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SABRINA LANGARO COMELLI RELATÓRIO DE ESTÁGIO I ENGENHARIA CIVIL 2014/02 Professoras orientadoras: Andrea Resende Débora Felten Geovane Duarte Pinheiro Janaína Bedin Karina Sanderson Ligia Eleodora Francovig Rachid Maria Vânia Peres Thalyta Mayara Basso Cascavel PR 2014

Construção Civil - Relatório de Estágio

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Relatório de Estágio sobre assentamento de alvenaria, execução de emboço, chapisco e execução de contrapiso

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  • SABRINA LANGARO COMELLI

    RELATRIO DE ESTGIO I

    ENGENHARIA CIVIL

    2014/02

    Professoras orientadoras: Andrea Resende

    Dbora Felten Geovane Duarte Pinheiro

    Janana Bedin Karina Sanderson

    Ligia Eleodora Francovig Rachid Maria Vnia Peres

    Thalyta Mayara Basso

    Cascavel PR

    2014

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ........................................................................................... 3

    2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................. 5

    2.1 ALVENARIA DE VEDAO.................................................................... 5

    2.1.1 Conceitos e materiais utilizados........................................................... 5

    2.1.2 Execuo.............................................................................................. 6

    2.1.2.1 Marcao da alvenaria....................................................................... 6

    2.1.2.2 Assentamento de alvenaria de vedao............................................ 8

    2.1.2.3 Encunhamento................................................................................... 11

    2.2 CHAPISCO.............................................................................................. 13

    2.3 EMBOO INTERNO................................................................................ 14

    2.4 CONTRAPISO......................................................................................... 18

    3 CONSIDERAES FINAIS....................................................................... 22

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................ 23

  • 3

    1 INTRODUO

    Desde os primrdios da humanidade, a construo civil vem sendo o

    setor responsvel por alavancar o desenvolvimento das civilizaes. Ela

    comea a ser necessria quando o homem ao iniciar prticas de agricultura e

    criao de animais, passou a procurar por um lugar fixo surgindo assim, as

    primeiras casas para servir de proteo e abrigo.

    Levando em considerao a importncia dessa prtica, surgiram as

    primeiras construtoras responsveis pelo desenvolvimento construtivo e

    econmico do Brasil, estando entre elas a Jota Ele Construes Civis Ltda, a

    qual foi responsvel pela aptido da prtica do presente estgio.

    Foi com a perspectiva de atender qualidade que o engenheiro Joo

    Luiz Flix fundador da Construtora JL juntamente com seus dois irmos, Jos

    Luiz Flix e Joacir Luiz Flix, transformou-a em uma das maiores construtoras

    do Brasil. O organograma da empresa est demonstrado na Figura 1.

    Figura 1 Organograma da empresa Fonte: Construtora JL

    DIP Diretor Presidente ADM Setor Administrativo DIT Diretor Tcnico APO Apontador

    ENG Engenheiro RH Setor de Recursos Humanos MOT Mo de Obra Terceirizada MDO Mestre de Obras

    DIT

    ENG

    MOT

    EST

    LEV

    MED

    APE

    ADM

    MDO

    APO

    RH

    ARM

    CAR

    AIV

    HID

    EIE

    DIP

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    EST Setor de Estagirios CAR Setor de Carpintaria LEV Setor de Levantamentos ARM Setor de Armao MED Setor de Medies ALV Setor de alvenaria/Acabam.

    APE Setor de Anlise de Procedimentos de Execuo HID Setor de Hidrulica ELE Setor de Eltrica

    Tendo como local de realizao o Edifcio Privilege Residence, torre II,

    contou-se com a superviso do engenheiro responsvel pela obra, Ciro Neves,

    o qual teve papel fundamental para a realizao deste estgio bem como o

    acrscimo de conhecimento que pode ser adquirido em funo de sua ampla

    experincia na construo civil.

  • 5

    2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

    O objetivo deste estgio supervisionado demonstrar atravs prtica e

    observao, os processos executivos referentes ao assentamento de alvenaria de

    vedao, o chapisco e emboo da mesma, alm da execuo de contrapiso sobre

    laje.

