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PREVALÊNCIA DO USO DE DROGAS ENTRE ACADÊMICOS DA UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA / GRAVATAÍ SANDRA BRAGA DE MEDEIROS Autora Pedagoga, Especialista em Educação, Acadêmica de Psicologia, Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, Gravataí, Rio Grande do Sul. Ms. Cláudia Galvão Mazoni Orientadora Psicóloga, Mestre em Ciências da Saúde, Docente no curso de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, Gravataí, Rio Grande do Sul. Gravataí, RS Dezembro, 2011

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PREVALÊNCIA DO USO DE DROGAS ENTRE ACADÊMICOS DA UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA / GRAVATAÍ

SANDRA BRAGA DE MEDEIROS Autora

Pedagoga, Especialista em Educação, Acadêmica de Psicologia, Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, Gravataí, Rio Grande do Sul.

Ms. Cláudia Galvão Mazoni Orientadora

Psicóloga, Mestre em Ciências da Saúde, Docente no curso de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, Gravataí, Rio Grande do Sul.

Gravataí, RS

Dezembro, 2011

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PREVALÊNCIA DO USO DE DROGAS ENTRE ACADÊMICOS DA UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA / GRAVATAÍ

Resumo

O estudo investigou o uso de álcool, tabaco e outras drogas por acadêmicos de uma

universidade particular do Sul do Brasil. A amostra foi composta por 560 estudantes, na faixa

etária entre 17 e 74 anos, das diferentes áreas acadêmicas. Foi usado o questionário da

Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD, 2010 e o ASSIST. Em relação ao

uso na vida, a substância mais utilizada foi o álcool, seguida de tabaco. A droga ilícita mais

“experimentada” foi a maconha. Quanto ao uso nos últimos 3 meses, a maconha, as

anfetaminas e a cocaína foram as mais utilizadas semanalmente. Observou-se que

independente da frequência do consumo, homens usam mais maconha e álcool do que

mulheres. Além disso, entre os universitários pesquisados, os principais motivos para o

consumo destas substâncias foram: por diversão ou prazer, curiosidade e alívio de tensão

psicológica. Estes resultados apontam a necessidade de prevenção ao uso de drogas no meio

acadêmico.

Palavras-chave: Prevalência, Uso de drogas, Universitários.

Abstract

This study investigated the use of alcohol, tobacco and other drugs by students of a

private university in southern Brazil. The sample consisted of 560 students, aged between 17

and74 years, from different academic areas. We used the questionnaire of the National

Secretariat of Policies on Drugs -SENAD, 2010 and ASSIST. Regarding the use in life, the

most commonly used substance was alcohol, followed by tobacco. The illicit drug most

"experienced" was marijuana. As for the use in the last 3 months, marijuana, amphetamines

and cocaine were the most used weekly. It was observed that regardless of the frequency of

use, men use more marijuana and alcohol than women. Moreover, among the college students

surveyed, the main reasons for the use of these substances were for fun or pleasure, curiosity

and relief of psychological stress. These results indicate the need for prevention of drug use in

academia.

Keywords: Prevalence,Drug Use, University.

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Introdução

O consumo de drogas no meio acadêmico é uma realidade (ANDRADE. (b), 1997;

KERR-CORRÊA, ANDRADE, BASSIT & BOCCUTO, 1999; PILLON &CORRADI -

WEBSTER, 2006; TOCKUS & GONÇALVES, 2008; TAVARES, BÉRIA & LIMA, 2001)

presente em muitas instituições.

Estudos apontam que é alta a prevalência do uso de drogas entre estudantes

universitários (DANIEL, FREITAS, ROBAINA, SILVA, BARRETO & FELIZARDO, 2001;

WAGNER E ANDRADE, 2008; ANDRADE, DUARTE E OLIVEIRA, 2010; CHIAPETTI E

SERBENA, 2007; LEMOS, 2006; TOCKUS E GONÇALVES, 2008). Além disso, trata-se de

temática relevante, visto que além de problemas sociais, psíquicos e biológicos, os alunos que

utilizam drogas lícitas ou ilícitas apresentam algumas dificuldades como atrasos constantes,

falta de atenção, e excesso de sono, entre outros (MATOS E SOUZA, LANDIM,

PERDIGÃO, MORAIS & CARNEIRO FILHO, 1997; PILLON & CORRADI-WEBSTER,

2006).

Assim, levantar dados sobre prevalência do uso de drogas, estimar número de

dependentes, identificar a percepção sobre conhecimento e avaliação de risco do uso de

substâncias psicoativas bem como investigar motivos para experimentação entre

universitários da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, subsidiar o planejamento de

programas efetivos de capacitação para professores e funcionários, bem como implementar

um Programa Permanente de Prevenção ao Uso de Drogas.

