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PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO E

SUA APLICAÇÃO PELO JUDICIÁRIO

VERA LUCIA R. S. JUCOVSKYDesembargadora Federal - Tribunal Regional Federal da 3ª Região São Paulo/SP. Professora Doutora – Direito Ambiental. Membro da Diretoria da Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul- AJUFESP e do Instituto Por

Um Planeta Verde. São Paulo, 4.6.08.

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PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO

• Declaração de Wingspread (1970):• “Quando uma atividade representa ameaça de

danos ao meio ambiente ou à saúde humana, medidas precautórias devem de ser tomadas, ainda que algumas relações de causa e efeito não estejam plenamente estabelecidas cientificamente”.

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Diferença entre os princípios preventivo e precautório

• Em caso de certeza do dano ambiental, este deve ser prevenido, como afirma o princípio preventivo. Em caso de dúvida ou de incerteza também. Essa é a grande inovação do p.precautório”.

• (Machado, Paulo A Leme. Direito Ambiental Brasileiro,12ª ed., São Paulo: Malheiros, 2004, 2000, p. 65).

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Princípios 1 e 4 da Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável - 1992 • P. 1: “Os seres humanos estão no centro das

preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza”

• P. 4: “Para se alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção do meio ambiente deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente em relação a ele”.

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Princípio 15 da Declaração do Rio – P. Precautório

• “Para proteger o meio ambiente, o p.precautóriodeve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando haja ameaça de sérios danos ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental”.

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Convenção-Quadro Sobre Mudanças do Clima/92 – P. Precautório

• Art. 3.º. “As partes devem adotar medidas precautórias para prever, evitar ou minimizar as causas da mudança do clima e mitigar seus efeitos negativos. Quando haja ameaças de danos sérios ou irreversíveis, a falta de plena certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar essas medidas, levando em conta que as políticas e medidas adotadas para enfrentar a mudança do clima devem ser eficazes em função dos custos, de modo a assegurar benefícios mundiais ao menor custo possível(...)”

• Aprovada no Br. pelo Dec.Leg. n. 1, de 3.2.94 e Dec. 2558/98

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Preâmbulo da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica - 1992

• “(...) quando exista ameaça de sensível redução ou perda de diversidade biológica, a falta de plena certeza científica não deve ser usada como razão para postergar medidas para evitar ou minimizar essa ameaça;”

• Aprovada no Br. pelo Dec.Leg. n.2, de 3.2.94. Promulgada pelo Dec. n. 2519, de 22.3.98.

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Alguns princípios da República Federativa do Brasil

• Fundamentos: cidadania, dignidade da pessoa humana; valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, II, III e IV, CF)

• Objetivos: assegurar o desenvolvimento nacional e promover o bem comun, segundo o princípio da isonomia (art. 3º, II e IV, CF).

• Nas relações internacionais, por princípios como o da preponderância dos direitos humanos (art. 4º, II, CF), que são cláusulas pétreas (art. 60, § 4º, IV, CF) - como o direito ao ambiente.

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Princípios gerais da atividade econômica

• Baseada na valorização do trabalho e da livre iniciativa, para permitir a dignidade da pessoa humana (art. 170, caput, CF)

• Alguns princípios gerais:• Propriedade privada e função social (socioambiental) da

propriedade (art. 170 II e III, CF)• Defesa do meio ambiente, inclusive através de tratamento

diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos na elaboração e prestação (art. 170, VI, CF)

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Art. 225, caput, da Constituição Federal, de 1988

• “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial para uma saudável qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

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Art. 225, § 1º, da CF

• “§ 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...)”

• II- preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País, inspecionando as entidades dedicadas à investigação e manipulação do material genético;

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Art. 225, § 1°, cont.

• V- controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

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Art. 225, § 1°, cont.

