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Janelas PIB Dossiê sobre o projeto das janelas da Primeira Igreja Batista de Curitiba produzido pela área de comunicação.

PRÉVIA de relatório em construção JanelasPIB

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Janelas PIB Dossiê sobre o projeto das janelas da Primeira Igreja Batista de Curitiba produzido pela área de comunicação.

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Propriedades acústicas, térmicas e estéticas. As janelas do Templo da Primeira Igreja Batista de Curitiba são um dos grande desafios dessa obra.

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Originalmente pensadas como grandes janelas de esquadrias e formatos simples, com a mesma paginação aplicada em ambientes como a Capela, entrada do ginásio ou recepção.

Porém pela dinâmica da igreja e para atender as normas acústicas impostas por exigências municipais, bem como para o melhor conforto dos membros, as janelas precisam responder por critérios acústicos e térmicos.

Além dessas vocações, se esperava também que as janelas fossem representações de grandes vitrais, que embelezariam grandemente a obra.

O desafio seria encontrar tecnologia que atendesse a essas três expectativas.

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Nos aspectos de acústica e controle de temperatura, apesar de temas técnicos são relativamente mais comuns com soluções já conhecidas na indústria do vidro. Em pesquisas e negociações, a melhor proposta encontrada foi o sistema Estructural Glazing é um tipo de fachada cortina em que o vidro é colado nos perfis dos quadros de alumínio, ficando a estrutura oculta, na face interna, deixando as fachadas mais leves e limpas. Oferece também melhor desempenho térmico e acústico. A solução, representada por um protótipo reduzido abaixo, é um ‘sanduíche de 2 lâminas de vidro, uma câmara de gás argônio e mais 3 lâminas de vidro, tudo encapsulado e fixado nas esquadrias.

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O Estructural Glazing atende dois critérios, mas e o vitral?

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Com a contratação da RISSI Esquadrias e Vidraçaria Ltda, encontrava-se a reposta para manter a questão acústica dentro dos 85db exigidos pela Prefeitura Municipal de Curitiba bem como a proteção térmica, função do gás argônio, que também responde por outros fatores como evitar condensação ou umidade.

Porém havia a expectativa da liderança bem como dos membros mais antigos da igreja, que participaram do projeto inicial, com uma preocupação estética em se representar vitrais nessas janelas.

Os vitral é um tipo de vidraça composta por pedaços de vidros coloridos, fixados em estruturas de chumbo, que geralmente representam cenas ou personagens. Lâminas não muito espessas amplamente utilizados na ornamentação de igrejas e catedrais, uma vez sob o efeito da luz do Sol que por eles penetravam, conferem uma maior imponência e espiritualidade ao ambiente, efeito reforçado pelas imagens retratadas, em sua maioria cenas religiosas. No caso abaixo, foto do vitral do Mercado Municipal de São Paulo no caminho para visita técnica da equipe da igreja a feira ForMóbile 2012, em que estava exposta a máquina para impressão em vidro, apresentada mais a frente.

A visita serviu para constatar a impossibilidade de outra expectativa: de que fosse possível se enxergar as imagens pelo lado de fora, durante o dia. Tecnicamente inviável pois a iluminação pelo lado de dentro teria que superar em demasia a iluminação natural exterior. Como se pode observar em qualquer estrutura com vitral, a visualização pelo lado de fora é bastante discreta, apenas a noite, ou quando a própria luz natural incide por dentro da estrutura como na estufa do Jardim Botânico de Toluca – México.

Igreja de Santa Efigênia. Não se percebe as imagens do seu vitral principal pelo lado de fora em plena luz do dia.

Santuário do Caraça em MG viso a noite pelo lado de fora com iluminação fria por dentro.

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Para uma assessoria profissional na questão das janelas, foi contratado a consultoria da mestre e doutora em vitrais Loire Nissen. Através delas as soluções térmicas e acústicas também foram discutidas mas ainda assim faltava associar a expectativa das artes em estilo vitral nas janelas.

Após pesquisas, a melhor solução encontrada foi a impressão com nanopigmentação diretamente sobre o vidro. Uma máquina para impressão em grande formato que utiliza uma tinta especial com partículas extremamente pequenas e finas que impregnam ao vidro. Com laudos técnicos que certificam a durabilidade da solução, passamos ao processo de criação das artes que seriam então impressas no Glazing. Como conclusão, na verdade não são vitrais, mas sim impressões digitais nas lâminas internas de vidro que irão simular grandes vitrais.

