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• AgroVida • Seguros SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO Nº 1620 / 8 de janeiro 2016 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa PUB ACELERE O SUCESSO DO SEU NEGÓCIO COM O SAGE CRM Experimente grátis em www.sage.pt/sage-crm CONTRATO Nº 594655 FRANCHISING Ibersol alarga rede Burger King Pág. 11 AUTOMÓVEL Recuperação do setor acelera crédito ao consumo Pág. 39 9 720972 000037 01620 EMPRESAS Saint Gobain está compradora em Portugal Págs. 12 e 13 Estabilidade fiscal é o que as empresas mais querem para 2016 Págs. 4 e 5 MERCADOS Ebury pretende apoiar PME portuguesas Págs. 32 e 33 Presidente da Câmara de Gaia alerta para os efeitos negativos dos atrasos do Portugal 2020 no investimento público Autarquias estão há dois anos sem Quadro Comunitário Págs. 6 e 7 OE pode falhar comparticipações do PDR 2020 • Governo vai facilitar o acesso à terra para quem deseja produzir Pág. 3, Supl. AgroVida Empresas de “software” acusam Ordem dos Contabilistas de concorrência desleal • Queixosos pedem indemnização de 11,7 milhões de euros Pág. 3 TRIBUNAL APLICA MULTA DE 4,1 MILHÕES À GALP Gás engarrafado é vendido ao dobro do preço de Espanha Peixes graúdos e peixes miúdos Tal como acontece na Natu- reza, no ecossistema da econo- mia coabitam peixes graúdos e peixes miúdos. A missão do Estado com o seu papel regulador devia as- segurar algum equilíbrio para que os peixes miúdos possam ter outro destino que não seja o servirem de pasto aos peixes graúdos. (Continua na página 5) Págs. 6 e 7 O Tribunal da Concorrência acaba de aplicar uma coima de 4,1 milhões de euros à Galp por infração com base nas restrições impostas à atuação geográfica dos distribui- dores de gás engarrafado. Mas, até agora, não houve qualquer sanção pela concerta- ção de preços entre operadores. Os preços do gás em Portugal chegam a ser mais do dobro dos valores praticados em Espanha. Pág. 3

Presidente da Câmara de Gaia alerta para os efeitos negativos … · 2016-01-07 · é o que as empresas mais querem para 2016 Págs. 4 e 5 MERCADOS Ebury pretende apoiar PME portuguesas

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Page 1: Presidente da Câmara de Gaia alerta para os efeitos negativos … · 2016-01-07 · é o que as empresas mais querem para 2016 Págs. 4 e 5 MERCADOS Ebury pretende apoiar PME portuguesas

• AgroVida

• Seguros

SUPLEMENTOS

NESTA EDIÇÃO

Nº 1620 / 8 de janeiro 2016 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

PUB

ACELERE O SUCESSO DO SEUNEGÓCIO COM O SAGE CRMExperimente grátis em www.sage.pt/sage-crm

CONTRATO Nº 594655

FRANCHISING

Ibersol alarga rede Burger King

Pág. 11

AUTOMÓVEL

Recuperação do setor acelera crédito ao consumo

Pág. 39

9 720972 000037

0 1 6 2 0

EMPRESASSaint Gobain está compradora em Portugal

Págs. 12 e 13

Estabilidade fi scal é o que as empresas mais querem para 2016

Págs. 4 e 5

MERCADOSEbury pretende apoiar PME portuguesas

Págs. 32 e 33

Presidente da Câmara de Gaia alerta para os efeitos negativos dos atrasos do Portugal 2020 no investimento público

Autarquias estão há dois anos sem Quadro Comunitário

Págs. 6 e 7

OE pode falhar comparticipações do PDR 2020• Governo vai facilitar o acesso à terra

para quem deseja produzirPág. 3, Supl. AgroVida

Empresas de “software” acusam Ordem dos Contabilistas de concorrência desleal• Queixosos pedem indemnização

de 11,7 milhões de euros Pág. 3

TRIBUNAL APLICA MULTA DE 4,1 MILHÕES À GALP

Gás engarrafado é vendido ao dobro do preço de Espanha

Peixes graúdos e peixes miúdos

Tal como acontece na Natu-reza, no ecossistema da econo-mia coabitam peixes graúdos e peixes miúdos.

A missão do Estado com o seu papel regulador devia as-segurar algum equilíbrio para que os peixes miúdos possam ter outro destino que não seja o servirem de pasto aos peixes graúdos.

(Continua na página 5)

Págs. 6 e 7

O Tribunal da Concorrência acaba de aplicar uma coima de 4,1 milhões de euros à Galp por infração com base nas restrições impostas à atuação geográfi ca dos distribui-dores de gás engarrafado. Mas, até agora,

não houve qualquer sanção pela concerta-ção de preços entre operadores. Os preços do gás em Portugal chegam a ser mais do dobro dos valores praticados em Espanha.

Pág. 3

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2 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

ABERTURA

Top da semana

EXPANSIÓN

Dispara a saída de capitais de Espanha

No acumulado dos 10 primeiros meses do ano passado, os investidores retiraram de Espanha mais de 41,4 mil milhões de euros, o que compara com os 17,1 mil milhões de igual período do exercício anterior. Dois meses antes das eleições foram resgatados cerca de 4,6 mil milhões de euros.Pelo contrário, os investimentos diretos e os de carteira registaram entradas de capitais de 1,5 e 2,6 mil milhões de euros, respetivamente, no décimo mês do ano passado. A posição devedora líquida do Banco de Espanha face ao exterior apresentou, em outubro, uma diminuição de 5,7 mil milhões de euros. A incerteza política terá contribuído, em certa medida, para que os investidores retirassem capitais de Espanha.

THE WALL STREET JOURNAL

A esperança está nas ações europeias

As ações europeias proporcionaram momentos de euforia e de desespero, ao longo do ano passado. Há esperança para este exercício, já que, em comparação com outras partes do mundo,

a situação na Europa parece boa.O crescimento tem- -se mantido, apesar da situação global, e os principais indicadores apontam para uma expansão contínua. O índice de desemprego está a baixar, os preços reduzidos do crude deverão animar o consumo e a política orçamental deixou de ser um entrave ao crescimento. As baixas taxas de juro incentivam o crédito. Mas colocam-se alguns problemas. A crise dos refugiados, por exemplo, ainda que até ao momento não se tenha refletido nos mercados acionistas.

THE ECONOMIST

Regras uniformes em matéria de capital

Depois de mais de dez anos de negociações, as seguradoras europeias têm de seguir regras uniformes em matéria de capital, desenhadas para tornar as companhias mais sólidas e permitir aos investidores e clientes acederem a essa robustez de uma forma muito mais simples.É um facto que ainda permanecem por resolver alguns problemas, mas, pela primeira vez, o novo regime vai permitir um modelo único em toda a Europa. Desta forma, será possível saber quem está em boas condições e quem não o está. É de esperar que algumas companhias tenham de proceder a alterações profundas no seu modelo de negócios a todos os níveis.

ImprensaEM REVISTA

Opinião ......................Pág. 09

A grande falácia dos radicais

Negócios e Empresas Pág. 12

Saint Gobain está compradora em Portugal

Negócios e Empresas Pág. 14

Prémio António Sérgio atribuído à obra “Governação e regime económico das cooperativas”

Empresas Familiares Pág. 15

As competências mais importantes dos líderes duma empresa familiar

Portugal 2020 ........... Pág. 22

Empresa de âmbito cultural entre as 1000 melhores PME

Ócio e Negócios ........Pág. 25

Everjets cria voos charters para Cabo Verde

Associativismo ..........Pág. 28

Fruystach abre sede no Fundão

Mercados ...................Pág. 33

A ideologia que alicerça o terrorismo islâmico

Automóvel .................Pág. 39

Recuperação do setor automóvel acelera crédito ao consumo

Nesta edição

08Internacional

Setor do petróleo tem pela frente um ano muito difícil

17Negócios e Empresas

Mercado da criopreservação está a superar a crise

32 Mercados

Ebury pretende apoiar PME portuguesas na internacionalização

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão e Mário Almeida; PUBLICI-DADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 2º 4000-263 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000 - 081 Lisboa • Tel 210 129 550 • E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 400 • E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009

TIRAGEM CONTROLADA PELA:

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

12.460

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

Registo na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 •

ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

PAULO PORTAS

Paulo Portas é reconhecidamente um político experiente e voltou a dar mostras disso mesmo. Saiu da

liderança do CDS-PP no momento indicado. O que faz com que a qualquer momento possa voltar à vida política ativa. Por sua vez, abre caminho a uma nova geração de políticos e possibilita a regeneração do partido. Tendo em conta o seu dom de oratória e a sua perspicácia, por certo que vai deixar saudades no Parlamento. António Costa agradece, pois é menos um adversário de peso. Resta saber se o sucessor de Portas terá capacidade para os novos confrontos políticos que já se adivinham.

CAVACO SILVA

Se alguns saem pela porta grande, outros há que vão por outros

caminhos. É o caso do ainda Presidente da República. As suas intervenções são despropositadas e nada acrescentam em termos de um bom ambiente político. Cavaco parece não conseguir “engolir o sapo” de estar no poder uma coligação que não é da sua escolha. Por outro lado, esteve muito mal no caso Banif. Se no BES deu conselhos aos depositantes e investidores, preferiu o silêncio no que respeita ao Banif. Talvez tenha sido a melhor opção, mas então deveria pedir desculpas pelos apelos que fez quando se tratou da família Espírito Santo. Cavaco tem muitas dificuldades em assumir os seus erros, o que é revelador da sua falta de humildade.

MÁRIO CENTENO

O ministro das Finanças já aprendeu uma lição. Não se deve falar antes do

tempo e de ter certezas. Centeno garantiu à Comissão Europeia que a proposta orçamental seria entregue nos primeiros dias de janeiro. Afinal não será assim e o prazo foi adiado para meados do mês. Há que ter algum cuidado nas promessas que se fazem. O lado positivo é que a referida proposta vai incluir uma análise do Conselho das Finanças Públicas, a entidade liderada por Teodora Cardoso. O que será sempre uma forma de atribuir maior credibilidade ao documento. Mas o ministro terá de se precaver, Bruxelas não tem uma paciência ilimitada.

Causas do dia a diaANTÓNIO VILAR [email protected]

A manhã está triste, chuvosa e fria lá fora, mas, cá dentro, onde estão os meus amigos – os de ontem, de hoje e de amanhã –, o tempo é de oiro rútilo.

Escrevo-vos, com carinho, neste momento festivo para a generalidade de vós, ainda que a razão me diga que escrevo no nevoeiro... mas com a esperança de que, levantado este, o sol volte a brilhar para todos.

Ser ou Ter? é a proposta de reflexão que vos lanço, a pensar no novo ano ainda a começar. Sendo certo que é uma velha questão, também filosófica, há que reconhecer que, no tempo em que vivemos, reganhou atualidade. E há-de ser axial no nosso itinerário de vida, não faltará muito.

A questão, já discutida na Atenas de Sócrates, poderá colocar-se, com muita simplicidade, deste modo: o que é decisivo para a natureza humana? Ter mais e mais bens materiais, acumulá-los e desejá-los com ganância em propriedade, ou o poder de acesso e uso dos mesmos, partilhando-os, dando-lhes o destino que mais útil for para cada um, em cada momento.

Ter, só por si, não é uma razão para viver. Trata-se, creio, de uma ilusão precária e com prazo, na esteira, aqui, do ensino de Jean-Paul

Sartre (“L´être et le Néant”).Ser, apenas – o puro prazer de existir

desligado da realidade económica circundante –, não será mais do que um ideal. Contemplativo e nada mais, o ser humano não cumpre a sua razão de ser e, seguramente, tal situação é algo inatingível em plenitude.

Descobre-se no nosso horizonte, cada vez mais, a urgência de uma outra via que nos permita existir na realidade do quotidiano que é o nosso, mas articuladamente com uma mais curial e justa relação com o Ser e o Ter. Afinal, é na relação entre os seres humanos que está o essencial da vida: só somos com os outros.

Configurar-se-á no horizonte, todavia, uma outra hipótese de estar em sociedade: a idade do Fazer. Nesta, a liberdade humana encontra o seu sentido último, para além, pois, da posse egoísta, individual dos bens e, também, da meditação solidária.

O uso das coisas há-de tornar-se (está a tornar-se!) mais decisivo do que a sua posse ou propriedade. É de ler e refletir a obra de Jeremy Rifkin e os seus conceitos inovadores de “internet das coisas” ou de “collaborative commons” no sentido de uma grande, profunda alteração de paradigma económico e social.

Cada vez é mais importante o lugar que cada um ocupa nesta sociedade em rede, em desfavor do Ter. A isto se refere também Rachel Botsman no seu luminoso livro “What´s Mine is Yours. The Rise of Collaborative Consumption”, Collins, 2010. Veja-se a troca de residências para férias, a expansão da Uber... e tantos outros casos.

Fazer, por fim. É aqui que reside, não tenho hesitação em dizê-lo, o princípio e o fim da felicidade humana. Criar, além e antes de Ter e para além de, apenas, contemplar.

O trabalho faz o Homem e a sua felicidade, mais do que o que dele resulta.

Neste tempo em que se afirma que o emprego morreu, digamos enfaticamente: morreu o emprego? Viva o trabalho.

Vamos ter tempo para pensar e dialogar sobre este Mundo que se está a entranhar nas nossas vidas e a cada dia que passa. E o essencial girará sempre, creio, em torno dos conceitos que tivermos, ou assumirmos, de Ter, Ser e Fazer. A sequência não é um acaso mas o sentido de um itinerário humano que o declínio de valores, recente, não deixa ver. Mas que é o único, ainda que em formatos ou combinações diversos, sucessivos e complementares.

Ser ou Ter? Fazer!Neste tempo em que se afirma que o emprego morreu, digamos enfaticamente: morreu o emprego? Viva o trabalho!

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ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 3

Taxa de inflação estabiliza na Zona EuroA taxa de inflação homóloga da Zona Euro registou uma estabilização no passado mês de de-zembro, depois de ter apresentado uma subida de 0,2% em novembro. Os segmentos em que os preços mais subiram foram os da alimentação, do álcool e do tabaco, seguindo-se os servi-ços e os bens industriais não energéticos. Em contrapartida, verificou-se uma quebra conside-rável nos preços da energia, em dezembro, de acordo com dados do Eurostat.

O gás engarrafado está a ser vendido em Portugal ao dobro do preço que é praticado em Espanha. O preço exagerado e a uniformidade dos valores praticados apontam para uma situação de oligopólio entre os vários operadores. O Tribunal da Concorrência acaba de aplicar uma coima de 4,1 milhões de euros à Galp por infração às regras de concorrência, com base nas restrições impostas à atuação geográfica dos distribuidores. Mas, até agora, não houve qualquer sanção pela evidente concertação de preços.

Os preços do gás engarrafado não es-tão a refletir a descida dos preços do pe-tróleo. O valor atual praticado de J23 por garrafa de 13 kg de gás butano com-para com o preço de J12,68 por garrafa de 12,5 kg que se aplica em Espanha, onde existe controlo administrativo do preço neste tipo de produto. A Galp Energia está presente nos dois mercados e vende o mesmo gás butano e propano com o mesmo tipo de garrafas a metade do preço em Espanha face aos valores de Portugal.

Retirando o valor do IVA, a Galp Energia vende o gás propano a J1,70/kg nas garrafas de 11 kg em Portugal e a J0,84/Kg em Espanha. No gás butano

o preço antes de imposto praticado é de J1,48/kg em Portugal e de J0,84/kg em Espanha.

Este enorme diferencial de preço, que penaliza os consumidores e as empresas portuguesas, não se deve às diferenças de impostos, nem ao custo do produto, e converte-se numa enorme margem ob-tida pelos produtores através da prática de preços concertados.

Aos preços atuais, as margens conse-guidas em Portugal pelos operadores não têm paralelo com a realidade dos outros países, representando mais do dobro do valor do produto transacionado. As re-ceitas adicionais proporcionadas pelos preços exagerados atingem várias deze-nas de milhões de euros, repartidos pe-los consumidores.

Em Portugal, os preços do gás em gar-rafa estão praticamente aos níveis dos valores que foram atingidos quando o petróleo se vendia acima dos J100 dó-lares por barril.

O gás em garrafa é um produto muito utilizado pelas famílias de menores ren-dimentos que estão fora da rede de dis-tribuição do gás natural e também pelas instituições da economia social, nomea-damente, as IPSS, como fonte de ener-gia para as cozinhas e para aquecimento.

A Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) está nova-mente a braços com uma ação judicial, no âmbito da concor-rência. Depois de ter sido conde-nada pelo Tribunal de Justiça da União Europeia por concorrên-cia desleal na área da formação, cerca de três dezenas de empre-sas de software entregaram uma ação contra a Ordem no Tribunal Administrativo de Aveiro. As em-presas acusam a OCC de vender ilegalmente software aos seus

membros e querem uma indemi-nização de 11,7 milhões de euros por danos causados.

A Lusa contactou o advoga-do das empresas, Nuno da Silva Vieira, que confirmou a entrada do processo naquele tribunal, exi-gindo a retirada imediata do mer-cado do software TOC Online e AFE comercializado pela Ordem dos Contabilistas Certificados. Considera o jurista que se estão a colocar em causa as normas da concorrência, já que a entidade

reguladora não pode praticar atos comerciais, como está a fazer. A indemnização pedida pelas 28 empresas sediadas nas regiões

Norte e de Lisboa tem a ver com danos económicos causados, bem como de imagem e de reputação. O representante das empresas afirma que nem sequer os estatu-tos da Ordem permitem a venda de software aos seus membros.

Os argumentos da Ordem

Domingues de Azevedo, bas-tonário da Ordem, também con-tactado pela agência noticiosa, argumentou que não se trata de

um ato comercial, mas tão-só de dar o necessário apoio aos pro-fissionais com novas ferramentas informáticas. Fez ainda notar que a Ordem não vende aquele software a qualquer consumidor, mas apenas aos contabilistas. De-fende que essa mesma exclusivi-dade é reveladora de que não se está perante um ato de comércio. Referiu a este propósito: “A Or-dem deve apoiar os membros no exercício da sua função, mas ex-clusivamente esses profissionais.”

TRIBUNAL APLICA MULTA DE 4,1 MILHÕES À GALP

Gás engarrafado é vendido ao dobro do preço de Espanha

Empresas de “software” acusam Ordem dos Contabilistas de concorrência desleal

Queixosos pedem em tribunal uma indemnização de 11,7 milhões de euros por danos causados.

Gás propano tem preço de J 1,70/kg em Portugal

e de J0,84 em Espanha

BUTANO* PROPANO*

Galp (Espanha)** J12,68/ 12,5 kg (J0,84/kg s/IVA) J11,16/11 kg (J0,84/kg s/ IVA)

Galp (Portugal) J23,00/13 kg (J1,48/Kg) J23,00/11 Kg (J1,70/Kg s/ IVA)

*Comparação dos PVP atuais em Portugal e Espanha** Espanha aplica controlo administrativo de preços no gás engarrafado

Concertação entre operadores distorce livre mercado

Page 4: Presidente da Câmara de Gaia alerta para os efeitos negativos … · 2016-01-07 · é o que as empresas mais querem para 2016 Págs. 4 e 5 MERCADOS Ebury pretende apoiar PME portuguesas

Que medidas poderiam melhorar a competitividade do país e das empresas em 2016? Esta foi a questão lançada pela “Vida Económica” a empresários com atividade em diversos setores da economia. A aposta no capital humano e a estabilidade fiscal surgem entre as mais defendidas.Mas também “que os lucros reais sejam na realidade reinvestidos nas empresas e não utilizados para benefício pessoal, descapitalizando as empresas”.VIRGÍLIO [email protected]

Que medidas poderiam me-lhorar a competitividade do país e das empresas em 2016? Ana Margarida Ximenes, presidente da Atrevia Portugal, elege o capi-tal humano.

“Maior aposta ao nível da co-municação com os colaborado-res: o capital humano é a chave para o sucesso das organizações e

instituições. É ‘micropoderoso’. Os líderes devem conhecer bem e intensificar as relações com os colaboradores que os rodeiam no

dia a dia através da escuta ativa e de uma estratégia forte de comu-nicação interna. Os colaborado-res têm as soluções para a maioria

dos problemas organizacionais.” “Maior união entre empresá-

rios com objetivos de negócio semelhantes através de clusters

ESTABILIDADE FISCAL É O QUE AS EMPRESAS MAIS QUEREM EM 2016

A aposta no capital humano a chave da competitividade

ATUALIDADE

As empresas apostam no investimento em capital humano, nomeadamente no reforço dos instrumentos de formação, inovação e retenção de talentos.

4 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

Multa à Galp reduzida para menos de metadeO Tribunal da Concorrência reduziu a multa da Galp Energia para menos de metade, tendo--a fixado em 4,09 milhões de euros. A Autoridade da Concorrência tinha decidido por uma coima de 9,29 milhões de euros. O tribunal argumenta a decisão com o facto de a atuação da empresa ter assumido um caráter negligente e não doloso, como entendia a entidade re-guladora. O processo diz respeito às vendas de gás engarrafado, tendo a Galp interditado os revendedores de operarem fora do território que lhes era destinado.

Países emergentes vão ter tempos mais difíceisO Fundo Monetário Internacional avisa que os países emergentes continuarão a defrontar-se com condições económicas cada vez mais difíceis e complexas. As economias vão abrandar devido aos preços baixos das matérias-primas. A Índia poderá ser a exceção à regra. Mas muito dependerá da forma como a China vai evoluir em termos económicos. Certo é que haverá muita incerteza ao nível dos mercados financeiros globais. Os países emergentes vão estar no centro das atenções, de acordo com os analistas do FMI.

Ana Margarida Ximenes, presidente da Atrevia Portugal:

“Quando comparados com outros profissionais ao nível do mundo, o talento português é reconhecido como um verdadeiro ‘best seller’. Uma maior partilha de talento entre as empresas e instituições é determinante, evitando a saída de excelentes profissionais do nosso pais.”

Carlos Penalva, “partner” da Quintela e Penalva:

“As empresas são sempre e acima de tudo as pessoas! A aposta continuada em instrumentos de formação, inovação e retenção de talentos terá necessariamente passar por uma lei de trabalho mais flexível e por um sistema de progressão de carreiras baseado na meritocracia.”

Fernando Amaral, “partner” da Sendys e Alidata:

“Urge apoiar as empresas para que adquiram maior autonomia e mais rentabilidade e, desse modo, possam consolidar as suas operações, expandindo a sua atividade. A competitividade da economia está intrinsecamente relacionada com a flexibilidade e plasticidade do tecido empresarial que deve ser uma prioridade.”

Pedro Quintela, diretor-geral da Xerox Portugal:

“Para que os lucros reais sejam na realidade reinvestidos nas empresas e não utilizados para beneficio pessoal, descapitalizando as empresas, proponho retomar a proposta do enriquecimento injustificado. Se todos pagarem os impostos devidos, é possível tornar as empresas mais competitivas.”

INTERVENIENTES

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específicos: que verdadeiramente façam a diferença, apresentem os resultados do seu trabalho à socie-dade civil e que sejam reconheci-dos pelo seu esforço.”

“Maior orgulho e partilha do talento português: quando com-parados com outros profissionais ao nível do mundo o talento português é reconhecido como um verdadeiro ‘best seller’. Uma maior partilha de talento entre as empresas e instituições é de-terminante, evitando a saída de excelentes profissionais do nosso pais”, defende a empresária.

Mais investimento em capital humano

Carlos Penalva, “partner” da Quintela e Penalva, a par do in-vestimento no capital humano, aposta também nos incentivos fiscais e nas reformas do Estado.

“Mais investimento em capital humano (porque as empresas são sempre e acima de tudo as pes-soas!) através da aposta continua-da em instrumentos de formação, inovação e retenção de talentos que terá necessariamente que pas-sar por uma lei de trabalho mais flexível e por um sistema de pro-gressão de carreiras baseado na meritocracia.”

“Aposta nos incentivos fiscais ao investimento externo, nomea-damente: manutenção dos bene-ficios fiscais para os Residentes Não Habituais e Golden Visa e para as empresas estrangeiras; não inclusão do imposto sucessório; estabilidade fiscal na ordem jurí-dica portuguesa.”

“Reformas do Estado que i) agilizem a administração pública e a celeridade dos processos ju-diciais, ii) apostem em medidas operacionais de criação de em-prego, nomeadamente através da flexibilização de estágios pagos, e iii) permitam aos cidadãos e às

empresas agilizar e facilitar o rela-cionamento com as autarquias e os poderes locais.”

Lucros reinvestidos nas empresas

Pedro Quintela, diretor-geral da Xerox Portugal, defende, em primeiro lugar, a necessidade da estabilidade e confiança, depois, a descida dos custos de contex-to, e, finalmente mas não menos importante, o reinvestimento dos lucros reais nas empresas.

“Em primeiro lugar, salien-to a necessidade da estabilidade e confiança, de forma a captar investimento estrangeiro e para que as empresas nacionais sin-tam confiança para investir. Por isso, em termos de medida, seria a não alteração às medidas fiscais já implementadas e anunciadas que têm impacto a nível empresarial. Quando se toma uma decisão de investimento, é para um espaço temporal de médio prazo e as em-presas não devem estar sujeitas a estas constantes alterações por parte do Governo da República.”

“Em segundo lugar, Portugal tem que baixar os custos de con-texto a título de exemplo, não é admissível que a duração média dos processos em tribunal em primeira instância sejam de 925 dias em Portugal quando na Áus-tria são de 53 dias e na República Checa de 168. Por isso e apesar de não ter formação em Direito, proponho como medida limitar o número de testemunhas a um máximo de três, que só podiam faltar uma vez, mesmo que justi-ficada, simultaneamente um juiz devia estar obrigado a produzir uma sentença num prazo máxi-mo de duas semanas após ouvidas todas as testemunhas.”

“Em terceiro lugar e para que os lucros reais sejam na realidade reinvestidos nas empresas e não utilizados para benefício pessoal, descapitalizando as empresas, proponho retomar a proposta do enriquecimento injustificado. Obviamente que teriam que ser acauteladas determinadas salva-guardas para os cidadãos porque, como sabemos, existe uma grande prepotência da Administração Tri-butária, mas, por outro lado, não é admissível que grande de parte

do nosso tecido empresarial este-ja descapitalizado por situações claras de ações de evasão fiscal de alguns dos empresários, sendo que todos mas todos os cidadãos têm a obrigação de demonstrar a origem dos rendimentos se apresentam um nível de vida e/ou de patrimó-nio acima do rendimento declara-do. Se todos pagarem os impostos devidos, é possível criar formas de tornar os custos das empresas mais baixos e assim tornarem-se mais competitivas”, conclui.

Flexibilidade e plasticidade do tecido empresarial

Fernando Amaral, “partner” da Sendys e Alidata, destaca a im-portância da internacionalização e da inovação.

“No panorama atual, o sucesso dos países nos mercados externos é determinante para o crescimen-to económico. Em Portugal espe-cificamente, o tecido empresarial português é em 99,9% constituído por PME, que veem nas exporta-ções uma estratégia para manter os níveis de crescimento face à re-tração do consumo interno. Neste contexto, urge apoiar as empresas para que adquiram maior autono-mia e mais rentabilidade e, desse modo, possam consolidar as suas operações, expandindo a sua ativi-dade.”

“Ainda a propósito da interna-cionalização, vejo em Portugal um enorme potencial para o interface entre os mercados emergentes e as grandes economias mundiais. Note-se que os mercados que mais cresceram nos últimos anos falam língua portuguesa, como Mo-çambique, Angola, Brasil. Estas circunstâncias culminam numa oportunidade ímpar para as empre-sas portuguesas, enquanto atrativo para o investimento estrangeiro.”

“Perante este cenário, ressalvo ainda o investimento em inova-ção e no desenvolvimento tecno-lógico, com vista à otimização da performance das empresas que operam num ambiente cada vez menos definido em termos de es-paço e tempo. A competitividade da economia está intrinsecamente relacionada com a flexibilidade e plasticidade do tecido empresa-rial que deve ser uma prioridade”, conclui.

pode ser e

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 5

Companhias aéreas europeias batem recordesAs companhias aéreas europeias atingiram, no ano passado, os melhores resultados de sempre desde 2011, com o tráfego de passageiros a crescer mais de 4%, para cerca de 307 milhões de pessoas transportadas. Também as taxas de ocupação nos aviões voltaram a bater recordes, no exercício passado, de acordo com a Associação das Companhias Aéreas Europeias (AEA). O crescimento é atribuído às reestruturações realizadas pelas companhias e à introdução de novas estratégias comerciais.

Gás não consumido dá direito a reembolsoEntra em vigor no mês que vem a lei que faz com que os vendedores de gás engarrafado tenham de devolver o valor correspondente ao gás que fica no fundo da botija. Por outro lado, também passam a ter de aceitar a devolução de garrafas de qualquer outra marca. A nova legislação faz com que o ónus dos mecanismos de armazenamento e transportes passe para os operadores, ou seja, pretende-se evitar um tratamento não discriminatório dos consumidores.

Peixes graúdos e peixes miúdos

Infelizmente, em Portugal, os reguladores estão normalmente do lado dos peixes graúdos, ajudando-os a cercar e a devorar os peixes miúdos.O papel de defesa dos interesses dos grandes em prejuízo dos pequenos tem que ser subtil. A ASAE tonou-se conhecida pela perseguição desenfreada aos pequenos operadores. Para lá dos fins nobres da defesa estrita do cumprimento da lei e da segurança alimentar, as barreiras à entrada e os custos impostos aos pequenos operadores restringem a atividade e limitam a oferta de produtos e serviços. Os maiores operadores agradecem.Dois factos recentes sem relação aparente entre si revelam a permissividade dos reguladores face ao abuso das posições de domínio por parte dos peixes graúdos.A Galp Energia foi condenada pelo Tribunal da Concorrência a pagar uma coima de 4,1 milhões de euros por práticas restritivas na distribuição do gás em garrafa.Um conjunto de 28 empresas portuguesas de software processou a Ordem dos Contabilistas pela infração das normas da concorrência, reclamando a retirada de software do mercado e uma compensação de 11,75 milhões de euros.Em relação à Galp Energia, a sanção imposta pela Justiça na sequência do processo movido pela Autoridade da Concorrência oculta uma situação bem mais grave: a distorção do mercado pelos grandes operadores que permite que em Portugal os preços do gás engarrafado sejam o dobro dos preços de Espanha, perante a passividade do regulador.

O processo contra a Ordem dos Contabilistas revela também a inação do organismo regulador. Quando são as empresas de um setor a ter que se unir para denunciar a violação das regras da concorrência por parte de um grande operador, vendo-se obrigadas a desempenhar o papel da Autoridade da Concorrência, fica-se sem perceber para que serve o regulador.Uma ordem profissional pode fazer duas coisas distintas. Pode estimular a oferta de produtos e serviços, beneficiando os seus membros com o aumento da concorrência e oferta de produtos com maior qualidade e melhor preço. Mas também pode cair na tentação de restringir ou eliminar a concorrência e reservar para si uma parte significativa da cadeia de valor numa lista infindável de produtos e serviços, em prejuízo dos seus membros.No limite, uma Ordem profissional pode fornecer o gás em garrafa a todos os membros que utilizam esse tipo de energia.O diferencial de preços do gás entre Portugal e Espanha revela que no nosso país os grandes operadores conseguem ter – com a conivência das entidades públicas - margens “pornográficas” à custa das famílias com menos recursos e das instituições da economia social.No plano social, parece chocante que as grandes companhias consigam obter margens indevidas e injustificadas à custa dos parcos recursos daqueles que menos têm.O discurso político é invariavelmente a favor dos mais pobres. Mas sob a capa do socialmente correto escondem-se as práticas opostas, porque os peixes graúdos têm um grande poder de influência na classe política e movimentam interesses que para alguns valem bastante mais do que a defesa da igualdade ou da equidade.As diferenças entre Portugal e outros países explicam-se pelo nível de desenvolvimento. No mercado português as águas são perigosas e dominadas por peixes graúdos e vorazes.

(Continuação da primeira página)

EDITORIAL

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

No plano social, parece chocante que as grandes companhias consigam obter margens indevidas e injustificadas à custa dos parcos recursos daqueles que menos têm.

Estabilidade fiscal na ordem jurídica portuguesa pode reforçar a confiança dos investidores

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Com o atraso no arranque do Portugal 2020, as autarquias estão há dois anos sem fundos estruturais para apoiar o investimento público – denuncia Eduardo Vítor Rodrigues. Em entrevista à “Vida Económica”, o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia afirma que o novo Governo tem a obrigação de despoletar o investimento porque uma parte importante do país passa pelo quadro comunitário e entretanto já se perderam dois anos do Portugal 2020.Para Eduardo Vítor Rodrigues, o esforço que a Câmara de Gaia está a fazer ao nível sustentabilidade das contas, de investimento inteligente e disponibilidade para conter taxas e impostos municipais só pode ter um resultado definitivo se o investimento for apoiado pelo Quadro Comunitário, o que ainda não está a acontecer.A diminuição de taxas e tarifas no município tem sido uma prioridade. Como medidas com impacto social, Eduardo Vítor Rodrigues refere a diminuição em 6,5% da Taxa de Resíduos Sólidos e a redução de 8% no IMI, o que significa para a autarquia uma perda 1,5 milhão de euros/ano, em benefício direto dos munícipes e das empresas da região.

JOÃO LUÍS DE [email protected]

PATRICIA [email protected]

Vida Económica - Que balanço faz dos dois anos de mandato e do compromisso possível entre uma dívida elevada e as necessidades de investimento em Vila Nova de Gaia?

Eduardo Vítor Rodrigues - Julgo que temos demonstrado uma grande disciplina e capacidade de gerir com rigor ao mesmo tempo que mantemos níveis de investi-mento muito acentuados. Como o Anuário

Financeiro dos Municípios demonstra, ao mesmo tempo que fizemos um esforço que é um esforço importante para um Município que está em dificuldades financeiras, man-tivemos um bom nível de investimento. O esforço da autarquia é socialmente relevante, com a diminuição de taxas e tarifas munici-pais. Diminuímos em 6,5% a Taxa de Resí-duos Sólidos e diminuímos em 8% o IMI, o que significou que o Município abdicou de receita entre a taxa e o imposto de 1,5 mi-lhões de euros/ano, que é muito relevante.

Acho que não pode continuar a ser justifi-cação para que as entidades públicas paguem os seus compromissos é estarem em situação de dificuldade financeira e resolverem o problema indo ao bolso dos contribuintes. Onde temos sentido as maiores debilidades? Claramente, na ausência do Quadro Comu-nitário de Apoio, porque este esforço que o Município está a fazer de sustentabilidade das contas, de investimento inteligente e disponibilidade para conter taxas e impostos municipais só pode ter um resultado defi-nitivo se tivermos o nível de investimento potenciado pelo Quadro Comunitário. Nos

últimos dois anos, não temos tido Quadro Comunitário e o país tem perdido com isso. O novo Governo tem quase esta obrigação de despoletar o investimento porque uma parte importante do desenvolvimento do país passa pelo Quadro Comunitário. En-tretanto, já perdemos dois anos no arranque do Portugal 2020.

VE - A falta de Quadro Comunitário é

mais sentida pelas autarquias do que pe-las empresas?

EVR - Sim, porque nas empresas, apesar de tudo, a banca tem estado ultimamente mais disponível para financiar o investimen-to. Nas autarquias, por várias razões, a banca deixou de confiar na gestão e no rigor de al-guns Municípios, e tem estado reticente. É natural que as empresas tenham uma maior capacidade e disponibilidade, mas o país também vive do investimento público.

