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PREVIDÊNCIA PRIVADA NO CHILE Efeitos do neoliberalismo entrevista joão de barro junho 2008 2 Maurício Souza Rui Falcão é advogado, jornalista e deputado estadual pelo PT de São Paulo. Foi deputado federal, presidente do par- tido e secretário de governo na gestão Marta Suplicy. Fal- cão faz uma explanação sobre as perdas aos trabalhado- res, caso uma nação opte pelo sistema previdenciário pri- vado, prática comum em governos neoliberais. Joao de Barro - Que al- terações no sistema previ- denciário público foram introduzidas durante a di- tadura do general Pino- chet, no Chile? Rui Falcão - Foi extinto o sistema previdenciário público, mantido pelo Estado, e em seu lugar introduzido o sistema previdenciário privado, agora objeto de modificação pelo go- verno de coalizão de Michele Bachelet. O novo sistema repre- sentou uma mudança tão radi- cal que nem mesmo os porta- bandeiras do neoliberalismo à época tiveram a coragem de aplicar em seus respectivos pa- íses. Ronald Reagan, nos EUA, e Margareth Thatcher, na Grã- Bretanha, recuaram, por receio de reações contrárias, por par- te das classes trabalhadoras. A reforma chilena de Pinochet consistiu em entregar o destino dos aposentados ao capital finan- ceiro privado, que assim passou a gerir fundos previdenciários constituídos da poupança dos tra- balhadores. As contribuições de cada depositante compõem as contas individuais, que deve- riam alimentar as retiradas quando da aposentadoria. Essa foi uma das muitas por- tas abertas pela ditadura de Pinochet para a internaciona- lização financeira da economia chilena. Somente os militares permaneceram no sistema pú- blico da previdência. Todos os interessados em fazer seu pe- cúlio para a aposentadoria não tinham outra opção senão depo- sitar seus recursos em um dos poucos fundos privados, criados para gerenciá-los. Dessa forma, o pensionista e o aposentado chi- leno ficaram à mercê da jogatina no mercado financeiro, que hoje alcança dimensão planetária. O caso do Chile - país sele- cionado pelos mentores do neoliberalismo como laboratório das reformas anti-sociais que se pretendiam impingir aos traba- lhadores de todo o mundo - tor- nou-se paradigmático tanto pelo caráter radical e truculento das mudanças quanto pelo seu re- tumbante fracasso. João de Barro - Que conseqüências essas mu- danças geraram para o povo chileno? Rui Falcão - No sistema de capitalização individual, que era o do Chile, não vigora o princípio da solidariedade nem o da respon- sabilidade social. De sua gestão não participam os trabalhadores e seu objetivo é unicamente o lucro. O custo administrativo de tais fundos é, teoricamente, tanto mais baixo quanto maior o nú- mero de participantes. Mas essa suposta verdade aritméti- ca não prevaleceu no caso chi- leno, em razão do conluio pro- movido entre os fundos, de im- por aos contribuintes taxas de administração altíssimas, resul- tantes do regime de oligopólio em que passaram a operar. São umas poucas empresas financei- ras, que simulam entre si, medi- ante a propaganda, uma concor- rência que não existe de fato. Assim, os trabalhadores chile- nos, abandonados pelo Estado, tornaram-se vítimas da explora- ção privada, que remunera far- tamente os administradores dos fundos, mediante a cobrança de elevadas taxas de administração e manipulação dos balanços, sem que os interessados diretos, os trabalhadores, detenham o poder de fiscalizá-los. Como era de esperar de tal iniqüidade, os trabalhadores pas- saram a reagir, deles tomando distância, ora pelo abandono, ora pela impossibilidade de acesso (por desemprego), ora por de- sinteresse, frustrados no dilema entre receber na aposentadoria valores insignificantes e perma- necer fora do sistema, à falta de alternativa aceitável. Cumpriu- se assim o objetivo neoliberal, na área previdenciária, de assaltar o butim dos fundos previden- ciários, mediante o desman- telamento da proteção social assegurada pelo Estado e a sua transferência para gestão privada, num mercado finan- ceiro desregulamentado. João de Barro - Depois de 30 anos de reformas anti-so- ciais adotadas no Chile, o que pode ser feito para recu- perar os direitos previden- ciários perdidos pelos traba- lhadores chilenos? Rui Falcão - É nesse con- texto que intervém o governo de Michele Bachelet. Após três décadas de sua introdução à força, o regime cobre somente 55% dos trabalhadores do mer- cado formal e assegura uma reposição média de 30% a 40% do último salário. As mudanças introduzidas pelo governo de Bachelet visam a atender, em primeiro lugar, o enorme contingente de inativos. Com a reforma atual, todos os trabalhadores com mais de 65 anos de idade que estejam situa- dos entre os 60% mais pobres receberão do Estado 167 dólares por mês, valor da chamada "apo- sentadoria solidária". E, para in- centivar a contribuição por parte dos recalcitrantes, o governo ofe- rece um complemento de apo- sentadoria a quem tiver contribu- ído com menos do que o sufici- ente para fazer jus ao benefício. João de Barro - Em que pontos a Previdência brasi- leira se assemelha à chilena? Rui Falcão - Não há seme- lhança entre ambas. No Brasil, temos a previdência pública, de contribuição compulsória, ge- renciada pelo Estado. A pre- vidência privada, de caráter complementar, é opcional. Nos últimos 50 anos, identifi- cam-se dois modelos básicos de seguridade social. Um, chamado de repartição, baseia-se nos princí- pios de solidariedade, obrigato- riedade, transferência intergera- cional e responsabilidade; o outro, chamado de privatista, assenta so- bre a individualidade, a livre es- colha e a descentralização. O sistema de repartição se baseia na contribuição de todos os atores implicados na relação laboral: o Estado, os empresári- os e os trabalhadores. Nele, a solidariedade se expressa na contribuição de empregadores e empregados. A obrigatoriedade implica que a solidariedade en- tre uns e outros se conceba como um direito dos trabalha- dores consagrado em lei. A transferência intergera- ções implica que a seguridade social tem de ser assegurada de geração em geração, de modo que a geração dos que se reti- ram agora se beneficie da con- tribuição dos trabalhadores no passado, assim como os traba- lhadores atuais somente pode- rão beneficiar-se se a geração seguinte mantiver as contribui- “Os organismos multilaterais, como o Banco Mundial e o FMI tentaram impor ao Brasil, como parte do receituário neoliberal, o siste- ma privatista, nos governos Collor e FHC.” ções - eis aí o principio da soli- dariedade entre gerações. A res- ponsabilidade social é aqui as- sumida como dever social do Estado, de assegurar também a proteção à pobreza, ao desem- prego e aos desvalidos. Os fun- dos assim recolhidos vão formar um caixa único e são administra- dos pelo Estado, mediante a par- ticipação das partes interessadas. O sistema privatista, ou de capitalização individual, impos- to aos trabalhadores chilenos, como parte do receituário neoliberal se baseia no individu- alismo, na liberdade individual, na livre concorrência, na ausên- cia da intervenção do Estado e na busca do lucro. A sua ado- ção - e mais freqüentemente, imposição - implica alterações substanciais na correlação de forças políticas, que exigiram, em mais de um caso, o recurso a um poder ditatorial. Foi so- mente mediante a ditadura de Pinochet que se impôs aos traba- lhadores do Chile um sistema de capitalização individual que elimi- nou a obrigatoriedade da coti- zação por parte do empregador, pondo fim ao princípio da solida- riedade nas relações de trabalho. João de Barro - Durante os governos Collor e Fer- nando Henrique Cardoso, que alterações o sistema de previdência pública brasilei- ro sofreu, decorrentes da política neoliberal dominan- te no país a partir de 1990? Rui Falcão - Os organismos multilaterais, como o Banco Mundial e o FMI tentaram im- por ao Brasil, como parte do receituário neoliberal, o sistema privatista, nos governos Collor e FHC. Tanto um quanto o ou- tro se deixaram conduzir de maneira subserviente por esses organismos, que, na verdade pouco têm de multilateral: são ins- trumentos dos interesses do gran- de capital financeiro. Para nossa sorte, porém, já não nos encon- trávamos nas condições em que se encontrava o Chile, quando da mudança. Lá vigorava a ditadura e aqui nós já tínhamos derrubado o regime militar com a campa- nha das Diretas-Já. Felizmente, o furacão neoli- beral, que varreu o Brasil dos governos Collor e FHC, com seu projeto de desmantelamento do Estado, não chegou a produ- zir tamanho estrago entre nós, por encontrar resistência nos movimentos sociais organizados. Isso, porém, não é garantia de que estejamos imunes à tenta- ção que acomete alguns retar- datários do neoliberalismo mo- ribundo. A despeito de seu descrédito, o receituário neoli- beral mantém-se, ainda que bruxuleante, nas fileiras con- servadoras e pode ser reco- nhecido nas práticas dos go- vernos tucanos, em especial, no Estado de São Paulo. Daí a necessidade de não se baixar a guarda e manter a vigilância.

PREVIDÊNCIA PRIVADA NO CHILE Efeitos do neoliberalismo · (por desemprego), ora por de-sinteresse, frustrados no dilema ... a necessidade de não se baixar a guarda e manter a vigilância

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PREVIDÊNCIA PRIVADA NO CHILE

Efeitos do neoliberalismo

entrevista joão de barro junho 2008 2

Maurício Souza

Rui Falcão é advogado, jornalista e deputado estadual peloPT de São Paulo. Foi deputado federal, presidente do par-tido e secretário de governo na gestão Marta Suplicy. Fal-cão faz uma explanação sobre as perdas aos trabalhado-res, caso uma nação opte pelo sistema previdenciário pri-vado, prática comum em governos neoliberais.

Joao de Barro - Que al-terações no sistema previ-denciário público foramintroduzidas durante a di-tadura do general Pino-chet, no Chile?

Rui Falcão - Foi extinto osistema previdenciário público,mantido pelo Estado, e em seulugar introduzido o sistemaprevidenciário privado, agoraobjeto de modificação pelo go-verno de coalizão de MicheleBachelet. O novo sistema repre-sentou uma mudança tão radi-cal que nem mesmo os porta-bandeiras do neoliberalismo àépoca tiveram a coragem deaplicar em seus respectivos pa-íses. Ronald Reagan, nos EUA,e Margareth Thatcher, na Grã-Bretanha, recuaram, por receiode reações contrárias, por par-te das classes trabalhadoras.

A reforma chilena de Pinochetconsistiu em entregar o destinodos aposentados ao capital finan-ceiro privado, que assim passoua gerir fundos previdenciáriosconstituídos da poupança dos tra-balhadores. As contribuições decada depositante compõem ascontas individuais, que deve-riam alimentar as retiradasquando da aposentadoria.

Essa foi uma das muitas por-tas abertas pela ditadura dePinochet para a internaciona-lização financeira da economiachilena. Somente os militarespermaneceram no sistema pú-blico da previdência. Todos osinteressados em fazer seu pe-cúlio para a aposentadoria nãotinham outra opção senão depo-sitar seus recursos em um dospoucos fundos privados, criadospara gerenciá-los. Dessa forma,o pensionista e o aposentado chi-leno ficaram à mercê da jogatinano mercado financeiro, que hojealcança dimensão planetária.