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Justificativa

O uso de drogas constitui um importante problema de saúde pública. Em instituições

educacionais, constata-se o uso de substâncias psicoativas desde o início dos anos escolares.

Estudos apontam alta prevalência de uso de drogas entre universitários, porém, ainda há

necessidade de novas pesquisas nesta população, que identifiquem o perfil frente ao uso de

substâncias, as implicações do uso sobre a saúde e desempenho, bem como, a relação do uso

de drogas frente à realidade em que vivem e que promove diferentes comportamentos

(ANDRADE, 2008, 2010; DANIEL ET AL., 2001; SÁNCHEZ & FERRIANI, 2004).

Sendo assim é relevante identificar e reconhecer a realidade do uso ou não de drogas

entre os acadêmicos da ULBRA Gravataí, a fim de, se necessário planejar ações relacionadas

à prevenção primária e secundária que venham ao encontro das necessidades dos acadêmicos

desta Instituição visando diminuir consumo ou sanar possíveis fatores de risco.

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Problema de Pesquisa

Qual a prevalência do uso de drogas entre acadêmicos da ULBRA Gravataí?

Objetivos

Objetivo Geral

Realizar um levantamento sobre prevalência do uso de drogas psicotrópicas entre

universitários da ULBRA/Gravataí.

Objetivos Específicos

Estimar o número de universitários dependentes de álcool e outras drogas;

Identificar a percepção dos universitários sobre conhecimento e avaliação de risco do

uso de substâncias psicoativas;

Investigar motivos para experimentação de substâncias psicoativas;

Verificar necessidade de implantação de programas de prevenção na unidade

investigada.

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Métodos

Delineamento do Estudo

Foi realizado um estudo epidemiológico do tipo transversal, o qual permitiu a

investigação da presença ou ausência de características a respeito do uso de drogas, entre a

população de universitários (GOLDIM, 2000).

População

A população do estudo incluiu os universitários matriculados na ULBRA/Gravataí no

semestre 2011/2.

Participantes

Universitários que aceitaram participar do estudo através da assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 1) e preencheram completamente os

questionários.

Amostragem e Tamanho da Amostra

A amostragem foi casual e estratificada por meio de uma partilha proporcional de

estudantes nas áreas das ciências exatas, ciências biológicas, ciências da saúde, ciências

sociais e aplicadas e ciências humanas, considerando os 3.612 alunos matriculados nos cursos

de graduação. Embora o tamanho amostral mínimo requerido tenha sido de 204,8 casos (≈205

casos) optou-se por 560 considerando-se poder = 95% e alpha = 0,05 para compensar

possíveis perdas e recusas e para possibilitar a realização de análises multivariadas.

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Instrumentos Utilizados

Utilizou-se um questionário padronizado, de autopreenchimento, anônimo. O

questionário foi composto por vinte e sete questões objetivas baseadas no modelo proposto no

I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários

das 27 Capitais Brasileiras (SENAD, 2010). O questionário incluiu perguntas relativas a perfil

e qualidade de vida dos acadêmicos, atitudes dos estudantes frente ao uso experimental e

regular de substâncias psicoativas, comportamentos de risco e dados sócios demográficos

(Anexo 2);Também foi utilizado o Alcohol Smoking and Substance Involvement Screening

Test – ASSIST – Teste para triagem do envolvimento com fumo, álcool e outras drogas da

Organização Mundial de Saúde – OMS (HENRIQUE, 2004) (Anexo 3).

Implementação do Estudo

Equipes de Pesquisa

Foi organizada uma equipe composta por universitários do 7º e 8º semestres do curso de

psicologia para atuarem fazendo a coleta de dados na Instituição, sendo estes previamente

selecionados e treinados pela autora do estudo e sua coordenadora. O treinamento, com carga

horária de 16 horas, visou a padronização dos procedimentos para a coleta de dados,

envolvendo a apresentação do objetivo do estudo, metodologia, instrumentos utilizados,

conduta do entrevistador dentro da sala de aula, aplicação distribuição e recolhimento do

instrumento de pesquisa, e foi supervisionado pelas autoras do estudo.

Procedimento de Coleta de Dados

Após explicação dos objetivos da pesquisa e das garantias previstas através do Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido, a aplicação do questionário foi realizada em sala de

aula, coletivamente, sem a presença do professor, com os universitários que espontaneamente

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concordaram em participar. Foram disponibilizadas duas urnas onde os participantes

depositavam separadamente em uma delas os instrumentos de pesquisa e na outra o TCLE,

como alternativa de garantir o anonimato, embora nos aspectos descritivos da amostra não

tenha sido solicitada identificação dos participantes. O tempo médio previsto para o

preenchimento do instrumento de pesquisa foi de 40 minutos.

