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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIRO Secretaria de Controle Interno e Auditoria Prestação de Contas 2014 Exercício 2013

Prestação de Contas 2014 Exercício 2013 · natureza de responsabilidade em conformidade com a in tcu nº 63/2010, art. 10 membro de diretoria ou ocupante de cargo de direÇÃo

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TTRRIIBBUUNNAALL RREEGGIIOONNAALL EELLEEIITTOORRAALL DDOO RRIIOO DDEE JJAANNEEIIRROO

SSeeccrreettaarriiaa ddee CCoonnttrroollee IInntteerrnnoo ee AAuuddiittoorriiaa

Prestação de Contas 2014

Exercício 2013

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

3

Conteúdo (art. 2º da Decisão Normativa nº 132/2013):

I – ROL DE RESPONSÁVEIS ............................................................................................................ 5

II – RELATÓRIOS E PARECERES DE INSTÂNCIAS OBRIGADAS A SE PRONUNCIAREM SOBRE AS CONTAS OU SOBRE AGESTÃO, CONFORME ANEXO III (ITENS 1, 2 E 6) .......................................................................................10

III – RELATÓRIO DE AUDITORIA DE GESTÃO 2014 ....................................................................................14

III.1 - INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 14

III.2 - CONFORMIDADE DAS PEÇAS................................................................................................................ 15

III.3 - AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS DA GESTÃO................................................... 16

III.4 - AVALIAÇÃO DOS INDICADORES INSTITUÍDOS PELO TRE-RJ .......................................................................... 25

III.5 - AVALIAÇÃO DE GESTÃO DE PESSOAS..................................................................................................... 36

III.5.1 - OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO SOBRE ADMISSÃO, REMUNERAÇÃO, CONCESSÃO DE APOSENTADORIAS EPENSÕES (ITEM 4, B PARTE 1) ...........................................................................................................................................36

III.5.2 - OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO SOBRE CESSÃO E REQUISIÇÃO DE PESSOAL (ITEM 4, B, PARTE 2) ......................37

III.5.3 - CONSISTÊNCIA DE CONTROLES INTERNOS ADMINISTRATIVOS RELACIONADOS À GESTÃO DE PESSOAS EQUALIDADE DO CONTROLE PARA IDENTIFICAR E TRATAR AS ACUMULAÇÕES ILEGAIS DE CARGOS (ITEM 4, “C” E “E”) ..39

III.5.4 - TEMPESTIVIDADE E QUALIDADE DOS REGISTROS PERTINENTES NO SISTEMA CONTÁBIL E NOS SISTEMASCORPORATIVOS OBRIGATÓRIOS (ITEM 4, D) ...................................................................................................................42

III.5.5 - AÇÕES E INICIATIVAS DA UNIDADE JURISDICIONADA PARA A SUBSTITUIÇÃO DE TERCEIRIZADOS IRREGULARES,INCLUSIVE QUANTO AO ESTÁGIO E QUALIDADE DE EXECUÇÃO DO PLANO DE SUBSTITUIÇÃO AJUSTADO COM OMINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO (ITEM 4, F) ....................................................................................................................44

III.6 - AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE COMPRAS E CONTRATAÇÕES ............................................................................ 45

III.6.1 - REGULARIDADE DOS PROCESSOS LICITATÓRIOS E DAS CONTRATAÇÕES, POR AMOSTRAGEM (ITEM 6, A) .........45

III.6.2 - QUALIDADE DOS CONTROLES INTERNOS ADMINISTRATIVOS RELACIONADOS À ATIVIDADE DE COMPRAS ECONTRATAÇÕES EM TODAS AS SUAS ETAPAS (ITEM 6, C) ..............................................................................................47

III.7 - AVALIAÇÃO SOBRE A GOVERNANÇA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) ..................................................... 49

III.8 - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E SUFICIÊNCIA DOS CONTROLES INTERNOS ADMINISTRATIVOS INSTITUÍDOS PELO TRE-RJ,COM VISTAS A GARANTIR QUE SEUS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS SEJAM ATINGIDOS ........................................................ 58

III.9 - SITUAÇÕES NÃO CONTEMPLADAS NOS TÓPICOS PREVISTOS NA DECISÃO NORMATIVA TCU Nº 132/2013 QUE AFETAM OJULGAMENTO DA GESTÃO DE RESPONSÁVEIS ARROLADOS NO PROCESSO DE CONTAS .................................................. 85

III.9.1 - CONSTRUÇÃO DA NOVA SEDE DO TRE-RJ .........................................................................................................86

III.9.2 - CONSTRUÇÃO DO FÓRUM ELEITORAL DE RIO BONITO......................................................................................98

III.9.3 - ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS E FORNECIMENTO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS.................................................107

III.10 - CONCLUSÃO................................................................................................................................. 117

IV – CERTIFICADO DE AUDITORIA ................................................................................................ 120

V – PARECER DO DIRIGENTE DA UNIDADE DE CONTROLE INTERNO ........................................................ 122

ANEXO I .........................................................................................................................................................128

ANEXO II ........................................................................................................................................................138

ANEXO III .......................................................................................................................................................150

ANEXO IV .......................................................................................................................................................154

ANEXO V ........................................................................................................................................................158

4

5

I – ROL DE RESPONSÁVEIS

UNIDADE GESTORA: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROGESTÃO: 2013

AGENTE: NOME: LUIZ ZVEITER CPF: ............................... NATUREZA DERESPONSABILIDADE emconformidade com a IN TCUnº 63/2010, art. 10

DIRIGENTE MÁXIMO DA UNIDADE JURISDICIONADA

CARGO OU FUNÇÃO: DESEMBARGADOR PRESIDENTEDESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:Data Ato/nº/ano: Data: Ato/nº/ano Data início À data fim

21/03/2011 Termo de Posse nº120, de 21/3/11

30/01/2013 Término dobiênio em 30/1/13

21/03/2011 30/01/2013

ENDEREÇORESIDENCIAL : ...............................

MUNICÍPIO: ............ CEP: .................. UF: ... e-mail:

AGENTE: NOME: LETÍCIA DE FARIA SARDAS CPF: :..............................

NATUREZA DERESPONSABILIDADE emconformidade com a IN TCUnº 63/2010, art. 10

DIRIGENTE MÁXIMO DA UNIDADE JURISDICIONADA

CARGO OU FUNÇÃO: DESEMBARGADORA PRESIDENTEDESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À data fim

31/01/2013 Termo de Posse nº132, de 31/1/2013

29/11/2013Término debiênio em29/11/2013

31/01/2013 29/11/2013

ENDEREÇORESIDENCIAL ........................................

MUNICÍPIO: ............ CEP: ............. UF: ..... e-mail:

AGENTE: NOME: BERNARDO MOREIRA GARCEZ NETO CPF: ...........................

NATUREZA DERESPONSABILIDADEem conformidade com a INTCU nº 63/2010, art. 10

DIRIGENTE MÁXIMO DA UNIDADE JURISDICIONADA (ASSUMIU INTERINAMENTE APRESIDÊNCIA NA CONDIÇÃO DE VICE-PRESIDENTE)

CARGO OU FUNÇÃO: DESEMBARGADOR VICE-PRESIDENTEDESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À data fim 30/11/2013 1º/12/2013ENDEREÇORESIDENCIAL ..........................................................

MUNICÍPIO: ............ CEP: ............... UF: ..... e-mail:

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

6

AGENTE: NOME: EDSON AGUIAR DE VASCONCELOS CPF: ..........................

NATUREZA DERESPONSABILIDADEem conformidade com a INTCU nº 63/2010, art. 10

DIRIGENTE MÁXIMO DA UNIDADE JURISDICIONADA (ASSUMIU A VICE-PRESIDÊNCIAINTERINAMENTE NA CONDIÇÃO DE MEMBRO SUBSTITUTO)

CARGO OU FUNÇÃO: DESEMBARGADOR VICE-PRESIDENTE (INTERINO)DESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À data fim 31/01/2013 17/02/2013ENDEREÇORESIDENCIAL ......................................................................

MUNICÍPIO: ............ CEP: ............... UF: ..... e-mail:

AGENTE: NOME: BERNARDO MOREIRA GARCEZ NETO CPF: ........................... NATUREZA DERESPONSABILIDADEem conformidade com a INTCU nº 63/2010, art. 10

DIRIGENTE MÁXIMO DA UNIDADE JURISDICIONADA (SUBSTITUTO)

CARGO OU FUNÇÃO: DESEMBARGADOR VICE-PRESIDENTEDESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À data fim

18/02/2013Termo de Posse nº135, de 18/02/2013 1º/12/2013

Tomou possecomo Presidente(Termo de Possenº 145)

18/02/2013 1º/12/2013

ENDEREÇORESIDENCIAL ................................................

MUNICÍPIO: .......... CEP: .............. UF: ...... e-mail:

AGENTE: NOME: EDSON AGUIAR DE VASCONCELOS CPF: ...........................

NATUREZA DERESPONSABILIDADEem conformidade com a INTCU nº 63/2010, art. 10

DIRIGENTE MÁXIMO DA UNIDADE JURISDICIONADA (SUBSTITUTO)

CARGO OU FUNÇÃO: DESEMBARGADOR VICE-PRESIDENTEDESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À data fim

02/12/2013 Termo de Posse nº146, de 02/12/2013 02/12/2013

ENDEREÇORESIDENCIAL ...........................................

MUNICÍPIO: ............. CEP: ............. UF: ..... e-mail:

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

7

AGENTE: NOME: REGINA CÉLIA MUNIZ DA SILVA HICKMANDOMENICI CPF: ..........................

NATUREZA DERESPONSABILIDADE emconformidade com a IN TCUnº 63/2010, art. 10

MEMBRO DE DIRETORIA OU OCUPANTE DE CARGO DE DIREÇÃO NO NÍVEL DEHIERARQUIA IMEDIATAMENTE INFERIOR E SUCESSIVO AO DO DIRIGENTE MÁXIMO DAUNIDADE JURISDICIONADA

CARGO OU FUNÇÃO: DIRETORA-GERAL

DESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:

Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À datafim

23/03/2011Ato GP nº 233/2011,publicado no DJE-TRE/RJ em 23/03/2011

02/05/2013

Ato GP nº292/2013,publicado noDJE-TRE/RJ em2/5/2013.

23/03/2011 1º/5/2013

ENDEREÇORESIDENCIAL ...............................................

MUNICÍPIO: ............. CEP: ............... UF: ......... e-mail:

AGENTE: NOME: HELGA TEIXEIRA PITTHAN ESPÍNDOLA CPF: ...........................

NATUREZA DERESPONSABILIDADE emconformidade com a IN TCUnº 63/2010, art. 10

MEMBRO DE DIRETORIA OU OCUPANTE DE CARGO DE DIREÇÃO NO NÍVEL DEHIERARQUIA IMEDIATAMENTE INFERIOR E SUCESSIVO AO DO DIRIGENTE MÁXIMO DAUNIDADE JURISDICIONADA

CARGO OU FUNÇÃO: DIRETORA-GERAL

DESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:

Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À data fim

02/05/2013Ato GP nº 294/2013,publicado no DJE-TRE/RJ em 02/05/2013

02/12/2013

Ato GP nº625/2013,publicado noDJE-TRE/RJ em2/12/2013

02/05/2013 1º/12/2013

ENDEREÇORESIDENCIAL ..................................................

MUNICÍPIO: ............ CEP: ................ UF: ........ e-mail:

AGENTE: NOME: ADRIANA FREITAS BRANDÃO CORREIA CPF: ............................

NATUREZA DERESPONSABILIDADE emconformidade com a IN TCUnº 63/2010, art. 10

MEMBRO DE DIRETORIA OU OCUPANTE DE CARGO DE DIREÇÃO NO NÍVEL DEHIERARQUIA IMEDIATAMENTE INFERIOR E SUCESSIVO AO DO DIRIGENTE MÁXIMO DAUNIDADE JURISDICIONADA

CARGO OU FUNÇÃO: DIRETORA-GERAL

DESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:

Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À datafim

03/12/2013Ato GP nº 634/2013,publicado no DJE doTRE-RJ em 03/12/2013.

03/12/2013

ENDEREÇORESIDENCIAL ..............................................

MUNICÍPIO: ............. CEP: .................... UF: ...... e-mail:

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

8

AGENTE: NOME: ELIZABETH RIGHETTI MORAIS CPF: .................... NATUREZA DERESPONSABILIDADEem conformidade com aIN TCU nº 63/2010, art.10

MEMBRO DE DIRETORIA OU OCUPANTE DE CARGO DE DIREÇÃO NO NÍVEL DE HIERARQUIAIMEDIATAMENTE INFERIOR E SUCESSIVO AO DO DIRIGENTE MÁXIMO DA UNIDADEJURISDICIONADA (SUBSTITUTO)

CARGO OU FUNÇÃO: DIRETORA-GERAL SUBSTITUTADESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À data fim

13/09/2011 Memorando DG nº142, de 13/09/2011

*** *** 13/09/2011 03/02/2013

ENDEREÇORESIDENCIAL .........................................

MUNICÍPIO: ............. CEP: ................ UF: ..... e-mail:

AGENTE: NOME: HELGA TEIXEIRA PITTHAN ESPÍNDOLA CPF: ............................ NATUREZA DERESPONSABILIDADEem conformidade com aIN TCU nº 63/2010, art.10

MEMBRO DE DIRETORIA OU OCUPANTE DE CARGO DE DIREÇÃO NO NÍVEL DE HIERARQUIAIMEDIATAMENTE INFERIOR E SUCESSIVO AO DO DIRIGENTE MÁXIMO DA UNIDADEJURISDICIONADA (SUBSTITUTO)

CARGO OU FUNÇÃO: DIRETORA-GERAL SUBSTITUTADESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À data fim

18/02/2013Memorando DG nº26/2013, de18/02/2013.

*** *** 18/02/2013 1º/05/2013

ENDEREÇORESIDENCIAL .............................................................

MUNICÍPIO: .............. CEP: .................. UF: ..... e-mail:

AGENTE: NOME: LUIZ CLAUDIO REGAÇO DA SILVA CPF: ............................ NATUREZA DERESPONSABILIDADEem conformidade com aIN TCU nº 63/2010, art.10

MEMBRO DE DIRETORIA OU OCUPANTE DE CARGO DE DIREÇÃO NO NÍVEL DE HIERARQUIAIMEDIATAMENTE INFERIOR E SUCESSIVO AO DO DIRIGENTE MÁXIMO DA UNIDADEJURISDICIONADA (SUBSTITUTO)

CARGO OU FUNÇÃO: DIRETOR-GERAL SUBSTITUTODESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À data fim

16/08/2013 Memorando DG nº232/2013, de16/08/2013.

*** *** 22/07/2013 02/08/2013

ENDEREÇORESIDENCIAL ...........................................................................

MUNICÍPIO: ............... CEP: ................. UF: .... e-mail:

9

AGENTE: NOME: LUIZ CLAUDIO REGAÇO DA SILVA CPF: ............................. NATUREZA DERESPONSABILIDADEem conformidade com aIN TCU nº 63/2010, art.10

MEMBRO DE DIRETORIA OU OCUPANTE DE CARGO DE DIREÇÃO NO NÍVEL DE HIERARQUIAIMEDIATAMENTE INFERIOR E SUCESSIVO AO DO DIRIGENTE MÁXIMO DA UNIDADEJURISDICIONADA (SUBSTITUTO)

CARGO OU FUNÇÃO: DIRETOR-GERAL SUBSTITUTODESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À data fim

16/08/2013 Memorando DG nº233/2013, de16/08/2013.

*** *** 16/08/2013 06/10/2013

ENDEREÇORESIDENCIALMUNICÍPIO: .......... CEP: ............. UF: ..... e-mail:

AGENTE: NOME: ALEXANDER MORAES ROCHA CPF: ........................... NATUREZA DERESPONSABILIDADEem conformidade com aIN TCU nº 63/2010, art.10

MEMBRO DE DIRETORIA OU OCUPANTE DE CARGO DE DIREÇÃO NO NÍVEL DE HIERARQUIAIMEDIATAMENTE INFERIOR E SUCESSIVO AO DO DIRIGENTE MÁXIMO DA UNIDADEJURISDICIONADA (SUBSTITUTO)

CARGO OU FUNÇÃO: DIRETOR-GERAL SUBSTITUTODESIGNAÇÃO: DOCUMENTO: EXONERAÇÃO DOCUMENTO: PERÍODO GESTÃO:Data Ato/nº/ano Data Ato/nº/ano Data início À data fim

07/10/2013 Memorando DG nº266/13, de 07/10/2013. *** *** 07/10/2013 28/11/2013

ENDEREÇORESIDENCIAL ........................................................................

MUNICÍPIO: ............ CEP: ................ UF: ..... e-mail:

*** Não foram informados os documentos de exoneração dos Diretores-Gerais substitutos, haja vistareferirem-se aos Atos de exoneração dos respectivos Cargos em Comissão, no caso, Secretários.Ressalte-se que as datas finais de PERÍODO DE GESTÃO informadas coincidem com as datas deexoneração destes Cargos ocupados.

10

COGEACoordenadoria de Controle de

Gestão e Auditoria

COCEPCoordenadoria de Contas

Eleitorais e Partidárias

II – RELATÓRIOS E PARECERES DE INSTÂNCIAS OBRIGADAS A SEPRONUNCIAREM SOBRE AS CONTAS OU SOBRE A GESTÃO, CONFORME ANEXO III(ITENS 1, 2 E 6)

Item 1 – Informações sobre a unidade de controle interno e suas atividades.

a) Demonstração de como a área de auditoria interna está estruturada, como é feita a escolha

do titular e qual o posicionamento da unidade de auditoria na estrutura da unidade

jurisdicionada.

A Secretaria de Controle Interno e Auditoria – SCI está diretamente subordinada à

Presidência deste Tribunal e conta com duas Coordenadorias, uma de Controle de Gestão e

Auditoria – COGEA e outra de Contas Eleitorais e Partidárias – COCEP.

A escolha do titular do cargo de Secretário de Controle Interno e Auditoria é realizada

pela Presidência do Tribunal.

À Coordenadoria de Controle de Gestão e Auditoria – COGEA incumbe a execução das

auditorias com o auxílio de suas duas seções (uma de controle na gestão administrativa –

SEGADM e outra de controle na gestão de recursos humanos – SECGER), o que ocasiona

acúmulo de atribuições diferenciadas sobre um quadro reduzido de pessoal, tendo em vista

não possuir em sua estrutura seção específica para realização de auditorias.

Em razão do histórico de atuação da COGEA, que se concentrava na realização de atos

de controle prévio, a equipe atualmente integrante, que foi bastante modificada no exercício

de 2013, não estava capacitada para a realização de auditorias operacionais e de avaliação de

controles internos, gestão de riscos e de indicadores, conforme identificado no Acórdão TCU nº

821/2014 – Plenário.

SCISecretaria de Controle

Interno e Auditoria

SEGADMSeção de Controle na

GestãoAdministrativa

SECGERSeção de Controle naGestão de Recursos

Humanos

SEACONSeção de

Análise de Contas

SESORISeção de

Suporte e Orientação

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

11

Por tal motivo, e diante da necessidade de realizar as avaliações constantes dos itens 3,

4, alínea “c”, 6, alínea “c”, e 11 do Anexo IV da DN TCU nº 132/2013, foi solicitado à

administração do TRE/RJ, no início de 2014, a capacitação dos servidores da SCI, mediante

contratação, para realização in company, dos cursos de avaliação de indicadores e de

avaliação de controles internos. Porém, os cursos só foram ministrados em maio e julho deste

ano, respectivamente, acarretando atraso na execução das referidas auditorias.

Quanto ao curso de gestão de riscos, o mesmo foi ofertado pelo Conselho Nacional de

Justiça – CNJ, em parceria com o TCU, tendo sido capacitados nos meses de maio e agosto

deste ano oito servidores da SCI do TRE/RJ.

Destaque-se, ainda, que foram apresentadas, no final do exercício de 2013, minutas de

Ato, Resolução e Manuais de Auditoria e de Monitoramento, com o objetivo de adequar a

atuação desta unidade de controle interno às boas práticas recomendadas na Meta CNJ nº 16,

no parecer SCI/CNJ nº 02/2013 e pelo TCU. Tais minutas já estão alinhadas, inclusive, às

recomendações do Acórdão TCU nº 821/2014 – Plenário.

Recentemente foi aprovada a Resolução TRE/RJ nº 900/2014, que trata da atuação da

auditoria interna, restando as demais minutas pendentes de aprovação.

b) Avaliação da capacidade de os controles internos administrativos identificarem, evitarem e

corrigirem falhas e irregularidades, bem como de minimizarem riscos inerentes aos

processos relevantes.

No ano de 2014, realizou-se auditoria de avaliação de controles internos – nível

entidade, cujos resultados encontram-se detalhados no tópico III.8 do Relatório de Auditoria de

Gestão.

Em nível atividade avaliaram-se os seguintes processos, constando seus resultados dos

tópicos III.5.3 e III.6.2, do referido Relatório.

a) Gestão de pessoas: identificação de acumulação de cargos, empregos e funções

públicas; inclusão de aposentadoria em folha de pagamento; inclusão de pensão em

folha de pagamento e o processo de elaboração do Plano Anual de Capacitação;

b) Atividades de compras e contratações: processo de compra de materiais e contratação

de serviços.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

12

c) Descrição das rotinas de acompanhamento e de implementação das recomendações da

auditoria interna.

No exercício de 2013 não havia nesta Unidade de Controle rotina de acompanhamento

quanto à implementação das recomendações da auditoria interna.

Todo início de ano esta Secretaria realizava um levantamento das recomendações

realizadas no exercício anterior e solicitava às unidades que informassem as medidas que

haviam sido adotadas.

A partir do início deste ano, foi implementada rotina de solicitar às unidades auditadas

que encaminhem plano de ação indicando as medidas a serem adotadas para fins de

atendimento às recomendações realizadas por esta Secretaria.

d) Informações sobre a existência ou não de sistemática e de sistema para monitoramento dos

resultados decorrentes dos trabalhos da auditoria interna

Atualmente não se utiliza sistema informatizado para monitoramento dos resultados

decorrentes dos trabalhos da auditoria interna.

Apesar disso, esta Secretaria apresentou à Administração deste Tribunal, no final do

exercício de 2013, minuta de Manual de Monitoramento, ainda pendente de aprovação, na qual

está prevista a inserção do planejamento anual de monitoramento no Plano Anual de Auditoria

– PAA.

Tal planejamento será elaborado com base nos planos de ação apresentados pelas

unidades auditadas.

e) Informações sobre como se certifica de que a alta gerência toma conhecimento das

recomendações feitas pela auditoria interna e assume, se for o caso, os riscos pela não

implementação de tais recomendações.

Os Relatórios de Auditoria, no exercício de 2013, eram encaminhados à Diretoria-Geral

deste Tribunal e, a partir do ano de 2014, passaram a ser encaminhados diretamente à

Presidência desta Corte.

f) Descrição da sistemática de comunicação à alta gerência, ao conselho de administração e ao

comitê de auditoria sobre riscos considerados elevados decorrentes da não implementação

das recomendações da auditoria interna pela alta gerência.

Por não monitorar as recomendações, esta Secretaria não mensurava, no exercício de

2013, o risco decorrente da sua não implementação.

g) Informações gerenciais sobre a execução do plano de trabalho da auditoria interna do

exercício de referência das contas.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

13

Algumas auditorias previstas no Plano Anual de Auditoria de 2013 deixaram de ser

realizadas em decorrência da priorização da análise, por esta Secretaria, dos pagamentos e

termos aditivos das obras da Sede do TRE/RJ e do Fórum Eleitoral de Rio Bonito, com base nos

arts. 21 e 26 da Resolução CNJ nº 114/2010 e em atendimento à determinação da Presidência

desta Corte.

Item 2 – Parecer de Conselho que, por força de lei, regulamento ou regimento esteja obrigado a

se pronunciar sobre as contas da unidade jurisdicionada.

Nos termos do art. 21, XVIII, da Resolução TRE/RJ nº 895, de 30 de julho de 2014,

compete ao Pleno desta Corte emitir pronunciamento sobre as contas do Presidente do

Tribunal e o conteúdo do parecer do controle interno, determinando a remessa ao Tribunal de

Contas da União.

Destaque-se que, apesar de tal Resolução não estar em vigor à época do

encaminhamento do Relatório de Gestão à Corte de Contas, a peça foi apresentada ao Pleno

desta Corte, que a ratificou.

Item 6 – Relatório do órgão, instância ou área de correição com relato sucinto dos fatos apurados

no exercício ou em apuração pelas comissões de inquérito em processos administrativos

disciplinares instaurados na unidade jurisdicionada no período a que se refere o relatório de

gestão, com o intuito de apurar dano ao Erário, fraudes ou corrupção.

No ano de 2013 foram instaurados 2 processos administrativos disciplinares e 1

sindicância, mas nenhum deles tinha o objetivo de apurar responsabilidade por dano causado

ao erário, fraude ou corrupção.

Do total de processos concluídos, foram apurados pela Comissão de Processo

Administrativo Disciplinar – CPDIS que existem equívocos resultantes de problemas

relacionados à gestão de pessoas identificados, erroneamente, como problemas disciplinares,

além de divergências profissionais e/ou pessoais relatadas como infrações disciplinares, os

quais podem ser resumidos da seguinte forma:

falta de qualificação, preparo e critério para o exercício da função de gestor, por

parte daqueles que ocupam cargos de gestão;

falta de acesso direto de servidores às autoridades responsáveis pelo órgão e/ou

seus setores;

dificuldade de relacionamento entre o servidor e a chefia, em consequência da falta

de habilidade da chefia em resolver/apaziguar os conflitos.

14

III – RELATÓRIO DE AUDITORIA DE GESTÃO 2014

III.1 - INTRODUÇÃO

Em atenção às disposições contidas na Instrução Normativa nº 63/2010 e na Decisão

Normativa nº 132/2013, ambas do Tribunal de Contas da União – TCU, apresenta-se o Relatório

de Auditoria de Gestão, peça integrante do Processo de Contas, contendo o resultado dos

exames realizados sobre os atos e fatos da gestão administrativa, orçamentária, financeira,

operacional, contábil e de pessoal praticados no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de

2013, sob a responsabilidade dos dirigentes do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro,

que se encontram indicados no Rol de Responsáveis.

Ressalte-se, preliminarmente, que foi realizada reunião na Secretaria de Controle

Externo no Estado do Rio de Janeiro – Secex-RJ, com a presença de representantes das

auditorias internas do TRE/RJ, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região e do Tribunal Regional

do Trabalho da 1ª Região, com o fito de definir o escopo da auditoria de gestão a ser feita para

a certificação das contas do exercício de 2013.

Conforme consta da Ata de Reunião, ficou definido que o planejamento da auditoria de

contas deveria abarcar os conteúdos estabelecidos nos seguintes itens do Anexo IV da DN TCU

nº 132/2013: 1, 2 (alterar o item para avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos da

gestão, em especial quanto à eficácia e eficiência no cumprimento dos objetivos estabelecidos

no plano estratégico), 3, 4 (excluir o item “a”), 6 (alterar o item “a” para regularidade dos

processos licitatórios e das contratações, por amostragem, excluir o item “b” e alterar o item

“c” para qualidade dos controles internos administrativos relacionados à atividade de compras

e contratações em todas as suas etapas), 8 (modificado para avaliação sobre a governança da

tecnologia da informação da UJ) e 11.

Também foi acrescentada a necessidade de constarem informações gerenciais sobre a

execução do plano anual de auditoria do exercício de referência das contas, incluindo o

monitoramento das recomendações efetuadas.

Nesse sentido, cabe salientar que embora este órgão tenha sido dispensado de prestar

as demais informações referentes ao item 1 do Anexo III da Decisão Normativa TCU nº

132/2013, optou-se por acrescentar nesta prestação de contas, aquelas referentes a esta

Unidade de Controle Interno e suas atividades.

Para este Relatório, as atividades desenvolvidas constituíram-se de exames de

acompanhamento da gestão, efetivados de forma contínua no exercício de 2013, através da

análise de documentos (procedimentos administrativos), de auditorias realizadas nos anos de

2013 e 2014 e de análise das informações constantes no Relatório de Gestão.

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15

Os procedimentos foram realizados em observância às normas de auditoria aplicáveis à

Administração Pública e de acordo com a natureza dos atos, fatos e das atividades realizadas,

com objetivo de avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade de suas ações.

Destaque-se que não houve restrição quanto ao método ou à extensão dos exames

realizados.

Porém, resta salientar que a ausência dos titulares dos cargos de Secretário de Controle

Interno e Auditoria, de 05/12/2013 a 29/06/2014 e de 31/07/2014 a 14/08/2014, e de

Coordenador de Controle de Gestão e Auditoria, no período de 18/03/2014 até 17/08/2014,

dificultou no desenvolvimento das auditorias. Isto porque a equipe já reduzida da COGEA teve

que executar neste exercício as auditorias para atender a demanda do Anexo IV da Decisão

Normativa TCU nº 132/2013, com as alterações realizadas pela Secex-RJ, e, em razão da falta

de experiência, da demora para capacitação e da ausência de dedicação exclusiva a elas pelos

servidores lotados na Seção de Controle na Gestão Administrativa – SEGADM e na Seção de

Controle na Gestão de Recursos Humanos – SECGER, acabou acarretando atraso na conclusão

de tais trabalhos.

A seguir, apresentam-se os resultados dos exames realizados, consoante previsto nos

normativos referenciados.

III.2 - CONFORMIDADE DAS PEÇAS

Em cumprimento ao item 1, Anexo IV à Decisão Normativa TCU nº 132/2013, que trata

do conteúdo de referência para elaboração do Relatório de Auditoria de Gestão, promoveu-se a

avaliação da conformidade das peças exigidas pelo o art. 13 da IN TCU nº 63/2010 sob os

seguintes aspectos:

a) se a unidade jurisdicionada elaborou todas as peças a ela atribuídas pelas normas

do Tribunal de Contas da União para o exercício de referência;

b) se as peças contemplam os formatos e conteúdos obrigatórios nos termos da DN

TCU nº 127/2013 e da Portaria TCU nº 175/2013. Não tendo sido verificada, nesta

avaliação, a veracidade das informações contidas no Relatório de Gestão.

Examinado o Relatório de Gestão do Exercício de 2013, verificou-se que o mesmo

possui as peças exigidas, contemplando os formatos e conteúdos obrigatórios estabelecidos

pelas Decisões Normativas nº 127/2013 e pela Portaria nº 175/2013, ambas do Tribunal de

Contas da União.

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16

Observou-se, entretanto, que a numeração das páginas não se iniciou a partir da folha

de rosto e sim da capa e que a numeração foi expressa graficamente a partir da folha de rosto,

contrariando o item 7 do Anexo III.

A peça Rol de Responsáveis foi apresentada em conformidade com os arts. 10 e 11 da

IN nº 63/2010 do TCU e o art. 6º da DN nº 132/2013 do TCU.

Em recente alteração no Regimento Interno deste Tribunal – Resolução TRE/RJ nº

895/2014, o art. 21, inciso XVIII, passou a estabelecer que compete privativamente a este

Regional emitir pronunciamento sobre as contas do Presidente do Tribunal e o conteúdo do

parecer do controle interno, determinando a remessa ao TCU.

Embora à época da elaboração do Relatório de Gestão ainda não estivesse em vigor o

referido comando, ainda assim tal peça foi aprovada pelo Plenário deste Tribunal antes de seu

encaminhamento à Corte de Contas.

O certificado de auditoria e o parecer conclusivo do dirigente do órgão de controle

interno encontram-se acostados à peça Relatório de Auditoria de Gestão.

Com o objetivo de atender ao comando do art. 21, inciso XVIII, do Regimento Interno, o

presente Relatório será encaminhado, juntamente com as demais peças, para fins de

pronunciamento do Plenário desta Corte.

III.3 - AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS DA GESTÃO

Em cumprimento ao item 2, do Anexo IV da Decisão Normativa TCU nº 132/2013 e em

consonância com orientação desse Tribunal, registrada em ata de reunião com a Secretaria de

Controle Externo no Estado do Rio de Janeiro - SECEX-RJ/TCU em 25 de novembro de 2013, foi

realizada a avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em especial do

planejamento estratégico do TRE-RJ e sua vinculação o Plano Plurianual (PPA), estabelecido

pela Lei nº 12.593/2012, alterado pela Lei nº 12.953/2012 e a Lei Orçamentária Anual (LOA),

definida pela Lei nº 12.798/2013.

A referida avaliação foi prevista no Plano Anual de Auditoria – 2014 e possuiu o objetivo

de verificar a conformidade das informações orçamentárias e financeiras prestadas pela

administração no Relatório de Gestão 2013, itens 2 e 4 do Anexo II da Decisão Normativa nº

127/2013, bem assim avaliar o plano estratégico do Tribunal, com vistas à verificação do

cumprimento dos objetivos estabelecidos no plano, em especial a sua vinculação com suas

competências constitucionais, legais e com o Plano Plurianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual

(LOA).

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17

Em cumprimento ao acordado com o Tribunal de Contas da União, foi dada especial

atenção à avaliação dos resultados da implementação do planejamento estratégico do Tribunal

e sua consonância com o PPA e a LOA.

Sendo assim, no que tange às verificações orçamentárias e financeiras, a metodologia

adotada consistiu na confrontação das informações prestadas pela administração no Relatório

de Gestão 2013 com aquelas do Sistema SIAFI. No que se refere ao planejamento estratégico,

foram avaliados: o plano relativo ao período 2010-2014, revisado no ano de 2012; a execução

da estratégia no exercício de 2013; as informações prestadas pelos representantes da

Assessoria de Planejamento e Gestão e pela Secretaria de Orçamento e Finanças,

principalmente no que tange às ações estratégicas vinculadas ao orçamento no exercício de

2013.

Para a execução desta auditoria, foram utilizadas as seguintes técnicas de exame

documental; indagação escrita; e entrevista.

AVALIAÇÃO DOS ITENS 2 E 4 DO RELATÓRIO DE GESTÃO, EXIGIDOS NO ANEXO II DA DECISÃO

NORMATIVA Nº 127/2013

No desenvolvimento dessa avaliação, foi realizada a verificação dos valores que

compõem os itens 2.2- Programação Orçamentária e Financeira e Resultados Alcançados e 4-

Tópicos Especiais da Execução Orçamentária e Financeira.

Dessa forma, consultas ao sistema SIAFI, módulo CONOR, possibilitaram a confirmação

da conformidade dos saldos inseridos nos quadros referentes ao tópico 2.2.3.1- Ações – OFSS.

Porém, o valor inserido na coluna Dotação Inicial do título “Comunicação e Divulgação

Institucional” não está coerente com o valor registrado no SIAFI. Sendo assim, o que se

observou é que o valor informado no quadro foi R$ 10.559,00 (dez mil, quinhentos e cinqüenta

e nove reais), enquanto que o valor registrado no SIAFI como Dotação Inicial, para aquela ação,

é R$ 126.710,00 (cento e vinte e seis mil e setecentos e dez reais). Apesar disso, é possível

afirmar que se trata apenas de erro formal, não comprometendo as informações prestadas no

Relatório de Gestão.

Com exceção do relatado acima, os demais quadros pertencentes ao item 2.2.3.1 com

seus valores informados estão em conformidade com os valores registrados no SIAFI.

Em sequência, foram analisadas as informações constantes do item 4- Tópicos Especiais

da Execução Orçamentária e Financeira.

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18

O mesmo procedimento adotado anteriormente para o item 2.2, qual seja, a conciliação

dos valores informados com os registrados no sistema orçamentário CONOR, foi executado em

relação ao quadro A.4.1.1 – Programação de Despesas.

Em relação ao item 4.1.1.1 - Análise Crítica, ficou evidenciada a coerência tanto com o

quadro em questão como com os dados inseridos no SIAFI módulo CONOR.

Posteriormente, o procedimento foi repetido para o item 4.1.2 – Movimentação de

Créditos Interna e Externa, apurando-se a conformidade dos valores ali inseridos com os

valores registrados “orçamentariamente” no SIAFI.

Já em relação ao item 4.1.3 – Realização da Despesa, foi realizada uma análise entre os

valores que compõem tais quadros e os valores registrados na contabilidade nas contas

2.9.2.4.1.03.00 – Empenhos por Modalidade de Licitação e 2.9.2.4.1.04.05 – Empenhos

inscritos em Restos a Pagar.

Dessa forma, os totais das colunas de Despesa Liquidada do quadro A.4.1.3.1 (Créditos

Originários) somados aos totais das colunas de Despesa Liquidada do quadro A.4.1.3.5

(Créditos de Movimentação) e aos totais dos Restos a Pagar não Processados inscritos nos

exercícios de 2012 e 2013, representam os totais das despesas empenhadas naqueles

exercícios, conforme quadro abaixo:

Quadro 1

2013 2012

Despesa Liquidada (quadro A4.1.3.1) 368.234.751,49 371.153.984,25Despesa Liquidada (quadro A4.1.3.5) 2.174.463,96 21.465.041,68Empenhos inscritos em Restos a Pagar 47.592.826,48 65.634.651,47

Empenhos por Modalidade de Licitação 418.002.041,93 458.253.677,40

Nesse sentido, foram diminuídos os totais das colunas de Despesa Paga dos totais das

colunas de Despesa Liquidada. Dessa forma, a diferença encontrada representa o total da

conta contábil 2.9.2.4.1.04.02 – Valores Liquidados a Pagar, somado ao total da conta contábil

2.9.2.4.1.07.02 – Empenho Folha Liquidado, conforme quadro abaixo:

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19

Quadro 2

2013 2012

Despesa Liquidada (quadro A4.1.3.1) 368.234.751,49 371.153.984,25Despesa Liquidada (quadro A4.1.3.5) 2.174.463,96 21.465.041,68Despesa Paga (quadro A4.1.3.1) (366.817.059,37) (369.726.988,11)Despesa Paga (quadro A4.1.3.5) (2.030.717,45) (21.338.735,39)

Valores Liquidados a Pagar 1.561.438,63 1.553.302,43

Foram analisados, ainda, os quadros A.4.1.3.3 e A.4.1.3.6 e, por meio de conciliação dos

saldos ali inseridos com os saldos registrados na contabilidade e, ainda, por meio do

cruzamento das informações com os demais quadros do item 4, foi possível verificar a

conformidade das informações das despesas tanto do exercício de 2013 como, também, do

exercício de 2012.

Verificou-se no quadro A.4.3 do item Movimentação e Saldos de Restos a Pagar de

Exercícios Anteriores que os saldos dos exercícios de 2011 e 2012 relativos a Restos a Pagar

Processados foram informados a menor, enquanto que os saldos relativos a Restos a Pagar não

Processados foram informados a maior.

Após análise das contas contábeis, verificou-se que o ocorrido deve-se ao fato de que o

saldo da conta 2.9.5.1.1.02.01-RP NÃO PROCESSADOS A LIQUIDAR LIQUIDADO ter sido

considerado no somatório do quadro de Restos a Pagar não Processados e não no quadro de

Restos a Pagar Processados.

Contudo, conforme orienta o Manual SIAFI no item 020317 - RESTOS A PAGAR tem-se

que:

“2.2.3.2 – Os Restos a Pagar Não Processados em liquidação e a liquidar passarão a ser restos a

pagar não processados liquidados, com tratamento similar aos processados, quando a liquidação

efetiva ocorrer no exercício seguinte ao da inscrição”.

Dessa forma, foram consultadas as informações enviadas no Relatório de Gestão Fiscal

do último quadrimestre do exercício de 2013, mais especificamente no Demonstrativo dos

Restos a Pagar, conforme quadro abaixo:

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20

Quadro 3

Analisando o quadro 3, verifica-se que o Relatório de Gestão Fiscal está de acordo com

o que determina o Manual SIAFI e, quando observados analiticamente, verifica-se que existe

uma contradição entre os valores informados no Relatório de Gestão Fiscal e os informados no

Relatório de Gestão, mais especificamente no quadro A.4.3-Restos a Pagar inscritos em

Exercícios Anteriores.

Nesse contexto, a Decisão Normativa TCU nº 127/2013, especifica, dentre outros itens,

o conteúdo do Relatório de Gestão e orienta o preenchimento do quadro em análise da

seguinte forma:

“Restos a Pagar Processados: Montante dos valores inscritos em restos a pagar em exercícios

anteriores, vigentes em 2013, e que já tenham passado pelo processo de liquidação da despesa.

Inclui os valores que originalmente foram inscritos em restos a pagar não processados, mas que

já passaram pelo processo de liquidação da despesa. Ex: Valor inscrito em 2011 em restos a

pagar não processado, que tenha passado pelo processo de liquidação em 2012, sem o

correspondente pagamento, constará do quadro referente a 2013 como “Restos a Pagar

Processado”, conforme registro SIAFI.”

RGF - ANEXO VI (LRF, art. 55, inciso III, alínea "b") R$ milhares

0153 - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - - - - - - 0156 - Contribuição Plano Seguridade Social Servidor - - - - - - 0169 - Contribuição Patronal p/ Plano Seguridade Social Servidor - - - 11 11 - 0174 - Taxas pelo Exercício do Poder de Polícia - - - - - -

TOTAL DOS RECURSOS VINCULADOS (I) - - - 11 11 -

0100 - Recursos Ordinários 368 1.539 38.503 46.104 46.382 - 0127 - Custas e Emolumentos - Poder Judiciário 9 22 161 1.478 1.483 - 0150 - Recursos Não-financeiros Diretamente Arrecadados - - - - - - 0190 - Recursos Diversos - - - - 0 - 0300 - Recursos Ordinários - Exercícios Anteriores - - - - - - 0350 - Recursos Não-fin. Diret. Arrec. - Exercícios Anteriores - - - - - - 0388 - Remuneração das Disponib. Do Tesouro Nacional - - - - - - Recursos não submetidos à classificação por Fonte de Recurso - - - - (283)

TOTAL DOS RECURSOS NÃO VINCULADOS (II) 376 1.561 38.664 47.582 47.582 -

TOTAL (III) = (I+II) 376 1.561 38.664 47.593 47.593 -

REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES1 - - - 11 11

FONTE: Sistema <Nome>, Unidade Responsável <Nome>. Data da emissão <dd/mmm/aaaa> e hora de emissão <hhh e mmm>NOTA: 1A Disponibilidade de caixa do RPPS está comprometida com o Passivo Atuarial.

DESTINAÇÃO DE RECURSOS

RESTOS A PAGAR DISPONIBILIDADE DE CAIXA LIQUIDA

(ANTES DA INSCRIÇÃO EM

RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS

DO EXERCÍCIO)

EMPENHOS NÃO LIQUIDADOS

CANCELADOS (NÃO INSCRITOS POR INSUFICIÊNCIA FINANCEIRA)

Liquidados e Não Pagos Empenhados e Não Liquidados

De Exercícios Anteriores Do Exercício De Exercícios

Anteriores Do Exercício

ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIALJANEIRO A DEZEMBRO DE 2013

UNIÃO - PODER JUDICIÁRIORELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL

DEMONSTRATIVO DOS RESTOS A PAGAR

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21

Logo, apesar de haver um achado no cumprimento da orientação para preenchimento

do quadro A.4.3, essa equipe não encontrou incoerência quando observou os totais globais dos

saldos de Restos a Pagar, e considera esse episódio apenas um desvio de formalidade.

Terminada essa etapa, analisou-se o quadro A.4.5.1- Despesas realizadas por meio da

conta tipo “B” e por meio do cartão de crédito corporativo.

Assim, por meio de conciliação entre o saldo da conta contábil 2.9.2.4.1.03.09-

Suprimento de Fundos e os valores informados no quadro em referência, pode-se constatar a

conformidade da informação.

Extraiu-se relatório do SIAFI gerencial contendo a relação de empenhos na modalidade

suprimento de fundos para que fosse possível conferir o quadro A.4.5.2-Despesas realizadas

por meio de suprimento de fundos por UG e por suprido (Conta Tipo “B”). Dessa forma, pode-

se verificar a conformidade do saldo informado com o relatório do SIAFI gerencial.

Conclui-se, neste subitem, a conformidade das informações registradas nos sistemas

orçamentários e financeiros e as informações prestadas no Relatório de Gestão 2013.

AVALIAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO E SUA VINCULAÇÃO COM O PPA E A LOA

O planejamento estratégico do Tribunal é formalmente instituído e foi estabelecido pela

Resolução nº 720/2009, revisado pela Resolução nº 832/2012, que visou à adequação do plano

aos objetivos, metas e indicadores estratégicos definidos pelo TSE na Resolução nº

23.731/2012, tendo sido mantido o alinhamento ao plano estratégico do CNJ, definido pela

Resolução nº 70/2009.

A metodologia adotada é o BSC – Balanced Scorecard e foi possível verificar que as

perspectivas estabelecidas no Plano Estratégico correspondem às perspectivas da metodologia

adotada pelo Tribunal.

Verificou-se que todas as iniciativas estratégicas constantes do Plano Estratégico 2010-

2014 estão vinculadas a um ou mais objetivos estratégicos.

Quanto ao desdobramento da estratégia em nível tático e operacional das unidades do

Tribunal, tem-se que apenas a STI – Secretaria de Tecnologia da Informação encontra-se nesta

etapa, conforme Resolução nº 728/2010, visando ao atendimento das Resoluções nº 90 e 99 do

CNJ. Constatou-se nas auditorias de Governança de TI e de Avaliação de Indicadores que o

desdobramento na unidade de TI cumpriu todos os aspectos formais necessários, carecendo,

no entanto, de evolução para que sua execução busque e alcance cumprir os objetivos

estratégicos institucionais.

Registre-se que estão em andamento os desdobramentos da estratégia nas Secretarias

de Administração e de Gestão de Pessoas, porém alguns contratempos foram enfrentados na

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22

execução deste projeto como as mudanças ocorridas no corpo gerencial das referidas unidades

e o aumento do volume de trabalho relacionado às eleições neste período.

Convém informar que o CNJ define metas para os Tribunais, incluindo, entre elas, as

específicas para o planejamento estratégico. Esta unidade questionou acerca do impacto no

cumprimento destas metas em concomitância com a execução do plano estratégico do

Tribunal, com o intuito de verificar se há algum conflito de demandas com consequente

preterimento do cumprimento dos planos previamente estabelecidos. Contudo, as metas até

então estipuladas estão alinhadas ao plano estratégico do judiciário e estão em consonância

com os objetivos estratégicos do TRE-RJ, conforme resposta prestada pela ASPLAN.

No que tange à avaliação da execução da estratégia do Tribunal, tem-se que esta

ocorre por meio da Reunião de Análise da Estratégia, realizada pelo Comitê Instituído por Ato

nº 391/2012, em cumprimento à Resolução nº 832/2012.

Quanto à avaliação de riscos para o alcance da estratégia, registre-se que estes não são

avaliados, pois não há políticas de gestão de riscos no Tribunal.

Da análise da composição da dotação prevista na LOA e consequente execução

orçamentária no exercício de 2013, destaque-se que aproximadamente R$ 2 milhões foram

previstos na proposta orçamentária de 2013 do Tribunal. Porém, no referido exercício foi

empenhado o montante superior a R$ 3,8 milhões vinculados às ações estratégicas

estabelecidas pelo Tribunal, conforme informação prestada pela Secretaria de Orçamento e

Finanças, se desconsiderado no montante relativo à obra da Sede, referente à despesa de

capital.

Foram feitas três considerações sobre este aspecto.

