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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCANTARA GOMES DEPARTAMENTO DE ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA. JÉSSYCA MARIA TORRES PESSANHA BARRETO PRESSÃO, ESTADO E RESPOSTA DE ATIVOS AMBIENTAIS DA ZONA COSTEIRA REGIÃO DE BARRA DE SÃO MIGUEL, ALAGOAS, BRASIL: ANÁLISE POR MEIO DE GEOPROCESSAMENTO. RIO DE JANEIRO 2017

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCANTARA GOMES

DEPARTAMENTO DE ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA.

JÉSSYCA MARIA TORRES PESSANHA BARRETO

PRESSÃO, ESTADO E RESPOSTA DE ATIVOS AMBIENTAIS DA

ZONA COSTEIRA REGIÃO DE BARRA DE SÃO MIGUEL, ALAGOAS,

BRASIL: ANÁLISE POR MEIO DE GEOPROCESSAMENTO.

RIO DE JANEIRO

2017

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JÉSSYCA MARIA TORRES PESSANHA BARRETO

PRESSÃO, ESTADO E RESPOSTA DE ATIVOS AMBIENTAIS DA

ZONA COSTEIRA REGIÃO DE BARRA DE SÃO MIGUEL, ALAGOAS,

BRASIL: ANÁLISE POR MEIO DE GEOPROCESSAMENTO.

Monografia apresentada ao Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, para obtenção do grau de bacharel em Ciências Biológicas.

Orientador (a): Prof. Dr. Josimar Ribeiro de Almeida.

Coorientador (a): Prof. M. Sc. Alan Jeferson de Oliveira da Silva.

Rio de Janeiro

2017

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CATALOGAÇÃO NA FONTE

UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC-A

Autorizo apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou

parcial desta dissertação, desde que citada a fonte.

______________________________ ________________________

Assinatura Data

BARRETO, Jéssyca Maria Torres Pessanha

PRESSÃO, ESTADO E RESPOSTA DE ATIVOS AMBIENTAIS DA ZONA COSTEIRA REGIÃO DE BARRA DE SÃO MIGUEL, ALAGOAS, BRASIL: ANÁLISE POR MEIO DE GEOPROCESSAMENTO / Jéssyca Maria Torres Pessanha Barreto – Rio de Janeiro, 2017.104 f.

Orientador (a): Prof. Dr. Josimar Ribeiro de Almeida Coorientador (a): Prof. M. Sc. Alan Jeferson de Oliveira da Silva Monografia apresentada ao Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como requisito para obtenção de grau bacharelada em Ciências Biológicas. – 2017 Referências Bibliográficas: f. 97 – 104. 1. Avaliação de Impacto Ambiental. 2. Pressão – Estado - Resposta. 3. Ativos Ambientais. Região Barra de São Miguel. I. ALMEIDA, Josimar Ribeiro de. II. SILVA, Alan Jeferson de Oliveira da. III. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes. III. Pressão, Estado e Resposta de Ativos Ambientais da Zona Costeira Região de Barra de São Miguel, Alagoas, Brasil: Análise por meio de Geoprocessamento.

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PRESSÃO, ESTADO E RESPOSTA DE ATIVOS AMBIENTAIS DA

ZONA COSTEIRA REGIÃO DE BARRA DE SÃO MIGUEL, ALAGOAS,

BRASIL: ANÁLISE POR MEIO DE GEOPROCESSAMENTO.

Monografia apresentada ao Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, para obtenção do grau de bacharel em Ciências Biológicas.

Aprovada em ____/____/_____.

Banca Examinadora:

_____________________________________________

Prof. Dr.Josimar Ribeiro de Almeida – Orientador.

Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes – UERJ.

_____________________________________________

Prof. M. Sc. Alan Jeferson de Oliveira da Silva.

UNIABEU Centro Universitário.

_____________________________________________

Prof. Dr Oscar Rocha Barbosa.

Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes – UERJ.

_____________________________________________

Prof. M. Sc. Elizabeth dos Santos Rios.

Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes – UERJ.

Rio de Janeiro

2017

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família e amigos, por toda paciência, incentivo e apoio.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus pelo dom da vida, pelas bênçãos

derramadas principalmente neste último ano de preparação deste projeto. Por me

capacitar e ajudar a superar todas as dificuldades, mostrando que tudo acontece no

tempo Dele, e que eu só devia entregar e confiar.

Gratidão a toda minha família! Principalmente, a minha mãe Vera Maria

Torres que é o meu porto seguro e a quem eu devo tudo nessa vida, e desejo ainda

dar muito orgulho e alegrias. Minhas tias Vanda Lúcia Torres e Vânia Helena Torres

que são minha segunda mãe e batalharam muito pelos sobrinhos. À minha tia Vera

Lúcia Torres, que neste último ano de estudos foi ao encontro do Pai, obrigada por

tudo e pelas boas lembranças e ensinamentos, saudades eternas. O meu muito

obrigado também aos meus primos irmãos Luana Torres Lima e Rodrigo Torres

Lima, que cresceram junto comigo e hoje, correm atrás dos seus sonhos, são meus

exemplos! Todo meu amor e carinho por vocês, família!

Aos amigos que sempre estiveram ao meu lado e mesmo de longe, o amor e

amizade continuam recíprocos. Agradeço também aos amigos de faculdade: Ana

Léa Lopes, André Cadaxo, Caroline Castro, Iasmim Peixoto, Luana Leirós e Pillar

Alves, que acrescentaram tantas alegrias e bons momentos de estudos, fazendo

com que tudo se tornasse mais agradável.

Ao meu namorado Vinícius Costa de Mattos, que durante todo esse tempo

sempre me apoiou e incentivou me acompanhando as idas a UFRJ para realizar

meus estudos. Obrigada pelas orações, por nunca ter me deixado desistir de seguir

meus sonhos. Encontrei o amor da minha vida, alguém tão importante que pelo seu

sorriso, companhia, estímulo e amor, simplesmente me acalmam e traz a paz que

tanto precisava durante esse período de incertezas e obstáculos. Te amo, meu

amor.

Por fim, meu agradecimento aos meus orientadores Josimar Ribeiro de

Almeida e Alan Jeferson de Oliveira da Silva, pela paciência, incentivo e ajuda nesta

etapa tão importante. Ao GEOPRO/IVIG/COPPE/UFRJ, pela acolhida e colaboração

para que pudesse realizar pesquisas e reuniões de estudos. Á UERJ – Universidade

do Estado do Rio de Janeiro, essa grande instituição pela oportunidade de estudar

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Ciências Biológicas disponibilizando um ambiente agradável com professores

realizando seu trabalho com tanto amor e dedicação, trabalhando incansavelmente

para que nós, alunos, possamos contar com um ensino de extrema qualidade.

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RESUMO

Segundo informações do MMA - Ministério do Meio Ambiente (2005), uma grande quantidade da população vive em zonas costeiras havendo a possibilidade do aumento da concentração demográfica nessas regiões. Trata – se de uma região sensível onde a qualidade ambiental, valor paisagístico e diversidade biológica estão sujeitas a pressões urbanas e industriais podendo resultar no desequilíbrio dos habitats naturais. Este estudo apresenta o modelo PER – Pressão, Estado e Resposta, aplicado aos ativos ambientais existentes na zona costeira da Região de Barra de São Miguel (RBSM), localizado no estado de Alagoas, demonstrando a atualização, análise e identificação desses ativos ambientais e de que forma ocorre a pressão socioambiental presente na área. Para tal, buscou-se comparar dados populacionais e de infraestrutura em estudo no portal site do IBGE e MMA, evidenciando os resultados e justificativas através da ferramenta de Geoprocessamento, apontando suas modificações durante o período analisado. O referido trabalho definiu as pressões sofridas na região e apontou que o aumento contínuo da população, tal como a presença de instalações pode resultar em maiores consequências de impacto na área, uma vez que, o acesso a condições básicas de higiene e saúde é preocupante. O ambiente é relatado como área prioritária para conservação da biodiversidade e Região Nordeste da Mata Atlântica, identificando unidades de conservação com importância biológica alta.

Palavras – chave: Biodiversidade. Desequilíbrio. Geoprocessamento. Impacto. Pressão Socioambiental.

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ABSTRACT

According to the MMA - Ministry of the environment, a large amount of the population lives in coastal areas the possibility of increased demographic concentration in these regions. It is a sensitive region where environmental quality, landscape and biological diversity value are subject to urban and industrial pressures which can result in an imbalance of natural habitats. This study presents the template PER – Pressure, State and Response, applied to existing environmental assets in coastal area of Region of Barra São Miguel (RBSM), located in the state of Alagoas, demonstrating the updating, analysis and identification of these environmental assets and how the social and environmental pressure present in the area. To this and, we sought to compare population data and infrastructure in study on the portal website of IBGE and MMA, demonstrating the results and reasons through Geoprocessing tool, pointing its modifications during the analysis period. This work has defined the pressures suffered in the region and pointed out that the continuous increase of the population, such as the presence of facilities can results in major consequences of impact in the area, since access to basic hygiene and health conditions is worrying. The environment is reported as a priority area for conservation of biodiversity and the Northeastern Region of the Atlantic Forest, identifying protected areas with high biological importance.

Keywords: Biodiversity. Imbalance. Geoprocessing. Impact. Socio and Environmental Pressure.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Modelo PER. ------------------------------------------------------------------------------ 19

Figura 2 – Ilustração de Indicador Ambiental. ------------------------------------------------ 25

Figura 3 – Mapa da área de estudo – Região Barra de São Miguel --------------------- 40

Figura 4 – Gráfico: Progresso populacional dos municípios da Região de Barra de

São Miguel. ---------------------------------------------------------------------------------------------- 42

Figura 5 – Mapa da Distribuição Populacional nos anos 2000 e 2010 na RBSM. --- 42

Figura 6 – Gráfico: Progresso do percentual urbano dos municípios da Região de

Barra de São Miguel. ---------------------------------------------------------------------------------- 43

Figura 7 – Mapa do Percentual Urbano nos anos de 2000 e 2010 na RBSM. -------- 44

Figura 8 – Gráfico: Progresso da densidade populacional dos municípios da Região

de Barra de São Miguel. ----------------------------------------------------------------------------- 45

Figura 9 – Mapa de Densidade Populacional nos anos 2000 e 2010 na RBSM. ----- 45

Figura 10 – Gráfico: Progresso da taxa de crescimento populacional dos municípios

da Região de Barra de São Miguel. --------------------------------------------------------------- 46

Figura 11 –Mapa da Taxa de Crescimento Populacional na Região Barra de São

Miguel. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 47

Figura 12 – Possíveis impactos em Linhas de Transmissão. ------------------------------ 55

Figura 13 – Mapa de Indicadores de Pressão na RBSM. ----------------------------------- 64

Figura 14 – Mapa de Distribuição dos ativos ambientais presentes na RBSM. ------- 66

Figura 15 – Fotografia da Tartaruga Marinha Eretmochelys imbricata ------------------ 67

Figura 16 – Fotografia de Baleia Jubarte – Megaptera novaeangliae. ------------------ 68

Figura 17 – Fotografia de espécies de corais presentes na RBSM. --------------------- 68

Figura 18 – Fotografia de Pétreis – Família Procellariidae. -------------------------------- 69

Figura 19 – Fotografia de manguezal e praias com área de restinga em Barra de São

Miguel. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 71

Figura 20 – Fotografia da lagoa do município de Roteiro ----------------------------------- 71

Figura 21 – Fotografia de Rhizophorae mangle ou mangue-vermelho. ----------------- 73

Figura 22 –Fotografia de exemplos de Atributos do Ecossistema presentes na

RBSM. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 74

Figura 23 – Fotografia de espécies ameaçadas da RBSM. -------------------------------- 76

Figura 24 – Mapa de Aptidão agrícola, Rodovias e Solos na RBSM. ------------------- 79

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Figura 25 – Mapa de Clima - Indicador de estado da RBSM.------------------------------ 80

Figura 26 – Fotografia dos biomas Caatinga e Mata Atlântica. --------------------------- 83

Figura 27 – Mapa de Indicadores de estado na RBSM: Sede Municipal, Rodovias,

Relevo e Vegetação. ---------------------------------------------------------------------------------- 83

Figura 28 – Fotografia: Floresta Estacional Semidecidual. --------------------------------- 84

Figura 29 – Esquema de floresta estacional – Estepe. -------------------------------------- 85

Figura 30 – Fotografia: Floresta Ombrófila Aberta. ------------------------------------------- 86

Figura 31 – Gráfico: Domicílios Particulares Permanentes dos municípios da Região

de Barra de São Miguel. ----------------------------------------------------------------------------- 87

Figura 32 – Gráfico: Percentual dos domicílios com acesso à rede geral de água

encanada nos municípios da Região de Barra de São Miguel. --------------------------- 88

Figura 33 – Mapa de Distribuição do Abastecimento de Água na RBSM. ------------- 89

Figura 34 – Gráfico: Percentual dos domicílios com acesso à esgotamento sanitário

nos municípios da Região de Barra de São Miguel. ------------------------------------------ 90

Figura 35 –Gráfico: Percentual dos domicílios com acesso à coleta de lixo nos

municípios da Região de Barra de São Miguel. ----------------------------------------------- 91

Figura 36 – Mapa de Coleta de Lixo nos anos 2000 e 2010 na RBSM. ---------------- 92

Figura 37 – Mapa das Unidades de Conservação, Importância Biológica e Prioridade

de ação na RBSM. ------------------------------------------------------------------------------------- 93

Figura 38– Mapa das Áreas Prioritárias para Conservação de Restingas, Quelônios,

Estuários, Recifes, Peixes e Elasmobrânquios na RBSM. --------------------------------- 95

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Funções e Categorias dos Ecossistemas ---------------------------------------- 23

Quadro 2 - Planos de Informação para indicadores de Pressão -------------------------- 37

Quadro 3 - Planos de Informação para indicadores de Estado --------------------------- 37

Quadro 4 - Planos de Informação para indicadores de Estado – Ativos Ambientais 38

Quadro 5 - Planos de Informação para indicadores de Resposta ------------------------ 39

Quadro 6 - Planos de Informação para indicadores de Resposta – Ativos Ambientais

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 39

Quadro 7 - Impacto do ruído em Aeródromo --------------------------------------------------- 48

Quadro 8 - Impacto da emissão de gases em Aeródromo---------------------------------- 48

Quadro 9 - Impacto de resíduos sólidos e líquidos em Aeródromo ---------------------- 49

Quadro 10 - Impacto na fauna e recursos hídricos em Aeródromo ---------------------- 49

Quadro 11 - Impacto das condições sanitárias em Aeródromo --------------------------- 50

Quadro 12 - Levantamento Genérico de Aspectos e Impactos Ambientais de Usinas

de Cana de Açúcar. ----------------------------------------------------------------------------------- 56

Quadro 13 - Relação do potencial poluidor com os tipos de Indústrias no Brasil ---- 64

Quadro 14 - Funções do ecossistema da Região de Barra de São Miguel ------------ 73

Quadro 15 - Legenda - Funções do ecossistema da Região de Barra de São Miguel.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 73

Quadro 16 - Produtos do ecossistema da Região de Barra de São Miguel ------------ 74

Quadro 17 – Legenda - Produtos do ecossistema da Região de Barra de São Miguel.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 74

Quadro 18 - Atributos do ecossistema da Região de Barra de São Miguel. ----------- 75

Quadro 19 - Legenda - Atributos do Ecossistema -------------------------------------------- 75

Quadro 20 - Conflitos de uso na Região de Barra de São Miguel ------------------------ 76

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estimativa da População potencialmente afetada pelo Risco Tecnológico

na RBSM ------------------------------------------------------------------------------------------------- 65

Tabela 2 - Representação das rodovias presentes na RBSM ----------------------------- 82

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APA – Área de Proteção Ambiental

CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNRH – Conselho Nacional de Recursos Hídricos

DHN – Diretoria de Hidrografia e Navegação

FER – Força Motriz, Estado e Resposta

FEEMA – Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FPIER – Força Motriz, Pressão, Impacto, Estado e Resposta

GEO – Global Environment Outlook

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICAO – Organização Internacional de Aviação Civil

INFRAERO – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária

IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza

LT – Linha de Transmissão

MMA – Ministério do Meio Ambiente

OECD – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico

ONU – Organização das Nações Unidas

PER – Pressão, Estado e Resposta

PEIR – Pressão, Estado, Impacto e Resposta

PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

PNF – Programa Nacional de Florestas

PNLT – Plano Nacional de Logística e Transportes

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PNRH – Plano Nacional de Recursos Hídricos

PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

RAIS – Relação Anual de Informações Sociais

RBSM – Região de Barra de São Miguel

REMANE – Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos do Nordeste

RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural

RESEC – Reserva Ecológica

RESEX – Reserva Extrativista

SGI – Sistema de Gestão Integrada

SIDRA – Sistema IBGE de Recuperação Automática

SIG – Sistema de Informação Geográfica

SIAGAS – Sistema de Informações de Águas Subterrâneas

SIRGAS – Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas

UC – Unidade de Conservação

UFAL – Universidade Federal de Alagoas

UTE – Usina Termelétrica

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------ 17

1.1 Modelo Sustentável. --------------------------------------------------------------------------- 17

1.2 Modelo PER – Indicadores de Sustentabilidade. ----------------------------------- 18

1.3 Definição de Zona Costeira. ------------------------------------------------------------- 20

1.4 Ativos Ambientais. -------------------------------------------------------------------------- 21

1.5 Funções do Ecossistema. ---------------------------------------------------------------- 22

1.6 Atributos Ambientais. ---------------------------------------------------------------------- 23

1.7 Avaliação de Risco, Impacto, Dano e Passivo Ambiental. ----------------------- 24

1.8 Geoprocessamento ------------------------------------------------------------------------ 28

2. OBJETIVO ----------------------------------------------------------------------------------------- 29

2.1 Objetivos Gerais----------------------------------------------------------------------------- 29

2.2 Objetivos específicos ---------------------------------------------------------------------- 29

3. JUSTIFICATIVA ---------------------------------------------------------------------------------- 29

4. METODOLOGIA ---------------------------------------------------------------------------------- 30

4.1 Histórico da Região ---------------------------------------------------------------------------- 31

4.2 Dados Populacionais e Infraestrutura ---------------------------------------------------- 32

4.3 Dados Georreferenciados ------------------------------------------------------------------- 36

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO -------------------------------------------------------------- 40

