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http://www.portalsaofrancisco.com.br Principais tipos de resíduos Resíduos Urbanos Os resíduos urbanos são os provenientes de habitações bem como outro resíduo que pela sua natureza e composição, seja semelhante aos resíduos provenientes das habitações (Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro). Resíduos Industriais Os resíduos gerados em processos produtivos industriais, bem como os que resultem das actividades de produção e distribuição de electricidade, gás e água (Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro). Resíduos Hospitalares Os resíduos resultantes de actividades médicas desenvolvidas em unidades de prestação de cuidados de saúde, em actividades de prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e investigação, relacionada com seres humanos ou animais, em farmácias, em actividades médico-legais, de ensino e em quaisquer outras que envolvam procedimentos invasivos, tais como acupunctura, piercings e tatuagens (Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro). Resíduos Agrícolas Os resíduos provenientes de explorações agrícolas e ou pecuárias ou similares (Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro).

Principais tipos de resíduos

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Page 1: Principais tipos de resíduos

http://www.portalsaofrancisco.com.br

Principais tipos de resíduos

    

  Resíduos Urbanos

Os resíduos urbanos são os provenientes de habitações bem como outro resíduo que pela sua natureza e composição, seja semelhante aos resíduos provenientes das habitações (Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro).

      Resíduos Industriais

Os resíduos gerados em processos produtivos industriais, bem como os que resultem das actividades de produção e distribuição de electricidade, gás e água (Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro).

      Resíduos Hospitalares

Os resíduos resultantes de actividades médicas desenvolvidas em unidades de prestação de cuidados de saúde, em actividades de prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e investigação, relacionada com seres humanos ou animais, em farmácias, em actividades médico-legais, de ensino e em quaisquer outras que envolvam procedimentos invasivos, tais como acupunctura, piercings e tatuagens (Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro).

      Resíduos Agrícolas

Os resíduos provenientes de explorações agrícolas e ou pecuárias ou similares (Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro).

Tratamento de Resíduos; Tipos de Resíduos e Métodos de Tratamento;

  

Resíduo  – qualquer substância ou objecto de que o ser humano pretende desfazer-se por não lhe reconhecer utilidade. A produção de resíduos é

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causadora de poluição e tem vindo a aumentar com o desenvolvimento socioeconómico e tecnológico das sociedades.

Tipos de Resíduos e Métodos de tratamento:

Resíduos Sólidos Urbanos  – são correntemente designados lixos. Incluem resíduos domésticos, industriais e hospitalares. Podem causar poluição da água, do solo ou da atmosfera.

Aterros Sanitários  – instalações onde são depositados resíduos compactados, acima ou abaixo da superfície do terreno.

Os aterros sanitários devem ser construídos em locais com características geológicas adequadas e são revestidos com materiais impermeáveis, como argila ou plástico, que previnem a infiltração no solo de substâncias lixiviadas.

As substâncias lixiviadas  (quando a água das chuvas se infiltra, dissolve substâncias químicas e arrasta-as consigo) são recolhidas e enviadas para uma estação de tratamento e os gases produzidos pelas bactérias de compositoras (biogás) podem ser utilizados na obtenção de energia.

Após estarem lotados, os aterros são selados, ou seja, tapados com uma cobertura de plástico e de terra que permite o desenvolvimento de plantas que diminuirão o impacto paisagístico.

Principais vantagens:

construção rápida; baixos custos de manutenção; grande capacidade. Principais desvantagens: requer grandes áreas de implantação; possibilidade de contaminação de águas subterrâneas. Incineração – combustão de resíduos a altas temperaturas, que, assim,

se reduzem a cinzas e gases. Co-incineração – incineração nos fornos das cimenteiras.

Principais vantagens:

Page 3: Principais tipos de resíduos

grande redução do volume de lixos; pequena área de implantação; as partículas sólidas ficam retidas nos filtros, sendo encaminhadas para

os aterros sanitários juntamente com as cinzas; os filtros ou precipita dores electrostáticos retiram os gases ácidos e as

partículas, para que as emissões não contaminem a atmosfera; quase todas as estações de incineração estão concebidas para

produzirem electricidade e em algumas incineradoras há separação de materiais para posterior reciclagem.