    2.1 ALVENARIA DE VEDAO

    2.1.1 Conceito e materiais utilizados

    A alvenaria de vedao vertical, apesar de no desempenhar nenhuma

    funo estrutural a no ser suportar seu prprio peso, exerce papel importante em

    uma edificao. Segundo a Revista Tchne (2006):

    O subsistema vedao vertical responsvel pela proteo do edifcio de agentes indesejveis (chuva, vento etc.) e tambm pela compartimentao dos ambientes internos. A maioria das edificaes executadas pelo processo construtivo convencional (estrutura reticulada de concreto armado moldada no local) utiliza para o fechamento dos vos, paredes de alvenaria (Revista Tchne, edio 112, Junho/2006).

    Segundo Silva (2007), para que a alvenaria de vedao desempenhe o

    papel para a qual foi direcionada, se faz necessria a utilizao dos seguintes

    materiais indispensveis: a argamassa de assentamento, o bolo cermico e a tela

    de amarrao.

    O bloco de cermica um bloco composto principalmente por argila, na

    sua fabricao ele passa por um processo de queima que lhe d uma

    caracterstica de queima e dureza. Deve apresentar facilidade de manuseio pelo

    pedreiro devido ao formato adequado e pelo peso reduzido (AZEREDO, 1997).

  • 6

    O bloco cermico utilizado na obra possua dimenso de 9x14x24 cm e

    eram transportados at os pavimentos superiores pelo elevador de carga com

    cuidado para que se mantivessem boas condies de utilizao.

    A argamassa utilizada para o assentamento da alvenaria segundo Silva

    (2007) o item responsvel pela aderncia dos blocos entre as fiadas e da

    parede na estrutura, alm disso, deve possuir boa plasticidade e consistncia, e

    tambm boa capacidade de reteno de gua e trabalhabilidade. J as

    argamassas industrializadas, devido adio de aditivos, tm como principal

    diferencial o mdulo de elasticidade maior que a dosada in loco.

    A argamassa utilizada no assentamento era composta por cimento, areia,

    incorporador de ar e cal hidratada, dosada in loco com a utilizao da betoneira.

    Em algumas alvenarias internas foi utilizada tambm, argamassa pr-fabricada,

    visando reduo de custos e maior produtividade.

    Segundo Silva (2007), a tela de amarrao uma pequena tela metlica

    de espessura igual do bloco de cermica, a qual fixada no pilar a fim de que

    proporcione melhor ligao entre a estrutura e a alvenaria, evitando o

    aparecimento de fissuras verticais nesse ponto proveniente da movimentao

    estrutural.

    Durante o processo do assentamento da alvenaria foram utilizadas as

    telas de amarrao de acordo com a necessidade.

    2.1.2 Execuo

    2.1.2.1 Marcao da alvenaria

    Para Silva (2007), a marcao uma etapa muito importante, pois nesta

    etapa que se determina a locao das paredes de acordo com as medidas

    especificadas em projeto.

    O primeiro trabalho a ser executado na marcao riscar o eixo de

    referncia, pois dele que so extradas todas as medidas necessrias para a

  • 7

    locao das paredes. Inicialmente adotado o eixo utilizado para locao dos

    pilares e vigas da estrutura que podem variar de acordo com a necessidade de

    cada obra. Para a marcao do eixo, necessrio um fio de nylon que serve

    como referncia. Ele esticado de uma extremidade outra da laje no sentido

    transversal e no sentido longitudinal. Depois de esticadas as linhas verificado o

    esquadro do eixo. Tendo o eixo j sido verificado e marcado na laje, inicia-se a

    locao das paredes, de acordo com as medidas de projeto. Cota-se uma

    determinada medida do eixo e se demarca o local onde estar localizada a

    parece. O processo repetido quantas vezes forem necessrias at o fim da

    locao de todas as paredes (SILVA, 2007).

    A marcao da alvenaria na obra se deu a partir dos eixos dos pilares e

    das vigas da estrutura utilizando-se fios de nylon esticados para a materializao

    dos eixos de referncia para a posterior locao das paredes (Figura 2).

    Figura 2 Marcao do eixo de referncia Fonte: A autora

    Deu-se incio ento, a partir do eixo de referncia j marcado, a locao

    das paredes, tambm se utilizando fios de nylon esticados, de acordo com as

    medias necessrias do projeto.

    A estagiria nessa etapa alm da observao dos procedimentos

    colaborou com a verificao do esquadro dos eixos e tambm com a verificao

    das medidas relacionadas locao das paredes.

  • 8

    A marcao de alvenaria, de acordo com a bibliografia e teoria vista em

    sala de aula, se deu de forma correta seguindo todos os critrios necessrios,

    visto que os funcionrios que a executaram, tinham experincia na prtica.

