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Órgão de divulgação do Senado Federal A n o IX – N º 1.830 – B r a s í l i a, quinta-feira, 20 de novembro de 2003 Previdência passa em comissão e enfrenta o Plenário no dia 25 JORNADA Por mais de dez horas, senadores discutiram a Previdência: parte deles defendeu mudanças, mas acabou prevalecendo o parecer de Tião Viana (foto acima, à direita, com Edison Lobão), que manteve intocado o texto aprovado pela Câmara Página 3 A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado concluiu, no início da noite de ontem, depois de mais de dez horas, a votação da reforma da Previdência. Das 336 emendas de Plenário, 224 foram rejeitadas e 112 aproveitadas em uma nova proposta de emenda constitucional. Sem mudanças, o texto retorna ao Plenário, onde está prevista a votação inicial, em primeiro turno, no dia 25 Tuma propõe prisão-escola para infrator Proposta de Romeu Tuma visa assegurar a recuperação de menores para o convívio social. Ney Suassuna sugere emancipar o menor após a primeira condenação. Página 7 Pacto federativo corre risco, alerta subcomissão Proposta para tornar justa a partilha de impostos e obrigações entre União, estados e municípios integra o relatório da Subcomissão da Dívida Pública. Página 6 Ao lado de César Borges (E), Suassuna lê o relatório Waldemir Rodrigues Waldemir Rodrigues CØlio Azevedo MÆrcia Kalume

Previdência passa em comissão e enfrenta o Plenário no dia 25 · foram rejeitadas e 112 aproveitadas em uma nova proposta de emenda constitucional. ... to convocando o ministro

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Ó r g ã o d e d i v u l g a ç ã o d o S e n a d o F e d e r a l A n o IX – N º 1.830 – B r a s í l i a, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

Previdência passa em comissãoe enfrenta o Plenário no dia 25

JORNADA Por mais de dez horas, senadores discutiram a Previdência: parte delesdefendeu mudanças, mas acabou prevalecendo o parecer de Tião Viana (foto acima,

à direita, com Edison Lobão), que manteve intocado o texto aprovado pela Câmara

Página 3

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado concluiu, no início da noite de ontem,depois de mais de dez horas, a votação da reforma da Previdência. Das 336 emendas de Plenário, 224

foram rejeitadas e 112 aproveitadas em uma nova proposta de emenda constitucional. Sem mudanças,o texto retorna ao Plenário, onde está prevista a votação inicial, em primeiro turno, no dia 25

Tuma propõeprisão-escolapara infrator

Proposta de Romeu Tumavisa assegurar a

recuperação de menorespara o convívio social.Ney Suassuna sugere

emancipar o menor apósa primeira condenação.

Página 7

Pacto federativocorre risco, alerta

subcomissãoProposta para tornar justa

a partilha de impostos eobrigações entre União,

estados e municípios integrao relatório da Subcomissão

da Dívida Pública.

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Ao lado deCésar Borges(E), Suassunalê o relatório

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2 Brasília, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

CCJ examinaráconvocaçãode Berzoini

O presidente da Comissão deFiscalização e Controle (CFC),senador Ney Suassuna (PMDB-PB), decidiu encaminhar on-tem, para apreciação da Co-missão de Constituição, Justiçae Cidadania (CCJ), requerimen-to convocando o ministro daPrevidência Social, RicardoBerzoini. De autoria do sena-dor Antero Paes de Barros(PSDB-MT), o requerimentopede a presença de Berzoinipara prestar esclarecimentossobre denúncias publicadasem matéria da revista Veja, se-gundo a qual o ministro teriaparticipado de esquema de es-cuta telefônica ilegal, destina-do a beneficiar o então candi-dato Luiz Inácio Lula da Silvadurante a campanha eleitoral.

Antero apresentou ainda ou-tros quatro requerimentos con-vidando seis pessoas, entre asquais o sindicalista Paulo Perei-ra da Silva, que foi vice na cha-pa de Ciro Gomes nas eleiçõespresidenciais, e que, segundo arevista, teria sido vítima do es-quema de escuta ilegal. Podemser ouvidos também o procu-rador da República Luiz Fran-cisco; o secretário do Ministé-rio do Trabalho, OsvaldoBargas; além de Carlos Grana,João Piza e Wagner Cinchetto,todos citados na matéria.

Apesar de reconhecer que asdenúncias são graves, Suassu-na argumentou que não é atri-buição da CFC ouvir os supos-tos envolvidos nas denúncias,já que não são funcionários pú-blicos, com exceção do procu-rador. A competência, obser-vou, é da CCJ.

O senador César Borges(PFL-BA), no entanto, defendeque é dever do Senado tentaresclarecer o episódio.

SUCESSO Projeto implantadoem Palmas (TO) vai disputarprêmio I-Best, destaca Eduardo

Eduardo elogialuta por inclusão

digital no TOO senador Eduardo Siqueira

Campos (PSDB-TO) registrouontem o sucesso que vem sen-do obtido por um projeto pio-neiro de inclusão digital, volta-do para a comunidade, implan-tado na cidade de Palmas. De-nominado de Palmas – Cidadedo Conhecimento, o projeto éfruto de uma parceria entre opoder público municipal e es-tadual e a Universidade GamaFilho.

Eduardo explicou que o pro-jeto tem proporcionado a in-clusão digital da comunidadepor intermédio da construçãoda história de Palmas, de formacoletiva, a partir das históriascontadas pelos seus morado-res. Por meio de seus relatos,disse, os moradores contribu-em para o resgate da história domunicípio. O programa, disse osenador, é constituído de umambiente virtual de pontos pú-blicos para acesso da popula-ção, e de atividades desenvol-vidas nas escolas.

Troca de informaçãoAo se cadastrar no projeto, o

cidadão ingressa em uma redeque conta toda a história da ci-dade, criando um login e fazen-do parte da troca de experiên-cias e do relato de fatos históri-cos de Palmas, tendo acesso aoconhecimento.

Em pouco mais de um ano defuncionamento da iniciativa,informou Eduardo SiqueiraCampos, o número de cidadãoscadastrados já chegou a 8.322.Os resultados obtidos com oprojeto, conforme o parlamen-tar, já o credenciam a disputaro prêmio I-Best, conferido ainovações na área digital. Eledestacou a importante contri-buição de "uma cidade jovem,com uma administração em-preendedora e moderna, parao processo de inclusão digital",e convidou a todos a acessaremo site: www.cidadedoconheci-mento.campusvirtual.br.

www.senado.gov.brE-mail: [email protected].: 0800-612211 - Fax: (61) 311-3137

MESA DO SENADO FEDERAL

Presidente: José Sarney1º Vice-Presidente: Paulo Paim2º Vice-Presidente: Eduardo Siqueira Campos1º Secretário: Romeu Tuma2º Secretário: Alberto Silva3º Secretário: Heráclito Fortes4º Secretário: Sérgio ZambiasiSuplentes de Secretário: João Alberto Souza,Serys Slhessarenko, Geraldo Mesquita Júnior,Marcelo Crivella

Endereço: Praça dos Três Poderes, Ed. Anexo Ido Senado Federal, 20º andar - Brasília - DFCEP 70165-920

Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva MaiaSecretário-Geral da Mesa: Raimundo Carreiro SilvaDiretor da Secretaria de Comunicação Social: Armando S. RollembergDiretora do Jornal do Senado: Maria da Conceição Lima Alves (61) 311-3333Editores: Djalba Lima, Edson de Almeida, Eduardo Leão, Iara Altafin e José do Carmo AndradeDiagramação: Iracema F. da Silva, Osmar Miranda, Sergio Luiz Gomes da Silva e Wesley BezerraRevisão: Eny Junia Carvalho, Lindolfo do Amaral Almeida, Miquéas D. de Morais e Rita AvellinoTratamento de Imagem: Edmilson FigueiredoArte: Cirilo QuartimCirculação e Atendimento ao leitor: John Kennedy Gurgel (61) 311-3333

Agência SenadoDiretor: Antonio Caraballo (61) 311-3327Chefia de reportagem: Helena Daltro Pontual (61) 311-1151 e Valter Gonçalves Júnior (61) 311-1670Edição: Marcos Magalhães e Marco Antonio Reis (61) 311-1667

O noticiário do Jornal do Senado é elaborado pela equipe de jornalistas da Subsecretaria AgênciaSenado e poderá ser reproduzido mediante citação da fonte.