Municípios agentes da diplomacia económica

VE - Tem uma expetativa positiva sobre

a evolução da atividade económica em geral e no concelho de Gaia em particu-lar?

EVR - De facto, tenho uma expetativa positiva. Julgo que temos assistido a um crescimento da atratividade de alguns ter-ritórios. O que sinto é que, no contexto do país, esse modelo é particularmente dual, ou seja, há claramente uma preponderân-cia de alguns tipos de investimentos, sejam ligados à indústria, ao turismo que é uma indústria por si só, que se focam priorita-

PRESIDENTE DA CÂMARA DE GAIA ALERTA PARA OS EFEITOS NEGATIVOS DOS ATRASOS DO PORTUGAL 2020 NO INVESTIMENTO PÚBLICO

Autarquias estão há dois anos

“O novo Governo tem quase esta obrigação de despoletar o investimento porque uma parte importante do desenvolvimento do país passa pelo Quadro Comunitário”, afirma Eduardo Vítor Rodrigues.

Confiança dos consumidores e empresários menos acentuadaOs indicadores de confiança dos consumidores e dos empresários nacionais voltaram a descer em dezembro. No entanto, a quebra foi menos acentuada do que nos meses anteriores. Os máximos foram atingidos em meados do ano passado, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística. Adianta o instituto: “A descida refletiu o contributo negativo das pers-petivas relativas à evolução da situação económica do país e do desemprego. Este indicador é apresentado em médias móveis de três meses por parte do INE”.

Troca de informação com os EUA volta a ser adiadaO Ministério das Finanças tornou a adiar a entrada em vigor da troca de informações ban-cárias com os Estados Unidos, no âmbito do acordo designado por FATCA. A justificação dada é que ainda não existe regulamentação específica. Os bancos nacionais têm até março para disponibilizarem informação sobre os clientes bancários norte-americanos à Autoridade Tributária e esta terá de fazer chegar a informação às autoridades dos Estados Unidos até ao final do próximo mês de abril.

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

“Diminuímos em 6,5% a Taxa de Resíduos Sólidos e diminuímos em 8% o IMI, o que significou que o Município abdicou de receita entre a taxa e o imposto de 1,5 milhões de euros/ano”

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sem Quadro Comunitário

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 7

Crédito malparado abranda em novembroO crédito malparado registou uma diminuição em novembro, quer para as famílias, quer para as empresas. O rácio de crédito vencido, relativamente ao mês anterior, foi de 16,4% nas so-ciedades não financeiras, menos duas décimas. Já no que se refere ao malparado nas famílias, houve uma descida de 0,1%, para um total de 5,2%, de acordo com o Banco de Portugal. Nos dois segmentos foi possível detetar uma melhoria, face ao mês anterior, sendo possível que esta tendência se mantenha nos próximos tempos.

Helena Borges fica diretora-geral da ATHelena Borges foi a candidata escolhida para diretora-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). O concurso contou com um total de 31 candidatos. Helena Borges vem da Direção de Finanças de Lisboa e já ocupava o cargo de diretora-geral desde a demissão de Brigas Afonso, na sequência do escândalo da Lista VIP. Desde março que está a desem-penhar funções na Direção-Geral de Finanças, sendo-lhe reconhecida a sua competência técnica.

riamente no litoral do país e nas duas áreas metropolitanas.

Vila Nova de Gaia ganha uma particular relevância porque é o maior município da Área Metropolitana em termos demográfi-cos, do ponto de vista da área é um municí-pio enorme, e portanto com uma capacidade de expansão que é evidente para todos. Por-tanto, é um município de referência pelas suas acessibilidades, pela disponibilidade de território, pela qualificação de mão de obra. Também é verdade que temos feito aquilo que acho que os municípios têm de fazer, que é cada vez mais serem agentes de diplo-macia económica, de captação de investi-mento e aí fazemos muitas vezes isso numa competição saudável com os municípios vizinhos. Mas tenho sentido de facto uma disponibilidade dos investidores nacionais e internacionais para olharem para Vila Nova de Gaia e para esta área metropolitana.

VE - As autarquias devem estar ativas

na captação do investimento?EVR - Tenho de dizer que os presidentes

de câmara dificilmente conseguem trazer o que quer que seja. Quando muito, podem ajudar a decidir localizações, porque são uma parte ínfima da cadeia neste esforço de diplomacia económica. Os municípios podem e devem ter um papel suplementar neste esforço do país de captação de inves-timento. Para isso, precisamos de ter uma relação mais estreita entre o Governo, as suas instituições mais próximas do poder central e depois os municípios. É verdade que temos tentado fazer o nosso papel com um grande empenho, batendo às portas porque há de facto investidores que estão com disponibilidade para assumir projetos novos ou para assumir projetos de reabili-tação urbana.

Nós estamos muito focados no que diz respeito à reabilitação urbana, em garantir investimento privado, porque só esse pode-rá ter consequências no país e, neste caso, no município. Depois, criámos também um conjunto de atrativos, porque a política fiscal municipal está muito focada, a mar-gem para criar incentivos é muito pequena.

Por isso, assumimos algumas medidas que são para mim medidas absolutamente relevantes, até inibidoras de receita da Câ-mara Municipal, porque são medidas que implicam perda de receita, mas são atrativas e facilitadoras da localização e algumas empre-sas muito simbólicas localizam-se cá. A Deca-thlon é um dos bons exemplos e um dos mais recentes, assim como a Starbucks que é uma atividade que tem associada uma imagem.

As grandes cidades europeias e mundiais têm pelo menos uma loja Starbucks em fun-cionamento e no Norte do país não existia nenhuma até esta ter aberto em Vila Nova de Gaia. Mas também temos uma vonta-de forte de apostar na área da indústria. A instalação da Pampilar e a reativação da Cerâmica de Valadares são dois exemplos de processos em que o município esteve di-retamente envolvido. Num caso houve ce-

dência de terrenos a custos completamente fora do mercado e noutro caso houve con-certação entre o município e o Governo do país através do então secretário de Estado Agostinho Branquinho na viabilização das condições para a reativação da Cerâmica de Valadares, que contou com a disponibilida-de do Millennium BCP que foi absoluta-mente decisiva.

VE - No diálogo com os investidores

estrangeiros existe boa articulação com a AICEP?

EVR - Creio que a AICEP tem de refor-çar esse papel. Em relação aos municípios, eu julgo que é possível fazer melhor. A AI-CEP tem uma rede de parceiros a trabalhar ativamente no terreno, que são os 308 mu-nicípios. Não aproveitar esse potencial seria um equívoco. Nas áreas metropolitanas es-ses municípios, além da sua disponibilidade institucional, têm eles próprios um conjun-to de instrumentos que podem ser muito importantes para o trabalho que a AICEP vai fazendo. Temos tido alguma relação, mas estou absolutamente persuadido que é possível ir mais longe.

VE - A situação do emprego em Gaia

neste momento está estável?EVR - Estamos com uma taxa de desem-

prego na linha da média nacional. Temos uma situação um pouco mais pressionante porque também somos um concelho jovem e portanto as questões do desemprego jovem também se colocam. Mas o que tenho senti-do é uma boa capacidade de resposta e uma grande disponibilidade de empresas que já cá se localizam para crescerem e ampliarem e criarem novos postos de trabalho.

Isso é particularmente importante, por-que na demografia das empresas ou da ati-

vidade económica não adianta muito estar a potenciar novos investimentos se não for-mos capazes de manter e de aprofundar osinvestimentos que já cá existem. Na esma-gadora maioria dos casos a criação de pos-tos de trabalho que aqui tem ocorrido tam-bém depende muito de uma capacidade de crescimento, de alargamento de atividade,de criação de postos de trabalho por partedas empresas que já cá se localizam. O quetambém significa que estão saudáveis e emcrescimento.

VE - A autarquia está a apoiar de for-ma direta a criação de emprego?

EVR - Criámos dois tipos de instrumen-tos: um instrumento para as empresas, quetem a ver com incentivos fiscais e algumtipo de atratividade económica a partirda localização privilegiada em terrenos de baixo custo; paralelamente, em articulaçãocom o Centro de Emprego local, criámosuma bolsa de emprego constituída por uma bolsa de recrutamento para fazer a ponte entre o indíviduo que procura emprego eo mercado de trabalho, mas tem tambéma vontade de articular ou de afinar as com-petências dos indivíduos que procuramemprego com a oferta que existe no mer-cado de trabalho. Muitas vezes, há ofertasde empregos, mas há um desajustamentoentre os requisitos da oferta e as compe-tências dos sujeitos. Nesta bolsa, para além de potenciarmos uma relação forte com asempresas, tentamos afinar as característicasdo mercado de trabalho às competênciasdos indivíduos. Isso traduz-se depois emorientação formativa que o próprio Cen-tro de Emprego direta ou indiretamentevem a promover. Na área das línguas, por exemplo, temos sentido algumas debilida-des em termos da animação sociocultural,na hotelaria e restauração. Temos partido dessa bolsa para diagnosticar as debilidadese as competências dos indivíduos à procurade emprego e colaborar nesta lógica de par-ceria com o Centro de Emprego e com as escolas profissionais do concelho.

VE - Sendo um operador importante

porque também compra inúmeros pro-dutos e serviços, a Câmara pode dina-mizar a atividade das empresas locais?

EVR - A primeira coisa que temos feitoé pagar. A melhor forma de ajudar o tecidoeconómico com o qual nos relacionamos é pagar. Tínhamos um passivo de curto pra-zo de tesouraria de cerca de 40 milhões de euros. Neste momento temos metade, ouseja, foram injetados 20 milhões de eurosna economia local que estavam em dívidamunicipal. Uma boa gestão significa pagar,injetar dinheiro na economia porque não ajudamos as empresas se comprarmos bens e serviços e a seguir ficarmos a dever. Temosessa responsabilidade.

Também temos incentivado o município e as nossas participadas a relacionarem-se com a atividade económica do concelho.

Ensino privado pode e deve ser cofinanciado pelo Estado

Eduardo Vítor Rodrigues deixou a Universidade do Porto para dirigir a Câmara de Gaia. Contrariando a opinião comum pouco favorável ao envolvimento do Estado no financiamento do ensino privado, o autarca e professor universitário acredita que a diversidade da oferta é salutar. E destaca o facto de Gaia ter uma forte tradição e dinâmica das instituições privadas de ensino.Ao comentário frequente segundo o qual o dinheiro dos impostos não deve ir para o Ensino Privado responde que o dinheiro público não deve ir para os bancos.“Para o ensino privado, acho que deve ir para garantir que quando o setor privado oferece o que o ensino público não tem, essa oferta possa ser feita e assumida pelas várias classes sociais e não apenas por aqueles que podem pagar. Por isso, os impostos dos cidadãos servem para corrigir as desigualdades sociais. Não me escandaliza nada que os impostos

dos cidadãos sirvam para uma escola de qualidade que quando não tem oferta pública é complementada pela oferta privada” - afirma.“A meu ver, essa discussão não faz sentido nenhum” - considera. “O ensino público tem o seu espaço e o ensino privado também tem o seu espaço. Em Vila Nova de Gaia temos acarinhado e tentado ajudar de muitas formas as instituições de ensino, quer no âmbito da escolaridade obrigatória, quer de ensino mais profissionalizado ou até ensino superior. Julgo que o país não vive de dicotomias artificiais e portanto temos de reconhecer que há uma área de intervenção em que o ensino público tem a sua relevância até pelo principio da universalidade que consagra, mas isso não exclui a disponibilidade que temos de ter para acolher instituições que, no âmbito do ensino privado, com as suas especificidades, trabalham nesta área concreta.

A educação é uma área que tem uma responsabilidade pública óbvia. Temos iniciativa privada de grande qualidade em Vila Nova de Gaia” - salienta.Eduardo Vítor Rodrigues destaca a diversidade existente em Gaia e a oferta formativa alargada. E refere o Piaget, mais ligado à educação, até ao ISLA, nas atividades económicas, a Escola Profissional do Infante ou a Escola Profissional de Gaia, na área do ensino profissional, a Escola Superior de Tecnologias de Saúde ligada ao Politécnico do Porto. “A diversidade entre o público e o privado ajuda a alargar a oferta e beneficia a todos. Não acho que seja interessante o debate da exclusão do ensino privado por razoes estritamente ideológicas. Porque o ensino privado já deu demonstração de que é capaz das melhores coisas. Também é verdade que já demonstrou que é capaz de coisas menos positivas, mas isso acontece no privado e no público” - conclui.

“Os municípios podem e devem ter um papel suplementar neste esforço do país de captação de investimento”

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Alguns dos banqueiros mais importantes do mundo estão a investir milhões de dóla-res no setor “fintech” para acederem a novas tecnologias de serviços financeiros online. Serviços esses que vão desde pagamentos e créditos a câmbios digitais, passando por meras transferências. Estes banqueiros estão a desafiar a banca tradicional, através das no-vas tecnologias.

Sem a regulação muito exigente e os velhos sistemas informáticos, as “fintech” converte-ram-se num dos setores mais dinâmicos e as “start-up” têm conseguido captar milhões e milhões de dólares. Só no terceiro trimestre do ano passado, o investimento global atin-giu um recorde de mais de 4,8 mil milhões de dólares. O que até não é para admirar. As estimativas mais recentes apontam para que a indústria emergente coloque em risco mais de 4,7 biliões de dólares em receitas e cerca de 47 mil milhões em lucros. Este fluxo di-nheiro para o setor em crescimento também elevou o valor das “start-up”, muitas delas a ultrapassarem os mil milhões de dólares.

Por exemplo, foram mesmo criadas em-presas de capital de risco, expressamente para financiarem entidades de tecnologia financeira centradas em créditos alternativos ao consumo, soluções de pagamentos para vendedores e software de infraestruturas fi-nanceiras. Acontece que este movimento está a ser impulsionado por antigos executivos do setor bancário, muitos deles de topo. Uns

saíram pelo próprio pé, outros foram des-pedidos. Não deixaram a atividade e estão a investir na banca tecnológica, sendo certo que serão elevadíssimas as perdas para a ban-ca tradicional.

Um caso paradigmático é o de Vilkram Pandit. O executivo de topo do Citi foi des-pedido do cargo durante a crise financeira. Não perdeu tempo. Com 58 anos de idade

tornou-se num dos mais profícuos investi-dores em “start-up” de tecnologia financeira. No fundo, é mais um nome que se interes-sa por aquelas empresas que combatem o negócio da banca tradicional. Entre os seus investimentos está um fornecedor online de crédito a estudantes. Em apenas um mês, obteve mais de 100 milhões de dólares em dívida e capital.

A capacidade das empresas energéticas para fazerem face às dificuldades diminuiu. Para os produtores de gás e petróleo, este será um ano de dificuldades, com cortes, reestruturações e refinanciamento. Os ana-listas esperam um 2016 ainda pior do que o ano passado.

A quebra dramática nos preços já acabou com milhares de postos de trabalho e provo-cou o cancelamento ou a prorrogação de in-vestimentos milionários no setor. Neste mo-mento, pode-se afirmar que a situação está mais complicada do que há um ano atrás. Há até quem pense que será um período de suspensão de pagamentos. Adivinha-se uma aceleração nos processos de fusão e aquisição, depois de um ano de abrandamento, tendo em conta a falta de entendimento quanto ao valor dos ativos. Mesmo aqueles grupos que estão presentes noutras áreas, como a refina-ção, não escaparão às dificuldades.

Coloca-se um outro problema grave às energéticas. É que as ferramentas de que dispunham no passado estão esgotadas. Havia cobertura e margem para cortar nos custos com relativa rapidez, mas essa solu-ção já não faz parte da equação. Os produ-tores de petróleo cortaram nos custos, por

via do aumento da eficiência e da redução das comissões que lhes eram cobradas pelos seus fornecedores. Atualmente, um barril de petróleo para ser rentável tem de estar acima dos 66 dólares, fasquia que está mui-to acima dos níveis de preços atuais. Resul-

tado, as petrolíferas vão agravar o respetivo endividamento. As grandes empresas do setor podem aceitar um nível mais elevado de dívida, mas não querem que o valor en-tre em descontrolo, pelo que já anunciaram mais cortes nas despesas.

Empresas “fintech” colocam em risco a banca tradicional

Setor do petróleo defronta-se com um ano muito complicado

DuPont elimina 1700 postos de trabalhoO grupo químico DuPont anunciou um plano de reestruturação, o qual inclui o despedimen-to de 1700 trabalhadores. A eliminação dos postos de trabalho deverá ficar concluída ainda no primeiro trimestre. Com esta reestruturação, o grupo norte-americano espera garantir poupanças na ordem dos 700 milhões de dólares anuais, sendo que cerca de 10% da força de trabalho será afetada por esta estratégia.

China introduz novo sistema para avaliar riscos financeirosO Banco Central da China anunciou que vai lançar um sistema de avaliação macroprudencial. Trata-se de melhorar a avaliação e evitar riscos no setor financeiro do país. Ainda que o novo sistema continue a considerar o rácio de adequação do capital dos bancos como principal fator, outros aspetos serão tidos em conta, como a qualidade dos ativos das entidades e as suas condições de liquidez ou a maneira como é implementada a política de crédito do Governo.

Bancos centrais continuam a preocupar os investidores

Os maiores colapsos nos mercados, ao lon-go do passado, foram causados pelos bancos centrais. E tudo aponta para que o exercício agora iniciado traga ainda mais volatilidade. Sobretudo em resultado do aumento das ta-xas de juro por parte da Reserva Federal. A que acrescem várias incógnitas do lado do Banco Central Europeu.

O maior desafio deste ano pode ser aquele colocado pelo banco central mais influente do mundo, a Reserva Federal dos Estados Unidos. A Fed quis transmitir aos mercados a ideia de que o aumento será lento, mas não restam dúvidas do que o alívio monetário che-gou ao fim, o que coloca muitas dúvidas aos investidores. Haverá que ter todo o cuidado em não transmitir o choque do mercado para a economia real. O BCE e o Banco do Japão continuam a defrontar-se com uma econo-mia pouco consistente e uma inflação muito baixa, o que poderá levar a uma ampliação dos estímulos. Quanto à China, importa não esquecer as turbulências que afetaram os mercados, no ano passado. Trata-se de uma situação em que os investidores nem querem pensar e que revelou um banco central pouco assertivo e até contraditório nas suas decisões. Uma coisa é certa, a confiança dos investido-res nos bancos centrais saiu diminuída. Mui-to dependerá de eventuais decisões que forem tomadas nos tempos mais próximos.

Salário mínimo tem grandes variações na União Europeia

O salário mínimo em 22 dos 28 países da União Europeia varia entre os 1923 euros, no Luxemburgo, e os 194 euros, na Bulgária, de acordo com dados do Eurostat. Portugal está entre os países intermédios, com um salário mínimo inferior ao praticado na Grécia.

São sete os Estados-Membros que contam com um salário mínimo superior a mil eu-ros. São eles o Luxemburgo (1923 euros), o Reino Unido (1510), a Holanda (1508), a Bélgica (1502), a Alemanha (1473), a Irlanda (1462) e a França (1458 euros). No segun-do grupo estão países com salários mínimos entre os 500 e os mil euros, no qual está Por-tugal, antecedido pela Eslovénia (791 euros), pela Espanha (com 757), Malta (720) e Gré-cia (684). Com valores inferiores a 500 euros estão países como a Croácia, a Estónia ou a Eslováquia. Foi no Reino Unido que o salário mínimo mais cresceu, no ano passado, tendo passado de 1379 para 1510 euros mensais. Uma caraterística deste mercado laboral é que há variações em função da idade. Quan-to mais novo se começa a trabalhar, menos se ganha.

Em seis países da União Europeia não há salários mínimos fixados por lei. São eles a Dinamarca, a Itália, o Chipre, a Áustria, a Finlândia e a Suécia. A Suíça não pertence ao espaço comunitário e também não tem salário mínimo. Mas, se assim fosse, então o mesmo seria superior a quatro mil euros mensais. Foi feito um referendo no país helvético relativo à possibilidade de criar um salário mínimo e a esmagadora maioria rejeitou a intenção.

ATUALIDADE/Internacional

8 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

As empresas energéticas deixaram de ter margem para reduzirem ainda mais os seus custos.

Muitas empresas “fintech” estão a ser apoiadas por antigos banqueiros provenientes de Wall Street e são uma ameaça crescente à banca tradicional.

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Com a chegada dos partidos da esquerda radical à esfera do poder - embora, por enquanto, apenas nas

suas margens -, estão a ressurgir e a ganhar corpo alguns fantasmas que determinadas organizações políticas e sindicais gostam habitualmente de invocar na sua cruzada permanente contra a economia de mercado.

O maior desses fantasmas é precisamente, em abstrato, a fi gura do despedimento.

Não tenho quaisquer dúvidas de que o desemprego é em si mesmo uma tragédia social. E que a condição de desempregado é, para a maioria dos cidadãos de países como Portugal, não só um estigma violento como também um fator de desesperança.

Até hoje, nenhum modelo económico foi capaz de resolver totalmente o problema do desemprego. E aqueles que o procuraram disfarçar de forma artifi cial conduziram sempre as economias em que foram impostos à verdadeira ruína.

Apesar de tudo, tal como a democracia é o menos mau dos sistemas de governo, também a economia de mercado tem vindo a prevalecer como o menos mau dos modelos económicos.

Mas embora o menos mau, esse modelo, não obstante ter conduzido a uma redução enorme da pobreza durante o último século, enferma de cada vez maiores perversões que urge combater de forma muito assertiva.

A questão da criação do emprego é aí fulcral, sendo uma daquelas onde são necessárias respostas mais urgentes.

A História já demonstrou com grande evidência que a autoestrada para a criação de emprego é o crescimento económico. Pelo que o caminho passa em primeira instância pelo estímulo ao empreendedorismo e à criação de riqueza. Naturalmente, esse não pode nem deve ser o único dado da equação. É necessário

que o processo de criação de riqueza seja acompanhado pela introdução de novos critérios de natureza ética que contribuam para combater as cada vez mais inaceitáveis desigualdades entre os cidadãos. É fundamental proteger os mais fracos e combater os abusos dos mais poderosos. E é verdadeiramente vital que o capitalismo se reinvente e se faça expurgar do lado selvagem que o descaracteriza. Temos de ser todos nós, aqueles que acreditamos na economia de mercado, a tomar a dianteira nesse processo de reformulação do sistema capitalista. Caso contrário, ao invés de uma reforma inteligente a partir do interior, haverá o risco de uma rutura causada pelos radicais cujo ódio crescente ao ocidente e ao capitalismo está verdadeiramente empenhado em alimentar a catástrofe.

Os radicais fi ngem ter soluções, mas, mais do que resolver os problemas dos cidadãos, o seu objetivo prioritário é combater e eliminar a economia de mercado.

É precisamente nesse contexto que os sindicatos e partidos políticos de extrema- -esquerda acenam permanentemente com a necessidade de uma legislação laboral mais rígida, nomeadamente no que concerne aos despedimentos.

Mas é também aí que reside a sua maior falácia. Com efeito, especulam um raciocínio que parte de um princípio ostensivamente distorcido: o de que as empresas são entidades cínicas cujo principal objetivo é despedir os seus trabalhadores.

Toda essa construção teórica dos radicais assenta na ideia do empresário supostamente perverso. Apenas com base nesse falso pressuposto poderá a mesma simular a sua própria existência. Aliás, esse tipo de intervenção sindical e política apenas se poderá legitimar com a invocação desse fantasma.

Tal conceção demoníaca da empresa esbarra no entanto com a realidade. As empresas querem criar e manter postos de trabalho. Querem contratar e não despedir. Querem qualifi car os seus recursos humanos e investir na respetiva formação profi ssional. Essa é que é a sua vocação natural e genuína. Essa é que a sua prioridade.

Os partidos políticos extremistas não querem aceitar esta realidade, preferindo continuar a viver no mundo de fi cção que eles próprios alimentam para sua conveniência. Pelo que, manifestamente, nunca poderemos contar com eles para ajudar a aperfeiçoar o sistema em que vivemos.

Mas já quanto aos sindicatos, a sua responsabilidade com a verdade é muitíssimo maior. Seria absolutamente vital que se preocupassem menos com os despedimentos e mais com a criação de emprego. O sindicalismo também precisa de se reinventar. Não pode continuar entrincheirado numa lógica de luta de classes que a própria realidade se encarregou de remeter para o domínio do quixotesco. Pelo contrário, tem de assumir-se como um verdadeiro parceiro das empresas e das associações que as representam, na procura de soluções concertadas que estimulem o crescimento, promovam a qualifi cação e formação profi ssional e defendam os verdadeiros interesses dos trabalhadores e não apenas os de algumas castas.

Nesse sentido, urge que deixem de encarar a empresa como um inimigo. Se continuarem a estigmatizar todas as empresas com base nas práticas erradas de uma minoria, prestarão um mau serviço à sociedade, à economia e aos próprios trabalhadores.

Aliás, enquanto se insistir em colar os maus exemplos oriundos das franjas minoritárias do capitalismo selvagem ao comportamento padrão da generalidade das empresas estar-se-á a ser cúmplice dos abusos que aquelas franjas protagonizam.

É fundamental que saibamos fazer uma distinção muito clara entre as boas e as más práticas empresariais, entre a essência da economia de mercado e os excessos de alguns abutres, entre a regra e a exceção, entre aqueles que criam riqueza e aqueles que a corrompem.

Se não o fi zermos, a fronteira entre os valores de uns e as perversões dos outros fi cará irreversivelmente diluída. Perderemos o sentido crítico indispensável para sancionar os que fazem mal e estimular os que fazem bem, tratando de forma acriticamente igual o que é manifestamente desigual.

Nessa eventualidade trágica – para a qual infelizmente caminhamos com uma rapidez assustadora -, fi caremos quase todos a perder: as empresas, os trabalhadores, a economia de mercado e a própria democracia. Apenas fi carão a ganhar os abutres sem escrúpulos e os radicais anticapitalistas. Essas são, aliás, com cada vez maior evidência, as duas faces de uma só moeda que se necessitam reciprocamente para poder sobreviver. Será lamentável que não saibamos encontrar uma forma de as combater. Os mundos que uma e outra querem fazer vingar seriam seguramente muito piores do que aquele em que vivemos.

A grande falácia dos radicais

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 9

A História já demonstrou com grande evidência que a autoestrada para a criação de emprego é o crescimento económico

RAFAEL CAMPOS PEREIRAAdvogado e dirigente empresarial

ESTUDO REGUS REVELA

Trabalho fl exível é benéfi co para empresas e colaboradores

Um novo estudo do fornece-dor global de locais de trabalho Regus mostra que a necessidade crescente de equilibrar cada vez mais a vida profi ssional e pessoal dos colaboradores está a aumen-tar o trabalho fl exível. Mas tam-bém as empresas têm um forte interesse em incentivar o trabalho fl exível dado que é visto como uma forma de criar organizações ágeis e mais capazes de lidar com a rápida evolução das condições de mercado.

Para 68% dos portugueses a procura por mais equilíbrio entre a vida profi ssional e pessoal está a impulsionar o trabalho fl exível. Outro fator importante aponta-do por 30% dos profi ssionais é o desejo de trabalhar mais perto de casa.

Em termos globais há algumas

diferenças. Segundo a pesquisa, que refl ete as opiniões de mais de 44 mil profi ssionais em mais de 100 países em todo o mundo, 61% dos inquiridos afi rmou que a demanda por uma melhor con-ciliação entre profi ssão e família está a contribuir para o cresci-mento do trabalho fl exível. Qua-se metade (48%) demonstrou o objetivo de trabalhar mais perto de casa como outro fator-chave.

O trabalho fl exível também é benéfi co para as empresas, per-mitindo-lhes expandir ou retrair rapidamente, sem gastos avulta-dos. Estas empresas encontram--se também em melhor posição para atrair talentos de várias áreas, especialmente se estiverem em consonância com as melhores práticas laborais no que respeita à fl exibilidade.

Fator de produtividade

“Este estudo confi rma que o tra-balho fl exível aumenta a efi ciência e reduz os custos, permitindo às empresas poder reduzir o espa-ço subutilizado para escritórios e operar de uma forma mais ágil”, explica Jorge Valdeira, “country manager” da Regus Portugal.

“Embora as motivações para o trabalho fl exível possam diferir para as empresas e para os colabo-radores, ambos têm a ganhar. O facto de as empresas já estarem a benefi ciar com o trabalho fl exível, com o aumento da sua agilidade, é uma boa notícia. Adicionalmente, ajudar os colaboradores a encon-trar um equilíbrio mais satisfatório entre a vida pessoal e profi ssional cria uma força de trabalho mais saudável e produtiva”, acrescenta.

Para 68% dos portugueses a procura por mais equilíbrio entre a vida profi s-sional e pessoal está a impulsionar o trabalho fl exível.

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PREVER E PREVENIR,evitar o contribuinte a pagar

A história repete-se. Em 19/05/08 o então presidente do Banco Central da Suécia

alertava que não havia mecanismos na UE para travar a iminente falência de bancos. E que a Suécia deveria tomar medidas para evitar que o contribuinte pagasse por falta de prudência nalguns empréstimos de alguns grandes bancos. Pois a prática mostrara que a banca partia do pressuposto que os governos a apoiariam, no caso de insolvências.

As medidas propostas evitaram que a Suécia fosse abalada pela crise que até hoje afeta o Euro e que a banca tivesse perdas. As regras de prudência foram controladas pelo Riksbanken e a banca deixou de tomar riscos em grandes operações. Enquanto os países do Sul da Europa perderam 3% do PIB por ano, a Suécia cresceu 3%.

Os “Nobeis” de Economia têm contribuído com ótimas obras para se prever ciclos, e riscos que aumentarão no futuro, relativos a exportação de um país, com ou sem a moeda única. A crise da banca lusa foi por mim alertada em 2006, quando estranhei a pontuação das agências de rating, e ainda alertei para 110 mil fogos a vender ou arrendar, por mais de 12 meses, e sem compradores. A grande banca local dava empréstimos elevados a grandes construtoras, baseada em preços de venda futuros, incluindo uma especulação inusitada. A condição era que o tomador do empréstimo usasse a sua conta pessoal, baseada em lucros futuros, para grandes empréstimos de consumo, como autos topo de gama, viagens ao estrangeiro distante e jóias, onde a banca tem maior margem de lucro.

Um dos controlos que o Riksbanken passou a realizar em 2008 foi a decisão de controlar os dividendos de cada banco aos acionistas, consoante a sua margem de risco prevista para os anos seguintes. Isso obrigou a banca lá a aumentar o seu lastro. Para reduzir os custos operacionais, a banca lá adotou caros softwares para garantir a segurança das operações pela internet e pelas máquinas de MB, o que reduziu a necessidade de balcões e de pessoal.

Na grande maioria dos países onde trabalhei ou consultei, o Banco Central tem uma ação discreta mas fi rme, onde as reclamações dos clientes são imediatamente controladas, o banco infrator punido e as práticas alteradas, para não perder o seu alvará de funcionamento.

O mesmo com a ANACOM lá.Eu próprio tive o dissabor de

um grande banco aqui permanecer com um valor que não me creditou por meses. Quando eu reclamava, diziam “é assim mesmo, em breve será restituído”. Mas no mesmo dia que reclamei por escrito ao Banco de Portugal alguém da alta gerência do tal banco telefonou a dizer que iriam restituir no dia seguinte. Dez dias depois, o BdP disse que o assunto fora arquivado. Ou seja, alguém do BdP informou à alta gerência do tal banco antes mesmo de reenviar a reclamação à chefi a do BdP.

Conheço várias PME que foram ludibriadas por um ou outro balcão de um ou outro banco. A todos disse o mesmo, “reclame por escrito ao BdP”. Apesar de o fazerem nada resultava. Um deles disse que essa tradição do “posso, quero, mando” na banca lusa vem desde a década de 80.

Um consultor sempre faz a análise SWOT em qualquer negócio e, após a operação, pergunta quem ganhou, quem perdeu. A crise da banca em Portugal foi prevista já em 11/11/04, quando num jornal algarvio alertei para a especulação fi nanceira sem base na economia real. Outros alertaram já em 2003, incluindo conhecidos professores universitários, ex-ministros, etc. Os governos nada fi zeram. Quem ganhou? Governantes que foram para ricas posições na UE, no FMI, BCE e até um como professor convidado nos EUA, pago pela EDP. A grande banca estrangeira, como a Goldman Sachs, Deutsche Bank, Lloyds, UBS, com juros elevados na securitização de empréstimos imprudentes. Se os governos deixassem os bancos falidos falirem, seria óbvio que nem eles nem o BdP ouviram os alertas. E seriam os acionistas e essa banca a perder. Mas como essa banca infl uencia os que decidem a distribuição dos grandes tachos…

Quem perdeu? O contribuinte, como sempre. Aquele que vota num sistema de alternância entre os que nada mudam. Ainda temos leis eleitorais que travam listas e partidos alternativos. Como na Rússia.

Quem perdeu? Nós, cidadãos, sempre enganados por um sistema que diz ser justo mas que usa dois pesos e duas medidas. Sistema permissivo com cartéis e a banca, mas que aperta PME.

O que fazer? Ainda tenho esperança que os movimentos democráticos alternativos que estão a forçar os governos autocratas da Alemanha, Itália, França, Espanha e Portugal consigam mudar algo. Espero que o Reino Unido consiga desburocratizar a UE. Precisamos de estadistas que permitam a urgente modernização legal, para travar uma nova onda de distúrbios, como tivemos na década de 1970. Pois os netos, desempregados, dos que então protestaram até com fogo só têm duas alternativas: emigrar ou lutar.

JACK SOIFER*Consultor Internacional, autor de 41 capítulos em livros e livros próprios, em 4 linguas; COMO SAIR DA CRISE, ENTREPRENEU-RING SUSTAINABLE TOURISM, ONTEM E HOJE NA ECONOMIA, PORTUGAL PÓS-TROIKA?

ECONOMIA E CIÊNCIA

ATUALIDADE/Opinião

10 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

Em tempos de um mundo novo, doido e sem regras, vivemos tempos de paz com meio mundo em guerra e nuvens

negras para o lado do mundo do petróleo! Por cá a guerra que vivemos e que iremos viver por muitos anos, positiva ou negativa, chama-se guerra da globalização e guerra dos partidos políticos (guerra da não verdade)! Um mundo doido e sem regras onde muito se fala de regulação do sistema fi nanceiro mas pouco de o dinheiro ser vobarde, pois este esconde-se onde se sente melhor, como um “vulcão”, um “desastre natural” que nos fl agela a todos!

Guerra da globalização: numa Europa prisioneira dos seus “lobbies”, lenta a legislar, é fundamental criar novas regras, para o sistema fi nanceiro, dando garantias à banca comercial e sem proteção para a banca de investimentos? Num mundo global, super-volátil, é fundamental termos regras e ações céleres de regulação do sistema fi nanceiro mas também para a fi scalização sobre a temática da responsabilidade ambiental, aos direitos humanos e à legislação laboral global, nomeadamente sobre os que exportam para a UE! Urge ter um sistema super proactivo e não reativo, lento, interessado, como o nosso!

Felizmente, e como se viu muito recentemente, o BCE parece estar a liderar a regulação, obrigando as nossas instituições a serem atuantes! Se nós não somos capazes, ou não interessa ao “sistema” partidário instalado, haja de fora quem ponha ordem na nossa casa!

A globalização é um facto para o qual devemos principalmente apostar nas oportunidades que se nos oferecem! Mas, obrigar os europeus a medidas de responsabilidade ambiental, exigentes, burocráticas e muito onerosas, quando pela teia dos interesses dos “lobbies” importadores produtos concorrentes sem controlo / fi scalização, entram quase ajudados, na comunidade, prejudicando a indústria + serviços europeus, limitando o investimento e com isso o objetivo do emprego!