O caso do Chile - país sele-cionado pelos mentores doneoliberalismo como laboratóriodas reformas anti-sociais que sepretendiam impingir aos traba-lhadores de todo o mundo - tor-nou-se paradigmático tanto pelocaráter radical e truculento dasmudanças quanto pelo seu re-tumbante fracasso.

João de Barro - Queconseqüências essas mu-danças geraram para opovo chileno?

Rui Falcão - No sistema decapitalização individual, que era o

do Chile, não vigora o princípioda solidariedade nem o da respon-sabilidade social. De sua gestão nãoparticipam os trabalhadores e seuobjetivo é unicamente o lucro.

O custo administrativo detais fundos é, teoricamente, tantomais baixo quanto maior o nú-mero de participantes. Masessa suposta verdade aritméti-ca não prevaleceu no caso chi-leno, em razão do conluio pro-movido entre os fundos, de im-por aos contribuintes taxas deadministração altíssimas, resul-tantes do regime de oligopólioem que passaram a operar. Sãoumas poucas empresas financei-ras, que simulam entre si, medi-ante a propaganda, uma concor-rência que não existe de fato.Assim, os trabalhadores chile-nos, abandonados pelo Estado,tornaram-se vítimas da explora-ção privada, que remunera far-tamente os administradores dosfundos, mediante a cobrança deelevadas taxas de administraçãoe manipulação dos balanços,sem que os interessados diretos,os trabalhadores, detenham opoder de fiscalizá-los.

Como era de esperar de taliniqüidade, os trabalhadores pas-saram a reagir, deles tomandodistância, ora pelo abandono, orapela impossibilidade de acesso(por desemprego), ora por de-sinteresse, frustrados no dilemaentre receber na aposentadoriavalores insignificantes e perma-necer fora do sistema, à falta dealternativa aceitável. Cumpriu-

se assim o objetivo neoliberal, naárea previdenciária, de assaltaro butim dos fundos previden-ciários, mediante o desman-telamento da proteção socialassegurada pelo Estado e asua transferência para gestãoprivada, num mercado finan-ceiro desregulamentado.

João de Barro - Depois de30 anos de reformas anti-so-ciais adotadas no Chile, oque pode ser feito para recu-perar os direitos previden-ciários perdidos pelos traba-lhadores chilenos?

Rui Falcão - É nesse con-texto que intervém o governo deMichele Bachelet. Após trêsdécadas de sua introdução àforça, o regime cobre somente55% dos trabalhadores do mer-cado formal e assegura umareposição média de 30% a40% do último salário.

As mudanças introduzidaspelo governo de Bachelet visama atender, em primeiro lugar, oenorme contingente de inativos.Com a reforma atual, todos ostrabalhadores com mais de 65anos de idade que estejam situa-dos entre os 60% mais pobresreceberão do Estado 167 dólarespor mês, valor da chamada "apo-sentadoria solidária". E, para in-centivar a contribuição por partedos recalcitrantes, o governo ofe-rece um complemento de apo-sentadoria a quem tiver contribu-ído com menos do que o sufici-ente para fazer jus ao benefício.

João de Barro - Em quepontos a Previdência brasi-leira se assemelha à chilena?

Rui Falcão - Não há seme-lhança entre ambas. No Brasil,temos a previdência pública, decontribuição compulsória, ge-renciada pelo Estado. A pre-vidência privada, de carátercomplementar, é opcional.

Nos últimos 50 anos, identifi-cam-se dois modelos básicos deseguridade social. Um, chamadode repartição, baseia-se nos princí-pios de solidariedade, obrigato-riedade, transferência intergera-cional e responsabilidade; o outro,chamado de privatista, assenta so-bre a individualidade, a livre es-colha e a descentralização.

O sistema de repartição sebaseia na contribuição de todosos atores implicados na relaçãolaboral: o Estado, os empresári-os e os trabalhadores. Nele, asolidariedade se expressa nacontribuição de empregadores eempregados. A obrigatoriedadeimplica que a solidariedade en-tre uns e outros se concebacomo um direito dos trabalha-dores consagrado em lei.

A transferência intergera-ções implica que a seguridadesocial tem de ser assegurada degeração em geração, de modoque a geração dos que se reti-ram agora se beneficie da con-tribuição dos trabalhadores nopassado, assim como os traba-lhadores atuais somente pode-rão beneficiar-se se a geraçãoseguinte mantiver as contribui-

“Os organismos multilaterais, como o BancoMundial e o FMI tentaram impor ao Brasil,como parte do receituário neoliberal, o siste-ma privatista, nos governos Collor e FHC.”ções - eis aí o principio da soli-dariedade entre gerações. A res-ponsabilidade social é aqui as-sumida como dever social doEstado, de assegurar também aproteção à pobreza, ao desem-prego e aos desvalidos. Os fun-dos assim recolhidos vão formarum caixa único e são administra-dos pelo Estado, mediante a par-ticipação das partes interessadas.

O sistema privatista, ou decapitalização individual, impos-to aos trabalhadores chilenos,como parte do receituárioneoliberal se baseia no individu-alismo, na liberdade individual,na livre concorrência, na ausên-cia da intervenção do Estado ena busca do lucro. A sua ado-ção - e mais freqüentemente,

imposição - implica alteraçõessubstanciais na correlação deforças políticas, que exigiram,em mais de um caso, o recursoa um poder ditatorial. Foi so-mente mediante a ditadura dePinochet que se impôs aos traba-lhadores do Chile um sistema decapitalização individual que elimi-nou a obrigatoriedade da coti-zação por parte do empregador,pondo fim ao princípio da solida-riedade nas relações de trabalho.

João de Barro - Duranteos governos Collor e Fer-nando Henrique Cardoso,que alterações o sistema deprevidência pública brasilei-ro sofreu, decorrentes dapolítica neoliberal dominan-te no país a partir de 1990?

Rui Falcão - Os organismosmultilaterais, como o BancoMundial e o FMI tentaram im-por ao Brasil, como parte doreceituário neoliberal, o sistemaprivatista, nos governos Collore FHC. Tanto um quanto o ou-tro se deixaram conduzir demaneira subserviente por essesorganismos, que, na verdadepouco têm de multilateral: são ins-trumentos dos interesses do gran-de capital financeiro. Para nossasorte, porém, já não nos encon-trávamos nas condições em quese encontrava o Chile, quando damudança. Lá vigorava a ditadurae aqui nós já tínhamos derrubadoo regime militar com a campa-nha das Diretas-Já.

Felizmente, o furacão neoli-

beral, que varreu o Brasil dosgovernos Collor e FHC, comseu projeto de desmantelamentodo Estado, não chegou a produ-zir tamanho estrago entre nós,por encontrar resistência nosmovimentos sociais organizados.Isso, porém, não é garantia deque estejamos imunes à tenta-ção que acomete alguns retar-datários do neoliberalismo mo-ribundo. A despeito de seudescrédito, o receituário neoli-beral mantém-se, ainda quebruxuleante, nas fileiras con-servadoras e pode ser reco-nhecido nas práticas dos go-vernos tucanos, em especial,no Estado de São Paulo. Daía necessidade de não se baixar aguarda e manter a vigilância.

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joão de barro junho 2008 3antena

SANTIAGO

www.apcefrs.org.brPágina da Associação do Pesso-

al da Caixa Econômica Federal. In-formações e uma série de serviços à dis-posição dos associados.

www.feebrs.org.brPágina da Federaçãodos Bancários do RS.

www.contrafcut.com.brPágina da Confederação Nacional dos

Trabalhadores do Ramo Financeiro.

www.fenae.org.brPágina da Federação Nacionaldos Empregados da Caixa.

Página do Sindicato dos Bancáriosde Porto Alegre.

www.sindbancarios.org.br

www.funcef.com.brPágina da Fundação dosEconomiários Federais.

www.moradiaecidadania.org.brPágina da ONG Moradia e Cidadania dosEmpregados da Caixa.

?? ?767 milEsse é o número de inscritos para o

concurso para técnico bancário da Cai-xa. A seleção será para cadastro de re-serva e bateu recorde de inscritos emconcursos nacionais.

Seguro Jurídico Efeito gangorra tem decisão favorável ...........5Delegados sindicais Fortalecimento das ações sindicais ..........5Quem faz a Caixa A contribuição da GIDUR/PO .............................6Saúde Caixa Beneficiários têm dívida parcelada ..........................6Meios de Comunicação A íntima relação entre mídia e celulose...........8Funcef Conselheiros eleitos tomam posse ......................................8Meio ambiente Os prejuízos da Hidrelétrica ...................................9Campanha salarial Plano de carreira será ponto chave .............9APCEF Recepção aos novos empregados ....................................10Desenho Filhos de associados são premiados .................................11

Fim dos terceirizados

O que mais se esconde atrás das portasdo Palácio Piratini?

VEM AÍ OIX FESTIVAL DE MÚSICA DA APCEF

11 de outubro de 2008As inscrições podem ser feitas na sede

administrativa da Associação(Av. Cel. Marcos, 851), até às 18 horas

do dia 26 de setembro.O regulamento está disponível na página

eletrônica www.apcefrs.org.br

Um novo jeito de governar?A política no Rio Grande do Sul

atravessa um período de muita turbu-lência. Os fatos que deveriam ser mo-tivo de piada são, na realidade, muitosérios. A denúncia do vice-governa-dor, através da gravação feita com oex-chefe da Casa Civil, mostra o tipode política desenvolvida no PalácioPiratini. E isso é apenas uma pontade um projeto político que prima pela“gestão” como gosta de dizer a go-vernadora, sem esclarecer que poressa palavra pode-se ter várias inter-pretações. A idéia de política pode serconferida na declaração à CPI do ex-secretário. Ao falar sobre a gravaçãoafirmou que “apenas” foi sincero eque se soubesse que estava sendo gra-vado teria agido de outra forma econtido seu vocabulário. Mas isso se-quer foi questionado pelos meios decomunicação, que, em sua maioria, pre-ferem destacar as boas ações do gover-

Indenização

Mais prazo

Fórum Social Mundial

A Caixa assumiu compromisso de extin-guir o trabalho terceirizado na empresa até30 de junho de 2009. Caso não cumpra oacordo feito com o Ministério Público doTrabalho, a Caixa terá de pagar multa deR$ 2500 por cada trabalhador terceirizado.Pelo termo de ajustamento de conduta,deverão ser eliminados 9.229 postos de ser-viço terceirizados. A Caixa também secomprometeu a convocar 5003 candida-tos aprovados nos concursos realizadospara técnico bancário. A multa para cadavaga de técnico bancário que permanecerem aberto será de três mil reais.

O Fórum Social Mundial volta a acon-tecer no Brasil. A edição de 2009 serárealizada em Belém do Pará de 27 dejaneiro a 1º de fevereiro. A Pan-Amazô-nia que é responsável pela riqueza damaior biodiversidade do planeta será oterritório da oitava edição do Fórum. APan-Amazônia é composta por Brasil,Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guiana,Suriname, Venezuela e Guiana France-sa. Nas páginas eletrônicas http://belemjaneiro2008.blogspot.com,www.fsm2009amazonia.org.br ewww.forumsocialmundial.org.br podeser acompanhada a organização doFórum de Belém.