5.1 Localização Geográfica. ------------------------------------------------------------------ 40

5.2 Indicadores de Pressão: Região Barra de São Miguel. -------------------------- 40

5.2.1 População Residente. ---------------------------------------------------------------- 41

5.2.2 Percentual Urbano -------------------------------------------------------------------- 42

5.2.3 Densidade Populacional ------------------------------------------------------------- 44

5.2.4 Taxa de Crescimento Populacional ---------------------------------------------- 46

5.2.5 Aeródromo. --------------------------------------------------------------------------------- 47

5.2.6 Poços ---------------------------------------------------------------------------------------- 50

5.2.7 Usinas Termoelétricas ------------------------------------------------------------------- 51

5.2.8 Linhas de Transmissão ------------------------------------------------------------------ 53

5.2.9 Usinas siderúrgicas e de açúcar e álcool------------------------------------------- 55

5.2.10 Dutos --------------------------------------------------------------------------------------- 57

5.2.11 Produção de madeira para celulose e papel. ------------------------------------ 58

5.2.12 Aproveitamento da Área Mineral. --------------------------------------------------- 62

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5.2.13 Risco Social, Natural (à inundação) e Tecnológico da Zona Costeira e

Marinha. --------------------------------------------------------------------------------------------- 63

5.3 Indicadores de Estado: Ativos Ambientais. ------------------------------------------ 65

5.3.1 Características da RBSM. -------------------------------------------------------------- 69

5.3.2 Ativos Ambientais – Ecossistemas principais ------------------------------------- 70

5.3.3 Ativos Ambientais – Funções do Ecossistema ------------------------------------ 71

5.3.4 Ativos Ambientais - Produtos do Ecossistema ------------------------------------ 73

5.3.5 Ativos Ambientais – Atributos do Ecossistema ----------------------------------- 74

5.3.6 Atividades Econômicas ------------------------------------------------------------------ 75

5.3.7 Principais Impactos Ambientais na região de estudo: -------------------------- 75

5.3.8 Conflitos de uso --------------------------------------------------------------------------- 76

5.3.9 Indicadores de Estado: Condições Ambientais. ---------------------------------- 77

5.3.10 Relevo, Solo e Precipitação anual média. ---------------------------------------- 78

5.3.11 Potencial agrícola ----------------------------------------------------------------------- 78

5.3.12 Ottobacias hidrográficas --------------------------------------------------------------- 79

5.3.13 Polo foz do São Francisco (Polo de ecoturismo) ------------------------------- 80

5.3.14 Aptidão Climática ------------------------------------------------------------------------ 81

5.3.15 Rodovias ----------------------------------------------------------------------------------- 82

5.3.16 Vegetação --------------------------------------------------------------------------------- 82

5.3.17 Domicílios Particulares Permanentes -------------------------------------------- 86

5.3.18 Percentual de Domicílios com acesso à água encanada ------------------- 87

5.3.19 Percentual de Domicílios com acesso a esgotamento sanitário ---------- 89

5.3.20 Percentual de Domicílios com acesso à coleta de lixo ---------------------- 90

5.4 Indicadores de Resposta: Região Barra de São Miguel. ------------------------- 92

5.4.1 Áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e Região Nordeste

da Mata Atlântica. -------------------------------------------------------------------------------- 92

5.4.2 Áreas prioritárias para conservação na RBSM. ---------------------------------- 95

6. CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------------------- 96

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -------------------------------------------------------------- 97

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17

1. INTRODUÇÃO

1.1 Modelo Sustentável.

O pensamento a cerca do termo “Desenvolvimento Sustentável” ainda é

amplamente discutido desde a sua criação na década dos anos 80 quando em

Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), formou a Comissão

Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) constituída por 23

membros de 22 países. A comissão tinha por finalidade estudar as crescentes

problemáticas ambientais e as necessidades das nações em desenvolvimento.

A CMMAD publicou em 1987, o relatório intitulado “Nosso Futuro em Comum”

o qual consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável. De acordo com o

documento, o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades da

geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras atenderem às

suas próprias necessidades (CZAPSKI, 2008).

No entanto a popularização do tema foi obtida em maior alcance após a

Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio-

92, que trouxe desafios como a elaboração de instrumentos para mensuração, para

avaliar e acompanhar o seu progresso.

Foi através desse ponto de partida que se obteve a construção de modelos de

indicadores de sustentabilidade, isso ocorreu devido ao documento final Rio 92 - a

Agenda 21 que traz um capítulo onde é enfatizada a necessidade do

desenvolvimento de indicadores por cada nação, em função das suas

especificidades como variáveis socioeconômicas, de poluição, de recursos naturais

e do ecossistema do planeta. (MARZAL & ALMEIDA, 2000).

Cap. 40.4

É preciso desenvolver indicadores do desenvolvimento sustentável que sirvam de base sólida para a tomada de decisões em todos os níveis e que contribuam para uma sustentabilidade autorregulada dos sistemas integrados de meio ambiente e desenvolvimento. (AGENDA 21, 1995, p.466)

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18

1.2 Modelo PER – Indicadores de Sustentabilidade.

Segundo MITCHELL, 1997 apud MARZALL & ALMEIDA, 2000, indicadores

são ferramentas que permitem a obtenção de informações sobre determinada

realidade.

BOUNI, 1996 apud MARZALL & ALMEIDA, 2000, ressalta que, é impossível

avaliar a sustentabilidade de um sistema considerando apenas um único indicador,

pois um conjunto de fatores como econômicos, sociais, ambientais, entre outros

determina a sustentabilidade.

Como forma de mensurar o desenvolvimento sustentável dos países e

empresas, surgiram organizações tais como: Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico - OECD (1998) e o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística - IBGE (2002) (LIRA & CÂNDIDO, 2008).

Neste trabalho, será utilizado o modelo de indicadores Pressão-Estado-

Resposta, elaborado pela OECD para caracterizar os ativos ambientais identificados

na Região de Barra de São Miguel, localizado no Estado de Alagoas.

Desenvolvido pela OECD, o modelo representa o marco ordenador mais

utilizado para apresentação de estatísticas e indicadores da área ambiental e de

desenvolvimento sustentável (CARVALHO et al, 2008).

O modelo conforme a figura 1 é baseado no conceito de causalidade, isto

significa que, as atividades humanas exercem pressões sobre o meio ambiente

alterando a qualidade e quantidade de recursos naturais, ou seja, alterando seu

estado. A resposta é dada pela sociedade quando elabora políticas ambientais,

econômicas e setoriais (ALMEIDA, 2009).

Segundo Lira & Candido (2008), três grupos de indicadores podem ser

identificados considerando o modelo PER:

Indicadores de Pressão Ambiental - Descrevem as pressões das atividades

humanas sobre o ambiente. Por exemplo: demandas de energia, transporte,

agricultura, crescimento populacional.

Indicadores das Condições Ambientais ou de Estado – Fornece uma visão da

situação do ambiente e sua evolução no tempo. Indicam a qualidade do ambiente e

a qualidade e quantidade dos recursos naturais. Acesso à água encanada,

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esgotamento sanitário, coleta de lixo, qualidade da água para consumo humano são

exemplos de indicadores de estado.

Indicadores de Resposta Sociais – Indicadores que mostram a resposta da

sociedade frente às mudanças ambientais. Estas respostas são ações que visam

mitigar ou prevenir os efeitos negativos sobre o meio, interromper ou reverter os

danos causados, e preservar ou conservar os recursos naturais. São exemplos de

indicadores de resposta: políticas públicas, criação de Unidades de Conservação.

Figura 1 - Modelo PER.

Fonte: OECD, 1998.

Por meio de estudos através desse modelo, é possível levantar questões

referentes ao que está acontecendo com os recursos naturais e o meio ambiente, o

porquê dessa situação e como a população está atuando frente a esse estado.

Segundo Almeida (2009), os indicadores de pressão respondem a segunda questão,

pois demonstram as causas dos problemas ambientais, como, por exemplo, a

liberação de poluentes no ar pelas indústrias ou pelo setor de transporte. Já os

indicadores de estado atendem a primeira pergunta, medindo o estado do ambiente,

por exemplo, a concentração de poluentes no ar. A terceira questão é atendida pelos

indicadores de resposta, indicando os esforços feitos para melhorar ou mitigar os

impactos das ações antrópicas, como a elaboração de políticas e investimento em

pesquisa.

Mesmo induzindo uma relação de causalidade linear e simplificando as

relações complexas de fenômenos sociais, econômicos e ambientais (Carvalho et al,

2008), o modelo PER apresenta uma visão conjunta dos componentes de um

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problema ambiental, ao revelar seu impacto, suas causas, o que está por trás

dessas causas e as ações em prol da melhoria desse cenário. Facilitando assim o

diagnóstico do problema e a elaboração da política pública específica e corretivas,

de curto prazo para resolução deste. (CARVALHO et al, 2008).

Existem algumas variantes do modelo PER que são: FER, PEIR e FPIER. A

FER está relacionada à Força motriz (F), Estado (E) e Resposta (R) foi adotada pela

Comissão de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas em 1995. A Força

Motriz representa o que está por trás das pressões, são as atividades humanas que

provocam impacto sobre o meio ambiente. Ex.: A atividade industrial produz a

emissão de poluentes. Podem também expressar processos mais amplos como

crescimento demográfico e urbanização.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) utiliza uma

abordagem do modelo incluindo uma variável, PEIR – Pressão, Estado, Impacto e

Resposta sendo importante para o projeto GEO iniciado em 1995 que busca analisar

o estado do ambiente em níveis global, regional e nacional. Dessa forma, a

ferramenta “impacto” tem por objetivo mensurar o efeito produzido pelo estado do

meio ambiente em diferentes aspectos, como por exemplo, incidência de doenças

respiratórias associadas à poluição do ar, entre outros como ecossistemas,

economia urbana, qualidade da vida humana. E o modelo FPIER é a que inclui força

motriz (F) e impacto (I) no PER.

A importância do modelo e suas variantes é apresentar uma visão conjunta

dos vários componentes de um problema ambiental, o que facilita o diagnóstico do

problema e elaboração da respectiva política pública, pois vai além da constatação

da degradação ambiental e revela seu impacto, suas causas, o que está por trás

dessas causas e as ações que estão sendo tomadas para melhorar a situação.

1.3 Definição de Zona Costeira.

Conforme Diegues (1996), é na zona de costa onde ocorrem as interações

terra-mar, é onde a cadeia alimentar marinha se inicia a partir de uma enorme

atividade de fotossíntese das espécies vegetais, muitas delas de pequeno porte. A

fotossíntese que ocorre no mar, especialmente na zona costeira, produz a maior

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parte do oxigênio de nossa atmosfera. O autor ainda esclarece que os espaços

naturais costeiros têm diferentes graus de contribuição para este conjunto de

fenômenos vitais, devendo-se reconhecer a importância ecológica extraordinária dos

ecossistemas estuarinolagunares, onde as águas doces e salgadas se encontram e

se misturam e formações como os manguezais desempenhando funções que muitos

comparam à de berçários das espécies marinhas, por fornecerem abrigo, nutrientes

e outros fatores ambientais propícios a múltiplas espécies em diferentes estágios da

reprodução e crescimento.

A zona costeira e marinha brasileira é constituída de diversos ativos

ambientais, exibindo ecossistemas de elevada biodiversidade e sensibilidade aos

impactos da atividade antrópica. Esses fatores, somados ao crescimento

populacional, ocasionaram relevantes impactos ambientais à região em estudo até o

momento e através de um acompanhamento é observado à necessidade de

elaboração de políticas especiais para a gestão costeira e para a ocupação

territorial, de modo a garantir o desenvolvimento sustentável da região. (BRASIL,

1991).

A Região de Barra de São Miguel (RBSM), objeto desse estudo, apresenta

diversos ativos ambientais em zona costeira. Estes são de fundamental importância

para equilíbrio ecológico da área e prestação de serviços ambientais para população

local. Conhecer esses ativos e caracteriza-los é primordial para contribuir com a

gestão ambiental e elaboração de políticas públicas.

1.4 Ativos Ambientais.

Ativos ambientais segundo Diegues & Rosman, 1998, são caracterizados como

um conjunto de recursos naturais prestadores de serviços ambientais

economicamente valoráveis, sendo destacados por diferentes pontos como suporte

para desenvolvimento de atividades socioeconômicas, fonte de recursos naturais e

deposição de efluentes provenientes destas atividades, tais como: suprimento de

água para suprimento público, produção de energia, manutenção de estoques

genéticos, oportunidades de lazer, entre outras. Os serviços ambientais referem-se

aos benefícios que a população obtém da natureza direta ou indiretamente através

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dos ecossistemas, segundo a Avaliação Ecossistêmica da ONU publicada em 2005,

criou-se uma classificação para os serviços ambientais:

Serviços de Provisão: Os produtos obtidos dos ecossistemas. Exemplos:

alimentos, água doce, fibras, produtos químicos, madeira.

Serviços de Regulação: Benefícios obtidos a partir de processos naturais que

regulam as condições ambientais. Exemplos: absorção de CO² pela fotossíntese das

florestas; controle do clima, polinização de plantas, controle de doenças e pragas.

Serviços Culturais: São os benefícios intangíveis obtidos, de natureza recreativa,

educacional, religiosa ou estético-paisagística.

Serviços de Suporte: Contribuem para a produção de outros serviços

ecossistêmicos: Ciclagem de nutrientes, formação do solo, dispersão de sementes.

1.5 Funções do Ecossistema.

A zona costeira brasileira abriga um mosaico de ecossistemas de grande

relevância ambiental, regiões de mangues, restingas, campos de dunas, estuários,

recifes de corais entre outros ambientais essenciais do ponto de visto ecológico.

Logo, as funções ecossistêmicas que cada componente (fatores bióticos e abióticos)

exercem no meio que o cerca podem ser definidas como “bens e serviços

ambientais” que são oferecidas e satisfazem necessidades humanas diretas e

indiretas.

Para avaliar a importância das funções ecossistêmicas para o

desenvolvimento sustentável, deve-se considerar em conjunto, fatores ecológicos,

econômicos e socioeconômicos. Essas funções podem ser classificadas em quatro

categorias subdivididas em 37 funções diferentes:

Reguladoras: Determinam a capacidade do ecossistema em se reproduzir e se

manter em funcionamento (as cadeias tróficas, as trocas de energia).

Locacionais ou de Suporte: Favorecem a localização privilegiada de atividades

econômicas e infraestruturas (localização de portos, estruturas turísticas, atividades

de reciclagem de dejetos).

Produção: Permite o uso dos recursos naturais renováveis (pesca aquicultura,

construção de casas e equipamentos de pesca).

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Informativa: Favorecem a pesquisa científica e tecnológica, a educação ambiental

e o turismo.

O quadro 01 expõe as 37 funções dos ecossistemas divididas por cada

categoria segundo as funções dos ecossistemas:

Quadro 1 - Funções e Categorias dos Ecossistemas

Fonte: Journal of Integrated Coastal Zone Management.Elaborado pela autora.

1.6 Atributos Ambientais.

Atributos ambientais apresentam propriedades resultantes do funcionamento

de diversas funções do ecossistema, entre eles estão a grande diversidade

biológica, genética e cultural que o meio apresenta e diversas comunidades

necessitam destas características dos ecossistemas, que podem ser utilizados

transformando-se em ativos ambientais.

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1.7 Avaliação de Risco, Impacto, Dano e Passivo Ambiental.

A seguir definição de alguns conceitos importantes quando se trata de

avaliação ambiental quando há potencialidade de recursos naturais e a problemática

de seu uso recorrente.

Risco:

O termo “risco” de acordo com a sua utilização em diversas ciências e áreas

de conhecimento podendo se apresentar como probabilidade, susceptibilidade,

vulnerabilidade, acaso ou azar de ocorrer algum tipo de ameaça, perigo, problema,

impacto ou desastre. A ideia de que algo pode vir a ocorrer, já então configura um

risco. (PELLETIER, 2007 apud CARPI JUNIOR & DAGNINO, 2007).

Segundo Amaro, 2005, p. 7 apud CARPI JUNIOR & DAGNINO, 2007, “o risco

é, pois, função da natureza do perigo, acessibilidade ou via de contacto (potencial de

exposição), características da população exposta (receptores), probabilidade de

ocorrência e magnitude das consequências”.

Dentre as diversas visões de risco, o risco ambiental está diretamente ligado

ao objetivo deste trabalho, este mesmo risco, remete à possibilidade de ocorrência

de eventos danosos ao ambiente, enquanto que, para a legislação que trata de

licenciamento, a noção de impacto ambiental está ligada à repetição de algo que já

aconteceu e que poderá significar um evento positivo ou negativo, podendo

comprometer a licença para instalar um empreendimento em determinado local.

