PREGÃO ELETRÔNICO: ESTUDO DE CASO NO DNOCS, NO PERÍODO DE 2009 A 2010

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Analisa os aspectos gerais do pregão na forma eletrônica realizada no DepartamentoNacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, nos anos de 2009/2010, buscando demonstrar quesua utilização proporciona maior eficiência para a Administração Pública em razão da agilidadena desburocratização de seus procedimentos e economicidade nas compras de bens e serviçoscomuns, posto que neste certame ganha o fornecedor que apresentar o menor preço de acordocom as especificações do edital para o bem ou serviço que o órgão deseja adquirir.

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    PREGO ELETRNICO: ESTUDO DE CASO NO DNOCS, NO PERODO DE 2009 A 2010

    Josevaldo Amaral de SousaProfessor. Diretor do Curso de Cincias Contbeis da Universidade Potiguar.

    E-mail: [email protected]

    Marcus Vinicius Madruga RamosDiretor Adjunto do Curso de Cincias Contbeis da Universidade Potiguar.

    E-mail: [email protected]

    Carlos Antnio Evangelista FilhoGraduando do Curso de Cincias Contbeis.

    E-mail: [email protected]

    Euclides Paulino de Macedo NetoGraduando do Curso de Cincias Contbeis.

    E-mail: [email protected]

    Lieda SouzaMestre em Engenharia de Produo e Doutoranda em Tecnologia e Sistemas de

    Informaes. Professora. Universidade do Minho Portugal. E-mail: [email protected]

    Data de Submisso: dezembro de 2011.

    Data de Aceite: fevereiro de 2012.

    Resumo: Analisa os aspectos gerais do prego na forma eletrnica realizada no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, nos anos de 2009/2010, buscando demonstrar que sua utilizao proporciona maior eficincia para a Administrao Pblica em razo da agilidade na desburocratizao de seus procedimentos e economicidade nas compras de bens e servios comuns, posto que neste certame ganha o fornecedor que apresentar o menor preo de acordo com as especificaes do edital para o bem ou servio que o rgo deseja adquirir. Fundamenta--se a partir da Lei 8.666/93 observando as modalidades de licitao (concorrncia, tomada de preos, convite, concurso e leilo), e posteriormente levando em considerao a medida provis-ria de n 2.026/2000 que define a modalidade denominada prego transformada na Lei n 10.520 nosso objeto de estudo. Finaliza, identificando a reduo dos custos do procedimento licitatrio, verifica-se tambm que a percentagem (%) de compras realizadas pelo prego eletrnico muito satisfatria, o que reafirma a premissa de que o prego eletrnico apresenta mais vantagens do que desvantagens por garantir a competio de forma justa, por ser mais rpido, transparente e as empresas poderem acompanhar o processo em tempo real.

    Palavras-chave: Prego eletrnico. Licitaes. Contabilidade pblica.

    ELECTRONIC TRADING SYSTEM: A CASE STUDY IN DNOCS IN THE PERIOD 2009 TO 2010

    Abstract: This work examines the general aspects of trading in electronic form held in the National Department of Works Against Drought - DNOCS in the years 2009/2010, seeking to demonstrate that its use provides greater efficiency in public administration because of their agility in bureau-cracy procedures and economy in purchases of common goods and services, since this event

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    wins the supplier submitting the lowest price in accordance with the specifications of the bid for the good or service that the agency wants to acquire. It draws from the Law 8.666/93 observing the procedures for tendering (competition, price, invitation, tender and auction), and then taking into account the provisional measure No. 2.026/2000 that defines the method called transformed into trading law No. 10,520 object of our study. Ends by identifying the reduction of costs of the bidding process, it also appears that the percentage (%) of purchases made by the electronic trading system is very satisfactory, which confirms the assumption that the electronic trading sys-tem has more advantages than disadvantages for ensuring competition in a fair way to be faster, transparent and companies can follow the process in real time.

    Keywords: Electronic trading. Bidding. Public accounting.

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    1. INTRODUOSabe-se que o mundo vem passando por profundas mudanas no que diz respeito mo-dernizao e informatizao dos meios de comunicao. Cada vez mais, torna-se necess-ria a busca por novas solues que venham a aperfeioar os procedimentos. E na Admi-nistrao Pblica no ocorre de maneira diferente, uma vez que vem procurando inovar, utilizando a modalidade de licitao prego, privilegiando a forma eletrnica, pois a sua rapidez de acesso via internet torna clere e transparente o processo de compras pelos rgos pblicos. importante comentar que se trata de um mtodo que amplia a disputa licitatria, pois permite a participao de um nmero maior de empresas de diversos Esta-dos, pois a modalidade dispensa a presena de fornecedores no espao fsico dos rgos ou das entidades realizadoras do prego eletrnico.

    O estudo de caso em questo tem como propsito analisar os aspectos gerais do prego na forma eletrnica realizada no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas DNOCS, nos anos de 2009 e 2010, buscando demonstrar que sua utilizao proporciona maior eficincia para a Administrao Pblica, em razo da agilidade na desburocratizao de seus procedimentos e da economicidade nas compras de bens e servios comuns, posto que, nesse certame, ganha o fornecedor que apresentar o menor preo, de acordo com as especificaes do edital para o bem ou servio que o rgo deseja adquirir.

    Esse procedimento licitatrio caracteriza-se, especialmente, pela possibilidade de reduo do valor da proposta, inicialmente oferecida atravs de lances, a inverso da fase de julga-mento em que se permite examinar primeiramente as propostas para, depois, verificar os documentos da habilitao, que ocorrer apenas com o licitante vencedor e, alm disso, unifica a fase recursal em um s momento e no a cada fase do certame, como acontece nas demais modalidades.

    O prego a modalidade de licitao em que acontece uma disputa pelo fornecimento de bens e servios comuns, feita em sesso pblica. Os licitantes apresentam suas propos-tas de preo por escrito e por lances verbais, independentemente do valor estimado da contratao. Ao contrrio do que ocorre em outras modalidades, no prego a escolha da proposta feita antes da anlise da documentao, razo maior de sua celeridade.

    A modalidade prego foi instituda pela Medida Provisria 2.026, de 4 de maio de 2000, convertida na Lei n 10.520, de 2002, regulamentada pelo Decreto 3.555, de 2000.