Os aposentados e pensionistas doextinto PMPP terão mais tempo para in-gressarem na Funcef. O prazo foi pror-rogado até o dia 30 de junho. Para ade-rir, o aposentado ou pensionista deveenviar o termo de adesão e o de opçãopelo convênio Funcef/INSS, encaminha-dos no kit pela Fundação. A Central deAtendimento da Funcef pode ser con-sultada pelo telefone 0800 979 1900.

Eleição SindBancáriosO Sindicato dos Bancários de Porto

Alegre e Região (SindBancários) reali-za eleição para membros efetivos e su-plentes para Diretoria Executiva, Dire-toria de Apoio e Conselho Fiscal. A elei-ção ocorrerá de 24 a 26 de junho. Con-correm duas chapas, uma de situação eoutra de oposição. A eleição será atra-vés de urnas itinerantes.

A Caixa terá que indenizar uma empre-gada aposentada por invalidez em decorrên-cia de acidente de trabalho. Em fevereiro de1997, pastas de arquivo caíram sobre a em-pregada, o que resultou na perda da mobilida-de de seus membros, gerando a aposentado-ria. De acordo com o relator do processo,desembargador Jair Soares, ao manter mó-vel impróprio para uso no local de traba-lho, a Caixa sujeitava os empregadosao risco de acidentes.

no, ao invés de questionar a moral e aética que norteiam essas ações. Valelembrar, que até o momento, quatro se-cretários de governo já foram exone-rados por supostas implicações na frau-de do Detran. Em outro momento políti-co, a “grande mídia” já estaria claman-do pelo afastamento do governador.

No dia 11 de junho, em uma manifes-tação a favor das apurações que estãosendo feitas pela CPI do Detran, maisuma vez o governo mostrou seu ladonada democrático. Dezessete pessoasforam feridas e doze presas pela Bri-gada Militar (BM), que usou cassetetese balas de boracha para impedir o pro-testo. E o comandante da BM ainda ten-tava impedir que imagens de feridosfossem registradas, orientando os sol-dados a esconderem os ferimentos.

Lamentavelmente, esse é o tipo degoverno a que o Rio Grande do Sulestá submetido.

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joão de barro junho 2008 4editorial

Esta edição do João de Barro fechou naredação no dia 16 de junho de 2008.

GESTÃO 2006-2009Presidenta: Célia Margit ZinglerVice-presidente: Marcelo Marimon Gonçalves

DIRETORIA EXECUTIVATITULARESAposentados, Saúde e Previdência: Amanda AngélicaGonzales CardosoComunicação: Marcos Leite de Matos TodtCultura: Almeri Espíndola de SouzaEsportes: Sérgio Aveline SqueffPatrimônio: Paulo Ricardo BelottoRelações de Trabalho: Tiago Vasconcellos PedrosoSocial e Lazer: Andrea Lima SpinelliSUPLENTES: Francisco de Assis Kuhn Magalhães,Felisberto Machado de Souza, Gilmar Cabral Aguirre,Jailson Bueno Prodes, Vera Lúcia Reck de Araújo, PauloCésar Ketzer, Ruben Danilo de Albuquerque Pickrodt,Sandro Dias Fernandes.CONSELHO FISCALTITULARES: Presidente: Claudio Morais Soares. Secre-tário Geral: Guaracy Padilha Gonçalves. Geraldo OtoniXavier Brochado.SUPLENTES: Celso Danieli, Marisa Zancan Godoy, SandraMaria FariaCONSELHO DELIBERATIVOPresidente: Ricardo Luiz Müller; Secretário Geral: PauloDaisson Gregório Casa Nova.Regional Porto Alegre TITULARES: Carlos Alberto Träsel,Cláudio Stern da Cunha Filho, Devanir Camargo da Silva,Maria Regina Pereira Figueiró, Maristela da Rocha, PauloDaisson Gregório Casa Nova. SUPLENTES: Jorge Peixotode Mattos, Juarez Machado de Oliveira, Marcela Nunes deAguiar, Renato de Castro Becker, Volmar Fernando AlvesDal Santo. Alto Uruguai: Ricardo Luiz Müller, Vanda MariaBianzin Grzeidak. Centro: Marcelo Husek Carrion, AthosRonaldo Miralha da Cunha. Fronteira Oeste: Jefferson Arau-jo da Silva, Flávio Dornelles Paré. Fronteira Sul: VilmarVallenoto da Silva, Vagner Kobe Braga. Litoral Norte: NeiGlades de Francisco, Carmem Rejane Ramos. Litoral Sul:Jonas Aguiar, Marco Antônio Botelho Gomes. Missões: Mo-acir Scheuer Deves, Marcos Maicá. Passo Fundo: PauloCésar Kunzler, Régis Moreno Nogueira Santos. Serra: Mar-cos Mazzutti de Castro, Marcos Alexandre Streck. Sul: Cristinade Souza Gularte, Luiz Antonio Reck de Araújo. Vale doParanhana: João Alberto Holsbach, Dirceu D’Ávila Sampaio.Vale do Rio Pardo: Gilberto Castoldi, Adroaldo SchmidtCarlos. Vale do Taquari: Rafael Reckziegel, Luiz AntônioSieben. Vale dos Sinos: Nestor Francisco Imhoff.COORDENADORES DAS REGIONAISAltivo Goularte Rodrigues (Centro); Ricardo Luiz Sulzbach(Vale do Taquari); Carmem Rejane Ramos (Litoral Norte);Cláudio Batista Rodrigues Osório (Fronteira Oeste), JoãoBruno Schmitz (Vale do Paranhana); Paulo Cesar Reis Pe-reira (Missões); Evandro de Moura Hahn (Passo Fundo);Luiz Roberto Portantiolo (Sul); Jonas Aguiar (Litoral Sul); CleoFernandes Rodrigues (Fronteira Sul); Nilson Roque Urban(Vale do Rio dos Sinos); Deise Fátima Pauletti (Alto Uru-guai); João Aristeu Moraes de Oliveira (Vale do Rio Pardo);Vladimir Tadeu Bettiol (Serra).

joão de barroJornal da Associação do Pessoal da CaixaEconômica Federal do Rio Grande do SulCONSELHO EDITORIAL: Almeri Souza, Amanda Car-doso, Andrea Spinelli, Célia Zingler, Marcelo Marimon, Mar-cos Todt, Tiago Vasconcellos.PRODUÇÃO (Projeto Gráfico, reportagem, edição, foto-grafia, diagramação e composição):

Rua José do Patrocínio, 721/201, Porto Alegre, RS, CEP90050-003. Fone 51 3221 2829 Fax 51 3211 0773.E-mail: [email protected]ção e reportagem: Carla Rossa (RJP 7866), JosianePicada (RPJ 6486) e Jair Giacomini (RJP 7844).Ilustrações: Elias Monteiro Charge: Santiago

Fotolito e Impressão: Gazeta do SulTiragem: 9000 exemplares Periodicidade: mensalDistribuição gratuita para associados da APCEF

Os artigos assinados publicados no João de Barro não refletemnecessariamente o pensamento da diretoria da APCEF.

Avenida Coronel Marcos, 851,Bairro IpanemaPorto Alegre - RS -CEP: 91.760-000Fone: 51 3268.1611Fax: 51 3268.2700E-mail: [email protected]

ASSESSORIAJURÍDICA

A APCEF oferece aos seus associados asses-soria jurídica em diferentes áreas, através de doisescritórios de advocacia. Além disso, os associa-dos podem marcar horário nos plantões semanais.Para atendimento, é necessário agendar horárionos telefones indicados abaixo.

Escritório de Direito Social (Seguro Jurídico)Defesa Previdenciária, Administrativa e Tributária.51 3215 [email protected]ão: quintas-feiras, das 14h às 17h40minAv. Borges de Medeiros, 612, conjunto 21,Porto Alegre

Advocacia Fagundes, Meyer, SchneiderAções Trabalhistas,Tíquetes e Cesta-Alimentaçãoaposentados e ativos51 3595 477551 3268-1611 (para agendar horário)Plantão: Quintas-feiras, na APCEFdas 16h às 18h, [email protected]

AGENDA APCEF

AMÉRICA CAFÉ NO INTERIORO grande sucesso do grupo de teatro da APCEF, Caixa de Pandora, estápronto para percorrer os palcos do interior do estado. Leve o musical para

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www.caixadepandora.org.br

Permissão para sonhar

Terças-feiras, 20 horas,no Galpão Crioulo da APCEFEncontro do Núcleo de Cultura Gaúcha

JUNHO21 - Treinos para os VIII Jogos da Fenae28 - Treinos para os VIII Jogos da Fenae

JULHO02 - Reunião Aposentados/as e pensionistas, emPelotas, 14 horas, no Sindicato dos Bancários05 - Treinos para os VIII Jogos da Fenae09 - Reunião Aposentados/as e pensionistas emPorto Alegre, 14 horas, no SindBancários12 - Treinos para os VIII Jogos da Fenae14 - Reunião Aposentados/as e pensionistas, emSanta Cruz do Sul, 14 horas, no auditório da Caixa15 - Encerramento da Oficina de Canto comapresentação, 20 horas, SindBancários,Porto Alegre19 - Treinos para os VIII Jogos da Fenae20 - 1º Costelão com Domingueira, no GalpãoCrioulo da APCEF25 - Início da Conferência Nacional dos Bancários28 e 29 - 24º Conecef26 - Início dos VIII Jogos da Fenae

Trabalhar é mais que cumprir tarefas. É reali-zar-se, é ganhar a vida dignamente. Ou deveriaser. Lutamos porque sonhamos, e sonhamos por-que não cansamos de lutar. O que seria da classetrabalhadora sem o direito de lutar, de sonhar?Além de remuneração e segurança, queremos umlocal amistoso e agradável para trabalhar, que va-lorize nossas qualificações e nos impulsione a cres-cer. Enfim, que nos permita sonhar, realizar.

Quando representantes da APCEF/RS, da Fe-deração dos Bancários do RS, do SindBancários edo Fórum de Delgados Sindicais se uniram paraformar o GT PCS, o lema era um só: lutar pelaCaixa dos nossos sonhos. Para o GT, esse sonhode Caixa vai além de um banco lucrativamentesólido. Pois a solidez de uma empresa não se re-sume ao lucro, mas também à valorização de seusempregados. E no caso da Caixa, por ser um ban-co público, esta estabilidade está diretamente re-lacionada às políticas públicas, como garantia decrescimento econômico e social sustentáveis.

A proposta do Plano de Carreira dos emprega-dos, elaborado no Rio Grande do Sul, está em de-bate, e já é conhecida no estado e no país como oPlacar dos bancários. Nele está contido o resulta-

do de mais de seismeses de estudos edebates. É com eleque os gaúchos vãodefender a Caixa quealmejam, no próxi-mo Conecef, dia 28de julho. Ele é a ban-deira que representao ideal de Caixa quequeremos. A Caixade seus empregados, a Caixa de um Brasil maisigual, com menos exclusão e mais oportunidades.