Nesse sentido, o impacto tem a característica de algo rápido, “impactante”

enquanto que o risco remete a algo lento e sutil. Assim, parece mais razoável a

proposta de Carpi Junior (2001, p. 71) que trabalha com o conceito amplo de risco

ambiental, evitando usar o termo impacto: Os impactos ou alterações do ambiente

passam a se configurarem como formas de risco ambiental, que ao ser percebido ou

conhecido pelo homem, pode se transformar como ponto de partida para as ações

que visem a melhoria da qualidade de vida, juntando esforços dos diversos setores

da sociedade.

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Impacto:

Por definição, impacto ambiental é a alteração da qualidade ambiental que

resulta da modificação de processos naturais ou sociais provocadas por uma ação

humana (Sánchez, 1998) sendo ilustrado na figura 2. O impacto ambiental pode ser:

Impacto positivo: deve ser considerado impacto positivo aquele aspecto que quando gerado é reaproveitado, reciclado ou aquele que minimiza, previne a geração de um impacto negativo. Impacto negativo: deve ser considerado impacto negativo aquele aspecto que ao ser gerado necessita de medidas de controle e acompanhamento para cumprimento da legislação ou atendimento as partes interessadas e política ambiental estabelecida (Sánchez, 1998).

O conceito de impacto ambiental é visto de diversas formas por autores da

comunidade científica, no entanto com a similaridade necessária com suas noções

fundamentais. Pode-se citar como contextualização técnica de impacto ambiental:

Qualquer alteração do meio ambiente em um ou mais de seus componentes

provocada por uma ação humana (Moreira, 1992, p. 113);

O efeito sobre o ecossistema de uma ação induzida pelo homem (Westman,

1985, p. 5);

A mudança em um parâmetro ambiental, em um determinado período e

determinada área, que resulta de uma dada atividade, comparada com a situação

que ocorria se essa atividade não estivesse sido iniciada (Wathern, 1988, p. 7).

Figura 2 - Ilustração de Indicador Ambiental.

Fonte: Sánchez (2008)

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Dano:

De acordo com o conceito jurídico, o dano ambiental ou ecológico1 surge da

violação a um direito juridicamente protegido, ferindo a garantia constitucional que

assegura à coletividade um meio ambiente ecologicamente equilibrado2. A Lei no.

6.938/81 (Lei de Política Nacional do Meio Ambiente), no seu art. 3o., define como:

II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;

III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

Há três características do dano ambiental necessários à configuração do

dever de indenizar: a sua anormalidade, periodicidade e gravidade.

Anormalidade - O dano ambiental só será concretizado caso haja alteração das

propriedades físicas e químicas dos recursos naturais. Essa modificação deve ser

significativa, a tal ponto, que estes percam, de forma parcial ou definitiva, a sua

propriedade ao uso.

Periodicidade - A segunda característica refere-se à periodicidade, pois não basta

a eventual emissão poluidora para a concretização do dano, devendo essa ser

continua e incessante. Esse posicionamento referente à periodicidade de emissões

poluentes para a caracterização de dano ambiental é bastante criticado. Isso porque,

a depender da qualidade e intensidade da ação deteriorante, uma única emissão

pode, por si só, ser suficiente para a caracterização de dano ao meio ambiente.

Gravidade - O dano ambiental necessita ser grave e as agressões devem

ultrapassar o limite máximo de absorção que possuem os seres humanos e

elementos naturais. A posição quanto à gravidade também é alvo de divergências

1 O direito francês consagrou o uso do termo “dano ecológico”, mas a doutrina e o legislador brasileiro

optaram pelo uso da expressão “dano ambiental”. 2 O direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado tem previsão no artigo 225 da

Constituição Federal Brasileira de 1988.

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doutrinárias. Essa corrente é dissonante, pois, para que se concretize o dano

ambiental, não é necessário que o ato degradante beire o limite da tolerância

humana, devendo a ação poluente ser apenas significativa e relevante.

Passivo:

O passivo ambiental representa os danos causados ao meio ambiente,

representando, assim, a obrigação, a responsabilidade social da empresa com

aspectos ambientais. Uma empresa tem passivo ambiental quando ela agride, de

algum modo e/ou ação, o meio ambiente, e não dispõe de nenhum projeto para sua

recuperação, aprovado oficialmente ou de sua própria decisão.

Normalmente, o surgimento dos passivos ambientais dá-se pelo uso de uma

área, lago, rio, mar e uma série de espaços que compõem nosso meio ambiente,

inclusive o ar que respiramos, e de alguma forma estão sendo prejudicados, ou

ainda pelo processo de geração de resíduos ou lixos industriais, de difícil eliminação.

Os passivos ambientais, conforme Ribeiro & Gratão 2000, apud Kraemer

2002, ficaram amplamente conhecidos pela sua conotação mais negativa, ou seja,

as empresas que o possuem agrediram significativamente o meio ambiente e, dessa

forma, têm que pagar vultosas quantias a título de indenização de terceiros, de

multas e para a recuperação de áreas danificadas.

Existem três tipos de obrigações decorrentes do passivo ambiental:

1 - Legal ou Implícita:

Legal - quando a entidade tem uma obrigação presente legal como

consequência de um evento passado, que é o uso do meio ambiente (água, solo, ar,

etc.) ou a geração de resíduos tóxicos. Esta obrigação legal é surge de um contrato,

legislação ou outro instrumento de lei.

Implícita - é a que surge quando uma entidade, por meio de práticas do

passado, políticas divulgadas ou declarações feitas, cria uma expectativa válida

frente a terceiros e, por conta disso, assume um compromisso.

2 – Construtivas

São aquelas que a empresa propõe-se a cumprir espontaneamente,

excedendo as exigências legais. Pode ocorre quando a empresa estiver preocupada

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com sua reputação na comunidade em geral, ou quando está consciente de sua

responsabilidade social, usa os meios para proporcionar o bem-estar da

comunidade.

3 – Justas.

Refletem a consciência de responsabilidade social; ou seja, a empresa

cumpre em razão de fatores éticos e morais. Neste caso, a autora coloca como

exemplo que se existir um instrumento legal que obrigue uma determinada empresa

a restaurar uma área contaminada por suas atividades, mas se tratando de fato

relevante e se for de conhecimento público ou afetar interesses e direitos de

terceiros, a empresa será compelida a reparar o erro cometido.

1.8 Geoprocessamento

O termo Geoprocessamento segundo Machado (2015, p.25), denota a

disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para

o tratamento da informação geográfica e influencia de maneira crescente as áreas

de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia

e Planejamento Urbano e Regional.

Câmara et al.2001, apud Machado 2015, comenta que as ferramentas

computacionais para geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação

Geográfica (SIG), permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de

diversas fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados realizam o tratamento

computacional de dados e recuperam informações não apenas com base em suas

características alfanuméricas, mas também através de sua localização espacial.

Para que isto seja possível, a geometria e os atributos dos dados num SIG devem

estar georreferenciados, isto é, localizados na superfície terrestre e representados

numa projeção cartográfica.

Neste estudo, será utilizada esta ferramenta para a produção de mapas

temáticos relacionados aos ativos ambientais presentes na RBSM, e também a

distribuição de indicadores de pressão, estado e resposta da área de pesquisa.

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2. OBJETIVO

2.1 Objetivos Gerais

Este trabalho tem como finalidade, caracterizar, analisar e atualizar os ativos

ambientais acessíveis na zona costeira da RBSM, aplicando o modelo PER

avaliando o resultado da análise da potencialidade dos recursos naturais, e a

totalidade de problemas decorrente do seu uso.

2.2 Objetivos específicos

1 – Caracterizar, analisar e atualizar os ativos ambientais presentes na zona

costeira da RBSM aplicando o modelo PER;

2 – Analisar e comparar dados populacionais e de infraestrutura da área em

estudo no portal site do IBGE, Prefeitura e MMA, entre outras fontes relevantes;

3 – Identificar e examinar os resultados e justificativas dos ativos ambientais

identificados, infraestrutura e dados populacionais através da ferramenta de

Geoprocessamento, e expor como se modificaram com o uso corrente e potencial.

3. JUSTIFICATIVA

O meio ambiente costeiro é compreendido como um espaço geográfico de

interação entre a terra, o ar e o mar, composto por uma faixa marítima e outra

territorial. Segundo informações do MMA (2005), uma grande quantidade da

população vive em zonas costeiras havendo a possibilidade do aumento da

concentração demográfica nessas regiões. Trata-se de uma região sensível na qual

a qualidade ambiental, valor paisagístico e diversidade biológica estão sujeitas a

pressões urbanas e industriais podendo resultar no desequilíbrio dos habitats

naturais.

Estudos relatam que a zona costeira e marinha brasileira apresentam ativos

ambientais que por sua vez se destacam por ser uma fonte de recursos naturais e

suporte para o desenvolvimento de atividades socioeconômicas, expondo

ecossistemas de elevada biodiversidade com componentes bióticos (plantas e

animais) e abióticos (solo, água), atributos como a diversidade cultural, biológica e

genética. No entanto, com a grande variedade de aplicação desses recursos, sendo

diretamente utilizados formam produtos que poderão ser aplicados na pesquisa

científica, no turismo tornando - os suscetíveis a atividade antrópica com o seu uso

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contínuo e potencial, gerando impactos ambientais à RBSM localizado no Estado

de Alagoas. O Gerenciamento Costeiro como um método fundamental, pode ser

definido como “um processo contínuo de diagnose e planejamento do uso

sustentável dos recursos costeiros, sob uma perspectiva integrada dos diversos

processos e dos diversos atores que atuam na zona costeira” (FEEMA, 2005, p. 1).

A realização de pesquisas identificando e caracterizando esses ativos, além da

atualização e comparação de dados ao longo dos anos e a análise das

transformações ocorridas no local são de suma importância e são consideradas

necessárias para um planejamento efetivo de avaliação da pressão socioambiental

de forma a contribuir com a gestão do meio, assegurando o desenvolvimento

sustentável da área em estudo.

4. METODOLOGIA

Na avaliação da área em estudo, serão considerados alguns aspectos

prioritários como a extensão geográfica dos processos ambientais observando a

utilização dos ativos ambientais, relacionando os problemas correntes e potenciais e

seus fatores causais, outro aspecto é a dimensão e perfil da população diretamente

afetada, a qualidade e intensidade dos efeitos sobre a população e as atividades

econômicas da área alvo e a capacidade real e potencial de gerência dos processos

ambientais inclui ainda a identificação e apresentação de estratégias de intervenção

corretivas. Logo, resumindo estes aspectos serão observados: Localização

geográfica, ecossistemas (funções, produtos, atributos e áreas protegidas),

população (urbana, densidade populacional taxas de crescimento), infraestrutura

existente (rede de água, luz e coleta de lixo), uso do solo, atividades econômicas,

impactos ambientais, conflitos de uso, nível de criticidade dos ecossistemas e

capacidade potencial de gestão.

Este trabalho em seu processo metodológico foi separado em duas partes: A

primeira baseou-se em atualizar e extrair informações de dados populacionais e de

infraestrutura da RBSM juntamente com dados retirados de referências bibliográficas

e do IBGE utilizando a técnica de fluxograma SmartArt com layout – Processo

básico em curva, de forma a ilustrar as etapas do processo da pesquisa. Já a

segunda parte está relacionada à elaboração de gráficos utilizando a técnica de

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histograma de barras para representar a distribuição dos dados. Com relação à

busca, identificação e download de dados georreferenciados da região, foi feito um

estudo no site do MMA, tratamento e edição desses, seguido da elaboração de

mapas temáticos no software Arc Gis, aplicando o sistema de cores adequadas para

representar a evolução dos dados.

4.1 Histórico da Região

A área de estudo deste trabalho se localiza na zona metropolitana de Maceió,

no Estado de Alagoas. Compreende os municípios de Barra de São Miguel, São

Miguel dos Campos, Roteiro, Coruripe e Jequiá da Praia, com inúmeras lagoas,

principalmente a de Roteiro, a de Jequiá e Poxim, e a do Pontal de Coruripe, o clima

é tropical chuvoso de monção, apresentando verão seco e inverno chuvoso, tem

uma exuberante beleza natural, diversificada com praias de areia branca, águas

cristalinas e ilhas de manguezais. O índice pluviométrico é de 1.6000mm/ano.

A formação desses municípios ocorreu de forma diferenciada conforme o

histórico da região, segundo informações do site cidades do IBGE, o local até a

metade do século XVI, foi aldeamento dos índios Caetés, conhecidos pela prática da

antropofagia. Segundo a história, eles teriam devorado o bispo Dom Pero Fernandes

Sardinha, que veio de Portugal para catequizar a região. A área transformou-se num

movimentado núcleo de pescadores, montou-se um estaleiro para a fabricação de

embarcações. Com a instalação de novos estaleiros e o início do transporte

rodoviário, por volta de 1930, entrou em declínio, que levou carpinteiros ao êxodo

para novas indústrias.

Em relação à autonomia administrativa desses municípios, em Barra de São

Miguel e Roteiro ocorreram no ano de 1963 por força de interesses políticos sendo

desmembrados do município de São Miguel dos Campos, que foi um dos primeiros

do Estado de Alagoas e também de todo do Brasil. Contudo o município de Jequiá

da Praia é o mais recente de Alagoas, criado em 1995, este fazia parte dos

municípios de Coruripe e São Miguel dos Campos. E o município de Coruripe

também passou por um desmembramento do município de Poxim em 1866.

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32

4.2 Dados Populacionais e Infraestrutura

A atualização dos dados populacionais da Região de Barra de São Miguel foi

realizada através do acesso ao site do IBGE da seguinte forma:

Fonte: Elaborado pela autora.

Para extrair informações sobre as áreas correspondentes a região em estudo,

foi feita uma pesquisa no site www.cidades.ibge.gov.br. E para o cálculo da taxa de

crescimento urbano anual foi utilizada a fórmula segundo metodologia do IBGE:

Taxa de Crescimento = (População Final) (1 / n anos)

População Inicial

Já a densidade populacional para cada ano seguiu a fórmula:

Densidade Populacional = População Total do ano

Área do Município (Km2)

Atualização dos dados de infraestrutura: Domicílios particulares permanentes.

Os dados foram coletados do site do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística na seguinte ordem:

Banco de Dados SIDRA Pesquisas - População

Censo Demográfico

Séries Temporais Síntese de Indicadores

Tabela 202 - População

Residente por sexo e situação do

domicílio (1970 -2010)

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Fonte: Elaborado pela autora.

Acesso à água encanada.

As informações de acesso à água encanada dos municípios da região de

Barra de São Miguel foram atualizadas segundo o site do IBGE:

Fonte: Elaborado pela autora.

Banco de Dados SIDRA Demográfico e contagem

Séries temporais Domicílios

Tabela 2008 - Domicílios particulares

permanentes e Moradores em

Domicílios particulares permanentes por

situação do domicílio e número de cômodos -

2000 e 2010

Banco de Dados SIDRA Pesquisas População

Censo Demográfico

Demográfico 2000 Universo

Características dos Domicílios

Particulares Permanentes e dos Moradores em Domicílios Particulares Permanentes

Tabela 1436 - Domicílios

Particulares Permanentes e Moradores em

Domicílios Particulares Permanentes

por Situação e abastecimento

de Água

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34

Os dados para o ano de 2010 seguiu a ordem:

Fonte: Elaborado pela autora.

Acesso a esgotamento sanitário.

Para elaboração do quadro com os dados atualizados de esgotamento

sanitário seguiu-se no site do IBGE:

Fonte: Elaborado pela autora.

Censo Demográfico Demográfico 2010 Universo

Características da População e dos

Domicílios Domicílios

Tabela. 1395 - Domicílios Particulares Permanentes, por

situação do Domicílio e existência de banheiro ou

sanitário e número de banheiro de uso exclusivo do domicílio, segundo o tipo de

domicílio, a forma de abastecimento de água, o

destino do lixo e a existência de energia elétrica.

Censo Demográfico Demográfico 2000 Universo

Características dos Domicílios Particulares

Permanentes e dos Moradores em Domicílios Particulares Permanentes.

Tabela 1437 - Domicílios Particulares Permanentes e Moradores em Domicílios

Particulares Permanentes por situação e tipo do Esgotamento

Sanitário.

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35

Os dados para o ano de 2010 seguiu a ordem:

Fonte: Elaborado pela autora.

Acesso à coleta de lixo:

Os dados atualizados referentes a coleta de lixo, foram extraídos do site do

IBGE pelos seguintes links:

Fonte: Elaborado pela autora.

Censo Demográfico Demográfico 2010 Universo

Domicílios

Tabela 3216 - Domicílios Particulares Permanentes e Moradores em Domicílios

Particulares Permanentes, por situação do domicílio, segundo o tipo de domicílio, a

condição de ocupação, a existência de banheiro ou sanitário e esgotamento sanitário e a existência e número de banheiros de uso

exclusivo do domicílio.

Censo Demográfico Demográfico 2000 Universo

Características dos Domicílios Particulares Permanentes e dos

Moradores em Domicílios Particulares

Tabela 1447 - Domicílios Particulares Permanentes, por situação, tipo do

domicílio e destino do lixo.

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36

Os dados para o ano de 2010 seguiu a ordem:

Fonte: Elaborado pela autora.