Uma, sobre o montante relativo à capacitação, previsto na LOA, abarcado na ação

20GP-Julgamento de Causas e Gestão Administrativa na Justiça Eleitoral, Programa Gestão do

processo Eleitoral, o qual é reconhecido pelo TSE como ação estratégica. Apesar da existência

de objetivo estratégico “Desenvolver competências necessárias às atividades institucionais”,

bem assim, de indicadores específicos para a avaliação do Plano Anual de Capacitação, não há

iniciativa estratégica no plano vinculada a este recurso, com exceção da iniciativa relacionada

ao ensino à distância.

Tal colocação deve-se ao fato das informações constantes no relatório de análise da

estratégia e no relatório de gestão, as quais demonstram a baixa aderência ao planejamento

das capacitações, conforme se extrai da avaliação dos indicadores.

De acordo com os relatórios, das 67 ações incluídas no PAC 2013, apenas 21 foram

executadas. No entanto, foram realizadas 85 ações de capacitação no mesmo período.

Consoante as análises produzidas pela Coordenadoria de Educação e Desenvolvimento, isso se

deve às diversas solicitações de capacitação formuladas ao longo do ano e não consignadas no

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23

PAC. Sendo assim, considerando que há uma ação estratégica já vinculada ao orçamento do

Tribunal, é possível que necessite de reavaliação do processo visando a melhor aderência e

execução do plano visando à eficiência dos objetivos estratégicos.

O segundo ponto refere-se ao montante relativo à Implantação do Sistema de

Automação de Identificação do Eleitor – Biometria, previsto na Ação 7832 da LOA, que, a

despeito da unidade orçamentária ser o TSE, e não este regional, a iniciativa está prevista no

plano estratégico deste Tribunal.

O montante da dotação disponibilizado no exercício de 2013 para o TSE relativo à

biometria foi de R$ 131.793.043,00 (cento e trinta e um milhões, setecentos e noventa e três

reais mil e quarenta e três reais). O valor destinado a este Regional foi de R$ 2.333.487,06

(dois milhões, trezentos e trinta e três mil, quatrocentos e oitenta e sete reais e seis centavos)

e objetivou a implementação desta ação no município de Niterói. De acordo com as

informações prestadas do Relatório de Gestão 2013, a meta financeira desta ação foi 100%

executada. Tal montante equivale a 60% dos 3,8 milhões vinculados à estratégia.

A terceira, e última consideração, refere-se à dotação definida na LOA (Ação 7S12)

relativa à construção do Edifício Sede deste Regional, reconhecida pelo TSE como ação

estratégica e incluída no SIGEPRO - Sistema de Acompanhamento e Gerenciamento da

Proposta Orçamentária, porém não se refere à nenhuma iniciativa prevista nesta Corte.

A construção do Edifício-Sede do TRE-RJ trata-se de um programa de trabalho integrante

de um plano em separado denominado “Plano de Obra”. Neste quesito, verifica-se que o

referido plano não se comunica com a estratégia do Tribunal.

Considere-se ainda que foi definido objetivo que vise à garantia de infraestrutrura

adequada ao funcionamento do TRE-RJ, cuja descrição é “Prover e gerir recursos físicos

(mobiliário e imobiliário) adequados ao funcionamento das unidades, garantindo aos

magistrados, servidores e clientes externos condições de saúde e segurança”, porém dois dos

indicadores relacionados a instalações físicas, medem apenas as unidades cartorárias, não

contemplando em sua meta outras unidades do TRE-RJ.

Por fim, considerando as informações prestadas pela SOF no Anexo I, relativas às ações

estratégicas vinculadas à dotação orçamentária do Tribunal, as quais totalizam R$

3.897.945,59 (três milhões, oitocentos e noventa e sete mil, novecentos e quarenta e cinco

reais e cinqüenta e nove centavos), tal montante representa aproximadamente 4% da dotação

atualizada relativa ao exercício de 2013, excluída a dotação relativa à “Pessoal e Encargos

Sociais”.

Com relação aos indicadores estratégicos, foi realizada auditoria específica na qual se

analisou detalhadamente o indicador ORÇ 03 – Índice de Execução do Orçamento Estratégico.

Sendo assim, foram tratados outros aspectos relacionados a este tópico.

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24

Instituiu-se três indicadores referentes ao tema estratégico Orçamento.

O indicador ORÇ 1-Execução Orçamentária mede a relação entre o valor executado do

orçamento no ano corrente e o valor total do orçamento disponibilizado, com vistas à

verificação da capacidade do TRE-RJ para executar os recursos programados.

O indicador ORÇ 2–Índice de Execução Financeira mede a relação entre o valor

liquidado e o valor executado do orçamento dentro do exercício, visando ao monitoramento da

execução financeira do TRE-RJ, a fim de torná-la mais eficiente.

O indicador ORÇ 03–Índice de Execução do Orçamento Estratégico mede o percentual

entre o valor executado nas iniciativas estratégicas e o valor disponibilizado para tal e visa à

avaliação do índice de orçamento executado nas iniciativas estratégicas em relação ao

orçamento estratégico disponibilizado.

Posto isso, consigne-se que estes indicadores estão vinculados ao objetivo estratégico

“Assegurar recursos orçamentários necessários à execução da estratégia”.

Da análise das informações constantes no Relatório de Análise da Estratégia (4º

trimestre de 2013), pode-se identificar que os dois primeiros indicadores monitoram o

orçamento disponibilizado e a execução financeira do Tribunal, porém de acordo com o

planejamento e a realidade do Tribunal ao longo do exercício. Ou seja, considerando-se que

não há objetivos estratégicos desmembrados em sua totalidade neste TRE-RJ, não há como

configurar que tais indicadores relacionam-se diretamente com a estratégia formalizada do

Tribunal.

No que se refere ao terceiro indicador, de acordo com as informações prestadas pelas

unidades auditadas, as iniciativas estratégicas ali tratadas referem-se apenas àquelas

propostas no exercício de referência do orçamento disponibilizado de forma que os projetos e

ações concluídos e em execução no tribunal não contemplam tal monitoramento.

Ressaltou-se que o enfoque do Tribunal de Contas da União visa simplesmente à

verificação da alocação dos recursos públicos, previstos em plano nacional e publicados em

normativos, por meio da execução do planejamento estratégico, haja vista tratar-se de melhor

e ideal processo para associar os recursos disponíveis de um órgão aos interesses da

sociedade, via definição de seus objetivos.

Verifica-se nesta auditoria o processo evolutivo que vem desempenhando o

planejamento estratégico, cujo plano está estreitamente vinculado aos critérios estabelecidos

pelo TSE e pelo CNJ no que diz respeito à definição das ações estratégicas.

Contudo, constata-se que há baixa integração entre o Planejamento Estratégico e o

orçamento do Tribunal, em razão de não haver processos de trabalhos bem definidos em todo

o órgão.

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25

É possível dizer que a sua concretização depende do envolvimento da alta

administração para o sucesso do desempenho do plano estabelecido, haja vista o alto grau de

complexidade para sua execução, a qual depende de recursos (humanos e financeiros), além

de planos e políticas aprovados pela liderança estratégica.

III.4 - AVALIAÇÃO DOS INDICADORES INSTITUÍDOS PELO TRE-RJ

Em cumprimento ao item 3, do Anexo IV da DN TCU n° 132/2013, realizou-se auditoria

tendo como objeto os indicadores de desempenho de gestão instituídos no âmbito do TRE-RJ.

Diante da constatação da existência de 40 indicadores estratégicos, 17 indicadores

ambientais e 9 indicadores de tecnologia da informação e comunicação, e considerando que

esta foi a primeira avaliação de indicadores a ser realizada no âmbito deste Tribunal, foram

selecionados como objeto desta auditoria os seguintes:

Indicadores Estratégicos

EO 08 – Índice de agilidade na tramitação dos processos de aquisição de bens e

serviços;

EO 09 – Custo de manutenção da estrutura;

IT 01 – Índice de adequação das instalações físicas;

IT 02 – Índice de adequação dos materiais permanentes;

IT 04 – Índice de disponibilidade de serviços essenciais de TIC;

ORÇ 03 – Índice de execução do orçamento estratégico;

GP 01 – Índice de aderência ao PAC;

GP 02 – Índice de execução do PAC;

PSE 01 – Índice de satisfação do cliente externo;

PSE 02 – Índice de respostas a contatos dirigidos à Ouvidoria;

PSE 03 – Tempo médio de respostas a contatos dirigidos à Ouvidoria;

AE 02 – Índice de desdobramento da estratégia.

Indicador Ambiental

Indicador 16 – Redução de custos a partir da implementação de ações ambientais.

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26

Conforme exposto pela Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) no Relatório de

Gestão de 2013, à fl. 155, devido “à extinção da Assessoria de Planejamento da STI em 2011, à

reduzida equipe de TI para atendimento a um volume crescente de demandas e, ainda, realizar

o planejamento e ao grande volume de trabalho decorrente do recadastramento biométrico e

planejamento da eleição 2014”, a implantação dos indicadores criados no Planejamento

Estratégico de Tecnologia da Informação e Comunicação - PETIC e seu acompanhamento foram

prejudicados significativamente. Dessa forma, consta do Relatório de Gestão, à fl. 152, item 2,

que os indicadores de tecnologia da informação e comunicação não estão sendo medidos ou

acompanhados e, por isso, nenhum deles foi selecionado por esta auditoria.

O critério de seleção dos indicadores foi baseado nos objetivos a eles relacionados, cuja

temática se referisse a custos e governança, além dos indicadores abaixo, que foram

selecionados pelos critérios específicos a seguir:

EO 08 – Agilidade na Tramitação dos Processos de Aquisição de Bens e Serviços - Em

razão do levantamento de governança de aquisições que o TCU está realizando;

IT 01 – Adequação das Instalações Físicas – Em razão do relatório de auditoria de

gestão do exercício de 2012 relatar a falta de estrutura para gestão de imóveis no

Tribunal;

IT 02 – Adequação dos Materiais Permanentes – Em razão da preocupação com os

controles internos patrimoniais;

ORÇ 03 – Execução do Orçamento Estratégico – Em razão de existir a preocupação

do TCU acerca do alinhamento do orçamento do Tribunal com a estratégia, além de

ser um indicador abrangido pelo tema governança.

A presente auditoria teve por finalidade avaliar os indicadores de gestão instituídos no

âmbito do TRE-RJ, sob um aspecto geral, e os 13 indicadores de gestão selecionados, sob

aspecto mais específico, em relação ao exercício de 2013.

Das fontes de critérios utilizadas, podemos citar as Resoluções nº 70/09, 76/09, 99/09 e

192/14 do Conselho Nacional de Justiça, a Resolução TSE nº 23.371/2012, as Resoluções TRE-RJ

nº 720/09, 728/10 e 832/12, os Atos do Gabinete da Presidência do TRE-RJ nº 144/2011, 391/12

e 200/14, o Plano Estratégico do TRE-RJ 2010/2014, o Planejamento Estratégico de Tecnologia

da Informação e Comunicação 2010/2014, Agenda Ambiental TRE-RJ 2011/2014, a Portaria da

Diretoria-Geral do TSE nº 620/12, dentre outros normativos. Além disso, foram consultados

frameworks e normas referenciais de boas práticas.

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27

METODOLOGIA UTILIZADA E LIMITAÇÕES INERENTES À AUDITORIA

Maior ênfase foi dada à etapa de planejamento. Uma vez que esse foi o primeiro

contato com o tema e não havia histórico de auditorias sobre indicadores no Tribunal, foi

necessário realizar estudo preliminar sobre o assunto, que consistiu no levantamento e análise

de materiais afetos ao tema e capacitação prévia através do curso de avaliação de indicadores

de desempenho, ministrado por auditor do TCU.

Na fase de execução foi colocado em prática o programa de auditoria, aplicando-se

questionário (indagação escrita) à Assessoria de Planejamento Estratégico e Gestão – ASPLAN,

a fim de obter informações gerais sobre os indicadores, e realizando-se visitas às unidades

responsáveis pela medição e análise dos indicadores, a fim de obter informações mais

específicas sobre cada indicador objeto da auditoria e acompanhar seu cálculo e coleta de

dados. Para dirimir dúvidas que persistiram, mesmo após visitas às unidades, foram

encaminhados questionários às respectivas áreas.

Ainda na fase de execução foram confeccionadas as matrizes de achado, nas quais

estão resumidamente descritos os achados de auditoria através de seus atributos, quais sejam:

situação encontrada (ou condição), critério, causa e efeito; além das evidências que

embasaram o achado, as recomendações/determinações a serem propostas, observando-se as

boas práticas, e os benefícios esperados após a implementação dessas.

Nenhuma limitação foi imposta à equipe de auditoria na consecução dos trabalhos.

Foram elaboradas questões de auditoria abrangendo tópicos relacionados à origem dos

indicadores; ao processo de medição, análise e divulgação dos indicadores; à capacidade do

indicador representar, com a maior proximidade possível, a situação que se pretende medir e

de refletir os resultados das intervenções efetuadas na gestão; ao uso do indicador no

processo de tomada de decisão; à facilidade de compreensão, obtenção, cálculo e aplicação; à

forma de cálculo e fontes dos dados; à homogeneidade das variáveis usadas na construção do

indicador; e à razoabilidade dos custos de obtenção dos indicadores.

Ao término da análise dos indicadores pela equipe de auditoria, em atendimento ao

disposto no art. 42, caput, da Resolução TRE-RJ nº 900/2014, foi elaborado relatório preliminar

de auditoria no qual constaram as principais constatações, conclusões e recomendações. Na

reunião de encerramento da auditoria, referido relatório foi encaminhado às unidades

auditadas para ciência e apresentação de considerações e esclarecimentos que julgassem

oportunos. Posteriormente, foi elaborado o relatório final de auditoria, o qual foi encaminhado

à Presidência deste Tribunal Eleitoral.

Sintetizam-se, adiante, as observações decorrentes dos exames de auditoria.

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28

ASPECTOS GERAIS SOBRE OS INDICADORES DE DESEMPENHO DE GESTÃO DO TRE-RJ

O primeiro Plano Estratégico do Tribunal foi elaborado para o período de 2010 a 2014.

Em 2012, através da Resolução nº 832/2012, de 13 de dezembro de 2012, foi aprovada sua

primeira revisão, quando treze indicadores foram excluídos e dezenove novos indicadores

foram incluídos no Plano Estratégico. Dos trinta e quatro indicadores provenientes do primeiro

Plano Estratégico, vinte e um permaneceram após sua revisão, sendo que desses, nove

tiveram sua forma de cálculo alterada.

Dos quarenta indicadores estratégicos do TRE-RJ, dezesseis foram criados por

determinação do TSE, consoante o disposto na Resolução TSE nº 23.371/2012, regulamentada

pela Portaria nº 620, da Diretoria-Geral do TSE, publicada em 5 de dezembro de 2012.

Dezessete indicadores estratégicos do Tribunal e três indicadores ambientais foram

criados em consonância com os indicadores estratégicos estabelecidos pelo Conselho Nacional

de Justiça – CNJ.

Aos objetivos estratégicos, definidos no Planejamento Estratégico do Tribunal, foram

vinculados um ou mais indicadores de gestão, sendo que a análise de alcance dos objetivos

decorre da avaliação de desempenho dos indicadores a eles relacionados.

A fim de sistematizar a análise do desempenho estratégico do Tribunal, pautado na

metodologia BSC – Balanced Scorecard, foram adotados os seguintes critérios para avaliação

dos indicadores:

Desvios de até 10% em relação à meta – Desempenho satisfatório;

Desvios de até 20% em relação à meta – Desempenho que demanda atenção; e

Desvios acima de 20% em relação à meta – Desempenho não satisfatório.

Segundo o Relatório de Análise da Estratégia, referente ao final do exercício de 2013, o

desempenho dos objetivos e o resultado dos indicadores estratégicos encontram-se assim

distribuídos:

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29

O Tribunal possui dezessete indicadores ambientais, além dos indicadores estratégicos,

tendo a Agenda Ambiental sido revisada em 2014, quando alguns indicadores foram incluídos e

outros retirados do portfólio, não havendo alteração no quantitativo de indicadores.

O TRE-RJ possui, ainda, nove indicadores de Tecnologia da Informação e Comunicação

(TIC), no entanto, esses indicadores não estão sendo acompanhados e mensurados, conforme

exposto pela Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) no Relatório de Gestão de 2013, às

fls.152, item 2 e 155.

No planejamento estratégico institucional, os indicadores estão definidos quanto: ao

objetivo estratégico a que estão vinculados; ao que mede o indicador e sua finalidade; às

unidades responsáveis pela medição e análise; à periodicidade de medição; à fonte de dados;

à fórmula de cálculo e unidade de medida; à polaridade; às metas estabelecidas; e à série

histórica, se existente.

A medição e análise dos indicadores estratégicos competem às unidades responsáveis

designadas no Plano Estratégico do TRE-RJ. Cabe à Assessoria de Planejamento Estratégico e

Gestão – ASPLAN o papel de orientar as unidades envolvidas; avaliar os dados informados e

solicitar eventuais ajustes aos responsáveis, se identificado algum desvio, dado inconsistente

ou indício de erro; consolidar trimestralmente o Relatório de Análise da Estratégia e submetê-lo

à apreciação superior; após, disponibilizar o relatório no Portal da Estratégia e realizar

Reuniões de Análise da Estratégia.

A divulgação do Relatório de Análise da Estratégia não tem sido realizada

trimestralmente. Além da falta de periodicidade na publicação desses relatórios, quando esta

ocorre, não é dado qualquer tipo de aviso aos servidores a fim de melhor divulgá-los. Diferente

ocorreu com o Relatório de Desempenho Ambiental, referente ao exercício de 2013, o qual

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30

teve a sua publicação nos Portais Ambiental e da Estratégia divulgada para o corpo funcional

através do Aviso Equipe Ambiental nº 2/2014.

Observando as atas das Reuniões de Análise da Estratégia, verificou-se que a Alta

Administração não participa dessas reuniões, conforme determina o Ato GP nº 391/2012, e que

só foi realizada uma RAE em 2013.

Verificou-se, ainda, que o Tribunal não utiliza benchmarking a fim de comparar os

resultados de seus indicadores de desempenho com os de outros Tribunais Regionais

Eleitorais, o que, pela falta de parâmetros de comparação, não favorece a análise da

performance dos indicadores de desempenho de gestão.

Para cada indicador de desempenho, verificou-se haver responsáveis por sua medição e

análise.

ASPECTOS ESPECÍFICOS SOBRE OS INDICADORES DE DESEMPENHO DE GESTÃO DO TRE-RJ

1. QUANTO À FORMA DE CÁLCULO E À CAPACIDADE DE GERAR SÉRIE HISTÓRICA:

Dentre os indicadores analisados por essa auditoria, foi verificado que apenas o

indicador PSE 01 – Satisfação do Cliente Externo teve sua forma de cálculo alterada, causando

descontinuidade em sua série histórica em 2013. O indicador EO 09 – Custo de Manutenção da

Estrutura teve sua fórmula de cálculo alterada, porém, toda sua série histórica foi recalculada.

Os indicadores GP 01 – Aderência ao PAC e GP 02 – Execução do PAC foram criados na revisão

do Plano Estratégico em 2012, mas foram calculados retroativamente a 2010, sendo que em

2012 a série histórica foi interrompida em razão do Plano Anual de Capacitação - PAC não ter

sido aprovado naquele ano.

Todos os indicadores analisados possuem capacidade de proporcionar medição da

situação pretendida ao longo do tempo, por intermédio de séries históricas. Dos treze

indicadores selecionados, três começaram a ser medidos em 2013, não possuindo séries

históricas ainda, quatro começaram a ser medidos a partir de 2012, um indicador possui série

histórica a partir de 2011 e cinco possuem séries históricas a partir de 2010.

2. QUANTO À HOMOGENEIDADE DAS VARIÁVEIS USADAS NA CONSTRUÇÃO DO INDICADOR:

Seis dos indicadores analisados possuem variáveis heterogêneas em suas construções.

São eles: IT02 – Adequação dos materiais permanentes, IT04 – Disponibilidade de serviços

essenciais de TIC, EO 08 – Agilidade na tramitação dos processos de aquisição de bens e

serviços, EO 09 – Custo de manutenção da estrutura, PSE 01 – Satisfação do cliente externo, e

Ambiental 16 – Redução de custos a partir da implementação de ações ambientais. Desses

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31

indicadores, observou-se que apenas o indicador EO 09 – Custo de manutenção da estrutura

não possui análise individualizada das variáveis que o compõem.

3. QUANTO ÀS FONTES DE DADOS:

As fontes de dados dos indicadores IT 01 – Adequação das instalações físicas e PSE 01 –

Satisfação do cliente externo não foram consideradas confiáveis. No primeiro indicador, as

fontes de dados referentes às instalações físicas dos cartórios eleitorais são registros (plantas

ou projetos) existentes nos arquivos da COENG ou informação originada do próprio cartório

eleitoral, não havendo informações referentes a todos os cartórios eleitorais e não tendo sido

realizadas inspeções in loco. No segundo, os formulários de pesquisa de satisfação do cliente

são manuseados por servidores das próprias unidades de atendimento avaliadas, quando são

retirados da urna e encaminhados para a Corregedoria. Essa prática compromete a

confiabilidade dos dados apurados, tendo em vista a possibilidade de que o resultado de tal

pesquisa seja suscetível à influência da unidade avaliada, uma vez que o próprio avaliado

participa do processo de apuração.

4. QUANTO À UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS RECONHECIDAS DE COLETA E DIVULGAÇÃO, À

FACILIDADE DE ACESSO, REGISTRO E MANUTENÇÃO DOS DADOS E À FACILIDADE DE

COMPREENSÃO, OBTENÇÃO, CÁLCULO E APLICAÇÃO DOS INDICADORES:

Os indicadores estratégicos encontram-se definidos no Plano Estratégico do Tribunal,

referente ao período 2010-2014, e seus resultados são divulgados através do Relatório de

Análise da Estratégia, o qual é publicado no Portal da Estratégia. Os indicadores ambientais

estão definidos na Agenda Ambiental do Tribunal e os resultados são divulgados, anualmente,

através dos Relatórios de Desempenho Ambiental, os quais são publicados nos portais

Ambiental e da Estratégia.

Em visitas às unidades responsáveis pela medição dos indicadores, observou-se, na

maioria dos indicadores analisados, facilidade de acesso, registro e manutenção dos dados

necessários ao cálculo do indicador, além de facilidade de compreensão, obtenção, cálculo e

aplicação dos indicadores.

No indicador IT 01 – Adequação das instalações físicas, os dados referentes às

condições dos imóveis não estão disponíveis, não sendo possível a medição do indicador

segundo os parâmetros estabelecidos em sua definição.

Nos indicadores GP 01 – Índice de aderência ao PAC e GP 02 – Índice de execução do

PAC, a variável TtreiPacReal é utilizada em ambos os indicadores, porém, com interpretações

distintas dadas pela unidade responsável pela medição dos indicadores, por isso, na aferição

dos indicadores, são atribuídos valores divergentes àquela variável.

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32

5. QUANTO À SAZONALIDADE DOS INDICADORES:

Dentre os indicadores analisados, em quatro deles verificou-se, pela natureza do objeto

medido, a ocorrência de sazonalidade, são eles: EO 08 – Agilidade na tramitação dos processos

de aquisição de bens e serviços, EO 09 – Custo de manutenção da estrutura, PSE 02 – Índice de

respostas a contatos dirigidos à Ouvidoria e PSE 03 – Tempo médio de resposta a contatos

dirigidos à Ouvidoria.

Os dois primeiros indicadores sofrem sazonalidade em ano eleitoral, quando há uma

demanda maior de processos de aquisição de bens e serviços e aumento do custo operacional

do Tribunal. No indicador EO 08 – Agilidade na tramitação dos processos de aquisição de bens

e serviços, não há série histórica, ainda, que retrate essa sazonalidade. No indicador EO 09 –

Custo de manutenção da estrutura, na comparação das séries históricas e na definição das

metas anuais, a sazonalidade está sendo considerada.

Os dois últimos sofrem sazonalidade em ano eleitoral e em decorrência de

recadastramento biométrico e fechamento de cadastro eleitoral, quando se verifica maior

número de contatos dirigidos à Ouvidoria. A série histórica desses indicadores não retrata essa

sazonalidade em decorrência da força-tarefa realizada nesses períodos.

6. QUANTO AO ESTABELECIMENTO DE METAS PARA OS INDICADORES:

Apenas o indicador Ambiental 16 – Redução de custos a partir da implementação de

ações ambientais não possui metas definidas, em razão desse indicador condensar resultados

de outros indicadores ambientais, os quais possuem suas metas individuais estabelecidas.

7. QUANTO À VALIDADE DOS INDICADORES:

Quanto à validade dos indicadores analisados, isto é, a faculdade de representar, com a

maior proximidade possível, a realidade que se deseja medir e refletir os resultados das

intervenções efetuadas pela gestão, os indicadores IT 01 – Índice de adequação das

instalações físicas, IT 02 – Índice de adequação dos materiais permanentes, IT 04 – Índice de

disponibilidade de serviços essenciais de TIC, EO 08 – Índice de agilidade na tramitação dos

processos de aquisição de bens e serviços, PSE 02 – Índice de respostas a contatos dirigidos à

Ouvidoria, PSE 03 – Tempo médio de respostas a contatos dirigidos à Ouvidoria e AE 02 –

Índice de desdobramento da estratégia possuem alguns aspectos que comprometem esse

requisito de validade.

A medição do indicador IT 01 – Índice de adequação das instalações físicas foi realizada

com base em critérios divergentes daqueles definidos para o indicador, sendo considerada

somente a área do imóvel como critério de adequação das instalações físicas dos Cartórios

Eleitorais. Assim, não foram considerados, além da área do imóvel, os seguintes critérios

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estabelecidos na definição do indicador: área de depósito, área de arquivo, estabilidade de

alvenaria e estrutura, cobertura, segurança, instalações elétricas e manutenção, instalações

hidrossanitárias, localização, higiene e salubridade, funcionalidade e área de atendimento.

Sendo, por isso, desconsiderada a medição do indicador para o exercício de 2013, conforme

observado no Relatório de Análise da Estratégia referente ao 2º trimestre de 2014, no qual o

indicador volta ao status de “indisponível”.

O indicador IT 02 – Índice de adequação dos materiais permanentes alcançou 0% em

2013, ou seja, nenhum cartório eleitoral possuía quantitativo de materiais permanentes

adequado ao padrão estabelecido. Tal percentual representa a situação dos cartórios eleitorais

do TRE-RJ, no entanto, não reflete os resultados das intervenções efetuadas na gestão, uma

vez que existem cartórios que já foram providos com materiais permanentes novos, porém,

não na quantidade entendida como adequada, em razão, muitas vezes, de não haver espaço

físico suficiente no cartório para acomodá-los. Por nivelar no mesmo plano duas realidades

diversas, não refletir as intervenções da gestão e ser dependente de fatores externos, como a

área física dos cartórios eleitorais, sua utilização no processo de tomada de decisão fica

comprometida.

A metodologia de cálculo do indicador IT 04 – Índice de disponibilidade de serviços

essenciais de TIC estabelece que o indicador deve medir o percentual do tempo, em um

período determinado, em que os serviços de TIC, incluindo sistemas informatizados eleitos

essenciais, estiveram disponíveis para utilização, sendo considerados essenciais os sistemas:

SADP/SADPWEB, DJE, peticionamento eletrônico, correio eletrônico, site intranet, acesso à

internet e ELO. Ocorre que os sistemas SADP/SADPWEB, DJE e ELO não estão sendo

considerados na medição do indicador e o sistema de peticionamento eletrônico ainda não está

operacional. A Portaria TSE nº 620/2012 que determina a criação do indicador estabelece, em

seu artigo 5º, que sejam estabelecidas metas para o índice de disponibilidade do sistema

SADP/SADPWEB, somente. No entanto, além das metas estabelecidas para o indicador, no

âmbito deste Regional, englobar todos os sistemas considerados em sua medição, agrava-se o

fato do indicador não medir a disponibilidade do sistema SADP/SADPWEB.

Referente ao indicador EO 08 – Índice de agilidade na tramitação dos processos de

aquisição de bens e serviços, observou-se um lapso de tempo na tramitação desses processos

que não é retratado pelo indicador. A especificação do indicador estabelece como início da

medição do prazo de tramitação, a data de protocolização do pedido com o objeto

devidamente especificado. Ocorre que o setor requisitante raramente protocoliza o pedido de

aquisição com a especificação completa do objeto. Assim, após a Secretaria de Administração,

juntamente com o setor requisitante, realizar a especificação completa do objeto é que começa

a ser medido o indicador.

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Os indicadores PSE 02 – Índice de respostas a contatos dirigidos à Ouvidoria e PSE 03 –

Tempo médio de resposta a contatos dirigidos à Ouvidoria medem o percentual de contatos

dirigidos à Ouvidoria que receberam respostas e o tempo médio dessas respostas,

respectivamente. No entanto, a maioria dos contatos dirigidos àquela unidade, refere-se a

pedidos de informação e não a demandas típicas da atividade de Ouvidoria. Os indicadores

estabelecidos para o serviço de Ouvidoria mensuram tempo e quantidade, carecendo de

indicadores que mensurem a qualidade das informações prestadas e de meios para medi-la.

O indicador AE 02 – Índice de desdobramento da estratégia mede o número de unidades

da sede do Tribunal nas quais houve desdobramento da estratégia, porém, não mensura a

efetividade desse desdobramento. A estratégia foi desdobrada na Secretaria de Tecnologia da

Informação (STI) através do Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação e

Comunicação (PETIC), 2010-2014, por determinação da Resolução CNJ nº 99/2009. Porém,

conforme nos foi relatado por ocasião de visita à STI, em 26/6/2014, e conforme exposto no

Relatório de Gestão do exercício de 2013, às fls. 152, item 2, e 155, a unidade busca seguir o

direcionamento do Planejamento Estratégico de TIC, porém, os indicadores criados no PETIC

não foram implantados e não estão sendo acompanhados. Observou-se, ainda, que os

indicadores de TIC não estão satisfatoriamente definidos no PETIC 2010-2014, não estando

nele estabelecidas as fontes dos dados e as fórmulas de cálculo dos indicadores.

8. QUANTO AOS CUSTOS DE OBTENÇÃO DOS INDICADORES:

Os custos de obtenção dos indicadores analisados são pequenos em relação aos

benefícios estimados para a melhoria da gestão. A maioria dos indicadores utiliza em seus

cálculos sistemas corporativos na extração dos dados, sem custos para o Tribunal, e planilha

excel para cálculo e armazenagem dos valores, não havendo grandes dificuldades na apuração

dos indicadores. Alguns são mais trabalhosos como os indicadores EO 09 – Custo de

manutenção da estrutura e EO 08 – Índice de agilidade na tramitação dos processos de

aquisição de bens e serviços, por não possuírem sistemas informatizados para extração direta

dos dados.

O indicador IT 01 – Índice de adequação das instalações físicas possui custo alto de

obtenção, pois, segundo a SAD, esta não teria condições de fazer o levantamento dos dados

necessários à medição do indicador, sendo necessária a contratação de empresa para esse

fim. O diagnóstico das zonas eleitorais consta do projeto estratégico “Diagnóstico das

condições de adequação das instalações físicas dos cartórios eleitorais”, o qual está orçado em

R$ 900 mil e não foi contemplado com recursos orçamentários para suportar as contratações

necessárias à sua execução.

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9. QUANTO AO USO EFETIVO DO INDICADOR EM PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO:

Constatou-se que os indicadores IT 01 – Índice de adequação das instalações físicas, IT

02 – Índice de adequação dos materiais permanentes, EO 09 – Custo de manutenção da

estrutura, ORÇ 03 – Índice de execução do orçamento estratégico e AE 02 – Índice de

desdobramento da estratégia não estão sendo devidamente utilizados no processo de tomada

de decisão.

Segundo a Secretaria de Administração, apesar de considerar importante o indicador IT

01 – Índice de adequação das instalações físicas na elaboração de política de ocupação de

imóveis, priorização de obras, transferência de cartórios, contratação de manutenção predial,

esse não está sendo considerado no processo de tomada de decisão em razão do cálculo do

indicador não ter obedecido aos critérios de medição pré-estabelecidos e as fontes de dados

não serem confiáveis.

O indicador IT 02 – Índice de adequação dos materiais permanentes é útil para

mensurar o cumprimento do objetivo estratégico ao qual está vinculado e para retratar a

carência de melhores condições de trabalho nos cartórios eleitorais. No entanto, por ser

dependente de outros fatores, como a área física dos cartórios eleitorais, não é utilizado no

processo de tomada de decisão, uma vez que não reflete as intervenções efetuadas na gestão.

Pelo fato de várias variáveis heterogêneas comporem o indicador EO 09 – Custo de

manutenção da estrutura, o seu resultado não é suficiente para a tomada de decisão gerencial,

sendo necessária uma análise dos itens que o compõem para que se conclua sobre a decisão a

tomar.

Através da observação da série histórica do indicador ORÇ 03 – Índice de execução do

orçamento estratégico é possível verificar se o orçamento estratégico vem sendo executado e,

assim, tomar decisões gerenciais adequadas a fim de melhor geri-lo e planejá-lo, evitando o

subaproveitamento de recursos. Contudo, a periodicidade anual de medição do indicador

atende à determinação do TSE, que delimita que o valor apurado seja informado àquela Corte

até do dia 15 de abril do ano subsequente, mas não contribui para a eficácia na gestão dos

recursos estratégicos disponibilizados, pois, ao constatar em janeiro que o orçamento do

exercício anterior não foi cumprido, resta inviabilizada a promoção de quaisquer ações que

possam garantir os ajustes necessários à otimização da execução da estratégia institucional,

pois a informação torna-se intempestiva.

A medição do indicador AE 02 – índice de desdobramento da estratégia contribui para

avaliar quantitativamente as unidades que tiveram a estratégia desdobrada, porém, não mede

a efetividade desse desdobramento, ou seja, não monitora como esse desdobramento está

contribuindo para a execução da estratégia.

36

III.5 - AVALIAÇÃO DE GESTÃO DE PESSOAS

Em cumprimento ao item 4, do Anexo IV da DN TCU n° 132/2013, quanto à gestão de

pessoas, avaliou-se os pontos seguintes:

III.5.1 - OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO SOBRE ADMISSÃO, REMUNERAÇÃO, CONCESSÃODE APOSENTADORIAS E PENSÕES (item 4, b parte 1)

Em atendimento ao item 4, alínea b, da DN/TCU nº 132/2013, quanto à observância da

legislação sobre admissão e concessão de aposentadorias e pensões, verificou-se que foram

submetidos 61 (sessenta e um) procedimentos administrativos à apreciação da Seção de

Controle na Gestão de Recursos Humanos – SECGER, conforme demonstra o quadro abaixo.

Tipo de Ato Quantidade

Admissão 44

Aposentadoria 11

Pensão Civil 6

TOTAL 61

Dos exames levados a efeito pela referida Seção, constatou-se que apenas um ato que

tratava de admissão de servidor não observou o prazo indicado no art. 7º, caput, da Instrução

Normativa nº 55/2007, expedida pelo Tribunal de Contas da União.

Conforme justificativa apresentada no campo “esclarecimentos do gestor de pessoal”

do formulário SISAC, após consulta do servidor quanto ao número do processo junto ao TCU

que julgou sua admissão neste Tribunal, verificou-se a existência de uma cópia do formulário

de admissão do SISAC, preenchido em 2005, sem que fosse possível determinar se o mesmo

havia sido encaminhado à SCI. Após consulta ao SisacNet3 e ao suporte do sistema, constatou-

se a impossibilidade de localizar o ato de admissão do servidor. Diante de tais fatos, esta

Unidade de Controle orientou a Secretaria de Gestão de Pessoas a preencher um novo

formulário para o servidor, utilizando os mesmos dados da época da admissão.

Registre-se que todos os atos de admissão e concessão de aposentadoria e pensão,

analisados por esta unidade de controle tiveram parecer pela legalidade, além dos dados

informados no SISAC refletirem fielmente a estrutura remuneratória paga no mês de vigência

do ato.

Nesse sentido, cabe ressaltar apenas que foi autorizada a prorrogação do prazo para

posse de uma servidora portadora de necessidades especiais, em razão de causa exclusiva

imputada à administração, com base no Acórdão TCU nº 0731-03/12-2 – Segunda Câmara e na

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37

Decisão nº 236/1997 – Primeira Câmara, conforme justificativa apresentada no campo

“esclarecimentos do gestor de pessoal”.

Quanto ao quesito remuneração, também foram realizadas, no exercício de 2013,

auditorias de conformidade nos procedimentos de concessão de assistência pré-escolar e de

auxílio-transporte, por amostragem, referente aos períodos de 01/03/2013 a 31/08/2013 e de

01/05/2012 a 30/04/2013, respectivamente.

A auditoria referente à concessão de assistência pré-escolar constatou a correta

adequação do procedimento às normas legais vigentes, concluindo pela legalidade dos atos.

Quanto à auditoria de auxílio-transporte, foram verificadas deficiências nos controles

internos e inconsistências, tais como ausência de documentos necessários para concessão do

benefício, ausência de deferimento do benefício por autoridade competente, pagamentos

efetuados a menor e a maior, registro em sistema de trajetos a menor e de meio de transporte

diverso do solicitado, dentre outras, que geraram recomendações desta Unidade de Controle

Interno.

III.5.2 - OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO SOBRE CESSÃO E REQUISIÇÃO DE PESSOAL (item4, b, parte 2)

No exercício de 2013 foi realizada auditoria, por amostragem, nos procedimentos de

requisição de pessoal com o fito de verificar o cumprimento das deliberações do Plenário do

TCU consignadas nos Acórdãos nos 199/2011 e 1.551/2012.

No geral verificou-se que este Tribunal vem atendendo às demandas da Corte de

Contas, embora tenham sido identificadas algumas inconsistências, tais como:

a) ausência de informações quanto à possível existência de sindicância ou processo

administrativo disciplinar e ao cumprimento de estágio probatório pelo servidor

requisitado;

b) ausência de informação quanto ao retorno do requisitado ao órgão cedente;

c) incompatibilidade entre as atividades exercidas pelo requisitado no órgão de origem

e aquelas desempenhadas nas Zonas Eleitorais.

Acrescente-se, ainda, que, em atenção ao disposto no item 9.1.1 do Acórdão TCU nº 199/2011

e no item 9.4 do Acórdão TCU nº 2.070/2012 – Plenário, foi encaminhado à Corte de Contas

Plano de Ação, por intermédio do Ofício GP/SGP nº 06/13, datado de 10/01/2013, no qual este

Regional se compromete a concluir os procedimentos para a contratação de segurança

terceirizada e realizar a progressiva devolução de todos os Guardas Municipais até 31/12/2013.

Embora à época da auditoria ainda não tivesse sido realizada a contratação de

segurança terceirizada, posteriormente foi verificada a contratação da empresa CVA Vigilância

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38

e Segurança Ltda. para prestar serviço de operação de postos de trabalho de vigilância e

auxílio à segurança eletrônica.

Apesar disso, houve a prorrogação do Convênio firmado com a Prefeitura do Município

do Rio de Janeiro, visando a permanência de 30 Guardas Municipais em exercício nesta Corte

até 26/11/2014, tendo em vista a necessidade de haver uma gradativa migração do trabalho

para os novos profissionais contratados.

Com relação ao item 9.1.2 do Acórdão TCU no 199/2011, resta informar que este

Tribunal estabeleceu, no art. 4º da Resolução TRE/RJ nº 805/2012, que as solicitações de

requisição de servidores deverão conter justificativa circunstanciada do titular acerca das

necessidades enfrentadas pela respectiva unidade, bem como a relação existente entre as

atividades desenvolvidas pelo servidor no seu órgão de origem e aquelas a serem

desempenhadas no serviço eleitoral, sob pena de indeferimento.

Quanto ao item 9.1.4 do Acórdão TCU no 199/2011, esclareça-se que, nos termos do Ato

TRE/RJ nº 1.008/2006, desde 10/11/2006 todas as chefias de cartório desta Corte são ocupadas

por servidores pertencentes ao Quadro Permanente deste Tribunal. Além disso, o art. 2º, inciso

VI, da Resolução TRE/RJ nº 700/2008 limita a substituição da chefia de cartório aos servidores

ocupantes de determinados cargos efetivos do Tribunal.

Ressalte-se, contudo, que, recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral – TSE, por

intermédio da Resolução nº 23.411/2014, alterou a Resolução TSE nº 21.832/2004, para

excepcionalmente admitir, quando a unidade cartorária não contar com servidor detentor de

cargo efetivo do Quadro de Pessoal da Justiça Eleitoral, ou nos casos de afastamentos ou

impedimentos legais, a designação para ocupar a chefia de cartório por servidor regularmente

requisitado que tenha formação ou experiência compatíveis com as atividades cartorárias.

Com relação ao item 9.1.5 do Acórdão TCU nº 199/2011, cabe esclarecer que o art. 3º

da Resolução TRE/RJ nº 805/2012 restringe a requisição a servidores públicos da administração

direta, autárquica e fundacional.

Em cumprimento ao item 9.1.6 do Acórdão TCU nº 199/2011, este Tribunal estabeleceu,

por intermédio da Resolução TRE/RJ nº 839/2013, o limite máximo de 4 prorrogações anuais

para as requisições de servidores.

Por fim, cabe informar que, de acordo com a Secretaria de Gestão de Pessoas desta

Corte, foram cumpridas as determinações contidas na decisão da Corregedoria-Geral de Justiça

Eleitoral, no procedimento TSE nº 15.279/2012, por intermédio do Ofício GP/SGP nº 283/2013 e

com a publicação da Portaria SGP nº 53/2014, que determina, para cadastramento dos

servidores requisitados, a apresentação de Termo de Posse no órgão de origem.

Com relação à cessão de servidores, impende ressaltar que foi realizada, em 2011,

auditoria, por amostragem, para verificar a regularidade das requisições e cessões de pessoal

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39

para este Tribunal. À época não foram constatadas inconsistências referentes às cessões de

servidores.

Por tal motivo, considerando o baixo risco envolvido nesse tipo de procedimento, não foi

realizada auditoria específica para verificar a regularidade das cessões de servidores no

exercício de 2013.

Porém, esta Unidade de Controle Interno verificou, por intermédio de informações

fornecidas pela Secretaria de Gestão de Pessoas e de dados colhidos no Sistema de

Gerenciamento de Recursos Humanos – SGRH, que todos os servidores cedidos a esta Corte

em 2013 atendiam ao disposto no art. 93, inciso I, da Lei nº 8.112/90.

III.5.3 - CONSISTÊNCIA DE CONTROLES INTERNOS ADMINISTRATIVOS RELACIONADOS ÀGESTÃO DE PESSOAS E QUALIDADE DO CONTROLE PARA IDENTIFICAR E TRATAR ASACUMULAÇÕES ILEGAIS DE CARGOS (item 4, “c” e “e”)

No exercício de 2014 foi realizada, no âmbito deste Tribunal, a primeira avaliação de

controles internos na área de gestão de pessoas e, diante da vasta gama de processos,

buscou-se limitar o escopo da auditoria, priorizando as atividades mais proximamente

relacionadas aos temas indicados pelo Tribunal de Contas da União como passíveis de serem

incluídos no Relatório de Auditoria de Gestão.

Assim, diante do disposto na alínea “b” do item 4 do Anexo IV da DN TCU nº 132/2013,

que prevê a análise da observância da legislação sobre admissão, remuneração, cessão e

requisição de pessoal, bem como, se for o caso, sobre concessão de aposentadorias, reformas

e pensões, foram inicialmente mapeados vários processos de inclusão de remuneração,

vantagens e benefícios em folha de pagamento, tendo sido, por fim, escolhidos os processos

de inclusão de aposentadoria e de inclusão de pensão em folha, com base em uma análise

preliminar sobre os possíveis riscos a eles inerentes.

Decidiu-se analisar também o processo de identificação de acumulação de cargos,

empregos e funções públicas, tendo em vista a previsão da alínea “e” do item 4 do Anexo IV da

DN TCU nº 132/2013 de análise quanto à qualidade do controle da unidade jurisdicionada para

identificar e tratar as acumulações ilegais de cargos.

O processo de elaboração do Plano Anual de Capacitação – PAC foi selecionado por ser

um processo diretamente ligado a um dos objetivos estratégicos deste Regional, que é

desenvolver competências necessárias às atividades institucionais, vinculado, de acordo com o

Mapa Estratégico, ao Tema Gestão de Pessoas, que, por sua vez, integra a perspectiva dos

Recursos (o que o Tribunal precisa ter).

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40

Ressalte-se, ainda, que os mencionados processos de trabalho foram avaliados com

base em suas execuções no exercício de 2013, em razão do Relatório de Auditoria de Gestão

se referir a esse período. Nesse ponto, cabe salientar que os únicos processos que sofreram

alteração de execução no exercício de 2014 foram os de inclusão de aposentadoria e de

pensão em folha de pagamento.

Durante o planejamento da auditoria, verificou-se que as unidades responsáveis pelos

processos examinados não possuíam mapas discriminando as atividades executadas e que os

controles internos não estão sistematizados, além de não existir uma política de gestão de

riscos no âmbito deste Tribunal. Por tais motivos, a equipe de auditoria vislumbrou a

necessidade de obter mais informações sobre o ambiente no qual as atividades referentes aos

processos são desenvolvidas.

Dessa forma, foi elaborado um planejamento contemplando as seguintes etapas:

a) mapeamento dos processos de trabalho e elaboração de memorandos descritivos,

com o auxílio dos gestores das unidades auditadas;

b) realização de Análise SWOT, em conjunto com os servidores e gestores das

unidades auditadas;

c) elaboração da Matriz de Riscos e Controles, com base nas informações obtidas nas

etapas anteriores, contando com a colaboração dos gestores na definição da

probabilidade e do impacto de cada risco identificado pela equipe de auditoria. Para

tanto, foram utilizadas matriz de impacto x probabilidade e escala para avaliação

de desenho de controles semelhantes às utilizadas pelo TCU;

d) identificação das possíveis medidas de controle que poderiam ser adotadas para

mitigarem os riscos.

Da avaliação realizada, concluiu-se que uma deficiência de controle comum a todos os

processos analisados é a ausência de regulamentação e definição das rotinas de trabalho.

Nesse ponto, foi recomendada a normatização como instrumento de uniformização de

procedimentos e entendimentos, podendo até definir atividades de controle, contribuindo,

assim, de maneira eficaz para o alcance dos objetivos do processo dentro dos padrões

estabelecidos.

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41

Observou-se, também, que todos os processos possuem atividades de execução que

são realizadas exclusivamente pela chefia e pelo assistente de chefia da Seção, havendo,

dessa forma, centralização de conhecimento em determinados servidores por serem mais

experientes e capacitados.

Com o fito de evitar tal prática, foram recomendadas a capacitação dos servidores e a

regulamentação dos procedimentos como meios de disseminar o conhecimento dentro das

unidades.

Outro ponto que merece destaque é o fato do processo de elaboração do PAC não estar

sendo capaz de atingir o objetivo ao qual se propõe. Isto se deve, principalmente, à atual

sistemática de definição dos treinamentos que integrarão o PAC, em razão da ausência de

regras claras quanto à escolha dos cursos pelas unidades solicitantes e ao atendimento das

demandas na versão final do PAC.

Ademais, demonstrou ser um processo extremamente trabalhoso para a unidade que o

realiza e com resultados não satisfatórios, gerando, assim, desmotivação da equipe nele

envolvida.

Objetivando melhorar o procedimento, foram recomendadas a capacitação dos

servidores envolvidos no processo e a elaboração de normativo com o fito de regulamentar a

elaboração do PAC, estabelecendo critérios objetivos para definição/identificação das

necessidades e prioridades de capacitação e para distribuição dos treinamentos entre as

unidades, de forma que, na medida do possível, todas sejam atendidas.