• VII- proteger a fauna e a flora, proibir as práticas que ponham em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam aos animais a crueldade etc

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Art. 225, § 1º da CF

• IV – “exigir, conforme a lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, um estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;”

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Art. 225, §º 4°, CF

• “A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização se fará na forma da lei, de acordo com as condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”

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Lei da Mata Atlântica - Lei 11.428, de 22.12.2006

• REGIME JURÍDICO DO BIOMA MATA ATLÂNTICA

“Art. 1º. A conservação, a proteção, a regeneração e a utilização do Bioma Mata Atlântica, patrimônio nacional, observará o que estabelece esta Lei, assim como a legislação ambiental vigente, em especial a Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965.” (ie, o Cód.Forestal)

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Art. 2° da Lei da MA• Para os efeitos desta Lei, consideram-se integrantes do Bioma

Mata Atlântica as formações florestais nativas e ecossistemas associados, com as delimitações estabelecidas no mapa do IBGE, cf. regulamento: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e enclaves florestais do Nordeste. Par.ún. Somente o que resta de vegetação nativa em nível primário e nos níveis secundário inicial, médio e avançado de regeneração na área de abrangência definida no caput deste artigo terão seu uso e conservação regulados por esta Lei.

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Art. 6° Lei MA - Princípios• A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica tem por objetivo

geral o desenvolvimento sustentável e, por objetivos específicos, a salvaguarda da biodiversidade, da saúde humana, dos valores paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime hídrico e da estabilidade. social. Par.ún. Na proteção e na utilização deste Bioma, serão observados os princípios da função socioambiental da propriedade, da eqüidade intergeneracional, o preventivo, o precautório, do usuário-pagador, da transparência das informações e atos, de gestão democrática, da celeridade procedimental, da gratuidade dos serviços administrativos ao pequeno produtor rural e às populações tradicionais e do respeito ao direito de propriedade.

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LEI N. 7.661, DE 16.05.88 – Plano Nacional de Gerenciamento

Costeiro- Orientar a utilização nacional dos recursos na Zona

Costeira, de forma a contribuir para elevar a qualidade da vida de sua população, e a proteção do seu patrimônio natural, étnico, cultural e histórico

- Zona Costeira: o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre, que serão definidas pelo Plano

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Resolução n. 1 do CIRM - Comissão Interministerial para Recursos do Mar

- Área de abrangência da Zona Costeira: aos Estados a competência para delimitar suas Zonas Costeiras - leva em conta a paisagem físico-ambiental, em função dos acidentes topográficos situados ao longo do litoral, como ilhas, estuários e baías

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Resolução n. 05/97 - CIRM – PLANO NACIONAL DE GERENCIAMENTO

COSTEIRO II

• Constam os princípios da “vida sustentável” e o da “precaução”

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LEI 6.938/81 – LPNMA – arts. 4, I e IV• fixou os princípios da gestão pública ambiental nacional, como

o da prevenção, o da precaução, o da informação, o da cooperação

• mediante racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; planejamento ou inspeção do uso dos recursos ambientais; proteção dos ecossistemas, com a preservação das áreas representativas; controle e zonificação das atividades potencial ou efetivamente contaminantes; incentivos ao estudo e investigação de tecnologias focadas no uso racional e na proteção dos recursos ambientais; monitoramento da qualidade ambiental; recuperação de áreas degradadas; proteção de áreas ameaçadas de degradação; educação ambiental (art. 2° lei.).

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LEI 6.938/81 - LPNMA

• AIA – avaliação de impactos ambientais• licenciamento e revisão de atividades efetiva ou

potencialmente contaminantes• prévio licenciamento para obras e atividades que

usem recursos ambientais que possam causar degradação no meio ambiente, sem prejuízo de outras licenças (art. 10)

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Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA

• EPIA - instrumento preventivo (e precautório) para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, garantindo-se sua publicidade (art. 225, § 1.º, IV, CF)

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Lei 11.105, de 24.3.05, Lei de Biossegurança

• Art. 1º- normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre conservação, cultivo, produção, manipulação, transporte, transferência, importação, exportação, armazenamento, pesquisa (investigação), comercialização, consumo, liberação no meio ambiente, descarte de organismos geneticamente modificados-OGMs e seus derivados, havendo como diretrizes o incentivo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do p. precautório para a proteção do meio ambiente”.

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Lei de Biossegurança reestruturou a Comissão Técnica Nacional de

Biossegurança - CTNBIO• entre suas finalidades, a de estabelecer normas

técnicas de segurança e emitir pareceres técnicos referentes a autorização para atividades que envolvam pesquisa e o uso comercial de Organismos Geneticamente Modificados – OGMs e seus derivados, com base na avaliação de seu risco zoofitosanitário, à saúde humana e ao meio ambiente (art.10, caput).