Principais desvantagens: poluição atmosférica; emissão de substâncias tóxicas (como dioxinas); custos elevados. Reciclagem – recolha e reprocessamento de resíduos. Reciclagem primária – conversão em produtos do mesmo tipo. Reciclagem secundária – conversão noutro tipo de produtos.

A reciclagem insere-se numa política ambiental mais alargada, que inclui também os seguintes 2R:

Reduzir – reduzir ao mínimo o lixo produzido passa por diminuir o consumo de materiais descartáveis ou com embalagens excessivas e não biodegradáveis, bem como desenvolver tecnologias para minimizar a quantidade de matérias-primas necessárias para produzir um determinado produto.

Reutilizar – usar várias vezes um produto é uma forma eficiente de diminuir os resíduos. Para produzir qualquer objecto há sempre gasto de matéria-prima, água e contaminação ambiental, pelo que, quando reutilizamos, reduzimos os resíduos e conservamos os recursos.

Principais vantagens:

poupança de materiais e de energia; redução da poluição (atmosférica, da água e dos solos); redução da quantidade de resíduos sólidos; protecção dos ecossistemas.

Compostagem – decomposição dos resíduos orgânicos (biodegradáveis) pela acção de decompositores e saprófitas, diminuindo o volume dos resíduos e produzindo o composto, que pode ser usado como fertilizante, melhorando a textura e fertilidade do solo.

Page 4: Principais tipos de resíduos

Águas Residuais: águas que foram utilizadas em actividades domésticas, industriais ou agrícolas e que contêm uma grande variedade de resíduos. O tratamento de águas residuais é feito em estações de tratamento, ETAR. Nestas estações, as águas residuais são sujeitas a tratamentos que removem os poluentes e o efluente final é devolvido ao ambiente.

O tratamento de águas residuais consta das seguintes fases:

Tratamento preliminar – visa a eliminação de resíduos e de corpos sólidos. Para separar os resíduos das águas residuais, estas passam por crivos de barras ou crivos giratórios, que permitem uma eliminação mais completa dos resíduos. Em ambos os casos, os resíduos são recolhidos mecanicamente e levados para incineradoras.

Tratamento primário – os efluentes são conduzidos para um tanque de sedimentação de sólidos (clarificadores primários), que contém um sistema de braços giratórios, cuja velocidade de rotação é a indicada para que os sólidos sedimentem ao longo de várias horas. As partículas de matéria orgânica depositam-se no fundo e são retiradas, bem como os materiais gordurosos que flutuam e são recolhidos. Os materiais retirados denominam-se por lamas em bruto (ou lodos em bruto), que serão alvo de tratamento posterior e envio para aterros sanitários.

Tratamento secundário – processo biológico durante o qual bactérias aeróbias ou anaeróbias eliminam até 90% da matéria orgânica dissolvida. As bactérias decompositoras podem ser incluídas em lamas activadas, que são misturadas com as águas resultantes do tratamento primário, ou podem recobrir um leito de gravilha sobre o qual passa a água (tanques de percolação). Ao tratamento secundário segue-se uma nova decantação.

Como se consome oxigénio durante este processo, e para que não se atinja uma situação grave de carência bioquímica de oxigénio, recorre-se ao sistema de lamas activadas, no qual o tanque está equipado com um sistema de arejamento. Os microorganismos tendem a agrupar-se em conglomerados, que sedimentam no fundo do tanque quando a água fica sem agitação.

Os efluentes tratados são transferidos do tanque de arejamento para um clarificador secundário, para que os microorganismos sedimentem e sejam bombeados de volta ao sistema onde entraram como lodos activados.

O excedente, resultante do crescimento da população de microorganismos, é retirado e adicionado aos lodos em bruto do tratamento primário.

Tratamento terciário – separação biológica dos nutrientes, com o objectivo de eliminar o material inorgânico dissolvido, uma vez que são agentes causadores da eutrofização cultural.

Page 5: Principais tipos de resíduos

Em alternativa à separação biológica dos nutrientes, podem ser realizados diversos processos químicos, sendo comum passar as águas residuais, provenientes do tratamento secundário, por um filtro de cal, promovendo a precipitação do fósforo, sob a forma de fosfato de cálcio.