4.3 Dados Georreferenciados

Nesta etapa, serão considerados estudos bibliográficos da região seguidos de

identificação e seleção de bases cartográficas disponíveis no site do MMA. Para

realizar o download dos dados no formato shape: Acesso ao site

<http://mapas.mma.gov.br/i3geo/datadownload.htm> e optar por um tema onde

serão gerados arquivos no formato shp, shx e dbf, sendo necessário o carregamento

desses três formatos para a completa visualização das informações que serão feitas

posteriormente no Software Arc Gis.

Após esta etapa, foi realizada uma pesquisa das informações contidas na

tabela de atributos dos sessenta e seis planos de informação adquiridos e para

finalizar, foram estabelecidas quais camadas seriam agrupadas (sobrepostas) para

criar os mapas temáticos no Software Arc GIS utilizando SIRGAS 2000, dessa

forma, representando o modelo PER, assim como os seus respectivos ativos

ambientais.

Quadros com as informações contidas em camadas utilizadas para a

construção de cada mapa:

Censo Demográfico

Demográfico 2010 Universo

Características da População e

Domicílio Domicílios

Tabela 1395 - Domicílios Particulares Permanentes, por

situação do domicílio e existência de banheiro ou sanitário e número de banheiros de uso exclusivo do

domicílio, segundo o tipo de domicílio, por abastecimento de

água, o destino do lixo e a existência de energia elétrica

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37

Quadro 2 - Planos de Informação para indicadores de Pressão:

Pressões

Risco Social da Zona Costeira e Marinha do Brasil

Risco Natural (à Inundação) da Zona Costeira e Marinha do

Brasil

Risco Tecnológico da Zona Costeira e Marinha do Brasil

População Residente e Percentual Urbano

Densidade Populacional

Taxa de Crescimento

Aeródromos PNLT (Macro Zoneamento da Amazônia Legal)

Poços (SIAGAS)

Usinas Termoelétricas

Usinas siderúrgicas e de açúcar e álcool

Dutos PNLT

Fluxos da produção de Cana de Açúcar

Linhas de Transmissão-teste

Área de relevante interesse mineral

Produção de madeira para celulose e papel

Fonte: Elaborado pela autora.

Quadro 3 - Planos de Informação para indicadores de Estado:

Estado

Domicílios Particulares Permanentes

Percentual de Domicílios com acesso à água encanada

Percentual de Domicílios com acesso a esgotamento sanitário

Percentual de Domicílios com acesso à coleta de lixo

Cobertura vegetal do Brasil na escala 1:5. 000.000

Clima: Precipitação anual média do Brasil (1960 – 1990)

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38

Compartimentos do relevo do Brasil – 2002

Limites Estaduais do Brasil – 2007

Limites municipais do Brasil (2001) com dados socioeconômicos

Mapa de solos do Brasil (5.000.000)

Mesorregiões do Brasil – 2005

Microrregiões do Brasil 2005

Sedes Municipais – Pop. 2007

Rodovias – PNLT (2008)

Aptidão climática

Polos de ecoturismo

Ottobacias hidrográficas

Potencial agrícola do Brasil – 2002

Fonte: Elaborado pela autora.

Quadro 4 - Planos de Informação para indicadores de Estado – Ativos Ambientais:

Estado – Ativos Ambientais

Biomas e ecorregiões

Ecorregiões por Udvardy – Províncias

Baleia Jubarte – Megaptera novaeangliae

Área de ocorrência dos Pétreis (Procellarridae) - Albatroz procellariidae

Tartaruga Marinha Eretmochelys imbricata

Coral Stephanocoenia intersepta

Coral Siderastrea stellata

Coral Siderastrea radians

Coral Scolymia wellsi

Coral Porites branneri

Coral Porites astreoides

Coral Mussismilia hispida

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39

Coral Mussismilia harttii

Coral Montastraea cavernosa

Coral Millepora nitida

Coral Millepora braziliensis

Coral Millepora alcicornis

Coral Meandrina braziliensis

Coral Madracis decactis

Coral Favia gravida

Coral Agaria humilis

Coral Agaria fragilis

Fonte: Elaborado pela autora.

Quadro 5 - Planos de Informação para indicadores de Resposta:

Respostas

Unidades de Conservação (todas)

Revisão áreas prioritárias para conservação da biodiversidade 2007 (importância biológica)

Revisão áreas prioritárias para conservação da biodiversidade 2007 (prioridade de ação)

Áreas prioritárias para conservação da biodiversidade (2004)

Região Nordeste da Mata Atlântica – Proposta áreas prioritárias para conservação

Fonte: Elaborado pela autora.

Quadro 6 - Planos de Informação para indicadores de Resposta – Ativos Ambientais:

Resposta – Ativos Ambientais

Zona Costeira - Áreas prioritárias para conservação – restingas

Zona Costeira - Áreas prioritárias para conservação – peixes

Zona Costeira - Áreas prioritárias para conservação – recifes

Zona Costeira - Áreas prioritárias para conservação – estuários

Zona Costeira - Áreas prioritárias para conservação – quelônios

Zona Costeira - Áreas prioritárias para conservação – elasmobrânquios

Fonte: Elaborado pela autora.

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40

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Localização Geográfica.

A área localiza-se na região nordeste do estado de Alagoas, no sudeste

alagoano. Formada por cinco municípios, tais como: Barra de São Miguel, Coruripe,

Jequiá da Praia, Roteiro e São Miguel dos Campos. Apresenta inúmeras lagoas,

principalmente a de Roteiro, a de Jequiá e a do Pontal de Coruripe. O clima é

tropical chuvoso de monção, apresentando verão seco e inverno chuvoso. O índice

pluviométrico é de 1.6000mm/ano.

Figura 3 - Mapa da área de estudo – Região Barra de São Miguel

5.2 Indicadores de Pressão: Região Barra de São Miguel.

Segue abaixo a análise da Região Barra de São Miguel, onde serão

considerados atributos da área de estudo e como o ambiente corresponde ao

modelo PER.

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41

5.2.1 População Residente.

Segundo o IBGE, a zona costeira possui áreas sensíveis e frágeis do ponto

de vista ambiental quanto de desenvolvimento por apresentar expansões, sobretudo

pressões urbanas, que provoca problemas e impactos na região. Logo, o cenário

demonstra a importância da gestão, planejamento e acompanhamento das

diferentes atividades e usos identificados com o progresso de um desenvolvimento

sustentável.

Neste estudo, avaliar o crescimento populacional da área é determinante para

verificar a pressão sofrida pelo ambiente, portanto, o levantamento da população

residente consiste nos indivíduos moradores do domicílio independente do momento

censitário.

Observa-se através do gráfico abaixo, o progresso populacional dos

municípios que constituem a região em estudo nos anos de 1970, 1980, 1991, 2000

e 2010, evidenciando que o último ano, de 2010 apresenta a maior população

residente na maioria dos municípios. Entretanto, no município de Roteiro, houve

uma diminuição na população, demonstrando maior número no ano de 2000, este

indica também ser o de menor população no ano de 2010 (6.656 pessoas)

comparado aos outros municípios.

O município de Jequiá da Praia contém informações somente no ano de 2010

(12.029 pessoas), pois é o mais recente do estado de Alagoas, sendo originado no

ano de 1995, anteriormente, integrava os municípios de Coruripe e São Miguel dos

Campos.

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42

Figura 4 - Gráfico - Progresso populacional dos municípios da Região de Barra de São Miguel. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 5 - Mapa da Distribuição Populacional nos anos 2000 e 2010 na RBSM.

5.2.2 Percentual Urbano

O percentual urbano consiste no levantamento da porcentagem populacional

que habita na área urbana. É um bom indicador para observar aglomerações de

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

Barra de São Miguel

Coruripe Jequiá da Praia

Roteiro São Miguel dos Campos

H

A

B

I

T

A

N

T

E

S

População residente

1970

1980

1991

2000

2010

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43

pessoas nas cidades, resultando no aumento da necessidade de saneamento

básico.

Na figura 6, expõe o progresso do percentual urbano dos municípios da

região de Barra de São Miguel, onde se constata um gráfico crescente na maioria

dos municípios, exceto Roteiro, que apresentou grande percentual no ano inicial de

1970 (76,57%), decaindo nos anos seguintes (47,3% em 1980, 53,98% em 1991) e

crescendo novamente nos anos 2000 (78,41%) e 2010 (87,59%).

O município de São Miguel dos Campos apresenta maior percentual urbano

com 96,32 % e Jequiá da Praia, o menor percentual com 23,93%, ambos no ano de

2010.

Figura 6 - Gráfico - Progresso do percentual urbano dos municípios da Região de Barra de São Miguel. Fonte: Elaborado pela autora.

0

20

40

60

80

100

Barra de São Miguel

Coruripe Jequiá da Praia Roteiro São Miguel dos Campos

P

E

R

C

E

N

T

U

A

L

%

Percentual Urbano

1970

1980

1991

2000

2010

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44

Figura 7 - Mapa do Percentual Urbano nos anos de 2000 e 2010 na RBSM.

5.2.3 Densidade Populacional

O estudo da densidade populacional se dá pela razão entre o número de

habitantes pela área total do município, ou seja, População total do ano/ Área do

Município (Km2). Consiste em analisar a distribuição da população na Região de

Barra de São Miguel.

Podemos observar na figura 08 que corresponde ao progresso da densidade

populacional da região em análise, o município de Barra de São Miguel demonstra

crescimento da densidade contínuo em todos os anos (1980: 30,39 hab./Km2, 1990:

64,61 hab./Km2, 2000: 83,26 hab./Km2 e 2010: 98,86 hab./Km2). Já São Miguel dos

Campos, exibe baixa densidade nos anos iniciais (1980: 11,16 hab./Km2 e 1990:

13,72 hab./Km2), e aumenta consideravelmente nos anos 2000 e 2010 com 142,58

hab./Km2 e 151,23 hab./Km2 respectivamente.

O município de Jequiá da Praia apresenta valor apenas para o ano de 2010,

com densidade populacional de 35,91 hab./Km2.

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45

Figura 8 - Gráfico - Progresso da densidade populacional dos municípios da Região de Barra de São Miguel. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 9 - Mapa de Densidade Populacional nos anos 2000 e 2010 na RBSM.

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

160,00

Barra de São Miguel

Coruripe Jequiá da Praia

Roteiro São Miguel dos Campos

POPULAÇÃO TOTAL DO ANO/ÁREA (KM²)

Densidade Populacional

Ano 1980

Ano 1990

Ano 2000

Ano 2010

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46

5.2.4 Taxa de Crescimento Populacional

Este indicador está relacionado ao percentual de incremento médio anual da

população residente em determinado espaço geográfico, no período considerado,

apontando o ritmo de crescimento populacional. (IBGE, 2011)

A taxa de crescimento da população dos municípios da Região de Barra de

São Miguel está demonstrada na figura 10 e pode-se observar que há uma grande

oscilação em todos os municípios. É necessário ressaltar que no ano de 1980,

Roteiro teve 0,122 de taxa, apresentando maior índice entre todos os outros. E

apresentando queda na taxa de crescimento, Coruripe nos anos 2000 (-0,000803) e

Roteiro, com queda em 2000 (-0,0063) assim como no ano de 2010 (-0,000481).

Jequiá da Praia, como município recente do Estado de Alagoas, exibe baixa

taxa de crescimento, considerando os anos em análise. Isso explica a utilização da

estimativa populacional do ano de 2016, com data de referência em 1º de Julho.

(IBGE)

Figura 10 - Gráfico - Progresso da taxa de crescimento populacional dos municípios da Região de Barra de São Miguel. Fonte: Elaborado pela autora.

-0,02

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0,14

Barra de São Miguel

Coruripe Jequiá da Praia Roteiro São Miguel dos Campos

T

A

X

A

Taxa de Crescimento

1980

1990

2000

2010

2016

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47

Figura 11 - Mapa da Taxa de Crescimento Populacional na Região Barra de São Miguel.

5.2.5 Aeródromo.

Analisando a região em estudo através das pressões ambientais, observamos

a presença de aeródromo, que são locais onde se destina o pouso e decolagem de

aeronaves e possui estrutura e instalações específicas e adequadas para a função.

No Brasil, a Infraero, desenvolve formas de contribuir e melhorar as condições de

sustentabilidade de seus aeroportos (INFRAERO, 2010).

A área de Barra de São Miguel integra seis pontos de aeródromo localizados

no município de Coruripe com os respectivos nomes: Muzzi, Usina Coruripe,

Povoado de Camaçari, Campo da Praia, Cachoeira e Guaxuma, todas são de uso

privado e pavimentação do tipo piçarra, exceto Guaxuma, que apresenta

pavimentação do tipo grama.

A presença de aeródromo e consequentemente sua construção e operação

de aeronaves no meio podem causar impactos importantes como o ruído, emissão

de gases, resíduos sólidos e líquidos, interferência nos recursos naturais,

principalmente fauna e flora e recursos hídricos.

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48

De acordo com MIYARA (1999, apud FLEMMING & QUALHARINI, 2010,

p.04), o ruído pode ser definido como qualquer estímulo acústico que interfere nas

atividades e localidades de diversos seres, provocando desequilíbrio psíquico e

emocional. Logo, considerando o ruído como um som indesejável pode-se

caracterizar como poluição sonora, sendo um problema ambiental de um aeródromo

comum de acontecer.

Quadro 7 - Impacto do ruído em Aeródromo

Ruído

Principais fontes

Consequências

Operação de pouso e

decolagem Diminuição da

capacidade auditiva

Teste de motores

Danos à saúde mental Veículos de

apoio Adaptado de MYARA (1999)

Os aeródromos apresentam impactos preocupantes devido a sua inserção

nos meios urbanos como a má qualidade do ar devido à concentração da queima de

combustíveis fósseis quando combinados na emissão de hidrocarbonetos, monóxido

de carbono e óxidos de nitrogênio, tanto aeronaves quanto os veículos de

manutenção e dos usuários, emitem esses compostos.

Quadro 8 - Impacto da emissão de gases em Aeródromo

Emissão de Gases

Principais Gases Fontes Consequências

CO (monóxido de carbono)

Sistema viário local Doenças do sistema

respiratório, oftalmológico e nervoso;

NOx (óxido de nitrogênio)

Serviços de apoio de solo e incineradores de lixo (CO) e das

aeronaves

Formação de chuvas ácidas e efeito estufa

Adaptado de MYARA (1999)

Resíduos sólidos e líquidos, assim como os domésticos e industriais, podem

ser facilmente encontrados em aeródromo, substâncias como: óleos, querosene,

solventes e metais, dispõe elevado potencial de causar danos ambientais ao lençol

freático ou ao meio ambiente. No ano de 2004, a Infraero, finalizou a elaboração dos

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49

Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), para todos os aeroportos,

dotando-os de instruções e normas, para uso de tecnologias no controle da geração,

segregação, coleta, armazenamento e destinação final dos resíduos sólidos. Estes

Planos, ainda incentivam a reciclagem e a incineração dos resíduos, utilizando

tecnologias, de acordo com a legislação vigente para serem descartados de forma

adequada.

Quadro 9 - Impacto de resíduos sólidos e líquidos em Aeródromo

Resíduos Sólidos e Líquidos

Fonte Consequências

Fumigação de cargas e pallets

Lixo orgânico - Incineração - Aterros sanitários

Grande contaminação do solo, do lençol freático e

dos rios

Utilização e descarte de graxas, solventes e

outros derivados de petróleo. Produtos químicos, pneus, baterias, lâmpadas, etc. Efluentes líquidos: esgotos

sanitários, esgoto industrial e águas pluviais

Adaptado de MYARA (1999)

Quadro 10 - Impacto na fauna e recursos hídricos em Aeródromo

Fauna e Recursos hídricos

Fonte Consequência

Abastecimento por poços artesianos

Exaustão e contaminação do

lençol freático

Atração de espécies não nativas. Ex:

urubus

Lixos e resíduos gerando alimentação

disponível

Desaparecimento de espécies

nativas (destruição

do ecossistema natural durante a

construção)

Predadorismo das espécies nativas remanescentes: Transmissão de doenças e Colisão de aeronaves.

Adaptado de MYARA (1999)

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50

Quadro 11 - Impacto das condições sanitárias em Aeródromo

Condições sanitárias

Fonte Consequências

Presença de Pombos, urubus,

ratos, mosquitos e insetos

Transmissão de doenças para

usuários, funcionários e população do

entorno

Disseminação de epidemias

vindas de outras regiões

Adaptado de MYARA (1999)

Na análise acima, podemos observar que o local pode indicar ou não,

responsabilidade pela degradação ao meio ambiente devido a seus impactos e

principalmente ao consumo de combustível fóssil, resultando no aumento do

aquecimento global de acordo com dados da ICAO (International Civil Aviation

Organization). Dessa forma, muitos aeródromos/aeroportos, planejam minimizar as

consequências desta degradação através de legislações ambientas e documentos

indicativos a nível internacional.

5.2.6 Poços

“As águas subterrâneas são atualmente a fonte de abastecimento preferida. Elas apresentam maior facilidade de exploração, baixo custo e boa qualidade. Situam-se nos aquíferos, que podem ser considerados como o solo, rocha ou sedimento permeável, capaz de armazenar água subterrânea. O Brasil é rico em lençóis freáticos e, por isso, tem crescido muito a perfuração de poços artesianos.” (Vladimir Passos de Freitas, 2000, pág. 23)

A tendência de captação de água através de poços artesianos crescente, no

entanto, pesquisadores relatam de risco de poluição dos aquíferos. Na região em

estudo, verifica-se a presença de poço com vazão de 165.000000000 l no município

de Coruripe e em São Miguel dos Campos com vazão de 24.3000000000 l.