“Lobbies”? Por que razão o Parlamento Europeu deu

uma vitória estrondosa à “imposição de etiquetas de origem nos produtos têxteis ”, mantendo-se “esquecida” numa qualquer gaveta do Conselho de Ministros da União Europeia?

É na indústria têxtil que reside o maior emprego em Portugal!

Guerra dos partidos: em vez de nos unirmos e pormos Portugal em primeiro lugar, numa visão de reforma do Estado, apostando no crescimento e no emprego, como fez o grande estadista alemão Helmut Schmidt, aliando os partidos “inimigos” (SPD e CDU) e aliando-se com a França “inimiga” e Valery Giscard D´Estaing, numa visão estratégica de modernidade e desenvolvimento para a Alemanha, França e para toda a Europa! Dois grandes estadistas! Por cá vivemos o regabofe da política parola e completamente viciada na retórica, numa vivência de clientelismos de interesses, afastados da realidade e da população.

Com os ricos cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres, onde a pobreza nacional atinge quase os 3 milhões de Portugueses (30% da população), as PME “o suporte” da nossa economia, vivem com falta de apoio bancário para a sua recapitalização e normal funcionamento das suas estruturas, com um Estado pesado

e burocrático a necessitar de reformas estruturais urgentes (não esquecendo que o enorme problema do Estado Português está no facto de essas reformas atingirem pessoas), um Estado que usa mal os dinheiros dos contribuintes, não sabe gerir, gasta demasiado e onde a carga fi scal assume laivos de “terrorismo fi scal”, isto só pode acabar mal!

E, segundo a campanha presidencial em curso, com um tráfi co de infl uências e uma corrupção instaladas, que urge ser combatida logo pelos sinais exteriores de riqueza!

Renovação: é o tema que se exige, com novos políticos, verdadeiros estadistas, experientes e competentes para renovar o tecido vicioso da nossa política, que se ancorou num carreirismo desajustado das realidades económicas e sociais! Em vez de uma permanente retórica ameaçadora dos perigos da esquerda e direita, quiçá vivendo os nossos políticos ainda no tempo da Revolução Francesa, vamos em conjunto encontrar consensos para solucionar os perigos da nossa economia, mas a sério! Como?

Seguindo o exemplo da linha de pensamento de Helmut Schmidt (estadista exemplar europeu), criando um pacto de regime em Portugal e apostando numa visão estratégica de verdade e de renovação pela credibilidade! Os atores políticos portugueses têm de alterar os seus padrões comportamentais ancorando as suas atividades políticas-económicas -fi nanceiras na credibilidade ou, sem credibilidade, continuarão a seguir o rumo da irresponsabilidade!

Só assim, reformando o setor público, cada vez mais gastador, apostando na iniciativa privada e nos empresários portugueses, para uma visão exportadora do tecido PME/Empresas Familiares, Portugal pode fi nalmente preparar-se para o ciclo difícil que temos pela frente (2016-2030), benefi ciando das vantagens de sermos pequenos!

Guerra da não verdade: Por cá o Primeiro-Ministro deu uma entrevista ao JN afi rmando que a “‘troika’ andou mais preocupada com juntas de freguesia do que com a banca”, abordando a queda do Banif, a “troika” e o futuro da TAP. O Primeiro-Ministro quer as responsabilidades do Banif apuradas, a supervisão da banca revista e o negócio da TAP investigado porque, afi rmou, “Não são questões ideológicas” e “São questões de interesse nacional”.

http://www.jn.pt/live/Entrevistas/default.aspx?content_id=4952829

Então a “troika” não trouxe J 12,6 mil milhões para a recapitalização da nossa Banca? Sem comentários!

Não é mentira – Não é verdade - só servem para afastar, cada vez mais os portugueses da política e pôr em perigo a própria democracia!

E para o anunciado “fi m da austeridade” aguardamos a tomada de posição do novo Governo para o cumprimento, por parte do Estado e das suas Entidades Públicas do Decreto-Lei n.º 62/2013, que estabelece medidas contra os atrasos no pagamento de transações comerciais, transmitindo o exemplo de credibilidade que se exige a um Governo europeu!

“Pagar tarde não é apenas um desastre económico, mas também um desastre humanitário”!

Vamos parar para pensar, apostando no Futuro de Portugal!

Regulação e renovação?

ÉTICA e NEGÓCIOSDAVID ZAMITHACEGE – Núcleo do Portowww.acege.pt

“Reclamações dos clientes são imediatamente controladas, o banco infrator punido e as práticas alteradas”

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Nova Direção da AGAP tomou posseA nova Direção da AGAP - Associação dos Ginásios de Portugal tomou posse ofi cial ontem,dia 7 de Janeiro. O novo presidente desta associação, João Pimentel, liderou em dezembro alista vencedora para um mandato de dois anos. João Pimentel, dos ginásios Kangaroo HC, sucede assim a José Júlio Vale Castro, que assumiu a presidência de 2013 a 2015. A AGAPrepresenta 700 ginásios e faz parte do Conselho Nacional do Desporto como membro efe-tivo.

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 11

Em 2015 foram abertos 10 novos restaurantes Burger King do Grupo Ibersol, aumentando para 54 as unidades que opera desta marca em Portugal. Assim, o Grupo inaugurou restaurantes um pouco por todo o território continental e Regiões Autóno-mas, nomeadamente na Abóbo-da, Oeiras, Maia, Pombal, Caldas da Rainha, Ilha Terceira (Angra do Heroísmo), Famalicão, Vila do Conde, Monção e, fi nalmente, na Rua Ferreira Borges, em Lisboa. Este programa de aberturas é fru-to do plano global de expansão do Grupo, que inclui também marcas como a Pizza Hut e novas unidades no segmento Travel nos aeroportos nacionais.

Nas novas unidades Burger King o Grupo Ibersol criou 250 postos de trabalho diretos. O plano de expansão passou tam-bém pela remodelação de nove restaurantes, com incremento no espaço útil de sala e novos espa-ços especialmente criados para os mais pequenos como o “playking digital” ou o “playground”.

O último restaurante inaugu-rado está situado na Rua Ferreira Borges, no cosmopolita bairro de Campo de Ourique, em Lisboa. Este novo restaurante está aberto das 11 horas às 23 horas e conta com o serviço de free Refi ll para as refeições.

“A abertura de 10 novos restau-rantes Burger King num só ano demonstra a dinâmica que esta-mos a imprimir ao nosso plano de expansão e a aposta consoli-dada do Grupo Ibersol enquanto franchisado BURGER KING®. Temos uma longa tradição de desenvolvimento da Burger King em Portugal, estamos muito fe-lizes com os resultados e vamos continuar a crescer, com abertu-ras em locais estratégicos” - afi r-mou Alberto Teixeira, presidente do Grupo Ibersol.

Trezentas unidades em funcionamento

O Grupo Ibersol, líder “multi--conceito”, é o mais importante grupo de restauração moderna em Portugal e um dos maiores da Península Ibérica, tendo iniciado a sua atividade em Angola, em 2012.

Está presente em Portugal Continental e nas Regiões Autó-nomas, compreendendo cerca de 300 unidades, segmentadas por

Ibersol alarga rede Burger King

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NEGÓCIOS

E EMPRESAS

um portfólio de marcas como a Pizza Hut, Burger King, Pans & Company, KFC, Ò Kilo, Pasta Caffé, Miit, Roulotte e SOL.

A par do crescimento e diver-sifi cação de negócios, a Ibersol tem vindo a prosseguir políticas

de sustentabilidade e responsa-bilidade social, sendo o tema da educação para a saúde e, nomea-damente, a promoção de hábitos alimentares saudáveis uma prio-ridade através do programa Viva Bem. Em 2015 foram abertos 10 novos restaurantes.

Contabilidade Financeira Explicada

O resultado do período é determinado pela diferença entre os rendimentos e gastos:

Resultado do período = Rendimentos – Gastos

Os resultados são apurados, em regra, anualmente, numa outra demonstração financeira

– demonstração dos resultados –, que apresentamos também de uma forma esquemática.

ExemploConcretizando, com base no exemplo 3.8, apresenta-se a ligação entre o balanço e a

demonstração dos resultados:(1) Situação inicial

(2) Situação final após a receção da fatura da

eletricidade

ItensValor (€)

ItensNotas Valor (€)

Ativo

Ativo

Equipamento administrativo5.400

Equipamento administrativo5.400

Depósitos à ordem5.500

Depósitos à ordem

5.500

Caixa

350Caixa

350

Total do ativo 11.250

Total do ativo11.250

Passivo

Passivo

Fornecedores

1.000Fornecedores

1.100

Total do passivo 1.000

Total do passivo1.100

Capital Próprio

Capital Próprio

Capital próprio no início do período

10.050 Capital próprio no início do período

10.050

Gastos (perda em mobiliário) -100Resultados do período

100

Gastos (eletricidade)-100

Rendimentos

+300Total capital próprio 10.150

Total capital próprio10.150

Total capital próprio + passivo 11.250

Total capital próprio + passivo 11.250

Demonstração dos resultadosRendimentos e gastosPrestação de serviços300

1 – Total de rendimentos300Fornecimentos e serviços externos (1) 100

Outros gastos (2)

100

2 – Total dos gastos2003 – Resultado do período (1-2)

100

1) Fornecimentos e serviços externos integram os gastos da eletricidade

2) Outros gastos integram a perda em mobiliário===//===

Contabilidade Financeira Explicada

5 2 – Atividades

empresariais

emp

Financiamento

Figura n.º 5.2 – Atividades empresariais

Em cada atividade estabelece-se um elo de ligação entre a empresa, os clientes, fornece-

dores dos bens, de serviços ou de financiamento.

Recursos finance

iros:

Recurostécnicos

e humanos:

Atividades:

Fornecedores:

Clientes:

M E R C A D O

Entidade

Figura n.º 5.3 – Empresa, recursos e envolvente

Contabilidade Financeira Explicada

QUESTÃO:

Como deveria ser apresentada esta informação utilizando as categorias previstas no Código de Contas?

RESPOSTA:

Tendo em consideração o destino de cada um dos elementos – cadeiras, chapéus de praia e viatura, detidos para uso e não para venda – e utilizando como classificador o código de contas, estes são codificados da seguinte forma:

Itens Classe Conta Subconta

Cadeiras de praia Investimentos 4 Ativos fixos tangíveis 43 Equipamento básico* 43.3

Chapéus de praia Investimentos 4 Ativos fixos tangíveis 43 Equipamento básico 43.3

Depósito no Banco X Meios financeiros líquidos 1 Depósitos à ordem 12 Banco Moedas 12.1

Viatura ligeira Investimentos 4 Ativos fixos tangíveis 43 E q u i p a m e n t o d e transporte 43.4

* Equipamento básico inclui máquinas, instrumentos, instalações e outros bens essenciais para o desen-volvimento de uma atividade.

Como se constata, os elementos patrimoniais indicados no exemplo não estão apresen-tados de forma organizada.

Para uma leitura mais compreensiva do património socorremo-nos de formas estrutura-das que organizam esses elementos de acordo com determinados critérios. Um exemplo de apresentação estruturada é o balanço, demonstração financeira que abordaremos adiante, mas que nos servirá de referência em termos de ordenação e agrupamento:

ItensValor (€)

Unitário Total

Ativo

Investimentos

Ativos fixos tangíveis

Equipamento básico

Cadeiras de praia 50 1.250

Chapéus de praia 100 3.000

Equipamento de transporte

Viatura ligeira 15.000 15.000

Meios Financeiros Líquidos

Depósitos à Ordem

Banco X 5.500 5.500

Total do ativo 24.750

Se pretendêssemos uma informação mais agregada, poderíamos, por exemplo, agrupá-la da seguinte forma:

Título Contabilidade Financeira Explicada - Manual Prático

Autores Cristina Gonçalves, Dolores Santos, José Rodrigo, Sant´Ana Fernandes

Páginas 912

PVP €40.00

Nome

Morada

C. Postal -

E-mail Nº Contribuinte

Solicito o envio de exemplar(es) do livro Contabilidade Financeira Explicada - Manual

Prático, com o PVP unitário de €40.00.

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,

Solicito o envio à cobrança (Acresce 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c • 4000-263 PORTO

http://livraria.vidaeconomica.pt [email protected] 223 399 400

Contém cerca de 500 exemplos e casos resolvidos com uma linguagem

acessível de forma a tornar mais compreensíveis os diferentes temas.

“O universo das questões abrangidas confere ao presente livro uma característica não muito usual nos manuais da contabilidade, o que o singulariza dos restantes, atento o grande esforço de integração que é feito de enquadrar a contabilidade especificamente nas empresas. “ in Prefácio de A. Domingues Azevedo.

Novidade

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Arcos de Valdevez investe mais de 500 mil euros em água e saneamento

A ampliação e beneficiação da rede de abastecimento de água e a ampliação do sistema de sanea-mento básico de saneamento são duas áreas para a câmara de Arcos de Valdevez.

O objetivo é dotar as popula-ções de infraestruturas que lhes permitam usufruir de água cana-lizada nas suas habitações, bem como de drenagem de águas re-siduais em condições de salubri-dade e com o devido tratamento.

Recentemente ficaram concluí-das as obras de ampliação e bene-ficiação da rede de abastecimento de água – Freguesia de Padroso (Lugar de Paredes, Mejões e Co-velas), ampliação da rede de abas-tecimento de água – Freguesia de Aboim das Choças (Costa do Monte/Vilar/Sobreiro) e União de Freguesias de Eiras e Mei (Barro), de ampliação da rede de abastecimento de água – Fregue-sia de Sabadim (Cestães/Passos/Souto/Outeiro/Trogal) e amplia-ção da rede de abastecimento de água – União de Freguesias de Vilela, S.Cosme e S. Damião e Sá (Gogido/Quinteiro/Igreja), bem como de ampliação da rede de saneamento – subsistema de Paçô (Caminho 1318-1), com a qual se pretendeu realizar a ampliação da rede de saneamento na fregue-sia de Paçô, em locais que ainda não se encontravam servidos e onde existiam pedidos de ligação à rede.

Estas intervenções integram a Operação “Reforço das Infraes-truturas Básicas de Abastecimen-to de Água e Saneamento em Ar-cos de Valdevez”, financiada pelo POVT (Programa Operacional de Valorização do Território) – Eixo II - Sistemas Ambientais e de Prevenção, Gestão e Moni-torização de Riscos, contando com um investimento elegível de 409.043,45 euros e uma compar-ticipação do Fundo de Coesão (FC) de 347.686,93 euros.

Após a aquisição, em Portugal, da Sika, empresa de produtos químicos, e da venda da Verallia (à Apollo por três milhões de euros), há planos, de acordo com Ricardo de Ramon Garcia, administrador delegado da Saint Gobain para Portugal, para “fazer mais aquisições de outras empresas em Portugal que complementem a nossa oferta”, assim como para “voltar a contratar pessoas”.Desde a crise em 2008, a multinacional francesa dispensou cerca de 2500 trabalhadores entre Portugal e Espanha.DORA TRONCÃ[email protected]

No âmbito dos 350 anos da multinacional francesa Saint Gobain, o presidente executivo, Pierre-André de Chalendar, iden-tificou as tendências que conside-ra essenciais ao futuro do negócio da empresa industrial dedicada ao vidro (automóvel e arquitetura): a influência das novas tecnologias; a aproximação ao consumidor final.

“Há dois anos, não acreditava que o mercado da construção fos-se tão impactado pela revolução multimédia, pela internet”, con-fessa Pierre-André de Chalendar.

O presidente executivo da Saint Gobain explicou com dois exem-plos: “O utilizador final, empresa e habitação, vai interessar-se mui-to mais por aquilo que se passa no local onde vive porque vão medir-se muitas coisas com a do-mótica — a temperatura, o ruído, a qualidade do ar, a humidade”. E como? “Com o telemóvel as pessoas saberão porque a tempe-ratura é assim e o que fazer para a controlar”.

“O consumidor final será ainda mais conhecedor do que o pro-fissional por ter acesso a toda esta informação, logo será um gran-de desafio para toda a cadeia de construção”, acrescentou. E o que significa esta realidade para Saint Gobain? “Uma possibilidade de valorizar mais o que fabricamos, mas para isso temos de comunicar

mais com o consumidor final. Tra-balhamos, por isso, os nossos sítios na internet, com todos os dados que temos porque, se agora vende-mos coisas a profissionais e outras empresas, isso vai mudar porque parece que as fonteiras entre do B2B e B2C irão reduzir-se progres-sivamente”, vaticina Chalendar.

A medição digital do conforto

Ao querer comunicar com o consumidor final, as marcas re-presentadas pela Saint Gobain e a própria Saint Gobain ganham importância junto dos consumi-

dores”, acentua. O conforto arquitetónico, tér-

mico e acústico, “uma aposta obrigatória de futuro”, segundo Chalendar, “estará irremediavel-mente ligado à medição digital do conforto porque o consumidor vai prestar maior atenção ao que lhe oferecem e por que preço”.

Saint Gobain coloca enfoque no conhecimento do consumi-dor, elabora estudos de mercado e analisa os dados, identificando tendências.

“Core business” no vidro

Saint Gobain mantém o “core

business” do fabrico de vidro liso que representa 12% da respetiva faturação (volume de negócios de 41,1 mil milhões de euros em 2014), mas Pierre-André de Cha-lendar afirma que “o consumidor assumirá maior importância do que o pequeno construtor por-que fará parte da cadeia de valor na construção e esta integração do consumidor irá mudar a for-ma como a indústria funciona”, acentua.

O segundo exemplo identifi-cado por Chalendar é o Building Information Model (BIB). “Se antigamente um arquiteto fazia um desenho a lápis e levava os

Saint Gobain está compradora em

Dachser expande atividade na AlemanhaO grupo Dachser, operador de logística e transporte de mercadorias, acaba de expandir a sua cooperação com a CSM Bakery Solutions, um dos maiores produtores e distribuidores mundiais de ingredientes de panificação. A Dachser assume-se como parceiro logístico exclu-sivo do segmento de não-congelados da CSM Alemanha, tendo a seu cargo a gestão de dois armazéns da empresa, com um total aproximado de 30 mil paletes. Cerca de 15 mil clientes alemães passam a ser servidos por aquela empresa de transportes e logística.

Empresários britânicos mais renitentes no apoio à permanência na UEO apoio dos empresários britânicos quanto à permanência na União Europeia registou uma quebra nos últimos meses, de acordo com a consultora Deloitte. Esse apoio baixou de 74% para 62%, numa descida considerada bastante acentuada. Uma parte dos inquiridos respon-deu que prefere esperar para conhecer os resultados das negociações do primeiro-ministro britânico com Bruxelas.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

12 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

Recriação 3D de uma imagem do processo de fabrico do vidro do século XVIII em Saint Gobain, local de origem da marca.

Ano de recuperação para mercado ibérico “A crise em Espanha e Portugal foi forte”, revelou Ricardo de Ramon Garcia, administrador delegado Saint Gobain para Portugal, Espanha, Marrocos, Argélia e Tunísia, “a construção nova foi menos 90% e as vendas de Saint Gobain menos 50%”.“Em 2015 cresceram 10% em Espanha e um pouco menos em Portugal, porém Portugal usualmente segue a tendência daquilo que se passa em Espanha”.Desde a crise em 2008 foram dispensados cerca de 2500 trabalhadores entre Portugal e Espanha e apesar de já não estarem previstas mais unidades fabris, depois da aquisição, em Portugal, da Sika, empresa de produtos químicos, e da venda da Verallia (vendida

à Apollo por três milhões de euros), há planos, de acordo com o responsável pelo mercado português, para “fazer mais aquisições de outras empresas em Portugal que complementem a nossa oferta”, assim como para “voltar a contratar pessoas”. “Vamos ter taxas de crescimento importantes na Península Ibérica nos próximos anos porque o nível atual é muito abaixo do nível normal. Não voltaremos aos números do passado, mas a venda de casas está a melhorar devido aos benefícios fiscais que estão a dar e acredito que este será ano de arranque de Espanha e Portugal”. A Saint Gobain tem 13 empresas a operar no mercado nacional.

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A RE/MAX Portugal tem vindo a desenvolver uma política de inclu-são social com o objetivo de integrar na sua rede pessoas com mais anos de experiência profissional. Neste momento, cerca de 1400 pessoas que trabalham para a rede imobiliá-ria, ocupando diversas funções, têm mais de 50 anos e percursos profis-

sionais diversos.A maioria destes recursos são

homens (56%). Das 1400 pessoas, cerca de mil têm até 59 anos, mais de 200 têm entre 60 e 64 anos e mais de 100 têm mais de 65 anos. O agente mais experiente da rede tem 79 anos, está na RE/MAX des-de junho e trabalha numa agência

em Lisboa.A maturidade da rede tem con-

tribuído para os bons resultados da rede imobiliária em Portugal, já que estas 1400 pessoas têm um peso de 1/3 na faturação total da rede, com-posta por 3800 agentes.

A maioria destas pessoas são agen-tes da RE/MAX (mais de 1200),

mas também há donos de agências(81) e recursos administrativos (80)que trabalham nas agências da imo-biliária. Em 2015, a rede RE/MAXfoi distinguida como marca de exce-lência Superbrand, Prémio Escolha do Consumidor e Prémio Franchi-sing (segundo lugar) na categoria deapoio à rede.

RE/MAX integra profissionais com mais de 50 anos

Portugal

materiais para mostrar, agora tem um software a três dimensões para fazer o projeto imediatamente, com bibliotecas de produtos, com cortes, com acessórios. E nesse plano podem acrescentar-se por-menores e colocar diretamente no local onde os trabalhos se fazem”. Para Saint Gobain isto significa que “se quer vender os respetivos produtos tem de estar nessas bi-bliotecas e há empresas que vão disputar a presença na cadeia de fornecimento”.

Outro desafio que Chalendar referiu como “importante e uma oportunidade” para a Saint Go-bain é a eficiência energética. “Se antes se falava das empresas como um problema, agora a sociedade civil, as cidades, todos têm de participar na sustentabilidade e a indústria é também parte da so-lução e não apenas do problema. Por exemplo, quando fazemos um vidro duplo, gastamos energia, somos emissores de CO2. Mas este vidro – depende da cidade – em quatro meses, vai poupar, 100 a 150 vezes mais o CO2 do que aquele que provocou o seu fabri-co” e conclui acentuando que “até 2025 Saint Gobain tem como ob-jetivo reduzir as suas emissões de CO2 em 25%”.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 13

Atualizados os coeficientes de localização em sede de IMIFoi publicada a portaria que procede à atualização dos coeficientes de localização mínimos e máximos a aplicar em cada município, no âmbito do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (CIMI). Foi também publicada a portaria que fixa o valor médio de construção por metro quadrado em 482,40 euros, a aplicar este ano. Desta forma, mantém-se semalterações o valor vigente há seis anos consecutivos. As declarações modelo um já podemser entregues.

Açores contam com novo regime de contratos públicosEstá já em vigor o novo Regime dos Contratos Públicos nos Açores. O diploma verte no ordenamento jurídico regional princípios e opções capazes de beneficiar o desenvolvimento económico da região e consolida alguma legislação regional dispersa, designadamente a que aprovou regras especiais de contratação pública na Região Autónoma dos Açores e a relativa ao regime excecional de liberação da caução nos contratos de obras públicas. O regime só é aplicável aos procedimentos de formação de contratos públicos iniciados no dia 1 de janeiro.

PORTO 13 e 14 janeiro 2016Horário: 09h30 às 13h /14h30 às 18h (14 horas)

OBJETIVOS:

• Familiarizar os formandos com os principais conceitos

• Permitir uma sensibilização aos problemas concretos dodia a dia

• Apreciar o impacto das decisões quotidianas sobre osresultados globais da empresa

• Proporcionar aos participantes , a aquisição duma cultura

responsabilidades numa empresa.

ENQUADRAMENTO:

do impacto das decisões quotidianas sobre os resultados globais da empresa é de extrema importância. Para melhor compreensão de tal impacto, o domínio dos mecanismos

É de extrema importância os gestores, os dirigentes e

onde operam, compreenderem os conceitos e a linguagem

das decisões operacionais na sua área de responsabilidade.

Organização:

FORMADOR: Dr. Agostinho Costa

PREÇOS: Público em Geral: €1 0 + IVAAssinantes VE: € 0 + IVA

PROGRAMA:

• Compreender um balanço

• Analisar a formação dos resultados

• Calcular e interpretar os indicadores de gestão mais

de uma empresa

• As noções base para a análise económica e

das empresas

• Os empréstimos bancários no contexto atual

• Os principais fatores condicionantes da rentabilidade

• Construir um Tableau de Bord para acompanhamentoda gestão operacional de cada área da empresa

• Exemplos práticos

Finanças para Não Financeiros

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AECOPS avisa para refl exos do novo salário mínimoNa sequência da fixação do novo montante de salário mínimo, a AECOPS alerta as empresas do setor da construção para os reflexos desta medida na tabela salarial do contrato coletivo de trabalho. Os valores agora instituídos originam alterações nos montantes auferidos pelos trabalhadores que integram os níveis X e XVII da conven-ção coletiva, cujos eventuais desajustamentos convém corrigir atempadamente, avisa a associação.

APSS e Misericórdia fazem acordo na área socialA Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e a Santa Casa da Misericórdia de Setúbal assinaram um protocolo de prestação de serviços na área dos cuidados de saúde dis-poníveis na Clínica de Medicina Física de Reabilitação e na aquisição de produtos ou ajudas técnicas alugadas na Loja do Idoso. Esta parceria estende-se para além dos atuais colaborado-res da APSS e dos seus agregados familiares, incluindo os aposentados da empresa associados da Casa do Pessoal dos Portos de Setúbal e Sesimbra.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

O livro “Governação e regime económico das cooperativas” foi distinguido com o Prémio António Sérgio 2015, atribuído pela Cases, na categoria Estudos e Investigação.

A obra foi escrita por Deolinda Meira e Maria Elisabete Ramos e publicada pela Vida Económica.

O livro traça o rumo do que pode ser a reforma do Código Cooperativo

A decisão do júri da Cases refe-re que o livro teve como objetivos repensar a identidade cooperativa, à luz das exigências do século XXI; apresentar propostas para a reno-vação do ambiente legal do setor cooperativo em Portugal; identi-fi car os aspetos do regime jurídico das cooperativas a necessitarem de alteração; e elaborar propostas de alteração do regime jurídico das cooperativas nos domínios da go-vernação e do regime económico. O estudo olha para a tradição e o contributo das cooperativas em Portugal, incorpora a refl exão feita além-fronteiras sobre as preocupa-ções especí fi cas do setor cooperati-vo e traça o rumo do que pode ser um projeto de reforma do Código Cooperativo.

A Câmara de Lisboa já a está a cobrar a nova taxa de dormida. Desde 1 de janeiro, os estrangeiros e nacionais que fi quem alojados em hotéis ou estabelecimentos de alojamento local pagam um euro por noite até um máximo de sete noites.

A liquidação e cobrança da taxa municipal turística na modalidade de dormida é feita pelas empresas ou entidades que exploram os em-preendimentos turísticos e os esta-belecimentos de alojamento local. A taxa é repercutida na fatura, de forma autónoma, e entregue à au-tarquia.

A autarquia espera cobrar 15,7 milhões de euros com a taxa turís-tica em 2016.

Além da nova taxa de dormidas que começou a ser cobrada em

2016, já foi aplicada em 2015 a taxa de chegadas para quem utiliza o aeroporto ou o porto de Lisboa.A taxa de chegadas rendeu cerca de 3,8 milhões de euros. Por difi -culdades de operacionalização na

cobrança da taxa de chegadas por via aérea, a ANA – Aeroportos de Portugal decidiu assumir o seu pa-gamento em 2015. Em 2016 serão os passageiros a pagar essa taxa de um euro.

TRABALHO DE DEOLINDA MEIRA E MARIA ELISABETE RAMOS FOI PUBLICADO PELA VIDA ECONÓMICA

Prémio António Sérgio atribuído ao livro “Governação e Regime Económico das Cooperativas”

Nova taxa de dormida já começou a ser cobrada em Lisboa

Clima: o mundo muda?

Mais uma vez a cimeira sobre o ambiente e o clima acabou com muito “Falar e Nada Fazer”. Qualquer administrador e gestor sabe que responsabilidade coletiva, dispersa, é

nenhuma responsabilidade. E que um programa sem metas e prazos não se realiza. Como acontece nessas cimeiras desde Estocolmo 1972 e Rio 1992. O livro “Isso Muda Tudo”, aqui comentado em 04/12/15, prova isso mesmo, que nem os políticos nem a ONU têm força ou interesse sufi ciente em salvar o nosso planeta. Pois as consequências adversas só virão dentro de 30 ou 40 anos, quando eles já estiverem mortos. O “El Niño” ainda vai destruir muito!Nunca antes um programa para o desenvolvimento sustentável do nosso planeta incluiu o turismo. Os políticos aprovaram na ONU um programa para tornar o mundo um lugar melhor de viver. A Cimeira de Paris não decidiu as metas de emissões e em 2016 os países deverão ratifi car um acordo não-obrigatório. “A ONU é cada vez mais o refúgio de políticos com alta capacidade de não ferir interesses, e assim muito falam e pouco fazem”.São 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável a atingir até 2050, sem metas nem prazos:1. Eliminar a miséria em todas as suas formas e todos os lugares.2. Alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável.3. Garantir uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e aprendizagem ao longo da vida para todos.5. Alcançar a igualdade de género e capacitar mulheres e meninas.6. Garantir água e saneamento para todos.7. Garantir o acesso à energia sustentável para todos.8. Promover o crescimento sustentado e inclusivo, o trabalho pleno, produtivo e digno para todos.9. Desenvolver infra-estrutura resiliente, industrialização sustentável e inovação.10. Reduzir as desigualdades dentro e entre países.11. Criar cidades e vilas seguras e sustentáveis.12. Assegurar consumo e produção sustentáveis.13. Tomar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas.14. Usar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos.15. Restaurar ecossistemas terrestres e usar bem as fl orestas, combater a desertifi cação e a degradação da terra e travar a perda de biodiversidade.16. Promover sociedades pacífi cas e inclusivas, proporcionar o acesso à justiça a todos e construir instituições efi cazes, responsáveis e inclusivas.17. Revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.Quem pode ser contra isso? Quem vai pagar aos países pobres, quanto e quando, para garantir isso? A ONU tem algumas metas, como “até 2030 garantir políticas para o turismo sustentável, que gera emprego e promove a cultura e os produtos locais”; e “introduzir ferramentas para monitorar os impactos que o turismo sustentável cria em postos de trabalho, cultura e produtos locais”. E ainda “aumentar os benefícios económicos para os pequenos Estados insulares e os países menos desenvolvidos ao usar recursos marinhos, incluindo pescas, aquicultura e turismo.“O Papa Francisco limpou o Vaticano. Quando teremos um Francisco na ONU?”Belas palavras, ótimas intenções que ninguém pode contrariar. Mas, como fazer? A ONU é cada vez mais o refúgio de políticos com alta capacidade de não ferir interesses, e assim muito falam e pouco fazem. Já tivemos os que tinham a coragem de enfrentar os lóbis, mas esses foram afastados. O Papa Francisco limpou o Vaticano. Quando teremos um Francisco na ONU? Quando teremos uma ONU democrática, com eleição direta em todo o mundo para ter um secretário-geral que consiga fazer, não só falar?

Mais informação:http://www.thetravelfoundation.org.uk/https://www.facebook.com/globalgoals.orghttps://www.facebook.com/globalgoalsUNhttps://sustainabledevelopment.un.org/post2015/transformingourworld

JACK SOIFER*Consultor Internacional, autor de 41 capítulos em livros e livros próprios, em 4 linguas; COMO SAIR DA CRISE, ENTREPRENEURING SUSTAINABLE TOURISM, ONTEM E HOJE NA ECONOMIA, PORTUGAL PÓS-TROIKA?

FALAR OU FAZER

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NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 15

No âmbito da componente de Respon-sabilidade Social do Prémio Dona Antó-nia Adelaide Ferreira 2014, a marca Porto Ferreira entregou um donativo de 25 860 euros ao Arte Institute, uma organização independente para a promoção internacio-nal da arte e cultura portuguesas. De acor-do com o regulamento do Prémio, a ins-tituição benefi ciária foi escolhida por Ana Ventura Miranda, vencedora na categoria Prémio Revelação, e este valor resulta do donativo acumulado de 50 cêntimos por cada garrafa vendida em Portugal da gama Reserva Dona Antónia de Porto Ferreira, nos meses de verão de 2015.

O Prémio Dona Antónia Adelaide Fer-reira contemplou duas categorias: o Pré-mio Revelação, desta vez atribuído à pro-motora cultural Ana Ventura Miranda, que visa servir de estímulo a uma iniciativa ou empreendimento de interesse público com relevância nacional em fase de lançamento

ou desenvolvimento; e o Prémio Consa-gração de Carreira, atribuído à jornalista Teresa de Sousa, que constitui uma home-nagem a uma obra realizada e merecedora de inequívoco reconhecimento público.

O Arte Institute, fundado em Nova Iorque, em 2011, pela promotora cultu-ral Ana Ventura Miranda, é um instituto sem fi ns lucrativos, que trabalha para a in-ternacionalização da arte contemporânea portuguesa e o valor agora recebido deverá apoiar a organização nos eventos culturais que promove em países como os Estados Unidos, Portugal, Brasil, Reino Unido, Angola e França. Foram da responsabilida-de deste organismo iniciativas como o NY Portuguese Short Film Festival, as Sum-mer Nights Series at Union Square Park, a Semana José Saramago em NY, Pessoa in New York, Arte Institute Contemporary Dance at Alvin Ailey, Mulheres Portugue-sas na América, entre outras.

DONATIVO DE 25 860 EUROS FOI ENTREGUE AO ARTE INSTITUTE

Porto Ferreira apoia arte e cultura

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

O inquérito da Egon Zehn-der, que temos vindo a escal-pelizar questionou os seus participantes sobre quais as competências mais importan-tes que os líderes das empresas familiares deveriam possuir.

Duma aforma agregada, as três mais importantes foram:• A colaboração e infl uência

pessoal – o exemplo contí-nuo é crucial;

• A orientação pelo longo-pra-zo – a perenidade do negócio necessita de uma visão de fu-turo longínqua;

• Espírito de mudança – o longo prazo alcança-se com mudanças contínuas e não fazendo eternamente a mes-ma coisa pelas mesmas vias.Quando olhamos para o

nosso contexto, conseguimos identifi car empresas que per-duram há dezenas ou cente-nas de anos sob o controlo da mesma família. Se analisar-mos, ainda que de uma forma muito empírica, as causas que têm permitido assegurar esta

existência histórica, quase sempre nos deparamos com um conjunto de rostos caris-máticos que souberam liderar

as suas equipas para ultrapas-sarem os constantes desafi os com que foram sendo con-frontados.

Competências mais importantes dos líderes duma empresa familiar?

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas Familiareswww.efconsulting.pte [email protected]

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

Temas para refl exão:

• Que caraterísticas pessoais possuem os nossos líderes?

• Existem outras que deveriam ser potenciadas?

• Como preparar a próxima geração na aquisição das competên-cias ao exercício da liderança de que necessitamos?