Nem sempre é utilizado, uma vez que é muito dispendioso.

Tratamento quartenário – corresponde à limpeza e desinfecção final, em que as águas residuais são submetidas a uma última limpeza por filtração, através de uma camada de areia e posterior desinfecção.

O desinfectante mais utilizado é o cloro, sob a forma de gás, por ser muito eficiente e barato. Todavia, pequenas quantidades deste gás podem atingir os ecossistemas, prejudicando a fauna aquática. O cloro reage espontaneamente com alguns compostos orgânicos, formando hidrocarbonetos clorados, sendo alguns deles compostos tóxicos, não biodegradáveis, e passíveis de provocar cancro, crescimento anormal e problemas reprodutivos. Para evitar estes efeitos secundários, adiciona-se à água outra substância que converte o cloro numa forma quimicamente neutra.

Utiliza-se também o ozono, muito eficaz para eliminar microorganismos, ao mesmo tempo que decompõe o oxigénio, melhorando a qualidade da água. Contudo, o ozono é instável e explosivo, pelo que deve ser produzido no local onde vai ser usado, o que exige um grande investimento económico e energético.

Pode ainda ser utilizada radiação UV, que mata os organismos sem prejudicar a qualidade da água.

Poluição, Bioacumulação e Bioampliação; Agentes tóxicos; Poluição atmosférica

Poluição: modificação não pretendida na atmosfera, na água ou nos solos, que pode afectar os humanos ou qualquer outro organismo vivo, apresentando origem antrópica.

Contaminação: introdução de compostos em quantidades acima das normais, podendo ou não afectar os organismos que nela habitam e cuja origem poderá ser natural.

Page 6: Principais tipos de resíduos

Poluente: qualquer composto emitido pelo Homem que afecte os ecossistemas e o próprio Homem.

Toxicidade: efeito negativo na saúde humana ou no ambiente provocado pela presença de compostos em concentrações acima do definido. As substâncias tóxicas podem ser ingeridas, inaladas ou absorvidas através da pele.

Factores que influenciam a toxicidade: frequência e duração da exposição e natureza da substância.

Factores de Toxicidade:

Dose:

A dose letal causa a morte de um organismo. No caso humano, a dose letal de uma determinada substância tóxica depende de factores como a idade, o sexo, o estado de saúde, a eficiência dos sistemas de desintoxicação e a sensibilidade individual.

Dose Letal média (LD50): concentração de uma substância que causa a morte de 50% de uma população-teste num período de 14 dias.

Solubilidade:

As substâncias tóxicas solúveis na água são facilmente absorvidas pelos organismos a partir do meio, mas também são relativamente fáceis de eliminar.

As substâncias tóxicas solúveis nos lípidos acumulam-se nas células e tecidos e são mais difíceis de eliminar.

Bioacumulação:

Corresponde à soma sucessiva da incorporação de um poluente efectuada por via directa ou por via alimentar, sendo mais frequente nos organismos aquáticos.

Bioampliação:

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Causada pela acumulação de compostos tóxicos nos tecidos, mais grave para os consumidores de topo das cadeias alimentares, onde se registam os mais graves problemas de toxicidade – a concentração de certas substâncias aumenta de nível trófico para nível trófico, ao longo das cadeias alimentares, e afecta organismos que não foram directamente expostos.

Um dos aspectos mais graves da bioacumulação e da bioampliação é o facto de não aparecerem sintomas até as concentrações no organismo serem suficientemente elevadas para causarem problemas graves de saúde.

Interacção com outras substâncias:

Sinergismo – A interacção multiplica o efeito da substância tóxica. O efeito combinado das duas substâncias é superior à soma dos efeitos de cada uma delas quando actuam isoladamente. A presença de um nutriente aumenta ou facilita a absorção de outro.

Antagonismo – a interacção reduz o efeito da substância tóxica. A presença de um nutriente causa a indisponibilidade de um outro nutriente, mesmo que ele esteja presente no solo, em quantidade suficiente.

Efeitos dos agentes tóxicos:

A resposta a um agente tóxico é variável e pode resultar em dois tipos de efeitos:

efeito agudo – reacção imediata ou rápida do organismo à exposição ao agente tóxico, que pode variar de uma erupção cutânea até à morte;

efeito crónico – consequência permanente ou duradoura da exposição ao agente tóxico, como lesões renais ou hepáticas.