COMEMORAÇÃOA incansável luta da APCEF por melhores con-

dições de trabalho pode ser conferida nesses 55anos de história. Nos últimos anos, a APCEF es-teve envolvida na defesa dos direitos de seus asso-ciados e associadas. Exemplo disso, é a participa-ção nos Grupos de Trabalho da Funcef, do PCS eno Saúde Caixa. A disposição para continuar alutar pelos direitos dos empregados da Caixa égrande, assim como, para desenvolver as ativida-des culturais, sociais e esportivas.

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joão de barro junho 2008 5em pauta

Mais uma vitóriaSEGURO JURÍDICO

O Superior Tribunal deJustiça (STJ) conce-deu decisão favorá-

vel à Ação Previdenciária Co-letiva de Perdas INSS/Funcef,chamada ‘efeito gangorra’, pro-movida pela APCEF através doSeguro Jurídico Previdenciário.A decisão foi publicada no mêsde maio. A ação garante a recu-peração das perdas decorrentesdas atualizações não concedidaspela Funcef aos seus participan-tes no período de 1996 a 2001,bem como os reflexos futuros de-correntes. A ação beneficia os/as associados (as), aposentados(as) e pensionistas que integramos planos REG, Replan, REB2002 e REG/Replan Saldado. AFuncef entrou com embargo dedeclaração, uma medida que nãomodifica a decisão do processofavorável à APCEF.

A orientação da assessoriajurídica da APCEF é de que osintegrantes da ação providenci-em cópia legível dos contrache-ques, desde janeiro de 1995 ou

a partir da data de aposentado-ria. Quem não possui pode bus-car na página eletrônica daFuncef (www.funcef.com.br).Os documentos serão solicita-

A APCEF irá realizarduas reuniões no interiordo estado com aposenta-dos/as e pensionistaspara tratar questões doSeguro Jurídico Previden-ciário. O advogado FábioBarbosa irá participar dasreuniões e também faráatendimentos individuais.

REGIONAL SULO primeiro encontro acon-

tece em Pelotas no dia 2 dejulho, às 14 horas, no Sindi-cato dos Bancários.

REGIONAL VALEDO TAQUARIJá no dia 14 de julho, a

reunião será em SantaCruz do Sul, às 14 horas,no auditório da Caixa.

REGIONALPORTO ALEGREEm Porto Alegre, a reunião

mensal acontece no dia 9de julho, no SindBancários,às 14 horas.Todos os/as aposenta-

dos/as e pensionistas dasRegionais estão convida-dos a participar.

Apoio aos sindicatosOs delegados sindicais para o período 2008-2009 foram eleitos.

DELEGADOS SINDICAIS

A cláusula 28 do Acordo Co-letivo de Trabalho da Cai-

xa reconhece a atividade de de-legado sindical na empresa. Odelegado tem a função de re-presentar o sindicato no local detrabalho, sendo um elo entre osbancários e o sindicato. O obje-tivo da atuação de delegado sin-dical é fortalecer a mobilizaçãodos trabalhadores no local detrabalho, o que auxilia na manu-tenção e conquista de direitos.

Pelo acordo coletivo, o dele-gado sindical tem estabilidade noemprego durante o mandato e umano após o término. Também nãopode ser transferido de local detrabalho, contra a sua vontade,enquanto estiver exercendo afunção de delegado.

Os delegados sindicais daCaixa para o mandato 2008-2009 já foram eleitos, na maio-

ria dos sindicatos. Até o momen-to, já foram escolhidos 121 re-presentantes em todo o RS.

NOVO PLANOEmbora a Caixa não esteja

negociando um novo plano decarreira, mas apenas discutindoa unificação das Tabelas Sala-riais dos PCS 89 e 98, o momen-to é oportuno para a categoriair além e construir uma propos-

ta de negociação. Esse pareceser o sentimento dos novos de-legados sindicais. Para RogérioPereira dos Santos, da agênciaGravataí, o debate sobre o pla-no com os colegas será muitoimportante para esclarecer dú-vidas e fazer a melhor opção.Horácio Lopes de Moraes, daRERET Porto Alegre, afirmaque a sua atuação deverá serpor promover um elo entre as

atividades externas e o local detrabalho, “acolher os aponta-mentos e representar nos fórunsde discussão”, diz. Para ele, épreciso tornar mais conhecida aproposta do Plano de Carreira(PLACAR) e acompanhar o de-senrolar das negociações coma Caixa. Jone Ivana do AmaralGomes, da agência Ymembuí,em Santa Maria, lembra queesse é o momento dos empre-

gados se unirem e estarem aten-tos ao que está sendo discutido,para que não haja perdas nonovo plano de carreira. “É ummomento crítico que exige onosso foco total”, salienta.

A mobilização da base é umdos objetivos de atuação paraCaroline Soares Heidner, da agên-cia Shopping Iguatemi, em PortoAlegre. “É importante dialogarcom a base, já que se perdeu umpouco da cultura de luta que setinha na Caixa”, diz. Para ela, acategoria tem que estar envolvi-da nos assuntos que estão emdebate, como o Plano de Carrei-ra. Régis Leandro Pereira, deErechim, diz que, nessa nova ex-periência, espera fazer a interlo-cução entre o sindicato e os co-legas. E aposta nas discussõescom os colegas para a escolha domelhor Plano de Carreira.

dos pela Associação no momen-to de concluir o processo. OSeguro Jurídico irá organizar aentrega de documentos, assimcomo o cálculo. Segundo o ad-vogado Fábio Barbosa, não serápossível realizar o cálculo indi-vidual de cada participante. Eletambém salienta que é aconse-lhável não serem consultadosterceiros sobre o processo.“Isso em virtude da falta de co-nhecimento sobre o objeto daação”, diz Barbosa. O advo-gado afirma, ainda, que o pa-gamento dos valores deveráacontecer no início do próxi-mo ano.

Outra orientação aos par-ticipantes do processo é demanutenção do vínculoassociativo com a APCEF e aparticipação no Seguro Jurídi-

A assessoria jurídica do Se-guro Jurídico Previdenciário estáatendendo em novo endereço.Os associados, participantesdo Seguro Jurídico, podem es-clarecer dúvidas sobre seus di-reitos. Para isso, é necessárioagendar previamente atendi-mento para consulta. O plan-tão jurídico atende todas àsquintas-feiras, das 14h às

17h40min, no escritório de ad-vocacia Direito Social.O novo endereço é Avenida

Borges de Medeiros, 612, con-junto 21, Porto Alegre, telefone51 3215 9000. O endereço ele-trônico para contato é [email protected] mudança foi no atendi-

mento dos advogados, queagora será feito por áreas e tipo

de ação.Ricardo Cantalice - Revisão

de Imposto de Renda sobreReclamatórias Trabalhistas.Ações Individuais Funcef.Ações de Seguro. Ações Indivi-duais de imposto de renda so-bre complementação.

Isadora Moraes - INSS Impos-to de renda sobre Licença-Prê-mio. APIP. Férias.

Daiane Mattos - INSS Impos-to de renda sobre Licença-Prê-mio. APIP. Férias.

Ricardo Castro - Ações Cole-tivas Funcef.

Fábio Barbosa - Ações Coleti-vas Funcef. Ações IndividuaisFuncef. Ações Coletivas.

Fernando Rubin - Ações de Se-guro. Ações Acidentárias doTrabalho.

REUNIÕESMENSAIS

ASSESSORIA JURÍDICA

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joão de barro junho2008 6em pauta

Nesta edição, o João de Barro conta um pouco do trabalho que desenvolve a GIDUR/PO.

QUEM FAZ A CAIXA

Desenvolvimento sustentável

Em 1999, a Caixa passoupor uma reformulaçãonas suas áreas-meio, ge-

rências foram extintas, outras in-corporadas, e assim surgiu a Ge-rência de Desenvolvimento Ur-bano (GIDUR). A missão da ge-rência é analisar e acompanharos empreendimentos habita-cionais. No ano passado, na áreade desenvolvimento urbano ocor-reu uma alteração de modelo nasua estrutura. Uma nova filoso-fia de trabalho foi instituída coma criação da SuperintendênciaNacional de Assistência Técnicae Desenvolvimento Sustentável.“As nossas intervenções buscamsempre a sustentabilidade, sejaambiental ou social”, salienta ogerente de desenvolvimento ur-bano da GIDUR/PO, RobertoZeni. E isso inclui a preservaçãodo meio ambiente, a fixação dasfamílias no local onde está sendoo empreendimento habitacional,onde o saneamento básico está

sendo feito ou o melhoramentodas vias de acessos. “Que a gen-te não tenha soluções paliativas.Quando temos soluções definiti-vas, estamos garantindo a sus-tentabilidade da intervenção”,afirma Zeni. Nesse sentido, a pre-ocupação com os projetos ha-bitacionais é de que dêem prote-ção aos novos moradores. “Énecessário um projeto que bus-que a preservação do meio am-biente e também que ofereça umaviabilidade econômica para a co-munidade”, explica o gerente deserviços Eduardo Speggiorin.

AUXÍLIO TÉCNICOOutro eixo de atuação da

GIDUR é a assistência técnica.“Com o desaparecimento de ór-gãos de apoio como as Cohabs,que eram agências de orientaçãoàs cooperativas habitacionais efaziam projetos de custo baixopara os movimentos sociais, paraas cooperativas e para as prefei-

turas, surgiu uma carência de pro-jetos”, conta Roberto Zeni. Essalacuna está sendo preenchida pelaCaixa. O propósito dessa novafunção é orientar os proponentesde um novo empreendimento noencaminhamento de projetos,apresentar os programas sociaisoferecidos pelo governo e orien-tar soluções para os problemassurgidos. “Muitas vezes, a co-munidade tem uma demanda,ocupou uma área, pública ou pri-vada, sem estrutura, as vezes atéuma área de proteção permanente

e chega na Caixa querendo finan-ciamento para as casas”, conta ogerente de desenvolvimento ur-bano. E, então, entra o papel de-sempenhado pela assistência téc-nica. “Isso é desenvolvimentosustentável, que é ver a famíliacomo a célula mater da socieda-de, cidadãos que se relacionam,que se vestem, que se alimentam,que estudam, que necessitam deserviços. A sustentabilidade pas-sa por isso”, conclui Zeni. Ele lem-bra que dois elementos principaisno processo de habitação esta-

vam disponíveis: a demanda e osrecursos. Faltavam os projetos.“A gente não acredita que faz aobra pela obra. Assim, toda a inter-venção urbana precisa de um tra-balho técnico social”. Isso significasaber como as famílias irão se apro-priar dos serviços. “Temos um tripéde análise que é a mobilização co-munitária, a educação sanitária-ambiental e a geração de trabalho erenda”, diz Roberto Zeni.

EQUIPEQUALIFICADAPara os projetos progredirem,

a GIDUR conta com engenhei-ros, arquitetos, técnicos sociais,técnicos operacionais e analistas,escriturários, supervisores e ge-rentes. “A nossa análise se en-quadra em três itens, a análisetécnica de engenharia e arquite-tura, análise do trabalho social queé feito junto às famílias e a jurídi-ca, que demandamos ao Jurídicoda Caixa”, finaliza Zeni.