Procedimento de Análise de Dados

Para a análise dos dados, utilizou-se o software Statistical Package for the Social

Sciences – SPSS, versão 17.0para Windows. Foram utilizadas estatísticas descritivas, tais

como médias, desvios-padrão e frequências, além de estatísticas inferenciais, como correlação

de Pearson, teste t, ANOVA, testes de comparação de proporções e análise de regressão

múltipla. O nível alpha foi definido como 5%.

Aspectos Éticos

O projeto submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos

da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, em 25 de agosto de 2011, protocolo nº 2011-

308H, contemplou os direitos assegurados aos participantes sendo-lhes esclarecido que as

informações fornecidas poderiam ser utilizadas como dados de pesquisa, sem a divulgação de

dados individuais, garantidos pelo anonimato, e que a participação no estudo não lhes

acarretaria nenhum risco, desconforto ou prejuízo.

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Apresentação dos Resultados

A idade dos participantes variou entre 17 e 74 anos (M = 31,16; DP = 11,10), onde (n =

197), estavam na faixa etária entre 17 e 24 anos), (n = 174) entre 25 e 34 anos e (n = 168)

acima de 35 anos. Em relação ao sexo, 66,5% eram mulheres e 33,5% homens. Quanto ao

estado civil, 49,9% informaram estarem solteiros ou namorando, e 43,3% casados ou

morando junto.

Ao avaliar o conhecimento sobre as drogas 89,5% gostariam que a Universidade

oferecesse um serviço de orientação sobre álcool e outras drogas, embora quase metade dos

universitários pesquisados (46,6%) considera-se bem informados sobre a temática em

questão.

A maior parte dos universitários investigados foi da área das ciências sociais aplicadas

(43%), que abrange os cursos de administração, direito e serviço social, e da área das ciências

humanas (30%) através dos cursos de educação, história, letras e psicologia. Também

participaram do estudo, universitários da área da saúde (17%), matriculados nos cursos de

educação física e enfermagem, e das ciências exatas (7%) nos cursos de ciência da

computação e matemática. As ciências biológicas (3%) foram representadas pelo curso de

biologia geral. Não houve associação estatisticamente significativa entre as diferentes áreas

acadêmicas e o uso de substâncias lícitas, χ² = 6,04, df = 4, p = 0,196. De forma semelhante,

também não houve associação significativa entre a área acadêmica e o uso de substâncias

lícitas, χ² = 7,25, gl = 4, p = 0,123. Com relação a uso pelo menos uma vez na vida de alguma

substância psicoativa, 67,3% relataram já ter consumido álcool, 31,8% tabaco, 16,6%

maconha e 9,3% anfetaminas ou ecstasy. (Tabela 1).

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Tabela 1. Relato de Uso de Substâncias na Vida por Área Acadêmica Substância

Ciências exatas e da

terra (n = 40)

Ciências biológicas (n = 20)

Ciências da saúde

(n = 95)

Ciências sociais e aplicadas (n = 239)

Ciências humanas (n = 166)

Amostra total

n % N % n % n % n % n % Tabaco 10 25 4 20 34 35,8 86 36 44 26,5 178 31,8 Álcool 32 80 13 65 71 74,7 157 65,7 104 62,7 377 67,3 Maconha 4 10 4 20 17 17,9 42 17,6 26 15,7 93 16,6 Cocaína ou crack 2 5 1 5 7 7,4 18 9,6 4 2,4 32 5,7 Anfetamina ou ecstasy

3 7,5 1 5 8 8,4 26 10,9 14 9,8 52 9,3

Inalantes 2 5 0 0 7 7,4 15 6,3 5 3 29 5,2 Hipnóticos ou sedativos

2 5 2 10 6 6,3 20 8,4 6 3,6 36 6,4

Alucinógenos 2 5 1 5 4 4,2 14 5,9 5 3 26 4,6 Opióides 1 2,5 0 0 2 2,1 6 2,5 1 0,6 10 1,8 Outras drogas 2 5 0 0 2 2,1 7 2,9 1 0,6 12 2,1 Total de usuários de drogas lícitas

34 85 15 75 79 83,2 189 79,1 120 72,3 437 78

Total de usuários de drogas ilícitas

9 22,5 7 35 37 38,9 100 41,8 55 33,1 208 37,1

Nos últimos 3 meses , quando avaliado o uso de drogas lícitas, verificou-se que houve

um maior uso semanal de álcool (21,04%) e tabaco (2,5%). Quanto ao uso semanal de drogas

ilícitas, a substância mais usada foi a maconha (0,5%), anfetaminas (0,5%) e cocaína (0,5%).

