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PREPARO DE AMOSTRAS
Departamento de Engenharia de Materiais
Disciplina: Técnicas de Análise Química
Vânia O. Alves | Profº Ângelo Capri Neto
PAE/USP - Programa de Apoio ao Ensino
QUÍMICA ANALÍTICA
Ramo da química que envolve
separação, identificação e
determinação das quantidades
relativas dos componentes
de uma AMOSTRA
Controle de qualidade (matéria prima e/ou produto final)
Avaliação ambiental (poluição)
Exposição ocupacional (análise do ambiente/ fluidos biológicos)
Controle de produção (adição de C, Ni, Cr na fabricação de aço)
problemas analíticos
Da definição do problema:
Qual a informação analítica
necessária?
Qual o método mais adequado?
Como obter amostra(s) representativa(s)?
Como preparar a amostra?
(i.e. convertê-la em uma forma adequada para a análise)
Quais os procedimentos de calibração/ medição?
O resultado obtido é confiável?
Apresentação dos resultados / Uso dos dados
MOAGEM: Etapa crítica analitos em baixas concentrações
Aumenta homogeneidade
(maior representatividade com menor quantidade de amostra)
Aumenta razão: área superficial/volume da solução
(facilita solubilização/abertura da amostra)
Calor (trituração) pode alterar a composição da amostra
perda de voláteis
Quantidade de água (elevação da área superficial e temperatura)
Ex: CaSO4.2H2O (Diminui ≈ de 21% para 5% quando triturado a pós finos)
Reações com a atmosfera (aumento da área superficial )
Ex: Quantidade de Fe+2 de uma rocha pode diminuir até 40% durante a
trituração. Por quê? Provável oxidação do Fe+2 a Fe+3 .
Misturas de materiais moles e duros perda na forma de poeira.
Peneirar todo o material os mais duros/composições diferentes
ficam por último após repetidas triturações e peneiramento.
MOAGEM:
Contaminação causada pelo aparato.
Problema na análise de minoritários.
partículas ~ 5 mm
(“pré-moagem”)
MOAGEM:
partículas
~ 63 µm
partículas < 63 µm
Esmagamento entre duas superfícies.
Fricção contra uma superfície (almofariz).
Alteração e fragilização da estrutura do material (criogênico).
MOAGEM:
Moagem Criogênica
Homogeneização / Tamanho das partículas/ Aplicações analíticas,
Promove o congelamento da amostra [N2 (-196°C) ou gelo seco em acetona
(-78°C)] para aumentar a dureza dos materiais,
provocando falhas na estrutura.
O material torna-se quebradiço, sendo necessária menor energia
para sua cominuição.
IYENGAR, G. V.; KASPEREK, K. Application of brittle-fracture technique (bft) to homogenise biological
samples and some observations regarding distribution behavior of trace-elements at different
concentration levels in a biological matrix. Journal of Radioanalytical Chemistry, Lausanne,
v.39, n.1-2, p. 301-316, 1977.
MOAGEM: Moagem Criogênica
Produção de CRM moagem
criogênica possibilita obter materiais
mais finos e que viabilizarão uma
representatividade adequada mesmo
para massas reduzidas do material.
Moagem pouco afetada por
contaminação, principalmente se as
peças do equipamento forem feitas de
PTFE ou titânio.
Rapidez e geração de partículas
com tamanhos inferiores a 150 μm.
MOAGEM: Moagem Criogênica
MARTINS, V.; DEMÉTRIO, K. B.; SCHAEFFER, L. Obtenção de pós nanocristalinos de aluminio produzidos
por moagem de alta energia e criogenia: uma revisão. In: 67º Congresso da ABM. ISSN: 1516-392X.
Disponível em: <http://www.ufrgs.br/ldtm/ publicacoes/2012/21357.pdf>. Acesso em: 24 out. 2016.
Pós nanocristalinos produzidos com alta energia de atrito mecânico
a uma temperatura criogênica (cryomilling) em câmera de moagem de aço
inoxidável e esferas do mesmo material com diâmetro de 6,4 mm.
Os pós com 12h de moagem prensados em vácuo a quente sob 255 MPa a
550 ° C, isotermicamente, durante 0,5 h.
Os resultados da liga Al-5at.% Ti exibiram os tamanhos de grão médio de pós
moído com baixa temperatura e à temperatura ambiente com partículas de
16 nm e 21 nm, respectivamente.