Impresso pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações

O Plenário do Senado, com sessão às 14h30, continua com a pauta trancada até a votação de uma medidaprovisória (MP) e de dois projetos de conversão. As matérias tratam da concessão de crédito para distribui-doras de energia (MP nº 129/03); da autorização para desconto de prestações em folha de pagamento (PLVnº 25/03); e de normas para o plantio e comercialização da produção de soja transgênica, na safra de 2004(PLV nº 26/03). Às 12h, haverá sessão do Congresso Nacional, no Plenário do Senado, para a votação deprojetos de lei de abertura de créditos especiais ao Orçamento da União.

Sessão de hoje continua com a pauta trancada

O presidente do Senado, José Sarney, participahoje, às 11h, da cerimônia de assinatura doprotocolo de intenções entre o Supremo TribunalFederal (STF) e o Senado Federal, com a presença

Senado assina protocolo com Supremo Tribunal Federal

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) instalahoje, às 10h, o Grupo Parlamentar Brasil-Suíça. A reunião contará com apresença da presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmarados Deputados da Suíça, deputada Lili Nabholz, além de deputados esenadores dos dois países. A comissão vota ainda projetos queaprovam acordo entre o Brasil e o México (PDC nº 500/03 e nº 613/03).

Grupo Parlamentar Brasil-Suíça

A Comissão de Constituição, Justiça eCidadania (CCJ) realiza hoje, às 10h30,audiência para instruir projeto sobre a LeiOrçamentária (PEC nº 77/99), que tramitaem conjunto com três outras propostas

Audiência ouve secretário do Orçamento Federalde emenda (PECs nºs 22/00, 28/00 e 24/03). Foram convidados os secretários doOrçamento Federal, João BernardoBringel (foto), e do Tesouro Nacional,Joaquim Vieira Ferreira Levy, entre outros.

A Subcomissão de Cinema, Comunicação Social e Informática vota hoje, às 9h30, requeri-mento que convida o subchefe da Coordenação de Ação Governamental da Casa Civil,Luiz Alberto dos Santos, para falar sobre a Agência Nacional de Cinema (Ancine). Às 10h, aSubcomissão das Agências Reguladoras vota requerimento que convoca o ministro dasComunicações, Miro Teixeira, para falar das metas para telefonia fixa. No mesmo horário, aComissão Mista de Orçamento (CMO) vota oito requerimentos convidando, entre outros,o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e da Educação, Cristovam Buarque.

Comissões votam requerimentos para audiências

Será realizada hoje, às 9h30, cerimônia delançamento do carimbo comemorativo dosCorreios em homenagem aos Lanceiros Negrosda Revolução Farroupilha. O evento, no SalãoNobre do Senado, é uma iniciativa do senadorPaulo Paim (PT-RS). O carimbo postal tambémserá lançado amanhã, em Porto Alegre.

Lanceiros NegrosA Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dosTransgênicos realiza hoje, às 14h, reuniãoadministrativa, a fim de definir o calendário detrabalhos. A CPI é presidida pelo senador JoãoCapiberibe (PSB-AP) e busca investigar ocontrabando de sementes transgênicas de sojae o seu plantio ilegal no Brasil.

CPI dos Transgênicos

A agenda completa, incluindo o número de cada proposição, está disponívelna Internet, no endereço www.senado.gov.br/agencia/agenda/agenda.asp

do presidente do STF, ministro Maurício Corrêa. Às11h30, Sarney recebe o deputado federal JoséChaves, que será presidente da comissão que irádiscutir a reforma trabalhista.

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3Brasília, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

REFORMAS A CCJ rejeitou ontem 224 emendas apresentadas em Plenário. Segundo Tião Viana, relator da proposta, asregras de transição para o servidor, propostas pela oposição, inviabilizariam a economia na Previdência

Após mais de dez horas devotações, a Comissão de Cons-tituição, Justiça e Cidadania(CCJ) rejeitou, no início da noi-te de ontem, 224 emendasapresentadas em Plenário à re-forma da Previdência. Outras112 serão aproveitadas pelo re-lator da reforma, senador TiãoViana (PT-AC), em uma novaproposta de emenda constitu-cional, que conterá as mudan-ças que o governo aceita in-cluir.

– A verdadeira guerra seráagora, no Plenário – afirmou olíder do PDT, senador JeffersonPéres (AM). A primeira votaçãoda reforma em Plenário estáprevista para o dia 25.

PFL e PSDB continuam rejei-tando a idéia da nova emenda

Com a conclusão da votaçãodo relatório do senador TiãoViana (PT-AC) pela Comissãode Constituição, Justiça eCidadania (CCJ), a matériasegue para o Plenário, ondetem votação em primeiro turnomarcada para a próxima terça-feira, dia 25.O primeiro turno é o momentoem que o mérito da proposta édiscutido por todos os senado-res. No segundo turno, nãocabem mais discussões acercade alterações ao mérito daproposta, mas apenas quanto àforma da PEC. Nesse sentido,não são admitidas emendasque alterem o espírito daproposta, mas apenas a suaredação. Se houver emendas, aCCJ será chamada mais umavez a dar sua opinião.No caso de o relatório de TiãoViana ser mantido e a PEC 67/03 seguir sua tramitação noSenado sem modificações aotexto aprovado pelos deputa-dos nas votações em primeiroe segundo turno, a matéria nãoprecisará passar por novavotação na Câmara. Ou seja, aofinal da tramitação no Senadoa proposta estará pronta paraser promulgada, como emendaà Constituição, pelas Mesas dasduas Casas.

Texto da Previdência pronto para ir a Plenárioconstitucional alternativa, cha-mada pela imprensa de emen-da paralela. Uma paralela jáexiste e está tramitando na CCJ.Uma segunda será apresenta-da pelo relator, e foi propostapara contornar problemas regi-mentais.

O líder do PFL no Senado, Jo-sé Agripino (RN), sustentou ementrevista que o governo “achaque tem todos os votos” paraaprovar o que quer no Plenário,“mas pode se surpreender”. Eleanunciou que seu partido pe-dirá a votação de dezenas de e-mendas, na tentativa de rever-ter alguns pontos da reforma.

Agripino sustentou que “foifrustrante” a tentativa do gover-no de substituir a emenda pa-ralela por medida provisória

O relator da reforma da Pre-vidência, senador Tião Viana(AC), afirmou que o governonão pôde fazer as mudançassolicitadas pelos partidos deoposição para incluir regras detransição para aposentadoriados servidores públicos. Con-forme o senador, se algum itemsobre esse aspecto for alterado,a intenção de redução dos gas-tos com a Previdência não secumprirá.

