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Presentation pedro abrunhosa diana_apl_02

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A Matemática e a

Música têm uma esfera

comum, uma melodia

que as envolve todos os

dias, com séculos de

história em conjunto.

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• Pedro Abrunhosa "toca-nos" a todos com as letras(poemas) que escreve e canta. Um dos excertos de umadas suas músicas faz lembrar a relação que as pessoas têmcom a matemática quando diz "Sei que me vês, quando osteus olham me ignoram".

• Como o próprio refere "de costas voltadas não se vê ofuturo", talvez por isso, "vamos fazer o que ainda não foifeito", uma entrevista diferente onde a matemática émúsica para os nossos ouvidos.

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Entrevista

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A sua infância foi um “momento” que

recorda como?

A minha infância teve muitos momentos que continuo a recordarcomo uma época feliz.

Muito marcada pela presença dos meus pais, eram pessoas decultura, das letras.

Nos meus tempos de infância tínhamos 4 meses de fériasgrandes, incluindo o mês de Setembro. Havia uma atmosferadiferente.

Era importante esse tempo de descanso para as crianças, as aulasao não começarem em Setembro, havia tempo para que os jovensassistissem à lavoura nos campos, para percebermos de onde vinhamas beterrabas, as uvas e os rabanetes… e, eu estou de acordo comisso.

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Lembra-se quando “encontrou a sua

estrada” enquanto músico?

Muito cedo eu quis ser músico. Mas não houve um momento epifânico. Foi preciso muita vontade.

Era uma altura que era muito difícil seguir a carreira de músico. No meu tempo havia ciências e letras. Na primeira, a opção era ser engenheiro ou médico (ou matemático obviamente) e nas letras, podia-se ser advogado ou professor de história.

Eu queria ser historiador ou arqueólogo.

Mas o facto, de ter algum jeito para a música foi fatal. Não consegui libertar-me do piano de casa dos meus avós. Passava horas e horas a tocar piano.

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Na música o Pedro domina todas as

“variáveis”…

Não…Não. Eu acho que a música não é diferente de outra qualquerprofissão. Uma profissão deve ser exercida com empenho e paixão. Deve ter-se um conhecimento profundo da sua própria profissão. Dificilmente qualquer cientista poderia exercer a sua profissão na NASA, por exemplo, se estivesse só apaixonado e, não tivesse investido na sua formação enquanto jovem.

Na minha profissão eu estou atento ao que se faz todos os dias, ao que se escreve, ao que se edita, o que se produz. Mas, também há que crescer.

Teixeira de Pascoais dizia, “nós somos todas as “cousas” que vimos e aspessoas com que falamos”. Tudo isto faz parte de uma aprendizagem.

Não é dominar as variáveis, é… gostar do que faço. Interesso-me pelo que faço.

Isto é ser músico.

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“O caminho se faz entre o alvo e a seta” (Pedro Abrunhosa) e

“Pedras no caminho. Guardo-as todas…um dia vou construir um

castelo!” (Fernando Pessoa). Encontra semelhanças nestas frases

em relação à sua carreira enquanto músico?

As coisas devem ser conquistadas ou perdem o seu valor.A frase de Fernando Pessoa conheço muito bem. Uma das maneirasde evoluir é transformar os obstáculos em degraus. Cada vez que épreciso ultrapassar um obstáculo ele está transformado num degrauque nos leva para qualquer coisa.

Nesse sentido o caminho faz-se entre o alvo e a seta. Não é umprocesso contrário. Eu tenho uma seta e vou atingir o alvo. Conhecer oalvo e ir, conquistando caminhos.

Claro que se um dia atingirmos o alvo é o dia do juízo final, se ohouver.

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A matemática foi no passado um dos seus

“fantasmas”?

Não…Não. Pelo contrário, sempre me ajudou muito na música.Gostava muito de matemática, era um bom aluno. Agora, naqualidade de pai tenho de estudar com o meu filho. Gosto muitoda matemática por ser uma ciência abstracta.