Classificação dos agentes tóxicos em função dos seus efeitos:

Mutagénico:

Causa mutações no DNA. As mutações podem ser somáticas ou germinativas. Pode originar doenças e cancro.

Exemplo: radiações ionizantes, raios X.

Teratogénico:

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Causa defeitos no embrião, especialmente durante os primeiros 3 meses de gravidez, podendo reflectir-se na perda da gestação, malformações ou alterações no funcionamento, bem como distúrbios neurocomportamentais, como o atraso mental.

Exemplo: Talidomida, polifenóis biclorados (PCB) e metais pesados, como o chumbo e arsénio.

Cancerígeno:

Causa o aparecimento de cancros, por indução de alterações no DNA. Os contaminantes provocam alterações no DNA das células que conduzem ao seu crescimento e divisão descontrolada, originando o cancro.

Exemplo: substâncias químicas, presentes no fumo do cigarro, em alimentos e em poluentes ambientais. Radiações, metais pesados e vírus.

Alergénico:

Induz reacções alérgicas.

Exemplo: veneno de insectos.

Asfixiante:

Impede a captação ou distribuição de oxigénio.

Exemplo: Monóxido de carbono.

Neurotóxico:

Afecta o sistema nervoso.

Exemplo: DDT, formaldeído, dioxinas, chumbo, mercúrio e tolueno.

Em estudos de toxicidade, verifica-se, frequentemente, que muitas substâncias têm efeitos insignificantes sobre a saúde em baixas concentrações, mas os efeitos acentuam-se para concentrações mais elevadas. Este facto deve-se principalmente aos seguintes factores:

o organismo possui mecanismos de destruição, diluição ou excreção de substâncias tóxicas;

as células têm enzimas que reparam o DNA;

as células de algumas regiões do organismo (como a pele e os revestimentos do sistema digestivo, dos pulmões e dos vasos sanguíneos) multiplicam-se a uma taxa elevada e substituem rapidamente as células danificadas.

Page 9: Principais tipos de resíduos

Poluição Atmosférica

Constituição da atmosfera:

Troposfera – camada mais baixa da atmosfera e a mais densa, ao longo da qual há um arrefecimento acentuado. Existem correntes de ar que possibilitam a ascensão dos contaminantes. É o local onde se origina o nosso clima e ocorrem os fenómenos climáticos. As substâncias que nela se encontram podem regressar à superfície terrestre por precipitação.

Estratosfera – sobrepõe-se à troposfera, é mais rarefeita e contém uma menor concentração de vapor de água e uma maior concentração de ozono. Como as correntes de ar são insignificantes e a quantidade de vapor de água é reduzida, as substâncias que alcançam esta camada permanecem aí durante muito tempo.

Mesosfera

Termosfera

Os poluentes atmosféricos podem ser classificados como:

Poluentes primários – se são emitidos directamente para a troposfera numa forma potencialmente perigosa. Resultam directamente da combustão ou evaporação do carvão e derivados do petróleo.

Partículas, compostos orgânicos voláteis, CO, NOx, SOx e chumbo.

Poluentes secundários – se resultam da reacção dos poluentes primários com os componentes do ar (combustão), formando novos poluentes. A energia para que estas reacções ocorram provém da luz solar, daí se designarem também por oxidantes fotoquímicos.

Ozono, H2O2, H2SO4, HNO3 e diversos compostos orgânicos voláteis.

A poluição atmosférica, mesmo quando originada por fontes locais, atinge facilmente uma dimensão regional ou global, como consequência da mobilidade horizontal do ar atmosférico.

Page 10: Principais tipos de resíduos

Particularização dos fenómenos de poluição atmosférica

Smog:

Com a Revolução Industrial e a utilização intensiva de carvão como fonte de calor e energia, aparece o «smog industrial» - densas neblinas constituídas por uma mistura de óxidos de carbono, compostos azotados e vapor de água, que se formaram onde se concentravam as indústrias.