Quanto ao processo de identificação de acumulação de cargos, empregos e funções

públicas, cabe salientar que a atual metodologia utilizada não é a mais adequada para

identificar os casos de acumulação, pois suas atividades de controle ficam limitadas às épocas

da admissão e da aposentadoria dos servidores.

Sendo assim, foi recomendada a elaboração de normativo no âmbito deste Tribunal com

o fito de regulamentar o processo de identificação de acumulação de cargos, empregos e

funções públicas, estabelecendo rotinas de trabalho.

Com relação aos processos de inclusão de aposentadoria e de pensão em folha de

pagamento, verificou-se que os riscos neles envolvidos são, em sua maioria, baixos, em razão

da experiência e dos conhecimentos pessoais dos servidores lotados na SEPINP. Porém,

merecem maior atenção a rotatividade de servidores lotados na unidade e a deficiência na

gestão do turnover.

Dessa forma, em que pese o baixo risco identificado, foram propostas medidas de

controle para melhorar a segurança das transações efetuadas e assegurar a disseminação de

conhecimentos e o registro das atividades e dos controles adotados.

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42

III.5.4 - TEMPESTIVIDADE E QUALIDADE DOS REGISTROS PERTINENTES NO SISTEMACONTÁBIL E NOS SISTEMAS CORPORATIVOS OBRIGATÓRIOS (item 4, d)

A auditoria teve como objeto os registros contábeis relativos à pessoal, tendo como

fonte de informação os relatórios gerados pelo Sistema de Gestão de Recursos Humanos -

SGRH, processos relacionados, bem como os relatórios extraídos do Sistema Integrado de

Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI.

O escopo do trabalho de auditoria resumiu-se em analisar os dados registrados

contabilmente e as Folhas de Pagamento Normais referentes aos meses de janeiro, março,

agosto e outubro do exercício de 2013, os Registros Contábeis Patrimoniais e Orçamentários

concernentes a Pessoal e, ainda, os processos de pagamento de Pessoal relacionados a esses

meses. Ressalva-se que tais meses foram selecionados de forma aleatória, de acordo com o

método de seleção de amostra randômico.

Com objetivo de verificar as contas contábeis relativas a Pessoal, o trabalho foi

desenvolvido de modo a analisar a conformidade dos registros da Folha de Pagamento no

sistema corporativo em confronto com os registros constantes do Sistema Integrado de

Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI.

Para verificação dos objetivos especificados, elaboraram-se as seguintes questões de

auditoria:

os registros das Despesas com Pessoal e Encargos Sociais estão de acordo com o

determinado pelo Manual de Contabilidade Aplicada ao setor Público – MCASP,

legislação aplicável à matéria e com as Normas Brasileiras de Contabilidade

aplicadas ao Setor Público?

nos registros contábeis foi respeitado o Regime de Competência para as despesas

relativas a Pessoal e Encargos Sociais?

os saldos dos registros contábeis no SIAFI estão coerentes com os saldos

registrados no módulo Folha de Pagamento do SGRH?

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43

Com vistas a avaliar e verificar a tempestividade e qualidade dos registros contábeis

foram examinados os registros relativos às folhas de pagamento dos meses selecionados. no

sistema contábil e nos sistemas obrigatórios, tomando-se como referência as Normas

Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público.

Para tanto, procurou-se responder as questões de auditoria mediante a aplicação das

seguintes técnicas: extração eletrônica de dados, verificação dos registros e saldos por meio

de conciliação, indagação escrita, exame documental, conferência de cálculos e circularização.

Em complemento, foram realizadas análises de relatórios extraídos do SIAFI e do SGRH,

bem como exames em normativos tais como Manual SIAFI, MCASP, Atos e Resoluções.

Registra-se que não foram identificadas irregularidades, somente inconsistências

formais, que ensejaram recomendações corretivas, algumas delas já sanadas pela

Administração deste Tribunal Eleitoral.

No entanto, identificou-se um achado, não decorrente das questões de auditoria,

relativamente à falta de regulamentação quanto à rotina de cobrança de débitos de servidores

no que tange ao estabelecimento das seguintes matérias, entre outras:

critérios para o parcelamento de dívidas;

definição de limitação temporal para cobrança dos débitos;

procedimento a ser adotado para cobrança de débitos em caso de falecimento de

servidor ativo, inativo ou pensionista; e

adoção de critérios para a notificação dos devedores.

Esse assunto foi tema de Relatório de Acompanhamento da Gestão, elaborado por esta

unidade de controle, protocolado sob o n° 148.555/2013, em que consta informação da Seção

de Informações Processuais – SEIPRO, quanto ao estabelecimento de um ranking de assuntos

que necessitam de regulamentações, estando na sexta posição, constando, ainda, estar

trabalhando na matéria que se encontra na quinta posição.

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44

III.5.5 - AÇÕES E INICIATIVAS DA UNIDADE JURISDICIONADA PARA A SUBSTITUIÇÃO DETERCEIRIZADOS IRREGULARES, INCLUSIVE QUANTO AO ESTÁGIO E QUALIDADE DEEXECUÇÃO DO PLANO DE SUBSTITUIÇÃO AJUSTADO COM O MINISTÉRIO DOPLANEJAMENTO (item 4, f)

O único caso que possui indícios de ter configurado terceirização irregular no exercício

de 2013, identificado por esta Secretaria, diz respeito à contratação de empresa especializada

para operação de postos de trabalho de recepcionista e de supervisor administrativo de

pessoal, para auxílio nos trabalhos de cadastramento biométrico dos eleitores do município de

Niterói.

Isto porque, de acordo com a fiscalização dos contratos nos 11/2013, 31/2013 e 39/2013,

os terceirizados recebiam os eleitores e realizavam todo o procedimento da biometria,

incluindo a conferência de dados cadastrais, coleta de digitais e assinaturas, além de

fotografarem os eleitores.

Para tanto, foram realizados treinamentos com os terceirizados contratados acerca da

operação do Sistema Elo e da legislação eleitoral, incluindo a parte prática no ambiente de

atendimento do Ginásio do Caio Martins, além de terem sido orientados a respeito do ambiente

de computação utilizado e sobre a operação dos periféricos instalados nos computadores

(impressoras matricial e laser, scanner de digitais, máquina fotográfica, coletor de assinaturas,

hub USB e chave de hardware/dongle).

Tais atividades parecem ter extrapolado aquelas previstas nos itens 3.8 e 3.9 do edital

do Pregão Presencial por Registro de Preços nº 02/2013.

Porém, os referidos contratos tiveram suas vigências limitadas ao período de

09/05/2013 a 20/12/2013.

Nesse sentido, cabe mencionar recente decisão da Corte de Contas em contratação

semelhante (Acórdão 3437/2014 – 2ª Câmara), que embora tenha constatado a irregularidade

na terceirização de atividade-fim da Justiça Eleitoral, sopesou o fato de ter havido necessidade

pública e urgência em seu atendimento, sob orientação do órgão superior, além de já ter

terminado a vigência do contrato.

Dessa forma, esta Unidade de Controle recomendou a melhoria no planejamento dos

futuros recadastramentos biométricos realizados por este Tribunal, para que as atividades a

serem desempenhadas por eventuais terceirizados se limitem aos serviços e às rotinas

auxiliares e de apoio às atividades revisionais, conforme estabelece o art. 15 da Resolução TSE

nº 23.335/2011.

45

III.6 - AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE COMPRAS E CONTRATAÇÕES

Conforme indicado no item 6, da DN TCU n° 132/2013, avaliou-se a regularidade da

gestão de compras e contratações, ressalvando-se a alteração das alíneas a e c e a exclusão

da alínea b, nos termos de orientação registrada em ata de reunião havida com a SECEX-RJ em

25 de novembro de 2013.

III.6.1 - REGULARIDADE DOS PROCESSOS LICITATÓRIOS E DAS CONTRATAÇÕES, PORAMOSTRAGEM (item 6, a)

A verificação da regularidade das contratações de bens e serviços celebradas pelo

TRE/RJ no exercício de 2013 foi objeto de atividades diversas realizadas pela Unidade de

Controle Interno ao longo dos exercícios de 2013 e 2014.

Em 2013, foram examinados 14 procedimentos administrativos de contratação, no bojo

de atividades de controle prévio, planos de acompanhamento de gestão e auditoria.

Em 2014, a Unidade de Controle Interno realizou auditoria específica de conformidade

das contratações de 2013, para a qual foram selecionados, por amostragem, 7 procedimentos

administrativos, entre aqueles não examinados no exercício de referência.

Em ambos os casos, a seleção dos procedimentos obedeceu aos critérios de risco,

relevância e materialidade, de modo que as contratações ou registros de preços resultantes

dos procedimentos examinados corresponderam a 55% do montante contratado ou registrado

no exercício, conforme demonstra a tabela a seguir:

Contratações 2013

Celebradas Examinadas pela SCI

Fundamento /modalidade Quantidade Montante (R$) Quantidade Montante (R$)

Montante examinado /montante contratado

(%)Dispensa 24, II 81 208.998,86 0 0 0%Dispensa 24, IV 1 74.197,35 1 74.197,35 100%Dispensa 24, X 12 3.053.898,46 0 0 0%

Dispensa 24, XXII 4 1.711.286,20 0 0 0%Inexigibilidade 67 1.913.069,10 2 493.555,86 26%

Pregão Presencial 4 9.970.085,96 4 9.970.085,96 100%Pregão Presencialpor Registro de

Preços2 3.748.903,48 1 3.646.863,48 97%

Pregão Eletrônico 11 2.225.830,39 5 1.874.453,60 84%Pregão Eletrônicopor Registro de

Preços44 10.855.479,95 6 2.077.630,25 19%

Adesão ARP(carona) 7 1.071.946,00 2 1.033.590,00 96%

TOTAL 233 34.833.695,75 21 19.170.376,50 55%

A abrangência dos exames variou em função de diretrizes fixadas nos instrumentos

normativos e regulamentares internos ou, conforme o caso, nos respectivos planos de

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46

trabalho, concentrando-se, sobretudo, nas fases interna e externa das licitações, conforme

indicado na tabela a seguir:

Contratações/2013 examinadas pela SCI

Procedimentos Montante

Abrangência do exameQuantidade

% em relaçãoaos 21

procedimentosexaminados

R$% em relação aomontante dos 21procedimentos

examinados

Fase interna da licitação(controle prévio) 7 33,33% 10.449.871,43 54,51%

Fase interna e externa dalicitação e instrução

processual relacionadaaos aditivos contratuais(controle concomitante)

1 4,76% 3.646.863,48 19,02%

Fase interna e externa dalicitação (controle

posterior)7 33,33% 2.630.898,90 13,72%

Fase interna e externa dalicitação (controle

concomitante)2 9,52% 1.821.399,48 9,50%

Instrução do processo decontratação direta até apublicação do extrato de

inexigibilidade

1 4,76% 395.105,86 2,06%

Instrução do processo decontratação direta até à

emissão da nota deempenho

1 4,76% 98.450,00 0,51%

Instrução do processo decontratação até o

pagamento do fornecedor1 4,76% 74.197,35 0,39%

Instrução do processo deadesão e execução doscontratos firmados atéjunho de 2013 (controle

posterior)

1 4,76% 53.590,00 0,28%

TOTAL 21 100% 19.170.376,50 100%

Os exames se basearam na análise de documentos e na aplicação de listas de

verificação elaboradas a partir da legislação que rege a matéria, não tendo sido identificadas

irregularidades, apenas impropriedades formais, que ensejaram recomendações corretivas, a

fim de aprimorar o alinhamento da Administração às diretrizes normativas.

47

III.6.2 - QUALIDADE DOS CONTROLES INTERNOS ADMINISTRATIVOS RELACIONADOS ÀATIVIDADE DE COMPRAS E CONTRATAÇÕES EM TODAS AS SUAS ETAPAS (item 6, c)

No exercício de 2014 foi realizada auditoria de avaliação dos controles internos

administrativos relacionados ao processo de compra de materiais e contratação de serviços,

com o objetivo de verificar sua qualidade, no que tange a normativos instituídos, orientações,

sistemas, planejamento e estrutura de pessoal das unidades envolvidas.

As atribuições das unidades envolvidas estão estabelecidas no Regulamento da

Secretaria do TRE-RJ (Resolução nº 739/2010, publicada no DOE/RJ de 23 de junho de 2010,

com acréscimos e alterações promovidos pelas Resoluções nºs 829/2012 e 863/2014).

Aplicam-se ao processo os seguintes instrumentos normativos principais: Constituição

da República Federativa do Brasil, Lei nº 8.666/93, Lei Complementar 123/2006, Lei nº

10.520/2010, Decreto nº 3.555/2000, Decreto nº 5.450/2005, Decreto nº 6.204/2007, Decreto

nº 7.892/2013, Resolução nº 169/2013 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Resolução nº

23.234/2010, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Instrução Normativa nº 04/2012, da

Diretoria-Geral do TRE-RJ.

Orientam ainda a realização das atividades as disposições da Lei Federal nº 8.429/1992,

dos Decretos Federais nºs 3.722/2001, 7.816/2012 e 8.164/2014, assim como boas práticas

constantes das Instruções normativas nºs 02/2008 e 01/2010 do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MPOG) e 04/2010 da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação

(SLTI/MPOG).

As atividades se concentram, sobretudo, no âmbito da Secretaria de Administração do

Tribunal (SAD), à qual se subordinam a Coordenadoria de Formação e Gestão de Contratos

(COFOR), a Coordenadoria de Material e Patrimônio (COMAP) e a Assessoria Técnica de

Licitações (ALICIT). Participam, ainda, a Secretaria de Orçamento e Finanças (SOF) –

responsável, em suma, pelas atividades de empenhamento, contabilização da liquidação da

despesa e emissão de ordem bancária para pagamento dos fornecedores –, a Assessoria

Jurídica da Diretoria-Geral (ASJURI-DG) – responsável pela emissão de pareceres jurídicos – e a

Presidência da Corte, responsável pelos atos administrativos de autorização e homologação.

Diversas unidades do Tribunal, vinculadas ou não à Secretaria de Administração,

participam do processo na qualidade de unidades requisitantes, especificando e solicitando a

aquisição de materiais ou serviços necessários ao desempenho de suas atividades ordinárias e

fiscalizando a execução.

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48

O quadro a seguir sintetiza as principais atividades relacionadas ao processo e indica as

unidades responsáveis:

Inspirada em auditorias semelhantes realizadas pelo TCU no âmbito de outras entidades

federais1, a equipe de auditoria aplicou questionário de avaliação de controles internos (QACI),

com vistas a verificar o atendimento a critérios de auditoria elaborados a partir do modelo

referencial do Committee of Sponsoring Organization of the Treadway Comission – Comitê das

Organizações Patrocinadoras – COSO, direcionados e adaptados à área de compras e

contratações.

Como resultado da avaliação realizada foram identificadas as seguintes deficiências:

a) não adoção de tratamento especial para licitações de maior vulto ou para

aquelas cujos objetos sejam não usuais, no sentido de mitigar eventuais riscos

envolvidos no processo;

b) ausência de padrões de desempenho operacional na área de compras e

contratações;

c) ausência de detalhamento das competências, atribuições e responsabilidades

dos servidores envolvidos;

d) estrutura de pessoal deficiente;

1 TC 012.726/2013-3 (Acórdão nº 415/2013–Plenário) e TC 009.580/2012-3 (Acórdão nº 353/2014–Plenário).

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49

e) ausência de normas e/ou manuais que detalhem os procedimentos a serem

realizados na condução de licitações e contratações diretas;

f) ausência de normativos/diretrizes que orientem a especificação do objeto das

contratações;

g) insuficiência de normativos que orientem a realização de análise de mercado

abrangente;

h) ausência de metodologia consolidada de planejamento das contratações;

i) ausência de rotinas de análise, com vistas a identificar exigências ilegais que

possam conduzir ao direcionamento do certame; e

j) ausência de orientação formal para que não apenas uma pessoa seja

responsável, por um período prolongado de tempo, pela realização de atividades

com potencial de serem atingidas por irregularidades.

Com base nas deficiências constatadas, a Unidade de Controle Interno recomendou a

adoção de medidas corretivas voltadas à fixação de objetivos operacionais e de padrões de

desempenho para a área, ao mapeamento, descrição e detalhamento das atividades

relacionadas ao processo de trabalho, à elaboração de rotinas de análise de regularidade e à

normatização de procedimentos, entre outras.

III.7 - AVALIAÇÃO SOBRE A GOVERNANÇA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI)

Em cumprimento ao item 8, da DN TCU nº 132/2013, realizou-se, no exercício de 2014,

auditoria sobre o tema “Governança da Tecnologia da Informação”, objetivando avaliar a

estrutura da governança de TI no Tribunal, com ênfase em eventuais avanços ocorridos e

dificuldades encontradas no exercício de 2013.

Ressalve-se que, nos termos de orientação registrada em ata de reunião havida com a

SECEX-RJ em 25 de novembro de 2013, modificou o objeto de “avaliação de gestão de

tecnologia da informação” para “avaliação de governança de tecnologia da informação.

O objeto foi abordado em 2013 no bojo de auditoria coordenada pelo CNJ, conforme

determinado no Ofício Circular nº 12/2012-SCI/Presi/CNJ, porém de forma pontual. Desse modo,

por se tratar de primeiro trabalho mais aprofundado sobre o tema, este foi considerado em

toda sua abrangência, buscando-se identificar oportunidades de melhoria e as boas práticas

que ainda necessitam de maior atenção ou prioridade em sua implementação.

Por conseguinte, foram incluídos no escopo da avaliação os principais tópicos e critérios

abordados nos levantamentos de Governança de TI que o Tribunal de Contas da União realiza

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periodicamente através da Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da Informação – Sefti.

Ademais, foram levados em conta, durante o planejamento e a execução da avaliação, os

resultados obtidos por essa UJ nos levantamentos realizados pela Corte de Contas em anos

anteriores, bem assim as respostas encaminhadas à Sefti no levantamento realizado neste

ano, as quais serviram de base para o desenvolvimento dos trabalhos.

Foram consideradas, outrossim, informações disponibilizadas pelo CNJ, sobretudo as

contidas nos relatórios anuais de levantamento de porte de tecnologia da informação, nos

termos da Resolução CNJ nº 90 de 2009. As diretrizes da Resolução, que trata dos requisitos de

nivelamento de TI no Poder Judiciário, também fizeram parte da avaliação, em vista do prazo

de atendimento dado aos órgãos jurisdicionados ao Conselho, a findar em 31 de dezembro de

2014.

Das fontes de critérios utilizadas, podemos citar as Resoluções nº 90/09 e 99/09 do

Conselho Nacional de Justiça, a Resolução TSE nº 22.780/2008 (Segurança da Informação), as

Lei de Licitações (8.666/93) e a de Acesso à Informação (12.527/2011), o Decreto nº

6.932/2009 (Carta de Serviços ao Cidadão), as Resoluções do TRE-RJ nº 720/2010, 832/2012,

728/2010, os Atos do Gabinete da Presidência do TRE-RJ nº 36/2012 e 81/2012, dentre outros

normativos, além de publicações e acórdãos do Tribunal de Contas da União, com destaque

para os de número 1603/2008, 2308/2010, 2585/2012, 1233/2012, 749/2014 e 1055/2014.

Além disso, foram consultadas normas internacionais que versam sobre governança

corporativa e de TIC, bem como frameworks de governança e gestão de TIC, como o Cobit e o

ITIL, reconhecidos pelo mercado e amplamente referenciados por essa E. Corte de Contas.

Foram elaboradas 24 questões de auditoria abrangendo tópicos relacionados à

liderança da alta administração, à estrutura de governança de TI, às estratégias e planos

institucionais e de TI, a informações e conhecimento, a pessoas, a processos, a resultados e à

Resolução CNJ nº 90/2009.

Sintetizam-se, adiante, as observações decorrentes dos exames de auditoria.

III.7.1 – LIDERANÇA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO E ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DE TI

Preliminarmente, sobre os sistemas de governança corporativa e de TI, observam-se

algumas deficiências, como a ausência de definição e comunicação formal de papéis e

responsabilidades organizacionais e a inexistência de um código de ética no Tribunal, o qual

ainda está em fase de estudos preliminares.

No que toca à liderança da alta administração e à estrutura de governança de TI, foi

avaliada a atuação do Comitê Diretor de Tecnologia da Informação – CDTIC, atualmente a

principal instância de apoio à governança de TI, tendo sido constituído pelo Ato TRE-RJ nº

81/2012, em atenção a comando da Resolução CNJ nº 90/2009. Constatou-se a necessidade de

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51

providências no sentido de se buscar a efetividade na atuação do comitê, especialmente no

que toca às atribuições de orientação do desenvolvimento e aprovação dos planos de TI.

Recomendou-se, além disso, que sejam respeitadas as formalidades previstas no ato

constitutivo, no que diz respeito à periodicidade das reuniões e à transparência das

deliberações.

Quanto à instituição formal de políticas corporativas relacionadas à governança e

gestão de TI, verificou-se que a administração ainda não tomou iniciativas mais concretas no

sentido de estabelecer diretrizes de gestão de riscos e de gestão de continuidade do negócio,

tendo, entretanto, no primeiro caso, já promovido alguma capacitação de servidores no

assunto.

Em relação à área de Segurança da Informação, o Tribunal conta com uma Comissão de

Segurança da Informação, constituída pelo Ato TRE-RJ nº 482/09, integrada por servidores de

diversas áreas institucionais. A Comissão apresentou proposta de Política de Segurança da

Informação (PSI), a qual se encontra atualmente em vias de apreciação pelos membros da

Corte em sessão plenária.

III.7.2 – ESTRATÉGIAS E PLANOS

O Tribunal instituiu, através do Ato TRE-RJ nº 391/2012, um Comitê de Gestão da

Estratégia, responsável por coordenar as atividades de formulação e planejamento da

estratégia do Tribunal e pelo monitoramento de sua execução, auxiliando na execução de suas

atribuições, principalmente, pela Assessoria de Planejamento Estratégico e Gestão, vinculada à

Diretoria-Geral.

Atualmente, encontra-se em vigor no Tribunal o Plano Estratégico aprovado pela

Resolução TRE-RJ nº 720/09, com abrangência do período de 2010-2014, o qual teve sua

primeira revisão em 2012, através da Resolução nº 832/2012.

Para a área de tecnologia da informação, a Administração aprovou, em atenção aos

ditames da Resolução CNJ nº 90/09, Plano Estratégico de TIC – PETIC, para o período de 2010-

2014, e Plano Diretor de TI – PDTI, para o biênio de 2011-2012, cujo alinhamento, tanto ao

plano institucional quanto ao Plano Estratégico de TI do Poder Judiciário, pode ser constatado.

Dos exames realizados, verificaram-se alguns achados que indicam a necessidade de

fortalecimento do processo de planejamento de TIC, por exemplo: o Plano Diretor de TI não foi

atualizado para o segundo biênio do período do PETIC (2013-2014); os planos de TI não

vinculam recursos nem fundamentam de forma plena a proposta orçamentária de TI; dos nove

indicadores estabelecidos no PETIC, apenas um foi efetivamente medido; informações sobre o

alcance de metas e status de desenvolvimento de projetos e iniciativas não são objeto de

monitoramento formal pela alta administração; não foram estabelecidos documentos internos

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52

que pudessem guiar a elaboração dos planos de TI, tais como fluxo de trabalho, definição de

prazos etc.

A área de TI informou alguns fatores que dificultaram a elaboração do PDTI 2013-2014 e

a medição e acompanhamento de indicadores, entre outras atividades relacionadas à

estratégia de TI, como, por exemplo: a reduzida equipe de TI para atender a um número

crescente de demandas; o volume de trabalho decorrente do recadastramento biométrico da

cidade de Niterói em 2012; o planejamento das eleições gerais de 2014; mudanças de gestão

acompanhadas de alteração de prioridades; e o fato de atualmente não dispor de uma

subunidade específica que possa se dedicar à execução de tais atividades.

III.7.3 - INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO

O Conselho Nacional de Justiça estabeleceu como meta específica para a Justiça

Eleitoral em 2014 que os Tribunais instituam unidades de gestão de processos e elaborem suas

cadeias de valor. Tendo em vista que o Tribunal ainda não possui um catálogo de sistemas

informatizados, recomendou-se que, com base nesse trabalho de identificação de seus

processos principais, o Tribunal avalie a situação de suporte por sistemas informatizados a

esses processos, crie e mantenha atualizado o catálogo de informações sobre esses sistemas e

designe-lhes formalmente gestores responsáveis.

Não obstante, verificou-se a inclusão de alguns sistemas relacionados às atividades

finalísticas do Tribunal na atualização do rol de sistemas informatizados do PDTI 2011-2012,

como o e-Denúncia (sistema de controle de denúncias de propaganda irregular) e o PIE

(sistema de planejamento integrado das Eleições), entre outros.

III.7.4 – PESSOAS

No que concerne à capacitação de pessoal e gestores de TI, não existe no Tribunal

plano específico de capacitação para a área. As necessidades de treinamento são informadas à

Administração pela própria Unidade, com vistas a compor o Plano Anual de Capacitação – PAC

do exercício seguinte, no qual serão elencadas as ações de treinamento prioritárias de todas as

áreas do Tribunal, visto que compartilham a integralidade da dotação orçamentária de

capacitação.

O processo de execução do PAC demonstrou, nos exames, necessitar de ajustes. Isso

porque se verificou que muitas das ações de treinamento da área de TI realizadas no exercício

de 2013 não constaram do PAC e boa parte das que constaram não foram realizadas, o que

sugere baixos índices de aderência e de execução do programa. Não obstante, a Administração

atendeu em certa medida as necessidades de treinamento da área, tendo sido realizadas

capacitações relevantes, em temas como “gestão de riscos”, “liderança de processos” e

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53

“indicadores de desempenho e métricas em TI”. Recomendou-se, de qualquer sorte, o

aperfeiçoamento do programa de capacitação, a fim de assegurar que temas também

importantes, como governança corporativa, governança de TI e planejamento estratégico – que

haviam sido solicitados pela Unidade e não foram contemplados –, sejam efetivamente

realizados.

Outro ponto examinado na auditoria diz respeito à atual estrutura orgânica da área de

TI. De acordo com seus gestores, a estrutura atual mereceria adequação, no sentido de ser

criada uma coordenadoria específica de soluções de TI, com justificativa baseada na atual

assimetria em relação à estrutura da STI do Tribunal Superior Eleitoral e no acúmulo de

atribuições e seções sob a Coordenadoria de Infraestrutura.

Além disso, foram examinados dados referentes à força de trabalho de TI. De acordo

com o que dispõe o Anexo I da Resolução CNJ nº 90/09, o quantitativo mínimo recomendado

para o Tribunal face ao número de usuários de recursos de TIC seria de 87 funcionários de TIC

(incluindo efetivos, comissionados, requisitados/cedidos e terceirizados), sendo que, destes, o

ideal é que 75 profissionais pertencessem ao quadro permanente.

O Tribunal não atingiu, desde o estabelecimento do parâmetro, o quantitativo ideal de

funcionários de TI. No ano de 2013, conforme informação prestada ao CNJ para fins de

levantamento de porte de TIC, o Tribunal contava com o número total de 73 funcionários,

sendo 45 do quadro permanente. Com o objetivo de diminuir essa diferença, foram solicitados

o remanejamento de servidores de outras unidades para a área de TI e a transformação de

cargos efetivos administrativos em cargos especializados em TI. Encaminhou-se, além disso,

estudo de necessidade de força de trabalho ao Tribunal Superior Eleitoral, com vistas à

proposição de lei para a criação de novos cargos efetivos.

No que tange à proporção entre a força de trabalho composta por terceirizados e outros

colaboradores externos em comparação à força de trabalho composta pelo pessoal do próprio

quadro, havia, em 31/12/2013, 32 colaboradores externos, dentre os quais 28 terceirizados,

para 43 efetivos especializados. Portanto, não se observou inadequação entre os quantitativos,

fator que poderia implicar em dependência de pessoas alheias ao quadro para a execução de

processos críticos para o negócio e prejuízo à internalização de conhecimento organizacional.

Não há, além disso, colaboradores exercendo funções gerenciais ou atividades estratégicas da

área de TIC, ou seja, não há atualmente cargos sensíveis sendo ocupados por terceirizados,

nos termos do art. 2º, §§ 1º e 2º, da Resolução CNJ nº 90/09.

Por fim, ainda que não haja no Tribunal uma definição formal de diretrizes para a

ocupação de cargos e funções de TI, atualmente, dos 17 gestores de TI (secretário, oficial de

gabinete, coordenadores e chefes de seção), apenas um deles não é servidor ocupante de

cargo efetivo do quadro do Tribunal (sendo, de toda sorte, servidor requisitado de outro órgão

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54

de Judiciário, o que afasta alguns riscos associados à ocupação de cargo gerencial de TI por

colaborador sem vínculo com a administração pública).

III.7.5 – PROCESSOS

Dos processos de gestão examinados, destacam-se os seguintes:

Gestão de Serviços: o único processo que já é adotado é o de gerenciamento de

incidentes, dentro de Operação de Serviços. Embora não esteja formalmente instituído,

verificou-se que o processo é executado no contexto do contrato de prestação de serviços de

suporte técnico remoto de 1º nível a usuários de soluções de TI e que se baseia na biblioteca

ITIL v3, contemplando as principais atividades descritas na biblioteca em um roteiro

estabelecido para o atendimento do fluxo de solicitações via helpdesk.

Gestão de Riscos de TI: ainda não foi implementado o processo relacionado, ou seja, o

Tribunal ainda não identifica, não avalia, não define níveis aceitáveis de riscos de TI nos

processos críticos de negócio e nem os trata, o que não foge ao esperado, já que o órgão não

dispõe ainda de uma política corporativa de riscos, tampouco foram tomadas medidas para a

implantação de uma estrutura que integre e coordene as atividades relacionadas a esse

processo.

Gestão da Segurança da Informação: o processo ainda não está formalmente

implementado, tendo em vista que a Política de Segurança da Informação proposta ainda não

foi apreciada. A ausência de uma PSI em vigor prejudica o estabelecimento de normas e

procedimentos importantes, como a gestão de ativos, classificação de informações, divulgação

e conscientização, por meio dos quais poderá se efetivar a garantia de integridade,

confidencialidade, autenticidade e disponibilidade das informações processadas no Tribunal.

Existem, no entanto, algumas normas esparsas e pontuais sobre o assunto, como a

obrigatoriedade de assinatura de Termo de Sigilo e Responsabilidade para acesso a sistemas.

Processo de Software: a STI informou que não há contratos firmados para a prestação

de serviços de desenvolvimento de sistemas de informação ou contratação de sistemas de

informação, de modo que não foi realizado teste quanto à observância da necessidade de

indicação de metodologia como parâmetro para a contratação de desenvolvimento de

software, conforme orientação dessa E. Corte de Contas presente em inúmeros acórdãos.

A Unidade informou, quanto ao processo interno de produção de sistemas, que utiliza

métodos ágeis de desenvolvimento de software, como a metodologia Scrum. Esse processo,

todavia, não está formalizado, a uma, por estar em amadurecimento, a duas, porque se

aguarda iniciativa do TSE nesse sentido.

Além disso, a unidade responsável, em conjunto com a Assessoria de Planejamento e

Gestão Estratégica – ASPLAN, iniciou medidas com o objetivo de definir critérios objetivos de

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55

priorização das demandas de desenvolvimento de software, que seriam submetidas à análise

do Comitê Diretor de TIC. Nesse processo, seria verificada a existência de relação entre a

demanda e algum objetivo estratégico, o que é prática recomendável.

Processo de Contratação e Gestão de Bens e Serviços de TI: com o advento da

publicação da Resolução CNJ nº 182 em 2013, os órgãos do Poder Judiciário passaram a contar

com normatização específica para o processo de contratação de soluções de tecnologia da

informação, incluindo planejamento, execução e gestão, haja vista que até então se utilizavam

subsidiariamente as diretrizes postas para o Executivo Federal pela IN SLTI nº 04/2010.

A norma, que entrou em vigor em outubro de 2013, traz a obrigatoriedade de

elaboração de um “Plano de Contratações de Soluções de TIC” para o exercício subsequente (o

que foi atendido para o ano de 2014, com a aprovação do documento pelo CDTIC) e exige

ainda, para cada contratação, a elaboração de estudos preliminares, contendo os seguintes

documentos: “Análise de Viabilidade da Contratação”, “Sustentação do Contrato”, “Estratégia

para a Contratação” e “Análise de Riscos” (sendo os últimos três dispensáveis para

contratações com estimativa abaixo do valor da modalidade convite). Estabelece, além disso,

parâmetros de gestão contratual que deverão constar do Projeto Básico ou Termo de

Referência.

Cabe consignar que o Tribunal constituiu grupo de trabalho para elaboração do

Planejamento de Implantação Gradativa das Diretrizes de Contratações da Resolução nº 182 e

que tais disposições não foram examinadas por fugir ao escopo da auditoria em tela, que

tratou da verificação da existência e da maturidade de controles gerais de governança e

gestão de TI. Logo, não foram analisados autos de procedimentos administrativos específicos

de contratação, muito embora as contratações de TI tenham integrado o universo amostral da

auditoria de regularidade das contratações do exercício de 2013, cujas conclusões também

fazem parte deste Relatório de Auditoria de Gestão.

Além disso, esta Secretaria procederá a avaliação específica do atendimento pelo

Tribunal das disposições da Resolução CNJ nº 182, em sede de auditoria coordenada pelo CNJ

ainda em 2014, ou seja, o exame quanto à aderência aos ditames da norma será feito com

maior profundidade nesse outro trabalho.

De qualquer modo, verifica-se que o valor total contratado em 2013 é da ordem de nove

milhões de reais, sendo sete milhões de reais referentes a serviços e dois milhões referentes a

aquisição de bens. Não houve nenhuma contratação emergencial com dispensa de licitação no

período.

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56

III.7.6 – RESULTADOS

Foram examinadas informações sobre o atingimento de objetivos e metas traçados nos

planos estratégicos de TI.

Quanto aos indicadores específicos da área, dos nove criados no PETIC 2010-2014,

apenas um comprovadamente atingiu a meta (“Ìndice de disponibilidade dos serviços definidos

como essenciais”), pois, como já foi dito anteriormente, não foi realizada a medição dos

demais.

Quanto aos seis projetos estratégicos relacionados no Plano Diretor de TI do biênio de

2011-2012: três foram concluídos no prazo estabelecido; o de modernização do Datacenter

está sendo reavaliado por motivo superveniente (cancelamento da obra de construção da nova

sede); e outros dois estão em etapa final de desenvolvimento (Política de Segurança de

Informação e Georreferenciamento).

Em relação às iniciativas incluídas no Plano Estratégico de TIC 2010-2014, verificou-se

que das vinte iniciativas: sete foram atendidas (das quais se destacam os projetos de

cadastramento biométrico de eleitores e de desenvolvimento de programas de otimização de

recursos de TIC); três se encontram em andamento (das quais apenas a de Modernização do

Centro de Dados estaria com prazo já superado); seis foram atendidas parcialmente; e quatro

não foram atendidas.

Quanto aos serviços disponibilizados ao cidadão, o TRE-RJ cumpriu as metas 7 de 2011

e 8 de 2013, referentes à publicação da Carta de Serviços ao Cidadão. Em 2013 o Tribunal

disponibilizou na internet versão atualizada e ampliada da carta, contendo os serviços

prestados pelas Zonas Eleitorais e pelas unidades da sede, de 1º e 2º graus de jurisdição,

assim como aqueles disponíveis via internet. Além disso, em 2013 foi instituído o Comitê

Gestor da Carta de Serviços ao Cidadão (Ato TRE-RJ nº 608/2013), em caráter permanente,

com o objetivo de coordenar a atualização e o aperfeiçoamento contínuos do conteúdo e da

forma da disponibilização da Carta no sítio eletrônico do TRE-RJ.

Ademais, verificou-se que os serviços acessíveis via internet são avaliados pelo cidadão

por meio de pesquisas periódicas de satisfação e os resultados são publicados periodicamente

no relatório de “Pesquisa de Satisfação do Cliente Externo”.

Em relação à transparência da gestão e uso de TI, foram dirigidas à administração, para

análise de conveniência e oportunidade, recomendações de melhoria da apresentação das

informações e de publicação de documentos considerados essenciais, como os planos

estratégico e diretor de TI e relatórios sobre o alcance dos objetivos da área.

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III.7.7 – RESOLUÇÃO CNJ Nº 90/2009

A Resolução nº 90 do Conselho Nacional de Justiça, publicada em 2009, tratou sobre os

requisitos de nivelamento de TI no âmbito do Poder Judiciário e estabeleceu referenciais à

manutenção pelos tribunais dos serviços de tecnologia da informação e comunicação

necessários à adequada prestação jurisdicional, estruturados nos seguintes tópicos: Quadro de

pessoal de TIC; Sistemas de automação; Integração e disponibilização; Infraestrutura de TIC; e

Gestão de TIC.

A Resolução nº 90 dispôs ainda sobre a obrigatoriedade de envio ao CNJ de plano de

trabalho e cronograma de atendimento aos critérios de nivelamento, no prazo de 120 dias

após sua publicação, no qual deveria ser previsto o atendimento total dos critérios até

dezembro de 2014, contemplando, a cada ano, no mínimo 20% de cada uma das obrigações

determinadas.

A esse respeito, a STI do Tribunal Superior Eleitoral, representando também os

Regionais, elaborou, em fevereiro de 2010, os referidos plano de trabalho e cronograma, os

quais foram encaminhados ao CNJ, visando contemplar a descrição de atividades a serem

realizadas no período de 2010 a 2014, com o objetivo de atendimento dos ditames da

resolução pelos órgãos desta Justiça especializada. O plano continha a previsão de pacotes de

trabalho, produtos a serem entregues, matriz de responsabilidades e cronograma de execução.

Embora não tenha sido elaborada a maioria dos produtos/planos recomendados pelo

TSE para o atendimento da Resolução CNJ nº 90 – o que inviabiliza a tarefa de afirmar se teria

sido alcançado até dezembro de 2013 o percentual determinado pelo CNJ (80%) para

adaptação às normas da resolução –, o que se constatou na auditoria, a partir das informações

passadas pela STI, é que o adimplemento do que dispõe o normativo teria sido substancial.

Ainda existem, entretanto, alguns pontos dignos de atenção da administração, dos

quais se destacam (além dos que já foram citados anteriormente, como a força de trabalho,

por exemplo) a elaboração de política de gestão de pessoal de TI, a implantação do processo

de gestão de ativos e a reestruturação do modelo de gestão de TIC.

Examinadas as informações disponibilizadas pelos gestores à luz dos principais critérios

utilizados para fins de avaliação de Governança de Tecnologia da Informação, conclui-se que o

Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro já adere a algumas boas práticas essenciais, a

maioria das quais adquiriu força de norma em razão de resoluções emanadas pelo Conselho

Nacional de Justiça.

Contudo, em um panorama geral, os avanços realizados no exercício de 2013 foram

pouco expressivos. Tomando por referência os resultados obtidos pelo Tribunal no

levantamento de governança de TI realizado pelo TCU em 2012, as dimensões de Liderança e

Processos, que então foram consideradas com desempenho “Inicial”, ainda requerem maiores

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58

atenções da Administração. Pode-se dizer o mesmo a respeito da dimensão “Pessoas”, em que

sobressai a dificuldade de alcance do quantitativo mínimo de funcionários recomendado pelo

CNJ, o que por sua vez prejudica o desenvolvimento dos processos de trabalho afetos às

demais dimensões.

Todavia, apesar desses fatores, é necessário que se reconheça que, no bojo da

dimensão “Resultados”, a maioria das iniciativas e projetos estratégicos constantes dos planos

de TI referentes ao exercício examinada foi ou concluída ou substancialmente executada.

Por fim, foram tecidas recomendações à Administração quanto à necessidade de adoção

de providências para o aumento na atuação e efetividade do Comitê Diretor de TIC, bem como

pela elaboração de plano de ação, com o estabelecimento de graus de priorização, com vistas

à implementação das boas práticas difundidas pelo controle externo e, ademais, sugeriu-se

que, dentro de critérios de oportunidade e conveniência, fossem analisadas algumas

oportunidades de melhoria verificadas.

III.8 - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E SUFICIÊNCIA DOS CONTROLES INTERNOSADMINISTRATIVOS INSTITUÍDOS PELO TRE-RJ, COM VISTAS A GARANTIR QUE SEUSOBJETIVOS ESTRATÉGICOS SEJAM ATINGIDOS

Em cumprimento ao Item 11, da DN TCU nº 132/2013, realizou-se auditoria sobre o

tema “Avaliação de Controles Internos – nível entidade”, objetivando efetuar a avaliação dos

controles internos estabelecidos neste Regional de forma a conhecer sua estrutura e

funcionamento, diagnosticar a presença de todos os componentes e elementos da estrutura de

controle interno utilizada como referência, identificar deficiências e oferecer subsídios para sua

melhoria.

O trabalho consistiu na avaliação global dos sistemas de controles internos do Tribunal

Regional Eleitoral do Rio de Janeiro e envolveu a aplicação de questionário de pesquisa para

todas as unidades que o compõem, com o propósito de verificar se está adequadamente

concebido e se funciona de maneira eficaz.

Adotou-se como critério de avaliação o modelo de referência COSO I, que se destaca

dentre os diversos modelos de referência reconhecidos na literatura para estabelecimento e

avaliação de controles internos, composto por cinco componentes inter-relacionados entre si:

Ambiente de Controle; Avaliação de Risco; Atividades de Controle; Informação e Comunicação

e Monitoramento.

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59

Z2. P. ( 1 – p) + e2 . ( N – 1)

METODOLOGIA

Na execução desta avaliação, foram utilizadas as seguintes técnicas de auditoria:

amostragem, indagação escrita (por meio de questionário) e exame documental (normativos).

Foram elaborados questionários de pesquisa para serem aplicados junto aos gestores e

servidores, divididos em cinco grupos de perguntas em alinhamento com os componentes do

modelo COSO.

Para cada componente, foram utilizados os critérios estabelecidos na Ferramenta de

Gestão e Avaliação de Controle Interno, com base nas Normas de Controle Interno do Governo

Federal dos Estados Unidos, emitidas pelo GAO (Escritório Geral de Contabilidade dos EUA).

Definidos os critérios relativos aos componentes, foram elaboradas questões com o

intuito de tornar inteligíveis os pontos avaliados, sendo então formatado questionário do tipo

múltipla escolha, baseado em afirmativas positivas e escala Likert de 4 (quatro) níveis.

No que tange aos servidores, o questionário foi aplicado visando à avaliação de suas

percepções quanto à existência e ao funcionamento do sistema de controle interno do TRE-RJ.

Para definição da amostra foi utilizada a fórmula apresentada abaixo:

n = N . Z2 . p ( 1 – p )

Onde:

n – amostra calculadaN – populaçãoZ - variável normal padronizada associada ao nível de confiançap – verdadeira probabilidade do eventoe – erro amostral

A margem de erro definida foi de 7% (sete por cento) e o intervalo de confiança foi

fixado em 95% (noventa e cinco por cento), para o qual seria necessário obter resposta de 171

(cento e setenta e um) servidores, abrangendo a sede e cartórios eleitorais. No entanto, a fim

de garantirmos o quantitativo necessário, optou-se pela seleção de mais 29 (vinte e nove)

servidores, nos mesmos critérios descritos acima, aumentando assim a base amostral para 200

(duzentos) servidores.

Levando em consideração a extensão e complexidade envolvidas no envio do

questionário, optou-se por disponibilizá-lo no sistema AVALON, em 04/06/2014, com prazo de

resposta até 13/06/2014, sendo concedida dilação de prazo até o dia 27/06/2014, haja vista

que não foi alcançado o número mínimo até o referido dia e o fato de haver sido decretado

feriado nos dias 17, 18, 19, 20, 23 e 25/06/2014 na cidade do Rio de Janeiro.

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60

O questionário continha 86 (oitenta e seis) questões sendo as três primeiras destinadas

a informar o vínculo, localização da unidade e, caso fosse um servidor lotado na sede, a qual

unidade encontrava-se vinculado, haja vista que o sistema AVALON foi configurado para não

identificar o servidor, a fim de que estes se sentissem confortáveis e respondessem o

questionário de forma mais isenta possível.

A escolha dos servidores foi feita da seguinte forma: listou-se os que compunham cada

área organizacional e, a partir dessa listagem, atribuiu-se um número sequencial aos nomes

que, após definido o tamanho mínimo da amostra por unidade, aplicou-se sequência aleatória

de números-SAN.

Ressalte-se que, nessa amostra não foram considerados os servidores requisitados que

não se encontram exercendo cargos ou funções de confiança, em razão do caráter temporário

de suas atuações.

Na tabela 1, em que é demonstrado o número de servidores escolhidos por unidade, os

cartórios eleitorais foram considerados como uma unidade.

TABELA 1: TAMANHO DA AMOSTRA POR ÁREA ORGANIZACIONAL

Os servidores selecionados foram comunicados por meio de mensagem eletrônica a

respeito de sua seleção sendo, entretanto, facultado aos demais servidores (não contemplados

na amostra) responderem o questionário, o que foi informado por meio de AVISO

disponibilizado na intranet.

Os questionários destinados aos gestores foram elaborados de forma específica em

consideração ao fato de possuírem visão gerencial, o que lhes mune de informações e

conhecimentos diferenciados em relação aos servidores da base operacional, sendo, da mesma

forma, elaborados com questões de múltipla escolha e escala Likert de 4 (quatro) níveis.

UNIDADEN.º DE

SERVIDORESTAMANHO DA

AMOSTRA

CRE 41 11

DG 21 9PR 70 16

SAD 107 23

SCI 21 8

SGP 76 16

SJD 46 11

SOF 27 9

STI 71 15VP 6 2

SEDE 486 120

ZE 802 80

TOTAL 1.288 200

Fonte: Sistema de Gestão de Recursos Humanos (SGRH) - junho de 2014

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61

Participaram da amostra de gestores as seguintes unidades: Diretoria-Geral,

Corregedoria Regional Eleitoral, Secretaria de Controle interno e Auditoria, Secretaria de

Gestão de Pessoas, Secretaria Judiciária, Secretaria de Tecnologia da Informação, Secretaria de

Administração e Secretaria de Orçamento e Finanças.

Quanto aos questionários destinados aos gestores, faz-se necessário tecer alguns

esclarecimentos:

a) em razão do grande quantitativo de questionários e da compilação manual dos

resultados por meio de planilhas eletrônicas, alguns gestores não constaram da

amostra;

b) para a Diretoria-Geral, o questionário foi enviado à representante da unidade e à

Assessoria de Planejamento;

c) para a Corregedoria, o questionário foi destinado ao Assessor-Chefe e às

Coordenadorias existentes;

d) para a Secretaria de Controle Interno e Auditoria, tendo em vista tratar-se de

questões, em sua maioria, concernentes às atividades de auditoria interna, o

questionário não foi enviado à Coordenadoria de Contas Eleitorais e Partidárias;

e) para as demais Secretarias, os questionários foram encaminhados aos seus

representantes e às Coordenadorias a elas vinculadas; e

f) apenas uma unidade não respondeu o questionário.

No que concerne ao tratamento dos dados colhidos por meio dos questionários, estes

foram tabulados por meio do software Microsoft Excel. Com base na média das respostas dos

gestores e servidores, apurou-se a média aritmética das afirmativas que compunham cada

critério, obtendo-se, assim, as pontuações resultantes.