– O governo fez todo o esfor-ço possível, mas chegou ao seulimite no caso das regras detransição. A intenção é não pre-judicar o servidor, mas estudosdemonstram o forte impactonas finanças do Estado que taisregras provocariam. Prevê-seque o impacto nas contas seriade R$ 12 bilhões, o que iria anu-lar todo o esforço da reforma.Todas as lideranças de servido-res com quem tenho conversa-do concordam com a aposen-tadoria aos 55 (para mulheres)e 60 (para homens) anos – afir-mou Tião Viana.

Os senadores DemostenesTorres (PFL-GO) e EduardoAzeredo (PSDB-MG), que de-fendem regras de transição pa-ra os funcionários já em ativi-dade, afirmaram que não é jus-ta a redução salarial nem o pro-longamento da idade para es-ses servidores.

Eduardo Azeredo observou

(MP), que teria vigência imedi-ata. Entre outras coisas, as opo-sições dizem que não existe amenor garantia de que a para-lela será votada na Câmara dos

Deputados, depois que o textoda reforma original for promul-gado pelo Congresso.

– A medida provisória nãotem uma vírgula a mais em

Votação deveser napróximaterça-feira

que qualquer mudança tem derespeitar um mínimo de regrasde transição. O senador JoséJorge (PFL-PE) considerou queas emendas que criam regrasintermediárias corrigiriam gra-ves distorções que prejudicamquem começou a trabalharmais cedo. O senador AlvaroDias (PSDB-PR) pediu respeitoaos direitos dos funcionáriosque já se encontram inseridosnas regras de transição da re-forma da Previdência de 1998.“O próprio presidente Lula dis-se durante a campanha eleito-ral que não haveria ruptura decontratos e que os direitos dosservidores seriam respeitados”,completou José Jorge.

Viana: regras de transiçãoimpediriam economia

concessão. O governo não ne-gocia nada. Então, vamos parao voto de Plenário – afirmouAgripino.

Segundo o líder do governono Senado, Aloizio Mercadante(PT-SP), “o governo já cedeu omáximo possível”.

– Se ceder mais, a reformaperde a economia que seria fei-ta. O governo gostaria de anun-ciar melhorias para o funciona-lismo, mas a realidade é que oBrasil tem de aproximar o sis-tema de previdência dos gover-nos com o do INSS – ponderou.

A CCJ volta a se reunir hoje,às 10h30, para votação das 39propostas à primeira emendaparalela da Previdência, querestabelece a paridade para osatuais servidores.

TRABALHO Senadores da CCJ voltam a se reunir hoje para votar aspropostas apresentadas à primeira emenda paralela da Previdência

OBJETIVO Segundo Tião Viana,intenção do governo não éprejudicar o servidor público

O senador Paulo Paim (PT-RS) destacou a disposição dogoverno de negociar mudançasem quatro pontos que conside-ra fundamentais na propostade reforma da Previdência: osubteto para os estados; a pari-dade entre ativos e inativos; asregras de transição para os atu-ais servidores; e a contribuiçãode inativos. O líder do governono Senado, Aloizio Mercadan-te (PT-SP), já teria sinalizado aintenção do Executivo, segun-do revelou, de acolher de ime-diato alterações relativas aosubteto e à paridade, enquan-to continuaria a negociar alter-nativas às regras de transição eà taxação de inativos.

– Quando se alavancam qua-

tro temas e o governo quer aten-der dois e deixa aberto o debatepara os demais, vejo nesse gestouma ação positiva – avalia Paim.O senador aposta no debate de-mocrático em Plenário, lem-brando que, no momento da vo-tação, cada um deve assumir suaposição perante a história. “Maisvale um bom acordo que a dis-cussão interminável, levando adecisão para o Supremo Tribu-nal Federal”, afirmou.

BenefíciosPaim festejou o anúncio do

ministro Ricardo Berzoini daedição de medida provisóriaprorrogando o prazo, por maiscinco anos, para aposentadosreivindicarem revisão de bene-fícios.

Governo está aberto ànegociação, afirma Paim

MUDANÇAS De acordo com Paim (C) e Mercadante (D), governo deveacolher sugestões à reforma da Previdência, relatada por Tião Viana

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4 Brasília, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

REFORMAS Lideranças do governo e oposição se reúnem hoje em busca de entendimento. Sarney acredita em votaçãoda mudança tributária neste fim de ano. Heloísa Helena diz que proposta da Previdência não inclui os pobres

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Tuma presta contas de missãocomo observador na ONU

Romeu Tuma (PFL-SP) apresentou ontem em Plenário re-latório de prestação de contas sobre sua missão de obser-vador parlamentar ao período de sessões da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU) entre 20 de outubro e 2 de no-vembro deste ano. No documento, o senador defende oestabelecimento de canais que permitam ao Senado acom-panhar de perto o desenrolar das discussões de acordosinternacionais que, depois, terão de ser ratificados pela Casa.

Tuma também chamou a atenção para a necessidade deesforço internacional contra o tráfico de drogas como for-ma de conter a escalada do crime violento. Igual esforçodeveria ser feito para o combate à lavagem de dinheiro.

– Compete à ONU agir com mais rigor e praticidade nes-ses campos para obter a harmonização das legislações na-cionais e motivar maior controle internacional à luz dosacordos e tratados – destacou Tuma.

Alberto Silva quer criarDia Nacional do Engenheiro

Alberto Silva (PMDB-PI) anunciouontem que está apresentando pro-jeto de lei que cria o Dia Nacional doEngenheiro Eletricista, a ser come-morado em 23 de novembro. O se-nador explicou que nesta data foifundada, há 90 anos (1913), a primei-ra Escola Nacional de Engenharia Elé-trica, na cidade de Itajubá, no sul de Minas Gerais, peloengenheiro Teodomiro Carneiro Santiago.Alberto Silva explicou que não havia engenharia me-cânica ou elétrica no Brasil, porque quem monopolizavao setor eram os ingleses, que trabalhavam nas estradasde ferro e nas companhias de energia elétrica.

Parceria com a Assembléiado Rio Grande do Norte

Junto com o diretor-geral Agaciel Maia, o presidente doSenado, José Sarney, assinou ontem convênio com a Assem-bléia Legislativa do Rio Grande do Norte para um intercâm-bio de programação entre a TV Senado e a TV inauguradapor aquela Casa legislativa.

O presidente da assembléia, deputado Robinson Faria,considerou da maior importância essa parceria, para que aTV do Legislativo potiguar possa divulgar, em canal por as-sinatura, as matérias exibidas pela TV Senado que sejam deinteresse para o povo do Rio Grande do Norte. A TV da As-sembléia do Rio Grande do Norte é a primeira de âmbitolegislativo inaugurada no Nordeste, informou.

O deputado disse que também será significativo ceder àTV Senado programas de interesse nacional produzidos poraquela emissora, citando matérias temáticas, biografias eoutros assuntos relativos ao Rio Grande do Norte.

Os líderes do PSDB,Arthur Virgílio (AM), edo PFL, José Agripino(RN), advertem: o go-verno pode ficar sem aprorrogação da Con-tribuição Provisóriasobre MovimentaçãoFinanceira (CPMF) eda Desvinculação deReceitas da União(DRU) se for inflexívelna reforma tributáriacomo está sendo nocaso da reforma daPrevidência. Eles têm reuniãohoje, às 10h, com o líder do go-verno, Aloizio Mercadante (PT-SP), e mais os coordenadoresdo PSDB, Tasso Jereissati (CE),do PFL, Rodolpho Tourinho(BA), e o relator, Romero Jucá(PMDB-RR), para tentarem um

O presidente do Senado, JoséSarney, afirmou estar confian-te em que, talvez antes do Na-tal, o Senado encerre a votaçãoda reforma tributária. Ele con-siderou ontem que os entendi-mentos em torno dessa votaçãoestão marchando bem e que aoposição tem plena consciên-cia das responsabilidades con-juntas exigidas por essa mu-dança legislativa.

