pessoas deverá ser estudado de forma específica, à política mais

adequada à realidade daquela comunidade. Logo, o que se apresenta tem a intenção de ser

apenas um roteiro, uma listagem de procedimentos e não substitui uma análise mais

apurada de cada situação.

Os procedimentos para preparação de um Plano de Reassentamento Involuntário

podem ser divididos em 3 etapas distintas, constituindo-se assim um roteiro.

A Etapa 1 consiste na Coleta de Dados, a Etapa 2 no Planejamento e Elaboração da

Política de Atendimento e a Etapa 3 na elaboração do Plano de Ação.

No entanto, vale ressaltar que o envolvimento da população e de suas lideranças

formais ou não deverão permear todo o processo de elaboração do Plano de

Reassentamento Involuntário.

A seguir apresenta-se o roteiro de procedimentos que a Prefeitura Municipal de

Teresina utilizará quando da elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário para o

Programa Lagoas do Norte.

Roteiro para elaboração de Plano de Reassentamento Involuntário:

Etapa 1 – Coleta de Dados

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

19

a. Estudo do Projeto de Intervenção / Definição da Poligonal Afetação

b. Decreto de Utilidade Pública

c. Cadastramento dos Imóveis e Famílias Afetadas

d. Notificação

e. Pesquisa sobre o Perfil Sócio-econômico das Famílias Afetadas

f. Cadastro Imobiliário

g. Estudo Domínio da Terra

h. Estudo Documentação Pessoal

i. Banco de Terras / Definição Modelo Parcelamento e Habitacional

ETAPA 2 – Elaboração do Plano

j. Análise do Perfil Sócio-econômico das Famílias Afetadas

k. Laudos de Avaliação e Análise da Avaliação dos Bens Afetados

l. Definição do Grau de Afetação – Quantitativa e Qualitativa

m. Definição da Política de Atendimento

n. Definição dos Critérios de Elegibilidade

ETAPA 3 – Plano de Ação

o. Matriz Institucional

p. Cronograma

q. Orçamento;

r. Fonte de Recursos

A seguir, apresentam-se considerações sobre a constituição de cada uma das

atividades acima enumeradas considerando a especificidade do Programa Lagoas do Norte.

Etapa 1 – Coleta de Dados

a. Estudo do Projeto de Intervenção / Definição da Poligonal de Afetação – As

alternativas de projeto deverão sempre considerar a minimização do número de

relocações. Uma vez definidas quais as relocações necessárias deverão ser

traçadas as poligonais de afetação da obra.

b. Decreto de Utilidade Pública - Definidas as poligonais de cada área deve ser

elaborado um decreto de utilidade pública para fins de desapropriação de todos os

imóveis e benfeitorias inseridos na área definida pelas poligonais.

c. Cadastramento dos Imóveis e Famílias Afetadas – O cadastramento deverá ser

realizado de forma censitária tanto no que se refere às famílias afetadas quanto aos

Prefeitura Municipal de Teresina - Programa Lagoas do Norte Março de 2007 Política de Reassentamento Involuntário

20

imóveis afetados. O cadastro é um instrumento de controle do processo de ocupação

da área, pois em áreas de assentamento espontâneo, quando divulgado a existência

de plano de intervenção, essas se tornam alvo de ocupação por especuladores. O

cadastramento deve ser detalhado de forma a possibilitar à obtenção dos dados

necessários à formulação da política de atendimento. Durante a realização do

cadastramento todos os imóveis afetados deverão ser fotografados e numerados.

O cadastro conterá no mínimo as seguintes informações:

9 Quantos e quem são os ocupantes do imóvel; 9 Qual o vínculo familiar e/ou social entre eles; 9 Regime de ocupação do imóvel; 9 Regime de Utilização; 9 Identificar se há família sobre o mesmo teto; 9 Tempo de residência no imóvel; 9 Renda Familiar; 9 Número de participantes na renda familiar; 9 Sexo do chefe da família; 9 Escolaridade dos ocupantes com destaque para os participantes

na renda familiar; 9 Atividade ocupacional; 9 Número de crianças, idosos e deficientes; 9 Tipo de combustível utilizado para o preparo de alimentos; 9 Participação em organização social.

O cadastro das pessoas afetadas deverá ser público e estar disponível em locais de

fácil acesso para consulta pela população.

O cadastro deverá ser georeferenciamento, o que garante uma maior precisão no

controle dos dados e da ocupação da área.