Após, foram calculadas as médias aritméticas por critério que compunham cada

elemento, sendo então calculadas as médias de cada elemento, chegando-se ao resultado que

correspondem aos componentes avaliados (Ambiente de Controle; Avaliação de Riscos;

Atividades de Controle; Informação e Comunicação; e Monitoramento).

Segue abaixo, tabela utilizada para interpretação dos resultados que se encontra

dividida em 5 (cinco) intervalos de pontuação de 0,60 para cada nível de interpretação.

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TABELA 2: TABELA PARA INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

2,21 a 2,802,81 a 3,403,41 a 4,00

Pontuação média Interpretação

InadequadoDeficiente

InsatisfatórioSatisfatórioAdequado

1,00 a 1,601,61 a 2,20

Com base nesta pesquisa, ressaltando a necessidade de futuras auditorias para a

ratificação das percepções apuradas, essas interpretações podem indicar:

- Inadequado: possivelmente os controles são inexistentes;

- Deficiente: possivelmente os controles não existam ou, caso existam, não são

percebidos pelos avaliadores;

- Insatisfatório: possivelmente, os controles existem, mas não atendem ao esperado e

necessitam de melhorias;

- Satisfatório: possivelmente, os controles existem e são percebidos em um nível

aceitável; e

- Adequado: possivelmente os controles existem, são percebidos e estão

apropriadamente concebidos.

Na reunião de abertura, realizada em 29/05, solicitou-se a presença dos gestores das

unidades indicadas e procurou-se realizar uma pequena apresentação para familiarizá-los com

o assunto.

Com relação aos servidores, elaborou-se orientação sobre o tema proposto,

disponibilizada na intranet, sendo também indicada sua leitura quando do envio das

mensagens eletrônicas comunicando acerca de sua seleção para responder à pesquisa.

Não foi possível efetuar-se os testes de efetividade dos controles existentes com a

aplicação de todos os procedimentos de auditoria, no entanto, buscou-se embasar as

informações relatadas nos dados já colhidos pelas auditorias em andamento nesta Secretaria,

nas pesquisas na intranet do Tribunal, no Relatório de Gestão 2013 e na legislação em vigor

nesta Corte, além de esclarecimentos solicitados às áreas.

Assim, tendo em vista que a presente avaliação colheu rico material, é salutar que, em

momento oportuno, sejam utilizadas tais informações com vistas a desenvolver de forma mais

acurada, por exames analíticos, os aspectos por ela levantados.

Das fontes de critérios utilizadas, podemos citar os acórdãos TCU nos 1.074/2009,

2.467/2013, 3.023/2013, 821/2014; Decisão Normativa TCU n° 132/2013; Instrução Normativa

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63

Controladoria Geral da União (CGU) n° 7/2006; Instrução Normativa TCU n° 63/2010; Instrução

Normativa TCU n° 1/2001; e Resolução Conselho Nacional de Justiça (CNJ) n° 171/2013, entre

outros normativos.

Além disso, foram utilizadas como fonte de consulta os seguintes frameworks e normas

referenciais de boas práticas: COSO Gerenciamento de Riscos Corporativos - Estrutura

Integrada (2007); Ferramenta de Gestão e Avaliação de Controle Interno – GAO (Escritório

Geral de Contabilidade dos Estados Unidos); Critério Gerais de Controle Interno na

Administração Pública – TCU (2009); ISO 31000/2009 – Gestão de Riscos; Referencial Básico de

Governança – TCU (2014) e Material do curso Avaliação de Controles Internos ministrado por

auditor do Tribunal de Contas da União, ocorrido em julho de 2014.

RESULTADO DA AVALIAÇÃO POR COMPONENTE

a) AMBIENTE DE CONTROLE

Dentre os componentes da estrutura de controles internos, o Ambiente de Controle é o

mais importante, pois representa o fundamento sobre o qual se desenvolvem os demais

elementos.

O Ambiente de Controle é consequência direta da ação gerencial e fornece o conjunto

de regras e a estrutura a que a entidade deve se submeter, além de criar um clima que influi

na qualidade do controle interno em seu conjunto. O ambiente dá o “tom” de uma

organização, influenciando a consciência de controle das pessoas que nela trabalham.

Os elementos avaliados nesse componente são:

Filosofia e estilo de direção;

Integridade e valores éticos;

Compromisso com a competência;

Estrutura organizacional;

Atribuição de autoridade e responsabilidade;

Governança institucional; e

Políticas e práticas de recursos humanos.

COMPONENTE Pontuação do Componente Interpretação Avaliação

Proporcional ELEMENTOPontuação

do Elemento

Interpretação

FILOSOFIA E ESTILO DE DIREÇÃO (TOM DO TOPO) 2,26 insatisfatórioINTEGRIDADE E VALORES ÉTICOS 2,35 insatisfatórioCOMPROMISSO COM A COMPETÊNCIA 2,15 deficienteESTRUTURA ORGANIZACIONAL 2,40 insatisfatórioATRIBUIÇÃO DE AUTORIDADE E RESPONSABILIDADE 2,21 insatisfatórioGOVERNANÇA INSTITUCIONAL 2,38 insatisfatórioPOLÍTICAS E PRÁTICAS DE RECURSOS HUMANOS 2,17 deficiente

INSATISFATÓRIO 42,51%AMBIENTE DE CONTROLE 2,28

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64

Verifica-se, pela tabela apresentada, que os índices mais baixos, dentro do componente

em comento, com percepção de deficiência, estão relacionados à área de gestão de pessoas,

quais sejam, Compromisso com a Competência e Políticas e Práticas de Recursos Humanos.

Interessante salientar que a Pesquisa de Clima Organizacional 2013 apresentou

resultados bastante correlatos com os aqui apontados, nos quais as dimensões relativas à área

de gestão de pessoas apresentaram índices que indicam a necessidade de atenção e

implementação de melhorias.

Vale transcrever parte do Relatório de Levantamento de Governança de Pessoal,

elaborado pelo TCU (Acórdão nº 3023/2013-P) acerca da informação da despesa de pessoal na

administração pública.

A importância de se aperfeiçoar continuamente os sistemas de governança e de gestão de

pessoas no setor público decorre não apenas da sua forte relação com a geração de resultados

para a sociedade, mas também da elevada materialidade dos gastos nessa área. Frequentemente

os gastos com pessoal são o maior item dos orçamentos das organizações públicas.

Neste TRE-RJ, por exemplo, do total das despesas correntes ocorridas no exercício de

20132 55% (aproximadamente, 208 milhões) referem-se a gastos com pessoal ativo,

autoridades eleitorais e cargos e funções comissionadas, 31% (aproximadamente, 116

milhões) referem-se a gastos com pessoal inativo e pensionista e 14% (aproximadamente, 55

milhões) referem-se a gastos relacionados às demais despesas administrativas. Ou seja, 86%

(aproximadamente 324 milhões) representam gastos com pessoal e encargos sociais.

Outro trecho interessante do relatório, reproduzido abaixo, refere-se à importância da

valorização do servidor numa organização pública:

Vale lembrar que o capital humano é o principal ativo de qualquer organização pública, pois são

as pessoas que detêm o conhecimento organizacional e que determinam a capacidade de

prestação de serviços à sociedade. Portanto, a boa governança de pessoas é fundamental para

assegurar que os agentes públicos, incluindo os membros da alta direção, sejam governados de

modo que os interesses da sociedade sejam atendidos a custos e riscos mínimos razoáveis.

Oportuno destacar que o referido relatório constitui um importante insumo na definição

de objetivos e na estruturação de ações de melhoria em termos de governança e gestão de

pessoas da organização, conforme mencionado no próprio documento, vez que este TRE-RJ foi

uma das unidades jurisdicionadas participantes deste levantamento.

2 Fonte SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira

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65

Ou seja, a presente avaliação, a Pesquisa de Clima Organizacional 2013 e o Acórdão nº

3023/2013 – P sinalizam a necessidade de se implementar políticas e adotar melhorias que

visem melhorar a governança e gestão de pessoas.

Frise-se que o TRE-RJ não possui um código de ética implementado, o que constitui item

de fundamental importância para pautar o padrão de conduta na organização, devendo ser o

principal instrumento para eliminar dúvidas de natureza ética e estabelecer medidas

disciplinares que transmitam a mensagem de que as infrações aos comportamentos esperados

não serão toleradas.

Quanto a esse fato, foi informado que tal normativo está em elaboração, pela Secretaria

de Gestão de Pessoas (SGP), sendo a existência de tal instrumento frequentemente

questionado pelo Tribunal de Contas na União nos levantamentos de Governança e nas

auditorias realizadas por aquela Corte de Contas.

Saliente-se que não basta ter o código. É necessário que se estabeleça um processo de

gestão eficaz da conduta organizacional para que, no longo prazo, ela se incorpore

naturalmente à cultura do Tribunal.

Destaque-se, ademais, o resultado apurado quanto às ações imediatas por parte das

chefias quando apurada baixa produtividade, baixo desempenho ou falta de comprometimento

de servidores do TRE-RJ, sendo o item com a avaliação mais baixa de toda a pesquisa,

alcançando a pontuação de 1,50, o que corresponde à avaliação inadequada.

Tal resultado pode indicar a deficiência de políticas que possibilitem ao gestor atuar nos

casos citados, o que traz prejuízos diversos no desenvolvimento do trabalho e pode acarretar

na desvalorização da avaliação de desempenho, levando os servidores a acreditar que seja um

procedimento sem valor e que não contribui para o melhor aproveitamento dos recursos

humanos da organização.

De outro modo, apurou-se resultados com percepções que correspondem à avaliação

satisfatória no que tange à estrutura organizacional encontrar-se formalmente estabelecida em

organograma e à adequada supervisão pelas chefias imediatas. Esta última avaliação

corrobora a boa avaliação identificada na Pesquisa de Clima Organizacional 2013.

No gráfico 1 é demonstrada a relação dos 33 critérios analisados neste componente e

suas interpretações.

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66

GRÁFICO 1: AMBIENTE DE CONTROLE – CRITÉRIOS X INTERPRETAÇÕES

b) AVALIAÇÃO DE RISCOS

A Norma de Gestão de Riscos ISO 31000 traz orientações para a estrutura de

gerenciamento de riscos aplicável a organizações de qualquer tamanho e define uma estrutura

de gerenciamento de riscos como “um conjunto de componentes que fornecem os

fundamentos e os arranjos organizacionais para a concepção, implementação, monitoramento,

análise crítica e melhoria contínua da gestão de riscos” (definição 2.3).

A avaliação de riscos permite que um órgão estime até que ponto eventos em potencial

podem impactar a realização de objetivos. Isso porque, para se implementar a avaliação de

riscos, é condição prévia a definição clara de metas e objetivos em uma organização.

Definidos os objetivos, convém que o órgão identifique os riscos que podem impedir a

consecução eficiente e efetiva desses objetivos, tanto no nível de governança como em nível

de atividade/operacional.

Deve-se ter em mente que fatores internos e externos influenciam nos eventos que

poderão ocorrer e a avaliação de riscos permitirá identificar em qual nível estes eventos

impactam os objetivos do órgão.

AMBIENTE DE CONTROLE

024

68

1012

141618

INADEQUADO DEFICIENTE INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO ADEQUADO

COMPONENTE Pontuação do Componente Interpretação Avaliação

Proporcional ELEMENTOPontuação

do Elemento

Interpretação

FIXAÇÃO DE OBJETIVOS 2,52 insatisfatórioIDENTIFICAÇÃO DE RISCOS 1,81 deficienteANÁLISE DE RISCOS 1,73 deficienteRESPOSTA A RISCOS 2,20 deficiente

AVALIAÇÃO DE RISCOS 2,07 DEFICIENTE 35,51%

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67

Para a INTOSAI (2007, p. 38), a avaliação de riscos é o processo de identificação e

análise dos riscos relevantes para o alcance dos objetivos da entidade e para determinar uma

resposta apropriada.

Preceitua também que a avaliação de riscos pressupõe o estabelecimento de objetivos

claros e um ambiente de controle eficaz, porque, dessa forma, determina a base para o

desenvolvimento da resposta apropriada aos riscos a serem enfrentados pelo órgão no alcance

de sua missão e de seus objetivos.

Consoante a norma ISO NBR 31000:2009, o sucesso da gestão de riscos irá depender da

eficácia da estrutura de gestão que fornece os fundamentos e os arranjos que irão incorporá-la

através de toda a organização, em todos os níveis. A estrutura auxilia a gerenciar riscos

eficazmente através da aplicação do processo de gestão de riscos em diferentes níveis e

dentro de contextos específicos da organização.

O componente Avaliação de Riscos foi avaliado como deficiente, sendo composto pelos

seguintes elementos:

Fixação de Objetivos;

Identificação de Riscos;

Análise de Riscos; e

Resposta a Riscos.

Dentre os quatro elementos avaliados no componente Avaliação de Riscos, três foram

percebidos como deficientes.

Tal resultado se deu muito provavelmente pela inexistência de política de gestão de

riscos formalizada e implementada no Tribunal, seja no âmbito da entidade seja no âmbito de

processos ou atividades.

Destaque-se que no elemento considerado insatisfatório, qual seja, FIXAÇÃO DE

OBJETIVOS, essencial para a implantação dos demais elementos (Identificação de Riscos,

Análise de Riscos e Resposta a Riscos), apurou-se a percepção positiva do critério que tratou

do estabelecimento de um planejamento orientado pela missão, visão e demais direcionadores

estratégicos, elemento crucial para que seja estabelecida uma política de gestão de riscos.

No âmbito deste Tribunal, seguindo as premissas descritas na Resolução CNJ nº 70, de

18/03/2009, foi instituído o planejamento estratégico, por meio da Resolução TRE-RJ nº 720, de

14/12/2009, para o período de 2010 a 2014.

Com a publicação da Resolução TSE nº 23.371/2012, que instituiu o Planejamento

Estratégico para a Justiça Eleitoral, a qual todos os Regionais deveriam se alinhar segundo o

estabelecido em seu art. 2º, foi publicada, por meio da Resolução TRE-RJ nº 832/2012, a

primeira revisão do planejamento estratégico do TRE-RJ.

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68

Ressalte-se, no entanto, a avaliação insatisfatória quanto à fixação de objetivos e metas

em nível da entidade como um todo e para todas as suas áreas, processos e atividades,

encontrando-se o desdobramento da estratégia em processo de implementação como

informado no Relatório de Gestão 2013 (p.44).

O Tribunal elaborou, conforme determinado na referida Resolução CNJ nº 90/2009, em

seu art. 11, parágrafo único, o Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação – PETI

para o período de 2010-2014, instituído pela Resolução TRE-RJ nº 720/09.

No entanto, como descrito no Relatório de Gestão, diversos fatores têm dificultado a

efetiva execução do planejamento estabelecido, motivo pelo qual os indicadores estabelecidos

não estão sendo medidos.

Quanto às demais Secretarias, o processo de desdobramento da estratégia encontra-se

em processo de elaboração e implementação nas Secretarias de Gestão de Pessoas e

Secretaria de Administração.

No que tange aos demais elementos, identificação de riscos; análise de riscos e

resposta a riscos tem-se:

IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS - No resultado da avaliação deste elemento, é possível

inferir que a avaliação de riscos neste Tribunal não está alicerçada a uma gestão de riscos,

com a consequente identificação dos riscos associados, tanto no nível de entidade como em

processos e atividades.

ANÁLISE DE RISCOS - Sendo assim, os critérios constantes do presente elemento, que

tratam da existência de um processo formal de gestão de riscos e a abordagem para a gestão

de riscos com base no grau em que os riscos podem ser aceitos de forma prudente, foram

avaliados, respectivamente, como deficiente e inadequado.

RESPOSTA A RISCOS - Como já mencionado, não se estabeleceu, no âmbito deste

Tribunal, política formal de gestão de riscos, assim não se hierarquizou e priorizou os riscos de

maior grau para definição de respostas, tema do presente elemento.

Identificou-se, no entanto, no elemento Resposta a Riscos a percepção positiva quanto à

prática da administração em instaurar sindicância para apurar responsabilidades e exigir

eventuais ressarcimentos quando da ocorrência de fraudes e desvios.

O gráfico 2 demonstra a relação dos 17 critérios analisados no componente Avaliação

de Riscos e suas interpretações:

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69

GRÁFICO 2: AVALIAÇÃO DE RISCOS – CRITÉRIOS X INTERPRETAÇÕES

c) ATIVIDADES DE CONTROLE

O terceiro componente abordado “Atividades de Controle”, trata das políticas e

procedimentos estabelecidos com o objetivo de minimizar os riscos no alcance dos objetivos da

entidade, ou seja, os controles serão melhores instituídos se, para a sua implantação e

implementação, for estabelecida a gestão de riscos na organização.

As atividades de controle devem ser distribuídas por toda a organização, em todos os

níveis e em todas as funções, e incluem uma gama de controles preventivos e detectivos,

dentre os quais podemos citar, procedimento de autorização e aprovação, revisões de

desempenho, segregação de funções, processamento de informações e controles físicos.

Assim, ao selecionar as respostas aos riscos, a administração deve identificar as

atividades de controle necessárias para assegurar que tais respostas sejam executadas de

forma adequada e oportuna.

As Atividades de Controle dependem de uma política, que estabelece aquilo que deverá

ser feito, e dos procedimentos, para fazê-la ser cumprida.

Leve-se em consideração os resultados apurados no componente anterior, Avaliação de

Riscos, no qual foram identificadas diversas fragilidades, isso porque, como dito acima, as

AVALIAÇÃO DE RISCOS

0

2

4

6

8

10

12

INADEQUADO DEFICIENTE INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO ADEQUADO

COMPONENTE Pontuação do Componente Interpretação Avaliação

Proporcional ELEMENTOPontuação

do Elemento

Interpretação

APLICAÇÃO GERAL 2,07 deficienteCATEGORIAS COMUNS DE ATIVIDADES DE CONTROLE 2,38 insatisfatórioATIVIDADES DE CONTROLE 2,23 INSATISFATÓRIO 40,83%

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70

atividades de controle estão essencialmente ligadas ao processo de avaliação de riscos,

englobando as políticas e os procedimentos que contribuem para assegurar que as respostas

aos riscos sejam executadas, de modo a garantir que os riscos que incidem sobre os objetivos

da organização sejam mantidos em níveis aceitáveis.

Os elementos avaliados nesse componente são:

Aplicação Geral; e

Categorias Comuns de Atividade de Controle.

No elemento Aplicação Geral, avaliado como deficiente, buscou-se investigar a

percepção da adequação das políticas, procedimentos, técnicas e mecanismos formalizados

para abordar os riscos de forma a assegurar que as diretrizes do TRE-RJ sejam implementadas.

Apresentou, da mesma forma, percepção de deficiência o critério que buscou identificar

o estabelecimento de políticas e/ou ações, claramente estabelecidas pela administração, para

prevenir ou detectar a ocorrência de riscos e alcançar os objetivos definidos pelo órgão.

Nesse ponto questionou-se se as atividades preventivas estabelecidas pela

administração permitem que os planos sejam cumpridos e os objetivos sejam alcançados,

conforme o que foi programado e com as expectativas da direção, evitando problemas ou

desvios dos padrões fixados, antecipadamente.

Ademais, buscou-se identificar se as atividades de controle detectivas, concebidas pela

administração, alertam sobre a existência de problemas ou desvios dos padrões fixados, de

forma a possibilitar a adoção de ações corretivas.

Tendo sido apurada a percepção de deficiência neste quesito, pode-se concluir que tais

mecanismos não estão adequados ou não se percebe sua eficácia.

Questionou-se, ademais, neste elemento a percepção da execução de forma correta e

efetiva das atividades de controle descritas em normas e manuais de procedimentos; a

adoção, por parte dos gestores, de ações oportunas no tratamento de exceções ou problemas

de implementação de atividades de controle; a compreensão dos servidores e gestores acerca

do propósito das atividades de controle em auxiliar que os objetivos do TRE-RJ sejam atingidos

e a observância, por parte das chefias, de um possível excesso de atividades de controle

estabelecidas pela gestão do TRE-RJ e a necessidade de reduzi-las.

Nos diversos normativos que regem o TRE-RJ, é possível identificar uma série de

políticas de controle, no entanto, as ações de controle existentes buscam dar respostas a

problemas pontualmente identificados, não havendo uma coordenação no sentido de produzir

uma solução de controles integrada, que considere os riscos de uma forma sistêmica.

O fato de não possuirmos desdobramento da estratégia nas unidades do TRE-RJ, bem

como não ter sido estabelecida uma política de gestão de riscos, dificulta que as políticas de

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71

controles tenham esse viés sistêmico e por conseguinte elas são estabelecidas de forma

localizada.

O propósito fundamental das atividades de controle é reforçar a realização dos planos

traçados, mantendo as organizações direcionadas para o cumprimento dos objetivos

estabelecidos.

Assim, no elemento Categorias Comuns de Atividades de Controles foi avaliado como se

percebe o funcionamento de alguns procedimentos de controles adotados pela administração.

Neste elemento foram avaliadas as percepções acerca de dez critérios. Destes, cinco

foram avaliados como insatisfatórios, quatro como deficientes e um como satisfatório.

Os critérios avaliados como insatisfatórios indicam a percepção de que tais controles

não estão em um nível adequado, necessitando de reavaliação na busca de melhorias, e

versaram sobre os seguintes temas:

a) diversos aspectos da gestão de recursos humanos, como questões sobre

desenvolvimento de trabalho em equipe, orientação, capacitação, acesso dos

servidores às ferramentas necessárias ao desenvolvimento dos trabalhos, melhoria

do desempenho, desenvolvimento de suas capacidades, supervisão qualificada e

contínua, avaliação de desempenho e seu feedback.

b) segregação de funções ou atividades, que é um controle do tipo preventivo, sendo

um princípio básico de controle interno, essencial para sua efetividade.

As questões concernentes a este critério questionaram sobre a destinação de tarefas e

responsabilidades ligadas à autorização, processamento, registro e revisão de transações ou

fatos a pessoas distintas.

Também se procurou avaliar a percepção quanto à rotatividade de pessoas em tarefas,

que tem uma finalidade semelhante à segregação de função, pois visa impedir que uma

mesma pessoa seja responsável por tarefas sensíveis por um longo período de tempo, o que

pode esconder erros ou fraudes.

c) o acompanhamento, pela administração, do desempenho efetivo do TRE-RJ e de suas

principais realizações em relação aos resultados de períodos anteriores, e se há a

observância de previsões e orçamentos.

Os que responderam positivamente a esta questão apontaram como instrumentos de

avaliação dos resultados da gestão a Reunião de Análise da Estratégia, subsidiada pelo

Relatório de Análise da Estratégia e também a Reunião de Avaliação das Eleições, que ocorre

após as eleições e objetiva levantar boas práticas e potenciais melhorias.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

72

d) o estabelecimento de medidas e indicadores de desempenho e seu monitoramento pela

administração do TRE-RJ e dada a importância deste tema, verifica-se sua abordagem em

quase todos os componentes analisados.

Verificou-se que, a despeito de terem sido estabelecidos medidas e indicadores de

desempenho para a organização, em nível estratégico, o estabelecimento para as unidades e

atividades se encontra em fase de implantação, conforme relatado no Relatório de Gestão

2013.

e) o registro de transações e eventos, ou seja, a devida classificação e o devido registro das

transações e eventos

Esse controle é de suma importância, pois auxilia os gestores nos processos de controle de

operações e de tomada de decisões, sendo imprescindível que cada unidade implemente

procedimentos com a finalidade de atender a tal demanda.

Quando uma informação não é suficientemente precisa ou completa, o gestor, profissional

ou usuário das informações, pode tomar decisões equivocadas, que acarretem em prejuízo

para a administração, seja ele financeiro ou não.

Os critérios avaliados como deficientes trataram dos seguintes temas:

a) desenvolvimento de atividades de controle adequadas para garantir um controle preciso e

completo dos sistemas de processamento de informações no TRE.

Abordaram-se questões relativas a controles que garantam a precisão dos dados inseridos

e processados pelos servidores em suas áreas de atuação, bem como o exame e correção, por

parte dos gestores, de exceções ou violações apontadas por outras atividades de controles.

b) a segregação de funções, novamente abordada, mas desta vez com enfoque na

observância dos gestores e seu empenho em reduzir a possível ocorrência de conluio com o

objetivo de minar a eficácia do controle propiciado pela segregação de funções.

c) o estabelecimento pela administração de níveis de competência e limite (alçada) para

garantir que as autorizações e a realização de transações e eventos relevantes sejam

realizadas pelas pessoas adequadas.

No âmbito deste Tribunal a definição de responsabilidades consta da Resolução TRE-RJ nº

739/2010, que dispõe acerca do Regulamento Interno da Secretaria do Tribunal Regional, no

entanto, a percepção apurada na pesquisa em tela pode indicar que tal normativo não as

detalha de forma satisfatória.

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73

d) a documentação dos controles internos e o registro de sua estrutura, incluindo seus

objetivos e procedimentos de controle, e de todos os aspectos pertinentes das transações e

fatos significativos.

As afirmativas constantes do critério ora em análise avaliou a percepção quanto à

existência de documentação por escrito da estrutura de controle interno e das transações e

eventos importantes.

Quanto ao critério avaliado como satisfatório, este tratou-se dos controles de acesso a

recursos físicos e registros vulneráveis e sua proteção contra acesso restrito e controles físicos.

Os ativos críticos da organização devem ser protegidos contra desperdício, perda, mau

uso, dano, utilização não autorizada ou apropriação indevida e incluem o estabelecimento de

políticas e procedimentos para limitar o acesso a recursos e registros (computadores,

estoques, registros, bens etc.) às pessoas autorizadas a sua guarda, conservação e controle as

quais devem prestar contas de sua custódia e utilização.

Observe-se que, a despeito de tal critério ter sido avaliado como satisfatório, torna-se

conveniente fazer algumas considerações.

Conforme identificado na auditoria de governança de TI, avaliação constante deste

Relatório de Auditoria de Gestão, o TRE-RJ informou ao TCU que ainda não adota a maioria das

práticas questionadas no levantamento de governança de TI no que concerne à gestão

corporativa de segurança da informação.

Foi constituída Comissão de Segurança da Informação por meio do Ato GP nº 482/2009,

cuja composição, posteriormente alterada pelos Atos GP nº 248/2012 e nº 343/2013,

atualmente é integrada por 10 servidores das unidades DG, STI, SAD, CRE, SOF e SGP, sendo

presidida pela representante da STI.

Conforme discorrido na referida auditoria, a Secretaria de Tecnologia da Informação

informou que, até o momento, a instituição não possui uma política implementada, motivo pelo

qual não aprovou nem publicou nenhum dos principais processos corporativos questionados

pelo TCU, porém a Comissão de Segurança da Informação apresentou à alta administração

proposta de Política de Segurança da Informação, que se encontra aguardando apreciação.

No que tange ao controle de acesso às instalações da sede e dependências deste Tribunal,

a implementação de medidas de segurança constitui ação necessária para garantir a

tranquilidade dos trabalhos realizados e a integridade das pessoas e do patrimônio.

No âmbito deste Regional, o controle de acesso, para ser efetivo, necessita de

formalização e implantação de um conjunto de procedimentos de segurança, como por

exemplo, identificação – verificação dos dados ou indicações concernentes à identidade da

pessoa interessada em ingressar nas instalações mediante a apresentação de documento com

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74

foto e fé pública; cadastro – registro em dispositivo próprio dos dados referentes à identidade

da pessoa autorizada; inspeção de segurança - procedimento destinado à realização de

revista/vistoria em pessoas, cargas ou volumes, visando a identificar a existência de objetos

que coloquem em risco a integridade física das pessoas ou do patrimônio.

Ademais, outra medida de controle necessária seria a obrigatoriedade da utilização de

cartão de identificação (crachá) para os servidores, terceirizados e estagiários como forma de

identificá-los e excetuá-los do controle de acesso.

Pelo exposto, em que pese a percepção apurada ter sido positiva, faz-se necessário

estabelecer políticas e procedimentos de controle interno, mediante o apoio na implementação

de rotinas internas e procedimentos nos aspectos pontuados, e em outros a serem verificados

em auditorias posteriores.

O gráfico 3 demonstra a relação dos 13 critérios analisados no componente Atividades de

Controle e suas interpretações:

GRÁFICO 3: ATIVIDADES DE CONTROLE – CRITÉRIOS X INTERPRETAÇÕES

0

1

2

3

4

5

6

7

ATIVIDADES DE CONTROLE

INADEQUADO DEFICIENTE INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO ADEQUADO

d) INFORMAÇOES E COMUNICAÇÕES

A próxima dimensão analisada “Informação e Comunicação”, refere-se à identificação, à

coleta e à comunicação de informações relacionadas a atividades e eventos internos e

externos, necessárias ao alcance dos objetivos da organização. Essas informações devem ser

COMPONENTE Pontuação do Componente Interpretação Avaliação

Proporcional ELEMENTOPontuação

do Elemento

Interpretação

COMUNICAÇÕES 2,10 deficienteINFORMAÇÕES 2,40 insatisfatórioFORMAS E MEIOS DE COMUNICAÇÕES 2,58 insatisfatório

INFORMAÇÕES E COMUNICAÇÕES 2,36 INSATISFATÓRIO 45,39%

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75

transmitidas às pessoas que desempenham funções no âmbito do TRE-RJ, de forma oportuna e

tempestiva, de modo a que cumpram suas responsabilidades adequadamente.

As informações são necessárias em todos os níveis de uma organização para gerenciá-

la e para promover a identificação, a avaliação e a resposta a riscos, de maneira a maximizar o

alcance dos seus objetivos. O fluxo de informações em uma organização deve alcançar todos

os níveis e se dar em todas as direções e sentidos – dos gestores para os executores e vice-

versa; dos níveis hierárquicos superiores para os inferiores e vice-versa e entre níveis

hierárquicos equivalentes. Uma comunicação apropriada é necessária, não somente na esfera

da organização, mas também fora dela. Por meio de canais de comunicação abertos, o público

externo e a sociedade civil têm acesso a informações de seu interesse e também podem

apresentar sugestões, críticas e denúncias.

Apurou-se a percepção de que o componente em análise apresenta índice cuja

interpretação, “insatisfatório”, indica que tal componente, a despeito de ser percebido, não

atende ao esperado, sendo necessária a proposição de melhorias.

Os elementos avaliados nesse componente são:

Comunicações;

Informações;

Formas e Meios de Comunicação.

O resultado do elemento Comunicação, avaliado como deficiente assim como todos os

critérios a ele relacionados, permite concluir que há uma percepção bastante negativa acerca

da forma como se dá a comunicação no TRE-RJ.

Para esse elemento abordaram-se questões como o recebimento de mensagens claras

sobre o papel de cada um na consecução dos objetivos do órgão e sobre a influência e a

relação das atividades individuais com outras atividades e como isso interfere no alcance dos

objetivos do órgão; a existência de definição de um plano de comunicação para o órgão e do

fluxo de informação entre os níveis hierárquicos, dos superiores para os inferiores e da mesma

forma dos inferiores para os superiores; a percepção acerca da fluidez da informação pela

estrutura organizacional existente e a eficácia dos meios de comunicação instituídos.

Também se questionou sobre a percepção acerca da transmissão de informações

claras, advindas da alta administração, acerca da importância dos controles internos, sobre as

consequências de conduta imprópria e comportamentos inaceitáveis e a disponibilização de

meios para que os servidores sejam ouvidos sem a interferência de seus superiores

hierárquicos.

Ademais, buscou-se verificar se no TRE-RJ os servidores são estimulados a comunicar

suas idéias e opiniões acerca do trabalho desenvolvido.

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76

E finalmente, questionou-se o estabelecimento de canais de comunicações com seus

clientes externos bem como de medidas que estimulem essa comunicação e proporcionem um

melhor entendimento entre esses clientes e o TRE-RJ.

A despeito de existir no TRE-RJ diversos mecanismos de comunicação interna tais como:

intranet, jornal periódico, memorandos, quadros de aviso, e-mail etc., tal resultado permite

concluir que os servidores não percebem que a comunicação é eficaz, tendo sido todos os

aspectos acima citados avaliados como deficientes.

Ademais, a pesquisa de clima organizacional, apurou da mesma forma tal deficiência,

pois o resultado nesse quesito apresentou conceito insatisfatório.

Na pesquisa de clima organizacional, observa-se que os itens com as avaliações mais

baixas foram o item 16 – Há canais de comunicação adequados para os servidores fazerem

suas sugestões e reclamações, e o item 18 – As mudanças que ocorrem no TRE-RJ são

comunicadas e esclarecidas aos servidores.

Assim, é salutar que se estude formas de que os meios de comunicação existentes e o

fluxo de informações no âmbito deste Tribunal consigam efetivamente alcançar seu objetivo e

alcancem todos os níveis hierárquicos existentes, sendo um dos grandes desafios das

instituições fazer com que a comunicação seja algo institucionalizado, que as pessoas vejam a

comunicação como parte de sua responsabilidade.

Consta no portal da estratégia o projeto estratégico “Desenvolvimento e implementação

da Política de Comunicação do TRE-RJ”, que se encontra com status de situação “não iniciado”

e de andamento “projeto com ponto de atenção ou pendência”.

Consta, ademais, o projeto “Plano Diretor de Comunicação do TRE/RJ”, que por

apresentar relação de dependência com o Projeto Desenvolvimento e implementação da

Política de Comunicação do TRE-RJ também se encontra não iniciado.

Tais projetos, haja vista os resultados aqui demonstrados, são dignos de consideração

para a promoção de uma melhor comunicação nesta Casa.

No que tange ao elemento Informações, este objetivou analisar as informações e

verificar se as mesmas atendem os requisitos de qualidade que, conforme preceitua a INTOSAI,

p. 54, tem como condição prévia informação confiável e relevante sobre as transações e

eventos, seu registro imediato e sua classificação adequada.

A informação relevante deve ser identificada, armazenada e comunicada de uma forma

e em determinado prazo, que permita que os funcionários realizem o controle interno e suas

outras responsabilidades (comunicação tempestiva às pessoas adequadas). Por esse motivo, o

sistema de controle interno propriamente dito e todas as transações e eventos significativos

devem ser completamente documentados.

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77

Na esteira desse entendimento o COSO, p. 79, estabelece que a qualidade das

informações implica verificar se:

O conteúdo é apropriado – está no nível de detalhes adequado?

As informações são oportunas – estarão disponíveis quando necessário?

As informações são atuais – são as mais recentes?

As informações são exatas – os dados estão corretos?

As informações são de fácil acesso – são de fácil obtenção por aqueles que as

necessitam?

Assim, por meio das afirmativas propostas no questionário de avaliação de controles

internos, buscou-se levantar a percepção dos servidores e gestores acerca da presença desses

aspectos da informação no âmbito deste Tribunal.

Foram propostas questões sobre temas como a identificação, documentação,

armazenamento e comunicação das informações; o detalhamento necessário para os

diferentes níveis da hierarquia da gestão; a facilidade de acesso dessas informações e a

tempestividade das mesmas.

Pelo resultado demonstrado, a percepção obtida é de que tais requisitos são cumpridos

em nível insatisfatório.

Esse resultado corrobora a percepção apurada em critério inserido no elemento Filosofia

e Estilo de Direção, componente Ambiente de Controle, em que se obteve o índice cuja

interpretação está avaliada como deficiente.

Tal critério procurou identificar a percepção acerca da atitude da direção do TRE-RJ em

relação a diversos quesitos, entre eles os sistemas de gestão da informação nos seguintes

pontos:

sistemas de geradores de informação do órgão possuem características

fundamentais para atender a suas necessidades, como agilidade, oportunidade,

confiabilidade e utilidade;

responsabilidade dos gestores em gerar dados e os transformar em informação

oportuna, confiável e útil, pois dependem de conhecimentos administrativos e

operacionais específicos de cada área envolvida;

supervisão da função de gestão da informação no que se refere a dados

operacionais críticos e ao apoio de esforços destinados a melhorar os sistemas na

medida em que a tecnologia evolui;

apoio da direção do TRE-RJ no sentido de enfatizar a importância das operações de

contabilidade e orçamento para o bom funcionamento da organização e sua

compreensão como instrumentos para exercer o controle sobre diferentes atividades

da entidade.

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78

Na chamada era da informação, as organizações perceberam que somente a gestão

eficaz das suas informações poderia auxiliá-las na tomada de decisões alinhadas à estratégia

organizacional, razão pela qual têm realizado elevados investimentos para a implantação de

sistemas de informação.

Ressalta o COSO que a aquisição de tecnologias constitui-se em aspecto importante da

estratégia de uma organização, e as opções em relação à tecnologia podem ser críticas à

realização de seus objetivos. As decisões referentes à escolha e à implementação da

tecnologia dependem de inúmeros fatores, inclusive de metas organizacionais e sendo os

sistemas de informações fundamentais, o uso de técnicas de gestão de riscos pode ajudar nas

decisões tecnológicas.

Como preceitua o COSO, são muitos os desafios: necessidades funcionais conflitantes,

limitações de sistema e processos não integrados que podem inibir a aquisição de dados e seu

uso eficaz. Para atender a esses desafios, a administração necessita estabelecer um plano

estratégico com clara definição de responsabilidades pela integridade dos dados bem como

proceder a avaliações periódicas de sua qualidade.

Não se pode deixar de mencionar a importância da qualidade da informação, atendendo

aos requisitos apontados, haja vista que a habilidade da administração para tomar decisões

apropriadas em todos os níveis é afetada diretamente por ela.

Já no elemento Formas e Meios de Comunicação, o único critério abordado questionou

de forma objetiva a percepção da eficácia dos mecanismos institucionais existentes, como por

exemplo, manuais de políticas, memorandos, notificações em quadros de avisos, etc e se os

mesmos possibilitam o fácil acesso aos servidores a todas as normatizações internas que

estabelecem as atividades de controle e as regras necessárias ao funcionamento do órgão.

O resultado apurado permite concluir que os meios de comunicação existentes não são

percebidos de forma positiva pela maioria, haja vista os resultados obtidos nos dois elementos

anteriores, comunicação e informação.

O gráfico 4 demonstra a relação dos 7 critérios analisados no componente Informação e

Comunicação e suas interpretações:

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79

GRÁFICO 4: INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – CRITÉRIOS X INTERPRETAÇÕES

0

1

2

3

4

5

6

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

INADEQUADO DEFICIENTE INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO ADEQUADO

e) MONITORAMENTO

Por fim, o quinto e último componente do sistema de controles internos. Segundo

definição do COSO, o “Monitoramento” que diz respeito à avaliação dos controles internos ao

longo do tempo, com vistas a detectar se estão sendo adequados e efetivos.

É importante consignar que o processo de monitoramento é interativo e dinâmico, no

qual são analisados todos os componentes dos controles internos, inclusive ele mesmo, para

que se promovam as adequações necessárias que, posteriormente, serão revistas no âmbito

de outros monitoramentos.

Devido à mutabilidade das situações ao longo do tempo, os objetivos da instituição

podem ser alterados; novos riscos podem ser identificados; ou atividades de controle, que até

então se mostravam eficazes, podem tornar-se inócuas, o que torna essencial determinar se o

funcionamento dos controles internos permanece efetivo.

O monitoramento pode ser efetuado tanto por meio do acompanhamento contínuo das

atividades (incorporado às atividades normais e repetitivas da organização; geralmente

conduzido em tempo real, respondendo dinamicamente a mudanças nas condições; e

arraigado à cultura da entidade) quanto mediante avaliações pontuais, tais como revisões

eventuais, auto-avaliação e auditoria interna; ou como combinação dessas duas formas.

COMPONENTE Pontuação do Componente Interpretação Avaliação

Proporcional ELEMENTOPontuação

do Elemento

Interpretação

MONITORAMENTO PERMANENTE 2,23 insatisfatórioAVALIAÇÕES SEPARADAS 2,03 deficienteRESOLUÇÃO DE AUDITORIA 2,13 deficiente

MONITORAMENTO 2,13 DEFICIENTE 37,77%

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80

Em que pese o acompanhamento contínuo ser considerado mais eficaz, fornecendo

importante feedback sobre a eficácia dos outros componentes dos controles internos, é de

grande valia abordar a questão com o enfoque voltado diretamente à efetividade do sistema

de controles internos, uma das possíveis utilidades de avaliações pontuais, pois esses

procedimentos também podem oferecer a oportunidade de considerar a eficácia das ações de

monitoramento contínuo.

Neste componente foram avaliados os seguintes elementos:

Monitoramento permanente;

Avaliações separadas; e

Resolução de Auditoria.

O resultado insatisfatório apurado no elemento Monitoramento Permanente permite

concluir que a percepção prevalecente é a de que tal mecanismo no TRE-RJ não atende ao

esperado.

O acompanhamento e análise constantes representam importante fator para que o

processo de controle interno se mantenha em nível adequado, identificando onde necessita de

implementação, manutenção, reforço, diminuição ou eliminação, possibilitando ao sistema

reagir de forma dinâmica às mudanças.

As percepções com os piores resultados relativamente a esse componente foram os

seguintes critérios:

A estratégia de monitoramento do TRE-RJ inclui identificação de operações críticas e

de sistemas de apoio que precisam de revisão periódica.

Neste critério, apurou-se percepção cuja interpretação é deficiente, o que indica que

tais controles não existem ou não são percebidos.

A administração do TRE-RJ adota uma estratégia para garantir que o monitoramento

permanente seja eficaz e acione avaliações separadas quando problemas forem

identificados ou sistemas forem críticos e testes periódicos forem recomendáveis.

Quanto a este ponto, cujo índice apurado foi de 1,52, a interpretação inadequado é

ainda mais crítico, pois indica que, por não haver a percepção de sua existência, possivelmente

tal prática não é adotada na instituição.

Quanto à adoção de indicadores operacionais em todas as áreas, processos e metas

relevantes e seu monitoramento pelos gestores e pela alta administração do Tribunal, apurou-

se índice correspondente à interpretação insatisfatória, ou seja, existem mas não atendem ao

esperado.

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81

Nesse quesito faz-se necessário registrar que para tanto, depende-se do

desdobramento da estratégia, tema já tratado no componente Avaliação de Riscos.

Para o sucesso do planejamento estratégico instituído, é crucial o seu desmembramento

em planos táticos e, em conseqüência, a transformação destes em planos operacionais, haja

vista que o plano estratégico é genérico e não especifica os meios para sua execução. Os

planos táticos ou setoriais são menos genéricos e são constituídos para cada área funcional da

organização.

Após sua implantação, é necessário que tais planos sejam efetivamente executados e

que sua execução seja monitorada pelos gestores e pela alta administração para que tal

instrumento sirva de meio de intervenção com capacidade para influenciar positivamente a

realidade da organização, mecanismo que necessita de melhorias para cumprir de forma

satisfatória seu propósito.

No que tange ao agir da administração quando são detectados problemas, deficiências

ou ineficiências no sentido de investigar suas causas e implementar ações para corrigir ou

melhorar os sistemas de controles internos, verificou-se que a percepção é insatisfatória.

Acerca da utilização de informações de usuários e interessados externos, que indicam

possíveis deficiências nas atividades, políticas ou estruturas para subsidiar investigações no

sentido de determinar suas causas, verificou-se que o TRE-RJ dispõe de alguns mecanismos

para coleta de informações externas, como Ouvidoria, Disque-Denúncia (canal disponível

apenas em períodos eleitorais), Fale Conosco (somente pela Internet) e Pesquisa de Satisfação

dos Clientes Externos.

Ou seja, o TRE-RJ dispõe de instrumentos que proporcionam a coleta de informações

externas, no entanto, o resultado apurado nesta avaliação, permite concluir que há uma

percepção de que a utilização de tais informações como vetor de investigações das causas de

deficiências apontadas por tais instrumentos não atende ao esperado.

Acrescente-se a isso o fato de que na Auditoria de Indicadores da Gestão, realizada por

esta unidade, identificou-se que 90,2% dos contatos registrados pelo serviço de Ouvidoria

foram de pedido de informação, isto porque, neste Tribunal não há serviço de atendimento ao

cidadão, contrariando às orientações de governança do TCU, as quais destacam o cidadão

como agente principal de uma organização pública.

Quanto à existência da prática de se verificar regularmente discrepâncias entre o

registrado nos sistemas de informação e o efetivo, quanto aos níveis dos materiais,

suprimentos e outros ativos, e se as razões dessas discrepâncias são resolvidas e cientificadas

à direção do órgão, as respostas obtidas alcançaram índice que corresponde ao nível

insatisfatório.

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82

Dentre as melhorias necessárias, destaca-se a importância da atuação da unidade de

controle interno e auditoria em verificações relacionadas ao patrimônio do Tribunal, uma vez

que a integração ente a atuação de monitoramento da gestão e da auditoria interna cumpre os

preceitos constitucionais estabelecidos no artigo 74 da Constituição Federal, que trata do

sistema de controle interno.

Relativamente ao elemento Avaliações Separadas, buscou-se identificar a percepção

quanto à auditoria interna realizar avaliações pontuais sobre o funcionamento do sistema de

controles internos com o propósito de verificar se seus componentes estão presentes e em

funcionamento e o monitoramento dos planos de ação elaborados com base em avaliações

específicas, bem como se as deficiências identificadas nessas avaliações são resolvidas.

Identificou-se, pela pesquisa realizada, que a auditoria interna deste Tribunal é

deficiente em tais tarefas.

Neste sentido, a Secretaria de Controle Interno vem envidando esforços no sentido de

propor as mudanças necessárias para que sua atuação esteja adequada às modernas práticas

de auditoria e que as atividades por ela desenvolvidas produzam informações úteis no auxílio à

alta administração.

Registre-se que, a Decisão Normativa TCU n.º 132/2013 determinou que se fizesse

avaliação de controles internos, nível entidade e nível atividade (gestão de compras e

contratações/gestão de pessoas), para compor a prestação de contas deste Tribunal na

elaboração do Relatório de Auditoria de Gestão (RAG) referente ao exercício 2013.

Ademais, quando da elaboração do Plano de Auditoria de Longo Prazo 2014-2017

(PALP), estabeleceu-se a atuação da SCI, nos trabalhos de auditoria, por áreas de atuação,

tendo a área de governança a previsão de avaliações periódicas dos controles internos – nível

entidade e na área operacional, a previsão da avaliação dos controles internos – nível

atividade.

Sendo assim, há a previsão de uma atuação mais consistente na avaliação dos

controles internos, até porque esta é uma exigência que se fará presente na atuação do TCU

nesta unidade.

Quanto ao monitoramento dos planos de ação, tais procedimentos se encontram em

fase de implementação por esta unidade, mediante auditorias realizadas neste exercício,

ressaltando que a minuta do Manual de Monitoramento que orientará este trabalho foi

proposta no final do exercício de 2013 para avaliação superior.

Esclareça-se que nos anos anteriores o monitoramento das recomendações resultantes

das auditorias realizadas não obedecia a um rito procedimental formalizado e a uma

sistematização do monitoramento dessas recomendações.

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83

Conforme relatado no Relatório de Gestão 2013, página 193, as rotinas de

acompanhamento das recomendações exaradas pela unidade de controle interno e auditoria

estão em fase de implementação, tendo sido apresentados, no final de 2013, manuais de

auditoria e de monitoramento das recomendações e qualidade dos trabalhos de auditoria,

visando ao atendimento das diretrizes estabelecidas pelo CNJ na meta 16 e no Parecer

02/2013-SCI/Presi/CNJ, assim como as recomendações do TCU nos acórdãos nº 1074/2009 e nº

821/2014, ambos do Plenário, e a sistematização dos procedimentos de auditoria e de

acompanhamento das recomendações expedidas.

No que concerne ao elemento Resolução de Auditoria, apurou-se percepção de

deficiência em todos os aspectos relacionados a este elemento.