    2.1.2.2 Assentamento de alvenaria de vedao

    Para a execuo de paredes de meio tijolo, devem-se cumprir algumas

    orientaes segundo Azeredo (1997): Antes do assentamento, o tijolo deve ser

    molhado para eliminar a camada de p que envolve o tijolo, alm de impedir que

    o tijolo absorva umidade da argamassa. A partir da demarcao da alvenaria,

    deve-se espalhar a argamassa de assentamento e assentar dois tijolos a espelho

    em cada extremidade, tomando como referncia o escantilho responsvel pelo

    alinhamento da alvenaria. Estende-se ento, uma linha pela aresta superior dos

    tijolos j assentados espelho do lado da futura face da parede. Depois, deve-se

    completar a primeira fiada com tijolos inteiros, iniciar a segunda fiada com meio-

    tijolo e assent-la deixando um intervalo na parte central da futura parede.

    Repete-se a primeira e a segunda fiada, at doze fiadas nas

    extremidades, sempre prumando e aumentando sucessivamente o intervalo

    central, deixando assentada somente a primeira fiada. Para finalizar, completar a

    segunda fiada repetindo at o respaldo obedecendo as amarraes, afim de que

    se evite a superposio de juntas, obtendo-se um plano de parede plano, vertical

    e com fiadas em nvel. Vale ressaltar que vo situados diretamente sobre o solo

    levaro vergas em se tratando de portas e vergas e contravergas em vos de

    janelas (AZEREDO, 1997).

    O assentamento das alvenarias internas acompanhadas na obra se deu

    sobre laje utilizando argamassa moldada in loco ou argamassa industrializada,

    no havendo divergncias no processo executivo, h no ser que, no

    assentamento com argamassa industrializada no houve a utilizao da mesma

    entre as juntas dos blocos cermicos, apenas entre fiadas.

  • 9

    Primeiramente, foi umedecido o local da locao a partir da marcao,

    assentado dois tijolos a espelho, esticada uma linha de nylon pela aresta superior

    dos tijolos e ento assentada a primeira fiada por completa, conforme Figura 3.

    Figura 3 Primeira fiada assentada com argamassa industrializada Fonte: A autora

    Iniciou-se a segunda fiada com meio tijolo garantindo a amarrao entre

    as fiadas, em seguida completada por inteiro. Repetiu-se sucessivamente a

    primeira e a segunda fiada sempre atendando-se ao prumo, ao nvel e ao

    alinhamento pelo escantilho, conforme Figuras 4 e 5.

    Figura 4 Assentamento de alvenaria com argamassa convencional Fonte A autora

  • 10

    Figura 5 Assentamento de alvenaria com argamassa industrializada Fonte A autora

    Nas paredes em que alvenaria fez ligao com pilar foram utilizadas telas

    metlicas a cada duas fiadas, as quais foram fixadas depois que o pilar havia sido

    chapiscado com argamassa colante, utilizando rolo para textura, melhorando

    assim, a ligao da alvenaria com a estrutura. Vale ressaltar tambm, que nas

    alvenarias assentadas com argamassa industrializada, a tela de amarrao foi

    fixada, na fiada, com argamassa convencional para melhor aderncia entre o tijolo

    e a tela (Figura 6).

    Figura 6 Fixao da tela de amarrao Fonte A autora

    O processo foi repetido at que se chegasse cota das vergas sobre as

    portas, no caso da alvenaria interna observada. Foram montadas as formas das

    vergas, as quais posteriormente foram concretadas in loco. Aps o perodo de

    cura do concreto, deu-se ento continuidade ao assentamento deixando, na

  • 11

    ltima fiada, um espao para realizar a ligao da alvenaria na estrutura, o

    encunhamento, recomendado pela norma NBR 8545/1984, em torno de 30 mm,

    podendo haver variaes dentro do aceitvel.

    Nas paredes que no possuam vos, o assentamento teve continuidade

    at o respaldo, deixando tambm na ltima fiada o espao necessrio para a

    realizao do encunhamento. O assentamento finalizado com argamassa

    convencional demonstrado pela Figura 7.

    Figura 7 Assentamento finalizado Fonte A autora

    Nesse procedimento, a estagiria auxiliou na verificao quando ao

    prumo, ao alinhamento e ao nvel durante o assentamento, alm de observar o

    processo executivo.