MOAGEM: Moagem Criogênica
Um problema associado à mecanização da moagem criogênica visando aplicações
analíticas é o estresse mecânico sofrido pelas peças móveis do moinho sob
baixas temperaturas, que pode levar ao desgaste e, até mesmo, ao cisalhamento
do material empregado na construção do moinho.
Alternativa moinhos que utilizam a moagem por impacto com barras
magnéticas
Vantagens
Rapidez na moagem de amostras de maior dureza (ossos, quartzo, dentes,
polímeros) e de difícil homogeneização (fibras, borrachas, tecidos animais com
alto teor de umidade e gordura)
Diminuição dos riscos de contaminação entre amostras, uma vez que cada
amostra é moída em um conjunto individual de moagem.
Amostra é introduzida com a barra magnética no tubo de policarbonato
(vedado nas extremidades com as tampas de aço)
Conjunto de moagem tubo de policarbonato, uma barra magnética e duas tampas de aço inoxidável.
imerso em N2 durante todo o programa de moagem (diminui perda de voláteis e/ou oxidáveis)
após pré-congelamento, um campo magnético alternado é aplicado fazendo com que a barra
magnética atinja as tampas do tubo em alta velocidade.
a cominuição é promovida pelo impacto da barra magnética com as amostras e com as
tampas do conjunto de moagem.
apenas as barras magnéticas estão em movimento no moinho, sem o auxílio de braços ou
pistões mecânicos (evita-se o desgaste/cisalhamento do material empregado).
Em amostras de maior dureza, o tubo de policarbonato pode ser substituído por um tubo de aço
inoxidável.
MOAGEM: Moagem Criogênica
MOAGEM: Moagem Criogênica
https://www.youtube.com/watch?v=IMo-8aAXNII SPEX Freezer Mill 6750 – Amostra de cabelo
MOAGEM:
Artigo de revisão - síntese de ligas por processos de moagem:
Tipos de moinho mais usados
Principais variáveis experimentais que afetam a moagem
Configuração do moinho e recipiente de moagem,
Velocidade e tempo de moagem,
Massa de amostra,
Atmosfera
Temperatura de moagem
SURYANARAYANA, C. Mechanical alloying and milling. Progress in Materials Science, v.46, p.1-184, 2001.
SECAGEM:
Secagem até massa constante comum em amostras que apresentem água
em quantidade variável /forma não determinada.
Solos, rochas, minérios, sedimentos secagem a 105° C,
desde que não haja risco de perdas por volatilização /degradação térmica.
Materiais biológicos
secos a 60 – 65° C em estufa com circulação forçada de ar
Minerais (aluminatos e silicatos) temperaturas maiores que 1000° C.
SECAGEM:
Amostras higroscópicas (como os sais à base de cloreto)
Amostras que contêm água em sua composição (alimentos in natura)
O teor de “umidade” das amostras deve ser sempre considerado,
pois o grau de hidratação (ou desidratação da mesma) alterará a composição
da amostra, cujos componentes tornam-se mais ou menos concentrados devido à
massa de amostra, que varia com a umidade.
Se as amostras não forem previamente secas,
o teor de água deve ser considerado na emissão do resultado final,
(i.e. expresso em termos de massa seca ou massa úmida).
Em análises comparativas de amostras diferentes, mas de um mesmo tipo,
a variação do teor de uma substância pode não ser significativa
se as diferentes amostras tiverem diferentes quantidades de água
(i.e. o resultado deve ser normalizado em função dos seus teores de umidade).
SECAGEM:
Microondas doméstico
Dessecador,
Liofilizador processo no qual amostra é congelada entre -80 e -60 °C, e
depois é seca sob vácuo em temperaturas entre -20 e + 40° C.
unidade liofilizadora;
plataforma (ou câmara) de secagem: local no qual amostra é
posicionada;
bomba de vácuo: reduz a pressão em contato com a amostra;
frascos compatíveis com a câmara (plataforma).
MAGALHAES, R. S.; LIMA, R. M. F.; SOUZA, H. A.
O uso de microondas para determinação de umidade de
bauxita. Rev. Esc. Minas [online], vol.56, n.4, p.255-259, 2003.
SECAGEM:
Dependendo dos elementos a serem determinados,
a secagem deverá ser feita em ambientes limpos
(ISO Classe 5, Classe 6 ou Classe 7).
Capela de fluxo laminar
Cria ambiente limpo em pequenas áreas
de trabalho, independentemente das
condições do ambiente que o rodeia.