José Ramos nasceu em 1946, mesmo ano em que Salvador Caetano fundou, aos 20 anos, a sua primeira empresa - Martins & Caetano & Irmão, Lda (uma fábrica de carroçarias que seria o embrião de Toyota Caetano Portugal). Aos 18 anos começa a namorar com Angelina, fi lha de Salvador, casando-se em 1979 - onze anos após ter iniciado a sua carreira profi ssional no grupo como um trabalhador normal na área do fabrico de cisternas. Em 1975 integra o Conselho de Administração, assumindo a vice-presidência em 1986 e a presidência em 2010.Antes de chegar a esta posição no grupo e enquanto estudava, José ajudava na empresa do pai – Casa

Ramos (aos 10 anos assumia a função de vigilância para evitar os roubos) - e na do avô – transportes e camionagem.“Sinto-me, hoje, feliz e realizado nesta empresa próspera e em que os princípios que a regem são a família”, diz o engenheiro. É considerada uma pessoa

acessível, carismática e interessada pelos seus colaboradores, apreciando o contacto com a sua equipa, pelo que é frequente encontrá-lo nas instalações à conversa com os mesmos. O conceito de trabalho do grupo suporta-se na fi losofi a da casa-mãe, nasceu com Salvador e teve uma continuidade reforçada pelo José: a gestão atual baseia-se na Toyota Caetano Way cujos princípios são: “ir à raiz dos problemas, valorizar as pessoas, crescer em família e procurar a melhoria contínua”.O Grupo Salvador Caetano conta atualmente com mais de 5500 colaboradores e vendas agregadas na ordem de J 1,9 mil milhões.

Manuel Guedes, Ana Ventura Miranda e Fernando Cunha Guedes.

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Aqueça-se nesta época com o calor da família e não só.

Conheça as campanhas que temos para si

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O Fórum Mundial Ambiente 21 apre-sentou na Cimeira do Clima em Paris, o documento oficial da organização, que inclui os anos de trabalho da iniciativa, em prol do desenvolvimento sustentável, e o seu plano de ação de Portugal e Es-panha.

O documento foi oficialmente conheci-do no painel dos recursos hídricos, onde o Director Wasa-GN e co-editor do jornal, Carlos Fernandez-Jauregui, explicou: “O nosso elemento mais importante é a água, desde a sua maior manifestação em even-tos extremos, como inundações e secas, bem como papel da cultura nas soluções de médio e longo prazo para a mudança climática”. Na preparação do trabalho apresentado estiveram envolvidos Ivone Rocha, coordenadora do documento, e Amalio de Marichalar, Conde de Ripalda.

O trabalho apresentado destaca o pro-gresso que Portugal tem vindo a registar nos últimos oito anos, dinamizando um conjunto de ações para unir a sociedade em torno do ambiente sustentável e fo-mentar o diálogo inteligente na procura de soluções.

Amalio de Marichalar conclui que exis-tem exemplos globais, como é a cidade de Numância e que pode ser vista como um caso inovador para a União Europeia,

no que diz respeito à união da cultura e da sustentabilidade. Numância assume-se como um símbolo da origem da Europa e dos valores da liberdade para a construção um novo paradigma de desenvolvimento, sendo um exemplo prático da sensibiliza-

ção e da educação para atenuar e adaptar às consequências das alterações climáticas. Para Amalio de Marichalar, o acordo al-cançado em Paris reflete já uma esperança partilhada suscetível de ser adotada por to-dos os países.

Fórum Mundial Ambiente 21 defendeu importância da água em Portugal e Espanha

APCC tem novo secretário-geralJorge Pires é o novo secretário-geral da Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC), substituindo Francisco Cesário, que exercia aquele cargo desde novembro de 2012. Licen-ciado em Economia, com 62 anos de idade, Jorge Pires tem experiência acumulada na área. Com uma longa carreira profissional, é consultor de empresas desde 1978, nas áreas de gestão estratégica, auditoria e gestão operacional de contact centers.

TAP associa-se ao Cartão ContinenteO Continente e a TAP associam-se pela primeira vez numa parceria. Os clientes do Programa Victoria e do Cartão Continente podem aceder ao site do Programa Victoria da TAP www.victoria.flytap.com e trocar três mil milhas por um cupão de desconto de 10 euros, a utilizar numa compra igual ou superior a 10 euros em lojas Continente. O sorteio do concurso “Voe com a TAP e o Cartão Continente” vai ser feito entre os clientes do Continente.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

16 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

Reabilitação urbana tem nova marca portuguesa

Acaba de ser apresentada um nova marca portuguesa para a reabilitação urbana em Lisboa. ALMARIA, ou o lugar onde reside a alma da cidade, nasce com o objetivo de reabilitar edifícios, valorizando a sua histó-ria, e devolvendo-os à cidade.

O projeto arranca com uma carteira de quatro projetos de reabilitação urbana nas zonas do Chiado/Corpo-Santo e Santos, num investimento global de 15 milhões de euros. Posicionados no segmento pre-mium, os quatro imóveis são reabilitados para uso residencial e turístico.

O portefólio de lançamento da ALMA-RIA integra o Edifício Ex-Libris, na Rua da Misericórdia, e o Edifício Officina Real, na Rua do Loreto, ambos no Chiado; o Edifício da Corte, na Rua do Ferragial, na zona do Chiado-Corpo Santo; e o Edifício da Bica dos Olhos, na Rua da Boavista, em Santos.

Três dos projetos serão destinados ao mercado de arrendamento de curta dura-ção, sendo o quarto projeto colocado em venda para o mercado residencial. A oferta total combinada ascende a 60 apartamen-tos nas tipologias T1 a T3 e lofts, dos quais 15 para comercialização no mercado ha-bitacional e os restantes para exploração turística através da própria marca. Apenas um dos quatro edifícios ainda não está em obra, mas o arranque dos trabalhos está planeado para breve, estando o projeto de arquitetura já aprovado em sede de licen-ciamento municipal.

A ALMARIA pretende continuar a rea-bilitar outros edifícios e tem já em estu-do novas oportunidades, com o foco no centro e casco histórico da cidade, prin-cipalmente em zonas de forte dinâmica de reabilitação urbana e em edifícios que permitam incorporar a visão de “reabilitar com história”.

Muito embora more numa casa ra-zoável, penso que o valor que lhe foi atribuído pelas finanças é excessivo, o que me preocupa desde que deixei de poder beneficiar da cláusula de salva-guarda.

É sabido que ainda não há orçamen-to para 2016, mas já se sabe qual será a taxa aplicável?

Gostaria de ter uma ideia de quanto terei que pagar, este ano, de IMI e se haverá alguma maneira de alterar o va-lor do imóvel que consta nas finanças.

Efectivamente, a cláusula de salvaguarda, que chegou a limitar a um máximo de 75J o aumento do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) para as casas reavaliadas, já não poderá valer ao leitor.Não obstante ainda não tenha sido publicado o Orçamento de Estado para 2016, o certo é que a fixação do valor do

IMI não resulta, forçosamente, de qualquer taxa que aí venha a ser publicada, pelo que os proprietários de imóveis já poderão averiguar o montante do IMI que deverão liquidar no ano que agora começa.Isto porque a taxa de IMI a aplicar em cada ano é fixada por cada município, mediante deliberação da respetiva assembleia municipal, podendo os municípios fixar a referida taxa, para os prédios urbanos, entre o mínimo de 0,3% e um máximo de 0,5%.Sobre a referida fixação e sem que o leitor tenha indicado a localização do imóvel, apenas se pode informar que, tendencialmente, os municípios fixaram para 2016 taxas mais favoráveis, na medida em que apenas 33 autarquias fixaram a taxa máxima, enquanto 127 estipularam a taxa mínima, constatando-se ainda, este ano, que cerca de 15% das autarquias reduziram a taxa, enquanto apenas 1% a aumentaram.O que já foi publicado em 31 de Dezembro de 2015 foi a Portaria n.º 420-A/2015,

que fixou os valores mínimos e máximos dos coeficientes de localização dos prédios urbanos, por tipo de afetação (habitação, comércio, industria ou serviços) a aplicar em cada município, por serviço de Finanças. Os referidos coeficientes de localização consistem num dos principais elementos que concorrem para a determinação do valor patrimonial tributário de um imóvel, na medida em que se destinam a servir de base às avaliações a realizar aos mesmos a partir do início de 2016.Pelo exposto e se o leitor quiser saber qual o coeficiente a aplicar à zona onde a sua casa se localiza, deverá dirigir-se a uma repartição ou consultar o Portal das Finanças.Será mesmo conveniente efectuar, no referido portal, uma simulação para averiguar se lhe será vantajoso requerer a atualização do valor patrimonial da sua casa, de modo a reduzir a respetiva carga fiscal, conforme pretende.

IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS

Taxas – coeficientes de localização dos imóveis urbanos

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

Amalio de Marichalar, Conde de Ripalda, defende que cidade de Numância pode ser vista como um caso inovador para a União Europeia.

A ALMARIA pretende devolver os edifícios reabilitados à cidade.

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A crise teve um impacto considerável no mercado da criopreservação. Verifi cou-se uma contração no número de pais que decidiram criopreservar as amostras de sangue e de tecido do cordão dos seus fi lhos. O que se agravou com a quebra no número de nascimentos. Mas a Bebé Vida, empresa de tecidos e células, está otimista, na medida em que se começa a notar um certo alívio por parte das famílias. A empresa vai manter um elevado nível de investimentos no presente exercício e espera atingir uma faturação superior a 3,2 milhões de euros, referiu à Vida Económica Sílvia Martins, administradora da Bebé Vida.GUILHERME [email protected]

Vida Económica – Quais os principais problemas que se colocam à vossa ati-vidade?

Sílvia Martins – As atuais condições económicas e fi nanceiras levam à adoção de um estilo de vida em que cada vez mais se adia o projeto de constituição de famí-lia, com as inevitáveis consequências ao nível da natalidade. A dimensão do país leva a que tenhamos mais difi culdades para realizar investimentos em ensaios clínicos inovadores, de forma a aumentar ainda mais a utilidade terapêutica do san-gue e do tecido do cordão umbilical. Por outro lado, penso que também existe al-gum desconhecimento acerca dos verda-deiros benefícios das células estaminais e muita contrainformação. O setor da bio-tecnologia, especialmente o mercado da criopreservação, abre uma enorme janela de oportunidades para se encontrarem soluções alternativas terapêuticas para muitas patologias que hoje não têm tra-tamento. Com o aumento das patologias tratáveis com sangue e tecido do cordão, nomeadamente no âmbito da medici-na regenerativa, este setor tem potencial para se tornar num forte contribuinte para o aumento da longevidade e da es-perança de vida. No entanto, os ensaios clínicos são demorados e levam mais de uma década a entrarem no mercado e a estabelecerem-se como tratamento de

primeira linha. A indústria farmacêutica acompanha de perto o nosso setor, tendo em conta o seu potencial de crescimento.

VE – Os preços praticados não são ex-cessivos?

SM – Os preços praticados em Portugal são dos mais baixos da Europa. A primei-ra impressão com que se fi ca é que pagar cerca de mil euros para guardar uma amostra de sangue pode parecer demasiado elevado, se não houver um enqua-dramento prévio. O transporte das amos-tras em condições de elevada segurança, a estabilidade e o acondicionamen-to, o processa-mento em salas com os devi-dos padrões de higiene, os consumíveis e equipa-mentos uti-lizados no processa-m e n t o , os crio-prote-t o -r e s

utilizados, o estudo vírico e bacteriológico, bem como todos os parâmetros analíticos para qualifi car e quantifi car as mesmas, le-vam a que os custos de processamento de uma amostra sejam avultados. Além dis-so, as amostras são guardadas durante 25 anos, obrigando ao consumo permanen-te de azoto líquido, bem como o elevado custo de aquisição de tanques adaptados para guardar essas amostras. O preço não

é elevado para o tipo de serviço dis-ponibilizado.

Futuro está na medicina regenerativa

VE – Há provas eviden-tes quanto aos benefí-cios que podem ser pro-porcionados?

SM – A utilização de sangue do cordão um-bilical para tratamento de algumas doenças do foro hemato-oncológico está bem estabelecido para contexto alogénico, nomeadamente entre ir-

mãos. Estão em curso mais de 800

e n s a i o s clínicos p a r a utiliza-ção em medi-c i n a rege-n e -ra-ti-

va, no sentido de aumentar ainda mais oleque de doenças tratadas com esta fonte de células estaminais. A Bebé Vida pro-cessa outros produtos biológicos, como o sangue periférico que, depois de tratado e preparado, é disponibilizado a equipas mé-dicas, de forma a ser utilizado em cirurgiasortopédicas, bem na reparação de alguns tecidos lesados.

Outro dos produtos processados é o te-cido do cordão umbilical que é rico em células estaminais mesenquimais que, para além das suas capacidades imunomodela-doras para tratamento da doença do en-xerto contra o hospedeiro em transplanteshematopiéticos, têm também capacidadede se diferenciar noutra linhagem celular,como os osteoblastos, os condrócitos e osadipócitos. Nos próximos anos é expetávelque os produtos biológicos que agora guar-damos irão ter uma utilidade terapêutica muito mais alargada.

VE – Como se posiciona a vossa em-presa no mercado?

SM – É um banco de tecidos e células,cujo principal objetivo é processar e arma-zenar produtos biológicos para utilizaçãoterapêutica futura. Grande parte dos pro-dutos armazenados pela empresa provemdas colheitas de sangue e tecido do cordãoumbilical. No entanto, também armazenaoutros produtos biológicos, como o san-gue periférico. As colheitas são levadas a cabo em unidades hospitalares licenciadas e são depois transportados em condições de termoestabilidade para o nosso labora-tório, com o propósito de serem processa-das e armazenadas para utilização futura.Temos salas em condições higiénicas deelevada qualidade, que permitem processaras amostras segundo as mais exigentes con-dições de esterilidade. Além disso, grandeparte dos produtos biológicos processadosé armazenada em azoto líquido a 196ºC,possibilitando manter a viabilidade celular dos tecidos e das células guardadas.

VE – Qual a vossa estratégia em ter-mos de investimentos?

SM – A política de investimentos en-contra-se diretamente relacionada, de umaforma proporcional, à evolução do volumede negócios, concretamente, à evolução do número de criopreservações e serviços correlacionados. A aposta é na moderniza-ção do equipamento laboratorial e na re-novação do equipamento administrativo.No ano passado, foram adquiridos dois novos tanques de criopreservação, com ca-pacidade de armazenamento para 60 milnovas amostras, com vista à melhoria e ao aumento da viabilidade celular das amos-tras e à redução das contaminações. Foramtambém adquiridas três novas viaturaspara substituição de frota.

SÍLVIA MARTINS, ADMINISTRADORA DA BEBÉ VIDA, REVELA OTIMISMO

Mercado da criopreservação está a superar a crise

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 17

TCL suporta um quarto da fatura paga às administrações portuáriasO Terminal de Contentores de Leixões (TCL) pagou à Administração do Porto de Leixões e Viana (APDL), pela concessão do terminal, uma fatura de 8,87 milhões de euros, entre janeiro e junho do ano passado. Deste modo, a TCL suporta cerca de um quarto das rendas de todas as concessões portuárias. Isto se se tiver em conta que foram pagos um total de 36 milhões de euros às respetivas administrações portuárias pelas operadoras, no primeiro semes-tre do exercício anterior.

Nokia e Alcatel-Lucent começam a operar em conjuntoA Nokia e a Alcatel-Lucent começam a operar em conjunto a partir de 14 de janeiro, depois da compra da empresa francesa de telecomunicações por parte da sua concorrente fi nlande-sa ter recebido luz verde das autoridades dos Estados Unidos e da Zona Euro. A Nokia vai avançar com um plano de sete mil milhões de euros para otimizar a sua estrutura de capital e reembolsar os seus acionistas. Esta operação envolveu um valor multimilionário de cerca de 15,6 mil milhões de euros, dando origem ao segundo maior fabricante mundial de redes de telecomunicações móveis, sob a designação Nokia Corporation.

Sílvia Martins diz que os preços praticados em Portugal são inferiores à média da União Euro-peia.

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O mundo está-se a transformar, mais do que nunca e a uma velocidade sem precedentes - afirmou Vítor Batista. O senior manager da EMC foi o orador convidado de um debate que teve como tema a Information Generation, ou seja, as tendências, oportunidades e desafios na sociedade da informação. Segundo referiu, não são as organizações que lideram esta transformação, mas sim os consumidores, pela forma como querem interagir com estas entidades, acelerando o processo de mudança.“Para as organizações não há alternativa: é ajustar ou morrer” - afirmou.

No evento organizado pela EMC com a colaboração da “Vida Económica”, Vítor Batista salientou que todos fazem parte desta Information Generation nas mais variadas formas de rela-ção e interação que se estabelecem com as organizações.

“As empresas de maior sucesso são as que têm a capacidade de se ajustar, de ser mais disruptivas para beneficiar desta nova realida-de” - salientou. Segundo afirmou Vítor Batista, 96% das empresas dizem que não é só na relação com o cliente que as coisas mu-daram. Também no interior das próprias organizações as formas de trabalho têm mudado e devem continuar a mudar.

“É mais difícil mudar as tecno-logias ou mudar as pessoas e os processos tal como eles existem?” - questionou Vítor Batista.

Em sua opinião, o maior im-pacto é nos processos e nas pes-soas. Não se mudam as coisas só porque se coloca tecnologia.

“Na própria EMC passamos por esta transformação digital. Temos alterado processos na rela-ção com o cliente, no pressuposto

que íamos acelerar em determina-dos processos, por exemplo no su-porte a clientes. Com uma nova ferramenta on-line é possível fa-zer uma série tarefas através do telemóvel mas depois as pessoas estão à espera de autorizações, de papéis, de e-mails, etc.. Sem mu-dar os processos e a mentalidade, há um efeito de travão sobre os resultados efetivos da evolução tecnológica” - referiu.

“Cross-selling” torna-se mais inteligente

Para Vítor Batista, há um pro-

cesso cada vez mais aberto em termos de dispositivos. As orga-nizações apostam de forma cres-cente na personalização, muitas vezes associada à análise dos da-dos e sobretudo à interação que é feita seja por meios digitais ou por meios mais tradicionais com os necessários ajustamentos à rea-lidade.

Na perspetiva da maior parte destas organizações, os objetivos no imediato e a médio prazo são descobrir novas oportunidades de negócio, novas formas de vender os serviços e produtos.

“Posso citar o nosso exemplo que é comum à maior parte das

grandes organizações de tecno-logias de informação: nós temos ferramentas internas de Big Data e de análise que nos podem acon-selhar a falar com as organizações com base no histórico, enquanto clientes da EMC. Sabemos que, em relação a clientes de áreas como a banca, estão a ser utili-zadas determinadas tecnologias para dar resposta a necessidades concretas e que podem estar in-teressados neste novo produto ou nesta nova solução. O “cross--selling” torna-se muito mais in-teligente.

Objetivos continuam distantes

“É difícil prever a mudança

dos negócios, seja nas tecnolo-gias, seja no comportamento dos consumidores” - admitiu Vítor Batista.

A realidade é que a maior parte das organizações assume que ain-da está muito longe de atingir os objetivos em termos de aprovei-tamento da informação.

Segundo referiu o diretor da EMC, não se trata apenas de as organizações quererem explorar novas oportunidades e garantir maior segurança. Têm que fazê-lo e têm de sobreviver a este dilúvio de informação. “Obviamente de-pendendo do negócio e de cada situação, poderá ser diferente, mas o facto é que algo tem de ser feito para sobreviver com este vo-lume maciço de informação que tem vindo a ser criado. Mais do que sobreviver, as organizações têm de ter capacidade de aprovei-tar essa informação” - salientou.

Hoje em dia, nos EUA, já se põe em causa que numa empresa a geração de receita deverá provir de um produto ou serviço ou dos dados, ou seja, do conhecimento gerado pela venda desse produto ou serviço. Há modelos de negó-cio nos EUA em que as empresas

VÍTOR BATISTA (EMC) DESTACA NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

“As empresas de sucesso são as que

PLMJ nomeia sete novos sóciosA PLMJ - Sociedade de Advogados anuncia a nomeação de sete novos sócios, que irão acom-panhar o desenvolvimento do negócio da sociedade em Portugal e na prossecução dos seus objetivos de crescimento e consolidação internacional, com especial enfoque em Angola e Moçambique. Estas nomeações refletem a clara aposta de PLMJ numa política de crescimen-to orgânico e no reconhecimento das qualidades técnicas, humanas e no mérito profissional dos seus advogados.

The Lisbon MBA Internacional arranca com maior equipa de sempreThe Lisbon MBA International arranca esta semana com a turma mais internacional de sem-pre: 45% de alunos internacionais, de 16 nacionalidades diferentes. As aulas iniciam-se com um cocktail de apresentação que terá como speakers os “Netos do Pôpa”, responsáveis da Quinta do Pôpa e fundadores de Pôpa Art Projects e Feeling Grape, que irão falar sobre como conseguir criar novas oportunidades e inovar num setor tradicional como o do vinho.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

18 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

As máquinas vão participar ativamente no processo de decisão - defendeVítor Baptista senior manager da EMC.

Apenas 30% das empresas tem a capacidade para tirar proveito da informação em tempo real e ajustar oferta

O debate teve como tema a Information Generation.

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faturam mais gerindo essa infor-mação e tirando partido dela do que pela venda do produto. É uma mudança radical. “Muitas das organizações não sabem como gerir essa informação e mais do que isso, não sabem como tirar proveito. Apenas 30% das empre-sas é que têm a capacidade para tirar proveito em tempo real, ajus-tar oferta, a mensagem e a relação com o cliente. Se conseguirmos fazer essa mudança, atingimos a oferta personalizada” – explicou Vítor Batista.

O objetivo fi nal não é criar in-formação a partir de dados, mas sim criar conhecimento a partir de informação.

A produção de conhecimen-to tem a ver com as pessoas que tiram proveito dos dados, que se vão transformar em informação.

Receber e capturar esses dados é já por si um desafi o, antes de ter-mos problemas em os armazenar, processar e de partilhar.

“Em termos internos, o Big Data é importantíssimo porque também vendemos e gostamos de saber quando um cliente está fi delizado, o ritmo de desenvolvi-mento, percebermos onde estão as oportunidades, como se faz crescer a conta do cliente. Hoje em dia as soluções estão disponí-veis. É só usar. Consigo fazer mais dinheiro a vender informação que vou obtendo dos meus clientes do que estar a vender determinados produtos” - acrescentou.

Dados geram novos negócios

Nos EUA existe um grande

negócio em forte crescimento, designado “information brokers”. Este negócio é alimentado pelas grandes companhias que com-pram dados a quem quer que seja, processam-nos para fazer al-gum tipo de operação como tirar

os nomes, e depois vendem essa informação. É muito conhecida uma empresa nos Estados Unidos que compra dados com ou sem autorização dos clientes, que são capturados pelos GPS de carros da Toyota, Audi, Volkswagen,

General Motors, e Hyundai.“É um dos casos onde a infor-

mação gera valor por si própria. Não é um produto ou serviço novo, mas permite tirar proveito, ter a capacidade de consolidar, de ter este papel de intermediário e a

partir daí gerar mais valor” – co-mentou Vítor Batista.

O processo de decisão não vai assentar apenas os dados, infor-mação, conhecimento. Para o di-retor da EMC, as máquinas vão participar ativamente no processo

de decisão. Vão dar uma opinião.Com o aumento das capacidadese funcionalidades, as máquinasdão uma visão mais alargada e abrangente sobre decisão e aju-dam a tomar essa decisão.

têm mais capacidade de adaptação”

CBRE com melhores resultados de sempre em PortugalA CBRE registou os melhores resultados de sempre no mercado português, no ano passado.Todas as áreas de negócio registaram um forte crescimento. A consultora imobiliária apre-sentou um crescimento de 50%, face ao exercício anterior. Tudo aponta para que em 2016se mantenha a tendência de fortes investimentos, com a entrada no mercado de imóveis degrande dimensão. Vários investidores estão a revelar bastante interesse pelo mercado imobi-liário nacional.

Sonae Investimentos faz emissão de obrigaçõesA Sonae Investimentos, SGPS procedeu, no final do ano passado, à emissão de obri-gações – por subscrição particular – no montante de 30 milhões de euros e um prazo de cinco anos, refere a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. “Com a concretização desta operação, a Sonae Investimentos prossegue o objetivo de alongamento da maturidade média da vida e de otimização do custo da dívida.”

Objetivo fi nal não é criar informação a partir de dados, mas sim criar conhecimento a partir de informação

O regime jurídico da formação profissional

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS:1. O regime da formação profissional no Código de Trabalho2. Direito a 35 horas de formação anuais ou ao período

proporcional no caso de contratos superiores a 3 meses3. O dever do trabalhador participar nas ações de formação

profissional de modo diligente4. A elaboração do plano anual de formação5. O estatuto do trabalhador estudante e a equivalência dos

períodos atribuídos ao abrigo deste estatuto a formação profissional

6. A concessão do crédito e a sua prescrição7. Direitos do trabalhador em virtude do incumprimento deste

direito8. O direito à formação profissional9. Escolha do curso de formação10. O anexo C do Relatório Social da Empresa e as

consequências da violação deste direito11. Processo de contra-ordenação, suas consequências e

garantias de defesa12. Da defesa do empregador em face do incumprimento

deste dever perante o ACT e perante o trabalhador

ORGANIZAÇÃO:

Porto 14 janeiro

7 horasHorário: 9:30 - 13:00

14:30 - 18:00

FORMADORES: Filipa Magalhães PREÇOS: Público em Geral: G120 + IVA*Assinantes VE: G90 + IVA*

INSCRIÇÕES: Patrícia Flores (Dep. Formação) Vida Económica - Editorial SA. Tlf: 223 399 437/00Fax: 222 058 098 Email: [email protected]

Conhecer os direitos dos trabalhadores relativamente à formação profissional e os deveres do empregador, bem como a forma de fiscalizar esta obrigatoriedade, de acordo com a obrigação que decorre do Código de Trabalho de dar 35 horas de formação profissional anual a cada trabalhador, sendo que os trabalhadores com um contrato superior a 3 meses já beneficiam desta prerrogativa.

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NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 19

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Equipa luso-brasileira lançou sementes do negócio num pátio da invicta

A Noocity surgiu em resposta a um conjunto de necessidades sentidas, na pele, pela equipa de fundadores, quando decidiram montar uma horta num pátio, mais concretamente num prédio instalado em pleno centro da ci-dade do Porto. “Por não encon-trarmos no mercado produtos adequados para agricultura ur-bana, decidimos, com os nossos conhecimentos em arquitetura e permacultura, construir os nos-sos próprios equipamentos de cultivo”, explica José Ruivo.

Apesar de ter formação base em gestão, o empreendedor nascido na invicta frequentou, em 2009, no Instituto Tibá, uma formação em agroecologia. Em Portugal, fundou, em 2010, a empresa 4Elements, especializada em ati-vidades para crianças, com ênfa-se na natureza, e participou na fundação da Cooperativa Sítio. Aliás, esta Cooperativa é um dos pontos de ligação de José Ruivo com o sócio fundador da Nooci-ty, Pedro Monteiro, que integrara também a equipa de trabalho do Instituto de Tecnologia Intuiti-va e Bio-Arquitetura - Tibá, no Rio de Janeiro. Natural de São Paulo, o jovem Pedro Monteiro transporta já no currículo expe-riência num gabinete de arquite-tura e construção em madeira. O cansaço da metrópole e a paixão pelos temas da sustentabilidade e ecologia justifi cam a mudança para o Porto, em 2012.

Atualmente, a equipa luso-bra-sileira aplica esta paixão no cum-primento de uma missão em-presarial que vai além das hortas urbanas: “temos como objetivo a contribuição para uma sociedade cada vez mais consciente e autó-noma, fornecendo as ferramentas necessárias para a ação, a reor-ganização da paisagem urbana, a relação com a alimentação e a vida em comunidade”. Por isso, aos equipamentos desenvolvidos, a Noocity junta “uma plataforma que compila ideias, sugestões e suporte técnico”, conta José Rui-vo. Aqui se incluem informações detalhadas sobre o cultivo de plantas saudáveis e produtivas, bem como dicas para quem pre-tende “modifi car o seu dia-a-dia e a sua relação com a comida e o ambiente”.

Restaurante do chefe Pedro Lemos tem uma horta Noocity José Ruivo reconhece que o fenómeno televisivo “Master-chef” aumentou a consciência ecológica por parte dos consu-midores, com implicações nos hábitos quotidianos e na ade-são aos produtos orgânicos. Por isso, é com entusiasmo que Noocity comunica ter já como referência o restaurante do chefe Pedro Lemos.

Entre as 12 startups mais inovadoras na melhoria da qualidade de vida A Noocity foi premiada pelo IDB Bank (Banco Ibero Ame-ricano para o Desenvolvimento) como uma das 12 startups (entre mais de 200) mais disruptivas para a melhoria da qua-lidade de vida nas cidades. O galardão foi entregue em se-tembro de 2015, altura em que os empreendedores foram apresentar o projeto a Washington.

As hortas que estão a conquistar a cidade

Há uma startup que ambiciona trazer para Portugal o movimen-to “Grow Your Own” (cultivo dos próprios alimentos) e revo-lucionar o conceito de hortas ur-banas com a introdução de uma solução que reduz, ao mínimo, o trabalho e os pré-requisitos de instalação e manutenção. Já ima-ginou uma pequena caixa onde as plantas crescem com um sistema de auto-rega e auto-nutrição? A Noocity – Urban Ecology ima-ginou e já surpreendeu: em se-tembro, foi premiada pelo IDB Bank (Banco Ibero Americano para o Desenvolvimento) como uma das 12 startups (entre mais de 200) mais disruptivas para a melhoria da qualidade de vida nas cidades.

Falta de tempo, espaço ou co-nhecimento já não são descul-pa para ter uma horta em casa, nem mesmo em pleno centro da cidade. Numa altura em que os conceitos de healthy food e de cozinha de autor estão mais em voga do que nunca, a Noocity surpreende as urbes nacionais e internacionais com soluções práticas, efi cientes e, sublinhe-

-se, diferentes de agricultura ur-bana. Por isso, já é possível ter sempre à mão, e com garantias de qualidade, aqueles legumes, frutas e ervas que podem fazer a diferença numa dieta saudável ou num jantar especial. “Que-remos oferecer aos cidadãos ur-banos a alternativa de criarem os próprios sistemas susten-táveis, mais parecidos com os processos cíclicos naturais, atra-vés de equipamentos efi cien-tes e acessíveis, que permitem produzir alimentos na cidade, de forma simples e ecológica”, explica José Ruivo, cofundador do projeto.

Tudo parece conspirar a favor deste negócio: desde a imagem cuidada do site e do produto a todo o conceito de comunica-ção e marketing, perfeitamente adaptado às oportunidades que o mercado oferece. A questão que se impõe: o que traz de novo a Noocity? José Ruivo garante que a inovação do projeto reside no facto de oferecer um produto que “tem uma escala doméstica, mas já com dimensão para uma efe-tiva produção de alimentos, no

quadro familiar ou de pequenas coletividades”.

“Nesta fase inicial, o produto que desenvolvemos é uma cama de cultivo (vaso de grandes di-mensões) para a produção de alimentos em ambiente urbano, com um sistema de sub-irrigação incorporado”, explica ainda co-fundador. O objetivo é que este seja também o primeiro produ-to de uma gama capaz de criar pequenos ecossistemas. Ou seja, “para além da cama de cultivo (produção), um secador solar de alimentos (processamento) e um vermicompostor (reintegração de

nutrientes)”, acrescenta o empre-sário. Outros ciclos, como por exemplo o da água, permanecem também na mira da Noocity.

Designado Noocity Growbed, o segundo produto, em lança-mento, é descrito como “um efi -ciente sistema de horta urbana com sistema de sub-irrigação e auto-rega”, ao qual será também anexado um sistema de auto-fer-tilização. Inovadora na forma e nas funções, a Noocity Growbed foi orientada para a venda onli-ne, facto que se materializa num produto leve, fácil de transportar e igualmente simples de montar.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

20 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

José Ruivo, cofundador da Noocity, esteve na Feira do Empreendedor da ANJE e integrou o grupo de inovadores negócios da Startup Village.

Da montagem fácil à autossubsistência

Montada em menos de meia hora, e com diferentes confi gurações possíveis, a horta da Noocity evidencia-se pela autonomia. Isto porque a startup desenvolveu um sistema de sub-irrigação (que resolve o problema da água) e de auto-fertilização (que soluciona a necessidade de nutrientes). O sistema de auto-fertilização (em lançamento) é a grande inovação do projeto. O objetivo é transformar desperdícios alimentares provenientes das cozinhas de cada um em nutrientes que, de forma semi-autónoma, são disponibilizados às plantas. Fica assim garantida a composição de uma cama de cultivo auto-regada e auto-fertilizada.

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PORTUGAL TEM QUE APOSTAR A SÉRIO NA INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE

Os desafi os do Portugal 2020 O novo pacote de fundos

Portugal 2020 é um desafi o para a economia portuguesa. No contexto da atual situação económica e no meio de uma profunda crise fi nanceira internacional, continua a ser evidente no nosso país a falta de um modelo de desenvolvimento que seja partilhado sob a forma de contrato estratégico entre o Estado e a sociedade civil. Os atores económicos e sociais (municípios, empresas, universidades, centros de inovação) preocupam-se unicamente com a sua sobrevivência conjuntural e com isso têm desperdiçado a oportunidade única de fazer do Portugal 2020 uma aposta sustentada para o futuro do país. Por isso, no Portugal 2020 a aposta tem que ser a ambição!

O Portugal 2020 foi concebido como um instrumento inovador para dar resposta às novas exigências que a competição da economia global e os novos fenómenos sociais exigem ao nosso país. O balanço de mais de 25 anos de fundos comunitários em Portugal é muito claro: aposta sustentada na melhoria das infra-estruturas do país, numa lógica não raras vezes pouco coordenada e monitorizada (veja-se a proliferação desnecessária de parques industriais e pavilhões desportivos municipais), falhas sucessivas nas ações de formação empreendidas ao longo das três intervenções levadas a efeito, resultados muito frágeis nas áreas essenciais da inovação, conhecimento e competitividade. Ou seja, passado este tempo, Portugal é um país de autoestradas com menos coesão territorial e crescentes desigualdades sociais numa Europa em grande indefi nição de identidade.

O Portugal 2020 não pode ser interpretado pelos atores nacionais como mais um instrumento fi nanceiro utilizável para dar cobertura a uma crescente falta de fi nanciamento nos circuitos tradicionais. Em tempo de crise fi nanceira, impõe-se mais

do que nunca um verdadeiro “choque operacional” que conduza a mudanças claras e necessárias: desativação das atividades empresariais sem valor, aposta maciça numa formação/educação que produza quadros reconhecidos pelo mercado, fi xação de investimentos e talentos nas regiões mais desfavorecidas, criação de um contexto competitivo moderno voltado para a criatividade das pessoas e a qualidade de vida das cidades. O Portugal 2020 dispõe dos instrumentos fi nanceiros que poderão ajudar a alavancar toda esta agenda de mudança que queremos para o nosso país.

É por isso que a aposta, numa “estratégia coletiva” para o futuro, tem que ser a marca desta nova fase do Portugal 2020. Um sinal de aposta nas políticas do conhecimento, centradas em territórios inteligentes e apostas na dinamização de verdadeiros “trabalhadores criativos”. Ideias muito simples e claras e para as quais mais não é necessário do que um pacto de “cumplicidade estratégica” e “convergência operacional” entre todos os que têm responsabilidades – atores públicos, empresas, universidades e centros de saber. O Portugal 2020 não pode ser interpretado como um mero instrumento conjuntural de resposta a uma crise estrutural mas antes como uma aposta estrutural capaz de alterar a conjuntura no futuro.

Portugal não perder esta oportunidade de alteração do seu paradigma de desenvolvimento estratégico através da dinamização de um novo ciclo do Portugal 2020. Em tempo de profunda crise fi nanceira, têm que ser acionados mecanismos de rápida absorção das verbas disponíveis. Mas não a qualquer preço. Sob pena de se estar a hipotecar o futuro. O Portugal 2020 tem, duma vez por todas, que se assumir como um fator estratégico de convergência positiva do país face aos novos desafi os duma economia global complexa e exigente.