Ao avaliar o consumo diário, a substância mais utilizada foi o tabaco (9,2%), o álcool (1,6%),

e as anfetaminas (0,5%). Comparando-se os sexos houve diferenças no uso no mês para

maconha que foi maior para os homens (4,2%) em relação às mulheres (0,8%). Também foi

maior o consumo diário de álcool entre os homens (3,2%), comparados às mulheres (0,7%)

assim como o uso semanal desta mesma substância que entre os homens foi de (24,8%) e de

(19,3%) entre as mulheres (Tabela 2).

Tabela 2. Uso de Substâncias nos Últimos Três Meses Substância

Total* Homens* Mulheres*

P N % n % N % Tabaco

Não fez uso 312 77,2 116 80 194 75,5 0,301 1 ou 2 vezes 35 8,7 13 9 22 8,6 0,890 Mensalmente 10 2,5 2 1,4 8 3,1 0,284 Semanalmente 10 2,5 2 1,4 8 3,1 0,284 Diariamente ou quase todos os dias 37 9,2 12 8,3 25 9,7 0,629 Total 404 100 145 100 257 100 -

Álcool Não fez uso 127 28,6 40 25,5 86 30,2 0,295 1 ou 2 vezes 147 33,1 54 34,4 93 32,6 0,706 Mensalmente 68 15,3 19 12,1 49 17,2 0,156 Semanalmente 95 21,4 39 24,8 55 19,3 0,173

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Diariamente ou quase todos os dias 7 1,6 5 3,2 2 0,7 0,045 Total 444 100 157 100 285 100 -

Maconha Não fez uso 375 97,2 129 89,6 223 92,1 0,390 1 ou 2 vezes 6 1,6 7 4,9 13 5,4 0,827 Mensalmente 3 0,8 6 4,2 2 0,8 0,026 Semanalmente 2 0,5 2 1,4 4 1,7 0,839 Diariamente ou quase todos os dias 0 0 0 0 0 0 1,000 Total 386 100 144 100 242 100 -

Cocaína/crack Não fez uso 375 97,2 137 96,5 237 97,9 0,387 1 ou 2 vezes 6 1,6 3 2,1 3 1,2 0,505 Mensalmente 3 0,8 2 1,4 1 0,4 0,285 Semanalmente 2 0,5 0 0 1 0,4 0,443 Diariamente ou quase todos os dias 0 0 0 0 0 0 1,000 Total 386 100 142 100 242 100 -

Anfetamina Não fez uso 371 95,4 140 98,6 230 93,9 0,295 1 ou 2 vezes 10 2,6 2 1,4 8 3,3 0,267 Mensalmente 4 1 0 0 3 1,2 0,186 Semanalmente 2 0,5 0 0 2 0,8 0,280 Diariamente ou quase todos os dias 2 0,5 0 0 2 0,8 0,280 Total 389 100 142 100 245 100 -

A estimativa do padrão de uso nocivo ou dependência das substâncias psicoativas

pesquisadas foi avaliada por meio dos critérios do Alchohol Smoking and Substance

Involvement Screening Test - ASSIST. Uma parcela de universitários preencheu os critérios

para um uso de risco e para o desenvolvimento de dependência de substâncias psicoativas,

com necessidade de intervenção breve, tanto para drogas lícitas quanto para as ilícitas. Foi

apontada necessidade de intervenção breve para 19,2% de tabagistas, 12,8% de usuários de

álcool, 7,6% para usuários de maconha, 3,2% para usuários de anfetaminas e 3% para

usuários de cocaína-crack. A necessidade de intervenção para maconha foi maior para homens

do que para mulheres (p=0,048) (Tabela 3).

Tabela 3. Prevalência das Categorias de Severidade de Uso de Substâncias Definidas pelo ASSIST Substância

Total* Homens* Mulheres*

P N % n % N % Tabaco

Sem necessidade de intervenção 334 78,2 115 76,2 217 79,2 0,468 Necessidade de intervenção breve 82 19,2 35 23,2 47 17,2 0,132 Necessidade de intervenção intensiva 11 2,6 1 0,7 10 3,6 0,063 Total 427 100 151 100 274 100 -

Álcool Sem necessidade de intervenção 386 85,4 133 83,1 251 86,6 0,325 Necessidade de intervenção breve 58 12,8 24 15 34 11,7 0,321 Necessidade de intervenção intensiva 8 1,8 3 1,9 5 1,7 0,901 Total 452 100 160 100 290 100 -

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Maconha Sem necessidade de intervenção 377 92,2 133 89,3 243 94,2 0,071 Necessidade de intervenção breve 31 7,6 16 10,7 14 5,4 0,048 Necessidade de intervenção intensiva 1 0,2 0 0 1 0,4 0,447 Total 409 100 149 100 258 100 -

Cocaína/crack Sem necessidade de intervenção 390 96,8 139 95,2 250 98 0,109 Necessidade de intervenção breve 12 3 7 4,8 4 1,6 0,057 Necessidade de intervenção intensiva 1 0,2 0 0 1 0,4 0,449 Total 403 100 146 100 255 100 -

Anfetamina Sem necessidade de intervenção 393 96,8 144 98,6 247 95,7 0,113 Necessidade de intervenção breve 12 3,2 2 1,4 11 4,3 0,113 Necessidade de intervenção intensiva 0 0 0 0 0 0 1,000 Total 406 100 146 100 258 100 -

Nota. *Casos válidos.