– Essa não é uma reforma dogoverno. É uma reforma queinteressa à defesa da economia.

Sarney explicou que a idéiade, numa primeira etapa, votar

A senadora Heloísa Helena(PT-AL) destacou ontem que éimportante estabelecer um de-bate mais qualificado e profun-do sobre a proposta de emen-da à Constituição da reformada Previdência (PEC 67/03) e achamada proposta paralela(PEC 77/03).

– Eu desafio que alguém mos-tre que essa proposta acabacom privilégios ou inclua ospobres. Mentira! Não posso di-zer a um aposentado por inva-lidez, com mais de 70 anos ouportador de deficiência queessa PEC vai resolver e garantirdireitos. Ela não faz nada poreles. Apenas apresenta a inten-ção de fazê-lo; não confere di-reito. Não posso mentir. Nãovamos enrolar o povo.

Heloísa Helena ressaltou quea PEC paralela especifica quedepende de lei complementarpara ser regulamentada, de-pendendo de projeto a ser en-viado ao Congresso Nacionalpelo presidente da República.

A senadora disse que não seconforma com o fato de a pro-posta de reforma da Previdên-cia não ter uma regra de transi-ção e calculou que aquele quecomeçou a trabalhar aos 15anos de idade terá que traba-lhar até os 60 anos, exatamen-te como aquele que começou atrabalhar aos 25 anos de idade.

Paulo Paim (PT-RS) afirmouque é preciso debater o méritoda reforma e que a melhor for-ma de resolver o impasse seriapromulgá-la “fatiada”, comopropôs há meses.

– Agora tenho a ousadia de

Líderes buscam acordopara votar a tributária

acordo sobre a reforma tribu-tária e definir as datas de dis-cussão e votação.

O PFL e o PSDB não abremmão do Fundo de Desenvolvi-mento Regional já para 2004,com R$ 2 bilhões, para que osgovernadores do Norte, Nor-

deste, Centro-Oeste e MinasGerais (para atendimento aoVale do Jequitinhonha) invis-tam em infra-estrutura. A opo-sição aceita que o norte do es-tado do Rio e o Espírito Santofiquem de fora, mas quer o fun-do já para o próximo ano, emtroca da unificação do ICMSem cinco alíquotas nacionais.

– O governo precisa aprovara prorrogação da CPMF e aDRU, e por isso aceitará ceder– afirmou Tourinho.

Virgílio disse que seu partidoatua em total afinação com oPFL e que exige o Fundo deCompensação das Exportações,o Fundo de DesenvolvimentoRegional e a Contribuição deIntervenção no Domínio Eco-nômico (Cide) em benefício dosmunicípios para 2004.

propor um acordo de procedi-mento entre minoria e maioria.Nós votaríamos com a consci-ência a PEC 67, sem prejuízodos destaques para votação emseparado para temas como oteto, a paridade, os inativos e atransição. Fizemos esse tipo deacordo na Constituinte com ofamoso Centrão.

Romeu Tuma (PFL-SP) ob-servou que é preciso pensar nascondições dos trabalhadoreshá 30 anos.

– Ninguém está raciocinandoem termos de um tempo emque nem havia transporte. Issotudo não se conta para umaaposentadoria justa?

Leonel Pavan (PSDB-SC) dis-se que a coragem de HeloísaHelena é reconhecida e amadapor milhões de brasileiros.

– A farsa não está só na PEC,mas também em pessoas aquino Senado que prometemapresentar emendas e, quandochegam na comissão, não asdefendem. Um senador votacontra a emenda do outro com-panheiro de partido – afirmou.

AFINAÇÃO José Agripino (E) e ArthurVirgílio: PFL e PSDB atuam em harmonia

Sarney crê em decisão antes do Natal

Heloísa Helena cobradebate mais qualificado

as matérias essenciais à gover-nabilidade, sem destruir o nú-cleo da reforma, para, em se-guida, votar a equalização doImposto sobre Circulação deMercadorias e Serviços (ICMS)e, posteriormente, a unificaçãodo ICMS com o Imposto sobreServiços (ISS), garantirá a vota-ção até o fim do ano.

Sobre a timidez de uma refor-ma sem uma decisão definiti-va a respeito do ICMS, Sarneydisse que isso é compreensível.

– Mesmo no formato primi-tivo, a mudança sobre o ICMSnão seria implementada em

2004. O ano de 2004 seria umano praticamente de transição.

PrefeitosSarney recebeu os prefeitos

das cidades mineiras de Cam-buí e de Conceição do MatoDentro, João Fanuchi e José deOliveira, que lhe pediram apoiopara que a reforma tributáriapropicie mais recursos para osmunicípios. Eles também soli-citaram intercessão junto aopresidente Lula para que osmunicípios recebam uma cotaextra do FPM para atender aopagamento do 13º salário deseus servidores.

DESABAFO Heloísa Helena: “Nãoposso mentir. Não vamosenrolar o povo”

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5Brasília, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

Ao rebater críticas de que ogoverno Luiz Inácio Lula da Sil-va está sendo lento na retoma-da do crescimento econômicoe na geração de empregos, o se-nador Roberto Saturnino (PT-RJ) afirmou ontem que o gover-no precisa agir com prudênciae evitar caminhos equivocados,como os que foram trilhadospelos presidentes João Goulart,no Brasil, e Salvador Allende,no Chile.

Para Saturnino, Lula precisadosar a sabedoria de não seapressar com a ousadia deavançar até o limite politica-mente viável, para não cair naparalisação do governo LechWalesa, na Polônia, que ficouaquém do possível.

O parlamentar reconheceu

Saturnino elogia cautelano avanço econômico

que o caminho da moderaçãoé extremamente difícil, porque“pressupõe manter um equilí-brio entre as pressões do Impé-rio – o governo dos EstadosUnidos – e do sistema financei-ro nacional e internacional” eas exigências decorrentes daexclusão social e dos compro-missos assumidos na campa-nha eleitoral.

– Até agora, Lula está avan-

çando com a sabedoria neces-sária.

Entre as medidas mais corre-tas do governo Luiz Inácio Lulada Silva, Saturnino apontou, noplano externo, a negociação emtorno da Área de Livre Comér-cio das Américas (Alca); o esfor-ço pela dinamização das expor-tações; e os novos termos danegociação com o Fundo Mo-netário Internacional (FMI).

No plano nacional, ele men-cionou o microcrédito; a dina-mização da construção de na-vios e plataformas para a Pe-trobras; bem como as diretrizespara que o Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) passe a finan-ciar habitação e saneamentobásico.

Em aparte, Eduardo Suplicy(PT-SP) disse que os votos ob-tidos por Lula no segundo tur-no deram-lhe a legitimidadeque faltou a Allende e a Goulart.Já Pedro Simon aplaudiu a ini-ciativa do BNDES de comprarações da Vale do Rio Doce.

O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou ontem, no Plená-rio, que considera superado omal-estar decorrente de co-mentários negativos sobre suaatuação parlamentar e a con-dução dos trabalhos na Mesado Senado, atribuídos pela im-prensa ao ministro-chefe daCasa Civil, José Dirceu.

Paim disse que, em encontrocom o presidente nacional doPT, José Genoíno, e o deputadoPaulo Rocha (PT-PA), ambos ne-garam que Dirceu tenha feitocríticas a seu respeito em reu-nião com a bancada petista.