    Notou-se que a partir da segunda fiada no foi deixado um intervalo

    central at o respaldo, segundo manda a teoria, porm, pode-se observar que no

    houve prejuzos quanto a esse procedimento, pois obedecia amarrao, alm

    de apresentar um plano alinhado, prumado e com fiadas em nvel.

    2.1.2.3 Encunhamento

    Segundo Silva (2007), o encunhamento uma etapa de grande

    importncia para o bom funcionamento da vedao, pois ela a responsvel pela

  • 12

    ligao direta da alvenaria com a estrutura, alm de absorver cargas provenientes

    da movimentao estrutural.

    De acordo com a norma 8545/1984 o prazo mnimo para o encunhamento

    aps o assentamento de sete dias, e o pavimento superior deve estar com toda

    sua alvenaria pronta. Esse prazo se faz necessrio para que a estrutura tenha

    uma acomodao aps seu carregamento.

    Inicialmente deve-se umedecer o local de aplicao e posteriormente

    aplicada a argamassa com o auxilio da bisnaga no vo entre a alvenaria e a

    estrutura. Paredes que compe a parte interna de um pavimento devem ser

    encunhadas em suas duas faces e 100% do vo deve ser preenchido (SILVA,

    2007).

    A argamassa utilizada no encunhamento era composta por cimento, areia

    e aditivo expansor. A execuo se deu com a utilizao de uma colher de pedreiro

    (Figura 8).

    Figura 8 Execuo do encunhamento Fonte A autora

    Nesse processo a estagiria apenas observou a execuo do

    encunhamento, e constatou que no houve contradies de execuo durante o

    processo executivo.

  • 13

    2.2 CHAPISCO

    O chapiscado, segundo Azeredo (1987), uma argamassa de aderncia,

    a qual tem por finalidade proporcionar condies de aspereza e fixao em

    superfcies quase sem poros, como os tijolos, criando condies de receber outro

    tipo de argamassa.

    A alvenaria de tijolo de barro cozido que ir receber o chapisco deve ser

    umedecida antecipadamente para retirar o p e evitar que a superfcie absorva

    gua do trao, visto que a argamassa de chapisco bastante fluida, em estado

    quase lquido, no chegando a plstico, a qual composta por cimento e areia,

    maior ou menor quantidade de aglomerante, e gua (AZEREDO, 1987).

    Azeredo (1987), recomenta a execuo do chapisco da seguinte maneira:

    Deve-se lanar a argamassa de aderncia a uma distncia de um metro, com

    certa violncia superfcie que ir receber o chapisco. Devido ao impacto com a

    superfcie, tem-se uma grande perda de material, portanto, aconselha-se limpar o

    piso para posterior recolhimento da sobra que cai, podendo ser reaproveitada

    para outra finalidade menos importante.

    Antes de se iniciar o revestimento argamassado, devero ser testadas as

    instalaes hidrossanitrias, as quais j devem ter sido instaladas aps o

    assentamento da alvenaria. O correto a instalao das tubulaes condutoras

    de fluidos em geral, testar e revestir (AZEREDO, 1987).

    O trao utilizado no chapisco foi de 1:3 (cimento:areia) que foi lanado

    contra a alvenaria com a utilizao de uma colher de pedreiro formando uma

    superfcie rugosa variando entre 3 mm e 5 mm (Figura 9).

  • 14

    Figura 9 Chapisco finalizado Fonte A autora

    Houve recolhimento de material no piso, devido ao impacto, para posterior

    utilizao em outras finalidades.

    Nessa prtica, a estagiria observou os procedimentos executivos para a

    realizao do chapisco, notando que, antes da aplicao da argamassa o tijolo de

    barro cozido no foi umedecido, podendo vir a absorver gua do trao da

    argamassa, fato que pode comprometer a qualidade final do servio.

    2.3 EMBOO INTERNO

    Segundo Azeredo (1987), o emboo uma argamassa de regularizao

    que deve evitar a infiltrao das guas das chuvas, sem, portanto, impedir a ao

    capilar que transporta a umidade de material da alvenaria superfcie exterior

    desta. O emboo tambm um regularizador e uniformizador da superfcie,

    corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamentos dos painis.