A partir dos anos 50, com o uso crescente de veículos motorizados, as grandes áreas urbanas começaram a ficar envoltas numa neblina denominada «smog fotoquímico».

Inversão térmica – uma das principais causas de intensificação do smog.

Em condições normais, a temperatura é mais elevada junto ao solo (devido ao facto de os raios solares incidirem na superfície); o ar quente eleva-se, arrastando consigo os contaminantes, promovendo a sua dispersão.

De noite, esta corrente pára. A formação de uma camada de ar mais fria à superfície, limitada superiormente por uma camada mais quente, ocorre durante a inversão térmica.

Quando estas inversões térmicas ocorrem de um modo prolongado, os contaminantes atingem concentrações perigosas, pelo que, nestes casos, as autoridades de saúde aconselham as pessoas com problemas respiratórios a permanecerem em casa e a protegerem-se.

Consequências do Smog:

dores de cabeça,

náuseas,

irritação nos olhos e na garganta,

agravamento dos problemas respiratórios,

morte.

Chuvas Ácidas:

Deposição à superfície da Terra de substâncias com pH inferior a 5,6 que ocorre, geralmente, por precipitação.

Page 11: Principais tipos de resíduos

As chuvas ácidas passaram rapidamente de um problema de poluição regional, de zonas do globo muito industrializadas e com muitos carros, para um problema de poluição global.

Os poluentes primários emitidos para a atmosfera podem ser transportados pelos ventos dominantes, percorrendo distâncias de várias centenas de quilómetros.

Causas:

O dióxido de enxofre (SO2)  e os óxidos de azoto (NOx) produzidos pelas actividades humanas, particularmente a queima de combustíveis fósseis em centrais termoeléctricas, a indústria e os transportes rodoviários, reagem com o vapor de água atmosférico e originam ácido sulfúrico e ácido nítrico. Estas substâncias são depositadas à superfície da Terra com a precipitação ou a seco.

Consequências:

destruição de florestas, por acção directa sobre as plantas ou indirecta pela acidificação do solo;

desequilíbrios nos ecossistemas aquáticos provocados pela morte de peixes, aumento da concentração de alumínio e formação de metilmercúrio;

aumento da frequência e gravidade de doenças respiratórias em seres humanos, como a bronquite e a asma;

aumento da frequência e gravidade de doenças respiratórias em seres humanos, com a bronquite e a asma;

libertação de metais pesados, como cobre e chumbo, das canalizações para a água de consumo público;

degradação de monumentos, particularmente de calcário e mármore.

Medidas a adoptar para minimizar as emissões de poluentes:

instalação de depuradores (filtros líquidos) – ao passar os fumos da combustão por estes filtros, que têm água e cal, obtém-se um precipitado, com diminuição da emissão de poluentes;

costrução de centrais e equipamentos de energia alternativa;

redução do consumo de electricidade.

Efeito de Estufa:

Page 12: Principais tipos de resíduos

O efeito de estufa é um fenómeno natural que tem vindo a ser acentuado pela libertação de gases com origem em actividades humanas.

O efeito de estufa impede a ocorrência de oscilações térmicas significativas, a que a maioria dos planetas do nosso sistema solar se encontra sujeito, tendo possibilitado o aparecimento e desenvolvimento da vida.

Da radiação solar que incide na Terra, uma parte é reflectida pela atmosfera ou absorvida pelo ozono estratosférico. A que atinge a superfície terrestre gera calor, que é irradiado sob a forma de radiação infra-vermelha. Os gases de estufa absorvem parte desta radiação e libertam mais radiação infra-vermelha, de maior comprimento de onda.

O CO2, vapor de água e outros gases têm função análoga à dos vidros numa estufa, deixando entrar as radiações, mas dificultando a saída dos raios Infra-vermelhos (IV).

Causas: a emissão de gases de estufa com origem antropogénica tem vindo a aumentar desde a Revolução Industrial.

CO2 – tem origem na queima de combustíveis fósseis e na queima de florestas para obtenção de terrenos agrícolas. Anualmente, verifica-se uma oscilação da concentração de CO2 por estação, reflexo da fotossíntese e da respiração nos ecossistemas aquáticos e terrestres (predominante no final do Outono e Inverno).

Metano (CH4) – proveniente das reacções microbianas de fermentação e de explorações petrolíferas.