A matemática tem muitas semelhanças com a música. A ligação óbviaentre a matemática e a música começa pelo comprimento da corda e osom que produz. Isto é fundamental. Na música só se produz aquele somnum objecto físico com um determinado comprimento e, aquelecomprimento medido em nano-milímetros vai produzir uma nota musical.

Para além disso, a matemática tem uma linguagem própria talcomo a música. Pode ser desenvolvida no abstracto, enquantoestamos a dormir ou num estado de vigília na cama deitados ounuma praia, podemos desenvolver grandes teorias.

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O Matemático alemão Gottfried Leibniz referiu que

“a música é um exercício inconsciente de cálculos” ("Musica est

exercitium arithmeticæ occultum nescientis se numerare animi").

Alguma vez tinha pensado nisso?

Pitágoras fez o seguinte exercício, estendeu uma corda de tripa de porco de 2 metros, prendeu-a e esticou-a em dois Pontos distintos (de uma forma muito tensa) que ainda hoje se usam nos contra-baixos. A corda produz um som grave pelo grande comprimento de 2 metros. Como é evidente, quanto mais longa a corda, maior é o comprimento de onda.

Com um piano era mais fácil explicar. Não pode existir música sem um suporte físicoque produz um determinado som musical tem de ser feito com um rigor matemático absoluto. Senão, não produz o som desejado e, vai produzir outro som. As relações entre as notas são todas elas relações matemáticas.

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É proporcional ao comprimento da corda. Quando ele intersecta a corda a meio, faz com que metade da corda vibre, quando coloca um ponto de apoio a meio da corda, o resultado é que a metade da corda vai produzir um som que é a oitava acima do som original.

Se ele intersecta um quarto da corda ele vai produzir 2 oitavas acima do original. E por aí fora.

A partir de certa altura a questão é que cada milímetro que ele afasta o dedo já se começa a ter relações matemáticas muito complexas.

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Pitágoras descobre isso, que a produção de som pode ser plasmada através de uma equação matemática, mas o contrário pode ser verdade também. Uma equação matemática pode ter um som e, isso é que é extraordinário.

A música na Grécia já era altamente desenvolvida. Os instrumentos gregos eram altamente desenvolvidos. Foram os gregos que inventaram as escalas tal como nós a conhecemos. Tal como o teatro grego, a arquitectura, a matemática ou a música eram muito desenvolvidas.

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As “experiências” como actor e escritor foram

“curvas fechadas” ou pelo contrário são

“estradas infinitas”?

Mais uma vez eu sou muito cauteloso. A minha

área é a música. Tudo o que deriva daí, tem de

ser muito bem feito, com muito cuidado.

Escrevo, faço crónicas, continuo a escrever.

Como actor, trabalhar com o Manuel de Oliveira

e, ficará no meu currículo para sempre, mas não

é a minha área.

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Afinal de “contas” a música pode ser

”vamos fazer o que ainda não foi feito”?

Ainda hoje falava com o meu agente, sobre os

vários concertos que temos, numa digressão

muito grande.

O disco tem um ano e, eu preciso de me libertar

dele. Estou numa fase de investigação para

editar a próxima teoria/equação/fórmula.

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Quando sai o novo álbum?

Os meus álbuns só saem quando estão prontos.

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Não. Se um dia nós passearmos por aí, vai ver… que a fama é…imagine se eu fosse trabalhador de esgotos do Porto. No final do dia vinha a cheirar mal, a fama é a mesma coisa, a fama é o resultado do trabalho, não quer dizer que seja bom. Temos de viver com ela. Eu não me dou bem com a fama. Acho até uma inutilidade. Ainda por cima, agora existe o culto da fama, tudo quer ser famoso. Não sei para quê? Numa sociedade em que tudo é igual, ser um pouco diferente é capaz de ser uma vantagem. O problema é quando os que querem ser famosos mas sendo mais iguais que os iguais.

Cinquenta (50) é um número par, tem dois

divisores primos, é um múltiplo de 10. É também

a sua idade “F” da fama?