SEPARAÇÃO DE COMPONENTES DE AMOSTRAS SÓLIDAS:
Estratégias: Extração de espécies inorgânicas de amostras sólidas inorgânicas
Lixiviação de compostos de elementos metálicos solúveis presentes em sólidos inorgânicos
Extração com solventes de compostos orgânicos de amostras sólidas
Vaporização/sublimação/destilação:
(separa-se o analito de uma fase sólida, aquecendo-se a amostra
e analisando-se diretamente a espécie volátil ou coletando-se a fase volátil
em um suporte sólido ou em uma fase líquida)
Objetivos:
Dissolver quantitativamente alguns analitos de interesse.
Extrair somente um/alguns componentes de interesse, deixando o resto da amostra
(fração insolúvel) no estado sólido.
FILTRAGEM:
Separação de partículas em suspensão.
Análise de águas recomenda-se a filtração através de filtro de membrana de
acetato ou de nitrato de celulose com porosidade de 0,45 μm ou de 0,20 μm.
A fração que passa pelo filtro é denominada solúvel.
Pré-filtro de fibra de vidro com porosidade de 1 a 5 μm é recomendada em
amostras com elevado teor de sólidos em suspensão.
O resíduo no filtro pode ser lixiviado ou decomposto, e então analisado.
Materiais em suspensão podem entupir irreversivelmente nebulizadores
pneumáticos utilizados em espectrometria de emissão atômica com plasma, e
interferir em medidas feitas por espectrometria de absorção molecular e
turbidimetria, o que pode ser evitado com filtração apropriada.
ANÁLISE DIRETA
DE SÓLIDOS
Grande parte das amostras submetidas à análise elementar
encontra-se na forma sólida.
Possibilidade de analisá-las diretamente (sem nenhum/com mínimo
tratamento prévio) deve ser vista como boa alternativa
[JACKSON, 1999]
VANTAGENS:
(1) simplificação no pré-tratamento (queda no tempo gasto x aumento da frequência analítica),
(2) minimização dos riscos de contaminação (uso reduzido de reagentes, pouca manipulação ou
baixa exposição ao ambiente),
(3) minimização das perdas do analito,
(4) menor periculosidade (não necessidade de utilizar reagentes tóxicos/corrosivos),
(5) minimização da geração de resíduos,
(6) maior poder de detecção, uma vez que as amostras não são diluídas,
(7) possibilidade de se analisar pequena quantidade de amostra [KURFÜRST, 1998].
ANÁLISE DIRETA
DE SÓLIDOS
ANÁLISE DIRETA
DE SÓLIDOS
Técnicas que requerem amostras sólidas
espectrometria de emissão atômica com arco, faísca, ablação com laser,
e aquelas baseadas em reações de combustão.
Técnicas aplicáveis a amostras sólidas ou líquidas
análise por ativação neutrônica instrumental, fluorescência de raios X,
espectrometria de absorção atômica, ICP OES, ICP-MS.
Técnicas que requerem amostras na forma de soluções: Clássicas (volumetria, gravimetria)
Espectroanalíticas (espectrometria de absorção atômica, espectrometria de
absorção molecular, espectrometria de emissão atômica, espectrometria de
fluorescência atômica) Eletroanalíticas (voltametria, amperometria, potenciometria),
Cromatográficas.
EMPECILHOS
ANÁLISE DIRETA
DE SÓLIDOS
A maioria dos sólidos, com raras exceções, como algumas ligas metálicas e
vidros é mistura heterogênea.
Materiais biológicos, geológicos e ambientais são caracteristicamente
não homogêneos, sendo as rochas, os solos e os sedimentos,
os materiais que apresentam composições mais heterogêneas
[JACKSON, 1999].
Maioria dos materiais inorgânicos
inerentemente pouco solúveis em água ou outros solventes,
requerem drásticas decomposições químicas.
EMPECILHOS
ANÁLISE DIRETA
DE SÓLIDOS
Heterogeneidade em pequenas massas de amostras
Presença de nuggets nos quais podem estar contidas
concentrações de elementos traços muito maiores
do que em outras partes da amostra [KURFÜRST, 1993].
Massa muito pequena:
Comprometimento da precisão e exatidão dos resultados,
da representatividade e da homogeneidade
ROSSBACH et al, 1998:
Desvio padrão relativo
cresceu de 0,5% para 50% quando massas diminuíram de 100 mg para 0,01 mg.
ANÁLISE DIRETA
DE SÓLIDOS
Calibração:
Maioria dos CRMs atualmente disponíveis comercialmente
apresenta homogeneidade garantida somente para
massas elevadas de amostra, variando entre 100 e 500 mg
[ZEISLER, 1998]
EMPECILHOS
PREPARO
DA AMOSTRA
http://www.sampleprep.duq.edu/dir/why_sp_2.html
Adaptado de Ronald E. Major “An overview of sample preparation”, LC-GC,vol 9, nº1, 1991.