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51

O risco de poluição das águas subterrâneas é relevante, visto o grande

potencial da água segundo Daniela Caride, 1998, apud Puluceno & Abreu, 2011

relata: “Muitos poços estão poluindo lençóis subterrâneos. E estes demoram alguns

milhares de anos para serem despoluídos. Os mananciais não são como os rios,

que em 15 a 20 anos se renovam.”.

5.2.7 Usinas Termoelétricas

A energia elétrica é obtida principalmente através de usinas termelétricas,

hidrelétricas, eólicas e termonucleares, cada uma apresentando suas

particularidades. Na região observa-se a UTE – Usina Termelétrica, que é uma

instalação industrial cuja finalidade é a geração de energia elétrica, através de um

processo que combina a operação de uma turbina a gás, movida pela queima de

gás natural ou óleo diesel, diretamente acoplada a um gerador. Há diversos tipos de

UTE’s, sendo que os processos de produção de energia são semelhantes, porém

com combustíveis diferentes. (FURNAS, 2017). A obtenção a partir da queima do

bagaço da cana de açúcar, atualmente, é uma importante alternativa visando a

sustentabilidade disponibilizando energia a custos reduzidos se tratando de uma

atividade limpa e renovável, com ocorre no uso de uma UTE, gerando vapor através

da biomassa. Se tratando de energia, é relevante o conhecimento de sua fonte que

pode ser de duas formas (FERNANDES & MIGUEL, 2011, p.02):

Não renovável: São consideradas fontes não renováveis, aquelas que podem se

esgotar em virtude de serem utilizadas em grande velocidade e quantidade em

relação ao seu tempo natural de reposição na natureza.

Renovável: As fontes renováveis são aquelas que cuja reposição pela natureza é

bem mais rápida do que sua utilização, como a água dos rios, sol, ventos e, cujo

manejo pelo homem pode ser efetuado de forma compatível com a necessidade de

sua utilização energética, como é o caso da cana de açúcar (bagaço).

Os municípios que possuem usinas termoelétricas na área de estudo são:

Coruripe, Jequiá da Praia e São Miguel dos Campos. Coruripe apresenta três usinas

em operação, utilizando como matéria orgânica, a biomassa e combustível, o

bagaço da cana de açúcar chamada Pindorama com 4000 KW, Coruripe com 32000

KW de açúcar e álcool e por fim, Guaxuma com 14312 KW. O município de Jequiá

da Praia apresenta a usina Sinimbu em operação, dispondo de biomassa, bagaço da

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52

cana de açúcar com 18000 KW. E São Miguel dos Campos possui duas usinas, a de

São Miguel em construção utilizando bagaço da cana de açúcar com 13200 KW e

usina Caeté em operação com 31800 KW.

De acordo com estudo de Lopes & Brito, 2009, apud Fernandes & Miguel,

2011: “Há diversas fontes para se ter a energia renovável e pode-se chamá-la de

energia limpa. Conforme dados do IBGE, em 2007 houve um crescimento de 5,4%

na oferta interna de energia no Brasil. O bagaço de cana-de-açúcar é a segunda

fonte mais importante no mercado brasileiro perdendo apenas para o petróleo. O

uso da energia renovável é na sua maioria mais rentável e mais vantajosa, todas as

energias consideradas renováveis são poluentes e isso é fato, mas menos poluentes

que outras fontes de energia consideradas não- renováveis”.

A biomassa apresenta considerável aproveitamento, no entanto para melhorar

a eficiência do processo a fim de reduzir impactos socioambientais, empresas têm

desenvolvido a aperfeiçoado suas tecnologias de conversão como a gaseificação e

a pirólise, também sendo comum a cogeração em sistemas que utilizam a biomassa

como fonte energética. O uso do bagaço por este último processo, o de cogeração,

a matéria prima não fica jogado no solo entregue a natureza, podendo trazer

doenças, pois são restos de lixos em processo de decomposição, além de ser o que

menos polui, pois não chegará à água corrente e não deixará resíduos agrícolas e

sólidos que atingem solos e rios. Outra vantagem que pode ser observada, é que o

bagaço pode ser aproveitado para diversas coisas além da geração de energia,

como fabricação de papelão, construção civil, fertilizante e ração animal. (LOPES;

BRITO 2009, apud FERNANDES; MIGUEL, 2011).

Analisando o impacto que o bagaço pode gerar, verifica a queima na

obtenção de energia liberando na atmosfera o dióxido de carbono, processo este

que apresenta percentual de poluição, contribuindo para o aquecimento global

através do efeito estufa e da chuva ácida. A queima de gás natural, por exemplo,

lança na atmosfera grande quantidade de oxidantes e redutores, que se entrar em

contato com o ser humano, pode acarretar doenças. Como afirma Ferreira et al.

2010, apud Fernandes; Miguel, 2011, a produção de energia a partir do bagaço de

cana, quando gerenciada com cuidados ambientais, tende a ser melhor aceita por

ser renovável, de caráter sustentável, com resíduos reaproveitáveis e de inserção

adequada na questão de emissões de gases do efeito estufa, pois a mesma

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possibilita a captura do dióxido de carbono (CO2) emitido no processo de geração

de energia com o próprio cultivo da cana através da fotossíntese, pois ela é uma das

plantas mais eficientes na realização deste processo, ou seja, possui grande

capacidade de fixar e capturar CO2.

Portanto, a geração de energia por unidades termelétricas pode apresentar

preocupação por ser produtora de gases do efeito estufa, influenciando no

aquecimento global. Analisar então os aspectos socioambientais provenientes da

atividade de uma UTE, necessita de um gerenciamento eficaz do uso e ocupação do

solo e suas emissões de resíduos na atmosfera.

5.2.8 Linhas de Transmissão

O transporte de energia elétrica pelas usinas é realizado por linhas de

transmissão existentes em todo o território nacional alcançando consumidores por

redes de distribuição, estes levam a eletricidade até as residências, indústrias,

hospitais, escolas, entre outros (ONS, 2011).

A região exibe apenas informação para duas linhas de transmissão em

operação do tipo rede básica: Rio Largo II e Penedo com 230 KV de tensão,

abrangendo os municípios de Coruripe, Jequiá de Praia e São Miguel dos Campos.

Os empreendimentos ligados ao setor elétrico, e se tratando das linhas de

transmissão, podem ser considerados como empreendimentos que provocam os

menores impactos negativos sobre o meio ambiente, pois corre uma série de ações

já na fase de planejamento que minimizam ou até evitam diversos impactos

previamente identificados (CARVALHO, 2005). No entanto, não respeitando a

legislação para o planejamento de instalação e operação desta atividade, a

possibilidade de provocar impactos ao ambiente deve ser observada com atenção.

Entre os impactos diretos causados pela instalação de redes elétricas sobre a

vegetação e o solo ressaltam-se a fragmentação de trechos de mata, derrubada de

áreas florestadas, aceleração de processos erosivos do solo. Como consequências

diretas, destacam-se ainda a interferência no fluxo de animais de pequeno porte

entre áreas florestadas – principalmente os específicos de ambientes florestados, as

invasões biológicas por plantas e animais de ampla distribuição, a queda de árvores

de grande porte e a diminuição da velocidade da sucessão natural (OLIVEIRA e

ZAÚ, 1998 apud DA SILVA XAVIER et al. 2007).

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Pesquisadores ainda ressaltam que a instalação de linhas de transmissão,

causam interferências significativas sobre a vegetação resultando no desmatamento

realizado para estabelecimento da faixa de servidão, que é aquela na qual obtém

largura de 20 metros e acompanha na superfície o percurso subterrâneo dos dutos,

resulta ainda na limpeza de áreas para montagem de torres e construção de praças

de lançamento de cabos condutores. A remoção da vegetação e fragmentação do

habitat causa ainda redução da fauna e mudanças na estrutura das comunidades

faunísticas, pois o aumento de incidência de luz e vento, flutuações de temperatura

e a diminuição de umidade, além de outros efeitos nas margens, terão reflexo

imediato no comportamento animal, como por exemplo, impactos sobre a avifauna,

devido à inclusão de obstáculos artificiais, e que podem provocar a interferência na

rota de migração dos pássaros e levar à mortes por colisão ou eletrocussão. Outras

interferências como a alteração nos corpos hídricos, causada pelo transporte de

sedimentos provenientes de áreas alteradas e deposição deste no sistema de

drenagem, danos profissionais no exercício do trabalho exigido e nas comunidades

locais devem ainda ser consideradas no planejamento de atuação das LT’ s

(CARVALHO, 2005).

Em resumo, a atividade ocasionada pela instalação e operação de linhas de

transmissão de energia pode resultar futuramente na RBSM em impactos nas mais

diferentes áreas, segue abaixo tabela com os possíveis impactos:

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Figura 12 - Possíveis impactos em Linhas de Transmissão.

Fonte: Adaptado de ELETROBRÁS (2000)

5.2.9 Usinas siderúrgicas e de açúcar e álcool

As usinas de açúcar e álcool a partir da cana de açúcar são unidades

autossuficientes de energia, na análise, foram identificadas usina de açúcar e álcool

no município de Coruripe e em todos os municípios em estudo: Barra de São Miguel,

Coruripe, Jequiá da Praia, Roteiro e São Miguel dos Campos possuem área para

produção de cana de açúcar. É notável que essas áreas possuam alto potencial de

causar impactos ambientais, provocar acidentes e doenças aos trabalhadores como

a exposição a agrotóxicos que contém quantidade considerável de composto

químico. O planejamento de um SIG deve enfatizar avaliações dos respectivos

riscos, segue um levantamento de aspectos e impactos segundo NETO &

PASQUALETTO, 2000.

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Quadro 12 - Levantamento Genérico de Aspectos e Impactos Ambientais de Usinas de Cana de Açúcar.

Aspectos Ambientais Impactos

Ambientais Áreas/Atividades Significância

Consumo de Energia Escassez de

recurso natural

Geral Muito alta

Consumo de Água Escassez de

recurso natural

Geral Muito alta

Consumo de Ar comprimido Escassez de

recurso natural

Produção Baixa

Consumo de Produtos Químicos

Escassez de recurso natural

Laboratórios/Produção Baixa

Consumo de Vapor Escassez de

recurso natural

Produção Média

Consumo de Combustíveis Fósseis

Escassez de recurso natural

Máquinas/Caminhões Média

Consumo de Óleo lubrificante e Graxa

Escassez de recurso natural

Produção/Manutenção Média

Consumo de Combustíveis Renováveis

Escassez de recurso natural

Caldeiras Baixa

Consumo de Agrotóxico Escassez de

recurso natural

Lavoura Alta

Geração de Resíduos Não -Recicláveis

Contaminação do solo

Geral Baixa

Geração de Resíduos Recicláveis

Contaminação do solo

Geral Baixa

Geração de Resíduos de Restaurante

Contaminação do solo

Restaurante Baixa

Geração de Embalagens de Agrotóxicos

Contaminação do solo

Lavoura Alta

Geração de Efluentes Sanitários

Contaminação de águas

Banheiros/Vestiários Média

Geração de Efluentes com reagentes químicos

Contaminação de águas

Laboratórios Média

Geração de Efluentes com produtos químicos

Contaminação de águas

Produção Média

Geração de Efluentes Industriais

Contaminação de águas

Produção Média

Geração de Bagaço de Cana Contaminação

do solo Produção Média

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Geração de Resíduo Orgânico

Contaminação do solo

Produção Média

Geração de Sucata de ferro, Inox, Cobre, Bronze e

Alumínio

Contaminação do solo

Produção - entressafra Média

Geração de Resíduos de bateria

Contaminação do solo

Produção Média

Geração de Lâmpadas Contaminação

do solo Geral Média

Geração de Resíduos-Serviço de saúde

Contaminação do solo

Posto Médico Alta

Geração de Vinhaça Contaminação

do solo Produção Muito alta

Geração de Ruído Poluição Sonora

Produção/Veículos Baixa

Geração de Odor Incomodo à comunidade

Lavoura/Produção Média

Geração de Lodo Contaminação

do solo ETE Média

Geração de Cinzas e Borras Contaminação

do solo Caldeiras (Lavadores de

gás) Média

Emissão Atmosférica (Gases refrigerantes CFC'S)

Poluição do Ar

Administração/Produção Alta

Emissão Atmosférica Poluição do

Ar Caldeiras/Colheita/Veículos Alta

Vazamento/Transbordamento de Matéria prima

Contaminação do solo

Tancagem em geral Média

Vazamento/Transbordamento de Produto acabado

Contaminação do solo

Tancagem em geral Média

Vazamento/Transbordamento de Produtos químicos

Contaminação do solo

Tancagem em geral Média

Irrigação com a Vinhaça Contaminação

do solo e água

Lavoura Muito alta

Incêndio/Explosão Poluição do

Ar (Meio Ambiente)

Tanques/Depósitos Muito alta

(NETO & PASQUALETTO, 2000)

5.2.10 Dutos

A inserção de dutos pode ocasionar impactos socioambientais que

necessitam de uma avaliação de modo a adotar estratégias de gestão para garantir

maior confiabilidade, sendo o transporte de dutos a forma mais econômica e segura

se tratando de petróleo e seus derivados, nesta atividade pode se observar

vazamentos, condições operacionais inseguras, entre outros. (BRITO, 2008)

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Verifica-se na área de estudo transpassando os municípios de Coruripe,

Jequiá da Praia e São Miguel dos Campos gasodutos instalados do tipo

transferência denominado Furado / Robalo e transporte chamado Cosmópolis - Pilar,

ambos com gás natural. O município de São Miguel dos Campos ainda possui mais

uma área de gasoduto do tipo transferência com gás natural, nomeado SMC -12/

CSMC-17.

O impacto gerado é significativo principalmente em áreas de restinga, onde

são observados ecossistemas litorâneos, a instalação de duto pode produzir

supressão da vegetação comprometendo toda a diversidade do meio. Em dutos

licenciados e /ou em operação no país, destacam-se os seguintes impactos

(MALHEIROS, 2002 apud FERREIRA et al. 2005):

• Impactos ao meio antrópico: geração de empregos; incremento sobre a receita tributária; alteração no cotidiano da população; geração de expectativas; aumento do conhecimento técnico-científico e fortalecimento da indústria petrolífera; redução do tráfego marítimo de navios aliviadores; pressão sobre a infraestrutura de serviços; geração de conflitos entre as atividades (pesca turismo e lazer); pressão sobre o tráfego rodoviário; pressão sobre a infraestrutura de transporte rodoviário; pressão sobre a infraestrutura de disposição final de resíduos sólidos e oleosos; interferência no patrimônio histórico e arqueológico; interferências com as atividades de pesca devido à contaminação da biota; pressão sobre a infraestrutura de transporte marítimo e intensificação do tráfego marítimo (em caso de vazamentos); intensificação do tráfego aéreo para apoio no controle de vazamentos de óleo; pressão sobre a infraestrutura portuária; interferências com aglomerações humanas situadas na trajetória da dispersão do óleo e contaminantes e/ou de explosões de gás. • Impactos ao meio biótico: alteração das áreas de reprodução de aves e quelônios; alteração das comunidades bentônica, nectônica e planctônica e pelágica; alteração da biota marinha; alteração da biota terrestre; alterações nas comunidades de aves marinhas; interferências com áreas de reprodução (Quelônios, aves e estoques pesqueiros); interferências com lagoas costeiras e áreas alagadas; interferências com áreas de restingas; interferências com áreas de manguezal e estuários. • Impactos ao meio abiótico: alteração da qualidade da água; alteração da qualidade do ar; alterações na qualidade do solo e/ou sedimentos; ressuspensão de sedimentos.

5.2.11 Produção de madeira para celulose e papel.

De acordo com as informações do IBGE, 2010, os dados relacionados aos

municípios que possuem produtoras de madeira para celulose e papel são parte

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integrante da edição Comemorativa do Simpósio Global de Implementação em

Restauração de Paisagens Florestais (Global Implementation Workshop on Forest

Landscape Restoration Petrópolis, Brazil, 2005), sendo de responsabilidade do

Programa Nacional de Florestas - MMA/SBF. O Programa Nacional de Florestas

(PNF) tem como objetivo promover o uso equilibrado e a conservação das florestas

brasileiras.

Considerando a produção de madeira para celulose e papel, podemos

destacar a importância da utilização do Eucalyptus, gênero de plantas com flor da

família Myrtaceae que agrupa as espécies conhecida pelo nome de eucalipto para o

processo de produção da celulose de fibra curta, e o Pinus, nome das árvores

pertencentes à família Pinaceae, conhecida comumente por pinheiro, utilizado como

insumo para produção de celulose de fibra longa, painéis de madeira e na indústria

moveleira.

Através da análise dos layers da RBSM, observa-se no município de

Coruripe, a produção de madeira para celulose e papel denominada Polo foz do São

Francisco. Para essa respectiva atividade, uma opção é a plantação de eucalipto

que na literatura, é fonte de consideráveis discussões sobre seus impactos no

ambiente, pois há estudos de seus possíveis danos e também de suas vantagens na

produção.