    O prego modalidade alternativa ao convite, tomada de preos e concorrncia para con-tratao de bens e servios comuns. No obrigatria, mas deve ser prioritria. Com base nessas informaes, este artigo pretende responder seguinte questo: Quais os principais benefcios trazidos ao DNOCS aps a implantao da modalidade do prego eletrnico?

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    Este estudo de caso, portanto, objetiva analisar os processos licitatrios do DNOCS aps a implantao do prego eletrnico.

    Procurou-se demonstrar a eficincia dos procedimentos e processos licitatrios, em especial a modalidade de prego eletrnico, e, para tanto, escolheu-se a empresa DNOCS, pois se trata de um rgo pblico, reconhecido nacionalmente e que pratica tal modalidade em suas aes.

    A realizao deste estudo sobre os principais benefcios trazidos aps a implantao do prego eletrnico faz-se necessria para saber os reais benefcios dessa modalidade para a instituio licitante, que, neste estudo de caso, o DNOCS.

    2. GUISA DE REFERENCIAL TERICO

    Iniciamos este captulo com um breve histrico das licitaes pblicas, relatando desde a sua criao, atravs da Lei 8.666/93, at os dias atuais, no deixando de observar as modalidades de licitao como um todo, citando-as e explicando cada uma. Objetivando destacar, principalmente, o prego eletrnico bem como o presencial, expondo o conceito de cada, sua finalidade, os princpios aplicados, vedaes aplicao e suas fases.

    2.1. HISTRICOA lei n 8.666/1993 inicialmente instituiu cinco modalidades de licitao que poderiam ser adotadas pela administrao pblica brasileira. Essas modalidades so: concorrncia, to-mada de preos, convite, concurso e leilo.

    Posteriormente, foi instituda, por medida provisria de n 2.026/2000, a modalidade de-nominada prego, que foi transformada na Lei n 10.520, de 17 de julho de 2002. Essa modalidade de licitao, apenas era aplicvel no mbito da Unio. Depois de instituda a Lei em referncia, essa modalidade foi estendida aos Estados, Distrito Federal e Municpios.

    A finalidade de se instituir o prego foi para a aquisio de bens e servios comuns, inde-pendentemente do valor estimado da contratao, sendo que a disputa pelo fornecimento feita atravs de propostas e lances em sesso pblica, adotando-se o tipo de licitao de menor preo, observadas as condies do edital. A Lei n 10.520/2002, em seu art. 1, pargrafo nico, estabelece que bens e servios comuns so aqueles cujos padres de desempenho e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de espe-cificaes usuais no mercado (CARVALHO, 2010).

    O prego tambm pode ser realizado por meio da utilizao de recursos de tecnologia da informao (meio eletrnico), conforme a regulamentao de cada ente da federao. At a edio da primeira medida provisria da modalidade prego, em 2000, no havia nenhuma norma disciplinando as licitaes por meio de tecnologia da informao (meio eletrnico), sendo que, no mximo, os rgos pblicos apenas disponibilizaram seus editais pela Inter-net, em seus sites, no os utilizando para nenhum outro fim.

    Sendo assim, necessrio lembrar que o primeiro instrumento normativo a destacar a possibilidade de realizao do prego eletrnico em nosso ordenamento jurdico foi a Me-

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    dida Provisria n 2.026/2000, em seu art. 2, pargrafo nico. Faz-se necessrio ressaltar, que, no dia 21 de dezembro de 2000, ainda sob a gide da stima reedio da Medida Pro-visria n 2.026/2000, foi editado o Decreto n 3.697, que regulamentou o prego em sua forma eletrnica, estabelecendo normas e procedimentos para a realizao de licitaes na modalidade prego, por meio da utilizao de recursos de tecnologia da informao, desti-nado aquisio de bens e servios comuns, no mbito da Unio. Vale Salientar, que o De-creto n 3.697/2000, ao dispor sobre o Prego Eletrnico, no abrangia, de maneira ampla, todos os passos do procedimento licitatrio eletrnico, fazendo assim apresentar vrias remisses ao Decreto n 3.555/2000, que disciplina o prego presencial, o que, s vezes, provocava dvidas na aplicabilidade dos dispositivos, notadamente aps a converso da Medida Provisria do prego em Lei. O Governo Federal editou o Decreto n 5.450, de 31 de maio de 2005, que foi publicado no Dirio Oficial da Unio do dia 1 de junho de 2005. O novo regulamento do prego eletrnico veio atualizar seu procedimento e adequar as incongruncias do tratamento normativo dado pelo Decreto n 3.697/2002, relativamente aos dispositivos da Lei n 10.520/2002, consagrando inmeras inovaes que repercutiro positivamente no amadurecimento desse procedimento (FONSECA, 2006).

    A modalidade prego foi criada para aumentar, ainda mais, a concorrncia e reduzir o tempo e os custos dos processos licitatrios. Com o passar do tempo, essa modalidade comeou a ser utilizada atravs de meios tecnolgicos e passou a ser chamada de prego eletrnico, podendo, assim, ser realizada de forma presencial, ou eletrnica, atravs da internet.

    2.2. MODALIDADES DE LICITAO

    2.2.1. Concorrncia

    a modalidade acessvel a qualquer interessado que, na etapa da habilitao, comprove ter a qualificao dos requisitos exigidos pelo edital. utilizada, em geral, para contratos com valores maiores e para alienao de bens pblicos imveis em geral, podendo essa alie-nao acontecer tambm mediante leilo, nos casos previstos no art. 19 da Lei 8.666/93 (MEDAUAR, 2010).

    Segundo Digenes Gasparini (2010), so caractersticas da concorrncia:

    Anteceder aos contratos de grande vulto, ao registro de preos, s alienaes imobilirias e s concesses de uso, de servio e obra pblica.

    Exigir publicidade.

    Permitir a participao de qualquer interessado.

    Habilitar o interessado no incio do procedimento.

    2.2.2. Tomada de Preos

    Esta uma modalidade de licitao que realizada entre interessados que esto devida-mente cadastrados ou que atendam aos requisitos para cadastramento at o terceiro dia que anteceda data do recebimento das propostas, observada a qualificao necessria (DI PIETRO, 2010).

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    Para Digenes Gasparini (2010), a modalidade em questo caracteriza-se por:

    Destinar-se a contrato de mdio porte.