Em relação aos universitários que fizeram uso de algum tipo de droga, os principais

motivos declarados para experimentação foram por diversão ou prazer (10,2%), curiosidade

(3,2%) e alívio de tensão psicológica (1,1%). Observou-se que homens utilizam mais drogas

por diversão ou prazer (14%) se comparados às mulheres (8,1%) sendo (p=0,027) (Tabela 4).

Tabela 4 . Motivos Declarados para Experimentação de Drogas Motivo

Total (n = 560) Homens* (n = 186)

Mulheres* (n = 369)

P

N % n % N % Nunca experimentou 430 76,8 138 74,2 290 78,6 0,244 Não soube dizer 9 1,6 3 1,6 6 1,6 0,991 Para se relacionar com as pessoas 3 0,5 1 0,5 2 0,5 0,995 Por diversão ou prazer 57 10,2 26 14 30 8,1 0,027 Porque os amigos ou a namorada usam 2 0,4 1 0,5 1 0,3 0,621 Por curiosidade 18 3,2 6 3,2 12 3,3 0,987 Para alívio de tensão psicológica 6 1,1 1 0,5 5 1,4 0,379 Para alívio de cansaço, frio, dor ou fome 2 0,4 0 0 2 0,5 0,311 Para aumentar desempenho cognitivo 2 0,4 0 0 2 0,5 0,311 Outros 4 0,7 0 0 4 1,1 0,154 Diversos 27 4,8 10 5,4 15 4,1 0,482

Quanto a percepção de risco do uso de substâncias, mulheres julgaram ter mais risco

tanto beber 5 drinks semanalmente (3,62% sendo p = 0,002) quanto beber diariamente

(3,92%) que homens, bem como, as mulheres também julgaram risco maior tanto no uso de

maconha uma ou duas vezes na semana (3,26% sendo p = 0,011) em relação aos homens. O

mesmo aconteceu em relação a uso de crack (4%, sendo p = 0,040), LSD (3,97%) e ecstasy

(3,96%) diariamente onde as mulheres julgaram ter um maior risco (Tabela 5).

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Tabela 5. Avaliação de Risco do Uso de Substâncias Risco

Total (n = 560) Homens (n = 186) Mulheres (n = 369) p M DP M DP M DP

1 ou 2 cigarros por dia 3,12 0,82 3,18 0,87 3,10 0,80 0,339 1 ou 2 drinks por semana 2,40 0,93 2,35 0,96 2,42 0,91 0,461 3 ou 4 drinks por semana 3,07 0,87 2,98 0,95 3,12 0,83 0,096 5drinks por semana 3,53 0,78 3,37 0,92 3,62 0,66 0,002 Beber diariamente 3,88 0,46 3,80 0,62 3,92 0,66 0,014 Solventes 1 ou 2 vezes na vida 3,18 1,03 3,08 1,15 3,23 0,96 0,161 Solventes 1 ou 2 vezes na semana 3,65 0,61 3,60 0,71 3,68 0,56 0,211 Solventes diariamente 3,91 0,43 3,90 0,48 3,91 0,40 0,736 Tranquilizantes 1 ou 2 vezes na vida

2,29 1,09 2,39 1,18 2,25 1,04 0,220

Tranquilizantes 1 ou 2 vezes na semana

3,04 0,82 3,12 0,83 3,01 0,82 0,144

Tranquilizantes diariamente 3,77 0,52 3,81 0,53 3,75 0,52 0,206 Anfetaminas 1 ou 2 vezes na vida 2,74 1,10 2,76 1,08 2,75 1,11 0,886 Anfetaminas 1 ou 2 vezes na semana