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Algumas das atribuições da CTNBio quanto ao p. precautório

• “analisar o risco, em cada caso, relativamente a atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados” (art. 14, IV) e “deliberar que o OGM é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente” (art. 16, § 2º).

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Lei 9.605/98, art. 54 e § 3º - Lei dos Crimes Ambientais- P. Precautório

• Art. 54. “Causar contaminação de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora. Pena - reclusão, de um a quatro anos e multa.(...)§3º - Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior, quem deixe de adotar, quando assim o exige a autoridade competente, medidas precautórias em casos de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

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Art. 19 Lei 7.802, de 11.07.89, Lei de Agrotóxicos, regulamentada pelo Dec. 4.704,

de 4.1.2002• Deve-se ter em conta os informes de organismos

internacionais de alimentação (FAO), meio ambiente (PNUMA) e saúde (OMS), obrigando aos órgãos responsáveis a fazer a avaliação técnica do produto e a tomar medidas de proibição ou suspensão do uso, cancelamento ou suspensão do registro, limitação à comercialização, proibição de importação

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Exemplos de ações judiciais ambientais

• ação popular, ação civil pública, writ coletivo para informações e certificações (art. 5.º, XXXIII e XXXIV, CF), writ de injunção, quando, na falta de lei, possa ocorrer dano ao ambiente (art. 5.º, LXXI, CF), ação declaratória de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo;

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Medidas de urgência

• medida liminar, inclusive “inaudita altera parte” (art. 12, “caput”, LACP)

• medida liminar em ação cautelar • tutela antecipada (art. 272 CPC)• tutela específica sob pena de multa (v. arts. 11

LACP, 84 CDC, 461 e 644 CPC)

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Elementos do Princípio Precautório• I – ameaça de dano (risco)• II – inversão do ônus probandi (quem quer

exercer uma atividade ou desenvolver uma nova técnica deve demonstrar que são aceitáveis os riscos a ela associados)

• III – incerteza científica • IV – medidas precautórias (in dubio pro

ambiente)

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Inversão do ônus da prova

• Art. 6º CDC -são direitos básicos do consumidor: (...)

• VIII – “a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências”;

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Aplicação do p.precautório nas ações ambientais

• substituição do critério da certeza pelo da probabilidade de dano (risco)

• nas ações ambientais, o autor apenas demonstra elementos concretos e com base científica que levem à conclusão da probabilidade do dano

• o réu deve comprovar com segurança que a sua conduta ou atividade não causou ou não causará a alegada lesão ao meio ambiente 

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JURISPRUDÊNCIA

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Decisão monoc., STJ, SLS 000135, Rel.Min.Edson Vidigal, DJU 16.06.2005, Susp. De liminar e de sentença 135/MG (2005/0086511-9),

Ag.Inst. 200401000072654, TRF 1ªR

• argumentando potencial risco de dano ao meio ambiente, assim como irregular a emissão, pelo Est. de MG e Pref. de Araxá–MG, das licenças para a instalação da Unidade de Ácido Sulfúrico da Bunge Fertilizantes Ltda., a Associação Terra dos Arachás–ONG propôs ACP pedindo, em liminar, a paralização das operações da unidade industrial, até decisão final.

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Dec. Monoc., STJ, SLS 000135, cont.

• “(...) reconheço risco de dano inverso à população, dada a natureza do insumo produzido pela unidade industrial – ácido sulfúrico -, aplica-se o princípio precautório, e aguardar o deselance da ação principal para, depois examinados os fatos e provas, seja verificada a eficácia das licenças concedidas, e autorizada a completa operação da empresa sem riscos ao meio ambiente e, principalmente, à saúde da população dos arredores.”

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TRF 4ª R, ApC., 2004.71.00.020735-2/RS, 1/08/2006, 3ª T., DJU 13.09.06, p.745, Des.Fed.Rel.

Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, v.u., negou os recs. e a remessa oficial

• Administrativo e meio ambiente. ACP. Proibição do uso de organofosforado clorpirifós em formulações de desinfetantes domisanitários. Cancelamento dos registros de produção e comercialização. Empresas titulares. Litis consorcio necessário. Inadequação. Cerceamento de defesa. Inexistência. Comprovada toxicidade dos produtos elaborados à base de clorpirifós.

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TRF 4ª R., Ap.C., 2004.71.00.020735-2/RS., cont.

• reconhecimento parcial do pedido pela ANVISA. Tutela concedida. Prevenção de dano. Princípio precautório. Regularidade do processo de reavaliação do clorpirifós pela ANVISA. Ato discricionário administrativo. Finalidade pública. Possibilidade de controle judicial.

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TRF 4ª R, 3ª T., AG.INST., 2005.04.01.020976-0/PR, j.20.02.06, DJU 22.03.06, p. 589, Rel. José Paulo

Baltazar Jr., v.u.,julgou proc. Ag. Reg.

• Ambiental. Administrativo. Criação de unidades de conservação. Consulta pública. Estudos técnicos. Princípio precautório. Mata Atlântica. Parque Nacional dos Campos Gerais. Reserva biológica de araucárias. Refúgio de vida silvestre do Rio Tibagi.

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TRF 4ª R, 3ª T., Ag.Inst., 2005.04.01.020976-0/PR., cont.

• 1- A Mata Atlântica é Patrimônio Nacional pela Constituição; necessidade de preservação, inclusive a Floresta de araucárias. 2- Em matéria ambiental, por aplicação do princípio precautório, se há risco deve-se primeiro fazer a proteção do meio ambiente; deve prosseguir a implantação das unidades de conservação, para evitar o risco de continuação da desflorestamento na área. 3- O interesse público na preservação do meio ambiente supera o direito dos proprietários das terras onde se implantarão unidades de conservação.

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TRF 4ª R, 3ª T., AG.INST., 2005.04.01.020976-0/PR., cont.

• 4- Desacertos quanto às áreas inclusas nas Unidades de Conservação poderão ser corrigidos, no procedimento administrativo ou judicial, com instrução probatória; impossibilidade da paralização de todo o procedimento com base em alegações genéricas. 5- A participação popular no procedimento administrativo de criação das unidades de conservação (Lei 9.985/00, arts. 5º e 22) e D. 4.340/02, art. 5º), concretiza o princípio democrático, permite levar a efeito a atuação administrativa, atendendo aos interesses em conflito. 6- Não há obrigatoriedade: da intimação pessoal de todos os propietários afetados; de reuniões em todos os Municípios afetados; de reuniões públicas, sempre e quando assegurado que se ouça a população e interessados (D. 44.320/02, art. 5º, § 1º). 7– Os estudos técnicos prévios à implantação das Unidades de Conservação (Lei 9.985/00, art. 22, § 2º) estão comprovados.

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Susp. Segurança 2658, 2003.03.00.075647-6/SP, TRF3ª R., 00103628, Rel.Juiz Pres. Márcio Moraes,

Órg. Esp., j.09.06.05, DJU 09.06.06, p. 710

• CONSTITUCIONAL. AMBIENTAL. PROC. CIVIL. SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA. NÃO CONCEDIDA. AGRAVO. INCONSISTÊNCIA NA ARGUMENTAÇÃO. REC. NEGADO.

• Decisão parcialmente concessiva de tutela antecipada, ACP, ordenando a paralização de atividades de projeto imobiliário, em área de interesse ambiental (vegetação de mangue e mata de restinga). (...) Possibilidade de riscos ao meio ambiente, na consecução do projeto na área de preservação permanente, cuja licença de instalação se encontra pendente de apreciação. Aplicabilidade do princípio precautório.

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Susp. Segurança 2658, 2003.03.00.075647-6/SP, TRF3ª R., 00103628, cont.

• A atribuição municipal para definir zona urbana e autorizar atividades que sejam nela desenvolvidas, tem que sintonizar-se com as demais normas e princípios da Constituição. Ausência de comprovação da potencialidade de risco aos valores da lei, não se prestando o risco de surgimento de favelas e invasões no local, cujo impedimento não se relaciona com o projeto, e os eventuais impactos positivos, nas áreas social e econômica, que devem ser equilibrados com a indispensabilidade de preservação do meio ambiente. Agravo negado.