O senador informou ainda

Paim: está encerrado episódio com Dirceu

ter recebido telefonema dopróprio Dirceu, que afirmouseu respeito à história política

ACERTO Para Roberto Saturnino,o presidente Lula está agindocom a sabedoria necessária

Senador ressalta quegoverno precisa agircom prudência paraevitar caminhosequivocados

e às posições de Paim.– Confesso que fiquei feliz

com essa declaração – disse oparlamentar, acrescentandoque, diante do “gesto de gran-deza” de Dirceu, resolveu dizerpublicamente que tambémrespeita a história do chefe daCasa Civil, e retirava a compa-ração que havia feito entre oministro e o general Golbery.

Aparteando, o senador Edu-ardo Suplicy (PT-SP) destacou,na véspera do Dia da Consciên-cia Negra, quão importantetem sido a contribuição dePaim como senador e vice-pre-sidente da Casa.

O presidente do Senado, JoséSarney, elogiou ontem a condu-ção da política externa brasilei-ra. Em relação à participaçãodo país na Área de Livre Comér-cio das Américas (Alca), o sena-dor afirmou que a posição dopaís não deve ser de recusa, esim a de seguir negociando,“sem politizar nem ideologizara questão”.

Para Sarney, é preciso assegu-

Sarney aplaude a conduçãoda política externa nacional

rar o atendimento dos interes-ses nacionais, com a inclusãodos produtos agrícolas brasilei-ros na pauta de negociações.Segundo disse, “o Brasil hojetem maior visibilidade interna-cional do que no passado”, pro-cesso que teria se iniciado coma política de integração conti-nental no final da década de 80.Ele considera que o país devereforçar a reivindicação de par-

ticipar do Conselho de Segu-rança da Organização das Na-ções Unidas (ONU).

PROJEÇÃO Brasil passou a termaior visibilidade do que nopassado, afirma José Sarney

RECONHECIMENTO Paulo Paimdiz que o ministro manifestourespeito às suas posições

Sérgio Cabralsugere que

governo ouçaa população

O senador Sérgio Cabral(PMDB-RJ) fez ontem apelo aogoverno para que tenha maishumildade e não deixe de es-cutar as ruas, lembrando queem menos de 15 dias o gover-no voltou atrás duas vezes noque diz respeito aos aposenta-dos do Instituto Nacional doSeguro Social (INSS).

Sérgio Cabral lembrou quehá 15 dias chamou a atenção

para o problema dos seguradoscom mais de 90 anos de idade,obrigados a comparecer às uni-dades do INSS para comprovarque estavam vivos. Na época,continuou, o ministro da Previ-dência mostrou-se irredutível,mas foi obrigado a voltar atrásna decisão de forçar os idosos,em muitos casos até doentes, aenfrentar horas de espera emgrandes filas para assegurar orecebimento das suas aposen-tadorias.

Agora, disse o senador, pelasegunda vez, em menos de 15dias, o governo muda uma de-cisão, anunciando, por meio doministro Ricardo Berzoini, aedição de uma medida provisó-ria estendendo o prazo paraapresentação do pedido de re-visão de benefícios concedidosentre fevereiro de 1994 e feve-reiro de 1997, que venceriahoje.

Sérgio Cabral lembrou queainda na manhã de ontem, nareunião da Comissão de Cons-tituição, Justiça e Cidadania(CCJ), pediu ao líder do gover-no, senador Aloízio Mercadan-te (PT-SP), que tentasse inter-vir na decisão de manter o pra-zo-limite até hoje.

– Ele me disse que seria im-possível fazer uma prorroga-ção, e agora o governo nos en-caminha essa medida provisó-ria – ressaltou o senador.

EQUÍVOCOS Medidas erradasno INSS têm levado governo avoltar atrás, diz Sérgio Cabral

APOSENTADORIAS

“Está na hora de o presiden-te Lula e o ministro Berzoinimarcarem um gol de placa”,afirmou ontem em Plenário osenador Eduardo SiqueiraCampos (PSDB-TO), ao pedir aampliação do prazo para apo-sentados e pensionistas do Ins-tituto Nacional do Seguro Soci-al (INSS) solicitarem a revisãode seus benefícios. No fim datarde, o ministro da Previdên-cia, Ricardo Berzoini, anunciouque todos os aposentados epensionistas terão mais cincoanos para solicitar na Justiça aatualização monetária dos be-nefícios defasados em funçãodos planos econômicos.

O senador pelo Tocantins re-conhece em Berzoini “um ho-mem público dotado de dispo-sição para enfrentar os proble-mas da Previdência Social coma firme intenção de melhorar osistema, acabar com as fraudese assegurar os direitos dos be-neficiários”. Ele observou, noentanto, que, assim como o mi-nistro admitiu não gostar de fi-

Eduardo faz apelo emfavor dos aposentados

las, “imagine aqueles que tra-balharam tanto e só querem tero direito de receber seu benefí-cio”, em alusão às filas enfren-tadas por todos aqueles quecorrem contra o tempo parapleitear a revisão.

Os transtornos experimenta-dos tanto pelos segurados quesolicitam esse reajuste quantopelos aposentados e pensionis-tas com mais de 90 anos obri-gados a enfrentar fila para serecadastrar levaram o senadorSérgio Cabral (PMDB-RJ) a afir-mar, em aparte, que o país as-siste “a um festival de incom-petência e insensibilidade ad-ministrativa e política do Mi-nistério da Previdência”. Na suaopinião, a extensão do prazo derevisão previsto na Lei nº 9.711/98 pode ser operada com a edi-ção de medida provisória pelogoverno federal.

A decisão do governo de am-pliar o prazo para o pedido deatualização dos benefícios de-verá ser publicada hoje no Di-ário Oficial da União.

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6 Brasília, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

Subcomissão quer partilhade impostos mais justa

Após três meses de trabalho,a Subcomissão Temporária daDívida Pública está apresen-tando proposta de emenda àConstituição (PEC) para tornarmais justa a partilha de impos-tos e obrigações entre União,estados e municípios. Sugeretambém projeto de lei com re-gras mais flexíveis para renego-ciação de dívidas de estados emunicípios com a União.

As duas proposições cons-tam do relatório do senadorNey Suassuna (PMDB-PB),aprovado pelo colegiado, porunanimidade, na noite de on-tem. Presidida pelo senadorCésar Borges (PFL-BA), a sub-comissão fez ampla investiga-ção sobre a situação financeira

dos estados e municípios, ou-vindo inclusive governadores esecretários de Fazenda.

– A fragilidade financeira emque se encontram as unidadesda Federação põe em xeque opacto federativo, seja na di-mensão da partilha de recur-sos, seja na dimensão do agra-vamento dos desequilíbrios re-gionais – afirmou o senador

Ney Suassuna.Atualmente, ressalta o sena-

dor, há 16 estados com dificul-dades para pagar o 13º salário.As causas principais, disse, sãoas taxas de juros; redução daparticipação de estados e mu-nicípios na partilha dos impos-tos; perda de receita em decor-rência da estagnação econômi-ca; e adoção de indexadoresinadequados para correção dovalor nominal dos débitos.

PasepComo parte da reforma tri-

butária, a subcomissão sugereque os repasses da União sejamfeitos levando-se em conta to-dos os tributos.

Propõe ainda a exclusão dosestados e municípios do paga-mento do Programa de Forma-ção do Patrimônio do ServidorPúblico (Pasep) e permissão,temporária, para que estados emunicípios possam aplicar emoutras áreas recursos constitu-cionalmente vinculados à edu-cação e saúde.