Entretanto para a criação das artes, a consultora Loire esclareceu importantes pontos como por exemplo o vetor na composição da obra. Esta característica se representa por elementos, formas ou cores que dão uniformidade ao contexto, que ‘conectam’ as janelas umas as outras, como o draft (rascunho) ilustra abaixo.

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Uma das grandes vantagens dessa técnica é o fato da manutenção quase inexistente. Diferente dos vitrais, que em 4 ou 5 décadas precisa ser quase refeito pois as linhas de chumbo (estruturas que prendem os pedaços de vidro) tendem a ceder ou deformar.

Mas um outro fator poderia interferir na visualização das artes impressas: as esquadrias das janelas mostradas mais a frente.

As janelas tem cerca de quatro metros de largura e variam entre 5 a 25 metros de altura! São 19 janelas ao todo sendo que a maioria estão nos panos (fachada, lateral) da Av Batel e da Av Visconde de Guarapuava.

Para convenção entre o corpo de engenharia, comunicação/design e fornecedores elas foram assim atribuídas:

Sem esquecer da janela significativa que fica atrás do batistério, número 19, no pano da Rua Bento Viana. Essas janelas são compostas por grandes placas/sanduíches de vidro com aproximadamente 2x2m e meia tonelada cada!

A visualização pelo lado de fora de um vitral é bastante discreta. Ela só é perceptível a noite ou quando a própria luz natural incide por dentro da estrutura como na estufa do Jardim Botânico de Toluca – México.

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Um fator evidente nos vitrais tradicionais é o forte vínculo com a cultura e fé católica. Como se trata de uma igreja protestante, batista, alguns elementos precisam ser respeitados para que não haja conflito na linguagem. Por exemplo, nas diretrizes de criação deveria se evitar a representação de rostos ou figuras humanas em destaque. Tal proposta poderia incutir numa alusão aos santos da fé católica.

Os tema principal seria então cenas bíblicas. Milagres, cenas de Jesus, símbolos cristãos. O mais interessante seriam cenas clássicas de Jesus e seus milagres ou passagens. Evangelho de João, ou demais evangelhos do Novo Testamento serviriam de fonte para as criações. Haveria também, em função da tecnologia de impressão digital, liberdade de cores e formas. As ‘linhas de chumbo’ poderiam ser simuladas e tratadas em diferentes espessuras.

Por esses e outros motivos que a equipe de criadores deveriam ser cristãos, preferencialmente relacionados com a igreja, que já vivessem experiências com Deus em suas vidas e que através dos seus talentos pudessem traduzir em artes os ensinos e milagres de Jesus.

O briefing foi lançado então para uma equipe de criadores cristãos: designers, ilustradores, arte-finalistas, profissionais que compartilharam ideias e conceitos.

Puxando o projeto nas primeiras propostas, o ilustrador e formado em Belas Artes, José Fernandes, apresentou diversas cenas em atendimento ao desafio. Era o início de um processo ainda em construção que envolveriam diversas etapas e profissionais.

Num processo ainda muito recente na arquitetura moderna, a representação dos vitrais se dará através da impressão direta sobre o vidro. Uma tinta com pigmentos extremamente pequenos que aderem quase a nível molecular na estrutura do vidro. Como parte do processo de criação e confecção dos vitrais. A arte finalizada precisa ainda ser recriada por uma equipe especializada na Itália, que irá utilizar um software específico para montar as imagens e manda-las para impressão.

Em resumo, após a criação da cena base, o próximo passo é a vitralização: definição das texturas nas cores, simulando pinceladas artísticas, segmentação das artes – ‘quebrar’ a imagem em pequenos pedaços de vidros, e as linhas de chumbo que dividem os vidros

Como no exemplo ao lado, as texturas das pinceladas, a sensação tridimensional das linhas de chumbo douradas são simulações via software impressas no vidro.

A equipe do fornecedor tem recursos e contatos com a Escola Européia de Design, banco de dados com milhares de vitrais, sendo aguardado inclusive uma proposta de vitralização das cenas entregues em branco. Proposta concorrente para comparação com a sugerida pela equipe da igreja.

Briefing de criação das janelas: Cenas bíblicas

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Como em qualquer processo de criação artístico há muito esforço, construção e desconstrução, propostas e ideias recusadas, diferentes caminhos até se chegar ao ideal.

Entre as dificuldades mencionadas, em função das grandes medidas das janelas, as esquadrias de sustentação precisam ser consideradas para evitar interferências desagradáveis na imagem.

A paginação das janelas segue uma divisão aproximada de placas com quase 2x1,6m.