    Permitir unicamente a participao de interessados previamente cadastrados ou habilitados.

    Exigir publicidade.

    Requerer prvia qualificao dos interessados.

    2.2.3. Convite

    Segundo Meirelles (2009), convite a modalidade de licitao mais simples, destinada s contrataes de pequeno valor.

    O convite no exige publicao, pois feito diretamente aos escolhidos pela Administra-o, atravs de carta-convite. Deve ser feita uma solicitao escrita a pelo menos trs inte-ressados do ramo, para que, no prazo mnimo de cinco dias, apresentem suas propostas.

    Porm, determina a lei que uma cpia do documento convocatrio seja exposta em local apropriado, estendendo-se, automaticamente, aos demais cadastrados na mesma catego-ria, desde que manifestem seu interesse at vinte e quatro horas antes da apresentao das propostas (MEIRELLES, 2009).

    2.2.4. Concurso

    Concurso a modalidade de licitao destinada, exclusivamente, a trabalho tcnico ou artstico, predominantemente de criao intelectual. admitido por lei oferta de remunera-o, mas, normalmente, h uma atribuio de prmios aos classificados.

    De acordo com a lei das licitaes (lei 8.666/1993, arts. 22, 4, 51, 5, e 52), as con-dies para essa modalidade de licitao devem ser fixadas no regulamento do concurso, pois esse regulamento que indicar a qualificao exigida, fixar as condies de sua realizao e os prmios a serem oferecidos (MEIRELLES, 2009).

    2.2.5. Leilo

    Leilo a modalidade utilizada na venda de bens mveis, semoventes e de imveis em casos especiais.

    Na Administrao, existem dois tipos de leilo: o comum, privativo de leiloeiro oficial, onde houver; e o propriamente dito administrativo. O comum regido pela legislao fe-deral, mas as condies de sua realizao podero ser estabelecidas pela Administrao interessada. O Administrativo o designado para a venda de mercadorias apreendidas pelas reparties competentes, como as contrabandeadas, ou abandonadas em alfndegas (MEIRELLES, 2009).

    Existem, hoje, diferentes modalidades de licitao, que podem ser utilizadas pelo governo do nosso pas. Cada uma delas se adequando ao tipo e valor de compras ou servios rea-lizados por eles. Podendo qualquer pessoa, fsica ou jurdica, desde que habilitada, partici-par das concorrncias das licitaes.

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    2.2.6. Prego Presencial e Eletrnico

    2.2.6.1. Conceito

    a mais atual modalidade de licitao, que se divide em prego presencial e prego eletr-nico, sendo a primeira de forma fsica e a posterior na forma eletrnica.

    Prego a modalidade de licitao para aquisio de bens e servios comuns, qualquer que seja o valor estimado de contratao, em que a disputa pelo fornecimento feita por meio de propostas e lances em sesso pblica. O 1 do artigo 2 da Lei n 10.520/2002 permite que o prego seja realizado por meio de utilizao de recursos de tecnologia de informao, nos termos de regulamentao especfica (DI PIETRO, 2010).

    2.2.6.2. Prego Presencial

    O prego, inicialmente com propostas secretas seguidas de lances, um leilo reverso.

    Como modalidade de licitao pblica, o prego foi institudo pela Lei federal n. 10.520, de 17 de julho de 2002 (havia sido criado por medida provisria).

    Normalmente, o processo e julgamento de licitaes na modalidade prego so realizados obedecendo a seguinte sequncia de procedimentos:

    1 Abertura da sesso pelo pregoeiro oficial, no local, dia e hora marcados, sem-pre em ato pblico;

    2 Verificao das declaraes de que os licitantes esto devidamente habilitados;

    3 Recebimento dos envelopes com as Proposta e Documentao;

    4 Identificao dos representantes legais das empresas licitantes, apresentando a carteira de identidade e procurao ou contrato social, conforme for o caso;

    5 Credenciamento dos representantes legais dos licitantes, se for o caso, me-diante apresentao de documento que comprovem possuir poderes para for-mulao de lances verbais e para prtica de todos os demais atos inerentes ao prego;

    6 Abertura dos envelopes Proposta;

    7 Anlise e julgamento das propostas de acordo com as exigncias estabeleci-das no ato convocatrio;

    Ser desclassificada a proposta que no atender a todas as exigncias estabelecidas no ato convocatrio para apresentao das propostas;

    A desclassificao da proposta de licitante impede o mesmo de parti-cipar da fase de lances verbais. S participaro da fase de lances as propostas classificadas;

    8 Classificao da proposta escrita de menor preo e daquelas apresentadas com valores superiores em at 10% (dez por cento), em relao ao menor preo;

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    Quando no existirem, no mnimo, trs propostas com valores superio-res em at 10% (dez por cento) proposta de menor preo, deve ser selecionado as melhores at o mximo de trs, quaisquer que sejam os preos ofertados;

    9 Colocao das propostas em ordem crescente de preo cotado para que os representantes legais dos licitantes, devidamente credenciados, participem da etapa competitiva, por meio de lances verbais;

    10 Incio da fase de lances pelo representante legal do licitante detentor da pro-posta de maior preo, continuando com as demais, pela ordem decrescente dos preos ofertados;

    11 O licitante que no quiser dar lances verbais, quando convocado pelo pregoei-ro, ser excludo da respectiva etapa e ter mantido, para efeito de ordenao das propostas, o seu ltimo preo apresentado;

    12 Concluso da fase de lances;

    se o preo final obtido no estiver de acordo com a estimativa dos pre-os, com os preos correntes no mercado ou fixados por rgo oficial competente, ou quando for o caso, com os constantes do sistema de registro de preos, o pregoeiro deve negociar com o licitante para obten-o de preo melhor;

    13 Encerrada a etapa competitiva ou fase de lances e ordenadas as ofertas, o pregoeiro deve proceder abertura do envelope que contm os documentos de habilitao do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificao da exeqibilidade da proposta;

    14 Concluda a etapa de lances e a anlise da documentao, ser declarado o licitante vencedor;

    15 Elaborao da ata respectiva, na qual devem estar registrados os nomes dos licitantes que participaram, dos que tiveram suas propostas classificadas ou desclassificadas, os motivos que fundamentaram a classificao e/ou des-classificao, os preos escritos e os lances verbais ofertados, os nomes dos inabilitados, se houver, e quaisquer9outros atos relativos ao certame que meream registro, inclusive eventual manifestao de interesse em recorrer por parte de licitante;