Selo que irá caracterizar a nova seçãoQuem faz a Caixa do João de Barro.

De volta à normalidadePagamento de credenciados e débito de participação estão sendo colocados em dia.

SAÚDE CAIXA

Desde março de 2005, osusuários do Saúde Cai-xa não tinham descon-

tados os valores de participaçãono plano. O problema foi provo-cado pelo fim do contrato da Cai-xa com a Datamec e pela faltade um sistema próprio da Caixa.Para falar sobre essas e outrasquestões o João de Barro entre-vistou o gerente de Filial, RenatoMendes Jardim, e o supervisor, Le-andro Araújo, da GIPES/PO.

João de Barro - Como estáestruturada a GIPES/PO?

Renato Jardim - A Gipes éa gerência de filial de gestão depessoas e está vinculada a gerên-cia nacional de relacionamentocom a rede. Internamente, alémda gerência de filial, temos umagerência de serviço e dois super-visores de saúde que cuidam doplano de saúde, um para tratartudo o que se refere ao creden-ciado e outra, ao beneficiário. Agerência de filial tem uma incum-bência institucional de relaciona-mento com os órgãos externos eestruturas internas. Fazemosconsultoria organizacional para assuperintendências, temos um pro-grama de reabilitação ocupaci-onal, temos ações de educaçãoque também estão ligadas a ge-

rência de filial. A gerência de ser-viço tem a função de fazer a ge-rência interna. Também estão li-gadas a essa gerência a engenha-ria e segurança do trabalho e aparte admissional.

João de Barro - Que pro-blemas foram enfrentadospelo Saúde Caixa?

Jardim - Foram 26 meses,que começou em março de 2005até abril de 2007, que ficou sempagamento para os credenciadose cobrança da participação dosbeneficiários. A Caixa não tinhaum sistema próprio, e não conse-guiu renovar com a Datamec, quefoi quem desenvolveu o sistemae fazia todo o gerenciamento epagamento de credenciados.Nesse período, trabalhamos comum sistema precário de paga-mentos e agora estamos recupe-rando todo esse tempo. Estamostratando os 26 meses. Cada mêsestamos trabalhando o mês de pa-gamento e mais dois ou três me-ses passados. E com poucas pes-soas para trabalhar. As pessoasestão trabalhando quase o triploque trabalhavam antes. E a Cai-xa tem prazos, já que o balançoestá em aberto por conta dessascontabilizações, e existe a cobran-ça dos órgãos controladores.

João de Barro - E em re-lação aos usuários?

Jardim - Também tivemosum período de crise no final doano passado, porque durante es-ses 26 meses, a Caixa não des-contou dos beneficiários. Não erapossível processar o débito e, emalguns casos, formou um montanteconsiderável. Começamos, no finalde 2007, a fazer um parcelamentode até 24 meses, que é o que a Cai-xa permite. Muitas pessoas nãoaceitaram, questionaram os valores.Agora isso já está solucionado, ain-da existem alguns casos pontuais,mas no geral já foi tudo resolvido.

João de Barro - A situaçãode sistema foi normalizada?

Leandro Araújo - Em no-vembro de 2007, os dados come-çaram a ser incluídos novamenteno sistema. Mas o primeiro pa-gamento pelo sistema começoua ser feito em abril de 2007. Deabril para cá, a situação de siste-ma está normalizada.

Jardim - Para os benefi-ciários, o que pode acontecer éque, à medida que a gente vaifazendo o processamento corre-to, aquilo que a Caixa aproprioucomo saldo devedor venha a seralterado, para mais ou para me-nos. Isso depende de alguns fa-

tores, por exemplo, ter atingido oteto de resseguro, mas, eventual-mente, poderá até haver casos emque vai receber crédito, se a Cai-xa creditou a maior para ocredenciado e debitou a mais parao beneficiário. Claro, isso deveser para um percentual mínimo.

João de Barro - Comoestá o processo de creden-ciamento de profissionais eserviços?

Jardim - Até o final desteano, a nossa prioridade é termi-nar o trabalho dos meses passa-dos. O que estamos fazendo sãocredenciamentos emergenciais,porque a equipe que trata dospagamentos é a mesma que fazo processo de credenciamento. Epara credenciar, a Caixa comoempresa pública, tem todo um ritolegal, tem que publicar um edital,acolher as inscrições, fazer a re-visão documental de todas, depoistem um processo de vistoria. Den-tro de uma política de critérios, es-colhemos os credenciados quesão necessários para a rede. Éum processo qualitativo, de co-nhecer os profissionais, estabele-cer parcerias. É preciso que hajaum afinamento entre a política daempresa e os profissionais. Etudo isso tem que ser visto na hora

do processo de credenciamento.Agora, nós temos que, até o

final do ano, resolver essas ques-tões de contigência. Nesse perí-odo não vamos credenciar. Atépedimos aos nossos beneficiáriospaciência para entender que sóvamos atuar em situações extre-mas. A revisão da rede, aquelecredenciamento em massa, es-tamos com uma proposta para oano de 2009, sempre elegendo asprioridades. Por isso, pedimos umpouco de paciência. Queremosdizer que a APCEF, a Agea, oConselho de Usuários, as Supe-rintendências Regionais têm sidocientificados do que está ocor-rendo e extremamente solidá-rios conosco.

Araújo - É importante sali-entar que recebemos diariamen-te demandas para credencia-mentos. Recebemos as necessi-dades e ao mesmo tempo indica-ções. Tanto demandas quanto in-dicações são devidamente cadas-tradas. Agora, não estão sendorespondidas em função de tudo oque está acontecendo, mas es-tão sendo cadastradas. Depoisde termos concluído esse traba-lho vamos nos voltar para o quefoi encaminhado e verificar asprioridades para atender essasdemandas.

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RS CAIXA Contraproposta plenária

Ref. salário mínimo dieese Referência:R$ 1.700,00 TB ref 101 (R$ 1.244,00) TB ref 101 (R$ 1.244,00)

TETOTécnico Bancário Superior + ref 95+vp/sp+vp gip/ts ref 95 + vp /Sp+ vp gip/ts

+ vp gip/ts = R$ 4.865,00 = R$ 3.700,00 = R$ 3.700,00

por tempo de serviço por aproximação salarial por aproximação salarial

36 72 36

como direito, sem vinculação vinculação a metas mínimo 1 máximo 2ao lucro da empresa; sem definir nº mínimo1 a cada 2 anos

contra não abre mão contra

contra não abre mão Aguardar posição da Caixa sobre o que significa “ações colidentes”

Obrigatoriedade de retirada de ações/judiciais

joão de barro junho 2008 7em pauta

Gaúchos defendem PLACARPlano de Carreira, elaborado pelo GT, é considerado o ideal para os empregados.

PCS CAIXA

Um Plano de Cargos eSalários (PCS) compiso, teto salarial e

enquadramento igual ao apre-sentado pela Caixa, baseado noAcordo Coletivo e aprovado nasassembléias da campanha sala-rial 2007, foi a contrapropostaaprovada pelos representantesdos empregados na PlenáriaNacional, no dia 16 de maio, emBrasília. A decisão desagradouao GT gaúcho, que trabalhoudurante seis meses para criarum Plano de Carreira que valo-rize os trabalhadores da Caixa.

O projeto elaborado pelo GT

gaúcho virou parte de um obje-tivo maior: a criação de um Pla-no de Carreira (PLACAR) quevenha a contemplar não apenastabelas e reajustes salariais dosempregados, mas à própria em-presa, reafirmando seu papeleconômico e social de institui-ção financeira pública.

PROPOSTASOs bancários dispõem de

três propostas de unificação detabelas salariais: a proposta daCaixa, a proposta do PLACAR,elaborada pelo GT PCS/Caixado RS e a proposta aprovada na

Plenária Nacional. Compare astrês propostas na tabela ao lado.

Para divulgar o PLACAR edefender o projeto gaúcho dePCS, o GT composto por repre-sentantes da APCEF/RS, Feeb/RS, SindBancários e Conselhode Delegados Sindicais continuaa defender em encontros e as-sembléias no interior do estado,em Porto Alegre e demais capi-tais do país, a sua proposta,como a mais adequada em ter-mos salariais, de isonomia e deconstrução futura de um Pla-no de Carreira para substituiro atual PCS.

Desde outubro de 2007, umaequipe de trabalhadores bancá-rios, composta por representan-tes da APCEF/RS, da Feeb/RS,do SindBancários e do Fórum deDelegados Sindicais trabalha noestudo, na discussão, elaboraçãoe divulgação de um novo Planode Cargos e Salários (PCS) daCaixa. Um dos eixos mais impor-tantes do 23º Congresso Nacio-nal dos Empregados da Caixa(Conecef), em 2007.

O aprofundamento das clá-usulas relativas ao PCS evoluí-ram para a criação de um Planode Carreira (intitulado Placar)cuja finalidade é criar políticas quebusquem a dignidade profissionalde seus empregados, mas quetambém contemplem a empresa,em sua missão de banco público.

Os estudos foram assesso-rados pelos técnicos da Univer-sidade Federal do Rio Grandedo Sul: a psicóloga Tônia CunhaDuarte da Silva, do Instituto de

PLANO DE CARREIRA

A importância doGrupo de TrabalhoA construção do GT PCS foi fundamental para acriação de um projeto adequado.

O GT PCS do Rio Grandedo Sul elaborou Carta Abertaaos colegas de todo o país parareforçar o Placar. A idéia é pro-mover a discussão sobre o Pla-no de Carreira e incluí-lo comoum dos pontos para aprecia-ção no 24º Congresso Nacio-nal dos Empregados da Caixa(Conecef), marcado para o dia28 de julho. Abaixo, a carta naíntegra:

“O GT PCS Caixa/RS reite-ra sua posição de que é urgen-te lutarmos pela extinção doPCS/PCC 98 e pela construçãode um verdadeiro Plano de Car-reira, que valorize e qualifiqueos empregados para que aCaixa se consolide, cada vezmais como um Banco Públi-co de excelência, no cumpri-mento de sua função socialde fomento e redistribuiçãode renda.

O PCS/PCC 98 representaa lógica do projeto neoliberalpara a Caixa. A nova missãoda Empresa, a partir de 2003,exige uma adequação na orga-nização do trabalho para o al-cance desses objetivos e paraestímulo à participação cons-ciente dos seus trabalhadoresno planejamento institucional,garantindo mobilidade e cres-cimento de níveis, via qualifi-cação, desempenho e antigui-dade, ao longo do tempo detrabalho na empresa.

Assim, nossa proposta

Psicologia Social e Institucionale o economista Carlos Schmidt,professor da Faculdade de Ci-ências Sociais e Econômicas.

O resultado do Placar, dis-cutido e aprofundado junto àsunidades da Caixa em todo oestado e demais instâncias na-cionais, mostrou a importânciada organização e união dos ban-cários em torno de seus interes-ses. O PCS elaborado pelo GTgaúcho está sendo consideradopor diversas entidades da cate-goria bancária, o mais avança-do do país por abranger em suascláusulas, não apenas a questãosalarial, ou a unificação justa detabelas, mas por trabalhar a fun-ção econômica e social da Cai-xa, a serviço da nação.