FRANCISCO JAIME QUESADOPresidente da ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública

Artur Santos Silva inaugura Cúpula AstronómicaHoje, “um Universo de estrelas” está de volta ao OGAUC - Observatório Geofísico e Astronó-mico da Universidade de Coimbra, com a inauguração da Cúpula Astronómica Fundação Ca-louste Gulbenkian e do Planetário, que teve apoio do POMais Centro no âmbito do QREN 2007-2013. A cerimónia tem lugar às 16 horas, com a presença do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva.

A revista “Exame” elegeu a Par-ques de Sintra como a melhor Pequena e Média Empresa (PME) no setor de serviços. O resultado da eleição foi publicado na revista “Exa-me”, onde foi divulgado o ranking das 1000 melhores PME nacionais. No ranking geral, a Parques de Sin-tra alcançou o 342º lugar.

A revista Exame elege, desde 1995, as melhores PME em 24 setores de atividade diferentes, sendo que Parques de Sintra lide-ra a lista do setor de serviços, que inclui 46 PME. A distinção, que a empresa recebe pela primeira vez, é atribuída através da análise do Relatório e Contas de cada uma das empresas, sendo aplicado um modelo de cálculo com base na análise de dados e rácios fi nancei-ros que leva à atribuição de pon-tos a cada uma.

Para Manuel Baptista, presi-dente do Conselho de Adminis-tração da Parques de Sintra, esta distinção “encerra um ano bas-tante gratifi cante para a empresa, no que respeita ao contínuo esfor-ço para preservar os valores natu-rais e culturais situados na zona da paisagem cultural de Sintra e em Queluz”.

Investimento ultrapassa quatro milhões de euros

A Parques de Sintra não recebe

contributos do Orçamento do

Estado, dependendo apenas das receitas que advêm das visitas, lojas, cafetarias e aluguer de espa-ços para eventos, candidatando, sempre que possível, alguns in-vestimentos a fundos nacionais e europeus. Desde a sua criação, em 2000, que a empresa tem vindo a crescer, apresentando em 2014 um total de 17 612 536 euros de receitas e um investimento global de 4 113 097 euros na recupera-ção do património natural e edifi -

cado que gere. Para garantir que o ranking das

1000 PME e a eleição das me-lhores empresas em cada setor é rigoroso, a “Exame” associou-se à Informa D&B, responsável pela recolha dos dados, e à Deloitte, que os auditou.

A gala de entrega do prémio decorrerá no dia 19 de janeiro de 2016, no Salão Nobre do edifí-cio-sede da Caixa Geral de Depó-sitos, em Lisboa.

OPÇÃO POR FUNDOS NACIONAIS E EUROPEUS EM VEZ DO ORÇAMENTO DO ESTADO FAZ A DIFERENÇA

Empresa de âmbito cultural entre as 1000 melhores PME

A Parques de Sintra - Monte da Lua, SA (PSML) é uma empresa de capitais exclusivamente públicos, criada em 2000, que não recorre ao Orçamento do Estado.

O Grupo tecnológico portu-guês TEKEVER acaba de testar na região do Círculo Polar Ártico uma rede de sensores “wireless” que visam a exploração de outros planetas. O projeto de investiga-ção pretende viabilizar a utiliza-ção de redes “ad hoc” na recolha e distribuição de informação em ambiente espacial, levando para o Espaço uma tecnologia nunca antes testada fora do ambiente terrestre.

Os primeiros testes decorreram ano fi nal do mês de dezembro nas ilhas Svalbard, a meio caminho entre a Noruega e o Pólo Norte, durante a pior tempestade dos últimos 30 anos. Nesta região, os investigadores encontraram condições atmosféricas próximas das existentes no Espaço. Entre os dados recolhidos, que poderão ser

partilhados pelos diferentes nós da rede através de tecnologia “wi-reless” e enviados por satélite para a Terra, estão informações diver-sas como a análise de poeiras e partículas, temperatura, radiação e luminosidade.

“Os resultados dos testes no Ár-tico são extremamente positivos e lançam-nos agora em desafi os maiores. Com estes testes, perce-bemos como é que a tecnologia reage em situações extremas e es-tamos mais preparados para criar soluções resilientes em ambiente espacial”, refere Pedro Sinogas, CEO do Grupo TEKEVER e lí-der desta missão no Ártico.

Projeto apoiado pelo FP7

O projeto de investigação implicou um investimento de

cerca de dois milhões de euros, em parte fi nanciados por fun-dos comunitários. A TEKEVER foi a entidade portuguesa com maior participação nas áreas de Espaço, Aeronáutica e Seguran-ça do FP7, Sétimo Programa--Quadro para a Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, o principal instrumento de fi -nanciamento à investigação na Europa, que esteve em vigor de 2007 a 2013.

A TEKEVER desenvolve tec-nologias disruptivas para os mercados das Tecnologias da In-formação, Aeronáutica, Espaço, Defesa e Segurança, oferecendo soluções e produtos inovadores nas áreas das Soluções Empresa-riais (B2B), Sistemas Não-Tri-pulados, C4I e Comunicações SDR.

TEKEVER testa tecnologia para explorar outros planetas

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 21

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Com o objetivo de reconhecer publi-camente as mulheres empreendedoras que se destacaram por introduzir ideias inovadoras no mercado, a Comissão Europeia atribui o prémio EU Prize for Women Innovators 2016. Os prémios - de 100 mil, 50 mil e 30 mil euros - serão entregues em Março de 2016, no entan-to, sabe-se já que entre as nove fi nalistas se encontra a portuguesa Susana Sargen-to, docente na Universidade de Aveiro e uma das fundadoras (juntamente com João Barros, atual CEO) da startup Ve-niam.

Esta é a terceira edição dos prémios Women Innovators que já se realizou em 2011 e 2014. O concurso é aberto a mu-lheres fundadoras ou co-fundadoras de empresas e de alguma forma relaciona-das com os programas de fi nanciamento da Comissão Europeia. Com a distinção destes exemplos, a Comissão Europeia procura também inspirar outras mulhe-res europeias.

Susana Sargento é uma professora As-sociada com Agregação na Universidade de Aveiro e Investigadora Sénior do Ins-tituto de Telecomunicações, responsável pelo grupo de investigação “Arquiteturas e Protocolos de Redes” (http://nap.av.it.pt). É doutorada em Engenharia Elec-trotécnica pela Universidade de Aveiro em 2003, fez uma visita de sete meses na Universidade de Rice, EUA, em 2000 e 2001, foi docente no Departamento de Ciências de Computadores na Universi-dade do Porto entre 2002 e 2004, e foi professora convidada na Universidade de Carnegie Mellon, EUA, em 2008/2009.

Em março de 2012, co-fundou a em-presa de redes veiculares, a Veniam (www.veniam.com), uma spin-off das Univer-sidades de Aveiro, Porto e do Instituto de Telecomunicações, que desenvolveu uma infra-estrutura de acesso à Internet de baixo custo com base nos veículos como elementos dessa rede. A Veniam tem neste momento 36 trabalhadores, e tem escritórios em Silicon Valley, Singa-pura e Portugal. Susana Sargento teve as responsabilidades de VP de engenharia e de diretora de Corporate Research. A co-liderança da primeira rede veicular de larga escala a nível mundial foi chave para o sucesso da Veniam, pois permitiu

iniciar uma revolução no futuro das re-des de comunicação construídas através de elementos móveis, como os veículos.

Com mais de 15 anos de experiência na liderança técnica em vários projetos na-cionais e internacionais, Susana Sargento tem trabalhado de forma muito próxima com operadores de telecomunicações e fabricantes. Do lado da investigação, es-teve envolvida em vários projetos FP7, como o Future Cities – no qual foi co--responsável por implementar a rede de veículos nos autocarros e camiões, assim como as estações fi xas na cidade, que conta atualmente com mais de 600 veí-culos na cidade do Porto - projetos na-

cionais com instituições de investigação e com a indústria, e projetos do programa CMU|Portugal (DRIVE-IN e S2Mo-vingCity).

As áreas de interesse da Susana estão relacionadas com as redes auto-organiza-das, como as redes ad-hoc e de veículos, e as redes de distribuição de conteúdos.

Autocarros com acesso à rede WiFi

A startup Veniam foi criada em 2012 por João Barros e Susana Sargento, do-centes das universidades do Porto e de Aveiro, respetivamente. Roy Russell e Robin Chase, fundadora e ex-CEO da Zipcar, a maior empresa de car-sharing do mundo, são também co-fundadores da empresa. Desde agosto de 2014, a Veniam tem sede em Mountain View, Califórnia, e laboratórios de desenvol-vimento em Aveiro (IEUA) e no Porto (UPTEC).

Criada em Portugal, a Veniam recebeu no início de 2015 um investimento de 4,9 milhões de dólares (cerca de 3,9 mi-lhões de euros) de um consórcio lidera-do pela empresa americana de capital de risco, True Ventures, com a participação da Union Square Ventures, Cane Invest-ments e investidores privados, para ace-lerar o processo de implantação de redes veiculares em várias cidades dos Estados Unidos. Em 2014, esta startup de base tecnológica criou, no Porto, a maior rede veicular do mundo, com a ligação entre mais de 400 autocarros da cidade, permi-tindo o acesso à rede WiFi a cerca de 60 mil pessoas por mês.

Comissão Europeia premeia empreendedora portuguesa

Seminário sobre o “Fi - Compass” em LisboaNo próximo dia 18 de janeiro realiza-se o seminário “Fi – Compass: Financial Instruments devilering ESI Funds”que vai ter lugar em Lisboa, no Hotel Tivoli Oriente. O Fi-Compass é uma plataforma única para serviços de consultoria sobre instrumentos fi nanceiros no âmbito dos FEEI, suportada pela Comissão Europeia em parceria com o BEI, cujo ponto de contacto em Portugal é a AD&C — Agência para o Desenvolvimento e Coesão, IP.

22 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

Prazo de candidaturas do PO ISE prorrogadoA Comissão Diretiva do PO ISE — Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, in-forma que o prazo para a apresentação de candidaturas relativo aos avisos do PO ISE, entre os quais está o “Apoio ao emprego de pessoas com defi ciência e ou incapacidade - Emprego apoiado”, foi prorrogado até às 18h00 horas do próximo dia 1 de fevereiro de 2016, com o correspondente ajustamento dos prazos de decisão e de notifi cação.

Em 2014, a startup Veniam criou, no Porto, a maior rede veicular do mundo, com a ligação entre mais de 400 autocarros da cidade, permitindo o acesso à rede WiFi a cerca de 60 mil pessoas por mês.

Se a sua atividade corresponde à CAE 10893 - Fabricação de outros produtos alimentares diversos, não especifi cados e apenas realiza o tratamento, liofi lização e conservação de ovos e ovoprodutos, então pode candidatar-se à Ação 3.3.2 - Pequenos Investimentos em Transformação e Comercialização de Produtos Agrícolas do PDR 2020.Esta Ação atribui um apoio sob a forma de subsídio não reembolsável (fundo perdido) correspondente a:• 45% do investimento total elegível nas

regiões menos desenvolvidas e nas zonas com condicionantes naturais ou outras específi cas;

• 35% do investimento total elegível nas outras regiões.

O limite máximo de apoio é de 150.000 euros de apoio por benefi ciário, durante o período de programação, ou seja, até ao fi nal do PDR 2020 (2020), o acumular de apoios (decorrentes de várias candidaturas) que um mesmo benefi ciário venha a usufruir no âmbito

desta Ação não pode ultrapassar os 150.000 euros.Entre outros, os benefi ciários e respetivos projetos devem verifi car os seguintes critérios de elegibilidade:• Autonomia fi nanceira (AF) pré-projeto

igual ou superior a 20% - não se aplica aos candidatos que, até à data de apresentação da candidatura, não tenham desenvolvido qualquer atividade, desde que suportem com capitais próprios pelo menos 25% do custo total do investimento elegível;

• Obrigarem-se a que o montante dos suprimentos ou empréstimos de sócios ou acionistas, que contribuam para garantir a AF pré-projeto, seja integrado em capitais próprios, até à data de aceitação da concessão do apoio;

• Tenham um custo total elegível igual ou superior a 10.000 euros e inferior ou igual a 200.000 euros;

• AF pós-projeto igual ou superior a 20

%, aferida no momento do último pagamento.

Esta Ação inclui como despesas elegíveis:1. Construção e melhoramento, de:• Vedação e preparação de terrenos;• Edifícios e outras construções

diretamente ligados às atividades a desenvolver;

• Adaptação de instalações existentes;2. Compra de novas máquinas e

equipamentos, designadamente:• Máquinas e equipamentos novos,

incluindo equipamentos informáticos;• Equipamentos de transporte interno, de

movimentação de cargas e as caixas e paletes com duração de vida superior a um ano;

• Caixas isotérmicas, grupos de frio e cisternas de transporte, bem como meios de transporte externo, quando estes últimos sejam utilizados exclusivamente na recolha e transporte de leite até às unidades de transformação;

• Equipamentos sociais obrigatórios por determinação da lei;

• Automatização de equipamentos já existentes na unidade;

• Equipamentos não diretamente produtivos, nomeadamente equipamentos visando a valorização dos subprodutos e resíduos destinados à produção valorização energética e equipamentos de controlo da qualidade.

3. As despesas gerais: efi ciência energética e energias renováveis, software aplicacional, propriedade industrial, diagnósticos, auditorias, planos de marketing e branding e estudos de viabilidade, acompanhamento, projetos de arquitetura, engenharia associados aos investimentos, até 5% do custo total elegível aprovado daquelas despesas.

[email protected] 348 500

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Pequenas transformações agrícolas

Tenho uma empresa de tratamento e conservação de ovos e pretendo investir 24.000J em novas máquinas. Poderei candidatar-me a algum programa de apoio?

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FISCALIDADE

Funchal recebe conferência sobre finanças públicasO Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal da Faculdade de Direito de Lisboa e a Ordem dos Contabilistas Certificados organizam uma conferência subordinada ao tema “Finanças públicas e fiscalidade regional”. Os trabalhos têm lugar no dia 15 de janeiro, no Funchal, e têm como temas principais o enquadramento das finanças regionais, o enquadra-mento orçamental e a adaptação do sistema fiscal às especificidades regionais. Este evento acontece na sequência de uma iniciativa idêntica pela Ordem, em Ponta Delgada, em que foram debatidas as especificidades fiscais da região dos Açores.

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 23

AGENDA FISCAL

JANEIRO

Até ao dia 10

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de novembro. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, refe-rente às transmissões intracomunitárias isentas, efetua-das no mês de novembro.

Até ao dia 15

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas sin-gulares- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos Notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profis-sionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a re-gisto predial, das relações dos atos praticados no mês anterior, suscetíveis de produzir rendimentos.

Até ao dia 20

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas sin-gulares - Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pes-soas Singulares (IRS).- Entrega, pelas Instituições de Crédito e Companhias de Seguros, aos sujeitos passivos, de documento com-provativo dos juros, prémios de seguros de vida e outros encargos, pagos no ano anterior e que possam ser dedu-zidos ou abatidos aos rendimentos. - Entrega, pelas entidades que recebam ou paguem quaisquer importâncias suscetíveis de abatimento aos rendimentos ou dedução à coleta, de documento com-provativo aos sujeitos passivos- Entrega, pelos devedores de rendimentos obrigados à retenção total ou parcial de imposto, aos sujeitos pas-sivos, de documento comprovativo das importâncias pa-gas no ano anterior, do imposto retido na fonte e das deduções a que eventualmente tenha havido lugar. - Entrega, pelas entidades registadoras ou depositárias de valores mobiliários, aos investidores, onde constem os movimentos de registo efetuados no ano anterior.• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas cole-tivas- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pes-soas Coletivas.• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Entrega da Declaração Recapitulativa, pelos sujeitos passivos do IVA (regime normal mensal e trimestral e isentos nos termos do artº 53º) que tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou presta-ções de serviços noutros Estados Membros, quando tais operações sejam aí localizadas nos termos do artº 6º do CIVA.• Imposto do Selo- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

IMINovos coeficientes de localização

Foi publicada a Portaria n.º 420-A/2015 de 31 de de-zembro, que, para efeito da determinação do valor pa-trimonial tributário dos imóveis em sede do IMI, aprova um novo zonamento, os respetivos coeficientes de loca-lização e coeficientes majorativos das moradias unifami-liares previstos no artigo 62.º do CIMI, as percentagens a que se refere o n.º 2 do artigo 45.º do mesmo código, bem como as áreas da sua aplicação, para vigorarem nos próximos três anos. A presente portaria, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 2016 e aplica-se à avaliação dos prédios urbanos cujas declarações modelo n.º 1, sejam entregues a par-tir dessa data, vem substituir o zonamento global do território, que consta da Portaria n.º 982/2004, de 4 de agosto.Uma das justificações para as alterações agora efetudas prende-se com a crise que assolou a economia mundial e as fortes implicações que as mesma teve na dinâmica do mercado imobiliário.

A Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC) entregou ao provedor de Justiça um pedido consubstanciado em parecer jurídico – elaborado pela So-ciedade de advogados Rogério Alves & Associados – para que seja requerida a inconstitucionalidade e a ilegalidade de algumas das disposições que aprovam o Novo Estatuto e o regime de Supervisão de Auditoria. As referidas leis estão em vi-gor desde o início do ano.

O diploma em causa dá sobretudo po-deres à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para supervisionar e sancionar as empresas de auditoria, reti-rando essas funções das competências da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas. O referido diploma, aprovado em setem-bro, também obriga a uma limitação de dez anos aos mandatos acumulados dos auditores. Refere o bastonário da OROC,

José Azevedo Rodrigues, a este propósito: “Não querendo colocar em causa o re-gime de supervisão dos revisores, que já é exercido com eficácia desde há alguns anos, numa primeira fase da responsabili-dade exclusiva da Ordem e numa segun-da sob supervisão do Conselho Nacional de Supervisão de Auditoria, o que não é aceitável é uma tutela de uma associação pública profissional, nem um regime bu-rocrático e punitivo, que em nada contri-bui para a qualidade dos serviços presta-dos pelos revisores.”

Neste contexto, o bastonário da OROC avisa que é colocada em risco a continuidade profissional de muitos re-visores e sociedades de revisores, ao mes-mo tempo que são penalizados os jovens mais qualificados, na medida em que não encontrarão aliciantes de emprego. “Isto poderá contrariar o interesse do merca-

do, pois é esperada uma maior qualidade nos trabalhos executados pelos revisores, os quais só poderão ser assegurados por maiores níveis de qualidade e indepen-dência. Deixamos nas mãos das entidades competentes o futuro da nossa profissão”, adianta José Azevedo Rodrigues.

Processo legislativo foi apressado

Desde o início deste processo que a OROC se insurgiu contra a forma como o mesmo estava a decorrer. Os seus diri-gentes sempre se manifestaram muito cri-ticamente ao longo do processo legislati-vo, sobre a forma como estava a decorrer e perante o conhecimento das propostas de lei sobre a necessidade da sua reformu-lação. Já então a Ordem avisava que havia receios de sérios prejuízos para a qualida-de da auditoria e, consequentemente, para as entidades beneficiárias deste tipo de serviços. Desde logo, o apressado pro-cesso comprometeu a qualidade legislati-va, restringiu a participação e contrariou as boas práticas publicamente defendidas.

Foi neste contexto que a Ordem de-cidiu avançar para um pedido, juridica-mente fundamentado, de inconstitucio-nalidade. José Azevedo Rodrigues explica quais as motivações: “A OROC aguarda que as autoridades nacionais venham a equacionar um regime mais equilibrado, em diálogo com os profissionais da audi-toria e outros interessados. À semelhança, aliás, do que está a acontecer na maioria dos Estados-Membros, para que os ins-trumentos legislativos em causa promo-vam a melhoria da qualidade da audito-ria, que é o grande objetivo da reforma europeia.” Foram realizados encontros com os profissionais, tendo-se chegado à conclusão que esta era a via a seguir, face às circunstâncias atuais.

Revisores oficiais de contas contestam legalidade do novo estatuto

Como consigo identificar uma máquina em que o IVA gasóleo é dedutível a 100%, das que o IVA só é dedutível a 50%? Numa empresa que contrata o aluguer de diversas máquinas para prestar os seus serviços, o IVA do gasóleo que compra para as mesmas pode ser deduzido a 100%?

Resposta do Assessor Fiscal:Regra geral, o IVA contido nas despesas com a aquisição de gasóleo para utilização em viaturas automóveis é dedutível na proporção de 50%, a menos que se trate, entre outros bens, de máquinas consumidoras de gasóleo desde que não sejam veículos matriculados,

caso em que o imposto relativo aos consumos de gasóleo, é totalmente dedutível (100%). É também permitida a dedução da totalidade do IVA suportado (100%) na aquisição de gasóleo utilizado por máquinas que, por circularem na via pública, têm matrícula especial, mas não são consideradas veículos matriculados (OFCD 30 142/13, de 21.02). É o caso das máquinas industriais, cuja admissão à circulação, auto propulsionada ou rebocável, depende da atribuição de matrícula nos termos do Decreto-Lei n.° 107/2006, de 8 de junho. Estes bens não tinham enquadramento nas várias subalíneas da alínea b) do n.° 1 do

artigo 21.°, pelo que o imposto relativo ao consumo do respectivo combustível apenas era dedutível em 50%. Com a alteração introduzida pela Lei n.° 66-B/2012, de 31.12.12, à subalínea III) da alínea b) do n.° 1 do artigo 21.º do CIVA, passou a permitir-se a dedução da totalidade do imposto relativamente às máquinas em questão. Se as máquinas consumidoras de gasóleo, a que se refere, não forem veículos matriculados, ainda que circulem na via pública com matrícula especial, nas condições supra referidas, o imposto relativo aos consumos de gasóleo por elas utilizado, é totalmente dedutível (100%).

PRÁTICA FISCAL

DEDUÇÃO IVA GASÓLEO PARA MÁQUINAS

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

O bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas garante que a nova legislação coloca em causa a qualidade da revisão e da auditoria, sobretudo tendo em conta as novas exigências do mercado.

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Estabelecidos limites máximos das perdas por imparidadeFoi publicado em Diário da República o decreto regulamentar que estabelece os limites má-ximos das perdas por imparidade e outras correções de valor para risco específico de crédito dedutíveis para efeitos do apuramento do lucro tributável em sede de IRC. O Decreto Re-gulamentar nº 19/2015 inclui ainda as regras a observar na sua determinação a aplicar nos períodos de tributação que se iniciem após 1 de janeiro de 2015, neste caso no âmbito do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas.

Trabalhadores dos impostos reúnem com novo SEAFO Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos teve a primeira reunião com o novo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Sobre a mesa das negociações estiveram matérias como vínculos, revisão de carreiras, avaliação permanente e horário de trabalho. Considera o STI importante o facto do secretário de Estado ter revelado disponibilidade para ouvir as propostas dos traba-lhadores. Do lado do sindicato ficou a garantia de moderação e de tudo fazer para que sejam alcançados resultados.

FISCALIDADE

24 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

Tributação autónoma de viaturas e imputação a trabalhadores

Com o aumento da tributação autónoma nas sociedades e outras pessoas coletivas, em relação a encargos com viaturas ligeiras de passageiros, a celebração de acordos de imputação das viaturas aos trabalhadores tornou-se um procedimento mais corrente. Aliás, podemos dizer que, desta vez, foi concretizado o objetivo preconizado pelo legislador de fomentar a sujeição a IRS dessa utilização pessoal da viatura ao permitir, em definitivo, o afastamento da tributação autónoma quando exista tal acordo escrito com o trabalhador.Como é sabido, a atribuição de viaturas ligeiras de passageiros a trabalhadores, suportando a empresa as despesas com locação, reparações, combustível etc, foi-se tornando uma prática mais ou menos corrente de pagamento camuflado de rendimentos de trabalho dependente, sem qualquer incidência de IRS. E com o aumento das taxas de tributação autónoma aplicáveis e o alargamento do seu âmbito de incidência não só a despesas que foram consideradas gasto fiscal mas sim a todos os encargos suportados, esta via de conceder benefícios aos trabalhadores sem qualquer tributação na esfera destes tornou-se bem menos atrativa.Claro que, do outro lado da moeda não deixa de estar a crescente importância que a tributação autónoma representa nas receitas de IRC, isto independentemente, do sujeito passivo obter lucro tributável ou prejuízo fiscal, e até da viatura ser realmente usada na esfera pessoal do trabalhador ou membro do órgão social.Apenas com acordo escrito se materializa a tributação em IRS, o que implica a dependência da vontade das partes envolvidas, ou a capacidade da entidade patronal impor ao trabalhador esse acordo.Para medir a utilização pessoal que o trabalhador ou órgão social faz da viatura da empresa recorreu-se a um indicador teórico, porventura mais fácil de operacionalizar: o rendimento que é atribuído ao trabalhador corresponde ao produto de 0,75% do valor de mercado da viatura, reportado a 1 de janeiro do ano em causa, pelo número de meses de utilização da mesma. Ao se utilizar este conceito de valor de mercado permite-se que que o rendimento imputado ao trabalhador vá diminuindo à medida que aumenta o número de anos do veículo. E este é um ajustamento recente,

da Lei de Reforma do IRS, pois antes tinha-se em consideração custo de aquisição ou produção do veículo.Em sede de segurança social, as condições que determinam que a utilização pessoal da viatura constituem base de incidência contributiva apresentam ligeiras diferenças em relação ao que vigora em IRS. Há aqui uma maior pormenorização dos casos em que se considera a utilização pessoal, por exemplo, ainda que o contrato especifique a possibilidade de utilização durante vinte e quatro horas por dia, basta que o trabalhador se encontre no regime de isenção de horário de trabalho para se excluir o pressuposto de utilização pessoal. Mas a diferença de maior âmbito em relação ao IRS, é que o Código Contributivo continua a estabelecer que valor sujeito a incidência contributiva corresponde a 0,75% do custo de aquisição da viatura. Ou seja, não seguiu a alteração introduzida no Código do IRS para se considerar o valor de mercado incorporando nos cálculos a desatualização do valor do veículo em função da idade de matrícula, porventura por esquecimento do legislador.Se a penalização da posse e/ou utilização deste tipo de viaturas não deixa de assentar num pressuposto de utilização pessoal do veículo por parte do trabalhador ou membro do órgão social, o facto é que a celebração do citado acordo escrito não retira a assunção de que a viatura também é usada na esfera empresarial, quando de facto, assim o seja. Para todos os efeitos, continuamos a ter uma viatura que é usada, normalmente, na atividade da empresa, sendo aceites fiscalmente os gastos com essa utilização empresarial e, sem prejuízo, da aplicação das penalizações à aquisição ou locação de viaturas que excedem determinado valor.A aceitação dos gastos com a viatura está subordinada à condição de terem sido incorridos ou suportados pelo sujeito passivo para obter ou garantir os rendimentos sujeitos a IRC e de serem titulados por documento ou fatura com determinados requisitos. E tratando-se de viatura com valor de aquisição superior ao definido na Portaria aplicável, a parcela da depreciação praticada na parte que exceda esse custo de aquisição deve ser, normalmente, corrigida.

ANA CRISTINA SILVAConsultora da Ordem dos Contabilistas Certificados

CONTAS & IMPOSTOS

Inspeção Tributária pode desenvolver todas

as diligências necessárias ao apuramento da situação tributária dos contribuintes

É perfeitamente legal que a inspeção recolha elementos dos fornecedores do sujeito passivo ou

que lhes solicite informações, relativamente às operações efetuadas.

Foi iniciada, em 2012, uma fiscalização geral, por parte da Autoridade Tributária, a um cliente de um contabilista certificado. Essa ação ainda decorre. Do tempo que têm estado a fiscalizar a empresa tem sido prestada toda a colaboração, não existindo quaisquer perguntas ou ocultações de documentos. Acontece que os agentes tributários têm vindo a questionar os fornecedores do cliente do contabilista sobre a veracidade das faturas, provocando já um enorme prejuízo comercial para o contribuinte, por desconfiança dos seus fornecedores. É possível invocar o artigo 57.º da Lei Geral Tributária (4 meses) para suspender esta atitude por parte dos agentes da AT? Acresce que a empresa em causa tem a folha de cadastro de dívida limpa quer na AT quer na Segurança Social e já ter pago este ano cerca de 325 mil euros de impostos à administração fiscal.

De acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 63.º da Lei Geral Tributária (LGT), a Inspeção Tributária pode, nos termos da lei, desenvolver todas as diligências necessárias ao apuramento da situação tributária dos contribuintes, nomeadamente os previstos nas suas alíneas a) e d), ou seja,- Aceder livremente às instalações ou locais onde possam existir elementos relacionados com a sua atividade ou com a dos demais obrigados fiscais.- Solicitar a colaboração de quaisquer entidades públicas necessária ao apuramento da sua situação tributária ou de terceiros com quem mantenham relações económicas.Verifica-se, assim, que é perfeitamente legal que a inspeção recolha elementos dos fornecedores do sujeito passivo ou que lhes solicite informações, relativamente às operações com eles efetuadas.No que se refere ao prazo para o procedimento da inspeção ser concluído, dispõe o n.º

2 do artigo 36.º do Regime Complementar do Procedimento de Inspeção Tributária e Aduaneira (RCPIT), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 413/98, de 31 de dezembro, que o procedimento de inspeção é contínuo e deve ser concluído no prazo máximo de seis meses a contar da notificação do seu início.No entanto, de acordo com o n.º 3 do mesmo artigo, o referido prazo poderá ser ampliado por mais dois períodos de três meses, verificadas que sejam as circunstâncias das suas alíneas a) a d).Estas prorrogações são notificadas à entidade inspecionada com a indicação da data previsível do termo do procedimento, nos termos do n.º 4 do mesmo artigo.Ou seja, no limite, o procedimento de inspeção poderá demorar 12 meses a ser concluído.No entanto, deve ser tido em conta que, de acordo com o n.º 5 do mesmo artigo, o prazo para conclusão do procedimento de inspeção ainda pode ser suspenso, quando se verificarem as condições das suas alíneas a) a c).Do exposto resulta, que o sujeito passivo não pode invocar o disposto no artigo 57.º da LGT, o qual, no que ao procedimento de inspeção se refere, deve ser considerado como um mero prazo de natureza disciplinar.

(Informação elaborada pela Ordem dos Contabilistas Certificados, em conformidade com o Novo Acordo Ortográfico)

Estas prorrogações são notificadas à entidade inspecionada com a indicação da data previsível do termo do procedimento, nos termos do n.º 4 do mesmo artigo.

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dedicando-se à aviação executi-va e operação de meios aéreos de proteção civil, tendo iniciado, em novembro de 2015, os voos regu-lares entre a Madeira e o Conti-nente, com a operação baseada no Funchal, e Lisboa e Porto como destinos. Nestas viagens, os passa-

geiros têm a garantia de serviços de referência a preços apelativos, mas privilegiando aspetos como a facilidade de reserva, o conforto e a segurança, e ainda terão acesso à refeição a bordo e a possibilidade de colocar bagagem no porão, sem custos adicionais.

VOO INAUGURAL LEVOU 178 PASSAGEIROS PARA A ILHA DO SAL

Everjets cria voos charters para Cabo Verde

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ÓCIO E NEGÓCIOS

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 25

Solverde SPA & Wellness Center integra conceito “floating”O Solverde SPA & Wellness Center passou a integrar um ino-vador conceito de “floating”, que proporciona maior bem--estar, previne a saúde (combate o stress e a hipertensão, por exemplo) e melhora a qualidade de vida dos seus utilizadores. O “floating” - sistema de flutuação em ambiente de restrição de estímulos - é um método inovador de relaxamento.

LIVRO DE FILIPA MORENO APRESENTADO EM LISBOA

Biografia de Henrique Neto conta a vida de “um Homem de Visão”

A biografia de Henrique Neto acaba de ser apresentada na Li-vraria Ferin, no Chiado. A obra é da autoria da jornalista Filipa Moreno e tem como título “Hen-rique Neto, O estratega - Histó-rias de Vida de um Homem de Visão”. É um livro sobre uma “história de vida que merece ser conhecida por muitos”, sublinha a autora, que passa pelas suas ori-gens humildes e história familiar, o percurso político e a construção de um dos maiores grupos indus-triais portugueses.

Na apresentação da biografia participaram António Coelho, Guilherme Valente, editor da Gradiva, e Luís Mira Amaral.

A Everjets acaba de efetuar o pri-meiro voo charter para Cabo Verde levando 178 passageiros e seis tripu-lantes para a Ilha do Sal. Os voos charter complementam a estratégia de crescimento da empresa no âm-bito da aviação civil e voos regulares.

A viagem para Cabo Verde foi organizada em parceria com as agências Solférias e Soltrópico, à semelhança de outras parcerias que a Everjets está a desenvolver para operações charters com alguns dos maiores operadores turísticos dos mercados português e espanhol.

“Pretendemos oferecer uma alternativa de valor, com elevada qualidade e conforto, a preços bas-tante atrativos”, refere José Pereira, diretor executivo da Everjets, escla-recendo que “é esta estratégia que aplicamos igualmente nas parcerias com os operadores turísticos, com quem temos excelentes relações, e com quem vamos concretizar em breve novos voos charters”.

Os bilhetes da Everjets podem ser adquiridos online no site oficial de venda de bilhetes da compa-nhia, disponível em www.flyever-jets.com, ou nas agências de via-gens. A plataforma online permite aos passageiros efetuarem as suas reservas, mas também conhecer to-dos os detalhes relativos aos voos, sempre com a garantia da melhor relação qualidade/preço.

A Everjets foi criada em 2011,

Créditos: Paulo Soares

Cobrança de dívidas a clientes

DESTINATÁRIOS: Quadros e pessoal administrativo das áreas: Comercial, Financeira e Administrativa

OBJETIVOS:• Propor métodos de organização de um

sistema de Controlo do Crédito a Clientes;• Proporcionar métodos práticos de cobrança;• Aumentar a formação das pessoas do

departamentos de cobranças, assimcomo de todos os que integram as áreas

que de uma forma direta ou indireta têm uma ligação com o crédito a clientes e com as cobranças;

• Mostrar a importância na tesouraria dos

relativos às vendas de crédito.

Preços:Público Geral: G1 0 (+ IVA)Assinantes VE: G 0 (+ IVA)

1 janeiro09h30 às 13h /14h30 às 18h (7 horas)

PROGRAMA:

1. Como diminuir o créditovencido

• A análise ABC dos créditosvencidos

• A revisão periódica dos montantesde crédito atribuídos

• Como estabelecer plafonds decrédito

• O custo do crédito

2. Como organizar um serviço decobranças

• Objetivos de um serviço decobranças

cobranças• A necessidade de informações

histórico de clientes• A coordenação entre os diversos

serviços da empresa

3. Ações a desenvolver noprocesso de cobranças

• Controlo de cobranças

• Os aspetos psicológicos de umaboa cobrança

• A cobrança telefónica

4. Os aspetos jurídicos e acobrança das dívidas dosclientes

• O procedimento judicial• Jurisprudência sobre títulos

executivos

5.• Questões de crédito e aspetos

• Questões de crédito e aspetos

6. Cuidados a ter com os meiosde pagamento utilizados pelosclientes

• Cheques• Letras• Sistema de débitos diretos

7. O atraso nos pagamentos e aaplicação de juros comerciais

• Legislação• Cálculos de juros

8. Como diminuir o risco decrédito

• O factoring sem recurso• Os Seguros de crédito• As garantias

9. Cartas-tipo e formuláriospara o controlo de crédito ecobranças

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Há 15 anos que a Decunify está no mercado nacional. José Manuel Oliveira, o CEO deste integrador de soluções de comunicações, foi muito claro quanto aos desafios para 2016. Primeiro, claramente a instabilidade politico-financeira e o impacto que pode vir a ter no investimento das empresas nacionais. Depois, a “questão” Angola. Não tanto pela potencial perda de negócio além-mar, mas pelas empresas “retornadas” que vão querer fazer negócio agora em território luso, doa a quem doer. Seja em que condições for. “Uma coisa garanto: não vamos entrar em loucuras. Estamos cá para ganhar dinheiro, para consolidar, para estarmos vivos, mas prefiro perder o negócio a entrar se os contornos forem tenebrosos”.SUSANA MARVÃ[email protected]

Vida Económica (VE) – Como é que, hoje, vos posso definir?