Varia de 5 min a 48 h (ou muito mais), dependendo da complexidade da matriz.
PREPARO
DA AMOSTRA
Ácidos podem ser fontes de
contaminação severa, dependendo do
elemento a ser determinado, da qualidade e
do volume do ácido utilizado.
Mesmo ácidos de alta pureza
comerciais podem apresentar concentrações
relativamente elevadas de contaminantes,
inviabilizando a determinação de elementos
traço em baixíssimas concentrações,
PREPARO
DA AMOSTRA
Ácidos de altíssima pureza, a um custo relativamente baixo:
Purificação por destilação abaixo do ponto de ebulição (sub-boiling distillation) Aquece-se líquido com radiação infravermelha, utilizando-se uma resistência elétrica aquecida
por efeito Joule, protegida por um invólucro de vidro/quartzo. A superfície líquida é vaporizada sem entrar em ebulição.
O líquido vaporizado é condensado em um dedo frio, em geral feito de quartzo de alta pureza,
Produto final de pureza equivalente ou até maior que um produto comercial
(se devidamente coletado e armazenado em frascos de alta pureza).
PREPARO
DA AMOSTRA
Em princípio: Nenhum material é absolutamente resistente a uma
solução, mesmo que somente água entre em contato.
Cada elemento presente no material será
encontrado na solução, em maior ou menor quantidade.
Quantidade dependerá do material, do tempo de
contato e da temperatura.
Vidro de borosilicato: muito impuro
Quartzo, polietileno, polipropileno e polímeros
fluorinados (PTFE, PFA, FEP). Perdas por adsorção em vidros.
Soluções não devem ser armazenadas em vidro
para determinação de elementos-traço em baixíssimas
concentrações.
PREPARO
DA AMOSTRA
Perdas de analitos por interações com frascos de reação
Componentes da amostra podem reagir com materiais empregados em métodos
de decomposição, particularmente as quando decomposições são feitas em
cadinhos.
Perdas dependem da temperatura, do material do cadinho e da composição da
amostra. Ex: Se o cadinho for de porcelana ou sílica, o elemento pode reagir e ficar
aderido nas paredes do cadinho, sendo perdido neste tipo de pré-tratamento.
Silicatos, fosfatos e óxidos combinam-se facilmente com o esmalte dos
cadinhos de porcelana cadinhos de platina.
Cadinhos de platina podem formar ligas com metais nobres.
PREPARO
DA AMOSTRA
Temperatura máxima de serviço :
LDPE; 80°C HDPE: até 110°C
Polímeros fluorinados (fluoropolímeros)
mais caros que polietileno e polipropileno
maior resistência aos ácidos
maiores temperaturas de serviço.
PTFE (politetrafruoroetileno) convencional torna-se poroso quando submetido a
temperaturas maiores que 150°C.
PFA (perfluoroalcoxi): 260°C,
FEP (fluoroetilenopropileno) : 200°C
TFM (PTFE modificado pela Hoescht) : até 300 °C.
PREPARO
DA AMOSTRA Procedimento ideal
Dissolver a amostra completamente, sem deixar nenhum resíduo.
Ser razoavelmente rápido
Reagentes
não deverão interferir na determinação do analito e/ou na separação dos constituintes
de interesse.
deverão estar disponíveis em alto grau de pureza para não contaminar as amostras.
Perdas (volatilização, adsorção e/ou absorção, etc) deverão ser desprezíveis;
Tanto os reagentes como a amostra não deverão atacar o recipiente onde será feita a
reação;
Contaminações devidas ao ambiente deverão ser desprezíveis;
Procedimento deve apresentar o mínimo de insalubridade e periculosidade;
Solução final deverá conter todos os analitos de interesse.
PREPARO
DA AMOSTRA
Dissolução ou solubilização amostra sólida, líquida ou gasosa é
dissolvida em líquidos adequados a baixas temperaturas. Pode ou não
ocorrer uma reação química.
Abertura ou decomposição amostra é convertida em outra forma sólida com transformação química. A nova forma é facilmente solúvel em solução aquosa.
Ex: fusão de uma amostra de silicato insolúvel com Na2CO3 até a formação de um produto claro que se solidifica após esfriar, sendo prontamente dissolvido com solução de ácido nítrico diluído.