    16 Caso algum licitante manifeste a inteno de interpor recurso, mediante registro da sntese das suas razes na ata, devem ser aguardados os seguintes prazos:

    3 dias para juntada das razes do recurso;

    3 dias para os demais licitantes impugnarem o recurso porventura inter-posto que comea a contar do trmino do prazo do recorrente;

    17 Adjudicao do objeto ao licitante declarado vencedor pelo pregoeiro, caso tenha havido desistncia expressa de todos os licitantes da inteno de inter-por recurso;

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    18 Elaborao de relatrio circunstanciado, informando o nome do licitante ven-cedor e todos os passos ocorridos durante o prego, fundamentados nos critrios estabelecidos pelo respectivo edital;

    19 Divulgao do resultado do prego na imprensa oficial ou por comunicao direta a todos os licitantes;

    20 Encaminhamento do processo licitatrio para homologao pela autoridade competente;

    caso tenha havido interposio de recurso, a autoridade competente ho-mologa o procedimento e adjudica o objeto ao licitante vencedor;

    21 Assinatura de contrato, carta-contrato ou entrega da nota de empenho da despesa, mediante recibo, ou da ordem de execuo do servio ou da au-torizao de compra ou documento equivalente (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO, 2011, p. 1 a 3).

    2.2.6.3. Prego Eletrnico

    A modalidade de licitao chamada prego eletrnico utilizada pela administrao pblica para adquirir contratos administrativos de bens e servios comuns, indepen-dentemente do valor estimado. Foi criada atravs da lei federal 10.520/2002, que tam-bm criou o prego presencial, que obrigava os licitantes a comparecerem a uma sesso de negociao, liderada por um pregoeiro, devidamente designado pelo rgo da administrao pblica.

    O prego eletrnico foi criado, buscando, basicamente, aumentar a quantidade de partici-pantes e baratear o processo licitatrio.

    Esse mtodo busca ampliar a disputa licitatria, permitindo a participao de vrias empre-sas de diversos estados, dispensando a presena dos contendentes.

    Trata-se de uma modalidade gil, transparente e que possibilita uma negociao eficaz entre os licitantes.

    Tornou, assim, mais eficiente e barato o processo licitatrio, tendo simplificado muitas das etapas burocrticas, que tornavam dificil a contratao com a administrao pblica.

    O prego eletrnico funciona da seguinte forma: o fornecedor interessado em participar do processo licitatrio cadastra-se por meio do site do rgo solicitante; geralmente, recebe uma senha, que permite o acesso opo para certificao da empresa; aps a confirmao da certificao, o fornecedor est habilitado a participar dos preges referentes quele rgo.

    2.2.6.4. Do Objeto

    O prego tem por objeto as obras, os servios, as compras, as alienaes, a loca-o, bem como, subsidiariamente, para concesso e permisso de servios pblicos (CARVALHO, 2010).

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    2.2.6.5. Princpios Aplicados ao Prego

    Observado o Art.5odo Decreto-Lei n 5.450/05, a licitao na modalidade de prego condicionada aos princpios bsicos da legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, eficincia, probidade administrativa, vinculao ao instrumento convocatrio e do julgamento objetivo, bem como aos princpios correlatos da razoabilidade, competiti-vidade e proporcionalidade.

    I Legalidade: As aes do administrador pblico devem estar estritamente de acordo com o que a Lei autoriza.

    II Impessoalidade: intimamente ligada ao princpio da isonomia, em que todos devem ser tratados de forma igual, uma vez que o procedimento licitatrio destinado a todos os interessados, sem nenhum favorecimento.

    III Moralidade e Probidade Administrativa: o processo deve ser conduzido com honestidade e seriedade, de forma lcita.

    IV Publicidade: deve-se dar ampla divulgao do instrumento convocatrio a fim de garantir que todos os interessados possam ter conhecimento e aces-so ao certame.

    V Vinculao ao Instrumento Convocatrio: Cumprir com as condies impos-tas, impedindo que sejam considerados critrios diferentes dos especifica-dos no decorrer do processo.

    VI Julgamento Objetivo: o julgamento das propostas deve ser feito de acordo com os critrios especificados no edital.

    VII Competitividade: necessrio que haja competio para a existncia da licitao.

    VIII Razoabilidade: evitar o excesso de formalismo, afastando a inabilitao e desclassificao das propostas dos licitantes por fatos irrelevantes que no afetam a objetividade das propostas.

    IX Proporcionalidade: traduz-se na necessidade de equilbrio na seleo da proposta mais vantajosa para a Administrao Pblica (PENA; FELICIDADE; MONTEIRO, 2010, p. 8).

    Os princpios que norteiam o prego devem ser obedecidos para que o processo licitatrio seja transparente e esteja em conformidade com a lei que os regula.

    2.2.6.6. Vedaes Aplicao

    De acordo com o Art.6odo Decreto-Lei n 5.450/05,a licitao na modalidade de prego, na forma eletrnica, no se aplica s contrataes de obras de engenharia, bem como s locaes imobilirias e alienaes em geral.

    Em outras palavras, no podero ocorrer compras pblicas de bens e servios comuns realizadas atravs de processos licitatrios que se utilizam da modalidade prego eletrni-co, quando a contratao for para obras de engenharia, locaes de imveis e vendas em geral. Para essas contrataes, devem ser utilizadas outras modalidades.

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    2.2.6.7. Fases do Prego Eletrnico

    FASE INTERNA OU PREPARATRIA

    Nesta primeira fase do prego eletrnico, so desenvolvidos os trabalhos no mbito inter-no da instituio, sendo acompanhados pela autoridade competente. As atividades desem-penhadas so:

    Apresentao de justificativa da necessidade de contratao; Verificao da disponibilidade oramentria (Reserva no Oramento do rgo dos valores es-timados para o contrato, com indicao da respectiva rubrica oramentria); Elaborao do termo de referncia pelo rgo requisitante, com indicao do objeto de forma precisa, suficiente e clara; Aprovao do termo de referncia pela Autoridade Competente; Elaborao do edital; Designao do pregoeiro e de sua equipe de apoio (MINISTRIO DO PLANEJAMENTO, 2010, p. 3).