Em síntese, os efeitos ambientais adversos do plantio de eucalipto mais

ressaltados por aqueles que se posicionam contrariamente a ele são: a retirada de

água do solo, tornando o balanço hídrico deficitário, com o rebaixamento do lençol

freático e até o secamento de nascentes; o empobrecimento de nutrientes no solo,

bem como seu ressecamento; a desertificação de amplas áreas, pelos efeitos

alelopáticos sobre outras formas de vegetação e a consequente extinção da fauna

(VIANA, 2004). No entanto, pesquisadores como VITAL, 2007, ressalta que os

efeitos do eucalipto estão relacionados a uma série de circunstâncias, tais como:

1. As condições prévias ao plantio.

De fato, plantios desenvolvidos em áreas degradadas, com solos de baixa

fertilidade, na presença de erosão ou em áreas de pastagens, por exemplo, geram

impactos positivos sobre diversas variáveis ambientais, a saber: elevação da

fertilidade do solo (oriunda da queda das folhas, matéria orgânica, sobre o solo),

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60

redução do processo erosivo e aumento da biodiversidade (existem mais espécies

de flora e fauna em florestas de eucalipto do que em pastagens ou em monocultivos

de cana-de-açúcar ou soja, por exemplo).

2. O regime hídrico da região.

De acordo com os artigos analisados, apenas em regiões de pouca chuva,

abaixo de uma faixa de 400 mm/ano, o eucalipto poderia acarretar ressecamento do

solo. Ou seja, os impactos sobre lençóis freáticos, pequenos cursos d´água e bacias

hidrográficas dependem da região em que se insere a plantação (e também da

distância entre as plantações e a bacia hidrográfica e da profundidade do lençol

freático).

3. O bioma de inserção da atividade silvicultura.

Os impactos sobre a biodiversidade local também dependem do bioma e da

condição prévia da região onde a floresta será implantada. Implantadas em áreas de

florestas nativas, como as de mata atlântica, as plantações acarretam redução da

biodiversidade. Implantada, por outro lado, numa região de savana, ou mesmo numa

região que anteriormente era coberta com mata atlântica, mas que foi desmatada, a

floresta exótica acarreta aumento da biodiversidade da flora e fauna locais.

4. As técnicas de manejo empregadas.

Diferentes técnicas de manejo podem acarretar impactos bastante distintos.

Se no momento da colheita, por exemplo, galhos, folhas e cascas são deixados no

local, parte dos nutrientes retirados pela árvore é devolvida ao solo. A manutenção

dessa matéria orgânica auxilia também na redução do processo erosivo.

Atualmente, devido ao conhecimento técnico acumulado, as empresas do setor

florestal desenvolvem plantações sob a forma de mosaicos, intercalando faixas de

florestas nativas com as plantações (conhecidas por “corredores ecológicos” ou,

ainda, por “corredores biológicos”). Essas plantações em mosaico permitem a

interligação entre o habitat natural e a floresta plantada e constitui um corredor entre

fragmentos de floresta, impacto ambiental de florestas de eucalipto natural,

permitindo a passagem de animais e ampliando, assim, o habitat disponível à fauna

local.

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5. A integração da população local.

A atividade de silvicultura com eucaliptos não exclui do sítio onde é realizada

a possibilidade de outras formas consorciadas de produção. Com maior

espaçamento entre as árvores, empresas brasileiras do setor têm mostrado ser

possíveis não só o cultivo de diferentes grãos (milho, girassol e culturas de

subsistência) nos primeiros anos de plantio, mas também a criação de gado (de

corte e leite) em meio às plantações, quando as árvores já estão mais crescidas.

Isso amplia o espectro de alcance econômico das plantações, aumentando o

número de produtos obteníveis a partir da floresta (assim como o número de

empregos gerados) e possibilita melhor aproveitamento do solo.

Outras discussões ainda apontam que captação e absorção de CO2 e O2,

basicamente, o eucalipto necessita captar componentes do ar, para realizar,

respectivamente, duas importantes atividades metabólicas: a fotossíntese e a

respiração, sendo que a fotossíntese necessita, ainda, da água retirada do solo. Em

conjunto, essas atividades metabólicas alimentam um ciclo completo da água que,

após precipitar-se sobre o solo, é sugada pelas raízes, evaporada de volta para a

atmosfera, precipitando-se novamente sobre o solo. (VITAL, 2007).

Portanto, tratando do consumo de água, não significa que o eucalipto,

necessariamente, seca o solo da região onde se insere ou, tampouco, impacta,

negativamente, os lençóis freáticos. Isso porque o ressecamento do solo em

florestas de eucalipto depende não somente do consumo de água pelas plantas,

mas também da precipitação pluviométrica da região de cultivo. Davidson, 1993

apud Vital, 2007, aponta que, somente em áreas de precipitação pluviométrica

inferior a 400 mm/ano, o eucalipto pode acarretar ressecamento do solo – ao utilizar

as reservas de água nele contidas. Em regiões de maior volume pluviométrico,

portanto, as plantações de eucalipto, por receberem mais água do que aquilo que

consomem, não levaria ao ressecamento do solo.

Por fim, é necessário enfatizar que não se defende a substituição de florestas

nativas por florestas plantadas, por todos os fatores já mencionados, mas sim a

implantação de florestas de eucalipto em áreas onde a floresta nativa já foi

derrubada, em áreas de pastagens ou em áreas degradadas, o que – além de

garantir o suprimento de uma matéria-prima essencial para a sociedade – pode

gerar melhoria do regime hídrico, do solo, da biodiversidade, enfim, do meio

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ambiente. (VITAL, 2007). Portanto, na área de estudo se obteve informações

insuficientes para maior detalhamento do grau de impacto dessas plantações,

porém, é primordial a avaliação desses possíveis impactos para que se tenha

posteriormente uma gestão adequada da região.

5.2.12 Aproveitamento da Área Mineral.

Na região também se verifica área de relevante interesse mineral, mais

precisamente nos municípios de São Miguel dos Campos, Barra de São Miguel e em

Coruripe. Segundo dados do MMA – IBGE 2010, tais áreas são definidas pela

presença comprovada de depósitos ou jazidas minerais, ou pelo alto potencial

geológico reconhecido para esses bens, tem como vocação natural o

aproveitamento de recursos minerais. Por serem relativamente raras, localizadas,

econômicas ou potencialmente valiosas, as matérias-primas minerais que nela

ocorrem ou venham a serem descobertas constituem-se em vetores de

desenvolvimento local, regional e nacional. Pode conter ou estar contida em uma ou

mais províncias minerais e abranger diversos distritos minerais e aglomerados

produtivos locais de base mineral.

De acordo com FARIAS, 2002, atividades antrópicas podem causar impactos

principalmente no uso do solo e subsolo, e a mineração é uma delas, contudo outros

problemas são apontados, como a poluição da água, do ar, poluição sonora e

subsidência do terreno. Efeitos no ambiente provocando alterações, conflitos de uso

do solo como a possibilidade de contaminação do lençol freático e erosão do solo,

geração de áreas degradadas removendo a flora e deslocando a micro e

macrofauna local e transtornos ao tráfego urbano, resultam em divergências com a

comunidade local.

A mineração é um dos setores básicos da economia do país, contribuindo de

forma decisiva para o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida das presentes e

futuras gerações, sendo fundamental para o desenvolvimento da sociedade, desde

que seja operada com responsabilidade social, estando sempre presentes os

preceitos do desenvolvimento sustentável, por isso se faz necessário mesmo com

informações insuficientes da área de impacto, essa análise para a possibilidade de

ocorrência na região.

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5.2.13 Risco Social, Natural (à inundação) e Tecnológico da Zona Costeira

e Marinha.

Fundamentado no Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha do Brasil

(2008), publicado pelo MMA, as informações associadas ao risco social estão

relacionadas à análise de carência de domicílios, coleta de lixo e esgotamento

sanitário. Quando ao risco natural ou à inundação, corresponde ao grau de risco

considerando a densidade populacional e o modelamento do terreno em função das

condições oceanográficas como nível do mar, erosão e ondas. Por fim, o risco

tecnológico apresenta potencial poluidor das indústrias, o tipo, fontes de energia e

atividades petrolíferas, ou seja, é feito uma avaliação tanto da probabilidade de

eventos críticos de curta duração com amplas consequências, como explosões,

vazamentos ou derramamentos de produtos tóxicos, além da contaminação em

longo prazo dos sistemas naturais por lançamento e deposição de resíduos do

processo produtivo.

Através do estudo dos layers apresentados na RBSM, é observado risco

social baixo nos municípios de Barra de São Miguel e Roteiro e risco de grau médio

em Coruripe e São Miguel dos Campos, porém é importante observar que nestes

dados, o município de Jequiá da Praia pertencia ao município de São Miguel dos

Campos. Considerando o risco natural, os municípios de Barra de São Miguel,

Coruripe e Roteiro, apresentam áreas de risco com grau baixo e médio, enquanto

que Jequiá da Praia e São Miguel dos Campos encontram - se em risco médio.

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Figura 13 - Mapa de Indicadores de Pressão na RBSM.

Analisando o risco tecnológico, há uma metodologia segundo MMA, onde é

considerado o número de empregados nas indústrias por município em relação ao

potencial poluidor do tipo de indústria. A definição de potencial poluidor seguiu a

metodologia proposta pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) –

Ministério do Trabalho (2002), conforme tabela abaixo:

Quadro 13 - Relação do potencial poluidor com os tipos de Indústrias no Brasil

Fonte: MMA, 2002.

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Considerando as informações obtidas dos layers da região em estudo pelo

Software Arc Gis, coletou-se o percentual de estimativa da população por subdistrito

(conforme IBGE, 2006), conferindo uma noção de quantidade de pessoas

potencialmente afetadas por um acidente que envolva risco tecnológico. Tal fator é

associado às diversas fases da atividade produtiva, desde a extração de insumos

até a circulação de produtos.

Analisando a tabela, a região demonstra pouco impacto de risco tecnológico

no ano de referência dos dados, indicando risco representativamente alto nos

municípios de Coruripe (21,42%) e São Miguel dos Campos (21,38%).

Tabela 1 - Estimativa da População potencialmente afetada pelo Risco Tecnológico na RBSM

Fonte: Adaptado do IBGE (2006).

5.3 Indicadores de Estado: Ativos Ambientais.

O mapa a seguir demonstra a aplicação dos planos de informação: Biomas e

Ecorregiões; Baleia Jubarte, Pétreis, Tartaruga Marinha Eretmochelys imbricata e

Espécies de Corais, que são os ativos ambientais presentes na Região de Barra de

São Miguel.

Municípios Muito Alto Alto Médio Baixo

Barra de

São Miguel 0,09 % 0,09% 0 3,08%

Coruripe 0 21,42% 0,02% 0,63%

Jequiá da

Praia - - - -

Roteiro 0 0,63 0 0

São Miguel

dos

Campos

0,51% 21,38% 0,07% 0,54%

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Figura 14 - Mapa de Distribuição dos ativos ambientais presentes na RBSM.

Os biomas e ecorregiões, além de serem ativos ambientais, possuem funções

reguladoras, locacionais e produtivas. Sendo, portanto, atributos ecossistêmicos,

que são o resultado da inter-relação das diversas funções (MACHADO, 2015).

Conforme o MMA, o estudo de biomas e ecorregiões são definidos pelo World

Wildlife Fund Conservation Science como áreas relativamente grandes de terra ou

água contendo um conjunto característico de comunidades naturais que

compartilham uma grande maioria de suas espécies, dinâmicas e condições

ambientais. Este conjunto de dados contém todas as ecorregiões terrestres, que

incluem as do Global 200. As ecorregiões globais 200, são uma coleção dos

habitats terrestres, de água doce e marinhos mais destacados e diversos da Terra,

onde a riqueza biológica da Terra é mais distinta e rica, onde sua perda será mais

severamente sentida, devendo proteger e presevervar se o intuito é manter a teia da

vida.

Observando as camadas de dados no Software ArcGis, o mapa com as

informações em relação as ecorregiões, contém três níveis de classificação:

Domínio, Bioma e Província. Logo, no município de Coruripe e Jequiá da Praia

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verifica-se bioma e ecorregião denominado caatinga, e por todos os municípios em

estudo, ocorre também bioma tropical e domínio biogeográfico neotropical passando

pela província Serra do Mar.

Considera-se a nordeste da região de Barra de São Miguel, há ocorrência de

tartaruga marinha, a espécie Eretmochelys imbricata, onde se localiza área de

alimentação evidenciada por telemetria.

Figura 15 – Fotografia da Tartaruga Marinha Eretmochelys imbricata (Linnaeus 1766).

Fonte: Site PlanetVet3

A espécie Eretmochelys imbricata conhecida também como tartaruga de

pente ou de bico, é considerada a mais tropical entre todas as tartarugas marinhas e

está distribuída entre as regiões do Atlântico Central e do Indo-Pacífico. Habita

preferencialmente recifes de coral e águas costeiras rasas e ocasionalmente águas

profundas. Essa tartaruga se distingue de outras por apresentar características

como: cabeça estreita, dois pares de escamas pré-frontais e um bico, parecido com

um de falcão para buscar alimento nos recifes de corais. Além destas, sua carapaça

é de cor castanha - amarelado e possui quatro placas laterais imbricando-se como

telhas. (Marcovaldi & Marcovaldi, 1985 apud Henry et al. 2006).

Outro indicador é a presença de Baleia Jubarte, onde na região considera-se

área secundária para conservação. A espécie tem como nome científico Megaptera

novaeangliae, que está relacionado ao local onde foi descrita pela primeira vez e por

apresentar “grandes asas”. Esses animais se deslocam para as águas tropicais do

litoral brasileiro com o objetivo de se reproduzir, concentrando o berço reprodutivo

em Abrolhos, região costeira do sul da Bahia.

3 Site PlanetVet. Disponível em: < http://planetvet.com.br/animal/tartaruga-de-pente/> Acesso em

Julho. 2017

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Figura 16 – Fotografia de Baleia Jubarte – Megaptera novaeangliae.

Fonte: site Alagoas 24 horas4

Todos os corais apresentados no quadro nº 04 se encontram abrangendo

toda a região em estudo. Abaixo se observa imagens de algumas dessas espécies:

Figura 17 – Fotografia de espécies de corais presentes na RBSM.

Siderastrea stellata Madracis decactis Siderastrea radians.

Constata-se também na área de estudo, os Pétreis da família Procellariidae,

que são aves migratórias importantes para manutenção da biodiversidade dos

oceanos, ocorrendo à reprodução em ilhas distantes e a buscar por alimento na

costa brasileira. Entre as aves, é o grupo mais ameaçado de extinção, um grande

risco para os animais é a ocorrência de pesca de espinhel, tratando-se de uma

técnica industrial, que utiliza como isca o mesmo alimento consumido pelas aves.

4 Site Alagoas 24 horas. Disponível em: http://www.alagoas24horas.com.br/424574/governo-anuncia-

saida-de-77-especies-animais-do-risco-de-extincao/ Acesso em Julho. 2017

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Figura 18 – Fotografia de Pétreis – Família Procellariidae.

Fonte: ARKIVE

5.3.1 Características da RBSM.

O estudo da região aponta uma importância biológica alta, com considerável

potencial para o turismo ecológico. Abaixo, evidenciam-se as características quanto

à biodiversidade presente em cada município:

Coruripe: Apresenta a APA – Área de Proteção Ambiental Marituba do Peixe.

Características: ocorrência de espécies de aves como Furriel-do-nordeste

(Caryothraustes canadensis frontalis), Chupa-dente-de-máscara (Conopophaga

melanops nigrifrons), Pica-pau anão dourado (Picumnus exilis pernambucensis),

Patinho-do-nordeste (Platyrinchus mystaceus niveigularis) e Papa-taoca-da-Bahia

(Pyriglena atra).

Já abrangendo a área Pontal do Coruripe destacam-se Praias; recifes;

manguezais; área urbana e ocorrência de peixe-boi-marinho (Trichechus manatus).

E na área Foz do São Francisco, há uma significativa área de dunas e restingas

para as quais são registradas algumas espécies de lagartos endêmicas da Mata

Atlântica setentrional (Coleodactylus natalensis, Dryadosaura nordestina); alagados;

vegetação nativa (restinga e Mata Atlântica); Pesca artesanal; reprodução de várias

espécies de peixes.

Na área do Banco do Peba, observa-se banco de fanerógamas e áreas de

quelônios; ocorrência de peixe-boi-marinho (Trichechus manatus). E abrangendo os

municípios de Coruripe, Jequiá da Praia e Roteiro, há o Baixios de Dom Rodrigo,

com faixa de mar ao lado do Pontal do Coruripe e ao sul de RESEX Marinha da

Lagoa do Jequiá; recifes de coral; bancos de camarão; pradarias de fanerógamas

marinhas; ocorrência de peixe-boi marinho (Trichechus manatus) espécie

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criticamente ameaçada; Beleza cênica; ainda bem preservada; turismo ecológico

(mergulho).

A APA Costa dos Corais, com importância biológica extremamente alta, tem

como característico talude continental; alta declividade; área ecótone; presença de

cânions e paleocanais; ocorrência de tubarões do gênero Squalus e Mustelus;

ocorrência de Lopholatilus villarii, Urophycis mystacea e Epinephelus niveatus;

organismos com potencial farmacológico; linhas de pesquisa científica; existência da

REMANE (Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos no Nordeste).

São Miguel dos Campos: Apresenta a área de Santa Isabel onde é classificado

com importância biológica alta.

Características: Ocorrência de Macaco-prego-galego (Cebus queirozi); aves:

Pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa), Chauá (Amazona rodocorhytha), Pintassilgo-

baiano (Carduelis yarrellii), Chupa-dente-de-máscara (Conopophaga melanops

nigrifrons), Udu-de-coroa-azul-do-nordeste (Momotus momota), barranqueiro-do-

nordeste (Automolus leucophthalmus lammi), Arapaçu-pardo-do-nordeste

(Dendrocincla fuliginosa taunayi).