O Acórdão TCU nº 821/2014 – Plenário estabeleceu diversas recomendações às

unidades de controle interno, entre elas, que se fomente a comunicação dos resultados

alcançados pelas suas auditorias às subunidades organizacionais que forem fiscalizadas, tão

logo encerrados os trabalhos, de modo a propiciar a correção voluntária dos achados de

auditoria identificados, dando ciência dos mesmos à administração superior da sua entidade de

vinculação.

Em atendimento a tais recomendações, bem como àquelas emanadas do CNJ, a unidade

de controle interno, como já mencionado, propôs normativos, Resolução, Ato e Manuais de

Auditoria e Monitoramento, que atendessem a tais recomendações.

Publicou-se em 28/08/2014, a Resolução TRE-RJ 900/2014, que dispõe sobre os

procedimentos de auditoria, inspeção administrativa e fiscalização no âmbito deste TRE, tendo

sido estabelecido procedimentos que a unidade de controle deve obedecer objetivando que a

auditoria e seus resultados sejam comunicados aos gestores responsáveis e à alta

administração para a adoção das providências cabíveis.

Entre os pontos previstos, em seu artigo 24, está o envio de Comunicado de Auditoria à

área auditada contendo a indicação do líder e demais membros da equipe, o objetivo dos

trabalhos e a deliberação que originou a auditoria.

Outrossim, em consonância com a Resolução CNJ nº 171/2013, prevê a realização de

reuniões de abertura e fechamento de Auditoria, o que também encontra previsão nas minutas

dos Manuais de Auditoria e de Monitoramento.

No entanto, é necessário que as informações recebidas sejam avaliadas e revisadas

pelos gestores e pela alta administração para que as indicações de deficiências e

oportunidades de melhoria tenham a devida atenção e implementação das ações necessárias,

de forma a serem utilizadas como um vetor de mudanças e melhorias na gestão como um

todo.

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84

Segue gráfico 5 em que se demonstra os 9 critérios analisados e suas interpretações

neste componente.

GRÁFICO 5: MONITORAMENTO – CRITÉRIOS X INTERPRETAÇÕES

0

1

2

3

4

5

6

MONITORAMENTO

INADEQUADO DEFICIENTE INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO ADEQUADO

Em razão do exposto, depreende-se que a percepção apurada é de que os controles

internos necessitam da implantação de melhorias em diversos aspectos, tendo sido verificados

consideráveis níveis de deficiência com pontos críticos sinalizados nos componentes Avaliação

de Riscos e Monitoramento.

Pode-se dizer que a nova perspectiva de avaliação dos órgãos públicos visa à

verificação dos princípios básicos que norteiam a governança nas organizações públicas

(transparência, integridade, prestação de contas, liderança, compromisso, integração,

eficiência e eficácia).

Nos últimos anos, o Tribunal de Contas da União vem exigindo, nas decisões normativas

que estabelecem a obrigatoriedade da elaboração anual do Relatório de Gestão, o

preenchimento, pelos administradores, do Quadro que visa à avaliação do funcionamento dos

controles internos de suas unidades jurisdicionadas.

Observa-se que, da análise do quadro preenchido, a despeito do número reduzido de

questões, a avaliação se aproxima bastante do resultado obtido neste trabalho, com

pouquíssimas exceções, como por exemplo, a padronização de procedimentos e instruções

operacionais e as delegações de autoridade e competência são acompanhadas de definições

claras de responsabilidades, as quais foram muito bem avaliadas no Relatório de Gestão.

Registre-se que esta unidade corrobora com o esposado no Relatório de Gestão,

exercício 2013, no campo análise crítica do Quadro Avaliação do Funcionamento dos Controles

Internos, em que consta o seguinte entendimento:

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85

Embora o Tribunal não possua um sistema de controles internos instituído, é possível afirmarque as unidades, isoladamente, possuem mecanismos de controle – geralmente nãoformalizados. Há deficiências não só na área de controle, como também nas áreas deavaliação de riscos e comunicação. É preciso avançar na identificação dos macroprocessos eno mapeamento dos processos de trabalho, para melhor identificação/avaliação dos riscos econsequente implementação de um sistema eficaz de controles internos. Constatou-se,ainda, a necessidade de envolvimento de todas as unidades no que diz respeito aoplanejamento estratégico, em especial as operacionais, mediante execução de um plano decomunicação eficiente, com vistas à participação consciente de todos os servidores naconsecução dos objetivos estratégicos do Tribunal.

Cabe pontuar que a proposta deste trabalho foi, a partir do conhecimento da estrutura e

funcionamento dos controles internos estabelecidos e de suas deficiências, sensibilizar a alta

administração quanto à importância na definição de políticas visando a melhoria dos controles

internos administrativos e proporcionar a conscientização e o envolvimento daqueles que

possuem, dentro de suas alçadas, responsabilidades de identificação, implementação e

correções dos instrumentos de controles necessários em suas esferas, a fim de auxiliarem no

alcance dos objetivos estratégicos do Tribunal.

Por fim, é importante destacar que foram listadas algumas recomendações com o fito

de alertar a administração sobre a necessidade de melhorias e implantações de ações que

venham promover o desenvolvimento da governança, da gestão de riscos e da implantação de

controles internos neste órgão, como vem reiterando o Tribunal de Contas da União em

levantamentos específicos, os quais têm questionado recorrentemente atuações deste Tribunal

sobre pontos semelhantes.

III.9 - SITUAÇÕES NÃO CONTEMPLADAS NOS TÓPICOS PREVISTOS NA DECISÃONORMATIVA TCU Nº 132/2013 QUE AFETAM O JULGAMENTO DA GESTÃO DERESPONSÁVEIS ARROLADOS NO PROCESSO DE CONTAS

A despeito deste Relatório de Auditoria de Gestão tratar da conformidade dos atos

praticados no Tribunal Regional Eleitoral no exercício de 2013, serão relatados neste tópico os

detalhes das contratações referentes à construção da Nova Sede do TRE-RJ, protocolada no

processo de n.º 35.790/2012, e da construção do Fórum Eleitoral do Município de Rio Bonito,

registrada nos autos de n.º 41.120/2011, ambas realizadas em 2012, haja vista a relevância

dos orçamentos das supramencionadas empreitadas e o fato de parcela significativa de seus

pagamentos terem sido efetuados no exercício de 2013.

Foi incluído neste RAG, ainda, detalhamento a respeito da realização de Auditoria

Especial n.º 08/2013, efetuada por determinação do Ex.mo Senhor Presidente desta Corte

Eleitoral, cujo objeto trata de contratos relativos à prestação de serviço de organização de

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86

eventos e de fornecimento de gêneros alimentícios no TRE-RJ, por meio da qual foram

constatadas irregularidades na condução dos procedimentos licitatórios.

III.9.1 - CONSTRUÇÃO DA NOVA SEDE DO TRE-RJ

O lote onde estava sendo construída a nova sede do Tribunal Regional Eleitoral foi

cedido pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através do Termo n° 165/2011-F/SPA

(Termo de Cessão de Uso do Imóvel caracterizado como Lote 1 da Quadra 2 do

PAA/PAL/12125/47090 da Avenida Presidente Vargas s/n.º, lavrado entre o Município do Rio de

Janeiro e o TRE-RJ).

No dia 15/05/2012, esta Corte Eleitoral lançou o Edital de Concorrência 1/2012 visando

à contratação de empresa para realização das obras de construção da Nova Sede do TRE-RJ,

sendo o regime de execução empreitada por preço unitário e tipo menor preço, cujo valor total

orçado foi de R$ 100.427.067,20.

Mediante análise do edital, realizada através da Representação TC 017.008/2012-3 do

Tribunal de Contas da União, foram identificados pela equipe de auditoria indícios de

irregularidades, tais como: projeto básico deficiente (caracterizado pela ausência dos projetos

de fundações e estruturas); sobrepreço quantificado em R$ 8.732.052,08; inexistência de

licença prévia; e ausência de adequadas e prévias justificativas para adoção de parâmetros

atípicos de projeto (previsão de heliponto na cobertura e de carga vertical acima da

preconizada por norma), que culminaram no despacho prolatado pela Ex.ma Ministra Relatora

Ana Arraes, em 19/06/2012, no sentido de determinar ao TRE-RJ a suspensão cautelar da

Concorrência 1/2012, bem como a oitiva deste Órgão Eleitoral.

Diante disso, em 25/06/2012, foi determinada a anulação da concorrência 1/2012,

sendo determinada, ainda, pelo Ex.mo Desembargador-Presidente desta Corte, á época, a

adoção de medidas necessárias para o saneamento das irregularidades apontadas pelo TCU e

a republicação do edital de Concorrência.

Foi então publicado o Edital de Concorrência 2/2012, no dia 28/08/2012, com o valor

orçado em R$ 94.280.869,81, sendo homologada, em 09/10/212, a licitação em favor da

empresa Lopez Marinho Engenharia e Construções Ltda., vencedora do certame, cujo contrato

de n.º 53/2012 foi assinado no valor de R$ 93.620.000,00, em 10/10/2012.

Foi constatado pela Secretaria de Obras do TCU, após análise pertinente, que a falha

identificada em relação à inadequação do projeto básico não havia sido corrigida, de forma que

restavam ausentes os projetos de fundações e estruturas, considerados cadernos essenciais do

projeto básico, de acordo com a OT n.º 1/2006 IBRAOP c/c Súmula 222 TCU. Foi observada,

ainda, a inadequação do prazo previsto para a conclusão da obra, o qual, mesmo tendo sido

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87

alterado de doze para dezoito meses, seria insuficiente, tendo em vista a complexidade do

empreendimento.

Por meio do despacho de 25/01/2013, a Ex.ma Ministra Relatora determinou que o

TRE-RJ encaminhasse, no prazo de 15 dias, os projetos de estruturas e fundações que

sustentassem a execução das obras em comento.

Diante de tal determinação, foi enviado por este Órgão Eleitoral o Ofício PRES 70/2013,

de 18/02/2013, que continha em anexo o memorial de cálculo estrutural e três pranchas de

projetos referentes às estruturas de contenção de subsolo, além de solicitar prazo adicional

para encaminhamento dos demais componentes do projeto de estruturas. Posteriormente, em

abril de 2013, foram encaminhadas outras 119 pranchas referentes aos projetos de estruturas,

por meio do Ofício PRES n.º 180/2013, de 03/04/2013.

Devido ao imbróglio gerado acerca da execução dos serviços relativos à construção da

nova sede, principalmente no que se refere à adequação do projeto às condições impostas pelo

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN – para intervenção no terreno

lindeiro a bem tombado nacional, que resultou na solicitação do IPHAN para que fossem

imediatamente paralisadas as obras, foi anulada a Concorrência 2/2012 e o Contrato

Administrativo nº 53/2012 com a empresa Lopez Marinho, nos termos da Resolução TRE-RJ n.º

868/2014, após o regular trâmite do processo de n.º 182.574/2013, instaurado em

cumprimento à Resolução TRE-RJ n.º 854/2013.

A instauração do processo administrativo de n.º 182.574/2013 foi feita por meio da

Portaria GP n.º 01/2013 e teve como objeto “apurar irregularidades na Concorrência TRE/RJ nº

2/2012 e no Contrato 53/2012” para construção da Nova Sede do TRE-RJ, apurando os eventos

que ocorreram entre maio de 2012 até dezembro de 2013, ou seja, desde a convocação da

Concorrência 1/2012 até a edição da Resolução TRE-RJ n.º 854/2013.

Após o regular trâmite processual, inclusive com a pertinente manifestação da

contratada, restou decidido pelo Ex.mo Desembargador-Presidente deste Órgão Eleitoral, após

apreciação do Plenário do TRE-RJ, pela edição da Resolução TRE-RJ n.º 868/2024 nos seguintes

termos:

Art. 1º. Anular os artigos 5º, parágrafo único, e 7º, parágrafo único, da Resolução TRE-RJnº 809, de 24 de abril de 2012, por contrariar, hierárquica e especialmente, o art. 2º, §2º,alínea b, c/c art. 5º, caput, da Resolução CNJ nº 114/2010 e o item 6 do anexo IV daResolução TSE nº 23.369/2011, que vedam, expressamente, em contratos de obraspúblicas no âmbito do Poder Judiciário, a elaboração de projeto executivo após arealização da licitação.

Art. 2º. Conhecer da decisão do Presidente desta Corte no processo apuratório nº182.574/2013, para:

Parágrafo único. Remeter ao Conselho Nacional de Justiça e à Procuradoria-Geral daRepública cópias desta Resolução, integradas pela decisão do Presidente, e do inteiro teordigitalizado daquele processo administrativo para apuração de responsabilidades, com aadoção das medidas, em tese, cabíveis.

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88

Art. 3º. Diante das irregularidades constatadas no procedimento apuratório nº182.574/2013 e da decisão da Presidência deste TRE-RJ, que anulou a Concorrência nº02/2012 e o Contrato Administrativo nº 53/2012, solicitar inspeção extraordinária nascontas desta Corte Eleitoral ao Tribunal de Contas da União, referentes aos últimos 5anos, com fundamento nos artigos 71 da Constituição Federal e 41 da Lei Federal nº8443.

Art. 4º. Determinar que sejam iniciadas as providências técnicas e jurídicas com aPrefeitura da Cidade do Rio de Janeiro para a devolução do terreno cedido paraconstrução do prédio-sede deste TRE-RJ, como consequência lógica da decisão doPresidente desta Corte.

Art. 5º. Dar ciência ao Ministério Público Eleitoral de todos os termos do procedimento nº182.574/2013.

Diante da análise de toda documentação concernente à contratação da empresa para

serviços de obra de construção da nova sede desta Corte Eleitoral, efetuada mediante a

instauração do processo administrativo de n.º 182.574/2013, foram observadas algumas

irregularidades e impropriedades, que serão tratadas a seguir:

III.9. 1. 1 Inexistência de licença obrigatória para a execução da obra, uma vez que nãohouve aprovação do anteprojeto (projeto básico) e do projeto executivo junto ao IPHAN,necessária em razão da existência de um bem tombado nacional lindeiro à obra.

Devido ao fato do terreno onde seria construída a nova sede deste Órgão Eleitoral ser

lindeiro a patrimônio Bem Tombado Nacional – BTN e considerando que compete ao Instituto

do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, no âmbito das atribuições que lhe são

conferidas pelo Decreto-Lei nº 25/37, autorizar intervenções em bens edificados tombados e

nas suas áreas de entorno, o projeto de intervenção referente à construção do edifício-sede

teve que ser submetido à aprovação daquele Instituto, nos termos da Portaria IPHAN n.º

420/2010, que dispõe sobre os procedimentos a serem observados para a concessão de

autorização para realização de intervenções em bens edificados tombados e nas respectivas

áreas de entorno.

No que se refere aos autos pertinentes à matéria, percebe-se que não foram seguidos

os ritos processuais preconizados na Portaria IPHAN n.º 420, que culminou na solicitação de

paralisação da execução dos serviços concernentes à obra, conforme Ofício GAB/IPHAN-RJ n°

1328/2013, mesmo após já terem sido medidos os serviços no valor de aproximadamente

dezessete milhões de reais.

Destaque-se, ainda, a falta de cumprimento de termo restritivo (“submeter previamente

ao IPHAN o projeto executivo conforme Ofício GAB IPHAN RJ n.º 1.052/2012”) constante da

Licença de Obras n.º 21/0761/2012A da Secretaria Municipal de Urbanismo da Prefeitura da

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89

Cidade do Rio de Janeiro (Processo n.º 02/270117/2010), conforme fls. 228/230 do processo

TRE/RJ n.º 182.574/2013.

De acordo com o artigo 6º, inciso III, item a da citada portaria, ao requerer a autorização

para intervenção, no caso de Construção Nova, o interessado deverá apresentar o anteprojeto

da obra contendo, no mínimo, planta de situação, implantação, plantas de todos os

pavimentos, planta de cobertura, corte transversal e longitudinal e fachadas, diferenciando

partes a demolir, manter e a construir, conforme normas da ABNT.

O primeiro projeto apresentado pelo TRE-RJ, em 29/05/2012, foi analisado pela

Coordenação Técnica da Superintendência do IPHAN no Rio de Janeiro, que através do Parecer

n.º 93/2012 opinou pelo indeferimento do pedido, especialmente no que tange à

incompatibilidade da altura total de 60,00 metros da edificação proposta em relação ao

entorno do bem, apontando como sendo o limite admissível a altura de 18,00 metros. Tal

parecer foi encaminhado ao TRE-RJ através do Ofício GAB/IPHAN-RJ n° 759/2012.

Esta Corte Eleitoral apresentou, então, em 21/08/2012, recurso ao posicionamento

institucional que foi indeferido pelo IPHAN, mediante o Parecer n.º 133/2012, de 05/09/2012,

reiterando o posicionamento e complementando as justificativas para tanto.

Após o posicionamento técnico e complementação de dados pelo requerente, a então

Superintendente do IPHAN, arquiteta Maria Cristina Vereza Lodi, através de despacho

manuscrito, argumenta favoravelmente à construção, sugerindo a assinatura de um Termo de

Ajustamento de Conduta para a aprovação do projeto.

A proposta de aprovação e TAC é encaminhada ao DEPAM em Brasília, que contra

argumenta através do Memorando CGBI/DEPAM n.º 282/12 e se posiciona no sentido de que,

sendo admissível a proposta, não caberia ajustamento de conduta, restituindo o processo para

a Superintendência do IPHAN para as devidas providências, todas previstas na Portaria n.º

420/2010.

O processo retorna à Superintendência do IPHAN que, após o recebimento do novo jogo

de plantas, aprova o projeto, mesmo contrariando os pareceres técnicos de n.º 93 e 133,

condicionando à aprovação a assinatura de TERMO DE COMPROMISSO entre o IPHAN e o TRE-

RJ. O TC condicionou o início da obra à apresentação e aprovação do respectivo projeto

executivo.

Em 05/03/2013, o TRE-RJ apresentou o projeto estrutural das fundações informando

tratar-se do projeto executivo solicitado, manifestando-se o IPHAN pela insuficiência do

material, conforme Informação Técnica n.º 358/2013, de 07/06/2013.

Após o encaminhamento do Ofício n.º 736/13 pelo IPHAN, solicitando as diversas partes

do projeto executivo não apresentado, nova complementação é apresentada em 14/08/2013,

que ainda aponta pendências, conforme Parecer 579/2013 de 13/09/2013.

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90

A obra é iniciada antes da aprovação do projeto executivo e, portanto, sem a

autorização do IPHAN, ensejando Ação Popular proposta a Justiça Federal em face a União

Federal sob o número 0004880-12.2013.4.02.5101, visando a suspensão das atividades e a

apresentação de documentos comprobatórios de inexistência de impactos sobre o BTN.

Ressalta-se, ainda, que o início da obra contrariou termo restritivo (“submeter

previamente ao IPHAN o projeto executivo conforme Ofício GAB IPHAN RJ n.º 1.052/2012”)

constante da Licença de Obras n.º 21/0761/2012ª, da Secretaria Municipal de Urbanismo da

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

Levando-se em consideração o disposto no artigo 13 da Portaria IPHAN n.º 420, é

facultado ao interessado formalizar consulta prévia de projeto arquitetônico, no caso de

intervenções caracterizadas como Reforma/Construção Nova, sendo que a resposta positiva a

tal consulta configura unicamente aprovação para desenvolvimento do anteprojeto, não

consistindo autorização para execução de qualquer obra.

Com base na sobredita portaria e no poder-dever de autotutela da administração

pública, o Procurador-Chefe junto ao IPHAN, Geraldo de Azevedo Maia Neto, em seu parecer n.º

396/2013-PF/IPHAN/SEDE, opina no sentido de que, “ao conceder autorização na fase de

consulta prévia, mesmo que condicionada e mesmo que vinculada a um termo de

compromisso, a então Superintendente incidiu em manifesta ilegalidade, por inventar um

procedimento inexistente, à margem daquele claramente previsto em ato normativo da

autarquia, de amplo conhecimento”, concluindo que “o ato da então superintendente contém

vícios de legalidade, por desrespeitar o procedimento previsto na Portaria n.º 420/2010, razão

pela qual deve, e não apenas pode, ser anulado”.

Tendo como referência o parecer do Procurador, emitiu-se Ofício n.º GAB/IPHAN-RJ

1220/13, de 23/10/2013, solicitando a paralisação imediata das obras de construção da nova

Sede deste Tribunal até que o IPHAN se manifestasse conclusivamente sobre o assunto.

Em seguida, encaminhou-se o Ofício GAB/IPHAN-RJ n° 1328/2013, de 13/11/2013,

anulando o ato administrativo de aprovação do anteprojeto da nova Sede do TRE-RJ e

solicitando a paralisação da obra.

Diante da impossibilidade do prosseguimento da obra, principalmente no que tange aos

pareceres n.ºs 93 e 133 do IPHAN-RJ, que eram peremptórios em proibir à construção de

edificação superior a 18,00 metros de altura, considerada a volumetria máxima admitida pela

autarquia federal para aquele terreno, torna-se imperiosa a adoção das medidas julgadas

necessárias com o fito de se apurar a responsabilidade dos agentes que acarretaram o prejuízo

causado ao Erário, haja vista as parcelas pagas e, ainda, os serviços já realizados, cujas

medições foram efetuadas e restam ainda pendentes de pagamento.

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91

É importante deixar registrado que, diante da ilegalidade reconhecida na decisão de fls.

639/818 do processo n.º 182.574/2013, e com o impedimento definitivo de continuidade da

construção em razão de o projeto estimar o edifício-sede com volumetria diversa da

estabelecida pelo IPHAN, foi realizado o Termo de Distrato do Termo n° 165/2011-F/SPA,

assinado em 20/08/2014, por intermédio do qual foi devolvido à Prefeitura do Rio de Janeiro o

terreno onde estava sendo construída a Sede deste Tribunal.

III.9.1.2 - Projeto Básico deficiente, permitindo à empresa a elaboração de cadernosessenciais do projeto básico (projeto estrutural e de fundações).

O projeto básico originário do processo é oriundo do Tribunal de Justiça do Estado do Rio

de Janeiro, onde foi realizada licitação, em janeiro de 2011, tendo como vencedora do certame

a empresa Lopez Marinho, a quem também foi adjudicado o objeto das Concorrências 1 e 2 do

TRE-RJ, contudo, a administração daquele Tribunal de Justiça que sucedeu a gestão que

realizou o procedimento licitatório rescindiu o contrato.

A Coordenadoria de Engenharia (COENG) do TRE-RJ só teve conhecimento do projeto do

TJRJ no final de 2011, quando o então presidente desta Corte Eleitoral, Desembargador Luiz

Zveiter, obteve-o do Tribunal de Justiça com fulcro no Acordo de Cooperação Técnica n.º

01/2011, celebrado entre os dois Tribunais em fevereiro de 2011.

De acordo com o relatório sobre a contratação da obra de construção da nova sede,

constante das fls. 02 / 12 do processo de n.º 183.585/2013 assinado pelo Analista Judiciário

José Álvaro Manhães Wagner, Coordenador de Engenharia à época da contratação, foi

informado que “na primeira verificação do material encaminhado pelo TJRJ foram constatados

três pontos importantes, quais sejam: ausência de projeto de fundações e superestruturas;

ausência de plantas e relatórios de sondagem do terreno; e o lay out dos pavimentos fora

desenvolvido para serventias do TJRJ, não para as necessidades do TRE-RJ, sendo que os cinco

primeiros pavimentos tinham diferentes configurações e os demais tinham a mesma

configuração”.

O Coordenador informa, ainda, que foi proposta a contratação de projeto de fundação e

estrutura para a nova sede (protocolo n.º 24.713/2013), tendo como justificativa o fato de que

“Os projetos são necessários para a correta elaboração do orçamento da construção da nova

sede do TRE-RJ, vindo a integrar o existente projeto básico da construção da edificação

elaborado pelo TJRJ e encaminhado ao TRE-RJ.” A referida contratação não foi autorizada pela

Diretoria-Geral, por razões de oportunidade e conveniência.

Posteriormente, em julho de 2012, verificou-se representação do TCU afirmando a

indispensabilidade do projeto estrutural como parte integrante do projeto básico da licitação, o

que acarretou nova proposta de contratação deste serviço, desta vez por iniciativa da

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92

Secretária de Administração à época, Sra. Helga Pitthan. Novamente não foi autorizado o

prosseguimento do processo, tendo como argumento o fato de que a contratação de empresa

para construção do edifício sede do TRE-RJ contemplava a execução do projeto estrutural,

conforme Despacho da então Diretora-Geral Regina Célia M.S. Hickman Domenici (fls. 107 do

protocolo 156.663/2012).

O Edital de Concorrência n.º 2/2012, relativo à contratação em tela, foi lançado

concedendo à contratada a responsabilidade pela elaboração dos projetos de fundação e

estruturas, nos termos da cláusula 8.12, item 1, alíneas a e b, o que foi corroborado nas

informações contidas nos ofícios PRES 70/2013, de 18/02/2013, e PRES 180/2013, de

03/04/2013, que encaminhou pranchas do projeto básico elaboradas pela contratada, em

dissonância com o disposto nos normativos e na legislação federal aplicada à matéria,

conforme se depreende a seguir:

De acordo com o preconizado no artigo 6º, inciso IX, da Lei 8666/93, o projeto básico

deve ser adequado, atualizado e completo, a fim de permitir a definição precisa e suficiente do

objeto licitado (definição de projeto básico).

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisãoadequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto dalicitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem aviabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e quepossibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução,devendo conter os seguintes elementos:

Ainda de acordo com a Lei 8.666/93, mais precisamente nos termos do artigo 7º, inciso I

c/c §1º, primeira parte, devem ser concluídos todos os cadernos que integram o projeto básico

para depois ser elaborado o projeto executivo e, só então, iniciar a fase externa da licitação,

prosseguida pela execução das obras e serviços (ordem cronológica do processo).

Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerãoao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:

I - projeto básico;II - projeto executivo;III - execução das obras e serviços§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão eaprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, àexceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com aexecução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.

Infere-se também do artigo 7º, §2º, da Lei 8666/93 a responsabilidade legal pela

elaboração dos cadernos que compõem o Projeto Básico:

§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:

I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para examedos interessados em participar do processo licitatório;

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93

II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos osseus custos unitários.

Considera-se, ainda, que o projeto básico deve integrar o anexo do edital com todas as

suas partes, nos termos do art. 40, §2º, inciso I, Lei 8666:

§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:

I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações eoutros complementos.

De acordo com o Acórdão - TCU n.º 632/2012 e tabela 6.1. da OT n.º 1/2006 IBRAOP, e

ainda o Roteiro de Auditoria de Obras Públicas do TCU, publicado mediante a Portaria SEGECEX

n.º 33, de 07/12/12, os projetos estrutural e de fundação, flagrantemente elaborados pela

contratada, constituem itens essenciais do projeto básico.

Item I.1.2.1 do Roteiro de Auditoria de Obras Públicas – Elementos mínimos recomendadospara o projeto básico de uma obra de edificação.

61. Recomenda-se que um projeto básico de obras de edificações contenha os seguinteselementos mínimos, com base no rol previsto na cartilha do Conselho de Justiça Federal(denominada “Guia de Projetos e Obras da Justiça Federal”) e na Orientação Técnica01/2006 do Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop):

a) levantamento topográfico;b) sondagens;c) projeto arquitetônico;d) projeto de terraplanagem;e) projeto de fundações;f) projeto estrutural;g) projeto de instalações hidrossanitárias;h) projeto de instalações elétricas;i) projeto de instalações telefônicas;j) projeto de instalações de detecção e alarme e de combate à incêndio;k) projeto de instalações lógicas;l) projeto de instalações de ar condicionado; em) projeto de instalação de transporte vertical.

É de se destacar que há diversos acórdãos daquela Corte de Contas cujos relatórios

adotam os conceitos da OT IBR 01/2006 como referência. No que concerne à obrigatoriedade

de atendimento às decisões e normativos expedidos pelo Tribunal de Contas da União, cabe

mencionar o conteúdo da Súmula 222 - TCU.

Súmula 222 – TCU

As Decisões do Tribunal de Contas da União, relativas à aplicação de normas gerais delicitação, sobre as quais cabe privativamente à União legislar, devem ser acatadas pelosadministradores dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

O projeto Básico, portanto, é o conjunto de desenhos, memoriais descritivos,

especificações técnicas, orçamento, cronograma e demais elementos técnicos necessários e

suficientes à precisa caracterização da obra a ser executada, atendendo às Normas Técnicas e

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94

à legislação vigente, elaborado com base em estudos anteriores que assegurem a viabilidade e

o adequado tratamento ambiental do empreendimento.

Deve estabelecer com precisão, através de seus elementos constitutivos, todas as

características, dimensões, especificações, e as quantidades de serviços e de materiais, custos

e tempo necessários para execução da obra, de forma a evitar alterações e adequações

durante a elaboração do projeto executivo e realização das obras.

Cabe mencionar que, logo após o início da obra, a contratada apontou a necessidade de

três aditivos contratuais, sob o fundamento de que o projeto básico era deficiente, sendo

sugerida, logo no primeiro aditivo, alteração de mais de 30 itens dele (item 291 de fls. 804 do

proc. n.º 182.574).

Ainda quanto às deficiências do edital, o projeto básico utilizado no edital da

concorrência n.º 2 não atendia às necessidades de uma sede do Tribunal Regional Eleitoral,

nos termos do anexo I da Resolução CNJ 114 (fl. 04 do processo n.º 183.585/2013), no que se

refere às adequações estruturais para comportar espaço destinado ao plenário desta Corte

Eleitoral, pois, conforme citado anteriormente, o projeto havia sido desenvolvido para

serventias do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, não para este Órgão Eleitoral.

Por meio do primeiro Termo Aditivo (processo 92.934/2013), cujo objeto tratou dos

serviços de rebaixamento de lençol freático, escavação mecânica, execução de tirantes e

monitoramento tipo BecnhMark, foram realizados decréscimos no valor de R$ 1.913.521,33 e

acréscimos no valor de R$ 1.723.661,98, deixando o contrato no valor total de R$

93.430.140,65.

Dentre essas alterações, algumas visavam a atender exigências do Centro de

Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro (CET-RIO), em relação ao sistema viário da região. A

exigência do órgão municipal deu-se quanto à modificação do projeto arquitetônico do

pavimento térreo no que tange ao acesso de veículos ao empreendimento, antes previsto para

a Rua Afonso Cavalcante, passando para a Rua Projetada A – devendo este trecho ter sido

transformado em rua de serviço - , e no que tange ao acesso de carga e descarga, que

passaria a ser operado no interior da edificação, também realizado pela Rua Projetada A.

Tal exigência foi apresentada pela CET-RIO, por meio da carta n.º 305 CET/PRE, em

18/07/2012 (fls.35-48 do proc. n.º 211.031/2012), por sua vez, antes da publicação do edital da

Concorrência n.º 2/2012, que somente foi publicado em 28/08/2012. Portanto, o projeto

arquitetônico (parte integrante do projeto básico) deveria ter sido adequado às exigências do

órgão municipal antes mesmo da publicação do edital daquela concorrência.

Há de se considerar, ainda, que a alteração substancial do projeto arquitetônico

impactaria diretamente no cálculo estrutural e, portanto, nos projetos estrutural e de

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fundações, resultando em novo projeto básico, o que pode ter ferido a competitividade, pois

permitiria que outros possíveis licitantes se interessassem na participação do certame.

O segundo termo aditivo contratual (processo 66.470/2013), gerou o acréscimo de R$

1.565.046,39, tendo sido efetuado no intuito de realizar os acréscimos, supressões e inclusões

de diversos itens.

Pela leitura do parecer da Secretaria de Controle Interno deste Tribunal Eleitoral n.º

329/2013 (fls.1015/1021 do processo n.º 66470/2013) sobre a 2ª alteração contratual, os

aditivos contratuais, na verdade, apenas formalizavam as alterações que já haviam sido

executadas pela contratada.

Tal prática foi alertada no mencionado parecer, em que a SCI-TRE-RJ afirmou que: “a

prática de autorizar a execução de serviços além dos limites contratuais e antes de

devidamente formalizados os correspondentes aditivos não encontra amparo na legislação que

rege a matéria (vide art. 60 da Lei n.º 8.666/93), e expõe a administração a riscos indevidos.

Por esta razão, entende-se cabível recomendar aos servidores designados para a fiscalização

da obra que, doravante, envidem esforços no sentido de identificar com antecedência a

necessidade de formalização de aditivos, de modo a evitar a execução de serviços que não

possuam lastro contratual”.

Diante do exposto, depreende-se que a obra foi contratada com projeto básico não

definitivo, deficiente e precário para a adequada estimativa do seu custo, dificultando o

cumprimento de prazos e a manutenção do custo inicial licitado para este empreendimento,

dadas as sucessivas modificações durante a fase construtiva.

III.9.1.3 - Projeto executivo concomitantemente à realização da obra

Na contratação realizada por intermédio da Concorrência 2/2012, foi adotado o modelo

de confecção do projeto executivo no decorrer da obra, tendo como arcabouço legal o disposto

no art. 7º, § 1º da lei 8.666/93, abaixo descrito:

Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerãoao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:

I - projeto básico;II - projeto executivo;III - execução das obras e serviços.§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão eaprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, àexceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com aexecução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.

Observa-se, de acordo com a segunda parte do sobredito dispositivo legal, a

excepcionalidade conferida pela legislação, ao permitir, mediante autorização da

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96

administração, que o projeto executivo seja desenvolvido concomitantemente à execução da

obra.

Destaque-se, ainda, que tal autorização foi formalizada no âmbito interno do Tribunal

Regional Eleitoral, através da publicação da Resolução TRE-RJ n.º 809/2012, conforme se

destaca abaixo:

Art. 5º Para a implementação da política de concentração e substituição de imóveis deterceiros que abrigam as unidades do órgão, por próprios, devem ser observados:

I – existência e disponibilidade de terreno em condição regular;II – existência de projeto básico e executivo;III – valor estimado da obra;IV – demais exigências legais.

Parágrafo único. O projeto executivo de que trata o inciso II poderá ser desenvolvidoconcomitantemente com a execução da obra, desde que autorizado pela Administração.

Entretanto, cabe mencionar o disposto no artigo 2º, § 2º, alínea “b” e 5º, caput, da

Resolução CNJ n.º 114:

Art. 2º Os Tribunais elaborarão o plano de obras, a partir de seu programa denecessidades, de seu planejamento estratégico e das diretrizes fixadas pelo ConselhoNacional de Justiça, atendendo a Resolução n.º 102, de 15 de dezembro de 2009.

§ 2º São requisitos para a realização da obra:a) A disponibilidade de terreno em condição regular;b) A existência dos projetos básico e executivo;c) O valor estimado da obra;d) As demais exigência contidas nesta Resolução.

Art. 5º A inclusão orçamentária de uma obra constante do referido plano condicionar-se-áà realização dos estudos preliminares e à elaboração dos projetos, básico e executivo,necessários à construção, atendidas as exigências constantes desta Resolução, bem comoda Resolução n.º 102/2009 do Conselho Nacional de Justiça.

No mesmo sentido, o item 6 do anexo IV da Resolução TSE n.º 23.369 dispõe o

seguinte:

6. Os editais de licitação para construção de obras da Justiça Eleitoral deverão conterProjeto Executivo, observada a definição estabelecida no artigo 60, inciso X, da Lei8.666/93.

Torna-se evidente o conflito jurídico gerado acerca da possibilidade de elaboração do

projeto executivo concomitante à realização de obras, especificamente no âmbito do Poder

Judiciário, haja vista a previsão legal de tal prerrogativa para obras nos órgãos da

administração pública em geral, conferida pela 8666/93, e a proibição de tal procedimento, de

acordo com normas específicas do CNJ e do TSE sobre o tema no Poder Judiciário.

Diante do exposto, esta Secretaria de Controle Interno e Auditoria, sem autonomia e

competência regimental e legal para opinar a respeito da predominância de determinada

norma sobre as demais, haja vista o conflito legal supramencionado, cita o Parecer n.º

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908/2014 da Assessoria Jurídica do TRE-RJ, acostado às fls. 1578/1586 do processo de n.º

42.120/2011, que trata da obra de construção do Cartório Eleitoral de Rio Bonito, no qual o

presente conflito jurídico também se tornou evidente:

“Deve ser entendido, s.m.j., que em que pese a previsão constante do art. 7º, §1º, da Lein.º 8.666/93, de que o projeto executivo pode ser desenvolvido concomitantemente coma execução das obras e serviços, desde que autorizado pela administração, tal normativonão prevalece no âmbito do Poder Judiciário, pois ao regulamentar o planejamento, aexecução e o monitoramento de obras neste Poder, pretendeu o Conselho Nacional deJustiça e também o Tribunal Superior Eleitoral, este no âmbito da Justiça Eleitoral, exigir oprojeto executivo previamente, uma vez que esta exigência fica ao talante daadministração superior”.“Ressalto, por oportuno, que através da Resolução n.º 868/2014 deste Tribunal, já seconsolidou o entendimento de que tal previsão é descabida no âmbito do Poder Judiciário,decidindo-se pela anulação do art. 5º, parágrafo único, e 7º, parágrafo único, daResolução TRE 809/2012, por contrariar, hierárquica e especialmente, dispositivos dasResoluções CNJ e TSE que vedam, expressamente, em contratos de obras públicas noâmbito do Poder Judiciário, a elaboração de projeto executivo após a realização delicitação.”

Conclusão

Pelo exposto, diante da limitação imposta pelo IPHAN quanto à volumetria do imóvel,

restou evidente a falta de serventia do terreno para a construção da Sede deste Tribunal

Eleitoral, acarretando, portanto, dano ao erário no valor total dos serviços executados pela

contratada, somados aos gastos suportados pelo TRE-RJ, em razão da obra, com água e esgoto

e energia elétrica até agosto de 2014 (Anexo V).

Quanto ao projeto básico utilizado na contratação, depreende-se que a obra foi

contratada com projeto básico não definitivo, deficiente e precário para a adequada estimativa

do seu custo, dificultando o cumprimento de prazos e a manutenção do custo inicial licitado

para este empreendimento, dadas as sucessivas modificações durante a fase construtiva.

Com relação à possibilidade de elaboração do projeto executivo de forma concomitante

à realização dos serviços, este corpo técnico deixa epigrafado o entendimento do Plenário

desta Corte Eleitoral, no sentido da proibição de tal conduta no Poder Judiciário, nos termos do

artigo 2º, § 2º, alínea “b” e 5º, caput, da Resolução CNJ n.º 114/2010, bem como do item 6 do

anexo IV da Resolução TSE n.º 23.369.

Tal entendimento fica evidenciado pela edição e publicação da Resolução TRE-RJ n.º

868, de 12 de março de 2014, cujo artigo primeiro anula os artigos 5º, parágrafo único, e 7º,

parágrafo único, da Resolução TER-RJ n.º 809 de 24 de abril de 2012, por contrariar,

hierárquica e especialmente, os dispositivos da Resolução CNJ nº 114/2010 e da Resolução TSE

nº 23.369/2011, que vedam, expressamente, em contratos de obras públicas no âmbito do

Poder Judiciário, a elaboração de projeto executivo após a realização da licitação.

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98

III.9.2 - CONSTRUÇÃO DO FÓRUM ELEITORAL DE RIO BONITO

Por meio do Termo de Cessão de Uso de Imóvel n.º 02/2011, assinado entre o Tribunal

Regional Eleitoral e a Prefeitura do Município de Rio Bonito, foi cedida a área de 892,41m²,

localizada na Rodovia Linha Verde, Condomínio Industrial, Rio Bonito, RJ, Quadra X, Lote 1,

para a construção da 32ª Zona Eleitoral da Comarca de Rio Bonito.

Foi realizado procedimento licitatório na modalidade Tomada de Preços n.º 1/2012, do

tipo menor preço, sob regime de execução de empreitada por preço unitário, sendo adjudicado

o objeto da licitação à empresa Souza e Peres Comércio e Representações Ltda., firmando-se o

Contrato n.º 59/2012, no dia 26/12/2012, no valor total de R$ 821.145,53, para construção do

citado cartório eleitoral.

Conforme consta da Ata de Licitação por Tomada de Preços n.º 01/2012, às fls. 1223 do

processo de n.º 42.120/2011, a comissão de licitação declarou como vencedora do certame a

empresa Souza e Peres Comércio e Representações Ltda., que cotou o valor total de R$

821.145,53, após inabilitar motivadamente a empresa Lucascorps – Consultoria e Engenharia e

Planejamento urbano, em razão da apresentação dos atestados de capacidade técnica e

Balanço Patrimonial apenas em cópia, não autenticada e sem a apresentação da original para

conferência, em descumprimento ao disposto no subitem 6.1 do edital; e a empresa Globotec

Construtora Indústria e Comércio de Estruturas Metálicas LTda., em razão do impedimento de

participar de licitação com a administração pública, conforme penalidade aplicada pela Casa

da Moeda do Brasil.

Registre-se que, após manifestação das inabilitadas pela interposição de recurso

hierárquico, manifestou-se a autoridade superior pelo não provimento dos mesmos,

prosseguindo o certame com a abertura das propostas.

O prazo de vigência do contrato, com entrega definitiva das instalações do cartório,

seria de 345 dias, sendo 240 dias para a execução da obra, 15 dias para seu recebimento

provisório e 90 dias para o recebimento definitivo, contado a partir da autorização para o início

dos serviços de construção, concedida pelo TRE no dia 19/02/2013, conforme fls. 1471 do

protocolo n.º 42.120/2011.

Devido à necessidade de ajustes no projeto, foi proposta pela contratada a formalização

de termo aditivo, mediante Ofício n.º 2013.068-4 de 31/07/2013 (fls. 1329), que continha em

anexo planilha sugerindo acréscimos e supressões de quantitativos, que resultariam em

acréscimo de R$ 157.598,68 e supressão no valor de R$ 46.583,49.

Em paralelo, foi constatado pela comissão de fiscalização do contrato atraso no

desenvolvimento da obra, apontando como um dos motivos para o retardamento a dificuldade

do particular em entregar o projeto executivo das estruturas no prazo determinado, conforme

fls. 1472/1472v do processo n.º 42.120/2011.

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99

Em decorrência da mora da contratada, foi solicitada pela Coordenadoria de Engenharia

a instauração de processo administrativo apuratório, por meio do Memorando n.º 19/2013, de

26/08/2013, visando à identificação dos fatos que acarretaram tal atraso, bem como a

responsabilidade dos agentes que deram causa ao retardamento da execução da obra, que foi

acatada pelo Secretário de Administração, por meio de despacho datado de 28/08/2013 (fls.

1808 do protocolo n.º 127.397/2013).

Entretanto, em 30/08/2013, foi protocolada neste Tribunal Eleitoral carta da empresa

Souza e Peres Ltda., solicitando a rescisão contratual do contrato de n.º 59/2012, tendo como

argumento as inúmeras vezes que esbarrou em exigências reiteradas por parte do fiscal da

obra, Engenheiro Civil Jacemir Barbosa Ribeiro, sendo muitas delas desnecessárias e

comprovadamente omissas no contrato e no edital de licitação da obra, segundo entendimento

da contratada.

Tendo como objeto a conclusão da obra para construção do mencionado cartório

eleitoral, foi então celebrado Compromisso de Ajustamento de Conduta, que entre si firmaram

o Tribunal Regional Eleitoral e a Construtora Souza e Peres Comércio e Representação Ltda. no

dia 20/09/2013 (fls. 1519), através do qual a contratada reafirmou sua capacidade técnica e

financeira para dar continuidade ao Contrato n.º 59/2012, comprometendo-se concluí-lo,

apesar do atraso, entregando à administração cronograma físico-financeiro atualizado para

aprovação.

Considerando, ainda, as manifestações da empresa e o comprovado desgaste da

relação entre a contratada e um dos fiscais da obra, ficou acordado mediante o Compromisso

de Ajustamento de Conduta que a administração procederia à substituição do fiscal Jacemir

Barbosa Ribeiro, mantendo-se os demais membros da comissão, restando ainda suspenso o

procedimento apuratório que havia sido instaurado nos autos do processo n.º 42.120/2011.

Após a posse do Desembargador Bernardo Garcez como Presidente deste TRE-RJ, foi

determinado pela Diretora-Geral, em 06/12/2013 (fls. 1523), a elaboração de relatório pela

Secretaria de Administração acerca da situação da execução dos serviços relacionados à

construção.

Considerando a ausência de tal relatório, transcorridos mais de seis meses após sua

determinação, o Presidente deste Tribunal Eleitoral, Desembargador Bernardo Garcez, através

de Decisão datada de 09/06/2014, determinou a suspensão de quaisquer pagamentos ainda

pendentes referentes ao Contrato n.º 59/2012, até que pudesse decidir sobre os fatos

relacionados no processo. Tal decisão determinou, ainda, a manifestação da Secretaria de

Administração, por intermédio da Coordenadoria de Engenharia, da Secretaria de Controle

Interno e da Assessoria Jurídica sobre diversos aspectos relacionados à situação do contrato e

as medidas necessárias para a regularização do feito.

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100

Após as devidas manifestações, objetivando dar prosseguimento ao processo apuratório

da conduta da contratada, foi decidido pelo Desembargador Presidente deferir o prazo de 15

dias à empresa Souza e Peres, a contar de 01/08/2014, para que apresentasse defesa a

respeito das irregularidades encontradas no processo.

A contratada manifestou-se consoante documento acostado às fls. 1609/1622,

fornecendo justificativas para o retardamento do início da execução dos serviços, além de

informar que os serviços estavam em conformidade com o projeto básico/executivo do certame

e que haveria a possibilidade de emitir termo circunstanciado para o recebimento provisório da

obra.

Informa, ainda, que apesar de todos os serviços executados até aquela data estarem

em conformidade com o projeto básico/executivo, não foram executados alguns serviços

previstos na planilha orçamentária devido à necessidade de se ajustar o projeto executivo de

estrutura, tendo em vista o atraso na entrega do relatório geotécnico do terreno pela empresa

Ícone Projetos e Consultoria Ltda., e que tais alterações integravam a proposta de aditivo

contratual.

Após manifestação da contratada, consta das fls. 1751/1776 laudo final sobre o objeto

do contrato n.º 59/2012, elaborado pela Coordenadoria de Engenharia deste órgão eleitoral em

30/09/2014, por decisão do Ex.mo Senhor Presidente, indicando quanto do contrato foi

regularmente executado. Consta ainda de tal determinação intimação para que a contratada

se manifeste em cinco dias para posterior remessa à Diretoria Geral para elaboração de

parecer final.

Em seu laudo final a respeito da execução do contrato n.º 59/2012, a COENG informa

que, após minuciosa vistoria, foi evidenciado que a obra se encontra parcialmente concluída e

que há serviços executados sem previsão contratual, demonstrando que existe a necessidade

de alguns ajustes e melhorias nos acabamentos já executados. A COENG informa, ainda, que

tais ajustes deverão ser corrigidos pela contratada para que o produto final esteja em

conformidade com as orientações do projeto básico.

Atendendo ainda à determinação do Excelentíssimo Presidente do TRE-RJ, consta do

laudo planilha que demonstra os quantitativos e preços dos diversos serviços necessários para

a efetiva conclusão da edificação. Quanto aos valores, consta do documento a informação de

que os serviços contratados somam o valor de R$ 821.141,63, os serviços executados com

previsão contratual somam R$ 645.963,67 e os serviços executados sem previsão contratual

somam R$ 169.127,44. Os serviços contratados e não executados somam R$ 175.174,50.