    Inicialmente deve-se molhar o necessrio a alvenaria que ir receber o

    emboo para que a alvenaria no retire a gua da argamassa (emboo), e

    tambm retire o p existente no painel. Em seguida sero fixadas pequenas

    taliscas, ou seja, a espessura do emboo com argamassa mista de cimento e

    areia. Feito isso, preenche-se no sentido vertical os intervalos entre as taliscas

    formando guias distantes no mais que 2 metros, com o mesmo prumo das

    taliscas, ou seja, a mesma espessura das mesmas. Aps a execuo das guias,

  • 15

    lana-se com certa violncia a argamassa de baixo para cima como se procede

    com o chapisco. Comprime-se com a colher a fim de melhor fixar a argamassa no

    painel e retirar as bolhas de ar que foram arrastadas pela argamassa. Procede-

    se, ento, o sarrafeamento, que um movimento de zique-zague de baixo para

    cima para retirar o excesso de argamassa entre as guias. No h necessidade de

    desempenar, pois a rusticidade ir melhorar a fixao do revestimento de

    acabamento (AZEREDO, 1987).

    Para regularizao das alvenarias internas, foi utilizado o emboo

    desempenado, pois essa tcnica, comumente utilizada no Paran, j serve como

    revestimento de acabamento. Foram fixadas as taliscas de acordo com a

    espessura final de acabamento, conforme Figura 10.

    Figura 10 Taliscas finalizadas Fonte A autora

    Feito isso, foram feitos o lanamento da argamassa de regularizao e a

    compresso para melhor fixao da mesma, conforme Figura 11.

  • 16

    Figura 11 Lanamento da argamassa de regularizao Fonte A autora

    Logo aps foi feito o sarrafeamento do painel, como mostra a Figura 12).

    Figura 12 Sarrafeamento Fonte A autora

    E em seguida, o pedreiro umedeceu o painel e desempenou o

    revestimento (Figuras 13).

  • 17

    Figura 13 Desempeno do painel Fonte - A autora

    Finalizando, assim, o revestimento argamassado (Figura 14).

    Figura 14 Revestimento argamassado finalizado Fonte A autora

    Durante o processo, a estagiria observou os procedimentos de execuo

    do revestimento. Pode-se notar que o painel no fora umedecido antes da

    realizao do emboo podendo favorecer o aparecimento de fissuras no

    revestimento se os tijolos que compe a alvenaria absorverem gua da

    argamassa. O pedreiro que realizava o revestimento no executou as guias, pois

    segundo ele, as guias atrapalham o sarrafeamento o que compromete o

    acabamento final do revestimento. Mesmo as guias no terem sido executadas,

  • 18

    conforme manda a teoria, o revestimento argamassado final no foi comprometido

    quanto qualidade.

    2.4 CONTRAPISO

    O contrapiso uma argamassa lanada sobre uma laje estrutural ou

    lastro de concreto magro. So diversas as funes do contrapiso, sendo que

    Barros e Sabbatini (1991) apresentam como principais: possibilitar desnveis entre

    ambientes; proporcionar declividades para escoamento de gua; regularizar a

    base para o revestimento de piso; ser suporte e fixao de revestimentos de piso

    e seus componentes de instalaes, podendo ter ainda outras funes como:

    barreira estanque ou impermevel e isolante trmico e acstico.

    A argamassa seca comumente utilizada na execuo de contrapiso tem

    seu emprego generalizado nos ambientes internos de edifcios, sendo tambm

    utilizada nas reas externas que recebero revestimentos. Em funo desse

    baixo teor de umidade , muitas vezes, denominada de argamassa tipo farofa,

    ou simplesmente farofa, principalmente no vocabulrio usual da obra (BARROS;

    SABBATINI, 1991).

    A base para a execuo do contrapiso deve estar totalmente livre de

    detritos de argamassa ou outros materiais. A marcao do nvel das mestras

    tradicionalmente executada utilizando-se o nvel de mangueira, podendo ser

    utilizado o aparelho de nvel, e, nas reas onde haver escoamento de gua,

    prever um caimento de no mnimo 1% (BARROS; SABBATINI, 1991).

    Procede-se com a execuo das taliscas conforme nvel determinado,

    dois dias antes da execuo do contrapiso e com a mesma argamassa tipo

    farofa. Anteriormente execuo, molhar o local onde ser colocado a talisca e

    polvilhar com cimento para garantir a aderncia. (BARROS; SABBATINI, 1991).