José Manuel Oliveira (JMO) – Somos um integrador de soluções de comunicações, neste caso integrador de várias soluções, de vários fabricantes. Não temos exclusividade com nenhum.

VE – Mas gostaria de ter?JMO – Gostava... se eles me dessem ex-

clusividade a mim! É o desafio que lhes lan-ço... Na verdade, não temos exclusividade, mas também não temos um largo leque de fabricantes com os quais trabalhemos.

VE – Não se sentem, por isso, depen-dentes de ninguém?

JMO – Nada, não temos nenhuma de-pendência dos dois lados, que é uma preo-cupação que tenho. Não temos dependência de clientes, nem de fabricantes. Obviamente que temos clientes mais fortes e que se dei-xarem de trabalhar connosco causam algu-ma mossa. Mas que não põem em causa a viabilidade da empresa. Essa é uma questão que é fundamental quer para nós, quer mes-mo para os nossos clientes. Eles têm essa preocupação. Por exemplo, temos como cliente a Brisa. Que sempre nos questionou, ano após ano, qual é o valor que a Brisa re-presenta em termos percentuais na faturação da Decunify. E cada vez mais, nós vimos a

esbater essa percentagem... Não porque eles diminuam, antes pelo contrário, e isso eu vou dizendo inclusivamente dos nossos kick-offs: não quero que o volume de negó-cios dos nossos clientes âncora diminuam. Antes pelo contrário, o que eu quero é que o leque vá aumentado e isso, de facto, tem acontecido. E 2015 já foi um ano em que nós conseguimos penetrar em contas muito interessantes.

VE – Disse-me Brisa. Mais marcas e empresas que tenham conquistado.

JMO – Brisa, Unicer, Sonae, APDL, Procter & Gamble, Ikea...

Somos uma grande fatia das TI dos nossos clientes

VE – Nessas grandes contas, imagi-nemos a Ikea, a Brisa... Qual é que é o vosso papel?

JMO – Somos uma grande fatia na área das Tecnologias de Informação de cada um destes clientes. Eu diria que 95% de depen-dência da Brisa é da Decunify, inclusiva-mente, no desenho de novas soluções e tudo

o que é manutenção. Sempre que vendemos uma solução, são agregados contratos de manutenção. A Brisa é um caso paradigmá-tico, eles têm um contrato de manutenção diretamente com a Avaya. Ou seja, a Avaya subcontrata-nos por prestação de serviço.

VE – Porquê?JMO – Fundamentalmente, porque a

Brisa, em termos de valores de negócio, precisa de ter um contrato de manutenção com uma multinacional. Isto porque os va-lores que podemos estar a falar em termos de seguros de responsabilidade civil são as-tronómicos e que nós, Decunify, não con-seguimos fazer. Nenhuma seguradora nos garantiria esses valores

VE – Numa Brisa, por exemplo, o CIO ainda tem que vender o projeto dentro da administração? Qual é que é a vossa experiência com as grandes contas?

JMO – Ainda tem, sim. Em muitas em-presas o CIO, que antes era claramente uma pessoa ligada à tecnologia, é muitas vezes substituído por um homem de negócio, um homem da área dos números.

Tecnologia passou a ser um custo

VE – De que forma é que vocês, en-quanto fornecedores, também tiverem que reajustar a vossa abordagem co-mercial? Porque os CIO hoje já não fa-lam da mesma maneira, nem têm que passar a mensagem da mesma maneira ao conselho de administração...

JMO – Não falam, é verdade. Porque a tecnologia passou a ser um custo, quando a tecnologia era uma necessidade, era algo que tinha que existir. Mas o que nós senti-mos é que temos que ajudar mais o CIO, neste momento, a justificar o investimen-to.

VE – As empresas cansaram-se de in-vestir em TI? Os budgets estão muito mais pressionados, muito mais curtos. Como é que vocês se reajustaram, en-quanto empresa, a isso? As empresas já voltaram a investir?

JMO – Durante os primeiros três tri-mestres de 2015, senti que o mercado es-tava a recuperar. Mas depois, a conjuntura económica que resultou das eleições nacio-nais, notei, principalmente no tecido em-presarial privado, uma grande incerteza. Tenho 25 anos de experiência nesta área sendo que nos últimos 15 sou responsável máximo da Decunify. E sempre o último trimestre é o melhor. Sempre. O que é fac-to é que houve alguns projetos que pensá-vamos que ainda iam acontecer em 2015 e que simplesmente não vão acontecer. A minha dúvida é se vão saltar só um ano... ou dois. Ninguém consegue perceber, nes-te momento, se em 2016, algures no tem-po, as pessoas vão reganhar a confiança. Ou se não vai ser possível reconquistar essa confiança porque vai acontecer algum fac-to político que tenha que ver com as elei-ções presidenciais, ou com a fragilidade do governo – e não estou a avaliar o governo, mas a falar de gestão pura e dura. O que eu noto, no tecido empresarial privado, é que esta confiança ainda não foi ganha no-vamente. Vou ter que ser muito conserva-dor nas projeções para 2016 porque senão corro o risco de não conseguir cumprir os objetivos mínimos.

JOSÉ MANUEL OLIVEIRA, CEO DA DECUNIFY

Instabilidade político-financeira e

José Manuel Oliveira, CEO da Decunify.

TECNOLOGIAS

Loja online da Fnac conquista “Prémio Cinco Estrelas”A loja online da Fnac recebeu o “Prémio Cinco Estrelas 2016”, uma certificação que reco-nhece o melhor que existe no mercado a nível de produtos e serviços. A plataforma de e--Commerce passou com distinção nos testes e estudos de qualidade realizados, e atingiu uma classificação final de 8,37 (numa escala de avaliação de 1 a 10), recebendo o prémio “Serviço Cinco Estrelas”, na categoria “Comércio Online de Produtos Culturais e Tecnológicos”.

26 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

Claramente assumimos que 2015 era um ano de investimentos. Obviamente que esses investimentos nos obrigaram a traçar objetivos muito ambiciosos.

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“questão” Angola vão marcar 2016Fomos muito agressivos em 2015

VE – Mas estavam otimistas quanto a 2015?

JMO – Sim, e fomos muito agressivos. Primeiro, assumimos que era um ano de investimento, um ano em que tínhamos que dar o salto. Estávamos num patamar em que não éramos carne nem peixe e achei que estávamos consolidados, que tí-nhamos de dar o salto e tínhamos condi-ções para isso. Neste momento, as perspe-tivas é que vamos crescer o ano à volta dos 10%. Eu tinha uma baliza que era aquilo que eu gostava e uma baliza mínima. A mí-nima vai ser garantidamente ultrapassada,

a máxima está dependente de dois negó-cios. Investimos em marketing, investimos em mais pessoas... Vamos crescer em fa-turação mas crescemos em pessoas. Passá-mos de 55 pessoas para 62, o que é muito significativo. Achamos que era o ano que devíamos investir, e a nossa estratégia foi muito bem feita, muito bem conseguida e tenho a certeza que iríamos conseguir o máximo dos objetivos se não houvesse esta desaceleração no final de 2015.

VE – Mas acha que mesmo tendo ha-vido esta desaceleração, 2015 conti-nuou a ser um bom ano para fazer isso? Para fazer esses investimentos?

JMO – Não estou nada arrependido.

Mas para ser sincero, 2016 deixa-me mais apreensivo com outra questão. Como to-dos sabemos, e nós próprios vivemos isso na pele, Angola está numa recessão tre-menda e ninguém sabe onde vai parar. Nós, integradores que estivemos cá e assis-timos à crise, vamos sofrer novamente com o regresso de muitos dos nossos concorren-tes que deixaram de se focar em Portugal, deixaram o caminho livre, abandonaram alguns clientes, deixaram de fazer algumas maluqueiras do ponto de vista comercial... Mas agora estão a regressar da mesma ma-neira ou mais agressivos do que já estavam. O desespero duplicou/triplicou e, portan-to, é mais um problema para aqueles que querem estar conscienciosamente no mer-

cado. E, portanto, 2016 tem, para mim, dois paradigmas: que é a incerteza do pon-to de vista político-financeiro e Angola.Há alguns que estão a trocar Angola por Moçambique. Embora Moçambique não seja a mesma coisa que Angola, não tem omesmo potencial. Pode ter alguns projetos, mas não consegue ter a dimensão nem o po-der financeiro que tem Angola. Não conse-gue absorver todos aqueles que foram com grandes estruturas para Angola e esses estãoa regressar... Já o sentimos no último trimes-tre deste ano. Uma coisa garanto: não vamosentrar em loucuras. Estamos cá para ganhar dinheiro, para consolidar, para estarmos vi-vos, mas prefiro perder o negócio a entrar se os contornos forem tenebrosos.

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 27

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Windows 10 já funciona em 200 milhões de dispositivosO Windows 10 está a operar em 200 milhões de dispositivos, a taxa de adoção mais rápida em qualquer um de seus sistemas operativos, diz a Microsoft. O Windows 10, que veio substituir o Windows 8, foi lançado para download gratuito em julho, tanto computadores pessoais como dispositivos móveis.

Consumidores preocupados com privacidade dos seus dadosUm relatório da Cagemini com base em conversas entre retalhistas e consumidores dos mais diversos países nas redes sociais não deixa grandes margens para dúvidas: os consumi-dores estão apreensivos em relação às iniciativas do retalho para proteger a sua privacidade. “O sentimento de 93% dos consumidores em relação ao assunto é negativo”, lê-se no do-cumento.

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A economia e a gestão são exercícios simples, se entendidos na pureza do seu conceito e na integralidade da sua prática:

a primeira adequa recursos sempre escassos a crescentes necessidades e a segunda nada mais do que a aplicação do senso-comum, servido de alguns instrumentos técnicos, capazes de conferir informação fidedigna à decisão, para que esta seja o mais acertada possível.

Isto sabe, por intuição e experiência, qualquer dona de casa prudente – a maioria –, e os merceeiros da geração dos nossos pais, que não usavam calculadoras, mas tinham as contas todas na memória e no carácter. Podiam não ter atrevimento para quererem ser mais, mas não corriam o risco de ser menos ou tendencialmente coisa alguma.

Nada disto parece ser do conhecimento dos génios da finança, deste país e de muitos outros por esse mundo fora, que têm feito misérias ao longo das últimas décadas, estando ainda longe do fim esta tristíssima novela, que todos suportamos no custo, mesmo odiando o enredo. E o mesmo parece afetar académicos da matéria, muito doutos do saber, ocupados metade do tempo a fazer previsões, que falham normalmente, e a outra metade a explicar precisamente porque o erro os surpreendeu, já para não falar da classe política, cada vez mais impreparada, mais arrogante na sua ignorância e atrevimento e menos capacitada das suas responsabilidades, acelerando a vertigem do mundo rumo ao caos. Em Portugal e em toda a parte, de uma forma geral. O mundo não se recomenda, e é melhor não fazer prognósticos ou emitir desejos para 2016, pois eles vão falhar em toda a linha, uma vez que ficarão aquém do melhor cenário. Como dizia recentemente António Lobo Antunes numa entrevista a um semanário nacional: “o pessimismo é a uma profecia que se cumpre”.

Centremo-nos, contudo e apenas, nas questões que nos afligem mais diretamente e que não são poucas. Vamos ao que interessa. Temos um novo Governo, talvez seja de esquerda ou simplesmente pragmático, tal não importa: as empresas não querem discutir ideologia, mas simplesmente obter condições de melhor funcionarem, poderem sobreviver ou crescer, aumentar vendas e rentabilidades, conquistar mercados, criar valor e distribuí-lo satisfatória e legitimamente entre os seus acionistas e trabalhadores. A discussão do resto que fique a cargo da corte de Lisboa e da sua hermenêutica própria, ocupando profissionais dos “media” e da política e da intriga, disputando cargos na máquina do Estado ou procurando sinecuras, cada vez mais escassas, sendo o país cada vez mais pobre.

Para todos os executivos que iniciam funções, e, em particular, os que ocupam a pasta da Economia, recomendo que se foquem naquilo que faz a competitividade das empresas, ou seja, a competitividade dos fatores produtivos clássicos. Uma vez mais, o que interessa!

Comecemos pelo trabalho: O custo do trabalho deve ser moderado e alcançado em concertação social e na contratação coletiva, pois é a forma de responsabilizar todas as partes,

encontrando soluções que, aumentando o rendimento dos trabalhadores, permitam obter compensações ao nível tributário e no estímulo da produtividade. O anunciado aumento do salário mínimo nacional por decisão política do Governo, satisfazendo apenas as pressões da extrema-esquerda parlamentar e dos sindicatos mais ortodoxos a ela ligados não promete nada de bom neste domínio.

O custo do dinheiro: talvez seja certo que os bancos têm hoje mais dinheiro para disponibilizar à economia e com taxas de juro mais baixas, contudo as queixas das empresas, em especial as que precisam de crédito, vão no sentido de que a banca continua fechada e exigente muito para lá do razoável, no que respeita aos colaterais, o que, em suma, significa que o acesso ao dinheiro pela economia real, mormente as empresas, permanece um problema por resolver e com solução constantemente adiada. E isto para não falar da questão do investimento, que continua deprimido e sem perspetiva de reanimar, atendendo à inércia e burocracia dos programas de incentivos e à trapalhada em que se tornou o IFD ( Banco de Fomento ), entre outras coisas que fazem o clima de baixa confiança que se vive no país.

Finalmente, a energia, que, em Portugal, está a preços exorbitantes, não tanto pelo seu custo, formado no mercado mundial, mas por tudo o resto que se encontra metido na fatura, satisfazendo investimentos públicos megalómanos, inadequados, e que, sobretudo, ninguém pediu, mas que todos pagam. Sem energia barata, nenhum país se pode industrializar ou manter indústrias. Portugal ainda tem um tecido industrial relevante e que foi precioso, enquanto produtor de bens transacionáveis voltados à exportação, para termos sobrevivido ao resgate da “troika” e com bem menos sequelas que os gregos, por exemplo. Se a combinação, que deveria ser virtuosa, passar a ser negativa: custo do trabalho elevado, custo do dinheiro alto e energia cara, então corre-se o sério risco de desestruturação do aparelho produtivo e um irreversível afundamento da nossa economia em geral. Para isto não haverá inovação, design, serviço ou fiscalidade amiga que nos valha.

O que atrás disse é facilmente compreendido por uma dona de casa sensata ou um merceeiro à moda antiga, embora seja dificilmente entendido por quem tem responsabilidades políticas, para quem o que é óbvio não merece atenção por ausência de complexidade ou sofisticação. Melhor dizendo: quando, finalmente, nos Governos, as evidências começam a ser percebidas, eis que a legislatura acaba e, aos novos senhores do Poder, tudo tem de ser novamente explicado, com as mesmas ou acrescidas dificuldades. Um ciclo interminável, “ad nauseum, ad eternum”. Uma espécie de castigo ou má sina, para alguns, como eu, que vão insistindo nesta senda.

Pode ser que, alguém, algum dia, talvez o diga em inglês, como o Sr. Porter ou o Sr. Krugman já experimentaram, e, então, por milagre, todos passemos a compreender a simplicidade do óbvio, já que em português, esta língua misteriosa e encriptada, não nos conseguimos entender.

O que interessa

PAULO VAZDiretor-geral da ATP

ASSOCIATIVISMO

BICMINHO apoia candidaturas ao +Inovação +IndústriaAté 4 de fevereiro está aberta uma nova ronda de candidaturas ao Programa +Inovação +In-dústria e o BICMINHO, enquanto parceiro desta rede, ajuda os empreendedores dos setores mais tradicionais da economia nacional a preparar a sua candidatura e melhorar as suas hipóteses de ser um dos projetos selecionados para investimento. Os promotores poderão beneficiar de investimento por parte da Portugal Ventures até 1,5 MJ, numa participação minoritária, por “tranches” e com base num plano de desenvolvimento.

28 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

Uma participação portuguesa con-junta com a marca “Sea of Portugal” vai marcar presença na “Boot 2016”, a maior feira de náutica e desportos aquáticos do mundo que decorre de 23 a 31 de janeiro, em Düsseldorf, na Alemanha. Esta organização é da responsabilidade da Media 4U, empresa de edição e organização de eventos, em colaboração com o “Jor-nal Notícias do Mar” e o apoio da Messe Düsseldorf.

A iniciativa conta, até ao momen-to, com a participação de 13 insti-tuições/empresas que representam vários sectores como Acessórios, Avistamento de Cetáceos, Cruzei-ros, Marinas, Marítimo-turísticas,

Mergulho, Surf, Turismo Náutico e Yacht Charters, provenientes do Douro/Porto, Lagos, Lisboa, Por-timão e Vila do Bispo/Sagres, pre-sentes em três pavilhões: Mergulho e Marítimo-Turísticas, Acessórios e Turismo Náutico.

Destaque para a presença da As-sociação de Turismo de Portimão; Câmara Municipal de Vila do Bispo; Cape Cruiser; Divers Cape, Lda.; Feeldouro Yacht Charter; Mar Ili-mitado, Turismo & Investigação; Marina de Lagos; Marina de Porti-mão; Ocean Revival; Palmayachts; PuraVida Divehouse, Dive School & Accommodation; SeaXplorer Sa-gres; Subnauta.

A Fruystach, empresa detida por produtores de pistácio com o obje-tivo de ser uma referência na fileira dos frutos secos, entrou em funcio-namento, com a abertura da sua sede no Fundão, no Centro de Negócios e Serviços da autarquia.

O projeto, que se irá transformar numa OP (Organização de Produ-tores), tem como prioridades criar riqueza e postos de trabalho e dina-mizar a economia das regiões mais desfavorecidas de Portugal, concen-trando o foco da sua atividade nos distritos de Bragança, Vila Real, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja.

Para além disso, a Fruystach quer, ainda, contribuir para travar a de-sertificação destas regiões, desenvol-vendo o apoio à criação de projetos agrícolas sustentáveis.

A cultura do pistácio, ainda pouco explorada em Portugal, é a adequada aos climas destas regiões mais depri-midas, com muitas horas de frio no

Inverno e muitas horas de calor no verão.

Além disso, o negócio do pistá-cio tem uma grande rentabilidade, com baixo investimento e reduzidos custos de produção. A escolha do Fundão para instalação da Fruysta-ch justifica-se por ficar no centro de gravidade do Interior de Portugal, entre Bragança e Beja.

A Fruystach está aberta a acionis-tas que sejam produtores de pistácio, tendo como perfil empresarial o ri-gor e a disciplina na sua atividade de produção, fator chave para a quali-dade do produto e para a promoção da competitividade da fileira.

A Frusytach fornece aos seus as-sociados assistência técnica organi-zada, assegura a comercialização das produções dos seus acionistas, atra-vés da exportação para os países da União Europeia, maiores consumi-dores deste tipo de produto, o que gera valor acrescentado e mais-valias para a dinamização do negócio.

“Sea of Portugal” marca presença na BOOT 2016

EMPRESA APOSTA NO PISTÁCIO PARA DINAMIZAR ECONOMIA DO INTERIOR DE PORTUGAL

Fruystach abre sede no Fundão

A participação portuguesa conjunta conta com 13 instituições/empresas.

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Paulo Marcos foi empossado como novo presidente do Sin-dicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) para o quadriénio 2015-19.

O programa da nova direção apresenta sete medidas para os primeiros 70 dias de mandato, entre as quais se destacam “uma auditoria independente por empresa certificada para apu-rar a real situação patrimonial do SNQTB, SAMS Quadros e todas as empresas controladas pelo sindicato, o corte imediato de 40% das remunerações dos órgãos sociais e uma presença ativa e liderante nas reuniões de renegociação do acordo co-letivo de trabalho” do setor bancário.

“Atuaremos no sentido de dignificar e aumentar o valor social do sector bancário e de seus protagonistas, mormente de seus trabalhadores”, referiu Paulo Marcos, o novo presi-dente, no discurso de tomada de posse.

RETRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS SOCIAIS VÃO DIMINUIR 40%

Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários tem nova direção

MERCADOS

Dow Jones 6/Jan ........16973,55

Var Sem ...............................-4,22% Var 2014 ...............................-2,59%

Nasdaq 6/Jan ................4859,66

Var Sem ...............................-4,86% Var 2014 ...............................-2,95%

IBEX 35 6/Jan ................9192,40

Var Sem ...............................-4,94% Var 2014 ...............................-3,69%

DAX 6/Jan ................... 10214,02

Var Sem ...............................-4,13% Var 2014 ...............................-4,92%

CAC40 6/Jan ...............4480,469

Var Sem ...............................-4,70% Var 2014 ...............................-3,38%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (06.01) 5165,26

-3,25% Var. Semana

-2,80% Var. 2014

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 29

5050

5100

5150

5200

5250

5300

5350

31 Dez 4 Jan 5 Jan 6 Jan #N/A

Ponto

s

A Generali assinou o “Paris Pledge for Action”, também denominado Compro-misso de Paris, que tem como objetivo promover a adoção de políticas de comba-te às alterações climáticas. Como signatá-ria do compromisso, a Generali demonstra o seu apoio ao Acordo Global sobre o Cli-ma alcançado em Paris. A Generali junta a sua voz a um sinal credível e coerente que advém da adoção de um novo acordo global sobre o clima na COP21, em Paris, para limitar o aumento da temperatura do aquecimento global a menos de 2°C.

Enquanto seguradora, a Generali pre-tende desempenhar um papel activo no apoio à transição para uma economia mais sustentável e sociedade. Nesse sentido, a Generali vai continuar a monitorizar e re-duzir os impactos diretos e a defender uma economia “abaixo de 2 graus” através dos seus produtos, serviços e investimentos.

A Generali está já a tomar várias medidas para reduzir o seu impacto ambiental jun-to da sua carteira de clientes. Disponibi-lizando serviços de consultoria para clien-tes empresariais e profi ssionais, através do programa de auditoria de desempenho

Generali Performance Global, a Generali apoia e guia os seus clientes em abordagens que podem reduzir a sua pegada de carbo-no com base em práticas orientadas para a vida sustentável. A Generali está também a cooperar com uma equipa de investigado-res para melhorar a modelagem de riscos relacionados com o clima.

As alterações climáticas são agora uma tendência indiscutível, com o número crescente de catástrofes relacionadas com o clima, como tempestades, chuvas fortes e inundações demonstram. Esta tendência tem também consequências diretas para o sector dos seguros, com aumento dos da-nos materiais e, consequentemente, um maior número de sinistros. Este contexto desafi ante exige que as seguradoras encon-trem novas soluções para os seus clientes e formas de gerir os novos riscos e o de-senvolvimento de políticas que promovam práticas mais respeitadoras do ambiente. Estas são as razões que fundamentaram a decisão da Generali para se juntar à COP21 como parceiro ofi cial, com as alte-rações climáticas como uma das suas prio-ridades e responsabilidades.

Generali adere ao compromisso de Paris

Órgãos sociais SNQTB para o quadriénio 2015-2019

MESA UNIFICADAPresidente: Joaquim Casa Nova – BSTAlfredo Silva - BCPCarla André – Novo BancoPaulo Nogueira Rodrigues – BarclaysCONSELHO GERALNuno Miguel BarradasLuís Filipe PereiraJesus OteroLiliana Felício – Novo BancoHernâni Fernandes – BarclaysPaulo Santos – Novo BancoAmaro Ruivinho – BPIHerminio Meireles – Crédito AgrícolaMarta Rodrigues – Novo BancoLuís Simões – Novo BancoMaria João Marchante – BBVAPaulo Domingues – BICIsabel Pinto Coelho - BCPMário Martins – Novo BancoMaria Manuela Delgado – BCPPatricia Pereira dos Santos – Novo BancoIsabel Severino – BCPAlberto Magalhães – Novo BancoMiguel Trindade – BPP

Abílio Arede – Novo BancoCONSELHO DE DISCIPLINABernardo Moraes – BPIGonçalo Guilherme – BarclaysJoão Cardoso – MontepioJorge Lavado – BarclaysPedro Brito – Novo Banco CONSELHO FISCALAlexandre Santo António – Banco BestJoão Neves – Crédito AgrícolaJorge Gaspar – BBVAPedro Leite Silva – BPIRui Manuel Sousa – PopularDIREÇÃOPresidente: Paulo Marcos – Novo BancoAntónio Amaral – BPIAntónio Rodrigues – PopularFausto Xavier – SantanderJosé Barroso – Novo BancoLuís Botelho – BPIMaria Leonor Cunha – Novo BancoPaulo Jorge Rodrigues – BarclaysRita Appleton – BCPTiago Teixeira – Montepio CréditoRoger Loureiro – BarclaysPaulo Marcos é o novo presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Téc-

nicos Bancários para o quadriénio 2015-19.

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AQUILES [email protected]

João Rendeiro, que foi pre-sidente do extinto BPP, faz crí-ticas ao negócio de compra do negócio bancário do Banif pelo Santander “por 150 milhões de euros, condicionados ao Estado português e o Fundo de Resolu-ção pagarem 2,255 mil milhões de euros em dinheiro”. O artigo que o ex-banqueiro escreve no seu blogue “Arma Crítica”, com o título “O Banif e as pilhagens do século XXI”, critica o facto do comunicado, em inglês, referir imparidade e não provisões de imparidades futuras.

“Embora o Banco de Portugal não saiba, fi nja que não sabe ou utilize ora uma ora outra expressão conforme as suas conveniências de momento, a verdade é que existe em contabilidade bancaria uma diferença essencial entre provisão e imparidade. Imparidade refere-se a um acontecimento passado que se verifi cou. Provisão refere-se a um

acontecimento que – sendo incer-ta a sua quantifi cação no passado – pode vir ( ou não ) a registar-se no futuro”, escreve o homem que liderou o BPP, salientando que não faz sentido compensar o compra-dor por eventos futuros.

“Estado deu 2,225 milhões ao Santander Totta”

Rendeiro vai mais longe e diz que os contribuintes estão a fi -nanciar o Santander Totta. “Dito por outras palavras, o Estado deu 2,255 mil milhões de euros ao Santander Totta para cobrir pro-visões. Então e se estas provisões forem, afi nal, por exemplo de apenas mil milhões de euros, o Santander Totta locupleta-se em mais de mil milhões de euros à custa dos contribuintes portu-gueses? Isto faz algum sentido?”, questiona o ex-banqueiro, que, em 2014, foi condenado pela insolvência do BPP e que fi cou impedido do exercício de funções no setor por um período de cinco

anos.A mesma fonte pergunta ain-

da que “se houvesse imparida-des num banco cotado em Bolsa como poderia a CMVM não me-xer uma palha sequer? Mas, no meu entender, não é verdade que existissem estas imparidades”.

O autor salienta que “o que é verdade é que o Santander Totta recebeu um pagamento indevido em dinheiro para cobrir” contin-gências futuras incertas. “Con-tingências essas que não discuto se virão a ocorrer ou não, mas que jamais poderiam ser pagas à cabeça em dinheiro”, indicia.

“O Santander Totta, por in-competência ou dolo, foi co-locado pelo Banco de Portugal numa posição negocial dominan-te. Usou e abusou dessa posição dominante. Efetivou um enri-quecimento sem causa à conta dos contribuintes portugueses e mostrou o lado mais negro da ga-nância fi nanceira. ‘Yo no creo en las brujas , pero que las hay , las hay’”, remata João Rendeiro.

João Rendeiro critica negócio de venda do Banif ao Santander Totta

-1,59% Var. Semana -0,004% Var. Semana -8,57% Var. Semana

-0,95% Var. 2014 -1,268% Var. 2014 -7,32% Var. 2014

Euro/Libra 6/Jan .......0,7360

Var Sem ........................ -0,56% Var 2014 .........................2,97%

Euro/Iene 6/Jan .... 127,6160

Var Sem ........................ -0,66% Var 2014 ....................... 15,64%

Euribor 3M 6/Jan .... -0,1360

Var Abs Sem .................. -0,005 Var 2014 ..........................-1,137

Euribor 1Y 6/Jan .......0,0560

Var Abs Sem .................. -0,004 Var 2014 ......................... -1,448

Ouro 6/Jan ........... 1090,46

Var Sem ...................... 1,98% Var 2014 ...................... 2,71%

Prata 6/Jan ...............13,97

Var Sem ...................... 0,05% Var 2014 ...................... 0,76%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (06,01) 1,0791 EURIBOR 6M (06.01) -0,0440 PETRÓLEO BRENT (06.01) 34,56

1.068 1.07

1.072 1.074 1.076 1.078 1.08

1.082 1.084 1.086 1.088

31 Dez 4 Jan 5 Jan 6 Jan #N/A -0.045

-0.044

-0.043

-0.042

-0.041

-0.04

-0.039

-0.038

31 Dez 4 Jan 5 Jan 6 Jan #N/A 33

33.5

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34.5

35

35.5

36

36.5

37

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31 Dez 4 Jan 5 Jan 6 Jan #N/A

Uma das principais diferenças culturais entre os países do norte da Europa e os países do sul, como Portugal, e que explica muito das difi culdades (económicas, sociais, políticas) que estes últimos estão a experimentar no seio da União Europeia, é a diferença entre povo e massa. Os países do sul da Europa possuem um povo, ao passo que os países do norte da Europa, em lugar de um povo, possuem uma massa.

Foi o Papa Pio XII na sua alocução de Natal de 1944 que, pela primeira vez, introduziu a distinção entre povo e massa. O meu propósito aqui é o de elaborar sobre essa distinção. O que é que caracteriza o povo, o que é que caracteriza a massa, e o que é que distingue o povo da massa? Mais: como é que se converte um povo em massa e a massa em povo? Estas são as questões às quais pretendo responder.

A primeira, e a mais importante de todas as distinções, é que os elementos que constituem um povo são todos diferentes uns dos outros, ao passo que os elementos que constituem uma massa são todos iguais uns aos outros. Um elemento do povo é uma pessoa, tem personalidade. Pelo contrário, um elemento da massa é um mero indivíduo, não tem personalidade.

Na massa, conhece-se um indivíduo e fi cam-se a conhecer todos os outros porque todos eles são iguais. Pelo contrário, no

povo o conhecimento de uma pessoa não garante o conhecimento das outras, porque elas são todos diferentes. Na massa, a generalização é possível, no povo ela é impossível.

Daqui decorre que o modo de pensamento típico da massa é o pensamento abstracto que permite a generalização, omitindo os detalhes em que se manifestam as diferenças, porque elas são sempre pequenas e insignifi cantes. Pelo contrário, o modo de pensamento do povo é o pensamento concreto que se concentra num objecto - uma pessoa ou uma coisa -, que é único e irrepetível. A massa exprime-se pelo abstracto, o povo pelo concreto.

A massa une-se pelo poder. Pelo contrário, o povo une-se pelo amor (no sentido lato). É o amor o cimento que une os elementos de um povo, é o poder o cimento que une os elementos de uma massa. Por isso, a instituição principal de um povo é a família, ao passo que a da massa é o Estado.

A massa exprime-se privilegiadamente em público, ao passo que o povo se exprime privilegiadamente em privado. A massa exibe-se, o povo, pelo contrário, é discreto. Para se exprimir, a massa precisa, portanto, de meios de comunicação públicos (ou de massa), ao passo que o povo se exprime através de meios privados, oralmente na

família ou no círculo de amigos, ou em meios de comunicação de âmbito restrito.

O povo une-se pela diferença, que cria complementaridades. Pelo contrário, a massa desune-se pela igualdade, que cria redundâncias. Segue-se que o povo é comunitário, ao passo que a massa é sectária. O sentimento de comunidade de um povo resulta de a diferença se tornar insuportável - ninguém consegue viver sozinho sendo absolutamente diferente de todos os outros. Pelo contrário, o sentimento sectário da massa resulta de a igualdade se tornar insuportável - ninguém consegue viver em grupo sendo absolutamente igual a todos os outros.

No povo, o amor pela outra pessoa resulta da diferença radical que cada um vê nela em relação a si próprio. Pelo contrário na massa, o ódio ao outro indivíduo resulta da igualdade radical que cada um vê nele em relação a si próprio. No povo, o sentimento que emana do coração de cada pessoa em relação a outra é o amor. Na massa, o sentimento que emana do coração de cada indivíduo em relação a outro é o ódio.

Um povo converte-se em massa pelo medo. É o medo de parecer em público como sendo diferente dos outros que leva o homem do povo a converter-se em homem-massa. A instituição do medo utilizada

para converter um povo em massa é o Estado. Terrorismo de Estado é o que faz um povo render-se à massa. O instrumento é o poder em várias manifestações: Fisco, ASAE, Ministério Público, mas também Ministérios como os da Educação e da Saúde. A comunicação social (de massa) faz o resto ridicularizando ou humilhando quem for diferente.

Pelo contrário, um povo converte uma massa pela sedução e pelos sentimentos de pertença e de proteção que a comunidade oferece ao homem-massa, que é um homem radicalmente só e inseguro. A instituição que o faz é a família e o instrumento é o amor.

A fi gura social mais detestada pela massa é o pai (ou a mãe) de família, que é o homem (ou mulher) comunitário por excelência. Pelo contrário, a fi gura mais detestada pelo povo é o político (ou militante) partidário, que é o homem (ou mulher) sectário por excelência. É no confronto entre o pai de família e o político partidário que, em última instância, se decidirá o futuro de uma sociedade, se ela permanecerá um povo ou se, pelo contrário, se converterá numa massa.

É este, hoje, o confronto decisivo em Portugal: ganha o pai de família ou ganha o político partidário?

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Povo e massa

EspeculaçãoPEDRO ARROJAPresidente, Associação Humanitária “Um Lugar para o Joãozinho”

“O Estado deu 2,255 mil milhões de euros ao Santander Totta para cobrir provisões”, acusa João Rendeiro.

MERCADOS

30 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

Page 31: Presidente da Câmara de Gaia alerta para os efeitos negativos … · 2016-01-07 · é o que as empresas mais querem para 2016 Págs. 4 e 5 MERCADOS Ebury pretende apoiar PME portuguesas

Os fundos de pensões portu-gueses obtiveram em dezembro uma rendibilidade mediana esti-mada de -1,2%, de acordo com a Mercer. Segundo a consultora, a rendibilidade desde o início do ano é de 2,4%.

“Os fundos de pensões por-tugueses obtiveram em dezem-bro uma rendibilidade mediana estimada de -1,2%, devido ao desempenho negativo das ações e obrigações. Apesar da perfor-mance positiva em 2015, a me-diana de mercado dos fundos de pensões portugueses durante o ano foi a mais baixa desde 2011. O mês de Dezembro ficou mar-cado pela subida da taxa de juro nos EUA em 25 bps. No mer-

cado obrigacionista observou--se uma subida generalizada das yields, que contribuiu para a performance negativa desta clas-se. O mercado acionista obteve performance negativa devido à subida das yields e aos resultados empresariais e dados económi-cos inferiores às expectativas”, explica Rui Guerra, partner da Mercer.