A despeito de ainda se encontrar em andamento tal processo apuratório, tratado nos

autos do próprio processo de contratação (protocolo n.º 42.120/2011), serão demonstrados

adiante detalhamentos acerca das fragilidades apuradas.

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101

III.9.2.1 - Projeto Básico deficiente

Foi incluído, às fls. 39/40 do protocolo de n.º 42.120/2011, relatório de vistoria, datado

de 23/03/2012 e elaborado pelo Engenheiro Civil Jacemir Barbosa Ribeiro, que objetivou o

levantamento de características técnicas relevantes do terreno, mediante análise das

metodologias consideradas nas edificações existentes no seu entorno, visando subsidiar a

elaboração do projeto básico que serviria para a contratação em tela.

Em seu relatório, o servidor informa, quanto à altimetria, que visitando o entorno do

terreno, onde se encontram edificados o Fórum da Comarca de Rio Bonito (em construção) e a

119ª Delegacia de Polícia, foi constatada uma elevação considerável da cota das obras em

relação ao meio-fio existente. Afirma, ainda, que não manter as elevações implementadas pela

Delegacia de Polícia e pela obra do fórum é temerário diante da possibilidade de alagamentos

da região, não obstante o logradouro estar dotado de “bocas de lobo”, as quais indicam a

existência de rede de águas pluviais.

De toda sorte, informa que serviços de terraplanagem e contenção das divisas do

terreno e da construção impactariam severamente em prazos, custos e nas especificações

técnicas, vez que, até aquele momento, estas variáveis não haviam sido consideradas na

elaboração dos desenhos de arquitetura e, consequentemente, dos desenhos de estrutura de

concreto armado.

No item 4 do relatório, o servidor sugere a contratação dos serviços de investigação

geotécnica no lote cedido a este Tribunal, cujos ensaios poderiam determinar os tipos de solo e

suas respectivas profundidades de ocorrência, a posição do nível d’água e os índices de

resistência à penetração a cada metro, as quais seriam indispensáveis para o projeto e

execução das fundações (NBR 6122/1996).

Através de relatório acerca da elaboração do projeto básico para a contratação, que

consta das fls. 779/783 do processo de n.º 42.120/2011 e datado de 23/10/2012, foi informado

pela arquiteta Mônica Veras, Chefe da Seção de Fiscalização de Serviços e Obras, que, após o

corte de verba para a construção do fórum eleitoral, foi elaborado um segundo projeto básico

visando redimensionar as instalações previstas no projeto inicialmente proposto, reduzindo-se

áreas e excluindo equipamentos. Dentre os itens excluídos, constam o sistema de segurança,

os aparelhos de ar condicionado e o piso elevado.

Foi informado, também, que não constava da planilha orçamentária os serviços de

sondagem para reconhecimento do subsolo e serviços de topografia para levantamento

planialtimétrico do terreno, em razão desses serviços terem sido contratados mediante outro

procedimento administrativo, que se encontrava em fase final de apresentação textual.

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102

O supramencionado administrativo trata da licitação, na modalidade pregão eletrônico

por registro de preços n.º 16/2012, tendo como objeto a contratação de empresa para a

realização de serviços de sondagens e levantamento topográfico para subsidiar a elaboração

de projetos básicos e executivos de engenharia, no valor de R$ 9.697,57, em que se sagrou

vencedora a empresa Ícone Projetos e Consultoria Ltda.

Devido a atrasos na execução dos serviços, a empresa Ícone Projetos e Consultoria

Ltda. não conseguiu apresentar o produto final no prazo contratual estipulado para 25/09/2012,

conforme consta dos autos dos procedimentos administrativos apuratórios n.º 66.017/2012 e

33.471/2013, sendo entregue o relatório de sondagem apenas em 19/12/2012, conforme

consta às fls. 274 do processo n.º 160.214/2012.

Havendo necessidade de se cumprir o prazo estabelecido para o certame ainda no

exercício de 2012 e considerando o atraso da empresa Ícone Projetos e Consultoria Ltda. na

entrega dos produtos topográficos, a licitação foi realizada com os itens de planilha referentes

aos projetos de fundação e estrutura sendo passíveis de ajustes conforme a necessidade da

obra, de acordo com o afirmado pela SAD/COENG às fls. 1550, em seu relatório elaborado por

determinação do Ex.mo Senhor Presidente desta Corte Eleitoral.

Foi informado pela SAD/COENG, ainda, que na ausência do relatório da empresa Ícone

Projetos e Consultoria Ltda., serviu como elemento de avaliação para nortear o projeto

básico/executivo de fundações o relatório de sondagens da obra do Fórum do Tribunal de

Justiça do Estado do Rio de Janeiro instalado na Comarca de Rio Bonito, vizinha à obra do TRE,

de modo a se obter o tipo de fundação adequada ao terreno, sendo adotada a técnica do tipo

“estacas raiz”.

Pela leitura do mesmo relatório da SAD/COENG, denota-se a informação de que houve a

necessidade de se ajustar o projeto executivo de estrutura devido à alteração da altura da laje

de piso de térreo e conseqüentemente ajustar as peças de fundação (devido ao atraso na

entrega dos produtos da empresa Ícone Projetos e Consultoria Ltda. – planimetria e

sondagem), sendo que tais ajustes acarretaram acréscimo/decréscimo de quantitativos, os

quais integravam a proposta de aditivo contratual pela contratada.

Portanto, tendo sido iniciada a fase externa da licitação, culminando na contratação de

empresa para a construção da mencionada edificação, sem o resultado dos serviços de

sensoriamento e levantamento topográfico, contratados junto à empresa Ícone Projetos e

Consultoria Ltda. para subsidiar a elaboração dos projetos básico e executivos de engenharia,

restou configurado descumprimento ao preconizado no artigo 6º, inciso IX, da Lei 8.666/93,

uma vez que o projeto básico utilizado na contratação, carente da devida avaliação geotécnica

do logradouro, não se encontrava adequado e completo, impedindo a definição precisa e

suficiente do objeto licitado, além de se tornar suscetível a alterações devido à

imprevisibilidade da constituição geológica do terreno.

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103

De acordo com o citado normativo, o projeto básico deve estabelecer com precisão,

através de seus elementos constitutivos, todas as características, dimensões, especificações, e

as quantidades de serviços e de materiais, custos e tempo necessários para execução da obra,

de forma a evitar alterações e adequações durante a elaboração do projeto executivo e

realização das obras.

Cabe salientar que a ausência do levantamento topográfico no projeto básico acarretou

a necessidade de diversos ajustes em relação aos projetos de fundação e estrutura da obra,

conforme justificativas da própria contratada, consignadas na proposta de aditamento e em

Ata de Reunião realizada entre servidores do TRE-RJ e representantes da contratada, datada de

31/07/2014, conforme fls. 1451/1462v.

Há que se registrar, ainda, a possibilidade de frustração da competitividade do certame,

impedindo que fosse adjudicado o objeto da licitação à proposta mais vantajosa para a

administração pública, uma vez que a falta de precisão nas características, dimensões,

especificações e custos para a execução da obra pode ter impedido a participação de demais

empresas na referida tomada de preços.

III.9.2.2 - Falta de Termo Aditivo para alteração de itens do projeto

Conforme informado, foi solicitado pela contratada formalização de termo aditivo ao

contrato, mediante Ofício n.º 2013.068-4, de 31/07/2013, contendo acréscimos e supressões

aos itens da planilha inicial do projeto.

Em ata de reunião, realizada no mesmo dia 31/07/2013 entre representantes da

contratada e do TRE-RJ, foram consignadas pela empresa Souza e Peres todas as justificativas

para tais alterações, conforme se observa nas fls. 1451/1462 do processo.

Cabe salientar que uma das argumentações da contratada para a alteração de itens foi

a imprestabilidade do levantamento topográfico para subsidiar a elaboração do projeto básico

devido ao atraso na entrega de tal relatório, que foi contratado junto a empresa Ícone Projetos

e Consultoria Ltda. nos autos do protocolo n.º 66.017/2012, que respondeu a procedimento

apuratório através dos autos do processo n.º 33.741/2013.

Mediante Relatório Técnico de 30/08/2013, emitido pela Coordenadoria de Engenharia

deste órgão eleitoral e acostado às fls. 1474/1487 do processo n.º 42.120/2011, foi analisada a

primeira proposta de aditivo contratual efetuada pela contratada e enviado à SAD do TRE para

que, submetido às instâncias superiores, fosse formalizado tal aditamento.

Preliminarmente, foi informado em tal relatório que a obra encontrava-se severamente

atrasada, em parte injustificadamente, haja vista que a contratada delongou demasiadamente

o prazo para a conclusão do projeto executivo das estruturas, errou no posicionamento de

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104

elementos estruturais, tais como blocos de fundação e pilares, em que pese dispor, à época,

dos desenhos pertinentes constantes do projeto básico e do projeto executivo, além de terem

sido identificadas falhas pela fiscalização que requereram demolições, reparos, correções e

reconstruções, às expensas da contratada, motivo pela qual se explica, em parte, tal atraso.

O relatório destacou, ainda, o teor da conclusão do Parecer n.º 217/2013 da Assessoria

Jurídica desta Corte, às fls. 47/50 do processo apuratório 33.741/2013, no qual restou

configurada a imprestabilidade dos relatórios de sondagem e do levantamento planialtimétrico

contratados ainda para a fase interna da licitação relativa ao Contrato n.º 59/2012,

considerando que tais relatórios foram entregues apenas em 19/12/2012, sendo que o prazo

para entrega era 25/09/2012.

Conforme já mencionado, foi assinado Compromisso de Ajustamento de Conduta entre

as partes, em 20/09/2013, por determinação da então presidente, Desembargadora Letícia

Sardas, consubstanciada na Ata de Reunião, realizada no dia 17/09/2013 (fls. 1525/1526v).

Por meio do supramencionado documento, a empresa Souza Peres se comprometeu a

concluir o objeto do contrato, apesar do atraso existente, além de entregar cronograma físico

financeiro atualizado do empreendimento para análise. A administração, por sua vez, se

comprometeu a efetuar a substituição do fiscal do contrato Jacemir Barbosa Ribeiro e a

suspender o processo apuratório que havia sido instaurado para avaliar a conduta da

contratada no que dissesse respeito aos atrasos no cronograma da obra.

A Secretaria de Controle Interno desta Corte, mediante Informação de n.º 136/2013, de

22/11/2013, um mês após a realização do Compromisso de Ajustamento de Conduta, informou

que ainda não havia sido identificada no processo a solicitação de alteração contratual de

prazo, bem como a formalização de alteração na comissão de fiscalização.

Em relatório elaborado pela SAD/COENG no dia 27/06/2014, por determinação do Ex.mo

Senhor Presidente deste órgão eleitoral, foi consignada a afirmativa de que “na ausência de

uma resposta sobre a aprovação da proposta de aditivo contratual, por prudência, considerou-

se a previsão orçamentária vigente, ou seja, o valor do contrato, para finalização dos serviços.”

O relatório afirma, ainda, que “com o Compromisso de Ajustamento de Conduta

autorizado e firmado pelas partes, permitindo assim o prosseguimento da obra e ainda sem

uma definição quanto a proposta de aditivo contratual, não restou outra alternativa à

fiscalização senão a supressão de serviços previstos na planilha orçamentária e acréscimo de

quantitativo de itens existentes em substituição aos suprimidos (que tinham valores

superiores), para que os serviços a serem executados estivessem comportados no orçamento

original (valor do contrato), não se permitindo assim a execução de serviços sem prévio

orçamento” ( fls. 1552).

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105

Conforme manifestação da Secretaria de Controle Interno, por meio do Parecer n.º

28/2014 (fls. 1560/1569v), elaborado também por determinação do Ex.mo Senhor Presidente

deste órgão eleitoral, consta a informação de que alguns dos itens de serviço objeto da

proposta de aditamento pela contratada já teriam sido executados, à época da solicitação, em

quantitativos superiores aos inicialmente fixados na planilha orçamentária, conforme análise

dos documentos constantes da 3ª medição, na qual se verifica a execução a maior de diversos

subitens de serviço.

Diante do exposto, não foram respeitados os termos do art. 60, caput e parágrafo único,

e art. 65, §8º, todos da Lei n.º 8.666/93, de onde se extrai que as alterações contratuais devem

ser precedidas de formalização do correspondente aditivo.

III.9.2.3 - Projeto executivo concomitantemente à realização da obra

Através de Despacho datado de 07/11/2012, a Diretora-Geral, Regina Célia M. S.

Hickman Domenici, autoriza a deflagração do processo licitatório objetivando a contratação de

empresa especializada para a execução da obra de construção do edifício que abrigará a 32ª

Zona Eleitoral, localizada no Município de Rio Bonito. Tal despacho autoriza, ainda, que o

projeto executivo de estrutura seja desenvolvido concomitantemente com a execução das

obras.

O edital de licitação da Tomada de Preços n.º 01/2012, em sua cláusula 2.1 do

respectivo projeto básico (fls. 850) atribuiu à contratada o encargo da elaboração do projeto

executivo de estrutura, sendo silente com relação à elaboração dos demais projetos

executivos.

Este fato é justificado pela SAD/COENG, em seu relatório acostado às fls. 1543/1557,

elaborado por determinação do Ex.mo Senhor Presidente deste órgão eleitoral, pelo argumento

de que o projeto básico tem nível de detalhamento com características de projeto executivo.

Na seqüência, informa os motivos pelos quais se exigiu no instrumento convocatório

somente a realização do projeto executivo de estrutura (que inclui fundações), ressaltando que

essa inclusão se deu “apenas para adequar o projeto básico/executivo de fundação e estrutura

elaborado para o certame, contendo as soluções à realidade do local, que foram confirmadas

após o recebimento dos produtos topográficos, já durante o processo do certame”.

Deve-se registrar que, mesmo que fique constatado que o projeto básico tenha

detalhamento de projeto executivo, não se atendeu à forma prescrita no art. 7º, § 1º da lei

8.666/93, o qual exige que, para a elaboração do projeto executivo, deve haver a prévia

conclusão e aprovação do projeto básico pela autoridade competente.

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106

Ademais, no caso de ser verificado que o projeto básico apresentado não tem

detalhamento de projeto executivo, a hipótese torna-se ainda mais grave, uma vez que

restaria configurada a inexistência de projeto executivo para vários itens da obra, só havendo

o de estrutura, incluindo fundações, que foi elaborado pela contratada.

Cabe atentar para o fato de que, em razão da ausência de profissional neste setor com

especialidade em engenharia no momento, torna-se inviável a análise no tocante ao nível de

detalhamento do projeto básico apresentado.

A despeito do mencionado nos autos, no que tange à possibilidade de elaboração do

projeto executivo concomitantemente à execução da obra, esta Secretaria de Controle Interno

mantém o posicionamento efetuado no tópico III.9.1.3 que trata de construção da nova sede do

TRE-RJ, qual seja, a citação do Parecer n.º 908/2014 da Assessoria Jurídica do TRE-RJ, acostado

às fls. 1578/1586 do processo de n.º 42.120/2011, bem como o posicionamento do Plenário

desta Corte Eleitoral, ao editar e publicar a Resolução n.º 868/2014:

“Deve ser entendido, s.m.j., que em que pese a previsão constante do art. 7º, §1º, da Lein.º 8.666/93, de que o projeto executivo pode ser desenvolvido concomitantemente coma execução das obras e serviços, desde que autorizado pela administração, tal normativonão prevalece no âmbito do Poder Judiciário, pois ao regulamentar o planejamento, aexecução e o monitoramento de obras neste Poder, pretendeu o Conselho Nacional deJustiça e também o Tribunal Superior Eleitoral, este no âmbito da Justiça Eleitoral, exigir oprojeto executivo previamente, uma vez que esta exigência fica ao talante daadministração superior”.

“Ressalto, por oportuno, que através da Resolução n.º 868/2014 deste Tribunal, já seconsolidou o entendimento de que tal previsão é descabida no âmbito do Poder Judiciário,decidindo-se pela anulação do art. 5º, parágrafo único, e 7º, parágrafo único, daResolução TRE 809/2012, por contrariar, hierárquica e especialmente, dispositivos dasResoluções CNJ e TSE que vedam, expressamente, em contratos de obras públicas noâmbito do Poder Judiciário, a elaboração de projeto executivo após a realização delicitação.”

Conclusão

Quanto à deficiência do projeto básico utilizado na contratação, haja vista que não

foram considerados os estudos geológicos do terreno e que a proposta de aditivo efetuada

pela contratada tem como argumento justamente a falta de especificações técnicas que

pudessem dirimir as dúvidas acerca do material e técnicas a serem empregados na fundação e

estrutura da edificação, depreende-se que a obra foi contratada com projeto básico não

definitivo, deficiente e precário para a adequada estimativa do seu custo, dificultando o

cumprimento de prazos e a manutenção do custo inicial licitado para este empreendimento,

contrariando o artigo 6º, inciso IX, da Lei 8.666/93.

Quanto à celebração de Compromisso de Ajustamento de Conduta para suprir a

necessidade de realização de termo aditivo ao contrato em tela, contrariando o art. 60, caput e

parágrafo único, e art. 65, §8º, todos da Lei n.º 8.666/93, ratifica-se o entendimento desta

Secretaria de Controle Interno exposto no Parecer n.º 28/2014 (fls. 1562v), no sentido de que a

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107

formalização de tal termo não encontra amparo legal, por não haver lei nem regulamento

interno que autorizem expressamente sua aplicação no âmbito dos contratos administrativos.

Com relação à possibilidade de elaboração do projeto executivo de forma concomitante

à realização dos serviços, este corpo técnico deixa epigrafado o entendimento do Plenário

desta Corte Eleitoral, no sentido da proibição de tal conduta no Poder Judiciário, nos termos do

artigo 2º, § 2º, alínea “b” e 5º, caput, da Resolução CNJ n.º 114/2010, bem como do item 6 do

anexo IV da Resolução TSE n.º 23.369.

Tal entendimento fica evidenciado pela edição e publicação da Resolução TRE n.º 868,

de 12 de março de 2014, cujo artigo primeiro anula os artigos 5º, parágrafo único, e 7º,

parágrafo único, da Resolução TRE n.º 809, por contrariar, hierárquica e especialmente, os

dispositivos da Resolução CNJ n.º 114/2010 e da Resolução TSE n.º 23.369/2011, que vedam,

expressamente, em contratos de obras públicas no âmbito do Poder Judiciário, a elaboração de

projeto executivo após a realização da licitação.

III.9.3 - ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS E FORNECIMENTO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS

Em cumprimento à determinação do Ex.mo Senhor Presidente do TRE-RJ, foi realizada a

Auditoria Especial n.º 08/2013, sob protocolo n.º 183.450/2013, cujo objeto tratou das

contratações relativas ao fornecimento de gêneros alimentícios preparados e à prestação de

serviço de organização de eventos.

Ressalte-se que os atos praticados na contratação referente ao fornecimento de

gêneros alimentícios ocorreram no exercício de 2012 e, no que tange às contratações relativas

à prestação de serviço de organização de eventos, há duas situações distintas: os atos

relacionados ao registro de preços oriundo de licitação realizada pelo TRE-RJ foram praticados

nos exercícios de 2011 e 2012, enquanto que os referentes às adesões a ata de registro de

preços do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA foram realizados

nos exercícios de 2012 e 2013.

A auditoria baseou-se na análise da instrução processual das fases interna e externa da

licitação - que restou deserta - e da subsequente contratação direta formalizada com

fundamento no art. 24, inciso V, da Lei nº 8.666/93 (relativas ao fornecimento de gêneros

alimentícios preparados), bem como de contratações oriundas de ata de registro de preços do

TRE-RJ e das adesões feitas à ata de registro de preços do IFPA e respectivas contratações

(serviço de organização de eventos), conforme quadro abaixo.

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108

Contrato / Ata Objeto Empresa Vigência Processo

ARP nº 108/2012

e Contrato nº

38/2012

Fornecimento de gêneros

alimentícios preparados

para os membros do TRE-RJ

BG Café Bar

Restaurante Ltda

EPP

8/8/2012 a

7/8/2013 e

17/8/2011 a

31/12/2012

99.700/2011 e

212.469/2012

ARP nº 06/2011

Prestação de serviço de

organização de eventos e

correlatos

Soluction Logística

e Eventos Ltda Me

4/8/2011 a

3/8/2012

59.619/2011

(Processo de

Licitação),

23.359/2012 e

23.360/2012

Adesões à ARP

nº 06/2012 - IFPA

Prestação de serviço de

organização de eventos e

correlatos

Soluction Logística

e Eventos Ltda Me

30/1/2013 a

29/1/2014

48.248/2012,

51.397/2012

(186.891/2012 e

338.023/2012),

84.448/2012 e

89.448/2012

O contrato com a empresa BG Café Bar Restaurante objetivou, de acordo com a

justificativa apresentada nos autos de protocolo n.º 99.700/2011, o fornecimento parcelado de

gêneros alimentícios preparados, com a finalidade de atender às necessidades dos membros

desta Corte Eleitoral nos dias de Sessão Plenária.

Tendo resultado deserta a licitação realizada através da modalidade pregão presencial

por Registro de Preços (nº 10/2012), foi efetuada contratação direta do serviço, por meio de

dispensa de licitação, conforme determinação da autoridade máxima, resultando no contrato

n.º 38/2012 com a empresa BG Café Bar Restaurante no valor total de R$ 75.814,00, com

vigência de 17/08/2012 a 31/12/2012, sendo que foram gastos apenas R$ 54.840,40.

Com relação à empresa Soluction Logística e Eventos Ltda., esta sagrou-se vencedora

do processo licitatório realizado para a contratação de serviços de organização de eventos,

para prestação sob demanda, incluindo fornecimento de infraestrutura e apoio logístico, na

modalidade Pregão Eletrônico, com vistas ao atendimento das necessidades do Cerimonial e

da Escola Judiciária Eleitoral e, posteriormente, da Coordenadoria de Educação e

Desenvolvimento – COEDE, resultando na assinatura da Ata de Registro de Preços nº 06/2011.

Paralelamente às solicitações feitas nesta ARP nº 06/2011, gerenciada pelo Tribunal,

foram realizadas adesões também à Ata de Registro de Preços nº 06/2012 do Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA – Campus Tucuruí, de objeto semelhante e

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109

atendida também pela empresa Soluction Logística e Eventos Ltda., com vistas ao

fornecimento de itens não previstos na planilha de serviços do Tribunal, quais sejam serviço de

coquetel e fornecimento de almoço/jantar institucional.

Posteriormente, conforme os quantitativos de alguns itens da Ata do Tribunal atingiam

seu limite, estes passaram a ser solicitados também da Ata do IFPA, como foi o caso,

principalmente, do item referente ao coffee-break.

Deve-se registrar que o total de pagamentos efetuados à Soluction Logística e Eventos

Ltda. nas duas ARP’s examinadas totalizaram R$ 330.536,75, distribuídos em pelo menos 38

eventos ocorridos no período de 23/3/2012 a 25/6/2013.

Pela análise do Relatório de Auditoria Especial n.º 08/2013, foram observados os

seguintes achados, conforme segue:

III.9.3.1 - Lançamento de edital de licitação com cláusulas restritivas à competição.

Referente ao Contrato n.º 38/2012 junto à empresa BG Café Bar e Restaurante Ltda., o

edital, no subitem 3.1.1, e o termo de referência (anexo I do edital), no subitem 8.1.1,

prescrevem, como uma das exigências à contratada, que a empresa seja sediada ou possua

filial na Capital, em Niterói “ou em qualquer outra localidade próxima o suficiente da sede

deste Tribunal”.

Não obstante nos próprios dispositivos terem sido consignadas justificativas para tal

exigência, verifica-se que o critério de limitação geográfica adotado é impreciso. Além disso,

mesmo que o critério utilizado fosse objetivo, há potencial risco de excesso nessa limitação,

contrariando o art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei nº 8.666/93, já que não há nos autos estudos

técnicos nem ampla pesquisa de mercado que demonstrem que a exigência definida nessas

cláusulas é pertinente e relevante para o específico objeto do contrato, bem como não

compromete, restringe ou frustra o caráter competitivo da licitação.

Ainda quanto ao Contrato n.º 38/2012, no subitem 5.2 do termo de referência, consta a

exigência de que a entrega do gênero alimentício deverá ser realizada no prazo máximo de 03

horas a contar do recebimento do pedido.

Nesse caso, infere-se potencial risco de excesso na especificação do objeto, haja vista a

exiguidade do prazo estabelecido para a entrega dos alimentos (três horas) e a ausência de

ampla pesquisa de mercado demonstrando que esse regramento não compromete, restringe

ou frustra o caráter competitivo da licitação.

Convém registrar que, nos editais de licitação do TSE, STF, STJ e CJF acostados aos

autos da referida auditoria especial – que tratam de objeto similar, o prazo de entrega

estabelecido à empresa contratada é o dia subsequente ao da requisição.

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110

III.9.3.2 - Utilização indevida da modalidade de contratação (dispensa de licitação combase no art. 24, inciso V, da Lei nº 8.666/93).

Tendo sido declarada deserta a licitação realizada com o objetivo da contratação de

empresa para fornecimento de alimentos preparados, por meio da modalidade de pregão

presencial por Registro de Preços (nº 10/2012), a Assessoria Jurídica apresentou ponderações e

justificativas, concluindo, em síntese, que a realização de segunda licitação traria grande

prejuízo à Administração e poderia comprometer as licitações destinadas aos preparativos das

eleições, acrescentando ainda que nada poderia garantir que numa segunda tentativa

aparecesse algum interessado, já que a primeira licitação foi deserta.

Nesse sentido, manifestou-se pela possibilidade jurídica de dispensa da licitação,

mantendo-se todas as condições pré-estabelecidas no instrumento convocatório, inclusive o

sistema de Registro de Preços, com fundamento no art. 3º do Decreto nº 3.931/01 e no art. 24,

inciso V, da Lei nº 8.666/93.

Considerando as justificativas apresentadas e ponderando os potenciais riscos e

prejuízos à Administração, a Presidência do TRE-RJ determinou a realização da contratação

direta por dispensa de licitação, nas mesmas condições estabelecidas no ato convocatório,

com base no art. 24, inciso V, da Lei nº 8.666/93.

A dispensa de licitação foi declarada pela Diretoria-Geral e ratificada pela Presidência,

com a consequente autorização da lavratura da Ata de Registro de Preços e da contratação

direta da empresa BG CAFÉ BAR RESTAURANTE LTDA., com fulcro no art. 24, inciso V, e art. 15

da Lei nº 8.666/93 e no Decreto nº 3.931/01.

Desse modo, pode-se inferir que as justificativas consignadas nos autos não

demonstraram o prejuízo para a Administração no caso de repetição da licitação, uma vez que

não há qualquer indicação de pesquisa dos motivos que ensejaram a ausência de interessados

no certame, a fim de constatar se houve ou não falha na elaboração do edital.

Vale frisar que, na hipótese de constatação de inadequação em regras do edital da

licitação que restou deserta, não há que se falar em contratação direta, mas sim na realização

de nova licitação, sem os vícios que afastaram os possíveis interessados.

Ademais, mesmo que a urgência fosse um motivo válido para a contratação direta com

base no art. 24, inciso V, da Lei nº 8.666/93 – já que um dos argumentos utilizados pela

administração foi a urgência da contratação, haveria uma incoerência entre a motivação e os

fatos subsequentes, visto que, entre a data da sessão pública em que a licitação foi declarada

deserta (5/6/2012) e o dia em que foi formalizada a Ata de Registro de Preços proveniente da

dispensa de licitação (8/8/2012), houve um intervalo de pouco mais de dois meses, tempo

suficiente para a verificação dos motivos que ensejaram a ausência de interessados na

licitação, o saneamento dos possíveis vícios e a realização de novo certame.

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111

III.9.3.3 - Execução do Contrato n.º 38/2012 acima da estimativa constante do edital

Destaque-se, inicialmente, que constam do Termo de Referência (fls. 302/305 do

processo n.º 99.700/2011) duas planilhas contendo previsão de consumo para a contratação,

sendo uma o quantitativo máximo e outra a estimativa de consumo.

Tabela 1 – Síntese dos quantitativos Máximos fixados - item 2 do Termo de Referência

Os pagamentos realizados e os produtos fornecidos durante a vigência do Contrato n.º

38/2012, verificados no processo nº 212.469/2012, estão resumidos no quadro a seguir:

TABELA 3 – PAGAMENTOS REALIZADOS E PEDIDOS EFETUADOS DURANTE A VIGÊNCIA DO CONTRATO Nº 38/2012.

Consumo estimado Sessão Mês Ano LANCHES (1 item) 10 90 1.080 BEBIDAS (3 itens) 30 270 3.240 JANTARES (1 item) Prato principal (1 item) 10 90 1.080 Acompanhamentos (2 itens) 20 180 2.160 Molho (1 item) 10 90 1.080 SOBREMESAS (1 item) 10 90 1.080

Planilha item 4 – Termo de Referência

* Para efeito de cálculo estimativo, considerou-se o quantitativo de 9 Sessões Plenárias mensais

Estimativa de Consumo

TABELA 1 – SÍNTESE DOS QUANTITATIVOS MÁXIMOS FIXADOS -ITEM 2 DO TERMO DE REFERÊNCIA

TABELA 2 – SÍNTESE DOS QUANTITATIVOS DE CONSUMOESTIMADO - ITEM 4 DO TERMO DE REFERÊNCIA

Grupos Sessão Mês Ano LANCHES Subgrupo 1 10 90 1.080 Subgrupo 2 10 90 1.080 Subgrupo 3 10 90 1.080 Subgrupo 4 10 90 1.080 Lanches - Total 40 360 4.320 BEBIDAS 30 270 3.240 JANTARES (pratos principais) Subgrupo 1 10 90 1.080 Subgrupo 2 10 90 1.080 Subgrupo 3 10 90 1.080 Subgrupo 4 10 90 1.080 Subgrupo 5 10 90 1.080 Subgrupo 6 10 90 1.080 Pratos principais - Total 60 540 6.480 ACOMPANHAMENTOS Subgrupo 1 15 135 1.620 Subgrupo 2 15 135 1.620 Acompanhamentos - Total 30 270 3.240 MOLHOS 10 90 1.080 SOBREMESAS Subgrupo 1 10 90 1.080 Subgrupo 2 10 90 1.080 Sobremesas - Total 20 180 2.160

Estimativa de Consumo Máximo Planilha item 2 – Termo de Referência

* Para efeito de cálculo estimativo, considerou-se o quantitativo de 9 Sessões Plenárias mensais

NF-e nº 1 NF-e nº 3 NF-e nº 4 NF-e nº 5 NF-e nº 9Pedidos efetuados ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12

Grupos Quantidade Quantidade Quantidade Quantidade QuantidadeLANCHES 440 318 454 135BEBIDAS 270 251 335 130JANTARES Produtos Prato principal 550 480 não 631 50 Acompanhamentos 270 210 discriminados 282 20 Molho 85 66 75 20SOBREMESA 180 162 210 170Valor total das NF-e R$ 12.855,50 R$ 10.636,20 R$ 14.313,35 R$ 14.082,35 R$ 2.953,00

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112

O número de sessões realizadas durante a vigência do contrato, de 17/08/2012 a

31/12/2012, foi informado pela Secretaria Judiciária em resposta à requisição de informações

nº 02/2013 desta Secretaria de Controle Interno e Auditoria.

TABELA 4 – QUANTITATIVO DE SESSÕES REALIZADAS DURANTE A VIGÊNCIA DO CONTRATO Nº 38/2012.

Fixados estes parâmetros, foi possível calcular a quantidade de itens de cada grupo

pedidos em cada Sessão Plenária.

TABELA 5 - QUANTITATIVO MÉDIO DE PEDIDOS EFETUADOS POR SESSÃO PLENÁRIA

Observa-se da tabela 5 que o quantitativo médio consumido por sessão se afasta do

estimado no termo de referência, tendo como agravante o consumo efetuado no mês de

agosto, no qual o quantitativo das requisições ultrapassa sobremaneira a estimativa de

consumo máximo constante dos documentos editalícios.

Denota-se, portanto, que não foi efetuado o adequado planejamento quando da

estimativa de consumo para a referida licitação, ou ainda, a possibilidade da ocorrência de

desvio de objeto, pois não seria factível que os gêneros alimentícios fornecidos tenham sido

direcionados para atender exclusivamente às necessidades dos Membros desta Corte nos dias

de Sessão Plenária, principalmente nos itens dos grupos “Lanches” e “Jantares” nos meses de

agosto, setembro e novembro de 2012.

Deve-se registrar que, muito embora o Contrato n.º 38/2012 tenha sido utilizado para o

fornecimento de alimentação em apenas seis sessões plenárias no mês de agosto, elevando

em muito a média de consumo por sessão daquele mês, observa-se que o valor gasto no mês

de agosto se equivale ao total gasto nos demais meses, em que foram realizadas mais que o

dobro de sessões. Portanto, há de se considerar a hipótese de que já vinha sendo efetuado o

Pedidos efetuados emmédia por sessão ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12

GrupoQuantidademédia por

sessão

Quantidademédia por

sessão

Quantidade médiapor sessão

Quantidademédia por

sessão

Quantidademédia por

sessãoLANCHES 73 20 28 9BEBIDAS 45 16 21 9JANTARES Produtos Pratos principais 92 30 não 39 3 Acompanhamentos 45 13 discriminados 18 1 Molhos 14 4 5 1SOBREMESAS 30 10 13 11

Mês ago/12* set/12 out/12 nov/12 dez/12Quantidade de Sessões 6 16 15 14 13* 17 a 31/08/2012 (Vigência do contrato a partir de 17/08/2012)

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113

fornecimento de alimentação para as sessões em agosto, mesmo antes da formalização do

contrato, assinado somente em 17/08/2012.

Ademais, não foi possível considerar o mês de outubro na análise, tendo em vista que a

nota fiscal não estava acompanhada de relação discriminada dos itens fornecidos, acarretando

falta de transparência na realização do gasto público e impossibilitando aos órgãos de controle

afirmar que o devido gasto foi efetuado de modo a homenagear os princípios da administração

pública.

A despeito de ter sido assinado o Contrato n.º 38/2012 no valor de R$ R$ 75.814,00, e

muito embora tenham sido gastos R$ 54.840,40, a título de comparação, considerados o

período de vigência do contrato e o maior preço referente a cada grupamento (lanches,

bebidas, jantares – prato principal, acompanhamentos e molho, e sobremesa), constantes do

Anexo II – Folha 2 do Edital do Pregão Presencial por Registro de Preços, às fls. 307/309, do

protocolo nº 99.700/2012, o valor gasto na vigência do contrato seria de R$ 29.596,00,

conforme tabela a seguir.

TABELA 6 – TOTAL DO GASTO ESTIMADO NO PERÍODO, CASO OS QUANTITATIVOS DE ITENS CONSUMIDOSFOSSEM OS ESTABELECIDOS NA TABELA 2 – CONSUMO ESTIMADO – ITEM 4 DO TERMO DE REFERÊNCIA

Consumo estimadono mês, conforme

tabelas 1 e 3

ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 Totalconsumoestimado

MaiorPreço

Total do gastoestimado

Produtos Consumoestimado

Consumoestimado

Consumoestimado

Consumoestimado

Consumo estimado

LANCHES 60 160 140 130 490 9,5 R$ 4.655BEBIDAS 180 480 420 390 1470 4,1 R$ 6.027JANTARES Produtos Prato principal 60 160 não 140 130 490 14,5 R$ 7.105

Acompanhamentos120 320 discriminados 280 260 980 7,5 R$ 7.350

Molho 60 160 140 130 490 2,9 R$ 1.421SOBREMESA 60 160 140 130 490 6,2 R$ 3.038Valor totalestimado

R$ 29.596

III.9.3.4 - Ata de Registro de Preços n.º 06/2011 e adesão à Ata de Registro de Preço(IFPA) n.º 06/2012 – quantitativo excessivo de fornecimento de alimentação semjustificativa

No que se refere à prestação de serviços de organização de eventos e correlatos,

contratados junto à Soluction Logística e Eventos Ltda., por meio da assinatura da Ata de

Registro de Preços nº 06/2011, deste órgão eleitoral, bem como das adesões à Ata de Registro

de Preços nº 06/2012 do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA –

Campus Tucuruí, de objeto semelhante e atendida também pela empresa Soluction Logística e

Eventos Ltda., verificou-se, de maneira geral, que os quantitativos solicitados à contratada, em

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114

especial os que dizem respeito aos itens de alimentação (coffee-break, almoço/jantar e

coquetel), parecem desproporcionais às dimensões de cada evento, visto que ultrapassaram,

via de regra, o número de prováveis partícipes.

Para aferimento da compatibilidade entre o necessário e o requisitado, ante a ausência

de informações precisas nos processos que demonstrassem os cálculos feitos pelas áreas

solicitantes a fim de chegar aos quantitativos pedidos, foram considerados fatores como o

número de participantes estipulado para eventos de capacitação, a capacidade de lotação dos

locais em que os eventos foram realizados (quando anfiteatro, auditório ou sala de cursos) e o

tamanho do ambiente em que se deram as recepções, em caso de reuniões de trabalho.

No Curso Media Training, evento de capacitação oferecido aos Juízes Eleitorais nas

datas de 23/3, 27/4, 4/5 e 18/5/2012 no Auditório da Escola Judiciária Eleitoral, observou-se

que na data de 23/3 foram solicitados 75 coffee-breaks a serem servidos a 35 e 40

participantes em dois turnos (10 e 15 horas). No entanto, conforme aviso publicado na intranet

do Tribunal, foram convocados apenas 16 Juízes Eleitorais, não havendo informação sobre o

evento ter sido aberto a Juízes de outros Tribunais. Nos três encontros seguintes, além de ser

disponibilizado o número de 120 coffee-breaks, ofereceu-se ainda coquetel para 75 pessoas e

mais 116 unidades de almoço/jantar. De acordo com informações disponibilizadas na intranet

do Tribunal, o curso tinha início às 10 horas e encerramento às 15 horas, e a lista de

participantes por turma nos últimos três dias de evento era composta de 32 Juízes Eleitorais

cada uma.

Na reunião de trabalho da então Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ministra

Carmen Lúcia, com Juízes, Promotores e Chefes de Cartório, realizada em 2/7/2012 no

Auditório Antônio Carlos Amorim, da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro

(EMERJ), o qual possui capacidade para 480 pessoas, foram solicitados coffee-break para 950

pessoas, almoço/jantar para 100 e coquetel para 350 pessoas, não havendo informações sobre

a duração do evento, somente sobre seu início, às 10 horas da manhã. Nesse evento,

despendeu-se o total de R$ 42.442,50.

No período de 5/7 a 28/10/2012 foram realizadas vinte reuniões de trabalho entre o

Presidente desta Corte, à época, e diversas autoridades em razão das Eleições 2012. As

reuniões tiveram como interlocutores: os Juízes responsáveis pelos pólos; os responsáveis

pelas instituições de segurança; os Membros desta Corte e os Juízes Eleitorais; editores

políticos de TV, rádio e online; e o Centro de Controle e Comando das Eleições 2012. Em cada

uma dessas reuniões, que custaram em média R$ 7.681,60 e foram realizadas em sua maioria

no Gabinete da Presidência, foram oferecidas de 75 a 305 unidades de almoço/jantar mais

coffee-break ou almoço/jantar mais coquetel. Não constam nos autos informações que

permitam constatar quem seriam os participantes de tais eventos. As reuniões custaram no

total R$ 153.632,00.

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115

Para a Entrega da Medalha do Mérito da Justiça Eleitoral em 20/12/2012 foram

realizados dois eventos, um no Plenário e outro no Gabinete da Presidência, sendo servidos no

total 153 coffee-breaks, 395 almoços/jantares e coquetel para 400 pessoas. Os eventos

somaram R$ 26.846,00. Não é possível constatar qual seria o público-alvo do evento pelas

informações lançadas nos autos.

Já no evento da posse da Desembargadora-Presidente Letícia Sardas, em 31/01/2013,

foram servidos 650 almoços/jantares institucionais, além de um coquetel para 650 pessoas,

realizado na Sala de Sessão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de

Janeiro, ao custo de R$ 40.590,00 para o Tribunal Regional Eleitoral.

Esses são alguns exemplos nos quais o achado se fez mais notório, porém percebe-se

por uma visão geral na execução de eventos do período certa tendência em solicitar

quantitativos a maior em caso de eventos com fornecimento de alimentação, sem que constem

justificativas para tanto.

Conclusão

Importa consignar que o entendimento do Tribunal de Contas da União a respeito da

natureza desse tipo de despesa é eminentemente restritivo. A jurisprudência do TCU é assente

no que se refere à necessidade de racionalização nos gastos com coquetéis e cerimônias e da

imprescindível compatibilidade destes com os objetivos institucionais da entidade.

No caso das solenidades de posse, por exemplo, subsiste na interpretação da E. Corte

de Contas a condição de que tais cerimônias sejam sempre devidamente justificadas e nos

limites do razoável, até mesmo para que não se caracterize qualquer suspeita de promoção

pessoal.

O TCU, enfrentando casos de objeto semelhante, alerta constantemente em seus

relatórios de auditoria e acórdãos para a cobrança de quantitativos de serviços discrepantes do

necessário para a execução do evento e para a ausência de fundamentações sobre a

necessidade, conveniência ou pertinência de se contratar, regularmente, almoços e jantares,

coffee-breaks e/ou coquetéis em reuniões, encontros, seminários, oficinas etc., promovidas e

frequentadas pelas áreas internas dos órgãos.

Nesse sentido, vale trazer à colação os seguintes excertos dos entendimentos técnicos

e da jurisprudência do TCU:

Acórdão 128/1998-2ª Câmara

“(...) despesas com festividades, eventos comemorativos, hospedagens, recepções ehomenagens somente podem ser realizadas se vinculadas à finalidade do órgão/entidadee desde que haja comedimento com tais gastos”Acórdão 980/2005-TCU-2ª Câmara

"1.1. Determinar ao CREA/RS que:

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116

1.1.2. atente, na execução de despesas com lanches e refeições fornecidos em ocasiõesespeciais, quando condizentes com os objetivos da entidade, como no caso deprorrogação da jornada de trabalho da diretoria e conselheiros, para que sejam realizadascom parcimônia, a fim de não comprometer a política de austeridade que deve sersempre perseguida pela Administração;"

Relatório de Auditoria - TC 012.166/2009-4

“3.50 Dessa forma, tem-se que não há vedação à realização de cerimônias de posse,desde que as despesas efetuadas a esse título conformem-se às finalidades do evento esejam realizadas em atenção aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade.”Acórdão 194/2010-TCU-Plenário

“9.8. determinar ao Serviço Social do Comércio no Estado do Rio Grande do Sul – Sesc/RSque:(...)9.8.5. atente, na execução de despesas com coquetéis, festividades ou eventoscomemorativos, quando condizentes com os objetivos da entidade, para que sejamrealizadas com parcimônia, a fim de não comprometer a política de austeridade que deveser sempre perseguida pela Administração;”

Visa-se, portanto, que tais despesas estejam em estreita ligação com o interesse

coletivo, devendo ser realizadas apenas quando absolutamente necessárias e, ainda assim,

que os atos relacionados sejam orientados pela devida parcimônia e austeridade, por

consequência da aplicação dos princípios da moralidade, da impessoalidade, da economicidade

e da transparência nas contas públicas.

Com base em tais princípios e no entendimento do Tribunal de Contas da União, torna-

se imprescindível que seja avaliada a razoabilidade da administração no dimensionamento dos

quantitativos das requisições para a realização dos eventos.

Deve-se considerar, ainda, no que se refere às contratações em questão, a possibilidade

de desvio do objeto, no caso dos materiais e serviços terem sido adquiridos para alimentação

de demais pessoas, além dos membros desta Corte Eleitoral nos dias de Sessão Plenária, por

exemplo.

Ademais, deve ser apurada a possibilidade da ocorrência de dano ao erário, caso tenha

havido o fornecimento de refeições em quantitativo inferior ao efetivamente pago, ou ainda no

caso de ser comprovado o desperdício de recursos, configurado pela falta de consumo de todo

o material adquirido, haja vista a falta de planejamento e o superdimensionamento nas

requisições.

Portanto, diante do cenário exposto pela mencionada auditoria especial e considerando

o entendimento do Tribunal de Contas da União a respeito do tema, exarado por meio de

acórdãos e relatórios de auditoria, além dos supramencionados princípios da administração

pública, restou registrado naquele relatório de auditoria a sugestão de instauração de

procedimento administrativo, visando à apuração dos fatos para que seja avaliada a

razoabilidade da administração ao quantificar os pedidos, a possibilidade de desvio de objeto

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

117

nas contratações e, ainda, a instauração de tomada de contas especial, no caso de serem

encontradas evidências da ocorrência de dano ao erário.

III.10 - CONCLUSÃO

Foram realizadas auditorias em diversas áreas deste Tribunal Regional Eleitoral, de

acordo com as diretrizes contidas na Instrução Normativa TCU n.º 63/2010 e na Decisão

Normativa TCU n.º 132/2013, objetivando efetuar a avaliação dos controles internos

estabelecidos, conhecer sua estrutura e funcionamento, diagnosticar a presença de todos os

componentes e elementos da estrutura de controle interno utilizada como referência,

identificar deficiências e oferecer subsídios para sua melhoria.

Pela análise da situação evidenciada nas auditorias, conclui-se que o Tribunal Regional

Eleitoral do Rio de Janeiro já adere a algumas boas práticas essenciais, a maioria das quais

adquiriu força de norma em razão de resoluções emanadas pelo próprio órgão e pelo Conselho

Nacional de Justiça, muito embora tenham sido verificados consideráveis níveis de deficiência

em pontos críticos, principalmente no que se refere à consistência e efetividade dos

procedimentos de controle interno.

Com base nas deficiências observadas, esta unidade de controle vem envidando

esforços no sentido de propor à administração recomendações com o fito de alertar sobre a

necessidade de melhorias e implantações de ações que venham promover o desenvolvimento

da governança, da gestão de riscos e de controles internos, de modo que sua atuação esteja

adequada às modernas práticas de controle e que as atividades por ela desenvolvidas

produzam informações úteis no auxílio à alta administração.

Cabe aqui destacar as irregularidades apontadas no item III.9 deste relatório, que trata

da contratação de empresa para construção da nova sede do TRE-RJ e de realização de

licitação para contratação de serviço de construção do fórum eleitoral no município de rio

bonito, bem como dos contratos relativos à prestação de serviço de organização de eventos e

de fornecimento de gêneros alimentícios neste Regional Eleitoral.

No que se refere ao Contrato de n.º 53/2012, abordado nos tópicos III.9.1.1 e III.9.1.2,

cujo objeto é a contratação de serviços de obras para a construção da nova sede deste Órgão

Eleitoral, constam dos Anexos I e II matrizes de responsabilização contendo os achados

relevantes, os responsáveis e suas respectivas condutas, o nexo de causalidade e o dano ao

erário causado por tais condutas.

Por oportuno, propõe-se que seja incluído no rol de responsáveis, além dos gestores que

possuíam vínculo direto com esta Corte Eleitoral, a Superintendente do IPHAN-RJ à época,

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

118

Maria Cristina Vereza Lodi, e a contratada, empresa Lopez Marinho Engenharia e Construções

Ltda (CNPJ XXXXXXXXXXX), haja vista que as condutas de tais agentes resultaram diretamente

nas irregularidades apuradas e discriminadas neste relatório.

Vale informar, ainda, que foi encaminhado ao Tribunal de Contas da União, por meio do

Ofício PRES/TRE-RJ n.º 551/2014, de 27/10/2014, matriz de responsabilização acerca das

impropriedades encontradas no processo, com base na decisão do Ex.mo Desembargador-

Presidente e nos valores fornecidos pela Coordenadoria de Engenharia desta Corte Eleitoral,

com toda documentação suporte para corroborar as evidências citadas naquela matriz.