3,40 0,68 3,42 0,70 3,40 0,67 0,768

Anfetaminas diariamente 3,90 0,41 3,87 0,50 3,91 0,35 0,399 Maconha 1 ou 2 vezes na vida 2,43 1,20 2,34 1,23 2,50 1,19 0,169 Maconha 1 ou 2 vezes na semana 3,18 0,87 3,05 0,93 3,26 0,83 0,011 Maconha diariamente 3,76 0,57 3,71 0,66 3,79 0,51 0,167 Cocaína 1 ou 2 vezes na vida 3,03 1,05 2,91 1,13 3,09 1,00 0,072 Cocaína 1 ou 2 vezes na semana 3,71 0,52 3,67 0,60 3,74 0,47 0,200 Cocaína diariamente 3,96 0,29 3,94 0,40 3,97 0,20 0,289 Crack 1 ou 2 vezes na vida 3,55 0,83 3,56 0,89 3,54 0,79 0,847 Crack 1 ou 2 vezes na semana 3,86 0,44 3,86 0,51 3,86 0,40 0,920 Crack diariamente 3,97 0,28 3,92 0,47 4,00 0,05 0,040 LSD 1 ou 2 vezes na vida 3,19 1,02 3,12 1,11 3,23 0,97 0,248 LSD 1 ou 2 vezes na semana 3,73 0,54 3,71 0,61 3,74 0,50 0,612 LSD diariamente 3,94 0,32 3,89 0,51 3,97 0,16 0,034 Ecstasy 1 ou 2 vezes na vida 3,19 1,04 3,17 1,07 3,20 1,2 0,806 Ecstasy 1 ou 2 vezes na semana 3,72 0,56 3,72 0,65 3,72 0,51 0,991 Ecstasy diariamente 3,93 0,37 3,87 0,53 3,96 0,25 0,048 Remédio para emagrecer 1 ou 2 vezes na vida

2,29 1,12 2,34 1,18 2,28 1,10 0,570

Remédio para emagrecer 1 vez por mês

2,89 0,93 2,96 0,91 2,86 0,94 0,252

Remédio para emagrecer 1 ou 2 vezes na semana

3,45 0,70 3,51 0,68 3,42 0,70 0,181

Remédio para emagrecer diariamente

3,87 0,46 3,88 0,46 3,86 0,47 0,725

Na tabela 6, são apresentadas análises de regressão predizendo o relato do uso de cada

substância a partir das avaliações do Risco de Usar e do Interesse pelo Efeito da Substância.

Pode-se perceber que, exceto para o uso de sedativos, a percepção de risco esteve muito

pouco relacionada ao envolvimento dos participantes com a substância em questão, sendo a

expectativa em relação ao uso desta um preditor significativo para experimentação de todas as

substâncias, exceto hipnóticos e sedativos. Isso indica que as expectativas sobre os efeitos da

14

substância são melhores preditores da experimentação do que o conhecimento ou a avaliação

do risco da substância (Tabela 6).

Tabela 6. Análises de Regressão para Predizer Envolvimento com Substâncias a partir do Interesse em Experimentar e da Percepção do Risco de Usar (Betas) Preditores

ASSIST-tab

ASSIST-alc

ASSIST-mac

ASSIST-coc

ASSIST-anf

ASSIST-ina

ASSIST-hip/sed

Interesse (Betas) 0,52** 0,28** 0,52** 0,77** 0,33** 0,22** 0,04 Risco (Betas) -0,08 -0,09* -0,05 0,01 0,00 -0,17** -0,15** R² aj 0,28** 0,09** 0,29** 0,60** 0,10** 0,08** 0,02** Nota:ASSIST-tab = ASSIST-tabaco; ASSIST-alc = ASSIST-álcool; ASSIST-mac = ASSIST-maconha; ASSIST-coc = ASSIST-cocaína; ASSIST-anf = ASSIST-anfetamina; ASSIST-ina = ASSIST-inalantes; ASSIST-hip/sed = ASSIST-hipnóticos/sedativos. R² aj = R² ajustado. *p < 0,05 **p < 0,01

15

Discussão dos Resultados

A partir dos resultados obtidos na tabela 1, não se encontrou diferença estatística no

consumo de drogas entre as áreas acadêmicas investigadas, mas sim no tipo de drogas

consumidas pelos acadêmicos independente da área. Quanto ao consumo na vida, de

substâncias psicoativas, foram encontradas, a partir deste estudo, prevalências para uso de

álcool, tabaco, maconha, e anfetaminas/ecstasy semelhantes a outros estudos que estimaram

estas substâncias entre os universitários (ANDRADE, 1997; CHIAPETTI E SERBENA,

2007; PICOLOTTO 2007). Em pesquisas realizadas entre acadêmicos no estado de São

Paulo, o índice de alunos que consumiram algum tipo de substância na vida, foi muito

próximo do que foi encontrado por este estudo e as substâncias mais utilizadas também foram

as mesmas (ANDRADE, 1995; 1997; KERR-CORRÊA, 2001).