Por fim, é importante dizer, que a Prefeitura Municipal de Teresina assume o

compromisso, que havendo um intervalo superior a 2 anos entre a elaboração do

cadastro e o início da negociação com as famílias o cadastro será atualizado e deverá

incorporar todas as alterações ocorridas. As pessoas que se inserirem na área neste

tempo farão jus ao atendimento do Programa. No entanto, aquelas que se inserirem

na área após o cadastro não terão direito às compensações, o que será amplamente

divulgado.

d. Notificação - Concomitantemente ao cadastro, a Prefeitura Municipal de Teresina fará

a notificação das famílias sobre a sua afetação pelo Programa e quais são os

procedimentos para alteração / ampliação do imóvel afetado e a qual órgão deverá se

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reportar a partir desta data, bem como sobre a regra de atendimento a pessoas que se

inserirem na área após o cadastro.

e. Pesquisa sobre o Perfil Sócio-econômico das Famílias Afetadas - Simultaneamente as

atividades c e d a Prefeitura Municipal de Teresina realizará uma pesquisa sócio-

econômica das famílias afetadas que poderá ser realizada de forma censitária ou

amostral a ser definida para cada área de intervenção em função da heterogeneidade

das famílias e dos imóveis afetados. O importante é que o perfil seja delineado de

forma a embasar a definição da política de atendimento.

f. Cadastro Imobiliário - O cadastro imobiliário ou a etapa de levantamento de dados

para a elaboração dos laudos de avaliação será realizado concomitantemente as

atividades c, d e e. O cadastramento imobiliário será realizado para todos os imóveis e

benfeitorias existentes independente de sua natureza (árvores, canil, criatórios, hortas,

etc).

O cadastro imobiliário fornecerá no mínimo os seguintes dados:

9 Numerar, fotografar todos os imóveis e que o número apareça na foto;

9 Elaborar croqui do imóvel com todas as medidas, de preferência medidas externas;

9 Cadastrar toda e qualquer benfeitoria realizada pelo ocupante e/ou proprietário, como por exemplo: muros, cisternas, fossas, hortas, pomares, canil, criatórios, etc.;

9 Definir as medidas, limites e confrontações do terreno; 9 Cadastrar todo o serviço disponível na moradia, como, por

exemplo, água, luz, esgoto, telefone, pavimentação, etc.; 9 Descrever as condições topográficas e de localização; 9 Indicar o grau de afetação do imóvel pela obra, ou seja, indicar a

posição da linha de off-set no croqui do imóvel;

Quando da realização do cadastro imobiliário o ocupante e/ou proprietário deverá

acompanhar o levantamento.

g. Estudo Domínio da Terra - A Prefeitura Municipal de Teresina estudará a cadeia

dominial dos terrenos relativos à área de intervenção e investigará a regularidade

da posse da terra. Estes estudos são fundamentais para que se possa efetuar o

processo de desapropriação e reassentamento, bem como o processo de

regularização fundiária das famílias remanescentes.

h. Estudo Documentação Pessoal - Será também realizado pela Prefeitura Municipal

de Teresina um estudo sobre se as famílias afetadas possuem os documentos

pessoais necessários à efetivação de um processo de relocação, pois independente

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da opção da família, se créditos indenizatórios se opção pelo reassentamento, os

documentos são necessários.

i. Banco de Terras / Modelo de Parcelamento e Habitacional – A Prefeitura Municipal

de Teresina já tem neste momento um banco de terras em quantidade suficiente

para atender uma possível demanda. Maiores detalhes sobre Banco de Terras e

Modelo de Parcelamento e Habitacional podem ser obtidos no capítulo 8 – deste

documento.

ETAPA 2 – Elaboração do Plano

Concluída a etapa 1 - composta pelas atividades anteriormente descritas e que se

caracterizam basicamente por trabalhos de campo e de recolhimento de dados inicia-se a

etapa 2 que é caracterizada pela análise de dados e pela proposição da política de

atendimento.

j- Análise do Perfil Sócio-econômico das Famílias Afetadas - De posse dos dados de

campo a Prefeitura Municipal de Teresina procederá à elaboração dos gráficos e

tabelas que permitirão a definição e a análise do perfil sócio-econômico das famílias

afetadas. O perfil é importante instrumento para a elaboração da política de

atendimento, pois é através deste instrumento que se pode aquilatar o grau de

vulnerabilidade das famílias afetadas.