Quanto à contratação de empresa para a construção do Fórum Eleitoral do Município de

Rio Bonito, realizada por meio do Contrato n.º 59/2012 e tratado nos tópicos III.9.2.1 e III.9.2.2,

embora ainda não tenha sido concluído o processo apuratório acerca das impropriedades

encontradas na execução da obra, consta no Anexo III matriz de responsabilização contendo os

achados relativos ao processo, considerando o fato do projeto básico utilizado na licitação ser

deficiente, por conta de não terem sido considerados os estudos geotécnicos do terreno na sua

elaboração, bem como o fato de não ter sido formalizado o aditamento do contrato, nos termos

da Lei 8.666/93, mas utilizado Compromisso de Ajustamento de Conduta, documento sem

validade jurídica para tanto.

Cabe aqui, por oportuno, a proposição de que seja incluído no rol de responsáveis, além

dos gestores que possuíam à época vínculo direto com esta Corte Eleitoral, a empresa Souza e

Peres Comércio e Representações Ltda. (CNPJ: XXXXXXXXXXXX), haja vista que a conduta da

contratada resultou diretamente em uma das irregularidades verificadas neste relatório.

Quanto à análise das prestações de serviços de organização de eventos e de

fornecimento de gêneros alimentícios preparados, realizada por meio da Auditoria Especial n.º

08/2013, restou consignada como recomendação daquela auditoria a instauração de

procedimento administrativo, com posterior instauração de Tomada de Contas Especial, se

necessário, visando à apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do

dano.

A despeito de tal recomendação, consta do Anexo IV deste Relatório de Auditoria de

Gestão matriz de responsabilização, apontando como achados relevantes o lançamento do

edital de licitação com cláusulas restritivas à competição e a utilização indevida de modalidade

de contratação - dispensa de licitação com base no art. 24, inciso V, da Lei nº 8.666/93.

Cabe aqui, mais uma vez, a solicitação de que sejam incluídas no rol de responsáveis,

uma vez que não se encontram previamente incluídas, a servidora Flávia Santos Dias Paes

Leme (CPF XXXXXXXXXXXX) e Andrea de Luca Bruno (CPF XXXXXXXXXXXX), atualmente sem

vínculo com a administração pública, cujas condutas impactaram diretamente na ocorrência

das impropriedades apontadas na matriz de responsabilização.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

119

Portanto, tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, será

emitido o competente Certificado de Auditoria, em atendimento ao art. 2º, inciso IV da DN/TCU

nº 132/2013.

Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2014.

LEONARDO DE SOUZA DA CONCEIÇÃO

Coordenador de Controle de Gestão e Auditoria

120

IV – CERTIFICADO DE AUDITORIA

Certificado n.º: 001/2014

Processo administrativo: n.º 158.343/2013

Unidade auditada: Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro – TRE/RJ

Município/UF: Rio de Janeiro/RJ

Exercício: 2013

Foram examinados, quanto à legalidade e legitimidade os atos de gestão praticados por

aqueles relacionados no Rol de Responsáveis, refletidos nas peças constantes deste processo

de contas, correspondentes ao período de 01/01/2013 à 31/12/2013, formalizado consoante as

disposições contidas na Instrução Normativa n.º 63/2010 e na Decisão Normativa n.º 132/2013.

Ademais, foram examinados os processos relativos à construção da nova SEDE do TRE-

RJ, à construção do prédio da 32ª Zona Eleitoral da Comarca de Rio Bonito e o Relatório de

Auditoria Especial n° 08/2013, cujo objeto tratou das contratações relativas ao fornecimento de

gêneros alimentícios preparados e à prestação de serviço de organização de eventos.

Os exames foram efetuados na extensão e profundidade considerados adequados, de

acordo com as normas e técnicas aplicáveis à auditoria governamental. Devido à diversidade

dos temas, cada auditoria teve seu escopo, metodologia e limitação individualmente definido,

constando suas particularidades dos extratos constantes do referido Relatório de Auditoria de

Gestão.

Diante dos exames realizados e da identificação do nexo de causalidade entre os atos

de gestão de cada agente e as constatações nas auditorias descritas nos tópicos mencionados

na tabela que segue, proponho que o encaminhamento das contas dos integrantes do Rol de

Responsáveis listado abaixo seja conforme indicado a seguir:

NOME CPF DO AGENTEPÚBLICO CARGO OU FUNÇÃO

AVALIAÇÃO DOCONTROLEINTERNO

FUNDAMENTAÇÃO DAAVALIAÇÃO DO CONTROLE

INTERNO

Luiz Zveiter .........................

DesembargadorPresidente Irregularidade

Constatações tópico III.9.1.1 –Matriz de Responsabilização 1;III.9.1.2 – Matriz deresponsabilização 2; III.9.2.1 –Matriz de Responsabilização 3;III.9.3.2 – Matriz deResponsabilização 4.

Letícia de FariaSardas

.........................

DesembargadoraPresidente Irregularidade

Constatações tópico III.9.1.1 –Matriz de Responsabilização 1;III.9.1.2 – Matriz deresponsabilização 2; III.9.2.2 –Matriz de Responsabilização 3;III.9.3.2 – Matriz deResponsabilização 4.

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121

NOME CPF DO AGENTEPÚBLICO CARGO OU FUNÇÃO

AVALIAÇÃO DOCONTROLEINTERNO

FUNDAMENTAÇÃO DAAVALIAÇÃO DO CONTROLE

INTERNO

Bernardo MoreiraGarcez Neto

.........................

DesembargadorPresidente Regularidade

Considerando o escopo dorelatório de auditoria, não foramidentificadas irregularidades.

Adriana FreitasBrandão Correia .........................

Diretora- GeralRegularidade

Considerando o escopo dorelatório de auditoria, não foramidentificadas irregularidades.

Regina Célia Munizda Silva HickmanDomenici

.........................Diretora- Geral

Regularidade comRessalvas

Constatações tópico III.9.1.2 –Matriz de Responsabilização 2;III.9.3.1, III.9.3.2 – Matriz deResponsabilização 4.

Helga TeixeiraPitthan Espíndola .........................

Diretora- GeralRegularidade comRessalvas

Constatação tópico III.9.2.2 –Matriz de Responsabilização 3.

Demais integrantesdo Rol deResponsáveis

- -Regularidade

Considerando o escopo dorelatório de auditoria, não foramidentificadas irregularidades.

Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2014.

LEONARDO DE SOUZA DA CONCEIÇÃO

Coordenador de Controle de Gestão e Auditoria

122

V – PARECER DO DIRIGENTE DA UNIDADE DE CONTROLE INTERNO

Relatório de Auditoria de Gestão n.º 001/2014 – SCI – TRE/RJ

Processo administrativo: n.º 158.343/2013

Unidade auditada: Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro – TRE/RJ

Desembargador Presidente: Bernardo Moreira Garcez Neto

Município/UF: Rio de Janeiro/RJ

Exercício: 2013

Para a emissão do Relatório de Auditoria de Gestão e do Certificado de Auditoria,

previstos no artigo 9°, inciso III, da Lei n° 8.443, de 16/7/92, combinado com o artigo 13,

incisos IV e V da Instrução Normativa TCU n° 63/10 e com o artigo 2°, incisos III e IV da Decisão

Normativa TCU n° 132/13, a Coordenadoria de Controle de Gestão e Auditoria, integrante da

estrutura organizacional deste órgão de Controle Interno, procedeu a avaliações e exames, ao

longo dos exercícios de 2013 e 2014.

Como resultado dos trabalhos das auditorias elencadas no Anexo IV da Decisão

Normativa TCU n.º 132/2013 foi identificado um conjunto de deficiências e fragilidades que não

impactaram a gestão deste Regional, cabendo pontuar as principais conclusões da Secretaria

de Controle Interno e Auditoria.

Na avaliação do alcance dos objetivos estabelecidos no Planejamento Estratégico do

Tribunal, aferido segundo desempenho das metas estipuladas para os indicadores a eles

relacionados, conclui-se que o TRE-RJ precisa empenhar-se no cumprimento do planejamento

estabelecido. De acordo com o Relatório de Análise da Estratégia, referente ao exercício de

2013, observou-se o desempenho satisfatório de apenas 25% dos objetivos estratégicos, 31%

com pequenos desvios em relação ao esperado e 44% de grandes desvios.

Constata-se, ademais, que há baixa integração entre o Planejamento Estratégico e o

orçamento do Tribunal, em razão de não haver processos de trabalhos bem definidos em todo

o órgão.

Com relação às informações disponibilizadas pelos gestores à luz dos principais critérios

utilizados para fins de avaliação de Governança de Tecnologia da Informação, observa-se que o

Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro já adere a algumas boas práticas essenciais, a

maioria das quais adquiriu força de norma em razão de resoluções emanadas pelo Conselho

Nacional de Justiça.

Contudo, em um panorama geral, os avanços realizados no exercício de 2013 nessa

área foram pouco expressivos. Tomando por referência os resultados obtidos pelo Tribunal no

levantamento de governança de TI realizado pelo TCU em 2012, as dimensões de Liderança e

Processos, que então foram consideradas com desempenho “Inicial”, ainda requerem maior

atenção da Administração. Pode-se dizer o mesmo a respeito da dimensão “Pessoas”, em que

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

123

sobressai a dificuldade de alcance do quantitativo mínimo de funcionários recomendado pelo

CNJ, o que por sua vez prejudica o desenvolvimento dos processos de trabalho afetos às

demais dimensões.

Todavia, em que pesem esses fatores, é necessário que se reconheça que, no bojo da

dimensão “Resultados”, as iniciativas e projetos estratégicos constantes dos planos de TI

referentes ao exercício examinado foram, em sua maioria, concluídas ou substancialmente

executadas.

Quanto à qualidade dos controles internos administrativos relacionados à atividade de

compras e contratações, foram constatadas deficiências que ensejaram recomendações a esta

Corte Eleitoral no sentido de adotar medidas corretivas voltadas à fixação de objetivos

operacionais e padrões de desempenho para a área, ao mapeamento, descrição e

detalhamento das atividades relacionadas ao processo de trabalho, à elaboração de rotinas de

análise de regularidade e à normatização de procedimentos.

Quanto ao resultado da avaliação de controles internos em nível de entidade,

depreende-se que esta Corte Eleitoral necessita implementar melhorias em diversos aspectos,

verificando-se consideráveis níveis de deficiência, com pontos críticos sinalizados nos

componentes Avaliação de Riscos e Monitoramento.

É importante destacar que foram listadas recomendações com o fito de alertar a

administração sobre a necessidade de melhorias e implementação de ações que venham a

promover o desenvolvimento da governança, da gestão de riscos e da implantação de

controles internos neste órgão, como vem reiterando o Tribunal de Contas da União em

levantamentos específicos, nos quais tem questionado atuações deste Tribunal sobre pontos

semelhantes.

Relativamente à área de Gestão de Pessoas, constatou-se deficiência de controle

comum a todos os processos analisados quanto à ausência de regulamentação e à definição

das rotinas de trabalho. Nesse ponto, vale repisar que a avaliação de controles internos nível

entidade indicou diversas fragilidades nesta área, corroborado pela Pesquisa de Clima

Organizacional, realizado no exercício deste Regional, e pelo Relatório de Levantamento de

Governança de Pessoal, elaborado pelo TCU (Acórdão n.º 3023/2013-P).

Além da realização das auditorias previstas no Anexo IV da Decisão Normativa TCU n.º

132/2013, foram examinados os processos relativos à construção da nova SEDE do TRE-RJ, à

construção do prédio da 32ª Zona Eleitoral do Município de Rio Bonito e às contratações

relativas ao fornecimento de gêneros alimentícios preparados e à prestação de serviço de

organização de eventos - objeto do Relatório de Auditoria Especial n° 08/2013 -, o que levou a

emissão de certificado pela irregularidade das contas do Ex.mo Desembargador Presidente

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

124

Luiz Zveiter e da Ex.ma Desembargadora Presidente Letícia de Farias Sardas, sendo apontadas

as seguintes situações:

1. Em relação à construção da nova SEDE do TRE-RJ (tópico III.9.1), a limitação

imposta pelo IPHAN por meio de pareceres técnicos restritivos quanto à volumetria do

imóvel, que acarretou na paralisação definitiva da obra na fase de fundação, evidenciou

a falta de serventia do terreno aos fins objetivados no Contrato n.º 53/2012,

acarretando, portanto, dano ao erário no valor R$ 17.406.673,51.

Constatou-se, ainda, que a obra foi contratada com projeto básico não definitivo,

deficiente e precário para a adequada estimativa do seu custo, dificultando o

cumprimento de prazos e a manutenção do custo inicial licitado para este

empreendimento, dadas as sucessivas modificações durante a fase construtiva.

2. Quanto à contratação de empresa para a construção do Fórum Eleitoral do

Município de Rio Bonito, no tópico III.9.2 foi relatada a deficiência do projeto básico, haja

vista que não foram considerados os estudos geológicos do terreno.

Quanto à celebração de Compromisso de Ajustamento de Conduta para suprir a

necessidade de realização de termo aditivo ao contrato da construção do Fórum de Rio

Bonito, ficou consignado no tópico III.9.2 não existir amparo legal para utilização de tal

documento, tendo sido, portanto, realizadas alterações nos itens do projeto original

sem a devida formalização legal.

3. No que tange à análise das prestações de serviços de organização de eventos e de

fornecimento de gêneros alimentícios preparados, realizada por meio da Auditoria

Especial n.º 08/2013, constatou-se a ilegalidade da dispensa de licitação relativa ao

Contrato n.º 38/2012, e, ainda, a possibilidade de superdimensionamento nas

requisições de alimentos para atendimento das Sessões Plenárias realizadas no

exercício de 2012 e nas requisições para organização de eventos ocorridos entre 2012 e

2013.

É importante destacar o posicionamento desta Unidade de Controle, emanado por meio

de memorando encaminhado à atual Presidência deste Tribunal, no que se refere à construção

do Fórum Eleitoral do Município de Rio Bonito, segundo o qual, a despeito de não ter sido

concluído o processo apuratório acerca das irregularidades ocorridas, a manifestação quanto à

prestabilidade do que foi efetivamente construído pela contratada, considerando as alterações

efetuadas no projeto inicial, sem qualquer tipo de formalização prevista na Lei n.º 8.666/93,

torna-se indispensável. No caso de conclusão pela imprestabilidade total ou parcial da

edificação que a contratada pretende entregar, caracterizando, assim, a falta de serventia dos

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

125

serviços executados pela empresa para a construção do citado Fórum Eleitoral, entende-se

necessária a instauração de Tomada de Contas Especial, visando à apuração dos fatos,

identificação dos responsáveis e quantificação do dano.

Com relação à possibilidade de elaboração de projeto executivo de forma concomitante

à realização dos serviços, tanto no caso da obra da nova SEDE do TRE-RJ, quanto no da obra

do Fórum de Rio Bonito, esta Unidade de Controle deixa epigrafado o entendimento do Plenário

desta Corte Eleitoral, no sentido da proibição de tal conduta no Poder Judiciário, nos termos do

artigo 2º, § 2º, alínea “b” e 5º, caput, da Resolução CNJ n.º 114/2010, bem como do item 6 do

anexo IV da Resolução TSE n.º 23.369/2011.

Em atendimento às determinações contidas no inciso III do art. 9º da Lei n.º 8.443/92,

bem como ao disposto no inciso VI, art. 13 da IN/TCU/n.º 63/2010, e fundamentado no

Relatório de Auditoria, acolho a proposta expressa no Certificado de Auditoria.

Nessas condições, nos termos do certificado de auditoria, submeto a presente prestação

de contas à apreciação de Vossa Excelência, com vistas ao pronunciamento de que trata o

artigo 52 da Lei n° 8.443/1992, combinado com o artigo 13, inciso VII, da IN/TCU n° 63/2010,

com o artigo 2°, inciso VI, da DN/TCU n° 132/2013 e com o art. 21, XVIII, da Resolução TRE/RJ

n.º 895, de 30/07/14, e posterior remessa ao Tribunal de Contas da União, para fins de

julgamento.

Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2014.

DAGER SALLES AMARAL

Secretário de Controle Interno e Auditoria

126

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DE AUDITORIA

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ANEXOS

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO E AUDITORIACOORDENADORIA DE CONTROLE DE GESTÃO E AUDITORIA

ANEXO I - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 1

Auditoria: Contrato n.º 53/2012 (Contratação de serviços de Construção da Nova Sede do Tribunal Regional Eleitoral - RJ).

Protocolo: n.º 35.790/2012

ACHADORESPONSÁVEL/PERÍODO

DE EXERCÍCIODANO AO ERÁRIO CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADE

CONSIDERAÇÕES SOBRE ARESPONSABILIDADE DO AGENTE

Situação encontrada:

Inexistência de licençado IPHAN paraconstrução do edifício-sede do TRE-RJ, umavez que não houveaprovação doanteprojeto (projetobásico) e do projetoexecutivo, necessáriaem razão da existênciade um bem tombadonacional lindeiro à obra,além da falta decumprimento de termorestritivo (“submeterpreviamente ao IPHAN oprojeto executivoconforme Ofício GABIPHAN RJ n.º1.052/2012”) constanteda Licença de Obras n.º21/0761/2012A daSecretaria Municipal deUrbanismo da Prefeiturada Cidade do Rio deJaneiro (Processo n.º02/270117/2010),conforme fls. 228/230do processo TRE/RJ n.º182.574/2013.

Critério:

(a) protocolar naSuperintendência doIPHAN-RJ orequerimento deautorização deintervenção, nos termos

Luiz Zveiter

(ex-Presidente do TRE-RJ)

CPF: .....................

21.03.2011 a31.01.2013

R$ 17.406.673,51

(Responsávelsolidário)

Valores referentesaos serviçosexecutados pelaLopez MarinhoEngenharia eConstruções Ltda.,conforme medições1ª a 14ª, bem comodespesas com águae esgoto atéagosto/2014 (R$109.984,99), eenergia elétrica atéagosto/2014 (R$258.270,16),suportadas peloTRE-RJ em razão daobra.

O detalhamento dadata de ocorrênciado dano se encontrano Anexo V.

1 - Homologar a Concorrência n.º2/2012, em 09.10.2012 (fl. 3.264 doprocesso 35.790/2012), com base noartigo 26, inciso XXV, do RegimentoInterno do TRE-RJ, e no artigo 43, incisoVI, da Lei 8666, mesmo havendopareceres n.ºs 93 e 133 do IPHANdesfavoráveis à construção na formaem que foi licitada (limitação davolumetria da edificação a 18 metros).

2 - Assinar o Contrato n.º 53/2012, em10/10/2012, com base no artigo 26,inciso XXVI, do Regimento Interno doTRE-RJ, mesmo havendo pareceres n.ºs93 e 133 do IPHAN desfavoráveis aoobjeto contratado (edificação comvolumetria de 60 metros).

3 - Assinar, com base no artigo 26,inciso XXVI, do Regimento Interno doTRE-RJ, instrumento (termo decompromisso), sem amparo nalegislação específica, utilizando taldocumento para iniciar a execução daobra (fls. 114/119 do proc. IPHAN n.º01500.002306/2012-74). Ressalta-seque, embora tal documento não estejadatado nos autos, evidênciasprocessuais comprovam que suaassinatura se deu entre os dias12.11.2012 e 21.11.2012 (conforme fls.113 a 121 do processo IPHAN n.º01500.002306/2012-74).

Caso o responsável tivesse observadoo procedimento de autorização doIPHAN para executar a obra, não teriasido realizada a licitação paraconstrução da edificação tal comoplanejada, ou seja, com 60 metros (fls.1077 do processo IPHAN). Talprocedimento contrariou os pareceresIPHAN nos 93, de 17/07/2012, e 133,de 05/09/2012, que delimitam avolumetria da edificação em 18 metrosde altura, emitidos anteriormente àsessão pública da licitação em27/09/2012.

Isso teria impedido a solicitação deparalisação da construção por aquelaautarquia federal quando já haviamsido executadas as fundações e, comoconsequência, evitado os prejuízoscausados à União.

De acordo com a ilegalidadereconhecida na decisão de fls. 639/818do processo n.º 182.574/2013, e com oimpedimento definitivo decontinuidade da construção em razãode o projeto executado estimar oedifício-sede com 60 metros de altura(fls. 1077 do processo IPHAN), o quedesde o início foi rechaçado pelospareceres n.ºs 93 e 133 da equipetécnica do IPHAN, ainda na fase deconsulta prévia, foi realizado o Termode Distrato do Termo n° 165/2011-

(i) São inconfundíveis osprocedimentos de consultaprévia e de autorização doanteprojeto (projeto básico), naforma da Portaria IPHAN n.º 420,que condiciona expressamente oinício da execução da obra àaprovação, inclusive, do projetoexecutivo (art. 7º, §2º, inciso IV).

Portanto, em 30.05.2012, foiiniciado no IPHAN apenas oprocedimento de consulta prévia,cujo objeto limita-se à análise doprojeto arquitetônico (um doscadernos do projeto básico). Talprocedimento visa somente àaprovação para odesenvolvimento do anteprojeto(projeto básico), na forma daSeção III (artigos 10 a 13) daPortaria IPHAN n.º 420.

Além disso, o responsáveltambém tomou conhecimentodessa exigência, uma vez queela constava, expressamente, nalicença de obras emitida pelaPrefeitura do Rio de Janeiro (fls.228/230 do processoadministrativo TRE-RJ182.574/13).

(ii) Os pareceres n.ºs 93 e 133 doIPHAN-RJ eram peremptórios emproibir a construção deedificação superior a 18,00metros de altura, consideradaesta a volumetria máximaadmitida pela Autarquia Federalpara aquele terreno (fls. 42/43 efls. 49/52 do processo IPHAN n.º01500.002306/2012-74).

(iii) É razoável afirmar que oresponsável adotou conduta

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO E AUDITORIACOORDENADORIA DE CONTROLE DE GESTÃO E AUDITORIA

ANEXO I - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 1

ACHADORESPONSÁVEL/PERÍODO

DE EXERCÍCIODANO AO ERÁRIO CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADE

CONSIDERAÇÕES SOBRE ARESPONSABILIDADE DO AGENTE

do art. 6º, inciso I, “a” eda Seção IV (artigos 14a 21) da Portaria IPHANn.º 420/2010

(b) obter autorização deintervenção, com aaprovação doanteprojeto (projetobásico) pelo IPHAN, nostermos dos art. 4º e art.23 da Portaria IPHAN n.º420;

(c) iniciar a execução daobra somente após aaprovação do projetoexecutivo pelo IPHAN,nos termos do artigo 7º,§2º, inciso IV, daPortaria IPHAN n.º 420

(d) impossibilidade decriar termo decompromissocondicionado, emconsulta prévia, visandosubstituir a inexistênciade requerimento paraaprovação doanteprojeto (projetobásico), nos termos dosartigos 13, §2º, e 30 daPortaria IPHAN n.º 420

(e) iniciar a obrasomente após ocumprimento dasrestrições impostas pelaLicença de Obras n.º21/0761/2012A daSecretaria Municipal deUrbanismo da Prefeiturada Cidade do Rio deJaneiro.

4 - Permitir, com base no artigo 26,inciso XXVI, do Regimento Interno doTRE-RJ, o início da obra a partir26.10.2012, sem que houvesseautorização pelo IPHAN de intervençãopara a execução da obra econtrariando, ainda, os termosrestritivos da licença de obrasmunicipal (“submeter previamente aoIPHAN o projeto executivo conformeOfício GAB IPHAN RJ n.º 1.052/2012”).

F/SPA (Termo de Cessão de Uso doImóvel caracterizado como Lote 1 daQuadra 2 do PAA/PAL/12125/47090 daAvenida Presidente Vargas s/n.º,lavrado entre o Município do Rio deJaneiro e o TRE-RJ), assinado em20.08.2014, por intermédio do qual foidevolvido à Prefeitura do Rio deJaneiro o terreno que estava sendoconstruída a Sede deste Tribunal.

temerária ao homologar alicitação e assinar o contrato n.º53/2012, mesmo tendoconhecimento dos pareceres n.ºs93/2012 e 133/2012 do IPHAN,que limitavam a volumetria daedificação em 18 metros,assumindo o risco de não serpossível levar a termo aconclusão da obra.

Ademais, permitiu o início dasobras com base em“procedimento inexistente[termo de compromisso], àmargem daquele claramenteprevisto em ato normativo daautarquia, de amploconhecimento”, tal comoapontado pelo Procurador-ChefeGeraldo de Azevedo Maia Netoda Procuradoria Federal, em seuparecer n.º 396/2013-PF/IPHAN/SEDE (fls.1072/1076 doprocesso IPHAN n.º01500.002306/2012-74).

(iv) É razoável exigir doresponsável conduta diversadaquela que ele adotou, poisiniciar a execução de uma obraorçada em 93,62 milhões dereais sem a licença necessárianão condiz com o dever dediligência do bom administrador,a qual exige atitude ativa eproba na condução da coisapública.

(iv) A conduta correta doresponsável seria observar oprocedimento exigido pelaPortaria IPHAN n.º 420, obtendoa aprovação do projetoexecutivo, para só entãoautorizar o início da obra.

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ANEXO I - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 1

ACHADORESPONSÁVEL/PERÍODO

DE EXERCÍCIODANO AO ERÁRIO CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADE

CONSIDERAÇÕES SOBRE ARESPONSABILIDADE DO AGENTE

Situação encontrada:

Inexistência de licençado IPHAN paraconstrução do edifício-sede do TRE-RJ, umavez que não houveaprovação doanteprojeto (projetobásico) e do projetoexecutivo, necessáriaem razão daexistência de um bemtombado nacionallindeiro à obra, alémda falta decumprimento de termorestritivo (“submeterpreviamente ao IPHANo projeto executivoconforme Ofício GABIPHAN RJ n.º1.052/2012”)constante da Licençade Obras n.º21/0761/2012A daSecretaria Municipalde Urbanismo daPrefeitura da Cidadedo Rio de Janeiro(Processo n.º02/270117/2010),conforme fls. 228/230do processo TRE/RJ n.º182.574/2013.

Critério:

(a) protocolar naSuperintendência doIPHAN-RJ orequerimento deautorização deintervenção, nostermos do art. 6º,

Letícia de Farias Sardas

(ex-Presidente do TRE-RJ)

CPF: .....................

29.11.2011 a31.01.2013

(Vice-Presidente)

e

31.01.2013 a27.11.2013(Presidente)

R$ 16.686.487,13(Responsável

solidário)

Valores referentesaos serviçosexecutados pelaLopez MarinhoEngenharia eConstruções Ltda.,conforme medições3ª a 14ª, bem comodespesas com águae esgoto atéagosto/2014 (R$109.984,99), eenergia elétrica atéagosto/2014 (R$258.270,16),suportadas peloTRE-RJ em razão daobra.

O detalhamento dadata de ocorrênciado dano se encontrano Anexo V.

1 - Permitir o prosseguimento da obra,com base no artigo 26, inciso XXVI, doRegimento Interno do TRE-RJ, nãoadotando providências com vistas àapuração dos fatos, à identificação dosresponsáveis e à quantificação dodano, após tomar posse comoPresidente do TRE-RJ, apesar dasirregularidades na construção da novaSede do TRE-RJ, no que tange àausência de autorização pelo IPHAN deintervenção para a execução da obra.

2 - Permitir o prosseguimento da obra,com base no artigo 26, inciso XXVI, doRegimento Interno do TRE-RJ, apesarda notificação de 23.10.2013encaminhada pelo IPHAN-RJ, quedeterminou a imediata paralisação daconstrução (fls. 3529 do proc. n.º35.790).

3 - Permitir, com base no artigo 26,inciso XXVI, do Regimento Interno doTRE-RJ, mesmo após a ordem deparalisação da obra, a assinatura, em12.11.2013, do segundo termo deaditivo contratual, que gerou oacréscimo de R$ 1.565.046,39(fls.1032/1032v. do proc. n.º66.470/2013).

Caso a responsável tivesse exercido aautotutela administrativa e sanadotodas as irregularidades decorrentesda não autorização pelo IPHAN para oinício da execução da obra, tal fatoimpediria a continuação daempreitada, como consequência, dospagamentos em relação aos serviçosque foram executados durante o seumandato.

Os serviços praticados durante operíodo do mandato da responsávelgeraram prejuízo à União, uma vezque eles se tornaram imprestáveis, emrazão da anulação da concorrência n.º2/2012, haja vista a impossibilidade deconvalidação dos vícios doprocedimento licitatório, diante daausência de autorização do IPHAN pararealização da intervenção pretendida,em razão do projeto ser incompatívelcom a volumetria do local, comoconstatado nos pareceres n.ºs 93 e 133do IPHAN-RJ, que são anteriores àcontratação (fls. 42/43 e fls. 49/52 doproc. IPHAN n.º 01500.002306/2012-74).

Diante disso, ao tomar posse comoPresidente da Corte Eleitoral, em31.01.2013, a responsável tinha opoder-dever de exercer asindicabilidade dos atos praticados(autotutela), ou seja, suspender a obrae apurar as possíveis irregularidadesexistentes naquele procedimento.

Além disso, caso a responsável tivesseobedecido à determinação do IPHANde paralisar a obra, a contratada nãoteria executado etapas da construçãoaté a suspensão determinada naResolução TRE-RJ n.º 854 (fls. 789 doproc. n.º 182.574).

(i) A responsável, ao tomarposse, manteve a desobediênciaà determinação da licença deobras da Prefeitura do Rio deJaneiro, que estava condicionadaà aprovação do Projeto Executivopelo IPHAN, e à legislaçãodaquela autarquia federal, dandocontinuidade à construção sem aexistência de autorização válidapara tal. Ademais, não haviarespaldo técnico para tanto, aocontrário, havia os pareceres n.ºs

93 e 133 do IPHAN-RJ,peremptórios em proibir aconstrução de edificaçãosuperior a 18,00 metros dealtura para aquele terreno (fls.42/43 e fls. 49/52 do proc. IPHANn.º 01500.002306/2012-74).

Em 23.10.2013, o TRE-RJrecebeu Ofício n.º GAB/IPHAN-RJ1220/13 (fl 3529 do proc n.º35.790/12), solicitando aparalisação imediata das obrasde construção da nova Sededeste Tribunal até que o IPHANse manifeste conclusivamentesobre o assunto.

Após o recebimento, em13.11.2013, do OfícioGAB/IPHAN-RJ n° 1328/2013anulando o ato administrativo deaprovação do anteprojeto danova Sede do TRE-RJ, aresponsável enviou pedido dereconsideração da decisão deanulação do ato administrativodiretamente à Presidente doIPHAN, a Excelentíssima SenhoraJurema de Souza Machado,afirmando que, “Apresentamos,em maio de 2012, o anteprojeto... que foi aprovado pela entãoSuperintendente do IPHAN-RJ

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ANEXO I - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 1

ACHADORESPONSÁVEL/PERÍODO

DE EXERCÍCIODANO AO ERÁRIO CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADE

CONSIDERAÇÕES SOBRE ARESPONSABILIDADE DO AGENTE

inciso I, “a” e da SeçãoIV (artigos 14 a 21) daPortaria IPHAN n.º420/2010

(b) obter autorizaçãode intervenção, com aaprovação doanteprojeto (projetobásico) pelo IPHAN,nos termos dos art. 4ºe art. 23 da PortariaIPHAN n.º 420;

(c) iniciar a execuçãoda obra somente apósa aprovação do projetoexecutivo pelo IPHAN,nos termos do artigo7º, §2º, inciso IV, daPortaria IPHAN n.º 420

(d) impossibilidade decriar termo decompromissocondicionado, emconsulta prévia,visando substituir ainexistência derequerimento paraaprovação doanteprojeto (projetobásico), nos termosdos artigos 13, §2º, e30 da Portaria IPHANn.º 420

(e) iniciar a obrasomente após ocumprimento dasrestrições impostaspela Licença de Obrasn.º 21/0761/2012A daSecretaria Municipalde Urbanismo daPrefeitura da Cidadedo Rio de Janeiro.

Por fim, verifica-se que não teria sidoassinado o segundo aditivo contratual,no valor de R$ 1.565.046,39.

De acordo com a ilegalidadereconhecida na decisão de fls. 639/818do processo nº 182.457, e com oimpedimento definitivo decontinuidade da construção em razãode o projeto executado estimar oedifício-sede com 60 metros de altura(fls. 1077 do processo IPHAN), o quedesde o início foi rechaçado pelospareceres n.ºs 93 e 133 da equipetécnica do IPHAN, ainda na fase deconsulta prévia, foi realizado o Termode Distrato do Termo n° 165/2011-F/SPA (Termo de Cessão de Uso doImóvel caracterizado como Lote 1 daQuadra 2 do PAA/PAL/12125/47090 daAvenida Presidente Vargas s/n.º,lavrado entre o Município do Rio deJaneiro e o TRE-RJ), assinado em20.08.2014, por intermédio do qual foidevolvido à Prefeitura do Rio deJaneiro o terreno que estava sendoconstruída a Sede deste Tribunal.

Maria Cristina Vereza Lodi, aqual, cumpri[u] a Portaria n.º420/2010” (Ofício TRE-RJ GP n.º524, de 27.11.2013, fl. 1013, doprocesso TRE 211.035/2012 –Licenciamento IPHAN ).

Essa informação foi prestadapela responsável comofundamento do pedido derevisão, apesar de o TRE-RJnunca ter protocolado naSuperintendência do IPHAN-RJ orequerimento de autorização deintervenção (artigos 6º, inciso I,alínea “a” e 14 a 21 da PortariaIPHAN-RJ n.º 420), uma vez queapenas iniciou o procedimentode consulta prévia, cujo objeto éa autorização para elaboração doanteprojeto (projeto básico).

Essa norma do IPHAN era deconhecimento da responsável,conforme demonstrou ao citá-lano seu pedido de revisão.

(ii) A responsável optou porprosseguir com a obra, semrespaldo técnico para tanto,contrariando os pareceres n.º 93e 133 do IPHAN-RJ, peremptóriosem proibir a construção deedificação superior a 18,00metros de altura para aqueleterreno.

(iii) É razoável afirmar que erapossível à responsável ter aconsciência da ilicitude do ato,em prosseguir com uma obraembargada pelo IPHAN, atéporque não havia pedido derevisão da decisãoadministrativa. O recursosomente foi interposto mais deum mês após a solicitação de

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ANEXO I - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 1

ACHADORESPONSÁVEL/PERÍODO

DE EXERCÍCIODANO AO ERÁRIO CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADE

CONSIDERAÇÕES SOBRE ARESPONSABILIDADE DO AGENTE

paralisação da obra, através doOfício TRE-GP n.º 524, que sereferiu unicamente à decisãoanulatória do IPHAN. Ou seja,não houve qualquermanifestação da responsávelque justificasse odescumprimento do embargo daobra.

(iv) É razoável exigir daresponsável conduta diversadaquela que ela adotou, uma vezque além de continuar com aexecução de uma obra irregular,orçada em 93,62 milhões dereais, assinou aditivo contratual,acrescendo R$ 1.565.046,39 aovalor do contrato, mesmo após asolicitação de paralisação daobra pelo IPHAN, o que nãocondiz com o dever de diligênciado bom administrador, a qualexige atitude ativa e proba nacondução da coisa pública.

(v) A conduta correta daresponsável seria suspender aexecução da obra, após tomarposse, para verificar a hipótesede convalidação das nulidadesdos atos praticados, bem comode buscar medidas saneadorasno sentido de apurar asirregularidades existentesnaquele procedimento.

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ANEXO I - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 1

ACHADORESPONSÁVEL/PERÍODO

DE EXERCÍCIODANO AO ERÁRIO CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADE

CONSIDERAÇÕES SOBRE ARESPONSABILIDADE DO AGENTE

Situação encontrada:

Inexistência de licençado IPHAN paraconstrução do edifício-sede do TRE-RJ, umavez que não houveaprovação doanteprojeto (projetobásico) e do projetoexecutivo, necessáriaem razão daexistência de um bemtombado nacionallindeiro à obra, alémda falta decumprimento de termorestritivo (“submeterpreviamente ao IPHANo projeto executivoconforme Ofício GABIPHAN RJ n.º1.052/2012”)constante da Licençade Obras n.º21/0761/2012A daSecretaria Municipalde Urbanismo daPrefeitura da Cidadedo Rio de Janeiro(Processo n.º02/270117/2010),conforme fls. 228/230do processo TRE/RJ n.º182.574/2013.

Critério:

(a) protocolar naSuperintendência doIPHAN-RJ orequerimento deautorização deintervenção, nostermos do art. 6º,inciso I, “a” e da Seção

Maria Cristina VerezaLodi

(ex-Superintendente doIPHAN-RJ)

CPF: .....................

01.2012 a 09.2013

R$ 17.406.673,51

(Responsável solidário)

Valores referentesaos serviçosexecutados pelaLopez MarinhoEngenharia eConstruções Ltda.,conforme medições1ª a 14ª, bem comodespesas com águae esgoto atéagosto/2014 (R$109.984,99), eenergia elétrica atéagosto/2014 (R$258.270,16),suportadas peloTRE-RJ em razão daobra.

O detalhamento dadata de ocorrênciado dano se encontrano Anexo V.

1 - Aprovar o projeto arquitetônico doedifício-sede do TRE-RJ contrariamenteaos pareceres n.ºs 93 e 133 de suaárea técnica (Ofício GAB IPHAN RJ n.º1.052/2012, fls 139 do proc nº211.035/2012), que reprovavam aqueleprojeto em razão da incompatibilidadede volumetria e ambiência do bemtombado nacional lindeiro com aconstrução.

2 - Assinar instrumento antijurídicocontrário a pareceres dos especialistas,os quais serviram como fundamentopara decisão da autarquia federal deparalisar a obra e anular o termo decompromisso que aprovou o projetoarquitetônico (fls. 114/119 do proc.IPHAN n.º 01500.002306/2012-74), emviolação ao o art. 13, §1º, §2º e §4º daPortaria IPHAN n.º 420 e art. 130 doRegimento Interno do IPHAN, aprovadopela Portaria n.º 92/2012.

Caso a responsável tivesse cumpridoos procedimentos previstos na PortariaIPHAN n.º 420, quanto à consultaprévia e ao requerimento deautorização do anteprojeto, a obra nãoseria iniciada com o projetoincompatível com a volumetriaadmitida pela autarquia federal paraaquela localização.

Como consequência, não haveria odispêndio decorrente da execução dosserviços que demonstraram serinservíveis, em razão do impedimentode continuidade de construção peloIPHAN-RJ nos termos propostos (fls.1077 do processo IPHAN).

De acordo com a ilegalidadereconhecida na decisão de fls. 639/818do processo nº 182.457, e com oimpedimento definitivo decontinuidade da construção em razãode o projeto executado estimar oedifício-sede com 60 metros de altura(fls. 1077 do processo IPHAN), o quedesde o início foi rechaçado pelospareceres n.ºs 93 e 133 da equipetécnica do IPHAN, ainda na fase deconsulta prévia, foi realizado o Termode Distrato do Termo n° 165/2011-F/SPA (Termo de Cessão de Uso doImóvel caracterizado como Lote 1 daQuadra 2 do PAA/PAL/12125/47090 daAvenida Presidente Vargas s/n.º,lavrado entre o Município do Rio deJaneiro e o TRE-RJ), assinado em20.08.2014, por intermédio do qual foidevolvido à Prefeitura do Rio deJaneiro o terreno que estava sendoconstruída a Sede deste Tribunal.

(i) A responsável não observou oartigo 13, §1º, §2º e §4º daPortaria IPHAN n.º 420, cujoconhecimento era inerente aodesempenho de suas atribuições,nos termos do art. 130 doRegimento Interno do IPHAN,aprovado pela Portaria n.º92/2012.

A resposta à consulta prévia éfornecida somente por parecertécnico. Portanto, não poderiahaver autorização daresponsável contrária aospareceres n.ºs 93 e 133, namedida em que somente écabível pedido de revisão(recurso) à SuperintendenteEstadual de decisão que deferirou indeferir o requerimento deautorização de intervenção (art.35 da Portaria IPHAN n.º 420),procedimento esse que de formaalguma se confunde com aresposta à consulta prévia, cujoparecer é vinculativo.

Além disso, a portaria IPHAN n.º420 é peremptória ao vedar aaprovação condicionada (art.30).

Tanto é assim que o Procurador-Chefe Geraldo de Azevedo MaiaNeto da Procuradoria Federal, noparecer n.º 396/2013-PF/IPHAN/SEDE, concluiu que aex-Superintendente do IPHAN“incidiu em manifestailegalidade, por inventar umprocedimento inexistente, àmargem daquele claramenteprevisto em ato normativo daautarquia, de amploconhecimento.” (fls.1072/1076do proc. IPHAN n.º01500.002306/2012-74).

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ANEXO I - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 1

ACHADORESPONSÁVEL/PERÍODO

DE EXERCÍCIODANO AO ERÁRIO CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADE

CONSIDERAÇÕES SOBRE ARESPONSABILIDADE DO AGENTE

IV (artigos 14 a 21) daPortaria IPHAN n.º420/2010

(b) obter autorizaçãode intervenção, com aaprovação doanteprojeto (projetobásico) pelo IPHAN,nos termos dos art. 4ºe art. 23 da PortariaIPHAN n.º 420;

(c) iniciar a execuçãoda obra somente apósa aprovação do projetoexecutivo pelo IPHAN,nos termos do artigo7º, §2º, inciso IV, daPortaria IPHAN n.º 420

(d) impossibilidade decriar termo decompromissocondicionado, emconsulta prévia,visando substituir ainexistência derequerimento paraaprovação doanteprojeto (projetobásico), nos termosdos artigos 13, §2º, e30 da Portaria IPHANn.º 420

(e) iniciar a obrasomente após ocumprimento dasrestrições impostaspela Licença de Obrasn.º 21/0761/2012A daSecretaria Municipalde Urbanismo daPrefeitura da Cidadedo Rio de Janeiro.

(ii) Os pareceres n.ºs 93 e 133 doIPHAN-RJ eram peremptórios emproibir a construção deedificação superior a 18,00metros de altura, considerada avolumetria máxima admitidapela autarquia federal paraaquele terreno (fls. 42/43 e fls.49/52 do proc. IPHAN n.º01500.002306/2012-74).

Cabe destacar que osmencionados pareceres foramutilizados como fundamento paraa paralisação da construção.

Além disso, antes da assinaturado termo de compromisso, aresponsável encaminhou aquestão ao Departamento doPatrimônio, Material eFiscalização - DEPAM, órgão doIPHAN, para pronunciamento, em18.09.2012 (fls.85 do processodo IPHAN). O mencionado órgão,em 29.09.2012, por meio daCoordenadora Geral de Bensimóveis do IPHAN, Erica Diogo, edo Diretor do DEPAM de Brasília,Andrey Rosenthal Schlee,informou, inicialmente, que ‘deacordo com os §2º e §4º do Art.13, a resposta à consulta prévia,caso positiva, configuraunicamente aprovação para odesenvolvimento do anteprojeto,não consistindo em autorizaçãopara execução de qualquer obra,e tem validade de seis meses.

Após o esclarecimento quanto àfinalidade da mencionada

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ANEXO I - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 1

ACHADORESPONSÁVEL/PERÍODO

DE EXERCÍCIODANO AO ERÁRIO CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADE

CONSIDERAÇÕES SOBRE ARESPONSABILIDADE DO AGENTE

consulta prévia, concluiu oDiretor do DEPAM ‘não caber ouso do instrumento do termo deajuste de conduta’ (sic – fls.88 doprocesso do IPHAN),determinando o retorno dosautos à Superintendência doIPHAN-RJ ‘para as devidasprovidências, todas previstas naPortaria 420/2010”. (itens 219 a221 de fls. 719 do proc. n.º182.574, grifei).

(iii) É razoável afirmar que erapossível à responsável ter aconsciência da ilicitude do ato,uma vez que, nos termos doartigo 130 do Regimento Internodo IPHAN, incumbe àSuperintendente cumprir alegislação, normas eregulamentos pertinentes ediretrizes emanadas daAdministração Central do IPHAN.

(iv) É razoável exigir daresponsável conduta diversadaquela adotada, pois nãopoderia assinar instrumentoantijurídico e, nem tampouco,aprovar consulta prévia contráriaaos pareceres de seus órgãostécnicos.

(v) A conduta correta seriaobservar o procedimentoestabelecido pela Portaria IPHANn.º 420.

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ANEXO I - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 1

ACHADORESPONSÁVEL/PERÍODO

DE EXERCÍCIODANO AO ERÁRIO CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADE

CONSIDERAÇÕES SOBRE ARESPONSABILIDADE DO AGENTE

Situação encontrada:

Inexistência de licençado IPHAN paraconstrução do edifício-sede do TRE-RJ, umavez que não houveaprovação doanteprojeto (projetobásico) e do projetoexecutivo, necessáriaem razão daexistência de um bemtombado nacionallindeiro à obra, alémda falta decumprimento de termorestritivo (“submeterpreviamente ao IPHANo projeto executivoconforme Ofício GABIPHAN RJ n.º1.052/2012”)constante da Licençade Obras n.º21/0761/2012A daSecretaria Municipalde Urbanismo daPrefeitura da Cidadedo Rio de Janeiro(Processo n.º02/270117/2010),conforme fls. 228/230do processo TRE/RJ n.º182.574/2013.

Critério:

(a) protocolar naSuperintendência doIPHAN-RJ orequerimento deautorização deintervenção, nostermos do art. 6º,

Lopez MarinhoEngenharia e

Construções Ltda.

(contratada)

CNPJ: .....................

10.10.2012Data da assinatura docontrato n.º 53/2012

R$ 17.406.673,51

(Responsávelsolidário)

Valores referentesaos serviçosexecutados pelaLopez MarinhoEngenharia eConstruções Ltda.,conforme medições1ª a 14ª, bem comodespesas com águae esgoto atéagosto/2014 (R$109.984,99), eenergia elétrica atéagosto/2014 (R$258.270,16),suportadas peloTRE-RJ em razão daobra.O detalhamento dadata de ocorrênciado dano se encontrano Anexo V.

Dar início às obras, em 26.10.2012,sem atender às restrições impostaspela Prefeitura do Rio de Janeiro, nalicença de obras n.º 21/0761/2012A, esem aprovação do projeto executivopelo IPHAN.

Caso a responsável tivesse observadoas condicionantes da licença daPrefeitura, bem como a inexistência daaprovação do projeto executivo peloIPHAN, a obra não teria sido iniciadacom o projeto incompatível com avolumetria admitida pela autarquiafederal para aquela localização.

Como consequência, não haveria, em23.10.2013, determinação do IPHANde paralisação da construção, quandojá executada a fundação.

Ressalta-se que o impedimentodefinitivo de continuidade deconstrução se deu em razão de oprojeto executado pela responsávelestimar o edifício-sede com 60 metrosde altura (fls. 1077 do processoIPHAN), o que desde o início foirechaçado pelos pareceres n.ºs 93 e133 da equipe técnica do IPHAN, aindana fase de consulta prévia.