    Antes da execuo das mestras a base ento molhada abundantemente

    e removido toda a gua empoada. Para garantir a aderncia do contrapiso

    base, imprescindvel no caso de utilizao de argamassa farofa, executada

    uma camada de nata de cimento. Para isto, deve-se espalhar cerca de 0,5 kg/m

  • 19

    de cimento e aspergir gua em quantidade suficiente para que se obtenha a

    camada desejada. Preenche-se a faixa entre as taliscas compactando a

    argamassa. Em seguida feito o sarrafeamento dessas faixas que constituem as

    mestras. Retiram-se as taliscas, preenchendo o vazio com argamassa, nivelando-

    a com rgua. Imediatamente aps a execuo das mestras, deve-se a

    argamassa do contrapiso sobre a base preparada compactando-a com um

    soquete manual. A compactao dever ser feita em camadas com no mximo 50

    mm de espessura. Logo aps, sarrafear a argamassa fazendo o acabamento de

    acordo com o tipo de revestimento que ser utilizado. Se necessrio, fazer o

    desempeno com desempenadeira de madeira (BARROS; SABBATINI, 1991).

    A execuo do contrapiso na obra se deu inicialmente com a limpeza do

    local que seria realizado o contrapiso. Marcou-se ento, o nvel do contrapiso com

    um aparelho eletrnico de nvel, e em seguida, o local das taliscas foi molhado e

    polvilhado com cimento, para garantir a aderncia da argamassa. Executaram-se

    as taliscas levando em considerao o caimento necessrio, conforme Figura 15.

    Figura 15 Taliscas executadas Fonte A autora

    Dois dias aps a fixao das taliscas, o local foi novamente molhado e

    polvilhado com cimento, formando uma nata de cimento, necessria para a

    aderncia da argamassa com a base. As faixas entre taliscas foram preenchidas

  • 20

    com a argamassa, depois compactadas e sarrafeadas, formando as mestras

    (Figura 16).

    Figura 16 Execuo das mestras Fonte A autora

    Aps a realizao das mestras, a argamassa do contrapiso foi distribuda

    sobre a base, compactada com um soquete manual e em seguida sarrafeada.

    Optou-se para acabamento final o desempeno para o alisamento da superfcie

    (Figura 17).

    Figura 17 Contrapiso finalizado Fonte A autora

  • 21

    A estagiria teve por funo observar os procedimentos e conferir os

    nveis. Durante o processo, os prazos necessrios entre os procedimentos foram

    respeitados, porm, no foi observada a retirada das taliscas aps a execuo

    das mestras, fato que mesmo no sendo o recomendado, no comprometeu a

    qualidade final do contrapiso.

  • 22

    3 CONSIDERAES FINAIS

    O perodo de estgio oferece a oportunidade de envolver-se em situaes

    prticas e aplicar o conhecimento terico visto em sala de aula do dia-a-dia da

    obra o que possibilita comparar as maneiras mais adequadas de acordo com a

    teoria, para a execuo da alvenaria de vedao, do chapisco, emboo e do

    contrapiso, com os processos executivos seguidos em obra.

    Com a pesquisa realizada, constatou-se que a importncia correta da

    execuo dos procedimentos de grande valia para que se consiga um resultado

    satisfatrio do produto final. Na obra de realizao do estgio, a execuo dos

    servios estava muito bem consolidada em relao teoria adotada, aos prazos

    executivos e a mo de obra empregada a qual era bem treinada atendendo as

    determinaes que classificavam o servio de boa qualidade mesmo que alguns

    procedimentos no fossem executados.

    Sem dvida, alm do conhecimento tcnico, o estgio supervisionado

    propiciou ao estagirio, uma srie de outras experincias, como a interao com

    diferentes classes sociais e nveis de conhecimento, e a prpria gesto e

    administrao da obra. Essas experincias contribuem significativamente para o

    aperfeioamento profissional e insero do acadmico no mercado de trabalho.

  • 23

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ASSOSSIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 8545: Alvenaria sem funo estrutural de tijolos e blocos cermicos. Rio de Janeiro, 1984.

    AZEREDO, Hlio Alves de. O Edifcio at sua Cobertura. So Paulo, 1997.

    _____. O Edifcio e seu Acabamento. So Paulo, 1987.

    BARROS, M.M.S.B.; SABATINI, F.H. Tecnologia de Produo de Contrapisos para Edifcios Habitacionais e Comerciais. So Paulo: USP, 1991.

    SILVA, Lindoaldo Deodato da. Tcnicas e procedimentos para assentamento de alvenaria de vedao e estrutural. So Paulo: Universidade Anhembi Morumbi, 2007.

    Tchne. So Paulo, n. 112, edio 112, 14 jun. 2006.