Mineralização amostras orgânicas ou de natureza mista. Destruição
da matéria orgânica.
Termos comuns:
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida
Seleção do(s) ácido(s):
Os ácidos minerais mais comuns são: HCl, HNO3, H2SO4, HClO4 e HF
Força do ácido;
Ponto de ebulição;
Poder oxidante do ácido e/ou de um de seus produtos de
decomposição;
Poder complexante com respeito aos íons de interesse;
Solubilidade dos sais correspondentes;
Grau de pureza e/ou facilidade de purificação;
Aspectos relacionados à segurança durante a manipulação.
PREPARO
DA AMOSTRA
PONTO DE EBULIÇÃO À PRESSÃO ATMOSFÉRICA
Ácido Concentração P.E. (C)
HCl 37% (m/v) 110
HF 49% (m/v) 108
HNO3 70% (m/v) 120
Água-régia (HCl:HNO3 3:1) v/v 112
H2SO4 98,3% (m/v) 338
H3PO4 85% (m/v) 150
Via úmida
Seleção do(s) ácido(s):
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida
Seleção do(s) ácido(s):
Não oxidantes
HCl
HF
H3PO4
H2SO4 diluído
HClO4 diluído
Oxidantes
HNO3
HClO4 conc. a quente
H2SO4 conc. a quente
Classificação dos ácidos na decomposição de amostras por via úmida
O método de Kjeldahl determina a matéria nitrogenada
total de uma amostra. A base do processo de Kjeldahl
é o deslocamento do nitrogênio presente na amostra,
transformando-se em sal amoniacal
(sulfato de amônio, por meio de H2SO4).
É o ácido mais usado na decomposição da matéria orgânica
Entra em ebulição à 120°C, o que facilita sua remoção após a oxidação, mas
limita a sua eficácia
Em sistemas abertos, não é oxidante suficientemente forte para mineralizar
completamente o material orgânico
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida
Características dos ácidos
Ácido nítrico - HNO3
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida
Características dos ácidos
Ácido sulfúruco - H2SO4
Possui elevado ponto de ebulição (máx. 339°C), o que aumenta a eficácia da
decomposição, mas dificulta a sua remoção;
Possui a desvantagem de formar compostos insolúveis com alguns metais:
CaSO4 (pouco solúvel), BaSO4, SrSO4 e PbSO4;
Sua viscosidade pode causar interferências em algumas técnicas de detecção
(Ex: ICP, ETAAS)
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida
Características dos ácidos
Ácido clorídrico - HCl
Ponto de ebulição de 110°C
Caráter não oxidante
Dissolve sais de ácidos fracos (carbonatos, fosfatos); a maioria dos
metais é solúvel com exceção de AgCl, Hg2Cl2 e TiCl
Cloretos voláteis: As(III), Sb(III), Ge(IV), Se (IV), Hg(II), Sn(IV)
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida
Características dos ácidos
Ácido perclórico – HClO4
Utilizado com conhecimento e atenção, este reagente é extremamente
eficiente na destruição da matéria orgânica.
Do ponto de vista técnico, a mistura HNO3 e HClO4 é a que possui
menos desvantagens.
Risco alto de explosões, aconselhável evitar o seu uso.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida
Características dos ácidos
Ácido perclórico – HClO4
Algumas regras na manipulação:
Nunca use ácido mais concentrado que 72%;
Nunca deixe que o ácido concentrado a quente entre em contato direto com materiais
facilmente oxidáveis;
Não utilize capelas de exaustão com superfícies expostas construídas com material orgânico
(Ex: madeira);
Não armazene o ácido em frascos cujas tampas são de borracha;
Lave o papel de filtro com bastante água após seu uso com ácido perclórico;
Lave com água os locais onde o ácido possa ter entrado em contato.
Diferentes propriedades úteis podem ser combinadas
(Ex: um ácido com poder complexante com um ácido oxidante):
HF + HNO3, HF + HClO4, HF + H2SO4, HF + HNO3 + HCl
Dois ácidos podem reagir formando
produtos com maior reatividade que
qualquer um deles empregado
isoladamente:
(Ex: Água régia HNO3:HCl, 1:3 )
Uma propriedade indesejável em um ácido pode ser moderada pela presença de um
segundo ácido:
HNO3 + HClO4
A amostra pode ser dissolvida com um ácido, o qual é separado da mistura por um outro
ácido que o substitui (HF + HClO4, HF + H2SO4).