    FASE EXTERNA

    Segundo Di Pietro (2010), nesta fase, designa-se o pregoeiro e sua equipe de apoio, cuja atribuio de receber as propostas dos participantes da licitao e seus respectivos lan-ces, analisar se uma proposta aceitvel e classificar a mesma. Completando suas atribui-es, o profissional acima citado ser responsvel por fazer a habilitao e a adjudicao do objeto da licitao ao ganhador.

    O prego eletrnico submete-se a atividades sequenciais, em que o desempenho de deter-minada atividade depende da concluso da:

    Convocao dos Interessados; Recebimento das Propostas Impugnao e Esclarecimentos do edital; Anlise das Propostas; Fase de Lances; Aceitao das Propostas; Verificao da Habilitao ou Inabilitao dos Licitantes; Mani-festao da Inteno de Recurso; Fase Recursal; Adjudicao do Objeto ao Lici-tante Vencedor; Homologao do Processo (MINISTRIO DO PLANEJAMENTO, 2010, p. 5).

    Os procedimentos utilizados so os mesmos das outras modalidades, porm, no prego eletrnico, h algumas exigncias a mais, que se resumem em:

    a) o sistema eletrnico ser dotado de recursos de criptografia e de autenticao que garantam condies de segurana em todas as etapas do certame (art. 2, 3);

    b) o procedimento conduzido pelo rgo ou entidade promotora da licitao, com o apoio tcnico e operacional da Secretaria de Logstica de Tecnologia de Informao do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, que atuar como provedor do sistema eletrnico para os rgos integrantes do Sistema de Servios Gerais SISG ( 4 do art. 2); esse sistema eletrnico pode ser cedido aos demais entes da federao mediante termo de adeso;

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    c) tem que haver o prvio credenciamento, perante o provedor, da autoridade competente do rgo promotor da licitao, do pregoeiro, dos membros da equipe de apoio tcnico e dos licitantes (art.3); o credenciamento se d pela atribuio de chave de identificao e de senha, pessoal e intransfervel, para o acesso ao sistema eletrnico (art.3, 1); a participao no procedimento depender da utilizao da chave de identificao e da senha;

    d) no caso de prego promovido por rgo integrante do SISG, o licitante depen-der de registro atualizado no Sistema de Cadastramento Unificado de Forne-cedores SICAF (art.3, 2);

    e) a divulgao do prego tem que ser feita no s pela publicao do aviso pela imprensa, com tambm por meio eletrnico, na Internet, no Portal de Com-pras do Governo Federal COMPRASNET, no stio www.comprasnet.gov.br (art. 17, caput e 1);

    f) as propostas so apresentadas pelo sistema eletrnico (art.21), podendo ser substitudas ou retiradas at a abertura da sesso (art.21, 4);

    g) na sesso pblica, que os licitantes podem acompanhar pela Internet, ser feita a desclassificao dos que no atenderem s exigncias do edital; o prprio sistema ordenar, automaticamente, as propostas classificadas, sendo que es-tas participaro da fase de lances (art. 23);

    h) os lances so feitos pela internet, podendo ser apresentados sucessivamente pelo mesmo licitante, desde que para reduzir o valor; durante essa fase, os li-citantes so informados do valor do menor lance registrado, sem identificao de quem o apresentou (art. 24);

    i) aps o encerramento da etapa de lances (que ser comunicado aos licitantes at 30 minutos antes, a critrio da autoridade), o pregoeiro poder apresentar con-traproposta ai licitante que tenha apresentado lance mais vantajoso, no se ad-mitindo negociar condies diferentes daquelas previstas no edital (art. 24, 8);

    j) a habilitao, que se faz aps a fase de julgamento, baseia-se nos dados cons-tantes do SICAF ou, quando houver necessidade, em outros documentos apre-sentados por fax, a serem encaminhados posteriormente no original ou cpia autenticada, no prazo previsto no edital (art. 25, 2 e 3);

    k) em caso de pretender recorrer da deciso que proclamar o vencedor, o lici-tante dever manifestar a sua inteno durante a sesso pblica, de forma imediata e motivada, em campo prprio do sistema, quando lhe ser conce-dido o prazo de trs dias para apresentar as razes do recurso, sob pena de caducidade (art.26);

    l) admissvel, tanto na habilitao quanto no julgamento, o saneamento de fa-lhas que no alterem a substncia das propostas, dos documentos e sua vali-dade jurdica (art. 26, 3);

    m) aps os recursos e contatada a regularidade dos atos praticados, a autoridade competente adjudicar o objeto e homologar o procedimento licitatrio (art. 27);

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    n) quando convocado a assinar o contrato que o licitante vencedor dever com-provar as condies de habilitao consignadas no edital (art. 27, 2) (DI PIETRO, 2010, p. 405 a 406).

    O prego eletrnico, como foi relatado acima, composto por duas fases distintas: come-ando pela fase preparatria, que se d no interior da instituio requerente do processo, e a mesma inicia-se pela apresentao da necessidade de contratao at por fim a elaborao do edital; e, posteriormente, vem a segunda fase, conhecida como fase externa, na qual, sujeita-se a atividades sequenciais em que o desempenho de uma depender da outra.

    2.3. SANES PENAISUma inovao importante da Lei 8.666/93 diz respeito aos crimes e s penas relacionados com a licitao e o contrato administrativo. Os arts. 89 a 98 tipificam as condutas crimi-nosas e as respectivas penas, que sempre so as de deteno e multa. A primeira varia de seis meses a dois anos e a segunda consiste no pagamento de quantia fixada entre dois a cinco por cento do valor do contrato, revertendo fazenda da entidade licitante.

    Os crimes so de ao penal pblica incondicionada, cabendo ao Ministrio Pblico promov-la, mas podendo qualquer pessoa provocar a iniciativa do Mi-nistrio Pblico, fornecendo-lhe os dados necessrios para tanto. Ser admitida ao penal privada subsidiria da pblica, se esta no for ajuizada no prazo legal. No mais, aplicam-se, subsidiariamente, os dispositivos do cdigo de Pro-cesso Penal (arts. 100 a 108) (MEIRELLES, 2009, p. 330).