Óxido nitroso (N2O) – tem origem em combustíveis fósseis, fertilizantes químicos e na pecuária.

Clorofluorcarbonetos (CFC) – utilizados como propulsores em aerossóis e em gases de refrigeração. Têm uma capacidade de absorção dos raios IV superior ao CO2.

Vapor de água

Ácido nítrico (HNO3) - proveniente da queima de biomassa e uso de fertilizantes químicos na agricultura.

Consequências do efeito de estufa: Aquecimento Global:

aumento do nível dos oceanos, devido à expansão térmica da água e à fusão das calotes polares;

alterações climáticas que afectam a disponibilidade de recursos hídricos (as taxas de evaporação e precipitação são alteradas) e a produção de alimentos;

Page 13: Principais tipos de resíduos

aumento da frequência e intensidade dos fenómenos extremos, como secas prolongadas, vagas de calor, inundações e tempestades;

alterações na localização e na estrutura dos ecossistemas;

extinção de espécies;

alastramento de algumas doenças típicas das regiões tropicais.

A atmosfera terrestre também está sujeita a factores de arrefecimento.

As nuvens cobrem aproximadamente 50% da superfície terrestre e reflectem para o espaço cerca de 21% da radiação solar – esta reflexão denomina-se albedo e impede que ocorra o aquecimento.

A actividade vulcânica também arrefece a Terra, pois, durante as erupções, nuvens enormes de partículas e de aerossóis podem entrar na atmosfera, reflectindo e dispersando as radiações, o que causa uma diminuição da temperatura.

Assim, a temperatura resulta do equilíbrio entre factores de aquecimento e de arrefecimento do planeta.

Medidas de prevenção e minimização do efeito de estufa:

estabelecimento e cumprimento de um máximo mundial para as emissões de CO2, mediante limitações do uso de combustíveis fósseis na indústria e nos transportes;

efectuar acordos internacionais para pôr fim à emissão de CFC;

deter a desflorestação e incrementar a plantação de árvores em vastas áreas actualmente desflorestadas;

sensibiliar para a conservação de energia e apostar em formas de energia renováveis;

fomentar a escolha pelos transportes públicos.

Rarefacção do ozono estratosférico:

A camada de ozono que se localiza na estratosfera, filtra cerca de 95% das radiações UV do Sol.

A rarefacção do ozono estratosférico atinge praticamente todas as zonas da Terra (os trópicos são a excepção) e é particularmente grave sobre os polos onde se verifica uma acentuada redução sazonal.

O frio intenso e o grande turbilhão de ventos polares acima da Antárctida provocam, em cada Inverno, um decréscimo localizado na espessura de ozono.

Page 14: Principais tipos de resíduos

Contudo, na Primavera seguinte, com o Sol, o ozono volta a formar-se e a espessura normal é reconstituída. À perda sazonal de ozono durante o verão da Antárctida foi chamado o buraco do ozono.

O ozono troposférico, também chamado ozono fotoquímico, é um poluente secundário, com efeitos nocivos sobre o sistema respiratório. Resulta da oxidação de poluentes primários, como os óxidos de azoto, por acção da luz solar.

Causas: libertação de CFC's para a atmosfera

Os CFC são compostos estáveis e inodoros constituídos por átomos de carbono, cloro, e flúor. Foram amplamente usados como propulsores em aerossóis e em gases de refrigeração.

Na estratosfera, as radiações UV causam a quebra das moléculas de CFC e libertam átomos de cloro radioactivos. Os átomos de cloro causam a quebra da molécula de O3 em O2 e O, numa cadeia cíclica de reacções que conduz a uma distribuição de O3 mais rápida que a sua formação.

Cada molécula de CFC pode permanecer na estratosfera por dezenas de anos e converter um grande número de moléculas de O3 em O2.

 

Consequências: a redução do ozono estratosférico permite uma maior incidência das radiações UV sobre a Terra, o que provoca:

aumento da incidência de queimaduras solares, cancros de pele e cataratas em seres humanos;

supressão de funções do sistema imunitário, o que aumenta a susceptibilidade a doenças infecciosas e cancros;

diminuição da produção de certas culturas, como milho, arroz, sorgo e trigo;

diminuição da produção florestal de muitas espécies de árvores sensíveis às radiações UV.