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida
Misturas de ácidos minerais
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida
Misturas de ácidos com outros reagentes
Melhoram a eficiência da dissolução com um ou mais ácidos minerais:
Eletrólitos inertes – são adicionados para aumentar o ponto de ebulição do ácido,
resultando numa maior temperatura final para a dissolução
(adição de Na2SO4, K2SO4 ou (NH3)2SO4 ao H2SO4).
Agentes complexantes – mantém os analitos em solução, evitando precipitação. Ácidos tartárico, cítrico e láctico combinados ao HNO3 dissolvem antimônio
elementar, ligas e minérios de antimônio, evitando a hidrólise do íon metálico.
Ligas de Pb-Sn: dissolvidas com HNO3 e tartárico ou nítrico+tartárico+cítrico,
Semicondutores PbTe e GeTe: dissolvidos com HNO3 conc e solução de oxalato de sódio.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida
Misturas de ácidos com outros reagentes
AGENTES OXIDANTES - Peróxido de hidrogênio – H2O2
Misturas de ácidos com peróxido de hidrogênio são particularmente eficientes na oxidação
da matéria orgânica. (Ex: H2O2 + ácidos sulfúrico e nítrico)
A água é o único produto de decomposição presente.
É encontrado com alto grau de pureza.
Combinado com o poder de desidratação do ácido sulfúrico, esse tipo de reação
rapidamente degrada a matéria orgânica a espécies menores, que volatilizam facilmente.
Catalisadores – aumentam a velocidade de dissolução com ácidos
(Cu2+, Hg2+).
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida
Misturas de ácidos com outros reagentes
AGENTES OXIDANTES - Peróxido de hidrogênio – H2O2
Em pequenas quantidades tratamento final remoção de produtos coloridos
em solução após alguns procedimentos para oxidação de materiais orgânicos
com misturas ácidas ( ácidos nítrico e sulfúrico, por exemplo).
Agente oxidante poderoso.
Dissolução de aços
Br2 para minérios contendo telúrio
KClO3 com HCl para a dissolução de minérios contendo arsênio e/ou enxofre
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Aberto
Energia Térmica
Placa Aquecedora
Banho Maria
Bloco Digestor
Chama (bico de Bunsen)
SISTEMA ABERTO
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Aberto
Aquecimento condutivo
bomba digestor Kjeldahl
bloco chapa
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Aberto
Aquecimento condutivo
Correntes convectivas
. . . .
.
.
Temperatura da superfície externa é superior ao P.E.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Aberto
Sistema assistido por microondas
Forno de microondas com cavidade Forno de microondas focalizadas
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Aberto
Sistema assistido por microondas
As digestões são feitas em frascos de digestão:
Adequadamente “fechados” à pressão atmosférica.
Forma tubular com 30 a 40 cm de altura e 2 a 4 cm de diâmetro
Fabricados em quartzo, vidro borossilicato ou PTFE
Capacidade para 50, 100 ou 250 ml. Abertos: entrada para diferentes reagentes permite programa de digestão
diferente e totalmente independente para cada amostra.
Até 10g de amostra.
Possibilidade de trabalho simultâneo com até 6 amostras diferentes com um único guia
de ondas; simultaneamente com 4 frascos de digestão (1 magnetron por tubo); e
sequencialmente, com frascos posicionados em um carrossel, passando um tubo de cada
vez pelo guia de ondas.
Possui dispositivo adaptado na sua extremidade superior restringe contaminação
pelo ar externo e com entrada para adição contínua/intermitente de reagentes,
proporcionando refluxo dos vapores dos solventes/ácidos, de modo a aproveitar ao
máximo a capacidade de digestão e minimizar as perdas de reagentes.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Aberto
Vantagens
As temperaturas atingidas são bem menores do que as necessárias
na via seca, diminuindo, assim, perda por volatilização são minimizadas.
Perdas por retenção nas paredes dos recipientes são menos
frequentes.
As reações dos elementos traços com constituintes da amostra são
limitadas.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Aberto
Limitações
Pode ocorrer co-precipitação de alguns elementos com um elemento
principal da matriz. (Ex: Ca precipitar com CaSO4, se for utilizado H2SO4)
A presença de cloretos pode levar a perda de alguns elementos por
volatização (Ex: As)
A dissolução incompleta é um risco maior na via úmida devido à
escolha inadequada de reagentes ou um inapropriado programa de
aquecimento (temperatura x tempo).
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Fechado
Não há perda por volatilização
Menor tempo de reação (3 a 10 vezes)
Melhor decomposição devido a maior pressão e temperatura atingidas.