A última etapa ainda será um ajuste fino entre as artes e os tamanhos reais construídos das janelas pois as mesmas variam bastante em função do que foi efetivamente construído. Outro detalhe sobre a execução é a iluminação interior que precisa prestigiar toda a extensão das janelas uniformemente para que as artes apareçam adequadamente do lado de fora. Um fator complicador também são os banners acústicos que vão por dentro do templo, escondendo as janelas, evitando o excesso de luminosidade e também como complemento e função acústica.

A ideia de operação por enquanto é que as janelas fiquem visíveis durante o dia pelo lado de dentro, e a

noite, pelo lado de fora, com as luzes internas acesas e com os banners recolhidos. Durante os cultos e eventos eles seriam baixados mas as janelas precisariam continuar visíveis pelo lado externo durante a noite. Este é um exemplo dos banners acústicos automatizados que estariam pendurados nas frentes das janelas.

Em função dessa demanda, haverá ainda a necessidade de um estudo luminotécnico para que as luzes internas, próximas as paredes laterais do templo permaneçam acesas durante as noites, até certo horário, para visualização dos vitrais. Da mesma forma um estudo de posicionamento de lâmpadas com os banners abaixados.

Quanto a criação das cenas bíblicas, após discussões e reuniões, as primeiras propostas começaram surgir.

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Definiu-se como estilo de traço o europeu para servir como base de criação. A primeira vista, os primeiros traços podem remeter a ilustrações de material pedagógico bíblico. Seria ainda o traço base e não necessariamente a representação do resultado final, pois entre a cena desenha, colorização, simulação dos segmentos de vidros, espessuras das linhas de chumbo e texturas de pinceladas coloridas chegando no resultado final há uma grande diferença.

Por exemplo nas imagens abaixo mostram o traço preto e branco aprovado, estudo de colorização e início do processo de vitralização. Ficou faltando a definição das texturas (pinceladas coloridas) e valorização das linhas de chumbo.

Existe um processo complexo de criação entre a ilustração o processo final de vitralização.

E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa. E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento. Quando isto viu o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora. E respondendo, Jesus disse-lhe: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. E ele disse: Dize-a, Mestre. Um certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro cinqüenta. E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois, qual deles o amará mais? E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E ele lhe disse: Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e mos enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama. E disse-lhe a ela: Os teus pecados te são perdoados. E os que estavam à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este, que até perdoa pecados? E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz. Lucas 7:36-50

Como referência, seguem alguns estilos de traços. Diferente de técnicas que na verdade compõem um conjunto de maneiras de trabalhar a ilustração como por exemplo a técnica dos pontos de fuga para perspectiva. Logo os traços são resultantes de um conjunto de técnicas utilizadas em uma ilustração.

Desenho realista: traço que exige muita paciência e tempo.

Desenho americano(HQ): Requer conhecimento anatômico para exageros. Sombras fortes, ausência de degradês em traço, abuso de haxuras e prioridades prismáticas.

Desenho europeu: Práticas simplistas, traços firmes e poucos detalhes, adotada pela indústria de animação.

Desenho japonês: Traço mais suave, valorizando leveza e precisão. Ênfase anatômicas e texturas naturais.

Existem ainda traços como o Manhwa (coreano) e o Cartoon, traço de desenhos animados popularizados pelos personagens Tiny Toon.

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Para cada janela, várias cenas ou enquadramentos foram

produzidos. Nem todas foram selecionadas.

Mulher pecadora Lc7:36-50 O batismo

De Jesus Lc7:36-50

Água em vinho Lc7:36-50

Pesca maravilhosa Lc7:36-50

O Plano acima representa a definição parcial das janelas que formam a face do templo voltado para a Av Batel. Representam ainda o processo de construção com desenho e sugestão de colorização. Percebe-se ainda a falta de um vetor mais evidente como formas ou predominância de cores além é claro da vitralização em si. Vale reforçar que o processo de criação é dispendioso e se buscam muitas referencias. Na sequencia estão algumas novas imagens das linhas que podem caminhar a medida que o projeto amadurece e nas próximas páginas as artes propostas até o momento.

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REFERÊNCIAS:

1. Loire Nissen – Doutora e Mestre em Vitrais 2. Estilos de tracos Dadoslimpos.forum-livre.com 3. Min de Comunicação Primeira Igreja Batista de Curitiba 4. Min de Administração Primeira Igreja Batista de Curitiba 5. José Fernandes 6.

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Janelas Dossiê/Relatório sobre as janelas da Primeira Igreja Batista de Curitiba

Ministério de Comunicação Min. Albert Martins