k- Laudo de Avaliação / Análise da Avaliação dos Bens afetados - Concluída a etapa

de cadastramento imobiliário a Prefeitura Municipal de Teresina executará os laudos

de avaliação dos imóveis afetados. O método de avaliação a ser adotado é o de

reprodução do bem, não devendo ser aplicado o coeficiente de depreciação por

idade e estado de conservação do imóvel. Na elaboração propriamente dita do

laudo de avaliação todos os componentes do imóvel que estiverem acima do

padrão adotado como referência deverão ter seu valor apropriado e devidamente

incorporado ao valor do mesmo. Para adoção dos valores de avaliação deverá ser

realizada uma pesquisa de preços junto ao setor de construção civil bem como uma

pesquisa junto ao mercado imobiliário local para o estabelecimento de parâmetros.

Concluída a elaboração dos laudos os valores dos mesmos serão listados em

ordem crescente quando se realizará a análise sobre os valores obtidos, o grau de

afetação, e outras co-relações que no desenvolvimento do projeto se mostrarem

pertinentes. Este dado é fundamental quando da proposição da política de

atendimento, vide item m e n.

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l - Definição do Grau de Afetação – Quantitativa e Qualitativa - Com a conclusão das

atividades anteriores deverá ser elaborada uma lista indicando o grau de afetação

dos imóveis. De início pode-se classificá-los em 2 categorias afetação total e

parcial. Para os que se enquadrarem na categoria de afetados parcialmente será

realizado um estudo mais detalhado, a fim de se identificar qual o comprometimento

desta afetação. É preciso verificar se o imóvel está sendo apenas tangenciado pela

obra ou se haverá comprometimento no uso da edificação. Outra possibilidade que

será estudada é a reconstrução da parte afetada dentro de uma possível área

remanescente. Após esta análise mais detalhada será apurado o número real das

relocações que demonstraram ser inevitáveis e imprescindíveis à implantação do

Programa.

m- Definição da Política de Atendimento - A Prefeitura Municipal de Teresina de posse

da base de dados gerada pelo perfil sócio-econômico das famílias afetadas,

cadastramento dos imóveis, laudos de avaliação, estudo do domínio da terra,

definição do grau de afetação (quantitativo e qualitativo), atas de reuniões

realizadas com as lideranças e comunidade e na Política de Reassentamento

Involuntário do Programa Lagoas do Norte deverá realizar um processo de

discussão envolvendo a equipe responsável pela elaboração desta base e

especialistas em reassentamento involuntário para análise e proposição de ensaios

e definição de propostas de compensação que contemple várias opções de

atendimento, que atendam os diferentes perfis de composição familiar.

n- Definição dos Critérios de Elegibilidade - Definida a Política de Atendimento resta

estabelecer os critérios de elegibilidade para sua aplicação. O critério de

elegibilidade está relacionado ao grau de afetação, a presença ou não na área no

momento do cadastro e aos direitos formais pela terra. O capítulo 7 deste

documento apresenta-se critérios de elegibilidade para o Programa que deve ser

adequado em função da base de dados produzida na Etapa 1.

ETAPA 3 – Plano de Ação

Uma vez definida e estabelecida à política de compensação a ser implementada pelo

Plano de Reassentamento Involuntário é necessário que seja apresentado o plano de ação.

O plano de ação tem por objetivo ordenar as atividades propostas dando-lhes

cronologia, definindo as fontes e o volume dos recursos necessários para sua realização

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bem como o papel de cada agente envolvido.

Todos os Planos de Reassentamento Involuntário a serem elaborados, um para cada

área de intervenção, deverão ter seu Plano de Ação que serão compostos dos seguintes

instrumentos: Matriz institucional, Cronograma, Orçamento, Fonte de Recursos.

o - Matriz Institucional - A Matriz deve apresentar quais são os órgãos envolvidos na

elaboração e implantação do plano sendo que a competência de cada um deles

deve ser claramente especificada e divulgada junto à comunidade.

p- Cronograma de atividades - O cronograma de atividades é um importante

instrumento de controle para um projeto de múltiplas tarefas, com relativa

complexidade e no qual a questão do tempo é fator vital para a sua realização com

sucesso. Realizar a tarefas dentro do prazo desejável é o principal fator de redução

dos impactos gerados. A não realização das atividades dentro do prazo previsto

acarreta atraso na obra e por via de conseqüência insegurança às famílias

afetadas. Portanto, a Prefeitura Municipal de Teresina se propõe a manter um

extremo controle do cronograma de atividades.

q- Orçamento – O orçamento deverá contemplar além das despesas referente à

construção dos conjuntos habitacionais e da infra-estrutura o pagamento das

indenizações, o custeio da equipe, os projetos e as possíveis despesas judiciais.