O “branco” é reduzido devido a menor quantidade de reagentes
Nenhuma contaminação por fontes externas.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Fechado
Pode ser realizada utilizando-se:
Frasco de Carius – 1860
Bomba de decomposição PTFE clássica (BOMBA DE TEFLON)
Sistema a alta pressão (até 15 MPa) com recipiente de TFM,
PFA ou quartzo (HIGH PRESSURE ASHER 1989 Knapp).
Microondas com recipiente Teflon, PFA ou TFM à baixa
pressão (até 1,5 MPa)
Frasco de combustão com O2
Frasco de combustão de Schöniger
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Fechado
Frasco de Carius
Alguns elementos não podem ser determinados por decomposição por
via úmida derivados voláteis (Ex: halogênios, exc. F; As, B, Hg, P, S, Sn e Te).
Colocar amostra em um tubo de vidro de parede grossa com HNO3 (67−97%)
Selar
Aquecer (250−300 °C) por algumas horas até completa decomposição.
(Ex: Substâncias que se decompõem facilmente é suficiente 1 h de aquecimento e
2 a 3 ml de HNO3 65 % por grama de amostra. Tecidos de peixe, gorduras e corantes
devem ser aquecidos com 5−7 ml/g de amostra durante 3-5h)
HNO3 é muito eficiente nestas condições de pressão/temperatura mais altas
Tubo recoberto por um tubo protetor de aço risco de explosão.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Fechado
Bomba de decomposição PTFE clássica
(Bomba de Teflon - 1972) Volumes disponíveis:
23 ml, 45 ml e 125 ml HNO3 conc. (65-69%)
Mistura aquecida via programa especial de temperatura no frasco sob pressão
(Bomba é aquecida em um bloco de metal ou em uma estufa termostatizada)
Recipiente de PTFE
Contido em um cilindro de aço.
Fechado com uma tampa de PTFE, pressionada
por uma mola,
Pressão valor máximo de segurança
Tampa se abre
Gases gerados escapam,
Elimina-se risco de explosão.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Fechado
High Pressure Asher – HPA
(Decomposição a altas temperaturas – 300°C)
Amostras biológicasproteínas/aminoácidos digeridos com ácido nítrico,
Frequentemente faz-se necessário mineralizar completamente
os produtos de decomposição resultantes.
Para se oxidar completamente, independentemente de sua composição química,
recomenda-se: HNO3 - 300 °C - 2 h Decomposição das soluções resultantes praticamente não contém carbono
(acima de 99,9% do conteúdo original em carbono da amostra é oxidado).
Frascos de quartzo x frascos de PTFE
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Fechado
High Pressure Asher – HPA
(Decomposição a altas temperaturas – 300°C)
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Fechado
High Pressure Asher – HPA
(Decomposição a altas temperaturas – 300°C)
Pv ácido/gases resultantes da reação com a matéria orgânica é equilibrada por
uma P externa > 100 bar com N2.
Soluções livres de carbono dispensando tratamentos adicionais com ácido
perclórico, independentemente do tipo de material orgânico
a ser decomposto.
Nestas soluções os analitos estarão na forma iônica
inorgânica, e várias técnicas analíticas podem ser empregadas
para as determinações.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via úmida – Sistema Fechado
LIMITAÇÕES
Sistemas de digestão com frascos pressurizados são usados com muito
sucesso utilizando-se somente ácido nítrico
(princ. amostras orgânicas/ mas também inorgânicas)
com possibilidade de se usar até 50 frascos de digestão simultaneamente.
Limitação associada ao tamanho das amostras.
Geração de H2 quando ligas metálicas e metais são dissolvidos com
ácidos (aumento na pressão interna do frasco/hidrogênio é excelente
combustível) aumenta o risco de explosão.
Necessidade de resfriamento e despressurização dos frascos para
adição de reagentes durante o ciclo de aquecimento.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via seca
Determinação de elementos individuais em amostras de natureza orgânica constitui
grande problema analítico transformação dos elementos de interesse em uma forma inorgânica
simples, com resposta uniforme.
elemento mantido na forma complexa por ácidos orgânicos ou outros ligantes;
cor da amostra (soro sanguíneo, sucos de frutas, vinhos tintos, efluentes) interfere em
determinações (Ex: espectrometria de absorção molecular, turbidimetria);
formação de emulsão/espuma/precipitado;
determinados elementos-traço estão presentes em formas químicas diversas e não
mostram qualquer sinal durante as medidas, enquanto outras fornecem sinais com
diferentes intensidades; a decomposição transforma o analito em uma forma química
simples;
heterogeneidade é uma propriedade típica de muitos materiais biológicos; a
possibilidade de se empregar uma quantidade maior de amostra a qual, após a
decomposição, resulta em uma solução homogênea, ajuda a superar este problema.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via seca
Ex: Amostra de um plástico com certa proporção de poli(cloreto de vinila) (PVC).