A yield das obrigações de dí-vida privada com qualidade de crédito AA e maturidade supe-rior a 10 anos, índice de referên-cia para as taxas de desconto dos planos de pensões, era de 2% no final do mês de dezembro. No final de novembro esta taxa era de 1,8%.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 31

O Santander Totta era, com mais de 251 mil fãs, o banco com mais seguidores no Face-book no fim de 2015, segundo um estudo da E.Life – empresa de Inteligência de Mercado e Gestão de Relacionamento nas redes sociais. Em segundo lugar, e com mais de 146 mil segui-dores, encontramos a página da Caixa Geral de Depósitos. Já o Banif, cujo negócio bancário foi, entretanto, integrado no San-tander Totta, reclamava terceiro lugar do ranking com 69 469 mil fãs. O Millennium (com 39 677) e o Banco Popular (com 19 492 seguidores) ocupam os quarto e quinto lugares, respeti-vamente. A fechar este top está o

BBVA, cuja página estava prestes a alcançar os quatro mil fãs.

CGD lidera nas interacções, comentários e likes

No que à performance destes bancos diz respeito, refira-se que o Santander Totta foi aquele que mais posts efetuou durante o pe-ríodo da análise. No entanto, foi a Caixa Geral de Depósitos que liderou nas interações (aproxi-madamente 85 mil), no número de comentários (2600) e, ainda, nos likes, conquistando mais de 77 mil durante os seis meses em que decorreu a análise. Saliente--se que das seis insígnias em análise, apenas três interagem

com os seus seguidores. ApenasSantader Totta, Caixa Geral deDepósitos e Millennium respon-dem às questões, dúvidas ou opi-niões dos fãs. No caso do San-tander, a response rate ronda os88% e o tempo de resposta nãoultrapassa as oito horas. A taxa de resposta da CGD e do Mil-lennium situa-se na barreira dos50%, sendo que o feedback do Millennium demora, em média,18 horas, e o da CGD mais de37 horas, ou seja, um dia e meio.

O Banif, o Banco Popular e o BBVA têm a response rate a zero, prova de que a interaçãocom o público nas redes sociais não é encarada ainda como uma opção.

Fundos de pensões

portugueses com performance

negativa em dezembro

TomTom Telematics compra empresa na PolóniaA TomTom anunciou a aquisição da empresa de localização de frotas polaca Finder. “A Po-lónia é um dos mercados de telemática com um dos crescimentos mais rápidos na Europa”, refere Thomas Schmidt, diretor-geral da TomTom Telematics para explicar o negócio, cujos valores não foram revelados. “[Além disso,] estabelecemos uma posição de liderança na Eu-ropa Oriental”, acrescenta.

ENMC promove sessão de esclarecimento sobre prospeção de petróleo A Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis vai organizar uma sessão pública de esclarecimento sobre prospeção e pesquisa de petróleo no Algarve, na próxima terça-feira (12 de janeiro), a partir das 18h00, no Auditório da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, em Faro.

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2016 - Sinónimo de ano difícil para os mercadosO ano que agora começou promete

ser um dos mais desafiantes de que há memória. Habitualmente, devido à mudança de fiscalidade de ano para ano, assistimos a bons arranques de sessão no primeiro dia de negociação, depois da noite de réveillon. A passada segunda-feira foi a excepção à regra.

O fim-de-semana ficou marcado pelos dados da produção industrial na China, durante o mês de Dezembro. Depois da abertura das principais praças, não foram necessários muitos minutos para que a campainha das perdas soasse, depois de uma queda de quase 7%. Devido à entrada em vigor das novas regras do regulador, depois das fortes quedas no Verão passado, a negociação ficou suspensa abrindo só no dia seguinte, com fortes restrições.

Devido à inter-dependência das várias bolsas mundiais, a abertura da Europa marcou uma das piores primeiras sessões

dos últimos anos. Foram as economias mais dependentes das exportações para o gigante asiático que foram mais penalizadas. A Alemanha esteve em destaque pela negativa. O motor da economia europeia exporta 8% do total das vendas ao exterior para a China enquanto que, por comparação, os valores de Espanha são 2,5% e Portugal 2%.

Na mente dos investidores continuam a residir preocupações quanto à capacidade da economia chinesa conseguir transformar-se, diminuindo a sua dependência da indústria e exportações centrando-se mais nos serviços e consumo. E o grande desafio está na desvalorização constante da moeda. Os receios dos investidores têm provocado saídas massivas de capitais da economia, levando o yuan a um dos valores mais baixos dos últimos anos. Uma moeda mais fraca acaba por impedir que o consumo se sedimente nos

padrões da população chinesa.Estes movimentos na divisa chinesa

têm penalizado de forma acentuada as exportações europeias e americanas. Se a Europa já perdeu quase 6% das suas exportações, os Estados Unidos foram penalizados em cerca de 9%.

Por outro lado, o conflito entre Arábia Saudita e o Irão permitiu que o barril de petróleo voltasse a estar no centro das atenções. O corte de relações entre as duas potencias petrolíferas assenta essencialmente em questões religiosas.

O grande receio em torno deste movimento é que um aumento

descontrolado do preço origine pressões inflacionistas que são, em si mesmo, negativas. Neste cenário, um aumento generalizado dos preços não resultaria de um aumento do poder de compra dos consumidores.

De qualquer forma, a probabilidade de continuarmos a assistir a quedas nos preços do ouro-negro e maior do que o seu contrario. A verdade é que ambas as economias precisam manter os seus actuais níveis de produção, devido aos baixos preços da matéria-prima e um hipotético conflito colocaria em causa as receitas de cada um dos países.

Por isto, os investidores olham para o ano que agora começam com alguma animosidade. Há, no mínimo a certeza de que 2016 será um ano difícil e de elevada volatilidade.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

PEDRO RICARDO SANTOSGestor da XTB Portugal

ESTUDO REALIZADO PELA E.LIFE

Santander Totta é o banco mais seguidores no Facebook mas CGD é mais ativa

Há, no mínimo a certeza de que 2016 será um ano difícil e de elevada volatilidade

Page 32: Presidente da Câmara de Gaia alerta para os efeitos negativos … · 2016-01-07 · é o que as empresas mais querem para 2016 Págs. 4 e 5 MERCADOS Ebury pretende apoiar PME portuguesas

A empresa de câmbios britânica Ebury entrou no mercado português. O português Duarte Líbano Monteiro, o diretor-geral da empresa para a Península Ibérica, explica que o objetivo é ajudar PME portuguesas na internacionalização. “Recorrendo aos nossos serviços, estas empresas poderão conseguir importantes poupanças utilizando a moeda local do país onde estão a fazer negócio, em vez do habitual recurso ao dólar ou gerindo a exposição da sua moeda em função do seu calendário de pagamentos internacionais”, indica, em entrevista à “Vida Económica”. “Trata-se de mecanismos a que as PME normalmente não têm acesso e que lhes permitem conseguir ganhos que provavelmente nem pensavam ser possíveis”, acrescenta.AQUILES [email protected]

Vida Económica – O que leva a Ebury a apostar no mercado português?

Duarte Líbano Monteiro – A apos-ta da Ebury no mercado português surge por duas razões essenciais: a primeira tem a ver com o mercado português em si e com o facto de ter um tecido empresarial que, fruto da crise, se virou muito para o exterior. É nesses negócios com o exterior e na redução do risco cambial que eles acarretam que a Ebury pode prestar um auxílio muito importante às PME e por isso sempre encarámos Portugal como um mercado de eleição para a Ebury. A segun-da razão tem a ver com o facto de a Ebury ter já escritórios em Inglaterra - onde foi fundada - Espanha, Holanda e Polónia e pretender expandir essa sua presença eu-ropeia de forma a prosseguir o seu cresci-mento. Portugal foi um passo natural nesse processo de expansão.

VE – Quais os objetivos para o merca-

do luso?DLM – O nosso objetivo em Portugal

passa por ser um parceiro das PME – que

constituem a esmagadora maioria do teci-do empresarial português – nos seus de-safi os de conquistar novos mercados para além do português. Recorrendo aos nossos serviços, estas empresas poderão conseguir importantes poupanças utilizando a moe-da local do país onde estão a fazer negócio, em vez do habitual recurso ao dólar ou ge-rindo a exposição da sua moeda em função do seu calendário de pagamentos interna-cionais. Trata-se de mecanismos a que as PME normalmente não têm acesso e que lhes permitem conseguir ganhos que pro-vavelmente nem pensavam ser possíveis.

VE – Que vantagens têm as empresas

em recorrerem à Ebury, em detrimento da banca?

DLM – Quando referimos que quere-mos ser uma alternativa à banca, referimo--nos ao negócio cambial, ou seja, à compra e venda de moeda estrangeira. E a razão por que somos uma alternativa válida e especialmente dirigida a uma PME é por-que, connosco, além de a empresa contar

com taxas de câmbio mais competitivas, dispõe também de um gestor de conta especialmente dedicado ao seu negócio, além de uma plataforma tecnológica ultra--avançada que permite aos nossos clientes saberem ao segundo as oscilações das taxas de câmbio. A banca, devido à sua dimen-são, apenas consegue prestar este servi-ço personalizado às grandes empresas. A Ebury não só garante o envio e a receção atempada de todos os pagamentos como garante poupanças nas taxas de câmbio que podem ir até aos 4% através de um acesso a 140 moedas.

VE – Quais as fontes de fi nanciamento

que usam?DLM – O investimento na Ebury sur-

giu na sua totalidade através de empre-sas privadas de investimento. A Ebury fechou no fi nal de novembro deste ano uma ronda de fi nanciamento no valor de 77 milhões de euros, liderada pela Vitruvian Partners e em que também participou a 83North, um dos atuais

acionistas da empresa. Tratou-se de um dos maiores investimentos numa “Fin-tech” europeia deste ano e surge depois de uma ronda inicial de investimento de 25 milhões de euros, o que eleva o valor total de fi nanciamento da empresa para os 102 milhões de euros.

VE – Os empresários portugueses

queixam-se de falta de fi nanciamento. Têm razão ou antes da crise mundial de 2008 é que havia má gestão de risco?

DLM – O que é facto é que o nível de imparidades que hoje os bancos registam prova que no passado os critérios de atri-buição de crédito terão sido porventura demasiado brandos. A crise internacional também não ajudou. Esta circunstância levou a que os bancos apertassem esses cri-térios e fez com que hoje seja mais difícil ter acesso a crédito. A perceção que tenho é que existe fi nanciamento, mas é analisado de uma forma mais conservadora.

VE – Como é visto Portugal em termos

DIRETOR-GERAL DA EMPRESA DE CÂMBIOS PARA A PENÍNSULA IBÉRICA EXPLICA ENTRADA NO MERCADO LUSO

Ebury pretende apoiar PME portu na internacionalização

32 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

O português Duarte Líbano Monteiro é o diretor-geral da Ebury para a Península Ibérica.

Apple continua a ser a empresa mais valiosaA Apple manteve o título de empresa mais valiosa das bolsas dos Estados Unidos, no ano pas-sado. Isto apesar o valor de mercado, que superava os 750 mil milhões de dólares em feverei-ro, ter descido para cerca de 600 mil milhões. A Google conseguiu assim reduzir a distância do seu rival, com um valor bolsista de 530 mil milhões de dólares, no fi nal do ano. Já a Mi-crosoft apresentava um valor perto dos 450 mil milhões, destronando desta posição a Exxon Mobil, penalizada pela forte quebra nos preços do barril.

Ações norte-americanas preparam-se para ano difícilAs ações norte-americanas fecharam o ano com um desempenho medíocre. Alguns dos fatores que estiveram na base deste desempenho, como os baixos preços das matérias-primas, o fraco cresci-mento da economia global, a redução dos ganhos empresariais e a valorização do dólar, poderão persistir este ano. Desde fi nais de novembro que os investidores estão a assumir cada vez menos riscos e tudo aponta para a manutenção desta tendência. Se assim for, então será mais um exercí-cio caraterizado pela volatilidade, a que acresce o agravamento das taxas de juro norte-americanas.

MERCADOS

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guesas

de financiamento internacional em ter-mos de risco?

DLM – Portugal fez um trabalho mui-to significativo nos últimos anos no que diz respeito à reconquista de credibilidade e penso que já é visto com confiança pe-los mercados internacionais. No que diz respeito ao financiamento em concreto, as últimas emissões de dívida já têm tido relativo sucesso o que nos faz crer que, de facto, a parte mais difícil de processo de reconquista de credibilidade já está feito.

VE – O novo Governo de Portugal tem

influência nessa avaliação?DLM – O que podemos ver é que os

mercados aumentaram o custo da dívida portuguesa. Isto deve-se, não necessaria-mente ao novo Governo, mas à instabilida-de que a recente incerteza política passou para o mercado.

VE – Em termos gerais, como vai a Ebury fechar 2015?

DLM – A Ebury tem vindo a duplicar o seu volume de negócios e número de clien-tes todos os anos desde a sua fundação, em 2009, o que prova não só a necessidade das empresas pelo serviço que prestamos, como a valia da estratégia que temos segui-do. Em Portugal, estamos numa fase ini-cial, mas contamos já com algumas deze-nas de clientes, pretendemos mais do que duplicar o volume de negócios e fechar o ano já próximos da centena de clientes.

VE – Quais os objetivos para 2016?DLM – O objetivo da Ebury passa sem-

pre por estar cada vez mais próxima das PME, e ajudá-las não só a explorar novos mercados mas a fazê-lo de forma mais efi-ciente. Em Portugal, e uma vez concluída a ronda de financiamento que já referi-mos, o nosso objetivo passa por investir neste mercado, não só através do aumento de clientes que recorram aos nossos servi-ços mas também através do investimento na nossa equipa em Portugal. Queremos afirmar-nos como o parceiro de eleição das PME portuguesas que olham para os mercados internacionais como uma opor-tunidade não só de crescer mas também de poupar na gestão das suas taxas de câmbio.

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 33

Desvalorização cambial tem pouco impacto nas exportaçõesAs mudanças na dinâmica do comércio mundial têm atenuado o impacto de uma moe-da barata. O que mudou é o lugar onde as empresas conseguem as matérias de que ne-cessitam para fabricarem os produtos que exportam. O resultado é que as exportaçõesincorporam cada vez mais importações. O que significa que as exportações têm uma de-pendência muito menor das variações cambiais, ao contrário do que sucedia há uns es-cassos anos atrás.

Desempenhos bolsistas ficaram muito abaixo do esperadoTodos os anos há uma lista de previsões erradas e alterações imprevistas nos mercados de ações. No entanto, a maioria dos investidores está de acordo que o ano passado foi particularmente difícil. Muitos estrategas de grandes bancos de investimento projetaram maiores ganhos para as ações no ano que passou, o que acabou por não se verificar. Pensou-se que as ações energéticas iriam bater no fundo e iniciariam a sua recuperação. Os consumidores também não desataram a comprar, como se chegou a vaticinar.

A ideologia que alicerça o terrorismo islâmico

Num momento em que urge questionar os estereótipos que se foram formando desde as

descolonizações que se foram sucedendo após a II Grande Guerra Mundial (na generalidade dos casos originando novas colonizações por parte da então URSS e seus países satélite, a que se sucederam, invariavelmente, regimes totalitários liderados por ditadores sanguinários), um dos que se foi sedimentando é não mais do que uma deriva do “síndrome de Estocolmo”: um sentimento de “culpa”, em que o Ocidente se tolhe em encontrar razões para justificar e desculpar os crimes dos que procuraram o “acolhimento” nas antigas “potências colonizadoras” – muitos de 2.ª e 3.ª gerações, “jovens problemáticos”, que não respeitam as leis e as regras de conduta das sociedades onde se acantonaram e se autossegregam em “guetos”, beneficiando de sistemas de segurança social que premeiam o ócio e com intoleráveis concessões e uma condescendência e complacência vergadas a uma perigosa e contraproducente tolerância para com comunidades que, como “in casu”, as islâmicas, se regem e pautam por um ordenamento jurídico (ideologia e religião) estranho ao vigente e à própria soberania dos Estados ocidentais: a “Sharia”.A grande questão que se coloca, nos dias de hoje e neste tempo de celebrações (cristãs e pagãs, aos olhos destes novos nazis) natalícias e de entrada em Novo Ano, é esta: qual é a verdadeira natureza, motivação e objetivos do Islão e dos grupos muçulmanos e indivíduos que do mesmo se reclamam? É uma religião (uma ideologia política) pacífica, ou uma brutal, retrógrada, violenta, abusadora das mulheres e fechada ideologia expansionista, que visa a instauração de um califado mundial, com aniquilamento físico de qualquer civilização, religião ou ideia, com a conversão ou a liquidação, de todos os que não se regem pelos seus “textos sagrados”: Al-Corão, Sira e Hadith, proclamados e decretados pelo “Profeta” Mohammed? A dita “resposta musculada”, fortunada mas isoladamente, assegurada por Israel, será suficiente?…Sem qualquer condenação, firme e inequívoca, por parte dos chamados “islamitas moderados”, a emergência destes vários e multifacetados grupos terroristas islâmicos, formados e treinados, muitos desde tenra idade, quer em Madrassas, quer em Mesquitas (muitas das quais instaladas e financiadas pelos Estados ocidentais), quer em campos de treino (seja no Afeganistão, na Síria ou no Iraque, seja, também, no próprio Ocidente), ou de “refugiados”, radicam numa interpretação inequívoca e rigorosa aplicação de tais “escrituras” e de decretos (“Fatwa’s”), sob a Lei Islâmica (“Sharia”), a única a que respondem e obedecem, univocamente, para justificar os seus actos de violência, assassinatos em massa, genocídio, pedofilia e molestação infantil, subordinação e violação de

mulheres e escravatura de todos/as as que não seguem tais preceitos, sejam ateus, pagãos, cristãos, budistas, judeus, taoistas, houngans, wiccans, hindus, yasidis, aluítas, ou outros Muçulmanos, tidos por “não-crentes”, na sua concepção do Tafkir… Todos devem ser subordinados ou mortos por muçulmanos, em nome do Islão, por não terem lugar, nem na Terra, nem no “Paraíso”! Uma visão que se reporta ao séc. VII, ao tempo dos Kharijites, ao Wahhabismo (fundado por Muhammad ibn Abd al-Wahhab, que viveu entre 1703 e 1792), ao Salafismo [recriado por Muhammad Abduh (1849-1905), Jamal al-Din al-Afghani (1839-1897) e Rashid Rida (1865-1935)] e que inspirou a conquista e unificação dos reinos de Hejaz e Néjede, o novo Estado, nomeado al-Mamlakah al-Arab-yah as-Sudyah, por decreto real, em 23 de Setembro de 1932, pelo seu fundador, o Rei Abdul Aziz Al Saud, normalmente traduzido como “Reino da Arábia Saudita” e, insofismavelmente, o principal financiador das organizações terroristas de inspiração sunita), à “Irmandade Muçulmana” (com raiz na Al-Ikhwan al-Muslimoonin Arabic, fundada em 1928), que vai coexistindo, mesmo que em aberto conflito hegemónico com organizações terroristas de inspiração xiita (apoiadas e financiadas pelo beligerante e candidato a potência nuclear, Irão). Daesh/ISIL/ISIS, Jabhat al-Nusra/al-Qaeda no Levante, Boko Haram, Hamas, Hezbollah, Fatah, etc., são organizações, sunitas ou xiitas, do terrorismo dos “soldados do Islão”, exércitos compostos por muçulmanos ao serviço de uma ideologia político-religiosa – o Islão –, que, como o próprio Abdullah II, monarca hashemita da Jordânia, declarou, em 17 de Novembro, desencadearam uma “Terceira Guerra Mundial contra a Humanidade”. Para se entender as raízes desta guerra, ora assumida e também, finalmente, reconhecida por François Hollande, importará reler e recordar dois documentos históricos.De um lado, primeiro, a célebre “Fatwa” “Jihad Against Jews and Crusaders - World Islamic Front Statement”, lançada, em 23 de Fevereiro de 1998 (a primeira, de 30 páginas, datada de Agosto de 1996 e publicada, em Londres no jornal “Al Quds al Arabi”, lavrada por Osama bin Laden – uma “Declaration of War Against the Americans Occupying the Land of the Two Holy Places”, contra os EUA e Israel, por estes seus, então, líderes: Shaykh Usamah Bin-Muhammad Bin-Ladin, Ayman al-Zawahiri, amir of the Jihad Group in Egypt, Abu-Yasir Rifa’i Ahmad Taha, Egyptian Islamic Group, Shaykh Mir Hamzah, secretary of the Jamiat-ul-Ulema-e-Pakistan, Fazlur Rahman, amir of the Jihad Movement in Bangladesh (bem antes, portanto, do “9/11” de 2001 e da Guerra Preventiva que os EUA se viram forçados a lançar em resposta ao recrudescimento destes movimentos

jihadistas que hoje continuam a organizar em torno da Al-Qaeda e da sua herdeira, agora organizada num autoproclamado “Estado Islâmico”, no Iraque e na Síria – o Daesh – sob a batuta de Ibrahim Awad Ibrahim al-Badri (o autoproclamado Califa Abu Bakr al-Baghdadi)].Do outro, as premonitórias palavras de George W. Bush, o tão criticado Presidente norte-americano, num célebre discurso proferido em 12 de Julho de 2007 (disponível, em vídeo, em https://www.youtube.com/watch?v=RRdoiTH_iZg) e transcrito, para consulta, em http://www.nytimes.com/2007/07/12/washington/12bush_transcript.html?pagewanted=all&_r=0), ao alertar para os perigos de uma debandada a destempo do Iraque, sem se terminar o trabalho de aniquilamento dos terroristas – apesar dos muitos “arautos” do anti-americanismo primário, que, ainda, então, como hoje, tentam “desculpabilizar” os assassinos inspirados no Al-Corão – pelos perigos de uma fuga às responsabilidades do Ocidente nesta guerra sem quartel! Hoje, ninguém se lembra, “distraídos” e entretidos que estavam em o atacar por “não se terem encontrado as AMD” (as tais, cujos arsenais químicos acabaram, afinal, por ser descobertos em Fev. 2015, na fronteira do Iraque com a Síria, cuidadosamente armazenadas pelos oficiais do Ba’ath que, sob a liderança do Brigadeiro General de Saddam Hussein, Adnan al-Dulaimi, se passaram para as fileiras da Al-Qaeda e, depois, do autoproclamado “Estado Islâmico do Iraque e do Levante”)! A História continua a dar-lhe razão, malgrado a anacrónica, decrépita e contraditória “lengalenga anti-Bush”, que apenas serve para desculpabilizar os grupos terroristas, as suas acções criminosas e os mitos e ideários em que se apoiam para as perpetrar e justificar!De facto, a “não intervenção” na Síria provocou um desastre muito maior do que a retirada no Iraque, em Outubro de 2011! Foi, de facto, esta cobarde deserção do Ocidente do Iraque (a parcial no Afeganistão e a demissão de intervir na Síria) que abriu caminho para a (por todos, hoje, louvada) intervenção da Rússia na Síria (mantendo o seu títere aliado, Bashar al-Assad), assegurar, com os bravos Peshmerga Curdos, a derrota do Daesh no terreno! Culpar os “Cruzados”, Bush, Israel, o Ocidente, a “segregação”, a “pobreza”, a “exclusão social”, etc., entre outros “chavões” e pré-concepções que se instalaram no “mainstream” do politicamente correto que vem inspirando as “elites bem-pensantes” no próprio Ocidente sob ataque, por algo que inspira a Jihad desde o Séc. VII, são (apesar de G. W. Bush só ter nascido em… 1946!) não mais do que dogmas e mitos que têm como consequência alimentar e “deitar mais achas para a fogueira” em que se visa destruir a Liberdade.

M. JORGE C. CASTELA Economista e [email protected]

Investor Relations

“A banca, devido à sua dimensão, apenas consegue prestar este serviço personalizado às grandes empresas”

MERCADOS

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Divergências entre bancos centrais colocam em risco economia globalTrata-se de uma divergência nada comum entre os principais bancos centrais. E que vai colocar à prova a economia mundial já no início do ano. Enquanto a Reserva Federal dos Estados Unidos aumentou as taxas de juro, pela primeira vez em mais de uma década, as autoridades monetárias da Europa e do Japão estão a ir em sentido contrário ao assumirem uma política monetária mais aligeirada.

FMI avisa que crescimento será dececionanteO Fundo Monetário Internacional já advertiu que o crescimento, a nível global, será dececio-nante, este ano. O exercício fi cará caraterizado por uma evolução desigual e pouco consistente. Em muitos países, o setor fi nanceiro ainda revela debilidades e nos mercados emergentes os riscos fi nanceiros estão a aumentar. O fundo avisa ainda que a baixa produtividade, o envelheci-mento da população e os efeitos da crise fi nanceira tendem a travar o crescimento, o que debilita as perspetivas de médio prazo.

O risco nos investimentos está na ordem do dia. Com depósitos convencionais a quase zero e com produtos fi nanceiros com rendibilidades pouco acima de 1%, a opção risco torna-se inevitável.

VÍTOR [email protected]

As soluções que os mercados vão colocan-do todos os meses ao serviço do consumidor são diferentes e diferenciadas, consoante o perfi l de investidor. O banco Invest tem sido profícuo em apresentar soluções alternativas. Dentro do nível de risco de 1 a 4, o “PFC Invest Security Jan-16” está no 2. Este é um produto fi nanceiro complexo que - tal como o promotor e a Autoridade de supervisão alertam - obriga a um bom conhecimento do mecanismo de funcionamento e exige co-nhecimentos sobre aplicações nos mercados fi nanceiros.

Este é um produto com potencial que pode chegar aos 11,070% em termos de taxa anua-lizada bruta, como pode signifi car perder 5% do capital investido. Vamos ver como funcio-na este produto com uma maturidade a 374 dias e que obriga a um investimento mínimo de mil euros.

A remuneração está associada, e por defeito

o reembolso integral do capital, à evolução negativa ou positiva das cotações em cinco ações de empresas inseridas nos setores de defesa e segurança e que constituem o cabaz. As empresas são a 3M, a Gemalto, a Thales, a BAE Systems e a Prosegur. Indica a meto-dologia do produto que se a variação daquele cabaz for igual ou superior a zero, o montante será igual ao capital investido, acrescido de um cupão bruto igual a essa variação, até um máximo de 11,5%, o que signifi ca 11,07% em termos de TANB. Se porventura, a varia-ção do cabaz foi inferior a zero, o montante de reembolso será igual ao capital investido deduzido dessa variação, até um máximo de 5%, e não haverá lugar ao pagamento de qualquer cupão. Isto signifi ca que existe o ris-

co de perda do capital investido até 5%, O primeiro risco está na liquidez e na pos-

sibilidade de mobilização antecipada. Refere a informação fi nanceira que a mobilização antecipada “estará dependente da valoriza-ção e da realização de uma operação com o banco Invest”, e acrescenta que a instituição “realizará os seus melhores esforços para pos-sibilitar ao investidor a mobilização antecipa-da”. Isto signifi ca que existe o risco de não ser possível essa mobilização ou de o investidor ter de arcar com custos, pelo simples facto de que poderá ter de vender a um preço inferior ao valor económico real. Nestas condições a perda de capital pode superar o teto dos 5%, dependendo da evolução da cotação das ações que compõem o cabaz.

Por outro lado, é preciso ter em atenção o risco de crédito, pois este investimento com-porta o risco do banco Invest. Há ainda o risco de taxa de juro pois esta pode variar e tal vir a ter impacto na valorização do PFC. Um alerta relevante é o facto de a subida do nível das ta-xas de juro em euros tender a contribuir para a redução do preço de venda do produto fi -nanceiro, e vice-versa. Diz o emitente que este efeito é “mitigado à medida que o produto se aproxima da data de maturidade”. É preciso salientar que pelas informações atuais a taxa de juro de referência do BCE irá manter-se estável durante o próximo ano. Por último, há o risco de mercado, com a volatilidade das co-tações das ações que compõem o cabaz e o im-pacto no valor a reembolsar, como já vimos.

Dentro dos cenários e estudos de proba-bilidades que o banco Invest desenhou, é de salientar o chamado cenário central em que o emitente assume uma variação negativa do cabaz de 3,356%, sendo o reembolso feito por 96,644% do capital investido. A taxa interna de rentabilidade neste cenário é de 3,276% negativo.

A 3M é uma empresa que atua em áreas como a eletrónica, telecomunicações e indús-tria. A Gemalto desenha e fabrica software de segurança para cartões de identifi cação, en-quanto a Thales fabrica sistemas aeroespaciais e produtos eletrónicos industrias. A BAE Sys-tems desenvolve sistemas de defesa aeroespa-ciais avançados; e a Prosegur fornece serviços de segurança e transportes.

A NOSSA ANÁLISE

Quem quer risco? 11% de potencial ganho, ou 5% de potencial perda de capital

MERCADOS

34 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

2016

Depois de um turbulento 2015, a preparação do ano de 2016 exige especial cuidado relativamente à

gestão do património fi nanceiro. Começando pelo investimento preferido das famílias portuguesas, o depósito, existem agora novas regras que merecem todo o cuidado. Por um lado, fruto das políticas tomadas pelo BCE de estímulo à infl ação, os juros que estas aplicações rendem estão muito baixos ou quase nulos, por outro, devido à nova regulamentação europeia, a partir de 1 de janeiro de 2016 num caso da “falência” de um banco, como tivemos na nossa praça, também os obrigacionistas seniores e os depositantes acima dos 100.000 EUR serão solidários pelas dívidas do banco, ou seja o seu património estará em risco. Isto vai obrigar as famílias portuguesas, especialmente as poucas que ainda são consideradas “grandes depositantes” a uma redobrada atenção quanto à seleção da instituição onde fazer tais aplicações.

O investimento em obrigações também parece agora muito pouco atrativo e bastante perigoso. Igualmente devido às políticas do BCE, os juros que as obrigações dos países pagam estão atualmente em mínimos históricos, ou seja a rendibilidade esperada de um investimento em obrigações aos níveis atuais é baixa, o que aumenta necessariamente o risco deste investimento. Reparemos no caso português: A dívida pública a 10 anos, no auge da crise em 2011, chegou a pagar juros acima dos 15%, atualmente paga cerca de 2,5%. Terá a situação fi nanceira do país melhorado tão abruptamente que justifi que um valor tão baixo? Não fosse o BCE comprar 60 mil milhões de euros por mês de dívida dos estados da Zona Euro, certamente os juros seriam mais altos. Em suma, com a queda dos juros na dívida pública Europeia, e por conseguinte também na dívida das empresas, poderá haver a tentação de muitos investidores comprarem obrigações

com maturidades mais longas, conseguindo assim um ligeiro aumento no juro recebido. Outra solução poderá ser ainda o investimento em obrigações de empresas de sectores mais arriscados, nomeadamente aqueles ligados às matérias-primas – cujos preços têm caído abruptamente – que são das poucas que devido ao risco de sector ainda pagam juros minimamente atraentes, apesar de pouco interessantes face ao risco inerente. Contudo, estas soluções acarretam um aumento muito grande do risco da carteira e poder-se-ão traduzir em perdas signifi cativas, pelo que o melhor será mesmo evitar a compra de obrigações, e sobretudo evitar as de longo-prazo.Por fi m, o investimento em ações, tido como o mais arriscado, exigirá também bastante cautela pois é um facto que a maioria dos índices a nível mundial apresenta fortes valorizações desde os mínimos de 2009. No entanto poderá ser aquele que melhore funcione em 2016. As políticas seguidas por Bancos centrais

como o BCE ou o Banco do Japão, poderão permitir um estímulo importante ao mercado accionista. Também os estímulos que a China poderá tomar para contrabalançar o ligeiro arrefecimento da sua economia poderão ser um forte catalisador para subidas do mercado. Apesar disto, a cautela terá sempre que ser grande e a seleção dos mercados, sectores e empresas onde investir terá um papel determinante nos investimentos em 2016, pois como vimos na segunda metade de 2015, a volatilidade tem vindo a aumentar o que poderá representar um risco grande para o investidor mas também uma grande oportunidade. Concluindo, o risco inerente aos investimentos tradicionalmente de menor risco tem vindo a aumentar bastante, enquanto aquele inerente ao investimento tradicionalmente de maior risco – as ações – tem-se mantido inalterado, o que exige alguma alteração quanto aos hábitos de gestão de poupança de cada um de nós.

JOÃO ANDRADAPortfolio Manager da Lynx Asset Managers

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06/jan./16Var. Semanal

(%)

Var. a 30 dias

(%)

Var. desde

1 jan (%)

EUR/USD 1,0742 -1,68% -1,22% -1,33%

EUR/JPY 127,19 -3,40% -4,83% -2,96%

EUR/GBP 0,7344 -0,49% 1,00% 0,06%

EUR/CHF 1,0846 0,30% 0,24% 0,10%

EUR/NOK 9,6225 0,07% 0,57% 0,20%

EUR/SEK 9,2330 0,49% 0,10% 0,47%

EUR/DKK 7,4603 -0,03% -0,01% -0,03%

EUR/PLN 4,3374 2,30% 0,04% 1,72%

EUR/AUD 1,5187 1,31% 0,58% 1,95%

EUR/NZD 1,6166 1,30% -1,61% 1,53%

EUR/CAD 1,5137 -0,22% 2,33% 0,14%

EUR/ZAR 17,0032 0,70% 6,59% 0,30%

EUR/BRL 4,3331 1,74% 4,93% 0,50%

Eur/Jpy em mínimos de 8 meses

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O cenário técnico do PSI-20 não se alterou significativamente na última semana, mantendo contudo uma ligeira toada de baixa no curto prazo. O índice de Lisboa falhou uma aproximação à resistência dos 5400 pontos, de cuja quebra dependeria uma “neutralização” da tendência. O primeiro suporte a ter em conta situa-se nos 5020 pontos, abaixo do qual o PSI-20 ficaria vulnerável até 4860 pontos. Em termos de médio prazo, a principal referência enquanto resistência mantém-se nos 5600 pontos (resistência anterior e 50% da queda entre 6350 e 4860 pontos).

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O DAX foi rejeitado na resistência dos 10850 pontos, cuja quebra poderia abrir espaço até 11430 pontos. As perspetivas de recuperação em alta no curto prazo ficaram assim colocadas em causa e o índice voltou a oferecer um sinal de baixa, que se poderá acentuar abaixo dos 10120 pontos, suporte que está já a ser mais uma vez testado – a confirmação da quebra deixaria o DAX vulnerável até 9900 pontos. Num horizonte temporal mais alargado o cenário permanece “neutral”.

O ano de 2016 começa com uma curva de rendimentos relativamente inclinada. Os prazos curtos continuam a cair, com as Euribor a ajustarem-se gradualmente à taxa de depósito do Banco Central Europeu, atualmente nos -0,30%, sendo que o prazo a 1 mês já está abaixo dos -0,20%. Esta situação sugere que há muitos operadores que continuam a acreditar que as alterações do BCE de dezembro poderão não ser as últimas. Os dados da inflação da zona euro, publicados na terça-feira, deram mais argumentos a quem vai fazendo pressão para que o BCE adote uma política ainda mais acomodatícia. A inflação em dezembro mantém-se em 0,2%, face a 0,3% esperados pelos analistas. Os dados da Alemanha mostram o mesmo panorama, com

a inflação a cair em 2015 para o valor mais baixo de sempre. Aliás, na Alemanha, os dados merecem mais destaque, tendo em conta o bom desempenho do emprego naquele país, com menos 14,000 desempregados no mês passado. Prossegue, deste modo, o cenário de inflação muito baixa, em grande parte a resultar da forte queda dos combustíveis e da alimentação. Os indicadores económicos apresentados neste início de ano não são muito animadores quer para a China quer para os EUA, sugerindo mais um ano de crescimento global muito moderado, que se deverá refletir na Europa. A forte queda dos mercados acionistas, despoletada pela queda acentuada da bolsa chinesa, levou a uma procura acima do normal de obrigações no primeiro dia útil do

ano, de onde resultaram taxas fixas mais baixas. Também as tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Coreia contribuíram para uma maior procura de obrigações. Quer os países do núcleo, quer os da periferia beneficiaram deste movimento. Outro fator que ajudou à subida do preço das obrigações foi o regresso do BCE às compras regulares de títulos, após ausência nas semanas de Natal e Ano Novo. O sentimento continua, assim, a ser de baixa nas taxas para mínimos históricos, sendo que os prazos longos continuam para já relativamente afastados dos mínimos atingidos em abril passado.A IMF deseja a todos Feliz Ano de 2016!