RESULTADO Ney Suassuna éautor do relatório aprovado porunanimidade na noite de ontem

O senador Mozarildo Caval-canti (PPS-RR) fez apelo aosparlamentares da ComissãoMista de Orçamento para queelaborem um orçamento maisrealista que não leve o governoa contingenciar “tantas verbas”durante sua implementação.Conforme disse, o que vemsendo feito no Congresso “é umtrabalho de faz-de-conta”.

A solução definitiva para oOrçamento da União, afirmou,seria a aprovação do projeto dosenador Antonio Carlos Maga-lhães (PFL-BA) criando o orça-mento impositivo, como ocor-re nos países desenvolvidos,onde as despesas previstas no

Mozarildo defende orçamento realista

orçamento precisam, necessa-riamente, ser realizadas.

Mozarildo reconheceu, po-

rém, não ser viável fazer mu-dança tão brusca de uma sóvez. Para ele, há etapas inter-mediárias que podem ser ado-tadas, como a elaboração maisracional do orçamento, evitan-do “emendas paroquiais” queacabam ficando no “gavetão docontingenciamento”.

Uma segunda mudança viá-vel, disse, seria exigir que oscontingenciamentos fossemaprovados no Congresso. As-sim, as rubricas do orçamento“não ficariam ao bel-prazer dosburocratas, que nem sempretêm consciência social nem aintenção de trabalhar pela di-minuição das desigualdades”.

Senadores quediscutiram a dívidapública propõememenda e projetode lei sobre o tema

Os parlamentares da Comis-são Parlamentar Mista de In-quérito (CPI) do Banestado,que investiga a evasão ilegal dedivisas por meio de contas CC-5, estarão hoje no Paraná parainterrogar mais de 30 pessoassuspeitas de participar do es-quema. Os depoimentos ocor-rerão na Câmara Municipal deFoz do Iguaçu e na AssembléiaLegislativa, em Curitiba. Inte-gram a subcomissão responsá-vel pela diligência o presidenteda CPI, senador Antero Paes deBarros (PSDB-MT), o relator,deputado José Mentor (PT-SP),e os deputados Doutora ClairMartins (PT-PR), Paulo Ber-nardo (PT-PR) e EduardoSciarra (PFL-PR).

Em Foz do Iguaçu devem serouvidas 16 pessoas, entre ge-rentes e servidores do Banes-tado e do Banco do Brasil, fun-cionários de casas de câmbio esuspeitos de serem “laranjas”no esquema. Em Curitiba, a CPIvai interrogar 18 pessoas. Serãoouvidos o doleiro Alberto Yous-sef, que está preso, e os ex-ge-rentes do Banestado em NovaYork Ércio de Paula e Gilson Gi-rardi, além de Afonso CelsoBraga, citado por testemunhascomo a pessoa ligada ao BancoIntegración e ao Banco Arau-cária, acusados de envio irregu-lar de divisas para o exterior.

Antero Paes de Barros disseque a CPI fará também reuniãocom a Polícia Federal e fiscaisda Receita Federal.

– Nosso objetivo é saber co-mo está sendo realizada a fis-calização dos carros-fortes quecirculam na fronteira entre oBrasil e o Paraguai e se o siste-ma hoje em vigor facilita a la-vagem de dinheiro – assinalouo senador.

Essa não é a primeira visitada CPI ao Paraná. Em julho, opresidente e o relator da CPIestiveram em Curitiba.

CPI ouve noParaná acusados

de evasão

INVESTIGAÇÃO Antero anunciaque também vai se reunir coma Polícia Federal e a Receita

Novas regraspara criação

de municípios

O senador Sibá Machado (PT-AC) apresentou projeto de leicomplementar que estabeleceexigências para a criação demunicípios. Entre os requisitosobrigatórios estipulados estão:população mínima de 3 milhabitantes, centro urbano jáconstituído, estimativa de re-ceita compatível com a execu-ção das funções típicas da ad-ministração municipal, delimi-tação do perímetro urbano e dazona rural e meio ambiente e-cologicamente equilibrado.

A proposta, que regulamen-ta o parágrafo 4º do artigo 18 daConstituição federal, determi-na que a criação, incorporação,fusão e desmembramento demunicípios serão feitos por leiestadual e dependerão de con-sulta prévia, mediante plebis-cito, às populações dos muni-cípios envolvidos, após divul-gação dos estudos de viabilida-de municipal.

– A viabilidade municipal se-rá examinada sob os aspectosadministrativos, ambientais,demográficos, socioeconômi-cos e urbanísticos. Também seestá exigindo que o requeri-mento destinado à instalaçãodo procedimento seja assinadopor 1%, pelo menos, dos elei-tores domiciliados na área quese quer emancipar – explicouSibá Machado.

Em aparte, a senadora AnaJúlia Carepa (PT-PA) parabeni-zou o senador pela iniciativa.Ela registrou que muitos muni-cípios foram criados sem quesequer tivessem condições dearrecadar, terminando por so-breviver com os repasses doFundo de Participação dos Mu-nicípios (FPM).

Já o senador José Maranhão(PMDB-PB) lamentou que, porescassez de recursos, muitasprefeituras no país estão atual-mente vivendo “uma verdadei-ra tragédia”.

EXIGÊNCIA Sibá propõe arealização de estudos sobreviabilidade dos municípios

Comissão vota hoje requerimentos e avisosA Comissão Mista de Orça-

mento reúne-se hoje, às 10h,para votar oito requerimen-tos, seis avisos e um ofício,esgotando a pauta iniciadaterça-feira, quando foramaprovados quatro projetos delei, no valor de R$ 3,935 bi-lhões, para as estatais e os Mi-nistérios da Saúde e dosTransportes. A maior quantiarefere-se a crédito de R$ 3,895bilhões para o orçamento deinvestimento das estatais.

O Ministério da Saúde rece-beu dois créditos especiais,

um de R$ 36,338 milhões e ou-tro de R$ 2,5 milhões. O últimocrédito especial, de R$ 1,544milhão, foi destinado ao Minis-tério dos Transportes. A comis-são votou também 17 avisossobre auditorias do Tribunal deContas da União ( TCU) emobras que contam com recur-sos federais, entre elas o Portode Natal (RN) e trecho do me-trô de Salvador (BA), que obti-veram autorização para voltara receber verbas da União.

Os integrantes da comissãodevem finalizar a análise dos

avisos que ainda constam dapauta, como o que encami-nha as demonstrações contá-beis do Fundo Constitucionaldo Nordeste (FNE). Há tam-bém oito requerimentos soli-citando audiência públicacom vários ministros.

Só para ouvir o titular daFazenda, Antonio Palocci, hátrês pedidos. Entre outros te-mas, o ministro falaria acer-ca da medida provisória (MPnº 135) sobre a Contribuiçãopara o Financiamento da Se-guridade Social (Cofins).

SOLUÇÃO Mozarildo quer aaprovação do projeto queinstitui o orçamento impositivo

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7Brasília, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

Ney Suassuna (PMDB-PB)reapresentou ontem projeto de1996 que trata da maioridadepenal, em resposta à onda decrimes praticados por meno-res. Pela proposta, o menorpassaria a responder por açõescriminosas após a primeiracondenação.