    Os crimes definidos na lei, ainda que tentados, sujeitam seus autores, quando servidores pblicos (art.84), perda do cargo, emprego ou mandato eletivo (art.83).

    No quadro 1 a seguir, buscaram-se demonstrar, de forma resumida, quais as principais vantagens e desvantagens associadas aos preges.

    Prego Presencial Prego Eletrnico

    Vant

    agen

    s

    Independe o valor estimado do futuro contrato.

    Anlise da proposta anteriormente a habilitao do fornecedor.

    Economicidade.

    Empresas conhecidas da regio.

    Agilidade no processo de compras.

    Ampliao da concorrncia.

    Reduo dos custos.

    Fornecedores de todo o pas.

    Desburocratizao do procedimento.

    Simplificao das atividades do pregoeiro.

    Desv

    anta

    gens

    Atarefamento do pregoeiro.

    Pouca abrangncia de fornecedores.

    Deslocamento dos fornecedores at o rgo licitante.

    Exigncia de um maior tempo na fase de lances.

    No ter conhecimento da empresa participante.

    Qualidade dos produtos adquiridos.

    Distanciamento do fornecedor.

    Possvel falha do sistema.

    Fornecedor que no se utiliza da internet.

    Quadro 1 Demonstrativo das vantagens e desvantagens dos PregesFonte: Autores, 2011.

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    Ano 1, n 2, fevereiro-julho de 2012

    Estudaram-se, neste captulo, as modalidades de licitaes existentes na nossa consti-tuio e, principalmente, a mais nova modalidade de licitao brasileira, o prego eletr-nico. A partir do referencial terico estudado, pode-se entender mais sobre o assunto, evidenciando-se sua criao, suas fases, os princpios aplicados ao prego, o objetivo e as vantagens e desvantagens por ele trazidas.

    3. O CASO DO DNOCS

    3.1. APRESENTAO E HISTRICO DA EMPRESAEm 1909, foi criada a Inspetoria de Obras Contra as Secas, devido extrema pobreza do serto, assolado pelas disparidades climticas, um regime desigual das chuvas durante o ano e a escassez da gua, fatores esses que causavam uma grande vulnerabilidade no seio das populaes que habitavam a regio.

    Os benefcios cientficos advindos da interveno do DNOCS na regio mudaram a forma-o da mentalidade do homem que se inseriu neste contexto de permanente luta, iniciando--se, a partir da, um processo lento, porm progressivo, de resistncia aos efeitos das intempries. Graas ao trabalho do DNOCS antes IOCS e, posteriormente IFOCS foram se descortinando, nos sertes do semirido, as estradas, os aucares, as linhas de trans-misso de energia, os sistemas de abastecimento dgua e, em tempos mais recentes, a irrigao e a introduo e incremento de espcies psiccolas, oferecendo a esse homem outras opes alimentares.

    Assim, o homem e o DNOCS, ao longo de mais de 100 anos atuando em conjunto no semi-rido, vo transformando a inrcia dos tempos mais remotos em opo de vidas melhores (NORDESTINO, 2007).

    3.2. COLETA E ANLISE DOS DADOSEste estudo utilizou-se de um questionrio semi-estruturado feito com o Gerente do Setor Logstico do DNOCS, com o intuito de conhecer a estrutura e os processos adotados na implantao da modalidade de licitao prego eletrnico nos processos de compras do DNOCS, que se iniciou, efetivamente, no ano de 2005.

    Segundo o Gerente do setor Logstico, o rgo no necessitou de adaptaes fsicas para a implantao do prego eletrnico, apenas foi disponibilizada uma sala equipada com computadores com acesso internet. Quando o mesmo foi questionado sobre a reduo do tempo gasto para se realizar a compra por prego eletrnico, em comparao s demais modalidades, com bastante clareza relatou que, desde a fase de abertura do processo de compras a sua concluso com o recebimento do produto, houve uma significativa reduo de 50%, haja vista que as outras modalidades consumiam em torno de 90 dias para que ocorresse todo esse processo, enquanto que, no prego eletrnico, conclua-se em 45 dias. Revela-se, assim, um processo de compras gil.

    Atualmente, para a execuo dos processos licitatrios feitos na modalidade do prego, so envolvidos, no processo, um pregoeiro e dois auxiliares.

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    Em relao ao aumento na quantidade de fornecedores concorrentes, explanou o chefe do Logstico, que uma vantagem, visto que possibilitou uma maior concorrncia entre os fornecedores e, consequentemente, uma queda nos preos, o que diminui os custos, e uma melhora no padro de qualidade dos produtos e servios oferecidos, beneficiando, assim, o Governo Federal.

    Os produtos adquiridos, fornecidos pelas empresas concorrentes, foram produtos de boa qualidade, mas observa o funcionrio que, para que no fosse pego de surpresa com produtos de baixa qualidade, foi feita uma especificao de forma criteriosa e se viesse a ser necessrio solicitaria uma amostra dos mesmos para comprovao de sua qualidade, no deixando de observar que os materiais adquiridos eram de marcas co-nhecidas e confiveis.

    As cotaes de preos realizadas para estimar os valores a serem utilizados nas aquisies de bens e servios comuns foram consideradas adequadas, tendo em vista que os bens e servios licitados foram contratados de conformidade com os valores referenciais pr--estabelecidos pelo rgo.

    No tocante aos bens e servios solicitados, o questionado informou que foram adquiridos parcialmente, uma vez que, em alguns preges referentes aquisio de bens, os produtos ofertados pelos fornecedores no se encontravam em conformidade com as especificaes exigidas pelos termos de referncias, como tambm os lances ganhadores de determina-dos itens ficavam acima do valor referencial estipulado. E quanto contratao de servi-os, muitas vezes as empresas no se encontravam em conformidade com as exigncias normativas do edital.

    O funcionrio relata, ainda, por meio do questionrio, que nenhum produto ou servio adquirido foi inutilizado, e avalia as compras pblicas, atravs de prego eletrnico, como regular.

    Na opinio do Gerente do Setor de Logstica do DNOCS, o Governo Federal escolheu uma excelente estratgia para a gesto de compras pblicas, pois a mesma veio a reduzir, sig-nificativamente, os custos e as fraudes, como tambm trouxe maior praticidade aos pro-cessos de licitao.