Com relação ao consumo na vida de drogas ilícitas, os achados apontam para 37,1%

de usuários, e quanto ao consumo de drogas lícitas a prevalência foi de 78%. Estudos que

envolveram 12.711 acadêmicos de instituições públicas e privadas apresentaram percentuais

de 48,7%, de universitários que declararam já terem consumido pelo menos uma vez na vida

alguma droga ilícita. Quanto ao uso na vida de drogas lícitas 86,2% consumiram bebidas

alcoólicas (ANDRADE, 2010) e 46,7% consumiram produtos de tabaco (NICASTRI, 2010).

Estes mesmos autores relataram que o uso de produtos de tabaco e de substâncias ilícitas foi

identificado com maior frequência entre universitários de instituições privadas da Região Sul.

Ao levantar dados sobre uso de substâncias lícitas nos últimos três meses, verificou-se

maior consumo para álcool (21,04%) e tabaco (2,5%). Para drogas ilícitas, a substância mais

usada foi a maconha (0,5%), seguida pelas anfetaminas (0,5%) e cocaína (0,5%). Quanto ao

uso diário a substância mais usada foi o tabaco (9,2%), depois o álcool (1,6%)e as

anfetaminas (0,5%).

16

Pesquisa realizada entre acadêmicos do curso medicina da UNESP apresentou índices

diários de uso de tabaco (2%) (KERR-CORRÊA, 1999), enquanto que outro estudo também

entre acadêmicos de medicina de uma universidade privada do Paraná envolvendo 209

sujeitos verificou que 10% fumam diariamente (TOCKUS E GONÇALVES, 2008). Desta

forma, foi possível compreender que há um consumo de produtos de tabaco bastante elevado

entre os universitários destas instituições, o que alerta para um possível aumento de doenças

cardiovasculares e diferentes formas de câncer, cuja causa pode estar relacionada ao uso desta

substância que vem ocorrendo de maneira rápida e crescente em países em desenvolvimento e

entre mulheres (HARRIS E ANTHENELLI, 2005).

Observou-se, neste estudo, que os homens consumiram mais substâncias lícitas e

ilícitas que as mulheres, assim como o observado por Andrade (2010), em que foi relatado

que homens consomem mais substâncias ilícitas na vida que as mulheres. No entanto esta

diferença não prevalece para as medidas de uso nos últimos 12 meses e nos últimos 30 dias.

Investigações de Nicastri, (2010) identificaram particularidades de consumo entre os sexos

sendo que os homens usam mais maconha, inalantes, cloridrato de cocaína, alucinógenos,

ecstasy e esteróides anabolizantes que as mulheres, para todas as medidas de uso. Já as

mulheres consomem mais anfetamínicos, tranquilizantes e analgésicos opióides que os

homens, para todas as medidas de uso. Embora o problema das drogas esteja mais presente

entre homens, as mulheres constituem um grupo crescente e um subgrupo vulnerável

(GALERA, 2005). Com relação ao consumo do álcool, essa diferença tem diminuído nos

últimos anos, muitas vezes, não existindo entre os jovens apesar da literatura apresentar que

mulheres bebem menos e desenvolvem menos transtornos relacionados ao uso de álcool que

os homens (KERR-CORREA, 2007; SCHULTE, 2009).

Baseado nestas diferentes pesquisas observa-se a necessidade de um programa de

prevenção nas Instituições de Ensino Superior - IES, tanto para drogas lícitas quanto para as

17

ilícitas, cujo foco seja o treinamento assertivo em combinação com habilidades para solução

de problemas e tomada de decisões frente ao uso das drogas (NICASTRI, 2010). Além disso,

a estimativa do padrão de uso nocivo ou dependência de substâncias psicoativas denuncia a

necessidade iminente de intervenção, em todas as instituições, incluindo esta Unidade do Sul

do Brasil.

Dados de um estudo realizado, em 1997, em outra Unidade desta mesma Instituição

havia indicado a execução de ações para o enfrentamento desta problemática. Nesta, os

resultados encontrados a partir de uma amostra de 877 acadêmicos, constataram que o uso na

vida das drogas psicotrópicas lícitas mais utilizadas, foram álcool (96,4%) e tabaco (60,8%).

Já a ilícita mais prevalente foi a maconha (35,4%) (DANIEL, 2001). Após 14 anos da

realização desse primeiro estudo, mesmo que em outra Unidade desta Instituição, as drogas

que tiveram uso na vida mais prevalente continuam sendo o álcool (67,3%), o tabaco (31,8%),

a maconha (16,6%)e agora observa-se a inclusão das anfetaminas e ecstasy (9,3%). Quando

comparadas, as pesquisas, em relação à evolução do consumo de drogas, pode-se observar

que, ao longo dos anos, os alunos da universidade diminuíram o consumo tanto das drogas

lícitas quanto da maconha, porém, observa-se o consumo de uma nova droga sintética o

ecstasy.