Na primeira versão, o proje-to reduzia a maioridade penalde 18 para 16 anos. Suassuna,entretanto, disse ter dúvidassobre se essa redução seria efi-caz naquele momento ou até

Suassuna sugere pena mais severadepois da primeira condenação

Tuma quer prisão-escolapara menores infratores

Romeu Tuma (PFL-SP) aler-tou ontem para o equívoco daprisão de menores junto comadultos, em razão do debateque se faz sobre a redução damaioridade penal para 16 anos.A fim de evitar que saiam dasruas para apenas mais uma es-cola do crime, o senador pro-põe que os menores infratoressejam recolhidos a prisões quefuncionem como escolas, ondepossam ser recuperados para oconvívio social.

– Como recuperar crianças eadolescentes dentro de umambiente de promiscuidade? –indagou Tuma.

O senador comentou as de-clarações do ministro da Edu-cação, Cristovam Buarque, nosentido de que a redução damaioridade penal só benefici-aria a elite, pois os ricos fica-riam mais tempo na escola e ospobres iriam mais cedo para acadeia. Para Tuma, é responsa-bilidade do ministério e das se-cretarias estaduais a imple-mentação de programas quemantenham os menores o mai-or tempo possível na escola.

Em aparte, o senador CésarBorges (PFL-BA) disse que le-vantamento feito pelo Institu-to de Pesquisa Econômica Apli-cada (Ipea) mostra que inves-timentos em segurança dãomenos resultados que o cresci-mento da renda e do emprego.

“Como recuperarcrianças eadolescentes dentrode um ambiente depromiscuidade?”

OPORTUNIDADE Segundo Tuma,é preciso evitar que menor saiada rua para escola do crime

mesmo hoje. Por isso, imagi-nou a fórmula da emancipaçãoa partir do segundo crime. Aprimeira pena daria ao menora chance de se recuperar – numhorizonte de curto prazo – forade presídios onde se encon-tram criminosos adultos. E ser-viria de alerta. A partir do se-gundo crime, teria mais peso anecessidade de proteção à so-ciedade, com a possibilidadede prisão por um espaço detempo maior.

Para o senador, não só um

maior número de menores estácometendo crimes, mas tam-bém as organizações crimino-sas atribuem a crianças e ado-lescentes o papel de assumi-rem crimes mais graves, já queem no máximo três anos são li-berados.

– Muitos jovens estão enxer-gando no mundo do crime aoportunidade de serem heróise boa parte da população vê oscriminosos como heróis. Nãoadianta aprovarmos leis de faz-de-conta – afirmou Suassuna.

Alarmada com dados de pes-quisa do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE),publicada ontem pelo jornalFolha de S. Paulo, que apontaum crescimento de 50% ao anodo trabalho infantil (10 a 14anos de idade) nos grandescentros urbanos do Brasil, a se-nadora Lúcia Vânia (PSDB-GO)disse que a Comissão de Assun-tos Sociais (CAS), que ela pre-side, passará a acompanharmais de perto o problema e asações do governo nessa área.

– Toda a estrutura de fiscali-zação do Ministério do Traba-lho montada para monitoraresse problema está desativada.

A senadora disse que a de-sestruturação da área social fezcom que o governo levassequase um ano para realizar aunificação dos cartões dos vá-rios programas sociais e, depoisde unificados, se deu conta deque precisava manter separadoo cartão do bolsa-renda, que

complementa a renda de famí-lias que recebem menos de umsalário mínimo.

Lúcia Vânia ressaltou que oPrograma de Erradicação doTrabalho Infantil (Peti) não re-cebeu “um centavo sequer” dogoverno em 2003 e, por isso,não foi ampliado.

– Não é apenas o dinheiroque faz o êxito de um progra-ma social. É a motivação.Quando se tem vontade políti-ca e compromisso social, é pos-sível obter resultados positivos.

A senadora sugeriu ao atualgoverno que faça como o gover-no passado e promova açõesmobilizando empresas, gover-nos estaduais e prefeituras.

Ao lamentar que nos primei-ros nove meses do governoLula o número de crianças tra-balhadoras na faixa etária de 10a 14 anos aumentou nas seisprincipais regiões metropolita-nas do país, a senadora Mariado Carmo Alves (PFL-SE) pediuao Ministério da Ação Social orestabelecimento do Programade Erradicação do Trabalho In-fantil (Peti).

Segundo a Pesquisa Mensalde Emprego (PME) do Institu-to Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE), em setembro onúmero de crianças trabalhan-do aumentou 50% em relaçãoa janeiro e 76% se a compara-ção for feita com o mês de se-tembro do ano passado. A pes-quisa é realizada nas regiõesmetropolitanas de São Paulo,Rio, Recife, Salvador, Belo Ho-rizonte e Porto Alegre.

– O trabalho infantil é conde-nável não apenas por ser proi-bido por lei, mas também por-que ele é desastroso para a so-ciedade como um todo. A cri-ança que trabalha normalmen-te não vai à escola. E, se vai,

chega sempre cansada e semvontade de estudar. Ela torna-se adulta muito mais cedo doque qualquer outra e não per-de só a inocência da infância,mas também a oportunidadede construir sua vida e a espe-rança de ter um futuro melhor– afirmou Maria do Carmo.

A senadora por Sergipe des-tacou que os pesquisadores doIBGE constataram que o au-mento do trabalho infantil éconseqüência direta da quedana renda do brasileiro e doscrescentes índices de desem-prego no país. Ela comparouque, em setembro deste ano, arenda média real do trabalha-dor caiu 14,6% em relação a se-tembro de 2002. A taxa de de-semprego no mesmo mês atin-giu 12,9%, contra 11,5% em se-tembro de 2002.

ALARME Lúcia Vânia cita estudomostrando aumento de 50% dotrabalho de crianças em um ano

Lúcia Vâniaalerta para

crescimento dotrabalho infantil

Maria do Carmopede ao governoque restabeleça

programa

CONSEQÜÊNCIA Maria do Carmodestaca que a queda na rendaleva crianças a trabalhar

A memória de Zumbi dos Pal-mares e a trajetória das mães-de-santo da Bahia foram re-verenciadas pelo senador Ro-dolpho Tourinho (PFL-BA) aohomenagear ontem o Dia daConsciência Negra. A vésperada data, que se comemora hoje,levou Tourinho a propor umareflexão sobre o processo de ex-clusão do negro na sociedadebrasileira, “que deve ser objetode nossas preocupações nãosomente em um dia de festa,mas em todos os dias do ano”.

A celebração do Dia da Cons-ciência Negra não pode excluir,na sua opinião, a análise sobre

“os horrores e a suprema vergo-nha do passado escravagista”,que persistiu na história brasi-leira por cerca de três séculos.Tourinho exaltou Zumbi dosPalmares como um ícone nãoapenas da resistência negra,mas da luta do povo brasileiropela liberdade, lembrando quesua luta contra o ódio, a intole-rância, o preconceito e a rapi-na deixou como legado valoresfundamentais para a constru-ção de uma sociedade plurir-racial e democrática.

Senador por um estado demaioria afro-descendente –Salvador é a segunda cidade

negra do mundo –, Tourinhodestacou a importância dasmães-de-santo no processo delibertação e auto-afirmação donegro no país. Tanto quantoZumbi, Tourinho disse quemerece ser reverenciada a atu-ação de mulheres como MãeMenininha, Mãe Aninha, MãeStella e Mãe Tatá.

Tourinho homenageiaZumbi e mães-de-santo

PREOCUPAÇÃO Tourinhoconsidera necessário refletirsobre processo de exclusão

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8 Brasília, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

Vinho brasileiro pode seguir padrões internacionaisA Comissão de Assuntos So-

ciais (CAS) aprovou ontem pa-recer favorável a projeto doExecutivo que adapta a legisla-ção brasileira sobre produção,circulação e comercializaçãode vinho e derivados de uva aosconceitos e padrões internaci-onais. O projeto (PLC nº 89/00),

já aprovado pelos deputados,vai agora à apreciação do Ple-nário do Senado.