    Ele considera que a mais importante vantagem alcanada com o prego eletrnico a disputa (concorrncia on-line), que faz com que o licitante diminua seus preos, ou seja, consegue-se comprar por um preo bem melhor (diminuir custo), com menos burocrati-zao e com transparncia.

    3.3. APRESENTAO E ANLISE DOS PROCESSOS LICITATRIOS 2009 E 2010O presente estudo tem como base os dados quantitativos que foram extrados do Minist-rio da Integrao, por meio do Portal Transparncia Pblica Federal. Em relao utilizao do prego eletrnico nas licitaes do DNOCS nos anos de 2009 e 2010, as informaes esto expostas no grfico da figura 1:

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    Ano 1, n 2, fevereiro-julho de 2012

    Principais Resultados

    Nmero de utilizao das Modalidades relacionadas, referente a 2009 e 2010.

    Tabela Demonstrativa das Licitaes Utilizadas em 2009 e 2010

    Modalidades: Concorrsncia Tomada de Preos Convite Concurso Leilo Prego Eletrnico Total

    Quantidades: 10 3 4 0 0 33 50

    Grfico Demonstrativo das Licitaes Utilizadasem 2009 e 2010

    66%

    20%

    6%

    8%

    0%

    0%

    Concorrncia

    Tomada de Preos

    Convite

    Concurso

    LeiloPrego Eletrnico

    Figura 1 Principais ResultadosFonte: Autores, 2011.

    Foram coletados dados quantitativos dos processos licitatrios realizados pelo Departa-mento Nacional de Obras Contra as Secas DNOCS/CE, nos exerccios 2009 e 2010. Ob-serva-se, na tabela demonstrativa e no grfico comparativo expostos acima, que, em um universo de 50 processos coletados das modalidades apresentadas, o prego eletrnico predomina com 66% de utilizao, que equivalente a 33 processos realizados a cada 50 licitaes. Em seguida, vem a modalidade concorrncia, com 20%, que, em quantidade, expressa 10 processos licitatrios, em um universo de 50, que se utilizam desse meio. Em terceiro, destaca-se a modalidade convite, com 8%, seguida da tomada de preos, com 6%. J o concurso e o leilo no foram utilizados nenhuma vez nessa amostra.

    Portanto, das modalidades de licitao observadas acima, a mais utilizada pelo DNOCS o prego eletrnico, essa nova forma de licitar que tem crescido a cada dia.

    3.4. ANLISE DOS PREGES ELETRNICOS NO DNOCSAtravs da figura 2 a seguir, demonstraremos como se encontra a situao dos processos licitatrios analisados no exerccio de 2009 e 2010.

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    Principais Resultados

    Situao dos Processos que se utilizaram de Prego Eletrnico

    Anlise da Situao dos Preges Eletrnicos: 2009/2010

    Realizados 27

    Em Andamento 2

    Anulados 2

    Revogados 2

    Total 33

    Grfico Comparativo da Situaodos Preges Eletrnicos 2009-2010

    Em andamento

    Relizados

    Anulados

    Revogados

    6% 6%6%

    82%

    Figura 2 Anlise da situao dos preges eletrnicos 2009-2010Fonte: Autores, 2011.

    A ttulo de amostragem, dos 50 processos de compras realizados no ano de 2009 e 2010, em 33 foi utilizada a modalidade prego eletrnico. Nota-se que cerca de 82% dessas licitaes foram realizadas, ou seja, os processos obtiveram xito, o que demonstra sua praticidade e, consequentemente, a sua viabilidade econmico-financeira para o errio pblico. Ainda no grfico comparativo, pode-se observar que ainda existem 6% dos processos de 2009 e 2010 em andamento, 6% foram anulados em funo da consta-tao de ocorrncia de ilegalidade nos atos praticados e 6% foram revogados, no que corresponde ao cancelamento de um processo licitatrio em funo da convenincia ou oportunidade administrativa.

    4. CONSIDERAES FINAISO presente estudo de caso demonstra a indiscutvel eficincia e vantagens do prego ele-trnico como meio de licitar perante as demais modalidades. um modelo inovador para a Administrao Pblica e para as empresas, visto que, para sua utilizao, as organizaes

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    Ano 1, n 2, fevereiro-julho de 2012

    devem adaptar-se s mudanas tecnolgicas, a fim de que possam participar dos certames virtuais, mantendo-se, assim, competitivas no mercado.

    Devido ao seu processo ocorrer por meio da internet, essa nova forma de licitar torna-se um meio mais rpido, pois o tempo que gasto no prego eletrnico reduzido signifi-cativamente, alm de ser transparente, pois abre a possibilidade de que qualquer pessoa possa acompanhar o processo em tempo real. Outro aspecto satisfatrio que a realizao da licitao pela internet, sem a necessidade da presena fsica dos licitantes na sesso, possibilita a ampliao do universo de participantes, ou seja, aumenta a competitividade.

    Quanto ao estudo de caso, constatou-se que a utilizao da ferramenta prego eletrnico vem proporcionando ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas DNOCS, desde o incio de sua utilizao, considerveis vantagens no s na reduo das fraudes e dos custos processuais, mas, de maneira acentuada, na economicidade. E essa foi a realidade apresentada pelo Gerente do Setor de Logstica do DNOCS.

    A Administrao Pblica, com o aparecimento do prego eletrnico, passou a ser vista de maneira mais positiva pelas empresas e pela sociedade, por garantir a competio de forma justa, considerando que o modelo tradicional apresenta grandes possibilidades de fraude ou corrupo, tais como o favorecimento de empresas nas licitaes pblicas e a prevalncia de interesses particulares, o que dificilmente ocorre no meio eletrnico, uma vez que este privilegia a transparncia e maior fiscalizao dos gastos de recursos pblicos.

    Desse modo, o prego, em sua forma eletrnica, considerado a melhor forma para a Adminis-trao Pblica contratar, por assegurar celeridade e eficcia, alcanando a proposta mais van-tajosa, tendo sempre como objetivo a busca da excelncia na prestao dos servios pblicos.