Roteiro e Barra de São Miguel: Apresentam a APA Santa Rita e RESEC

manguezais da lagoa do roteiro com importância biológica alta.

Na área de Pratagy, tem como característica zona costeira ao longo de

Maceió; área prioritária do Peixe-boi-marinho (Trichechus manatus); APA estadual;

presença de manguezal e Mata Atlântica; local onde há captação de água para o

abastecimento de Maceió.

5.3.2 Ativos Ambientais – Ecossistemas principais

As paisagens predominantes são constituídas por várias lagunas costeiras,

campos de dunas, cordões litorâneos com vegetações de restinga e tabuleiros. A

planície, da qual fazem parte as lagoas são de formação recente (Quaternário).

Próximo às lagoas, observam-se os tabuleiros costeiros pertencentes à formação

Barreiras. Devido à grande drenagem que formam as lagoas, as vertentes abruptas

dão origem a ravinas.

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Os principais ecossistemas encontrados na região são: Recifes, manguezais,

restingas, praias, dunas, estuários e lagoas. Considerados como ecossistemas

costeiros, são responsáveis pela manutenção da produtividade pesqueira das

populações litorâneas.

Figura 19 – Fotografia de manguezal e praias com área de restinga em Barra de São Miguel.

Fonte: Sites - Guia Viajar melhor 5 e Visite o Brasil

6.

Figura 20 – Fotografia da lagoa do município de Roteiro

Fonte: AVIESP7

5.3.3 Ativos Ambientais – Funções do Ecossistema

A rede hídrica é extremamente rica na região e as lagoas armazenam parte

desse potencial. O sistema de drenagem, por outro lado, facilita o carreamento de

agrotóxicos e produtos utilizados no cultivo de cana-de-açúcar. O intenso

desmatamento da Mata Atlântica tem facilitado esse carreamento.

5 Site Guia Viajar Melhor. Disponível em: < https://guiaviajarmelhor.com.br/lugares-para-conhecer-em-

barra-de-sao-miguel-alagoas/ > Acesso em Julho. 2017. 6 Site Visite o Brasil. Disponível em: < https://www.visiteobrasil.com.br/nordeste/alagoas/lagoas-e-

mares-do-sul/fotos/barra-de-sao-miguel> Acesso em Julho. 2017 7 Site AVIESP. Disponível em: https://aviesp.com/2015/03/09/4-lagoas-imperdiveis-em-maceio/

Acesso em Julho. 2017.

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Outra importante função do ecossistema é representada pelos manguezais,

que é um sistema ecológico costeiro tropical, dominado por espécies vegetais

típicas, localizado entre a terra e o mar. Neste ecossistema encontram-se

associados componentes vegetais e animais, representados por organismos que se

adaptaram as diferentes condições ambientais, incluindo terreno baixo junto à costa,

em regiões estuarinas, localizado nas desembocaduras de rios, no interior de baías

e lagunas. Possuem grande importância para a manutenção e o sustento do

equilíbrio ecológico da cadeia alimentar das regiões costeiras, é transformador de

matéria orgânica, resultando na ciclagem dos nutrientes. Além disso, apresentam

boas condições para alimentação, proteção e reprodução de espécies aquáticas.

(UFAL, 2005)

As praias por sua vez, são um ecossistema que depende principalmente do

acúmulo de areia, pedras, seixos ou conchas, que são depositados nas regiões

baixas do terreno, na interface terra-água. Seus limites estendem-se desde a linha

da maré baixa até o ponto mais alto da maré, delimitados por mudança de material

formador ou por expressão fisiográfica, como uma falésia ou linha de vegetação

permanente. Por representar o encontro das águas do mar com o continente, sua

importância está associada à proteção da linha de costa, onde ocorrem fenômenos

naturais de avanços e recuos do mar. Dependendo da hidrodinâmica local, pode

existir elevada concentração de biomassa, pela presença de inúmeros organismos

como bivalves, crustáceos e outros invertebrados, além de peixes da zona de

arrebentação e até mesmo aves migratórias, que compõem a cadeia trófica marinha,

muitos destes usados pelo homem para consumo. As praias são amplamente

utilizadas pela população como áreas de lazer, passeios pela areia e pesca

esportiva. Estas atividades devem ser ordenadas para que todos possam usufruir os

muitos quilômetros de praias que o estado possui, como os passeios motorizados,

saída e chegada de embarcações (barcos, lanchas, jangadas) (UFAL, 2005).

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Figura 21 – Fotografia de Rhizophorae mangle ou mangue-vermelho.

Créditos: M. D. Correia

Quadro 14 - Funções do ecossistema da Região de Barra de São Miguel

Quadro 15 - Legenda - Funções do ecossistema da Região de Barra de São Miguel.

5.3.4 Ativos Ambientais - Produtos do Ecossistema

Produção de coco;

Extrativismo de ostras nos mangues;

Captura de diversas espécies de peixes nas lagoas e costas adjacentes;

Turismo ecológico

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Quadro 16 - Produtos do ecossistema da Região de Barra de São Miguel

Quadro 17 – Legenda - Produtos do ecossistema da Região de Barra de São Miguel.

5.3.5 Ativos Ambientais – Atributos do Ecossistema

Entre os atributos dos ecossistemas está a grande beleza cênica, que serve

de base para crescente turismo e construções de veraneio. Na região também existe

imensa diversidade cultural, representada por jangadeiros e populações afro-

brasileiras.

Figura 22 – Fotografia de exemplos de Atributos do Ecossistema presentes na RBSM.

Praia Pontal do Coruripe Oficina de artesanato Igreja de Santana em Barra de São Miguel.

Fonte: Portal São Francisco 8

8 Site Portal de São Francisco. Disponível em: < http://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/alagoas

> Acesso em Julho. 2017

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Quadro 18 - Atributos do ecossistema da Região de Barra de São Miguel.

Quadro 19 - Legenda - Atributos do Ecossistema

5.3.6 Atividades Econômicas

Monocultura da cana-de-açúcar, que ocupa os tabuleiros;

Plantações de coco;

Pesca artesanal e extração de moluscos, principalmente ostras de mangue;

Turismo, com número crescente de casas de veraneio.

5.3.7 Principais Impactos Ambientais na região de estudo:

Poluição dos rios e lagoas por vinhoto e agrotóxicos;

Degradação de dunas, restingas e margens das lagoas por ocupação turística

desordenada;

Poluição por esgotos domésticos;

Pesca predatória;

Erosão do solo pelo desmatamento e ocupação pela monocultura de cana-de-

açúcar.

Algumas espécies presentes na área podem ser encontradas na lista

vermelha da IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza e dos

Recursos Naturais, ou seja, estão vulneráveis aos impactos no meio ambiente,

havendo a possibilidade de extinção, conforme a figura 23:

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Figura 23 – Fotografia de espécies ameaçadas da RBSM.

Eretmochelys imbricata Megaptera novaeangliae Trichechus manatus

Criticamente em perigo Pouco preocupante Categoria Vulnerável

Porites branneri Meandrina brasiliensis Pyriglena atra

Quase ameaçada Pouco preocupante Em perigo

5.3.8 Conflitos de uso

Os principais conflitos de uso apontados no quadro nº 20 são entre donos de

monoculturas de cana-de-açúcar e pescadores/pequenos produtores rurais,

especuladores imobiliários e moradores/usuários das lagoas.

Quadro 20 - Conflitos de uso na Região de Barra de São Miguel

Legenda: P = Presente.

Analisando atualmente a região, é possível ainda encontrar estes conflitos de

uso, porém há diversas outras ameaças que se destacam como possibilidades de

causar impactos ou danos ambientais.

Compreendendo os municípios de Barra de São Miguel e Roteiro, a presença

de usinas de cana-de-açúcar, lançamentos de efluentes domésticos, desmatamento,

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queimadas, ocorrência de espécies invasoras e o tráfego de embarcação

desordenado, são ameaças atuais na área da Praia de Pratagi.

Já avaliando no momento atual o município de São Miguel dos Campos,

observam-se conflitos como a expansão agrícola sem controle ambiental, expansão

da área urbana desordenada, projetos de infraestrutura, ameaça de caça e tráfico de

animais e desmatamento, fragmentação extrema das matas que atualmente é

constituída por ilhas de florestas, poluição causada por descarga de dejetos das

usinas sucroalcooleiras, falta de saneamento básico, carcinicultura e a introdução de

espécies exóticas.

São observadas ameaças como, por exemplo, desenvolvimento de atividades

pesqueiras não sustentáveis (sobre pesca), descarte de água de lastro como vetor

de introdução de espécies exóticas e capturas incidentais de quelônios na APA

Costa dos Corais em Coruripe.

Abrangendo os municípios de Coruripe, Jequiá da Praia e Roteiro, observa-se

a área Baixios de Dom Rodrigo com ameaça de falta de fiscalização da pesca de

arrasto, erosão costeira, poluição do Rio Coruripe, lançamento de efluentes

domésticos, presença de espécies exóticas e tráfego de embarcações desordenado.

Conflitos como o uso de agrotóxicos, erosão, desmatamento, barragem na

várzea de Marituba, irrigação indiscriminada de água para uso, introdução de

espécies exóticas, lançamento de efluentes domésticos e tráfego de embarcação

desordenado são observados no Foz do São Francisco em Coruripe. Ameaças já

descritas em trabalhos anteriores permanecem ainda na região como a expansão

agrícola sem controle ambiental, expansão de ocupação de turismo/lazer sem

controle ambiental e projetos de infraestrutura. Já em Pontal do Coruripe, a

expansão da área urbana, o uso de agrotóxicos nos canaviais que descem pelo rio

Coruripe, presença de espécies exóticas, lançamento de efluentes e o trafego

desordenado, também ocorrem nessa região de estudo.

5.3.9 Indicadores de Estado: Condições Ambientais.

A descrição e análise dos indicadores que correspondem ao estado das

condições ambientais, ou seja, demonstrando a quantidade e qualidade dos

recursos naturais presentes na Região de Barra de São Miguel.

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5.3.10 Relevo, Solo e Precipitação anual média.

Na representação do mapa da área de estudo, observa-se relevo bem

diversificado. No município de São Miguel dos Campos, possui planícies marinhas,

fluviomarinhas com domínio morfológico de depósitos sedimentares inconsolidados

do Terciário e/ou Quaternário. E alcançando toda a região e consequentemente

todos os municípios que compõem a área de estudo, verifica-se relevo denominado

tabuleiros costeiros com domínio morfológico de bacias e coberturas sedimentares,

além de apresentar também coberturas sedimentares litorâneas.

Assim como na representação do relevo, a área possui diversificação como

podemos visualizar no mapa, apresentando solo podzólico distrófico com saturação

de Na+ de 6 a 15%, latossolo amarelo distrófico, abrangendo solos com fragipã ou

duripã que são a base de sustentação do lençol freático. Entretanto, ocorrem

situações onde o lençol freático se aprofunda, devido aos processos de

entalhamento do relevo relacionados a processos tectônicos, deixando os fragipãs e

duripãs expostos a um ambiente oxidante (UCHA, 2002; 2010).

5.3.11 Potencial agrícola

Segundo informações do IBGE 2002, os dados classificam o território de

acordo com a potencialidade agrícola dos solos, levando em conta fatores como:

fertilidade, características físicas e morfológicas, principais limitações e topografia.

A região apresenta potencial agrícola com topografia montanhosa escarpada

com fertilidade muito baixa, pois é visto alta salinidade, profundidade reduzida além

da presença de pedregosidade ou rochosidade com textura arenosa. Observado o

município de São Miguel dos Campos, verificam-se boa característica agrícola, mas

ainda com baixa fertilidade do solo, possuindo topografia plana e suave ondulada,

com limitação demonstrando baixa disponibilidade de nutrientes e excesso de

alumínio.

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Figura 24 - Mapa de Aptidão agrícola, Rodovias e Solos na RBSM.

5.3.12 Ottobacias hidrográficas

A partir da Lei 9.433/97, definiu-se a bacia hidrográfica como a unidade

territorial para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação

do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos. A Divisão Hidrográfica

Nacional (DHN) foi instituída pela Resolução do CNRH N° 32, de 15 de outubro de

2003, e é composta por 12 Bacias Hidrográficas.

A área em estudo apresenta precipitação anual média entre os municípios

que a compõe variando entre 1600 mm a 1900 mm, sendo compreendida por duas

regiões hidrográficas, são elas: Costeira do Atlântico Sul e Costeira do Nordeste

Oriental de acordo com PNRH demonstra Região Hidrográfica Atlântico Nordeste

Oriental, passando pelo Atlântico – trecho norte/nordeste, abrangendo mais de uma

dezena de pequenas bacias costeiras, caracterizadas pelas pequenas extensões e

vazão de seus corpos d’água, apresenta ainda uma área de 286 802 km²,

equivalente a 3,3% do território brasileiro.

Esta região hidrográfica contempla os biomas Mata Atlântica, Caatinga e

fragmentos dos biomas costeiros e insulares, observando uma das maiores

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evoluções da ação antrópica sobre a vegetação nativa - a caatinga foi devastada

pela pecuária que invadiu os sertões; e a área ocupada pelo bioma mata atlântica

(zona da mata) foi desmatada para a implantação da cultura canavieira; enquanto o

extrativismo vegetal voltado para exploração do potencial madeireiro representa uma

das atividades de maior impacto sobre o meio ambiente.

Figura 25 - Mapa de Clima - Indicador de estado da RBSM.

5.3.13 Polo foz do São Francisco (Polo de ecoturismo)

A atividade turística em que os aspectos naturais e paisagísticos constituem-

se com principal atrativo, onde há a oportunidade de conhecer e apreciar a natureza.

(MALTA; COSTA 2009, apud SOUSA et al. 2015). Vários segmentos do turismo

oferecem atividades na natureza, no entanto, quando se observa educação

ambiental, participação das comunidades locais, mínimo impacto, sustentabilidade,

esse turismo se caracteriza como Ecoturismo (PIRES, 1998 apud SOUSA et al.

2015). Segundo Neiman et al. 2010, apud SOUSA et al. 2015, o ecoturismo tem por

base três elementos: a garantia da conservação ambiental, a educação ambiental e

os benefícios às comunidades receptoras.

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O potencial eco turístico em Alagoas se predomina desde semiárido ao litoral,

é um Estado que apresenta variações topográficas e de umidade, e suas

consequentes características ecológicas, possibilitam unir as paisagens em

diferenciados ecossistemas como a caatinga, a mata atlântica e a zona costeira

(SALLES, 1995 apud BARROS & SANTOS, 2014).

O município de Coruripe possui polo de ecoturismo denominado Polo Foz do

São Francisco onde está localizada a APA Marituba do Peixe. O local apresenta

uma área de influência de 185, 56 km² sendo considerada a maior área alagada do

Estado com uma importante relevância de diversidade biológica e um grande

potencial para o turismo de observação de aves (Orniturismo), umas das

modalidades da atividade do ecoturismo.

A sustentabilidade em local de ecoturismo é um ponto essencial, pois se

considera um ambiente menos antropizado, onde sem essa visão, o ecoturismo se

torna explorador de todos os recursos do ambiente, o qual, quando degradado,

resulta exatamente o problema que busca combater (SONAGLIO, 2006 apud

SOUSA et al. 2015). Portanto, o ambiente se apresenta como uma alternativa de

desenvolvimento, no entanto, mal planejado, pode gerar impactos prejudiciais na

área.

5.3.14 Aptidão Climática

A aptidão climática tem por objetivo apresentar suas classes detalhando a

média da precipitação e temperatura, a umidade relativa, com o índice e o déficit

hídrico, bem como pelos tipos de clima presentes na área em estudo. (IBGE, 2001)

Observa-se na região uma análise diversificada, ocorrendo municípios

relacionados a determinado clima como, por exemplo, Barra de São Miguel e

Roteiro, que demonstram temperatura média em torno de 20º a 27ºC, precipitação

de 1500 mm – 2350 mm, com umidade entre 78 e 90% resultando em clima úmido,

tropical ou subtropical. Já os municípios de Jequiá da Praia de São Miguel dos

Campos, a temperatura média é semelhante à Barra de São Miguel e Roteiro, mas a

precipitação fica em torno de 1000 mm a 1700 mm com umidade entre 70 a 80% e

clima subúmido úmido, tropical ou subtropical. E quanto ao município de Coruripe, o

clima também alcança São Miguel dos Campos, apresentando a mesma

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temperatura entre 20º a 27ºC, porém a precipitação está entre 700 mm a 1300 mm e

umidade de 65 a 76%, com clima subúmido seco, tropical ou subtropical.

5.3.15 Rodovias

Rodovias são estruturas complexas que tem como objetivo principal servir

como via de transporte terrestre para pessoas e cargas. É impossível imaginar a

civilização atual sem estradas; por meio delas são transportadas as safras agrícolas

e os insumos necessários para produzi-las. (BANDEIRA & FLORIANO, 2004)

A representação da extensão de rodovias na região é ampla, apresentando

pontos e inter-relação entre todos os municípios, logo é importante considerar que, a

pavimentação pode aumentar o processo de ocupação e degradação das áreas.

Abaixo, observa-se na tabela a administração e tipos de rodovia na região:

Tabela 2 - Representação das rodovias presentes na RBSM

Municípios Administração Tipo

Barra de São Miguel Estadual Pavimentada

Coruripe Estadual Pavimentada

Jequiá da Praia Estadual e Federal Leito Natural e Pavimentada

Roteiro Estadual Leito Natural e Pavimentada

São Miguel dos Campos Estadual e Federal Pavimentada

Fonte: Elaborado pela autora.