A proposta, que tem como re-lator o senador Pedro Simon(PMDB-RS), trata da classifica-ção dos vinhos e traz informa-ções ao consumidor sobre aquantidade de açúcar e teor al-

coólico, que deverão estar es-tampadas nas embalagens. Oprojeto também tem por obje-tivo adequar a produção do vi-nho nacional ao RegulamentoVitivinícola do Mercosul, apro-vado em 1996.

Simon destaca no parecer aqualidade dos vinhos do país,

principalmente do seu estado,o Rio Grande do Sul, e acres-centa que, atualmente, o níveltecnológico utilizado na produ-ção dos vinhos brasileiros finosé comparável ao existente noscentros mais avançados, razãopor que defende a aprovaçãoda matéria.

Papaléo vê descaso comsaúde de mata-mosquitos

CRÍTICA Papaléo Paes cobra dasautoridades providências parasolucionar o problema

Senador diz que, porfalta de treinamentoe proteção, agentesda Funasa estãoexpostos a veneno

Por falta de treinamento paralidar com inseticidas e semequipamento adequado paraproteção, muitos agentes desaúde, conhecidos como mata-mosquitos, estão sofrendo pro-blemas graves de saúde. A de-núncia foi feita pelo senadorPapaléo Paes (PMDB-AP), quepediu providências ao ministroda Saúde, Humberto Costa, aoministro-chefe da Casa Civil,José Dirceu, e ao presidenteLuiz Inácio Lula da Silva.

Papaléo salientou que umdos principais venenos utiliza-dos pela Fundação Nacional deSaúde (Funasa) no combate amosquitos tem o nome comer-cial de Abate 1-G, cujo princí-pio ativo é o temefós, do grupoquímico organofosforado. Noentanto, de acordo com notaoficial citada pelo senador,divulgada em junho deste ano,a fundação garante que não

xicos para os vertebrados queos organoclorados, podendointoxicar facilmente um indiví-duo com uma dose relativa-mente pequena – declarou.

Segundo o senador, o “desca-so” com os mata-mosquitosvem sendo cometido há anos.Matéria de O Globo de 3 demaio último, lida por Papaléo,informa que 122 servidores daFunasa foram afastados do tra-balho no ano passado porqueestavam contaminados porprodutos químicos.

Papaléo leu também mani-festo em que os agentes de saú-de informam que estão “mor-rendo lentamente” por terempassado boa parte de suas vi-das aspirando o mesmo vene-no destinado aos insetos e quesão obrigados a deixar paraseus filhos a herança de um paidoente.

Em aparte, o senador Moza-rildo Cavalcanti (PPS-RR) dis-se que a saúde pública vemsendo negligenciada no Brasilhá vários anos. E o o senadorMão Santa (PMDB-PI) afirmouque em muitos hospitais dopaís servidores correm risco devida.

existem evidências de que esseproduto cause danos à saúdehumana.

– Ora, isso é mais do que umdescaso. Aqui já se trata deacinte, de mentira, de verdadei-ro deboche, sarcasmo com osofrimento dos mata-mosqui-tos contaminados. A prova damentira deslavada está em uminformativo editado pela pró-pria Funasa no Rio de Janeiro.Diz o Rio Informa, na edição nº1 de 1998, a respeito dos orga-nofosforados, que são mais tó-

Sarney propõe ajuda à luta contra Aids na ÁfricaApós receber ontem três re-

presentantes do governo britâ-nico interessados em conheceros motivos do sucesso do pro-grama brasileiro de controle daAids, o presidente do Senado,José Sarney, disse que o Brasiltem o dever de levar sua expe-riência à África, o continentemais atingido pela moléstia.

– Temos sido muito tímidosem ajudar a África a enfrentaro problema. Nosso programanão pode ser só para os paísesricos copiarem. O Brasil deve

participar efetivamente ao ladodas nações mais pobres, prin-cipalmente as nações africa-nas, com sua experiência e seusrecursos – afirmou.

Sarney é autor do projeto queresultou na lei de distribuiçãogratuita aos soropositivos dosremédios que conseguem con-ter a doença. Ele admitiu que aaprovação da proposta não foia única razão de o Brasil ter setornado referência mundial nocombate à síndrome.

– Só o projeto não adiantaria

nada. Temos que reconhecerque os ministros de todos osgovernos implementaram oprograma que existe hoje.

Os visitantes – Nick Sloan,Jess Hudson e Monique Vledder– estavam acompanhados pelodiplomata Richard Barlow, se-gundo-secretário da embaixa-da britânica em Brasília. Os re-presentantes britânicos per-manecerão uma semana noBrasil para colher informaçõessobre o programa brasileiro decontrole da epidemia.

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores José Sarney,Eduardo Siqueira Campos, Romeu Tuma e Mão Santa

Borges querincentivos àsSantas Casas

O senador César Borges(PFL-BA) anunciou que vaiapresentar projeto modifican-do dispositivos da lei sobre oImposto de Renda de modo ainstituir dedução para pessoasfísicas e jurídicas que contribu-írem para a saúde pública.

Segundo o parlamentar, essaé a única maneira de salvar en-tidades filantrópicas como asSantas Casas de Misericórdia,que estão falidas em função dedespesas com recursos huma-nos e materiais que acabamnão sendo ressarcidas pelo Sis-tema Único de Saúde (SUS).

César Borges citou o caso doHospital Santo Antônio, dasObras Sociais Irmã Dulce, emSalvador, que está prestes a fe-char as portas por insolvênciafinanceira. Também o HospitalAristides Maltez, especializadoem tratamentos de câncer,apresenta déficit mensal de R$100 mil, informou ele.

Para o senador, a situação dasaúde pública no Brasil é alar-mante, por faltarem medica-mentos, equipamentos e pro-fissionais, “enquanto sobrampacientes em filas interminá-veis e desumanas”.

Ele afirmou ser “necessáriohumanizar” a atuação do SUS,mas reconheceu que esse ob-jetivo somente será atingido nolongo prazo.

PROPOSTA César Borgesdefende dedução no IR dedoações para saúde pública

Lúcia Vâniaelogia esforçopara doação

A presidente da Comissão deAssuntos Sociais (CAS), sena-dora Lúcia Vânia (PSDB-GO),aplaudiu ontem a decisão doMinistério da Saúde de lançarcampanha destinada a consci-entizar a sociedade sobre a im-portância da doação de órgãose tecidos. A campanha, ob-servou, tem por objetivo redu-zir a menos da metade, nospróximos quatro anos, a fila deespera por transplante, queatualmente chega a 56 mil pes-soas.

Lúcia Vânia disse que a cam-panha atende a reivindicaçãoda comissão que preside, jáque, como lembrou, a CASaprovou em agosto último pro-jeto oriundo da Câmara queproíbe a alteração da ordemdos nomes da lista única de es-pera de transplantes. Ela recor-dou que Leomar Quintanilha(PMDB-TO) sugeriu ao gover-no, na ocasião, uma campanhapara doação.

O projeto, já aprovado peloPlenário, segundo informou,abre exceção no caso de riscoiminente de óbito.

– Lembro tudo isso para evi-denciar a importância da Co-missão de Assuntos Sociais, naavaliação, discussão e divulga-ção de ações importantes, nãopara determinado partido, maspara todos os brasileiros.

APOIO Segundo Lúcia Vânia,campanha do governo atende areivindicação da CAS

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