Medidas: Protocolo de Montreal.

Page 15: Principais tipos de resíduos

Conceito de Resíduo, Tipos de Resíduos e Métodos de Tratamento

Conceito de resíduo:

Qualquer substância ou objecto de que o ser humano pretende desfazer-se por não lhe reconhecer utilidade. A produção de resíduos é causadora de poluição e tem vindo a aumentar com o desenvolvimento socioeconómico e tecnológico das sociedades.

 

Tipos de Resíduos e Métodos de Tratamento:

 

Resíduos sólidos urbanos

São correntemente designados lixos. Incluem resíduos domésticos, industriais e hospitalares. Podem causar poluição da água, do solo ou da atmosfera.

 

Aterros Sanitários

Os Aterros Sanitários devem ser construídos em locais com características geológicas adequadas e são revestidos com materiais impermeáveis, como argila ou plástico, que previnem a infiltração no solo de substâncias lixiviadas.

 

Substâncias lixiviadas

As substâncias lixiviadas (quando a água das chuvas se infiltra, dissolve substâncias químicas e arrasta-as consigo) são recolhidas e enviadas para uma estação de tratamento e os gases produzidos pelas bactérias decompositoras (biogás) podem ser utilizados na obtenção de energia.

 

Após estarem lotados, os aterros são selados, ou seja, tapados com uma cobertura de plásticos e de terra que permite o desenvolvimento de plantas que diminuirão o impacto paisagístico.

Page 16: Principais tipos de resíduos

 

Principais Vantagens

Construção rápida

Baixo custos de manutenção

Grande Capacidade

 

Principais Desvantagens

Requer grandes áreas de implantação

Possibilidade de contaminação de águas subterrâneas

 

Reciclagem  -> Recolha e processamento de resíduos.

Reciclagem primária - Conversão em produtos do mesmo tipo

Reciclagem secundária - Conversão noutro tipo de produtos

A Reciclagem insere-se numa política ambiental mais alargada, que inclui também os seguintes "2 R's"

Reduzir : Reduzir ao máximo o lixo produzido passa por diminuir o consumo de materiais descartáveis ou com embalagens excessivas e não biodegradáveis, bem como desenvolver tecnlogias para minimizar a quantidade de matérias-primas necessárias para produzie um determinado produto.

Reutilizar: Usar várias vezes um produto é uma forma eficiente de diminuir os resíduos. Para produzir qualquer objecto há sempre gasto de matérias-prima, água e contaminação ambiental, pelo que, quando reutilizamos, reduzimos os resíduos e conservamos os recursos.

Principais Vantagens

Poupança de materiais e de energia

Redução da poluição (atmosférica, da água e dos solos)

Redução da quantidade de resíduos sólidos

Protecção dos ecosistemas

 

Page 17: Principais tipos de resíduos

Compostagem - Entende-se pela decomposição dos resíduos orgânicos (biodegradáveis) pela acção de compositores e saprófitas, diminuindo o volume dos resíduos e produzindo o composto, que pode ser usado como fertilizante, melhorando a textura e fertilidade do solo.

 

Águas Residuais - Águas que foram utilizadas em actividades domésticas, industriais ou agrícolas e que contêm uma grande variedade de resíduos. O tratamento de águas residuais é feito em estações de tratamento, ETAR. Nestas estações, as águas residuais são sujeitas a tratamentos que removem os poluentes e o efluente final é devolvido ao ambiente.

 

Tratamento preliminar – visa a eliminação de resíduos e de corpos sólidos. Para separar os resíduos das águas residuais, estas passam por crivos de barras ou crivos giratórios, que permitem uma eliminação mais completa dos resíduos. Em ambos os casos, os resíduos são recolhidos mecanicamente e levados para incineradoras.

Tratamento primário  – os efluentes são conduzidos para um tanque de sedimentação de sólidos (clarificadores primários), que contém um sistema de braços giratórios, cuja velocidade de rotação é a indicada para que os sólidos sedimentem ao longo de várias horas. As partículas de matéria orgânica depositam-se no fundo e são retiradas, bem como os materiais gordurosos que flutuam e são recolhidos. Os materiais retirados denominam-se por lamas em bruto (ou lodos em bruto), que serão alvo de tratamento posterior e envio para aterros sanitários.