Análise produzida a 6 de janeiro de 2015

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE GARCIAEconomista da [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/UsdA quebra em baixa do suporte

dos $1,0800 deu um sinal ne-gativo relevante para o muito curto prazo, sendo que o Eur/Usd está agora a colocar sob pressão os $1,0680/$1,0700. Uma eventual quebra abriria es-paço até $1,0520/50, enquan-to alguma “neutralidade” seria recuperada acima de $1,0800. No médio prazo nada se alterou e a tendência de lateralização mantém-se enquanto prevalecer o intervalo $1,05 - $1,15.

Eur/JpyO Eur/Jpy agravou o cenário

de baixa no curto e médio pra-zo, ao quebrar o limite inferior do canal descendente, em vigor desde junho. O par segue ago-ra em mínimos desde abril de 2015 e aponta aos 125/126 ie-nes, uma zona de suporte igual-mente relevante para o quadro de longo prazo. A sua quebra

ofereceria também um viés debaixa neste horizonte temporal,abrindo espaço até níveis emtorno dos 119,00 ienes, não ob-servados desde 2013. Um sinalde correção em alta mais rele-vante (curto prazo) surge ape-nas acima dos 133,00/134,50ienes.

Eur/GbpO Eur/Gbp aproximou-se no-

vamente da zona de resistência(médio prazo) das £0,74/£0,75,mas voltou a falhar a quebra.Portanto, permanece no in-terior do intervalo £0,6930-£0,75, em vigor desde fevereiropassado, podendo tender agorapara os seus níveis mais centraisem torno das £0,72. A tentativade recuperação em alta foi tam-bém mais uma vez travada natrendline descendente, em vi-gor desde meados de 2013, quevai conferindo um viés de baixaao Eur/Gbp no longo prazo.

Evolução euribor (em basis points)

5.janeiro 2016 15.junho 2015 06.julho 2015

1M -0,211% -0,064% -0,147 -0,068% -0,143

3M -0,133% -0,014% -0,119 -0,016% -0,117

6M -0,041% 0,049% -0,090 0,049% -0,090

1Y 0,059% 0,164% -0,105 0,164% -0,105

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Euro Refinancing Rate 0,05%BCE Euro Marginal Lending Facility 0,30% Euro Deposit Facility -0,30%

*desde 5 de dezembro 2015

EUA FED Funds 0,50%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 14,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

NUNO ROLLA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

Fevereiro 16 -0,165%Março 16 -0,185%Abril 16 -0,175%

Setembro 16 -0,235%Dezembro 17 -0,105%

Junho 19 0,355%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 -0,180 -0,1403X6 -0,197 -0,1871X7 -0,071 -0,0613X9 -0,097 -0,0876X12 -0,120 -0,100

12X24 0,042 0,052*1x4 – Período termina a 4 meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y -0,088 -0,0743Y -0,012 -0,0025Y 0,237 0,2428Y 0,640 0,64510Y 0,878 0,883

Obrigações 5Y 10Y 1,13 2,53

0,60 1,690,03 0,88-0,13 0,510,52 1,491,18 1,801,67 2,190,02 0,26

Fontes: Reuters e IMF

Inflação continua muito baixa e pode cair mais

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 35

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PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fi dedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última cotação

Variação semanal

Máximo 52 sem

Mínimo 52 sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 2,836 -7,71% 4,906 2,814 0,150 0,248 18,907 11,435 2,82% 2,08% 06-01-2016 16:29:54

INDITEX 30,21 -6,34% 35,375 22,531 0,941 1,057 32,104 28,581 0,86% 2,01% 06-01-2016 16:29:59

REPSOL YPF 9,67 -7,73% 18,750 9,572 1,111 0,854 8,704 11,323 9,84% 10,23% 06-01-2016 16:29:51

TELEFONICA 9,888 -5,65% 14,305 9,781 0,812 0,698 12,177 14,166 7,56% 7,56% 06-01-2016 16:29:58

FRA. TELECOM 15,56 -0,51% 16,975 12,210 0,951 1,028 16,362 15,136 3,86% 3,92% 06-01-2016 16:29:59

LVMH 136,7 -7,48% 176,600 123,500 7,477 8,421 18,283 16,233 2,41% 2,60% 06-01-2016 16:29:56

BAYER AG O.N. 109,7 -5,02% 146,450 106,800 6,963 7,644 15,755 14,351 2,05% 2,27% 06-01-2016 16:29:51

DEUTSCHE BK 21,61 -2,57% 33,420 20,685 4,250 2,412 5,085 8,959 3,47% 0,00% 06-01-2016 16:29:48

DT. TELEKOM 16,11 -2,63% 17,625 12,625 0,739 0,842 21,800 19,133 3,10% 3,28% 06-01-2016 16:29:55

VOLKSWAGEN 129,9 -8,91% 254,500 95,000 14,618 16,106 8,886 8,065 3,70% 1,77% 06-01-2016 16:29:58

ING GROEP 12,005 -5,29% 16,000 10,200 1,158 1,147 10,367 10,466 4,00% 6,41% 06-01-2016 16:29:58

TítuloÚltima Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 4,627 -2,03% 5,074 2,326 0,550 0,535 8,413 8,649 1,73% 1,73% 06-01-2016 16:29:54

B. COM. PORT. 0,049 -2,61% 0,099 0,041 0,006 0,008 8,100 6,075 -- 0,00% 06-01-2016 16:29:50

BANIF-SGPS 0,002 - 0,008 0,001 -- -- -- -- -- -- 17-12-2015 17-12-2015

BANCO BPI 1,133 -0,18% 1,570 0,760 0,134 0,146 8,455 7,760 -- 0,00% 06-01-2016 16:29:50

COFINA,SGPS 0,437 -0,68% 0,660 0,426 0,065 0,085 6,723 5,141 4,58% 4,58% 06-01-2016 16:36:02

CORT. AMORIM 5,868 0,39% 6,290 2,866 0,395 0,415 14,856 14,140 2,27% 4,60% 06-01-2016 15:48:04

CIMPOR,SGPS 0,360 10,43% 1,649 0,205 -0,056 0,066 -- 5,455 -- 0,00% 06-01-2016 16:20:50

EDP 3,176 -3,32% 3,749 2,951 0,242 0,256 13,124 12,406 5,82% 5,98% 06-01-2016 16:29:55

EDPR 7,238 1,94% 7,344 5,213 0,163 0,205 44,405 35,307 0,55% 0,68% 06-01-2016 16:29:54

MOTA ENGIL 1,782 -6,56% 3,703 1,758 0,202 0,342 8,822 5,211 6,73% 6,73% 06-01-2016 16:29:48

GALP ENERGIA 9,796 -9,00% 12,480 7,811 0,699 0,542 14,014 18,074 3,88% 4,01% 06-01-2016 16:29:55

IMPRESA,SGPS 0,493 4,89% 1,215 0,450 0,040 0,065 12,325 7,585 -- -- 06-01-2016 16:29:14

J. MARTINS 11,725 -3,22% 13,860 7,558 0,540 0,612 21,713 19,158 3,20% 2,27% 06-01-2016 16:29:59

MARTIFER 0,221 1,38% 0,523 0,195 -- -- -- -- -- -- 06-01-2016 15:49:17

NOVABASE 2,098 -3,27% 2,650 2,060 0,135 0,170 15,541 12,341 1,42% 1,91% 06-01-2016 16:03:24

GLINTT 0,240 -0,42% 0,285 0,162 -- -- -- -- -- -- 06-01-2016 12:35:49

PORTUCEL 3,538 -1,09% 4,332 2,667 0,258 0,274 13,713 12,912 1,18% 11,73% 06-01-2016 16:29:55

REDES E. NAC. 2,819 0,18% 2,900 2,335 0,204 0,204 13,819 13,819 6,07% 6,03% 06-01-2016 16:29:55

SEMAPA 12,700 0,67% 14,590 9,743 1,070 1,330 11,869 9,549 5,91% 3,23% 06-01-2016 16:29:53

SONAECOM 2,074 0,78% 2,340 1,351 0,090 0,135 23,044 15,363 2,17% 2,41% 06-01-2016 16:26:17

SONAE,SGPS 1,062 0,86% 1,500 0,975 0,080 0,079 13,275 13,443 3,63% 3,30% 06-01-2016 16:29:54

SONAE IND. 0,008 -2,53% 0,010 0,006 -- -- -- -- -- -- 06-01-2016 16:29:40

SAG GEST 0,140 5,26% 0,345 0,110 -- -- -- -- -- -- 06-01-2016 15:16:38

TEIX. DUARTE 0,304 -12,64% 0,829 0,297 0,090 2,100 3,378 0,145 4,44% 3,29% 06-01-2016 16:28:44

NOS 7,105 -3,73% 7,900 4,918 0,194 0,282 36,624 25,195 1,97% 2,41% 06-01-2016 16:29:59

Qualquer semelhança entre o PSI20 e o DAX 30 é pura

coincidência Um investidor que tenha comprado simultaneamente os índices de

ações de Lisboa (PSI20) e de Frankfurt (DAX30) em janeiro de 2009 e os tenha mantido até dezembro de 2015, e considerando também os rendimentos como dividendos, obteve uns retornos acumulados muito atrativos. O índice alemão duplicou o valor investido em mais de 120%. O índice português deu uns modestos +14.35% de ganhos, nestes seis anos.

O índice que representa as 50 maiores ações europeias, o Eurostoxx50, proporcionou, no mesmo período, uns expressivos +79.06% de mais-valia.

Índice %Variação Retorno Total 31-12-2008 31-12-2015

PSI20 -16.21% +14.35% 6.341,34 5.313,17

DAX30 +123.33% +123.33% 4.810,0 10.743,01

Eurostoxx50 +33.50% +79.06% 2.447,62 3.267,52

Fonte: Bloomberg e GoBulling

Apesar de o PSI 20 ter registado uma variação negativa, quando contabilizamos os dividendos pagos pelos títulos que o compõem e recebidos pelos acionistas daí resulta um ganho. O DAX30 como é um índice de “retorno total” tem uma metodologia de cálculo em que diariamente é ajustado dos rendimentos pagos.

Não deixa de ser impressionante esta diferença entre os comportamentos dos dois índices, mas tal divergência assenta nas diferenças entre as duas economias. O PSI20 corresponde a uma pequena economia muito aberta ao exterior, com um elevado grau de endividamento e com um historial exportador mais recente e mais pequeno face à Alemanha.

A própria composição dos índices é reveladora: o PSI 20 representa nove sectores, enquanto o Dax 30 representa 18. Aliás, esta é uma vantagem do principal índice alemão: a sua diversifi cação sectorial permite-lhe capturar mais retorno por via das exportações, excetuando o relacionado com a extração, refi nação e distribuição de derivados do crude e gás. O PSI20 não tem empresas de sectores relevantes como o da construção automóvel, o químico, seguros ou cuidados de saúde.

O historial é bastante interessante e os prognósticos pós resultados são sempre excecionais. Mas se para os próximos tempos tivesse que constituir carteira de ações, apesar da forte incerteza, tenderia ainda a fi nanciar mais as empresas nacionais, sobretudo, as que se orientam para os consumidores para lá dos 10 milhões da população portuguesa.

JOÃO QUEIROZDiretor de Negociação da GoBulling/Banco Carregosa Online

Mota-Engil aumenta capital em mais de 32 milhõesA Mota-Engil anunciou que foi registado na Conservatória do Registo Comercial o aumento de capital social de mais de 32 milhões de euros, para um total de 237,5 milhões, mediante a emissão de novas ações ordinárias, escriturais e ao portador. Este aumento de capital surge na sequência da decisão tomada na assembleia geral realizada no passado mês de novembro. As novas ações estão admitidas à negociação no mercado regulamentado Euronext Lisbon, refere a empresa em comunicado à CMVM.

BCE afi rma que é cedo para falar de medidas adicionaisO Banco Central Europeu considera que é preferível não ter de alterar de novo a política monetária num futuro próximo, ainda que as decisões da entidade dependam dos dados eco-nómicos e dos objetivos de infl ação. Assumem os responsáveis do BCE que ainda é demasiado cedo para falar de medidas adicionais. O importante é manter a moeda única a salvo. Por sua vez, o banco terá as ferramentas necessárias para garantir o controlo da taxa de infl ação. Caso seja necessário, essas ferramentas serão utilizadas.

Justiça, Corrupção e JornalismoProporciona ao leitor uma viagem pelos meandros dos grandes casos de corrupção do nosso tempo, fornecendo novos dados e novas perspetivas sobre as negociatas de milhões e as escandalosas tentativas do poder em silenciar a comunicação crítica. Os autores pegam em factos, lembram casos, abrem caminho para uma reflexão profunda. Em nome do direito à informação!

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36 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

Gráfi co de variações percentuais com base em 31-12-2008

Fonte: Bloomberg e GoBulling

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A Ikea Portugal vai instalar 10 mil painéis solares nas três lojas que tem em Portugal, nomeada-mente nas lojas de Loures, Alfra-gide e Matosinhos. A iniciativa insere-se na política de compro-misso do grupo sueco de comba-te às alterações climáticas, repre-sentando um investimento de mais de quatro milhões de euros.

“É o maior projeto em Portu-gal, ao nível de potência ener-gética em coberturas”, refere a IKEA Portugal em comunicado.

Este investimento vem no se-guimento do compromisso dos 1,5 mil milhões de euros pelo grupo IKEA e pela IKEA Foun-dation em energia sustentável e

no apoio às comunidades mais afetadas pelas alterações climá-ticas.

O Ikea pretende, até 2020, ser autossuficiente a nível energéti-co, conseguindo assim produzir a mesma quantidade de energia renovável que consome em todas as suas unidades, a nível global.

“Este é um projeto de auto-consumo energético pioneiro em Portugal e é mais um exem-plo do nosso compromisso em gerar um impacto positivo na vida das pessoas e no planeta. São mais de 10 mil painéis nas coberturas das nossas três lojas, um projeto inovador e ambicio-so que estará concluído na pri-

mavera de 2016”, refere Chris-tiane Thomas, retail manager da IKEA Portugal. “No total, a instalação solar fotovoltaica ins-talada nas nossas lojas vai evitar emissões anuais de 1250 tone-ladas de CO2, o equivalente a fornecer energia elétrica a 1162 habitações”, acrescenta a mesma responsável.

Quase toda a energia produ-zida pelos painéis solares (98%) será utilizada pelas lojas, o que, por sua vez, representa 26% do total da energia consumida pelas lojas IKEA no país.

A instalação deste projeto está a cargo da empresa Ikaros He-mera.

Ikea Portugal investe quatro milhões de euros em energia solar

A DHL, em colaboração com o analisa-dor de dados da IDC Manufacturing Insi-ghts, publicou um Estudo de Tendências de Logística Omni-channel, que revela que o setor de logística tem um papel sig-nificativo na transformação de um modelo de negócio “omni-channel”.

Mercados e consumidores estão cons-cientes de que as abordagens baseadas em canais tradicionais não são eficazes no que diz respeito aos comportamentos de con-sumo a qualquer hora e em qualquer lugar, e à criação de expectativas dos consumi-dores modernos. Isto está a fazer com que cresça a nova abordagem “omni-channel”, em que todos os canais de vendas – estabe-lecimentos tradicionais, online e móveis – convergem num único canal contínuo de fluxo de produto.

“Dentro dos próximos três anos, gran-de parte da população mundial, cerca de 90%, terá rápido acesso à internet móvel, sendo que muitos já pesquisam e com-

pram online. Nos EUA, cerca de 70% a 80% dos consumidores já usam múlti-plos canais antes de tomar uma decisão de compra, e prevemos que isso venha a acontecer na maioria dos mercados, no resto do mundo”, explica Matthias Heu-tger, vice-presidente sénior de Estratégia, Marketing e Inovação na área de Soluções e Inovação para Clientes da DHL.

Portugal inicia o ano 2016 com uma performance positiva, com as dormidas a inflacionarem +3,95% em relação ao pe-ríodo homólogo. De acordo com dados do trivago Hotel Price Índex, a cidade do Porto é mesmo a localidade em destaque com uma subida de preços face a janeiro de 2015 acima dos 20%.

Segundo o último estudo do motor de busca www.trivago.pt, o Norte (+14,52%) está na liderança relativamente ao cresci-mento face a Janeiro de 2015: dormir nes-ta região custava em média 62 euros por noite, contra 71 euros este mês. Com a se-gunda maior subida de preços encontra-se o Algarve (+9,68%), seguido do Alentejo (+7,89%), do Centro (+6,15%) e dos Aço-res (+4,92%). A Madeira não regista alte-rações face ao período homólogo e a região lisboeta (-1,18%) é a única no negativo. Os preços médios da hotelaria portuguesa situam-se agora nos 79 euros por quarto duplo, quando na mesma altura do ano passado o custo médio era de 76 euros.

Entre as principais localidades nacionais, o Porto (+21,05%) protagoniza este mês a maior subida de preços em relação ao mes-mo período do ano passado: pernoitar na Invicta tem agora um custo médio, por noi-te, de 69 euros, contra 57 euros em janeiro de 2015. Seguem-se Viseu (+20,00%), Por-timão (+18,75%) e Albufeira (+17,31%) entre as cidades com as maiores subidas de preços. Já Póvoa de Varzim (-10,17%) e Covilhã (-10,11%) são as localidades com as quebras mais significativas.

Cascais é a cidade mais cara

A diferença entre a localidade mais cara (Cascais) e a mais acessível (Fátima) é, este mês, de 55 euros.

As cidades mais acessíveis para pernoitar em Portugal, este mês, são Fátima, Faro e Peniche (52 euros), enquanto Cascais (107 euros), Funchal (98 euros), Sintra (91 eu-ros) e Lisboa (85 euros) apresentam os pre-ços mais elevados.

Logística tem papel central no negócio “omni-channel”

PERNOITAR NA INVICTA TEM CUSTO MÉDIO DE 69 EUROS

Porto regista a maior subida de preços na hotelaria

Os vinhos da Quinta do Monte d’Oiro foram aprovados com distinção pela Wine Advocate.

Mark Squires, o provador responsável pelos vinhos portugueses nesta publicação, atribuiu elevadas pontuações a um conjun-to alargado de vinhos da Quinta do Monte d’Oiro, reconhecendo desta forma todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no projeto, onde são evidentes o rigoroso cumprimento dos protocolos de vinifica-ção, o controlo das maturações, o sacrifí-cio da quantidade face à qualidade e a pai-xão do seu produtor. O vinho “Ex Aequo

2011” foi destacado no seu Best of 2015, ao alcançar uns expressivos 95 pontos. Já o Quinta do Monte d’Oiro Reserva 2011 conquistou 94 pontos. O tinto Quinta do Monte d’Oiro Lybra 2012, vinho de entra-da do produtor, entrou diretamente para a gama da excelência ao serem-lhe atribuí-dos 90 pontos.

Vinhos da Quinta do Monte d’Oiro distinguidos

EMPRESAS

Empresas portuguesas em grande número na maior feira de têxteis-larA maior feira de têxteis-lar tem lugar em Frankfurt, de 12 a 15 de janeiro. Contará com mais de 2700 expositores, dos quais 74 oriundos de Portugal. São esperados cerca de 68 mil visitantes de todo o mundo. A Etiópia marca a sua entrada nesta importante feira internacional. Há várias novidades e serão apresentadas as tendências dos mercados internacionais. Uma outra novidade tem a ver com a estamparia digital, que é reveladora de um setor que está em forte desenvolvi-mento a todos os níveis, com as novas tecnologias a assumirem uma especial importância.

38 SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016

Ikea Portugal vai instalar 10 mil painéis solares nas lojas de Loures, Alfragide e Matosinhos.

Os preços médios da hotelaria portuguesa situam-se agora nos 79 euros por quarto duplo.

“Ex Aequo 2011” alcança 95 pontos

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AQUILES [email protected]

As empresas associadas da As-sociação de Instituições de Cré-dito Especializado (ASFAC) con-cederam 1564 milhões de euros no terceiro trimestre de 2015, o que representa uma subida de 26% face ao mesmo período do ano passado. De acordo com a ASFAC, “esta subida deve-se, essencialmente, à recuperação do mercado automóvel, dado o aumento do financiamento aos consumidores para a compra de viaturas e aos fornecedores para a reposição de stocks”.

“Este crescimento, ainda longe do verificado em níveis pré-crise, deve-se à melhoria da confiança

dos consumidores, que estão a começar a retomar as decisões de compra até aqui adiadas”, consi-dera o presidente da ASFAC. An-tónio Menezes Rodrigues adianta ainda que “é expectável que em 2016 se verifique a consolidação do aumento da concessão de cré-

dito, dadas as expetativas para o crescimento da economia”.

Créditos stock e clássico com os maiores crescimentos

Apesar do aumento generaliza-do de todos os tipos de crédito, o crédito stock e o crédito clássico registaram um crescimento supe-rior, de 31 e 34%, respetivamen-te. No que diz respeito aos mon-tantes financiados, entre julho e setembro, foram concedidos 723 milhões de euros em crédito sto-ck, representando 47% do total do crédito concedido, seguindo--se o crédito clássico com 485 milhões de euros, o que corres-ponde a 30% do total. Em cré-

dito revolving foram financiados 356 milhões de euros, o que re-presenta 23% do montante total.

O crédito clássico continua a ser direcionado, maioritariamen-te, para a aquisição de meios de transporte – 70% do total do crédito clássico concedido –, se-guido pelo crédito pessoal (20%) e pelo crédito lar (8%). No últi-mo trimestre do ano que passou celebraram-se, em crédito clássi-co, um total de 85 958 contratos (mais 15,6% do que no trimes-tre homólogo), dos quais 97,7% com particulares. Em média, o valor concedido em cada contra-to foi de 5643 euros, o que sig-nifica um aumento de 15,4% em comparação com o mesmo perío-do do ano de 2014.

INDICADORES DA ASFAC RELATIVAS AO TERCEIRO TRIMESTRE DE 2015

Recuperação do setor automóvel acelera crédito ao consumo

Hyundai patrocina Runporto

A Hyundai Portugal e a Run-porto formalizaram um acordo de patrocínio, que contempla a presença da marca em 16 pro-vas de atletismo em 2016 e 20 em 2017, promovidas por esta entidade. Recorde-se que, em novembro, a marca sul-coreana tornou-se também patrocinado-ra da Corrida de S. Silvestre de Lisboa, cuja edição de 2015 já contou com a presença da marca.

“Promovendo uma relação mais próxima com os ‘runners’, a Hyundai Portugal continua-rá a proporcionar experiências únicas da marca nas provas pa-trocinadas, entre elas a oferta de

um ‘Fim de semana ao Volante de um Hyundai”. A marca irá também ativar passatempos on-line no Facebook da Hyundai Portugal, que incluem a oferta de dorsais”, refere o comunicado de imprensa da marca.

“O ‘running’ Running é uma modalidade que conquista cada vez mais adeptos em Portugal e pressupõe um espírito de con-quista e de superação das próprias capacidades, valores que estão no ADN da marca Hyundai”, explica o CEO e administrador da Hyun-dai Portugal, Sérgio Ribeiro.

“Esta parceria com a Hyundai é muito positiva para a Runporto e para os nossos atletas. Ao longo de 2015, tivemos oportunida-de de colaborar com a Hyundai em várias provas e compreende-mos que a nossa forma de atuar é idêntica”, referiu, por seu turno, Jorge Teixeira, administrador da Runporto.

Atletismo depois de futebol

A estratégia de associação da Hyundai a atividades desportivas estende-se também ao futebol, com o patrocínio ao Estoril Praia, Académica e Vitória de Guima-rães e o apoio ao campeonato do mundo de futebol de praia. A marca será também patroci-nadora do Euro 2016, ao abrigo do acordo de patrocínio mundial existente com a FIFA até 2022.

AUTOMÓVEL

SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO 2016 39

Honda diz que 2015 foi “ano do renascimento”O regresso dos modelos famosos do passado e a revitalização dos principais produtos “fez de2015 um ano de renascimento para a Honda na Europa”. A marca japonesa considera que “o novo Jazz e as versões renovadas do Civic e do CR-V foram acompanhadas pelo lançamentona Europa do HR-V e do Civic Type-R”. Estão dados, de acordo com a Honda, os “primeirospassos para regressar às 200.000 unidades vendidas anualmente”.

O Fiat Tipo já está em comer-cialização em Portugal, depois da antestreia no Salão do Automóvel de Istambul no passado mês de maio. A nova berlina compacta será comercializada em mais de 40 países da região EMEA (Euro-pa, Médio Oriente e África). Este novo modelo de quatro portas, criado desde o início do projeto como um “três volumes”, repre-senta, segundo a marca italiana, o “conceito ‘nascido para ser ber-lina’ reforçado pelo equilíbrio do design genuinamente italiano, garantindo personalidade e estilo sem negligenciar a funcionalida-de”.

O modelo, que recupera uma designação usada pelo “dois vo-lumes” do segmento C produ-zido entre 1988 e 1995 (altura em que os modelos da Fiat para o segmento passaram a receber o nome Bravo), tem 4,54 metros de comprimento, 1,79 de largura e 1,49 de altura, com uma distân-cia entre eixos de 2,64 metros. A bagageira tem 520 litros de capa-cidade.

Dois motores diesel

Os clientes podem escolher en-tre dois motores turbodiesel Mul-tijet II (1.3 95cv e 1.6 120 cv) Euro VI. Ambos são acoplados a tração dianteira e a caixas ma-nuais de cinco (1.3) ou seis velo-cidades (1.6).

O 1.3 16v MultiJet II tem,

segundo a Fiat, uma velocidade máxima de 180 km/h e acelera de zero a 100 km/h em 11,7 se-gundos. No ciclo combinado, o consumo é de 3,7 litros/100km, sendo as emissões de CO2 de 98 g/km.

O 1.6 Multijet II, atinge, de acordo com os números da marca, 199 km/h de velocidade máxima

e acelera até aos 100 km/h em 9,7 segundos. No ciclo combinado, o Tipo 1.6 Multijet II 120 cv regis-ta um consumo de 4,2 litros/100 km e emissões de CO2 de 110 g/km.

Entre 19 300 e 21 300 euros

A gama de preços é simplifica-da, no sentido em que um motor corresponde a um preço. O 1.3 MJET 95 cv é proposto por 19 300 euros e o 1.6 MJET 120 cv por 21 300 euros (ambos os pre-ços chave na mão).

O novo Fiat Tipo foi desenha-do em Itália pelo Centro de Estilo Fiat, desenvolvido na Turquia em colaboração com a Tofas R&D, um dos maiores centros de inves-tigação e desenvolvimento da Fiat Chrysler Automobiles. O modelo é construído na Tofas, na locali-dade turca de Bursa. De acordo com a Fiat, esta é “uma das me-lhores fábricas de automóveis do mundo, premiada com a medalha de ouro do programa World Class Manufacturing”.

Fiat comercializa Tipo em Portugal

A ASFAC aponta o mercado automóvel como o principal fator para o aumento do crédito ao consumo.

O 1.3 MJET é proposto por 19 300 euros e o 1.6 MJET por 21 300 euros.

Em novembro, a marca sul-coreana tornou-se também patrocinadora da Corrida de S. Silvestre de Lisboa

Vendas de automóveis cresceram 24% em 2015

Venderam-se 213 645 veículos automóveis em Portugal no ano que passou, segundo os números da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), o que se traduziu num crescimento de 24% face a 2014. Em dezembro de 2015 o mercado atingiu 17 283 veículos comercializados, ou seja, mais 7,7% do que em igual mês do ano anterior.De acordo com a ACAP, “apesar do crescimento agora registado face ao ano anterior, o mercado em 2015 situou-se 11% abaixo da média dos últimos 15 anos”.

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Vide artigos e gráficosblog: http://economiadasemana.blogspot.pt twitter: https://twitter.com/VasconcelloseSa

Boas notícias. Em 2015 o americano médio necessitou de apenas 2 horas, 21 minutos e 57 segundos para pagar um jantar típico de Acção de Graças. Menos um minuto e oito segundos que em 2014. E em 1986 o mesmo jantar exigia mais 50 minutos e 30 segundos de trabalho que hoje.O sistemático aumento da produtividade é uma das virtudes do capitalismo (economia de mercado, liberdade económica) e para quem desejar saber como estes resultados são calculados dirija-se ao website humanprogress.com .Ou ao artigo do Washington Times de Novembro 23/2015, que indica outras boas notícias: a esperança de vida nos últimos 150 anos tem aumentado três meses por ano. O PIB per capita é hoje 3x o seu valor de 1950. O nível de pobreza é hoje 1/5 o de 1980. E se em 1962 havia 51 países onde as pessoas consumiam menos de 2000 calorias/dia, hoje os únicos são um pequeno grupo onde prevalecem economias de comando em vez de economias de mercado: não há nenhum país no mundo economicamente livre onde haja sistemáticas faltas de alimentos.Óptimas notícias. A Estónia é um dos maiores êxitos entre os países ex-comunistas. Não só o seu PIB per capita se aproxima do português, como é um pioneiro na área do uso da internet.De facto, para reduzir a corrupção a Estónia adoptou o e-government dispensando a interacção pessoal entre pessoas, empresas e funcionalismo público e criou um cartão de identifi cação electrónico (o programa chama-se e-Estonia) que 90% da população usa para todo o tipo de serviços on-line, como bancos, obtenção de bilhetes, receitas, inscrição em escolas, pagamento de impostos e votar. E para quem não saiba o skype foi inventado na Estónia, sendo muito do trabalho técnico ainda feito aí.Como conseguiu a Estónia isto? Teve sucessivamente como Primeiro-Ministro o Sr. Laar, historiador de profi ssão que aquando da sua primeira eleição aos 33 anos, o único livro de economia que tinha lido era o “Liberdade para Escolher” de M. Friedman: “Fazia todo o sentido

para mim e assim decidi simplesmente ir em frente e implementá-lo” (WT, 22/9/2015).Em resultado, a Estónia é o 22º (entre 152 países) no index de liberdade humana e o 8º (entre 178) no index de liberdade económica. Ou seja, tendo saído da política comunista, não quiseram uma economia socialista.Más notícias. O grande problema da Estónia é que 25% da sua população são russos não assimilados, nem sequer ao nível da língua, muito menos da sua lealdade.E o risco deriva das crescentes difi culdades económicas da Rússia: 1) PIB per capita já de si inferior - e apesar do petróleo, gás natural, etc. – ao da Estónia, Lituânia, Eslováquia, Rep. Checa, Eslovénia; 2) taxa de crescimento em declínio; e 3) probabilidade séria de entrada em recessão com o Banco Mundial prevendo que em 2017 o PIB seja inferior ao de 2012.Ora é sabido que muitos governantes não resistem a criarem “distrações” externas, perante problemas internos. Os quais têm a sua raiz na ausência de liberdade económica: a Rússia ocupa o 143º lugar (!) entre 178 países, ao nível das duas Guinés (Equatorial e Bissau), dos Camarões, da Etiópia, etc., etc.Moral da História. Há frequentemente a tentação de atribuir os problemas de um país ao governo. Mas em (maior ou menor) democracia, em que as pessoas elegem os seus governantes, os governos refl ectem o eleitorado.Na peça de Shakespeare Julius Cesar, Cassius diz a Brutus: “o problema, caro Brutus não está nas estrelas mas em nós próprios”.Ou seja, os governos não vêm de Marte, pelo que o eleitorado tem o que merece. Obtém o que comprou com o seu voto.E traduzido para português, isto signifi ca que com um governo infl uenciado por doutrinas do (século) passado (marxismo, estalinismo, trotskismo, maoismo), as perspectivas do futuro português, são fantásticas…É um anacronismo. Provou que não dá nada. E consequentemente justifi ca-se que Portugal tenha adoptado…

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ Mestre Drucker School PhD Columbia UniversityProfessor CatedráticoE-mail: [email protected] In: http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesaTwitter: https://twitter.com/VasconcelloseSa

NOTA DE FECHO

Nº 1620 / 8 de janeiro 2016 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Boas notícias, óptimas notícias, más notícias e a moral da história

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Homenagemao

Ex.mo Senhor

Francisco Assis

de Magalhães

Fundador do Clube de Negócios

Galiza Norte de Portugal

15 de janeiro de 2016 - 13h00Hotel Infante de Sagres

Praça D. Filipa de Lencastre, Porto

INSCRIÇÕES:

Email: [email protected] Telemóvel: 910523889 PAGAMENTO: Transferência bancária NIB: 003002320020002923810 ou

cheque à ordem do Clube de Negócios Galiza – Norte de Portugal

O preço do almoço é de 50,00€, a pagar até ao dia 13 de janeiro de 2016. Lugares limitados.

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Rua de Ceuta, 118, 3º - 4050-195 Porto Via Arquímedes, 3 - CP 15890 Santiago de Compostela Tlf. 910523889 Tlf. 0034981307233

A Autoridade Tributária e Aduaneira reteve perto de 486 milhões de euros de reembolsos de IVA, no ano passado. Um valor que aumentou 300%, face ao exer-cício anterior. O número de suspensões ascendeu a mais de 9400, o que se traduziu num acréscimo de 247%, relativamente ao ano anterior.

A AT diz que o aumento na suspen-são dos reembolsos se fi cou a dever, so-

bretudo, a situações de incumprimento que foram detetadas. Foi aprovado um despacho em 2010, o qual defi ne as con-dições em que podem ser concedidos os reembolsos, sendo que não podem existir divergências declarativas e todos os im-postos têm de estar pagos. Já no que toca ao IRC, foram suspensos cerca de 12 mil reembolsos, num valor de quase 57 mi-lhões de euros.

Foram atribuídos 95 vistos gold, em de-zembro, mais 23 do que no mês anterior, num investimento que se cifrou em mais de 59 milhões de euros, refere o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em co-municado. Do investimento total, maioria (54 milhões) resultou da compra de bens imóveis, seguindo-se a transferência de ca-pitais.

Desde que este regime de Autorizações de Residência para a Atividade de Inves-timento (ARI) foi criado, em outubro de

2012, foram concedidos 2788 vistos, num investimento de quase 1,7 mil milhões de euros. A China tem liderado a lista dos pedidos, seguindo-se o Brasil e a Rússia. Também a África do Sul começa a ganhar peso nesta lista. De notar que já houve um escândalo relacionado com a concessão de vistos gold, o que fez com que houvesse um abrandamento nos pedidos. A tendência é agora para uma certa recuperação, tendo em conta as novas normas de atribuição das referidas autorizações.

AT reteve 486 milhões em sede de IVA

Vistos Gold voltam a acelerar em dezembro

O Santander Totta realizou uma operação de aumento de capital no valor de 300 mi-lhões de euros. O capital social está agora mais sólido, num montante de 956,7 milhões de euros. O banco liderado por António Vieira Monteiro justifi ca este aumento de capital com a necessidade de reembolsar ações pre-ferenciais.

A instituição negou que a operação estivesse relacionada com a compra das atividades do

Banif, antes se limitando à “otimização da estrutura de capitais próprios. De notar que foi totalmente subscrito o aumento do capital social referido, compreendendo a emissão de ações ordinárias, estruturais e nominativas e que foram disponibilizadas à subscrição dos acionistas da entidade fi nanceira. O Santan-der Totta pagou cerca de 150 milhões de eu-ros pelos ativos do banco criado por Horácio Roque.

Santander Totta aumenta capital