5.3.16 Vegetação

A RBSM em sua vegetação apresenta os biomas caatinga e mata atlântica. A

caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e se caracteriza por apresentar

forte presença de arbustos com galhos retorcidos e com raízes profundas que

costumam perder, quase que totalmente, as folhas em épocas de seca (propriedade

usada para evitar a perda de água por evaporação), o solo da caatinga apresenta

baixa fertilidade, além de ser pedregoso. Segundo MMA, apresenta imenso potencial

para a conservação de serviços ambientais, uso sustentável e bioprospecção que,

se bem explorado, será decisivo para o desenvolvimento da região e do país. Já o

bioma mata atlântica, é um dos biomas mais ricos do mundo em espécies da flora e

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da fauna, apresenta uma variedade de formações, engloba um diversificado

conjunto de ecossistemas florestais com estrutura e composições florísticas bastante

diferenciadas, acompanhando as características climáticas da região onde ocorre.

Figura 26 – Fotografia dos biomas Caatinga e Mata Atlântica.

Fonte: Site da Assembléia Legislativa Alagoas9 e Jornal Alagoas Boreal

10.

Figura 27 - Mapa de Indicadores de estado na RBSM: Sede Municipal, Rodovias, Relevo e Vegetação.

9 Site da Assembléia Legislativa Alagoas. Disponível em:

<http://www.al.al.leg.br/comunicacao/noticias/projeto-de-lei-visa-proteger-o-bioma-caatinga > Acesso em Julho. 2017 10 Site Jornal Alagoas Boreal. Disponível em:

<http://alagoasboreal.com.br/editoria/789/sustentabilidade/alagoas-diminui-em-88porcento-o-indice-de-cortes-na-mata-atlantica> Acesso em Julho. 2017.

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Observando a figura 27, os municípios apresentam vegetação variada que

correspondem a sistemas ecológicos importantes como é visto em Coruripe, onde

ocorre a floresta estacional semidecidual do tipo mata caducifólia com vegetação

secundária e atividades agrícolas. Além desta, ocorre também área das formações

pioneiras com atividade agrícola e área de tensão ecológica, onde há contatos entre

tipos de vegetação do tipo estepe – floresta estacional. Quanto aos municípios de

Barra de São Miguel, Jequiá da Praia, Roteiro e São Miguel dos Campos, verifica-se

floresta ombrófila aberta do tipo floresta de transição, com vegetação secundária e

atividade agrícola.

Abaixo, segue a descrição de cada sistema fisionômico-ecológico de

classificação da vegetação brasileira proposto por Fundação IBGE (2012) e Veloso

et al. (1991) e presente na região em estudo:

Floresta estacional semidecidual:

O conceito ecológico deste tipo de vegetação está condicionado à dupla

estacionalidade climática. Ocupam ambientes que transitam entre a zona úmida

costeira e o ambiente semiárido. Daí porque esta vegetação também é conhecida

como “mata seca”. Quase que totalmente substituída pela cana-de-açúcar e culturas

diversas, esta formação vegetal apresenta um porte em torno de 20 metros (estrato

mais alto) e apresenta, como característica importante, uma razoável perda de

folhas no período seco, notadamente no estrato arbóreo, situando-se,

ordinariamente, entre 20% e 50%.

Figura 28 – Fotografia: Floresta Estacional Semidecidual.

Fonte: Associação de Preservação do Meio Ambiente11

11 Disponível em: <http://www.apremavi.org.br/mata-atlantica/paisagens-da-mata/> Acesso em Julho.

2017

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85

Floresta estacional – Estepe:

Tipo de vegetação submetida à dupla estacionalidade, fisiologia provocada

pelo frio das frentes polares e outra seca, mais curta, com déficit hídrico. Apresenta

as seguintes faciações: estepe arborizada, estepe parque (campo sujo ou parkland),

e estepe gramíneo-lenhosa (campo limpo).

Figura 29 – Esquema de floresta estacional – Estepe.

Fonte: Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE (2012).

Floresta Ombrófila aberta:

Considerado um tipo de transição da floresta ombrófila densa, caracterizando-

se por gradientes climáticos com mais de 60 dias secos e vegetação mais aberta,

sem a presença de árvores que fechem as copas no alto. Possui quatro faciações

florísticas: com cipó, com palmeiras, com bambu e com sororoca (Phenakosperma

guyanensis). Está presente em pequenas áreas onde predominam solos do tipo

Latossolo Vermelho-amarelo e depressões rasas e mais ou menos circulares dos

terrenos pré-cambrianos arrasados, geralmente encharcados na época das grandes

chuvas.

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86

Figura 30 – Fotografia: Floresta Ombrófila Aberta.

Fonte: Associação de Preservação do Meio Ambiente12

5.3.17 Domicílios Particulares Permanentes

A avaliação dos domicílios particulares permanentes tem por objetivo,

considerar o domicílio que serve exclusivamente à habitação e observando a data

de referência, serviu de moradia a uma ou mais pessoas. (IBGE, 2011)

A pesquisa avaliou os anos de 2000 e 2010 e verificou que todos os

municípios da região aumentaram seus percentuais de domicílios particulares

permanentes, exceto Jequiá da Praia, que apresenta valor apenas para o ano de

2010, já que nos anos 2000 ainda não se tinha estudo por ser município originado

de 1995.

O município de Barra de São Miguel é o que apresenta maior percentual de

moradias no ano 2000 com 85% e São Miguel dos Campos é o mais populoso com

96,83% em 2010. Enquanto que Coruripe tem menor índice em 2000 com 46,78% e

Jequiá da Praia com 27,29% no ano de 2010.

12 Disponível em: <http://www.apremavi.org.br/mata-atlantica/paisagens-da-mata/> Acesso em Julho.

2017

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87

Figura 31 - Gráfico - Domicílios Particulares Permanentes dos municípios da Região de Barra de São Miguel. Fonte: Elaborado pela autora.

"Se a universalização da rede de abastecimento de água, coleta de

esgoto e de manejo de resíduos sólidos constitui parâmetro mundial

de qualidade de vida já alcançado em grande parte dos países mais

ricos, no Brasil a desigualdade verificada no acesso da população a

esses serviços ainda constitui o grande desafio posto ao Estado e à

sociedade em geral nos dias atuais" (IBGE, 2011).

5.3.18 Percentual de Domicílios com acesso à água encanada

De acordo com o IBGE, analisar o acesso à água encanada por uma rede

geral de distribuição de abastecimento é de extrema importância, pois está

relacionado às condições de higiene e saúde. Compreender este indicador é estudar

a qualidade de vida da população e acompanhar as políticas públicas para melhoria

dessas condições de saneamento ambiental.

Pode-se observar abaixo, o percentual de domicílios com acesso à rede geral

de abastecimento de água encanada em cada município nos anos 2000 e 2010 da

Região de Barra de São Miguel, verificando crescimento contínuo no período

analisado.

No ano 2000, os municípios de Roteiro seguido de Coruripe foram os que

apresentaram menor percentual na rede geral urbana, com 29,48% e 41,26%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

100

Barra de São

Miguel - AL

Coruripe - AL

Jequiá da Praia

- AL

Roteiro - AL

São Miguel

dos Campos

- AL

Domicílios Particulares Permanentes (Percentual)

Ano 2000

Ano 2010

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88

respectivamente. Enquanto que Barra de São Miguel e São Miguel dos Campos

apontaram maiores índices com 82,64% e 65,65% respectivamente.

Considerando o ano de 2010, os percentuais de domicílios abastecidos por

rede geral de água são maiores nos municípios de São Miguel dos Campos com

93,86% e Barra de São Miguel com 87,27%. Já Coruripe e Roteiro apresentaram os

menores valores, com 80,08% e 78,39%.

Não é considerado índice para o município de Jequiá da Praia no ano 2000,

pois este teve origem somente em 1995. Entretanto, no ano de 2010 obteve baixo

percentual com 25,9% de acesso à água encanada.

Figura 32: Gráfico - Percentual dos domicílios com acesso à rede geral de água encanada nos municípios da Região de Barra de São Miguel. Fonte: Elaborado pela autora.

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Barra de São Miguel Coruripe Jequiá da Praia Roteiro São Miguel dos Campos

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Percentual de domicílios com acesso à rede geral de água encanada

Ano 2000

Ano 2010

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89

Figura 33 - Mapa de Distribuição do Abastecimento de Água na RBSM.

5.3.19 Percentual de Domicílios com acesso a esgotamento sanitário

O acesso a esgotamento sanitário está classificado como rede geral de

esgoto ou pluvial que segundo o IBGE, ocorre quando a canalização das águas

servidas e dos dejetos, proveniente do banheiro ou sanitário, estava ligada a um

sistema de coleta que os conduzia a um desaguadouro geral da área, região ou

município, mesmo que o sistema não dispusesse de estação de tratamento da

matéria esgotada.

Na figura 34, verifica-se o percentual de domicílios com acesso à

esgotamento sanitário nos municípios em estudo, ou seja, avaliou o percentual de

domicílios com acesso a rede geral de esgoto ou pluvial.

A análise demonstra um quadro preocupante, pois o percentual é baixo no

ano de 2010, variando de 0,07 % (Jequiá da Praia) a 3,51% (Roteiro). Enquanto que

os maiores valores são vistos no ano 2000: São Miguel dos Campos (51,97%),

Roteiro (51,12%) e Barra de São Miguel (15,07%). No entanto, Coruripe apresenta

baixos valores para ambos os anos: 2,42% em 2000 e 3,06 em 2010.

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90

O percentual baixo do último censo representando o acesso à esgotamento

sanitário é preocupante, pois evidencia outras formas de escoadouro como fossas,

vala, rios, lagos, causando impactos consideráveis ao ambiente, além de causar

condições inadequadas de higiene e saúde.

Figura 34: Gráfico - Percentual dos domicílios com acesso à esgotamento sanitário nos municípios da Região de Barra de São Miguel. Fonte: Elaborado pela autora.

Nesta análise, não foi elaborado mapa comparando o ano de 2000 e 2010,

pois a região apresentou inconsistência dos dados, visto que houve uma

incompatibilidade de informações em relação a implementação do programa de

esgotamento sanitário e seus percentuais em fontes de pesquisa e mostrou

considerável divergência nos percentuais no ano de 2000 e 2010 neste estudo.

Optou-se então, por não representar no mapa tais dados e informações.

5.3.20 Percentual de Domicílios com acesso à coleta de lixo

Analisar o acesso à coleta de lixo, de acordo com o IBGE é verificar o destino

do lixo proveniente dos domicílios que pode ser coletado diretamente por serviço de

limpeza ou em caçamba de serviço de limpeza, aqueles que não apresentam

resultado satisfatório de coleta, pode ter o destino inadequado como em queimadas,

enterrado na propriedade, jogado em terreno ou rio, lago e mar. Portanto, a coleta

de lixo é de extrema importância para evitar impactos ambientais, pois podem

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Barra de São Miguel Coruripe Jequiá da Praia Roteiro São Miguel dos Campos

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Percentual de domicílios com acesso à esgotamento sanitário

Ano 2000

Ano 2010

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causar más condições de saúde, higiene como o aumento de doenças, além de

contaminação do solo e lençóis freáticos, sendo utilizado pelo Macrodiagnóstico da

Zona Costeira e Marinha do Brasil (2008) como indicador de índice de criticidade de

gestão dos municípios costeiros do Brasil.

Observa-se na figura 35 o percentual contínuo de domicílios nos municípios

da região de estudo, onde Coruripe apresentou menor percentual urbano de coleta

de lixo (38,67%) e Barra de São Miguel demonstrou maior índice com 84,36%,

ambos no ano 2000. Já em 2010, Jequiá da Praia exibiu menor índice com 25,73%

e São Miguel dos Campos o maior, com 96,01%.

Figura 35: Gráfico - Percentual dos domicílios com acesso à coleta de lixo nos municípios da Região de Barra de São Miguel. Fonte: Elaborado pela autora.

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Barra de São Miguel Coruripe Jequiá da Praia Roteiro São Miguel dos Campos

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Percentual de domicílios com acesso à coleta de lixo

Ano 2000

Ano 2010

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92

Figura 36 - Mapa de Coleta de Lixo nos anos 2000 e 2010 na RBSM.

5.4 Indicadores de Resposta: Região Barra de São Miguel.

5.4.1 Áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e Região

Nordeste da Mata Atlântica.

O mapa figura 37, retrata os layers de informação da área em estudo para

Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade e Região Nordeste da Mata

Atlântica.

As informações para o estudo foram extraídas do estudo Áreas e Ações

Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios

da Biodiversidade da Zona Costeira e Marinha do Brasil do MMA (2006). Já os

dados georreferenciados foram coletados online no site do MMA.

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93

Figura 37 - Mapa das Unidades de Conservação, Importância Biológica e Prioridade de ação na RBSM.

Os municípios da área em estudo apresentam dados importantes como ações

prioritárias para conservação da biodiversidade:

Coruripe: Apresenta a APA Marituba do Peixe com importância biológica alta.

Como ação prioritária destaca se:

- Incentivo a criação de RPPN;

- Plano de manejo;

- Criação de corredores ecológicos.

Áreas: Pontal do Coruripe, Banco do Peba, Baixios de Dom Rodrigo (abrange os

municípios de Coruripe, Jequiá da Praia e Roteiro) com importância biológica

extremamente alta, apresentam como ações prioritárias:

- Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro;

- Implementação de políticas locais/regionais para turismo de observação do peixe-

boi.

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94

Área: Foz do São Francisco apresenta importância biológica alta. Ações

Prioritárias:

- Apoio às comunidades locais, indígenas e não indígenas, no processo de

recognição de seus conhecimentos e práticas tradicionais de manejo da diversidade

biológica;

-Orientação e estímulo à distribuição de benefícios derivados do uso comercial dos

componentes da diversidade biológica;

-Zoneamento ecológico-econômico costeiro;

-Implementação de políticas locais/regionais para turismo de observação do peixe-

boi.

Área: Baixios de Dom Rodrigo, abrange os municípios de Coruripe, Jequiá da

Praia e Roteiro. Apresenta importância biológica muito alta.

Área: Talude da APA Costa dos Corais com importância biológica extremamente

alta. Prioridades de ação:

- Estudo da viabilidade de criação de UCs, de áreas de exclusão/restrição de pesca

e de exploração de algas;

- Manutenção dos corredores de biodiversidade e fluxo gênico dos organismos

recifais entre a Província Caribenha e a Brasileira

- Ordenamento e monitoramento pesqueiro.

Jequiá da Praia: Área da RESEX marinha da lagoa de Jequiá - Proteção de uso

sustentável com importância biológica extremamente alta.

São Miguel dos Campos: Apresenta a área de Santa Isabel onde é classificado

com importância biológica alta. Ações prioritárias:

- Incentivo a criação de UC;

- Programa de reintrodução de mutum de Alagoas (Mitu mitu);

- Alternativas econômicas para população local (viveiros de mudas).

Roteiro e Barra de São Miguel: Apresentam a APA Santa Rita e RESEC

manguezais da lagoa do roteiro com importância biológica alta. Ações Prioritárias:

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95

- Criação de RPPN;

- Reflorestamento;

- Implementação de políticas locais/regionais para turismo de observação do peixe-

boi.

5.4.2 Áreas prioritárias para conservação na RBSM.

O mapa a seguir consta os planos de informação para a conservação de Restingas, Quelônios, Estuários, Recifes, Peixes e Elasmobrânquios.

Figura 38 - Mapa das Áreas Prioritárias para Conservação de Restingas, Quelônios, Estuários, Recifes, Peixes e Elasmobrânquios na RBSM.

Os dados da região foram coletados através de estudos das Áreas e Ações

Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios

da Biodiversidade da Zona Costeira e Marinha do Brasil realizado pelo MMA (2006).

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96

6. CONCLUSÃO

O estudo demonstrando os ativos ambientais presente na zona costeira da

Região de Barra de São Miguel foi relevante para exibir como as condições do meio

em pleno equilíbrio, são de grande importância para a população local e para o

ecossistema.

A atualização dos dados populacionais com o passar dos anos, assim como a

identificação desses ativos com o uso de pesquisas e ferramentas de

geoprocessamento, viabilizou a observação de diversas informações apresentando

o atual estado do ambiente em estudo. Dessa forma, se torna perceptível a

elaboração de métodos para proteção e conservação de toda a área e sua

biodiversidade.

O referido trabalho definiu as pressões na Região de Barra de São Miguel e

apontou que o aumento contínuo da população através das análises de densidade

populacional, taxa de crescimento e número de domicílios, tal como a presença de

instalações como aeródromos, dutos, usinas termelétricas e siderúrgicas, pode

resultar em maiores consequências de impacto na área. Visto que, o estado de

acesso a esgotamento sanitário, água encanada e coleta de lixo é preocupante, pois

há variações entre os municípios, sem demonstrar um quadro confiante e

equilibrado.

Foram definidas também, as respostas ao ambiente como área prioritária para

conservação da biodiversidade e Região Nordeste da Mata Atlântica, identificando

unidades de conservação com importância biológica variando de extremamente alta

– alta. Logo, estes indicadores são consideráveis para a área, no entanto, se mostra

necessário, o pleno acompanhamento e fiscalização das ações para a efetiva

prevenção e preservação do meio e de seus recursos naturais.

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