Para representantes dos ban-cários, criar Grupos de Traba-lho para discutir e elaborar polí-ticas para a categoria é a formamais democrática e eficiente deatingir os objetivos. Prova dis-so, são as conquistas obtidas poroutros grupos, entre eles o GTFuncef Pós-saldamento e o GTEstratégico da APCEF.

contempla:Carreira única, hierarquizada

em três níveis, segundo critéri-os de educação formal: nívelbásico - Serviços Gerais; nívelmédio - Administrativa; nívelsuperior - Profissional. Fim detoda e qualquer terceirização.

Diferencial entre CarreiraTécnica e Carreira Gerencial: aTécnica para os cargos queimplementam as definições daEmpresa, com nomeação e exo-neração mediante critérios ob-jetivos (prova/títulos); aGerencial para os cargos que de-finem a estratégia da Empresa.

Planejamento Participativocomo forma de suporte para aprogressão funcional (avaliaçãoparticipativa); como um dos pro-cessos de planejamento estra-tégico da empresa; como ins-trumento para democratizar asrelações de trabalho.

Valorização do piso e do sa-lário-base;

Crescimento: via antiguida-de, desempenho (avaliaçãoparticipativa) e capacitação;exercício de cargo técnico ougerencial.

Como conseqüência dessaconcepção, construímos umaproposta para a negociação ime-diata sobre Unificação de Tabe-las Salariais:

Piso do Dieese ouTB101+VP-SP (1/3) = R$1.700,00 (set/2007)

Teto do TB Superior + VP-SP

(1/3) + VP GIP - TS (1/12) =R$4.895

Enquadramento por tempode serviço para garantir igual-dade de tratamento e resgataro "congelamento" das promo-ções

Número de referências quegaranta a chegada ao topo dacarreira (36)

Progressão por merecimen-to como direito, com critériosobjetivos de avaliação dedesempenhoo Dieese ou do TB101 + VP-SP.

Isonomia entre todos os tra-balhadores: Apip/ATS/LP.

Fim do CTVANossa principal intenção é

promover a discussão sobre otema e incluí-lo como um dospontos para apreciação noConecef. Assim, o GTconclama os colegas a leremo inteiro teor do trabalho e/oua Cartilha Placar, a divulgarem,discutirem e defenderem essaproposta nas assembléias pre-paratórias às conferências es-taduais, elegerem a propostado Placar nas próprias confe-rências estaduais, escolhendodelegados para o Conecef quedefendam a luta por um Planode Carreira como bandeira paranossa campanha salarial 2008.

CARTA ABERTAAOS COLEGAS DA CAIXA

A HORA É AGORA: VAMOSEMPLACAR UM (verdadeiro)PLANO DE CARREIRA.”

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Comida ou papel?

joão de barro junho 2008 8em pauta

Num desses dias, vi uma pro-paganda institucional da Ara-cruz, cujo lema seria hilário, senão fosse revoltante: "O Brasilfazendo um bonito papel nomundo inteiro". Que papel? Pa-pel higiênico?

A mim causa indignação veros esforços de alguns segmen-tos das elites zombando de nos-sa capacidade de pensar. Há umargumento sofista a respeito dosprojetos, nos quais a Stora Enzovai fazer um "investimento" deUS$ 400 milhões, a Aracruz deUS$ 2,8 bilhões e a VCP US$1,3 bilhão (jornal Zero Hora, 10/04/2008, pág. 5). Eles não sãobonzinhos. É que na Europa éproibido plantar eucaliptos e ins-talar fábricas de celulose. E elesvêm lançar seus dejetos aqui, acusta de promessas mentirosas.Para eles continuamos boto-cudos. Numa gritante ruptura daética, nossa mídia se esquece desua vocação democrática paraassociar-se ao poder do dinheiro.

Essa visão revela que se tra-ta de um investimento apenas nabase florestal, é um aporte muitomais industrial do que social. Comtal decisão o governo gaúcho abremão de sua função de preservara vida, a biodiversidade e opatrimônio genético gaúcho. Ano-tem: isto vai nos custar caro.

Esse plantio, liberado em todoo estado, vai expulsar a agricul-tura familiar, que representa

70% da produção nacional. Asexóticas (eucalipto, pinus eacácia) extraem da terra o do-bro da água que as demais ár-vores. Os danos são irrever-síveis. A lixiviação do solo tiradefinitivamente todos os nutri-entes naturais da terra. Temgente que defende essa planta-ção predatória sem conhecer aextensão do problema, apenasseduzida pelo lucro ofertado.Para o latifundiário que não quertrabalhar, nem correr os riscosda agricultura ou da pecuária,nada mais cômodo que arren-dar a terra às multinacionais. Olobby das empresas Aracruz,Stora Enso e Votorantim, que jáera forte durante o governoanterior ficou ainda maior.

Após as demissões de quematrapalhava, as licenças am-bientais começaram a ser emi-tidas rapidamente. Cada vezmais forte, o eucalipto avançapelo pampa gaúcho, repetindomovimento que ocorre tambémno Uruguai. O poder de influ-ência do setor de celulose apóia-se em duas pernas: a política ea mídia. As verbas publicitáriasaplicadas nos principais veícu-los de comunicação do estadogarantem uma cobertura simpá-tica e, não raras vezes, militanteem defesa dos projetos de expan-são do plantio de eucalipto e pinuse de construção de fábricas decelulose no território gaúcho.

A estratégia de conquista daopinião pública é explícita. Em

um artigo publicado no site daAracruz, um executivo da em-presa, afirma que "a inteligên-cia empresarial considera estra-tégico e sensato aproximar-sedos jornalistas e tratar a comu-nicação, nas suas múltiplas ver-tentes, como um diferencial fun-damental". Vejam só! Com istoa democratização da informa-ção nos foge pelo ralo.

As empresas de celulose tra-balham amiúde com essa regra.Em novembro de 2006, a StoraEnso levou um grupo de jorna-listas gaúchos para visitar a sededa empresa na Finlândia. Inte-graram a comitiva "aqueles" jor-nalistas que se conhece, deranços neoliberais. Um dos maisdeslumbrados escreveu em seu

blog: "Os investi-mentos que mudarãoa face econômica daempobrecida meta-de sul têm sido bom-bardeados porONGs e pela es-querda em geral, quefalam a torto e a di-reito na criação dedesertos verdes. Sãomentiras e bobagensque, repetidas, po-dem virar verdadena cabeça de muitagente". Só rindo!

No Rio Grandedo Sul, a mídia nãodeixa vazar nenhu-ma crítica à mega-operação da celulo-

se. É crime, se não for pecado,falar mal desse projeto que vaisalvar o estado. Eu escrevi unsoito artigos de alerta e nenhumjornal da chamada "grandemídia" publicou. Consegui espa-ço em blogs e portais, como oda Adital (www. adital.com.br).

Já está no ar, desde 2 de ju-nho, o novo folhetim das 21h naGlobo que se chama A favori-ta. Nesse lixo televisivo as per-sonagens principais interpreta-das por Claudia Raia e PatríciaPillar (mulher de Ciro Gomes),são duas herdeiras que disputamum império de papel e celulose.A novela será patrocinada pelaAracruz, Votorantim e Suzano.Na festa de lançamento, as em-presas prepararam a decoração

com tudo de eucalipto. Restasaber se vão dar folhas deeucalipto para os atores sabo-rearem. A novela ainda terá di-reito a cenas externas em labo-ratórios de mudas e em áreascom plantações. Não está defi-nido se no RS ou ES. Tendo emvista que o folhetim vai tratar dadisputa por herança e geralmen-te as novelas do horário "nobre"batem recordes de audiênciapelos temas abordados, é umaótima oportunidade para que"eles" coloquem o eucalipto e acelulose acima do bem e do mal.

Na zona sul do Rio Grande,onde aquelas empresas queremplantar eucalipto para produzircelulose, tem gente vendendoterras de plantio de arroz. Jáperdemos terras de trigo, fei-jão, soja e suinocultura. Tro-ca-se comida por celulose. Em28 de maio, o jornal Zero Hora(pág. 29) anuncia a "suba" dopreço do arroz gaúcho. Namesma data que os "respon-sáveis" (??!) pelo controleambiental noticiam a liberaçãode 400 mil hectares para oplantio de eucaliptos, surge ainformação que o Rio Grandevai ter que importar trigo, ar-roz, milho e feijão. Algumarelação?

Antônio Galvão é associadoda APCEF, escritor com 108livros publicados no Brasil eexterior. Filósofo, doutor emTeologia Moral e conferencis-ta [email protected]

No dia 2 de junho tomaramposse os novos conselhei-

ros deliberativo e fiscal daFuncef. Quatro foram eleitospelos associados, dois titularese dois suplentes, e três foram in-dicados pela Caixa. A eleiçãopara a escolha dos conselheirosfoi realizado entre os dias 19 e26 de maio. A chapa 1 - A Cha-pa do Movimento - foi eleitacom 51,6% dos votos. A Cha-pa 2 - Em Defesa da Funcefrecebeu 45,8% dos votos. Osvotos brancos somaram 1,05%e os nulos, 1,5%. O mandatoserá de quatro anos.

Essa é a terceira eleição

sistidos deverá pautar a atua-ção dos eleitos. O ConselhoDeliberativo é integrado por seismembros efetivos e seissuplentos. A composição éparitária entre os eleitos pelosassociados da Funcef e os indi-cados pela Caixa. Já o Conse-lho Fiscal é formado por quatromembros efetivos, dois eleitose dois indicados.

A Funcef é o terceiro maiorfundo de pensão do país. A elei-ção dos novos conselheiros fazparte da democratização e pa-ridade na gestão da Fundação.Além dos Conselhos Delibe-rativo e Fiscal, a Diretoria Exe-

Em direção à democratizaçãoNovos conselheiros foram eleitos para o Conselho Deliberativo e Fiscal.

FUNCEF

Posse dos novos conselheiros em Brasília.

para conselheiros realizada pelaFundação. A defesa da Funda-

ção, a democratização e a sin-tonia com os participantes e as-

cutiva também é paritária, sen-do composta por três direto-res eleitos pelo voto direto etrês indicados pela patrocina-dora Caixa.

CONSELHEIROSELEITOSOs eleitos para o Conselho

Deliberativo são FabianaMatheus (titular), de São Pauloe Marco Antônio Moita (su-plente), do Rio de Janeiro epara o Conselho Fiscal, Rena-ta Marotta (titular), de SãoPaulo e Antoci Neto deAlmeida (suplente), do RioGrande do Sul.