Tratamento secundário – processo biológico durante o qual bactérias aeróbias ou anaeróbias eliminam até 90% da matéria orgânica dissolvida. As bactérias decompositoras podem ser incluídas em lamas activadas, que são misturadas com as águas resultantes do tratamento primário, ou podem recobrir um leito de gravilha sobre o qual passa a água (tanques de percolação). Ao tratamento secundário segue-se uma nova decantação.

Como se consome oxigénio durante este processo, e para que não se atinja uma situação grave de carência bioquímica de oxigénio, recorre-se ao sistema de lamas activadas, no qual o tanque está equipado com um sistema de arejamento. Os microorganismos tendem a agrupar-se em conglomerados, que sedimentam no fundo do tanque quando a água fica sem agitação.

Os efluentes tratados são transferidos do tanque de arejamento para um clarificador secundário, para que os microorganismos sedimentem e sejam bombeados de volta ao sistema onde entraram como lodos activados.

Page 18: Principais tipos de resíduos

O excedente, resultante do crescimento da população de microorganismos, é retirado e adicionado aos lodos em bruto do tratamento primário.

Tratamento terciário – separação biológica dos nutrientes, com o objectivo de eliminar o material inorgânico dissolvido, uma vez que são agentes causadores da eutrofização cultural.

Em alternativa à separação biológica dos nutrientes, podem ser realizados diversos processos químicos, sendo comum passar as águas residuais, provenientes do tratamento secundário, por um filtro de cal, promovendo a precipitação do fósforo, sob a forma de fosfato de cálcio.

Nem sempre é utilizado, uma vez que é muito dispendioso.

Tratamento quartenário – corresponde à limpeza e desinfecção final, em que as águas residuais são submetidas a uma última limpeza por filtração, através de uma camada de areia e posterior desinfecção.

O desinfectante mais utilizado é o cloro, sob a forma de gás, por ser muito eficiente e barato. Todavia, pequenas quantidades deste gás podem atingir os ecossistemas, prejudicando a fauna aquática. O cloro reage espontaneamente com alguns compostos orgânicos, formando hidrocarbonetos clorados, sendo alguns deles compostos tóxicos, não biodegradáveis, e passíveis de provocar cancro, crescimento anormal e problemas reprodutivos. Para evitar estes efeitos secundários, adiciona-se à água outra substância que converte o cloro numa forma quimicamente neutra.

Utiliza-se também o ozono, muito eficaz para eliminar microorganismos, ao mesmo tempo que decompõe o oxigénio, melhorando a qualidade da água. Contudo, o ozono é instável e explosivo, pelo que deve ser produzido no local onde vai ser usado, o que exige um grande investimento económico e energético.

Pode ainda ser utilizada radiação UV, que mata os organismos sem prejudicar a qualidade da água.

Introdução

Page 19: Principais tipos de resíduos

Este trabalho foi elaborado no âmbito da disciplina de Ciências Naturais e aborda o tema Poluição do Solo. Na primeira parte, começamos por clarificar os termos Poluição e Poluição do Solo. Avançamos com a identificação das consequências deste tipo de Poluição. Na segunda parte referimos um exemplo concreto de Poluição do Solo existente em Portugal. Por último, apresentamos algumas soluções para minimizar/evitar esta ameaça. Com a elaboração deste trabalho pretendemos dar a conhecer os perigos reais, deste tipo de poluição, alertando, assim, para as consciências para a gravidade da situação actual.

Conclusão

Com esta pesquisa, ficamos ainda mais sensibilizados para as consequências da Poluição do Solo, bem como para a urgência de reverter a situação actual sob pena de colocar em risco a continuidade da vida na terra. Não tivemos grandes dificuldades na sua elaboração por haver muita documentação sobre esta matéria. Gostamos de realizar este trabalho porque, através das pesquisas que fizemos, ficamos mais informadas sobre a extensão e a gravidade deste problema. A principal mensagem que queremos deixar é a necessidade de “passar da teoria à prática”, pelo que ainda há um longo caminho por