De acordo com a ilegalidadereconhecida na decisão de fls. 639/818do processo nº 182.457, e com oimpedimento definitivo decontinuidade da construção em razãode o projeto executado estimar oedifício-sede com 60 metros de altura(fls. 1077 do processo IPHAN), o quedesde o início foi rechaçado pelospareceres n.ºs 93 e 133 da equipetécnica do IPHAN, ainda na fase deconsulta prévia, foi realizado o Termode Distrato do Termo n° 165/2011-F/SPA (Termo de Cessão de Uso doImóvel caracterizado como Lote 1 daQuadra 2 do PAA/PAL/12125/47090 daAvenida Presidente Vargas s/n.º,lavrado entre o Município do Rio deJaneiro e o TRE-RJ), assinado em20.08.2014, por intermédio do qual foidevolvido à Prefeitura do Rio deJaneiro o terreno que estava sendo

(i) A contratada tinhaconhecimento das suasobrigações, pois sabia daexistência de um bem tombadonacional no local e, comoconsequência, que incidia aPortaria IPHAN n.º 420.

Portanto, se pelos termos docontrato, era obrigação daresponsável elaborar o projetoexecutivo, ela jamais poderia teriniciado a obra sem que talprojeto estivesse pronto eaprovado por aquela autarquiafederal.

Ainda sobre a atuação daresponsável, vale a leitura dadecisão anulatória, nos itens 308a 311 de fls. 808 do proc. n.º182.574/2013.

(ii) A Licença Municipal Prévia,emitida em 17.07.2012, éexpressa ao exigir que “naocasião do requerimento daLicença Municipal de Instalação –LMI” deveria ser apresentado o“‘Nada a opor’ e plantas visadaspelo IPHAN” (fls.2699/2700 doproc. n.º 35.790/2012).

Além disso, a Licença de Obrasemitida em 24.10.2012 numeroudentre as condicionantes paratoda a obra “submeterpreviamente ao IPHAN o projetoexecutivo”. O que não ocorreuaté o início da obra, tal comoapontado pelo Procurador-ChefeGeraldo de Azevedo Maia Netoda Procuradoria Federal, em seuparecer n.º 396/2013-PF/IPHAN/SEDE (fls.1072/1076 doproc. IPHAN n.º01500.002306/2012-74).

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ANEXO I - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 1

ACHADORESPONSÁVEL/PERÍODO

DE EXERCÍCIODANO AO ERÁRIO CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADE

CONSIDERAÇÕES SOBRE ARESPONSABILIDADE DO AGENTE

inciso I, “a” e da SeçãoIV (artigos 14 a 21) daPortaria IPHAN n.º420/2010

(b) obter autorizaçãode intervenção, com aaprovação doanteprojeto (projetobásico) pelo IPHAN,nos termos dos art. 4ºe art. 23 da PortariaIPHAN n.º 420;

(c) iniciar a execuçãoda obra somente apósa aprovação do projetoexecutivo pelo IPHAN,nos termos do artigo7º, §2º, inciso IV, daPortaria IPHAN n.º 420

(d) impossibilidade decriar termo decompromissocondicionado, emconsulta prévia,visando substituir ainexistência derequerimento paraaprovação doanteprojeto (projetobásico), nos termosdos artigos 13, §2º, e30 da Portaria IPHANn.º 420

(e) iniciar a obrasomente após ocumprimento dasrestrições impostaspela Licença de Obrasn.º 21/0761/2012A daSecretaria Municipalde Urbanismo daPrefeitura da Cidadedo Rio de Janeiro.

construída a Sede deste Tribunal.(iii) É razoável afirmar que erapossível à responsável ter aconsciência da ilicitude do ato,uma vez que ela, visandoatender à exigência daResolução CNJ n.º 114, declarouque “conhece as condições locaispara a execução do objeto eentrega da obra” (fls. 3189 doprocesso n° 35.790 e item 305de fls. 807 do proc. n.º 182.574).Portanto, conhecia as exigênciaslegais para executar uma obralindeira a um bem tombadonacional.

(iv) É razoável exigir daresponsável conduta diversadaquela que ela adotou, pois ela“tinha pleno conhecimento deque existia no entorno do terrenoum BTN [bem tombadonacional], com 14 prédios(HESFA).

A experiência da contratada comconstruções de prédios para oPoder Judiciário demonstra que amesma sabia ou devia saber dasexigências da Portaria IPHAN n°420/2010, à qual se remetia aexigência da Prefeitura Municipaldo Rio de Janeiro.” (itens 306 e307 de fls. 807 do proc. n.º182.574)

(v) A conduta correta daresponsável seria iniciar a obra,apenas após conferir a validadee as condicionantes das licençasnecessárias para construção, talcomo exigia o edital (item 300de fls. 806 do proc. n.º 182.574).

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ANEXO I - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 1

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

Auditoria: Contrato n.º 53/2012 (Contratação de serviços de Construção da Nova Sede do Tribunal Regional Eleitoral - RJ).

Protocolo: n.º 35.790/2012

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Situação encontrada:

Elaboração dos cadernos essenciais doprojeto básico (projeto estrutural e defundações) pela contratada. O PróprioEdital de Concorrência n.º 2/2012previa que a contratada seria aresponsável pela elaboração dosmencionados projetos, nos termos dacláusula 8.12, item 1, alíneas a e b (fls.2716 do processo n.º 35.790). Talsituação é corroborada nas informaçõescontidas no Ofício PRES no 70, de 18 defevereiro de 2013, encaminhado pelaPresidência do TRE-RJ ao TCU.

Critério:

(a) o projeto básico deve ser adequado,atualizado e completo, a fim de permitira definição precisa e suficiente doobjeto licitado, nos termos do artigo 6º,inciso IX, da Lei 8666, enunciados 177 e261 da Súmula do TCU e acórdão n.º77/2002–Plenário do TCU;

(b) devem ser concluídos todos oscadernos que integram o projeto básicopara, só então, iniciar a fase externa dalicitação, nos termos do artigo 7º, incisoI c/c §1º, primeira parte, da Lei 8666;

(c) a existência dos projetos estruturale de fundação no projeto básicoviabiliza a elaboração de planilhacontendo os custos unitários e global doobjeto licitado, tal como determina oartigo 7º, §2º, inciso II, da Lei 8666;

Luiz Zveiter

(ex-Presidente doTRE-RJ)

CPF: .......................

21.03.2011 a31.01.2013

1 - Autorizar por delegação, com baseno artigo 26, inciso XXXI, do RegimentoInterno do TRE-RJ, que fosse deflagradoo processo licitatório que culminou naconcorrência n.º 2, sem os elementosessenciais do projeto básico (projetosestrutural e de fundações), tendociência inequívoca das deficiências jáapontadas pelo TCU na Representaçãon.º TC 017.008/2012-3, haja vista odespacho que a determinou (fl. 2031 doprocesso nº 35.790), não exercendo odever de vigilância em relação aosubordinado ao qual delegoucompetência, quando deveria ter seassegurado da regularidade dos atospraticados.

2 - Homologar a Concorrência n.º2/2012 em 09.10.2012, com base noartigo 26, inciso XXV, do RegimentoInterno do TRE-RJ, e no artigo 43, incisoVI, da Lei 8666, apesar da ciência sobrea deficiência do projeto básico (fls. 3264do processo n.º 35.790).

Caso o responsável não tivesseautorizado a deflagração daConcorrência n.º 02/2012 e homologadoa licitação com cláusulas do editalcontrárias à lei e às normas técnicaspara obras públicas, não seriampraticadas as irregularidades quepermitiriam à contratada elaborarcadernos essenciais do projeto básico(fundações e estrutura), contrariando alegislação aplicável à matéria.

(i) Deveria o responsável buscarmedidas para sanar as impropriedadesexistentes desde a concorrência nº 1,cujo edital continha projeto básico semtodos os seus cadernos, autorizando quea contratada elaborasse os projetosestrutural e de fundação (partesessenciais do projeto básico), antes deautorizar o início da concorrência nº 2 ehomologar o processo licitatório.

(ii) Havia parecer anterior da SECOB-1,na representação TCU n.º 017.008/2012-3, apontando as deficiências graves noprojeto básico (fls. 2029/2039 doprocesso n.º 35.790), que também foramverificadas na representação TCU n.º041726/2012-0, cujo objeto é aConcorrência n.º 02/2012. Ambas asrepresentações destinavam-se a apurarilegalidades no processo licitatório paraconstrução do edifício-sede do TRE-RJ.

(iii) É razoável afirmar que era possívelao responsável ter a consciência dairregularidade do ato, diante daexistência de normas e pareceres emsentido contrário.

(iv) É razoável exigir do responsávelconduta diversa daquela que ele adotou,pois tinha o poder de não autorizar quefosse deflagrado o processo licitatório,bem como de não homologar o resultadoda licitação, com edital irregular.

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

(d) o projeto básico com todas as suaspartes deve integrar o anexo do edital,nos termos do art. 40, §2º, inciso I, Lei8666 e

(e) os projetos estrutural e de fundaçãosão itens essenciais do projeto básico,nos termos do Acórdão-TCU n.º632/2012 e tabela 6.1. da OT n.º1/2006 IBRAOP c/c Súmula 222 TCU.

Afinal, não foram corrigidas asdeficiências graves do projeto básicoapontadas pelo TCU na Representaçãon.º 017.008/2012-3, das quais oresponsável tinha conhecimento e haviase comprometido a saná-las (fls. 2031 doprocesso 35.790 e acórdão TCU n.º2086/2012).

(v) Embora o responsável tenhadeterminado que as deficiências doprojeto básico fossem sanadas nosexatos termos dos apontamentos doTCU, na Representação n.º017.008/2012-3 (referente àConcorrência n.º 1/2012), deveria tersido verificado o saneamento de taisdeficiências para só então determinar apublicação do ato convocatório daConcorrência n.º 2/2012, desta vez,adequado à lei.

O responsável, como autoridadesuperior, ainda teve a oportunidade decumprir a lei na conclusão da faseexterna do certame. Isso porque caberiaa ele revogar o processo licitatório,diante da inexistência de validade dosatos praticados, nos termos do art. 43,inciso VI, da Lei 8666.

Diante disso, o responsável não poderiater homologado o resultado da licitação,atestando que todas as exigênciasnormativas foram atendidas.

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Luiz Zveiter

(ex-Presidente doTRE-RJ)

CPF: .....................

21.03.2011 a31.01.2013

1 - Aprovar em 14.11.2012, com baseno artigo 26, inciso XXVI, do RegimentoInterno do TRE-RJ, alteração do projetoarquitetônico do edifício-sede do TRE-RJpara adequá-lo às necessidades doTribunal Regional Eleitoral, definidas naResolução CNJ n.º 114, e às exigênciasda CET-RIO (fls. 3302 do processolicitatório n.º 35.790).

Caso o responsável não tivessedeflagrado o processo de licitação comprojeto básico deficiente, não teriamocorrido perdas dos projetosdesenvolvidos e retrabalhos, queculminaram em aditivos contratuais(carta n.º 827/2013, enviada pela LopezMarinho ao TRE-RJ, em 18.10.2013 –conforme fls. 774 da decisão do proc.182.574).

Dentre essas alterações, algumasvisavam a atender exigências do Centrode Operações da Prefeitura do Rio deJaneiro (CET-RIO), em relação aosistema viário daquela região.

A exigência do órgão municipal estádescrita na informação prestada pelaSecretária de Administração do TRE-RJenviada à Diretoria Geral da CorteEleitoral (fls. 3558 do proc. n.º 35.790),a saber:“a modificação do projeto arquitetônicodo pavimento térreo: no que tange aoacesso de veículos ao empreendimento,antes previsto para a Rua AfonsoCavalcante, passando para a RuaProjetada A – devendo este trecho sertransformado em rua de serviço; e noque tange ao acesso de carga edescarga, que passará a ser operado nointerior da edificação, também realizadopela Rua Projetada A”. (grifei).

A exigência para construção da ruaProjetada A foi apresentada pela CET-RIO, por meio da carta n.º 305 CET/PRE,em 18.07.2012 (fls.35-48 do proc. n.º211.031/2012).

Por sua vez, o edital da Concorrência n.º2/2012 somente foi publicado em28.08.2012. Ou seja, mais de um mêsapós a comunicação da CET-RIO.

(i) O responsável, considerando quetinha conhecimento prévio danecessidade de adequar o projetoarquitetônico, deveria ter buscadomedidas para inserir no projeto básico asreferidas alterações, em vez de autorizartais alterações/adequações somenteapós a contratação com a empreiteira,gerando os aditivos.

Além disso, havia informação no proc.35.790 sobre a necessidade de alterar oprojeto arquitetônico do edifício-sede doTRE-RJ, antes mesmo da publicação doedital da concorrência n.º 1.

Isso porque o projeto básico utilizado noedital da concorrência n.º 2 não atendiaas necessidades de uma sede doTribunal Regional Eleitoral, nos termosdo anexo I da Resolução CNJ 114 (fls. 04do processo n.º 183.585/2013).

Ademais, pela leitura do parecer daSecretaria de Controle Interno desteTribunal Eleitoral n.º 329/2013(fls.1015/1021 do processo n.º66470/2013) sobre a 2ª alteraçãocontratual, os aditivos contratuais, naverdade, apenas formalizavam asalterações que já haviam sidoexecutadas pela contratada. (fls.1016 doprocesso n.º 66470/2013).

Tal prática foi alertada no mencionadoparecer, em que a SCI-TRE-RJ afirmouque:“a prática de autorizar a execução deserviços além dos limites contratuais eantes de devidamente formalizados oscorrespondentes aditivos não encontraamparo na legislação que rege a matéria(vide art. 60 da Lei n.º 8.666/93), eexpõe a administração a riscosindevidos. Por esta razão, entende-se

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Portanto, entende-se ter havido temposuficiente para adequar o projetoarquitetônico (parte integrante doprojeto básico) às exigências do órgãomunicipal antes mesmo da publicaçãodo edital daquela concorrência.

cabível recomendar aos servidoresdesignados para a fiscalização da obraque, doravante, envidem esforços nosentido de identificar com antecedênciaa necessidade de formalização deaditivos, de modo a evitar a execução deserviços que não possuam lastrocontratual” (sic – fls.1.020 do parecer).

(ii) Havia a manifestação da CET-RIO nacarta CET-TRE de 18.07.2012,informando sobre a necessidade daconstrução da Rua Projetada A.

(iii) É razoável afirmar que era possívelao responsável ter a consciência dairregularidade do ato, uma vez que aalteração substancial do projetoarquitetônico importou em novo projetobásico. Isso pode ter ferido acompetitividade, pois não permitiu queoutros possíveis licitantes seinteressassem na participação docertame, além de gerar aditivosdesnecessários.

(iv) É razoável exigir do gestor condutadiversa daquela que ele adotou, uma vezque não foi assegurado oaproveitamento mais eficiente dosrecursos públicos, permitindo alteraçõesdo projeto arquitetônico, cujasnecessidades eram conhecidas peloresponsável antes mesmo da publicaçãodo edital do certame.

(v) Entende-se que o gestor poderia terdeterminado a correção do projetoarquitetônico (item do projeto básico),antes de ser publicado o edital daconcorrência n.º 2/2012.

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Letícia de FariasSardas

(ex-Presidente doTRE-RJ)

CPF: .....................

29.11.2011 a31.01.2013

(Vice-Presidente)

e

31.01.2013 a27.11.2013(Presidente)

1 - Permitir o prosseguimento da obra,com base no artigo 26, inciso XXVI, doRegimento Interno do TRE-RJ, nãoadotando providências com vistas àapuração dos fatos e à identificação dosresponsáveis, após tomar posse comoPresidente do TRE-RJ, apesar de saberdas irregularidades no processolicitatório, no que tange à deficiência doprojeto básico.

Conforme documento de fls. 3302 doproc. n.º 35.790, citado na decisão queanulou a Concorrência n.º 2/2012 (item145 de fls. 694/695 proc. n.º 182.574), aresponsável participou da reuniãoocorrida no dia 14.11.2012, quandoainda era Vice-Presidente do TribunalEleitoral.

Nessa reunião, ela tomou conhecimentode todas as deficiências do projetobásico, bem como concordou com aalteração do projeto arquitetônico emodificação dos layouts (mencionadana conduta C, deste 1º achado). Afinal,não havia qualquer ressalva daresponsável no mencionado documento.Diante disso, ao tomar posse comoPresidente da Corte Eleitoral, em31.01.2013, ela tinha o poder-dever deexercer a sindicabilidade dos atospraticados (autotutela), ou seja, buscarmedidas saneadoras no sentido deapurar as possíveis irregularidadesexistentes naquele procedimento.

Conforme se verifica pelo cronogramafísico, apresentado pela contratadaLopez Marinho Engenharia eConstruções Ltda., o início real daconstrução, com a execução dafundação, apenas ocorreu em03.04.2013 (fls. 343 do volume II doRelatório Consolidado 01/2014 –protocolo 12470/2014, juntado por linhaao proc. n.º 182.574).

Logo, a responsável teve mais de doismeses para agir dentro da legalidade,desde sua posse como Presidente doTRE-RJ.

(i) Como descrito no campo “nexo decausalidade”, entende-se que aresponsável tinha conhecimento dasdeficiências do projeto básico e deveriabuscar medidas saneadoras no sentidode apurar as possíveis irregularidadesexistentes naquele procedimento.

Apesar disso, “[n]a sessãoadministrativa de 28.8.2013, a entãoPresidente do TRE-RJ DesembargadoraLetícia Sardas informou ao Plenário que‘o TCU aprovou a nova proposta. O editalfoi lançado, a licitação foi feita e a obraadjudicada. Como toda nova proposta,tínhamos o projeto básico e dependia dedetalhamento do projeto executivo’”(item 54 das fls. 660 do proc. n.º182.574, grifei).

(ii) Havia a proposta preliminar daSECOB-1, em 24.10.2012, de aberturada representação TCU n.º 041726/2012-0, indicando que algumas deficiênciasgraves no projeto básico verificadas narepresentação TCU n.º 017.008/2012-3,referente à Concorrência n.º 1/2012,permaneceram na Concorrência n.º2/2012 (item 55 de fls. 660 do proc. n.º182.574).

(iii) É razoável afirmar que era possível àresponsável ter a consciência dairregularidade do ato, diante daexistência de normas e pareceres emsentido contrário.

(iv) É razoável exigir da responsávelconduta diversa daquela que ela adotou,pois tinha o poder de suspender aexecução da obra, para verificar se ahipótese seria ou não de convalidaçãodas nulidades dos atos praticados.

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

(v) Entende-se que a responsávelpoderia ter exercido a sindicabilidadedos atos administrativos, buscando asmedidas saneadoras e instaurandoprocesso administrativo para apurar asirregularidades na Concorrência n.º2/2012, na forma do artigo 45 da Lei9784/99.

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Regina Célia Munizda Silva Hickman

Domenici

(ex-Diretora Geral doTRE-RJ, requisitada

do Tribunal de Justiçado Rio de Janeiro)

CPF: .....................

22.03.2011 a02.05.2013

1 - Indeferir em 24.05.2012 e10.10.2012, conforme atribuiçõesconferidas pelo artigo 36 do RegimentoInterno da Secretaria do TRE-RJ,licitação para contratação de sociedade,cujo objeto seria a elaboração dosprojetos estrutural e de fundações paraa nova sede do TRE-RJ, itens essenciaisdo projeto básico.

2 - Aprovar em 27.08.2012, conformeatribuições conferidas pelo artigo 36 doRegimento Interno da Secretaria doTRE-RJ, a minuta do edital da licitaçãopara construção do edifício-sede doTribunal com as deficiências do projetobásico apontadas pelo TCU.

3 - Opinar em 09.10.2012, conformeatribuições conferidas pelo artigo 36 doRegimento Interno da Secretaria doTRE-RJ, pela homologação daConcorrência n.º 2/2012.

Caso a responsável não tivesseindeferido a licitação para elaboraçãodos projetos estrutural e de fundações,com a motivação de não haverconveniência e oportunidade (“condutai” da decisão anulatória de fls. 728 doproc. n.º 182.574), o edital de licitaçãonão teria sido publicado com um projetobásico deficiente, bem como não teriasido permitido que a contratadaelaborasse tal projeto, em violação à Leide Licitações.

A responsável, além de não motivar oindeferimento adequadamente, nãoefetuou atos visando buscar outrosmeios para sanar as deficiênciascontidas no projeto básico, mesmotendo sido alertada por diversos setoresdo TRE-RJ.

(i) Em 05.03.2013 (fls.29 do proc.183.585/2013), o Coordenador deManutenção de Obras, engenheiro JoséÁlvaro Manhães Wagner, iniciou oprocesso n.º 24.713 para contrataçãodos projetos estrutural e de fundaçõesda construção do edifício-sede do TRE-RJ.

Não obstante existirem informações doChefe de Seção de Contratos(fls.118/118v. do proc. 183.585/2013),bem como do Coordenador de ApoioAdministrativo (fls.119 do proc.183.585/2013), no sentido da urgênciade tal contratação, a responsável, entãoDiretora Geral, indeferiu tal pedido, em24.05.2012, com fundamento naausência de conveniência eoportunidade.

Diante do parecer do TCU de 19.06.2012(fls. 2029/2039 do proc.35.790), aSecretária de Administração HelgaPitthan reiterou o pedido do mencionadoengenheiro, em 24.07.2012, por meio doproc. n.º 156.663/2012 (fls.125 do proc.183.585/2013). O segundo pedido tevecomo fundamento o seguinte:

“Como é de conhecimento de VossaSenhoria, em reunião realizada no dia19/07/2012 (...) manifestou-se o TCUpela indispensabilidade do projetoestrutural como parte integrante doprojeto básico da licitação (...). O projetoestrutural a ser contratado deveráconstar do dimensionamento e dasplantas de formas e armações de todosos elementos da infraestrutura e dasuperestrutura, incluindo paredesdiafragma, fundações profundas, blocose cintas de fundação, pilares, viga e lajesda superestrutura, bem como de todosos correspondentes quadros dearmações.” (grifei).

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Cabe ressaltar que, no proc. n.º156.663/2012, a responsável, em25.07.2012, foi alertada pela entãoSecretária de Orçamento e Finanças,Elizabeth Righetti Moraes, que: “acho[que] o melhor mesmo é licitar” (fls.135do proc. n.º 183.585/2013).

Em 13.08.2012, a Secretária deAdministração encaminhou a minuta doato convocatório, “já aprovada quantoao aspecto técnico” (fls. 229 proc. n.º183.585/2013), à Assessora Jurídica daDiretora Geral.

E, apesar de a responsável terconhecimento dos atos procedimentaisacima narrados, em 27.08.2012 (fls. 27proc. n.º 182.574), aprovou a minuta doedital da Concorrência n.º 2/2012 paraconstrução do edifício-sede do Tribunal,com a deficiência do projeto básicoapontada pelo TCU.

Em 09.10.2012, a responsável opinoupela homologação da Concorrência n.º2/2012, o que ocorreu no mesmo dia,por ato do então Presidente Luiz Zveiter.

No dia seguinte, em 10.10.2012, aresponsável indeferiu a licitação paraelaboração dos projetos estrutural e defundações, com o seguinte fundamento:“Considerando a contratação deempresa para construção do edifíciosede do TRE-RJ que contempla aexecução do projeto estrutural, deixo deautorizar a presente licitação edetermino o cancelamento do pré-empenho de fls. 48” (fls.230 do proc. n.º183.585/2013).

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Diante desse cenário, verifica-se que aresponsável conduziu os processoslicitatórios de modo a permitir apublicação do edital da Concorrência n.º2/2012, com suas deficiências.

(ii) Havia parecer anterior da SECOB-1,na representação TCU n.º 017.008/2012-3, apontando as deficiências graves noprojeto básico (fls. 2029/2039 doprocesso n.º 35.790), que também foramverificadas na representação TCU n.º041.726/2012-0, ambas com objeto deapurar as irregularidades na construçãodo edifício-sede do TRE-RJ.

Além disso, existiam as manifestaçõesdo Coordenador de Manutenção deObras, da Secretária de Administração,da Secretária de Orçamento e Finanças,do Chefe de Seção de Contratos e doCoordenador de Apoio Administrativo,todos opinando favoravelmente àlicitação.

(iii) É razoável afirmar que era possível àresponsável ter a consciência dairregularidade do ato, diante daexistência de normas e pareceres emsentido contrário.

(iv) É razoável exigir da responsávelconduta diversa daquela que ela adotou,pois tinha o poder-dever de cumprir alei.

(v) A conduta correta da responsávelseria ter autorizado a licitação paraelaboração dos projetos estrutural e defundações da nova sede do TRE-RJ,completando os cadernos faltantes doprojeto básico. Só então, a responsávelpoderia aprovar a minuta do edital e,diante do atendimento das exigênciaslegais, opinar pela homologação daConcorrência n.º 02/2012.

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Lopez MarinhoEngenharia e

Construções Ltda.

(contratada)

CNPJ: .....................

10.10.2012Data da assinatura docontrato n.º 53/2012

1 - Contratar com a AdministraçãoPública a execução da obra do edifício-sede do TRE-RJ, objeto da Concorrêncian.º 2/2012, apesar da deficiência doprojeto básico.

Caso a responsável tivesse impugnadoa minuta do edital quando participou doprocesso licitatório, o contrato n.º 53/12não teria sido assinado com o projetobásico deficiente.

(i) A responsável também foi vencedorada Concorrência n.º 1/2012 e, por isso,sabia das causas que motivaram aanulação daquela concorrência.

Além disso, tinha conhecimento que oentão Presidente do TRE-RJ Des. LuizZveiter havia se comprometido a sanar,no próximo edital, as deficiências doprojeto básico, apontadas pelo TCU naRepresentação n.º 017.008/2012-3.

Por sua vez, como o edital previu que avencedora deveria elaborar os projetosestrutural e de fundação, aconsequência lógica é de que asdeficiências apontadas pelo TCU naquelarepresentação não foram sanadas.

Tanto que a responsável, após aassinatura do contrato, enviou ao TRE-RJ, em 29.11.2012, proposta paraelaboração de um novo projeto básico,“ressaltando também as definições quesão necessárias para a elaboração doprojeto estrutural” (fls. 3487 do proc. n.º35.790).

Além disso, a responsável, logo após oinício da obra, “apontou a necessidadede três aditivos contratuais, sob ofundamento de que o projeto básico eradeficiente. Logo no primeiro aditivo, foisugerida a alteração de mais 30 itensdele” (item 291 de fls. 804 do proc. n.º182.574).

(ii) Havia parecer anterior da SECOB-1,na representação TCU n.º 017.008/2012-3, apontando a ausência dos projetosestrutural e de fundação (fls. 2029/2039do processo n.º 35.790), que também foiverificada na representação TCU n.º041.726/2012-0, cujo objeto é aconcorrência para construção do edifício-sede do TRE-RJ.

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

(iii) É razoável afirmar que era possível àresponsável ter a consciência dairregularidade do ato, uma vez que oedital foi expresso no sentido de “nãodispensa[r] a Contratada doconhecimento da Legislação e dasNormas Técnicas Específicas” (fls. 37 doprocesso 35.790 – ajustei).

Afinal, como leciona Marçal Justin Filho,“se os licitantes forem empresarialmentecompetentes, eles identificarão aimprestabilidade do projeto básicoelaborado pela Administração eformularão propostas destituídas demaior seriedade. O único intento dolicitante será obter vitória no certame,eis que a execução da obra se farásegundo projetos e preços distintosdaqueles obtidos no certame” (inComentários à Lei de Licitações eContratos Administrativos – 15.ed. – SãoPaulo: Dialética, 2012, p. 167);

(iv) É razoável exigir da responsávelconduta diversa daquela que ela adotou,pois ela “própria reconhece terdestacada atuação no Poder Público ecorpo técnico com mais de 30 anos deexperiência no ramo da construção civil(fls. 193/194 deste processoapuratório).” (item 301 de fls. 806 doproc. n.º 182.574). Portanto, ela tinhaconhecimento dos itens essenciais queintegram um projeto básico, bem comoque não é permitida sua elaboração pelavencedora do certame de obras eserviços.

(v) A conduta correta da responsávelseria, após retirar o edital, impugná-loquanto às irregularidades existentesnaquele ato.

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ANEXO II - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 2

ACHADORESPONSÁVEL /

PERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Além disso, antes da contratação, elatambém poderia ter alertado o “TRE-RJde que suas expectativas não eramlícitas, em função de o Projeto Básiconão conter seus elementos essenciais,como previsto na OT IBR n.º 1/2006. Issoporque a ausência dos projetos defundação e estrutura, fatalmente,gerariam aditivos contratuaissubstanciais, como de fato ocorreu.”(item 299 de fls. 806 do proc. n.º182.574).

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ANEXO III - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 3

Página 1 de 4

Auditoria: Contrato n.º 59/2012 (Contratação de serviços de Construção do Fórum Eleitoral no Município de Rio Bonito).

Protocolo: n.º 42.120/2011

ACHADO RESPONSÁVELPERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Deflagração deprocesso licitatório(Tomada de Preçosn.º 01/2012) comProjeto Básicodeficiente, emconfronto ao artigo6º, inciso IX, da Lei8.666/93.

Luiz Zveiter

(ex-Presidentedo TRE-RJ)

CPF: ....................

21.03.2011a

31.01.2013(Presidente)

Deflagrar o processo licitatórioe firmar, no dia 26/12/2012,Contrato de n.º 59/2012 com aempresa Souza e PeresComércio e RepresentaçõesLtda., no valor total de R$821.145,53, para a construçãodo fórum eleitoral do Municípiode Rio Bonito, com projetobásico deficiente, haja vistaque os estudos desensoriamento e levantamentotopográfico, contratados juntoà empresa Ícone Projetos eConsultoria Ltda., não foramconsiderados na elaboração doprojeto básico de fundação eestrutura, conforme sedepreende dos autos doprocesso, analisando a data deentrega do relatório geotécnico(19/12/2012) e a data doprimeiro dia da sessão públicade licitação (28/11/2012).

Caso o responsável tivesseaguardado o resultado dosestudos geológicos do terrenoe considerado seu resultadocomo subsídio para aelaboração dos cadernos defundação e estrutura doprojeto básico da obra, nãoteria surgido a necessidade dediversos ajustes em relaçãoaos projetos de fundação eestrutura do edifício, conformejustificativas da própriacontratada, consignadas naproposta de aditamento e emata de Reunião realizada entreservidores do TRE-RJ erepresentantes da contratada,datada de 31/07/2014,conforme fls. 1451/1462v,acarretando todo imbrógliogerado acerca da execução doobjeto do contrato.

Deveria o responsável teradiado a licitação, em vista doatraso na entrega do relatóriode sondagem do logradouropela empresa Ícone Projetos eConsultoria Ltda., e ter utilizadoo resultado de tal análise com oobjetivo de definir de formamais precisa e suficiente oobjeto licitado, em vez deprosseguir com a licitação, cujoprojeto básico se demonstroucarente da devida avaliaçãogeotécnica, não se encontrandoadequado e completo eimpedindo que estivessemdefinidas as quantidades deserviços e de materiais, custose tempo necessários paraexecução do empreendimento,de forma a evitar alterações eadequações durante aelaboração do projeto executivoe a realização da obra.

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ANEXO III - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 3

Página 2 de 4

ACHADO RESPONSÁVELPERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Falta de realizaçãode Termo Aditivopara formalizaçãodas alteraçõesefetuadas nos itensdo projeto da obra,desrespeitando ostermos do art. 60,caput e parágrafoúnico, e art. 65,§8º, todos da Lein.º 8.666/93.

Letícia de FariasSardas

(ex-Presidente doTRE-RJ)

CPF: .....................

29.11.2011a

31.01.2013(Vice-

Presidente)

e

31.01.2013a

27.11.2013(Presidente)

Determinar, em reuniãorealizada no dia 17/09/2013(fls. 1525/1526v), que fossefirmado Compromisso deAjustamento de Conduta(fls.1519) com o objetivo dedar prosseguimento à obra, nascondições em que seencontrava, de forma contráriaà prevista na legislação acercado tema, permitindo quefossem efetuados serviços pelacontratada sem a devidaautorização formal daadministração, uma vez que aprópria empresa já haviaproposto a realização de termoaditivo, além de suspender oprocesso apuratório que haviasido instaurado para avaliar aconduta da contratada no quediz respeito aos atrasos nocronograma da obra, sem adevida conclusão dos fatos.

Caso a responsável tivessedeterminado, à época, aanálise da proposta de termoaditivo sugerido pelacontratada (fls. 1329), olevantamento das alteraçõesefetuadas no projeto e, porconseguinte, determinado suaadequação, se interessante àadministração, por meio daformalização de termo aditivo,não teria sido concluída aedificação de forma diferenteda prevista no contrato,gerando toda celeuma arespeito do recebimento deobjeto diferente do previstonos termos da avençacontratual.

A responsável deveria terefetuado medidas para quefossem avaliadas as alteraçõesrealizadas no projeto da obra,de forma a se efetuar oaditamento ao contrato, em vezde firmar documento semvalidade jurídica com acontratada, permitindo quefosse dado prosseguimento àrealização dos serviços ealterando a configuração daedificação, o que resultou naconclusão de objeto diferentedo projeto inicial da obra.

É razoável exigir da responsávelconduta diversa da que adotou,consideradas as circunstânciasque a cercavam, pois deveria aresponsável formalizar oaditamento do contrato tendocomo prioridade o interessepúblico.

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ANEXO III - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 3

Página 3 de 4

ACHADO RESPONSÁVELPERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Falta de realizaçãode Termo Aditivopara formalizaçãodas alteraçõesefetuadas nos itensdo projeto da obra,desrespeitando ostermos do art. 60,caput e parágrafoúnico, e art. 65,§8º, todos da Lein.º 8.666/93.

Helga TeixeiraPitthan Espíndola

(ex-Diretora-Geral)

CPF: .....................

02.05.2013a

01.12.2013(Diretora-

Geral)

Assinar, conformedeterminação da Ex.maDesembargadora Presidentedeste Tribunal Eleitoral, Letíciade Farias Sardas, registrada emata de reunião realizada no dia17/09/2013 (fls. 1525/1526v),Compromisso de Ajustamentode Conduta (fls.1519) com oobjetivo de dar prosseguimentoà obra, permitindo que fossemefetuados serviços pelacontratada sem a devidaautorização formal daadministração, uma vez que aprópria empresa já haviaproposto a realização de termoaditivo, além de suspender oprocesso apuratório que haviasido instaurado para avaliar aconduta da contratada no quediz respeito aos atrasos nocronograma da obra, sem adevida conclusão dos fatos.

A assinatura do termo foidecisiva para produzir asconseqüências constatadas,pois não teria sido concluída aedificação de forma diferenteda prevista no contrato, sem adevida documentação que aautorizasse, gerando todaceleuma a respeito dorecebimento de objetodiferente do previsto nostermos da avença contratual.

Muito embora tenha sidodeterminada pela Presidente aassinatura do referido Termo deCompromisso, a responsáveldeveria ter adotado medidas nointuito de alertar aadministração sobre oprocedimento correto, nostermos da Lei 8.666/93, paraque fossem formalizadas asalterações contratuais noprojeto da obra, em vez defirmar com a contratada termosem validade jurídica para oprosseguimento da obra comitens do projeto diferentes docontrato original.

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ANEXO III - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 3

Página 4 de 4

ACHADO RESPONSÁVELPERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Falta de realizaçãode Termo Aditivopara formalizaçãodas alteraçõesefetuadas nos itensdo projeto da obra,desrespeitando ostermos do art. 60,caput e parágrafoúnico, e art. 65,§8º, todos da Lein.º 8.666/93.

Souza e PeresComércio e

RepresentaçõesLtda.

(Contratada)

CNPJ: .....................

26/12/2012(Assinaturado Contrato)

Realizar os serviços deconstrução em desacordo como constante dos termos docontrato, bem como efetuaralterações em itens da planilhada obra, sem que para issotenha havido a anuência daadministração mediante aformalização de aditamento aocontrato original.

Caso a responsável tivesseexecutado os serviços da obraconforme consta no contrato,ou mesmo, aguardado opronunciamento técnico/legalda administração quanto àalteração dos itens da planilhada obra, não teria concluída aedificação de forma diferenteda constante nos termos daavença contratual.

Cabe destacar a manifestaçãoda Secretaria de ControleInterno, por meio do Parecern.º 28/2014 (fls. 1560/1569v),em que consta a informaçãode que alguns dos itens deserviço objeto da proposta deaditamento pela contratada játeriam sido executados, àépoca da solicitação, emquantitativos superiores aosinicialmente fixados naplanilha orçamentária,conforme análise dosdocumentos constantes da 3ªmedição, nos quais se verificaa execução a maior dediversos subitens de serviço.

Deveria a responsável teraguardado pronunciamento daadministração quanto à análiseda proposta de aditamentoencaminhada, em vez deefetuar alterações no projetosem a devida autorização legalpara tanto.

É razoável afirmar que erapossível ao responsável terconsciência da ilicitude do atoque praticara, pois a própriainiciativa de proposta deaditamento, constante das fls.1329 dos autos, demonstra oconhecimento a respeito dosritos legais para que sejamalterados os termos decontratos celebrados junto àadministração pública, portantonão deveria ter continuado aempreitada sem a devidaautorização, principalmentecom a substituição de itens daplanilha da obra sem a devidaanuência legal.

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ANEXO IV - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 4

Auditoria: Verificação da contratação relativa ao fornecimento de gêneros alimentícios preparados e realização de eventos

Protocolo: n.º 99.700/2011

ACHADO RESPONSÁVELPERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Lançamento doEdital de licitaçãocom cláusulasrestritivas àcompetição

Andrea de LucaBruno

(Assessora daPresidência

responsável peloCerimonial)

CPF: .....................

16/04/2012a

02/12/2013

Solicitar e aprovar alteraçãoem planilha de serviços paraincluir cláusulas restritivas àcompetitividade do certame(exigência de que a contratadafosse sediada ou possuísse filialna Capital, em Niterói ou emqualquer outra localidadepróxima o suficiente da sededo Tribunal e previsão deentrega dos gêneros no prazomáximo de 3 horas a contar dorecebimento do pedido),conforme demonstram amensagem eletrônica e aplanilha de serviços de fls.230/235 do protocolo nº99.700/2011.

As cláusulas restritivascontidas no Edital do PregãoPresencial por Registro dePreços nº 10/2012 (subitens3.1.1 do edital e 5.1, 5.2 e8.1.1 de seu anexo I – fls.292, 304v e 305 do protocolonº 99.700/2011) foramincluídas a partir dasalterações propostas eaprovadas pelo responsávelna planilha de serviços.

O responsável propôsalterações sem maioresjustificativas e sem preocupar-se com o impacto no resultadoda contratação.

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ANEXO IV - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 4

ACHADO RESPONSÁVELPERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Lançamento doEdital de licitaçãocom cláusulasrestritivas àcompetição

Flávia Santos DiasPaes Leme(Assessora

Jurídica)

CPF: .....................

19/09/2011a

18/11/2013

1) Opinar pelo prosseguimentode licitação com a inclusão decláusulas restritivas àcompetitividade (exigência deque a contratada fosse sediadaou possuísse filial na Capital,em Niterói ou em qualqueroutra localidade próxima osuficiente da sede do Tribunale previsão de entrega dosgêneros no prazo máximo de 3horas a contar do recebimentodo pedido), conformedemonstra o Parecer nº819/2012, fls. 258/259v doprotocolo nº 99.700/2011; e

2) atestar a validade jurídica doEdital do Pregão Presencial porRegistro de Preços nº 10/2012contendo as sobreditascláusulas restritivas (subitens3.1.1 do edital e 5.1, 5.2 e8.1.1 de seu anexo I - fls. 292,304v e 305 do protocolo nº99.700/2011), conformedemonstra o Parecer de fls.290v do protocolo nº99.700/2011.

As manifestações doresponsável ampararam osdespachos que determinarama instauração e oprosseguimento doprocedimento licitatório comcláusulas restritivas àcompetitividade do certame.

O responsável praticou condutairregular, uma vez que não seopôs às cláusulas restritivas àcompetitividade propostas pelosetor técnico e ainda ratificou ainclusão das mesmas no Editaldo Pregão Presencial porRegistro de Preços nº 10/2012,ao aprovar a respectiva minuta.

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ANEXO IV - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 4

ACHADO RESPONSÁVELPERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Lançamento doEdital de licitaçãocom cláusulasrestritivas àcompetição

Regina Célia M. S.Hickman Domenici

(Diretora-Geral)

CPF: .....................

23/03/2011a

02/05/2012

Determinar a instauração e oprosseguimento de licitaçãocontendo cláusulas restritivasà competitividade (exigênciade que a contratada fossesediada ou possuísse filial naCapital, em Niterói ou emqualquer outra localidadepróxima o suficiente da sededo Tribunal e previsão deentrega dos gêneros no prazomáximo de 3 horas a contardo recebimento do pedido),conforme demonstram osdespachos de fls. 259 e 290vdo protocolo nº 99.700/2011.

O lançamento do Edital doPregão Presencial porRegistro de Preços nº10/2012 contendo cláusulasrestritivas à competitividade(subitens 3.1.1 do edital e5.1, 5.2 e 8.1.1 de seu anexoI) decorreu diretamente dosatos decisórios praticadospelo responsável.

O responsável praticou condutairregular, ao determinar ainstauração e o prosseguimentode licitação que continhacláusulas restritivas. Suaatuação, contudo, amparou-seem manifestações daAssessoria Jurídica.

Utilização indevidade modalidade decontratação -dispensa delicitação com baseno art. 24, incisoV, da Lei nº8.666/93

Flávia Santos DiasPaes Leme(Assessora

Jurídica)

CPF: .....................

19/09/2011a

18/11/2013

Justificar a possibilidade dacontratação direta de formainsatisfatória, sem a devidademonstração do prejuízo quea realização de novo certamecausaria à Administração,conforme Parecer nº 914/2012(fls. 335/337 do protocolo nº99.700/2011).

As justificativas favoráveis àcontratação diretasubsidiaram o despacho quedeterminou a realização dacontratação direta indevida.

O responsável praticou condutairregular por ter justificadoinsatisfatoriamente acontratação direta e por não teropinado pela avaliação dosfatores que deram causa àlicitação deserta.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE CONTROLE INTERNO E AUDITORIA

ANEXO IV - MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO 4

ACHADO RESPONSÁVELPERÍODO DEEXERCÍCIO

CONDUTA NEXO DE CAUSALIDADECONSIDERAÇÕES SOBRE A

RESPONSABILIDADE DO AGENTE

Luiz Zveiter(Desembargador-

Presidente)

CPF: .....................

21/03/2011a

30/01/2013

Determinar a contrataçãodireta, sem que houvesse adevida demonstração doprejuízo que a realização denovo certame causaria àAdministração, conformedespacho de fl. 338 doprotocolo nº 99.700/2011.

A contratação direta indevidadecorreu diretamente do atodecisório praticado peloresponsável.

O responsável praticou condutairregular, amparado em parecerjurídico não razoável, quandodeveria ter determinado aprévia avaliação dos fatores quederam causa à licitação deserta.

Regina Célia M. S.Hickman Domenici

(Diretora-Geral)

CPF: .....................

23/03/2011a

02/05/2012

Declarar a dispensa delicitação, sem que houvesse adevida demonstração doprejuízo que a realização denovo certame causaria àAdministração, conformedespacho de fl. 509v doprotocolo nº 99.700/2011.

A contratação direta indevidadecorreu diretamente do atodecisório praticado peloresponsável.

O responsável praticou condutairregular, amparado em parecerjurídico não razoável e emdeterminação da Presidência doTribunal.

Utilização indevidade modalidade decontratação -dispensa delicitação com baseno art. 24, incisoV, da Lei nº8.666/93

Letícia de FariasSardas

(DesembargadoraPresidente em

exercício)

CPF: .....................

02/08/2012(exercícioeventual)

Ratificar a dispensa de licitaçãoe autorizar a contrataçãodireta, sem que houvesse adevida demonstração doprejuízo que a realização denovo certame causaria àAdministração, conformedecisão de fl. 509v doprotocolo nº 99.700/2011.

A contratação direta indevidadecorreu diretamente do atodecisório praticado peloresponsável (fl. 509v doprotocolo nº 99.700/2011).

O responsável praticou condutairregular, amparado em parecerjurídico não razoável.

TOTAL MEDIDO (A+B+C+D)

TOTAL MEDIDO PAGO (A+C)

TOTAL MEDIDONÃO PAGO (B+D)

17.038.418,36R$ 12.762.888,58R$ 4.275.529,78R$

R$ 291.555,86

R$ 559.871,42

R$ 851.427,28

MEDIÇÃOVALOR MEDIDO

PAGOVALOR MEDIDO

NÃO PAGODATA PAGAMENTO

A B1ª MEDIÇÃO 496.890,96 26/10/12 25/11/12 21/12/2012

2ª MEDIÇÃO 223.295,42 26/11/12 25/12/12 31/01/2013

3ª MEDIÇÃO 231.962,51 26/12/12 26/01/13 13/03/2013

4ª MEDIÇÃO 632.007,98 26/01/13 25/02/13 30/04/2013

5ª MEDIÇÃO 1.049.688,05 26/02/13 25/03/13 31/05/2013

6ª MEDIÇÃO 1.696.260,76 26/03/13 25/04/13 12/06/2013

7ª MEDIÇÃO 3.164.025,93 26/04/13 25/05/13 08/06/2013

8ª MEDIÇÃO 2.672.789,68 26/05/13 25/06/13 08/08/2013

9ª MEDIÇÃORETIFICADORA

485.216,08 26/06/13 25/07/13 13/09/2013

10ª MEDIÇÃO 668.173,48 26/07/13 25/08/13 04/10/2013

11ª MEDIÇÃO 291.555,86 26/08/13 25/09/13 07/11/2013

12ª MEDIÇÃO 217.291,69 26/09/13 25/10/13 NÃO PAGO

13ª MEDIÇÃO 1.617.663,01 26/11/13 25/12/13 NÃO PAGO

14ª MEDIÇÃO 1.040.324,03 26/12/13 25/01/14 NÃO PAGO

TOTAL 11.611.866,71R$ 2.875.278,73R$

TOTAL (A+B) 14.487.145,44R$

ALTERAÇÕES CONTRATUAIS

MEDIÇÃOVALOR MEDIDO

PAGOVALOR MEDIDO

NÃO PAGODATA

PAGAMENTO

C D1ª MEDIÇÃO

591.150,45 26/07/13 25/08/13 04/10/2013

2ª MEDIÇÃO 559.871,42 26/08/13 25/09/13 07/11/2013

3ª MEDIÇÃO 284.914,04 26/09/13 25/10/13 NÃO PAGO

4ª MEDIÇÃO (3.678,26) 26/11/13 25/12/13 NÃO PAGO

5ª MEDIÇÃO 35.859,23 26/12/13 25/01/14 NÃO PAGO

SUBTOTAL 1.151.021,87 317.095,01

1ª MEDIÇÃO 1.050.329,17 26/11/13 25/12/13 NÃO PAGO

2ª MEDIÇÃO 32.826,87 26/12/13 25/01/14 NÃO PAGO

SUBTOTAL - 1.083.156,04

TOTAL 1.151.021,87R$ 1.400.251,05R$

TOTAL (C+D) 2.551.272,92

ANEXO V - RELAÇÃO DE MEDIÇÕES E PAGAMENTOS EFETUADOS NA CONSTRUÇÃO DA NOVA SEDE

TOTAL DAS MEDIÇÕES

PERÍODO MEDIÇÃO

PERÍODO MEDIÇÃO

MEDIÇÕES

MEDIÇÕES ALTERAÇÕES

Pagamento realizado após IPHAN -RJ solicitar paralização da obra através Oficio GAB/IPHAN-RJ 1.220/13

11ª MEDIÇÃO1ª ALTERAÇÃO 2ª MEDIÇÃO

PAGAMENTO APÓS SOLICITAÇÃO IPHAN

1ª A

LTER

AÇÃ

O2ª

ALT

ERA

ÇÃO