    Pode-se concluir que o objetivo geral deste trabalho, que foi o de analisar os processos licitatrios do DNOCS aps a implantao do prego eletrnico, foi atingido. Considera-se que, a partir da fundamentao terica, foi possvel diagnosticar as principais diferenas entre os modelos de prego, identificando a reduo dos custos do procedimento licitat-rio, bem como perceber que a percentagem (%) de compras realizadas pelo prego eletr-nico muito satisfatria. Dessa forma, o prego eletrnico apresenta mais vantagens do que desvantagens, por garantir a competio de forma justa, considerando que o modelo tradicional apresenta grandes possibilidades de fraude ou corrupo, alm de ser mais rpido, transparente e as empresas poderem acompanhar o processo em tempo real.

    Tendo em vista o exposto, recomendamos ao DNOCS permanecer utilizando o prego ele-trnico nas compras de bens e servios comuns, tendo em vista ser esta a modalidade mais utilizada, de acordo com a anlise realizada, e que trouxe maior celeridade ao processo.

    Esperamos que este estudo possa subsidiar estudos futuros, de forma a ser feito um maior aprofundamento quanto aos benefcios propiciados com a implantao do prego eletrni-co em outros rgos pblicos.

    5. REFERNCIASBRASIL, Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto. Departamento de Logstica e Servios Gerais da Secretaria de Logstica e Tecnologia da Informao. Curso Forma-

  • 37

    o de Pregoeiros: Prego Eletrnico Tradicional. Mdulo 2: Fases do Prego Eletrnico. Siasg: Comprasnet: [S.L], 2010. Disponvel em: Acesso em: 1 Set.2011.

    ______.Tribunal de Contas da Unio. Licitaes & Contratos. 3 ed. Portal TCU. P. 207-209, 2011. Disponvel em: Acesso em: 04 Out. 2011.

    CARVALHO, D. Oramento e Contabilidade Pblica. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

    DI PIETRO, M. S. Licitao. In: DIREITO ADMINISTRATIVO. So Paulo: Atlas, 2010.

    FONSECA, M. A. Prego eletrnico: uma anlise de sua evoluo histrico-legislativa e das inovaes decorrentes do Decreto n 5.450/200. JusNavigandi, mar.2006. Disponvel em:. Acesso em: 30 ago.2011.

    GIL, Antnio Carlos. Como fazer um projeto de pesquisa. So Paulo: Atlas, 1996.

    MEDAUAR, O. Direito Adminstrativo Moderno. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.

    MEIRELLES, H. L.. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros Editores, 2009.

    PAS ECONOMIZA R$ 25,6 BI COM PREGO ELETRNICO. Brasil.com.br, 10 maio 2011. Disponvel em: Acesso em: 13 nov. 2011.

    PENA, Cludia Brito; FELICIDADE, Rafaela Suzana de Nazar; MONTEIRO, Josu. Licita-o por Prego Eletrnico: economicidade, celeridade e transparncia na Secretaria de Estado da Fazenda do Par SEFA. 7. Simpsio de Exelncia em Gesto e Tecnolo-gia SEGET, 2010. Disponvel em: Acesso em: 21 Set.2011.

    6. APNDICEAPNDICE A Questionrio aplicado para analisar os processos licitatrios realizados atra-vs da modalidade prego eletrnico de 2009/2010

    1 Quando foi implantado na instituio esse procedimento de compras intitulado Pre-go Eletrnico?

    2 Necessitou de alguma adaptao fsica nas estruturas do rgo?

    3 Desde a abertura do processo ao recebimento do produto, houve perceptvel reduo no tempo gasto para se concretizar a compra? Exemplifique

    4 Quantos funcionrios esto disponibilizados para atuar nos processos de licitao mais precisamente na modalidade prego e letrnico?

    5 Com a quebra de barreiras estaduais houve um significante aumento no nmero de fornecedores concorrentes, na sua viso, veio a ser uma vantagem ou desvantagem para o DNOCS? Porque?

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    Ano 1, n 2, fevereiro-julho de 2012

    6 Quanto aos custos dos processos licitatrios, o prego eletrnico ofereceu algum be-nefcio ao governo federal? Porque?

    7 Em relao ao tempo e a praticidade, essa modalidade em questo mais vantajosa comparando com as outras modalidades utilizadas? Porque?

    8 No que diz respeito aos produtos fornecidos pelas empresas ganhadoras, um produto de qualidade? Exemplifique.

    9 Na elaborao do projeto realiza-se uma cotao de preos para estimar o valor a ser utilizado. Levando em considerao as cotaes realizadas no ano de 2009 e 2010, os va-lores estimados para aquisio de bens e servios comuns foram:

    a) ( ) Adequado b) ( ) Subestimado c) ( ) Superestimado

    10 Quanto ao tempo, voc avalia o processo de compra do seu incio ao seu final como?

    a) ( ) Muito demorado

    b) ( ) Demorado

    c) ( ) Sem demora

    d) ( ) Rpido

    11 Caso tenha respondido muito demorado ou demorado, o que voc acredita que em-perra o processo?

    a) ( ) Muita burocracia entre a solicitao de compra e o incio do prego

    b) ( ) Demora entre a compra e o recebimento do material ou servio pelo almoxarifado

    c) ( ) Demora entre a conferncia pelo almoxarife e entrega ao solicitante

    d) ( ) Outros. Citar. ______________________________________________

    12 Os materiais ou servios solicitados foram adquiridos?

    a) ( ) Totalmente

    b) ( ) Parcialmente

    c) ( ) No foi adquirido

    13 Os materiais ou servios recebidos foram os esperados?

    a) ( ) Sim b) ( ) No

    14 . Quanto qualidade dos materiais ou servios adquiridos qual a sua avaliao?

    a) ( ) Ruim

    b) ( ) Regular

    c) ( ) Boa

    d) ( ) tima

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    15 . Quanto marca dos materiais adquiridos voc diria que :

    a) ( ) Conhecida e confivel

    b) ( ) Conhecida e no confivel

    c) ( ) Desconhecida

    16 J foi necessrio o descarte ou inutilizao de algum tipo de material ou servio ad-quirido em Prego Eletrnico?

    a) ( ) Sim b) ( ) No

    Em caso positivo, porque?

    17 Caso positivo, foi necessrio uma nova solicitao de compra do referido material ou servio descartado ou inutilizado?

    a) ( ) Sim b) ( ) No

    Porque?

    18 Quanto a aquisio de materiais e servios por meio do Prego Eletrnico qual a sua avaliao?

    a) ( ) Ruim

    b) ( ) Regular

    c) ( ) Bom

    d) ( ) timo