Problema: determinar o teor de PVC na amostra
Para tal, a determinação de cloreto no plástico seria uma medida indireta de avaliar a
concentração de PVC, considerando-se que o PVC seja a única fonte de Cl.
A técnica quantitativa mais simples para a determinação de Cl é a gravimetria,
onde os íons Cl- na solução aquosa são precipitados como AgCl.
Percebe-se que os átomos de cloro estão ligados covalentemente à estrutura do
polímero. Estes átomos não estão na forma iônica. Mesmo se fosse possível homogeneizar
o PVC em uma solução aquosa sem destruí-lo, não haveria a precipitação dos átomos de
cloro na presença de íons Ag+.
Assim, é preciso liberar os átomos de cloro do PVC em íons Cl- em solução aquosa.
A maioria dos elementos em solução aquosa pode ser determinada por técnicas variadas.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via seca
Analogamente, essa ideia é válida para qualquer elemento presente em matrizes de natureza orgânica.
oxidação da matriz Há técnicas para determinar
elementos individuais em
matriz orgânica sem
conversão em forma
inorgânica:
análise por ativação
neutrônica;
análise direta de sólidos por
espectrometria de absorção
atômica;
espectrometria de
fluorescência de raios-X.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via seca
Analogamente, essa ideia é válida para qualquer elemento presente em matrizes de natureza orgânica.
tubo de combustão (princip. determinações de C, H e N);
via seca em fornos tipo mufla (aplicação geral);
frasco de combustão de Schöniger (aplicação geral);
bomba de combustão (aplicação geral);
via seca em baixas temperaturas com plasma de oxigênio (espec. espécies voláteis);
combustão em sistema dinâmico (espec. para amostras orgânicas não voláteis);
sistema de combustão de Wickbold (de aplicação geral, mas espec. para halogênios)
PREPARO
DA AMOSTRA
Via seca
Decomposição por fusão
Cimento
Aluminatos
Silicatos
Minérios de Ti e Zr
Minérios mistos de Be, Si, Al
Resíduos insolúveis de minério de ferro
Óxidos de cromo, silício e ferro
Óxido mistos de tungstênio, silício e alumínio
Utilizado para material inorgânico de difícil dissolução, como:
PREPARO
DA AMOSTRA
Via seca
Decomposição por fusão
Procedimento geral:
1. A amostra finamente moída é misturada intimamente com um eletrólito ácido ou básico
Fundentes: Na2CO3(p.f. 851ºC), NaOH (p.f. 318ºC), Na2O2, KHSO4, etc.)
2. A proporção entre a massa de amostra e do eletrólito (fundente) pode variar de 1:2 a 1:50
3. A mistura é geralmente colocada em um cadinho de níquel ou platina
4. O cadinho é aquecido por um período de tempo suficientemente adequado para que a
amostra fique totalmente dissolvida na solução fundida, resultando em um líquido bem
claro.
5. O material se solidifica quando resfriado a temperatura ambiente, sendo quebrado e
transferido para um copo
6. Se a fusão for bem sucedida o material será facilmente solúvel em água ou ácido diluído.
PREPARO
DA AMOSTRA
Via seca
Decomposição por combustão (cinzas)
Procedimento geral:
A temperatura conveniente para pirólise da matéria orgânica
encontra-se freqüentemente entre 450-550ºC.
A calcinação em mufla baseia-se na queima da fração orgânica da
amostra com o oxigênio do ar, obtendo-se um resíduo inorgânico solúvel
em ácido diluído.
PREPARO
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Via seca
Decomposição por combustão
Vantagens
Possibilidade de tratar grande quantidade de amostra, sendo a relação
massa de amostra/volume final muito flexível.
A cinza resultante é livre de matéria orgânica o que é desejável para
algumas técnicas analíticas.
As cinzas podem ser dissolvidas em meio compatível com o método de
determinação, sendo necessário uma pequena quantidade de ácido.
Caracteriza-se pela simplicidade e baixo custo
PREPARO
DA AMOSTRA
Via seca
Decomposição por combustão
0 → nenhuma perda
+ → 2 a 5% de perda
++ → 6 a 20% de perda
+++ → >20% de perda