Fonte de Recursos - O quadro fonte de recursos será elaborado a fim de demonstrar

quais são as atividades financiadas e as executadas com orçamento da Prefeitura Municipal

de Teresina e as que são executadas com financiamento. Vale lembrar, que aquisição de

terras não é atividade financiada pelo Banco Mundial.

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Anexo III – Glossário

Com o objetivo de esclarecer a terminologia utilizada na elaboração da Política de

Reassentamento Involuntário do Programa Lagoas do Norte apresenta-se o seguinte

glossário.

Afetação Direta Pessoas ou área atingida atingidas pela obra;

Afetação Indireta Pessoas ou área atingida por ações resultantes da implementação da obra, mas não pela obra em si;

Afetação Permanente Pessoas ou área atingida pela obra de forma permanente e irreversível;

Afetação Temporária

Pessoas ou área atingida pela obra de forma temporária podendo ou não ter o cenário revertido ao cenário anterior;

Área Afetada área atingida pela obra, podendo ou não incluir o off-set, sendo função da extensão da área e da altura deste;

Área Remanescente Área contínua e restante à parte desapropriada e que após o desmembramento da parte afetada poderá permanecer de propriedade ou posse do desapropriado, desde que atendida à legislação pertinente;

Cadastro Sócio – Econômico

censo realizado em todos os imóveis afetados de forma a identificar e definir quem, quantos, e onde se localizam as pessoas atingidas pelo empreendimento;

Compensação Social

conjunto de ações definido para repor as perdas não mensuráveis como, quebra das relações sociais, perda da rede de apoio da vizinhança, mudanças de hábito, prejuízos decorrentes do processo de mudança (quebra ou estrago dos eletrodomésticos);

Comunidade unidade social de identidade reconhecida, independente de tamanho, que compartilha de convívio comum, em instituições de caráter social;

Custo de Reprodução da Benfeitoria valor do imóvel para sua reposição através de reconstrução ou aquisição

de imóvel semelhante;

Custo Unitário Padrão valor do metro quadrado de construção, no padrão construtivo do imóvel afetado normalmente publicado por instituições de credibilidade do Setor;

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Off – set linha que determina o limite de afetação da obra;

Pesquisa de Mercado Imobiliário

pesquisa do valor das terras na mesma região, de forma a fundamentar a apropriação de preços para o laudo de avaliação imobiliária;

Plano de Reassentamento Involuntário

Plano específico que contempla ações que minimizem os impactos sobre a população localizada na área de off-set da obra;

Poligonal linha topográfica que delimita a área de afetação da obra, sendo no mínimo igual à área de off-set da obra;

População Afetada ou População Atingida

são todas as pessoas que são impactadas pela obra, de forma permanente ou temporária, direta ou indiretamente. Para ilustrar, aqueles que terão suas moradias destruídas são diretamente afetados, os que ficarem sem acesso às suas moradias são indiretamente afetados, os que sofrerem transtornos apenas durante o período de execução das obras serão temporariamente afetados, no entanto, estas situações podem combinar, entre si, de formas diversas;

Posseiro ocupante do imóvel por ocasião da elaboração do cadastro, podendo ser, ou não proprietário do mesmo. Divide-se em duas categorias: posseiro direto ou indireto;

Posseiro Direto dono da benfeitoria, podendo ou não ser proprietário do terreno;

Posseiro Indireto pessoa ou família que vive sob o regime de cessão;

Processo

conjunto individual de documentos de cada família ou pessoa atingida, podendo ser composto de cadastro sócio-econômico, do laudo de avaliação, de documentos de propriedade (se houver), das atas de reuniões de negociação e acordo, em caso de negociação amigável;

Proprietário pessoa que detém o título de propriedade do imóvel.

Reassentamento reposição, pelo órgão promotor do projeto, dos imóveis suprimidos pela desapropriação. É uma das opções de negociação.

Regularização Fundiáriaconjunto de atividades de natureza urbanística e jurídica, que visam tornar determinado imóvel e seu proprietário oficialmente reconhecidos através de registro;

Título ou Registro documento registrado em Cartório de Registro de Imóveis que comprova a propriedade;

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