Fotos Augusto Coelho/Fenae

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joão de barro junho 2008 9em pauta

Um muro de 150 metros dealtura ameaça a biodiversidadede uma das áreas mais bonitasdo sul do país: a região dos Cam-pos de Cima de Cerra. Mesmocondenada por ambientalistas esem o aval (licenciamentoambiental) do Instituto Brasilei-ro do Meio Ambiente e dos Re-cursos Naturais (Ibama), a Usi-na Hidrelétrica (UHE) de PaiQuerê faz parte do Plano deAceleração do Crescimento(PAC), do governo federal. Seaprovada, a obra - situada entreos municípios de Bom Jesus(RS) e Lages (SC) - interrom-peria o curso do rio Pelotas, prin-cipal formador do rio Uruguai,alagando mais de 80km de mataatlântica. Além disso, o projetoda UHE está localizado emZona Núcleo da Reserva daBiosfera da Mata Atlântica, umdos últimos refúgios da vida sil-vestre em bom estado de con-servação.

A construção da UHE deBarra Grande, localizada namesma bacia prevista para arepresa de Pai Querê, já cau-sou forte impacto à região. En-tidades defensoras do meio am-biente apostavam em um desti-no mais nobre para a área: aconstrução de um corredor eco-lógico - promessa do Ministériodo Meio Ambiente sob o nomede Refúgio da Vida Silvestre -para compensar os danos cau-sados por Barra Grande. Noentanto, notícias recentes donovo ministro do Meio Ambien-

ENERGIA ELÉTRICA

Mais destruição ambientalSe aprovado, projeto de construção da hidrelétrica de Pai Querê vai gerar grande impacto ao meio ambiente.

te, Carlos Minc, abalaram as es-peranças dos ambientalistas. Aidéia do ministério é dar anda-mento aos dois projetos, parale-lamente. “De acordo com do-cumentos apresentados peloministro, o corredor tangencia aárea da hidrelétrica, mas nãoimpede a sua construção. Oministro afirmou recentementeno programa Roda Viva (TVEducativa), que para cada em-preendimento licenciado, serácriada uma unidade de conser-vação. Foi um balde de águafria, pois apostávamos que orefúgio inviabilizaria a hidrelétri-ca, por serem incompatíveis”, dizo ecólogo Felipe Amaral, secre-tário executivo do Instituto

Biofilia do RS. “Infelizmente,política pública ambiental noBrasil sempre tem objetivos pa-liativos, de redução de danos,compensação, mitigação. Aquestão é evitar mais uma per-da significativa que pode ocor-rer com Pai-Querê”, desabafa.

IMPACTOO projeto de Pai Querê foi

concebido em 1977, durante oregime militar, tempo em que avariável ambiental não entravana análise do impacto dos em-preendimentos. “Na verdade,quase todos os projetos hidrelé-tricos brasileiros foram conce-bidos naquela época. Só na Ba-cia do rio Uruguai parece que

foram 36 projetos, entre peque-nas centrais hidrelétricas e pro-jetos maiores. Se todos eles sa-írem do papel eu temo pela ca-pacidade de suporte daquelaárea, aquela região vai entrar emcolapso”, avisa Amaral.

A preocupação dos am-bientalistas se redobra aoconstatar que o estudo de im-pacto ambiental foi realizadopela Engevix, a mesma empre-sa especializada na prestaçãode serviços de engenhariaconsultiva envolvida nas irre-gularidades de Barra Grande.“Além da Engevix atuar naárea de infra-estrutura, ela tra-balha também na geração deenergia e transmissão. Nãoparece que ela possa ser par-te interessada nisso? É umaquestão ética, como eu possolicenciar uma obra para mimmesmo?”, questiona Amaral.

ESTRAGOPai Querê prevê a produção

de 290 MW, o que correspondeao potencial de geração deenergia de dois parques eólicos,semelhante aos construídos nacidade de Osório (RS). Retor-no energético injustificável parao tamanho do estrago ambiental.A represa ameaça inundar 3.940hectares de floresta, o equiva-lente a três milhões de árvoresnativas, entre elas pelo menos180 mil araucárias. Outras cen-tenas de espécies da fauna e daflora (várias ameaçadas deextinção) seriam afetadas. Tam-

COMOCONTRIBUIRFaça uma vistoria narede elétrica para ver senão há perda de ener-gia. Troque as lâmpadascomuns (incandescen-tes) por lâmpadas frias(fluorescentes). Em pá-tios e fachadas prefirao sistema timers (fotos-sensíveis) que apagamcom a intensidade daluz solar. Use equipa-mentos domésticoscom cautela. Evite con-gestionamento nas to-madas e desligue osaparelhos (evite o standby), pois além de eco-nomia é uma questãode segurança.

bém correm o risco de desalo-jamento, cerca de 200 famíliashabitantes do vale biodiverso.Pai Querê foi entregue a umconsórcio do capital privado,entre as empresas vencedorasdo leilão estão a Votorantim Ci-mentos e a Cia Paulista Força eLuz. O projeto visa a compen-sar a energia elétrica consumidapor essas empresas. “Eles com-praram um direito de uso prati-camente sem ágio (0,83%) ecomeçam a pagar a partir dosétimo ano de utilização. É umótimo negócio”, ressalta oecólogo Felipe Amaral.

CAMPANHA SALARIAL 2008

Plano de carreira é prioridadeNo Congresso Nacional será debatido qual o plano ideal para os empregados.

A campanha salarial 2008dos empregados daCaixa deve ser pauta-

da pela discussão de um novoplano de carreira na empresa.No Congresso Nacional deve-rão ser debatidas as três propos-tas para o novo plano, a da Cai-xa, a contraproposta da Plená-ria e a proposta elaborada peloGT PCS do Rio Grande do Sul.Confira as diferenças entre aspropostas na página 7.

A 10ª Conferência Nacionaldos Bancários ocorre em SãoPaulo, de 25 a 29 de julho. Parao dia 25 estão previstos três en-contros temáticos: Saúde, Segu-rança Bancária e Remuneração.Nos dias 26 e 27 acontece a ple-nária geral que decidirá os princi-pais pontos de reivindicação dacategoria. Os dias 28 e 29 estãoreservados para os encontros es-pecíficos dos bancos privados epara o 24º Conecef e 19º Con-

gresso do Banco do Brasil.

ENCONTROESTADUALO Encontro Estadual dos

Empregados da Caixa no RS ea Conferência Estadual aconte-cerão no mês de julho, em Por-to Alegre. As datas serão con-firmadas pela Federação dosBancários do RS e comuni-cadas pelos sindicatos de ban-cários do estado.

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joão de barro junho 2008 10enfoque

Décadas revisitadas...Nesta edição, o espaço décadas revisitadas daseção JB 50 Anos relembra o que foi notíciaem maio de 1988 e em maio de 1998 nas pági-nas do jornal da APCEF.

Um importante debate acontece na cidade dias 13, 14, 15 e16 de junho promovido pela Diretoria Cultural da Apcefer e Ciade Arte. Com a participação de profissionais da área da cultura,os debates acontecem sempre a partir das 19h, no teatro daCia. Teatro, Música, Artes Plásticas e Literatura serão os gran-des temas que serão inicialmente introduzidos pelas pessoasconvidadas e depois aberto à participação do público. A inten-ção da Apcefer é proporcionar aos associados um momento dequestionamento, informação e aprofundamento de questõespertinentes à nossa cultura.

Junho 1988Semana Cultural APCEFER

Junho 1998Aniversário

A APCEF esteve em festano dia 13 de junho. Bons moti-vos não faltavam. O primeirodeles era o aniversário da As-sociação, que neste mêscompletou 45 anos. O outro,a vitória nos Jogos da Fenae.Mais de 250 pessoas partici-param da festa.

Um bom começo

FALA, ASSOCIADA(0)

O texto abaixo é de Rosa Ubal, aposentada da Caixa desde 1999 e associada da APCEF.Rosa é aluna da Oficina de Criação de Romance Histórico, uma iniciativa da APCEF e do SindBancários,patrocinada pela Caixa e ministrada pelo professor e historiador Alcy Cheuiche, às quintas-feiras, na Casa dos Bancários.

Uma vida em quatro estaçõesA imagem mais remota que

ela tem das quatro estações éde um livro didático, talvez dasegunda série. Um sol de ve-rão e duas crianças brincam nabeira da praia construindo cas-telos de areia. Ao lado, umbaldinho e uma pazinha deplástico e, ao fundo, um guar-da-sol de listras muito colori-das. Ela não conhece o mar,só pode imaginá-lo. Já o outo-no é representado por folhassecas pelo chão e outras peloar, simbolizando um vento que,na sua imaginação de criança,parece vir de longe e chegarmeio cansado. Quase dá parasentir o cheiro de fruta madurano ar. A imagem do inverno éretratada por uma menina meioencolhida, sob a chuva, usan-do um casaco pesado, cache-col, botas e guarda-chuva. Dáfrio só de olhar. Ela não gostade dias assim. Ama o frio, massabe que será uma época dedificuldades, pois tem muitopouco para se aquecer. Nos pe-zinhos miúdos coloca váriospares de meia, pois o calçadoé furado ou tem solado muitofino. Em pleno inverno, com ospés quase congelados, chegacorrendo em casa para aquecê-

los junto ao fogão à lenha. Cri-ança, não sente isso com tris-teza. Para ela é natural. Logo vaipassar. A primavera já vai seanunciando. Flores por todolado. Agora o perfume é outro.As cores. Sim, as cores, ela ficadeslumbrada com todas elas.Quando seu padrinho a pegapela mão e vai lhe mostrando asflores, falando de cada uma de-las, contando como se planta,como se cuida, não tem comonão se encantar. O resto já épassado.

Verão de novo. A menina vi-rou moça. Ainda não conhece omar. O corpo mudou.Tem a vai-dade que lhe cabe. Sente o olharde cobiça dos meninos de suaidade, dos mais velhos e dosmais moços também. Gosta deser admirada. Sabe apreciar abeleza de um céu estrelado,principalmente, em boa compa-nhia. Quer beijo com gosto defruta. O vento que agora sopratem som diferente de outrora.Ela não sabe se é mais triste oumais ameno. Só sabe que é di-ferente. Às vezes sente um aper-to no coração e não entendeporque. O frio continua cortan-te. Ainda bem que ela tem umcasaco mais quentinho para ves-

tir. Meio fora de moda é verda-de, mas já não sente o frio lhegelando os ossos. Sua ligaçãocom o inverno continua a ser for-te. De vez em quando, pode atétomar chocolate quente. Um deseus grandes sonhos é, um dia,ter um bonito e bem cuidado jar-dim. Admira casas que o pos-suem. Quem cultiva um jardimtem algo de especial que faltaa outras pessoas. Talvez sejao que chamam de sensibilida-de. Inquietações próprias da ju-ventude, que a primavera fazaflorar, se extravasam no calorda próxima estação.