Neste estudo, os universitários pesquisados atribuem “diversão ou prazer” como

principal motivo para o uso de substância, seguido da “curiosidade e alívio da tensão

psicológica”. Estes motivos foram muito semelhantes àqueles encontrados por Lemos (2007)

onde a diversão foi apontada como a razão mais importante para o uso de substâncias

psicoativas, com 58,7% (n = 237) das respostas válidas para essa pergunta. Outros estudos

também relataram estes motivos como preditores ao uso de substâncias psicoativas (KERR-

CORRÊA, 1999; CHIAPETTI E SERBENA, 2007; RODRIGUEZ E SCHERER, 2008;

GARCÍA DEL CASTILLO E CORDEIRO, 2009).

18

Um estudo cujo objetivo foi identificar a prevalência de uso de drogas na USP em

2009 e compará-los aos dados obtidos entre os anos de 1996 e 2001 para compreender uma

possível evolução, apontou como motivo mais frequente para o uso de drogas a curiosidade

(51,9%) (WAGNER, 2010).

Relacionando a variável percepção de risco e sexo do participante encontrou-se

diferenças significativas para beber diariamente (p=0,014) e usar semanalmente álcool (p=

0,002) pela percepção das mulheres. Usar maconha 1 ou 2 vezes por semana foi percebido

como risco (p=0,011). O mesmo aconteceu com relação a uso de crack (4% sendo p = 0,040),

LSD (3,97%) e ecstasy (3,96%) diariamente. Apesar de o uso diário de álcool, de maconha e

de cocaína ser considerado um risco grave para a quase totalidade da população

independentemente do sexo, da faixa etária e da região brasileira (SENAD, 2001), observa-se

que conhecer os prejuízos e riscos não é um fator de proteção ao uso das substâncias

psicoativas, podendo as expectativas do resultado do uso destas se sobreporem, reforçando a

manutenção do comportamento dependente (PEDROSO, 2006). Os participantes avaliaram

o próprio conhecimento sobre substâncias psicoativas como “bem informado” (46,2% sendo

n=556), porém 89,5% manifestaram interesse na implantação de um serviço de orientação

sobre álcool e outras drogas nesta Universidade, o que confirma a necessidade a partir dos

dados apresentados. Assim desenvolver um programa de prevenção, orientação e/ou

assistência aos universitários no que se refere à temática em questão é importante para

minimizar os problemas decorrentes do uso do álcool, produtos de tabaco e outras drogas

(ANDRADE, 2010). Desta forma estaremos colaborando, em linhas gerais, no sentido de

promover uma maior compreensão a respeito do comprometimento físico e intelectual dos

usuários de drogas nestas instituições. Portanto a necessidade de prevenção do uso de drogas

é percebida pelos participantes do estudo e confirmada pelos dados apresentados.

19

Considerações Finais

Em todo o mundo, os problemas orgânicos psíquicos e sociais vêm ocorrendo

aceleradamente em função do consumo de substâncias psicoativas. Os resultados encontrados

neste estudo demostram que o consumo de substâncias psicoativas entre universitários é fator

preocupante no que diz respeito à saúde dessa população, uma vez que essas substâncias são

danosas ao organismo. Embora os universitários considerem-se informados a respeito dos

efeitos nocivos dessas substâncias os resultados indicam que existe o consumo independente

do conhecimento e da percepção do risco.

Desta forma, é fundamental voltar à atenção para esta população investindo em novas

pesquisas que visem traçar o perfil frente ao consumo de substâncias psicoativas e as

implicações do uso sobre a saúde e o desempenho acadêmico. Enfim, acredita-se que os dados

apresentados possam contribuir para uma melhor compreensão da temática seja no que diz

respeito às substâncias mais consumidas, padrões de uso nocivo ou dependência, para que

possamos planejar e implementar programas de prevenção primária e secundária em

instituições de ensino superior. Acredita-se, com isso, que a informação seja o primeiro

movimento para a promoção em saúde no contexto da comunidade acadêmica. Além disso,

não podemos esquecer o papel das universidades como sendo centros geradores de

conhecimento e formação de líderes que gerem mudanças para o bem de toda a sociedade.

20

Limitações do estudo

Algumas limitações poderiam ser mencionadas na realização desse trabalho. Esse

estudo não é longitudinal, mas a entrevista através dos diferentes anos dos cursos de

graduação torna-se uma alternativa viável de avaliação do consumo de drogas no decorrer da

vida acadêmica. Apesar da garantia do anonimato pela não identificação do acadêmico e da

devolução do questionário em uma urna, é possível que algumas informações tenham sido

sonegadas. Além disso, o fato de terem sido utilizados apenas instrumentos de autorrelato, o

que pode ocasionar imprecisões nas informações relatadas sobre hábitos de uso das

substâncias.

21

Referências

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