Mais um verão. Quando eracriança tinha a impressão queiria demorar uma eternidadepara se tornar adulta. Já viu omar de seu país e de outros pa-íses também. Não se deixa se-duzir apenas pelos elogios aoseu, ainda, belo corpo. Gostaque lhe reconheçam o saber.Pode vestir roupa de marca.Corrigir defeitos que ninguémnota. Mudar a cor dos cabelos.Hospedar-se em bons hotéis etomar café da manhã com fru-tas da estação, ou não. Há qual-quer fruta, em qualquer época,em qualquer lugar. Nenhuma secompara com a da própria esta-

ção. O sabor é único. Apreciauma boa xícara de chá. Acredi-ta que bebê-lo tem um charmeque outras bebidas não têm.Conhece até a neve. Conseguiuapenas ficar em pé sobre osesquis. Nunca viu nada tão fas-cinante. Já vai longe o tempo emque passava frio. Gosta de sen-tir o toque da malha quentinha emacia sobre a pele. Não esque-ce de aquecer a outros. Mora emapartamento confortável e temtudo que deseja, sobretudo o tãosonhado jardim. Um espaço queela mesma projetou e cuida commuito amor. Casou, separou-se.Restaram-lhe os filhos, bons fi-lhos. Não se sente só. Tem ami-gos e livros. Reconstrói-se acada dia, a cada estação.

Será este seu último verão?Que importa. Ela não recebemais assovios quando passa,mas continua elegante no seumaiô discreto. Gosta de se cui-dar, passar cremes de boa qua-lidade no corpo que já não é omesmo, mas que ela ama e res-peita, como sempre. Sente ca-lor e frio em situações muitoestranhas. Em sua dieta só nãopode faltar muita fruta. O ventoque hoje sopra vem recheado desaudade. No inverno frio e chu-

voso pode se recolher e bus-car o mais íntimo de si. Umcálice de bom vinho no almoçoou no jantar. O clima e a idadeconvidam à introspecção. Elase deixa levar, refletindo e re-gistrando suas impressões,seus sentimentos. Gostaria decompreender melhor a vida.Ainda não consegue. A alegriada primavera a faz renovar-see desejar mais um verão.

O mundo de sua infâncianão existe mais. As estaçõesdo ano já não são as mesmas.Confusas, seguidamente inva-dem o espaço uma da outra.Não há como não se afetar. Terum ânimo de verão em plenoinverno confunde o corpo e aalma. Flores típicas da prima-vera, em outra estação. Surpre-endem, encantam, mas nãoestão no seu lugar. Frutas aca-nhadas e sem o sabor carac-terístico de sua época. Algu-mas vezes, as quatro esta-ções, em um único dia. Umanatureza em desequilíbriopela mão do próprio homem.Uma natureza que apenasresponde a quem tem a ilu-são de que evoluiu.

BOAS-VINDAS

O Galpão Crioulo foi ce-nário para a recepçãode boas-vindas promo-

vida pela APCEF aos novosempregados da Caixa nos dias 5e 10 de junho. Como acontece acada nova turma, a Associaçãooferece um jantar de confrater-nização e apresenta aos novosempregados a estrutura e os be-nefícios de ser associado. O jan-tar foi preparado pelo Núcleo deCultura Gaúcha da APCEF.

EXPECTATIVASIniciar um novo emprego,

em muitos casos o primeiro, émotivo de entusiasmo. Foi issoque demonstraram os novos em-pregados entrevistados peloJoão de Barro. Para RafaelDal Vesco, de Erechim, traba-lhar na Caixa é ter condições dedesempenhar um bom trabalho,aprofundar conhecimentos e teroportunidade de crescimento

Novos empregados são recepcionados pela Associação.

profissional. Uma carreira pro-fissional é o que espera AlineHorst, de Rio Pardo, diz que estámuito feliz com a possibilidadede trabalhar na empresa e es-pera ótimos resultados na pro-fissão que escolheu. MarceloThiele, da agência São Pele-grino, em Caxias do Sul, afirmaque o melhor de tudo é a trocade experiência com colegas ecom os clientes e o enriqueci-mento profissional. Ajudar a

realizar sonhos é o objetivo deValter Hugo Benites Flores, deUruguaiana. Ele diz que seráum desafio trabalhar na Cai-xa, já que irá atender pessoasque buscam concretizar seussonhos, seja através de umempréstimo ou do financia-mento habitacional.

Os novos empregados, emsua maioria, deverão atuar nasRETPV, em substituição aosterceirizados.

Recepção aos novos empregados da Caixa no dia 10 de junho.

APCEF

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O Caixa de Pandora, grupo de teatro da APCEF, aderiu à era eletrônica. Os fãs do grupo podemacompanhar os trabalhos na página eletrônica da trupe - www.caixadepandora.org.br. No endereçosão encontradas fotos, vídeos e detalhes do grupo e também da última produção, a peça AméricaCafé. Passe por lá e confira o talento do elenco de colegas.

CAIXA DE PANDORA AGORA NA INTERNET

enfoque joão de barro junho 200811

Minha aventura nos céus

Poupançudos: uma

aventura na Amazônia.AOficina de Canto SeAcaso Você Cantas-se está finalizando. O

encontro de encerramento acon-tecerá no dia 15 de julho, às 20horas, no SindBancários (ruaGen. Câmara, 424), em PortoAlegre, com entrada franca.Será uma apresentação commúsicas preparadas durante aOficina, sendo uma cançãoapresentada individualmente eoutras cantadas coletivamentepelo grupo. Os participantes te-rão o acompanhamento de LuizMauro Filho ao piano. A APCEFe o SindBancários, convidam atodos a participarem. A Oficinainiciou em abril e reuniu associ-ados da APCEF, do SindBan-cários e público em geral.

O objetivo é desenvolver ha-bilidades musicais, percepçãopara o canto popular, harmoni-zando musicalidade, ritmo e in-terpretação. O responsável pelaOficina Nilo Motta diz que“cantar, além de ser uma ativi-dade que dá prazer, traz benefí-cios para a saúde. Durante aoficina, são trabalhados concei-tos de higiene vocal, respiraçãoe interpretação musical, sendoesta última abordada de formasistêmica, quando o indivíduo éconsiderado na sua totalidade,onde não só a boca canta, mas ocorpo todo”. Ele lembra ainda

A voz emdestaque

APCEF CULTURAL

A Oficina de Canto apresenta a primeira turma.

Nilo Motta

Últimos ensaios antes da apresentação final.

que “cantar faz amigos e resgataum pouco do lúdico na vida daspessoas. Quando descobrimosnossas capacidades para cantar,conseguimos vencer nossos blo-queios, liberando a voz em can-to”. Nilo é associado da APCEF,fonoaudiólogo, músico e ator.

NOVA TURMAUma nova turma deve iniciar

em agosto. As inscrições já po-dem ser encaminhas à APCEF,pelo telefone 51 3268 1611 ouatravés do e-mail [email protected]. Os encontrosacontecem no Centro CulturalCia de Arte (rua dos Andradas,1780), às terças-feiras, às 19 horas.

Nas aulas, serão utilizadosconceitos de técnica vocal, es-tudo de repertório, ritmo e res-piração. A atriz e profissional deeducação física Mirian BolzanMotta (pós-graduada em Ativi-dade Física para Populações Es-peciais) colabora com a Oficina,propondo exercícios de relaxa-mento e reeducação postural.

O valor do curso é de R$ 80para associados/as e dependen-tes e sindicalizados do SindBan-cários e R$ 100 para público emgeral. Ao todo serão 16 encon-tros de 2h30min (40 horas) eo número máximo de partici-pantes será 12. Portanto, re-serve já a sua vaga!

Grandes talentosDESENHO INFANTIL

Quatro filhos de associados da APCEF foram premiados no Concurso Desenho Infantil Fenae,edição 2007, nas quatro categorias. Ao todo foram 15 premiados. O concurso que teve comotema Aventura era dirigido aos filhos de empregados da Caixa, sócios das Apcefs. Todos ospremiados receberam pontos no Programa PAR, bem como, troféus e certificados.

Aventura na floresta

Aventura

Nesta foto, JúliaBoamar. Ao lado,

de cima parabaixo: Diana

Zambrozuski,Isabela Grando e

Thales Araujo.

PREMIADOSIsabela Grando, filha da associada da

APCEF/RS Ninfa Maria Deboni, de Passo Fundo,ficou com o 1º lugar na categoria de 5 a 6 anos,com a obra Aventura.

Júlia Zanotto Boamar, filha da associadaDébora Zanotto Boamar, de Vacaria, conquistou o 1ºlugar, na categoria de 7 a 8 anos, com o desenhoPoupançudos: Uma aventura na Amazônia.

Diana Ramos Zambrozuski, filha da asso-ciada Carmen Rejane Ramos, de Osório, ficou no2º lugar da categoria de 11 a 12 anos, com a obraAventura na Floresta.

Thales Fernando Canabarro Araujo, filhodo associado João Fernando Pires Araujo, de PortoAlegre, conquistou o 3º lugar na categoria de 7 a 8anos com o desenho Minha Aventura nos Céus.

NUTRICIONISTACláudia Lucchese AccorsiPraça Dom Feliciano, 26, sala503, telefone 51 3224 1441.Av. Wenceslau Escobar, 1991,sala 503, telefone 51 3268 9216Porto Alegre.

Fotos Divulgação/Arquivo pessoal

NOVOS CONVÊNIOS

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55 anos demuita história

enfoque joão de barro junho 2008 12

ciano magenta amarelo preto

Parabéns, Apcef/RS. 55 anos de dedicaçãoe respeito aos seus associados.A Cooperforte parabeniza a Apcef/RS pelos seus 55 anos e deseja um futuro de muito sucesso e sonhos realizados.

Os primeiros associados classificadospara os Jogos da Fenae 2008 já estãodefinidos. As seletivas individuais foramrealizadas nos meses de maio e junho.Os primeiros classificados em cadamodalidade representam a APCEF naoitava edição dos Jogos, que aconte-cem entre os dias 26 de julho e 2 deagosto, em Brasília.

As seletivas de natação devem acon-tecer no dia 21 de junho. Os treinos dasmodalidades coletivas acontecem todosos sábados.Confira os atletas que representarão aAPCEF.XadrezAlzemiro Barbosa Nardes -Ag. Canudos

DamasLuiz Ricardo S. da Rosa - GIRIS/POCanastraValdir S. Barreto - Ag. Bordini e VagnerK. Braga - Ag. CamaquãTênis de campo simplesmasculinoElias Ritter - Ag. Passo FundoTênis de campo duplamasculinoJosé Trindade - Giter e RicardoGolembiewski - Ag. IguatemiTênis de campo duplafemininoLiane Kogler - Gidur/PO eLaura Kern - aposentadaSinucaJúlio César Arcari - aposentado

Aniversário é comemorado com jantar-baile.

A APCEF está em festa. Nestemês, a Associação completa 55anos. Em 13 de junho de 1953 co-

meçava uma história de muitas realizações.Seja na cultura, no lazer, nos esportes ou nadefesa de direitos dos associados, ativos e apo-sentados, a APCEF sempre esteve presente.

APCEF

Os primeiros selecionados

Fotos Filipe Caldeira

E para comemorar, nada melhor queuma festa com muitos convidados. Foidessa maneira que os/as associados/ashomenagearam a APCEF. No dia 14 dejunho, o ginásio da Colônia A lotou parafestejar os 55 anos. A Expressão BandaShow animou a festa até o amanhecer.

JOGOS DA FENAE 2008

Os classificados AlzemiroNardes (E), xadrez, e Luizda Rosa (D), damas, entreo diretor de esportes daAPCEF, Sérgio Squeff.